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04 - Editorial: Octávio Carmo06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Internacional20 - Opinião LOC/MTC22 - Semana de.. Sónia Neves24 - Dossier CNE peregrina a Fátima

26 - Entrevista: Paulo Santos48 - Estante50 - Concílio Vaticano II52 - Agenda54 - Por estes dias56 - Programação Religiosa57 - Minuto Positivo58 - Liturgia60 - Jubileu da Misericórdia62 - Fundação AIS64 - LusoFonias

Foto da capa: Miguel CupidoFoto da contracapa: DR

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo AguiarPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Opinião

Papa confirmaintenção de visitarFátima[ver+]

Alerta para crisena Síria[ver+]

CNE à descobertade Fátima[ver+]

LOC/MTC| Octávio CarmoSónia Neves

Manuel Barbosa | Paulo AidoTony Neves

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Como é que isto aconteceu?

Octávio Carmo Agência ECCLESIA

Há muitas palavras que deveriam ficar obsoletas.Uma recordação inútil no dicionário. Genocídio,por exemplo. Depois do que aconteceu nosBalcãs ou no Ruanda, se bem se lembram - nãoé preciso ir mais atrás no tempo -, o mundo fezjuras de que nunca mais tal aconteceria.Não deixa, por isso, de ser um choque ver o quecontinua a acontecer na Síria ou receber notíciassobre ataques químicos no Darfur - aquela partedo mundo esquecida no oeste do Sudão de quese deixou de falar assim que deixou de havercampanhas de famosos. Não que estes tenhamculpa, mas o tempo da “notícia”, hoje em dia, émuito mais curto.Sejamos sinceros: quem é que ainda se lembradas vítimas do sismo no Haiti? Ou dossobreviventes do tsunami no sudeste asiático? Jálá vão tantos anos, tantas imagens entraram jáem nossas casas…Os acontecimentos têm um valor cada vez maisreduzido ao “direto”. As pessoas atingidas peloterramoto na região central da Itália já estasemana se encontraram com o Papa e pediramque o poder político não se esqueça deles. Aopinião pública, em larga medida, já partiu paraoutra, o ‘big brother’ desde Amatrice acabou e épreciso encontrar outro entretenimento para asmultidões.Lembro-me que na recente oração ecuménicapela paz que o Papa Francisco promoveu emAssis foram elencados mais de 25 países emguerra ou atingidos por tensões político-militares.Alguns são facilmente reconhecíveis -Afeganistão, Iraque,

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Síria, Ucrânia, Iémen, RepúblicaDemocrática do Congo, a PenínsulaCoreana. Mas outros vão ficandoesquecidos: Burundi, Birmânia(Myanmar), Gabão, Etiópia, Eritreia,Líbia, Sudão do Sul…Com as facilidades dascomunicações contemporâneas etodas as suas redes globais,estamos a ficar mais perto

das coisas, dos acontecimentos,mas, pelos vistos, mais longe daspessoas e da própria realidade. Porisso, as gerações futuras irãoquestionar-se ainda maisamargamente do que nós fazemosem relação ao passado: Como éque isto aconteceu?

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Shimon Peres, o último dos “pais fundadores” de Israel, falecido estasemana.

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A espada, como nos ensina a Bíblia,consome carne mas não providenciasustento. A conclusão a tirar de todas asguerras é que precisamos de pessoasmelhores e não de armas melhores paraganhar, mas sobretudo para as evitar”,Shimon Peres em 1994, na recepção doPrémio Nobel da Paz pela participação naelaboração dos acordos de Oslo para a pazno Médio Oriente. O Deutsche Bank é definido pelo FMI como amaior ameaça para o sistema financeiroglobal. Outros consideram-no o maioresquema Ponzi da história mundial. Se estacriatura monstruosa rebentar veremos aAlemanha a tropeçar na perna curta dassuas próprias ficções. O problema é que,como ensina a história, a Alemanha nuncatropeçaria sozinha. Viriato SoromenhoMarques, Diário de Notícias. "conheço bem, onde os homens preferempassar fome do que pedir. É o machismo,mas depois a fome aperta e mandam asmulheres bater à porta das instituições", "apobreza está a aumentar e não atinge só aclasse baixa, agora também atinge a classemédia que aliás, está claramente adesaparecer". Padre Jardim Moreira,presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza, apropósito do estudo que revela que emPortugal há 2,5 milhões de pobres.

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Bispos católicos alertam parasituações de instabilidade social epolítica

Os representantes dos episcopadoscatólicos de sete países lusófonosalertaram para as várias situaçõesde instabilidade social e política nosseus territórios, no final de umencontro de cinco dias quedecorreu no Brasil. Os participantesno 12.º encontro de BisposLusófonos manifestam“preocupação pela instável situaçãosocial, política e económica em

quase todos os países, comconsequências na vida doscidadãos, famílias e instituições”.D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa e presidente daConferência Episcopal Portuguesa,fala destes eventos como umaocasião para partilhar a vida dasIgrejas, “naquilo que elas têm decomum”, dado que as “temáticasacabam por ser

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muito convergentes”, em face daglobalização.“Isso enriquece-nos muito”, realça,em declarações à AgênciaECCLESIA.O cardeal-patriarca de Lisboasublinha que Portugal acolhecidadãos de todos os paíseslusófonos, o que implica um desafioconcreto: “É muito importante sabero que se passa nas suas terras,para podermos compreender earquitetar o que há de acontecer nanossa terra comum da lusofonia”O comunicado final do encontro,que reuniu 14 participantes nacidade brasileira de Aparecida,sublinha a necessidade de “diálogocom as instâncias políticas egovernamentais”, procurandodefender “os valores essenciaisligados à vida humana e ao bemcomum, à democracia e aos direitoshumanos”.O texto é subscrito por responsáveis

católicos de Angola, Brasil,Cabo Verde, Guiné-Bissau,Moçambique, Portugal e São Tomée Príncipe. Os bispos lusófonoscondenam “situações de corrupção,de exploração dos mais pobres, dotráfico de seres humanos”.O comunicado final apela à“cooperação, intercolaboração esolidariedade” entre as Igrejas dospaíses lusófonos, tendo em vista a“busca comum da paz e datolerância, da segurança e do bem-estar”.Os bispos lusófonos assumiram oobjetivo de “propor o Evangelho dafamília e a pastoral do vínculo” facea outros “modos e conceitos defamília” e como resposta a “umacultura de descarte e de um mundoem desagregação”.O 13.º Encontro de Bispos dosPaíses Lusófonos vai decorrer naPraia, Cabo Verde, de 27 a 29 deabril de 2018.

Os bispos católicos dos países lusófonos manifestaram ainda o seulamento pela suspensão do uso da língua portuguesa nos processos depostulação das Causas dos Santos na Santa Sé. “Desejamos que alíngua portuguesa, a quinta língua mais falada do mundo, por 260milhões de pessoas, continue a ser utilizada nos processos decanonização”, assinala o comunicado final do encontro de Aparecida.Os participantes manifestam “preocupação por esta decisão” da SantaSé que, segundo os representantes dos episcopados católicos, “vaidificultar e encarecer o bom andamento dos processos de canonizaçãocom origem nos países de expressão portuguesa”.

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Escritos Privados de Madre TeresaAos Escritos Privados de Madre Teresa não interessa reconhecer ainsuficiência do dizer humano, mas afirmar a profundidade devastadora eindizível, o nomadismo infatigável, a Fé como afundamento numarealidade radicalmente outra. E é daí que brota o intransigente,desconcertante, ardente oximoro, que é a figura por excelência da Fé: asede que dessedenta, a fome que sacia, o vazio que enche de plenitude,a escuridão que brilha. Quem tem ouvidos para escutar oiça. Quem temcoração para ler, leia.

José Tolentino Mendonça

Paróquia algarvia recebeu família derefugiadosA Paróquia de Nossa Senhora doAmparo, em Portimão, na Diocesedo Algarve, acolheu uma família derefugiados provenientes da Síria.“Estou certo de que encontrará aquina vossa paróquia aquilo que hámuito tempo procura, sobretudo umlugar de paz e sossego, onde possaviver como família e encontrartambém um futuro melhor”, disse obispo do Algarve, D. ManuelQuintas, este domingo, nacelebração de tomada de posse dosnovos párocos da MexilhoeiraGrande e de Nossa Senhora doAmparo.A Diocese do Algarve atribuiu àCáritas Diocesana a coordenaçãodo trabalho relacionado com oacolhimento de refugiados.O jornal diocesano ‘Folha doDomingo’ informa, numa notíciaenviada à Agência ECCLESIA, que afamília síria “ficou alojada no CentroSocial da paróquia, numapartamento com uma kitchenette,dois quartos e uma casa de banho”que foi adaptado de uma antigacamarata onde estima-se quepossam viver durante um ano oudois. O agregado familiar, compostopelo pai de 30 anos de

idade, a mãe de 22 e duas crianças,um menino de um ano e umamenina de quatro meses, é oriundoda cidade síria de Alepo de ondesaiu há cerca de dois anos,passaram pela Turquia de ondeatravessaram por mar para a Gréciae chegaram a Portugal através daPAR, a Plataforma de Apoio aosRefugiados.O pároco das paróquias de NossaSenhora do Amparo e daMexilhoeira Grande, padreDomingos da Costa, da Companhiade Jesus (jesuítas), em julho de2015 comprometeu-se a receberdois ou três agregados e sãoesperadas mais duas famílias naMexilhoeira Grande que deverãochegar brevemente.Já o pároco Luís do Amaralassinalou que o objetivo é integrar afamília síria na sociedadeportuguesa, num período detransição de um ou dois anos.

