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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MACHADO DE ASSIS FACULDADES INTEGRADAS MACHADO DE ASSIS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ANDRESSA RAQUEL ZARZECKI
GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NOS SERVIÇOS PRESTADOS EM UM SALÃO DE BELEZA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Santa Rosa
2016
ANDRESSA RAQUEL ZARZECKI
GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NOS SERVIÇOS PRESTADOS EM UM SALÃO DE BELEZA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Relatório de Estágio Supervisionado apresentando às Faculdades Integradas Machado de Assis, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel no Curso de Ciências Contábeis.
Orientador: Me. Patrícia Harter Sampaio
Santa Rosa
2016
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente
a Deus por ter me dado forças nas dificuldades encontradas no desenvolver do estudo e pela oportunidade de concluir a graduação de Ciências Contábeis.
Á minha família pelo apoio e compreensão que sempre me deram para conquistar este sonho. Além disso, aos amigos, colegas e professores que me incentivaram e contribuíram nesta caminhada.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por estar sempre
presente, principalmente nos momentos difíceis e de preocupação, me dando forças para não desistir e seguir em frente, superando todos os obstáculos.
Aos meus pais, Janete e Elso, pela educação que me deram e por estarem sempre do meu lado me incentivando e dando coragem para nunca desistir dos meus sonhos.
À professora Patrícia, pela sua dedicação, comprometimento e disponibilidade, me auxiliando e apoiando no desenvolver do trabalho.
A todos os professores e funcionários da FEMA – Fundação Educacional Machado de Assis, que também contribuíram de alguma forma para esta conquista.
Agradeço a empresa pela permissão de desenvolver o trabalho e disponibilizar dados para a possível execução.
Enfim, a todos que de alguma maneira contribuíram e se fizeram presentes no transcorrer do trabalho, só tenho a agradecer, meu Muito Obrigada!
Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.
Roberto Shinyashiki
RESUMO
O trabalho em estudo possui como tema e delimitação a gestão de custos e formação do preço de venda nos serviços prestados em um salão de beleza, localizado no município de Doutor Maurício Cardoso, RS, na condição de microempreendedor individual, a partir de dados relativos ao período de junho, julho e agosto de 2016, prestando serviços de corte, escova e pintura de cabelos, manicure, pedicure e reparo de sobrancelhas. O problema apresentado pela empresa está relacionado à formação do preço de venda, sendo que a entidade aplica um valor considerado favorável, sem ter um controle de suas movimentações e gastos realizados, podendo desta forma se tornar insuficiente para gerar lucro. Tendo como objetivo propor melhorias na gestão de custos auxiliando na formação do preço de venda dos serviços prestados pelo salão de beleza, visando cobrir os gastos e gerar lucratividade para a empresa. O estudo está fundamentado com uma base teórica principalmente sobre contabilidade de custos, com definições e métodos de custeio, retratando a importância de uma administração e gestão de empresas, trabalhando com a condição de microempreendedor individual, que neste caso a empresa se enquadra, além disso, os benefícios de uma gestão de custos na entidade e a formação do preço de venda, sendo essencial para garantir a lucratividade. A metodologia adotada pelo trabalho quanto à natureza é considerada uma pesquisa aplicada, onde visa solucionar o problema encontrado pela empresa, sendo um estudo prático. Quanto ao tratamento de dados, o trabalho é classificado como quantitativo e qualitativo. Do ponto de vista dos objetivos, o estudo envolve uma pesquisa exploratória e descritiva. Em relação aos procedimentos técnicos o trabalho engloba a pesquisa bibliográfica, documental e estudo de caso, tendo um trabalho baseado sobre uma única empresa, buscando soluções para o problema encontrado, onde através de dados bibliográficos e documentais busca-se atingir os objetivos propostos pelo trabalho. A coleta de dados do estudo foi através de documentação indireta e pesquisa direta extensiva, realizada através de questionários feita à administradora. Para análise e interpretação de dados utilizaram-se métodos de procedimentos estatísticos e comparativo. A empresa não utiliza nenhum fator para a formação do preço de venda, sendo que a partir dos cálculos realizados pode-se perceber a importância de ter um controle das movimentações e dos gastos para realização dos serviços, sendo que alguns deles apresentaram valores inferiores ao que é utilizado, e também relatando melhorias de gestão. Palavras-chave: custos – controle – preço de venda.
ABSTRACT
The work under study has os its objetive and delimitation the management of costs and the formation of the sale price in the services rendered at a beauty salon, located in the city of Doutor Maurício Cardoso, RS, as an individual microentrepreneur, based on data related on June, July and August 2016, providing cutting, brush and hair painting, manicure, pedicure and eyebrow repair services. The problem presented by the company is related to the formation of the sale price, and the entity applies a value considered favorable, without having a control of its movements and expenses incurred, and this way may become insufficient to generate a profit. The study has the objective of proposing improvements in the management of costs, assisting in the formation of the sale price of the services provided by the beauty salon, aiming to cover expenses and generate profitability for the company. The study is based on a theoretical basis mainly on cost accounting, with definitions and methods of costing, portraying the importance of an administration and management of companies, working with the condition of individual microentrepreneur, in this case the company fits in addition . The benefits of cost management in the entity and the formation of the sales price, being essential to ensure profitability. The methodology adopted by the work regarding nature is considered an applied research, where it aims to solve the problem found by the company, being a practical study. Regarding data processing, the paper is classified as quantitative and qualitative. From the objectives´ view, the study involves exploratory and descriptive research. Regarding the technical procedures, the paper has the bibliographic, documentary and case study research, having a work based on a single company, searching for solutions for the problem found, where through bibliographic and documentary data it is sought to reach the objectives proposed by the paper. The data collection of the study was through indirect documentation and extensive direct research, carried out through questionnaires made to the administrator. Data analysis and interpretation methods were used for statistical and comparative procedures. The company does not use any factor for the formation of the sale price, and from the calculations made it is possible to perceive the importance of having a control of the movements and the expenses to perform the services, some of which presented lower values than it is used, and also reporting management improvements for the job. Keywords: costs - control - sale price.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 1 – Síntese das definições básicas ........................................................... 28
Ilustração 2 – Taxas de depreciação fiscal ............................................................... 30
Ilustração 3 – Fórmula markup multiplicador ............................................................. 39
Ilustração 4 – Fórmula markup divisor ...................................................................... 40
Ilustração 5 – Preço de venda ................................................................................... 40
Ilustração 6 – Ponto de equilíbrio contábil em quantidade ........................................ 41
Ilustração 7 – Ponto de equilíbrio contábil em valor monetário ................................. 41
Ilustração 8 – Faturamento do trimestre estudado em relação ao serviço prestado . 54
.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Controle de serviços prestados no trimestre estudado ............................ 48
Tabela 2 – Depreciação ............................................................................................ 49
Tabela 3 – Controle de água e luz do trimestre estudado ......................................... 50
Tabela 4 – Rateio de água ........................................................................................ 51
Tabela 5 – Rateio de luz ........................................................................................... 51
Tabela 6 – Gastos fixos ............................................................................................. 52
Tabela 7 – Gastos Variáveis ..................................................................................... 53
Tabela 8 – Gastos unitários totais ............................................................................. 54
Tabela 9 – Formação do preço de venda .................................................................. 56
Tabela 10 – Preço comparativo ................................................................................. 57
Tabela 11 – Ponto de equilíbrio contábil ................................................................... 58
LISTA DE ABREVIAÇÕES, SIGLAS E SÍMBOLOS.
ABC – Activity Based Costing (Custeio Baseado em Atividades)
CF – Custos Fixos
CIF – Custos Indiretos de Fabricação
COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
DAS – Documento de Arrecadação do Simples Nacional
DF – Despesas Fixas
DV – Despesas Variáveis
ed. – Edição
FEMA – Fundação Educacional Machado de Assis
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados
ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
IX – Em romanos nove
Jun. – Junho
Markup – Taxa de Marcação
MCu – Margem de Contribuição Unitária
MEI – Microempreendedor Individual
ML – Margem de Lucro
Nº – Número
p. – Página
PE – Ponto de Equilíbrio
PEC ($) – Ponto de Equilíbrio Contábil em Valor Monetário
PEC (Q) – Ponto de Equilíbrio Contábil em Quantidade
PIS – Programa de Integração Social
Quant. – Quantidade
R$ – Real, moeda brasileira
RKW – Reichskuratorium fur Wirtschaftlichtkeit (Método de Cuteio RKW)
RS – Rio Grande do Sul
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Trim. – Trimestre
XVIII – Em romanos dezoito
$ – Cifrão (marcador de moeda)
% – Porcentagem
(-) – Subtração
(+) – Soma
(=) – Igualdade
[...] – Supressão da parte da citação
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TRABALHO .............................................................. 15 1.1 TEMA .................................................................................................................. 15 1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ................................................................................... 15 1.3 PROBLEMA ........................................................................................................ 15 1.4 OBJETIVOS ........................................................................................................ 16 1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 16 1.4.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 16 1.5 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 17 1.6 METODOLOGIA .................................................................................................. 18 1.6.1 Categorização da Pesquisa ........................................................................... 18 1.6.2 Dados Gerados ............................................................................................... 20 1.6.3 Análise e Interpretação dos Dados ............................................................... 21 1.6.4 Apresentação da Organização ...................................................................... 22
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 23 2.1 ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE EMPRESAS ................................................. 23 2.2 MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL ............................................................. 25 2.3 CONTABILIDADE DE CUSTOS .......................................................................... 27 2.4 MÉTODOS DE CUSTEIO .................................................................................... 33 2.5 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ................................................................. 37 2.6 GESTÂO DE CUSTOS ........................................................................................ 44
3 DIAGNÓSTICO E ANÁLISE .................................................................................. 47 3.1 DEMONSTRAÇÃO DOS SERVIÇOS PRESTADOS ........................................... 47 3.2 APURAÇÃO DOS GASTOS E FATURAMENTO ................................................ 49 3.3 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ................................................................. 55 3.4 MELHORIAS DE GESTÃO DE CUSTOS ............................................................. 59
4 RECOMENDAÇÕES .............................................................................................. 61
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 63
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 66
APÊNDICES ............................................................................................................. 68 APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO FEITO À ADMINSTRADORA DA EMPRESA...... 69 APÊNDICE B - GASTOS VARIÁVEIS....................................................................... 70 APÊNDICE C - PONTO DE EQUILÍBRIO .................................................................. 71 .
13
INTRODUÇÃO
Com a alta concorrência e com consumidores ainda mais rigorosos, as
empresas precisam se diferenciar diante as demais, pois a busca por produtos e
serviços que apresentam melhor qualidade, preços menores, agilidade de
atendimento, serviços bem prestados que atendem as expectativas dos clientes, são
alguns dos princípios que com a evolução das organizações foi necessário os
administradores trabalharem para se manter no mercado de trabalho.
Os auxílios da contabilidade de custos juntamente com a gestão tornaram-se
pontos relevantes, pois para obter lucratividade e crescimento é importante a
entidade ter um controle de seus gastos e a partir disso tomar decisões precisas,
quanto à formação do preço de venda, diminuição de gastos, entre outros; onde com
um planejamento desses fatores a empresa pode se destacar perante os clientes.
Além disso, as administrações das empresas precisam de um bom
planejamento e ter controle das movimentações ocorridas, sendo que com o
crescimento da tecnologia no ramo da informática as organizações se beneficiaram
do auxílio de planilhas para melhor domínio da administração, sendo possível ter
dados de fácil e rápido acesso.
Neste contexto, o trabalho trata-se sobre a gestão de custos e formação do
preço de venda de um salão de beleza do município de Doutor Maurício Cardoso –
RS, através de dados obtidos no período de junho à agosto de 2016 e estudando os
serviços prestados pelo salão, que são o corte, escova e pintura de cabelo,
manicure, pedicure e reparo de sobrancelha. Tendo como objetivo propor
contribuições para a empresa através da contabilidade e gestão de custos e auxiliar
na formação do preço de venda para aumentar a lucratividade da empresa.
O trabalho tem grande relevância, estudando principalmente a contabilidade
de custos para se ter um conhecimento geral das definições, buscando através de
um método de custeio alocar os gastos, para posterior formar um preço de venda
que traga lucratividade para a empresa, tendo em vista que atinja a expectativa do
microempreendedor individual, contribuindo com melhorias de gestão para a
organização.
14
Primeiramente, no capítulo um tratou-se da contextualização do trabalho,
onde é apresentado o tema, sua delimitação, o problema apresentado, os objetivos,
a justificativa demonstrando a relevância para realização, e por fim a metodologia,
tratando das técnicas e procedimentos desenvolvidos.
No segundo capítulo, está exposto o referencial teórico, demonstrando a
fundamentação teórica do trabalho. Trabalhou principalmente com a contabilidade
de custos, buscando separar os gastos através de suas definições e trazendo as
opções de método de custeio, sendo que este contribui para a formação do preço de
venda, que tratou do método Markup utilizado por diversas empresas e também,
trazendo a importância da administração das empresas e gestão de custos para a
tomada de decisões, sendo que com um bom planejamento e controle a empresa
pode se diferenciar da concorrência. O estudo teve como principais autores
Chiavenato, Martins, Ribeiro, Wernke, Bornia, Viceconti e Neves, entre outros
também citados no desenvolvimento do trabalho.
Em seguida, no terceiro capítulo é apresentado o diagnóstico e análise, onde
a partir de dados coletados na empresa, foram separados os serviços prestados, os
gastos utilizados para elaboração dos serviços e o faturamento obtido pelo salão,
com o auxílio de tabelas e planilhas das movimentações obtidas no período
estudado, em seguida utilizou-se o método de markup para formação do preço de
venda, na forma que melhor fosse atribuída para a empresa, onde após foi
comparado o preço aplicado com o valor que o estudo apresentou, demonstrando a
partir disso, melhorias de gestão de custos para auxiliar no planejamento e tomada
de decisões da empresa, buscando obter maior lucratividade e crescimento.
E no último capítulo, trata-se das recomendações, que após o estudo do
diagnóstico e análise, foi possível demonstrar as contribuições que a contabilidade
de custos juntamente com a gestão de custos podem trazer para uma empresa,
buscando crescimento e lucratividade. Após isso sendo concluído o trabalho, e
apresentando ainda as referências utilizadas no estudo.
15
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TRABALHO
Principalmente nas pequenas empresas não se possui um controle de
movimentações e as organizações trabalham com um preço de venda favorável, ou
seja, não se tem certeza se o valor aplicado está proporcionando lucro e cobrindo os
gastos gerados, enfim, são problemas que diversas empresas apresentam e correm
o risco de até mesmo fechar por falta de controle da administração.
A pesquisa visa demonstrar as contribuições que a contabilidade de custos
juntamente com a gestão, podem auxiliar na formação do preço de venda, na
tomada de decisões e principalmente, gerar lucratividade e crescimento para a
empresa, tendo o apoio planilhas de controle para melhor compreensão e análise
dos resultados.
A partir disso, o trabalho demonstra os tópicos do tema e delimitação,
tratando sobre o conteúdo estudado, seguindo com o problema proposto, objetivos e
a justificativa para o desenvolvimento e por fim, a metodologia que dispõe dos
métodos e procedimentos aplicados.
1.1 TEMA
O tema definido por esse trabalho é gestão de custos e formação do preço de
venda nos serviços prestados em um salão de beleza.
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA
Gestão de custos e formação do preço de venda nos serviços prestados em
um salão de beleza, localizado no município de Doutor Maurício Cardoso, RS, na
condição de microempreendedor individual, a partir de dados relativos ao período de
junho, julho e agosto de 2016, prestando os serviços de corte, escova e pintura de
cabelos, manicure, pedicure e reparo de sobrancelhas.
