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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA UNIR CÂMPUS PROF. FRANCISCO GONÇALVES QUILES DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS Ademicio Lopes de Barro Junior FUNDO ESTADUAL DE COMBATE E ERRADICAÇÃO À POBREZA (FECOEP) COMO MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL SUSTENTÁVEL DO ESTADO DE RONDÔNIA Cacoal RO 2016

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR

CÂMPUS PROF. FRANCISCO GONÇALVES QUILES

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Ademicio Lopes de Barro Junior

FUNDO ESTADUAL DE COMBATE E ERRADICAÇÃO À POBREZA (FECOEP)

COMO MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL SUSTENTÁVEL DO

ESTADO DE RONDÔNIA

Cacoal – RO

2016

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ADEMICIO LOPES DE BARRO JUNIOR

FUNDO ESTADUAL DE COMBATE E ERRADICAÇÃO À POBREZA (FECOEP)

COMO MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL SUSTENTÁVEL DO

ESTADO DE RONDÔNIA

Artigo científico apresentado à Fundação

Universidade Federal de Rondônia – UNIR –

Campus Prof. Francisco Gonçalves Quiles como

requisito para a obtenção do grau de Bacharel

em Ciências Contábeis.

Cacoal – RO

2016

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Catalogação na publicação: Leonel Gandi dos Santos – CRB11/753

Barro Junior, Ademicio Lopes de.

B238f Fundo estadual de combate e erradicação à pobreza

(FECOEP) como mecanismo de desenvolvimento

sustentável do Estado de Rondônia/ Ademicio Lopes de

Barro Junior – Cacoal/RO: UNIR, 2016.

37 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação).

Universidade Federal de Rondônia – Campus de Cacoal.

Orientadora: Prof.ª M.ª Andréia Duarte Aleixo

1. Contabilidade. 2. Desenvolvimento social. 3. Políticas

públicas. 4. Combate à pobreza. I. Aleixo, Andréia

Duarte. II. Universidade Federal de Rondônia – UNIR.

III. Título.

CDU – 657

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR

CÂMPUS PROF. FRANCISCO GONÇALVES QUILES

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

O Artigo Científico - TCC intitulado “Fundo Estadual de Combate e Erradicação à Pobreza

(FECOEP) como mecanismo de desenvolvimento social sustentável do Estado de Rondônia”,

elaborado pelo acadêmico Ademicio Lopes de Barro Junior, foi avaliado pela banca

examinadora em 08 de dezembro de 2016, tendo sido aprovado.

Professora Me. Andréia Duarte Aleixo

Presidente

Professora Drª. Suzenir Aguiar da Silva Sato

Membro

Professor Me. Valdinei Leonês, de Souza

Membro

Cacoal– RO

2016

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Agradeço à Deus pelo dom da vida e infinito amor.

A família pelo apoio incondicional, e valores que me ensinam diariamente.

Aos professores e amigos que compartilharam muito mais do que conhecimento.

As minhas duas orientadoras Nilza Duarte Aleixo de Oliveira e Andréia Duarte

Aleixo pela paciência e saber.

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FUNDO ESTADUAL DE COMBATE E ERRADICAÇÃO À POBREZA (FECOEP)

COMO MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL SUSTENTÁVEL DO

ESTADO DE RONDÔNIA

Ademicio Lopes de Barro Junior1

RESUMO

O desenvolvimento social, a erradicação da pobreza e desigualdades sociais são obrigações

fundamentais do Estado estando previsto na constituição. Entretanto, fazê-lo tem se mostrada

uma tarefa complexa, uma vez que o desenvolvimento social deve ocorrer de forma

sustentável para que não seja criado uma relação de dependência perpetua do Estado. Neste

cenário surge o Fundo Estadual de Combate e Erradicação à Pobreza de Rondônia (FECOEP-

RO), com o objetivo de combater e erradicar a pobreza no seu território. Diante do

apresentado, o presente estudo teve por objetivo analisar os programas implementados por

meio do FECOEP RO, visando a promoção do desenvolvimento social sustentável no estado

de Rondônia. Tratou-se de uma pesquisa aplicada, com abordagem qualitativa e método

dedutivo, sendo realizada por meio da pesquisa de campo utilizando roteiro semiestruturado

através de entrevista com os responsáveis na SEFIN e na SEAS sobre o FECOEP (RO) e seus

programas. A coleta de dados foi realizada no período de agosto a outubro de 2016. Os

resultados apontaram que os programas sociais do FECOEP (RO) ainda são práticas

incipientes no estado. Pois a ineficiência por parte dos gestores, na disponibilização dos

recursos para a implementação e a falta de ações voltadas a promoção do desenvolvimento

social sustentável no FECOEP (RO), fez com que houvesse uma grande ineficiência na

erradicação da pobreza em Rondônia, proposta que motivou a criação do fundo.

Palavras-Chave: Sustentabilidade. Desenvolvimento Social. Combate à Pobreza. Políticas

Públicas.

INTRODUÇÃO

As diferenças sociais referem-se a um processo inerente ao homem e a sua

convivência em grupo, já que a diversidade é algo notório à sociedade em grande ou pequena

escala, características que separam o indivíduo do coletivo. Essas diferenças se mostram de

forma discrepante na dimensão social, pois enquanto alguns sofrem de inanição, outros

usufruem de vida suntuosa. Diante de tais problemas, as questões sociais ganharam relevância

e outra postura é demandada pela sociedade, a qual envolve diretamente as organizações,

1 Acadêmico concluinte do Curso de Ciências Contábeis da Fundação Universidade Federal de Rondônia

(UNIR) Campus Prof. Francisco Gonçalves Quiles, com TCC elaborado sob a orientação da professora Me.

Andréia Du

arte Aleixo..

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governo e sociedade civil visando a um desenvolvimento socialmente correto,

economicamente viável e ambientalmente sustentável (SACHS, 2004).

Nesta conjuntura foi incumbido ao Estado promover por meio de programas públicos

o desenvolvimento social, entretanto fazê-lo de forma sustentável se mostra um grande

desafio devido à complexidade de atender as camadas mais necessitadas, sem gerar

dependência e clientelismo do estado, de forma que seja possível promover a superação da

pobreza, proporcionando atendimento às necessidades básicas do ser humano.

Esses programas públicos são políticas sociais que podem ser implementadas de duas

formas: para o alívio da pobreza e para superação da pobreza (COHN, 1995). Nas voltadas à

superação da pobreza, trata-se de políticas sociais de médio e longo prazo que tenham sua

base no crescimento econômico com equidade social, tirando os atendidos da margem da

sociedade, reinserindo-os no mercado. Enquanto, nas políticas voltadas para o alívio da

pobreza, atendem-se aqueles que se encontram em situação de emergência, ofertando uma

situação mais favorável no curto prazo (LAMPREIA, 1995).

Para o estudo da presente pesquisa se deu a escolha do Fundo Estadual de Combate e

Erradicação à Pobreza (FECOEP) do estado de Rondônia, instituído pela Lei nº 842, de 27 de

novembro de 2015, cujo objetivo consiste em combater e erradicar a pobreza, promovendo

níveis dignos de subsistência.

Com base no exposto, apresenta-se a seguinte questão de pesquisa: quais os programas

estão sendo implementados pelo FECOEP do Estado de Rondônia, visando o alívio e a

superação da pobreza de maneira sustentável?

Assim, a partir da problemática apresentada, o objetivo geral desta pesquisa consiste em

analisar os programas implementados ou em implementação por meio do FECOEP (RO),

visando a promoção do desenvolvimento social sustentável no Estado de Rondônia no ano de

2016.

O presente estudo se justifica diante da recente criação desse programa social e na

capacidade de pesquisas dessa natureza, no sentido de promover descobertas que podem

corroborar com o que teoriza a literatura social utilizada, bem como contribuir com a

evolução das metas e diretrizes utilizadas no FECOEP, para alcançar maior eficiência na

promoção da equidade social ou ainda servir para fundamentar futuras políticas públicas.

A pesquisa se configurou como exploratória-descritiva, com abordagem qualitativa e

método dedutivo, com pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo. A técnica de pesquisa foi

por meio de entrevistas com os responsáveis pela gestão do FECOEP em Rondônia, com

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apoio de um roteiro semiestruturado. A coleta de dados foi realizada no período de agosto a

outubro de 2016.

Os resultados apontaram que programas sociais do FECOEP (RO) ainda são práticas

incipientes no estado de Rondônia quando comparado com o referencial teórico estudado, que

recomenda mais sustentabilidade e planejamento na implementação de programas sociais.

Sendo um dos principais pontos a ineficiência dos gestores na implementação do FECOEP

(RO). Conclui-se, que o trabalho atendeu ao objetivo proposto de analisar os programas

sociais do FECOEP (RO). Contudo, verificou-se a ausência de promoção do desenvolvimento

sustentável no estado, devido a não implementação do FECOEP (RO) de forma efetiva, onde

pudesse trazer benefícios para a população alvo do programa e a promoção do

desenvolvimento social sustentável, necessário à erradicação da pobreza ao qual o fundo

propõe.

