fundamentos da luta sindical 30 64

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Fundamentos da luta sindical Mirza Pellicciotta 1930/1964

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Page 1: Fundamentos da luta sindical 30 64

Fundamentos da luta sindical

Mirza Pellicciotta

1930/1964

Page 2: Fundamentos da luta sindical 30 64

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Governo Provisório (1930-34).

Durante este período, Vargas deu início à

estruturação do novo Estado, com a nomeação

dos interventores para os governos estaduais, a

implantação da justiça revolucionária, a criação

do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio

e a promulgação das primeiras leis trabalhistas.

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O Ministério do Trabalho procura conter o operariado dentro dos

limites do Estado burguês. Política de conciliação entre capital e

trabalho.

Lindolfo Collor, 1º Ministro do Trabalho. Lei sindical de 1931

(Decreto 19770), cria os pilares do sindicalismo oficial no Brasil.

Controle financeiro do Ministério do Trabalho sobre os

sindicatos. Definia o sindicalismo como órgão de colaboração e

cooperação como Estado.

O Decreto nº 19.433, de 26 de novembro de 1930, criou o

Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, tendo como uma

das atribuições orientar e supervisionar a consolidação de uma

Previdência Social, inclusive como órgão de recursos das

decisões das Caixas de Aposentadorias e Pensões já citadas.

A maioria dos sindicatos resistiram até meados de

1930. O movimento grevista foi intenso, conseguindo

algumas conquistas como: Lei de Férias, descanso

semanal remunerado, jornada de 8 horas,

regulamentação do trabalho da mulher e do menor,

entre outros. Algumas destas leis já existiam apenas

para as categorias de maior peso, como ferroviários e

portuários. Nesse momento estendeu-se a todos os

trabalhadores

O Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio também fez

aprovar a “Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)”,

elaborando simultaneamente a “Consolidação das Leis de

Previdência Social”.

1933: primeira instituição brasileira de previdência social de âmbito

nacional, com base na atividade genérica da empresa, trata-se do

Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos. Outros Institutos

e Caixas de Pensões e Aposentadorias que beneficiassem outras

categorias seriam criados nestes moldes, sob a supervisão e

regulamentação do recém criado Ministério.

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Em 9 de julho eclode o movimento revolucionário, com

os paulistas acreditando possuir o apoio de outros

Estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e do sul

de Mato Grosso, para derrubar Getúlio Vargas. Pedro de

Toledo, que ganha forte apoio dos paulistas, foi

proclamado governador de São Paulo e foi o

comandante civil da Revolução Constitucionalista.

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1933: Getúlio convoca uma Assembleia Constituinte para reescrever

a Constituição de 1891. A Constituição de 1934 mantinha a

organização governamental do Brasil (federação),o regime

presidencialista, com três poderes. Os seus 187 artigos (inspirados

na Constituição Alemã de 1919 e nas questões sociais resultantes do

fim da Primeira Guerra Mundial) remetiam diretamente à ordem

econômica e social, à família, educação e cultura, e à segurança

nacional.

Quanto ao caráter social, a Constituição de 1934 assegurava a

autonomia dos sindicatos de trabalhadores, regularizava a legislação

trabalhista e criava a Justiça do Trabalho. A legislação trabalhista

proibia a diferença salarial para um mesmo trabalho por motivo de

idade, sexo, nacionalidade ou estado civil; regulamentava o trabalho

das mulheres e dos menores (proibia o trabalho de menores de 14

anos, trabalho noturno a menores de 16 e em indústrias insalubres, a

menores de 18 anos e a mulheres); estabelecia o descanso semanal;

reduzia a carga horária diária para oito horas de trabalho; férias

remuneradas e indenização na demissão sem justa causa.

A Constituição estabeleceu a oferta do ensino primário gratuito e

obrigatório, e o ensino religioso seria facultativo nas escolas públicas,

enfatizando a liberdade de culto e crença.

Quanto às eleições, a Constituição de 1934 criou a Justiça Eleitoral e

inovou com a garantia do voto feminino e do voto secreto para todos

aqueles maiores de 18 anos. Somente os analfabetos, soldados,

padres e mendigos não poderiam ter direito ao voto.

Em julho de 1934, Getúlio Vargas foi eleito presidente da República,

pelo voto indireto da Assembleia Nacional Constituinte, devendo

exercer seu mandato até 3 de maio de 1938, onde seriam realizadas

eleições diretas para o cargo.

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Em março de 1934, é fundada a Aliança Nacional Libertadora, dirigida pelo PCB, já com Luis Carlos Prestes. Foi citado no VII Congresso da Internacional Comunista como exemplo de frente popular democrática - 400.000 membros. No dia 4 de abril desse ano, foi realizado o primeiro comício da ANL. O governo reprimiu e decretou a Lei de Segurança Nacional, proibindo o direito de greve e dissolvendo a Confederação Sindical Unitária. Alguns meses depois, Felinto Müller coloca a ANL na ilegalidade, estes optaram pelo levante armado e foram violentamente reprimidos. Foram criados o Estado de Sítio e a Comissão de Repressão ao Comunismo

Junto com as lutas sindicais cresciam também as mobilizações das massas trabalhadoras.

Anarco-Sindicalistas - Federação Operária de São Paulo

Socialistas - Coligação dos sindicatos proletários de 1934.

Lutavam pela completa autonomia sindical.

.

Em 1935 realizam a Convenção Nacional de Unidade dos

Trabalhadores, reunindo 300 delegados representando

500.000 trabalhadores, quando reorganizam a

Confederação Sindical Unitária, central sindical de todo o

movimento operário no Brasil

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Em novembro de 1937, Getúlio Vargas dá novo golpe e

instaura o Estado Novo. A Constituição de 1934 – com cerca

de 3 anos – seria substituída pela Constituição de 1937.

Entre os artigos da Constituição ficava clara a concentração de

poderes na mão de Getúlio, que instituiu para si próprio a

centralização do Poder Executivo e Legislativo. Além disso

dissolveu a Câmara dos Deputados, o Senado Federal, as

Assembleias Legislativas dos Estados e as Câmaras

Municipais.

Os Estados eram agora governados por interventores,

nomeados pelo governo central e os prefeitos nomeados pelos

interventores. Nessa nova Constituição, o caráter centralizador

do governo era acentuado e a autonomia dos Estados era

reduzida.

O sistema eleitoral também foi modificado. A eleição para a

Presidência da República seria feita de forma indireta e

aumentavam para seis os anos de mandato. Porém, na

vigência dessa Constituição e no Estado Novo não houve

eleição presidencial. Além disso, os partidos políticos foram

proibidos.

Quanto aos direitos trabalhistas, era retirado o direito do

trabalhador à greve, admitida a pena de morte e permitido o

expurgo de funcionários que eram contra o regime recém

instaurado. Nessa mesma direção, liberdade de imprensa e de

opinião foram reprimidos. A Constituição, apesar de seu texto

autoritário, não tinha plena vigência constitucional, ou seja,

nem todos os seus artigos foram postos em prática. Era um

documento de caráter formal, pois de 1937 a 1945, o Brasil

viveu praticamente sem Constituição, sob o domínio da

Ditadura, onde era visível o extenso controle e poder na figura

de Getúlio Vargas.

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1938: carta sindical concedida pelo

Ministério do Emprego e Trabalho ao

pedido feito por um grupo de 20

trabalhadores

Profissionalização da

categoria

Valorização da força

de trabalho

Sindicato dos Profissionais de

Enfermagem, Técnicos, Duchistas,

Massagistas e Empregados em Hospitais e

Casas de Saúde de Campinas e Região

Os primeiros registros mostram que em 1940 o

Sinsaúde possuía 130 associados.

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Em 1939, Decreto-Lei 1402. O enquadramento sindical, que tinha a função de aprovar ou não a criação de sindicatos. Este órgão era vinculado ao ministério do Trabalho. Nesse mesmo ano criou-se o imposto sindical.

Entre 1940 e 1953, a classe trabalhadora

dobra seu contingente alcançando 1,5 milhão de trabalhadores nas indústrias

concentração das mulheres dos operários da CUF do Barreiro, que estavam em greve, em Julho de 1943. Fotografia do Arquivo de O

SÉCULO.

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Deposição de vargas

eleições presidenciais e

Convocação da Assebléia

Nacional Constituinte

Fim da intervenção do Ministério do Trabalho nos sindicatos.

Fim do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda do Tribunal de Segurança

Nacional)

Criação da Lei Antitruste: desapropriação de empresas

consideradas lesivas aos interesses nacionais

Fechamento da Organização Sociedade Amigos da América, considerada representante do

imperialismo norte-americano

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Em dezembro de 1945: eleições para a presidência da

República e para a formação de uma Assembléia Nacional

Constituinte

Candidatos:

brigadeiro Eduardo Gomes, apoiado por uma ampla frente de

oposição a Vargas reunida em torno da União Democrática

Nacional (UDN); general Eurico Dutra, apoiado pelo Partido

Social Democrático (PSD), comandado pelos interventores

estaduais durante o Estado Novo, e mais tarde pelo Partido

Trabalhista Brasileiro (PTB), cuja base política era formada

principalmente por trabalhadores urbanos filiados a sindicatos

vinculadas ao Ministério do Trabalho; e Iedo Fiúza, lançado

pelo Partido Comunista do Brasil (PCB), que contava com os

votos das camadas médias e populares das grandes cidades

brasileiras.

A elite conservadora através da União Democrática

Nacionalista - UDN e PSD detém 70% do

parlamento

O PCB torna-se o maior partido comunista da América Latina com

cerca de 200.000 membros, conseguiu 10% de eleitorado para

presidente da República. Elegeu 14 deputados e um senador, Luis

Carlos Prestes, o mais votado da República.

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Apesar do crescimento administrativo e econômico, verificado

entre 1930 e 1945, o capitalismo industrial e financeiro somente

se estabeleceu no Brasil a partir de uma fase inicial de transição

ocorrida no governo Dutra, de 1946 a 1951. Nas eleições de

1945, elegeu-se também o Congresso Nacional, formado por

320 membros (deputados e senadores), com poderes para se

transformar em Assembléia Constituinte e elaborar a nova

Constituição do País

Setembro de 1946 - Congresso Sindical dos Trabalhadores do Brasil,

no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, 2.400 delegados. Os comunistas criam a Confederação Geral dos Trabalhadores

1946 - Dutra proibe a existência do MUT e suspende

as eleições sindicais.

1947 - Determina a ilegalidade do PCB,

cassando o mandato de seus

representantes no parlamento.

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A Quarta Constituição Republicana do Brasil, do ano de 1946,

manteve o sistema de governo presidencialista e a estrutura

federalista para a Nação.

Com relação à Constituição de 1937, a de 1946 ampliava os direitos

individuais, aumentava a autonomia dos municípios, pois extinguia o

papel dos interventores escolhidos pelo Poder Executivo, e limitava o

poder do Presidente da República.

A partir dela, a ordem democrática foi restabelecida. As eleições

diretas foram retomadas com voto secreto, o direito a greve voltava a

ser reconhecido, e também era garantida a liberdade de expressão e

de opinião.

O cargo de vice-presidente da República, suspenso em 1934, foi

restabelecido. O Poder Legislativo era exercido pela Câmara dos

Deputados e Senado. Os deputados candidatos deveriam ser maiores

de 21 anos e eram eleitos para um mandato de 4 anos. Os senadores,

para se candidatarem, deveriam ter mais de 35 anos, sendo eleitos 3

por Estado para um mandato de 8 anos.

O Poder Judiciário era exercido pelos seguintes orgãos: Supremo

Tribunal Federal; Tribunal Federal de Recursos; Juízes e Tribunais

Eleitorais, Juízes e Tribunais Militares; Juízes e Tribunais do Trabalho.

Com relação às questões trabalhistas e sindicalistas o governo,

através da Constituição, reconhecia o direito de greve, a participação

obrigatória e direito do trabalhador nos lucros da empresa, e a

aposentadoria facultativa do funcionário com 35 anos de serviço.

Também era garantida a liberdade de expressão e de opinião.

Durante a vigência desta Constituição ocorreu o Golpe militar de 1964,

na presidência de João Goulart. A partir de então, a carta magna

passou a receber uma série de emendas, que a descaracterizaram.

Foi suspensa por seis meses pelo Ato Institucional n°1 e

definitivamente extinta pela Constituição de 1967.

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1947: mais de 400 sindicatos

sofrem intervenção (governo Marechal Dutra)

Setembro/1946: Congresso Sindical dos

Trabalhadores do Brasil reúne 2.400

delegados. Os comunistas criam

oficialmente a Confederação Geral dos Trabalhadores - CGT

Proibição da existência do MUT e suspenção das eleições sindicais

1947: PCB é colocado na

ilegalidade do PCB e

cassado o mandato de seus

representantes no parlamento

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1954: criada a UTAB -

União dos Trabalhadores

Agrícolas do Brasil

(depois Sindicato do

Trabalhadores Rurais)

1951: cerca de 200 paralisações

provocadas por mais de 400.000 operários.

1952: 300 paralisações com

maior número de

trabalhadores 1953: 800 greves em SP (a

maior delas com 300 mil

trabalhadores de empresas

têxteis, metalúrgicos e gráficos)

Luta contra a fome e a carestia

mobiliza mais de 800.000 operários.

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1960: II Congresso

Sindical Nacional com

objetivo de combater o

"peleguismo".

1961: toma posse o governo

Janio Quadros que durou

apenas sete meses.

1954: criação da União dos Trabalhadores Agrícolas do Brasil

1955: surge a 1ª Liga Camponesa

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Setembro de 1961: toma

posse João Goulart que

ficou no poder até 31 de

março de 1964. O sistema é

alterado para

parlamentarista

1962: plebicito retorna o

sistema ao

presidencialismo

1963: fundada a CONTAG -

Confederação Nacional dos

Trabalhadores na Agricultura.

13 de março de 1964:

Comício na Central do

Brasil, com cerca de

200.000 pessoas pelas

reformas de base no RJ.