fundada em 24 de fevereiro de 2007 registro na abim - …¡ a coluna “os grandes iniciados” traz...

14
Fundada em 24 de Fevereiro de 2007 Registro na ABIM - 005/JV

Upload: lehanh

Post on 04-May-2018

217 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

Page 1: Fundada em 24 de Fevereiro de 2007 Registro na ABIM - …¡ a Coluna “Os Grandes Iniciados” traz a matéria “Kunaton – O Maior Rei Sacerdote do Antigo Egito”. A Vida e a

Fundada em 24 de Fevereiro de 2007 Registro na ABIM - 005/JV

Page 2: Fundada em 24 de Fevereiro de 2007 Registro na ABIM - …¡ a Coluna “Os Grandes Iniciados” traz a matéria “Kunaton – O Maior Rei Sacerdote do Antigo Egito”. A Vida e a

EditorialEditorial____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

“Se tua mente não atingiu, ainda, o necessário grau de domínio das paixões e vagueia para cá e para lá, desviando-se do seu Objetivo Supremo,

procura ser vigilante e refreiá-la pela força de tua vontade concentrada, recondizindo-a sempre ao Objetivo.”

Professor Henrique José de Souza

muito salutar nos encontrarmos novamente e travarmos um caloroso diálogo através de mais uma edição de nossa Revista. Tem sido muito gratificante podermos espargir, através de nossas linhas, a luz de excelsos ensinamentos. Todavia, como veículo de informação, que

somos, temos algumas obrigações com nossos leitores; conscientizá-los; elucidá-los e, até, chamá-los à razão para certas situações, que se vêm tornando insustentáveis.

ÉCausa-nos espécie a rapidez com que o tempo se esvai; e as coisas acontecem tão

simultaneamente no mundo, tornando a catástrofe em um acontecimento do cotidiano; a inversão de valores, nos deixando vazios de sentimentos com a dor alheia; o abandono aos códigos de ética, a ponto de perdermos o referencial do certo.

A natureza clama por equilíbrio, enquanto o homem, descomprometido com o amanhã e revestido, cada vez mais, de uma postura materialista, lança-se em um consumismo desvairado, esvaziando o mundo de esperança por dias melhores.

Marchamos cegamente, para repetirmos a tragédia da “queda da civilização atlante” e, novamente, submergirmos em nossos próprios desatinos!

Não podemos, mais, esperar que, a cada eleição, surja um “Salvador da Pátria”. Precisamos conscientizar-nos de que, quisermos mudar o mundo, essa mudança deverá começar em cada um nós! Deverá começar no seio de nossos lares! A “Palavra de Passe” para transpormos esse umbral, em todos os sentidos, é REEDUCAÇÃO!

O nosso voto e a nossa consciência são as únicas e eficazes ferramentas para essa mudança. O nosso descaso é tão criminoso quanto o mau político, que rouba, que vende nossa Amazônia, que cria leis em benefício próprio.

Nosso planeta, já há algum tempo, entrou em convulsão, e a natureza cobra, carmicamente, as contas do nosso total descaso.

Mas o que é que temos a ver com isso? TUDO! Se não formos parte da solução para esse quadro caótico e apocalíptico, já, por si só, seremos parte do problema!

Temos a sincera esperança de escrever melhores linhas em próximos Editoriais, pois nos colocamos como parte da solução e temos o compromisso de deixar esse mundo melhor do que encontramos! Devemos isso às próximas gerações!

Dentro dessa postura altruística de conscientização, escolhemos para Coluna Destaques a matéria “Não é Possível”, da escritora Zélia Scorza, como um verdadeiro despertar; a matéria do nosso Irmão Antônio Fadista – “A Noção de Esoterismo”, que nos elucida quanto à diferença entre os termos esotérico e exotérico.

A Coluna Ritos Maçônicos presenteia o leitor com um trabalho sobre “O Rito de Heredom ou Perfeição”, a raiz do R∴E∴A∴A∴. Já a Coluna “Os Grandes Iniciados” traz a matéria “Kunaton – O Maior Rei Sacerdote do Antigo Egito”. A Vida e a Obra de mais um Mestre da Sabedoria, auxiliando a humanidade, de então, com seus excelsos ensinamentos.

Mês de junho é a época de transição de administração das Lojas Simbólicas, e, oportunamente, destacamos, na Coluna Trabalhos, a matéria de autoria do Irmão Valdemar Sansão, com o título “Ao Venerável Mestre Recém-Empossado”, enquanto convidamos a todos a uma profunda reflexão através da matéria “Humildade x Orgulho”, na Coluna Reflexões.

Inauguramos, a partir desta edição, a Coluna “Informe Cultural”. Essa Coluna, assim como o objetivo precípuo de nossa Revista, desde sua criação, estará apoiando os mais diversos eventos maçônico-cultural, além de trazer à luz o prestimoso e importantíssimo trabalho das Academias Maçônicas de Letras e Lojas de Estudos e Pesquisas.

A Revista Arte Real, com a prestimosa participação de nossos colaboradores e patrocinadores, tem feito sua parte. A resposta nos chega em números bastante expressivos, computando quase 11.000 e-mails de toda parte do Brasil e do exterior. Vários sites maçônicos juntaram-se a nós, nessa empreitada em prol da cultura maçônica, e têm disponibilizado nossa Revista

para download. Nas listas de contatos de nossos leitores, sua redistribuição tem sido uma prática muito dinâmica.

Temos recebido muitos e-mails calorosos de incentivo e a informação de que as matérias publicadas têm sido apresentadas em Loja e servido como verdadeiras Peças de Arquitetura. Tudo isso nos dá a certeza de que a iniciativa de criação desse periódico foi pura inspiração Divina e de que somos, apenas, mais um canal, utilizado pelos Excelsos Seres da Grande Fraternidade Branca, para bem servir, como mais um Guia, aos nossos seletos leitores pelos estreitos caminhos da Iniciação.

Chegamos à 16ª Edição e, enquanto for a Vontade do G∴A∴D∴U∴, estaremos, humildemente, à Sua disposição, como uma ferramenta para edificação de Sua Obra – A Obra do Eterno na face da Terra!

Encontrar-nos-emos na próxima edição!

Page 3: Fundada em 24 de Fevereiro de 2007 Registro na ABIM - …¡ a Coluna “Os Grandes Iniciados” traz a matéria “Kunaton – O Maior Rei Sacerdote do Antigo Egito”. A Vida e a

Nesta EdiçãoNesta Edição__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Capa – João – o Batista – Nosso Patrono...........................CapaEditorial.....................................................................................2Matéria da Capa - João – o Batista: Nosso Patrono.............3Informe Cultural - Divulgação de Eventos............................4Destaque - A Noção do Esoterismo........................................ .5 - Não é Impossível...................................................... ...6

Ritos Maçônicos – Rito de Heredon ou Perfeição..............7Os Grandes Iniciados – Kunaton.........................................9Trabalhos – Ao Venerável Mestre Recém-Empossado.........11

- Druidas e Solstícios........................................12Reflexões – Humildade x Orgulho.......................................14

Matéria da CapaMatéria da Capa__________________________________________________________________________________________________________________________________________

João, o Batista: Patrono da MaçonariaJoão, o Batista: Patrono da MaçonariaJoão Camanho

ransfiram0-nos para épocas pretéritas, nos dias de Herodes, o cruel rei da Judéia.T

Vivia, nessa época, um sacerdote de nome Zacarias, casado com Isabel, ambos justos aos olhos do Senhor dos Mundos. Não tinha filho, porque a mulher era estéril, mas, sempre rezando, confiava que seria agraciado pelo Senhor com a geração de um herdeiro. Um dia, no Templo, apareceu-lhe um Anjo e lhe disse:

“Não temais, Zacarias, foi ouvida vossa oração; vossa esposa vos dará um filho, a quem dareis o nome de João”

Chegou o tempo em que Isabel devia dar à luz um filho. Nasce a criança. Seu pai, Zacarias, rompeu com essas palavras proféticas:

“Bendito sois vós, ó Deus de Israel, porque redimistes vosso povo, enviando-nos um Salvador Poderoso (...). E vós, menino, sereis chamado Profeta do Altíssimo e ireis preparar-LHE o caminho”.

Nas palavras de Zacarias, intuído por Deus, revela-se a grande missão de João Batista: anunciar a vinda do Christo Universal, o Avatara (AVA = antigo + TARA = rota, torah, lei), a manifestação da Divina Lei para o Segundo Milênio (a Era de “Piscis”), veiculada na Terra por Jeoshua Ben Pandira (Jesus, o Cristo). E essa vinda, apenas, vem confirmar o que está escrito no Mahabhârata (poema épico hindu), pois havia chegado a hora de esse Altíssimo Ser vir atuar em auxílio da humanidade, tal como fora anunciado a Arjuna, quando se apresentara o momento de Krishna:

“Todas as vezes, ó filho de Bhârata, que Dharma (a Lei Justa) declina e Adharma (o contrário) se levanta, EU me manifesto para salvação dos bons e destruição dos maus. Para restabelecimento da LEI, EU nasço em cada Yuga (era, idade, ciclo)”.