2 REERENCIAL TEÓRICO

No referencial teórico apresentam-se o estudo sobre as seguintes temáticas:

Desenvolvimento sustentável, Desenvolvimento Social, Programas de desenvolvimento social

e o FECOEP.

2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O relatório “Nosso Futuro Comum”, elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio

Ambiente e o Desenvolvimento (CMED) abordou uma nova proposta de desenvolvimento

sustentável e apresentou críticas ao modelo de desenvolvimento adotado pelos países

industrializados, bem como dos países em desenvolvimento que o seguem, devido seu alto

padrão de consumo dos recursos naturais, incompatível com o desenvolvimento sustentável

(BRUNDTLAND, 1987).

Há, neste sentido, uma conscientização crescente que o modelo de sociedade industrial

ocidental não conseguirá se manter no longo prazo, tomando por base as práticas existentes,

baseada na produção e consumo de forma inconsequente, esbanjando energias não-

renováveis, degradando o meio ambiente e marginalizando parte da sociedade. Apesar disso

até meados de 1960, os custos ambientais eram considerados irrelevantes, sendo a natureza

vista como fonte inesgotável de matéria prima (DIEGUES,1992). Entretanto, o homem cada

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vez mais tem consciência de que além de o planeta não ser uma fonte inesgotável de matéria

prima, precisa cuidar do planeta pela sua necessidade de habita-lo. (FOLKE, 2013).

Mas além do aspecto ambiental e da necessidade de desenvolver tecnologias para o

uso de fontes energéticas renováveis, para que a industrialização de países não

industrializados possa ser feita de forma ecológica para também manter-se o crescimento

econômico, há também a necessidade de conciliar a questão social, satisfazendo as

necessidades básicas das camadas mais pobres (BRUNDTLAND, 1987).

Neste sentido foi questionado se o capitalismo seria seguro para a sociedade de forma

sustentável sem comprometer seu futuro. Pois pareceu perigoso manter esse sistema

econômico causador de problemas como aquecimento global, diminuição da camada de

ozônio, colapso na pesca oceânica, mortes de 37.000 crianças por dia, com idade inferior a 5

anos de idade, morte de aproximadamente 585.000 gestantes e mães a cada ano,

principalmente quando essas mortes poderiam ser evitadas com tratamentos não tão caros

(ELKINGTON, 2012).

Aduz Piana (2009), quando critica o capitalismo, dizendo que a forma de produção de

riqueza, encontrada em sociedades que possuem esse regime econômico, se sustenta sobre a

propriedade privada dos meios de produção e nas contradições de classes, fundamentando as

desigualdades sociais. Complementa Castro (1984) trazendo como um dos principais

problemas, a consideração dos alimentos somente como um recurso econômico e não como

insumo essencial para a promoção de uma sociedade menos desigual, como ocorre no

capitalismo. Pois, na medida que há o desenvolvimento do capitalismo, há simultaneamente o

aumento da pobreza, de forma que esse sistema gera riqueza na mesma proporção que produz

e reproduz pobreza (SILVA, BANDEIRA. LOPES (2011).

Este panorama mostra vários aspectos relevantes que precisam ser ponderados para se

promover o desenvolvimento sustentável, já que este é composto pelo desenvolvimento com

sustentabilidade em três dimensões. O desenvolvimento sustentável formado pelas

sustentabilidades que baseiam o triple botton line, ou tripé da sustentabilidade, consistindo

em: sustentabilidade econômica, sustentabilidade ambiental e sustentabilidade social

(ELKINGTON, 2012; MIKHAILOVA, 2004):

a) Sustentabilidade Ambiental – voltada para a conservação da herança ambiental e

recursos naturais para as gerações futuras, soluções economicamente viáveis

devem ser desenvolvidas com o objetivo de reduzir o consumo de recursos, deter

a poluição e conservar os habitats naturais;

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b) Sustentabilidade Econômica - os sistemas econômicos globais interligados

demandam uma abordagem integrada para promover um crescimento responsável

de longa duração, ao mesmo tempo em que assegurem que nenhuma nação ou

comunidade seja deixada para trás;

c) Sustentabilidade Social - focada em atender as necessidades das pessoas como

emprego, alimento, educação, energia, serviço de saúde, água e saneamento.

Enquanto discutem-se tais necessidades, a comunidade mundial deve também

assegurar que a rica matriz de diversidade cultural e social e os direitos

trabalhistas sejam respeitados e que todos os membros da sociedade estejam

capacitados a participar na determinação de seus futuros.

A Sustentabilidade na concepção de Elkington (2012) pode ser definida como o

princípio que assegura que as ações do presente não extinguirão os recursos econômicos,

sociais e ambientais para as futuras gerações.

Pereira e Pereira et al (2015, p.6) conceituam sustentabilidade como “[...] a amplitude

de suportar, assegurar, racionar, conservar, ter algo com o que se manter, sendo estes recursos

para durar em longo prazo, necessariamente por tempo indeterminado” satisfazendo as

necessidades da sociedade atual e a continuação da capacidade de satisfazer as necessidades

futuras das sociedades vindouras, garantindo o futuro das próximas gerações.

Munk e Souza (2009, p. 194) contribuem com o entendimento de que “[...]a

sustentabilidade busca o equilíbrio de qualquer sistema e o desenvolvimento sustentável

busca a soma desses equilíbrios e um equilíbrio maior composto por todas as interações entre

esses sistemas”.

Mikhailova (2004) complementa que a sustentabilidade está intrinsecamente

relacionada ao desenvolvimento sustentável. Essa promoção de sustentabilidades combinadas

garante que a sociedade caminhe para uma evolução, já que os países mais avançados foram

os que conseguiram promover tal desenvolvimento, comprovando ser essa integração de

sustentabilidades factível (KLIKSBERG, 1998).

Neste sentido, o Estado é o principal agente mediador entre os diversos atores sociais

que o compõem, pois tem como obrigação conseguir harmonizar metas sociais, ambientais e

econômicas utilizando como ferramenta o planejamento estratégico para garantir a

sustentabilidade econômica, ambiental, cultural, política e social. Sendo sua função essencial

promover a sustentabilidade social através do desenvolvimento social de forma sustentável

(SACHS, 2008).

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2.2 DESENVOLVIMENTO SOCIAL SUSTENTÁVEL

O desenvolvimento social, na visão de Kliksberg (1998), é um processo vital de forma

concreta, ou seja, investimentos em capital humano, capital social e melhoria da equidade,

para que possa ocorrer um desenvolvimento econômico sustentado.

Na Conferência das Nações Unidas, que ocorreu no Rio de Janeiro em 1992, concluiu-

se que para a evolução da sociedade chegar ao ponto de ser economicamente justa é

necessário que as organizações civis, lideranças sociais e políticas e o mundo

empresarial convirjam para o desenvolvimento autossustentável e se movimentem para

esta direção, sendo os seres humanos o foco principal das preocupações, de forma que

seja resguardado seu direito a uma vida saudável em harmonia com a natureza e produtiva

(RIO, 1992), ou seja, o foco no desenvolvimento social.

Por isso entendeu-se ser função do Estado gerar de forma centralizada o planejamento

e a implementação do desenvolvimento econômico e social a partir da máquina pública,

todavia ele se mostrou incapaz de fazê-lo de forma eficiente. Por conta disso, o oposto já foi

proposto sendo considerado ideal deixar o desenvolvimento por conta da “mão invisível” do

mercado com a mínima intervenção do Estado, que se mostrou igualmente falho

(KLIKSBERG, 1998).

Neste sentido Lechner (1993, p. 243) contribui trazendo que nem o Estado e nem o

mercado são capazes, isoladamente, de promover o desenvolvimento socioeconômico,

sobretudo nos países latino-americanos que tem como grande desafio conseguir

“compatibilizar a integração na economia mundial com a integração social”.

Com a verificação da incapacidade dos extremos sobre a função social do Estado em

alcançar o desenvolvimento social e econômico, adota-se uma concepção diferente, com base

numa análise histórica dos países que conseguiram os melhores resultados nesses campos.

Sendo assim, é tido atualmente como função do Estado procurar “desenvolver um esquema de

cooperação entre os principais atores sociais” (KLIKSBERG, 1998, p.44).

Nessa concepção, Cohn (1995) acredita ser preciso desenvolver políticas sociais que

tenham a consciência que o desenvolvimento econômico não está atrelado ao

desenvolvimento social como já foi pensado. Na verdade, o desenvolvimento econômico

tende a andar em via contrária à do desenvolvimento social. Na globalização experimentada

por países de terceiro mundo, o crescimento tende a vir acompanhado de decréscimo da

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criação da geração de empregos, além da diminuição de cargos de trabalho já existentes e a

deterioração da sua qualidade. Havendo cada vez mais seletividade no mercado de trabalho e

como subproduto, a marginalização de uma parcela da população.

