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Raphael Gouvea Monteiro

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Vestibular FUVEST - 2 Fase Descomplicada

Raphael Gouvea Monteiro

Vestibular FUVEST2 Fase DescomplicadaA sua escada para a USP...

1 edio So Paulo Edio do Autor 20101

Raphael Gouvea Monteiro

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Vestibular FUVEST - 2 Fase Descomplicada

2010, RK Ltda.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra poder ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrnico ou mecnico, incluindo fotocpia e gravao) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permisso da Editora.

Edio: Raphael Gouvea Monteiro Capa: Karen Maral de Jesus Reviso: R.G.M. / K.M.J.

Revisado de acordo com a nova ortografia.

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SumrioDedicatria, 7 Apresentao, 9 Anlise da 2 Fase, 17 I. Primeiro dia, 29 Portugus, 33 Anlise de incidncias, 72 Redao, 76 Anlise de temas, 83 Segundo dia, 105 Todas as matrias, 107 Consideraes finais, 179 Terceiro dia, 187 Fsica, 189 Qumica, 204 Biologia, 217

II.

III. IV.

Contato, 233 Agradecimentos, 235 Curiosidades sobre a capa, 2385

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Dedicatria

No mundo h pessoas que tm a capacidade de transformar o sol em uma simples mancha amarela, entretanto, h tambm aquelas pessoas que tm a capacidade de transformar uma simples mancha amarela no prprio sol... Dedico este livro, mais uma vez, minha namorada, Karen, que insiste em ver o sol neste simples borro amarelo que sou. Obrigado por tudo...

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ApresentaoOl leitor, tudo bem? Espero que sim! Meu nome Raphael, no sei se j nos conhecemos do meu outro livro: "FUVEST - Vencendo a 1 fase, enfim, isso no importa, estamos aqui agora para conversarmos sobre a segunda fase da FUVEST. Infelizmente, no temos muito tempo para isso, pois, da convocao para a 2 fase at a prova de portugus temos cerca de 20 dias, ou seja, muito pouco tempo. Entretanto, tenho certeza de que voc j esteja preparado para fazer as provas da 2 fase, talvez voc precise apenas de algumas orientaes; no sobre as disciplinas, mas sim sobre a forma de encarar os exerccios dissertativos. Provas dissertativas so diferentes de provas testes. Como afirmei, no meu outro livro: em exerccios com alternativas, a resposta est ali em uma das cinco letras, basta que voc saiba encontr-la. Entretanto, em provas dissertativas voc no tem a mesma facilidade de poder utilizar o prprio exerccio para buscar a resposta correta, ou seja, as respostas no esto nas alternativas, esto dentro de voc, esperando para ser externadas de forma organizada, clara, rpida e eficiente. Mesmo diante do pouco tempo que temos no posso deixar de fazer uma breve apresentao e de te explicar o que faremos neste livro.

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Para voc que j me conhece, dispensamos as apresentaes, pois, j somos amigos. Estou muito contente por ter a oportunidade de conversar novamente com voc. Para voc que no me conhece irei explicar um pouco do que fiz no outro livro e, por conseguinte, o que faremos neste livro sobre a segunda fase. No livro "FUVEST Vencendo a 1 fase eu resolvi uma prova inteira da FUVEST, mais especificamente, a prova da 1 fase de 2010, questo por questo com meus leitores. Entretanto, utilizei uma abordagem diferente da ensinada nos colgios e cursinhos para resolver aquela prova. Meu objetivo no era o de ensinar biologia, portugus, qumica, ou qualquer outra disciplina, mas sim o de mostrar tcnicas, macetes e malcias eficientes para o leitor conseguir fazer a prova da FUVEST de forma mais rpida e eficiente, garantindo assim uma melhor performance na prova. Seguindo o mesmo padro do outro livro, mais uma vez no irei me colocar como seu professor, que pago para te ensinar, mas sim como um amigo seu, um amigo que te mostrar algumas dicas, macetes, tcnicas e anlises sobre as provas da 2 fase da FUVEST. Quando eu resolvi fazer o livro sobre a FUVEST, direcionei meu foco para a 1 fase, pois, considerei essa primeira etapa como sendo a mais problemtica para os estudantes pelo fato das notas de corte que so muito altas. Porm, recebi10

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inmeros e-mails perguntando se eu no tinha feito nada para a segunda fase. Diante disso, ou seja, por causa dos inmeros e-mails que recebi pedindo dicas sobre a segunda fase, resolvi dar continuidade ao FUVEST Vencendo a 1 fase com o FUVEST 2 fase descomplicada, e aqui estamos ns. No sei se voc j percebeu, mas adoro desenvolver uma relao de amizade com meus leitores, pois, acredito que somente amigos so honestos e falam a verdade entre si, ou seja, dizem realmente o que pensam para o outro. Em outras palavras, somente um amigo meu me falar a verdade sobre o que estou escrevendo. Foram milhares de leituras e de downloads. Realmente me surpreendi com a procura do livro, e isso reflete a nsia que os estudantes tm por conhecimento. Quer dizer, alm das aulas, das inmeras horas de estudo, os estudantes ainda buscam leituras alternativas almejando aumentar ainda mais seu rendimento na prova. Muito legal isso mesmo. Em suma, muitas pessoas que j leram meus outros livros me enviaram e-mails e por isso estou, agora, fazendo este livro sobre a 2 fase, justamente por causa dessas pessoas. Vou simplificar o que estou dizendo: voc leitor influencia diretamente minhas decises sobre o que escrevo ou no, pois, analisando o seu feedback que me modifico e evoluo como ser humano e tambm como escritor, ou seja, voc me ajuda a11

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escolher os assuntos mais pertinentes, me ajuda com a forma a qual escrevo. Portanto, das centenas de e-mails que recebi, muitas pessoas pediram um livro sobre a segunda fase... Aqui estamos ns. J, j iremos dar incio ao projeto 2 fase. Desde j quero agradec-lo e posso dizer que sem voc este livro no existiria... Mas como nem tudo so flores, como j era de se esperar, tambm recebi algumas crticas. Algumas pessoas me disseram que eu poderia ser mais engraado, outras, que eu tinha que ser mais formal, outras, que eu poderia ser mais sucinto, pois acharam meu livro muito grande, outras, que eu tinha que ser mais genrico e falar de todos os vestibulares e no apenas sobre o, da FUVEST. Enfim, vrios feedbacks. Perfeito. Adorei e agradeo a todos. Porm, sinceramente falando, fiquei chateado com quatro desses e-mails. Isso no da 1% dos e-mails que recebi, mas fiquei triste. Por sinal, esses quatro e-mails eram de professores. Quatro docentes me crucificaram por eu estar ensinando dicas e macetes. Disseram que eu tinha acertado em dizer que eu no era professor afirmando: professor no ensina dicas e macetes, e sim conceitos. Um docente de matemtica me esculhambou dizendo que os alunos dele no precisavam de macetes insignificantes como os meus, pois, eles sabiam todos os12

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conceitos da disciplina, ou seja, sabiam tudo de matemtica, pois ele era um timo professor. E concluiu dizendo que timos professores fazem seus alunos gabaritarem suas disciplinas sem dicas e macetes, mas apenas com conceitos. Fiquei um pouco chateado, pois fiquei pensando um pouco sobre como seria um ensino ideal no Brasil. O ideal seria que todos os estudantes soubessem todas as matrias, o ideal seria que todos estudassem em colgios fantsticos e tivessem professores maravilhosos, enfim, o ideal seriam tantas coisas... A palavra ideal j carrega a ideia de idealizao, ou seja, algo no alcanado... Fiquei chateado, pois fiquei pensando bastante na vida. Idealizamos tantas coisas em nossas vidas, porm, na grande maioria das vezes temos que colocar o p no cho, aceitar a realidade e criar um plano de ao para modific-las, cada um da forma que pode. Para um professor de matemtica que leciona h 20 anos, sua disciplina tornou-se algo to claro, simples e irrisrio, ou seja, tornou-se absurdamente fcil. Diante disso os professores acham que uma obrigao dos alunos saber tudo de suas disciplinas... Pois, isso at uma forma de confirmar sua qualidade como professor. Entretanto, ningum sabe tudo de determinada disciplina. O ser humano naturalmente imperfeito, ou seja, tem defeitos e comete erros.

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Seus professores tambm, como qualquer ser humano, no so perfeitos. Portanto, no deixe nenhum professor te criticar, caso voc tenha errado alguma questo, ou, se voc utiliza algum macete para decorar tal frmula ou conceito. Professor que faz isso um educador restrito e desatualizado. Gabaritar determinada disciplina no a confirmao de que seu professor bom. Digo mais: um bom professor no aquele que ensina, mas sim aquele que faz voc ganhar gosto pela disciplina... Um bom docente quer que voc aprenda conceitos (que so os pilares do conhecimento), mas ele jamais despreza macetes ou dicas, enfim, jamais despreza qualquer forma que voc possa utilizar para suprir uma pequena deficincia, ou uma dificuldade isolada e pontual na disciplina. Em suma, eu quero encontrar voc na USP, no importa como voc far para isso se tornar realidade. Eu quero ver voc l dentro de qualquer forma. Portanto, espero que voc decore conceitos, macetes, dicas, enfim, faa tudo que voc puder para realizar o seu sonho. No interessa se voc tenha que escrever frmulas de matemtica no rolo de papel higinico, ou grudar papis na parede... No importa, cada um tem seus defeitos e suas qualidades. Cada um tem suas dificuldades e suas facilidades. Portanto, absorva informaes de seus professores, minhas e de outros autores, enfim, absorva ao mximo nossas qualidades que voc puder. Quanto aos nossos defeitos, deixe-os de lado.

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Enfim, acho que j conversamos demais nessa apresentao, vamos agora dar incio ao livro de verdade. Vamos falar da 2 fase do vestibular mais importante do pas, ou seja, a 2 fase da FUVEST. Por sinal, j te dei os parabns por estar na 2 fase? PARABNS... No quero ficar exaltando sua moral falando que voc j era um vitorioso desde a poca em que era apenas um espermatozoide, ou seja, no momento da fecundao. O que o vestibular da FUVEST para voc que, incrivelmente, j venceu milhares de concorrentes e conseguiu fecundar o ovcito... No... Esquea esse papo, isso conversa de livro de autoestima desatualizado. Voc tambm merece os parabns por no ter se deixado contaminar pela opinio pblica. A sociedade pensa assim: Ah filho, deixa o seu RG cair na porta da UNIBOZO que voc estar matriculado em uma universidade.... Diariamente, somos bombardeados por milhares de informaes em todos os meios de comunicao: UNIBOZO a melhor universidade do pas, UNICORNIO, conceito A no MEC. Diante disso, a maioria das pessoas pensa: Para que se matar para entrar na USP, a UNILIXO mais perto de casa, o importante se formar, no importa onde....

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Portanto, voc merece os meus parabns no s por estar na segunda fase, mas tambm por no ter se deixado contaminar pela opinio pblica. Alm disso, deixou centenas dos melhores estudantes do pas para trs... Parabns...

