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ONG descomplicada

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Auxilia leigos a criarem ongs e entidades sem fins lucrativos.

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Page 1: ONG Descomplicada

ONG descomplicada

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SUMÁRIO

1. O que é uma ONG ................................................. 06 2. Cadastro Nacional de entidades de Utilidades Públicas .. 06

3. Prestação de Contas ................................................. 07

4. Títulos das ONGs ................................................. 07

5. Qualificações ................................................. 11

6. Captação de Recursos ................................................. 13

7. Roteiro prático para instituir uma fundação ..................... 14

O que é uma fundação Procedimentos Como proceder no Ministério Público para análise do estatuto

8. Anexos ................................................. 21

Modelo de Requerimento ao Promotor de Justiça Modelo de Declaração Modelo de Estatuto Modelo de Ata de Instituição da Fundação Modelo de Suprimento de Aprovação Modelo de Petição de extinção Modelo de termo de adesão ao serviço voluntário

9. Legislação ................................................. 27

Constituição Federal - art. 150,VI, “c” Código Civil - arts. 62 a 69, c/c art. 215 (requisitos para escritura pública) Código de Processo Civil -arts. 1.199 a 1.204 Lei de Registros Públicos - Lei nº 6.015 de 31 de dezembro de 1973 - arts. 114 a 121 Lei nº 6.435 de 15 de julho de 1977 - art. 86 (dispõe sobre as entidades de Previdência Privada e dá outra providência) Código Tributário Nacional - art. 14

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Lei nº 9.790 de 23 de março de 1999 - dispõe sobre qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (DOU. 24.03.1999) - em anexo

Lei nº 2.478 de 18 de novembro de 1.945 - Disciplina o

reconhecimento de entidade privada como de utilidade

pública, no Município de Belém, em anexo

Lei nº 7.895 de 20 de setembro de 1.993 - modifica a

Lei nº 2.478/54 que disciplina o reconhecimento de

entidade privada como utilidade pública, no Município

de Belém - em anexo

Lei nº 7.373 de 4 de junho de 1987 - modifica a Lei nº

2.478 de 18 de novembro de 1.954 - em anexo

Decreto nº 2.536 de 6 de abril de 1.998 (altera a

legislação filantrópica) Lei nº 9.608 de 18 de fevereiro de 1.998 - dispõe sobre o serviço voluntário e dá outras providências - em anexo

Endereços úteis 1. Cartório de Registros Especial de Títulos e Documentos -

1º Ofício. End. Palácio da Justiça - Fórum, Praça Felipe Patroni. Fone: (91) 3218-2114

2. Cartório de Registro de Títulos e Documentos e Pessoas Jurídicas - 2º Ofício. End. Praça Saldanha Marinho, nº 90 (Praça da Bandeira). Fone/FAX: (91) 3241-0262, 3241-2423, 3242-6339. CEP: 66.019-020

3. Apoio da Promotoria de Justiça de Fundações e Massas Falidas: Fone: (91) 4008-0458

4. Cadastro Nacional de Entidades de Utilidade Pública – CNEs/MJ : WWW.mj.gov.br, link “Cidadania”; [email protected]; denúncia. [email protected] ou central de atendimento (61) 3429 34 25.

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APRESENTAÇÃO

Socialização da Cidadania

“Pense no Haiti, reze pelo Haiti o Haiti é aqui - o Haiti não é aqui”

Estamos em pleno século XXI com os mesmos

problemas sociais do início XX e outros surgidos no transcurso. Sem dúvida os desafios sociais de hoje são mais graves do que os de outrora. Os futuristas, que previam uma integração galaxial com direito a fim de semana na lua, verão em Mercúrio, lua-de-mel em Saturno para o final deste século, provavelmente estão decepcionados.

A tecnologia evoluiu, os direitos humanos podem ser evocados contra as insistentes violações, o mundo está globalizado, algumas doenças foram erradicadas, o ensino é mais acessivo, a democracia vem se estabilzando, enfim vários avanços aconteceram e seria uma ousadia tentar aqui exauri-los. Mas a incompetência do homem em ofertar melhor qualidade de vida, com saneamento básico, habitação, emprego, educação, saúde a todos, é o legado que trouxemos para enfrentar no terceiro milênio, pois o homem, no seu insano desenvolvimento capitalista, esqueceu do próprio homem, em suas prementes necessidades.

Esse império de déficit social desaguou no terceiro setor, como assim a atual sociopolítica definiu o espaço social onde estão situadas as fundações e as demais organizações sem fins econômicos. A propósito, Rubens Fernandez, em sua obra “Privado porém Público - O Terceiro Setor na América Latina faz interessante distinção entre Organizações sem fins lucrativos e Organizações Não- Governamentais, que vale a pena transcrever: “Organizações sem fins lucrativos (OSFL) são aquelas cujos investimentos são maiores que os eventuais retornos financeiros, em ações dispendiosas para os mercados disponíveis. A princípio, as OSFL sobrevivem à custa de financiamentos de agências internacionais de fomento (cada vez menos), de empresas privadas, do Estado (a nível federal, estadual e

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municipal) e de ações voluntárias. Oraganizações Não-governamentais são, via de regra, aquelas que não fazem parte do governo e que, ao prestarem serviços coletivos, não passam pelo exercício de poder de Estado”*.

Estima-se que, no Brasil, existam 276 mil fundações e associações sem fins lucrativos (Fasfil) no país, empregando 1,5 milhão de pessoas, atuando nas áreas de assistência social, desenvolvimento comunitário, direitos humanos, educação, saúde e ecologia**. Com essa signifiacativa quantidade de organizazções, deveríamos ter melhorias das condições de subsistência e elevação do padrão de qualidade de vida.No entanto, o Brasil somente em 2007 entrou no grupo de países de alto desenvolvimento humano, depois de ultrapassar a barreira de 0,800 no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ocupando a 70ª posição no ranking de 177 países, o cálculo foi feito com base no Ïndice de Desenvolvimento Humano ( IDH ), que mede o grau de desenvolvimento pela renda per capita, expectativa de vida da população, acesso à educação e a serviços de saúde, o saneamento básico e outros fatores.

Ocorre que, à sombra das organizações sérias, existem aquelas que são constituídas com fins escusos, buscam apenas a renúncia fiscal, desviam as verbas destinadas às instituições, vindas da sociedade civil ou dos cofres públicos, para atender aos interesses pessoais dos seus administradores e ainda contribuem para a permanência dos maus políticos no poder, com a chamada indústria assistencialista que promovem. Com isso causam descréditos e desconfianças para as todas entidades e obscuressem as instituições que realmente trabalham. É importante que haja uma ampla divulgação das atividades das organizações e transparência de suas prestações de contas, para que a sociedade civil, destinatária dessas atividades, julgue as suas contribuições para a questão social brasileira e arranque o joio do trigal.

