funções do oficial de justiça

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  • CONSTRUINDO UM GUIATERICO E PRTICO PARA OS

    OFICIAIS DE JUSTIA.

    Visando despertar para o reconhecimentosobre a necessidade da criao de uma

    Lei Orgnica para os Oficiais de Justia.

  • PREFCIO

    Misso Do latim missio encargo. Poder dado aalgum para fazer alguma coisa. Compromisso elevado.Dever inerente a uma funo, a uma profisso, a uma

    atividade e ao papel social atribudo a algum.

    A administrao da ABOJERIS, ciente de sua misso, tomou a iniciativa deelaborar este singelo trabalho, com o objetivo de proporcionar a todos umaviso mais clara acerca das atividades desenvolvidas pelo Oficial de Justia noseu dia-a-dia, nos processos em geral, procurando conferir categoria umaferramenta de real valor, sendo esta subsidiada na legislao, na experincia evivncia de vrios colegas.

    Temos cincia de que este trabalho no tem uma amplitude total, face complexidade de casos com que o Oficial de Justia se depara, mas dentro desua singeleza, estamos oferecendo um orientador prtico, capaz de contribuirpara a soluo dos problemas mais comuns.

    Aos colegas que j labutam na funo h vrios anos, solicitamoscompreenso, ao mesmo tempo em que os conclamamos para se unirem aessa iniciativa, nos transmitindo sugestes e subsdios para o preenchimentodas lacunas ainda existentes.

    A Diretoria.Adm. 2001/2003

  • ndice Quem o Oficial de Justia .................................................................... Aspectos histricos e aspiraes futuras ............................................. tica e atribuies ................................................................................... F pblica, certides e autos .................................................................. Expediente forense .................................................................................. Atos processuais judiciais ...................................................................... Citao no processo cvel ....................................................................... Citao com hora certa ........................................................................... Citao de pessoa jurdica de direito privado ....................................... Citao de pessoa jurdica de direito pblico ....................................... Citao no processo de falncia ............................................................ Citao na ao de usucapio ................................................................ Citao no processo criminal ................................................................. Intimao e notificao no processo cvel ............................................ Intimao e notificao no processo criminal ...................................... Execuo .................................................................................................. Penhora de bens ...................................................................................... Intimao da penhora .............................................................................. Arresto no processo de execuo ......................................................... Arrombamento ......................................................................................... Endereo das partes ................................................................................ Aes possessrias ................................................................................ Aes cautelares ...................................................................................... Busca e apreenso de coisas e pessoas ............................................... Arresto ...................................................................................................... Arrolamento de bens ............................................................................... Seqestro .................................................................................................. Sustao de protesto ............................................................................... Separao de corpos ............................................................................... Embargo ou nunciao de obra nova .................................................... Planto ...................................................................................................... Despejo ..................................................................................................... Priso no processo cvel ......................................................................... Priso no processo crime ....................................................................... Oficial de Justia e o Jri ........................................................................ Juizado Especial Cvel ............................................................................. Assinatura a rogo ..................................................................................... Despesas de conduo ........................................................................... Obrigatoriedade de cotar ........................................................................ Conduo de testemunha ....................................................................... Declarao de pessoa em lugar incerto e no sabido ......................... Local inacessvel ...................................................................................... Modelos de autos, certides e requerimentos ...................................... Atualizao Cadastral .............................................................................. Crticas e Sugestes para a 2 edio ....................................................

  • Quem o Oficial de Justia.

    O Oficial de Justia um dos auxiliares da justia, cuja atividade imprescindvel para a realizao dos atos processuais, sendo que os maisimportantes esto relacionados no art. 143 do CPC e no art. 244 daConsolidao Normativa Judicial da CGJ/RS.

    quem pratica os atos processuais de preparao, de informao, e os deexecuo, sendo sua funo executada quase que totalmente externa,entretanto, tambm exerce alguns trabalhos internos como os plantes e jris,alm do atendimento regular as partes e seus procuradores, sendo por isto, umelo fundamental na formao e desenvolvimento do processo judicial.

    A lei instrumentaliza e dita as normas de como se realizam os atosprocessuais, cabendo ao Poder Judicirio a sua interpretao, de modo a fazercom que efetivamente a justia seja aplicada.

    A mquina judiciria pode ser comparada a um corpo que trabalha em prol dasociedade, atravs de juzes e serventurios, e, dentre esses, a figura doOficial de Justia certamente merece destaque, pois o longa manus, ouseja, a mo da lei, a mo da justia, aquele que realiza o ato como se fossea mo do Magistrado, fazendo materializar a pretenso jurisdicional daspartes e com isto, conseqentemente, sua participao torna-se vital para obom andamento da maioria dos atos processuais, inclusive sob pena deinvalidade dos mesmos. No houvesse sua participao, certamente haveriauma desestruturao na mquina judiciria, pois de outra forma caberia aosmagistrados a efetivao direta de todos atos processuais, o que seriacompletamente ilgico e prejudicial a todo o sistema. Mesmo sendo o Oficial deJustia apenas uma das peas dessa engrenagem, sua misso, como jexposto, muito relevante para que o Poder Judicirio consiga cumprir seupapel perante a sociedade.

    Sempre que uma diligncia possa gerar algum ato que afete os direitospatrimoniais ou situaes morais (ex. da busca e apreenso de menor), amesma se realizar por Oficial de Justia, mediante ordem expressa do juiz,que toma o nomem juris de MANDADO.

    Os MANDADOS podem ser traduzidos como as ordens dos Juzes, com o fimde serem tomadas medidas coativas contra os destinatrios, sendo estessubscritos para lhes dar fora e autoridade. Fazem parte do dia-a-dia do Oficialde Justia, e por isto, devem conter transcritas, determinaes claras,expressas e especficas.

    Em razo da importncia da funo, fato concreto que at hoje, ainda no foidispensada ao Oficial de Justia toda a considerao e assistncia quemerece, na proporo de sua responsabilidade, pois ainda carece de um maiorreconhecimento em termos de assistncia moral e material, alm de um salriocompatvel com a carga de trabalho que executa, enfim, formas deproporcionar mais dignidade no exerccio das atividades.

  • Aspectos histricos e aspiraes futuras.A histria nos mostra que a origem da figura do Oficial de Justia se deu noDireito hebraico. Os juzes de paz tinham nessa poca, alguns oficiaisencarregados de executar ordens que lhes eram confiadas.

    No Direito Justiniano, foram atribudas ao apparitor as funesdesempenhadas pelos Oficiais de Justia atualmente. J nas legislaesmedievais, eram de pouca importncia. Entretanto, medida que foi sedifundindo o Direito Romano e o Cannico, os Oficiais de Justia readquiriram posio de auxiliares do juiz.

    O Direito francs antigo dividiu em duas categorias os auxiliares da justia dapoca: os oficiais judicirios e os huissiers. Os primeiros seriam comparveisaos escrives e escreventes da atualidade, enquanto que os segundos aosOficiais de Justia.

    Em Portugal, com a instituio da monarquia, alvorece a instituio dos Oficiaisde Justia. Nos forais e em alguns documentos legislativos, figuram com onome de sagio ou saion. Tambm eram denominados de meirinho oumeirinus. A figura do Oficial de Justia proveio dos meirinhos existentes noantigo direito luso-brasileiro que, segundo as Ordenaes Filipinas, dividiam-seem trs figuras, a saber:

    a) Meirinhos-Mores, com funo de prender, citar, penhorar e executarmandados judiciais;

    b) Meirinho que anda na Corte: para levantar as foras e sem-razes, quenela forem feitas, e prender os malfeitores, e fazer coisas contidas nesteTtulo. E deve ser escudeiro de boa linhagem, e conhecido por bom(Ttulo XXI das Ordenaes Filipinas);

    c) Meirinho das Cadeias, com funes de prender e trazer os presos, equalquer coisa, que a bem da Justia cumprir.

    O Direito portugus distinguia o meirinho-mor do meirinho. O primeiro erao prprio magistrado. O segundo era o Oficial de Justia, que era um oficial dosouvidores e dos vigrios-gerais.

    Aps a Independncia do Brasil, por lei assinada em 11 de outubro de 1827,nosso primeiro imperador sistematizou a funo do Oficial de Justia.

    Manuel Antnio de Almeida, nas suas Memrias de um Sargento de Milcias,descreve a importncia do meirinho na poca de D. Joo VI, ao aludir que asesquinas formadas pelo cruzamento das ruas do Ouvidor e da Quintana, no Riode Janeiro, eram conhecidas como canto dos meirinhos. Nesse local sereuniam, temveis, respeitveis e respeitados, enquanto no desenrolavam asintimaes diante dos olhos apavorados dos pacientes, quando se tornavamaterradores.

    Notadamente algumas pessoas utilizam muitas vezes a expresso meirinhono sentido pejorativo por pura desinformao.

  • Gerges Nary (1985) menciona algumas perspectivas futuras para o Oficial deJustia:

    O Brasil se acha no limiar de uma era que merece profunda reformulaode ordem jurdica positiva. So legtimos os anseios dos Oficiais deJustia, que reivindicam direitos a serem reconhecidos atravs da novalegislao. Impe-se, na verdade, a elaborao de uma lei orgnica, queunifique juzes e auxiliares da justia, disciplinando-lhes os direitos, osdeveres, as prerrogativas e as atribuies.

    No que concerne atribuio de afixar e desafixar editais, v-se que essatarefa no mais realizada por Oficiais de Justia, eis que o Poder Judicirioconta com servidores cartoriais de vrias categorias, os quais vm realizandoesse tipo de tarefa. Alm disso, a funo de porteiro de auditrio e a deapregoar bens que devam ser arrematados, freqentemente no so maisdesempenhadas pelos Oficiais de Justia, sobretudo nas comarcas maiores. Afuno de porteiro de auditrio ficou ao encargo do Oficial de Justia que serveno Tribunal do Jri.

    Apesar de indispensvel para o andamento do processo, o Oficial de Justiano pode praticar atos fora de sua competncia. Isso significa que o mesmodeve se ater estritamente ao determinado no mandado judicial. Sem umaatividade expedita, diligente e honesta do Oficial de Justia, as lidesjudicirias simplesmente emperram, no andam. Da a importncia de umtrabalho realizado com zelo, dedicao, ainda que existam barreiras paratal.

    tica e atribuies.Um dos requisitos para que o Oficial de Justia cumpra seu trabalho eefetivamente sirva ao Judicirio de forma serena e correta a realizao doato processual baseado no bom-senso, na dedicao e na mais estrita efiel observncia da lei. Para isso deve estar sempre preparado para enfrentarobstculos extremamente difceis de contornar, seja por resistncia das partesou pela interveno de terceiros. Entretanto, como j frisado, todo mandadodeve ser cumprido de forma eficaz e legal buscando a desobstruo dessasbarreiras.

    Segundo Luc Claes, 1 Vice-Presidente da Union Internacionale ds Huissiersde Justice et Officiers Judiciaires U.I.H.J., ... os Oficiais de Justia atravsdos tempos transformaram-se em psiclogos, em rbitros, pois soaqueles que ficam entre o martelo e a bigorna, entre o autor, a sentena ea parte, e a psicologia faz com que o Oficial de Justia seja um excelentemediador.

