frei luís de sousa

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DIOGO OLIVEIRA Nº9 JOANA MENDES Nº15 RAQUEL SILVA Nº23 SOFIA BARROSO Nº25 3.02.2015 F REI L UÍS D E S OUSA ALMEIDA GARRETT

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Page 1: Frei luís de sousa

DIOGO OLIVEIRA Nº9

JOANA MENDES Nº15

RAQUEL SILVA Nº23

SOFIA BARROSO Nº25

3.02.2015

FREI LUÍS

DE SOUSAALMEIDA GARRETT

Page 2: Frei luís de sousa

INTRODUÇÃO

› Almeida Garrett – Biografia;

› O Romantismo;

› Sebastianismo;

› Frei Luís de Sousa – estrutura, espaço, tempo, personagens;

› Frei Luís de Sousa – obra;

› Carácter trágico da intriga.

Page 3: Frei luís de sousa

ALMEIDA GARRETT

› João Baptista da Silva Leitão de

Almeida Garrett nasceu a 4 de

fevereiro de 1799, no Porto;

› Frequentou o curso de Direito

em Coimbra, assistindo à

revolução liberal de 1820;

› Casou-se com Luísa Midosi, cujo

casamento não correu muito

bem.

Page 4: Frei luís de sousa

ALMEIDA GARRETT

› A situação política do paísobrigou-o a exilar-se váriasvezes: em Inglaterra (1823-1824), em França (1824-1826) eem Inglaterra outra vez (1828-1832);

› Foi durante o exílio que Garrettentrou em contacto com oromantismo pela primeira vez;

› Quando regressou, em 1832,integrou-se no exército liberalde D. Pedro e participouativamente no desembarque doMindelo e no cerco do Porto.

Page 5: Frei luís de sousa

ALMEIDA GARRETT

› Em 1837 foi nomeado como Inspetor-Geral dos Teatros e fundou

o Teatro Nacional D. Maria II e o Conservatório Nacional.

› Com o passar do tempo eo desenvolvimento político do país,

Garrett afastou-se da política, mas continuou a mostrar o seu

patriotismo nas suas obras.

› Voltou para a vida política em 1851, onde foi colocado como

Ministro dos Negócios Estrangeiros.

› Morreu a 9 de dezembro de 1854, aos 55 anos, em Lisboa.

Page 6: Frei luís de sousa

O ROMANTISMO

Page 7: Frei luís de sousa

QUANDO E ONDE SURGIU

› O Romantismo desenvolveu-se desde os finais do séc. XVIII até a

primeira metade do séc. XIX.

› Primeiramente desenvolveu-se na Europa, Inglaterra e Alemanha,

mas rapidamente se proliferou um pouco por todo o Mundo.

› Era uma época de grande rebeldia intelectual:

› Na política, caíam os sistemas de governo despótico e surgia o liberalismo;

› No campo social imperava o inconformismo e no campo artístico o repúdio

às regras;

› A Revolução Francesa foi o clímax deste movimento.

Page 8: Frei luís de sousa

O QUE É O ROMANTISMO?

O Romantismo foi uma corrente artística literária efilosófica; um modo de vida, uma maneira de sentir ede pensar.

› Movimento cultural que exalta o instinto e privilegia as

emoções contra a razão. Apresenta uma visão de mundo

centrada no indivíduo.

› Surge, em parte, como reação ao racionalismo Neoclássico.

› Se o século XVIII é marcado pela objectividade, pelo Iluminismo

e pela razão, o início do século XIX é marcado pelo lirismo, pela

subjectividade, pela emoção e pelo eu.

Page 9: Frei luís de sousa

O ROMANTISMO EM

FREI LUÍS DE SOUSA

Page 10: Frei luís de sousa

CARACTERÍSTICAS

ESTÉTICO-LITERÁRIAS

Page 11: Frei luís de sousa

CULTO DA NATUREZA

› Novo modelo de Natureza: Locus horrendus.