A assitência social galgou na Constituição de 1988 a privilegiada posição de política pública, foi definida na Lei nº

8.742, de 07 de dezembro de 1993 , como “direito do cidadão e

dever do Estado, é Política de Seguridade Social não

contributiva, que prevê os mínimos sociais, realizada através

de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da

sociedade, para garantir às necessidades básicas “. Nove ( 9

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) repesentantes da sociedade civil tem assento no Conselho Nacional de Assistência Social, que é composto de dezoito ( 18 ) membros , órgão encarregado de aprovar a Política Nacional de Assistência Social. As instituições de assitência social ( OSCIP ) podem ser qualificadas como organização civil de interesse público e firmar termo de parceria com o poder público, de acordo com a Lei nº 9.790/99, regulamentada pelo Decreto nº 3.100, de 30 de junho de 1999, utilizando -se do serviço voluntariado, tratado na Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de1998.

No entanto, todo esse aparato legiferante é ineficaz para garantir a liberação de verbas públicas para as fundações e demais entidades que realmente contribuem para a melhoria das condições vida e universalização dos direitos sociais, porque esbarram na força da ingerência política para a liberação dessas verbas. Melhor seria que o atestado de regular funcionamento

fornecido pelo Ministério Público, como órgão velador, fosse a condição sine qua non para a consecução das parcerias com o poder público ou recebimento de qualquer verba pública, alí são examinadas aplicabilidade dos recursos e a função social deles. Seria um grande avanço para que as fundações alcancem as almejadas tranformações sociais e tenham mais autonomia para propor mudanças nas políticas públicas.

ROSANGELA CHAGAS DE NAZARÉ

* extraído do artigo “O empresariado, a filantropia e a questão

social “ da Professora e Pesquisadora da PUC/SP,

ELIZABETH DE MELO RICO ). ** Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) e o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife).

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1. O QUE É UMA ONG

O acrônimo ONG, organização não governamental, surgiu em 1950 na Organização das Nações Unidas – ONU, após a segunda guerra mundial para designar as organizações que foram criadas independentes de acordos governamentais.

São pessoas jurídicas de direito privado inscritas no

Cartório de Registro de Pessoa Jurídica registradas como

associação ou fundação de fins não econômicos que buscam o lucro social intervindo nas políticas públicas, suprindo a ausência do Estado na saúde, educação, meio ambiente e assistência social.

2. CADASTRO NACIONAL DE ENTIDADES DE UTILIDADE

PÚBLICA

A sociedade agora tem um instrumento a mais para

exercer seu o controle social e acompanhar a transparência imprescindível no repasse de verbas públicas para as ONG’s

(Associações e Fundações) e a relação Estado e sociedade civil

organizada, pois a criação do CADASTRO NACIONAL DE

ENTIDADE DE UTILIDADE PÚBLICA possibilitará mais essa conquista.

Estão obrigadas a se cadastrar as ONGS declaradas de utilidade pública federal, as qualificadas como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) e as organizações Estrangeiras que funcionam no Brasil.

As ONGS que embora não possuam qualificação mais que pretendem obter recursos públicos, podem fazer o cadastro básico no CNES/MJ.

O Cadastro e as informações estão disponibilizados

no site www.mj.gov.br/cnes.

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3. PRESTAÇÃO DE CONTAS DAS ONGS

As Ongs atuam em causas de interesse público, para que tenham credibilidade junto a sociedade em geral, necessitam ter transparência na sua vida financeira e isso se dá pela contabilidade que deve conter:

1. Relatórios de atividades ou demonstração de execução de atividades;

2. Demonstrações contábeis: 3. Balanço;

a. Demonstração de resultados (déficit e superávit); b. Demonstração de origens e aplicações de

recursos; c. Demonstração das mutações do patrimônio social; d. Notas explicativas das demonstrações contábeis,

caso necessárias. 4. Informações bancárias 5. Inventário patrimonial 6. Declaração de isenção de imposto de renda 7. (Declaração de informações econômico-fiscais da Pessoa

Jurídica –DIPJ) 8. Relação anual de informações sociais (Rais)

Nota: No Ministério Público do Estado do Pará as contas são prestadas pelo programa SICAP no site www.mp.pa.gov.br.

4 - TÍTULOS DAS ONGS

1 – Titulo de Utilidade Pública Federal

Requisitos: Lei nº 91/35, regulamentada pelo Decreto nº 50.517/61; Lei nº 6.639/79, regulamentado pelo Decreto nº 60.931/67. Que seja administrada por voluntários ou seja, seus dirigentes não podem ser remunerados, consoante art.1º,

letra C da Lei nº 91/35.

Documentos:

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1. Requerimento dirigido ao Presidente da República; 2. Cópia autentica do Estatuto; 3. Certidão do Cartório de Registro de Pessoa Jurídica

declarando que a entidade está registrada há mais de três anos e que nesse período já constava a disposição estatutária de não remuneração de seus dirigentes, como também não distribuição de lucros, vantagens, bonificações de qualquer espécie aos seus dirigentes, mantenedores ou associados da entidade;

4. Cartão do CNPJ; 5. Atestado de Regular Funcionamento nos últimos três

anos; 6. Cópia da Ata da Atual diretoria, como CPF dos membros,

autenticada e averbada em Cartório; 7. Qualificação complete da diretoria e atestados de

idoneidade moral de seus membros assinado de próprio punho;

8. Declaração que a entidade se obriga publicar anualmente os demonstrativos de receitas e despesas realizadas no período anterior, no caso de ser subvencionada pela

União, art 2º, letra G da Lei nº 50.517/61; 9. Relatório das atividades da entidade nos últimos três anos,

juntando os demonstrativos contábeis de cada exercício,

nos termos do art.2º, letra E do Decreto nº 50.517/61.

Em caso da Pessoa Jurídica ser uma Fundação deverá apresentar, além da documentação acima, o seguinte:

1. Cópia autenticada da Escritura Pública de dotação inicial; 2. Ato de Aprovação do estatuto expedido pela Promotoria de

Fundações; 3. Aprovação da Prestação de Contas nos últimos três anos

pela Promotoria de Fundações

Existência: 3 anos ( art.2º. letra C do Decreto nº 50.517/61)

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Benefícios: À luz do art. 3º da Lei nº 91/35, “in verbis” :

“Art. 3º Nenhum favor do Estado decorrerá do titulo de utilidade publica, salvo a garantia do uso exclusivo, pela sociedade, associação ou fundação, de emblemas, flâmulas, bandeiras ou distintivos próprios, devidamente registrados no Ministério da Justiça e a da menção do titulo concedido.“

O Título de Utilidade Pública Federal, por si só, não confere qualquer benefício, vantagem, concessão de recursos públicos ou isenção tributária para a entidade que a possuí, mas é importante requisito legal para a obtenção deles, tais como:

1. Instruir o pedido de certificado de entidade beneficente de

assistência social; 2. Requerer ao INSS a isenção da quota patronal (art.55 da

Lei nº 8.212/91); 3. Pode fornecer às pessoas jurídicas doadoras de

benefícios, recibo dedutível do imposto de renda (IR) (art.13 § 2º da Lei nº 9.249/95);

4. Possibilita receber doações da União; 5. Possibilita receber receitas das loterias federais; 6. Possibilita realizar sorteios.