Percebe-se, então, que as profecias milenares, calcadas na Sabedoria Iniciática das Idades, sempre, legaram à humanidade a tradição de Seres Ungidos, como Krishna, Kunaton, Hermes - o Trismegisto -, Buddha, Jesus, os mais conhecidos, dados como filhos de Mães Virgens e chamados o Sol, o Salvador, o Christo, o Messias. E tais seres, invariavelmente, eram anunciados pelos Yokanaans, os que saem pelo mundo, pregando, ensinando, doutrinando e batizando.

Com tal esclarecimento, desvelando um pouco dos mistérios, vamos voltar ao Grande Yokanaan, peregrinando pelo deserto e alimentando-se de mel, frutos e gafanhotos, segundo a Bíblia. Contudo, de acordo com os Escritos de Qumram, descobertos nessa região do Mar Morto, consta que Ele e Jesus estavam iniciando-se junto aos Essênios e se fortalecendo para suas nobres missões.

Era no décimo quinto ano do reinado de Tibério, o Imperador romano. Pôncio Pilatos era governador da Judéia. Herodes, Tetrarca da Galiléia. Anaz e Caifaz eram Sumos Sacerdotes. Nesse contexto histórico, eis que a palavra de Deus veio a João. E ele se pôs a andar pelas terras do Jordão, o rio sagrado, pregando o batismo e a conversão para remissão dos pecados.

Segundo o profeta Isaías, assim falava João às massas que afluíam para a unção:

“Raça de víboras! Quem vos disse que escapareis ao juízo divino que vos ameaça? Produzi bons frutos (...). O machado já está deitado à raiz das árvores; toda árvore que não produzir bons frutos será cortada e lançada ao fogo (...)”.

Diante dessas palavras, proferidas com autoridade e sabedoria, que teriam validade nos nossos dias, um “ciclo gasto e apodrecido”, a Kali-Yuga (KALI = negra + YUGA = idade), tal qual a Era a que no referimos, o povo, em grande expectativa, pensava que João era o Christo. Ao que Ele redargüiu:

“Eu vos batizo com a água, mas virá Outro muito mais poderoso que eu, cujas correias das sandálias não sou digno de desatar; ELE é que vos batizará com o fogo do Espírito Santo”.

Page 4: Fundada em 24 de Fevereiro de 2007 Registro na ABIM - …¡ a Coluna “Os Grandes Iniciados” traz a matéria “Kunaton – O Maior Rei Sacerdote do Antigo Egito”. A Vida e a

E o profeta continuava a dirigir muitas outras exortações àquela gente que O seguia em número cada vez maior, anunciando-lhe a Nova Era. Numa dessas práticas, Jesus veio até ELE para, também, ser ungido. A multidão não O reconheceu; só o Iluminado Pregador O percebeu. E foi visto abrir-se o Céu e descer sobre o Divino Mestre o Espírito Santo em forma corpórea, como uma pomba, ouvindo-se, ainda, bradar uma voz celeste:“Vós sois meu filho bem-amado; em vós depositei toda a minha complacência”.

João Batista, primo-irmão de Jesus, deixou-se ajoelhar, insistindo que devia ser batizado por ELE, o Cordeiro de Deus (Agnus Dei), que vinha remir a humanidade, isto é, resgatar o karma da mesma, através da crucificação e do amor. Jesus, mansamente, argumentou:

“João, deixemos, por ora, que se cumpra toda a justiça”.

E, assim, João Batista, ao ungi-LO, restabelecia a Nova Aliança entre a Divindade e a humanidade, o pacto com o Salvador, com o Cordeiro, de que nos falam as milenares profecias.

Mais uma ponta dos velados conhecimentos esotéricos pode ser levantada. Há milênios, antes de Christo, nascia Rama, o Manu (condutor) da Raça Ariana, o qual, depois de muitas peregrinações com seu povo, expostos ambos a terríveis provações, no Pamir, na Índia, comandou os povos solares (seguidores do Princípio Universal Masculino), na luta contra os povos lunares, remanescentes da Lemúria e da Atlântida (seguidores do Princípio Universal Feminino), tornando-se vencedor e criando, assim, o grande império Hindu. Tal episódio histórico e iniciático está descrito nas epopéias constantes do Zend-Avesta (Livro Sagrado dos Persas) e do Ramayana (Livro Sagrado dos Indus).

Depois da vitória, criou, no Tibeth, a casta sacerdotal dos Lamas (Lamaísmo), proclamando-se o primeiro Lama. Deixou de ser o Senhor de RAM, o Carneiro, para ser o Senhor de LAM, o Cordeiro, isto é, trocou o irascível e belicoso Carneiro pelo pacífico, plácido e tolerante Cordeiro. Uma simbologia ligada à expressão, usada até o Ciclo atual, “Cordeiro de Deus”, ligada ao fogo místico, o fogo sagrado, que arde em todas as coisas, através da expressão latina “Agnus Dei” e da palavra sânscrita “Agni”.

E, por isso mesmo, tudo que está ligado ao Cordeiro, ligado está à Maçonaria Adonhiramita, cujo símbolo é o referido Cordeiro, o guardião do Livro das Virtudes, o Livro dos Sete Selos.

Mas voltemos a João, que estava prestes a se tornar mais uma vítima do arbítrio, já que havia censurado Herodes publicamente por seus crimes, por sua crueldade e por prática de concubinato com Herodíade, esposa de seu Irmão Filipe, e o tetrarca, instigado pela mulher, mandara lançar o nosso Profeta ao cárcere.

Eis que chega o dia fatídico. No seu aniversário, ofereceu Herodes um banquete aos poderosos da Corte. A filha de Herodíade, Salomé, numa dança luxuriosa e inebriante, em

que, aos poucos, ia tirando os tecidos que lhe cobriam o corpo, levou o concupiscente tetrarca ao delírio e à perdição de sua alma, ao exclamar:

“Dar-vos-ei tudo, ainda que seja metade do meu reino”.

A trama diabólica, perpetrada pela vingativa mãe, leva a filha a pedir, numa bandeja, a cabeça do Justo, ao que o pérfido Rei aquiesceu. E mais um crime hediondo fora cometido, aumentando o débito clamoroso de monstruosidades de Herodes.

O martírio de João Batista não foi em vão. A Maçonaria, reconhecendo-O como o Profeta do Altíssimo, como o

anunciador do Christo e revelador de grandes Mistérios Iniciáticos dos quais a Nossa Ordem se afastou na Fase Operativa e aos quais regressou na Fase Especulativa, pois, sabiamente, sentindo a necessidade de “reconstruir” não-monumentos de pedra, mas o próprio HOMEM, viu que não poderia abrir mão do Simbolismo, e vendo-O, principalmente, como o rebelde, que não se curvou diante do poder e ousou enfrentar a brutalidade de uma aristocracia corrompida e sacerdotes inescrupulosos, preocupados com o poder temporal, consagrou-O como PATRONO.

Uma sábia decisão. Pois, mirando-se no exemplo edificante de João, o Batista, nosso Patrono, com a mesma obstinação legada por Ele, pôde, decisivamente, influir a Maçonaria nos destinos da humanidade, participando de todos os movimentos libertários e afirmando os nossos norteadores princípios: “LIBERTÉ, EGALITÉ, FRATERNITÉ”.

Informe CulturalInforme Cultural__________________________________________________________________________________________________________________________________________

Francisco Feitosa

nauguramos, a partir desta edição, a Coluna “Informe Cultural”, que traz, em seu próprio nome, o objetivo para o qual foi criada -

divulgar as diversas atividades maçônico-culturais, que estarão acontecendo em todo o nosso universo maçônico.

IEsta Coluna, assim como o objetivo principal de nossa Revista, desde

sua criação, estará apoiando os mais diversos eventos de cunho cultural, além de se colocar como uma janela aberta aos nossos leitores, elucidando-os e exaltando o prestimoso e importantíssimo trabalho das Academias Maçônicas de Letras e Lojas de Estudos e Pesquisas Maçônicas.

Faça contato e saiba como se utilizar desse espaço para divulgação de eventos maçônico-culturais!

Abrindo esta Coluna, por solicitação do Coordenador Geral - Ir∴Newton Figueiredo Pinto, informamos que estará acontecendo o 10º Congresso Maçônico Paraibano do Grande Oriente do Brasil, na cidade de Sousa - Paraíba (O Vale dos Dinossauros), durante os dias 06 e 07 de Junho de 2008, no Campus da Universidade Federal, com o Tema principal "Transposição de Águas do Rio São Francisco para o Semi-Árido Nordestino".

Page 5: Fundada em 24 de Fevereiro de 2007 Registro na ABIM - …¡ a Coluna “Os Grandes Iniciados” traz a matéria “Kunaton – O Maior Rei Sacerdote do Antigo Egito”. A Vida e a

O evento contará com os palestrantes: Coronel Ferreira, da Reserva do Exército Brasileiro; Deputado Federal Marcondes Gadelha; o Senador, Ir∴Efraim Morais; o Arcebispo Estadual da Paraíba - Dom Aldo Pagotto; Pe. Djacy Brasileiro; Pe. Milton Alexandre, e outros, além das presenças do Soberano Grão-Mestre Geral do G∴O∴B∴, Ir∴Marcos José da Silva, e do Grão-Mestre Estadual, Ir∴Aderaldo Pereira de Oliveira, e, também, IIr∴Veneráveis e Autoridades Maçônicas de toda a região.