Na formulação de políticas públicas, o Estado deve atentar-se para não levar em

consideração somente o desenvolvimento econômico, dando excessiva importância ao

Produto Interno Bruto (PIB), considerando-o como principal índice de desenvolvimento de

uma nação, pois seria “[...] como tentar pilotar uma aeronave apenas com o altímetro: ele te

mostra se você está indo para cima ou para baixo, mas não para onde você está indo, ou

quanto combustível ainda tem no tanque” (RAWORTH, 2013, p.28).

Victor e Jackson (2015) questionam a importância demasiada dada ao crescimento

econômico para uma nação, uma vez que ele costuma vir acompanhado dos custos sociais do

crescimento desigual, bem como os custos ambientais altíssimos.

Nesse sentido Sachs (2004) traz que, por maiores que sejam as taxas de

crescimento do PIB e o progresso alcançado no que tange à produtividade do país, isso

isoladamente, o leva na direção de um “mal desenvolvimento”, sendo necessário atenção ao

desenvolvimento de forma sustentável para alcançar uma melhor qualidade de vida.

Kliksberg (1998) acrescenta que o desenvolvimento social se apoia na economia sendo

seu crescimento, estabilidade monetária e equilíbrio financeiro imprescindíveis

(KLIKSBERG, 1998).

O desenvolvimento para Sachs (2004, p. 27) possui duas vertentes, em termos

econômicos “trata-se de diversificar e complexificar as estruturas produtivas” gerando e

desenvolvendo mecanismos para aumentar a produtividade do trabalho e o bem-estar e em

temos sociais deve-se promover a igualdade social, diminuindo os abismos entre as camadas

da população.

O desenvolvimento social requer medidas de fomento como infraestrutura e educação,

que individualmente não são rentáveis e, portanto, não podem ser assegurados pelo mercado,

ficando na dependência da iniciativa estatal. Pois, se o mercado é incapaz de por si só de

promover a inserção econômica internacional, é muito mais limitado no que tange a

integração social (LECHNER, 1993).

Entretanto, segundo Sachs (2004), o crescimento econômico promovido pelas forças

do mercado tende a gerar resultados sociais opostos aos desejados, aumentando as diferenças

sociais, gerando concentração de riqueza a uma minoria, marginalizando uma parcela

significativa da sociedade, sendo esta a principal externalidade do mercado.

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Um conceito chave para entender-se um dos principais motivos da origem e

manutenção das desigualdades sociais, é o conceito de externalidade, definido por Mankiw

(2001) como o impacto das ações de alguém sobre o bem-estar dos que estão no entorno.

Neste sentido, os programas de desenvolvimento social enquanto políticas sociais

devem sempre desenvolver ações compensatórias, onde o mercado não consegue atender às

demandas, corrigindo as externalidades que dão origem à miséria e à exclusão dos direitos

(VOIGT, 1996).

No desenvolvimento de políticas sociais para a erradicação da pobreza é necessário a

criação de empregos, entretanto essa demanda por empregos é maior do que se pensa à

primeira vista, já que além de ocupar a massa de desempregados é necessário que essa política

seja estruturada de forma a criar mais empregos no passar do tempo, para absorver os

ingressantes que surgem a cada dia (SACHS, 2008). Fazendo com que o Brasil tenha a

necessidade de “se transformar numa gigantesca fábrica de empregos” para diminuir de fato a

pobreza (SACHS, 2004, p.23).

Silva, Bandeira e Lopes (2011) definem pobreza como a carência material devido à

insuficiência de rendimentos que compromete o atendimento de necessidades básicas como:

moradia, alimentação, vestuário, etc. Essa definição se expande à falta ou carência de acesso à

serviços sociais públicos essenciais como: Saúde, educação, saneamento básico, transporte

urbano, dentre outras.

A dificuldade em combater a pobreza tende a agravar-se no cenário atual, em que a

taxa de desemprego subiu para 9,5% no país, no trimestre encerrado em janeiro de 2016,

segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE. Com

isso, o número estimado de desempregados aumentou em 2,859 milhões, em doze meses,

chegando 9,623 milhões (PORTAL RBA, 2016). A dívida social causada por este

desemprego, subemprego ou informalidade gera um ônus social que se torna um multiplicador

de pobreza e exclusão de diretos sociais, como a previdência social, sendo potencializada

neste cenário, a importância e necessidade de implementação de programas para promover o

desenvolvimento social.

2.2.1 Programas de Desenvolvimento Social

As Políticas sociais podem ser implementadas de duas formas: para o alívio da

pobreza e para superação da pobreza, sendo a primeira com características emergenciais e

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assistencialistas, e a segunda, voltado ao planejamento governamental, para solução do

problema da miséria e desenvolvimento social (COHN, 1995).

Nas políticas voltadas à superação da pobreza trata-se de políticas sociais de médio e

longo prazo, que tenham sua base no desenvolvimento sustentável, priorizando o crescimento

econômico com equidade social, tirando os atendidos da margem da sociedade e os

reinserindo no mercado. Enquanto, nas políticas voltadas para o alívio da pobreza, atende-se,

de forma assistencialista, aqueles que se encontram em situação de emergência, como os que

se encontram em situação de insegurança alimentar, trazendo uma situação mais favorável no

curto prazo (LAMPREIA, 1995).

Essa postura assistencialista consiste na prestação de um auxílio material ou

financeiro, destinado a atender uma problemática imediata como alimentação, saúde,

habitação entre outras (RICO, 2004).

Voigt (1996) acredita que o aumento do ingresso de rendas nas famílias é elemento

suficiente para melhorar o acesso ao mercado de trabalho, alfabetização, rendimento escolar,

índices de nutrição e de saúde. Pois, isto elevaria sua condição econômica de forma a

reposicionar o indivíduo na sociedade, lhe dando diretamente maior acesso a todos os seus

direitos, inclusive a expectativa de participação social.

Em contrapartida Cohn (1995) crê que é necessário desenvolver políticas sociais que

não dependam exclusivamente do “caixa” do governo, tornando-o dependente, mas que

consigam conciliar política de desenvolvimento econômico, com política de desenvolvimento

social.

Para Rico (2004) uma postura assistencialista é mais utilizado como uma prática para

conseguir apoio político, do que resolver o problema da pobreza e miséria, pois envolve uma

relação de dominação que cria um vínculo de dependência entre quem detém o poder sobre os

serviços sociais e os usuários destes serviços, sem de fato ajuda-los no longo prazo a sair da

situação de pobreza em que se encontram.

Para Sachs (2004, p. 27) enquanto houverem abismos sociais, como os que existem no

Brasil, as políticas sociais compensatórias continuarão sendo essenciais, promovendo acesso

universal a educação, saúde, saneamento, moradia. Mas, o emprego é com certeza a melhor

opção quando se trata em superação da pobreza, devido a sua capacidade de reinserção no

sistema produtivo, eliminando a dependência do Estado, gerando a autorrealização e o avanço

social, acompanhado da melhora econômica e afastando “da falta de perspectivas vivenciadas

por assistidos crônicos” que requerem financiamento público recorrente.

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Com esse entendimento, programas sociais voltados à reinserção ou inserção no

mercado de trabalho, segundo Sachs (2004) busca valorizar as pessoas que, por seus próprios

meios, geram honestamente o seu sustento, produzindo qualificação de mão-de-obra, trabalho

e renda, resistindo à apatia e à inércia que a pobreza propicia.

Pois na verdade o que as políticas sociais devem buscar não é a igualdade dos

resultados, já que isso não seria justo, mas desenvolver mecanismos que igualem as

oportunidades, amplificando-as aos desiguais, para compensar sua falta de acesso a elas

(VOIGT, 1996).

Com a finalidade de promover o desenvolvimento social, o Ministério do

Desenvolvimento Social tem implementado inúmeros programas sociais, em diversos setores,

sendo que alguns dos principais programas estão elencados conforme exposto na figura 1:

Programa Social

Objetivo

Data

de

inicio

Quantidade

de pessoas

atingidas

Valor

gasto Natureza

Bolsa Família

Reduzir a extrema pobreza por meio de

transferência de renda às famílias mais

necessitadas

2003

13,9

milhões de

famílias

R$28,1

bilhões

em 2015

Alívio da

pobreza

PRONATEC

Fornece 615 tipos de cursos para qualificar

a mão de obra em diversos setores da

economia

2011

1,79 milhão

de pessoas

R$3,8

bilhões

em 2015

Superação

da

pobreza

Programa Cisternas

Objetiva universalizar o acesso à agua para

as famílias do semiárido, através da

construção de cisternas para armazenar

agua da chuva

2003

1,2 milhão

de cisternas

construídas

R$11

milhões

em 2015

Superação

da

pobreza

Programa de

Aquisição de

Alimentos (PAA)

Adquire alimentos de Produtores rurais de

agricultura familiar, sem licitação, para

suprir a necessidade de quem está em

situação de insegurança alimentar, para

parte das refeições de escolas públicas e

forças armadas.

