manual de redação e estilo do estadão

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3ª edição EDUARDO MARTINS

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Page 1: Manual de Redação e Estilo do Estadão

3ª edição

EDUARDO MARTINS

Page 2: Manual de Redação e Estilo do Estadão

© S.A. O Estado de S. PauloTodos os direitos reservados

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Martins Filho, Eduardo Lopes, 1939—Manual de Redação e Estilo de O Estado de S. Paulo /

Eduardo Martins. 3ª edição, revista e ampliada — São Paulo: O Estado de S. Paulo, 1997.

1. O Estado de S. Paulo (Jornal). 2. Jornalismo —São Paulo (Estado) — Manuais de estilo I. Título.

96—4983 CDD—808.06607

Índices para catálogo sistemático1. Jornalismo: Redação e estilo: Retórica 808.066072. Redação jornalística: Retórica 808.06607

CoordenaçãoRedação e Marketing de Circulação do Estado

Produção e fotolitosCentral de Artes do Grupo Estado

Editoração eletrônicaCarlos Alberto Kose

RevisãoMaria do Rosário SousaVera Fedschenko LeiteVera Lucia de Freitas

CapaFlavio Bassani/Studio Maker

Page 3: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Capítulo 1º – Normas internas e de estilo . . . . . . . . . . . . . 13

Capítulo 2º – O uso da crase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 315

Capítulo 3º – Os cem erros mais comuns . . . . . . . . . . . . . 321

Capítulo 4º – Guia de pronúncia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 329

Capítulo 5º – Escreva certo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 333

Pesos e medidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 397

Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 399

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Edição da S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Av. Eng. Caetano Álvares, 55 CEP 02598-900 São Paulo SP• Caixa Postal 8.005 CEP 01065-970 SP • Tel.: 856-2122 (PABX) • End. Telegráfico: ESTADO. • Telex:011-23511 FAX Nºs 265-6203 265-2297 266-2206 266-1289 • NetEstado: http://www.estado.com.br.

MMMMiiii ssss ssss ããããooooEditar um veículo de comunicação e informação defensor da demo-

cracia, da livre iniciativa, idôneo, moderno e comprometido com o seupermanente aprimoramento.

Ser inovador, oferecendo produtos e serviços de qualidade a seus lei-tores e anunciantes, promovendo o desenvolvimento dos seus recursoshumanos e garantindo rentabilidade aos seus acionistas. Buscar constan-temente o jornalismo diferenciado e investigativo, difusor de idéias plu-ralistas e que analise e interprete fatos isentamente e esteja sempre vol-tado para os interesses do cidadão.

Diretor-responsávelRuy Mesquita

DiretorJúlio César Mesquita

Diretor de RedaçãoAluízio Maranhão

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O Manual de Redação e Estilo de O Estado de S. Paulovirou notícia faz muito tempo, desde 1990, quando foi lan-çada sua primeira edição. Afinal, em um país que ostentacarências profundas no acesso das pessoas à cultura e in-formação e a tiragem média dos livros não se distancia dafaixa dos 3 mil exemplares, um Manual com estas caracte-rísticas já ultrapassa a barreira das 500 mil unidades dis-tribuídas. Trata-se sem dúvida de uma boa notícia, por ser-vir de termômetro do interesse em escrever melhor, numportuguês objetivo e correto, mas sem pedantismos.

De autoria do jornalista Eduardo Martins, 57 anos, 37deles dedicados ao ofício de moldar textos na Redação doEstado, o Manual chega agora à terceira edição. Cada umdos seus verbetes traz a experiência de quem chefiou incon-táveis editorias no jornal, foi seu secretário de Redação e jápor oito anos auxilia a Direção da Redação no controle dequalidade dos textos publicados.

Não é uma tarefa fácil. O mato-grossense Eduardo Mar-tins lê o jornal diariamente com olhos de lupa, capazes deesquadrinhar de erros ortográficos a construções gramati-cais mal desenhadas, passando por desobediências das nor-mas adotadas pelo Estado para grafar datas, números, hora,nomes de personalidades estrangeiras, e assim por diante.Toda essa auditoria a serviço da Língua Portuguesa — e doleitor — se materializa em anotações à margem das pági-nas do jornal, encaminhadas a cada um dos editores paraas providências necessárias. Esse trabalho permite a Eduar-do dar tiros certeiros contra o desconhecimento da língua.Além de registrar os escorregões de repórteres e redatores,ele cotidianamente faz transmitir para cada um dos termi-

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nais de computador de todos os jornalistas do Estado re-gras e instruções extraídas do próprio Manual, ou impostaspor situações novas, para que os erros deixem de ser come-tidos.

A missão de Eduardo Martins tem de ser cumprida emtempos difíceis, diante do grande estrago causado em ati-vidades que dependem da Língua Portuguesa pelo longo pe-ríodo de trevas em que o ensino no País foi tragado pela fa-lência da máquina pública. Hoje, fala-se e escreve-se piorque em gerações passadas. E as redações brasileiras não sãonenhum oásis nesse deserto. Mas, se padecem da mesmasíndrome que ataca nos exames para o vestibular e nos tex-tos de telenovelas, as redações podem e devem se conver-ter em sólidas trincheiras de defesa do conhecimento dalíngua. O Manual é uma afiada arma nessa guerra.

Há 20 anos ou mais, as regras internas de redação eramexclusividade dos jornais. Não se pensava em editá-las parao público. Aquilo era coisa para dicionaristas e/ou gramá-ticos, pessoas tidas como grandes eruditos e detentores deum saber que beirava o inacessível. A profissionalizaçãocrescente da atividade jornalística, porém, permitiu que sepercebesse que aqueles manuais poderiam ser editados emlivro para um mercado carente de publicações voltadaspara a aplicação prática da língua.

Os jornais, tanto quanto outras mídias, vivem momen-to importante em sua história, acossados por novos siste-mas de difusão de informações, surgidos na esteira de umarevolução tecnológica que em uma década e meia mostrouque pode haver inúmeras formas de transmitir uma notí-cia de maneira tão eficiente, atrativa e rentável quanto aimpressa em uma folha de papel.

Como competir no mercado de informações contra sis-temas que distribuem notícias para computadores em ve-locidade superior àquela alcançada pelo rádio e TV? A per-gunta martela a cabeça de editores de jornais no mundo in-teiro. Um jornal como o Estado passou por desafios que ofizeram, em 122 anos de existência, um veículo de lingua-

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gem moderna, de paginação arejada, com novas seções ecadernos. Mas os desafios não se esgotam. Eles se sucedeme não permitem que nenhuma publicação possa se consi-derar uma obra acabada. Tudo, como a linguagem, está emconstante evolução.

Cada vez se tem menos tempo para a leitura, impera-tivo que fundamenta várias reformas em jornais baseadasno farto uso de ilustrações e no encurtamento do texto. Évisível, nas duas últimas décadas, a tendência ao empregoparcimonioso de longos parágrafos, de frases intermináveis,verdadeiro teste de fôlego para quem se dispõe a praticarleitura em voz alta. O jornalismo está ficando mais objeti-vo, os textos, mais diretos e, por isso mesmo, se torna fun-damental o bom manejo da língua.

O Manual de Redação e Estilo sedimenta, ainda, umahistórica e gratificante convivência do Estado com o ensi-no e o conhecimento. A mesma preocupação que ligou ojornal à fundação da Universidade de São Paulo e a mesmaconvicção que o tornou pioneiro na criação do caderno Cul-tura, na década de 50, fazem-no lançar mais esta edição doManual, adotado também em outros jornais e até comolivro de auxílio para o ensino do Português nas escolas.

Além de aperfeiçoar a qualidade de cada jornalista doEstado, o Manual democratiza um acervo de conhecimen-tos até bem pouco tempo atrás confinado nas redações. Osventos que empurram o jornalismo para novas fórmulas deedição também varrem regras estabelecidas em outras ati-vidades. Por isso, o Manual é feito a partir da preocupaçãocom o que é moderno e eficiente na comunicação. Este éum motivo suficiente para garantirmos que novas ediçõesvirão.

Aluízio MaranhãoDiretor de Redação

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Esta terceira edição do Manual de Redação e Estilo apresentaconsideráveis alterações em relação à original, de 1990. Assim, cen-tenas de verbetes foram acrescentados ao texto, para corrigir omis-sões ou incluir assuntos que passaram a ocupar o noticiário nos úl-timos anos.

Simultaneamente o livro foi acrescido de três capítulos. O pri-meiro deles destina-se a resolver uma das dificuldades mais an-gustiantes de quem gosta de escrever: o uso da crase. Mas ele nãoapenas trata em profundidade da questão, como relaciona cente-nas de locuções em que o a acentuado está ou não presente.

O segundo é uma relação daqueles que se consideraram os cemerros mais comuns do idioma, com uma explicação sucinta sobrea maneira de evitar cada um deles e outros semelhantes. Apesarde, na maioria, eles figurarem no corpo do Manual, com a sua pu-blicação em um único bloco visou-se a fornecer ao leitor um rotei-ro sobre sua presença cada dia mais constante no idioma.

O terceiro esclarece a pronúncia de algumas centenas de pala-vras sobre as quais costuma haver dúvidas, indicando onde recaio acento e se o som é aberto ou fechado.

De qualquer forma, o objetivo deste trabalho continua omesmo: expor, de modo ordenado e sistemático, as normas edito-riais e de estilo adotadas pelo Estado. O Manual não pretende, comisso, tolher a criatividade de editores, repórteres e redatores, nemimpor camisas-de-força aos jornalistas da empresa. Seu objetivo éclaro: definir princípios que tornem uniforme a edição do jornal.

Ele tem cunho eminentemente jornalístico. Por isso, mesmo osgrandes capítulos da gramática foram reproduzidos com essa preo-cupação. É exemplo o uso do artigo, examinado em profundidadepor se tratar de uma das questões mais diretamente relacionadascom a atividade do profissional da imprensa. O mesmo intuito

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orientou a exposição das normas ortográficas, do emprego do hífen,dos tempos e modos verbais, das instruções de estilo, do que sedeve ou não usar. A extensão de alguns verbetes corresponde à im-portância que o assunto tem para a produção de um bom texto.

Embora destinado a jornalistas, o livro pode também consti-tuir eficiente auxiliar de todos aqueles que precisem escrever comregularidade, estejam se preparando para exames de redação ouqueiram conhecer as principais particularidades da língua portu-guesa. Os erros mais comuns do idioma mereceram atenção espe-cial e não apenas se alerta o leitor para eles, como se mostra a me-lhor maneira de evitá-los, sempre que possível por meio de regraspráticas.

O volume está dividido em cinco partes. A primeira reúne, emordem alfabética, verbetes que tornam claro o que se entende porum bom texto jornalístico e instruções práticas e teóricas para es-crever bem, com correção e elegância. Sem se pretender um trata-do de jornalismo, revela igualmente os princípios básicos para aedição do jornal. Ela relaciona ainda as normas internas do Esta-do, entre elas a maneira de usar negrito ou itálico, maiúsculas eminúsculas, números, formas de tratamento, abreviaturas, siglas,etc., e trata dos grandes capítulos da gramática, como a concor-dância, regência, formação do plural, normas de acentuação, con-jugação verbal e uso do artigo. Finalmente, dá noções de ortogra-fia (incluindo-se o uso do hífen) e estilo (palavras a evitar, boas emás construções da língua, etc.). Este é o capítulo básico do livro,servindo até mesmo de índice remissivo para todo o trabalho, poiscontém chamadas para centenas de outros verbetes e para as de-mais seções do Manual.

A segunda, terceira e quarta partes constituem os novos capí-tulos do volume, já mencionados. A última, Escreva Certo, é umvocabulário, destinado a esclarecer dúvidas a respeito da grafia daspalavras. Inclui milhares de nomes comuns, próprios (à exceçãodos nomes de pessoas) e geográficos, vocábulos estrangeiros ou jáaportuguesados e marcas e nomes de produtos cada vez mais uti-lizados no noticiário. Nesta edição, a lista foi ampliada em cercade 2 mil palavras, quase todas termos que surgiram na imprensanos últimos anos.

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Na grande maioria, os exemplos constantes do Manual foramextraídos de jornais e revistas, o que lhes dá um caráter de perma-nente atualidade. Eles são abundantes e têm por objetivo mantero profissional o mais próximo possível das construções com que sedefronta no dia-a-dia.

As repetições que aparecem ao longo do livro são propositadas.Por isso, casos especiais de concordância podem constar do capí-tulo geral dedicado ao assunto e de verbetes isolados. O que se pre-tendeu foi fazer que o consulente nunca deixasse de encontrar asformas procuradas, em um ou outro local. E também, pela insis-tência, contribuir para que elas se fixassem melhor na memória.

Os verbos mais comuns da língua portuguesa cuja regênciapossa oferecer dificuldades figuram no manual e se observou o cri-tério do uso geral ou o dos exemplos dos bons autores. Com basena tradição da língua ou nos dicionários do gênero, em muitoscasos o Estado optou por uma forma, entre duas ou mais possíveis:à menor dúvida sobre o assunto, nunca deixe de consultar o ver-bete respectivo, no primeiro capítulo do Manual.

Como todo jornal, o Estado adota algumas formas próprias deredação, ortografia ou estilo. Sempre que isso ocorre, no entanto,faz-se a devida ressalva. Um exemplo: os dicionários grafam, emgeral, oceano Atlântico, baía de Guanabara, golfo Pérsico, etc. Nojornal, a palavra que indica o acidente tem inicial maiúscula: Ocea-no Atlântico, Baía de Guanabara, Golfo Pérsico, etc.

Faz parte ainda deste volume uma relação de palavras vetadas.São termos que a Redação, a seu exclusivo critério, julga antijor-nalísticos, grosseiros, ultrabatidos ou, ao contrário, rebuscados de-mais para uso normal no noticiário. À exceção dos vocábulos vul-gares (avacalhar ou esculhambar, por exemplo) ou chulos, os de-mais poderão ser admitidos em artigos ou crônicas de colaborado-res externos, mas não em trabalhos idênticos dos profissionais daempresa. Alguns exemplos de palavras e expressões consideradasantijornalísticas ou sofisticadas: primeiro mandatário da Nação,burgomestre, transfusionado, soldado do fogo, agilização, necrópo-le, nosocômio, tantalização, programático, emergencial, alavanca-gem, a nível de, etc.

Na consulta ao Manual, deverão ser obedecidas, entre outras,regras práticas como: a) As locuções, na quase totalidade dos casos,

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têm como base a sua palavra-chave. Assim, procure à medida queem medida, e não na letra a. Igualmente, de encontro a pode ser lo-calizada em encontro e a nível de, em nível. b) O verbete entreaspas indica que se trata de forma errada ou não usada pelo jornal(exemplo: “congressual”). c) A referência prefira implica a existên-cia de uma ou mais opções. Fica evidente que o Estado se definiupor uma delas, apenas.

Para que o consulente não deixe de encontrar o que busca, estaedição do Manual criou centenas de remissões. Em raças e cães, porexemplo, indica-se que a explicação está em animais. Tentou-setambém prever a que verbete o leitor iria recorrer para esclarecerdeterminada questão. Assim, em mim, abrem-se duas chamadas,para as expressões entre mim e ti e para eu fazer. Nas formas pare-cidas (como seção, secção, sessão e cessão), uma delas registra a di-ferença entre as palavras e nas outras se aponta em que verbete fi-gura a explicação.

Na preparação do Manual, foi muito importante a colaboraçãodo filólogo Celso Cunha e da professora Flávia de Barros Carone,já falecidos. Os dois estudiosos do idioma deram opiniões valio-sas a respeito de questões extremamente controvertidas do idio-ma e assuntos nos quais, pela própria dinâmica da língua, as gra-máticas e dicionários ainda são omissos. Em sua memória, o nossoreconhecimento.

E.M.

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Este capítulo do Manual de Redação e Estilo do Estado expõeas instruções gerais e específicas indispensáveis à preparaçãode um bom texto noticioso e agrupa, da maneira mais práticapossível, as normas internas, gramaticais, ortográficas e de es-tilo necessárias a esse trabalho.

Por normas internas entenda-se o conjunto de princípiosdestinado à uniformização do texto do jornal, desde o modo degrafar o próprio nome do Estado até a forma de usar o negritoe o itálico, as maiúsculas e minúsculas, os nomes próprios, asaspas, os sinais de pontuação, etc.

Dada a sua óbvia importância para o texto de um jornal comoo Estado, as questões gramaticais receberam atenção especial,entre elas as regras de concordância, as normas de acentuação,o emprego dos pronomes, o uso do artigo, a conjugação verbal,o infinitivo, a formação do plural, a utilização do hífen, etc. De-zenas de verbos também figuram neste capítulo, com a sua con-jugação e regência. A crase, pela dificuldade que representa paragrande número de pessoas, mereceu um capítulo especial destelivro, o 2º. Nele o leitor encontrará também algumas centenasde locuções com ou sem o a acentuado.

Da mesma forma, palavras que poderiam oferecer proble-mas quanto à grafia mereceram transcrição, apesar de o capí-tulo Escreva Certo incluir grande parte das que o Estado jul-gou suscetíveis de dúvida.

Esta parte do manual trata ainda, com riqueza de detalhes,de todas as questões de estilo consideradas essenciais para aprodução de um texto elegante e correto. Ao mesmo tempo

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Normas internase de estilo

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alerta para formas pobres ou viciosas de redação, para redun-dâncias comprometedoras, para modismos absolutamente des-cartáveis.

Na parte jornalística propriamente dita, detalhes dispensá-veis sobre leads, títulos, reportagem, etc., foram poupados aoleitor, mas se procurou, em todo o tempo, deixar clara a filoso-fia editorial do Estado a respeito dessas e de outras questõesbásicas do jornalismo. E, o que é fundamental, com o máximopossível de exemplos reais, para que o profissional saiba o quedeve ou não fazer.

Edição — Há uma série de itens deste capítulo que forne-cem ao leitor razoável noção de conjunto sobre os conceitosinerentes à edição de um jornal. Por isso, embora cada um delespossa sempre ser consultado individualmente, recomenda-se asua leitura em bloco, para que eles funcionem como um efi-ciente roteiro do texto noticioso.

Esses verbetes, que consubstanciam os princípios e concei-tos jornalísticos, éticos e profissionais do Estado, são: acusa-ções, adjetivação, antinotícia, comparações, cronologia, de-clarações textuais, denúncias, duplo sentido, encampação,entrevista, erros, ética interna, eufemismo, exageros, explica-ção, fechamento, fluxo regular, gíria e linguagem coloquial,ilustrações, impessoalidade, impropriedades, indefinidos, in-tertítulos, jogos de palavras, leads, legendas, localização,lugar-comum, memória, modismo, mortes (como tratar),“muletas”, nariz-de-cera, notícia antecipada, notícias em se-qüência, óbvio, opiniões, ouvir os dois lados, palavras dispen-sáveis, palavras e locuções vetadas, palavras estrangeiras, pa-lavras inexistentes, pauta, pesquisa, pessoas no noticiário,pleonasmo, policial (noticiário), precisão, rebuscamento, re-gionalismos, remissão, repercussão, repetições, reportagem,ritmo da frase, segundo clichê, sentido incompleto, sentimen-tos, simplicidade, suíte, tamanho do texto, texto-legenda, tí-tulos e valores absolutos.

É indispensável que este capítulo seja lido atentamente, paraque você saiba que tipo de informação esperar e obter dele: elelhe será muito útil no dia-a-dia.

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Instruções gerais1 — Seja claro, preciso, direto, ob-

jetivo e conciso. Use frases curtas eevite intercalações excessivas ou or-dens inversas desnecessárias. Não éjusto exigir que o leitor faça compli-cados exercícios mentais para com-preender o texto.

2 — Construa períodos com nomáximo duas ou três linhas de 70 to-ques. Os parágrafos, para facilitar aleitura, deverão ter cinco linhascheias, em média, e no máximo oito.A cada 20 linhas, convém abrir umintertítulo.

3 — A simplicidade é condiçãoessencial do texto jornalístico. Lem-bre-se de que você escreve para todosos tipos de leitor e todos, sem exce-ção, têm o direito de entender qual-quer texto, seja ele político, econômi-co, internacional ou urbanístico.

4 — Adote como norma a ordemdireta, por ser aquela que conduzmais facilmente o leitor à essência danotícia. Dispense os detalhes irrele-vantes e vá diretamente ao que inte-ressa, sem rodeios.

5 — A simplicidade do texto nãoimplica necessariamente repetiçãode formas e frases desgastadas, usoexagerado de voz passiva (será inicia-do, será realizado), pobreza vocabu-lar, etc. Com palavras conhecidas detodos, é possível escrever de maneiraoriginal e criativa e produzir fraseselegantes, variadas, fluentes e bemalinhavadas. Nunca é demais insistir:fuja, isto sim, dos rebuscamentos, dospedantismos vocabulares, dos ter-mos técnicos evitáveis e da erudição.

6 — Não comece períodos ou pa-rágrafos seguidos com a mesma pala-vra, nem use repetidamente a mesmaestrutura de frase.

7 — O estilo jornalístico é ummeio-termo entre a linguagem literá-ria e a falada. Por isso, evite tanto aretórica e o hermetismo como a gíria,o jargão e o coloquialismo.

8 — Tenha sempre presente: o es-paço hoje é precioso; o tempo do lei-tor, também. Despreze as longas des-crições e relate o fato no menor nú-mero possível de palavras. E procedada mesma forma com elas: por queopor veto a em vez de vetar, apenas?

9 — Em qualquer ocasião, prefiraa palavra mais simples: votar é sem-pre melhor que sufragar; pretender ésempre melhor que objetivar, inten-tar ou tencionar; voltar é sempre me-lhor que regressar ou retornar; tribu-nal é sempre melhor que corte; pas-sageiro é sempre melhor que usuário;eleição é sempre melhor que pleito;entrar é sempre melhor que ingres-sar.

10 — Só recorra aos termos téc-nicos absolutamente indispensáveise nesse caso coloque o seu significa-do entre parênteses. Você já pensouque até há pouco se escrevia sobrejuros sem chamar índices, taxas e ní-veis de patamares? Que preços eramcobrados e não praticados? Que pa-râmetros equivaliam a pontos de re-ferência? Que monitorar correspon-dia a acompanhar ou orientar? Adotecomo norma: os leitores do jornal, namaioria, são pessoas comuns, quan-

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do muito com formação específicaem uma área somente. E desfaçamitos. Se o noticiário da Bolsa exigeum ou outro termo técnico, uma re-portagem sobre abastecimento, porexemplo, os dispensa.

11 — Nunca se esqueça de que ojornalista funciona como interme-diário entre o fato ou fonte de infor-mação e o leitor. Você não deve limi-tar-se a transpor para o papel as decla-rações do entrevistado, por exemplo;faça-o de modo que qualquer leitorpossa apreender o significado das de-clarações. Se a fonte fala em deman-da, você pode usar procura, sem ne-nhum prejuízo. Da mesma forma tra-duza patamar por nível, posiciona-mento por posição, agilizar por dina-mizar, conscientização por conven-cimento, se for o caso, e assim pordiante. Abandone a cômoda práticade apenas transcrever: você vai verque o seu texto passará a ter o míni-mo indispensável de aspas e qualquerentrevista, por mais complicada,sempre tenderá a despertar maior in-teresse no leitor.

12 — Procure banir do texto osmodismos e os lugares-comuns. Vocêsempre pode encontrar uma formaelegante e criativa de dizer a mesmacoisa sem incorrer nas fórmulas des-gastadas pelo uso excessivo. Veja al-gumas: a nível de, deixar a desejar,chegar a um denominador comum,transparência, instigante, pano defundo, estourar como uma bomba,encerrar com chave de ouro, segredoguardado a sete chaves, dar o últimoadeus. Acrescente as que puder a estalista.

13 — Dispense igualmente ospreciosismos ou expressões que pre-tendem substituir termos comuns,como: causídico, Edilidade, soldadodo fogo, elenco de medidas, data na-talícia, primeiro mandatário, chefe

do Executivo, precioso líquido, aero-nave, campo-santo, necrópole, casade leis, petardo, fisicultor, CâmaraAlta, etc.

14 — Proceda da mesma formacom as palavras e formas empoladasou rebuscadas, que tentam transmi-tir ao leitor mera idéia de erudição. Onoticiário não tem lugar para termoscomo tecnologizado, agudização,consubstanciação, execucional, ope-racionalização, mentalização, trans-fusional, paragonado, rentabilizar,paradigmático, programático, em-blematizar, congressual, instrucio-nal, embasamento, ressociabiliza-ção, dialogal, transacionar, parabe-nizar e outros do gênero.

15 — Não perca de vista o univer-so vocabular do leitor. Adote estaregra prática: nunca escreva o quevocê não diria. Assim, alguém rejei-ta (e não declina de) um convite, pro-tela ou adia (e não procrastina) umadecisão, aproveita (e não usufrui)uma situação. Da mesma forma, pre-fira demora ou adiamento a delonga;antipatia a idiossincrasia; discórdiaou intriga a cizânia; crítica violentaa diatribe; obscurecer a obnubilar,etc.

16 — O rádio e a televisão podemter necessidade de palavras de somforte ou vibrante; o jornal, não.Assim, goleiro é goleiro e não golei-rão. Da mesma forma, rejeite inven-ções como zagueirão, becão, jogão,pelotaço, galera (como torcida) e si-milares.

17 — Dificilmente os textos no-ticiosos justificam a inclusão de pa-lavras ou expressões de valor absolu-to ou muito enfático, como certos ad-jetivos (magnífico, maravilhoso, sen-sacional, espetacular, admirável, es-plêndido, genial), os superlativos (en-graçadíssimo, deliciosíssimo, com-

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petentíssimo, celebérrimo) e verbosfortes como infernizar, enfurecer,maravilhar, assombrar, deslumbrar,etc.

18 — Termos coloquiais ou degíria deverão ser usados com extremaparcimônia e apenas em casos muitoespeciais (nos diálogos, por exemplo),para não darem ao leitor a idéia devulgaridade e principalmente paraque não se tornem novos lugares-co-muns. Como, por exemplo: a mil, ba-rato, galera, detonar, deitar e rolar,flagrar, com a corda (ou a bola) toda,legal, grana, bacana, etc.

19 — Seja rigoroso na escolha daspalavras do texto. Desconfie dos sinô-nimos perfeitos ou de termos que sir-vam para todas as ocasiões. Em geral,há uma palavra para definir uma si-tuação.

20 — Faça textos imparciais e ob-jetivos. Não exponha opiniões, masfatos, para que o leitor tire deles aspróprias conclusões. Em nenhumahipótese se admitem textos como:Demonstrando mais uma vez seu ca-ráter volúvel, o deputado Antônio deAlmeida mudou novamente de par-tido. Seja direto: O deputado Antô-nio de Almeida deixou ontem o PMTe entrou para o PXN. É a terceira vezem um ano que muda de partido. Ocaráter volúvel do deputado ficaráclaro pela simples menção do queocorreu.

21 — Lembre-se de que o jornalexpõe diariamente suas opiniões noseditoriais, dispensando comentáriosno material noticioso. As únicas ex-ceções possíveis: textos especiais as-sinados, em que se permitirá ao autormanifestar seus pontos de vista, e ma-térias interpretativas, em que o jorna-lista deverá registrar versões diferen-tes de um mesmo fato ou conduzir anotícia segundo linhas de raciocínio

definidas com base em dados forneci-dos por fontes de informação não ne-cessariamente expressas no texto.

22 — Não use formas pessoaisnos textos, como: Disse-nos o depu-tado... / Em conversa com a reporta-gem do Estado... / Perguntamos aoprefeito... / Chegou à nossa capital.../Temos hoje no Brasil uma situaçãopeculiar. / Não podemos silenciardiante de tal fato. Algumas dessasconstruções cabem em comentários,crônicas e editoriais, mas jamais nonoticiário.

23 — Como norma, coloque sem-pre em primeiro lugar a designação docargo ocupado pelas pessoas e não oseu nome: O presidente da Repúbli-ca, Fernando Henrique Cardoso... /O primeiro-ministro John Major... /O ministro do Exército, Zenildo deLucena... É em função do cargo ou ati-vidade que, em geral, elas se tornamnotícia. A única exceção é para car-gos com nomes muito longos. Exem-plo: O engenheiro João da Silva, pre-sidente do Sindicato das Empresasde Compra, Venda, Locação e Admi-nistração de Imóveis Residenciais eComerciais de São Paulo (Secovi),garantiu ontem que...

24 — Você pode ter familiaridadecom determinados termos ou situa-ções, mas o leitor, não. Por isso, sejaexplícito nas notícias e não deixenada subentendido. Escreva, então: Odelegado titular do 47º Distrito Poli-cial informou ontem..., e não apenas:O delegado titular do 47º informouontem.

25 — Nas matérias informativas,o primeiro parágrafo deve fornecer amaior parte das respostas às seis per-guntas básicas: o que, quem, quando,onde, como e por quê. As que não pu-derem ser esclarecidas nesse parágra-fo deverão figurar, no máximo, no se-

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gundo, para que, dessa rápida leitura,já se possa ter uma idéia sumária doque aconteceu.

26 — Não inicie matéria com de-claração entre aspas e só o faça se estativer importância muito grande (oque é a exceção e não a norma).

27 — Procure dispor as informa-ções em ordem decrescente de impor-tância (princípio da pirâmide inverti-da), para que, no caso de qualquer ne-cessidade de corte no texto, os últi-mos parágrafos possam ser suprimi-dos, de preferência.

28 — Encadeie o lead de maneirasuave e harmoniosa com os parágra-fos seguintes e faça o mesmo comestes entre si. Nada pior do que umtexto em que os parágrafos se suce-dem uns aos outros como comparti-mentos estanques, sem nenhumafluência: ele não apenas se torna difí-cil de acompanhar, como faz a aten-ção do leitor se dispersar no meio danotícia.

29 — Por encadeamento de pará-grafos não se entenda o cômodo usode vícios lingüísticos, como por outrolado, enquanto isso, ao mesmotempo, não obstante e outros do gê-nero. Busque formas menos batidasou simplesmente as dispense: se a se-qüência do texto estiver correta, essesrecursos se tornarão absolutamentedesnecessários.

30 — A falta de tempo do leitorexige que o jornal publique textoscada dia mais curtos (20, 40 ou 60 li-nhas de 70 toques, em média). Porisso, compete ao redator e ao repórterselecionar com o máximo critério asinformações disponíveis, para incluiras essenciais e abrir mão das supér-fluas. Nem toda notícia está jornalis-ticamente tão bem encadeada quepossa ser cortada pelo pé sem maio-res prejuízos. Quando houver tempo,

reescreva o texto: é o mais recomen-dável. Quando não, vá cortando asfrases dispensáveis.

31 — Proceda como se o seu textoseja o definitivo e vá sair tal qual vocêo entregar. O processo industrial dojornal nem sempre permite que os co-pies, subeditores ou mesmo editorespossam fazer uma revisão completado original. Assim, depois de pronto,reveja e confira todo o texto, com cui-dado. Afinal, é o seu nome que assi-na a matéria.

32 — O recurso à primeira pessoasó se justifica, em geral, nas crônicas.Existem casos excepcionais, nosquais repórteres, especialmente, po-derão descrever os fatos dessa forma,como participantes, testemunhas oumesmo personagens de coberturasimportantes. Fique a ressalva: sãosempre casos excepcionais.

33 — Nas notícias em seqüência(suítes), nunca deixe de se referir,mesmo sumariamente, aos antece-dentes do caso. Nem todo leitor podeter tomado conhecimento do fato quedeu origem à suíte.

34 — A correção do noticiário res-ponde, ao longo do tempo, pela credi-bilidade do jornal. Dessa forma, nãodê notícias apressadas ou não confir-madas nem inclua nelas informaçõessobre as quais você tenha dúvidas.Mesmo que o texto já esteja em pro-cesso de composição, sempre haverácondições de retificar algum dado im-preciso, antes de o jornal chegar aoleitor.

35 — A correção tem uma varian-te, a precisão: confira habitualmenteos nomes das pessoas, seus cargos, osnúmeros incluídos numa notícia,somas, datas, horários, enumerações.Com isso você estará garantindooutra condição essencial do jornal, aconfiabilidade.

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36 — Nas versões conflitantes,divergentes ou não confirmadas,mencione quais as fontes responsá-veis pelas informações ou pelo menosos setores dos quais elas partem (nocaso de os informantes não poderemter os nomes revelados). Toda caute-la é pouca e o máximo cuidado nessesentido evitará que o jornal tenha defazer desmentidos desagradáveis.

37 — Quando um mesmo assun-to aparecer em mais de uma editoriano mesmo dia, deverá haver remis-são, em itálico, de uma para outra:Mais informações sobre o assunto napágina... / A repercussão do seqües-tro no Brasil está na página... / Na pá-gina... o prefeito fala de sua candida-tura à Presidência. / Veja na página...as reações econômicas ao discursodo presidente.

38 — Se você tem vários originaispara reescrever, adote a técnica demarcar as informações mais impor-tantes de cada um deles. Você ganha-rá tempo e evitará que algum dado re-levante fique fora do noticiário.

39 — Nunca deixe de ler até o fimum original que vá ser refeito. Mesmoque você tenha apenas 15 linhas dis-poníveis para a nota, a linha 50 dotexto primitivo poderá conter infor-mações indispensáveis, de referênciaobrigatória.

40 — Preocupe-se em incluir notexto detalhes adicionais que ajudemo leitor a compreender melhor o fatoe a situá-lo: local, ambiente, antece-dentes, situações semelhantes, previ-sões que se confirmem, advertênciasanteriores, etc.

41 — Informações paralelas a umfato contribuem para enriquecer a suadescrição. Se o presidente dorme du-rante uma conferência, isso é notícia;idem se ele tira o sapato, se fica con-versando enquanto alguém discursa,

se faz trejeitos, etc. Trata-se de deta-lhes que quebram a monotonia de co-berturas muito áridas, como as ofi-ciais, especialmente.

42 — Registre no texto as atitu-des ou reações das pessoas, desde quesignificativas: mostre se elas estãonervosas, agitadas, fumando um ci-garro atrás do outro ou calmas em ex-cesso, não se deixando abalar pornada. Em matéria de ambiente, essasindicações permitem que o leitorsaiba como os personagens se com-portavam no momento da entrevistaou do acontecimento.

43 — Trate de forma impessoal opersonagem da notícia, por mais po-pular que ele seja: a apresentadoraXuxa ou Xuxa, apenas (e nunca aXuxa), Pelé (e não o Pelé), Piquet (enão o Piquet), Ruth Cardoso (e não aRuth Cardoso), etc.

44 — Sempre que possível, men-cione no texto a fonte da informação.Ela poderá ser omitida se gozar de ab-soluta confiança do repórter e, por al-guma razão, convier que não apareçano noticiário. Recomenda-se, no en-tanto, que o leitor tenha alguma idéiada procedência da informação, comindicações como: Fontes do Paláciodo Planalto... / Fontes do Congres-so... / Pelo menos dois ministros ga-rantiram ontem que..., etc.

45 — Na primeira citação, colo-que entre parênteses o nome do par-tido e a sigla do Estado dos senadorese deputados federais: o senador Joãodos Santos (PSDB-RS), o deputadoFrancisco de Almeida (PFL-RJ). Nocaso dos deputados estaduais de SãoPaulo e dos vereadores paulistanos,mencione entre parênteses apenas asigla do partido.

46 — O Estado não admite gene-ralizações que possam atingir toda

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uma classe ou categoria, raças, cre-dos, profissões, instituições, etc.

47 — Um assunto muito sugesti-vo ou importante resiste até a ummau texto. Não há, porém, assuntomediano ou meramente curioso queatraia a atenção do leitor, se a notíciase limitar a transcrever burocratica-mente e sem maior interesse os dadosdo texto.

48 — Em caso de dúvida, não he-site em consultar dicionários, enci-clopédias, almanaques e outros livrosde referência. Ou recorrer aos espe-cialistas e aos colegas mais experien-tes.

49 — Veja alguns exemplos detextos noticiosos objetivos, simples ediretos, constituídos de frases curtase incisivas (todos eles saíram no Es-tado como chamadas de primeira pá-gina):

Os juros passaram a ser fator im-portante para os consumidores dis-postos a fazer compras neste fim deano. Dos 261 paulistanos ouvidospelo InformEstado, 82,8% disseramque vão gastar menos no Natal emrelação ao ano passado. O alto custodo financiamento das compras foiapontado por 34,5% dos entrevista-dos como motivo básico para a deci-são. O comércio e a indústria redu-ziram as margens de lucro, o gover-no atenuou as restrições ao crédito eo mercado oferece produtos mais ba-ratos que no último Natal, mas osjuros pesam.

A sonda liberada pela nave Ga-lileu mergulhou ontem por cerca de75 minutos na atmosfera de Júpiter,até ser pulverizada pela pressão dos

gases que constituem o planeta. Foia primeira vez que um equipamentoterrestre chegou a um dos grandesplanetas distantes do sistema solar.A cápsula enviou informações sobrea temperatura e a composição quí-mica de Júpiter.

O governo pretende retirar doCongresso o projeto de reforma daPrevidência e reapresentá-lo emduas partes. Uma vai incluir os pon-tos em que existe consenso entre osparlamentares e a outra, só os temaspolêmicos, como os que tratam dosservidores públicos, militares e pro-fessores. O presidente FernandoHenrique Cardoso passou ao seuvice, Marco Maciel, a tarefa de ana-lisar os efeitos políticos da decisão,depois que o ministro da Previdên-cia foi afastado das negociações.

Irrequieto, Carlos Nunzio suge-ria chamar-se César e levava nobolso uma sovela, instrumento pon-tiagudo usado pelos sapateiros. Logodespertou a suspeita da polícia e foipreso anteontem como o possível“maníaco do estilete”, que já atacousete mulheres na zona leste. Na de-legacia, os policiais o filmaram e exi-biram o teipe às vítimas. Mas nenhu-ma o identificou e Carlos foi liberta-do ontem à tarde.

A tradicional chuva de papel pi-cado que encerra o ano na Bolsa deValores de São Paulo teve clima defesta para os operadores, mas de me-lancolia para os aplicadores. Os in-vestimentos em ações acusaramperda real de 16,7% e a comemora-ção foi dos que optaram pela rendafixa. Os CDBs, em primeiro lugar,renderam 25,89% acima da inflação.

Page 21: Manual de Redação e Estilo do Estadão

21

As cidades e as praias ganhamnova vida com o verão, que começaoficialmente hoje às 6h18. A modaimpõe modelos arrojados às mulhe-res, com ombros e costas de fora. Aminissaia também faz parte do vi-sual de São Paulo e outras capitais.No Rio, Santos, Guarujá, Ubatuba,Bertioga e outros pontos preferidosdos veranistas, é tempo de biquíni,saladas, sorvete e alegria.

Frank Sinatra, cantor que emba-lou três gerações, completa 80 anosterça-feira. Apelidado simplesmentede A Voz, imitava Bing Crosby, massuperou o ídolo. Ganhou 1 disco demultiplatina, 1 de platina e 21 deouro. Fez filmes, venceu um Oscar.Foi amigo de John Kennedy e dogângster Lucky Luciano. Teve mu-lheres fantásticas. Viveu. My Way éa música que o representa.

Sensível às mudanças de ventos,ansiosa e arrogante ao mesmotempo, a França funciona como umpisca-alerta. Suas crises indicamsempre que as sociedades estãodando alguma virada. As greves mo-numentais que lançam às ruas dopaís 1 milhão de manifestantespodem significar uma dolorosa en-trada de toda a Europa numa novaetapa da modernidade.

Hoje é o dia em que Cannes vaiparar. À espera de um olhar. Ou deum sorriso. Não pelo filme, Milagro.Mas pelo diretor, Robert Redford.Um outsider. Na tela, uma Pasiona-ria: Sônia Braga.

Veja, ao contrário, três parágrafosde sete linhas cheias sem nenhumponto e repletos de intercalações que

dificultam a seqüência normal da lei-tura:

O fazendeiro e piloto de aviõesCarlos de Almeida Valente, quemora na cidade de Prateados, no ex-tremo norte do País, apontado pelaPolícia Federal como um dos reis docontrabando e transportando emseus aviões bimotores e turbinadosmais de 70% das mercadorias con-trabandeadas dos Estados Unidos eParaguai para o Brasil, terá seus ne-gócios financeiros investigados pelaReceita Federal, que fará completadevassa nas suas empresas.

A esperada divulgação, na noitede sexta-feira, do INPC de janeiro,que, pela primeira vez em quase 20meses, voltou a ser utilizado comoparâmetro para a correção de umagente econômico — no caso, os sa-lários — e apresentou uma variaçãorecorde de 35,48%, veio confirmar oque já se temia: os níveis de recom-posição dos salários, que pela fórmu-la aprovada pelo Congresso Nacio-nal vão variar de apenas 1,51% a7,48%, não são suficientes sequerpara fazer frente à inflação real de fe-vereiro.

De sua casa, no elegante bairrode Beverly Hills, o papa da psicolo-gia esportiva norte-americana, maisde 40 livros publicados, traduzidoaté para o russo ainda em plenaépoca da guerra fria, o dr. BriantCratty, orientador do grupo de psicó-logos da equipe olímpica de Tio Sam,levantou da poltrona e, numa liga-ção para o ginásio onde a seleção dopaís gastava as últimas energias emjogo que não influiria na sua coloca-ção, mandou chamar o especialistaque cuidava do vôlei e foi direto aoassunto.

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22A Abolir

A. Ver há, a, página 137.A (para). 1 — Verbos como dar, enviar,

informar, escrever, consagrar, causare outros semelhantes ou equivalentesexigem a preposição a, e não para. Re-pare que todos obedecem a esta estru-tura: dar (enviar, informar, dedicar,causar, devolver, vender, distribuir,etc.) alguma coisa a alguém.

2 — Eis alguns deles: aconselhar,atribuir, causar, ceder, comunicar,conceder, conferir, consagrar, dar, de-dicar, devolver, dirigir, dispensar, dis-tribuir, doar, emprestar, encaminhar,entregar, enviar, facultar, fornecer, in-formar, mandar, ministrar, ocasionar,oferecer, ofertar, outorgar, pagar, par-ticipar, prestar, proporcionar, receitar,recomendar, render, restituir, revelare vender.

3 — Exemplos: Deu (cedeu, devol-veu, entregou, emprestou, enviou,mandou, ofereceu, ofertou, restituiu)o livro ao amigo. / Causaram (ocasio-naram) danos ao aparelho. / Atribuí-mos (concedemos, conferimos, outor-gamos) o prêmio aos vencedores. /Dispensaram (dedicaram) atençãoaos favelados. / Prestaram (rende-ram) homenagem aos pracinhas. /Comunicaram (informaram, partici-param, revelaram) o fato aos familia-res. / Pagou a dívida ao amigo.

4 — Com verbos de movimento, aindica deslocamento rápido, provisó-rio, e para, deslocamento demorado

ou definitivo: Vai a Paris (vai e voltalogo). / Vai para Paris (vai de mudan-ça ou vai para ficar algum tempo). /Levou os filhos à casa da mãe (levoue trouxe de volta). / Levou os filhospara a casa da mãe (levou e deixou,pelo menos por algum tempo). / Veioao Brasil (veio e voltou para o seupaís). / Veio para o Brasil (veio e ficoupelo menos algum tempo).

A algum lugar e não em. Com verbos demovimento, use a e não em: Fui aoteatro (e não no). / Cheguei à cidade(e não na). / Chamaram-no ao telefo-ne. / Levou os filhos ao circo. / Des-ceu ao segundo andar. / Voltou aoBrasil. / Saiu à janela. Igualmente:chegada a, ida a, vinda a.

Abade. Feminino: abadessa.“Abalo sísmico”. Prefira terremoto, tre-

mor de terra ou simplesmente abalo.Abdicar. 1 — Prefira a regência indireta:

D. Pedro I abdicou da coroa do Bra-sil. / Nunca abdicava dos seus prin-cípios. 2 — A forma direta (abdicou otrono, abdicou os seus princípios),menos usada, deve ser admitida so-mente em artigos ou comentários as-sinados. 3 — O verbo pode tambémser intransitivo (dispensa comple-mento): D. Pedro I abdicou. / Por jáestar muito velho, o rei achou melhorabdicar.

Abdome. Prefira esta forma a abdômen.Abençoar. Conjuga-se como magoar

(ver, página 166).Abolir. Conjugação. Pres. ind.: Aboles,

abole, abolimos, abolis, abolem. Pres.subj.: Não existe. Imper. afirm.:Abole, aboli. (Não tem a 1ª pessoa dopres. ind.)

Instruções específicas

Page 23: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Abreviaturas. 1 — Nos textos corridos,evite ao máximo usar abreviaturas:Comprou 3 quilos (e não 3 kg) decarne. / O carro rodou 243 quilôme-tros (em vez de 243 km). / O terrenomedia 25 hectares (e não 25 ha). /Chegou às 8 horas (e não às 8 h). / Umgalão americano tem 3,785 litros (enão 3,785 l). De qualquer forma, repa-re que existe espaço (3 kg) entre o nú-mero e a abreviatura que exprimevalor ou grandeza.

2 — Quando necessário, porém (tí-tulos, tabelas, quadros ou textos espe-cíficos em que medidas ou grandezasapareçam com muita freqüência),consulte a lista de abreviaturas destemanual (verbete seguinte). No caso detextos em que a grandeza ou medidavá aparecer muitas vezes, é possívelabreviá-la, desde que ela apareça porextenso pelo menos na primeira vezem que for citada.

3 — Os títulos dr. e dra. (só paramédicos), sr. e sra. ou d. (dom e dona)devem ser escritos de preferência naforma abreviada e com inicial minús-cula. (Pela norma oficial, são emmaiúsculas: Dr. Antônio, Sr. José dosSantos.)

4 — Abrevie igualmente as formascerimoniosas de tratamento; só que,neste caso, use iniciais maiúsculas: S.Sa. (e não Sua Senhoria), V. Exa. (e nãoVossa Excelência), S. Ema. (e não SuaEminência).

5 — Não abrevie outros títuloscomo: prof. Antônio (use professorAntônio), eng. José (engenheiro José),gen. Tinoco (general Tinoco). Exce-ção: transcrição de documentos oulistas de promoções das Forças Arma-das.

6 — Nenhuma das abreviaturas dosistema métrico decimal tem pontoou plural: 1 km, 6 km (e nunca 6kms.), 1 h, 5 h (e nunca 5 hs.), 2m, 6kg, 16 l (e não ls.), 25 ha, 30 t, 40 g, 57min, 18 s, 18h16min14s (só neste

caso, sem espaço entre os números ea abreviatura).

7 — Têm plural com s as abrevia-turas constituídas pela redução de pa-lavras e as que representam títulos ouformas de tratamento: sécs. 15 e 16,págs. 54, 55 e 56 e segs., srs., sras., drs.,dras., S. Sas. (repare que o S. de Suafica invariável), V. Exas. (o mesmoocorre com o V. de Vossa), etc. Exce-ção: d. (para dons e donas).

8 — Também recebem s as abrevia-turas que se identificam com siglas:dois PMs, cinco TVs, quatro GPs, 8HPs, etc.

9 — Alguns plurais se fazem com aduplicação da letra: A. (autor), AA.(autores), E. (editor), EE. (editores). Aduplicação da letra pode também in-dicar o superlativo: D. (digno), DD.(digníssimo).

10 — As indicações a.C. e d.C.(antes e depois de Cristo) devem serempregadas abreviadamente e com oa e o d em minúsculas.

11 — Evite abreviar São e Santo, anão ser nos títulos. A forma é S. paraambos os casos: S. José, S. Amaro, S.Catarina (e não Sto. Amaro ou Sta.Catarina).

12 — Apenas em casos excepcio-nais, e mesmo assim somente nos tí-tulos, se admitirá que um nome geo-gráfico seja abreviado: P. Prudente, C.do Jordão, R. G. do Norte, A. Latina,N. York (repare que são formas feias,graficamente). Poderá ter livre cursonos títulos, por já se tratar de caso con-sagrado, a abreviatura S. (de São, Santoe Santa): S. Carlos, S. André.

13 — Três nomes de cidades pode-rão, apenas nos títulos, ser substituí-dos por siglas: SP (São Paulo), BH(Belo Horizonte) e NY (Nova York).Use Rio, e não RJ, porque o númerode sinais é praticamente o mesmo.

14 — As abreviaturas dos nomesdos Estados são constituídas semprede duas letras, ambas maiúsculas esem ponto: SP, AM, BA, GO, PE, etc.

23Abreviaturas Abreviaturas

Page 24: Manual de Redação e Estilo do Estadão

15 — Por questões gráficas, o Esta-do não usa, nas abreviaturas, as for-mas em que determinada letra ou con-junto de letras aparece em corpo redu-zido e no alto da palavra: sr.a, dr.a,ex.ma, c.el. Empregue, simplesmen-te: sra., dra., exma., cel., etc.

16 — Por motivo de simplificação,as abreviaturas aparecem, na maiorparte dos casos, sem pontos interme-diários: HP, e não H.P.; CIF, e nãoC.I.F.; rpm, e não r.p.m.; SOS, e nãoS.O.S., etc.

17 — Mesmo nos endereços (a nãoser que se trate de uma série deles ehaja necessidade de economizar espa-ço), evite as abreviaturas: Rua Augus-ta (e não R. Augusta), Avenida Pau-lista (em vez de Av. Paulista), Praçado Patriarca (e não Pç. do Patriarca),Largo do Tesouro (e não Lgo. do Te-souro). Da mesma forma, tel., em vezde telefone, só quando for muito ne-cessário.

18 — Os símbolos químicos podemser representados por uma ou duas le-tras. Quando por uma, ela é sempremaiúscula; quando por duas, a primei-ra é maiúscula, a segunda, minúsculae não há ponto: P (fósforo), I (iodo), N(nitrogênio), Ag (prata), Ca (cálcio),Cs (césio), etc. Os símbolos não figu-ram na lista de abreviaturas do ma-nual por não terem maior interessejornalístico, mas constam do Dicio-nário Aurélio, no nome do elementoquímico.

19 — Use S.A. como abreviatura deSociedade Anônima, por ser a formaoficial, e não S/A.

20 — Recorra sempre à abreviatu-ra TV para o nome da emissora, enunca às formas Tv ou Tevê: TVGlobo (e não Tv Globo ou Tevê Glo-bo), TV Bandeirantes, etc.

21 — Só abrevie as palavras artigoou artigos (art. ou arts.) em textos ofi-ciais quando for essa a forma original.Caso contrário, use a palavra por ex-tenso.

22 — Se tiver necessidade de for-mar abreviaturas (em casos excepcio-nais, apenas), o procedimento reco-mendado é fazê-las terminar numaconsoante e não em vogal. Assim, fil.ou filos. para filosofia, fís. para física,etc. Se cortar a palavra num grupo deconsoantes, mantenha-as: depr. paradepreciativo, e não dep., ópt. e não óp.para óptica, etc.

23 — O acento existente na pala-vra original mantém-se na abreviatu-ra: pág., págs. (páginas), séc., sécs. (sé-culos).

24 — Ver também siglas, página267.

Abreviaturas (lista).A. — autoraa. — assinados(as)AA. — autoresa.C. — antes de Cristo a.D. — anno DominiAl. — Alamedaalm. — almirantealm.-esqdra. — almirante-de-

esquadraa.m. — ante meridiemap. — apartamentoAR — Administração Regionalasp. — aspirante Av. — Avenidabel. — bacharelbrig. — brigadeirobtl. — batalhão°C — grau centesimal, centígrado ou

Celsiusc.-alm. — contra-almirantecap. — capitãocap. — capítulocap.corv. — capitão-de-corvetacap.frag. — capitão-de-fragatacap.m.g. — capitão-de-mar-e-guerracaps. — capítuloscap.-ten. — capitão-tenentecav. — cavalariacc. — centímetro cúbicocel. — coronelcg — centigrama(s)C.G.S. — centímetro, grama,

segundo

24Abreviaturas Abreviaturas

Page 25: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Cia. — companhiaCIF — cost, insurance and freight

(custo, seguro e frete)cl — centilitro(s)cm — centímetro(s)cm2 — centímetro(s) quadrado(s)cm3 — centímetro(s) cúbico(s)cm/s — centímetro(s) por segundocód. — códigocom. — comandantecomp. — companhia (militarmente)Cr$ — cruzeiroCz$ — cruzadod. — domd. — donaD. — dignod.C. — depois de CristoDD. — digníssimodec. — decretodg — decigrama(s)DL — Decreto-Leidr. — doutordra. — doutoradras. — doutorasdrs. — doutoresE. — editorE — Esteed. — ediçãoEE. — editoresEM — Estado-MaiorEma. — Eminênciaemb. — embaixadoreng. — engenheiro(a)Esc. — Escola etc. — et ceteraex. — exemplo(s)Exa. — Excelênciaexma. — excelentíssimaexmo. — excelentíssimo Fed — Federal Reserve (o Banco

Central dos EUA)fem. — femininofl. — folhafls. — folhasFOB — free on board (livre a bordo)fr. — freig — grama(s)gen. — generalGMT — Greenwich Meridian Time

(hora do meridiano de Greenwich)

GW — gigawatth — hora(s)ha — hectare(s)hab. — habitante(s)hl — hectolitro(s)HP — horse-power (cavalo-vapor)ib. — ibidem (no mesmo lugar)id. — idem (o mesmo)i.e. — id est (isto é)ilma. — ilustríssimailmo. — ilustríssimoinf. — infantaria Jr. — Júnior°K — grau(s) Kelvinkg — quilograma(s)kHz — quilohertzkm — quilômetro(s)km2 — quilômetro(s) quadrado(s)km/h — quilômetro(s) por horaKO — nocautekV — quilovolt(s)kVA — quilovolt(s)-ampère(s)kW — quilowatt(s)kWh — quilowatt(s)-hora l — litro(s)lb. — libra, libra-pesolog. — logaritmoLP — long-playingLtda. — Limitadam — metro(s)m2 — metro(s) quadrado(s)m3 — metro(s) cúbico(s)mA — miliampère(s)maj. — majormal. — marechalméd. — médicomg — miligrama(s)MHz — megahertzmin — minuto(s)ml — mililitro(s)mlle. — mademoiselle (senhorita)mm — milímetro(s)mm2 — milímetro(s) quadrado(s)mm3 — milímetro(s) cúbico(s)MM. — meritíssimomme. — madamem/min — metro(s) por minutomons. — monsenhormr. — mister (senhor)mrs. — mistress (senhora)

25Abreviaturas Abreviaturas

Page 26: Manual de Redação e Estilo do Estadão

m/s — metro(s) por segundoMTS — metro, tonelada, segundomV — milivolt(s)MW — megawattN — NorteNCz$ — cruzado novoN. da R. — nota da redaçãoN. do A. — nota do autorN. do E. — nota do editorN. do T. — nota do tradutorNE — NordesteN.N. — abreviatura com que se

oculta um nome em programas,cartazes, subscrições, etc.

nº — númeroN. S. — Nosso SenhorN. Sa. — Nossa SenhoraN.T. — Novo TestamentoO — Oesteobs. — observaçãoop. cit. — opus citatum (obra citada)oz. — onça(s) (peso)pág. — páginapágs. — páginaspe. — padrep. ex. — por exemplopg. — pagoPh.D. — Philosophiae Doctor

(doutor em filosofia)pl. — pluralp.m. — post meridiemprof. — professorprofa. — professoraprofas. — professorasprofs. — professoresP.S. — post scriptum (pós-escrito)pt — pontoQG — quartel-generalR. — Rua R$ — RealRevmo. — Reverendíssimorpm — rotação por minutorps — rotação por segundos — segundo(s) (de tempo)S. — Santa, Santo, SãoS — SulS.A. — Sociedade Anônimasarg. — sargentos/d — sem dataséc. — século

sécs. — séculosseg. — seguintesegs. — seguintesS. Ema. — Sua EminênciaS. Emas. — Suas EminênciasS. Exa. — Sua ExcelênciaS. Exas. — Suas ExcelênciasSOS — sinal de socorrosr. — senhorsra. — senhorasras. — senhorasS. Revma. — Sua ReverendíssimaS. Revmas. — Suas Reverendíssimassrs. — senhoressrta. — senhoritaS. Sa. — Sua SenhoriaS. Sas. — Suas Senhoriast — toneladatel. — telefoneten. — tenenteten.-cel. — tenente-coronelTrav. — TravessaTV — televisãoV — volt(s)V. — vocêVA — volt-ampèreV. A. — Vossa Altezav.-alm. — vice-almiranteV. Ema. — Vossa EminênciaV. Emas. — Vossas EminênciasV. Exa. — Vossa ExcelênciaV. Exas. — Vossas ExcelênciasV. Revma. — Vossa ReverendíssimaV. Revmas. — Vossas

Reverendíssimasvs. — versus (contra)V. S. — Vossa SantidadeV. Sa. — Vossa SenhoriaV. Sas. — Vossas SenhoriasVT — videoteipeW — watt(s)W — Oestew.c. — water-closetWh — watt-horax — versus (no futebol)yd — yard(s) (jarda)

(No Estado, use as abreviaturasdessa forma. Pela norma oficial, asque indicam títulos ou formas de

26Abreviaturas Abreviaturas

Page 27: Manual de Redação e Estilo do Estadão

tratamento têm inicial maiúscula:Cel. Augusto, Sr. Antônio, D. Lucia-no, Dra. Angélica, etc.)

Abrir. Alguém abre alguma coisa ou al-guma coisa abre-se (de preferência):Prefeito abre centro hoje / Feira abre-se (e não abre) com móveis do futuro

Abster-se. Conjugação. Pres. ind.: Abs-tenho-me, absténs-te, abstém-se, abs-temo-nos, abstendes-vos, abstêm-se.Imp. ind.: Abstinha-me, etc. Pret.perf. ind.: Abstive-me, etc. M.-q.-perf. ind.: Abstivera-me, etc. Fut.pres.: Abster-me-ei, etc. Fut. pret.:Abster-me-ia, etc. Pres. subj.: Que meabstenha, etc. Imp. subj.: Se me abs-tivesse, etc. Fut. subj.: Se me abstiver,etc. Imper. afirm.: Abstém-te, abste-nha-se, abstenhamo-nos, abstende-vos, abstenham-se. Ger.: Abstendo-se. Part.: Abstido.

Acabamento final. Redundância.Acabar. 1 — Acabar, com maior proprie-

dade, equivale a completar, terminar,concluir: Já acabaram o serviço. / Pre-tende acabar o livro esta semana. 2— Ninguém, no entanto, acaba umagreve, uma assembléia ou um déficit.Use estes equivalentes mais corretos:Acordo põe fim (e não acaba) à grevedos metalúrgicos. / Professores sus-pendem (e não acabam) a greve. /Bancários encerram (e não acabam)a assembléia. 3 — Intransitivamente,porém, esse uso é correto: Acaba agreve dos portuários. / Acaba a as-sembléia dos motoristas de táxi.

Acabar com. 1 — Significa pôr fim a oudestruir, dar cabo de: A empresa aca-bou com as mordomias. / Sua forçaacabou com os adversários. 2 — Porisso, para dizer que alguma coisa seencerra simultaneamente com outra,use termina ou encerra-se: Bienal ter-mina (encerra-se) hoje com promo-ções (para evitar o duplo sentido pre-sente em acaba hoje com promoções).

Acaso, caso. Com se, use acaso: Se acasovocê chegasse... / Se acaso você qui-ser... Caso rejeita o se: Caso você quei-

ra... / Caso você chegasse... Acasopode também aparecer em frasescomo: Acaso lhe perguntaram algu-ma coisa?

Aceitado, aceito. Com ter e haver, useaceitado; com ser e estar, aceito:Tinha (havia) aceitado, foi (estava)aceito.

Acender-se. Alguma coisa se acende enão acende, apenas: A lâmpada acen-deu-se. / Seus olhos acenderam-se deemoção.

Acendido, aceso. Com ter e haver, useacendido; com ser e estar, aceso:Tinha (havia) acendido, foi (estava)aceso.

Acentuação.1 — Proparoxítonas

Acentuam-se todas as palavrasproparoxítonas: século, ávido, decré-pito, Câmara, súbito, cômodo, qui-séssemos, faríamos.

Observação. Incluem-se nestaregra as palavras terminadas em di-tongos crescentes: água, mágoa, área,superfície, Antônio, inócuo, iníquo,cônscio, tênue, série, míngua, cartó-rio, miséria, lábio, aéreo, vácuo, oblí-quo, abstêmio, relíquia, ambíguo, de-ságüe, bilíngüe.

2 — ParoxítonasAcentuam-se as paroxítonas ter-

minadas em l, n, r, x, i, is, u, us, ei, eis,um, uns, ão, ãos, ã, ãs, ps: móvel, es-tável, Aníbal, hífen, elétron, Nélson,açúcar, fêmur, revólver, látex, tórax,júri, cútis, vírus, bônus, pônei, fós-seis, fôsseis, fórum, álbuns, órgão, ór-gãos, acórdão, acórdãos, órfã, órfãs,ímã, ímãs, bíceps, fórceps.

Observaçõesa) As paroxítonas terminadas em

ons mantêm o acento, inexistente nocaso de ens: nêutrons, elétrons, pró-tons, cólons, hifens, viagens, liquens,homens, nuvens.

b) Os prefixos terminados em i our não têm acento: semi-automático,anti-séptico, super-homem, inter-re-gional.

27Abrir Acentuação

Page 28: Manual de Redação e Estilo do Estadão

c) Pode-se ainda considerar a regrainversa: acentuam-se todas as paroxí-tonas, à exceção das terminadas em a,as, e, es, o, os, am, em e ens. Exem-plos: casa, antenas, fome, condes,lucro, Carlos, falam, imagem, ori-gens.

3 — OxítonasAcentuam-se as terminadas em a,

as, e, es, o, os, em e ens: Pará, Sata-nás, café, revê, invés, vocês, complô,cipó, compôs, avós, porém, também,contém, retêm, reféns, convéns, para-béns.

Observaçõesa) Não se acentuam as oxítonas ter-

minadas em i, is, u e us precedidas deconsoante: parti, Paris, Edu, tatu,Perus, tabus.

b) Acentua-se o porquê tônico: oporquê da crise.

c) As formas verbais oxítonas ema, e e o, seguidas de lo, la, los e las, re-cebem acento: amá-lo, fazê-la,compô-los, dispô-las, repô-las-ia, des-crevê-los-íamos, matá-lo. Se a letrafinal for i, precedida de consoante ouvogal não pronunciada, não existeacento: pedi-las, parti-lo, segui-los,impedi-la.

4 — MonossílabosAcentuam-se os monossílabos tô-

nicos terminados em a, as, e, es, o eos: já, gás, fé, crê, pés, mês, Jô, Jó, nós,pôs, dá-lo, fá-lo-ia, vê-las, pô-los.

Observaçõesa) O acento permanece nos prefi-

xos pós, pré e pró: pós-operatório, pré-história, Pró-Memória.

b) Os monossílabos em i, is, u, us,em e ens não têm acento: vi, quis, cru,nus, bem, vens.

c) O quê tônico é acentuado: Nãosei por quê. / Para quê? / O quê daquestão. / Um quê maiúsculo. / Umquê de mistério.

5 — Encontros vocálicosa) Os ditongos abertos éi, éis, éu,

éus, ói e óis são sempre acentuados:idéia, papéis, chapéu, mausoléus, he-

róis, anzóis, réis, rói, sóis, céus, véu.Os ditongos ai, au e ui, porém, nãotêm acento: incaico, arauto, gratuito(úi).

b) O hiato ôo, quando no fim da pa-lavra, recebe acento, mesmo que setrate do plural ou de redução: enjôo,vôo, vôos, abençôo, zôo, zôos.

c) A forma êem — dos verbos dar,crer, ver, ler e derivados — tem cir-cunflexo no primeiro e: dêem, crêem,vêem, lêem, descrêem, revêem, re-lêem.

d) Nos grupos gue, guem, gues, gui,guis, que, quem e ques, acentua-se ou tônico: apazigúe, argúem, averi-gúes, argúi, argúis, obliqúe, obli-qúem, obliqúes. Se a terminação forgua ou qua, não existe acento: averi-gua (gúa), apaziguas (gúas), obliqua(qúa) e obliquas (qúas).

6 — I e u dos hiatosTêm acento o i e o u tônicos, acom-

panhados ou não de s, que não formemditongo com a vogal anterior e este-jam isolados na sílaba: caída (ca-í-da,i isolado na sílaba), ateísta (ate-ís-ta,grupo is isolado na sílaba), juíza, raí-zes, proíbe, truísmo, saúde, miúdo,reúnem, Criciúma, feiúra.

