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FACULDADE CAPIVARI – FUCAP TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CONTROLE INTERNO: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA VALE AZUL CORRETORA DE SEGUROS Autor: Elizeu Nascimento Alves Orientador: Prof. Esp. Adão Paulo Ronconi RESUMO O Controle Interno é uma ferramenta gerencial de grande importância para as empresas, pois visa garantir a fidelidade dos processos internos. O presente estudo tem por finalidade, responder a pergunta de pesquisa deste artigo, que é saber quais as principais contribuições que o Controle Interno pode oferecer à gestão empresarial. Para responder esta pergunta, o tema sugere como objetivo geral, demonstrar quais as principais contribuições que o Controle Interno pode oferecer à gestão da empresa Vale Azul Corretora de Seguros. A fim de discutir sobre o objetivo geral, o estudo propõe alguns objetivos específicos para complementar à fundamentação do tema, que são: 1 - evidenciar os objetivos do Controle Interno dentro das organizações atribuídos pela literatura; 2 - identificar as formas de controles internos utilizados pela empresa Vale Azul Corretora de Seguros; 3 - verificar a viabilidade de implantação de um setor específico de controle interno, e; 4 - apresentar sugestões de melhorias de acordo com os resultados apontados pela pesquisa à empresa em questão. Mediante tais objetivos, realizou-se uma pesquisa informal, de onde se tira todas as informações necessárias para a elaboração deste artigo. Foram apontados resultados positivos, dos quais são processos e controles efetuados com maior frequência dentro da empresa, mas também foram observadas algumas falhas devido à falta de conferência nas operações realizadas. Mediante tais resultados, foi cogitada a possibilidade da implantação de um sistema de Controle Interno, sendo que a empresa passa por algumas transformações no seu quadro estrutural e percebeu que este sistema pode auxiliar no processo de tomada de decisões. Palavras-chave: Controle Interno. Tomada de decisão. Informações. Gestão. Objetivos. 1 INTRODUÇÃO O controle constante sobre os processos administrativos, contábeis e financeiros de uma empresa traz maior credibilidade para os gestores e deixa a organização segura, com chance mínima de erros.

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FACULDADE CAPIVARI – FUCAP TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CONTROLE INTERNO: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA VALE AZUL

CORRETORA DE SEGUROS

Autor: Elizeu Nascimento Alves Orientador: Prof. Esp. Adão Paulo Ronconi

RESUMO O Controle Interno é uma ferramenta gerencial de grande importância para as empresas, pois visa garantir a fidelidade dos processos internos. O presente estudo tem por finalidade, responder a pergunta de pesquisa deste artigo, que é saber quais as principais contribuições que o Controle Interno pode oferecer à gestão empresarial. Para responder esta pergunta, o tema sugere como objetivo geral, demonstrar quais as principais contribuições que o Controle Interno pode oferecer à gestão da empresa Vale Azul Corretora de Seguros. A fim de discutir sobre o objetivo geral, o estudo propõe alguns objetivos específicos para complementar à fundamentação do tema, que são: 1 - evidenciar os objetivos do Controle Interno dentro das organizações atribuídos pela literatura; 2 - identificar as formas de controles internos utilizados pela empresa Vale Azul Corretora de Seguros; 3 - verificar a viabilidade de implantação de um setor específico de controle interno, e; 4 - apresentar sugestões de melhorias de acordo com os resultados apontados pela pesquisa à empresa em questão. Mediante tais objetivos, realizou-se uma pesquisa informal, de onde se tira todas as informações necessárias para a elaboração deste artigo. Foram apontados resultados positivos, dos quais são processos e controles efetuados com maior frequência dentro da empresa, mas também foram observadas algumas falhas devido à falta de conferência nas operações realizadas. Mediante tais resultados, foi cogitada a possibilidade da implantação de um sistema de Controle Interno, sendo que a empresa passa por algumas transformações no seu quadro estrutural e percebeu que este sistema pode auxiliar no processo de tomada de decisões. Palavras-chave: Controle Interno. Tomada de decisão. Informações. Gestão. Objetivos.

1 INTRODUÇÃO

O controle constante sobre os processos administrativos, contábeis e financeiros de

uma empresa traz maior credibilidade para os gestores e deixa a organização segura, com

chance mínima de erros.

Segundo Lins (2014), o Controle Interno é utilizado com a intenção de reduzir

desvios dos ativos de uma organização, mas também como ferramenta de segurança para as

atividades operacionais e administrativas, evitando erros não intencionais.

Diante de tal conceito, o estudo de caso desta pesquisa aborda o controle das

operações internas da empresa Vale Azul Corretora de Seguros, localizada na cidade de

Tubarão/ SC.

Manter o foco nas vendas sem ter um controle básico e organizar as coisas em seu

devido lugar é correr um grande risco de cometer erros, e é aí que entra o Controle Interno.

Esta ferramenta auxilia na tomada de decisões e na identificação dos pontos fracos e

fortes da empresa, com intuito de resolver os problemas e identificar as falhas, aprimorando

todo o processo de gestão, evitando desvios e colaborando para que a empresa siga seu

caminho, já traçado anteriormente, por cada uma delas, seja na obtenção de lucros, ou

reconhecimento do seu nome no mercado de trabalho entre outros, de forma coerente e de

acordo com os resultados desejados.

O tema em questão vem sendo debatido por algum tempo e muito citado nos

processos de Controladoria, sendo cada vez mais utilizado nas organizações. A implantação

de um setor de Controle Interno deve ser da melhor forma possível, adaptando-se aos padrões

de cada empresa para que se obtenham resultados positivos mais facilmente.

A escolha do tema surgiu devido à necessidade de entender como as corretoras de

seguros se organizam, tendo em vista que são prestadoras de serviços e sua única forma de

faturamento é o recebimento de comissões no processo da venda de seguros. Tendo em vista

que o planejamento e o controle deveriam fazer parte da rotina de qualquer empresa e até

mesmo de qualquer pessoa hoje em dia, a proposta deste artigo é o Controle Interno.

Para competir igualmente, as organizações devem estar atentas a tudo que acontece

ao seu redor. É necessário que se faça uma avaliação minuciosa no ambiente interno e externo

da empresa com o objetivo de conhecer suas fraquezas, suas forças, oportunidades ou até

mesmo as ameaças. O Controle Interno também auxilia nesse aspecto e ajuda a evitar erros

operacionais e administrativos bem como desvios inesperados.

Com relação a isso, a pergunta de pesquisa é identificar quais as principais

contribuições que o Controle Interno pode oferecer à gestão empresarial?

Seu objetivo geral é demonstrar quais as principais contribuições que o Controle

Interno pode oferecer à gestão da empresa Vale Azul Corretora de Seguros.

Para satisfazer o objetivo geral, os objetivos específicos são: (a) evidenciar os

objetivos do Controle Interno dentro das organizações atribuídas pela literatura; (b) identificar

as formas de controles internos utilizados pela empresa Vale Azul Corretora de Seguros; (c)

verificar a viabilidade de implantação de um setor específico de controle interno; (d)

apresentar sugestões de melhorias de acordo com os resultados apontados pela pesquisa à

empresa em questão.

Para justificar a escolha do tema, com base nas pesquisas realizadas, o Controle

Interno é de grande valia, pois é uma ferramenta que auxilia os gestores na tomada de decisão

e ajuda as empresas a reforçarem seus processos internos. Além disso, serve de base para o

administrador, tendo em vista que ele sozinho não consegue ter o controle total sobre todos os

departamentos, mas com o auxilio de um setor de Controle Interno, terá um suporte amplo,

com informações precisas e coerentes, evitando assim, a perda de bens e produtos, bem como

de suas transações.

Para o combate a corrupção, pode-se afirmar que o Controle Interno tem papel

fundamental nesse aspecto. A sociedade vê casos na mídia da situação de políticos que

roubam, sobre caixa dois, desvio de dinheiro público e até mesmo histórias reais de empresas

privadas, as quais muitas delas beiram a falência por estes motivos. O controle das operações

nesse quesito é destaque e influencia diretamente na salvaguarda dos ativos da organização e

na confiabilidade das informações em relação a pagamento de impostos e cumprimento das

leis, o que interessa diretamente a sociedade em si.

O estudo deste tema contribuirá para uma ampliação dos conhecimentos sobre o

assunto, facilitando o entendimento dos profissionais contábeis, bem como de futuros

profissionais da área contábil, mostrando detalhes relevantes no decorrer do artigo.

Sendo assim, este estudo de caso se delimita a empresa cedente do estágio, a qual se

denomina Vale Azul Corretora de Seguros. A pesquisa serve apenas para esta empresa e não

se aplica as demais corretoras, onde a mesma foi realizada por meio da coleta de dados, entre

os meses de abril e novembro do ano de 2017.

2 EMBASAMENTO TEÓRICO

A contabilidade é uma ferramenta útil dentro da entidade, pois segundo Marion

(2008, p.26) “é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de

decisões dentro e fora da empresa.” Saber lidar com informações é a maneira mais fácil de

administrar uma empresa.

Neste capítulo será apresentado um resumo geral sobre a história da contabilidade,

conceito e seus princípios.

Sabe-se que a contabilidade se subdivide em vários ramos, dos quais podem ser

citados: Contabilidade Financeira, Contabilidade Fiscal, Contabilidade Governamental,

Contabilidade Rural, Contabilidade Internacional, Contabilidade Bancária, Contabilidade

Imobiliária, Auditoria, Perícia, Contabilidade Social, Contabilidade Gerencial, de Custos,

Contabilidade de Seguros entre outras.

O embasamento teórico mostra um breve resumo da História da Contabilidade e

conceitos, um pouco da Contabilidade Gerencial, incluindo Custos e uma leve introdução

sobre Contabilidade de Seguros, que é o ramo mais próximo do tema central do artigo.

Discorre também sobre o assunto principal do estudo de caso que é o Controle Interno, o qual

trará suporte para a elaboração dessa pesquisa, fazendo uma ligação com a Controladoria.