› Fascínio por imagens tenebrosas:

› Corpos em putrefação

› Tempestades

› Cemitérios

› Gosto pelo vago e pelo indefinido (amanhecer e anoitecer).

Page 12: Frei luís de sousa

CULTO DA NATUREZA - EXEMPLO

"É o fim da tarde."Ato Primeiro, "Frei Luís de Sousa"

Page 13: Frei luís de sousa

SUBJETIVIDADE/EGOCENTRISMO

› Culto do EU;

› História centra-se nas emoções, preocupações e sentimentos das

personagens.

EXEMPLO

“Mas EU!... Oh! que o não saiba ele ao menos, que não suspeite

do estado em que EU vivo (...).“

Ato Primeiro, "Frei Luís de Sousa"

Page 14: Frei luís de sousa

SENTIMENTALISMO

› Culto dos sentimentos e das emoções.

› Valorização da paixão e do amor carnal.

› Domínio do sentimento sobre a razão:

› Madalena

› Maria

› Manuel de Sousa Coutinho

› Telmo

Page 15: Frei luís de sousa

ÂNSIA DE LIBERDADE

› Desejo de liberdade.

› Afirmação da personalidade.

› Confronto com a sociedade.

› Quebra das correntes que prendem a liberdade do EU.

› Manuel de Sousa Coutinho

› Madalena

Page 16: Frei luís de sousa

MAL DU SIÉCLE

› Pessimismo, melancolia, desespero, angústia de existir são

características das obras românticas.

› Muito presente na personagem de D. Madalena.

EXEMPLO

"(...) este medo, estes contínuos terrores que ainda me não deixaram gozar

um só momento de toda a imensa felicidade que me dava o seu amor.“

Ato Primeiro, Cena I, "Frei Luís de Sousa"

Page 17: Frei luís de sousa

EVASÃO

› Fuga da realidade através do sonho.

› Valorização do sonho e do devaneio.

› Muito presente na personagem de Maria, mas também em Madalena e

Telmo.

EXEMPLO

"(...) não quero sonhar, que me faz ver coisas lindas

às vezes, mas tão extraordinárias e confusas.”

Ato Primeiro, Cena IV, "Frei Luís de Sousa”

Page 18: Frei luís de sousa

NACIONALISMO/PATRIOTISMO

› Culto da ideologia patriótica.

› Valorização do que é popular e nacional.

› Amor incondicional pela pátria.

› Manuel de Sousa Coutinho

› Maria

Page 19: Frei luís de sousa

NACIONALISMO/PATRIOTISMO -

EXEMPLOS

› "MANUEL: (...) Quem sabe se eu morrerei nas chamas

ateadas por minhas mãos? Seja. Mas fique-se aprendendo em

Portugal como um homem de honra e coração, por mais

poderosa que seja a tirania, sempre lhe pode resistir (...)“

Ato Primeiro, Cena XI, "Frei Luís de Sousa"

› "MARIA: (...) assim eu entendia, se governasse, que o serviço

de Deus e do rei memandava ficar (...) onde a miséria fosse

mais e o perigo maior (...)“

Ato Primeiro, Cena I, "Frei Luís de Sousa"

Page 20: Frei luís de sousa

TEMA DA MORTE

› Morte das personagens em diferentes sentidos:

› Manuel de Sousa Coutinho → morte espiritual

› Madalena → morte espiritual

› Maria → morte física

› Telmo → morte psicológica

Page 21: Frei luís de sousa

IDEALIZAÇÃO DA MULHER

Madalena – “Mulher demónio”

› O seu casamento com Manuel

de Sousa Coutinho é

responsável pela perdição de

toda a família.

› Mulher sedutora.

› É uma personagem egoísta.

Maria – “Mulher Anjo”

› É caracterizada várias

vezes como "anjo".

› Frágil fisicamente,

devido à dença de que

sofre (tuberculose).

› Doce, bondosa.