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Papa confirma intenção de visitarFátimaO Papa Francisco disse ao bispoauxiliar de Lisboa D. Nuno Brás queviria a Portugal, em maio de 2017,“mas a Fátima”, numa viagemcentrada no Centenário dasAparições. “Eu irei, mas a Fátima”foi a afirmação do Papa no diálogocom D. Nuno Brás, confirmou obispo auxiliar de Lisboa emdeclarações à Agência ECCLESIA.D. Nuno Brás cumprimentouFrancisco no último domingo, no fimda Eucaristia que encerrou o Jubileudos Catequistas, no Vaticano, edisse-lhe que os portugueses“estavam à espera dele”. “Elerespondeu-me que viria, mas aFátima”, sublinhou D. Nuno Brás.“Creio que podemos dar como certoque, a não ser que aconteça umimprevisto de agenda ou pessoal, oPapa tem como assente que vem aFátima”, sublinhou.Para além da indicação de visitarFátima, o programa da visita doPapa, o local de chegada aPortugal, o percurso até à Cova daIria e os dias em que o pontíficeargentino vai estar em territórioportuguês permanecem em aberto.D. Nuno Brás lembrou que “o Papadisse com muita alegria” que viria aPortugal, reafirmando o que “tinhadito aos bispos portugueses

durante a visita ad Limina, quandoafirmou que tinha muita vontade devir a Fátima”.No dia 7 de setembro de 2015, noencontro dos bispos de Portugalcom o Papa durante a visita adLimina, Francisco transmitiu o"desejo profundo" de visitar Fátima,afirmando 'tengo ganas de ir aFátima' (quero ir a Fátima)”.No último dia 17 de março, durantea primeira visita oficial após tertomado posse como Presidente daRepública, Marcelo Rebelo deSousa convidou formalmente o PapaFrancisco a visitar Portugal.Francisco será o quarto Papa avisitar Portugal, depois de Paulo VI(13 de maio de 1967), João Paulo II(12-15 de maio de 1982; 10-13 demaio de 1991; 12-13 de maio de2000) e Bento XVI (11-14 de maiode 2010).

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosemwww.agencia.ecclesia.pt

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Bênção dos Capacetes em Fátima

Igreja/Media: Potenciar recursos para fazer «mais e melhor»

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Papa reforça preocupação com crisena Síria

O Papa Francisco condenou noVaticano a violência na Síria e noIraque, apontando o dedo a“interesses obscuros” que lucramcom a manutenção dos conflitos noMédio Oriente. “Notamos comgrande tristeza que, apesar dosmuitos esforços feitos em váriasáreas, a lógica de armas e daopressão, os interesses obscuros ea violência continuam a causarestragos nestes países”, sublinhou,esta quinta-feira, perante cerca de40 organizações católicas desolidariedade que prestam ajuda àspopulações sírias e iraquianas.

Francisco sustentou que as“consequências dramáticas” destacrise humana são agora visíveispara lá dos limites da região, dandocomo exemplo o “grave fenómenomigratório”. “Até agora, não temossido capazes de acabar com osofrimento desgastante e a violaçãocontinuada dos direitos humanos”,alertou.12 mil agentes católicos estãopresentes nas zonas do conflito,assistindo 4 milhões e meio depessoas na Síria e Iraque.Francisco dirigiu-se às comunidadescristãs no Médio Oriente,

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manifestando-lhes “admiração,reconhecimento e apoio”, em seunome e de toda a Igreja Católica.Antes de se despedir, o Papaconfiou todos os agentes dacaridade à intercessão de SantaTeresa de Calcutá.Já esta quarta-feira, o pontíficeargentino tinha apelado à proteçãoda população civil na cidade síria deAlepo, palco de confrontos entre asforças governamentais emovimentos rebeldes, e apontou odedo aos responsáveis pelosbombardeamentos. “Apelo àconsciência dos responsáveis pelosbombardeamentos, que terão deprestar contas diante de Deus”,disse, no Vaticano, perante milharesde pessoas reunidas na Praça deSão Pedro para a audiência públicasemanal.O quinto encontro de organizaçõescatólicas de solidariedade sobre acrise humana na Síria e no Iraque épromovido pelo Conselho Pontifício‘Cor Unum’ (Santa Sé), para debateruma das “mais graves crises” dasúltimas décadas, informa o Vaticano.O jornal da Santa Sé,‘L’Osservatore Romano’, cita fontesda oposição síria para fala no riscode um “genocídio

em Alepo” que atingiria cerca de 600mil pessoas.Os participantes no encontropromovido pelo ‘Cor Unum’ vão ouviruma apresentação sobre a situaçãopolítica e humanitária por parte dosnúncios apostólicos (representantesdiplomáticos do Papa na Síria e noIraque, respetivamente D. MarioZenari e D. Alberto Ortega. “A redeeclesial chegou no biénio 2015-2016 a mais de 9 milhões debeneficiários, mobilizando cerca de207 milhões de dólares no ano de2015 e 196 milhões de dólares em2016 [montante atualizado emjulho]”, adianta a Santa Sé.Segundo o Vaticano, há mais de13,5 milhões de pessoas a precisarde ajuda humanitária na Síria e mais10 milhões no Iraque.

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Bispos da Europa alertam paraaumento de xenofobia

Os bispos e responsáveis católicospela pastoral das migrações naEuropa alertaram para o aumentodos “sentimentos xenófobos” face àvaga de migrantes e refugiados quechegam ao Velho Continente.Em comunicado enviado à AgênciaECCLESIA, os participantes numencontro promovido pelo Conselhodas Conferências Episcopais daEuropa (CCEE), em Madrid,consideram que a “ignorância” e o“medo” são obstáculos a superar.“Só uma educação para o encontroe o diálogo permitirá erradicartemores injustificados, sustentados

frequentemente por estereótipos eclichés, que alimentam cada vezmais sentimentos xenófobos naEuropa”, sublinham os responsáveisde vários países, incluindo Portugal.Os participantes defendem que énecessário compreender o quesignifica "ser refugiado" e ter "toda avida contida numa simples mochila".O encontro de Madrid decorreuentre segunda e terça-feira,abordando a temática da“integração” de quem chega àEuropa através do Mediterrâneo oude “longas caminhadas”.

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Promover as boas notíciasA Sala de Imprensa da Santa Séanunciou que o Dia Mundial dasComunicações Sociais em 2017 vaiter como tema 'Comunicaresperança e confiança no nossotempo'. “O tema do próximo DiaMundial das Comunicações Sociaisé um convite a contar a história domundo e as histórias dos homens emulheres segundo a lógica da ‘boanotícia’ que nos lembra que Deusnunca renuncia a ser Pai, emqualquer situação e com cada serhumano”, explicam os responsáveisda Secretaria da Comunicação daSanta Sé, no comunicado queacompanha a divulgação do lemaescolhido pelo Papa.A Jornada Mundial dasComunicações Sociais, celebradadesde 1966 no domingo anterior àfesta do Pentecostes, tem comoinspiração uma passagem do livrobíblico do profeta Isaías: “Nãotenhas medo, que Eu estou contigo”(Is 43,5).O novo organismo responsávelpelos media no Vaticano alerta parao risco de um adormecimento daconsciência por causa da “distânciafísica” de profissionais, líderes deopinião e meios de comunicaçãoface aos “lugares da pobreza”.“Anestesiar

a consciência ou deixar-se levarpelo desespero são duas possíveisdoenças às quais pode levar o atualsistema de comunicação”, pode ler-se.O comunicado da Secretaria para aComunicação assinala que existeuma “ignorância da complexidadedos dramas” humanos, criticandoque transforma o desespero dehomens e mulheres em “espetáculo”.O padre Américo Aguiar, diretor doSecretariado Nacional dasComunicações Sociais, em Portugal,disse à Agência ECCLESIA que otema escolhido para 2017 "estáprofundamente enraizado numaexpressão utilizado pelo PapaFrancisco aquando dos infelizesacontecimentos em torno da ilha deLesbos e da visita papal ocorrida: operigo da globalização daindiferença". "Estamos a ficarimunes ao sofrimento do outro, dopróximo. Francisco dizia que iachorar os que já ninguém chora",precisou.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizadosem www.agencia.ecclesia.pt

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Papa lamenta morte de Shimon Peres

Jubileu dos Catequistas em Roma

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Jornada Mundial pelo TrabalhoDigno