2.1 O INÍCIO DA CONTABILIDADE: HISTÓRIA E CONCEITO

Pelo conhecimento empírico, fala-se que a contabilidade existe desde os tempos

antigos, a.C, conforme histórias escritas na bíblia sagrada, o livro dos cristãos.

Iudícibus (1994) diz que a contabilidade é tão antiga quanto o Homo sapiens. Relata

em seu livro que existem indícios da existência da contabilidade a 4000 a.C. devido fatos de

que os primitivos já contavam seus rebanhos, o número de instrumentos para a caça e a pesca,

suas ânforas de bebidas, entre outros, mas que naquele tempo ainda não existia a moeda em si.

Considerava-se então que a contabilidade só teve sua evolução com o surgimento do

dinheiro, antes, era uma fase rudimentar de contabilidade. Com a constante preocupação em

cuidar do seu patrimônio, o homem teve de aperfeiçoar suas técnicas de controle e, na medida

em que as atividades foram se desenvolvendo, o homem que hoje é conhecido por exercer a

profissão de contabilista passa a por ordem, agregar e inventariar suas aquisições

(IUDÍCIBUS, 1994).

Crepaldi (2004) corrobora e diz que a contabilidade é a ciência mais antiga do

mundo, com base em que diversas civilizações antigas já possuíam registros de técnicas

contábeis. Ele destaca a obra Summa de Arithmetica, geometria, proportionalita, do Frei

Pacioli publicada em Veneza que descreveu um método utilizado pelos mercadores daquela

cidade para o controle de suas operações, que mais tarde foi reconhecido como o método das

partidas dobradas.

Esse método é muito falado quando se inicia o curso de Ciências Contábeis, onde se

destaca que, para cada unidade que sai, outra deve entrar em proporção igual.

Em termos mais técnicos, diz se que o método das partidas dobradas se define que:

“Todo valor debitado é sempre igual ao valor creditado, porque em cada operação há sempre

rigorosa igualdade entre aplicação e origem dos recursos (FIGUEIREDO, 2012, p.52)”.

A partir daí a contabilidade já começa evoluir e ganhar uma forma concisa. Sua

expansão se iniciou pela igreja e pelo estado e foi um importante número para o avanço do

capitalismo. Nesse tempo, os livros de registros contábeis, como o livro diário, livro razão,

livro caixa entre outros, eram sigilosos e assim, toda informação contábil ficava em posse do

dono do empreendimento, o que levou um desenvolvimento elevado da ciência devido à troca

de informações e ideias entre os profissionais da época (CREPALDI, 2004).

No mesmo pensamento e com mais ressalva, Iudícibus (2005) diz que o progresso da

contabilidade foi lento ao decorrer dos séculos. Na primeira etapa de seu desenvolvimento, a

contabilidade utilizava-se de desenhos, imagens e figuras para discernir seu patrimônio. Nessa

época já era reconhecida como ciência, no século XIX e logo após, surge a técnica da

escrituração contábil antes mesmo da escrita comum.

A contabilidade passou a ser uma ferramenta importante na sociedade a partir do

desenvolvimento do mercado de ações e o fortalecimento da sociedade anônima como forma

comercial e que a partir daí, não somente o empresário era usuário da contabilidade, mas

outros interessados como o governo, sindicatos, fisco, investidores, credores entre outros

(CREPALDI, 2004).

No decorrer da história, pode-se perceber que a contabilidade foi definida como uma

ciência que estuda os registros, atos e fatos, métodos e doutrinas contábeis e administrativas

decorrentes da evolução da sociedade humana e de seus patrimônios.

A ciência conhecida como contabilidade, pode ser definida como arte ou técnica. É

por intermédio dela que o empreendedor consegue tomar as melhores decisões para o

crescimento de sua empresa, tendo em vista todas as análises que são realizadas e o número

máximo de informações que ela fornece para o cliente (MARION, 2008; GONÇALVES;

BAPTISTA, 2007).

Segundo Marion (2008, p. 26), “A Contabilidade é o instrumento que fornece o

máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa.”

Seu principal objetivo, de acordo com Gonçalves e Baptista (2007), é o patrimônio,

seja ele de pessoa física ou de pessoa jurídica. É no patrimônio que a contabilidade trabalha e

se desenvolve de acordo com estudos e análises para conseguir sua finalidade.

Quando se fala em patrimônio, entende-se dentro da contabilidade que se trata não

somente de Bens físicos, mas também de Direitos a receber e Obrigações a pagar. Os Bens

são as coisas úteis, de forma física e palpável, enquanto os Direitos vêm a serem valores e

títulos que a empresa tem a receber e as Obrigações, são as dívidas com bancos, fornecedores,

empréstimos entre outros (MARION, 2008).

Contudo, o patrimônio é algo muito visado em uma empresa e por isso a necessidade

de cada vez mais cuidar desse objeto.

O Planejamento e Controle são as principais finalidades da contabilidade. O

planejamento visa traçar um rumo e escolher entre as diversas alternativas, qual será a que

apresentará melhor resultado, enquanto o controle tende a gerenciar os processos para ter a

certeza de que tudo está ocorrendo conforme planejado. Para que isso ocorra de forma

concisa, é necessário que a contabilidade registre e produza as informações com clareza sobre

o patrimônio e repasse aos seus administradores (GONÇALVES; BAPTISTA, 2007).

2.1.1 Princípios da Contabilidade

Toda profissão habilitada desde muito tempo até hoje em dia possui regras e

princípios que as regem, e na contabilidade não é diferente. Para isso que foram criados os

Princípios da Contabilidade.

Os Princípios da Contabilidade servem como um manual ao profissional contábil,

onde constam as regras da profissão e o que se pode e não pode ser feito durante o exercício

da mesma. É como um código de ética profissional.

Iudícibus (2005) referencia os princípios como sendo conceitos básicos que possuem

informações essenciais para guiar o profissional contábil na consecução dos objetivos da

contabilidade, apresentados de forma clara e estruturada.

Segundo Marion (2008), como ferramenta de tomada de decisão, a contabilidade

precisa de regras e princípios para seu funcionamento, e por isso que foram criados pelo CFC

(Conselho Federal de Contabilidade) os Princípios da Contabilidade, sendo estes, descritos na

Resolução CFC 1282/2010, como: Princípio da Entidade; Princípio da Continuidade;

Princípio da Oportunidade; Princípio do Registro pelo Valor Original; Princípio da

Competência e Princípio da Prudência.

Vale ressaltar que a Resolução CFC 1282/2010 é a versão atualizada da Resolução

CFC original de nº 750/1993.

Para Marion (2008) os Princípios da Contabilidade, ou pilares da contabilidade como

alguns autores chamam, são as regras que norteiam e regem essa ciência. Conceituam-se cada

um dos princípios tendo como base a Resolução CFC 1282/2010, dos quais a definição se

expressa como:

Princípio da Entidade: diz que a empresa não pode se confundir com a pessoa física,

ambos deve ser contabilizado em separados (GONÇALVES; BAPTISTA, 2007).

Princípio da Continuidade: alega que a entidade deve existir com prazo

indeterminado, sem pretensão de findar suas atividades (MARION, 2008).

Princípio da Oportunidade: mostra que a oportunidade exige o registro e o relato de

todas as variações patrimoniais sofridas pela entidade diariamente e momentâneo; deste modo

encontra-se o máximo de dados precisos no período (SANTOS, 2006).

Princípio do Registro pelo Valor Original: segundo Santos (2006) discorre de todos

os componentes do patrimônio registrados pelos valores originais, ocorridos na data de

transações expressadas em moeda corrente nacional.

Princípio da Competência: de acordo com Santos (2006), o Princípio da

Competência vem observar que não estão relacionados a pagamentos ou recebimentos, mas

sim, reconhecer as receitas e despesas ocorridas no período.

Princípio da Prudência: para Gonçalves e Baptista (2007), o Princípio da Prudência

se baseia em não antecipar receita e apropriar todas as despesas possíveis. Pelo custo ou

mercado, dos dois, o menor. Em suma, o menor valor para o ativo e o maior valor para o

passivo.

De acordo com Girotto (2016) os Princípios da Contabilidade dispostos na Resolução

nº 750/1993 foram revogados pela NBC TSP EC, por meio da publicação do CFC no dia 04

de outubro de 2016.

Girotto (2016) ainda fala que revogar a Resolução nº 750/1993 não implica na

extinção dos Princípios de Contabilidade. Essa revogação apenas visa à unicidade conceitual,

apropriada para evitar divergências na concepção doutrinária e teórica, que poderiam

comprometer aspectos formais das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCs).

Em tese, pode-se dizer que os princípios foram extintos, mas que a base principal

deles pode ser utilizada como referência.

O maior ponto que influenciou para a revogação destes princípios foi a partir do

processo de convergência das normas internacionais, em 2008, o que gerava preponderância

de alguns princípios sobre outros, vindo alguns princípios a serem interpretados como de

menor importância ou até mesmo de como não sendo fundamentais, gerando muita dúvida

juntamente dos profissionais contábeis (GIROTTO, 2016).

Mesmo estando extintos, é primordial a observância destes princípios, pois é por

intermédio deles que se pode obter maior segurança nas informações apresentadas e também

são eles que conduzem o profissional da contabilidade na integridade das práticas contábeis.

2.2 A CONTABILIDADE E SUAS DIVERSAS RAMIFICAÇÕES

A Contabilidade atua como base da organização, pois está ligada a vários setores,

oferecendo dados que informam a real situação da empresa aos seus gestores com o intuito de

viabilizar uma perfeita administração.

Como o tema da pesquisa se refere ao Controle Interno em uma Corretora de

Seguros, será visto um pouco sobre alguns desses ramos que mais se aproximam do assunto,

que é a Contabilidade Gerencial, englobando Custos e a Contabilidade de Seguros, que

esclarece um pouco sobre a atividade da empresa do estudo de caso. O foco principal desse

tópico será no Controle Interno, que vem como tema principal.