Observaçõesa) Não se acentuam o i nem o u,

porém, se formarem sílaba com l, m,n, r e z (porque não estarão isoladosna sílaba) ou forem seguidos de nh:Raul, Ataulfo, ruim, amendoim,Coimbra, caindo, Constituinte,oriundo, diurno, sairmos, atrairdes,poluir, juiz, raiz, bainha, campainha,moinho.

b) Mesmo que se trate de palavrasoxítonas, o i e o u deste caso (isoladosna sílaba) são acentuados: Caí, Jun-diaí, Havaí, saí, Tambaú, Jaú, Itaú,baús, Crateús, teiú.

c) A regra vale também para as for-mas verbais seguidas de lo, la, los elas: distraí-lo, substituí-la, atraí-los-á, subtraí-las-emos.

28Acentuação Acentuação

Page 29: Manual de Redação e Estilo do Estadão

d) Não se acentua, nas palavras pa-roxítonas, a vogal repetida: Saara,xiita, Mooca.

e) Mesmo precedidos de vogal, osditongos iu e ui não têm acento: saiu,contribuiu, possuiu, instituiu, pauis(de paul).

7 — Acento diferencialPersiste nas seguintes palavras: côa

e côas (verbo coar ou substantivo, si-nônimo de coação); fôrma (para dife-renciar de forma); pára (verbo e prefi-xo, como em pára-quedas), mas nãoem paras nem param; péla e pélas(verbo pelar ou sinônimo de bola);pêlo e pêlos (cabelo); pélo (verbopelar); pêra (fruta, barba e interrup-tor), mas não peras; Pêro (nome oufruta); pôde (para diferenciar de pode,com som aberto); pólo e pólos (parteda Terra e jogo); pôr (verbo, para dife-renciar de por, preposição); têm(verbo, plural) e vêm (verbo, plural).Os vocábulos pôla, pôlas, pôlo e pôlosmantiveram o acento, mas não são deuso jornalístico.

O sinal foi abolido, no entanto, emtodos os demais casos: ele (antes, êle),selo, aquele, toda, ovo, fosse, almoço,esteve.

8 — Acento graveExiste apenas nas crases: à, às,

àquela, àquelas, àquele, àqueles,àquilo, àqueloutro, àqueloutros,àqueloutra, àqueloutras.

9 — AbreviaturasSe numa abreviatura se mantém a

sílaba acentuada da palavra, o sinalpermanece: séc. (século), págs. (pági-nas), côn. (cônego).

10 — TremaUsa-se quando o u depois do q ou

g for pronunciado: agüentar, seqües-tro, tranqüilo, lingüiça, qüinqüênio,eqüino, freqüente, conseqüência,agüei, Birigüi, ambigüidade, eqües-tre, Anhangüera. Repare que só exis-te trema antes de e e i.

Não têm acento

1 — Os vocábulos formados peloacréscimo da terminação mente e dossufixos iniciados por z: solidamente(antes, sòlidamente), cortesmente(antes, cortêsmente), sozinho (antes,sòzinho), cafezal (antes, cafèzal).

2 — A terminação amos do preté-rito (para muitos, amámos, desejá-mos), até porque no Brasil o som é fe-chado: amamos (mâ), desejamos (jâ).

3 — As terminações ai (cantai), au(cacau, mau), ia (varia), ie (assobie),io (sadio), oa (coroa), oe (abençoe), ua(perua), ue (atue) e uo (recuo). A si-tuação não se altera se houver s: Ba-tatais, Manaus, pedias, desafios,atues, etc.

4 — O o fechado do grupo vocálicooio: apoio, comboio, joio.

5 — O plural das palavras termina-das em ês: meses, portugueses, corte-ses.

Acerca de, cerca de, há cerca de. 1 —Acerca de. Equivale a sobre, a respei-to de: Falou acerca da nomeação, doautor, do governo. / Explique-me tudoacerca do PIS. 2 — A cerca de ou cercade. Corresponde a perto de, aproxima-damente: Os jogadores ficaram acerca de 20 metros uns dos outros. /Cerca de 100 pessoas estavam ali. /Dizia isso a cerca de 50 alunos. / Oexército ficou reduzido a cerca deduas dezenas de homens. / Encontrei-o a cerca de dois quilômetros da casa.3 — Há cerca de. Usa-se no lugar defaz aproximadamente, desde mais oumenos: Há cerca de dois anos o gover-no baixou essas medidas. / Partiu hácerca de 15 minutos.

Acessar. Use o verbo apenas como sinô-nimo de acionar ou chamar um arqui-vo na informática. Mas ele não signi-fica ter acesso a uma rodovia, porexemplo, como nesta frase: A melhormaneira de “acessar” o (de chegar ao,de atingir o) Guarujá no momento épela balsa.

29Acerca de, cerca de... Acessar

Page 30: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Achar, encontrar. Use achar para defi-nir aquilo que se procura e encontrarpara o que, sem intenção, se apresen-ta à pessoa: Achou o que procurava. /O menino achou o cão perdido. / Agri-cultores encontram fóssil em São Josédo Rio Preto. / Documento raro en-contrado no porão da biblioteca.

Acidente, incidente. Acidente é umacontecimento imprevisto ou infeliz,desastre: acidente de trânsito, o aci-dente entre o ônibus e o caminhão,um acidente na estrada, acidente detrabalho, acidente pós-operatório. In-cidente designa circunstância casual,episódio, peripécia, atrito: Um inci-dente entre os dois políticos. / O in-cidente fez que rompessem a amiza-de.

Aconselhar. Regência. 1 — Aconselharalguém ou alguma coisa (tr. dir.): Ospais aconselharam o filho. / O líderaconselhou o emprego da persuasão.2 — Aconselhar alguma coisa a al-guém (tr. dir. e ind.): Aconselhou re-pouso ao doente. / Aconselhou aos so-negadores que pagassem seus débi-tos. / Todos lhe aconselharam caute-la. 3 — Aconselhar alguém a algumacoisa (tr. dir. e ind.): Todos o aconse-lharam a esperar. / Aconselhei os ir-mãos a interná-lo. 4 — Aconselhar,apenas (intr.): É um homem que sabeaconselhar. 5 — Aconselhar-se comou sobre (pron.): Todos se aconselha-ram com o advogado. / Aconselhou-se sobre o que fazer nesse caso.

Acontecer. 1 — Use o verbo apenas noseu significado mais específico, de su-ceder de repente. Acontecer dá sem-pre uma idéia de inesperado, desco-nhecido, imponderável, como nosexemplos: Caso acontecesse o desa-bamento, muitas mortes poderiamocorrer. / O fato aconteceu há cemanos. / Se algum mal lhe acontecer,ninguém será culpado.

2 — No sentido de ser, haver, rea-lizar-se, ocorrer, suceder, existir, veri-ficar-se, dar-se, estar marcado para, re-

corra, com maior propriedade, a umadestas opções (entre parênteses): Oshow acontece às (está marcado paraas) 22 horas. / A manifestação acon-teceu (realizou-se, foi) ontem. / Em-bora raramente aconteçam (ocorram)casos de apreensão de entorpecen-tes... / Está previsto para acontecerem (está previsto para, simplesmente)dezembro. / Se a saída de X realmen-te acontecer (suceder)... / O pontapéinicial acontecerá (será dado) no dia30. / A falta não aconteceu (existiu). /Festival acontece (realiza-se, começa)sem o maestro. / Não aconteceu(houve) o debate marcado. / A reces-são já acontece (existe, chegou). / Osrecursos não vêm acontecendo (apa-recendo, surgindo).

A semântica explica a razão: acon-tecer tem traços comuns a esses ver-bos, mas não o significado completodeles. Por isso, seu uso é impróprio ouinadequado nos casos referidos.

3 — Outra opção é mudar a frase eusar o agente como sujeito (em vez doato por ele praticado): A políciaapreendeu (em vez de a apreensãoaconteceu) a mercadoria. / MiltonNascimento canta hoje (em vez de oshow de Milton Nascimento aconte-ce hoje). / Os jogadores se reapresen-tam (em vez de a reapresentação dosjogadores acontece) às 9 horas. / O jo-gador renovará o contrato (em vez dea renovação do contrato acontecerá)segunda-feira. / A sessão começou(em vez de o início da sessão aconte-ceu) às 15 horas.

4 — Com os pronomes indefinidose demonstrativos, porém, e com o queinterrogativo, o uso de acontecer éapropriado: Tudo acontece aqui. / Issonão aconteceria se ele fosse avisado. /Como acontece isso? / Nada aconte-ce sem que ele saiba. / O que aconte-ceu na cidade?

5 — O verbo só se conjuga nas ter-ceiras pessoas: acontece, acontece-ram, aconteceria, acontecessem, etc.

30Achar, encontrar Acontecer

Page 31: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Acórdão. Plural: acórdãos.Acordar. Use acordar como despertar e

equivalentes. No sentido de ajustar,combinar, acertar, resolver de comumacordo, prefira uma destas formas.

Acudir. Conjugação. Pres. ind.: Acudo,acodes, acode, acudimos, acudis, aco-dem. Pres. subj.: Acuda, acudas,acuda, acudamos, acudais, acudam.Imper. afirm.: Acode, acuda, acuda-mos, acudi, acudam.

Acumular. Um prêmio ou alguma coisaacumula-se, e não acumula, apenas:Prêmio da Sena acumula-se (e nãoacumula) novamente. / Os livrosacumulavam-se (e não acumulavam)sobre a mesa.

Acusações. 1 — Nunca atribua umcrime a alguém, a menos que a pessoatenha sido presa em flagrante (e nãohaja dúvidas a respeito da sua culpa)ou confessado o ato. Mesmo que sejaa polícia quem faça a acusação, reco-menda-se cautela para que o jornal, in-voluntariamente, não difunda umaversão que se possa demonstrar equi-vocada ou inverídica. Assim, a não sernos casos notórios, refira-se sempre aoacusado nestes termos: Fulano de tal,acusado de ser o matador de... / Fula-no de tal, acusado de ser o principalreceptador de jóias da cidade...Nunca afirme que ele “é o matador”ou “é o principal receptador”, a não sernas hipóteses já mencionadas.

2 — O Estado não publica insultosou acusações de irregularidades, cri-mes e corrupção em off (sem que o de-nunciante tenha o nome revelado),como, por exemplo: Segundo fontesdo Planalto, o ministro demitido pelogoverno recebia comissões de emprei-teiras. / Corre na cidade que fulanojá mandou matar mais de dez adver-sários políticos. / Consta que o depu-tado João da Silva não honra os com-promissos assumidos. Lembre-se: aresponsabilidade por acusações gravescomo essas (mas totalmente vagas)passa toda para o jornal.

3 — Isso não significa que você nãopossa divulgar acusações sem atribuí-las a uma fonte. Se o seu informanteé da mais absoluta confiança ou sevocê tem documentos que fundamen-tem a denúncia, deve publicá-la. É di-reito do editor ou da Direção da Reda-ção, porém, conhecer a origem das in-formações para decidir sobre a conve-niência ou não da publicação, uma vezque, também neste caso, a responsa-bilidade final cabe sempre ao Estado.

4 — Nos títulos, especialmente,estas instruções deverão ser seguidasà risca. Como norma, procure sempremostrar ao leitor que se trata de umaacusação ou denúncia, e não de umfato provado: Deputado acusa minis-tro de desvio de verbas / Ministro acusado de desviar verbas / Emprei-teiro denuncia concorrência.

5 — Finalmente, lembre-se de quetodo acusado tem o direito de respos-ta. O ideal é publicar a denúncia e aexplicação ou a réplica do acusado aomesmo tempo. Se a simultaneidadefor absolutamente impossível (pornão se localizar o acusado, por exem-plo), não deixe a resposta passar do diaseguinte. Ouvir o atingido pelas de-núncias é essencial, mesmo que vocêtenha a certeza da procedência das in-formações contra ele.

6 — Ver também denúncias, pági-na 90.

“Acusar que”. Acusa-se alguém, masnão se acusa que alguém...

Adentrar. Não use. Opções: entrar, pe-netrar, ingressar.

Adentro. Uma palavra só: mato aden-tro, porta adentro, país adentro, noiteadentro.

Adequar. Conjugação. Pres. ind.: Ade-quamos, adequais (não tem as outraspessoas). Pres. subj.: Não tem. Imper.afirm.: Adequai vós. Os demais tem-pos são regulares: adequava, adequou,adequaria, adequasse, etc. Em vez dosinexistentes “adequa” ou “adeqüe”,

31Acórdão Adequar

Page 32: Manual de Redação e Estilo do Estadão

use, portanto, ajusta, ajuste, adapta,adapte ou equivalente.

Aderir. Conjugação. Pres. ind.: Adiro,aderes, adere, aderimos, aderis, ade-rem. Pres. subj.: Adira, adiras, adira,adiramos, adirais, adiram. Imper.afirm.: Adere, adira, adiramos, aderi,adiram.

“Adiar para depois”. Redundância. Nãouse. Só se pode adiar alguma coisapara depois, para outro dia ou para ofuturo.

Adivinhar, adivinho. Com di.Adjetivação. O texto noticioso deve li-

mitar-se aos adjetivos que definamum fato (noticioso, pessoal, vizinho,próximo, sulino, etc.), evitando aque-les que envolvam avaliação ou encer-rem carga elevada de subjetividade(evidente, imponderável, belo, bom,ótimo, inteligente, infinito, etc.).Mesmo nas matérias opinativas, emque o autor tem maior necessidade derecorrer aos adjetivos, a parcimônia éboa conselheira. O jornalista podesempre mostrar que um temporal foidevastador e um incêndio foi violen-to. Ou que uma peça constitui retum-bante fracasso. Tudo isso sem poluirseu texto com dezenas de qualificati-vos.

Em qualquer tipo de texto, porém,tome cuidado com os “adjetivos for-tes”: eles seguramente surpreenderãoo leitor, no mau sentido, ou lhe darãoa idéia de que alguém tenta impingir-lhe opiniões definitivas sobre algo oualguém: borbulhante cemitério,nudez estonteante, exuberante mo-delo, cidade esfuziante, movimentofrenético, sucesso reluzente, idéiafantástica, espetáculo maravilhoso,cenário deslumbrante, iluminaçãofeérica, participação brilhante, artis-ta genial, monumental inteligência,êxito retumbante, atuação irrepreen-sível, desempenho perfeito.

Adjetivo por advérbio. 1 — O adjetivopode exercer a função de advérbio,quando então fica invariável (em

geral, pode ser substituído pela formaem mente ou pela expressão demodo...): Falem baixo (de modobaixo). / Respondam alto (de modoalto). / Eram pessoas demasiado (de-masiadamente) desconfiadas. / Tos-sia forte (fortemente). / Eles não raro(raramente) se perdiam. / O punhalferiu fundo (de modo fundo). / Ela fa-lava áspero. / Agiu rápido. / Precisa-mos pensar claro. / Não podiamandar mais ligeiro. / Foram direto aoassunto. / Olhou-a firme. / Chegambreve ao Brasil. / Compra barato evende caro. / Saíram súbito da sala. /Falemos sério. / Vejam primeiroquem vem. / Escreve gostoso (demodo gostoso).

2 — Além desses adjetivos, funcio-nam como advérbios, entre outros:afoito, calmo, delgado, direito, diver-so, duro, exato, fiado, fino, folgado,frio, grosso, imenso, infinito, junto,manifesto, mole, rasgado, rijo, segun-do e suave.

Administração regional. Em maiús-culas quando especificada: Adminis-tração Regional (ou Regional, apenas)da Lapa, Administrações Regionais(ou Regionais) da Sé e Pinheiros. Emminúsculas quando não especificada:a administração regional, essa admi-nistração regional, a regional, essa re-gional, as regionais, as administra-ções regionais.

Administrar. Construções como admi-nistrar a situação, administrar o con-flito, administrar a vitória, etc., nãoexistem formalmente no idioma e sódevem ser usadas em textos muito es-peciais, mas não no noticiário.

Advérbios em mente. 1 — Os advérbiosterminados em mente formam-sepelo acréscimo do sufixo à flexão fe-minina do adjetivo: espertamente,francamente, lindamente. 2 — Se oadjetivo terminar em ês, apenas seadiciona a terminação mente: portu-guesmente, burguesmente. 3 — Repa-re que o acento original do adjetivo

32Aderir Advérbios em mente

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desaparece: logicamente (e não lògi-camente, como antes), portugues-mente (e não portuguêsmente), so-mente, etc. 4 — Quando houver maisde um advérbio na frase, use o sufixoapenas no último, deixando os demaisadjetivos na forma feminina: Ali esta-va ela, sóbria e elegantemente traja-da. / Dura, mas lealmente disputa-das, eram eleições decisivas para odestino do país. 5 — Por uma questãode ênfase, a terminação mente podeser repetida: Agia sempre ponderada-mente e calmamente (no Estado,porém, use a forma reduzida).

Advertir (conjugação). Como servir(ver, página 266): advirto, advertes;que eu advirta; etc.

Advertir (regência). 1 (tr. dir.) — Ad-moestar, observar, prevenir: O pai ad-vertiu severamente os filhos. / EUAadvertem que reagirão aos ataquesno Golfo Pérsico. / Só então advertiuque era tarde. / Escapou do perigo por-que o advertiram. 2 (tr. ind.) — Aten-tar: Custou, mas advertiu naquele de-talhe. 3 (tr. dir. e ind.) — Advertir al-guém de alguma coisa ou advertir a al-guém alguma coisa: O governo adver-te o País dos riscos da recessão. / Fa-zenda adverte o presidente de que ainflação foge ao controle. / Advertiu-o de que se enganava. / As empresasadvertiram aos consumidores queiam faltar produtos no mercado. Ob-servação: Com as preposições para,sobre e contra, use alertar.

Aedes. Em itálico. Aedes tem inicialmaiúscula: Aedes aegypti, Aedes al-bopictus (tigre-asiático).

Aero... Liga-se sem hífen ao termo se-guinte. O h intermediário desaparece,enquanto o r e o s devem ser dobra-dos: aeroespacial, aeroclube, aerorra-quia, aerossol, aeroterrestre.

“Aeródromo”. Use apenas aeroporto.Afazer. Conjuga-se como fazer (ver, pá-

gina 127).Afegão. Use esta forma, e não afegane.

Flexões: afegã, afegãos, afegãs.

Aficionado. Um c só.Afim, afim de, a fim de. 1 — Afim, numa

única palavra, corresponde a seme-lhante ou parente por afinidade:almas afins, vocábulos afins, o sogroé afim (parentesco sem laço sanguí-neo) da nora. 2 — A fim de equivale apara: Chegou cedo a fim de terminaro serviço. 3 — Estar a fim de, no sen-tido de estar com vontade de, só devefigurar em textos coloquiais ou decla-rações: Está a fim de sair hoje.

Afora. Concordância. Ver exceto, pági-na 122.

Afora, a fora. 1 — Afora, numa palavrasó, significa à exceção de, além de,para o lado de fora, ao longo (tempo eespaço): Saíram todos, afora (menos,à exceção de) o pai. / Teve sete filhos,afora (além de) alguns bastardos. /Saiu pela porta afora (para o lado defora). / Andou pelo Brasil afora (aolongo, espaço). / Não estudou peloano afora (ao longo, tempo). 2 — Afora, separadamente, existe apenasem oposição a dentro: De dentro afora.

Aforismo. E nunca aforisma.Afro. 1 — Pode ser adjetivo e substanti-

vo, flexionando-se normalmente: ospovos afros, ritmos afros, músicaafra, cabeleiras afras, os afros do cen-tro do continente, etc. 2 — Como pre-fixo, exige hífen na constituição de ad-jetivos pátrios: afro-asiáticos, afro-brasileiro, afro-lusitano, afro-negro.Nos demais compostos, não há hífen:afrolatria, afrogenia, etc.

“Agilizar”, “agilização”. Palavras veta-das. Use dinamizar, tornar mais ágil,acelerar, apressar, estimular ou incen-tivar, conforme o caso (e os substan-tivos correspondentes).

Agitar. Evite. A palavra cria títulosmuito genéricos, como: Greve de jo-gadores agita Fluminense. / Tiroteioagita favela. / Atentado agita Jeru-

33Advertir Agitar

Page 34: Manual de Redação e Estilo do Estadão

salém. Greve, tiroteio e atentadofazem bem mais do que agitar umlugar.

Agradar. 1 — Use agradar como transi-tivo indireto (com preposição a) nosentido de satisfazer, contentar: Asnovas medidas agradaram aos em-presários. / Nada lhe agradaria mais.2 — Como transitivo direto (sem pre-posição), empregue agradar apenascomo equivalente a acariciar, afagar:Agradou o filho. 3 — O verbo podeainda ser intransitivo: O espetáculoagradou muito. E pronominal: Agra-dava-se dos amigos.

Agradecer. Regência. 1 (tr. dir.) — Mos-trar-se grato por: Agradeceu o favor re-cebido. 2 (tr. ind.) — Demonstrar gra-tidão: Recebi o livro e ainda não lheagradeci. 3 (tr. dir. e ind.) — Demons-trar gratidão a alguém: Agradeceu aDeus a graça alcançada. / Agradeceu-lhes a gentileza. 4 (intr.) — Ganhouum presente e nem agradeceu. Obser-vações:Como se agradece sempre a al-guém, não existe a forma “agradecê-lo”, mas apenas agradecer-lhe. Igual-mente não se agradece alguém por al-guma coisa, como neste exemplo real:Técnico “agradece jogador” pela ho-menagem.

Agravante. Palavra feminina: a agravan-te, uma agravante.

Agredir. Conjugação. Pres. ind.: Agrido,agrides, agride, agredimos, agredis,agridem. Pres. subj.: Agrida, agridas,agrida, agridamos, agridais, agridam.Imper. afirm.: Agride, agrida, agrida-mos, agredi, agridam.

Agreement. Use a forma inglesa, agree-ment, e não a francesa, agrément.

“Agricultável”. Prefira cultivável. Agro... Liga-se sem hífen à palavra ou

elemento de composição seguinte:agroaçucareiro, agrogeografia,agroindústria, agropecuária, agrovi-la.

Aguar. Verbo regular. Conjugação. Pres.ind.: Águo, águas, água, aguamos,

aguais, águam. Pret. perf.: Agüei,aguaste, aguou, aguamos, aguastes,aguaram. Pres. subj.: ágüe, ágües,ágüe, agüemos, agüeis, ágüem. Imper.afirm.: água, ágüe, agüemos, aguai,ágüem. Imper. neg.: Não ágües, nãoágüe, não agüemos, não agüeis, nãoágüem.

Aids. Inicial minúscula: Aumenta o nú-mero de casos de aids.

Ajuda de custo. E não de custas.Ajudar. Regência. 1 — Ajudar alguém

ou alguma coisa: Ajudou o pai, aju-dou os amigos. / Óculos ajudam a lei-tura. 2 — Ajudar alguém em (antes desubstantivo) ou ajudar alguém a(antes de infinitivo): O filho ajuda opai na loja. / Todos o ajudaram no ser-viço. / Ele o ajudou a conseguir em-prego. / O menino ajudou a mãe asair. 3 — Ajudar a: Ler ajuda a pensar.4 — Ajudar a alguém: Eles ajudaramao amigo. / Não lhe posso ajudaragora. (É regência a evitar, porém.) 5— Ajudar, apenas: Disse que queriaajudar e não atrapalhar. / Procure al-guém para ajudar. 6 — Ajudar-se:Todos se ajudaram. / Se ele não se aju-dasse, não teria sarado.

...al. Cuidado, pois o sufixo forma pala-vras eruditas e às vezes pernósticas:demissional, emergencial, laborato-rial, congressual, ficcional, dialogal,situacional, etc.

“À la”. Use à, apenas, e não à la em fra-ses como: Piloto à Senna (e não à laSenna), decisão à mineira (e não à lamineira). Igualmente, filé à moda (enão à la moda).

Alá. Desta forma, e não Allah.Alazão. Flexões: alazã, alazões (prefira)

e alazães.Alcaide. Apenas em editoriais ou artigos

assinados, como sinônimo de prefei-to. Feminino: alcaidessa.

Álcool. Plural: álcoois.Alcorão. Use esta forma, e não Corão.

Plural: Alcorões (prefira) e Alcorães.

34Agradar Alcorão

Page 35: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Aldeão. Flexões: aldeã, aldeões (prefira),aldeães e aldeãos.

Além. Dispensa também e ainda: Alémde criticar a oposição, censurou osaliados (e não “também censurou” ou“ainda censurou”).

Além... Exige hífen: além-atlântico,além-fronteiras, além-mar, além-tú-mulo, Além-Paraíba. No entanto:Alentejo, alentejano.

Alemão. Flexões: alemã, alemãs e ale-mães.

Alemão-ocidental. Flexões: alemães-ocidentais, alemã-ocidental e alemãs-ocidentais.

Alemão-oriental. Flexões: alemães-orientais, alemã-oriental e alemãs-orientais.

Alerta. 1 — Palavra invariável quandointerjeição ou advérbio: Alerta! Osinimigos vêm aí. / Os homens vigia-vam o farol alerta (alerta = atenta-mente). 2 — É variável quando adjeti-vo, com o sentido de atento, ou subs-tantivo, como sinônimo de aviso: Vi-giam com cuidado, são homens aler-tas (= atentos). / Ambos estavam aler-tas (= atentos). / As sentinelas deramvários alertas.

Alertar. Regência. 1 — A regência usualé a direta: O barulho alertou os vigi-lantes. 2 — Admite-se, modernamen-te, o verbo como transitivo direto e in-direto (alertar alguém de, para, sobree contra alguma coisa): Alertou-o deque este não era o momento. / Aler-tou o amigo para (sobre) os riscos dadecisão. / O governador alertou os ci-dadãos contra o radicalismo. 3 —Também pode ser usada a forma aler-tar para (apenas nos títulos), semmenção à pessoa ou coisa alertada:Médicos alertam para o perigo do usode pesticidas. / Relator alerta paraatraso na votação do projeto. 4 — Nãoexiste a forma alertar que (alerta-sealguém, mas não se alerta que).

Alface. Palavra feminina: a alface.

Algo de. Concordância: ver algumacoisa de, nesta página.

Alguém. 1 — Deve ser empregado ape-nas no sentido positivo: Alguém estáaí? / Queria ser alguém na vida. / Sealguém perguntar, diga que saímos. 2— Em frases negativas, use ninguém:Falou o que quis, sem que ninguém(e não alguém) o contestasse. / Nãovia ninguém (e não alguém) que pu-desse ajudá-lo.

Algum. 1 — Antes do substantivo, temvalor positivo: É necessário algum(um, certo) esforço para aprender. /Traga algum (qualquer) amigo comvocê. / Algum dia o País resolveráseus problemas. 2 — Depois do subs-tantivo, equivale a nenhum e deve serprecedido de outra negativa, em geralnão, nada, sem ou nem: Não fez esfor-ço algum para aprender. / Chegouontem, sem trazer amigo algum comele. / Não aceitava gentilezas nemfavor algum. 3 — Quando as expres-sões de modo, de maneira, de forma,de jeito e equivalentes dão valor nega-tivo à oração, algum dispensa o uso denão, nem, nada e sem: De maneira al-guma faremos isso. / De modo algumpude convencê-la.

Alguma coisa de. Concordância. 1 — Oadjetivo que vem depois não varia: Elatem alguma coisa de bom (e nunca deboa). / A moça ocultava alguma coisade misterioso (e não de misteriosa). 2— Se não houver preposição, faz-se aconcordância normal: Ela tem algu-ma coisa boa. / A moça ocultava al-guma coisa misteriosa. 3 — Seguema mesma norma nenhuma coisa de,qualquer coisa de, algo de, nada de etudo de: Ela tem tudo de bom. / Amoça não tem nada de misterioso.

Algum (alguns) de (dentre). Concordân-cia. 1 — No singular, o verbo concor-da com algum: Algum de nós estarápresente. / Algum de vós será convi-dado. / Algum deles concordará co-nosco. 2 — No plural, o verbo concor-da com a palavra, expressão ou

35Aldeão Algum (alguns) de (dentre)

Page 36: Manual de Redação e Estilo do Estadão

pronome que vier depois de alguns deou alguns dentre: Alguns de nós esta-remos presentes. / Alguns dentre vóssereis convidados. / Alguns deles con-cordarão conosco. 3 — Modernamen-te, a tendência — já aceita pelos gra-máticos — é levar o verbo para a ter-ceira pessoa: Alguns de nós estarãopresentes. / Alguns dentre vós serãoconvidados. / Alguns de nós conti-nuam vivos. 4 — Seguem a mesma re-gra: diversos de, muitos de, nenhumde, poucos de, qual(is) de, qualquer(quaisquer) de, quantos de, um (uns)de e vários de.

Álibi. Aportuguesado, com acento. Plu-ral: álibis.

Alternativa. 1 — Não use a forma outraalternativa, uma vez que a alternati-va é sempre outra: Não havia alterna-tiva. / Eles não tinham alternativa. 2— Evite, igualmente, única alternati-va: se não há outra possibilidade, nãose pode falar em alternativa. Substi-tua a palavra, neste caso, por saída,opção, recurso, procedimento, possi-bilidade, etc.

Alto-falante. Plural: alto-falantes. Eatenção: alto e não “auto-falante”.

Alto-forno. Plural: altos-fornos.Alto-relevo. Plural: altos-relevos.Alunissar, alunissagem. Use estas duas

formas para definir o ato de pousar naLua ou o próprio pouso.

Alvorada. Formas corretas: Palácio daAlvorada, o Alvorada.

Amálgama. Palavra proparoxítona. Em-bora admita os dois gêneros, prefira omasculino: um amálgama, o amálga-ma.

Ambi... Liga-se sem hífen à palavra ouelemento de composição seguinte:ambidestro, ambiesquerdo, ambissi-nistro, ambivalente.

Ambos, ambos os. 1 — Use apenas estasduas formas, uma vez que ambos osdois e ambos de dois, embora corre-tas, devem limitar-se às transcriçõesou aos textos literários. 2 — A palavra

refere-se tanto a pessoas como a coi-sas, órgãos ou grupos: Ambos chega-ram atrasados. / Que livros escolheu?Ambos. / Nesse cenário, ambos, sol-dados e jagunços, mediam forças. 3— Quando o substantivo determina-do por ambos estiver claro, é obriga-tório o uso do artigo: Representavaambas as casas do Congresso. / Con-sulte ambos os livros. / Segurou orosto com ambas as mãos. 4 — Escre-va, sem receio, pessoas de ambos ossexos: ninguém vai pensar em herma-froditas.

A menos de. Ver há menos de, página138.

À mesa. Na locução, à dá idéia de pro-ximidade, equivalendo a junto à: Sen-tou-se à mesa. / Tomou lugar à mesa.Na mesa seria sobre a: Subiu na mesapara trocar a lâmpada. Da mesmaforma, ao volante, à máquina (e nãona máquina), ao piano, à janela, etc.

A meu ver. E não ao meu ver.Amoral, imoral. Amoral equivale a que

não tem o senso da moral: Trata-se deum indivíduo amoral. / A arte, paraOscar Wilde, é amoral (e nunca imo-ral). Imoral designa o que viola osprincípios da moral: Trata-se de umindivíduo imoral (isto é, libertino,lascivo). / Este livro é imoral.

Amostragem. Use a palavra somentepara designar o processo de seleção deuma amostra com fins estatísticos: Aamostragem utilizada na pesquisa...Nos demais casos, o que se deve em-pregar é amostra, simplesmente.

Amsterdã. Desta forma. Os naturais dacidade são: amsterdamês, amsterda-mesa, amsterdameses e amsterdame-sas.

Anão. Flexões: anã, anões (prefira) eanãos.

Ancião. Flexões: anciã, anciãos (prefira),anciões e anciães.

Andaluz. Feminino: andaluza.Aneurisma. Palavra masculina: o aneu-

risma.

36Álibi Aneurisma

Page 37: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Anexado, anexo. Para expressar umaação, use anexado tanto com ter ehaver como com ser e estar: Tinha(havia) anexado, foi (estava) anexadoaos autos. Prefira anexo como adjeti-vo: casa anexa, documentos anexos.

Anexo. 1 — Não tem função de advér-bio. Dessa maneira, são incorretas asformas: “Anexo” envio a carta. / “Emanexo” envio a carta. / “Anexo” aesta envio a carta. 2 — Como adjeti-vo, sua forma habitual, anexo deve fi-gurar em frases como: Envio a cartaanexa. / Prédios anexos ao central. /Anexas lhes encaminho as citações. /A certidão está anexa aos autos.

Anfitrião. Flexões: anfitriã (prefira), an-fitrioa e anfitriões.

Anglo... 1 — Hífen na formação de adje-tivos pátrios: anglo-americano,anglo-brasileiro, anglo-saxão. An-glo-catolicismo segue a mesma nor-ma. 2 — Nos demais compostos, nãohá hífen: anglofilia, anglofobia, an-glomaníaco.

Animais. 1 — Use inicial minúsculapara designar as raças de animais: ca-valo manga-larga; gado santa gertru-des, holandês, aberdeen, jérsei; cãopastor alemão, fox-terrier, rottweiler,weimaraner; gato siamês; canárioroller, etc. Repare que muitos nomesjá estão aportuguesados. 2 — Para aformação do feminino, ver macho,fêmea, página 166.

Aniversário. Como o próprio nome diz,só ocorre uma vez por ano. Assim,como não existe aniversário mensalou trimestral, use data-base ou ven-cimento para aplicações: As caderne-tas com vencimento (ou data-base)hoje pagarão rendimentos de 5%.

Ano. a) Sem ponto: no ano 2000, em2010, etc. b) Ver ao ano, ao dia, aomês, página 38.

“Ano que vem”.Prefira as formas no anoque vem ou no próximo ano, mais eu-fônicas que “ano que vem” ou “anopróximo”: O IR mudará no ano quevem (ou no próximo ano).

Ansiar. Conjuga-se como odiar (ver, pá-gina 203): anseio, anseia, anseiam,anseie, anseiem, etc.

Antártida. Desta forma. O adjetivo,porém, é antártico: zona glacial an-tártica, continente antártico, avesantárticas.

Ante... Hífen antes de h, r e s: ante-his-tórico, ante-republicano, ante-sala.Nos demais casos, o hífen não existe:anteato, anteestréia, anteontem, an-tediluviano.

“Antecipar que”. Alguém antecipa al-guma coisa, mas não antecipa que...

Ante o, ante a. Sem preposição ou crase:Sucumbiu ante o perigo (e não anteao). / O Palmeiras caiu ante a Portu-guesa (e não ante à).

Antes de, antes que. 1 — Antes de regepalavras: Antes de sair, pediu umfavor. / Partiu antes do amanhecer. 2— Antes que liga orações: Saia antesque eu me irrite. / Seu vulto era visí-vel antes mesmo que acendesse aluz. / Tomei a decisão antes que ele ofizesse.

Antever. Conjuga-se como ver (ver, pá-gina 297): antevejo, antevês; antevia;antevi; que eu anteveja; se eu antevis-se; se eu antevir; etc.

Anti... 1 — É seguido de hífen quando osegundo elemento começa por h, r es: anti-histamínico, anti-rábico, anti-séptico, anti-semita. Nos demaiscasos: antiaéreo, antiespasmódico,antiinflacionário, antiofídico, anti-cristo, antimatéria, etc. 2 — Use oprefixo sempre com hífen quando elese ligar a um nome próprio, substi-tuindo a preposição contra: anti-Bra-sil, anti-Gorbachev, anti-Clinton,anti-EUA, anti-Rússia, anti-Mirage.3 — Quando anti se liga a um subs-tantivo comum, o adjetivo resultantenão tem plural: carros antitanque (enão antitanques), medicamentos an-tichoque.

37Anexado, anexo Anti...

Page 38: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Antiguidade. Use sem trema, em qual-quer sentido: Loja de antiguidades. /Referências à Antiguidade.

Antinotícia. Procure, na notícia, expli-car sempre o que aconteceu, em vezdo que não aconteceu. Haverá sempreuma forma positiva — basta procurá-la — de transmitir a informação ao lei-tor, seja no lead, seja no título.

Veja alguns exemplos condenáveisde lead negativo: O novo pedido de li-cença do cargo, feito pelo prefeitopaulistano, não foi votado ontempela Câmara Municipal. / O presi-dente da República não irá mais aoPará amanhã, como estava progra-mado, para assistir ao assentamentode 500 famílias na Fazenda Lajeado. /O Conselho Nacional de Trânsito nãodecidiu ontem sobre o novo limite develocidade nas principais estradasbrasileiras. / A dívida contraída pelaCesp continua sem explicações. / Nãohouve nenhuma novidade ontem nasinvestigações realizadas pela políciade São Paulo para localizar o “manía-co do ácido”.

Em todos esses casos, a abertura re-comendável teria obrigatoriamentede revelar a causa de nada disso teracontecido. Veja uma solução: Porcausa do agravamento das divergên-cias entre o governo e o Congresso, opresidente da República decidiu can-celar a viagem que faria amanhã aoPará, para assistir ao assentamentode 500 famílias na Fazenda Lajeado. /Só na próxima semana a Câmara Mu-nicipal decidirá sobre o pedido de li-cença do prefeito que, por falta dequórum, deixou de ser votado ontem.

Proceda da mesma forma nos títu-los, fugindo das formas pouco eluci-dativas como: Sobrevivente não pres-ta depoimento / Exames do deputadonão terminaram / Presidente não vaiao Pará / Nada decidido sobre velo-cidade. / Filho de ministro não pres-ta novo depoimento.

Seria indispensável nesses títulosdizer, por exemplo: Médicos impe-dem depoimento de sobrevivente /Deputado fará exames por mais trêsdias / Presidente cancela visita aoPará / Adiada decisão sobre velocida-de. / Filho de ministro recusa-se adepor de novo.

Antropo... Liga-se sem hífen à palavraou elemento de composição seguinte:antropocêntrico, antropogeografia,antropomagnetismo, antropossocio-logia.

Anuir. 1 — É transitivo indireto e exigeas preposições a e em: O juiz anuiu aodesejo do promotor. / Todos anuíramem sair. / Anuíram à proposta, ao pe-dido, à intenção. 2 — Pode ser intran-sitivo (sem complemento): Convi-dou-os a ficar e eles anuíram imedia-tamente.

“Anvers”. Use Antuérpia.Ao ano, ao dia, ao mês. 1 — Adote essas

formas apenas para taxas e juros.Assim: O banco cobrava juros de100% ao ano. / A poupança crescia6% ao ano. 2 — Em todos os demaiscasos, use por ano, por mês, por dia:Os funcionários recebiam 15 saláriospor ano (e não “ao ano”) / Eram turis-tas que podiam viajar para o exteriorvárias vezes por ano / A festa era rea-lizada duas vezes por mês. / Andava10 quilômetros por dia. 3 — Escrevaigualmente por semana, por quinze-na, por semestre, etc.

Ao mês. Ver ao ano, ao dia, ao mês,nesta página.

Aonde, onde. 1 — Aonde usa-se comverbos de movimento: Aonde elefoi? / Aonde essas medidas do gover-no vão levar? / Aonde nos conduzirãoesses desmandos? 2 — Onde indicapermanência: Onde ele está? / Encon-trou os livros onde lhe indiquei. /Onde passaremos o dia? 3 — Em ter-mos práticos, aonde pode ser substi-tuído por a que lugar, para que lugar,enquanto onde equivale a em quelugar.

38Antiguidade Aonde, onde

Page 39: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Apagar-se. Prefira esta forma, e não apa-gar, apenas: A luz apagou-se. / É pre-ciso evitar que os fornos se apaguem.

Aparecida. A cidade é Aparecida, e não“Aparecida do Norte”.

Apaziguar. Conjuga-se como averiguar(ver, página 50).

Apelar para. 1 — O certo é apelar parae não apelar a: Agricultores apelampara o governo. / Pais apelam para se-cretário contra escola. / Não sabiampara quem apelar. 2 — Se a estruturada frase exigir outro para, use entãorecorrer em vez de apelar: A propa-ganda recorre ao nu masculino paraatrair o público feminino. 3 — Existeainda a forma apelar de (interpor re-curso): O advogado apelou da senten-ça.

Apelidos. 1 — No caso de ser necessárioidentificar as pessoas por apelidos, es-creva-os em itálico: Zelão, o Gordo,Fumaça, etc. 2 — A norma não valepara os apelidos de domínio públicoou de esportistas, que devem ser gra-fados em corpo normal: Chico Buar-que, Zé Ramalho, Juca de Oliveira,Careca, Bebeto, Didi, etc.

Apiedar-se. Prefira ter pena de. Se ne-cessário, porém, conjugue o verbocomo regular: eu me apiedo, tu teapiedas; que eu me apiede, que tu teapiedes (e não que eu me apiade); etc.

“Apoiamento”. Não existe. Use com-promisso de apoio ou forma seme-lhante.

“Apontar que”. Alguém aponta algumacoisa, mas não aponta que...

Aportuguesamento. Ver palavras es-trangeiras, página 209.

Após. Usa-se em formas como: Saiuapós o pai. / Ano após ano. / Após si./ Falaremos após. / Após o jogo. Apósao, do jargão esportivo, não existe.Sempre que possível, porém, prefiradepois de, mais usual.

Aposentar-se. Alguém se aposenta enão aposenta, simplesmente: Muitos

acham que o brasileiro se aposentacedo. / Ele já se aposentou.

Após mais particípio. Com particípio,use depois de e nunca após: depois derealizado (e não após realizado), de-pois de promulgada (e não após pro-mulgada), etc.

Aposto. 1 — É a palavra ou expressãoque explica ou resume outro termo daoração: A CBS, rede de televisão dosEUA, denunciou o tráfico de influên-cia no governo. / Veneza, a cidade doscanais, atrai visitantes do mundotodo. / Guimarães Rosa, escritor, eradiplomata de carreira. / Nós, pobresmortais, só podíamos fazer-lhe asvontades. / Jack, o Estripador, foitema de dezenas de filmes. Quandovem depois do fundamental (a palavramodificada), o aposto fica entre vírgu-las, como nos exemplos acima.

2 — Procure distinguir jornalistica-mente os casos em que o aposto vaientre vírgulas ou não.

a) Usa-se entre vírgulas o nome dodetentor de um cargo ou a qualifica-ção de uma pessoa quando só umapessoa pode ocupar o cargo ou ter de-terminada qualificação: O jogador foirecebido no Rio pela mulher, Angéli-ca. (Se a frase, sem vírgula, fosse “o jo-gador foi recebido no Rio pela mulherAngélica”, isso indicaria que o joga-dor tem mais de uma mulher.) / O se-nador foi à festa com a namorada, Eli-zeth. (Se fosse “O senador foi à festacom a namorada Elizeth”, a falta davírgula indicaria que ele tem mais deuma namorada.) Veja outros exem-plos: O presidente da República, Fer-nando Henrique Cardoso, garantiu...(só há um presidente da República). /O governador de São Paulo, MárioCovas, requereu ontem... (só há umgovernador de São Paulo).

b) Não existe vírgula quando maisde uma pessoa pode ocupar o cargo outer determinada qualificação: O pro-motor de Justiça João de Almeida

39Apagar-se Aposto

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enviou ontem... (há mais de um pro-motor de Justiça). / O ex-presidenteda República Fernando Collor decla-rou... (há mais de um ex-presidente daRepública vivo). / O deputado federalpor São Paulo Delfim Netto pediu...(há mais de um deputado federal porSão Paulo). / Antônio chegou à festacom o filho Marcos (essa forma indi-ca que Antônio tem mais de um filho).Se ele só tivesse um filho, o certo seria:Antônio chegou à festa com o filho,Marcos.

c) Um erro comum é acreditar queo último ex tem seu nome entre vír-gulas. Isso não acontece e deve-se pro-ceder da forma explicada no item 2: Oex-presidente da República ItamarFranco (aplica-se a regra de que ele éum ex-presidente entre vários) não foiconvidado para a solenidade. / O ex-governador de São Paulo Luiz Anto-nio Fleury Filho (também é um ex-go-vernador entre vários) perdeu o con-trole anteontem... / O ex-técnico daseleção brasileira Carlos Alberto Par-reira (é um ex-técnico da seleção,entre vários) admitiu os desentendi-mentos com...

3 — O aposto pode ter uma oraçãocomo fundamental: O governo per-deu seu maior trunfo, a confiança queo povo tinha no novo plano. / Disse-lhe o que queria: que todos deixassemlogo o prédio.

4 — O aposto concorda com o fun-damental, sempre que possível: A em-presa, proprietária da marca... / Apraça, a mais bela da cidade... / Osprodutos, artigos de luxo... / Nós, bra-sileiros, temos fama de homens cor-diais.

5 — Ver também cargos (comousar), página 57.

Apóstrofo. O uso do apóstrofo (’) limi-ta-se a estes casos:

a) Para indicar a supressão da vogalem certas palavras compostas ligadaspela preposição de: mãe-d’água,

caixa-d’água, pau-d’água, galinha-d’angola, pau-d’arco, pau-d’alho, etc.

b) Por extensão, em expressõesequivalentes a palavras compostas:gota d’água, falta d’água e rasosd’água (olhos). Nos demais casos, usede água: gole de água, jatos de água,etc. Na linguagem literária ou colo-quial, mas apenas em casos raros e es-peciais, é possível aparecerem as va-riantes: n’água (cair n’água, dar comos burros n’água), d’alma (espelhosd’alma, suspiros d’alma), d’ouro (so-nhos d’ouro), n’alma (tristezasn’alma) e minh’alma (vivem aindaem minh’alma...).

c) Para reproduzir certas pronún-cias populares: ’tá, ’teve (embora, emexemplos semelhantes, o sinal possaser omitido, desde que se ressalte tra-tar-se de forma popular).

d) Para indicar a supressão ou fusãode letras nos versos por exigências dametrificação: c’roa (coroa), esp’rança(esperança), of’recer (oferecer), ’star(estar), co’este (com este), per’la (pé-rola), etc.

Aprazer. Conjugação. Pres. ind.: Apra-zo, aprazes, apraz, aprazemos, apra-zeis, aprazem. Imp. ind.: Aprazia,aprazíamos. Pret. perf. ind.: Aprouve,aprouveste, aprouve. M.-q.-perf. ind.:Aprouvera, aprouveras, aprouvera.Fut. ind.: Aprazerei, aprazerás, apra-zerá. Fut. pret.: Aprazeria, aprazerias.Pres. subj.: Apraza, aprazas. Imp.subj.: Aprouvesse, aprouvesses. Fut.subj.: Aprouver, aprouveres. Ger.:Aprazendo. Part.: Aprazido.

Aprender. Antes de infinitivo, exige a:Aprendeu finalmente a respeitar osoutros.

Aprovar. Governos não aprovam proje-tos nos Legislativos. Assim, o corretoé: O governo tentará conseguir a apro-vação rápida das reformas constitu-cionais. / O governo quer fazer apro-var no Congresso lei que simplifiqueos processos judiciais. / A Prefeituraquer convencer a Câmara a aprovar

40Apóstrofo Aprovar

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(ou quer fazer a Câmara aprovar...) anova Lei do Zoneamento. E não: O go-verno quer aprovar no Congresso asreformas constitucionais. / A Prefei-tura quer aprovar na Câmara a novaLei do Zoneamento...

“Aprovar que”. Alguém aprova algumacoisa, mas nunca se aprova que (al-guém tenha feito algo, por exemplo).

Aproximadamente. 1 — Indica arredon-damento: Aproximadamente cincopessoas, aproximadamente 20 crian-ças. Assim, nunca escreva: Aproxi-madamente três pessoas, aproxima-damente 123 crianças,etc. 2 — A con-cordância é expressa pelo numeral ouequivalente: Perdeu-se aproximada-mente 1 tonelada de cereais. / Apro-ximadamente 20 carros se chocaram.

Aproximar-se. Alguém ou alguma coisaaproxima-se de, e não aproxima deapenas: A temperatura aproxima-se(e não aproxima) dos 40 graus. / Esteé o exemplo que mais se aproxima docaso citado.

Aquele. Ver este, esse, aquele, página117.

Àquele, àquela, àquilo. Em vez de aaquele, a aqueles, a aquela, a aquelase a aquilo, usam-se as formas àquele,àqueles, àquela, àquelas e àquilo:Deu o livro àquele aluno (ou àquelesalunos). / Fez o elogio àquela moça(ou àquelas moças). / Referiu-se àqui-lo.

Aquele de. Concordância no singular:Aquele de nós que irá. / Aquele de vósque fará. / Aquele dentre eles quesairá. No plural: Aqueles de nós queiremos. / Aqueles de vós que fareis. /Aqueles dentre eles que sairão. Mo-dernamente, admite-se também:Aqueles de nós que irão. / Aqueles devós que farão, etc.

Aquele que. Use aquele que, em vez deo que, apenas quando esta construçãofor de difícil pronúncia. Assim: Olivro é aquele a que me referi, em vezde: O livro é o a que me referi. Nosdemais casos, prefira o que: Este disco

é o que pedi. / Condenou os que nãoo favoreciam.

Aquém... É sempre seguido de hífen:aquém-fronteiras, aquém-mar,aquém-oceano, aquém-pireneus. Noentanto: aquentejano.

Aqui. Não pode ser usado para substi-tuir São Paulo ou o Brasil em frasescomo: São Paulo joga hoje aqui. /Sting já está aqui. / Habitação, aqui,é um problema sério. / Ninguém maisquer viver aqui.

Aquilo. Ver este, esse, aquele, página117.

Ar condicionado, ar-condicionado. Semhífen, é o próprio ar: O ar condiciona-do lhe faz mal. Com hífen, designa oaparelho: Comprou um ar-condicio-nado. Plural: ares-condicionados.

Areal, areão, arear. Sem i.Argüir. Conjugação. Pres. ind.: Arguo,

argúis, argúi, argüimos, argüis, ar-gúem. Imp. ind.: Argüia, argüias, etc.Pret. perf. ind.: Argüi, argüiste, ar-güiu, argüimos, argüistes, argüiram.M.-q.-perf. ind.: Argüira, argüiras, ar-güira, etc. Pres. subj.: Argua, arguas,etc. Imper. afirm.: Argúi, argua, ar-guamos, argüi, arguam.

Arqui... Exige hífen antes de h, r e s:arqui-hiperbólico, arqui-romântico,arqui-secular. Nos demais casos: ar-quiavô, arquiesdrúxulo, arquiinimi-go, arquidiocese, arquimilionário.

Arrear, arriar. Arrear — preparar, enfei-tar: Arreou o cavalo. Arriar — baixar:Arriou a bandeira.

Ar refrigerado, ar-refrigerado. Sem hí-fen, é o próprio ar: O ar refrigerado lhefaz mal. Com hífen, é o aparelho:Mandou consertar o ar-refrigerado.Plural: ares-refrigerados.

Arreglo. E não “arrego”: O lutador pediuarreglo. / Não era homem de arreglos.

“Arriscando cair”. Use ameaçando cair.Arruinar. Conjugação. Pres. ind.: Arruí-

no, arruínas, arruína, arruinamos, ar-ruinais, arruínam. Pres. subj.: Arruí-ne, arruínes, arruíne, arruinemos, ar-

41“Aprovar que” Arruinar

Page 42: Manual de Redação e Estilo do Estadão

ruineis, arruínem. Imper. afirm.: Ar-ruína tu, arruinai vós. Nos demaistempos, o acento cai na terminação enão no i (arruinei, arruinara, etc.).

Artesão. Flexões: artesã e artesãos.Artigo definido. Veja algumas das prin-

cipais situações em que se usa o arti-go definido (o, a, os, as):

1 — Uso gerala) Individualiza o substantivo: O

marido, a mulher e os filhos compa-receram à festa. / Aquele era o donoda empresa.

b) Dá ênfase a uma situação única:Não era um jornalista; era o jornalis-ta.

c) Precede os nomes de trabalhos li-terários e artísticos (se o artigo fizerparte do nome, irá em maiúsculas):Gostava mais do Quincas Borba quedas Memórias Póstumas de BrásCubas. / Preferia Os Lusíadas às Me-mórias do Cárcere.

d) Particulariza nomes de coisas(prédios, edifícios, veículos, embarca-ções, etc.) e a concordância se faz coma idéia expressa pela coisa: a (nave)Challenger, o (porta-aviões) MinasGerais, o (prédio) Martinelli, o (edifí-cio) Joelma, o (navio) Ana Néri, o (re-médio) AZT.

e) Exprime no singular a idéia deplural de um gênero, categoria, grupoou substância: O tamoio aliou-se aofrancês, no Rio. / “O sertanejo é antesde tudo um forte.”

f) Com função pronominal, evitaum sentido ambíguo: Entre o exérci-to brasileiro e o argentino. O segundoo deixa claro que se trata de dois exér-citos e não de um constituído de bra-sileiros e argentinos simultaneamen-te.

2 — Com possessivoa) É facultativo o uso do artigo

antes de possessivo que acompanhaum substantivo: meu carro, o meucarro; sua casa, a sua casa; prejudicarnossa viagem, prejudicar a nossa via-gem. Para muitos autores, com a

omissão do artigo a frase ganha em le-veza. Assim, a forma Sua mãe, seu paie seu irmão cantam bem tem maisritmo que A sua mãe, o seu pai e o seuirmão cantam bem.

b) Usa-se o artigo se o possessivoestiver isolado e se pretender parti-cularizar a afirmação: Esta casa é aminha. / Todos devem zelar pelonome dos seus.

c) Não se usa o artigo quando o pos-sessivo pertence a uma fórmula de tra-tamento, faz parte de um vocativo ouequivale a alguns, muitos: Recorro a(e não à) Vossa Senhoria. / Nossa Se-nhora chorava. / Veja, meu amigo,quanta maldade. / Todos temos nos-sos defeitos.

d) Também não têm artigo expres-sões como em minha opinião, a meuver, a seu ver, em meu poder, em nos-sas mãos, a seu bel-prazer, por vossavontade, por meu mal, algo de seu,muito de meu, etc.

e) O artigo substitui o possessivoquando usado antes do nome de par-tes do corpo, peças de roupa, objetosde uso pessoal, faculdades do espíritoe relações de parentesco: Mexeu osbraços (e não os seus braços). / Pas-sou a mão pelos cabelos. / Vestiu a ca-misa e as calças. / Colocou os óculos,a capa e o chapéu, e saiu. / Lembra-va-se remotamente do pai.

3 — Com nomes geográficosa) Usa-se normalmente o artigo

com os nomes de países, regiões, con-tinentes, montanhas, vulcões, deser-tos, constelações, rios, lagos, oceanos,mares e grupos de ilhas: o Brasil, osEstados Unidos, a Antártida, a Bai-xada Santista, a Europa, os Alpes, osAndes, o Vesúvio, o Saara, o Cruzei-ro do Sul, a Ursa Maior, o Tietê, o Ti-ticaca, o Atlântico, o Mediterrâneo,os Açores. Exceção. Alguns países eregiões, no entanto, rejeitam o artigo:Portugal, Angola, Moçambique,Cabo Verde, São Tomé e Príncipe,

42Artesão Artigo definido

Page 43: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Macau, Timor, Andorra, Israel, Ara-gão e Castela.

b) Não se usa o artigo definido, emgeral, com os nomes de cidades, de lo-calidades e da maioria das ilhas: SãoPaulo, Visconde de Mauá, Malta,Cuba. Exceção. Nomes de cidadesque se formaram de substantivos co-muns conservam o artigo: o Recife, oRio de Janeiro, o Porto, o Havre, oCairo. Algumas ilhas também man-têm o artigo: a Córsega, a Sicília, aSardenha, a Madeira, a Groenlândia.

c) Com relação aos Estados brasi-leiros, há alguns que admitem o arti-go e outros, não. Ver quais são no ver-bete Estados (artigo), página 116.

d) Não se usa o artigo, em geral,com nomes de planetas e estrelas:Urano, Plutão, Sírius, Canópus. Exce-ções: a Terra e o Sol.

e) Os pontos cardeais e colateraisexigem artigo (mesmo quando desig-nam ventos): “São os do Norte quevêm.” / A caravana dirigia-se para osul. / Está soprando o noroeste. Quan-do indicam apenas direção, dispen-sam o artigo: Vento de leste. / Cami-nhadas de norte a sul.

f) Há artigo quando se qualifica oudetermina um nome geográfico: Visi-tei a Roma do Coliseu. / Era a estra-tégica Malta. / Morei no São Paulodos cafezais (Estado). / Mudou-separa a São Paulo da garoa (cidade).

4 — Com nomes própriosa) Não se usa o artigo quando se

trata de personagens ilustres, de pes-soas com as quais não se tem intimi-dade e de nomes de santos: AdmiravaJoana d’Arc. / Chegou com Maria. /Era devota de Santo Antônio. Exce-ção. Existe artigo quando se designa afesta referente ao santo: Assisti ao me-lhor São João da minha vida.

b) Usa-se o artigo para indicar inti-midade com a pessoa, determinaçãode um nome próprio e apelido ou qua-lificativo de pessoas: Andava semprecom o João. / Admirava o Napoleão

conquistador. / Ali estava o Barbu-do. / Descendia de Isabel, a Redento-ra. Exceção: Frederico Barba-Roxa.

5 — Com títulos e pronomes detratamento

a) Usa-se o artigo em títulos que in-dicam profissão, cargo ou condição: oprofessor João Carlos, o general Er-nesto Geisel, o doutor Pereira daCunha, a escritora Lygia FagundesTelles.

b) Usa-se o artigo com as palavrassenhor, senhora e senhorita: O senhorJoão dos Santos morreu ontem. /Falou com a senhora baronesa. / Per-guntou pela senhorita Maria. Não seusa o artigo, porém, quando alguém sedirige à própria pessoa: Adeus, senhorAntônio.

c) Não se usa o artigo antes das for-mas dom, frei, sóror e monsenhor eantes dos títulos e denominações deorigem estrangeira, como madame,lorde, sir, lady, etc.: Era frei Ambrósioque chegava. / Falou com dom Lucia-no. / Conhecia monsenhor Vicente. /Casou-se com madame Claude. / Osingleses encantam-se com ladyDiana.

d) Não se usa o artigo antes das for-mas de tratamento iniciadas por pos-sessivo: Entrego o livro a Vossa Exce-lência. / Ali estava Sua Alteza.

6 — Casos especiaisa) Nas enumerações, o uso do arti-

go depende da necessidade ou não deespecificação: O Brasil, a Argentina eo Uruguai debateram a dívida exter-na (especificado). / Falava correta-mente português, italiano e francês(não especificado).

b) Quando empregado com umsubstantivo de uma série, o artigodeve ser usado para os demais: O Bra-sil, a Argentina e o Uruguai discuti-ram... e não O Brasil, Argentina eUruguai discutiram...

c) Pode-se usar o artigo apenas como primeiro substantivo, desde que osdemais representem um conjunto

43Artigo definido Artigo definido

Page 44: Manual de Redação e Estilo do Estadão

estreitamente unido: Para sua tese,recolheu as histórias, mitos, supersti-ções e provérbios correntes na região.

d) Quando se trata de coisas dife-rentes expressas pelo mesmo substan-tivo, repete-se o artigo; quando setrata da mesma coisa, não: Apoiava oantigo e o atual governo. / O goleirodominava a pequena e a grandeárea. / Tinha o vago, mas persistentesentido da morte. / Ouviram a novae discutível versão da música. / Deu-lhe a triste ou melancólica notícia.

e) A repetição do artigo dá ênfase àfrase: Era o mesmo, o verdadeiro, oinigualável Anselmo.

f) Seqüência de superlativos exigerepetição: Era o mais competente, omais culto e o mais premiado dos re-pórteres do jornal. / Ali estava amaior, a melhor e a mais bela mode-lo do país.

7 — Omissão do artigoa) Jornalisticamente, admite-se a

omissão do artigo definido, apenasnos títulos, como medida de econo-mia de sinais: Agora, governo usa inflação que quiser. / Brasil repeleacusações de imperialismo.

b) Mantenha o artigo, porém,mesmo nos títulos, com superlativosou palavras de sentido absoluto: Mi-nistro diz que Brasil é o país mais pro-tecionista. / Cai o último invicto.

c) Com os particípios e com os ver-bos intransitivos colocados antes dosujeito, use sempre o artigo: Desco-nhecido o paradeiro do menino. /Acusado o ministro da Fazenda. /Chega hoje o presidente da França.

8 — Não se usa o artigoa) Em provérbios, comparações

breves, sentenças e antes de substan-tivos de sentido geral ou indetermina-do: Amor com amor se paga. / Verme-lho como sangue. / Tempo é dinhei-ro. / Cortesia impõe cortesia. / Crian-ça tem mais disposição que adulto.

b) Quando se emprega o verbo serpara uma definição: “Política é a arte

do possível.” Se o verbo for outro, nãohá definição e usa-se o artigo: A polí-tica trata... / A medicina busca recur-sos...

c) Nos vocativos: Que quer,homem? / Ande logo, irmão.

d) Com expressões como cheirar a,saber a, pedir perdão, pedir esmola,fazer penitência, declarar guerra,ouvir missa, dar esmola, etc.: Istocheira a rosas. / A bebida sabe avinho. / O país declarou guerra aos vi-zinhos. / O filho pediu perdão ao pai.

e) Antes das palavras casa, terra(opondo-se a bordo, que também dis-pensa o artigo) e palácio: Veio decasa. / Foi para casa. / Avistou terra. /Desceu a terra. / Gritou de bordo. / Osenador foi chamado a palácio. / Opresidente ainda estava em palácio.Há artigo se estiver claro o sentido dedeterminação: Voltou à casa dospais. / Avistou a terra desejada. / Nãoconhecia o Palácio dos Bandeirantes.

f) Depois de cujo: Era o homemcujo pai (e nunca cujo o pai) procurá-vamos.

g) De forma repetida, com os super-lativos o mais, os mais: Eram os pro-fissionais “os mais” competentes. Hátrês formas possíveis (prefira a primei-ra): Eram os profissionais mais com-petentes. / Eram os mais competen-tes profissionais. / Eram profissionaisos mais competentes.

h) Antes de palavras que designammatéria de estudo: Lecionava mate-mática. / Estudava português.

i) Quando palavras (e seus sinôni-mos) como tempo, motivo, oportuni-dade, ensejo, ocasião, disposição,força, valor e ânimo (para algumacoisa) estão associadas a verbos comohaver, ter, faltar, dar, pedir e equiva-lentes: Não tive tempo para sair. /Pediu nova oportunidade para provarsua competência. / Faltou-lhe ânimo(ou disposição) para enfrentar o desa-fio. / Pedimos permissão para ficar.

44Artigo definido Artigo definido

Page 45: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Artigo indefinido. O artigo indefinido(um, uma, uns e umas) serve princi-palmente para apresentar pessoas, ob-jetos ou espécies ainda desconhecidas(ao contrário do artigo definido, que serefere em geral a algo já mencionado:o homem, os princípios, a Constitui-ção, a mãe e as filhas, etc.): Ali esta-va um homem ou uma mulher? / Eraum belo pôr-do-sol, com uma cor queo casal jamais havia visto.

Deve, porém, ser evitado, especial-mente nos títulos, quando desneces-sário ou quando não tiver função nafrase: Indústria rejeita (um) aumentogeneralizado de impostos / Atleta re-cebe (um) troféu na Itália.

1 — Use o artigoa) Para dar realce ao substantivo: O

menino era um gênio. / O desenhistatem um traço admirável.

b) Para esclarecer melhor substan-tivo já empregado anteriormente comartigo definido: Fez a advertência ne-cessária, uma advertência que nãodeixava margem a dúvidas. / Traziaconsigo o livro de hábito, um livrovelho e já sem capa.

c) Para representar, no singular,toda uma espécie ou categoria: Este,sim, é um profissional. / Um homemnão pratica atos tão cruéis.

d) Para indicar aproximação ou ar-redondamento (sempre antes de nu-meral): Morei ali uns seis anos. / Aconversa consumiu uma boa meiahora.

e) Em correlação com outro: Umassaltante entrou no banco e o outro,no carro. / Uns chegaram e os outrossaíram.

f) Antes de nomes próprios, para in-dicar semelhança, representação deespécie ou família e aspectos impre-vistos de uma pessoa: Agia como umTorquemada. / Faltava um De Gaul-le na França.

g) Para designar obras de um artis-ta: Roubado um Renoir no Louvre. /Tinha um Miró na sala.

h) Com nomes geográficos, quan-do qualificados: Um Amazonas deáguas barrentas. / Viu uns Andes des-conhecidos e nevados.

i) Para indicar intensidade, em ex-pressões coloquiais: Mostrava umainocência... / Era dado a uns repen-tes. / Deu um olhar...

2 — Dispense o artigoÀ exceção dos casos de realce e dos

outros mencionados no item 1, os ar-tigos um, uma, uns, umas podem,quase sempre, ser evitados (ou me-lhor, devem, pois seu uso excessivoconstitui galicismo). Veja se a frasenão se altera com a supressão do arti-go. Se não, considere-o dispensável. Eevitável, como nos casos abaixo:

a) Antes dos adjetivos ou pronomesigual, semelhante, tal, certo, outro equalquer: O senador falava com(uma) igual solenidade. / Nunca lheocorrera (uma) semelhante idéia. /Recusou-se a proferir (um) tal dispa-rate. / A providência chegou com(um) certo atraso. / O casal teve (um)outro filho um ano depois. / Havia(uma) outra coisa de que não sabia. /Não aceita (um) qualquer emprego.