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Anlise da 2 faseVamos agora imergir efetivamente no livro. Comearemos fazendo uma anlise mais detalhada sobre a segunda fase. Fao questo deste tpico, pois, da mesma forma que muitos estudantes j fizeram umas trs segundas fases, outros faro pela primeira vez, portanto, este tpico pensando nestes estudantes que no conhecem as provas dessa segunda etapa. H pouco tempo, todos os pontos que voc fazia na primeira fase eram contabilizados na segunda fase. Ou seja, o seu rendimento na primeira fase influenciava sua pontuao final. Por exemplo, quanto mais pontos voc fizesse acima da nota de corte de sua carreira, mais aumentavam suas chances de passar, mas por que acontecia isso? Imagine que voc leitor fez 15 pontos acima da nota de corte e eu que presto o mesmo curso passei em cima da nota. Para eu conseguir ser aprovado eu precisaria fazer, na 2 fase, mais pontos do que voc e ainda fazer uma quantidade de pontos suficientes para cobrir essa vantagem de 15 questes que voc teria sobre mim.

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A probabilidade da pessoa, que passava em cima da nota de corte, de ser aprovada era de 1%, 2%, pouco mais dependendo do curso. Enquanto que a probabilidade da pessoa, que passava com 15 pontos acima, de ser aprovada era mais de 90%. Enfim, a FUVEST resolveu mudar isso. Agora as fases so separadas. Voc faz a primeira fase, se voc atingir a nota mnima voc vai para a segunda fase com a mesma pontuao das outras pessoas que obtiveram, por exemplo, 15 pontos acima da nota de corte da carreira. Resumindo, na segunda fase todos esto com a mesma pontuao, zero. Independente de concordar ou no com essa regra, essa a regra do jogo: todo mundo partindo do zero novamente. Ns no precisamos ficar debatendo sobre o que pensamos sobre isso. Achar melhor ou achar pior no mudar nada. A regra no mudar se fizermos um debate sobre o assunto. Resumindo, a primeira fase acabou, se voc passou com 15 pontos acima da nota de corte: parabns! Se voc passou em cima da nota de corte: parabns tambm! Entretanto, quero conversar um pouco sobre esses dois perfis de alunos. Se voc passou com 15 pontos acima da nota de corte, eu no preciso dizer que voc fez um timo trabalho na primeira fase, porm, preciso dizer algumas coisas:

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Favoritismo no ganha medalha! No s porque voc fez milhes de pontos na primeira fase que sua aprovao est garantida. Voc tem que mostrar esses conhecimentos na segunda fase tambm. J conheci muita gente que fez 85 pontos na primeira fase e no passou na segunda. Como tambm conheci muita gente que passou em cima da nota de corte e foi aprovada. Portanto, humildade... Continue estudando como voc vem fazendo, pois, afinal de contas, sua nota mostrou que voc est se preparando bem. Entretanto, se voc passou em cima da nota de corte, isso pode ter vrias razes. Voc pode no ser muito bom em provas testes. Voc pode ter tido problema com o tempo, voc pode ter passado algum gabarito errado, voc pode ter problemas com matrias no especficas, enfim, vrias podem ser as suas justificativas. Quanto a isso, voc sabe, melhor do que eu, o que aconteceu para voc passar em cima da nota de corte, enfim, vamos falar sobre o que interessa: Voc tem total chance de passar. Eu conheo muitas pessoas que no so boas em fazer testes, porm, so fantsticas fazendo provas dissertativas. Na 2 fase, voc tem a mesma pontuao do cara acima (o dos 15 pontos). Vocs tm zero de nota... Se voc no conseguiu fazer uma pontuao maravilhosa na primeira fase, isso no significa que voc no possa fazer uma maravilhosa pontuao agora na segunda fase.

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E tem outra coisa, voc pode ter prestado medicina ou algum outro curso que tenha a nota de corte altssima. Ou seja, talvez, voc s esteja em cima da nota, pois, prestou o curso com a nota de corte mais alta da FUVEST. Portanto, no pense na sua nota da primeira fase. 1 fase j passado, esquea sua nota e agora pense apenas na segunda fase. Seus pais podem no entender, mas eu entendo o quo difcil fazer mais de 70 pontos na FUVEST. A pessoa s entende quando faz a prova. Portanto, no fique triste se voc queria ter feito 85 dos 90 pontos. Isso no ter mrito nenhum se voc no passar tambm na segunda fase. Enfim, esquea a 1 fase. Combinado? Perfeito, prossigamos ento... Agora que j conversamos sobre o passado. Podemos fazer uma anlise sobre a pontuao e sobre como so divididas as disciplinas nas provas. Caso voc no saiba, a 2 fase dividida em trs dias: 1 dia prova de portugus: temos 10 questes de portugus (texto, literatura e gramtica) e uma redao dissertativa para fazer, isso tudo em 4 horas de provas. 2 dia prova de conhecimentos gerais: temos 20 questes abordando todas as disciplinas, exceto portugus. Teoricamente so 3 questes de cada matria sendo que apenas ingls tem 2 questes, isso tambm em 4 horas de provas.20

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3 dia prova de conhecimentos especficos: aqui temos 12 questes, sendo que cada carreira tem sua especificidade. No livro eu adotarei o padro do terceiro dia de Medicina, pois, o curso com a maior nota na segunda fase. tambm o curso que tem maior concorrncia, maior nota de corte e que tem mais pessoas prestando, portanto, como no posso falar de todos os cursos, escolhi falar sobre o terceiro dia de medicina. Mas fique tranquilo se voc presta, por exemplo, letras, isso no mudar em nada, nem diminuir a qualidade das anlises e das dicas. Tambm porque temos o segundo dia no qual abordarei todas as disciplinas. Abaixo, colocarei uma tabela com as possveis pontuaes na segunda fase. E mais para frente colocarei um grfico com a importncia de cada disciplina na segunda fase. Este grfico muito importante, pois, baseando-se neles que voc direcionar suas horas de estudo, mas fique tranquilo, daqui a pouco voc entender melhor tudo isso que estou dizendo.

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Anlise de Pontos - FUVEST - Segunda Fase 1 Dia - FUVEST - 333 Pontos Matria Questes % 10 50% Portugus 10 50% Redao 20 100% Total Prova igual para todos 2 Dia - FUVEST - 333 Pontos Matria Questes %~ 3 15% Biologia 3 15% Qumica 3 15% Fsica 3 15% Matemtica 3 15% Geografia 3 15% Histria 2 10% Ingls 20 100% Total Prova igual para todos 3 Dia - FUVEST - 333 Pontos Matria Questes %~ 4 33% Biologia 4 33% Qumica 4 33% Fsica 12 100% Total Disciplinas de acordo com o curso Pontos 167 167 333

Pontos 50 50 50 50 50 50 33 333

Pontos 111 111 111 333

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Cada um dos dias eu coloquei valendo 333 pontos. Na verdade a pontuao total na FUVEST de 1000 pontos, divididos em 3 provas (3 dias) de mesmo peso. Portanto, cada prova vale 333,33 pontos. Eu apenas arredondei para 333 para facilitar nossa anlise. Essa pontuao no est no manual da FUVEST. O que est no manual : o total de pontos que podem ser obtidos igual a 1000 os quais sero divididos, igualmente, pelas trs provas, ou seja, 333 pontos aproximadamente por prova. Eu fiz essa diviso para voc compreender melhor a pontuao que cada matria representa no todo. Voc j deve ter percebido o quo portugus importante para a FUVEST. Mais para frente colocarei um grfico de importncia de cada disciplina, para ilustrar melhor esse fato. Outra coisa que preciso dizer que o terceiro dia, como j havia dito, est baseado na prova de Medicina. Se voc est prestando direito, por exemplo, a importncia de histria e de geografia para a sua segunda fase ser maior Mas, analisando essa tabela acima, juntamente com o grfico abaixo, voc conseguir, tranquilamente, fazer um grfico que represente a sua realidade de acordo com o seu curso.

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Enfim, uma coisa j deixo claro, portugus no muda... A importncia de portugus a mesma para todas as carreiras. Continuando a anlise sobre a segunda fase, vejamos ento a concluso: Resumo FUVEST 2 Fase 333 161 161 161 50 50 50 33 999

Matria Portugus Biologia Qumica Fsica Matemtica Geografia Histria Ingls Total

Total 333 161 161 161 50 50 50 33 999

% 33% 16% 16% 16% 5% 5% 5% 3% 100%

Percebeu que portugus vale 1/3 de sua prova. De longe, portugus a matria que tem maior importncia na segunda fase da FUVEST. Portanto, se seu professor de qumica, por exemplo, est o aconselhando a fazer 200 exerccios de qumica por dia, a dica dele est errada, pois ele s est pensando na disciplina dele. Ele quer que voc acerte tudo de qumica para assim voc falar bem dele como professor, mas, honestamente, ele no est preocupando com sua aprovao. Pois voc no pode fazer

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200 exerccios por dia de cada uma das matrias que caem na segunda fase. Professor consciente aquele que alm de pedir para voc estudar bem a disciplina que ele leciona, pede tambm para voc no se esquecer de fazer redao, no se esquecer de estudar portugus, e tambm no se esquecer de estudar todas as demais disciplinas. Histria uma matria muito importante, mesmo pensando em um vestibulando de medicina, porm, este aluno precisa estudar mais qumica do que histria. Mas mesmo pensando em um aluno que esta prestando medicina, portugus vale o dobro do que a qumica vale. Ou seja, se voc est prestando medicina, qumica no a sua matria mais importante, biologia tambm no. Tome cuidado com isso. Tem estudante que agora em dezembro estuda 16 horas por dia, mas mesmo assim no passa. Eu te pergunto, o que aconteceu com esse estudante? Ele estudou muito e no passou por qu? Simples, ele estudou errado. Estudar 16 horas por dia no sinnimo de qualidade. Voc pode estudar 16 horas, mas deve estudar com qualidade e principalmente com estratgia. Partindo dessa anlise. Se voc, agora, para a segunda fase, est estudando por dia, por exemplo, 2 horas de biologia, 2 horas de matemtica e 2 horas de portugus. Simplesmente voc est fazendo algo sem lgica. Pois, pense comigo: como voc25

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pode estudar o mesmo nmero de horas, matrias que tm importncias to diferentes. Voc precisa dedicar maior nmero de horas s matrias que tm maior importncia e tambm aquelas que voc tem maior dificuldade. Ah... Entendi Rapha!!! Eu sou pssimo em histria, ento, das 16 horas por dia que estudo, irei resevar 12 para histria... Perfeito, assim eu passo... No. Isso no estratgia. Se voc tem uma deficincia em histria, por exemplo, aumente meia hora em relao s demais disciplinas, porm, sem se esquecer de dividir seu tempo de forma pertinente em relao importncia das disciplinas na sua segunda fase. Se portugus tem mais importncia que biologia, voc tem que estudar mais portugus. No estou falando para voc estudar pouco tempo de biologia, ou para no estudar nada de matemtica. para voc estudar todas as matrias, porm, dividir o nmero de horas que voc estuda por dia baseando-se na importncia de cada disciplina, de acordo com a sua 2 fase. Irei explicar melhor com outra tabela e depois com um grfico:

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PBQF Representam: Demais disciplinas Representam:

82%

18%

No sei se voc percebeu, mas para o curso de medicina, portugus, biologia, qumica e fsica representam 82% da pontuao total da segunda fase. Ou seja, metade das disciplinas juntas contemplam mais do que 80% da nota final. Entendeu, por que reservar 12 horas para estudar histria no tem sentido... Outra coisa que quero comentar se voc percebeu que o perfil muda na segunda fase. Na primeira fase, para uma pessoa que prestou medicina, biologia ou geografia tinham o mesmo nmero de questes, ou seja, mesmo peso. Agora, na segunda fase o perfil totalmente diferente. Voc consegue entender o motivo dos recados que dei para os alunos que passaram com pontuaes em cima da nota de corte e tambm para os que passaram com 15 pontos acima. Agora, o jogo diferente. Temos outro perfil de prova... Independente da nota que voc obteve, perceba que voc pode no ser to bom quanto est pensando ou tambm pode no ser to ruim o quanto imaginou...

