futebol, conceito, historia contextualização

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    Referncias Bibliogrcas

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    DARIDO, Suraya Cristina. Para Pensar Educao Fsica: Possibilidades de Interveno na Escola.Campinas, So Paulo, Papirus, 2007.

    FREIRE, Joo Batista. Educao Como Pratica Corporal. So Paulo: Scipione, 2003.

    ___________________. Educao de Corpo Inteiro: Teoria e Prtica. So Paulo: Scipione, 1997.

    GENTILE, Pablo. Educao e populao afro descendente no Brasil: avanos, desafios e perspectivas.Fundacin Carolina CeALCI. 2012;

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    OIT. Relatrio Trabalho Decente e Juventude no Brasil. Disponvel em

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    Se no houvesse ofutebol, ns teramosoutra coisa. Se no houvesse

    outra coisa, ns teramos

    uma guerra civila cada dia.(Roberto da Matta)

    INTRODUOA definio do conceito de cultura percorreu um longo caminho histrico. Sua construo vincula-se ao modo deser, ou seja, a autopercepo humana durante as tr ansformaes produtivas do mundo.

    Atravs do trabalho o homem modifica a natureza em seu benefcio, criando, a partir dessa prtica cdigossimblicos comuns a um grupo. As concepes modernas tericas entendem por cultura o conjunto desses cdigos,os quais sero transmitidos de gerao em gerao. Essa criao simblica diferencia o homem dos outros animais,permitindo-lhe a caracterstica de um ser histrico.

    Diante do modelo capitalista social, a cultura muitas vezes figura como mercadoria de consumo, solicitando

    comportamentos e modismos prprios, padronizados. Esse delineamento demanda ateno por parte da sociedade,com destaque para os educadores, despertadores da reflexo crtica.

    Assim, o tema tem sido exposto em encontros e debates de diversas reas do conhecimento. Com base em suarelevncia, buscamos desenvolver atividades e abordagens que auxiliam o educador no decorrer do processoeducacional.

    Para isso contamos com a colaborao e experincia de representantes das seguintes organizaes:

    Ao Comunitria Sal da Terra (Rio de Janeiro), Centro Urbano de Cultura e Arte (CUCA - Fortaleza), GrupoComunidade Assumindo suas Crianas (Recife), Instituto Vida Real M ar (Rio de Janeiro) e S treetfootballworld,com os quais estabelecemos o seguinte conceito geral para o tema proposto:

    Cultura o conjunto de costumes, tradies e o saberes que fazem parte da histria de uma

    sociedade, e que formam a sua identidade.

    Nesse contexto, variadas manifestaes simblicas expressam um conceito, como, por exemplo, o esporte, fenmeno

    que une culturas e quebra as barreiras de lngua, distncia, e comportamento. No Brasil, o futebol est atrelado ahistria esportiva do pas, sendo concebido como o esporte das multides. Logo, vincula-se a aspectos comosocializao, ideologizao, funcionalizao e espetacularizao do esporte.

    O futebol organizou-se consoante sociedade, expressando o Brasil segundo uma manifestao culturalhistoricamente desenvolvida. um espao simblico de mostra social e cultural, o qual permite a revelaoidentitria nacional.

    Fora trazido ao pas, em sua forma institucionalizada, no final do sculo XIX, devido expanso inglesa, reflexoda Revoluo Industrial. Desse modo, desenvolveu-se, sobretudo, nos espaos descampados dos bairros fabris.Entretanto, por considervel perodo, destinou-se a uma seleta camada da sociedade: a e lite.

    O futebol como produto de tradies europeias, propagava a ideia de civilizao moderna, distinguindosimbolicamente seus participantes, concedendo-lhes espao privilegiado na sociedade.

    Nesse recorte temporal, a populao oriu nda das camadas sociais mais humildes, principalmente indivduos negros,foi impedida de frequentar os estdios.

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    Figura 1 Cariocas de origem humilde assistem a uma partida de futebol amontoados ao redor do campo poiseram proibidos de entrar nos estdios.

    Essa manifestao popularizou-se sob a forte influncia do rdio, na dcada de 1940, e das composies dos hinospopulares dos grandes clubes brasileiros.

    O futebol ultrapassou os muros dos grandes clubes e passou a ser jogado nas periferias, nas ruas, nas favelas, empraias, nas escolas, em pequenos clubes, onde a populao o adquiriu como fort e elemento da cultura local.

    Neste compasso, surge o futebol arte, aquele praticado como esquiva de agresses, com base no gestual cotidiano- como os movimentos acrobticos da temida capoeira - e nas aes coletivas do ruidoso movimento operrio,saberes, expresses e habilidades que viriam a ser determinantes na maneira de se jogar esse esporte no Brasil.

    Devido s questes inerentes polarizao social de suas diretrizes, tornou-se ainda uma importante ferramentaeducacional brasileira, oportunizando educadores a utilizarem a cultura local e a realidade concreta dos educandoscomo estratgia pedaggica para o ensino-aprendizado.

    Desta forma, esse material, sem a pretenso de esgotar o assunto, que extremamente vasto, visa oferecer subsdiospara os educadores trabalharem com os temas: a cultura local e msica de clubes.

    Permite ao educando vivenciar a prtica de valores ticos, relacionar-se com norma e regras,alm de vivenciar a resoluo de conflitos;

    Promove o conhecimento sobre a histria do esporte, por meio do resgate memria degrandes times e cones desta modalidade, perpetuando as tradies culturais do esporte;

    Promove a integrao e a diversidade, reunindo praticantes de diferentes manifestaessociais, culturais e filosficas.

    O trabalho com o futebol enquanto expresso cultural:

    P NA BOLA, OLHO NO LIVRO

    Histria do futebol

    A histria nos mostra que entre 1880 e 1890, jesutas haviam introduzido jogos com o Ballon Anglais.