2003

298 mil

agricultores

familiares R$437,7

milhões

em 2015

Alívio/

Superação

da

pobreza

Microempreendedor

Individual (MEI)

Condição que permite ao trabalhador

informal regularizar sua situação, de forma

muito menos onerosa do que uma empresa

comum, dando lhe CNPJ e acesso a

benefícios como Aux. Maternidade,

doença e aposentadoria

2008

6.064.563

MEI's

cadastrados

até

14/05/2016

não há

Superação

da

pobreza

Brasil Carinhoso

Programa de transferência de recursos

financeiros para custear despesas com

manutenção e desenvolvimento de

educação de crianças de 0 a 48 meses de

famílias atendidas pelo Bolsa Família

2014

8,1 milhões

de crianças

e

adolescentes

não

localizado

Alívio da

pobreza

Figura 1: Programas sociais desenvolvidos no Brasil.

Fonte: MDS (2016); Portal da Transparência (2016), elaborado pelo autor.

Uma das características do perfil das políticas sociais brasileiras, que podem ser

observadas na figura 1 é o fato de existirem poucos programas sociais de incentivo à

superação da pobreza como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O PAA, por

exemplo, incentiva a agricultura familiar, garante a compra da produção para merenda escolar

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e assistência dos que estão em situação de insegurança alimentar, promovendo o

desenvolvimento social por meio de uma política social que é tanto de alívio quanto de

superação da pobreza.

Percebe-se que tanto em número quanto em valores de recursos, os programas sociais

brasileiros são predominantemente assistencialistas, sendo a desproporção visível na figura 1,

quando comparado os valores destinados aos programas de alívio e os programas de

superação da pobreza

Todavia, nos programas sociais brasileiros é possível observar vários pontos positivos

e negativos, apontados pela literatura de estudos já publicados.

2.2.1.1 Ineficiência dos programas sociais brasileiros

As ineficiências dos programas sociais encontram-se principalmente na falta de

planejamento, sem atenção aos detalhes e sem a implementação de sistemas para se ter um

bom controle sobre a evolução alcançada e os resultados obtidos (BENDINELLI, 2016;

PACÍFICO, 2015; COHN, 1995; VOIGT, 1996).

Outras ineficiências apontadas quanto aos programas sociais brasileiros, na visão de

estudiosos do tema, estão elencadas na figura 2:

Autor Ineficiências apontadas dos programas sociais brasileiros

Cohn (1995)

Verba é mal utilizada;

A ausência de registros das informações ou sua má escrituração sobre os resultados;

Falta de mecanismos de acompanhamento, monitoramento e avaliação;

Os inúmeros programas e políticas setoriais opostos uns aos outros;

Gigante estrutura institucional que acaba reproduzindo desigualdades sociais ao invés de

compensa-las;

Falta de agilidade, clareza e estratégias para a boa aplicação dos programas;

Descontinuidade e ineficiência da fonte de receita;

Voigt (1996)

Fragilidade da estrutura dos programas sociais;

Facilidade que os recursos públicos são desviados;

A quantidade de valor que se perde até aplicação em esquemas de corrupção;

Má estruturação e mal planejamento dos programas;

Longevidade curta e resultados insipientes;

Tendem a gerar uma relação de dependência devido o excesso do caráter assistencialista;

Piana (2009)

Ações fragmentadas pontuais mais voltadas a manter a ordem do que promover o

desenvolvimento social;

Falta de sustentabilidade nos programas;

O excesso do caráter assistencialista, paternalista e clientelista nas políticas sociais;

Pacífico (2015) Mal planejamento dos programas;

Ignorar fatores culturais, locais, específicos na implementação de programas;

Figura 2: Ineficiências apontadas quanto aos programas sociais desenvolvidos no Brasil.

Fonte: Cohn (1995); Voigt (1996); Pacífico (2015); Piana (2009).

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Um dos principais apontamentos recorrentes é a falta de retorno de informações sobre

os resultados alcançados, corrobora neste sentido Pereira et al (2015, p. 74) quando dizem que

“os indicadores sociais são o elo entre os modelos explicativos da teoria social e a evidência

empírica dos fenômenos sociais”. Logo, o feedback do monitoramento da realidade social

deve ser o motor de formulação e reformulação de políticas públicas, bem como servir de

cunho empírico para os estudos científicos.

Um exemplo que ilustra as deficiências que há no planejamento de políticas sociais é o

da implementação de projetos de reflorestamento no estado de Minas Gerais, o qual adquiriu

terras de vários agricultores familiares para a plantação de eucalipto para promover o

desenvolvimento. No início, a proposta mostrou-se uma oportunidade para o desenvolvimento

regional, entretanto, tornou-se um grande problema ambiental que rapidamente gerou a perda

da biodiversidade e o esgotamento de rios e riachos locais, gerando também prejuízo

econômico, já que o referido projeto possuía isenção de ICMS.“ Assim, a modernização

conduzida no norte de Minas Gerais, a partir de grandes empreendimentos, desalojou a

agricultura familiar e camponesa, condenando-a a uma pobreza nunca antes vivida”

(PACIFICO, 2015, p.144).

Esses pontos de ineficiências mostram resultados negativos na má aplicação de

recursos públicos. Entretanto, apesar da quantidade de apontamentos negativos encontrados

no que tange o desenvolvimento social brasileiro, grandes conquistas foram alcançadas

através das políticas sociais, já que essas possuem também pontos positivos.

2.2.1.2 Eficiência dos programas sociais brasileiros

Mesmo considerando os vários pontos elencados de ineficiência dos programas sociais

brasileiros, é visível a ascensão social da população brasileira nas últimas décadas. Pois,

segundo a ex-ministra do desenvolvimento social Tereza Campello, o Brasil saiu de uma

situação onde mais de 10% da população vivia em insegurança alimentar para 1%, além de ter

apenas 2,5% da população em situação de extrema pobreza, o que é considerado pelas Nações

Unidas como superação de uma nação da extrema pobreza no seu território (OLIVEIRA,

2016), conforme evidencia a figura 3:

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Figura 3 – Pobreza e extrema pobreza no Brasil

Fonte: IBGE/PNAD – Elaboração: SAGI/MDS, 2016

Vinte e dois milhões de pessoas saíram da extrema pobreza desde que foi lançado o

plano Brasil Sem Miséria (BSM), que é composto por inúmeros programas e conta com o

apoio de vários ministérios, estados e municípios devido ao seu tamanho e multifocalidade

(PAIVA; FALCÃO; BARTHOLO, 2013). O Plano BSM abarca programas como o Brasil

Carinhoso, Programa das Cisternas, PRONATEC e melhorou programas como Bolsa Família.

O BSM é organizado em três eixos principais: Garantia de renda, acesso a serviços públicos e

inclusão produtiva (MDS, 2015).

O programa Bolsa Família (BF) foi responsável por grandes avanços no sistema de

proteção social no Brasil, como unificar diversos programas já existentes e similares, que

operavam separadamente, de forma segmentada e ineficiente. O BF ampliou o alcance das

políticas sociais de tal forma que se estima que a extrema pobreza seria entre um terço e

metade maior sem esse programa (PAIVA; FALCÃO; BARTHOLO, 2013).

Um exemplo de política de superação da pobreza é o programa de construção de

cisternas que, conforme figura 1, já construiu mais de um milhão de reservatórios que

acumulam água da chuva para viabilizar a subsistência e agricultura familiar no tempo de

seca, no semiárido brasileiro, além dos serviços de assistência técnicas a agricultores

familiares (PAIVA; FALCÃO; BARTHOLO, 2013). Esse tipo de programa incentiva a

produção econômica além de não gerar a dependência do Estado, gerando o desenvolvimento

social sustentável.

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Algumas políticas sociais estão implantando programas de descentralização que vêm

transferindo, gradualmente, cada vez mais atribuições as gestões em níveis estaduais e

municipais de governo. Essa autonomia maior, acompanhada de grande responsabilidade

facilita a consideração na implementação dessas políticas de características culturais,

estruturais e específicas das esferas menores a federal. Podendo ser um ponto necessário para

a melhor aplicação nas políticas sociais, entretanto é necessário que sejam transferidas através

de estratégias de indução muito bem planejadas (ARRETCHE, 1999).

Em se tratando de implementação de política pública, “regionalizar” é uma estratégia

comum, já que quando há o recorte maior ou menor escala na aplicação dessas políticas, elas

tendem a carregar características individuais daquilo que quer se tratar gerando programas

personalizados capazes de atender de maneiras mais precisa as necessidades locais

(PACIFICO, 2015).