O principal objetivo desse Congresso é proporcionar um encontro especial, voltado à luta social pela Transposição de Águas do Rio São Francisco para o Semi-Árido Nordestino, além da realização de diversas palestras de interesse da nossa Ordem. Portanto, a Família Maçônica Sousense sente-se honrada com a oportunidade de realizar esse importante evento e, fraternalmente, acolhe com carinho os Congressistas e Palestrantes.

Informamos, também, que, desde janeiro de 2008, estamos compondo o seleto quadro de Acadêmicos, na qualidade de Membro Correspondente, da Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas, com sede no Oriente de Porto Alegre – RS e filiada ao G∴O∴R∴G∴S∴. Essa Excelsa “Casa de Cultura” foi fundada em 19 de novembro de 1995 e vem, através de seus valorosos Confrades, produzindo pérolas literárias, engrandecendo culturalmente nossa Ordem.

Fruto disso é o periódico maçônico CHICO DA BOTICA, espargindo a Luz da sabedoria aos seus leitores.

No dia 08 de maio p.p., tivemos a honra de sermos admitidos como Membro Honorário na Loja de Pesquisas Maçônicas QUATUOR CORONATI Pedro Campos de Miranda. Essa Excelsa Loja reúne-se mensalmente, em Belo Horizonte – MG, e está jurisdicionada à G∴L∴M∴M∴G∴, tendo como Venerável Mestre nosso querido Ir∴ José Maurício Guimarães.

DestaquesDestaques____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

A Noção do EsoterismoA Noção do EsoterismoAntônio Rocha Fadista

entre os termos, que maçons e não-maçons usam com freqüência, sem lhes dar uma definição precisa, um dos

mais usados é esoterismo. Para tal, contribuem influências históricas, doutrinais e filosóficas, ocultistas e espíritas, tudo isso inserido no princípio de que o conhecimento deve ser reservado e até secreto. Com freqüência, essa conceituação é colocada em dúvida, devido à constante divulgação de conhecimentos, relacionados com o esoterismo.

D

Por isso mesmo, alguns estudiosos têm procurado aprofundar o sentido desse termo, seja reconduzindo-o à sua origem, seja através da análise filosófica dos seus significados. Eles tentam chegar a uma definição conceitual de um nome reintroduzido na linguagem comum, nos primeiros anos do séc. XIX.

De fato, é sabido que esse substantivo não existia e que os adjetivos correspondentes tinham a ver com uma doutrina, reservada a uma categoria de pessoas, oposta àquela, relacionada com o termo exotérico, usado para designar o conhecimento acessível a todo o mundo.

Escritores, como Galeno e Jâmblico, adotaram o termo esotérico, enquanto Aristóteles usava o termo exotérico, quando se referia às suas aulas públicas, reservando o temo “acromáticos” para um círculo de alunos mais restrito.

Na expressão grega eiswuew - faço entrar – se encontra a noção de esoterismo. Fazer entrar significa abrir uma porta, oferecer aos homens a possibilidade de passar do exterior para o interior; simbolicamente, é o revelar de uma verdade escondida, um sentido oculto. Nesse sentido, o Esoterismo se aproxima do Ocultismo, como o define Eliphas Levi, ao comentar a obra de Cornélio Agrippa, Philosophia Oculta.

Característica a respeito é a posição de Guénon, segundo o qual “existem pessoas que não podem ouvir a

palavra esoterismo, sem pensarem, imediatamente, em ocultismo ou coisa do gênero, e para as quais o termo esoterismo não tem o mínimo sentido”. Para Guénon, o termo Esoterismo é iniciático, metafísico na sua essência, e engloba múltiplos aspectos que, sem serem todos de ordem metafísica, apresentam um caráter igualmente esotérico.

Ainda, segundo Guénon, pode-se falar de um esoterismo e de um exoterismo em todas as doutrinas,

distinguindo-se a criação da expressão: a primeira, sendo totalmente interior, oculta; a segunda, nada mais sendo do que a sua exteriorização. Dessa definição, conclui-se que o Esoterismo não serve para qualificar nenhuma doutrina particular, nem serve para uso exclusivo de nenhuma elite intelectual.

Desse modo, a referência das noções de esoterismo à metafísica está ligada ao conhecimento das Leis, que regem o Universo e o Homem. Na prática, isso explica por que o Esoterismo só existe, quando existe uma doutrina; explica, também, por que, mediante o Esoterismo, unificam-se todas as doutrinas tradicionais, acima das diferenças, existentes nas suas formas exteriores, ou exotéricas.

Sob esse ponto de vista, não há dúvida de que o elemento principal da noção de Esoterismo esteja nas suas relações com a Iniciação, que, em seus

aspectos fundamentais, implica uma purificação do ser, uma iluminação e uma regeneração simbólica. A morte do profano é necessária para que nasça o iniciado, com capacidade para reencontrar a Palavra Perdida, atingindo um nível de conhecimento, perdido no passado. É o simbólico retomar dos privilégios, que o ser humano tinha antes da “queda”.

O Esoterismo pode, então, ser definido como sendo a doutrina, estabelecedora da forma de se lidar com os conhecimentos, que podem interferir nas relações entre o Homem e o seu Criador.

Page 6: Fundada em 24 de Fevereiro de 2007 Registro na ABIM - …¡ a Coluna “Os Grandes Iniciados” traz a matéria “Kunaton – O Maior Rei Sacerdote do Antigo Egito”. A Vida e a

Pode acontecer que o costume de qualificar, com esse adjetivo, doutrinas ou teorias específicas tenha influenciado a distinção aristotélica entre o ensinamento, ministrado pela manhã ao círculo restrito de seus discípulos, e aquele, feito à noite para o público em geral.

Nesse sentido, vale a definição do Dicionário Robert: “Esotérico é o ensinamento, ministrado em algumas Escolas da Grécia antiga, que aprofundavam a sua doutrina, baseada nos deuses do Olimpo. Diz-se, também, de toda doutrina ou conhecimento, transmitidos pela tradição oral aos discípulos ou adeptos qualificados”. O mesmo dicionário define adepto como sendo toda pessoa, “iniciada em uma doutrina esotérica”.

É nesse sentido que o já citado Dicionário afirma, tomando o aspecto mais evidente do significado do termo: “Esoterismo é uma doutrina cujos conhecimentos não podem ou não devem ser divulgados, a não ser a um pequeno e escolhido número de discípulos”. Esse é um conjunto de

conhecimentos herméticos, de magia e de ocultismo.Tudo isso explica por que nem sempre o plano

esotérico tem uma correspondência no plano exotérico, ganhando vida própria e constituindo uma linguagem específica e com características próprias. São elas: de um lado, a reserva, que impede de falar ou escrever sobre determinados assuntos, em grande parte ligados ao simbolismo; de outro, a capacidade de referir-se a uma multiplicidade de doutrinas e de teorias. Capacidade essa, que permitiu assumir conteúdos diferentes, desde o Esoterismo Maçônico até ao Esoterismo Judaico ou Cristão, cada um com suas particularidades específicas.

Para finalizar, deve-se acrescentar que a diversidade das doutrinas responde a um esquema unitário, que constitui a passagem necessária para atingir a Gnosis, pretendendo reunir todo o conhecimento, que trata das relações fundamentais do Homem com Deus e com o Universo.

DestaquesDestaques____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Não é ImpossívelNão é ImpossívelZélia Sorza Pires

Adiante explicaremos o porquê.

humanidade parece não ter noção de que vive o estertor de um final de ciclo, e, se algumas pessoas têm

consciência disso, parece que, também, não se importam muito. Com isso, as forças do mal não encontram barreiras para seus projetos. Ainda mais que os recursos notáveis da modernidade fazem com que muitas dessas forças, em forma humana... introduzam, com facilidade, na tecnologia, o seu mortal veneno... referimo-nos aos conteúdos perniciosos, que abarrotam a Internet e outros meios de comunicação e publicidade, onde a maldade, agressividade, permissividade e outros conjuntos de coisas pervertem a mente inquieta da juventude e da garotada.

A

Por estar incompleta a sua evolução, o homem é meio-divino e meio-animal, portanto necessita de elementos que o ajudem a desabrochar, e não que o façam fenecer... O Anjo Protetor de cada um vive momentos difíceis, pois o homem está às tontas diante de tantas novidades atraentes, surgindo à sua frente. Botões em quantidade, tem hoje o homem para apertar, afora as senhas, os chips, enfim, um aglomerado de vantagens, tentadoras por sinal, mas que servem, apenas, à vida material. Onde fica nisso tudo o Espírito? Logo ele, que faz do homem um ser meio-divino... Tristonho e desiludido, o Espírito não sabe mais o que fazer, para atrair a Alma, em que tanto confiou...

A ausência de complicação, na vida do homem,

desapareceu. A espontaneidade e a singeleza, também. A pureza tornou-se coisa do passado. A candura não encontra onde se encaixar. A sofisticação em quase tudo é o que interessa. A preocupação pela aparência tornou-se uma obsessão. E a inocência? Esta foi subjugada.

Certas da vitória, que não terão, essas forças do mal vibram com a quantidade de almas já conquistadas. E, como

querem mais, ousam penetrar até mesmo onde antes lhes era proibido... Muitas almas, já tidas como salvas no Grande Julgamento, talvez, nem sejam mais elas mesmas, de tanto que se deixaram influenciar pelas coisas efêmeras do mundo a que tanto se apegam. Ao transpor os portais do lado desconhecido da vida, nada levarão.