    No Colgio So Lus, de Itu, jovens da elite social paulistana disputavam um jogo aparentado ao Football

    Association, denominado bate bolo, que a partir de 1894 j incorporava alguns e lementos do futebol moderno:onze jogadores para cada lado, traves de madeira e times uniformizados.

    Assim, apesar de algumas polmicas a respeito da origem do futebol no Brasil, a verso oficial consta que graas aCharles Willian Miller o futebol comeou a ser jogado em solo brasileiro em 1894. O jovem paulistano, filho de umengenheiro escocs aqui radicado, casado com uma brasileira, filha de ingleses, trouxera em sua bagagem uma sriede materiais: um livro de regras do Football Association, uma camisa da equipe do Banister Court Schoole outrado St. Marys, duas bolas, um par de chuteiras e uma bomba para encher as bolas. Somado a isso, veio, tambm, umforte desejo de desenvolver o esporte entre seus pares.

    Figura 2 Primeira partida de futebol do Brasil disputada entre So Paulo Railway e Companhia de Gs.

    Foi no incio de 1930, com as coberturas jornalsticas de Mr io Filho e as locues do radialista Ary Barroso, queo grande pblico passou a se vincular mais fortemente a determinados clubes, dentro e fora dos estdios. Esseprocesso contribuiu para transformar o futebol nacional em um grande espetculo, estimulando a presena dasfamlias nos estdios, a fim de torcerem por seus times. A maior participao da sociedade acarretou na elaboraode smbolos como bandeiras, msicas, distintivos, flmulas, mascotes, grupos uniformizados e hinos, que eramutilizados para incentivar e acompanhar os times de sua preferncia.

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    A tabela a seguir expressa o contexto histrico do futebol.

    Perodo Contexto histrico do futebol

    3000 a 2500 a.c.Na China durante a Dinastia do Imperador Huance-Ti, era comum chutar crnios dosinimigos derrotados.

    900 a 200 a.c.

    Os romanos jogavam o Harpastumem um campo retangular, dividido por uma linha. Almdisso, havia duas linhas como metas.

    No Harpastum, a bola (chamada Follis) era feita de bexiga de boi e coberta com uma capa decouro. Como exerccio fsico-militar dos soldados romanos, uma partida podia durar horas.

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    A primeira referncia ao esporte na Inglaterra, bero do futebol moderno, cita um certo jogodisputado durante a Shrovetide(espcie de tera-feira gorda), em que os habitantes de vriascidades inglesas saam s ruas para chutar uma bola de couro, com o objetivo de comemorara expulso dos dinamarqueses. A bola simbolizava a cabea de um oficial do exrcito inimigo.

    Nos sculos seguintes popularizou-se entre os ing leses o mass football, ou futebol de massa,em que centenas de pessoas as vezes at 500 de cada lado percorriam quilmetros pelasruas, chutando uma bola at os portes da cidade e causando muitos estragos, tanto fsicosquanto materiais.

    1710Convent Garden, Strano e Fleet Street foram as primeiras escolas inglesas a adotar o futebolcomo atividade fsica.

    1863

    Em uma histrica reunio na taberna Freemason Greah Queen Street, Londres, representantesde onze clubes e escolas instituram as bases para as regras do futebol. Em 24 de novembro, asnove regras estabelecidas por Cambridge foram aprovadas em outra reunio.

    1864

    J no ano seguinte oficializao de suas regra s na Inglaterra, o futebol teria sido exibidono Brasil e na Argentina por marinheiros de barcos mercantes e de guerra estrangeiros,principalmente ingleses. Eles teriam disputado essas primeiras peladas nos capinzaisdesertos do litoral norte e sul do Brasil.

    Detalhes relevantes

    Chineses, japoneses, gregos, franceses e italianos tambm reivindicam a paternidade do futebol,s que em formas mais primitivas. J em 2197 a.C. os chineses praticavam um exercciomilitar chamado tsu-chu(tsu = lanar com o p; chu = bola recheada, feita de couro). No

    Japo, desde a poca dos Imperadores Engi e Tenrei, praticava-se o Kemari(ke = chutar; mari= bola). Em 850 a.C., os gregos praticavam o Epyskiros. Na Roma antiga, por volta de 200a.C., jogava-se o Haspartum, e durante a Idade Mdia, na Frana, desenvolveu-se o Soule.

    J os italianos at hoje chamam o futebol de Clcio por causa do Calcio Fiorentino, jogadoem Florena a partir de 1529, com 27 jogadores de cada lado enfrentando-se violentamentedurante horas pelas ruas tentando levar a bola alm dos portes da cidade.

    Tabela 1 Histrico do futebol. FONTE: (SOUZA, 2009)

    No Brasil futebol cultura e arte

    O futebol, dentro e fora de campo, compreende uma das manifestaes da cultura brasileira que melhor expressaa vida da populao, dentro de seu carter histrico, poltico e econmico. Estudos apontam que cerca de 44% dosbrasileiros mantm contato cotidianamente com a modalidade, inclusive atravs da mdia.

    Futebol

    Caminhada

    Running

    Vlei

    Fitness / Acadmia

    Artes marciais

    Natao

    Musculao

    Ciclismo

    Sinuca

    Basquete

    Bocha

    Handebol

    Surfe

    No sabe No...

    Brasileiros maiores de 16 anos - Esporte que praticam

    Fonte de Pesquisa : Dirio Lance! 2010

    Homens

    Mulher

    Grfico 1 Estatsticas de esportes praticados por brasileiros acima de 16 anos.

    O futebol no Brasil est exposto nos bares, na mdia, nas esquinas, alcanando o conceito de fenmeno. O esportepossibilitou consagrar os brasileiros de todas as condies de vida (LUCENA, 2001).

