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O SISTEMA DE INFORMAÇÕES HOSPITALARES (SIH) E A GESTÃO POR
RESULTADOS DA ATENÇÃO BÁSICA DOS MUNICÍPIOS
Yuri Camara Batista
Maria Camila Florêncio da Silva
Painel 11/001 painel. Auditoria por Resultados e Contratos Organizativos na Gestão do SUS
O SISTEMA DE INFORMAÇÕES HOSPITALARES (SIH) E A GESTÃO POR
RESULTADOS DA ATENÇÃO BÁSICA DOS MUNICÍPIOS1.
Isidro-Filho
Yuri Camara Batista Maria Camila Florêncio da Silva
RESUMO
Apesar do Sistema de Informação Hospitalar (SIH) parecer uma base de interesse maior
para os profissionais clássicos da saúde, ele produz informações valiosas para gestores
públicos interessados na gestão da saúde. Com as informações disponíveis, é possível
produzir o indicador de Internações por Causas Sensíveis à Atenção Básica (ICSAB) e
georeferenciar as internações conforme o CEP de residência do internado, viabilizando
análises territoriais do desempenho da atenção básica. Isto permitiria a consolidação de
Planejamentos Estratégicos orientados a resultados para o setor da saúde, propiciando
ainda a intersetorialidade com outras pastas, como Esportes, Habitação e Assistência
Social. O objetivo do presente trabalho é descrever como tais informações podem ser
utilizadas no planejamento das ações da saúde, de modo a reduzir a incidência de doenças
sensíveis à atenção básica, a partir do modelo desenvolvido para Secretaria de
Planejamento e Gestão OSASCO – SP.
1 Os autores gostariam de agradecer o geógrafo Denis Tamion por preparar os mapas de kernel para este trabalho.
1. INTRODUÇÃO
O Sistema de Informação Hospitalar é possivelmente o conjunto de base de dados
do Ministério da Saúde com maior potencialidade para a gestão da saúde. Três são os
fatores que podem justificar tal afirmação: Primeiro, sua fonte de informação é a
Autorização de Internação Hospitalar (AIH), um documento médico oficial com grau
relativamente alto de confiabilidade dos dados ali dispostos. Segundo, ela dispõe de um
conjunto de informações extremamente rico sobre o cidadão local, como idade, cor e até
mesmo endereço (o que permite o georreferenciamento das informações). Terceiro, uma
internação não é um evento tão raro em uma localidade, o que permite uma amostra de
informações segura e pouco sensível a eventos aleatórios.
Em relação às AIHs, naturalmente que é impossível deter total confiabilidade em
qualquer fonte de informação. No Sistema Único de Saúde, assim como em qualquer outro
sistema alimentado por preenchimentos de formulários, é comum o aparecimento de erros
de preenchimento, campos em branco ou perda de dados, para citar alguns. Isto, contudo,
não invalida a confiabilidade de uma fonte. A AIH é uma ficha em duas vias – uma anexada
ao prontuário do paciente e outro de posso do gestor – cujas informações são asseguradas
por um médico ou enfermeiro local. Além disso, para o município receber do SUS o repasse
equivalente àquela internação a AIH precisa cumprir uma série de exigências, gerando
incentivos para os gestores locais darem atenção ao seu correto preenchimento. Desta
maneira, ainda que se admita imperfeições na informação, os dados que compõem o SIH
são em geral estáveis e seguros para se trabalhar (Drumond et al, 2009).
Quanto a quantidade de informações, o SIH se destaca frente aos demais sistemas
do Ministério da Saúde por possuir um conjunto de informações bastante razoável sobre o
paciente. Além dos citados (idade, cor e endereço), também consta no SIH o sexo do
paciente, a identificação se a internação é reincidente, o diagnóstico da doença[1], o
procedimento realizado pela unidade de saúde, a unidade de saúde onde foi internado, a
quantidade de dias que passou internado e o tipo de leito ocupado. Assim sendo, tais
informações podem ser utilizadas tanto com fins profiláticos como com finalidades
gerenciais, por exemplo gestão dos custos (uma vez que é possível identificar os
procedimentos mais caros e sua frequência no município) e acompanhamento de
indicadores (como a taxa de ocupação dos leitos e as internações por causas sensíveis à
atenção básica).
Por fim, a existência de um tamanho populacional relevante facilita o trabalho de
análise dos dados. Tradicionalmente, quando se tem um conjunto de observações muito
pequeno, qualquer evento aleatório, sobretudo os exógenos, podem produzir distorções
nas informações. Exemplo clássico no âmbito da saúde são os dados de mortalidade onde,
por exemplo, um evento singular pode alterar sensivelmente os indicadores sem que isso
reflita necessariamente o trabalho de uma gestão2. Tal problema é ainda mais sensível em
municípios pequenos pois os óbitos somam menos de uma centena por ano e qualquer
pequena variação pode alterar sensivelmente os indicadores locais de saúde. Já as
internações constituem um evento frequente, o que as torna mais “resistentes” a eventos
aleatórios ou mesmo às variações esperadas no ano.
