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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR CAMPUS FRANCISCO GONÇALVES QUILES Departamento Acadêmico de Engenharia De Produção Leandro Valkinir Kester AVALIAÇÃODOS SISTEMAS DE GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO: Estudo comparativo entre duas cerâmicas vermelhas da região leste de Rondônia. Cacoal 2015

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR CAMPUS FRANCISCO GONÇALVES QUILES

Departamento Acadêmico de Engenharia De Produção

Leandro Valkinir Kester

AVALIAÇÃODOS SISTEMAS DE GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO: Estudo comparativo entre duas cerâmicas vermelhas da região leste de

Rondônia.

Cacoal 2015

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Leandro Valkinir Kester

AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO: Estudo comparativo entre duas cerâmicas vermelhas da região leste de

Rondônia

Monografia apresentada ao Departamento de Engenharia de Produção da Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR, Campus Francisco Gonçalves Quiles, Cacoal, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Produção. Orientador: Prof. Esp. Alessandro Aguilera Silva

Cacoal 2015

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Leandro Valkinir Kester

AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO: Estudo comparativo entre duas cerâmicas vermelhas da região leste de

Rondônia

Monografia apresentada ao Departamento de Engenharia de Produção da Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR, Campus Francisco Gonçalves Quiles, Cacoal, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Produção.

_________________________________________ Prof. Esp. Alessandro Aguilera Silva - UNIR

Presidente da Banca (Orientador)

_________________________________________ Prof. Esp. Tatiane Aparecida de Lazari – UNIR

Membro da Banca

__________________________________________ Prof. Ms. Juander Antônio de Oliveira – UNIR

Membro da Banca

Cacoal – RO, 03 de julho de 2015.

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Dedico este trabalho para minha família que me deu muito apoio durante esses anos de graduação. Minha irmã Talia Valikinir Kester e as duas pessoas mais importantes na minha vida, pois sem eles eu não teria chegado até aqui. Minha mãe Crizélia Valkinir Kester e meu pai Leonídio Kester. Ainda a minha avó materna Natália Lauvers Valkinir in memoriam.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me conceder vida para que eu possa

sempre buscar novos conhecimentos e poder chegar até aqui e ainda por me dar

forças e auxílio nos momentos angustiantes.

Agradeço ao meu orientador Prof. Esp. Alessandro Aguilera Silva pela

dedicação em orientar esse trabalho e pelo tempo dedicado para realização deste.

Aos professores do Departamento de Engenharia de Produção da Fundação

Universidade Federal de Rondônia, pelo auxílio prestado ao longo do tempo de

estudo, no desenvolvimento do trabalho, bem como pelas respectivas participações

na banca de avaliação. Sem dúvida nenhuma, a pronta disponibilidade em ajudar nas

dificuldades encontradas no decorrer do curso, foi de grande valia para que resultado

final fosse alcançado.

Ao professor Ms. Otacilio Moreira de Carvalho Neto que no início do curso foi

peça fundamental para o desenvolvimento estudantil e por fim profissional.

A professora Esp. Karla Roberto Sartin que me incentivou e me deu um norte

sobre a Engenharia de Produção.

A Paulina da Silva Lopes que sempre me apoiou e me ajudou, assim como a

“Vó Maria” que Deus o tenha, obrigado por tudo.

Aos acadêmicos que me ajudaram em todos os momentos da graduação, em

especial a Bruna Mazini Aoki, Cleicione Barbosa Souza, Amanda Gabriela Osowski,

Alexandre Tavares Machado, Davi Palmieri Silva, Elias Matias Santos, Felipe Gilmar

Cardoso, Gracione Barbosa Oliveira, Guilherme Marques, Karoline Quitéria Borba,

Sabrina Félix Custódio, Talita Kelly Farias, e aos demais que não citei, assim como a

I Turma de Engenharia de Produção da UNIR.

Aos meus amigos e familiares que sempre estiveram comigo e me auxiliaram

de alguma forma no meu aprendizado ao longo do curso.

A UNIR por me fornecer o amparo técnico necessário para o aprendizado.

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“O sucesso nasce do querer, da determinação e

persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo

não atingindo o alvo, quem busca e vence os

obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis."

(JOSÉ DE ALENCAR, 2015)

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RESUMO

Este trabalho objetiva aplicar uma avaliação nos sistemas de gestão da segurança e

saúde no trabalho, através de um estudo de caso, aplicado em duas organizações de

produtos cerâmicos, avaliando seus sistemas e como decorrência, os reflexos sobre

a integridade física dos colaboradores e os efeitos sobre a produtividade. Seu

propósito foi o de realizar uma pesquisa de campo nas organizações de modo a colher

subsídios para a composição analítica de avaliação e comparação dos sistemas,

como parte de um processo mais aprofundado na busca da promoção, bem como do

bem-estar dos trabalhadores em conjunto com a produtividade. Para isto, foram

analisados seus ambientes laborais, no tocante às condicionantes da produtividade,

das características do ambiente de trabalho e no cumprimento das Normas

Regulamentadoras direcionadas a atividade econômica. Para que isso seja possível,

as organizações possuem mesmo porte, capacidade produtiva, relativamente mesmo

tempo de mercado e são situadas na mesma região do estado. Os resultados desta

pesquisa apontaram enorme diferença nas varáveis analisadas entre as

organizações, bem como à necessidade de mudanças indispensáveis e mostraram as

alternativas que às direcione a um sistema de gestão que seja alinhado à

produtividade e à integridade dos colaboradores.

Palavras-Chave: Segurança do Trabalho, Ambiente Laboral, Normas

Regulamentadoras, Produtividade.

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ABSTRACT

This work aims to apply an assessment in the management systems of safety and

health at work through a case study applied in two ceramics organizations, evaluating

their systems and as a result, the effects on the physical integrity of employees and

the effects on productivity. Its purpose was to perform a field research in the

organizations in order to collect subsidies for the analytical composition of assessment

and comparison of the systems, as part of a deeper process in the pursuit of promotion

and welfare of workers simultaneously to productivity. For this, their work environments

was analyzed, considering the conditions of productivity, the work environment

characteristics, and in compliance with Regulatory Standards directed to the economic

activity. In order to make this research possible, the organizations have the same size,

production capacity, relatively same time in the market, and they are situated in the

same region of the state. The results of this research showed huge difference in the

analyzed variables between the organizations as well as the need for necessary

changes and showed the alternatives to direct them to a management system that is

aligned to productivity and integrity of employees.

Keywords: Workplace Safety, Workplace, Regulations, Productivity.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Diagrama de Ishikawa ou Causa e Efeitos. ............................................. 30

Figura 2 - Processo de Produção de Cerâmica Vermelha. ....................................... 47

Figura 3 - Climatizadores instalados na empresa B. ................................................. 54

Figura 4 - Maromba ................................................................................................... 60

Figura 5 - Lateral da Maromba. ................................................................................. 60

Figura 6 - Braço hidráulico ........................................................................................ 60

Figura 7 - Produção de Tijolos. ................................................................................. 60

Figura 8 - Braço hidráulico - produção de telhas. ...................................................... 61

Figura 9 - Processo de fabricação de telhas. ............................................................ 64

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Conhecimentos sobre EPI’s e EPC’s ....................................................... 67

Gráfico 2 - Nível de Escolaridade .............................................................................. 67

Gráfico 3 - Conhecimento nas NR's .......................................................................... 68

Gráfico 4 - Faixa etária .............................................................................................. 68

Gráfico 5 - Ritmo de trabalho dos colaboradores ...................................................... 69

Gráfico 6 - Tempo de trabalho na empresa ............................................................... 69

Gráfico 7 – Conhecimento sobre EPI’s e EPC’s ........................................................ 70

Gráfico 8 - Nível de escolaridade .............................................................................. 70

Gráfico 9 - Conhecimento nas NR's na empresa B. .................................................. 71

Gráfico 10 - Faixa etária ............................................................................................ 71

Gráfico 11 - Ritmo de trabalho dos colaboradores .................................................... 72

Gráfico 12 - Tempo de trabalho na empresa ............................................................. 72

Gráfico 13 - Relação tempo médio que o colaborador se reidrata com o tempo médio

gasto. ........................................................................................................................ 75

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Cronograma de desenvolvimento da Monografia. ................................... 24

Quadro 2 - Relação das 36 Normas Regulamentadoras. .......................................... 33

Quadro 3 - Normas de Higiene Ocupacional. ............................................................ 40

Quadro 4 - Quantitativos de equipes e turnos de trabalho. ....................................... 57

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LISTA DE ABREVIATURAS

APR – Analise Preliminar de Risco

CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho

CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CTSST – Comissão Tripartite de Segurança e Saúde do Trabalho

EPC – Equipamento de Proteção Coletiva

EPI – Equipamento de Proteção Individual

GR – Grau de Risco

LTCAT – Laudo Técnico de Condições de Ambientes de Trabalho

NHO – Normas de Higiene Ocupacional

NHT – Normas de Higiene do Trabalho

PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

PFF – Peça Semifacial Filtrante

PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

PSO – Programa de Saúde Ocupacional

PSST – Programa de Saúde e Segurança no Trabalho

SAT – Seguro de Acidente do Trabalho

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LISTA DE SIGLAS

ABCERAM – Associação Brasileira de Cerâmicas

ABEPRO – Associação Brasileira de Engenharia de Produção

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

AESST – Agencia Europeia para Segurança e Saúde no Trabalho

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho

CNAE – Classificação Nacional de Atividade Econômica

FUNDACENTRO – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do

Trabalho

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MTE – Ministério do Trabalho e Emprego

NBR – Normas Brasileiras

NR – Normas Regulamentadoras

OIT – Organização Internacional do Trabalho

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SESI - Serviço Social da Indústria

SESMET – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do

Trabalho

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 16

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO ................................................................................... 18

1.1 Considerações iniciais ......................................................................................... 18 1.2 Objetivos ............................................................................................................. 19 1.3 Justificativas ........................................................................................................ 20 1.4 Escopo do trabalho ............................................................................................. 22 1.5 Metodologia ......................................................................................................... 22

CAPÍTULO II – PRINCÍPIOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO: ESTADO DAS ARTES .............................................................................................................. 25

2.1 Histórico e desenvolvimento industrial ................................................................ 25 2.2 Segurança e Saúde no Trabalho ......................................................................... 26 2.3 Acidentes de Trabalho......................................................................................... 27 2.3.1 Definição .......................................................................................................... 27

2.3.2 Consequências ................................................................................................. 27 2.3.3 Análise de acidentes ........................................................................................ 28

2.3.4 Estatísticas ....................................................................................................... 30 2.3.5 Custos .............................................................................................................. 31 2.3.6 Prevenção de Acidentes ................................................................................... 31

2.3 Legislação e Normas ........................................................................................... 32 2.3.1 Organização Internacional do Trabalho............................................................ 32

2.3.2 Principais Normas Regulamentadoras ............................................................. 32

2.3.3 Normas de Higiene Ocupacional ...................................................................... 39

2.4 A Relação entre Segurança no Trabalho e Produtividade................................... 40 2.4.1 Motivos para implantar um sistema de gestão ................................................. 41 2.4.2 Fatores determinantes na produtividade .......................................................... 42

2.4.3 Relações de trabalho alinhado à produtividade ................................................ 43 2.4.4 Programas de segurança do trabalho .............................................................. 43

CAPÍTULO III – ESTUDO DE CASO EM DUAS ORGANIZAÇÕES DE PRODUTOS CERÂMICOS ............................................................................................................. 45 3.1 Descrição da atividade econômica ...................................................................... 45 3.2 Atividades Ceramistas ......................................................................................... 46

3.3 Dimensões Espacial, Geográfica e Tecnológica das Áreas em Estudo .............. 48

3.1.1 Organização A .................................................................................................. 48

3.1.2 Organização B .................................................................................................. 49 3.2 Cenário Empresarial, Produtivo e Laboral ........................................................... 50 3.2.1 Organização A .................................................................................................. 50 3.2.2 Organização B .................................................................................................. 53 3.3 O sistema de gestão nas Cerâmicas ................................................................... 55

3.3.1 Organização A .................................................................................................. 55 3.3.2 Organização B .................................................................................................. 58 3.4 Avaliação das Normas Regulamentadoras ......................................................... 62 3.4.1 NR 06 ............................................................................................................... 62 3.4.2 NR 14 ............................................................................................................... 63 3.4.3 NR 17 ............................................................................................................... 63

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CAPÍTULO IV – AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE GESTÃO NAS ORGANIZAÇÕES EM ESTUDO: ANÁLISE E RESULTADOS ............................................................... 66 4.1 Configuração da pesquisa aplicada .................................................................... 66 4.1 Resultados obtidos .............................................................................................. 66 4.1.1 Resultados: organização A ............................................................................... 67 4.1.2 Resultados: organização B ............................................................................... 70

4.1.3 Panorama comparativo entre as organizações ................................................ 73

5. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 77

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 79

APÊNDICE ................................................................................................................ 83

ANEXOS ................................................................................................................... 86

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APRESENTAÇÃO

As preocupações com o bem-estar e com a integridade física dos

colaboradores têm adquirido cada vez mais relevância no planejamento das

estratégias das organizações, em decorrência de exigências trabalhistas e da

preocupação em proporcionar ambientes laborais cada vez mais seguros e saudáveis

aos trabalhadores.

A escolha do tema deu-se por interesse pessoal em aprofundar conhecimento

em relação a esta área da Engenharia de Produção, tema do trabalho relacionado ao

item 8.3. Sistemas de Gestão de Higiene e Segurança do trabalho da classificação

das áreas da Engenharia de Produção segundo a Associação Brasileira de

Engenharia de Produção - ABEPRO, assim visando auxiliar a organização no

processo industrial, organizacional e competitivo. Desta maneira, definiu-se por

realizar uma avaliação e comparação dos sistemas de gestão da segurança do

trabalho junto às organizações em estudo, no tocante a produtividade e a integridade

física dos colaboradores.

Quanto à relevância institucional, a escolha do tema apresenta-se como

requisito para a obtenção da graduação em Engenharia de Produção na Fundação

Universidade Federal de Rondônia.

No aspecto científico, a realização do trabalho contribuirá para o

aprofundamento de investigações acerca de uma atividade econômica atuante e de

grande importância na geração de emprego e renda na região Centro Leste do Estado

de Rondônia, em que os princípios gerenciais da Engenharia de Produção poderão

ser testados, avaliados e aplicados.

No aspecto social, espera-se que a pesquisa possa contribuir de forma positiva

para o desenvolvimento das organizações. Isso interferirá para que a sociedade tenha

organizações mais consolidadas, que sejam ambientalmente eficientes,

comprometidas com a responsabilidade social do trabalhador, bem como da

comunidade onde se encontra inserida, assim como geradoras de mais empregos.