1.3 PROBLEMA
A grande concorrência no mercado de trabalho, demanda de empresas com
diferenciais, sendo necessário não apenas vender seu produto ou serviço, mas
16
também, dispor de preços atrativos, produtos de qualidade, prestar um bom
atendimento, entre outros fatores que podem fazer a diferença no mundo
competitivo.
Um ponto relevante que influência no crescimento dos negócios é a forma de
administrar uma empresa, onde principalmente nas pequenas empresas, existem
elementos que são deixados de lado por motivo de parecerem desnecessários, mas
que com certeza quando implantados demonstram grande relevância.
As empresas que se destacam no mercado competitivo utilizam da
contabilidade de custos para a diminuição dos gastos das entidades juntamente com
um planejamento e controle, se tornando elementos que favorecem quando levado
em consideração pelas empresas, sendo capaz de auxiliar no crescimento e
continuidade das organizações, onde a análise do preço de venda pode ser um
diferencial para competir, sabendo administrar seus custos e despesas e a partir
disso formular o valor de venda.
No caso do salão de beleza estudado, não existem padrões para a formação
do preço de venda dos serviços prestados, é utilizado um valor favorável, sem
considerar os gastos e também, não possuindo nenhum controle de suas
movimentações, o que pode se tornar insuficiente para gerar lucro para a empresa.
Diante do exposto, o problema desta pesquisa é: Como a gestão de custos pode
contribuir para auxiliar a empresa na formação do preço de venda dos serviços
prestados e na tomada de decisões?
1.4 OBJETIVOS
1.4.1 Objetivo Geral
O objetivo geral do trabalho é propor melhorias na gestão de custos
auxiliando na formação do preço de venda dos serviços prestados pelo salão de
beleza, visando cobrir os gastos e gerar lucratividade para a empresa.
1.4.2 Objetivos Específicos
De acordo com o estudo, os objetivos específicos são:
a) Identificar os serviços prestados pelo salão de beleza;
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b) Fazer o levantamento dos gastos gerados pela empresa para execução
dos serviços;
c) Realizar a formação do preço de venda dos serviços prestados através do
método markup;
d) Propor as contribuições que a gestão de custos pode trazer para a
empresa estudada.
1.5 JUSTIFICATIVA
A justificativa relata a importância do desenvolvimento do estudo a partir do
tema escolhido, demonstrando os propósitos para a realização do trabalho e
buscando principalmente atingir seus objetivos, onde encontrar a solução para o
problema que a empresa enfrenta é essencial, e também a contribuição do trabalho
para a acadêmica, demais acadêmicos e a instituição de ensino.
No entanto, com a grande concorrência se manter ativo no mercado de
trabalho requer de uma boa gestão de negócios, sendo necessário apresentar um
preço de venda planejado que possa cobrir todos os gastos gerados pela empresa e
também gerar lucratividade. Problema que pequenas empresas acabam enfrentando
por aplicarem valores simplesmente considerados favoráveis, sem ter um controle
de gastos adequado para comprovar se realmente este valor está cobrindo seus
custos e despesas.
Contudo, com um controle e planejamento de seus gastos através de
contribuições que a contabilidade de custos propicia para as empresas, é possível
obter melhores resultados, começando pela separação dos serviços prestados,
analisando seus gastos para execução e a partir disso, formulando o preço de
venda, e também, analisar o preço de venda que era aplicado, com o valor apurado
após o estudo proposto. Enfim, trazendo para a empresa estudada melhorias nesta
formação, e auxiliando no crescimento e lucratividade da entidade.
O trabalho é de grande valia para a acadêmica, pois retrata a oportunidade de
aplicar seu conhecimento adquirido na instituição de ensino, principalmente na área
de custos, visando solucionar o problema que a empresa pesquisada encontra, na
qual além de soluções, retratar melhorias e demonstrar novas ideias, obtidas no
transcorrer da graduação.
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Com relação à Fundação Educacional Machado de Assis – FEMA, o trabalho
associa e retrata a importância das pequenas empresas junto à instituição de
ensino, sendo que não apenas as grandes empresas podem ser pesquisadas e
implantadas novas melhorias, mas que essas menores organizações têm grande
relevância para a população em geral.
O estudo também proporciona aos demais acadêmicos, o auxílio no
desenvolvimento de outros trabalhos científicos, sendo de grande importância para
aumentar o conhecimento sobre o tema estudado, retratando principalmente a
contabilidade de custos e o impacto da formação do preço de venda nas empresas.
1.6 METODOLOGIA
A metodologia constitui na definição das técnicas e procedimentos exercidos
para o desenvolvimento do trabalho, ou seja, a forma de realização do estudo, onde
através desta, é possível atingir os objetivos determinados e resolver o problema
proposto. Portanto, a metodologia utilizada por este trabalho de conclusão de curso,
foi elaborada a partir da categorização da pesquisa, dados gerados, análise e de
interpretação dos dados, e também, apresentação da organização.
1.6.1 Categorização da Pesquisa
A categorização da pesquisa que enfatiza parte importante do trabalho,
fazendo com que o estudo seja planejado, organizado e classificado, definindo qual
o tipo de pesquisa que será utilizado para elaboração do estudo, sendo que
conforme o tema escolhido o estudo toma seus direcionamentos necessários.
Quanto à natureza, a pesquisa deste estudo é considerada aplicada, onde
visa solucionar o problema encontrado pela empresa, através de conhecimentos
adquiridos por dados teóricos e dados coletados que juntamente com uma análise é
possível chegar ao objetivo proposto. Segundo Gil a pesquisa aplicada “[...] abrange
estudos elaborados com a finalidade de resolver problemas identificados no âmbito
das sociedades em que os pesquisadores vivem.” (GIL, 2010, p.26).
Considerando sobre o tratamento de dados, o trabalho é classificado como
quantitativo e qualitativo. O estudo qualitativo pelo motivo de trabalhar com dados
não mensuráveis, pertinentes de dados teóricos necessários para o
19
desenvolvimento e análise do trabalho. Vianna evidencia que na pesquisa qualitativa
é analisado:
[...] cada situação a partir de dados descritivos, buscando identificar relações, causas, efeitos, consequências, opiniões, significados, categorias e outros aspectos considerados necessários à compreensão da realidade estudada e que, geralmente envolve múltiplos aspectos.” (VIANNA, 2001, p.122).
Já o estudo quantitativo, pois trabalha com valores numéricos principalmente
na utilização de planilhas de custos e dados para formação do preço de venda.
Vianna retrata que “Nesse tipo de trabalho científico você deverá envolver dados
numéricos, trabalhados a partir de procedimentos estatísticos variados e adequados
a cada situação específica.” (VIANNA, 2001, p.121).
Do ponto de vista dos objetivos, o estudo envolve uma pesquisa exploratória
e descritiva. Sendo exploratório, pois é necessário o levantamento de dados,
familiarização com a empresa e o problema proposto, a fim de ter uma pesquisa
completa de dados para apuração dos custos e formação do preço de venda, sendo
também suficientes para a solução do problema.
Segundo Severino a pesquisa exploratória coleta dados sobre certo estudo,
onde através disso busca-se familiarizar e obter o máximo de informações possível,
tendo assim dados que precisam ser acompanhados para se ter o conhecimento
necessário para a construção de melhorias para o mesmo (SEVERINO, 2007).
A pesquisa descritiva visa através da descrição de diversos fatores ocorridos
na empresa, relacionar e analisar dados para elaboração do trabalho. Gil comenta
que “As pesquisas descritivas têm como objetivo a descrição das características de
determinada população. Podem ser elaboradas também com a finalidade de
identificar possíveis relações entre variáveis.” (GIL, 2010, p.27).
Em relação aos procedimentos técnicos o trabalho engloba a pesquisa
bibliográfica, documental e estudo de caso. A bibliográfica, pois se utilizou de
diversas obras literárias, principalmente obras relacionadas à contabilidade de
custos, administração de empresas, formação do preço de venda e gestão de custos
visando retratar a teoria dos livros na prática pela busca da solução do problema.
Marconi e Lakatos comentam que “Sua finalidade é colocar o pesquisador em
contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto,
20
inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma
forma, quer publicadas, quer gravadas.” (MARCONI; LAKATOS, 2010, p.166).
Quanto à pesquisa documental, o trabalho desfrutou de documentos
fornecidos pela empresa, como as notas fiscais e dados de controles internos, sendo
de extrema importância para desenvolvimento do trabalho, pois é necessário ter
conhecimento das movimentações feitas na entidade. Severino explica que:
No caso da pesquisa documental, tem-se como fonte documentos no sentido amplo, ou seja, não só de documentos impressos, mas sobretudo outros tipos de documentos, tais como jornais, fotos, filmes, gravações, documentos legais. Nestes casos, os conteúdos dos textos ainda não tiveram nenhum tratamento analítico, são ainda matéria-prima, a partir da qual o pesquisador vai desenvolver sua investigação e análise. (SEVERINO, 2007, p.122).
A pesquisa também se classifica como um estudo de caso, onde o trabalho é
baseado sobre uma única empresa, buscando soluções para o problema
encontrado, onde através de dados bibliográficos e documentais busca-se atingir os
objetivos propostos pelo trabalho.
Gil comenta que “Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos
objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa
praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados.” (GIL,
2010, p.37).
1.6.2 Dados Gerados
Os dados gerados estabelecem a maneira mais adequada para coletar os
dados da empresa estudada, onde a coleta desses dados é de grande importância,
pois é partir deles que busca a solução para o problema proposto, sendo
necessários para a obtenção de dados concisos.
Conforme o problema proposto, a coleta de dados do estudo para a solução
do problema proposto foi através de documentação direta e indireta, onde através de
dados coletados na empresa como também dados adquiridos através de obras
bibliográficas foram utilizados.
Tratando sobre a pesquisa indireta, que é dividida em bibliográfica e
documental, o trabalho engloba ambas as pesquisas, sendo que trabalha com a
bibliográfica buscando principalmente em livros de contabilidade de custos,
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administração de empresas e formação do preço de venda, teorias que fortaleçam o
trabalho, onde a pesquisa documental foi através de documentos fornecidos pela
empresa como, por exemplo, notas, dados para planilhas de controle, de modo que
contribuíssem para o desenvolvimento do trabalho.
Quanto à pesquisa direta o trabalho utilizou a pesquisa direta extensiva,
realizada através de questionários feita à administradora da empresa, tendo o
objetivo de obter todo o conhecimento sobre a empresa estudada e levantar dados
relativos para a solução do problema. Tratando principalmente sobre quais os
serviços prestados, valor cobrado por cada serviço, quais os gastos para realização,
entre outras perguntas, sendo essencial para chegar à conquista dos objetivos,
conforme apresentado no apêndice A.
Com os dados obtidos no questionário com a administradora, foi possível
obter dados para construir planilhas de controle, separando os serviços prestados,
com seus devidos gastos para realização, possibilitando assim calcular o preço de
venda para os serviços e propor melhorias para a tomada decisão da empresa.
1.6.3 Análise e Interpretação dos Dados
Como sequência da geração de dados, é necessário a realização da análise e
interpretação dos dados, tendo como objetivo através dos dados coletados alcançar
o resultado esperado pela pesquisa, encontrando uma solução para o problema
proposto e propondo melhorias para a empresa.
Os métodos de procedimento que foram utilizados na pesquisa são o
estatístico e o comparativo, onde a pesquisa que envolve dados qualitativos e
quantitativos precisa ser analisada e comparada para encontrar soluções para o
problema proposto, onde a pesquisa estatística juntamente com a análise ajuda a
interpretar os dados quantitativos apresentados. Já a pesquisa comparativa visa
confrontar informações, como é o caso da formação do preço de venda, que através
de comparações auxilia na elaboração.
Após coletado os dados através do questionário realizado com a
administradora foram realizadas etapas, onde primeiramente foram separados os
serviços com suas devidas quantidades realizados no mês, totalizando a quantidade
do trimestre, em seguida, apurou-se o faturamento obtido com os serviços
prestados, apresentando o preço cobrado por cada serviço.
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Para realizar os cálculos, foi necessário apurar os gastos para realização de
cada serviço prestado, separados em gastos fixos e gastos variáveis, chegando ao
valor unitário gasto por cada serviço. Depois de obtido os dados em planilhas de
controle, foram realizados a formação do preço de venda pelo método do markup.
Com o preço de venda obtido, foi feita a comparação entre o valor apurado com o
valor que é aplicado pela empresa, sendo possível tirar as conclusões necessárias
para o estudo realizado, e ainda propondo melhorias para a empresa.
1.6.4 Apresentação da Organização
A empresa onde será realizado o projeto trata-se de um salão de beleza,
entidade do ramo de prestação de serviços, que está localizado na cidade de Doutor
Maurício Cardoso-RS, teve início de seus trabalhos em 27 de fevereiro de 2012,
tendo como administradora Janete Chaves Zarzecki.
O salão de beleza que trabalha na condição de microempreendedor individual
(MEI) tem somente uma funcionária que seria a própria administradora, onde
trabalhava por conta própria e buscou se legalizar como sendo um pequeno
empresário, e também se beneficiando das vantagens que o MEI proporciona aos
pequenos empreendedores.
A entidade tem como atividade principal a função de cabeleireiro onde
trabalha com cortes masculinos e femininos, além de se dedicar a escova e pintura
de cabelos, manicure, pedicure e reparo de sobrancelhas, tendo a clientela feminina
como principal público.
Tendo como objetivos principais atender as expectativas dos clientes através
de seu serviço prestado, buscando sempre inovações para incluir no trabalho, onde
um bom planejamento pode fazer a diferença, como por exemplo, gerar o preço de
venda adequado e se diferenciar no mercado de trabalho, mostrando sempre a
qualidade da atividade e conquistando a satisfação dos clientes.
23
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O referencial teórico retrata a fundamentação teórica da pesquisa, ou seja, é
o corpo do estudo, onde através de obras bibliográficas que abordam o assunto
trabalhado é possível obter o entendimento do trabalho proposto. Serve como
fundamento para o progresso do projeto que no decorrer é colocado em prática.
Segundo Marconi e Lakatos:
A finalidade da pesquisa científica não é apenas um relatório ou descrição de fatos levantados empiricamente, mas o desenvolvimento de um caráter interpretativo, no que se refere aos dados obtidos. Para tal, é imprescindível correlacionar a pesquisa com o universo teórico, optando-se por um modelo teórico que sirva de embasamento à interpretação do significado dos dados e fatos colhidos ou levantados. (MARCONI; LAKATOS, 2010, p.207).
No entendimento de Furasté o referencial teórico “Trata-se da apresentação
do embasamento teórico sobre o qual se fundamentará o trabalho. São os
pressupostos que darão suporte à abordagem do trabalho.” (FURASTÉ, 2015,
p.142). Sendo assim, os temas que serão estudados nesta pesquisa são:
administração e gestão de empresas, microempreendedor individual, contabilidade
de custos, métodos de custeio, formação do preço de venda e gestão de custos.
2.1 ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE EMPRESAS
A administração de empresas e a forma de gestão que é trabalhado
demonstram como a organização está sendo conduzida, e pra melhor entender,
Chiavenato relata que “A administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e
controlar o uso dos recursos e competências organizacionais para alcançar
determinados objetivos de maneira eficiente e eficaz por meio de um arranjo
convergente.” (CHIAVENATO, 2014, p.6).
Conforme Coelho, o planejamento é um ponto essencial para se ter uma boa
administração nas empresas, onde a busca por objetivos a serem alcançados
devem ter estratégias, capazes de atingir o esperado e se diferenciar entre as
demais organizações (COELHO, 2008).
Ainda sobre planejamento, visando a grande importância deste método para
uma boa gestão de negócios, Chiavenato evidencia que “Planejar consiste em
24
simular o futuro desejado e estabelecer previamente os cursos de ação exigidos e
os meios adequados para atingi-los.” (CHIAVENATO, 2008, p.132).