2.2.1 Contabilidade Gerencial: A Base da Organização

Tudo começa com um bom gerenciamento. Quando se aplica o verdadeiro

significado da palavra organização e sabe-se administrar as informações de maneira coerente,

a contabilidade dificilmente terá erros e/ou falhas.

Iudícibus (2005) relata que a Contabilidade Gerencial nada mais é do que um

enfoque voltado para as técnicas e procedimentos contábeis tratados em várias outras

contabilidades, como a financeira, a de custos, a de balanços entre outras, visto de forma

analítica de maneira que venham a auxiliar os administradores da instituição no seu processo

decisório.

Para Crepaldi (2011, p. 6),

A Contabilidade Gerencial é o ramo da Contabilidade que tem por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais. É voltada para a melhor utilização dos recursos econômicos da empresa, através de um adequado controle dos insumos efetuado por um sistema de informação gerencial.

Com palavras diferentes, ambos os autores expressam a mesma ideia, definem a

Contabilidade Gerencial como a base para o controle de uma entidade.

Em contrapartida, enquanto por um lado a Contabilidade Gerencial é voltada para o

fornecimento de informações aos administradores, a contabilidade financeira vem em

contraste com a gerencial fornecendo informações aos acionistas e credores, os quais são os

maiores interessados pela saúde financeira da empresa (PADOVEZE, 1996).

Tendo visto o parágrafo anterior, percebe-se que a administração e o financeiro

andam sempre juntos, e a junção das ações de cada contabilidade é que faz a empresa ter sua

base ainda mais concisa e fortificada. A comunicação entre os setores de uma empresa é

primordial para o bom andamento da entidade, pois um serviço realizado de forma duplicada

ou não realizado por falta de comunicação acarretará em ônus e perda de tempo para os

gestores.

O uso da informação contábil é fundamental para a administração da Contabilidade

Gerencial. De nada vale obter resultados contábeis e financeiros que não servem para o setor

administrativo. Os relatórios financeiros e contábeis devem fornecer dados concretos para os

gestores.

A Informação contábil deve servir como um instrumento gerencial para a tomada de

decisão, realizado por intermédio de um sistema de informação contábil, atendendo os

requisitos básicos, que é necessidade dos dados como informação e o seu planejamento e

controle (PADOVEZE, 1996).

Para Crepaldi (2011), a Contabilidade Gerencial auxilia os gestores na tomada de

decisões e no exercício das suas funções, servindo como uma chave para o bom

funcionamento da organização, deixando de ser vista apenas como um sistema de informações

e passando a ser entendido também como um instrumento gerencial, fornecendo informações

para o processo de gestão, planejamento, execução e controle mediante da elaboração dos

relatórios.

O manuseio das informações de maneira correta só contribui para o bom andamento

das empresas, sejam informações gerenciais, contábeis ou financeiras.

2.2.2 Gerenciando Custos

Saber o custo que uma empresa possui para elaborar um produto ou prestar um

serviço é de grande valia para a organização não ter prejuízos futuros.

Sendo assim, devido à necessidade de se obter um controle sobre os valores que são

atribuídos aos produtos já finalizados em estoque e da tomada de decisões em que esses

produtos devem ser vendidos é que surgiu a Contabilidade de Custos (CREPALDI, 2010).

De acordo com Crepaldi (2011, p.2),

A Contabilidade de Custos planeja, classifica, aloca, acumula, organiza, registra,

analisa, interpreta e relata os custos dos produtos fabricados e vendidos. Uma

organização necessita ter uma contabilidade de custos bem estruturada para

acompanhar e atingir seus objetivos em um mercado dinâmico e globalizado.

Crepaldi (2010) complementa dizendo que a Contabilidade de Custos está englobada

na Contabilidade Gerencial e a define como a ferramenta para se determinar o preço de um

produto ou serviço, pois gera informações precisas que facilitam a tomada de decisões.

O quadro 01 mostra os termos relacionado ao tema a Contabilidade de Custos, onde

se consegue definir de forma clara cada conceito e sua aplicação.

Quadro 01 - Diferença dos termos relacionados à Contabilidade de Custos.

REFERÊNCIA

CONCEITO

GASTO

Dinheiro utilizado para obter algum produto ou serviço, e só é contabilizado no momento da redução do ativo através do pagamento.

INVESTIMENTO

É um gasto efetuado para que a entidade obtenha benefícios futuros. Os investimentos podem ser classificados como circulantes, que são os estoques de mercadorias e produtos para revenda e permanente, que são as máquinas, equipamentos e instalações.

CUSTOS

São gastos efetuados para a produção de um bem ou serviço. Também é considerado como gasto, mas é reconhecido como custo no momento da produção do bem ou serviço.

DESPESAS

Bens ou serviços consumidos para a obtenção da receita, como as comissões sobre vendas.

DESEMBOLSO

É o pagamento feito quando a empresa adquiriu um bem ou serviço. É a saída do financeiro da emprega, a entrega do ativo e pode ocorrer de duas formas, à vista ou a prazo.

PERDA

É o bem ou serviço que vai se desgastando ou consumindo de modo involuntário ou anormal. São gastos intencionais de fatores externos.

Fonte: Adaptado de Crepaldi (2010)

Os Custos podem ser classificados como Diretos e Indiretos. Os Custos Diretos são

aqueles alocados diretamente ao produto ou serviço, enquanto os Custos Indiretos são aqueles

que devem ser rateados de acordo com a produção, como por exemplo, o aluguel, a energia,

depreciação, entre outros (CREPALDI, 2010).

Dentro de Custos Diretos e Indiretos, existem ainda várias subdivisões e processos

para encontrar o preço de um produto ou serviço e suas fórmulas pré-existentes para a

alocação desse custo que deve ser explorado a fundo em uma pesquisa focada nesse assunto.

Um custo bem elaborado, não só leva a empresa ao sucesso como gera um

crescimento contínuo da mesma e a deixa competitiva dentro da sociedade em que ela está

inserida.

2.2.3 Contabilidade De Seguros: Normas Operacionais

É coerente descrever um pouco sobre as normas de seguros quando a pesquisa do

estudo ocorre em uma corretora de seguros.

Segundo Figueiredo (2012, p. 13) seguro pode ser definido em algumas palavras de

destaque, que são: “Mutualismo, Risco, Segurador, Segurado, Prêmio, Indenização, Contrato,

Ramos, Cosseguro e Resseguro”.

Sabe-se que as corretoras de seguros operam normalmente como uma prestadora de

serviços assim como todas as demais de outros ramos, porém, é curioso saber para quem as

seguradoras prestam serviço e qual a forma de legislação que as regem.

Seguindo este raciocínio, pode-se dizer que as seguradoras não operam diretamente

com o cliente por meio da venda de seguros. Para isso, é necessário existir um corretor

habilitado para que faça esse intermédio entre o cliente e a seguradora. Atualmente, existem

muitas seguradoras no mercado, as quais são habilitadas e funcionam de acordo com as regras

impostas pelo governo.

Vale citar que além das corretoras e seguradoras existem as tais associações de

seguros que trabalham com a venda da proteção veicular, porém, este ramo não é formalizado

pelo Governo Federal nem atende as regras exigidas pelo órgão regulamentador dos seguros,

a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados).

De acordo com Figueiredo (2012), as seguradoras devem seguir as normas contábeis

do CFC, da CMV (Comissão dos Valores Mobiliários) e também do órgão que as

regulamente, que é a SUSEP.

No Brasil, a lei que regulamenta as seguradoras é a Lei n° 11.638/2007 a qual diz

que as seguradoras devem ser criadas soba forma de sociedade anônima. Além dessa lei,

existe a Resolução CNSP n° 86, de 19 de agosto de 2002 a qual dispõe sobre as normas

contábeis, a Circular Susep n° 379, de 19 de dezembro de 2008 que dispõe sobre as alterações

das normas contábeis juntamente da Circular n° 429, de 29 de abril de 2011 (FIGUEIREDO,

2012).

Alguns itens são obrigatórios na apresentação das demonstrações contábeis das

companhias seguradoras, dos quais segundo Figueiredo (2012, p.88) são:

- Apresentação das demonstrações contábeis semestrais; - A publicação do Balanço, Demonstrações e Notas Explicativas, devem fazer publicar também o parecer dos Auditores Externos e do Conselho Fiscal, se houver; - A divulgação da DFC (Demonstração de Fluxos de Caixa) tornou-se obrigatório pela Lei nº 11.638/2007; - O Balanço Patrimonial é configurado por classes, grupos, subgrupos, contas e subconta.

Outra diferença que vale ressaltar para as empresas seguradoras, é o Resseguro, que

segundo Figueiredo (2012, p. 35),

É a técnica de pulverização da responsabilidade, na qual o segurador transfere a outrem parcialmente o risco assumido. Nessa operação, o segurador transfere ao ressegurador, sem conhecimento ou qualquer interferência do segurado, o excesso de responsabilidade que ultrapasse ao seu limite de capacidade econômica de

indenizar.

Para as corretoras de seguros, a contabilidade é normal e se enquadra nas regras de

empresas prestadoras de serviços.

2.2.4 Controle Interno: Conceito e Utilidade

A palavra controle dentro das organizações realça a finalidade de ter um processo

sem erros e fornecer informações precisas a ponto de o administrador estar por dentro de

todos os procedimentos que ocorrem em sua empresa para melhor administrá-la.

O Controle Interno pode ser definido como um conjunto de normas a serem seguidas

com o objetivo de proteger o ativo da empresa, bem como fornecer dados confiáveis que

auxiliam no processo administrativo da organização, que é a forma como a empresa gerencia

e direciona seus negócios.

Assi (2014) compara o Controle Interno de uma empresa com a simples conferência

que uma pessoa costuma realizar quando olha seu extrato bancário ou verifica os débitos das

tarifas, os créditos dos cheques depositados e sacados entre outros. O acompanhamento diário

se faz essencial para se obter um controle eficiente.