    Bastam quatro tijolos, quatro camisetas, quatro sapatos ou qualquer objeto que forme o gol. A bola pode sermoderna, passando pela bola de meia, chegando s bolas de papel e chapinhas de garrafa. Ele, o garoto, quer omovimento. Liberar as energias uma necessidade e o gol, uma tentao irresistvel. (ARAJO, 1979).

    O esporte penetrou o imagi nrio brasileiro, criando uma cultura do futebol, a qual dialoga com os acontecimentossociais. Por exemplo: a relao existente entre o comportamento negligente de alguns cartolas com a decadnciade nossa elite poltica, a linguagem coloquial presente no cotidiano dos sujeit os sociais como Fulana est namarca do pnalti ou colocou Sicrana para escanteio. Sua presena reflete-se tambm na literatura, no cinema e,principalmente, na msica.

    Nesse vis, o futebol era reconhecido pelos novos gov ernantes como eficiente meio de mobilizao das massas e aseleo de futebol nacional como ing rediente fundamental da representao da nacionalidade.

    De acordo com Eric Hobsbawn, o Brasil de 1958 recriou o futebol, de posse de outra expresso corporal (acadncia e a ginga), contrapondo a postura marcial e bruta europeia. A guerra dava lugar a dana, adquirindo odesenho de futebol arte, categorizando-o no apenas como esporte, mas como arte e paixo popular, ou cerimniaproletria de massa (HOBSBAWN, 2003).

    O futebol arte associa-se ao imaginrio de povo brasileiro harmonicamente miscigenado (GIL, 1994), o qualfundamentou o pensamento social brasileiro, e sustentou as obras de Gilberto Freyre, Darcy Ribeiro e Antnio

    Risrio. A partir de 1974, a modernizao do futebol colocou essa perspectiva em cheque, apesar de continuarconstituindo a identidade nacional contempornea.

    A dcada de 1990 promoveu avanos sociais e culturais no Brasil, marcando a progresso da modernidadeocidental. Neste momento, o futebol perde caractersticas msticas e passa racionalizao, ocorrendo, porexemplo, um aumento na escolaridade dos meninos jogadores sados das v rzeas e terrenos baldios, mantendo-se,contudo como local de cultura.

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    Segundo a pesquisa Um retrato do esporte no Brasil, da BDO RCS,publicada pelo Dirio Lance! em 2010, a qual auxiliou para a compreensodos hbitos e caractersticas dos torcedores, o futebol pode ser consideradoa maior paixo do brasileiro, tendo grande potencial de gerao de negciospara toda a cadeia produtiva esportiva para os prximos anos.

    Olho no lance

    Entender o futebol como manifestao cultural;

    Reconhecer os variados caminhos que o futebol percorreu at o dias atuais;

    Reconhecer o futebol em seus contextos.

    Ao se trabalhar cultura em aula, o educador deve ter em menteque os objetivos de aprendizagem do tema so:

    Cultura local

    Como trazer a cultura local para o campo?

    Podemos entender cultura local como manifestaes culturais praticadas por pequenos grupos sociais localizadosem bairros, favelas, ruas, associaes, dentre outras. Difere-se das ditas culturas tradicionais, eruditas por suassingularidades regionais e por sua configurao popular e acessvel.

    At meados do sculo XX as classes priv ilegiadas organizavam os produtos da cultura, determinando o que seenquadrava ou no, marginalizando as demais produes culturais ou excluindo-as, como ocorreu com a culturaafricana, sertaneja, indgena, entre outras.

    Atualmente essa prtica encontra-se parcialmente desmontada, cabendo ao educador o dever de posicionar-se contra essa teoria e, ainda, representar-se como produtor cultural e estimular aes discentes no sentido de

    valorizar as culturais locais.

    Paulo Freire, um dos grandes filsofos da educao, no Brasil e no mundo, em suas obras, incitava o professor a setornar um pesquisador da cultura local, da realidade concreta de seus alunos. Ele defendia a tese de que o ensino-aprendizado se tornava mais prazeroso e eficiente quando o aluno identificava nas aulas objetos de sua realidade,de seu cotidiano.

    O educador deve, ento, ser um exmio leitor da sociedade, da cultura da regio de sua atuao, a fim de que possapropor atividades pertinentes, embasado na valorizao e no resgate histrico da cultura local. A cultura transitaem variadas formas de e xpresso: na msica, nas peas teatrais, no cinema, nas artes, na dana, na poesia, naculinria, no folclore e, nesse sentido, ressaltam-se as mltiplas vertentes que a cultura local pode oferecer para oaprendizado.

    Como exemplos de culturas locais podemos citar o bairro de Madureira, situado na cidade do Rio de Janeiro(RJ), que tem sua raiz cultural e identidade no jongo da Serrinha e no samba, uma vez que no bairro estosediadas duas grandes importantes escolas de samba: Portela e Imprio Serrano. E, por mais que haja renomadasacademias de ballet em Madureira (o que contribui ainda mais para a qualificao da regio), o bairro reconhecido por sua tradio com o samba e com o jongo, por construes histricas, que so ressignificadas atodo momento pela obra de diversos sambistas e jongueiros.

    Nesse compasso, poderamos citar inmeras outras manifestaes locais, como por exemplo, o maracatu muitopopular em Recife; o tambor de crioula, cacuri do Maranho, o samba de roda do Recncavo Baiano, o forr pde serra do serto n ordestino, o funk tambm do Rio de Janeiro, a capoeira, que remonta a uma tradicional danaangolana, transformada em luta como mecanismo de defesa e proteo pelos escravos brasileiros, entre tantas

    outras que ajudam a formar a cultura e a identidade da regio.

    Identificao da cultura local da sua comunidade;

    Valorizao e resgate da cultura local;

    Identificao da influncia da cultura local em seus hbitos;

    Ampliar o horizonte cultural dos educandos, por meio do conhecimento de outrasmanifestaes.