Tratando sobre empresa Maximiano descreve que “Uma empresa é uma
iniciativa que tem o objetivo de fornecer produtos e serviços para atender a
necessidades de pessoas, ou de mercados, e obter lucro com isso.” (MAXIMIANO,
2011, p.8). Com o passar dos anos as empresas foram se alterando, mudando sua
forma de comportamento, pois surgem a cada dia novas empresas e diferentes
produtos que são introduzidos no mercado de trabalho. Bornia evidencia que:
A visão de qualidade está ampliada, englobando a satisfação dos desejos do mercado pelo projeto, a manufatura confiável e sem defeitos, o preço de venda acessível aos consumidores, a segurança e adequação ao meio ambiente e o atendimento aos prazos locais e quantidades exigidas, sem falar nos serviços de assistência técnica e relacionamento com fornecedores e funcionários. (BORNIA, 2009, p.5).
No entanto, com a mudança no mercado de trabalho, os clientes não buscam
apenas a compra de um produto ou serviço, mas sim, um preço diferenciado,
juntamente com a qualidade. Além disso, se tornando essencial o bom atendimento,
que além de manter seus clientes, só tem a conquistar novos.
Maximiano destaca que é preciso ter eficiência dos processos, onde
“Eficiência significa produzir sem desperdiçar recursos. Uma empresa eficiente
produz resultados sem desperdícios, portanto com custo baixo. Isso permite praticar
preços mais acessíveis para o cliente, gerando mais lucro para a empresa.”
(MAXIMIANO, 2011, p.14). Coelho ainda menciona que:
[...] as organizações precisam de informações detalhadas e atualizadas do ambiente externo, procurando identificar tendências para os próximos anos e verificar quais delas podem ser aproveitadas como oportunidades e quais delas merecem atitudes preventivas, pois se tornarão ameaças à organização. (COELHO, 2008, p.62).
Para Chiavenato uma empresa bem-sucedida trabalha em equipe e são as
pessoas que movem as organizações, onde os clientes tomam como referência
essas pessoas, funcionários que lhe atendem para a compra do produto ou serviço
prestado e até mesmo para a aparência da empresa, e um diferencial para essas
entidades de sucesso pode ser a união da equipe (CHIAVENATO, 2008).
Segundo Maximiano “Uma empresa é um sistema de recursos. As pessoas
são o principal recurso das empresas e de todos os tipos de organizações. Em
25
essência, as empresas são grupos de pessoas que usam recursos [...].”
(MAXIMIANO, 2011, p.8). Falando sobre as perspectivas da administração para os
próximos anos e a situação de controlar uma empresa no cenário atual Chiavenato
destaca que:
A tarefa administrativa está se tornando cada vez mais incerta e desafiadora, pois está sujeita a mudanças e transformações carregadas de ambiguidades e incertezas. O administrador está se defrontando com problemas cada vez mais diferentes e complexos que os anteriores e sua atenção disputada por eventos e grupos de interesses situados dentro e fora da empresa, que lhe proporcionam informações contraditórias que complicam seu diagnóstico e visão dos problemas a resolver ou das situações a enfrentar: são exigências da sociedade, clientes, fornecedores; são os desafios dos concorrentes; expectativas da alta administração, dos subordinados, dos acionistas, etc. (CHIAVENATO, 2014, p.29).
A administração das empresas mudou muito no decorrer dos anos e precisou
substituir métodos antigos por inovações mais recentes, e a cada dia surgem
melhorias, novos produtos, novas empresas, enfim, mas para se manter no mercado
de trabalho agora ainda mais competitivo, é preciso acompanhar a evolução e ter
uma boa gestão nos negócios.
2.2 MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL
As empresas cresceram muito nos últimos anos, onde a cada dia novas
empresas são implantadas no mercado de trabalho, cada uma com suas
características e seus diferenciais, capazes de atingir e conquistar seus clientes de
maneira que satisfaça as perspectivas do mercado.
Segundo Coelho, ele relata que “Os bens e serviços de que todos precisamos
para viver [...] são produzidos em organizações econômicas especializadas e
negociadas no mercado.” (COELHO, 2013, p.23). Chiavenato menciona que:
Não existem duas empresas iguais, pois a principal característica das empresas é a sua enorme diversidade: as empresas podem assumir diferentes tamanhos e estruturas organizacionais. Existem empresas dos mais diversos ramos de atividade utilizando diferentes tecnologias para produzir bens e serviços dos mais variados tipos e que são vendidos e distribuídos de maneiras diferentes para os mais diversos mercados, a fim de serem utilizados pelos mais diferentes consumidores. (CHIAVENATO, 2014, p.37).
26
Para melhor entender o conceito de empresas, para Chiavenato “As
empresas existem para produzir algo e prestar algum serviço à sociedade. Na
realidade, as empresas são organizações destinadas à produção de alguma coisa.”
(CHIAVENATO, 2008, p.43).
Existem vários tipos de empresas, porém um tipo que está ganhando
destaque é o microempreendedor individual que com o intuito de administrar seu
próprio negócio, muitas pessoas resolveram abrir sua própria empresa onde
trabalhavam na irregularidade e passaram a registrar seus negócios, por ser um
método com grandes vantagens. Segundo o Portal do Empreendedor – MEI:
Microempreendedor Individual (MEI) é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário. Para ser um microempreendedor individual, é necessário faturar no máximo até R$ 60.000,00 por ano e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. (PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2016).
Conforme Martins, ele destaca que “Em relação ao microempreendedor
individual, a sua introdução no cenário jurídico adveio por intermédio da Lei
Complementar nº 128/2008, com vigência a partir de 01/07/2009, com ressonância,
propriamente dita, no campo fiscal.” (MARTINS, 2014, p.405). Este pequeno
empresário assim legalizado obtém de diversas vantagens. Para Coelho:
Além de se beneficiar com a ampla simplificação dos procedimentos de inscrição no Registro do Comércio e cadastros fiscais e dispensa de escrituração, o MEI tem o direito de recolher os tributos abrangidos pelo Simples Nacional por meio do pagamento de valores fixos mensais. (COELHO, 2013, p.59).
Tratando sobre benefícios que o empreendedor obtém com o seu
enquadramento como microempreendedor individual, o Portal do Empreendedor
menciona que “O MEI também pode ter um empregado contratado que receba o
salário mínimo ou o piso da categoria.” (PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2016).
Maximiano complementa que “Há inúmeras vantagens concretas em criar e
operar um negócio próprio. O empresário não tem chefe e depende de suas próprias
decisões. Pode inovar e experimentar novas ideias em seu negócio, estimulado por
sua criatividade ou pela concorrência.” (MAXIMIANO, 2011, p.5). Tratando sobre os
deveres do microempreendedor individual, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (SEBRAE) destaca:
27
Ele terá como despesas apenas o pagamento mensal, que corresponde a R$ 45 (Comércio ou Indústria), R$ 49 (Prestação de Serviços) ou R$ 50 (Comércio e Serviços). O cálculo corresponde a 5% do salário mínimo, a título da Contribuição para a Seguridade Social, mais R$ 1 de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e/ou R$ 5 sobre Serviços (ISS). O pagamento deve ser feito por meio do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS), uma guia de recolhimento emitida através do Portal do Empreendedor. (SEBRAE, 2016).
E quanto aos direitos obtidos, o SEBRAE menciona que “O MEI tem direito
aos benefícios previdenciários, como auxílio-maternidade, auxílio-doença,
aposentadoria, entre outros.” (SEBRAE, 2016).
Deste modo, conclui-se que iniciar um novo negócio surge do desejo de
inovar, onde se considera microempreendedor individual a pessoa que conquista
seu próprio negócio, buscando um lugar no mercado, onde através da formalização
obtém diversos benefícios e vai à busca do sucesso.
2.3 CONTABILIDADE DE CUSTOS
Com o crescimento das empresas surgiu à necessidade de melhor
administrar ou até mesmo controlar o funcionamento das entidades, era preciso
encontrar um método que ajudasse a administração na tomada de decisões e a
monitorar os custos da produção.
Segundo Viceconti e Neves, evidenciam que com a chegada da Revolução
Industrial e o seu rápido desenvolvimento, as empresas precisaram inserir um
método para elaborar o resultado das entidades industriais, onde compram a
matéria-prima e modificam-nas através de outros meios, gerando o produto final,
pronto para a venda (VICECONTI; NEVES, 2013).
Conforme Ribeiro “[...] a Contabilidade de Custos surgiu com o advento das
empresas industriais a partir do século XVIII. Veio para atender a uma nova
necessidade: atribuir custos aos estoques de produtos fabricados pelas empresas
industriais.” (RIBEIRO, 2009, p.13). Viceconti e Neves relatam que:
A solução natural para o problema foi usar o mesmo esquema das empresas comerciais para apuração do resultado, substituindo o item Compras pelo pagamento dos fatores que entraram na produção: matéria-prima consumida, salário dos trabalhadores da produção, energia elétrica e combustíveis utilizados, enfim todos os gastos que foram efetuados na atividade industrial e que foram denominados de Custos de Produção. O
28
ramo da contabilidade que controlava estes gastos passou a chamar-se contabilidade de custos.(VICECONTI; NEVES, 2013, p.8)
Para Bornia “Com o crescimento das empresas e o consequente aumento na
complexidade do sistema produtivo, constatou-se que as informações fornecidas
pela contabilidade de custos eram potencialmente úteis ao auxílio gerencial [...].”
(BORNIA, 2009, p.12).
A chegada da contabilidade de custos facilitou muito na organização das
empresas, sendo que com o tempo este conceito teve grande evolução, auxiliando
diretamente na tomada de decisões das entidades. Tendo em vista que Ribeiro
complementa que a contabilidade de custos pode:
Auxiliar os administradores em suas tomadas de decisões visando alcançar maior produtividade com a otimização dos recursos disponíveis, reduzindo custos e aperfeiçoando a qualidade dos produtos fabricados para melhorar a competitividade da empresa e, consequentemente, alcançar resultados mais satisfatórios no desenvolvimento de suas atividades operacionais. (RIBEIRO, 2009, p.14).
Para melhor entender a contabilidade de custos é preciso primeiramente
compreender algumas definições básicas que envolvem os gastos da empresa, e
que são muito importantes para se ter uma boa gestão de negócios. Wernke
demonstra através da Ilustração 1 um breve relato sobre estes conceitos:
Ilustração 1: Síntese das definições básicas. Fonte: Adaptado de Wernke (2005).
Gasto
(pode abranger os
demais conceitos)
Perda
(gasto involuntário,
indesejado)
Custo
(gasto no processo
de fabricação)
Investimento
(gasto ativado com
expectativa de
benefício futuro)
Despesa
(gasto administrativo
para obter receita, direta
ou indiretamente) Desperdício
(gasto que não agrega valor
do ponto de vista do cliente)
29
Diante do exposto, Martins considera gasto como a “Compra de um produto
ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso),
sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos
(normalmente dinheiro).” (MARTINS, 2010, p.24). Para Wernke gastos:
É um conceito abrangente e pode englobar outros termos comuns na área de custos. Ou seja, um gasto pode ser relacionado a algum investimento (como a compra de máquinas e equipamentos) ou a alguma forma de consumo de recursos (custos fabris ou despesas administrativas). (WERNKE, 2005, p.3).
Tratando de investimento, Viceconti e Neves descrevem como sendo o
“Gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de benefícios
atribuíveis a períodos futuros.” (VICECONTI; NEVES, 2013, p.14). Ribeiro
complementa que:
Os gastos que se destinam à obtenção de bens de uso da empresa (computadores, móveis, máquinas, ferramentas, veículos, etc.) ou a aplicações de caráter permanente (compra de ações de outras empresas, de imóveis, de ouro, etc.) são considerados investimentos. Consideram-se também investimentos os gastos com a obtenção dos bens destinados a troca (mercadorias), transformação (matérias-primas, materiais secundários e materiais auxiliares, materiais de embalagem) ou consumo (materiais de expediente, higiene e limpeza), enquanto esses bens ainda não forem trocados, transformados ou consumidos. (RIBEIRO, 2009, p.24).
Nesse sentido, os investimentos são gastos com obtenção de ativos, onde
serão adquiridos com o objetivo de trazer retornos no futuro. Temos a perda e
desperdício que também são conceitos básicos onde devem ser relatos, pois
quando ocorridos precisam ser identificados, para Viceconti e Neves a perda “É um
gasto não intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou da atividade
produtiva normal da empresa.” (VICECONTI; NEVES, 2013, p.15). Já para Wernke:
O conceito de Perdas abrange as ocorrências fortuitas, ocasionais, indesejadas ou involuntárias no ambiente das operações de uma empresa. Assim, o valor relacionado com a deterioração anormal de ativos causados por incêndios ou inundações, os furtos de mercadorias ou matérias-primas, o corte equivocado de uma peça (tornando-a imprestável para uso ou reaproveitamento), entre outras possibilidades, são classificáveis como perdas, pois não fazem parte da normalidade das operações da entidade. (WERNKE, 2005, p.3).
30
Para Bornia “Desperdício é um esforço econômico que não agrega valor ao
produto da empresa e nem serve para suportar diretamente o trabalho efetivo.”
(BORNIA, 2009, p.17). E segundo Wernke:
[...] são considerados desperdícios todas as atividades que não agregam valor e que resultam em gastos de tempo, dinheiro, recursos sem lucro, além de adicionarem custos desnecessários aos produtos. Podem ser enquadradas nesta categoria a produção de itens defeituosos, a movimentação desnecessária, a inspeção de qualidade, a capacidade ociosa etc. (WERNKE, 2008, p.12).
Sendo assim, as perdas são gastos inesperados que podem acontecer de
forma indesejada, surgindo a qualquer momento, já os desperdícios são gastos que
não acrescentam valorem relação ao cliente, onde podem até mesmo ser esperados
que aconteça.
Quanto ao conceito de depreciação, Ribeiro Filho; Lopes e Pederneiras
descrevem que “A depreciação deve representar perda do valor do bem, devido ao
uso, desgaste, ou perda de utilidade de itens do Ativo Imobilizado (bens corpóreos)
e está associada à vida útil econômica do bem.” (RIBEIRO FILHO; LOPES;
PEDERNEIRAS, 2009, p.149). Desta forma os autores apresentam na Ilustração 2 a
taxa de depreciação fiscal:
Item Taxa (anual) Vida útil (anos)
Edifícios 4% 25
Máquinas e Equipamentos 10% 10
Instalações 10% 10
Móveis e Equipamentos 10% 10
Veículos 20% 5
Sistemas de Informação 20% 5
Ilustração 2: Taxas de depreciação fiscal. Fonte: Adaptado de Ribeiro Filho; Lopes; Pederneiras (2009).
A Ilustração 2 apresentou itens de depreciação, com sua devida taxa anual e
o período de vida útil, tendo em vista que as empresas possuem bens que ao
decorrer do tempo vão se depreciando, sendo divididos em edifícios, máquinas e
equipamentos, instalações, móveis e utensílios, veículos e os sistemas de
informação.
Na contabilidade de custos existe muitas vezes a dificuldade de compreender
e até mesmo, saber diferenciar custos das despesas, e para um bom andamento e
31
controle da empresa esses conceitos precisam estar bem definidos, pois são pontos
essenciais.
Segundo Ribeiro “Quando os gastos são efetuados para obtenção de bens ou
serviços aplicados nas áreas administrativa, comercial ou financeira, visando direta
ou indiretamente a obtenção de receitas, correspondem a despesas.” (RIBEIRO,
2009, p.24). Para Wernke entende-se que:
Despesas: expressam o valor dos bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para obtenção de receitas, de forma voluntária. Esse conceito é utilizado para identificar os gastos não relacionados com a produção, ou seja, os que se referem às atividades não produtivas da empresa. (WERNKE, 2008, p.12).