Como nos livrarmos de todas essas armadilhas? Chegamos,

então, ao ponto inicial de nosso modesto trabalho. Não é impossível. Através dos tempos, a humanidade, sempre, recebeu dos Avataras e de tantos outros Luminares a ajuda e o Conhecimento de que precisaram. Tudo de acordo com o estado de consciência da época. Como escapar dessas forças do mal que tanto insistem em tirar do homem a liberdade de decidir as coisas por si mesmo, e não por influência delas? Uma saída: nos tornando invisíveis... Sim, não é fácil, mas, também, não é impossível. Para isso, é fazer o que nossa Mãe Espiritual nos recomendou a vida inteira: VIGILÂNCIA DOS SENTIDOS.

Page 7: Fundada em 24 de Fevereiro de 2007 Registro na ABIM - …¡ a Coluna “Os Grandes Iniciados” traz a matéria “Kunaton – O Maior Rei Sacerdote do Antigo Egito”. A Vida e a

Agora lhes foi dado o direito de se misturar aos homens, como oportunidade única, quem sabe, de se arrependerem. Um pequeno lampejo que qualquer uma delas emita, e imediatamente lá estará um Ser de Luz, que a libertará, para ter a oportunidade de reencarnar seja onde for. Mas, enquanto isso, a superfície da Terra é o seu pasto... E o alimento delas, creio que sejamos nós... Nossa salvação está na VIGILÂNCIA DOS SENTIDOS. Não podemos fracassar, sob pena de, após a morte, passarmos por maus momentos, pois, enquanto de posse do corpo físico, temos chance de nos defender. O corpo físico, embora descartável e temporário, de certa forma, blinda-nos contra as forças do mal, desde que tenhamos força de vontade. Mas, no decorrer da noite, quando nos entregamos ao sono, ficamos expostos, porque, por um fenômeno natural, desligamo-nos do corpo físico. Mas, se tivermos VIGILÂNCIA DOS SENTIDOS durante a vigília, ao nos desligarmos do corpo físico pelo sono, teremos o amparo do nosso Anjo da Guarda. O segredo está em não criarmos condições, que forcem nosso Anjo Protetor a se distanciar de nós, a fim de que, numa intercessão rápida, ele não esteja tão distante assim...

Onde agem essas forças do mal? Perambulam por toda

parte, mas principalmente no astral inferior, onde o que não falta são parceiros seus. Mas do jeito que está hoje a face da Terra: guerras, crimes bárbaros, degradação das coisas sagradas, experiências genéticas duvidosas, epidemia de desonestidade, imoralidade, campeando abertamente, tudo isso aproximou,

perigosamente, a atmosfera terrestre do plano astral inferior... Sem saber, talvez, estejamos ora em um, ora em outro plano... Nossa salvaguarda é a MENTE LIMPA e o CORAÇÃO PURO.

Para isso, é evitar tudo que entre em choque com o nosso Deus-Interior. A VIGILÂNCIA DOS SENTIDOS nos ajuda a ver, em nosso semelhante, um irmão que, como nós, luta para conseguir a imortalidade da alma. Ajuda, também, a apreciar, em nossos irmãos, as suas boas qualidades. Coopera, não deixando que julguemos os atos alheios. Contribui para que não alimentemos conversas inúteis. Auxilia-nos a não maliciar... Enfim, fortalecendo nossa

alma com coisas boas, a mente se tornará limpa e o coração puro. Isso nos fará passar do plano denso da matéria para um mais sutil, tornando-nos invisíveis às forças do mal... Elas não nos verão! Impossível? Não é impossível, pois elas não conseguem captar coisa alguma que ultrapasse a matéria grosseira a que estão acostumadas. Podemos conseguir isto!

Ritos MaçônicosRitos Maçônicos__________________________________________________________________________________________________________________________________________

Rito de Heredon ou PerfeiçãoRito de Heredon ou PerfeiçãoFrancisco Feitosa

Coluna Ritos Maçônicos, já, por algumas edições vem presenteando nossos leitores com a publicação

das particularidades de cada Rito. Antes de falarmos no Rito Escocês Antigo e Aceito, se faz necessário abordarmos aquele que lhe serviu de berço - O Rito de Heredom ou Rito de Perfeição.

A

Através de estudos, foi-nos possível compilar suas peculiaridades, porém estamos certos que, ainda, estamos muito longe de esgotar toda a sua história. Este trabalho é, apenas, um atrativo, para que o leitor se enverede em sua pesquisa e, conseqüentemente, entenda a origem dos Altos Graus maçônicos.

Entre as lendas do início das origens dos Altos Graus, aparece o Cavaleiro de Ramsay (André Michél - 1686-1743), homem erudito, nascido na Escócia, partidário dos Stuarts, protegido do Bispo de Fenelon, com ligações em todas as cortes da Europa, ao qual se atribui ter sido o inspirador da criação dos Graus Superiores e ter ajudado a elaboração dos Graus Simbólicos.

O seu famoso discurso, escrito em 1737, mas que, talvez, nunca tenha sido lido em qualquer Loja, ou

apresentado em qualquer assembléia de Maçons, podendo, até, ser apócrifo, segundo alguns autores, pois se acredita que haja, pelo menos, quatro versões do mesmo, foi distribuído, fartamente, em todas as Lojas da França e países vizinhos.

Nesse documento, Ramsay faz apologia de que a Maçonaria seria originária dos Templários, o que não é verdade; tece comentários, pela primeira vez, enfatizando hierarquia na Ordem; proclama o ideal maçônico na Fraternidade e em um mundo sem fronteiras, tentando impingir uma falsa antiguidade e nobreza à Maçonaria.

Fez uma proposta às Lojas inglesas, para acrescentarem mais três Graus aos já existentes (Mestre Escocês, Noviço e Cavaleiro do Templo). A Maçonaria inglesa rejeitou. Estes três Graus teriam

sido, segundo Ragon, criados por Ramsay.

Fez uma proposta às Lojas francesas, para que se acrescentassem mais sete Graus Suplementares. Também, não foi aceito. Mas, de qualquer forma, a partir daí, começaram as introduções templárias e rosacrucianas, e os Altos Graus começaram a aparecer. Muitos autores não aceitam esse fato, rejeitam a participação de Ramsay. Entretanto, outros, como Ragon, a apoiam.

Page 8: Fundada em 24 de Fevereiro de 2007 Registro na ABIM - …¡ a Coluna “Os Grandes Iniciados” traz a matéria “Kunaton – O Maior Rei Sacerdote do Antigo Egito”. A Vida e a

Segundo Paul Naudon, o fato mais importante, acontecido após o polêmico discurso de Ramsay, foi a criação do Capítulo de Clermont pelo Cavaleiro de Bonneville, em 1754. Os Irmãos, que criaram esse Corpo, pretendiam continuar os mesmos princípios da Loja de Saint-Germian-en-Laye, fundada muito tempo antes, ou seja, praticar os Altos Graus, criando sete Graus e opondo-se à política da Grande Loja da França, a qual seria, posteriormente, dissolvida em 24 de dezembro de 1772.

O Capítulo de Clermont teve uma duração efêmera, mas valeu pelas conseqüências, pois uma das suas ramificações, através de Pirlet, em Paris, em 1758, criou o Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente da Grande e Soberana Loja Escocesa de São João de Jerusalém, a qual foi a mais importante das potências escocesas, no século XVIII, organizando um Rito chamado Rito de Perfeição ou de Heredom.

Em 1761, o Conselho de Imperadores teria fornecido, através do Irmão Chaillon de Joinville, substituto Geral da Ordem, e mais oito Irmãos da alta hierarquia, que, também, teriam assinado o documento, uma patente constitucional de Grande Inspetor do Rito de Perfeição ao Irmão Etienne ou Stephen Morin, autorizando-o a estabelecer e perpetuar a Sublime Maçonaria em todas as partes do mundo e investindo-o de poderes de sagrar novos Inspetores.

Foi criado um sistema de Altos Graus, impondo-lhe o limite de 25, resolução, que seria, oficialmente, inscrita nos seus estatutos, segundo Mellor, em 1762. Nesse ano, sob os auspícios desse Conselho, foram publicados os Regulamentos e Constituição da Maçonaria de Perfeição, elaborados por nove comissários (Constituição de Bordeaux, em 21 de setembro de 1762).

Seus membros, conhecedores de várias tradições místicas e gnósticas antigas, trouxeram para esse Corpo Maçônico as influências templárias, rosacrucianas e egípcias, além de se dizerem herdeiros dos Ritos de Clermont e das correntes escocesas de Kilwinning e Heredom. Estava, assim, decretada a influência esotérica na Ordem.

Chegando à Colônia francesa de São Domingos (hoje Haiti), no mesmo ano, pôs-se a trabalhar. Há fortes suspeitas de que esse documento seja fraudado. Também, segundo muitos autores, Etienne teria comercializado esses Altos Graus. Na realidade, o Rito de Perfeição ficou muito mal trabalhado durante mais ou menos trinta anos. Foi esquecido o seu conteúdo esotérico e sua ritualística muito mal usada. Mas, de qualquer forma, os americanos aceitaram muito bem o Rito e, ainda, acharam que os vinte e cinco Graus eram insuficientes, para abranger toda a iniciática maçônica.