2 - Utilidade Pública Estadual

Requisitos: Lei nº 4.321/70 e Leinº 5.823/94

Requerimento dirigido: Ao Governador ou Deputado Estadual

Existência: 2 anos

Benefícios: Reconhecimento de idoneidade no âmbito estadual;

E em conjunto com TUF, permite requerer a isenção da cota patronal do INSS.

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Obrigatoriedade: Apresentar anualmente na Secretaria

de Justiça relatório de suas atividades e balanço geral do

movimento financeiro.

Nulidade do título:

Deixar de apresentar por três anos o relatório e o balanço

Se não cumprir sua finalidade.

3- Utilidade Pública Municipal

Requisitos: Lei nº 2.478/54, Lei nº 7.373/87 e Lei nº 7.655/93

Requerimento dirigido: ao Vereador de Belém

Existência: 2 anos

Renovação: 2 anos

Benefício:

Reconhecimento de idoneidade municipal;

Requer isenção do IPTU e taxas de

iluminação Pública;

Permissão de convênios com o poder

Executivo

5- QUALIFICAÇÕES

1 - Registro no CNAS

Requisitos: Resolução CNAS nº31/99

Pré- requisito: Inscrita no CMAS;

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Requerimento: CNAS

Benefício: Instruir o pedido de certificado de entidade beneficente de assistência social ( Cebas)

2- Certificado de entidade beneficente de assistência social

Requisitos: Decreto nº 2.536/98 e Resoluções nºs 177/2000, 2/2002 e 107/2002 do CNAS

Pré- requisito: registrada no CNAS

Existência: 3 anos

Renovação: 3 anos

Requerimento: CNAS

Benefício: Juntamente com os Títulos de Utilidade Pública permite requerer a isenção da quota patronal.

3 – OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse

Público

Requisitos: Lei nº 9.790/99, Decreto nº 3.100/99

Requerimento: Ministério da Justiça – setor OSCIP

Benefício:

Possibilidade de receber doações dedutíveis do imposto de renda de pessoas jurídicas;

Possibilidade de remunerar os Dirigentes.

4 –Organização Social - OS

Requisitos: Lei nº 9.637/98

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Atividades: Fundamental, médio ou superior, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde.

Requerimento : Ministro ou titular do órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu objeto social.

Exigências: Previsão de participação de representantes do Poder Público e membros da comunidade no órgão colegiado de participação superior.

Benefício: Contrato de gestão entre Poder Público e a entidade qualificada como OS

6 - CAPTAÇÃO DE RECURSOS

As ONGS podem captar recursos por meio de benefícios

fiscais, convênios, parcerias e doações.

As doações ao fundo dos direitos da criança e do

adolescente feitas por pessoas físicas são dedutíveis no imposto

de renda no limite de 6% do valor do imposto de renda devido,

quando essas doações são feitas por pessoas jurídicas à dedução

cai para 1% sobre o lucro real. Esses recursos são destinados ao

financiamento de programas de atendimento a crianças e

adolescente em situação de risco, a critério dos conselhos

municipais, estaduais ou nacional da criança e adolescente.

Quem tiver interesse em doar ao fundo deve dirigir-se a

um dos conselhos da criança e adolescente de sua cidade, em

Belém as doações poderão ser feitas através de depósito na

conta corrente 18.0891-5, BANPARÁ, Ag. 015 (agencia Senador

Lemos) e com o comprovante de depósito dirigir-se ao Conselho

Estadual da Criança e Adolescente - CEDCA que fica na Trav.

Angustura nº 1733 entre Av. Pedro Miranda e Trav.Marques de

Herval nos altos do BANPARÁ para receber o recibo, informações

pelo telefone: (91) 32243512. Outra possibilidade é doar ao fundo

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do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente

– CONDAC, na conta da FUNPAPA no Banco do Brasil, Ag.1674-

8, conta corrente 9933-3 e da mesma forma, com o comprovante

de depósito dirigir-se ao CONDAC, Av. Governador José Malcher,

Memorial dos Povos Imigrantes, próximo a Dr. Moraes, telefone

(91) 32425139.

1 ROTEIRO PRÁTICO PARA INSTITUIR UMA FUNDAÇÃO

1.1 O QUE É UMA FUNDAÇÃO

“A Fundação é um complexo de bens destinados a um determinado fim. É um conjunto personalizado de bens. Visa a atingir um objetivo fixado, animado pela idéia que o impede. Assim, três são os elementos essenciais da Fundação complexo de bens (“collegium bonorum”), personalização e finalidade.’’ (notas sobre Fundações - José de Mello Filho - RT 537)

1.2 PROCEDIMENTOS

O primeiro passo a ser dado pelo(s) instituidor(es) é a separação de seu patrimônio de “bens livres”. Esses bens terão que ser suficientes e necessários para a realização do “fim a que se destinam”

No Art. 62 do CC diz:

“Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.”

Ver art. 1.799, III do CC e art. 11 da LICC

A análise desse artigo nos leva a concluir que para a criação de uma fundação precisa-se de:

1. Instituidor 2. Documento oficial da dotação (escritura

pública, art. 215 do CC)

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3. Dotação do patrimônio 4. Fim específico 5. Estatuto (art. 46 do CC e art. 120 da Lei nº

6.015/73) 1 - O instituidor de uma fundação de direito privado

poderá ser uma pessoa ou um grupo natural ou jurídico, desde que esteja no uso de seus direitos. Se o instituidor for pessoa jurídica de direito público, a fundação poderá ter a natureza jurídica de direito público ou privado, dependendo do que determinar a lei que a criou, esta não é fiscalizada pelo Ministério Público.

2 - Documento oficial de dotação: A manifestação de

vontade do instituidor há de ser por escritura pública ou testamento.

A escritura pública terá obrigatoriamente de conter:

I - data e local de sua realização;

II - reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de quantos hajam comparecido ao ato, por si, como representantes, intervenientes ou testemunhas;

III - nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e residência das partes e demais comparecentes, com a indicação, quando necessário, do regime de bens do casamento, nome do outro cônjuge e filiação;

IV - manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes;

V - referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais inerentes à legitimidade do ato;

VI - declaração de ter sido lida na presença das partes e demais comparecentes, ou de que todos a leram;

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VII - assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a do tabelião ou seu substituto legal, encerrando o ato.

3 - Dotação do patrimônio: Este patrimônio será

personalizado, o que significa dizer que assumirá direitos e deveres e que não pertence mais ao instituidor. Poderá constituir-se de imóveis, dinheiro, ações, ouro, aparelhos de valor econômico etc.

4 - Fim especifico: A finalidade há de ser religiosa,

moral, cultural ou de assistência e não poderá ser alterada

pelos seus administradores, ficando o Ministério Público a velar pelo respeito à vontade do instituidor.