Conforme Bornia “Despesa é o valor dos insumos consumidos para o
funcionamento da empresa e não identificados com a fabricação. Refere-se às
atividades fora do âmbito da fabricação [...].” (BORNIA, 2009, p.16).
Desta maneira, as despesas estão ligadas com a parte administrativa da
entidade, onde é possível considerar que estes gastos ocorrem após a produção,
mas não deixam de ser necessários para o andamento da empresa.
Os custos conforme Ribeiro possui uma ampla definição, pois depende muito
do tipo de empresa, podendo ser comercial, industrial ou até mesmo prestadora de
serviços e também tem a questão do custo com a compra, com a venda, com a
fabricação, enfim, precisa ser analisado pelos dados apresentados (RIBEIRO, 2009).
Para Wernke “Custos: são os gastos efetuados no processo de fabricação de
bens ou de prestação de serviços.” (WERNKE, 2008, p.12). E para Bornia “Custo de
fabricação é o valor dos insumos usados na fabricação dos produtos da empresa.”
(BORNIA, 2009, p.15).
Segundo Viceconti e Neves, os custos podem ser classificados quanto à
adaptação aos produtos fabricados, sendo divididos em diretos e indiretos e
também, relacionados à quantidade de produção, podendo ser alocados em custos
fixos e variáveis (VICECONTI; NEVES, 2013).
Na opinião de Wernke “Custos diretos são os gastos facilmente apropriáveis
às unidades produzidas, ou seja, são aqueles que podem ser identificados como
pertencentes a este ou àquele produto.” (WERNKE, 2008, p.13). Para Ribeiro:
Custos diretos compreendem os gastos com materiais, mão-de-obra e gastos gerais de fabricação aplicados diretamente na fabricação dos
32
produtos. São assim denominados porque, além de integrarem os produtos, suas quantidades e seus valores podem ser facilmente identificados em relação a cada produto fabricado. (RIBEIRO, 2009, p.33).
Tratando dos custos indiretos, Viceconti e Neves evidenciam que “São os
custos que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem apropriados
aos diferentes produtos, portanto, são custos apropriados indiretamente aos
produtos.” (VICECONTI; NEVES, 2013, p.19). Wernke relata que:
Custos indiretos são os gastos que não podem ser alocados de forma direta ou objetiva aos produtos ou a outro segmento ou atividade operacional, e caso sejam atribuídos aos produtos, serviços ou departamentos, serão mediante critérios de rateio. (WERNKE, 2008, p.14).
Contudo, conclui-se que os custos diretos são gastos ligados diretamente
com os produtos, são de fácil identificação, já os custos indiretos precisam passar
por um processo de rateio para serem relacionados aos produtos, se tornando mais
difícil para serem reconhecidos.
Quanto aos custos relacionados à quantidade produzida, Bornia conceitua
que “Custos fixos são aqueles que independem do nível de atividade da empresa no
curto prazo, ou seja, não variam com alterações no volume de produção, como o
salário do gerente, por exemplo.” (BORNIA, 2009, p.19). Para Wernke custos fixos:
São os custos que têm seu montante fixado independentemente de oscilações na atividade fabril, não possuindo qualquer vinculação com o aumento ou redução do número de unidades produzidas no mês. Mesmo que a quantidade de peças, quilos, metros, unidades ou litros produzidos seja maior ou menor, tais custos terão o mesmo valor no final do período. (WERNKE, 2005, p.8).
Conforme Ribeiro “Custos variáveis são aqueles que variam em decorrência
do volume da produção. Então, quanto mais produtos forem fabricados em um
período, maiores serão os custos variáveis.” (RIBEIRO, 2009, p.36). Wernke ainda
complementa que:
Têm seu valor determinado em função de oscilações na atividade da empresa, variando de valor na proporção direta do nível de atividades. O exemplo mais adequado para custo variável é a matéria-prima, pois se para produzir uma unidade de produto gastam-se $ 10, ao produzir duas unidades gastam-se $ 20. (WERNKE, 2008, p.14).
33
Portanto entende-se que custos fixos permanecem estáveis independentes da
quantidade gerada, ao contrário dos custos variáveis que se modificam conforme a
capacidade produzida, sendo que quanto mais produzir, maiores custos vão obter. A
partir disso, cabe ressaltar a importância dos conceitos básicos da contabilidade de
custos, tendo a partir disso, um melhor conhecimento para poder administrar de
forma correta as movimentações da empresa.
2.4 MÉTODOS DE CUSTEIO
O desenvolvimento das empresas fez com que a busca por sistemas,
métodos e inovações que ajudassem a gestão da empresa no controle da
organização aumentar muito. Um ponto relevante é escolher o método de custeio
mais favorável para a empresa, onde se tem por objetivo definir a melhor forma de
alocar os custos, tendo em vista um bom processo e contribuindo para a formação
do preço de venda.
Para Bornia os métodos de custeio refletem “[...] como os dados são
processados para a obtenção das informações. A expressão método de custeio será
empregada para se referir ao sistema encarado sob esse prisma.” (BORNIA, 2009,
p.30). Wernke complementa que:
[...] torna-se necessário um sistema de custos que consiga mensurar e alocar os custos aos produtos da forma mais adequada possível. Ou seja, calcular o custo total de cada produto, assumindo este custo total como resultante da soma dos custos variáveis aos custos fixos (ou a soma dos custos diretos aos custos indiretos). (WERNKE, 2008, p.20).
Desta forma, é possível verificar a importância dos métodos de custeio para
se obter o custo total do produto ou serviço prestado. Existem vários métodos de
custeio, porém os principais utilizados são o custeio por absorção, custeio variável
ou direto, ABC (Custeio Baseado em Atividades) e o método de custeio RKW.
Para Martins o custeio por absorção “Consiste na apropriação de todos os
custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos
relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços
feitos.” (MARTINS, 2010, p.37). Conforme Viceconti e Neves:
34
Custeio por absorção é um processo de apuração de custos, cujo objetivo é ratear todos os seus elementos (fixos ou variáveis) em cada fase da produção. Logo um custo é absorvido quando for atribuído a um produto ou unidade de produção, assim cada unidade ou produto receberá sua parcela no custo até que o valor aplicado seja totalmente absorvido pelo custo dos produtos vendidos ou pelos estoques finais. (VICECONTI; NEVES, 2013, p.33).
Considerado como o método de custeio mais tradicional, Wernke destaca que
o método de custeio por absorção “Atende à legislação fiscal (Imposto de Renda) e
deve ser utilizado quando a empresa busca o uso do sistema de custos integrado à
Contabilidade.” (WERNKE, 2005, p.19).
Segundo Bornia o custeio por absorção pode ser integral ou ideal, onde o
custeio integral tem todos seus custos alocados aos produtos, visando um melhor
controle de estoques, onde sirva de conhecimento para contabilidade financeira da
empresa, já o custeio ideal separa custos e desperdícios, tendo em vista a
implantação de um meio para diminuir esses fatos que não trazem benefícios
(BORNIA, 2009).
Ribeiro simplifica que “Esse sistema de custeio contempla como custo de
fabricação todos os custos incorridos no processo de fabricação do período, sejam
eles diretos ou indiretos. Nesse caso, somente as despesas integrarão o resultado
do exercício.” (RIBEIRO, 2009, p.58).
Assim, observa-se que o custeio por absorção visa atribuir todos os custos
ocorridos na produção em um certo tempo, aos seus produtos fabricados,
independente de serem fixos ou variáveis, diretos ou indiretos, sendo assim, todos
gastos gerados com a fabricação são alocados a todos produtos constituídos.
O sistema de custeio variável ou direto, para Martins é o método onde “[...] só
são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e
considerados como despesas do período, indo diretamente para o Resultado; para
os estoques só vão, como consequência, custos variáveis.” (MARTINS, 2010,
p.198). Viceconti e Neves explicam sobre a forma de evidenciar a demonstração do
resultado:
No custeio variável, a diferença entre o valor de vendas líquidas e a soma do custo dos produtos vendidos (que só contém custos variáveis) com as despesas variáveis (administrativas e de vendas) é denominada de margem de contribuição. Deduzindo-se desta os custos fixos e as despesas fixas, obtém-se o lucro operacional líquido. (VICECONTI; NEVES, 2013, p.131).
35
Segundo Ribeiro “[...] esse sistema não é aceito pelo Fisco para direcionar a
contabilização dos custos incorridos aos produtos. A inclusão da carga de custos
indiretos juntamente com as despesas onera o resultado.” (RIBEIRO, 2009, p.57).
Para Bornia o custeio variável serve de auxílio para a gestão da empresa nas
resoluções de curto prazo, onde os custos variáveis impactam muito mais no
resultado do que os custos fixos, sendo que conforme a quantidade produzida é
possível designar quando se deve aumentar, diminuir ou deixar de produzir certo
produto, e também porque os custos fixos precisam ser pagos, mesmo se
produzindo pouco ou muito (BORNIA, 2009). Wernke acrescenta:
A premissa básica do custeio direto é a de que somente os custos claramente identificados com os produtos ou serviços vendidos (chamados de diretos ou variáveis) devem ser apropriados. Os demais custos necessários para manter a capacidade instalada (indiretos ou fixos) devem ser desconsiderados em termos de custo do produto. (WERNKE, 2008, p.29).
Nesse contexto, o método do custeio variável ou direto como também é
conhecido, considera apenas os custos variáveis que são de fácil identificação aos
produtos, onde os custos fixos são considerados como despesas do período, sendo
necessário que a empresa separe os custos e despesas em fixos e variáveis, tendo
este método como fator utilizado pela parte gerencial da empresa.
Tratando sobre o método de custeio ABC, conhecido pelo custeio baseado
em atividades, Ribeiro conceitua atividades como “[...] conjunto de tarefas
decorrentes da combinação de recursos humanos, financeiros, materiais e
tecnológicos que visa a produção de bens ou a prestação de serviços.” (RIBEIRO,
2009, p.368).
Conforme Viceconti e Neves o custeio ABC surgiu com o crescimento e com o
objetivo de melhor identificar os custos indiretos de fabricação, onde os recursos são
absorvidos por atividades, e não pelos produtos gerados. No entanto, o rateio dos
custos indiretos não deve conter erros, pois podem prejudicar nas decisões da
empresa (VICECONTI; NEVES, 2013).
Martins ainda comenta que “Outro fenômeno importante a exigir melhor
alocação dos custos indiretos é a grande diversidade de produtos e modelos
fabricados na mesma planta que vem ocorrendo nos últimos tempos, principalmente
36
em alguns setores industriais.” (MARTINS, 2010, p.87). Bornia explica sobre este
método:
O custeio baseado em atividades pressupõe que as atividades consomem recursos, gerando custos, e que os produtos usam tais atividades, absorvendo seus custos. Assim, os procedimentos do ABC consistem em seccionar a empresa em atividades, supondo-se que as mesmas gerarão os custos, calcular o custo de cada atividade, compreender o comportamento dessas atividades, identificando as causas dos custos relacionados com elas e, em seguida, alocar os custos aos produtos de acordo com as intensidades de uso [...]. (BORNIA, 2009, p.112).
Simplificando, Viceconti e Neves relatam que “O chamado custeio ABC
(ActivityBasedCosting) é um método de custeio que, como o próprio nome indica,
está baseado nas atividades que a empresa efetua no processo de fabricação de
seus produtos.” (VICECONTI; NEVES, 2013, p.117). Conforme Ribeiro:
O sistema ABC também requer a divisão da empresa em departamentos ou centros de custos e os procedimentos são como segue: inicialmente, os custos são acumulados nos respectivos departamentos de serviços ou produtivos onde forem gerados; em seguida, esses CIFs são transferidos para as respectivas atividades relevantes que os geraram em cada departamento. Depois de acumulados nas atividades, os CIFs deverão ser transferidos diretamente para os produtos. (RIBEIRO, 2009, p.369).
Segundo Wernke a principal característica do custeio ABC, está relacionada
com a maneira correta de alocar as despesas e custos indiretos, onde “[...] o ABC
utiliza diversos critérios de rateio (ou direcionamento) que tenham alguma relação
lógica com o tipo de gasto que está sendo distribuído aos produtos.” (WERNKE,
2005, p.29).
Sendo assim, entende-se com este método de custeio, que o principal
objetivo está relacionado diretamente com a forma de conduzir os custos indiretos,
neste caso, na forma de rateio através de atividades desempenhadas pela empresa,
ou seja, os custos são armazenados pelas atividades e após são alocados aos
produtos.
O método de custeio RKW (Reichskuratorium fur Wirtschaftlichtkeit) conforme
Ribeiro foi “[...] criado por um órgão governamental da Alemanha, contempla como
custo dos produtos todos os custos e as despesas incorridos no período.” (RIBEIRO,
2009, p.58). Martins cita que:
37
[...] as técnicas desse rateio são absolutamente semelhantes às das já vistas neste trabalho, principalmente quando tratamos das formas tradicionais de apropriação dos custos indiretos de produção, ou seja, tudo com base na alocação dos custos e despesas aos diversos departamentos da empresa para depois ir-se procedendo às várias séries de rateio de forma que, ao final, todos os custos e despesas estejam recaindo exclusivamente sobre os produtos. (MARTINS, 2010, p.220).
Bornia relata que “A característica principal desse método é a divisão da
organização em “centros de custos”. Os custos são alocados aos centros, por meio
de bases de distribuição e, depois, repassados aos produtos por unidades de
trabalho.” (BORNIA, 2009, p.88)
Tratando sobre a implantação deste método, Ribeiro menciona que “No
Brasil, contabilmente é inviável a adoção desse sistema, uma vez que fere os
Princípios Fundamentais de Contabilidade, em específico o Princípio da
Competência, e também incompatibiliza com a legislação tributária.” (RIBEIRO,
2009, p.58). Martins complementa que:
Com esse rateio, chega-se ao custo de “produzir e vender” (incluindo administrar e financiar), que, fossem os rateios perfeitos, nos daria o gasto completo de todo o processo empresarial de obtenção de receita. Bastaria adicionar agora o lucro desejado (ou fixado governamentalmente, como na época em que nasceu essa metodologia na Alemanha) para se ter o preço de venda final. (MARTINS, 2010, p.220).
Conforme Bornia, este método é dividido em etapas, onde o primeiro passo é
separar os custos, seguindo com o processo de identificar quais os centros de
custos da empresa, após segue com a alocação destes custos aos departamentos,
e chegando ao procedimento de passar os custos dos centros indiretos para os
diretos, e por fim aos produtos (BORNIA, 2009).
Desta maneira, nota-se que o método RKW considera não só os custos
obtidos com a produção, mas também todas as despesas que a empresa apresenta,
alocando através de um procedimento a todos os produtos todos os gastos, onde
este sistema consiste em auxiliar a entidade nas análises gerenciais.
2.5 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA
O preço de venda para a empresa é um ponto muito importante, pois designa
o valor que será pago pelo produto ou serviço prestado que foram gerados, tendo
38
em vista que este preço possa cobrir os gastos utilizados para a formação e também
gerar lucratividade, no entanto, para se obter um valor correto, é preciso ter uma boa
gestão de negócios.
Conforme Crepaldi “O preço é um dos principais indicadores do valor que
uma empresa entrega a seus clientes. Ele é a expressão do valor monetário dos
benefícios que a empresa acredita que seus produtos ou serviços trazem para seus
clientes [...].” (CREPALDI, 2010, p.358). Ribeiro Explica que:
[...] ao fixar o preço de venda de um produto, o empresário estará prevendo na receita de cada unidade a recuperação dos custos e despesas necessários à fabricação e venda da referida unidade, além de uma parcela que possa contribuir para a cobertura de parte dos custos e despesas fixos e com a formação do lucro. (RIBEIRO, 2009, p.505).