    O educador pode aliar o esporte ao aprendizado sobre a culturalocal e, ao trabalhar a temtica, deve compreender comoprincipais objetivos de aprendizagem:

    Mais adiante veremos exemplos e sugestes de atividades que, de alguma forma podem levar a cultura local aocampo de futebol.

    Msicas de clubesResgate histrico

    As msicas dos clubes de futebol assumiram um papel relevante dentro do contexto cultural da histriado esporte. Sem dvidas, o dilogo entre futebol, imprensa e msica popular impulsionou a propagaodesse fenmeno. Jornalistas, escritores e msicos assumiram um importante papel junto cultura e maisespecificamente com as culturas locais. Esse grupo teve uma forte atuao na composio de hinos para os clubes.

    A msica permitiu ao torcedor uma aproximao maior com seu time, criando vnculos de carter emocionalexistencial e aumentando a identificao com o esporte. A letra Artista do Povo, de Rildo Hora e Srgio Cabr al,alm de retratar o futebol suprindo as carncias populacionais, expressa esse sentimento de aproximao:

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    O povo calado/se engasga na mesma emoo/o gol que no sai

    parece que prende a respirao/um aperto no peito/um silncio ao redor

    (...)

    entrou pela rea/pegou o voleio/fez um carnaval

    explode no campo/a marca do craque/no tiro fatal

    da ento/tudo mudou/virou alegria/a vida do trabalhador

    Assim como as msicas de clubes, as populares eram bastante temticas. H composies de sustentaoideolgicas. A nvel de patriotismo nacional podemos citar: A taa do mundo n ossa (Maugeri, Dag e Lauro),

    em comemorao s copas de 58 e 62; Meu canarinho (Luiz Ayro e Sidney da Conceio); Pra Frente Brasil(Miguel Gustavo) hino da Copa e 70, dentre outras. Letras que trazem o futebol para o cotidiano: Futebol(Chico Buarque), Uma partida de Futebol (Skank) e Prometo Ser Fiel (Nelson Sargento). Algumas canesretratam a fuga do cotidiano: Conversa de botequim (Noel Rosa), Aquele Abrao (Gilberto Gil), Conflito (ZecaPagodinho). Algumas composies preconizam o culto ao jogador e sua ascenso social: Zagueiro (Jorge Benjor).

    As msicas de clubes de futebol narravam os acontecimentos sociais com os quais o torcedor se identificava ,fortalecendo assim, ainda mais, a paixo ao clube. Os hinos compostos em 1910, por exemplo, rendiam inspiraoblica. Neste perodo os hinos oficiais refletiam o contexto histrico, social e poltico do pas. Os arranjos dasmsicas eram em tom marcial e suas letras carregadas de versos que incitavam ao combate, vitria, raa maisforte, guerra. Caracterstico do perodo entre guerras em que o mundo viveu (1 e 2 Guerra Mundial).

    Flamengo, Flamengo!

    Tua Glria lutar

    Flamengo, Flamengo!

    Campeo de terra e mar.

    (...)

    (Hino Rubro-Negro, Paulo de Magalhes 1919)

    O hino do Amrica Futebol Klube, de F. Soriano Robert e Americano Maia, de 1922 tambm expressam essa ideia:

    Alvirrubro pendo da vitria

    Que nos campos da luta se agita

    Ao bafeio bendito da glria

    Que a luta e vencer nos incita

    Alvirrubro pendo desfraldado

    Sobre a moa energia do forte

    Tem em cada um de ns um soldado

    Se preciso a marchar para a morte

    Amrica sempre na frente

    A vitria h muito seu hall

    Vigoroso, tenaz e valente

    Passa, dribla, chuta

    Gol! Gol!

    Assim, tematizando as msicas dos clubes, Silva & Santos (2006) constituem o seguinte quadro cronolgico:

    Cronologia dos temas dos hinos de futebol de clubes brasileiros

    As primeiras dcadas - 1930 O futebol substituindo a guerra1930 - 1937 O futebol substituindo a paixo

    1937 - 1946 O futebol substituindo o trabalho

    1946 - 1964 O futebol substituindo as grandes personalidades

    1964 - 1979 O futebol substituindo a revolta social

    1979 - 1990 O futebol substituindo o individualismo

    Nota-se, portanto, a identidade que o torcedor estabelece com seu time atravs das letras das msicas dos clubes,seja atravs dos hinos oficiais ou de hinos populares entoados pelas torcidas.

    Esse contedo se torna uma excelente ferramenta educacional, pois esto presentes, com muita fora, na vida detodo brasileiro. Mais do que imaginamos, a musicalidade dos hinos de futebol permeiam este imaginrio brasileiro.

    Toda partida de futebol constituda por gestualidades e sonoridades. Os passes, dribles, chutes, carrinhos e abraosso gestos que no contexto de uma partida somam-se a apitos, exclamaes, gritos, advertncias, palmas, vaias,cnticos, enfim, sons que proporcionam ao espetculo ritmo e cadncia particulares modalidade.

    Na dcada de 1940 o gran de compositor e radialista Lamartine Babo criou e divulgou em seu programa O trem daalegria, na rdio Maryink Veiga, hinos populares dos clubes de futebol que tornaram-se amplamente conhecidospor suas respectivas torcidas.

    Lamartine Babo vestido de diabo. Mascote do Amrica Football Club.

    A forte divulgao e aceitao desses hinos populares parece ter ocultado os hinos oficiais que, em sua maioria,surgiram nos clubes de futebol no incio do sculo XX.