Morin teria entregado certificados ou carta patente a outros Irmãos, e um deles foi um Irmão de nome Henry A. Francken, também, de origem judaica, que teria estabelecido o Rito em Nova York. Outro grupo introduziu o Rito em Charleston, em 1783.

Na mesma Colônia francesa de São Domingos (Haiti), alguns anos mais tarde, apareceram os Maçons, o Conde Alexandre François Auguste de Grasse Tilly e o seu sogro Jean Baptiste Delahogue, os quais, posteriormente, em 1793, mudaram-se para Charleston. Grasse Tilly já tinha pensado em fundar um Supremo Conselho nessa cidade. Lá encontraram mais dois Maçons: Frederik Dalcho e John Mitchel.

A Maçonaria norte-americana, ainda, era muito incipiente, pois a sua história tinha menos de 30 anos. Esse rito foi chamado de Rito de Perfeição, ou de Heredom. Tanto é verdade, que o rito, cujo primeiro Supremo Conselho foi criado em 1801, em Charleston, Carolina do Sul, EUA, foi chamado, inicialmente, de Rito dos Maçons Antigos e Aceitos (apenas), com 22 graus, os do Rito de Perfeição, ou de Heredon. E são os seguintes os graus do Heredom:

Primeira Classe - 1. Aprendiz - 2. Companheiro - 3. Mestre.

Segunda Classe - 4. Mestre Eleito - 5. Mestre Perfeito - 6. Secretário Íntimo - 7. Intendente dos Edifícios - 8. Preboste e Juiz.

Terceira Classe - 9. Mestre Eleito dos Nove - 10. Mestre Eleito dos Quinze - 11. Ilustre Eleito das Doze Tribos.

Quarta Classe - 12. Grande Mestre Arquiteto - 13. Cavaleiro do Real Arco - 14. Grande Eleito, Antigo Mestre Perfeito

Quinta Classe - 15. Cavaleiro da Espada ou do Oriente - 16. Príncipe de Jerusalém - 17. Cavaleiro do Oriente e do Ocidente - 18. Cavaleiro Rosa-Cruz.

Sexta Classe - 19. Grande Pontífice, ou Mestre Ad Vitam - 20. Grande Patriarca Noaquita - 20. Grande Mestre da Chave da Maçonaria - 22. Príncipe do Líbano, Cavaleiro da Real Acha.

Sétima Classe - 23. Cavaleiro do Sol, ou Príncipe Adepto, Chefe do Grande Consitório - 24 - Ilustre Cavaleiro Grande Comendador da Águia Branca e Negra, Grande Eleito Kadosh - 25. Mui Ilustre Soberano Príncipe da Maçonaria, Grande Cavaleiro Sublime Comendador do Real Segredo.

Qualquer semelhança com o R∴E∴A∴A∴ não é mera coincidência.

A decadência do Rito de Perfeição, com 25 graus, a partir do ano de 1771, perdendo caoticamente a sua forma original no hemisfério Ocidental, fez com que, em 1795, dois franceses, sogro e genro, que chegaram a Charleston, Carolina do Sul, USA, Alexander Francisco - Conde Crasse de Rouville, Marques de Tilly e João Batista Noel Maria De La Hogue tomando como base legal a Constituição Maçônica, promulgada em 1786, pelo rei Frederico II da Prússia, e contando com auxílio de diversos deputados franceses e alemães, criassem os novos graus do Rito.

Existem autores que afirmam que Dalcho teve a idéia de criar mais oito Graus, enquanto outros sustentam que, o último Grau, Grasse Tilly criou.

Page 9: Fundada em 24 de Fevereiro de 2007 Registro na ABIM - …¡ a Coluna “Os Grandes Iniciados” traz a matéria “Kunaton – O Maior Rei Sacerdote do Antigo Egito”. A Vida e a

Os Grandes IniciadosOs Grandes Iniciados________________________________________________________________________________________________________________________

Kunaton – O Maior Rei Sacerdote do Antigo EgitoKunaton – O Maior Rei Sacerdote do Antigo EgitoFrancisco Feitosa

eguimos com nossa Coluna “Os Grandes Iniciados”, elucidando o verdadeiro papel desses Excelsos

Seres – Os Avataras. Nesta edição, presenteamos nossos leitores com esse trabalho de compilação da Vida e da Obra do maior Rei Sacerdote do antigo Egito –Amenophis IV ou Akhenaton – imortalizado como Kunaton.

S

Seu reinado se deu de 1386 a 1370 a. C., dentro, portanto, da XVIII dinastia dos Amenophis e Thutmés (1580/1321 a.C). Como todos os seus antecessores, Amenophis IV era considerado "filho e herdeiro dos deuses", particularmente, como sucessor de Amon-Râ, padroeiro de Tebas, "a cidade das cem portas", como era a mesma chamada, quando capital do Novo Império.

Nas muralhas e nos templos da cidade estavam gravadas as cenas tradicionais, que atestavam "a procriação do rei pelo deus e, portanto, seu direito de governar os homens".

Seu pai, o faraó Amenophis III, começou a reinar por volta de 1.408 a.C. Seu governo se estendera sobre um Egito fabulosamente rico, que conheceu seu verdadeiro apogeu. O prestígio das Duas Terras, nome tradicional do Egito, era imenso, tanto pela qualidade da civilização, quanto pelo poderio militar. A corte de Amenophis III apresentou um padrão de dignidade muito acima da média, e, durante seu reinado, as artes, a arquitetura e as ciências receberam, por parte do faraó, uma atenção especial.

Amenophis IV, também, era chamado Neferkheperure, filho de Amenophis III e da Imperatriz Tiy e marido de Nefertiti, cuja beleza ficou conhecida através de esculturas da época. Foi o último soberano da XVIII dinastia do Império Novo e se destacou por identificar-se com Aton, ou Aten, Deus Solar, aceitando-o como único criador do universo. Alguns eruditos consideram-no o primeiro monoteísta.

Implantou o culto do Deus único Aton, levando às massas o conhecimento do aspecto único e mais elevado da Divindade, do qual era a expressão. Combatendo, assim, a superstição e a idolatria, promovida pelos sacerdotes, Kunaton criou a primeira religião verdadeiramente monoteísta em nível nacional.

Não se pode entender sua Obra sem se conhecer a figura de sua esposa, Nefertiti, a bela que chegou, bem como a figura de seus pais e Amenhotep. Segundo os historiadores, era uma mulher de rara beleza. Nefertiti, egípcia, pertencia a uma grande família nobre.

Do mesmo modo de Tiy, Nefertiti era muito mais que uma esposa e mãe, embora preenchesse perfeitamente estas funções. Foi, também, uma das cabeças pensantes da civilização amarniana, como ficou conhecida a Obra de Amenophis IV. Sob sua doçura e fascínio, ocultava uma vontade de impiedoso rigor.

Para administrar a cidade, tendo como conselheiros políticos o pai, a mãe e um tio, de nome Aí, herdou grande parte dos auxiliares de seu pai, que adotaram com entusiasmo

a nova orientação religiosa do faraó. Ele cuidou de ensinar a nova espiritualidade a todos seus auxiliares diretos. Essa espiritualidade se baseava numa religião interior e na certeza de que existe um mesmo Deus para todos os homens.

Capital do Egito, cidade protegida, Amarna é, antes de tudo, mística em virtude da própria personalidade do Rei. Viver em Amarna era compartilhar da vida do casal real, suas alegrias e suas dores. Era descobrir, no Rei, um mestre espiritual que ensinava as leis da evolução interior.

Amenophis IV favoreceu a ascensão social de numerosos estrangeiros, abrindo, ainda mais, o Egito para a influência de culturas de outros povos. Assim, rapidamente, o

perfil social do Egito sofreu uma alteração de grande vulto. É fácil imaginar que muitos ficaram descontentes com a nova situação, mas a grandiosidade do faraó fazia com que se mantivesse um equilíbrio na sociedade e, de sua sabedoria, emanasse uma energia que influenciava, positivamente, todos os aspectos da vida no Egito.

Os hinos religiosos, compostos por Ele, testemunhavam uma inteligência mística, uma sensibilidade muito

viva, que se espalhava por toda a sua natureza. Era de um coração bondoso a toda prova, embora violento contra tudo quanto achasse ser prejudicial à felicidade humana. Espírito sutil, tenaz e sistemático, esse sonhador e místico ia até o fim de suas idéias, além de rápido em suas resoluções. Infelizmente, seu reinado durou apenas dezesseis anos, o que não lhe permitiu implantar suas elevadas idéias na Terra, que outras não foram, senão, as de restabelecer, à sua prístina integridade, a Sabedoria Iniciática das Idades.

Page 10: Fundada em 24 de Fevereiro de 2007 Registro na ABIM - …¡ a Coluna “Os Grandes Iniciados” traz a matéria “Kunaton – O Maior Rei Sacerdote do Antigo Egito”. A Vida e a

A arte egípcia foi, particularmente, influenciada durante o reinado de Amenophis IV, sendo, historicamente, classificada como a Arte Amarniana. De forma extremamente inovadora para a época, ela registra a visão que o faraó tinha do homem e do universo. Pela primeira vez surgem obras, mostrando a vida familiar, o que vem ao encontro de sua concepção de que o fluxo divino passa, obrigatoriamente, pelo organismo familiar.