Page 22: Frei luís de sousa

PARA ESTUDO:QUADRO SÍNTESE

Page 23: Frei luís de sousa

CARACTERÍSTICAS FORMAIS

Page 24: Frei luís de sousa

CARACTERÍSTICAS FORMAIS

› Justaposição do sublime e do grotesco ;

› Abandono da mitologia e dos processos eruditos;

› Fusão de géneros que haviam sido contrastados pelo Classicismo;

› Pontuação expressiva;

› Estilo declamatório;

› Recurso a figuras de estilo que transmitem as emoções.

Page 25: Frei luís de sousa

SEBASTIANISMO

Page 26: Frei luís de sousa

O QUE É O SEBASTIANISMO?

› O sebastianismo é uma crença,

mito ou profecia que surgiu

em Portugal nos finais do o século

XVI aquando da morte do rei D.

Sebastião na Batalha de Alcácer-

Quibir, em 1578.

› Consiste na esperança do regresso

do rei D.Sebastião o rei “desejado”

e de que ele ira vencer toda a

opressão, sofrimento e miséria em

que Portugal vivia, reconstruindo

assim a glória do país outrora

perdida.

Page 27: Frei luís de sousa

SEBASTIANISMO EM

FREI LUÍS DE SOUSAO mito sebastianista esta presente desde o início da obra, logo na primeira

fala da peça temos Madalena que aparece em cena a ler Os Lusíadas, seguida

de um fala que tem um carácter extremamente profético e que resume toda

a obra.

Page 28: Frei luís de sousa

PERSONAGENS SEBASTIANISTAS

› As personagem da obra que são mais sebastianistas são Telmo Pais, o velho

aio de D. João e em cuja morte não acredita.

› Maria, filha de D. Madalena de Vilhena e de Manuel de Sousa Coutinho,

educada por Telmo.

EXEMPLOS

“Telmo - Vivo não veio... inda mal! E morto... a sua alma, a sua figura... .[...]”

“Maria - [...] é o outro, é o da ilha incoberta onde está el-rei D. Sebastião, que

não morreu e que há-de vir, um dia de névoa muito cerrada... Que ele não

morreu; não é assim, minha mãe?”

Page 29: Frei luís de sousa

ESTRURURA EXTERNA

Esta obra externamente é constituída por três atos:

› O primeiro ato tem 12 cenas;

› O segundo ato tem 15 cenas;

› O terceiro ato tem 12 cenas.

Page 30: Frei luís de sousa

ESTRUTURA INTERNA

Esta obra está internamente dividida em três partes:

› Exposição - Da cena I a V do ato primeiro; consiste na

introdução das personagens e enquadramento histórico da

peça;

› Conflito - Da cena VI do ato primeiro à cena IX do ato

terceiro; corresponde ao desenvolvimento da peça.

› Desenlace - Da cena X à XII do ato terceiro; dá-se o desfecho

da peça.

Page 31: Frei luís de sousa

ESPAÇO FÍSICO

Quanto ao espaço desta obra temos três espaços diferentes (todos em

Almada) que mudam consoante os atos:

› O ato primeiro passa-se no Palácio do Manuel de Sousa Coutinho.

› O ato segundo passa-se no Palácio de D. João de Portugal.

› O ato terceiro passa-se na parte baixa do Palácio de D. João de Portugal

(capela).

Page 32: Frei luís de sousa

ESPAÇO SOCIAL

› Quanto ao espaço social domina o estatuto da nobreza com

normas rígidas;

› no séc. XVI a mentalidade da altura estava repleta de

preconceitos em relação a qualquer filho fruto de um

relacionamento ilegítimo;

› A mensagem de Garrett é bem clara: o regresso do passado

apenas traz dor e sofrimento, o caminho é o futuro.

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TEMPO

O tempo da ação decorre entre 28 de Julho e 4 de Agosto

de 1599:

› O primeiro ato passa-se numa sexta- feira num fim de tarde.

› O segundo ato passa-se numa sexta- feira á tarde (8 dias

depois).

› O terceiro ato passa-se numa sexta- feira à noite quase de

madrugada.