A conjunção destes três fatores viabiliza o uso do SIH para uma série de finalidades
gerenciais, algumas já elencadas anteriormente. Neste trabalho, uma proposta de uso do
SIH é estruturada para gestores de saúde tendo como referência o indicador “Internações
por Causas Sensíveis à Atenção Básica” (ICSAB). O motivo de tal circunscrição, conforme
irá se argumentar, se dá, pois, esse indicador é possivelmente o melhor indicador de
atenção básica3 segundo os critérios que normalmente a literatura de indicadores anuncia
(JANNUZZI, XXX). Como a atenção básica é fundamental para um sistema de saúde
efetivo, o ICSAB torna-se um indicador consistente para gestores públicos atuarem de
forma orientada a resultados em prol da saúde pública.
Porém, conforme se verá, a abordagem utilizada por este artigo é, até onde
constatou a pesquisa dos autores, inédita no país. As grandes inovações propostas pelo
trabalho envolvem a segmentação do indicador ICSAB por grupos de doenças segundo
ações de prevenção, a utilização do Diagrama de Pareto para seleção das doenças mais
frequentes e o georreferenciamento das internações. Análises de custos de operação não
são realizadas neste artigo, mas já são consideradas para trabalhos futuros. O grande
objetivo desta proposta é fornecer a gestores públicos de saúde uma metodologia de
trabalho para orientar as ações da atenção básica no município que mescle planejamento
das ações de saúde e acompanhamento de resultados.
2De fato, em 2015 ocorreu uma chacina em Osasco que elevou consideravelmente as taxas de mortalidade no município. 3A Atenção Básica, conforme o Ministério da Saúde, pode ser definida como “o primeiro nível de atenção em saúde e se caracteriza por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte positivamente na situação de saúde das coletividades”.
O artigo é uma expansão de estudo realizado na Secretaria de Planejamento e
Gestão (SEPLAG) de Osasco por um dos autores. A SEPLAG é uma secretaria recém-
criada no município (a lei que a institucionaliza é de 2013) e que agrupa a responsabilidade
pelo planejamento do município. A opção realizada pela atual gestão da SEPLAG é a
utilização de um modelo de planejamento estratégico orientado para resultados. Entre os
departamentos da SEPLAG, o Departamento de Estudos, Pesquisas, Indicadores e
Sistemas Informatizados (DEPI) tem como atribuição a criação e monitoramento de
indicadores-chave de desempenho da prefeitura, bem como o desenvolvimento de estudos
para auxiliar o cumprimento das metas pactuadas nestes indicadores. O estudo do ICSAB
no município é decorrência desta última responsabilidade.
Embora o estudo encontre dificuldades para se implementar na cidade, seus
potenciais para a gestão da saúde pública no país são nítidos. Sabe-se que o SUS no Brasil
passa por grandes dificuldades que incluem o crescente aumento dos custos de operação
sem que as transferências orçamentárias acompanhem o ritmo de crescimento. Também é
conhecido que o gerenciamento da saúde ainda é precário em muitos municípios e que a
atenção básica muitas vezes é falha, levando o cidadão aos atendimentos de maior
complexidade e, também, maior custo. Em todos estes desafios, a metodologia descrita no
artigo pode ser aplicada por gestores de saúde, uma vez que ela foca em ações de
planejamento e gestão com intuito de fortalecer a atenção básica.
Para melhor situar o leitor no debate sobre as internações por causas sensíveis à
atenção básica, uma revisão de literatura é feita logo a seguir desta introdução. Nesta
revisão, é apresentado o ICSAB e explicado por que ele deve merecer atenção especial
dos gestores de saúde. O corpo do artigo é o estudo realizado para Osasco, onde se analisa
o ICSAB municipal e se cria uma proposta de trabalho para a Prefeitura Municipal de
Osasco atuar, de forma intersetorial, para melhorar este indicador. É nesta sessão que as
ferramentas de georreferenciamento e o Diagrama de Pareto são utilizados. Por fim, como
de praxe de documentos acadêmicos, as considerações finais retomam os conteúdos
expostos e levanta pontos a se desenvolver.
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO BÁSICA (ICSAB)
O indicador de Internações por Condições Sensíveis à Atenção Básica (ICSAB) vem
se popularizando como um bom indicador de Saúde nos últimos tempos. Diversos estudos
se destacam nesta matéria, como Caminal e Casanova (2003) e Strafield (2004), que
defendem o uso do indicador como uma forma de avaliar a eficácia da atenção primária em
uma região. Segundo este e outros atores, o uso deste indicador pode ser útil para
apresentar os principais gargalos em um sistema de saúde, além de apresentar ao gestor
da saúde a localização do problema.
O ICSAB possui uma fórmula de cálculo de fácil compreensão:
𝐼𝐶𝑆𝐴𝐵 = 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎çõ𝑒𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝐶𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 𝑆𝑒𝑛𝑠í𝑣𝑒𝑖𝑠 à 𝐴𝑡𝑒𝑛çã𝑜 𝐵à𝑠𝑖𝑐𝑎
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎çõ𝑒𝑠
Uma internação sensível à atenção básica é aquela internação que poderia ter sido
evitada se houvesse um atendimento primário eficaz. É o caso, por exemplo, de internações
por Coqueluche ou Febre Amarela, pois estas poderiam ser evitadas com vacinas, por
exemplo. Quando estas internações em uma localidade representam uma proporção alta
do total de internações, significa que a atenção primária nessa região está deficitária. Isto
implica que, além da população estar suscetível a uma série de doenças, a atenção
hospitalar e de urgência e emergência é sobrecarregada, ocupando espaço dos
atendimentos realmente inevitáveis. Consequentemente, aumenta-se as filas e a
ineficiência do sistema. Assim, o ICSAB, apesar de ser um indicador tipicamente de atenção
básica, também tem efeito nos demais níveis de atenção à saúde.