  • As diligncias devem ser realizadas dentro da lei e com a adoo de todo tipode cautela, sob pena de acarretar responsabilidade funcional ou mesmocriminal.

    O Oficial de Justia, assim como Juzes, Advogados, Promotores e demaisservidores da justia, tem o dever de ser discreto, no comentando assuntosobjetos dos processos ou documentos de que tiver conhecimento.Complementando essa obrigao, deve tratar com ateno e urbanidade aspartes, prestando-lhes as informaes necessrias, assim como deve tratar ese fazer tratar com respeito, zelando pelo prestgio do cargo e da prpriaJustia.

    defeso ao Oficial de Justia exercer as suas funes em processocontencioso ou voluntrio, de que for parte; em que interveio como mandatrioda parte ou prestou depoimento como testemunha; quando nele estiverpostulando, como advogado da parte, seu cnjuge ou qualquer parente seuconsangneo ou afim; quando amigo ntimo ou inimigo capital de qualquer daspartes; quando alguma das partes for sua credora ou devedora, ou ainda, pormotivo ntimo. Nesses casos passar certido alegando razes de foro ntimopara que o mandado seja redistribudo.

    Ao Oficial de Justia, segundo consta no artigo 143 do CPC, cabe:

    I fazer pessoalmente as citaes, prises, penhoras, arrestos e demaisdiligncias prprias de seu ofcio, certificando no mandado o ocorrido, commeno de lugar, dia e hora. A diligncia, sempre que possvel, realizar-se- napresena de duas testemunhas.

    II executar as ordens do Juiz a que estiver subordinado;

    III entregar, em cartrio, o mandado, certificado, logo depois decumprido;

    IV estar presente s audincias e coadjuvar o Juiz na manuteno daordem.

    Alm das atribuies especificadas na lei processual, cada Estado disciplina asatribuies do Oficial de Justia em seu Cdigo de Organizao Judiciria.

    Pela Consolidao Normativa Judicial do Estado do Rio Grande do Sul CGJ, art. 244, incumbe ao Oficial de Justia, pela sntese de seus deveres:

    I realizar, pessoalmente, as citaes e demais diligncias ordenadas pelosJuzes;

    II - lavrar certides e autos das diligncias que efetuarem, bem como, afixar edesafixar editais;

    III - cumprir as determinaes dos Juzes;

    IV - apregoar os bens que devam ser arrematados, assinando os respectivosautos;

  • V - exercer, quando designado, as funes de Oficial de Proteo da Infncia eJuventude ou Comissrio de Vigilncia, nos termos da Resoluo n. 02/85 CM;

    VI - cotar os valores dos atos praticados e as despesas de conduo;

    VII - exercer outras atribuies determinadas pelo Juiz.

    1 - Quando, em virtude de execuo por ttulo judicial ou extrajudicial, odevedor, citado para o pagamento, o atender, o Oficial de Justia que efetuar orecebimento dever, de imediato, recolher ao ofcio em que tramita o feito simportncias recebidas, certificando o fato (*).

    (*) Na prtica, deve dirigir-se ao Cartrio onde tramita o processo e solicitar a expedio de uma guia de depsito judicial, para depsito em conta especial, devendo anexar uma das vias ao mandado.

    2 - A infrao ao disposto no pargrafo anterior sujeita o servidor pena demulta, ou de suspenso em caso de reincidncia.

    3 - O Oficial de Justia poder deixar, no endereo designado no mandado,aviso de que ali esteve, contendo no mesmo, solicitao de comparecimento eindicao do Foro onde poder ser encontrado (PJ-701).

    Conforme o disposto no Provimento n. 27/97-CGJ e no art. 245 daConsolidao Normativa: fica vedado aos magistrados determinarem aosOficiais de Justia que efetuem o transporte de presos, doentes oumenores delinqentes em nibus ou em seus veculos particulares.

    No Direito brasileiro, o Oficial de Justia um executor judicial, cabendo-lherealizar todas as diligncias determinadas pelos magistrados, nos termos emque a lei permita. um executor de ordens, um missius iudicis. Emdecorrncia disto, tem a prerrogativa de certificar, dando f de todo oocorrido nas diligncias.

    F pblica, certides e autos.Segundo nos ensina E. Couture, a f pblica uma atestao qualificada.

    Aquilo que o Oficial de Justia realiza no mbito de suas funes, ele o fazasseverando ser verdadeiro. D a sua f.

    Tal afirmao de verdade, lanada nas certides, encontra o respaldo da lei esomente pode ser derrubada mediante prova robusta em contrrio.Conseqentemente, a f pblica do Oficial de Justia encerra a qualidade e aautoridade de uma atestao. Por isto, todas as suas diligncias devem serdocumentadas atravs de certides e autos, que devem ser lavrados de

  • forma circunstanciada, obedecendo algumas formalidades legais. Essapresuno de veracidade, como conseqncia da f pblica, extremamenteimportante para que haja segurana a todos que participam do processo demodo a demonstrar a qualidade do seu trabalho na instruo judicial. OsOficiais de Justia, cientes da prerrogativa de serem dotados da f pblica,devem efetuar as diligncias com bom senso e mxima dedicao, jamais secorrompendo, vivendo os preceitos da justia, e nunca se afastando dascondutas de retido e equidade. No podem praticar atos fora de suacompetncia. Isso significa que devem cumprir os mandados, estritamentecomo determinado.

    Aproveitando um pouco o raciocnio filosfico de Plato, que conceituou oEstado-Modelo tomando como parmetro o corpo humano, nos permitimosaplicar a analogia e imaginar que, para se conceituar um Judicirio-Modelo,onde o crebro representado pelo Magistrado, o Oficial de Justia arepresentao dos olhos e do corao desse corpo. Com base nessa tesequeremos demonstrar aos colegas a importncia da figura do longa manusno ato de certificar.

    Para o cumprimento dos mandados os Oficiais de Justia procedem adiligncias, que so, na prtica, os atos forenses mediante ordem judicial,procurando a produo de um resultado requerido pelas partes, pelo MinistrioPblico ou determinado de ofcio pelo juiz, visando a produo de uma provaou de sua suplementao para o complemento da instruo processual.

    As diligncias efetuadas devem ser documentadas atravs de certides ouautos, sempre de forma circunstanciada.

    Toda certido deve ser clara e pormenorizada, ou seja, afirmando eatestando a certeza do Oficial de Justia sobre o ato ou o fato, de maneiratrazer aos autos os elementos de convencimento. Assim, a certido comcerteza a grande arma do Oficial de Justia dispe para garantir-lhe aprerrogativa inatacvel da f pblica.

    Mesmo que um ato determinado no tenha sido realizado por motivos alheios vontade do Oficial de Justia, como por exemplo, a no localizao da parteem decorrncia de sua mudana de endereo, esta diligncia foi realizada.Em nosso entendimento no existem diligncias negativas. Estas s poderose configurar se no houverem sido realizadas em razo de negligncia.

    Certido o ato pelo qual o serventurio atesta a ocorrncia de um fato,mediante sua f pblica, subscrevendo-a.

    Auto a narrativa de uma providncia, de uma medida ou de um atoprocessual, pertinente nos casos de jurisdio contenciosa e voluntria,contendo todos os elementos que revelem a situao, e deve conter osseguintes requisitos:

    1) Ttulo do auto;2) Data, hora e comarca em que o ato se realizou;3) Nome do MM. Juiz que determinou o ato;4) Vara e comarca;

  • 5) Nome e nmero da ao;6) Nome das partes;7) Endereo onde foi realizado o ato;8) Os atos praticados com descrio circunstanciada;9) Nome de todas as pessoas envolvidas na diligncia e suas assinaturas;10) Cota e assinatura do(s) Oficial(is).

    - Jurisdio contenciosa: a ao concretizada no processosempre que h conflito de interesses.

    - Jurisdio voluntria: a atividade administrativa do PoderJudicirio com o fim de proteger interesses privados, pelainterferncia do Juzo, para maior segurana da situao jurdicarespectiva, inclusive para prevenir possveis litgios entre osinteressados futuramente, gerando conflito de interesses.

    Auto praticamente o sinnimo de termo, mas h sutil diferena tcnicaentre cada vocbulo: Os atos praticados apenas pelo Escrivo, sob suaexclusiva responsabilidade costuma-se denominar termo. O atopraticado pelo Oficial de Justia chama-se auto.

    Expediente forense.O expediente forense, em todas as comarcas do Estado, salvo quanto aosJuizados Especiais que obedecem a horrio noturno, o seguinte:

    I Foro Judicial:

    - manh: das 8h30min s 11h30min;- tarde: das 13h30min s 18h30min.

    II Servios Notoriais e de Registros:

    - manh: das 8h30min s 11h30min;- tarde: das 13h30min s 18h.

    No haver expediente forense aos sbados, domingos e feriados, exceto paraa prtica de atos indispensveis ressalva de direitos dependentes deautorizao judicial.

    So considerados feriados para os servios judicirios de 1 grau os civisdeclarados em lei federal (1 de janeiro; 21 de abril; 1 de maio; 07 desetembro; 12 de outubro; 15 de novembro e 25 de dezembro), os religiososdeclarados em lei municipal, em nmero no superior a quatro e os forensesdeclarados na lei n. 1.408 ( 3-feira de carnaval; 6-feira da paixo e 8 dedezembro Dia da Justia ) e os declarados em ato do Tribunal de Justia.

  • Atos processuais judiciais.Ato processual toda ao humana relevante para o processo. todaatividade realizada pelo prprio Juiz ou por serventurios, dotados ou no de fpblica, e que os realize para satisfazer a pretenso jurisdicional do Estado oudo particular, tudo de acordo com a lei.

    mister que o ato processual esteja previsto na lei ou, pelo menos, que no acontrarie, realizado de sorte que preencha o fim pretendido. Deve haver umnexo necessrio entre a realizao do ato e sua finalidade.

    Embora alguns sustentem que todo ato praticado com abuso de poder invlido, essa corrente vem sendo superada, no sentido de que o ato praticadocom abuso de poder tenha plena eficcia, desde que o fim pretendido sejaalcanado e esteja revestido de todos os requisitos legais. Nessa situao nofica prejudicada nenhuma das partes, mas sim, o prprio serventurioresponsvel pela realizao do ato, que poder ficar sujeito responsabilizao criminal e a punio funcional. Contudo, para que oserventurio seja efetivamente punido, necessria a abertura deprocedimento administrativo, requisito indispensvel no somente segundo oEstatuto dos Servidores da Justia, mas em todos os estatutos daadministrao pblica e na prpria Constituio Brasileira, em seu 1,artigo 41, onde:

    - So estveis aps trs anos de efetivo exerccio, os servidores nomeadospara o cargo de provimento efetivo, em virtude de concurso pblico.

    1 - O servidor pblico estvel s perder o cargo:

    I em virtude de sentena judicial transitada em julgado;

    II mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampladefesa;

    III mediante procedimento de avaliao peridica de desempenho na formade lei complementar, assegurada ampla defesa.