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A primeira fase foi apenas uma batalha, que independente de quem saiu com menos ou com mais feridas, foi apenas uma batalha que acabou, e acabou sem vitoriosos. Pois, agora estamos em uma nova batalha. Cada lado com novas armas, cada lado com novas deficincias e estratgias. Enfim, abaixo coloquei um grfico comparativo, como havia prometido, sobre a importncia de cada disciplina, assim posso ilustrar ainda mais tudo o que estou dizendo:

Importncia das disciplinas 2 Fase (Medicina)% de Importncia 40% 30% 20% 10% 0%

33%16% 16% 16% 5% 5% 5% 3%

Acredito que voc tenha comeado a entender meu papel neste livro. No irei te ensinar matria alguma, irei te mostrar inmeras estratgias que podem definir sua aprovao na USP. Estudar todos esto estudando muito nesse momento para a 2 fase, porm, os que estiverem estudando melhor, ou seja, com mais foco e mais estratgia sero aprovados...

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I.

Primeiro dia

Agora comeamos de verdade o livro. Espero que voc tenha entendido bem o que conversamos no captulo anterior. Principalmente o que escrevi no final, sobre minha proposta neste livro. Como j conversamos sobre o perfil dos trs dias de provas, podemos agora iniciar com a resoluo dos exerccios, e de acordo com o que j vimos, o primeiro dia apresenta 10 questes de portugus e uma redao. Iremos resolver questo por questo, no com o enfoque na resoluo do exerccio, mas sim nas sutilezas dos enunciados, e na forma de como se comportar na hora de fazer uma prova dissertativa. Meu objetivo melhorar sua capacidade de interpretao, melhorar sua organizao e focar seu olhar para as nuances dos enunciados. Nas provas das segundas fases, ter conhecimento fundamental, porm, a sua capacidade de leitura, de organizao e de objetividade podem ser mais importantes do que o conhecimento nessa etapa. No sei se voc j conheceu casos de pessoas que passaram na USP e voc pensou da seguinte maneira:

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Nossa!!! Aquela pessoa no sabia nada. Passou em cima da nota de corte. Eu sempre fiz mais pontos que ela nos simulados. Ela passou e eu no... Estou pasmo... A vida j injusta mesmo... O vestibular mais ainda... Sinceramente falando eu j pensei exatamente assim, e tambm conheo inmeras pessoas que tambm j pensaram coisas assim. E se voc nunca teve um pensamento parecido, tenho certeza de que conhece algum que j tenha lamentado sobre isso com voc. o que acabei de dizer acima: na segunda fase voc precisa de algo a mais do que um rico conhecimento enciclopdico. Arrisco-me a dizer: em dezembro, janeiro e nas provas da segunda fase, sua estratgia, organizao, foco e objetividade so elementos mais importantes do que conhecimento. No decorrer das questes irei mostrar a importncia desses elementos. Mostrarei inmeros casos e exemplos para comprovar o que estou dizendo, enfim, vamos continuando. Apenas quero que pense nisso que disse acima... Abaixo estou colocando a imagem da folha de resposta que voc encontrar nas suas provas. Caso j tenha feito segunda fase, voc j a conhece. Caso no, e esta seja sua primeira vez:

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Percebeu como ? Ou seja, temos apenas duas questes por folha na FUVEST. De um lado esto as perguntas, de outro, as respostas. s vezes esta folha de resposta vem personalizada com algum grfico ou tabela. Irei mostrar exerccios em que isso acontece. Mas o que eu queria que voc conclusse depois de mostrar esta folha de respostas? Que voc tem muito espao para fazer suas respostas. Porm, no por causa disso que voc tem que escrever um livro para o corretor. Ainda falaremos muito disso. O espao que voc tem mais do que suficiente para colocar resolues bem completas para os corretores. Entretanto, quero que voc j saiba que quantidade de linhas no sinnimo de qualidade de resposta. Lembre-se sempre disso.

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PortugusDepois de tudo que j conversamos, vamos ento dar incio ao primeiro dia da segunda fase da FUVEST, ou seja, vamos comear a resolver a prova dissertativa de portugus, porm, antes de comear, precisamos criar um padro, melhor dizendo, uma sequncia, ou um esquema, ao qual devemos segui-lo em todos os exerccios para resolvermos as questes com rapidez e eficincia. Outra coisa que preciso combinar com voc que alm da imagem da questo, colocarei tambm, no final da resoluo, a mesma questo, porm, grifada por mim. Entretanto, no farei isso com todos os exerccios, apenas agora no incio para que voc, caso j no faa, aprenda a fazer. Nesta primeira questo de portugus iremos com muita calma, passo a passo, porm, depois de que voc j estiver acostumados com o esquema, comearei a ir mais rpido e sem explicar, muito, o que estarei fazendo. Vamos criar uma sequncia de resoluo e em seguida irei segui-la passo a passo, explicando-a, tudo bem? Vamos l ento:

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1. Vamos primeiro ler o enunciado da questo, e no o texto da pergunta como de costume, ou seja, vamos procurar as perguntas que devemos responder antes de ler o texto. Mais tarde explico o motivo disso, por hora, vamos combinar assim; 2. Enquanto estivermos lendo o enunciado, vamos, concomitantemente, grifando as partes importantes da pergunta, e sugiro que faamos um quadrado ao redor de palavras essenciais. 3. Agora que j grifamos e j sabemos o que o enunciado pede. Vamos fazer uma leitura atenta do texto ou da imagem, entretanto, no se esquea de que nossa leitura deve estar focada no que foi solicitado na pergunta, ou seja, focada no que acabamos de grifar; 4. Vamos agora, no texto, grifar as partes que tem a ver com o que foi pedido no enunciado; 5. Por fim, vamos responder ao que se pede.

Aqui quero fazer uma ressalva com relao ao tempo. Temos 4 horas para fazer esta prova. Se deixarmos 2 horas para a redao e 2 horas para as questes, temos ento 120 minutos para fazer 10 exerccios dissertativos, o que nos d 12 minutos por questo. Sinceramente falando, bastante tempo. Portanto,34

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na segunda fase no precisamos ter uma preocupao excessiva com o tempo da mesma forma que tivemos na primeira fase. Nesta etapa, podemos ser mais tranquilos, porm, sem jamais se esquecer de que precisamos ser objetivos, sucintos e precisos para responder ao que se pede. Vamos iniciar ento a resoluo da primeira questo:

Questo 01 Assuntos: Relao de sentido entre verbo e imagem / Redigir trecho do singular para o plural

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Vamos repetir a sequncia do esquema: 1. 2. 3. 4. 5. Leitura do enunciado; Grifar as partes importantes; Leitura do texto e/ou da imagem; Grifar texto e/ou imagem; Responder ao que se pede.

Agora irei fazer esse mesmo esquema, porm, com imagens para voc perceber melhor o que deve ser feito. Acabei de ler o enunciado da pergunta e j grifei o que importante e coloquei em um quadrado o que essencial, ou seja, o que faz parte da pergunta. Veja abaixo a imagem da minha questo grifada:

Vamos agora para o texto, na outra pgina estar a imagem do meu texto grifado:

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Agora que j lemos o enunciado e o texto, e j os grifamos tambm, podemos ento comear a resolver a questo: Letra a) Esta letra pede que achemos a relao de sentido existente entre a imagem e o trecho determinado. Note que o trecho descubra quem ... est intimamente ligado imagem da impresso digital, e esta exclusiva de cada indivduo, portanto, existe uma relao de sentido sim entre a imagem e o trecho. Poderamos falar tambm sobre o rosto dentro da impresso digital, o qual se remete a um morador que est sorrindo, passando uma imagem positiva de um morador de So Paulo, feliz e despreocupado. Aqui gostaria de fazer uma ressalva: eu no sei o que voc iria responder, j que toda resposta dissertativa bastante subjetiva.

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Como eu no sou professor de portugus, no ficarei aqui explicando tudo o que voc deveria escrever na questo. Cada pessoa tem um estilo, uma forma de escrever diferente, cada um observa o mundo e o compreende sua maneira. Enfim, meu papel neste livro mostrar como voc deve ler as perguntas de forma mais focada e eficiente, ou seja, garantir que voc melhore sua resoluo. Muita gente fala assim para mim: Nossa Rapha! Eu no tinha feito um link do rosto sorridente do morador como sendo uma forma de passar uma imagem positiva sobre o cidado.... Sinceridade, por se tratar de uma resposta dissertativa, e tambm sabendo que a banca da FUVEST no libera exemplos de respostas esperadas pela banca examinadora, fica difcil dizer se voc deveria escrever sobre o rosto sorridente ou no. Na verdade leitor, nem eu, nem ningum sabe exatamente o que voc deveria escrever. Ns temos suposies, pois, na verdade, ningum sabe o que a FUVEST almeja como resposta. O que temos como exemplos so as resolues feitas pelos cursinhos, alm, do nosso conhecimento e tambm do nosso bom senso. Falar da impresso digital seria essencial para a sua resposta. Porm, no posso dizer se voc deveria ficar inventando possveis relaes de sentidos mais subjetivas...

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Enfim, vamos seguir com o outro item, porm, lembre-se de que meu papel no o de te dar exemplos de respostas. Entenda uma coisa, se eu te desse exemplos eu no estaria te ajudando. Esta questo j caiu, ou seja, no cair novamente, logo, no adianta nada eu te dar uma resposta maravilhosa, se voc jamais ir us-la. Portanto, como j disse, o intuito do livro te mostrar estratgias para melhorar seu desempenho na prova e no te mostrar possveis resolues que poderiam ser feitas. Enfim, vamos continuar com a prxima letra: Letra b) Esta letra pede que passemos a frase para o plural imaginando que os sujeitos dos verbos descubra e pensa estejam no plural. Vamos ento passar o trecho para o plural: Descubram quem so e o que pensam os moradores de So Paulo. No sei se voc percebeu, mas coloquei em negrito as alteraes que fiz na frase. Quero aproveitar esta questo para fazer uma pequena anlise sobre a FUVEST, que adora essas perguntas sobre relaes de sentidos, pois, esse tipo de exerccio analisa se o aluno sabe ou no perceber as sutilezas dos textos, os pressupostos e os subentendidos que, s vezes, os textos apresentam. Concluindo, a FUVEST quer que voc olhe para os textos e para as imagens de forma crtica, de forma mais tcnica, ou seja, com um olhar mais apurado. Enfim, j dei o recado.