No aspecto contemporâneo, o estudo sobre este tema, poderá contribuir para

a disseminação de novos conhecimentos e para inserção do Engenheiro de Produção

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como agente de otimização da organização frente aos avanços tecnológicos que têm

tornado o mercado cada vez mais competitivo, frente a consumidores cada vez mais

exigentes quanto à qualidade dos produtos e serviços ofertados, exigindo das

organizações reformulações em suas estratégias, até como forma de sobrevivência e

permanência no mercado. Será nessa tônica que a investigação será direcionada a

de auxiliar as organizações na reformulação de suas estratégias voltadas a um

sistema de gestão da segurança que possa ter produtividade em paralelo com a

integridade física dos colaboradores.

Este trabalho se subdividiu 4 (quatro) capítulos, sendo que o primeiro constitui-

se nas considerações iniciais, objetivos, justificativas, escopo do trabalho e

metodologia adotada para estudo.

No segundo capítulo constitui-se na apresentação do estado das artes acerca

da segurança e saúde no trabalho.

No terceiro capítulo, é apresentado o estudo de caso objeto do trabalho em

duas organizações, com a descrição da atividade econômica, atividades ceramistas,

a definição das dimensões espacial, geográfica e tecnológica, bem como dos seus

cenários empresariais, produtivos e laborais, ainda apresentando seus sistemas de

gestão da segurança do trabalho e as avaliações realizadas nas Normas

Regulamentadoras direcionadas as suas atividades. O quarto capítulo apresenta a

avaliação e a comparação realizada nas organizações, bem como os resultados

obtidos.

Por fim, a conclusão do trabalho encerra a abordagem pretendida, seguidas

pelas referências bibliográficas, pelo apêndice, onde são catalogadas as entrevistas

e questionários aplicados, bem como pelo anexo, onde informações adicionais são

apresentadas.

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CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

O presente capítulo será composto por uma breve apresentação relacionada à

importância da segurança e saúde no trabalho para as organizações, seguida dos

objetivos propostos para o estudo, justificativas, escopo do trabalho e metodologia

adotada. Esta apresentação servirá de base para o desenvolvimento do estudo em

questão.

1.1 Considerações iniciais

As culturas organizacionais estão constantemente enfrentando inúmeras

mudanças tecnológicas, econômicas, culturais, políticas e sociais, decorrente da

acirrada competitividade com as quais as organizações se deparam diariamente.

Contudo, tais mudanças refletem diretamente nas organizações, assim a alternativa

para continuarem a permanecer neste mercado é criarem mecanismos de

competitividade para atender clientes cada vez mais exigentes quanto ao produto ou

serviço oferecido.

Nessa tônica, estratégias devem ser traçadas de acordo com os planos

organizacionais, sempre priorizando o colaborador e o ambiente de trabalho no qual

o mesmo encontra-se inserido.

Neste contexto, a preocupação com o bem-estar e com a integridade física dos

colaboradores tornou-se instrumento relevante nas estratégias das organizações.

Adicionalmente, entende-se que o capital humano representa o capital mais

importante para uma organização, dessa forma, as organizações que entenderem e

gerirem tal situação possuirão grandes chances de sucesso empresarial (DINIZ,

2005).

Para Maslow (1970), um ambiente em condições apropriadas e com boas

práticas de segurança e higiene ocupacional reflete diretamente na prevenção de

acidentes, além de proporcionar ambientes seguros aos trabalhadores, aumentando

assim à motivação e o seu comprometimento.

Nesse pensamento Slack (2008), cita que o modo com que os recursos

humanos são geridos tem reflexo profundo nas funções operacionais e,

consequentemente nos resultados do setor produtivo.

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As organizações modernas buscam oferecer aos seus colaboradores as

melhores condições possíveis de trabalho, com o intuito de obter aumento na

produtividade. Isso complementa que a otimização dos recursos de uma organização,

sobretudo os recursos humanos, pode conduzi-la a um alto nível de produtividade, por

alcançar níveis elevados de qualidade e produtividade, assim buscando pessoas

motivadas, comprometidas e que estejam disponíveis a participarem ativamente dos

trabalhos que executam e que de certa forma sejam adequadamente recompensadas

pelas suas contribuições.

Cabe ainda ressaltar que o empregador deve estar diretamente envolvido seja

na implantação e/ou avaliação do sistema de gestão da segurança do trabalho, como

forma de comprometimento com o sistema de gestão e impulsionadora para que os

colaboradores façam parte e se envolvam diretamente com o sistema.

Contudo, com as organizações priorizando a saúde e a segurança de seus

colaboradores, várias estratégias, programas e processos têm sido implementados

com resultados satisfatórios na busca pela redução dos acidentes de trabalho.

Dessa forma, os valores em segurança do trabalho estão cada vez mais

alinhados à criação de um ambiente onde todos os colaboradores estejam motivados

para se atingir a excelência em segurança, desenvolvendo um conceito no qual

prevalece a preocupação não só com as atitudes tomadas pelos colaboradores, mas

as consequências dessas atitudes, assim o ambiente de trabalho torna-se mais

seguro e produtivo.

1.2 Objetivos

O presente trabalho teve como objetivo a avaliação e a comparação dos

sistemas de gestão da segurança do trabalho de duas organizações de mesma

atividade econômica, abordando os riscos de acidentes nas cerâmicas, as condições

do ambiente de trabalho, as principais causas dos acidentes de trabalho e a utilização

dos equipamentos de proteção individual e coletiva, associando tais variáveis

analisadas com os reflexos sobre a integridade física dos colaboradores, assim como

os efeitos sobre a produtividade.

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1.3 Justificativas

Com o avanço das tecnologias, aumento nas concorrências e a evolução no

grau de conhecimento por parte dos consumidores, as organizações estão

desenvolvendo produtos com maior qualidade e preço baixo. Com isso, a busca por

técnicas inovadoras de produção se torna cada vez mais constantes, e atrelados a

esses métodos temos os fatores correspondentes para a segurança no trabalho.

Diante desta situação, torna-se necessário priorizar ações e adotar políticas

focadas para a prevenção dos fatores de riscos presentes nos locais de trabalho.

Nessa tônica, a implantação e um gerenciamento de um sistema de gestão da

segurança por parte das organizações refletem não somente em resultados positivos

em saúde, segurança e melhores condições de ambiente, mas diretamente na

produtividade, no aumento da qualidade dos produtos e/ou serviços, na redução dos

custos como um todo e em outros valores mediante a essa mudança de

comportamento, via gestão da segurança na busca pelo “zero acidente”.

No Brasil e no mundo a segurança do trabalho é pauta de discussão

praticamente em todas as organizações. De acordo com estatísticas da Organização

Internacional do Trabalho - OIT, o Brasil tem destaque no que diz respeito às doenças

ocupacionais e ao número de acidentes de trabalho. As estatísticas colocam o Brasil

entre os países que mais registram acidentes de trabalho no mundo, essa posição

poderia ser ainda pior se todos os acidentes ocorridos fossem emitidos via

Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT. O país ocupa o 4º (quarto) lugar no

quesito mortes, com 2.503 (dois mil quinhentos e três) óbitos em 2012 (dois mil e

doze), ficando atrás apenas dos seguintes países: China 14.924 (quatorze mil

novecentos e vinte quatro) mortes, Estados Unidos 5.764 (cinco mil setecentos e

sessenta e quatro) mortes, e Rússia 3.090 (três mil e noventa) mortes.

Acidentes e doenças do trabalho são causadas pelo excesso de exposição aos

riscos ocupacionais, aos quais são: riscos químicos, físicos, biológicos, ergonômicos

e de acidentes, sem nenhuma proteção compatível com o risco, assim segue a relação

dos agentes que podem ser encontrados no ambiente laboral, e suas respectivas

cores para sinalização.

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Riscos Físicos (cor verde): Umidade, pressões anormais, vibrações, ruídos,

radiações ionizantes, radiações não-ionizantes e temperaturas extremas;

Riscos Químicos (cor vermelha): Vapores, poeiras, névoas, gases, fumos e

produtos químicos em geral;

Riscos Biológicos (cor marrom): Bactérias, fungos, vírus, parasitas,

protozoários e bacilos;

Riscos Ergonômicos (cor amarela): Postura inadequada, trabalho físico

pesado, ritmo excessivo, monotonia, trabalhos noturnos, treinamento

inadequado/existente;

Riscos de Acidente (cor azul): Eletricidade, arranjo físico, iluminação e/ou

armazenamento inadequados, probabilidade de incêndio ou explosão,

ferramentas inadequadas ou defeituosas e máquinas e equipamentos sem

proteção (CNI/SENAI, 2012 apud ALMEIDA, 2010, p.4).

Nessa lógica, assume relevada importância mencionar que a OIT afirma que a

cada ano morrem milhares de trabalhadores vítimas dos acidentes de trabalho, dados

ainda mais precisos constatam que cerca de 2.000.000 (dois milhões) pessoas

morrem a cada ano devido a enfermidades relacionadas ao trabalho; 321.000

(trezentos e vinte e um mil) pessoas morrem a cada ano em decorrência dos acidentes

de trabalho; 160.000.000 (cento e sessenta milhões) de pessoas sofrem de doenças

não letais relacionadas com o trabalho; 317.000.000 (trezentos e dezessete milhões)

de acidentes laborais não mortais ocorrem a cada ano; a cada 15 (quinze) segundos

um trabalhador morre decorrente de acidente ou doenças relacionadas com o trabalho

e a cada 15 (quinze) segundos, 115 (cento e quinze) trabalhadores sofrem um

acidente laboral.

Adicionalmente, no Brasil cerca de 700.000 (setecentos mil) casos de acidentes

de trabalho são registrados em média todos os anos, gerando um gasto aproximado

de R$ 70.000.000.000 (setenta bilhões) anualmente. Assim, o motivo do elevado

índice de ocorrências dos acidentes de trabalho, deve-se principalmente aos

seguintes fatores: falhas nos projetos dos sistemas de trabalho, das ferramentas, dos

equipamentos, deficiências nos processos de manutenção dos maquinários, fator

humano entre outras (DELA COLETA 1991).

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A OIT ainda cita que as causas dos acidentes estão diretamente relacionadas

com maquinário velho, tecnologia ultrapassada, mobiliário inadequado, ritmo

acelerado, assédio moral, cobrança exagerada e desrespeito a inúmeros direitos dos

trabalhadores.

Contudo, os acidentes mais frequentes são os que causam fraturas, luxações,

amputações e outros ferimentos, e em alguns casos o óbito do trabalhador. E frente a

tal cenário a atualização tecnológica constante nas unidades fabris e a adoção de

medidas eficazes de segurança contribuem na eliminação ou na minimização dos

acidentes. Cabe ainda destacar que o setor que lidera as estatísticas de acidentes do

trabalho são as indústrias de transformação/produção de alimentos e bebidas com

aproximadamente 8%, seguidas pelo setor de construção civil.

Os dados comprovam a importância em realizar estudo nessa área e verificar

o quão significativo é para as organizações a adoção de políticas direcionadas para a

prevenção dos fatores de riscos presentes nos locais de trabalho, através da

implantação e gerenciamento de um sistema de gestão da segurança que busque

melhorar os resultados em saúde, segurança e meio ambiente, bem como, ganhos

substanciais de produção decorrentes de tal adoção.

1.4 Escopo do trabalho

Este trabalho foi desenvolvido em duas organizações de Fabricação de

produtos cerâmicos, atividade essa dada pelo Quadro I - Relação da Classificação

Nacional de Atividades Econômicas - CNAE, com correspondente Grau de Risco - GR

para fins de dimensionamento do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança

e em Medicina do Trabalho - SESMT, dada pela Norma Regulamentadora - 4 - SESMT

do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE.

As considerações foram feitas a partir de estudo de caso em uma cerâmica no

município de Cacoal/RO e de outra no município de Pimenta Bueno/RO

1.5 Metodologia

Para elaborar o trabalho, inicialmente, partiu-se para uma análise teórica

relacionada ao assunto trabalhado, ou seja, aspectos relevantes e recentes ligados

ao tema. Os dados e informações foram levantados mediante pesquisas de

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referências bibliográficas de textos e artigos na internet, assim como em livros e

periódicos de circulação nacional.

Este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa exploratória que segundo Gil

(2006) tem como objetivo proporcionar a familiarização com o problema em estudo e

a construção de ideias ou intuições, com caráter experimental. E ainda na forma

descritiva que segundo o mesmo autor, tem a finalidade de descrever as

características de uma população ou fenômeno, dessa forma, para realizar essa

descrição utiliza-se de técnicas de coletas de dados como questionário e observação.

Adicionalmente, como continuação e complemento da pesquisa descritiva, o

trabalho possui também o método analítico, visando ir além da descrição das

características, analisando e explicando porque os fatos estão ocorrendo, pois este

analisará o caso particular de duas organizações, tendo como foco a avaliação dos

sistemas de gestão da segurança alinhado à produtividade e à integridade dos

colaboradores, voltadas para coleta de dados a partir de uma estratégia de

observação e investigação.

Com relação aos procedimentos para a realização da pesquisa a técnica

utilizada foi o estudo de caso onde Gil (2009), considera como um esboço no qual são

usados vários métodos e técnicas para a coleta de dados, como, aplicação de

questionário, análise de documentos e entrevistas. E para Yin (2001) o estudo de caso

é uma investigação empírica, que investiga um fenômeno contemporâneo dentro do

seu contexto da vida real, especificamente quando os limites entre o fenômeno e o

contexto não estão claramente definidos. Ainda segundo o autor um estudo de caso

é mais do que um meio de coleta de dados, mas uma estratégia de pesquisa.

Os dados foram coletados por meio de fontes primárias que é pesquisa de

campo via aplicação de questionários, bem como analise qualitativas e quantitativas

e fonte secundária através de pesquisas bibliográficas já citadas anteriormente.

Por fim, foi evidenciado todo o sistema de gestão da segurança nas duas (02)

organizações, analisando as variáveis propostas. Dessa forma, foi possível encerrar

a abordagem gerencial pretendida.

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Cabe ressaltar que foram ainda obtidas informações com o Serviço

Especializado em Engenharia e Medicina do Trabalho (SESMT), das duas (02)

organizações.

Em uma visão geral do trabalho, foi seguido o cronograma abaixo:

Quadro 1 - Cronograma de desenvolvimento da Monografia.

Cronograma de desenvolvimento da Monografia

Atividades Período

Set. 2014

Out. 2014

Nov. 2014

Dez. 2014

Jan. 2015

Fev. 2015

Mar. 2015

Abri. 2015

Mai. 2015

Jun. 2015

Jul. 2015

Elaboração do

projeto X X X X

Visita na

empresa X

Treinamento

do acadêmico

quanto a

utilização dos

equipamentos

X X

Coleta de

Dados

(temperatura,

luminosidade)

X

Aplicação do

questionário X

Tabulação do

Questionário X

Analise dos

resultados X X

Formulação

dos resultados X X X

Revisão da

escrita X

Entrega da

Monografia X

Apresentação X X

Fonte: Elaborado pelo autor.

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CAPÍTULO II – PRINCÍPIOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO: ESTADO

DAS ARTES

O presente capítulo será composto por uma revisão teórica sobre os conceitos

acerca do Histórico e Desenvolvimento Industrial, Segurança e Saúde no Trabalho,

Legislação e Normas, bem como da Relação entre Segurança e Saúde no Trabalho e

Produtividade. Está revisão servirá de base para o desenvolvimento do trabalho

monográfico sobre Avaliação dos Sistemas de Gestão da Segurança do Trabalho, um

Estudo Comparativo entre duas Cerâmicas da Região Centro Leste de Rondônia.