O Controle Interno exige a aplicação e o acompanhamento das tarefas como uma

vigilância diária nas operações, obedecendo sempre uma política interna da empresa.

Para Crepaldi (2012, p. 415), Controle Interno

São todos os instrumentos da organização destinados à vigilância, fiscalização e verificação administrativa, que permitem prever, observar, dirigir ou governar os acontecimentos que se verificam dentro da empresa e que produzam reflexos em seu patrimônio.

Por outro lado, o Controle Interno é utilizado para vigiar e proteger toda a atividade

de uma organização a fim de confirmar que todos os bens ou produtos estão sendo investidos

de forma correta e gerando lucratividade, sem qualquer ônus para a instituição (CREPALDI,

2012).

Almeida (2010, p. 42) simplifica este conceito e diz que “O Controle Interno

representa em uma organização o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com

objetivos de proteger os ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a administrar na

condução ordenada dos negócios da empresa.”

Attie (2007) finaliza e cita de uma maneira formal que o conceito de Controle

Interno exposto pelo Comitê de Procedimentos de Auditoria do Instituto Americano de

Contadores Públicos Certificados (AICPA) é a composição de conjuntos de métodos e planos

feitos por uma empresa para resguardar seu patrimônio, garantir a exatidão dos seus dados

contábeis, ressaltando a eficiência das operações que são realizadas e encorajar a

administração da organização para que continue com mais ênfase nos seus objetivos e

controles.

De maneira resumida pode-se dizer que uma empresa só consegue ter o controle total

dos seus bens possuindo um sistema de Controle Interno eficiente. Gestores que tem o

controle de suas organizações tendem a lidar com as informações facilmente, a fim de obter

resultados mais específicos, de acordo com suas necessidades para a tomada de decisões.

Para alcançar qualidade no Controle Interno, será necessário um custo para a

implantação de um sistema, mas Assi (2014) sugere investigar as fragilidades dos processos e

usar os recursos existentes para que se economize na implantação desse sistema.

Algumas empresas atuam simplesmente com um sistema gerencial, porém, este

controle não pode ser chamado de Controle Interno. Para que exista este controle, se faz

necessárias pessoas responsáveis para acompanhar os processos dentro da organização,

mantendo assim um controle efetivo das rotinas.

Attie (2007) ressalta que o Controle Interno se faz necessário à medida que a

empresa não consegue lidar com todas as informações e processos que ela executa, então,

cria-se um sistema para controlar todo esse fluxo de informações e a partir disto, os resultados

finais de produção possam ser confiáveis e avaliados de forma concreta pelos

administradores.

A gestão de um sistema de Controle Interno é responsabilidade da administração da

empresa. Um bom controle se faz eficiente e importante quando se percebe que ele garante a

continuidade do fluxo de operações diárias gerando importante resultados para a tomada de

decisões (CREPALDI, 2012).

Almeida (2010, p. 49) cita que “O custo do controle interno não deve exceder aos

benefícios que dele se espera obter.”

Deve ser avaliado caso a caso e averiguar qual procedimento é adequado para cada

tipo de ocasião, a fim de que não se venha ter prejuízos financeiros em vez de obter

resultados.

Cabe à administração da empresa averiguar e acompanhar o funcionamento do seu

Controle Interno para que ele funcione de forma adequada e sirva como apoio às decisões que

serão tomadas. Aos administradores também fica delegado toda função de informar e treinar

seus funcionários quais procedimentos devem ser seguidos no processo de Controle Interno,

designando as tarefas para que não haja o acúmulo de trabalho para os empregados

(ALMEIDA, 2010).

Um sistema de Controle Interno deve operar em todos os setores da empresa e trazer

resultados amplos, atuando na área gerencial, contábil e financeira.

2.2.4.1 Objetivos do Controle Interno

Quando um Controle Interno é eficiente e possui um bom acompanhamento dos seus

responsáveis, ele traz resultados positivos de forma equilibrada. Toda empresa deve possuir

um sistema de Controle Interno e adequar sua forma da melhor maneira possível, para que

traga resultados positivos.

Attie (2007, p. 189) menciona que os objetivos do Controle Interno são:

“salvaguarda dos interesses da empresa; precisão e confiabilidade dos informes e relatórios

contábeis, financeiros e operacionais; o estímulo à eficiência operacional; e a aderência às

políticas existentes.”

De acordo com Gil, Arima e Nakaruma (2013, p. 102) dentro de uma organização

privada, podem-se definir melhor os objetivos do Controle Interno nos seguintes tópicos:

- Proteção dos bens; - Conferência da exatidão e da fidelidade dos dados contábeis; - Promoção da eficiência operacional; - Estímulo à obediência às diretrizes administrativas estabelecidas.

Ambos os autores citados concordam com os mesmos objetivos com palavras

diferentes. Em um resumo básico, entende-se que o Controle Interno tem por objetivo guardar

os interesses da empresa com máxima eficiência e eficácia, apresentando relatórios confiáveis

além de detectar erros e fraudes, visando sempre proteger a organização como um todo.

Assi (2014) realça que o Controle Interno tem seus objetivos divididos em três

tópicos, que são: objetivos de desempenho, objetivos de informação e objetivos de

conformidade.

Cada item desses possui suas características, as quais podem ser vistas no quadro 02.

Quadro 02 - Principais Objetivos do processo de Controle Interno.

OBJETIVO

CARACTERÍSTICAS

Objetivos de desempenho

Procedimentos para avaliação dos ativos; Procedimentos para cada área ou atividade,

destacando normas relativas à segregação de funções, delegação de autoridade e responsabilidade, às conferências, conciliações e aos controles duplos, acesso a ativos e arquivos e sua utilização entre outros;

Autorização adequada de transações e atividades;

Planos de contingência; Política de seleção e utilização de recursos

humanos, abrangendo um código de ética, descrições de funções, avaliações de desempenho, rodízio, férias, etc.

Identificação, avaliação e controles de riscos.

Objetivos de informação

Alimentação de dados e produção de

relatórios gerenciais, abordando a qualidade dos ativos;

Gestão de riscos; Acompanhamento da movimentação de

clientes; Desempenho financeiro; Apuração dos lucros e perdas; Registro adequado das operações ativas e

passivas; Contas de resultado e contas de

compensação; Agilidade das comunicações internas.

Objetivos de conformidade

Auditoria Interna; Compliance (agir de acordo com as regras e

normas estabelecidas).

Fonte: Adaptado de Assi (2014)

Os objetivos apresentados no quadro 02 resumem detalhadamente cada item que

consta dentro de um Controle Interno, dos quais se pode resumir como:

Os Objetivos de desempenho evidenciam a forma de trabalho dos funcionários, que

devem exercer suas profissões com eficiência e integridade, sem custos excessivos ou

inesperados e colocando o interesse da organização acima de tudo, agindo de acordo com as

regras e metas expostas (ASSI, 2014).

Por contrapartida, conforme Assi (2014), os Objetivos de informação resultam na

apresentação de relatórios concisos e importantes para a tomada de decisão dos gestores,

sendo esses de forma confiável e precisa. Para esse grupo destacam-se os demonstrativos

contábeis e financeiros.

Por sua vez, os Objetivos de conformidade levam em conta que todas as atividades

da organização devem ser realizadas de acordo com a lei e regulamentos daquela atividade,

bem como, com a política interna e procedimentos da própria organização (ASSI, 2014).

2.2.4.2 Princípios do Controle Interno

Criar princípios é a maneira mais prática de ter uma base consolidada para seguir um

determinado tema com foco e precisão.

Segundo Gil, Arima e Nakaruma (2013), os princípios do Controle Interno podem

ser divididos inicialmente em duas áreas, o Controle Contábil e o Controle Administrativo.

Eles servem como parâmetros de suporte ao sistema de gestão da empresa e podem ser

demonstrados conforme mostra o quadro 03.

Crepaldi (2012) diferencia esses dois tipos como sendo o Controle Contábil

responsável por organizar o plano de produção e todos os demais métodos e procedimentos

usados para resguardar o patrimônio e o Controle Administrativo, como o responsável por dar

eficiência às operações, alavancar a política de negócios da empresa e também por controlar a

parte dos registros financeiros.

Portanto, pode-se dizer que o Controle Contábil é voltado para o registro, exame e

confronto do patrimônio com os dados informados, enquanto o Controle Administrativo busca

a identificação das melhores práticas operacionais da empresa (GIL; ARIMA; NAKARUMA,

2013).

Tanto o Controle Contábil quanto o Controle Administrativo possuem papel de

destaque dentro do Controle Interno. Quando estes três tipos de controle trabalham juntos,

fica evidente a eficiência e os resultados positivos da organização.

Quadro 03 – Princípios do Controle Interno.

CONTÁBIL

ADMINISTRATIVO

Integridade

Disponibilidade

Confidencialidade

Eficácia

Fidelidade da informação em relação aos dados

Eficiência

Segurança Ambiental

Obediência às diretrizes administrativas

Segurança Física

Segurança Lógica

Conformidade

Irrevogabilidade

Fonte: Gil, Arima e Nakaruma (2013, p. 103)

A preocupação com a segurança das informações quanto ao ciclo de negócios é a

maior preocupação desses dois tipos de controles, os quais possuem algumas características

distintas, conforme mostra o quadro 03 (GIL; ARIMA; NAKARUMA, 2013).