A fonte de dados do indicador é o Sistema de Informação Hospitalar que possui
dados das Autorizações de Internações Hospitalares (AIHs). Segundo o Ministério da
Saúde, a Autorização de Internação Hospitalar é o documento de registro do SUS que
apresenta como característica a proposta de pagamento por valores fixos dos
procedimentos médico-hospitalares onde estão inseridos os materiais que devem ser
utilizados, os procedimentos que são realizados, os profissionais de saúde envolvidos e
estrutura de hotelaria. Conforme levantamento de Bittencourt (2006), estima-se que o sub-
registro de internações no sistema seja pequeno e que a média nacional de cobertura do
SIH varie entre 70% e 80% de cada localidade.
Por meio das AIHs, é possível identificar a causa de internação conforme os códigos
da10ºedição da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) – estas atestadas por um
profissional da saúde qualificado para o preenchimento da AIH. Selecionando as
internações pela CID-10, é possível, então, levantar quais destas se deram por condições
sensíveis à atenção básica e quais por condições não sensíveis à atenção básica. Nos
anos anteriores a 2008, o Ministério da Saúde realizou diversas conferências e consultas
com os profissionais de saúde para construir a lista de doenças sensíveis à atenção básica.
Finalmente, a Portaria 221 de 17 de abril de 2008 definiu as doenças consideradas pelo
indicador e seu código CID-10:
Quadro 1: Condições Sensíveis à Atenção Primária
Fonte: portaria 221, de 17 de abril de 2008, do Ministério da Saúde.
É importante notar que muitas das condições apontadas acima, segundo a própria
portaria, só são consideradas sensíveis à atenção básica em determina faixa etária. É o
caso, por exemplo, de Hipertensão e Insuficiência Cardíaca, que só são aplicadas em
pessoas com menos de 65 anos. Outros aspectos importantes de se considerar no ICSAB
é a residência do cidadão. Para o cálculo do ICSAB de um município, são consideradas
todas as internações no país de cidadãos residentes naquele município e excluídas as
internações no município de cidadãos de outras localidades.
Considerando os aspectos supramencionados, é possível analisar as propriedades
do ICSAB como indicador social. Segundo o seminal trabalho de Jannuzzi (2005), um bom
indicador social deve agrupar um conjunto de propriedades. O quadro 2 a seguir relaciona
tais propriedades e a situação do ICSAB frente tais propriedades. Como se pode notar, o
ICSAB reúne todas as principais propriedades que um bom indicador deve possuir.
Quadro 2: Propriedades do ICSAB
Critério Descrição do Critério ICSAB Possui?
Relevância O indicador é capaz de expressar uma política social relevante no campo em que atua
A atenção básica – instrumento de medição do ICSAB – é um dos principais instrumentos do SUS
Sim
Validade O indicador consegue representar de forma sintética o conceito que busca medir.
Quando a atenção básica falha, o indivíduo passa a ser atendido em nível hospitalar, sendo a internação a possível decorrência desta falha
Sim
Confiabilidade A fonte de dados do indicador é confiável
As AIHs, ainda que sujeita a falhas pontuais, são confiáveis pois são requisitos para a internação no SUS e seu correto preenchimento gera repasses federais
Sim
Cobertura Populacional
O indicador abrange um grupo populacional significativo, de forma a torná-lo representativo
O ICSAB abrange todas as internações no âmbito do SUS, mas não abrange cidadãos internados em hospitais particulares, que não são a maioria e nem geram custos diretos de operação no sistema de saúde local
Sim
Sensibilidade
e Especifidade
A atuação de gestores ou outros eventos influenciam o indicador, que representa basicamente o conceito analisado
O ICSAB é muito sensível a diversos eventos, sobretudo a gestão da atenção básica municipal (LENTSCK e MATHIAS, 2015)
Sim
Transparência
Metodológica
O critério de elaboração e cômputo do indicador é conhecido, justificado e, portanto, legítimo
O Ministério da Saúde debateu com vários especialistas em saúde a construção do indicador e sua fórmula de cálculo é simples e bastante consolidada internacionalmente
Sim
Comunicabilidade O indicador é de fácil compreensão pelo público interessado e pela população
Por se tratar de uma proporção simples de entender, o indicador é bastante comunicável e compreensível pelo público
Sim
Factibilidade Os custos para obtenção do indicador são factíveis
Os custos de processamento do ICSAB são muito baixos, visto que as AIHs são um instrumento de controle do SUS que são re-aproveitadas para o cômputo do ICSAB
Sim
Periodicidade A atualização do indicador é periódica, não demandando muito tempo entre uma informação e outra
Como os dados do SIH são divulgados mensalmente, a cada novo mês o ICSAB pode ser recalculado
Sim
Desagregabilidade É possível desagregar o indicador por subgrupos
A AIH dispõe de dados de endereço, sexo, idade e cor. Assim, o ICSAB
Sim
populacionais conforme o interesse do gestor
pode ser analisado no âmbito do bairro, sexo, faixa etária e cor
Comparabilidade
da Série Histórica
A cada novo registro do indicador, ele pode ser comparado com o valor anterior sem problemas – isto é, não houve mudanças metodológicas
A lista de ICSAB permanece inalterada desde 2008, quando foi criada. Assim, é possível análisede séries históricas de 8 anos para cá com a mesma metodologia
Sim
Fonte: elaboração dos autores com base em JANNUZI (2005)
2.2. TRABALHOS PREGRESSOS DE ICSAB NO BRASIL
A revisão da literatura brasileira sobre o ICSAB foi orientada a partir do levantamento
de artigos disponíveis na base da Scielo que é “uma biblioteca eletrônica que abrange uma
coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros“ (SCIELO, 2016) reconhecida e
financiada por órgãos de pesquisa como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a
Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC)4.