2.1 Histórico e desenvolvimento industrial

O trabalho existe desde o aparecimento do primeiro homem, porém, o conceito

de segurança surgiu muito tempo depois. Em 1700 Bernardus Ramazzini publicou sua

obra “De Morbis Artificum Diatriba” ou “As doenças dos trabalhadores” que desde

então ficou conhecido como o pai da Medicina do Trabalho. Neste trabalho, Ramazzini

relacionava os riscos à saúde e as doenças causadas por agentes químicos, poeiras

e outros adventos. A publicação de Ramazzini relacionou-se mais com a medicina do

trabalho, em época de revolução industrial houve modificações em todos os sentidos

na vida do ser humano e isso não foi diferente com a segurança no trabalho (NETO,

2014). O trabalho dele foi a base de estudo para grandes mestres da medicina ao

longo dos séculos. Dessa forma, com o surgimento da Revolução Industrial na

Inglaterra, passou-se a utilizar máquinas de tecelagem movidas a vapor e os artesões

passaram a trabalhar nas fábricas, assim desencadeando possíveis ambientes de

trabalho passivos de acidentes, decorrentes de jornadas intensas e exaustivas aos

quais os trabalhadores eram expostos e submetidos.

Frederick Winslow Taylor em sua Obra “Princípios da Administração Cientifica”

com a chamada divisão de tarefas, estudo de tempo e movimento, padronização de

métodos, o termo trabalho tornou-se repercussão em todas as esferas econômicas.

As primeiras leis relacionadas com a segurança e preocupação com o trabalho

surgiram em meados do ano de 1844 na Inglaterra, ficando conhecida como lei das

fábricas que posteriormente desencadeou-se o surgimento de inúmeras outras de

mesma relevância aos trabalhadores.

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Os dados citados acima foram referentes ao histórico a nível mundial, no

entanto, no Brasil a segurança do trabalho começa a possuir respaldo só em meados

de 1891, com a lei prevencionista que tratava da proteção do trabalho dos menores

de idade. Já em 1919 foi criada a primeira lei brasileira que regia acidentes de trabalho

lei n° 3724, de 15/01/1919. No entanto, foi a partir da criação da CLT – Consolidação

das Leis do Trabalho que a segurança e medicina do trabalho começou a ter maior

relevância no Brasil, assim a CLT foi aprovada pelo decreto Lei n°5452, em 01/05/43

(entrou em vigor em 10/11/43). E em 22 de dezembro de 1977 foi criada a lei nº 6.514

que alterou e revogou parcialmente o Decreto Lei 5.452 de 01-05-1943, onde altera o

Capítulo V do título II da CLT, relativo à segurança e medicina do trabalho e dá outras

providências. Em 1978 com a portaria 3.214 foram criadas as Normas

Regulamentadoras – NR’s, que desde então são utilizadas para a prevenção e

segurança dos trabalhadores.

2.2 Segurança e Saúde no Trabalho

A Segurança e Saúde no trabalho pode ser definida como a busca pela

segurança do trabalhador durante as atividades desenvolvidas pelos mesmos

(BARBOSA, 2011). Além disso segundo Zocchio (2002) pode ser ações tomadas com

intuito de prevenir acidentes e doenças ocupacionais. Já Cardella (2010)

complementa que a segurança é um conjunto de técnicas utilizadas para atenuar os

riscos existentes em um ambiente de trabalho que quanto maior for a segurança,

menor será os riscos de acidentes. Contudo, pode ainda ser entendida como a junção

de normas e procedimentos que implicam na execução de uma determinada atividade

de forma segura e sem danos aos colaboradores, bem como a estrutura física da

organização (CHIAVENATO, 1999).

A Segurança do Trabalho é caracterizada como o conjunto de medidas

técnicas, médicas, educacionais e psicológicas utilizadas para prevenir qualquer tipo

de acidentes seja por eliminar e/ou minimizar ambientes em condições inseguras,

para tanto promovendo treinamentos e/ou criando mecanismos que direcionem as

pessoas a adotarem práticas preventivas de segurança (CHIAVENATO, 2004). O

autor ainda conceitua que a segurança do trabalho está diretamente relacionada com

as condições saudáveis do ambiente laboral de trabalho.

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2.3 Acidentes de Trabalho

Para melhor entendimento e assimilação sobre acidentes de trabalho serão

apresentadas sua definição, consequências, análises, estatísticas, custos, bem como

métodos de prevenção.

2.3.1 Definição

De acordo com Sampaio (2003) os acidentes de trabalho podem ser definidos

como eventos indesejáveis que provocam lesões aos colaboradores, bem como

danos na propriedade e aos processos da organização.

Para Moreira (2013) a maioria dos acidentes são passivos de se prever e de

prevenir, ao contrário do que sugere a palavra “acidente”, sendo algo inesperado e

relacionado ao risco presente nos sistemas de produção, sendo este último definido

como conjunto de atividades envolvidas na produção de bens e/ou serviços.

Conforme dispõe o Art.1° do Capítulo I que trata do Acidente de Trabalho do

Decreto Lei nº 7.036 de 10 de novembro de 1994, considera-se: “acidente do trabalho,

para fins da presente Lei, todo aquele que se verifique pelo exercício do trabalho,

provocando direta ou indiretamente, lesão corporal, perturbação funcional, ou doença,

que determine a morte, a perda total ou parcial, permanente ou temporária, de

capacidade para o trabalho”

2.3.2 Consequências

Inúmeras são as consequências decorrentes de um acidente de trabalho, tanto

para a organização como para o colaborador, segundo a Associação Brasileira de

Normas Técnicas - ABNT, dado pela Norma Brasileira - NBR 14280:2001 que trata do

Cadastro de acidente do trabalho - Procedimento e classificação citam como exemplo:

perda da força de trabalho; interrupção do processo fabril; custos associados à

reposição da mão-de-obra; maiores custos nas alíquotas do Seguro de Acidente do

Trabalho - SAT; perda ou diminuição da capacidade para o trabalho; tempo de

reabilitação, adaptação e integração dependendo da gravidade do acidente a uma

nova função e outros.

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De acordo com a AESST – Agência Europeia para a Segurança e Saúde no

Trabalho, a técnicas de prevenção de acidentes de trabalho, bem como redução de

lesões e doenças geradas pelo trabalho não reduz apenas os custos, mais contribui

de forma direta na melhoria do desempenho da organização.

Contudo, Souza et al (2014) cita que a Segurança e Saúde dos Trabalhadores

podem afetar o desempenho da organização em inúmeras formas, como exemplo:

trabalhadores em ambientes saudáveis tendem a ser mais produtivos, decorrente da

organização, limpeza, da segurança e de outras inúmeras medidas voltadas ao seu

conforto laboral. Assim, o autor ainda ressalta que essas medidas diminuem os

acidentes e as doenças relacionados ao trabalho que por sua vez, do ponto fabril

representa redução nas paradas do ciclo de produção, contribuindo assim, no

aumento da produtividade, bem como na qualidade do trabalho desenvolvido.

2.3.3 Análise de acidentes

Acidentes de trabalho são classificados como Fator pessoal segurança, Ato

inseguro e Condição ambiente de segurança de acordo com a NBR 14280:2001. De

acordo com a NBR o Fator pessoal segurança é a causa relativa ao comportamento

humano, que pode levar à ocorrência do acidente ou a prática do ato inseguro. O Ato

inseguro é a ação ou omissão que, contrariando preceito de segurança, pode causar

ou favorecer a ocorrência de acidente. Já a Condição ambiente de segurança é a

condição do meio que causou o acidente ou contribuiu para a sua ocorrência.

Ainda de acordo com a NBR 14280:2001 como exemplo dos Fatores pessoais

de segurança podemos citar a Falta de conhecimento; Falta de experiência ou

especialização; Fadiga, Alcoolismo e Toxicomania. Para o Ato inseguro podemos

mencionar como exemplo a utilização dos equipamentos de maneira imprópria;

utilização de materiais ou equipamentos fora de sua finalidade; sobrecarregar

andaime, veículos e outros. Já para a Condição ambiente de segurança inclui desde

a atmosfera do local de trabalho até as instalações, equipamentos, substâncias e

métodos de trabalho empregados e outros.

Contudo, através da Portaria n° 84/09, o Ministério do Trabalho - MTE retirou a

expressão “Ato Inseguro” que era contida na alínea “b” do item 1.7 da NR -1 -

Disposições Gerais, bem como os demais subitens que atribuíam ao trabalhador a

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culpa pelo acidente do trabalho. Dessa forma, o novo texto menciona no item 1.7

alínea “b” a possibilidade da divulgação de ordens de serviço por meios alternativos

como, por exemplo cartazes, comunicados e meios eletrônicos. Assim, a alteração

representa a desconstrução das práticas de atribuição de culpa às vítimas de

acidentes, dessa forma, deve haver ainda mais o gerenciamento de risco e as práticas

da gestão da segurança e saúde no trabalho por parte dos empregadores.

Diante das principais causas dos acidentes de trabalho e na busca da sua

prevenção, citamos algumas ferramentas gerencias e estratégicas que possibilitam a

redução dos acidentes, através da sua antecipação, controle, monitoramento e outros.

Dentre as inúmeras ferramentas temos o “Brainstorming” ou “tempestades de ideias”

que é uma ferramenta que atua na forma de dinâmica de grupo que possibilita que

sejam geradas várias ideias, a fim de se atingir o objetivo proposto.

Cardella (2010) ressalta que é necessário realizar uma Análise Preliminar de

Riscos – APR, com o objetivo de se antecipar ao risco de determinada atividade a ser

desenvolvida, para tanto identifica-se possíveis eventos perigosos, assim como suas

prévias consequências.

Além dessas ferramentas, ainda citamos o diagrama de Ishikawa ou diagrama

de causa e efeito que permite estruturar hierarquicamente as causas potenciais de

determinado problema ou oportunidade de melhoria, bem como seus efeitos sobre a

qualidade dos produtos, processos ou serviços.

Nesse contexto, tais ferramentas contribuem na busca do incentivo à

prevenção de acidentes e na melhoria constante do ambiente laboral, nessa lógica a

partir do diagrama é possível identificar/expor possíveis causas que originaram o

problema/efeito, assim como identificar oportunidade de melhoria para o trabalho e

outros. Como exemplo, a figura 1 abaixo ilustra a estrutura básica do diagrama de

Ishikawa, bem como aplicação em um acidente de trabalho. Tal aplicação busca

identificar as possíveis causas de um acidente envolvendo um torno mecânico, suas

principias causas são ilustradas no diagrama.

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Figura 1 - Diagrama de Ishikawa ou Causa e Efeitos.

Máquina

Jornada de Trabalho excessiva

Ferramenta sem corte

Matéria-prima com defeito

Falta de Manutenção

Equipamentos Obsoletos

Acidente de Trabalho

Falta de Treinamento

Conversas Paralelas

Falta de controle de qualidade

MateriaisMétodos

Pessoal

CAUSAS EFEITO

Fonte: http://www.industriahoje.com.br/diagrama-ishikawa

Através dessas ferramentas gerenciais podemos realizar análises e

considerações mais eficazes dos acidentes, bem como atuação na prevenção de

possíveis incidentes que possam colocar o trabalhador em risco.

2.3.4 Estatísticas

Conforme citada na justificativa deste estudo e de acordo com estatísticas da

Organização Internacional do Trabalho (OIT) o Brasil tem destaque no concerne às

doenças ocupacionais e ao número expressivo de acidentes de trabalho. As

estatísticas colocam o Brasil entre os países que mais registram acidentes de trabalho

no mundo, essa posição poderia ser ainda pior se todos os acidentes ocorridos fossem

comunicados. O país ocupa o 4º no quesito mortes, com 2.503 óbitos em 2012,

perdendo apenas para China (14.924), Estados Unidos (5.764) e Rússia (3.090).

No estado de Rondônia foco de desenvolvimento deste trabalho monográfico,

a média de acidentes de trabalho entre 2008 e 2010 foi de aproximadamente 5000

acidentes por ano, de acordo com informações da Previdência Social.

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2.3.5 Custos

De acordo com dados do MTE - FUNDACENTRO (2014) - Fundação Jorge

Duprat Figueiredo, Instituição do Governo Federal criada oficialmente em 1966

voltada para o desenvolvimento de pesquisas em segurança e saúde no trabalho, os

acidentes de trabalho geram inúmeros custos para as organizações, dentre eles

podemos citar: possiblidade de aumento na alíquota do SAT; Auxílio Doença para

casos de afastamento, que anteriormente o empregador custeava os 15 (quinze)

primeiros dias do afastamento, mais a partir de 1° (primeiro) de março de 2015 através

da Medida Provisória - MP n° 664/2014 da Previdência Social passa a vigorar novas

regras para o Auxílio Doença, onde o empregador terá de pagar até 30 (trinta) dias de

afastamento; todo custo da assistência médica, farmacêutica e hospitalar conforme

dispõe o Capítulo IV em seu Art. 12° e seus incisos do Decreto Lei n°7.036 de 10 de

novembro de 1994; paralisação de setor, máquinas e equipamentos; comoção coletiva

ou grupo de trabalho; prejuízos à imagem da organização; treinamento de substituto;

perícias trabalhistas; indenizações e honorários legais.

De acordo com um estudo do SESI – SEBRAE e organizado por Damasceno

(2005) as altas taxas de acidentes e doenças registradas pelas estatísticas oficiais

demonstram os diversos prejuízos humanos, sociais e econômicos, bem como os

elevados custos financeiros para o País. Ainda segundo o estudo, o somatório das

perdas tomasse por base os danos causados à integridade física e mental dos

trabalhadores, prejuízos financeiros das organizações e os demais custos resultantes

para a sociedade.

Os exemplos acima citados são apenas alguns dentre os inúmeros decorrentes

de um acidente de trabalho. Dessa forma é necessário adotar medidas que previnam

acidentes do trabalho, buscando sempre ambientes laborais sem riscos para o

trabalhador.

2.3.6 Prevenção de Acidentes

Para Cardella (2010) a prevenção de acidentes é a resultante de uma série de

ações que são realizadas para eliminar ou minimizar os casos de acidentes do

trabalho, assim como os danos causados por estes.

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2.3 Legislação e Normas

Para atender os requisitos de segurança do trabalho bem como adequações

pertentes a como organizar o ambiente laboral bem como conscientizar os

colaboradores sobre o uso de equipamentos de proteção individual e coletiva e ainda

como requisitos para se cumprir faz-se necessário a existência de normas e legislação

que obrigam quanto as adequações do ambiente de trabalho para o bem-estar dos

colaboradores. Assim neste tópico será explanado sobre a OIT – Organização

Internacional do Trabalho, NR’s – Normas Regulamentadores e FUNDACENTRO que

traz uma norma de higiene ocupacional – NHO, esta norma é usada como parâmetro

de avaliação não como legislação.