LOC/MTC Movimento de trabalhadores Cristãos

Ao celebrar-se no dia 7 de outubro de 2016 aJornada Mundial pelo Trabalho Digno, instituída,em 2009, pela Organização Internacional doTrabalho, a situação que se vive no mundolaboral deve interpelar-nos e ser um apelo a todaa Igreja e a toda a sociedade.Um dos problemas mais graves que hoje se viveno nosso País diz respeito à situação do mundodo trabalho, com a elevada taxa de desemprego,a situação precária do emprego, a falta deemprego para os jovens, muitos dos quaisescolheram a emigração como forma de obteremo que não encontram no seu País. Tambémmuitas pessoas vivem situações complicadas deadaptação laboral num período repleto deencargos económicos, devendo merecer umaatenção particular por parte da sociedade e doEstado”.Esta realidade, que ofende a dignidade humana,tem graves consequências para as famílias, poismuitas perderam a habitação e deixaram depoder alimentar os filhos, assegurar o acesso àeducação, à cultura, à saúde ou à justiça.O trabalho digno, justamente remunerado, é,pois, pilar fundamental do progresso, centradono homem e na mulher, que prioriza a justiçasocial, a distribuição da riqueza, respeita asustentabilidade dos recursos naturais econtribui para a dignidade humana.O ser humano sem trabalho digno não se realiza,não tem independência económica, não contribuipara o desenvolvimento social e sente-seexcluído por não ter oportunidade de participarna

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sociedade e no desenvolvimentosocial.O Papa Bento XVI já dizia naencíclica Caridade na Verdade,número 25: “a desregulamentaçãodo mundo do trabalho implicou aredução das redes de SegurançaSocial acarretando grande perigopara os direitos dos trabalhadores,os direitos fundamentais do Homeme a solidariedade realizada pelasformas tradicionais do Estadosocial”.E o Papa Francisco afirma naexortação apostólica Alegria doEvangelho numero 192,: “Não sefala apenas de garantir comida ouum digno sustento para todos, masprosperidade e civilização nos seusmúltiplos aspetos. Isto englobaeducação, acesso aos cuidados desaúde e especialmente trabalho,porque no trabalho livre, criativo,participativo e solidário, o serhumano exprime e engrandece adignidade da sua vida. O saláriojusto permite o acesso adequadoaos outros bens que estãodestinados ao uso comum.”O Trabalho Digno, que respeita osdireitos dos trabalhadores faz decada ser humano um ser mais feliz,um agente de esperança, dainovação

e da partilha de saberes que,completando a Obra do Criador, ocoloca ao serviço de um mundonovo, onde possam jorrar a paz, ajustiça e a fraternidade.Como Movimentos Cristãos deTrabalhadores, sentimos sernecessário: afirmar que asprecariedades e inseguranças nãopodem ser normalidade; denunciaras situações de injustiça laboral esocial a nível local, nacional einternacional; apoiar as pessoas,levando-as a tomarem consciênciadas realidades; valorizar asorganizações de defesa dostrabalhadores, participando naconstrução de uma sociedade ondepossam viver em dignidade e justiça;defender a negociação coletiva detrabalho, por salários mais elevados,como forma de distribuição maisjusta da riqueza e o Trabalho Digno,como um direito e fonte derealização humana.

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Apeadeiros

Sónia Neves Agência ECCLESIA

Aterrámos às 14h na ilha de destino, como se deoutro país se tratasse. Um aeroporto pequeno,mas simpático, fazia adivinhar uma estadia semsobressaltos. A humidade do ar denunciava omicroclima. Os anúncios em tons verdeslevantavam o véu do que iriamos podercontemplar… Estávamos em Ponta Delgada, ilhade São Miguel.Nuns dias propositadamente guardados paraesta primeira viagem à “ilha verde” o ponto deordem das agendas foi esquecido, o telemóvelpouco tocou (ou fingimos que não ouvimos) e atéas redes sociais perceberam que estávamosdesligados do Mundo. Os dias eram reservadospara o verbo contemplar; agora, quase um mêspassado depois desta viagem, consigo perceberque naquele lugar a palavra ganha outro sabor,o tempo tem um novo ritmo e os sentidos atirampara outros significados.O mar imenso de um azul diferente recorta a ilhagenerosamente, a natureza encarregou-se deacalmar os vulcões e proporcionar, a quem visita,uma vegetação de um verde sem igual, de águasquentes e termais; de trilhos especiais a perderde vista.Em cada miradouro uma paisagem por descobrir,as lagoas, diferentes dimensões de água“arredondada”, bem aconchegadas pelo verdeextenso da vegetação. O verde, essa corpredominante que enche o olhar e prende aatenção do visitante, quando se avista polvilhadode branco; ora pelo gado bovino que, emliberdade, escolhe a melhor erva para sealimentar, ora

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pelo colorido dos ‘novelões’, comoali se tratam as hortênsias.Para quem não conhece a ilha deSão Miguel posso dizer que podeser o convite à serenidade e a umaviagem ao mais profundo do nossoser, onde através da riqueza que secontempla, se imaginam as 1001histórias de encantar entre aquelesmontes, vales e lagoas, com piratase lutas à mistura mas com muitosfinais felizes. De onde a terra serevoltou em tempos nasceu umabeleza única, lá senti o orgulho dequem ali pertence. Em cada vila,lugar, praia, jardim, igreja ou arraialo brio dá as mãos aoprolongamento da beleza natural. Equem ali vive confessava que “obom tempo atrai mais gente egostamos de os ver por cá”.

Os micaelenses são pessoassimples, simpáticas e acolhedorasque nos dão a lição de saber viver,ensinam a calma, que tanta falta fazno mar agitado da rotina dos dias.Mergulhada entre caracteres,frames ou decibéis tenho-melembrado de fazer download destaserenidade de lá trazida e aqui tãodepressa esgotada. As paragens navida, sejam férias, retiros,peregrinações, folgas ou fins-de-semana, fazem olhar para a vidacom apeadeiros que valem a pena!Também os milhares de escuteirosque são esperados em Fátima, nopróximo fim-de-semana, decerto,vão ter horas em apeadeiro, deperegrinar e vivenciar na fé, um dosaliados certeiros para a metadefinida há muito.

Foto: Miguel Cupido

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A 8 e 9 de outubro, o Corpo Nacional de Escutas promove uma

peregrinação nacional ao Santuário de Fátima. «10.100FM – sintoniza-te nos trilhos da misericórdia», é o tema que preside a este grande

encontro dos Escuteiros no lugar onde Maria veio recordar àhumanidade o caminho a seguir para se reencontrar com a

misericórdia e o amor de Deus.O Semanário ECCLESIA apresenta este evento, num dossier com

entrevistas e documentação sobre o percurso do CNE, a suametodologia e o impacto que tem na vida de milhões de pessoas,

todos os dias.

Foto: Ricardo Perna

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Escuteiros portugueses à descobertade FátimaO chefe Paulo Santos integra a equipa da Peregrinação Nacional deEscuteiros a Fátima, programada para os dias 8 e 9 de outubro, esperandoa participação de agrupamentos de todo o país. Em entrevista à AgênciaECCLESIA, apresenta esta iniciativa, no Ano Santo da Misericórdia, que querser um marco significativo na caminhada rumo ao Centenário das Aparições.

Entrevista conduzida por Sónia Neves Agência ECCLESIA (AE) - Háquanto existe esta iniciativa daperegrinação nacional?Paulo Santos (PS) - A peregrinaçãode escuteiros a Fátima, organizadadesta forma nacional, ocorreu pelaprimeira vez há cerca de 10 anos,em 2006, e de então para cá nãovoltou a realizar-se. Não só porqueos escuteiros peregrinam a Fátimasistematicamente, com os seusagrupamentos, com as regiões, oque quer que seja, mas tambémporque, de facto, uma organizaçãodesta natureza requer um esforço,um trabalho, uma dedicação detodos os participantes, dos queorganizam, bastante grande.Este anos há vários fatores que nosimpeliram a fazer este trabalho,nomeadamente o Centenário dasAparições e também este Ano da

Misericórdia. Entendeu-se queseriam oportunidades fantásticas denos reunirmos todos, em oração,reorganizando este conceito deperegrinação nacional. Este ano hátambém a particularidade de termosconnosco a companhia dos irmãosde outras associações, como aAssociação de Escoteiros dePortugal, a Fraternidade de NunoÁlvares, que está sempre connosco.Estamos para além do CNE, juntospor Fátima, nestes dois dias deoutubro. AE - Uma peregrinação que vai serdiferente em tudo das outras que sefazem em agrupamento?PS - Sim, desde logo por causa donúmero envolvido, mas tambémporque tivemos uma preocupaçãode juntar atividades escutistas àprópria peregrinação. Portanto,vamos

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oferecer a todos estes escuteiros aoportunidade de fazer umaperegrinação, a pé. Vão, num raiode 4 a 8 quilómetros de Fátima, emvários pontos, iniciar este processode peregrinação que vai permitiroração individual, coletiva, reflexão,e também aprender um pouco dahistória das localidades que vãoatravessar, nomeadamente, até dahistória dos Pastorinhos e toda a

envolvência que o Santuário aportapara estas situações. Vão chegar aFátima já com uma preparação, umareflexão que entendemos sernecessária depois para, em silêncio,se dirigirem já numa fase diferente àCapelinha das Aparições. Ali vãofazer, primeiro, uma oração coletiva,por agrupamento, e depois dar apossibilidade de que cada um tenhaa sua oração individual.