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    Os hinos populares de Lamartine Babo, foram compostos em ritmo de marcha carnavalesca, comlinguagem bem popular e contaram na dcada de 1940 com ampla divulgao pelo rdio e nos estdiosde futebol. Este fato inspirou compositores de todo o Brasil a comporem hinos mais populares que ficariam,para sempre, marcados na memria do torcedor brasileiro. Veja alguns exemplos dos hinos populares:

    Salve o Corinthians, o campeo dos ca mpees, eternamente dentro dos nossos coraes...(Corinthians)

    Nos gramados de Minas Gerais, temos pginas hericas imortais. Cruzeiro, Cruzeiro, querido, Tocombatido, jamais vencido...(Cruzeiro)

    Uma vez Flamengo, sempre Flamengo, Flamengo sempre eu eis de ser...(Flamengo)

    Teus astros cintilam num cu sempre azul, vibra o Brasil inteiro, com o clube do povo do RioGrande do Sul... (Internacional)

    Mais um, mais um Bahia, mais um, mais um ttulo de glria ...(Bahia)

    Neste sentido, podemos estabelecer uma enorme gama de atividades pedaggicas para se trabalhar com os hinos defutebol e seus contedos, alm de pensar a cultura local a fim de tornar nossa prtica docente ainda mais eficiente.

    Entender a relao dos hinos com a popularizao do futebol;

    Entender o contexto social na criao dos hinos;

    Ampliar o horizonte cultural e vocabular;

    Fazer uma associao das palavras usadas no passado com as usadas atualmente.

    Ao se trabalhar a cultura musical inserida nos hinos dos clubesde futebol o educador deve priorizar os seguintes objetivos deaprendizagem:

    Fica a Dica

    Filmes para levar para aaula Sinopse Direo / Ano

    Rio 40 Graus

    O Rio de Janeiro na viso de cincomeninos de rua neg ros e pobres,

    que vendem amendoim em cincopontos da cidade, contrastando-se com a riqueza de parte doshabitentes. A tenso diminui noescurecer, quando vo para o ensaioda escola de samba.

    Nelson Pereira dos Santos / 1955

    Asa Branca, um sonho brasileiro

    O filme narra a trajetria de umjogador de futebol, desde o incioda sua carreira em uma cidade dointerior de So Paulo at o triunfoem uma Copa do Mundo

    Djalma Limongi / 1981

    Pra Frente Brasil

    Em 1970, na poca dos anosde chumbo e do dito milagreeconmico, o Brasil vibra coma Seleo Brasileira de Futebolna Copa do Mundo sediada no

    Mxico. Enquanto isso, prisioneirospolticos so torturados por agentesda represso oficial e inocentestambm acabam sendo vtimasdessa violncia.

    Roberto Farias / 1982

    Boleiros era uma vez o futebol...

    Confrontando-se diariamente coma violncia existente na favela emque vive, jovem v como nicasada tornar-se um jogador defutebol profissional para, destaforma, ajudar sua famlia a ter uma

    vida melhor, longe das gangues, dasdrogas e da misria.

    Ugo Giorgetti / 1998

    Uma histria de futebol

    O time infantil de futebol Setede Setembro da cidade de Bauru

    vive a expectativa de disputar umapartida final em 30 de dezembrode 1950 contra o adversrio Baroda Noroeste. A grande esperanado treinador Lando (mecnicoex-futebolista que manca de umaperna) de ganhar a Taa Jlio Ra-malho o jogador Dico (apelido deinfncia de Pel).

    Paulo Machline / 1998

    Obs.: Atentar para a classificao etria dos filmes.

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    Musicas sobre o tema:

    Na cadncia do samba Luiz Bandeira;

    O campeo, meu time Neguinho da Beija Flor;

    O futebol Chico Buarque;

    Meio de Campo Gilberto Gil;

    uma partida de futebol Skank;

    L vai pitomba Luiz Gonzaga;

    Aqui o pas do futebol Milton Nascimento, Wilson Simonal e Dade;

    Brazuca Gabriel o pensador;

    Bola Fernando Porto;

    Aquarela brasileira Martinho da Vila.

    OBS.: A fim de enriquecer o trabalho e mant-lo contemporneo, o educador poder solicitar aos educandos queapresentem propostas de msicas para abordagem.

    ENTRANDO EM CAMPO

    Considerando o panorama apresentado, seguem abaixo sugestes de atividades para se trabalhar a temtica Culturadurante uma atividade de futebol. Lembrando que o aprendizado um processo, que deve seguir um fluxo contnuo.Uma atividade pontual no far com que os educandos explorem todas as possibilidades de um tema.

    Ao se introduzir uma temtica para um grupo de adolescentes e jovens deve se pensar em planejamento. Comodeve ser a primeira aula? Qual a atividade que mais se encaixa para a realidade desta turma e dessa localidade? Emquantas aulas eu devo trabalhar a temtica Cultura para esse grupo especfico?

    Essas so as principais questes que o educador deve ponderar para elaborar seu planejamento. As atividades abaixoso apenas ilustraes, pois com criatividade e reflexo sobre a realidade que nos apresentada, possvel ampliar ohorizonte para possibilidades infinitas. Dito isto, mos obra, ou melhor, ps na bola!

    Atividade 1: Jogo dos Hinos de Futebol

    Subtema Msica de clubes /resgate histrico

    Elemento transversal Torcida

    Descrio da

    atividade

    Um jogo onde os participantes elaboram perguntas especficas tendo como respostasomente sim ou no. Ocorre sob a mediao do educador. Os participantes aodescobrirem o nome do time de futebol precisam cantar um trecho ou refro do hinodo clube para conquistar 1 ponto.

    Objetivo da atividade- Conhecer os diferentes hinos de futebol;- Despertar o interesse pelo conhecimento antropolgico do futebol.