2.3.1 Organização Internacional do Trabalho

A OIT é uma agência das Nações Unidas que busca promover oportunidades

para que todos os trabalhadores possam ter acesso à um trabalho produtivo e de

qualidade, em condições seguras e dignas. Ela foi criada em 1919 e é responsável

pela formulação e aplicação das Normas Internacionais do Trabalho.

No Brasil, a OIT atua desde de 1950, com programas e atividades que refletem

os objetivos da organização ao longo do seu trajeto. Além da promoção permanente

das Normas Internacionais do Trabalho, do emprego, da melhoria das condições de

trabalho e da ampliação da proteção social, a atuação da OIT no Brasil tem-se

caracterizado pelo apoio ao esforço nacional da promoção do trabalho decente em

áreas tão importantes como o combate ao trabalho forçado, ao trabalho infantil e ao

tráfico de pessoas para fins de exploração sexual e comercial, à promoção da

igualdade de oportunidades e tratamento de gênero e raça no trabalho, bem como na

promoção de trabalho decente para os jovens, entre outras ações.

2.3.2 Principais Normas Regulamentadoras

As Normas Regulamentadoras - NRs regulamentam e fornecem orientações

sobre procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e medicina do trabalho

no Brasil. As NR’s foram criadas a partir da Lei n° 6.514 de 1977. Essa Lei alterou o

Capítulo V, Título II, da CLT, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho e em 08

de junho de 1978 foram aprovadas pela Portaria N.º 3.214.

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As NRs são normas elaboradas pelo Ministério do Trabalho e Emprego - MTE,

assim foram criadas com o objetivo de promover a segurança e a saúde no trabalho

nas diversas atividades econômicas.

Cada NR possui papel e importância relevante nas diversas atividades

econômicas, sendo que algumas possuem aplicações comuns para todas as

atividades. Contudo, algumas NR’s possuem aplicações específicas em alguns ramos

de atividade econômica, como exemplo a NR - 14 - Fornos, possuindo sua aplicação

na atividade econômica de Fabricação de Produtos Cerâmicos, foco do estudo deste

trabalho monográfico.

De acordo o MTE existe 36 NR’s que são expressas de forma prévia no quadro

abaixo:

Quadro 2 - Relação das 36 Normas Regulamentadoras.

Nº Normas Regulamentadoras Descrição Prévia de cada NR

NR 01 Disposições Gerais

As NR’s são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário.

NR 02 Inspeção Prévia

Todo estabelecimento novo, antes de iniciar suas atividades, deverá solicitar aprovação de suas instalações ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego.

NR 03 Embargo ou Interdição

Embargo e interdição são medidas de urgência, adotadas a partir da constatação de situação de trabalho que caracterize risco grave e iminente ao trabalhador.

NR 04

Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT

Será implantado na empresa conforme a gradação do risco da atividade principal e o número total de empregados do estabelecimento.

NR 05 Comissão interna de Prevenção de Acidentes – CIPA

Tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a

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preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

NR 06 Equipamento de Proteção Individual – EPI

Considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

NR 07 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO

Trata dos exames médicos obrigatórios (admissional, periódico, por mudança de função, demissional e complementares) e do programa de acompanhamento da saúde dos empregados.

NR 08 Edificações

Define os parâmetros para as edificações, observando-se a proteção contra a chuva, insolação excessiva ou falta de insolação. Devem-se observar as legislações pertinentes das esferas federaisl, estaduais e municipais.

NR 09 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA

Objetiva a preservação da saúde e a integridade física do trabalhador, através da antecipação, da avaliação e do controle dos riscos ambientais existentes, ou que venham a existir no ambiente de trabalho.

NR 10 Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade

Trata das condições mínimas para garantir a segurança daqueles que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo projetos, operação, reforma e ampliação, incluindo terceiros e usuários.

NR 11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

Destina-se à prevenção de acidentes na operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras.

NR 12 Máquinas e Equipamentos

Determina as instalações e áreas de trabalho; distâncias mínimas entre as máquinas e os equipamentos; dispositivos de acionamento, partida e parada das máquinas e equipamentos.

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NR 13 Caldeiras e Vasos sob Pressão

Estabelece competências nas atividades referentes ao projeto de construção, acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e supervisão de caldeiras e vasos sob pressão.

NR 14 Fornos Define os parâmetros para a instalação de fornos; cuidados com gases, chamas e líquidos.

NR 15 Atividades e Operações insalubres

Considera atividade insalubre aquela que ocorre além dos limites de tolerância. O limite de tolerância assegura que a intensidade, a natureza e o tempo de exposição ao agente não causarão danos à saúde do trabalhador durante a sua vida laboral.

NR 16 Atividades e Operações perigosas

Considera atividade perigosa aquela que ocorre além dos limites de tolerância. As atividades perigosas são ligadas a explosivos, inflamáveis e energia elétrica.

NR 17 Ergonomia Estabelece os parâmetros que permitem a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas do homem.

NR 18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

Estabelece o elenco de providências a serem executadas, em função do cronograma de uma obra, levando-se em consideração os riscos de acidentes e doenças do trabalho, assim como suas medidas de segurança.

NR 19 Explosivos Estabelece os parâmetros para o depósito, o manuseio e o armazenamento de explosivos.

NR 20 Líquidos Combustíveis e Inflamáveis

Define os parâmetros para o armazenamento de combustíveis e inflamáveis.

NR 21 Trabalho a Céu Aberto

Define o tipo de proteção aos trabalhadores que trabalham sem abrigo contra intempéries, insolação e condições sanitárias.

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NR 22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração

Destina-se aos trabalhos em minerações subterrâneas ou a céu aberto, garimpos, beneficiamento de minerais e pesquisa mineral.

NR 23 Proteção Contra Incêndios

Estabelece a proteção contra incêndio; saídas para retirada de pessoal em serviço e/ou público; pessoal treinado e equipamentos. As empresas devem observar também as normas estaduais do Corpo de Bombeiro.

NR 24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho

Todo estabelecimento deve atender às determinações desta norma, no tocante à otimização das condições, e às instalações sanitárias e de conforto.

NR 25 Resíduos Industriais Objetiva a eliminação dos resíduos gasosos, sólidos, líquidos de alta toxidade, periculosidade, risco biológico e radioativo.

NR 26 Sinalização de Segurança

Estabelece as cores na segurança do trabalho como forma de prevenção, evitando a distração, a confusão e a fadiga do trabalhador, bem como cuidados especiais quanto a produtos e locais perigosos.

NR 27

Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho. (texto da NR-27 revogado pela Portaria n°262/2008, mantido para mera consulta).

O técnico em segurança do trabalho deve ser portador de, no mínimo, certificado de conclusão do Ensino Médio, com currículo estabelecido e aprovado pelo Ministério da Educação - MEC e registro profissional no Ministério do Trabalho e Emprego - MTE.

NR 28 Fiscalização e Penalidades

Estabelece gradação de multas, para cada item infligido das normas. Estas gradações são divididas por número de empregados, risco na segurança e risco em medicina do trabalho.

NR 29 Segurança e Saúde no Trabalho Portuário

Regula a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, estabelece os primeiros socorros aos acidentados, visando alcançar as melhores condições de segurança e saúde para os trabalhadores portuários.

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NR 30 Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário

Estabelece a proteção e a regulamentação do trabalho e das condições ambientais no trabalho aquaviário.

NR 31

Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura

Estabelece os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho.

NR 32 Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de saúde

Estabelece as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde.

NR 33 Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

Estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados, bem como o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.

NR 34

Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval

Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval.

NR 35 Trabalho em altura

Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos.

NR 36

Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados

Estabelecer os requisitos mínimos para a avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados.

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – Adaptado pelo autor.

O quadro acima teve como objetivo apresentar as NR’s disponíveis pelo MTE

e as suas aplicações nas diferentes atividades econômicas, porém cabe destacar

algumas NR’s que são pertinentes de aplicação neste segmento produtivo -

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Fabricação de Produtos Cerâmicos e que serviram de base para o desenvolvimento

da pesquisa.

NR 06 - Equipamento de Proteção Individual – EPI

Define que o equipamento de proteção individual - EPI é todo dispositivo ou

produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos

suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

Ainda menciona a importância da utilização do EPI, assim como dá outras

providências como: o empregador é obrigado a fornecer aos empregados,

gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e

funcionamento, nas seguintes situações: sempre que as medidas de ordem geral não

ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças

profissionais e do trabalho; enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem

sendo implantadas; e, para atender a situações de emergências.

Contudo, é o SESMT, ouvida a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -

CIPA e trabalhadores usuários que recomendará ao empregador o EPI adequado ao

risco existente em determinada atividade e nas organizações desobrigadas a

constituir SESMT, caberá ao empregador selecionar o EPI adequado ao risco,

mediante orientação de profissional tecnicamente habilitado, ouvida a CIPA ou na falta

desta, o designado e trabalhadores usuários.

Cabe destacar que essa NR ainda define as responsabilidades do empregador

e do empregado quanto ao EPI, assim como em seu Anexo I define uma lista de

equipamentos de proteção individual como: EPI para proteção da cabeça; proteção

dos olhos e face; proteção auditiva; proteção respiratória; proteção do tronco; proteção

dos membros superiores; proteção dos membros inferiores; proteção do corpo inteiro;

e, proteção contra quedas com diferença de nível.

NR 14 – Fornos

Determina os componentes necessários para fabricação dos fornos para

qualquer utilização, bem como as medidas de segurança para sua instalação e

manuseio.

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NR 17 - Ergonomia

Determina a aplicação de medidas que promovam melhores condições de

trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a

proporcionar melhor conforto, segurança e saúde no trabalho.

NR 15 – Atividades e operações insalubres

Determina as atividades que são consideradas insalubres a partir dos limites

acima da tolerância previstos nos Anexos n°. 1, 2, 3, 5, 11 e 12 da NR 15,

comprovadas através de laudo de inspeção no local de trabalho, sendo que o exercício

de trabalho em condições de insalubridade, assegura ao trabalhador a percepção de

adicional, incidente sobre o salário mínimo da região equivalente a 40% (quarenta por

cento) para grau máximo, 20% (vinte por cento) para grau médio e 10% (dez por

cento) para grau mínimo. Ainda, cabe ressaltar que a eliminação da insalubridade

determinará a cessação do pagamento do adicional.

2.3.3 Normas de Higiene Ocupacional

Saliba (2004) descreve que o termo higiene ocupacional compreende a

qualquer atividade que esteja sendo realizada, sendo uma ciência que opera no

círculo da saúde ocupacional, através da avaliação, reconhecimento, antecipação,

controle dos fatores geradores de doenças e desconforto aos trabalhadores.

Nessa lógica a coordenação de Higiene do Trabalho da FUNDACENTRO

publicou em 1980, uma série de Normas Técnicas denominadas anteriormente

Normas de Higiene do Trabalho - NHT, hoje designadas Normas de Higiene

Ocupacional - NHO. Dessa forma, as normas da NHO foram criadas para contribuir

como ferramenta de identificação dos agentes ambientais, bem como no controle e

na prevenção de doenças ocupacionais.

Tais NHO’s são listadas no quadro abaixo:

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Quadro 3 - Normas de Higiene Ocupacional.

Nº Norma de Higiene Ocupacional

NHO 01 Procedimento Técnico - Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído

NHO 02 Análise qualitativa da fração volátil em colas, tintas e vernizes

NHO 03 Método de Ensaio: Análise Gravimétrica de Aerodispersóides Sólidos Coletados Sobre Filtros e Membrana

NHO 04 Método de Ensaio: Método de Coleta e a Análise de Fibras Em Locais de Trabalho

NHO 05 Procedimento Técnico - Avaliação da Exposição Ocupacional aos Raios X nos Serviços de Radiologia

NHO 06 Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor

NHO 07 Calibração de Bombas de Amostragem Individual pelo Método da Bolha de Sabão

NHO 08 Coleta de Material Particulado Sólido Suspenso no Ar de Ambientes de Trabalho

NHO 09 Procedimento Técnico - Avaliação da Exposição Ocupacional a Vibração de Corpo Inteiro

NHO 10 Procedimento Técnico - Avaliação da Exposição Ocupacional a Vibração em Mãos e Braços

Fonte: Elaborado com base na FUNDACENTRO.

2.4 A Relação entre Segurança no Trabalho e Produtividade

A produtividade de uma organização pode ser mensurada pela sua capacidade

eficiente em transformar certos volumes de entrada (insumos) em produtos finais

(produtos tangíveis e/ou intangíveis). Para tanto, inúmeros fatores são necessários

para atingimento da produtividade, dentre eles citamos tecnologia disponível

empregada, condições de conforto laborais, mão de obra qualificada, capital

empregado entre outros.

Contudo, merece destaque as condições de conforto laboral, pois através

deste, alcançasse condições de processos fabris cada vez mais contínuos, ou seja,

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com menores de paradas de produção, através de um ambiente laboral adequado ao

trabalho, refletindo assim na prevenção dos acidentes do trabalho.

Nessa tônica, este tópico objetivasse referenciar a relação da segurança do

trabalho com a produtividade, ressaltando os motivos para se implantar um sistema

de gestão da segurança no trabalho, bem como os fatores determinantes na

produtividade, as relações de trabalho alinhado à produtividade e os programas de

segurança do trabalho.

2.4.1 Motivos para implantar um sistema de gestão

A implantação de um sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho

agrega valor à cultura organizacional, pois se planeja e gerencia as competências

necessárias para a execução das atividades, priorizando o trabalho em equipe,

promovendo a segurança e a saúde no trabalho e consequentemente refletindo em

maior confiabilidade no processo produtivo.

Contudo, inúmeros são os fatores que afetam direta e indiretamente os

trabalhadores em seus ambientes laborais, as quais citamos como exemplo: ritmo

acelerado de trabalho; fadiga e monotonia na função desempenhada; ausência de

treinamentos e qualificações para o trabalho; condições inadequadas; remuneração

incompatível com o mercado entre outras (EVANGELISTA, 2011).

Diante do exposto, vários esforços veem sendo realizados na busca da

promoção da segurança e saúde no trabalho. O MTE (2015) em seu portal, traz

informações acerca da Comissão Tripartite de Segurança e Saúde no Trabalho -

CTSST, a mesma foi instituída através da Portaria Interministerial n°.152, de 13 de

maio de 2008, dos Ministérios do Trabalho e Emprego, da Previdência Social e da

Saúde, com o objetivo de avaliar e propor medidas para implementação no país da

Convenção n°.187 da OIT que trata da Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho.

Cabe ainda ressaltar que a Comissão é composta de 6 (seis) representantes

do Governo Federal e 6 (seis) representantes dos trabalhadores, visando rever e

ampliar a proposta de Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador -

PNSST, elaborando um Plano de Segurança e Saúde no Trabalho que contenha

ações direcionadas ao bem estar do trabalhador, dentre as inúmeras ações citamos a

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promoção da implantação de sistemas e programas de gestão da segurança e saúde

nos locais de trabalho, dessa forma como já citado anteriormente, vários esforços

estão sendo realizados com o objetivo de alcançar o bem estar dos trabalhadores.