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Dificuldade: fcil. Voc percebeu que este exerccio no nem um bicho de sete cabeas. uma questo muito inteligente por sinal e bem tranquila de ser respondida. Vamos para a questo nmero 02. Mais uma vez irei seguir o mesmo esquema de resoluo para que voc o incorpore e passe a segui-lo.

Questo 02 Assuntos: Marcas da informalidade / Reescrever trecho

Bem, estamos na questo 02, vamos seguir o mesmo esquema que fizemos na primeira:

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1. 2. 3. 4. 5.

Leitura do enunciado; Grifar as partes importantes; Leitura do texto e/ou da imagem; Grifar texto e/ou imagem; Responder ao que se pede.

Aps ler e grifar o enunciado, j sabemos que precisamos procurar no texto, no mnimo, dois traos de informalidade. Digo no mnimo, pois se o enunciado pediu dois, ns devemos encontrar PELO MENOS dois. E tambm precisamos reescrever determinado trecho sem repetir a palavra no. Perfeito, vamos agora para a leitura do texto, mas agora j iremos ler de forma mais focada, buscando traos de informalidade e tambm o trecho do enunciado. A vantagem de analisar primeiro o enunciado que voc economiza leituras desnecessrias do texto, pois sem saber o que a questo solicita, voc l o texto de forma genrica, tentando compreend-lo e s vezes focando o olhar em algo que no foi solicitado, mas que te chamou ateno.

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Por exemplo, esta uma questo que voc no precisa compreender nada do texto, voc necessita apenas encontrar marcas de informalidade. Sendo honesto, voc no precisa entender nada do texto para responder isso. Dessa forma, voc economizar tempo, pois no precisar ler o texto vrias vezes desnecessariamente, sobrando assim mais tempo para voc se concentrar em fazer uma redao fantstica. Enfim, continuemos com a questo, vamos agora para a leitura do texto:

Voc percebeu que encontramos trs trechos em que a informalidade se fez presente. Os seguintes trechos que foram destacados so: ... exigente feito ele..., no d para no... e ... um qu de bondade.... Esses so os trechos de informalidade. Agora vou fazer uma pergunta: o enunciado pede para voc explicar os trechos destacados? No!!! Ele no pediu isso. Portanto, voc no precisa e nem deve perder tempo explicando o que no foi solicitado...

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Ah, Rapha... Mas eu queria explicar que a palavra feito tem um valor comparativo... Eu gosto de fazer respostas bem completinhas Rapha... Que bom que voc sabe que a palavra feito tem um valor comparativo. Porm, o enunciado no pediu para voc explicar... No sei se voc percebeu, mas eu destaquei a palavra IDENTIFIQUE. E identificar no explicar... Agora se voc quiser explicar, tudo bem. Fica seu critrio; s saiba que se voc explicar corretamente, voc vai ganhar a mesma nota de um estudante que apenas citou... Ou voc est achando que voc vai ganhar uma estrelinha por ter feito algo alm do solicitado. Enfim, vamos continuar com a questo, pois a letra a) j foi respondida. Agora analisando o trecho que voc grifou ele diz assim: no d para no sacrificar.... Voc j deve ter encontrado uma boa palavra para colocarmos no lugar de uma dessas palavras no. Vamos substituir o trecho no d para pela expresso impossvel. Portanto, o trecho reescrito fica assim: impossvel no sacrificar pelo menos um qu da bondade divina. Perceba que voc precisa reescrever o trecho completo e no apenas a modificao realizada.43

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Outra coisa, o enunciado pede que reescrevamos o trecho, ou seja, no basta apenas explicar como podemos tirar uma das palavras no do trecho. Tem gente que responde assim: Basta trocar o trecho no d para por impossvel que a expresso tem a mesma equivalncia de sentido. Nossa! Essa resposta estaria perfeita se o enunciado tivesse pedido dar uma justificativa. Voc teria explicado tudo direitinho, porm, no foi isso que o enunciado pediu. O exerccio solicitou que reescrevssemos e no pediu que explicssemos. Voc est entendendo qual o meu objetivo com este livro. muito mais do que simplesmente te dar as respostas das questes. Eu quero que voc perceba as pequenas sutilezas, como esta, que existem nas provas dissertativas. Muitas pessoas saem das provas dizendo que foram muito bem e que a prova foi fcil. Muitas vezes dizendo que acertaram tudo. Porm, quando veem suas notas, no entendem o que aconteceu. Na verdade, so estudantes com muito conhecimento, mas que na verdade esto respondendo perguntas imaginrias, perguntas que no foram feitas. Se a FUVEST pede para citar, voc no cita, mas faz questo de explicar... Se a FUVEST pede para reescrever, voc no reescreve, mas faz questo de deixa indicado o que fazer. Realmente, sua nota sofrer uma sano negativa.44

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Voc j deve ter escutado muitas pessoas dizendo assim: Nossa minha resposta ficou completssima, expliquei tudo para o examinador. Expliquei tudo sobre o trecho que ele pediu para reescrever.... Enfim, eu gostaria muito de que voc tomasse cuidado com suas respostas. Voc est na segunda fase, no tenho dvidas de que voc tem um conhecimento fantstico, logo, no v jogar tudo fora por causa de sutilezas como essa. Voc est percebendo que estou me delongando um pouco nessas sutilezas, pois, agora na segunda fase o que decidir sua aprovao sero estes pequenos detalhes. Lembre-se de que as pessoas no tropeam em pedras muito grandes, que so logo avistadas. Mas tropeam em pedras pequenas, as quais no so percebidas. Voc entendeu o motivo pelo qual venho, praticamente, implorando para que voc grife as palavras importantes. Voc est entendendo o motivo pelo qual eu pedi para voc fazer um quadrado ao redor das palavras essenciais, as quais tm a ver com a pergunta. Fazer um quadrado ao redor daquela palavra identifique faz com que voc no se esquea de que voc precisava identificar e no explicar... Dificuldade: fcil. Porm, acredito que muitos alunos perderam uma parte da nota por causa de enganos como os explicados acima. Tome cuidado.45

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Questo 03 Assuntos: Explicar sentido da frase / Criar frase mantendo o sentido original

Desta vez no grifarei a questo da forma que fiz com as duas anteriores, agora, deixarei essa tarefa com voc. Tenho certeza de que voc j entendeu bem o que deve ser feito. Mas eu preciso que voc pratique um pouco mais, que voc faa seus grifos sem ter os meus para comparar. Lembre-se de que voc pode grifar outras coisas diferentes das minhas, pois, cada pessoa tem sua forma de ler e de compreender a questo. Enfim, agora com voc. A partir de agora, irei diretamente para o passo 5, ou seja, irei direto para a resoluo.

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Lembre-se de que no irei ficar dando a resposta certinha. Acabou a poca a qual sua professora dava questionrios com as perguntas e as respostas, voc decorava e depois repetia na prova. Eu no sou seu professor de portugus, portanto, aqui ns vamos conversar sobre formas de resolues, sobre sutilezas como aquelas que discutimos acima. Muitos professores em sala de aula focam suas explicaes para o contedo envolvido e esquece-se de focar nas perguntas. Muitas vezes, o problema no do professor. Em sala de aula, ele l a questo, esta pede para reescrever o trecho, logo, o professor reescreve o trecho e pronto. Porm, quando estamos com a prova em mos, a questo pede para reescrever, porm, ns insistimos em explicar. Sinceramente no sei por que isso acontece, mas um fato que cometemos esse erro. Estou me colocando junto, pois, eu j cansei de fazer isso. Eu s consegui perceber isso quando eu fiz um cursinho que tinha provas dissertativas aos domingos, por sinal, todos os domingos. Enfim, no final do ano eu tinha feito mais de 30 provas dissertativas, foi nesse momento que comecei a perceber que muitas vezes eu sabia a matria, porm, no ganhava nota integral. Isso porque eu insistia em responder ao que no era solicitado. Resumindo, o primeiro passo para uma resposta perfeita uma leitura correta do enunciado e do texto. Se voc ler a pergunta de forma errada, voc, certamente, responder de forma errada.47

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No posso te dar garantias de acerto, caso voc leia a questo de forma correta, porm, tenho certeza de que voc errar o exerccio se a sua leitura for feita de forma errada. Lembre-se disto: voc no deve inventar exerccios, ou respostas no solicitadas. Estou aqui justamente para alert-lo para que voc no cometa o mesmo erro que eu cometia. Se voc tiver a oportunidade pegue suas provas dissertativas do ensino mdio ou do cursinho e tente encontrar esses casos. Acredite, voc se surpreender com a quantidade de vezes que voc j cometeu esse tipo de engano. Pior de tudo que fico aqui falando, falando, quer dizer, escrevendo, escrevendo e acabo me esquecendo de resolver a questo... Desculpe-me leitor, vou me focar mais no livro e menos no meu pensamento, mas que no consigo ficar sem alert-lo sobre esses problemas. Enfim, continuando... De acordo com o esquema que j combinamos, voc j deve ter lido o enunciado, j deve ter grifado e acredito que j tenha feito isso no texto tambm, certo? Ento vamos para a resoluo: Letra a) Esta letra quer saber se o trecho citado deve ser entendido apenas em seu sentido literal? No. A expresso meias ou uma gua-de-colnia barata faz aluso a um rol imenso de presentes que podemos

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chamar talvez de insignificantes. Ningum gosta de ganhar uma meia ou uma cueca de presente. Aqui gostaria de fazer uma ressalva: o exerccio pergunta se o sentido do trecho apenas literal. Voc j deve comear sua resposta dizendo se isso verdade ou no. Portanto, sua resposta deve comear assim: No.. Em seguida ele pede que justifiquemos nossa resposta. Voc percebeu que quando a FUVEST acha necessrio ela pede que voc explique. Portanto, se no for solicitado voc no deve explicar. Tambm no legal que voc j comece explicando. Dizendo que a expresso tem um sentido mais amplo, sendo que voc nem respondeu se tem ou no apenas sentido literal. Tudo uma questo de paralelismo. Se o examinador te perguntar primeiro X e depois Y, primeiro voc responder o X e depois o Y. Ah, Rapha! Mas eu gosto de responder do meu jeitinho, comear a frase com um No me deixa triste... O importante responder tudo.... Eu sei que o importante responder tudo, mas o examinador est corrigindo centenas de provas, portanto, ele no quer ter mais trabalho do que j est tendo. Ele no quer ficar procurando sua resposta, tentando entender seu raciocnio. Facilite a vida do corretor que ele facilitar sua entrada na USP.49

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Letra b) Ela pede que voc criemos uma frase que contenha a palavra salvo mantendo o sentido que ela tem no texto. Aqui voc tem milhes de possibilidades de resposta, portanto, no me atreverei a dizer qual seria uma boa resposta. Voc s precisava saber que a palavra salvo assume um valor de excluso, ou seja, pode ser entendida como exceto. Quanto frase, voc pode dizer: todo mundo te acha feio/a exceto (salvo) tua me... Enfim, fica a seu critrio criar a frase que voc ache melhor. Aqui preciso fazer uma ressalva: o enunciado pede que voc crie uma frase com um sinnimo da palavra salvo e no pede que voc crie uma frase usando a palavra salvo, e nem para colocar um sinnimo da palavra salvo na frase j existente. Tome cuidado com isso. J vi acontecer esse tipo de coisa com algumas pessoas, portanto, tome cuidado para responder exatamente ao que foi pedido. Dificuldade: fcil. O texto simples, o enunciado no est confuso, portanto, podemos dizer que uma questo fcil.