Desta forma, o estado de Rondônia por meio da Lei Complementar nº 842 de 27 de

novembro de 2015, criou o Fundo Estadual de Combate e erradicação à pobreza, o FECOEP

(RO).

2.3 FUNDO ESTADUAL DE COMBATE E ERRADICAÇÃO À POBREZA (FECOEP RO)

O conceito de Fundo Estadual de Combate e Erradicação à Pobreza (FECOEP RO) foi

criado pela Emenda Constitucional 31, de 2000, com o objetivo de viabilizar a todos os

brasileiros acesso a níveis dignos de subsistência. Para isso, é previsto constitucionalmente

ações suplementares de nutrição, habitação, educação, saúde, reforço de renda familiar e etc.

(BRASIL, 2000).

Os Fundos de Combate à Pobreza teriam validade somente até o ano de 2010, como

previu a Emenda Constitucional (EC) 31/00 que, no seu artigo 79 menciona que deveria esse

fundo ser regulado por lei complementar posteriormente. Todavia, até o ano de 2010, muitos

estados não tinha o instituído, então, por meio da EC 67/2010, o prazo de vigência desses

fundos foi prorrogado por tempo indeterminado.

Devido essa prorrogação na vigência dos fundos mais estados puderam instituí-los,

totalizando vinte e três fundos estaduais criados por meio de leis e decretos variados. Sendo

eles: Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso,

Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro,

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Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e

Tocantins (VITER, 2016).

No estado de Rondônia, o Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza

(FECOEP RO), foi instituído em 27 de novembro de 2015, pela Lei Complementar nº 842.

Este fundo está vinculado à secretaria de Assistência ao Desenvolvimento Social (SEAS) que

tem como objetivo viabilizar à população rondoniense na sua totalidade níveis dignos de

subsistência, cujos recursos serão aplicados exclusivamente em ações suplementares de

nutrição, educação, saúde, saneamento básico e outros programas de relevante interesse

social, voltado para a melhoria da qualidade de vida (PARAGUASSU, 2015).

O fundo será constituído de receitas provenientes do adicional de 2% do Imposto

sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), incidente sobre

operações internas e de importação com armas, munições, perfumes, cosméticos,

embarcações de esporte e recreação, fogos de artifícios, outros serviços de comunicação,

cigarros, charutos, tabacos, bebidas alcoólicas e cerveja, exceto não alcoólica em operações

internas, conforme Lei nº 688/96, artigo 27-A (RONDONIA, 1996).

Apesar de essa ser a única fonte de receita regulamentada, a lei que normatiza o

FECOEP (RO), no seu parágrafo 2º, prevê que doações, auxílios e subvenções e outras

contribuições de pessoas físicas, bem como rendimentos sobre aplicações financeiras e outras

receitas que venham a ser destinadas, também constituem receita do Fundo. Mas pela falta de

normatização não possuem prazo para entrar em vigor.

A Lei Complementar nº 842/2015, traz ainda no seu artigo 3º, que além do FECOEP

(RO) ser gerido pela SEAS, será administrado por Conselho Consultivo com a seguinte

composição:

I- O Governador de Rondônia, Presidente do conselho;

II- O Secretário de Finanças, Secretário Executivo do Conselho;

III- O Secretário de Assistência e do Desenvolvimento Social;

IV- O Secretário de Saúde:

V- O secretário de educação;

VI- 01 representante indicado pela Assembleia Legislativa;

VII- 01 representante da sociedade civil indicado pelo Governador.

Segundo a lei que regulamenta o Fundo, os membros do conselho e seus respectivos

suplentes serão nomeados pelo Governador de Rondônia e não receberão nenhum tipo de

remuneração, com a função de deliberar sobre o regimento interno do FECOEP, propor e

deliberar sobre as propostas e programas de ações suplementares nas áreas em que o fundo

deve atuar, aprovar o plano anual de aplicação dos recursos do fundo, bem como acompanhar

e avaliar a execução dos seus programas (RONDÔNIA, 2015).

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Neste aspecto, o FECOEP (RO) encontra-se em consonância com Piana (2009) que

recomenda a formação de conselhos com participação da sociedade civil, nas competências

econômicas, éticas, políticas e sociais da gestão pública nas decisões relativas ao orçamento.

Ao Poder executivo é permitido criar unidade orçamentária, programas, projetos,

atividades, operações especiais e elementos de despesa para o funcionamento do FECOEP

(RO), vinculados à SEAS, que disponibilizará servidores do seu quadro para responderem por

todos os setores que se fizerem necessários, para a efetivação das ações do Fundo conforme

previsão legal (RONDÔNIA, 2015).

Os recursos do Fundo serão recolhidos em conta específica, pago pelo contribuinte em

documento de arrecadação de receitas estaduais (DARE), com código específico, para que

haja um maior controle sobre esta receita. Esta não pode ser remanejada, transposta ou

transferida para utilização diferente daquela que prevê a lei, sendo que mesmo o pessoal e

encargos sociais que trabalhem no Fundo não podem ser pagos pela sua receita. Pois os

recursos devem ser aplicados em segurança alimentar, segurança educacional, programas de

atenção à saúde e defesa sanitária e ações, projetos ou programas de combate e erradicação à

pobreza definidos no Projeto Plurianual do estado. Os recursos do Fundo destinados à

segurança educacional serão investidos em programas de alfabetização, já em segurança

alimentar deve adquirir cestas básicas e apoiar as cadeias produtivas (RONDÔNIA, 2015).

A política social por trás do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza é de

redistribuição de uma parcela do PIB, já que o adicional de 2% de ICMS incide sobre itens

“supérfluos”. Teoricamente quem os consome seriam uma parcela mais abastada da

sociedade. E o governo estaria reorganizando o capital em giro para que o FECOEP (RO)

possa ser uma ferramenta de promoção de equidade social.

É necessário segundo Voigt (1996, p. 132) focar ações de forma a complementar a

renda familiar em segmentos de baixa renda, para que havendo uma condição mínima, a

inércia econômica possa ser revertida. Para que esse tipo de ação funcione, Sachs (2008)

acredita ser necessário “desenhar políticas para consolidar e modernizar a agricultura familiar

como parte de uma estratégia para estimular o desenvolvimento rural [...]”.

O FECOEP em consonância com essa visão, por meio da Lei Complementar nº

842/2015, que institui o fundo, artigo 2º, parágrafo 1º, trata que o recurso deve ser aplicado

em:

Segurança alimentar e nutricional, através de aquisição de cestas básicas e apoio

às cadeias produtivas tais como as da apicultura, fruticultura, caprino e

ovinocultura, pecuária de leite, agroindústria, floricultura, cafeicultura, avicultura

e piscicultura.

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Este apoio as cadeias produtivas podem ocorrer por meio do fornecimento de crédito

barato a microempreendedores, que segundo Voigt (1996), refere-se a uma forma de fazer

desenvolver a economia como um todo, além de ser uma política de desenvolvimento social

autossustentado, mesmo quando não há uma tutela ou auxilio informacional, em questões

estruturais e de tecnologia básica.

O Fundo prevê investimentos na área de educação, estando em consonância com o que

recomenda Kliksberg (1998), que a diminuição das desigualdades sociais não se consegue

somente com o desenvolvimento social, mas com o investimento fortes de políticas voltadas à

educação, como fizeram países asiáticos alcançando além de desenvolvimento social,

desenvolvimento econômico.

Contribui Sachs (2008) elucidando que as políticas sociais compensatórias que visam

o acesso universal à educação, moradia, saúde, e saneamento, necessidades básicas a todo ser

humano, são indispensáveis. Entretanto, acredita que a melhor maneira de atender as

necessidades sociais são o emprego e o auto emprego.

Ainda segundo Sachs (2008) o maior potencial de desenvolvimento de empregos e

auto empregos decentes está no setor rural, já que o Brasil por não ser um país grandemente

industrializado, dificilmente conseguirá gerar novos postos de trabalho nas cidades. Isso

aliado ao potencial da agricultura familiar e dá sua necessidade para garantia da segurança

alimentar futura, faz dos empregos no meio rural a melhor saída para o desenvolvimento

sustentável para o Brasil.

A agricultura familiar tem um importante papel na economia e no desenvolvimento

social brasileiro, já que produz 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros, ocupando

papel decisivo na cadeia produtiva (BRASIL, 2015). Ao Estado, cabe tornar claro que a

competitividade da agricultura familiar é essencial economicamente e socialmente para o país.

Programas que visem a capacitação para o mercado de trabalho ou aumento da

capacidade de produção rural para pequenos agricultores do sistema produtivo, além de

reinserirem no sistema produtivo tornando independentes novas aplicações de verbas

públicas, promovem autoestima, autorrealização e desenvolvimento sustentável, tanto em

nível econômico como em nível social (SACHS, 2004).