Para Gil, Arima e Nakurama (2013, p. 104), o Controle Interno Contábil é o

responsável por proteger os bens e conferir a exatidão da fidelidade dos dados contábeis da

entidade, e segue os princípios relacionados no quadro 03, dos quais são:

- Integralidade: Consiste na manutenção da informação na mesma condição que ela foi disponibilizada pelo proprietário, com a finalidade de protegê-la de alterações indevidas, intencionais e acidentais; - Confidencialidade: Consiste em uma forma de proteger a informação segundo o grau de sigilo atribuído a seu conteúdo, a fim de limitar o seu acesso e uso às pessoas autorizadas; - Fidelidade da informação em relação aos dados: Refere-se à garantia que a informação é proveniente dos dados fidedignos originados de fontes confiáveis; - Segurança Ambiental: Tem o foco voltado para a sustentabilidade do meio ambiente, ou seja, busca equilíbrio entre a ecologia e o meio socioeconômico de forma sustentável; - Segurança Física: Consiste em manter os bens tangíveis quanto intangíveis sob proteção por meio de aplicação de algumas ferramentas e procedimentos de controle, cujo intuito é minimizar os prejuízos que porventura possam provocar a perdas desses bens;

- Segurança Lógica: Corresponde aos processos de controle para manutenção de execução adequada dos procedimentos operacionais do ciclo de negócios de uma determinada entidade; - Conformidade: Consiste na obediência à legislação em vigor, ou seja, o cumprimento das normas e regulamentos legais no desenvolvimento do ciclo de negócios da empresa, não só em termos regionais e nacionais, mas, principalmente, levando em consideração as leis internacionais em vigor; - Irrevogabilidade: Consiste em garantir que as transações e informações não possam ser negadas, ou seja, repudiadas por qualquer um dos participantes de uma comunicação legítima.

Quanto ao Controle Interno Administrativo, sua função é a eficiência operacional de

acordo com as normas da entidade e baseia-se em práticas de gestão de negócios empresariais,

onde se apresentam os conceitos de cada princípio conforme mostrado no quadro 03 (GIL;

ARIMA; NAKAMURA, 2013, p. 106):

- Disponibilidade: sabe-se que é preciso analisar o ambiente interno e externo para que uma empresa venha a obter sucesso e não fique no prejuízo. Esse princípio tem a conotação de disponibilizar as informações de forma fácil e prática quando solicitado pelos gestores para a tomada de decisão. - Eficácia: este princípio consiste em usufruir o máximo de informação para alcançar o resultado desejado pela instituição, independente dos recursos utilizados. - Eficiência: resulta em desenvolver os processos da melhor forma possível, sem se preocupar com o resultado final do projeto, mas sim, com as medidas adotadas para que o Controle Interno seja feito de forma mais apropriada. - Obediência às diretrizes administrativas: essa ferramenta consiste em padronizar as atividades gerenciais estabelecidas pela entidade com os ciclos de negócios operacionais, sem quebrar as regras e normas estabelecidas para a realização das atividades, sejam elas formais ou informais.

Todos estes princípios devem ser observados, fazendo com que o Controle Interno

tenha mais eficiência e confiança perante a administração de uma instituição.

2.2.4.3 Características do Controle Interno

O Controle Interno adequado é aquele que possibilita o alcance dos objetivos

traçados pela administração de forma eficaz, permitindo que sejam evitados erros e

desperdícios obtendo o alcance das metas de forma correta.

Como visto no quadro 03, os controles são divididos em controles contábeis e

administrativos, onde cada um deles possui seus princípios e características que podem ser

seguidos.

Um sistema de Controle Interno que segue essas características básicas consegue

gerar resultados positivos para a organização, a modo de oferecer suporte para toda área

administrativa de uma forma concreta e eficaz. São procedimentos base que podem ser

utilizados em qualquer empresa, podendo ser adaptados da maneira que melhor lhe convém

(ATTIE, 2007).

De acordo com Attie (2007, p. 187), pode-se dizer que as características de um

sistema de Controle Interno são:

- plano de organização que proporcione segregação de funções apropriada das responsabilidades funcionais; - sistema de autorização e procedimentos da escrituração adequados, que proporcionem controle eficiente sobre o ativo, passivo, receita, custos e despesas; - observância de práticas salutares no cumprimento dos deveres e funções de cada item dos departamentos da organização; e - pessoal com adequada qualificação técnica e profissional para a execução de suas atribuições.

Attie (2007) diz que um Controle Interno bem desenvolvido deve ser composto de

vários itens, como controle de orçamentos, de custos, relatórios rotineiros e que também tenha

uma abrangência maior, como por exemplo, o estudo de movimentos e controles de

qualidade.

Quanto melhor e mais organizado for o controle, maior resultados e praticidade

trarão na obtenção dos resultados. Observar e praticar as características do Controle Interno é

indispensável para toda organização.

2.2.4.4 Controladoria

A Controladoria se relaciona com o Controle Interno e permite uma melhor

organização das empresas quando trabalham de forma equilibrada.

Pode-se entender Controladoria como o departamento responsável pelo projeto, elaboração, implementação e manutenção do sistema integrado de informações operacionais, financeiras e contábeis de determinada entidade, com ou sem finalidades lucrativas, sendo considerada por muitos autores como o atual estágio evolutivo da Contabilidade (OLIVEIRA; PEREZ JÚNIOR; SILVA, 2014, p.5).

Pode-se dizer que a Controladoria, de acordo com o conceito acima, atua como um

módulo atrelado ao Controle Interno para a obtenção de melhores resultados dentro da

organização.

Para Padoveze (2014) a Controladoria se utiliza de toda a ciência contábil para

executar seu controle dentro das organizações, vindo atuar como meio de estabelecer,

expandir e utilizar todo o conhecimento contábil para satisfazer as necessidades das empresas.

Sua missão é “Assegurar a Otimização do Resultado Econômico da Organização

CATELLI, 2001, p. 346).”

Além de operar diretamente com a parte econômica e financeira das empresas, a

Controladoria atua fortemente nos controles operacionais da organização, como aspecto

relevante no quesito Planejamento, Execução e Controle.

Segundo Padoveze (2014) o papel da Controladoria está muito mais ligado com a

estratégia do que com o Planejamento em si, pois planejar deve ser responsabilidade do setor

organizacional de uma empresa.

Para o autor, a controladoria neste caso entra com o nome de Controladoria

Estratégica, que, “pressupõe, de alguma maneira, que o profissional contábil possa exercer

este papel com os demais principais gestores de uma entidade que tem esta responsabilidade

(PADOVEZE, 2014, p.97).”

Com um bom Planejamento elaborado, a Controladoria consegue atuar nas

estratégias para aumentar as chances de confiabilidade das informações, fidedignidade dos

relatórios contábeis e gerenciais, no processo de tomada de decisão, na análise dos pontos

fracos e fortes da empresa, na elaboração dos objetivos a serem alcançados entre outros.

Mas, não basta apenas ter estratégia, é necessário ter controle sobre as operações.

Uma estratégia bem feita, mas sem nenhum controle, acaba de tornando ineficiente devido à

chance de erros e falhas.

Neste caso, compete a Controladoria, averiguar os riscos mais acessíveis do

patrimônio da empresa, construindo então um modelo de controle e monitoramento destas

variáveis, a fim de protegê-las (PADOVEZE, 2014).

Com uma boa estratégia formada e um controle funcionando perfeitamente, a

Controladoria consegue prosseguir na execução do planejamento com maior confiança.

No que se diz respeito à Execução, Padoveze (2014, p. 289) afirma que “A atuação

da Controladoria na fase da execução consiste, basicamente, em providenciar modelos de

decisões para os eventos econômicos, para subsidiar os gestores no processo de tomada de

decisão das transações que estão sendo efetivadas.”

Com todos estes itens alinhados e funcionando, a Controladoria tem papel de

destaque dentro das organizações e precisa atuar de forma contínua, pois os resultados

dependem do seu desempenho e do controle diário.

O controle diário das operações é um papel da função gerencial e relevante para o

sucesso das organizações. Ignorar essa ferramenta se equipara como pilotar um carro de

corrida sem ter a base da velocidade certa para fazer as curvas e tendo como consequência

resultados nada positivos (OLIVEIRA; PEREZ JÚNIOR; SILVA, 2014).

Para a controladoria, é de fundamental importância conhecer a qualidade e o grau de confiabilidade dos sistemas contábeis e de controles internos desde a fase de planejamento de seus trabalhos, para auxiliar na adequada identificação das áreas de risco (OLIVEIRA; PEREZ JÚNIOR; SILVA, 2014, p.69).

Contudo, a Controladoria, aliada ao sistema de Controle Interno, possui grande

influência na obtenção dos resultados, pois atua sempre interligada ao sistema gerencial,

gerando maior solidez no controle dos processos e informações, mediante o que se diz

respeito a todo processo de planejamento, controle e execução das tarefas.

3 MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA

Essa seção trata do enquadramento metodológico e dos procedimentos

metodológicos da pesquisa.

3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO

Quanto à natureza do objetivo essa pesquisa se enquadra como exploratória, pois

segundo Severino (2007) ela busca o levantamento de informações para se alcançar um

determinado objetivo, demarcando uma área específica de trabalho.

No que se refere à natureza da pesquisa trata-se de um estudo teórico e prático. Os

aspectos teóricos ficam a cargo da busca de conceitos e teorias em livros e demais publicações

que tratam do tema. É uma pesquisa em materiais que visam contemplar ao máximo o alcance

do seu objetivo, feita em uma gama de material bibliográfico (MEZZAROBA; MONTEIRO,

2003).

Em relação ao aspecto prático, o estudo investiga um único objeto em profundidade,

qual seja a empresa Vale Azul Corretora de Seguros. A pesquisa prática visa a colheita de

dados e informações dentro de uma determinada apresentação, referente o objeto de interesse

(MEZZAROBA; MONTEIRO, 2003).

A lógica da pesquisa se dá de forma dedutiva, pois parte dos conhecimentos gerais

para um estudo específico sobre Controle Interno, relacionado com a área de Auditoria. O

método dedutivo, segundo Marconi e Lakatos (2011) dizem que para toda afirmação

verdadeira, a conclusão também será verdadeira e que toda conclusão já estava pré-

estabelecida na alegação.

A coleta se dá a partir de dados secundários, pois são coletados dados da empresa e

do sistema gerencial. A coleta de dados secundários são aquelas feitas e criadas diretamente

pelo observador para solucionar o problema da pesquisa (MALHOTRA, 2011).

