Fundamentação Teórica

O planeta em que habitamos carrega consigo a alcunha de “Terra”, porém o

mesmo deveria ser chamado de Planeta “Água” visto que, cerca de 71% da

superfície terrestre é coberta por água em estado físico líquido. Do total do volume

gerado por esta porcentagem, 97,4% aproximadamente, está localizado nos

oceanos, também em estado líquido. A água dos oceanos é salgada, uma vez que a

mesma contém altos índices de cloreto de sódio além de outros sais minerais.

Mas a água em estado físico líquido que está disposta na superfície da Terra

também aparece nos rios, nos lagos, nas represas, infiltradas nos espaços do solo e

das rochas, nas nuvens e nos seres vivos. Nos casos citados anteriormente, ela

apresenta uma concentração de sais geralmente inferior a água do mar. É a então

chamada água doce e, corresponde a apenas cerca de 2,6% do total de água de

todo o planeta.

Dessa porcentagem total de água doce disponível, cerca de 1,8% é

encontrado em estado físico sólido, formando grandes massas de gelo nas regiões

próximas dos polos e no topo das montanhas muito elevadas, como o Everest, por

exemplo. As águas subterrâneas correspondem a 0,96% da água doce e o restante,

está disponível em rios e lagos disponíveis para tratamento e consumo humano.

Segundo Nebel e Wright (2000) a água potável de boa qualidade é

fundamental para a saúde e o bem estar dos seres humanos. Entretanto, a maioria

da população mundial ainda não tem acesso a este bem essencial. Mais do que isto,

existem estudos que apontam para uma escassez cada vez mais acentuada de

água para a produção de alimentos, desenvolvimento econômico e proteção de

ecossistemas naturais. Para exercer tais atividades, especialistas estimam que o

consumo mínimo de água per capta deva ser de pelo menos 1000 m3 por ano. Cerca

de 26 países, em sua maioria localizados no continente africano, já se encontram

abaixo deste valor. Com o rápido crescimento populacional, acredita-se que

inúmeras outras localidades deverão atingir esta categoria no futuro próximo. Várias

regiões do planeta (Pequim, Cidade do México, Nova Deli e Recife, no Brasil) estão

acima desse valor apenas devido à exploração de águas subterrâneas.

Conforme mencionado anteriormente, no Brasil a situação não é diferente.

Grandes e populosos estados como Pernambuco e São Paulo já começam a sofrer

com a crise e com a escassez de água, que se dá em favor da falta de chuva e do

grande volume utilizado pela população (Pernambuco) e devido à poluição e

também pela falta de chuva que assola diversas cidades em São Paulo.

O problema é que, quando fala-se em abastecimento de água regular e de

qualidade é possível se deparar com uma realidade ainda muito distante para 77

milhões de brasileiros (o que é equivalente à população da Alemanha). Esse alerta

foi dado pela Organização das Nações Unidas (ONU), apontando que 60% da

população (114 milhões de pessoas) ainda não possuem uma condição sanitária

apropriada. O informe que traz esses dados foi preparado pela relatora da ONU,

Catarina de Albuquerque. A relatora não hesita em momento algum em alertar que o

crescimento econômico dos últimos anos ainda não se traduziu em melhoras em

termos de acesso à água no país.

Referências utilizadas até o momento

NEBEL, B.J.; WRIGHT, R.T. Environmental Science. 7. ed. New Jersey: Prentice Hall,

2000.

VEJA BRASIL. No Brasil, 77 milhões não tem água de qualidade. Disponível em:

<http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/no-brasil-77-milhoes-nao-tem-agua-regularmente-diz-

onu>. Acesso em: 14/mar/2016 às 14:38:54.