Rondônia se mostra necessitada de medidas neste sentido, já que apesar de ter uma das

menores taxas de desemprego nacional, no primeiro trimestre de 2016, segundo dados da

PNAD Contínua, divulgados pelo IBGE (2016) chegou a 7,5% na média geral. Mas quando

analisado por grau de instrução esse índice aumenta sendo de14% para os que não concluíram

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o ensino médio, 9,1% para os que possuem nível superior incompleto e 4,6% para os que

possuem superior completo, entretanto ainda assim longe do ideal, conforme comenta o

diretor geral do Serviço Nacional de Emprego em Rondônia (SINE), principalmente nos

setores do agronegócio que possuem capacidade de contratação não utilizada pela falta de

mão-de-obra qualificada (CAPISTRANO, 2016).

Apesar da publicação pelo IBGE (2016) no tocante ao percentual de desemprego no

estado de Rondônia, esses dados por si só são insuficientes para quantificar a pobreza com

dados mais recentes, pois conforme levantamento, o último mapa da pobreza e desigualdade

divulgado pelo IBGE foi no ano de 2003, e o seu último censo em 2010.

Entretanto, no Cadastro único de responsabilidade do Ministério de Desenvolvimento

Social (MDS), utilizado por programas sociais para traçar o perfil de seus atendidos, como o

programa bolsa família, traz informações mais recentes que tratam da renda familiar per

capita, conforme figura 4:

Pessoas Renda per capita familiar

70.621 com renda per capita familiar de até R$77,00;

50.929 com renda per capita familiar entre R$77,00 e R$ 154,00;

66.845 com renda per capita familiar entre R$ 154,00 e meio salário mínimo;

44.690 com renda per capita acima de meio salário mínimo.

Figura 4 – Famílias em Rondônia inscritas no Cadastro Único em março de 2016

Fonte: MDS (2016) – Elaborado pelo autor

Mesmo não oferecendo informações tão completas como no mapa da pobreza

divulgado pelo IBGE, que evidencia vários aspectos relevantes para a análise do perfil e

tamanho da pobreza, as informações da figura 4 se mostram relevantes para nortear

programas sociais pela sua atualidade. Os dados indicam que há ainda muitas famílias que

possuem renda per capita familiar muito baixa, as quais podem, por meio de estudos mais

direcionados revelar a necessidade de intervenção do estado por meio do FECOEP (RO).

3 METODOLOGIA

Nesta seção abordam-se os procedimentos metodológicos que foram necessários à

consecução dos objetivos, bem como da questão de pesquisa.

Quanto aos objetivos a pesquisa se classificou como descritiva e exploratória, pois,

procura conhecer e descrever a receita arrecadada e os programas sociais implementados ou

em implementação financiados pelo FECOEP no estado de Rondônia. Pesquisas exploratórias

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têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, objetivando,

principalmente, o aprimoramento de ideias ou descobertas. Enquanto, pesquisas descritivas

procuram especificar as características de uma população, por meio de técnicas de coleta de

dados como o questionário (KAUARK; MANHÂES; MEDEIROS, 2010).

Tratou-se de uma pesquisa aplicada, com abordagem qualitativa e método dedutivo.

Sendo o método dedutivo o que parte do geral para o específico, permitindo por meio

da lógica, a partir de verdades comprovadas e indiscutíveis gerar conclusões mais amplas

(PRODANOV e FREITAS, 2013). Pesquisa qualitativa é uma abordagem que permite que

praticamente qualquer acontecimento na vida real seja objeto de estudo, sendo muito bem

empregada em pesquisas que envolvem entrevistas, nas quais há dificuldade de extrair uma

amostra adequada de entrevistados e obter taxa de resposta suficientemente alta, sendo que

outras abordagens comprometeriam o estudo (YIN, 2016).

A escolha do FECOEP RO como objeto de estudo se deu pelo fato deste fundo ser

novíssimo e, portanto, tornar o presente artigo inédito e logo relevante para verificar a

promoção do desenvolvimento social sustentável, necessária para atingir o objetivo que se

propõe, na lei de criação 842/2015, de erradicar a pobreza no estado de Rondônia.

A princípio a pesquisa visava em verificar junto aos beneficiários as percepções

quanto aos programas implementados pelo FECOP (RO) no ano de 2016, no instituto de

analisar a opinião dos beneficiados pelos programas que o FECOEP 2016 no que tange a

promoção da superação da pobreza. Todavia, mediante a inatividade do fundo até outubro de

2016, a pesquisa se tornou frustrada nesse sentido.

Quanto aos procedimentos, a pesquisa se configurou como documental, bibliográfica e

pesquisa de campo. A pesquisa bibliográfica, segundo Gil (2008) denota-se a realizar um

levantamento sobre o assunto abordado com base em referenciais teóricos, principalmente de

livros e artigos científicos. Utilizou-se livros, revistas, periódicos, artigos científicos, artigos

jornalísticos, internet, leis entre outras fontes. A pesquisa documental, para Prodanov e Freitas

(2013) que utiliza documentos inclusive oficiais que servem de fonte de informação através

de uma leitura observadora, crítica e reflexiva, sendo que foram utilizadas livros, revistas,

artigos, leis, ata, regimento interno, decretos e outros documentos oficiais divulgados no

Diário Oficial do Estado.

A pesquisa de campo foi realizada por meio de entrevistas, com a utilização de um

roteiro semiestruturado (apêndice), com aqueles que estavam ligados ao FECOEP (RO) ou a

programas já implementados pela SEAS que passaram a ser financiados pelo FECOEP (RO).

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Foram entrevistados o coordenador de política de assistência social da SEAS, com a

coordenadora de política dos direitos humanos da SEAS, a gerente de planejamento e

orçamento da SEAS, a coordenadora segurança alimentar e nutricional da SEAS, inicialmente

via e-mail ou telefone e depois in loco na SEAS em Porto Velho, para maiores

esclarecimentos sobre o FECOEP e seus programas. A coleta de dados foi realizada no

período de agosto a outubro de 2016.

As informações referentes às receitas foram fornecidas pelo delegado regional de

Cacoal da SEFIN que, assim que solicitado por e-mail enviou os relatórios mensais

detalhados por fonte de arrecadação, sendo que essa informação não é localizável via portal

da transparência ou outro meio de divulgação oficial da secretaria.

A entrevista com os responsáveis pela SEAS Rondônia teve como finalidade levantar

identificar a aplicação dos recursos financeiros do fundo, programas já criados e proposta de

criação, visando o alívio e a superação da pobreza, bem como seus beneficiários e localidade

dos mesmos.

Quanto à técnica de análise de dados está foi a análise de conteúdo e ao fazê-lo

considerou-se os seguintes aspectos: 1) qualidade do planejamento e implementação de

programas que promovam o desenvolvimento social sustentável, através dos recursos do

FECOEP; 2) A análise do perfil dos programas implementados ou em implementação se

voltados ao alívio ou a superação da pobreza; 3) O perfil dos usuários dos programas

implementados ou em implementação.

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO

Nesta seção serão apresentados os resultados das entrevistas realizadas com SEAS e

a SEFIN de forma qualitativa à luz do referencial teórico, o qual permitiu analisar os

programas que foram financiados por meio do FECOEP (RO) em 2016, visando à promoção

do desenvolvimento social sustentável no estado de Rondônia.

Os fundos estaduais de combate à pobreza previstos pela Emenda Constitucional 31,

de 2000, possuem o objetivo de viabilizar a todos os brasileiros acesso a níveis dignos de

subsistência, por meio de ações de: inclusão sócio-produtiva, ações suplementares de

nutrição, habitação, educação, saúde, reforço de renda familiar e etc. (BRASIL, 2000). Por

este motivo, muitos estados se mobilizaram para promover a implantação dos fundos em todo

Brasil.

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A exemplo, o estado da Bahia foi o primeiro a instituir ainda em 2001 o fundo

estadual de combate à pobreza. E, o ultimo e mais recente estado a implantar foi o de

Rondônia em 2015, conforme pode ser observado na figura 5:

Figura 5 – Fundos estaduais brasileiros até outubro de 2016

Fonte: Legislações Estaduais

Para instituí-lo, o estado de Rondônia por meio da Secretaria de Assistência Social

(SEAS) começou a realizar os levantamentos para verificar a necessidade de criação do fundo

rondoniense nos primeiros anos que seguiram da emenda constitucional. Chegando à

conclusão sobre a importância da criação do FECOEP (RO), devido ao tamanho da pobreza e

extrema pobreza existente no estado.

Nesse levantamento de dados realizado pela SEAS foi considerado como numerador

de pobreza o Cadastro Único para Programas Sociais – CadÚnico, que é um sistema que

identifica e reúne informações sobre as famílias de baixa renda, para que possam ter acesso

aos programas sociais implantados pelo Governo Federal, tais como: o bolsa família.