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AE - O programa está dividido emquatro fases a que correspondemquatro verbos: aceitar, peregrinar,interpretar e vivenciar. Partindo doprimeiro, como é que osagrupamentos aceitaram esta ideiada peregrinação?PS - Muito bem! Confesso que,sendo todos portugueses, tivemos oproblema de que deixamos para oúltimo dia a inscrição, geramos aquialguma angústia, mas a verdade éque depois de inscritos osagrupamentos receberam umpacote, onde tinham uma bandeirade Fátima, da própria peregrinação,que cada um deles vai ter demanusear, para inscrever o Foto: Miguel CupidoPeregrinação de 2006

seu nome, com as técnicas queentender. Há aqui um trabalho parapreparar o estandarte para aatividade, já com uma construção deoração e de reflexão que começanas paróquias.Este é um trabalho que já temmeses, porque começamos emmaio, e isto dá à atividade as raízespara o ano escutista. Há aqui umcruzamento muito grande entre esteato de fé e o jogo, a atividadeescutista, que quisemos promover.O verbo “interpretar” vem já nasequência do que já disse: na tardede sábado, vamos ter uma oferta,por vários trilhos - das aparições,da

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misericórdia, dos carismas e outros- e de um painel comemorativo.Estes trilhos vão dar oportunidadeaos agrupamentos de contactar einteragir de perto com diversasinstituições, missões, organismosque estão sediados em Fátima oucom representações no local, quesão geralmente desconhecidos, quedão apoio significativo aosperegrinos mas que as pessoas nãoconhecem se não forem lá tocar-lhes. Dou como exemplo o Carmelo,que é um sítio que podemos julgarser perfeitamente inacessível: vãoacontecer visitas de agrupamentosde escuteiros que vão conhecê-lomelhor e saber um pouco qual é amissão, o objetivo dos

religiosos. Essa particularidade ésignificativamente importante.Esta experiência, para além determos teatro ou outro conjunto depequenas atividades, querem daruma imagem completamentediferente de Fátima. Depois teremosas celebrações, o terço, asprocissões, a Eucaristia, como énormal, e temos também toda avivência em campo, com cerca de4500 tendas. Isto exigiu umalogística, com algum peso, que éuma oportunidade de os escuteirosinteragirem entre si, partilharemexperiências. No sábado, dia 8, acontecerá arecitação do Terço e Procissãodas Velas às 21h30. O Núcleodestas celebrações é a Capelinhadas Aparições (recomendamosque se reúnam na Capelinha às21h00). No domingo, às 10h00,recitação do Terço. Os porta-bandeiras com as bandeiras dosAgrupamentos devem reunir-senas traseiras da capelinha dasaparições às 10h00. As bandeirasda Peregrinação deverão serlevadas para o recinto para juntodos Agrupamentos. Às 11h00 terálugar a celebração da Eucaristiacom transmissão em direto daTVI. Por fim, terá lugar aProcissão do Adeus.

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AE - Acredito que para muitos seja aprimeira vez que acampam emFátima?PS - Sim, é verdade que não éusual. O Santuário de Fátima égigantesco, nós, os escuteiros, oCNE, prestamos habitualmenteserviço nas grandes peregrinações.Aproveito para lhe dizer que somosnós que garantimos o transporte dedoentes para o Centro de Saúde,com os Servitas; temos montado oserviço de Proteção Civil, que ajudaperegrinos perdidos. Éimpressionante, porque há pessoasque se perdem dos seus, que nãosabem onde está o seu autocarro;há pessoas de todas as idades,culturas. Nós damos esse apoiofundamental.Tirando essas equipas, Fátima éprofundamente desconhecida.Acredito que estes escuteiros quevamos reunir desta vez se vãodivertir imenso nestas descobertas.É preciso não esquecer que estasatividades são feitas para osescuteiros, para que as crianças ejovens consigam chegar ao fimdestes dois dias mais felizes e maisenriquecidos, reencontrando umsentido para a sua vida. Quantomaior for a oferta, quanto maior otrabalho de preparação, maior será

potencialmente a realização quecada um deles vai ter. E, de facto,vão sair de Fátima com uma imagemdiferente.Vamos construir uma escultura emazulejo português, que todos osagrupamentos vão pintar. Vamosdeixar um painel gigante, na capelada casa do escuteiro em Fátima,que vai ser a súmula de todos osagrupamentos e vai perpetuar estaperegrinação. Todos vão ter aoportunidade de deixar a sua marca,enquanto escuteiro, no Centenáriodas Aparições.

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PainelComemorativoNas traseiras da Basílicada Santíssima Trindade(junto ao pórtico) estarámontado o atelier deconstrução do painel queserá deixado em Fátimapara marcar a presençana Peregrinação Nacionalde Escuteiros. É um painelem azulejos que cadaagrupamento irá pintarsob a orientação e apoiode uma equipa e que,assim que estejaterminado, será umamarca da nossapassagem, resultandonum painel, de grandedimensão, que serácolocado numa dasparedes da Capela daCasa do Escuteiro deFátima. Devem passar poreste atelier durante atarde de sábado trêsescuteiros porAgrupamento.

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AE - Esta é uma maneira de osescuteiros católicos reforçarem oslaços com Fátima, no Centenáriodas Aparições?PS - Sim, nunca é demais repetir esublinhar que o Corpo Nacional deEscutas é um movimento escutistacatólico. Portanto, não está muitoem causa as rotinas, o irsistematicamente à Missa: nós emtodas as atividades encontramos umfito onde a fé faz todo o sentido.Não há nenhuma atividade escuteiraque possa ser encarada sem estapreocupação da relação com a féque todos partilhamos. Nestemomento preciso do centenário danossa mãe, da Mãe do escuta,podemos estar ali, reunidos, é umreforço, um nó dos mais fortes quenós praticamos, com Fátima, comJesus, com Deus, com a forma comocada um de nós encara a sua fé.

AE - O Santuário vai estar pintadode todas as cores, no último dia daperegrinação… Que é que seespera dessa Eucaristia?PS - Sim, é cor e movimento.Confesso que mesmo antes de serescuteiro, sempre me emocionei emtodos os momentos do adeus aFátima. São momentos muitoemocionais, todos nostransformamos num coração gigantequando estamos em Fátima. Assim,envolvidos em peregrinação, maisainda. Como sabe, temos cincocores de lenço, e esta mistura decores, na despedida da imagem,comovente, vai ser um espetáculoque é preciso ir, vivenciar. Umaperegrinação nacional de escuteirosé uma excelente ocasião para seruma peregrinação nacional, detodos. Teremos muito gosto em seracolhidos pelos que estiverem emFátima para nos acolher.

AISA Peregrinação Nacional de Escuteiros elegeu a Fundação Ajuda à Igrejaque Sofre (AIS) para concretizar um gesto concreto de partilha – umgesto de misericórdia neste Ano Jubilar.No centro de Informação estará disponível um mealheiro em acrílico paraque cada um de nós possa fazer uma oferta. Não há qualquer obrigaçãode contribuir, cada um é convidado a partilhar o que estiver ao seualcance. O projeto a apoiar é manter Aberta a Clínica de São José, emErbil - Iraque. Esta é uma clínica que apoia os deslocados internos, osCristãos, yazidis e muçulmanos que tiveram de fugir das suas casas porcausa do Estado Islâmico.

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Fátima no coração do Escutismo

Milhares de escuteiros de todo opaís vão peregrinar até aoSantuário de Fátima nos dias 8 e 9de outubro, numa iniciativa este anoinserida na comemoração doCentenário das Aparições de NossaSenhora, em maio de 2017.“Como grande associação dejovens, e jovens católicos emPortugal, não poderíamos ficarindiferentes a este acontecimentoque marca a Igreja e a sociedadeem Portugal”, sublinhou o padreLuís Marinho, assistente do CorpoNacional de Escutas, em entrevistaà Agência ECCLESIA.

A peregrinação escutista a Fátima éjá uma longa tradição, com mais de90 anos, e está mesmo no ADN decada escuteiro. “Praticamentedesde a sua fundação que osescuteiros estão ligados a Fátima”,referiu o sacerdote, “uma dimensãoque será muito sublinhada durante aperegrinação”.O padre Luís Marinho espera que aFátima acorram não só crianças,jovens e adultos do CNE mastambém de “outras associações deescuteiros católicos”, portuguesas eestrangeiras, para uma iniciativaque visa também “proporcionar oconhecimento da Mensagem deFátima”.

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No Santuário e em diversos lugaresda Cova da Iria vão serdesenvolvidas uma série deatividades com esse objetivo. “Umaspeto bastante interessante queestamos a preparar, está nasdiversas casas e comunidadesreligiosas que existem em Fátima,que vão acolher grupos deescuteiros ao longo da tarde desábado (dia 8 de outubro) ”, revelouo sacerdote.Os participantes vão poder assimcontactar “com o carisma de cadacongregação, o que fazem naIgreja” e perceber “como é que amensagem de Fátima os interpela ecomo é que a vivem”. Para oassistente nacional do CNE, estaperegrinação tem tudo para ser “umgrande encontro”, pelo significadoque tem peregrinar em conjunto, aum local de culto que é também o“coração da Igreja em Portugal”.“No fundo alimentarmos a chamaque dá sentido à nossa existênciacomo associação de escuteiros”,completou.