Page 34: Frei luís de sousa

PERSONAGENS› Manuel de Sousa Coutinho

› D. Madalena de Vilhena

› D. Maria de Noronha

› Telmo Pais

› Romeiro/D. João de Portugal

› Frei Jorge

Page 35: Frei luís de sousa

MANUEL DE SOUSA COUTINHO

› Segundo esposo de D. Madalena;

› Fidalgo honrado, patriota e religioso;

› Sofre uma grande mudança ao longo da obra, passando de um homem

racional/determinado a um homem abatido;

› Abandona o nome de batismo ao ser convertido a frei, passando a chamar-se

Frei Luís de Sousa.

Page 36: Frei luís de sousa

D. MADALENA DE VILHENA› Foi esposa de D. João de Portugal;

› Mulher recatada, virtuosa, cristã, dada a presságios;

› Converte-se à vida religiosa no final da obra, recebendo o título de Soror Madalena;

› Os seus medos impediram-na de disfrutar da felicidade de estar casada com D. Manuel;

› Admite que se apaixonou pelo segundo marido antes de ficar viúva e, por essa razão sente-se culpada e pecadora, porém nunca reconhece D. João quando este lhe aparece em pessoa.

Page 37: Frei luís de sousa

D. MARIA DE NORONHA

› Filha do segundo casamento de D. Madalena;

› Aos treze anos apresenta-se uma menina pura, inteligente, perspicaz,

intuitiva, estudiosa e matura para a sua idade;

› É frágil e doente, sofre de tuberculose;

› Tem uma ligação forte com Telmo Pais;

› Tem sonhos e visões.

› Nacionalista e sebastianista.

Page 38: Frei luís de sousa

TELMO PAIS

› Escudeiro que ajudou a criar D. João de Portugal;

› Personagem sebastianista;

› Amigo próximo de Maria, sendo visto quase como um pai para ela;

› Alimenta os medos de D. Madalena;

› Desejava o regresso de D. João de Portugal, cuja morte sempre duvidou;

› Não impede que Madalena e Manuel se convertam.

Page 39: Frei luís de sousa

ROMEIRO/D. JOÃO DE PORTUGAL

› Primeiro marido de D. Madalena;

› Retorna do cativeiro, na Terra Santa (Jerusalém) após 21 anos;

› Madalena não o reconhece como D. João de Portugal;

Page 40: Frei luís de sousa

FREI JORGE

› Irmão de D. Manuel;

› Dominicano;

› Impõe uma certa racionalidade, tentando manter o equilíbrio no seio da

família angustiada e desfeita.

Page 41: Frei luís de sousa

FREI LUÍS DE SOUSA

ANÁLISE DE CENAS

Page 42: Frei luís de sousa

ATO I

Page 43: Frei luís de sousa

PAUSA PARA

APLAUSOS

Page 44: Frei luís de sousa

CENA I

› Madalena lê Os Lusíadas, no episódio de Inês de

Castro;

› Compara-se a Inês mas sente-se mais infeliz

porque os terrores contínuos, os medos não a

deixam viver um único instante de felicidade, nem

sequer breve;

› A linguagem e emotiva.

Page 45: Frei luís de sousa

CENA II

› Telmo conversa com Madalena e aflige-a com recordações dopassado. Nesta cena, todas as personagens são apresentadas;

› Manuel de Sousa surge desvalorizado em relação a D. João dePortugal;

› Maria é sempre caracterizada positivamente – curiosa,compreende tudo, formosa, bondosa, viveza de espírito;

› Telmo – escudeiro valido e fiel, familiar quase parente…Cheio de agoiros e pressentimentos. Ele confessa-se umcrente no regresso de D. João e justifica a sua credulidadepelas palavras de uma carta escrita por d. João, onde estagarantia que “vivo ou morto” haveria de voltar;

› Madalena pede a Telmo que não fale a Maria em assuntosrelacionados com a batalha e D. Sebastião… e ele prometeque o fará.