Assim, cabe as organizações adotarem e executarem tais diretrizes e ações tomadas

pela Comissão para alcançarem melhores ambientes laborais e proporcionarem maior

bem-estar aos trabalhadores.

Para Benite (2004), a gestão da segurança e saúde no trabalho é um conjunto

de ações políticas, programas, procedimentos e processos que associam a atividade

da organização com os requisitos legais e, ao mesmo tempo contribuir na percepção

filosófica e cultural da organização, de modo que suas atividades possam ser

realizadas de modo ético e com responsabilidade social.

Para Oliveira e Almeida (2008) o desenvolvimento de sistemas de gestão da

segurança e saúde no trabalho têm sido a principal estratégia empresarial para gerir

o problema social e econômico que os acidentes de trabalho representam, além de

proporcionarem aumento na competitividade, via melhor imagem frente aos clientes,

assim como maior satisfação dos trabalhadores, refletindo assim efeitos positivos na

produtividade.

Damasceno (2005) em seu estudo realizado cita que a inclusão das boas

práticas de gestão de saúde e segurança contribui para a proteção contra os riscos

existentes no ambiente de trabalho, precatando e diminuindo acidentes e doenças e

ainda atuando na redução considerável dos custos. Além de diminuir os custos e

prejuízos, torna a organização mais competitiva.

2.4.2 Fatores determinantes na produtividade

O início do estudo da produtividade da mão-de-obra originou-se em 1881 com

Taylor na usina de Midvale Steel Company onde na ocasião Taylor considerou as

cargas de trabalho excessivas para os operários. Em 1885 logo após o estudo de

Taylor, o casal Gilberth começou a estudar os tempos e os movimentos focados na

área da construção civil, a partir de cronometragens e filmagens, buscando encontrar

a melhor maneira de executar as tarefas, com o objetivo de reduzir movimentos

desnecessários, para tanto almejando maior ganho de produtividade (BARNES,

1977).

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Assim, inúmeros são os fatores determinantes na produtividade de uma

organização, dentre eles citamos alguns: relação salário versus trabalho; mão-de-obra

qualificada; inovação tecnológica empregada; fatores gerencias, qualidade de vida,

condições do ambiente de trabalho, etc.

De acordo com Honorio (2002) é necessário realizar análise e diagnóstico dos

acontecimentos da organização, elencar pontos críticos, gargalos na produção,

medidas de segurança, visando traçar e alinhar planos de ações. Assim, gerir medidas

que possam contribuir significativamente a produtividade da organização.

2.4.3 Relações de trabalho alinhado à produtividade

A produtividade é uma resultante de vários fatores independentes que

modificam e/ou contribuem no ambiente de trabalho, atuando sob diversas formas.

Lida (2005) cita que um fator de grande influência são as condições ambientais

desfavoráveis como calor, ruídos e vibrações. Entre as condições citadas, temos

como exemplo, o excesso à exposição ao calor, onde que seus limites de tolerância

são dados pela NR-15 - Anexo n°.3 (três), sendo este agente propulsor de desconforto

térmico, fadiga, diminuição do rendimento laboral e consequentemente impulsionador

de danos à saúde do colaborador.

Nesse contexto, possuímos como ponto chave o fator humano e as suas

condições de trabalho, ou seja, relação com o ambiente ao qual se encontra inserido,

pois este último interfere, alterando e refletindo no aumento ou diminuição da

produtividade como exemplo: realização de excessivas horas extras; impacto na

qualidade do serviço prestado; condições que se encontram os postos de trabalho;

condições mentais dos colaboradores, estresse e outros, que acabam influenciando

diretamente na produtividade da organização.

2.4.4 Programas de segurança do trabalho

Diante dos objetivos da promoção das melhores condições de segurança e

saúde no trabalho, através de medidas de gestão em segurança e saúde, assim como

a busca pela produtividade em paralelo ao bem-estar do trabalhador, criou-se

programas de segurança e saúde no trabalho, através das NR’s, NBR’s, acordos

coletivos e outros. Dentre eles citamos alguns como o Programa de Controle Médico

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e Saúde Ocupacional - PCMSO; Programa de saúde ocupacional - PSO; Programa

de Saúde e Segurança no Trabalho - PSST; Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais - PPRA; Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA que é uma

comissão constituída por membros da empresa, sendo estes representantes do

empregador, assim como dos empregados, possuindo papel de prevenir acidentes e

doenças decorrentes do trabalho.

Além dos programas de segurança e saúde no trabalho, existem diversas

ferramentas gerenciais já citadas que podem ser empregadas de acordo com cada

situação e finalidade.

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CAPÍTULO III – ESTUDO DE CASO EM DUAS ORGANIZAÇÕES DE PRODUTOS

CERÂMICOS

Neste capítulo será apresentado o estudo de caso de 2 (duas) organizações de

produtos cerâmicos no que concernem a descrição da atividade econômica, das

atividades ceramistas, das dimensões: espacial, geográfica e tecnológica, bem como

do cenário empresarial, produtivo e laboral e como decorrência, os sistemas de gestão

nas cerâmicas, bem como a avaliação das Normas Regulamentadoras direcionadas

a atividade econômica.

3.1 Descrição da atividade econômica

De acordo com o CNAE dado pelo Quadro I da NR - 4 com correspondente

Grau de Risco - GR para fins de dimensionamento do SESMT dada pela Norma

Regulamentadora - 4 - SESMT do MTE, as 02 (duas) organizações em estudo se

enquadram em 02 (dois) CNAE’s, o 23.41-9 Fabricação de produtos cerâmicos

refratários com correspondente grau de risco 4, e o 23.42-7 Fabricação de produtos

cerâmicos não refratários para uso estrutural na construção com correspondente grau

de risco 3, sendo estes pertencentes ao grupo principal da atividade 23.4 - Fabricação

de produtos cerâmicos.

Nessa lógica, ambas organizações em estudo possuem como atividade

principal a Fabricação de produtos cerâmicos não refratários para uso estrutural na

construção.

Contudo, de acordo com a Associação Brasileira de Cerâmica - ABCERAM

(2015) o setor cerâmico é amplo e heterogêneo, cabendo dividi-lo em sub-setores ou

segmentos em função de inúmeros fatores, como matérias-primas, propriedades e

áreas de utilização. Assim, a seguinte classificação é adotada: cerâmica vermelha;

materiais de revestimento (placas cerâmicas); cerâmica branca; materiais refratários;

isolantes térmicos; fritas e corantes; abrasivos; vidro, cimento e cal; e cerâmica de alta

tecnologia/Cerâmica avançada. Desta forma, fará se ênfase para efeito deste

trabalho, somente a classificação de cerâmica vermelha, pelo fato que ambas

organizações em estudo se enquadram nesta.

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3.2 Atividades Ceramistas

De acordo com a ABCERAM (2015) cerâmica compreende todos os materiais

inorgânicos, não metálicos, obtidos geralmente após tratamento térmico em

temperaturas elevadas. Assim, os produtos do setor de cerâmica vermelha

compreendem aqueles materiais com coloração avermelhada empregados na

construção civil como tijolos, blocos, telhas, lajes para forro, lajotas, vasos

ornamentais, agregados leve de argila expandida e outros. Em relação à matéria-

prima, utiliza-se basicamente de argila que é material natural, de textura terrosa de

granulação fina, constituída basicamente de argilominerais, podendo ainda conter

outros minerais que não são argilominerais, como quartzo, mica, pirita, hematita, etc.

Neste contexto, a cerâmica vermelha possui um processo produtivo

relativamente curto, resumido nas Seguintes etapas, sendo: extração, dosagem,

desintegração, mistura, laminação, extrusão ou corte, secagem, queima e expedição.

A extração da argila ocorre geralmente em jazidas próximas a unidade

produtiva, depois a matéria-prima é recebida e misturada com as demais argilas, afim

de obter um produto com maior resistência. Por sua vez esse processo é designado

de dosagem, sendo este o responsável pela coloração vermelha, aspecto típico do

produto.

Após esta etapa o produto segue para um misturador onde é homogeneizada

utilizando assim a adição de água, atingindo 18% a 30% de umidade, conforme o

produto que será produzido a partir da mistura. Assim que é adicionado a agua a

massa para por um processo determinado laminação que por sua vez é responsável

por retirar a existência de ar da massa, afim de obter um produto de qualidade ao final.

Com a massa pronta a próxima etapa é onde os produtos ganham formas

passando assim por equipamentos como prensas hidráulicas, marombas, extrusoras

e máquinas de corte, dependendo do tipo de produto final. Entretanto, para a produção

de telhas, a massa é enviada em dimensões padrão para a prensa, onde são

moldados os produtos de acordo com cada. Já para a produção de tijolos, a massa

entra de forma contínua em um equipamento que faz o molde do tijolo e após isso é

realizado o corte conforme tamanho.

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Com os produtos já moldados entra o processo de tratamento térmico, que

ocorre em 2 (duas) etapas, sendo que a primeira ocorre a secagem em estufa com

temperatura interna variando de 80°C a 110°C, objetivando a redução da umidade dos

produtos para 3% (três por cento), afim de atingir o maior ganho de qualidade.

(PAULETTI, 2001).

A segunda etapa é a queima dos produtos em fornos com temperatura interna

de 750°C à 900°C para tijolos, de 900°C à 950°C para telhas e de 950°C a 1200°C

para tubos cerâmicos, variando de acordo com o sistema utilizado para a queima.

Logo em seguida os produtos são retirados e resfriados com auxílio de ventiladores,

para então serem destinados para a inspeção. (PAULETTI, 2001).

Assim o produto final é inspecionado para identificar produtos defeituosos. E

por final os produtos são armazenados aguardado expedição conforme o sistema de

venda. Os produtos não conformes são descartados não sendo possível retornar para

a linha de produção, pois uma vez realizado a queima do produto ele já não serve

para ser reprocessados. Desta forma a figura 2 (dois) ilustra o processo produtivo da

cerâmica vermelha:

Figura 2 - Processo de Produção de Cerâmica Vermelha.

Dosagem Desintegração

MisturaLaminaçãoExtrusão e corte

Prensagem Secagem Queima

Matéria-Prima

Produto Final

Fonte: Adaptado de Pauletti (2001).

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3.3 Dimensões Espacial, Geográfica e Tecnológica das Áreas em Estudo

O estudo de caso desta pesquisa focou em 02 (duas) organizações de produtos

cerâmicos, situadas no município de Pimenta Bueno e Cacoal, ambas localizadas no

estado de Rondônia.

Contudo, respeitando as diretrizes de divulgação, para o desenvolvimento

desta pesquisa, atribui-se os seguintes nomes: organização de Pimenta Bueno/RO

como (A) e a de Cacoal/RO como (B). Desta forma, realizada a denominação para

cada, as descrições das dimensões se acham demonstradas a seguir.

3.1.1 Organização A

A organização se caracteriza por ser privada, sociedade limitada, composta por

alguns sócios, constituindo-se uma unidade familiar.

Considerada de porte médio, possui atualmente 150 (cento e cinquenta)

colaboradores efetivos, atendendo os estados de Rondônia, Mato Grosso e Acre.

O município de Pimenta Bueno/RO, localiza-se geograficamente na

Mesorregião Leste Rondoniense, ao longo da BR-364, ao sul da capital do estado,

distante aproximadamente 520 km da capital Porto Velho conforme Google Mapas.

Segundo informações do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e estatística

conforme o censo 2010, a população é de aproximadamente 33.822 mil habitantes e,

estimada para o censo de 2014 em 37.230 mil habitantes.

Quanto ao aspecto tecnológico, o setor é de grande concorrência na Região

Centro Leste de Rondônia, haja vista a enorme concentração de cerâmicas instaladas,

tal fator, deve-se principalmente pela abundante oferta de matéria-prima na região.

Neste contexto, consciente de suas limitações tecnológicas, a organização acaba por

perder espaço para outras grandes produtoras de produtos cerâmicos, que por sua

vez, conseguem atender os clientes mais rapidamente.

No tocante à fabricação dos produtos cerâmicos, os processos se caracterizam

por ser artesanal ou manual, dado que, com a demanda atual requerida, a organização

possui condições de atender, mais para isso, necessita de um tempo maior,

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dependendo da quantidade requerida, já que seus processos são em grande maioria

manuais, desta forma, demandando maior tempo para a fabricação. Contudo, tal fator,

tem-se constituindo no seu principal impedimento ao longo do tempo, para ganhar

mais espaço no mercado, frente seus concorrentes.

Embora conte com processos manuais em quase todas as etapas, a

organização utiliza-se de processos automatizados nas esteiras que percorrem o

processo produtivo e na etapa térmica, mais dada à necessidade de permanente

aquisição e modernização de maquinários, equipamentos e automatização, na busca

de obter ambientes de trabalho cada vez mais seguros, bem como, maior alcance de

eficiência e produtividade para garantir o padrão de qualidade e competitividade em

tempo e preço, faz-se necessário investimentos constantes em tecnologia.

Neste contexto, os principais maquinários e equipamentos utilizados são:

extrusora, esteira automatizada para transporte, maromba, cortadeira, prensa e

vagonetas.

3.1.2 Organização B

A organização se caracteriza por ser privada, sociedade limitada, composta por

alguns sócios, constituindo-se uma unidade familiar.

Considerada de porte médio, possui atualmente 96 (noventa e seis)

colaboradores efetivos, atendendo os estados de Rondônia, Mato Grosso e Acre.

O município de Cacoal/RO localiza-se geograficamente na Mesorregião Leste

Rondoniense, ao longo da BR-364, ao sul da capital do estado, distante

aproximadamente 480 km da capital Porto Velho conforme Google Mapas,

Segundo informações do IBGE censo 2010, a população é de 78.574 mil

habitantes e, estimada para o censo de 2014 em 86.556 mil habitantes.

Quanto ao aspecto tecnológico, o setor é de grande concorrência na Região

Centro Leste de Rondônia, devido à grande oferta de matéria-prima. Contudo, no

tocante à fabricação dos produtos cerâmicos, os processos se caracterizam por ser

automatizados, desta forma, conseguindo atender mais rapidamente seus clientes.

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Nessa lógica, tal fator, tem representado diminuição das zonas de perigo, via

implantação de máquinas e equipamentos mais modernos e automatizados que já

possuem maiores dispositivos e medidas de segurança, exigidas por Normas e/ou

NBR’s pertinentes, ainda, tem representado diferencial competitivo nos ganhos em

produtividade.

Neste contexto, os principais maquinários e equipamentos utilizados são:

extrusora, esteira automatizada para transporte, maromba cortadeira, prensa e

vagonetas automatizadas.

3.2 Cenário Empresarial, Produtivo e Laboral

O presente tópico apresenta o ambiente laboral, produtivo e o cenário

empresarial das duas organizações.

3.2.1 Organização A

Atua no segmento há mais de 30 (trinta) anos, gerando emprego e renda para

os trabalhadores locais, constituindo-se em uma das maiores do setor de cerâmica

vermelha do estado. Atualmente possui uma produção média mensal de 600.000

(seiscentos mil) tijolos e 600.000 (seiscentos mil) telhas, resultando em uma produção

média mensal de 1.200.000 (um milhão e duzentas mil) unidades de produtos

acabados. Neste contexto, possui sua política direcionada ao atendimento aos seus

clientes através de produtos de qualidade, bem como, no cumprimento das questões

ambientais e na melhor interação entre trabalhador e meio laboral.