Exceções. Admite-se o artigo, po-rém, em casos nos quais o adjetivo oupronome vem depois do substantivo equando tal torna indeterminado umnome de pessoa: Pediu uma camisaigual à do amigo. / Tinha uma pele se-melhante à minha. / A menina disseuma coisa certa. / Está aí um tal Al-fredo. / Traga os meninos um diaqualquer. Com frases negativas ou in-terrogativas, porém, recomenda-se aomissão do artigo: Jamais se leu bes-teira igual. / Nunca se cometeu bar-baridade tal. / Quem produziria arti-gos semelhantes?

b) Logo depois do verbo ser, aindamais se a supressão der harmonia àfrase: O jogador era (um) homem de

45Artigo indefinido Artigo indefinido

Page 46: Manual de Redação e Estilo do Estadão

duas caras. / Ele é (um) repórter muitocompetente.

c) Em expressões comparativas: Es-tava em (uma) tão deplorável situa-ção como o pai. / Queria ganhar (um)melhor salário. / Buscava (uma)maior aproximação com os filhos. / Osol queimava qual (uma) fornalha.

d) Em expressões de quantidade:Trouxe (uma) grande porção de man-timentos. / Havia (uma) enormequantidade de erros no texto. / Con-seguiu (um) pequeno capital para ini-ciar o negócio. / Era (uma) gente hu-milde.

e) Nas enumerações: (Uma) Me-sa, (um) armário e (umas) cadeirasacumulavam-se nos cantos do sa-lão. / Estavam ali: pai, irmão, (uns)velhos amigos e (uns) companheirosde trabalho, a confortá-lo.

f) Nos apostos: O amigo, (um) jor-nalista experiente, ensinou-lhe os se-gredos da profissão. / A esposa, (uma)mulher muito doente, exigia atençãopermanente.

3 — Fuja das muletasO artigo indefinido aparece muitas

vezes nos títulos de maneira forçada,para o redator ganhar espaço. Eviteesse recurso, porque fica evidente o ar-tificialismo no uso do artigo, comonesta série de exemplos reais: Depu-tados são convidados para (um) al-moço / Brasileiro vai receber (um) tí-tulo na França / Porteiro evita (um)assalto a (um) apartamento / Físicosproduzem (uma) nova proteína / Pro-posta de (um) deputado provoca(uma) enorme reação / Autônomoscondenam (um) aumento do ISS / Ve-readores preparam (uma) emendaque altera o zoneamento / Este cava-lo tem (um) bom desempenho nagrama.

4 — Adote o certoComo artigo, pronome ou nume-

ral, eis alguns usos corretos do um ouuma: Governo cancela mais uma naguerra às credenciais / Mais uma loja

multada pela fiscalização / Vaga noMinistério destina-se a um nordesti-no / Bolsa converte mil ações emuma / Polícia atira em manifestantes:um morre / Elizabeth II em Berlim,em um gesto político (ênfase) / CIAdeu um milhão a (um) dissidente ira-niano (o primeiro um, numeral, justi-fica-se, mas o segundo surge comosimples muleta).

Artigos. 1 — Até 9, em ordinais; de 10em diante, use cardinais: artigo 1º, ar-tigo 7º, artigo 10, artigo 42. 2 — Notexto corrido, empregue a palavra porextenso. Só adote a forma abreviadana transcrição de documentos em queela figure dessa maneira. 3 — Abrevia-tura: art., arts.

A seu ver. E não “ao seu ver”. Igualmen-te: a meu ver, a nosso ver, etc.

Aspas. 1 — Servem principalmente paraindicar a reprodução literal de um pe-ríodo, oração, trecho de frase, palavra,lema ou slogan: Foi Euclides daCunha quem escreveu: “O sertanejoé antes de tudo um forte.” / Segundoo ministro, “o aumento das exporta-ções é a única saída para a economiabrasileira no momento”. / O presi-dente afirmou que a gravidade dacrise política “não permite hesita-ções”. / O professor considerou “im-piedosa” a nova sistemática do Im-posto de Renda. / Ministro repele“ameaças”. / O tema da redação dovestibular foi: “O homem e a máqui-na”. / “Ordem e Progresso” é o dísti-co da Bandeira.

2 — As aspas podem ser emprega-das também para ressaltar o valor deuma palavra ou expressão ou para in-dicar o seu uso fora do contexto habi-tual: Circunlóquio significa “rodeiode palavras”. / Para ele, existe sem-pre um “mas” em tudo. / Paris é con-siderada a “Cidade Luz”. / O exérci-to rechaçou nova ofensiva dos “ul-tras”.

3 — O Estado escreve em corpo di-ferente (e não entre aspas) os nomes

46Artigos Aspas

Page 47: Manual de Redação e Estilo do Estadão

de obras artísticas e científicas e osapelidos: O Memorial de Aires. / O as-saltante Janjão. Nos títulos, porém,use entre aspas essas palavras e ex-pressões.

4 — As palavras estrangeiras vãoem corpo comum no texto, e não entreaspas: Bancos cobram maior spreaddo Brasil. / Reunião discute técnicasde marketing. / No programa doshow, rock, jazz e funk.

5 — Na transcrição de íntegras, do-cumentos, discursos, etc., abra aspasapenas no começo e no fim do texto,e não a cada início de parágrafo. Sevocê acrescentar algum título auxiliarao texto, feche aspas antes dele e asabra novamente depois.

6 — Se a frase inteira estiver entreaspas, o sinal de pontuação (pontofinal, de interrogação, de exclamação,etc.) será englobado por elas; caso con-trário, ficará depois das segundasaspas: Disse o artista plástico: “Al-guém discorda dessa filosofia devida?” / O artista plástico disse quevivia “para pintar” e pintava “paraviver”. / Segundo o professor, “a forçacriativa da economia já se transferiupara o setor informal”. / Quem selembra ainda do “nada a declarar”? /Todos garantiram: “Iremos até ofim.”

7 — Use a aspa simples (’) para mar-car a frase, expressão ou palavra de umtexto que já esteja entre aspas: Diz anota oficial: “O governo rejeita a clas-sificação de ‘omisso e insensível aosanseios populares’ que consta do ma-nifesto da oposição.” / O documentodiz: “A euforia do ‘já ganhou’ podeprejudicar o candidato.” / “É preci-so”, advertiu o deputado, “evitar quedas galerias partam novos gritos de‘canalhas’ ou ‘vendidos’ contra nós.”

8 — Em casos excepcionais (econo-mia de sinais, por exemplo), admite-se a aspa simples nos títulos, em vezdas duplas: Governo adverte: ‘Chegade demagogia’.

9 — Quanto ao uso jornalístico dasaspas na reprodução de afirmações ouopiniões, consulte o verbete declara-ções textuais, página 86.

Aspirar. Regência. 1 (tr. dir.) — Inalar,respirar, absorver: Aspirou o ar vicia-do. / Aspiramos o doce perfume. 2 (tr.ind.) — Desejar muito, pretender: As-pirava ao cargo de gerente. / Era tudoa que aspirava. 3 — Não admite aforma pronominal lhe, que deve sersubstituída por a ele, a ela: O valor doprêmio fez que aspirassem ardente-mente a ele.

Assassinar. Significa matar premedita-damente: Assassinou o adversário.Nos demais casos use matar: Matou oladrão.

Assassino de. Parricida — do pai; matri-cida — da mãe; fratricida — do irmãoou da irmã; filicida — do filho; uxori-cida — da esposa; mariticida — do ma-rido; infanticida — de uma criança, es-pecialmente de recém-nascido; regici-da — de um rei; deicida — de um deus;homicida — de outra pessoa; suicida— de si próprio. Os substantivos cor-respondentes: parricídio, matricídio,fratricídio, etc.

Assentir. Regência. 1 — No sentido deconcordar, consentir, prefira a regên-cia assentir em: Assentiram emficar. / Assentiu em fazer a doação. /Assentiu no pedido. 2 — Como sinô-nimo de ceder ou aceder, assentirconstrói-se melhor com a: Assentiuao pedido da filha. / Assentiu aos de-sejos dos colegas. 3 — Pode ainda serintransitivo (sem complemento): In-sistiram tanto que ele assentiu.

Assessoria. Use Assessoria de Impren-sa, desde que o órgão tenha esse nomeformal. A pessoa é assessor de Im-prensa.

Assim como. Concordância. 1 — Nocaso de sujeito composto ligado porassim como, o verbo concorda com oprimeiro deles: O pai, assim como o

47Aspirar Assim como

Page 48: Manual de Redação e Estilo do Estadão

filho, sofre de diabete. A razão do sin-gular: há uma idéia de predominânciado primeiro elemento sobre o segun-do. Proceda da mesma forma combem como, com, como, da mesmaforma que, do mesmo modo que, etc.2 — O plural se justifica apenas noscasos (raros) em que se queira atribuira mesma importância aos dois sujei-tos: O presidente, assim como (bemcomo, com, como, da mesma formaque, do mesmo modo que) o primei-ro-ministro, compareceram à cerimô-nia.

Assistência. Apenas no basquete. No fu-tebol, use passe.

Assistir. l — No sentido de presenciarou comparecer, exige sempre a prepo-sição a: Assisti ao jogo. / A comitivaassistiu à abertura dos trabalhos daCâmara. / Os fiéis assistiram à missa.Observações. Uma vez que não exis-te voz passiva com verbo transitivo in-direto, é errado dizer: O jogo “foi as-sistido” (o certo: visto, presenciado)por 50 mil pessoas. Ainda sobre umjogo ou espetáculo, não se pode escre-ver que alguém queria “assisti-lo”,mas apenas assistir a ele (pelo fato deo verbo ser indireto, rejeita o o comocomplemento). 2 — Como sinônimode prestar assistência a, ajudar, socor-rer, o verbo constrói-se em geral comobjeto direto: O médico assistiu odoente. / Os governos federal e esta-dual assistiram os flagelados. 3 —Com a preposição a, pode ainda equi-valer a favorecer, caber (direito ourazão), caso em que admite também opronome lhe: Não assistia direitoalgum aos reclamantes. / É claro quelhe assiste razão nesse caso. 4 — À ex-ceção do item 3, assistir rejeita lhe.Assim, para substituir a frase nós as-sistimos à sessão, só se pode dizer queassistimos a ela e não que “lhe” as-sistimos.

Assumir. 1 — Em inglês é que assumirsignifica supor, tomar como certo, ad-mitir, considerar. Por isso, use umadessas opções em frases como: “Assu-

mindo” (supondo, considerando) quea idéia seja viável, como executá-la? /Consulado “assume” (admite, reco-nhece) que há falhas nos vistos. / Mé-dico “assume” (admite) ter abusadode paciente. / “Assumindo” (tendocomo certo, admitindo) que ocorres-se a fecundação, o desenvolvimentodo embrião seria duvidoso. 2 — Nãouse, portanto, em nenhuma hipótese,a forma assumir que... 3 — No senti-do de chamar ou tomar para si, o quese assume é a responsabilidade, orisco, o dever, a autoria, a função, o en-cargo de alguma coisa, e não essa coisaem si. Veja os exemplos: O grupo as-sumiu a autoria do atentado (e não ogrupo assumiu o atentado). / O fun-cionário assumiu a responsabilidadepelos erros (e não assumiu os erros). /O Banco Central assumiu o encargodas negociações (e não assumiu as ne-gociações).

Asterisco. E não “asterístico”.Astro... Liga-se sem hífen ao termo se-

guinte: astroarqueologia, astronave-gação, astrorriza, astrossofia.

A tempo. Ver há tempo, a tempo, pági-na 138.

Até ... não. Use nem e não “até ... não”:Nem o presidente ficou alheio às di-vergências (em vez de: “Até” o presi-dente “não” ficou alheio às divergên-cias).

Atender. 1 — Para pessoas, use a regên-cia direta (atender alguém): O médi-co atendeu o doente. / O governoatenderá os prefeitos. / O ministroatendeu-os. Empregue também estaforma para telefone, campainha, bair-ro, cidade, região, etc., porque ficaclaro que se atendeu quem fez a liga-ção telefônica ou tocou a campainhae os moradores do bairro, cidade, re-gião, etc.: Atendeu o telefone. / O pre-feito e o vice atenderam a Vila Jagua-ra. / O governador disse que atende-rá os municípios do sudeste do Esta-do. 2 — Para coisas (pedidos, suges-tões, intimações, etc.), adote a regên-

48Assistência Atender

Page 49: Manual de Redação e Estilo do Estadão

cia indireta (atender a): Atendeu aospedidos do pai. / Atenderam aos con-selhos, às solicitações, ao requeri-mento, aos avisos, à intimação.

Atentado. Um grupo reivindica ou assu-me a autoria de um atentado, e não opróprio atentado.

Atenuante. Palavra feminina: a ate-nuante, algumas atenuantes.

Até o, até ao. Use até o, até a, até os eaté as, em vez de até ao, até à, até aose até às: Vou até o fim. / Levou a visi-ta até a porta. / Estendeu suas terrasaté os limites do Estado. / Até as 8horas.

Até porque. a) Porque em uma palavrasó: Não deve se arrepender, até por-que deixou o time em boa situação.b) A forma seria por que apenas nocaso de substituir por qual, pelo qual:Até por que (por qual) caminho ele foiqueriam saber.

Aterrissar. 1 — Com dois ss. Use tam-bém pousar e descer. 2 — Evite os mo-dismos aterrissar na mesa de alguém,aterrissar no Congresso, aterrissar noPlanalto, etc. 3 — Para pouso na Lua,use os termos alunissar e alunissa-gem.

Ateu. Feminino: atéia.Atingir. Sem preposição: As medidas

econômicas atingiram principalmen-te os (e não aos) mais pobres. / As pe-dras atingiram as crianças (e nãoàs). / O frio atingiu o (e não ao) nívelmais intenso. / A inflação atingirá 2%este mês (e não a 2%).

À-toa, à toa. 1 — À-toa é adjetivo inva-riável com o sentido de irrefletido,fácil, desprezível: problema à-toa,serviço à-toa, indivíduo à-toa, pes-soas à-toa. 2 — Sem hífen, à toa sig-nifica sem destino, irrefletidamente,ao acaso, inutilmente: Fez o sacrifícioà toa. / Andava à toa pela cidade. /Brigou com o amigo à toa.

Atol. Inicial maiúscula: Atol de Muru-roa, Atol das Rocas.

Atrair. Conjuga-se como cair (ver, pági-na 55).

Atrás, atraso, atrasar. Sempre com s.Através de. 1 — Através exige sempre a

preposição de. 2 — A locução, no seusentido correto, equivale a por dentrode, de um lado a outro, ao longo de:Cavalgou através de prados e flores-tas. / Viajou através de todo o país. /Olhava através da janela. / Foi sem-pre o mesmo homem honesto atravésde anos e anos. 3 — Por isso não useatravés de como por meio de, por in-termédio de ou por simplesmente,preferindo uma dessas formas: Soubeda notícia pelo (e não “através do”)rádio, pela imprensa, pela televisão. /Os mudos se comunicam por meio degestos. / A notícia chegou por inter-médio do porta-voz. / O gol foi mar-cado por Túlio. / O assunto foi resol-vido por meio de decreto.

Audio... Liga-se sem hífen ao elementoseguinte: audiofreqüência, audiogra-ma, audiotransformador, audiovi-sual.

À uma. Ver uma (crase), página 294. Aumentar. Regência. 1 — Aumentar al-

guma coisa: As montadoras aumen-taram os preços ontem. / Não paravade aumentar seu patrimônio. / O bi-nóculo aumenta os objetos. / O esta-do de saúde aumentou sua ansieda-de. 2 — Aumentar alguma coisa em:Aumentou o preço em 10%. / Aumen-tou o preço em 50 reais. / Aumentouem dez metros o comprimento dabarreira. 3 — Aumentar em: A cida-de não parava de aumentar em popu-lação. / O som aumentou em inten-sidade. 4 — Aumentar de: Aumentoude peso. 5 — Aumentar, apenas: Osproblemas do País aumentarammuito. / Os preços aumentam tododia.

Aumentativos. A exemplo dos diminu-tivos, procure evitá-los, ou usá-loscom muita parcimônia, mesmo emtextos coloquiais. Os que já se incor-poraram à linguagem habitual, no

49Atentado Aumentativos

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entanto (portão, casarão, etc.), pode-rão ser livremente empregados. Aten-te para as normas que regulamentama questão:

a) Os aumentativos formam-seprincipalmente com a desinência ão(feminino: ona): barracão, papelão,paredão, caldeirão, grandão (grando-na), chorão (chorona), mandão (man-dona), solteirão (solteirona), etc.

b) Outros sufixos aumentativos:aça (barcaça), aço (balaço, ricaço),alha (muralha, fornalha), alhão (gran-dalhão, vagalhão), alho (chocalho),anzil (corpanzil), arão (casarão), aréu(fogaréu, povaréu), arra (bocarra),arrão (santarrão), asco (penhasco),astro (criticastro, poetastro), az (vila-naz, ladravaz), ázio (copázio), eira (fo-gueira), eirão (vozeirão), eiro (cruzei-ro), ório (finório), orra (cabeçorra),uça (dentuça), zão (pezão) e zarrão(homenzarrão e canzarrão).

c) Cuidado, pois o aumentativopode assumir caráter pejorativo, dedesprezo ou de ironia: bobão, covar-dão, vermelhão, poetaço, mulheraça,bobalhão, gentalha, amarelão, etc.

d) Não estranhe: muitas palavrasfemininas têm aumentativos mas-culinos, como cabeção, portão, mu-lherão, figurão, caixão, casarão, cal-deirão, etc.

e) Evite os aumentativos que sur-gem como meros modismos. Exem-plos: zagueirão, goleirão, becão, jui-zão, chutaço, defesaça, goleiraço, etc.

Aumentos. 1 — Ao noticiar aumentosde preços, nunca deixe de mencionaro novo valor, a porcentagem do au-mento e o preço anterior. Informetambém se é o primeiro, terceiro ouquinto do ano e quanto o resultadoacumulado já acusa. Se possível, com-pare sempre esse total com o índice deinflação até o momento (mostre se oaumento supera o índice ou fica abai-xo dele). 2 — No caso dos carros, alémde informar a porcentagem do aumen-to, registre o preço atual e o anterior

de alguns dos principais modelos dafábrica.

Ausência. No singular em frases como:Com a ausência de Pedrinho e Almei-da, o time... / Os presentes criticarama ausência do governador e do prefei-to na solenidade (e nunca “as ausên-cias”).

Austro... Liga-se com hífen ao termo se-guinte na formação de adjetivos pá-trios: austro-alemão, austro-brasilei-ro, austro-húngaro.

Auto... Hífen antes de vogal, h, r e s:auto-afirmação, auto-estrada, auto-indução, auto-ônibus, auto-hipnose,auto-retrato, auto-suficiência. Emoutros casos: autodeterminação, au-tobiografia, autolotação, autovacina.

Autobiografia. Alguém escreve a auto-biografia, e não a sua autobiografia(redundância).

Autópsia. Embora haja restrições à for-mação desta palavra, use-a livremen-te.

“Avacalhação”, “avacalhar”. Não use.São vulgaridades.

“Avant-première”. Prefira pré-estréia.Avaro.Sem acento (pronuncia-se aváro).Avenida. Inicial maiúscula: Avenida

Faria Lima. Averiguar. Conjugação. Pres. ind.: Ave-

riguo, averiguas, averigua, averigua-mos, averiguais, averiguam. Pret.perf. ind.: Averigüei, averiguaste, ave-riguou, etc. Pres. subj.: Averigúe, ave-rigúes, averigúe, averigüemos, averi-güeis, averigúem. Imper. afirm.: Ave-rigua, averigúe, averigüemos, averi-guai, averigúem.

Avestruz. Prefira o masculino: o aves-truz.

Avisar. Regência. 1 — Avisar alguém:Achou mais prudente avisar os cole-gas. / Quis avisá-lo logo. 2 — Avisaralguém de (para ou sobre): Avisou osamigos dos (para os, sobre os) riscosque corriam. / Avisou-os da (sobre a)tragédia. / Avisou-a para que evitas-

50Aumentos Avisar

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se os lugares desertos. 3 — Avisar al-guma coisa a alguém (forma condena-da por alguns gramáticos): Avisou aosconvidados que não queria presen-tes. / Avisou-lhes que nada pretendiapara si. 4 — Avisar de alguma coisa:Avisou dos perigos que corriam. 5 —Avisar, apenas: Quem avisa amigo é. /Ele chegou ontem sem avisar. 6 —Nunca use o verbo com dois objetosdiretos, como em: O piloto avisou“os” passageiros “que” o avião iapousar (o certo: avisou aos passagei-ros que... ou avisou os passageiros deque...).

À vista de. Ver vista, página 312. Aziago. Sem acento (a pronúncia corre-

ta é aziágo).Azul-marinho. Palavra invariável: gra-

vata azul-marinho, ternos azul-mari-nho. Marinho segue a mesma regra:gravata marinho, ternos marinho.

Bacanal. Palavra feminina: a bacanal.Bahia. 1 — Com h quando designa o

nome do Estado. 2 — O h cai, porém,nos termos derivados: baiano, baiani-dade, coco-da-baía, laranja-da-baía,etc.

Baía. Escreva Baía de Guanabara, deTodos os Santos, de Paranaguá, etc.

Bairro. Inicial minúscula: o bairro de Pi-nheiros.

Baixo. Use a baixo em frases como:Olhou-o de alto a baixo.

Baixo-relevo. Plural: baixos-relevos.Baixo-ventre. Plural: baixos-ventres.Balança, balanço. Balança comercial,

balanço de pagamentos.“Bâle”. Use Basiléia.Baliza. Com z, assim como balizar ou

balizamento.Bandeira Nacional. Iniciais maiúsculas.

Bandeirante(s). 1 — Bandeirante, sem s:o bandeirante (desbravador), popula-ção bandeirante (paulista), o bandei-rante (o paulista), uma bandeirante(moça adepta do bandeirantismo).Todas essas formas admitem plural:os bandeirantes (desbravadores e pau-listas), homens bandeirantes (paulis-tas), as bandeirantes (moças). AindaBandeirante, sem s, mas como nomepróprio: o avião Bandeirante, umBandeirante, a Casa do Bandeirante,o Bandeirante (de Birigüi). 2 — Ban-deirantes, nome próprio, com s: doisBandeirantes (aviões), Rodovia dosBandeirantes, Avenida dos Bandei-rantes (São Paulo), Palácio dos Ban-deirantes, Rede Bandeirantes, Ban-deirantes (cidade do Paraná).

Bangue-bangue. Desta forma.Banir. Conjuga-se como abolir (ver, pá-

gina 22): Banes, bane; bane tu, banivós. Não tem a 1ª pessoa do pres. ind.e todo o pres. subj.

Banto. E não “bantu”.Barão. Feminino: baronesa.Barato. 1 — Barato já encerra idéia de

preço. Dessa forma, preço barato é re-dundância. Escreva livro barato, pro-dutos baratos. Para preço, use baixo,mínimo, reduzido, insignificante, etc.2 — Como adjetivo, a palavra varia:Comprou roupas baratas. / Pôs anún-cio procurando uma casa barata / Sófreqüenta lugares baratos. 3 — Comoadvérbio, permanece invariável:Comprei barato estas frutas. / Atéque saíram barato tamanhos desafo-ros. / As frutas custam 10% mais ba-rato (e não mais baratas) a partir deamanhã.

Barman. Plural: barmen.Barra. Use a barra: 1 — Em formas como

km/h, homens/hora, tonelada/mês,carros/dia. 2 — Para separar um versodo outro, em composição recorrida. 3— Na alternativa e/ou (Estariam alios pais e/ou os filhos). 4 — Nas datas:3/6/90.

51À vista de Barra

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52

Basiléia. E não “Basel”.Bastante. 1 — É invariável (advérbio) no

sentido de muito, suficientemente:Estavam bastante preocupados. /Todos ficaram bastante satisfeitos. 2 — É variável (adjetivo) quando equi-vale a suficiente, que basta: Haviaprovas bastantes do crime. / Somosbastantes (suficientes) para fazer otrabalho. 3 — Não use a palavra comosinônimo de muitos, em grande quan-tidade, em frases deste gênero: Havia“bastantes” (muitas) pessoas napraça. / “Bastantes” (muitas) escolasaumentaram as mensalidades.

Bastar. Concorda regularmente com osujeito: Bastam estes exemplos. / Trêssalários mínimos já lhe bastam paraviver.

Bastião. Plural: bastiões (prefira) e bas-tiães.

Batavo. E nunca “bátavo”.Bate-estaca. Um bate-estaca, dois bate-

estacas.Bater. Um carro bate ou alguém bate

com o carro em alguma coisa: O carrobateu no ônibus. / O motorista bateucom o carro em dois ônibus. Mas não:O motorista “bateu o carro” em doisônibus.

Bater (horas). Concordância. Ver horas,página 140.

Bávaro. Natural da Baviera (e não “daBavária”).

“Beijing”. Use Pequim.Bem... Exige hífen antes de palavra que

tenha vida autônoma ou quando apronúncia o justifique: bem-acabado,bem-aventurado, bem-comportado,bem-dormido, bem-educado, bem-fazer, bem-feito, bem-humorado,bem-intencionado, bem-lançado,bem-nascido, bem-posto, bem-que-rer, bem-sucedido, bem-vindo. Exce-ções: bendito, benfazejo, benfeitor,benfeitoria, benquerença, benque-rente, benquistar, benquisto. (Veja nocapítulo Escreva Certo a relação das

palavras em que bem se liga com hífenao termo seguinte.)

Bem como. Concordância. Ver assimcomo, página 47.

Bem-vindo. Desta forma. Benvindo énome de homem.

Bênção. Plural: bênçãos.Bendizer. Conjuga-se como dizer (ver,

página 99).Beneficência. E nunca “beneficiência”.

Da mesma forma, beneficente, e não“beneficiente”.

Beneficiar. O verbo é direto: Seu gover-no beneficiou os (e não “aos”) paren-tes. / O árbitro beneficiou a (e não“à”) equipe da casa.

Berbere. Sem acento (pronuncia-se ber-bére).

Bestialógico. E não “bestialógio”.Bexiga. E não “Bixiga” (São Paulo).BH. Aceitável, apenas em títulos, para

substituir Belo Horizonte.“Bi”. Nunca use, muito menos em títu-

los, para substituir bilhão ou bilhões.Bi... Liga-se sem hífen ao elemento se-

guinte, eliminando-se o h intermediá-rio e duplicando-se o r e o s: biatômi-co, bicampeonato, bielétrico, bigra-nulado, biebdomadário, biiodeto, bi-lateral, biovulado, birreator, bisse-xual, biunívoco.

“Bicha”. Não use, especialmente paradesignar homossexual. Se se tratar doverme, prefira lombriga.

Bilhão. a) Atenção: o valor não é omesmo em todos os países. No Brasil,na França e nos Estados Unidos, o nú-mero equivale a mil milhões (1 mais9 zeros: 1.000.000.000). Na Inglater-ra, na Espanha, na Alemanha, em Por-tugal e em outros países, correspondea um milhão de milhões, ou um tri-lhão no Brasil (1 mais 12 zeros:1.000.000.000.000). b) Concordância.Ver milhão, página 177.

Bimensal, bimestral. Bimensal — queocorre ou circula duas vezes por mês,quinzenal: pagamento bimensal, re-vista bimensal. Bimestral — que

Basiléia Bimensal, bimestral

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ocorre ou circula de dois em doismeses: rodízio bimestral, revista bi-mestral.

Bio... Liga-se sem hífen ao termo se-guinte, duplicando-se o r ou s que ini-cie sílaba: bioastronomia, bioener-gia, biobotânico, biomagnético, bior-ritmo, biossatélite.

Biópsia. Prefira biópsia a biopsia, embo-ra ambas as formas sejam corretas.

Birigüi. Com trema e sem acento no i.Bisavô, trisavô, tetravô. Bisavô — pai do

avô. Trisavô — pai do bisavô. Tetra-vô — pai do trisavô (variante popular:tataravô). Da mesma forma, bisavó,trisavó e tetravó (tataravó, na formapopular). Dessa forma, tetravô (ou ta-taravô) não é o pai do bisavô, como seusa habitualmente.

Bisneto, trineto, tetraneto. Bisneto —filho do neto. Trineto — filho do bis-neto. Tetraneto — filho do trineto (va-riante popular: tataraneto). Como sevê, o tetraneto (ou tataraneto) não éo filho do bisneto, como se usa habi-tualmente.

Blitz. Existem dois equivalentes emportuguês: incursão (guerra) e batida(policial). Plural: blitze.

Boa parte. Concordância no singular:Boa parte das sugestões será aprovei-tada. / Boa parte das pessoas já pas-sou.

Boa vontade. 1 — Boa vontade e má von-tade, bom gosto e mau gosto, bomhumor e mau humor funcionamcomo uma única palavra quando pre-cedidos de mais, menos, muito epouco. 2 — O mesmo ocorre com ou-tras expressões semelhantes. Assim,use: mais boa vontade (e não melhorvontade), mais má vontade (e nãopior vontade), mais bom gosto, maismau gosto, mais bom humor, maismau humor. 3 — Igualmente, menosboa vontade, menos má vontade, etc.4 — Muito e pouco concordam com aexpressão: muita boa vontade, poucamá vontade. 5 — Com as palavras

compostas, a concordância torna-semais óbvia: mais boa-fé, muita boa-fé, mais má-fé, pouca boa-fé, muitasboas-vindas, poucas boas-festas. 6 —Usam-se essas expressões tambémcom melhor e pior: a melhor boa von-tade, o pior mau humor, o melhorbom gosto, a pior má-criação, a piormá-fé, a melhor boa-fé, etc.

Boca-a-boca, boca a boca. Quando subs-tantivo, tem hífen (é o próprio proces-so): O boca-a-boca é a melhor formade divulgar uma peça teatral. Semhífen, é mera locução (indica a formado processo): A notícia correu boca aboca.

Bochincho. E não “bochicho” e muitomenos “buxixo”.

Boemia. Já é aceitável o brasileirismoboemia (mía), em vez do erudito boê-mia (vida noturna), conforme regis-tram o Aurélio e o Vocabulário Orto-gráfico, da Academia Brasileira de Le-tras. Use apenas Boêmia, porém, paradesignar a região da Europa.

Bojo. Evite a expressão “no bojo de”,ruim jornalisticamente.

Bola da vez. Modismo. Evite.Bolsa de Valores. 1 — Inicial maiús-

cula: a) Para uma ou mais bolsas es-pecíficas. Assim: a Bolsa de Valoresde São Paulo, a Bolsa de Valores doRio, a Bolsa de São Paulo, a Bolsa doRio, a Bolsa de Nova York, as Bolsasde Valores de São Paulo e do Rio, asBolsas de São Paulo e do Rio. b) Quan-do a palavra Bolsa estiver substituin-do a Bolsa de São Paulo (neste caso elapode aparecer sem o nome da cidade)ou de outra cidade (mas sempre como nome desta cidade citado): Estran-geiros fazem Bolsa bater recorde (eraa de São Paulo). / Crise derruba Bolsaem São Paulo. / Queda do dólar afetaBolsa em Nova York.

2 — Inicial minúscula: Quando apalavra for usada genericamente oupara duas ou mais bolsas não especi-ficadas no título. Exemplos: O me-lhor investimento atualmente é

53Bio Bolsa de Valores

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jogar na bolsa. / Crise derruba bol-sas. / Exemplo mexicano afeta bolsasda América Latina. / Entrada de dó-lares anima as bolsas.

Bom. Ver em é preciso, página 111, aconcordância de é bom.

Bomba. 1 — Liga-se com hífen a outrosubstantivo: argumento-bomba, car-ros-bomba. 2 — Evite as locuçõescair, estourar e explodir como umabomba, que são lugares-comuns.

Bonachão. Flexões: bonachona e bona-chões.

Bons motivos para comemorar. Lugar-comum. Não use.

Bordel. Plural: bordéis (Bordéus é nomede cidade).

Borderô. Desta forma.Bordéus. Aportuguesamento do nome

da cidade francesa Bordeaux.Bordo. Use a bordo de apenas no senti-

do literal (a bordo do navio, passagei-ros a bordo) e nunca no figurado, meromodismo (a bordo do mandato, abordo do marido, a bordo de seus sen-timentos, etc.).

Borgonha. Aportuguese o nome da re-gião francesa.

Bossa nova, bossa-nova. 1 — Sem hífen,designa maneira recente de fazer algu-ma coisa: a bossa nova (na música). 2— Com hífen, é o adjetivo correspon-dente, que não varia no plural: músi-ca bossa-nova, teatro bossa-nova,concepções bossa-nova.

Botijão. Prefira esta forma a bujão.Branco. Não existe voto “branco”, mas

apenas em branco.Brandir. Conjugação. Só tem as formas

em que ao d se segue e ou i: brande,brandiu, etc.

Brás. Com s para designar tanto o bair-ro como os nomes próprios: Vences-lau Brás, Brás Cubas, etc.

Brecht. Atenção para o primeiro nome:Bertolt e não Bertold.

Bruços. De bruços, no plural.

Bucho, buxo. Bucho — estômago; buxo— planta.

Bulir. Conjuga-se como acudir (ver, pá-gina 31): bulo, boles; bulia; que eubula; bole tu, buli vós; etc.

Buquê. Desta forma, tanto para o rama-lhete de flores como para o aroma dovinho.

Burgomestre. Aceitável apenas em edi-toriais ou artigos — mas nunca em re-portagens ou notícias como sinônimode prefeito.

Button. E nunca “bottom”, que signifi-ca fundo, traseiro, em inglês, nem“botton”.

“Buxixo”. Não existe. O certo é bochin-cho.

Buzina. Com z.

Cabeleireiro. Atenção para o i.Caber. Conjugação. Pres. ind.: Caibo,

cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem.Pret. perf. ind.: Coube, coubeste,coube, coubemos, coubestes, coube-ram. M.-q.-perf. ind.: Coubera, coube-ras, coubera, coubéramos, coubéreis,couberam. Imp. subj.: Coubesse, cou-besses, coubesse, coubéssemos, cou-bésseis, coubessem. Fut. subj.: Cou-ber, couberes, couber, coubermos,couberdes, couberem. Não tem impe-rativo. Os demais tempos são regula-res. (Particípio: cabido.)

Cabo. Inicial maiúscula: Cabo da BoaEsperança.

Cabo eleitoral. Sem hífen.Cabul. Escreva desta forma o nome da

capital do Afeganistão.Cacoete. Significa tique, mania. Por

isso, é inadequado escrever que um jo-gador “não tem cacoete de atacante”.

54Bom Cacoete

Page 55: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Cacófato. É o encontro de sílabas, empalavras diferentes, formando somdesagradável ou palavra obscena. Nãodeve constituir preocupação obsessi-va de quem escreve, mas há cacófatosperfeitamente evitáveis, como por ra-zões (por motivos), triunfo da (vitóriada), etc.

Eis alguns casos que ocorrem comfreqüência e, entre parênteses, opçõespara contorná-los: paraninfo de ouda, bafo de ou da (hálito de ou da),boca dela (sua boca), de então (daí,dessa época), já nela, por rádio (pelorádio), por radiação (pela radiação),por razões (por motivos), por cada(para cada, por), conforme já, o timejá, deu-me já, critica Garcia, Lorcaganha, marca gol, nunca gostou (ja-mais gostou), confisca gado, criticagovernador, ela tinha, só linha, etc. Senecessário, mude a estrutura da frasepara fugir, pelo menos, aos mais fla-grantes.

Cada. 1 — Acompanha um substantivo,outro pronome ou numeral e, no usocorreto, indica diversidade de ação:Usa cada dia (um dia um, outro diaoutro) um terno diferente. / Cada jor-nalista tem seu estilo. / Cada maca-co no seu galho. 2 — Se a ação for amesma, deve-se usar todo: Faz abarba todo dia (em vez de cada dia). /Estuda inglês todo dia (e não cadadia). / Muda de casa todo ano (e nãocada ano). 3 — Não pode ser usa-do antes de plural (cada férias, cadaóculos, cada núpcias), mas apenasantes de numeral: cada 3 dúzias, cadaseis pessoas, cada 30 dias. Concor-dância, neste caso: Cada 3 dúzias cus-tam... / Cada seis pessoas vão... /Cada 30 dias representam... 4 — Podecombinar-se com qual e um, quandofalta o substantivo: Cada qual sabe oque fazer. / Venha cada qual com seupar. / Cada um herdará duas casas. /Veja se cada uma sabe como agir. 5— Cada um é também a forma corre-ta nas referências a valores expressos

anteriormente: As blusas custam 40reais cada uma (e não 40 reais cada). /Vendia livros a 30 reais cada um (enão a 30 reais cada). 6 — Não se usacada um, porém, antes de substanti-vos que indicam valor ou medida:Cada hora (e não cada uma hora),cada real (e não cada um real), cadaquilômetro, cada quilo, cada ano,etc. A razão: cada já encerra a idéia deunidade.

Cada qual. Verbo na terceira pessoa dosingular quando cada qual resumiruma enumeração: Médico, jornalista,engenheiro, cada qual tem sua ética.

Cada um. Verbo na terceira pessoa dosingular: Cada um deles tem seuquarto. / Cada um de nós trabalhaem empresas diferentes. / Cada umde vós será chamado a opinar. A con-cordância é a mesma se cada um re-sume uma enumeração: Pai, mãe,filho, cada um tinha seu quarto.

Cães. Ver animais, página 37.“Cafetão”. Vulgaridade. Use cáften.Cair. Conjugação. Pres. ind.: Caio, cais,

cai, caímos, caís, caem. Imp. ind.:Caía, caías, caía, caíamos, caíeis,caíam. Pret. perf. ind.: Caí, caíste,caiu, caímos, caístes, caíram. M.-q.-perf. ind.: Caíra, caíras, caíra, caíra-mos, caíreis, caíram. Fut. pres.: Cai-rei, cairás, cairá, cairemos, caireis,cairão. Fut. pret.: Cairia, cairias, cai-ria, cairíamos, cairíeis, cairiam. Pres.subj.: Caia, caias, caia, caiamos,caiais, caiam. Imp. subj.: Caísse, caís-ses, caísse, caíssemos, caísseis, caís-sem. Fut. subj.: Cair, caíres, cair, cair-mos, cairdes, caírem.

“Cair geada”. A geada não cai, emboraalguns dicionários usem o termonesse sentido. Ela é produto da con-densação das gotas de orvalho na plan-ta. Escreva, por isso, formar-se geadaou gear.

Caixa. 1 — A palavra é feminina quan-do designa seção, repartição ou órgão:Foi até a caixa. / A Caixa Econômi-ca. 2 — Como livro de escrituração,

55Cacófato Caixa

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tem o gênero masculino: Registrou asdespesas no caixa. 3 — Por fim, se serefere ao funcionário, concorda com osexo deste: Ele é o novo caixa dobanco. / Ela era a caixa da empresa.

Caixa de... O outro elemento vai para oplural: caixa de fósforos, caixa de pa-litos, caixa de sapatos, etc.

Calda, cauda. Calda — solução de açú-car: calda de caramelo. Cauda —rabo, apêndice: cauda do macaco,piano de cauda.

Câmara. A casa do Congresso chama-se,oficialmente, Câmara dos Deputa-dos (e não “Câmara Federal”). Os ve-readores são membros da CâmaraMunicipal. Pode-se usar Câmara,apenas, desde que fique claro a qualdelas o texto se refere.

Câmera. Designe desta forma o apare-lho fotográfico, de cinema, de vídeo,etc. Escreva, no entanto, música decâmara e não de câmera.

Caminhoneiro, caminhonete. Use estasformas em lugar de camioneiro e ca-mioneta.

Campeonato. Inicial maiúscula: o Cam-peonato Brasileiro de Futebol, oCampeonato Paulista, o Campeona-to Gaúcho, o Campeonato Espanhol,etc.

“Campesinato”, campesino. Campesi-nato não existe em português (use ca-tegoria rural ou os trabalhadores ru-rais) e campesino deve ser substituí-do por agrícola, rural ou campestre,conforme o caso.

Camponês. Quando se tratar do Brasil,substitua a palavra por lavrador, agri-cultor, trabalhador rural, plantador,cortador de cana (se for o caso), etc.

Campos Elísios. E não “Elíseos”.Câmpus. Aportuguesado: o câmpus, os

câmpus.Canal. Inicial maiúscula: Canal da

Mancha. Candidato a. 1 — Os cargos a que as pes-

soas se candidatam ficam sempre nosingular: candidatos a deputado (e

não a deputados), a líder, a vereador,a prefeito, a médico, a fiscal, a dati-lógrafo, etc. 2 — Se as candidatasforem mulheres, há duas possibilida-des: a) O cargo fica no masculino sepuder ser ocupado por pessoas dequalquer sexo: Ela foi candidata aprefeito. / Há 50 candidatas a depu-tado em São Paulo. / Eram 30 candi-datas a datilógrafo. b) Se o cargo sedestinar apenas a mulheres, fica no fe-minino: Eram dez candidatas a secre-tária (presume-se que se exijam mu-lheres apenas). / Havia muitas candi-datas a costureira. 3 — A preposiçãousada com candidato, candidatura ecandidatar-se é a e não para: Candi-dato a governador, candidatura aoSenado. / Candidatou-se a um minis-tério.

Cânon. Plural: cânones.Cão. Feminino: cadela. Plural: cães.Capelão. Plural: capelães.Capitais brasileiras. Ver Estados, pági-

na 116.Capital. Inicial minúscula, seja a refe-

rência a São Paulo ou a qualquer outracapital do País: A capital. / Chuvacausa mortes na capital. / Trânsitopára a capital. / A capital de SãoPaulo, a capital fluminense, a capitalfederal, as capitais.

Capitão. Flexões: capitã (prefira), capi-toa e capitães.

Capítulos. Até 10, em ordinais; de 11 emdiante, em cardinais. Use algarismosarábicos, e não romanos: capítulo 1º,capítulo 10º, capítulo 25.

Capta/capita. Captar, decapitar, per ca-pita, desta forma.

Cara. Quando se tratar de pessoas, pre-fira rosto.

Cara-pálida. Com hífen. Plural: caras-pálidas.

Cara-pintada. Com hífen. Plural: caras-pintadas.

Caráter. Plural: caracteres.

56Caixa de... Caráter

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Cardio... Liga-se sem hífen à palavra ouelemento seguinte. Exemplos: car-diograma, cardiologia, cardiorrespi-ratório, cardiovascular.

Cargos (como usar). 1 — A instituiçãoque alguém representa tem inicialmaiúscula. Assim: a Presidência daRepública, o Ministério da Fazenda,a Secretaria do Planejamento, a Pro-curadoria-Geral da República, aConsultoria-Geral da República, aVice-Presidência da República, a Su-perintendência do Abastecimento.

2 — O ocupante do cargo, no en-tanto, é indicado com inicial minús-cula: o presidente da República, o mi-nistro da Fazenda, o secretário doPlanejamento, o procurador-geral daRepública, o consultor-geral da Re-pública, o vice-presidente da Repú-blica, o prefeito de São Paulo, o supe-rintendente do Abastecimento, o gerente de Esportes, o diretor de Cir-culação, o assessor de Imprensa, o di-retor de Futebol, o gerente de Pesqui-sas e Planejamento, etc.

3 — Cargo antes. Com raras exce-ções, o cargo ou a qualificação de umapessoa deve vir antes do nome, por-que é ele (ou ela) que justifica a suapresença no noticiário: O governadorde São Paulo, Mário Covas... / O pre-feito de São Paulo, Celso Pitta... (enunca: Mário Covas, governador deSão Paulo..., ou Celso Pitta, prefeitoda capital...) Da mesma forma: O di-retor da Receita Federal, João de Al-meida, revelou... / O técnico do Ca-brobó, João da Silva...

4 — Feminino. O Estado adota nofeminino o título dos cargos ocupadospor mulheres ou a sua qualificação.Assim: ministra, primeira-ministra,senadora, deputada, governadora, se-cretária, prefeita, vereadora, juíza,promotora, procuradora, desembar-gadora, advogada, engenheira, capi-tã, etc. Atenção: use presidente tantopara o homem como para a mulher.

5 — Título ou qualificação. Pro-cure dar sempre um título ou qualifi-cação à pessoa incluída no noticiário:o príncipe Charles, a princesa Anne,a rainha Elizabeth, o papa João PauloII, o empresário Antônio Ermírio deMoraes, o escritor Jorge Amado, o te-nista Pete Sampras, o piloto MichaelSchumacher, o cantor Emílio Santia-go, o compositor Chico Buarque, oprofessor João de Almeida, o advoga-do Saulo Ramos, a dona de casaJoana Rodrigues, etc.

6 — Governo federal. O Estado de-signa governo e governo federal cominicial minúscula. Assim: O comba-te à sonegação proposto pelo governofederal será uma tarefa difícil de sercumprida. / É mais um tributo impos-to pelo governo.

Cargos (hífen). 1 — Use hífen na desig-nação dos cargos que fazem parte dahierarquia normal das empresas par-ticulares e públicas e entidades.Assim: secretário-geral, diretor-res-ponsável, diretor-financeiro, secretá-rio-executivo, diretor-gerente, sócio-gerente, diretor-administrativo, edi-tor-chefe, editor-executivo, gerente-administrativo, diretor-adjunto, edi-tor-assistente, diretor-comercial, pri-meiro-secretário, etc.

2 — Só não haverá hífen quandoessas palavras forem ligadas pela pre-posição de: diretor de Redação, geren-te de Vendas, diretor de Finanças,chefe de Produção, editor de Texto,secretário de Esportes, ministro daFazenda, chefe de Reportagem, etc.

3 — É importante não confundir ocaso dos cargos de hierarquia internacom a simples denominação da ativi-dade de uma pessoa. Dessa forma, nãoexiste hífen em: jornalista econômi-co, diretor teatral, cientista político,cronista esportivo, engenheiro eletrô-nico, engenheiro civil, cirurgião plás-tico, médico operador, ator cômico,assessor legislativo, etc.

57Cardio... Cargos (hífen)

Page 58: Manual de Redação e Estilo do Estadão

4 — No caso de patentes militares,porém, use o hífen, mesmo com de:capitão-de-mar-e-guerra, capitão-de-fragata, general-de-exército, general-de-divisão, general-de-brigada, etc.

Cargos (uso da vírgula). Ver aposto,item 2, página 39.

Carioca, fluminense. Carioca — da ci-dade do Rio de Janeiro: moça carioca,praias cariocas, a prefeitura carioca.Fluminense — do Estado do Rio de Ja-neiro: cidades fluminenses, as serrasfluminenses, o governo fluminense.O governo ou o governador é semprefluminense. Da mesma forma, As-sembléia Legislativa fluminense, po-lícia fluminense. Com relação à cida-de do Rio de Janeiro, use prefeito ca-rioca, Câmara carioca, etc.

Carnaval. Inicial minúscula: carnaval.Caro. 1 — Caro já significa de preço ele-

vado. Dessa forma, “preço caro” cons-titui redundância. Escreva: O pão estácaro. / Artigos caros. O preço pode seralto, elevado, exagerado, excessivo,etc. 2 — Quando adjetivo, varia: Com-prou roupas caras. / Só freqüenta lu-gares caros. / Estas frutas são caras. 3— Como advérbio (equivale a demodo caro), permanece invariável:Comprei caro estas frutas. / Vendeucaro as duas casas. / Pagou caro aque-les desaforos. / As bebidas custam25% mais caro a partir de amanhã.

Carros. No caso do aumento do preçodos carros, além de informar a porcen-tagem da elevação, registre o preçoatual e o anterior de alguns dos prin-cipais modelos da fábrica.

Carta Magna. Iniciais maiúsculas.Cartel. Inicial maiúscula: Cartel de Me-

dellín.Casal. Concordância no singular: O

casal João da Silva e Maria Santinidançou muito na festa (e nunca “dan-çaram”).

Casar. Regência. 1 — Casar alguém (tr.dir.): O juiz os casou no cartório. / Odeputado casou a filha ontem. / O es-

critor casa bem as idéias. 2 — Casaralguém ou alguma coisa com ou a: Opadre casou o empresário com a mo-delo. / Ele casava a fraqueza com aindiferença. / Seu texto casava a ele-gância ao apuro lingüístico. 3 —Casar com (tr. ind.): A moça casoucom o tio. / O deputado casou com asenadora. 4 — Casar, apenas (intr.): Ojogador casou muito jovem. / Quan-do nem esperava mais, casou. 5 —Casar-se com ou a (pron.): Ele se casoucom a vizinha. / Sua mágoa casou-secom o despeito. / Suas aspirações ca-savam-se às do pai.

Caso. 1 — Ver acaso, página 27. 2 —Com inicial minúscula quando sinô-nimo de episódio: caso Watergate,caso Lubeca.

Cassete. Funciona como palavra inva-riável quando acompanha um subs-tantivo: fita cassete, gravadores cas-sete.

Castelão. Flexões: castelã (prefira), cas-teloa, castelana, castelões (prefira) ecastelãos.

Castelhano. Ver espanhol, página 114.Cataclismo. E não “cataclisma”.Catalão. Flexões: catalã e catalães.Catalisar. Com s, assim como catalisa-

dor.Cateter. Sem acento (pronuncia-se cate-

tér).Caudal. No masculino: o caudal, um

caudal.CD-ROM. Plural: CD-ROMs. Atenção.

Não pronuncie CD-“rum”, mas CD-rôm.

Ceasa. É o nome popular, em São Paulo,da Companhia de Entrepostos e Ar-mazéns Gerais do Estado de São Paulo(Ceagesp) e do local onde está situa-da. No texto, use a forma Ceagesp. Emoutras cidades e Estados, existem ór-gãos chamados Ceasa, redução deCentral de Abastecimento S.A.

Cediço. Forma correta, e não “sediço”.

58Cargos (uso da vírgula) Cediço

Page 59: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Cela, sela. Cela — aposento; sela — as-sento.

Centigrama. Palavra masculina: doiscentigramas.

Centímetro. Ver distância, página 98.Centro... Exige hífen na formação de ter-

mos geográficos ou gentílicos: centro-americano, centro-africano, Centro-Oeste, Centro-Sul. Nos demais senti-dos, liga-se à palavra ou elemento decomposição seguinte sem hífen: cen-troavante, centroencefálico, centro-médio, centrossomo.

Cerca de. 1 — Indica arredondamento,assim como coisa de ou perto de:cerca de cinco crianças, perto de dezhomens, coisa de mil pessoas. Assim,nunca indique números exatos comessas formas: cerca de 18 pessoas,perto de 74 homens, coisa de 152crianças. 2 — A concordância é ex-pressa pelo numeral ou equivalente:Cerca de mil pessoas se reuniramali. / Perto de uma tonelada de gêne-ros foi perdida na enchente. / Exis-tiam cerca de 50 crianças em cadasala. / Cabia ali coisa de uma cente-na de livros. 3 — Diferença entre acer-ca de, a cerca de, cerca de e há cercade: ver acerca de, página 29.

Cerebro... Liga-se sem hífen ao elemen-to seguinte: cerebrocardíaco, cere-bropsicose, cerebrorraquidiano. Ex-ceção: cérebro-espinhal.

Certificar. Regência. 1 — Certificar al-guma coisa: A decisão certificou seusconhecimentos. 2 — Certificar al-guém de alguma coisa: Certificaram-no da decisão. / Certificaram os ami-gos do ocorrido. / Queria certificá-loda verdade. 3 — Certificar algumacoisa a alguém: Certificaram-lhe oocorrido. / Certificou-lhe que nin-guém duvidava da sua competência.4 — Certificar-se de: Queria certifi-car-se da verdade. / Pretendo certifi-car-me dos acontecimentos.

Certo. 1 — Antes do substantivo, equi-vale a algum, qualquer: Tinha certasregalias. / Certo dia ele chegou, tão

misteriosamente como partira. / Aamizade de certas pessoas não fazfalta. 2 — Depois do substantivo,equivale a verdadeiro, definido, exato:A amizade das pessoas certas fazfalta. / Ele chegou no dia certo. / Es-colheu a carreira certa. 3 — Só quan-do existe idéia de ênfase, pode apare-cer o um antes de certo (o normal,porém, é a omissão do artigo): Não es-condia uma certa mágoa. / Tinhacerta necessidade de afirmação. /Levou certo tempo para se retirar. /Chegou certo dia sem avisar. / Guar-dava certa graça da juventude.

Cerzidor. Feminino: cerzideira.Cerzir. E não “serzir”.Cesárea, cesariana. Desta forma, um

termo com e e outro com i. Prefira, noentanto, cesariana ou operação cesa-riana.

Cessão. Ver seção, página 261.Chacina. Chacina não mata pessoas,

nem provoca a morte delas, porque éefeito e não causa. Assim, é errado es-crever: Chacina “mata” seis na peri-feria. / Chacina “causa a morte” demãe e dois filhos. Veja opções corre-tas: Mãe e dois filhos executados naperiferia. / Chacina deixa três mortosna periferia. / Mãe e dois filhos são ví-timas de chacina.

Chamar. Regência. 1 — Chamar al-guém: Chamou o filho e saíram. /Chamou-o às 6 horas. 2 — Chamar al-guém para ou a: Chamou os funcio-nários para uma reunião. / Chamouos filhos a si. / Chamou-os para avisá-los do jogo. 3 — Chamar por alguém:Chamou por eles. / Chamou pelosamigos. 4 — Chamar alguém ou algu-ma coisa de: Chamou o inimigo de co-varde. / Chamou a atitude de intem-pestiva. / Chamou aquela idéia deagressão à nacionalidade. 5 — Cha-mar, apenas: Todos começaram achamar ao mesmo tempo. / Pôs-se achamar, em vão. / O telefone estáchamando. 6 — Chamar-se: Ele sechama Antônio. / Chamou-se louco.

59Cela, sela Chamar

Page 60: Manual de Redação e Estilo do Estadão

7 — Há outras construções possíveis,que convém evitar, no entanto, porterem uso jornalístico muito restrito:O amigo chamava-o perdulário. /Chame-lhe Maria, se você quiser. /Chamou-lhe de ingênuo. / Chamousonhador ao amigo.

Chamar a atenção. Chama-se a atençãode alguém, mas ninguém “é chamadoà atenção”.

Chamariz. E não “chamarisco”.Champanhe. Palavra masculina: o

champanhe.Chance. Use a palavra apenas no senti-

do positivo: O time ainda tem chan-ces de ser campeão. Nos demaiscasos, recorra a risco, possibilidade ouprobabilidade: Droga reduz risco (enão “chance”) de enfarte. / Pacientesdesse grupo têm maiores possibilida-des (e não “chances”) de contrair adoença. / A probabilidade (e não“chance”) de um réu negro ser conde-nado é muito maior.

Chanceler. Na Alemanha e na Áustria,corresponde a primeiro-ministro enão a ministro das Relações Exterio-res.

Chão. Como adjetivo (plano, franco,simples, despretensioso), admite fe-minino, chã: idéias chãs, palavraschãs, maneira chã. Plural: chãos(substantivo e adjetivo).

“Chargeado”. Não existe em português.Use atacado, assediado ou acossado.

Charlatão. Flexões: charlatã (prefira),charlatona, charlatães (prefira) e char-latões.

Chassi. Use chassi no singular e chassisno plural.

Chato. 1 — Pode ser usado normalmen-te como sinônimo de plano, liso: Eraum objeto chato como um disco voa-dor. 2 — No entanto, para substituirmaçante, restrinja seu emprego à lin-guagem coloquial ou às frases entreaspas. No lugar, conforme o caso, re-corra a desagradável, aborrecido, mo-nótono ou cansativo.

Chave. Liga-se com hífen a outro subs-tantivo e não varia no plural: questão-chave, postos-chave.

“Checar”. Anglicismo a evitar. Verifi-car, conferir, confrontar e comparartêm o mesmo significado. Substituachecagem pelos substantivos corres-pondentes.

Chefe. A mesma forma para o masculi-no e o feminino: o chefe, a chefe, aschefes.

Chegar a. 1 — Verbos de movimentoexigem a e não em: Delegação russachega hoje a (e não “em”) São Paulo.Igualmente: A chegada do jogador ao(e não “no”) Brasil está marcada paraamanhã. 2 — Chegar em, só na desig-nação de tempo (Chegará em meiahora. / Chegamos em cima da hora)ou com a palavra casa (Chegou tardeem casa).

“Chic”. Use chique ou elegante.China. Elemento usado nos adjetivos

pátrios compostos: sino. Exemplos:sino-brasileiro, sino-japoneses.

Chope. Use a forma aportuguesada: umchope, três chopes.

Chorão. Flexões: chorona e chorões.Chuchu. Forma correta.Chutar, chute. Só no futebol. No bas-

quete, use arremessar e arremesso.“Ciclo vicioso”. Não existe. O certo é

círculo vicioso.Cidadão. Flexões: cidadã e cidadãos. Cidades (nomes reduzidos). 1 — O Es-

tado rejeita, tanto nos títulos como nonoticiário, as formas abreviadas “Ca-raguá” (por Caraguatatuba), “Guará”(por Guaratinguetá), “Itaquá” (por Ita-quaquecetuba) e “Pinda” (por Pinda-monhangaba). Use sempre o nomecompleto da cidade. 2 — Prefira sem-pre Rio a Rio de Janeiro. 3 — Nos tí-tulos, São Paulo pode ser abreviadapara SP, Belo Horizonte, para BH eNova York, para NY. Mas não use PApara Porto Alegre nem LA para LosAngeles.

60Chamar a atenção Cidades (nomes reduzidos)

Page 61: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Cientificar. Regência. 1 — Cientificaralguém: Antes de mudar o projeto, épreciso cientificá-los. 2 — Cientificaralguém de alguma coisa: O governocientificou o País das mudanças naPrevidência. / Venho cientificá-lo danossa decisão. 3 — Cientificar-se dealguma coisa: Queria antes cientifi-car-se do ocorrido.

Cima. O a não se junta a cima em fra-ses como: Olhou-a de baixo a cima(para cima).

Cinco-estrelas. Ver estrelas, página 118.Cine. A redução só pode ser usada antes

de um nome: Cine Brasil. Não escre-va, porém: Fecha mais um “cine”(mas cinema) em São Paulo.

Cinqüenta. É a forma correta, e nunca“cincoenta”. Use igualmente cin-qüentenário, cinqüentão, etc.

Cintra, Sintra. Cintra é tanto sobreno-me quanto o nome de uma serra deMinas. A sede de concelho ou serra dePortugal chama-se Sintra.

Circuito. Sem acento (pronuncia-se cir-cúito).

Circular. Um documento circula, masnão se pode “circular um documen-to”. Assim, escreva: O documento (ojornal) circulou entre todos os funcio-nários da empresa (e nunca: A empre-sa “circulou” o documento (o jornal)entre os funcionários). O certo, nestecaso, é: A empresa fez o documento(o jornal) circular entre os funcioná-rios.

Circular com desenvoltura. Modismo.Evite.

Círculo vicioso. E não “ciclo vicioso”.Cirurgião. Flexões: cirurgiã, cirurgiões

(prefira) e cirurgiães.Cis... Liga-se sem hífen ao termo se-

guinte: cisalpino, cisplatino, cisrena-no, cisserrano, cisuraniano.

Cisto. Prefira quisto.“Citar que”. Cita-se alguma coisa ou al-

guém, mas não se cita que: Citou vá-rios autores que defendiam a mesma

teoria (em vez de: “Citou que” váriosautores defendiam a mesma teoria).

Citibank. Sem y, assim como a holdingdo grupo, Citicorp. Para a forma abre-viada, use Citi.

Cizânia. Desta forma.Clã. Palavra masculina: o clã, os clãs.Classificação. Mesmo que haja mais de

um concorrente de um campeonatoou torneio em 1º, 2º, 3º, 4º lugar, etc.,a classificação será apresentada sem-pre nesta ordem, sem saltar posições.Exemplo: 1º — Michel Renault eFranz Mann, 18 pontos; 2º — CharlesSmith e Alain Piccoli, 16 pontos; 3º —Carlino Autobelli, 12 pontos (enunca: 1º — Michel Renault e FranzMann, 18 pontos; 3º — Charles Smithe Alain Piccoli, 16 pontos; 5º — Car-lino Autobelli, 12 pontos). Adote omesmo critério para o futebol, vôlei,basquete ou qualquer outro esporte.

Classificação, classificar-se. Use a pre-posição para: Conseguiu classifica-ção para o torneio. / Classificou-se (enão “classificou” apenas) para a finaldo campeonato.

Clipe. Aportuguesado. Plural: clipes.Club, Clube. Seguem-se os nomes de al-

guns clubes em que a palavra apareceora grafada como Club, ora comoClube: Automóvel Club do Brasil,Automóvel Clube Paulista, ClubeAlto dos Pinheiros (SP), Clube Naval(Rio), Club Transatlântico (SP),Country Club (Rio), Esporte ClubePinheiros (SP), Esporte Clube Sírio(SP), Iate Clube do Rio de Janeiro,Jockey Club Brasileiro, Jockey Clubde São Paulo, Touring Club e Ita-nhangá Golf Club.

CNBB. Conferência (e não “Confedera-ção”) Nacional dos Bispos do Brasil.

CNEN. Desta forma, em cA.CNPq. Nome da entidade: Conselho

Nacional de Desenvolvimento Cien-tífico e Tecnológico (a designaçãoConselho Nacional de Pesquisas é an-tiga).

61Cientificar CNPq

Page 62: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Co... De acordo com as normas oficiais,“é seguido de hífen, quando tem a sig-nificação de a par e o segundo ele-mento possui vida autônoma na lín-gua”: co-autoria, co-beligerante, co-contratante, co-doador, co-eleito, co-fundador, co-gerir, co-herdeiro, co-in-quilino, co-mandatário, co-nacional,co-opositor, co-participante, co-pro-dução, co-réu, co-secante, co-tangen-te, co-unívoco, co-valência, co-varia-ção. Como são inúmeras as exceçõesou casos em que fica difícil aplicar aregra geral, convém consultar o dicio-nário. Alguns exemplos de palavrasem que o prefixo co se liga sem hífenao elemento seguinte: coaglutinação,coessência, coestaduano, coeternida-de, cofunção, coirmão, coligação, co-mistura, conotação, coobrigação,correlativo, correligionário, covolu-me.

Cobrar. Cobra-se alguma coisa (a al-guém), mas não se cobra alguém: Elescobraram as horas extras. / Os depu-tados cobraram-lhe o apoio prometi-do (e não: Eles “cobraram o presiden-te”. / Eles “cobraram o presidente”pelo apoio prometido).

Cobrir. Conjugação. Pres. ind.: Cubro,cobres, cobre, cobrimos, cobris, co-brem. Pres. subj.: Cubra, cubras,cubra, cubramos, cubrais, cubram.Imper. afirm.: Cobre, cubra, cubra-mos, cobri, cubram. Os demais tem-pos são regulares.

Coca, cocaína. Coca é a planta e cocaí-na, a droga: Mastigou as folhas decoca. / Era viciado em cocaína.

Cogitar. 1 — Use cogitar, de preferência,como indireto: Ninguém cogitara dedeixá-lo sozinho. / Descansar eratudo de que cogitava naquele mo-mento. 2 — Mais raramente, constrói-se também com as preposições em esobre: Prometeu cogitar na suges-tão. / Ficou a cogitar sobre como po-deria sair daquela situação. 3 — Poradmitir a regência direta, pode ser em-

pregado na passiva: O assunto não foicogitado na reunião.

Coimbra. Adjetivo pátrio: coimbrão. Fe-minino: coimbrã. Plural: coimbrãos.

Coisa de. Ver cerca de, página 59.Colaborar. Colabora-se com alguém,

mas se colabora para alguma coisa:Os empresários colaboraram com ospolíticos. / Tudo colabora para o su-cesso da campanha. / Ele colaboroupara as obras da igreja.

Colarinho-branco. Com hífen designa apessoa: Era um crime típico de cola-rinho-branco. / A punição foi basea-da na Lei do Colarinho-Branco.

“Colchão”. A carne é coxão (de coxa) enão “colchão”: coxão mole, coxãoduro.

Colchetes. Servem para intercalar ob-servações em textos alheios: “Aí eudisse ao Petrônio [Petrônio Portela,então presidente do Senado] que oprojeto não poderia ser aprovado.”

Coleção de ... O outro elemento vai parao plural: coleção de selos (e não “deselo”), coleção de botões, de livros,etc.

Cólera. Use a palavra no feminino,tanto para designar fúria, raiva, quan-to a doença: Enfrentou a cólera damultidão. / Eram doentes contami-nados pela cólera.

Coletivos. Segue-se uma relação de co-letivos, alguns óbvios e outros menosconhecidos. Da lista foram excluídostermos que, embora específicos, nãotêm uso jornalístico (como fato, paracabras, ou cáfila, para camelos). Senão encontrar a palavra adequada,lembre-se de que muitos deles funcio-nam como curingas, caso de bando,grupo, turma, etc.:Alcatéia — de lobos, de javalis, de

panteras, de hienas.Armada — de navios de guerra.Arquipélago — de ilhas.Arsenal — de armas e munições.Assembléia — de pessoas reunidas.Atlas — de mapas.