    Por outro lado, o processo administrativo somente poder ser instauradocaso efetivamente haja provas robustas, apuradas em sindicncia, quecomprovem que o serventurio se excedeu na realizao do atoprocessual ou realizou o ato com vcio.

    A sindicncia, via de regra, s deveria ser instaurada mediante um fatoconcreto e considervel, que colocasse em dvida a realizao do atoprocessual pelo serventurio, sob pena de se causar injustias eaborrecimentos inteis ao mesmo. Nesse sentido, seria aconselhvel que,antes da instaurao de sindicncia os Juizes apreciassem a fichafuncional do serventurio responsvel pela realizao do ato.

  • A Consolidao Normativa Judicial CGJ prev no Captulo II, da AoDisciplinar, artigos 53 a 58, a Responsabilidade Funcional do servidor dajustia. Os Deveres constam nos artigos 59 a 66.

    Os atos processuais podero ser realizados das 6:00 s 20:00 horas, segundopreceitua o nosso CPC, de acordo com a nova redao do art. 172,determinada pela Lei n. 8.952, de 13 de dezembro de 1994.

    Nesse ponto andou bem o legislador, pois o horrio das 6:00 s 18:00 horas,conforme preceituava a legislao derrogada, exguo para a prtica de atosprocessuais, mormente com o horrio de vero adotado nos ltimos anos.

    Conforme ensina Francisco Vaz Cunha, in Alteraes no Cdigo de ProcessoCivil, 1995, verbis: Justifica-se a ampliao do prazo at para facilitar ofuncionamento do Poder Judicirio no seu todo, aumentando em duashoras dirias o espao de tempo legal para a prtica de seus atos,independentemente de motivos especiais que fundamentassem a suarealizao alm do limite estabelecido.

    Alm disso, o Cdigo estatui que so considerados feriados, para efeitoslegais, os dias que assim a lei declarar, omitindo-se quanto ao sexto dia desemana, no qual pode ser realizado qualquer ato processual. Alis, aindaque em feriado e domingo, pode ser realizado qualquer ato processual, desdeque realizado pelo Juiz ou a mando dele. Nos sbados ou fora do horrio deexpediente forense, aps as 20:00 horas, desde que conste expressaautorizao do magistrado competente. Os atos realizados externamentepelos Oficiais de Justia, fora do horrio normal, sempre prescindiro deautorizao, salvo se o incio do cumprimento do mandado deu-se antes das20:00 horas, podendo, nesse caso, ultrapassar esse horrio. O fato dever serexpressamente mencionado em certido, termo ou auto do respectivo ato.

    Muitos atos processuais no tem uma forma descrita em lei. A maneira pelaqual sero realizados no so essenciais sua validade, bastando que nocontrariem a lei e alcancem o objetivo principal. O recolhimento de bens porOficial de Justia um exemplo prtico, no qual o que importa a remoo dosbens, no interessando se a diligncia foi realizada por mais de um Oficial ouse foi acompanhada por testemunhas. Nesse caso, a lei omissa e fica amaneira de recolher os bens a critrio do Oficial de Justia, que dever lavrar oauto pertinente.

    Durante as frias e nos feriados no se praticaro atos processuais. oque preceitua o CPC vigente, que excetua a produo antecipada de provase a citao a fim de evitar perecimento de direito, assim como a execuode alguns atos, tais como, arrestos, seqestros, apreenses, etc... Narealidade, o legislador teve o cuidado de excluir a realizao de determinadosatos no perodo das frias forenses, mas no deixou de permitir determinadosatos cuja demora poderiam prejudicar as partes e at mesmo a prestaojurisdicional, de forma eficaz.

    De acordo com o artigo 797, nas Disposies Gerais do Cdigo deProcesso Penal brasileiro, excetuadas as sesses de julgamento, os demaisatos do processo podero ser praticados em perodo de frias, em domingos e

  • dias feriados. Contudo, os julgamentos iniciados em dia til no seinterrompero pela supervenincia de feriado ou domingo. Portanto, em setratando de matria penal, nada obstar que o Oficial de Justia realizeato processual no sbado, domingo ou feriado. Nesse caso no precisarde autorizao judicial expressa, eis que a lei no dispe de outra forma.

    Todos os atos de execuo so realizados pelo Oficial de Justia, via mandadojudicial, ficando ao encargo dos demais serventurios os atos demovimentao e documentao.

    Os atos de comunicao sero cumpridos por Oficial de Justia quando o Juizdeterminar de ofcio ou a requerimento da parte interessada; o destinatrio nativer endereo certo ou seu domiclio no for atendido por servio postal; acorrespondncia for devolvida por impossibilidade de entrega ao destinatrio; atestemunha no comparecer ao ato para o qual foi intimada; quando tratar-sede carta de ordem ou carta precatria.

    No que concerne prtica de atos processuais no mbito da Lei dos JuizadosEspeciais Cveis e Criminais, importante ressaltar que em seu texto legal, noart. 12, o legislador faculta a prtica de atos processuais em horrio noturno,conforme dispuseram as normas de organizao judiciria de cada Estado daFederao.

    Do ponto de vista prtico, verifica-se que o Oficial de Justia trabalha muitofora do horrio de expediente. Portanto, no deve ser considerado comohorrio de trabalho somente o momento em que esteja cumprindo mandados,pois, certificar, lavrar autos, organizar roteiros dos locais que visitar, entreoutros, deve ser considerado como servio prestado pelo Oficial. Tambmdevem ser levados em considerao as atividades desenvolvidas na sala dosOficiais de Justia, atravs do atendimento as partes, os plantes e as sessesdos tribunais.

    Citao no Processo Cvel.A citao o ato pelo qual se chama a juzo o ru ou o interessado, a fim de sedefender (artigo 213 do CPC).

    Via de regra, a citao cvel, consoante a Lei n. 8.710/93, feita pelo correio,excetuando-se as aes de estado, quando for r pessoa incapaz; quandofor r pessoa de direito pblico, nos processos de execuo, quando oru residir em local no atendido por entrega domiciliar decorrespondncia, ou quando o autor requerer de outra forma. Nessahiptese, a citao ser cumprida atravs de mandado.

    A citao por Oficial de Justia deve obedecer as formalidades legais no quetange o artigo 226, incisos I, II, III do CPC, sob pena de nulidade do ato, queprev que, incumbe ao Oficial de Justia procurar o ru e, onde oencontrar (*), cit-lo, lendo o mandado e entregando-lhe a contraf; portar

  • por f se recebeu ou recusou a contraf; obtendo nota de ciente, oucertificando que o ru no a aps no mandado.

    Contraf: a cpia do mandado, juntamente com as cpias da petio inicial.

    (*) Com ressalva ao artigo 217 do CPC, conforme nova redao dada pela lein. 8.952/94: No se far, porm, a citao, salvo para evitar perecimentodo direito:

    I a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso;

    II ao cnjuge ou a qualquer parente do morto, consangneo ou afim,em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia dofalecimento e nos sete (07) dias seguintes;

    III aos noivos, nos trs (03) primeiros dias de bodas;

    IV aos doentes, enquanto grave o seu estado.

    Tambm no se far a citao quando o Oficial de Justia verificar que oru demente ou est impossibilitado de receber a citao, consoante ocontido no artigo 218 1, 2 e 3 do CPC. Nesse caso, cabe ao Oficial deJustia circunstanciar a ocorrncia na certido. Nomeado curador, a citaoser feita na sua pessoa.

    A citao deve ser efetuada pessoalmente ao ru, ao seu representante legalou ao seu procurador legalmente autorizado (art. 215 CPC).

    Em casos excepcionais, mediante autorizao expressa do Juiz, a citaopoder ser realizada em domingos e feriados, ou nos dias teis, fora do horrioestabelecido na lei processual civil, observado o disposto no art. 5, XI, daConstituio Federal (art. 172, 2, do CPC, Redao da lei n. 8.952/94).

    O militar em servio ativo ser citado na unidade em que estiver servindo,se no for conhecida sua residncia ou nela no for encontrado.

    Citao com hora certa.Frustrada a citao pelo correio, deve ser tentada a citao pessoal por Oficialde Justia. Quando esta tambm restar infrutfera, ocorrendo as circunstnciasapontadas na lei, artigo 227 do CPC (*), poder ser marcada hora certa para acitao do ru que se oculta para evit-la. Esta modalidade de citao realizada de forma ficta, independente de ordem judicial ou requerimento daparte. uma prerrogativa do Oficial de Justia. Entendemos que os colegasdevem formar convico da suspeita de ocultao.

    (*) Quando, por trs vezes, o Oficial de Justia houver procurado o ruem seu domiclio ou residncia, sem o encontrar, dever, havendosuspeita de ocultao, intimar a qualquer pessoa da famlia, ou em sua

  • falta a qualquer vizinho, que, no dia imediato voltar, a fim de efetuar acitao, na hora que designar.

    So requisitos para a citao com hora certa:

    a) O citando deve ser procurado em sua residncia (citao addomum), no podendo, em regra, ser procurado em seu local detrabalho;

    b) Deve ser procurado no mnimo por trs vezes, em dias e horriosdiferentes, de tal sorte que seja possvel encontrar-se o ru emum deles;

    c) Deve o Oficial de Justia formar a convico da suspeita que oru se oculta para evitar a citao;

    d) Deve o Oficial de Justia certificar pormenorizadamente, em queconsistiu referida suspeita, de modo a permitir o controle de seuato pelo Juiz;

    e) Para ser aperfeioada a citao com hora certa, deve o escrivoremeter carta de hora certa (art. 229 do CPC).

    De acordo com a jurisprudncia, nas citaes por hora certa, alm de certificaros dias e horrios em que o ru foi procurado, por trs vezes, o Oficial deJustia dever ter o cuidado de descrever com mincias todos os fatos ecircunstncias que despertaram a suspeita de ocultao, fazendo a citaopreferencialmente em pessoas da famlia.

    Para a formalizao do ato o Oficial deve ater-se ao contido no artigo 228 doCPC, onde: No dia e hora designados, o oficial de justia,independentemente de novo despacho, comparecer ao domiclio ouresidncia do citando, a fim de realizar a diligncia.

    1 - Se o citando no estiver presente, o oficial de justia procurarinformar-se das razes da ausncia, dando por feita a citao, ainda que ocitando se tenha ocultado em outra comarca.

    2 - Da certido da ocorrncia, o oficial de justia deixar contraf compessoa da famlia ou com qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.

    Pode ocorrer caso em que nem o familiar nem o vizinho queiram aceitar acontraf assim como, no queiram assinar. Esta situao dever sercertificada.

    Feita a citao por hora certa o Escrivo enviar ao ru, carta, telegrama ouradiograma, dando-lhe de tudo cincia (art. 229 CPC).

  • Citao de pessoa jurdica de direito privado.Ao efetivar a citao, intimao ou notificao de pessoa jurdica, o Oficial deJustia dever exigir a presena de seu representante legal, no tendo aobrigao de saber se a pessoa que se apresente tem realmente essaqualidade.

    A norma regula a representao judicial de todas as pessoas jurdicas dedireito privado (art. 17 do CC). Na falta de previso legal ou estatutria, elaspodero ser representadas por qualquer de seus diretores. Nesse conceitose incluem as associaes civis (entidades religiosas com personalidadejurdica de direito pblico cannico, sindicatos, associaes pias, literrias,morais, cientficas, de utilidade pblica), as fundaes, sociedades civis e associedades mercantis.