Contudo, sabemos que segmento cerâmico é um ambiente laboral considerado

insalubre, onde alguns agentes presentes são pertinentes a este, ou seja, são

característicos da atividade em questão, como: o calor, ruído contínuo e a poeira

mineral. Para tanto, medições ambientais, utilizando instrumentos específicos devem

ser realizadas, tanto no que concerne ao atendimento dos programas exigidos pelo

MTE, como pela busca constante da promoção da segurança e saúde no trabalho.

Diante disso, programas como: PCMSO, PPRA e LTCAT representam apenas alguns

dos inúmeros que devem ser implantados e gerenciados no âmbito laboral. Este último

(LTCAT), expedido por Engenheiro ou Médico do Trabalho, definirá mediante aos

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limites de tolerância definidos nos Anexos da NR-15 se as atividades ou operações

são consideradas insalubres.

Quanto ao seu ambiente laboral, o mesmo é divido em 5 (cinco) setores, os

quais são: linha de produção, estufa de secagem, forno abóboda, forno contínuo e

expedição. Na linha de produção as condições de trabalho apresentam características

distintas das demais áreas, dado que, o setor possui temperatura ambiente, via

ventilação natural, decorrente da altura considerável do pé direito da estrutura, porém,

mediante as máquinas instaladas no setor, há constante emissão de ruídos contínuos,

aos quais são oriundos das máquinas “maromba” e das prensas hidráulicas do

processo produtivo das telhas e dos tijolos. Assim, deve-se realizar medições

ambientais para diagnosticar se os níveis de ruído em decibel - dB se encontram

acima ou abaixo dos limites de tolerância previsto no anexo n° 1 deste estudo.

Na estufa de secagem, etapa específica para a retirada da umidade da telha,

as condições de trabalho apresentam características de exposição ao calor e a poeira

mineral, apresentando ambiente com indícios de insalubre, já que os trabalhadores

permanecem expostos ao calor e a absorção da poeira mineral, sendo estes, agentes

considerados pertinentes do setor, porém, cabe realizar medições ambientais para

diagnosticar a intensidade das exposições, conforme anexos nº 2 e 3 deste estudo.

Cabe ainda ressaltar que em conversa com o funcionário responsável pelo

setor, foi possível verificar o quanto o mesmo estava fadigado e, em determinado

momento, ainda foi possível verificarmos a ação de acionamento de uma máquina que

gerava vapor, ao qual possuía a finalidade de retirada do excesso de poeira mineral

que se formava na etapa da secagem, tal operação faz com o que, os materiais sólidos

suspensos se propaguem, prejudicando a respiração dos trabalhadores, mesmo estes

utilizando os EPI’s adequados ao ambiente.

No forno contínuo o processo é relativamente simples, exigindo pouco esforço

físico do trabalhador, já que o sistema é automatizado e seu controle é realizado via

painel e softwares específico, mas há necessidade de abastecer e retirar do forno os

vagões, via processo manual, assim essa operação, expõe o trabalhador à

temperatura extrema de calor, logo, medições devem ser realizadas, conforme Anexo

n°2 deste trabalho.

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E logo após o produto ser retirado do forno, há necessidade de resfria-lo, via

ventilador exaustor, porém, este emiti ruído contínuo em dB, o qual deverá ser

diagnosticado via medições ambientais, conforme limite de tolerância dado pelo

Anexo nº 1 deste estudo.

Já o forno abóboda possui a mesma finalidade do forno contínuo, mais se

diferencia em algumas características, como: toda operação é manual, menor

eficiência de produção e recebe apenas um produto (tijolos). E devido à sua

característica manual, exige maior esforço físico e maior tempo de exposição ao calor,

fato esse verificado na operação de alimentação da combustão do forno, já que

constantemente o trabalhador realiza a verificação e a operação, logo, medições

devem ser realizadas, conforme anexo n° 2 deste estudo.

Por fim, tem-se a expedição dos produtos acabados, realizada de forma

manual, exigindo muito esforço físico, decorrente do peso e dos movimentos

repetitivos.

Desta forma, medidas de segurança devem ser constantemente estudadas e

implantadas para eliminar ou minimizar a exposição à níveis aceitáveis de acordo com

a legislação, bem como proporcionar maior conforto ao trabalhador. Nessa tônica,

observa-se em todos os seus 5 (cinco) setores, a presença de Mapa de Risco,

desenvolvido pela CIPA em conjunto com o SESMT.

E na busca da prevenção, em uma análise global foram identificados os

seguintes riscos ocupacionais: riscos de acidente ou mecânico, riscos físicos, riscos

químicos e riscos ergonômicos.

Risco de Acidente ou Mecânico: Possíveis quedas de produtos como telhas e

tijolos das vagonetas em movimentação que abastecem a etapa térmica, bem

como das vagonetas de produto acabado. Possíveis esmagamentos dos

membros superiores nas prensas hidráulicas;

Risco Físico: Ruídos contínuos e temperaturas extremas como o calor;

Risco Químico: Poeiras minerais;

Risco Ergonômico: Posturas inadequadas, levantamento excessivo de peso e

movimentos repetitivos;

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3.2.2 Organização B

Atua no segmento há mais de 35 (trinta e cinco) anos, gerando emprego e

renda para os trabalhadores locais e juntamente com a organização A, é uma das

maiores do setor de cerâmica vermelha do estado. Atualmente possui uma produção

média mensal de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) tijolos e 750.000 (setecentos

e cinquenta mil) telhas, resultando em uma produção média mensal de 1.200.000 (um

milhão e duzentas mil) unidades de produtos acabados.

Nesse tocante e com o objetivo cada vez maior em atender seus clientes,

possui sua política direcionada a qualidade e rapidez no alcance das melhores taxas

de produtividade, através de processos automatizados, maior capacitação para o

desenvolvimento da interface homem/máquina, bem como, na qualidade de vida dos

trabalhadores e no cumprimento das exigências ambientais.

E como já citado, o segmento cerâmico é um ambiente laboral considerado

insalubre, pelos diversos agentes presentes, como: calor, ruído contínuo, poeira

mineral e outros. Diante disso, programas como: PCMSO, PPRA e LTCAT são só

alguns dos muitos que devem ser implantados e gerenciados no âmbito laboral. Este

último (LTCAT), expedido por Engenheiro ou Médico do Trabalho, definirá mediante

aos limites de tolerância definidos nos Anexos da NR-15 se as atividades ou

operações são consideradas insalubres.

Quanto ao ambiente laboral, o mesmo está divido da seguinte forma: linha de

produção, enforma e Desenforma do túnel contínuo, enforma e desenforma do forno

Hoffmann, Queima (fornos Abóboda), câmara de secagem e

expedição/carregamento.

Na linha de produção o processo é automatizado, apresenta características de

temperatura amena, refletindo em conforto ambiental, pelo fato de possuir

climatizadores de ar, assim como possuir considerável pé direito estrutural,

propiciando ambiente mais arejado. Porém, há constante emissão de ruídos contínuos

das seguintes máquinas: maromba, prensas, extrusoras. O qual deverá ser

diagnosticado via medições ambientais conforme limite de tolerância dado pelo Anexo

nº 1 deste trabalho. Na figura 3 abaixo é ilustrado o sistema de climatizatores.

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Figura 3 - Climatizadores instalados na empresa B.

Fonte: Imagens colhidas na empresa.

A estufa de secagem é um processo automatizado, exigindo pouco esforço

físico do trabalhador, mas apresenta características de exposição ao calor e a poeira

mineral, sendo estes, agentes considerados pertinentes do setor, porém, cabe realizar

medições ambientais para diagnosticar a intensidade das exposições, conforme

anexos n° 2 e 3 deste estudo.

O Forno contínuo possui característica idêntica da organização A, logo,

medições devem ser realizadas, conforme Anexo n°2 deste estudo.

O Forno Hoffman se encontra desativado para manutenção, desta forma, não

possuímos informações especificas acerca do mesmo, porém, sabe-se que é

totalmente manual. Cabe ressaltar que em conversa com o gerente de produção, ele

nos informou que o forno atingi temperatura muito alta, deixando o ambiente que o

cerca, muito quente e fadigante. Para tanto, quando voltar em operação, é necessário

realizar medições, conforme Anexo n° 3 da NR-15 que se encontra no anexo nº 2

deste estudo.

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Para os Fornos abóbodas, estes não se encontram em operação, pois estão

em processo de desativação, devido a sua limitação de produção e, em conversa com

o gerente de produção, nos informou que os mesmos darão lugar para construção de

mais 1 (um) forno contínuo.

Por fim, tem-se a expedição dos produtos acabados, realizada de forma

manual, exigindo muito esforço físico, decorrente do peso e dos movimentos

repetitivos.

Desta forma, medidas de segurança devem ser constantemente estudadas e

implantadas para eliminar ou minimizar a exposição à níveis aceitáveis de acordo com

a legislação, bem como proporcionar maior conforto ao trabalhador, porém, verificou-

se ausência de Mapa de Risco em todos os setores da organização.

E em uma análise global foram identificados os seguintes riscos ocupacionais:

Risco de Acidente ou Mecânico: Possíveis quedas de produtos como telhas e

tijolos das vagonetas em movimentação que abastecem a etapa térmica, bem

como, das vagonetas de produto acabado. Possíveis esmagamentos dos

membros superiores nas prensas hidráulicas;

Risco Físico: Ruídos contínuos e temperaturas extremas como o calor;

Risco Químico: Poeiras minerais;

Risco Ergonômico: Posturas inadequadas, Levantamento excessivo de peso e

movimentos repetitivos.

3.3 O sistema de gestão nas Cerâmicas

Neste tópico serão apresentados os sistemas de gestão das duas organizações

bem como a avaliação das Normas Regulamentadores de Segurança do Trabalho NR

06, NR 14 e NR 17.

3.3.1 Organização A

Todo o seu sistema de gestão da organização é direcionado a atender os

requisitos mínimos exigidos pela legislação trabalhista.

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Atualmente seu SESMT é formado por 1 (uma) Técnica de Segurança do

Trabalho, de acordo com o dimensionamento dos SESMT do Quadro II da NR-4, e

atualmente recebe assessoria externa do Serviço Social da Indústria - SESI.

Nessa lógica, pelo seu quantitativo de colaboradores efetivos, possui CIPA

formada por 4 (quatro) membros efetivos e 3 (três) suplentes, dada pela NR-5, que

em seu Quadro III - CNAE, com correspondente agrupamento para dimensionamento

da CIPA, a atividade econômica se enquadra no grupo C-12, tal grupo é utilizado no

Quadro I - Dimensionamento de CIPA na determinação da quantidade de cipeiros

efetivos e suplentes.

A seguir, foram focadas as ferramentas utilizadas na gestão da segurança do

trabalho. Dentre elas, citamos: integração e sistema de rodizio de turnos de trabalho.

a. Integração:

A integração é um processo de familiarização do novo colaborador junto à

organização, tem por objetivo apresentar toda a sua política, ambientes de trabalho,

processos, produtos e aspectos da segurança e saúde no trabalho.

A integração é realizada em um dia normal de trabalho, possuindo

aproximadamente 4 (quatro) horas, onde o novo colaborador tem a possibilidade de

conhecer a organização como um todo e tirar dúvidas essenciais em todo seu âmbito

geral.

b. Sistema de Rodizio de Turnos de Trabalho:

A atividade produtiva da cerâmica é um fluxo contínuo, ou seja, 24 (vinte e

quatro) horas em atividade de transformação, requerido turnos de trabalho, que

segundo Fischer, Moreno e Rotenberg (2004) é um grupo de operadores que

trabalham em sistema de revezamento, porém em horários distintos, sucedendo umas

às outras, garantindo a continuidade do processo fabril.

Assim, no quadro 4 se acham demonstradas o sistema de rodizio.

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Quadro 4 - Quantitativos de equipes e turnos de trabalho.

Escala de turnos

Setor Quantidade de equipes

Horas de trabalho

Dias de trabalho

Folga

Forno abóboda 5 6 3 1 Horário Rotacional

Produção 1 _ _ _ Horário pré-determinado

Estufa 5 6 3 1 Horário Fixo

Fornos contínuo 5 6 3 1 Horário Fixo

Fonte: Dados da empresa – elaborado pelo autor.

Conforme o quadro 4, o setor de produção é o único que não realiza troca de

turnos, pois quando se atingi a meta diária de produção e de capacidade, logo encerra

suas atividades, haja vista, que os processos posteriores (etapa térmica) demandam

mais tempo de transformação. O setor atua semanalmente da seguinte forma:

segunda-feira das 06 (seis) horas às 16 (dezesseis) horas, de terça à sexta-feira das

06 (seis) horas às 12 (doze) horas, e no sábado das 06 (seis) horas às 16 (dezesseis)

horas.

Os demais setores como estufa de secagem, forno contínuo e o forno abóboda

possuem 5 (cinco) equipes em sistema de rodizio, sendo que 4 (quatro) trabalham no

dia em turnos de 6 (seis) horas, enquanto outra equipe possui 1 (uma) folga. Quanto

ao sistema de horários, tanto no forno contínuo como na estufa de secagem são fixos,

enquanto que no forno abóboda são rotacionadas.

As descrições dos horários semanais fixos e rotacionais se acham

demonstradas a seguir:

Horários fixos: Equipe dá início as atividades às 6 (seis) horas da manhã da

segunda-feira, bem como, no restante dos seus dias laborais, ou seja, não alterando

sua entrada conforme os dias da semana;

Horários rotacionais: Equipe dá início a atividade às 6 (seis) horas da manhã

da segunda-feira, já na terça-feira passa à iniciar-se às 12 (doze) horas, ou seja,

sempre o horário de término de um dia laboral, será o início do próximo dia de trabalho.

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A adoção pelo sistema já é realizada há 2 (dois) anos e tem como principal

objetivo, através da quantidade considerável de turnos adotados, diminuir o tempo de

exposição dos trabalhadores frente aos agentes nocivos. Desde a adoção do sistema,

a rotatividade de desligamento tem diminuído, bem como os afastamentos, porém,

não se tem informações específicas quanto aos seus percentuais em virtude das

diretrizes impostas de divulgação da organização.

3.3.2 Organização B

O sistema de gestão da organização é focada na promoção da segurança e

saúde no trabalho, com vistas ao atendimento das exigências da legislação

trabalhista.

Atualmente não possui SESMT formado, pois seu quantitativo de

colaboradores não exige a presença de profissionais da área, como colaboradores

efetivos, de acordo com o dimensionamento dos SESMT do Quadro II da NR-4,

porém, atualmente recebe assessoria externa do SESI.

Neste contexto, pelo seu quantitativo de colaboradores efetivos, conta com a

CIPA formada por 3 (três) membros efetivos e 3 (três) suplentes, dada pela NR-5, que

em seu Quadro III - CNAE, com correspondente agrupamento para dimensionamento

da CIPA, a atividade econômica se enquadra no grupo C-12, tal grupo é utilizado no

Quadro I - Dimensionamento de CIPA na determinação da quantidade de cipeiros

efetivos e suplentes.