Para determinar o preço ideal é preciso ter conhecimento de vários fatores
além dos gastos gerados para a formação do produto ou serviço prestado, Martins
relata que "Além do custo, é preciso saber o grau de elasticidade da demanda, os
preços de produtos concorrentes, os preços de produtos substitutos, a estratégia de
marketing da empresa etc. [...].” (MARTINS, 2010, p.218).
Nos dias de hoje, o mercado tem grande influência na formação do preço de
venda, onde conforme Megliorini “Às empresas resta analisar se vale a pena
oferecer certos produtos, pensando se os lucros gerados realmente compensariam
os investimentos necessários.” (MEGLIORINI, 2012, p.96). Wernke complementa:
Atualmente, a determinação do preço de venda está sendo cada vez mais influenciada por fatores de mercado e menos por fatores internos. Entretanto, toda empresa deve saber o preço de venda orientativo, ou seja, o preço mínimo pelo qual deve vender seus produtos/mercadorias. (WERNKE, 2008, p.126).
Segundo Bornia, a determinação do preço de venda passou por processos de
transformação, onde as entidades tradicionais formulavam o preço de venda através
dos custos adicionando uma margem de lucro desejada, já as entidades modernas,
que convivem com a forte concorrência, quem gera o preço é basicamente o
mercado, onde o lucro é gerado a partir do momento que o mercado determina o
preço de venda descontando os custos gerados (BORNIA, 2009). Crepaldi
acrescenta que:
39
É importante estabelecer os objetivos ou as políticas de preços antes de tentar fixar um preço para seus produtos. A maximização dos lucros ou uma taxa de retorno almejada são os objetivos usuais das políticas de preços das empresas. No entanto, outros objetivos de curto prazo podem ser mais práticos com relação à determinação do preço real. Por exemplo, um novo produto pode ser introduzido por um preço muito baixo para assegurar a máxima aceitação possível do mercado. Uma vez assegurada a aceitação do mercado, os preços podem ser gradativamente elevados, de modo a melhorar as margens de lucro. (CREPALDI, 2010, p.359).
O método da taxa de marcação, conhecido por markup é um procedimento
que pode ser utilizado para gerar o preço de venda, Ribeiro relata que “Denomina-se
taxa de marcação (markup multiplicador ou markup divisor) o indicador que, aplicado
sobre o custo unitário de fabricação de um produto, resulta no preço de venda do
referido produto.” (RIBEIRO, 2009, p.510). Wernke complementa que o indicador:
Tem por finalidade cobrir os fatores, como tributação sobre vendas (ICMS, IPI, PIS, Cofins ou Simples), percentuais incidentes sobre o preço de venda (comissões sobre vendas, franquias, comissão da administradora do cartão de crédito etc.), despesas administrativas fixas, despesas de vendas fixas, custos indiretos de produção fixos e margem de lucro. (WERNKE, 2008, p.130).
Wernke ainda relata que “Quanto à elaboração existem duas formas de
utilização do markup: divisor ou multiplicador. Independentemente de qual modo é
utilizado, o valor do preço de venda será igual.” (WERNKE, 2008, p.130). Desta
forma Ribeiro apresenta através da Ilustração 3 a fórmula para calcular o markup
multiplicador:
Ilustração 3: Fórmula markup multiplicador
Fonte: Ribeiro (2009, p.511).
Conforme a fórmula apresentada na ilustração 3, para o cálculo do markup
multiplicador é necessário somar os percentuais das despesas variáveis, os custos e
despesas fixas e também a margem de lucro que se deseja obter, em seguida
subtrai a soma por 100 e após se divide o valor apurado anteriormente por 100. Em
seguida para chegar ao preço de venda é preciso multiplicar o resultado encontrado
pelo custo unitário, assim chegando ao valor unitário para venda (RIBEIRO, 2009).
Em seguida Ribeiro demonstra conforme a Ilustração 4 a fórmula do markup divisor:
40
Ilustração 4: Fórmula markup divisor
Fonte: Ribeiro (2009, p.511).
Desta forma, Ribeiro explica que quanto à fórmula do markup divisor, é feito o
somatório dos percentuais das despesas variáveis, os custos e despesas fixas e a
margem de lucro, em seguida se divide por 100 e após é necessário diminuir por 1.
Prosseguindo é preciso dividir o custo unitário pelo resultado encontrado, chegando
assim ao preço de venda unitário (RIBEIRO, 2009).
Assim, observa-se que o cálculo do markup é o método que pode ser utilizado
para chegar ao preço de venda, onde empresas que consigam se diferenciar através
de um bom planejamento e estratégia de negócios, irão se destacar no amplo e
competitivo mercado de trabalho. Crepaldi acrescenta sobre o preço de venda,
conforme a Ilustração 5:
Preço = (Custo) x 100 1 100% - Percentual de Markup
Ilustração 5: Preço de venda
Fonte: Crepaldi (2010, p.360).
A fórmula do preço de venda apresentada por Crepaldi, conforme a Ilustração
5, seria o custo dividido por 100% menos o percentual de Markup, multiplicando por
cem. Porém o autor retrata que a fixação de preços, depende muito de cada
empresa em relação ao seu objetivo, tendo em vista que uma indústria não possui o
mesmo foco que uma pequena empresa (CREPALDI, 2010).
Outro procedimento significativo para a tomada de decisões e que pode
ajudar na formação do preço de venda e para analisar os gastos é o ponto de
equilíbrio, onde é possível a empresa designar quando os custos e despesas totais
equiparam as receitas totais, ou seja, onde a entidade não possui lucro nem
prejuízo. Martins simplifica que o ponto de equilíbrio “[...] nasce da conjugação dos
Custos e Despesas Totais com as Receitas Totais.” (MARTINS, 2010, p.257).
Segundo Wernke:
41
O Ponto de Equilíbrio (PE) pode ser conceituado como o nível de vendas, em unidades físicas ou em valor ($), no qual a empresa opera sem lucro ou prejuízo. O número de unidades vendidas no Ponto de Equilíbrio é o suficiente para a empresa cobrir seus custos (e despesas) fixos e variáveis, sem gerar qualquer resultado positivo (lucro) [...]. (WERNKE, 2005, p.119).
Existem três pontos de equilíbrio, o ponto contábil, econômico e o financeiro,
cada um com seu objetivo para auxiliar no desenvolvimento da empresa. No caso do
ponto de equilíbrio contábil, Viceconti e Neves consideram “[...] a quantidade que
equilibra a receita total com a soma dos custos e despesas relativos aos produtos
vendidos.” (VICECONTI; NEVES, 2013, p.142). Desta forma, Bruni e Famá
apresentam conforme a Ilustração 6, o ponto de equilíbrio contábil em quantidade:
PEC(Q) = Gastos Fixos / [Preço – Gastos Variáveis Unitários]
Ilustração 6: Ponto de equilíbrio contábil em quantidade
Fonte: Bruni e Famá (2008, p.201).
Conforme demonstrado na Ilustração 6, para o cálculo do ponto de equilíbrio
contábil em quantidade, é necessário dividir os gastos fixos pelo preço de venda
menos os gastos variáveis unitários (BRUNI; FAMÁ, 2008). O autores apresentam
em seguida, na Ilustração 7, o ponto de equilíbrio contábil em unidade monetária:
PEC($) = Preço x PEC(Q)
Ilustração 7: Ponto de equilíbrio contábil em valor monetário
Fonte: Bruni e Famá (2008, p.201).
Desta forma, a Ilustração 7 retrata a fórmula para calcular o ponto de
equilíbrio contábil em valor monetários, sendo que basta multiplicar o preço de
venda pelo ponto de equilíbrio contábil em quantidade (BRUNI; FAMÁ, 2008).
Crepaldi complementa que o ponto de equilíbrio contábil “[...] é obtido quando
há volume (monetário ou físico) suficiente para cobrir todos os custos e despesas
fixas, ou seja, o ponto em que não há lucro ou prejuízo contábil. É o ponto de
igualdade em Receita Total e o Custo Total.” (CREPALDI, 2010, p.243). Do ponto de
vista de Ribeiro o equilíbrio econômico é considerado:
[...] o estágio alcançado pela empresa no momento em que a receita total, derivada da venda de produtos, é suficiente para cobrir os custos e as
42
despesas totais e ainda proporcionar uma margem de lucro aos proprietários, como remuneração do capital por eles investido na empresa. (RIBEIRO, 2009, p.488).
Para Bruni e Famá “O conceito de ponto de equilíbrio econômico apresenta a
quantidade de vendas (ou de faturamento) que a empresa deveria obter para poder
cobrir a remuneração mínima do capital próprio nela investido – considerando
valores de mercado.” (BRUNI; FAMÁ, 2008, p.202). Tratando sobre equilíbrio
financeiro, Ribeiro relata:
Ponto de equilíbrio financeiro é o estágio alcançado pela empresa no momento em que a receita total auferida com a venda dos produtos é suficiente para cobrir o total dos custos e das despesas totais diminuindo do total dos custos e despesas não-financeiros. (RIBEIRO, 2009, p.494).
Bornia denomina “[...] quanto a empresa terá de vender para não ficar sem
dinheiro para cobrir suas necessidades de desembolso. Se a empresa estiver
operando abaixo do ponto de equilíbrio financeiro, ela terá problemas de caixa [...].”
(BORNIA, 2009, p.63).
Porém Wernke relata que os pontos de equilíbrio que foram citados,
destinam-se especificamente para um tipo de produto, no caso das empresas atuais
que trabalham com vários produtos, dificuldades podem surgir, pois trabalham com
diferentes preços, margem de contribuição, etc. No entanto, surge a partir disto o
ponto de equilíbrio mix, ou seja, calcular um equilíbrio global para os produtos
(WERNKE, 2005). Ribeiro explica:
A solução será então calcular inicialmente um ponto de equilíbrio global em quantidades utilizando para o cálculo a margem de contribuição ponderada e, em seguida, com base na mesma proporção de participação de cada margem de contribuição em relação ao seu total, calcular as quantidades a serem produzidas por produto. Uma vez conhecido o ponto de equilíbrio por produto em unidades, bastará multiplicar pelo preço de venda para se conhecer o ponto de equilíbrio por produto em valor. (RIBEIRO, 2009, p.495).
Com base nisso, a análise do ponto de equilíbrio é um indicador importante
para a tomada de decisões, pois através dele é possível obter dados sobre as
variações do resultado, o que está influenciando no preço de venda, nos custos, na
quantidade que está sendo gerado, e principalmente para chegar ao lucro desejado.
43
A empresa vende seus produtos por um preço favorável que possa cobrir
seus gastos e ainda gerar lucro, e para isso o cálculo da margem de contribuição
auxilia a empresa. Bornia explica que “A margem de contribuição é o montante da
receita diminuído dos custos variáveis. A margem de contribuição unitária,
analogamente, é o preço de venda menos os custos variáveis unitários do produto.”
(BORNIA, 2009, p.55).
Segundo Wernke analisar a margem de contribuição é um fator essencial, e
traz diversas vantagens para a empresa, como por exemplo, identificar os produtos
que não estão trazendo resultados atrativos, auxiliar na formação do preço de venda
avaliando a possibilidade de fazer promoções ou descontos aos clientes, definir
quais produtos devem receber destaque para divulgação, entre outros benefícios
(WERNKE, 2005).
Para Viceconti e Neves “[...] a margem de contribuição unitária (MCu)
representa o quanto a produção e venda de uma unidade adicional de um produto
carreia de recursos monetários para a empresa, para que esta possa amortizar seus
custos fixos e obter lucro.” (VICECONTI; NEVES, 2013, p.148).
Assim, a margem de contribuição traz vários benefícios para a empresa, onde
retrata a sobra do preço de venda descontando os custos variáveis, capazes de
suprir os custos fixos e demais despesas, e ainda gerar lucro para a entidade. E
tratando sobre margens, o cálculo da margem de segurança também ajuda os
gestores nas decisões, Bornia conceitua:
A margem de segurança é o excedente da receita da empresa sobre a receita no ponto de equilíbrio. Consequentemente representa o quanto as vendas podem cair sem que haja prejuízo para a empresa. Ela pode ser expressa quantitativamente, em unidades físicas ou monetárias, ou sob a forma de índice (percentual). (BORNIA, 2009, p.64).
Conforme Ribeiro “Quando expressa em percentual, será obtida pela fórmula:
quantidade ou valor da venda diminuído da quantidade ou valor no ponto de
equilíbrio, dividido pela quantidade ou valor vendido.” (RIBEIRO, 2009, p.482). E
Bornia afirma que para fins de análise, o cálculo em percentual pode ser mais fácil
de identificar os dados e tomar decisões conforme o resultado, onde no caso do
cálculo ser concedido pelas quantidades, os gestores terão que equiparar com a
receita total (BORNIA, 2009). Ribeiro complementa:
44
Quando expressa em unidade monetária, corresponde à diferença entre a receita total auferida na venda dos produtos e a receita no ponto de equilíbrio; quando expressa em volume, corresponderá à quantidade produzida e vendida pela empresa acima das quantidades do ponto de equilíbrio (quantidade produzida e vendida – quantidade no ponto de equilíbrio). (RIBEIRO, 2009, p.482).
No entanto, entende-se por margem de segurança, o que a empresa gera de
receita acima do ponto de equilíbrio, retratando as oscilações das vendas, sem que
a empresa obtenha prejuízo. E o que toda empresa deseja é gerar lucros, podendo
dar retorno aos investidores da empresa, onde possibilita até mesmo retornar estes
valores para o crescimento da entidade.
2.6 GESTÃO DE CUSTOS
Com o mercado competitivo as entidades precisam saber administrar e
controlar as entidades da melhor forma possível para se manter ativas e trabalhar
com resultados positivos. A contabilidade de custos se tornou algo essencial na
utilização das empresas, e apesar disso é preciso analisar e tomar decisões sobre
esses dados, onde a gestão de custos visa auxiliar o administrador nesses
processos.
Segundo Bruni e Famá, a contabilidade de custos visa separar os gastos
ocorridos pelas entidades, registrá-los e analisar essas informações ocorridas, já a
gestão de custos seu enfoque principal está relacionado à tomada de decisões, ou
seja, a influência dos dados para o crescimento e o desenvolvimento da empresa,
sendo necessário ter um controle das movimentações (BRUNI; FAMÁ, 2008).
A gestão de custos é um método estratégico para se diferenciar da
concorrência, algo que vem ganhando destaque no mercado, onde as organizações
precisam ter um bom planejamento e controle, obter informações concretas das
movimentações ocorridas pela empresa, até então ter dados completos para a
tomada de decisões.
Conforme Martins, o controle possui grande importância em uma empresa,
sendo que “[...] Controlar significa conhecer a realidade, compará-la com o que
deveria ser, tomar conhecimento rápido das divergências e suas origens e tomar
atitudes para sua correção.” (MARTINS, 2010, p.305).
45
Além do controle, outro ponto que ganha destaque é o planejamento.
Horngren; Datar e Foster comentam que o planejamento está relacionado aos
objetivos futuros a serem alcançados, sendo que uma forma básica do planejamento
é o orçamento, algo que com o auxílio da contabilidade de custos é possível
trabalhar com dados numéricos, sendo uma forma de projetar informações futuras
(HORNGREN; DATAR; FOSTER, 2004).
Retratando a importância do controle das movimentações da empresa, Bruni
e Famá destacam que:
Nos últimos anos, graças ao desenvolvimento da microinformática, muitas das técnicas quantitativas aplicáveis à gestão de custos e formação de preços tornaram-se mais simples e fáceis. Técnicas relativamente complexas ou trabalhosas, [...] puderam ser facilmente executadas com um simples clique de mouse. (BRUNI, FAMÁ, 2008, p.395).
Para Martins, o processo de sistematizar dados que vinham sendo apenas
escritos em blocos de anotações, representam uma maior formalidade para a
empresa, onde tem o objetivo de possuir um maior controle e obter informações com
rápido acesso, sendo que com o avanço da tecnologia existem vários sistemas que
possuem mecanismos para contribuições de domínio das entidades (MARTINS,
2010).