    Segundo julgamento da 4 Cmara Cvel do Tribunal de Alada do Estado doRio Grande do Sul, Apelao Cvel 187.009.451, esta decidiu que: A citaoda pessoa jurdica deve ser considerada vlida e eficaz se o Oficial deJustia, fundado na aparncia e nos princpios de lealdade e boa-f, aefetua na pessoa de quem se apresente com capacidade para representara pessoa jurdica, tanto que ape a assinatura com carimbos respectivosda firma citanda. A teoria da aparncia responsabiliza e reveste deeficcia plena os atos praticados por prepostos ou scios que searvorarem em representantes das pessoas jurdicas. A teoria da aparnciacria um sistema de proteo ao terceiro de boa-f, paralelamente umaresponsabilidade pelo dever de bem eleger prepostos. Ora, se a empresapermite o uso de carimbo tpico de quem tem poderes, assume o risco deque esta pessoa venha a participar de atos que, na sua dinmica interna,seriam reservados a outras pessoas perante terceiros de boa-f, so taisatos prenhes de eficcia.

    No caso de pessoa jurdica de direito privado estrangeira, a citao dar-se- na pessoa de seu gerente, representante ou administrador de filial, agnciaou sucursal. Como regra subsidiria existe a do artigo 12 do CPC, inciso VI. Anorma encerra presuno legal absoluta de que a pessoa jurdica privadaestrangeira conferiu poderes para receber citao, e, conseqentemente,represent-la em juzo passivamente, ao administrador ou gerente de filial ougerente de agncia situada no Brasil. Assim, pode uma empresa de navegaoser citada na pessoa de seu agente martimo, que se presume credenciadopara tanto, porque os agentes de embarcaes e seus prepostos agem semprecomo representantes dos capites de embarcaes e dos armadores.

    Citao de pessoa jurdica de direito pblico.A Unio, Estados, Territrios, Distrito Federal e Municpios so representadospelo chefe do Poder Executivo (Presidente da Repblica, Governador ePrefeito) ou pelos procuradores (advogados) dos entes polticos. So asentidades da denominada administrao direta. Os procuradores das pessoas

  • jurdicas de direito pblico no necessitam de mandato especial para agir emjuzo, pois pela nomeao para o cargo esto, ipso facto, investidos do poderde representao.

    Em caso de dvida a respeito de quem faz a representao em juzo, ativae passivamente, recomenda-se observao do artigo 12 do CPC, incisosI a IX.

    Citao no processo sumrio.O Oficial de Justia deve observar que, para a validade do ato, a citaodever ser procedida com antecedncia mnima de 10 (dez) dias antes daaudincia designada.

    Citao no processo de falncia.O devedor ser citado para, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, apresentardefesa ou depositar a quantia correspondente ao crdito reclamado. Nacertido o Oficial mencionar o dia e a hora da citao.

    O prazo comea a contar da juntada do mandado aos autos.

    Se o devedor no for encontrado, o Oficial de Justia certificar as dilignciasempreendidas, devolvendo o mandado a Cartrio para que a citao seja feitaatravs de edital.

    Declarada a falncia, incumbe ao Oficial de Justia fechar e lacrar oestabelecimento, afixando porta do mesmo, cpia ou resumo da sentenadeclaratria.

    Citao na ao de usucapio.Compete ao de usucapio ao possuidor sem ttulo de domnio contra oproprietrio com ttulo, mas sem posse, por largo tempo, para que se lhedeclare, nos termos da lei, o domnio do imvel ou a servido predial.

    Ao Oficial de Justia compete efetuar a citao de todos os confinantes doimvel usucapiendo, sob pena de nulidade do processo.

    Confinante: Denominao que se d ao dono do imvel que se limita comoutro.

  • Citao no processo criminal.No processo criminal, a citao do acusado far-se- por mandado, sempre queo ru estiver no territrio sujeito a jurisdio do juiz que a houver ordenado.

    Deve o Oficial efetuar a leitura do mandado ao citando, entregando-lhe acontraf, que a cpia integral do mandado e cpia de denncia, que a peaacusatria oferecida pelo Ministrio Pblico, pois, o ru, no processo penal,tem que saber do que est sendo acusado. Nela o oficial deve registrar o dia ea hora da citao. Lido o mandado e entregue a contraf, o executor develavrar certido, mencionando o dia e a hora em que se realizou o ato, bemcomo, se houve a aceitao ou recusa da contraf por parte do citando.Essa certido a prova da realizao do ato. Importante ressaltar que hnulidade da citao se no for mencionada a leitura do mandado, aentrega da contraf e a aceitao ou no do citando. A certido falha,deficiente, bloqueada, incompleta, vicia o processo. No exigida, porm,apesar da praxe forense, a aposio do ciente do citando no original domandado.

    A citao pode ser feita em qualquer dia e a qualquer hora, isto , pode serrealizada aos domingos e feriados e durante o dia ou noite. Caso o oficial dejustia no encontre o citando em sua residncia ou em qualquer outroendereo constante no mandado, mas obtenha informaes sobre seuparadeiro, dever procur-lo, nos limites de sua jurisdio, fazendo a citao ecertificando essa circunstncia.

    Na hiptese de no localizar o citando aps esgotadas todas asdiligncias possveis, o Oficial certificar o fato, juntamente com asinformaes que obteve, declarando o citando como EM LUGARINCERTO E NO SABIDO.

    Embora no haja dispositivo expresso a respeito, no se tem admitido, regrageral, a citao no mesmo dia marcado para o interrogatrio, presumindo-se aimpossibilidade de comparecimento oportuno do citando, mxime quandorealizada por precatria, bem como, a impossibilidade de o citando orientar-seem relao a sua defesa. De outro lado, tem-se como vlida a citao quandofeita nas 24 horas precedentes ao interrogatrio, prazo que, subsidiariamente legislao penal, vem exposto no artigo 192 do CPC.

    A citao de militar deve ser feita por intermdio do chefe do respectivoservio, em tradio jurdica resultante das imposies de hierarquia edisciplina a que ele est sujeito. Nessa hiptese, o Juiz deve expedir ofcio emque constem todas as indicaes indispensveis ao mandado de citao(artigo 352).

    A citao de funcionrio pblico deve ser feita atravs de mandado, sendoque, do dia designado para comparecer em juzo, como acusado, tambm sercientificado o chefe da repartio a que estiver subordinado.

  • Verificando-se que o ru se oculta propositadamente para no ser citado,com mudanas constantes de endereo, pelo no comparecimento ao local detrabalho ou residncia, se no atende ao Oficial de Justia no local onde seencontra, tais circunstncias devem ser certificadas, ou seja, as razes pelasquais o Oficial acredita que o ru se oculta. Caso o Juiz concorde com o que foiexposto, deve determinar a citao por edital. NO H NO PROCESSOPENAL A CITAO POR HORA CERTA.

    Intimao e notificao no processo cvel.A intimao, segundo o artigo 234 do CPP, o ato pelo qual se d cincia aalgum dos atos e termos do processo, para que faa ou deixe de fazeralguma coisa.

    Assim como as citaes, via de regra, as intimaes sero feitas pelocorreio, desde que seu destinatrio tenha endereo certo e sua residncia sejaatendida por servio de entrega domiciliar da EBCT (vide art. 598 da CNJ).

    Havendo disposio em contrrio, ou frustrada pelo correio (artigo 239 doCPC), ou quando a lei o determinar, a intimao ser feita atravs de Oficial deJustia.

    Alm do Oficial de Justia, a intimao tambm poder ser feita por outrosserventurios dotados de f pblica, como o Escrivo, sendo que estas ficamrestritas ao mbito do Foro. Tambm pode ser efetuada atravs do Dirio daJustia.

    Sendo a lei omissa nos casos de ocultao, a jurisprudncia dominante tem seinclinado no sentido de que a mesma seja realizada atravs de hora certa, nosmesmos moldes da citao, tornando-se plenamente vlida, com os mesmosrequisitos dos artigos 227 a 229 do CPC, sendo que o prazo comear a fluirda data da juntada do mandado aos autos.

    A certido de intimao dever conter a indicao do lugar e a descrio dapessoa intimada, mencionando, quando possvel, o nmero de suacarteira de identidade e o rgo expedidor; a declarao de entrega dacontraf; a nota de ciente, ou a informao de que o interessado no aaps no mandado.

    Nos casos de intimao de devedor para praa ou leilo, esta no maisimprescindvel que seja atravs do Oficial de Justia, pois o Supremo TribunalFederal, julgando a RE 81.798, decidiu que: Intimao. Execuo. Praa.Devedor no encontrado para intimao pessoal. Desnecessidade de suaespecfica intimao quanto realizao da praa. Edital de praa, comampla divulgao que faz s vezes dessa intimao.

    A notificao no processo cvel utilizada nas aes de despejo para aconcesso de prazo para que os ocupantes desocupem o imvel.

  • Intimao e Notificao no processo criminal.

    Na doutrina, chama-se intimao cincia dada a parte, no processo, daprtica de um ato, despacho ou sentena. Notificao a comunicao parte ou outra pessoa, do lugar, dia e hora de um ato processual a que devecomparecer.

    Na lei processual h confuso dos conceitos e o artigo 366 refere-se sintimaes quando, na verdade, diz respeito s notificaes e intimaes. Dequalquer forma, diz a lei que devem ser observadas quanto a essas formas decomunicao o que se dispe a respeito da citao, no que for aplicvel(artigos 351 a 369).

    A intimao do defensor constitudo, do advogado do querelante e doassistente, far-se- por publicao no rgo oficial incumbido da publicidadedos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome doacusado.

    Na ao penal, no sendo caso de publicao de nota de expediente no Dirioda Justia, e tendo o destinatrio endereo certo, os atos de comunicaosero tambm feitos por via postal, atravs de correspondncia com aviso derecebimento (AR).

    O Escrivo poder fazer as intimaes, certificando-as nos autos.

    Os mandados de intimao das partes e testemunhas podero ser firmadospelo Escrivo, declarando que o faz por ordem judicial.

    No processo penal a incumbncia do oficial de justia a de intimar o ru, astestemunhas ou qualquer outra pessoa determinada no mandado. Tambmrealiza as intimaes de sentena e de sentena de pronncia.

    No caso de intimao de jurado, basta que o Oficial de Justia deixe cpia domandado na residncia do mesmo, se este no for encontrado, confirmada ahiptese de que o jurado se encontre na comarca. Se estiver viajando, no ficacaracterizada a intimao.

    Processo de Execuo.A execuo uma ao que objetiva expropriar bens do devedor parasatisfazer o direito do credor. Nela o Oficial de Justia tem uma participaoprocessual muito importante, pois passa a ser, no processo, o executor da

  • ordem e o responsvel pelo seu bom andamento, no que diz respeito a parteoperacional.

    So vrias as espcies de execuo, a saber:

    1- Execuo por quantia certa contra devedor solvente;2- Execuo fiscal;3- Execuo hipotecria;4- Execuo por prestao alimentcia.5- Execuo por quantia certa contra devedor insolvente;6- Execuo para obrigaes de fazer e no fazer;7- Execuo para entrega de coisa.