O levantamento buscou artigos que continham as palavras “condições”, “sensíveis”
e “atenção”5em todos os índices, resultando no aparecimento de 26 (vinte e seis) trabalhos
no dia 18 de março de 20166. Para tratamento dos artigos, criou-se uma planilha que
permitiu a organização das informações em “ano”, “revistas”, “instituições dos autores”,
“resumo” e o “Objeto de Identificação Digital – DOI“ para sua posterior localização. Esta
planilha serviu de base para responder questões como: se o estudo possui alguma interface
com atividades do planejamento e gestão da saúde; o “território” estudado; o tipo de
conhecimento privilegiado no trabalho; a leitura sobre o fenômeno; o “objetivo” e
“conclusão” do trabalho; e se o ICSAB é foco do estudo. Tais informações são
4“A Coleção SciELO Brasil indexa, disponibiliza e dissemina online textos completos de periódicos científicos do Brasil de todas as áreas do conhecimento que publicam predominantemente artigos inéditos resultantes de pesquisa científica original, que utilizam o procedimento de avaliação por pares dos manuscritos que recebem ou encomendam e que apresentam desempenho crescente nos indicadores de cumprimento dos critérios de indexação. A coleção privilegia a admissão e permanência dos periódicos que em sua operação avançam na profissionalização, internacionalização e modelos de financiamento sustentável”. Disponível em: http://www.scielo.br/avaliacao/20141003NovosCriterios_SciELO_Brasil.pdf p. 7 5Não se buscou por atenção “básica” ou “primária” porque se percebeu que a literatura diverge sobre a nomeação do indicador no Brasil. Uma tentativa de levantamento também foi realizada na base de dados do Spell, um repositório de artigos científicos da grande área de contabilidade, turismo e administração, mas nenhum dos três artigos localizados tinham o ICSAB como objeto ou fonte para estudo. 6É importante especificar a data porque a base é constantemente atualizada. Por este motivo, a busca em datas diferentes certamente dará um resultado diferente.
especialmente úteis para se compreender o estado da arte da produção sobre este
importante indicador.
Diante do exposto, esta seção do trabalho irá apresentar o resultado deste
levantamento.
Gráfico 1: Ano de Publicação e Frequência de Estudos
Fonte: Elaborado pelos autores.
A despeito do ano das publicações, é possível inferir que os estudos sobre o ICSAB
constituem um campo recente. Isso porque os primeiros estudos sobre as condições
sensíveis à atenção apareceram apenas no ano de 2008, com exceção de um artigo de
1999 sobre os fatores de risco para hospitalização infantil que não trabalha com este
indicador ou mesmo com o SIH. Este marco temporal provavelmente se deve ao fato do
Ministério da Saúde ter publicado portaria que estabelece quais internações são resultantes
de condições sensíveis à atenção básica em 2008 (Portaria 221, de 17 de abril de 2008).
Um dado interessante que foi possível obter com o tratamento das informações é
que absolutamente todos os trabalhos foram publicados na grande área da saúde,
agrupadas pelos autores em três subáreas destacadas nos gráficos abaixo7. As revistas
que se encontram em “outros” são as que se referem a áreas específicas da saúde como
a “materno infantil”. As revistas com maior número de trabalhos são: (i) Revista da Escola
de Enfermagem da Universidade de São Paulo com cinco publicações; (ii) Cadernos de
Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz e Revista de Saúde Pública da Universidade de
7 A epidemiologia é, originalmente, uma disciplina da Saúde Pública. No entanto, ela cresceu pelo papal de estaque em pesquisas de AIDS desde o início da pandemia, o que a fez ganhar status de área. Na Fundação Oswaldo Cruz, por exemplo, existe um curso dedicado a ela: http://www.fiocruz.br/piafi/Epidemiologia.html.
São Paulo com quatro publicações cada; e (iii) Revista Brasileira de Epidemiologia da
Associação Brasileira de Saúde coletiva.
Gráfico 2: Áreas das Publicações
Fonte: Elaborado pelos autores.