Conforme Bruni e Famá, uma ferramenta que ganhou destaque das empresas
para o controle das operações é a planilha Microsoft Excel, que através dela é
possível formar diversas planilhas para melhor administração das informações, como
as simples movimentações de entradas e saídas, que são de extrema importância
para as organizações (BRUNI, FAMÁ, 2008).
Pode-se relatar a importância da informática e de métodos para a facilitação
de processos nas empresas, sendo que é possível ter um controle de dados de fácil
acesso e também a possibilidade de fazer diversas planilhas de controle, tendo um
monitoramento sistematizado de dados. Um dos pontos fortes de uma empresa e
que merece atenção nas movimentações é o caixa, que segundo Bruni:
A entidade deve ser capaz de efetuar o pagamento das diversas obrigações por ela contraídas. Assim, o correto acompanhamento dos recursos em posse da empresa, representados no caixa, precisa ser devidamente executado e acompanhado. (BRUNI, 2008, p.2).
46
As movimentações de entradas e saídas da empresa são de extrema
importância, onde merece uma atenção especial, pois se não houver um controle a
entidade pode perder o domínio e acabar em prejuízo. Sendo que com o auxílio do
Excel, é possível criar uma planilha de controle de fluxo de caixa, administrando
todas as entradas e saídas de dinheiro, tanto de caixa como pelo banco.
Bruni e Famá explicam que “Os fluxos de caixas são estimados sob a óptica
financeira: recebimentos menos pagamentos. Receitas não realizadas ou despesas
não desembolsadas, como a depreciação, não devem ser consideradas.” (BRUNI;
FAMÁ, 2008, p.313).
Martins relata que nos últimos anos outro ponto bastante comentado entre as
empresas de sucesso é a gestão estratégica onde retrata que a gestão de custos e
administração da empresa devem caminhar juntas para o mesmo sentido, em busca
de melhores métodos de eficiência, eliminando os desperdícios e diminuindo custos
(MARTINS, 2010).
Wernke complementa que “Para manter-se no mercado em condições de
competitividade, a empresa deve adotar um posicionamento estratégico, visando
alcançar uma vantagem competitiva. Ou seja, uma posição que represente situação
favorável ante os concorrentes.” (WERNKE, p.66, 2008).
A gestão de custos busca principalmente obter diferenciais para se manter
ativo no mercado competitivo, onde com um bom planejamento e controle dos dados
da organização é possível tomar decisões concretas para o crescimento e
desenvolvimento da empresa, onde com a evolução da informática, o uso de
planilhas facilita na gestão da entidade.
47
3 DIAGNÓSTICO E ANÁLISE
Neste capítulo é trabalhado o diagnóstico e análise do trabalho, ou seja, os
métodos utilizados para encontrar a solução do problema, através de dados
coletados na empresa estudada, sendo possível construir planilhas de controle de
gastos, quantidade de serviços prestados mensalmente, valor cobrado por cada
serviço, entre demais dados, para chegar ao objetivo esperado.
A partir destes dados, o trabalho que visa propor melhorias de gestão de
custos auxiliando na formação do preço de venda da empresa encontrará a resposta
do problema proposto pelo trabalho, podendo comparar o preço atual elaborado,
com o valor que era aplicado, buscando trazer maior lucratividade, controle da
organização e demonstrar melhorias de gestão de custos, juntamente com a ajuda
tecnológica.
3.1 DEMONSTRAÇÃO DOS SERVIÇOS PRESTADOS
Primeiramente para conhecer e verificar qual a sistemática da empresa, foi
realizado um questionário junto com a administradora, sendo possível coletar dados
necessários para elaboração do trabalho e buscar à solução do problema proposto,
onde a empresa aplica um valor favorável para a prestação dos serviços, sem ter um
controle de gastos e saber se este valor está gerando lucratividade.
A coleta de dados corretos e verídicos é de extrema importância para se obter
resultados concretos, pois são a partir deles que são tiradas as conclusões, mas
para isso inicialmente cabe identificar quais os serviços prestados pela empresa, e
qual a frequência diária destes serviços, possibilitando verificar quais deles possui
grande influência no faturamento, trabalhando com dados relativos ao período de
junho, julho e agosto de 2016.
A empresa que trabalha no ramo de beleza presta serviços de corte, escova e
pintura de cabelo, manicure, pedicure, e reparo de sobrancelhas, porém para isso,
foi criada uma tabela separando os serviços prestados pelo salão com sua devida
quantidade realizada nos meses estudados, e o valor que à administradora utiliza
para cada serviço.
48
Tabela 1
Controle de serviços prestados no trimestre estudado
Serviços Prestados Quantidade de
Serviços Prestados no Trimestre
Valor Unitário (R$)
Total (R$)
Corte de cabelo Adulto 256 15,00 3.840,00
Corte de cabelo Infantil 63 10,00 630,00
Pintura de cabelo c/ aquisição de tintura
28
35,00
980,00
Pintura de cabelo s/ aquisição de tintura
46
15,00
690,00
Manicure 45 10,00 450,00
Pedicure 32 10,00 320,00
Manicure e Pedicure 52 20,00 1.040,00
Escova no Cabelo 24 20,00 480,00
Sobrancelha 42 7,00 294,00
TOTAL 588 - 8.724,00
Fonte: Produção da Pesquisadora.
A entidade possui apenas um controle manual da quantidade de serviços
prestados diariamente, para simples cálculo do total recebido pelo trabalho no final
de cada mês, sem considerar os gastos para a realização. Conforme dados
demonstrados na Tabela 1, pode-se perceber que o serviço que tem maior impacto
é o corte de cabelo, confirmando-se por este ser a atividade principal do salão, já o
que apresenta menor retorno é o reparo de sobrancelha, porém trabalha com um
valor menor.
O corte de cabelo possui duas classificações, uma para adulto no valor de
R$15,00 e outro pra criança com valor de R$ 10,00, o valor utilizado segue apenas
esses requisitos, independente de ser cabelo curto ou longo. Quanto à pintura de
cabelo o preço observa a questão de o cliente trazer a tintura ou não, sendo cobrado
um valor de R$ 15,00 se trouxer a tintura, e caso contrário, é cobrado o valor para a
prestação do serviço mais a aquisição da tinta para o cabelo, totalizando R$ 35,00 o
serviço prestado.
Tratando de manicure e pedicure, o processo utilizado é simples, sendo que
no caso a cliente decida utilizar apenas dos serviços de manicure ou apenas de
pedicure o valor será R$ 10,00 cada, já por outro lado, optando pela confecção dos
dois o valor simplesmente dobra. O reparo de sobrancelha tem um valor fixo de R$
7,00 e a escova no cabelo de R$ 20,00.
49
3.2 APURAÇÃO DOS GASTOS E FATURAMENTO
Os serviços prestados pela empresa estudada utilizam de valores que a
administradora considera favorável, sem levar quaisquer gastos em consideração
para cálculo do valor cobrado por cada serviço prestado, na qual a empresa não tem
o conhecimento se este preço de venda está cobrindo as despesas e gerando
lucratividade.
A apuração dos gastos, conceito amplo, conforme tratado no referencial
teórico exerce grande impacto em uma empresa, sendo que a busca pela diminuição
de custos, desperdício de produtos, é de grande importância. Ter um controle de
custos e despesas utilizados na realização dos serviços prestados auxilia e favorece
na formação do preço de venda.
Tratando sobre os gastos fixos, a empresa obtém despesas com luz, água,
telefone, documento de arrecadação simplificada – DAS, uma guia mensal paga
pelo microempreendedor individual, neste caso no valor de R$ 49,00 mensal, além
disso, considerou-se um salário mínimo mensal para a administradora no valor de
R$ 880,00.
Conforme os autores Ribeiro Filho; Lopes e Pederneiras, que demonstraram o
conceito e a tabela de depreciação, pôde-se elaborar a depreciação dos bens da
empresa estudada, sendo que foram considerados os móveis e as máquinas e
equipamentos utilizados para a prestação dos serviços, utilizando uma taxa de 10%
ao ano, com um período de vida útil de dez anos.
Tabela 2
Depreciação Depreciação R$ Anual (R$) Trimestre (R$)
Secador de Cabelo 269,00 26,90 6,73
Máquina de Cortar Cabelo 185,00 18,50 4,63
Escova Elétrica 199,00 19,90 4,97
Chuveiro 79,90 7,99 2,00
Ferramentas Manicure e Pedicure 200,00 20,00 5,00
Móveis 3.160,00 316,00 79,00
Total 4.092,90 409,29 102,33
Fonte: Produção da pesquisadora
50
Conforme a Tabela 2, o gasto com a depreciação de bens pela empresa no
trimestre é de R$ 102,33, tendo um acumulado anual de R$ 409,29.
A administradora obtém um telefone celular de cartão utilizado no salão,
gastando mensalmente um valor de R$ 30,00. Quanto à despesa com a luz, a
empresa não possui uma fatura separada da moradia da administradora, pelo motivo
de ser em um mesmo ambiente, porém equivale a 45% do valor total gasto, o
mesmo vale para a conta de água, que possui um percentual de 40% em relação ao
valor total da fatura.
Tabela 3
Controle de água e luz do trimestre estudado - Junho Julho Agosto Total do Trimestre Média Mensal
Água 40% 27,70 30,85 30,05 88,60 29,53
Luz 45% 57,62 67,10 55,70 180,42 60,14
Fonte: Produção da pesquisadora
Em relação aos valores pagos por água e luz, foi feita uma média das contas,
através dos valores obtidos no trimestre estudado, considerando o valor gasto
somente pelo salão, além disso, para os gastos com água e luz, considerou-se uma
taxa fixa, e a outra parte foi separada primeiramente em grupos com devidos
percentuais, e após designando um valor mais relativo a cada serviço através de sua
quantidade, considerando que alguns serviços consomem mais que outros.
Para a conta de água utilizou-se a taxa fixa de 22% após, para a realização
dos serviços com cabelos considerou-se uma taxa de 60%, sendo que são os
maiores consumidores da água, destaque principalmente para a lavagem dos
cabelos, onde é realizada uma por pessoa, e para unhas utilizou-se 18%, apenas a
água utilizada para colocar de molho, tendo em vista que para os cálculos os
serviços de manicure e pedicure foram utilizados a quantidade dobrada, pois os
gastos também serão em dobro.
A tabela 4 apresenta o rateio de água utilizado no salão de beleza, tendo em
vista que totaliza o valor de R$ 88,60; onde os serviços de corte, pintura e escova no
cabelo, e também manicure e pedicure utilizam da água para a realização dos
serviços, e para o reparo de sobrancelha apenas considerou-se a taxa fixa.
51
Tabela 4
Rateio de água Água Quantidade Percentual Trimestre
(R$) Valor
Unitário (R$)
Taxa Fixa (R$)
Total Unitário
(R$)
Corte de Cabelo 319 45,90% 40,67 0,13 0,03 0,16
Pintura de Cabelo
74 10,65% 9,44 0,13 0,03 0,16
Escova no Cabelo
24 3,45% 3,06 0,13 0,03 0,16
Manicure 45 4,48% 3,97 0,09 0,03 0,12
Pedicure 32 3,18% 2,82 0,09 0,03 0,12
Manicure e Pedicure
52 10,34% 9,16 0,18 0,03 0,21
Sobrancelha 42 - - - 0,03 0,03
Taxa Fixa 588 22% 19,49 - -
Total 100% 88,60
Fonte: Produção da pesquisadora
Tratando sobre a conta de luz utilizou-se também uma taxa fixa, neste caso
de 30%, sendo relativo à iluminação do ambiente, após, para a realização dos
serviços com cabelos considerou-se uma taxa de 70%, tendo como destaque o
secador de cabelo que está em constante uso durante o dia, consumindo assim
grande parte da energia. E quanto aos demais serviços de manicure, pedicure e
sobrancelhas, eles utilizam-se apenas da taxa fixa, relativos somente a iluminação,
conforme demonstrado abaixo:
Tabela 5
Rateio de luz
Luz Quantidade Percentual Trimestre (R$)
Valor Unitário
(R$)
Taxa Fixa (R$)
Total Unitário
(R$)
Corte de Cabelo 319 53,55% 96,61 0,30 0,09 0,39
Pintura de Cabelo
74 12,42% 22,41 0,30 0,09 0,39
Escova no Cabelo
24 4,03% 7,27 0,30 0,09 0,39
Manicure 45 - - - 0,09 0,09
Pedicure 32 - - - 0,09 0,09
Manicure e Pedicure
52 - - - 0,09 0,09
Sobrancelha 42 - - - 0,09 0,09
Taxa Fixa 588 30% 54,13 - -
Total 100% 180,42
Fonte: Produção da pesquisadora
52
Conforme os dados apresentados nas tabelas de rateio de água e luz, pode-
se perceber que os serviços que estão relacionados a cabelos são os maiores
consumidores nestes gastos, se justificando por ter o corte de cabelo como a
atividade principal do negócio. Desta forma, a Tabela 6 demonstra os demais gastos
fixos, considerando a quantidade total de serviços realizadas no trimestre para
chegar ao valor unitário.
Tabela 6
Gastos fixos
Gastos Fixos Valor do trimestre (R$) Valor Unitário (R$)
Telefone 90,00 0,15
DAS 147,00 0,25
Salário 2.640,00 4,49
Depreciação de equipamentos 102,33 0,17
TOTAL 2.979,33 5,07
Fonte: Produção da Pesquisadora.
Em relação aos gastos variáveis, Ribeiro explica que quanto mais produzir,
maiores serão os gastos variáveis, que se relacionam diretamente a quantidade
produzida (RIBEIRO, 2009). No caso do salão de beleza, cada serviço apresenta um
gasto diferente para elaboração, tendo em vista que a maioria dos produtos
adquiridos para a prestação dos serviços é comprada de um mesmo fornecedor.
Tratando dos serviços realizados com o cabelo, todos utilizam do shampoo,
sendo uma lavagem por pessoa, como é o caso da escova no cabelo que apresenta
apenas este item como variável, além disso, para o corte tem-se o gasto com a
afiação das tesouras que todo mês é necessário para manter um bom serviço, e
quanto à pintura de cabelo observa-se a questão de o cliente trazer ou não a tintura.
Para a prestação de serviços de manicure e pedicure, são mais produtos
contemplados, que seriam o algodão, acetona, lixas, esmaltes, brilhos, spray
secantes, além do álcool para limpeza de materiais, sendo que a empresa possui
como hábito pedir para seus clientes trazerem seus utensílios de beleza. Para o
cálculo unitário considerou-se o dobro dos gastos quando realizado os dois serviços,
manicure e pedicure.
Quanto ao reparo de sobrancelha, é utilizado apenas de gastos variáveis um
creme e as pinças que todo mês precisam ser substituídas. A tabela 7 retrata o
53
gasto unitário variável de cada serviço prestado, porém encontra-se no Apêndice B,
a tabela completa com o produto, seu valor de compra, quantidade utilizada
mensalmente, o valor total gasto no trimestre do produto, quais os serviços que
utilizam deste produto, qual a quantidade prestada destes serviços no trimestre,
seus percentuais e valores relativos à quantidade trabalhada, chegando assim a um
valor unitário.