    Para o cumprimento de mandados de execuo, tratando-se de citao epenhora, o Oficial de Justia pratica dois atos, sendo um de comunicao(citao) e outro de constrio (penhora).

    Na citao d prazo de vinte e quatro (24) horas para que o devedor pague advida ou nomeie no mesmo prazo bens a penhora.

    Nas execues fiscais o prazo dado de cinco (05) dias, cabendo tambm aoOficial proceder a avaliao dos bens penhorados, conforme disposto na Lein. 6.830/80.

    importante ressaltar que, em havendo mais de um devedor no mesmoprocesso, contar-se- o prazo para efeito de penhora, da citao doltimo.

    Da Penhora de Bens.Decorrido o prazo de vinte e quatro horas aps a citao do devedor, cujahora deve ser consignada em certido ( 1 artigo 652 do CPC), o Oficial deJustia, uma vez constatado que no foi efetuado o pagamento da dvida e/ouefetuada a nomeao de bens, que deve observar o disposto no art. 655 doCPC, ficar com a incumbncia de penhorar, observando o artigo 659 doCPC, 1 a 4. Se os bens estiverem indicados no mandado, estes seroobjeto da penhora. Caso contrrio, levando em conta o valor da causa, o Oficialtem plena autonomia para a realizao de penhora sobre os bens que acharnecessrio, pois a lei no dispe de modo diverso.

    A penhora ser efetuada onde quer que sejam encontrados os bens, ainda queem repartio pblica, caso em que a preceder requisio do Juiz aorespectivo chefe.

    Por outro lado, no se levar a efeito a penhora quando evidente que oproduto da execuo dos bens encontrados ser totalmente absorvido pelopagamento das custas da execuo, caso em que o Oficial descrever nacertido os que guarnecem a residncia ou estabelecimento d devedor.

  • Entretanto deve ater-se que, so absolutamente impenhorveis, os descritosno artigo 649 do CPC, a saber:

    I os bens inalienveis e os declarados; por ato voluntrio, no sujeitos execuo;

    II as provises de alimento e de combustvel, necessrias manuteno dodevedor e de sua famlia durante um ms;

    III o anel nupcial e os retratos de famlia;IV os vencimentos dos magistrados, dos professores e dos funcionriospblicos, o soldo e os salrios, salvo para pagamento de prestao alimentcia;

    V os equipamentos dos militares;

    VI os livros, as mquinas, os utenslios e os instrumentos, necessrios outeis ao exerccio de qualquer profisso;

    VII as penses, as tenas (*) ou os montepios, percebidos dos cofrespblicos, ou de institutos de previdncia, bem como os provenientes deliberdade de terceiro, quando destinados ao sustento do devedor e de suafamlia;

    (*) Termo em desuso. Quantia recebida do Estado ou de particular para sustento prprio. impenhorvel por seu carter alimentar.

    VIII os materiais necessrios para obras em andamento, salvo se estas forempenhoradas;

    IX o seguro de vida;

    X o imvel rural, at um mdulo, desde que este seja o nico de quedisponha o devedor, ressalvada a hipoteca para fins de financiamentoagropecurio.

    Podem ser penhorados, falta de outros bens (artigo 650 CPC):

    I os frutos e os rendimentos dos bens alienveis, salvo se destinados aalimentos de incapazes, bem como de mulher viva, solteira, desquitada, ou depessoas idosas;

    II as imagens e os objetos do culto religioso, sendo de grande valor.

    Conforme disposto no artigo 655 do CPC, incumbe ao devedor, ao fazer anomeao de bens ou ao Oficial de Justia ao efetuar a penhora (art. 597CNJ), observar a seguinte ordem:

    I dinheiro;II pedras e metais preciosos;III ttulos da dvida pblica da Unio ou dos Estados;IV ttulos de crdito, que tenham cotao em bolsa;V mveis;

  • VI veculos;VII semoventes;VIII imveis;IX navios e aeronaves;X direitos e aes.

    2 - Na execuo de crdito pignoratcio, anticrtico ou hipotecrio, apenhora, independentemente de nomeao, recair sobre a coisa dadaem garantia.

    - Crdito Pignoratcio:- Anticrtico:- Hipotecrio:

    No processo de execuo contra pessoa fsica o Oficial de Justia deveobservar a Lei 8.009/90, que dispe sobre a impenhorabilidade de bens defamlia, que compreendem o imvel residencial e os bens que oguarnecem, excluindo-se to somente os veculos de transporte, obras dearte e adornos suntuosos (vide captulo sobre a impenhorabilidade).

    Importante ressaltar que, nas aes de cobrana de aluguis, inclusivecontra os fiadores, e nas aes de alimentos, no vale invocar a Lei8.009/90. Nestes casos, todos os bens que guarnecem a residncia doexecutado so penhorveis.

    No processo de execuo contra pessoa jurdica, constatada aps a citaoo no pagamento da dvida e/ou oferecimento de bens, a penhora dever serprocedida sobre bens que guarneam o local, e que estejam visveis aosolhos. Pode tambm, se for o caso, efetivar buscas no interior da empresa,no sendo necessria a presena do representante legal da mesma.

    No caso da penhora recair sobre bem imvel, o Oficial de Justia, nalavratura do auto, dever situ-lo, mencionar divisas e confrontaes, eindicar as transcries aquisitivas. Sendo imvel pertencente pessoafsica, dever tambm intimar da penhora, o cnjuge, para o oferecimento deembargos, no prazo de dez (10) dias, que comeam a ser contados da datada prova da juntada do mandado.

    Havendo resistncia penhora, o Oficial de Justia no poder realiz-la fora, sem autorizao. Dever certificar o ocorrido, devolvendoimediatamente o mandado, solicitando ao Juiz, ordem de arrombamento,indicao de depositrio (artigo 660 CPC) alm do auxlio policial paraassegurar a efetivao da medida ou na priso de quem resistir a ordem.

    Deferido o pedido, a medida ser cumprida por dois Oficiais, que promovero oarrombamento de portas e mveis visando a localizao de bens (artigo 661CPC). No os localizando devero relacionar todos aqueles que guarnecem aresidncia do devedor.

  • Considerar-se- feita a penhora mediante a apreenso e o depsito dosbens, lavrando-se um s auto se as diligncias forem concludas no mesmodia. Havendo mais de uma penhora, lavrar-se- para cada um auto.

    necessrio que os bens sejam depositados sob a guarda e aconservao de algum, que pode ou no ser o prprio devedor. Segundojurisprudncia dominante, no h penhora enquanto no se deposita o bem.Portanto, o auto de penhora deve conter a indicao do depositrio. Via deregra, os bens so depositados em mos do prprio devedor.

    1) Se o devedor se eximir de aceitar a incumbncia de fiel depositrio, apenhora no poder ser levada a efeito. O Oficial de Justia devercertificar o ocorrido e devolver o mandado imediatamente, solicitandoque seja indicado depositrio, sob pena de estar efetivando umapenhora incua ou penhora papel.

    Em princpio, presume-se que todos os bens que guarnecem a residncia ou oestabelecimento do devedor sejam de sua propriedade, devendo o Oficial deJustia realizar a penhora, mesmo que este alegue que os mesmos no lhepertencem. Se o devedor ou terceiros apresentarem documentos quecomprovem que os bens no so de sua propriedade, o Oficial de Justiacertificar e, mesmo assim, relacionar todos os bens que guarnecem o imvel.

    O auto de penhora conter a indicao do dia, ms, ano e lugar em que foifeito, os nomes do credor e do devedor, a descrio dos bens penhoradoscom seus caractersticos e a nomeao do depositrio (artigo 665 do CPC).

    importante que os colegas atentem para o fato da obrigao dedescrever os bens que esto penhorando. NO SE DEVE EFETUAR APENHORA SEM A POSSIBILIDADE DE VISUALIZAO DO(S) BEM (NS).Nesse aspecto nos respaldamos na Consolidao Normativa da CGJ, artigo599, onde, cumpre ao Oficial de Justia observar na descrio dos benspenhorados o seguinte:

    2) quanto aos imveis, indicar-lhes as transcries aquisitivas,situ-los e mencionar as divisas e confrontaes;

    2) quanto aos mveis, particularizar-lhes o estado e o lugar em quese encontram;

    3) quanto aos semoventes, especific-los, indicando o nmero decabeas e o imvel onde se acham;

    4) - quanto aos crditos, identificar o devedor e qualific-lo,descrevendo a origem da dvida, o ttulo que a representa e a datade vencimento.

    Quando a penhora recair em crdito do devedor, o Oficial de Justia openhorar. Considerar-se- feita a penhora pela intimao: a) ao terceirodevedor para que no pague ao seu credor; b) ao credor do terceiro para queno pratique ato de disposio do crdito (artigo 671 do CPC). A penhora decrdito, representada por letra de cmbio, nota promissria, duplicata,

  • cheque ou outros ttulos, far-se- pela apreenso do documento, esteja ouno em poder do devedor (artigo 672 do CPC).

    Quando o direito estiver sendo pleiteado em juzo, averbar-se- no rosto dosautos a penhora, que recair nele e na ao que lhe corresponder, a fim de seefetivar nos bens, que forem adjudicados ou vierem a caber ao devedor. Nessecaso, aps lavrado o auto, deve-se proceder a intimao do Escrivo, para queafixe na capa do processo, cpia do auto de penhora.

    Pela alterao imposta do CPC atravs da Lei n. 10.444, que estvigorando desde o dia 08/08/2002, no art. 659 4 e incluso do 5,passamos a ter a seguinte redao:

    4 - A penhora de bens imveis realizar-se- mediante auto ou termo depenhora, cabendo ao exeqente, sem prejuzo da imediata intimao doexecutado (art. 669), providenciar, para presuno absoluta de conhecimentode terceiros, o respectivo registro no ofcio imobilirio, mediante apresentaode certido de inteiro teor do ato e independentemente de mandado judicial.

    5 - Nos casos do 4, quando apresentada certido da respectivamatrcula, a penhora de imveis, independentemente de onde selocalizem, ser realizada por termo nos autos, do qual ser intimado oexecutado, pessoalmente ou na pessoa de seu advogado, e por este atoconstitudo depositrio.

    NOTA: Penhora realizada por termo nos autos ato do Escrivo.

    Intimao da penhora.Efetuada a penhora, e procedido o depsito do(s) bem (ns), o(s) devedor(es)ser(o) intimado(s) para que, no prazo de dez (10) dias, oferea(m)embargos, querendo. O prazo comea a fluir da data da intimao, nosprocessos de Execuo Fiscal e Hipotecria.

    Em regra geral, o prazo de embargos comea a fluir da juntada domandado.

    Arresto no processo de execuo.O Oficial de Justia, no encontrando o devedor, arrestar-lhe- tantos bensquantos bastem para garantir a execuo, se tiver conhecimento da existnciadeles (art. 653 do CPC).

  • O esprito do artigo 653 do CPC traduz claramente que o arresto ser efetivadose o devedor se ocultar ou se ausentar furtivamente para evitar a citao,devendo essa situao ser certificada pormenorizadamente.