62Co... Coletivos

Page 63: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Baixela — de utensílios de mesa.Banca — de examinadores.Banda — de músicos.Bando — de pessoas em geral, de aves,

de ciganos, de bandidos.Batalhão — de soldados.Bateria — de peças de guerra, de cozi-

nha, de instrumentos de percussão,de perguntas.

Biblioteca — de livros catalogados.Bosque — de árvores.Buquê — de flores.Cabido — de cônegos.Cacho — de bananas, de uvas.Cambada — de coisas que estejam

penduradas no mesmo gancho oude ladrões, malandros, moleques.

Cancioneiro — de canções, de poesiaslíricas.

Caravana — de viajantes, de estudan-tes, de peregrinos.

Cardume — de peixes.Cinemateca — de filmes.Claque — de pessoas pagas para aplau-

dir.Clero — de sacerdotes em geral.Colégio — de eleitores, de cardeais.Coletânea — de textos escolhidos.Colônia — de imigrantes, de bacté-

rias, de formigas.Comunidade — de cidadãos.Concílio — de bispos convocados pelo

papa.Conclave — de cardeais reunidos para

eleger o papa.Congresso — de deputados, de sena-

dores, de diplomatas, de cientistas,de estudiosos.

Consistório — de cardeais presididospelo papa.

Constelação — de astros, de estrelas.Cordilheira — de montanhas.Corja — de pessoas ordinárias em

geral: corja de bandidos, bêbados,vagabundos, assassinos.

Coro — de anjos, de cantores.Corpo — de alunos, de eleitores, de ju-

rados.Discoteca — de discos ordenados.

Elenco — de artistas, de atores, de jo-gadores.

Enxame — de abelhas.Esquadra — de navios de guerra.Esquadrilha — de aviões.Fauna — de animais de uma região.Feixe — de raios luminosos, de lenha.Flora — de plantas de uma região.Fornada — de pães.Frota — de navios de guerra ou mer-

cantes e de veículos pertencentes àmesma empresa.

Gado — conjunto de animais criadosem fazendas.

Galeria — de quadros, de estátuas e deobjetos de arte em geral.

Grupo — de pessoas ou coisas emgeral: grupo de rapazes, de traba-lhadores, de ilhas, de casas.

Hemeroteca — de jornais e revistas ar-quivados.

Horda — de indisciplinados, de selva-gens.

Junta — de dois bois, de médicos, deexaminadores, de governantes.

Júri — de pessoas que julgam.Legião — de soldados, de anjos, de de-

mônios.Leva — de presos, de recrutas.Manada — de gado grosso em geral:

manada de bois, burros, búfalos,cavalos, éguas, elefantes.

Matilha — de cães de caça.Molho — de chaves, de verdura.Multidão — de pessoas.Ninhada — de pintos.Nuvem — de fumaça ou de coisas de

tamanho reduzido: nuvem de gafa-nhotos, de pernilongos.

Pelotão — de soldados.Pilha — de coisas dispostas umas

sobre as outras: pilha de livros, pra-tos, tijolos, discos.

Pinacoteca — de quadros.Plantel — de animais de raça.Praga — de insetos nocivos.Prole — de filhos.Quadrilha — de ladrões, de bandidos.Ramalhete — de flores.

63Coletivos Coletivos

Page 64: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Rebanho — de gado de corte, leiteiroou produtor de lã: rebanho de bois,cavalos, carneiros, ovelhas, cabras.

Réstia — de cebolas, de alhos.Revoada — de qualquer ave em vôo:

revoada de pardais, de pombos.Roda — de pessoas.Ronda — de policiais em patrulha.Seleta — de textos escolhidos.Tripulação — de marinheiros ou aero-

nautas.Tropa — de muares.Trouxa — de roupas.Turma — de pessoas reunidas: turma

de estudantes, trabalhadores, mé-dicos.

Universidade — de faculdades.Vara — de porcos.Viveiro — de aves presas, de peixes

confinados.Vocabulário — de palavras.

Colocação. 1 — Não use colocação co-mo sinônimo de sugestão, observa-ção, ressalva, idéia: Ele fez uma “co-locação”. / Era uma “colocação”equivocada. / A “colocação” apre-sentada pelo deputado... 2 — Empre-gue, no lugar, alguma das palavrasmencionadas ou outra equivalenteem sentido. Proceda da mesma formacom colocar.

Colocação das palavras na oração.1 — Adjetivoa) O adjetivo vem normalmente

depois do substantivo: Homem alto. /Prédios velhos. / Pedra dura. / Parti-do democrático.

b) Por ênfase, eufonia, ritmo ou cla-reza da frase, pode-se colocar o adjeti-vo antes do substantivo: A ariscaave. / A bela moça leu um bom livro. /O esperto menino. / O ativo deputa-do. / Os terríveis momentos. / As ale-gres comadres.

c) Os superlativos melhor, pior,maior e menor precedem o substanti-vo: O melhor amigo. / A pior decla-ração. / O maior problema (e não oproblema maior). / Os menores obje-tos.

d) Alguns adjetivos assumiram po-sição fixa em relação ao substantivo:Mero acaso, mera coincidência. / Ver-dade nua. / Senso comum. / Mão di-reita, mão esquerda.

e) Em muitos casos, a posição doadjetivo altera o seu significado. Diz-se então que, colocado depois do subs-tantivo, o adjetivo está no sentido reale antes, no figurado: homem bom(bondoso), bom homem (ingênuo);homem grande (alto), grande homem(eminente); menino pobre (sem re-cursos), pobre menino (coitado); diri-gente alto (de grande estatura), altodirigente (importante); redator sim-ples (singelo), simples redator (mero).

f) Com bom e mau, o sentido maiscomum é o figurado, vindo, por isso,o adjetivo antes do substantivo (e, namaior parte das vezes, a associação ad-jetivo—substantivo forma como queuma palavra composta): bom dia, máhora, mau hálito, boa vontade, bonsventos, bom gosto, mau costume,mau aspecto, má forma, bom pres-sentimento, boa vitória, boa ocasião.Se o significado for o real, o adjetivoficará normalmente depois do subs-tantivo: homem mau, homem bom,ação má, água boa, meninos maus.

g) Com os indefinidos, a alteraçãode sentido torna-se ainda mais pro-nunciada: alguma coisa (uma), coisaalguma (nenhuma); certo homem(um determinado), homem certo(exato); qualquer pessoa (alguma),pessoa qualquer (desqualificada).

2 — Artigo, pronome e numeralVêm normalmente antes do subs-

tantivo: o caso, um caso; esse livro,nosso livro; todo dia, cada reporta-gem; três horas, sexto dia.

Exceções. a) Por questão de realceou eufonia, os possessivos e demons-trativos podem seguir-se ao substan-tivo: Com amigo meu ninguém faz

64Colocação Colocação das palavras na oração

Page 65: Manual de Redação e Estilo do Estadão

isso. / Referiu-se de novo à casa, casaessa que ninguém conhecia.

b) Os numerais sucedem ao subs-tantivo quando designam datas, pági-nas, partes de uma obra, artigos de lei,decretos e portarias, papas, reis, sé-culos e endereços: dia 7, página 14,capítulo 6º, artigo 2º, parágrafo 1º,João XXIII, Luís XV, século 20, casa25, apartamento 16.

3 — VerboO verbo auxiliar precede o princi-

pal: Pretendia saber. / Foi morto naguerra. / Estava ferido. / Tinha-se for-mado. / Queria sair.

4 — Advérbioa) Os advérbios que acompanham

um adjetivo, um particípio isolado eoutro advérbio usualmente se colo-cam antes deles: Uma jovem tãobela. / O letreiro estava meio apaga-do. / Ficou muito desconfiada. /Tocou muito bem.

b) Os advérbios de modo (assim,bem, mal, depressa, devagar, melhor,pior e os terminados em mente) quemodificam o verbo vêm geralmentedepois dele: O menino desenha bem(mal). / Os velhos caminhavam de-vagar (depressa). / Sua saúde está me-lhor (pior). / Ela andava assim. / De-sapareceu rapidamente. / Morreu su-bitamente do coração. / Os gover-nantes parecem estar revendo lenta-mente essa posição.

c) Os advérbios de tempo e de lugar,assim como as expressões equivalen-tes, podem colocar-se antes ou depoisdo verbo (entre eles, estão: agora,ainda, amanhã, hoje, ontem, antes,cedo, depois, então, já, nunca, sempre,à noite, à tarde, de dia, de manhã, embreve, de vez em quando, abaixo,acima, adiante, aí, além, ali, aqui,atrás, cá, dentro, fora, lá, longe, onde,ao lado, em cima, de perto, por onde,para baixo, etc.): De vez em quandoalguém se feria ali. / Em breve ele es-tará longe. / Aqui dentro faz tanto friocomo lá fora. / Ele veio atrás de nós. /

Já lhe pedi para ficar sempre entrenós. / Para baixo todo santo ajuda.

d) Só inicie frase com advérbio,porém, quando ele ou a locução comesse valor tenham função essencial naoração: Aqui se faz, aqui se paga. /Amanhã, finalmente, o lançamentoda Challenger 45. / Agora o governofala em conter gastos. / Na sexta-feira, bem cedo, partirão para o Rio. /Com pressa, ele pedia que todos saís-sem. Nos demais casos, coloque o ad-vérbio ou a expressão com esse valorna posição que as normas recomen-dam. Assim: TV mostra amanhã Co-rinthians x Botafogo. / O Brasil abrena segunda-feira a Assembléia-Geralda ONU. / Sai hoje a relação dos con-correntes ao Oscar. / Eles devem real-mente ser os melhores. E não: Ama-nhã, TV mostra... / Segunda-feira, oBrasil abre... / Hoje, sai a relação... /Realmente, eles devem ser...

5 — Não e nemEstas negativas precedem sempre o

verbo: Não disse. / Não foi trabalharnem se justificou.

Colocação dos termos na oração. A ora-ção em português é a direta, isto é, su-jeito (quando houver), predicado ecomplementos (quando houver): Otempo está firme. / Deve chover ama-nhã. / O governo alterou as normasdo Imposto de Renda. / O rio trans-bordou. Se houver dois complemen-tos, o objeto direto em geral antecedeo indireto: Os EUA deram ontem umultimato à Líbia. / A enfermeira en-volveu a criança no cobertor. / Oaluno devolveu o livro à biblioteca.

1 — Sujeito depois do verboa) Na passiva com o pronome se:

Fazem-se ternos. / Vendem-se fru-tas. / Constroem-se casas. Note quena voz passiva o sujeito recebe a ação(ternos são feitos, frutas são vendi-das, casas são construídas). Há casosem que o se indica apenas um verbo

65Colocação dos termos na oração Colocação dos termos na oração

Page 66: Manual de Redação e Estilo do Estadão

pronominal e o sujeito vem antesdeste porque se trata da voz ativa (osujeito pratica a ação): O vizinhomudou-se. / O país declarou-se emguerra.

b) Nas orações reduzidas de gerún-dio, particípio e infinitivo: Retirando-se o valentão, todos respiraram ali-viados. / Retirado o valentão, todosrespiraram aliviados. / Ao se retirar ovalentão, todos respiraram aliviados.

c) Em geral, nas orações iniciadaspelos advérbios interrogativos ou porpronome interrogativo que não sejasujeito: Aonde se dirigem eles? /Como morrem os homens? / Quemsomos nós para esperar essa graça? /Por que saiu ele tão cedo? / Que disseela? / Quanto custa uma dúzia deovos? O sujeito vem antes, porém,quando a frase tem a locução é que,quando se inicia a frase com o sujeitoe quando a palavra interrogativa figu-ra no fim da frase: Onde é que vocêestava? / Esse livro por que estáaqui? / Ele queria o quê?

d) Nas orações exclamativas e im-perativas: Vivam as férias! / Morra oditador! / Como é dura a vida! /Benza-os Deus! / Vejam todos esteexemplo.

e) Nas orações que explicam cita-ções: “O país precisa de todos os ci-dadãos”, disse o presidente. / “Terraà vista”, exclamou o marinheiro.

f) Nas orações condicionais cons-truídas sem conjunção: Fossem elesmais novos... / Tivéssemos nós outraopção... / Fizessem os homens pormerecer... / Pudessem eles chegarmais cedo...

g) Em orações de caráter narrativo:Corria a década de 30... / Passaramanos e anos... / Chegara o tempo daesperança...

h) Em certas construções com ver-bos que só se usam na terceira pessoa(pelo menos em sentido restrito):Acontecem coisas incríveis aqui. /Restou-lhe o filho como consolo. /

Basta um dia. / Faltam homens no re-gimento.

i) Em geral, nas orações com ver-bos intransitivos: Chega hoje o presi-dente da República. / Sopra o vento,ruge o leão e a manhã desponta. / Bri-lha o sol. / Nasce o dia. / Dormem ascrianças. / Prossegue o festival de no-meações. / Recomeçam as aulas.

j) Quando se quer ressaltar a idéiaexpressa por um verbo de ligação (ser,estar, parecer, ficar, permanecer, etc.):Este não era o seu dia. / Estava cruaa comida. / Ficava longe aqueleposto. / Permanecia parado na esqui-na o carro da polícia.

2 — Outros casosa) O verbo figura no começo da

oração que determina tempo, distân-cia, peso, medida ou número: São 5horas. / São 6 quilômetros daqui atéo centro. / Faltam só 30 metros. /Eram 30 meninos.

b) A ênfase pode fazer que o objetodireto ou indireto venha antes: Destaágua não beberei. / Comida paratodos prometeu o governador.

c) O verbo inicia frases de caráterexistencial: Era uma vez um sapo quevirou príncipe. / Existem naquelaárea muitos índios.

d) O sujeito pode ser deslocado parao fim da frase quando se quer chamara atenção sobre ele: O chefe é ele. / Seninguém quiser ir, vou eu.

e) As orações que servem de sujei-to ao verbo de ligação (ser, estar, pare-cer, ficar, etc.) vêm, em geral, depoisdeste: Estava acertado que ele seriapromovido. / É justo que todos o re-verenciem. / Parece certo que nin-guém o indicou. / É preciso muitacautela. / É necessário maior cuida-do. / É proibido pisar na grama.

f) Na passiva com o verbo ser, o par-ticípio inicia a frase, se esta exprimedesejo ou vontade: Benditos sejamvossos pais. / Amaldiçoados sejam osassaltantes.

66Colocação dos termos na oração Colocação dos termos na oração

Page 67: Manual de Redação e Estilo do Estadão

g) As orações que servem de sujei-to ou complemento a outras seguem-se ao verbo principal: Não se sabe seele chegou. / Esperamos que ele con-siga o lugar. / Concordo em que fi-quem conosco. / Seu mal é não serrealista. / Tinha medo de que não ocompreendessem. Em um ou outrocaso, porém, essas orações podem virantes da oração principal ou estar in-tercaladas nela: Que falavam mal,percebia-se logo. / Se ele chegou, nãose sabe. / O deputado, se era contrao projeto, não o dizia.

h) As orações subordinadas adjeti-vas (são introduzidas quase semprepor um pronome relativo e têm comoantecedente um substantivo ou pro-nome) podem vir depois da oraçãoprincipal ou nela ser intercaladas:Estas eram as mulheres de quem gos-tavam. / As mulheres de quem gosta-vam eram estas. / O modo como o fi-zeram indicava sua origem. / Conse-guiu tudo quanto queria. / O pai, queamava os filhos, não queria separar-se deles. / Acharam o local onde es-tava enterrado o tesouro. / O localonde estava enterrado o tesouro per-manecia ignorado.

i) As orações subordinadas adver-biais (são introduzidas por conjun-ções e exprimem circunstâncias detempo, modo, fim, causa, condição,etc.) podem aparecer antes, no meioou depois da oração principal: Quan-do o vimos, deixamos a sala. / Nós,quando o vimos, deixamos a sala. /Deixamos a sala, quando o vimos. /Apesar de serem os melhores, nãoforam aprovados. / Não foram apro-vados, apesar de serem os melhores. /Porque acreditava no médico, odoente levantou-se. / O doente levan-tou-se porque acreditava no médico.

Colocação pronominal. A norma da lín-gua é a colocação do pronome átono(me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, lhes, os,as) depois do verbo: As reuniões doCongresso iniciaram-se ontem. / Os

meninos feriram-se no acidente.(Veja no fim do verbete as normas usa-das no Estado para a colocação de pro-nomes.)

Determinadas palavras ou tipos defrase, porém, exigem que o pronomefique antes do verbo: As reuniões doCongresso, que se iniciaram ontem,nada prometem de novo este ano. /Os meninos não se feriram no aciden-te.

Como o pronome não pode vir de-pois de um verbo no futuro do presen-te ou futuro do pretérito (antigo con-dicional), nesses casos o pronome éintercalado no verbo: Dir-se-ia quetodos ficaram satisfeitos. (E não:Diria-se que...)

Pronome antes do verbo(próclise)

1 — Verbo precedido de palavras desentido negativo (não, nunca, jamais,nada, nenhum, nem, ninguém): Ohomem não se alterou. / Nada me re-volta. / Jamais lhe explicaram arazão. / Nunca vos procuraram? / Elanão foi nem se deixou levar. / Nin-guém nos perdoará a ausência. / Ne-nhum dos passageiros se feriu no aci-dente.

2 — Verbo precedido de advérbio(aqui, ali, cá, lá, muito, bem, mal,sempre, somente, depois, após, já,ainda, antes, agora, talvez, acaso, por-ventura): Aqui se faz, aqui se paga. /Já nos convidaram. / Muito lhe agra-deço o favor. / Sempre lhe dizia queviesse. / Depois eu os procuro. / Aindanos pedirá desculpas. / Talvez se in-terne amanhã para tratamento. /Agora vos digo: sois o mais gentil. /Acaso lhe interessa este livro?

Observação. Se depois do advérbiose fizer uma pausa, em geral expressapela vírgula, o pronome ficará depoisdo verbo: Antigamente, falava-semuito nesse assunto. / Hoje, escreve-

67Colocação pronominal Colocação pronominal

Page 68: Manual de Redação e Estilo do Estadão

se muito e pensa-se pouco. / Ali, pre-cisa-se de empregados.

3 — Verbo precedido de que, emqualquer sentido (menos quandosubstantivo): É o que lhe pedi. / Diga-lhe que se vá embora. / O livro quevocê nos emprestou é ótimo. / Desco-nheciam o assunto de que lhe haviamfalado. Quando substantivo: O quêda questão foi-lhe mostrado. / O quê(letra) escreve-se com acento.

4 — Verbo precedido de conjunçãosubordinativa (porque, embora, con-forme, se, como, quando, conquanto,caso, quanto, segundo, consoante, en-quanto, quanto mais... mais): Não foitrabalhar porque se havia machuca-do. / Como nos prometeram, chega-ram cedo. / Se os homens se compe-netrarem... / Embora lhe tenha avisa-do... / Conforme o alertara... / Quan-do o amigo se preparava para sair... /Caso lhe interesse saber... / Tanto sepreocupava quanto se divertia. / Agiusegundo (consoante, conforme) oirmão lhe sugerira. / Quanto mais apolícia se omite, mais os assaltos sealastram.

5 — Verbo precedido de pronomerelativo (o qual, quem, cujo, onde): Asmulheres às quais nos referimos... / Éo homem a quem se atribuiu a mis-são. / Em São Paulo, onde se radi-cou... / O pedido cujo atendimento serecomenda...

6 — Verbo precedido de pronomeindefinido (algum, alguém, diversos,muito, pouco, vários, tudo, outrem,algo): Algum se salvará. / Alguém otraria de qualquer forma. / Muito (oupouco) se espera dele. / Nada se perde,tudo se transforma. / Algo me diz queele virá hoje.

7 — Verbo precedido de pronomedemonstrativo (isto, isso, aquilo):Isto me agrada. / Isso te satisfaz? /Aquilo lhe diz respeito.

8 — Em frases que exprimem de-sejo ou exclamação: Deus lhepague! / Bons ventos o levem. / Bons

olhos o vejam. / Nossa Senhora a pro-teja. / Macacos me mordam! / Raioso partam!

9 — Verbo no gerúndio precedidoda preposição em ou de advérbio: Emse tratando de esporte, prefere o fute-bol. / Não o fazendo, você se arriscaa perder o amigo. / Bem o dizendo,mal o negando.

10 — Verbo precedido das conjun-ções coordenativas não só... mas tam-bém, quer... quer, já... já, ou... ou,ora... ora: Não só me trouxe a enco-menda, mas também me ofereceuum presente. / Quer se retire, quer seacomode... / Ou se afasta ou se en-quadra nas normas. / Ora se irrita,ora se mostra alegre. Observação. Asconjunções coordenativas e, mas,porém, todavia, contudo e portantonão atraem o verbo.

11 — Com as formas verbais pro-paroxítonas: Nós lhe perdoaríamos adesfeita. / Nós o teríamos feito. / Nósnos derramávamos em elogios.

12 — Nas orações iniciadas porpronome interrogativo: Quem tefalou a respeito do caso? / Como o pu-deram fazer?

Pronome depois do verbo(ênclise)

1 — Por ser a norma da língua, em-bora o português do Brasil tenha a ten-dência oposta: Os carros chocaram-sede frente. / As crianças punham-se achorar quando sentiam fome. Regraprática — O pronome vem depois doverbo quando não há nenhuma pala-vra que o atraia.

2 — Quando o verbo inicia a frase:Deram-lhe o recado, afinal? / Fala-semuito nesse problema agora. / Ven-dem-se apartamentos. / Procura-seum bom empregado. Para lembrar.Não se inicia período com pronomeoblíquo. Admite-se essa forma apenasna linguagem coloquial ou nas decla-rações colocadas entre aspas: “Me dê

68Colocação pronominal Colocação pronominal

Page 69: Manual de Redação e Estilo do Estadão

a mão”, dizia a moça. / “Me faça umfavor.”

3 — Com o gerúndio (não precedi-do de em ou advérbio): Apagou a luz,deixando-nos no escuro. / Não quei-ra enganá-lo fazendo-se de pobre.

4 — No imperativo afirmativo:Vamos, amigos, cheguem-se aosbons. / Meu filho, prepara-te, apres-sa-te.

Pronome intercalado (mesóclise)

1 — Para iniciar frase: Poder-se-áfazer a festa amanhã. / Dir-lhe-iatodos os desaforos que pudesse. / Trá-lo-á a reboque.

2 — Quando não existe nada queatraia o verbo no futuro do presenteou no futuro do pretérito (antigo con-dicional): O torneio iniciar-se-á nodomingo. / A vida devolvê-lo-ia à rea-lidade.

Observação. Por estarem hojemais ligadas à linguagem erudita,convém, no entanto, sempre que pos-sível, evitar essas formas.

Veja opções: A festa poderá ser rea-lizada (ou feita) amanhã. / Pretendia,queria, ia dizer-lhe todos os desafo-ros que pudesse. / Vai trazê-lo a rebo-que.

Casos opcionais

1 — Com os pronomes pessoais:Ela disse-me assim, ela me disseassim. / Eu o procuro amanhã, eu pro-curo-o amanhã. / Nós recompusemo-nos, nós nos recompusemos. A eufo-nia, porém, recomenda o pronomeantes do verbo, neste caso.

2 — Com o infinitivo que não façaparte de locução verbal: Sem os forçara nada, sem forçá-los a nada. / Até sechegar à solução, até chegar-se à so-lução. / Depois de se pôr à disposição,depois de pôr-se à disposição. / Porlhes trazer a fita, por trazer-lhes a fita.Exceções. Não combine por com os

pronomes o, a, os, as (use por fazê-los,apenas, em vez de “por os fazer”) nema com os pronomes o, a, os e as (usepreferia morrer a deixá-la, a deixá-los, etc., em vez de “a a deixar”, “a osdeixar”).

Locuções verbais

1 — Verbo auxiliar mais infinitivoa) Se não houver atração, o prono-

me fica depois do auxiliar ou do infi-nitivo: Quero-lhe dizer a verdade,quero dizer-lhe a verdade. / A moçadeve-se resguardar, a moça deve res-guardar-se.

b) Se houver atração, o pronomefica antes do auxiliar ou depois do in-finitivo: Não lhe quero dizer a verda-de, não quero dizer-lhe a verdade. / Amoça jamais se precisava resguardar,a moça jamais precisava resguardar-se.

2 — Verbo auxiliar mais preposi-ção e infinitivo

a) Se não houver atração, o prono-me fica depois da preposição ou do in-finitivo: Deixou de a procurar, deixoude procurá-la.

b) Se houver atração, o pronomefica antes do auxiliar ou depois do in-finitivo: Não a deixou de procurar,não deixou de procurá-la.

Observação. Tanto no caso 1 comono 2, a colocação do pronome depoisdo infinitivo é a preferível (dizer-lhe,procurá-la).

3 — Verbo auxiliar mais gerúndioa) Não havendo atração, o prono-

me fica depois do auxiliar ou do ge-rúndio: Vinha-lhe dizendo a verdade,vinha dizendo-lhe a verdade. / Afesta estava-se realizando, a festa es-tava realizando-se. / Ia-se desfazen-do, ia desfazendo-se. Preferíveis:Vinha-lhe dizendo, estava-se reali-zando, ia-se desfazendo.

69Colocação pronominal Colocação pronominal

Page 70: Manual de Redação e Estilo do Estadão

b) Havendo atração, o pronome ficaapenas antes do auxiliar: Não lhevinha dizendo a verdade. / Sabia quea festa se estava realizando ali. / Tudose ia desfazendo.

4 — Verbo auxiliar mais particí-pio

a) Não havendo atração, o prono-me fica depois ou antes do auxiliar:Os chefes haviam-no recomendado,os chefes o haviam recomendado. / Oamigo tinha-lhe feito um favor, oamigo lhe tinha feito um favor. Noinício de frase, ocorre apenas a mesó-clise: Ter-lhe-ia dito algo desagradá-vel? / Dir-se-ia que não pretendia vol-tar.

b) Havendo atração, o pronome ficaapenas antes do auxiliar: Quis saberpor que o haviam recomendado. / Oamigo também lhe tinha feito umfavor. / Quem lhe teria dito algo de-sagradável?

Para lembrar: Em nenhuma hipó-tese o pronome pode estar depois doparticípio, sendo, pois, absurdas for-mas como “dito-lhe”, “recomendado-o”, “feito-nos”, “pedido-lhes”, etc.

Observações finais

1 — As normas de atração ou nãodo pronome levam em conta a oraçãocompleta. Considere-se, por exemplo,o período: Nunca, diga-se a propósi-to, lhe pedi favor algum. Há duas ora-ções: Nunca lhe pedi favor algum /diga-se a propósito. O nunca atrai olhe da oração principal (nunca lhepedi), mas não o se da oração comple-mentar (diga-se a propósito).

Outro exemplo: O homem queanda muito na rua cansa-se mais.Existem igualmente duas orações: Ohomem cansa-se mais/que andamuito na rua. O se de cansa-se ficadepois do verbo porque não há nadana oração principal que atraia o pro-nome (o homem cansa-se).

Mais um caso: Era dono da lojaque, recorde-se, vendia artigos im-portados.

2 — O que subentendido atrai opronome como se estivesse expressona frase: Requeiro se digne informar-nos (que se digne). / Peço-lhe me deixesair (que me deixe).

3 — Pronome depois do futuro dopresente ou do pretérito. Em nenhu-ma hipótese pode ocorrer um casodesses, sendo, pois, absurdas formascomo “teria-lhe” dito, “faria-se” o tra-balho, “poderia-se” realizar, “diria-se”que ele estava atrasado, “farão-lhe” avontade, “direi-lhe” a verdade, “con-tará-nos” tudo a respeito do caso.

No “Estado”

O Estado aceita o uso, no noticiá-rio, do pronome oblíquo colocadoentre dois verbos, sem necessidade dese ligar por hífen ao primeiro deles.Trata-se de uma característica do por-tuguês do Brasil que não é mais pos-sível desprezar: Ele estava se prepa-rando para sair. / Falta d’água podese agravar hoje. / Ele tinha se revol-tado contra o pai. / Devia estar seaborrecendo com tudo aquilo. / Que-ria se livrar do amigo. / Vai se casaresta semana. / Esses homens podemnos ajudar. / Venho lhe trazer o meuapoio. / Tinha nos decepcionado.

Colocar. 1 — Colocar significa pôr emalgum lugar e deve ser usado para coi-sas materiais: Colocou o copo no ar-mário. / Colocou os azulejos na pare-de. 2 — Pôr se emprega nas locuçõese frases feitas, no sentido figurado ena definição de coisas abstratas e doespírito: pôr em prática, pôr frente afrente, pôr o dedo na ferida, pôr emxeque, pôr em pratos limpos, pôr umponto final, pôr fogo, pôr o assunto emdia, pôr a mesa, pôr os pensamentosem ordem, etc. 4 — Em qualquer si-tuação, sempre que possível, prefirapôr a colocar.

70Colocar Colocar

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Colorir. Conjugação. Só tem as formasem que ao r se segue e ou i: colore, co-lorimos, etc.

Com (concordância). Ver concordância(verbo, sujeito composto, item d, pá-gina 75).

Com... Hífen antes de vogal: com-aluno, com-irmão. Nos demais casos:combatente, concelebração, confe-derado, consacerdote, contorção.

Coma. Use a palavra no masculino paradefinir o estado de saúde e, por exten-são, insensibilidade, apatia: o comado doente, coma (=apatia) político,coma profundo.

Comando militar. l — Para o chefe deum Comando Militar, use as formas:o comandante militar do Sudeste, ocomandante militar do Planalto (enão o comandante do Comando Mi-litar do Sudeste, etc.). 2 — Ver quaissão os comandos no verbete militares,página 178.

Começar. Antes de infinitivo, exige a:O prédio começou a cair. / Vai come-çar a chover logo.

Comemoração de. Use em comemora-ção de, e não em comemoração a: Emcomemoração dos 25 anos de casa-do. / Em comemoração do centenáriode fundação da cidade.

Comemorar. Use o verbo apenas no sen-tido de celebrar, festejar, evitando oseu emprego em frases como come-morar o centenário da morte de al-guém, comemorar o cinqüentenáriodo terremoto que destruiu alguma ci-dade, etc. Nestes casos, recorra a assi-nalar, marcar, lembrar, evocar ou re-viver. Proceda da mesma forma comcomemoração e comemorativo.

“Comentar que”. Alguém comenta al-guma coisa, mas não comenta que...

“Comentar sobre”. 1 — O verbo pedeobjeto direto: Os alunos comenta-vam favoravelmente a aula (e não“sobre” a aula). / O técnico não quiscomentar a expulsão do jogador. 2 —Com sobre, use fazer comentários: Os

alunos fizeram comentários sobre aaula.

Comercializar. Envolve uma série deoperações e não a venda pura e sim-ples. Assim: Os agricultores têm difi-culdades para comercializar a safra. /Os artesãos vão vender (e não “co-mercializar”) os produtos na feira.Proceda da mesma forma com comer-cialização.

Comissão. Com inicial maiúscula ape-nas quando particularizada: Comis-são de Finanças, as Comissões de Jus-tiça e Orçamento. Nos títulos ou se-gunda referência, em minúsculas: Oprojeto, já aprovado pela comis-são... / Ministro deporá em comissão.

Commodity. É o singular. Plural: com-modities.

“Commonwealth”. Use ComunidadeBritânica.

Com nós, com vós. São corretas essasformas quando o pronome tem com-plemento ou reforço: Eles queriamfalar com nós mesmos (ou com vósmesmos), e não “conosco mesmos”nem “convosco mesmos”. Da mesmaforma: com nós dois, com vós todos,com nós ambos, com vós outros, comnós próprios, etc.

Com o objetivo de. Prefira para.Como. Concordância. Ver assim como,

página 47.“Como sendo”. Expressão ruim, desne-

cessária e evitável: Foi considerado“como sendo” o melhor em campo.Use simplesmente: Foi considerado omelhor em campo. / Julgaram-no(como sendo) o melhor jornalista doano.

“Como se recorda”, “como se sabe”. Fra-ses feitas inaceitáveis. Como, namaior parte dos casos, não se recordanem se sabe, explique ao leitor os an-tecedentes do caso, sem rodeios des-necessários.

Comparações. Por transmitirem fre-qüentemente uma imagem afetada,quando não artificial, as comparações

71Colorir Comparações

Page 72: Manual de Redação e Estilo do Estadão

devem ser usadas com extremo rigorou evitadas, o que é sempre mais pru-dente. Mesmo na linguagem colo-quial, recomenda-se cautela. Atentepara alguns maus exemplos (reais) dorecurso às comparações: Para suasubstituição, há tantas possibilida-des quanto estrelas no universo. / Acidade no Natal volta a ficar movi-mentada como um formigueiro. / Elereclamou feito um louco. / Estavaapanhando mais do que judas em sá-bado de Aleluia. / Soltava fogo pelonariz como um dragão. / Uma vezaberto o pacote, as promessas vãopara o lixo, como o papel dos embru-lhos. / As bandas de rock surgem esomem como cogumelos ou defi-nham tão celeremente quanto libélu-las. / Ficou perdido como um náufra-go.

Embora não constituam propria-mente comparações, existem ima-gens de reforço da frase que têm quasea mesma função e incorrem em idên-tico tipo de risco: Uma avalanche defotógrafos cercou o artista. / Havia nasala um clima de velório. / Previa-seum calor de rachar catedrais. Devemser evitadas a todo custo, em benefí-cio da objetividade.

Comparações (formas). 1 — Nas com-parações é indiferente o uso de do queou que: É mais rico do que ou que opai. / Ninguém se empenhou maispela aprovação do projeto do que ouque ele. O do que, de certa maneira,é mais coloquial e o que aparece commaior freqüência na linguagem escri-ta. 2 — Mesmo que as formas pare-çam pouco eufônicas, são as locuçõesao do, do do e equivalentes quedevem ser usadas quando se omiteuma palavra nas comparações: Seucarro era inferior ao do amigo. / O ín-dice ficou acima do do ano passado. /As vendas de março podem ficarabaixo das de fevereiro. É como se seescrevesse: Seu carro era inferior aocarro do amigo. / O índice ficou

acima do índice do ano passado. / Asvendas de março podem ficar abaixodas vendas de fevereiro. 3 — Do e dasimplesmente não estabelecem com-parações, sendo, pois, erradas formascomo: Estava com três pontos a mais“da” (o certo do que a) Portuguesa. /Pediu 2 mil lugares a mais “do” (ocerto: do que o) autorizado. 4 — É ita-lianismo usar daquele e daquilo paraintroduzir comparações. Assim: Oclube gastou mais que arrecadou (enão “daquilo” que arrecadou). / Eramais violento do que os que chega-ram depois (e não “daqueles” quechegaram depois).

Comparecer. 1 — Prefira a forma com-parecer a e não em: Compareceuontem ao tribunal. / Compareceu àreunião, à assembléia. 2 — Com em,é apropriado este uso: Tem compare-cido muito em público. 3 — O verboadmite ante ou perante quando signi-fica prestar contas: Compareceu anteo rei. / Compareceu perante o Tribu-nal de Justiça. 4 — Pode também dis-pensar complemento: Apesar de con-vidado para a festa, não compareceu.

Comparecimento. No singular em fra-ses como: O comparecimento de Jucae Alemão ao treino atraiu grande nú-mero de torcedores. / Os presenteselogiaram o comparecimento do go-vernador e do prefeito à solenidade (enunca “os comparecimentos”).

Compartilhar. Regência. 1 (tr. dir.) — Ofuncionário compartilhou o sucessoda empresa. / A esposa compartilhoua sua dor. 2 (tr. ind.) — Não compar-tilhava da alegria da família. 3 (tr. dir.e ind.) — Ele compartilhou suas vitó-rias com os amigos.

Compelir. Conjuga-se como aderir (ver,página 32): compilo, compeles; que eucompila, etc.

Competir. Conjuga-se como servir (ver,página 266): compito, competes;competia; que eu compita; competetu, competi vós; etc.

72Comparações (formas) Competir

Page 73: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Complicar-se. Alguma coisa se compli-ca e não complica, apenas: A situaçãodo time complicou-se. / Seu mal com-plicou-se nos últimos dias.

Comprazer-se. Conjugação. Pres. ind.:Comprazo, comprazes, compraz,comprazemos, comprazeis, compra-zem. Imp. ind.: Comprazia, compra-zias, comprazia. Pret. perf. ind.: Com-prazi, comprazeste, comprazeu, com-prazemos, comprazestes, compraze-ram (prefira) ou comprouve, com-prouveste, comprouve, comprouve-mos, comprouvestes, comprouve-ram. M.-q.-perf. ind.: Comprazera,comprazeras, comprazera (prefira) oucomprouvera, comprouveras, com-prouvera. Fut. ind.: Comprazerei,comprazerás. Fut. do pretérito: Com-prazeria, comprazerias. Pres. subj.:Compraza, comprazas. Imp. subj.:Comprazesse, comprazesses (prefira)ou comprouvesse, comprouvesses.Fut. subj.: Comprazer, comprazeres(prefira) ou comprouver, comprouve-res. Ger.: Comprazendo. Part.: Com-prazido.

Comprimento, cumprimento. Compri-mento significa extensão, distância: ocomprimento da mesa, 6 quilôme-tros de comprimento. Cumprimentoequivale a saudação ou ato de cum-prir: um cumprimento com a cabeça,o cumprimento das leis.

Computar. Não tem as três primeiraspessoas do pres. ind.: “computo”,“computas”, “computa” (só se usamas três do plural, computamos, com-putais, computam), o pres. subj. (nãoexiste “compute”, “computem”, etc.),nem o imper. neg. O imper. afirm.,portanto, admite apenas a forma com-putai vós.

Comunicar. 1 — Comunica-se algumacoisa a alguém, mas não se comunicaalguém sobre (ou de) alguma coisa: Oministro comunicou as decisões aosassessores. / O ministro comunicou-lhes as decisões. / O ministro comu-nicou as decisões a eles. Nunca,

porém: O ministro “comunicou osassessores” sobre as ou das decisões.2 — Da mesma forma, ninguém podeser comunicado (mas informado, avi-sado ou cientificado) de alguma coisa:Foi informado (e não “comunicado”)sobre a decisão. / Foi avisado (e não“comunicado”) de que não deveriavoltar aqui. / Foram cientificados (enão “comunicados”) sobre as novasnormas da empresa. Atenção. Escre-ver que alguém “foi comunicado de”alguma coisa é considerado pelos gra-máticos um dos erros graves do idio-ma.

“Comunidade Européia”. Passou a cha-mar-se União Européia.

Concelho. Com c indica circunscriçãoadministrativa: Leiria é sede de con-celho.

Concertar, consertar. Concertar é omesmo que ajustar, conciliar: Con-certar opiniões, divergentes. Conser-tar significa reparar, corrigir: Conser-tar a casa, o carro, a roupa. / Conser-tar o que dissera.

Concerto, conserto. Concerto define es-petáculo musical, acordo, harmonia:concerto para piano e orquestra, oconcerto das nações, concerto grosso,concerto de vozes, concerto de louvo-res. Conserto corresponde a reparo,reforma: o conserto do carro, o con-serto da casa.

Concitar. A regência mais usada jorna-listicamente é concitar alguém a al-guma coisa: Os líderes concitaram apopulação a reagir. / Todos o concita-ram à luta.

Conclamar. No sentido de convidar,convocar, a regência normal é concla-mar alguém para alguma coisa: Con-clamaram os amigos para ajudá-los. /O governo conclamou o país para aluta contra a droga.

“Conclusão final”. Redundância (a me-nos que se trate de uma série de con-clusões parciais que conduzam a umadefinitiva).

73Complicar-se “Conclusão final”

Page 74: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Concordância.

Adjetivo com substantivo

Para efeito de concordância, as nor-mas válidas para o adjetivo aplicam-se também ao pronome, artigo, nume-ral e particípio. O substantivo a queeles se referem pode às vezes dar lugara um pronome.

1 — Fundamentosa) O adjetivo concorda com o subs-

tantivo em gênero (masculino e femi-nino) e número (singular e plural):Prédio alto. / Casa branca. / Homensbons. / Mesas antigas. / Duas mulhe-res.

b) O adjetivo irá para o plural mas-culino quando pelo menos um dossubstantivos for masculino: Homense mulher bons. / Médico e enfermei-ras dedicados. / Aí compreendidosestes e aquelas.

c) Mantém-se a concordânciamesmo que haja preposição entre oadjetivo e o substantivo: Desgraçadosdos homens. / Coitadas das mulhe-res.

2 — Adjetivo com dois ou maissubstantivos

Esteja o adjetivo antes ou depoisdos substantivos, você acertará sem-pre se fizer a concordância no plural:“A mão esquerda, entre cujos índi-ce e polegar...” / Terno e gravata es-curos. / Ótimos texto e conhecimen-tos. / Atentos o governo e as ForçasArmadas. / Reajustados o salário mí-nimo e os aluguéis. / Convocados oSenado, a Câmara e o Supremo. /Mortos pai e filho no litoral.

Observaçõesa) O adjetivo colocado antes de

dois ou mais substantivos pode con-cordar com o substantivo mais próxi-mo: Branca túnica e sandália. /“...notando o estrangeiro modo euso.” / Ótimo texto e conhecimen-tos. / Seu pai e filhos. / Suas filhas emulher.

O adjetivo, no entanto, vai obriga-toriamente para o plural se os subs-tantivos forem predicativos do obje-to, nomes próprios, títulos ou formasde tratamento: Julgava perdidas a fée a esperança (predicativo do obje-to). / Trazia espertos o desejo e as vir-tudes (pred. do obj.). / A Justiça decla-rou culpados o pai e a filha. / Os ir-mãos Caetano e Bethânia. / Os após-tolos Pedro e Paulo. / Os generaisCosta e Silva e Médici. / Os srs. Silvae Cia.

b) Se o adjetivo vem depois de doisou mais substantivos, pode tambémconcordar com o mais próximo: Umterno e uma gravata escura. / Ternose gravata escura. / Terno e gravatasescuras. / Elogiamos o seu esforço,empenho e dedicação extrema.Quando os substantivos são sinôni-mos ou formam gradação (como noúltimo exemplo acima), há gramáti-cos que defendem a concordância —que, no entanto, não é obrigatória —com o mais próximo.

3 — Verbo de ligaçãoCom verbo de ligação (ser, estar,

parecer, ficar, etc.), o adjetivo vai parao plural, em qualquer caso, e segue asnormas gerais de concordância: O de-poimento e o laudo pericial eram con-clusivos. / A loja e a residência esta-vam inundadas. / As casas e o prédiode apartamentos pareciam velhos. /Eram justos o preço fixado e a comis-são. / Estavam liberados a testemu-nha e o réu.

Apenas se o verbo de ligação esti-ver antes dos substantivos, admite-setambém a concordância com o maispróximo (no Estado, prefira o plural,de qualquer forma): Era justo o preçofixado e a comissão. / Estava libera-da a testemunha e o réu.

4 — Um substantivo e dois ou maisadjetivos

a) Substantivo antesHá três possibilidades: Os gover-

nos brasileiro e francês; o governo

74Concordância Concordância

Page 75: Manual de Redação e Estilo do Estadão

brasileiro e o francês; o governo bra-sileiro e francês. / Os poderes tempo-ral e espiritual; o poder temporal e oespiritual; o poder temporal e espiri-tual.

A primeira forma (Os governosbrasileiro e francês, os poderes tem-poral e espiritual) é jornalisticamen-te a mais recomendável, embora a se-gunda (O governo brasileiro e o fran-cês, o poder temporal e o espiritual)soe melhor em alguns casos. Con-vém, apenas, evitar a terceira (O go-verno brasileiro e francês, o podertemporal e espiritual), por induzir aduplo sentido.

b) Substantivo depoisAdmitem-se quatro formas: A pri-

meira e a segunda série; a primeira esegunda série; a primeira e a segundaséries; a primeira e segunda séries. /O quarto e o sétimo andar; o quartoe sétimo andar; o quarto e o sétimoandares; o quarto e sétimo andares.

As melhores: A primeira e a segun-da série, a primeira e segunda séries. /O quarto e o sétimo andar, o quartoe sétimo andares.

5 — Adjetivos compostosSó o último elemento é flexionado:

estudos histórico-filosóficos, tecidosazul-claros, relações anglo-franco-brasileiras, partidos social-democra-tas, partidos democrata-cristãos, ho-mens bem-intencionados, notíciasextra-oficiais, países não-alinhados,política econômico-financeira, vidaprofissional-amorosa. Exceção. Fle-xionam-se os dois termos de surdo-mudo, seja a palavra adjetivo compos-to ou substantivo: Homens surdos-mudos, moça surda-muda, mulheressurdas-mudas, os surdos-mudos, asurda-muda, as surdas-mudas.

6 — Casos especiaisVeja cada um deles nos verbetes

um e outro, nem um nem outro, pró-prio, junto, menos, possível (o mais,o menos, o melhor, o pior), anexo,cores, um dos que, incluso, etc.

Verbo

1 — Regra básicaO verbo concorda com o sujeito em

número e pessoa: O prédio ruiu. / Elechegou ontem. / Nós pedimos parasair. / Alugam-se apartamentos. / Osministros anunciaram o novo pacote.

2 — Sujeito compostoAdote como norma: o sujeito com-

posto leva o verbo para o plural, este-ja o verbo antes ou depois do sujeito.Exemplos: Partiram lotados o trem eo ônibus. / O homem e o filho feri-ram-se no acidente. / Reportagem,crítica e comentário têm lugar numjornal ou revista.

Observação. O verbo pode ficar nosingular (no Estado, apenas em textosespeciais e declarações) nos seguintescasos:

a) Verbo antes do sujeito compos-to: Passará o céu e a terra. / “... se atanto me ajudar engenho e arte.” /Saiu João e os demais.

Exceção. Se os sujeitos forem todosnomes próprios ou se indicarem refle-xibilidade, reciprocidade, o plural seráobrigatório: Vieram Maria, Pedro eJoão. / Feriram-se o agressor e a víti-ma. / De ambos os lados, cresceramo rancor e o ódio.

b) O sujeito composto indica umagradação, crescente ou decrescente:“Uma palavra, um gesto, um olharbastava.” / “O próprio interesse, agratidão, o mais restrito dever ficaimpotente...”

c) O sujeito é formado por palavrassinônimas ou tomadas como umtodo: “A vida e o tempo nuncapára.” / “Estes receios, este procedermeticuloso pode matar-nos.”.

d) Se os dois sujeitos estiverem li-gados pela preposição com ou por ou-tras palavras e locuções que indiquemcompanhia, o verbo ficará no singularse o primeiro elemento prevalecersobre o segundo. E nesse caso convémcolocar o segundo entre vírgulas:

75Concordância Concordância

Page 76: Manual de Redação e Estilo do Estadão

O rei, com a corte e toda a nobreza,participou da missa solene. Procedada mesma forma nas frases em que ocom é substituído por locuções desentido equivalente ou aproximado:O presidente, ao lado dos ministros,deu início às solenidades. / O gene-ral, acompanhado do ajudante-de-ordens, passou as tropas em revista.

O plural justifica-se apenas noscasos (mais raros) em que ambos oselementos têm igual ênfase: A mãecom a filha foram salvas do incêndio.

3 — Pronomes pessoaisA primeira pessoa prevalece sobre

a segunda e a terceira, a segunda pre-valece sobre a terceira e o verbo ficano plural: Eu e tu chegamos cedo (eu+ tu = nós). / Eu, tu e a tua irmã fomosaprovados (eu + tu + tua irmã, queequivale a ela, no caso). / Tu e ele vies-tes de carro (tu + ele = vós). / Tu e osPires perdestes o trem (tu + eles =vós). / Tu e teu pai saístes do edifíciojuntos (tu + ele = vós). / Ele e a mãeeram bem-vindos (ele + ela = eles). /Eu e as bicicletas nos chocamos (eu+ elas = nós). / Tu e os carros já estaisà vista (tu + eles = vós).

Observaçõesa) Modernamente, admite-se o

verbo na terceira pessoa do pluralquando tu e vós se combinarem comele, eles ou equivalentes (por causa dadificuldade no uso do tempo verbalcorrespondente a vós): Tu e os carrosjá estavam à vista. / Eles e vós já têmlugares marcados.

b) Se o verbo estiver antes dos pro-nomes, a concordância pode ser feitacom o mais próximo (no Estado,porém, coloque o verbo no plural): Eraele e sua tia que chegavam. / Poderástu e o motorista levar-me ao Centro?

4 — Sujeito constituído de oraçõesou infinitivos

O verbo fica no singular: Que eleentre e saia a toda hora não causa es-panto. / Andar e nadar faz bem àsaúde. / Comer, dormir e vadiar era

só o que queria. / “Serem os homensuma coisa e parecerem outra é fácil.”

Exceção. Verbo no plural se houvercontraste entre os sujeitos ou se esti-verem substantivados: O comer e odormir engordam uma pessoa. / Nas-cer e morrer fazem parte da vida.

5 — Sujeitos resumidos por umpronome indefinido

O verbo fica no singular quando ossujeitos são resumidos pelos prono-mes tudo, nada, nenhum, cada um,cada qual, outro, ninguém, alguém,isso, isto, aquilo: Casas, pontes,estradas, tudo se perdeu com aenchente. / Amigos, colegas, paren-tes, ninguém o alertou sobre os riscosda viagem. / Pai, mãe, irmã, alguémdeve chamá-lo à realidade. / Médico,engenheiro, advogado, cada qual temseu código de ética.

6 — Coletivo ou palavras quedêem essa idéia

a) Sem complemento — Concor-dância normal com o verbo: O povosaiu. / A gente chegou. / Os cardumessubiam o rio.

b) Com complemento — Faça aconcordância do verbo com o sujeito,no singular, e não com o complemen-to, no plural: A maioria dos empre-gados chegou atrasada no dia da en-chente. / A maior parte dos trabalhosfigurava na exposição. / Grande nú-mero de pessoas aderiu à iniciativa. /Estava destruída parte dos afrescos. /Um sem-número de crianças faziabarulho. / Boa parte dos habitantesmora na periferia. / Um grupo de la-drões dominou os clientes do banco. /Uma porção de crianças esperava adistribuição dos alimentos. / Umaequipe de policiais prendeu os se-qüestradores. / Um total de 20 técni-cos participou da operação.

Observação. Aceita-se (no Estado,apenas em textos especiais ou decla-rações) a concordância com a idéia deplural expressa pelo complementoem casos como: A maioria das pes-

76Concordância Concordância

Page 77: Manual de Redação e Estilo do Estadão

soas foram feridas. / Grande númerode passageiros deixaram de pagar apassagem.

7 — Palavras no plural, mas comidéia de singular

O verbo fica no singular: Pêlosainda tem acento. / Nós é um prono-me. / Casas está no plural. / Frases éo sujeito da oração. / Lágrimas é coisaque ele não tem.

8 — Nomes próprios no plurala) Sem artigo — Verbo no singular:

Andradas fica em Minas. / MemóriasPóstumas de Brás Cubas consagrouMachado de Assis / Divinas Palavrasjá foi representada em São Paulo (éuma peça).

b) Com artigo no plural — Verbono plural, faça ou não o artigo parte donome: As Memórias Póstumas deBrás Cubas lhe causaram profundaimpressão. / Os Estados Unidos re-presentam... / Os Andes consti-tuem... / Os Alpes ficam... / Os Lusía-das imortalizaram Camões. / Os Ser-tões consagraram Euclides daCunha. / Os Maias deram a Eça ine-gável prestígio.

Exceção. Com o verbo ser e predi-cativo no singular, o verbo pode ficarno singular: Os Lusíadas é a obra-prima de Camões. / Os Sertões é onome da obra que imortalizou Eucli-des da Cunha.

9 — Nas indicações de preço, me-dida, quantidade, porção ou equiva-lente

Verbo no singular: Três quilôme-tros é muito. / Dois capítulos épouco. / Mil reais é demais por esseartigo. / Cem dólares pode parecerexagerado. / Cem vagas representamuito nessa escola. / Dois terços deum meio é dois sextos. / Quatro anosde mandato é pouco, julga o presiden-te.

Exceção. Com dias e horas, a con-cordância é a normal: Eram 9 horas. /São 6 horas. / Hoje é dia 15 de agos-to. / Hoje são 15 de agosto.

10 — Sujeito no singular e predi-cativo no plural

Com o verbo ser (e mais raramen-te parecer), ocorre a concordância poratração, isto é, se o sujeito estiver nosingular e o predicativo no plural, overbo concordará com o predicativo,e não com o sujeito: O que lhe peçosão fatos concretos. / Tudo são flo-res. / Nada são flores. / Tudo parecemflores. / Isto são os ossos do ofício. /Isso eram manobras inconseqüen-tes. / Aquilo foram histórias. / Amorsão venturas e sofrimento. / Suamaior alegria continuam sendo os fi-lhos. / O grande prazer das criançasvinham sendo aqueles brinquedos. /O resto (ou o mais) são casos sem im-portância.

Observaçõesa) Se o sujeito for pessoa ou nome

de pessoa, a concordância se fará re-gularmente: Joana é as delícias damãe. / O homem é cinzas. / O filhoera as venturas do casal.

b) Se o sujeito for nome de coisa,poderá, para muitos gramáticos, ficarno singular: A comida era só verdu-ras.

O verbo no plural, no entanto, temo apoio da maioria dos estudiosos (Acomida eram só verduras) e é a formaadotada pelo Estado.

11 — Predicativo é substantivoabstrato

O predicativo não concorda com osujeito quando é substantivo abstra-to: As espinhas ou acnes são um enig-ma para a medicina (e não são enig-mas). / Para muitos, as cadernetas depoupança eram a melhor garantiapara o futuro (e não eram as melho-res garantias). / Estas providênciasforam a salvação das finanças da em-presa.

77Concordância Concordância

Page 78: Manual de Redação e Estilo do Estadão

12 — Pronome pessoal com predi-cativo

a) Se o pronome pessoal vem de-pois do verbo, o verbo concorda comele: O autor do livro sou eu, mas oeditor sois vós. / O responsável peloerro somos nós (preferível: Os respon-sáveis...). / O chefe és tu. / Os herdei-ros somos eu e teus irmãos.

b) Havendo dois pronomes pes-soais, a concordância se faz com o pri-meiro: Eu não sou você. / Nós nãosomos você. / Tu não és eu. / Ele nãoé eu (ou tu).

13 — Pronome interrogativo compredicativo

Nas orações que comecem compronome interrogativo, o verbo con-corda com o substantivo ou pronomepessoal: Que são objetos diretos,Pedro? / Que somos nós? / Quem soisvós? / Quem és tu? / Quem teriamsido os autores do atentado? / Quesão três dias?

14 — Concordância com a idéiaHá casos em que a concordância se

faz com a coisa subentendida e nãocom o nome que a expressa: A Vozesfoi premiada com o Jabuti (subenten-de-se a editora). / A Faria Lima vivecongestionada (avenida). / O Joelmapegou fogo num 1º de fevereiro (edifí-cio). / O Paraíba é sinuoso (rio). / SãoPaulo é a mais populosa (cidade). /São Paulo é o mais populoso (Esta-do). / A Gustavo Barroso está avaria-da (fragata). / A Apollo foi à Lua(nave). / A Dersa será reformulada(empresa). / O Opala (carro), a Cara-van (perua).

15 — Formas de tratamentoO verbo concorda com a pessoa que

recebe o tratamento: Vossa Excelên-cia está errado (homem), Vossa Exce-lência está errada (mulher). / SuaSantidade chegou atrasado (o papa). /Vossa Alteza é bondoso (príncipe),Vossa Alteza é bondosa (princesa).

16 — Nós no lugar de eu Quando o pronome nós substitui

eu (plural de modéstia), o verbo ficano singular: Estamos grato por tudo(eu estou). / Somos favorável à deci-são (eu sou). É forma a evitar, porém.

17 — Nós subentendidoQuando a pessoa que fala se inclui

num grupo, o verbo concorda com opronome nós: Todos aprovamos a de-cisão (eu + eles, nós + eles). / Éramosseis na casa. / Os paulistas (nós, ospaulistas) somos descendentes dosbandeirantes. / A causa teria maisforça do que supomos os leigos.

18 — Verbos impessoaisComo não existe sujeito, o verbo

fica na 3ª pessoa do singular: Choveumuito em São Paulo este ano. / Ven-tava demais naquele morro. / Jáhouve ocasiões mais favoráveis queesta. / Fazia frio de madrugada. /Pode haver muitas pessoas no show.

l9 — Sujeito indeterminadoO verbo vai para a 3ª pessoa do plu-

ral: Pediram-me que a procurasse. /Estão guiando muito mal nas estra-das paulistas. / Disseram-lhe quesaísse.

Se a indeterminação do verbo forindicada pelo pronome se, usa-se a 3ªpessoa do singular: Cantou-se etocou-se muito ali. / Ainda se vivemal em muitas regiões brasileiras. /Vive-se e morre-se de amor.

20 — Sujeito que representa amesma pessoa ou coisa

O verbo fica no singular: Deus, oCriador, o Onipotente, paira sobretodas as coisas. / “Esse primeiro pal-pitar da seiva, essa revelação da cons-ciência a si própria, nunca mais meesqueceu...” (M. de Assis) / O presi-dente da República e membro daABL convidou...

Erros

Alguns erros de concordância vêm-se tornando muito comuns. Por isso,

78Concordância Concordância

Page 79: Manual de Redação e Estilo do Estadão

esteja atento para que não apareçamno seu texto. Veja as situações em quea maior parte deles ocorre (todos osexemplos são reais):

1 — Verbo, complemento, apostoou oração dependente colocadosantes do sujeito: Serão realizadoshoje os sorteios (e nunca “será reali-zado”). / Viu como era feita (e não “erafeito”) a aguardente. / Está marcada(e não “marcado”) para o dia 22 umagrande manifestação. / Terão tempe-ro caseiro os quitutes... (e não “terá”) /Os contratos trazem embutida (e não“embutido”) uma correção. / Foi pu-blicada (e não “publicado”) no DiárioOficial uma relação... / Não deixam(em vez de “deixa”) de causar estra-nheza certas situações... / Ficou cons-tatada (e não “constatado”) apenasuma forte torção... / Chegam (e não“chega”) a ser irritantes (e não “irri-tante”) os constantes erros... / Tem deser levada (e não “levado”) em contaa disposição... / Se prevalecerem (emvez de “prevalecer”) as evidências... /São importantes (e não “é importan-te”) esses pontos... / Errados, erradosmesmo (e não “errado, erradomesmo”) são os termos...

2 — Núcleo do sujeito distante doverbo: Os preparativos para a criaçãodo novo bairro já estavam pratica-mente concluídos (e não “já esta-va”...). / As execuções determinadaspor partidos clandestinos de esquer-da, na década de 70, eram (e não“era”) uma verdade incontestável. /Férias fora de hora levam (e não“leva”) mães ao pânico. / As acusa-ções ao presidente daquele sindicatode trabalhadores demonstravam (enunca “demonstrava”) a possibilida-de...

3 — Núcleo do sujeito no singularacompanhado de uma expressão pre-posicionada no plural, que completaou altera o seu sentido — o verbo ficano singular (não deixe que a falsanoção de plural influencie a concor-

dância): Como essa diversidade deassuntos não agradava (e nunca“agradavam”) aos leitores... / A pro-dução dos especiais de música brasi-leira é de (e nunca “são de”...) / A ful-minante ascensão do candidato naspesquisas eleitorais mudou (e não“mudaram”) o conceito... / O preçodas passagens aéreas sobe (e não“sobem”) hoje. / A publicação dasfotos da modelo prejudicou (e não“prejudicaram”) a sua reputação.

4 — O que exige o verbo no singu-lar e no masculino: O que se ouviaeram frases indignadas (e nunca oque “se ouviam”...). / O que não é ad-mitido é a internação... (e não o quenão “é admitida”...).

5 — É que não varia em frases comoas que se seguem (repare que está in-tercalada uma expressão preposicio-nada): É nesses movimentos que aplástica sobressai (e nunca “são” nes-ses movimentos que...). / É sobreesses aspectos que ele deve meditar(e não “são” sobre esses aspectosque...). / É dessas coisas que (em vezde “são” dessas coisas que...).

6 — Bastar, existir, faltar, restar esobrar variam normalmente: Bastamalguns minutos. / Falou sobre as di-ferenças que existiam entre eles. /Existem muitas concepções equivo-cadas. / Faltam motivos que expli-quem o crime. / Restavam poucaspessoas na sala. / Sobram idéias, masfaltam meios para pô-las em prática.

Conde. Feminino: condessa.Condor. O certo é condor (dôr) e não

“côndor”.“Conferência de imprensa”. Em portu-

guês, use entrevista coletiva.Conferir. Conjuga-se como servir (ver,

página 266).Confidenciar. O verbo significa dizer

em segredo, em confiança, na intimi-dade, e está sendo muito usado erra-damente no lugar de revelar ou infor-

79Conde Confidenciar

Page 80: Manual de Redação e Estilo do Estadão

mar. Veja como empregá-lo correta-mente: O diretor da organização con-fidenciou a amigos que não vai tomara iniciativa de deixar o cargo. / O de-putado confidenciou à família quenão será candidado à reeleição. Ouseja, disseram em segredo, em con-fiança, na intimidade.

Nos casos seguintes, no entanto,confidenciar não tem sentido: “Real-mente, a negociação está adianta-da”, confidenciou (disse, garantiu, in-formou, adiantou) o diretor do timeno vestiário. / A atriz confidenciou(revelou) à revista Notícias que estáesperando um filho. / O líder confi-denciou (comunicou, revelou, infor-mou) aos 400 convencionais qual aposição do partido na questão.

Confrade. Feminino: confreira.Confraternizar. Sem se: Os amigos con-

fraternizam. / Confraternizava atécom os adversários.

“Congressual”. Use do Congresso enunca congressual.

Conquistar o seu espaço. Lugar-co-mum. Evite.

Conseguir. Conjuga-se como servir(ver, página 266).

“Conseguir com que”. Fazer com que éque admite a preposição. Use conse-guir que em frases como: Ele conse-guiu que todos os convidados compa-recessem à festa (e não conseguiucom que).

“Consenso geral”. Redundância. Nãoexiste consenso de alguns, por exem-plo.

Consentir. Conjuga-se como mentir(ver, página 177).

Consertar, conserto. Ver concertar econcerto, página 73.

Consigo. Só pode ser usado com o sen-tido reflexivo: Ele fala consigomesmo. / Os homens carregam con-sigo as suas penas. / O fotógrafo trou-xe consigo as anotações do repórter.Embora admissível em Portugal, é in-correto no Brasil o uso de consigo co-

mo equivalente a com você, com o se-nhor. Não escreva, pois: Quero falarconsigo. / Vou consigo.

Constroem. Sem acento.Construir. Conjugação. Pres. ind.:

Construo, constróis, constrói, cons-truímos, construís, constroem.Imper. afirm.: Constrói, construa,construamos, construí, construam.Os demais tempos são regulares.

Consulesa. Designa tanto a mulher docônsul como a funcionária que exer-ce o cargo.

Consumar, consumir. Conjugação(pela ordem). Pres. ind.: Consumo,consumas, consuma, consumamos,consumais, consumam; consumo,consomes, consome, consumimos,consumis, consomem. Imp. ind.:Consumava, consumávamos, consu-mavam; consumia, consumíamos,consumiam. Pret. perf. ind.: Consu-mei, consumou, consumamos, con-sumaram; consumi, consumiu, con-sumimos, consumiram. M.-q.-perf.ind.: Consumara, consumáramos,consumaram; consumira, consumí-ramos, consumiram. Fut. pres.: Con-sumarei, consumará, consumaremos,consumarão; consumirei, consumirá,consumiremos, consumirão. Fut.pret.: Consumaria, consumaríamos,consumariam; consumiria, consumi-ríamos, consumiriam. Pres. subj.:Consume, consumes, consume, con-sumemos, consumeis, consumem;consuma, consumas, consuma, con-sumamos, consumais, consumam.Imp. subj.: Consumasse, consumás-semos, consumassem; consumisse,consumíssemos, consumissem.Imper. afirm.: Consuma tu, consumevocê, consumemos nós, consumaivós, consumem vocês; consome tu,consuma você, consumamos nós,consumi vós, consumam vocês.Imper. neg.: Não consumes tu, nãoconsume você, não consumemos nós,não consumeis vós, não consumemvocês; não consumas tu, não consu-

80Confrade Consumar, consumir

Page 81: Manual de Redação e Estilo do Estadão

ma você, não consumamos nós, nãoconsumais vós, não consumamvocês. Ger.: Consumando; consumin-do. Part.: Consumado; consumido.

Contabilizar. Evite o modismo. O verbodeve ser substituído por computar,experimentar, contar, levantar, acusar ou registrar em orações como:Caixa “contabiliza” (registra, acusa)grande procura pelos financiamen-tos. / Partido “contabiliza” (experi-menta, sofre) seis grandes derrotas noEstado. / Sua peça até agora “conta-bilizou” (acusou, reuniu) um públicode 52 mil pessoas. / O acidente “con-tabilizou” (deixou) 12 mortos e 25 fe-ridos. / A prefeitura passou o dia“contabilizando” (levantando) osprejuízos causados pela chuva.