    Durao 15 a 20 minutos

    Momento para ser

    usada

    Parte final da aula

    Equipe necessria 1 educador

    N de participantes A partir de 10 educandos

    Faixa etria 14 a 17 anos

    Gnero Masculino e feminino

    Material necessrio Papel e caneta

    Passo a passo

    O educador explicar a atividade aos participantes; Em conjunto com a turma o educador escolher 10 nomes de time de futebol; Dividir a turma em duas equipes e escolher um capito para cada uma delas; Definir a ordem para iniciar o jogo; Uma das equipes dever tirar um dos nomes selecionados no incio da aula devendo

    manter segredo (no falar o nome para a outra equipe);

    Realizando perguntas diretas, a outra equipe tentar adivinhar o clube que foisorteado; Ex:

    - As cores do time so vermelha e preta? Sim ou no? - Esse time j foi campeo brasileiro? Sim ou no? - Tem como mascote o urubu? Sim ou no? - O time da regio nordeste do Brasil? Sim ou no? - Foi campeo brasileiro de futebol em 1987? Sim ou no? Resposta: Sport A equipe que pegou o papel com nome do time s pode responder Sim ou No e

    a outra s pode realizar perguntas que tenham essas opes como resposta; Cada equipe s poder fazer 5 perguntas; Para ganhar o ponto, aps ter acertado o nome do time, a equipe ter que cantar

    o trecho ou refro do hino desse clube. Caso no acerte, o ponto ir para a equipeadversria.

    Cada equipe ter 5 tentativas. Ganha o jogo quem ao final delas fizer mais pontos.

    Reflexo

    Ao final da atividade o educador dever organizar os participantes em crculo e debatersobre os times de futebol, seus hinos, histrias e curiosidades a fim de despertar nosparticipantes o interesse pelas suas origens e formaes.

    Fica a dica recomendvel que o sorteio do nome dos times seja feita em uma aula anterior paraque os participantes possam pesquisar o hino desses clubes e aprender o refro.

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    Atividade 2: Futebol i ntergeracional

    Subtema Cultura local

    Elemento transversal Torcida

    Descrio da atividadeJogo entre duas equipes mistas composta pelos participantes (jovens) e seus respectivosresponsveis, cujo objetivo a troca de experincias com relao ao futebol nos temposem que os responsveis eram os jovens.

    Objetivo da atividade- Promover um conhecimento a respeito da prtica do futebol na comunidade, regras ehistrias (times locais e campeonatos);- Promover uma troca intergeracional.

    Durao 50 minutosMomento para serusada

    Parte principal da aula

    Equipe neces sria 1 educador

    N de participantes Mnimo 10 educandos e 10 responsveis.

    Faixa etria 14 a 17 anos

    Gnero Masculino e feminino

    Material necessrio- 1 bola de futebol- Coletes (duas cores, para diferenciar as equ ipes)- 1 apito- 1 cronmetro ou relgio

    Passo a passo

    Realizar uma roda de conversas onde os participantes combinaro as regras dojogo. O educador deve sugerir que cada tempo seja jogado por uma regra;

    ex: Primeiro tempo. Regras antigas da poca dos pais e avs dos educandos; Segundo tempo: regras atuais do futebol; Dividir o grupo em duas equipes, uma de pais ou responsveis e uma de jovens; O grupo jogar a partida de futebol e a medida que converter o gol trocar um de

    seus jogadores com o da outra equipe, at que cada equipe saia da configuraoinicial;

    Sero 2 tempos de 20 minutos e a ideia que todos participem.

    Reflexo

    Cada idade tem suas caractersticas e diferenas que podem contribuir para agregarvalores e conhecimento sobre a cultura e os hbitos daquele grupo. O educador nessemomento dever estimular os pais e responsveis a narrar como acontecia os encontrospara realizao das partidas de futebol na comunidade, focando na socializao dacomunidade, nos times que se formaram no bairro e o que isso contribuiu para oconvvio e bem-estar de todos.

    Fica a dica

    muito importante que o educador j tenha um conhecimento prvio da histria dessacomunidade para que possa interv ir e mediar no momento de reflexo. Nesse momento,seria muito interessante que os pais ou responsveis trouxessem fotos dos encontrosesportivos ou culturais de sua poca.

    Atividade 3: Jogo dos mascotes do futebol

    Subtema A histria do futebol

    Elemento transversal Torcida

    Descrio da atividade

    um jogo da memria onde os mascotes dos times estaro dispostos de formaaleatria com a imagem voltada para baixo. medida que o participante virar duasfiguras que sejam iguais, ele deve dizer a que time ela pertence e ler a histria damesma para todo o grupo. Cada vez que o participante acertar ganhar o direito decobrar um pnalti.

    Objetivo da atividade- Despertar nos participantes o interesse pela histria dos clubes.

    Durao 15 a 20 minutos

    Momento para serusada

    Parte final da aula

    Equipe neces sria 1 educador

    N de participantes Mnimo de 10 participantes

    Faixa etria 14 17 anos

    Gnero Masculino e Feminino

    Material necessrio- 1 bola de futebol- 1 folha ofcio com as histrias respectivas de cada mascote- 2 cpias de cada mascote

    Passo a passo

    O educador dever reunir os participantes em crculo e posicionar as peas doquebra cabea no centro;

    No sentido horrio pede para que cada participante, um por vez, levante e v aocentro da roda para escolher dois cards. Se forem ig uais, o participante ter que dizera que time pertence o mascote e caso acerte ter que ler para todos o significado dele

    com o clube; Cada acerto dar ao participante o direito a uma cobrana de pnalti; A medida que as figuras vo sendo tiradas, o participante segura os cards para que

    no fiquem junto com os outros. A ideia que sobre apenas uma dupla de mascotes.Se ainda restar participantes sem realizar a atividade o educador dever recolocar de

    volta ao centro essas figuras; O participante que acertar a pergunta poder escolher outro participante presente

    no crculo para defender sua cobrana penal.