Criado em 1907 pelo inglês Baden-Powell, o Escutismo é o maiormovimento de educação não-formaljuvenil do mundo, implantado emcentenas de países eterritórios, incluindo Portugal. Elechegou ao nosso país em 1923,com a fundação do Corpo Nacionalde Escutas, hoje composto por maisde 72 mil associados.Uma das missões do escuta éprecisamente ajudar na organizaçãodas peregrinações e dar apoio àspessoas que todos os anos rumaaté ao Santuário, em ligação com osServitas. “Aqui queremosexperimentar a beleza depertencermos a esta associação ede sermos de facto um corpo unido”,concluiu o padre Luís Marinho.Um dos momentos maissignificativos da peregrinaçãonacional do CNE a Fátima estáreservado para sábado de manhã,quando os grupos de escuteirosfizerem os últimos quilómetros acaminho do santuário.

Foto: Ricardo Perna

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Escutismo e EducaçãoNão será grande novidade paraalguém que tenha frequentado oucompreendido o movimentoescutista, ouvir dizer que Escutismoé educação. Até a terminologia doatual Programa Educativo do CNE,que tão claramente refereoportunidades educativas e as ligaa objetivos, faz perceber aos jovensaquilo que sempre foi transmitidoem formações, publicações e todo otipo de conteúdos para adultosvoluntários: no Escutismo aprende-se, e a função do dirigente éorientar essa aprendizagem. Mas,um dirigente do CNE estará maisperto do professor ou do animadorde tempos livres? Na longadiscussão sobreeducação/aprendizagem e as suasfronteiras, surgem diversascategorias, com base no papel doeducador, do educando e da suarelação com o contexto e osobjetivos traçados: a educaçãoformal, a educação não-formal e aaprendizagem informal são as trêsprincipais categorias. Em traçosgerais, a educação formal acontecenum contexto formal de ensino,como uma escola ou outrainstituição. As metodologias sãotradicionalmente mais normativas,com base num educador que sedirige do mesmo modo a um grupode alunos ou educandos. Cada vezmais as

fronteiras metodológicas se turvamcom outros sistemas, mas é adefinição de conteúdos e objetivosprogramáticos, feita ou validadanormalmente pelo Estado, que fazcom que este tipo de educação sejaconsiderado formal,independentemente das variaçõesde método.No outro extremo, surge aaprendizagem informal. Estaaprendizagem surge em todos osmomentos, desde o recreio daescola à conversa de café. É aescola da vida de que sempreouvimos falar, e inclui também o quese aprende através da experiênciaprofissional ou a autoaprendizagem.Se tudo o que aprendemos na vidafosse um bolo, esta seria a maiorfatia. Contudo, a informalidade efalta de estrutura destasexperiências, particularmenteporque não são orientadas paraatingir objetivos específicos, nãopermite que se falede educação informal: educaçãoimplica educador, e nesta situaçãoeste papel é inexistente, para alémda eventual criação de condiçõespara que esta aprendizagemaconteça de forma orgânica.Esta informalidade da aprendizagemestá muito presente no Escutismo —o aprender fazendo — mas é naterceira tipologia que o métodoescutista

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se destaca: porque estruturamosas oportunidades educativas comvista a atingir determinadosobjetivos específicos para cadajovem, o CNE, como associaçãoescutista, fornece educação não-formal. É um tipo de educação que,não sendo parte integral do sistemade ensino — e, como tal, nãoestando dependente

de outra entidade nos conteúdosprogramáticos — é uma educaçãoestruturada, progressiva e relevantepara quem aprende e para acomunidade.

Márcio Barcelosmembro da Direção do Fórum

Europeu da Juventude"excerto da obra Escutismo e

Educação, CNE, 2016"

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História e Missão

1929 - BP visita Portugal O Corpo Nacional de Escutas -Escutismo Católico Português -nasceu em Braga a 27 de maio de1923. Foram seus fundadores oarcebispo D. Manuel Vieira deMatos e Avelino Gonçalves, que emRoma mantiveram os primeiroscontactos com o Movimento, quandoali assistiram, em 1922, a um desfilede 20 000 Escutas, por ocasião doCongresso Eucarístico Internacionalque esse ano

se realizou na Cidade Eterna.A Missão do Escutismo consiste emcontribuir para a educação dosjovens, partindo dum sistema devalores enunciado na Lei e naPromessa escutistas, ajudando aconstruir um mundo melhor, onde aspessoas se sintam plenamenterealizadas como indivíduos edesempenhem um papel construtivona sociedade. Isto é alcançado:

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- envolvendo os jovens, ao longodos seus anos de formação, numprocesso de educação não-formal;- utilizando um método original,segundo o qual cada indivíduo é oprincipal agente do seu própriodesenvolvimento, para se tornaruma

pessoa autónoma, solidária,responsável e comprometida.- ajudando os jovens na definiçãode um sistema de valores baseadoem principios espirituais, sociais epessoais expressos na Promessa ena Lei.

História do Escutismo1907 - 1º Acampamento Escutista, na Ilha de Brownsea. Os nomes dasPatrulhas eram: Corvos, Touros, Maçaricos e Lobos.1908 - Publicação do Escutismo Para Rapazes.1909 - Primeira concentração de 11 000 Escuteiros no Crystal Palace emLondres.1910 - A instâncias do Rei Eduardo VII, Baden-Powell (BP) deixa oExército para se dedicar inteiramente ao Escutismo.1911 - Dão-se os primeiros passos do Escutismo em Portugal.1912 - Funda-se em Lisboa a Associação de Escoteiros de Portugal(AEP).1916 - Início oficial do Lobitismo. Aparece o livro Manual do Lobito.1918 - Início Oficial do Caminheirismo.1919 - Abertura do Campo Escola Internacional de Dirigentes, em GilwellPark.1920 - 1º Jamboree Mundial em Olímpia, Londres. Neste Jamboree BP foiaclamado Chefe Escuta Mundial.1923 (27 de maio) - Fundação em Braga do Corpo Nacional de Escutas(CNE) pelo Arcebispo de Braga, D. Manuel Vieira de Matos.1929 - BP recebe o título de Lord Baden-Powell of Gilwell. Nesse anovisita Portugal pela primeira vez.1934 - BP visita Portugal pela segunda vez.1941 - (8 de janeiro) Morte de BP, no Quénia.1957 - Ano Jubilar - Centenário do Nascimento de BP, Cinquentenário doEscutismo e realização do 9º Jamboree Mundial.1982 - Ano Mundial do Escuteiro.1983 - O CNE é declarado Instituição de Utilidade Pública.2003 - Há cerca de 30 milhões de Escuteiros em todo o mundo.2007 - Centenário do Escutismo, 150º Aniversário do Nascimento de BP erealização em Londres do Jamboree Mundial do Centenário com aparticipação de mais de 40 000 Escuteiros.

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«Descobrir como está a relação comDeus»

O azul dos olhos de Joana Oliveiracontrasta com o vermelho do lençode caminheira. Pertence aoAgrupamento 890 de Évora e estáinscrita na Peregrinação Nacional aFátima 2016.À Agência ECCLESIA falou daexpetativa de participar em dois

dias de peregrinação que esperaserem de reflexão.“Somos escuteiros católicos por issoa fé é uma parte importante danossa vida escutista e nesta fase,entre dúvidas e muitas perguntas,não sabemos muitas vezes o quefazer

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com o resto da nossa vida”, explicaa jovem.Com 20 anos Joana Oliveira estudaDireito em Lisboa e sente que estaé uma etapa da vida que envolveuma “mudança radical” e destesdois dias de peregrinação espera“conhecer-se melhor e saber comoestá a sua relação com Deus”.Nos dias 08 e 09 de outubro osantuário de Fátima espera milharesde escuteiros e Joana Oliveirademonstra a ansiedade de partir ede conhecer outros jovens, que“acreditam no mesmo”.“Conhecer outros jovens quepensam como nós, acreditam nomesmo, não se pense que é sópassar os fim-de-semana!Conhecemos pessoas parecidasconnosco e sentem a necessidadede perceber o papel de Deus nanossa vida”, explica de formaentusiasta e de olhar brilhante.Joana Oliveira, de forma tímida, foiexplicando o que já sabia sobre aperegrinação e os verbos ‘aceitar,peregrinar, interpretar, vivenciar ecelebrar’ são ações que chamarama atenção desta caminheira.“Estes dias vão ser uma mais-valia,o que torna a peregrinaçãoimportante, é também peloprograma que vai haver, comdiversas oportunidades para sabermais sobre as aparições e Históriade Fátima”.