Contar. Equivale a relatar, descrever, re-ferir: Náufrago conta como conse-guiu salvar-se. / Mulheres contam astorturas do carrasco. Não tem,porém, o sentido de dizer ou afirmarque lhe é inadequadamente atribuídoem frases como: O presidente doBanco Central contou que o governoacredita na queda da inflação. / Otécnico contou também que os joga-dores não haviam cumprido as deter-minações. / O delegado contou que oesquema de segurança visava a pro-teger os atletas.

Contendo. É errado o uso de contendono lugar de com em frases como: Umacasa com (e não contendo) cincoquartos. / Documentos com (e nãocontendo) dados incorretos. / Repor-tagens com (e não contendo) infor-mações tendenciosas e contraditó-rias.

Contestar. Em espanhol significa res-ponder a, e não contrariar.

Contingente. E não “contigente”.“Continuar ainda”. Redundância. Con-

tinuar já encerra a idéia de ainda. Useapenas: Ele continua lá. / O governocontinuava a emitir dinheiro.

Contra. 1 — Não equivale a em relaçãoa, em comparação a ou enquanto,

como tem sido impropriamenteusado em frases do tipo de: A carnesubiu 80% contra um aumento de35% em média de outros produtos.Formas viáveis: A carne subiu 80%,enquanto o aumento de outros pro-dutos foi de 35% em média. / A carnesubiu 80% em relação a (em compa-ração a) um aumento de 35% emmédia de outros produtos. 2 — Con-tra tem plural, quando substantivado:Os prós e os contras. / Os contras daNicarágua.

Contra... Hífen antes de vogal, h, r e s:contra-almirante, contra-ataque,contra-espião, contra-indicação,contra-ofensiva, contra-harmônico,contra-revolução, contra-regra, con-tra-senso. Nos demais casos: contra-cheque, contradança, contramão,contragolpe, contratempo.

“Contraceptivo”. É mera transposiçãodo inglês contraceptive. Por isso, useanticoncepcional.

Contradizer. Conjuga-se como dizer(ver, página 99): contradigo, contradi-zes; contradizia; contradisse; contra-dissera; contradirei; contradiria; queeu contradiga; se eu contradissesse; seeu contradisser; contradize tu, contra-dizei vós; contradizendo, contradito.

Contrair. Conjuga-se como cair (ver, pá-gina 55).

Contralto. O contralto (se se tratar dehomem ou menino com essa voz) e acontralto (cantora): o contralto JoãoCarlos; a contralto Luísa da Silva;Francisca Pinheiro, contralto brasilei-ra; etc.

Contramão. Pode ser substantivo (Ocarro entrou na contramão), adjetivoinvariável (pista contramão, ruascontramão) e advérbio (O motoristaentrou contramão. / Sua casa ficacontramão para mim).

Contrário. 1 — A locução ao contrárioindica oposição: O policial não seomitiu no acidente, mas, ao contrá-rio, até participou do salvamento das

81Contabilizar Contrário

Page 82: Manual de Redação e Estilo do Estadão

vítimas. 2 — Ela não pode ser utiliza-da, por isso, quando indica mera subs-tituição ou alternativa: “Ao contrá-rio” (o certo: de maneira diferente) doque pensavam, machucou a perna enão a cabeça. / Trouxe o jornal e nãoa revista, “ao contrário” (diferente-mente) do que haviam pedido.

Contratação. No singular em frases co-mo: A contratação de Pedrinho e Car-los pelo time... / Com a contrataçãode mais três jogadores, o time... (enunca “as contratações”).

Convalescença. E não “convalescên-cia”.

Convergir. Conjuga-se como aderir(ver, página 32): convirjo, converges;convirja, convirjas; converge tu, con-vergi vós.

Convertidos em. E não “para”: Os valo-res foram convertidos em dólares.

Convidar. Antes de infinitivo, exige a:Tempo bom convida a sair.

Convir. Conjuga-se como vir (ver, pági-na 308): convenho, convéns, convém;convinha; convim, convieste, con-veio; que eu convenha; que eu con-viesse; se convier; convindo (part. eger.); etc.

“Conviver junto”. Redundância. Convi-ver já encerra a idéia de companhia.

Copa. Com inicial maiúscula antes donome que determina: Copa União,Copa do Mundo. Com minúsculas,porém, na segunda referência: A copa,essa copa. / Conquistou a copa.

Cópias. Livros e discos têm exemplarese não “cópias”, mera transposição doinglês copy (plural: copies): O livro jávendeu 400 mil exemplares (e não“cópias”). / O disco já sai com 800 milexemplares encomendados.

Cor (concordância). Ver nomes de cor,página 191.

Cor-de-carne. Invariável: maiôs cor-de-carne.

Cor-de-rosa. Invariável: blusas cor-de-rosa.

Cores. O certo é em cores e não “acores”: transmissão em cores, televi-são em cores.

Corinthians. Desta forma. O torcedor écorintiano, sem h.

Corpo a corpo, corpo-a-corpo. Semhífen, a locução designa a forma daluta: Lutavam corpo a corpo. Comhífen, designa a própria luta e nãovaria no plural: O terrível corpo-a-corpo, os terríveis corpo-a-corpo. /Houve um corpo-a-corpo entre os lu-tadores.

“Correr atrás do prejuízo”. Além deconstituir modismo, é expressão in-correta. Corre-se atrás do empate, davitória, da vantagem, do título, dolucro e nunca “do prejuízo”.

Corrigido. Use corrigido tanto com osauxiliares ser e estar (e não correto)quanto com ter e haver: O trabalhofoi corrigido ou já estava corrigido. /O repórter tinha (ou havia) corrigidoo texto. Não confunda com a forma Otrabalho estava correto, em que cor-reto não é particípio, mas adjetivo(equivalente a certo, sem erros).

Corrimão. Plural: corrimãos (prefira) ecorrimões.

Corriola. E não “curriola”.Corroborar. Corrobora-se alguma coisa

ou alguma coisa com outra: Ele corro-borou o argumento. / O cientista cor-roborou a teoria com as suas pesqui-sas.

Corroem. Sem acento.Cortesão. Flexões: cortesã, cortesãos

(prefira) e cortesões. Coser, cozer. Coser a roupa (costurar),

cozer os alimentos (cozinhar).Costa, costas. No singular equivale a li-

toral: Percorreu toda a costa. No plu-ral, à parte do corpo: Dor nas costas. /Machucou as costas.

“Costurar um acordo”. Modismo. Nãouse.

Cotia, cutia. Cotia — cidade; cutia —animal.

82Contratação Cotia, cutia

Page 83: Manual de Redação e Estilo do Estadão

83

Coxão. E não “colchão” (mole ou duro)para a carne.

Cozer. Ver coser, página 82.Craque. Aportuguesado, tanto para de-

signar o atleta quanto a imitação debarulho ou a quebra financeira.

Crase. Ver página 315.Crer. Conjugação. Pres. ind.: Creio,

crês, crê, cremos, credes, crêem. Pret.perf. ind.: Cri, creste, creu, cremos,crestes, creram. Pres. subj.: Creia,creias, creia, creiamos, creiais,creiam. Pret. imp. subj.: Cresse, cres-ses, cresse, crêssemos, crêsseis, cres-sem. Fut. subj.: Crer, creres, crer, crer-mos, crerdes, crerem. Imper. afirm.:Crê, creia, creiamos, crede, creiam.Imper. neg.: Não creias, não creia, nãocreiamos, não creiais, não creiam.Part.: Crido.

Crescer. Alguma coisa cresce, mas nãose cresce alguma coisa. Assim: O paísespera que o número de empregoscresça. E não: O país espera “crescer”o número de empregos.

“Criar novos”. Redundância. Criar jáencerra a idéia de novo. Escreva,assim, criar mil empregos por dia enão criar mil novos empregos por dia,criar opções e não criar novas opções,etc.

Crisântemo. E não “crisantemo” (cri-santêmo).

Cristão. Flexão: cristã e cristãos. Cronologia. No desfecho de coberturas

que se arrastem por meses ou anos,uma forma prática de situar o leitorno tempo é publicar a cronologia dosacontecimentos, com uma indicaçãosumária dos dias em que houve algumfato digno de nota. Com matéria depesquisa (que pode sair paralelamen-te), nem sempre se obtém o mesmoefeito.

Croqui. É o singular. Plural: croquis.Cujo. 1 — O uso correto de cujo (cuja,

cujos e cujas) exige três condições: a)haver antecedente (possuidor) e con-seqüente (coisa possuída) diferentes;

b) existir equivalência com do qual(da qual, dos quais e das quais); c) estarclara a idéia de posse. Exemplos: Opaís cuja população cresce sem pararenfrenta problemas. / Os meninoscuja mãe estava sendo operadaaguardavam no corredor.

Desdobrando a explicação: a) Háantecedentes, possuidores (o país, osmeninos), e conseqüentes, coisas pos-suídas (cuja população, cuja mãe),ambos diferentes; b) existe equivalên-cia com do qual: o país a populaçãodo qual cresce sem parar, os meninosa mãe dos quais estava sendo opera-da; c) está clara a idéia de posse: a po-pulação é do país e a mãe, dos meni-nos.

Regra prática. Inverter os termose ligá-los pela preposição de, caso emque fica evidente a noção de posse: apopulação do país, a mãe dos meni-nos.

Outros exemplos de cujo correta-mente empregado: Eis a carta cujoconteúdo você desconhecia (o con-teúdo da carta). / Veja os livros cujosautores lhe recomendei. / São os he-róis cujos feitos glorificamos. / Os ho-mens cuja honra e coragem sobres-saíam (a honra e a coragem dos ho-mens). / O jornal cujo espírito e cujatradição elogiaram.

2 — Se o verbo, palavra ou expres-são que se segue a cujo exige preposi-ção, ela terá de ser usada com esse re-lativo: O repórter a cujo texto nos re-ferimos (e não “cujo texto nos referi-mos”). / Os pensadores de cujos prin-cípios discordamos. / A casa por cujosportões passamos. / O jornal em cujaredação trabalharam. / A matériapara cujo vestibular se prepararam. /O espetáculo a cujo início assisti-ram. / O médico de cuja memóriasomos cultores. / A obra em cujosprincípios se inspirou e a cuja argu-mentação cedeu.

Os exemplos equivalem a: O repór-ter ao texto do qual nos referimos./

Coxão Cujo

Page 84: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Os pensadores dos princípios dosquais discordamos. / A casa pelosportões da qual passamos. / O jornalna redação do qual trabalharam.

3 — O antecedente e o conseqüen-te de cujo podem ser uma expressão,desde que de sentido completo (emoutras palavras: como se fossem umapalavra composta): O jornal cuja Edi-toria de Política... / A Editoria de Po-lítica cujos repórteres... / O hotel cujochefe de portaria... / O chefe de por-taria cujos subordinados... / O amigocujo nome de batismo... / O clubecuja lista de sócios...

4 — É erro repetir o antecedente de-pois de cujo (a moça cujo livro damoça, os heróis cujos feitos dos he-róis, etc.) e também usar artigo apóso pronome (a moça cujo “o” livro, osheróis cujos “os” feitos, o médicocuja “uma” preocupação, etc.).

5 — Se não houver relação deposse, torna-se incorreto o uso decujo, mesmo que o pronome possa sersubstituído por dos quais: Os clubesque fazem parte do grupo, “cujosprincipais” são o São Paulo, o Pal-meiras e o Santos. Como falta a coisapossuída, eis a frase certa: Os clubesque fazem parte do grupo, dos quaisos principais são ...

6 — Outros exemplos de frases er-radas com cujo (note: cujo não corres-ponde a o qual): O 9 de julho de 1932,em cuja data... (use data na qual). /Não sei de cujo livro você falou (faltaantecedente). / Referiu-se a negócioscujos (que os) clientes da corretoranão conseguiram honrar. / Herdouuma fazenda cuja fazenda (que, aqual) o tornou rico. / O prêmio foram10 mil reais, cuja importância depo-sitou no banco (importância que oua qual depositou no banco). / Os ami-gos de cujos (dos quais) se separou(falta conseqüente)... / O carro cujo(que, o qual) quebrou não era dele.

Cujo com pronome. O cujo atrai o pro-nome localizado na mesma oração: É

um pedido cujo despacho se reco-menda. / A carta cujo conteúdo o in-trigava finalmente ia ser aberta.

Cumprimento. Ver comprimento, pági-na 73.

Cupido, cúpido. Cupido — deus doamor; cúpido — ganancioso, ambicio-so, ávido: homem cúpido, olhares cú-pidos.

Cupom. Use cupom e cupons (e nãocupão).

Curinga. E não “coringa”. Curriculum vitae. Prefira currículo(s),

a menos que se queira dar muita ên-fase à carreira da pessoa.

Curta-metragem. Plural: curtas-metra-gens.

Curto-circuito. Plural: curtos-circui-tos.

Custa. O certo é à custa de e não “àscustas de”: Vive à custa da mulher. /Elegeu-se deputado à custa de con-chavos.

Custar barato, custar caro. Barato e caronão variam depois de custar: Com-bustíveis custam 30% mais caro (enão caros). / Esses artigos custam ba-rato (e não baratos). / A carne já custamais caro (e não cara). / As blusascustam mais barato (e não baratas)que as camisas.

Cutia. Ver Cotia, página 82.Czar. Desta forma. Derivados: czarina

(a imperatriz), czaréviche (príncipeherdeiro), czarevna (princesa herdei-ra), czarismo e czarista.

D’água. 1 — É a forma empregada naspalavras compostas: caixa-d’água,mãe-d’água, barriga-d’água, gali-nha-d’água, olho-d’água, pau-d’água. 2 — Por extensão, pode serusada em expressões que equivalem

84Cujo com pronome D’água

Page 85: Manual de Redação e Estilo do Estadão

a palavras compostas: gota d’água,falta d’água e rasos d’água (olhos).Nos demais casos, prefira da ou deágua: jatos de água, gole de água, pu-reza da água, barulho da água, etc. 3— Em casos especiais, admite-sen’água: caiu n’água, dar com os bur-ros n’água, etc. (Sobre casos análogos,ver apóstrofo, página 40).

Dali a, daqui a. 1 — Sempre com a quan-do indicarem tempo ou medida: Dalia meia hora, dali a dez quilômetros,daqui a seis meses, daqui a dois dias(e não dali meia hora, daqui dez dias,etc.). 2 — Atenção: nunca use daqui“há” dois meses, dali “há” dez dias,erros graves.

Damas. O jogo é de damas, no plural.Da mesma forma que. Concordância.

Ver assim como, página 47.Daquelas, daqueles. Sempre no plural

em frases como: Está num dia daque-les. / Nunca aceitaria uma situaçãodaquelas (e nunca “daquele”, “da-quela”).

Daquele, daquilo. Ver comparações(formas), página 72.

Daqueles que. Concordância. Ver dosque, página 102.

Daqui a. Ver dali a, nesta página.Dar (horas). Concordância. Ver horas,

página 140.Dar a. É a, e não para, a preposição exi-

gida por dar: Deu boas explicaçõesaos (e não “para os”) eleitores. / Evi-tou dar apoio ao candidato. / Davasempre contribuições à instituição. /Deram as características do carro aospoliciais.

Dar à luz. É esta a expressão correta, enão “dar a luz a” ou “dar à luz a”: Pro-fessora deu à luz quíntuplos. / Deu àluz um menino. / Amaldiçoou a mu-lher que o dera à luz. São erradas, por-tanto, as formas: Professora deu à luz“a” quíntuplos. / Deu a luz “a” ummenino. / Amaldiçoou a mulher que“lhe” dera à luz.

Dar entrada a. Desta forma: dar entra-da a um processo.

Dar-se ao luxo, ao trabalho. As duas ex-pressões estão corretas. O pronomeoblíquo funciona como objeto diretoe ao luxo ou ao trabalho, como obje-to indireto: Ele se deu ao luxo de iràquele restaurante. / Dei-me ao tra-balho de arrumar a estante estamanhã.

Data-base. Plural: datas-base.Datas. 1 — Vão sempre em algarismos:

Chega dia 9. / O prazo vence em 1ºde junho. / Avenida 9 de Julho, Largo7 de Setembro, Rua 2 de Outubro. 2— Ver expressões de tempo, página124.

Davi, David. Use Davi para o persona-gem bíblico e David para o nome dequem se assine dessa forma: DavidCardoso, David Niven, David Bowie.

De. 1 — Use de, e não em, para definiro material de que alguma coisa é feita:artesanato de (e não “em”) madeira,cesta de (e não “em”) palha, peças debronze, jaquetas de antílope, calçasde couro, laje de concreto, ponte deaço, blusas de lã, camisas de seda,etc. 2 — Ver também “em seda”, pá-gina 105.

De a, de o, de ele, de aquele. Não se faza contração da preposição com o arti-go quando este é parte do sujeito, nemda preposição com o pronome se elefunciona como sujeito ou o determi-na. Assim, eis os exemplos corretos:Apesar de o (e não do) presidente terdito a verdade, ninguém acreditounele. / Depois de a (e não da) equipeter sido escalada, ele pediu parajogar. / O fato de o consumidor ver-se obrigado a pagar mais... / Apesarde aqueles (e não daqueles) crimino-sos terem sido capturados... / Depoisde esses fatos terem ocorrido... /Antes de estes dirigentes se pronun-ciarem... / É hora de ela ir embora. /O fato de esta experiência ser mar-cante... / Apesar de este número serdifícil de confirmar... / O fato de ela

85Dali a, daqui a De a, de o, de ele, de aquele

Page 86: Manual de Redação e Estilo do Estadão

ter-se alegrado... / Reclamou por a (enão pela) irmã não ter sido promovi-da. / Insistiu em o (e não no) filme serexibido. / Acreditou em ela ser ino-cente (e não nela). / Assistiram a o (enão ao) Congresso ser fechado. Dequalquer forma, evite as formas a o,por o, por a, em o, em ela, ruins jor-nalisticamente, e construa a frase deoutra maneira.

Observação. Há gramáticos queaceitam essa contração; o Estado,porém, segue a norma da língua.

Deão. Plural: deões (prefira), deães edeãos.

“De até”, “em até”. Use até, simples-mente: Pagamento até cinco presta-ções mensais. / Carro financiado até20 meses.

Debacle. Prefira ruína, derrota, catás-trofe.

De baixo, debaixo. Separado em frasescomo olhar de baixo a cima, roupa debaixo. Nos demais casos, debaixo:Subiu depressa, mas agora está de-baixo. / Estava debaixo da árvore.

Debater. Regência. 1 (tr. dir.) — Empre-sários querem debater o pacto. 2 (tr.dir. e ind.) — Empresários querem de-bater pacto com trabalhadores. 3(intr.) — Não estavam debatendo, es-tavam discutindo. 4 (pron.) — Odoente debatia-se no leito. 5 — Nãoexiste a forma debater sobre algumacoisa (use debater pacto, por exem-plo, e não debater sobre pacto).

Debruçar-se. Alguém se debruça e nãodebruça, simplesmente: A moça de-bruçou-se na janela. / Debruçou-se anoite toda sobre os livros.

Debutante, debutar. Aceitáveis apenaspara definir a apresentação de umajovem à sociedade. Nos demais casos,use estreante e estrear.

Decerto. Uma palavra só.Decigrama. Palavra masculina: um de-

cigrama.Decímetro. Ver distância, página 98.Décimo terceiro. Sem hífen.

Declarações textuais. 1 — A reproduçãode declarações textuais (entre aspas)é importante e valoriza o texto. Eprincipalmente mostra ao leitor quehouve preocupação do repórter em re-colher opiniões ou frases originais,expressivas, marcantes, de efeito ouespirituosas.

2 — É preciso, porém, ter o sensoexato da medida: nem declaraçõestextuais em excesso, que dêem ao lei-tor a impressão de informações derra-madas na lauda sem nenhum critério,nem declarações textuais de menos,que não permitam ao leitor ao menossaber se o repórter efetivamente faloucom o entrevistado ou se apenas re-colheu informações de segunda mãosobre as suas opiniões.

3 — Algumas recomendações deordem prática sobre a forma de utili-zar este recurso:

a) Procure usar declarações tex-tuais a cada um ou dois parágrafos damatéria. Uma frase por parágrafo jáseria uma boa medida e ela funciona-ria quase como uma testemunha queconfirmasse a história ou fato que orepórter quer levar ao leitor. Exem-plo: A queda de uma barreira provo-cou congestionamento de 20 quilô-metros na Marginal do Pinheiros, emSão Paulo. “Foi horrível”, disse a ad-vogada Denise Barros, que ficoupresa no trânsito durante quatrohoras. O texto conta uma história eusa a personagem para lhe dar veraci-dade. O leitor tenderá a confiar maisnas informações que lhe estão sendotransmitidas (não é só o repórter queestá dizendo aquilo; outra pessoa estáconfirmando a informação).

b) É preciso, no entanto, saber usarbem as aspas. Veja como a frase seriareproduzida erradamente: A advoga-da Denise Barros, que passava pelolocal, diz que “foi horrível ficar presano trânsito durante quatro horas”. Orecomendável: “Foi horrível”, disse aadvogada Denise Barros, que passa-

86Deão Declarações textuais

Page 87: Manual de Redação e Estilo do Estadão

va pelo local. “Fiquei presa no trân-sito durante quatro horas.” Repareque não há necessidade de nenhumoutro verbo declarativo depois da se-gunda frase: fica claro que é a mesmapessoa quem fala.

c) Não coloque nunca ponto paradar continuidade a uma declaraçãoentre aspas. Por exemplo: “Foi horrí-vel. Fiquei quatro horas presa notrânsito”, disse a advogada DeniseBarros. O certo é quebrar a frase aomeio: “Foi horrível”, disse a advoga-da Denise Barros. “Fiquei quatrohoras presa no trânsito.”

d) Apenas na transcrição de tre-chos de discursos, pronunciamentos,documentos oficiais, ordens do dia emais alguns poucos textos comoesses, será permitida a inclusão demais de uma frase entre aspas.Mesmo assim, a indicação virá sem-pre antes do trecho reproduzido, enunca depois.

O certo: Explicou o presidente:“Em 1950, havia dois partidos de umsó criador, Getúlio Vargas. Os líderesdo PSD não tinham o menor cons-trangimento em votar no candidatodo PTB. Afinal, eram todos ex-gover-nadores nomeados por ele. A situa-ção agora é muito diferente.” O erra-do: “Em 1950, havia dois partidos deum só criador, Getúlio Vargas. Os lí-deres do PSD não tinham o menorconstrangimento em votar no candi-dato do PTB. Afinal, eram todos ex-governadores nomeados por ele. A si-tuação agora é muito diferente”, ex-plicou o presidente.

Em entrevistas ou na reproduçãode declarações isoladas, esta formaestá vetada.

e) Finalmente, não despeje sobre oleitor uma torrente interminável deaspas, como neste exemplo: O prefei-to declarou que “o problema dos am-bulantes vai ser resolvido” e “o cen-tro da cidade ficará limpo até o fimdo mês”, porque “o compromisso

dele é com a população de SãoPaulo” e não apenas “com os que vo-taram nos candidatos do partido”.

4 — Nunca deixe de pôr entre aspasas palavras e expressões contunden-tes, redundantes ou óbvias que, pelaestrutura da frase, possam ser atribuí-das pelo leitor ao jornal, quando naverdade são do entrevistado: O timeentrará em campo amanhã, “a me-nos que seja novamente burlado emseus direitos”, advertiu o presiden-te. / Para o economista, o orçamentomunicipal é simplesmente “irrespon-sável”. / O assaltante disse estar ar-rependido do crime, embora saibaque isso “não traz a menina de vol-ta”. / Ministro critica “histéricos” domercado financeiro.

5 — Não recorra às declaraçõestextuais apenas como forma de con-tornar as dificuldades que você estejatendo para traduzir as informaçõesou opiniões do entrevistado. Mesmoque este diga, por exemplo, que ovulto era de difícil visualização, vo-cê, com maior propriedade, escrevasimplesmente: Segundo o entrevista-do, a pessoa (ou figura ou vulto) eradifícil de identificar (ou distinguir ouver).

6 — Embora as declarações entreaspas devam transcrever com fidelida-de as palavras do entrevistado, adapteo texto às normas gramaticais, acerteas concordâncias, elimine as repeti-ções muito freqüentes e contorne osvícios de linguagem. A menos, claro,que haja alguma razão para manter li-teralmente o texto.

7 — A adaptação do texto às nor-mas lingüísticas não deve, porém, per-mitir que ele assuma caráter artificial.Uma jovem cantora, por exemplo, di-ficilmente diria frases como estas quelhe foram atribuídas: “Tudo entre nóssempre foi resolvido no seio da famí-lia” ou “Meu pai não pôde aceitar ver-me posar nua para uma revista”. Aexpressão seio da família e a forma

87Declarações textuais Declarações textuais

Page 88: Manual de Redação e Estilo do Estadão

não pôde aceitar ver-me posar soamfalsas no contexto.

8 — Pode haver casos em que con-venha ressaltar os erros ou as formasestranhas das declarações textuais.Nesse caso, nunca deixe de acrescen-tar um sic!, entre parênteses, logo de-pois do erro ou da afirmação.

9 — Declarações textuais sódevem abrir notícia ou reportagemquando forem realmente de grandeimportância: “O Brasil voltará a hon-rar seus compromissos.” Com estadeclaração, o ministro X pôs fimontem à moratória que o País haviadecretado um ano antes.

10 — Não permita que a declara-ção entre aspas mude o sujeito da ora-ção, transformando o discurso indire-to em direto: O prefeito garantiu que“eu não permitirei esse descalabro”.O sujeito estava na terceira pessoa(garantiu) e passou para a primeira(permitirei), quebrando o ritmo e a es-trutura do texto. Casos semelhantespodem ser contornados por constru-ções como: “Não permitirei esse des-calabro”, garantiu o prefeito. / O pre-feito garantiu: “Não permitirei essedescalabro.” / O prefeito garantiuque não permitirá “esse descalabro”.

Outros exemplos igualmente ina-ceitáveis: O presidente disse que“chegou ao meu conhecimentoque...”/ O diretor da TV informouque, “se tivéssemos obtido a limi-nar, ...” / O maestro afirmou que “po-demos muito bem fazer um hino...” /A modelo acha que tem um lado sen-sual “do qual muito me orgulho”. /O ditador reservava seu tempo livre“para aprofundar-me em assuntoscomo história e economia”.

11 — Mesmo que não altere a pes-soa do verbo, o uso de pronomes pos-sessivos (nosso, seu, sua, etc.) tam-bém indica a mudança do sujeito:Disse que durante o dia “desempe-nhava muito bem suas funções na co-zinha”. A única coisa que ele poderia

ter dito era: “Durante o dia, desem-penhava minhas funções na cozi-nha.” Outros exemplos errados: Oempresário afirmou também que“tudo será feito na nossa empresapara conquistar o mercado de super-gelados”. / Segundo o artista, “nin-guém muda o meu pensamento”.

12 — Abra e feche aspas cada vezque truncar uma declaração por ob-servações introduzidas no texto: “Anação”, prosseguiu o deputado, “es-pera agora que o governo finalmenterevele os nomes dos corruptos.”

13 — Nos diálogos, use travessõese não aspas:

Com um largo sorriso, o presiden-te disse ao visitante:

— O senhor chegou na hora.O chefe do Gabinete comunicou

então a presença de mais um convi-dado.

— Antônio Carlos, você foi umtigre — saudou o presidente. — Poraqui, senhores. E se dirigiu com osdois recém-chegados para o salão derecepção.

14 — Ver também os verbetes as-pas, página 46, e encampação, página105.

Defender. Use substantivo e não infini-tivo depois: Comissão defende inde-nização para torturados (e não “de-fende indenizar”).

“Defender que”. Ninguém defende que,mas defende alguma coisa: Deputadodefende a fusão de bancos (em vez de:Deputado defende que bancosdevam se fundir). Da mesma forma:Jornal defende apoio dos EUA ao Bra-sil na ONU (e não: Jornal defende queEUA devem apoiar o Brasil naONU).

Déficit. Desta forma. Plural: déficits.“Definir que”. Alguém define alguma

coisa, mas não define que...Deflagrar. Prefira decretar, iniciar, abrir,

provocar, desencadear: A insatisfa-

88Defender Deflagrar

Page 89: Manual de Redação e Estilo do Estadão

ção popular provocou a rebelião (emvez de deflagrou). / Depois de duashoras de reunião, os metalúrgicos de-cretaram a greve. / Manobras de bas-tidores abrem a sucessão (em vez dedeflagram). / Os estudantes inicia-ram (e não deflagraram) o movimen-to às 10 horas.

De forma que. Ver de maneira que,nesta página.

Defronte de. E não “defronte a”: Ficouparado defronte do palanque.

De Gaulle. 1 — Com d minúsculo quan-do se citar o nome todo: o generalCharles de Gaulle. Com D maiús-culo quando se usar a forma reduzi-da: o general De Gaulle. 2 — Não hánenhuma prova de que o generaltenha dito que “o Brasil não é um paíssério”. Evite a citação, portanto.

Deitar-se. Alguém se deita e não deita,apenas: Ele se deita cedo todo dia. /O Sol deita-se mais tarde no verão. /Todos se deitaram no chão, quandoos assaltantes mandaram.

Deixar claro, evidente. 1 — O adjetivovaria nas locuções deixar claro, evi-dente, nítido, patente e outras do gê-nero: Eles deixaram clara (e nãoclaro) sua intenção. / Deixaram evi-dentes (e não evidente) suas preten-sões. / Havíamos deixado nítidas (enão nítido) nossas preferências. /Deixaram patentes (e não patente) osriscos que todos iriam correr. 2 — Alocução só fica invariável se for segui-da de que: Deixaram claro que as de-cisões eram arriscadas.

“Deixar com que”. Use deixar que, emfrases como: O excesso de trabalhonão deixou que (em vez de “deixoucom que”) ele tirasse férias naquelemês. Fazer é que admite o com, masdeixar, não.

Deixar mais infinitivo. 1 — Não flexio-ne o infinitivo: Deixe as lágrimas ro-lar. / Os policiais deixaram as pes-soas sair. 2 — Ver infinitivo, página145.

Deixe-me dizer, deixe-o fazer. E nunca“deixe eu dizer”, “deixe ele fazer”, etc.

Deletar. Aceitável apenas na informáti-ca. Nos demais casos, use apagar, des-fazer, suprimir: Queria apagar (enunca “deletar”) aquelas impressõesda memória.

Demais, de mais. 1 — Numa palavra só,tem o sentido de em excesso, muito,demasiadamente: Fala demais. /Havia gente demais ali. Equivaleainda a além disso, os restantes: Che-gou cansado; demais, estava doen-te. / Os demais convidados... 2 — Demais equivale a a mais (e opõe-se a demenos): Recebeu dinheiro de mais. /Isso não é nada de mais.

De maneira que. É a locução correta,assim como de modo que, de formaque, de sorte que (e nunca de “manei-ras” que, de “modos” que, de “formas”que...). Use sempre essas formas, emvez de “de maneira a”, “de modo a”,“de forma a”, “de sorte a”, etc.: Fez otrabalho de maneira que agradasseao chefe (e não de maneira a agradarao chefe). / Voltou o rosto de modoque não fosse visto de frente (emlugar de de modo a não ser visto). /Preencheu o formulário de forma quenão deixasse dúvidas (e não de formaa não deixar dúvidas).

Democrata, democrático. Use demo-crata como substantivo: Os demo-cratas defendem a pluralidade parti-dária. E democrático como adjetivo:São homens democráticos, princí-pios democráticos, atitudes demo-cráticas, etc. Exceção: democrata,como adjetivo, apenas quando se re-ferir a partidos chamados Democra-tas (como o dos EUA): Os candidatosdemocratas (isto é, adversários dosrepublicanos).

Democrata-cristão, democrata-social.O plural, tanto do adjetivo como dosubstantivo, é democrata-cristãos edemocrata-sociais: partidos demo-crata-cristãos, organizações demo-

89De forma que Democrata-cristão, ...

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crata-sociais; os democrata-cristãos,os democrata-sociais.

De modo que. Ver de maneira que, pá-gina 89.

Demolir. Conjugação. Só tem as formasem que ao l se segue e ou i: demole,demoliram, etc.

Denegar. Prefira negar, recusar, rejeitar.Denegrir. Conjuga-se como agredir

(ver, página 34): denigro, denigres; de-negri; que eu denigra; se eu denegris-se; etc.

Dengue. 1 — Palavra feminina quandodesigna a doença: a dengue, a denguehemorrágica (transmitida pelo mos-quito Aedes aegypti). O tigre-asiático(Aedes albopictus) é responsável poroutra forma da dengue. 2 — Dengue,no masculino, significa dengo: o den-gue da passista.

Dente de leite. O dente vai sem hífen ea categoria esportiva, com: Dentistascriam banco de dentes de leite. / Co-meça hoje o campeonato dos dentes-de-leite.

Dentre. Use dentre apenas quandopuder substituí-lo por do meio de:Ressurgiu dentre os mortos. / Dentretodos ele saiu vencedor. / Tirou umadentre as cinco moças para dançar. /Era o cientista que, dentre todos oshomens, sobrevivera milagrosamen-te. Nos demais casos, o correto éentre.

Dentro de. 1 — Use dentro de, correta-mente, como equivalente a no inte-rior de, no íntimo de ou no espaço de(sentido concreto): dentro de casa,dentro de mim, dentro de algunsdias. 2 — Se o significado não for esse,recorra a em, de acordo com, segun-do ou equivalente (entre parênteses,a opção recomendável): A divergên-cia dentro do partido (no partido),dentro do Palácio do Planalto (no Pa-lácio), dentro do Parque Antártica(no Parque), dentro dessa filosofia(segundo essa filosofia), dentro desseponto de vista (de acordo com), den-

tro da democracia que se pretendeadotar (segundo, de acordo com),dentro da estratégia da entidade (se-gundo), dentro do que se acredita serpossível (de acordo com), etc.

“Denunciar que”. Não use esta forma,pois ninguém “denuncia que”. De-nuncia-se alguma coisa: Deputadodenuncia desvio de verbas (e não: De-putado “denuncia que” verbas foramdesviadas).

Denúncias. 1 — Como intérprete do lei-tor, o Estado se sente no dever de pu-blicar toda denúncia fundamentadaque lhe chegue ao conhecimento.Aliás, o jornal considera essa uma desuas funções sociais mais importan-tes, por estar diretamente ligada à de-fesa da moral pública e do dinheiro docontribuinte. O cidadão merece serdefendido em todos os planos, muni-cipal, estadual e federal. Por isso, o re-pórter deve empenhar-se em manteressa característica permanente do jor-nal.

Veja alguns exemplos de matériasde denúncia: desvio ou má aplicaçãode verbas públicas; conchavos entreparlamentares e governantes em pre-juízo da população; favorecimentooficial a empresas particulares; con-corrências com cartas marcadas;obras dispendiosas, cujo custo nãocorresponda à utilidade; tráfico de in-fluência; apadrinhamento e nepotis-mo no serviço público; compras pú-blicas sem concorrência; mordomiase gastos exagerados de servidores, go-vernantes ou parlamentares; viagensdesnecessárias à custa do governo,com diárias elevadas; transações du-vidosas em qualquer nível da admi-nistração pública; uso de recursos pú-blicos em benefício de particulares;manipulação dos bancos estaduaisem favor de empresas de protegidos;salários públicos em desacordo com arealidade do País, etc.

2 — O jornal exige, no entanto, queos fatos sejam apurados com rigor,

90De modo que Denúncias

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devendo os repórteres ou editoresconservar em seu poder, durante otempo conveniente, os documentoscomprobatórios das irregularidadesapontadas. As denúncias feitas porterceiros cujo nome não possa ser di-vulgado deverão, sempre, ser conferi-das com alguma outra fonte de con-fiança.

3 — Ao montar a matéria, se vocêsentir alguma insegurança na mani-pulação dos dados, não hesite em re-correr a especialistas (advogados, eco-nomistas, etc.), para que nenhuma in-formação corra o risco de desmenti-do. Assim, só considere o texto emcondições de publicação quando tivercomprovado todas as denúncias neleincluídas.

4 — Finalmente, não pense em de-núncia apenas quando o dinheiro pú-blico estiver envolvido. Há fatos apa-rentemente corriqueiros cuja divul-gação poderá melhorar muito o dia-a-dia do leitor, como: coleta de lixo mal-feita; mudanças de trânsito realizadassem critério; derrubada irregular deárvores; poluição de áreas por indús-trias que não observem as normasambientais; contaminação dos rios dacidade; poluição sonora; invasão deáreas residenciais pelo comércio, etc.Repare que esses assuntos figuramcom freqüência nas cartas dos leito-res. Por que então não tomar a inicia-tiva também?

5 — Ver também acusações, pági-na 31.

Depor. 1 — Depõe-se em algum lugar enão a alguém ou a algum órgão: Depôsna (e não “à”) comissão. 2 — Pode-setambém depor, apenas: Convocado,recusou-se a depor.

Deputado por. E não de: deputado porSão Paulo, deputado pelo Ceará.

“De que”. 1 — Nenhum verbo direto —responde à pergunta o quê — aceita aforma de que. Por isso, ninguém acre-dita de que, julga de que, pensa deque, crê de que, comenta de que, nota

de que, declara de que, afirma deque, etc., mas acredita que, julga que,pensa que, afirma que, e assim pordiante. 2 — Ver em que (com prepo-sição), página 244, o uso de locuçõescomo ter confiança, esperança, dese-jo de que.

De repente. a) Desta forma, e não “der-repente”. b) Cuidado com o uso exces-sivo: a expressão tornou-se modismoou “muleta”.

Derreter-se. Alguma coisa se derrete enão derrete apenas: A neve (ou o gelo)derreteu-se. / Sua frieza derreteu-se.

Desagradar. Use o verbo sempre comotransitivo indireto (com preposiçãoa): A nova exigência do CMN desa-gradou aos bancos. / Quando estavamal-humorado, tudo lhe desagrada-va. / A proposta desagradou ao Nor-deste. Como pronominal, o verbopede a preposição de: Desagradou-seda atitude dos amigos.

Desaguar. Conjuga-se como aguar (ver,página 34): deságua, deságuam, etc.

Descarrilar. Use apenas esta forma,assim como descarrilamento, em vezde descarrilhar, desencarrilhar, etc.

Descartar. 1 — Como sinônimo de afas-tar, deve ser sempre acompanhadodas palavras possibilidade, hipótese,probabilidade, idéia, sugestão, pro-posta e outras semelhantes em frasescomo: Governo descarta possibilida-de de acordo com credores (e não: Go-verno descarta acordo com credo-res). / Estado descarta hipótese de in-tervenção em hospital. / Economistadescarta probabilidade de aumentoda inflação. / Ministério descarta aidéia de abono. / Sindicatos descar-tam proposta de greve. 2 — Sempreque possível, substitua descartar,com vantagem, por afastar (afastapossibilidade, afasta hipótese, afastaidéia, etc.).

Descoberta, descobrimento. 1 — Usedescobrimento para designar o ato dedescobrir: descobrimento do Brasil,descobrimento da energia atômica

91Depor Descoberta, descobrimento

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(note que a coisa descoberta já exis-tia). 2 — Descoberta equivale a in-venção: a descoberta da bomba atô-mica, a descoberta da vacina contraa paralisia infantil, a descoberta dapenicilina, a descoberta da cura docâncer.

Descobrir. Conjuga-se como cobrir(ver, página 62).

Descolamento. E não “deslocamento”da retina.

Descortino. Forma correta, e não “des-cortínio”.

Descrer. Conjuga-se como crer (ver, pá-gina 83).

“Descrever que”. Alguém descreve al-guma coisa, mas não descreve que...

Descriminar, discriminar. 1 — Descri-minar equivale a inocentar, tirar o ca-ráter de crime de: descriminar (e nãodescriminalizar ou descriminizar) ouso da maconha. 2 — Discriminarsignifica distinguir, segregar, separar:discriminar o parceiro, discriminaras minorias raciais. Os substantivoscorrespondentes seguem a mesmanorma: descriminação (e não descri-minalização ou descriminização) douso da maconha, discriminação ra-cial.

Desde. 1 — Sempre sem crase: Desde asduas horas (e não “desde às”). / Desdeo dia anterior (e não “desde ao”). 2 —Não pode ser usado em expressõescomo: A Rádio Tal, transmitindodesde Ribeirão Preto (use transmi-tindo de Ribeirão Preto), ... / O presi-dente, falando pelo telefone desdeAmsterdã (de Amsterdã), ... 3 — Ouso normal de desde é com até (e maisraramente com a): Navegou desde oAtlântico até o Pacífico. / Desde o paie a mãe aos filhos, genros e noras,todos estavam presentes. 4 — Comexpressões de tempo, pode ser usadoisoladamente ou com até: Está doen-te desde a semana passada. / Traba-lhava desde a alvorada até o anoite-cer. 5 — A locução desde que signifi-ca a partir do momento em que, uma

vez que: Ficou encantado desde que(a partir do momento em que) a co-nheceu. / Desde que (uma vez que) sejulga superior, deve fazer o serviço so-zinho.

Desfazer. Conjuga-se como fazer (ver,página 127).

Desfrutar. Prefira a regência direta: Des-frutou bons momentos em compa-nhia da namorada. / O país desfrutaa reputação de bom pagador. / Des-frutou seus bens até a morte. (Moder-namente, já se admite a forma desfru-tar de.)

Desgovernar. Um veículo desgoverna-se, e não desgoverna, apenas: O ca-minhão desgovernou-se na ladeira.

Desimpedir. Conjuga-se como pedir(ver, página 215).

Desmentir. 1 — Conjuga-se como men-tir (ver, página 177). 2 — Prefira aforma desmentir alguma coisa a des-mentir que: O Planalto desmenterompimento com a oposição (e não:O Planalto desmente que vá rompercom a oposição). Com que, use ne-gar: O Planalto nega que pretendaromper com a oposição.

Desmi(s)tificar. 1 — Desmistificarequivale a revelar a verdadeira feiçãode, desmascarar, desmoralizar: Errosseguidos o desmistificaram dianteda platéia. / O adversário conseguiudesmistificar sua aura de sábio. Des-mitificar corresponde a tirar o caráterde mito de: A Rússia desmitificou afigura de Stalin. / A sociedade mo-derna desmitificou o tabu do sexo.

Desobedecer. Regência. Ver obedecer,página 201.

De sorte que. Ver de maneira que, pá-gina 89.

Despedir. Conjuga-se como pedir (ver,página 215).

Despencar. Como o verbo tem valor ab-soluto, é errado escrever, por exem-plo: IR do setor financeiro despenca41,9%. Usar essa forma equivale adizer que o eleitorado prefere 51,8%

92Descobrir Despencar

Page 93: Manual de Redação e Estilo do Estadão

um candidato ou que uma empresaexorbita 88,9% nos preços. Siga umadestas opções: IR do setor financeirocai 41,9% (fica claro que ele despen-cou) / IR do setor financeiro despen-ca. O mesmo raciocínio se aplica à va-riação dos índices da Bolsa de Valores.

Despender. Desta forma.Despercebido. 1 — Em textos jornalís-

ticos, o correto é despercebido (quenão foi notado, que não atraiu a aten-ção): O fato passou despercebido aosjornalistas. 2 — Desapercebido temuso muito mais restrito e significadesprevenido, desprovido: desaperce-bido de dinheiro, de recursos; desa-percebido para a guerra.

Despir. Conjuga-se como servir (ver,página 266): dispo, despes; que eudispa; etc.

Desprendimento. E não “despreendi-mento”.

Desses, destes. Sempre no plural em fra-ses como: Jamais diria uma coisadessas (e não “dessa”). / Nunca acei-taria um absurdo destes. / Você con-corda com um disparate desses?

Desses que. Concordância. Ver dosque, página 102.

Destaques. 1 — Use negrito (modo 1 doterminal), caso o corpo do texto sejao normal, e negrito itálico (modo 5)caso o corpo seja o negrito):

a) No nome do jornal e suas varian-tes: O Estado de S. Paulo, Estado e Es-tadão.

b) Nas perguntas das entrevistastipo pingue-pongue:

Estado — Por que o senhor renun-ciou ao cargo?

João de Almeida — Achei que nãohavia mais condições para ficar no go-verno.

c) Nas notas publicadas no pé dosartigos, comentários, etc., para indi-car quem é o autor: X é professor deLiteratura da USP. / Y é secretário-geral do Ministério da Justiça.

d) Nas chamadas da 1ª Página e naschamadas internas para outras pági-

nas: Página A17 / Mais informaçõesnas páginas A14, B16 e C8 / Íntegrado projeto na página A8

e) Na assinatura, por extenso oucom iniciais, colocada no pé da maté-ria e na referência à participação deoutros profissionais no texto: (João deAlmeida) / J. A. / Colaborou Carlos daSilva. / Colaboraram Carlos da Silvae Alberto Moreira.

2 — Use itálico (modo 4 do termi-nal), caso o corpo do texto seja o nor-mal, ou corpo normal (modo 0), casoo corpo seja o itálico:

a) No nome dos cadernos, suple-mentos ou seções do Estado e dos de-mais órgãos jornalísticos da empresaou de seus produtos: Caderno 2, Es-tadinho, Jornal da Tarde, Agência Es-tado, Rádio Eldorado, Jornal do Car-ro, Espaço Informal.

b) No nome dos demais jornais erevistas: Jornal do Brasil, The NewYork Times, Le Monde, Veja, News-week. Observação. Use o mesmocorpo do texto para o nome das emis-soras de rádio e TV: Rádio Cultura,Rede Globo, TV Record (com a únicaexceção da Rádio Eldorado).

c) No nome de obras artísticas emgeral (músicas, filmes, vídeos, peçasde teatro, painéis, quadros, escultu-ras, livros, programas de rádio e TV,etc.): Coração de Estudante, Let it Be,a Sonata ao Luar, A Última Tentaçãode Cristo, Macunaíma, o vídeo Vidasem Cor, Vestido de Noiva, Guerni-ca, Abaporu, Os Maias, Novo Dicio-nário Aurélio, Estadão no Ar, Domin-gão do Faustão, História de Amor.

Não vai em itálico, porém, o nomede conferências, simpósios, cursos,congressos, etc., que, de qualquerforma, deverá ser escrito com iniciaismaiúsculas: A América Latina e osPaíses do Primeiro Mundo, A Influên-cia da Televisão na Formação da Per-sonalidade da Criança, O Século 21.

93Despender Destaques

Page 94: Manual de Redação e Estilo do Estadão

d) Nas palavras de gíria ainda nãoabsorvidas pelo idioma ou nos termosempregados no sentido figurado: Amoça considerou o livro chocante. /O prefeito criticou os pianistas doCongresso. / Um puxador de automó-veis, os cigarras, um espianto, a cor-tadeira (ladra), o presunto, um berro(revólver). / Tirar um sarro. / Saca!Legal! Falou!

e) Nos apelidos (desde que não dedomínio público): Fininho, Russo,Alemão, Carlinhos Gordo, Zé Ca-timba, etc. Em corpo normal, no en-tanto: Xuxa, Pelé, Gugu (apresenta-dor), Vicentinho, Betinho, Luizão.

f) Para destacar alguma palavra dafrase: O orador pronunciou o corrup-to com ênfase. / No caso, ladrão é umtermo muito forte.

g) Nos nomes científicos de ani-mais e plantas: Aedes aegypti, Coffeaarabica. Use também itálico nos gê-neros (inseto do gênero Glossina),mas não nas ordens ou famílias: famí-lia das leguminosas, ordem das rosa-les.

h) Para marcar o nome de cada ci-dade mencionada no mesmo texto: Opresidente da República disse ontem,em Ribeirão Preto, que... Já em Bra-sília, à noite, insistiu...

i) Na remissão a outros textos pu-blicados na mesma edição: A coloca-ção dos times no Campeonato Paulis-ta (ver ao lado) revela... / O decretodo presidente da República sobre a re-formulação do Imposto de Renda (ín-tegra na página B8) mostra... / No seudiscurso aos novos oficiais (ver abai-xo), o ministro do Exército garantiu...

3 — Não vão em negrito nem emitálico:

a) As palavras em destaque nos tí-tulos, olhos, janelas e legendas, quedeverão ser escritas entre aspas: “Es-tado” ganha o Prêmio Esso. / “Os Íris”se torna o quadro mais caro domundo. / Foge o assaltante “Barão”.

b) As palavras ou locuções estran-geiras. Evite-as ao máximo, mas,quando necessárias, vão no mesmocorpo do texto: rock, jazz, best seller,libor, shopping center, pizza, in me-moriam, tour de force, parti pris. (Sevocê não estiver escrevendo para ojornal, no entanto, convém marcaresses termos com negrito, itálico ouaspas.)

c) Os nomes, modelos e tipos denavios, aviões, foguetes, naves espa-ciais, satélites, sondas, armamentos,veículos em geral, etc.: Minas Gerais,Bateau Mouche, Costa Marina, Jaú,14 Bis, Phantom, Mirage, Boeing, DC-10, Sputnik, Challenger, Endeavour,Telstar, Urutu, Escort, Mercedes-Benz.

d) O nome de sociedades, escolas,associações e empresas estrangeirasou brasileiras e o de produtos comer-ciais: Harvard, British Petroleum,Exxon, Bank of America, Votorantim,Aços Villares, Martini, Bombril,Coca-Cola, Chivas Regal.

Destroem. Sem acento.Destróier. Plural: destróieres.Destruir. Conjuga-se como construir

(ver, página 80).Desvalido. Sem acento (pronuncia-se

desvalído).Desvalorizar-se. Alguma coisa se des-

valoriza e não desvaloriza, apenas: Amoeda desvaloriza-se todo dia. /Suas ações desvalorizaram-se.

Desviar-se. Alguém ou alguma coisa sedesvia e não desvia, apenas: O moto-rista conseguiu desviar-se a tempo. /O carro desviou-se do pedestre. / Aprefeitura não se desviou das metastraçadas.

Detalhe. É redundância falar em “pe-quenos detalhes”. Todo detalhe é pe-queno.

Deter. Atenção para algumas formas:detinha (e não “detia”); deteve, deti-veram (e não “deteu”, “deteram”); de-tivera (e não “detera”); se ele detives-

94Destroem Deter

Page 95: Manual de Redação e Estilo do Estadão

se (e não “se ele detesse”); se ele deti-ver (e não “se ele deter”).

Deterioração. Formas corretas: deterio-ração, deteriorar(-se), deteriorado, de-teriorável. E não “deteriorização”,“deteriorizar”, etc.

Deteriorar-se. Alguma coisa se deterio-ra e não deteriora, apenas: As rela-ções entre eles deterioraram-se. / Acarne deteriorou-se.

“Detetizado”. De DDT só pode derivardedetizado, e não “detetizado”, erromuito comum.

Detonar. 1 — Significa fazer explodir,disparar, produzir explosão: A espole-ta não detonou. / O assaltante deto-nou a arma. 2 — Nao use o verbo nosentido figurado, como sinônimo deprovocar, desencadear, destruir, fazersucesso, porque se trata de modismo:O fumo provoca (e não “detona”) aasma em crianças. / As críticas de-sencadearam (e não “detonaram”) acrise. / O jogador destruiu (e não “de-tonou”) o trabalho do técnico. / A ar-tista arrasou (e não “detonou”) emAngra.

De vez que. Ver vez, página 307. Devido a. 1 — Não use essa locução no

lugar de por causa de, em razão de, gra-ças a, em virtude de, em conseqüên-cia de. Ela pode sempre ser substituí-da por uma dessas, em frases como: Oempate não provocou surpresa, porcausa da (e não devido à) igualdadeentre os dois times. / Em conseqüên-cia do (e não devido ao) forte calor, acidade... / A informação não estavadisponível por causa de, em razão de,em conseqüência de (e não devido a)problemas de comunicações. / Gra-ças à, em virtude da (e não devido à)boa forma física, fez a caminhadasem se cansar.

2 — Devido a varia quando se refe-re diretamente a um substantivo oupronome, equivalendo a causado por,decorrente de: Eram ferimentos devi-dos (causados por, decorrentes de) àqueda que sofrera. / Prestou as home-nagens devidas a ele. / A queda devi-

da à instabilidade da Bolsa agravou-se há alguns dias.

Dia. Inicial maiúscula para designardatas: Dia das Mães, Dia da Criança.

Dia-a-dia, dia a dia. Com hífen, designaa rotina ou o trabalho diário: O dia-a-dia da empresa. / Para usar no dia-a-dia. / Seu dia-a-dia é sempre agitado.Sem hífen, equivale a diariamente,com o correr dos dias, dia por dia: Étrabalho para fazer dia a dia. / Dia adia ele confirma o acerto da sua con-tratação.

Diabete. Prefira esta forma: a diabete.Diácono. Feminino: diaconisa.Diário Oficial. Escreva em itálico ape-

nas o nome Diário Oficial. Assim, oDiário Oficial da União, o Diário Ofi-cial do Estado, o Diário Oficial do Pa-raná, etc.

Dias da semana (em outras línguas).Alemão. Segunda — Montag; terça

— Dienstag; quarta — Mittwoch;quinta — Donnerstag; sexta — Frei-tag; sábado — Samstag; domingo —Sonntag. Sempre com inicial maiús-cula.

Espanhol. Segunda — lunes; terça— martes; quarta — miércoles; quin-ta — jueves; sexta — viernes; sábado— sábado; domingo — domingo.

Francês. Segunda — lundi; terça —mardi; quarta — mercredi; quinta —jeudi; sexta — vendredi; sábado — sa-medi; domingo — dimanche.

Inglês. Segunda — Monday; terça— Tuesday; quarta — Wednesday;quinta — Thursday; sexta — Friday;sábado — Saturday; domingo — Sun-day. Sempre com inicial maiúscula.

Italiano. Segunda — lunedi; terça— martedi; quarta — mercoledi;quinta — giovedi; sexta — venerdi; sá-bado — sabato; domingo — domeni-ca.

Diferentemente. É esta forma que sedeve usar quando diferente puder sersubstituído por de modo diferente: Di-ferentemente (de modo diferente) deoutros intelectuais (e não “dife-

95Deterioração Diferentemente

Page 96: Manual de Redação e Estilo do Estadão

rente” de outros intelectuais), elesempre gostou das festas populares. /Ela, diferentemente (e não “diferen-te”) de outras pessoas, evita criticá-lo.

Diferir. Conjuga-se como aderir (ver,página 32): difiro, diferes; que eu difi-ra; difere tu, diferi vós; etc.

“Difundir que”. Alguém difunde algu-ma coisa, mas não difunde que...

Digladiar. E não “degladiar”.Dignar-se. Usa-se com a preposição de

(e não a) ou sem ela: Ele não se dig-nou de responder (em vez de “não sedignou a”). / Esta é a ajuda que ele sedignou proporcionar aos amigos.

Dignitário. E não “dignatário”.Diminutivos. 1 — Inho e zinho

a) A forma depende da acentuaçãoe da terminação da palavra. Com osmonossílabos e palavras oxítonas,por exemplo, usa-se zinho: pezinho,heroizinho, mãozinha, bonzinho,benzinho, barzinho, casalzinho, mu-lherzinha, sofazinho, avozinha, nari-zinho, etc.

b) Emprega-se ainda zinho com asproparoxítonas e com as paroxítonasterminadas em ã, ão, ditongo e hiato:lampadazinha, camarazinha, gangs-terzinho, sitiozinho, indiozinho, Ma-riozinho, orfãozinho, ruazinha, lua-zinha, seriezinha, etc.

c) Com as palavras paroxítonas,usa-se mais o prefixo inho, popular,subsistindo zinho nos casos em queinho soaria pouco eufônico ou nas for-mas de origem erudita e literária:branquinho, cavalinho, barquinho,gordinho, anjinho, pestinha, casi-nha, filhinha, sacolinha, avezinha,baldezinho, ilhazinha, golezinho,praiazinha, etc.

d) Existem dezenas de exceções àsnormas expostas, algumas já consa-gradas pelo uso: chacrinha, prainha,radinho, Emilinha, Amelinha, Marii-nha, xicrinha, ruinha, etc.

e) Quando a palavra termina em z,s ou s + vogal, acrescenta-se a ela o

sufixo inho: narizinho, rapazinho,Luisinho, piresinho, rosinha, prince-sinha, inglesinha, paisinho (pequenopaís), etc.

f) Além dos substantivos e adjeti-vos, também os advérbios admitemos diminutivos, em certos casos: ago-rinha, devagarinho (ou devagarzi-nho), adeusinho, rapidinho, cedinho,pertinho, longinho, etc. São, no en-tanto, formas coloquiais, que devemser evitadas no noticiário, a não serem casos especiais.

g) Para formar o plural, flexiona-sea palavra, retira-se o s final e acrescen-ta-se a terminação zinhos (exemplo:pés - s + zinhos): pezinhos, mãozi-nhas, pãezinhos, anõezinhos, ale-mãezinhos, trenzinhos, heroizinhos,coraçõezinhos, tuneizinhos, papeizi-nhos, jornaizinhos, chapeuzinhos,florezinhas, homenzinhos, barrizi-nhos (barris - s + zinhos), etc. Aten-ção. No caso das palavras do item e,acrescenta-se apenas um s à forma dosingular: narizinhos, inglesinhos,paisinhos, camisinhas, rosinhas, etc.

h) São irregulares alguns pluraispopulares: mulherzinhas, florzinhas,colherzinhas, pastorinhas e outros.

2 — Outros sufixosO diminutivo pode ser formado

ainda por uma série de outros elemen-tos de composição (alguns deles de-preciativos) como: acho (riacho), apo(fiapo), cula (partícula), culo (homún-culo, corpúsculo), ebre (casebre), eca(soneca), eco (jornaleco), ejo (lugare-jo), el (cordel), ela (rodela), eta (sale-ta), ete (filete), eto (folheto), ica (pe-lica), ico (burrico), il (covil), ilha (flo-tilha), ilho (fundilho), im (espadim),ino (pequenino), isco (chuvisco), ita(senhorita), ito (mosquito), oca (enge-nhoca), oila (moçoila), ola (rapazola),ota (aldeota), ote (caixote, serrote),ucho (papelucho), ula (célula), ulo(glóbulo) e zito (Zezito).

96Diferir Diminutivos

Page 97: Manual de Redação e Estilo do Estadão

3 — UsoJornalisticamente, o diminutivo

em inho e zinho deve ser evitado ouusado com muita moderação, prefe-rindo-se, na maior parte dos casos, aforma pé pequeno, em vez de pezi-nho, nariz pequeno, em vez de nari-zinho, etc. Em matérias de caráter co-loquial, eles poderão ter livre empre-go. Lembre-se, porém, de que o abusodesse recurso empobrece o texto, tor-nando-o quase composição escolar.

4 — Outros sentidosNem sempre o diminutivo tem re-

lação com o tamanho; às vezes indi-ca uma forma afetiva de tratamentoe, em outras, equivale a um tanto: pai-zinho (pai), amiguinho, bonitinho(um tanto bonito), etc.

Dinheiro. 1 — Use sempre algarismos:2 reais, 5 dólares, 4 francos, 8 mar-cos, 10 libras.

2 — Abaixo de mil reais, evite o ci-frão, a menos que se trate de títulosou quantias não redondas: A revistacusta 5 reais. / O produto subiuontem para 80 centavos. / O apare-lho foi comprado por 900 reais.

3 — Acima de mil reais, para nú-meros redondos, há duas formas pos-síveis: O carro esporte custa R$ 120mil. / O carro esporte custa 120 milreais (ambas preferíveis a R$120.000,00).

4 — Se for necessário usar trêscasas da moeda depois da vírgula, ocerto será dizer, por exemplo, para0,432 real, quatrocentos e trinta edois milésimos de real.

5 — Caso se tenham quantias que-bradas, adote a fórmula mista: R$1,23 milhão (equivalente a 1 milhão230 mil), R$ 8,45 milhões, US$ 3,86bilhões. Se não for possível fazer o ar-redondamento, escreva, então, o nú-mero completo: R$ 342.675.654,00,US$ 78.765.432.876,00.

6 — A única moeda estrangeiracujo símbolo se admite é o dólar: US$54.324,00 (assim, com ponto antes e

vírgula no fim, e não à americana:US$ 54,000.00). Escreva as demaispor extenso: 5 milhões de libras, 18,5bilhões de liras, 143 mil francos, 342milhões de marcos.

7 — Faça sempre a conversão damoeda estrangeira em reais: A Com-panhia do Metrô conseguiu um em-préstimo de 10 milhões de dólares(tantos reais) para continuar as obrasda linha Leste—Oeste. / Banco dá fi-nanciamento de 318 milhões de mar-cos (tantos reais) ao Brasil.

8 — À Editoria de Economia serápermitida a exceção a esta regra quan-do os assuntos de que estiver tratan-do tiverem no dólar um valor-padrão(dívida externa, cotações ou transa-ções internacionais, etc.).

9 — Nunca recorra a formas comoR$ 18.500 milhões (o certo: R$ 18,5bilhões) ou R$ 18.500 mil (o certo: R$18,5 milhões).

10 — A abreviatura de real é R$,com espaço entre o cifrão (com umtraço vertical) e o número: R$5.670.845,00, R$ 2 milhões.

Dinheiro (concordância). a) O verbo ouadjetivo concorda expressamentecom a quantia: Pagou R$ 150 mil aojogador, correspondentes (e não “cor-respondente”) a 15% do valor dopasse. / Recebeu R$ 350 mil, livres (enão “livre”) de despesas. / Foram-mecobrados (e não “foi-me cobrado”) 5mil reais. / Pagaram-se (e não “pagou-se”) R$ 20 mil pelo carro. b) Ver emmilhão, página 177, a concordânciaespecífica de milhão, bilhão e trilhão.

Dinossauro. E não “dinosauro”.Diploma de ... Se se tratar de mulher, di-

ploma de médica, diploma de advo-gada, diploma de professora, etc.

Direito. Ver “que tem direito”, página247.

“Diretiva”. Use diretriz ou norma.Discrição. Sempre com i quando signi-

fica reserva, moderação: Sua discri-ção era absoluta. / Vestia-se com dis-crição. (E nunca “discreção”).

97Dinheiro Discrição

Page 98: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Discriminar. Ver descriminar, página92.

Disenteria. E não “desinteria”.Disparado. Na função de advérbio, fica,

como este, invariável: Ela é, dispara-do, a melhor atriz. / Os casados ga-nharam dos solteiros, disparado.

Disparar. Está vetado para substituirdizer, por mais forte que seja a afirma-ção da pessoa (em frases como: “Elenão perde por esperar”, disparou oadversário. / O deputado disparouviolentas críticas ao ministro. / Oator disparou a primeira pergunta aocineasta.). Fuja também da termino-logia bélica (fogo de barragem, trin-cheira, fuzilaria, tiroteio, etc.), muitodesgastada no noticiário.

“Dispensa apresentações”. Se uma pes-soa dispensa apresentações, por quegastar espaço para explicar quem éela? Evite o lugar-comum.

“Disponibilizar”. Não existe. Use tor-nar disponível, colocar à disposição,ficar disponível, etc.

Disque. Com hífen: Disque-Pizza. Distância. 1 — Com números redondos,

use sempre por extenso as medidasque exprimem distância ou compri-mento: 40 quilômetros, 12 metros, 50centímetros, 6 decímetros. (Nos títu-los e tabelas, pode-se usar a abrevia-tura: 40 km, 12 m, 50 cm, 6 dm.) 2 —Para indicar números não exatos,adote estas formas: 40,5 quilômetros,12,3 metros, 55,4 centímetros, 6,5 de-címetros. Como no caso acima, nostítulos e tabelas permite-se a abrevia-tura: 40,5 km, 12,3 m, 55,4 cm, 6,5dm. 3 — Se a medida for inferior a 2,ficará no singular: 1,4 quilômetro, 0,6metro, 1,9 centímetro, 0,3 decímetro.4 — Repare que as abreviaturas nãotêm ponto nem plural e há espaçoentre o número e elas: 4 m, 16 km, 50cm. 5 — Nos textos em que a medidaaparece muitas vezes, pode-se usá-lapor extenso na primeira e abreviada-mente nas demais.

Distância (crase). 1 — Não existe crasequando a locução a distância é inde-terminada: Observou a cena a distân-cia. / A polícia ficou a distância. 2 —Existe crase quando a distância é de-terminada: Estava à distância de 15metros do local. / A polícia ficou àdistância de 5 metros dos manifes-tantes.

Distinguir. Conjugação. Pres. ind.: Dis-tingo, distingues, distingue, distin-guimos, distinguis, distinguem. Pres.subj.: Distinga, distingas, distinga,distingamos, distingais, distingam.Imper. afirm.: Distingue tu, distinguivós.

Distrair. Conjuga-se como cair (ver, pá-gina 55).

Distrair-se. Alguém se distrai e não dis-trai, apenas: As crianças distraíram-se no parque. / Ele não se distrai nun-ca.