Art.62 do CC “Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.”

5 - Estatuto: Pode ser elaborado pelo próprio

instituidor, por quem ele indicar ou, na falta deles, pelo Ministério Público, através da Curadoria de Fundações, que em resumo deverá conter (Art. 46 CC e Art. 120 da Lei 6.015/73, LRP):

I - Denominação, natureza, local e sede da fundação: 1.1 – nome, deverá sempre conter a palavra Fundação para identificar a pessoa jurídica, sede, tempo de duração e foro da instituição; 1.2 - o nome do instituidor e sua qualificação e a forma pela qual foi instituída a fundação. II – Objetivos: 2.1 - O fim a que se destina, terá de ser lícito, possível, altruístico e não lucrativo; (ver parágrafo único do art. 62 do CC: “A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.”

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III – Patrimônio: 3.1 - disposição sobre o patrimônio inicial e futuros acréscimos; 3.2- disposição sobre alienabilidade de bens. IV- Rendimentos: 4.1 - dados sobre os rendimentos da fundação. V - Órgãos administrativos e suas respectivas competências: 5.1 - a organização administrativa da fundação, indicando os órgãos de controle interno, o modo de escolha de seus membros e as suas atribuições, a duração dos mandatos e o quorum para as deliberações. VI - Órgãos Executivos:

“A forma de administrar, sendo de vital importância que se insira nos estatutos um Conselho de Curadores (com poder de mando e a funcionar como legislativo da entidade) e uma Diretoria Executiva (que executará o pretendido pelo instituidor ou previsto conselho supra aludido) (Parecer nº 001/91, Curadoria de Fundações da Capital de São Paulo, Drs. Edson José Rafael e Carlos Francisco Bandeira Lins)”.

VII - Forma de eleição e duração do mandato;

VIII - Representante da entidade, judicial e extrajudicial:

8.1- a indicação do órgão competente para representar a fundação, em juízo e fora dele é comum que seja o Diretor-Presidente da Diretoria Executiva.

IX - A responsabilidade subsidiária dos seus membros pelas obrigações sociais:

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9.1- A declaração, no caso de fundação que conte com mantenedores e contribuintes, de que eles não respondem subsidiariamente pelas obrigações assumidas pela entidade.

X- Modo de reforma estatutária; XI - Destinação do patrimônio, em caso de extinção (normalmente é destinado a entidades congêneres a destinação do patrimônio sempre será para a coletividade, não poderá retornar ao instituidor); XII - Exercício financeiro: 12.1 - a fixação de normas básicas do regime financeiro-contábil da instituição e da fiscalização interna e auditoria externa da execução financeira, com controle do Ministério Público. XIII - Disposições gerais: 13- o regime jurídico do pessoal, celetista ou

voluntário (Lei. nº 9.608 de 18 de fevereiro de 1998) XIV -Disposições transitórias. No caso da entidade pretender ser qualificada como

Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP, o estatuto deverá conter as exigências do art. 4º da Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999.

O instituidor submeterá à apreciação do Ministério Público o estatuto da fundação, que, sendo aprovado, será levado ao registro público no cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, dando inicio a sua existência legal para exercer direitos e cumprir obrigações (Art. 45 do CC). 0 requerimento deverá vir acompanhado de:

a) ata de reunião que deliberou pela instituição da entidade;

b) escritura pública com o nome dos instituidores, patrimônio;

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c) e especificação dos objetivos da fundação, estatuto, transferência da dotação para a fundação

d) TUDO EM DUAS VIAS

Aprovado o estatuto pelo Ministério Público, será o mesmo levado a registro pelo requerente, no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, averbada a transferência dos bens imóveis dotados para a fundação no Cartório de Registro de Imóveis e protocoladas as certidões do registro e a averbação no Ministério Público.

1.3 COMO PROCEDER NO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA A

ANÁLISE DO ESTATUTO

1. Preencher o requerimento, em duas vias (anexo I)

2. O requerimento será protocolado e instruído com os seguintes documentos:

a) duas vias do estatuto;

b) duas vias do resumo descritivo dos objetivos da fundação (anexo II);

c) escritura pública com o nome dos instituidores e dotação inicial, patrimônio (original e uma cópia);

d) ata de reunião que deliberou pela instituição da entidade (digitada e assinatura reconhecida), em duas vias.

Tratando-se de fundação instituída por pessoa jurídica, deverão ser apresentados, também cópias da ata de deliberação da criação de nova entidade, dos estatutos ou contrato social da instituidora e da ata de eleição dos seus dirigentes.

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2 ANEXOS

2.1 MODELO DE REQUERIMENTO AO PROMOTOR DE

JUSTIÇA

REQUERIMENTO

Exmo. (a)

PROMOTORA DE FUNDAÇÕES E MASSAS FALIDAS.

_____________________________ , ________________, (Nome) (Nacionalidade)

_________________________________________________, (Estado Civil) (Endereço) (Telefone)

_____________, com fundamento no que estabelecem os artigos 66 do Código Civil e 1.200 do Código de Processo Civil, vem, até a presença de Vossa Excelência, requerer:

( ) aprovação do ato de instituição

( X ) aprovação dos estatutos

( ) aprovação de alterações estatutárias

( ) atestado de regular funcionamento

( ) outros

Observação:___________________________________________

___________________________________________________

N.T.P.D.

Belém(PA), ____ de ________________ de ________.

_____________________________

(Assinatura do Representante Legal)

2.2 TERMO DE DECLARAÇÃO

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Declaro que os estatutos preenchem os requisitos do art. 46 do CC e art. 120 da Lei nº 6.015 (Lei de Registros Públicos), e contém:

1 – Denominação: art. : 2 – Objetivos: art. : 3 – Local e sede: art. : 4 – Tempo de duração: art. : 5 – Órgão da administração: art. : 6 – Representante legal : art. : 7 – Modo como o estatuto é reformável : art. : 8 – Se os integrantes da administração respondem ou não subsidiariamente pelas obrigações sociais da entidade : art. : 9 – Forma de extinção : art. : 10 – Destino dos bens em caso de extinção: art. : 11 – Nome dos instituidores: art. :

Belém, ____ de _________________ de ______.

_____________________________________ (Assinatura do Interessado)

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2.5 MODELO DE PETIÇÃO DE SUPRIMENTO DE APROVAÇÃO

EXMA. SRA. DRA. JUÍZA DA 4ª VARA CÍVEL DE BELÉM

Fulano de Tal (nome completo, qualificação e domicílio e residência do Requerente) vem, mui, respeitosamente à presença de V. Exa fundamentado nas razões fáticas e jurídicas abaixo, expor para ao final requerer:

O Requerente pretendendo instituir a Fundação ..........., cujo o objetivo é ............, requereu ao Ministério Público do Estado do ............. a aprovação do seu estatuto.