Depois destes dois dias JoanaOliveira espera “trazer na suamochila” uma “boa dose deconhecimento de si própria, parapoder determinar objetivos para aminha vida, como escuteira, comopessoa e como estudante, e sabertambém como está a minha relaçãocom Deus”.A caminheira deixa ainda um apelo echama todos os caminheiros paraque participem e “venham descobriro serviço que podemos prestar àcomunidade e à Igreja, uma parteimportante para o caminheirismo”,conclui.

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Escuteiros em Fátima: 2006 – 2016

Foto: Miguel Cupido - Peregrinação 2006 Pedro Duarte Silva, dirigente doCorpo Nacional de Escutas,participou há 10 anos naperegrinação do escutismo aoSantuário de Fátima. Uma décadadepois, vai voltar à Cova da Iriapara “peregrinar, interpretar,conhecer e orar em conjunto”.Atualmente secretário nacionalpedagógico do Corpo Nacional deEscutas (CNE), Pedro Duarte Silvarecorda o encontro de há 10 anos,em Fátima, como a primeira grandeperegrinação ao Santuário onde

os escuteiros têm uma presença“desde ao anos 20”.“Foi um momento muito intenso, devivência de corpo e sentido decomunhão com a Igreja”, disse odirigente do CNE, acrescentandoque a peregrinação de março de2006 a Fátima foi “passo nacaminhada e na afirmação do CorpoNacional de Escutas como ummovimento da Igreja”, um “afirmar deidentidade”.“Olhar para esplanada de Fátima ever ali 30 mil pessoasuniformizadas,

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foi um impacto muito forte. Saímosde lá com espírito de corpo muitoreforçado”, sublinhou Pedro DuarteSilva à Agência ECCLESIA.O secretário nacional pedagógicodo CNE refere que a Missa deencerramento da peregrinação,presidida na altura por D. AntónioCarrilho, foi um “momentocelebrativo muito forte”,acrescentando que o mais relevanteesteve no que cada escuteiro levoupara a sua caminhada pessoal.“O importante, é o que cada umexperienciou individualmente. Aperegrinação a Fátima foi ummomento forte para a caminhadaescutista e pessoal de cada um”,sublinhou.Pedro Duarte Silva recorda o“espírito muito forte” e o empenho etodos os participantes que, apesardas condições meteorológicas dosdias da peregrinação que criaramdificuldades ao concretizar dasatividades previstas para o primeirodia, sábado, os escuteiroscumpriram o programa, tendo-sedividido por secções, em várioslocais de Fátima. O dirigente do CNE lembra que oimpacto causado pelo grandenúmero de escuteiros em Fátima ecausou “impacto”.

“Não sendo fundamental, faz-nossenti um corpo”, disse.Pedro Duarte Silva referiu que Mariaé, para os membros do maiormovimento juvenil português, a “mãedo escuta” e “desde sempre há umapresença muito forte” de NossaSenhora.Sobre a Peregrinação Nacional aFátima do escutismo, o secretárionacional pedagógico do CNE esperaque seja uma oportunidade paradeixar uma “grande marca” nosparticipantes.“Voltar a Fátima no contexto docentenário das Aparições, vai deixaruma grande marca nos jovens queparticipam sobre o conhecimento damensagem de Fátima”.Para Pedro Duarte Silva, aperegrinação a Fátima, em 2016,atinge os seus objetivos se permitiraos escuteiros “conhecer aMensagem de Fátima na suaprofundidade”.

Video: Miguel Cupido.Peregrinação 2006

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60 Anos da Cáritas PortuguesaA assinalar 60 anos de presença emPortugal a Cáritas convidou quatrofiguras da sociedade portuguesapara uma leitura dos desafios quese colocam atualmente à Instituiçãono cumprir da sua missão. EmFátima, no final do XXX Encontro daPastoral Social, 15 setembro, Mariade Belém Roseira, jurista e política,Manuel Carvalho da Silva, sociólogoe antigo líder da ConfederaçãoGeral dos TrabalhadoresPortugueses - Intersindical Nacional(CGTP-IN), Pedro Krupenski, presidente da direçãoda Plataforma Portuguesa dasOrganizações Não-governamentaispara o Desenvolvimento e a Ir. MariaVaz Pinto, provincial daCongregação das Escravas doSagrado Coração de Jesus, olharamà realidade social e

ao papel da Cáritas para sublinharque são inegáveis as marcas daação da Cáritas no tecido social dopaís. Perante uma audiência decerca de 50 pessoas, na suamaioria ligadas às CáritasDiocesanas, que são quem, noterreno, diariamente, dá respostadireta às situações de dificuldade,apontaram-se vários desafios.Fazendo a distinção entre anecessidade de assistir e de ser nasociedade uma voz de intervençãopara a transformação social. Entretodos os intervenientes foi unanimea importância do trabalhodesempenhado pela organizaçãoque ultrapassa a dimensão deassistência sendo, sobretudo, umapromotora da reflexão e da criticaem torno do que é e deve ser opapel da caridade na sociedadeatual.

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A Cáritas Em Oração Pelas Vítimas Do Terramoto EmItáliaA Cáritas Portuguesa uniu-se em espírito de comunhão humana e eclesial, atodas as dioceses italianas e outras, espalhadas pelo mundo, em sufrágio detodas as vítimas mortais do terramoto que ocorreu em Amatrice, Itália, nomês de Agosto, pedindo a Deus o conforto e a coragem para que todos osque sofreram com a perdas de familiares e bens patrimoniais reergam assuas vidas com renovada esperança.Ler mais

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II Concílio do Vaticano: Bispo daBeira denuncia as injustiças edeficiências

D. Sebastião Soares de Resende foi sagrado bispo daBeira em 1943, no aniversário da sua tomada deposse na diocese moçambicana (8 de Dezembro)dirigia uma pastoral ao seu rebanho “sempre repletade conteúdos doutrinários e incidindo muitas vezes emaspetos concretos que denunciavam injustiças edeficiências” - (in: “Resistência Católica aoSalazarismo - Marcelismo).Na Pastoral de 1946 sobre “Colonização Portuguesa”,D. Sebastião Soares de Resende condena o “trabalhocompelido” dos indígenas. E acrescenta: “quandoobservo o que se passa, principalmente comtrabalhadores indígenas, e entre estes, com os quelabutam junto da maior parte das nossas empresas,vejo-me forçado a reconhecer que não somos cristãosnem humanos”. Nesta e noutras conjunturas, oprelado natural de Santa Maria da Feira agiaexclusivamente na convicção de estar na defesa de“direitos inamovíveis da pessoa humana e totalmentealheio como sempre se manteve relativamente aqualquer vinculação política” - (Capela, José; “D.Sebastião e o «Diário de Moçambique»”; in: Revista«Síntese»).O desenvolvimento do ensino naquela diocese foitambém um dos grandes feitos de D. Sebastião. “É aele que se deve o lançamento do Ensino Secundáriona Beira, começando pela Fundação do InstitutoLiceal D. Gonçalo da Silveira e posteriormente osColégios de Vila Pery e Tete” – (Brandão, PedroRamos; “O primeiro bispo da Beira”; in: Revista«História» de Novembro de 2004). O bispo da Beirasabia que a utilização que o Estado

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Português estava a dar à Igreja emMoçambique poderia criar “umaperniciosa confusão nos indígenase levá-los a ver a Igreja Católicacomo uma extensão administrativado Estado Português” – (In: Revista«História»).Perante esta previsível situação, D.Sebastião Soares de Resende fezsempre um esforço de tornarpública a diferença entre aevangelização e o ensinoministrado. “O professor era umacoisa, o catequista era outra. Estaposição dentro da Igreja Católicamoçambicana não era de todoaceite; a maioria dos padresportugueses

acomodara-se ao facto de servista pelo Governo comofuncionalismo público, com o seuordenado mensal” – (In: Revista«História»). No entanto, o primeirobispo da Beira tudo tentou paraesclarecer a opinião pública e oshabitantes indígenas sobre asdiferenças: “a ação missionária nãopode terminar nas escolas. Há quese exercer também nos postoscatequéticos”. (In: Revista«História»).Lições de vida, deste padre conciliarque faleceu a 25 de janeiro de1967. Muitas peças da suapregação constituíram gritos deautêntico profeta.