Outros estados se baseiam nele como norteador da pobreza a se combater, como o

estado da Bahia que planejou sua aplicação dos recursos do Fundo Estadual de Combate e

Erradicação à Pobreza – FUNCEP, com base no perfil do CadÚnico (BAHIA, 2015), pela sua

praticidade de obtenção de dados sobre a pobreza da população, economizando recursos e

tempo no planejamento e aplicação de programas sociais.

O projeto de criação do fundo no estado de Rondônia ficou engavetado por anos e só

foi realmente instituído, através da lei 842 de 27 de novembro de 2015. Sendo desta vez

encabeçado pela SEFIN, enquanto a SEAS que é responsável por gerir o fundo, só ficou

sabendo da retomada deste projeto após a aprovação da lei, conforme informou o

Coordenador de Assistência Social da SEAS.

Estado Lei Data de Criação Estado Lei Data de Criação

Acre - - Paraíba Lei 7.611/04 30/06/2004

Alagoas Dec. 2532/05 26/04/2005 Paraná Lei 18.573/15 30/09/2015

Amapá - - Pernambuco Lei 12.523/03 30/12/2003

Amazonas - - Piauí Lei 5.622/06 28/12/2006

Bahia Lei 7988/01 21/12/2001 Rio de Janeiro Lei 4.056/02 30/12/2002

Ceará Lei Compl. 37/03 26/11/2003 Rio Grande do Norte Lei compl. 261/03 19/12/2003

Distrito Federal Lei 4220/2008 09/10/2008 Rio Grande do Sul Lei 14.742/15 25/09/2015

Espirito Santo Lei compl. 336/05 30/11/2005 Rondônia Lei compl. 842/15 27/11/2015

Goiás Lei 14.469/03 16/07/2003 Roraima - -

Maranhão Lei 8205/04 22/12/2004 Santa Catarina Lei 13916/06 27/12/2006

Mato Grosso Lei compl. 144/03 22/12/2003 São Paulo Lei 16.006/15 24/11/2015

Mato Grosso do Sul Lei 3.337/06 22/12/2006 Sergipe Lei 4.731/02 28/12/2002

Minas Gerais Dec. 45.934/12 22/03/2012 Tocantins Lei 3015/15 30/09/2015

Pará Lei 6890/06 14/07/2006

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Segundo o coordenador do SEAS, a criação do FECOEP (RO) ocorreu sem o devido

planejamento pelas partes competentes do Governo de Rondônia, dificultando assim, a

criação e execução dos programas em tempo hábil. Motivando a demora na aplicação dos

recursos arrecadados, mesmo esses se mostrando bem sólidos no decorrer do ano de 2016.

Os recursos arrecadados no período de abril a outubro de 2016, conforme pode ser

observado na figura 6, podem ser considerados expressivos, evidenciando uma fonte sólida de

arrecadação e com forte crescimento durante o período analisado.

Figura 6 – Receita arrecada no período de abril a outubro de 2016

Fonte: Relatórios de arrecadação fornecido pela SEFIN – elaborado pelo autor

Todavia, mesmo com toda evolução dos recursos do FECOEP (RO) e tendo ocorrido

um acumulo de receitas até outubro de 2016, com montante superior a doze milhões de reais,

o Governo de Rondônia, por meio da SEAS não conseguiu aplicar o recurso arrecadado para

nenhuma ação social. O que ocorreu em virtude de ainda estar aguardando a sua aprovação

pela Assembleia Legislativa de Rondônia, conforme informou a Secretária de Planejamento

da SEAS, mesmo após a deliberação de aplicação de parte do montante arrecadado pelo

Conselho Consultivo do FECOEP (RO).

Para (BENDINELLI, 2016; PACÍFICO, 2015; COHN, 1995; VOIGT, 1996) é comum

encontrar diversas ineficiências nos programas sociais brasileiros, principalmente falta de

planejamento, falta de atenção aos detalhes e falta de implementação de sistemas que

garantam controle sobre a evolução alcançada e os resultados obtidos. Contudo, a pesquisa

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evidenciou que o estado de Rondônia, diante de um cenário onde a população se encontra em

uma situação de insegurança alimentar e com extrema pobreza, conseguiu apresentar uma

ineficiência maior diante sua inatividade, com recursos parados, ao invés de o utilizar em

benefício da população.

No dia 21 de setembro de 2016, o Conselho Consultivo do FECOPEP (RO) se reuniu e

aprovou conforme registro em Ata, que os recursos deveriam ser destinados para 4 (quatro)

programas que já estavam implementados pela SEAS e que deveriam receber os seguintes

recursos do fundo, conforme pode ser observado na figura 7.

Figura 7 – Programas que receberam recursos do FECOEP (RO) em 2016

Fonte: Dados da Pesquisa (2016)

Durante a reunião, foi deliberado pelo Conselho Consultivo do FECOEP (RO) a

aplicação dos valores, conforme na figura 7, que totalizam R$2.249.389,65 e representa

menos de 19% do arrecadado até outubro de 2016. Desse pequeno percentual com destinação

certa, até o fim de outubro não havia sido repassado nenhum valor ainda, segundo a SEAS

RO.

Os programas que foram escolhidos para o ano de 2016, segundo a SEAS são

programas que não possuíam mais orçamento para este ano, correndo o risco de serem

descontinuados. E, dentre outros projetos apresentados foram aqueles considerados como as

melhores opções para o ano corrente pelo Conselho Consultivo.

Destes poucos programas, que utilizaram um percentual pequeno do arrecadado, a

capital, Porto Velho/RO é a maior beneficiada, já que ao menos em 2016 todos os programas

do FECOEP aconteceram na capital de Rondônia. O que em partes é motivado pelo fato de

Programa Receita 2016 Local Beneficiários

Manutenção da Instituição de Longa Permanência

Casa do Ancião São Vicente de Paula 329.220,00R$ Porto Velho 32 idosos abrigados

Auxílio moradia de R$400,00 por mês às famílias

que desalojaram os bairros Novo Horizonte e Areia

Branca na área onde será construído pelo estado

uma estação de tratamento de esgoto

435.600,00R$ Porto Velho

398 famílias que habitavam

nos bairros Areia Branca e

Novo Horizonte

Fortalecimento do Restaurante Comunitário Prato

Cheio localizado na Zona Leste que serve entre 500

a 1500 refeições por dia

884.400,00R$ Porto VelhoA população que mora ou

trabalha nas mediações

Apoio as populações tradicionais e específicas no

transporte aquaviário da produção agrícola para

comercialização e acesso aos serviços sociais de

saúde e compra de insumos para manutenção de

suas atividades

600.169,65R$

Porto Velho, São

Miguel do Guaporé,

Costa Marques e

Pimenteira D'Oeste

A população indígena,

quilambola, e Seringueira que

por ser ribeirnha dos rios

Madeira, Machado, Guaporé,

Mamoré e Rio Preto

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Porto Velho ser a cidade com maior densidade dográfica do estado, segundo o coordenador da

SEAS.

Desta forma, fica evidenciado um descaso do Governo com os demais municípios do

estado. Principalmente, pelo fato de a maior parte do recurso encontrar-se parado e não haver

para o ano de 2016 programas voltados a grande maioria dos municípios, que também

possuem uma população em situação de insegurança alimentar e com extrema pobreza.

Ressalta-se que até outubro de 2016 não haviam sido transferidos recursos e nem divulgado

nenhum dos relatórios mensais, ferindo o previsto pelo regimento interno. Diferentemente,

alguns outros fundos estaduais, como o do Rio de Janeiro que publicam periodicamente

relatórios com a receita arrecadada, programas, valores destinados e valores gastos (RIO DE

JANEIRO, 2016).

Não só no que tange a publicidade o fundo Rondoniense deixou a desejar em

comparação com outros fundos estaduais brasileiros. A ausência de programas de

desenvolvimento social sustentável no FECOEP (RO) não é encontrada em vários outros

estados. Sendo um perfil de programa bem presente, aqueles que promovem a superação da

pobreza através de incentivo a agricultura familiar e empreendedorismo, conforme pode ser

visto na figura 8:

Figura 8 – Programas de desenvolvimento social sustentável em outros fundos estaduais.

Fonte: Relatórios de divulgação de resultados e metas dos fundos dos estados – elaborado pelo autor

Fundo Programa Objetivo

Fundo Estadual de

Combate à Pobreza -

FECOP Ceará

Programa de

Modernização e

Fortalecimento do

Setor da Mandiocultura

Capacitar as casas artesanais de farinha de mandioca para produzir

produtos de qualidade para o autoconsumo dos agricultores familiares,

além de produção excedente para ser comercializado por meio do

Programa de Aquisição de Alimentos, garantindo ocupação e renda para

os agricultores familiares beneficiados, criando condições de

permanência no campo, promovendo a inclusão no processo produtivo

durante todo o ano.