O Ministério Público, por sua Promotoria de Justiça de Fundações exigiu as modificações seguintes, com as quais não concordamos ....... (exposição sumária das modificações) ou o Ministério Público denegou a aprovação estatutária em face de ........ (exposição sumária da denegação).

O Requerente irresignado com as modificações indicadas pelo Ministério Público ou com a denegação da aprovação do estatuto (exposição sumária dos argumentos) conforme provas, em anexo.

Do exposto, é o presente para requerer, nos termos do parágrafo 1º do artigo 1.201 do Código de Processo Civil, que V. Exa. que seja deferido o suprimento de plano aprovação ou determine as modificações a serem feitas, imprescindíveis para adaptar aos objetivos do instituidor, em conformidade com o §2º do mesmo diploma legal.

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23

Dá-se o valor da causa em R$ ... para efeito de distribuição.

Nestes termos,

Pede e espera deferimento

Belém, ...... de .............de 2009

Assinatura do advogado nº da OAB

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24

2.6 MODELO DE PETIÇÃO DE EXTINÇÃO

EXMO. SR. DR. DA 4ª VARA CÍVEL

Fulano de Tal (nome completo, qualificação e domicílio e residência do Requerente) vem, nos termos do art.1.204 do Código de Processo Civil e art.69 do Código Civil, requerer a

extinção da Fundação ...., pelos motivos fáticos e jurídicos que passa expor:

(Exposição sumária dos fatos e sua incidência no ordenamento jurídico, juntando documentos comprobatórios do alegado).

Do exposto ,é o presente para requerer com fulcro no artigo 1.204 do Código de Processo Civil, que seja declarada extinta a Fundação ........., citação do Representante do Ministério Público para manifestar-se, citação dos demais interessados para contestar esse pedido e que o patrimônio da fundação tenha a destinação instituída no art.... do seu estatuto, em anexo, ou (na ausência dessa disposição) que seja incorporado o seu patrimônio a outra fundação designada por V.Exa, que se proponha a fim igual ou semelhante da fundação em extinção, consoante o art.69 do Código Civil.

Dá-se o valor da causa em R$ ... para efeito de distribuição.

Nestes termos,

Pede e espera deferimento

Belém, ... de ........... de 2009

Assinatura do advogado nº da OAB

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2.7 MODELO DE TERMO DE ADESÃO AO SERVIÇO

VOLUNTÁRIO

Nome e qualificação

compromete-se a prestar serviço voluntário de

__________________, para a Fundação ________________. O

presente termo não gera ao aderente vínculo empregatício ou

funcional ou quaisquer obrigação trabalhista, previdenciária ou

afins.

Fica estabelecido que: 1- O prestador de serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas

despesas que comprovadamente realizar no desempenho das atividade voluntárias e expressamente autorizada pela Fundação _________________________;

2- O prestador de serviço voluntário trabalhará no horário de

_______às _______, iniciando-se a prestação de serviço voluntário a partir do dia _______ e vigendo por tempo indeterminado, ressalvando-se às partes o direito de rescindir unilateralmente o presente ajuste, independentemente de prévia comunicação.

Belém, ______de ___________ de _________

Voluntário

Representante legal da fundação Testemunhas: 1-___________________________________ 2- ___________________________________

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26

3 LEGISLAÇÃO

3.7 LEI Nº 9.790, DE 23 DE MARÇO DE 1999, LEI DAS OSCIPs (DOU 24.03.1999)

Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências

O Presidente da República, Faço saber que o congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DA QUALIFICACAÇÃO COMO ORGANIZAÇÃO DA

SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSEPÚBLICO Art. 1º Podem qualificar-se como Organizações da

Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos por esta Lei.

§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito privado que não distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto social.

§2 º A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei.

Art.2º Não são passíveis de qualificação como

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:

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I. as sociedades comerciais; II. os sindicatos, as associações de classe ou de

representação da categoria profissional; III. as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação

de credos, práticas e visões devocionais e confessionais; IV. as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive

suas fundações V. as entidades de benefício mútuo destinadas a

proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;

VI. as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;

VII. as instituições hospitalares privadas não-gratuitas e suas mantenedoras;

VIII. as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não-gratuitas e suas mantenedoras;

IX. as organizações sociais; X. as cooperativas;

XI. as fundações públicas; XII. as fundações, sociedades civis ou associações de direito

privado criadas por órgão público ou por fundações públicas;

XIII. as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal. Art.3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em

qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:

I. promoção da assistência social; II. promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio

histórico e artístico; III. promoção gratuita da educação, observando-se a forma

complementar de participação das organizações de que trata esta Lei;

IV. promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei;

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V. promoção da segurança alimentar e nutricional; VI. defesa, preservação e conservação do meio ambiente e

promoção do desenvolvimento sustentável; VII. promoção do voluntariado;

VIII. promoção do desenvolvimento econômico e combate à pobreza;

IX. experimentação, não-lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;

X. promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;

XI. promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia de outros valores universais;

XII. estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo. Parágrafo único: Para os fins deste artigo, a dedicação às

atividades nele previstas configura-se mediante a execução direta de projetos, programas, planos de ações correlatas, por meio da doação de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda pela prestação de serviços intermediários e apoio a outras organizações sem fins lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins.

Art.4º Atendido o disposto no art. 3º, exige-se ainda, para qualificarem-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham sobre:

a) a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência;

b) a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação no respectivo processo decisório;

c) a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações

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realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade;

d) a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social da extinta;

e) a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação instituída por esta Lei, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social;

f) a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem efetivamente na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região correspondente a sua área de atuação;

g) as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que determinarão, no mínimo:

a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade;

b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício fiscal, ao relatório de atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas de débito junto ao INSS e ao FGTS, colocando-se à disposição para exame de qualquer cidadão;

c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o caso, da aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme previsto em regulamento;

d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pelas Organizações da Sociedade Civil de

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Interesse Público será feita conforme determina o parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal.

Art.5º Cumpridos os requisitos dos arts. 3º e 4º desta Lei, a pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, interessada em obter a qualificação instituída por esta Lei, deverá formular requerimento escrito ao Ministério da Justiça, instruído com cópias autenticadas dos seguintes documentos:

I. estatuto registrado em cartório; II. ata de eleição de sua atual diretoria;

III. balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício;

IV. declaração de isenção do imposto de renda; V. inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes.

Art. 6º Recebido o requerimento previsto no art. anterior, o Ministério da Justiça decidirá, no, prazo de trinta dias, deferindo ou não o pedido.

§ 1º No caso de deferimento, o Ministério da Justiça emitirá, no prazo de 15 dias da decisão, certificado de qualificação da requerente como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.

§ 2º Indeferido o pedido, o Ministério da Justiça, no prazo do §1º, dará ciência da decisão, mediante publicação no Diário Oficial.