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setembro/outubro 201630 de setembro. Papa Francisco visita a Geórgia eo Azerbaijão – até 02 de outubro. Coimbra - Festa da Solidariedade 01 de outubro. Braga - A Faculdade de Teologiade Braga, da Universidade CatólicaPortuguesa, promove durante asmanhãs de manhã de outubro umcurso de cariz teológico pastoralaberto a todas as pessoas quequiserem participar. . Vaticano - Entrada em vigor doestatuto da Secretaria para aComunicação da Santa Sé . Fátima - Peregrinação Franciscanacom o tema «Com eles useimisericórdia» (termina a 02 deoutubro) . Fátima - Casa de São Nuno -Encerramento da assembleia magnada Ordem do Carmo . Algarve - Centro Pastoral de Pêra -Assembleia diocesana paraapresentar o plano pastoral

. Coimbra - Paróquia de São José - Comemoração do Dia do Idosopromovido pelo SecretariadoDiocesano da Pastoral Familiar . Braga – Famalicão - O movimentocívico «Eu Sou Matriz» promove um«leilão silencioso» (até 31 deoutubro) . EUA – Califórnia - O Bispo dosAçores, D. JoãoLavrador, preside às Festas deNossa Senhora de Fátima emTurlock (termina a 02 de outubro) . Lisboa - Clínica Psiquiátrica de SãoJosé, em Telheiras - O Instituto dasIrmãs Hospitaleiras do SagradoCoração de Jesus vai realizar asjornadas do voluntariado, dias 01 e02 de outubro, na ClínicaPsiquiátrica de S. José, emTelheiras, Lisboa. . Fátima, 09h30 - Reunião doSecretariado Nacional da PastoralUniversitária . Guarda, Centro Apostólico-Guarda,09h30 - A Diocese da Guarda vaiiniciar o programa pastoral previstopara este ano 2016-17, com aapresentação do documento detrabalho que prepara a próxima daassembleia diocesana.

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. Porto - Centro Paroquial deCedofeita, 15h30 - Início do anopastoral das Equipas de NossaSenhora com reflexões pela irmãAna Luísa Castro . Lisboa - Paróquia de SantoAntónio de Nova Oeiras, 18h00 - Lançamento do livro sobre os 25anos da Paróquia de Santo Antóniode Nova Oeiras 02 de outubro. Açores - Abertura do ano pastoralna Diocese de Angra que será dedicado ao centenário dasaparições de Fátima e à PastoralSocial . Leiria - Centro PastoralDiocesano- Dia da Igreja Diocesanade Leiria 03 de outubro. Braga – UCP - Início do curso parao clero intitulado «TeologiaRevisitada» . Itália – Roma - Início daCongregação Geral da Companhiade Jesus . Castelo Branco - Jubileu daPessoa com Deficiência na Diocesede Portalegre-Castelo Branco . Fátima - Domus Carmeli, 10h30 - O Secretariado Nacional para osBens Culturais da Igreja promoveuma sessão formativa sobre«Identificação de técnicas emateriais».

04 de outubro. Vaticano - Peregrinação doMovimento da Mensagem de Fátimada Diocese de Coimbra (termina a12 de outubro) . Brasil - Rio de Janeiro - Lançamento do CD «No ritmo doCéu» do padre Jason Gouveia, daDiocese de Angra. . Porto, 21h00 - O Centro de CulturaCatólica (CCC) da Diocese do Portovai iniciar o ciclo ‘A Misericórdia:Jubileu(s), lugares e testemunhas’com a exibição da primeira parte dodocumentário ‘Jubileu: A história e afé’. 05 de outubro. Vaticano - Primeira conferênciamundial sobre desporto e fé,intitulada «Desporto ao serviço dahumanidade» promovida peloConselho Pontifício da Cultura.(termina a 07 de outubro) . Porto - As Edições Salesianas e aFundação Salesianos promovem a8.ª edição do E-vangelizar, “ummega evento de formação pastoral”que este ano tem como pano defundo o centenário das aparições deFátima, marcado para 2017. Dia 5de outubro, na escola salesiana doPorto.

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-A Confederação Nacional das Instituições de

Solidariedade (CNIS) promove no dia 30 de setembro,em Coimbra, a Festa da Solidariedade. - A Faculdade de Teologia de Braga, da UniversidadeCatólica Portuguesa, promove durante as manhãs deoutubro um curso de cariz teológico pastoral aberto atodas as pessoas que quiserem participar. - Diocese da Guarda inicia a 1 de outubro o programapastoral previsto para este ano 2016-17, com aapresentação do documento de trabalho que preparaa próxima da assembleia diocesana. - O bispo de Leiria-Fátima convidou os fiéis aparticiparem no Dia da Diocese, a 2 de outubro, queassinala o início do ano pastoral 2016-2017, noCentro Pastoral Diocesano. - Diocese do Algarve apresenta o Programa Pastoralpara 2016/2017 no dia 1 de outubro, durante aAssembleia Diocesana, que terá por tema central nafigura de Maria e no centenário das Aparições emFátima. - O bispo de Lamego, D. António Couto, vai apresentardia 1 de outubro uma carta pastoral, no SeminárioMaior. Para além do documento do prelado, noencontro destinado a todos os agentes pastorais, vairealizar-se a apresentação do programa pastoral2016/17, lê-se no jornal «Voz de Lamego» - A Diocese de Angra vai iniciar a 2 de outubro o novoano pastoral, que leva em consideração a celebraçãodo Centenário das Aparições em Fátima e a aposta na“pastoral social”.

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmissão damissa dominical

11h00 -Transmissão missa

Domingo: 10h00 - ODia do Senhor; 11h00- Eucaristia; 23h30 -Ventos e Marés;segunda a sexta-feira:6h57 - Sementes dereflexão; 7h55 -Oração daManhã; 12h00 -Angelus; 18h30 -Terço; 23h57-Meditando; sábado:23h30 - TerraPrometida.

RTP2, 13h30Domingo, 2 outubro-13h25- Festa das Colheitas emEscariz S. Martinho, VilaVerde (Braga): tradições emanifestações crentes. Segunda-feira, dia 03, 15h00 - Entrevista ao padre RuiAlberto, sobre "Acreditar emDeus". Terça-feira, dia 04, 15h00 - Informação e entrevistaCarlos Alberto Alves, sobre oexílio de padres angolanosem Portugal na década de 60 e 70. Quarta-feira, dia 05, 15h00 - Informação e entrevistaa José Lima, coordenador do Plano Nacional Ética noDesporto, sobre religião e desporto Quinta-feira, dia 06, 15h00 -Informação e entrevistaao padre José André Ferreira, sobre o "DoCat". Sexta-feira, dia 07, 15h00 - Análise à liturgia dedomingo por frei José Nunes e padre Armindo Vaz. Antena 1Domingo, dia 02 de outubro - 06h00 - CNE:peregrinação nacional a Fátima Segunda a sexta-feira, dias 03 a 07 de outubro - 22h45 - Outubro missionário, testemunhos eexperiências: P. José Vieira; P. Adelino Ascenso; P.David Ferreira; Irmã Miry e Luis Ventura Fernandez

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Ano C – 27.º Domingo do TempoComum Senhor,aumenta anossa fé!

O Evangelho deste vigésimo sétimo domingo do tempocomum começa com o pedido dos Apóstolos a Jesus:«Aumenta a nossa fé!» Jesus já tinha ouvido umasúplica semelhante, na boca do pai da criançaepilética: «Vem em ajuda da minha pouca fé!»A resposta de Jesus é surpreendente, atéprovocadora, sem dúvida: «Se tivésseis fé como umgrão de mostarda, diríeis a esta amoreira: ‘arranca-tedaí e vai plantar-te no mar’, e ela obedecer-vos-ia». Asua resposta, na realidade, força-nos a ir para alémdo imediato e do sensacional.A fé é já um caminho humano. Quando duas pessoasse amam, sabem muito bem que o seu amor não sepode demonstrar cientificamente. O amor descobre-secomo um dom gratuito, mas constrói-se na confiança.Posso dizer àquele ou àquela que amo “eu sei que teamo”, porque sei o que vibra dentro de mim. Mas aomesmo tempo não posso dizer-lhe “creio que tu meamas”, porque não estou na pele do outro. O amorimplica, pois, um salto num certo desconhecido,mesmo se apoiado em supostas provas tangíveis.Quando se trata da nossa relação com Deus, a fé é,sem dúvida, mais difícil, porque não tem, ou tem muitopouco, suporte afetivo. Mas o princípio acaba por sero mesmo. Sou convidado a ter confiança na Palavrade Deus, que se exprimiu plenamente em Jesus e foitransmitida pelos seus primeiros discípulos. Jesus dá-lhes como missão serem suas testemunhasautorizadas. Posso, sem dúvida, pôr em causa o seutestemunho, não aderir a Jesus, exigindo provasconvincentes. Mas posso igualmente comprometer-menoutro caminho, da plena e confiante adesão àPessoa de Jesus Cristo.A fé só se pode viver numa relação de amor que nosfaz ver para lá das aparências, porque os homensveem

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com os olhos, mas Deus vê com ocoração. «Sim, Jesus, aumenta emmim a fé, para que eu possa amar-Te sempre cada vez mais».Neste primeiro domingo de outubro,mês missionário a nos lembrar quea Igreja só é em missão,procuremos levar a Palavra de Deuscomo luz da fé para mais umasemana de vida, nas alegrias e nastristezas do nosso quotidiano.Meditemos a mensagem do Papapara o Dia Mundial das Missões,que nos diz que «a fé é dom deDeus, que cresce graças à fé e àcaridade

dos evangelizadores, que sãotestemunhas de Cristo... Comodiscípulos de Jesus, anunciamos odom mais belo e maior que Ele nosofereceu: a sua vida e o seu amor».Procuremos rezar e meditar aPalavra de Deus, transformando-aem atitudes e gestos de verdadeiroencontro com Deus e com ospróximos que formos encontrandonos caminhos percorridos da vida,sempre em atitude de fé e de amormisericordioso.

