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Thiago Lasco Quando o assunto é carro, os anos 90 foram insuperáveis pa- ra o empresário Flavio Ferreira. Não apenas por ele ter obtido a carteira de habilitação nessa época, mas também porque nes- se período surgiram carros fas- cinantes. “Pense em VW Gol GTS e GTi, Chevrolet Corsa GSi e Calibra, Alfa Romeo 145 Quadrifoglio, Fiat Coupé... To- dos eram esportivos de verda- de, com assinatura. Os de hoje só têm adesivos, rodas e pontei- ra de escape cromada”, ele diz. Por isso, o Honda Civic VTi 1995 que Ferreira guia não pode- ria ser mais condizente com seus gostos. A versão esportiva do hatch médio começou a ser trazida do Japão em 1993 e ga- nhou notoriedade por causa de seu motor 1.6 16V com coman- do de válvulas variável, que gera- va 160 cv – a potência específica é de 100 cv por litro. “Era um carro inacessível pa- ra a molecada da época. Eu o vi pela primeira vez quando foi apresentado no Salão do Au- tomóvel, e sonhei que um dia teria um”, lembra Fer- reira. “E chegou a ser o carro mais rápido vendido no País.” No começo des- te ano, o empresá- rio começou a pro- curar um exem- plar para com- prar e percebeu que a tarefa não seria fácil. Uns precisavam de mui- tos reparos e outros haviam sido desvirtua- dos em transformações mecânicas radicais. O VTi con- siderado ideal surgiu no cami- nho de Ferreira quando, por aca- so, ele resolveu mudar o trajeto habitual de casa para o trabalho. “Comecei a passar na frente de uma casa onde esse Civic es- tava sempre guardado na gara- gem. Um dia, o dono passou a estacioná-lo na rua e isso cha- mou minha atenção. Resolvi abordá-lo e ele disse que preten- dia vender o carro”, conta. Segundo Ferreira, foram qua- tro meses de negociação. “O ca- ra finalmente concordou em vender pelo preço de tabela.” Bem conservado, o Civic esta- va com 120 mil km. Assim que o comprou, o empresário trocou os pneus, mandou repintar o pa- ra-choque e higienizar a cabine. Correia dentada, velas e fluidos do motor foram trocados. “Dei sorte. Além de ainda es- tar com o primeiro dono, o car- ro era todo original e até o ma- nual do aparelho de som estava intacto.” Ele afirma que a única alteração foi feita nos bancos, que ganharam revestimento de couro. “Eu mantive assim, pois o tecido original era feio.” Ciúme. Ferreira, que já teve ou- tros “antigos”, afirma que ne- nhum é tão confiável quanto o VTi. “Os outros sempre davam dor de cabeça. Com este, dá pa- ra pegar qualquer estrada, pois ele não quebra nunca. No Ja- pão, destrincham esse carro co- mo um frango e deixam com 500 cv! Mas prefiro mantê-lo nos padrões de fábrica.” Ferrari diz que o Civic agrada pela estabilidade e respostas rápidas do motor. E não chama muita atenção – o que também acaba sendo uma vantagem, pois Ferreira é ciumento com seu xodó e logo se irrita quando curiosos começam a tocá-lo. “Tem gente que põe a cara no vidro e mela tudo, ou alisa o pa- ra-choque para ver se está ence- rado. Precisa colocar a mão? Sou chato, eu mesmo lavo o car- ro e não deixo trazerem comida para a cabine”, conta. O próximo desafio do empre- sário é cumprir a promessa feita no dia seguinte à compra do Honda, quando ele ficou saben- do que sua esposa estava grávi- da. “Eu disse que, se o bebê fos- se um menino, deixaria o Civic para ele. Como não estou dis- posto a me desfazer deste carro, tenho pelo menos 18 anos para encontrar outro VTi para o Feli- pe”, afirma. Serviços Facilidade. Um dos destaques é a tampa traseira dividida ao meio Civic VTi é esportivo com discrição Capotas e protetores Em três versões, Mercedes Vito parte de R$ 104.900 l Pequeno notável Destaques. Com 5,14 m, van leva até nove pessoas e tem motor 2.0 flexível de 184 cv FOTOS: MERCEDES-BENZ/DIVULGAÇÃO Na medida. Acabamento é simples, mas painel tem leitura fácil e traz itens como conta-giros Zelo. Ferreira não gosta que toquem no carro e proíbe comida na cabine FOTOS: MARCIO FERNANDES/ESTADÃO Hairton Ponciano A Mercedes-Benz passa a ven- der em novembro no País a Vi- to. Feita na Argentina, a Van vi- rá nas versões Tourer 119, para passageiros e 111 CDI, de carga. A furgão parte de R$ 104.990 (são R$ 109.990 com ar-condi- cionado). A versão de passagei- ros começa em R$ 129.990, no caso da Comfort, com nove lu- gares (incluindo o do motoris- ta) e em R$ 139.990 para a Luxo, com oito assentos. A configuração “maior” custa menos por causa do acabamen- to simples. Os bancos são intei- riços e não reclinam. Além dis- so, as rodas são de aço e os para- choques não são pintados. Na para oito pessoas os assen- tos são individuais, reclináveis e revestidos de couro artificial. O Vito Tourer vem de série com quatro bancos com sistema Iso- fix de fixação para cadeirinhas. A versão 119 tem motor 2.0 turbo flexível de até 184 cv. A 111 CDI vem com o 1.6 turbodiesel de 114 cv. Ambas têm câmbio manual de seis marchas. Para guiar a Vito, basta a Carteira de Habilitação da categoria B. Fã de modelos feitos na década de 90, leitor diz que teve sorte por achar um exemplar íntegro do Honda feito no Japão 100 cv é a potência específica, por litro, do motor 1.6 16V com comando de válvulas variável do Honda Civic VTi, que gera 160 cv 6 Jornal do Carro DOMINGO, 18 DE OUTUBRO DE 2015 O ESTADO DE S. PAULO