§ 3º O pedido de qualificação somente será deferido quando:

I. a requerente enquadrar-se nas hipóteses previstas no art. 2º desta Lei;

II. a requerente não atender aos requisitos descritos nos arts. 3º e 4º desta Lei;

III. a documentação apresentada estiver incompleta. Art. 7º Perde-se a qualificação de Organização da

Sociedade Civil de Interesse Público, a pedido ou mediante decisão proferida em processo administrativo ou judicial, de iniciativa popular ou do Ministério Público, no qual serão assegurados, ampla defesa e o devido contraditório.

Art. 8º Vedado o anonimato, e desde que amparado por

fundadas evidências de erro ou fraude, qualquer cidadão, respeitadas as prerrogativas do Ministério Público , é parte

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legítima para requerer, judicial ou administrativamente, a perda da qualificação instituída por esta Lei.

CAPÍTULO II

DO TERMO DE PARCERRIA Art. 9º Fica instituído o Termo de Parceria, assim

considerado o instrumento de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse público previstas no art. 3º desta Lei.

Art. 10 O Termo de Parceria firmado de comum acordo

entre o Poder Público e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público discriminará direitos, responsabilidades e obrigações das partes signatárias.

§ 1º A celebração do Termo de Parceira será precedida de consulta aos Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes, nos respectivos níveis de governo.

§ 2º São cláusulas essenciais do Termo de Parceria: I. a do objeto, que conterá a especificação do programa de

trabalho proposto pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público;

II. a de estipulação das metas e dos resultados a serem atingidos e os respectivos prazos de execução ou cronograma;

III. a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de resultado;

IV. a de previsão de receitas e despesas a serem realizadas em seu cumprimento, estipulando item por item as categorias contábeis usadas pela organização e o detalhamento das remunerações e benefícios de pessoal a serem pagos, com recursos oriundos ou vinculados ao Termo de Parceria, a seus diretores, empregados e consultores;

V. a que estabelece as obrigações da Sociedade Civil de Interesse Público, entre as quais a de apresentar ao Poder

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Público, ao término de cada exercício, relatório sobre a execução do objeto do Termo de Parceria, contendo comparativo das metas propostas com os resultados alcançados, acompanhado de prestação de contas dos gastos e receitas efetivamente realizados, independente das previsões mencionadas no inciso IV;

VI. a de publicação, na imprensa oficial do Município, do Estado ou da União, conforme o alcance das atividades celebradas entre o órgão parceiro e a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, de extrato do Termo de Parceria e de demonstrativo da sua execução física e financeira, conforme modelo simplificado estabelecido no regulamento desta Lei, contendo os dados principais da documentação obrigatória do inciso V, sob pena de não-liberação dos recursos previstos no Termo de Parceria. Art.11. A execução do objeto do Termo de Parceria será

acompanha da e fiscalizada por órgão do Poder Público na área de atuação correspondente à atividade fomentada, e pelos Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes, em cada nível de governo.

§ 1º Os resultados atingidos com a execução do Termo de Parceria devem ser analisados por comissão de avaliação, composta de comum acordo entre o órgão parceiro e a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.

§ 2º A comissão encaminhará à autoridade competente relatório conclusivo sobre a avaliação procedida.

§ 3º Os Termos de Parceria destinados ao fomento de atividades nas áreas de trata esta Lei estarão sujeitos aos mecanismos de controle social previstos na legislação.

Art. 12. Os responsáveis pela fiscalização do Termo de

Parceria, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública pela organização parceira, darão imediata ciência ao Tribunal de Contas respectivo e ao Ministério Público, sob pena de responsabilidade solidária.

Art. 13. Sem prejuízo da medida a que se refere o art.12

desta Lei, havendo indícios fundados de malversação de bens ou recursos de origem pública, os responsáveis pela fiscalização

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representarão ao Ministério Público, à Advogacia-Geral da União, para que requeiram ao juízo competente a decretação da indisponibilidade dos bens da entidade e o seqüestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de agente público ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público, além de outras medidas consubstanciadas na Lei nº 8.429, de 02 de junho de1992, e na Lei Complementar nº 64, de18 de maio de1990.

§ 1º O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.

§ 2º Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações mantidas pelo demandado no País e no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.

§ 3º Até o término da ação, o Poder Público permanecerá como depositário e gestor dos bens e valores seqüestrados ou indisponíveis e velará pela continuidade das atividades da organização parceira.

Art. 14 A organização parceira fará publicar, no prazo

máximo de trinta dias, contados da assinatura do Termo de Parceria, regulamento próprio contendo os procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público, observados os princípios estabelecidos no inciso I do art. 4º desta Lei.

Art. 15. Caso a organização adquira bem imóvel com recursos provenientes da celebração do Termo de Parceria, este será gravado com cláusula de inalterabilidade.

CAPÍTULO III

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 16. É vedada às entidades qualificadas como

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público a participação em campanhas de interesse político-partidário ou eleitorais, sob quaisquer meios ou formas.

Art. 17. O Ministério da Justiça permitirá mediante

requerimento dos interessados, livre acesso público a todas as

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informações pertinentes às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.

Art. 18. As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, qualificadas com base em outros diplomas legais, poderão qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, desde que atendidos os requisitos para tanto exigidos, sendo-lhes assegurada a manutenção simultânea dessas qualificações, até dois anos contados da data de vigência desta Lei.

§ 1º Findo o prazo de dois anos, a pessoa jurídica interessada em manter a qualificação prevista nesta Lei deverá por ela optar, fato que implicará a renúncia de suas qualificações anteriores.

§ 2º Caso não seja feita a opção prevista no parágrafo anterior, a pessoa jurídica perderá automaticamente a qualificação obtida nos termos desta Lei.

Art. 19 O poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo

de trinta dias. Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 23 de março de 1999; 178º da Independência e

111º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

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MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

GABINETE DO MINISTRO

PORTARIA Nº 361, DE 27 DE JULHO DE 1999

O Ministro de Estado da Justiça, no uso de suas atribuições legais, e tendo em vista o disposto na Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999, e no Decreto nº 3.100, de 30 de junho do mesmo ano, resolve regulamentar os procedimentos para a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, nos seguintes termos:

Art.1º O pedido de qualificação como

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público será dirigido ao Ministério da Justiça e deverá estar acompanhado de cópia autenticada dos seguintes documentos:

I. estatuto registrado em Cartório; II. ata de eleição da atual diretoria;

III. balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício;

IV. declaração de isenção do imposto de renda; e V. inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes/Cadastro

Nacional de Pessoa Jurídica.. Art.2º O requerimento será encaminhado pelo

correio ou apresentado junto ao protocolo geral do Ministério da Justiça, que deverá autuá-lo indicando data e hora do recebimento.

Parágrafo Único. O protocolo geral terá o prazo de dois dias úteis para encaminhar o processo à Secretaria Nacional de Justiça, órgão responsável pela outorga da qualificação.

Art. 3º A Secretaria Nacional de Justiça terá o

prazo de trinta dias, contados da autuação no protocolo geral, para deferir ou não o requerimento, ato que será publicado no Diário Oficial, mediante despacho do Secretário Nacional de Justiça, no prazo máximo de quinze dias.