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Questo 04 Assuntos: Interpretao / Sinnimo de palavras / Referente de pronome (anafrico)

No irei mais perguntar se voc j grifou ou no, tanto o enunciado quanto o texto, acredito que voc j tenha fixado o esquema que combinamos, portanto, vamos direto para as alternativas: Letra a) Quer saber se uma nota diplomtica se parece com o exemplar no correto nem aumentado da edio da mulher? E o enunciado pede para justificarmos. No preciso dizer que voc deve comear sua resposta respondendo se parece ou no, ou seja: a) No.

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O texto afirma que a nota diplomtica se parece com a mulher da moda e no com o exemplar no correto nem aumentado da edio da mulher. A nota diplomtica apresenta muitas circunlocues, muitos desvios e muitos advrbios os quais mascaram a ideia principal, da mesma forma que a mulher da moda se utiliza de fitas, rendas, joias. Nesta justificativa voc pode colocar com as suas palavras o que voc quiser, as comparaes que voc achar melhor, enfim, no existe um padro em provas dissertativas, o que existem so caminhos a serem seguidos; como voc trilhar esses caminhos fica seu critrio. Vamos ento para a prxima letra: Letra b) Esta letra pede que indiquemos um sinnimo da palavra capital e pede tambm que identifiquemos o referente do pronome lhe. Perfeito. Mais uma vez volto a dizer que para voc indicar, apenas isso. No para voc explicar. E para voc indicar UM, e apenas UM sinnimo e no indicar oito sinnimos. Tem gente que quando o examinador pede UM, a pessoa escreve OITO, no se deve fazer isso. Pare e pense comigo: se dentro desses oito, voc escolher, sem querer, um errado? O corretor ser obrigado a tirar pontos seus. Ele no te dar a nota integral. Pois alm de voc ter feito o que ele no pediu, ou seja,

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no seguiu as instrues voc ainda colocou um sinnimo errado. Ahhh Rapha!!! Como voc rebelde... Ah, mas eu coloquei 7 sinnimos corretos poxa, s errei 1... Eu gosto tanto de escrever... Eu lia dicionrios quando eu era criana... Agora tenho a chance de mostrar o que sei... Se voc gosta de escrever, perfeito, faa que nem eu, escreva um livro tambm. Se quiser, mande-me um e-mail, vamos escrever um livro juntos, mas, por favor, no escreva um livro na prova da FUVEST. Seja conciso, eficiente e claro. Vamos responder ento. Se voc leu direitinho o texto, percebeu que a palavra capital pode ser substituda pela palavra principal. Na verdade, inmeras palavras seriam timos sinnimos: principal, essencial, central, fundamental, primria, ordinria, primordial... Agora eu te pergunto, voc vai colocar esses SETE sinnimos? NO, voc no vai colocar os sete. Se voc quiser, eu aceito que voc coloque no mximo dois sinnimos. O examinador no pediu dois, mas ele entender que voc est com medo e quer mostrar que voc entendeu, portanto, dois sinnimos eu aceito, agora OITO no... Outra coisa que precisamos conversar que no dia seguinte, quando voc for fazer a prova de conhecimentos gerais, logo na entrada do vestibular voc receber a resoluo da prova de portugus a qual fora feita no dia anterior. At a53

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tudo bem. Mas quando voc comear a ler as respostas que os cursinhos escrevem voc j ficar desesperado achando que voc foi mal em portugus. Isso no verdade. Os cursinhos colocam as respostas mais que completas, ou seja, colocam todas as possibilidades de respostas. Diante disso, no para voc se sentir mal se algum cursinho colocou 15 sinnimos e voc colocou apenas dois. Fique tranquilo viu. Alguns cursinhos colocam, por exemplo, no apenas OITO sinnimos, mas colocam QUINZE, pois, assim conseguem atingir todas as pessoas, pois cada pessoa coloca palavras diferentes, mas isso no significa que voc precisava ter colocado as 15 que eles citaram. Parece bobeira o que estou dizendo, mas j vi muita gente chorando na porta da segunda fase por causa desse tipo de coisa. Eu j fiz umas cinco segundas fases e j vi cada coisa... Portanto, tome cuidado. No v se desesperar toa. Continuando com a resposta da letra b), agora, ns precisamos identificar o referente do pronome lhe. Acredito que voc no deve ter tido problemas para identific-lo, pois, no trecho para tocar a ideia capital (principal) e a inteno que lhe d origem bem simples notar que a inteno que d origem nota diplomtica, portanto, o pronome lhe anafrico e tem como referente a expresso nota diplomtica. Dificuldade: Mdia. No posso dizer que esta uma questo fcil, mas tambm no difcil. Porm, por apresentar uma54

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gramtica mais simplria, e tambm uma interpretao mais interessante na letra a), podemos dizer que uma questo de dificuldade mdia.

Questo 05 Assuntos: Duplo sentido do verbo / Efeito de humor / Reescrever usando discurso indireto

Antes de comear a questo nmero 05 gostaria de fazer uma pequena anlise sobre o que temos respondido at agora. Voc percebeu que a FUVEST quer saber se voc sabe ler corretamente, se voc consegue encontrar sinnimos de palavras, se voc sabe depreender sentidos do texto e no texto e tambm se voc sabe perceber comparaes. Pior que conversando dessas coisas eu lembrei-me de um dia muito engraado, quando convidei um amigo meu para55

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jantar comigo e com outros amigos. O dilogo foi mais ou menos assim: Eu disse: Fulano, venha comer conosco! Meu amigo respondeu: Estou indo Rapha, mas s vou comer um conosquinho apenas, pois estou um pouco sem fome... Voc pode imaginar o quanto eu ri. Mas voc deve estar imaginando que meu amigo no sabe muito de portugus, certo? Pelo contrrio, ele muito bom em portugus. Apenas pessoas com um alto grau de conhecimento sobre determinado assunto conseguem subverter o assunto ao ponto de gerar efeito de sentido, humor e/ou outros sentimentos. Outro dia que tambm achei muito interessante foi quando eu estava em uma aula de biologia, quando uma menina chegou atrasada. Na porta da sala a menina perguntou se ela podia entrar. O professor, brilhantemente,respondeu: between, between.... Tenho poucos desses exemplos para contar, pois conheo poucas pessoas inteligentes o suficiente para fazer coisas desse tipo. Enfim, voc deve estar me perguntando por que estou falando essas bobeiras todas. Pois a questo nmero 05 de duplo sentindo, e no sei se voc percebeu, mas at agora estou falando de duplo sentido. Vamos ento para letra a):

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Letra a) Como eu estava brincando com o conosquinho, dizendo que ambiguidades podem gerar humor... Isso o que acontece no texto. A pergunta afirma que um dos verbos gera efeito de humor. Devemos ento dizer de que verbo se trata e depois devemos justificar nossa resposta. Mais uma vez volto a dizer, sejamos sucintos na resposta. Acredito que voc j deva ter percebido que o verbo o acompanhar. O fiscal do rapa quer que o ambulante o siga, ou seja, ele usa o verbo acompanhar no sentido de seguir, ou ir em companhia de, porm, o ambulante interpreta-o com sentido de tocar ou de acompanhamento musical. Letra b) Agora o enunciado pede que reescrevamos o dilogo, porm, em discurso indireto, iniciando por: o fiscal do rapa perguntou ao msico... Ns sabemos que quando passamos um discurso direto para o discurso indireto os verbos devem ficar no passado, devemos utilizar a palavra que ou se e tambm utilizar a terceira pessoa. Enfim, voc sabe melhor do que eu quais so as caractersticas do discurso indireto. Vamos ento responder ao que foi pedido. Lembre-se de que voc no precisa explicar como passar para o discurso indireto, voc precisa apenas reescrever o trecho, s isso, apenas isso. No v tentar explicar assuntos que voc pode se confundir. Eu j disse que voc no ganhar uma57

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estrelinha por fazer essas coisas. Vamos ento para a frase no discurso indireto: O fiscal do rapa perguntou ao msico se ele tinha licena. Ele respondeu que no, tratando-o por senhor. O fiscal, ento, exigiu-lhe que o acompanhasse. O msico concordou respeitosamente e perguntou-lhe que msica iria cantar. Voc percebeu que coloquei em negrito os verbos escritos no passado e que tudo est em terceira pessoa. Quando voc reescreve a frase, j mostra se sabe ou no passar para o discurso indireto, por isso a FUVEST no pediu que voc explicasse. Outra coisa que quero dizer que esse tipo de pergunta muito comum na prova da FUVEST. Ela adora essas passagens de discurso direto para indireto ou vice-versa. Em minha opinio, no importa em que ano voc est fazendo a segunda fase da FUVEST, esse tipo de assunto tem 80% de chance de cair novamente na sua prova. Voc percebeu que at agora a FUVEST no pediu para voc explicar nada de gramtica, no pediu para voc explicar o que objeto direto preposicionado, tambm no pediu para voc dar nome s oraes subordinadas. No sei se voc est entendendo aonde quero chegar, mas a FUVEST no quer saber se voc sabe todas as regras e excees gramaticais. Portanto, se voc est se matando, estudando 5 horas por dia de gramtica, acredite em mim, ano que vem voc far58

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segunda fase novamente... Desculpe-me pela sinceridade, mas que no posso deixar algumas coisas implcitas, pois sei que muitas pessoas no percebero. S de estar vendo essas resolues voc j est percebendo que a FUVEST no gosta de perguntar gramtica e quando pergunta, como foi o caso do pronome anafrico, voc no precisava nem saber que o pronome anafrico, voc precisava apenas identificar qual o referente daquele pronome. Ou seja, voc precisava apenas perceber como a gramtica foi usada no texto. Eu estou desenvolvendo um livro de Matemtica para concursos pblicos juntamente com minha namorada. E outro dia eu estava procurando algumas questes para colocar no livro e fui olhar a prova de portugus de um concurso. O exerccio pedia o nome de uma determinada orao: tinha uma resposta assim l na alternativa: Orao subordinada substantiva restritiva objetiva direta completiva nominal. Nossa, eu quase comecei a rezar, pois o nome daquela orao s podia ser coisa do mal... Eu nem sei se essa orao existe... Fiquei chocado, ainda bem que nas provas de matemtica no tm essas coisas absurdas. Enfim, estou falando essas bobeiras para te tranquilizar, pois isso no aparecer na FUVEST. Mas tem um lado bom dessa frase, d pra voc impressionar sua me. Voc fala assim: me vem ver o que estou aprendendo. Agora estou sabendo dar nome todas as

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oraes, sabe o nome desta frase X aqui? Ela vai dizer que no, claro... A voc responde de boca cheia:

Orao subordinada substantiva restritiva objetiva direta completiva nominal. Sua me ficar emocionada. Embora, falar para voc entrar no bate papo na internet para arrumar um/a namorado/a, pois, quem sabe o nome de uma orao dessas no tem vida sexual ativa. Ahhh!!! Rapha... Voc muito chato, sabia? Eu sei nomear oraes e nem por isso sou nerdsss, sou uma pessoa m descolada... Estou brincando aqui viu. S para descontrair, pois ainda temos muitas questes pela frente. Ah Rapha! Vou atacar este livro em voc daqui a pouco... Fica vendo s... Dificuldade: difcil. Considero esta questo como difcil pela letra b), realmente complicado transformar todo o discurso sem esquecer nenhum conceito, sem esquecer nenhum verbo ou passagem. Uma questo difcil.