    Nos dez (10) dias subseqentes efetivao do arresto, o Oficial de Justiaprocurar o devedor trs (3) vezes, em dias distintos, para tentar fazer aconverso do arresto em penhora. Localizado o devedor, este ser citado e aconverso do arresto automtica, mas, da penhora, deve ser intimado odevedor para que possa interpor embargos. No localizado o devedor, o Oficialcertificar o ocorrido de forma circunstanciada.

    Do arrombamento.O arrombamento, em regra, um ato de violao de propriedade, constituindoat crime previsto no Cdigo Penal (art. 150 3). Da a necessidade dedisposio legal expressa, autorizada pelo Juiz, sendo necessria a tomada decertas cautelas para evitar abuso.

    um ato tendente ao ingresso em imvel ou a abertura de mveis em geral,para encontrar coisa oculta, a fim de ser penhorada ou apreendida,estendendo-se esta ltima a pessoas.

    Endereo das partes.Conforme Ofcio-Circular n. 118/97-CGJ, os endereos das partes a seremcitadas ou intimadas, devero constar da forma mais completa possvel, bemcomo, quando for o caso, a indicao dos bens a serem penhorados.

    Os mandados devem sempre ser lavrados de forma clara, inequvoca,contendo os nomes completos e corretos das partes, endereo preciso, nomedos ocupantes do imvel, etc.., de sorte que o Oficial de Justia possa realizarcom total segurana os atos previstos.

    O Oficial de Justia deve ser diligente, mas no pode ser confundido com umdetetive, cabendo sempre as partes fornecerem os dados necessrios, e aosescrives, consign-los nos mandados.

    Impenhorabilidade.A Lei n. 8.009/90 dispe sobre a impenhorabilidade do bem de famlia.

  • Nesse contexto, o imvel prprio do casal ou de identidade familiar, impenhorvel e no responde por qualquer tipo de dvida civil, comercial,fiscal, previdenciria ou de outra natureza, contrada pelos cnjuges ou pelospais ou filhos que sejam seus proprietrios e nele residam, salvo nasseguintes hipteses:

    - em razo dos crditos de trabalhadores da prpria residncia e dasrespectivas contribuies previdencirias;

    - pelo titular do crdito decorrente do financiamento destinado aconstruo ou a aquisio do imvel, no limite dos crditos e acrscimosconstitudos em funo do respectivo contrato;

    - pelo credor de penso alimentcia;

    - para cobrana de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuiesdevidas em funo do imvel familiar;

    - para execuo de hipoteca sobre o imvel oferecido como garantia realpelo casal ou pela entidade familiar;

    - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execuo desentena penal condenatria a ressarcimento, indenizao ouperdimento de bens;

    - por obrigao decorrente de fiana concedida em contrato de locao(art. 82 da lei 8.245/91).

    No se beneficiar do disposto nesta lei aquele que, sabendo-se insolvente,adquire de m-f imvel mais valioso para transferir a residncia familiar,desfazendo-se ou no da moradia antiga. Nesse caso, poder o Juiz, narespectiva ao do credor, transferir a impenhorabilidade para a moradiafamiliar anterior, ou anular-lhe a venda, liberando a mais valiosa para execuoou concurso, conforme a hiptese.

    Quando a residncia familiar se constituir em imvel rural, aimpenhorabilidade restringir-se- sede de moradia, com os respectivos bensimveis, e, nos casos do art. 5, inciso XXVI da Constituio, rea limitadacomo pequena propriedade rural.

    Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata a lei 8.009/90, considera-se residncia um nico imvel utilizado pelo casal ou pela entidadefamiliar para moradia permanente.

    Na hiptese de o casal ou entidade familiar ser possuidor de vrios imveisutilizados como residncia, a impenhorabilidade recair sobre o de menorvalor, salvo se outro tiver sido registrado para esse fim, no Registro de Imveis,e na forma do art. 70 do Cdigo Civil.

    Excluem-se da impenhorabilidade os veculos de transporte, obras de arte eadornos suntuosos.

  • No caso de imvel locado, a impenhorabilidade aplica-se aos bens mveisquitados que guarneam a residncia, e que sejam de propriedade dolocatrio.

    Sob o ponto de vista prtico, os Oficiais de Justia do Estado do Rio Grande doSul tem incumbncia de relacionar os bens encontrados no interior daresidncia do devedor, conforme Ofcio-Circular n. 66/92-CGJ, ondeconsta: Para evitar delongas na tramitao do processo de execuo,recomendo a Vossa Senhoria que, ao proceder penhora: a) ofereaestimativa do valor do bem penhorado; b) certifique, cumpridamente, ascircunstncias que conduzem evidncia de impenhorabilidade, arrolando osbens que encontrou. Tal procedimento de arrolamento ser certificado esubmetido apreciao do Juiz.

    Aes possessrias.POSSESSRIAS - So trs as mencionadas pelo Cdigo:

    - Manuteno de posse;

    - Reintegrao de posse;

    - Interdito proibitrio.

    Estas aes visam proteo da posse nos casos de:

    - turbao = manuteno;- esbulho = reintegrao;- perigo iminente = interdito proibitrio.

    Enquanto nos dois primeiros casos a violao j existiu, quer de modointermitente (turbao), quer de modo permanente (esbulho), no terceiro hfatos que revelam a inteno de operar-se (violncia iminente), assim noscasos de violncia, na manuteno o autor procura impedir que os atos deturbao se repitam; na reintegrao, que o esbulho persista seminterrupo e, no interdito, que a violncia iminente no se concretize.

    A atividade judiciria na esfera das aes possessrias muito ampla. Deacordo com a lei, o mandado ser cumprido por Oficial de Justia, cujainterveno poder variar muito, consistindo na citao, na manuteno ou nareintegrao de posse.

    No caso de medida liminar, o Oficial de Justia deve lavrar as certides eautos com muito cuidado, descrevendo minuciosamente todos os pormenoreshavidos no decorrer das diligncias, a fim de que tudo fique devidamentedocumentado no processo. Poder cumprir a medida acompanhado por forapolicial, para que a mesma seja cumprida de forma eficaz, e para sua prpriasegurana pessoal. Alis, nas comarcas do interior, muito comum a

  • realizao de tarefas concernentes s aes possessrias, em que o Oficial deJustia tem o dever de proceder desocupao de imveis de grandeextenso, reintegrando pessoas na posse, liminarmente.

    O mandado de reintegrao ou de manuteno de posse poder sercumprido por um Oficial de Justia, no dispondo a lei de que deva sercumprido por dois ou mais Oficiais de Justia. Contudo, aconselhvelque, em cumprimento de mandados extrados de aes possessrias, estessejam os cumpridos por mais de um serventurio, e acompanhado por forapolicial.

    Todo aparato deve ser preparado para melhor cumprimento da medida,devendo os procuradores da parte autora, ou ela mesma, prestar todos osmeios necessrios para tal, inclusive em havendo a necessidade de remoode bens, que devero ser depositados sob responsabilidade da parte autora,desde que no haja depositrio judicial na Comarca. Todavia, quando houverbens na rea a ser reintegrada, que no possam ser removidos por ocasio dadiligncia, o Oficial de Justia deve descrev-los minuciosamente no auto.Poder ser lavrada certido parte, mencionando o ocorrido, alm do auto,destacando-se a existncia de benfeitorias e outros bens irremovveis, a fim deque o Juiz possa melhor decidir a causa.

    Usucapio. a ao do possuidor sem ttulo de domnio, contra o proprietrio com ttulo,mas sem posse, por largo tempo. Estabelece-se litisconsrcio necessrio, nounitrio entre as pessoas que devem ser citadas obrigatoriamente (art. 942,II, e 2).

    Normalmente cabe ao Oficial de Justia citar os confinantes do imvelusucapiendo.

    Confinante: Denominao que se d ao dono do imvel que se limita comoutro.

    Medidas cautelares.O processo cautelar tem por finalidade obter segurana que torne til epossvel a prestao jurisdicional de conhecimento e de execuo, ou seja, aao para garantir utilidade e eficcia da futura prestao jurisdicional. umamedida que visa assegurar o direito de forma rpida, de modo queprevalea a rapidez na prestao jurisdicional, sob pena de prejuzosirreparveis. o chamado fumus boni juris e periculum in mora (fumaado bom direito e perigo na demora), os quais so requisitos observados peloJuiz.

  • Nas aes cautelares, a participao do Oficial de Justia muito grande, poiscabe ao mesmo cumpri-la em carter de urgncia. A participao nessasmedidas de mais de um Oficial no s importante, como necessria, pois emcertos casos, a lei descreve como o ato ser praticado e por quem serefetivado. o caso da busca e apreenso, a qual ser realizada por doisOficiais de Justia, consoante o caput do artigo 842 e seus 1, 2 e 3 e oartigo 843 do CPC.

    Alm das cautelares inominadas, essas medidas consistem naquelas definidasna lei processual civil, que so os procedimentos cautelares especficos: oarresto, o seqestro, a busca e apreenso, o arrolamento de bens e outros.

    Das medidas cautelares sempre sero lavrados autos.

    Busca e apreenso de coisas e pessoas.O CPC consigna que o magistrado poder decretar medida de busca eapreenso, tanto de coisas como de pessoas.

    Por ser uma providncia ou procedimento de urgncia, este tipo de processopode correr durante as frias e feriados (art. 173, II, CPC).

    Apesar da lei mencionar que a busca e apreenso seja realizada por doisOficiais de Justia, na prtica, o ato no anulvel se for realizado somentepor um. evidente que o ato deve ser realizado mediante mandado judicial.Sendo a diligncia realizada por apenas um Oficial de Justia, se houverdvida acerca do procedimento do serventurio, tal como abuso depoder, este ficar prejudicado. Mesmo assim, apesar da dvida sobre amaneira de proceder do Oficial, o ato no deve ser anulado, mas o serventuriopoder ficar sujeito s sanes penais e administrativas cabveis. Por outrolado, deve prevalecer sempre a f pblica do Oficial de Justia, at que provarobusta demonstre o contrrio, ainda que a diligncia tenha sido cumprida porapenas um Oficial.

    Havendo resistncia da parte, os Oficiais de Justia podero proceder aoarrombamento, mesmo que este no conste expressamente no mandado, jque, no caso de iminncia de fuga ou deteriorao do bem, nada obstar queseja efetuado o arrombamento dos obstculos (art. 621 da CNJ-CGJ).

    A CNJ-CGJ prev em seu art. 619, que o mandado de busca e apreenso deveconter:

    - indicao da casa ou lugar em que deve efetuar-se a diligncia;

    - descrio da coisa ou da pessoa a ser procurada assim como odestino a lhe dar;

    - assinatura do juiz que emana a ordem.

  • O art. 620 da CNJ-CGJ prev que os mandados sero cumpridos por doisOficiais de Justia, um dos quais o ler ao morador, intimando-o a abrir asportas.

    Procedida a medida, os Oficiais devero lavrar auto de busca e apreenso, queconstar de um relato completo das diligncias, inclusive se houve resistnciaou necessidade de proceder a arrombamento.