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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Jubileu dos Catequistas

O Papa encerrou este domingo, doJubileu dos Catequistas, noVaticano, que o “centro da fé” é aressurreição de Jesus, o anúncionão se pode fixar em «obrigaçõesreligiosas» e referiu-se a“comportamentos estrábicos” doscristãos. Na homilia da Missa,Francisco disse que “o anúncioprincipal da fé” é a experiência do“Senhor ressuscitado” e é em tornodeste centro que “tudo roda”.“Não há conteúdos maisimportantes.

Nada é mais sólido e atual. Todosos conteúdos são belos sepermanecerem ligados a estecentro. Se se isolam, perdemsentido e força”, disse o Papa.Francisco sublinhou que o anúnciode Deus “não é uma ideia”, masuma “Pessoa viva”, que se anunciaàs pessoas “com atenção às suashistórias e ao seu caminho”. “A suamensagem passa com o testemunhosimples e verdadeiro”, referiu oPapa, acrescentando que énecessário

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acolher todos e ser alegre.“Não se fala bem de Jesus quandose está triste nem se transmite abeleza de Deus só fazendo belaspregações. O Deus da esperançaanuncia-se vivendo hoje oEvangelho da caridade, sem medode O testemunhar, também com asnovas formas de anúncio”,sustentou.O Papa denunciou os“comportamentos estrábicos” dequem olha “com reverência aspessoas famosas e desvia atençãode tantos pobres e dos sofrimentosde hoje, que são os prediletos doSenhor”. “A insensibilidade de hojecava abismos, invencíveis parasempre. E nós estamos nestemundo, neste momento, nestadoença da indiferença, do egoísmo,da mundanidade”, alertou o Papa.O Jubileu dos Catequistas contoucom a participação de 700 pessoasprovenientes de todas as diocesesde Portugal. Em declarações à‘Família Cristã’, D. Manuel Pelinodisse que a participação portuguesatraduz-se

num “bom número”, que não o deixa“satisfeito nem surpreendido”, poispoderia ser melhor caso os custosdas viagens não fossem tãoelevados.Para o presidente da ComissãoEpiscopal que coordena o setor daEducação na Conferência EpiscopalPortuguesa, celebrar o Jubileu comos catequistas é uma oportunidadepara descobrir e apresentar Deuscomo Misericórdia.“Penso que hoje a catequese já tempessoas competentes, mas às vezesainda se anuncia um Deus que estásempre à procura da nossa falhapara nos castigar e esta imagem daMisericórdia, do amor aos maisfrágeis, é uma imagem que deveestar no testemunho do catequista ena pregação da Igreja”, disse D.Manuel Pelino.Para D. Nuno Brás, membro daComissão Episcopal da EducaçãoCristã e Doutrina da Fé, a presençados catequistas de Portugal é sinalda “importância dos catequistas navida cristã do país”.

“Retribuo o abraço e agradeço-vos todos os vossos trabalhos emPortugal a favor da Igreja”. As palavras são do Papa Francisco no finalda Eucaristia de encerramento do Jubileu dos Catequistas.Nos habituais cumprimentos a entidade de pessoas o professorFernando Moita, em representação do Secretariado Nacional daEducação Cristã (SNEC) disse ao Papa transportar consigo “um abraçoafetuoso, sinal da comunhão de todos os catequistas e professores deEducação Moral e Religiosa Católica”.Fonte: Educris

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Azerbaijão acolhe visita do Papa Francisco

O país dos 7 padresEm todo o Azerbaijão, acomunidade católica tem apenasuma paróquia, uma igreja e umacapela. Apesar de serfortemente minoritária, apresença dos Cristãos faz-sesentir – e bem – no quotidianodeste país maioritariamentemuçulmano. O petróleo fez do Azerbaijão umpaís muito rico. Tão rico que,quando as Irmãs da Madre Teresade Calcutá decidiram abrir uma casana capital, Bacu, em 2005, lhesdisseram que podiam ir embora, queo seu trabalho não seria necessáriopois não havia pobres noAzerbaijão. Elas não deram ouvidosáquelas palavras desmotivadoras eficaram. Era um desejo de MadreTeresa: abrir pelo menos uma casa,uma comunidade, em cada uma dasantigas repúblicas soviéticas. Hoje,uma década depois, cinco irmãs dacongregação das Missionárias daCaridade tomam conta dos sem-abrigo, dos que perderam a família,dos que não têm como se sustentar.Mesmo num país rico, há semprequem fique na margem, quempermaneça estendido nas ruas,quase invisível aos olhos de quempassa. Mesmo num país rico,

há quem precise do sorrisobondoso, dos gestos gratuitosdestas missionárias inspiradas na“santa das sarjetas”, como MadreTeresa ficou conhecida. OAzerbaijão vai acolher a visita doPapa Francisco já neste domingo,dia 2 de Outubro, numa deslocaçãoque o levará também à Geórgia. Vaiser uma visita rápida, em quevisitará só a capital, mas que todosaguardam com expectativalembrando o acolhimento fervorosooferecido a João Paulo II em 2002.Ao todo, calcula-se que haveráneste país muçulmano apenasquatro centenas de católicos,número que pode crescer um poucose se incluir os estrangeiros comresidência temporária. Apenas. Perseguição religiosaNos tempos eriçados do comunismo,os Cristãos assistiram, impotentes, àdestruição da única igreja, em Baku,assim como ao assassinato do seupároco. Foi preciso esperar pelavisita de São João Paulo II para queo Governo decidisse compensar osCristãos oferecendo um terrenopara a edificação de um novotemplo. Agora, todos os domingoscelebram-se três

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missas e são cada vez mais ascrianças que frequentam acatequese. A visita do papa vaijuntar praticamente toda acomunidade. Será quase umencontro de família. Afinal, a IgrejaCatólica no Azerbaijão tem apenasuma única paróquia com uma igrejae uma capela que é servida por setesacerdotes. Nesta pequenacomunidade também estãopresentes as cinco IrmãsMissionárias da Caridade e duasreligiosas salesianas. A FundaçãoAIS tem contribuído através da

generosidade dos seus benfeitorese amigos, para a manutençãodestes sacerdotes e destas irmãs.Num país que parece ainda decostas voltadas para Deus, estepunhado de homens e mulheresconsagrados precisam da nossaajuda para continuarem a suamissão junto dos sem-abrigo, dosque perderam a família e o sentidoda vida. Junto, afinal, dos pobresque “não existem” no Azerbaijão…

Paulo Aidowwww.fundacao-ais.pt

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Os mais velhos

Tony Neves Espiritano

Habituei-me em Angola a fazer uma inclinaçãosempre que alguém pronunciasse a expressão‘mais velho’. Lá, a sabedoria tem lugar e elahabita na cabeça das pessoas que, com o andardos anos, acrescentaram sabedoria à vida e àcomunidade. Torna-se proverbial a frase:’quando morre um velho, enterra-se umabiblioteca’.Na Europa os ventos sopram em sentidocontrário e, porque o que mais conta é acapacidade de gerar riqueza, os mais velhos sãoolhados como aqueles que dão trabalho e fazemgastar dinheiro. É triste que assim seja, pois umamemória agradecida do passado faz sempresentido e rasga caminhos de futuro.Tive a alegria de viver duas celebrações muitointensas no fim de semana passado. A família fezuma jantar de homenagem à Tia que completou80 anos de vida. Ela foi a nossa segunda Mãe,crescemos todos com ela e, na hora da apagar80 velas, ali estávamos todos: os irmãos,sobrinhos e sobrinhos netos. Vivemos uma noiteúnica, unidos, em festa, com gratidão por umavida inteira dedicada á família, sempre em casa,disponível para fazer tudo que fosse necessáriopara nós crescermos com qualidade. Valeu apena.No domingo rumei a Barcelos para a celebraçãodas Bodas de Ouro Sacerdotais do P. ManuelDurães. Ali revivemos meio século de entrega áIgreja e à Missão. Ele e os seus oito irmãos, comas respetivas proles, mostravam uma enormefelicidade, por nós também partilhada. Apósestudos em Roma, foi professor e formador nosSeminários Espiritanos.

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Depois, seria eleito SuperiorProvincial de Portugal, Missionáriono Brasil, professor na UniversidadeCatólica, Director Nacional dasObras Missionárias Pontifícias,Reitor de S. Louis dos Francesesem Lisboa… um enorme curriculuma mostrar anos e anos de dedicaçãoque todos celebramos na sua terranatal.Num tempo marcado pelavelocidade e pelo descartável, osmais velhos e a sua sabedoria são,muitas vezes postos em causa.Basta visitar um dos muitos lares deterceira idade para concluir que hámuitas pessoas idosas votadas aoabandono pelas suas

famílias. Não é descabido o postque circula no facebook que diz:’seuma mãe conseguiu cuidar de oitofilhos, porque é que oito filhos nãosão capazes de cuidar de uma mãe?’. Sabemos que não são fáceis ostempos que correm, mas há umlongo caminho a percorrer para queos mais velhos se sintam queridos erespeitados nas suas famílias e nasociedade.

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Foto: Ricardo Perna

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