Fundo de Combate e

Erradicação à Pobreza-

FUNCEP Bahia

Funcionamento de

Unidade de Inclusão

Socioprodutiva

Acompanha microempreendimentos individuais e grupos produtivos

como os arranjos produtivos urbanos de alimentação, costura,

ambulantes, agricultura urbana e resíduos sólidos. Afim de estimular a

geração e ampliação da renda, e o desenvolvimento social

por meio de ações empreendedoras.

Fundo Estadual de

Combate à Pobreza e às

Desigualdade Sociais -

FECP Rio de Janeiro

Cooperação para o

fomento inclusão sócio-

produtiva dos

assentamentos

Aplicação dos recursos para o desenvolvimento sustentável dos

assentamentos urbanos e rurais incritos no ITERJ.

Fundo Maranhense de

Combate à Pobreza -

FUMACOP

Programas de

Fortalecimento da

Agricultura Familiar

Assistência tecnica e extensão rural; Assistência técnica e extensão

pesqueira e aquícola; Construção e equipamento de casas familiares

rurais, do mar e escolas agrícolas.

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Para Sachs (2004) a valorização das pessoas que por seu próprio esforço buscam

honestamente o seu sustento é considerado o melhor perfil de programa social. Pois, se

consegue promover a efetiva superação da pobreza. Assim, os programas que incentivam e

preparam para o trabalho, são programas que não só promovem o desenvolvimento social,

mas afastam a apatia e dão uma melhor expectativa de vida aos atendidos.

Em contrapartida, programas como os financiados pelo recurso do FECOEP (RO)

2016 que são voltados ao assistencialismo, para Rico (2004) consistem em atender problemas

que precisam de solução imediata como alimentação, saúde, habitação entre outras. Todavia,

tendem a não possuir sustentabilidade, pois isoladamente, ao invés de resolverem o problema

da pobreza, criam uma relação de dependência entre atendido e Estado, sem de fato ajuda-los

a superarem a pobreza. Neste sentido, o perfil dos programas sociais do FECOEP (RO),

precisam de mais sustentabilidade em suas ações, para que possam oferecer a superação da

pobreza. Contribuindo para a promoção do desenvolvimento social sustentável, fator tão

necessário para a erradicação da pobreza da população rondoniense.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve por objetivo analisar os programas implementados por meio do

FECOEP (RO) visando à promoção do desenvolvimento social sustentável no estado de

Rondônia. O FECOEP é um fundo estadual criado para erradicar a pobreza da população

rondoniense, promovendo o desenvolvimento social sustentável para garantir uma melhor

qualidade de vida aos necessitados.

Por meio da pesquisa pode-se constar que não houve até o mês de outubro de 2016

nenhuma aplicação da receita do FECOEP (RO), devido a demora do Conselho Consultivo

em se reunir e deliberar sobre as destinações em programas sociais, seguido pela Assembleia

Legislativa de Rondônia que não aprovou até o fim da presente pesquisa, a liberação desses

valores à SEAS, administradora legal do fundo.

No entanto, fica evidente que o planejamento e implementação de programas sociais

ainda são práticas incipientes no estado de Rondônia quando comparado com o referencial

teórico estudado. Sendo um dos principais pontos de ineficiência nos programas sociais

brasileiros a falta ou mal planejamento.

E, no que tange o FECOEP (RO) não tem sido diferente, já que o estado instituiu esse

fundo com o objetivo de combater e erradicar a pobreza. O fundo, criado da necessidade de

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suprir famílias em risco social e alimentar, ficou durante aproximadamente um ano sem

planejamento, desenvolvimento e implementação de um programa sequer, recebendo recursos

e os acumulando por um semestre, deixando a própria sorte a parcela mais necessitada da

população.

Além disso, os poucos programas que devem ser financiados pelo FECOEP para 2016

possuem características predominantemente de alívio da pobreza com uma postura

assistencialista. Estes programas de alívio à pobreza voltados ao curto prazo somente são

eficientes na erradicação da pobreza se trabalhados conjuntamente com os programas de

superação da pobreza, o que ao menos no ano de 2016 no FECOEP (RO) não ocorreu.

Essa ineficiência demostrou um gargalo estrutural na agilidade da promoção de bons

programas sociais e na falta de planejamento nessa área, colocando em dúvida a necessidade

de criação do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza de Rondônia. Não pela ausência

de pobreza no estado, mas pela falta de planejamento voltado ao desenvolvimento social

sustentável, que pode ser mais necessário no momento do que novas fontes de arrecadação.

O resultado da pesquisa demostrou que a principal falha do FECOEP (RO) em 2016

foi na gestão, que apesar de contar com membros do Executivo e Legislativo do estado, bem

como os secretários das mais essenciais secretarias de Rondônia, não houve planejamento e

acompanhamento na implementação de bons programas sociais, uma vez, que o recurso

estava disponível na conta do Governo do rondoniense.

Conclui-se, portanto, que o trabalho atendeu ao objetivo proposto de analisar os

programas sociais do FECOEP (RO). Contudo, verificou-se a ausência de promoção do

desenvolvimento sustentável no estado, devido a não implementação do FECOEP (RO) de

forma efetiva, onde pudesse trazer benefícios para a população alvo do programa. Notou-se

um descaso do Governo de Rondônia na implementação dos programas sociais em 2016, pois

mesmo os voltados ao alívio são poucos. Apontando, a falta de planejamento e

sustentabilidade nas ações sociais do Estado, pois, a ociosidade do fundo demonstrou recursos

sem destinação em contraste com rondonienses em situação de risco social e alimentar.

Mostrando o despreparo do estado em promover o desenvolvimento social, principalmente de

forma sustentável.

A partir das contribuições dessa pesquisa, pode-se verificar que o assunto não se

exaure, podendo ser realizados novos estudos, no sentido de conhecer, em um cenário futuro

programas efetivamente implementados pelo FECOEP (RO), e que estejam promovendo um

desenvolvimento social sustentável.

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APÊNDICE – ROTEIRO PRELIMINAR DE PESQUISA

Entrevistado: Coordenadores da SEAS

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

CÂMPUS PROFESSOR FRANCISCO GONÇALVES QUILES

DEPARTAMENTO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

1. Nome: __________________________________________________________

2. Tempo na função: _____________

3. Escolaridade:

( ) Ensino médio;

( ) Ensino Superior Incompleto;

( ) Ensino Superior Completo;

( ) Pós-graduação;

( ) Mestrado:

( ) Outros:___________________

4. Formação: _______________________________________________________

5. Com base em que pesquisas ou levantamentos sobre a pobreza e extrema pobreza, o

estado de Rondônia entendeu ser necessário a criação do FECOEP?

6. O que é considerado pobreza e extrema pobreza para o FECOEP e seus programas?

7. O FECOEP possui um planejamento claro e definido? No que se baseia?

8. Qual o valor da receita arrecadada até o mês de outubro de 2016, para fins de

aplicação nos programas do FECOEP?

9. Quais os programas já foram implantados ou estão em fase de implantação no

FECOEP para 2016?

10. Sobre os programas implementados ou em implementação:

Local Programa

Tipo de

Benefic

iário

Objetivo

Implementa

do ou em

Implementa

ção

Valor

Destin

ado

Valor

Aplicado

Vigência/

Validade

Quantas

pessoas

atendidas

Perfil:

alívio ou superação

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11. Como se deu a escolha dos municípios para a implementação destes programas?

12. Qual a justificativa para a escolha desses programas e dos seus beneficiários?

13. No caso de implementação de ações suplementares de nutrição, habitação, educação e

saúde, quais os critérios de seleção?

14. Há pessoas no estado em situação de insegurança alimentar? ( ) SIM ( )NÃO;

15. Se há, estão sendo tratadas como prioridade pelo FECOEP?

( ) Sim, de que forma:_____________________________

( ) Não, porque:_____________________________________

16. Serão criados programas para reforço de renda conforme prevê a lei?

17. Quais são as medidas envolvidas para que não seja criado um vínculo de dependência

dos beneficiários com o estado, mas sim o desenvolvimento social sustentável?

18. Quais as ferramentas de controle da aplicação dos recursos do FECOEP?

19. Quais os mecanismos de avaliação dos resultados dos programas do FECOEP?

20. Quais os mecanismos de acompanhamento das ações dos programas implementados?

21. Os recursos do FECOEP por lei só podem ser aplicados em seus programas, sendo que

o pessoal envolvido deve ser cedido pela SEAS, ela possui pessoal disponível,

suficiente de pronto?

( ) Sim, já estão em atividade?_______________________

( ) Não, qual a previsão de contratação?_______________

22. O FECOEP se utilizará de que estrutura física para suas atividades?

23. Uma das principais vantagens apontadas pela literatura no tocante à programas

públicos descentralizados, é poder culminar o planejamento das ações considerando as

características locais como vegetação, clima e cultura. O FECOEP possui programas

que consideram essas características e foram planejados visando o desenvolvimento

social sustentável no estado? De que forma?