A seguir, foram focadas as ferramentas utilizadas na gestão da segurança do

trabalho. Dentre elas, citamos: integração, sinalização na área e regras de limpeza.

a. Integração:

A integração é um processo de familiarização do novo colaborador junto à

organização, tem por objetivo apresentar toda a sua política, ambientes de trabalho,

processos, produtos e aspectos da segurança e saúde no trabalho.

A integração é realizada em um dia normal de trabalho, possuindo

aproximadamente 6 (quatro) horas, onde o novo colaborador tem a possibilidade de

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conhecer a organização como um todo e tirar dúvidas essenciais em todo seu âmbito

geral.

b. Sinalização na área:

Em visita ao chão de fábrica, observou-se um quantitativo grande de placas de

sinalização em todos os setores, oriundas das reuniões ordinárias da CIPA e do auxílio

técnico da assessoria.

Está é uma ferramenta utilizada para conscientizar o trabalhador por meio do

estímulo visual, onde a todo instante o colaborador é lembrado, através de placas de

sinalização de proibição, de alerta, de orientação e de sinalização em equipamentos

de combate a incêndio, conforme dispõe a ABNT NBR 13434-2: 2004 que trata da

Sinalização de segurança contra incêndio e pânico.

Neste contexto, também foi verificado o emprego de cores para segurança,

conforme dispõe a ABNT NBR 7195: 1995 que fixa as cores que devem ser usadas

para a prevenção de acidentes, empregadas para identificar e advertir contra riscos,

como exemplo: todos os equipamentos possuem indicação dos riscos por meio de

cores.

O emprego da sinalização e das cores é ilustrado nas figuras 4, 5, 6, 7 e 8

abaixo.

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Figura 4 - Maromba

Fonte: Dados da empresa B – Autor.

Figura 5 - Lateral da Maromba.

Fonte: Dados da empresa B – Autor.

Figura 6 - Braço hidráulico

Fonte: Dados da empresa B – Autor.

Figura 7 - Produção de Tijolos.

Fonte: Dados da empresa B – Autor.

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Figura 8 - Braço hidráulico - produção de telhas.

Fonte: Dados da empresa B – Autor.

Observa-se, além das placas de alerta e orientação, assim como o emprego

das cores amarela e alaranjada, conforme ABNT NBR 7195:1995, a cor amarela é

usada para indicar cuidado em partes superior e laterais de passagens que

apresentem risco e outros, conforme aplicação nas ilustrações das máquinas, já a cor

alaranjada é usada para indicar perigo em partes móveis e perigosas de máquinas e

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equipamentos e outros, conforme aplicação nas ilustrações. Cabe ressaltar, a

presença de barreiras fixas nos equipamentos, impedindo que haja contato com as

partes perigosas das máquinas.

c. Regras de limpeza:

Consiste em um sistema de limpeza no setor de fabricação de telhas no término

do expediente, realizada pelos próprios colaboradores do setor e, uma vez na semana

é realizada a limpeza em toda a unidade produtiva. Seus principais objetivos são:

tornar o ambiente de trabalho mais agradável, retirar o excesso de poeira mineral,

guardar ferramentas e/ou verificar situação que possa gerar risco.

3.4 Avaliação das Normas Regulamentadoras

Todo sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho, deve contemplar a

promoção e o bem-estar dos trabalhadores, para tanto, deve seguir, adotar, executar

e gerenciar de forma eficaz as Normas Regulamentadoras direcionadas à sua

atividade econômica. Contudo, para efeito desse estudo, foram avaliadas as seguintes

NR’s nas 2 (duas) organizações: 06, 14 e 17.

3.4.1 NR 06

Observa-se que ambas organizações disponibilizam EPI’s, como: EPI para

proteção auditiva, EPI para proteção respiratória, EPI para proteção da cabeça e EPI

para proteção dos membros superiores.

EPI para Proteção Auditiva: Protetor auditivo de inserção para proteção do

sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na

NR -15, Anexos n°1 e 2;

EPI para Proteção Respiratória: Peça semifacial filtrante (PFF1) para proteção

das vias respiratórias contra poeiras e névoas;

EPI para Proteção da Cabeça: Capacete para proteção contra impactos de

objetos sobre o crânio;

EPI para Proteção dos Membros Superiores: Luvas para proteção das mãos

contra agentes cortantes e perfurantes.

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Verifica-se que ambas organizações atendem ao disposto no item 6.3 da NR-

06, ou seja, fornecem gratuitamente EPI adequado ao risco, em perfeito estado de

conservação e funcionamento.

3.4.2 NR 14

A NR 14 em seu item 14.1 cita que os fornos para qualquer utilização devem

ser construídos solidamente e revestidos com materiais refratários de forma que o

calor não ultrapasse o valor de tolerância estabelecido na NR 15.

Partindo desse pressuposto, ambas organizações, possuem fornos construídos

com materiais refratários, porém, como a temperatura interna é muito elevada, há

certa taxa de transferência de calor para o ambiente externo, ultrapassando o

permitido na NR 15 - Anexo n.°3, tal situação só foi possível de constatar na

Organização B via dados obtidos do seu LTCAT, pois não tivemos acesso ao Laudo

da Organização A, devido às diretrizes de restrição impostas pela mesma.

As descrições da análise da organização B, se acham demostradas a seguir:

conforme anexo nº 2 deste estudo, o trabalho foi considerado moderado, e conforme

o Quadro n.°2, o regime de trabalho foi considerado intermitente com período de

descanso em outro local. Desta forma, realizada as análises, o limite de tolerância

conforme o Quadro n.° 2 é de no máximo 28,0 °C, porém, a conclusão para o ambiente

foi 35,1 ºC, ou seja, para as condições ambientais e atividade física, o limite de

tolerância foi ultrapassado, sendo considerada atividade insalubre, com direito a um

percentual de 20% sobre o salário mínimo da região, conforme NR-15.

Constata-se, através da análise da organização B, não atendimento ao disposto

no item 14.1 da referida Norma, gerando ambiente com temperatura extrema de calor.

3.4.3 NR 17

A NR 17 em seu item 17.1 esclarece que esta Norma visa estabelecer

parâmetros de condições laborais às características psicofisiológicas dos

trabalhadores, para assim proporcionar à promoção do conforto aos trabalhadores.

No processo de transformação das cerâmicas vermelhas, observa-se inúmeras

atividades, onde alguns itens da Norma se fazem presentes, como: levantamento de

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peso, transporte e descarga de materiais, condições de equipamentos e condições

ambientais do posto de trabalho.

Na organização A não foi observada nenhuma ação que à direcione ao

cumprimento do disposto no item 17.1, bem como nos demais itens da Norma.

Já na organização B verificou-se equipamentos adaptados às condições de

trabalho, permitindo menor esforço físico. Na figura 9 é ilustrada uma prensa hidráulica

que possui braço pneumático para retirar o produto acabado do equipamento.

Figura 9 - Processo de fabricação de telhas.

Fonte: Dados da empresa B – Autor.

Conforme figura 9 , o operador possui melhor postura ergonômica, já que não

necessita realizar inúmeros movimentos e/ou deslocamentos combinados, como:

abaixar-se, levantar-se e inclinar-se. Contudo, as condições de trabalho impostas pela

Braço Hidráulico

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Norma são inúmeras, como: aspectos relacionados ao levantamento, transporte e

descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos, as condições ambientais do

posto de trabalho, porém, somente foi observado aspecto ergonômico nos

equipamentos da linha de produção de telhas.

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CAPÍTULO IV – AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE GESTÃO NAS ORGANIZAÇÕES

EM ESTUDO: ANÁLISE E RESULTADOS

Neste capítulo será desenvolvido o estudo de caso nas organizações, sobre a

qual foi aplicada uma avaliação em seus sistemas de gestão e como decorrência, os

reflexos sobre a integridade física dos colaboradores, bem como os efeitos sobre a

produtividade, cujos procedimentos e resultados se acham demonstrados a seguir.

4.1 Configuração da pesquisa aplicada

Para atingir os objetivos propostos neste estudo de caso, foram realizadas

aplicações de questionários1 junto as organizações. Para tal, os questionários foram

estruturados com perguntas abertas e fechadas.

Os questionários foram aplicados durante o mês de fevereiro de 2015 junto aos

colaboradores de ambas as organizações, totalizando 18 (dezoito) pessoas em cada,

tal quantitativo não foram superiores, devido ao processo contínuo das cerâmicas e

consequentes falta de disponibilidades dos colaboradores responderem à entrevista.

Os questionários aplicados compreenderam apenas os colaboradores da

unidade produtiva “chão de fábrica”, por entender que são estes que estão expostos

aos agentes nocivos. Desta forma, o questionário levou em consideração aspectos

como, conhecimento em EPI’s e EPC’s, nível de escolaridade, conhecimento nas

NR’s, idade, ritmo e tempo de trabalho, ou seja, o que os colaboradores conhecem,

anseiam e como consideram a organização no tocante, à tais aspectos referidos.

4.1 Resultados obtidos

Para análise dos sistemas de gestão, o estudo foi finalizado com a elaboração

de uma comparação e/ou confronto entre os mesmos, direcionando-as à um sistema

de gestão que seja alinhado à produtividade e à integridade dos colaboradores.

A seguir, serão apresentados os resultados colhidos com a aplicação dos

questionários junto aos colaboradores de ambas organizações.

1 Questionário elaborado pelo autor. Encontram-se no Apêndice 1.

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4.1.1 Resultados: organização A

a. Tem conhecimento sobre EPI’s e EPC’s?

Gráfico 1 - Conhecimentos sobre EPI’s e EPC’s

Fonte: Colhido na empresa A.

Dentre os colaboradores entrevistados 78% possuem conhecimento e utilizam,

porém 11% possuem conhecimento mais não utilizam e 11% afirmam desconhecer

esses equipamentos, fato que torna os riscos de acidentes cada vez maiores.

b. Nível de escolaridade

Gráfico 2 - Nível de Escolaridade

Fonte: Colhido na empresa A.

Verifica-se que 33% possuem ensino médio completo, os demais se dividem

em igual valor de 33% entre fundamental completo e incompleto e se agruparmos as

informações entre estes últimos, obteremos 66% dos colaboradores fora do ensino

médio.

11%

78%

11% Sim, mas não uso

Sim, e faço uso

Não

34%

33%

33%

FundamentalIncompleto

Fundamental Completo

Ensino MédioCompleto

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c. Conhecimento nas Normas Regulamentadoras

Gráfico 3 - Conhecimento nas NR's

Fonte: Colhido na empresa A.

Observa-se que 56% dos entrevistados possuem conhecimento, porém, 44%

não possuem conhecimento. Desta forma, tal fato, possa ter relação com o baixo nível

de escolaridade verificado no gráfico anterior. Neste contexto, tal situação é

preocupante, visto que os colaboradores devem ter no mínimo o conhecimento nas

NR’s aplicáveis à sua atividade econômica.

d. Faixa etária

Gráfico 4 - Faixa etária

Fonte: Colhido na empresa A.

A maior concentração de colaboradores se encontram na faixa de 29 à 33 anos

representando 33%, porém, obtendo agrupamentos nas faixas de 18 à 23 e 24 à 28

anos obteremos 44% na faixa de 18 à 28 anos.

56%44%

Sim

Não

11%

34%

22%

11%

22% 44 e 48 anos

29 e 33 anos

24 e 28 anos

34 e 38 anos

Entre 18 e 23

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e. Ritmo de trabalho

Gráfico 5 - Ritmo de trabalho dos colaboradores

Fonte: Colhido na empresa A.

Observa-se que se realizarmos agrupamento entre acelerado e muito

acelerado, obteremos 55% tal resultado contribui para ocorrências de falhas durante

o processo de trabalho, o que pode refletir em possíveis acidentes e descontinuidades

dos processos de produção.

f. Tempo de trabalho

Gráfico 6 - Tempo de trabalho na empresa

Fonte: Colhido na empresa A.

Agrupando as informações de tempo de trabalho de até 1 (um) ano, bem como

de até 3 anos, obtemos 68% representando significativa rotatividade na organização.

33%

45%

22%

Acelerado

Pouco acelerado

Muito acelerado

22%

11%

45%

22% Até 10 anos

Acima de 10 anos

Até 3 anos

Até 1 ano

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4.1.2 Resultados: organização B

a. Conhecimento sobre EPI’s e EPC’s

Gráfico 7 – Conhecimento sobre EPI’s e EPC’s

Fonte: Colhido na empresa B.

Observa-se que 67% possuem conhecimento, mas não utilizam, sendo que

apenas 22% possuem conhecimento e utilizam, porém 11% desconhecem. Tal fato,

cria situação onde os colaboradores ficam mais suscetíveis aos riscos, quando as

medidas de ordem geral não oferecerem completa proteção contra os riscos de

acidentes ou de doenças do trabalho.

b. Nível de escolaridade

Gráfico 8 - Nível de escolaridade

Fonte: Colhido na empresa B.

Observa-se que a maioria 33% possuem ensino médio incompleto, 22%

possuem ensino médio completo, 22% fundamental completo, 11% fundamental

incompleto e apenas 11% superior completo.

67%

22%

11%

Sim, mas não uso

Sim, e faço uso

Não

11%

22%

22%11%

34%

Superior Incompleto

Ensino MédioCompleto

FundamentalCompleto

FundamentalIncompleto

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c. Conhecimento nas Normas Regulamentadoras

Gráfico 9 - Conhecimento nas NR's na empresa B.

Fonte: Colhido na empresa B.

Todos os colaboradores 100% possuem conhecimento sobre as Normas

Regulamentadoras. Desta forma, tal fato, possa ter relação com os níveis de

escolaridade verificado no gráfico anterior.

d. Faixa etária

Gráfico 10 - Faixa etária

Fonte: Colhido na empresa B.

Observa-se que a grande maioria 55% são entre 18 a 38 anos, via agrupamento

das faixas entre 18 a 23, 24 a 28, 29 a 33 e de 34 a 38 anos. E os demais,

compreendem na faixa de 39 a 48 anos representando 44%, via agrupamento das

faixas entre 39 a 43 e de 44 a 48 anos.

100%

0%

Sim

Não

23%

11%

11%11%

22%

22%44 e 48 anos

29 e 33 anos

24 e 28 anos

34 e 38 anos

Entre 18 e 23

39 e 43 anos

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e. Ritmo de trabalho

Gráfico 11 - Ritmo de trabalho dos colaboradores

Fonte: Colhido na empresa B.

Observa-se que se realizarmos agrupamento entre acelerado e muito

acelerado, obteremos 89%, bem maior que 11% do ritmo de pouco acelerado. Esse

resultado contribui para ocorrências de falhas durante o processo de trabalho, o que

pode refletir em possíveis acidentes e descontinuidades dos processos de produção.

f. Tempo de trabalho

Gráfico 12 - Tempo de trabalho na empresa

Fonte: Colhido na empresa B.