A estes dados soma-se a informação se o estudo possui alguma interface com
atividades do planejamento e gestão da saúde. A resposta para questão foi não. Não há,
nos 26 trabalhos levantados e analisados, qualquer relação entre os estudos das condições
sensíveis à atenção primária ou básica com a gestão da saúde que exceda a preocupação
de “… contribuir para a reflexão dos limites e das possibilidades da prática, tanto dos
profissionais envolvidos na execução da atenção básica, quanto daqueles responsáveis
pela gestão das políticas locais, regionais e nacional de saúde” (REHEM ET AL, 2012, p.
541), presente em alguns trabalhos. Esta é uma constatação importante pois apesar de
todas as potencialidades do SIH e do ICSAB para a gestão da saúde, já defendidas nas
páginas anteriores, não se encontrou trabalho no âmbito da gestão pública que vise mostrar
como tais ferramentas podem contribuir com a gestão da saúde.
Este dado está sintonizado com outro sobre as instituições dos autores dos trabalhos
levantados. Segundo o levantamento realizado, apenas quatro trabalhos tiveram algum
gestor público como um dos autores. Em outros quatro os autores estão em instituições de
pesquisa, como a Fundação Oswaldo Cruz8 e o Instituto de Medicina Professor Fernando
Figueira. Em todos os demais, a participação foi exclusiva de acadêmicos de universidades.
8 Embora a Fundação esteja vinculada ao Ministério da Saúde, ela é uma instituição de pesquisa e não se envolve diretamente na implementação de políticas públicas de saúde.
Enfermagem; 8
Saúde Pública/Coletiva;
12
Epidemiologia; 4
Outros; 2
O levantamento sugere que o indicador de saúde ICSAB ainda é de pouco conhecimento
ou pouco interesse dos gestores públicos.
Gráfico 3: Tipos de Instituições Envolvidas
Fonte: Elaborado pelos autores.
A despeito do tipo de conhecimento privilegiado no trabalho, pode-se dizer que a
esmagadora maioria produziu conhecimento quase exclusivamente descritivo sobre as
condições sensíveis à atenção. Em outras palavras, os estudos tiveram por objetivo
descrever as hospitalizações em virtude de condições sensíveis a atenção básica em algum
público (mulheres, idosos, crianças, indígenas ou público em geral) e/ou território
específico, o que foi percebido em 18 dos 26 trabalhos analisados. Em alguns destes casos,
os autores declararam que o objetivo era “analisar” algo, mas na prática era descrever a
frequência ou evolução em anos das hospitalizações.
Esta não seria a primeira vez que um levantamento bibliográfico não identificou
estudos tentando aproveitar os dados do SIH para além da descrição das informações.
Drumond et. al (2006), por exemplo, assinala que apesar do alto número de estudos nos
sistemas de informação do SUS, o SIH ainda é pouco aproveitado.
A exceção se aplicou a três trabalhos: dois do tipo teórico-empírico e um
exclusivamente teórico. A distribuição territorial destes trabalhos foi equitativa entre
estados, municípios e federação. Porém, é importante destacar que nenhum dos trabalhos
analisados produziu conhecimento empírico sobre estados ou municípios da região norte
do país. Talvez isso se deva ao fato de nenhuma instituição mapeada estar localizada nesta
região do país.
Universidade; 18
Pesquisa; 4
Governamental; 4
Gráfico 4: Distribuição territorial dos trabalhos empíricos
Fonte: Elaborado pelos autores.
Apenas oito trabalhos realmente se propuseram a analisar algo. Ou seja, tiveram
hipóteses que relacionavam a hospitalização por condições sensíveis a atenção à uma
variável testada no trabalho. Em todos os oito uma variável escolhida foi a cobertura da
atenção primária da saúde pelo Programa de Saúde da Famíla – PSF. Em todos, a
conclusão foi que o aumento da cobertura dos PSFs é fator importante para a diminuição
das internações (LENTSCK e MATHIAS, 2015; CARVALHO ET AL, 2015; PITILIN ET AL,
2015; MARQUES ET AL, 2014; MACIEL, CALDEIRA E DINIZ, 2014; PEREIRA, SILVA e
LIMA NETO, 2014; NEDEL ET AL 2011; ELIAS e MAGAJEWSKI, 2008).
3. A EXPERIÊNCIA DE OSASCO
3.1. CONTEXTO
A Secretaria de Planejamento e Gestão de Osasco (SEPLAG) foi criada em 2013
com o propósito de acompanhar o planejamento estratégico do município e garantir que os
principais projetos da gestão fossem concretizados. Entre as atribuições da SEPLAG está
o monitoramento dos principais indicadores de resultado e o desenvolvimento de estudos
para auxiliar o atingimento destes indicadores – tarefa efetivada pelo Departamento de
Estudos, Pesquisas e Indicadores (DEPI) da secretaria.
Em 2015, a Secretaria de Planejamento e Gestão de Osasco constatou que um dos
principais indicadores de saúde do município – o ICSAB – estava piorando no município
Federal; 4
Estadual; 9
Regional; 1
Municipal; 8
Distrito Federal; 1
Local; 2
(ou seja, estava elevando a proporção de internações por causas sensíveis à atenção
básica no município), como se observa pelo gráfico abaixo:
Gráfico 5: Proporção de Internações por Causas Sensíveis à Atenção Básica. Osasco-SP, 2008-2015
Fonte: Sistema de Informação Hospitalar (SIH), elaborado pelos autores.