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    Palmeiras - mascote: PorcoO presidente corintiano Wadih Helu, em 1969, se referiu aos rivais usando o apelidodado aos fascistas. Aps 17 anos, o grito de porco parou de soar ofensivo e foi adotadopelos alviverdes.

    Fluminense - mascote: CartolaFoi criado em 1943, pelo chargista argentino L orenzo Mollas. A ideia era ter um mascotedistinto que representasse as origens aristocratas do tricolor.

    Santos - mascote: PeixeNa dcada de 1930, enfrentando o So Paulo da Floresta, os torcedores rivais chamaramos santistas, que vinham do litoral, de peixeiros. O Santos tomou 5 a 1, mas ganhou ummascote.

    Grmio - mascote: MosqueteiroCriado pelo chargista Pompeu, em 1946. Assim como o similar corintiano, o mosqueteirogremista representa a garra e a valentia que sempre foram marca do imortal tricolor.

    Internacional - mascote: Saci

    Substituiu outro mascote: um rapaz negro que reforava a origem popular do Inter.O personagem folclrico representava o futebol do time que pregava peas nos rivais nosanos 50.

    Corinthians - mascote: Mosqueteiro

    Em 1929, o Timo bateu o Barracas, da Argentina, com muita raa em campo. No diaseguinte, o jornalista Thomas Mazzoni publicou que o coringo venceu com fibra demosqueteiro.

    Vasco - mascote: Comerciante Portugus

    Representando as origens do Vasco da Gama nome que homenageia o grande navegadorportugus o mascote bigodudo, barrigudo e com tamancas foi adotado nos anos 40.

    Flamengo - mascote: Urubu

    Os flamenguistas eram chamados de urubus pelo time ser popular entre os pobres. Em1969, a torcida soltou um urubu no campo do Maracan e o mascote deu sorte contra oBotafogo.

    Botafogo - mascote: BiribaEm 1948, o zagueiro Maca levou seu vira-lata para um jogo que o Fogo venceu. Porordens do dirigente Carlito Rocha, o cachorro passou a frequentar os jogos e virouamuleto do ttulo carioca invicto.

    So Paulo - mascote: santo So Paulo

    Foi criado na dcada de 40 por um cartunista do jornal A Gazeta Esportiva, a imagem dosanto agradou a todos os so paulinos e permanece at hoje como mascote oficial do clube.O verdadeiro santo morreu jovem, mas o smbolo um velhinho.

    Atltico-PR - Mascote: Furaco

    O Atltico passou pelo estadual de 1949 como um furaco: onze vitrias seguidas e apenasuma derrota na ltima rodada. A mdia de gols do time foi superior a 4 por jogo.

    Natico - mascote: TimbuEm 1934, o time passou o intervalo de um jogo em campo, tomando umas doses paraaquecer. A torcida rival gritava timbu, timbu bicho que seria chegado a bebida.

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    Atltico-MG - Mascote: Galo

    Em 1945, Mangabeira desenhou um galo para simbolizar o esprito de luta do clube. Nosanos 50, o volante Z do Monte entrava em campo com o animal, que caiu no gosto damassa.

    Cruzeiro - Mascote: Raposa

    Surgiu como uma homenagem do chargista Mangabeira a Mario Grosso, presidente doclube entre 1942 e 1947. Segundo o desenhista, foi criado porque Grosso era astuto comouma raposa.

    Bahia - mascote: super-homem

    O apelido tricolor de ao inspirou o cartunista Ziraldo a criar o mascote super-heroicoem 1979. A diferena para o original so as cores do clube sai o amarelo e entra o branco.

    Coritiba - mascote: vovRepresenta um torcedor de verdade: o alemo Max Kopf (1875-1956). Ele foi adotadocomo smbolo do clube em 1957, por acompanhar o Coxa desde a fundao, em 1909.

    Atividade 4: Festival Gastronmico

    Subtema Cultura local

    Elemento transversal Torc ida

    Descrio da atividadeOs participantes pesquisaro e faro um festival de comidas tpicas do lugar emque vivem.

    Objetivo da atividade

    - Tornar conhecido os aspectos da cultura culinria local. Valorizando-a epesquisando o contexto de seu surgimento;- Resgatar a tradio gastronmica local;

    - Fazer com que os jovens percebam que as comidas tpicas do local em que vivemtambm fazem parte da cultura e precisam ser preservadas.

    Durao De 50 a 60 minutos.

    Momento para ser usada Parte principal.

    Eq uipe necessr ia 1 educador.

    N de participantes Mnino de 20 participantes

    Faixa etria De 14 a 17 anos

    Atividade 4: Festival Gastronmico

    Gnero Masculino e feminino

    Material necessrio Cada grupo necessitar de materiais especficos.

    Passo a passo

    Em uma aula anterior o educador falar um pouco sobre a cultura culinrialocal, as tradies gastronmicas e dividir os participantes em grupos para quepossam pesquisar as comidas tpicas regionais, o contexto de sua origem e asreceitas das mesmas;

    O educador pedir que cada grupo se encarregue de trazer no prximo encontroum prato de uma comida tpica local, com o intuito de realizar um festival

    gastronmico. No momento da diviso dos grupos, o educador dever ter apreocupao de no expor o educando que, porventura no tenha condio delevar nenhum prato, assim, a diviso dos grupos dever ser de acordo com aspossibilidades dos componentes de participar da dinmica;

    O educador solicitar que no dia do festival os participantes apresentem oprato que preparam (contando sua histria, curiosidades e outras informaesrelevantes).

    Reflexo

    Depois do festival gastronmico o educador reunir todos os participantes emcrculo e relembrar os objetivos da atividade. Reflita junto aos participantes se osobjetivos foram alcanados e acrescente informaes interessantes que, porventura,tenham ficado de fora das apresentaes.

    Fica a dicaEducador incentive os participantes a usarem a criatividade para a apresentao dospratos, como por exemplo, usar os trajes tpicos ou utilizar msicas e danas locais.