Depois de instituir uma nova religião, mudou seu nome de Amenophis IV para Akhenaton, que significa "Aton está satisfeito". Fundou uma nova capital, à qual deu o nome de Akhetaton, entre as cidades de Mênphis e Tebas, onde hoje se encontra a vila de Tell el-Amarna, a 280 km, ao sul do Cairo, e a 350 km, ao norte de Luxor. Abandona a, então, capital Tebas e vai, com sua corte, habitar a nova cidade-capital, que teve a duração de somente 12 anos, aproximadamente. Construída no ano 1376 a.C., não sobreviveu à morte do Faraó.

Ordenou a destruição de todos os resquícios da religião politeísta de seus ancestrais. Essa revolução religiosa determinou transformações no trabalho dos artistas egípcios e, também, no desenvolvimento de uma nova literatura religiosa.

Devemos observar que, mesmo durante o período, em que Tebas exerceu a maior influência na religião egípcia, Mênphis e Heliópolis continuavam a alimentar a espiritualidade do reino.

Os sacerdotes dessas cidades, sem o poder material de Tebas, consagravam-se ao estudo das tradições sagradas, que cada faraó devia conhecer. Com esses sacerdotes, Akhenaton foi buscar as bases na nova ordem religiosa. Apesar dos séculos, que nos separam da aventura espiritual de Akhenaton, podemos perceber seu ideal e sua razão de ser e nos aproximarmos, passo a passo, de Aton, cetro misterioso da fé do faraó.

Para ele, Aton é um princípio divino invisível, intangível e onipresente, porque nada pode existir sem ele. Aton tem a possibilidade de revelar o que está oculto, sendo o núcleo da força criadora, que se manifesta sob inúmeras formas, iluminando, ao mesmo tempo, o mundo dos vivos e dos mortos e, portanto, iluminando o espírito humano. Por isso, sua representação é o disco solar, sem rosto, mas que a todos ilumina.

Segundo Ele, todos os homens são iguais diante de Aton. A experiência espiritual de Akhenaton e os textos da época amarniana deslumbraram, mais de uma vez, os sábios cristãos. Numa certa medida, pode-se dizer que ele foi uma prefiguração do Cristianismo, que viria, com uma visão profunda da unicidade divina, traduzida pelo monoteísmo. É espantosa a semelhança existente, entre o Hino a Aton e os textos do Livro dos Salmos da Bíblia, em especial o Salmo 104.

Por outro lado, é fácil encontrar semelhanças entre a vida de Akhenaton e a de Moisés. Se um destrói o bezerro de ouro, o outro luta contra a multiplicidade de deuses egípcios,

ambos primando pelo ideal do monoteísmo e se colocando como mestres dos ensinamentos divinos para todo um povo. A religião de Amarna continha uma magia maravilhosa, que aproximava o homem de sua fonte divina.

A implantação da nova ordem religiosa tornou-se quase que a única tarefa merecedora da atenção do faraó. Com isso, não combateu os movimentos internos daqueles que se sentiram prejudicados pela nova ordem e, também, pelo crescimento bélico dos hititas. Por volta do 12º ano de seu reinado, com a morte de Amenophis III, esses movimentos internos tomavam vulto, e as hostilidades externas se agravavam.

Akhenaton, porém, fiel aos seus princípios religiosos, se recusava a tomar atitudes de guerra, acreditando poder conquistar seus inimigos com o poder do amor de Aton.

Nessa altura, sua saúde começa a dar sinais de fraqueza, e ele resolve iniciar um novo faraó. Em Amarna, Nefertiti iniciara a preparação de Tut-ankh-Aton, segundo genro do faraó, para a linha de sucessão, uma vez que o casal não possuía filho homem. Akhenaton, no entanto, escolhe Semenkhkare, iniciando com ele uma co-regência do trono.

Embora não existam registros claros sobre esse período, tudo indica que, durante a co-regência, que durou 5 ou 6 anos, morre Nefertiti, e sua perda foi um golpe demasiadamente forte para Akhenaton, que vem a falecer pouco depois, com aproximadamente 33 anos. Seu reinado, no total, durou cerca de 16 anos.

Semenkhkare, também, faleceu praticamente na mesma época, deixando vazio o trono do Egito e permitindo aos sacerdotes de Tebas a indicação de Tut-ankh-Aton, que imediatamente mudou

seu nome para Tut-ankh-Amon, indicando que Amon voltava a ser o deus supremo do Egito.

Por ser muito jovem e não possuir a estrutura de seus antecessores, Tut-ankh-Amon permitiu a volta da influência de Tebas, que, por sua vez, não mediu esforços para destruir todo o legado de Akhenaton, incluindo-se a cidade de Amarna.

O fim dramático da aventura amarniana foi devido às circunstâncias políticas e históricas, que não diminuem em nada o valor do ensinamento de Akhenaton. Se for inegável que o fundador da cidade do Sol, a cidade da Energia Criadora, entrou em conflito com os homens, que ele queria unir pelo amor de Deus, não é menos verdade que abriu uma nova concepção sobre esta Luz, que, a cada instante, oferece-se aos homens de boa vontade.

Sua experiência foi uma tentativa sincera de perceber a Eterna Sabedoria e de torná-la perceptível a todos. A coragem, que demonstrou na luta constante por seus ideais, sem dúvida, fez dele um marco eterno na história da humanidade.

A história de Akhenaton mostra, mais uma vez, que um homem melhor faz um meio melhor e que a força de sua convicção em seu objetivo altera a vida do meio, seja ele uma rua, um bairro, uma cidade, um país, do Universo. Para isto, há de se ter Coragem!

Page 11: Fundada em 24 de Fevereiro de 2007 Registro na ABIM - …¡ a Coluna “Os Grandes Iniciados” traz a matéria “Kunaton – O Maior Rei Sacerdote do Antigo Egito”. A Vida e a

TrabalhosTrabalhos______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Ao Venerável Mestre Recém-Empossado!Ao Venerável Mestre Recém-Empossado!

“Todas as máximas já foram escritas, falta apenas aplicá-las.” (Pascal.)Valdemar Sansão

o pleitear ser instalado na Cadeira de Salomão, o Maçom deve considerar seu dever, sua capacidade para o

trabalho de condutor de seus Irmãos.A

Promete ser compreensivo em suas atitudes de comportamento e se inteirar de todos os princípios básicos fundamentais, que aceitou, ao entrar para a Maçonaria. Por aceitação e prática desses princípios e preceitos, ele deverá tornar-se um crédito a si mesmo e, também, um exemplo e um benfeitor para os outros.

Instalação, rigorosamente, significa posse. Dessa maneira, qualquer pessoa, que toma posse de um Cargo, está instalada nesse Cargo. Nos círculos maçônicos, o Obreiro, eleito para o veneralato de uma Loja, a partir do momento em que é empossado, Instalado no Cargo, torna-se Venerável Mestre Instalado.

O Mestre Instalado é o mais importante de todos os Maçons e de todos os Graus. Na Sessão de Instalação de um Mestre, só entra Mestre Instalado. Nenhum Maçom, que não seja Mestre Instalado, poderá participar de uma Sessão de Instalação de Mestre. Terá que “cobrir” o Templo. Daí se concluir que não existe nada além do Mestre Instalado, nenhum Grau, nem Cargo, nem Título.

O que é preciso são nossos Mestres Instalados se conscientizarem disso e fazerem valer, perante a Maçonaria, essa especial condição de Mestre Instalado.

Para que o Venerável Mestre possa tentar rejuvenescer o interesse na freqüência da Loja, encorajando aqueles faltosos a se tornarem membros ativos novamente, um programa definido de ação deve ser levado a cabo. Basicamente, isso tem somente uma finalidade – fazer as reuniões da Loja mais atrativas, como se fosse alguma coisa a ser desfrutada, e não para ser suportada

Como em qualquer local fraternal, as necessidades de um Irmão ou de seus dependentes deverão receber a simpatia e o suporte dos seus Irmãos, nem sempre ou necessariamente financeira. A Caridade é um ramo natural do Amor Fraternal, proporcionado explicitamente dentro da natureza moral de todo Maçom.

Não é só de coisas materiais (pão) que nos alimentamos, mas, principalmente, das permanentes atributos do espírito, donde nos provêm toda a força, inspiração e entusiasmo, que nos habilitam a afrontar impavidamente os cruciantes e complexos problemas de nossa existência.

A Caridade maçônica não é restrita a beneficiários maçônicos; ela é dirigida para qualquer causa ou caso merecido. Na sua vida diária e na sua capacidade pessoal, um Maçom está completamente em liberdade para ajudar qualquer classe de beneficiários com os quais possua simpatia, assim, realizando e preenchendo o seu desejo, expresso na sua Iniciação: tornar-se “mais extensivamente útil entre seus próximos”.

Existe um poder que se transforma em força: é o Amor. Sob várias formas, cresce no coração dos homens e, em cada aspecto, manifesta a Força; força que faz mudar a crueldade em sacrifício, a devassidão e o orgulho em devoção. Em tudo o que a sua mão fizer, deve aplicar toda a sua força. Isso tudo o amor produz.