    Nunca demais se ressaltar a necessidade da observncia das cautelas deestilo pertinentes ao cumprimento das medidas cautelares, em especial nas debusca e apreenso, que poder consistir na solicitao da fora policial, quepor vezes ser necessria e indispensvel para o fiel cumprimento da medida,ou pelo acompanhamento de peritos, tratando-se casos versando sobre direitosautorais ou naqueles em que os Oficiais no tenham o devido conhecimentotcnico.

    Por outro lado, devemos considerar que a busca um ato cautelar vinculadoao da apreenso, j que a este precede, se o detentor a coisa ou pessoa nofizer a entrega espontaneamente.

    A apreenso pode se decorrente de um ato voluntrio, depois da busca; ou decoao, se houver negativa.

    Pode haver busca sem apreenso, se nada for encontrado, devendo serlavrado auto de busca, relatando todas as diligncias empreendidas para alocalizao da coisa ou da pessoa.

    Nas aes embasadas no Decreto-Lei n. 911/69, que trata da AlienaoFiduciria, o Oficial deve observar que a diferena fica restrita ao prazo que oru dispe para responder a ao ou purgar a mora (desde que tenha pago omnimo de 40% do bem), que de trs (03) dias, enquanto que pelo CPC decinco (05) dias.

    Arresto.O arresto a apreenso de bens indeterminados do devedor, justificado noscasos mencionados no artigo 813 do CPC.

    uma medida de cautela e preveno como forma de impedir que possaocorrer algum dano de difcil e incerta reparao.

    Como medida cautelar, o arresto deve ser cumprido por Oficial de Justia,cabendo a parte requerente prestar todos os meios necessrios para aefetivao da medida, como, transporte, depositrio para o(s) bem (ns) eoutros.

  • Seqestro.Seqestro a apreenso de determinados bens de outrem, requerida pelaparte interessada, em virtude de haver risco iminente de perda desses bens,que pode ocorrer nas seguintes circunstncias:

    a) no caso de bens mveis, semoventes ou imveis, sendo disputada apropriedade, havendo receio de danificao ou de rixas;

    b) de furtos e perda de rendimentos de imvel reivindicando, quando o ru,condenado em sentena ainda sujeita a recurso, os dissipar;

    c) nas aes de divrcio, de separao, de anulao de casamento, se umdos cnjuges estiver dilapidando o patrimnio (vendendo);

    d) outros casos expressos em lei.

    O mandado de seqestro de bens ser cumprido nos mesmos moldes domandado de arresto, eis que a lei processual civil, artigo 823, refere que seaplica ao seqestro tudo que couber no arresto, contudo, no que diz respeitoao depositrio dos bens, caber ao juiz a nomeao.

    Sustao de protesto.Nessa medida cautelar o Oficial de Justia deve diligenciar at o Cartrio deProtesto de Ttulos, onde intimar ao titular do mesmo para que no efetue oprotesto, nomeando-o depositrio do(s) ttulo(s), lavrando o respectivo auto.

    Arrolamento de Bens.Segundo o artigo 855 do CPC, procede-se ao arrolamento, sempre que hfundado receio de extravio ou dissipao de bens.

    O ato de arrolamento de bens deve ser cumprido atravs de mandado judicial,por Oficial de justia, que efetuar a diligncia no local determinado, intimandoa pessoa responsvel pelos bens a franquear a entrada. Sendo atendido,dever anotar todos os bens de forma minuciosa, arrolando at mesmo os depequena monta. Se impedido de ingressar no local para efetivar a medida,solicitar ordem de arrombamento e fora policial, rompendo obstculos eefetuando a priso de quem continuar a resistir. A diligncia ser documentadaatravs de auto de arrolamento de bens, que descrever todos os bens com osrespectivos dados, bem como, todos os atos ocorridos durante o trabalho.

  • Separao de Corpos.Esta uma medida cautelar que deve ser realizada e revestida de toda cautelapor parte do Oficial de Justia. Efetuar a intimao do cnjuge demandadopara sair imediatamente do lar, levando consigo somente os objetos de usopessoal. Atendido, efetivar a citao.O importante no cumprimento dessa medida a formalizao do ato atravs dasada do cnjuge requerido do lar conjugal. Efetuada a medida e devolvido omandado, caso esse cnjuge retorne residncia, caber parte, e no aoOficial de Justia, tomar as providncias necessrias para comunicar ao juiz,ao promotor ou a autoridade policial, mediante cpia do auto de separao decorpos, hiptese que configura crime de desobedincia.

    No cumprimento do mandado de separao de corpos, no h proibio paraque o mesmo possa ser cumprido no perodo noturno, pois, o periculum inmora evidente, sendo assim o dispositivo constitucional que disciplina ainviolabilidade da residncia noite invocvel, por dois aspectos:

    a) trata-se de uma medida cautelar deferida em virtude de perigo moral efsico da parte requerente;

    b) a partir do momento que a parte requerente franqueia as portas daresidncia ao Oficial de Justia, no existe impedimento que este entre ecumpra o mandado, e qualquer ato de resistncia por parte do cnjugerequerido, caracterizar ilcito penal.

    Em caso de resistncia do cnjuge requerido, ser dada voz de priso aomesmo, que ser encaminhado autoridade policial, que lavrar o auto depriso em flagrante. Do ocorrido o Oficial de Justia circunstanciar emcertido acostada ao mandado, sem prejuzo das demais providncias.

    Embargo ou Nunciao de Obra Nova.Na execuo de um mandado de embargo de obra nova, o Oficial de Justiaencarregado de seu cumprimento lavrar auto circunstanciado, devendodescrever o estado em que se encontra a obra e, ato contnuo, dever intimar oconstrutor e os operrios a que no continuem com a obra, sob pena dedesobedincia, citando aps o proprietrio da obra para contestar, querendo, aao, no prazo de cinco (05) dias.

    Na prtica, o Oficial de Justia, ao chegar no local onde a obra est sendoconstruda, dever procurar imediatamente o responsvel pela construo, quegeralmente ser um mestre-de-obras, o encarregado, enfim, aquele quecomanda diretamente os operrios construtores, dando-lhe cincia domandado, solicitando que rena imediatamente todos os operrios, e com voz

  • alta e clara, intimar a todos de que a obra seja paralisada naquele momento,sob pena de desobedincia. Do ocorrido, o Oficial de Justia lavrar auto deembargo de obra, no qual mencionar todos os detalhes, principalmente noque tange ao estado em que ela se encontra, no sendo necessria autilizao de termos tcnicos, e a consignao da intimao de todos ostrabalhadores da obra, sendo dispensada a assinatura dos mesmos, bastandoa do construtor, principalmente se a obra for de grande vulto. Entretanto, anegativa de assinatura no prejudicar a eficcia do ato processual, tendo emvista a f pblica do Oficial de Justia.

    Do planto.O servio de planto se destina a prestar jurisdio de carter urgente.

    Em se tratando de casos de urgncia, juzes e servidores so obrigados aatender as partes a qualquer hora, ainda que no no prdio do foro.

    Realizao de despejo.Esta outra medida na qual o Oficial de Justia deve ter cautela, uma vez queh o risco de resistncia quando do cumprimento do mandado. Segundoconsta no artigo 65 da Lei 8.245/91.

    Findo o prazo assinado para a desocupao, contado da data danotificao, ser efetuado o despejo, se necessrio com o emprego defora, inclusive arrombamento.

    1 - Os mveis e utenslios sero entregues a guarda de depositrio, seno os quiser retirar o despejado.

    2 - O despejo no poder ser executado at o trigsimo dia aofalecimento do cnjuge, ascendente, descendente ou irmo de qualquerdas pessoas que habitem o imvel.

    Para a observncia do contido no 2, no basta a simples alegao dealgum sobre o falecimento de familiares. Somente com a apresentao dacertido de bito que a medida pode ser interrompida, devendo o Oficialter o cuidado de juntar cpia da mesma no mandado, certificando o ocorrido.

    O mandado de despejo s ser cumprido desde que a parte autorafornea todos os meios (chaveiro, caminho, carregadores e depsito),sendo conveniente ao Oficial de Justia fazer a solicitao de forapolicial.

  • No caso de abandono do imvel no decorrer da ao, estando o Oficial deJustia de posse do mandado de despejo compulsrio, este poder diligenciarat o local indicado, acompanhado pelo autor ou seu procurador, imitindo-o naposse, lavrando certido pertinente com a constatao do abandono, e auto deimisso de posse, atendendo o previsto no artigo 66 da Lei do Inquilinato,onde: quando o imvel for abandonado, aps ajuizada a ao, o locadorpoder imitir-se na posse do imvel.

    importante observar que, segundo os artigos 668 e 669 da ConsolidaoNormativa CGJ, a execuo da sentena que decretar o despejo, far-se- pornotificao ao ru e, quando presentes, s pessoas que habitem o prdio, paraque o desocupem no prazo assinado, sob pena de despejo.

    Findo o prazo, o prdio ser despejado por dois Oficiais de Justia, comemprego de fora, inclusive arrombamento, devendo os mveis ser entregues guarda de depositrio judicial, se os no quiser retirar o despejado.

    Da priso nos processos cveis.A priso civil ocorre nos seguintes casos: depositrio infiel, devedor depenso alimentcia, resistncia ou desobedincia ordem judicial.

    Nos casos de depositrio infiel, julgada procedente a ao, o juiz ordenar aexpedio de mandado para entrega, em vinte e quatro (24) horas, da coisa ouo seu equivalente em dinheiro. No obedecida a ordem, o juiz decretar apriso do depositrio infiel. Nesses casos dominante a jurisprudncia que aopreso pode ser concedido o direito de priso-albergue, mas no a prisodomiciliar (Revista dos Tribunais, 601/211).

    No caso de devedor de penso alimentcia, o mesmo citado para efetuar opagamento em trs dias, provar que o fez ou justificar a impossibilidade defaz-lo. No cumpridas as exigncias, o Juiz decretar-lhe- a priso pelo prazode um a seis meses. Esta pode ser suspensa se e no momento que o devedorpagar sua dvida. No ocorrendo essa hiptese, o preso deve ser recolhido aopresdio.

    Da priso, deve ser dado o devido conhecimento a famlia do preso.

    Na ao de falncia, se o falido faltar com o cumprimento de qualquer de seusdeveres impostos por essa lei, este poder ser preso por ordem do juiz, deofcio ou a requerimento do representante do Ministrio Pblico, do sndico oude qualquer credor, sendo que esta priso no poder exceder a sessenta (60)dias.

    Nos casos de resistncia do devedor que tente obstaculizar o cumprimentode mandado de penhora, os Oficiais de Justia daro voz de priso ao mesmo,lavrando aps, auto de resistncia em duplicata, entregando uma via aoescrivo do processo e outra a autoridade policial a quem entregaro o preso.

  • Do auto de resistncia constar o rol de testemunhas com a devidaqualificao.

    Da priso no processo criminal.O mandado de priso deve ser expedido ao Oficial de Justia em trs vias, edever estar sempre assinado pelo Juiz. Uma via servir para ser lavrado oauto, uma para ser entregue ao preso, e uma terceira que ficar noestabelecimento prisional.

    Efetuada a priso, recolhido o ru ao estabelecimento prisional, o agentepenitencirio dever passar o recebimento no respectivo mandado.