Distrito Policial. O número é sempreordinal: 46º Distrito Policial, 8º DP (enunca 46 DP).

Diversos de. Concordância. Ver algum(alguns) de, página 35.

Divertir. 1 — Conjuga-se como servir(ver, página 266): divirto, divertes;que eu me divirta; diverte, diverti;etc. 2 — Alguém se diverte e não di-verte, apenas: Todos eles se diverti-ram muito. / Quem se divertiu maisna festa?

Dívida externa brasileira. Na primeirareferência do texto, fale sempre emdívida externa brasileira. Nas de-mais menções é que se poderá usar dí-vida brasileira, dívida externa ou dí-vida, simplesmente.

Divisa. Ver fronteira, página 132.Divisão silábica. A divisão de uma pa-

lavra no fim da linha se faz pelas suassílabas constitutivas e não pela suaformação: bi-sa-vô, su-bal-ter-no, de-sor-dem, e-xo-ne-rar, tran-sa-tlân-ti-co, di-sen-té-ri-co.

98Discriminar Divisão silábica

Page 99: Manual de Redação e Estilo do Estadão

1 — O que não se separa a) Os ditongos e os tritongos (gru-

pos de duas ou três vogais pronuncia-das numa só emissão de voz): cau-sa,doi-do, a-fei-to, pleu-ra, bai-xa, cou-ro, gra-tui-to, men-tiu, a-güen-tar, U-ru-guai, i-guais.

Incluem-se nesta norma os diton-gos seguidos de uma vogal: bai-a-no,coi-o-te, fei-o-so, plêi-a-de, Cui-a-bá,boi-a-da.

b) Os grupos ia, ie, io, oa, ua, ue euo, quando átonos (o acento recai nasílaba anterior): his-tó-ria, sé-rie, dú-bio, má-goa, á-gua, tê-nue, con-tí-guo.

c) A consoante inicial não seguidade vogal: gno-mo, mne-mô-ni-co,pneu-má-ti-co, psi-có-lo-go.

d) Os grupos ch, lh e nh: mar-cha,co-cho, ve-lho, fo-lha, ba-nhei-ra, ga-nho.

2 — Prefira não separarAs vogais dos hiatos (grupos de

duas vogais que se pronunciam sepa-radamente), por mera questão de as-pecto gráfico: va-ria-do, car-naú-ba,pa-raí-so, ruí-na, cu-rio-so, Ma-rie-ta,graú-na, ca-coe-te, a-taú-de, caí-eis,due-lo, je-suí-ta, saú-de, miú-do,poei-ra, rai-nha, in-fluir, des-leal, cal-ma-ria, psi-co-lo-gia, con-doer, cul-tue, coor-de-nar, caa-tin-ga, in-fiel,friís-si-mo, vee-men-te.

3 — O que se separaa) As consoantes pertencentes a sí-

labas diferentes: op-ção, oc-ci-pi-tal,ab-di-car, ét-ni-co, sub-me-ter, abs-tra-to, ob-ten-ção, trans-por-te, in-tac-to, ap-ti-dão, ins-pi-rar, cons-pur-car, obs-cu-ro, at-mos-fe-ra.

b) As consoantes dos grupos rr, ss,cç, sc, sç e xc: car-rei-ra, cas-sa-ção,pros-pec-ção, nas-cer, des-ça, ex-ces-so.

c) A consoante simples acompa-nhada da vogal que é pronunciadajunto com ela: ma-ca-co, pe-sa-do,de-se-jo, pró-xi-mo, de-sen-ga-no,gra-má-ti-ca.

d) As consoantes dos grupos bl e brseparam-se quando são pronunciadasseparadamente e ficam na mesma sí-laba quando pronunciadas de uma sóvez: sub-lin-gual, su-ble-va-ção, ab-ro-gar, de-bru-çar.

“Divulgar que”. Alguém divulga algu-ma coisa, mas não divulga que...

Dize-me com quem... A forma corretado provérbio é: Dize-me com quemandas e te direi quem és (e nunca“diga-me”...).

Dizer. Conjugação. Pres. ind.: Digo,dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem.Pret. perf. ind.: Disse, disseste, disse,dissemos, dissestes, disseram. M.-q.-perf. ind.: Dissera, disseras, dissera,disséramos, disséreis, disseram. Fut.pres.: Direi, dirás, dirá, diremos, di-reis, dirão. Fut. pret.: Diria, dirias,diria, diríamos, diríeis, diriam. Pres.subj.: Diga, digas, diga, digamos, di-gais, digam. Imp. subj.: Dissesse, dis-sesses, dissesse, disséssemos, dissés-seis, dissessem. Fut. subj.: Disser, dis-seres, disser, dissermos, disserdes,disserem. Imper.: Dize, diga, diga-mos, dizei, digam. Ger.: Dizendo.Part.: Dito.

Dizer (derivados). Atenção para algunstempos: prediz; predizia; predisse;predissera; predirá; prediria; prediga;se predissesse; se predisser; etc. Damesma forma, bendizia, condisse,contradissera, desdirá, maldissesse,etc.

Dizer (entidades). Governo não diz,nem entidades. Eles podem garantir,negar, confirmar, revelar, etc., masnão dizer, declarar ou afirmar (comoem Petrobrás diz, Itamaraty afirma,governo declara).

Dizer (substitutos). Em princípio, osverbos mais recomendáveis para tex-tos que envolvam declarações são osinsubstituíveis dizer, afirmar, decla-rar, garantir, prometer e poucos mais.

No seu lugar, podem ser usados ou-tros, desde que com muito critério,entre os quais acreditar, achar, julgar,

99Divulgar que Dizer (substitutos)

Page 100: Manual de Redação e Estilo do Estadão

admitir, esclarecer, explicar, con-cluir, prosseguir, etc.

O que não é viável é o uso indiscri-minado de pretensos substitutos quena verdade não se prestam a textos de-claratórios ou não têm o sentido queàs vezes lhes é atribuído. Veja exem-plos inaceitáveis, todos reais:

“O senhor é de direita ou de es-querda?”, inaugurou fulano (era umrepórter dando início a uma entrevis-ta coletiva). / “A polícia é como umcorpo tomado 80% pelo câncer”, dis-para friamente o delegado. / “Nãovamos promover evasão de renda”,discursa o presidente da Federação. /“Eu gosto é de fazer gol aos 46 minu-tos do segundo tempo”, festejou Mil-ton Reis (repare que o Milton Reis nãoestá festejando nada). / “A caverna foiformada pelo trabalho das águas quepressionaram a rocha e produziramum buraco deste tamanho”, exibe,abrindo os braços (exibe por decla-ra). / “Os professores ganham mal,mas as aulas também andam bemruins”, polemiza a presidente (ela es-tava dando entrevista e “polemizan-do” sozinha). / “Estou vivendo um pe-sadelo”, desespera-se Marlene. / “Ese ele acerta a cobrança de falta?”,treme o técnico. /”De jeito nenhumeu fico com o prejuízo”, bufava deraiva Carlos Roberto. / “Acho esseíndice de mortalidade muito eleva-do”, espanta-se fulano (que na verda-de está opinando, e não se espantan-do). / “É uma pena que eu tenha sidoafastado”, choraminga o centroa-vante (que apenas se está queixando).

Essa prática encerra três riscos: a)Editorialização. O texto tende a seropinativo, porque o repórter atribuijuízos de valor às declarações do en-trevistado. E a norma do Estado é dei-xar a opinião para os editoriais. b) Ar-tificialidade. Alguém usa palavrascomo sentencia, sustenta, confiden-cia, enfatiza, embasa, notifica e ou-tras semelhantes? c) “Originalida-

de”. Inconscientemente, o jornalistaparticipa de uma competição de ori-ginalidade que todos sabem onde co-meça, mas nunca onde vai terminar.

Veja alguns verbos que você podeusar, desde que expressem com preci-são as declarações a reproduzir: acen-tuar, achar, aconselhar, acreditar,acrescentar, acusar, adiantar, admi-tir, advertir, advogar, afirmar, alegar,alegrar-se, alertar, ameaçar, analisar,antecipar, anunciar, apontar, apre-goar, aprovar, argumentar, assegurar,atestar, avaliar, avisar, brincar, cal-cular, citar, cobrar, comentar, com-plementar, completar, conceituar,conciliar, conclamar, concluir, con-cordar, condenar, confirmar, consi-derar, constatar, contar, corrigir, de-cidir, defender, definir, demonstrar,denunciar, depor, desafiar, descrever,desculpar-se, desmentir, destacar,duvidar, entusiasmar-se, esclarecer,exemplificar, explicar, finalizar, fri-sar, fundamentar, garantir, gracejar,ilustrar, imaginar, indagar, informar,insinuar, insistir, ironizar, julgar, jus-tificar, lamentar, lembrar, manifes-tar, narrar, notar, objetar, observar,opinar, perguntar, pregar, presumir,prevenir, proclamar, prometer, pro-por, prosseguir, protestar, provocar,reafirmar, reagir, rebater, reconhecer,reconsiderar, recordar, reforçar, refu-tar, reprovar, retrucar, ressaltar, res-salvar, resumir, revelar, salientar, su-gerir, surpreender-se, vaticinar, etc.

Dizer (para) que. O certo é dizer que enão “dizer para que”: Diga-lhe quevenha almoçar conosco (e não: Diga-lhe “para que venha” almoçar conos-co). / Disse-lhe que saísse logo (e não:Disse-lhe “para sair” logo).

Dó. Palavra masculina: muito dó.Doar. Conjuga-se como magoar (ver,

página 166).Doenças. Inicial maiúscula apenas no

nome próprio: síndrome de Down,síndrome do pânico, mal de Alzhei-

100Dizer (para) que Doenças

Page 101: Manual de Redação e Estilo do Estadão

mer, doença de Parkinson, sarcomade Kaposi, tumor de Ewing, aids.

“Doente grave”. Grave é o estado dodoente, e não o doente.

Doer. 1 — Só se conjuga nas terceiraspessoas: Pres. ind.: Dói, doem. Imp.ind.: Doía, doíam. Pret. perf. ind.:Doeu, doeram. M.-q.-perf. ind.:Doera, doeram. Fut. pres.: Doerá,doerão. Fut. pret.: Doeria, doeriam.Pres. subj.: Doa, doam. Imp. subj.:Doesse, doessem. Fut. subj.: Doer,doerem. Ger.: Doendo. Part.: Doído.2 — Como pronominal (doer-se e con-doer-se), tem todas as pessoas: eu medôo, tu te dóis; que eu me condoa, quenós nos condoamos; etc.

Dois-dormitórios. Com hífen quandodesigna o tipo de apartamento: Com-prou um dois-dormitórios.

Dois-pontos. São usados principalmen-te:

1 — Nas citações, com verbo ex-presso ou oculto: Depois da reuniãocom o presidente, o ministro do Tra-balho prometeu: “Os salários esteano ganharão da inflação.” / Almei-da: “A recessão está no fim.”

2 — Nas enumerações: Vieram trêsdos seus filhos: João, José e Maria. /O deputado fez duas ameaças: de-nunciar o acordo e romper com o go-verno.

3 — Nas exemplificações, notíciassubsidiárias, esclarecimentos, sínte-ses ou conseqüências do que foi enun-ciado: Previsão de Delfim: a recessãoserá pior que a de 1981. / Já se sabe:faltará cerveja. / O governo reage:Código Penal para os agressores. /Instituto faz as contas e avisa: a in-flação vai subir. / Depois de dez anos,mulher não desiste: acha que o ma-rido está vivo. / Justificou-se: o quepretendia era chamar a atenção parao problema.

4 — Nos vocativos que encabeçamcartas, requerimentos e ofícios: Pre-zado senhor: / Magnífico Reitor: /Ilmo. sr.:

5 — Não use os dois-pontos nos tí-tulos para introduzir retranca ou pro-cedência e assim ganhar espaço, emfrases como: Carne: autorizado o au-mento / Paraguai: eleições serão emjaneiro.

Dois toques, dois-toques. Use treino dedois toques, sem hífen, e um dois-to-ques, com hífen: A seleção realizouum treino de dois toques ontem. / Aseleção realizou um dois-toquesontem.

Dólar. 1 — Converta sempre o valor emreais (entre parênteses depois da men-ção em dólares). A única exceção épara o noticiário sobre a dívida exter-na brasileira, que pode continuar ape-nas em dólares, e para as cotações in-ternacionais. 2 — Admite-se, por eco-nomia de espaço, a fórmula com ci-frão e o valor em dólares: US$ 30 mi-lhões, US$ 23.560,00.

Dom. 1 — Use, de preferência, a formaabreviada: d. João VI, d. Pedro I, d.Pedro II. 2 — Como tratamento ecle-siástico, precede, em geral, o preno-me: d. Eugênio, d. Ivo, d. Paulo Eva-risto. No caso em que o religioso sejamais conhecido pelo sobrenome,porém, o d. pode ser usado com ele:d. Scherer, d. Castro Meyer. 3 — Nãouse artigo antes de dom: Encontra-ram d. Antônio.

Domicílio. 1 — É em domicílio a expres-são que se usa para entregas: Fazem-se entregas em domicílio (e não “a”domicílio). Equivale a: Fazem-se en-tregas em casa. Da mesma forma:Dão-se aulas em domicílio. 2 — A do-micílio exige verbo de movimento:Conduziram o doente a domicílio. /Foram levá-lo a domicílio.

Do mesmo modo que. Concordância.Ver assim como, página 47.

Dona. 1 — Os nomes femininos nãodevem ser precedidos de dona. Escre-va simplesmente o nome da mulherque faça parte do noticiário: RuthCardoso, Lila Covas. 2 — Preserve

101“Doente grave” Dona

Page 102: Manual de Redação e Estilo do Estadão

obviamente as declarações: “Isso écom d. Margarida”.

Do que. Com verbos seguidos da prepo-sição de, deve-se usar do que, e nuncao que: Não sei do que ele gosta (enunca: Não sei o que ele gosta). Em-bora correta, evite a forma o de quepor só ter uso literário e antigo: Nãosei o de que ele gosta.

Do que (comparação). Ver comparações(formas), página 72.

Dos que. Concordância no plural, assimcomo desses que ou daqueles que:Não sou dos que (desses que, daque-les que) se abalam com pouco. / Eleé dos que (desses que, daqueles que)fazem alarde à toa.

Doutor. Dê esse tratamento apenas aosmédicos. E na forma abreviada: dr.

Dublê. Evite: virou lugar-comum dizerque alguém é “dublê de ministro ecandidato” ou “dublê de jogador eempresário”, por exemplo.

Dupla. Concordância no singular: Adupla Jacqueline e Sandra ganhoumedalha de ouro em Atlanta (e não“ganharam”).

Duplo sentido. Evite as orações ou pa-lavras que possam dar falsa idéia doque se escreveu, mesmo que essa im-pressão seja momentânea e se desfa-ça com a leitura mais atenta do texto.Na maior parte das vezes — lembre-se — o leitor passa pela notícia, ape-nas, e não se detém nela. Veja algunsexemplos de dubiedade:

O deputado conversou com o pre-sidente da Câmara na sua sala (dequal deles?). / X não aceita Y; quer oirmão (o próprio ou o de Y?). / De 200denúncias a regional só pune 15 (de-núncias ou infratores? — no caso,eram infratores). / Ela aparecerá bre-vemente (no caso, pretendeu-se dizerrapidamente e não em breve) num se-riado. / Prefeito reassume pedindoaumento de salário (não era para ele,mas para os trabalhadores). / Elevadoo prejuízo das lojas (está elevado oufoi elevado?). / Não existe nenhuma

possibilidade que seja reformulada(não era a possibilidade, mas o que sedisse antes que seria reformulado). /Ladrão de carro tem pena (foi puni-do, e não ficou com pena) até o ano2000. / Apesar de uma bola na travede Baiano (na verdade, foi Baianoquem chutou a bola na trave).

Mais alguns casos: Centro vai fun-cionar até agosto (isto é, até agostocomeça a funcionar e não funcionaráapenas até agosto). / Mesa-redondadebate saída para crises em SãoPaulo (debate em São Paulo ou as cri-ses é que são em São Paulo? — nocaso, debate em São Paulo). / A lou-cura de João, que contagiou a mulher(quis-se falar de João, que havia con-tagiado a mulher com Aids antes deficar louco). / Uma promoção espe-cial para você, que está nos últimosdias (a promoção ou você está nos úl-timos dias?). / Artista nu impede quejornal circule (não foi um homem nuque impediu, mas a publicação deuma foto sua, nu, levou à suspensãoda circulação do jornal). / Mutirãocontra a violência do governo com-pleta um ano (o mutirão é que é dogoverno, não a violência, como otexto insinua erroneamente). / Presoacusado de crime (trata-se de umpreso que foi acusado de crime ou daprisão do acusado de um crime?).

Há uma situação especial, digna damaior atenção, em que se termina porafirmar o contrário do que se preten-de: Sem concurso público, comomanda a lei, o governador nomeou oprocurador. / Deixando de consultaro Congresso, como determina aConstituição, o presidente nomeou oembaixador. Nos dois casos, a leimanda realizar concurso público econsultar o Congresso, embora a rigora notícia afirme exatamente o oposto(sem concurso, de acordo com a lei,ou deixando de consultar o Congres-so, de acordo com a Constituição).

Duque. Feminino: duquesa.

102Do que Duque

Page 103: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Durante. Durante significa no tempode ou pelo espaço de, não devendo,portanto, simplesmente substituir deou em: O jogador chegou durante amadrugada (o certo: de madruga-da). / País precisa crescer 5% duran-te 1997 (em 1997). / Astrólogo prevêmuitas mortes durante este ano (esteano ou neste ano, apenas).

É. A inicial é maiúscula no nome deobras artísticas: Tudo É Ilusão.

...ear e não eiar. 1 — A terminação dosverbos é ear e não eiar: enfear, recear,cear, passear, apartear, etc. O i só apa-rece nas formas conjugadas quando oacento cai no e que precede a termi-nação ar: re-cei-a, en-fei-am, cei-o, re-cei-em, apar-tei-e, pas-sei-as. 2 —Não existe i nas formas em que oacento cai depois do e que precede aterminação ar: rece-amos (e não “re-ceiamos”), ce-aste, enfe-aram, passe-ais, rece-avas, enfe-aria, passe-ou,aparte-emos, rece-eis, etc. 3 — Vertambém verbo (conjugações), página298.

É bom. Ver é preciso, página 111.Eclipse. Masculino: o eclipse.ECT. Sigla da Empresa Brasileira de

Correios e Telégrafos (e não EBCT).“Edil”, “Edilidade”. Use apenas verea-

dor e Câmara Municipal (ou Câmara,simplesmente).

...êem. É a forma correta destas flexões:crêem, dêem, lêem e vêem.

É feio. Ver é preciso, página 111.Efeito. Liga-se sem hífen a outro subs-

tantivo ou a nomes de produtos oupessoas para formar expressões como:efeito estufa, efeito cascata, efeitoOrloff.

“Eire”. Use República da Irlanda.

“Eis aqui”. Redundância. Eis já signifi-ca aqui está.

Eis por que. Sempre com o por que se-parado.

Eis que. 1 — A locução deve ser usadaapenas quando dá idéia de surpresa ouimprevisto: Quando menos se espe-rava, eis que começou a confusão. /Eis que surge finalmente a estrela-d’alva. 2 — Com o sentido de causa,prefira uma vez que ou porque: Eledeve vencer a prova, uma vez que (enão eis que) é o atleta mais veloz dacompetição. / O recurso deve ser re-jeitado porque (e não eis que) nãotem fundamento jurídico.

Ele, ela. Não podem funcionar como ob-jeto direto. Por isso, nunca escreva: Opai repreendeu “ele” (o certo: repre-endeu-o). / Eu vi “elas” (o certo: Euas vi).

Elefante. Coletivo: manada. Feminino:elefanta (“elefoa” não existe) e aliá.

Elegido, eleito. Prefira elegido com tere haver e eleito, com ser e estar: Tinha(havia) elegido, foi (estava) eleito. Jáse admite, porém, o uso de eleito comter e haver: Tinha eleito.

Eleição, eleições. No singular quando setratar de uma única eleição: a eleiçãopresidencial. No plural quando foremvárias: as eleições de 1998, as eleiçõesde prefeito e vereador, etc.

“Elementos”. Jargão policial. Use ho-mens, jovens, suspeitos, etc.

“Elencar”. Palavra inexistente. Nãouse.

Elenco. Use apenas para atores. Nos de-mais casos, prefira lista ou relação.

Eletro... 1 — Liga-se sem hífen ao ele-mento seguinte: eletroacústica, ele-troencefalograma, eletroímã, eletro-motriz, eletrorradiologia, eletrosso-no. 2 — Não faça a fusão do o com avogal seguinte: eletroacústica (e nãoeletracústica), eletroencefalograma(e não eletrencefalograma), etc.

Elísio. Com i: Campos Elísios.

103Durante Elísio

Page 104: Manual de Redação e Estilo do Estadão

“Elo de ligação”. Redundância: elo jáquer dizer ligação.

Elucubração. Com u, assim como elu-cubrar.

É mau. Ver é preciso, página 111.“Em azul”. Não use a preposição em

antes de nome de cor: Entalhes “emmarrom”. O certo é entalhes mar-rons, casas azuis, desenhos amarelos,tapetes verdes (e não em verde), etc.

Embaixadora, embaixatriz. Embaixa-dora — mulher que exerce o cargo;embaixatriz — mulher do embaixa-dor.

Embaixo. Numa palavra só.“Embasamento”, “embasar”. Palavras

vetadas. Use fundamento, base,razão, motivo, fundamentar, basear,etc.

Embora. 1 — Exige subjuntivo: Embo-ra confie no time, o técnico armouum esquema defensivo (e não embo-ra “confia”). / Embora vá sair logo...(e não embora “sairá” logo...). 2 — Apalavra atrai o pronome colocado namesma oração: Embora no caso setrate (e não “trate-se”) de uma pessoaséria... 3 — Embora não deve acom-panhar gerúndio. Use, então: Emboraseja feliz, fulano... (e não: Emborasendo feliz, fulano...).

“Em-chefe”. Elimine a preposição em:comandante-chefe.

Em cima. Separado. No entanto: enci-mar, encimado.

Em com expressões de tempo. 1 —Grande parte das expressões de tempopode ser usada com a preposição emou sem ela. Alguns exemplos: na pri-meira vez (em) que, na última vez(em) que, no ano (em) que, no dia(em) que, no instante (em) que, nomês (em) que, no momento (em) que,no tempo (em) que. Prefira a normada língua, isto é, o uso da preposição:na primeira vez em que a viu, no anoem que chegou ao Brasil, no dia emque nos mudamos, no instante emque deu conta de si, no momento em

que lhe fez a comunicação, no tempoem que os animais falavam. Omita apreposição apenas em casos especiais,e quando a eufonia o exigir: A primei-ra vez que vi Paris, o dia que me quei-ras, etc.

2 — Com semana, mês e ano, es-pecialmente, prefira o uso de no e na,que tornam as formas mais eufônicas:Na semana que vem (e não semanaque vem), no ano que vem, no mêsque vem, no mês passado (e não mêspassado), na semana passada, no anopassado, etc.

Em com gerúndio. Evite as formas emse tratando de, em me vendo chegar,em sendo eleito, em conquistando ogoverno, etc. Proceda da maneiramais usual: tratando-se de, vendo-me chegar, sendo eleito, conquistan-do o governo. E seja sempre comedi-do ao recorrer ao gerúndio.

Em com verbo de movimento. Ver aalgum lugar e não em, página 22.

Emergir, imergir. 1 — Emergir equiva-le a vir à tona, aparecer: O submari-no emergiu na entrada da barra. / ALua emergia no horizonte. 2 — Imer-gir significa mergulhar, lançar, em-brenhar-se: O pé imergiu no lodo. / Oditador imergiu o povo na guerra. / Oanimal imergiu na floresta. 3 — Useemerso e imerso da mesma forma: Sóa cabeça estava emersa (forad’água). / Continuou imerso nos seuspensamentos.

EMFA. Desta forma.Emigrar, imigrar. Emigrar é sair de um

país para se fixar em outro: Emigroudo Japão, fixando-se no Brasil. Imi-grar equivale a entrar em um país es-tranho para nele viver: Milhares deeuropeus imigraram para o Brasil nocomeço do século. Da mesma forma:emigrante—imigrante, emigração—imigração e emigrado—imigrado. (Osemigrantes que deixaram o Japão noséculo passado... / Os imigrantes quechegaram ao Brasil nos anos 30...).

104“Elo de ligação” Emigrar, imigrar

Page 105: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Eminente, iminente. 1 — Eminente sig-nifica ilustre, sublime, elevado: cien-tista eminente, morro eminente. 2 —Iminente quer dizer prestes a aconte-cer: perigo iminente, aprovação imi-nente. 3 — Da mesma forma, eminên-cia (a eminência do parecer) e imi-nência (a iminência do perigo).

Emissoras de rádio e TV. Ver nomes deemissoras de rádio e TV, página 191.

Em o, em ele, em aquele, em esse. Useessas formas quando o o, ele, aquele,esse, este, etc., forem sujeito ou obje-to do verbo: Não vejo problema em omenino ficar aqui (em esse menino,em este menino, em aquele menino).A contração (no, nele, etc.) não cabe,no caso. De preferência, mude a frasepara evitar essas construções, antijor-nalísticas.

Empatar. Use empatar por, e nunca“empatar em”, pois os adjuntos adver-biais de quantidade não admitem apreposição em. Repare que, se umtime ganha ou perde por, também em-pata por. Da mesma forma, empatepor ou empate de, e não “empate em”.

Empecilho. E não “impecilho”.Emprestar. 1 — Use emprestar apenas

como ceder por empréstimo: Empres-tou o livro ao amigo. / Emprestava di-nheiro habitualmente. 2 — No senti-do de pedir ou tomar emprestado, em-pregue estas expressões, e nunca “em-prestar de”: Pediu emprestada a bici-cleta do amigo. / Tomou emprestados2 mil reais (repare na concordância:emprestado varia conforme o termoou expressão a que se refere).

Em preto e branco. Em preto e branco:televisão em preto e branco, progra-ma em preto e branco, foto em pretoe branco.

Em que pese a. 1 — Quando a referên-cia for a pessoa, use essa expressão eo pese fica invariável: Em que pese aela, farei o negócio. / Em que pese aosinimigos, nada lhes devemos. / Emque pese a todos nós, infelizmente ogoverno não volta atrás. 2 — Quando

a referência for a coisa, concorde overbo com o sujeito: Em que pesem osargumentos contrários... / Em quepese a falta de escrúpulos alheia... 3— Regra prática: no caso 1, subenten-de-se sempre isto entre o que e o pese:Em que (isto) pese a todos nós... / Emque (isto) pese aos inimigos...

“Em seda”. Não use a preposição empara indicar o material de que algumacoisa é feita, como vestido “em” seda.O certo é vestido de seda, estátua debronze, móvel de jacarandá, escultu-ra de mármore, casa de alvenaria,terno de tropical, chapéu de palha,etc.

É muito, é pouco. Estas e outras formassemelhantes (com verbo de ligação)não variam em frases como: Cemreais é muito por essa blusa ou épouco, é demais, é suficiente, é bas-tante, era demais, etc. Igualmente:Dois metros de seda era pouco para ovestido. / Quinze dias é tempo sufi-ciente para a viagem.

Encampação.Todo cuidado é pouco paraque o jornal evite passar ao leitor,como suas, opiniões ou conceitos ex-pressos por outras pessoas. Veja osprincipais casos em que a notícia ou otítulo encampa uma opinião ou con-ceito alheio:

1 — Quando alguém faz uma decla-ração reproduzida no título sem a in-dicação do nome do autor: Dados dareserva cambial brasileira estão cor-retos / O Brasil exportará mais esteano / Lucro já não atrai tanto as em-presas / Plano vai repor as perdas sa-lariais / A Terra é um organismovivo / São Paulo precisa parar de cres-cer.

Em todos esses casos, era indispen-sável revelar quem dava as informa-ções ou opiniões, para que o jornal nãoficasse responsável por elas.

2 — Quando se admite como ver-dadeira, no título, uma alegação oujustificativa de alguém: Chanceler

105Eminente, iminente Encampação

Page 106: Manual de Redação e Estilo do Estadão

não sabia da ação americana. / O jo-gador que se perdeu na madrugada. /Treinador inglês só quer aprender.

No primeiro caso, o chancelernegou saber da ação americana. O tí-tulo, porém, diz taxativamente queele não sabia. No segundo, o jogadoralegou ter chegado atrasado à concen-tração porque se perdera, e não por-que ficara bebendo. No terceiro, otreinador inglês está fazendo apenasum jogo de palavras. Um recurso paracontornar o pequeno número de si-nais do título é usar aspas: A CIA,também, “não sabia de nada” / O jo-gador “que se perdeu” na madruga-da.

3 — Se o título confirma umaacusação, pode eventualmente deixarde mencionar o autor da afirmação,desde que se trate de fonte oficial(como no exemplo abaixo, em que aprópria Casa Branca admitiu o fato):Reagan agiu para ajudar os contras.

4 — Há denúncias que freqüente-mente encerram considerações.Deixe muito claro, se possível com ouso de aspas, que não se trata de con-ceitos emitidos pelo jornal. Veja oexemplo: O senador catarinense con-sidera um absurdo esses cargos esta-rem nas mãos de parentes do presi-dente do instituto, muitos incapaci-tados para exercer as funções. A frasemuitos incapacitados... deveria estarentre aspas ou acompanhada de umaressalva, como muitos dos quais oparlamentar considera incapacita-dos para... Caso contrário, poderá pa-recer que o comentário é do jornal.

5 — No noticiário polícial, nuncachame de criminoso, estuprador, as-saltante, etc., quem não tenha confes-sado o crime ou sido preso em flagran-te. Veja um exemplo incorreto: Mortocom 30 tiros por tentar violentar me-nino. Leia, porém, o que dizia a notí-cia: Moradores do bairro tal mata-ram a tiros o feirante X, acusado deter violentado... E um correto: Sus-

peito de violência contra menino élinchado.

6 — Se uma empresa, entidade ouórgão não estiver comprovadamenteenvolvido num ato criminoso, jamaisa identifique com a ação que seus em-pregados ou funcionários tiverempraticado, com generalizações comoa gangue do ICP, a quadrilha daAcme, etc.

Encapuzado, encapuzar. E não “encapu-çado” ou “encapuçar”.

“Encarar de frente”. Redundância. En-carar já significa olhar de frente (nin-guém encara de lado ou de costas).Pode-se, isto sim, encarar alguém fi-xamente, firmemente, com arrogân-cia, com temor, etc.

Encarregar. Regência. 1 — Encarregaralguém de alguma coisa: Decidiramencarregá-lo do trabalho. / A mãe en-carregou a filha de fazer as compras.2 — Encarregar-se de: Ele se encarre-gou de trazer os documentos.

Encerrar-se. Alguma coisa se encerra enão encerra, apenas: O jogo encerrou-se mais cedo. / Feira encerra-se e ven-das agradam aos organizadores.

“Encher o saco”. Vulgaridade. Nuncause.

Encontrar. Ver achar, página 30.“Encontrar a morte”. Lugar-comum.

Não use.Encontrar-se com. No sentido de reu-

nir-se com, avistar-se, use a formapronominal: Encontrou-se com oamigo (e não “encontrou com”) / Saiupara encontrar-se com os gerentes.

Encontro. Veja a diferença entre as lo-cuções: a) Ao encontro de emprega-se para designar uma situação favorá-vel: O aumento veio ao encontro dassuas necessidades (satisfez as suasnecessidades). / A política e a socio-logia vão ao encontro uma da outra(completam-se). b) De encontro a in-dica oposição, choque: O governo nãodeve ir de encontro às aspirações do

106Encapuzado, encapuzar Encontro

Page 107: Manual de Redação e Estilo do Estadão

povo (ir contra). / Foi de encontro aosdesejos do pai (agiu contra).

Endereços. Ver localização, página 162. É necessário. Ver é preciso, página 111.E nem. 1 — Como já significa e não, a

conjunção nem rejeita o e em casoscomo: Não foi nem ficou. / Não façonem quero. / Não se anda nem secorre. / Nunca o viu nem verá. Tam-bém quando nem significa e sem ounão, inexiste o e: Ficou sem amigonem (e sem) dinheiro. / Nem fala nemse move (não). 2 — Admite-se e nemapenas quando não há negativa antesou quando a expressão equivale a enem mesmo, e nem sequer, e muitomenos (reforço ou ênfase): Estuda-vam o dia todo e nem se lembravamde comer. / Meu irmão chegou onteme nem me telefonou ainda. / E nemda própria vida estou seguro.

“Enfrentar boas condições”. Enfrentarindica confronto. Por isso, é erradoempregar o verbo como no exemploseguinte: O motorista no momentovai “enfrentar” (o certo: encontrar)boas condições de trânsito.

“Enfrentar de frente”. Redundância.Ninguém enfrenta de outra forma (eenfrentar já encerra a palavra frente).

Engolir. Conjugação. Engulo, engoles,engole, engolimos, engolis, engolem;engolia; engoli; engolira; engolirei;engoliria; que eu engula; se eu engo-lisse; se eu engolir; engole tu, engula,engulamos, engoli, engulam; etc.

Enquanto. 1 — Exige correlação dotempo do verbo (em geral, o imperfei-to: falava, dizia, revelava, pedia)quando usado jornalisticamente paraintroduzir duas ou mais informaçõessimultâneas ou complementares: En-quanto prossegue o julgamento dosacusados, o governo prepara novasações contra os guerrilheiros. / En-quanto o técnico atribui aos jogado-res o mérito pelas vitórias do time,estes só destacam um nome: o do pró-prio técnico. / Enquanto o nível dedesemprego cresceu na Grande São

Paulo, a renda dos assalariados caiuna mesma proporção. / Enquanto oporta-voz do Planalto dava as expli-cações pedidas pela imprensa, o pre-sidente saía pelos fundos do palá-cio. / Enquanto o governo não cum-prir sua promessa de cortar gastos,dificilmente o déficit público serácontido.

2 — Este recurso favorece a forma-ção de frases longas e cheias de inter-calações. Pense sempre nisso quandoescrever um texto do gênero e pro-cure tornar o período o mais objetivopossível.

3 — Em nenhuma hipótese mistu-re os tempos verbais: Enquanto X es-tranhou tal coisa, Y dizia que... / En-quanto X insiste na idéia, Y contes-tou essa pretensão... / Enquanto osgolfinhos procuraram praias deser-tas, o pingüim dá uma lição devida... / Enquanto a CBF convidou Xpara técnico da seleção, o Santosquer o mesmo treinador.

4 — Evite (por se tratar sentido eru-dito que se está tornando modismo)o uso de enquanto como sob o aspec-to de, em frases deste tipo: Fez um re-trato do escritor enquanto intelec-tual. / Era um homem enquanto po-lítico e outro enquanto empresário. /Falou sobre a filosofia enquantociência.

“Enquanto que”. Use enquanto, ape-nas, em vez de “enquanto que”: Osatacantes treinavam chutes a gol, en-quanto (e não “enquanto que”) os de-fensores se preparavam fisicamente.

Enrugar-se. Alguma coisa enruga-se enão enruga, apenas: A pele enruga-sena velhice. / O tecido enrugou-se.

Ensinar. Antes de infinitivo, exige a: Avida ensina a ser prudente.

“Ente querido”. Lugar-comum. Nãouse.

Entourage. Masculino: o entourage.Entrada. No singular em frases como: A

entrada de Joãozinho e Marcão no

107Endereços Entrada

Page 108: Manual de Redação e Estilo do Estadão

time... / O time melhorou com a en-trada de Joãozinho e Marcão (e não“as entradas”).

“Entrar dentro”. Redundância. Use en-trar em.

Entre. Exige a existência de pontos dereferência. Não deve, por isso, serusado quando se tem um conjunto depessoas ou coisas. Assim: Entre mime ti, entre nós, entre amigos, entre oshomens (mas não “entre a humani-dade”), entre os espectadores (masnão “entre o público”), entre os ato-res (mas não “entre o elenco”), entreos habitantes (mas não “entre a po-pulação”), etc. Nesses casos, use com,em, no meio de, etc.

Entre... Hífen antes de h: entre-hostil.Nos demais casos: entreaberto, entre-fechado, entreposto, entrerriano, en-tressafra.

Entre ... e. Usa-se e e não a em frasescomo: Entre 15 e 20 pessoas estavamali. / Chegará entre as 20 e as 22horas. / A idade dos candidatos va-riava entre 18 e 25 anos.

Entregado, entregue. Prefira entregadocom ter e haver e entregue, com ser eestar: Tinha (havia) entregado, foi(estava) entregue. Já se admite,porém, o uso de entregue com ter ehaver: Havia entregue.

Entre mais artigo repetido. No caso deentre anteceder dois termos, o artigoque determinar um deles deverá serrepetido para o segundo: Entre o go-verno brasileiro e o francês (e não:Entre o governo brasileiro e fran-cês). / Entre a vida e a morte (e não:Entre a vida e morte). Em casos comoo segundo, com a idéia de indetermi-nação, é possível omitir completa-mente o artigo: Entre vida e morte... /Entre lazer e trabalho...

Entre mim e ti. É a forma correta, umavez que eu e tu não podem ser regidosde preposição. Rejeite, pois, constru-ções como entre eles e eu, entre eu etu, entre ti e eu, etc., que devem ser

substituídas por entre eles e mim,entre mim e ti, entre ti e mim, etc.

Entre si, entre eles. 1 — Quando o su-jeito pratica e recebe a ação, usa-seentre si: Os constituintes discutiamentre si. / Os jogadores brigavamentre si mesmos. 2 — Se o sujeito éum e o complemento, outro, a forma,então, é entre eles: Nada mais existeentre eles. / O segredo ficou entre elesmesmos. / O prêmio foi repartidoentre eles próprios.

Entretanto. Use entretanto ou no en-tanto, mas nunca “no entretanto”.

Entreter. Atenção para algumas formas:entretinha (e não “entretia”); entrete-ve, entretiveram (e não “entreteu”,“entreteram”), entretivera (e não “en-tretera”); se ele entretivesse (e não “seele entretesse”); se ele entretiver (enão “se ele entreter”).

Entrever. Conjuga-se como ver (ver, pá-gina 297).

Entrevista.a) Texto corridoA entrevista constitui uma das

principais fontes de informação deum jornal e está presente, direta ouveladamente, na maioria das notíciasque ele publica. Ela pode tanto ser aprópria reportagem como apenasparte dela. Não vem ao caso discutiros tipos de entrevistas que podemaparecer na imprensa. Convém, noentanto, que você esteja atento parauma série de princípios e preceitosque poderão ajudá-lo a fazer melhoresse trabalho:

1 — Antes de qualquer coisa, pro-cure saber quanto tempo você terápara a entrevista. Se forem poucos mi-nutos, vá direto ao assunto e evite in-troduções desnecessárias.

2 — Informe-se sobre o entrevista-do e o assunto. É o mínimo que vocêpode fazer para que suas perguntassejam pertinentes e objetivas.

3 — Não confie apenas na memó-ria. Faça anotações e, se necessário,use gravador. Você pode precisar

108“Entrar dentro” Entrevista

Page 109: Manual de Redação e Estilo do Estadão

reproduzir literalmente uma frase de-licada, contundente, agressiva ou atébombástica, e é bom estar preparadopara isso.

4 — Nunca se esqueça de que a opi-nião que o leitor quer conhecer é a doentrevistado e não a do repórter.

5 — Você pode fazer perguntas di-retas e incisivas ao entrevistado semque o clima de cordialidade da con-versa seja prejudicado.

6 — Procure evitar atritos com oentrevistado; quem sairá perdendoserá o leitor.

7 — Há entrevistados mais emenos difíceis; com habilidade,porém, salvo raríssimas exceções,será sempre possível conseguir delespelo menos as informações e opiniõesessenciais.

8 — Se você julgar que o entrevis-tado não respondeu satisfatoriamen-te à pergunta ou usou de evasivas, in-sista; caso não haja de novo uma res-posta direta à indagação, registre ofato na reportagem: ele pode signifi-car muito, em certos casos.

9 — Esteja preparado para acompa-nhar o rumo que a entrevista seguir;embora você possa ter um roteiropreestabelecido, será muita pretensãoesperar que o entrevistado o cumpraà risca.

10 — Não se deixe conduzir nas co-letivas e, se possível, tome a iniciati-va; sempre haverá quem se disponhaa fazer perguntas de pouca ou nenhu-ma importância e você poderá corri-gir o rumo da entrevista.

11 — Espere o entrevistado con-cluir seu pensamento para lhe fazeruma nova pergunta; nada é mais irri-tante, para ele e para o leitor, que umaresposta pela metade.

12 — A pauta é sempre uma indi-cação mínima do que você deve cum-prir. Ela pode conter perguntas obri-gatórias e você deve fazê-las. A parterestante da entrevista, porém, depen-de exclusivamente do repórter.

13 — Evite perguntas óbvias, comoindagar da mãe que acaba de ver amorte do filho: “Como a senhora estáse sentindo?” Ou a quem assinou umcontrato milionário: “Você está felizcom o contrato que assinou?”

14 — Por mais caótica que seja aentrevista, você pode ordená-la notexto final, agrupando os assuntos emblocos para a melhor compreensão doleitor, em vez de manter a falta de co-nexão ou de seqüência do texto.

15 — Faça perguntas curtas e obje-tivas, que não permitam divagações everdadeiras defesas de tese ao entre-vistado.

16 — Procure editar a entrevista,dando-lhe um texto corrido e reser-vando o estilo pergunta e respostaapenas aos casos especiais, em queseja útil conhecer a opinião do entre-vistado em detalhes.

17 — Varie o texto, para fugir docômodo, mas monótono estilo: disse;a seguir; continuou; prosseguiu; maisadiante; etc.

18 — Finalmente, as entrevistassão concedidas ao Estado e não aosseus cadernos ou suplementos (e éessa indicação que deve aparecer notexto).

b) Perguntas e respostasSiga estas instruções nas entrevis-

tas de perguntas e respostas:1 — O assunto e o entrevistado

devem ser suficientemente impor-tantes para que se justifique o recur-so a esse tipo de matéria.

2 — A menos que haja algumarazão especial para mantê-los, elimi-ne do texto os erros e repetições queas pessoas cometem habitualmentequando falam.

3 — Sempre que possível, entre-meie a entrevista com destaques (ja-nelas, por exemplo): frases bem esco-lhidas, polêmicas ou originais contri-buem para que o leitor se sinta atraí-do pelo texto.

109Entrevista Entrevista

Page 110: Manual de Redação e Estilo do Estadão

4 — Em entrevistas muito exten-sas, convém quebrar o texto com tí-tulos auxiliares, que ajudam a tornara página mais agradável e menos pe-sada graficamente.

5 — Evite estender-se demais nasperguntas e resuma as respostas doentrevistado. Conserve, no entanto, aessência da opinião dele e suas frasesmais expressivas ou contundentes.

6 — Escolha para a abertura da ma-téria um corpo maior que o do textoe reproduza, se possível entre aspas,algumas das principais afirmações eopiniões do entrevistado.

7 — As perguntas vão sempre emnegrito, com a indicação Estado emcaixa-alta-e-baixa, e não com o nomedo caderno ou suplemento do jornalque esteja publicando a entrevista.

8 — Use o corpo normal (claro)para as respostas e mantenha apenaso nome do entrevistado em negrito.Na primeira resposta, o nome dele de-verá aparecer por extenso; nas de-mais, na forma simples pela qual forconhecido.

9 — No caso de se tratar de um pin-gue-pongue entre duas personalida-des, o nome da que faz as perguntasirá por extenso na primeira vez e re-sumidamente na segunda (exemplo:Mario Vargas Llosa; depois, Llosa).Adote o mesmo procedimento para aque responde (como: Eduardo Galea-no; depois, Galeano).

10 — Se o Estado reproduzir entre-vista de algum jornal ou revista cujosserviços esteja autorizado a utilizar,substitua simplesmente o nome dojornal pelo da outra publicação e, comrelação à pessoa que fala, adote as nor-mas já expostas.

11 — Nas entrevistas coletivas, háduas possibilidades: a) Apresentarcada pergunta com o nome do jornal,revista ou emissora a que pertence ojornalista que a fez. b) Usar apenas aindicação pergunta, caso não se possa

ou não se pretenda identificar cadapessoa que se dirigiu ao entrevistado.

12 — Deixe uma linha de brancoentre cada bloco de perguntas e res-postas.

13 — Veja um exemplo sobre comoeditar a entrevista de perguntas e res-postas:

Estado — Você entregou o livro aoeditor sem o último parágrafo. Porquê?

Chico Buarque — Eu tinha dois fi-nais escritos. Precisava matar o Ben-jamim, que já é apresentado quandovai morrer. Abri para ele a possibili-dade de achar que tudo fosse umsonho. Mas deixei o outro final, maisseco, sem sonho.

Estado — Benjamim é melhor doque Estorvo?

Chico — A estrutura é mais com-plexa, há mais coisas acontecendo.Encontrei mais impasses e... Estábem, gosto mais de Benjamim. Meureceio era não repetir, não parecer.Daí a opção pela narrativa na terceirapessoa. Mas tem o estilo. A importân-cia fundamental do segundo livro édefinir o estilo. Sou eu.

Envolto, envolvido. Use envolto comosinônimo de enrolado (Estava envol-to no cobertor) e envolvido nos de-mais sentidos do verbo, mesmo como auxiliar ser: Foi envolvido pelos par-ceiros. / Estava envolvido na conspi-ração. / Negou que estivesse envolvi-do no escândalo. Se o auxiliar for ter,empregue apenas a forma envolvido:Já tinha envolvido o filho no cober-tor. / Negou que se tivesse envolvidono escândalo.

“Envolvendo”. 1 — Use acidente deônibus, desastre de trem, acidenteentre um ônibus e dois carros, cho-que de aviões, desastre de avião enunca desastre “envolvendo” ôni-bus, acidente “envolvendo” um ôni-

110Envolto, envolvido “Envolvendo”

Page 111: Manual de Redação e Estilo do Estadão

bus e dois carros, etc. 2 — Não em-pregue essa forma também quandoela puder ser substituída por preposi-ção: Incidente “envolvendo” (com)jornalistas, acidente “envolvendo”(com) dois carros, reunião “envol-vendo” (entre) empresários e sindica-listas, o jogo “envolvendo” (entre) oCorinthians e o Santos, etc.

Enxaguar. Conjuga-se como aguar (ver,página 34).

E/ou. Evite o abuso, mas, quando neces-sário, adote essa forma em frasescomo: Incluem-se na relação canto-res e/ou músicos. / Queria o apoio deescritores e/ou jornalistas. Não hábarra, porém, se o e acompanharmeras orações alternativas: Ele che-gou apressado e, ou fica, ou vai em-bora ainda hoje.

Epidemia, surto. 1 — A diferença é deamplitude: a epidemia atinge umgrande número de pessoas numa áreaextensa e o surto, um número limita-do de pessoas numa área mais oumenos restrita. 2 — O termo epide-mia vale apenas para seres humanos:no caso de doença que atinja grandenúmero de animais, o certo é epizoo-tia.

É preciso. 1 — Com sujeito indetermi-nado, as locuções é preciso, é proibi-do, é necessário, é bom, é feio e ou-tras semelhantes PODEM permane-cer invariáveis: É preciso muita cau-tela. / É necessário ajuda. / É proibi-do entrada. / Vitamina é bom para asaúde. / É feio blusa em menino. /Não foi preciso rodeios. 2 — No en-tanto, sempre que se quiser deixarclara a determinação ou ela estiverevidente pelo uso de artigo, pronomeou adjetivo ao lado do substantivo, aconcordância deverá ser a regular:Não foram necessários rodeios. /Toda vitamina é boa para a saúde. /É proibida a entrada. / É necessáriamuita ajuda. / É feia essa blusa nomenino. 3 — Prefira a concordâncianormal, sempre que possível.

É preferível. Ver preferir, página 233.É proibido. Ver é preciso, nesta página.E que. Evite essa expressão, usando ape-

nas o e ou o que (ou o qual, a qual, osquais e as quais, quando necessário,para maior clareza), e não os dois jun-tos: É um tipo de assunto de maugosto que (e não e que) deveria ser evi-tado. / Ali acamparam três famíliasde índios guaranis, procedentes deMato Grosso, que (e não e que) há dezanos vêm peregrinando pelo País. / Ogeneral, que está fazendo nova visitaàs tropas e (e não e que) pretende vol-tar logo a Brasília, deixará o serviçoativo este ano. / No livro que escre-veu depois da explosão e (e não e que)se tornou um clássico... / A razão: oque não tem função na frase.

É que. 1 — Nesta forma, a locução ficainvariável e vem sempre entre o su-jeito e o verbo (a concordância se fazcomo se ela não existisse): Nós é quepagamos. / Eles é que devem sair. /Vós é que podeis dizer isso. 2 — Se osujeito for colocado entre o verbo sere o que, a concordância será normal:Somos nós que pagamos. / São elesque devem sair. / Sois vós que podeisdizer isso.

Equivale a dizer. É a forma correta,assim como equivale a fazer, e nunca“equivale dizer”, “equivale fazer”.Valer, sim, admite essa forma: valedizer, vale transcrever.

Equivaler. Conjuga-se como valer (ver,página 296).

Era. Inicial maiúscula apenas em EraCristã. Nos demais casos: era ceno-zóica, era do jazz, era atômica.

Era uma vez. O verbo permanece inva-riável: Era uma vez uma princesa... /Era uma vez sete anões... (ser, nocaso, equivale a haver).

Éramos seis. Frases desse tipo formam-se sem a preposição em: Éramos seis. /Éramos oito à mesa. / Ficamos qua-tro na sala. / Íamos cinco amigos pelaestrada. / Estávamos três no automó-

111Enxaguar Éramos seis

Page 112: Manual de Redação e Estilo do Estadão

vel. (E não: Éramos em oito, ficamosem quatro, íamos em cinco, estáva-mos em três).

“Erário público”. Redundância. O erá-rio é sempre público.

Ergométrico, ergonômico. 1 — A ergo-metria mede o esforço muscular deum trabalho: esteira ergométrica, bi-cicleta ergométrica. 2 — O estudo dosefeitos do trabalho no organismo hu-mano é a ergonomia. Por isso: tecla-do ergonômico, cadeira ergonômica.3 — “Ergonometria” e “ergonométri-co” não existem.

Ermitão. Flexões: ermitã (prefira), er-mitoa, ermitões (prefira), ermitães eermitãos.

...érrimo. É o superlativo apenas dos ad-jetivos terminados em re e ro: céle-bre, celebérrimo; negro, nigérrimo;pobre, paupérrimo. Por isso, nuncaescreva “elegantérrimo”, “absolutér-rima”, “chiquérrimo”, “simplérrimo”(o certo é elegantíssimo, absolutíssi-ma, chiquíssimo, elegantíssimo),etc., modismos sem apoio na gramá-tica e admissíveis somente em textosde caráter coloquial.

Erros. Para manter sua confiabilidade ecredibilidade, o jornal deve fazer opossível para não publicar erros de ne-nhuma espécie. Veja alguns dos casosque ocorrem com maior freqüência eprocure evitá-los:

1 — Nomes. O Estado escreve osnomes e sobrenomes segundo a formaque as pessoas adotam. Por isso, veri-fique-os sempre com cuidado, paraque figurem no noticiário de maneiracorreta. A observação vale tambémpara os nomes geográficos e palavrasestrangeiras. Em caso de dúvida, con-sulte o vocabulário do fim deste vo-lume.

2 — Siglas. Procure também expli-car convenientemente as siglas ao lei-tor e evite discriminá-las erradamen-te. Por exemplo: STF é Supremo Tri-bunal Federal e não “Superior” Tribu-nal Federal. Da mesma forma, CNBB

é Conferência Nacional dos Bispos doBrasil e não “Confederação” Nacio-nal, e INSS é Instituto Nacional doSeguro e não “da Seguridade” Social.

3 — Palavras. A lista publicada nofim deste volume inclui a maioria daspalavras da língua portuguesa quepossam dar margem a dúvidas quan-to à ortografia, além de milhares determos estrangeiros, designações geo-gráficas e nomes de produtos ou deempresas muito usados no noticiário.Nunca deixe de recorrer a ela.

4 — Informação. É um dos errosmais graves que o jornal pode divul-gar. Por isso, confira sempre cuidado-samente as informações que recolher;recorra a mais de uma fonte, quandonecessário; verifique, enfim, todos osdados em que possa haver qualquerengano que comprometa a seriedadeda notícia.

5 — Serviços. É um dos piores tiposde erro que o jornal pode publicar. Oleitor muitas vezes programa as suasatividades em função do horário deuma sessão de teatro ou cinema e énatural que se irrite quando a infor-mação fornecida não corresponde àrealidade. Por isso, confira semprecom todo o cuidado — principalmen-te se você recebeu a indicação commuita antecedência — se a televisãovai mesmo transmitir ao vivo deter-minado jogo, se o filme, a peça de tea-tro, o show, a festa, etc., começam efe-tivamente no horário divulgado, se olocal é realmente o do espetáculo, seas inscrições de um concurso ou dovestibular vão mesmo até determina-do dia. Para um leitor do jornal, ne-nhuma desculpa ou retificação com-pensa a perda da inscrição para umaprova, por exemplo.

6 — Enumerações. Tenha sempreem mente: é comum uma notíciadizer que havia seis pessoas presentesnum determinado local e, na hora derelacionar os nomes, fornecer apenas

112“Erário público” Erros

Page 113: Manual de Redação e Estilo do Estadão

cinco deles. Por isso, conte sempre osnomes para ver se são mesmo seis.

7 — Números. A transcrição de nú-meros das anotações do repórter ou dotexto provisório para o definitivo fa-vorece o aparecimento de erros no ori-ginal. É outro item a ser conferidocom atenção.

8 — Concordância. Dos erros gra-maticais, é talvez o que surge commaior freqüência nos textos. Repasseo original com cuidado para eliminá-los e consulte o verbete concordân-cia, subtítulo erros, página 78.

9 — Conhecimento. Evite queerros de conhecimento comprome-tam o texto. Não diga, por exemplo:Um relâmpago caiu no fio do tróle-bus. O que atinge o fio é o raio. Nãoescreva, também: Havia muitas pes-soas no féretro (o féretro é o caixão,não o cortejo). / Somente amanhã de-verá ser extraída a cápsula da vítima(a cápsula é apenas o envoltório dabala). Outra forma a evitar: A geadacaiu... A geada forma-se, não cai (é oresultado do congelamento das gotasde orvalho). Finalmente, lembre-se: aMuralha da China não é uma das setemaravilhas do mundo.

10 — Citações. Nunca cite de me-mória, porque provavelmente vocêcometerá algum equívoco. Consulteum dicionário de citações, recorra aoArquivo, apele para os colegas. Tudojustifica o esforço para evitar umatranscrição errada ou incompleta.

11 — Declarações. Leia semprecom cuidado suas anotações ou voltea fita do gravador para que as declara-ções de entrevistados sejam reprodu-zidas com a maior fidelidade possível.Lembre-se de que qualquer distorçãonas afirmações não apenas levaráuma informação incorreta ao leitorcomo criará problemas para você epara o jornal.

12 — Autores. Consulte dicioná-rios, livros especializados ou o Arqui-vo para fugir a um erro muito comum

nas informações: a citação incorretaou trocada do nome do autor de umaobra ou declaração ou mesmo a men-ção incompleta (se uma música, porexemplo, é de Noel Rosa e Vadico, es-creva isso, e não se refira apenas aoparceiro mais famoso).

13 — Intérpretes. Proceda da mes-ma forma com relação aos intérpre-tes. Você pode confundir o ator quetrabalhou num filme com o de outroou a cantora que gravou uma cançãocom outra.

14 — Memória. Por tudo isso, des-confie da memória. O Arquivo, porexemplo, é sempre uma fonte maissegura. Se você está em cima da horade concluir a matéria, entregue-a àchefia. E procure em seguida conferira informação em dúvida. Sempre ha-verá tempo de corrigi-la.

15 — Gramática. Nem todos sãoobrigados a conhecer todas as regrasgramaticais. Por isso, este manualteve a preocupação de relacionar asprincipais delas. Nunca deixe de es-clarecer nenhuma dúvida sobre crase,concordância, conjugação verbal, re-gência, formação do plural, colocaçãode pronomes, acentuação e outras.Folheie o manual regularmente parair descobrindo as demais e, principal-mente, observações sobre formas gra-maticais corretas e incorretas, dife-renças entre mal e mau, etc. O leitormerece todo o empenho para que onúmero de erros de uma edição do jor-nal se reduza cada dia mais.

16 — Íntegras. Erros de linguagemem textos oficiais — notas, transcri-ção de discursos, comunicados, proje-tos, etc. — devem em geral ser corri-gidos, principalmente quanto à acen-tuação, grafia, pontuação, regência econcordância. Evite apenas desfiguraro teor desses documentos. Em casosespeciais (mas sempre com consultaà Direção de Redação), eles podem sermantidos, desde que se registre ex-pressamente a observância do texto

113Erros Erros

Page 114: Manual de Redação e Estilo do Estadão

original ou se marquem os erros maisgritantes com um sic. Não leve emconta nas íntegras a relação de pala-vras vetadas constante do Manual.

17 — Os cem mais. Ver na página321 a lista dos cem erros mais co-muns do idioma

Escalação. No singular em frases como:O técnico confirmou a escalação deJosé e Pedro. / Com a escalação deJuca, Alemão e Zezinho, o técnicopretende tornar o time mais ofensivo(e nunca “as escalações”).

Escândalo. Inicial minúscula: escânda-lo Watergate.

Escrivão. Flexões: escrivã e escrivães. “Esculhambação”, “esculhambar”.

Vulgaridades. Não use.Escusa, escusar. Com s.Escutar, ouvir. 1 — Prefira escutar

quando o sentido for o de prestar aten-ção para ouvir, ouvir com atenção,atender aos conselhos de: Escutou odisco. / Já não escuta os amigos. 2 —Ouvir equivale a perceber pela audi-ção: Não ouvi o barulho. / Da salaouvia o ranger das máquinas.

Esfíncter. Desta forma. Plural: esfincte-res (pronuncia-se esfinctéres).

Esgotar-se. Alguma coisa esgota-se enão esgota, apenas: O livro esgotou-se rapidamente. / Sua paciência já sehavia esgotado.

...ésimo. É mero modismo usar a termi-nação de centésimo, milésimo e mi-lionésimo para criar superlativoscomo “bonitésimo”, “elegantésimo”,“gatésima”. Só textos muito especiaispodem justificar essas formas.

Espanha. Elemento de composição nosadjetivos pátrios: hispano (hispano-americano).

Espanhol. 1 — NomesOs nomes de origem espanhola

apresentam normalmente o sobreno-me paterno antes do materno. Porisso, numa segunda referência, é o so-brenome intermediário que deve serusado para identificar a pessoa: Mi-

guel de Cervantes Saavedra (Cervan-tes), Fidel Castro Ruz (Castro), Au-gusto Pinochet Ugarte (Pinochet),Francisco Franco Bahamonde (Fran-co), Adolfo Suárez González (Suá-rez). Jornalisticamente, use apenas onome e o sobrenome paterno (a nãoser em casos excepcionais): Miguel deCervantes, Fidel Castro, FranciscoFranco, Adolfo Suárez, Augusto Pi-nochet.

2 — AcentuaçãoPara grafar corretamente os nomes

espanhóis, observe as principais re-gras de acentuação do idioma:

a) Acentuam-se as palavras oxíto-nas terminadas em vogal, n ou s: café,Miró, José, sofás, Martí, Perón, Cora-zón, Alán, Beltrán, Guillén, algún,Medellín, Alfonsín, Julián, Rubén,Hernán. Atenção: Juan não tem acen-to, mas León, sim.

b) Acentuam-se as palavras paroxí-tonas que não terminem em vogal, nou s: mármol, fútbol, árbol, tórax,López, Rodríguez, Márquez, Martí-nez, huésped, azúcar.

c) Acentuam-se todas as palavrasproparoxítonas: género, último, pája-ro, líquido, Málaga.

d) Não se acentuam as palavras ter-minadas em encontros vocálicos áto-nos: Mario, Julio, historia, democra-cia (pronuncia-se democrácia), nun-cio, serie, colonia, tenue, ciencia, jui-cio.

e) Acentuam-se as palavras termi-nadas em encontros vocálicos tôni-cos: Marías, García, brío, día, tele-grafía, policía, cortesía, rocío.

f) Acentua-se o i ou u que faça partede um hiato: Raúl, sonreír, caída, tra-seúnte, Belaúnde, leído, reúne, aún,raíz. Exceção. Não há acento quandoas vogais em hiato são u e i ou i e u:Ruiz, Luis, ruido, ruina, miura, des-truir, jesuita.

3 — Particularidades a) Como o a seguido de m ou n, o

e e o o em espanhol têm som fecha-

114Escalação Espanhol

Page 115: Manual de Redação e Estilo do Estadão

do, não existe acento circunflexo noidioma, mas apenas o agudo: género,pánico, canónico, cómodo, erróneo,Cámpora, lámpara.

b) Como o s entre duas vogais temsempre o som de ç, não existe o gruposs em espanhol: Asunción, asesor,Paso de los Libres, El Paso, asesino,así, cosaco, asalto, asaz, Asiria.

c) O pronome oblíquo agrega-se aoverbo sem hífen: haberse, darles, es-críbase, aprobándose, informándo-nos, llévatelo, recibirle, entréguese-lo.

4 — Palavras parecidasHá palavras que não significam,

em espanhol, o que parecem em por-tuguês. Cuidado ao traduzi-las (entreparênteses está o sentido correto ouprincipal do termo em português):contestar (responder), nadie (nin-guém), ninguno (nenhum), todavía(ainda), aparato (aparelho), huelga(greve ou folga), exquisito (excelen-te), papa (batata), pelo (cabelo), sinembargo (mas, porém), embarazada(grávida), torpe (desajeitado), entre-tanto (por enquanto), sobrenombre(apelido), apellido (sobrenome), porsupuesto (claro, lógico), coche(carro), inversiones (investimentos),desarrollarse (desenvolver-se), desar-rollo (desenvolvimento), presunto(suposto), chorizo (salame), muñeca(boneca), crianza (cria de animal),niño (menino), cachorro (filhote deanimal), anfiteatro (local de velório),clase (aula), aula (classe), polvo (pó),sólo (sozinho), pegar (bater), tirar (ar-remessar, jogar), embrujo (encanto),mal caracter (explosivo, de paviocurto), presupuesto (orçamento),danés (dinamarquês).

5 — Nome oficial.O nome oficial do idioma é espa-

nhol e não castelhano.Espatifar-se. Alguma coisa espatifa-se e

não espatifa, apenas: A garrafa caiu eespatifou-se no solo. / A janela espa-tifou-se com a pedrada.

“Especulado”. Alguém especula comou sobre alguma coisa, mas algumacoisa nunca “é especulada”. Assim:Círculos políticos especularam sobrea saída do ministro (e nunca: A saídado ministro “foi especulada”...).

Esperar. Por trazer implícita a noção dedesejo, expectativa favorável, o verbonão deve ser usado no sentido negati-vo, caso em que o correto é prever outemer: Empresa prevê (e não “espe-ra”) prejuízo de R$ 50 mil. / Todospreviam (e nunca “esperavam”) a suamorte. / Oposição teme ou prevê der-rota (e não “espera”).

Espinhal. Use esta forma: medula espi-nhal, nervo espinhal.

Esporte. Invariável como adjetivo: carroesporte, camisas esporte.

Esposo e esposa. Ver marido e mulher,página 173.

Espreguiçar-se. Alguém se espreguiça enão espreguiça, apenas: Saiu dacama e espreguiçou-se demorada-mente. / Bocejou e espreguiçou-se.

Esquecer. Regência. l — Esquecer algu-ma coisa: Ninguém esquece tais ofen-sas. / Ele esqueceu que tinha compro-misso à noite. / O escritor esqueceuos originais no táxi. 2 — Esquecer-sede alguma coisa: Eles se esqueceramdo compromisso. / Queria que nin-guém se esquecesse dela. 3 — Moder-namente, já se admite a forma esque-cer de: Esqueceu de fazer o traba-lho. / Esqueceu dos amigos. 4 — Podetambém ser intransitivo (dispensarcomplemento): Bebe para esquecer. 5— Esquecer tem outros tipos de re-gência, todos, porém, de uso mais li-terário que jornalístico.

“Estadão”. Ver O Estado de S. Paulo, pá-gina 203.

Esse. Ver este, esse, aquele, página 117.Estádio. Inicial maiúscula no nome (ofi-

cial ou popular) da praça de esportes:Estádio do Morumbi, Estádio Pales-tra Itália. Inicial minúscula se a indi-

115Espatifar-se Estádio

Page 116: Manual de Redação e Estilo do Estadão

cação for genérica: o estádio de Ara-raquara, o estádio do Juventus.