Os grandes problemas da humanidade, porém, são: o egoísmo e o egocentrismo. Ainda, estamos presos, unicamente, às materialidades primárias, às honrarias, ao poder econômico e, conseqüentemente, à ascensão social, a qualquer custo.

A Loja ensina muitas coisas: conviver pacífica e harmoniosamente, diante dos conflitos de idéias e de posicionamentos, aspectos tão necessários e fundamentais para o

crescimento intelectual, cultural e moral de uma Oficina; adquirir as qualidades necessárias, para caminhar e crescer no caminho da luz e da verdade, assegurando, assim, a plena felicidade. Aprendemos como evitar nosso desejo de vingança e substituí-lo pelo perdão. Perdoando, elevamo-nos acima daqueles que nos insultaram ou magoaram, e esse ato de perdão põe fim na discórdia. Descobriremos que, somente pelo Amor, alcançamos a paz interior, a verdadeira sabedoria, alegria de viver e a vida

em bem-aventurança. Não é bastante ter Amor: devemos dar Amor – viver Amor – tornarmo-nos Amor.

A Maçonaria é, portanto, um exercício intelectual e filosófico, designado e dirigido, para fazer uma contribuição individual para a sociedade e o desenvolvimento muito maior das capacidades e habilidades de seus Obreiros, através da Irmandade e da Loja. Ela preenche muitas necessidades da média geral dos homens. Os homens sentem um instinto do grupo social de maneira mais forte. Necessitam pertencer a alguma coisa, como a uma escola, a um time, a uma fraternidade. E a Loja desempenha esse papel, providenciando as válvulas de escape, proporcionando, acima de tudo, a Paz e a tranqüilidade, um porto, onde a segurança e a esperança são, infalivelmente, encontradas e a incrível turbulência da vida profana pode, com certeza, ser evitada e esquecida por algum tempo. Nela, baterias podem ser recarregadas, e a sua serena influência ajuda a recompor a vida de alguém, uma vez mais.

Page 12: Fundada em 24 de Fevereiro de 2007 Registro na ABIM - …¡ a Coluna “Os Grandes Iniciados” traz a matéria “Kunaton – O Maior Rei Sacerdote do Antigo Egito”. A Vida e a

Nosso sonho e desejo é colocar o conhecimento ao alcance do Maçom, através da literatura de que precisa, para se tornar bem-informado, tornar nossos Mestres capacitados instrutores, tendo em mente que a Maçonaria é uma escola, que ensina a meditar, a refletir, a pesquisar, e o Venerável, o legítimo condutor, instrutor e Mestre dos Mestres da Loja. As instruções maçônicas, como qualquer outro tipo de instrução, são tudo o que a humanidade precisa para uma vida repleta de paz, harmonia e felicidade, que nos levará à Maçonaria, adotada sem mentiras ou fingimentos, os maiores obstáculos à nossa Evolução.

Cada Loja é um Corpo independente autônomo, responsável por suas próprias atividades e funções para a sua verdadeira sobrevivência; seus membros compreenderão que todos são um e que, portanto, só aquilo que os une, pode, realmente, ser agradável a todos.

A Obediência é um Corpo administrativo e regulador, com uma estrutura hierárquica, sob a qual estão as Lojas maçônicas básicas. Apesar de poder fazer sugestões e ditar regras, no final de cada responsabilidade, precisa assegurar que o Ritual seja bem dado e que os negócios da Loja sejam conduzidos com eficiência e efetividade, cujo conteúdo seja de interesse, e não mera rotina.

O Venerável Mestre nunca deve sobressair nem querer parecer instruído; é aconselhável falar pouco; mas dizer – salvo dever superior – apenas, o verdadeiro, ou que se pensa ser verdadeiro; melhor, ainda, é nada dizer, a não ser que esteja seguro de que o que pretende dizer é verdadeiro, amável e útil. Antes de falar, pensar, cuidadosamente, se o que pretende dizer preenche essas três qualidades; se assim não for, não o diga. Assim, deve-se acostumar, antes a ouvir do que falar. Mas, acima de tudo, conscientize a todos os Irmãos – geralmente, os mesmos Irmãos – que não falem demais e, também, sejam verdadeiros e sem exageros na ação.

Nas reuniões da Loja, discursos pobres, muito longos, é uma receita certa para alguém dizer: “Eu não volto nunca

mais”. É uma pena, pois o efeito poderia ou deveria ser “que pena termos que esperar mais uma semana inteira, para estarmos aqui novamente”.

Que nossas Oficinas sejam Corpos “de almas puras e saudáveis, manifestando qualidades da mais alta integridade, honestidade e veracidade; com uma maneira estabelecida de vida, que os Obreiros sejam desapegados dos bens materiais, que tenham amor a Deus através do serviço, prestado à humanidade”. Para que sua influência sobre o tipo pessoal de seus membros seja boa, deve ser bom para a sociedade em geral.

Nós precisamos primeiro: tentar demonstrar para todo mundo que somos dessa maneira, esperançosos, para fazer a nossa Ordem mais atrativa para todos aqueles que poderiam ser membros, para que a Maçonaria possa desenvolver o indivíduo, para ser um bom cidadão, e um homem de bons fundamentos e rigorosa moral; segundo: viver e socorrer os que caminham nas trevas da ignorância; terceiro: confiar em si mesmo, confiar n’Ele, porque, se não o fizer, nem mesmo Ele, poderá

ajudar. Sem que haja perfeita confiança, não poderá haver perfeita efusão de amor e poder; quarto: nunca perder a oportunidade de iluminar uma pessoa que precisa de umas poucas palavras de incentivo; quinto: o Venerável é o maior servidor, o mais dedicado a atender às necessidades dos Irmãos. E, no final de seu mandato, que passará rápido demais, saberá que, mesmo com incontáveis dúvidas, foi capaz de lutar, para que, cada dia, tenha valido a pena ter tentado construir o melhor possível para sua Oficina; sexto: para alcançar seu objetivo, talvez, venha a sofrer inúmeras desilusões, mas fará com que elas percam a importância diante dos gestos fraternos de amor, que encontrará no dia-a-dia. Deverá utilizar pensamentos, palavras e atos, para mostrar a todos os Obreiros a alegria e a beleza, que o Grande Arquiteto do Universo nos concedeu.

Glória e felicidade, aguardam os que conseguem perceber harmonia, alegria plena e muito empenho e trabalho, para que todos sejam dignos do brilho de muita Luz.

TrabalhosTrabalhos______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Druidas e SolstíciosDruidas e SolstíciosJosé Castellani

sabido que as primeiras civilizações estratificadas, da Idade dos Metais, surgiram na Ásia Menor (sumerianos, VI

milênio a.C.) e no Norte da África (egípcios, V milênio a.C.). A Suméria ocupava o Sul da Mesopotâmia ("terra entre rios"), entre os rios Tigre e Eufrates, junto ao Golfo Pérsico. Hoje, já se sabe que a escrita foi invenção dos sumerianos (cuneiforme) e que o sumeriano era a língua hierática (sagrada), usada, apenas, nos textos religiosos de praticamente todos os povos da Antigüidade, enquanto o acadiano (de Acad, ao Norte da Suméria) era a língua diplomática, usada, inclusive, pelos egípcios. Além disso, os antigos sumerianos tudo criaram: administração e justiça fundada em códigos, que serviram de padrão; formas políticas de governo, que vão desde as cidades-estado até ao império; instrumentos de troca e de produção, formas de pensamento

É religioso, que dominaram todo o mundo antigo; técnicas de construção, que influenciaram a Arquitetura greco-romana.

Page 13: Fundada em 24 de Fevereiro de 2007 Registro na ABIM - …¡ a Coluna “Os Grandes Iniciados” traz a matéria “Kunaton – O Maior Rei Sacerdote do Antigo Egito”. A Vida e a

A religião foi, na realidade, a base e o centro da vida da Mesopotâmia, sendo, toda ela, originária da concepção religiosa de Sumer, que remonta à era neolítica e que influenciou todos os povos antigos, cuja religião era baseada em divindades cósmicas, principalmente no deus Sol. Assim, na religião sumeriana, os três deuses fundamentais eram: Anu, rei do Céu; Enlil, rei da Terra; Ea, deus do Oceano. Esses deuses primordiais criaram os deuses astrais, que se ocupam diretamente do homem: Chamach, deus-Sol; Sin, deus-Lua (masculino); Ishtar, a deusa Vênus (relativa ao planeta); Dumuzi, deus agrário (das mortes e ressurreições anuais dos vegetais, de acordo com o ciclo do Sol). Foi dos sumerianos, portanto, o primeiro culto solar da humanidade na História, embora já possa ter havido algum, na era neolítica da Pré-História. Grandes matemáticos, os mesopotâmios adquiriram grande conhecimento sobre a Astronomia, prevendo eclipses solares e lunares, aprendendo a plantar de acordo com as fases da Lua, dividindo o ano em 12 meses lunares, os meses em semanas, a semana em sete dias (cada um consagrado a um dos sete "planetas" da Antigüidade), o dia em vinte e quatro horas, a hora em sessenta minutos e o minuto em sessenta segundos. Quando elaboraram o seu sistema cosmológico, fizeram uso das doze constelações principais, através das quais o Sol e a Lua passavam regularmente, e que foram as precursoras do zodíaco.