Como se pode notar pelo gráfico, Osasco sai de um patamar em 2008 em que seu
ICSAB era maior que a média estadual, para o menor patamar em 2012, ostentando uma
significativa diferença entre o índice estadual. Porém, a partir de 2013, o ICSAB de Osasco
volta a subir até aproximar-se novamente da média do Estado de SP e mantém a tendência
no ano de 2015 chegando próximo de encostar as médias estaduais – distantes da
realidade municipal desde 2011. Isto é um indicativo real e empírico que a qualidade da
atenção básica no município piorou significantemente entre 2012 e 2014. Aliás, como
utiliza-se o Estado como comparação, sequer pode-se alegar problemas externos como
crise econômica.
É importante demonstrar a mobilização de recursos que este indicador gera ao
município e os impactos sociais que ele causa. A primeira e mais sensível é a quantidade
de óbitos que estas internações geram na cidade. Entre as internações por causas
sensíveis à atenção básica entre 2012 e 2015, 7% delas resultou em óbito, sendo 283 em
2012, 287 em 2013 e 269 em 2014. Foram 1.182 óbitos provindos de causas sensíveis à
atenção básica entre 2012 e 2015. Trata-se do inestimável valor da vida humana que está
sendo perdida por problemas evitáveis pela atenção básica.
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2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Osasco Estado
Outro custo que estas internações geram é a quantidade de leitos sendo utilizados
para cuidar destas pessoas vítimas de doenças por causas evitáveis. A Tabela 1 abaixo
mostra a quantidade de dias de leitos ocupados pelas internações por condições sensíveis
à atenção básica e compara com a capacidade municipal (total de leitos de gestão
municipal multiplicado pela quantidade de dias do ano). Segundo esta tabela, dá para notar
que estas internações sensíveis à atenção básica realizam uma pressão significativa nos
leitos hospitalares da cidade:
Tabela 1: Internações por Condições Sensíveis à Atenção Básica de Residentes de Osasco nos Estabelecimentos Públicos de Osasco. Osasco, 2012-2015.
Ano Total de Leitos-dia Ocupados por ICSAB no SUS municipal (A)
Total de Leitos-dia de disponíveis no SUS
municipal*(B)
Taxa de Ocupação das ICSAB (A/B)
Taxa de Ocupação das ICSAB em SP
2012 20.320 146.000 14,0% 15,1%
2013 22.796 144.540 15,7% 14,9%
2014 23.599 148.920 15,8% 15,3%
2015 28,378 152.570 18,6% 15,2%
* calculado como o total de leitos em funcionamento em Dezembro de 2015 multiplicado pela quantidade de
dias no ano
Fonte: Tabulação Própria a partir dos microdados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH)
Pela tabela fica claro como as internações por condições sensíveis à atenção básica
estão superlotando os leitos municipais. A taxa de ocupação das ICSABs, que demonstra
o percentual de leitos ocupados por doenças evitáveis pela atenção primária, ultrapassa a
tendência estadual chegando até 18,6% em 2015. Em outras palavras, quase um a cada
cinco leitos na cidade estão ocupados por pacientes cuja doença poderia ter sido resolvida
na atenção primária.
Observando os dados expostos, o estudo desenvolvido pela SEPLAG de Osasco
objetivava elaborar um “Plano de Ação” intersetorial para a Prefeitura Municipal de Osasco
atuar com a finalidade de reduzir esse cenário catastrófico da atenção básica. O Plano de
Ação a seguir descrito pode ser aplicado em qualquer município do país, bastando para
isso um profissional capaz de trabalhar com o SIH e com georreferenciamento das
informações.
3.2. PLANO DE AÇÃO
O Plano de Ação desenvolvido para Osasco e proposto para os demais municípios
possui quatro etapas: (1) construção do Diagrama de Pareto das internações sensíveis à
atenção básica; (2) georreferenciamento das internações responsáveis por 80% das
ocorrências; (3) estruturação de ações de prevenção no território; e (4) acompanhamento
dos resultados. Como pode ser observado, a etapa 1 (um) e 2 (dois) podem ser entendidas
como a “formulação” da política pública de saúde, enquanto a etapa 3 (três) é a etapa de
formulação que precede imediatamente a implementação, enquanto a última etapa é o
monitoramento e avaliação.
Diagrama de Pareto
O Diagrama de Pareto é uma ferramenta consolidada na administração. Consiste em
um gráfico de barras que ordena, no eixo das abcissas, os problemas e, no eixo das
ordenadas, a frequência em que ocorrem. Os problemas são organizados segundo sua
frequência, do maior até o menor, de modo a dar ao leitor um entendimento dos principais
problemas analisados. O Diagrama de Pareto, ainda, possui uma curva de porcentagem
acumulada. Conforme o teorema de Pareto, 20% das causas respondem por 80% das
consequências. Assim, ao se atuar para mitigaras 20% de causas dos problemas, o gestor
pode reduzir 80% de suas consequências. É uma ferramenta de priorização dos problemas
que será bastante útil para gerir as ICSABs.