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Parágrafo Único. O ato de indeferimento deverá apontar qual das irregularidades mencionadas nos seguintes incisos ensejou a denegação do pedido:

I. a requerente se enquadrou em alguma das hipóteses previstas no art. 2º da Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999;

II. a requerente não atendeu aos requisitos descritos nos arts. 3º e 4º da Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999; ou

III. a requerente apresentou documentação incompleta. Art. 4º A entidade que, por fato superveniente à

qualificação, deixar de preencher os requisitos legais, terá cancelada sua qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, após decisão proferida em processo administrativo, instaurado no Ministério da Justiça, de ofício, ou por iniciativa popular ou do Ministério Público.

§ 1º Qualquer cidadão, vedado o anonimato, é parte legítima para requerer o cancelamento da qualificação, desde que amparado por evidências de erro ou fraude.

§ 2º O processo administrativo de que trata o caput deste artigo tramitará junto à Secretaria Nacional de Justiça.

Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de

sua publicação.

JOSÉ CARLOS DIAS

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LEI No 91, DE 28 DE AGOSTO DE 1935.

Regulamento

Determina regras pelas quais são as sociedades declaradas de utilidade publica.

O Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil:Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art 1º As sociedades civis, as associações e as fundações constituidas no pais com o fim exclusivo de servir desinteressadamente á coletividade podem ser declaradas de utilidade publica, provados os seguintes requisitos:

a) que adquiriram personalidade jurídica;

b) que estão em efetivo funcionamento e servem desinteressadamente á coletividade;

c) que os cargos de sua diretoria, conselhos fiscais, deliberativos ou consultivos não são remunerados. (Redação dada pela Lei nº 6.639, de 8.5.1979)

Art. 2º A declaração de utilidade publica será feita em decreto do Poder Executivo, mediante requerimento processado no Ministério da Justiça e Negócios Interiores ou, em casos excepcionaes, ex-officio .

Parágrafo único. O nome e característicos da sociedade, associação ou fundação declarada de utilidade publica serão inscritos em livro especial, a esse fim destinado.

Art. 3º Nenhum favor do Estado decorrerá do titulo de utilidade publica, salvo a garantia do uso exclusivo, pela sociedade, associação ou fundação, de emblemas, flâmulas, bandeiras ou distintivos próprios, devidamente registrados no Ministério da Justiça e a da menção do titulo concedido.

Art 4º As sociedades, associações e fundações declaradas de utilidade publica ficam obrigadas a apresentar todo

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os anos, exceto por motivo de ordem superior reconhecido,a critério do Ministério de Estado da Justiça e Negócios Interiores,relação circunstanciada dos serviços que houverem prestado á coletividade.

Parágrafo único. Será cassada a declaração de utilidade publica, no caso de infração deste dispositivo, ou se, por qualquer motivo, a declaração exigida não for apresentada em três anos consecutivos.

Art 5º Será também cassada a declaração de utilidade publica, mediante representação documentada do Órgão do Ministério Publico, ou de qualquer interessado, da sede da sociedade, associação ou fundação, sempre que se provar que ela deixou de preencher qualquer dos requisitos do art. 1º.

Art. 6º Revogam as disposições em contrario.

Rio de Janeiro, 28 de agosto de 1935; 114º da Independência e 47º da Republica.

GETULIO VARGAS Vicente Ráo

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DECRETO Nº 50.517, DE 2 DE MAIO DE 1961.

Regulamenta a Lei nº 91, de 28 de

agosto de 1935, que dispõe sobre a

declaração de utilidade pública.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o artigo 87, item I, da Constituição,

DECRETA:

Art. 1º As sociedades civis, associações e fundações, constituídas no país, que sirvam desinteressadamente à coletividade, poderão ser declaradas de utilidade pública, a pedido ou ¿ex-officio¿, mediante decreto do Presidente da República.

Art. 2º O pedido de declaração de utilidade pública será dirigido ao Presidente da República, por intermédio do Ministério da Justiça e Negócios Interiores, provados pelo requerente os seguintes requisitos:

a) que se constituiu no país;

b) que tem personalidade jurídica;

c) que esteve em efetivo e contínuo funcionamento, nos três imediatamente anteriores, com a exata observância dos estatutos;

d) que não são remunerados, por qualquer forma, os cargos de diretoria e que não distribui lucros, bonificados ou vantagens a dirigentes, mantenedores ou associados, sob nenhuma forma ou pretextos;

e) que, comprovadamente, mediante a apresentação de relatórios circunstanciados dos três anos de exercício anteriores à formulação do pedido, promove a educação ou exerce atividades de pesquisas científicas, de cultura, inclusive artísticas, ou filantrópicas, estas de caráter geral ou indiscriminado, predominantemente.

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f) que seus diretores possuem folha corrida e moralidade comprovada;

g) que se obriga a publicas, semestralmente, a demonstração da receita obtida e da despesa realizada no período anterior.

Parágrafo único. A falta de qualquer dos documentos enumerados neste artigo importará no arquivamento do processo.

Art. 3º Denegado o pedido, não poderá ser renovado antes de decorridos dois anos, a contar da data da publicação do despacho denegatório.

Parágrafo único. Do denegatório do pedido de declaração de utilidade pública caberá reconsideração, dentro do prazo de 120 dias, contados da publicação.

Art. 4º O nome e características da sociedade, associação ou fundação declarada de utilidade pública, serão inscritos em livro especial, que se destinará, também, à averbação da remessa dos relatórios a que se refere o artigo 5º.

Art. 5º As entidades declaratórias de utilidade pública, salvo motivo de força maior, devidamente comprovado, a critério da autoridade competente, ficam obrigadas a apresentar, até o dia 30 de abril de cada ano, ao Ministério da Justiça e Negócios Interiores, relatório circunstanciado dos serviços que houverem prestado à coletividade no ano anterior.

Art. 6º Será cassada a declaração de utilidade pública da entidade que:

a) deixar de apresentar, durante três anos consecutivos, o relatório a que se refere o artigo procedente;

b) se negar a prestar serviço compreendido em seus fins estatuários;

c) retribuir por qualquer forma, os membros de sua diretoria, ou conceder lucros, bonificações ou vantagens a dirigentes, mantenedores ou associados.

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Art. 7º A cassação da utilidade pública será feita em processo, instaurado ex-officio pelo Ministério da Justiça e Negócios Interiores, ou mediante representação documentada.

Parágrafo único. O pedido de reconsideração do decreto que cassar a declaração de utilidade pública não terá efeito suspensivo.

Art. 8º Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação revogadas as disposições em contrário.

Brasília, em 2 de maio de 1961, 140º da Independência e 73º da República.

JÂNIO QUADROS

Oscar Pedroso Horta

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3.8 LEI Nº 2.478, DE 18 DE NOVEMBRO DE 1.954

Disciplina o reconhecimento de entidade privada como de Utilidade Pública.