Agrupando as informações de tempo de trabalho de até 1 ano, bem como de

até 3 anos, obtemos 66%, demonstrando significativa rotatividade na organização.

56%

11%

33%Acelerado

Pouco acelerado

Muito acelerado

11%

34%

33%

22%Acima de 10 anos

Até 3 anos

Até 1 ano

Até 5 anos

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4.1.3 Panorama comparativo entre as organizações

Apesar de ambas possuírem mesma capacidade produtiva, relativamente

mesmo tempo de mercado e estarem situadas na mesma região do estado, distantes

apenas 40 km uma da outra, constata-se diferenças no direcionamento que cada uma

realiza em seu sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho.

Contudo, mesmo havendo diferença entre ambas, isso não às tornam

organizações que possuam um sistema de gestão que sejam totalmente alinhados à

integridade dos colaboradores, haja vista, que são apenas sistemas que se encontram

em atendimento e, em direcionamento ao cumprimento de alguns requisitos mínimos

que se fazem presentes na gestão da segurança e saúde no trabalho. Porém, cabe

ressaltar maior direcionamento ao atendimento em alguns aspectos, por parte de uma

das organizações, neste contexto, tais levantamentos e análises se acham

demonstradas a seguir.

No tocante à utilização dos equipamentos de proteção individual e coletiva, no

aspecto de conhecimento, ambas obtiveram percentual de 89%, porém, quando

analisado o aspecto da sua utilização, tal cenário se distorceu, pois na organização A

78% dos colaboradores possuem conhecimento e utilizam, enquanto que na

organização B apenas 22% possuem conhecimento e utilizam. Tal fato pode estar

relacionado ao nível de automatização presente na organização, pois este, pode estar

gerando excesso de confiança aos colaboradores e os direcionando-os, à possuírem

concepção que não estão expostos aos riscos de acidentes.

Quanto ao nível de escolaridade, a organização B apresentou índice superior

ao da organização A, onde 67% dos entrevistados possuem no máximo o ensino

médio incompleto, enquanto que o mesmo percentual na organização B refere-se no

máximo ao ensino fundamental completo.

Neste contexto, constatamos que o grau de escolaridade dos colaboradores da

organização B em média são superiores ao da organização A, tal fato pode estar

diretamente relacionado à obtenção do percentual de 100% dos entrevistados

possuírem conhecimento nas Normas Regulamentadoras, enquanto que na

organização A esse percentual foi de apenas 56%. Outro aspecto a ser considerado,

foi a atuação presente da CIPA, contribuindo na disseminação dos assuntos de

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segurança e saúde no trabalho. De acordo com Costa, Ribeiro e Kamo (2012) a CIPA

busca meios de melhoria no ambiente de trabalho, através da conscientização e de

informações aos colaboradores sobre os riscos existentes no ambiente laboral.

Contudo, grande atenção é necessária ao baixo índice de conhecimento na legislação,

já que este déficit contribui para o surgimento de situações de risco e

consequentemente na geração de acidentes e/ou doenças do trabalho.

Outro aspecto relevante e de igual atenção são os ritmos de trabalho

praticados, devido ao direcionamento dado pela organização B, que se concentra no

alcance das melhores taxas de produtividade, via processos automatizados e como

decorrência, gera ritmos de trabalhos mais intensos e fadigantes. Tal fato é verificado

no agrupamento entre acelerado e muito acelerado, obtendo 89%, contra o mesmo

agrupamento realizado na organização A de 55%. Nessa lógica, este último é menor

em decorrência dos processos manuais, já que o trabalhador não se vê alienado aos

tempos e taxas definidas pela programação das máquinas automatizadas. Nessa

tônica, Miranda e Oliveira (2009) ressaltam que um ritmo de trabalho acelerado acaba

que interferindo no ambiente produtivo em vários aspectos, como: maiores desgastes

físicos e mentais, maiores possibilidades de falhas operacionais e, por fim maiores

riscos de acidentes.

E sabe-se que o ambiente laboral em uma cerâmica vermelha é considerado

insalubre, pelas vertentes já descritas neste estudo, desta forma, as rotatividades de

colaboradores, acabam sendo inevitáveis. Sendo assim, em ambas as organizações,

a maior parte possuem até 3 (três) anos de casa e, em conversa com os gestores, os

mesmos nos informaram que devido a faixa etária da mão-de-obra serem

relativamente nova, acabam que migrando para outras organizações de igual ou

diferentes segmentos, buscando melhores salários, melhores condições e melhores

qualificações de trabalho. Nesse tocante, Garcia, Ribeiro e Oliva (2009) mencionam

que a alta rotatividade dificulta as organizações à qualificarem a sua mão-de-obra,

pois investimentos são realizados e os retornos não atendem as expectativas

esperadas. Ainda conforme o autor, o alto índice de rotatividade pode estar ligado a

falta de capacitação e as condições de trabalho.

Contudo, há alguns ambientes laborais nas cerâmicas que são fadigantes,

devido ao calor intenso proveniente das etapas térmicas, conforme já descritas neste

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estudo. Desta forma, estas condições de trabalho desencadeiam intensa

desidratração, neste contexto, foram realizados questionamentos em relação à

frequência com que cada trabalhador se desloca para reidratar-se, bem como o tempo

médio gasto. Tais análises compreenderam uma média das 2 (duas) organizações,

pelo fato de ambas possuírem esse setor fadigante, desgastante e insalubre. Os

resultados se acham demonstrados a seguir:

Durante a jornada de 480 (quatrocentos e oitenta) minutos, a cada 30 (trinta)

minutos é realizado 1 (um) deslocamento para se reidratar com tempo médio de 3

(três) minutos, resultando em 16 (dezesseis) idas em um dia de trabalho com tempo

médio de 48 (quarenta e oito) minutos. E considerando toda a jornada, inclusive o

tempo de almoço, 10% do tempo é gasto nas reidratações.

Os percentuais se acham demonstrados no gráfico 13 a seguir:

Gráfico 13 - Relação tempo médio que o colaborador se reidrata com o tempo médio gasto.

Fonte: Dados colhidos nas empresas A e B.

Tais fatores analisados contribuem para ambas as organizações buscarem

oferecerem ambientes com mais conforto térmico, via instalação de materiais com

maior isolamento térmico e consequentemente menores taxas de transferência de

calor para o ambiente. Nesse sentido, teríamos trabalhadores com maiores

rendimentos produtivos e, em situações mais confortáveis de trabalho.

11%

11%

17%

28%

17%

11%5%

Durante sua jornada de trabalho costuma se deslocar com que frequência para se reidratar? E qual o tempo

médio gasto?

Cada 30 minutos, 2 minutos.

Cada 20 minutos, 2 minutos.

Cada 15 minutos, 2 minutos.

com frequencia, 3 minutos.

com frequencia, 4 minutos.

com frequencia, 2 minutos.

A cada 2 horas, 5 minutos.

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Desta forma, em uma visão geral a organização B é que mais possui um

sistema que almeja alinhar à produtividade e à integridade dos colaboradores, através

da maior atuação do empregador junto aos colaboradores, mediante a oferta de

treinamentos específicos. Neste contexto, outro aspecto a ser considerado é no

tocante à sua modernização produtiva, constata-se automatização na maioria dos

seus processos, ou seja, máquinas e equipamentos dotados de dispositivos e

barreiras, tanto móveis como fixas de segurança, de acordo com NR’s e NBR’s

pertinentes e vigentes.

Assim, o cenário atual é direcionado à produtividade, ao alcance da eficiência

nos índices de produção, através de controles monitorados de perdas em vários

pontos do processo fabril, bem como na prevenção dos riscos de acidentes no setor

e na melhoria das condições do ambiente de trabalho, através das ferramentas

aplicadas em sua gestão da segurança. Desse modo, ganhos substanciais têm-se

percebidos, como: ambientes com mais conforto térmico de trabalho, menores

ausências, maiores adaptações às condições de trabalho de forma ergonômica e

menores ocorrências em acidentes do trabalho, porém, tais conclusões foram

embasadas mediante visita in loco e em conversa com o gestor fabril, pois não

possuímos dados numéricos específicos que possam demonstrar tais ganhos, devido

à política de acesso e divulgação da organização.

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5. CONCLUSÃO

O presente trabalho monográfico explanou sobre uma investigação em suas

dimensões espacial, geográfica e tecnológica das organizações estudadas,

apresentando as suas atividades econômicas, seus cenários empresariais, produtivos

e laborais, bem como as descrições dos seus sistemas de gestão da segurança,

contextualizando-os com os dados obtidos nos levantamentos e questionários

aplicados.

Os resultados permitiram a elaboração de um panorama comparativo entre as

organizações no qual foram identificados os seus sistemas de gestão da segurança,

assim como os direcionamentos realizados por cada, na obtenção de um sistema de

gestão que seja alinhado à produtividade e a integridade dos colaboradores.

As mudanças necessárias e as alternativas constituem recomendações

técnicas e estratégicas sugeridas para aplicação em ambas as organizações.

Assim, em decorrência das exigências trabalhistas cada vez maiores, a fim de

assegurar maior promoção na segurança e na saúde dos trabalhadores, ações devem

ser constantemente estudadas, planejadas e executadas em seus ambientes laborais,

como: treinamentos específicos para cada função, treinamentos e palestra sobre EPI’s

e EPC’s, treinamentos direcionados a combate a incêndio, atuação da CIPA quando

está é exigível de compor, atuação do SESMT quando este é exigível de compor, caso

não seja, atuação de consultoria técnica especializada na área, atuação e

conscientização do empregador sobre investimentos em segurança do trabalho,

entendo que tais ações são propulsoras de continuidade no processo fabril, bem como

de maior conforto ao trabalhador, decorrente de ambientes mais seguros e saudáveis,

via adoção de medidas e ferramentas relativamente simples, porém eficazes, como

por exemplo: metodologia 5S que visa proporcionar um ambiente mais limpo,

agradável e organizado, assim como outras fermentadas já citadas neste estudo.

Desta forma, o cenário atual das 2 (duas) organizações não às direciona ao

atendimento completo em uma gestão direcionada à produtividade e a integridade dos

colaboradores, ou seja, ambas são direcionadas a produtividade, porém, evidenciou-

se que a organização B localizada no município de Cacoal/RO possui alguns

direcionamentos que visam o alcance da gestão produtiva alinhada à integridade dos

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trabalhadores, haja vista, que ainda inúmeras ações devem ser implantadas e

gerenciadas para que se atinja total atendimento, seja no aspecto legal, assim como

no aspecto da promoção da segurança e da saúde no trabalho. Contudo, outro

aspecto a ser considerado na busca do total alinhamento é no tocante a realizar em

curto prazo a conscientização da utilização dos EPI’s, visto que tal fato coloca os

trabalhadores em situações de riscos eminentes constantes.

Já a organização A localizada no município de Pimenta Bueno/RO possui muito

pouco direcionamento ao alcance desse alinhamento, evidenciando apenas alguns

atendimentos no aspecto legal, ou seja, em requisitos mínimos exigidos pela

legislação. Desta forma, necessita possuir maiores direcionamentos, bem como

maiores conscientizações voltadas às suas ferramentas de gestão, ou seja, tornar a

segurança e a saúde no trabalho ações contínuas e presentes em suas estratégias

organizacionais.

Conclui-se que a hipótese do estudo foi atendida, pois a avaliação e a

comparação entre os sistemas de gestão auxiliam no processo organizacional e

competitivo de ambas as organizações, através dos diagnósticos dos seus ambientes

de trabalho, com o que é direcionada a produtividade e a integridade dos

trabalhadores, ainda às auxilia, principalmente quando estas se localizam na mesma

região do estado, bem como inseridas na mesma atividade econômica, possuindo

propósito de expansão e modernização, desta forma, o investimento em processos

mais eficientes mais que em contrapartida integre a segurança e a saúde dos

trabalhadores é cada vez mais necessária e representa sinônimos de competitividade,

haja vista que o capital humano é o mais importante neste processo de modernização,

assim as organizações que souberem enxergar tal situação, permaneceram

competitivas no mercado.

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APÊNDICE

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APÊNDICE 1 - QUESTIONÁRIO SEMIESTRUTURADO

1. Nível de Escolaridade:

( ) Fundamental Incompl. ( ) Fundamental Compl.

( ) Ensino Médio Incompl. ( ) Ensino Médio Compl.

( ) Superior Incompl. ( ) Superior Completo.

( ) Curso técnico.

2. Caso tenha marcado curso técnico qual ou quais?

3. Possui conhecimento ou já ouviu falar sobre as Normas Regulamentadoras de Segurança do Trabalho, assim como as Leis que regem o trabalho?

( ) Sim. ( ) Não.

4. Há quanto tempo trabalha na empresa?

( ) Até 1 ( ) Até 3 ( ) Até 5

( ) Até 7 ( ) Até 10 ( ) Acima de 10

5. Durante todo esse tempo na empresa, atuou somente em um setor ou em vários ? Qual ou quais setores?

6. Quanto tempo de Experiência no segmento de Cerâmicas Vermelhas?

( ) Até 1 ( ) Até 3 ( ) Até 5

( ) Até 7 ( ) Até 10 ( ) Acima de 10

7. Há quanto tempo trabalha no setor atual?

( ) Até 1 ( ) Até 3 ( ) Até 5

( ) Até 7 ( ) Até 10 ( ) Acima de 10

8. Em sua vida profissional já presenciou algum acidente de trabalho?

( ) não ( )Sim, 1 ( ) Sim, 2

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( ) Sim, 3 ( ) Sim, 4 ( ) Sim, 5 ou mais

9. Você já sofreu algum tipo de acidente de trabalho?

( ) não ( )Sim, 1 ( ) Sim, 2

( ) Sim, 3 ( ) Sim, 4 ( ) Sim, 5 ou mais

10. Tem conhecimento sobre EPI’s e EPC’s?

( ) Sim e faço uso ( ) Sim mas não uso ( ) Não

11. Durante a sua vida profissional já realizou algum treinamento de segurança e saúde do trabalhado?

( ) Nunca ( ) Poucas vezes ( ) Sempre

12 .Já participou de palestras sobre segurança do trabalho?

13. Durante sua jornada de trabalho costuma se deslocar com que frequência para se reidratar e qual o tempo médio gasto ?

14 A empresa em que trabalha tem profissional de Segurança do Trabalho?

( ) Sim, um técnico ( ) Sim, um técnico e um Engenheiro

( ) Não

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ANEXOS

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ANEXO Nº 1: LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTINUO OU

INTERMITENTE

CONFORME ANEXO Nº 1 DA NR 15.

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ANEXO Nº 2: LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR.

ANEXO Nº 3 DA NR 15 EM SEU QUADRO Nº 1

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ANEXO Nº 3: QUADRO DE CÁLCULO DE LIMITES DE TOLERÂNCIA DE

POEIRAS MINEIRAS OU MATERIAIS DE SÓLIDOS SUSPENSOS.

CONFORME QUADRO Nº 1 NO ANEXO Nº 12 DA NR15

O limite de tolerância para poeira total (respirável e não - respirável), expresso

em mg/m3, é dado pela seguinte fórmula: