fundamento teórico

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F Fu un nd da am me en nt to o T Te ór ri ic co o Ana Catarina, nº1; Catarina Daehnhardt, nº 12; Inês Lopes, nº13; Joana Custódio, nº14; Raquel Lopes, nº23; 12ºC2

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Fundamento teórico do trabalho: Abandono e maus-tratos de cães e de gatos - www.canis-cattus.blogs.sapo.pt

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Page 1: Fundamento teórico

FFFuuunnndddaaammmeeennntttooo

TTTeeeóóórrriiicccooo

Ana Catarina, nº1; Catarina Daehnhardt, nº 12;

Inês Lopes, nº13; Joana Custódio, nº14; Raquel Lopes, nº23;

12ºC2

Page 2: Fundamento teórico

Identificar vantagens/desvantagens existentes na relação

do Homem actual com os animais domésticos (cão e gato)

A relação entre o ser humano e os animais domésticos existe há milhares de

anos e tem sido objecto de estudo em diversas áreas do conhecimento como, por

exemplo, a Psicologia. O estudo do relacionamento dos animais de estimação (cães e

gatos) com o homem tem-nos permitido obter um maior conhecimento sobre o

próprio ser humano.

Esta relação traz, tanto vantagens, como desvantagens ao ser Humano.

Vantagens:

Desde sempre, o ser humano procurou nos animais de estimação a formação

de uma relação de afecto. Devido às exigências sociais da actualidade e ao facto do

Homem viver num ambiente cada vez mais stressante, o ser humano tende a isolar-se

a nível emocional, existindo uma grande necessidade de comunicação interpessoal.

Isto leva-o a procurar a companhia de animais de estimação, principalmente de cães e

de gatos, que se tornam um membro da família.

A relação que se forma entre os animais de estimação e o ser humano traz

muitas vantagens para o mesmo, a nível físico, mental e emocional.

Estudos realizados pela fundação The pets for the Eldery Foundation no âmbito

dos animais de companhia permitiram concluir que acariciar um animal pode ajudar a

reduzir a pressão sanguínea, permite estimular o bom humor e o divertimento, diminui

a possibilidade de ter uma depressão e transmite uma sensação de segurança.

A presença de um animal doméstico é também benéfica para as famílias, uma

vez que favorece a comunicação entre os membros da mesma. O facto do animal estar

permanentemente disponível para o convívio com os seus donos é um factor-chave

para o relacionamento entre os familiares.

Os idosos também beneficiam

do estabelecimento de uma relação

com os animais domésticos. Tendo em

conta que actualmente existe um

número cada vez maior de idosos que

vivem sozinhos, os cães e os gatos

tornam-se numa importante

companhia. Nestes casos, os animais

acabam por funcionar como uma

compensação para o “ninho vazio”

provocado pela saída dos filhos de casa, preenchendo a solidão de que estas pessoas

são vítimas. Ter um animal de estimação permite aos idosos tornaram-se mais activos.

Fig. 1 – Idosa a conviver com um cão

Page 3: Fundamento teórico

Fig. 2 – Criança a conviver com um gato

Além disso, a responsabilidade de cuidar de um animal faz com que os idosos tomem

melhor conta de si.

O facto de uma mulher estar grávida não é impedimento para ter um animal de

estimação, uma vez que, se o animal for treinado, pode até ser benéfico para a criança.

Os animais, para além de companheiros leais, ajudam as crianças a desenvolver um

sentido de responsabilidade e a formarem relações.

Num estudo feito por Robert Bierer, constatou-se que as crianças,

principalmente com idades entre os 10 e os 12 anos, que tinham animais possuíam

maior empatia e auto-estima do que as que não tinham animais.

Segundo um estudo da Faculdade de Medicina da Geórgia, Estados Unidos, as

crianças criadas em contacto com cães e gatos apresentam menor risco

de desenvolver alergias. Esta equipa estudou 474 crianças até aos sete anos e

comparou as que estavam expostas a animais com as que nunca contactavam com

eles.

Tinham um animal

Tinham dois ou mais animais

Não tinham animais

Alérgicas a gatos

11,6% 7,7% 15,5%

Alérgicas a cães

3,5% 2,6% 8,6%

Tabela 1 - Estudo sobre alergias em crianças

Este estudo permitiu aos cientistas concluir que as lambidelas dos animais,

carregadas de bactérias, alteram a resposta do sistema imunitário, levando-o a

proteger-se.

Uma vantagem descoberta muito recentemente da

relação do Homem com o gato, relaciona-se com o seu

ronronar. Apesar de não existir consenso sobre a sua

origem, sabe-se que o ronronar dos gatos é uma espécie

de terapia para os mesmos que ajuda a fortalecer os ossos

e a facilitar a respiração. Estas descobertas levaram a que

se pensasse numa forma de aplicação desta terapia aos

seres humanos. O contacto das pessoas com um gato a

ronronar fortalece o sistema imunitário do Homem e

provoca o alivio de diversos tipos de dores.

Desde há muitos anos que os animais são utilizados

por psicólogos e psiquiatras em sessões de terapia. Se

repararmos, mesmo inconscientemente, as pessoas têm tendência a falar com os

animais como se eles fossem humanos. Assim, é possível esquecermos os nossos

problemas e preocupações e sentirmo-nos apoiados.

Page 4: Fundamento teórico

“Estudo após estudo, a Terapia Assistida por Animais tem provado ser uma ferramenta válida para ajudar as pessoas (…) a construir um novo senso de auto-confiança. A Terapia Assistida por Animais tem demonstrado poder de combater o isolamento e facilitar a socialização.” INATAA – Instituto Nacional de Acções

e Terapias Assistidas por Animais

A estas terapias dá-se o nome de TAA –

Terapias Assistidas por Animais e têm por

objectivo promover melhorias no

funcionamento físico, mental e emocional dos

pacientes. Segundo os especialistas, o

desenvolvimento de uma relação de afecto e de

confiança, permite desenvolver a auto-estima e

sentimentos de proximidade e segurança.

Este efeito benéfico dos animais de

companhia tem sido usado em muitas variantes de terapia, nas quais se usam

sobretudo os cães, pela sua autoconfiança, autodomínio e afabilidade.

Quando falamos em TAA que estão relacionadas com o cão, referimo-nos a

Cinoterapia. Esta forma de terapia foi

desenvolvida em 1953 pelo Dr. Boris

Levinson. Este médico constatou que

quando um cão estava presente no seu

consultório, os pacientes perdiam as suas

inibições, favorecendo a comunicação

entre o médico e o paciente.

Desde então, os cães têm sido

utilizados nas mais diversas variantes de

terapia animal, relacionada com projectos de educação, psicoterapia, fisioterapia e até

recuperação social de grupos em risco.

Nestas terapias, o cão funciona como co-terapeuta, sendo que qualquer raça

de cães pode ser utilizada, incluindo cães sem raça definida. Para serem utilizados

nestas terapias, os cães têm de ser saudáveis e têm de ter uma boa personalidade, ou

seja, têm de ser calmos, dóceis e gostar de interagir com pessoas. Além disso, estes

animais têm de ser treinados para terem um bom comportamento perante as pessoas

envolvidas na terapia.

Uma das variantes da terapia animal consiste

em ajudar crianças “em risco” a quebrar o seu ciclo

de violência.

O Projecto Shiloh, criado em 1995, em

Fairfax na Verginia, Estados Unidos, junta uma

dessas crianças com um cão abandonado. Estas

crianças têm um passado de violência e abuso para

com animais e pessoas. Na escola, três vezes por

semana, aprendem a ensinar o cão a submeter-se à educação humana e fazem

exercícios de comunicação. Este programa tem ajudado as crianças a ganharem

respeito pelos animais e a relacionarem-se melhor com as pessoas enquanto

Fig. 4 - The Shiloh Project

Fig. 3 - Cinoterapia com crianças

Page 5: Fundamento teórico

transformam um cão não desejado num companheiro pronto para ser adoptado e

fazer parte de uma família.

Algumas prisões em Portugal, seguindo o exemplo do que se verifica noutros

países, utilizam uma forma de terapia com animais. Os estabelecimentos prisionais de

Monsanto e do Linhó, por exemplo, possuem Hotéis para animais. Quando os donos

vão de férias podem deixar aqui os seus animais, por um preço reduzido, sendo da

responsabilidade dos reclusos tomar conta deles. Esta terapia faz parte do programa

de recuperação dos reclusos, permitindo-lhes interagir num ambiente mais saudável

com os outros reclusos e os animais.

Apesar dos cães serem o animal doméstico mais utilizado em terapias com o

ser humano, também existem algumas variantes das TAA que estão relacionadas com

o gato. Estes animais são, sobretudo, utilizados para auxiliarem pacientes com

distúrbios psicológicos e a terapia realiza-se simplesmente, através da interacção dos

gatos com os pacientes.

Nise da Silveira foi uma conhecida psiquiatra brasileira que utilizou a terapia

com gatos para tratar pacientes com esquizofrenia. Conhecem-se também casos em

que este tipo de terapia foi utilizada para ajudar crianças com problemas de

hiperactividade.

O objectivo da terapia com animais domésticos é proporcionar os benefícios do

estabelecimento de uma relação com estes animais a pessoas de todas as idades e

com os mais variados problemas. As terapias referidas provocam melhorias ao nível da

saúde física, mental e emocional que se vão reflectir numa melhoria da qualidade de

vida dos intervenientes.

Entre as diversas actividades nas

quais os cães auxiliam os seres humanos

no quotidiano encontram-se os cães-guia.

Estes cães são treinados para guiar

pessoas com deficiências visuais e auxiliá-

las nas suas tarefas do dia-a-dia.

O número de pessoas que conta

com o auxilio destes animais é reduzido.

No entanto, já há instituições que

começam a investir em projectos de

capacitação de cães para esta função.

Durante a condução de doentes visuais é necessário que o cão consiga discernir

eventuais perigos. Isto requer cães de inteligência bastante elevada e com muitas

horas de treino.

As raças caninas escolhidas para cães-guia dependem, sobretudo, do país em

questão. De uma maneira geral as raças mais utilizadas são o Pastor Alemão, o Golden

Retriever e o Labrador. Isto não quer, no entanto, dizer que cães de outras raças não

Fig. 5 – Labrador a ser utilizado como cão-guia

Page 6: Fundamento teórico

possam também desempenhar a função de cães-guia. Na Nova Zelândia, por exemplo,

são mesmo utilizados rafeiros como cães-guia.

Os cães têm de ter, sobretudo, um temperamento dócil, facilidade para se

adaptarem a novas situações, um tamanho considerável, inteligência e facilidade em

aprender, uma vez que o cão terá de passar por um longo período de treino que o

capacitará a desempenhar uma série de funções fundamentais para garantir o bem-

estar do seu dono. Este treino, para além de demorar bastante tempo, também é

muito dispendioso.

Após o nascimento, o potencial cão-guia é observado até à 8ª semana de vida

com o intuito de se verificar a sua saúde, temperamento e espírito de liderança. Se for

aprovado, passa por um período de convivência com humanos durante

aproximadamente um ano, ficando aos cuidados de uma família voluntária. É durante

esta fase que o animal recebe o treino específico para ser cão-guia, aprendendo uma

série de comandos básicos, como por exemplo, “senta” ou “deita”, parar para descer e

subir escadas e para atravessar a rua, etc.

Quando o cão voltar para a escola será treinado durante cerca de 7 meses. Os

que não se qualificarem como cães-guia serão utilizados como cães de companhia, por

exemplo, para pessoas com dificuldades de locomoção e os que forem adequados para

desempenhar essa função iniciam o contacto com o seu futuro dono, sendo que este

recebe as orientações necessárias para aprender a cuidar do seu novo animal de

estimação.

Outra das vantagens existentes na relação entre o homem e o cão, é o facto de

este ser um excelente protector do seu dono. Desde a antiguidade que o cão

demonstra ser capaz de apoiar e ajudar o homem, sendo depois recompensado, o que

cria uma relação benéfica para ambos.

Actualmente, cães de grande

porte são utilizados pela polícia a

fim de ajudarem quer em

investigações, quer em campo,

sempre que é necessária a sua

intervenção. Os cães são animais

com características muito

particulares, o que os torna muito

bons investigadores. O principal

motivo do uso de cães em forças

militares é o seu olfacto, que é cerca de cinquenta vezes mais sensível do que o do ser

humano. Deste modo, consegue distinguir muito mais facilmente cheiros específicos, o

que permite que encontre criminosos, armas, bombas, drogas e ainda outras

substâncias muito mais rapidamente que o homem. Através do seu olfacto, os cães

conseguem também farejar uma maior área, estando cientificamente provado que o

homem precisa de dezanove vezes mais tempo do que o cão para verificar o mesmo

Fig. 6 - Cães-polícia

Page 7: Fundamento teórico

espaço. Outro benefício é o seu rosnar, pois um cão pode emitir sons muito altos,

provocando medo e fazendo com que os criminosos se entreguem, o que evita o

contacto físico violento. A sua força, rapidez e agilidade, permite apanhar indivíduos

em fuga e mantê-los dominados até chegarem os seus oficiais.

Para que possam desempenhar estas funções e antes de serem postos em

campo, os cães precisam de um treino intenso e flexível, baseado numa relação de

companheirismo com os treinadores e os donos, acabando muitas vezes por se

tornarem animais de estimação dos mesmos.

A primeira raça de cães a ser utilizada para estes trabalhos foram os Beagle,

pois o seu faro é extremamente apurado. Actualmente, usam-se cães maiores como os

rottweiler, os cane corso, os pastor belga, os pastor alemão, os dogue alemão, os

bóxer, os schnauzer, os leonberger, entre outros. Em Portugal, as raças mais utilizadas

são os rottweiler e os pastor alemão.

A utilização destes animais traz benefícios para a polícia uma vez que estes

animais desenvolvem um bom trabalho, sendo por vezes indispensáveis na resolução

de algumas investigações. Esta relação também é benéfica para o cão, pois este é

acolhido pelos membros da equipa em que está inserido e recebe uma casa e uma

família.

Desvantagens:

Acolher um animal de estimação em casa também traz desvantagens. Isto

porque existem muitos aspectos a ter em conta antes da adopção de um animal.

Adoptar um animal implica muitas responsabilidades, perda de tempo a cuidar do

mesmo, menor disponibilidade para viajar, assim como acesso limitado a espaços

públicos, quando na companhia do mesmo. A educação do cão é também algo a

considerar, uma vez que o controlo do

seu comportamento é fundamental.

Este controlo pode ser feito através de

escolas de cães, onde os cães são

treinados em termos de obediência e

agilidade.

Todos estes aspectos

envolvem custos elevados,

principalmente o tratamento do bem-

estar físico do animal, que implica

visitas regulares ao veterinário e, na

maior parte dos casos, a esterilização.

Quando as pessoas adoptam um animal, formam com este uma forte relação

de afecto. A perda do animal de estimação torna-se, por isso, muito complicada,

principalmente, quando os donos vivem sozinhos. Isto é comprovado pelo facto de

existirem vários cemitérios para animais, onde estes permanecem enterrados, muitas

Fig. 7 - Cemitério dos animais domésticos no Zoo de Lisboa

Page 8: Fundamento teórico

vezes, durante décadas, revelando o sentimento de perda que as pessoas sentem

perante a morte dos seus animais de companhia.

Pode-se então concluir que, apesar do trabalho e da constante atenção de que os

animais necessitam, somos sempre recompensados pela sua presença, pois eles

proporcionam-nos alegria, lealdade e permitem a construção de uma relação de afecto

e proximidade que traz muitos benefícios ao ser humano.

Trabalho realizado por:

- Catarina Daehnhardt

- Inês Lopes

- Joana Vicente

Page 9: Fundamento teórico

Identificar as consequências para o ambiente e para a

população que resultam do abandono dos animais

domésticos (cães e gatos)

O abandono e os maus-tratos dos animais domésticos tem vindo a aumentar.

Além de consequências para os animais, isto provoca também efeitos no ambiente e

na comunidade.

A consequência ambiental mais óbvia que resulta do abandono dos animais

domésticos relaciona-se com os excrementos dos cães, que são muito evidentes nas

ruas, parques e um pouco em todas as cidades. Os excrementos não só são

incomodativos para os habitantes, como a sua limpeza custa anualmente elevadas

quantias de dinheiro aos serviços municipais.

Os cães e os gatos abandonados criam

autênticas colónias de animais assilvestrados que

têm de se alimentar de outras espécies de animais,

como aves, répteis, anfíbios e pequenos mamíferos.

Tanto os gatos como os cães podem constituir

problemas para o ambiente ao causarem graves

desequilíbrios nos ecossistemas. Esta situação está,

no entanto, dependente de diversos factores, como a dimensão da colónia/matilha,

zona onde habitam, espécies que vivem nessa zona, etc.

Este problema torna-se especialmente grave quando os animais capturados

pertencem a espécies protegidas, o que parece acontecer bastante no caso dos

animais capturados pelos cães. Segue-se uma lista das espécies protegidas que são

mais frequentemente capturadas por estes animais:

Tabela 2 - Espécies protegidas mais frequentemente capturadas por cães

Para combater esta situação, em muitas Áreas Protegidas é interdita a

circulação de cães. No entanto, as espécies protegidas não se encontram apenas

nessas zonas do território, pelo que esta medida apenas resolve parcialmente o

problema.

Esta situação é também bastante preocupante no caso dos gatos que, apesar

de serem controladores de pragas (como por exemplo, de ratos) são predadores natos,

podendo prejudicar seriamente a dinâmica dos ecossistemas.

Répteis Sardões, Lagartixas e Cobras.

Aves Passeriformes, Toutinegras, Chapins, Pintassilgos, Rolas-turcas, Andorinhões, Poupas.

Mamíferos Lirão, Doninha, Toirão, Musaranhos, Toupeira, Ouriço-cacheiro, Geneto.

Fig. 8 – Gato a alimentar-se de um pássaro

Page 10: Fundamento teórico

Importa agora distinguir os conceitos de gatos selvagens, ferais e vadios. Os

gatos selvagens descendem de espécies selvagens e, por esse motivo, vivem longe do

contacto humano há várias gerações. Os

gatos vadios são gatos abandonados e

que, por isso, apresentam um

temperamento semelhante ao de um

gato doméstico. Aos animais desta

espécie que vivem na rua, mas que

descendem de gatos domésticos, dá-se o

nome de gatos ferais e são estes que

constituem uma maior ameaça aos

ecossistemas uma vez que, não tendo tido contacto com humanos, têm os instintos

predadores bem desenvolvidos e, tendo descendido de animais domésticos são,

geralmente, introduzidos em ecossistemas como espécies predadoras,

desestabilizando o seu funcionamento e organização.

Os gatos ferais vivem, na maioria das vezes, em colónias que se localizam em

sítios escondidos do Homem (como edifícios abandonados ou pequenas florestas) e

próximos de alimento, que é, muitas vezes, fornecido pelo próprio ser humano.

Nalguns países da América do Norte, assim como na Nova Zelândia e na

Austrália, os gatos são considerados pragas devido à ameaça que representam para as

espécies em risco de extinção.

As colónias de gatos são, geralmente, mais prejudiciais do que as de cães,

devido ao ritmo exacerbado da sua proliferação.

A esperança média de vida para os gatos que vivem na rua, numa colónia fixa é

de cerca de cinco anos, enquanto que os que vivem de forma individual, não

ultrapassam os dois anos de vida. Um

casal de gatos com uma média de 2

ninhadas por ano e com 3 crias por

ninhada, em cinco anos de vida, gera

cerca de 12.680 gatos. Apesar de parte

destes gatos morrerem antes de

atingirem a idade da reprodução, o

impacto de uma população de centenas

de gatos numa zona rural ou urbana tem efeitos bastante negativos, tanto para as

restantes espécies que habitam a região, como para a própria comunidade.

A consequência mais evidente para a população que resulta do abandono e dos

maus-tratos dos cães e dos gatos prende-se com a transmissão de Zoonoses. Este

termo é utilizado para designar doenças infecciosas transmissíveis, em condições

naturais, dos animais vertebrados – tanto domésticos como selvagens – ao Homem e

inversamente.

Fig. 9 - Colónia de gatos no Egipto

Fig. 10 – Reprodução dos gatos

Page 11: Fundamento teórico

A Zoonose mais conhecida é a raiva. Esta doença é

provocada por um vírus que se instala no sistema nervoso

e pode ser transmitida pelo contacto da saliva em

mordeduras, lambidelas em feridas, mucosas ou

arranhões, sendo que o principal agente de transmissão

desta doença é o cão. Os canis municipais foram,

inicialmente, criados para evitar a propagação desta

doença que actualmente se encontra erradicada em

Portugal. Apesar disto, a vacinação dos cães contra esta

epidemia é, por lei, obrigatória, dado que a doença é

mortal em praticamente todos os casos.

Apesar da raiva ser a única Zoonose que possui

vacina cuja toma é obrigatória por lei, existem outras

Zoonoses relativamente comuns como a Leptospirose,

que se transmite através da urina dos animais afectados

que raramente manifestam sintomas clínicos, e a

Leishmaniose. Esta última transmite-se aos cães através

da picada de um mosquito que se alimentou de sangue de

um animal infectado e constitui, em países como o Brasil,

um grave problema de saúde pública.

Os parasitas surgem nos animais domésticos, mais frequentemente, entre os

meses de Maio e Setembro, devido ao calor.

A maior parte destas doenças podem ser evitadas

através de acções de prevenção, como a vacinação e a

desparasitação que deve ser realizada de forma regular de

modo a evitar o contágio de parasitas, como as ténias, as

lombrigas e as carraças que podem transmitir febre da

carraça. Esta doença não é transportada directamente pela

carraça, mas sim por uma bactéria que vive no organismo da

mesma. Afecta de forma dolorosa os seres humanos e é transmitida, geralmente, pelos

cães.

Outro parasita frequente nos animais domésticos são as pulgas que são

transmitidas com facilidade ao ser humano, provocando múltiplas lesões na pele

afectada.

Existem várias consequências, tanto para o ambiente como para a população

que resultam do abandono dos animais domésticos e que passam pelos excrementos

em locais públicos, pela captura de espécies em perigo e pela proliferação de doenças

e de parasitas.

O problema dos excrementos pode-se resolver através da limpeza das cidades.

No entanto, tanto no caso da proliferação de doenças e de parasitas, como na captura

Fig. 11 - Cão com o vírus da raiva

Fig. 12 - Vírus da raiva observado ao Microscópio Electrónico

Fig. 13 - Pulga

Page 12: Fundamento teórico

de espécies em perigo, a única solução possível trata-se da remoção dos animais das

vias públicas e na sua vacinação e desparasitação.

Texto realizado por:

- Ana Catarina

- Inês Lopes

Page 13: Fundamento teórico

Fig. 1 – Gatos abandonados

Fig. 2 – Ninhada de cães abandonados

IIIdddeeennntttiiifffiiicccaaarrr fffooorrrmmmaaasss dddeee cccooonnntttrrrooolllooo dddaaa pppooopppuuulllaaaçççãããooo dddeee

cccãããeeesss eee gggaaatttooosss

Podemos considerar que por cada criança que nasce, nascem cerca de 15 cães

e 45 gatos. Por cada cadela que nasça, são gerados, indirectamente, 64 mil filhotes em

seis anos enquanto que por cada gata são gerados,

também indirectamente, 420 mil filhotes em sete

anos. Não existem pessoas suficientes para tomar

conta de tantos animais. Mesmo que exista mais

de um animal em cada casa ainda existiriam alguns

sem dono. Isto leva-nos à problemática do

aumento da população de animais errantes, isto é,

animais sem dono que vivem nas vias públicas.

Estes animais são potencialmente perigosos, uma vez que

podem provocar acidentes de trânsito, morder as

pessoas e outros animais, transmitir doenças, etc.

Uma das formas de controlo da população de animais passa por instituições de

acolhimento de animais e por canis municipais, uma vez que os removem das vias

públicas. A origem dos canis/gatis municipais data do final do séc. XIX, quando se

tornaram uma parte integrante da estratégia de controlo da raiva em Portugal. Ás

câmaras municipais compete, de acordo com o art. 8º do D.L. nº 314/2003, de 17 de

Dezembro e o artº 19º do DL 315/2003, de 17 de Dezembro, proceder à recolha de

animais de companhia sempre que seja necessário. Para isso são obrigadas a manter

instalações destinadas ao alojamento temporário destes animais de companhia – canis

e gatis ou centros de recolha.

Desde 2001, os canis são considerados centros de recolha oficial, ou seja, alojamento

oficial onde um animal é hospedado por um período determinado pela autoridade

competente, nomeadamente os canis e gatis municipais, não podendo funcionar como

locais de reprodução, criação, venda e hospitalização.

Não existe um modelo de Centro de Recolha Oficial único, cada município deve edificar

uma estrutura adequada ao seu concelho, de acordo com a dimensão populacional

tanto de animais, errantes ou com dono, como de pessoas.

Alguns canis recorrem à captura e sacrifício de animais errantes que, para além de ser

um acto desumano que vai contra as leis de

protecção dos animais, nunca se provou

eficiente. A captura em massa de animais

errantes já foi posta em prática em vários

países e nenhum deles conseguiu reduzir o

número de animais vadios em vias públicas.

Isto acontece porque, enquanto o ambiente

Page 14: Fundamento teórico

Fig. 3 – Esterilização cirúrgica

conseguir suportar o aparecimento de novos espécimes de forma a garantir a sua

sobrevivência, estes vão continuar a aparecer nesse local. Esta forma de controlo da

população de cães e gatos é ineficaz sobretudo por não actuar nas principais causas do

problema: a procriação excessiva destes animais, a irresponsabilidade ou ignorância

dos proprietários, que deixam os seus animais passear sozinhos sem estarem

esterilizados, e a má gestão do lixo urbano, que serve de alimento para estes animais.

A apreensão de cães errantes é indicada com particular ênfase para as áreas de focos

de raiva ou de outras doenças e deve ser realizada após um planeamento minucioso,

com conotação epidemiológica e conhecimento prévio da população, segundo técnicas

adequadas.

Os canis tornaram-se um meio mais eficiente de controlo da população de cães

e de gatos, uma vez que, para além de removerem os animais das vias públicas,

também esterilizam os que colocam para adopção. Desta maneira, mesmo que o dono

deixe o seu animal passear livremente, este nunca vai contribuir para o aumento

indesejado da população da sua espécie.

A esterilização e a castração cirúrgica são métodos

definitivos de controlo da população animal.

Consistem na remoção dos órgãos sexuais

através de uma orquiectomia ou de uma

vasectomia para o caso dos machos e no caso

das fêmeas recorre-se a à ovariectomia, à

histerectomia ou à

ovariosalpingohisterectomia.

Quando se submete uma cadela ou uma gata à

esterilização, é comum optar-se pela

ovariosalpingohisterectomia, uma vez que das três

cirurgias é a que remove completamente os órgãos reprodutivos. O principal objectivo

desta intervenção é terminar com o cio e, consequentemente, a gravidez da fêmea e o

aparecimento de animais indesejados. Para além disto a ovariosalpingohisterectomia

previne o aparecimento de doenças ao nível do útero, tal como, o Complexo

Hiperplasia Endometrial Cística (Piometra), que normalmente se desenvolve devido à

utilização de hormonas sintetizadas.

A castração, realizada nos cães ou gatos, pode ser ao nível dos testículos

(orquiectomia) ou ao nível dos canais deferentes que conduzem o líquido seminal

(vasectomia). Para além de ter benefícios a nível da saúde física do animal, pois

previne o aparecimento de tumores nos testículos e na próstata, a castração também

altera o estado psicológico do mesmo uma vez que, está provado que níveis altos de

testosterona provocam respostas mais agressivas perante situações de negação.

Page 15: Fundamento teórico

Fig. 4 – Ida ao veterinário

A esterilização pode ser então vista como a única forma

eficaz de controlo da sobrepopulação de animais

domésticos (cães e gatos). Este método ultrapassa

qualquer outra prática veterinária para este fim,

uma vez que os seus benefícios não são só ao

nível de saúde do próprio animal mas também

ao nível de vida dos donos.

Para muitas pessoas a remoção definitiva dos

órgãos sexuais do animal não deve ser a primeira

opção, em alternativa são feitas hormonoterapias.

Este método é semelhante à esterilização, na

medida em que permite o controlo e a manipulação do cio. Tal como as hormonas

utilizadas pelo Homem, os animais ingerem medicamentos que contêm dosagens de

progesterona que regulam as concentrações de outras hormonas, produzidas pelo

complexo hipotálamo-hipófise. No entanto, a hormonoterapia não é recomendada

pelos médicos veterinários, uma vez que apresenta efeitos secundários consideráveis,

como por exemplo, inibição da imunidade uterina, multiplicação das glândulas

endometriais com consequente desenvolvimento de piometra (doença causada por

uma infecção bacteriana dentro do útero de cadelas e gatas), desenvolvimento de

diabetes e aumento da formação de tumores mamários.

A juntar aos custos das terapias os custos das operações para reverter os efeitos

secundários provocados por estas, supera o custo de uma esterilização cirúrgica. Por

esta e por todas as outras razões, as clinicas veterenárias recomendam a intervenção

cirurgica.

A esterilização e a castração dos animais de estimação são assim formas de

controlo fundamentais para diminuir o contínuo crescimento de animais abandonados

nas ruas, pois actuam na principal fonte do problema, a procriação excessiva destes

animais.

Texto realizado por:

- Catarina Daehnhardt

- Raquel Lopes

Page 16: Fundamento teórico

IIIdddeeennntttiiifffiiicccaaarrr,,, qqquuuaaannntttiiifffiiicccaaarrr eee eeexxxpppllliiicccaaarrr aaasss sssiiitttuuuaaaçççõõõeeesss dddeee

aaabbbaaannndddooonnnooo eee mmmaaauuusss tttrrraaatttooosss dddeee aaannniiimmmaaaiiisss dddooommméééssstttiiicccooosss nnnooo

cccooonnnccceeelllhhhooo dddeee SSSiiinnntttrrraaa

O abandono e os maus tratos de animais domésticos são um problema cada vez

maior no nosso país. Em Portugal mais de 10.000 animais são abandonados todos os

anos, sendo que, até surgir a Declaração Universal dos Direitos dos Animais em 1978,

este acto já era punível criminalmente em países como a França, a Itália e o Canadá. Já

em Portugal, apenas se punia o abandono de animais velhos e doentes na via pública.

Existem várias causas de abandono e muitas delas promovem apenas a

comodidade do homem. Este acto demonstra falta de respeito e ingratidão para com

os animais, pois a interacção que o homem estabelece com estes traz-lhe acima de

tudo muitos benefícios.

Hoje em dia, todos os motivos servem para justificar o abandono de um cão ou de um

gato. Por exemplo, a entrada de um novo

membro na família. Quando uma mulher

engravida é comum pensar que o animal

pode transmitir doenças prejudiciais a si e

ao bebé. Quando o bebé nasce também é

frequente pensar-se que o animal o pode

prejudicar com o seu pêlo, com os seus

comportamentos e atitudes e ainda por

tentar ocupar o seu espaço. Uma

alternativa ao abandono passaria pela

educação e supervisão do animal, controlando-se, assim, a relação entre o animal e a

criança que não iria restringir o contacto entre os dois, pois este pode ser benéfico.

As férias podem ser outro problema para os animais domésticos. A chegada do

calor, a possibilidade de viajar e não haver um local onde se possa deixar um animal

são as principais “desculpas” para o abandono. No nosso país, muitos hotéis, pousadas

e senhorios ainda não aceitam a presença de animais e as alternativas (como os hotéis

de cães e gatos, os canis e os gatis) são muito dispendiosas. Nestas épocas também é

difícil encontrar alguém disponível para ficar com o animal sendo a hipótese mais fácil

o abandono. Podem então optar-se por diferentes tipos de férias, como por exemplo,

o campismo, que permite a entrada de animais, ou escolher estabelecimentos que

autorizem a companhia dos mesmos.

Outro motivo de abandono é

a adopção irresponsável.

Muitas pessoas quando

recorrem à adopção de um

cão ou de um gato, não

Fig. 1 - educar o gato para reconheçer o bebé

Fig. 2 - os serra da estrela podem atingir até 60kg na idade adulta

Page 17: Fundamento teórico

pensam nas consequências a longo prazo. Por exemplo, nos custos do veterinário, da

alimentação, e outras despesas essenciais para o bem-estar do animal. No entanto, ter

um animal não é simplesmente alimentá-lo,

ele precisa de atenção constante tal como

qualquer outro membro da família. Pode ainda

ser visto como adopção irresponsável quando

o motivo do abandono é o crescimento do

animal. Para evitar estas situações, as pessoas

antes de adoptarem os animais deviam avaliar

as condições de que dispõem tanto ao nível de

espaço como financeiramente.

Existem ainda outras razões para o

abandono de animais de estimação, como a mudança de casa, o envelhecimento do

animal ou os divórcios entre casais.

Existem outras formas de maltratar os animais. O comportamento dos animais

pode ser influenciado pelo comportamento dos seus donos. Uma Universidade da

Pensilvânia realizou um estudo sobre este assunto e concluíram que donos agressivos

geram cães agressivos, tendo-se verificado que «pelo menos um quarto dos cães

reagiu agressivamente perante a utilização de métodos hostis por parte dos seus

donos».

Podem destacar-se vários tipos de maus-tratos a animais, como as lutas de

cães. No Verão, o número de lutas clandestinas entre os animais aumenta, sendo que

as raças mais utilizadas são os Boxer, os Dobermann, os Dog Argentino, os Rotweiller e

os Pit Bull, sendo que estes últimos são os mais utilizados.

Esta prática gera lucros não só para os donos dos animais, mas também para quem

assiste, uma vez que as apostas são o principal motivo para existirem estas lutas. O

divertimento é também um grande incitador destes «espectáculos», tornando-se

assim uma forma de exploração dos animais.

Uma outra forma de maltratar os

animais, e que pode até causar a sua

morte, é o envenenamento. Em Portugal, o

envenenamento de cães e de gatos,

constitui uma das maiores causas de morte

dos mesmos. As razões que estão por

detrás deste acto não o justificam, e vão

desde o envenenamento por parte de

pessoas que se sentem incomodadas com a

presença do animal a envenenamento por

simples diversão. As vítimas mais comuns

são, geralmente, os animais abandonados

o que não permite que muitos deles

Fig. 3 – os divórcios são uma causa frequente de abandono

Fig. 3 – os animais envenenados são geralmente abandonados na rua

Page 18: Fundamento teórico

sobrevivam a este tipo de maus-tratos. Estatísticas mostram que apenas 1/3 dos

animais intoxicados sobrevivem, uma vez que após ingerido o veneno é muito difícil

impedir a contaminação do animal. O envenenamento, quando praticado

intencionalmente, é um acto punível por lei.

Os animais podem também ser

vítimas de maus tratos se fizerem parte de

uma companhia de circo ou se estiverem

integrados noutro tipo de espectáculos,

como competições, concursos ou até em

publicidade.

Os animais que pertencem a companhias de

circo, são geralmente os que mais sofrem,

pois os cachorros são educados para fazerem

os truques que o domesticador pretende

sendo que, quando estas manobras não são

executadas na perfeição, sofrem castigos

físicos ou psicológicos. Dos castigos físicos

podem destacar-se as chicotadas e a falta de

alimento, e dos psicológicos pode destacar-se o aprisionamento em jaulas isoladas ou

ainda repreensões verbais. Todos estes comportamentos por parte do homem acabam

por causar vários problemas ao animal, nomeadamente mudanças de comportamento,

agressividade, tristeza ou ainda debilitações físicas que podem permanecer ao longo

da vida. Além destes castigos, existem ainda muitos cães no circo que nunca são vistos

pelo veterinário. Este facto, além de demonstrar o comportamento negligente dos

responsáveis é também propício à propagação de doenças, que debilitam os animais.

Visto que muitos circos são nómadas, é normal que os cães ou os gatos sejam

transportados em alojamentos inadequados, que não permitem a sua mobilidade.

Todos estes factores têm consequências para os animais, pois estes nunca têm uma

família de referência, nem nunca se sentem verdadeiramente acarinhados por alguém,

tornando-se tristes e submissos, devido ao medo que têm dos seus treinadores.

O bem-estar do animal é essencial, mas muitas vezes esse bem-estar não é

respeitado, sendo que estes

animais são vítimas de

negligência por parte dos seres

humanos.

Muitas vezes, os animais

são deixados completamente ao

abandono na sua própria casa

sem comida, água ou as mínimas

condições de higiene. Outro sinal

Fig. 4 – cães do circo

Fig. 5 – cão abandonado

Page 19: Fundamento teórico

de negligência é quando os animais são deixados infestados com carraças ou pulgas, o

que constitui não só uma ameaça para si como para quem os rodeia.

Tal é a gravidade do problema que têm existido cada vez mais leis no sentido

de impedir o abandono e os maus tratos de animais.

Em Portugal existe um regime de protecção jurídica dos animais uma vez que

os maus-tratos são graves e passíveis de serem punidos. Muitas das leis que prometem

a defesa dos animais, podem ser vistas como materialistas, uma vez que se referem

aos animais como se de objectos se tratassem.

Actualmente nos Arts. 308º a 310º

do código penal Português é

enunciado que "quem destruir,

danificar, desfigurar ou tornar não

utilizável coisa alheia será punido

com pena de prisão até 2 anos ou

multa até 90 dias", sendo a pena

agravada para " prisão de 2 a 6 anos

ou multa até 200 dias", se o crime

revelar " baixeza de carácter "Art.

309º), a pena também é aplicável. Em

contrapartida, "se o prejuízo for de pequeno valor, a pena não excederá 6 meses de

prisão ou 30 dias de multa, podendo também o agente ser isento de pena". (Art. 310º).

Em qualquer caso, "o procedimento criminal depende de queixa" ( Art. 308º e nº Art.

310º ) , o que significa que tem legitimidade para apresentar queixa a pessoa ofendida,

considerando-se como tal, o titular dos interesses que a lei quis especialmente

proteger com a incriminação (Art.111º).

Apesar disto a protecção dos animais consagrada nos Arts. 308º a 310º do Código

Penal, é insuficiente, uma vez que este regime não prevê nem pune os danos causados

em animais próprios e faz depender o procedimento judicial da queixa, do dono dos

animais (se o crime tiver sido cometido " com violência ou ameaça contra as pessoas ",

ou não revelar " baixeza de carácter ). Significa isto que, se o animal for morto pelo

dono (por tortura ou envenenamento, por exemplo, revelando " baixeza de carácter ")

ou, se o animal alheio for, por exemplo, abatido a tiro, e não existir queixa, o acto não

será punível.

Para além disto o Art.1º do Decreto Lei 5650 de 10 de Maio de 1919, veio determinar

que "toda a violência exercida sobre os animais é considerada acto punível", prevendo

uma pena de multa que, em caso de reincidência poderá ser agravada com prisão.

O abandono de animais é outro problema grave que também é uma forma de

maus tratos. O problema é tão grave que se tem vindo a criar legislação no sentido de

impedir o abandono de animais. A Assembleia da República aprovou a lei sobre a

protecção dos animais onde se proíbe o abandono intencional de animais que tenham

sido mantidos sob o cuidado e protecção humanas. A denúncia de casos de abandono

Fig. 6 – gato abandonado

Page 20: Fundamento teórico

de animais às autoridades locais ou à Sociedade Protectora dos Animais torna-se

fundamental para uma maior sensibilização perante este problema que constitui,

acima de tudo, uma questão de cultura e respeito por todos os seres vivos. A denúncia

do abandono não permite apenas o salvamento do animal mas também a punição de

quem o pratica, uma vez que em Portugal este acto é considerado crime punível com

coimas de 500€.

As lutas de cães e o envenenamento de animais, já referidos anteriormente, por serem

vistos como maus-tratos, têm chamado a atenção da comunidade, tendo-se criado leis

que punem os seus praticantes. O Art 32. da Lei dos Crimes Ambientalistas diz que:

“Praticar acto de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais selvagens, domésticos

ou domesticados, nativos ou exóticos” terá uma pena de três meses a um ano de

detenção e multa que vai desde 500€ a €3740. Incorre nas mesmas penas quem realiza

experiência dolorosa ou cruel em animal vivo. A pena é aumentada de um sexto a um

terço se ocorrer morte do animal.

Sendo o abandono e os

maus-tratos de animais

domésticos um problema cada

vez maior e com graves

consequências é necessário

actuar e mudar mentalidades

para que este possa ser

resolvido.

Trabalho realizado por:

- Ana Catarina

- Joana Vicente

- Raquel Lopes

Page 21: Fundamento teórico

BBBiiibbbllliiiooogggrrraaafffiiiaaa

Identificar vantagens/desvantagens existentes na relação do Homem actual com os

animais domésticos (cães e gatos)

As vantagens de ter um animal de estimação,

<http://www.bianca.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=18&Itemid=

80>

Pets for the elderly foundation,

<http://www.petsfortheelderly.org/articles.html>

Benefícios para a saúde de ter um animal de estimação,

<http://www.petemotions.com/manuais/Manual_PetEmotions_01.pdf>

Ronronar dos gatos,

<http://arcadenoe.sapo.pt/artigo/ronronar_do_gato_uma_nova_terapia/377>

Shiloh Project, <http://www.shilohproject.org>

Identificar as consequências para o ambiente e para a população que resultam do

abandono dos animais domésticos (cães e gatos)

Zoonoses, <http://saudepublica.wordpress.com/arquivo/zoonoses>

Quando os nossos animais põem em risco outros,

<http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewtopic.php?p=1019374>

Espécies em extinção, <http://super.abril.com.br/ecologia/especie-extincao-

pequena-notavel-445778.shtml>

Raiva, < http://www.dominio-lda.com/21-xptceg.htm#0>

Raiva, < http://www.hospvetprincipal.pt/raiva.htm>

Identificar formas de controlo da população de cães e gatos

Esterilização de cães e gatos, < http://www.esteriliza-me.org>

Programa de controlo de Natalidade Animal,

<http://www.voluntariosamigosdosbichos.com.br/controledenatalidade.htm>

Identificar, quantificar e explicar as situações de abandono e maus tratos de animais

domésticos

Envenenamento, <http://www.fasprotecaoanimal.org.br/envenenamento.asp>

Razões de abandono de animais,

<http://wecare4animals.blogspot.com/2008/06/razes-de-abandono-de-animais.html>

Legislação,

<http://www.azp.pt/conteudos_gera_sub.asp?idarea=19&idsub=22>

Animais de companhia, <http://www.animal.org.pt/animais_companhia.html>