f.t mestre finezas, manuel da fonseca

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  • 8/10/2019 F.T Mestre Finezas, Manuel Da Fonseca

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    ESCOLA PROFISSIONAL DE AVEIRO

    FICHA DE TRABALHO

    GRUPO I

    L com ateno o poema trancr!to" Repon#e$ #epo!$ #e %orma c&ara e #oc'menta#a ()'et*e apreenta#a"

    +,etre F!ne-a.

    Lembro-me muito bem de como tudo se passava. Minha me tinha de fingir-sezangada. Eu a/ade casa, rente parede, sentindo que aquilo era pior que ir para aescola. Mestre Finezas puava um banquinho para o meio da lo!a e enrolava-menuma enorme toalha. "# me ficava a cabe$a de fora. %omo o tempo corria devagar&

    ' tesoura tinia e cortava !unto das minhas orelhas. Eu no podia meer-me, nopodia boce!ar sequer. (Est) quieto, menino*, repet!aMestre Finezas segurando-me acabe$a entre as pontas duras dos dedos+ ('ssim, quieto&* s pedacitos de cabeloespalhados pelo pesco$o, pela cara, faziam comicho e no me era permitido co$ar.or entre as madeias cadas para os olhos via-lhe, no espelho, as pernas esguias, ocaro severo de magro, o corpo alto, curvado. /ia-lhe os bra$os compridos,arqueados como duas garras sobre a minha cabe$a. Lembrava uma aranha.

    E eu 0 sumido na toalha, tolhido numa posi$o to inc#moda que todo o corpome doa 0 era para ali uma pobre criatura indefesa nas mos de Mestre 1ldioFinezas.

    2esse tempo tinha-lhe medo. Medo e admira$o. medo resultava do queacabo de contar. ' admira$o vinha das r3citas dos amadores dram)ticos da vila.

    Era pelo 1nverno. 4ant)vamos pressa e nessas noites minha me penteava-me com cuidado.%al$ava uns sapatos rebrilhantes e umas pe5gas de seda que me enregelavam os p3s. "aamos. E,no negrume da noite que afogava as ruas da vila, eu conhecia pela voz famlias que caminhavam nanossa frente e outras que vinham para tr)s. 6epois, ao entrar no teatro, sentia-me perp&e0ono meiode tanta luz e gente silenciosa. Mas todos pareciam corados de satisfa$o.

    6a a pouco, entrava num mundo diferente. 7ue coisas estranhas aconteciam& 2ingu3m ali falavacomo eu ouvia c) fora. E mesmo quando calados tinham outro aspecto8 constantemente a meerem

    os bra$os. Mestre Finezas era o que mais se destacava. E nunca, que me recorde, o pano desceu, no5ltimo acto, com Mestre Finezas ainda vivo. 7uase sempre morria quando a cortina principiava adescer e, na plateia, as senhoras o&'a1amalto.

    1nAldeia Novade Manuel da Fonseca

    2" A recor#a*e #o narra#or cont!t'em o a'nto #o te0to"2"2"6istinga os dois acontecimentos diferentes nele evocados.2"3"1dentifique e caracteriza a personagem apresentada pelo narrador.

    3" C&a!%!)'e o narra#or )'anto ( preena"3"2"4ustifique a sua resposta com dois segmentos tetuais.

    4" Na pr!me!ra parte #o te0to$ o narra#or re%ere5e a ! pr6pr!o como +'ma po7re cr!at'ra!n#e%ea na mo #e ,etre I&/#!o F!ne-a."4"2"'ponte os motivos que o levavam a sentir-se desta forma.

    EF.9:.r:

    %urso+ diversos

    6isciplina+ Lngua ortuguesa

    ;urma+ /

  • 8/10/2019 F.T Mestre Finezas, Manuel Da Fonseca

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    ESCOLA PROFISSIONAL DE AVEIRO

    FICHA DE TRABALHO

    8" O narra#or a%!rma )'e a perona9em &:e !np!ra1a +me#o e a#m!rao."8"2"4ustifique estes sentimentos aparentemente contradit#rios.

    ;" O +ne9r'me #a no!te )'e a%o9a1a a r'a #a 1!&a. !mpe#!a o narra#or #e 1er )'em$ como e&e$cam!n:a1a para o teatro";"2"1ndique o modo como ele reconhecia as outras pessoas.