Page 46: Frei luís de sousa

CENA III

› Nesta cena há um diálogo entre Maria e Madalena no qual

Maria mostra o seu patriotismo e sebastianismo:

› “(...) é o da ilha encoberta onde está el-rei D.

Sebastião, que não morreu e que há de vir (...)”;

› Todas estas exclamações assustam e angustiam Madalena.

Page 47: Frei luís de sousa

CENA IV

› Nesta cena, Maria e Madalena continuam o seu diálogo e Maria

explica que não entende a causa das tristezas e angústias de sua

mãe;

› Mostra também os presságios de Maria, quando ela diz que lhe vê

algo nos olhos, algo de misterioso nas suas atitudes;

› Madalena tenta desviar o rumo da conversa dizendo que ela é

muito jovem para pensar nessas coisas.

Page 48: Frei luís de sousa

CENA V

› Jorge informa-as que os governadores querem sair da cidade por

causa da peste;

› Maria dá como solução lutarem todos contra os governadores;

› Sebastianismo de Maria;

› Madalena não entende o motivo de os governadores pretenderem

ir viver para a sua casa;

› Maria apercebe-se da chegada de seu pai (indício de tuberculose) e

percebe que este está exaltado.

Page 49: Frei luís de sousa

CENAS VI E VII

› Miranda anuncia que Manuel de Sousa Coutinho chegara a casa;

› Indício de tuberculose (grande capacidade auditiva e visual);

› Manuel entra em casa e Madalena percebe que o marido está

inquieto;

› Manuel explica-lhes que têm de sair rapidamente daquela casa

porque os governadores querem ir viver para lá;

› Madalena fica ansiosa com o que o marido pode fazer para os

tentar impedir;

› Manuel pede a Madalena para irem para a antiga casa de Madalena

(casa onde viveu com o primeiro marido - D. João de Portugal);

› Madalena pede-lhe para arranjarem outra opção e pede ao Jorge

para levar Maria para dentro.

Page 50: Frei luís de sousa

PAUSA PARA APLAUSOS

Page 51: Frei luís de sousa

CENAS VIII, IX, X, XI, XII

› D. Madalena pede ao marido para não irem para o palácio de D.

João de Portugal utilizando vários argumentos relacionados com o

medo que sente relativamente a uma possível interferência do

primeiro marido no seu casamento com Manuel de Sousa

Coutinho.

› Manuel considera esses argumentos emocionais sem qualquer

validade e os medos de D. Madalena desadequados à sua condição

social e á racionalidade que o momento exige.

› Ao incendiar a sua casa, Manuel revela-se extremamente patriota,

corajoso e despegado dos bens materiais. D. Madalena não

consegue salvar o retrato do marido. A destruição desse retrato

funciona como prenúncio á destruição da família e da separação

física do casal que se cai realizar no terceiro ato.

Page 52: Frei luís de sousa

ATO II

Page 53: Frei luís de sousa

CENA I

› A cena inicia-se com um diálogo entre Telmo e Maria no qual se

descobre que Madalena tem-se sentido mal desde que puseram os

pés no palácio de D. João;

› Telmo admite que muda de opinião acerca de Manuel: “um

português às direitas”;

› Maria tem a sensação que sabe quem é o homem do retrato;

› Telmo e Maria acreditam que o rei D. Sebastião há de regressar;

› Maria insiste no retrato de D. João que lhe é familiar.

Page 54: Frei luís de sousa

CENA II

› A cena começa com a entrada de Manuel a revelar a identidade do

homem no retrato. Refere-se a ele como “um honrado fidalgo e

um valente cavaleiro”;

› Maria confirma as suas suspeitas;

› Manuel refere que o pior já passou, no que respeita aos

governadores.

Page 55: Frei luís de sousa

CENA III E IV› Após Maria ter identificado, e Manuel confirmado, que o retrato

era o de D. João de Portugal Manuel fala deste a Maria referindo-

se a ele como tendo “(…)as nobres qualidades na alma, a

grandeza e a valentia no coração”.