Tabela 7
Gastos Variáveis Produto Valor total do produto no
trimestre (R$) Serviços utilizados Valor unitário (R$)
Afiação de tesouras 90,00 Corte de Cabelo 0,28
Shampoo 84,00 Corte de Cabelo 0,20
Pintura de Cabelo 0,20
Escova no Cabelo 0,20
Tintura 360,00 Pintura de Cabelo 12,86
Algodão 18,60 Manicure 0,10
Pedicure 0,10
Manicure e Pedicure 0,21
Acetona 99,00 Manicure 0,55
Pedicure 0,55
Manicure e Pedicure 1,09
Lixas 15,00 Manicure 0,08
Pedicure 0,08
Manicure e Pedicure 0,17
Secantes Spray 66,00 Manicure 0,36
Pedicure 0,36
Manicure e Pedicure 0,73
Brilhos 54,00 Manicure 0,30
Pedicure 0,30
Manicure e Pedicure 0,60
Esmaltes 90,00 Manicure 0,50
Pedicure 0,50
Manicure e Pedicure 0,99
Álcool 18,00 Manicure 0,10
Pedicure 0,10
Manicure e Pedicure 0,20
Pinça 21,00 Sobrancelha 0,50
Creme 24,00 Sobrancelha 0,57
Fonte: Produção da Pesquisadora
Com os gastos fixos e variáveis calculados, chegou-se a um gasto total
unitário por cada serviço prestado, conforme apresentado abaixo na Tabela 8, tendo
a pintura de cabelo com aquisição de tintura, o serviço que apresenta o maior gasto
unitário, em função de se utilizar uma tintura por cliente, já por outro lado o corte de
cabelo trabalha com um menor gasto.
54
Tabela 8
Gastos unitários totais Serviços Custo Variável (R$) Custo Fixo (R$) Custo Unitário Total (R$)
Corte de Cabelo Adulto 0,48 5,62 6,10
Corte de Cabelo Infantil 0,48 5,62 6,10
Pintura de Cabelo c/ aquisição de tintura
13,06 5,62 18,68
Pintura de Cabelo s/ aquisição de tintura
0,20 5,62 5,82
Escova no Cabelo 0,20 5,62 5,82
Manicure 1,99 5,28 7,27
Pedicure 1,99 5,28 7,27
Manicure e Pedicure 3,98 5,36 9,34
Sobrancelha 1,07 5,19 6,26
Fonte: Produção da pesquisadora
Em relação ao faturamento, foi demonstrado na tabela 1, o valor total
recebido pelos serviços prestados no trimestre estudado, e sua devida quantidade
trabalhada, porém para se ter uma melhor visão do faturamento da empresa e a
relação de cada serviço com este fator, foi elaborado a Ilustração 8, que demonstra
a representatividade de cada serviço relacionado ao faturamento:
Ilustração 8: Faturamento do trimestre estudado em relação ao serviço prestado
Fonte: Produção do Pesquisador
50%
19%
21%
6%
3%
Faturamento do Trimestre
Corte de cabelo R$ 4.470,00
Pintura de Cabelo R$1.670,00
Manicure e Pedicure R$1.810,00
Escova no cabelo R$ 480,00
Sobrancelha R$ 294,00
55
Pode-se perceber através da Ilustração 5, a grande influência do corte de
cabelo no faturamento do salão de beleza, tendo uma representatividade de 50%
sobre o faturamento total do trimestre, se justificando por ser a atividade principal no
negócio. Em seguida manicure e pedicure com 21%, após a pintura em cabelo 19%,
e por fim a escova no cabelo 6% e o reparo de sobrancelha com 3% tendo a menor
representatividade. Os valores totais do faturamento pela prestação dos serviços no
trimestre estudado totalizam R$ 8.724,00.
3.3 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA
O esperado pelas empresas é a lucratividade da venda de seus produtos e
serviços, porém para isso é necessário ter uma formação de preço de venda
adequado, que cubra seus gastos e ainda traga uma margem de lucro que se
considera favorável, destacando a importância de se possuir um controle nas
organizações.
Para Crepaldi o preço de venda aplicado pela empresa, seria a importância
monetária relativa ao produto ou serviço prestado oferecido ao cliente, sendo que
este valor cubra todos os seus gastos e ainda atribua um lucro desejado para a
empresa (CREPALDI, 2010).
A empresa não utiliza nenhum fator em consideração para a formação do
preço de venda, apenas aplica um preço que a administradora considera favorável,
sem saber se o valor cobrado para a prestação dos serviços é suficiente para cobrir
todos os gastos e ainda gerar lucratividade.
A partir disso, tendo todos os gastos relatados nas tabelas, é realizada a
formação do preço de venda pelo método do markup, de forma que atinja o objetivo
da empresa estudada, tendo em vista que a administradora relatou na entrevista
realizada, conforme Apêndice A, que a entidade espera obter uma margem de lucro
de 40% sobre os serviços prestados.
Tendo em vista que todos os gastos estão contemplados, e estimando-se
uma margem de lucro, apurou-se o preço dos serviços prestados a partir do método
do markup conforme apresentado por Crepaldi no referencial teórico, considerando
que esta empresa é um microempreendedor individual e não possui outras despesas
56
que podem vir a agregar na formação do preço dos serviços, consideraram-se os
gastos totais unitários dividindo a partir disso, os 100% menos a margem de lucro de
40% que a proprietária sugeriu, e por fim multiplicando por 100, chegando a um
preço estimado para o serviço, conforme apresentado na Tabela 9.
Tabela 9
Formação do preço de venda Serviços Gasto Unitário Total (R$) Preço de venda (R$)
Corte de Cabelo Adulto 6,10 10,18
Corte de Cabelo Infantil 6,10 10,18
Pintura de Cabelo c/ aquisição de tintura
18,68 31,13
Pintura de Cabelo s/ aquisição de tintura
5,82 9,70
Escova no Cabelo 5,82 9,70
Manicure 7,27 12,11
Pedicure 7,27 12,11
Manicure e Pedicure 9,34 15,58
Sobrancelha 6,26 10,43
Fonte: Produção da pesquisadora
Tendo em vista uma margem padrão de lucro de 40% que foi desejado pela
empresa, o preço de venda sugestivo para o corte de cabelo tanto adulto como
infantil seria de R$ 10,18; porém a definição do valor da prestação de serviços de
corte de cabelo é muito relativo às classificações atribuídas por cada empresa,
podendo ser masculino, feminino, cabelo longo ou curto, além de se ter grande
influência do mercado, porém com os cálculos elaborados já se tem um valor base a
ser praticado.
Para a pintura de cabelo com a aquisição da tintura o valor seria de R$ 31,13
e sem a aquisição da tintura de R$ 9,70; tendo em vista que o valor da compra da
tintura influência bastante, pois quando realizado sem a aquisição o preço apresenta
grande diferença. Quanto à escova no cabelo seria utilizado um valor de R$ 9,70,
considerando que este serviço não possui grandes gastos, já os serviços de
manicure ou pedicure R$ 12,11, e quando realizado os dois R$ 15,58; favorecendo
este último, e por fim, o reparo de sobrancelha com um preço de R$ 10,43.
Para se ter um melhor entendimento, foi elabora uma tabela comparativa,
podendo ter a percepção de qual valor a empresa vinha utilizando e qual o preço de
57
venda sugestivo após apurados os gastos e atribuído uma margem de lucro
considerada favorável pela administradora, conforme apresentado na tabela 10:
Tabela 10
Preço comparativo Serviços Preço Sugestivo (R$) Preço praticado (R$) Diferença (R$)
Corte de Cabelo Adulto 10,18 15,00 4,82
Corte de Cabelo Infantil 10,18 10,00 -0,18
Pintura de Cabelo c/ aquisição de tintura
31,13 35,00 3,87
Pintura de Cabelo s/ aquisição de tintura
9,70 15,00 5,30
Escova no Cabelo 9,70 20,00 10,30
Manicure 12,11 10,00 -2,11
Pedicure 12,11 10,00 -2,11
Manicure e Pedicure 15,58 20,00 4,42
Sobrancelha 10,43 7,00 -3,43
Fonte: Produção da pesquisadora
Pode-se perceber a importância de considerar os gastos e uma margem de
lucro na formação do preço de venda, sendo que na Tabela 10 foi feita um
comparativo dos preços, onde se constatou a diferença entre os valores aplicados.
No caso do corte de cabelo o preço sugestivo foi de R$ 10,18, porém o preço
praticado pela empresa no corte adulto constatou uma diferença positiva de R$ 4,82;
já no corte infantil que vinha sendo cobrado apenas um valor de R$ 10,00, o serviço
teve uma diferença negativa de R$ 0,18. Desta forma ganhando de certa forma com
o corte de cabelo adulto, mas por outro lado perdendo, com o corte de cabelo
infantil, apesar de considerar um valor baixo de diferença.
Para a pintura de cabelo os valores praticados apresentaram diferenças
positivas, sendo de R$ 3,87 para o serviço com a aquisição de tintura e de R$ 5,30
sem a aquisição. Quanto à escova no cabelo se teve uma grande diferença de R$
10,30 tendo em vista que este serviço não possui grandes gastos então o preço
sugestivo ficou praticamente 100% abaixo do praticado, que neste caso provoca
grande lucratividade quando praticado, porém o serviço é pouco praticado.
Os serviços de manicure e pedicure quando prestados separadamente
tiveram uma diferença significativa em relação ao valor praticado, ficando com um
valor negativo de R$ 2,11, tendo em vista que neste caso cabe relatar a importância
de ter um controle de gastos, pois este serviço possui vários gastos para sua
58
realização, e como não era levado nenhum fator em consideração, tornou-se visível
que o preço praticado está abaixo do esperado. Porém quando realizado os dois
serviços juntos obteve-se uma diferença positiva de R$ 4,42.
Tratando do serviço de reparo de sobrancelhas também se teve uma
diferença negativa de R$ 3,43 sendo significativa, pois o valor cobrado não está
cobrindo o desejado, ficando abaixo do esperado para se obter a lucratividade.
Um procedimento significativo que auxilia na tomada de decisões é o ponto
que equilíbrio, que conforme Wernke seria quando a empresa não apresenta nem
lucro e nem prejuízo, e cobre seus gastos (WERNKE, 2005). A partir disso,
primeiramente foi necessário destinar o valor dos gastos fixos para cada serviço,
onde é multiplicado o total dos gastos fixos que seria de R$ 3.248,33, pelo
percentual da qual o serviço representa sobre o faturamento.
Diante disso, conforme a fórmula apresentada por Bruni e Famá, para chegar
ao ponto de equilíbrio contábil em quantidade divide-se os gastos fixos encontrados
por produto, pelo preço menos os gastos variáveis unitários. Já para se chegar ao
ponto de equilíbrio em valor monetário multiplicou-se o preço pelo ponto de equilíbrio
por quantidade encontrada (BRUNI; FAMÁ, 2008). A tabela 11 demonstra o ponto de
equilíbrio contábil realizada com o auxílio da planilha de Excel, encontrando-se no
Apêndice C a tabela completa sobre o cálculo, onde possui maiores classificações.
Tabela 11
Ponto de equilíbrio contábil Serviços Percentual s/
Faturamento Representatividade s/ gastos fixos (R$)
Ponto de Equilíbrio por
quantidade
Ponto de Equilíbrio por
valor (R$)
Corte de Cabelo Adulto
44%
1.429,80
147
1.500,55
Corte de Cabelo Infantil
7%
234,58
24
246,18
Pintura de Cabelo c/ aquisição de tintura
11%
364,90
20
628,62
Pintura de Cabelo s/ aquisição de tintura
8%
256,92
27
262,33
Escova no Cabelo 6% 178,73 19 182,49
Manicure 5% 167,55 17 200,50
Pedicure 4% 119,15 12 142,58
Manicure e Pedicure 12% 387,24 33 520,10
Sobrancelha 3% 109,47 12 121,98
Fonte: Produção da pesquisadora
59
Se a empresa utilizar o preço de venda demonstrado nos cálculos sobre os
serviços prestados, terá que prestar 147 serviços de corte de cabelo adulto, 24
serviços de corte de cabelo infantil, 20 pinturas de cabelo com aquisição de tintura,
27 sem a aquisição da tintura, 19 escovas no cabelo, 17 serviços de manicure, 12 de
pedicure, quando realizado os dois um total de 33 serviços, e para sobrancelha 12
serviços, sendo apresentado também o valor monetário a partir das quantidades
obtidas. Sendo mais um favor que a empresa pode observar para se manter ativa
no mercado de trabalho, auxiliando na tomada de decisões.
3.4 MELHORIAS DE GESTÃO DE CUSTOS
Com o mercado cada dia mais competitivo ter uma boa gestão da empresa é
de extrema importância, pois para se manter ativa é preciso se diferenciar entre as
demais, tendo em vista que o grande objetivo das empresas é ter lucratividade, mas
para isso é necessário ter um bom controle e planejamento da organização.
A gestão de custos que conforme Bruni e Famá têm como objetivo auxiliar na
tomada de decisões, onde a partir de dados que com auxílio da contabilidade de
custos são realizados, a gestão visa propor melhorias quanto a tomada de decisões
da empresa, na forma que esta cresça e conquiste um bom desenvolvimento
(BRUNI; FAMÁ, 2008).
As empresas precisam obter dados concretos para tomar decisões mais
relativas, neste caso a empresa não levava nenhum fator em relação para a
formação do preço de venda, tendo em vista que não se tinha uma visão se estes
valores cobrados pelos serviços estavam realmente cobrindo os custos e ainda
gerando a lucratividade esperada.
Conforme os cálculos realizados, destacando a importância de se utilizar
planilhas de controles que permite obter uma nova visão do que é praticado,
comparando e tomando decisões mais concretas, pode-se perceber que alguns
serviços do estudo não estavam atingindo o desejado, cobrindo os gastos e ainda
gerando a lucratividade esperada.
No entanto, a utilização de um sistema informatizado de dados contribui muito
para a empresa, pois dados que vinham sendo apenas escritos em blocos de
anotações, possuem grande praticidade, além de não correr o risco de os dados
serem apagados ou perdidos.
60
Um ponto bastante relevante que merece ser observado pelas empresas são
os desperdícios, que no salão de beleza, observou-se que produtos utilizados
somente pela metade eram substituídos por novos, ficando o velho de lado até
perder sua capacidade de uso e sendo colocado fora, principalmente com produtos
de manicure e pedicure.
Além disso, conforme retrato pela administradora o secador de cabelo,
chuveiro do lavatório e a máquina de cortar cabelo, ficam ligados diretamente
durante o dia, talvez uma forma de reduzir um pouco o valor destes custos, seria
ligar eles apenas quando realmente fossem utilizados, sendo que grande parte da
energia está relativa a estes equipamentos. A diminuição de gastos tem grande
impacto na formação do preço de venda, tendo mais atenção aos produtos
desperdiçados e demais gastos que podem ser reduzidos.
A busca por novos clientes pode ser uma estratégia para aumentar sua
quantidade de serviços prestados e assim diminuir seus custos fixos, porém a
conquista de clientela nova não é nada fácil, mas por ser um salão pequeno e a
administradora pensa em aumentar seu negócio incluindo mais serviços, este pode
ser uma influência para progredir e também se beneficiar com esse crescimento.
Um procedimento significativo para a tomada de decisões é o ponto de
equilíbrio, onde é possível a empresa designar quando os custos e despesas totais
equiparam as receitas totais, ou seja, onde a entidade não possui lucro nem
prejuízo, tendo uma quantidade mínina a ser prestada, sendo que conforme o
cálculo a empresa precisaria prestar os 311 serviços, representando um valor de R$
3.805,34 para a partir disso começar a obter lucros.
Nas empresas pequenas principalmente, a separação do dinheiro da pessoa
física com o dinheiro recebido pela prestação dos serviços muitas vezes não
ocorrem, desta forma complicando obter um controle de caixa, sendo que para uma
empresa se manter ativa no mercado, uma gestão de caixa correta é fundamental.
Para a empresa se tornar destaque no mercado e ainda conquistar
lucratividade a gestão se tornará essencial, começando com um bom planejamento
e seguindo com um bom controle da organização, além de sempre buscar
melhorias, pois a cada dia novas técnicas surgem e contribuem para uma evolução
da empresa.