A Câmara Municipal de Belém estatui a seguinte Lei: Art. 1º - Poderá ser reconhecida de utilidade Pública a

instituição beneficente, educativa, artística, esportiva, religiosa e outras cujas finalidades objetivam o aperfeiçoamento físico, intelectual ou moral das pessoas ou à assistência social.

Art. 2º - A instituição que pretenda beneficiar-se desse

reconhecimento deverá juntar exemplar dos respectivos estatutos e fazer prova de :

a) existência legal contínua pelo menos há cinco anos; b) realização hábeis que atestem suas atividades pelo menos

durante os dois últimos anos; c) identidade de sua diretoria atual; d) movimento financeiro devidamente escriturado, do último

exercício social ou financeiro; e) prova de funcionamento e fins da instituição.

Art. 3º - Do exame das provas apresentadas e alegações feitas decidirá a Câmara Municipal por seu livre convencimento, sobre a Utilidade invocada.

Art. 4º - A qualquer tempo poderá ser tornado sem efeito esse reconhecimento, se provada a falsidade das alegações e documentos apresentados ou quando modificada a realidade dos mesmos por fatos supervenientes.

Art. 5º - A instituição reconhecida de Utilidade Pública terá preferência na obtenção de quaisquer auxílios ou subvenções e demais benefícios prestados pelo Município de Belém à organizações congêneres.

Art. 6º - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL DE BELÉM, 24 de novembro de 1.954.

CELSO MALCHER, Prefeito Municipal.

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3.9 LEI Nº 7.895 DE 20.09.93

Modifica a Lei nº 2.478, de 18.11.54 que

disciplina o reconhecimento de entidade

privada como de Utilidade Pública.

Art. 1º - O Art. 3º da Lei nº 2.478, de 18.11.54, fica

acrescida de parágrafo único:

“Art. 3º - Do exame de das provas apresentadas e

alegações feitas decidirá a Câmara Municipal por seu livre

convencimento, sobre a Utilidade invocada.

Parágrafo Único - cada Vereador poderá apresentar em

cada sessão Legislativa apenas 02 (dois) Projetos reconhecendo

de Utilidade Pública de Instituições mencionadas no Caput do Art.

1º da Lei 2.478, de 18.11.54, não sendo permitida a acumulação.

Art. 2º - Esta Lei entra em vigor na data de sua

publicação.

Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário.

CÂMARA MUNICIPAL DE BELÉM, 20 de setembro de

1993

Vereador LUIZ OTÁVIO CAMPOS

Presidente

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3.10 LEI Nº 7.373, DE 04 DE JUNHO DE 1987 (*)

Modifica a Lei nº 2.478 de 18 de novembro de 1954.

A CÂMARA MUNICIPAL DE BELÉM estatui e sanciono a

seguinte lei:

Art. 1 - A alínea “a”, do Art. 2º, da Lei nº 2.478, de 18 de

novembro de 1954, passa a ter esta redação:

“a) exist6encia legal contínua de pelo menos 2 (dois)

anos”;

Art. 2º - O artigo 4º da mesma lei terá a seguinte

redação, acrescido do Parágrafo Único:

“Art. 4º - A qualquer tempo poderá ser tornado sem efeito

esse reconhecimento, se provada a falsidade das alegações e

documentos apresentados, ou quando a instituição beneficiária

alterar suas finalidades ou deixar de prestar os serviços que lhe

são inerentes.

Parágrafo Único - A prova de funcionamento e fins da

instituição reconhecida de utilidade pública deverá ser renovada a

cada 2 (dois) anos.”

Art. 3º - Esta lei entrará em vigor na data de sua

publicação, revogadas as disposições em contrário.

GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL DE BELÉM, em

04 de junho de 1987.

FERNANDO COUTINHO JORGE

Prefeito Municipal

(*) Republicada por ter saído com incorreção no DOM do dia

30.06.87, de nº 6.099.

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45

3.13 LEI Nº 9.608, DE 18.02.98

Dispõe sobre o serviço voluntário e dá

outras providências

Art. 1º Considera-se serviço voluntário, para fins desta

lei, a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a

entidade pública de qualquer natureza ou a instituição privada de

fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais,

educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social,

inclusive mutualidade.

Parágrafo único: O serviço voluntário não gera vínculo

empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista,

previdenciária ou afim.

Art. 2º O serviço voluntário será exercido mediante a

celebração de termo de adesão entre a entidade pública ou

privada, e o prestador de serviço voluntário, dele devendo constar

o objeto e as condições de seu exercício.

Art. 3º O prestador de serviço voluntário poderá ser

ressarcido pelas despesas que comprovadamente realizar no

desempenho das atividades voluntárias.

Parágrafo único: As despesas a serem ressarcidas

deverão estar expressamente autorizadas pela entidade a que for

prestado o serviço voluntário.

Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua

publicação.

Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário.

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4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Código Civil. 12. ed. atual. São Paulo: Saraiva, 1997. 822 p.

PAES, José Eduardo Sabo. Fundações e entidades de interesse social: aspectos jurídicos, administrativos, contábeis e tributários. 4. ed. rev., atual. e amp. de acordo com a Lei nº 10.406, de 10/01/2002 (Novo Código Civil Brasileiro). Brasília: Brasília Jurídica, 2003. 672 p.

RESENDE, Tomáz de Aquino. Novo Manual de Fundações. Belo Horizonte: Inédita, 1997. 288 p. 23

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FUNDAÇÕES

(Fluxograma de aprovação de estatutos - Arts. 1.199/1.204 do CPC)

a) Requerido pelo interessado

JUIZ MANDA FAZER MODIFICAÇÃO

JUIZ SUPRE A APROVAÇÃO

APROVA DESAPROVA

INDICA MODIFICAÇÕES

15 DIAS

REQUERIMENTO AO MINISTÉRIO PÚBLICO - Art. 1.200

PETIÇÃO AO JUIZ - Art. 1.201 § 1º (1.103 c/c Art.11) e Art. 1.201

§ 2º

INTERESSADOS CUMPREM

INTERESSADOS NÃO CUMPREM

VISTA AO MINISTÉRIO PÚBLICO

MINISTÉRIO PÚBLICO CUMPRE

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4

b) Requerido pelo Ministério Público

Nota:

Tratando-se de alteração estatutária, cuja a aprovação não foi unânime, os administradores ao submeterem a reforma a apreciação do órgão do Ministério Público os estatutos, requererão que se dê ciência à minoria vencida, para impugnar o requerimento em 10 (dez) dias (art.68 do CC e art. 1.203, parágrafo único do CPC)

CONCORDA E CUMPRE NÃO CONCORDA

JUIZ MODIFICA JUIZ APROVA JUIZ DESAPROVA

REQUERIMENTO DO MINISTÉRIO PÚBLICO - Art. 1.202

VISTA AO MINISTÉRIO PÚBLICO

RECURSO