Em relação à abordagem da pesquisa o estudo se classifica como qualitativo, pois

não se utiliza de cálculos estatísticos complexos para que o resultado seja alcançado. O

método qualitativo utiliza-se da forma de coleta de dados e análise dos dados detalhadas sobre

um determinado assunto, sem a necessidade de instrumentos estatísticos (MARCONI;

LAKATOS, 2011).

Quanto ao resultado da pesquisa pode se afirmar que se trata de um estudo aplicado,

pois gera conhecimento em resposta à solução da pergunta de pesquisa.

Os procedimentos técnicos perpassam por uma pesquisa bibliográfica e pelo estudo

de caso:

- Bibliográficas com o objetivo de enaltecer o conhecimento sobre o tema e despertar

a visão sistêmica da ciência contábil. De acordo com Severino (2007), o estudo bibliográfico

tende a enaltecer o tema de acordo com o que já existe nos registros impressos, utilizando-se

de teorias já formatadas.

- Estudo de caso, pois envolve estudo profundo na empresa Vale Azul Corretora de

Seguros. Para Severino (2007) o estudo de caso é algo peculiar a determinado caso e

concentra-se em algo específico sendo representado por um conjunto de análises e

informações.

O instrumento utilizado para a coleta de dados caracteriza-se diretamente por meio

de observação, no qual Severino (2007) diz que é todo o processo da observância dos dados

que permitem ao usuário acesso aos fenômenos estudados.

3.2 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA E ANÁLISE DOS DADOS

Os procedimentos metodológicos utilizados nesta pesquisa com intuito de levantar

dados e informações em resposta a pergunta de pesquisa, da qual é saber quais as principais

contribuições que o Controle Interno pode oferecer à gestão empresarial da empresa Vale

Azul Corretora de Seguros foram basicamente coletados dentro da própria empresa.

A coleta de dados deu-se de maneira informal, por meio de consulta às pessoas que

atuam nos setores ligados ao Controle Interno da instituição e também por meio de

observação durante o período do estágio.

Os dados coletados foram tratados de forma igual ao que já existe sem ser

modificado qualquer informação, e os critérios utilizados para análise e interpretação foram

levados em comparação ao que já existe na bibliografia e avaliados conforme o ponto de vista

do autor.

Todas as informações levantadas foram definidas a atender os objetivos específicos

focando sempre em responder a pergunta de pesquisa, já citada no início deste tópico, que tem

por base o Controle Interno.

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo serão apresentados os objetivos específicos relacionados ao tema em

questão, os quais estão ligados diretamente com a pesquisa relacionada à empresa onde foi

realizado o estágio, bem como um breve histórico da mesma, fazendo sempre a ligação

daquilo que foi pesquisado nos livros e o que foi coletado de dados durante esse período.

O nome dos envolvidos no processo de coleta de dados foi mostrado por meio de

siglas a pedido dos responsáveis pela empresa.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO1

O ramo de seguro cresce significativamente em todo país desde sua criação e é uma

profissão muito explorada ainda hoje, com seus diversos segmentos.

A empresa objeto desta pesquisa é uma Corretora de Seguros, denominada como

Vale Azul Corretora de Seguros, a qual iniciou suas atividades no ano de 1996, quando seu

sócio fundador, A.J.W., já então corretor de seguros atuante no Banco Bradesco por

aproximados 15 anos, resolveu fundar sua própria corretora de seguros juntamente com sua

esposa, G.Z.W..

Seu primeiro escritório era localizado na Rua Expedicionário José Coelho, com

apenas duas pessoas à frente do negócio, o corretor e sua esposa na parte de vendas. Sua

esposa era formada em psicologia e tinha muita agilidade com vendas e possuía uma ótima

abordagem junto aos clientes, pois ela já havia trabalhado por algum tempo em farmácias

como vendedora, o que ajudou muito para o crescimento da empresa.

1 Os dados apresentados neste capítulo foram elaborados por meio de uma entrevista informal com o sócio da empresa pesquisada.

No decorrer do tempo, e com o crescimento nas vendas de seguros, a corretora foi

evoluindo aos poucos e conquistando espaço no mercado.

Alguns anos depois, seus dois filhos já com idade maior começaram também a

trabalhar no ramo do seguro, adicionando mão de obra para a corretora, aonde o filho mais

velho veio a se profissionalizar como corretor de seguros.

A filha, por sua vez, cursou faculdade de ciências contábeis e começou a atuar na

parte financeira da empresa, aonde vem realizando seu trabalho desde então, fazendo toda a

parte financeira interna, mas conta também com a ajuda final de um escritório de

contabilidade terceirizado para efetuar os procedimentos finais da contabilidade.

Entre os anos de 2008 a 2013 a empresa teve seu melhor período, onde fez parceria

com um preposto, um vendedor de seguros agregado a um corretor, por não possuir credencial

para operar. Prepostos apenas possuem sua carteira de clientes e deixam uma quantia

determinada da sua comissão para usar o nome e o registro de um corretor e operar no

mercado de trabalho.

Geralmente são ex-funcionários de corretoras ou bancos que já possuem uma carteira

de clientes significativa e como não tem o registro da SUSEP para trabalhar como corretor,

devido à necessidade de se fazer um curso avançado na área, de custo elevado, acabam se

agregando as corretoras de seguros onde tem todo suporte operacional.

Essa época teve um grande avanço na produção e uma lucratividade alta para a

corretora e também na contratação de novos funcionários, vindo a alavancar o processo de

vendas. Naquele período, em que a empresa já vivia com uma folga boa em seu faturamento,

o Sr. Armando já não tocava tão diretamente a empresa, deixando a responsabilidade para seu

filho Marcelo o qual atua até hoje como responsável pela empresa. Nesse prazo também, pai e

filho abriram uma nova empresa, uma locadora de veículos que vem crescendo gradualmente

na região.

Na gestão do filho houve grandes mudanças, como a troca de endereço, estando

agora localizada à Av. Marcolino Martins Cabral. Fecharam também um acordo comercial

com a concessionária Ford Florisa, onde se estabeleceu e existe até hoje uma filial da

corretora operando in loco, o que traz grande receita para a corretora, sendo que todos os

veículos vendidos em todas as filiais da Ford da região sul, fazem seguro pela Ford de

Tubarão, ou seja, pela corretora de seguros pesquisada.

No ano de 2014, o processo sofreu alterações. Houve o rompimento com o preposto,

ficando apenas a corretora como era antes, com sua produção normal, porém agora, com uma

carteira de clientes sólida e estável e com a parceria da concessionária. A locadora de veículos

também deslanchou a partir de 2013, o que tomou bastante atenção dos sócios, pai e filho,

deixando então a corretora no comando maior da mãe, G.Z.W., como vendedora e

administradora.

Atualmente, a empresa passa por um processo de transição, com novas mudanças.

Pretende-se fazer uma reestruturação de outra maneira, visto que o casal A.J.W. e G.Z.W

estão pensando em parar suas atividades e o filho que é o atual corretor, já não possui mais

tanto tempo para atender como corretor de seguros.

A corretora de seguros é regulamentada pelo regime do Simples Nacional e opera

hoje com as diversas modalidades de seguros, como automóvel, residencial, empresarial, vida,

viagem, fiança, saúde, previdência entre outros.

A empresa Vale Azul Corretora de Seguros é uma empresa pequena, de caráter

familiar e com apenas 06 componentes, sendo 02 funcionários e os demais, membros da

família. A atual departamentalização da empresa se dá pela distribuição de funções, mas

quando se trata desse ramo de atividade, todos os funcionários acabam por executar as

mesmas atividades, exceto as funções mais específicas.

Na figura 01, pode-se observar a atual estrutura da empresa, sendo que alguns cargos

não operam diretamente dentro da estrutura física da empresa, como é o caso do corretor

M.Z.W., que atua remotamente de outra empresa e de um vendedor, o qual trabalha no espaço

físico da concessionária Ford.

Figura 01 – Organograma da Empresa Vale Azul Corretora de Seguros. Fonte: Dados da Pesquisa

Pela estrutura das funções apontadas na figura 01, o espaço físico em que a empresa

existe se difere em muito do que é colocado no organograma. A Corretora de Seguros Vale

Azul, conta com uma sala comercial ampla, onde apenas 1/3 dela está sendo utilizado de

forma efetiva por 03 funcionários. O restante do espaço é ocupado pela recepção, uma sala de

reuniões e outra sala do corretor, o qual não utiliza o espaço físico para trabalhar, apenas

assina pela corretora e ocupa sua sala esporadicamente, quando precisa fazer uma conferência

geral ou alguma reunião.

O setor administrativo e financeiro é feito pela filha A.P.W., que também não atua no

local, mas presta serviço de forma remota, pois trabalha na filial da outra empresa da família

na cidade de Imbituba.

A parte comercial e um setor de vendas atuam diretamente na corretora e existe outro

setor de vendas que atua diretamente dentro da concessionária Ford Florisa.

O administrador geral costuma circular entre as duas empresas, porém, sua maior

parte se dá fora da corretora. Além disso, eles possuem outra sala usada para estoque de

papéis e documentos ou propostas vencidas, o que também é feito de forma virtual.

4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Esta seção apresenta o resultado do trabalho, resposta à pergunta de pesquisa de

forma completa e o alcance do objetivo geral a partir de cada objetivo específico.

4.2.1 Aplicação dos objetivos do Controle Interno dentro da empresa

A literatura destaca os objetivos do Controle Interno como base para qualquer

organização, que são utilizados de maneira a alcançar resultados positivos e mais facilmente

dentro das empresas.

É de fundamental importância avaliar estes objetivos para que se consiga manter a

empresa no caminho certo para o alcance de sua eficiência operacional.

Como já visto no tópico 2.2.4.1 deste artigo, podem-se resumir esses objetivos em

quatro, dos quais são: proteção dos bens, conferência da exatidão e da fidelidade dos dados

contábeis, promoção da eficiência operacional e, estímulo à obediência às diretrizes

administrativas estabelecidas.

