UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTAInstituto de Ciências Humanas

Curso de Psicologia

Fernandes Venâncio de Sena Júnior R.A. B45764-3João Victor Gonçalves de França R.A. B91176-0

Paloma Vanni Ricato R.A. B58650-8Talita Bastos de Jesus R.A. B80107-7

Paraíso – São PauloANO 2015/1

ANÁLISE DO FILME

FREUD: ALÉM DA ALMA

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1. FREUD: ALÉM DA ALMA

Tudo começa quando ele interna um paciente que sofre de histeria, uma doença que

não era bem vista pelos seus colegas de profissão, por acreditarem que a histeria

não passava de uma representação teatral de alguém que não queria assumir as

responsabilidades sociais.

Havia um médico em Paris que utilizava hipnose para tratar de pacientes histéricos:

Charcot. Freud ganha uma bolsa de estudo e vai a Paris estudar com Charcot. O

filme mostra Charcot apresentando dois pacientes que sofriam de histeria e que

através da hipnose, foi possível não apenas sanar os sintomas, mas criar novos

sintomas.

Freud volta de Paris e apresenta o conhecimento que Charcot adquirira em seus

experimentos, falando em uma palestra para a comunidade médica vienense que o

comportamento humano pode ser controlado pelo inconsciente. Recebe o apoio do

Doutor Breuer, que lhe conta o caso de uma paciente que não consegui beber água.

Freud nesse momento já desconfiava da origem sexual da histeria, mas Breuer

acredita que essa paciente em questão não apresenta qualquer indício que sua

histeria tenha origem sexual.

Os pacientes apresentados em todo o filme apresentavam histeria, que é uma

neurose cujos conflitos emocionais inconscientes surgem na forma de dissociações

mentais e apresentando sintomas físicos (histeria de conversão).

Através da hipnose era possível ter acesso a algo reprimido, que ocorria por meio

da repressão da ideia por ser um evento traumático que inicialmente estava em nível

consciente e vai para o inconsciente afetando a vida da pessoa através de um

sintoma.

Há uma transferência entre a paciente Cecily e Breuer, e posteriormente entre ela e

Freud. Na teoria psicanalítica a transferência é uma projeção de afeto em relação a

alguma pessoa, no caso o terapeuta, onde o paciente cria fantasias acerca do

terapeuta. Neste caso específico, a jovem transfere para Breuer a relação que tinha

com o pai. Isso fica perceptível no filme, quando Freud tenta entender o porquê do

investimento amoroso no Dr. Breuer e nele, posteriormente.

Freud então se depara com o filho de um general que durante o transe assume ter

atacado o pai para ficar com a mãe. Nesse caso ele pede para que o jovem não se

lembre de nada ao sair do transe, porque nem ele mesmo sabia no momento como

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lidar com isso, mostrando um sentimento de repugnância sobre o ocorrido. E logo

começa a ter sonhos e pensa quem os sonhos também poderiam ser manifestações

do inconsciente, o que mais tarde o leva a desenvolver e aperfeiçoar a teoria dos

sonhos.

No caso relatado da paciente Cecily Koertner é possível observar a resistência à

hipnose, quando ela já não mais se permitiu hipnotizar e passa apenas a conversar

com Freud. Freud então percebe que nem todas as pessoas podem ou se permitem

ser hipnotizadas. É aplicado o método da associação livre, técnica que consiste em

que o paciente fale livre e abertamente qualquer coisa que vier à mente, mesmo que

sejam conteúdos que o paciente considera sem importância.

Em meio às conversas, Cecily diz palavras e logo em seguida se desculpa

mencionando não ter intenção de dizer aquilo, que foi um erro, porém esses “erros”

configuram o ato falho, que são as pequenas falhas, o esquecimento de fatos e os

lapsos de linguagem, tão frequentes na escrita ou na leitura em voz alta, bem como

os atos e gestos que a pessoa executa sem perceber, que para Freud apresentam

um significado e podem perfeitamente ser interpretados, visto que para Freud, esses

atos falhos são uma tentativa de algum conteúdo inconsciente se manifestar.

Com as descobertas feitas na paciente Cecily Koertner e com a própria análise de

suas próprias experiências e dos seus sonhos, Freud descobre que a sexualidade

também faz parte da infância, colocando a sexualidade no centro da vida psíquica,

mesmo que no início ele lute contra essa ideia.

O complexo de Édipo e seus sinais podem ser vistos em muitos casos relatados no

filme, no caso de Cecily, no caso de um jovem que diz em hipnose que mataria o pai

porque amava a própria mãe, e na própria vida de Freud, que fica bem explicito

quando o pai dele falece e ele não consegue entrar no cemitério, isso porque no

passado ele teve desejo de morte (típico do complexo de Édipo) em relação ao pai,

após ele elaborar o Édipo ele consegue ir até o túmulo de seu pai. Também o sonho

de Freud apresentado no filme, onde ele se vê puxado por uma corda pelo paciente

citado acima, para dentro de uma caverna escura. O paciente se aproxima de uma

mulher, que seria sua mãe e a beija. No sonho Freud mostra repúdio àquela cena e

acorda muito assustado na cama, com sua esposa o confortando. Ele acorda

falando mãe e abraçando a esposa.