“Estado”. Ver O Estado de S. Paulo, pá-gina 203.

Estado. Com inicial maiúscula, tantopara designar o poder oficial ou umanação quanto as unidades em que sedivide um país: O Estado tem podersobre os cidadãos. / A teoria do Esta-do. / O Estado de São Paulo, o Esta-do (São Paulo), os Estados de Minase Bahia, os Estados e municípios, osgovernadores dos Estados do Sul, na-quele Estado, etc.

Estados. l — É esta a relação dos Esta-dos brasileiros, suas capitais, as re-giões em que se situam e as siglas queos identificam: Acre — Rio Branco,Norte, AC; Alagoas — Maceió, Nor-deste, AL; Amapá — Macapá, Norte,AP; Amazonas — Manaus, Norte,AM; Bahia — Salvador, Nordeste,BA; Ceará — Fortaleza, Nordeste,CE; Distrito Federal — Centro-Oeste, DF; Espírito Santo — Vitória,Sudeste, ES; Goiás — Goiânia, Cen-tro-Oeste, GO; Maranhão — SãoLuís, Nordeste, MA; Mato Grosso —Cuiabá, Centro-Oeste, MT; MatoGrosso do Sul — Campo Grande,Centro-Oeste, MS; Minas Gerais —Belo Horizonte, Sudeste, MG; Pará —Belém, Norte, PA; Paraíba — JoãoPessoa, Nordeste, PB; Paraná — Curi-tiba, Sul, PR; Pernambuco — Recife,Nordeste, PE; Piauí — Teresina, Nor-deste, PI; Rio Grande do Norte —Natal, Nordeste, RN; Rio Grande doSul — Porto Alegre, Sul, RS; Rio deJaneiro — Rio de Janeiro, Sudeste, RJ;Rondônia — Porto Velho, Norte, RO;Roraima — Boa Vista, Norte, RR;Santa Catarina — Florianópolis, Sul,SC; São Paulo — São Paulo, Sudeste,SP; Sergipe — Aracaju, Nordeste, SE,e Tocantins — Palmas, Norte, TO. 2— Ver também regiões do Brasil, pá-gina 251.

Estados (artigo). Em alguns casos, onome dos Estados brasileiros é prece-

dido de artigo; em outros, não. Têmartigo: o Acre, o Amapá, o Amazo-nas, a Bahia, o Ceará, o Distrito Fe-deral, o Espírito Santo, o Maranhão,o Pará, a Paraíba, o Paraná, o Piauí,o Rio de Janeiro, o Rio Grande doNorte, o Rio Grande do Sul e o Tocan-tins. Não têm artigo: Alagoas, Goiás,Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,Minas Gerais, Pernambuco, Rondô-nia, Roraima, Santa Catarina, SãoPaulo e Sergipe.

Estados Unidos. l — Sempre com o ar-tigo e o verbo no plural: Os EstadosUnidos são... / Os Estados Unidoselegeram... Da mesma forma: Todosos Estados Unidos aplaudiram o dis-curso do presidente. / Veio dos Esta-dos Unidos. 2 — Aportuguese o nomedos seguintes Estados norte-america-nos: Alasca, Califórnia, Carolina doNorte, Carolina do Sul, Colúmbia(Distrito de), Flórida, Geórgia, Ha-vaí, Nova York, Novo México, Pensil-vânia, Porto Rico e Virgínia. Os de-mais serão escritos na forma inglesa.3 — Aportuguese também estesnomes de cidade: Colúmbia, Filadél-fia, Indianápolis, São Francisco,Nova York e Santa Fé. Escreva em in-glês os demais (San Diego, San Anto-nio, El Paso, Los Angeles, Buffalo,Phoenix, Memphis, etc.). Em caso dedúvida, consulte a relação de palavrasdo capítulo Escreva Certo.

Estadual, estatal. Estadual — Relativoàs unidades da Federação: o governoestadual, as dívidas estaduais. Esta-tal — relativo ao Estado como naçãoou poder político: empresa estatal,voracidade estatal.

Estar. Conjugação. Pres. ind.: Estou,estás, está, estamos, estais, estão.Imp. ind.: Estava, estavas, estava, es-távamos, estáveis, estavam. Pret.perf. ind.: Estive, estiveste, esteve, es-tivemos, estivestes, estiveram. M.-q.-perf. ind.: Estivera, estiveras, estive-ra, estivéramos, estivéreis, estive-ram. Fut. pres.: Estarei, estarás, esta-

116“Estado” Estar

Page 117: Manual de Redação e Estilo do Estadão

rá, estaremos, estareis, estarão. Fut.pret.: Estaria, estarias, estaria, esta-ríamos, estaríeis, estariam. Pres.subj.: Esteja, estejas, esteja, esteja-mos, estejais, estejam. Imp. subj.: Es-tivesse, estivesses, estivesse, estivés-semos, estivésseis, estivessem. Fut.subj.: Estiver, estiveres, estiver, esti-vermos, estiverdes, estiverem.Imper. afirm.: Está tu, esteja você, es-tejamos nós, estai vós, estejam vocês.Imper. neg.: Não estejas tu, não este-ja você, não estejamos nós, não este-jais vós, não estejam vocês. Infin.:Estar. Flexionado: Estar, estares,estar, estarmos, estardes, estarem.Ger.: Estando. Part.: Estado.

Está rindo à toa. Modismo. Evite.Esta semana. Ver semana, página 263. Estávamos três. Ver éramos seis, pági-

na 111.Este, esse, aquele. l — Este. a) Designa

pessoa ou coisa próxima de quem fala:Este livro é meu. / Esta mesa, este jor-nal, esta página, esta matéria, estacrônica, esta crítica, esta empresa,este homem. b) Refere-se igualmenteao lugar em que alguém está: Esteapartamento, este local, este país,esta casa, este hotel, esta piscina. c)Indica um período de tempo presen-te, que ainda não terminou, um man-dato, uma gestão, etc.: este ano (o anoque vivemos), este mês (o mês atual),esta semana (a semana em que seestá), este século, esta tarde, estamanhã, esta vida, esta noite, este mo-mento, este governo, esta adminis-tração, esta crise. Atenção: Esta é aforma de uso jornalístico maiscomum. d) Identifica, numa oração, otermo mais próximo: Eram duasirmãs, Josefa e Maria; esta (Maria, nocaso), a loira, e aquela (Josefa), a mo-rena.

2 — Esse. a) Indica pessoa ou coisaum pouco afastada de quem fala oupróxima de um interlocutor: Porfavor, traga-me esse livro. / Cuidadocom essa cadeira. / Essa menina não

toma jeito. / Veja se esse relógio estáfuncionando. b) Usa-se como segun-da referência a pessoa ou coisa: Che-gou a São Paulo em 1954; nesse anofoi comemorado o 4º centenário dacidade. / Anos depois de ter lido oUlysses, percebeu a influência desselivro na sua vida. c) Designa algumacoisa que já passou: Esse mês, o dasenchentes em São Paulo, marcoutambém a eleição do prefeito. / Essetempo que não volta mais sempredeixa saudades.

3 — Aquele. a) Refere-se a pessoaou coisa afastada de quem fala e dequem ouve: Vá buscar aquele livro. /Você está vendo aquela estrela? /Eles devem aparecer naquela esqui-na. b) Indica um tempo passado:Aquelas férias foram as melhores dasua vida. / Aquela safra de café bateuo recorde do século. c) Identifica,numa oração, o termo mais distante:Visitaram a Argentina e o Chile;neste, viajaram pelos lagos andinose, naquela, esquiaram em Bariloche.

4 — Isto (esta coisa), isso (essacoisa) e aquilo (aquela coisa) seguema mesma norma, mas só podem serusados para coisas. Em relação a pes-soas, têm sentido pejorativo.

5 — Cá e aqui equivalem a este; aí,a esse; lá e ali, a aquele.

6 — Tal pode substituir esse eaquele, especialmente, ou dar caráterindefinido ao substantivo que acom-panha: tal homem (esse, aquele), taisassuntos (esses), tais modelos (aque-les), tal dia e tal hora, etc.

Estigma. Tem sentido altamente nega-tivo. Por isso, está errado o técnicoque queria seu time “com o estigmado vencedor”. A equipe poderia, istosim, apresentar “a marca” ou “a ob-sessão do vencedor”. Veja exemploscorretos: Está marcado pelo estigmada aids. / Queria se livrar do estigmade retranqueiro. / O país sofre com oestigma da fome.

117Está rindo à toa Estigma

Page 118: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Estilhaçar-se. Alguma coisa se estilha-ça e não estilhaça, apenas: O jarrocaiu e estilhaçou-se. / O vidro esti-lhaçou-se com o tiro.

Estiver/tiver, estivesse/tivesse. Vertiver/estiver, tivesse/estivesse, pági-na 289.

“Estória”. Em qualquer sentido, useapenas história.

Estragar-se. Alguma coisa se estraga enão estraga, apenas: Por causa docalor, os alimentos estragaram-se. /Carro que fica ao relento estraga-serapidamente.

Estrangeirismos. Ver palavras estran-geiras, página 209.

Estrear. Pode-se estrear uma roupa, umapeça, um teatro, um cinema, etc., masnão escreva, por exemplo: O Corin-thians estréia Joãozinho hoje.

Estrelas. 1 — Use com hífen a qualifi-cação dos hotéis: Era um legítimocinco-estrelas. / Hospedou-se numhotel três-estrelas. / Aquele uma-es-trela o satisfazia. 2 — No entanto: Eraum hotel de quatro estrelas.

Estudar. Use o substantivo, e não infi-nitivo depois: Governo estuda am-pliação do crédito (e não “estuda am-pliar”). / Receita estuda elevação doganho da poupança (e não “estudaelevar”).

Esvaziar-se. Alguma coisa se esvazia enão esvazia, apenas: O estádio esva-ziou-se logo. / As ruas esvaziam-se noferiado. / Todas as suas pretensões seesvaziaram.

Etc. 1 — Use vírgula antes de etc. Em-bora a expressão original, et cetera, jácontenha e, a abreviatura etc. apare-ce sempre precedida do sinal no For-mulário Ortográfico, que define anorma legal do idioma. Essa práticaterminou por oficializar o emprego davírgula, seguido pela maioria esmaga-dora dos gramáticos brasileiros.Assim: Havia ali gatos, cães, gali-nhas, etc. 2 — Nunca use e antes deetc. Assim: Comprou camisas, cal-ças, meias, etc. (e nunca: Comprou

camisas, calças, meias, “e etc.” 3 —Por extensão do sentido original, etc.pode também ser adotado para pes-soas: Vieram comigo João, Carlos,José, etc. 4 — Segundo ainda o Formu-lário, usa-se ponto-e-vírgula antes deetc. no caso de enumerações consti-tuídas de vários termos agrupados emcategorias: Com os ditongos ãe e ãi,escrevem-se: pães, mãezinhas, capi-tães; zãibo, cãibra; etc. Não há ponto-e-vírgula, porém, se a enumeração in-cluir apenas termos simples: Eis algu-mas abreviaturas que têm a letra w:kw = quilowatt; w = watt; W = Oeste,etc. 5 — Se a frase tiver outro sinal depontuação, este costuma ser empre-gado antes de etc., como neste exem-plo do gramático Celso Luft: Levan-tar cedo. Respirar o ar puro damanhã. Fazer ginástica. Etc. 6 — Seo etc. encerrar a oração, não dupliqueo ponto. O de etc. serve tambémcomo ponto final.

Ética interna. Pense que o jornal temleitores de todas as tendências, raças,credos e religiões. Por isso, procuresempre ser isento no noticiário, espe-cialmente naquele que envolva ques-tões delicadas, e evite utilizar frases,alusões ou conceitos que possam me-lindrar as pessoas.

Lembre-se de que muitos leitoresde 50, 60 ou 70 anos podem conside-rar ofensivos termos que não causa-riam surpresa aos mais jovens. Esseequilíbrio de linguagem é fundamen-tal para que o jornal continue a gozardo conceito de órgão respeitável e res-peitoso para com os seus assinantes ecompradores habituais.

1 — Jornais e revistas. Sempre quefizer referência a notícia publicadaem outro jornal ou revista, escrevaclaramente qual foi o órgão que a di-vulgou. Eufemismos como revista se-manal paulista ou jornal carioca nãose justificam. O leitor tem o direitode saber qual é a publicação mencio-nada, até mesmo para procurar a

118Estilhaçar-se Ética interna

Page 119: Manual de Redação e Estilo do Estadão

informação na própria fonte que a di-vulgou.

2 — Palavrões e vulgaridades. Porprincípio e em respeito ao leitor, o Es-tado não publica palavrões nem vul-garidades. Assim, todo texto que,mesmo em transcrições, contiver ex-pressões como essas deve ser subme-tido à Direção da Redação. Por vulga-ridades entendam-se termos ou lo-cuções como: de saco cheio, encher osaco, puxa-saco, bicha, veado, vea-dagem, cafetão, porrada, esculham-bar, avacalhação, tesão, pentelho, sa-patão, vaca (não o animal), saco,mijar, sacanagem, fresco (pejorati-vo), frescura, babaca, partir para otapa, quebrar a cara, etc.

3 — Palavras ofensivas. Além dospalavrões, há uma série de palavrasque ofendem aqueles a quem se diri-gem. Nem todo gordo aceita ser cha-mado dessa forma, muito menos debalofo. Se a pessoa tiver orelhas deabano, para que deverá o jornal agra-var esse complexo? E em que a notí-cia ajudará uma pessoa muito feia selembrar essa condição a todo momen-to? O mesmo vale para as rugas ou acelulite das atrizes, para operaçõesplásticas tratadas de forma deprecia-tiva, etc. Se as pessoas são vaidosas,por que agredir esse aspecto da suapersonalidade? Proceda da mesmaforma com termos como baixinho,narigudo, beiçudo, careca, barrigudoe outros do gênero.

4 — Deficiências físicas. Tratecom dignidade os deficientes físicos euse a palavra técnica, e não termospopulares e ofensivos, para designá-los. Assim, por exemplo, estrábico enão vesgo, impotente e não broxa.Outros termos a evitar: caolho, ma-neta, perneta, manco, zarolho, etc.

5 — Negro e mulato. Se necessá-rio, use a forma negro (e nunca preto,colored, pessoa de cor, crioulo, pardo,etc.). Mulato e mulata são aceitáveisquando se justificar a especificação,

na notícia, da cor da pele da pessoa.No noticiário policial, só faça referên-cia a negro quando se tratar de pessoaprocurada: A polícia procura dois ho-mens negros e um branco, acusadosde... Nos demais casos, raramente hánecessidade de falar em brancos, ne-gros ou mulatos. No noticiário geral,a palavra só tem sentido se a própriapessoa se referir a ela ou se houveruma denúncia de discriminação ra-cial. Por isso, não descreva um joga-dor, artista ou personalidade como,por exemplo: João da Silva, 32 anos,negro (a menos que o personagemproclame a sua negritude). A únicaexceção seria para casos muito inco-muns (o primeiro presidente negro deum país, o primeiro cardeal negro,etc.). O Estado não compactua comcasos de racismo e os denuncia sem-pre.

6 — Velho. Na maior parte doscasos, a palavra tem conotação pre-conceituosa. Se necessário, revele aidade da pessoa que ficará clara essacondição. E idoso é sempre preferívela velho.

7 — Homossexual. É outro termoque só deve aparecer no noticiário setiver relação com o fato descrito. Porexemplo: um homossexual foi mortopor alguém presumivelmente ligadoa uma quadrilha especializada em as-sassinar esse tipo de pessoas. Outroexemplo: um artista assumidamentehomossexual admite que essa condi-ção influenciou o seu trabalho. Maisum: por causa de sua opção sexual, al-guém contraiu aids. À exceção decasos como esses, não há razão paramenções a respeito.

8 — Menores. Por força de lei, me-nores envolvidos em crimes não po-derão ter os nomes publicados no jor-nal (identifique-os apenas pelas ini-ciais), nem suas fotos divulgadas.Lembre-se, porém, de que a inclusãodo nome dos pais na notícia imedia-tamente revelará quem é o menor.

119Ética interna Ética interna

Page 120: Manual de Redação e Estilo do Estadão

O Código de Menores é claro a respei-to, quando proíbe “expressamente aidentificação de menor em notíciaque se publique a seu respeito em di-vulgação em geral, especialmente naimprensa escrita e televisada, sejapelo nome, fotografia, filiação e ape-lido”. O Estado procede da mesmaforma com relação a menores vítimasde atos que lhes possam trazer proble-mas de caráter social ou lhes acarre-tar discriminações (estupro, porexemplo).

9 — Correção. Toda informaçãoerrada que o Estado publicar deveráser retificada na edição seguinte, namesma seção que a divulgou, sob o tí-tulo Correção, ressalvados os casosexcepcionais, que exijam maior des-taque. Justificam um reparo, dessaforma, erros graves de data, nomes er-rados, fatos atribuídos a pessoas quenão os praticaram e outros do gênero.Erros gráficos que dêem margem a in-terpretação dúbia quanto às reais in-tenções do jornal devem ser igual-mente corrigidos. Assim, se por umafalha se escreve o sujeito fulano detal, em vez de o prefeito fulano de tal,não se deve deixar de, logo em segui-da, esclarecer ao leitor que houve umengano no texto da notícia. Uma cor-reção sumária pode ser, por exemplo:A notícia publicada ontem na pági-na 5 do Estado, sob o título..., apre-senta uma incorreção. Quem coman-dava o então II Exército em..., ano emque fulano de tal foi cassado, era ogeneral X e não o general Y.

10 — Doenças. O jornal deve infor-mar claramente do que uma pessoasofre, foi operada ou morreu. Não hásentido em esconder que alguém temcâncer, por exemplo, ou mesmo aids.Caso não revele essa informação, anotícia estará sendo desleal com o lei-tor e ocultando-lhe um fato que elemerece conhecer. Apenas, trate adoença com naturalidade, sem sensa-cionalismo.

11 — Suicídios. Se uma pessoa co-nhecida se suicidou, a notícia deve re-velá-lo ao leitor, também para queeste não receba a informação pela me-tade. Em qualquer relato de morte, omínimo que se quer saber é de quemaneira ou em que circunstâncias elaocorreu: Doença? Acidente? Suicí-dio? Por mais doloroso que seja o fato,evite disfarçá-lo.

12 — Raças e nacionalidades.Nunca recorra a palavras que agridamraças, nacionalidades ou tendênciaspolíticas, como carcamano, comuna,china (por chinês), turco (por árabe),polaco, japa, gringo, galego, portu-guês ou lusitano (no mau sentido),pau-de-arara, cabeça-chata, baiano(para qualquer nordestino), judeu (nomau sentido), judiar, judiação, ama-relo (por oriental), vermelho (por co-munista), etc.

13 — Qualificativos. Designe apessoa sempre pela sua ocupaçãoprincipal e não por outra, acessória(ou por um qualificativo), que tenhapor objetivo apenas rebaixá-la peran-te o leitor. Se um astrólogo for nomea-do ministro, ele será ministro no no-ticiário, e não astrólogo. Idem um sin-dicalista que se eleja deputado. Ouum chacareiro que atinja posição po-lítica de destaque.

14 — Iniciais. Além do caso dosmenores, iniciais poderão tambémser utilizadas, a critério da Direção daRedação, para designar autores de de-núncias que possam causar-lhes pro-blemas ou risco de vida e mulheresadultas vítimas de estupro cuja iden-tidade o jornal admita preservar.

15 — Desempregado (técnico). Eli-mine um vício do noticiário esporti-vo: o de se referir a todo técnico de fu-tebol dispensado por um clube como“mais um desempregado”. Diga ape-nas que ele foi demitido ou dispensa-do. Trata-se de um trabalhador comooutro qualquer e o desempregado, nocaso, dá sempre à notícia um sentido

120Ética interna Ética interna

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pejorativo, que pode perfeitamenteser evitado.

16 — Vender e comprar (jogador).Fale sempre em compra e venda dopasse e não do atleta, que é um ser hu-mano e não mercadoria em transação.

Eu. 1 — Não pode funcionar como ob-jeto direto. Por isso, nunca escreva:Ele mandou “eu” ficar (o certo: man-dou-me ficar). 2 — Ver pronomesretos, item 2, página 241.

Eufemismo. É o uso de uma palavramais branda no lugar de outra. Exem-plo: dizer que alguém é esquecidopara não chamá-lo de omisso. Só deveser usado para evitar palavrões ou ter-mos que possam chocar o leitor.Tenha cuidado para não encamparum tipo de eufemismo de que o go-verno lança mão regularmente a fimde se promover ou disfarçar iniciati-vas antipáticas. Exemplo: as autorida-des econômicas usam o eufemismorealinhamento para substituir o au-mento de preços que se consideramdesatualizados. Da mesma forma, nogoverno Geisel falou-se muito emaperfeiçoamento democrático quan-do não havia uma democracia quecorrespondesse plenamente a essaclassificação.

No rodízio de carros adotado emSão Paulo, a Secretaria do Meio Am-biente recorreu à palavra adesão, de-liberadamente, para caracterizar ocumprimento dessa determinaçãolegal. Nem todos os que respeitaramo rodízio, porém, aderiram a ele (mui-tos paulistanos deixaram o carro emcasa apenas por temor da multa pre-vista na lei). Também já se usou a pa-lavra eutanásia para definir a mera re-tirada de órgãos de corpos ainda nãoclinicamente mortos em Taubaté.Fique alerta especialmente com rela-ção aos termos aperfeiçoamento, me-lhoria, recuperação e outros que fre-qüentemente ocultam intenções emvez de exprimir realidades.

Euro... Liga-se com hífen ao elementoseguinte na formação de adjetivos pá-trios: euro-africano, euro-afro-ameri-cano, euro-asiático. Nos demaiscompostos, não existe hífen: euroco-munismo, eurodólar.

Evacuar. Use o verbo apenas no sentidofisiológico: evacuar sangue. Nos de-mais, prefira desocupar, esvaziar, re-tirar de, sair de, deixar livre. E substi-tua evacuação por desocupação, reti-rada, esvaziamento, saída de, etc.: Po-lícia esvazia a Paulista. / Governo de-socupa área invadida. / Começa a re-tirada dos flagelados da região inun-dada.

Evadir-se. Alguém se evade e não eva-de, apenas: Os detentos evadiram-se.Prefira fugir, no entanto.

Evento. O termo aplica-se apenas aacontecimento ou fato importante.Nos demais casos, use reunião, pro-moção, realização, congresso, simpó-sio, show, concerto, etc., em vez deevento, genericamente.

Ex... Com o sentido de cessamento ouestado anterior, é sempre seguido dehífen: ex-presidente, ex-governador,ex-prefeito, ex-diretor, ex-aluno, ex-oficial. Não confundir essas com for-mas como expatriar, expropriar, exa-bundância, em que o prefixo ex temoutros significados, ligando-se, então,sem hífen ao elemento seguinte.

Ex (uso). l — Ao designar alguém como prefixo ex, nomeie o cargo mais altoque a pessoa ocupou, e não o mais re-cente. Assim, o ex-presidente João deAlmeida (e não o ex-governador Joãode Almeida ou o ex-prefeito João deAlmeida), o ex-ministro Fábio An-drade (e não o ex-deputado Fábio An-drade), etc. A ordem de importânciados cargos, para estabelecer a hierar-quia, é a seguinte: presidente da Re-pública, vice-presidente, ministro,governador, senador, deputado fede-ral, deputado estadual, prefeito e ve-reador. No caso de prefeito e deputa-do estadual, use o bom senso: o ex-

121Eu Ex (uso)

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prefeito de uma capital, por exemplo,é mais importante que um ex-depu-tado estadual.

2 — Ex-ministro. Alguém é ex-mi-nistro, apenas, ou ministro de um go-verno passado. Assim, o ex-ministroMário Henrique Simonsen ou o mi-nistro da Fazenda no governo Ernes-to Geisel, Mário Henrique Simonsen.Nunca, porém, o ex-ministro da Fa-zenda do governo Ernesto Geisel,Mário Henrique Simonsen.

3 — Só chame de ex-presidentes,ex-governadores, etc., os ainda vivos.Os que já morreram são o presidenteCastelo Branco, o presidente Jusceli-no Kubitschek, o governador Ade-mar de Barros, etc.

4 — Ver nos verbetes aposto, pági-na 39, e cargos (como usar), página57, quando o nome de um ocupantede cargo vai ou não entre vírgulas.

Exageros. Evite as afirmações definiti-vas, categóricas, que tentem impor atodos uma verdade no mínimo passí-vel de discussões, ou ultrapassem oslimites do razoável. Como nestesexemplos: O mundo do espetáculono Brasil se divide, a partir de agora,em antes e depois de Tina Turner noMaracanã. / Antes de GuimarãesRosa, o que havia no Brasil não po-deria ser chamado de literatura. / Foinecessário que o deputado Carlos deSousa se elegesse para que a Câmarareadquirisse a dignidade perdida. /Ninguém, a não ser Paulo Macedo,poderia tocar Beethoven de maneiratão sublime. / Este foi o maior presi-dente que o Brasil — e possivelmen-te qualquer outro país do mundo —já teve. / Steve Harris, como todomundo sabe, é o melhor baixista doheavy metal. / O técnico, enfurecido,manifestou sua ira contra o critériode desempate do torneio.

“Exatos”. Fuja do modismo, até porqueo período é que é exato, e não o nú-mero. Opção: Trabalhou exatamente2 meses e 14 dias no projeto (e não

“exatos” 2 meses e 14 dias). Na maiorparte dos casos, porém, nem o exata-mente é necessário.

Exceção. l — “Excessão” (com dois ss)constitui erro grosseiro. 2 — Em por-tuguês, não existe a locução “exceçãofeita de”, que deverá ser substituídapor à exceção de ou com exceção de.3 — Ver em exceto, nesta página, aconcordância de à exceção de.

Exceder. Prefira a regência direta: A via-gem não excedia uma hora (e não auma hora). / A receita excedeu emmuito o (e não ao) montante previs-to.

Exceto. l — O verbo concorda com o pri-meiro sujeito: O grupo, exceto nósdois, partiu de manhã cedo. / Nin-guém, exceto eles, quis fazer a maté-ria. / Todos, exceto vós, serão convi-dados. Note que houve apenas umaintercalação: Todos serão convida-dos, exceto vós. Seguem a mesmanorma afora, fora, menos, salvo, à ex-ceção de, etc. 2 — Para maior clare-za, mantenha o regime do verbo: Pro-moveu todos os funcionários, excetoo mais novo. / Falou de todos, exce-to do pai. / Dançava com todos, ex-ceto com os desajeitados. Proceda damesma forma com menos (Falou detodos, menos do pai).

Exercício. Use sempre a locução emexercício para designar um vice ououtra pessoa que substitua o detentorde um cargo: O presidente em exercí-cio, José de Almeida, ... / O governa-dor em exercício, Carlos Sampaio, ...

Exército de Salvação. E não da Salvação.Existir. Concordância normal: Existem

muitas pessoas ali. / Não existiammais dúvidas a respeito. / As irregu-laridades denunciadas sempre ha-viam existido.

“Exitar”. Erro grosseiro. O certo é hesi-tar.

“Exitoso”. Não existe. Use bem-sucedi-do ou equivalente.

122Exageros “Exitoso”

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123

Expedir. Conjuga-se como pedir (ver,página 215).

Expelir. Conjuga-se como aderir (ver,página 32): expilo, expeles; que eu ex-pila; expele tu, expeli vós; etc.

Expiar. Com x no sentido de pagar,remir (crime, pecado, etc.): expiar ocrime, expiar a falta. Igualmente,bode expiatório.

Expirar. 1 — Com x equivale a expeliro ar dos pulmões, morrer, terminar edefinhar, entre outros significados:Inspirar e expirar. / Murmurou pala-vras incompreensíveis e expirou emseguida. / O prazo expira hoje. Repa-re: expira e não expira-se. 2 — Coms corresponde a estar vivo, soprar,exalar e respirar (é pouco usado, noentanto).

Explicação. 1 — Todo termo que o lei-tor não conheça ou lhe possa causarestranheza ou dúvidas deve ser ime-diatamente explicado entre parênte-ses, em qualquer área do noticiário(medicina, economia, geral, política,esportes, direito, etc.). Lembre-se deque ninguém é obrigado a conhecerpalavras específicas desses setores oude outros.

Veja como proceder: O Brasil con-seguiu a redução do spread (taxa derisco) cobrado pelos bancos estran-geiros. / A neurofibromatose (doençaque aleija, desfigura e mata suas ví-timas) é a meta prioritária... / A ci-rurgia foi adiada por causa de umaarritmia cardíaca (batimento irregu-lar do coração). / O senador previuum quadro de estagflação (estagna-ção com inflação) no País ainda esteano. / Os trabalhadores com leuco-penia (diminuição do número dosglóbulos brancos do sangue) nãopodem exercer suas funções em am-biente poluído. / As pessoas tendema herdar baixos índices de metabolis-mo — o processo pelo qual o corpotransforma os alimentos em energia— e esta é a causa do aumento inco-mum de peso.

Outros termos ou expressões quejustificarão explicação sempre: mio-cárdio, cautelar, serviço da dívida,libor, prime rate, drogas anabolizan-tes, leucócitos, teodolito, ergonomia,etc. Pense ainda: por mais que o lei-tor de futebol ouça falar sempre emmúsculo adutor, panturrilha, contra-tura muscular, tendão de Aquiles,traumatismo craniano ou mesmo aprosaica distensão, saberá ele exata-mente o que cada um significa?

2 — A explicação não deve limitar-se a palavras ou expressões estranhasao leitor, mas pode fornecer-lhe, namaioria dos casos, informações adi-cionais. Nas notícias sobre pessoas,por exemplo, identifique o persona-gem com indicações como: O empre-sário João de Almeida (Grupo Acme),a marchande Maria de Sousa (Gale-ria Estrela), a socialite Regina Mar-tins, a modelo Francisca Barbosa, aescritora Joana Carvalho (e não ape-nas Regina Martins, Francisca Barbo-sa, Joana Carvalho), etc.

3 — A menos que se trate de casosde absoluto domínio público, as alu-sões ou citações, mesmo de forma ve-lada, devem transmitir ao leitor umaidéia daquilo a que a notícia se estáreferindo. Apesar de toda a divulga-ção, a maioria dos leitores sabe exata-mente quem constituía o grupo dopoire? Quando você escreve que háalgo de novo no ar além dos aviõesde carreira, todos se lembrarão de quese trata de uma frase do Barão de Ita-raré? O leitor identificará de imedia-to uma alusão à turma de São José doPericumã com as pessoas que cerca-vam José Sarney? Ou a menção de quealguém será famoso durante 15 mi-nutos no ano 2000 recordará o autorda frase, Andy Warhol? Da mesmaforma as referências a práticas da cul-tura alternativa, como o zen, o IChing, a macrobiótica, a astrologia,cairão no vazio se o leitor não estiverafeito a esses assuntos.

Expedir Explicação

Page 124: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Por isso, procure não fazer referên-cias isoladas no texto sem comple-mentá-las com indicações que permi-tam sua melhor identificação. Vocêevitará que, no fim, elas se tornemfrases de efeito em circuito fechado.Como, por exemplo, no texto abaixo:O mais obstinado dos defensores daadoção da pena de morte no Brasil, odeputado Y, repetiu os seus já conhe-cidos argumentos sobre a eficácia dofator intimidação. Quantos leitoresdo jornal saberão quais são os seus jáconhecidos argumentos?

Explodir. l — Só tem as formas em queao d se segue e ou i: explode, explo-dia, explodirá, etc. Assim, não exis-tem “explodo”, “expludo”, “exploda”,“expluda”, etc. 2 — É intransitivo nosentido de rebentar, estourar: Abomba explodiu no edifício. Evite es-crever: Os terroristas explodiram oavião, o prédio, o carro, etc. Nestecaso, use, corretamente, fizeram ex-plodir.

“Expor que”. Expõe-se algo, mas não seexpõe que.

Exportar para. E não a: O Brasil expor-ta frango para o Iraque.

Expressões de tempo.l — Uso da preposiçãoa) Com os dias da semana e as pa-

lavras este e dia, é facultativo o usoda preposição: X chega (no) domin-go. / A exposição abre-se (na) sexta-feira. / O acordo será firmado ainda(n) este mês. / O presidente volta aoBrasil (no) dia 30. Na maior parte doscasos, a omissão da preposição tornaa frase mais direta, mais incisiva.

b) Com semana, mês e ano, porém,prefira a forma com preposição, maiseufônica: X regressa na semana quevem, no mês que vem, no ano quevem (e não semana que vem, mêsque vem, ano que vem). / Y chegouna semana passada, no mês passado,no ano passado (em vez de semanapassada, mês passado, ano passa-do). / Z virá na semana vindoura, no

mês vindouro, no ano vindouro, napróxima semana, no próximo mês,no próximo ano (em vez de semanavindoura, ano próximo, etc.).

2 — Dias da semanaa) Use no texto, de preferência, a

forma completa: segunda-feira, quar-ta-feira. Nos títulos, se necessário, re-corra à abreviada: segunda, quarta.No plural, variam os dois elementos:segundas-feiras, terças-feiras, quar-tas-feiras, quintas-feiras, sextas-fei-ras.

b) Nas enumerações, a forma redu-zida é melhor que a completa por evi-tar a repetição de feira, que deve cons-tar (podendo, porém, dispensar-se)apenas do último termo: Na noite desegunda para terça-feira... / As ses-sões realizam-se às segundas, quar-tas e sextas-feiras. / O congresso iráde terça a quinta-feira. / Haverá umsorteio na terça e outro na quinta-feira.

c) Como recurso, e apenas nos tí-tulos, poderão ser usados números,mantendo-se o hífen, no entanto: Aatriz chega 2ª-feira. / O Congressoreabre-se 5ª-feira. Mesmo em núme-ros, admite-se a forma reduzida: Aatriz chega 2ª / O Congresso reabre-se na 5ª. Evite, porém, a redução 3ª-feira ou 3ª, porque a rigor o que estáescrito é terceira-feira ou terceira, enão terça-feira ou terça.

d) Use sempre o dia da semana, enão o do mês, se o fato estiver previs-to para os sete dias seguintes. Assim,se a edição for a do dia 2, e houveruma reunião marcada para o dia 7, re-fira-se à terça ou quinta, e não ao dia7.

e) O dia seguinte é sempre ama-nhã, e nunca sábado (se a edição for ade sexta) ou quarta-feira (se a ediçãofor a de terça). A única exceção per-mitida (e recomendada) é usar nestasegunda-feira na edição de domingo.A razão: o jornal de domingo começaa circular no sábado à tarde e a indi-

124Explodir Expressões de tempo

Page 125: Manual de Redação e Estilo do Estadão

cação segunda-feira eliminará quais-quer dúvidas.

f) Não use as formas na próximaquinta-feira, na sexta-feira vindoura,no sábado que vem, no domingo pas-sado, na terça-feira última, na últi-ma quarta-feira. Se você anunciar al-guma coisa para quinta-feira, porexemplo, ficará claro que é a próxima.E, se você escrever que algo se reali-zou sábado, terá sido sempre no sába-do passado. Por isso, escreva apenas:A exposição começa quinta-feira. / Otorneio encerrou-se domingo. Em ne-nhuma hipótese use as variantes pró-ximo futuro ou próximo passado.

3 — Dias do mêsa) Não use o nome do mês se a data

a que você se refere estiver compreen-dida nos 30 dias seguintes. Supondo-se a edição de 20 de setembro, notí-cias sobre o dia 30 de setembro ou 16de outubro sairiam desta forma: O es-tádio reabre-se (no) dia 30. / Feira deinformática começa (no) dia 16 (enão dia 16 de outubro).

b) Se a data superar os 30 dias se-guintes, torna-se obrigatório citar onome do mês: O estádio reabre-se em30 de outubro (ou dia 30 de outu-bro). / Feira de informática começaem 5 de novembro (ou dia 5 de no-vembro).

c) Conserve sempre a palavra diaem exemplos como os seguintes: Oestádio reabre-se dia 30 (e não a 30). /Prazo para pagar IPTU vai até dia 16(e não vai até 16). / Aumento amea-ça quem não pagar IR até dia 28 (enão até 28).

d) O dia 1º deverá ser escrito sem-pre desta forma, em ordinal: Traba-lhadores decretam greve para o dia 1º(e não para o dia 1). / O governo fixaa data do recenseamento: 1º de feve-reiro.

e) O dia referido é sempre o próxi-mo, o vindouro, o passado ou o últi-mo. Por isso, dispense essas indica-ções: O estádio reabre-se dia 30 (e

não no próximo dia 30). / Pesquisavai até o dia 15 (e não até o dia 15vindouro). / O torneio começou dia16 (e não no último dia 16). / A atrizchegou dia 5 (e não dia 5 passado).

f) Escreva os dias do mês em alga-rismos, e não por extenso: 1º de agos-to (e não primeiro de agosto), 16 denovembro (e nunca dezesseis de no-vembro), dia 1º, etc. A única exceçãoadmitida são as datas históricas, eassim mesmo quando se quiser darrealce a elas: o Sete de Setembro, oNove de Julho.

g) Use esta forma, tanto no noticiá-rio como nos títulos: 12 de agosto de1987, 10 de setembro de 1947, 4 demarço. Apenas em casos especiais(tabelas, enumerações, quadros, etc.)recorra à notação abreviada: 3/9/54,8/11/1987. Nunca, porém, adote nonoticiário formas como: A festa co-meça em 4/8. / O presidente dos EUAvisitará o Brasil em 9/2/98.

h) Em nenhuma hipótese use o dí-gito 0 antes do número referente a diaou mês: Dia 5 de novembro (e nuncadia 05 de novembro). / 8/4/95 (enunca 08/04/95).

4 — Mesesa) Não use a palavra mês antes do

nome do próprio mês: X volta ao Bra-sil em dezembro (e não no mês de de-zembro). / A volta de X está previstapara dezembro (e não para o mês dedezembro).

b) Próximo e passado podem serusados livremente para designar omês, assim como a expressão quevem: X volta ao Brasil no próximomês (no mês que vem). / Y viajoupara a Europa no mês passado.

5 — Anosa) Da mesma forma, use apenas o

número designativo do ano, sem a pa-lavra ano antes dele: X volta ao Bra-sil em 1997 (e não no ano de 1997). /A volta de X está prevista para 1997(e não para o ano de 1997). Exceção:ano 2000, anos 30, anos 80.

125Expressões de tempo Expressões de tempo

Page 126: Manual de Redação e Estilo do Estadão

b) Próximo e passado podem tam-bém ser livremente empregados paradesignar o ano, assim como a expres-são que vem: X volta ao Brasil no pró-ximo ano (no ano que vem). / Y via-jou para a Europa no ano passado.

c) O número referente ao ano nãotem ponto: 1996, 1957, 2000 (e nunca1.996, 1.957, 2.000).

Exprimido, expresso. Use exprimidocom ter e haver e expresso, com ser eestar: Tinha (havia) exprimido, foi(estava) expresso.

“Expropriar”. Só em citações (entreaspas) pode ser usado como sinônimode roubar.

Expulsado, expulso. Use expulsadocom ter e haver e expulso, com ser eestar: A polícia tinha expulsado osmanifestantes. / Os manifestantesforam expulsos da sala.

Exterior. Inicial minúscula: O prefeitoviaja de novo para o exterior. / O Bra-sil vende mais carros para o exterior.

Extinguir. l — Use extinguido com osauxiliares ter e haver: Os bombeirostinham (haviam) extinguido as cha-mas. E extinto, com ser, estar ou ficar:As chamas foram (estavam, ficaram)extintas. 2 — Conjuga-se como dis-tinguir (ver, página 98). 3 — Repare:a palavra não tem trema.

Extorquir. 1 — Alguma coisa é extor-quida e não alguém: Extorquiu di-nheiro do amigo (e não “extorquiu oamigo”. 2 — Conjugação. Só tem asformas em que ao qu se segue e ou i:extorque, extorquirá, etc.

Extra. Admite o plural e não se liga comhífen à palavra anterior: horas extras,serviços extras, edições extras. Fle-xiona-se também como substantivo:os extras (figurantes) da novela.

Extra... l — Hífen antes de vogal, h, r es: extra-alcance, extra-escolar, extra-oficial, extra-uterino, extra-hospita-lar, extra-regulamentar, extra-senso-rial. Exceção já consagrada pelo uso:extraordinário. Nos demais casos: ex-

traconjugal, extrajudicial, extratro-pical. 2 — Quando se liga a um adje-tivo, forma outro adjetivo, variável:artigos extrafinos, seres extraterre-nos. 3 — Se o elemento com que extrase combina é substantivo, o adjetivoresultante não varia: fatores extra-campo, passeios extraprograma.

Extrapolar. O verbo, a rigor, só existe nosentido matemático. Por isso, nos de-mais casos, adote exceder, ultrapas-sar, exorbitar, ir além de (e não, porexemplo: Ele “extrapolou” da suacompetência. / A polícia “extrapo-lou” ao proibir aquelas manifesta-ções... / Desta vez a figurinista “ex-trapolou” / Os modelos “extrapola-ram” os limites do bom senso).

Extrema-direita, extrema direita. Comhífen, designa o jogador ou a posiçãono futebol. Sem hífen, é a tendênciapolítica. Da mesma forma, extrema-esquerda e extrema esquerda.

“Exultar de alegria”. Redundância. Sóse exulta de alegria.

Faça-o entrar. E nunca “faça ele entrar”,“faça ele dizer”, etc.

“Face a”. Use em face de ou ante nolugar de face a, locução inexistenteem português: Em face da (ou ante a)confusão reinante no presídio, a dire-ção cancelou as visitas.

Faisão. Flexões: faisoa (prefira), faisã,faisões (prefira) e faisães.

Falar. l — Como sinônimo de afirmar,declarar, enunciar, deve-se usar dizer:O presidente disse (e não falou) queo País está no rumo certo. / Não diga(e não fale) nada a ele. / Que vocêdisse (e não falou) a ele? / Eu nãodisse isso (e não falei). / Venha logo,disse o pai ao filho. / O bêbado diziapalavras sem nexo. / Um sorriso diz

126Exprimido, expresso Falar

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muito. / Ele tinha dito (e não falado)que o incêndio fora proposital.

2 — Falar aparece, mais adequada-mente, em frases como: Fale a lingua-gem do povo. / Ele fala várias lín-guas. / Não fale nesses assuntos. / Elefalou em ficar. / Não fale com o mo-torista. / Não me fale nisso. / Essepensamento fala à razão. / O deputa-do quer falar com o governador. / Elefala muito, mas não diz nada. / Sevocê falar com ela, diga-lhe que nãodemore. Repare que, em nenhum des-tes casos, falar equivale a afirmar, de-clarar ou enunciar.

3 — Regra prática. Com que, usesempre dizer, e nunca falar: Ele disseque (e não falou que) o incêndiohavia sido criminoso. / Os pais do se-qüestrador disseram que (em vez defalaram que) ninguém os afastariadali.

“Falecer”. No noticiário, use morrer. Falência. Use apenas para empresas.

Para pessoas (físicas), empregue in-solvência.

Falir. 1 — Conjugação. Só tem as for-mas em que ao l se segue o i. Pres.ind.: Falimos, falis (não existem asoutras pessoas). Pres. subj.: Não tem.Imper. afirm.: Fali vós (única pessoa).Os demais tempos são regulares(falia, faliu, falira, falira, faliria, falis-se, etc.). Substitua os tempos inexis-tentes por: abre falência, que venhaa falir, etc. 2 — No sentido de quebrarfinanceiramente, o verbo rejeita com-plemento. Por isso, ninguém pode“falir uma empresa”, mas fazer umaempresa falir.

Faltar. Ao contrário de outros verbosque indicam tempo, faltar deve irpara o plural tanto quando indicatempo como nos demais significados:Faltam duas horas para o início dasessão. / Faltam dois anos para o em-pregado se aposentar. / Faltam 5 mi-nutos para as 8 horas. / Faltam coresao quadro. / Faltam vagas. / Não lhefaltaram oportunidades na vida.

Faltar mais infinitivo. Faltar não variaquando está ligado a um infinitivo:São trabalhos que ainda me faltafazer. / Falta mandar nove volumesainda. / Ali estavam os contratos quefaltava assinar.

Famigerado. Significa famoso, célebre, enão bandido, celerado. Por isso, é pa-lavra a evitar. Em alguns casos, podeser substituído por indigitado.

Familiares. Prefira parentes, maisusual.

Fantasma. Use como adjetivo e semaspas quando vier depois de um subs-tantivo: empresa fantasma, funcio-nários fantasmas, O Navio Fantas-ma.

Favorecer. Favorece-se alguém ou algu-ma coisa: Gostava de favorecer os (enão “aos”) amigos. / O retrato favo-receu-a. / O árbitro favoreceu o timeda casa.

Fax. Não flexione: um fax, cinco fax.Faz cinco meses, faz dias bonitos. 1—

Em orações desse tipo, com idéia detempo ou fenômenos da natureza,fazer é impessoal, isto é, não tem su-jeito. O verbo, portanto, fica no sin-gular: Faz cinco meses que chegueiaqui. / Faz duas horas que ele saiu. /Fez dez anos ontem que o prefeitomorreu. / Em setembro faz diasmuito bonitos. 2 — A regra mantém-se no caso de haver um auxiliar: Vaifazer seis meses que o presidente as-sumiu o governo. / Deve fazer mui-tas semanas de sol este ano. 3 — Sea frase tiver sujeito, obviamente esteconcordará com o verbo, mesmo queesteja clara a noção de tempo: Eles fi-zeram dez anos de casados.

Fazenda. Inicial maiúscula: FazendaSanta Elisa.

Fazer. Conjugação. Pres. ind.: Faço,fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem.Pret. perf. ind.: Fiz, fizeste, fez, fize-mos, fizestes, fizeram. M.-q.-perf.ind.: Fizera, fizeras, fizera, fizéramos,fizéreis, fizeram. Fut. pres.: Farei,

127“Falecer” Fazer

Page 128: Manual de Redação e Estilo do Estadão

farás, fará, faremos, fareis, farão. Fut.pret.: Faria, farias, faria, faríamos, fa-ríeis, fariam. Pres. subj.: Faça, faças,faça, façamos, façais, façam. Imp.subj.: Fizesse, fizesses, fizesse, fizés-semos, fizésseis, fizessem. Fut. subj.:Fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes,fizerem. Imper. afirm.: Faze, faça, fa-çamos, fazei, façam. Part.: Feito. Osdemais tempos são regulares.

Fazer (derivados). Atenção para algunstempos: satisfará, satisfarão; satisfa-ria, satisfariam; satisfaça, satisfaçam;se ele satisfizesse, satisfizessem; seele satisfizer, satisfizerem. Da mesmaforma: afazer, desfazer, liquefazer,perfazer, rarefazer, refazer (perfez,perfariam; refizeram, refarão).

Fazer as vezes de. Sem crase.Fazer com que, fazer que. l — No senti-

do de fingir, só se pode usar fazer que:Fez que não ouviu a advertência. /Fez que não viu o amigo. 2 — Comoesforçar-se ou empenhar-se por, cau-sar, obrigar a, existem as duas formas,fazer com que e fazer que. Prefira, noentanto, fazer que: Fez que lhe auto-rizassem a saída. / O trabalho do ad-vogado fez que o réu fosse absolvido./ Seu empenho faz que lhe reconhe-çam a capacidade.

“Fazer erro”, “fazer falta”. Em bom por-tuguês, fazer não substitui cometerou praticar. Use, pois: cometer erros,praticar faltas, cometer equívocos,distrações, enganos, etc.

Fazer mais infinitivo. 1 — Não flexioneo infinitivo: Pressão sindical faz po-líticos recuar (e não recuarem). / Ojogo fez os pais se atrasar. 2 — Ver in-finitivo, página 145.

“Fazer mortes”. Para mortes, use causare provocar, nunca fazer: Avião cai ecausa 15 mortes (e não “faz” 15 mor-tes ou mortos). / Dia violento provo-ca dez mortes no Rio (e não “faz” dezmortos). Da mesma forma não em-pregue fazer para feridos: Temporal“faz” dez feridos. O certo: Temporal

fere dez pessoas. / Temporal causa fe-rimentos em dez pessoas.

“Fazer a sua estréia”. Use estrear, maisdireto.

Fechamento. Cada editoria tem um ho-rário de fechamento (deadline) — fi-xado pela Direção da Redação — quedeve ser rigorosamente obedecidopara evitar que, numa reação em ca-deia, o jornal termine chegando àsbancas ou aos assinantes com atraso.Mesmo em dias de coberturas ex-traordinárias ou de fatos de últimahora, faça o possível para manter-seno deadline estabelecido. Em casoscomo esses, todos sabem — o leitorinclusive — que o jornal está ofere-cendo a melhor cobertura possível, enão a ideal. E lembre-se: você sempretem o recurso do 2º clichê para enri-quecer ou complementar o noticiárioe consertar eventuais falhas de textoou edição.

Federação. Inicial maiúscula quandodesigna o conjunto dos Estados: Acrise estadual ameaça a unidade daFederação.

Feio. Ver em é preciso, página 111, aconcordância de é feio.

Feíssimo. Um i só.Feito de. Um material é feito de e nunca

“feito em”. Assim: estátuas feitas demadeira, peça feita de fibra de carbo-no, etc.

Felá. Feminino: felaína.Felizmente. Não use nas notícias e re-

portagens em frases como: Felizmen-te não houve mortos no acidente. /Felizmente o Brasil começa a contera inflação. O texto deve ser objetivoe felizmente expressa uma opinião.

Fêmea. Ver macho, fêmea, página 166.Feminino. Este manual registra, nos

respectivos verbetes, alguns femini-nos irregulares e outros que possamcausar dúvidas, como ancião, anciã;diácono, diaconisa; sultão, sultana,etc. Para evitar erros, nunca deixe deconsultá-los.

128Fazer (derivados) Feminino

Page 129: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Feminino (cargos). Ver cargos (comousar), página 57.

Fenômeno. Liga-se com hífen a outrosubstantivo: pianista-fenômeno, ani-mais-fenômeno.

Féretro. É o caixão mortuário e não o fu-neral. Dessa forma, não diga que o fé-retro foi muito concorrido ou que al-guém compareceu ao féretro. Acom-panha-se um féretro, um féretro sai dealgum lugar para outro, etc.

Féria, férias. 1 — Féria designa o dinhei-ro arrecadado em um período detempo: Sua féria diária aumentavamuito no verão. 2 — Use férias, sem-pre no plural, para indicar os dias dedescanso legal: Tirava férias sempreno verão. 3 — Existem as duas for-mas, em férias e de férias. No Estado,prefira a primeira: O colunista X estáem férias.

Ferir. Conjugação. Pres. ind.: Firo,feres, fere, ferimos, feris, ferem. Pres.subj.: Fira, firas, fira, firamos, firais,firam. Imper. afirm.: Fere, fira, fira-mos, feri, firam.

“Ferros retorcidos”. Lugar-comum. Nãouse.

FGTS. Atenção: Fundo de Garantia do(e não por) Tempo de Serviço.

Fiado. Pode ser advérbio ou adjetivo.Como advérbio, a palavra permaneceinvariável: Comprei a casa fiado. /Vendeu os carros fiado. Como adjeti-vo, faz a concordância normal: Os ar-tigos foram fiados pelo vendedor. /Isto é conversa fiada.

Fiel. Superlativo: fidelíssimo.Figadal. E nunca “fidagal” (vem de fíga-

do).Figurão. Flexões: figurona e figurões.Filadélfia. Em Filadélfia e não na Fila-

délfia.Filantropo. E não “filântropo”.Filipe. E não Felipe, a menos que a pes-

soa se assine dessa forma.Filo... Liga-se sem hífen à palavra ou

elemento de composição seguinte,duplicando-se o r e o s que iniciem sí-

labas: filocomunista, filosofia, filo-técnico, filorretina, filossoviético.

Fim, final. 1 — Fim é a palavra corretapara indicar o término ou a conclusãode alguma coisa: no fim da semana,no fim do mês, no fim do ano, no fimdo século, até o fim de 1988, até o fimdo trabalho, até o fim dos dias, nofim do jogo. Repare que existem atéfrases feitas formadas por fim: fim desemana, fim de ano, fim de século,fim de tarde, fim de noite, etc. 2 —Final deve ser empregada apenas emduas condições: a) Para definir a partefinal de alguma coisa ou uma decisãode campeonato: O final da ópera émuito bonito. / A platéia chorou nofinal do filme. / A final do campeo-nato será disputada domingo. b)Como adjetivo: Esta é a palavra finalsobre o caso.

Fim de semana. Sem hífen.Finalmente. Tem plural quando subs-

tantivado: Queriam chegar aos final-mentes.

Finlandês. Prefixo nos adjetivos pátrios:fino (fino-russo, fino-húngaro).

Fiorde. Aportuguesamento de fjord.“Firenze”. Escreva Florença.Fisco. Inicial maiúscula: Deve muito

dinheiro ao Fisco.“Fisicultor”. O Estado só usa preparador

físico.Fisio... Liga-se sem hífen à palavra ou

elemento de composição seguinte: fi-sioeconômico, fisiogenia, fisiotera-pia.

Flagra, flagrar. Formas populares, acei-táveis apenas na linguagem coloquialou em declarações.

Flagrante, fragrante. 1 — Flagrante sig-nifica tanto evidente, patente, comoo ato de ser surpreendido em algumasituação: Flagrante delito, injustiçaflagrante. / Flagrante de adultério,apanhado em flagrante. 2 — Fra-grante é perfumado: Ar fragrante, flo-res fragrantes. 3 — Substantivos cor-

129Feminino (cargos) Flagrante, fragrante

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respondentes: flagrância (desusado) efragrância.

Flash. Plural: flashes.Flecha. Com ch. Flexa, só em alguns

nomes próprios.Fleuma, fleumático. Desta forma.Fluido, fluir, fruir. a) Fluido (úi). Pode

ser substantivo: A água e os gases sãofluidos. / Fluido material, fluidoideal, fluido vital, fluido para freios.Ou adjetivo, com o sentido de poucoespesso, corrente, límpido, frouxo:óleo fluido, estilo fluido, idéias flui-das. b) Fluído. Particípio de fluir: Otempo havia fluído rapidamente. c)Fluir. Equivale a proceder, correr,manar: A água fluía da fonte. / Otrânsito flui facilmente nos feria-dos. / Todas as coisas fluem de Deus.d) Fruir. Significa aproveitar, desfru-tar, possuir: Fruía todos os favorespossíveis. / Ainda bem que fruíamdos bens que adquiriam. e) Fruído.Particípio de fruir: Tinha fruído todasas vantagens do cargo.

Fluminense. Ver carioca, página 58.Fluxo regular. 1 — Nunca retenha ma-

térias com você desnecessariamente.Depois que a página estiver diagrama-da, os textos deverão ser titulados eenviados um a um para composição,e não todos de uma vez, apenas quan-do o último deles for considerado li-berado. Lembre-se: o acúmulo de ori-ginais nas horas de pico atrasa consi-deravelmente o fechamento do jor-nal.

2 — Textos muito extensos —como íntegras, entrevistas, listas deaprovados no vestibular, relatórios eoutros — deverão ser preparados omais cedo possível, mesmo que a pá-gina ainda não esteja diagramada.Essa providência facilita o trabalho defechamento e permite o ganho de mi-nutos muito importantes na prepara-ção da edição do dia.

3 — Da mesma forma, textos espe-ciais — como páginas brancas (semanúncios), reportagens de domingo,

etc. — deverão ser compostos anteci-padamente para que se evite sobrecar-ga das edições, especialmente da dedomingo, já por si maior que as nor-mais.

Fobia. Significa medo exagerado: Fobiadas multidões, fobia de avião. Nãotem o sentido de mania, obsessão,neurose, que lhe está sendo atribuídocada vez mais, como nesta frase real:Por que essa fobia de querer home-nagear o compositor? Da mesmaforma, fobia por modismos caracteri-za aversão e não atração por modis-mos.

Folgazão. Flexões: folgazã (prefira), fol-gazona e folgazões.

Folião. Flexões: foliona e foliões.Fondue. Palavra feminina: a fondue.Fone. Indica um número: Fone 2204-

2000. Nunca use, porém: Denúncialeva a “fone” (mas telefone) de se-qüestrador.

Fora. 1 — Pode ser advérbio e como talfica invariável: Estavam todos forada lista. / Gostava de dormir fora decasa. 2 — Como substantivo, admiteo plural: Levou dois foras sucessi-vos. / Deu muitos foras na festa. 3 —Emprega-se também como sinônimode afora: Fora os amigos, ninguémmais lhe dava atenção. 4 — Concor-dância: ver exceto, página 122.

Fora-da, fora de. São invariáveis (comopalavras compostas ou locuções): osfora-da-lei, indivíduos fora-da-lei; osfora de série, carros fora de série; es-tavam fora de si, estávamos fora denós.

Fora de si. Só pode ser usado na tercei-ra pessoa (do singular ou plural): Eleficou fora de si. / Eles ficaram fora desi. Nos demais casos, é obrigatória aconcordância: Fiquei fora de mim. /Ficaste fora de ti. / Ficamos fora denós.

Forçar. Antes de infinitivo, exige a: Ofrio força a ficar em casa.

130Flash Forçar

Page 131: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Foreign Office. É o Ministério das Rela-ções Exteriores da Inglaterra.

Forma. 1 — Ver em de maneira que, pá-gina 89, como usar a locução de for-ma que. 2 — Ver em assim como, pá-gina 47, a concordância da locução damesma forma que.

Forma pela qual. Prefira forma pelaqual (forma pela qual foi contratado,p. ex.) a forma como.

Formar-se em. a) Uma pessoa se formaou é formada em uma disciplina: for-mado em Direito, formado em Medi-cina. b) Nunca, porém, escreva quealguém se formou “em médico” ou éformado “em advogado”. O que sepode dizer é: Formou-se médico. /Formou-se engenheiro.

Formas de tratamento. Ver tratamento(formas), página 291.

Formicida. Masculino: o formicida.Foro, fórum, fóruns. Use foro no senti-

do de jurisdição, juízo (foro íntimo),privilégio, etc. E fórum especifica-mente para designar o tribunal: ofórum municipal. Plural, tambémaportuguesado: fóruns.

Forte. Evite o jargão de preparador físi-co: ninguém “treina forte”, “trabalhaforte” ou faz um “trabalho forte”.

Fortuito. Sem acento: pronuncia-se for-túito.

Foto... 1 — Liga-se sem hífen ao termoseguinte: fotoelétrico, fotocomposi-ção, fotomontagem, fotorreporta-gem, fotossensível. Atenção para ohífen em foto-legenda. 2 — Se o se-gundo elemento começar por vogal,não faça a fusão: assim, fotoelétrico enão fotelétrico, fotoirradiação e nãofotirradiação, etc.

Frade. Feminino: freira.Fragrante. Ver flagrante, página 129.Francês. Algumas regras práticas: 1 —

O é indica a terminação do masculi-no e o ée, a do feminino: né (nascido),née (nascida); Aimé (homem), Aimée(mulher); privé (privado), privée (pri-vada). 2 — O é designa som fechado

e o è, som aberto. Assim, élève pro-nuncia-se êléve, Molière (Moliére),frère (frére), école (êcóle), passé(passê), Eugène (Eugéne).

Franco... 1 — Exige hífen quando se ligaa outro elemento para formar um ad-jetivo pátrio: franco-americano, fran-co-brasileiro, franco-italiano. Nosdemais compostos, não existe hífen:francófilo, francofobia, francomania.2 — Nas formas franco-atirador, fran-co-bordo, franco-maçom e franco-maçonaria, franco tem o sentido delivre e une-se com hífen à palavra se-guinte.

Franco-atirador. Plural: franco-atirado-res.

Frankenstein. E não “Frankstein”.Franquear. É o verbo para franquia e

franchising: O parque franqueou aentrada. / A empresa aumentou suarede de franqueados. / O grupo fran-queou novos interessados.

Fratricida. Desta forma (tri).Frei. 1 — A palavra só pode ser usada

como forma de tratamento, antes donome do religioso: Conheci frei An-tônio ontem. / Frei Bento chegouatrasado à cerimônia (sem artigo).2 — Como frei não pode substituirfrade, escreva corretamente: A Justi-ça condenou os frades (e não “osfreis”) dominicanos. / O frade (e não“o frei”) dirigia a igreja. / Um dos fra-des era frei Angélico. 3 — Feminino:sóror.

Frenético. Virou modismo. Evite.Frente. 1 — São corretas as locuções em

frente de, na frente de e em frente a.Use as duas primeiras, por uma ques-tão de uniformidade: O casal conver-sava em frente da escola. / Não fu-mava na frente do pai. 2 — “Frentea”, inexistente em português, podeser substituída por em frente de, dian-te de, ante, perante, defronte de: O de-putado apresentou-se bem diante do(ante o, perante o) adversário. / Esta-va parado defronte da estátua. / O

131Foreign Office Frente

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túnel terminava em frente do obelis-co. São válidas, no entanto, as formasfazer frente a e frente a frente. 3 — Ocorreto é para a frente, e não “parafrente”. 4 — Não há crase em frente afrente.

Frio. Superlativos: friíssimo, frigidíssi-mo.

Fronteira. Entre países — fronteira;entre Estados — divisa; entre municí-pios — limite.

Frustrar(-se). Sempre com tr.Fugir. Conjuga-se como acudir (ver, pá-

gina 31): fujo, foges; fugia; fugi; fugi-ra; fugirei, fugiria; que eu fuja; se eufugisse; foge tu, fugi vós; fugindo, fu-gido; etc.

Função. 1 — A locução em função de sópode ser usada quando equivale a fi-nalidade, dependência: O time joga-va em função do adversário. / O po-lítico agia em função dos seus obje-tivos. / O homem vivia em função dafamília. 2 — Ela não corresponde,porém, a em virtude de, por causa de,em conseqüência de ou por, casos emque deve ser substituída por uma des-sas formas: A entrega do navio foi an-tecipada pela (e não “em função da”)rapidez do trabalho do estaleiro. / AJustiça tomou a iniciativa em conse-qüência do (e não “em função do”)grande número de processos à esperade julgamento. / Na década passadaas montadoras pararam por causadas (e não “em função das”) greves. /Recebeu a promoção graças às (e não“em função das”) suas qualidades.

Funeral. Prefira esta forma a funerais.Furto, roubo. 1 — Furto e furtar relacio-

nam-se com o ato de alguém se apo-derar de um bem alheio às escondi-das: furto de carros, livros furtadosda estante. 2 — Roubo e roubar pres-supõem violência ou ameaça: Os as-saltantes roubaram o carro e feriramo motorista. / O roubo ao banco ocor-reu na hora de maior movimento.

Fusos horários do Brasil. O Brasil temquatro fusos horários em relação àhora de Brasília: uma hora a mais —Fernando de Noronha; mesma hora— Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Es-pírito Santo, Goiás, Maranhão, MinasGerais, Pará (parte do Estado: Belém,Marabá, Carajás, Tucuruí, Bragança eCametá), Paraíba, Paraná, Pernambu-co, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grandedo Norte, Rio Grande do Sul, SantaCatarina, São Paulo, Sergipe e Tocan-tins; uma hora a menos — Amazonas(parte do Estado: Manaus, Manacapu-ru, Parintins, Humaitá, Maués, Ita-coatiara, Coari e Urucum), MatoGrosso, Mato Grosso do Sul, Pará(parte do Estado: Santarém, Óbidos,Itaituba e Oriximiná), Rondônia e Ro-raima; duas horas a menos — Acre eAmazonas (parte do Estado: Boca doAcre e Carauari). Assim, 20 horas deBrasília equivalem a 21 horas de Fer-nando de Noronha, 20 horas de SãoPaulo, 19 horas de Mato Grosso e 18horas do Acre.

Futebol. Segue-se uma série de palavrase expressões do futebol que podemcausar dúvidas quanto à grafia (se têmou não hífen, por exemplo): cabeça-de-área, cabeça-de-bagre, cabeça-de-chave, centroavante, centromédio,dois toques (um treino de), dois-to-ques (um), extrema-direita, extrema-esquerda, lateral-direita, lateral-di-reito, lateral-esquerda, lateral-es-querdo, médio de apoio, médio-vo-lante, meia-armador, meia-direita,meia-esquerda, meio-de-campo (enão “meio-campo”), oitava-de-final,ponta-de-lança, ponta-direita, ponta-esquerda, ponteiro-direito, ponteiro-esquerdo, quarta-de-final, quarta-zaga, quarto-zagueiro, semifinal, se-mifinalista, zaga-central, zagueiro-central.

Futuro do subjuntivo. Atenção para al-gumas formas que podem causar dú-vidas. Derivados de pôr: se ele supu-ser, dispuser, repuser, compuser, im-

132Frio Futuro do subjuntivo

Page 133: Manual de Redação e Estilo do Estadão

puser. Derivados de ver: se ele revir,previr, antevir, entrevir (prover é re-gular: se ele prover). Derivados de vir:se ele provier, intervier, convier, so-brevier, advier. Derivados de ter: seele mantiver, detiver, contiver, reti-ver, sustiver, entretiver, obtiver. De-rivados de dizer: se ele desdisser, con-disser, predisser, entredisser. Deriva-dos de fazer: se ele refizer, perfizer,desfizer, afizer.