A Proteção dos bens consiste em proteger o ativo das empresas contra qualquer

situação prejudicial à entidade, protegendo de fraudes, cálculos feitos de forma incorreta,

lançamentos inadequados e até mesmo erros intencionais.

Esta ferramenta tem por objetivo, proteger os interesses da empresa, ou seja, proteger

a empresa dos riscos e perdas que podem ocorrer no exercício, adotando-se métodos de

controle para auxiliar neste processo.

Proteger o ativo da entidade contra qualquer irregularidade é uma das principais

funções da administração da empresa.

A conferência da exatidão e da fidelidade dos dados contábeis também pode ser

estendida para os dados financeiros e operacionais, onde se destaca que, para que a empresa

consiga atingir seus objetivos de forma lógica, é necessário seguir alguns procedimentos

relacionados à informação contábil, seguindo regras e padrões estabelecidos pela

administração de cada empresa, cumprindo de forma correta as rotinas pré-estabelecidas.

Para garantir que os dados que são fornecidos pela empresa sejam verdadeiros, é

preciso que a entidade possua um bom sistema que informe com precisão os procedimentos

que ocorrem na mesma.

Toda informação contábil deve ser demonstrada de forma clara, seja ela destinada

aos usuários internos ou externos. A informação bem esclarecida pode definir o futuro de uma

empresa, pois ela interfere diretamente no processo decisório das instituições.

No que se diz respeito à promoção da eficiência operacional, trata-se de uma

ferramenta do Controle Interno que visa dar suporte para uma boa administração, garantindo

assim o sucesso das empresas.

Com o cumprimento dessa ferramenta, espera-se contribuir para o sucesso da

empresa utilizando o controle como apoio à gestão, tendo em vista a emissão dos relatórios

gerenciais, sua avaliação e ações corretivas que melhoram a eficiência profissional.

Para o último objetivo do Controle Interno, que é o estímulo à obediência às

diretrizes administrativas estabelecidas, é ideal que os funcionários sigam os procedimentos

adotados pela administração das empresas, obedecendo e respeitando as políticas existentes.

Este objetivo tende a garantir o seguimento por parte do pessoal e não desviar os

objetivos traçados pela administração por meio de sua política, garantindo assim o sucesso da

empresa de acordo com o planejado.

Os quatro objetivos devem ser muito bem visados dentro das organizações a fim de

obter resultados sempre positivos. Cada empresa deve adotar a melhor maneira de manuseio

destes objetivos visando assim, um desempenho maior e mais rentável.

4.2.2 Controles Internos existentes dentro da corretora

O modo de controle com que cada empresa adota mediante suas operações deve ser

único, e procurar ser sempre o mais eficiente possível para que todos os setores funcionem

perfeitamente.

Assi (2014) cita no tópico 2.2.4 deste artigo que o Controle Interno de uma empresa

se equipara com procedimentos simples de conferência de um extrato bancário, tarifas de

cheques especiais, créditos e débitos realizados na conta bancária, entre outros.

A empresa Vale Azul Corretora de Seguros é uma prestadora de serviços e sua única

forma de faturamento é a venda de seguros, do qual a corretora atua como uma intermediária

entre a seguradora e o cliente.

O pagamento do seguro é feito diretamente pelo cliente às seguradoras e o corretor

recebe um percentual x de comissão, conforme o que ele optou durante a venda. Este valor

vem para a corretora após a emissão da apólice e pagamento da primeira parcela por

intermédio de uma conta bancária já cadastrada no banco de dados das seguradoras.

Uma vez repassada essa comissão para a corretora, é necessário pagar os

funcionários e vendedores, dos quais, também recebem além dos seus salários fixos,

comissões sobre a venda dos seguros. Nesta parte, é necessário que o Controle Interno se faça

presente.

Foi analisada dentro da empresa, a forma de controle do recebimento das comissões

por duas partes: a parte do financeiro e a parte dos vendedores, onde cada um desses setores

possui uma maneira de acompanhamento de suas comissões.

Em contrapartida, também foi verificado a forma de controle que a empresa possui

mediante o pagamento de suas obrigações, e quanto ao controle existente das renovações dos

seguros, sendo este item primordial dentro da empresa, uma vez que a maioria dos clientes

não sabe a data de vencimento do seu seguro e confia ao corretor esta função.

4.2.2.1 Recebimento de comissões gerais: Setor Financeiro

O recebimento das comissões ocorre sempre no dia 15 e no dia 30 de cada mês. Este

processo é igual para todas as seguradoras das quais a empresa trabalha. Todas as seguradoras

fazem o pagamento de duas comissões sempre na mesma data.

Dependendo da forma de parcelamento que o cliente optou por pagar o seu seguro, a

corretora recebe a comissão antecipada ou parcelada. A maneira com que cada seguradora

realiza o pagamento das comissões é estipulada anteriormente e automaticamente cadastrada

em um sistema conhecido como Virtual Seguro, que é um sistema gerenciador para corretoras

de seguros e vem sendo o principal meio de controle que a Vale Azul Corretora de Seguros

possui. O sistema Virtual Seguros é um sistema de gerenciamento que a corretora optou por

trabalhar, mas não é único, existem outros sistemas gerenciais também no mercado.

Este sistema permite cadastrar as propostas e apólices, bem como dados de clientes,

gerar relatórios e acompanhar o pagamento das parcelas de cada seguro mediante a devida

seguradora em que o seguro foi efetuado.

Como de praxe, o controle das comissões é feito da seguinte forma: a seguradora

envia para o e-mail da corretora um arquivo em formato excel, onde consta o nome do cliente,

a data de efetivação do seguro, o número de parcelas que o seguro foi feito e o modo que a

comissão está sendo paga, seja antecipado ou parcelado. Quando não é enviado, pode ser

solicitado diretamente no site de cada seguradora.

Existe uma pessoa que acompanha esses recebimentos em arquivo excel e compara

com os dados já cadastrados no Virtual Seguros , alimentando o sistema e repassando os

valores de forma automática, sendo então, feito a baixa das comissões de acordo com o

arquivo recebido.

Após este lançamento é possível gerar um relatório de comissões baixadas e

comissões pendentes de recebimento, para que se faça o acompanhamento da próxima vez em

que for gerado o próximo arquivo de comissões das seguradoras.

Segundo A.P.W., que é a responsável pelo setor financeiro da empresa, o sistema

Virtual Seguros é eficiente e até hoje se mostrou ágil e com poucos erros. O programa

gerenciador ainda alerta quando a comissão vem diferente da que foi cadastrada junto da

proposta, sendo possível corrigir e verificar se o erro foi gerado pela pessoa responsável do

cadastro ou se a seguradora que pagou a comissão errada.

Após todo o processo, o sistema também consegue emitir um relatório dos repasses

aos vendedores para assim então serem realizados os devidos pagamentos, dos quais também

são realizados todo dia 15 e dia 30 de cada mês.

4.2.2.2 Recebimento de comissões dos vendedores

Os vendedores não possuem acesso ao sistema Virtual Seguros e por isso não

conseguem verificar se as comissões estão sendo pagas de forma correta. Eles precisam

realizar seus controles paralelos.

O controle de comissões dos vendedores é feito com planilhas de excel, elaborada de

forma diferente e particular por cada um deles, onde consta o nome do cliente, o valor total

das comissões e a forma de como as comissões serão pagas, sendo à vista ou parceladas.

Estas anotações são feitas a cada venda realizada, e a baixa se faz todo dia 15 e dia

30 de acordo com o recebimento por parte da empresa.

O acompanhamento por parte dos vendedores se faz necessário diariamente a cada

venda para que eles não deixem de receber por aquilo que foi vendido, apesar de que se a

proposta for para cadastro, consequentemente o pagamento será realizado.

Esta afirmação vem de acordo com o que relata o autor Assi (2014) que diz que o

Controle Interno só se faz eficaz se existir um acompanhamento diário, fazendo-se então dele

um controle de qualidade e útil.

O controle realizado em planilhas de excel pelos vendedores é interessante e viável

para comparar com os valores pagos pela empresa e para que ambas as partes não sejam

prejudicas, mediante o pagamento de uma comissão errada.

É importante ressaltar que, como a empresa é optante pelo regime de tributação

Simples Nacional, não existe a obrigatoriedade do envio de nota fiscal para o recebimento das

comissões das seguradoras, uma vez que a empresa não possui o ISS para pagar

separadamente.

As comissões aos vendedores são pagas de acordo com o fluxo de caixa, conforme

acordo interno existente.

4.2.2.3 Pagamento das Obrigações

A mesma pessoa responsável em acompanhar e alimentar o sistema de comissões,

também é responsável por pagar as contas da empresa Vale Azul Corretora de Seguros.

O sistema Virtual Seguros possui um módulo conhecido como Cash-Flow, que

permite cadastrar os pagamentos da empresa com lembretes diários. Ele é bastante utilizado

pelo setor financeiro, pois auxilia em toda parte fiscal e contábil da empresa, como pagamento

de clientes, de funcionários, impostos, emissão de notas fiscais, cálculos de férias, décimo

terceiros, provisões de perdas entre outros.

Este módulo é adquirido à parte e é cobrado um valor adicional para mantê-lo

funcionando. O Cash-Flow consegue emitir relatórios, gerar relatórios, calcular a DRE da

empresa e efetuar o fluxo de caixa também, facilitando o dia a dia da corretora.

4.2.2.4 Controle das Renovações

Assim como em uma fábrica que pensa em produzir sua mercadoria com a melhor

qualidade, uma empresa que presta serviço também pensa em oferecer o seu melhor para o

cliente.

Quando se trata de uma corretora de seguros, o foco principal é proteger o bem

material e pessoal dos seus clientes e, para isso, é necessário que se tenha um total controle

dos bens segurados e suas respectivas datas de vencimento.

A maioria dos seguros é feito anualmente, sendo renovados de forma automática,

como os seguros de vida. Os demais ramos são renovados de forma manual, mediante

apresentação de orçamento ao cliente.