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Thiago Lasco

Quando o assunto é carro, osanos 90 foram insuperáveis pa-ra o empresário Flavio Ferreira.Não apenas por ele ter obtido acarteira de habilitação nessaépoca, mas também porque nes-se período surgiram carros fas-cinantes. “Pense em VW GolGTS e GTi, Chevrolet CorsaGSi e Calibra, Alfa Romeo 145Quadrifoglio, Fiat Coupé... To-dos eram esportivos de verda-de, com assinatura. Os de hojesó têm adesivos, rodas e pontei-ra de escape cromada”, ele diz.

Por isso, o Honda Civic VTi1995 que Ferreira guia não pode-ria ser mais condizente comseus gostos. A versão esportivado hatch médio começou a sertrazida do Japão em 1993 e ga-nhou notoriedade por causa deseu motor 1.6 16V com coman-do de válvulas variável, que gera-va 160 cv – a potência específicaé de 100 cv por litro.

“Era um carro inacessível pa-ra a molecada da época. Eu o vipela primeira vez quando foiapresentado no Salão do Au-tomóvel, e sonhei que umdia teria um”, lembra Fer-reira. “E chegou a ser ocarro mais rápidovendido no País.”

No começo des-te ano, o empresá-rio começou a pro-curar um exem-plar para com-prar e percebeuque a tarefa nãoseria fácil. Unsprecisavamdemui-tos reparos e outroshaviam sido desvirtua-dos em transformaçõesmecânicas radicais. O VTi con-

siderado ideal surgiu no cami-nho de Ferreira quando, por aca-so, ele resolveu mudar o trajetohabitual de casa para o trabalho.

“Comecei a passar na frentede uma casa onde esse Civic es-tava sempre guardado na gara-gem. Um dia, o dono passou aestacioná-lo na rua e isso cha-mou minha atenção. Resolviabordá-lo e ele disse que preten-dia vender o carro”, conta.

Segundo Ferreira, foram qua-tro meses de negociação. “O ca-ra finalmente concordou emvender pelo preço de tabela.”

Bem conservado, o Civic esta-va com 120 mil km. Assim que ocomprou, o empresário trocouos pneus, mandou repintar o pa-ra-choque e higienizar a cabine.Correia dentada, velas e fluidosdo motor foram trocados.

“Dei sorte. Além de ainda es-tar com o primeiro dono, o car-ro era todo original e até o ma-

nual do aparelho de som estavaintacto.” Ele afirma que a únicaalteração foi feita nos bancos,que ganharam revestimento decouro. “Eu mantive assim, poiso tecido original era feio.”

Ciúme. Ferreira, que já teve ou-tros “antigos”, afirma que ne-nhum é tão confiável quanto oVTi. “Os outros sempre davamdor de cabeça. Com este, dá pa-ra pegar qualquer estrada, poisele não quebra nunca. No Ja-pão, destrincham esse carro co-mo um frango e deixam com

500 cv! Mas prefiro mantê-lonos padrões de fábrica.”

Ferrari diz que o Civic agradapela estabilidade e respostasrápidas do motor. E não chamamuita atenção – o que tambémacaba sendo uma vantagem,pois Ferreira é ciumento comseu xodó e logo se irrita quandocuriosos começam a tocá-lo.

“Tem gente que põe a cara novidro e mela tudo, ou alisa o pa-ra-choque para ver se está ence-rado. Precisa colocar a mão?Sou chato, eu mesmo lavo o car-ro e não deixo trazerem comidapara a cabine”, conta.

O próximo desafio do empre-sário é cumprir a promessa feitano dia seguinte à compra doHonda, quando ele ficou saben-do que sua esposa estava grávi-da. “Eu disse que, se o bebê fos-se um menino, deixaria o Civicpara ele. Como não estou dis-posto a me desfazer deste carro,tenho pelo menos 18 anos paraencontrar outro VTi para o Feli-pe”, afirma.

Serviços

Facilidade. Umdos destaques éa tampa traseiradividida ao meio

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Hairton Ponciano

A Mercedes-Benz passa a ven-der em novembro no País a Vi-to. Feita na Argentina, a Van vi-rá nas versões Tourer 119, parapassageiros e 111 CDI, de carga.

A furgão parte de R$ 104.990(são R$ 109.990 com ar-condi-

cionado). A versão de passagei-ros começa em R$ 129.990, nocaso da Comfort, com nove lu-gares (incluindo o do motoris-ta) e em R$ 139.990 para a Luxo,com oito assentos.

A configuração “maior” custamenos por causa do acabamen-to simples. Os bancos são intei-

riços e não reclinam. Além dis-so, as rodas são de aço e os para-choques não são pintados.

Na para oito pessoas os assen-tos são individuais, reclináveise revestidos de couro artificial.O Vito Tourer vem de série comquatro bancos com sistema Iso-fix de fixação para cadeirinhas.

A versão 119 tem motor 2.0turbo flexível de até 184 cv. A 111CDI vem com o 1.6 turbodieselde 114 cv. Ambas têm câmbiomanual de seis marchas. Paraguiar a Vito, basta a Carteira deHabilitação da categoria B.

Fã de modelos feitos nadécada de 90, leitor dizque teve sorte por acharum exemplar íntegro doHonda feito no Japão

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