fundação nacional de saúde informe...

103
SUS IE IE Ministério da Saúde Fundação Nacional de Saúde Centro Nacional de Epidemiologia Brasil FUNASA Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar na Vigilância e Monitoramento de Doenças de Notificação Compulsória Evaluation of the Hospital Information System (SIH/SUS) as a Complementary Information Source fo Surveillance and Monitoring of Notifiable Diseases Sistema de Informações Hospitalares - Fonte Complementar na Vigilância e Monitoramento de Doenças Imunopreveníveis Hospital Information System - Complementary Source for Surveillance and Monitoring of Immune-Preventable Diseases Sistema de Informações Hospitalares - Fonte Complementar na Vigilância e Monitoramento das Doenças de Veiculação Hídrica Hospital Information System - Complementary Source for Surveillance and Monitoring of Water-Borne Diseases Sistema de Informações Hospitalares - Fonte Complementar na Vigilância e Monitoramento das Doenças de Transmissão Vetorial Hospital Information System - Complementary Source for Surveillance and Monitoring of Vector-Borne Diseases Sistema de Informações Hospitalares - Fonte Complementar na Vigilância e Monitoramento das Doenças Transmitidas entre Pessoas Hospital Information System - Complementary Source for Surveillance and Monitoring of Person-to-Person Transmitted Diseases ISSN 0104-1673 Volume 9 - Nº 2 Abr/Jun 2000 INFORME EPIDEMIOLÓGICO DO SUS INFORME EPIDEMIOLÓGICO DO SUS

Upload: phungkiet

Post on 31-Jan-2018

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

SUSIEIE

Ministério da SaúdeFundação Nacional de Saúde Centro Nacional de EpidemiologiaBrasil

FUNASA

Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como FonteComplementar na Vigilância e Monitoramento de Doenças de Notificação CompulsóriaEvaluation of the Hospital Information System (SIH/SUS) as a Complementary Information Source for Surveillance and Monitoring of Notifiable DiseasesSistema de Informações Hospitalares - Fonte Complementar na Vigilância e Monitoramento de Doenças ImunopreveníveisHospital Information System - Complementary Source for Surveillance andMonitoring of Immune-Preventable DiseasesSistema de Informações Hospitalares - Fonte Complementar na Vigilânciae Monitoramento das Doenças de Veiculação HídricaHospital Information System - Complementary Source for Surveillanceand Monitoring of Water-Borne DiseasesSistema de Informações Hospitalares - Fonte Complementar na Vigilância eMonitoramento das Doenças de Transmissão VetorialHospital Information System - Complementary Source for Surveillance andMonitoring of Vector-Borne DiseasesSistema de Informações Hospitalares - Fonte Complementar na Vigilância eMonitoramento das Doenças Transmitidas entre PessoasHospital Information System - Complementary Source for Surveillance andMonitoring of Person-to-Person Transmitted Diseases

ISSN 0104-1673Volume 9 - Nº 2 Abr/Jun 2000

INFORMEEPIDEMIOLÓGICO DO SUSINFORMEEPIDEMIOLÓGICO DO SUS

Page 2: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

25.000 exemplares

Editoração EletrônicaEdite Damásio da SilvaMarcos Antonio Silva de Almeida

Revisão de Texto

Waldir Rodrigues Pereira

Projeto Gráfico e Editorial

André Falcão Tatiana Portela

Tiragem

CVE/SES - SPFIOCRUZ - RJFCM/UNICAMP - SPISC/UFBA - BAFM/USP - SPENSP/FIOCRUZ - RJDSC/UNB - DFATPS/MS - DF

Comitê Editorial

José Cássio de Moraes Maria Cecília de Souza MinayoMariliza Berti de Azevedo BarrosMaurício Lima BarretoMoisés GoldbaumPaulo Chagastelles Sabroza Pedro Luiz TauilAntonio Ruffino Netto

Editor Geral

Jarbas Barbosa da Silva Júnior

Consultores

Albertino Alexandre Maciel Maria Adelaide MillingtonFábio de Barros Correia Gomes Expedito LunaFabiano Geraldo Pimenta JúniorMaria de Lourdes Souza MaiaLenita Nicoletti Marcia Furquim Maria da Glória Teixeira Maria Lúcia Penna

Editores Executivos

Maria Regina F. Oliveira Maria Margarita Urdaneta GutierrezJulio Alberto Wong-Un Valter Chaves Costa Ana Maria Johnson de Assis

CENEPI/FUNASA-DFCENEPI/FUNASA-DFCENEPI/FUNASA-DFCENEPI/FUNASA-DFCENEPI/FUNASA-DFCENEPI/FUNASA-DFFIOCRUZ - DFFSP/USP - SPUFBA - BAUFRJ - RJ

CENEPI/FUNASA-DFCENEPI/FUNASA-DFCENEPI/FUNASA-DFCENEPI/FUNASA-DFCENEPI/FUNASA-DF

CENEPI/FUNASA-DF

...................................

........................................................

.............................................

...................................

Os artigos publicados são de responsabilidade dos autores. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.

1999. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde

Informe Epidemiológico do SUSIESUS

O Informe Epidemiológico do SUS é distribuído

gratuitamente. Para recebê-lo, escreva para o CE-

NEPI/FUNASA no endereço:

Setor de Autarquias Sul, Qd. 4, Bl. N, Sala 612

70.050-902 Brasília - DF

ou para o endereço eletrônico [email protected]

A versão eletrônica do IESUS está disponível na

Internet:

http://www.fns.gov.br/cenepi/publicações.htm

Informe Epidemiológico do SUS/Centro Nacional de Epidemiologia, coord. - Brasília : Ministério da Saúde : Fundação Nacional de Saúde, 1992 -

ISSN 0104-1673

1. Epidemiologia

FICHA CATALOGRÁFICA

Page 3: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

S U M Á R I OS U M Á R I OS U M Á R I OS U M Á R I OS U M Á R I O................................................................................

volume 9, nº 2volume 9, nº 2volume 9, nº 2volume 9, nº 2volume 9, nº 2abril/junho de 2000abril/junho de 2000abril/junho de 2000abril/junho de 2000abril/junho de 2000

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U SInforme Epidemiológico do SUS

Editorial

Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS comoFonte Complementar na Vigilância e Monitoramento de Doenças deNotificação Compulsória - Evaluation of the Hospital Information System(SIH/SUS) as a Complementary Information Source for Surveillance andMonitoring of Notifiable DiseasesAntonio da Cruz Gouveia Mendes, Jarbas Barbosa da SIlva Junior, Kátia RejaneMedeiros, Tereza Maciel Lyra, Djalma Agripino de Melo Filho e Domício Aurélio de Sá.

Sistema de Informações Hospitalares - Fonte Complementar naVigilância e Monitoramento de Doenças Imunopreveníveis - HospitalInformation System - Complementary Source for Surveillance andMonitoring of Immune-Preventable DiseasesTereza Maciel Lyra, Antonio da Cruz Gouveia Mendes, Jarbas Barbosa da Silva Junior,Petra Oliveira Duarte, Djalma Agripino de Melo Filho e Paulette Cavalcanti de Albuquerque.

Sistema de Informações Hospitalares - Fonte Complementar naVigilância e Monitoramento das Doenças de Veiculação Hídrica -Hospital Information System - Complementary Source for Surveillanceand Monitoring of Water-Borne DiseasesAntonio da Cruz Gouveia Mendes, Kátia rejane Medeiros, Sidney Feitosa Farias, FábioDelgado Lessa, Carolina Novaes Carvalho e Petra Oliveira Duarte.

Sistema de Informações Hospitalares - Fonte Complementar naVigilância e Monitoramento das Doenças de Transmissão Vetorial -Hospital Information System - Complementary Source for Surveillanceand Monitoring of Vector-Borne DiseasesAntonio da Cruz Gouveia Mendes, Paulette Cavalcanti de Albuquerque, Fábio DelgadoLessa, Rômulo Maciel Filho, Sidney Feitosa farias, Tadzia Oliveira Montenegro.

Sistema de Informações Hospitalares - Fonte Complementar naVigilância e Monitoramento das Doenças Transmitidas entre PessoasHospital Information System - Complementary Source for Surveillanceand Monitoring of Person-to-Person Transmitted DiseasesJarbas Barbosa da Silva Junior, Antonio da Cruz Gouveia Mendes, Tereza de JesusCampos Neta, Tereza Maciel Lyra, Kátia Rejane Medeiros e Domício Aurélio de Sá.

Normas para Publicação

65

67

87

111

125

137

163

Page 4: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

6 56 56 56 56 5

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

Editor ialEd i tor ialEd i tor ialEd i tor ialEd i tor ial

Fontes de Informação Complementares para a VigilânciaFontes de Informação Complementares para a VigilânciaFontes de Informação Complementares para a VigilânciaFontes de Informação Complementares para a VigilânciaFontes de Informação Complementares para a VigilânciaEpidemiológica de Doenças de Notificação CompulsóriaEpidemiológica de Doenças de Notificação CompulsóriaEpidemiológica de Doenças de Notificação CompulsóriaEpidemiológica de Doenças de Notificação CompulsóriaEpidemiológica de Doenças de Notificação Compulsória

Os serviços de saúde do paísregistram uma grande quantidade de dadospor meio de vários sistemas de informação(SIS) que apresentam objetivos, usos elógicas diversos. Os dados e as informaçõesexistentes nestes SIS são produzidos porsetores da saúde, como: a vigilânciaepidemiológica, as estatísticas vitais ouainda a administração e gestão de serviços,e a informação gerada é a fonte deretroalimentação destes setores para aanálise, avaliação e planejamento de suasatividades. Exemplos de grandes bases dedados nacionais geradas pelos setores daSaúde, são: o Sistema de Informações sobreMortalidade (SIM), Sistema de Informaçõessob re Nasc idos Vi vos (S INASC) ,Sistema de Informações sobre Agravosde Notificação (SINAN), Sistema deInformações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) e Sistema de Informações Hospitalaresdo SUS (SIH-SUS).

A coleta sistemática de dados, aanálise, a produção de informação, assimcomo a disseminação oportuna, visandoações tempestivas de prevenção e controle,consti tuem as atividades básicas davigilância epidemiológica (VE). A VEdas chamadas Doenças de NotificaçãoCompulsória (DNC) tem como principalfonte de informação a notificação para oSINAN, gerada principalmente pelosserviços ambulatoriais.

Com objetivos diversos da VE, nadécada de 70 foram construídos osprimeiros modelos de Sistemas deInformação para uso hospitalar, paracontrole do pagamento dos serviçosprestados pelos hospitais contratados. Coma implantação do SUS em 1991, estessistemas originaram o SIH-SUS, queabrange os dados gerados pelo sistemahospitalar do SUS, o que equivale a 70%das internações no país. O SIH-SUS permite

o gerenciamento dos recursos financeirose o planejamento de ações do setorassistencial.

N o p r o c e s s o c o n t í n u o d efortalecimento da VE, a busca de fontesalternativas de informação deve ser uma dasprerrogativas dos Serviços de Saúde. Autilização de processos ativos de VE e ouso de inquéritos epidemiológicos sãoexemplos de coleta de dados de usocomplementar à not i f icação passivad a s DNC, ou mesmo para monitorarprimariamente situações epidemiológicasespecíf icas e agravos que não estãodefinidos nesta categoria.

Neste sentido, o Centro Nacional deEpidemiologia vem buscando aperfeiçoarnovas metodologias, que possam produzirinformações complementares às ações deVE. O SIH-SUS, pela magnitude dos dadosgerados, agilidade do sistema e fácil acesso,constitui-se uma fonte promissora para seravaliada quanto a este papel.

Este número publica os primeirosresultados de estudo, inovador, realizadocom o objetivo de, descritivamente, avaliaras potencialidades do SIH-SUS como fontede informação complementar para algumasdas DNC. Secundariamente, o estudofornece subsídios para o aperfeiçoamentodo SIH-SUS e do SINAN, por meio decríticas aos sistemas, ao se detectareminconsistências. Foi constatada a grandequalidade da informação gerada pelo SIH-SUS, contrariando a idéia comum de que osistema não é adequado como fonte dedados epidemiológicos. Estudos como estedevem continuar sendo estimulados nosentido de aprofundar a avaliação daspotencialidades do SIH-SUS, assim comode outras ferramentas que possam ser deutilização pela VE, para a incorporaçãoposterior das metodologias na prática dosserviços.

Maria Regina Fernandes de OliveiraEditora Executiva

Page 5: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

6 76 76 76 76 7

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar na Vigilância eSIH/SUS como Fonte Complementar na Vigilância eSIH/SUS como Fonte Complementar na Vigilância eSIH/SUS como Fonte Complementar na Vigilância eSIH/SUS como Fonte Complementar na Vigilância e

Monitoramento de Doenças de Notificação CompulsóriaMonitoramento de Doenças de Notificação CompulsóriaMonitoramento de Doenças de Notificação CompulsóriaMonitoramento de Doenças de Notificação CompulsóriaMonitoramento de Doenças de Notificação Compulsória

Endereço para correspondência: Depto de Saúde Coletiva-NESC / Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães /FIOCRUZ - Rua dos Coelhos, 450 - 1o andar - Coelhos - Recife/PE - CEP: 50.070-550

E-mail: [email protected]

Informe Epidemiológico do SUS 2000; 9(2) : 67-86.

Jarbas Barbosa da Silva JuniorJarbas Barbosa da Silva JuniorJarbas Barbosa da Silva JuniorJarbas Barbosa da Silva JuniorJarbas Barbosa da Silva JuniorCentro Nacional de Epidemiologia / Fundação Nacional de Saúde

Antônio da Cruz Gouveia MendesAntônio da Cruz Gouveia MendesAntônio da Cruz Gouveia MendesAntônio da Cruz Gouveia MendesAntônio da Cruz Gouveia Mendes

Kátia Rejane MedeirosKátia Rejane MedeirosKátia Rejane MedeirosKátia Rejane MedeirosKátia Rejane Medeiros

Tereza Maciel LyraTereza Maciel LyraTereza Maciel LyraTereza Maciel LyraTereza Maciel Lyra

Evaluation of the Hospital Information System (SIH/SUS) as aEvaluation of the Hospital Information System (SIH/SUS) as aEvaluation of the Hospital Information System (SIH/SUS) as aEvaluation of the Hospital Information System (SIH/SUS) as aEvaluation of the Hospital Information System (SIH/SUS) as aComplementary Information Source for Surveillance andComplementary Information Source for Surveillance andComplementary Information Source for Surveillance andComplementary Information Source for Surveillance andComplementary Information Source for Surveillance and

Monitoring of Notifiable DiseasesMonitoring of Notifiable DiseasesMonitoring of Notifiable DiseasesMonitoring of Notifiable DiseasesMonitoring of Notifiable Diseases

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Djalma Agripino de Melo FilhoDjalma Agripino de Melo FilhoDjalma Agripino de Melo FilhoDjalma Agripino de Melo FilhoDjalma Agripino de Melo FilhoDiretoria de Desenvolvimento Social / SUDENE

ResumoEste trabalho teve como objeto a exploração das potencialidades do Sistema de InformaçõesHospitalares - SIH/SUS na vigilância epidemiológica e monitoramento de doenças denotificação compulsória. Os Estados e Regiões do Brasil constituíram a área de estudo, sendoos dados, coletados do SIH/SUS, relativos a internações por doenças de notificação compulsória,do período de 1984 a 1998, e provenientes do Centro Nacional de Epidemiologia-CENEPI, de1980 a 1997. As patologias foram agregadas quanto à necessidade de internação e quanto àdistribuição por Estados e Regiões do país. Os resultados da classificação dos Estados segundoas quatro maiores freqüências absolutas de internações e notificações e a comparação entre anotificação e número de internações de acordo com a necessidade de internamento da patologia,mostraram uma grande coerência entre os dados do CENEPI e do SIH. Concluiu-se que o SIH/SUS tem uma grande agilidade na obtenção dos dados e uma boa capacidade para omonitoramento das patologias analisadas, podendo assim ser uma importante fontecomplementar para vigilância das doenças de notificação compulsória.

Palavras-chaves

Sistema de Informações Hospitalares, Doenças de Notificação Compulsória, VigilânciaEpidemiológica, Monitoramento.

SummaryThe objective of this paper was to explore the potentialities of the Hospital Information System- SIH/SUS for epidemiologic surveillance and monitoring of Notifiable Diseases. The states andregions of Brazil constituted the study area. Data relative to hospital admittances for NotifiableDiseases, during the period from 1984 to 1998, was obtained from the SIH/SUS and data fromthe National Center of Epidemiology – CENEPI, during the period from 1980 to 1997. Databases were linked by pathologies, hospital admittances and by place of occurrence - distributedfor states and regions of the country. The results of the classification of the states according tothe four larger absolute frequencies of admittances and reports and the comparison betweenthe reports and the number of admittances according to the need of admittances for thepathologies, showed a high level of coherence between CENEPI and SIH data. It was concludedthat SIH/SUS has a great agility in obtaining the data and shows a good capacity for monitoringthe analyzed pathologies, being an important complementary source of information forsurveillance of Notifiable Diseases.

Key Words

Hospital Information System; Notif iable Diseases; Epidemiologic Survei l lance;Monitoring.

Domício Aurélio de SáDomício Aurélio de SáDomício Aurélio de SáDomício Aurélio de SáDomício Aurélio de Sá

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Page 6: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

55555 6 86 86 86 86 8

Avaliação do SIH/SUS como Fonte de Informações para Vigilância das DNC

Informe Epidemiológico

do SUS

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução

A abordagem dos sistemas deinformação em saúde, a partir de umaperspectiva complementar, vem-setornando uma área de estudo bastantepromissora, pois, além de identificar asl imitações e as possibi l idades dossistemas tomados isoladamente, poderevelar o resultado da interação entreeles, o que, sem dúvida, contribuirá como aprimoramento da vigi lância emonitoramento das doenças, óbitos eagravos em saúde.

Esta pesquisa teve como objeto detrabalho avaliar as potencialidades doSistema de Informações Hospitalares -SIH/SUS na vigilância epidemiológica emonitoramento de doenças de notificaçãocompulsória (DNC). Foi desenvolvidatendo como pressuposto a idéia de que épossível complementar as informações,obtidas fundamentalmente a partir dosbancos de dados de corte epidemiológicocom outras advindas de outros bancos,como é o caso do SIH-SUS, que dispõede informações sobre 12,5 milhões deinternações anuais ocorridas na rede SUS,no país.

Nessa perspectiva, compararam-seas freqüências de internação por doençasde notificação compulsória, registradasno SIH-SUS, com as freqüências doscasos notificados ao Centro Nacional deEpidemiologia - CENEPI do Ministério daSaúde, no período de 1993 a 1998, a fimde descrever e interpretar aspectosrelativos à magnitude e ao comportamentodo problema obtidos em um e outrosistema.

Informação como Objeto e InstrumentoInformação como Objeto e InstrumentoInformação como Objeto e InstrumentoInformação como Objeto e InstrumentoInformação como Objeto e Instrumentode Trabalhode Trabalhode Trabalhode Trabalhode Trabalho

A informação como objeto deinvestigação passa a ocupar espaço naagenda científica a partir do pós-guerra.A informação desenvolveu-se comopremissa para o pleno funcionamento dasinstituições.1

Todo o processo gerencial e seuconseqüente planejamento devem estarembasados em informações precisas e

disponíveis em “tempo real” para que,de fato, possam ser usadas comoinstrumento para melhoria da qualidadedas decisões.

Para que se cumpram essespressupostos é preciso entender que asinformações estão inseridas no tempo eno espaço de uma determinada situação.Neste sentido, no processo de suaconstrução, devem-se considerar asseguintes questões: Por que seráregistrada a informação? Para que, porquem e como será utilizada? Por quantotempo será útil?2

Outro aspecto relevante a serobservado é a relação da informação comos atores sociais que a utilizam, pois oestudo da informação pressupõe apossibilidade de definição de váriosobjetos, segundo o olhar e paradigma noqual se está inserido.1

No setor saúde, o conhecimento, aavaliação e a intervenção nas situaçõesepidemiológicas também pressupõem adefinição de problema de saúde e suaintervenção requer uma análise destasituação.

A construção de indicadores, apartir de referências e critérios, podefornecer informações sobre as condiçõesde saúde de uma população, além deserem uti l izados como um dosinstrumentos para o diagnóstico no setorsaúde.3 Nos indicadores, a informaçãodeve ser trabalhada a partir de uma noçãode sistema, ou seja, os Sistemas deInformação em Saúde, permitindo, assim,a produção e o manuseio de diferentesindicadores de saúde, que proporcionemuma intervenção mais efetiva nosproblemas de saúde da população.

Os indicadores podem sercategorizados em: a) de eficiência - quepropõem otimizar a uti l ização dosrecursos da melhor maneira possível,permitindo a avaliação da estrutura dosistema de saúde, como produtividade,capacidade instalada e operacional;b ) de e f i các i a - que ob je t i vama lcançar me lhores resu l tados ,avaliando os processos de trabalho em

A informaçãoA informaçãoA informaçãoA informaçãoA informaçãocomo objeto decomo objeto decomo objeto decomo objeto decomo objeto de

investigaçãoinvestigaçãoinvestigaçãoinvestigaçãoinvestigaçãopassa a ocuparpassa a ocuparpassa a ocuparpassa a ocuparpassa a ocupar

espaço na agendaespaço na agendaespaço na agendaespaço na agendaespaço na agendacientífica a partircientífica a partircientífica a partircientífica a partircientífica a partirdo pós-guerra. Ado pós-guerra. Ado pós-guerra. Ado pós-guerra. Ado pós-guerra. A

informaçãoinformaçãoinformaçãoinformaçãoinformaçãodesenvolveu-sedesenvolveu-sedesenvolveu-sedesenvolveu-sedesenvolveu-secomo premissacomo premissacomo premissacomo premissacomo premissa

para o plenopara o plenopara o plenopara o plenopara o plenofuncionamentofuncionamentofuncionamentofuncionamentofuncionamento

das instituições.das instituições.das instituições.das instituições.das instituições. 11111

Page 7: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

6 96 96 96 96 9

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U SAntonio da Cruz Gouveia Mendes e cols.

volume 9, nº 2abril/junho 2000

saúde (cobertura, concentração deprocedimentos e resolutividade) e, porfim, c) de efetividade - que buscam obtertransformações concretas da situação desaúde, refletindo a avaliação de resultadoscomo aqueles verificados nos indicadoresde morbimortalidade, demográficos,socioeconômicos e ambientais.4

Além disto, o indicador, para ser deboa qualidade, deve possuir simplicidade,validade, disponibilidade, robustez,sinteticidade, discriminatoriedade ecobertura.2

A gestão dos serviços de saúdeexige não só a permanente produção deinformações, mas, também, o seumanuseio, pois se espera que suautilização aprimore as potencialidadescontidas no sistema de informação, alémde ampliar o impacto das ações no próprionível gerencial.

Os Sistemas de Informação emSaúde (SIS), assim como no conceito deinformação, revelam que na definição ena interpretação dos indicadores há umreferencial, um paradigma, o qual tambémestará refletido nas formas de intervençãonos problemas de saúde.2

O Ministério da Saúde identificacomo objetivos dos SIS: avaliar e apoiaro planejamento, a tomada de decisões eas ações em todos os níveis do arcabouçoorganizacional do sistema de saúde;apoiar o desenvolvimento científico etecnológico do setor saúde; subsidiar aavaliação das relações de eficiência eefetividade das políticas, das estratégiase das ações de saúde; apoiar odesenvolvimento e capacitação derecursos humanos no setor saúde; e, porf im, subsidiar no processo decomunicação dos órgãos do setor saúdecom a população.4

A coleta e o processamento dosdados, a produção e a disseminação dasinformações são processos que compõemos SIS,5 que podem ser classificados emsistemas de informação operacionais esistemas de informação gerenciais. Noprimeiro, observa-se a geração deinformações quanto às atividades de

rotina, uti l izando mecanismos pré-estabelecidos, testados e normatizadospara processos de coleta de dados; nosegundo, são geradas informaçõesvoltadas para uma avaliação permanentedas respostas que estão sendo produzidase do impacto obtido sobre a situação desaúde.4

No Brasil , os Sistemas deInformação em Saúde de abrangêncianacional possibilitam inúmeras avaliações,sejam através dos sistemas deinformações assistenciais: Sistema deInformações Hospitalares (SIH) e Sistemade Informações Ambulatoriais (SIA), ouatravés dos sistemas de informaçõesepidemiológicas: Sistema de Informaçãode Mortal idade (SIM), Sistema deInformações sobre Nascidos Vivos(SINASC) e Sistema de Informação deAgravos de Notificação (SINAN).

Os sistemas de informaçõesassistenciais no país conseguem disporde uma importante quantidade de dados,embora careçam de meios que garantamuma maior agregação e compatibilização.Por outro lado, existem outros aspectosproblemát icos quanto à ut i l izaçãodos SIS, como a fidedignidade dasinformações e seu nível de desagregaçãoque limitam sua utilização em diagnósticosde saúde detalhados e precisos, comvistas a subsidiar o planejamento eavaliação de ações de saúde.6

Ainda cabe referir que as principaisfontes de informações nacionais são deresponsabilidade de distintas agênciasprodutoras de informações, gerandomuitas vezes duplicidade de informações,além de divergências conceituais.7

Entre as várias agências, destacam-se a Secretaria de Assistência à Saúde(SAS) do Ministério da Saúde, comogestora do SIH e do SIA/SUS, e aFundação Nacional de Saúde (FUNASA),por meio do Centro Nacional deEpidemiologia (CENEPI), responsávelpelos sistemas SIM, SINASC e SINAN.Além destas, próprias do setor saúde,existem outras que também produzeminformações em saúde, como a Fundação

Page 8: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

55555 7 07 07 07 07 0

Informe Epidemiológico

do SUS

Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE).

Quanto aos aspectos de diálogoentre os sistemas de informações, nãoexiste unicidade nem mesmo dentro dossistemas de informações assistenciais,pois as produções ambulatorial ehospitalar não podem ser cruzadas porquenão há um único cadastro ou nome daunidade. Almeida8 lamenta a inexistênciade complementaridade entre estessistemas, pois a ampliação da base decoleta de dados possibilitaria o aumentode cobertura dos eventos em algumasáreas do país onde há uma escassez deinformações. Mesmo sendo produzidosde forma independente, é o Ministério daSaúde o gestor de todos os sistemasreferidos.7

Com a reintrodução doconhecimento epidemiológico a fim desubsidiar o diagnóstico para a açãoem saúde9 e com a disponibil idadede dados secundários para construçãode indicadores para análisesepidemiológicas, identifica-se a urgênciana revisão de alguns problemasoperacionais e de compatibilização dossistemas de informação de abrangêncianacional. Neste sentido, nenhum doscampos da epidemiologia pode serdesenvolvido sem que haja um suportena informação.4

Além disso, o processo dedescentralização no setor saúde, a partirda criação do Sistema Único de Saúde,tem exigido a expansão de meios etecnologias em saúde capazes de subsidiaro diagnóstico e as ações dos gestores naesfera municipal.9 Com isto, entra emcena outro obstáculo: a inabilidade dostécnicos que compõe os quadrosmunicipais em manusear tais sistemas,seja por desconhecimento de suasvariáveis e potencialidades,8 seja pelaescassez de recursos materiais básicos,como a disponibilidade de computador.

Nesta perspectiva, observam-seiniciativas do Ministério da Saúde,po r meio de seu Departamento deInformática (DATASUS), da Secretaria

de Assistência a Saúde (SAS) e do CentroNacional de Epidemiologia (CENEPI), nosentido de refletir sobre os problemaspresentes nos SIS e criar estratégias comvistas à intervenção na questão.9

Como exemplo deste esforço,destaca-se a estratégia de conformaçãoda Rede Integrada de Informações paraa Saúde (RIPSA) que, refletindo sobreos problemas mencionados sobre os SIS,realizou, em 1996, sua primeira oficinade trabalho e definiu alguns objetivos:“a) dispor de bases de dadosconsistentes, atualizados, abrangentes,t r anspa ren tes e de f ác i l acesso ;b ) articular instituições que possamcontribuir para o fornecimento e críticade dados e indicadores, e para análise deinformações, inclusive com projeções ecenários; c) implementar mecanismos deapoio para aperfeiçoamento permanenteda produção de dados e informações;d) promover interfaces com outrossub-sistemas especial izados deinformação da administração pública;e) contribuir para o aprofundamento deaspectos ainda pouco explorados, ouidentificados como de especial relevânciapara a compreensão do quadro sanitáriobrasileiro”.10

Sistema de Informações HospitalaresSistema de Informações HospitalaresSistema de Informações HospitalaresSistema de Informações HospitalaresSistema de Informações Hospitalaresdo Sistema Único de Saúde-SIH/SUSdo Sistema Único de Saúde-SIH/SUSdo Sistema Único de Saúde-SIH/SUSdo Sistema Único de Saúde-SIH/SUSdo Sistema Único de Saúde-SIH/SUS

A primeira iniciativa para criação deum sistema para controle de pagamentode contas hospitalares data de 1976,11

quando foi criado o Sistema Nacional dePrevidência e Assistência Social(SINPAS) e com ele o Instituto Nacionalde Assistência Médica da PrevidênciaSocial (INAMPS), encarregado de todaassistência médica previdenciária do país.A partir de então, foi implantado o SistemaNacional de Controle e Pagamento deContas Hospitalares (SNCPCH).

Caracterizado pelo pagamento de atosmédicos aos hospitais contratados,dispunha de dois instrumentos balizadoresdo montante a ser remunerado: a Guia deInternação Hospitalar (GIH), queestabelecia limites máximos a serem pagosde acordo com o diagnóstico ou o

Com aCom aCom aCom aCom areintrodução doreintrodução doreintrodução doreintrodução doreintrodução do

conhecimentoconhecimentoconhecimentoconhecimentoconhecimentoepidemiológico aepidemiológico aepidemiológico aepidemiológico aepidemiológico afim de fim de fim de fim de fim de subsidiarsubsidiarsubsidiarsubsidiarsubsidiar

o diagnósticoo diagnósticoo diagnósticoo diagnósticoo diagnósticopara a ação para a ação para a ação para a ação para a ação emememememsaúdesaúdesaúdesaúdesaúde 99999 e com a e com a e com a e com a e com adisponibilidadedisponibilidadedisponibilidadedisponibilidadedisponibilidade

de dadosde dadosde dadosde dadosde dadossecundários parasecundários parasecundários parasecundários parasecundários para

construção deconstrução deconstrução deconstrução deconstrução deindicadores paraindicadores paraindicadores paraindicadores paraindicadores para

análisesanálisesanálisesanálisesanálisesepidemiológicas,epidemiológicas,epidemiológicas,epidemiológicas,epidemiológicas,

identifica-se aidentifica-se aidentifica-se aidentifica-se aidentifica-se aurgência naurgência naurgência naurgência naurgência na

revisão de algunsrevisão de algunsrevisão de algunsrevisão de algunsrevisão de algunsproblemasproblemasproblemasproblemasproblemas

operacionais e deoperacionais e deoperacionais e deoperacionais e deoperacionais e decompatibilizaçãocompatibilizaçãocompatibilizaçãocompatibilizaçãocompatibilizaçãodos sistemas dedos sistemas dedos sistemas dedos sistemas dedos sistemas de

informação deinformação deinformação deinformação deinformação deabrangênciaabrangênciaabrangênciaabrangênciaabrangência

nacional.nacional.nacional.nacional.nacional.

Avaliação do SIH/SUS como Fonte de Informações para Vigilância das DNC

Page 9: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

7 17 17 17 17 1

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Antonio da Cruz Gouveia Mendes e cols.

procedimento realizado, e a Tabela deHonorários Médicos, que definia os valorespara remuneração dos profissionaisexpressos em Unidades de Serviços (US).

No final da década de 1970,evidenciam-se os problemas definanciamento da previdência e assistênciamédica no Brasil , resultante, de um lado,da crise econômica do país e, de outro,do sistema de remuneração da assistênciaà saúde que, ao remunerar por atosmédicos, trazia como característicaa imprevisibil idade do faturamentodos hospitais contratados e,conseqüentemente, a impossibilidade deprevisão dos gastos do INAMPS com aassistência médica. Além destes aspectos,sobrevinham também as fraudesdecorrentes deste sistema de remuneração.

Nesse contexto, foi criado oConselho Consultivo de Administração deSaúde Previdenciária (CONASP), queelaborou um Plano de Reorientação daAssistência à Saúde no Âmbito daPrevidência Social. Em 1982, foiapresentado um plano para apreciação eaprovação. Nele era consensual que osistema vigente necessitava de mudanças,pois, além de apresentar precáriaqualidade de atendimento e baixasprodu t i v idade e reso lu t i v idade ,também era identificado o reduzidoaproveitamento da capacidade própriainstalada, induzindo a distorçõesindesejáveis, ao desperdício de recursose à imprevisibilidade de gastos, além dafreqüente ocorrência de fraudes.12

O Plano do CONASP caracterizava-se fundamentalmente em buscar umaracionalidade nos gastos realizados coma assistência à saúde, privilegiando o setorpúblico, além de instituir mecanismos decontrole social sobre a assistência.

Como proposta fundamental para areorientação da assistência à saúde,surgiram as Ações Integradas de Saúde(AIS). Pela primeira vez a PrevidênciaSocial passa a financiar ações de saúdedesenvolvidas pelo setor público não-próprio: a assistência à saúde ambulatorialprestada por municípios.11

O Sistema de Assistência Médico-Hospitalar da Previdência Social/Autorização de Internação Hospitalar(SAMHPS/AIH), estudado e desenvolvidodesde 1979 pelo INAMPS e DATAPREV,é adotado como modelo de pagamento afim de combater as fraudes.

Mesmo com as transformaçõesocorridas na política de saúde, na décadade 1990, reconhece-se que o SAMHP/AIH permanece até hoje essencialmenteo mesmo.

A principal transformação observadaconsiste na inclusão de prestadores deserviços hospitalares de outras naturezas,como as entidades f i lantrópicas ebeneficentes, em 1986, universitárias, em1987, e, finalmente, a incorporação doshospitais públicos, em 1991, após adescentralização das unidades do antigoINAMPS, principalmente, para asSecretarias Estaduais de Saúde. Após esteprocesso, o sistema passou a denominar-se de Sistema de InformaçõesHospitalares do SUS (SIH/SUS).11

O SIH/SUS é caracterizado comoum modelo de financiamento do tipoprospectivo, fundamentado na estimativad e c u s t o s m é d i o s a p l i c a d o s au m a unidade determinada (caso ouprocedimento) e tendo uma base decálculo pré-definida. Está apoiado noconceito de que os pacientes apresentamcaracterísticas homogêneas, quanto avariáveis demográficas, sociais e clínicas.Portanto, reúne os pacientes em gruposconforme suas semelhanças ecaracterísticas.11

Também utilizado pelo Medicare,nos Estados Unidos, onde é denominadode Diagnosis Related Group (DRG), oMecanismo de Pagamento Fixo porProcedimentos classifica os pacientesinternados por grupos homogêneos, deacordo com o volume de recursos queconsomem durante a sua permanência nohospital.13

Com isso, fica explícito que osistema de pagamento das contashospitalares da AIH apresenta comoprincipal elemento diferenciador do

Page 10: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

55555 7 27 27 27 27 2

Informe Epidemiológico

do SUS

SNCPCH o processo de pagamento. Coma introdução da AIH, foi possível umamaior previsibilidade de gastos e ummaior controle e avaliação sobre ofaturamento da rede hospitalar. Emconseqüência, torna-se reduzida apossibilidade de corrupção e fraude dentrodo sistema de assistência médicahospitalar do SUS.

Por outro lado, desde a criação doSIH/SUS, verifica-se a cada dia iniciativasdo Ministério da Saúde, no sentido deacrescentar crít icas ao sistema deinformação SIH/SUS como o tempomínimo de internação por t ipo depatologia, estabelecimento de um númeromáximo de internações de acordo com apopulação e outras que têm sido bastanteimportantes para reduzir determinadostipos de fraudes.7

As Autorizações de InternaçãoHospitalar dispõem de um conjuntode variáveis, sendo as principais:identificação do paciente, caracterizaçãodo hospital e gestor (número de leitos,clínicas disponíveis, meios diagnósticose terapêuticos), recursos pagos pelainternação, natureza do evento (causaprincipal da internação, causasassociadas, procedimento realizado,meios auxil iares de diagnóstico eterapêuticos uti l izados), tempo deinternação e o destino do paciente.

No SIH/SUS existem dois tipos deAIHs: AIH 1 e a AIH 5. A primeira, alémde dispor do número que identifica aautorização de internação, contém dadosde identificação do paciente, registro doconjunto de procedimentos médicos eserviços de diagnóstico e tratamento nelerealizados e código da doença. A AIH 5,ou de Continuidade, é usada para aquelespacientes psiquiátricos crônicos, apósconcluído o tempo de internaçãopermitido na apresentação da AIH 1, 107dias para este caso.7

O SIH/SUS, a partir das variáveisnele contidas, apresenta possibilidade paraser trabalhada uma série de indicadores.

Indicadores epidemiológicos podemser construídos a partir da morbidade e

mortal idade hospitalar, fazendo oscruzamentos das variáveis necessárias eagregando-se os dados de acordo comas necessidades a serem avaliadas.

Além disso, indicadores dedesempenho da rede assistencial e deavaliação do sistema de saúde permitemavaliar os gastos, a oferta de serviços, ademanda hospitalar e a coberturaassistencial, entre outros. Além de subsidiarestudos de eficiência, eficácia e efetividade.

Portanto, a combinação dasvariáveis disponíveis permite aconstrução de um conjunto deindicadores cuja utilização será balizadapela necessidade efetiva do que sepretende a v a l i a r ; a l é m d i s s o , acombinação de indicadores permitiráo desenvolvimento de índices de acordocom os carecimentos, desenvolvimentotecnológico e grau de utilização doSistema de Informação Hospitalar.7

Como sistema de informaçãodirigido para o pagamento de contashospitalares, são inerentes ao SIH/SUS abusca de restr ição dos gastos e oprivilegiamento do controle e avaliação darede hospitalar. A lógica que concebeu acriação do sistema foi definida a partirdo elemento despesa. Por outro lado,identifica-se que em sua evolução asiniciativas de aprimoramento do sistematêm estado circunscritas ao elementoprodução/despesas.

No país, são raros os estudos queinvestigam a confiabilidade dos dadosproduzidos no SIH/SUS. Os únicos quedemonstram investigação neste sentidocom divulgação nacional foram os deLebrão,14 que enfocou a variáveldiagnóstico principal nas informaçõeshospitalares do Estado de São Paulo, e ode Veras & Martins,13 que avaliou aconfiabilidade dos dados da AIH noEstado do Rio de Janeiro. Destaca-se queo momento em que estes estudos foramdesenvolvidos não reflete o SIH/SUS commaior extensão de rede, tratando-se,portanto, de um período anterior ao SUS,onde a rede pública restringia-se à redecontratada pela Previdência Social.

Como sistema deComo sistema deComo sistema deComo sistema deComo sistema deinformaçãoinformaçãoinformaçãoinformaçãoinformação

dirigido para odirigido para odirigido para odirigido para odirigido para opagamento depagamento depagamento depagamento depagamento de

contascontascontascontascontashospitalares, sãohospitalares, sãohospitalares, sãohospitalares, sãohospitalares, sãoinerentes ao SIH/inerentes ao SIH/inerentes ao SIH/inerentes ao SIH/inerentes ao SIH/

SUS a busca deSUS a busca deSUS a busca deSUS a busca deSUS a busca derestrição dosrestrição dosrestrição dosrestrição dosrestrição dos

gastos e ogastos e ogastos e ogastos e ogastos e oprivilegiamentoprivilegiamentoprivilegiamentoprivilegiamentoprivilegiamento

do controle edo controle edo controle edo controle edo controle eavaliação da redeavaliação da redeavaliação da redeavaliação da redeavaliação da rede

hospitalar.hospitalar.hospitalar.hospitalar.hospitalar.

Avaliação do SIH/SUS como Fonte de Informações para Vigilância das DNC

Page 11: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

7 37 37 37 37 3

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Antonio da Cruz Gouveia Mendes e cols.

Ainda assim, a investigação daconfiabilidade dos dados da AIH pela redecontratada do Rio de Janeiro, descrita porVeras & Martins, concluiu: “.. .osresultados obtidos por este estudoindicam que a qualidade das informaçõesdisponíveis no banco de dadosconstituído pelos dados anotados nosfo rmu lá r ios A IH e ra , de a lgumaforma, melhor do que a qualidadecorriqueiramente imputada a esse bancode dados”.13

Os autores ainda detectaram umabaixa confiabilidade dos dados em relaçãoao diagnóstico principal, embora hajamelhora quando existe um maior nível deagregação (uso de três dígitos ao invésde quatro), e aos serviços auxiliares dediagnóstico e terapêutica e uma altaconfiabilidade nas variáveis referentes aoprocedimento realizado, óbito (excetopara mortes perinatais) e transferência.13

Carvalho7 também identifica aexistência de outros elementos limitadoresno SIH/SUS: o sistema não é universal,pois representa apenas as internaçõesrealizadas na rede pública de serviços,embora, no caso brasileiro, represente70% a 80% do total das internaçõesrealizadas no país; os dados disponíveisestão susceptíveis a fraudes, mesmo comas estratégias de críticas a partir deprogramas desenvolvidos pelo Ministérioda Saúde; não permite correçõesposteriores à realização do pagamento,visto que ele é feito a partir de faturas deserviços prestados; e, por fim, nãoidentifica reinternações e transferências deoutros hospitais, dando margem a duplase triplas contagens de um mesmo paciente.

Entretanto, Carvalho7 destaca apotencialidade da base de dados do SIH,tendo em vista o montante de variáveisde que d ispõe e a agi l idade queapresenta. Os dados por ele aportadostornam-se disponíveis aos gestores emmenos de um mês e, na Internet, oconsolidado Brasil nunca apresentaatraso maior que dois meses, além deserem úteis à vigilância epidemiológica,à avaliação e controle das ações.

Além de Veras & Martins13 eCarvalho,7 outros autores já haviamdestacado que o SIH/SUS, apesar de tercomo principal objetivo a remuneraçãodas internações hospitalares em funçãoda produção de serviços, dispõe de outraspossibilidades, visto que se constitui naúnica fonte regular e universal sobremorbidade hospitalar no Brasil.6,8,15

Almeida,7 reflet indo sobre apotencialidade do SIH/SUS, compara osistema brasileiro com as característicase gerenciamento dos SIS na França: “Comrelação às informações hospitalares, oBrasil possui um sistema mais sofisticadodo que aquele existente na França, paraos hospitais que integram o SistemaÚnico de Saúde. O Sistema deInformações Hospitalares com base nasAIH (Autorização de InternaçõesHospitalares) permite que se tenhaminformações gerencias e epidemiológicasmais detalhadas e ágeis do que aquelasobtidas atualmente na França, onde háuma separação dos dados destinados aocontrole de pagamento das internaçõesdas informações epidemiológicas”(pag.11).

Sobre as falhas no pagamento dasinternações, Almeida8 corrobora asconclusões de Veras & Martins,13 poisrefere que os problemas estão maisassociados à pequena utilização dos dadosdisponíveis em atividades de controle eavaliação do que a questões oriundas desua concepção.

Buss15 aborda a potencialidade doSIH como instrumento de definição deprioridades políticas, ou seja, podesubsidiar a tomada de decisão,possibilitando uma melhor adequação daspolíticas às necessidades de serviços desaúde para a população. Neste contexto,explora variáveis da assistênciahospitalar, no período de 1984 a 1991,contemplando a distribuição da oferta deatenção hospitalar no país e a produçãode serviços com seus custos no interiordo SUS.

Nas contribuições dos autoresreferidos, reitera-se a pertinência de

Page 12: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

55555 7 47 47 47 47 4

Informe Epidemiológico

do SUS

investigação das potencialidades do SIH/SUS como instrumento capaz de subsidiardefinições no âmbito da gestão do sistemade saúde e capaz de fornecer suporte àsatividades de vigilância epidemiológica,por reflet ir o perf i l de morbidadehospitalar de 80% da populaçãobrasileira.11

Sistema de Informação de Agravos deSistema de Informação de Agravos deSistema de Informação de Agravos deSistema de Informação de Agravos deSistema de Informação de Agravos deNotificação-SINANNotificação-SINANNotificação-SINANNotificação-SINANNotificação-SINAN

As primeiras iniciativas de listardoenças de notificação compulsória datamde 1377, quando se elaborou, em Veneza,a legislação fundamental de quarentena.Em 1851, aquela cidade sediou a IConferência Sanitária Internacional,quando são estabelecidos princípios demáxima proteção contra propagaçãointernacional de enfermidades. Osprincípios, constituídos em Veneza,guiaram a formulação do primeiroRegulamento Sanitário Internacional, em1951, quando foram definidas seisenfermidades que necessitavam dequarentena: peste, cólera, febre amarela,varíola, tifo e febre recorrente.9

Na primeira metade da década de1960, consolidou-se, internacionalmente,uma conceituação mais abrangente devigilância como o conjunto de atividadesque permite reunir a informaçãoindispensável para conhecer, a qualquermomento, o comportamento ou histórianatural das doenças, bem como detectarou prever alterações de seus fatorescondicionantes, com o fim de recomendaroportunamente, sobre bases firmes, asmedidas indicadas e eficientes que levemà prevenção e ao controle de determinadasdoenças.9

Em 1975, o Ministério da Saúde, quepassou por uma mudança em suaestrutura organizacional, cria o SistemaNacional de Vigilância Epidemiológica(SNVE) que fazia parte da Secretaria deAções Básicas do Ministério da Saúde. Osistema era responsável pelo controle dedoenças endêmicas, que, antes, eraatribuição dos vários serviços nacionaiscomo os de malária e tuberculose.Adotando um modelo operacional

horizontal, onde atuariam os três níveisdistintos da estrutura de serviços desaúde, foi destinado ao Ministério daSaúde o serviço de normatização ecoordenação das atividades.6

Além destas mudanças, houve aincorporação de um conjunto de doençasde maior relevância sanitária para o país13:doenças estabelecidas pelo RegulamentoSanitário Internacional: varíola, febreamarela, peste, cólera; doenças vinculadasao Programa Nacional de Imunização:poliomielite, sarampo, tétano, difteria,coqueluche, raiva, febre tifóide e doençameningocócica; doenças controláveisatravés de ações coordenadas por órgãosespecíficos do Ministério da Saúde:malária, hanseníase e tuberculose emeningites em geral.7

É impo r t an te que o s i s t emad e v i g i l â n c i a e p i d e m i o l ó g i c as e j a preservado e constantementeaprimorado, incorporando-se a ele osavanços científicos e tecnológicos decada período, pois, em parte, deledependem a eficiência e a efetividade daVigilância Epidemiológica.