O controle das renovações é realizado de forma contínua e efetiva dentro da empresa

Vale Azul Corretora de Seguros. Pelo sistema Virtual Seguros, é possível emitir o relatório de

renovações, onde consta o bem segurado, a data de vencimento e a respectiva seguradora em

que ele foi feito. Esta lista é a base principal para o controle das renovações mensais.

Além deste relatório, cada seguradora costuma enviar uma lista de seguros vincendos

sempre no início de cada mês para o e-mail da corretora, sendo possível também, emitir este

relatório dentro do portal de cada seguradora, e que sempre é comparado com a lista gerada

pelo sistema gerencial da mesma.

Quando não é possível o contato com o cliente, o que ocorre algumas vezes, a

corretora envia uma carta registrada para o endereço dele a fim de se resguardar, tendo em

vista que a renovação só será efetivada mediante prévia autorização do segurado ou

responsável.

4.2.3 Viabilização da criação de um setor de Controle Interno dentro da empresa

Criar um setor de Controle Interno exige custos, pois necessita de uma pessoa que

trabalhe voltada para ele. A Vale Azul Corretora de Seguros é uma empresa familiar e de

pequeno porte e por isso não dispõe de recursos, no seu atual quadro financeiro, de contratar

uma pessoa especificamente para atuar em um setor como este.

Como já citado no tópico 4.1 deste artigo, a empresa atua com um quadro menor de

funcionários, mas com um espaço físico disponível para agregar um número bem maior de

pessoas.

O Planejamento estratégico da empresa, elaborado no final de 2016, sugere algumas

mudanças e contratações no quadro de funcionários da instituição e contempla a segregação

de funções, pois, com exceção do setor financeiro, todos os demais setores costumam exercer

todas as funções, o que acaba coincidindo muitas vezes na duplicidade de tarefas, ou seja,

duas pessoas acabam fazendo a mesma coisa sem necessidade, gerando assim uma perda de

tempo.

Durante a pesquisa deste artigo junto ao administrador da corretora, foi discutida a

possibilidade de disponibilizar um funcionário da empresa para começar a trabalhar, além de

sua função atual, com o setor de Controle Interno, tendo em vista novas contratações surgirão

e o modelo de segregação de funções será colocado em prática.

Com o foco no lucro da corretora e no controle das comissões, este funcionário

começaria atuando no controle financeiro.

De acordo com o administrador da empresa Vale Azul Corretora de Seguros, o Sr.

A.J.W., este setor já começará atuar até final do ano de 2017, tendo em vista que já foram

detectadas algumas falhas que precisam ser corrigidas o mais rápido possível, das quais se

pode destacar:

- A corretora recebe a comissão parcelada da seguradora e repassa aos vendedores o

valor à vista, gerando um quebra no capital de giro para a empresa;

- Mediante ao item anterior, quando um seguro é cancelado e a corretora não recebeu

toda a comissão da seguradora, se o valor já foi pago integral ao vendedor, as comissões

deveriam ser consequentemente descontadas deles, pois já haviam sido pagas à vista, e isto

não está ocorrendo.

Diante destes dois erros encontrados durante o processo de pesquisa, percebeu-se que

um setor específico de Controle Interno seria de grande valia para a empresa, pois agregaria

resultados e deixaria um tempo maior livre para os outros funcionários exercerem suas

funções, além de ter um acompanhamento bem maior nos processos da empresa.

4.2.4 Sugestões de melhorias de acordo com o estudo realizado

Em referência aos objetivos do Controle Interno, com destaque para a Proteção dos

bens e ao Estímulo à obediência às diretrizes administrativas estabelecidas, a administração da

empresa precisa manter o foco maior na eficácia dos seus controles e direcionar a estrutura da

organização para a segregação de funções.

Algumas sugestões podem ser apresentadas para que o controle existente dentro da

empresa se torne mais eficaz, dos quais, se pode mencionar:

- Manter sempre atualizado o banco de dados dos clientes, como telefone e e-mail,

para que não se tenha problemas futuros em manter contato na hora da renovação do seguro;

- Reforçar o controle de pagamento de comissões aos vendedores, tentando evitar os

problemas já encontrados e citados no tópico 4.2.3 deste artigo;

- Sugerir a conferência dos extratos bancários em contraste com os relatórios de

comissões enviados pelas seguradoras verificando a exatidão das comissões recebidas;

- Redefinir as funções de cada setor com intuito de reduzir o tempo gasto pelos

funcionários que executam as mesmas tarefas duas vezes;

- Reforçar o controle nas emissões de propostas e emissões das apólices, evitando o

cancelamento e possíveis retrabalhos;

- Separar o setor de compras do setor de vendas, redefinindo as funções.

A empresa Vale Azul Corretora de Seguros tende a criar um setor de Controle

Interno no próximo ano, mas enquanto isso não ocorre, procura seguir as sugestões citadas

acima e juntamente com os controles já existentes, deve melhorar consideravelmente a rotina

de seus funcionários e também o crescimento da empresa de forma segura e protegida de

erros.

4.3 VISÃO SISTÊMICA APLICADA AO CASO

A Contabilidade é conceituada por alguns autores como a ciência responsável em

auxiliar à tomada de decisões. Esse auxílio vem da utilização das ferramentas disponibilizadas

pela mesma. Uma dessas ferramentas é o Controle Interno, que surge para melhorar o controle

das informações, repassada aos gestores dentro das organizações.

O Controle Interno é visto dessa forma como uma parte da Contabilidade, onde o

mesmo é utilizado como apoio no desenvolvimento dos processos operacionais da entidade,

auxiliando assim na execução da função da ciência contábil.

Atuar diretamente na conferência dos dados financeiros e contábeis, bem como nas

operações e procedimentos operacionais existentes dentro das empresas é a função do

Controle Interno. Seu papel dentro da organização reflete diretamente no resultado da

empresa, pois uma empresa com um controle efetivo garante que os procedimentos

executados estejam sendo feitos de forma correta e eficaz.

Portanto, destaca-se que o Controle Interno é uma ferramenta de apoio para a

organização, pois, um controle adequado garantirá que a as informações apresentadas nos

documentos gerados pela empresa estejam de acordo com as Normas de Contabilidade, bem

como o que a legislação impõe, apoiando assim de forma efetiva na execução dos

procedimentos, fazendo com que a organização gere informações fidedignas e seguras para a

Contabilidade.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para finalizar esta pesquisa, vale frisar a importância que seu desenvolvimento

trouxe, tanto para a empresa quanto para o autor.

Como base no seu objetivo geral, que era demonstrar quais as principais

contribuições que o Controle Interno pode oferecer à gestão da empresa Vale Azul Corretora

de Seguros, pode-se destacar a importância do tema da seguinte forma:

Para a empresa foi importante a realização desta pesquisa, pois, por meio do estudo

dos Controles Internos já existentes, pôde-se conhecer a real situação dela em relação à

obediência das normas internas e a fragilidade em alguns pontos do Controle Interno adotado

pela instituição. Com o estudo em questão, observou-se a importância que o Controle Interno

tem dentro da empresa, bem como sua implantação e seguimento.

Em relação à elaboração de cada objetivo específico que deu base para este estudo,

se pode perceber a influência que cada um deles teve dentro da empresa.

Quanto a evidenciar os objetivos do Controle Interno dentro das organizações

atribuídas pela literatura, percebeu-se com clareza qual a principal função do Controle Interno

dentro das organizações e os benefícios que ele traz para as empresas, fazendo com que cada

vez mais, as empresas venham a adotar este modelo de controle.

No que era previsto identificar as formas de controle interno utilizados pela empresa

Vale Azul Corretora de Seguros, pode-se perceber que a empresa já possui um controle bem

avançado de suas operações, mas que nem todos são exatamente feitos de forma correta.

Foram encontrados alguns erros e também duplicidade de controle por parte dos funcionários

sem necessidade.

Quanto à viabilidade de implantação de um setor específico de controle interno, deu

para perceber um grande interesse por parte da administração da Vale Azul Corretora de

Seguros, tendo em vista o benefício que ele trará para a empresa, porém, devido ao porte e

mudanças no quadro e na estrutura dos funcionários, atualmente não seria viável

financeiramente implantar um setor específico de Controle Interno.

E no que foi proposto em apresentar sugestões de melhorias de acordo com os

resultados apontados pela pesquisa à empresa em questão, foi dado algumas ideias iniciais,

sendo que as mesmas foram aceitas e serão colocadas em prática futuramente, pois já eram

planos do gestor à implantação de um sistema de Controle Interno dentro da empresa, com

uma pessoa específica para operar neste setor.

Para o autor, o desenvolvimento do relatório do estágio trouxe uma valiosa

experiência, tanto no lado pessoal, quanto profissional. O relatório deu a oportunidade de por

em prática alguns conhecimentos adquiridos ao longo do curso, podendo assim conciliar

teoria com a prática.

Destaca-se que o Controle Interno tem por objetivo proteger o ativo da empresa de

todas as situações indesejadas que pudessem prejudicar o seu bom funcionamento. Ele

também promove a eficiência operacional e auxilia na obediência das políticas internas dentro

das organizações.

Dentro do tema abordado, toda a pesquisa foi realizada em comum acordo com a

administração da empresa, a qual se colocou à disposição para quaisquer esclarecimentos e

também disponibilizou abertura para pesquisa na futura implantação do sistema de Controle

Interno da qual pretende trazer como um setor a mais dentro de sua organização, assim que

conciliar todo seu processo de mudança atual.

Para o exercício seguinte, fica como sugestão para a empresa a criação de um setor

específico de Controle Interno, dando maior ênfase para o setor financeiro, que inclui toda

parte de comissões. A empresa também poderá ampliar os controles de gerenciamento de

propostas e apólices cadastradas, bem como o acompanhamento de parcelas em atrasos, os

cancelamentos de seguros, e inclusive toda parte financeira, facilitando assim, o bom

andamento de suas operações.

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