    Atividade 5: Quem canta seus males espanta

    Subtema Cultura local

    Elemento transversal Torc ida

    Descrio da atividadeOs participantes compartilharo com os colegas seus gostos musicais e explicaro oque os fazem gostar de determinada msica ou ritmo.

    Objetivo da atividade

    - Explorar e compreender o gosto musical dos jovens;- Entender, por meio das letras das msicas ouvidas pelos jovens, o contexto emque vivem;- Ampliar o conhecimento musical local dos participantes.

    Durao De 30 a 40 minutos

    Momento para ser usada Parte inicial da aula

    Equipe necessria 1 educador

    N de participantes Mnimo de 10 participantes

    Faixa etria De 14 a 17 anos

    Gnero Masculino e femininoMaterial necessrio Aparelho para reproduo de udio

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    Atividade 5: Quem canta seus males espanta

    Passo a passo

    O educador pedir num encontro anterior que os participantes escolham amsica ou ritmo que mais gostam e pensem no porqu da escolha. Pedir quetragam a msica ou ritmo no prximo encontro (cd e pendrive);

    Na aula seguinte, cada participante apresentar sua msica/ritmo e explicar asrazes pela escolha;

    Em seguida todos ouviro a msica escolhida pelo colega;

    Aps todos apresentarem suas canes, o educador apresentar msicas/ritmos eartistas locais, falando sobre sua origem e histria. Pergunte aos participantes se

    conhecem o material que voc apresentou.

    Reflexo

    Em crculo, relembre aos participantes os objetivos da atividade. Estimule osparticipantes a pensarem se a msica/ritmo escolhida por eles dialoga com arealidade dos mesmos e de que forma isso acontece. Questione se a msica escolhidapelos jovens tem alguma relao com um ritmo local.

    Fica a dica

    Faa uma pesquisa sobre as msicas e ritmos locais. Leve material como vdeo,imagens e msicas, para tornar a atividade dinmica e mais acadmica.

    Para um melhor aproveitamento da atividade, a mesma poder ser dividida e m trspartes. Desta forma, poderiam ser apresentadas de 1 a 3 msicas por aula.

    Atividade 6: Mostra de Talentos

    Subtema Cultura local

    E lement o t ransver sa l Cam isa

    Descrio da atividade Produo e exposio de trabalhos artsticos e culturais

    Objetivo da atividade

    - Promover a integrao entre educadores, educandos e responsveis e a valorizaode tcnicas e conhecimentos culturais e artsticos produzidos pelos educandos;

    - Promover a expanso da cultura local ampliar sua difuso por meio de exposies.

    Durao 1 ms, ocorrendo por dois dias, semanalmente

    Momento para ser usada A preparao nas aulas e as exposies em datas previamente agendadas

    Equipe necessria Produo e organizao de eventos, jovens e responsveis.

    CRP

    Atividade 6: Mostra de Talentos

    N de participantes Mnimo de 10 participantes

    Faixa etria De 18 a 24 anos

    Gnero Masculino e feminino

    Material necessrio A ser verificado a partir das inscries no evento

    Passo a passo

    O educador abrir inscries prvias para as pessoas enviarem suas propostas detrabalho, e em seguida, organizar as propostas por categorias (teatro, tcnicascircenses, msica, manifestaes culturais, etc.) com a ajuda das informaes

    coletadas na inscrio; Preparao do evento, divulgao e envio de convites para o dia da abertura; Acompanhamento e subsdio as atividades que esto sendo preparadas; Exposio de trabalhos artsticos e culturais, em diversas linguagens, conforme as

    habilidades apresentadas.

    Reflexo Integrao entre pais, filhos e educadores; Vivncia e participao na produo e realizao de grandes eventos. Conversar sobre a importncia do convvio familiar

    Fica a dicaFaa uma pesquisa prvia sobre esquetes, prticas de artesanato, msicas, danas eoutras manifestaes culturais e compartilhe com os educandos para inspir-los narealizao deste trabalho. O tema do festival pode ser futebol!

    Referncias Bibliogrcas

    ARAJO, Sebastio. O Futebol e seus fundamentos: o futebol fora a servio da arte. Rio de Janeiro:Imago, 1976.

    CANCLINI, Nstor Garca. A globalizao imaginada. Trad. Srgio Molina. So Paulo: Iluminuras,2003.

    FREIRE, Paulo. Ao cultural para a liberdade. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.

    GIL, Gilson. O drama do Futebol-Arte: o debate sobre a seleo nos anos 70. Revista Brasileira deCincias Sociais, Ano 9, n 25, p 100-109, 1994.

    HOBSBAWN, Eric. HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos: o Breve Sculo XX. (1914-1991). SoPaulo, Companhia das Letras, 2003.

    LUCENA, Ricardo. Futsal e a iniciao. 5 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2001.

    SILVA, Carlos Leonardo Bahiense da. Sobre O negro no futebol brasileiro, de Mario Filho. In: SILVA,Francisco Carlos Teixeira da; SANTOS, Ricardo Pinto dos. Memria Social dos Esportes: futebol e poltica: aconstruo de uma identidade n acional. Rio de Janeiro: Mauad: Faperj, 2006.

    SOUZA, Bruno de Castro. HINOS OFICIAIS E HINOS POPULARES COMOREPRESENTAES SIMBLICAS DOS PRINCIPAIS CLUBES DE FUTEBOL DO RIO DE

    JANEIRO: A CONTRIBUIODE LAMARTINE BABO. 211 f. Dissertao (Mestrado) UniversidadeCastelo Branco. Rio de Janeiro, 2009.

    VALLADO, Rafael. Saberes do corpo: capoeira, cultura corporal e educao. 2012. 83 f. Dissertao(Mestrado) Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Educao, Rio de Janeiro, 2012.

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