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Questo 06 Assuntos: Anlise de sentido / Substituio de palavras / Recursos poticos

Estamos na questo 06 da prova de portugus, at agora no vimos nenhum exerccio impossvel, muito pelo contrrio, todas as questes, at agora, estavam bem tranquilas. Est no foge regra. Portanto, vamos responder ao que se pede: Letra a) Este item pede que INDIQUEMOS UMA palavra ou expresso que possa substituir a palavra Qual da primeira estrofe.

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Voc percebeu que coloquei em letra maiscula as palavras: INDIQUE e UMA, no preciso dizer por que fiz isso certo? Perfeito, continuemos ento: Voc j leu o texto, j grifou, ento j percebeu que a palavra Qual da primeira estrofe pode ser substituda pelas palavras como ou parecendo, as quais tm sentido de comparao. Letra b) Nesta letra, o enunciado pede que substituamos a palavra viu por outra que cumpra a mesma funo comunicativa. Voc j leu o texto, portanto, j sabe que a palavra viu uma marca da funo ftica. Perceba que a FUVEST deu uma boa dica quando pediu que substitussemos a palavra viu por outra com a mesma funo COMUNICATIVA. Vrias seriam as possibilidades para substituir a palavra viu, por exemplo, escutou, t, t vendo, ouviu. Todas essas palavras teriam a mesma funo de verificar o canal de comunicao. Portanto, letra b) respondida. Letra c) Pergunta se os nicos recursos poticos utilizados so rima e ritmo e tambm pede para justificar. No interessa que poesia voc esteja lendo, ou que msica voc esteja escutando. Posso dizer que nunca encontraremos apenas dois recursos poticos. Normalmente conseguimos verificar mais recursos. Portanto, o enunciado perguntou se s so utilizados rima e ritmo.62

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Por mais que voc no saiba nenhum outro recurso potico, sua resposta tem que ser: no. Pois, mesmo voc no os reconhecendo, eles certamente existem. Ns temos comparao. Se voc se lembra, foi o que respondemos na letra a). Temos sindoque, temos metfora. Portanto, bastaria escolher um desses recursos, e explic-lo para voc j estar justificando sua resposta na letra c). Dificuldade: mdia. J que esta questo apresenta trs letras a serem respondidas, tambm pela linguagem ftica no ser to conhecida entre os estudantes, podemos considerar esta questo como de dificuldade mdia.

Questo 07 Assuntos: Caractersticas do Naturalismo e do Romantismo

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Agora faremos as questes sobre literatura. Normalmente, 6 questes so sobre texto e gramtica e 4, so sobre literatura. Como j estamos na questo 07, logo, j terminamos a parte de texto e gramtica. No preciso perguntar... Espero que voc j tenha lido e grifado a questo. Voc deve ter percebido que a FUVEST foi bem criativa usando uma crnica de Machado como base para perguntar caractersticas de escolas literrias. A FUVEST poderia ter feito a questo 07 assim: Q.07 a) Cite algumas caractersticas do Naturalismo. b) Cite algumas caractersticas do Romantismo. Mas, voc concorda comigo que ficaria feio demais? Ficaria sem criatividade. Portanto, a FUVEST aproveitou uma crnica de Machado que tem alguns trechos, que se remetem s escolas literrias, como: leite romntico e rosbife naturalista para perguntar caractersticas do Romantismo e do Naturalismo com base nas obras: O cortio e Iracema. Na literatura naturalista, sabemos que os autores tm a necessidade de chocar o leitor, de revelar a realidade crua e sangrenta. Isso fica evidente com a metfora do rosbife. Essas caractersticas esto presentes em O cortio.

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Da mesma forma que o leite romntico tambm pode se remeter aspectos do romance Iracema. O resgate das origens do Brasil, a idealizao da personagem e da ptria, o fim trgico da histria, tudo isso, remete-se ao romantismo. Enfim, voc deve ter inmeras caractersticas que voc gostaria de colocar na resposta. como eu j disse, eu no estou aqui para te dar uma resposta perfeita, j conversamos sobre isso. Mas gostaria de fazer uma ressalva. Voc precisou saber caractersticas de duas escolas literrias. Pensando de forma literria, todas as escolas literrias tm sua importncia, porm, como tudo na vida, entre duas coisas, uma sempre mais importante do que outra. Portanto, quero que pense nisso na hora de estudar. Realismo, Naturalismo, Modernismo, Romantismo, todas essas escolas so absurdamente importantes, pois, praticamente toda a lista de livros da FUVEST est dentro dessas quatro escolas citadas. Ento, antes de voc passar 5 horas estudando as caractersticas do Trovadorismo, pense um pouco nisso que acabei de dizer. Ahhh Rapha, j pensei bastante e agora j entendi. Voc est certo... No devo ficar estudando Trovadorismo... J sei! Ento, posso ler a histria de Galaaz, e Galaaz Humanismo e Humanismo cai na FUVEST...

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Galaaz engraado, mas concentre seu tempo estudando Gil Vicente e no, as novelas de cavalaria. Voltando ao assunto: trovadorismo importante sim, mas realismo , indubitavelmente (se eu fosse advogado eu falaria, toda hora, essa palavra), mais importante. Portanto, voc pode saber tudo sobre trovadorismo, mas apenas depois de saber tudo sobre essas escolas que citei acima. Combinado? Acredito que voc tenha entendido o recado... Dificuldade: difcil. Pois uma questo muito subjetiva. Poderamos responder inmeras coisas, ou seja, escrever uma redao sobre essas duas escolas, logo, fica complicado saber o que seria melhor ter dito. Fica difcil saber realmente o que a FUVEST esperava de ns.

Questo 08 Assuntos: Comparao entre obras literrias / Doutrinar e transmitir princpios

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Nesta questo a FUVEST cita quatro obras literrias da lista de livros e pergunta qual dessas apresentam a inteno de doutrinar, ou seja, transmitir princpios e diretivas. Acredito que voc no tenha tido dvidas de que a obra de Gil Vicente tem o intuito de divulgar os ideais de conduta da moralidade crist. E tambm a obra de Jorge Amado que almeja que as pessoas ganhem uma conscincia poltica, sendo que o narrador demonstra uma simpatia pela ideologia comunista, elogiando as greves como forma de reivindicao. Nesta questo, preciso fazer uma observao. Eu j tinha mostrado no incio do livro a folha de respostas da FUVEST. Porm, para esta questo a FUVEST fez uma folha de resposta mais especfica, eu prefiro chamar de personalizada. Observe a imagem abaixo:

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Voc percebeu que na folha de respostas j vieram separados os espaos para as respostas . A FUVEST faz isso em algumas questes da prova, no decorrer do livro voc ver esse tipo de personalizao inmeras vezes, na prova de fsica, de qumica e de outras disciplinas. Enfim, isso no muda nada, voc apenas j tem o espao organizado e separado para voc responder. Dificuldade: mdia. Pois se trata de uma questo bem abrangente, poderamos escrever inmeras coisas, ou seja, mais uma vez no sabemos exatamente o que a FUVEST esperava de ns.

Questo 09 Assuntos: Vidas Secas / Escassez vocabular

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Questo clssica sobre o livro Vidas secas. Um dos pontos fortes da obra a forma que o autor trabalha, por meio de palavras, a ausncia vocabular das personagens. Letra a) Est letra pergunta se a escassez vocabular do menino contribui para ampliar a diferena que distinguem homens de animais. E pede que justifiquemos com base no texto. Sabemos que a escassez vocabular serve para aproximar homens e animais e no para ampliar suas diferenas. O menino utilizava uma linguagem formada por gestos e exclamaes, com a finalidade de se comunicar com a cachorra. Isso faz com que os homens sejam animalizados enquanto que os animais sejam humanizados, colocando, homens e animais em um mesmo patamar. Ento, voc concorda que a escassez vocabular amplia a diferena entre homens e animais? No. E para justificar voc pode retirar do texto um pequeno trecho, por exemplo: Valia-se, pois, de exclamaes e de gestos.... Esse trecho j justificaria sua resposta. Letra b) Est letra um pouco mais subjetiva e nos questiona, simploriamente falando, se o narrador se emociona com a pobreza sertaneja? No. O narrador no se emociona. O romance narrado em 3 pessoa, e o narrador tem o estilo que chamamos de seco, ou seja, narra de forma objetiva, portanto, no expe suas emoes e seus sentimentos.

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Dificuldade: Fcil. Trata-se de uma questo simples, sobre algo que bem difundido entre os vestibulandos, que a escassez vocabular na obra de Graciliano Ramos e tambm sobre a caracterstica do narrador.

Questo 10 Assuntos: Vincius de Moraes / Fases de Vincius

Est uma questo muito bonita sobre a obra de Vincius de Moraes. Pois aborda a transio entre as duas fases de sua obra.70

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Letra a) Esta letra quer saber como se define a poesia a qual o poeta no pode ir ao encontro. E quer tambm saber as caractersticas principais desse tipo de poesia. O poeta no pode ir ao encontro da poesia sentimental ou poesia lrica. Esse tipo de poesia centrada no eu, ou seja, na subjetividade, nas experincias afetivas e individuais. O autor se declara indisponvel para a poesia lrica, tornando-se mais sensvel dura realidade vivida em sua poca. Letra b) Esta letra afirma que Vincius de Moraes declarou haver duas fases em sua obra, e pergunta a qual desses perodos a poesia citada pertence. O poema em questo pertence segunda fase da obra de Vincius, o momento em que o autor se distancia do misticismo aderindo temas do cotidiano com ntida conotao social e fazendo tambm referncias segunda guerra mundial, pobreza e muito mais. Dificuldade: mdia. Muitos estudantes devem ter estudado as fases de Vincius, porm, acredito que uma boa parte dos estudantes no tinha conhecimento dessa diviso. Teoricamente uma questo de dificuldade mdia, mas acredito que boa parte dos estudantes a consideraram como difcil.