Para construir o Diagrama de Pareto, é necessário pedir no software de tratamento
de dados utilizado uma distribuição de frequência das CIDs ou ainda por grupo de CIDs.
Recomenda-se que o gestor público agregue dados de 2-3 anos, para possuir uma amostra
considerável e também para impedir que anos atípicos contaminem sua análise. Para o
trabalho de Osasco, utilizou-se dados de 2012 a 2014 e realizou-se a tabulação via CIDs,
por entender-se que elas trariam um maior potencial de análise. Com a tabela de frequência
em mãos, o gestor público pode construir o Diagrama de Pareto. Em Osasco, este adquiriu
a seguinte forma:
Quadro 5: Diagrama de Pareto das ICSABs. Osasco, 2012-2014.
Fonte: Sistema de Informação Hospitalar (SIH). Elaboração dos autores9.
O que fica evidenciado no Diagrama de Pareto acima é que todas as doenças entre
“Infecção Urinária na Gravidez” e “Hipertensão Essencial” podem ser alvo da ação
municipal, uma vez que somente estas treze doenças respondem por 80% de todas as
causas de internações por condições sensíveis à atenção básica, sendo que as seis
primeiras já respondem por 50% destas internações. Isto demonstra que atuar em cima das
doze primeiras internações pode gerar um resultado mais efetivo na saúde pública
municipal.
Uma vez elaborado o Diagrama de Pareto o gestor já pode selecionar as morbidades
mais relevantes para atuação – que aqui na seleção realizada consiste em treze. Note que
somente “saber” quais são as doenças previníveis que mais geram internações na cidade
já é um grande passo para os gestores públicos. Porém, para fortalecer a construção de
9Em outros foram agrupadas todas as demais internações que respondem por menos de 0,2% das ocorrências.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
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ações, o ideal seria agora os gestores serem capazes de definir o locus de atuação. Para
isto, a próxima etapa, o georreferenciamento, suprirá tal necessidade.
Georreferenciamento das Internações
Uma vez cientes das principais internações no município, os gestores públicos
podem georreferenciar as internações. Para isso, recomenda-se o uso do campo “CEP”,
disponível na AIH, eliminando-se todas as observações cuja latitude e longitude retornem
o ponto central do município (em Osasco, estas representavam cerca de 6% das
observações). O dado a ser extraído do sistema é uma frequência cruzada entre os CEPs
identificados no SIH, no campo da linha, e a frequência das ICSABs no campo das colunas.
O trabalho de georreferenciamento deve ser feito por profissional especializado que
seja capaz de elaborar um Mapa de Kernel ou “Mapa de Calor”. Estes mapas irão identificar
a quantidade de observações próximas umas das outras, criando um mapa de densidade
– isto é, as regiões onde se é mais frequente uma determinada observação. No caso em
tela, tal frequência são as internações. Assim, o Mapa de Kernel irá identificar as regiões
onde determinada internação é mais frequente. Como exemplo, os anexos 1 e 2 dispõem
de dois mapas desenvolvidos para o trabalho em Osasco. Neles é possível perceber como
nem sempre as doenças estão distribuídas nos mesmos lugares.
O desenvolvimento de tais mapas é essencial para as atividades da gestão básica.
Com ele, as secretarias locais de saúde podem direcionar o trabalho dos Agentes
Comunitários de Saúde, desenvolver mutirões de vacinação e campanhas informativas
personalizadas para o local. Além disso, com esta informação, os gestores públicos podem
também calcular o indicador de ICSAB por bairro, uma vez que ele foi capaz de segmentar
os dados de internações por CEP. Assim, é possível pensar em indicadores de resultado
também para os gestores das Unidades Básicas de Saúde, de forma a acompanhar e
avaliar o trabalho local.
Estruturação das Ações de Prevenção
Para esta etapa, em Osasco avançou-se pouco no conteúdo, uma vez que exige
conhecimento médico especializado. A ideia é organizar as principais morbidades por
ações profiláticas, ou seja, os projetos e ações a serem tomadas.Com isso, é possível
estabelecer o planejamento das ações de saúde no âmbito do território e das políticas
públicas. Nesta etapa, o gestor já define a estratégia de implementação das políticas
públicas na cidade, pensando na alocação de recursos necessária.
É altamente recomendável que nesta etapa o gestor de saúde, caso não tenha
formação em ciências da saúde, adquira a ajuda destes profissionais. É aqui que se
avaliará, por exemplo, as ações a serem tomadas para combater morbidades como
hipertensão, erisipela, pneumonia ou bronquite. Um esboço utilizando as internações
identificadas em Osasco está exemplificado a seguir.
Quadro6. Internações por Causas Sensíveis à Atenção Básica e Causas Associadas
Internação Causas Associadas Exemplos de Ações Mitigadoras
Hipertensão Essencial
Stress, Obesidade, Drogas em Geral, Hábitos Alimentares.
1- Incentivar a prática de Atividades Físicas
2- Plano de Segurança Alimentar e Nutricional
3- Campanhas contra o Cigarro e Álcool
Pneumonia Lobar* Contaminação por Microrganismos, Higiene.