› Maria finaliza a cena dizendo que apesar de sentir pena por D.

João ter ficado na fatal batalha se tal não tivesse acontecido nunca

estaria nos braços de Manuel.

› Maria quer ir com o pai a Lisboa, pois deseja visitar a Sóror Joana

de Castro, uma freira.

› Manuel mostra alguma relutância devido a fragilidade física de

Maria e refere “os maus ares de Lisboa” a peste.

› Após insistência de Maria, Manuel aceita levar Maria com a

condição de que Madalena concorde.

Page 56: Frei luís de sousa

CENA V

› Madalena que já está melhor, reage mal à ida de Manuel a Lisboa enão quer que a filha a deixe só.

› Madalena teme pelo dia de Hoje, é um dia terrível para ela ( fazanos que foi a batalha de Alcácer Quibir); é sexta feira.

› Perante toda a confusão, é Frei Jorge quem vai resolver a situação,comprometendo-se a ficar com Madalena.

› Madalena está cheia de agoiros, muito ligados ao passado, cheia demedo.

› Tudo faz pressentir que alguma coisa muito má está paraacontecer.

Page 57: Frei luís de sousa

CENAS VI, VII E VIII

› Manuel confirma que Maria precisa de espairecer.

› Madalena diz que não quer que Telmo fique pois tem

muito medo dos seu agoiros.

› Madalena está preocupada, assustada e temerosa.

› Chora e pede a todos que não se afastem de Maria, que

a protejam.

› Madalena volta a evidenciar a sua incapacidade para

não sentir medo e horror.

› A despedida é dramática – voltam a referir a Condessa

de Vimioso (Joana de Castro) e paira no ar a fatalidade.

Page 58: Frei luís de sousa

CENA IX

› Frei Jorge está preocupado porque, ao ver a desgraça e

angústia dos seus familiares sente que será contagiado

por ela…

Page 59: Frei luís de sousa

CENA X› Madalena dá ordens a Miranda para que fique no mirante

até que o bergantim chegue a Lisboa.

› Madalena confessa a Jorge que HOJE é o dia da sua vidaque mais tem receado.

• Faz anos que casou a primeira vez.

• Faz anos que se perdeu el-rei (e D. João).

• Faz anos que conheceu Manuel de Sousa.

› Madalena considera-se uma pecadora.• Conheceu Manuel de Sousa quando ainda D. João era

vivo.

• Amou-o assim que o viu; o pecado estava-lhe nocoração; a imagem do amante perseguia-a; apenas foi fiela D. João.

› Adverbio de tempo HOJE repete-se nove vezes.

Page 60: Frei luís de sousa

CENAS XI, XII E XIII

› Estas cenas preparam o clímax do segundo ato;

› Consistem nas personagens do Miranda, Madalena e Jorge a

prepararem-se para receber este tal romeiro.

Page 61: Frei luís de sousa

PAUSA PARA

APLAUSOS

Page 62: Frei luís de sousa

CENAS XIV

› Jorge pergunta ao Romeiro de onde vem e este diz que vem do

Santo Sepulcro de Jesus Cristo;

› O Romeiro informa que viveu lá 20 anos e explica que não tem

família e que os seus amigos pensam que está morto e já nem o

reconhecem;

› Está presente uma ironia quando Madalena diz “Haverá tão má

gente… e tão vil que tal faça?”;

› O Romeiro diz que só tem um amigo, que é Telmo;

› Madalena oferece a sua ajuda mas o Romeiro mas este não a

aceita;

› O Romeiro diz que foi cativo em Jerusalém.

Page 63: Frei luís de sousa

CENAS XIV

› Madalena fica muito aflita;

› Jorge pede ao Romeiro para procurar nos retratos e lhe dizer se

era algum deles;

› O Romeiro aponta para o quadro de D. João de Portugal;

› Madalena sai de cena completamente devastada.