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Anlise de incidnciasJ finalizamos a prova dissertativa de portugus. Porm, para facilitar ainda mais o seu estudo, abaixo colocarei uma tabela que chamo de anlise de incidncias. Esta tabela tem a finalidade de que voc perceba quais so os assuntos que mais caem na prova de portugus da segunda fase. Nesta tabela voc perceber que, por exemplo, ambiguidade um tema muito presente na segunda fase. Tambm outros temas como: efeitos de sentido, polissemia de palavras, variantes lingusticas, marcas da informalidade, discursos... Enfim, o objetivo desta anlise justamente guiar seu estudo, ou seja, direcionar suas horas de dedicao ao portugus para o que realmente importante na disciplina. como eu j disse, tudo importante em portugus. Esta disciplina essencial, no s para FUVEST, mas para sua vida como um todo. Entretanto, neste momento, voc deve focar seu estudo em assuntos com maior incidncia. Deixe para estudar trovadorismo e mesclise nas frias,ou seja, depois da segunda fase.72

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Quero fazer uma ressalva. Esta anlise s ser feita aqui em portugus, pois como a FUVEST mudou o perfil de provas da segunda fase, no momento em que estou escrevendo este livro no tenho provas antigas do 2 e do 3 dia, pois em 2010 foi o primeiro ano nesse novo formato. Outra coisa que preciso comentar sobre as anlises de incidncias de literatura. Talvez voc veja algum livro que no est mais na lista de obras da FUVEST. Isso normal, pois a lista de livros que a FUVEST divulga modifica alguns livros a cada ano. Ento voc ver nas incidncias livros como: poemas de Alberto Caeiro, Sagarana, A rosa do povo, enfim, livros que j fizeram parte da lista de livros da FUVEST, porm, hoje no fazem mais. Portanto, no se desespere ao ler que em 2007 caiu o livro A rosa do povo do Drummond e voc se deu conta de que no sabe nada sobre esta obra. Fique tranquilo, ela no est, atualmente, na lista de livros da FUVEST. Acredito que j conversamos tudo que precisvamos sobre a tabela. Espero que voc analise-a seriamente, pois, isso muito importante para o seu desempenho.

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PORTUGUS - 2 Fase - Questes de 01 at 05N 2010Anlise de sentido / Substituio de palavras / Recursos poticos Marcas de informalidade / Reescrever trecho Depreenso de sentido / Criar uma frase mantendo o sentido da palavra Interpretao / Sinnimo de palavras / Referente de pronome (anafrico) Duplo sentido de palavra / Reescrever trecho passando para discurso indireto

2009Polissemia de palavras / efeito de crtica e humor Efeito expressivo (2 pessoa plural) / Reescrever trecho passando 3 Interpretao de palavra / Alteraes na lngua portuguesa Interpretao de sentido de palavras / Ambiguidade Recursos expressivos Efeitos de sentido / Emprego de expresso

2008Reescrever trecho / Referncia de termos (anafrico)

2007Recursos descritivos / Interpretao

2006Criar frase / Propor frase substituindo pronome "lhes" Depreenso de sentido / Reescrever frase

1

2

Interpretao / Reescrever trecho

Sentido literal e figurado

3

Utilizao das aspas / Transcrio de discurso Variantes lxicas regionais / Anlise sobre uniformizar a ortografia

Relao de sentido de preposies / Transcrever poesia para prosa Interpretao / Reescrever trecho

Depreenso de sentido / Reescrever trecho

4

Raciocnio cientfico / Reescrever perodo Sentido de verbo / Recurso expressivo sonoro Efeito de sentido

5

Interpretao / Reescrever trecho

Sentido de metforas / Uso da 2 pessoa do singular

Quero pedir desculpas pelo tamanho das tabelas. Eu realmente concordo... Ficaram pequenas demais. Mas foi o tamanho que consegui colocar na folha do livro.74

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PORTUGUS - 2 Fase - Questes de 06 at 10N 2010Anlise de sentido / Substituir palavras / Recursos poticos Caractersticas do Naturalismo e do Romantismo Comparao entre obras Doutrinar ou transmitir princpios

2009Recursos expressivos / Discurso direto

2008Significado de expresso / Interpretao

2007Interpretao / Reescrever frase - inverso de termos Auto da barca Linguagem de Brsida Vaz / interpretao A rosa do povo -Caractersticas / Manifestao no campo da linguagem

2006

6

Interpretao

7

Milcias Perodo histrico / Tempo da obra A cidade e as serras Expresses do texto Vidas Secas Aflies da personagem / Investigao da interioridade Sagarana Analogia com Gonalves Dias / Caracterstica de Rosa

Iracema Indianismo / Caracterstica da obra Caeiro Comparao com a histria / Diferena entre o poeta e a personagem Dom - Papel de cada personagem / Posio social Escrever frases seguindo um padro usando caractersticas do autor e da obra

Relacionar poema corrente esttica / Interpretao Macunama Inteno do autor / Contradio da personagem Brs cubas Papel do personagem / Variantes lingusticas O primo Baslio Caractersticas de escola literria / Interpretao

8

9

Vidas secas Escassez vocabular

Iracema Interpretao

10

Vincius - sobre as duas fases de sua obra

Dom Caracterstica da linguagem (advogado) e (ex-seminarista)

Tambm quero pedir desculpas pela simplificao dos assuntos. A tabela mais para voc ter uma noodas incidncias dos assuntos, ou seja, meu intuito no era o de explicar detalhadamente o que tem cado nos ltimos anos.75

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RedaoAgora que acabamos as questes dissertativas e tambm j fizemos a anlise de incidncias de portugus, podemos ento conversar sobre a redao. Redao um problema na prova da FUVEST. Por que digo isso? Primeiro, pelo fato dos temas serem mais filosficos, ou seja, posso dizer que so mais sofisticados. Teve um ano que prestei que o tema fora: Descatracalizao da vida, tema muito sofisticado... O segundo problema o fato de que a FUVEST no divulga quanto voc recebeu de nota na redao. Isso mesmo, eu nunca soube o quanto tirei em uma redao da FUVEST. Ns temos alguns indcios de que a FUVEST no d notas boas nas redaes. Por que digo isso. Um ano quando eu sa da prova eu imaginei que acertaria umas 8 questes. Perfeito. Quando eu vi o resultado eu tinha acertado apenas 14 pontos dos 40 possveis. Vou traduzir esse resultado para voc. Nesse ano as questes valiam 20 pontos e a redao mais 20 pontos, totalizando, 40 pontos. Perfeito. Eu sai da prova achando que eu tinha feito uns 80%, quando na verdade eu fiz 70%, at ai tudo bem. Mas no sei se voc percebeu, mas eu zerei a redao. No caso foi o ano da descatracalizao... Eu percebi que tinha escrito sobre a catracalizao e no sobre a descatracalizao da vida. Zerei a redao...76

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Voc entendeu que redao um problema. Na verdade portugus como um todo um problema. Vou mostrar dois grficos, de um ano que prestei, estatsticos da FUVEST do curso de medicina:

Perceba que em fsica a mdia 37,2 de 40 pontos, ou seja, quase 80%. E tambm veja que 17 alunos gabaritaram a prova de fsica da FUVEST. Resumindo, so alunos muito bons. Porm, vamos ver esses mesmos alunos na prova de portugus:

Voc percebeu que a mdia caiu para 25 de 40 pontos, ou seja, praticamente 60%.77

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Lembra-se de que em fsica, 17 alunos gabaritaram a prova. Aqui, em portugus, o melhor aluno fez, pouco mais de, 80% da prova. Conclua comigo, a nota feita pela mdia em fsica bem superior alcanada pelo melhor candidato em portugus. Ahh Raphaa!!! O pessoal da medicina fraco em portugus... Eles gostam mais de fsica... No sabem nada de portugus... Eu j no coloquei as notas de biologia, justamente para voc no achar que estava sendo tendencioso. Mas vou tentar comprovar o que estou afirmando. Voc leitor conhece um estudante que gosta mais de portugus do que um jovem que est prestando letras? Quer dizer, ningum gosta mais de portugus do que a pessoa que est prestando portugus... Perfeito. Irei colocar a nota de portugus dos estudantes que foram aprovados em letras para voc comparar com os aprovados em medicina:

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Percebeu que a mdia da letras ainda menor do que a mdia da medicina... E tambm veja que o primeiro colocado, em portugus, de letras fez menos que o primeiro da medicina. Percebeu agora que o problema no o pessoal da medicina que no gosta de portugus. Eu acompanhei todos os grficos. A medicina o curso que tem a maior nota em portugus. Maior do que em cursos como direito, jornalismo e outros. Portanto, existe algo estranho nisso... Mas por que estou dizendo isso tudo. Estou te provando que portugus a matria mais importante da FUVEST. E outra coisa, no sei se voc percebeu, mas portugus a oportunidade que voc tem de garantir sua aprovao. Pois, por exemplo, em letras, a mdia do pessoal que foi aprovado est em torno dos 50%. Portanto, se voc est prestando letras e fez 70% de portugus, voc praticamente j assinou sua aprovao. E melhor ainda, voc estar entre os primeiros colocados. Muitos que prestam cursos de biolgicas tm notas maravilhosas em biologia, como tambm as pessoas que prestam exatas tm timas notas em fsica. Porm, em portugus, a grande maioria tem nota baixa... Pense nisso... Mas voc sabe por que estou te perturbando com tudo isso? Para que voc preste muita, mas muita ateno em tudo que irei dizer a partir de agora, pois, sinceramente falando, sua aprovao pode estar nas prximas 30 pginas....79

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Esta a imagem da prova da FUVEST com o tema da redao. Abaixo, colocarei a mesma imagem, porm, maior e separada por grupos:80

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Esta a imagem e os textos que estavam na prova, daqui a pouco, leia-os atentamente, porm, sem muito zelo, pois este tema no cair novamente, logo, no sobre ele que irei falar... Daqui a pouco voc entender melhor aonde quero chegar. Portanto, s quero apenas pedir para que voc olhe atentamente para a imagem... Daqui a pouco voc entender o motivo disso... Na prxima pgina irei colocar a imagem do enunciado da redao, ou seja, as instrues do tema da FUVEST:

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Agora que j lemos o texto, as instrues e tambm j prestamos bastante ateno na imagem da proposta, quero dizer que no falarei nada sobre este tema. Isso mesmo, no irei explicar o que voc deveria escrever sobre o tema: imagens. A partir de agora ns iremos conversar sobre assuntos um pouco mais complexos do que redao. Iremos conversar sobre a vida... Ah.. Raphaaa, to ficando nervoso/a... Voc no vai explicar essa droga de tema meuuu... Poo, quer falar sobre a vida, vai escrever um livro sobre autoestima, sei laa... Vou jogar este livro foraaa.... Calma... Tenha pacincia, acredite em mim, valer a pena...