As normas de notificação devemadequar-se, no tempo e no espaço, quantoàs doenças consideradas áreasgeográficas abrangidas, conteúdo deinformação requerido, cri térios dedefinição de casos, periodicidade detransmissão dos dados, modalidades denotif icação e fontes de informaçãoutilizadas.13

Na década de 1990, com apromulgação da Lei n

o 8.080, o Sistema

Nacional de Vigilância Epidemiológica(SNVE) sofre mudanças importantes, namedida em que as proposições seencontram ancoradas nas principaisdiretrizes do Sistema Único de Saúde, quepropõem uma reorganização do setorsaúde no Brasil, seja mediante a inclusãodos Municípios na gestão da saúde, sejaatravés da integração preventivo-assistencial das ações de saúde. Sendoconcebido e desenvolvido a partir de1992, o Sistema de Informação deAgravos de Notificação (SINAN) utilizou

As primeirasAs primeirasAs primeirasAs primeirasAs primeirasiniciativas deiniciativas deiniciativas deiniciativas deiniciativas de

listar doenças delistar doenças delistar doenças delistar doenças delistar doenças denotificaçãonotificaçãonotificaçãonotificaçãonotificação

compulsóriacompulsóriacompulsóriacompulsóriacompulsóriadatam de 1377,datam de 1377,datam de 1377,datam de 1377,datam de 1377,

quando sequando sequando sequando sequando seelaborou, emelaborou, emelaborou, emelaborou, emelaborou, em

Veneza, aVeneza, aVeneza, aVeneza, aVeneza, alegislaçãolegislaçãolegislaçãolegislaçãolegislação

fundamental defundamental defundamental defundamental defundamental dequarentena.quarentena.quarentena.quarentena.quarentena.

Avaliação do SIH/SUS como Fonte de Informações para Vigilância das DNC

Page 13: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

7 57 57 57 57 5

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Antonio da Cruz Gouveia Mendes e cols.

como experiência-piloto os Municípios doEstado de Pernambuco e Paraná.7

Somente em 1993 o sistema passa aser introduzido em todo território nacional,podendo ser utilizado a partir do nívellocal, objetivando racionalizar osprocessos de coleta e transferência dedados relacionados a doenças e agravosde notificação compulsória.13

Atualmente, o sistema contempla umelenco de doenças de diferentesnaturezas: crônicas transmissíveis e nãotransmissíveis.7

O SINAN dispõe de dados sobreunidade notificadora, identificação dopaciente, informações sobre o caso,método de diagnóstico e evolução do caso.

O SINAN, a partir da construção detaxas ou coeficientes de incidência,prevalência e letalidade, entre outros,permite a elaboração de indicadores paradefinição de prioridades de problemas desaúde a serem enfrentados. Os limitespostos, até hoje, na construção destesindicadores residem em dois aspectos: a)o SINAN ainda não tem abrangência emtodas unidades da federação e b) adificuldade na obtenção no número dedoentes, tendo em vista a ausência deinquéritos epidemiológicos no país.

Entre as característ icas maisfavoráveis do SINAN, tem-se o seucaráter universal, imposto através da Leinº 6259/75 e do Decreto nº 78.231/76,que, inclusive, prevêem penalidadesaplicáveis a pessoas físicas ou jurídicas.16

Destaca-se ainda que o SINANencontra-se ainda em processo deimplantação, não havendo impunidade nopaís para aqueles casos onde se identificadescumprimento no registro danotificação. Verifica-se uma baixa clarezaquanto ao objetivo primário danotif icação, levando a um maudesempenho global, contribuindo,inclusive, para o excesso desubnotif icações. Há lentidão nadisponibilidade de suas informações quedecorre, entre outros aspectos, daexistência de vários fluxos para seusdocumentos e informações.7,13

Reconhecendo o papel que tem opleno funcionamento do SINAN nadefinição de prioridades e intervenção nosagravos, desde 1993 o Centro Nacionalde Epidemiologia (CENEPI) temdestinado esforços no sentido dereorganizar o Sistema de VigilânciaEpidemiológica, objetivando contribuirpara o processo de descentralização.Sendo assim, vêm sendo adotadasmedidas como o processo de revisão dalista nacional de doenças de notificação,dos instrumentos técnicos e do sistemaoperacional do SINAN, além dos esforçospara alocar recursos e estimular a suaimplantação nos Municípios, visando àagilização do uso das informações geradasno SNDC, no nível local do SUS. OCENEPI também vem estimulando asdiscussões sistemáticas com dirigentesdas Secretarias Estaduais de Saúde sobreos critérios, formas e recursos parafinanciamento do Sistema Nacional deVigilância, na ótica da descentralização dasações. A criação da Câmara Técnica deEpidemiologia do Conselho Nacional dosSecretários de Saúde (CONASS) constituium bom exemplo deste esforço, poisparticipa das reuniões ordinárias desteConselho, nas quais são discutidas aspropostas de desenvolvimento daVigilância Epidemiológica em todos osníveis do sistema com a participação daDiretoria do CENEPI e representantes dasSecretarias Estaduais. Na perspectiva demudança de paradigma, há captação derecursos extra-orçamentários paraimplantação de um novo modelodenominado Vigilância em Saúde, tendocomo principais eixos a vigilânciaepidemiológica e ambiental. Finalmente,elaboram-se projetos para iniciar oprocesso de vigilância de doenças crônicasnão transmissíveis e outros agravos.

Procedimentos Metodológicos daProcedimentos Metodológicos daProcedimentos Metodológicos daProcedimentos Metodológicos daProcedimentos Metodológicos daPesquisaPesquisaPesquisaPesquisaPesquisa

Neste item encontram-se descritosde forma genérica os procedimentosmetodológicos da investigação. Odetalhamento com maior especificidadefoi remetido para cada um dos artigos

Page 14: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

55555 7 67 67 67 67 6

Informe Epidemiológico

do SUS

que se referem a subgrupos de doençasde notificação compulsória.

Área, Universo de Estudo e Períodode Referência

O território brasileiro, categorizadoem Regiões e Estados, constituiu a áreade estudo. A pesquisa teve dois universosde estudo. O primeiro, foi formado peloscasos de doenças de notif icaçãocompulsória, que foram internados emhospitais próprios ou conveniados como Sistema Único de Saúde (SUS), noperíodo de 1984 a 1998. O segundo, foiformado pelos casos de doenças denotif icação compulsória que foramnotif icados ao Centro Nacional deEpidemiologia-CENEPI-MS, no períodode 1980 a 1997.

Consideraram-se doenças denotif icação compulsória aquelasrelacionadas no art. 1o da Portaria n

o

4.052, do Ministério da Saúde, de 23 dedezembro de 1998, publicada no DiárioOficial da União, de 24 de dezembro de1998.

Algumas doenças de notificaçãocompulsória, por suas característicasclínicas ou epidemiológicas, foramexcluídas do estudo: peste, por ser umevento raro; rubéola, por não requererinternação; doença de Chagas, por sóexigir notificação de casos agudos;malária, por ser de notificação apenas emáreas não-endêmicas e, f inalmente,meningite por Haemophilus influenzae,por não se dispor de dados específicosem série histórica.

Portanto, foram incluídas no estudoas seguintes doenças: cólera, coqueluche,dengue, difteria, febre amarela, febretifóide, hanseníase, hepatites virais,leishmaniose, meningites, poliomielite/paralisia flácida aguda, raiva humana,sarampo, síndrome da imunodeficiênciaadquirida - AIDS, tétano (neonatal eacidental) e tuberculose. Mesmo nãosendo de notificação compulsória, foiincluída a leptospirose, por suaimportância epidemiológica e pelodiagnóstico diferencial com febreshemorrágicas.

Desenho de Estudo

Estudo descrit ivo, onde foramconstruídas séries temporais com dadosreferente a internações e a notificaçõesde casos de doenças de notificaçãocompulsória. Não há, portanto, intençãode testar hipóteses, embora no contextoda interpretação dos resultadosobservados tenham sido levantadasalgumas hipóteses explicativas para ofenômeno em questão.

Elenco de VariáveisAs variáveis descritas no estudo,

para os dados do SIH-SUS, foramrelativas ao tipo de doença de notificaçãocompulsória, ao ano e local (unidade dafederação) da internação e aos valores(total e médio ) pagos por internação. Nocaso do CENEPI, as variáveis sereferenciam ao t ipo de doença denotificação compulsória, ao ano e ao localda notificação.

Fonte de DadosOs dados sobre as doenças de

notificação compulsória foram obtidos apartir de dois bancos: o Sistema deInformações Hospitalares - SIH/SUS,relativo ao registro das internações noperíodo de 1984 a 1998, e o denominadobanco CENEPI que consolidou os dadosobtidos das Secretarias Estaduais deSaúde, no período 1980 a 1997. Ressalta-se aqui que os dados referentes ànotificação de casos não foram obtidosunicamente a partir do SINAN. O bancode dados do SIH/SUS foi explorado apartir das Autorizações de InternaçõesHospitalares (AIHs), arquivo reduzido(RDUFAAMM.dbc), acessado pelaINTERNET no site do Departamento deInformática do SUS (DATASUS) atravésdo TABNET, tabulador de dadosdesenvolvido pela mesma, e de CD-ROMs produzidos também peloDATASUS, através do TABWIN 1.2. Asduas fontes foram complementares.

A morbidade hospitalar pode serexplorada a partir do que foi registradocomo diagnóstico principal do internamentoou como procedimento específicorealizado. A opção por uma ou outra fonte

A morbidadeA morbidadeA morbidadeA morbidadeA morbidadehospitalar podehospitalar podehospitalar podehospitalar podehospitalar podeser explorada aser explorada aser explorada aser explorada aser explorada a

partir do que foipartir do que foipartir do que foipartir do que foipartir do que foiregistrado registrado registrado registrado registrado comocomocomocomocomo

diagnósticodiagnósticodiagnósticodiagnósticodiagnósticoprincipal doprincipal doprincipal doprincipal doprincipal do

internamento ouinternamento ouinternamento ouinternamento ouinternamento oucomocomocomocomocomo

procedimentoprocedimentoprocedimentoprocedimentoprocedimentoespecíficoespecíficoespecíficoespecíficoespecíficorealizado.realizado.realizado.realizado.realizado.

Avaliação do SIH/SUS como Fonte de Informações para Vigilância das DNC

Page 15: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

7 77 77 77 77 7

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Antonio da Cruz Gouveia Mendes e cols.

se deu em função de sua disponibilidade ede sua qualidade.

Antes da descrição dos dados, foirealizado um estudo piloto com a raivahumana, por se tratar de uma doença comletalidade de 100% e que, portanto, exigeinternação em todos os casos, constituindoassim um parâmetro para avaliar a qualidadedos dados. Neste estudo chegou-se àconclusão que a morbidade em geral temuma melhor qualidade quando obtidaatravés do procedimento registrado naAIH, por ser este o definidor do valor dopagamento da internação, sendo, portanto,preenchido com maior rigor. Porém, ocampo do procedimento só se encontradisponível, no sistema de informação, apartir de 1993, limitando assim a descriçãoda série histórica.

O diagnóstico principal dainternação, apesar de ter apresentadomenos rigor no seu preenchimento, temcomo vantagem a possibi l idade daobtenção da série histórica a partir de1984. Portanto, o estudo optou, em regra,pela descrição da morbidade através dosdados do diagnóstico principal, quandoeste não apresentava diferençasignif icativa entre diagnóstico eprocedimento. Quando os dados dodiagnóstico apresentavam uma baixaqualidade optou-se pelo procedimentorealizado. Neste caso, para não se perdera série, usou-se o diagnóstico no períodode 1984 a 1992 e o procedimentorealizado a partir de 1993.

Desta forma, as doenças paraas quais se optou pelo uso dodiagnóstico foram: sarampo, coqueluche,poliomielite, tétano, cólera, dengue, febreamarela, hepatites, tuberculose pulmonar,hanseníase e sífilis congênita. Quanto àAids, meningites, difteria, raiva humana,febre tifóide, leptospirose e leishmaniosevisceral, optou-se pela exploração dosdados a part ir dos procedimentosespecíficos realizados.

Houve necessidade de compati-bilização de diagnósticos para algumasdoenças, entre o SIH e o CENEPI, emfunção de mudanças ocorridas na

Classificação Internacional de Doenças(CID), pois, até 1997, os dadosprovenientes do SIH eram codificadosusando a 9a revisão e, a partir de 1998, a10a revisão.

Problemas Metodológicos

Uma vez que o SIH-SUS não cobre,evidentemente, todas as internaçõesr e a l i z a d a s , é n e c e s s á r i o f a z e ra l g u m a s considerações sobre suarepresentatividade em relação às doençasde notificação compulsória.

A seguir, apresentam-se algunsargumentos que corroboram essarepresentatividade principalmente emrelação a essas patologias. O SistemaÚnico de Saúde gera, em média,12.500.000 internações por ano,representando em torno de 80% do totalregistrado para o país. Grande partedas modalidades de seguros-saúderestringiam nas suas apólices opagamento de internações por doenças denotificação compulsória. E, quando osseguros cobrem essas patologias, oshospitais, a estes conveniados, tendem anão aceitá-las, na medida em que muitasdessas patologias requerem importanteestrutura física e humana, o querepresentaria significativos investimentossem o retorno financeiro assegurado,levando a clientela desses seguros arecorrer a o s s e r v i ç o s p ú b l i c o s e mc a s o d e necessidade. São os serviçoscredenciados ao SUS que detêm maiortecnologia e recursos humanos commaior experiência e qualificação notratamento de doenças infecciosas. Sabe-se que num país com importantesin iqüidades socia is como o Brasi l ,a s doenças infecciosas ocorremprincipalmente em localidades epopulações de menos recursos, ou seja,a clientela totalmente dependente do SUS.

Plano de Descrição dos Dados

Por se tratar da exploração dedoenças de notificação compulsória,buscou-se aglutiná-las segundo critériosde freqüência de internamento e formade transmissão.

Page 16: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

55555 7 87 87 87 87 8

Informe Epidemiológico

do SUS

Em função da demanda porinternações, foram agregadas em doisgrandes grupos: a) internação obrigatóriaou muito freqüente: raiva humana,difteria, meningites, tétano, síf i l iscongênita, poliomielite/paralisias flácidas,febre amarela, leptospirose, Aids,le i shman iose v iscera l e có le ra eb ) internações esporádicas: dengueclássica, hanseníase, tuberculose,coqueluche, sarampo e hepatite.

Quanto às formas de transmissão,foram agrupadas em doençasimunopreveníveis, de veiculação hídrica,transmissão vetorial e as doençastransmitidas pessoa a pessoa.

Como doenças imunopreveníveisconsideraram-se o sarampo, apoliomielite, a difteria, a coqueluche, otétano acidental e neonatal e a raivahumana que tem na vacinação pós-agressão seu principal elemento decontrole. No conjunto de doenças deveiculação hídrica, foram incluídas acólera, a febre tifóide e a leptospirose.No bloco das doenças transmitidas porvetores foram incluídas a dengue, a febreamarela e a leishmaniose visceral. Porfim, considerou-se como transmitidasatravés de contato interpessoal a AIDS,a sífilis congênita, as meningites, ahanseníase, a tuberculose pulmonar e ashepatites virais (A e B). Embora a hepatiteA seja melhor enquadrada comofundamentalmente de veiculação hídrica, elafoi descrita juntamente com a hepatite B.

Os dados foram descritos segundofreqüência absoluta e coeficiente deinternação e de notificação de casos.Comparou-se a freqüência absoluta dasdoenças em série histórica, observando-se em particular a coerência encontradaentre o SIH-SUS e o CENEPI para operíodo de 1993 a 1997. A opção por esteintervalo foi em função de ser o ano de1993 aquele onde há a unificação de todainformação da rede hospitalar do SUS nosistema AIH, e ser o ano de 1997 aqueleem que se dispõe de dados “fechados”pelo CENEPI. No ano de 1998 foramtrabalhados apenas os dados provenientes

do Sistema de Informações Hospitalares.Os coeficientes de internação e denotificação de casos também foramavaliados no mesmo período.

A razão entre internações/notificações evidenciou diferenças entreos dois sistemas de informações como,por exemplo, a subnotificação do SIH eCENEPI e as prováveis reinternações narede hospitalar.

Impacto das Doenças de NotificaçãoCompulsória no Total das Internações doSUS: Magnitude, Distribuição e Custos

A propósito de uma visãopanorâmica dos primeiros resultados dainvestigação, pois os subgrupos maisespec í f i cos de doenças serãoconsiderados separadamente, descrevem-se, inicialmente, os dados sobre aparticipação (magnitude e gastos) dasdoenças de notificação compulsória -DNC em relação ao total das internaçõesdo país.

Observa-se na Tabela 1 que, em1993, houve 204.842 internações porDNC, representando 1,38% do total das14.829.769 internações realizadas. Já em1998, registraram-se 116.700 asinternações por DNC, correspondendo a1% do total. Houve, portanto, umaredução em termos absolutos de 88.142internações realizadas pelo Sistema Únicode Saúde - SUS no referido ano.

Em 1995, gastou-se a importânciade R$ 43.695.343,50 com internaçõespor DNC, ou seja, 1,37% do total (R$3.192.437.637,99). Em 1998, aproporção dos gastos com DNC caiu para1,15% do total. O valor médio pago porinternações gerais no país, em 1995, foide R$ 252,44, enquanto as DNCapresentavam um valor médio pagode R$ 294,84. Em 1998, elevam-se,respectivamente, para R$ 325,17 e R$376,10, correspondendo a 28,81% e27,56% de crescimento (Tabela 1).

Verifica-se, no período de 1995 a1998, uma redução no número total deinternações, assim como na proporção deinternações por doenças de notificação

A razão entreA razão entreA razão entreA razão entreA razão entreinternações/internações/internações/internações/internações/notificaçõesnotificaçõesnotificaçõesnotificaçõesnotificações

evidenciouevidenciouevidenciouevidenciouevidencioudiferenças entrediferenças entrediferenças entrediferenças entrediferenças entreos dois sistemasos dois sistemasos dois sistemasos dois sistemasos dois sistemas

de informaçõesde informaçõesde informaçõesde informaçõesde informaçõescomo, porcomo, porcomo, porcomo, porcomo, porexemplo, aexemplo, aexemplo, aexemplo, aexemplo, a

subnotificação dosubnotificação dosubnotificação dosubnotificação dosubnotificação doSIH e CENEPI e asSIH e CENEPI e asSIH e CENEPI e asSIH e CENEPI e asSIH e CENEPI e as

prováveisprováveisprováveisprováveisprováveisreinternações nareinternações nareinternações nareinternações nareinternações narede hospitalar.rede hospitalar.rede hospitalar.rede hospitalar.rede hospitalar.

Avaliação do SIH/SUS como Fonte de Informações para Vigilância das DNC

Page 17: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

7 97 97 97 97 9

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Antonio da Cruz Gouveia Mendes e cols.

compulsória. Isso pode ser atribuído auma queda da incidência/prevalênciadestas patologias e/ou a uma maiorprioridade pelo tratamento ambulatorial.

Os ma io res va lo res méd iospagos , em 1998, por doenças denotificação compulsória foram paratétano acidental (R$ 888,34) e Aids (R$749,20), sendo o menor (R$ 90,47)destinado às internações por febre tifóide.Em 1998, as internações por Aids,meningites e tuberculose custaram aoSUS R$ 34.695.417,60, representando

82,39% do total gasto em internações porDNC incluídas no estudo (Tabela 2).

O comportamento das freqüênciaspara o país entre os anos de 1993 e 1997(Tabela 3), provenientes das duas fontesde informação utilizadas, CENEPI e SIH,mostra que a qualidade das informaçõestende a melhorar nos últimos anos (1996/1997), o que reforça o processo evolutivoem função ainda da implantação doSINAN e melhoria do controle e avaliaçãodo SIH. Esta avaliação é melhorpercebida pelas patologias que exigem um

Tabela 1 - Número de Internações e Gastos Hospitalares no SUS por Doença de Notificação Compulsória(DNC). Brasil, 1993-1998.

Ano Variáveis Total DNC

1993 No de Internações% do TotalValores Gastos (Cr$)% do TotalValor Médio (Cr$)

14.829.769100,00

57.598.268.245.871,70100,00

3.883.962,61

204.8421,38

817.137.606.763,771,42

3.989.111,64

1994 No de Internações% do TotalValores Gastos (CR$)% do TotalValor Médio (CR$)

14.699.119100,00

2.520.405.580.465,08100,00

171.466,44

206.1441,40

36.554.056.046,141,45

177.322,92

1995 No de Internações% do TotalValores Gastos (R$)% do TotalValor Médio (R$)

12.646.200100,00

3.192.437.637,99100,00252,44

148.2011,17

43.695.343,501,37

294,84

1996 No de Internações% do TotalValores Gastos (R$)% do TotalValor Médio (R$)

11.932.654100,00

3.182.266.324,04100,00266,69

125.7251,05

41.500.404,671,30

330,09

1997 No de Internações% do TotalValores Gastos (R$)% do TotalValor Médio (R$)

11.772.367100,00

3.205.852.023,26100,00272,32

116.2030,99

41.532.034,621,30

357,41

1998 No de Internações% do TotalValores Gastos (R$)% do TotalValor Médio (R$)

11.714.756100,00

3.809.273.656,28100,00325,17

116.7001,00

43.891.343,071,15

376,10

Fonte: SIH/SUS

Page 18: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

55555 8 08 08 08 08 0

Informe Epidemiológico

do SUS

maior grau de internação como difteria,meningites, raiva humana, leptospirose,tétano acidental e sífilis congênita.

A Figura 1, apesar dos bonsresultados percebidos em sua totalidade,destaca alguns achados em relação àspatologias para as quais se esperava umgrande número de internações. O númerode internações por casos de raiva humana,tétano acidental, sífilis congênita, febreamarela, difteria e febre tifóide ultrapassoua freqüência dos casos notificados emtodo o período, sugerindo, portanto, aexistência de uma subnotificação. Asreinternações ocorridas com os casos deAIDS e leishmaniose visceral explicam omaior número de internamentos emrelação às notificações. No caso da cólera,mais de 70% de internações dos casosnotificados é também um resultadoesperado. A freqüência de internações pormeningites encontra-se abaixo doesperado, talvez por causa da participaçãoda rede privada no internamento dos

casos. Todavia, o pior resultado fica porconta do tétano neonatal que, apesar danecessidade da internação obrigatória,apresentou poucas internações em relaçãoao número de notificações.

Em relação às doenças denotificação compulsória que necessitamde poucas internações, os dados sobrepoliomielite/paralisia flácida, dengue,tuberculose pulmonar, hanseníase,hepatites e sarampo foram compatíveiscom o esperado, a exceção fica por contada coqueluche, uma vez que mais de 20%dos casos notif icados exigiraminternações, número acima do esperado.

Embora possa parecer paradoxal, anão observação de similitude entre oencontrado para internações e oesperado, como foi observado emalgumas patologias para as quais seesperava também grande número deinternações, reforça a importância deacompanhar de forma complementar osdados provenientes do SIH.

Tabela 2 - Valores Totais e Médios (R$) Pagos pelo SUS para Internações por Doença de NotificaçãoCompulsória (DNC). Brasil, 1995-1998.

Doença de Notificação1995

Valores Pagos

Fonte: SIH/SUS

Tétano AcidentalAidsMeningite TuberculosaOutras MeningitesM. MeningocócicaTuberculose PulmonarTétano NeonatalSífilis CongênitaLeptospiroseLeishmanioseHanseníaseCoquelucheHepatite BRaiva HumanaHepatite APoliomielite/PFAFebre AmarelaDifteriaHepatite Não EspecificadaSarampoDengueCóleraFebre Tifóide

Total Médio

880.777,09 18.144.592,58 82.732,44 6.341.035,96 1.884.070,38 7.307.574,36 8.219,54 288.189,23 861.458,32 863.452,87 569.540,94 149.733,94 21.422,81 3.704,87 73.629,30 45.397,70 11.032,60 27.899,66 1.370.675,59 24.648,09 14.696,00 254.803,51 1.011.048,07

685,43 635,23 467,41 449,43 427,52 367,10 432,61 203,38 216,83 192,22 170,37 143,97 158,69 119,51 104,74 321,97 128,29 126,24 154,55 129,05 77,35 105,29 99,66

741.084,64 16.687.156,71 80.395,78 5.934.239,21 1.805.188,67 8.789.434,38 2.482,74 397.137,75 825.676,39 870.803,30 571.513,61 70.226,62 23.779,09 2.674,95 60.067,62 32.189,25 6.069,97 25.293,93 1.168.039,00 22.041,16 40.701,36 157.768,10 774.032,24

650,07 655,99 528,92 472,10 443,97 373,89 354,68 271,83 241,50 218,30 187,01 160,33 163,99 111,46 110,01 300,83 110,36 161,11 159,31 168,25 79,03 167,13 105,54

729.214,67 16.557.351,44 111.972,14 5.848.601,99 1.646.728,63 9.603.797,55 3.927,88 449.961,77 720.610,64 760.180,36 645.853,30 116.663,67 40.063,17 4.042,66 110.746,79 31.124,92 8.301,35 20.036,27 1.356.475,18 85.684,77 171.175,70 235.918,58 660.263,68

724,87 658,16 605,25 491,52 474,42 410,30 231,05 258,90 244,36 221,63 201,01 175,70 250,39 175,77 196,71 361,92 156,63 143,12 183,01 112,30 88,28 103,65 106,51

637.828,41 17.812.975,63 101.624,02 6.832.276,84 1.822.158,66 8.126.382,45 37.493,13 453.700,83 828.737,50 744.978,20 1.153.038,76 187.425,58 102.506,92 2.379,00 209.567,04 45.906,39 10.056,02 16.220,02 1.254.591,82 35.764,56 625.008,58 570.321,56 500.742,44

888,34 749,20 601,33 580,38 569,07 506,60 486,92 287,70 282,36 272,79 244,03 210,59 208,35 198,25 187,78 187,37 179,57 150,19 135,08 122,48 100,05 93,13 90,47

1996Valores Pagos

Total Médio

19981997Valores Pagos Valores Pagos

Total TotalMédio Médio

Avaliação do SIH/SUS como Fonte de Informações para Vigilância das DNC

Page 19: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

8 18 18 18 18 1

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Antonio da Cruz Gouveia Mendes e cols.

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

160,0

Aids

Leish

man

iose

Viscer

al

Raiva

Human

a

Tétan

o Neo

nata

l

Tétan

o Acid

enta

l

Sífilis

Congê

nita*

Febre

Am

arela

Difteria

Men

ingite

Men

ingoc

ócica

Men

ingite

Tub

ercu

losa

Outra

s Men

ingite

s

Lept

ospir

ose

Febre

Tifó

ide**

Cólera

Poliom

ielite

/Par

alisia

Flác

ida

Tuber

culos

e Pulm

onar

**

Saram

po

Hanse

nías

e

Hepat

ite A

Hepat

ite B

Coque

luche

Dengu

e

%

Figura 1 - Proporção de Internações (SIH) das Doenças de Notificação Compulsória em relação àsNotificações (CENEPI) segundo Médias do Período, Brasil, 1993 - 1997.

CENEPI

* Período 95-97** Período 93-96

Alta Frequência de Internações Esperadas Baixa Frequência de Internações Esperadas

Fonte: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

Tabela 3 - Comparação entre Internações e Notificações das Doenças de Notificação Compulsória.Brasil, 1995-1997.

Doença de Notificação/Freqüência Esperada

de Internações

1993

SIH CENEPI

1994

SIH CENEPI

19961995

SIH CENEPI

AltaAidsLeishmaniose VisceralRaiva HumanaTétano NeonatalTétano AcidentalSífilis CongênitaFebre AmarelaDifteriaMeningite MeningocócicaMeningite TuberculosaOutras MeningitesLeptospiroseFebre TifóideCóleraBaixaPoliomielite/PFATuberculose PulmonarSarampoHanseníaseHepatite AHepatite BCoquelucheDengue

24.2171.160

5619

1.8331.348

84312

3.803160

14.6292.271

14.42144.876

2318.930

4363.586

957160

1.18776

16.0962.570

50214

1.282...83

2525.930

41721.3521.7282.033

60.340

51740.1006.814

32.9884.2641.9005.3887.086

1997

SIH CENEPICENEPISIH

Fonte: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

29.2211.226

3022

1.5431.334

95293

4.364160

15.7703.008

13.74638.157

1839.247

3274.070

923169

1.254140

17.5043.426

22165

1.049...19

2456.004

44221.7032.8932.177

51.324

55439.1674.951

32.7856.6714.7604.098

56.621

28.5647883119

1.2841.417

86221

4.407177

14.1093.973

10.1452.421

1258.668

1923.388

703135

1.040209

18.3833.885

31128913577

4171

6.256444

24.6164.2562.3374.954

41945.6504.720

35.92210.5245.7613.798

128.619

25.438556247

1.1361.461

55157

4.066152

12.5703.4197.334

842

10412.528

1313.129

546145438515

19.2223.255

2590

8151.176

15181

6.507352

16.0945.5551.6751.017

45444.3173.818

39.9284.5195.3421.245

183.418

25.1574652317

1.0061.738

53140

3.471185

11.8992.9496.1992.273

7512.763

7693.367

563160664

1.939

17.1872.570

2597

8112.224

3179

4.432255

15.3133.308

...2.927

421...

53.33544.5583.3182.9022.104

254.942

Page 20: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

55555 8 28 28 28 28 2

Informe Epidemiológico

do SUS

De um lado, patologias como otétano neonatal e a meningite tuberculosa,em que se observou um númerosurpreendentemente inferior deinternações, ou de outro lado, a sífiliscongênita para a qual se observoucomportamento inverso, ou seja, maiornúmero de internações do que denotif icações. Estes achados sãoindicativos úteis para alertar o CENEPIsobre a necessidade de buscar ativamentecasos perdidos, ou identificar a nãocaptação dos casos, pela rede assistencial,frente aos quais um tratamento,adequadamente instituído, traria impactopara a letalidade.

Quando os dados foram descritos,a partir dos dois sistemas de informação,em função de sua ocorrência no espaçodefinido para o estudo, ou seja, Regiõese Estados, observa-se que as manchasse distribuem com bastante semelhançanos dois sistemas de informações,mostrando uma grande coerência,destacando-se, em função da densidadepopulacional, a Região Sudeste. Emrelação aos Estados, sobressaem-se, emordem de freqüência, São Paulo, MinasGerais e Rio de Janeiro, vindo a seguir oEstado da Bahia, no Nordeste, o Estadodo Rio Grande do Sul, no Sul, e o Pará,no Norte (Figuras 2 e 3).

Quando se observam os subgrupos,verifica-se que, em relação à magnitudedas imunopreveníveis, sobressaem-se osEstados de Minas Gerais, Bahia, SãoPaulo e Rio Grande do Sul, nos doissistemas de informações. No conjuntodas doenças imunopreveníveis, o Estadode Minas Gerais é aquele que ocupa maisvezes a primeira posição, enquanto oEstado da Bahia se destaca quando serefere aos casos notificados. Quando seconsideram os grupos das doenças cujatransmissão se faz de pessoa a pessoa,sobressai-se, nos dois sistemas deinformações, a Região Sudeste, com osEstados de São Paulo, Rio de Janeiro eMinas Gerais, além do Estado do Paraná,na Região Sul. Contudo, o Estado deMinas Gerais apresenta uma maior

freqüência de internações, enquanto o Riode Janeiro apresenta um maior númerode notif icações. As doenças denotificação compulsória de veiculaçãohídrica concentram-se na RegiãoNordeste, principalmente nos Estados daBahia, Pernambuco e Ceará, emboranestes dois últimos se perceba umaimportante notificação de casos de febretifóide, sem correspondência com osinternamentos. Destaca-se, ainda, aparticipação do Sudeste na freqüência daleptospirose observada nos registros doCENEPI e SIH. As patologias transmitidaspor vetores também apresentam umamaior concentração nos estados doNordeste, particularmente na Bahia,evidenciada nos dois sistemas deinformações, embora também haja umaimportante participação dos Estados deSão Paulo e Minas Gerais nas internaçõespor febre amarela.

Considerações FinaisConsiderações FinaisConsiderações FinaisConsiderações FinaisConsiderações Finais

Quando se descreveram aspatologias segundo a necessidadepotencial de internação, observou-se que,independentemente de requerereminternações com maior ou menorfreqüência, o Sistema de InformaçõesHospitalares - SIH/SUS mostrou uma boacompatibilidade quando comparado como sistema de notif icação de casos,principalmente para aquelas patologias emque se tem uma boa vigilância como adifteria, AIDS, meningite meningocócica,raiva humana, tétano acidental, sífiliscongênita, tuberculose pulmonar esarampo.

Os resultados também evidenciaramque a potencialidade do SIH/SUS nomonitoramento e vigilância das doençasde notificação compulsória não estárelacionada à freqüência de internamentosque elas exigem. O SIH-SUS mostrou-seum sistema ágil e com boa capacidade dedetecção dos casos esperados tanto paraas doenças que requerem muitosinternamentos, como para as quepressupõem internamentos esporádicos.

A exploração das potencialidadesdo Sistema de Informações Hospitalares

Avaliação do SIH/SUS como Fonte de Informações para Vigilância das DNC

Page 21: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

83

83

83

83

83

IE

SU

SIE

SU

SIE

SU

SIE

SU

SIE

SU

S

volume

9, nº

2abril/junho

2000

Antonio da Cruz G

ouveia M

endes e cols.

Figura 2 - Regiões e Estados da Federação com as Maiores Médias de Internações por Doenças de NotificaçãoCompulsória no Período. Brasil, 1993 - 1997.

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345 12345

12345

12345

12345

12345

1234512345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

1234

1234

1234

1234

1234

1234

123456

123456

123456

123456

123456

123456

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

123451234

1234

1234

1234

1234

1234

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345 12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

1234

1234

1234

1234

1234

1234

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345 12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

123456

123456

123456

123456

123456

123456

12345

12345

12345

12345

12345

12345

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

123456

123456

123456

123456

123456

123456

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

123456

123456

123456

123456

123456

123456

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

Sarampo

Poliomelite/PFA

Difteria

Coqueluche

Tétano Neonatal

Tétano Acidental

Raiva Humana

Aids

Menin. Meningocócica

Meningite Tuberculosa

Outras Meningites

Tuberculose Pulmonar

Hanseníase

Hepatite A

Hepatite B

Sífilis Congênita

Cólera

Febre Tifóide

Leptospirose

Dengue

Febre Amarela

Leishmaniose Visceral

Doenças de NotificaçãoRO AC AM RR PA AP T O MA P I CE RN PB PE AL SE BA MG ES RJ SP PR SC RS MTMS GO DF

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

1o Maior12345

12345

12345

12345

12345

12345

2o Maior

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

3o Maior 4o Maior

Fonte: SIH/SUS

Page 22: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

IE

SU

SIE

SU

SIE

SU

SIE

SU

SIE

SU

S

55 5558

48

48

48

48

4

Informe

Epidemiológico

do SU

S

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

1234

1234

1234

1234

1234

1234

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

1234

1234

1234

1234

1234

1234

1234

1234

1234

1234

1234

1234

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

1234

1234

1234

1234

1234

1234

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345 12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345 123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345 123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

Sarampo

Poliomelite/PFA

Difteria

Coqueluche

Tétano Neonatal

Tétano Acidental

Raiva Humana

Aids

Menin. Meningocócica

Meningite Tuberculosa

Outras Meningites

Tuberculose Pulmonar*

Hanseníase

Hepatite A

Hepatite B

Sífilis Congênita**

Cólera

Febre Tifóide*

Leptospirose

Dengue

Febre Amarela

Leishmaniose Visceral

Doenças de NotificaçãoRO AC AM RR PA AP T O MA P I CE RN PB PE AL SE BA MG ES RJ SP PR SC RS MTMS GO DF

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

1o Maior

12345

12345

12345

12345

12345

12345

2o Maior

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

3o Maior 4o Maior

1234

1234

1234

1234

1234

1234

123456

123456

123456

123456

123456

123456

123456

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

12345

Fonte: SIH/SUS

Figura 3 - Regiões e Estados da Federação com as Maiores Médias de Notificações por Doenças deNotificação Compulsória, Brasil, 1993 - 1997.

* Período: 93-96** Período: 95-97

Avaliação do SIH/SUS com

o Fonte de Inform

ações para

Vigilância das DNC

Page 23: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

8 58 58 58 58 5

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Antonio da Cruz Gouveia Mendes e cols.

- S I H / S U S , c o m o c o a d j u v a n t ed o monitoramento e vigi lânciaepidemiológica das doenças de notificaçãocompulsória, revelou grande qualidadecomo fonte complementar de informaçõespara a vigilância destas patologias, aocontrário do senso comum que imaginaeste sistema de informação de qualidadebastante questionável como fonte dedados epidemiológicos.

O SIH pode tornar-se ainda maispotente à medida que se façam algunsajustes no sistema, e que ele seja usadode forma regular e contínua, tendo comoconseqüência maior avaliação e controledas informações prestadas.

Ressalta-se, deste modo, aimportância da continuidade de estudoscom exploração das informações contidasno SIH, utilizando-se tanto a metodologiadescritiva, como desenhos analíticos maissofisticados, que contribuirão para aelevação da confiabilidade do sistema.

A descrição realizada demonstra anecessidade de se corrigirem algunsproblemas. Assim, com o intuito demelhorar a qualidade do SIH e contribuircom as informações em saúde do SUS,serão apresentadas algumas sugestões:a) Condicionar o pagamento da AIH dedoenças de notificação compulsória ànotificação do caso, no momento dopreenchimento da AIH, com conseqüenteaperfeiçoamento dos dados de morbidadehospitalar e notificações das doenças.Esta notificação poderia ser registrada emum campo aberto pela própria AIH,gerando-se um disquete de notificaçõesa ser entregue junto com a cobrança dainternação; b) Propõe-se a revisão, casoa caso, dos valores pagos para essaspatologias, tornando-os mais justos eestimulando os hospitais que se ocupamdestes tipos de internações, pois os baixosvalores pagos para a maioria dasinternações por DNC, somado àobrigatoriedade da notificação, poderágerar uma fuga para outros diagnósticose procedimentos, que não necessitem danotificação. Esta medida provocaráimpacto ainda sobre as “possíveis

fraudes”, na medida em que tambémserão geradas a notif icação e aconseqüente investigação epidemiológica,o controle e avaliação sobre estasinternações hospitalares; c) Para umamelhor qualidade das informaçõesprestadas pelo SIH, condicionar opagamento das internações por DNC aopreenchimento de diagnósticos eprocedimentos compatíveis, que hoje nãose exige; d) Compatibi l ização nacodificação de variáveis comuns aos doissistemas como: Sexo (SIH M=1, F=3 /SINAN M=1, F=2) Idade (SIH Dia=1,Mês=2, Ano=3 / SINAN Hora=1, Dia=2,M ê s = 3 , A n o = 4 ) , D i a g n ó s t i c o( S I H -CID 10 / SINAN-CID 9),Estabelecimento de Saúde (SIH=CGC,SINAN=Código) ; e) Em relação àcontinuidade da existência de internaçõespor poliomielite e registro no SIH, sugere-se o uso obrigatório de síndromesparalíticas não especificadas (CID G93.9)para casos suspeitos ou a internação porseqüelas de poliomielite (CID B91) paratratamentos cirúrgicos ou fisioterápicose, até mesmo, poliomielite, desde queacompanhado da notificação da doença;f) O registro do sarampo no SIH temcomo limitação à inexistência desteprocedimento para pacientes nãopediátricos, levando ao seu sub-registro,devendo, portanto, ser admitido empacientes adultos; g) Todo caso deinternação por raiva humana deveráobrigatoriamente constar, evidentemente,como motivo de alta o óbito, rejeitando-se o pagamento com outros motivos dealta. No caso de internações paraadministração do soro usar o CID Z24.

Referências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficas

1. Fernandes GC. O objeto de estudo daciência da informação. INFORMARECadernos do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação1995; 1(1) : 25-30.

2. Moraes HIS. Informações em saúde:da prática fragmentada ao exercícioda cidadania. São Paulo: HUCITEC;Rio de Janeiro: ABRASCO;1994.

3. Mendes EV. A construção social da

Page 24: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

55555 8 68 68 68 68 6

vigilância à saúde no âmbito dodistrito sanitário. In: Mendes EV(org). Vigilância à saúde no distritosanitário. Brasília: OPAS/OMS, 1993.p. 7-19.

4. Lessa FJD. Avaliação do Sistemade Informações Hospitalares nanotificação do óbito - Recife - 1997[dissertação]. Recife (PE): NESC/FIOCRUZ; 2000.

5. Branco MAF. Sistemas deinformações em saúde no nível local.Cadernos de Saúde Pública 1996;12(2) : 267-270.

6. Baldijão MFA. Sistemas de informaçãoem saúde. Revista São Paulo emPerspectiva 1992; 6(4) : 21-28.

7. Carvalho DM. Grandes sistemasnacionais de informação em saúde:revisão e discussão da situação atual.Informe Epidemiológico do SUS1997; VI(4) : 7-46.

8. Almeida MF. Algumas consideraçõessobre os sistemas de informação emsaúde da França e Brasil. InformeEpidemológico do SUS 1996; V(4) :7-12.

9. Teixeira MG, Penna GO, Risi JB,Penna ML, Alvim MF, Moraes JC,Luna E. Seleção das doenças denotificação compulsória: critérios erecomendações para as três esferasde Governo. Informe Epidemiológicodo SUS 1998; VII(1) : 7-28.

10. Ministério da Saúde. Rede Integradade Informações para Saúde no Brasil- RIPSA: concepção e estruturação.

Brasília: OPAS; 1996.

11. Levcovitz E, Pereira TRC. SIH-SUS(Sistema AIH): uma análise dosistema público de remuneração deinternações hospitalares no Brasil,1983-1991. Rio de Janeiro: IMS/UERJ: 1993.

12. Ministério da Previdência eAssistência Social. Portaria n. 3.062,de 23 de agosto de 1982. Aprova oPlano de Reorientação da Assistênciaà Saúde no âmbito da PrevidênciaSocial – CONASP. Diário Oficial daUnião, Brasília, p. 15829, 25 ago.1982. Seção I, pt. 1.

13. Veras, CMT, Martins MS. Aconfiabil idade dos dados nosformulários de autorização deinternação hospitalar (AIH).Cadernos de Saúde Pública 1994;10(3) : 339-355.

14. Lebrão ML. Análise da fidedignidadedos dados estatísticos hospitalaresdisponíveis na Secretaria Estadualde Saúde de São Paulo em 1974.Revista de Saúde Pública 1978; 12 :234-249.

15. Buss PM. Assistência hospitalar noBrasil (1984-1991): uma análisepreliminar baseada no Sistema deInformação Hospitalar do SUS.Informe Epidemiológico do SUS1993; II(2) : 5-42.

16. Fundação Nacional de Saúde. Guia devigilância epidemiológica. 5. ed. rev.ampl. Brasília: Ministério da Saúde/Fundação Nacional de Saúde; 1998.

Informe Epidemiológico

do SUS

Avaliação do SIH/SUS como Fonte de Informações para Vigilância das DNC

Page 25: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

8 78 78 78 78 7

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

Sistema de Informações Hospitalares - FonteSistema de Informações Hospitalares - FonteSistema de Informações Hospitalares - FonteSistema de Informações Hospitalares - FonteSistema de Informações Hospitalares - FonteComplementar na Vigilância e Monitoramento deComplementar na Vigilância e Monitoramento deComplementar na Vigilância e Monitoramento deComplementar na Vigilância e Monitoramento deComplementar na Vigilância e Monitoramento de

Doenças ImunopreveníveisDoenças ImunopreveníveisDoenças ImunopreveníveisDoenças ImunopreveníveisDoenças Imunopreveníveis

Informe Epidemiológico do SUS 2000; 9(2) : 87-110.

Jarbas Barbosa da Silva JuniorJarbas Barbosa da Silva JuniorJarbas Barbosa da Silva JuniorJarbas Barbosa da Silva JuniorJarbas Barbosa da Silva JuniorCentro Nacional de Epidemiologia / Fundação Nacional de Saúde

Antônio da Cruz Gouveia MendesAntônio da Cruz Gouveia MendesAntônio da Cruz Gouveia MendesAntônio da Cruz Gouveia MendesAntônio da Cruz Gouveia Mendes

Petra Oliveira DuartePetra Oliveira DuartePetra Oliveira DuartePetra Oliveira DuartePetra Oliveira Duarte

Tereza Maciel LyraTereza Maciel LyraTereza Maciel LyraTereza Maciel LyraTereza Maciel Lyra

Hospital Information System - Complementary Source forHospital Information System - Complementary Source forHospital Information System - Complementary Source forHospital Information System - Complementary Source forHospital Information System - Complementary Source forSurveillance and Monitoring of Immune-Preventable DiseasesSurveillance and Monitoring of Immune-Preventable DiseasesSurveillance and Monitoring of Immune-Preventable DiseasesSurveillance and Monitoring of Immune-Preventable DiseasesSurveillance and Monitoring of Immune-Preventable Diseases

Djalma Agripino de Melo FilhoDjalma Agripino de Melo FilhoDjalma Agripino de Melo FilhoDjalma Agripino de Melo FilhoDjalma Agripino de Melo FilhoDiretoria de Desenvolvimento Social / SUDENE

Paulette Cavalcanti de AlbuquerquePaulette Cavalcanti de AlbuquerquePaulette Cavalcanti de AlbuquerquePaulette Cavalcanti de AlbuquerquePaulette Cavalcanti de Albuquerque

ResumoDescreveram-se as doenças imunopreveníveis que, embora apresentem características epidemiológicasdistintas, têm na vacinação seu principal meio de controle. Foram consideradas o sarampo, apoliomielite, a difteria, a coqueluche, o tétano (acidental e neonatal) e a raiva humana, a partir doSistema de Informações Hospitalares (SIH) (internações) e de dados fornecidos pelo Centro Nacionalde Epidemiologia-CENEPI (notificações). Nas internações, utilizou-se como fonte de informação damorbidade o diagnóstico ou o procedimento realizado, devido às características do banco de dados ouda patologia. Consideraram-se ainda as particularidades para coqueluche (faixa etária dointernamento) e para raiva humana (motivo de alta). Entre os resultados encontrados, salientam-sea identificação da epidemia de sarampo, em 1997 e 1998, e a coerência de internamentos por faixaetária para coqueluche, além de sugerir fortemente subnotificação de casos de tétano acidental e baixonúmero de internações para tétano neonatal. Conclui-se que o SIH/SUS, apesar de algumas limitações,apresentou grande potencialidade como sistema complementar à vigilância e monitoramento dasDoenças de Notificação Compulsória (DNC), sendo ágil na identificação de epidemias, além de mostrarcoerência com o traçado da série histórica fornecida pelo CENEPI. O estudo gerou sugestões, tanto aoCENEPI como à Secretaria de Assistência à Saúde - SAS/MS na busca de aperfeiçoamento do SIH/SUScomo sistema complementar de vigilância epidemiológica.

Palavras-chaveDoenças Imunopreveníveis; Sistema de Informações Hospitalares; Vigilância Epidemiológica; Monitoramento.