61
4 RECOMENDAÇÕES
Finalizado o capítulo de diagnóstico e análise foram atribuídas algumas
recomendações a empresa, visando atingir os objetivos propostos pelo trabalho,
sendo que cabe a empresa implantar ou não as melhorias indicadas pelo estudo.
Com a aplicação do questionário realizado com a gestora, pôde-se observar
que a entidade não considerava nenhum fator para a formação do preço de venda
dos serviços prestados, aplicando apenas um valor favorável, sendo que não é
utilizado nenhum controle das operações realizadas.
Para isso, recomenda-se que seja feita a formação do preço de venda
considerando todos os gastos para a prestação dos serviços e ainda atribua uma
margem de lucro desejada pela empresa, podendo assim ter um valor aplicado aos
produtos de forma correta.
Com a realização dos cálculos observou-se que alguns preços de serviços
estavam sendo aplicados abaixo do preço sugestivo, ou seja, não estavam cobrindo
os gastos e gerando a lucratividade esperada, que seriam o corte de cabelo infantil,
o reparo de sobrancelhas e a prestação de serviços com manicure e pedicure,
destacando-se a partir disso a importância de uma formação do preço de venda
adequada para não acabar no prejuízo.
Outro ponto relativo seria quanto ao controle das movimentações, que a
empresa possuía apenas um bloco de anotações com as quantidades de serviços
prestadas no mês, porém para facilitar, ter dados mais completos e com rápido
acesso, o uso de planilhas de Excel ou a implantação de um sistema de informática
seria fundamental. Esta medida seria uma forma de ter o controle da quantidade de
serviços prestados, gastos para a realização do trabalho, movimentações de fluxo
de caixa, ponto de equilíbrio, entre outras planilhas que podem ser atribuídas para
obter um controle eficiente da organização e auxiliar na tomada de decisões.
Além disso, a separação do dinheiro adquirido com a prestação dos serviços
e o dinheiro que é da administradora pessoa física é essencial, que por ser empresa
pequena muitas vezes este fato acontece, e neste caso, percebeu-se que esta
separação estava um pouco confusa, não tendo no final do dia o dinheiro total em
caixa referente aos serviços realizados.
62
Os desperdícios são outros fatores que devem ser observados pela empresa,
pois produtos utilizados para a prestação dos serviços muitas vezes não são
consumidos adequadamente. Tendo também os equipamentos elétricos que
permanecem ligados o dia todo, sendo que poderiam ser conectados apenas
quando necessário, possuindo grande impacto no consumo de energia, são quesitos
que merecem a atenção, pois influenciam na formação do preço de venda,
diminuindo gastos.
63
CONCLUSÃO
As pequenas empresas cresceram muito nos últimos anos, buscando seu
espaço no mercado, porém se depararam com algumas dificuldades, como a
formação do preço de venda, que é o caso da empresa estudada, onde não possui
nenhum controle de suas movimentações e gastos, apenas aplica um valor
favorável, sendo muitas vezes insuficiente para gerar lucratividade. Diante disso
confirma-se a importância de obter a aplicação de um valor correto com o auxílio de
planilhas de controles, além da gestão de custos trazendo contribuições para a
empresa.
Tendo em vista que o objetivo do trabalho era propor melhorias de gestão de
custos auxiliando na formação do preço de venda dos serviços prestados pelo salão
de beleza, localizado no município de Doutor Maurício Cardoso – RS, visando cobrir
os gastos e gerar lucratividade. A partir disso, com todas as teorias apresentadas e
estudadas no referencial teórico, iniciou-se primeiramente um questionário sendo
realizado à administradora da empresa, para obter a maior quantidade de
informações para se realizar o estudo.
Com a aplicação do questionário, foi elaborada uma planilha com os serviços
prestados pelo salão, identificando a quantidade de cada trabalho efetuado no
trimestre estudado e ainda, relatando o valor que foi cobrado para estes serviços,
chegando ao faturamento total, tendo desta forma realizado o primeiro objetivo
específico do trabalho, encontrando-se no item 3.1 do estudo.
Em seguida, foram relatados todos os gastos, sendo separados em fixos e
variáveis, onde nos variáveis foram expostos todos os produtos utilizados no salão
para que possam ser realizados os trabalhos, tendo em vista que os serviços de
manicure e pedicure possuem a maior quantidade de produtos variáveis para sua
produção. Já nos custos fixos, foram expostos os gastos com luz, água, DAS,
telefone, salário e as depreciações, sendo um conjunto de itens para chegar a
versão final do serviço prestado.
64
Chegando desta forma, ao segundo objetivo que era fazer o levantamento de
todos os gastos para a execução dos serviços, destacando neste item a importância
de obter planilhas de controle, sendo que a empresa não tinha um conhecimento de
quanto cada serviço gastava, encontrando a partir do estudo um valor unitário gasto
por cada trabalho, sendo tratado no item 3.2, onde também foi elaborado um gráfico
que demonstra a representatividade de cada serviço em relação ao faturamento do
trimestre, tendo o corte de cabelo com uma representatividade de 50%, se
justificando por ser a atividade principal do negócio.
Após apurados todos os gastos, foi formulado o preço de venda dos serviços
prestados, considerando o método do markup, tendo em vista que a proprietária
desejava obter uma margem de lucro de 40%, além disso, realizando a definição do
valor na melhor forma de apropriação para a empresa, tratando-se de um
microempreendedor individual.
Com os cálculos realizados, pôde-se perceber que alguns serviços não
estavam cobrindo os gastos e gerando a lucratividade desejada, como é o caso do
corte de cabelo infantil, porém este serviço fica bastante relativo às classificações
utilizadas e também sobre bastante influência do mercado, além disso, o reparo de
sobrancelhas e a prestação de serviços com manicure e pedicure, também
apresentaram valores inferiores, tendo em vista que os serviços de unhas envolvem
vários produtos para elaboração, destacando-se a importância de ter um controle de
gastos para não acabar no prejuízo, atingindo desta forma o terceiro objetivo que
está no item 3.3 do estudo.
Também apresentando no item 3.3 o cálculo do ponto de equilíbrio contábil
em quantidade e valor monetário, aplicado com o preço de venda obtido nos
cálculos da formação do preço de venda, designando uma quantidade mínima, onde
iguala os gastos totais com a receita total, ou seja, onde a entidade não possui lucro
nem prejuízo, ajudando a empresa na tomada de decisões.
Seguindo para o quarto objetivo específico do trabalho, que se encontra no
item 3.4, onde visa propor contribuições de gestão de custos para a empresa,
destaca-se a importância de obter um controle de seus gastos e movimentações
para apresentar um preço de venda mais correto, além disso, tratou-se também
sobre os desperdícios que se deve ter muito cuidado, relacionando aos produtos e
equipamentos elétricos principalmente, pois a diminuição de gastos influencia no
preço de venda. Quanto à necessidade fundamental de implantar um sistema
65
informatizado, facilitando muito o controle da organização e também, o cuidado com
o fluxo de caixa, sendo pontos essenciais para continuar no mercado de trabalho.
Desta forma, com o estudo realizado pôde-se atender aos objetivos e ao
problema proposto, demonstrando para a empresa a formulação do preço de venda,
retratando a grande importância do controle nas organizações e ainda trazendo
melhorias de gestão, que por ser uma empresa pequena são essenciais, tanto para
a lucratividade como para o crescimento.
Tratando de futuros estudos, sugere-se fazer uma comparação do preço
praticado pela empresa com o preço dos concorrentes, pois o mercado ter grande
influência também na aplicação do preço de um produto ou serviço, e ainda pelo
motivo de ser uma pequena empresa e a administradora pretende aumentar seu
salão de beleza, através de uma pesquisa verificar quais serviços seriam viáveis
para a implantação na entidade, retratando a contratação de um funcionário, a troca
de ambiente para um lugar maior, enfim, trazer para a empresa um planejamento de
crescimento e as contribuições que ela teria com esta mudança.
O estudo demonstrou grande relevância para a empresa, pois foi possível
organizar as movimentações e gastos realizados para a prestação dos serviços,
através de planilhas de controle realizadas no Excel, trazendo a partir disso um
preço de venda sugestivo para a empresa.
Tendo em vista que foi comparado o preço que era praticado com o preço
calculado, demonstrando que alguns serviços não estavam cobrindo os gastos e
gerando a lucratividade desejada, além disso, trouxe melhorias para a organização,
que é essencial principalmente para uma pequena empresa que está buscando
crescimento e também se manter no mercado de trabalho.
Para a acadêmica, o estudo proporcionou a oportunidade de colocar em
prática o que havia sido estudado no decorrer da graduação, tendo percebido a
importância de se ter um conhecimento para administrar uma empresa e se manter
ativa, além disso, destacando as dificuldades enfrentadas pelas pequenas
empresas, desde a forma de organização até a busca pelo crescimento do negócio.
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REFERÊNCIAS
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MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Administração para empreendedores: fundamentos da criação e da gestão de novos negócios. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. Portal do empreendedor – MEI. 2016. Disponível em: <http://www.portaldoempreendedor.gov.br/mei-microempreendedor-individual>. Acesso em: 12 jun. 2016. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos. São Paulo: Saraiva, 2009. RIBEIRO FILHO, José Francisco; LOPES, Jorge; PEDERNEIRAS; Marcleide. Estudando teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 2009. SEBRAE. 2016. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/sebraeaz/o-que-e-ser-mei,e0ba13074c0a3410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 17 jun. 2016. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São Paulo: Cortez, 2007. VIANNA, Ilca Oliveira de Almeida. Metodologia do trabalho científico: um enfoque didático da produção científica. São Paulo: E.P.U., 2001. VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade de Custos um enfoque direto e objetivo. 11.ed. São Paulo: Saraiva, 2013. WERNKE, Rodney. Análise de custos e preços de venda: (ênfase em aplicações e casos nacionais). São Paulo: Saraiva, 2005. ______. Gestão de custos: uma abordagem prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO FEITO À ADMINISTRADORA DA EMPRESA
Questionário conduzido à administradora da empresa, sendo elaborado pela acadêmica ANDRESSA RAQUEL ZARZECKI, para o Trabalho de Conclusão de Curso com o tema GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NOS SERVIÇOS PRESTADOS EM UM SALÃO DE BELEZA, relatório este que é requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis da FEMA.
1. Dados introdutórios da empresa. a) Nome do proprietário. b) Localização da entidade. c) Qual o tempo de atuação da empresa no mercado? d) Trabalha na condição de microempreendedor individual? e) Ramo de atuação da empresa. 2. Em relação aos serviços prestados. a) Quais são os serviços prestados pela empresa? E qual os mais efetuados? b) Qual o valor cobrado para esses serviços? c) Quais os gastos para efetuar os serviços? d) Qual é a quantidade dos serviços prestados pela empresa, durante o período de junho, julho e agosto de 2016? e) Quais serviços utilizam da água e da luz? 3. Metodologias utilizadas pela empresa. a) A empresa utiliza algum método para formação do preço de venda? b) Possui algum controle de gastos para prestação dos serviços? c) Tem um controle de movimentações ocorridas diariamente? 4. Demais informações. a) Qual o enquadramento tributário da empresa? b) Qual foi o faturamento da empresa nos meses de junho, julho e agosto de 2016? c) Qual a margem de lucro que se espera por cada serviço prestado? d) Qual o público alvo do salão? e) Possui equipamentos elétricos?
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APÊNDICE B – GASTOS VARIÁVEIS
Produto Valor
Produto
Quant. do
mês
Valor Total
Produto Trim.
Serviços utlizados
Quant. Trim.
% Valor Trim.
Valor Unitário
Shampoo 1L
R$ 14,00
2 R$ 84,00
Corte de Cabelo 319 76,50% R$ 64,26 R$ 0,20
Pintura de Cabelo 74 17,75% R$ 14,91 R$ 0,20
Escova de Cabelo 24 5,75% R$ 4,83 R$ 0,20
Afiação de
tesoura
R$ 15,00
2 R$ 90,00 Corte de Cabelo 319 100% R$ 90,00 R$ 0,28
Tintura R$
12,00 10
R$ 360,00
Pintura de Cabelo 28 100% R$
360,00 R$
12,86
Pacote de
algodão R$ 6,20 1 R$ 18,60
Manicure 45 24,86% R$ 4,62 R$ 0,10
Pedicure 32 17,68% R$ 3,29 R$ 0,10
Manicure/Pedicure 52 57,46% R$ 10,69 R$ 0,21
Acetona 1L
R$ 16,50
2 R$ 99,00
Manicure 45 24,86% R$ 24,61 R$ 0,55
Pedicure 32 17,68% R$ 17,50 R$ 0,55
Manicure/Pedicure 52 57,46% R$ 56,89 R$ 1,09
Lixas por unidade
R$ 0,25 20 R$ 15,00
Manicure 45 24,86% R$ 3,73 R$ 0,08
Pedicure 32 17,68% R$ 2,65 R$ 0,08
Manicure/Pedicure 52 57,46% R$ 8,62 R$ 0,17
Secante Spray
R$ 22,00
1 R$ 66,00
Manicure 45 24,86% R$ 16,41 R$ 0,36
Pedicure 32 17,68% R$ 11,67 R$ 0,36
Manicure/Pedicure 52 57,46% R$ 37,92 R$ 0,73
Brilhos R$ 6,00 3 R$ 54,00
Manicure 45 24,86% R$ 13,42 R$ 0,30
Pedicure 32 17,68% R$ 9,55 R$ 0,30
Manicure/Pedicure 52 57,46% R$ 31,03 R$ 0,60
Esmaltes R$ 5,00 6 R$ 90,00
Manicure 45 24,86% R$ 22,37 R$ 0,50
Pedicure 32 17,68% R$ 15,91 R$ 0,50
Manicure/Pedicure 52 57,46% R$ 51,71 R$ 0,99
Álcool R$ 6,00 1 R$ 18,00 Manicure 45 24,86% R$ 4,47 R$ 0,10
Pedicure 32 17,68% R$ 3,18 R$ 0,10
Manicure/Pedicure 52 57,46% R$ 10,34 R$ 0,20
Pinça R$ 7,00 1 R$ 21,00 Sobrancelha 42 100% R$ 21,00 R$ 0,50
Creme R$ 8,00 1 R$ 24,00 Sobrancelha 42 100% R$ 24,00 R$ 0,57
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APÊNDICE C – PONTO DE EQUILÍBRIO
Serviços Prestados
Quant. Faturamento
Total (R$) Média
Trimestre Percentual
s/ Fat. Gastos Fixos
PEC (Q)
PEC ($)
Corte de cabelo Adulto
256 R$ 3.840,00 R$ 1.280,00 44% R$ 1.429,80 147 R$ 1.500,
55
Corte de cabelo Infantil
63 R$ 630,00 R$ 210,00 7% R$ 234,58 24 R$ 246,18
Pintura de cabelo c/
aquisição de tintura
28 R$ 980,00 R$ 326,67 11% R$ 364,90 20 R$ 628,62
Pintura de cabelo s/
aquisição de tintura
46 R$ 690,00 R$ 230,00 8% R$ 256,92 27 R$ 262,33
Manicure 45 R$ 450,00 R$ 150,00 5% R$ 167,55 17 R$ 200,50
Pedicure 32 R$ 320,00 R$ 106,67 4% R$ 119,15 12 R$ 142,58
Manicure e Pedicure 52 R$ 1.040,00 R$ 346,67 12% R$ 387,24 33 R$ 520,10
Escova no Cabelo
24 R$ 480,00 R$ 160,00 6% R$ 178,73 19 R$ 182,49
Sobrancelha 42 R$ 294,00 R$ 98,00 3% R$ 109,47 12 R$ 121,98
TOTAL 588 R$ 8.724,00 R$ 2.908,00 100% R$ 3.248,33 311 R$ 3.805,33