    No caso de priso de militar, a priso deve ser efetuada na presena de seusuperior, que por sua vez quem passar o recibo no mandado.

    A priso poder ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadasas restries relativas a inviolabilidade do domiclio.

    No permitido o emprego da fora, salvo a indispensvel no caso deresistncia ou de tentativa de fuga do preso.

    O Oficial de Justia e o Jri. muito importante a participao do Oficial de Justia no Tribunal do Jri.

    No mnimo dois Oficiais de Justia atuaro durante a Seo, desde seu incioat o final, competindo aos mesmos:

    a) realizao do prego, anunciando o incio da Seo, lendo o nomedo Juiz Presidente, Ministrio Pblico, Defesa, nomes do ru, vtima e ocrime;

    b) zelar pela ordem;c) zelar pela incomunicabilidade dos jurados;d) proceder a conduo de testemunhas faltosas, determinado pelo Juiz

    (conduo sob vara ou conduo coercitiva art. 455, 1, CPP);e) quando da votao, distribuir e recolher as cdulas voto dos

    jurados;f) certificar, aps encerrada a Seo sobre a incomunicabilidade dos

    jurados.

    Os jurados, mesmo durante os recessos, estaro sempre acompanhados pelosOficiais de Justia.

  • Juizado Especial Cvel.O acesso ao Juizado Especial no significa iseno ao pagamento dasdespesas e custas processuais, comportando excees, previstas nalegislao especial, devendo por isso necessariamente ser cotados todos osatos processuais (art. 901 CNJ; Ofcio-Circular n. 69/95-CGJ).

    O Oficial de Justia, fazendo jus a um percentual de mais 10% (dez porcento) sobre o auxlio conduo, no percebe nenhum outro valor, a ttulode despesas de conduo, sendo estas revertidas em favor do Estado.

    As citaes e intimaes far-se-o (art. 18 da lei n. 9.099/95):

    I por correspondncia, com aviso de recebimento em mo prpria;II tratando-se de pessoa jurdica ou firma individual, mediante entrega aoencarregado da recepo, que ser necessariamente identificado;III sendo necessrio, por Oficial de Justia, independentemente demandado ou carta precatria.

    1 - A citao conter cpia do pedido inicial, dia e hora paracomparecimento do citando e advertncia de que, no comparecendo este,considerar-se-o verdadeiras as alegaes iniciais e ser proferido julgamento,de plano.

    2 - No se far citao por edital.

    As intimaes sero feitas na forma prevista para citao, ou qualquer outromeio idneo de comunicao (art. 19 da lei n. 9.099/95).

    - A intimao efetuada por Oficial de Justia na pessoa de secretria doadvogado vlida, ainda que para o transcurso do lapso temporal para orecurso.

    - Penhora e Avaliao. A anlise conjunta da LJE, 19, 2 e 52, IV,determina que, desde logo, seja expedido mandado de penhora, avaliao(sempre que possvel pelo prprio Oficial de Justia admite-se a avaliao do bem porOficial de Justia no momento da penhora, desde que determinada por mandado e semremunerao especfica), nomeao de depositrio e intimao. O executadoser considerado intimado a partir da entrega da cpia de mandado em seuendereo. Caso seja designada audincia de tentativa de conciliao, sua dataconstar do mandado.

    As execues de sentena processar-se-o nos prprios juizados. Aps otrnsito em julgado, no cumprida voluntariamente a sentena, e tendo havidosolicitao do interessado, proceder-se- desde logo a execuo, dispensadanova citao.

    A execuo de ttulo judicial dispensa nova citao, inclusive em relao aosttulos oriundos do juizado itinerante e aqueles decorrentes de homologao deacordos extrajudiciais (art. 57 da lei n. 9.099/95).

  • As execues de ttulo executivo extrajudicial, no valor de at quarenta (40)salrios mnimos, efetuada a penhora, o devedor ser intimado a comparecer audincia de conciliao, quando poder oferecer embargos por escrito ouverbalmente (art. 52, IX da lei n. 9.099/95).

    Assinatura a rogo.Ela ocorre sempre que algum assina um instrumento jurdico por outrem, queno possa ou no saiba assinar. Nesse caso o Oficial de Justia deveridentificar a pessoa que assinou a rogo, e certificar as razes discorridas pelaqual tal fato aconteceu.

    A praxe tambm introduziu o costume de ser aposta tambm a impressodigital do polegar direito, se possvel.

    Despesas de conduo.As despesas de conduo dos Oficiais de Justia previstas no art. 29, 2 daLei n. 7.305/79, sero antecipadas, mediante prvio recolhimento em contabancria em nome do Oficial de Justia (artigo 499 e da CNJ-CGJ). NasComarcas providas de Central de Mandados, a antecipao far-se-mediante depsito junto conta bancria da Central, atravs de guia emmodelo a ser institudo pela Direo do Foro, competindo Central deMandados, cumprido o mandado, liberar ao Oficial de Justia, ou a quem dedireito, a respectiva guia para ressarcimento das despesas de conduo. NasComarcas no providas de Central de Mandados, a antecipao far-se-mediante depsito junto Conta nica Centralizada, movimentada atravs daguia de depsito pejotada PJ-158.9 e a liberao do pagamento outransferncia do numerrio nela assinalado ser efetuada pelo Escrivo ouresponsvel pela serventia judicial (Prov. N. 28/2002-CGJ).

    vedado ao Oficial de Justia a cobrana das despesas de conduodiretamente das partes ou de seus procuradores, assim como a contratao ouintermediao de transporte. Assim, para o cumprimento de arrestos, despejose outras medidas previstas em lei, competir s partes o fornecimento dosmeios necessrios.

    Das medidas previstas no pargrafo anterior, os Oficiais de Justia deveromarcar dia e hora em que estaro no local do cumprimento dasdiligncias, comunicando ao Juiz do feito, com a antecedncianecessria, de modo a permitir a intimao da parte no sentido defornecer os meios necessrios para tanto.

    As Cartas Precatrias sero acompanhadas de cheque equivalente a 03 (trs)URCs, para a antecipao das despesas de conduo, independentemente do

  • local em que a diligncia deva ser realizada. O mandado expedido nos autosda Carta Precatria, onde houver central de mandados, no suscetvelde redistribuio ou rezoneamento.

    Ao distribuir a ao ou requerer o cumprimento de ato judicial no curso doprocesso, que demande diligncia do Oficial de Justia, as partes efetuaro odepsito relativo antecipao das despesas de conduo, conforme nmerode atos ali previstos. Quando as circunstncias no permitirem a imediataantecipao, o recolhimento dever ser realizado na primeira oportunidadeprocessual, salvo disposio judicial expressa no sentido de seu pagamento aofinal, devendo o Escrivo zelar pelo cumprimento desta determinao.

    Quando a parte requerer o cumprimento de diversos atos judiciais numamesma localidade, o depsito deve equivaler ao valor da prtica de umnico ato. Excepcionalmente, provada a necessidade de diversosdeslocamentos do Oficial de Justia at o local para o efetivo e integralcumprimento da ordem judicial, o magistrado poder autorizar o pagamento emdobro deste valor.

    Nas aes de execuo, a citao e a penhora so atos distintos.

    Importante: A Central de Mandados ou o Cartrio s expedir mandadoscveis vista do comprovante de depsito bancrio, aludido no art. 499 daCNJ, ressalvadas as causas com Assistncia Judiciria Gratuita e nosfeitos do Juizado Especial Cvel, alm daquelas onde o Ministrio Pblico ea Fazenda Pblica Estadual figuram como partes. (Lei n. 11.873 de20/12/2002 que alterou o 1 do art. 29 da Lei n. 7.305/79).

    Obrigatoriedade de cotar.Sempre que o Oficial de Justia realizar um ato judicial, seja no Cvel, Crime,Juizado Especial, com ou sem Assistncia Judiciria, ter comoresponsabilidade funcional, cotar o valor das custas judiciais respectivas, assimcomo, o das despesas de conduo, conforme previsto no art. 63 da CNJ, V.

    Tal obrigatoriedade, inobstante de reverterem em favor do Estado, prende-seao fato de que, na sentena, uma das partes possa ser condenada aopagamento das custas e despesas processuais, ou, no caso de possibilidadede recurso nos feitos dos Juizados Especiais Cveis.

    Pequenos conselhos que imaginamoscomo de grande utilidade.

    1) Certificar sempre de modo claro e objetivo;

  • 2) Na citao mencionar a entrega ou recusa da contraf sob pena denulidade processual;

    3) Ler atentamente todos os mandados, verificando se a ordem judicialest clara e de acordo com o despacho e as cpias que o acompanham;

    4) Apontar na margem dos mandados todas as datas para tentativa delocalizao da parte;

    5) Lembrar que o Oficial de Justia a representao externa doJudicirio, devendo vestir e postar-se adequadamente;

    6) Procurar descrever fisicamente a pessoa em caso de negativa deassinatura ou apresentao de documento de identidade;

    7) Tratar as partes com urbanidade, evitando estresse em caso de negativade assinatura j que esta no um prmio para o Oficial ou umaobrigao da parte;

    8) Ao encontrar situaes novas ou dificuldades para o cumprimento de ummandado, este deve ser certificado pormenorizadamente e devolvido acartrio para que o Magistrado decida;

    9) Nunca permanecer com mandado em carga alm do prazo previsto paraseu cumprimento;

    10) Em caso de dvida solicitar orientao aos colegas mais experientes ouao Magistrado;

    11) Nunca se expor desnecessariamente a riscos, observando sempre ascautelas de estilo;

    12) Se intimado a devolver um mandado, priorizar seu cumprimento oujustificativa no prazo determinado, sob pena de responderadministrativamente.

  • MODELOS DE REQUERIMENTO,CERTIDES E AUTOS.

    Requerimento ao Juiz comunicando dia e horapara cumprimento de diligncia (*).

    (*) Lavrado em separado do mandado, que deve permanecer com o Oficial.

    Exmo. Sr. Juiz de Direito da Vara

    Processo n. 0000001234 Mandado n. 123456

    Objetivo:

    Partes:

    PEDRO PAULO DE TAL, Oficial de Justia abaixo assinado, vemrespeitosamente comunicar a Vossa Excelncia que, no dia ___ de _____, s ______ horas,estar disposio da parte interessada, na Rua (Av.) _____________ n. ___, no intuito deefetivar a medida determinada.

    Outrossim, requer que, de conformidade com o Provimento n. 09/90 CGJ, seja a parte interessada intimada a estar presente no local, no dia e hora marcados,munida dos meios necessrios, a seguir discriminados:______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    Termos em que,P. E. Deferimento.

    Arapongas, ___ de __________ de ______.

    _____________________________ Oficial de Justia

  • LEMBRETE:

    Todas as certides e autos podero ser lavrados no verso dos mandados ouem folha apartada. Na segunda hiptese, esta dever ser juntada ao mandadoquando o mesmo for devolvido ao cartrio.

    CERTIDO DE CITAO/INTIMAO POSITIVA.

    C E R T I D OCERTIFICO que, em cumprimento ao respeitvel mandado retro (ou anexo),diligenciei nesta data at o endereo indic