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Anlise de temasDeste livro inteiro, este o captulo de que mais gosto. Porm, isso no se d pela qualidade do texto que escrevi ou pelas dicas, mas sim pelo teor do assunto sobre o qual conversaremos. Pois no falaremos sobre redao e texto, mais para frente voc me entender... Engana-se quem pensa que falar sobre redao simplesmente conversar sobre um tipo de texto, no caso, dissertativo. Pensar sobre textos e redao, em minha opinio, adentrar em um espectro muito mais amplo do conhecimento que envolve alguns temas como: leitura, tcnicas gramaticais, tcnicas estilsticas, criatividade, conhecimento de mundo, conhecimento enciclopdico, capacidade de escrever, percepo lingustica, vontade, perseverana e muito mais. Percebeu que redao um pouco mais complexo do que se imagina. Porm, antes de imergir no assunto, precisamos romper alguns mitos e lendas sobre a arte de escrever. Muitas pessoas pensam que para escrever um bom texto a pessoa precisa ter um dom, algo dado por Deus a poucas e privilegiadas pessoas. Outras pensam que a pessoa precisa ler muito para escrever bem. Uma vez perguntei para um amigo o que eu poderia fazer para tentar escrever melhor. Eu adoro perguntar a opinio das pessoas sobre tudo... Tenho esse costume besta h muito83

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tempo. At mesmo sobre assuntos que tenho total domnio, ainda assim eu fao questo de perguntar para as pessoas como elas fazem determinada coisa ou que atitudes tomariam diante de determinado dilema. Esse amigo que perguntei sobre escrever me respondeu que eu deveria jogar um pouco de xadrez para desenvolver meu raciocnio... Nossa, eu adorei quando escutei aquela dica. Tanto adorei que hoje estou aqui citando-a no meu livro. Enfim. Quando escutamos alguma opinio, dica ou crtica, devemos analisar e pesquisar sobre o que escutamos. O que quero dizer com isso que precisamos refletir e pesquisar sobre o que recebemos de informao. Essa a melhor forma de transformar informao em conhecimento. Ainda assim, no existe verdade absoluta. Para o meu amigo, jogar xadrez pode ter mudado a vida dele. Mas isso no significa que o mesmo aconteceria comigo. Racionalmente falando, quem joga xadrez no tem melhor raciocnio do que outras pessoas que no jogam. Quem joga muito xadrez desenvolve muito a capacidade de raciocinar, mas apenas para o jogo e nada alm. Vamos pensar um pouco: qual a importncia de saber jogar xadrez se eu quiser ser o campeo um mundial de sinuca? Nenhuma claro. Se eu quiser aprender a jogar sinuca eu preciso jogar muitas e muitas horas de sinuca. Pois no da para

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pensar assim: Nossa, errei uma tacada... preciso jogar mais xadrez.... Enfim, inmeras pessoas tm milhares de solues, milhares de pseudo verdades, milhares de caminhos para responder a seguinte pergunta: qual o melhor caminho para escrever um bom texto? Sabe qual minha resposta: no sei... isso mesmo, no sei... E voc no encontrar a resposta neste livro e nem em livro nenhum... Por sinal, se voc achar algo realmente eficaz e bom, pode me avisar, pois at hoje estou tentando responder aquela pergunta... O que irei fazer aqui dar algumas opinies, contar minhas experincias e histria e voc ento refletir sobre o que eu escrevi e, por conseguinte, criar a sua teoria. No irei dar uma resposta, voc ir encontr-la dentro de si. Eu estou aqui, apenas para faz-lo refletir... Mas voc deve estar se perguntando por que estou falando essas besteiras. Por que estou viajando tanto... Pergunte ao seu professor sobre a redao da FUVEST. Ele te dir que os temas, normalmente, so filosficos. Portanto, o mnimo que posso fazer filosofar um pouco com voc. Por sinal, a palavra filosofia significa: Amor sabedoria.

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Portanto, se voc ainda no percebeu, a FUVEST quer que voc tenha essa conscincia. Quer, principalmente, que voc entenda que ter amor pelo conhecimento essencial a todos. Independente da carreira que iro seguir... Amar o conhecimento tornou-se uma necessidade. Entretanto, se voc quiser pode pensar nisso apenas para a prova da FUVEST, ou pode pensar nisso para a vida... Continuando... Voc est em busca de uma vaga na principal universidade do pas, ou seja, voc est em busca de conhecimento. Bem vindo ao mundo da redao da FUVEST, ou melhor dizendo, bem vindo ao mundo do conhecimento, bem vindo ao mundo das ideias, bem vindo ao reino das palavras... Enfim, vamos voltar ao mundo real e vamos prosseguir, depois continuamos essa viagem. Voltando ao jogo de sinuca. Tudo que disse para voc perceber que quem l muito aprende a ler muito bem, no aprende a escrever como a grande maioria das pessoas acredita. Voc pode ler 20 livros por ms, durante 5 anos seguidos, se voc nunca pegar um lpis para escrever voc no saber escrever nem ao menos um pequeno pargrafo com qualidade. Portanto, coloque isso na sua cabea: quem l muito aprende a ler melhor, com mais qualidade, no aprende a escrever. Escreve bem quem escreve muito, quem escreve e reescreve novamente um mesmo pargrafo quantas vezes forem necessrias. Essa a nica maneira de escrever bem...86

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Por exemplo, muitas pessoas dizem que eu escrevo bem, outros dizem que eu sou pssimo escrevendo. Realmente todas essas pessoas esto certas. Ningum s defeitos, nem muito menos s qualidades. Eu ainda estou aprendendo a escrever. E sempre estarei aprendendo. Principalmente aprendendo com voc leitor. Pois, muitas pessoas, ao terminarem a leitura deste livro, me mandam um e-mail e dizem em que parte do livro eu errei ou em que captulo eu acertei. Eu aprendo diariamente com voc leitor. Concluindo: quero dizer que a nica forma que eu tenho de te ajudar a escrever melhor falando para voc escrever mais e mais... Voc no precisa ficar refazendo os ltimos 10 temas que caram na FUVEST. Por sinal, eu os citarei mais a frente. Voc pode e deve escrever sobre o que voc quiser. Voc pode querer dissertar sobre a importncia das baratas na sociedade moderna. No interessa sobre o que voc quer escrever, apenas digo: escreva! Escreva muito... E no escreva por obrigao, mas sim com prazer; por isso estou dizendo para voc escolher assuntos de que voc goste. Essa a nica forma, realmente efetiva, que voc encontrar para adquirir o gosto pela escrita, acredite em mim, depois torna-se mais fcil escrever sobre o que voc no gosta...

Continuando com o raciocnio, preciso deixar mais uma coisa clara. Tudo que voc j escreveu, escreve ou escrever 87

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uma cpia melhorada ou piorada de algo que voc j leu, est lendo ou ler no futuro. Vou tentar traduzir o que acabei de dizer agora. Tudo que temos como opinies, na verdade, no so inditas e nem muito menos nicas, so opinies de outras pessoas que, em algum momento da sua vida, voc j escutou ou leu. Normalmente, ns no criamos nada, ns apenas modificamos o que j lemos, ouvimos, vimos e sentimos. Por exemplo, fica mais fcil explicar o que quero dizer pensando em religio. Existem pessoas que acreditam em Deus e outras que no acreditam. Se eu acredito em Deus porque eu simpatizei com as opinies que li ou escutei sobre o cristianismo, etc. Se no acredito em Deus porque gostei mais dos argumentos explanados por ateus e afins. Ahhh... Eh verdade Rapha. Eu, por exemplo, sigo a religio Wicca. Pois uma religio diferente de todas as outras. Adorei as ideias dela... Est vendo, normalmente ns simpatizamos com algo que lemos e escutamos. Isso, acrescendo nossa interpretao forma o que chamamos de opinio prpria. No importa com quem voc converse, os argumentos so sempre os mesmos. Um ateu repete as mesmas coisas que os ateus repetem. Os cristos repetem os mesmo argumentos que os88

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cristos repetem. Isso um fato. Ningum at agora inventou um raciocnio que convena um ateu de que Deus existe, e tambm nenhum ateu consegue convencer um cristo de que Deus no existe. Independente de Deus existir ou no, o que quero dizer que voc s repete conceitos e informaes que fizeram sentido para a sua lgica individual. Porm, vamos simplificar um pouco esse processo de aquisio e propagao de conceitos. O processo simples e funciona assim: primeiramente, recebemos um estmulo. Em seguida, analisamos esse estmulo (coisa que muita pessoa no faz...). Por fim, tomamos o estmulo como verdade ou mentira e, consequentemente, o propagamos como verdade ou mentira de acordo com nossas convices. Por exemplo, eu j li uns 3 livros de filosofia que diziam: tudo que falamos ou escrevemos tem raiz em algo que j ouvimos ou j lemos anteriormente. Eu analisei esse fato. Passei a refletir e a comparar tudo que eu j li com o que eu escrevia e ainda escrevo... E acabei de reproduzir esse mesmo conceito agora pouco para voc. P, o Rapha fogo... Fica copiando os outros meu... No estou copiando outros autores, estou reproduzindo da minha forma um conceito que em minha opinio uma verdade. como se eu fosse um cristo falando para um ateu89

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que no importa que ele no acredite em Deus, pois Deus o ama da mesma forma. Entendeu a comparao... Apenas estou reproduzindo um conceito que aceitei como verdade, como importante para mim, ou seja, importante o suficiente para eu reproduzir aqui no meu livro. Eu poderia estar falando para voc jogar xadrez, mas eu preferi falar para voc escrever mais. Pode ter certeza de que se voc um dia ouvir de algum amigo/a assim: Nossa, minhas redaes esto vindo com nota baixa, preciso ler mais..., aposto que voc falar para ele/a que no necessrio apenas ler, mas sim treinar mais, escrever mais, treinar mais tcnica... Vamos fazer uma analogia: voc conhece um msico chamado Mozart? Aposto que voc acabou de pensar ironicamente: Quem no o conhece Raphael.... Muitas pessoas (respondo eu) no o conhecem... Eu poderia ficar horas falando dele aqui, mas quero focar em um nico fato: Mozart foi influenciado pelo seu pai (no pelo seu viu... desculpe-me pala ambiguidade) que tambm era msico. Mozart comeou a tocar com 4 anos de idade.

Agora vamos pensar: o que eu e voc fazamos com apenas 4 anos de idade? Eu no vou nem contar o que eu fazia,

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pois vai ficar at chato e totalmente irrisrio comparado com Mozart. Delongando um pouco esse assunto, eu at brinco com a minha namorada dizendo que eu s no vou ensinar logaritmo para minha filha com 2 anos de idade, pois, dessa forma eu no irei ter netos... Pois imagine, uma pessoa que aprende logaritmo com 2 anos de idade... Ela estar fazendo o que com 18 anos? No mnimo, sexo virtual... Para resumir esse assunto. Mozart o que podemos chamar de gnio, mas voc tem dvidas de que se ele nunca tivesse visto um piano na vida ele no seria o Mozart que conhecemos hoje... Voc leitor ganhou um piano e foi obrigado a tocar com 4 anos de idade? Eu no... Portanto, seria praticamente impossvel eu ter me tornado um Mozart... Tanto eu quanto voc leitor, poderamos ter nos tornado um Mozart... Mas ningum nos obrigou a tocar piano com 4 anos de idade... Sinceridade, eu no gosto do termo gnio, pois se uma pessoa diz que outra um gnio aquela tira desta toda a carga de determinao e horas de treinamento que a pessoa teve que ter antes de se tornar esse gnio que conhecemos... Falar que algum um gnio anlogo a dizer que a pessoa tem um dom natural. Porm, dizer que algum tem o dom de algo o mesmo que afirmar que a pessoa ganhou um presente de Deus. Ou seja, dizer que Mozart um gnio o91

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mesmo que dizer: Mozart voc no nada... Voc s sabe tocar porque Deus quis.... Eu estou entrando nesses raciocnios para voc pe