No Egito antigo, embora fosse muito confuso o conceito do deus-Sol, tendo o astro diversas representações (Amon, Rá, Hórus), ele era, num certo desvio para o monoteísmo, o deus do império unificado e o senhor do céu e dos deuses. Havia somente um deus egípcio cuja importância era semelhante à do deus-Sol: Osíris, deus da fertilidade e do reino dos mortos, cuja lenda, baseada nos mitos solares - ele, segundo a lenda, foi morto no 17º dia do mês Hator, quando começava o inverno - tinha grande sucesso entre o povo, preocupado com o além, pois ela mostrava os mistérios da morte e da ressurreição (essa lenda é considerada o germe da lenda do 3º grau maçônico). Já no terceiro milênio a.C., os egípcios elaboraram um calendário solar, o mais perfeito da Antigüidade, permitindo-lhes, inclusive, prever as cheias do rio Nilo. O rio era a fonte de toda a vida, e os egípcios acreditavam que as cheias eram ativadas pela ação combinada do Sol e de Sírius, tendo, esta estrela, assumido grande importância. As pirâmides, construídas durante a III Dinastia do Antigo Império, tinham dupla finalidade: monumentos funerários e calculadores astrológicos. Ao faraó Ramsés II, um dos maiores do Novo Império, é atribuída a responsabilidade pelo estabelecimento dos quatro signos cardeais do zodíaco: Áries, Libra, Câncer e Capricórnio.

À Europa, a civilização chegou bem depois. E, à parte mais Ocidental da Europa, mais tarde ainda. Basta dizer que, na época do surgimento dos monumentos megalíticos, ou seja, dois milênios a.C., a região era primitivíssima, sendo habitada por um povo - chamado pelos arqueólogos de povo beaker – que, ainda, estava no início da Idade dos Metais e não tinha meios de registrar o seu conhecimento. Nessa época, o Egito já iniciava o seu Médio Império, e, na Grécia arcaica, já começara a civilização micênica. Exatamente, na Grécia, a Astronomia e a Astrologia teriam grande impulso, deixando o empirismo anterior.

Ao povo beaker, muito anterior aos druidas, atribuem-se os menires (monumentos megalíticos) europeus e,

principalmente, o famoso conjunto de Stonehenge, apesar de seu primitivismo. Mesmo primitivo, ele desenvolveu um sofisticado método de calcular, um calendário de precisão surpreendente, predizendo eclipses e assinalando solstícios, do qual os menires são provas irrefutáveis. As imensas pedras, com cinco toneladas cada uma, de Stonehenge foram extraídas dos montes Prescelly, em Gales, e transportadas até á planície de Salisbury, a 380 quilômetros de distância. Constituído de diversos blocos, formando semicírculos e fechado por um anel de pedras, com distâncias regulares entre elas, o monumento foi submetido pelo professor G S. Hawkins a análises computadorizadas, que revelaram uma grande variação de alinhamentos, mostrando que é, na realidade, um grande computador astrológico.

Os celtas vieram bem depois do povo beaker. E druida é o membro de um culto sacerdotal entre os antigos celtas, na Inglaterra, na França e na Irlanda, cujos sacerdotes adoravam vários deuses semelhantes aos do panteão greco-romano, mas com nomes diferentes, reunindo-se nas florestas, ou em cavernas. Na verdade, pouco se conhece sobre os rituais dos druidas, o que tem gerado muita especulação, sem nenhuma comprovação. Eles consideravam

o meio-dia e a meia-noite como horas sagradas, o que não era novidade; sagardas, também, eram algumas árvores, como o carvalho. na Irlanda, segundo alguns, faziam sacrifícios humanos. E, geralmente, faziam predições através da interpretação do vôo dos pássaros e de sinais encontrados nas vísceras de animais sacrificados; e podem ter usado Stonehenge como lugar de culto.

Foram destruídos, na Inglaterra, no ano 78 da era atual, pelos romanos; na Irlanda, sobreviveram até ao século V, quando foram expulsos, com a

expansão do cristianismo.O que importa considerar: os rituais solares, inclusive

os solsticiais, eram muito mais antigos do que os druidas. Considerando-se que pouco se conhece sobre os rituais druidas, secretos e transmitidos oralmente, a interpretação de seu pensamento fica no terreno especulativo, ou da imaginação de muitos autores. E, evidentemente, se ínfima influência tiveram sobre outras civilizações, nada poderiam ter sobre a Maçonaria, cuja influência mais palpável é sem dúvida a do cristianismo, já que a Maçonaria operativa e mesmo a dos Aceitos, em seus primórdios, viveu e floresceu à sombra da Igreja. O entrave ao ingresso da mulher na Ordem deve ser procurado na própria sociedade dos séculos XVII e XVIII, e não em antigas civilizações, já que, se assim for, até os adeptos de Mitra, na antiga Pérsia, entram na dança, pois o Mitraísmo era uma religião de soldados e, portanto, não admitia mulheres.

"O verdadeiro sábio é um eterno Aprendiz"

Page 14: Fundada em 24 de Fevereiro de 2007 Registro na ABIM - …¡ a Coluna “Os Grandes Iniciados” traz a matéria “Kunaton – O Maior Rei Sacerdote do Antigo Egito”. A Vida e a

ReflexõesReflexões__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Humilde x OrgulhoHumilde x OrgulhoAutor desconhecido

ocê já deve ter ouvido, muitas vezes, a palavra humildade, não é mesmo? Essa palavra é muito usada,

mas nem todas as pessoas conseguem entender o seu verdadeiro significado.

VO termo humildade vem de

húmus, palavra de origem latina, que quer dizer terra fértil, rica em nutrientes e preparada para receber a semente. Assim, uma pessoa humilde está, sempre, disposta a aprender e deixar brotar, no solo fértil da sua alma, a boa semente.

A verdadeira humildade é firme, segura, sóbria, e jamais compartilha com a hipocrisia ou com a pieguice. A humildade é a mais nobre de todas as virtudes, pois, somente, ela predispõe o seu portador à sabedoria real.

O contrário de humildade é orgulho, porque o orgulhoso nega tudo o que a humildade defende. O orgulhoso é soberbo, julga-se superior e esconde-se por detrás da falsa humildade ou da tola vaidade. Alguns exemplos, talvez, tornem mais claras nossas reflexões.

Quando, por exemplo, uma pessoa humilde comete um erro, diz: "eu me equivoquei", pois sua intenção é de aprender, de crescer. Mas quando uma pessoa orgulhosa comete um erro, diz: "não foi minha culpa", porque se acha acima de qualquer suspeita.

Uma pessoa orgulhosa se acha perfeita. A pessoa humilde diz: "eu sou bom, porém não tão bom como eu gostaria de ser".

A pessoa orgulhosa não aceita críticas, a humilde está sempre disposta a ouvir todas as opiniões e a reter as melhores. Quem é humilde cresce sempre, quem é orgulhoso fica estagnado, iludido, na falsa posição de superioridade.

O orgulhoso se diz céptico, por achar que não pode haver nada no universo que ele desconheça; o humilde

reverencia ao Criador todos os dias, porque sabe que há muitas verdades que ainda desconhece.

Uma pessoa humilde defende as idéias que julga nobres, sem se importar de quem elas venham. A pessoa orgulhosa defende sempre suas idéias, não porque acredite nelas, mas porque são suas.

Enfim, como se pode perceber, o orgulho é grilhão que impede a evolução das criaturas, a humildade é chave que abre as Portas da Perfeição. Você sabe por que o mar é tão grande? Tão imenso? Tão poderoso? É porque foi humilde o bastante para colocar-se alguns centímetros abaixo de todos os rios.

Sabendo receber, tornou-se grande. Se quisesse ser o primeiro, se

quisesse ficar acima de todos os rios, não seria mar, seria uma ilha. E certamente estaria isolado.

Arte RealArte Real____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________rte Real é uma Revista maçônica virtual, de publicação mensal, que se apresenta como mais um canal de informação, integração e incentivo à cultura maçônica,

sendo distribuída, diretamente, via Internet, para cerca de 11.000 e-mails de Irmãos de todo o Brasil e, também, do exterior, além de uma vasta redistribuição em listas de discussões, sites maçônicos e listas particulares de nossos leitores.

A

Editor Responsável, Diagramação e Editoração Gráfica: Francisco Feitosa Revisão: João Geraldo de Freitas CamanhoColaboradores nesta edição: Antônio Rocha Fadista - João Geraldo Camanho – José Castellani – Valdemar Sansão – Zélia Scorza PiresEmpresas Patrocinadoras: Arte Real Software – CH Dedetizadora – CONCIV Construções Civis - CFC Objetiva Auto Escola - Jorge Vicente - Maqtem – Maurílio Advocacia – Santana Pneus – Studio 3008 - Sul Minas Lab. Fotográfico.Contatos: [email protected] MSN – [email protected]ção gratuita via Internet.Os textos editados são de inteira responsabilidade dos signatários.

Comunicado Importante!Comunicado Importante!Até a edição passada estávamos distribuindo nossa Revista diretamente aos nossos leitores, por e-mail. Devido à

nossa lista de e-mails ter atingido a um número astronômico e a cada edição estarmos recebendo cerca 400 solicitações de inscrição, a partir de então, a cada edição, estaremos, previamente, disponibilizando um link para download da mesma.

Contamos com a, sempre, prestimosa compreensão de nossos seletos leitores!