SummaryThis paper describes the immune-preventable diseases, which in spite of presenting differentepidemiologic characteristics, have vaccination as their main way of control. Measles, poliomyelitis,diphtheria, whooping cough, tetanus (accidental and neonatal) and human rabies were considered.Information was obtained from the Hospital Information System - SIH (admittances) and from theNational Center of Epidemiology - CENEPI (case reports). Information on morbidity was obtained byusing the diagnosis or accomplished procedure, due to the characteristics of the database or of thepathology. Some particularities for whooping cough (age group of the admittance) and for humanrabies (motive of discharge) were also considered. Among the various results, outstanding findingssuch as the identification of the measles epidemic in 1997 and 1998; the coherence for admittance databy age group for whooping cough, besides the strong underreporting of accidental tetanus cases andthe low number of admittances for neonatal tetanus were detected. It is concluded that SIH/SUS, in spiteof some limitations, presents a great potentiality as a complementary system for surveillance andmonitoring of Notifiable Diseases, being agile for the identification of epidemics and showing coherencewith the historical series pattern provided by CENEPI. This study generated suggestions for theimprovement of SIH/SUS and its use as a complementary system for epidemiologic surveillance, usefulfor CENEPI and the Health Assistance Secretariat of the Ministry of Health - SAS/MS.

Key WordsImmune-preventable Diseases; Hospital Information System; Epidemiologic Surveillance; Monitoring.

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Endereço para correspondência: Depto de Saúde Coletiva-NESC / Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães /FIOCRUZ - Rua dos Coelhos, 450 - 1o andar - Coelhos - Recife/PE - CEP: 50.070-550

E-mail: [email protected]

Page 26: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

8 88 88 88 88 8

SIH/SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Imunopreveníveis

Informe Epidemiológico

do SUS

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução

Nas últimas décadas, o Brasil vemassist indo a um declínio tanto damortalidade como da morbidade pordoenças infecciosas e parasitárias emtodo território nacional, embora comintensidades diferentes em função decaracterísticas regionais ou locais.1

Apesar dos avanços conseguidos, asdoenças infecciosas continuam sendoimportante problema de saúde pública eo estudo do seu comportamento ainda éfundamental para o seu controle eeliminação no país.

A vacinação de crianças menores deum ano é considerada fundamental paraa prevenção de várias doenças. Diantedesta constatação, o Ministério da Saúdecriou em 1973 o Programa Nacional deImunizações - PNI, com o intuito dediminuir a magnitude da morbimortalidadepor doenças evitáveis por vacinação.2,3

Apesar do impacto obtido, Silva ecolaboradores3 referiram que, em 1996,a Pesquisa Nacional sobre Demografia noBrasil apontou coberturas vacinais deapenas 72,5% para as crianças de um aquatro anos, em relação a todas asvacinas incluídas no PNI. Essaproporção, embora superior à encontradapela PNAD 81 (38,3%), é aindainsuficiente para o controle e eliminaçãodas doenças imunopreveníveis,3

reforçando a necessidade de monitorá-las, através de um sistema de vigilânciaepidemiológica eficaz, além demecanismos complementares.

No presente estudo, buscou-sedescrever a situação das doençasimunopreveníveis a partir do Sistema deInformações Hospitalares - SIH/SUS e dasnotificações registradas pelo CentroNacional de Epidemiologia - CENEPI,identificando-se similitudes entre eles a fimde avaliar a potencialidade do SIH/SUScomo sistema complementar na vigilânciaepidemiológica dessas doenças. Éimportante ressaltar, ao comparar os dadosdo CENEPI e SIH/SUS, que os dados doCENEPI referem-se à consolidação devárias fontes de dados, onde se incluem o

SINAN (Sistema de Informações deAgravos Notificáveis) e outras fontes denotificação.

Procurou-se, então, conhecer ocomportamento epidemiológico dessasdoenças, bem como suas principaiscaracterísticas clínico-evolutivas, nointuito de captar os aspectos onde o SIH/SUS poderá cumprir esse propósito. Asdoenças imunopreveníveis descritasforam: o sarampo, a poliomielite, adifteria, o tétano, a coqueluche e a raiva.

O sarampo é uma doença infecciosaexantemática, transmissível, viral, agudae extremamente contagiosa.4,5 Em funçãodesta característica e de sua gravidade,é considerada, em termos mundiais, adoença imunoprevenível de maiorimportância em saúde pública.1 No Brasil,o sarampo passou a ser doença denotificação compulsória em 1968.6 Em1992, é implantado o Plano de Controle eEliminação do Sarampo,4,6 através deestratégias combinadas de campanha devacinação e vigilância epidemiológica.Mesmo tendo causado impacto, comredução do número de casos, suaeliminação ou mesmo o controle dadoença ainda não ocorreram, comodemonstra a epidemia ocorrida, em 1997,em São Paulo, atingindo posteriormenteoutros Estados.6

A poliomiel i te é uma doençainfecciosa aguda, viral (enterovírus), queapresenta quadro clássico de paralisiaflácida e início súbito.4,7 Dentre asdoenças imunopreveníveis, é aquela paraa qual as ações de controle obtiveram,sem dúvida nenhuma, os melhoresresultados.1,8 Com início em 1980, ascampanhas nacionais de vacinaçãocausaram impacto tão significativo que,em 1989, registrou-se o último casoconfirmado de poliomielite causado pelopoliovírus selvagem no país.1 Ascampanhas nacionais foram tão eficazesque serviram de subsídio para aelaboração da estratégia do programaglobal de erradicação do poliovírusselvagem promovido pela OrganizaçãoMundial da Saúde, a partir de 1987.1

A vacinação deA vacinação deA vacinação deA vacinação deA vacinação decrianças menorescrianças menorescrianças menorescrianças menorescrianças menores

de um ano éde um ano éde um ano éde um ano éde um ano éconsideradaconsideradaconsideradaconsideradaconsiderada

fundamental parafundamental parafundamental parafundamental parafundamental paraa prevenção dea prevenção dea prevenção dea prevenção dea prevenção devárias doenças.várias doenças.várias doenças.várias doenças.várias doenças.

Diante destaDiante destaDiante destaDiante destaDiante destaconstatação, oconstatação, oconstatação, oconstatação, oconstatação, o

Ministério daMinistério daMinistério daMinistério daMinistério daSaúde criou emSaúde criou emSaúde criou emSaúde criou emSaúde criou em

1973 o Programa1973 o Programa1973 o Programa1973 o Programa1973 o ProgramaNacional deNacional deNacional deNacional deNacional de

Imunizações -Imunizações -Imunizações -Imunizações -Imunizações -PNI, com oPNI, com oPNI, com oPNI, com oPNI, com ointuito deintuito deintuito deintuito deintuito dediminuir adiminuir adiminuir adiminuir adiminuir a

magnitude damagnitude damagnitude damagnitude damagnitude damorbimortalidademorbimortalidademorbimortalidademorbimortalidademorbimortalidade

por doençaspor doençaspor doençaspor doençaspor doençasevitáveis porevitáveis porevitáveis porevitáveis porevitáveis porvacinação.vacinação.vacinação.vacinação.vacinação. 2,32,32,32,32,3

Page 27: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

8 98 98 98 98 9

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U STereza Maciel Lira e cols.

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Entretanto, para a manutenção daeliminação do vírus selvagem e da doença,é necessário o monitoramento sistemáticoe permanente, o que é feito pelo CENEPIatravés da investigação de todo caso dedeficiência motora flácida de iníciosúbito.4 Neste sentido, o SIH/SUS podecontribuir informando agilmente, emfunção de suas próprias característicasde sistema de pagamento, os casosinternados de paralisias flácidas. Noentanto, para que isso ocorra com aeficácia desejada, serão necessáriosalguns ajustes no sistema, como serádiscutido posteriormente.

São três as doenças imuno-preveníveis que podem ser controladasatravés da vacina tríplice: difteria,coqueluche e tétano.

A difteria é uma doençatoxiinfecciosa aguda, causada peloCorynebacterium diphtheriae, que atingemais freqüentemente crianças de até 10anos de idade (embora a suscetibilidadeseja geral), sendo considerada umadoença grave, de letalidade elevada e que,conseqüentemente, deve ser tratada emambiente hospitalar especializado.4,9 Oideal para controle epidemiológico dadoença é uma cobertura vacinal superiora 85%. Ações eficazes de vigilânciaepidemiológica são também essenciais naidentificação de casos e desencadeamentode medidas de controle.

A coque luche é uma doençainfecciosa aguda do trato respiratório,causada pe la bactér ia Bordete l laper tuss is , com t ransmissãoprincipalmente pelo contato diretoentre pessoas. De suscet ib i l idadeuniversal, a doença é mais freqüenteem crianças menores de cinco anos emais grave em crianças menores de umano, quando a letal idade pode sera l t a e o t ra tamento hosp i ta la rf reqüentemente necessár io .4,10 Éimportante sal ientar que a vacinacontra coqueluche só deve ser aplicadaaté os seis anos de idade, pelo riscopotenc ia l de compl icações pós-vacinais em indivíduos maiores.

O tétano é considerado doençarelacionada a risco ambiental, não seapresentando de forma epidêmica nacomunidade.1 Tanto o tétano neonatalcomo o acidental são importantes causasde morbi-mortalidade, tendo por agenteetiológico o Clostyridium tetani, bacilogram-negativo, estritamente anaeróbio,com grande capacidade de resistência nomeio ambiente.4,11 A letalidade do tétanoé elevada, estando relacionada tanto àforma clínica como à faixa etária, sendomais grave nos extremos da vida. O tétanoneonatal é ainda responsável por umnúmero elevado de óbitos em países emdesenvolvimento, exigindo para seutratamento a hospitalização do recém-nato.4 A principal ação de controle dotétano é a vacinação de rotina para criançase gestantes, além da vacinação de outrosgrupos de risco. A assistência médicaespecializada é também fundamentalpara redução das mortes, quando doaparecimento da doença.1,4,11

A raiva humana, cujo processo deimunização passiva e ativa é a única formade prevenir a manifestação da doença, életal em 100% dos casos.12

A r a i v a h u m a n a é u m aantropozoonose, transmitida ao homempor inoculação do vírus rábico contido nasaliva de animal infectado.4,13 As principaisformas de controle da doença são avacinação dos animais domésticos, asações de vacinação e a aplicação de soroem pacientes agredidos, além da captura,observação e eliminação de animais.

Questões metodológicas específicasQuestões metodológicas específicasQuestões metodológicas específicasQuestões metodológicas específicasQuestões metodológicas específicas

Na descrição das doenças incluídasneste grupo, consideraram-se ascaracterísticas do banco de dados e asespecif icidades próprias de cadapatologia.

Os bancos de dados utilizados foramo Sistema de Informações Hospitalares -SIH/SUS, para as informações sobreinternações hospitalares e, para os dadosepidemiológicos, os registros denotificações provenientes do CENEPI,conforme discriminado anteriormente. Os

Page 28: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

9 09 09 09 09 0

Informe Epidemiológico

do SUS

dados das internações foram obtidos, deforma geral, a partir do diagnósticoconstante na Autorização de InternaçãoHospitalar - AIH, em virtude destainformação estar disponível para todo operíodo estudado. Assim, seguiu-se essecritério para poliomielite, sarampo,coqueluche e tétano. Para difteria e raivahumana, os dados, a partir de 1993,foram obtidos através do procedimentorealizado, por serem bem mais precisosdo ponto de vista epidemiológico do queaqueles referidos no diagnóstico, sendoque estes procedimentos só estavamdisponíveis a partir daquele ano.

Outras considerações metodo-lógicas sobre a base de dados fazem-senecessárias para uma melhorcompreensão dos resultados. Em relaçãoao sarampo, ressalta-se que no SIH nãoexiste o “procedimento sarampo” parapacientes não pediátricos e, como essadoença pode acometer adultos, a ausênciade procedimentos não pediátricos podelevar a um sub-registro. Essa limitaçãogerou a necessidade de que os dados doSIH para o sarampo fossem obtidos apartir do diagnóstico da internação.

No caso da poliomielite, mereceatenção a incorporação, a partir de 1990,da paralisia flácida aguda no Sistema deVigilância Epidemiológica, o que tornoupossível estabelecer uma comparaçãocom os dados de poliomielite registradosno SIH e no CENEPI, embora esseprocedimento seja limitado devido àsdiferentes formas de registro da doença.O Centro Nacional de Epidemiologiamonitora o evento “paralisia flácidaaguda”, enquanto, no SIH/SUS, odiagnóstico de “poliomielite” pode serutilizado para os casos de suspeita depoliomielite ou para pacientes comseqüelas, embora a doença, a rigor, nãoocorra no país desde 1989, fato que podeter causado algumas imprecisões nacomparação dos dados.

Para o estudo da difteria, optou-sepor descrever, a partir de 1993, os dadosdo SIH por registro dos procedimentosrealizados, pois esta forma de análise dos

dados se mostrou mais coerente com osdados epidemiológicos. Por ser umapatologia extremamente grave, é provávelque os diagnóst icos de admissão(suspeita clínica) estejam superestimadose, poster iormente, em função derecursos diagnósticos complementares,os procedimentos tornem-se maisespecíficos.

Quanto à coqueluche, doença quepor suas características clínicas demandainternação com relativa raridade, decidiu-se descrever de forma complementar osdados em função da faixa etária dospacientes internados, buscando-se aexistência de coerência com as faixasetárias que potencialmente apresentammaior número de complicações e,conseqüentemente, de internamentos.

No caso do tétano, foram descritosseparadamente os casos neonatais eacidentais. Embora a notif icaçãodesagregada de tétano neonatal eacidental pelo CENEPI ocorra desde1982, o banco de dados do SIH/SUS sódispõe dos mesmos desagregados a partirde 1991, trazendo algumas limitações naavaliação da série histórica.

A raiva humana foi descrita segundoos mesmos critérios usados para difteria,ou seja, utilizaram-se os procedimentosrea l i zados , po r ap resen ta r umamelhor qualidade. Na avaliação docomportamento das internações por raiva,também se levou em conta o motivo dealta, pois sendo esta uma doença 100%letal, esperava-se encontrar como motivode alta sempre o óbito, o que nãocorrespondeu à realidade.

Os dados de raiva humana foramdescritos apenas para o país, optando-sepor não especificar por Estados, pois,devido ao pequeno número de casos destapatologia, qualquer variabilidade no totalde ocorrências influenciaria os dados,limitando a descrição.

ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados

Os resultados discutidos a seguirreforçam o potencial de uso do SIH/SUSno monitoramento das doenças de

SIH/SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Imunopreveníveis

Page 29: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

9 19 19 19 19 1

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

notificação compulsória. Preferiu-sedestacar as particularidades de cadapatologia no que se refere à evoluçãoclínica, complicações ou letalidade.Quando considerados globalmente,o s resultados se mostraram úteis,necessitando apenas de alguns ajustespara que seu uso seja otimizado na suavigilância e monitoramento.

A descrição dos dados denotificação e internamento referentes àsdoenças imunopreveníveis mostra umcomportamento bastante coerente com arealização das campanhas de vacinaçãoiniciadas na década de 1980, para apoliomielite, e na década de 1990, para atríplice.

O número de casos notificados e deinternações de difteria e coqueluche, porexemplo, apresenta queda significativapraticamente no mesmo período (entre1990 e 1991, para coqueluche, e entre1991 e 1992, para difteria). O tétano,embora sendo prevenido pela vacinatríplice, mostra um comportamentodiferente, com queda suave ao longoda década de 1990. Isto ocorreprovavelmente devido ao fato de o tétanoacidental ocorrer com freqüência emfaixas etárias não atingidas pela campanha

nacional (acidentes de trabalho, porexemplo), e o tétano neonatal serprevenido através de ações específicaspara gestantes, também não inclusas nascampanhas de vacinação.

O declínio dos casos de poliomielitefoi mais expressivo, principalmente como controle da doença a partir de 1990.

Sarampo

No país, a comparação dos dadosde sarampo, produzidos pelo SIH eCENEPI, aponta para uma tendênciadecrescente no período de 1984 a 1996,embora se assinale, em ambos ossistemas, o aumento das freqüências nosanos de 1986, 1990/91 e 1997. Chamaatenção a simetria encontrada entre ostraçados dos dados provenientes do SIH/SUS e do CENEPI (Figura 1).

Confrontando-se os registros doscasos de sarampo, SIH e CENEPI, antes daimplantação do Programa de Eliminação doSarampo, em 1991, verifica-se a variaçãocíclica da doença, com incidências máximasa cada quatro ou seis anos. A implantaçãodo Programa interfere positivamente nonúmero de casos, observando-se, entre osanos de 1991 e 1992, uma redução de79,0% no número de internações e de 81,3%

Tereza Maciel Lira e cols.

1

1.000

1.000.000

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

ANO S

log f

Internações (SIH/SUS)

Notificações (CENEPI)

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

Figura 1 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Sarampo.Brasil, 1980-1998.

Page 30: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

9 29 29 29 29 2

Informe Epidemiológico

do SUS

no número de detecções de casosregistrados pelo CENEPI.

Contudo, a partir de 1997, detecta-se emambos os sistemas de informações, umaelevação do número de casos e deinternamentos em relação ao ano anterior:de 3.818 para 53.355 no CENEPI, e de131 para 769, no SIH, caracterizando umanova epidemia no país. Este fato revelaproblemas na cobertura vacinal ecompromete as estratégias do Ministérioda Saúde para eliminação da doença no ano2000 (Tabela 1).

A detecção da epidemia, citada,reforça o potencial de uso do SIH para

vigilância e monitorização do sarampo,mesmo diante da limitação do SIH/SUSde não registrar procedimentosespecíficos quando se trata de caso desarampo em adulto, faixa prioritariamenteacometida na epidemia de 1997.

Os dados de notificação e internação porsarampo por Regiões e Estados mostram que aRegião Sudeste foi a mais atingida na epidemiade 1997, em particular o Estado de São Paulo.Dos 53.355 casos notificados no país, 46.125deles foram notificados no Sudeste, 42.076 emSão Paulo. Das 769 internações por sarampono país, 539 ocorreram na Região Sudeste e455 em São Paulo.

Tabela 1 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Sarampo, por Estados eRegiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

436 63 10 7 6 - 31 5 4 113 53 1 6 2 5 11 3 4 28 110 43 13 23 31 91 20 11 60 59 13 10 29 7

6.814 727 104 36 150 23 319 76 19 1.239 50 24 306 126 38 25 48 102 520 2.293 689 116 713 775 1.791 1.085 124 582 764 123 286 87 268

327 41 1 3 3 3 28 - 3 70 22 3 8 4 4 4 4 4 17 104 28 7 25 44 82 11 16 55 30 1 11 16 2

4.951 727 82 17 289 53 158 103 25 1.052 215 15 202 91 16 35 24 77 377 1.071 402 53 332 284 1.835 1.231 249 355 266 139 56 23 48

192 28 3 4 3 - 14 - 4 44 13 - 4 2 2 11 1 3 8 59 19 1 10 29 46 5 15 26 15 - 4 8 3

4.720 416 31 14 76 21 115 118 41 959 65 17 94 68 50 92 65 57 451 819 227 107 208 277 2.341 1.546 236 559 185 75 33 25 52

131 14 2 - 2 - 7 - 3 30 6 2 - 1 2 7 2 2 8 48 15 2 14 17 30 7 6 17 9 3 1 4 1

3.818 392 16 21 62 14 126 43 110 1.037 60 71 239 62 42 35 35 38 455 694 241 40 206 207 1.517 930 267 320 178 51 40 51 36

769 28 3 - 1 - 13 - 11 94 5 - 26 1 13 9 2 1 37 539 38 9 37 455 56 14 22 20 52 4 7 8 33

53.355 234 17 13 60 10 52 22 60 4.082 48 139 661 77 194 290 30 98 2.545 46.125 799 39 3.211 42.076 1.559 544 367 648 1.355 88 54 335 878

298 34 1 2 3 - 15 13 - 59 2 - 5 - - 40 3 1 8 98 8 5 5 80 59 24 23 12 48 1 3 2 42

SIH/SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Imunopreveníveis

Page 31: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

9 39 39 39 39 3

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

A epidemia atingiu também outrasRegiões do país, principalmente oNordeste, onde houve, entre 1996 e1997, um crescimento do número decasos detectados e de internações quepassou, respectivamente, de 1.037 para4.082 e de 30 para 94.

Na Tabela 2, observa-se, em 1997,uma elevação nos coeficientes deinternação hospitalar por 100.000habitantes, quando as Regiões Sudeste eNordeste apresentaram, respectivamente,o maior (0,79) e o menor (0,21) deles.Salienta-se que o Distrito Federal (1,76)e o Estado de São Paulo (1,31)apresentaram os maiores coeficientes.

Os coeficientes de notificações por100.000 habitantes para 1997 apresentamo mesmo comportamento já observadopara as internações, com o aumento docoeficiente nacional e por regiões, comexceção das Regiões Norte (que teve umaqueda no coeficiente de notificação de3,47 para 2,02) e a Sul, que se mantevecom coeficientes estáveis. Em função daepidemia em 1997, os Estados de SãoPaulo (121,07), Distrito Federal (46,78),Rio de Janeiro (23,69) e Bahia (20,02)apresentaram destaque no cenárionacional.

A razão entre o número deinternações/notificações, no período de

Tereza Maciel Lira e cols.

Tabela 2 - Coeficientes de Internação (SIH/SUS) e de Notificação (CENEPI) de Casos de Sarampo por100.000 habitantes, por Estados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI e IBGE

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

0,29 0,59 0,81 1,60 0,27 - 0,59 1,62 0,41 0,26 1,04 0,04 0,09 0,08 0,15 0,15 0,12 0,26 0,23 0,17 0,27 0,48 0,18 0,09 0,40 0,23 0,23 0,64 0,60 0,70 0,46 0,70 0,42

4,50 6,84 8,38 8,23 6,76 9,54 6,12 24,61 1,96 2,83 0,98 0,90 4,67 5,03 1,16 0,34 1,84 6,57 4,24 3,55 4,27 4,30 5,46 2,37 7,91 12,63 2,64 6,21 7,75 6,65 13,22 2,09 16,02

0,21 0,38 0,08 0,67 0,13 1,19 0,53 - 0,30 0,16 0,43 0,11 0,12 0,16 0,12 0,05 0,15 0,25 0,14 0,16 0,17 0,26 0,19 0,13 0,36 0,13 0,34 0,58 0,30 0,05 0,49 0,38 0,12

3,22 6,67 6,35 3,81 12,73 21,05 2,96 32,43 2,52 2,37 4,17 0,56 3,05 3,58 0,48 0,47 0,91 4,88 3,02 1,64 2,46 1,93 2,52 0,86 8,01 14,23 5,22 3,75 2,64 7,39 2,49 0,54 2,81

0,12 0,25 0,22 0,88 0,13 - 0,26 - 0,40 0,10 0,25 - 0,06 0,08 0,06 0,15 0,04 0,19 0,06 0,09 0,12 0,04 0,08 0,09 0,20 0,06 0,31 0,27 0,15 - 0,17 0,19 0,17

3,03 3,73 2,31 3,08 3,28 8,01 2,11 36,18 4,07 2,13 1,24 0,62 1,40 2,63 1,50 1,24 2,42 3,55 3,57 1,24 1,38 3,84 1,56 0,82 10,12 17,74 4,88 5,84 1,80 3,92 1,43 0,58 2,99

0,08 0,12 0,16 - 0,08 - 0,13 - 0,29 0,07 0,11 0,07 - 0,04 0,06 0,09 0,08 0,12 0,06 0,07 0,09 0,07 0,10 0,05 0,13 0,08 0,12 0,18 0,09 0,16 0,04 0,09 0,05

2,43 3,47 1,30 4,34 2,59 5,67 2,29 11,33 10,49 2,32 1,15 2,66 3,51 2,42 1,27 0,47 1,33 2,34 3,63 1,04 1,45 1,43 1,54 0,61 6,45 10,33 5,48 3,32 1,70 2,65 1,79 1,13 1,98

0,48 0,24 0,24 - 0,04 - 0,23 - 1,02 0,21 0,09 - 0,38 0,04 0,39 0,12 0,08 0,06 0,29 0,79 0,22 0,32 0,27 1,31 0,23 0,15 0,44 0,20 0,48 0,20 0,31 0,17 1,76

33,42 2,02

1,35 2,60 2,44 3,93 0,92 5,47 5,55 9,00

0,91 5,16 9,55 2,97 5,82 3,88 1,13 5,91 20,02

67,77 4,73 1,37 23,69 121,07 6,53

5,95 7,40 6,64

12,58 4,48 2,36 7,22 46,78

0,18 0,29 0,08 0,39 0,12 - 0,26 3,09 - 0,13 0,04 - 0,07 - - 0,53 0,11 0,06 0,06 0,14 0,05 0,17 0,04 0,23 0,24 0,26 0,46 0,12 0,44 0,05 0,13 0,04 2,18

Page 32: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

9 49 49 49 49 4

Informe Epidemiológico

do SUS

1993 a 1996, apresenta resultados comum nível constante próximo à média de0,05. Na epidemia de 1997, há umaalteração desse padrão, que passou paravalores em torno de 0,01.

Poliomielite

Com a implantação da CampanhaNacional de Vacinação, a partir de 1980,a poliomielite apresentou uma acentuadaredução no número de casos. Naqueleano foram registrados 1.042 casos noCENEPI e, a partir de 1984, em funçãoda queda das coberturas vacinais nascampanhas, voltaram a se elevar, havendouma epidemia com incidência máxima em1986. Após este ano, houve uma reduçãodo número de casos até 1990, a partir doque não se registraram casos depoliomielite (Figura 2).

Na descrição do comportamentodas internações no Brasil, percebe-se, noperíodo de 1984 a 1997, uma redução de458 para 75 casos, voltando a aumentarem 1998, ano em que se observa umincremento de 170 internações (75 em1997 e 245 em 1998). Os achadossugerem que os registros de internaçõespor poliomielite aguda representam casossuspeitos, devendo ser na verdadeparalisias flácidas agudas. Este fato pode

ser explicado em função da estratégiaimplantada pela Organização Pan-americana de Saúde, a partir de 1985,para garantir a investigação de todos oscasos de paralisia flácida aguda, comorecurso para alcançar a erradicação dacirculação autóctone dos poliovírusselvagens nas Américas.

Na comparação entre os registros doCENEPI para a paralisia flácida com asinternações por poliomielite, percebe-seuma razão entre as internações enotificações que, no período de 1990 a1998, varia de 0,45 (1993) a 0,18 (1997).A menor ocorrência de registros no SIHdecorre da exclusão de outrosdiagnósticos que podem apresentarparalisia f lácida, que não apenas apoliomielite. Sugere-se desta forma que acomparação da paralisia flácida, registradapelo CENEPI, deva ocorrer com todosos diagnósticos de internações do SIH queapresentarem esta manifestação clínica.Com a adoção da CID 10, a partir de 1998,tornou-se possível esta sistemática, o quepermitirá a comparação entre casos deparalisias f lácidas notif icadas e osinternados, oferecendo, sem dúvidas,dados mais confiáveis para a vigilânciaepidemiológica da poliomielite (Tabela 3).

-

200

400

600

800

1 .000

1 .200

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

A N O S

f

P o liomie lite (C EN EP I)

P o liomie lite (S IH /S U S )

P aralisia F lác ida (C EN EP I)

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

Figura 2 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos dePoliomielite e deNotificações (CENEPI) de Casos de Paralisia Flácida Aguda Brasil, 1980-1998.

SIH/SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Imunopreveníveis

Page 33: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

9 59 59 59 59 5

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Os coeficientes de internaçõeshospitalares por 100.000 habitantes parapoliomielite demonstraram uma reduçãoentre 1993 e 1997, voltando a subir em1998. Neste ano, a Região Nordesteapresentou maior coeficiente (0,31),destacando-se os Estados do Maranhão(1,33) e do Rio Grande do Norte (1,07)(Tabela 4).

O coeficiente de notificação de paralisiaflácida aguda tem uma média, no períodode 1993 a 1997, de 0,30 notificações por100.000 habitantes distribuindo-se com certahomogeneidade entre as regiões do país, masse sobressaindo a Região Norte comcoeficientes que variam de 0,39 a 0,69 noperíodo (Tabela 4).

A discreta redução das internaçõeshospitalares por poliomielite agudasugere que o SIH atua como uma fontede in formação importante para osistema de vigilância epidemiológica.Se, por um lado, apresenta problemasde especificidade, por outro, sugereu m a b o a s e n s i b i l i d a d e p a r ai d e n t i f i c a r casos suspei tos depoliomieli te aguda, embora não sejustifique a manutenção do diagnósticode poliomielite no momento da altahospitalar.

Como resultado da vigilânciaepidemiológica ativa e das altas coberturasvacinais, a poliomielite foi consideradaerradicada das Américas. No Brasil, o

Tereza Maciel Lira e cols.

Tabela 3 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Poliomielite e deNotificações (CENEPI) de Casos de Paralisia Flácida Aguda, por Estados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

231 11 1 - 5 - 3 - 2 51 5 - - 5 1 4 4 2 30 114 46 3 27 38 34 11 9 14 21 - 10 6 5

517 41 10 2 6

- 18 1 4 185 15 10 23 11 14 31 7 6 68 172 52 13 30 77 80 37 17 26 39 5 7 18 9

183 19 6 - 6 1 5 - 1 42 5 3 4 8 - 3 5 - 14 87 27 1 23 36 23 10 6 7 12 - 7 3 2

554 75 14 4 16 4 31 3 3 153 12 12 25 11 11 14 5 7 56 200 67 8 42 83 80 36 13 31 46 9 5 19 13

125 12 1 1 2 1 6 - 1 22 5 - 3 1 - 6 2 - 5 61 14 1 28 18 22 13 4 5 8 1 3 2 2

419 54 7 1 18

- 27 1

- 119 10 11 19 10 7 12 6 4 40 136 44 13 32 47 75 32 15 28 35 8 8 13 6

104 6 - 1 4 - 1 - - 27 10 - 2 3 - 3 2 1 6 39 14 2 14 9 23 12 7 4 9 2 6 1 -

454 57 5 4 15 1 23 3 6 145 8 9 21 8 10 24 13 7 45 140 31 14 34 61 74 34 10 30 38 6 4 9 19

75 5 1 1 - - 2 - 1 18 7 - 1 - 1 3 1 2 3 27 15 1 6 5 19 9 6 4 6 - - 5 1

421 47 5 2 15

- 18 2 5 140 10 11 25 10 12 24 4 7 37 129 35 9 44 41 71 30 14 27 34 6 3 15 10

250 15 6 4 1 1 3 - - 142 71 11 3 28 2 2 12 - 13 63 29 2 9 23 23 11 10 2 7 - 3 2 2

Page 34: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

9 69 69 69 69 6

Informe Epidemiológico

do SUS

último caso confirmado foi registrado em19 março de 1989.

DifteriaA difteria vem apresentando

números decrescentes, seja nanotificação de casos, seja no número deinternações realizadas, coerente com aimplantação do Programa Nacional deImunização e com a introdução da vacinatríplice nas campanhas nacionais, quereduziram a incidência da difteria no país.

Na Figura 3, observa-se que onúmero de casos notificados peloCENEPI, entre 1984 e 1990, era superioràs internações registradas no SIH. A partir

de 1991, houve uma redução progressivada razão entre internações/notificações,mostrando uma grande coerência entre asinformações do SIH e CENEPI. Com aincorporação da rede hospitalar pública noSIH, em 1991, os internamentos passarama ser discretamente superiores aos casosnotificados, ocorrendo uma nova inversãoem 1996. O comportamento semelhantena distribuição dos casos de difteria nosdois sistemas, é coerente com a evoluçãoclínica da doença, que exige suportehospitalar. Desse modo, o SIH secaracteriza como um sistemaextremamente importante para a vigilânciae monitoramento desta patologia.

Tabela 4 - Coeficientes de Internação (SIH/SUS) e de Notificação (CENEPI) de Casos de Poliomielite e deNotificações (CENEPI) de Casos de Paralisia Flácida Aguda por 100.000 habitantes, por Estados e Regiões.

Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI e IBGE

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

0,15 0,10 0,08 - 0,23 - 0,06 - 0,21 0,12 0,10 - - 0,20 0,03 0,05 0,15 0,13 0,24 0,18 0,28 0,11 0,21 0,12 0,15 0,13 0,19 0,15 0,21 - 0,46 0,14 0,30

0,34 0,39 0,81 0,46 0,27 - 0,35 0,32 0,41 0,42 0,29 0,38 0,35 0,44 0,43 0,42 0,27 0,39 0,55 0,27 0,32 0,48 0,23 0,24 0,35 0,43 0,36 0,28 0,40 0,27 0,32 0,43 0,54

0,12 0,17 0,46 - 0,26 0,40 0,09 - 0,10 0,09 0,10 0,11 0,06 0,31 - 0,04 0,19 - 0,11 0,13 0,17 0,04 0,17 0,11 0,10 0,12 0,13 0,07 0,12 - 0,31 0,07 0,12

0,36 0,69 1,08 0,90 0,70 1,59 0,58 0,94 0,30 0,34 0,23 0,45 0,38 0,43 0,33 0,19 0,19 0,44 0,45 0,31 0,41 0,29 0,32 0,25 0,35 0,42 0,27 0,33 0,46 0,48 0,22 0,45 0,76

0,08 0,11

0,07 0,22 0,09 0,38 0,11 - 0,10 0,05 0,10 - 0,04 0,04 - 0,08 0,07 - 0,04 0,09 0,08 0,04 0,21 0,05 0,10 0,15 0,08 0,05 0,08 0,05 0,13 0,05 0,12

0,27 0,48 0,52 0,22 0,78 - 0,50 0,31 - 0,26 0,19 0,40 0,28 0,39 0,21 0,16 0,22 0,25 0,32 0,21 0,27 0,47 0,24 0,14 0,32 0,37 0,31 0,29 0,34 0,42 0,35 0,30 0,35

0,07 0,05 - 0,21 0,17 - 0,02 - - 0,06 0,19 - 0,03 0,12 - 0,04 0,08 0,06 0,05 0,06 0,08 0,07 0,10 0,03 0,10 0,13 0,14 0,04 0,09 0,10 0,27 0,02 -

0,29 0,50 0,41 0,83 0,63 0,40 0,42 0,79 0,57 0,32 0,15 0,34 0,31 0,31 0,30 0,32 0,49 0,43 0,36 0,21 0,19 0,50 0,25 0,18 0,31 0,38 0,21 0,31 0,36 0,31 0,18 0,20 1,04

0,05 0,04 0,08 0,20 - - 0,04 - 0,09 0,04 0,13 - 0,01 - 0,03 0,04 0,04 0,12 0,02 0,04 0,09 0,04 0,04 0,01 0,08 0,10 0,12 0,04 0,06 - - 0,11 0,05

0,26 0,41 0,40 0,40 0,61 - 0,32 0,50 0,46 0,31 0,19 0,41 0,36 0,39 0,36 0,32 0,15 0,42 0,29 0,19 0,21 0,32 0,32 0,12 0,30 0,33 0,28 0,28 0,32 0,31 0,13 0,32 0,53

0,15 0,13 0,47 0,78 0,04 0,38 0,05 - - 0,31 1,33 0,41 0,04 1,07 0,06 0,03 0,45 - 0,10 0,09 0,17 0,07 0,07 0,07 0,10 0,12 0,20 0,02 0,06 - 0,13 0,04 0,10

SIH/SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Imunopreveníveis

Page 35: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

9 79 79 79 79 7

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Tereza Maciel Lira e cols.

Tabela 5 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Difteria, por Estados eRegiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

312 15 3 1 7 - 3 - 1 109 6 1 15 15 5 19 16 8 24 76 44 1 21 10 86 23 33 30 26 9 10 4 3

252 10 1

- 8

- 1

- -

93 1

- 6

- 6 15 17 14 34 54 27 1 19 7 72 3 47 22 23 10 7 5 1

293 31 4 1 20 - 5 - 1 106 16 - 9 3 9 13 15 5 36 88 48 2 24 14 61 10 21 30 7 3 1 2 1

245 27 1 1 22

- 1

- 2 85

- 1 6 1 8 13 12 4 40 73 23 2 43 5 51 5 22 24 9 1 6 2

-

221 49 18 1 9 - 2 17 2 74 9 - 7 2 3 13 11 3 26 48 19 4 12 13 42 15 9 18 8 - 2 6 -

171 11

- -

10 -

1 - -

84 1 1

- -

3 12 18 7 42 35 7 2 14 12 38 8 8 22 3

- 1 1 1

157 22 - 1 11 1 1 6 2 55 11 - 10 2 4 4 10 1 13 46 18 3 9 16 30 7 7 16 4 - 3 - 1

181 8

- -

6 - -

1 1 63

- -

2 2 4 34 18

- 3 54 2 2 16 34 41 19 5 17 15 1 9

- 5

140 12

- - 10 - 1 1 - 63 - 1 2 1 6 4 18 5 26 44 20 - 4 20 18

5 6 7 3 3 - - -

179 -

- - - - - - -

86 ... - - -

4 5 29 15 33 44 14 1 16 13 44 13 1 30 5 3 2

... -

112 10 - - 5 - 4 - 1 45 - 2 - - 3 3 7 4 26 29 15 - 1 13 23 10 7 6 5 2 2 - 1

Figura 3 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Difteria.Brasil, 1980-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

-

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

1980

1982

1984

1986

1988

1990

1992

1994

1996

1998

ANOS

f

Notificações (CENEPI)

Internações (SIH/SUS)

050

100150200250300350

1993

1994

1995

1996

1997

Page 36: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

9 89 89 89 89 8

Informe Epidemiológico

do SUS

De forma geral, a difteria apresentauma tendência decrescente no Brasil, sejana notificação de casos, seja no númerode internações realizadas. A redução daincidência da difteria no país, éconseqüência da implantação doPrograma Nacional de Imunização, coma introdução da vacina tríplice nascampanhas nacionais.

Na descrição dos dados por estadose regiões do país (Tabela 5), também épossível observar a semelhança entreinternações e notificações. No período1993 - 1997, a maior concentração deregistros de difteria encontrou-se naRegião Nordeste com uma média de36,24% internações e 39,98% dos casosconfirmados pelo CENEPI no país. Asregiões Sudeste e Sul também sãoimportantes quanto a magnitude dadoença, ambas representaram médiassuperiores a 20% do total de casosocorridos no mesmo período. Entre osestados, os maiores destaques nacionaisquanto a magnitude são: Bahia e Alagoas(NE); Minas Gerais, São Paulo e Rio deJaneiro (SE); e Rio Grande do Sul e SantaCatarina, na Região Sul. Vale ressaltar,que os dados de 1998 no SIH, revelam amanutenção das tendências e docomportamento da doença com relaçãoaos anos anteriores.

Quanto ao risco de transmissão dadoença, a Região Sul foi a que apresentouos maiores coeficientes de notificação noperíodo de 1993 a 1997. Entre osestados, destacaram-se neste período:Alagoas (todo o período), Sergipe (93,95 e 97), Amazonas (94 e 95), SantaCatarina (93 e 94) e Rio Grande do Sul(todo o período). Em relação asinternações, os maiores coeficientesestão na Região Norte: Amapá (95 a 96),Amazonas (94 a 96) e Rondônia (95).Outros estados com destaque nacionalsão: Alagoas (todo o período), SantaCatarina (93 e 94) e Sergipe (93 e 94),Rio Grande do Sul (93 e 94). Note-seque a diferença na composição dosprincipais estados, nas duas fontes deinformações (SIH e CENEPI), deve-se,

apenas, ao maior registro de internaçõesno Amapá e Rondônia em 1995, tendocomo conseqüência a elevação dos valoresmédios da Região Norte (Tabela 6).

Coqueluche

A coqueluche, como outras doençasimunopreveníveis, vem apresentandouma expressiva redução em função daintrodução da vacina trípl ice nascampanhas de vacinação e na rotina,estabelecidas pelo Programa Nacional deImunizações.

Mesmo com a variação cíclica dadoença, percebe-se uma redução damagnitude da curva, mantendo umatendência à redução do número de casos.O comportamento cícl ico pode serpercebido na Figura 4, onde se observamfreqüências máximas nos anos de 1982,1986 e 1990. Em 1997, observa-se umaumento de casos e internações,interrompendo a l inha contínua dedecréscimo estabelecida na década de1990, como aconteceu com outrasdoenças imunopreveníveis.

Na distribuição das internações porcoqueluche nos Estados e Regiões(Tabela 7), destacam-se as RegiõesSudeste, Sul e Nordeste com médias de35,9%; 26,7% e 21,7% das internaçõesdo país, respectivamente, no período1993-1997. Os estados do Rio Grande doSul, São Paulo, Minas Gerais ePernambuco foram os que apresentaramrelevância nacional, neste período.Quanto aos casos notif icados peloCENEPI, houve uma distr ibuiçãorelativamente equilibrada entre as regiões,sendo a Região Nordeste o principaldestaque com 34,6% dos casos nacionais.

Na comparação entre os dados doSIH e CENEPI, observa-se uma grandeproporcionalidade no número de casosnotificados e no número de internações.Embora ainda possam ser encontradasalgumas inconsistências internas. Em1997, por exemplo, ano de aumento decasos detectados pelo CENEPI, observa-se que a Região Norte foi responsável por45,04% das notificações e 4,06% das

SIH/SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Imunopreveníveis

Page 37: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

9 99 99 99 99 9

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Tereza Maciel Lira e cols.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI-SES

Figura 4 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Coqueluche.Brasil, 1980-1998.

1

10

100

1000

10000

100000

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

ANOS

log f

Internações (SIH/SUS)

Notificações (CENEPI)

Tabela 6 - Coeficientes de Internação (SIH/SUS) e de Notificação (CENEPI) de Casos de Difteria por 100.000habitantes, por Estados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI e IBGE

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

0,21 0,14 0,24 0,23 0,32 - 0,06 - 0,10 0,25 0,12 0,04 0,23 0,60 0,15 0,26 0,61 0,52 0,20 0,12 0,27 0,04 0,16 0,03 0,38 0,27 0,70 0,32 0,26 0,49 0,46 0,10 0,18

0,17 0,09 0,08 - 0,36 - 0,02 - - 0,21 0,02 - 0,09 - 0,18 0,21 0,65 0,90 0,28 0,08 0,17 0,04 0,15 0,02 0,32 0,03 1,00 0,23 0,23 0,54 0,32 0,12 0,06

0,19 0,28

0,31 0,22 0,88 - 0,09 - 0,10 0,24

0,31 - 0,14 0,12 0,27 0,18 0,57 0,32 0,29 0,13

0,29 0,07 0,18 0,04 0,27

0,12 0,44 0,32 0,07

0,16 0,04 0,05 0,06

0,16 0,25

0,08 0,22 0,97 - 0,02 - 0,20 0,19

- 0,04 0,09 0,04 0,24 0,18 0,45 0,25 0,32

0,11 0,14 0,07 0,33 0,02 0,22

0,06 0,46 0,25 0,09

0,05 0,27 0,05 -

0,14 0,44 1,34 0,22 0,39 - 0,04 5,21 0,20 0,16 0,17 - 0,10 0,08 0,09 0,17 0,41 0,19 0,21 0,07 0,12 0,14 0,09 0,04 0,18 0,17 0,19 0,19 0,08 - 0,09 0,14

0,11 0,10

- - 0,43 - 0,02 - - 0,19

0,02 0,04 - - 0,09 0,16 0,67 0,44 0,33 0,05

0,04 0,07 0,11 0,04 0,16

0,09 0,17 0,23 0,03

- 0,04 0,02 0,06

0,10 0,19 - 0,21 0,46 0,40 0,02 1,58 0,19 0,12 0,21 - 0,15 0,08 0,12 0,05 0,38 0,06 0,10 0,07 0,11 0,11 0,07 0,05 0,13 0,08 0,14 0,17 0,04 - 0,13 - 0,05

0,12 0,07 - - 0,25 - - 0,26 0,10 0,14 - - 0,03 0,08 0,12 0,46 0,68 - 0,02 0,08 0,01 0,07 0,12 0,10 0,17 0,21 0,10 0,18 0,14 0,05 0,40 - 0,27

0,09 0,10 - - 0,41 - 0,02 0,25 - 0,14 - 0,04 0,03 0,04 0,18 0,05 0,68 0,30 0,20 0,06 0,12 - 0,03 0,06 0,08 0,05 0,12 0,07 0,03 0,15 - - -

0,11 -

- - - - - - - 0,19

... - - - 0,12 0,07 1,09 0,91 0,26 0,06 0,08 0,04 0,12 0,04 0,18 0,14 0,02 0,31 0,05 0,15 0,09

... -

0,07 0,08 - - 0,20 - 0,07 - 0,09 0,10 - 0,07 - - 0,09 0,04 0,26 0,24 0,20 0,04 0,09 - 0,01 0,04 0,10 0,11 0,14 0,06 0,05 0,10 0,09 - 0,05

Page 38: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 0 01 0 01 0 01 0 01 0 0

Informe Epidemiológico

do SUS

internações, enquanto a Região Sudesteapresentou 19,74% de casos e 48,64%das internações do país.

Ressalta-se, entretanto, que osestados de São Paulo (durante todo operíodo) e Rio de Janeiro (1994 e 1996),não apresentaram suas notificações aoCENEPI, prejudicando assim a análiseespacial desses dados (Tabela 7).

A razão do número de internações/notificações aponta para um númeroelevado de internações em relação aonúmero de notificações, ou seja, 28 % doscasos de coqueluche estariam internando-se. Este comportamento não condiz coma evolução clínica da doença, pois, há

necessidade de internação em poucoscasos, que ocorre apenas diante decomplicações. Acredita-se, neste sentido,que possivelmente existe uma elevadasubnotificação de casos da doença.

Por esse motivo, investigou-se acoerência dessas internações através dadistribuição dos casos por faixa etária.

Observando-se as faixas etárias dosinternados por coqueluche (Tabela 8),constata-se que, a partir de 1996, maisde 80% das internações ocorrem emmenores de um ano de idade. Em todoo período, mais de 68% das internaçõesocorrem em menores de um ano,percentual que apresenta tendência

Tabela 7 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Coqueluche, porEstados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI e SES

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1.187 115 21 8 29 1 23 8 25 180 29 11 13 7 4 52 4 - 60 439 152 32 70 185 345 57 76 212 108 19 11 37 41

5.388 760 93 13 284 17 238 63 52 1.500 9 56 202 130 47 65 55 23 913 1.344 745 174 425

... 1.193

438 242 513 591 90 131 32 338

1.254 81 9 3 48 - 13 2 6 322 49 2 17 5 15 176 12 3 43 339 140 34 67 98 425 78 84 263 87 21 9 17 40

4.098 459

29 -

208 2 204 15 1

1.411 20 59 107 58 31 154 105 92 785 702

552 150

... ...

1.065 275 139 651

461 82 76 26 277

1.040 55 6 6 10 - 20 2 11 313

20 10 25 6 22 157 22 11 40 364 135 44 47 138 194

49 23 122

114 29 4 19 62

3.798 252 24 2 115

- 94 1 16

1.951 46 149 16 48 129 188 383 51 941 693 388 280 25

... 424 148 29 247 478 127 64 32 255

438 40 1 4 4 - 15 3 13 96 7 2 10 5 5 39 4 5 19 181 50 11 18 102 81 20 18 43 40 7 9 10 14

1.245 95

- 3 12 11

- 36 33 645 9 36 45 20 8 317 32 4 174 206 189 17

... ...

136 40 20 76 163 19 68 17 59

664 27 2 1 2 - 12 6 4 83 8 1 9 5 5 37 - - 18 323 80 9 70 164 178 23 50 105 53 6 17 14 16

2.107 949

... 101 559 236 32

- 21

244 ...

14 37 35 13 33 27 15 70

416 215 10 191

... 388

4 180 204

110 28 47

... 35

911 49 1 8 13 2 18 6 1 75 6 - 2 2 2 49 2 2 10 387 115 40 52 180 336 48 44 244 64 13 9 16 26

SIH/SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Imunopreveníveis

Page 39: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 0 11 0 11 0 11 0 11 0 1

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Tereza Maciel Lira e cols.

Tabela 8 - Número de Internações de Casos de Coqueluche por Faixa Etária.Brasil, 1993-1998.

< 1

1 - 4

5 - 14

15 - 49

50 e mais

Ignorado

Total

Fontes: SIH/SUS

Faixa Etária 1993 1994 1995 1996 1997 1998

827

210

138

6

5

1

1.187

860

207

166

10

8

3

1.254

792

140

99

4

1

4

1.040

353

51

30

3

1

-

438

577

48

37

1

1

-

664

815

57

32

5

2

-

911

crescente , chegando a 89 ,5% em98, sendo es ta a fa ixa e tá r ia emq u e ocorrem mais freqüentementecomplicações.

Esses dados fortalecem o uso doSIH/SUS no monitoramento destapatologia, alertando, inclusive, o CENEPIsobre a provável perda de casosocorridos da doença. Reforça ainda o fatode que a observação de modificaçõesneste padrão de faixa etária ou no númerocrescente de internações podem significarsurtos da doença.

Tétano

Os dados de tétano foram descritosseparadamente: tétano neonatal eacidental.

A notificação de casos de tétanopelo CENEPI desagrega os dois tipos,desde 1982. As bases de dados deinternações hospitalares não dispõem dedados de tétano neonatal, no período de1984 a 1990, apresentando apenas dadosde tétano no geral.

Observa-se para ambos umatendência importante de redução nonúmero de casos, tanto nos registros noSIH como do CENEPI, devidoprincipalmente ao Programa Nacional deImunização, mas, também, ao Programade Eliminação do Tétano Neonatal com avacinação de mulheres em idade fértil egestantes, em aproximadamente 600municípios de risco, segundo o número

de casos notificados. Além destaestratégia, em 1992 incrementa-se avigilância epidemiológica ativa dos casosde tétano neonatal com ações conjuntasentre a Coordenação de Saúde Materno-Infantil do Ministério da Saúde,especialmente com vistas ao treinamentode parteiras e curiosas.

Tétano NeonatalA comparação dos dados produzidos

pelo SIH e CENEPI para tétano neonatalaponta para uma tendência decrescentedas internações, no período de 1991 a1996, e das notificações, no período de1983 a 1997 (Figura 5). Chama a atençãoo aumento das internações no ano de 1998,quando passou de 17 para 77. Ainexistência até o momento de dadosconfirmados de notificação da doença nãopermite inferir se houve tendência acrescimento do número de casos, ou sehouve uma melhor detecção pela rede deatenção à saúde.

Comparando-se as internações comos casos notificados por tétano neonatalsegundo Regiões e Estados no períodode 1993 a 1997 (Tabela 9), verificam-segrandes diferenças na magnitude edistribuição entre os dois sistemas,sempre com um número de internaçõesmuito baixo em relação aos casosnotificados, o que não era esperadodiante da gravidade da doença e daconseqüente necessidade de suportehospitalar durante seu curso.

Page 40: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 0 21 0 21 0 21 0 21 0 2

Informe Epidemiológico

do SUS

Tabela 9 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Tétano Neonatal, porEstados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS MS/FUNASA/CENEPI

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

19 7 - - 2 - 4 1 - 4 - - - - - 2 2 - - 6 3 - 3 - 1 - 1 - 1 - 1 - -

216 49 12 2 16 2 12 4 1 113 9 1 22 2 1 8 12 8 50 28 18 3 5 2 10 3 1 6 16 6 7 3

-

22 2 - - - - 2 - - 12 - - - 1 - 11 - - - 7 3 - 4 - -

- - - 1 - - 1 -

165 30 2 3 7

- 17

- 1 88 8 3 11 4

- 14 17 2 29 17 8 2 7

- 13 8 1 4 17 6 8 3

-

19 7 2 - 1 - 4 - - 7 - - - - - 7 - - - 3 1 - 2 - 1 - - 1 1 - 1 - -

128 28 2

- 9

- 10 1 6 65 6 4 11 1 1 9 14 2 17 23 18 1 3 1 5 2

- 3 7 5 1 1

-

7 4 - - - - 4 - - 1 - - 1 - - - - - - 1 1 - - - - - - - 1 - - - 1

90 11

- -

4 -

2 -

5 54 3 2 11 3 3 6 7 2 17 15 11 1 2 1 4 2

- 2 6 2 3 1

-

17 13 - - - - 13 - - 1 - - - - - - 1 - - 2 1 - - 1 - - - - 1 - - - 1

97 13 3 1 3

... 4 2

- 53 3 5 11 1 2 8 12

- 11 13 10 1 1 1 7 3 1 3 11 7 2 2

-

77 25 12 - 8 - 5 - - 42 7 3 8 1 6 - 6 2 9 3 2 - 1 - 5 1 3 1 2 2 - - -

SIH/SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Imunopreveníveis

0

1 00

2 00

3 00

4 00

5 00

6 00

7 00

8 00

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

A N O S

f

N o tific a ç õ e s (C E N E P I)Inte rna ç õ e s (S IH /S U S )

Figura 5 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Tétano Neonatal.Brasil, 1982-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

Page 41: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 0 31 0 31 0 31 0 31 0 3

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

A Região Nordeste é a que apresentamaior número de notificações, embora venhaapresentando a mesma tendência decrescenteobservada no país como um todo. No anode 1993, o Nordeste foi responsável por52,8% do total, tendo notificado 113 casosde tétano neonatal, enquanto em 1997 foiresponsável por 54,6% do total nacional, com53 casos notificados.

A observação dos dados mostra umamédia extremamente baixa de internações emtodas as Regiões. O Nordeste, por exemplo,internou apenas um caso em 1997, enquantoa Região Norte foi naquele ano responsávelpor 13 dos 17 internamentos por tétanoneonatal ocorridos no país.

Quanto aos coeficientes (Tabela 10),no período de 1993-1998, a Região Norteapresentou maior coeficiente médio deinternações por 100.000 habitantes (0,09),chamando a atenção os Estados de Rondônia(0,18) e Pará (0,10). Sobressai-se tambéma Região Nordeste (0,02), especialmente porconta dos Estados de Alagoas (0,06) ePernambuco (0,04). Ressalta-se o fato detrabalharmos neste caso, com pequenosnúmeros. Já os coeficientes de casosnotificados por 100.000 habitantes, noperíodo analisado, o Norte apresentou taxasque variaram de 0,10 (1996) a 0,46 (1993),enquanto o Nordeste, taxas que variaramde 0,12 (1996) a 0,26 (1993).

Tereza Maciel Lira e cols.

Tabela 10 - Coeficientes de Internação (SIH/SUS) e de Notificação (CENEPI) de Casos de Tétano Neonatalpor 100.000 habitantes, por Estados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI e IBGE

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

0,01 0,07 - - 0,09 - 0,08 0,32 - 0,01 - - - - - 0,03 0,08 - - 0,01 0,02 - 0,02 - 0,00 - 0,02 - 0,01 - 0,05 - -

0,14 0,46 0,97 0,46 0,72 0,83 0,23 1,30 0,10 0,26 0,18 0,04 0,34 0,08 0,03 0,11 0,46 0,52 0,41 0,04 0,11 0,11 0,04 0,01 0,04 0,03 0,02 0,06 0,16 0,32 0,32 0,07 -

0,01 0,02 - - - - 0,04 - - 0,03 - - - 0,04 - 0,15 - - - 0,01 0,02 - 0,03 - - - - - 0,01 - - 0,02 -

0,11 0,28 0,15 0,67 0,31 - 0,32 - 0,10 0,20 0,16 0,11 0,17 0,16 - 0,19 0,64 0,13 0,23 0,03 0,05 0,07 0,05 - 0,06 0,09 0,02 0,04 0,17 0,32 0,36 0,07 -

0,01 0,06 0,15 - 0,04 - 0,07 - - 0,02 - - - - - 0,09 - - - 0,00 0,01 - 0,02 - 0,00 - - 0,01 0,01 - 0,04 - -

0,08 0,25 0,15 - 0,39 - 0,18 0,31 0,60 0,14 0,11 0,15 0,16 0,04 0,03 0,12 0,52 0,12 0,13 0,03 0,11 0,04 0,02 0,00 0,02 0,02 - 0,03 0,07 0,26 0,04 0,02 -

0,00 0,04 - - - - 0,07 - - 0,00 - - 0,01 - - - - - - 0,00 0,01 - - - -

- - - 0,01 - - - 0,05

0,06 0,10

- - 0,17 - 0,04 - 0,48 0,12

0,06 0,07 0,16 0,12 0,09 0,08 0,27 0,12 0,14 0,02

0,07 0,04 0,01 0,00 0,02

0,02 - 0,02 0,06

0,10 0,13 0,02 -

0,01 0,11

- - - - 0,23 - -

0,00 - - - - - - 0,04 - -

0,00 0,01 - - 0,00

- - - -

0,01 - - - 0,05

0,06 0,11

0,24 0,20 0,12

... 0,07 0,50 -

0,12 0,06 0,19 0,16 0,04 0,06 0,11 0,45 - 0,09

0,02 0,06 0,04 0,01 0,00

0,03 0,03 0,02 0,03

0,10 0,36 0,09 0,04 -

0,05 0,21 0,94 - 0,32 - 0,09 - - 0,09 0,13 0,11 0,11 0,04 0,18 - 0,22 0,12 0,07 0,00 0,01 - - - 0,02 0,01 0,06 0,01 0,02 0,10 - - -

Page 42: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 0 41 0 41 0 41 0 41 0 4

Informe Epidemiológico

do SUS

A razão internação/notificação paratétano neonatal evidencia que apenas12%, em média, dos casos 1993/97levaram à internação dos pacientes, o queé muito baixo, tratando-se de umapatologia em que neste grupo etário éextremamente letal.

As hipóteses para estes achadossão: o número ainda grande de partosdomicil iares no interior do país; aconcepção da “naturalidade” da morte deneonatos por parcelas da população; amelhoria do sistema de vigi lânciaepidemiológica com a descentralizaçãopara os municípios que, associados aoscritérios clínicos para confirmação decasos de tétano neonatal, leva a umanotificação de casos bem superior aonúmero de crianças assist idas noshospitais; ou, que as crianças, aochegarem à rede hospitalar, já seencontram em estado extremamentegrave, ocorrendo o óbito antes degera r a internação; ou ainda emconsequência dos internamentos semuma especificação do tipo de tétano(neonatal ou acidental), ou mesmo comdiagnóstico de outras patologias.

Os dados acima destacam o papelpotencial que o SIH/SUS podedesempenhar como adjuvante nomonitoramento do comportamento dotétano neonatal , pois os rarosinternamentos, em contraposição àsnotificações, chama a atenção para anecessidade de melhoria de acesso à redede atenção e qualificação profissionalpara o diagnóstico precoce da doença,com uma correta especificação doscasos.

Tétano Acidental

Em relação ao tétano acidental, onúmero de internações foi crescente de1984 a 1991, provavelmente devido àincorporação de rede ao SIH. A partir de1992, no entanto, inicia uma curvadecrescente e constante. A tendência àredução também foi observada peloCENEPI em todo o período, influenciadatambém, certamente, pelo incremento davacinação (Figura 6).

A descrição das notificações porRegiões e Estados (Tabela 11) aponta aRegião Nordeste como a responsável pelomaior número de casos, embora venhatambém apresentando tendência àredução de notificações no período de1993 a 1997 (531 casos dos 1.282 dopaís em 1993, e 366 dos 811 casos nopaís em 1997). Quanto aos Estados,Bahia, São Paulo, Rio Grande do Sul ePernambuco, foram os que apresentarammaiores números de notificações de casosde tétano acidental no período analisado.

A Região Nordeste também é a querepresenta os maiores registros do país(39,8% em média), seguida pela RegiãoSudeste (20,9%) no mesmo período. Omaior número de internações seconcentra nos estados da Bahia, RioGrande do Sul, Minas Gerais, Ceará e SãoPaulo (Tabela 11).

Para observar os estados e regiõescom maiores riscos são apresentados oscoeficientes de internações e denotificações de casos (Tabela 12). Oscoeficientes de internações, de modogeral, apresentam tendência de reduçãono período de 1993 a 1997. A médianacional neste período foi de 0,87internações por 100.000 habitantes. Asregiões Norte e Nordeste com médias de1,66 e 1,21 respectivamente, representamos coeficientes de internações entre 1993e 1997, destacando-se os estados doAcre, Rondônia, Amazonas Alagoas,Piauí. Quanto às notificações, observou-se mesma tendência do SIH, apresentandotambém uma distr ibuição espacialbastante equivalente. O coeficiente médiodo país foi de 0,63 notificações por100.000 habitantes no período analisado.

Na comparação dos registrosnacionais entre SIH e CENEPI, observou-se uma razão de internação/notificação de1,4 como média do período de 1993 a1997, representando uma subnotificaçãopelo CENEPI de 40%. Entretanto, estaconstatação parece não correspondercom a realidade epidemiológica da doençano país, caracterizando um sobreregistrono SIH. Este fato, reforça a hipótese da

SIH/SUS ccmo Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Imunopreveníveis

Page 43: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 0 51 0 51 0 51 0 51 0 5

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Tereza Maciel Lira e cols.

Tabela 11 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Tétano Acidental, porEstados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1.833 250 46 18 57 2 100 8 19 744 104 48 134 35 47 108 62 21 185 368 145 29 84 110 326 97 64 165 145 28 47 66 4

1.282 144 33 12 26 4 57 3 9 531 53 19 84 31 24 100 44 16 160 277 81 15 72 109 231 73 45 113 99 18 37 43 1

1.543 202 30 15 54 2 81 4 16 596 105 49 91 18 39 80 49 16 149 337 128 24 56 129 297 78 64 155

111 25 35 42 9

1.049 132 22 9 33 1 51 1 15 388 33 23 60 13 30 89 3 16 121 239 88 21 57 73 218 57 41 120 72 15 22 33 2

1.284 160

22 15 37 1 69 3 13 524 59 42 106 25 35 77 44 16 120 294 119 14 61 100 213

72 42 99 93 27 29 26 11

913 116 23 10 21

... 46 4 12 325 37 16 5 25 24 63 37 11 107 226 84 8 52 82 181 56 23 102 65 21 17 25 2

1.136 186 23 12 67 1 67 3 13 444 62 44 85 26 43 38 30 16 100 219 106 14 31 68 206 50 51 105 81 20 27 28 6

815 85

- 4 24

- 47 2 8 315 37 32 22 22 5 104 38 2 53 214 61 4 37 112 143 44 30 69 58 14 21 13 10

1.006 127

22 5 27 - 52 5 16 399 35 38 81 28 35 29 44 11 98 206 80 14 37 75 198

47 42 109 76 24 27 20 5

811 112

16 5 35 1 34 4 17 366 45 21 69 29 20 48 48 1 85 180

53 7 23 97 95 11 44 40 58 14 11 28 5

718 96 11 8 20 - 47 4 6 300 25 20 73 15 22 35 33 14 63 172 87 13 24 48 98 34 26 38 52 7 22 20 3

-

4 00

8 00

1 .2 0 0

1 .6 0 0

2 .0 0 0

2 .4 0 0

2 .8 0 0

3 .2 0 0

3 .6 0 019

80

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

A N O S

f

In te rna ç õ e s (S IH /S U S )

N o tific a ç õ e s (C E N E P I)

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI/SINAN

Figura 6 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Tétano Acidental.Brasil, 1980-1998.

Page 44: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 0 61 0 61 0 61 0 61 0 6

Informe Epidemiológico

do SUS

má especificação dos diagnósticos detétano (neonatal ou acidental), podendoparte dos registros de tétano acidental serna verdade tétano neonatal, o que ajudariaa explicar às poucas internações destaúltima forma da doença.

Apesar das diferenças nos registrosde tétano entre SIH e CENEPI, éimportante destacar a semelhança dadistribuição dos casos nos dois sistemas,percebe-se também uma tendência deaproximação entre as fontes deinformações durante o período estudado.Estas observações, indicam melhorias daqualidade dos registros no SIH, podendoo mesmo ser util izado como fontecomplementar para a vigilância e omonitoramento destas patologias.

Raiva HumanaNos dados referentes a raiva

humana provenientes do CENEPI,percebe-se uma redução constante donúmero de casos. Esta tendência éinterrompida em 1987 até 1991, voltandoa decrescer nos anos seguintes. Quantoàs internações registradas no SIH/SUS,observa-se um comportamento inverso,aumento de internações até 1992. Esteincremento, é em conseqüência daincorporação de rede hospitalar pelosistema naquele período. A partir de1993, começa a haver uma certacoerência entre as duas fontes deinformações (Figura 7).

Na distr ibuição dos casos porestados e regiões do país (Tabela 13),

Tabela 12 - Coeficientes de Internação (SIH/SUS) e de Notificação (CENEPI) de Casos de Tétano Acidentalpor 100.000 habitantes, por Estados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI e IBGE

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1,21 2,35 3,70 4,11 2,57 0,83 1,92 2,59 1,96 1,70 2,04 1,81 2,05 1,40 1,44 1,48 2,38 1,35 1,51 0,57 0,90 1,07 0,64 0,34 1,44 1,13 1,36 1,76 1,47 1,51 2,17 1,58 0,24

0,85 1,35 2,66 2,74 1,17 1,66 1,09 0,97 0,93 1,21 1,04 0,71 1,28 1,24 0,73 1,37 1,69 1,03 1,30 0,43 0,50 0,56 0,55 0,33 1,02 0,85 0,96 1,21 1,00 0,97 1,71 1,03 0,06

1,00 1,85 2,32 3,36 2,38 0,79 1,52 1,26 1,61 1,34 2,03 1,82 1,37 0,71 1,18 1,09 1,85 1,01 1,20 0,51 0,78 0,87 0,42 0,39 1,30 0,90 1,34 1,64 1,10 1,33 1,56 0,99 0,53

0,68 1,21

1,70 2,02 1,45 0,40 0,96 0,31 1,51 0,87 0,64 0,85 0,90 0,51 0,91 1,21 0,11 1,01 0,97 0,37 0,54 0,77 0,43 0,22 0,95 0,66 0,86 1,27 0,71 0,80 0,98 0,78 0,12

0,82 1,43 1,64 3,29 1,59 0,38 1,27 0,92 1,29 1,17

1,13 1,54 1,58 0,97 1,05 1,03 1,64 1,00 0,95 0,44 0,72 0,50 0,46 0,30 0,92 0,83 0,87 1,03 0,91 1,41 1,25 0,60 0,63

0,59 1,04 1,72 2,20 0,91

... 0,84 1,23 1,19 0,72 0,71 0,59 0,07 0,97 0,72 0,85 1,38 0,69 0,85 0,34 0,51 0,29 0,39 0,24 0,78 0,64 0,48 1,06 0,63 1,10 0,73 0,58 0,12

0,72 1,65 1,87 2,48 2,80 0,40 1,22 0,79 1,24 0,99 1,19 1,65 1,25 1,02 1,30 0,51 1,14 0,99 0,80 0,33 0,64 0,50 0,23 0,20 0,88 0,56 1,05 1,09 0,77 1,04 1,21 0,62 0,33

0,52 0,75 - 0,83 1,00 - 0,85 0,53 0,76 0,70 0,71 1,20 0,32 0,86 0,15 1,41 1,44 0,12 0,42 0,32 0,37 0,14 0,28 0,33 0,61 0,49 0,62 0,72 0,55 0,73 0,94 0,29 0,55

0,63 1,09

1,75 1,00 1,10 - 0,92 1,24 1,48 0,88

0,66 1,41 1,17 1,08 1,05 0,39 1,65 0,66 0,77 0,30

0,47 0,49 0,27 0,22 0,83

0,51 0,85 1,12 0,71

1,22 1,18 0,43 0,27

0,51 0,97 1,27 1,00 1,42 0,39 0,60 1,00 1,57 0,81 0,85 0,78 1,00 1,12 0,60 0,64 1,80 0,06 0,67 0,26 0,31 0,25 0,17 0,28 0,40 0,12 0,89 0,41 0,54 0,71 0,48 0,60 0,27

0,44 0,81 0,86 1,56 0,79 - 0,81 0,95 0,54 0,65 0,47 0,74 1,04 0,57 0,66 0,47 1,23 0,83 0,49 0,25 0,51 0,45 0,18 0,14 0,41 0,37 0,52 0,39 0,47 0,35 0,94 0,42 0,16

SIH/SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Imunopreveníveis

Page 45: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 0 71 0 71 0 71 0 71 0 7

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Tereza Maciel Lira e cols.

0

2 0

4 0

6 0

8 0

1 00

1 20

1 40

1 60

1 80

2 00

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

A N O S

f

In te rna ç õ e s (S IH /S U S )

N o tific a ç õ e s (C E N E P I)

Figura 7 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Raiva Humana.Brasil, 1980-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

no período entre 1993 e 1997, em relaçãoa magnitude, destaca-se a Região Nordestecom média superior a 40% dos registrosdo país, nas duas fontes de dados. Aregião Sudeste (com tendênciadecrescente) e o Norte (crescente) sealternam na segunda e terceira posições.Os estados mais atingidos neste períodoforam: Minas Gerais, Bahia, Pará, Goiás eCeará. Quanto a diferença entre os dadosdo SIH e CENEPI, ressalta-se a RegiãoSul que, embora não tenha registros decasos de raiva na década de 90, apresentoucinco internações entre 1993 e 1997.

Embora, no período de 1993 a 1997,tenha ocorrido uma aproximação entre oscasos notificados ao CENEPI com asinternações do SIH, percebe-se um maiorregistro das internações em 1993 e 1994(respectivamente, seis e oito internaçõesa mais do total de casos confirmados).Para estes achados existem duashipóteses, a primeira seria a ocorrênciade subnotificação de casos (CENEPI),dev ido a p rob lemas dos s is temasd e informações e de vigi lânciaepidemiológica. A segunda possibilidade,é a uti l ização dos procedimentosespecíficos de raiva (SIH) para o registrodas internações de paciente com outrodiagnóstico, por exemplo: reações aotratamento profilático da raiva (aplicaçãode soro e/ou vacina). Ressalta-se,

entretanto, que uma hipóteses não excluia outra, podendo ambas ocorreremsimultaneamente.

Diante dessas hipóteses, procurou-se explorar mais profundamente os dadosdo SIH, buscando verificar a qualidadedas informações hospitalares. Nestesentido, sendo a raiva uma patologia com100% de letalidade, esperava-se quetodas as internações fossem encerradas('motivo da alta') pela ocorrência do óbito.

Na observação das internações porraiva humana segundo o motivo da altahospitalar (Tabela 14), constatou-se umagrande incoerência com a evoluçãoclínica da doença, haja visto que foiencontrado um número considerável dealtas sem óbito (média de 35,16% noperíodo 1993-1998). Este achado reforçaa segunda hipótese, ou seja registro deinternamentos que na realidade não eramraiva. Entretanto, também pode havermau preenchimento do campo queespecifica o tipo de alta, mesmo para oscasos de raiva, pois, para a realização dopagamento da internação, o sistema nãoexige qualquer coerência do motivo daalta com o diagnóstico. Desse modo, oque fica comprometida é a qualidade doregistro de óbito no SIH, sendonecessário ajustes no sistema.

Apesar dos problemas expostos, apartir de 1995 ocorre uma grande coerência

Page 46: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 0 81 0 81 0 81 0 81 0 8

Informe Epidemiológico

do SUS

entre os dois sistemas. Esta observação,reforça a utilidade do SIH/SUS comosistema complementar para a vigilância emonitoramento da raiva humana, sendo deextrema importância para a melhoria daqualidade dos registros de notificações/

Tabela 14 - Número de Internações de Casos de Raiva Humana segundo Motivo de Alta.Brasil, 1993-1998.

Com óbito

Sem óbito

Total

Fontes: SIH/SUS

Alta 1993 1994 1995 1996 1997 1998

42

14

56

17

13

30

17

14

31

13

11

24

17

6

23

12

6

18

SIH/SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Imunopreveníveis

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

Tabela 13 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Raiva Humana, porEstados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

56 3 - 1 1 - 1 - - 32 4 1 6 2 4 5 1 2 7 15 9 4 - 2 3 2 - 1 3 - - 3 -

50 9 2 1 1

- 5

- -

25 2

- 4 2 2 6

- 2 7 13 8 4

- 1 -

- - -

3 - -

3 -

30 6

1 - - - 4 - 1

10 1 1 1 - 1 - - - 6 8

6 - - 2

1 1 - - 5

1 1 3 -

22 4 1

- - -

3 - -

7 2

- - - -

1 1

- 3 9 8 1

- -

- - - -

2 -

1 1

-

31 6 1 - - - 5 - - 11 2 - 5 - - 2 - - 2 10 6 1 - 3

- - - - 4 - - 4 -

31 9 1

- - -

8 - -

12 3

- 3

- -

3 - -

3 7 4 2

- 1 -

- - -

3 - -

3 -

24 8 - 6 - - - - 2 12 1 2 2 - 1 2 2 - 2 1 - - - 1 -

- - - 3 - - 3 -

25 9

- 8

- -

1 - -

11 4

- 1

- 1 2 2

- 1

- - - - -

- - - -

5 1

- 4

-

23 4 1 1 - - 1 - 1 13

- 3 4 - 3 1 - - 2 3 2 - - 1 1

- 1 - 2 - 1 1 -

25 6 2 2

- -

1 -

1 12 4

- 4

- 2 1

- -

1 4 3

- -

1 -

- - -

3 -

2 1

-

18 7 3 - - - 3 - 1 5 1 3 1 - - - - - - 2 1 - - 1 - - - - 4 - 3 1 -

óbitos e, consequentemente, para ocontrole desta enfermidade no país.

Comentários FinaisComentários FinaisComentários FinaisComentários FinaisComentários Finais

Os dados descritos mostraram agrande potencialidade do Sistema de

Page 47: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 0 91 0 91 0 91 0 91 0 9

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

Informações Hospitalares do SUS comoadjuvante no monitoramento das doençasimunopreveníveis. Embora algumasressalvas devam ser feitas, conclui-se queé recomendável o uso sistemático dessesistema de informações em saúde de formacomplementar, pelos serviços de vigilânciaepidemiológica. Ressalta-se, ainda, que todaa avaliação foi feita em relação ao territórionacional, Regiões e Estados, porém todosos dados provenientes do SIH/SUS podemser desagregados, permitindo a análise dedados até por unidades hospitalares, casoseja este considerado um aspecto relevante.

Alguns aspectos específicos porpatologias devem ser salientados:

• A simetria dos achados emmomentos de epidemia, mostrandoum crescimento de internações àmedida que aumentam os casosnotificados, evidencia o SIH comoinstrumento de alerta, como bemexemplifica o caso do sarampo;

• A análise dos dados docomportamento do sarampo nomomento da recente epidemia chamaa atenção para a necessidade deprevisão de procedimentos paraadultos dentro do SIH/SUS;

• O SIH, corrigindo os erros dediagnósticos e passando a ter apossibilidade do preenchimento dacausa de internação pelo quadroclínico de paralisia flácida aguda,além dos diagnósticos da síndromede Guillan-Barré, síndrome de Rey emielite transversa, poderá constituirum bom sistema de informaçãocomplementar para a vigilânciaepidemiológica da poliomielite, poisseus achados podem servir comocasos suspeitos para a investigaçãoepidemiológica, atuando como eventosentinela;

• O SIH/SUS mostrou-se bastantefidedigno quanto às notificações dedifteria e, sendo esta uma doençade tratamento eminentementehospitalar, um aumento do númeroesperado de internações gerará umalerta ao Sistema de Vigilância

Tereza Maciel Lira e cols.

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Epidemiológica no que diz respeito apossível ocorrência de surtos;

• O SIH constitui um bom sistema deinformação complementar para acoqueluche graças à grande simetriaentre as internações e notificações,além da compatibilidade das faixasetár ias de in ternamento quesugerem a identificação dos casoscomplicados da doença, embora seinfira uma importante subnotificaçãode casos;

• Os registros de tétano, caracterizaramuma pequena hospitalização dos casosde tétano neonatal e um elevado númerode internações por tétano acidental, emrelação aos casos confirmados peloCENEPI. Entretanto, observou-se umatendência de aproximação entre osregistros nos dois sistemas, quepodem representar uma qualificaçãodo SIH para a vigi lância e omonitoramento destas patologias,como fonte complementar doCENEPI.

• Para o aprimoramento do SIH,sugere-se que todo caso de internaçãopor raiva humana, deveráobrigatoriamente constar comomotivo de alta, o óbito.

Referências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficas

1. Waldman EA, Silva LJ, Monteiro CA.Trajetória das doenças infecciosas: daeliminação da poliomieli te àreintrodução da cólera. In: MonteiroCA (org). Velhos e Novos Males daSaúde no Brasil: a evolução do País ede suas doenças. São Paulo:HUCITEC/NUPENS/USP; 1995. p.195-244.

2. Becker RA. Sistema nacional deVigi lância Epidemiológica. In:Doenças Evitáveis por Imunização:Anais do Encontro Nacional deControle de Doenças 1982; Brasília;1983. p. 09-20.

3. Silva AAM, Gomes UA, Tonial SR,Silva RA. Cobertura vacinal e fatoresde risco associados à não vacinaçãoem localidade urbana do Nordeste

Page 48: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 1 01 1 01 1 01 1 01 1 0

brasileiro, 1994. Revista de SaúdePública 1999; 33(2) : 147-156.

4. Fundação Nacional de Saúde. Guia deVigilância Epidemiológica. 5. ed. rev.e ampl. Brasília: Ministério da Saúde/Fundação Nacional de Saúde; 1998.

5. Kuschnaroff TM. Sarampo. In:Veronesi R, Foccacia R (ed). Veronesi:Tratado de Infectologia. São Paulo:Atheneu; 1996. p. 505-511.

6. Domingues CMAS, Pereira MCCQ,Santos ED, Siqueira MM, Ganter B.A evolução do sarampo no Brasil e asituação atual. Informe Epidemiológicodo SUS 1997; VI(1) : 7-19.

7. Diamente A, Kok F. Poliomielite. In:Veronesi R, Foccacia R (Editores).Veronesi: Tratado de Infectologia. SãoPaulo: Atheneu; 1996. p. 469-475.

8. Sabrosa PC, Kawa H, Campos WSQ.Doenças transmissíveis: ainda umdesafio. In: Minayo MC (org). OsMuitos Brasis. Saúde e População naDécada de 80. São Paulo: HUCITEC;Rio de Janeiro: ABRASCO; 1995. p-177-244.

SIH/SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Imunopreveníveis

9. Longo JC, Mede i ros EAS.Difteria. In: Veronesi R, FoccaciaR (ed ) . Verones i : Tra tado deInfectologia. São Paulo: Atheneu;1996. p. 612-622.

10. Carvalho LH, Hidalgo FR, NeumaTR. Coqueluche. In: Veronesi R,Foccacia R (ed). Veronesi: Tratadode Infectologia. São Paulo: Atheneu;1996. p. 603-611.

11. Veronesi R, Foccacia R, Tavares W,Mazza CC. Tétano. In: Veronesi R,Foccacia R (ed). Veronesi: Tratadode Infectologia. São Paulo: Atheneu;1996. p. 887-913.

12.Garcia RCM, Vasconcellos AS,Sakamoto SM, Lopez AC. Análise detratamento anti-rábico humano pós-exposição em região da Grande SãoPaulo - Brasil. Revista de SaúdePública 1999; 33(3) : 295-301.

13. Nova AV, Rengel FS, HinrichsenSL. Raiva. In: Veronesi R e FoccaciaR (ed). Veronesi: Tratado deInfectologia. São Paulo: Atheneu;1996. p. 476-488.

Informe Epidemiológico

do SUS

Page 49: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 1 11 1 11 1 11 1 11 1 1

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

Sistema de Informações HospitalaresSistema de Informações HospitalaresSistema de Informações HospitalaresSistema de Informações HospitalaresSistema de Informações Hospitalares Fonte Complementar na Vigilância e Fonte Complementar na Vigilância e Fonte Complementar na Vigilância e Fonte Complementar na Vigilância e Fonte Complementar na Vigilância e

MonitorMonitorMonitorMonitorMonitoramento damento damento damento damento das Doenças de Vas Doenças de Vas Doenças de Vas Doenças de Vas Doenças de Veiculação Hídriceiculação Hídriceiculação Hídriceiculação Hídriceiculação Hídricaaaaa

Informe Epidemiológico do SUS 2000; 9(2) : 111-124.

Antônio da Cruz Gouveia MendesAntônio da Cruz Gouveia MendesAntônio da Cruz Gouveia MendesAntônio da Cruz Gouveia MendesAntônio da Cruz Gouveia Mendes

ResumoOs Sistemas de Informações em Saúde são importantes ferramentas para definição de prioridadesno setor saúde, embora não sejam utilizados de forma sistemática. Este trabalho tem por objetivoavaliar as potencialidades do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) como sistemacomplementar para vigilância de doenças de notificação compulsória de veiculação hídrica (febretifóide, cólera e leptospirose), relacionando as internações com as notificações, segundo estados eregiões do país de 1984 a 1998. Trata-se de estudo transversal, utilizando bases de dados do SIH/SUS, e registros de notificações de casos fornecidos pelo Centro Nacional de Epidemiologia-CENEPI.Os resultados apontam o SIH/SUS como uma fonte complementar para vigilância epidemiológica,já que os mesmos apresentaram comportamento semelhante aos registrados pelo SINAN/CENEPI:tendência de redução destas doenças em todo país, com predomínio das internações nas RegiõesNordeste e Norte, registro de momentos epidêmicos das patologias de veiculação hídrica e umgráfico com registro da doença ao longo do tempo semelhantes nos dois sistemas de informação. Asfreqüências encontradas no SIH/SUS, revelam a presença de uma política de saneamento em que aoferta e o acesso são desiguais nas Regiões e Estados do Brasil que, por suas característicasambientais, fornece cenário favorável ao surgimento de surtos epidêmicos, ou manutenção dasdoenças em níveis endêmicos.

Palavras-chaveSistema de Informações Hospitalares; Doenças de veiculação Hídrica; Vigilância Epidemiológica;Monitoramento.

SummaryHealth Information Systems are important tools for the definition of priorities for the health sector, althoughthey are not used in a systematic way. This paper has as objective to evaluate the potentialities of the HospitalInformation System - SIH/SUS as a complementary system for surveillance of notifiable water-borne diseases(typhoid Fever, cholera and leptospirosis). Hospital admittances were related to case reports, for states andregions of the country, from 1984 to 1998. A cross-sectional study was performed, using the SIH/SUS databases and case reports provided by the National Center of Epidemiology - CENEPI. The results points SIH/SUS as a complementary source for epidemiologic surveillance, since similar epidemiologic behavior patternswere observed between the SIH/SUS data and those reported by the Notifiable Diseases Information System- SINAN/CENEPI: tendency of reduction of these diseases in the whole country, with a predominance ofadmittances in the Northeast and North regions; registration of epidemic moments of water-borne infectionsand a similar graphic distribution of the diseases along time, for both information systems. The diseasefrequencies found in SIH/SUS, reveal a sanitation policy that favors unequal offer and access for the regionsand states of Brazil. Because of the environmental characteristics of the country, the described situationprovides a favorable scenery for the appearance of epidemics or the maintenance of these diseases in endemiclevels.

Key WordsHospital Information Systems; Water-borne Diseases; Epidemiologic Surveillance; Monitoring.

Kátia Rejane Medeiros Kátia Rejane Medeiros Kátia Rejane Medeiros Kátia Rejane Medeiros Kátia Rejane Medeiros

Sidney Feitosa FariasSidney Feitosa FariasSidney Feitosa FariasSidney Feitosa FariasSidney Feitosa Farias

Carolina Novaes CarvalhoCarolina Novaes CarvalhoCarolina Novaes CarvalhoCarolina Novaes CarvalhoCarolina Novaes Carvalho

Fábio Delgado LessaFábio Delgado LessaFábio Delgado LessaFábio Delgado LessaFábio Delgado Lessa

Petra Oliveira DuartePetra Oliveira DuartePetra Oliveira DuartePetra Oliveira DuartePetra Oliveira Duarte

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Hospital Information System - Complementary Source forHospital Information System - Complementary Source forHospital Information System - Complementary Source forHospital Information System - Complementary Source forHospital Information System - Complementary Source forSurSurSurSurSurveillance and Monitoring of Wveillance and Monitoring of Wveillance and Monitoring of Wveillance and Monitoring of Wveillance and Monitoring of Waaaaater-Borne Diseasester-Borne Diseasester-Borne Diseasester-Borne Diseasester-Borne Diseases

Endereço para correspondência: Depto de Saúde Coletiva-NESC / Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães /FIOCRUZ - Rua dos Coelhos, 450 - 1o andar - Coelhos - Recife/PE - CEP: 50.070-550

E-mail: [email protected]

Page 50: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 1 21 1 21 1 21 1 21 1 2

SIH/SUS como Fonte de Informações de Doenças de Veiculação Hídrica

Informe Epidemiológico

do SUS

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução

O processo de organizaçãoeconômica e social do Brasil tem,historicamente, se refletido no processode adoecimento e morte da população.Com a criação e a manutenção dascondições necessárias ao desenvolvimentodo capitalismo no país, verifica-se, desdeo início do século XX, que o Estadobrasileiro atuou nas políticas públicas demaneira fragmentada e pontual, atrelandosuas ações às necessidades colocadaspelo contexto econômico do país, ou seja,formulando polít icas de saúde queevitassem qualquer perda de produtividadeno trabalho, seja por doença ou morte.1

Como política social, as ações desaúde seguiram essa tendência: escassezna oferta de serviços com predomíniode seu caráter individual-curativo emdetrimento de medidas coletivas, restritasa intervenções residuais e de baixoimpacto. Assim é o caso da política desaneamento, determinante das condiçõesde saúde e vida, que não foi implementadapelo Estado de modo equânime em todasas regiões brasileiras, contribuindo paraperpetuar a produção de doenças ligadasao “atraso”, como as doençastransmissíveis que aliadas às doenças eagravos advindos com a “modernidade”compõem o chamado “mosaicoepidemiológico”, situação que sedistancia do que se poderia chamar“transição epidemiológica”.

O saneamento é considerado,universalmente, como uma política quemuito contribui para melhoria dascondições de saúde e da qualidade de vida.Portanto, é necessário investir noaumento de sua cobertura.2,3

No Brasil, a presença de patologiascomo a cólera, febre t i fóide eleptospirose, vinculadas à escassez deacesso a saneamento básico, refletem ahistória de uma política de saneamentovinculada ao desenvolvimentoinstitucional do Estado, à economia, aomodo de produção, ao desenvolvimentotecnológico e à distribuição de renda.4

Embora part indo de situaçõesdiferenciadas de risco, pois de um ladotemos a cólera e a febre t i fóideassociadas à escassez de recursoshídricos e qualidade da água e, de outro,a leptospirose vinculada à precipitaçãopluviométrica, verifica-se que, entre elas,há um elemento unificador: uma políticade saneamento com baixa cobertura.

No Brasil, onde a oferta de serviçosde saneamento básico e abastecimento deágua é bastante desigual entre as Regiões,5

observa-se uma importante disparidade noacesso, o que se tem refletido no perfil deadoecimento da população, já que, nasRegiões Norte e Nordeste, há manutençãode níveis endêmicos de patologias que jáestão quase superadas em outras Regiõesdo país.

Apesar da identif icação deproblemas no campo do acesso a serviçossanitários, verificando-se a permanênciade casos destas patologias, observa-seque há uma tendência de redução, sejanos registros de internação, seja atravésda notificação. Entretanto, cabe ressaltarque é preocupante a manutenção destescasos, inclusive com registro de algumasepidemias como a de cólera, no períodode 1991 a 1994, e a de leptospirose,em 1996, esta últ ima localizada,basicamente, na Região Sudeste.

Ressalta-se, também, a predominânciados casos de cólera, febre tifóide eleptospirose, nas Regiões Nordeste eNorte, revelando a receptividade dessasRegiões para as doenças de veiculaçãohídrica: escassez de serviços desaneamento e extrema pobreza de suaspopulações que ampliam o risco deadoecimento.

Ao setor saúde cabe aprimorar seussistemas de informações de maneira quecapte epidemias com maior agilidade,além de vigiar e monitorar situaçõesendêmicas, possibilitando intervençõesmais adequadas. Neste sentido, estainvestigação tem como objetivocomparar o comportamento dasinternações, registradas pelo Sistema deInformações Hospitalares - SIH e das

O saneamento éO saneamento éO saneamento éO saneamento éO saneamento éconsiderado,considerado,considerado,considerado,considerado,

universalmente,universalmente,universalmente,universalmente,universalmente,como uma políticacomo uma políticacomo uma políticacomo uma políticacomo uma política

que muitoque muitoque muitoque muitoque muitocontribui paracontribui paracontribui paracontribui paracontribui para

melhoria dasmelhoria dasmelhoria dasmelhoria dasmelhoria dascondições decondições decondições decondições decondições de

saúde e dasaúde e dasaúde e dasaúde e dasaúde e daqualidade de vida.qualidade de vida.qualidade de vida.qualidade de vida.qualidade de vida.

Portanto, éPortanto, éPortanto, éPortanto, éPortanto, énecessárionecessárionecessárionecessárionecessárioinvestir noinvestir noinvestir noinvestir noinvestir no

aumento de suaaumento de suaaumento de suaaumento de suaaumento de suacobertura.cobertura.cobertura.cobertura.cobertura. 2,32,32,32,32,3

Page 51: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 1 31 1 31 1 31 1 31 1 3

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U SAntonio da Cruz G. Mendes e cols.

volume 9, nº 2abril/junho 2000

notificações, registradas pelo CentroNacional de Epidemiologia - CENEPI, doscasos de doenças de notif icaçãocompulsória que tenham na veiculaçãohídrica o seu mecanismo de transmissão.

Questões Metodológicas EspecíficasQuestões Metodológicas EspecíficasQuestões Metodológicas EspecíficasQuestões Metodológicas EspecíficasQuestões Metodológicas Específicas

A descrição das doenças denotificação compulsória de veiculaçãohídrica no Sistema de InformaçãoHospitalar (SIH-SUS) exigiu a definiçãode alguns critérios metodológicos,objetivando dispor-se dos dados nummaior intervalo de tempo, com melhorqualidade nas informações. Por isso, nocaso da cólera, optou-se em trabalhar asinternações por diagnóstico, entre os anosde 1984 a 1998.

Nas internações por febre tifóide,entre 1984 e 1992, os dados foramobtidos através do seu diagnóstico. Apartir de 1993, identificou-se que adescrição por procedimento realizadooferecia uma maior consistência,determinando sua utilização a partir daí.Já nas internações por leptospirose, oSIH-SUS revela que, somente a partir de1991, a doença passa a apresentarregistros de internações, ou seja, entre1984 e 1990 o sistema não disponibilizavaeste diagnóstico para internação. Nestesentido, nos primeiros dois anos, 1991 e1992, trabalhou-se com diagnóstico e, apartir de 1993, com procedimentosrealizados.

Os dados de notificação foramfornecidos pelo CENEPI. Para os casosde cólera, as séries foram construídaspara o período de 1991 a 1997, para febretifóide o intervalo foi maior já que haviaregistros de notificação de 1980 a 1997 epara leptospirose o período foi de 1985 a1997.

ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados

A observação do grupo de doençasde notificação compulsória de veiculaçãohídrica, segundo dados do SIH-SUS eCENEPI, demonstra que as RegiõesNordeste e Norte são as mais atingidaspor estas doenças, uma vez que nesses

espaços se encontram presentes asmaiores carências de saneamento. Comodoenças associadas ao baixo acesso aestes serviços, a cólera e a febre tifóideencontram nestas áreas um cenáriosocioambiental favorável ante a extremapobreza da população e a escassez de água,aguçada freqüentemente pelo fenômenoda seca. Já a leptospirose encontra umapermanente freqüência, com momentosepidêmicos nos períodos de maiorprecipitação pluviométrica.

Entretanto, ainda que consideradosos reflexos polít icos, sociais eambientais, verifica-se uma redução nasfreqüências dessas doenças, seja porinternação, seja por notif icação,possivelmente relativa a adoção demedidas de controle, disponibilizadaspelos serviços de saúde, principalmentepara cólera e febre tifóide.

Cólera

O cólera é uma doença infecciosaintestinal aguda, que tem como agenteetiológico o Vibrio cholerae, um bacilogram-negativo com flagelo polar,aeróbico ou anaeróbico facultativo. Temcomo reservatório o homem, emboraalguns estudos, a partir de 1970, tenhamsugerido a possibilidade de reservatóriosambientais, tais como plantas aquáticase frutos do mar. Sua transmissão ocorresobretudo através da ingestão de águacontaminada por fezes e/ou vômitos dodoente ou portador. Os alimentos eutensílios podem ser contaminados pelaágua, pelo manuseio e por moscas.

As maiores complicações dapatologia resultam da depleçãohidrossalina ocasionada pela diarréia epelos vômitos, observada com maiorfreqüência em indivíduos idosos,diabéticos ou com problemas cardíacosprévios.6

O cólera consta da lista internacionalde doenças de notificação compulsória,dada a magnitude, potencial de suadisseminação e transcendência.7

O Brasil, em 1991, após um séculosem registro de qualquer caso notificado8,

Page 52: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 1 41 1 41 1 41 1 41 1 4

Informe Epidemiológico

do SUS

participa da sétima pandemia mundial dadoença. Introduzida nas Américas atravésdo Peru, a epidemia difundiu-serapidamente no resto do continente,quando, em 1993, praticamente todos ospaíses da América do Sul e Central e osEstados Unidos passam a serconsiderados áreas de transmissão. Asexceções foram apenas o Uruguai e aregião das Antilhas, que não apresentaramcasos autóctones, ou seja, até o finaldaquele ano foram considerados comoáreas livres de transmissão.9

Os primeiros casos da doença, em1991, ocorreram na fronteira com o Peru,em Benjamim Constant, alastrando-seatravés do curso dos rios Solimões eAmazonas, quando chegaram ao litoral doPará e Amapá. A partir daí, o cólera atingeSão Luís (MA), quando, em 1992,detecta-se a doença no Sertão da Paraíbadistribuindo-se então pelos demaisEstados nordestinos. Em sua rota,através dos principais eixos rodoviários,a doença seguiu para o Sudeste, EspíritoSanto, e Rio de Janeiro.10 Atualmente, seucomportamento sugere um padrãoendêmico, com a presença regular decasos e flutuações cíclicas de maior oumenor gravidade.

No SIH-SUS, o cólera repete ocomportamento descrito na literatura, jáque o movimento de internações no país,passa a ser expressivo, em 1991,apresenta um comportamento epidêmico,em 1992, com incidência máxima em1993, mantendo uma freqüência elevadaaté 1994. Observa-se uma queda, entre1995 e 1996, embora se identifique umatendência de aumento, em 1997, tanto nonúmero de internações como dasnotificações de casos (Figura 1).

Na descrição dos dados porRegiões (Tabela 1), destaca-se a elevadafreqüência de casos no Nordeste e noNorte, com valores máximos, em 1993,sendo estas duas Regiões responsáveispela quase totalidade dos casos no país.Em 1993, ano de maior freqüência nosdois sistemas de informações, a RegiãoNordeste representou 96,23% dasinternações por cólera no país, e 94,60%dos casos confirmados pelo CENEPI;enquanto a Região Norte representou3,22% e 4,43%, respectivamente.

Quando se descreve o coeficientede internação de casos de cólera por100.000 habitantes (Tabela 2), observa-se que, em 1993, seu valor foi de 29,61para o Brasil e de 98,59 para o Nordeste,

Figura 1 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Cólera.Brasil, 1984 - 1998.

-

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

ANO S

f

Internações (SIH/SUS)

Notificações (CENEPI)

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

SIH/SUS como Fonte de Informações de Doenças de Veiculação Hídrica

Page 53: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 1 51 1 51 1 51 1 51 1 5

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

destacando-se nesta Região os Estadosdo Ceará (229,15), de Alagoas (204,04),da Paraíba (147,45) e Pernambuco(99,94). A Região Norte vem em segundolugar, com 29,61 internações por 100.000habitantes, destacando-se nesta Região oAmazonas, que apresentou coeficiente deinternação de 39,05.

Quanto aos dados de notificação decasos, no ano de 1993, o coeficiente parao Brasil foi de 39,81 por 100.000habitantes, com o Nordeste apresentando133,45 casos por 100.000 hab. O Estadocom maior coeficiente foi o Ceará com347,35, seguido pelos Estados daParaíba, Alagoas e Pernambuco,respectivamente, com coeficientes de

notificação de 246,94, 208,30 e 134,17por 100.000 habitantes (Tabela 2).

A evolução da epidemia de cóleraapresentou-se de forma diferenciada nointerior do país. O estado do Cearáassistiu a uma queda no coeficiente denotificação por 100.000 habitantes de347,35 casos, em 1994, para 0,00 casoem 1997. Os demais estados do Nordestetambém apresentaram reduçõessignificativas, porém permaneceramsempre com os maiores coeficientes denotificação no âmbito nacional. Observa-se como destaque principal, o Estado deAlagoas que apresentou umrecrudescimento da doença, quando ocoeficiente de notificação sobe de 15,23

Antonio da Cruz G. Mendes e cols.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

Tabela 1 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Cólera por Estados eRegiões. Brasil, 1993-1998.

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

Região/UF

44.876 1.297

5 9

866 5

352 60

- 43.184

441 789

15.009 2.528 4.828 7.291 5.314 1.130 5.854

390 46 54

271 19

2 - 2 - 3 - - -

60.340 1.445

5 56

992 -

345 47

- 58.454

671 2.034

22.751 3.340 8.086 9.788 5.424

958 5.402

435 57

100 267 11

6 6 - - - - - -

38.157 632

4 9

379 1

236 2 1

37.093 347 149

18.549 3.738 2.745 4.809 2.762

310 3.684

153 12 72 45 24 57

3 2

52 222

3 189

2 28

51.324 1.351

125 -

780 -

340 106

- 49.276 1.919

516 20.061 3.976 8.180 6.945 3.108

525 4.046

413 3

255 78 77

- - - -

284 -

284 - -

2.421 911

2 1

497 -

409 2 -

1.399 186

3 174 14 91

491 216 15

209 57

2 3 1

51 8 5 - 3

46 -

16 1

4.954 2.334

1 40

1.452 -

822 19

- 2.619

704 -

36 3

372 910 405

3 186

1 - - 1 - - - - - - - - - -

842 47 1 4

23 -

19 - -

707 24

- 27 20 64

234 154

7 177 62

5 -

48 9 9 9 - -

17 - 4 1

12

1.017 81

- 26 54

- 1 - -

936 27

- 8

28 104 238 401

- 130

- - - - - - - - - - - - - -

2.273 16

- 1 6 1 7 - 1

2.169 4 1 8 4

54 277

1.570 96

155 16

4 - 4 8

63 3 1

59 9 - 8 1 -

SIH CENEPI SIH CENEPI1994 1995

SIH CENEPI

2.927 48

- -

48 - - - -

2.879 - - - -

86 510

1.606 295 382

- - - - - - - - - - - - - -

3.072 90

- -

21 -

68 1 -

2.396 19

7 20

4 423 251

1.255 13

404 372 132

1 7

232 153 59

8 86 61 43 4

13 1

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

Page 54: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 1 61 1 61 1 61 1 61 1 6

Informe Epidemiológico

do SUS

em 1996, para 60,31 por 100.000habitantes em 1997.

Na comparação entre os dados do SIH-SUS e do CENEPI, observa-se uma grandesimetria das informações. A razão internação/notificação se aproxima de 1,0 nas regiõesNorte, Sudeste e Nordeste em 1993. Nesteano, entretanto, vários estados apresentaramuma razão superior a 1,0 (Amapá, Sergipe,Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo), sugerindoa existência de subnotificação de casosconfirmados neste estados. Esta grandesemelhança entre os dois sistemas deinformações é, provavelmente, decorrentedas internações serem a principal fonte denotificação do cólera no Brasil.

Febre Tifóide

A febre tifóide é uma doençabacteriana aguda, distribuída no mundoassociada a baixos níveis socioeconômicos,relacionando-se com precariedade nascondições de higiene pessoal eambiental.11 Portanto, nas áreas onde oacesso ao saneamento básico e aoabastecimento de água é limitado, estima-se que há uma maior freqüência dadoença. A Salmonella typhi é seu agenteetiológico e o homem (doente ouportador), seu reservatório. Suatransmissão ocorre sobretudo de formaindireta mediante água e alimentos,especialmente leite e seus derivados

Tabela 2 - Coeficientes de Internação (SIH/SUS) e de Notificação (CENEPI) de Casos de Cólera por 100.000habitantes por Estados e Regiões. Brasil, 1993 - 1998.

Fontes: SIH/SUS; MS/FUNASA/CENEPI e IBGE

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

Região/UF

29,61 12,20 0,40 2,06

39,05 2,07 6,75

19,43 -

98,59 8,67

29,69 229,15 100,98 147,45 99,94 204,04 72,83 47,68 0,60 0,28 2,00 2,07 0,06 0,01

- 0,04

- 0,03

- - -

0,18

39,81 13,59

0,40 12,80 44,73

- 6,62

15,22 -

133,45 13,19 76,54 347,35 133,42 246,95 134,17 208,26 61,74 44,00

0,67 0,35 3,71 2,04 0,03 0,03 0,07

- - - - - - -

24,82 5,80 0,31 2,02

16,70 0,40 4,43 0,63 0,10

83,55 6,72 5,54

279,64 146,96 82,99 65,24

104,41 19,64 29,56

0,23 0,07 2,62 0,34 0,07 0,25 0,03 0,04 0,55 2,20 0,16 8,41 0,05 1,64

33,39 12,40

9,68 -

34,37 -

6,38 33,38

- 110,99 37,18 19,17

302,43 156,32 247,31 94,22

117,49 33,25 32,46

0,63 0,02 9,30 0,59 0,23

- - - -

2,82 -

12,64 - -

1,55 8,16 0,15 0,22

21,42 -

7,51 0,61

- 3,11 3,56 0,11 2,59 0,54 2,72 6,59 8,04 0,93 1,65 0,09 0,01 0,11 0,01 0,15 0,03 0,06

- 0,03 0,45

- 0,69 0,02 1,67

3,18 20,92

0,07 8,79

62,58 -

15,09 5,82

- 5,82

13,46 -

0,54 0,12

11,14 12,22 15,08

0,19 1,47 0,00

- -

0,01 - - - - - - - - - -

0,54 0,42 0,08 0,83 0,96

- 0,34

- -

1,58 0,46

- 0,40 0,78 1,94 3,16 5,85 0,43 1,41 0,09 0,03

- 0,36 0,03 0,04 0,10

- -

0,16 -

0,18 0,02 0,66

0,65 0,72

- 5,38 2,26

- 0,02

- -

2,09 0,52

- 0,12 1,09 3,15 3,22

15,23 -

1,04 - - - - - - - - - - - - - -

1,42 0,14

- 0,20 0,24 0,39 0,12

- 0,09 4,78 0,08 0,04 0,12 0,15 1,62 3,71

58,95 5,79 1,22 0,02 0,02

- 0,03 0,02 0,26 0,03 0,02 0,60 0,08

- 0,35 0,02

-

SIH CENEPI SIH CENEPI1994 1995

SIH CENEPI

1,83 0,41

- -

1,95 - - - -

6,35 - - - -

2,58 6,83

60,31 17,80

3,01 - - - - - - - - - - - - - -

1,90 0,76

- -

0,83 -

1,18 0,24

- 5,23 0,35 0,26 0,29 0,15

12,61 3,34

46,69 0,77 3,14 0,54 0,77 0,03 0,05 0,66 0,63 0,64 0,16 0,87 0,55 2,15 0,17 0,27 0,05

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

SIH/SUS como Fonte de Informações de Doenças de Veiculação Hídrica

Page 55: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 1 71 1 71 1 71 1 71 1 7

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

contaminados com fezes ou urina depaciente ou portador. Em crianças oquadro clínico é mais benigno do que emadultos. Nos casos onde ocorreperfuração intestinal, hemorragia outoxemia severa, a doença pode levar àmorte.12

Caracterizada como doença que serelaciona com escassez de acesso asaneamento básico e abastecimento deágua, identifica-se que sua distribuição nomundo é tanto menor quanto maior for acapacidade que os Estados apresentemem superar problemas quanto à ofertadestas políticas públicas. Sendo assim,na maior parte dos países do ContinenteEuropeu a doença tem mortalidade emtorno de zero. Já na América Latina,verifica-se a persistência da doença naforma endêmica, sobrepondo-se aindaalgumas epidemias.1 Nos continentesasiático e africano, no bloco de paísessubdesenvolvidos, é ainda umaimportante causa de mortalidade, ondeapresenta taxas de letalidade que variamentre 12% e 32%.12

No Brasil, onde a oferta de serviçosde saneamento básico e abastecimento deágua é bastante desigual entre as regiõesdo país,5 observa-se que no Nordeste e

no Norte, o comportamento da febret i fó ide é bastante expressivo noconjunto de patologias relacionadas àdisponibilidade de recursos hídricos.

Apesar de seu tratamento ocorrerfundamentalmente no nível ambulatorial,e só quando houver necessidade ainternação deve ser feita,7 o estudo noSIH-SUS revelou aspectos bastanterelevantes quanto à freqüência dasinternações no período de 1984 a 1998,bem como sua distribuição no país.

Na Figura 2, observa-se, a partir de1991, um grande aumento no número deinternações de casos de febre tifóide, masisto se deveu ao incremento de rede nosistema, atingindo sua freqüência máximaem 1993. No período de 1994 a 1998,verif ica-se uma grande redução nonúmero de internações, que passou de13.746, em 1994, para 5.589, em 1998.Esta tendência de declínio já havia sidoapontada por Godoy,11 que descreveu adistribuição espacial e temporal da doençano período de 1970 a 1990.

Os dados quanto à distribuição dafebre tifóide no país (Tabela 3) refletema característica de proliferação da doença,encontrando na Região Nordeste

Antonio da Cruz G. Mendes e cols.

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Figura 2 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Febre Tifóide. Brasil, 1980 - 1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

16.000

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

ANO S

f

Internações (SIH/SUS)

Notificações (CENEPI)

Page 56: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 1 81 1 81 1 81 1 81 1 8

condições socioambientais favoráveis,ante a escassez de fontes deabastecimento de água estáveis e comtratamento adequado, esta Regiãoproduziu, no período de 1993 a 1998,71,51% das internações no país.

Na Tabela 4, tem-se que ocoeficiente de internação médio duranteo mesmo período foi de 15,26 para cada100.000 habitantes, quando a médianacional foi de 6,11. Porém, o maiorcoeficiente médio de internação porEstados foi registrado no Acre (42,26),seguido da Bahia (36,60), Ceará (13,87)e Sergipe (10,08). Em termos absolutos,o maior número de internações foi

verificado na Bahia, com 48,10% do totalobtido para o país, vindo a seguir osEstados do Ceará, Minas Gerais,Pernambuco e Santa Catarina.

A descrição dos dados do CENEPIficou bastante prejudicada em função dairregularidade de sua notificação desde oano de 1997. Apesar disto, os dadosdisponíveis no período 1993 a 1996apresentam o Nordeste com 5.125 casos(62,33% dos casos detectados noperíodo, dos quais 3.348 casos na Bahia,representando 40,72% dos casosnotificados do país).

Destacam-se as diferenças entreinternações e notificações. As primeiras

Informe Epidemiológico

do SUS

Tabela 3 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Febre Tifóide por Estados eRegiões. Brasil, 1993 - 1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

Região/UF

14.421 729 15

163 257

3 256 12 23

10.014 419 144

1.628 99

155 534 385 227

6.423 2.099 1.544

59 142 354

1.157 106 618 433 422

1 269 74 78

2.033 453

1 40

123 -

151 12

126 1.265

10 13

105 45 15

145 148 22

762 172 111 12 20 29

135 6

71 58

8 1 3 1 3

13.746 646

8 114 304

- 186 10 24

10.165 405 57

1.323 58

168 741 332 189

6.892 1.642

987 65

224 366 898 70

518 310 395

2 172 53

168

2.177 422

2 52

126 -

214 28

- 1.463

50 6

159 28 76 85 65 41

953 127 82 11 11 23

156 8

80 68

9 1 5 - 3

10.145 590 24

160 184

3 184

9 26

7.393 236 53

1.170 107 99

391 202 168

4.967 1.051

506 32 76

437 824 53

352 419 287

3 116 41

127

2.337 541

2 245 159

- 112 16

7 1.521

17 3 6

29 119 135 227 37

948 91 38 12 29 12

158 25 25

108 26

- 26 ... -

7.334 586 20

199 146

3 185

7 26

5.337 211 46

643 90

105 399 169 164

3.510 765 418 49 13

285 550

98 228 224 96

2 42 12 40

1.675 135

- 128

- - - 5 2

876 44

- -

55 -

58 -

34 685 592 352

3 -

237 44 25 11

8 28

1 25

- 2

6.199 726 11

315 143

- 232

2 23

4.412 136 39

515 38 49

282 106 144

3.103 575 244 12 20

299 440 43

250 147 46

- 16

4 26

SIH CENEPI SIH CENEPI1994 1995

SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

5.589 942

34 248 236

3 404 10

7 3.743

155 40

358 32 61

135 143 86

2.733 472 184 15 14

259 386 37

254 95 46

- 16

5 25

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

SIH/SUS como Fonte de Informações de Doenças de Veiculação Hídrica

Page 57: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 1 91 1 91 1 91 1 91 1 9

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

são bastante superiores, o que sugereuma grande subnotificação de casos peloCENEPI, inclusive, com irregularidade naprópria alimentação do banco de dados.

LeptospiroseA leptospirose é uma doença

infecciosa aguda de caráter sistêmico quese instala em homens e animais. Seu agenteé o microorganismo do gênero Leptospira.A doença é distribuída no mundo, emborasua ocorrência esteja associada a condiçõesambientais de regiões de clima tropical esubtropical. Nos períodos de altos índicespluviométricos, identificam-se condiçõesfavoráveis a epidemias, donde o carátersazonal desta doença.

Trata-se de uma importantezoonose, visto que é capaz de causarelevados prejuízos, pois, com grandeincidência nos homens, implica ônus porser de alto custo hospitalar. Os roedoressão os principais reservatórios da doença,que eliminam a leptospira através da urina.A infecção nos homens resulta daexposição direta ou indireta à urina deanimais infectados.7

A doença classicamente descritacomo bi fásica apresenta comomanifestação mais grave a icterícia, queprecede o período sept icêmico,decorrendo daí a maioria dos óbitos pelainfecção. Ressalta-se que apenas 5 a

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Antonio da Cruz G. Mendes e cols.

Tabela 4 - Coeficientes de Internação (SIH/SUS) e de Notificação (CENEPI) de Casos de Febre Tifóide por 100.000habitantes por Estados e Regiões. Brasil, 1993 - 1998.

Fontes: SIH/SUS; MS/FUNASA/CENEPI e IBGE

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

Região/UF

9,52 6,86 1,21

37,26 11,59 1,24 4,91 3,89 2,37

22,86 8,23 5,42

24,86 3,95 4,73 7,32

14,78 14,63 52,31 3,25 9,56 2,19 1,09 1,08 5,11 1,23

13,16 4,62 4,28 0,05

12,43 1,77 4,66

1,34 4,26 0,08 9,14 5,55

- 2,90 3,89

12,99 2,89 0,20 0,49 1,60 1,80 0,46 1,99 5,68 1,42 6,21 0,27 0,69 0,44 0,15 0,09 0,60 0,07 1,51 0,62 0,08 0,05 0,14 0,02 0,18

8,94 5,93 0,62

25,53 13,39

- 3,49 3,15 2,42

22,90 7,85 2,12

19,94 2,28 5,08

10,05 12,55 11,97 55,29

2,51 6,05 2,37 1,70 1,10 3,92 0,81

10,86 3,27 3,92 0,11 7,66 1,25 9,85

1,42 3,87 0,15

11,65 5,55

- 4,01 8,82

- 3,30 0,97 0,22 2,40 1,10 2,30 1,15 2,46 2,60 7,65 0,19 0,50 0,40 0,08 0,07 0,68 0,09 1,68 0,72 0,09 0,05 0,22

- 0,18

6,51 5,29 1,79

35,15 7,93 1,14 3,38 2,76 2,58

16,44 4,51 1,94

17,43 4,14 2,96 5,25 7,52

10,47 39,28

1,59 3,07 1,15 0,57 1,30 3,56 0,61 7,28 4,37 2,79 0,16 5,01 0,95 7,31

1,50 4,85 0,15

53,82 6,85

- 2,06 4,91 0,70 3,38 0,32 0,11 0,09 1,12 3,56 1,81 8,45 2,30 7,50 0,14 0,23 0,43 0,22 0,04 0,68 0,29 0,52 1,13 0,25

- 1,12

... -

4,67 5,19 1,63

41,15 6,11 1,21 3,36 1,84 2,48

11,92 4,04 1,72 9,44 3,52 3,18 5,39 6,42

10,10 27,99

1,14 2,51 1,75 0,10 0,84 2,34 1,09 4,68 2,32 0,91 0,10 1,88 0,27 2,20

1,07 1,20

- 26,47

- - -

1,32 0,19 1,96 0,84

- -

2,15 -

0,78 -

2,09 5,46 0,88 2,11 0,11

- 0,69 0,19 0,28 0,23 0,08 0,27 0,05 1,12

- 0,11

3,88 6,26 0,88

62,98 5,81

- 4,11 0,50 2,13 9,73 2,57 1,45 7,44 1,46 1,47 3,78 3,98 8,69

24,41 0,84 1,44 0,42 0,15 0,86 1,84 0,47 5,04 1,51 0,43

- 0,70 0,09 1,39

SIH CENEPI SIH CENEPI1994 1995

SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

3,45 7,94 2,66

48,24 9,36 1,15 7,00 2,38 0,63 8,17 2,89 1,47 5,10 1,22 1,82 1,79 5,32 5,10

21,27 0,68 1,08 0,52 0,10 0,73 1,60 0,40 5,05 0,96 0,42

- 0,69 0,11 1,30

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

Page 58: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 2 01 2 01 2 01 2 01 2 0

10% dos pacientes evoluem paraicterícia.13

No Brasil , a leptospirose éendêmica, apresentando picos epidêmicosnos momentos de maior precipitaçãopluviométrica.14 Nas áreas urbanas, adeficiência de saneamento básico torna-se o principal fator para proliferação deroedores. Os grupos sociais com maioresproblemas de saneamento, residentes àsmargens de córregos ou esgotos a céuaberto, em períodos de enchentes, estãomais propensos às infecções, emboratambém seja considerada de riscoocupacional para algumas categoriasprofissionais, trabalhadores de arrozais ecanaviais, minas, abatedouros esaneamento.14

Os dados referentes às internaçõespor leptospirose (SIH), revelam aexistência desse diagnóstico no sistema,somente a partir de 1991. No entanto, emrelação aos casos notif icados peloCENEPI, existem registros desde 1985.

A Figura 3 apresenta a comparaçãoentre internações e notificações de casosde leptospirose (SIH e CENEPI).

Identifica-se uma certa semelhança nocomportamento da doença nos doissistemas, com exceção para 1996 queapresentou um distanciamento, havendoaumento dos casos notificados, enquantoo número de internações foi reduzido comrelação a 1995.

Nos dados contidos na Tabela 5,também é possível observar assemelhanças entre o SIH e CENEPI, poisexiste coincidência entre a classificaçãodos estados com relação ao número decasos de leptospirose. Nas duas fonte dedados, os estados com maiores registros,por exemplo, são: Rio de Janeiro, SãoPaulo, Bahia, Pernambuco, Pará e Paraná.

No período de 1993 a 1997, a médiaanual de casos de leptospirose no Brasilfoi de 3.124 internações e 3.548notificações de casos. Neste período, aRegião Nordeste apresentou o maiornúmero das internações (38,38%),seguida do Sudeste com 31,95% dasinternações do país. Em relação àsnotificações registradas pelo CENEPI,verif icou-se, no mesmo período, apresença da Região Sudeste com 38,69%dos casos nacionais, e o Nordeste com

Informe Epidemiológico

do SUS

Figura 3 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Leptospirose.Brasil, 1985 - 1998.

-

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

5.000

5.500

6.000

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

ANO S

f

In ternações (SIH/SUS)

Notificações (CENEPI)

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

SIH/SUS como Fonte de Informações de Doenças de Veiculação Hídrica

Page 59: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 2 11 2 11 2 11 2 11 2 1

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

27,07% dos casos notificados. Ressalta-se que, em 1996, foram registados 5.555casos no Brasil, sendo que 60,30 %originaram-se do Sudeste, em decorrênciade uma epidemia no Rio de Janeiro, com2.564 casos notificados.

Em 1998, o maior número deinternações por leptospirose concentrou-se na Região Sul, representando 38,38%do total de internações do país, comdestaque para o Rio Grande do Sul, queregistrou 595 internações (Tabela 5).

A Tabela 6 apresenta os coeficientesde internações e de notificações de casosde leptospirose. No período de 1993 a1997, os maiores coeficientes médios deinternações por 100.000 habitantes,

foram registrados no Amapá (21,92),Pernambuco (5,15), Pará (4,71) e RioGrande do Norte (4,65). A Região Sulmerece atenção, em 1998, por apresentarum coeficiente de internação de 4,74 por100.000 habitantes, destacando-se oestado do Rio Grande do Sul com 6,03.Quanto aos coeficientes de notificação,no mesmo período, os estados comdestaques foram: Amapá (45,33), Pará(7,00), Rio de Janeiro (5,48) e DistritoFederal com 3,63 casos de leptospirosepor 100.000 habitantes.

Como a leptospirose tem comodeterminante as condições desaneamento e de precipitaçõespluviométricas, seu comportamento

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Antonio da Cruz G. Mendes e cols.

Tabela 5 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Leptospirose por Estados eRegiões. Brasil, 1993 - 1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

Região/UF

2.271 354

2 5

28 -

239 78

2 620

36 3

34 27

4 217 24 15

260 839 87 41

315 396 392 163 138 91 66

4 35

4 23

1.728 375

- 6

23 1

202 143

- 467 19

- 19 28

2 140 13 24

222 621 30 16

212 363 255 116 86 53 10

- - -

10

3.008 437 13

3 32

1 317 70

1 1.220

58 1

122 46 28

443 106 33

383 891

88 51

288 464 409 122 169 118 51

1 24

- 26

2.893 633 21

3 31

- 294 284

- 1.026

15 1

74 35

1 282 125 40

453 747 30 26

200 491 427 111 168 148 60

1 - 1

58

3.973 478

7 4

32 -

286 148

1 1.667

71 1

327 337 122 315 104 18

372 1.218

76 25

265 852 570 258 188 124 40

5 9 8

18

4.256 837

2 6

28 -

581 220

- 1.467

61 -

347 304 72

158 42 22

461 1.202

28 22

200 952 679 330 191 158 71

- - 1

70

3.419 315

6 4

36 -

224 45

- 1.409

45 -

136 99 51

522 101 37

418 1.168

79 34

411 644 490 174 204 112 37

4 7 1

25

5.555 689

- 14 32

- 583 59

1 978

34 -

99 22 26

276 45 32

444 3.350

33 37

2.564 716 502 119 218 165 36

1 3 2

30

2.949 329

1 44 30

- 212 39

3 1.079

33 -

49 85 36

409 45 43

379 875 112 52

287 424 628 217 210 201 38

6 5 3

24

SIH CENEPI SIH CENEPI1994 1995

SIH CENEPI

3.208 384

- 11 46

5 240 80

2 865 20

- 97 15 35

283 96 61

258 944

52 21

470 401 855 353 172 330 160

4 2 2

152

2.976 346

2 3

25 -

249 66

1 602 24

- 42 30 20

165 37 36

248 864 68 34

246 516

1.144 262 287 595 20

4 - 1

15

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

Page 60: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 2 21 2 21 2 21 2 21 2 2

endêmico decorre dessas condições e seucomportamento epidêmico possivelmentetambém está associado às grandesprecipitações pluviométricas. Portanto,estas epidemias podem ter umcomportamento focal.

Comparando o número deinternações com as notificações de casosde leptospirose, verifica-se, no períodode 1993 a 1997, que, em média, asinternações corresponderam a 88% dasnotif icações, o que é um resultadobastante satisfatório, reforçando aqualidade do SIH como sistema deinformação complementar na vigilânciaepidemiológica.

Comentários FinaisComentários FinaisComentários FinaisComentários FinaisComentários Finais

Os dados da cólera sugerem queesta doença vem apresentando umcomportamento endêmico-epidêmico noBrasil, reforçando a necessidade de vigiare monitorar surtos de diarréias. Oacompanhamento dos internamentos pordiarréias e/ou com diagnóstico de cóleradeve ser um indicador de alerta parabusca de casos que estejam ocorrendoainda de forma insidiosa.

A razão entre in ternações/notificações deve ser considerada umbom indicador, pois, identificando umnúmero maior de casos internados comdiagnóstico de cólera em relação aos

Informe Epidemiológico

do SUS

Tabela 6 - Coeficientes de Internação (SIH/SUS) e de Notificação (CENEPI) de Casos de Leptospirose por 100.000habitantes por Estados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS; MS/FUNASA/CENEPI e IBGE

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

Região/UF

1,50 3,33 0,16 1,14 1,26

- 4,58

25,26 0,21 1,42 0,71 0,11 0,52 1,08 0,12 2,97 0,92 0,97 2,12 1,30 0,54 1,52 2,41 1,21 1,73 1,90 2,94 0,97 0,67 0,22 1,62 0,10 1,37

1,14 3,53

- 1,37 1,04 0,41 3,88

46,31

1,07 0,37

- 0,29 1,12 0,06 1,92 0,50 1,55 1,81 0,96 0,19 0,59 1,62 1,11 1,13 1,35 1,83 0,57 0,10

- - -

0,60

1,96 4,01 1,01 0,67 1,41 0,40 5,95

22,04 0,10 2,75 1,12 0,04 1,84 1,81 0,85 6,01 4,01 2,09 3,07 1,36 0,54 1,86 2,18 1,40 1,79 1,41 3,54 1,25 0,51 0,05 1,07

- 1,52

1,88 5,81 1,63 0,67 1,37

- 5,51

89,42

2,31 0,29 0,04 1,12 1,38 0,03 3,83 4,73 2,53 3,63 1,14 0,18 0,95 1,52 1,48 1,87 1,28 3,52 1,56 0,60 0,05

- 0,02 3,40

2,55 4,28 0,52 0,88 1,38

- 5,25

45,37 0,10 3,71 1,36 0,04 4,87

13,05 3,65 4,23 3,87 1,12 2,94 1,84 0,46 0,90 1,99 2,53 2,46 2,96 3,89 1,29 0,39 0,26 0,39 0,19 1,04

2,73 7,50 0,15 1,32 1,21

- 10,66 67,45

3,26 1,17

- 5,17

11,77 2,16 2,12 1,56 1,37 3,65 1,81 0,17 0,79 1,50 2,82 2,94 3,79 3,95 1,65 0,69

- -

0,02 4,03

2,18 2,79 0,49 0,83 1,51

- 4,06

11,86 -

3,15 0,86

- 2,00 3,87 1,54 7,05 3,84 2,28 3,33 1,74 0,47 1,21 3,07 1,89 2,08 1,93 4,18 1,16 0,35 0,21 0,31 0,02 1,37

3,54 6,10

- 2,89 1,34

- 10,58 15,55

0,10 2,18 0,65

- 1,45 0,86 0,79 3,73 1,71 1,97 3,54 5,00 0,20 1,32

19,13 2,10 2,13 1,32 4,47 1,71 0,34 0,05 0,13 0,04 1,65

1,85 2,84 0,08 8,80 1,22

- 3,75 9,70 0,28 2,38 0,62

- 0,71 3,28 1,08 5,48 1,69 2,59 2,98 1,29 0,66 1,82 2,12 1,22 2,63 2,37 4,24 2,06 0,35 0,31 0,22 0,06 1,28

SIH CENEPI SIH CENEPI1994 1995

SIH CENEPI

2,07 4,17

- 2,20 1,87 1,96 4,25

19,90 0,19 1,91 0,38

- 1,40 0,58 1,05 3,79 3,60 3,68 2,03 1,39 0,31 0,74 3,47 1,15 3,58 3,86 3,47 3,38 1,49 0,20 0,09 0,04 8,10

1,84 2,92 0,16 0,58 0,99

- 4,32

15,68 0,09 1,31 0,45

- 0,60 1,14 0,60 2,19 1,38 2,14 1,93 1,25 0,40 1,17 1,80 1,46 4,74 2,83 5,71 6,03 0,18 0,20

- 0,02 0,78

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

SIH/SUS como Fonte de Informações de Doenças de Veiculação Hídrica

Page 61: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 2 31 2 31 2 31 2 31 2 3

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

casos notificados/confirmados, podesugerir um alerta de recrudescimento dadoença de forma epidêmica.

A febre tifóide apresentou umaconcentração de casos na RegiãoNordeste, estando o maior número deinternações nos Estados da Bahia e Ceará.Identifica-se uma redução das internaçõespor febre tifóide no Brasil nos últimosanos, apesar de não haver melhoriasubstancial nas condições sanitárias.Contudo, apesar desta redução, há de seconsiderar uma provável subnotificação,haja vista que, nos últimos anos, observa-se uma agudização do fenômeno da secano Nordeste, que tornam mais escassosos reservatórios de água. Neste contexto,poder-se-ia esperar o incremento nonúmero de internações.

O SIH-SUS demonstra uma maiorpotencial idade para explicação docomportamento da febre tifóide, quandocomparado aos dados do CENEPI queapresenta uma provável subnotificaçãodos registros. Sugere-se que a cadadiagnóstico de febre tifóide confirmadonos hospitais se proceda ao registro denotificação. Com isso espera-se aumentara capacidade dos dados da informaçãoepidemiológica expressando a tendênciade comportamento da doença.

Na descrição dos casos deleptospirose, demonstrou-se que asfreqüências de internações apresentamsempre números muito próximos daquelesencontrados nas notificações. Destaca-seque, a partir de 1995, os registros denotificações passam a superar os totais deinternações no país. Em 1996, houve amaior diferença na razão entre o númerode casos registrados nos dois sistemas, oque no restante do período apresentouvalores muito aproximados de 1, ou seja,para cada internação havia umanotificação. A coerência do traçado dascurvas do SIH-SUS e do CENEPI émantida ao se descrever por Regiões doBrasil. A exceção fica para o caso do Riode Janeiro, em 1996, que apresentou umagrande epidemia de leptospirose, mas comum número de internações nãocorrespondente, interferindo nos

resultados não só da Região como dopaís. A Região Sul, que sempre apresentoufreqüência baixíssima de internação, foiresponsável, em 1998, pelos maioresregistros de internação do país.

Considerando a gravidade daleptospirose onde se espera uma alta taxade hospitalização e necessidade dodiagnóstico diferencial com outraspatologias (dengue hemorrágica,hepatites, hantavírus, etc.), parece serde extrema utilidade o emprego do SIH-SUS como fonte complementar nainvestigação epidemiológica.

Referências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficas

1. Costa NR. Lutas urbanas e controlesanitário: origem das políticas de saú-de no Brasil. Petrópolis: Vozes; Riode Janeiro: ABRASCO; 1986.

2. Ministério do Planejamento eOrçamento. Secretaria de PolíticaUrbana. Fundamentos e proposta deordenamento institucional. Brasília:Núcleo de Pesquisa em InformaçõesUrbanas/USP; 1995.

3. Freitas MB. Qualidade da água deconsumo humano como indicador decondições de saúde e saneamento noParque Fluminense. Cadernos deSaúde Coletiva 1998; 6(supl. esp. 1): 23-38.

4. Costa AM. Análise histórica dosaneamento no Brasil. In: Anais da IExposição de ExperiênciasMunicipais na Área de Saneamento;1996; Belo Horizonte. Belo Horizonte:1996.

5. Costa AM, Agenda polít ica emsaneamento ambiental: desafios parao controle social. In: Santos OA(org). Polít icas de SaneamentoAmbiental: inovações na perspectivado controle social. Rio de Janeiro:FASE; 1998. p. 47-75.

6. Fundação Nacional de Saúde. Guiade vigilância epidemiológica. 5. ed.rev. ampl. Brasília: Ministério daSaúde/Fundação Nacional de Saúde;1998.

Antonio da Cruz G. Mendes e cols.

Page 62: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 2 41 2 41 2 41 2 41 2 4

7. Teixeira MG, Penna GO, Risi JB,Penna ML, Alvim MF, Moraes JC,Luna E. Seleção das Doenças deNotificação Compulsória: critérios erecomendações para as três esferasde Governo. Informe Epidemiológicodo SUS 1998; VII(1) : 7-28.

8. Lisboa AH. Freqüência dos pacientesde cólera com diarréia tipo “Água-de-arroz” em Fortaleza, 1993.Informe Epidemiológico do SUS1994; III(3/4) : 51-57.

9. Toledo LM. O Cólera nas Américas ea sua produção no Brasil. InformeEpidemiológico do SUS 1993; II(1): 7-17.

10. Penna ML, Si lva LP. Algumasconsiderações sobre a ocorrênciade có le ra no Bras i l . I n fo rmeEpidemiológico do SUS 1992; I(1): 7-15.

11. Godoy AMM. Análise epidemiológicada febre tifóide no Brasil. InformeEpidemiológico do SUS 1992; I(5) :75-81.

12. Arruda AHS, Araújo TM. Epidemiade febre tifóide em Laranja da Terra/ Espírito Santo: relato preliminar.Informe Epidemiológico do SUS1997; VI(2) : 21-32.

13. Cruz MLS, Andrade J, Pereira MM.Leptospirose em crianças no Rio deJaneiro. Revista da SociedadeBrasileira de Medicina Tropical 1994;27(1) : 5-9.

14. Almeida LP, Martins LFS, Brod CS,Germano PML. Levantamentosoroepidemiológico de leptospirose emtrabalhadores do Serviço deSaneamento Ambiental em localidadeurbana na Região Sul do país. Revistade Saúde Pública 1994; 28(1) : 77-81.

Informe Epidemiológico

do SUS

SIH/SUS como Fonte de Informações de Doenças de Veiculação Hídrica

Page 63: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 2 51 2 51 2 51 2 51 2 5

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

Sistema de Informações HospitalaresSistema de Informações HospitalaresSistema de Informações HospitalaresSistema de Informações HospitalaresSistema de Informações Hospitalares Fonte Complementar na Vigilância e Monitoramento das Fonte Complementar na Vigilância e Monitoramento das Fonte Complementar na Vigilância e Monitoramento das Fonte Complementar na Vigilância e Monitoramento das Fonte Complementar na Vigilância e Monitoramento das

Doenças de TDoenças de TDoenças de TDoenças de TDoenças de Trrrrransmisansmisansmisansmisansmissão Vsão Vsão Vsão Vsão Vetorialetorialetorialetorialetorial

Informe Epidemiológico do SUS 2000; 9(2) : 125-136.

Antônio da Cruz Gouveia MendesAntônio da Cruz Gouveia MendesAntônio da Cruz Gouveia MendesAntônio da Cruz Gouveia MendesAntônio da Cruz Gouveia Mendes

ResumoEste trabalho teve como objeto explorar as potencialidades do Sistema de InformaçõesHospitalares - SIH/SUS na vigilância epidemiológica e monitoramento de doenças detransmissão vetorial (dengue, leishmaniose e febre amarela). Foram utilizados dados deinternações do SIH, do período de 1984 a 1998, e de notificação de casos do CentroNacional de Epidemiologia-CENEPI, do período de 1980 a 1997. Os dados demonstramque houve ressurgimento da dengue em 1982, registrando-se até 1997 poucasinternações, quando se elevou a freqüência dos internamentos nas Regiões Sudeste,Nordeste e Norte, indicando ocorrência de formas mais graves da doença. Já para afebre amarela, há incoerência entre os aspectos clínicos da doença e o grande númerode internações registradas, sugerindo erro sistemático na informação hospitalar. Para aleishmaniose, observa-se coerência entre os dados do SIH e CENEPI, seguindo o carátercíclico descrito para a doença. De forma geral, o SIH demonstrou qualidade como fontecomplementar de informações na vigilância da dengue hemorrágica e leishmaniose, eapresentou problemas no monitoramento da febre amarela, sugerindo ajustes ao sistema.

Palavras-ChaveSistemas de Informações Hospitalares, Doenças de Transmissão Vetorial, VigilânciaEpidemiológica, Monitoramento.

SummaryThe objective of this paper was to explore the potentialities of the Hospital InformationSystem - SIH/SUS for epidemiologic surveillance and monitoring of vector-borne diseases(dengue, leishmaniasis, and yellow fever). Hospital admittance data from the SIH, duringthe period from 1984 to 1998, and from the case reporting system of the National Centerof Epidemiology – CENEPI, during the period from 1980 to 1997 were used. The datademonstrate that there was resurgence of dengue in 1982, with small amount of hospitaladmittances up to 1997. In the latter year the frequency of admittances increased, mainlyin the Southeast, Northeast and North regions, indicating the occurrence of severe denguecases. Already for yellow fever, incoherence between the clinical aspects of the diseaseand the large number of admittances reported was observed, suggesting systematic errorsin the hospital information system. For leishmaniasis, coherence was observed betweenSIH and CENEPI data, which showed the recurrent character described for this disease.In a general way, SIH demonstrated quality as a complementary source of information forsurveillance of hemorrhagic dengue and leishmaniasis however, problems were detectedfor monitoring yellow fever, suggesting the need for system adjustments.

Key WordsHospital Information Systems; Vector-Borne Diseases; Epidemiologic Surveillance;Monitoring.

Paulette Cavalcanti de Albuquerque Paulette Cavalcanti de Albuquerque Paulette Cavalcanti de Albuquerque Paulette Cavalcanti de Albuquerque Paulette Cavalcanti de Albuquerque

Fábio Delgado LessaFábio Delgado LessaFábio Delgado LessaFábio Delgado LessaFábio Delgado Lessa

Sidney Feitosa FariasSidney Feitosa FariasSidney Feitosa FariasSidney Feitosa FariasSidney Feitosa Farias

Rômulo Maciel FilhoRômulo Maciel FilhoRômulo Maciel FilhoRômulo Maciel FilhoRômulo Maciel Filho

Tadzia Oliveira MontenegroTadzia Oliveira MontenegroTadzia Oliveira MontenegroTadzia Oliveira MontenegroTadzia Oliveira Montenegro

Endereço para correspondência: Depto de Saúde Coletiva - NESC / Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães /FIOCRUZ - Rua dos Coelhos, 450, 1o andar - Coelhos - Recife/PE - CEP: 50.070-550e-mail: [email protected]

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Hospital Information System - Complementary Source forHospital Information System - Complementary Source forHospital Information System - Complementary Source forHospital Information System - Complementary Source forHospital Information System - Complementary Source forSurSurSurSurSurveillance and Monitoring of Vveillance and Monitoring of Vveillance and Monitoring of Vveillance and Monitoring of Vveillance and Monitoring of Vector - Borne Diseasesector - Borne Diseasesector - Borne Diseasesector - Borne Diseasesector - Borne Diseases

Page 64: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 2 61 2 61 2 61 2 61 2 6

SIH-SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças de Transmissão Vetorial

Informe Epidemiológico

do SUS

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução

A dengue, uma doença aguda deetiologia viral, apresenta duas formas deevolução: uma forma benigna, chamadade clássica, e uma forma grave, ahemorrágica. É transmitida pela picadado mosquito Aedes aegypti, vetor comampla distribuição nas regiões tropicaise subtropicais do mundo, que possuihábitos domésticos, com habitat ligadoa condições domiciliares e peridomiciliares.Identifica-se, hoje, a existência de quatrosorotipos para dengue: DEN 1, DEN 2,DEN 3 e DEN 4, além de possuíremvárias cepas diferentes. Cada um destessorotipos pode provocar a formahemorrágica.1 A susceptibilidade dohomem para doença é universal, emboraa infecção pelo vírus provoque umaimunidade completa para o mesmosorotipo, provavelmente pelo resto davida.2

No período mais recente, a primeiraepidemia de dengue hemorrágica ocorreuem Cuba, em 1981, que resultou, noperíodo de três meses, em 344.203notificações, gerando 116.151 internaçõesdas quais evoluíram para óbito 158 casos,dentre os 24.000 classificados comohemorrágicos.2

Embora ocorram mais formasbenignas, a dengue é uma doença deimportante implicação socioeconômica,pois, com incidência nos grandes centrosurbanos, repercute em absenteísmo aotrabalho, redução da capacidade da forçade trabalho, além de diminuir o fluxoturístico.3 Por outro lado, aumenta ademanda por serviços de saúde, exigindouma importante quantidade de recursosfinanceiros. Durante epidemias de denguehemorrágica, Prata e colaboradoresadvertem para o risco de haver colapsoentre a demanda e oferta de serviços desaúde ante um quadro de emergência.4

No Brasil, há registro de denguedesde 1846: epidemia com duração dedois anos que atingiu o Rio Janeiro, SãoPaulo e Salvador, além de cidades deoutros Estados. Há relatos de epidemiasem 1851, 1853 e 1916 em São Paulo.5

Porém, é só entre 1981 e 1982 que ocorrea primeira epidemia de dengue comisolamento viral, sendo detectados ossorotipos DEN 1 e DEN 4, emRoraima.5,6

A partir de 1986, encontram-seregistros de epidemias no Rio de Janeiro,Pernambuco, Alagoas e Ceará, verificando-se transmissão para os Estados de SãoPaulo, Minas Gerais e Bahia. Causadaspelo sorotipo DEN-1, as epidemias de caráterexplosivo reduziam paulatinamente ouniverso de susceptíveis a este sorotipo,mas, diante do insucesso das medidas decombate adotadas, observou-se suaextensão para outros municípios.

Em 1990, identificou-se a circulaçãodo sorotipo DEN-2, no Rio de Janeiro,quando simultaneamente passaram a serregistrados os primeiros casos de óbitospor dengue hemorrágica neste Estado.Em Fortaleza, ocorreram 25 casos em1994, sendo 12 com evolução letal.6

Em 1996, excetuando-se o Amapá,todos os Estados do Brasil apresentarammunicípios com casos de dengue, compredomínio da Região Nordeste. Nestemesmo ano, verificaram-se 63 casos dedengue hemorrágica no Rio de Janeiro,e seis casos em Pernambuco.

Atualmente identifica-se a transmissãode dengue em 20 Estados, estando emcirculação os sorotipos 1 e 2 em 14destes.7

A estratégia de erradicaçãocontinental do Aedes aegypti foi propostapelo governo brasileiro, em 1947, noConselho Diretor da OrganizaçãoPanamericana de Saúde (OPS), como aúnica forma capaz de solução para oproblema, já que não bastam medidasexclusivas em apenas um país. Mesmocom a proposta aprovada, nos anos 60,somente 18 países atingiram o objetivo,ficando a Venezuela, Ilhas Antilhas e osul dos Estados Unidos sem erradicar adoença, favorecendo a sua reintroduçãono cenário das Américas.2

O programa brasileiro, o PEAa(Programa de Erradicação do Aedesaegypti - Versão 1997), embora seja um

No período maisNo período maisNo período maisNo período maisNo período maisrecente, arecente, arecente, arecente, arecente, a

primeira epidemiaprimeira epidemiaprimeira epidemiaprimeira epidemiaprimeira epidemiade denguede denguede denguede denguede dengue

hemorrágicahemorrágicahemorrágicahemorrágicahemorrágicaocorreu em Cuba,ocorreu em Cuba,ocorreu em Cuba,ocorreu em Cuba,ocorreu em Cuba,

em 1981, queem 1981, queem 1981, queem 1981, queem 1981, queresultou, noresultou, noresultou, noresultou, noresultou, no

período de trêsperíodo de trêsperíodo de trêsperíodo de trêsperíodo de trêsmeses, emmeses, emmeses, emmeses, emmeses, em344.203344.203344.203344.203344.203

notificações,notificações,notificações,notificações,notificações,gerandogerandogerandogerandogerando

116.151116.151116.151116.151116.151internações dasinternações dasinternações dasinternações dasinternações dasquais evoluíramquais evoluíramquais evoluíramquais evoluíramquais evoluírampara óbito 158para óbito 158para óbito 158para óbito 158para óbito 158

casos, dentre oscasos, dentre oscasos, dentre oscasos, dentre oscasos, dentre os24.00024.00024.00024.00024.000

classificadosclassificadosclassificadosclassificadosclassificadoscomocomocomocomocomo

hemorrágicos.hemorrágicos.hemorrágicos.hemorrágicos.hemorrágicos. 22222

Page 65: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 2 71 2 71 2 71 2 71 2 7

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U SAntonio da Cruz G. Mendes e cols.

volume 9, nº 2abril/junho 2000

programa direcionado ao controlequímico, físico e biológico dos vetores,reduzindo os níveis de infestação parapatamares mais baixos, prevê tambémoutros componentes de ação integradacomo saneamento básico, informação,educação e comunicação social. Outramedida relevante é o uso de um sistemade vigilância ativa, visando à detecçãoprecoce de epidemias.8

A febre amarela é uma doençainfecciosa aguda de natureza viral. Temcomo agente et iológico o vírusamarílico, sendo seu reservatório ohomem quando se trata da forma urbana,sendo os outros primatas reservatóriose hospedeiros vertebrados para a febreamarela silvestre. No ciclo urbano destapatologia são vetores potenciais o Aedesaegypti e o Aedes albopictus, emboranão haja registro de transmissão por esteúltimo, no Brasil. Os mosquitos dosgêneros Haemagogus e Sabethes são osprincipais transmissores da febreamarela silvestre na América Latina,com destaque para o Haemagogusjanthinomys, no Brasi l7. O homemcontrai a doença quando picado pelovetor, caso não esteja imunizado3. Adoença pode levar ao óbi to emaproximadamente uma semana, tendocomo manifestações cl ínicas ainsuficiência hepática e a renal.7 Sãomedidas de controle para a doença:vacinação, educação sanitár ia evigilância epidemiológica.5

A febre amarela consta da lista dedoenças de notificação internacional.2 Adoença é endêmica nas regiões tropicaisdas Américas e da África. No Brasil suapresença é referida desde 1685, onde éregistrada a primeira epidemia no estadode Pernambuco.

Os últimos casos notificados defebre amarela urbana datam de 1942,sendo desde então considerada erradicadanos centros urbanos. Entretanto, para afebre amarela silvestre identificam-secomo zonas endêmicas as áreas rurais dasregiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste(pré-amazônica do Maranhão).

A leishmaniose visceral, tambémconhecida como calazar, é uma zoonoseque acomete o homem e outros animais.Trata-se de uma doença crônicasistêmica, com período de incubaçãoque varia de dez dias a um ano. Na suasintomatologia, há febre de longaduração, além de outras manifestaçõescomo: astenia, adinamia, anorexia, perda depeso, caquexia, hepatoesplenomegalia.A susceptibilidade humana para estapatologia é universal, embora apresentemaior incidência em crianças. A doença,quando não tratada, pode evoluir a óbito,no período de um ou dois anos, após oaparecimento dos sintomas.2

A doença é causada pela Leishmaniachagasi, protozoário da famíl iatripanosomatidae, que é transmitidaatravés da picada do mosquito flebótomoLutzomia longipalpis. São reservatóriosdo parasita o cão e a raposa.9

O comportamento epidemiológicoda leishmaniose visceral é caracterizadopor ciclos com picos epidêmicos a cadadez anos.10,11 Identif ica-se que amanutenção de níveis endêmicos emalgumas áreas está condicionada a baixospadrões de qualidade de vida.6

Um elemento que cria obstáculosà in tervenção nos casos deleishmaniose visceral é a demora nodiagnóst ico, até mesmo em áreasendêmicas. Es te aspecto e leva aletalidade da doença. Atividades deeducação em saúde, com amplaparticipação da comunidade, são defundamental importância ao programade controle da leishmaniose visceral,além de orientações para o diagnósticoprecoce e tratamento da doença, eadoção de medidas que visem a umamelhoria nos níveis de saúde.6

Além do diagnóstico precoce emhumanos, torna-se uma medidaimportante a el iminação de cãesinfectados, já que não existe o tratamentoeficaz para esta espécie, sendo tambémusual a aplicação de inseticidas residuaisno domicílio.6

Page 66: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 2 81 2 81 2 81 2 81 2 8

SIH-SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças de Transmissão Vetorial

Informe Epidemiológico

do SUS

Questões Metodológicas EspecíficasQuestões Metodológicas EspecíficasQuestões Metodológicas EspecíficasQuestões Metodológicas EspecíficasQuestões Metodológicas Específicas

Os dados sobre internamentosregistrados no SIH, no período de 1984a 1992, encontram-se agregados segundoo diagnóstico da CID-9. Só a partir de1993, foi possível trabalhar com odiagnóstico mais específ ico oudesagregado, como também através dosprocedimentos realizados. Neste sentido,para as patologias de dengue e febreamarela, uti l izou-se o diagnósticoreferente a toda a série histórica. Note-se que, para dengue, as informações nobanco de dados só estão disponíveis apart ir de 1991, o que restr ingiu adescrição das internações ao período de1991 a 1998.

Para a leishmaniose visceral( ca l aza r ) , cons ide ra ram-se osprocedimentos realizados referentes àsinternações totais por leishmanioses.Mesmo com a disponibil idade dodiagnóstico específico a partir de 1993,identificou-se que a grande maioria dasinternações é registrada como leishmaniosenão especificada, variando entre 52,68%(1994) e 73,97% (1996) do total deinternações por leishmanioses. No entanto,sabe-se que a leishmaniose visceral, aocontrário da forma tegumentar, é geradorade grande número de internações. Dessemodo, o total de internações reflete melhora realidade epidemiológica da leishmaniosevisceral, embora aí esteja inserida umapequena proporção de leishmaniosecutânea (máximo de 15% das internaçõesdo país).

Os dados de notificação, fornecidospelo CENEPI, apresentam registros nastrês patologias, no período de 1980 a 1997.

ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados

A distribuição de freqüência decasos notificados/internados de febreamarela e leishmaniose visceral nasRegiões Norte e Nordeste reflete osproblemas resultantes da ocupação doespaço urbano desordenado e deprecariedade das condições de vida.Especialmente para a leishmaniosevisceral, assinalam-se as conseqüências

de um processo econômico onde aexploração agressiva e nociva aoambiente natural implica a urbanização dadoença, já que o vetor adapta-se aáreas domiciliares e peridomiciliares,colaborando no ciclo de sua transmissão.Entretanto, observa-se uma redução nonúmero de casos em ambas patologias,apesar de algumas controvérsiasobservadas nos sistemas, especialmenteno caso da febre amarela, onde severificaram importantes limitações do SIHcomo sistema complementar paravigilância epidemiológica.

Com relação à dengue, vale ressaltarque a doença é reintroduzida no Brasilcomo importante problema de saúdepública no início da década de 80,expandindo-se para vários municípios, ecausando uma epidemia na RegiãoSudeste, em 1991, com o surgimento dosprimeiros casos de dengue hemorrágica.Verifica-se que o Nordeste, a partir de1996, passa a concentrar o maior númerode internações e que o Norte, desde 1997,ocupa o segundo lugar entre as Regiõescom maior número de internações.

DengueA Figura 1 apresenta o

comportamento da dengue nos doisSistemas de Informações. Nos dadosreferente às notificações (CENEPI), adengue ressurge no Brasil em 1982 com12.000 casos notificados (epidemia noestado de Roraima). Em 1986-1987,apresenta nova epidemia no país com47.370 e 89.394 casos, respectivamente,atingindo as Regiões Sudeste e Nordeste.Desde então, a doença permanece noterritório nacional de forma expansiva ecom uma tendência crescente. Quantoaos registros do SIH, note-se que odiagnóstico de dengue só é admitido em1991. Desde então, observa-se ummomento epidêmico em 1991, e, a partirde 1996, a patologia apresenta umatendência crescente, gerando 6.338internações em 1998. Conforme oesperado, devido ao comportamento dadoença na sua forma clássica, observam-se que as internações são bastanteinferiores aos casos notificados.

Page 67: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 2 91 2 91 2 91 2 91 2 9

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Antonio da Cruz G. Mendes e cols.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

Tabela 1 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Dengue por Estados eRegiões. Brasil, 1993 - 1998.

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

76 4 1 - 1 1 1 - -

16 4 - 1 1 1 - 6 - 3

49 8 1

29 11

- - - - 7 - 5 1 1

7.086 -

... ... ... ... ... ... ...

788 ... ... 7

... ... ...

781 ... ...

4.836 3.863

... 321 652

- ... ... ...

1.462 570 892

... ...

140 10

- 3 2 1 4 - -

85 9 -

50 5 2 - 8 -

11 32

3 -

17 12

4 1 - 3 9 - 3 2 4

56.621 18 ... ... ... ... ... ... 18

49.828 ... 26

47.221 345

... ...

344 ...

1.892 911

... ...

337 574

- ... ... ...

5.864 1.154 1.367 3.343

...

209 4 - - - - 4 - -

52 1 1 3 7 - 2 7 -

31 122

2 1

87 32

2 2 - -

29 17

7 4 1

128.619 3.221

- - - -

28 -

3.193 59.192 1.776 3.260 1.991 5.181 1.701 9.982

794 -

34.507 38.156 2.832 2.725

26.563 6.036 3.116 3.116

... ...

24.9345.115

11.628 8.191

...

515 54

- - - - 5 -

49 363

3 2 8

194 22

9 11

- 114

71 5 3

29 34

6 6 - -

21 5

11 3 2

183.418 2.726

29 2 -

409 321

- 1.965

125.781 6.312 5.777 2.099 6.608

12.070 22.722 2.596 3.162

64.435 33.938 5.250 5.715

16.213 6.760 5.213 5.201

3 9

15.7603.364

6.016 6.316

64

1.939 293

- - - -

103 -

190 1.528

32 11 63

245 229 373

18 18

539 90 27

6 13 44

1 1 - -

27 10

5 11

1

SIH CENEPI SIH CENEPI1994 1995

SIH CENEPI

254.942 22.174

55 - -

380 20.877

- 862

196.203 6.102 2.841 6.590

25.579 50.508 40.277 7.666

11.187 45.453 22.879 5.355

12.934 2.595 1.995

721 716

5 -

12.9654.985

3.562 3.709

709

6.438 872

3 -

10 1

716 1

141 4.747 424 342

41 563 339 761

97 694

1.486 502 227

53 118 104

20 17

1 2

297 19

261 6

11

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

84 5 - - 1 - 3 1 -

44 - - 4 2 - 7 1 1

29 31 5 1

18 7 - - - - 4 - 1 2 1

SIH-D. HEMO.1998Região/

UF

-

3 0 .0 0 0

6 0 .0 0 0

9 0 .0 0 0

1 2 0 .0 0 0

1 5 0 .0 0 0

1 8 0 .0 0 0

2 1 0 .0 0 0

2 4 0 .0 0 0

2 7 0 .0 0 0

3 0 0 .0 0 0

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

A N O S

f (C EN EP I)

-

1 .0 0 0

2 .0 0 0

3 .0 0 0

4 .0 0 0

5 .0 0 0

6 .0 0 0

7 .0 0 0

8 .0 0 0

9 .0 0 0

1 0 .0 0 0

f (S IH )

N o tific a ç õ e s (C E N E P I )

I n te rn a ç õ e s (S IH /S U S )

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPIFigura 1 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Dengue.

Brasil, 1980 - 1998.

Page 68: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 3 01 3 01 3 01 3 01 3 0

Informe Epidemiológico

do SUS

SIH-SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças de Transmissão Vetorial

Na Tabela 1, verifica-se que a RegiãoSudeste foi responsável por 64,47% dasinternações do país em 1993, sendo o Riode Janeiro responsável por 38,16% dasinternações nacionais. Em 1994, oNordeste produziu 60,71% das internaçõespor dengue, e, a partir de 1996, mantém-se na liderança das internações do paíscom percentuais superiores a 70%. Valesalientar que em 1997 a Região Nortepassou a ocupar o segundo lugar emregistros de internações, demonstrando aexpansão da doença no Brasil. No período1993-1998, os estados com destaquenacional em número de internações são:Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Nortee Pará.

Ainda com relação às internações,observaram-se, em 1998, 84 internaçõespor dengue em sua forma hemorrágica.Estas internações distribuíram-se em todasas Regiões do país, exceto na Região Sul,e localizaram-se fundamentalmente naBahia e Rio de Janeiro, com 29 e 18internações, respectivamente. Valeressaltar que o SIH utilizou a CID-9 até1997, em que a forma hemorrágica nãoestava no subgrupo dengue (061) e simnas febres hemorrágicas transmitida porartrópodes (065.4). A partir de 1998, éadotada pelo sistema a CID-10, onde apatologia é colocada como diagnósticoprincipal, dengue hemorrágica (A91),o que possibil itará um melhoracompanhamento dos casos.

Quanto aos registros do CENEPI,observa-se uma distribuição espacial doscasos de dengue bastante semelhanteàquela descrita para as internações (SIH)ocorridas nas regiões e estados do país(Tabela 1).

Os coeficientes de internaçãoapresentam tendência de crescimentoprogressivo no período de 1993 a 1998,passando de 0,05 para 3,98 internaçõespor 100.000 habitantes. Entre as Regiões,destacam-se o Nordeste seguido doSudeste, acometendo todos os Estadosdo país. A mesma tendência é observadano coeficiente de notificação que passade 4,68, em 1993, para 159,70 por100.000 habitantes, em 1997 (Tabela 2).

A razão entre internações e onúmero de casos notificados passou de1/1.000, em 1995, para 11/1.000, em1998, refletindo o aumento da gravidadeda doença, com maiores suspeitas decasos de dengue hemorrágica.

Febre Amarela

A Figura 2 apresenta os dados de febreamarela produzidos pelo SIH e CENEPI.Observa-se nas duas fontes deinformações, uma tendência acíclica noperíodo de 1984 a 1998, chamando aatenção para o grande número deinternações em relação às notificações,exceto em 1993, quando ocorre umincremento de casos notificados (CENEPI).

Na Tabela 3, os dados do CENEPImostram um número pequeno denotificações (22 casos), no período de1995 a 1997, concentrados na RegiãoNorte. Destoando do número denotificações, as internações por febreamarela, além de apresentarem, umnúmero muito superior, distribuem-se portodas as Regiões do país. Percebem-se,no período analisado, alguns casos nosEstados do Maranhão e Minas Gerais,consideradas áreas de risco peloMinistério da Saúde. Tais achados gerampreocupação, pois aumenta o risco paratransmissão da doença em outras regiões,já que o vetor Aedes aegypti encontra-sedifundido em todos os Estados do país.

Se consistentes, os registros deinternações por Estado e Região no SIHsugerem que residentes no Norte e Centro-Oeste, acometidos nos Estados de origem,tenham migrado para se hospitalizarem emoutros Estados. Os resultados poderiamapontar também para casos autóctones que,embora residentes de Estados nãoendêmicos, infectar-se-iam no Norte eCentro-Oeste, sendo hospitalizados nosEstados de residência. Uma outra hipóteseconsiste no erro sistemático nopreenchimento da autorização de internaçãohospitalar, invalidando seu uso para vigilânciae monitorização. Os aspectos clínicos dadoença, levando à agudização do quadro,parecem validar esta última hipótese.

Page 69: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 3 11 3 11 3 11 3 11 3 1

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U SAntonio da Cruz G. Mendes e cols.

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Fontes: SIH/SUS; MS/FUNASA/CENEPI e IBGE

Tabela 2 - Coeficientes de Internação (SIH/SUS) e de Notificação (CENEPI) de Casos de Dengue por 100.000habitantes por Estados e Regiões. Brasil, 1993 - 1998.

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

Região/UF

0,05 0,04 0,08

- 0,05 0,41 0,02

- -

0,04 0,08

- 0,02 0,04 0,03

- 0,23

- 0,02 0,08 0,05 0,04 0,22 0,03

- - - -

0,07 -

0,23 0,02 0,06

4,68 -

... ... ... ... ... ... ...

1,80 ... ...

0,11 ... ... ...

29,99 ... ...

7,48 23,93

... 2,46 1,99

- ... ... ...

14,83 30,81 41,23

... ...

0,09 0,09

- 0,67 0,09 0,40 0,08

- -

0,19 0,17

- 0,75 0,20 0,06

- 0,30

- 0,09 0,05 0,02

- 0,13 0,04 0,02 0,01

- 0,03 0,09

- 0,13 0,05 0,23

36,83 0,17

... ... ... ... ... ...

1,82 112,23

... 0,97

711,88 13,56

... ...

13,00 ...

15,18 1,39

... ...

2,56 1,73

- ... ... ...

58,20 61,32 60,84 78,83

...

0,13 0,04

- - - -

0,07 - -

0,12 0,02 0,04 0,04 0,27

- 0,03 0,26

- 0,25 0,18 0,01 0,04 0,65 0,09 0,01 0,02

- -

0,28 0,89 0,30 0,09 0,06

82,54 28,86

- - - -

0,51 -

317,08 131,61 33,95 119,63 29,65 200,63 50,93 134,07 29,57

- 272,87 57,56 17,16 97,79 199,78 17,91 13,47 35,76

... ...

242,72 267,40 502,58 190,11

...

0,33 0,48

- - - -

0,09 -

4,67 0,81 0,06 0,07 0,12 7,58 0,67 0,12 0,42

- 0,91 0,11 0,03 0,11 0,22 0,10 0,03 0,07

- -

0,20 0,26 0,49 0,07 0,11

116,77 24,15

2,36 0,41

- 165,50

5,82 -

187,39 280,97 120,87 216,12 30,83

258,26 365,14 307,09 98,59

194,70 513,77 50,65 31,49

203,91 120,94 19,81 22,17 57,76

0,06 0,09

150,09174,50 269,07 139,89

3,51

1,21 2,52

- - - -

1,82 -

17,58 3,37 0,60 0,41 0,91 9,44 6,87 5,00 0,68 1,09 4,24 0,13 0,16 0,21 0,10 0,13 0,00 0,01

- -

0,25 0,51 0,22 0,24 0,05

SIH CENEPI SIH CENEPI1994 1995

SIH CENEPI

159,70 191,09

4,38 - -

149,31 369,46

- 79,76

432,79 115,23 105,38 95,23

985,95 1.516,00 539,42 287,86 675,07 357,62 33,61 31,68

453,33 19,14

5,74 3,02 7,83 0,10

- 120,39 253,74 155,69 79,94 37,77

3,98 7,35 0,24

- 0,40 0,38

12,41 0,24 0,09 0,31

88,62 15,62

4,88 1,56

16,79 4,51

28,31 5,76 5,40 2,15 2,94 7,84 0,39 0,33 0,43 0,22 0,34 0,01 0,02

14,88 0,81 5,50 0,31

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

AN O S

f

Inte rna ç õ e s (S IH /S U S )N o tific a ç õ e s (C E N E P I)

Figura 2 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Febre AmarelaBrasil, 1980 - 1998

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

Page 70: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 3 21 3 21 3 21 3 21 3 2

Informe Epidemiológico

do SUS

SIH-SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças de Transmissão Vetorial

Do ponto de vista do risco detransmissão, a Região Norte apresentoumaiores coeficientes de notificações noperíodo de 1993 a 1997, em média 0,05por 100.000 habitantes (Tabela 4).

A razão de internação/notificação(SIH/CENEPI) demonstrou umavariação, de 1,01 (1993) a 17,66 (1997),sugerindo uma subnotificação do CENEPIou registro de falsos positivos no SIH.

Leishmaniose Visceral

Notificada em 17 dos 27 Estadosbrasileiros, nas Regiões Nordeste,Sudeste, Norte e Centro-Oeste aleishmaniose visceral é uma doença em

expansão geográfica, inclusive nas áreasurbanas.7,12

No SIH, a leishmaniose visceralapresenta uma tendência crescente até 1994,chegando a 5.000 internações. Nos anossubseqüentes (1995 a 1998), ocorre umainversão nesta tendência. Nos registros denotificação do CENEPI, no período de 1980a 1997, percebem-se dois ciclos com picosepidêmicos em 1985 e 1995, apresentandouma tendência crescente no período, com3.885 casos em 1995. Este comportamentocíclico da doença corrobora a literatura10,11

(Figura 3).

Na Tabela 5, verifica-se que osEstados com as maiores internações estão

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA

Tabela 3 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Febre Amarela por Estadose Regiões. Brasil, 1993 - 1998.

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

Região/UF

84 12

4 1 1 4 - - 2

46 19

- - 7 2 - - -

18 19 10

- 4 5 6 1 2 3 1 - 1 - -

83 9 - - 1 1 7 - -

74 74

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

95 19

- - 5 7 - 1 6

39 1 3 2 4 - 1 1 1

26 23

5 2 3

13 8 4 2 2 6 - 1 5 -

19 2 - - 1 1 - - -

13 13

- - - - - - - - 3 3 - - - - - - - 1 - - 1 -

86 13

1 7 3 - - 1 1

33 4 2 4 1 1 - - 1

20 19

- 1 -

18 11 8 1 2

10 - 2 8 -

4 2 - - - 1 1 - - 2 2 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

55 16

- 3

10 2 - - 1

19 6 - - 1 5 2 1 - 4 6 2 - 2 2 7 4 2 1 7 - - 7 -

15 14

- -

14 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 1 - - -

53 7 - 3 1 3 - - -

21 1 2 - 2 1 1 - 3

11 21

9 - 1

11 2 - 2 - 2 - 1 1 -

SIH CENEPI SIH CENEPI1994 1995

SIH CENEPI

3 3 1 - - - 2 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

56 13

- 3 7 1 - 2 -

25 1 - 1 - - - - -

23 13 10

- - 3 3 1 2 - 2 - - 1 1

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

Page 71: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 3 31 3 31 3 31 3 31 3 3

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Antonio da Cruz G. Mendes e cols.

Fontes: SIH/SUS; MS/FUNASA/CENEPI e IBGE

Tabela 4 - Coeficientes de Internação (SIH/SUS) e de Notificação (CENEPI) de Casos de Febre Amarela por100.000 habitantes por Estados e Regiões. Brasil, 1993 - 1998.

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

Região/UF

0,06 0,11 0,32 0,23 0,05

- 0,08

- 0,21 0,11 0,37

- -

0,28 0,06

- - -

0,15 0,03 0,06

- 0,03 0,02 0,03 0,01 0,04 0,03 0,01

- 0,05

- -

0,05 0,08

- -

0,05 0,41 0,13

- -

0,17 1,45

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

0,06 0,17

- -

0,22 -

0,13 0,31 0,61 0,09 0,02 0,11 0,03 0,16

- 0,01 0,04 0,06 0,21 0,04 0,03 0,07 0,02 0,04 0,03 0,05 0,04 0,02 0,06

- 0,04 0,12

-

0,01 0,02

- -

0,04 0,40

- - -

0,03 0,25

- - - - - - - -

0,00 0,02

- - - - - - -

0,01 - -

0,02 -

0,06 0,12 0,07 1,54 0,13

- -

0,31 0,10 0,07 0,08 0,07 0,06 0,04 0,03

- -

0,06 0,16 0,03

- 0,04

- 0,05 0,05 0,09 0,02 0,02 0,10

- 0,09 0,19

-

0,00 0,02

- - -

0,38 0,02

- -

0,00 0,04

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

0,04 0,14

- 0,62 0,42

- 0,04

- 0,10 0,04 0,11

- -

0,04 0,15 0,03 0,04

- 0,03 0,01 0,01

- 0,01 0,01 0,03 0,04 0,04 0,01 0,07

- -

0,16 -

0,01 0,12

- -

0,59 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

0,01 0,05

- - -

0,03 0,06

- 0,60 0,04

- 0,05

- -

0,05 0,02 0,07

- 0,08 0,03 0,01

- 0,18 0,09 0,03 0,05

- 0,01 0,03 0,01

- 0,04

- 0,02

- 0,04 0,02

-

SIH CENEPI SIH CENEPI1994 1995

SIH CENEPI

0,00 0,03 0,08

- - -

0,04 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

0,03 0,11

- 0,58 0,28

- 0,02 0,48

- 0,05 0,02

- 0,01

- - - - -

0,18 0,02 0,06

- -

0,01 0,01 0,01 0,04

- 0,02

- -

0,02 0,05

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

-

1 .0 0 0

2 .0 0 0

3 .0 0 0

4 .0 0 0

5 .0 0 0

6 .0 0 0

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

A N O S

f

I n te r n a ç õ e s ( S I H /S U S )

N o t ific a ç õ e s ( C E N E P I )

Figura 3 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de LeishmanioseVisceral. Brasil, 1980 - 1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

Page 72: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 3 41 3 41 3 41 3 41 3 4

Informe Epidemiológico

do SUS

SIH-SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças de Transmissão Vetorial

concentrados no Nordeste (Bahia, Piauí,Ceará e Pernambuco). Estes achadostambém são observados nos registrosde notificação do CENEPI, embora osdados de internações do SIHapresentem-se superiores ao número decasos notificados, sendo registradastambém internações em Estados, semnoti f icação. Tal fato sugere umasubnotificação pelo CENEPI, embora osdados do SIH contenham as internaçõespor leishmaniose tegumentar e algumasreinternações. Mesmo assim, os dadosde internações podem ser utilizadoscomo eventos sentinelas para investigara expansão geográfica da doença nopaís.

Do ponto de vista do risco detransmissão (Tabela 6), o coeficiente deinternação hospitalar por leishmaniosevisceral, no Brasil, apresentou umatendência à redução de 1994 a 1998,caindo de 3,26 para 1,71 internações por100.000 habitantes. Contudo, quandodescrito por Região, o Nordesteapresentou maior coeficiente médio noperíodo 1993-1998, com 6,22 por100.000 habitantes, seguido do Centro-Oeste (2,53) e do Norte (2,38). Quantoaos Estados, o Piauí deteve maiorcoeficiente (17,67), seguido do Tocantins(7,64); Roraima (7,51) e Bahia, com 7,48internações por 100.000 habitantes noreferido período.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

Região/UF

4.429 398 119 17 42 46

104 1

69 3.013

631 879 267 160 92

143 99 87

655 681 304 44

123 210 66 60

3 3

271 38 75 67 91

2.281 84

- - -

39 33

- 12

2.118 537 697 248 132 29 55

102 98

220 59 58

- 1 - - - - -

20 3 -

17 -

5.008 294 73 22 40 33 63

4 59

3.595 498 917 470 134 124 400 139 155 758 722 291 35

120 276 46 41

2 3

351 54 90

105 102

3.426 118

- - -

21 64

- 33

3.183 534 778 486 135 91

188 71

203 697 90 88

- 2 - - - - -

35 27

- 8 -

4.492 205 23 20 16

9 64

2 71

3.282 223 432 471 103 128 453 167 153

1.152 659 290 19 67

283 39 32

3 4

307 88 78 58 83

3.885 117

- - -

49 20

- 48

3.519 263 407 490 93

127 273 111 266

1.489 171 164

- 7 - - - - -

78 59

- 19

-

3.989 200 18

5 24 15 63

2 73

2.860 119 186 272 99

119 387 111 142

1.425 663 326 28 68

241 33 32

1 -

233 46 34 58 95

3.255 133

- - -

19 45

- 69

2.932 144 239 220 71 89

208 103 210

1.648 175 166

- 9 - - - - -

15 12

- 3 -

3.430 254

42 13

7 3

75 -

114 2.209

86 192 175 104 113 260 110 106

1.063 711 343 26 82

260 40 30 10

- 216 39 45 62 70

SIH CENEPI SIH CENEPI1994 1995

SIH CENEPI

2.570 152

- - -

12 43

- 97

2.257 116 205 130 115 72

161 87

117 1.254

140 138

1 1 - - - - -

21 18

- 3 -

2.765 254 14 20

8 8

116 -

88 1.770

222 249 176 106 76

181 96 71

593 515 269 19 52

175 26 25

- 1

200 53 34 58 55

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

Tabela 5 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Leishmaniose Visceral porEstados e Regiões. Brasil, 1993 - 1998.

Page 73: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 3 51 3 51 3 51 3 51 3 5

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Antonio da Cruz G. Mendes e cols.

Fontes: SIH/SUS; MS/FUNASA/CENEPI e IBGE

Tabela 6 - Coeficientes de Internação (SIH/SUS) e de Notificação (CENEPI) de Casos de Leishmaniose Visceralpor 100.000 habitantes por Estados e Regiões. Brasil, 1993 - 1998.

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

Região/UF

2,92 3,74 9,58 3,89 1,89

19,08 2,00 0,32 7,11 6,88

12,40 33,08 4,08 6,39 2,81 1,96 3,80 5,61 5,33 1,05 1,88 1,63 0,94 0,64 0,29 0,70 0,06 0,03 2,75 2,05 3,47 1,61 5,44

1,51 0,79

- - -

16,18 0,63

- 1,244,84

10,55 26,23

3,79 5,27 0,89 0,75 3,92 6,32 1,79 0,09 0,36

- 0,01

- - - - -

0,20 0,16

- 0,41

-

3,26 2,70 5,65 4,93 1,76

13,11 1,18 1,26 5,96 8,10 9,65

34,07 7,09 5,27 3,75 5,43 5,25 9,82 6,08 1,10 1,78 1,28 0,91 0,83 0,20 0,47 0,04 0,03 3,48 2,87 4,01 2,48 5,98

2,23 1,08

- - -

8,34 1,20

- 3,33 7,17

10,35 28,90

7,33 5,31 2,75 2,55 2,68

12,86 5,59 0,14 0,54

- 0,02

- - - - -

0,35 1,43

- 0,19

-

2,88 1,84 1,72 4,39 0,69 3,43 1,17 0,61 7,05 7,30 4,26

15,85 7,01 3,99 3,83 6,08 6,22 9,53 9,11 0,99 1,76 0,68 0,50 0,84 0,17 0,37 0,06 0,04 2,99 4,60 3,37 1,35 4,78

2,49 1,05

- - -

18,69 0,37

- 4,77 7,82 5,03

14,94 7,30 3,60 3,80 3,67 4,13

16,57 11,77

0,26 0,99

- 0,05

- - - - -

0,76 3,08

- 0,44

-

2,54 1,77 1,46 1,03 1,00 6,07 1,14 0,53 6,96 6,39 2,28 6,96 3,99 3,87 3,60 5,23 4,22 8,74

11,36 0,99 1,96 1,00 0,51 0,71 0,14 0,36 0,02

- 2,22 2,39 1,52 1,28 5,21

2,07 1,18

- - -

7,69 0,82

- 6,58 6,55 2,76 8,94 3,23 2,77 2,69 2,81 3,91

12,93 13,14

0,26 1,00

- 0,07

- - - - -

0,14 0,62

- 0,07

-

2,15 2,19 3,35 2,60 0,28 1,18 1,33

- 10,55

4,87 1,62 7,12 2,53 4,01 3,39 3,48 4,13 6,40 8,36 1,04 2,03 0,91 0,60 0,75 0,17 0,33 0,20

- 2,01 1,99 1,97 1,34 3,73

SIH CENEPI SIH CENEPI1994 1995

SIH CENEPI

1,61 1,31

- - -

4,72 0,76

- 8,98 4,98 2,19 7,60 1,88 4,43 2,16 2,16 3,27 7,06 9,87 0,21 0,82 0,04 0,01

- - - - -

0,19 0,92

- 0,06

-

1,71 2,14 1,10 3,89 0,32 3,07 2,01

- 7,94 3,86 4,14 9,17 2,51 4,04 2,27 2,41 3,57 4,21 4,61 0,75 1,57 0,66 0,38 0,50 0,11 0,27

- 0,01 1,82 2,66 1,46 1,22 2,86

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

Quanto aos coeficientes de casosnotificados por leishmaniose visceral,registrados pelo CENEPI, o país apresentouuma média de 1,98 casos por 100.000habitantes no período 1993 - 1997. Nesteperíodo, o Nordeste apresentou umcoeficiente médio de 6,27, seguido doNorte (1,09) e Centro-Oeste (0,33). Entreos Estados, os maiores destaques são:Piauí (17,30); Sergipe (11,15); Roraima(11,14); e Bahia com 8,47 casos por100.000 habitantes. Observa-se umagrande semelhança entre as Regiões eEstados com maiores destaques nos doissistemas (internação / notificação), emboracom o número de internações sempresuperior aos casos notificados (Tabela 6).

Neste sentido, ainda comparando osdos dois sistemas de informações,percebe-se que a razão entre SIH/CENEPIapresenta pouca variação no período de1993 a 1997 (1,16 a 1,72 internações paracada caso notificado, respectivamente).Portanto, o SIH se configura como umbom sistema, podendo ser utilizado deforma complementar para a vigilância e omonitoramento de casos de leishmaniosevisceral.

Comentários FinaisComentários FinaisComentários FinaisComentários FinaisComentários Finais

Há uma tendência de crescimentode internações por dengue no país,destacando-se nos últimos dois anos aRegião Nordeste.

Page 74: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 3 61 3 61 3 61 3 61 3 6

Informe Epidemiológico

do SUS

SIH-SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças de Transmissão Vetorial

O comportamento das internaçõespor dengue, no período de 1991 a 1997,explicita o deslocamento da doença nasRegiões do país, iniciada no Sudeste,dirigindo-se para o Nordeste, sugerindouma tendência de multiplicação dos casosno Norte, a partir de 1997.

O SIH poderá ser um bominstrumento de vigilância e monitorizaçãoda dengue hemorrágica; primeiro,admitindo-se que uma maior razão entreas internações e os casos detectadosimplicariam uma maior investigação destetipo de dengue; segundo, com a adoçãodo CID-10 a partir de 1998, em que háuma maior especificidade para a denguehemorrágica, o que não ocorre nasnotificações compulsórias, que aindausam o CID-9.

No caso da febre amarela, o SIHapresenta limites para ser usado comosistema de informação complementarpara vigilância e monitorização, devendoser melhorado quanto ao preenchimentodo diagnóstico.

Para leishmaniose visceral, o SIHconstitui um importante sistema deinformação complementar ao CENEPI.

Referências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficas

1. Pontes RJS, Netto AR. Dengue emlocalidade urbana da Região Sudestedo Brasil: aspectos epidemiológicos.Revista de Saúde Pública 1994; 28(3): 218-227.

2. Costa NR. Lutas urbanas e controlesanitário: origens das políticas desaúde no Brasil. Petrópolis: Vozes; Riode Janeiro: Associação Brasileira dePós-graduação em Saúde; 1986.

3. Nobre A, Antezana D, Tauil PL.Febre Amarela e Dengue no Brasil:epidemiologia e Controle. Revistada Soc iedade Bras i le i ra deMedicina Tropical 1994; 27 (Supl.3) : 59-66.

4. Prata A, Rosa APAT, Teixeira G,Coelho ICB, Neto JT, Dias J,Figueiredo LTM, dietze R, Valls R,Maris S, Alecrim W. CondutasTerapêuticas e de Suporte no

Paciente de Dengue Hemorrágico.Informe Epidemiológico do SUS1997; VI(2) : 87-101.

5. Sabroza PC, Kawa H, Campos WSQ.Doenças transmissíveis: ainda um desafio.In.: Minayo MCS (Org). Os muitos Brasis:saúde e população na década de 80. SãoPaulo: Hucitec; Rio de Janeiro:ABRASCO; 1995. p. 177-244.

6. Braga JCS, Paula SG. Saúde ePrevidência: estudos de Política Social,2 ed. São Paulo: HUCITEC, 1986.

7. Fundação Nac iona l de Saúde.Gu ia Brasileiro de Vigi lânciaEpidemiológica. 5. ed. rev. e ampl.Brasíl ia: Ministério da Saúde/Fundação Nacional de Saúde; 1998.

8. Fundação Nacional da Saúde.Programa de Erradicação do Aedesaegypti: roteiro para elaboração dosplanos municipais - versão preliminar.Brasília: Ministério da Saúde/FundaçãoNacional de Saúde; 1997.

9. Braga MDM, Coelho ICB, PompeuMMl, Evans TG, MacAullife IT,Teixeira MJ, Lima JWO. Controle docalazar canino: comparação dosr e s u l t a d o s d e u m p r o g r a m ad e el iminação rápida de cãessororreagentes por ensaio imuno-enzimático com outro de eliminaçãotardia de cães sororreagentes porteste de imunofluorescência indiretade eluato de papel filtro. Revista daSociedade Brasileira de MedicinaTropical 1998; 31(5) : 419-424.

10. Costa CHN, Pereira HF, Araújo MV.Epidemia de leishmaniose visceral noestado do Piauí, 1980-1986. Revista deSaúde Pública 1990; 24(5) : 361-372.

11. Sherlock IA. Ecological Interactionsof visceral leishmaniasis in state ofBahia, Brazil. Memórias do InstitutoOswaldo Cruz 1996; 91(6) : 671-683.

12. Cesse E. Expansão urbana daleishmaniose visceral: estudoepidemiológico do processo detransmissão ativa em área urbana,Petrolina/Penambuco, 1992-1997[dissertação]. Recife (PE): Nesc/CPqAM/Fiocruz; 1999.

Page 75: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 3 71 3 71 3 71 3 71 3 7

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

Sistema de Informações Hospitalares - FonteSistema de Informações Hospitalares - FonteSistema de Informações Hospitalares - FonteSistema de Informações Hospitalares - FonteSistema de Informações Hospitalares - FonteComplementar na Vigilância e Monitoramento de DoençasComplementar na Vigilância e Monitoramento de DoençasComplementar na Vigilância e Monitoramento de DoençasComplementar na Vigilância e Monitoramento de DoençasComplementar na Vigilância e Monitoramento de Doenças

TTTTTrrrrransmitidansmitidansmitidansmitidansmitidas entre Pesas entre Pesas entre Pesas entre Pesas entre Pessoassoassoassoassoas

Endereço para correspondência: Depto de Saúde Coletiva-NESC / Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães /FIOCRUZ - Rua dos Coelhos, 450 - 1o andar - Coelhos - Recife/PE - CEP: 50.070-550

E-mail: [email protected]

Informe Epidemiológico do SUS 2000; 9(2) : 137-162.

Jarbas Barbosa da Silva JúniorJarbas Barbosa da Silva JúniorJarbas Barbosa da Silva JúniorJarbas Barbosa da Silva JúniorJarbas Barbosa da Silva JúniorCentro Nacional de Epidemiologia / Fundação Nacional de Saúde

Antônio da Cruz Gouveia MendesAntônio da Cruz Gouveia MendesAntônio da Cruz Gouveia MendesAntônio da Cruz Gouveia MendesAntônio da Cruz Gouveia MendesDepartamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Tereza de Jesus Campos NetaTereza de Jesus Campos NetaTereza de Jesus Campos NetaTereza de Jesus Campos NetaTereza de Jesus Campos Neta

Tereza Maciel LyraTereza Maciel LyraTereza Maciel LyraTereza Maciel LyraTereza Maciel Lyra

ResumoAnalisaram-se as doenças de notificação compulsória (DNC) cuja característica é a transmissãopessoa à pessoa: AIDS, meningites (meningocócica, tuberculosa), tuberculose pulmonar, hanseníase,sífilis congênita e hepatites (A e B). As fontes de dados foram: Sistema de Informações Hospitalares(SIH-SUS) (internações) e Centro Nacional de Epidemiologia-CENEPI (notificações), analisadospor regiões e estados. Observou-se coerência entre os dados do CENEPI e SIH para Aids, com umsobre-internamento, provavelmente mais por reinternações do que por subnotificações. A sífiliscongênita apresentou razão de internação maior que 1 no período analisado, havendo mudança em1997. Os dados de tuberculose pulmonar e hanseníase foram analisados mais detalhadamente,tendo-se observado os totais de internação de pacientes cronificados. A exclusão desses definiu oscasos novos. Destacou-se o peso da prática de dispensarização no país. As meningites apresentaramresultados diferentes, conforme sua etiologia: meningite meningocócica com comportamentosemelhante para internação e notificação, a meningite tuberculosa apresentando internações inferioresàs notificações, sugerindo imprecisão da informação gerada. A análise das hepatites a partir doSIH/SUS apresentou dificuldades. Concluiu-se pela potencialidade do SIH/SUS como sistemacomplementar na Vigilância e Monitoramento das DNC de transmissão entre pessoas, particularmentese adotadas as proposições apontadas no estudo.

Palavras-ChaveDoenças de Notificação Compulsória; Sistema de Informações Hospitalares; VigilânciaEpidemiológica; Sistemas de Informações em Saúde.SummaryNotifiable Diseases characterized by person-to-person transmission such as: Aids, meningitis(meningococcal, tuberculous), pulmonary tuberculosis, leprosy, congenital syphilis and hepatitis (Aand B), were analyzed. Data from the Hospital Information System - SIH/SUS (admittances) andNational Center of Epidemiology-CENEPI (case reports), were used as sources of information andwere analyzed by regions and states. Coherence was observed between the data of CENEPI and SIHfor AIDS, however, over-admittances were detected, probably due to re-admittances rather thanunderreporting. Congenital syphilis presented a ratio of admittances greater than one in the analyzedperiod, changing in 1997. Data for pulmonary tuberculosis and leprosy were analyzed in moredetail, by determining the total number of admittances of chronical patients. Their exclusion, definednew cases. It was detached the weight of the practices of hospital for chronic patients in the country.For meningitis, different results were obtained, according to the etiology: Similar patterns foradmittances and reporting were observed for meningococcal meningitis while discordant resultswere detected for tuberculous meningitis, wich showed inferior number of admittances compared tocases reports, suggesting imprecision of the generated information. Difficulties for the analysis ofhepatitis using data from SIH/SUS were identified. SIH/SUS has potenciality as a complementarysource for surveillance and monitoring of notifiable person-to-person transmitted diseases,particularly if the proposed suggestions pointed out in the study are considered.

Key WordsNotifiable Diseases; Hospital Information System; Epidemiologic Surveillance; Health InformationSystem.

Hospital Information System � Complementary Source for SurveillanceHospital Information System � Complementary Source for SurveillanceHospital Information System � Complementary Source for SurveillanceHospital Information System � Complementary Source for SurveillanceHospital Information System � Complementary Source for Surveillanceand Monitoring of Person-to-Person Tand Monitoring of Person-to-Person Tand Monitoring of Person-to-Person Tand Monitoring of Person-to-Person Tand Monitoring of Person-to-Person Trrrrransmitansmitansmitansmitansmitted Diseasested Diseasested Diseasested Diseasested Diseases

Kátia Rejane MedeirosKátia Rejane MedeirosKátia Rejane MedeirosKátia Rejane MedeirosKátia Rejane Medeiros

Domício Aurélio de SáDomício Aurélio de SáDomício Aurélio de SáDomício Aurélio de SáDomício Aurélio de Sá

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Departamento de Saúde Coletiva-NESC/CPqAM/FIOCRUZ

Page 76: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 3 81 3 81 3 81 3 81 3 8

SIH-SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Transmitidas entre Pessoas

Informe Epidemiológico

do SUS

IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução

O grupo de doenças de notificaçãocompulsória cujo modo de transmissão éde pessoa a pessoa, tem característicasbastante heterogêneas. Incluem-se nestegrupo a síndrome de imunodeficiênciaadquirida (AIDS), as meningitesmeningocócica e tuberculosa, ahanseníase, a tuberculose pulmonar, ashepatites A e B e a sífilis congênita.

A Aids, que se apresenta como umdos principais problemas de saúde públicamundial, tem por agente etiológico o vírusda imunodeficiência adquirida (HIV),sendo transmitida pela via sexual,parenteral e mãe-filho, no curso dagravidez e durante ou logo após o parto,pelo leite materno.1,2

A Aids é a manifestação clínicaavançada da infecção pelo vírus HIV, etem um grande número de doenças quepodem estar associadas a ela, devidoà sua característ ica de severaimunodeficiência.2 Os cri térios deconfirmação de casos adotados no Brasilsão os: CDC Modificado; Rio de Janeiro-Caracas; Critério excepcional CDC e oCritério excepcional óbito.1

A síndrome de imunodeficiênciaadquirida é hoje, no Brasil, uma epidemiaem expansão, inclusive quando seconsideram a transmissão heterossexuale o uso de drogas injetáveis, tendoo número de casos crescidoconsideravelmente entre as mulheres comimplicações na transmissão vertical, porinfecção de gestantes.3 As regiões maisatingidas são a Sudeste (grandes centrosurbanos de São Paulo e Rio de Janeiro),a Sul e a Nordeste.2,3

Em recente trabalho, Ferreira ePortela4 analisaram a subnotificação decasos de AIDS no município do Rio deJaneiro uti l izando o Sistema deInformações Hospitalares (SIH/SUS) e oSistema Nacional de Agravos deNotificação (SINAN). Cerca de 43% doscasos de Aids que foram internados nãoforam notificados ao SINAN, reforçandoassim o uso do SIH-SUS como banco

complementar na vigi lância emonitoramento da Aids pelos serviços desaúde.

As meningites são patologias gravesque acometem o sistema nervoso central(SNC) e têm etiologias diversas. Adoença meningocócica e a meningitetuberculosa são consideradas as maisimportantes para a saúde pública.1 Aprimeira, por sua característ icapotencialmente epidêmica; a segunda, porsuas características clínicas e pelo riscode crescimento devido à forte associaçãocom a Aids.1,5

A doença meningocócica, causadapela Neisseria meningitidis é transmitidapessoa a pessoa através da secreçãonasofaringeanas de portadores sãos oudoentes.1,6 É uma doença grave, de altaletalidade, podendo apresentar-se sob aforma septicêmica, com e sem meningite,e sob a forma de meningoencefalite. Otratamento é eminentemente hospitalar,tornando-se o hospital locus privilegiadode notificação dos casos.1 O diagnósticoprecoce e a imediata instituição daterapêutica são fatores essenciais pararedução da letalidade.1,6

A rigorosa vigilância dos casos éfundamental para avaliação docomportamento da doença. Barroso ecolaboradores7 salientam que a percepçãode mudanças precoces no padrãoepidemiológico (faixas etárias maisacometidas, variações no tempo eespaço) dos casos são dados importantespara adoção de medidas de controle.Neste sentido, reforça-se o usosimultâneo de diferentes Sistemas deInformações em Saúde.

A meningite tuberculosa éconsiderada a forma mais grave detuberculose, com elevada letalidadequando não tratada, exigindo portantotratamento hospitalar. Seu agenteet iológico é o Mycobacter iumtuberculosis. O diagnóstico reveste-se dedificuldade, pois, não raro, é baseadoem cr i tér ios cl ínicos e aval iaçãoliquórica.1,5,8

A síndrome deA síndrome deA síndrome deA síndrome deA síndrome deimunodeficiênciaimunodeficiênciaimunodeficiênciaimunodeficiênciaimunodeficiênciaadquirida é hoje,adquirida é hoje,adquirida é hoje,adquirida é hoje,adquirida é hoje,

no Brasil, umano Brasil, umano Brasil, umano Brasil, umano Brasil, umaepidemia emepidemia emepidemia emepidemia emepidemia em

expansão,expansão,expansão,expansão,expansão,inclusive quandoinclusive quandoinclusive quandoinclusive quandoinclusive quandose consideram ase consideram ase consideram ase consideram ase consideram a

transmissãotransmissãotransmissãotransmissãotransmissãoheterossexual e oheterossexual e oheterossexual e oheterossexual e oheterossexual e o

uso de drogasuso de drogasuso de drogasuso de drogasuso de drogasinjetáveis, tendoinjetáveis, tendoinjetáveis, tendoinjetáveis, tendoinjetáveis, tendo

o número deo número deo número deo número deo número decasos crescidocasos crescidocasos crescidocasos crescidocasos crescido

consideravelmenteconsideravelmenteconsideravelmenteconsideravelmenteconsideravelmenteentre as mulheresentre as mulheresentre as mulheresentre as mulheresentre as mulheres

com implicaçõescom implicaçõescom implicaçõescom implicaçõescom implicaçõesna transmissãona transmissãona transmissãona transmissãona transmissão

vertical, porvertical, porvertical, porvertical, porvertical, porinfecção deinfecção deinfecção deinfecção deinfecção degestantes.gestantes.gestantes.gestantes.gestantes. 33333

Page 77: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 3 91 3 91 3 91 3 91 3 9

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U SJarbas Barbosa da Silva Junior e cols.

volume 9, nº 2abril/junho 2000

A forma meníngea da tuberculosenão é transmissível, mas atransmissibilidade se mantém enquantohouver doença pulmonar ativa. Ameningite tuberculosa é complicação daprimoinfecção tuberculosa e decorre dadisseminação hematogênica do bacilo.1,5

É extremamente relevante para a saúdepública, inclusive pela reemergência datuberculose em suas diferentes formas,nos últimos anos.1,5,8

A tuberculose pulmonar é aindaimpo r tan te p rob lema de saúdepúb l i ca , sobretudo em países emdesenvolvimento, pois sempre esteverelacionada a fatores socioeconômicos,embora, nas duas últ imas décadas,também os países desenvolvidos tenhamapresentado recrudescimento destapatologia, seja devido ao surgimento daAIDS, de cepas resistentes, ou, ainda,devido aos movimentos migratórios.1,9,10,11

A tuberculose é uma doençainfecciosa grave, porém curável, que tempor agente etiológico o Mycobacteriumtuberculosis, sendo transmitida porqualquer indivíduo com a forma pulmonarbacilífera. O Complexo Mycobacteriumtuberculosis é constituído por váriasespécies: M. tuberculosis, M. bovis, M.africanum e M. microti.1,10

O tratamento é eminentementeambulatorial, sendo a hospitalizaçãoindicada apenas nos casos decomplicações ou manifestações graves:meningite tuberculosa, intolerância aosmedicamentos, indicação cirúrgica,estado geral de grande debilidade, ououtros casos especiais (extrema carênciasocial, por exemplo).1,10

Chama a atenção ainda a elevadasubnotificação de casos, de abandono dotratamento, fonte importante demanutenção do quadro epidemiológicoatual.9

A hanseníase, que é consideradauma das doenças mais antigas dahumanidade, carrega forte estigma socialdevido a suas características clínicas.12

É uma doença infecciosa crônica cujo

agente etiológico é o Mycobacteriumleprae, tendo o homem como única fontede infecção, através de contato direto,geralmente íntimo e prolongado.1,12 NoBrasil, permanece como importanteproblema de saúde pública. Algunsautores salientam a elevação doscoeficientes de prevalência, e que,provavelmente, parte deste aumento estejarelacionado a incremento do programa decontrole da doença, embora nãodescartem a hipótese de expansão daendemia em território nacional.9,13

A hanseníase deve ser tratadaem ambulatórios, observando-se aregularidade no tratamento, fato essencialpara a cura. Aspecto relevante a serobservado durante o tratamento é aprevenção de deformidades, onde oaprendizado sobre o autocuidado éfundamental.1,12 Assim como paratuberculose pulmonar, a internação porhanseníase só deve ocorrer em situaçõesespeciais.

As hepatites A e B são causadas porvírus com tropismo pelo fígado.1 Ahepatite A é uma doença infecciosa detransmissão fecal-oral, que se relacionacom a dificuldade de acesso às condiçõesde saneamento adequadas bem como aospadrões de higiene, tendo comoreservatório o homem e alguns primatasnão humanos. A susceptibilidade a estapatologia é geral, além de apresentardistribuição mundial. Normalmente,evolui de forma benigna, sendo tratadahabitualmente no nível ambulatorial.1

Quanto melhor o nível de acesso aosaneamento, menores serão os riscos decontato dos indivíduos com o vírus dahepatite A, seja pela ingestão de águacontaminada, alimentos contaminadospela água, ou pessoa a pessoa. Háindicação de casos cuja transmissão sedeu por hemoderivados, entre usuários dedrogas injetáveis ou em indivíduos compráticas sexuais de risco,14 embora empaíses subdesenvolvidos a transmissãoda hepatite A esteja fundamentalmenterelacionada à qualidade da água.15

Page 78: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 4 01 4 01 4 01 4 01 4 0

Informe Epidemiológico

do SUS

A hepatite B se transmite através derelações sexuais, exposição parenteral,agulhas, transfusão de sangue, de mãepara filho, entre outras,1 acometendopreferencialmente adultos jovens. A suaevolução clínica vai desde formasassintomáticas a formas extremamentegraves (fulminantes) e cronificação.Portanto, o tratamento dependerá destasmanifestações.

A vigilância epidemiológica dashepatites tem por propósito inicial“conhecer a magnitude e tendências dashepatites virais, sua distribuição napopulação [.. . ] , fatores de riscoassociados aos principais vírus [...],avaliar o impacto da utilização de vacina[.. . ] detectar [ . . . ] surtos [. . . ] , paranum futuro próximo, implementarações relacionadas à vigi lânciaepidemiológica”.1

A sífilis congênita tem por agenteetiológico o Treponema pall idum,transmitido de mãe para filho por viatransplacentária.1,16

A subnotificação de casos ainda éimportante, embora venha aumentandonos últimos anos, sendo as unidadespediátricas e maternidades as principaisfontes de informação.1 A principal açãovisando à redução e eliminação da sífiliscongênita é a realização de um pré-nataladequado, quando a doença pode serprevenida através do tratamento damãe.1,14 O tratamento de crianças comsífilis congênita, precoce ou tardia, deveser hospitalar devido à terapêuticapreconizada.

Visando sempre identif icar aspotencial idades do Sistema deInformações Hospitalares à vigilância emonitoramento das Doenças deNotificação Compulsória, buscou-seidentificar o comportamento das doençasconsideradas de transmissão entrepessoas a partir dos dois sistemas deinformações uti l izados, SIH/SUS eCENEPI, objetivando salientar osaspectos positivos ou os entraves ao usodo SIH/SUS como adjuvante da vigilânciaepidemiológica.

Questões Metodológicas EspecíficasQuestões Metodológicas EspecíficasQuestões Metodológicas EspecíficasQuestões Metodológicas EspecíficasQuestões Metodológicas Específicas

O grupo denominado de transmissãopessoa a pessoa tem característicasbastante heterogêneas, tendo sidoaglutinadas em função da forma detransmissão entre humanos.

A análise das doenças constantesneste grupo foi específica para cada umadelas, em função do seu comportamento,de doença crônica, como tuberculose ehanseníase, ou aguda, como asmeningites.

A Aids, no SIH, foi estudadautilizado-se o critério de análise segundointernações por procedimentos realizados,no período de 1993 a 1998, porinexistência de registros de internação poresta patologia nos anos anteriores.

Para o estudo do comportamentodas meningites nesse Sistema, optou-sepor buscar os casos através do registrodo procedimento específico realizado nainternação, a partir de 1993.Foramanalisados os dados referentes aos casosde meningite meningocócica etuberculosa. Outras meningites nãoforam analisadas neste momento.

As análises da tuberculose pulmonare da hanseníase foram mais complexas,tendo exigido estudos complementarespara definição do que seriamconsiderados casos novos de internações.

Em um primeiro momento, buscou-se no SIH/SUS os dados de internaçõespor tuberculose e hanseníase, no períodode 1993 a 1997, a partir do diagnóstico,quando o total de casos de cada uma delasfoi encontrado. Porém, verificou-se queeles mostravam-se insuficientes, poisestavam “contaminados” com os casoscronificados, internados por longosperíodos em dispensários. Buscou-se,então, identif icar o que realmenterepresentaria casos novos de internaçõespor tuberculose e hanseníase. Paraobtenção desses dados foramselecionados apenas AIH Normal (Tipo01), ficando excluídas as internaçõesde Longa Duração (AIH 05), alémd o s procedimentos FPT (Fora de

SIH-SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Transmitidas entre Pessoas

Visando sempreVisando sempreVisando sempreVisando sempreVisando sempreidentificar asidentificar asidentificar asidentificar asidentificar as

potencialidadespotencialidadespotencialidadespotencialidadespotencialidadesdo Sistema dedo Sistema dedo Sistema dedo Sistema dedo Sistema de

InformaçõesInformaçõesInformaçõesInformaçõesInformaçõesHospitalares àHospitalares àHospitalares àHospitalares àHospitalares à

vigilância evigilância evigilância evigilância evigilância emonitoramentomonitoramentomonitoramentomonitoramentomonitoramentodas Doenças dedas Doenças dedas Doenças dedas Doenças dedas Doenças de

NotificaçãoNotificaçãoNotificaçãoNotificaçãoNotificaçãoCompulsória,Compulsória,Compulsória,Compulsória,Compulsória,

buscou-sebuscou-sebuscou-sebuscou-sebuscou-seidentificar oidentificar oidentificar oidentificar oidentificar o

comportamentocomportamentocomportamentocomportamentocomportamentodas doençasdas doençasdas doençasdas doençasdas doenças

consideradas deconsideradas deconsideradas deconsideradas deconsideradas detransmissão entretransmissão entretransmissão entretransmissão entretransmissão entre

pessoas a partirpessoas a partirpessoas a partirpessoas a partirpessoas a partirdos dois sistemasdos dois sistemasdos dois sistemasdos dois sistemasdos dois sistemas

de informaçõesde informaçõesde informaçõesde informaçõesde informaçõesutilizados, SIH/utilizados, SIH/utilizados, SIH/utilizados, SIH/utilizados, SIH/SUS e CENEPI,SUS e CENEPI,SUS e CENEPI,SUS e CENEPI,SUS e CENEPI,

objetivandoobjetivandoobjetivandoobjetivandoobjetivandosalientar ossalientar ossalientar ossalientar ossalientar os

aspectosaspectosaspectosaspectosaspectospositivos ou ospositivos ou ospositivos ou ospositivos ou ospositivos ou osentraves ao usoentraves ao usoentraves ao usoentraves ao usoentraves ao uso

do SIH/SUS comodo SIH/SUS comodo SIH/SUS comodo SIH/SUS comodo SIH/SUS comoadjuvante daadjuvante daadjuvante daadjuvante daadjuvante da

vigilânciavigilânciavigilânciavigilânciavigilânciaepidemiológica.epidemiológica.epidemiológica.epidemiológica.epidemiológica.

Page 79: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 4 11 4 11 4 11 4 11 4 1

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Possibilidade Terapêutica) contidos naAIH Normal . Logo, para f ins deanálise neste trabalho, utilizar-se-ãofundamentalmente os dados referentes aoque se considerou como casos novos,tanto pa ra t ube rcu lose pu lmonarc o m o p a r a hanseníase, conformeanteriormente definidos.

Chama-se a atenção ainda para amudança na forma de definição do quese considerou como casos novos deinternações por tuberculose pulmonar ehanseníase a partir de 1998, quando sedeve considerar como casos novos oscasos internados através de AIH Tipo 1,excluindo-se os Fora de PossibilidadeTerapêutica - FPT remanescentes, e osmotivos de cobrança “Permanência”(considerados com Longa Permanência),em função das Portarias Ministeriais PT/SAS/MS n° 164 de 30/12/97 e PT/SAS/MS n° 34 de 25/03/98, que modificaramconsideravelmente o comportamento dasinternações por estas doenças no Brasil,Regiões e Estados.

Para análise das hepatites virais,foram definidas as hepatites A e B,embora já seja possível conseguirinformações acerca de outras hepatites.Salienta-se que o banco de dados temainda limitações, graças às própriascaracterísticas das hepatites, ou ainda

por ser a hepatite B de notif icaçãocompulsória apenas a partir da PortariaMinisterial de 23 de dezembro de 1998.

Por f im , pa ra es tudo docomportamento da sífi l is congênitaoptou-se por anal isar os dados dein te rnações por d iagnós t i co deinternamento.

Em todas as patologias referentes aogrupo, foi analisada a distribuição defreqüência das internações e notificações,incluindo análise tabular e gráfica dosdados, para o Brasil, Regiões e Estados,no período de 1993 a 1997. Para o ano de1998, foram analisadas as internaçõesapenas para algumas patologias.

ResultadosResultadosResultadosResultadosResultados

Síndrome de ImunodeficiênciaAdquirida - AIDS

No Brasil, observa-se um aumento nafreqüência de internação de casos de AIDSa partir de 1993, tendo apresentado seu picoem 1994, com 29.221 internações. A partirde 1995, há uma redução do número deinternações, passando de 28.564, neste ano,para 24.700 em 1998 (Figura 1),provavelmente como conseqüência dosavanços terapêuticos conseguidos nosúltimos anos, uma vez que o número decasos notificados tem de modo geralaumentado a cada ano.

Jarbas Barbosa da Silva Junior e cols.

Figura 1 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de casos de Aids.Brasil, 1980-1998.

-

5 .000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

ANO S

f

Internações (S IH/S US )

N otificações (C EN EP I)

Fontes: SIH/SUS e MS/PN-DST/AIDS

Page 80: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 4 21 4 21 4 21 4 21 4 2

Informe Epidemiológico

do SUS

A Região Sudeste foi aquela quemais internou no período avaliado, sendoresponsável, em média, por 69,73% dasinternações do país, realizadas entre1993 e 1997, seguida pelas Regiões Sule Nordeste. O Estado de São Paulo foiresponsável por 71,27% e 49,70% dasinternações realizadas, respectivamente,na região e no país no mesmo período.

O comportamento dos dados denotificação por Aids, no período de 1993 a1997, repete a mesma tendência: as RegiõesSudeste, Sul e Nordeste são responsáveis,respectivamente, por 68,46%, 15,31% e8,72% do total de casos notificados no país.Os cinco Estados que mais geram

internação também são aqueles que maisnotificam: São Paulo, Rio de Janeiro, RioGrande do Sul, Minas Gerais e Pernambuco(Tabela 1).

O predomínio dos casos notificadose das internações nos principais centrosurbanos do país reflete características dadoença associadas a modos e hábitos devida mais presentes nas zonas urbanas.

Em 1998, a Região Sudesteregistrou o maior coef ic iente deinternação, 21,91 por 100.000habitantes, seguida pelo Sul (19,82),Centro-Oeste (9,81), Nordeste (6,39) eNorte (6,73). Os Estados de São Paulo,Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio

SIH-SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Transmitidas entre Pessoas

24.217 376 25 - 78 - 252 - 21 2.321 20 41 566 162 159 725 172 83 393 17.795 1.523 194 2.763 13.315 3.144 896 558 1.690 581 185 95 - 301

16.096 239 23 8 66 7 119 1 15 1.250 98 28 208 75 82 290 72 36 361 11.859 1.256 161 2.160 8.282 2.007 533 549 925 741 180 105 225 231

29.221 416 47 - 100 - 252 - 17 2.651 142 116 503 225 272 743 98 83 469 21.554 1.690 267 3.690 15.907 4.021 911 788 2.322 579 222 78 - 279

17.504 323 33 10 93 6 154 6 21 1.408 99 61 259 92 87 337 70 89 314 12.428 1.455 197 2.189 8.587 2.443 633 705 1.105 902 160 164 324 254

28.564 453 48 - 129 - 242 - 34 2.607 174 204 463 239 182 649 128 93 475 20.375 1.886 268 3.258 14.963 4.350 1.009 869 2.472 779 172 85 316 206

18.383 382 46 - 95 7 196 18 20 1.474 125 70 317 69 87 368 73 72 293 12.710 1.304 191 2.201 9.014 2.728 752 904 1.072 1.089 193 198 432 266

25.438 561 85 - 101 1 343 - 31 2.648 153 278 461 205 245 738 99 88 381 16.942 2.082 237 3.213 11.410 4.388 1.105 940 2.343 899 202 91 375 231

19.222 384 38 6 106 15 175 18 26 1.720 155 67 314 93 111 406 88 72 414 12.915 1.291 180 2.495 8.949 3.122 830 986 1.306 1.081 166 277 351 287

25.157 562 69 - 113 - 327 - 53 2.850 112 332 584 139 278 654 128 106 517 15.794 2.006 253 3.233 10.302 4.822 1.123 1.197 2.502 1.129 328 133 413 255

17.187 300 41 14 143 14 35 30 23 1.852 150 84 279 103 107 450 93 82 504 10.605 1.173 148 2.305 6.979 3.235 843 888 1.504 1.195 188 267 470 270

24.700 799 104 - 151 - 461 - 83 2.928 136 273 618 158 290 701 129 104 519 15.106 2.015 300 3.291 9.500 4.788 1.080 1.288 2.420 1.079 365 92 412 210

Tabela 1 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de casos de Aids, por Estados eRegiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/PN-DST/AIDS

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

Page 81: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 4 31 4 31 4 31 4 31 4 3

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

de Janeiro apresentam os maiorescoeficientes de internação.

Em 1997, a Região Sudesteapresentou o maior coeficiente denotif icação, 15,58 por 100.000habitantes, vindo em seguida o Sul(13,56), o Centro-Oeste (11,10), oNordeste (4,09) e o Norte (2,59). Nessemesmo ano, os Estados de São Paulo,Santa Catarina e Rio de Janeiroapresentam os maiores coeficientes denotificação (Tabela 2).

Comparando-se os registros do SIHe do CENEPI, observa-se, no período de1993 a 1997, um maior registro deinternações do que casos notificados, na

ordem de 1,5 internações/ano para cadanotificação, em função, provavelmente daevolução clínica da doença, que requer,com freqüência, reinternações, ou, ainda,devido ao fato relevante de que, parainclusão como caso de AIDS no Sistemade Vigilância Epidemiológica, existamcritérios rigorosos de definição de caso,1

o que, provavelmente, não acontece nomomento da admissão, no hospital, docaso suspeito.

Embora o período em destaque nestadescrição seja pequeno e ainda insuficientepara maiores conclusões, identifica-se noSIH um importante instrumento paracompreensão do comportamento da AIDS

Jarbas Barbosa da Silva Junior e cols.

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Tabela 2 - Coeficientes de Internação (SIH/SUS) e de Notificação (CENEPI) de Casos de Aids por 100.000habitantes, por Estados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/PN-DST/AIDS e IBGE

1993SIH CENEPI

Região/UF

15,98 3,54 2,01

- 3,52 - 4,83

- 2,16 5,30 0,39 1,54 8,64 6,47 4,86 9,94 6,60 5,35 3,20 27,54 9,43 7,19 21,15 40,72 13,88 10,43 11,88 18,04 5,89 10,00 4,39 - 17,99

10,62 2,25

1,85 1,83 2,98 2,90 2,28 0,32 1,55 2,85

1,93 1,05 3,18 3,00 2,50 3,98 2,76 2,32 2,94 18,35

7,78 5,97 16,53 25,33 8,86

6,21 11,69 9,87 7,52

9,73 4,85 5,39 13,81

19,01 3,82

3,64 -

4,41 - 4,73

- 1,72 5,97

2,75 4,31 7,58 8,85 8,22 10,08 3,70 5,26 3,76 32,93

10,35 9,73 27,99 47,90 17,56

10,53 16,53 24,50 5,75

11,80 3,47 - 16,36

11,39 2,96

2,56 2,24 4,10 2,38 2,89 1,89 2,12

3,17 1,92 2,27 3,90 3,62 2,63 4,57 2,65 5,64 2,52

18,99 8,91 7,18 16,61 25,86

10,67 7,32 14,79 11,66

8,95 8,50 7,30 7,64 14,89

18,33 4,06 3,58

- 5,56 - 4,44

- 3,38 5,80 3,33 7,49 6,90 9,26 5,45 8,72 4,77 5,79 3,76 30,74 11,43 9,62 24,50 44,40 18,81 11,58 17,97 25,81 7,58 8,99 3,67 7,33 11,85

11,80 3,42 3,43 - 4,09 2,67 3,60 5,52 1,99 3,28 2,39 2,57 4,72 2,67 2,60 4,94 2,72 4,49 2,32 19,17 7,90 6,85 16,55 26,75 11,80 8,63 18,69 11,19 10,60 10,09 8,56 10,03 15,31

16,20 4,97 6,91

- 4,23 0,40 6,22

- 2,96 5,92 2,93 10,40 6,77 8,01 7,41 9,97 3,76 5,42 3,04 25,29 12,49 8,46 23,97 33,44 18,66 12,27 19,28 24,32 8,56 10,48 4,07 8,31 12,68

12,24 3,40 3,09 1,24 4,44 6,07 3,18 4,74 2,48 3,84 2,97 2,51 4,61 3,63 3,36 5,49 3,34 4,43 3,30 19,28 7,74 6,42 18,61 26,23 13,28 9,22 20,22 13,56 10,29 8,61 12,39 7,77 15,75

15,76 4,84 5,50

- 4,59 - 5,79

- 4,90 6,29 2,12 12,32 8,44 5,36 8,34 8,76 4,81 6,40 4,07 23,20 11,87 8,87 23,85 29,64 20,21 12,28 24,14 25,63 10,48 16,70 5,81 8,90 13,59

SIH CENEPI SIH CENEPI1994 1995

SIH CENEPI

10,77 2,59 3,27 2,80 5,81 5,50 0,62 7,46 2,13 4,09 2,83 3,12 4,03 3,97 3,21 6,03 3,49 4,95 3,97 15,58 6,94 5,19 17,00 20,08 13,56 9,22 17,91 15,41 11,10 9,57 11,67 10,13 14,38

15,27 6,73 8,15

- 5,99 - 7,99

- 7,49 6,39 2,54 10,06 8,81 6,02 8,65 9,32 4,80 6,17 4,04 21,91 11,78 10,36 24,05 26,92 19,82 11,66 25,61 24,53 9,81 18,29 3,95 8,68 10,92

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

Page 82: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 4 41 4 41 4 41 4 41 4 4

no Brasil, visto que a razão entreinternações e notificações, no períododestacado manteve-se constante, bemcomo verificou-se semelhança nasdistribuições entre Regiões e Estados.Salienta-se, ainda, que, emborarequerendo reinternações, a reduçãorelativa de internamentos aponta paraeficácia das novas terapêuticas adotadas.

A afirmativa acima é reforçada aindamais, quando se leva em conta apossibilidade do SIH/SUS ser utilizado emtodos os níveis de gestão do SUS. Logo,o acompanhamento dos internamentos dospacientes em uso da terapia commultidrogas e daqueles que não o fazempermitirá uma avaliação mais acurada dosbenefícios de seu uso no nível coletivo e,conseqüentemente, das necessidades deinvestimento nessa perspectiva.

Meningites

a) Doença Meningocócica

A doença meningocócica apresentouum crescimento constante no número deinternações e de notificações desde a décadade oitenta até 1995, no SIH, e até 1996, nasnotificações consolidadas pelo CENEPI. Apartir daí, vem apresentando uma reduçãoconsiderável tanto na freqüência dasinternações como das notificações (Figura 2).

Como a doença meningocócica é umapatologia de extrema gravidade, exigindohospitalização em todos os casos,esperavam-se números bastantesemelhantes entre os dados provenientesdo SIH/SUS e do CENEPI. No entanto, arazão internação/notificação oscilou entre0,62, em 1993, e 0,78, em 1997, inferiorao que se esperaria, pois apesar de a redehospitalar privada, não conveniada aoSUS, realizar internações por estapatologia, não deve justificar a diferençaexistente entre os dois sistemas deinformações, pois essa fração é mínima.

A explicação para as diferençasencontradas entre internações/notificações,deve residir, ou na evolução clínica dadoença (ainda alta letalidade, fazendo comque casos cheguem ao hospital sem quehaja precisão diagnóstica, e com evoluçãopara óbito nas horas imediatas), ou emproblemas de diagnóstico, fazendo com quecasos de doença meningocócica sejaminternados como de meningite inespecífica.Ambas as hipóteses chamam a atenção paraa necessidade de acompanhamento destecomportamento, pois sabe-se que aintervenção adequada, em tempo hábil,reduz significativamente a letalidade eseqüelas da doença. A evolução da razãode internação/notificação no sentido de umaaproximação da unidade, ao longo do

SIH-SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Transmitidas entre Pessoas

Informe Epidemiológico

do SUS

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

19801981

19821983

19841985

19861987

19881989

19901991

19921993

19941995

19961997

1998

AN O S

f

Internações (SIH/SUS)N otificações (C EN EPI)

Figura 2 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de MeningiteMeningocócica. Brasil, 1980-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI/SINAN

Page 83: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 4 51 4 51 4 51 4 51 4 5

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

volume 9, nº 2abril/junho 2000

tempo, reforça a hipótese de ter havido nosúltimos anos melhorias no diagnóstico e deacesso à rede.

Na descrição do comportamentodas internações por regiões do país, noperíodo de 1993 a 1998 (Tabela 3),verifica-se que a Região Sudeste tem amaior proporção, com 57,56% do totalnacional, seguida pelo Nordeste com18,01%. Este comportamento éconcordante com o número de casosconsolidados pelo CENEPI que, noperíodo de 1993 a 1997, notif icou57,48% dos casos, na Região Sudeste, e17,67% no Nordeste do Brasil . OsEstados de São Paulo, Rio de Janeiro eMinas Gerais foram os que

apresentaram, respectivamente, as maioresfreqüências de internamentos enotificações no período avaliado.

Na análise dos coeficientes médiosde notificação por 100.000 habitantes porEstados destacam-se Santa Catarina, Riode Janeiro, São Paulo, Sergipe e DistritoFederal. A análise dos coeficientesmédios de internações por 100.000habitantes, destaca, por sua vez, osEstados do Rio de Janeiro, SantaCatarina, Mato Grosso, São Paulo eParaná (Tabela 4).

b) Meningite Tuberculosa

Entre 1993 e 1997, foramnotificados, em média, 382 casos de

Jarbas Barbosa da Silva Junior e cols.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI/SINAN

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

3.803 218

45 1 35 3 83 5 46 689

54 33 119 21 50 146 57 45 164 2.101

344 67 663 1.027 605

300 195 110 190

13 85 58 34

Tabela 3 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Meningite Meningocócica,por Estados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

5.930 249

8 6 43 4 145 9 34

1.211 30 27 215 53 80 216 58 114 418 3.219

304 221 1.136 1.558 948

341 379 228 303

23 27 169 84

4.364 159

8 1 35 1 72 12 30 751

34 40 202 20 26 140 43 49 197 2.594

438 64 749 1.343 675

337 187 151 185

9 86 63 27

6.004 259

16 2 64 1 169 3 4 1.307

16 38 262 70 108 233 57 117 406 3.142

430 -

954 1.758 1.136

427 422 287 160

20 53 18 69

4.407 166

9 - 59 - 87 3 8 709

21 16 179 21 9 147 59 41 216 2.612

431 70 734 1.377 733

317 277 139 187

10 115 45 17

6.256 280

1 4 74 3 196

- 2 1.154

31 27 209 54 62 253

... 121 397 3.474

502 ...

1.101 1.871 1.198

333 529 336 150

11 59 15 65

4.066 140

2 - 62 1 69 1 5 763

34 13 191 43 35 187 49 29 182

2.411 363 102 767 1.179 593

270 177 146 159

12 59 58 30

6.507 262

- 11 59

- 188 2 2 933

11 34 266 122 110 295 60 10 25 4.089

389 205 1.259 2.236 956

265 401 290 267

24 39 129 75

3.471 111

3 - 34 - 64 2 8 680

13 7 135 32 90 206 40 20 137 1.946

298 66 548 1.034 570

216 192 162 164

7 54 61 42

4.432 161

- 3 66 1 81 3 7 542 20 29 61 68 81 232

... 51

... 2.819 476 133 342 1.868 631 80 287 264 279 18 45 108 108

3.308 185

3 1 82 7 83 3 6 625

29 15 97 35 58 157 57 12 165 1.816

324 43 512 937 505

185 173 147 177

5 95 43 34

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

Page 84: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 4 61 4 61 4 61 4 61 4 6

meningite tuberculosa por ano, sendo ovalor máximo registrado de 444 casos, em1995, e valor mínimo de 255 casos, em1997. A informação de morbidadehospitalar, apesar de apresentar magnitudeinferior, com uma média anual de 167internações no período, apresenta umagrande regularidade nas informações, comuma tendência de aproximação entre asfreqüências de internação e notificação,tendência a ser confirmada nos próximosanos (Figura 3).

Quanto à razão entre o número deinternações e de notificações de casosneste mesmo período, verifica-se, emmédia, uma razão de 0,44. Fato que não

se justifica pela ocorrência de internaçõesna rede privada, pois estes casos, em suaquase totalidade, encontram-se na redepública. A hipótese explicativa para estedistanciamento entre freqüência deinternações e notificações é que tenhahavido, no primeiro caso, subnotificaçãooriginada de problemas no diagnóstico.No entanto, esta razão evoluiu de 0,38,em 1993, para 0,73, em 1997,representando um avanço significativo aolongo do tempo.

Na distribuição das internaçõessegundo Regiões e Estados (Tabela 5),destacam-se em número de internações,o Nordeste, Norte e Sudeste. Quanto às

SIH-SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Transmitidas entre Pessoas

Informe Epidemiológico

do SUS

Tabela 4 - Coeficientes de Internação (SIH/SUS) e de Notificação (CENEPI) de Casos de MeningiteMeningocócica, por 100.000 habitantes, por Estados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS, MS/FUNASA/CENEPI/SINAN e IBGE

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

2,51 2,05 3,62 0,23 1,58 1,24 1,59 1,62 4,74 1,57 1,06 1,24 1,82 0,84 1,53 2,00 2,19 2,90 1,34 3,25 2,13 2,48 5,07 3,14 2,67 3,49 4,15 1,17 1,93 0,70 3,93 1,39 2,03

3,91 2,34 0,64 1,37 1,94 1,66 2,78 2,91 3,50 2,76 0,59 1,02 3,28 2,12 2,44 2,96 2,23 7,35 3,40 4,98 1,88 8,19 8,69 4,76 4,18 3,97 8,07 2,43 3,07 1,24 1,25 4,05 5,02

2,84 1,46 0,62 0,22 1,54 0,40 1,35 3,78 3,03 1,69 0,66 1,49 3,05 0,79 0,79 1,90 1,63 3,10 1,58 3,96 2,68 2,33 5,68 4,04 2,95 3,90 3,92 1,59 1,84 0,48 3,83 1,49 1,58

3,91 2,38 1,24 0,45 2,82 0,40 3,17 0,94 0,40 2,94 0,31 1,41 3,95 2,75 3,27 3,16 2,15 7,41 3,26 4,80 2,63 - 7,24 5,29 4,96 4,94 8,85 3,03 1,59 1,06 2,36 0,42 4,04

2,83 1,49 0,67 - 2,54 - 1,60 0,92 0,79 1,58 0,40 0,59 2,67 0,81 0,27 1,97 2,20 2,55 1,71 3,94 2,61 2,51 5,52 4,09 3,17 3,64 5,73 1,45 1,82 0,52 4,97 1,04 0,98

4,01 2,51 0,07 0,88 3,19 1,14 3,60 - 0,20 2,57 0,59 0,99 3,11 2,09 1,86 3,40 - 7,54 3,14 5,24 3,04 - 8,28 5,55 5,18 3,82 10,94 3,51 1,46 0,58 2,55 0,35 3,74

2,59 1,24 0,16 - 2,59 0,40 1,25 0,26 0,48 1,70 0,65 0,49 2,80 1,68 1,06 2,53 1,86 1,79 1,45 3,60 2,18 3,64 5,72 3,46 2,52 3,00 3,63 1,52 1,51 0,62 2,64 1,28 1,65

4,14 2,32 - 2,27 2,47 - 3,41 0,53 0,19 2,08 0,21 1,27 3,91 4,77 3,33 3,99 2,28 0,62 0,20 6,10 2,33 7,31 9,39 6,55 4,07 2,94 8,23 3,01 2,54 1,24 1,74 2,86 4,12

2,17 0,96 0,24 - 1,38 - 1,13 0,50 0,74 1,50 0,25 0,26 1,95 1,23 2,70 2,76 1,50 1,21 1,08 2,86 1,76 2,31 4,04 2,98 2,39 2,36 3,87 1,66 1,52 0,36 2,36 1,31 2,24

2,78 1,39 - 0,60 2,68 0,39 1,43 0,75 0,65 1,20 0,38 1,08 0,88 2,62 2,43 3,11 - 3,08 - 4,14 2,82 4,66 2,52 5,38 2,64 0,88 5,79 2,70 2,59 0,92 1,97 2,33 5,75

2,04 1,56 0,24 0,19 3,25 2,69 1,44 0,71 0,54 1,36 0,54 0,55 1,38 1,33 1,73 2,09 2,12 0,71 1,28 2,63 1,89 1,49 3,74 2,66 2,09 2,00 3,44 1,49 1,61 0,25 4,07 0,91 1,77

Page 85: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 4 71 4 71 4 71 4 71 4 7

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U SJarbas Barbosa da Silva Junior e cols.

volume 9, nº 2abril/junho 2000

0

1 0 0

2 0 0

3 0 0

4 0 0

5 0 0

6 0 0

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

A N O S

f

I n te rn a ç õ e s (S IH /S U S )

N o tific a ç õ e s (C E N E P I )

Figura 3 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Meningite Tuberculosa.Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

Tabela 5 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Meningite Tuberculosa,por Estados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

160 54 - - 2 2 35 -

... 49 - 2 - 11 - 34 - - 2 31 7 - 10 14 25 3 - 22 1 - - 1 -

417 53 6

- 7

- 38

- 2 123 5 4 14 21 4 31 7

- 37 202 17 16 63 106 20 16 4

- 19 12 2 2 3

160 43 - - 1 2 30 -

... 64 - 2 2 21 - 37 - - 2 40 8 1 14 17 12 - - 12 1 - - 1 -

442 43 2

- 11

- 30

- -

120 5 1 20 13 8 33

- -

40 165 12

... 64 89 98 19 9 70 16 7 1 1 7

177 49 - - 5 1 28 -

... 65 1 - - 24 1 30 8 - 1 44 10 4 13 17 18 4 - 14 1 - - 1 -

444 65

- -

19 -

45 1

- 112 4 8 6 28 10

- ... -

56 148 14

... 60 74 104 16 6 82 15 5

- 1 9

152 39 - 4 1 4 24 -

... 46 - - - 9 - 30 6 - 1 46 6 2 12 26 18 2 - 16 3 - - 3 -

352 20

- - - -

20 - -

57 -

2 9 3 7 28 6

- 2 189 21 6 74 88 73 9 15 49 13 6 1 5 1

185 48 1 2 1 - 28 1

... 47 - 1 4 1 - 35 5 - 1 61 15 2 19 25 22 7 - 15 7 6 1 - -

255 19

- -

9 -

10 - -

51 -

3 3 9 5 31

... - -

100 17

- 9 74 68 5 11 52 17 7 2 5 3

170 40 1 2 16 1 19 - 1 43 1 - 17 6 - 7 9 - 3 52 10 1 20 21 21 6 - 15 14 5 7 2 -

Page 86: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 4 81 4 81 4 81 4 81 4 8

notificações, observa-se que a RegiãoSudeste responde por 42,1% do totalnacional, seguida do Nordeste (24,3%) eda Região Sul (19,0%). Entre os Estados,observa-se que o maior número deinternações no período encontra-se emPernambuco, Pará e São Paulo, enquantoque as notificações de casos concentram-se em São Paulo, Rio de Janeiro e Pará.

No período de 1993 e 1997, osEstados de Roraima, Pará e Rio Grandedo Norte apresentam os maiorescoeficientes médios de internação por100.000 habitantes, enquanto os maiorescoeficientes de notificação de casos seregistram no Rio Grande do Norte, Paráe o Rio Grande do Sul (Tabela 6).

Destaca-se, finalmente, o nível deconcordância entre os dois sistemas deinformações, SIH-SUS e CENEPI, nosEstados do Pará, Pernambuco e Rio Grandedo Norte e uma discordância entre os dadosno Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grandedo Sul, Mato Grosso e Roraima.

Tuberculose PulmonarA Figura 4 apresenta a comparação

entre internações (SIH) e notificações(CENEPI). Observa-se uma tendência dedecréscimo nas notificações até 1990. Apar t i r da í passa a acontecer umaleve tendência de crescimento. Estecrescimento, também é observado nasinternações por tuberculose, sendo bemmais acentuado após 1995.

SIH-SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Transmitidas entre Pessoas

Informe Epidemiológico

do SUS

Tabela 6 - Coeficientes de Internação (SIH/SUS) e de Notificação (CENEPI) de Casos de Meningite Tuberculosapor 100.000 habitantes, por Estados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS, MS/FUNASA/CENEPI e IBGE

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

0,11 0,51 - - 0,09 0,83 0,67 - - 0,11 - 0,08 - 0,44 - 0,47 - - 0,02 0,05 0,04 - 0,08 0,04 0,11 0,03 - 0,23 0,01 - - 0,02 -

0,28 0,50 0,48 - 0,32 - 0,73 - 0,21 0,28 0,10 0,15 0,21 0,84 0,12 0,42 0,27 - 0,30 0,31 0,11 0,59 0,48 0,32 0,09 0,19 0,09 - 0,19 0,65 0,09 0,05 0,18

0,10 0,39 - - 0,04 0,79 0,56 - - 0,14 - 0,07 0,03 0,83 - 0,50 - - 0,02 0,06 0,05 0,04 0,11 0,05 0,05 - - 0,13 0,01 - - 0,02 -

0,29 0,39 0,15 - 0,48 - 0,56 - - 0,27 0,10 0,04 0,30 0,51 0,24 0,45 - - 0,32 0,25 0,07 - 0,49 0,27 0,43 0,22 0,19 0,74 0,16 0,37 0,04 0,02 0,41

0,11 0,44

- - 0,22 0,38 0,51 - - 0,14

0,02 - - 0,93 0,03 0,40 0,30 - 0,01 0,07

0,06 0,14 0,10 0,05 0,08

0,05 - 0,15 0,01

- - 0,02 -

0,28 0,58

- - 0,82 - 0,83 0,31 - 0,25

0,08 0,29 0,09 1,08 0,30 - - - 0,44 0,22

0,08 - 0,45 0,22 0,45

0,18 0,12 0,86 0,15

0,26 - 0,02 0,52

0,10 0,35

- 0,83 0,04 1,62 0,44 - - 0,10

- - - 0,35 - 0,41 0,23 - 0,01 0,07

0,04 0,07 0,09 0,08 0,08

0,02 - 0,17 0,03

- - 0,07 -

0,22 0,18 - - - - 0,36 - - 0,13 - 0,07 0,13 0,12 0,21 0,38 0,23 - 0,02 0,28 0,13 0,21 0,55 0,26 0,31 0,10 0,31 0,51 0,12 0,31 0,04 0,11 0,05

0,12 0,41

0,08 0,40 0,04 - 0,50 0,25 - 0,10

- 0,04 0,06 0,04 - 0,47 0,19 - 0,01 0,09

0,09 0,07 0,14 0,07 0,09

0,08 - 0,15 0,06

0,31 0,04 - -

0,16 0,16

- - 0,37 - 0,18 - - 0,11

- 0,11 0,04 0,35 0,15 0,42 - - - 0,15

0,10 - 0,07 0,21 0,28

0,05 0,22 0,53 0,16

0,36 0,09 0,11 0,16

0,11 0,34 0,08 0,39 0,63 0,38 0,33 - 0,09 0,09 0,02 - 0,24 0,23 - 0,09 0,33 - 0,02 0,07 0,06 0,03 0,15 0,06 0,09 0,06 - 0,15 0,13 0,25 0,30 0,04 -

Page 87: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 4 91 4 91 4 91 4 91 4 9

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U SJarbas Barbosa da Silva Junior e cols.

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Figura 4 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de TuberculosePulmonar. Brasil, 1993-1998.

-

7 .500

15 .000

22 .500

30 .000

37 .500

45 .000

52 .500

60 .000

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

A N O S

f (C EN EP I)

-

2 .500

5 .000

7 .500

10 .000

12 .500

15 .000

17 .500

20 .000f (S IH)

N otificações (C EN EP I)

Internações (S IH /S US )

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI/CNDI

Na Tabela 7, observa-se, no períodode 1993 a 1997, uma média anual de 10.427internações de casos novos (v. definição nametodologia). Nota-se uma concentração deinternações na Região Sudeste, seguida daRegião Nordeste. Entre os Estados,destacam-se São Paulo, Rio de Janeiro, Bahiae Minas Gerais.

A notif icação de casos detuberculose pulmonar mantém-se empatamares estáveis com uma média de42.309 notificações no período 1993 a1996. A Região Sudeste responde por37,8% das notificações, vindo em seguidaa Região Nordeste com 35,8%. Nosestados, as notificações concentram-seem São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia,embora o Rio de Janeiro não tenhaapresentado suas notificações nos anosde 1993 e 1994.

Comparando-se as razões entre onúmero de internações e notificações, nosanos de 1995 e 1996 (o Rio de Janeironão apresentou notificações em 1993 eem 1994 e os dados de 1997 e 1998 aindanão são definitivos), percebe-se quehouve um crescimento de 0,22 para 0,28.Embora discreto, estes achados podemsugerir uma tendência de aumento nagravidade da evolução clínica datuberculose pulmonar, talvez associada aocrescimento da AIDS no país.

A Tabela 8 mostra a proporção doscasos cronif icados (FPT e LongaDuração) no perfil de internamento portuberculose no Brasil, destacando-se aRegião Sudeste e, em particular, osEstados de São Paulo e Rio de Janeiro.Neste caso, a média de internamentossupera a de casos novos, com uma médiade 11.557 casos crônicos totais noperíodo de 1993 a 1998, dos quais 10.630no Sudeste, 5.885 no Rio de Janeiro, e4.638 em São Paulo, chamando a atençãopara uma questão adicional: perfil de redee/ou práticas desnecessárias diante docomportamento da doença, em ummomento em que existem recursosterapêuticos adequados para tratamentoambulatorial, e só excepcionalmenteexigem recursos hospitalares (tuberculoseassociada a HIV, por exemplo).

No período de 1993 a 1998, aRegião Sudeste apresentou o maiorcoeficiente de internação de casosnovos por 100.000 habitantes, comdestaque para Rio de Janeiro e SãoPaulo, seguida pelas Regiões Nordestee Norte, destacando-se os Estados dePernambuco, Maranhão e Rio Grande doNorte, no primeiro caso, e Roraima eAmazonas, no segundo (Tabela 9).

Com relação aos anos de 1995 e 1996,observa-se que a Região Norte apresentao maior coeficiente de notificação de casos

Page 88: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 5 01 5 01 5 01 5 01 5 0

novos por 100.000 habitantes, seguidapelas Regiões Nordeste e Sudeste. OEstado do Rio de Janeiro registra o maiorcoeficiente de notificação do país, vindoem seguida o Amazonas.

Ressaltam-se as mudanças nocomportamento das internações portuberculose pulmonar em 1998. Neste anohouve a publicação de duas portarias doMinistério da Saúde que repercutirambastante no comportamento das internaçõespor tuberculose pulmonar no país: PT/SAS/MS nº 164, de 30/12/97, que veda acobrança das internações de tuberculoseatravés de AIH nos códigos FPT, e PT/SAS/MS nº 34, de 25/03/98, que inclui na tabela

do SIH/SUS os grupos de procedimentosde tuberculose e hanseníase, “lesõesextensas e multicavitárias”.

As portarias citadas forçaram arede a uma maior especificação nasinternações, inclusive com fixação deteto máximo de tempo de permanêncianos hospitais (30 dias, segundo a PT/SAS/MS nº 34 de 25/03/98), após o quese deverá utilizar no campo “motivode cobrança” a Permanência porCaracterísticas Próprias da Doença,vinculada ao número da AIH.

A freqüência de internações totaiscai de 23.407, em 1997, para 16.694, em1998, sobretudo a partir da redução dos

SIH-SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Transmitidas entre Pessoas

Informe Epidemiológico

do SUS

Tabela 7 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Tuberculose Pulmonar,por Estados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

8.930 997

62 21 276 84 517 4 33

1.631 34 29 70 310 213 87 38 6 844

4.749 1.113 81 1.182 2.373

986 397 33 556

567 5 24 234 304

40.100 4.815

307 194 1.426 124 2.506 118 140 16.379

2.109 1.132 2.868 734 974 2.741 853 398 4.570 12.184

3.438 960

.... 7.786 4.460

1.337 698 2.425 2.262

568 726 612 356

9.247 979

20 5 307 89 544 1 13

2.664 264 162 1 291 388 88 43 2 1.425

4.211 784 80 1.049 2.298

799 356 21 422

594 8 15 240 331

39.167 4.569

341 164 1.374 125 2.279 108 178 15.609

1.836 1.041 2.798 650 885 2.324 855 363 4.857 12.390

3.485 980

... 7.925 4.643

1.412 753 2.478 1.956

459 595 557 345

8.668 673

20 19 216 11 325 - 82

2.631 452 196 171 274 296 361 54 3 824

3.467 662 115 736 1.954

1.353 649 19 685

544 23 7 164 350

45.650 4.341

360 175 1.300 108 2.089 131 178

15.085 1.631 1.104 2.833 587 757 2.600 702 404 4.467

19.707 3.559 843 7.504 7.801

4.572 1.213 706 2.653

1.945 483 576 538 348

12.528 744

16 65 208 46 345 1 63 4.211 828 254 400 227 238 1.480 88 10 686 5.279 590 110 2.004 2.575 1.912 922 143 847

382 16 12 102 252

44.317 4.510

352 172 1.279 117 2.259 139 192

13.584 1.433 816 2.511 600 712 2.129 757 367 4.259

19.716 3.749 882 7.173 7.912

4.680 1.244 739 2.697

1.827 394 540 525 368

12.763 787

27 49 230 15 351 - 115

4.334 825 204 144 225 318 1.193 62 7 1.356

5.648 755 172 2.463 2.258

1.512 442 167 903

482 29 49 150 254

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

11.777 377 43 3 156 60 14 4 97 3.350 590 70 136 76 225 1.231 30 3 989 6.811

569 58 2.303 3.881 857 396 40 421 382 7 28 121 226

Page 89: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 5 11 5 11 5 11 5 11 5 1

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

casos cronificados. A queda também seexpressa nos totais de casos novos,embora com menos intensidade.

Quanto ao impacto financeiro dasportarias, para o caso das internações detuberculose pulmonar entre os anos de1997 e 1998, identifica-se uma queda deR$ 9.603.797,55, em 1997, para R$8.521.777,00, em 1998. As maioresquedas localizaram-se no Sudeste e noCentro-Oeste do país. A distribuiçãopor Estados explicita que, mesmo seencontrando no Rio de Janeiro e SãoPaulo as prováveis estruturas asilares, ainclusão das portarias não refletiu umaredução tão substancial no faturamento

para estes Estados. Como as portarias,além de vedarem o preenchimento deAIH´s com procedimento FPT, fixaramnovos itens de procedimentos com valoresdiferenciados, ocasionaram uma mudançano valor total de despesas de internaçãopara tuberculose pulmonar, provavelmenteresponsável pelo pouco impactofinanceiro, fato que mereceria estudoespecífico, o que foge aos objetivosimediatos do presente trabalho.

Hanseníase

No período de 1993 a 1997, a médiaanual do total de internações porhanseníase (somatório dos casos novos

Jarbas Barbosa da Silva Junior e cols.

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Tabela 8 - Número de Internações de Longa Duração e Fora de Possibilidade Terapêutica de Casos deTuberculose Pulmonar, por Estados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUSNota: De 1993 a 1997 utilizaram-se as AIH tipo 05 e procedimentos FPT das AIH tipo 01. Para 1998, também incluiram-se ascobranças por permanência.

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993Região/

UF 1994 1995 1996 1997 1998

17.713 -

- - - - - - - -

- - - - - - - - - 16.440 247 - 12.211 3.982 595 594 1 - 678 678 - - -

13.848 -

- - - - - - -

- - - - - - - - - -

12.648 192 - 8.236 4.220

542 542 - -

658 658 - - -

11.238 -

- - - - - - -

- - - - - - - - - - 10.476

118 - 6.226 4.132

- - - - 762

761 - 1 -

10.980 -

- - - - - - - 33 - - - - - 33 - - - 10.171

- - 4.453 5.718

- - - - 776

773 - 3 -

10.644 -

- - - - - - - 15 - - - - - 15 - - - 9.991

3 - 3.373 6.615

- - - - 638

630 - 8 -

4.917 -

- - - - - - - 539 1 - - - 53 126 - - 359 4.054 84 - 809 3.161 324 - - 324 -

- - - -

Page 90: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 5 21 5 21 5 21 5 21 5 2

e de longa duração/FPT) no Brasil foi de35.815 casos, com o valor máximo de41.887 internações, em 1993, e o mínimode 31.721 casos, em 1997. Na RegiãoSudeste, a média no período foi de 32.111internações/ano, destacando-se o Estadodo Rio de Janeiro que, sozinho, foiresponsável por 54,9% do total deinternações do país.