1- Campanhas de Higiene Básica
2- Mutirões contra focos de doenças
Diabetes Melito Obesidade, Hábitos Alimentares.
1- Incentivar a prática de Atividades Físicas
2- Plano de Segurança Alimentar e Nutricional
3- Campanhas contra o Cigarro e Álcool
Infecção Urinária Contaminação por Microrganismos, Higiene, Outros Hábitos.
1- Campanhas de Higiene Básica
2- Mutirões contra focos de doenças
Bronquite Aguda* Contaminação por Microrganismos, Higiene, Drogas em Geral.
1- Campanhas de Higiene Básica
2- Mutirões contra focos de doenças
3- Campanhas contra o Cigarro e Álcool
Asma Contaminação por Microrganismos, Higiene.
1- Campanhas de Higiene Básica
2- Mutirões contra focos de doenças
Doenças Cerebrovasculares
Stress, Obesidade, Drogas em Geral, Hábitos Alimentares.
1- Incentivar a prática de Atividades Físicas
2- Plano de Segurança Alimentar e Nutricional
3- Campanhas contra o Cigarro e Álcool
Úlcera Gastrointestinal
Contaminação por Microrganismos, Higiene, Drogas em Geral.
1- Campanhas de Higiene Básica
2- Mutirões contra focos de doenças
Epilepsia Drogas em Geral, Hábitos Alimentares, Outros Hábitos.
1- Plano de Segurança Alimentar e Nutricional
2- Campanhas contra o Cigarro e Álcool
Insuficiência Cardíaca
Stress, Obesidade, Drogas em Geral, Hábitos Alimentares.
1- Incentivar a prática de Atividades Físicas
2- Plano de Segurança Alimentar e Nutricional
3- Campanhas contra o Cigarro e Álcool
Gastroenterites Contaminação por Microrganismos, Higiene.
1- Campanhas de Higiene Básica
2- Mutirões contra focos de doenças
Infecção Urinária na Gravidez
Contaminação por Microrganismos, Higiene, Outros Hábitos.
1- Campanhas de Higiene Básica
2- Mutirões contra focos de doenças
Erisipela Contaminação por Microrganismos, Higiene, Obesidade.
1- Campanhas de Higiene Básica 2- Mutirões contra focos de doenças
* Doenças que podem decorrer também de falta de imunização
Monitoramento das Ações
Por fim, o monitoramento das ações tomadas, a última etapa, é realizado após
implementar a política. Consiste no acompanhamento do ICSAB das regiões selecionadas,
segregadas pelo nível territorial de potencial de análise mais interessante para o gestor
público. Com o monitoramento, o gestor público poderá acompanhar a efetividade das
ações elencadas no terceiro e momento e, a partir daí refazer todas as etapas para
consolidar um novo ciclo de ações de saúde.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo trouxe uma metodologia inédita para ações de planejamento e
monitoramento de resultados para a atenção básica. A partir de quatro etapas simples, o
gestor de saúde pode angariar uma quantidade de ferramentas essenciais para a gestão
da atenção primária. Até onde se sabe, este é o primeiro estudo que utiliza os dados do
SIH para construir um método de gestão da saúde que vá além da mera descrição dos
dados existentes no sistema.
Ainda assim, uma série de questões devem ser observadas. Apesar de bastante
confiáveis, as AIHs podem apresentar erros de preenchimento, campos em branco, CEPs
inexistentes ou incorretos entre outros. Isto não invalida a metodologia proposta, mas força
o gestor a sempre ser cauteloso quanto a universalidade dos dados. Além disso, é bastante
provável que algumas doenças venham se repetir em vários municípios, como hipertensão,
que é hoje uma das CIDs mais comuns no país.
Outro ponto a ser observado é que a metodologia de gestão proposta é apenas parte
do trabalho da saúde, pois os resultados vão muito além da etapa de formulação e
avaliação. Como é conhecido entre gestores público, a etapa de implementação é
fundamental para uma política pública exitosa e este trabalho não objetivava analisar os
empecilhos de implementação que podem surgir.
As internações por causas sensíveis à atenção básica são uma das principais
ferramentas que o gestor público de saúde dispõe. Ela é um forte indicador da atenção
básica, possivelmente o melhor indicador disponível até o momento. Contudo, como se
argumentou, seu uso como instrumental de planejamento e monitoramento ainda é
insuficiente na gestão do SUS. Com este trabalho, esperamos que mais gestores públicos
de saúde se interessem e passem a utilizar o indicador para, deste modo, fortalecer uma
das principais conquistas da Constituição Federal de 1988: o SUS.
22
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SCIELO 2016 Disponível em: http://www.scielo.br/?lng=pt. Acessado em: 10 de fev de
2016.
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AUTORIA
Yuri Camara Batista – Consultor da Secretaria de Planejamento e Gestão de Osasco – SP. Mestre em Administração Pública e Governo pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo – EAESP da Fundação Getúlio Vargas – FGV.
Maria Camila Florêncio da Silva - Doutoranda em Administração Pública e Governo pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo EAESP e Mestre em Direito e Desenvolvimento pela Escola de Direito de São Paulo EDESP, ambas da Fundação Getúlio Vargas – FGV.