Page 64: Frei luís de sousa

CENAS XV

› Jorge pergunta ao Romeiro quem é ele;

› O Romeiro aponta para o retrato de D. João e

responde que não é ninguém.

Page 65: Frei luís de sousa

ATO III

Page 66: Frei luís de sousa

CENA I, II E III

› Manuel está desesperado, infeliz e revoltado porque com oregresso de D. João de Portugal sente que cometeu umgrande erro que tem de ser reparado e o vai separar da suamulher e da sua filha

› Perante a situação trágica em que a família se encontraManuel sente-se indeciso em relação ao que fazer com a suafilha. Ele quer que ela viva. Mas por outro lado sabe que seela sobreviver vai ser desprezada pela sociedade por serconsiderada uma filha ilegítima.

› Telmo traz notícias de Maria, está melhor, mas muito fraca eabatida.

Page 67: Frei luís de sousa

CENA IV

› Telmo está confuso porque sempre considerou D. João

de Portugal seu filho, mas agora Maria tinha ocupado o

seu lugar;

› Então Telmo decide que Maria é mais importante que

D. João de Portugal e pede a Deus para o sacrificar a

ele ao invés de Maria.

Page 68: Frei luís de sousa

CENA V

› Romeiro diz ao Telmo que é o D. João de Portugal;

› O Romeiro pede a Telmo que diga a Madalena que o

Romeiro era um impostor;

› Telmo diz que não pode mentir a Madalena mas o

Romeiro obriga-o a fazê-lo.

Page 69: Frei luís de sousa

CENA VI

› Última "ilusão" de D. João que, ouvindo Madalena

chamar de fora pelo seu marido, pensou que aquele se

dirigia a si.

Page 70: Frei luís de sousa

CENAS VII, VIII E IX

› Telmo transmite a Frei Jorge o recado que o Romeiro lhe tinha

dado na cena anterior;

› Porém, Frei Jorge não consente em tal;

› Madalena tenta evitar o inevitável, dando conta, aos dois irmãos,

das suas dúvidas em relação à veracidade daquilo que o Romeiro

disse;

› Frei Jorge e Manuel, sabendo que o Romeiro é o próprio D. João,

não permite qualquer recuo;

› Madalena acaba por seguir a decisão que Manuel tomou pelos

dois.

› Dá-se início à cerimónia da tomada de hábito.

Page 71: Frei luís de sousa

PAUSA PARA APLAUSOS

Page 72: Frei luís de sousa

CENAS X E XI

› Estas últimas cenas mostram muito do dramatismo de Garrett;

› Na cena X temos Madalena e Manuel, prostrados no chão, prestes

a converter-se; Na cena XI, Maria entra de repente, tentando

impedir os seus pais de tomarem o hábito;

› Ela tem medo de ficar órfã e diz que morrerá com os seus pais.

› Também nos mostra os sonhos que ela tem tido, que lhe dizem

verdades, nomeadamente o facto de ela ser “filha do crime e do

pecado”.

Page 73: Frei luís de sousa

CENA XII

› Nesta cena o romeiro e Telmo entram na capela;

› D. João de Portugal tenta que Telmo diga que o romeiro é um

impostor e que parem a cerimónia, mas já é tarde de mais.

› Maria, ao ouvir a voz do romeiro, morre de vergonha.

Page 74: Frei luís de sousa

CARÁCTER TRÁGICO DA INTRIGA

Em Frei Luís de Sousa são vários os aspetos trágicos da intriga:

› Há um desafio à ordem estabelecida (hybris);

› Desafio este que origina um conflito entre as personagens (ágon);

› O destino implacável, revelado por indícios e presságios (anankê);

› Personagens torturadas por conflitos de consciência, que têm

como consequência o sofrimento (pathos);

› Cena do reconhecimento, no Ato II, Cenas XIV e XV (anagnórise);

› Desenlace final e fatal (catastrophé) desencadeado pela cena do

reconhecimento, que acaba com a morte física de Maria, morte

espiritual e psicológica de Manuel e Madalena, e na morte

psicológica e social de Telmo.