Quando se descreveram asinternações de casos novos (Tabela 10),encontraram-se apenas 3.508 casos emmédia, para o período de 1993 a 1997. OSudeste é a região que mais interna, e oRio de Janeiro representa apenas 3,6% dosinternamentos por hanseníase no país, oque é bem diferente do comportamento das

internações no Estado quando se inseremos internamentos de casos cronificados.

Os dados provenientes do CENEPI,na mesma tabela, mostram uma média de37.236 casos notificados, no período de1993 a 1997, com um mínimo de 32.785casos, em 1994, e um máximo de 44.558casos notificados, em 1997, sugerindo ouum aumento real do número de casos, ouprovavelmente uma melhoria do sistemade vigilância com maior detecção decasos de hanseníase no Brasil. Observa-se que a Região Nordeste tem o maiorpeso relativo, com uma média de 11.586casos notificados, no período, seguida daRegião Sudeste com 9.418, mostrandouma situação bem diferente da encontrada

SIH-SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Transmitidas entre Pessoas

Informe Epidemiológico

do SUS

Fontes: SIH/SUS, MS/FUNASA/CENEPI e IBGE

Tabela 9 - Coeficientes de Internação (SIH/SUS) e de Notificação (CENEPI) de Casos de Tuberculose Pulmonarpor 100.000 habitantes, por Estados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

5,89 9,38

4,99 4,80 12,45 34,84 9,92 1,30 3,40

3,72 0,67 1,09 1,07 12,38 6,50 1,19 1,46 0,39 6,87

7,35 6,89 3,00 9,05 7,26

4,35 4,62 0,70 5,93

5,75 0,27 1,11 5,61 18,17

26,46 45,30

24,72 44,34 64,30 51,43 48,07 38,21 14,43 37,39

41,44 42,60 43,79 29,32 29,75 37,57 32,75 25,65 37,22 18,86

21,29 35,57

... 23,81 19,69

15,57 14,86 25,88 22,95

30,70 33,56 14,67 21,28

6,02 8,98

1,55 1,12 13,53 35,35 10,20 0,31 1,31

6,00 5,12 6,02 0,02 11,44 11,73 1,19 1,63 0,13 11,43

6,43 4,80 2,92 7,96 6,92

3,49 4,12 0,44 4,45

5,90 0,43 0,67 5,66 19,40

25,48 41,92

26,41 36,73 60,54 49,64 42,74 34,01 17,97

35,16 35,57 38,68 42,18 25,56 26,76 31,53 32,32 22,99 38,97

18,93 21,34 35,72

... 23,87

20,28 16,32 15,79 26,15

19,41 24,39 26,48 13,13 20,22

5,56 6,03

1,49 4,17 9,31 4,20 5,96 - 8,14

5,85 8,64 7,19 2,55 10,61 8,86 4,85 2,01 0,19 6,52

5,23 4,01 4,13 5,54 5,80

5,85 7,45 0,39 7,15

5,30 1,20 0,30 3,81 20,14

29,30 38,90

26,88 38,44 56,03 41,19 38,34 40,16 17,68

33,54 31,18 40,51 42,19 22,73 22,66 34,92 26,14 25,17 35,32

29,73 21,56 30,25 56,44 23,15

19,77 13,92 14,60 27,70

18,93 25,25 24,90 12,49 20,03

7,98 6,59

1,30 13,44 8,71 18,61 6,26 0,26 6,01

9,41 15,86 9,50 5,87 8,87 7,20 20,00 3,34 0,62 5,47

7,88 3,54 3,92 14,95 7,55

8,13 10,24 2,93 8,79

3,64 0,83 0,54 2,26 13,83

28,21 39,95

28,63 35,57 53,53 47,34 40,99 36,63 18,31

30,34 27,44 30,53 36,88 23,45 21,54 28,77 28,75 22,60 33,96

29,43 22,49 31,47 53,50 23,19

19,90 13,82 15,16 27,99

17,40 20,44 24,15 11,63 20,20

8,00 6,78

2,15 9,80 9,35 5,89 6,21 - 10,64

9,56 15,58 7,57 2,08 8,67 9,54 15,98 2,33 0,42 10,67

8,30 4,47 6,03 18,17 6,50

6,34 4,83 3,37 9,25

4,48 1,48 2,14 3,23 13,53

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

7,28 3,18

3,37 0,58 6,19 23,01 0,24 0,95 8,76 7,31

11,01 2,58 1,94 2,90 6,71 16,36 1,12 0,18 7,70 9,88

3,33 2,00 16,83 11,00 3,55

4,28 0,80 4,27 3,47

0,35 1,20 2,55 11,75

Page 91: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 5 31 5 31 5 31 5 31 5 3

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

na descrição dos dados provenientes do SIH/SUS, quando o Sudeste se destacouconsideravelmente das demais Regiões.Apenas o Estado do Rio de Janeiro, no período1993-1997, é responsável por 7,46% do totalde casos de hanseníase notificados no país epor 29,51% do total na Região.

Na comparação entre as internaçõesde casos novos de hanseníase com asnotificações do CENEPI (Figura 5),percebe-se uma tendência crescentedas notificações em todo o período. Jáo número de i n te rnações pa recen ã o acompanhar essa tendência,demonstrando uma estabilização dasinternações, talvez pelo curto períodoanalisado (1993-1998).

Em relação às internações depacientes em estado cronificado da doença(FPT), encontrou-se uma média nacionalde 32.307 internamentos/ano, noperíodo 1993 a 1997, quando a RegiãoSudeste representa uma média de 95,3%deste total, sempre com destaque parao Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em1997, o Rio de Janeiro internou 18.124casos de hanseníase. Excluindo-se oscrônicos, as internações caem para 115casos (Tabela 11).

A Tabela 12 apresenta oscoeficientes de internações e denotif icações de hanseníase. Ao sedescreverem os coeficientes médios deinternações por 100.000 habitantes, no

Jarbas Barbosa da Silva Junior e cols.

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Tabela 10 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Hanseníase, por Estados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS, MS/FUNASA/CENEPI e IBGE

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

3.586 1.216

601 4 96 30 344 8 133

505 47 48 119 179 7 33 27 2 43

1.109 295 97 133 584

132 76 21 35

624 20 118 376 110

32.988 6.310 1.269 307 1.477

... 2.516 154 587 9.776 3.038 999 1.334 148 351 2.007 134 291 1.474 9.100 2.966 859 2.348 2.927 1.399 975 268 156 6.403 519 2.779 2.697 408

4.070 1.156

545 7 214 23 278 - 89

610 171 18 108 196 11 37 5 11 53

1.612 300 531 119 662

109 63 23 23

583 32 132 320 99

32.785 6.776

1.239 232 1.542

... 2.994 131 638

10.057 2.630 1.300 1.497 138 318 2.365 155 297 1.357

8.435 2.262 967 2.277 2.929

1.274 874 237 163

6.243 469 2.830 2.663 281

3.388 831

232 7 280 6 202 - 104

587 270 63 74 34 23 50 6 9 58

1.391 242 417 134 598

124 78 23 23

455 20 70 257 108

35.922 7.816 1.326 327 1.464 130 3.598 173 798 11.576 3.023 1.176 2.018 178 428 2.645 206 486 1.416 8.680 2.479 1.113 2.469 2.619 1.516 1.083 265 168 6.334 454 2.903 2.694 283

3.129 786

122 7 369 15 171 7 95

477 203 35 78 28 28 39 5 1 60

1.274 210 358 123 583

119 72 29 18

473 25 73 278 97

39.928 9.021 1.640 372 1.426 147 4.121 214 1.101 12.210 3.490 1.159 1.888 170 483 2.636 194 480 1.710 9.877 2.694 1.183 3.099 2.901 2.033 1.602 232 199 6.787 595 3.090 2.833 269

3.367 824

158 5 339 - 157 - 165

564 128 51 107 135 37 35 14 6 51

1.254 228 348 115 563

123 94 11 18

602 43 63 384 112

44.558 9.695 1.382 367 1.502 222 4.903 227 1.092 14.312 4.545 1.202 2.393 246 587 2.872 190 449 1.828 11.000 2.961 1.425 3.701 2.913 2.034 1.641 201 192 7.517 3.160 665 3.384 308

4.088 1.124

114 7 653 20 159 1 170

713 147 24 96 14 21 175 12 13 211

1.030 178 73 227 552

188 85 77 26

1.033 260 116 546 111

Page 92: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 5 41 5 41 5 41 5 41 5 4

período de 1993 a 1997, chama-se aatenção para as Regiões Norte e Centro-Oeste e para os Estados de Rondônia,Amazonas, Tocantins e Espírito Santo.Quanto aos coeficientes médios de

SIH-SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Transmitidas entre Pessoas

Informe Epidemiológico

do SUS

notificação por 100.000 habitantes, nomesmo período, ressalta-se a magnitudedos Estados de Rondônia, Tocantins,Acre, Maranhão, Mato Grosso e Goiás.Observa-se em vários Estados que o

-

5 .0 0 0

1 0 .0 0 0

1 5 .0 0 0

2 0 .0 0 0

2 5 .0 0 0

3 0 .0 0 0

3 5 .0 0 0

4 0 .0 0 0

4 5 .0 0 0

5 0 .0 0 0

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

A N O S

f (C EN EP I)

-

1 .0 0 0

2 .0 0 0

3 .0 0 0

4 .0 0 0

5 .0 0 0

6 .0 0 0

7 .0 0 0

8 .0 0 0

9 .0 0 0

1 0 .0 0 0

f (S IH )

N o tific a ç õ e s (C E N E P I)In te rna ç õ e s (S IH /S U S )

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

Figura 5 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Hanseníase.Brasil, 1980-1998.

Fontes: SIH/SUSNota: De 1993 a 1997 utilizaram-se as AIH tipo 05 e procedimentos FPT das AIH tipo 01. Para 1998, também utilizaram-se as cobranças porpermanência.

Tabela 11 - Número de Internações de Longa Duração e Fora de Possibilidade Terapêutica de Casos deHanseníase, por Estados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSC OMSMTGODF

1993Região/UF 1994 1995 1996 1997 199838.301

- - - - - - - - 118

- - - - - 118 - - - 37.227

15.940 - 20.849 438

- - - - 956

956 - - -

35.116 -

- - - - - - - 294

- 40 - - 1 253 - - - 34.186

14.102 - 19.419 665

- - - - 636

636 - - -

31.405 -

- - - - - - - 122

- - - - - 122 - - - 30.586

9.186 - 20.689 711

- - - - 697

687 - 10 -

28.357 -

- - - - - - -

1.464 - - - - - 1.464 - - -

26.253 6.364 - 18.627 1.262

- - - -

640 615 - 25 -

28.354 -

- - - - - - - 1.665 - - - - - 1.665 - - - 25.662 6.876 - 18.009 777 -

- - - 1.027 653 - 374 -

5.973 1 - - - - 1 - - 698 - - 3 - 2 431 - 1 261 4.458 258 249 3.595 356 225 - 225 - 591 418 - 173 -

Page 93: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 5 51 5 51 5 51 5 51 5 5

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

coeficiente de notificação se encontra emascensão, provavelmente por melhoria dosistema de vigilância e da capacidadediagnóstica (Tabela 12).

A razão internação/notif icaçãomostra que a Região Sudeste passanovamente a ocupar posição de destaque(0,14) seguida da Região Norte (0,12).O dado sugere uma prática deinternamento importante, mesmoexcluindo-se os pacientes Fora dePossibilidade Terapêutica.

Os dados de 1998 revelam umaqueda de 68,28% no número deinternações totais, que passa de 31.721,em 1997, para 10.061, em 1998. Para o

mesmo ano, são registrados 4.088 casosnovos de hanseníase no país.

Veri f icou-se a existência deimpacto financeiro das portarias, tendo-se observado uma queda significativa,no país, entre os dois anos, de R$13.756.455,06 (em 1997) para R$3.104.129,19 (em 1998). A distribuiçãopara os Estados demonstra a mesmatendência, tendo por exemplo o Riode Janeiro reduzido seu faturamentocom i n te rnações de casos dehanseníase de R$ 7.692.282,40 (em1997) para R$ 1.386.189,75 (em 1998),comportamento diferente do encontradopara tuberculose.

Jarbas Barbosa da Silva Junior e cols.

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Tabela 12 - Coeficientes de Internação (SIH/SUS) e de Notificação (CENEPI) de Casos de Hanseníase por100.000 habitantes, por Estados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS, MS/FUNASA/CENEPI e IBGE

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

2,37 11,44

48,40 0,91 4,33 12,44 6,60 2,59 13,71 1,15

0,92 1,81 1,82 7,15 0,21 0,45 1,04 0,13 0,35 1,72

1,83 3,59 1,02 1,79 0,58

0,88 0,45 0,37 6,33

1,08 5,45 9,01 6,57

21,77 59,36

102,20 70,17 66,60 - 48,27 49,87 60,50

22,32 59,70 37,59 20,37 5,91 10,72 27,51 5,15 18,75 12,01

14,08 18,37 31,83 17,97 8,95

6,18 11,35 5,71 1,66

64,95 28,05 128,46 64,65 24,39

2,65 10,61

42,21 1,57 9,43 9,13 5,21 - 8,98 1,37

3,31 0,67 1,63 7,71 0,33 0,50 0,19 0,70 0,43 2,46

1,84 19,36 0,90 1,99 0,48

0,73 0,48 0,24 5,79

1,70 5,88 7,55 5,80

21,33 62,17

95,96 51,96 67,94 - 56,15 41,25 64,40

22,65 50,96 48,30 22,57 5,43 9,61 32,08 5,86 18,81 10,89

12,89 13,85 35,25 17,27 8,82

5,56 10,10 4,97 1,72

61,96 24,92 125,96 62,80 16,47

2,17 7,45

17,32 1,54 12,07 2,29 3,71 - 10,33

1,31 5,16 2,31 1,10 1,32 0,69 0,67 0,22 0,56 0,46

2,10 1,47 14,96 1,01 1,77

0,54 0,90 0,48 0,24

4,43 1,05 3,03 5,96 6,21

23,05 70,04

98,99 71,83 63,10 49,58 66,04 53,04 79,25

25,74 57,79 43,16 30,06 6,89 12,81 35,53 7,67 30,28 11,20

13,09 15,02 39,94 18,57 7,77

6,55 12,43 5,48 1,75

61,66 23,73 125,47 62,53 16,28

1,99 6,96

9,92 1,45 15,44 6,07 3,10 1,84 9,06 1,07

3,89 1,31 1,15 1,09 0,85 0,53 0,19 0,06 0,48 1,90

1,26 12,77 0,92 1,71 0,51

0,80 0,59 0,19 4,50

1,30 3,27 6,16 5,32

25,42 79,91

133,41 76,92 59,68 59,48 74,78 56,40 104,99

27,27 66,83 43,36 27,73 6,64 14,61 35,63 7,37 29,56 13,63

14,74 16,16 42,21 23,12 8,50

8,65 17,79 4,76 2,07

64,63 30,86 138,20 62,75 14,76

2,11 7,10

12,58 1,00 13,78 - 2,78 - 15,27

1,24 2,42 1,89 1,55 5,20 1,11 0,47 0,53 0,36 0,40

1,84 1,35 12,20 0,85 1,62

0,52 1,03 0,22 0,18

5,59 2,19 2,75 8,28 5,97

27,91 83,55

110,07 73,37 61,04 87,23 86,77 56,48 101,04

31,57 85,83 44,59 34,58 9,48 17,62 38,46 7,13 27,09 14,38

16,16 17,52 49,95 27,30 8,38

8,52 17,95 4,05 1,97

69,80 160,85 29,07 72,93 16,41

2,53 9,47

8,93 1,36 25,91 7,67 2,76 0,24 15,35

1,56 2,74 0,88 1,37 0,53 0,63 2,33 0,45 0,77 1,64

1,49 1,04 2,52 1,66 1,56

0,78 0,92 1,53 0,26

9,40 13,03 4,97 11,51 5,77

Page 94: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 5 61 5 61 5 61 5 61 5 6

Os dados referidos só confirmama enorme distorção que vinha ocorrendono que diz respeito às internações porhanseníase, com a croni f icação emarginalização de parcela consideráveldos portadores desta patologia, fatoinaceitável diante das novas abordagensterapêuticas e dos avanços no SistemaNacional de Vigilância Epidemiológica.

Hepatites A e B

Conforme esperado, em função daevolução clínica da doença, o númerode internamentos de hepatites A e B éreduzido em relação aos casosnotificados (Figuras 6 e 7), embora se

saliente que, ainda em função de suascaracterísticas clínicas, existe umaprovável subnotificação de casos dehepatites, sobretudo a do tipo A.

A descrição dos casos notificadosde hepati te A mostra um aumentoimportante em sua freqüência no anode 1995, principalmente nas RegiõesNorte, Sul e Centro-Oeste, sugerindoprovável surto, embora as internaçõesnão tenham seguido a mesma tendência(Tabela 13).

A média de internações por hepatiteB, no período de 1993 a 1997, foi de 154casos anuais. Percebe-se um grande

SIH-SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Transmitidas entre Pessoas

Informe Epidemiológico

do SUS

Figura 7 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Hepatite B.Brasil, 1993-1998.

-

1 . 0 0 0

2 . 0 0 0

3 . 0 0 0

4 . 0 0 0

5 . 0 0 0

6 . 0 0 0

7 . 0 0 0

1993

1994

1995

1996

1997

1998

A N O S

f

In te rna ç õ e s (S IH /S U S )

N o tific a ç õ e s (C E N E P I)

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

-

2 .0 0 0

4 .0 0 0

6 .0 0 0

8 .0 0 0

1 0 .0 0 0

1 2 .0 0 0

1993

1994

1995

1996

1997

1998

A N O S

f

In te rna ç õ e s (S IH /S U S )

N o tific a ç õ e s (C E N E P I)

Figura 6 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Hepatite A.Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

Page 95: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 5 71 5 71 5 71 5 71 5 7

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U SJarbas Barbosa da Silva Junior e cols.

volume 9, nº 2abril/junho 2000

aumento de internações no ano de 1998,que apresentou 498 internações, elevandoa média no período de 1993 a 1998 para211 casos (Tabela 14). Em relação aosEstados e Regiões, no período de 1993 a1997, destaca-se o Sudeste, com 50,85%das internações do país por hepatite B,seguido do Sul (20,94%) e Norte(17,04%), sendo os estados de São Paulo,Santa Catarina e Pará os que apresentammaiores proporções com 34,85%,10,14% e 9,49%, respectivamente. Noano de 1998, o total de internaçõesaumentou 311,25%, contudo o Sudestepermaneceu como a principal região com56,22% das internações no ano, seguidodo Nordeste (15,26%) e do Sul

(13,45%). Entre os estados, São Paulomanteve-se com maior número deinternações (33,73%), seguido agora daBahia (10,44%) e Minas Gerais (9,84%).Esta ampliação dos números deinternações pode ser creditada à melhorespecificação do tipo de hepatite, a partirda implantação da CID 10, ou a um realaumento de casos, o que poderá sermelhor elucidado a partir da comparaçãocom as notif icações de 1998, nãodisponíveis neste estudo.

Nos registros do CENEPI, houve umaredução das notificações no país de 1996para 1997, principalmente nas regiõesNordeste e Norte. Este fato talvez possaser explicado pelo impacto da vacinação

Tabela 13 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Hepatite A por Estados eRegiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

957 225

21 2 54 9 117 22 -

161 82 10 - - - 1 2 3 63

372 237 28 53 54

137 87 37 13

62 13 1 38 10

4.264 343

14 ... ...

56 113 106 54

43 -

36 ...

7 ... ... ... ... ...

2.876 ... ...

2.876 ...

691 663 28

... 311

283 28

... ...

923 156 29 2 13 8 99 4 1 164 56 - 1 1 2 1 - 8 95 468 241 38 59 130 91 58 31 2 44 1 7 22 14

6.671 604

63 1

... 23 436 81

... 770

2 5

... 4 18

... 6

... 735

1.811 ...

21 1.790

... 2.807

2.292 515

... 679

620 39 20

...

703 143

24 - 17 - 72 28 2 102

17 - 1 1 1 - 3 2 77 362

172 33 37 120 77

36 35 6 19

- 1 13 5

10.524 2.221 47 105 421 146 1.025 397 80 260 2 11

... 16 10 131 16

... 74 1.660

... 122 1.538

... 5.278 4.018 1.260

... 1.105 781 49 179 96

546 74

1 - 25 5 37 - 6 110

11 - 2 1 - 1 - 4 91 290

136 27 23 104 51

30 17 4 21

1 - 7 13

4.519 2.016

215 69 238 19 709 678 88

259 4 1

- 6 72 126 2 6 42

447 - -

447 -

926 111 815

- 871

420 238 41 172

563 37

1 - 19 1 13 - 3

78 6 - 2 - - 2 - 3 65

363 144 41 28 150

57 39 12 6

28 2 1 14 11

2.446 3

... -

3 - -

... -

3 ... - - - - -

1 -

2 267

- 2 264 1

1.594 1.571 23

- 579

- 495

- 84

1.151 225 33 1 25 15 132 9 10 256 59 8 19 10 3 2 11 5 139 480 125 50 72 233 110 59 20 31 80 9 16 45 10

Page 96: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 5 81 5 81 5 81 5 81 5 8

nestas regiões, devendo ser confirmadonos anos posteriores (Tabela 14).

Sífilis Congênita

No per íodo de 1993 a 1998,observa-se uma certa constância deinternações por sí f i l is congêni ta,embora com uma pequena tendência decrescimento. Quanto ao número ecasos fornecidos pelo CENEPI, sóexistem registros a partir de 1995.Neste curto período, percebe-se umatendência extremamente crescente,caracter izando uma melhor ia nosistema de notificação desta doença(Figura 8).

Na Tabela 15, constam os registrosdisponíveis de internações (SIH) enotificações (CENEPI). No período entre1993 e 1998, concentraram-se noSudeste e Nordeste, respectivamente, asmaiores freqüências de internações,destacando-se o estado de São Paulo e ode Pernambuco. Também merecematenção os estados do Rio de Janeiro eRio Grande do Sul. Nos dados fornecidospelo CENEPI, verifica-se que as maioresfreqüências de notificações foram asregiões Sudeste e Centro-Oeste,destacando-se os estados de São Paulo,Rio de Janeiro e Distrito Federal. Estesnúmeros expressam um crescimento no

SIH-SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Transmitidas entre Pessoas

Informe Epidemiológico

do SUS

Tabela 14 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Hepatite B por Estados eRegiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI/CNDI

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

160 51 16 5 9 5 13 3 - 5 - - - - - 1 1 - 3 51 9 7 16 19 40 18 18 4 13 1 4 4 4

1.900 242

104 ... ...

20 45 42 31

165 6 15

... 144

... ... ... ... ...

611 ... ...

611 ...

684 270 414

... 198

180 18

... ...

169 20 2 1 3 2 12 - - 20 - - - 1 - 7 2 - 10 97 9 14 15 59 26 7 17 2

6 1 2 1 2

4.760 568

210 42 80 56 142 38

... 1.023

1 20

... 182 5

... 63

... 752

848 ...

8 840

... 1.977

430 1.547

... 344

261 40 43

...

135 21

2 1 2 2 13 1 - 12

- - - - - - 5 - 7 58

10 5 3 40 38

9 25 4

6 - - 3 3

5.761 930

207 78 136 107 305 32 65

1.069 4 52

... 78 37 40 128

... 730

1.213 ...

31 1.182

... 1.833

595 1.238

... 716

330 118 66 202

145 24 1 - 2 - 20 1 - 10 - - - - - - 2 - 8 69 8 4 3 54 37 19 15 3 5 - 3 2 -

5.342 726

179 119 93 23 178 105 29

1.293 10 8

- 13 199 643 7 50 363

1.473 - -

1.473 -

1.401 62 1.339

- 449

236 132 30 51

160 15

- - - - 15 - - 8

- - - - - 1 - - 7 116

7 6 7 96 20

16 3 1 1

- - 1 -

3.521 11

... -

5 -

6 ... -

5 ... - - - - - - -

5 1.659

- -

1.657 2 1.512

870 641 1 334

- 151

- 183

498 52

15 3 7 3 19 1 4 76

7 1 7 1 - 4 4 - 52 280

49 20 43 168 67

42 1 24 23

5 4 9 5

Page 97: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 5 91 5 91 5 91 5 91 5 9

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

-

5 0 0

1 .0 0 0

1 .5 0 0

2 .0 0 0

2 .5 0 0

1993

1994

1995

1996

1997

1998

A N O S

f

I n te rna ç õ e s (S IH /S U S )

N o tific a ç õ e s (C E N E P I)

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

Figura 8 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Sífilis Congênita.Brasil, 1993-1998.

Tabela 15 - Número de Internações (SIH/SUS) e de Notificações (CENEPI) de Casos de Sífilis Congênita porEstados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

1.348 94 8 3 39 5 32 3 4 442 46 21 24 42 15 209 26 1 58 539 121 18 189 211 213 45 19 149 60 3 23 13 21

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1.334 100

4 2 36 8 46 1 3

387 48 19 21 33 5 155 39 2 65

645 134 22 220 269

143 30 13 100

59 2 7 22 28

1.417 108 4 8 44 2 43 5 2 424 51 20 24 28 22 190 19 3 67 681 96 24 200 361 143 30 12 101 61 2 12 12 35

577 1

... ... ... ...

1 ... ...

26 3

... 2

... ...

21 ... ... ...

457 ...

1 49 407 8

1 7

... 85

14 ... ...

71

1.461 79

3 - 13 1 47 8 7 424

23 19 33 55 18 172 29 3 72 719

95 22 211 391 189

19 10 160 50

3 5 11 31

1.176 6

... ... ... ... ... ...

6 124

37 24 24

... ...

31 8

... ...

834 ... ...

335 499 38

11 22 5 174

19 11 27 117

1.738 116

2 3 18 1 66 4 22 515

31 25 21 57 4 291 26 3 57 838

108 26 297 407 227

31 8 188 42

8 3 11 20

2.224 65

... ...

37 ...

1 ...

27 473

72 49 23 74 53 67

... 27 108

1.470 4 1 910 555

34 9 18 7

182 43 4 46 89

1.577 95

1 2 14 - 73 - 5 281

27 15 20 84 3 35 32 2 63 903

76 41 320 466 235

45 12 178 63

6 6 8 43

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Jarbas Barbosa da Silva Junior e cols.

Page 98: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 6 01 6 01 6 01 6 01 6 0

total de notificações em todo o país,embora dos sete estados da Região Norte,apenas Tocantins fornece com maisregularidade notificações para sífiliscongênita. No Nordeste, Alagoas, e noSudeste, Minas Gerais, também sãoirregulares quanto a estes registros.

Com relação aos coeficientes decasos por 100.000 habitantes (Tabela 16),destacam-se as regiões Sudeste e oNordeste, com os maiores coeficientes deinternação. Entre os estados,sobressaltam: Pernambuco, Rio Grande doNorte e Rio de Janeiro. Com relação asnotificações, os maiores coeficientesmédios no período entre 1995 e 1997,

estão nas regiões Centro-Oeste e Sudeste,com destaque para o Distrito Federal.

Na comparação dos dadosoriundos do SIH com os do CENEPI,de modo geral, identificam-se grandesincompatibilidades entre os registrosdestes sistemas, com predomínio deinternações em algumas regiões do país.Para sífilis congênita espera-se que hajauma grande aproximação entre asfreqüências de internação e notificação,haja visto que todos os casos devemnecessi tar de internação, o queimplicaria sua notificação obrigatória.Entretanto, tem-se, no período de 1995a 1997, um predomínio no número de

Informe Epidemiológico

do SUS

SIH-SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Transmitidas entre Pessoas

Tabela 16 - Coeficientes de Internação (SIH/SUS) e de Notificação(CENEPI) de Casos de Sífilis Congênita porpor 100.000 habitantes, por Estados e Regiões. Brasil, 1993-1998.

Fontes: SIH/SUS e MS/FUNASA/CENEPI e IBGE

BRNOROACAMRRPAAPTONEMAPICERNPBPEALSEBASEMGESRJSPSULPRSCRSCOMSM TGODF

1993SIH CENEPI

Região/UF SIH CENEPI SIH CENEPI

1994 1995SIH CENEPI

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

1996SIH CENEPI SIH CENEPI

1997 1998

0,89 0,88

0,64 0,69 1,76 2,07 0,61 0,97 0,41 1,01

0,90 0,79 0,37 1,68 0,46 2,86 1,00 0,06 0,47 0,83

0,75 0,67 1,45 0,65 0,94

0,52 0,40 1,59 0,61

0,16 1,06 0,31 1,26

0,87 0,92

0,31 0,45 1,59 3,18 0,86 0,31 0,30 0,87

0,93 0,71 0,32 1,30 0,15 2,10 1,47 0,13 0,52 0,99

0,82 0,80 1,67 0,81 0,62

0,35 0,27 1,06 0,59

0,11 0,31 0,52 1,64

0,91 0,97

0,30 1,76 1,90 0,76 0,79 1,53 0,20 0,94

0,97 0,73 0,36 1,08 0,66 2,55 0,71 0,19 0,53 1,03

0,58 0,86 1,50 1,07 0,62

0,34 0,25 1,05 0,59

0,10 0,52 0,28 2,01

0,37 0,01

... ... ... ...

0,02 ... ...

0,06 0,06

... 0,03

... ...

0,28 ... ... ...

0,69 ...

0,04 0,37 1,21

0,03 0,01 0,14

... 0,83

0,73 ... ...

4,09

0,93 0,70

0,24 - 0,54 0,40 0,85 2,11 0,67 0,95

0,44 0,71 0,48 2,15 0,54 2,32 1,10 0,18 0,57 1,07

0,57 0,78 1,57 1,15 0,80

0,21 0,21 1,66 0,48

0,16 0,22 0,24 1,70

0,75 0,05

... ... ... ... ... ...

0,57 0,28

0,71 0,90 0,35

... ...

0,42 0,30

... ...

1,24 ... ...

2,50 1,46

0,16 0,12 0,45 0,05

1,66 0,99 0,49 0,60 6,42

1,09 1,00

0,16 0,60 0,73 0,39 1,17 1,00 2,04

1,14 0,59 0,93 0,30 2,20 0,12 3,90 0,98 0,18 0,45

1,23 0,64 0,91 2,19 1,17

0,95 0,34 0,16 1,93

0,39 0,41 0,13 0,24 1,07

1,39 0,56

... ...

1,50 ... ... ...

2,50 1,04

1,36 1,82 0,33 2,85 1,59 0,90

... 1,63 0,85

2,16 ...

0,04 6,71 1,60

0,14 0,10 0,36 0,07

1,69 2,19 0,17 0,99 4,74

0,97 0,80

0,08 0,39 0,56 - 1,27 - 0,45 0,61

0,50 0,55 0,29 3,20 0,09 0,47 1,19 0,12 0,49 1,31

0,44 1,42 2,34 1,32 0,97

0,49 0,24 1,80 0,57

0,30 0,26 0,17 2,24

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Page 99: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 6 11 6 11 6 11 6 11 6 1

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

internações em detr imento dasnotificações nas regiões Norte, Nordestee Sul, sugerindo uma subnotificação decasos (CENEPI).

Comentários FinaisComentários FinaisComentários FinaisComentários FinaisComentários Finais

De modo geral, a descrição dogrupo de patologias, cuja transmissão éde pessoa a pessoa, apontou para o usopotencial do Sistema de InformaçõesHospitalares do SUS no apoio à vigilânciae monitoramento das doenças denotificação compulsória.

O comportamento das internaçõesde casos de AIDS chama atenção para aconvergência dos dados provenientes doSIH/SUS e do CENEPI, sempre commaior número de internações, o que é dese esperar devido à evolução da doençacom reinternações, ou por não adoção doscritérios epidemiológicos rigorososadotados para definição de caso. O grandepotencial do uso do SIH/SUS no caso daAIDS, no entanto, reside na possibilidadede se avaliar a médio prazo o impacto dasnovas terapêuticas adotadas.

Quanto às meningites, observou-setanto para a doença meningocócica comopara a forma tuberculosa um númeromais reduzido de internações do que oesperado, tendo-se por base os dadosprovenientes do CENEPI e a sua evoluçãoclínica. Restam, portanto, duas questõesa serem melhor avaliadas: ou existe umnúmero considerável de casos internadose clinicamente não especificados, ou umnúmero importante de pacientes não temtido acesso a tratamento em tempo hábil,o que em ambas formas clínicas, é letal,já que não se acredita que a rede privadaseja a responsável pela totalidade dasdemais internações.

No caso das internações portuberculose pulmonar, apesar de seidentificar a existência de distorção nocaso de pacientes crônicos naquelasunidades hospitalares com prováveiscaracterísticas asilares, localizadasbasicamente no Rio de Janeiro e SãoPaulo, a adoção das portarias ministeriaisreferidas não representou mudança nasmesmas dimensões registradas pela

hanseníase. Este comportamentodiferenciado da tuberculose pulmonardeve estar ligado às características eespecificidades desta patologia, além dofato da forte associação desta doençacom a AIDS.

Para a hanseníase, chama atenção aimensa distorção na rede, o que reforçao papel do SIH/SUS no controle eavaliação do sistema. Seu papel de auxiliarna vigi lância e monitoramento dasdoenças de notificação compulsória éimportante, pois alerta para a não detecçãoprecoce de casos, vindo estes anecessitarem de recursos terapêuticoshospitalares, o que, normalmente deve serevento pouco freqüente, ou aponta parao que é mais provável, uma prática deatenção não compatível com a evoluçãoclinica da doença diante das terapêuticasdisponíveis, onerosa para o Estado eexcludente para o doente.

A descrição das hepatites mostrouum número muito reduzido deinternações, o que já era esperado. O usodo SIH/SUS como adjuvante domonitoramento deste grupo de patologiassomente poderá ser dimensionado apósum maior fomento do próprio sistema devigilância destas patologias. É provável,no entanto, que apresente as mesmasperspectivas de outras patologias onde ainternação é evento raro. Ou seja,contribuirá para avaliar mudanças no seucomportamento a longo prazo.

Finalmente, o comportamento dasífilis congênita aponta para um provávelincremento do Sistema de VigilânciaEpidemiológica desta doença, mostrandoum crescimento importante dos casosnoti f icados entre 1995 e 1997. Asinternações, porém, não acompanhameste comportamento. É um exemplotípico que reforça afirmações já feitas emmomentos anteriores, que sugere aobrigatoriedade de notif icação dasdoenças de notificação compulsória pelarede hospitalar, para o pagamento dainternação. Não é demais lembrar que adisparidade encontrada entre internaçõese notif icações pode dever-se àprecariedade diagnóstica.

volume 9, nº 2abril/junho 2000

Jarbas Barbosa da Silva Junior e cols.

Page 100: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 6 21 6 21 6 21 6 21 6 2

Referências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficasReferências bibliográficas

1. Fundação Nacional de Saúde. Guiade vigilância epidemiológica. 5. ed.rev. ampl. Brasília: Ministério da Saú-de/Fundação Nacional de Saúde;1998.

2. Veronesi R, Focaccia R. (coord). Aids.In: Veronesi R, Focaccia R (ed).Veronesi: Tratado de Infectologia. SãoPaulo: Atheneu; 1996. p. 83-168.

3. Bastos FI, Barcellosa C. Geografiasocial da AIDS no Brasil. Revista deSaúde Pública 1995; 29(1) : 52-62.

4. Ferreira VMB, Portela MC. Avaliaçãoda subnotificação de casos de AIDSno município do Rio de Janeiro combase em dados do Sistema deInformações Hospitalares do SistemaÚnico de Saúde. Cadernos de SaúdePública 1999; 15(2) : 317-324.

5. Perfeito JB, Assis JL, Bacha HA.Meningoencefalite tuberculosa. In:Veronesi R, Focaccia R (ed). Veronesi:Tratado de Infectologia. São Paulo:Atheneu; 1996. p. 832-841.

6. Meira DA. Doença meningocócica. In:Veronesi R, Focaccia R (ed). Veronesi:Tratado de Infectologia. São Paulo:Atheneu; 1996. p. 623-632.

7. Barroso DE, Carvalho DM,Nogueira AS, Solari CA. Doençameningocócica: epidemiologia econtrole dos casos secundários.Revista de Saúde Pública 1998; 32(1): 89-97.

8. Nunes C, Cunha S, Gomes N, TavaresA, Amorim D, Gomes I, Melo A.Meningoencefalite tuberculosa:avaliação de 231 casos. Revista daSociedade Brasileira de MedicinaTropical 1998; 31(5) : 441-447.

9. Waldman EA, Silva LJ, Monteiro CA.

Trajetória das doenças infecciosas:da eliminação da poliomielite àreintrodução da cólera. In: MonteiroCA (org). Velhos e novos males dasaúde no Brasil . São Paulo:HUCITEC/NUPES/USP; 1995. p.195-244.

10. Melo FAF (coord). Tuberculose. In:Veronesi R, Focaccia R (ed). Veronesi:Tratado de Infectologia. São Paulo:Atheneu; 1996. p. 914-959.

11. Hijjar MA. Controle das doençasendêmicas no Brasil - tuberculose.Revista da Sociedade Brasileira deMedicina Tropical 1994; 27 (supl.III): 23-26.

12. Margarido-Marchese L, Tedesco-Marchese A, Rivitti C. Hanseníase. In:Veronesi R, Focaccia R (ed). Veronesi:Tratado de Infectologia. São Paulo:Atheneu; 1996. p. 714-738.

13. A lbuquerque MFPM, Mora isHMM, Ximenes R. A expansão dahanseníase no nordeste brasileiro.Revista de Saúde Pública 1989;23(2) : 107-116.

14. Almeida LM. Soroprevalência daHepatite A no município de Duquede Caxias, Rio de Janeiro, Brasil.Cadernos de Saúde Coletiva 1998;6(supl. esp.) : 39-49.

15. Medronho RA, Gomide M,Guimarães LM, Braga RCC. Uso dogeoprocessamento na investigação dopapel do meio ambiente na produçãode hepatite A. Cadernos de SaúdeColetiva 1998; 6(supl. esp.) : 61-79.

16.Santos Junior MFQ. Sífilis congênita.In: Veronesi R, Focaccia R (ed.)Veronesi: Tratado de Infectologia.São Paulo: Atheneu; 1996. p. 1009-1012.

Informe Epidemiológico

do SUS

SIH-SUS como Fonte de Informações para Vigilância das Doenças Transmitidas entre Pessoas

Page 101: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

1 6 31 6 31 6 31 6 31 6 3

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

Normas para PublicaçãoNormas para PublicaçãoNormas para PublicaçãoNormas para PublicaçãoNormas para Publicação

O Informe Epidemiológico do SUSé uma pub l i cação t r imes t ra l decará ter técnico-científico destinadaprioritariamente aos profissionais desaúde. Editado pelo Centro Nacional deEpidemiologia da Fundação Nacional deSaúde (CENEPI /FNS) , tem comomissão a difusão do conhecimentoepidemiológico visando ao aprimoramentodos serviços de saúde do SUS. Tambémé um veículo de divulgação de portarias,regimentos, resoluções do Ministério daSaúde, bem como de Normas Técnicasrelativas aos Programas de Controle.

Serão aceitos trabalhos sob asseguintes modalidades: (1) Artigosoriginais nas seguintes linhas temáticas:avaliação de situação de saúde; estudosetiológicos; avaliação epidemiológica deserviços, programas e tecnologias eavaliação da vigilância epidemiológica(máximo 20 páginas); (2) Artigos derevisão: revisão crítica sobre temarelevante para a saúde pública ou deatualização em um tema controversoou emergente (máximo 40 páginas); (3)Relatórios de reuniões ou oficinasde trabalho: relatórios de reuniõesrealizadas para a discussão de temasrelevantes para a saúde pública comconclusões e recomendações (máximo25 páginas); (4) Comentários: artigosde opinião, curtos, sobre temasespecíficos; (5) Notas e (6) Artigosreproduzidos.

Os trabalhos encaminhados parapublicação deverão ser preparados deacordo com os “Requisitos Uniformespara Manuscritos Submetidos aPeriódicos Biomédicos” [InformeEpidemiológico do SUS 1999; 8(2).] eapresentados por meio de uma cartadirigida ao Corpo Editorial do InformeEpidemiológico do SUS. Para artigosoriginais, art igos de revisão ecomentários, os autores deverãoresponsabilizar-se pela veracidade eineditismo do trabalho apresentado. Nacarta de encaminhamento deverá constar

que o manuscrito não foi publicadoparcial ou integralmente nem submetidoa publicação em outros periódicos edeverá ser assinada por todos os autores.

Os trabalhos serão submetidos àrevisão de pelo menos dois relatores e aoComitê Editorial do Informe, sendoaceitos para publicação desde queaprovados pelo Comitê Editorial.

Apresentação do material:

Os trabalhos deverão ser redigidosem português e impressos em espaçoduplo, fonte “Times New Roman”,tamanho 12, formato. RTF (Rich TextFormat), em papel A4, com margem de3 cm à esquerda e remetidos em três viasimpressas e em disquete de 31/2”. As tabelase figuras poderão ser elaboradas emprogramas do tipo Microsoft Office, CorelDraw ou Harvard Grafics, no formato.BMP (Bitmap do Windows) ou .TIFF, nomodo de cor CMYK. Todas as páginasdeverão estar numeradas, inclusive as dastabelas e figuras. Não serão aceitas notasde pé de página. Todos os trabalhos devemser enviados com:

a) Página de rosto: onde constarão títulocompleto, nome dos autores e dasrespectivas instituições por extenso,com endereço completo, telefone, faxe e-mail.

b) T í tu lo : t í t u lo do t raba lho empor tuguês e ing lês em le t rasmaiúsculas e nome completo dosautores em letras minúsculas. Norodapé: nome da(s) instituição(ções)a que pertencem os autores, órgãof i nanc iado r e ende reço pa racorrespondência. Indicar também umtítulo resumido para o cabeçalho daspáginas.

c) Resumo: colocado no início do texto,redigido em português e com um máximode 200 palavras. Após o resumo, listartrês a quatro palavras-chaves.

d) Resumo em inglês (Summary): devecorresponder à tradução do resumo

Page 102: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

Informe Epidemiológico

do SUS

I E S U SI E S U SI E S U SI E S U SI E S U S

1 6 41 6 41 6 41 6 41 6 4

Normas para Publicação

em português e seguido pelaspalavras-chaves (Key Words).

Os artigos originais devem conter aseguinte seqüência, além dos tópicos jádescritos:

a) Introdução : apresentação doproblema, justificativa e objetivo doestudo.

b) Metodologia: descrição precisa dametodologia util izada e, quandoind icado , dos p roced imentosanalíticos.

c) Resultados: exposição dos resultadosalcançados, podendo constar tabelase figuras auto-explicativas (máximo6). As tabelas e figuras devem sernumeradas em algarismos arábicos eter tí tulo conciso. Devem serapresentadas em folhas separadas,agrupadas em seqüência no final dotexto evitando abreviaturas. Em casode usar abreviaturas, incorporarlegendas explicativas.

d) Discussão: opcionalmente, este itempoderá ser agregado ao anterior.

e) Agradecimentos: os agradecimentosdevem se l im i ta r ao mín imoindispensável e localizar-se após otexto do artigo.

f) Referências bibl iográficas: asreferências citadas deverão serlistadas ao final do trabalho, redigidasem espaço duplo, numeradas emalgarismos arábicos e ordenadas deacordo com a seqüência de citaçãono texto, no qual o número deveaparecer após a citação, sobrescritoe sem parênteses. Os títulos dosperiódicos, livros e editoras deverãoser colocados por extenso e deverãoconstar os nomes de todos os autores.

g) Considerações éticas: quandopertinente, citar os nomes dasComissões Éticas que aprovaram oprojeto original.

As referências deverão obedecer aoestilo e pontuação do “InternationalCommittee of Medical Journal Editors”,1997 (Vancouver), traduzido no InformeEpidemiológico do SUS 1999; 8(2),como descrito abaixo:

- Artigos de periódicos:Monteiro GTR, Koifman RJ, Koifman S.Confiabilidade e validade dos atestados deóbito por neoplasias. II. Validação docâncer de estômago como causa básicados atestados de óbito no Município doRio de Janeiro. Cadernos de Saúde Pública1997; 13 : 53-65.

- Instituição como autora:Fundação Nacional de Saúde. Ministérioda Saúde. Manual de normas devacinação. Brasília (DF); 1994.

- Livros:Fletcher RH, Fletcher SW, Wagner EH,Clinical Epidemiology. 2nd ed. Baltimore:Williams & Wilkins; 1988.

- Capítulos de livros:Opromolla DV. Hanseníase. In: Meira DA,Clínica de doenças tropicais e infecciosas.1ª ed. Rio de Janeiro: Interlivros; 1991.p. 227-250.

- Resumos de congressos:Carvalho H, Thuler LCS. Perfi l demortalidade por AIDS no estado do Riode Janeiro. In: Resumos do XXXIICongresso da Sociedade Brasileira deMedicina Tropical 1996; Goiânia; 1996.p.48.

- Teses:Waldman EA. Vigilância Epidemiológicacomo prática de saúde pública [Tese deDoutorado]. São Paulo: Universidade deSão Paulo; 1991.

Os trabalhos serão aceitos parapublicação, uma vez reformulados,segundo os questionamentos e/ousugestões feitos pelos relatores e oComitê Editorial.

Informações adicionais, incluindomaterial para publicação, devem serencaminhados para:

Centro Nacional de EpidemiologiaInforme Epidemiológico do SUSSAS Quadra 04 - Bloco N - Sala 612Brasília/DF - 70.058-902Telefones: (061)226-6701 / 226-4002Fax: (061) 321-3216e-mail: [email protected]

Page 103: Fundação Nacional de Saúde INFORME …bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informe_epi_sus_v09_n2.pdf · Avaliação do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS como Fonte Complementar

O informe Epidemiológico do SUS é uma publicação de caráter técnico-científico voltada à divulgação de análises das informações sobre o quadro sanitário brasileiro. É um instrumento destinado aos órgãos de administração e aos quadros de profissionais da área da saúde ou de outras áreas nas quais as questões de saúde são relevantes.

SUSIEIEO INFORME EPIDEMIOLÓGICO DO SUS é uma publicação trimestral de

caráter técnico-científico destinada prioritariamente aos profissionais de saúde. Editado pelo Centro Nacional de Epidemiologia da Fundação

Nacional de Saúde, tem como missão a difusão do conhecimento epidemiológico visando o aprimoramento dos serviços de saúde do SUS.

MINISTÉRIODA SAÚDE FUNASA FundaçãoNacionalde Saúde Trabalhando em todo o Brasil