Futuro e futuro do pretérito com prono-me. Depois do futuro e do futuro dopretérito (antigo condicional), não sepode usar o pronome oblíquo. São,portanto, erradas formas como“darei-lhe”, “farão-nos”, “procurará-se”, “criaria-se”, “pediriam-te”, etc. Ocorreto, nesses casos, é intercalar opronome: dar-lhe-ei, far-nos-ão, pro-curar-se-á, criar-se-ia, pedir-te-iam.Ou, de preferência, colocá-lo antes doverbo: Eu lhe darei, eles nos farão,algo se criaria, etc.

Gandhi. E não Ghandi.Gângster, gangsterismo. Aportuguesa-

dos. Plural de gângster: gângsteres.Gangue. Desta forma. Quando possível,

use quadrilha.Ganhar. O verbo tem sentido positivo.

Por isso, um time não pode “ganhar”mais baixas. Da mesma forma, nin-guém “ganha” uma cicatriz no rosto,um processo, uma punição, uma re-preensão, uma advertência, umamulta ou uma descompostura. Pode,isso sim, receber uma punição, umarepreensão, etc.

“Ganhar grátis”. Redundância. Equiva-lente correto: levar ou receber degraça.

Ganhar por ou de. Para expressar um re-sultado numérico, use ganhar por ou

ganhar de: Ganhou o jogo por 2 a 0ou de 2 a 0.

Ganho. Use ganho tanto com ser e estarquanto com ter e haver: O jogo foiganho no primeiro tempo. / O timehavia ganho a oitava partida segui-da. Ganhado, embora correto, já é deuso raro, mesmo com ter e haver.

Garçom. Desta forma. Feminino: garço-nete.

Garoto-propaganda. Plural: garotos-pro-paganda.

Gastado, gasto. Prefira gastado com tere haver e gasto, com ser e estar: Tinha(havia) gastado, foi (estava) gasto. Jáse admite, porém, o uso de gasto comter e haver: Tinha gasto.

Gastro... Liga-se sem hífen ao termo se-guinte: gastrobronquite, gastronefrí-tico, gastrozoário. Quando o segundoelemento começa por vogal, mante-nha o o: gastroenterite, gastrointesti-nal.

Gay. Faça o plural normalmente:homem gay, filmes gays, os gays.

Gêiser. Plural: gêiseresGêmeos. 1 — A palavra pode designar

tanto as crianças nascidas no mesmoparto como cada uma delas: A profes-sora teve gêmeos. / Só um gêmeo so-breviveu. Quando não houver especi-ficação, subentendem-se duas crian-ças. 2 — Nos demais casos: três — tri-gêmeos; quatro — quadrigêmeos ouquádruplos; cinco — quíntuplos; seis— sêxtuplos; sete — sétuplos; oito —óctuplos, nove — nônuplos; dez —décuplos.

Geminadas. Casas geminadas (e nunca“germinadas”).

Gene. E não “gen”.Genial, gênio. Pense bem e seja come-

dido: quantas pessoas realmente me-recem essas qualificações?

Genitor(a). Use pai ou mãe. Genitor egenitora, só em casos muito espe-ciais.

Gente. 1 — Como forma de tratamento(a gente), use o termo apenas na lin-

133Futuro e futuro... Gente

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guagem coloquial. 2 — Concordân-cia. Verbo na terceira pessoa: Eledisse que a gente estava proibido(para homens) de entrar ali. / Eledisse que a gente estava proibida(para mulheres) de entrar ali. 3 — Agente = nós. Nunca escreva a gente“fizemos”, a gente “fomos”.

Gentílicos. Ver naturais de ..., página184.

Geo... Liga-se sem hífen ao termo se-guinte, dobrando-se o r e o s que ini-ciem sílaba: geoeconomia, geobotâ-nica, georrinco, geossinclinal.

George, Georges. George — em inglês(George Washington); Georges — emfrancês (Georges Simenon).

Geral. Na designação de cargos, órgãose instituições, liga-se com hífen aosubstantivo: consultor-geral, gover-nador-geral, procurador-geral, Pro-curadoria-Geral, Diretoria-Geral,Assembléia-Geral, etc.

Gerar. a) Use gerar livremente como si-nônimo de procriar ou produzir ener-gia: A moça gerou uma criança pre-destinada. / A usina vai gerar maisenergia. b) Nos demais casos, no en-tanto, substitua gerar por causar, pro-vocar, criar, produzir e até render:Tese sobre pobreza gera (cria, causa,provoca) polêmica. / Lançamento debônus deve gerar (render, produzir) 2milhões de dólares. / O príncipe dizque salvar a Amazônia gera (cria,produz) renda e empregos. c) Paraefeito de títulos, lembre-se de quecausar tem apenas um sinal a maisque gerar e criar tem até meio sinal amenos.

Gerir. Conjuga-se como aderir (ver, pá-gina 32): giro, geres; geria; geri; gerira;gerirei; geriria; que eu gira; se eu ge-risse; gere tu, geri vós; etc.

Germano... Hífen na formação de adje-tivos pátrios ou de sentido religioso:germano-catolicismo, germano-lati-no. Nas demais palavras: germanofi-lia, germanologia.

Germe. Prefira esta forma, sem n nofinal.

“Gestar”. Use gerar: Doméstica quergerar (e não “gestar”) criança paracasal.

“Gestões”, “gestionar”. 1 — Use gestãoou gestões apenas como sinônimo deadministração: a gestão passada, asdiversas gestões da empresa. 2 —Gestões não tem o sentido de nego-ciações, entendimentos ou conversa-ções (empregue estes termos) e “ges-tionar” (também vetado) nem sequerconsta dos dicionários.

Gigante. Flexiona-se normalmente equalifica um substantivo sem hífen:preguiça gigante, ondas gigantes.

Gíria e linguagem coloquial. Evite aspalavras de gíria. Quando fizeremparte de uma declaração, use-as emitálico. Se forem muito específicas(jargão policial, por exemplo), colo-que em seguida, entre parênteses, oseu significado: “Peguei um bagulho(objeto qualquer), fumei um baseado(cigarro de maconha) e depois man-dei (roubei) o carro.” A linguagem co-loquial e os termos de gíria de usocomum dispensam as aspas, masdevem ser empregados apenas emcasos especiais, nos textos mais leves,opinativos ou irônicos que realmenteos justifiquem.

Glutão. Flexões: glutona e glutões.Goleada. Só considere goleada a vitória

de um time que tenha marcado pelomenos quatro gols em outro.

“Goleirão”. Jargão esportivo. Não use.Golfo. Inicial maiúscula: Golfo Pérsico. Gostar. Prefira a regência indireta, gos-

tar de: Todos gostam de atenção. / Aspessoas de quem gostamos. / Esta é aatividade de que ele mais gosta. /Trouxe tudo de que gostava (e não:Trouxe tudo o que gostava).

Gourmand, gourmet. Gourmand é oque come muito, que é guloso; gour-met indica o apreciador e conhecedorde pratos finos.

134Gentílicos Gourmand, gourmet

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Governadores de São Paulo. Junta Go-vernativa (Prudente de Morais, Ran-gel Pestana e coronel Joaquim deSousa Mursa) , de 16/11/1889 a14/12/1889); Prudente de Morais, de14/12/1889 a 18/10/1890; Jorge Tibi-riçá, de 18/10/1890 a 7/8/1891; Amé-rico Brasiliense, de 8/3/1891 a15/12/1891; Cerqueira César, de15/12/1891 a 23/8/1892; Bernardinode Campos , de 23/8/1892 a15/4/1896; Peixoto Gomide, de15/4/1896 a 1/5/1896; Campos Sales,de 1/5/1896 a 31/10/1897; PeixotoGomide, de 31/10/1897 a 10/11/1898;Fernando Prestes de Albuquerque,de 10/11/1898 a 1/5/1900; RodriguesAlves, de 1/5/1900 a 13/2/1902; Do-mingos de Morais, de 13/2/1902 a3/7/1902; Bernardino de Campos, de3/7/1902 a 1/5/1904; Jorge Tibiriçá,de 1/5/1904 a 1/5/1908; AlbuquerqueLins, de 1/5/1908 a 1/5/1912; Rodri-gues Alves, de 1/5/1912 a 1/5/1916;Altino Arantes , de 1/5/1916 a1/5/1920; Washington Luís, de1/5/1920 a 1/5/1924; Carlos de Cam-pos, de 1/5/1924 a 27/4/1927; DinoBueno, de 27/4/1927 a 14/7/1927;Júlio Prestes , de 14/7/1927 a19/2/1930; Heitor Penteado, de19/2/1930 a 24/10/1930; generalHastínfilo de Moura, de 24/10/1930a 29/10/1930; José Maria Whitaker,de 30/10/1930 a 6/11/1930; PlínioBarreto, de 6/11/1930 a 25/11/1930;coronel João Alberto, de 25/11/1930a 25/7/1931; Laudo Camargo, de25/7/1931 a 13/11/1931; general Ma-nuel Rabelo , de 13/11/1931 a7/3/1932; Pedro de Toledo (interven-tor, de 7/3/1932 a 10/7/1932, e gover-nador aclamado, de 10/7/1932 a2/10/1932); coronel Herculano deCarvalho, de 2/10/1932 a 6/10/1932;general Valdomiro Lima , de6/10/1932 a 27/7/1933; general Dal-tro Filho, de 27/7/1933 a 21/8/1933;Armando de Sales Oliveira (inter-ventor, de 21/8/1933 a 11/4/1935, e

governador, de 11/4/1935 a29/12/1936); Henrique Bayma, de29/12/1936 a 5/1/1937; Cardoso deMelo Neto, de 5/1/1937 a 25/4/1938;general Francisco José da Silva Jú-nior, de 25/4/1938 a 27/4/1938; Ade-mar de Barros , de 27/4/1938 a4/6/1941; Fernando Costa , de4/6/1941 a 27/10/1945; SebastiãoNogueira de Lima, de 27/10/1945 a3/11/1945; Macedo Soares , de3/11/1945 a 14/3/1947; Ademar deBarros, de 14/3/1947 a 31/1/1951;Lucas Nogueira Garcez, de 31/1/1951a 31/3/1955; Jânio Quadros, de31/3/1955 a 31/3/1959; CarvalhoPinto, de 31/3/1959 a 31/3/1963;Ademar de Barros, de 31/3/1963 a6/6/1966; Laudo Natel, de 6/6/1966 a31/1/1967; Abreu Sodré , de31/1/1967 a 15/3/1971; Laudo Natel,de 15/3/1971 a 15/3/1975; Paulo Egy-dio, de 15/3/1975 a 15/3/1979; PauloMaluf, de 15/3/1979 a 14/5/1982; JoséMaria Marin , de 14/5/1982 a15/3/1983; Franco Montoro, de15/3/1983 a 15/3/1987; OrestesQuércia, 15/3/1987 a 15/3/1991; LuizAntonio Fleury Filho, 15/3/1991 a15/3/1995; Mário Covas, 15/3/1995.

Governo. Inicial minúscula: o governobrasileiro, o governo de São Paulo.

Gozar. No sentido de ter, ser dono de, overbo exige de: Goza de grande pres-tígio, de boa fama (e não “goza gran-de prestígio”, etc.).

Gozo, gozoso. Sempre com z.Grã, grão. Formas reduzidas de grande.

Use grã para combinar com o femini-no e grão, com o masculino: Grã-Bre-tanha, grã-cruz, grã-duquesa, grão-duque, grão-mestre, grão-ducado,grão-rabino, grão-turco, grão-vizir.Grã-cruz tem o gênero masculinoquando designa o detentor da grã-cruz: um grã-cruz. No plural, nemgrã nem grão variam: as grã-cruzes,as grã-duquesas, os grão-duques, osgrão-vizires.

135Governadores de São Paulo Grã, grão

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Grã-Bretanha. Compreende a Inglater-ra, a Escócia e o País de Gales. OReino Unido inclui os três e a Irlandado Norte. Com a República da Irlan-da, essas regiões formam as Ilhas Bri-tânicas.

“Graciosamente”. Use de graça ou gra-tuitamente.

Grã-fino. Flexões: grã-fina, grã-finos egrã-finas. Derivados: grã-finismo egrã-finagem.

Grama (gênero). Palavra masculinaquando significa peso: um grama, tre-zentos gramas, oitocentos gramas.Como equivalente a relva é que temo gênero feminino: A grama do jar-dim. / Não pise na grama.

Grama (uso). Ver medidas, página 397.Grande. Comparativo: maior. Superla-

tivo: máximo e grandíssimo. Gran-dessíssimo é malformado e tem usopejorativo.

Grande mais nome de cidade. Por estarclara a idéia de cidade, a concordân-cia faz-se no feminino: a Grande SãoPaulo, a Grande Porto Alegre, aGrande Paris, a Grande Nova York.São exceções os casos em que o nomeda cidade seja precedido do artigo o: oGrande Rio, o Grande Cairo, o Gran-de Porto, etc.

Grande número ou quantidade de. Con-cordância. Ver maioria, página 167.

Grandessíssimo. E não “grandissíssi-mo”. É forma aceitável somente nalinguagem coloquial ou em declara-ções.

Grão. 1 — Ver grã, página 135. 2 — Plu-ral: grãos.

Grátis, gratuito. 1 — Gratuito é adjeti-vo e deve ser usado com o verbo serou substantivos: A entrada é gratui-ta. / Ingressos gratuitos, ensino gra-tuito, acusações gratuitas. 2 — Grá-tis é advérbio e pode ser substituídopor gratuitamente: Recebeu grátis(gratuitamente) o ingresso. / Conse-gui o livro grátis (gratuitamente). Porisso, não diga que o estacionamento

“é grátis”, mas gratuito. 3 — Gratui-to não tem acento: pronuncia-se gra-túi-to.

Grave. É o estado do doente ou do feri-do e não ele próprio. Por isso, nãoexistem “doentes graves” ou “feridosgraves”.

Greco... Liga-se com hífen ao elementoseguinte na formação de adjetivos pá-trios: greco-latino, greco-romano,greco-italiano. Nos demais compos-tos, não existe hífen: grecofonia, gre-colatria.

Greve. É empregado quem faz. A de pa-trões chama-se locaute.

Grosso modo. E não “a grosso modo”.Grupo. Inicial maiúscula e mesmo

corpo do texto: Grupo Estado, GrupoVotorantim.

Grupo de... 1 — O verbo concorda comgrupo: Um grupo de retirantes vinha(e não “vinham”) pela estrada. 2 — Osegundo elemento vai sempre para oplural: grupo de empresas, grupo depessoas, etc.

Guaraná. Masculino: o guaraná.Guarda. Para pessoa, admite os dois gê-

neros: o guarda da escola, a guardado vestiário. O serviço ou instituiçãotem apenas a forma feminina: a Guar-da Civil, a guarda do Palácio, a trocada guarda.

Guarda... 1 — Como tempo verbal ousubstantivo, entra na formação de pa-lavras compostas. O segundo elemen-to fica no singular nestes compostos:guarda-chuva, guarda-civil, guarda-comida, guarda-florestal, guarda-louça, guarda-marinha, guarda-meta, guarda-noturno, guarda-pó,guarda-roupa, guarda-sexo, guarda-sol e guarda-volante. Todos admitemo plural. Quando o primeiro elemen-to é verbo (guarda como tempo deguardar), só o segundo varia: os guar-da-comidas, os guarda-metas, osguarda-pós. Quando o primeiro ele-mento é substantivo (guarda como

136Grã-Bretanha Guarda...

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policial), os dois variam: os guardas-civis, os guardas-florestais, os guar-das-volantes. 2 — O segundo elemen-to já está no plural nestes outros com-postos: o guarda-costas, os guarda-costas; guarda-fios, guarda-freios,guarda-jóias, guarda-livros, guarda-móveis, guarda-pratas, guarda-vesti-dos, guarda-vidas e guarda-volumes.3 — Atenção para os casos em que ohífen não existe: guarda avançada,guarda de honra e guarda nacional.

Guardião. Flexões: guardiã, guardiães(prefira) e guardiões.

Guarujá. Siga a forma corrente: o Gua-rujá, no Guarujá.

Guerra. Inicial maiúscula para designarconflitos: Guerra do Paraguai, Guer-ra do Vietnã, 2ª Guerra Mundial. Ini-cial minúscula, porém, em guerra fria(não é o nome de um conflito).

Guinness. Desta forma.Guisa. Com s: à guisa de.Guisado, guisar. Com s.Guizo. Com z.

Há, a. 1 — Há indica passado e pode sersubstituído por faz: Eles saíram hámuito tempo. / As eleições ocorre-ram há dois meses. / Há muitos anosque eles foram contratados. / Os ho-mens chegaram há pouco. 2 — A ex-prime distância ou tempo futuro: Aseleições ocorrerão daqui a doismeses. / De hoje a três dias correrá oprazo. / O avião estava a cinco mi-nutos de São Paulo. / Estamos a doismeses da inauguração da nova sededa empresa. / O atirador estava adois metros de distância. Repare queem nenhum dos casos o a pode darlugar a faz.

Há, havia. 1 — Quando o verbo queacompanha haver está no imperfeito

ou no mais-que-perfeito, deve-se usarhavia, e não há: Ele estava ali havia(e não há) muito tempo. / Ele estive-ra ali havia (e não há) muito tempo.Regra prática. Substitua haver porfazer, que ficará clara a forma a usar:Ele estava ali fazia muito tempo (enão faz muito tempo). / Ele estiveraali fazia (e não faz) muito tempo. Re-pare que a ação se encerrou; o há in-dicaria que ela prossegue.

Outros casos em que se deve usarhavia (sempre equivalente a fazia) enão há: Havia meses os dois assalta-vam motoristas. / Ele doara sangueao filho havia poucos meses. / Haviaquase um ano que não o encontra-va. / Estava sem dormir havia trêsdias. / A agência parecia abandona-da havia anos. / Havia oito jogos queo time não vencia. / A frase não lhesaía da cabeça havia várias sema-nas. / Tinha chegado havia pouco aoRio. / Havia anos que a casa não erapintada. / Sua paixão fazia-o sofrerhavia dez anos. / Havia muito tempoestava tentando reparar a falha.

2 — Admite-se há com imperfeitoou mais-que-perfeito em dois casos:a) Se o tempo for considerado a partirdo momento em que se vive: Tiverauma discussão com X há (faz) 15 dias(o tempo é contado a partir do mo-mento atual). / Você já sabia há (faz)muito tempo que ele não foi para oexílio. b) Se o imperfeito estiver nolugar do perfeito: Há cem anos nas-cia Villa-Lobos. / Há mais de 50 anoschegava o primeiro imigrante.

Há ... atrás. O uso do há rejeita o atrásquando se refere a tempo: Há seisanos atrás fui contratado pela empre-sa, portanto, é redundante. O correto:Há seis anos fui contratado pela em-presa. / Seis anos atrás fui contrata-do pela empresa.

Habeas-corpus. Com hífen. Admite-sehabeas para títulos.

“Hábitat natural”. Redundância. Todohábitat é natural.

137Guardião “Hábitat natural”

Page 138: Manual de Redação e Estilo do Estadão

“Habitué”. Prefira freqüentador.Há cerca de. Ver acerca de, página 29.Há de. Sem hífen, assim como hás de,

hei de, hão de, etc.: Hei de vencer. /Resistir quem há de.

Haja recursos. Nesse tipo de frase, decaráter exclamativo, o verbo haver éimpessoal e, portanto, não varia: Hajarecursos para esse novo trem da ale-gria. / Haja homens para manteruma guerra tão sem sentido.

Haja vista. E nunca “haja visto”. A lo-cução também não varia no plural.Veja dois exemplos de Rui Barbosa:“Haja vista o decreto de 13 de outu-bro.” / “Haja vista as minhas Cartasde Inglaterra...”

Haltere, halteres. Desta forma.Hambúrguer. Desta forma. Plural: ham-

búrgueres.Há menos de, a menos de. Na locução

há menos de, o há encerra idéia depassado e pode ser substituído por faz:Partiu para a França há (faz) menosde dois meses. / O país conquistou aindependência há (faz) menos decinco anos. Em a menos de, o a indi-ca distância, quantidade ou tempo fu-turo e não pode ser substituído porfaz: Estava a menos de três metros doabismo. / Falou a menos de 50 pes-soas. / Estava a menos de dois anosda aposentadoria.

Há tempo, a tempo. Em há tempo, o hápode ser substituído por faz ou exis-te: Ele chegou há (faz) tempo. / Há(existe) tempo de sair e tempo deficar. Na locução a tempo, o a é pre-posição e pode ser substituído poroutra preposição (e nunca por faz):Chegou a (com) tempo de assistir aojogo.

Haver. Conjugação. Pres. ind.: Hei, hás,há, havemos, haveis, hão. Imp. ind.:Havia, havias, havia, havíamos, ha-víeis, haviam. Pret. perf. ind.: Houve,houveste, houve, houvemos, houves-tes, houveram. M.-q.-perf. ind.: Hou-vera, houveras, houvera, houvéra-

mos, houvéreis, houveram. Fut.pres.: Haverei, haverás, haverá, have-remos, havereis, haverão. Fut. pret.:Haveria, haverias, haveria, havería-mos, haveríeis, haveriam. Pres. subj.:Haja, hajas, haja, hajamos, hajais,hajam. Imp. subj.: Houvesse, houves-ses, houvesse, houvéssemos, houvés-seis, houvessem. Fut. subj.: Houver,houveres, houver, houvermos, hou-verdes, houverem. Imper. afirm.: Hátu, haja você, hajamos nós, havei vós,hajam vocês. Imper. neg.: Não hajastu, não haja você, não hajamos nós,não hajais vós, não hajam vocês.Infin.: Haver. Flexionado: Haver, ha-veres, haver, havermos, haverdes, ha-verem. Ger.: Havendo. Part.: Havido.

Havia muitas pessoas. 1 — Haver, co-mo sinônimo de existir, suceder, fa-zer, é impessoal e, portanto, não temsujeito. O verbo fica na terceira pes-soa do singular: Não há vagas. / Ha-via (e não haviam) muitas pessoasali. / Nunca houve tantos acidentesde trânsito como agora. / Haveriamuitas opções além dessa? / Haveráanos mais felizes que estes? / Se hou-vesse mais policiais na rua, a cidadeteria maior segurança. 2 — A regramantém-se no caso de haver formarlocução com um verbo auxiliar: Devehaver muitas pessoas ali. / Podehaver compradores interessados nocarro. / Estava havendo fraudes naPrevidência. / Costumava havermuitos acidentes naquela esquina.3 — Quando haver pode ser substituí-do por ter, a concordância é a normal:Ainda não haviam sido feitas as cor-reções. / Eles haveriam de sair dasala. / Hão de cumprir o prazo, custeo que custar.

Hebreu. Feminino: hebréia.Herói. Feminino: heroína.Herpes. O herpes, os herpes.Hetero... Liga-se sem hífen ao termo se-

guinte, com a eliminação do h e a du-plicação do r e do s intermediários:heteroagressão, heteroerotismo, he-

138“Habitué” Hetero...

Page 139: Manual de Redação e Estilo do Estadão

teroimunização, heterometabólico,heterorrafídeo, heterossexual.

Heureca. E não “eureca” ou “eureka”.Hidro... 1 — Liga-se sem hífen ao termo

seguinte, duplicando-se o r e o s in-termediários: hidroavião, hidrocar-boneto, hidrodinâmica, hidromine-ral, hidrorragia, hidrossolúvel, hidro-via. 2 — Quando o segundo elemen-to começar por vogal, mantenha o odo prefixo, como em hidroavião.Única exceção, por já estar consagra-da pelo uso: hidrelétrica.

Hífen. Ligam-se por hífen os elementosdas palavras compostas que mantêma própria acentuação ou, segundo asregras oficiais, “sua independência fo-nética”, formando o conjunto perfei-ta unidade de sentido. Dessa forma, ohífen justifica-se nos seguintes casos:

1 — Nas palavras compostas emque o conjunto constitui “uma unida-de semântica”, mesmo que seus ele-mentos — embora mantenham aacentuação própria — percam a iden-tificação, desde que considerados iso-ladamente: água-marinha, arco-íris,galinha-d’angola, couve-flor, guarda-pó, pé-de-meia, pára-choque, porta-chapéus.

a) Incluem-se nesta norma os com-postos em que figuram elementos fo-neticamente reduzidos: bel-prazer,és-sueste, mal-pecado, su-sueste.

b) O sinal se impõe quando o com-posto resultante tem caráter figuradoe sentido muito diferente das palavrasque o constituem: pé-de-moleque,papo-de-anjo, saia-justa, caixa-preta,mão-boba, cara-de-pau, roleta-russa.

c) O antigo artigo el une-se porhífen ao substantivo rei: el-rei, aqui-del-rei.

d) Quando se perde a noção docomposto, normalmente por um doselementos não ter vida própria na lín-gua, não cabe o hífen: abrolhos, ban-carrota, fidalgo, vinagre.

e) No caso das locuções, as normasoficiais dispõem que, como “não têm

unidade de sentido”, não devem serunidas por hífen: vós outros, a deso-ras, a fim de, contanto que.

f) As formas verbais às quais se in-tercalam ou agregam pronomes e osvocábulos compostos cujos elemen-tos são ligados por hífen conservamos acentos gráficos: amá-lo-á, amá-reis-me, amásseis-vos, devê-lo-ia, fá-la-emos, pô-las-íamos, possuí-las,provêm-lhes, retêm-nas, água-de-co-lônia, pão-de-ló, pára-quedas, pesa-papéis.

2 — Nas formas verbais a que seintercalam ou acrescentam prono-mes: ama-lo (amas e lo), amá-lo(amar e lo), dê-se-lhe, fá-lo-á, ofere-cê-la-ia, repô-lo-eis, serenou-se-te,traz-me. Na maior parte dos casos,essas formas servem apenas de exem-plo, uma vez que têm uso jornalísti-co pouco recomendável. Observação.As formas lo, la, los e las também seunem por hífen aos pronomes nos evos e ao advérbio eis: no-lo, no-las,vo-la, vo-los, ei-lo.

3 — Nos vocábulos formados porsufixos que representam formas adje-tivas, como açu (grande), guaçu(grande) e mirim (pequeno), quando oexige a pronúncia e quando o primei-ro elemento acaba em vogal acentua-da graficamente: andá-açu, amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.

4 — Na formação de palavras apartir da aglutinação dos prefixos edemais elementos de composiçãocom outros termos, segundo regraspróprias, particulares a cada prefixoou a cada grupo deles. Este manual re-laciona, em cada prefixo (veja, porexemplo, anti, extra, intra, etc.),quando e em que casos se exige ohífen. Independentemente dessa prá-tica, segue-se uma lista de elementosde composição que se ligam semhífen ao elemento seguinte, devendo-se, porém, duplicar o r e o s: aceto,acro, adeno, alo, alvi, amino, andro,anemo, anfi, angio, aniso, arqueo, ar-

139Heureca Hífen

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terio, artro, auri, bacterio, bradi, bra-qui, caco, cefalo, ciclo, cine, cino,cisto, cito, cloro, cripto, cromo,crono, de, des, di, dis, dorso, eco, ecto,endo, epi, eqüi, esfero, espleno, esta-filo, estereo, estilo, etno, faringo,fibro, glosso, grafo, hagio, halo, hemo,hipo, homeo, homo, ideo, laringo,leuco, linfo, lito, megalo, meso, meta,mio, morfo, narco, naso, necro, nitro,noso, octo, odonto, oftalmo, oligo,omo, oni, organo, ornito, orto, osteo,oto, oxi, penta, peri, pilo, piro, plano,plati, pleuro, pneumo, quadri, retro,rino, sacro, sarco, sidero, tecno, tetra,tri, uro, vaso, xanto, xilo, zoo.

5 — Nas palavras derivadas deum nome próprio constituído pordois ou mais termos ou de uma ex-pressão: Mato Grosso — mato-gros-sense; Terceiro Mundo — terceiro-mundista; São Paulo — são-paulino;Fernando Henrique — fernando-hen-riquismo; bom moço — bom-mocis-mo; bossa nova — bossa-novista.

6 — Travessão e não hífen. Paraligar palavras ou grupos distintos depalavras, que não formam um tercei-ro significado, usa-se o travessão enão o hífen. São casos em que nãoexiste um conjunto semântico, comonas palavras compostas, mas apenasencadeamentos do tipo dos que se se-guem (o hífen formaria uma palavracomposta, quando o que se tem, noscasos citados, é uma cadeia vocabu-lar): A ligação São Paulo—Santos. / Aviagem Brasil—EUA. / Fogueteterra—ar. / Entendimentos gover-no—sindicatos. / O acordo Clinton—Chirac. / O antagonismo capital—trabalho. Ver outros exemplos noitem 4 do verbete travessão, página292.

7 — Ver também substantivo maissubstantivo, página 274.

Hindu, indiano. Hindu — adepto da re-ligião (hinduísmo); indiano — natu-ral da Índia, relativo à Índia.

Hino Nacional. Iniciais maiúsculas.

Hiper... Hífen antes de r: hiper-realis-mo, hiper-reativo, hiper-rugoso. Nosdemais casos: hiperacidez, hipercató-lico, hiperestético, hiperinfecção, hi-perorgânico, hipersensível, hiperten-so.

Hispano... Exige hífen quando entra naformação de adjetivos pátrios: hispa-no-brasileiro, hispano-americano.Nos demais compostos: hispanofilia,hispanófobo, hispanomania.

História. Use apenas esta forma e nunca“estória”.

Hombridade. Desta forma.Homilia. E não “homília”.Honorários. Ver salários, página 259.Hora extra. Sem hífen.Horas (concordância). 1 — Os verbos

bater, dar, faltar, restar, ser e soarconcordam com o número de horas:Chegou assim que bateram 6 horas. /Já deram 8 horas no relógio da igre-ja. / Faltam quatro horas para o iní-cio do jogo. / Restam apenas trêshoras do prazo. / São 2 horas damanhã. / Devem estar soando 10horas agora. / Resta uma hora emeia. / É 1h20. 2 — Atenção. Fazer ehaver, em casos semelhantes, não va-riam: Faz dez horas que ele partiu. /Há seis horas que o dia raiou.

Horas (uso). 1 — À exceção dos títulose tabelas, evite abreviar as horas re-dondas: às 15 horas, às 8 horas (e nãoàs 15 h, às 8 h).

2 — Use sempre 14, 17, 22 horas,em vez de 2 ou 5 da tarde e 10 danoite. Escreva também às 2 ou às 4horas, e não às 2 ou às 4 da madru-gada. Repare que as horas vão sempreem algarismos: às 4 horas, à 1 hora.

3 — Considere genericamente: amadrugada vai da zero às 6 horas; amanhã, das 6 ao meio-dia; a tarde, domeio-dia às 18 e a noite, das 18 às 24horas. Se necessário, nos horários detransição, faça ressalvas como: no co-meço da manhã, no início da noite,aos primeiros minutos de hoje, etc.

140Hindu, indiano Horas (uso)

Page 141: Manual de Redação e Estilo do Estadão

4 — Nas horas quebradas, use h,min e s para as horas, minutos e se-gundos (sem s), sem dar espaço entreos números: 5h15, 18h05 (o min só énecessário se a indicação especificar ahora até o número de segundos:20h15min13s). Em casos especiais,minutos, segundos e décimos pode-rão ser expressos desta forma: 1’25”5(especialmente em competições es-portivas, lançamento de foguetes,etc.).

5 — Use artigo antes de horas: das12 às 14 horas, às 8 horas, das 16 às21 horas, às 15 para as 9.

6 — Cuidado com a concordânciacom minuto. Assim: Ele chegou aos15 para as 9. Isto é: Ele chegou aos 15minutos para as 9 horas.

7 — A meia-noite e a zero hora seequivalem, mas a primeira pertenceao dia anterior e a segunda, ao poste-rior. Assim, um aumento, por exem-plo, entra em vigor à meia-noite dasexta-feira ou à zero hora do sábado(prefira zero hora, neste caso).

8 — As horas registradas sem indi-cação corresponderão à hora-padrãodo local onde se desenvolve o aconte-cimento. GMT, hora de Tóquio, horade Nova York, etc., deverão ser escla-recidas de acordo com o fuso horáriobrasileiro.

9 — Lembre-se: o Brasil tem qua-tro fusos horários. Quando esse fatorfor relevante (visitas presidenciais outransmissões pela TV, por exemplo),convém mencioná-lo na notícia (verquais são em fusos horários do Bra-sil, página 132).

Hortelão. Flexões: horteloa, hortelões(prefira) e hortelãos.

“Hortifrutigranjeiros”. Substitua a pa-lavra por verduras, frutas, ovos, etc.(ou por fórmulas mistas): Aumenta opreço de frutas e verduras. / Ovos everduras estão mais caros.

Hóspede. Use o hóspede, a hóspede, ashóspedes.

Húmus. Desta forma.

...iano. 1 — É iano, com i, o sufixo queque se deve usar para indicar o adjeti-vo referente a um nome próprio.Assim: shakespeariano (e não “sha-kespeareano”), euclidiano (e não “eu-clideano”), rodriguiano, rosiano (deGuimarães Rosa), machadiano,faulkneriano, etc.

2 — A instrução se aplica tambéma adjetivos referentes a nomes geográ-ficos: cabo-verdiano, alasquiano,açoriano, cingapuriano, iraquiano.Exceções: acreano, taubateano e co-reano.

Ianque. Não use para designar o naturaldos EUA.

Ibero. Sem acento (pronuncia-se ibéro, enão “íbero”): Faculdade Ibero-Ameri-cana, povos ibero-americanos.

Idade. Inicial maiúscula apenas emIdade Média. Nos demais casos:idade da pedra lascada, idade das tre-vas, etc.

Identidade. No singular em frases como:A polícia apurou a identidade dosmortos (e nunca “as identidades”).

Identificação. Ver pessoas no noticiário,página 218.

Igreja. l — Com inicial maiúscula quan-do se tratar da instituição: O papa é ochefe da Igreja Católica. / O cardealdefendeu a posição da Igreja. / A Igre-ja Anglicana, a Igreja Luterana. 2 —Com minúscula se a menção for aotemplo: Começou ontem a demoli-ção da igreja. / O casamento estavamarcado para a igreja matriz. 3 —Quando acompanha uma designação,a palavra tem inicial maiúscula: aIgreja da Candelária, a Igreja N. Sa.do Brasil.

Ilegal. É a situação de alguém e não apessoa. Assim, não existem “imigran-tes ilegais” ou “mutuários ilegais”.

141Hortelão Ilegal

Page 142: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Ilha. Inicial maiúscula: Ilha Grande. Ilhéu. Habitante de uma ilha. Feminino:

ilhoa.Ilustrações. Charges, mapas, gráficos,

desenhos, tabelas e quadros são recur-sos de que os editores devem lançarmão regularmente como forma de tor-nar as páginas mais atraentes. Eis al-guns dos casos principais:

1 — Pesquisas de opinião, levanta-mentos, evolução de indicadores e de-mais textos baseados em númerosdevem, obrigatoriamente, ser acom-panhados de gráficos, tabelas e qua-dros que permitam ao leitor com-preender com maior facilidade a situa-ção apresentada.

2 — Toda notícia curiosa exige,para complementá-la, uma ilustraçãoou charge que desperte atenção paraum fato que poderia passar desperce-bido na página.

3 — Reportagens extensas sobre se-qüestros, assaltos, crimes espetacula-res e outras do gênero justificam a pu-blicação de três ou mais ilustrações,na forma de seqüência (storyboard),que mostrem os principais lances doacontecimento. Independentementedas fotos que o jornal esteja apresen-tando sobre o assunto.

4 — O editor não precisa publicarsempre fotos de personalidades, maspode substituí-las, muitas vezes, pordesenhos, desde que expressivos efiéis à figura retratada.

5 — Não deixe de representar, pormeio de mapas, a localização de cida-des ou regiões menos conhecidas (emnotícias sobre combates, quedas deaviões, acidentes de qualquer tipo, de-saparecimento de expedições e ou-tras), mudanças de trânsito, áreas con-testadas ou conflagradas, locais ondefaltará luz ou água, etc.

6 — Se você é repórter e vai falarcom especialistas, não deixe de pen-sar na possibilidade de o seu texto servalorizado por gráficos, desenhos, etc.Por isso, procure sempre conseguir

croquis, esquemas e outros tipos deilustrações com os entrevistados.

Imaginar. Não use as formas “nunca”,“jamais” e “não poderia imaginar”:são lugares-comuns.

Imbróglio. Aportuguesamento oficial.Imergir. Ver emergir, página 104.Imigrar. Ver emigrar, página 104.Iminente. Ver eminente, página 105.Imiscuir-se. Alguém se imiscui em e

não imiscui, apenas: Gostava de seimiscuir nos assuntos alheios. /Nunca me imiscuí nos seus proble-mas.

Imissão, imitir. Não se confundem comemissão ou emitir. Imissão é a con-cessão judicial da posse de algumbem. Imitir significa fazer entrar (naposse, em geral), investir em.

Ímola. Aportuguesado (com acento).Imoral. Ver amoral, página 36.Impedir. Conjuga-se como pedir (ver,

página 215).Impessoalidade. A notícia deve ser redi-

gida de forma impessoal, sem que ojornalista se inclua nela ou adote a pri-meira pessoa do plural em frases quea dispensam. Veja os exemplos: Este éum índice pequeno “se levarmos” emconta o volume de negócios. / No Bra-sil “temos” hoje 150 milhões de ha-bitantes. / Há vírus que causam umainfecção latente: nunca mais “nos li-vramos” dela. No primeiro caso, bas-taria substituir levarmos por se selevar; no segundo, a frase seria: O Bra-sil tem hoje...; no terceiro, escrevasimplesmente: nunca mais a pessoase livra dela.

Não confunda essa restrição comos casos, legítimos, de editoriais, arti-gos, anúncios, comentários e outrosem que a primeira pessoa do pluralpode ser usada sem maiores proble-mas.

Implantar. 1 — Use implantar, livre-mente, no sentido médico: O cirur-gião implantou duas pontes de safe-na no deputado. / O dr. Hélio de Al-

142Ilha Implantar

Page 143: Manual de Redação e Estilo do Estadão

meida implantou um rim no doente.2 — Por se tratar de modismo incon-trolável, porém, não use implantarnos demais casos. Ele pode ser substi-tuído, sempre, com vantagem, por umdos verbos seguintes: adotar, introdu-zir, estabelecer, efetivar, instituir,criar, construir, levantar, edificar, for-mar, constituir, instalar, iniciar, apre-sentar, aplicar, firmar, consolidar,fixar, montar, aprontar, impor, impri-mir, incutir, desenvolver, instaurar,erguer, lançar, compor, organizar,consumar, assentar e ajustar. 3 — Es-colha os substantivos corresponden-tes para substituir implantação, outrapalavra desgastada pelo uso abusivo eimpreciso.

Implementar. A exemplo de implantar,trata-se de outra palavra de uso exage-rado e quase sempre incorreto. A ri-gor, significa apenas pôr em execução,pôr em prática (plano, projeto ou pro-grama). Quase todas as opções propos-tas para substituir implantar apli-cam-se a este caso.

Implicar. 1 — No sentido de pressupor,envolver, acarretar, adote a regênciadireta (sem a preposição em): A pro-moção implicava maiores responsa-bilidades. / Jornalismo implica dedi-cação. / Reforma implicará perda dereceita para os Estados. 2 — Use pre-posição apenas quando o verbo pedirdois complementos (A polícia impli-cou o acusado no crime de recepta-ção) ou objeto indireto (Implicavasempre com os colegas).

Importante. Tem sentido positivo.Assim, ninguém pode sofrer uma der-rota ou uma perda “importante”, masconsiderável, catastrófica, etc.

“Imprensa falada”. Imprensa, para o Es-tado, é apenas a escrita (sem necessi-dade de qualificativos). Dessa forma,em vez de “imprensa falada” ou “im-prensa televisionada”, use simples-mente rádio ou televisão.

Impresso, imprimido. Com ser e estar,use impresso (Foi impresso, estavam

impressos); com ter e haver, imprimi-do (Tem imprimido, haviam impri-mido).

Impropriedades. 1 — Não acredite emsinônimos perfeitos: quase sempreexiste uma única palavra para expri-mir com exatidão o que você querdizer. E muitas vezes há termos ou ex-pressões absolutamente inadequadospara a situação que você pretende des-crever ou substituíveis com vanta-gens por outros mais apropriados oumais conhecidos dos leitores.

Leia os exemplos seguintes (reais)e veja entre parênteses a forma jorna-listicamente mais indicada em cadacaso: O próximo contato (contato se-guinte) de Antônio foi com Pedro, nodescampado. / Como recompensa(compensação) para os problemas dotime, o técnico terá a volta de Alber-to e Ronaldo. / O corpo, sob uma vio-lenta (muito forte) luz elétrica... / De-putado ganha (recebe) críticas. / Aempresa já apresentou (manifestou)sua intenção de participar da concor-rência. / Bahamas almejam (querem)empresas do Brasil. / Sem muita re-cepção (receptividade), ele tentavaconvencer a empresa do acerto damedida. / Com base na listagem (re-lação) dos vencimentos de janeiro... /O motorista acidentado foi mandado(encaminhado) para o HC. / O grupoestá acertando os detalhes para a im-plementação (construção) de uma fá-brica na Argentina. / O gol contrapremiou (puniu) a incompetênciado time. / Sugestões se amontoam(acumulam) na mesa do relator. / Osimóveis foram atingidos pelo vôo 196(pelo avião) da Aeromarte. / Vendasno Dia das Mães nunca foram tãopoucas (pequenas, baixas). / A Prefei-tura implantou (instalou) na praça 35cadeiras de engraxate. / O bandidodepositou a quantia repentinamente(inesperadamente) na sua conta. / La-boratório lança a pílula do envelheci-mento (o remédio na verdade visa a

143Implementar Impropriedades

Page 144: Manual de Redação e Estilo do Estadão

retardar o envelhecimento). / Heroínacresce (consumo é que cresce) e con-tinua fora das estatísticas. / Clássicopode ser deslocado (transferido).

2 — A impropriedade, em outroscasos, caracteriza-se não apenas pelaspalavras mal usadas, mas pelas cons-truções imperfeitas ou de mau estilo:A assinatura de minguados convê-nios (minguados — palavra antijorna-lística — são os recursos, não os con-vênios)... / Na sessão de hoje a Câma-ra deverá aprovar ou não (votar, sim-plesmente) o projeto. / Os negros, osíndios, os deficientes e outras mino-rias conseguiram aprovar (fazer apro-var) o projeto na comissão. / O timeainda não pôde regularizar os jogado-res (regulariza-se a situação dos joga-dores ou a documentação deles). / Aselva incrustada (no meio) nas mon-tanhas. / A Portuguesa ameaça dis-pensas (ameaça fazer).

3 — Finalmente, há improprieda-des que decorrem de formas viciadasde expressão, quando não empoladasou de mau gosto jornalístico: A refor-ma que está sendo gerada no ventredo governo... / Empresariado acreditaque inflação será acirrada. / Ele podeopinar sobre o uso de uma campa-nha... / Camelôs atuam em outrasáreas, sobretudo da Tijuca. / Além doque muitos projetos... / Citou regiõesdo Brasil inteiramente abandonadas,sem terem condições de futuro... / Porazar, este repórter ganhou o número13.

Impudico. Sem acento (pronuncia-seimpudíco).

Inaugurar. Alguma coisa se inaugura enão inaugura, apenas: Inaugura-se (enão “inaugura”) hoje a boate Casa-blanca. / A 25ª Festa da Uva inaugu-ra-se (e não “inaugura”) sábado.

“Inaugurar novo”. Redundância. Assim:Prefeito inaugura avenida amanhã (enão “inaugura nova avenida”).

Incendiar. Conjuga-se como odiar (ver,página 203): incendeio, incendeia, in-

cendeiam, incendeie, incendeiem,etc.

Incendiar-se. Alguma coisa se incen-deia e não incendeia apenas: O prédioincendiou-se ontem. / Os canaviaisincendiaram-se.

Incidente. Ver acidente, página 30.Incluído, incluso. Para expressar uma

ação, use incluído tanto com ter ehaver como com ser e estar: Tinha(havia) incluído, foi (estava) incluído.Prefira incluso como adjetivo: autosinclusos, cartas inclusas.

Inclusive. 1 — Aceitável apenas comoequivalente a com inclusão de e opon-do-se a exclusive: Vieram todos, eleinclusive. / Chegou ao capítulo 5º dolivro inclusive. 2 — Não use inclusi-ve como sinônimo de até, até mesmo,ainda, o próprio, além de, a ponto de,etc., como nas seguintes frases: Ele oameaçou “inclusive” (até) fisicamen-te. / Lembremo-nos “inclusive” (atémesmo) de que... / Disse “inclusive”(ainda) que ia sair. / Mostrou desagra-do a respeito do traçado da estrada,“inclusive” (além de) do seu estadode conservação. Em caso de dúvida,recorra a outra palavra.

Incluso. Varia normalmente: Segueminclusos (e não “incluso”) os do-cumentos. / Mandei inclusa a no-va redação da carta (e não “mandeiincluso”). É palavra que convém evi-tar, porém.

Incontinente, incontinenti. Incontinen-te — imoderado; incontinenti — semdemora.

Indefinidos. Só use os pronomes indefi-nidos (muitos, alguns, diversos, vá-rios, etc.) em caso extremo e quandonão for possível, de maneira nenhu-ma, determinar o número expressopela notícia. Falar em várias pessoas,muitos tiros, alguns deputados e di-versos itens, por exemplo, é transmi-tir ao leitor noções imprecisas e in-completas. Por isso, procure sempredar pelo menos uma idéia aproxima-da das quantidades a que o texto se re-

144Impudico Indefinidos

Page 145: Manual de Redação e Estilo do Estadão

fere: dezenas de tiros, centenas depessoas, cerca de 30 deputados, decinco a dez itens, etc.

Independentemente. É o advérbio inde-pendentemente, e não o adjetivo in-dependente, que se deve usar sempreque a palavra puder ser substituídapor sem levar em conta, sem contarcom, à parte ou equivalente: O minis-tro disse que o tempo, independente-mente de ações mais diretas, ajuda-rá o governo. / O Estado terá de pagaro aumento salarial aos funcionários,independentemente do resultado dojulgamento. / Independentemente desua filiação, deputados e senadorespoderão enfrentar...

Indexadores. 1 — Nunca deixe de con-verter em reais o valor dos indexado-res: Rendimentos até 20 mil Ufirs(tantos reais); multa no valor de 8 sa-lários mínimos (tantos reais); valoresaté 400 UFMs (tantos reais). 2 — Pro-ceda da mesma forma com indexado-res já extintos, mas eventualmentemencionados em textos sobre fatospassados (ORTNs, OTNs, UPCs,etc.).

Indiano. Ver hindu, página 140.Indicado a, para. Distinga: a) Indicado a

— recomendado a alguém: Foi indica-do aos empresários. / Aparelho indi-cado aos deficientes. b) Indicadopara — selecionado, escolhido, reco-mendado para alguma coisa: Filmebrasileiro é indicado para o (e não“ao”) Oscar. / O deputado foi indica-do para o (e não “ao”) ministério. Pro-ceda de maneira semelhante com in-dicação.

“Indicar que”. Alguém indica algumacoisa, mas não indica que.

Índios. 1 — Os nomes das tribos indíge-nas terão singular e plural, e serãoadaptados ao português e escritos cominicial minúscula: os ianomâmis (enão os Yanomami), os caingangues (enão os Kaingang), os uaimiris (e nãoos Waimiri), os guaranis (e não osGuarany), os calapalos (e não os Ka-

lapalo), os tupis, os bororos, os xavan-tes, os parecis, etc. 2 — Como adjeti-vo, terão apenas plural, mas não femi-nino: a índia calapalo, as nações co-roados, os índios aimorés, etc.

Indiscrição. Desta forma, e nunca “in-discreção”.

Infante. Feminino: infanta.Infarto. Use enfarte. Ínfero... É sempre seguido de hífen: ín-

fero-anterior, ínfero-lateral.Infinitivo. Como se trata de uma das

questões mais polêmicas e controver-tidas da língua portuguesa, é impossí-vel formular normas inflexíveis paraa distinção entre o infinitivo pessoal(flexionado) e o impessoal (não flexio-nado). As regras abaixo expressam, deforma geral, o consenso de boa partedos gramáticos, tanto “tradicionais”quanto “modernos”, a respeito do as-sunto.

Flexionado

1 — Regra básicaFlexiona-se o infinitivo quando o

seu sujeito e o do verbo principal sãodiferentes: Acreditamos todos (nós)serem os candidatos (eles) muitobons. / Peço-lhes (eu) o favor de nãochegarem (vocês) atrasados. / Con-vém saírem vocês primeiro. / O chefejulgava estarem seus empregados su-perados.

Se o sujeito for o mesmo, o infini-tivo não será flexionado: Temos (nós)o prazer de lhe participar (nós) ... / De-clararam (eles) estar (eles) prontos.

Exceção. Com os verbos deixar,fazer, mandar, ver, ouvir e sentir, oinfinitivo fica no singular, mesmo quehaja mais de um sujeito na frase: Dei-xai vir a mim as criancinhas. / Man-dei-os começar o serviço. / Senti-osexalar o último suspiro. / Faça-as sairdepressa. / Vi tantos homens perder ojuízo. / Ouviu os mestres explicar aquestão.

145Independentemente Infinitivo

Page 146: Manual de Redação e Estilo do Estadão

2 — Regra complementar.Se você tiver dúvidas na aplicação

da regra básica, apele para esta outra(no fundamental, as duas coincidem):o infinitivo é flexionado quando podeser substituído por um tempo finito(indicativo ou subjuntivo, em geral):É preciso saírem logo (saírem = quesaiam). / O coronel intimou-os a serenderem (a que se rendessem). / Étempo de partires (de que partas). /Não compete a vocês queixarem-sede nós (que se queixem). / Convémchegarmos ao fundo da questão (quecheguemos).

3 — Outros casos de infinitivo fle-xionado

a) Quando o sujeito é indetermina-do: Vi executarem os criminosos. /Ouvi cantarem o hino de várias for-mas.

b) Quando o infinitivo é o sujeito:O quereres tudo me surpreende. / Omorrerem pela pátria é sina de algunssoldados.

Não flexionado

1 — Infinitivo usado com verbosimpessoais ou com outros, pessoais,mas empregados de forma impessoal:Viver é lutar. / É proibido proibir. / Épossível haver dúvidas.

2 — Infinitivo com valor de impe-rativo: Meia-volta, volver! / Honrarpai e mãe.

3 — Infinitivo em locução verbal:As peças estavam estragadas, deven-do ser (e nunca serem) substituídas. /Lamentando não poder atendê-lo, de-sejamos... / Costumavam os filhosreunir-se (e não reunirem-se).

Com preposição

1 — Não se flexiona o infinitivocom preposição que funcione comocomplemento de substantivo, adjeti-vo ou do próprio verbo principal: Opai convenceu os filhos a voltar cedo.

/ Continuamos dispostos a comprar acasa. / Remédios ruins de tomar. / Asemissoras conquistaram o direito detransmitir todos os jogos de vôlei. /Eram exercícios fáceis de resolver.

2 — Não se flexiona o infinitivocom preposição que apareça depois deum verbo na voz passiva: Os jornalis-tas foram forçados a sair da sala. / Aspessoas eram obrigadas a esperar emfila.

3 — Não se flexiona o infinitivocom preposição que tenha o valor degerúndio: Os trabalhadores estavama comer (= comendo). / Estavam acantar (= cantando).

4 — Nos demais casos de preposi-ção (ou locução prepositiva) mais in-finitivo, é opcional flexionar ou não oinfinitivo. Quando ela vier antes doverbo principal, é preferível usar aforma flexionada: Por serem milioná-rios, tudo lhes parecia barato. / Paranos mantermos em forma, fazemosginástica diariamente. Quando colo-cados depois, prefira a forma não fle-xionada: Viemos aqui para cumpri-mentar o ancião. / Aceitaram o tra-balho sem hesitar.

Observações finais

1 — Use o bom senso e o ouvido: oritmo da frase, a eufonia e a clareza emmuitos casos se sobrepõem a qualquerregra, neste assunto.

2 — Em caso de dúvida, siga esteconselho do gramático NapoleãoMendes de Almeida: “Devemos limi-tar a flexão do infinitivo aos casos dereal necessidade de identificação doseu sujeito. Não verificada essa neces-sidade, deixemos intacto o infiniti-vo.”

Infligir, infringir. Infligir significa apli-car (pena, repreensão, derrota) a al-guém: O destino lhe infligiu severosreveses. / O juiz infligiu pesada puni-ção ao réu. Infringir equivale a violar,transgredir, desrespeitar: Infringiu o

146Infligir, infringir Infligir, infringir

Page 147: Manual de Redação e Estilo do Estadão

regulamento. / Sua atitude infringiaas normas da boa conduta.

Informar. Regência. 1 — Informar al-guém: O jornal existe para informaros leitores. / Nós os informamos. 2 —Informar de alguma coisa: Ele infor-mou das mudanças no Imposto deRenda. 3 — Informar alguém de ousobre alguma coisa: Os funcionáriosinformaram o chefe das (sobre as) al-terações. / Informaram-no das (sobreas) novas normas. 4 — Informar algu-ma coisa a alguém: Nós lhe informa-mos que chegaríamos cedo. / O go-verno informou à população que opaís não entraria na guerra. 5 — In-formar, apenas (intransitivo): Bem oumal, todo jornal informa. / O rádio ea televisão também informam. 6 —Informar-se de ou sobre alguma coisa:Ele se informou dos (sobre os) acon-tecimentos. / Convém que todos seinformem sobre as novas normas. 7— O que não se pode é atribuir doisobjetos diretos ao verbo, como nesteexemplo real: O documento informa-va os moradores “que” (o certo: deque) seus imóveis deveriam ser res-taurados.

Informática. Mantenha nos limites dainformática o uso de palavras comoacessar, inicializar, deletar, printar,etc. Por isso, não escreva que alguém“acessou” uma rodovia, “iniciali-zou” um processo”, “deletou” umaimagem, “printou” um folheto, etc.

Infra... Hífen antes de vogal, h, r e s:infra-assinado, infra-estrutura, infra-humano, infra-ocular, infra-renal,infra-som. Nos demais casos: infraci-tado, infravermelho, infradotado.

Infravermelho. Plural: infravermelhos.Infringir. Ver infligir, página 146.Ingerir. Conjuga-se como aderir (ver,

página 32): ingiro, ingeres; ingeria; in-geri; ingerira; ingerirei; ingeriria; queeu ingira; se eu ingerisse; ingere tu, in-geri vós; ingerido; etc.

Inglaterra. 1 — O prefixo que entra naformação de adjetivos pátrios é anglo

(anglo-brasileiro, anglo-saxões). 2 —Inglaterra não é o mesmo que Grã-Bretanha (esta inclui, além da Ingla-terra, a Escócia e o País de Gales) nemque Reino Unido (conjunto formadopela Inglaterra, País de Gales, Escóciae Irlanda do Norte).

Inglês. a) Palavras parecidasTome cuidado, nas traduções, com

algumas palavras que, em inglês, têmsentido diferente do que aparentamou apresentam primordialmente osignificado incluído entre parênteses:absolutely (certamente), abstract (re-sumo), actually (realmente), adept(competente, conhecedor), antic (ex-travagante), apologize (desculpar-se),apparatus (aparelhagem), appeal(atrair), appoint (estabelecer), ap-pointment (encontro), assume (pres-supor), balance (pesar, equilibrar),bargain (pechincha), casualties (per-das, baixas), cellar (adega), cigar (cha-ruto), cigarette (cigarro), comics (qua-drinhos), commodity (produto primá-rio), copy (exemplar), disparate (di-verso), disprove (refutar), educate(instruir), eventually (por fim, final-mente), exit (saída), exquisite (re-quintado), finally (completamente),gas (gasolina), genial (amável), inju-ries (prejuízos, ferimentos), just (mal,apenas), lecture (conferência, discur-so), library (biblioteca), liquor (bebi-da alcoólica), luxury (luxo), memories(recordações), morose (rabugento), of-ficer (oficial), official (funcionário),panel (caixilho), parents (pais), pena-lize (punir), physic (medicina), physi-cian (médico), policy (prudência, po-lítica, apólice), pork (carne de porco),prejudice (preconceito), prescription(receita médica), pretend (fingir),push (empurrar), realize (perceber),record (registrar, gravar), relatives (pa-rentes), remark (ponderar), retire(aposentar-se), scholar (pessoa ilus-trada), spirits (bebidas alcoólicas) etub (banheira).

147Informar Inglês

Page 148: Manual de Redação e Estilo do Estadão

b) Formação do pluralNa maior parte dos casos, simples-

mente se acrescenta um s à palavra.Em outros, porém, pode haver dúvi-das:

1 — Palavras terminadas em s, x,z, ch e sh — acrescenta-se es: buses,boxes, buzzes, churches, flashes.

2 — Palavras terminadas em y pre-cedido de vogal — acrescenta-se s:boys, days, attorneys.

3 — Palavras terminadas em y pre-cedido de consoante — o y converte-se em ies: lobbies, parties, royalties,copies, commodities.

4 — Palavras terminadas em o pre-cedido de vogal — acrescenta-se s:trios, taboos, folios.

5 — Palavras terminadas em o pre-cedido de consoante — em geral,acrescenta-se es: potatoes, negroes,echoes, heroes, tomatoes, mosqui-toes. Algumas exceções: pianos,egos, twos.

c) Particularidade1 — O qualificativo que acompa-

nha certos nomes próprios em inglês,diferentemente do português, não vaientre vírgulas: Billy the Kid, Cathe-rine the Great, Irma la Douce, Jackthe Ripper.

...inho. Ver diminutivos, página 96.Iniciais. 1 — Com espaço e ponto nos

nomes próprios: O. J. Simpson (e nãoO.J. ou OJ), T. S. Eliot. 2 — Sem es-paço, mas com ponto e sempre emnegrito na indicação colocada no pédos textos do jornal: J.S., C.H.M.

Iniciar. 1 — Nunca use as formas tor-neio “inicia” hoje, copa “inicia”hoje, censo “inicia” hoje, privatiza-ção da Vela “inicia” em fevereiro.Alguma coisa inicia-se (ou começaou principia): Convenção do PMDBinicia-se hoje. 2 — Inicia exige sem-pre um agente: Governo inicia co-brança do Imposto de Renda. 3 —Iniciar pode ainda pedir dois comple-mentos: Sempre que pode, inicia osamigos nas artes marciais.

Inserido, inserto. Se os auxiliares foremter e haver, use inserido: Tinha inse-rido seu nome na lista. / Haviam in-serido novos conceitos na economia.Com ser e estar (ou demais verbos deligação), empregue inserto: Seunome estava inserto na lista. / Osanúncios foram insertos em jornaise revistas.

Insolvência. Use este termo para pes-soas físicas (e não falência).

Inspira cuidados. Lugar-comum. Digaque o estado da pessoa é delicado ougrave.

INSS. A sigla significa Instituto Nacio-nal do Seguro (e não “de Seguridade”)Social.

Instigante. Evite. Tornou-se modismo.Intenções. Nunca atribua intenções a

animais que ajam movidos exclusi-vamente pelo instinto. Por isso, nãotêm sentido textos como: Tubarõesmal-intencionados cercavam o náu-frago. / Os cães impiedosos ataca-ram o menino. / Os insetos comeramos livros e cadernos de uma estanteda casa, mas tiveram o cuidado dedeixar as capas intactas. / Todos osgatos são mal-agradecidos. E só es-creva que um macaco ciumentoagrediu o menino se algum veteriná-rio ou especialista confirmar a exis-tência desse tipo de sentimento noanimal.

Da mesma forma há condiçõesque as coisas inanimadas ou fenôme-nos da natureza e da vida não podemapresentar: Na segunda explosão, alaje não teve escapatória e reben-tou. / Só o céu não compartilha destesentimento tão nobre na passagemdo ano. / A frente fria insiste em pro-vocar chuvas. / Adolescentes sãonovo alvo da epidemia de aids. Sópessoas podem ter escapatória, com-partilhar sentimentos, insistir emalgo ou escolher um alvo.

148...inho Intenções

Page 149: Manual de Redação e Estilo do Estadão

149

Inter... Hífen antes de h e r: inter-helê-nico, inter-humano, inter-racial,inter-relação. Atenção: interrogató-rio, interrupção, interromper e outrasna mesma condição não seguem aregra porque derivam diretamente daforma latina correspondente. Nos de-mais casos: interamericano, interes-tadual, interinsular, interoceânico,interurbano, intermunicipal, inter-sindical.

Intercessão, interseção. Intercessão —intervenção: a intercessão da mãeem favor do filho; interseção — corte,cruzamento: a interseção de duasretas, de duas estradas.

Interessar. Regência. a) Interessar a al-guém: Tudo lhe interessa. / A propos-ta não interessa ao país. / O empatenão interessa a nenhum dos doistimes. b) Interessar alguém em algu-ma coisa: Interessou o irmão na em-presa. / Interessei-o naquele negócio.

Ínterim. E não “interim” (ím).Interior. Inicial minúscula: o interior

(de São Paulo ou do Brasil), o interiorde São Paulo, o interior do Brasil.

Intermediar. Conjuga-se como odiar(ver, página 203): intermedeia, inter-medeiam, intermedeie, etc.

Internacional. O Internacional, quandose tratar do time de Porto Alegre(Sport Club), e a Internacional, para oclube de Limeira (Associação Atléti-ca). A equipe de Milão também é fe-minina: a Internazionale. Nos trêscasos, admite-se a forma reduzidaInter.

Interrogado. São corretas as formas in-terrogado sobre e interrogado se.

Interseção. Ver intercessão, nesta pági-na.

Intertítulos. 1 — Use intertítulos a cada20 linhas cheias dos textos noticio-sos, para torná-los graficamente maisagradáveis e menos pesados.

2 — O intertítulo pode ser apenasuma palavra, uma locução ou mesmouma frase. Evite apenas que seja

longo, para que a linha não se quebreem duas.

3 — O intertítulo sempre pode aju-dar o texto a dizer alguma coisa; evite,dessa forma, intertítulos extrema-mente genéricos como explicação,desmentido, preparativos, lança-mento, medo, surpresa, divisa. Veja,ao contrário, intertítulos mais explí-citos: bancada coesa, amigo do go-verno, tarefa urgente, cai o mito.

Interveio. E nunca “interviu” (passadodo verbo intervir).

Intervindo. Forma comum ao gerúndioe particípio de intervir: O governo es-tava intervindo (interferindo) nos as-suntos dos cidadãos. / O governotinha intervindo (interferido) nos as-suntos dos cidadãos (e nunca “inter-vido”).

Intervir. Conjugação. Pres. ind.: Inter-venho, intervéns, intervém, intervi-mos, intervindes, intervêm. Imp.ind.: Intervinha, intervinhas, intervi-nha, intervínhamos, intervínheis, in-tervinham. Pret. perf. ind.: Intervim,intervieste, interveio, interviemos,interviestes, intervieram. Fut. pres.:Intervirei, intervirás, intervirá, inter-viremos, intervireis, intervirão. Fut.pret.: Interviria, intervirias, intervi-ria, interviríamos, interviríeis, inter-viriam. Pres. subj.: Intervenha, inter-venhas, intervenha, intervenhamos,intervenhais, intervenham. Imp.subj.: Interviesse, interviesses, inter-viesse, interviéssemos, interviésseis,interviessem. Fut. subj.: Intervier, in-tervieres, intervier, interviermos, in-tervierdes, intervierem. Imper.afirm.: Intervém, intervenha, inter-venhamos, intervinde, intervenham.Ger.: Intervindo. Part.: Intervindo.

Inter vivos. Desta forma.Intra... Hífen antes de vogal, h, r e s:

intra-auricular, intra-ocular, intra-uterino, intra-hepático, intra-raqui-diano, intra-segmentar. Nos demaiscasos: intracraniano, intramuscular,intravascular. Observação. O Voca-

Inter... Intra...

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bulário Ortográfico da Língua Portu-guesa, da Academia Brasileira de Le-tras, registra com hífen o advérbio la-tino intra-muros.

Intuito. Sem acento (pronuncia-se in-túito).

Invés. 1 — A locução ao invés de indi-ca situação contrária, oposição: Aoinvés de entrar, saiu. / Ao invés debaixar, o preço subiu. 2 — Em vez deé que significa em lugar de: A dona decasa, em vez de ovos, comproucarne. / Em vez de sentar-se na cadei-ra, preferiu o banco. / Paguei 1.000reais em vez de 800. 3 — Em vez depode ser usada nos dois casos (oposi-ção e substituição), enquanto ao in-vés de só admite a idéia de ao contrá-rio de.

Investigar. Alguma coisa é investigadae não alguém: Investigou os atos dojornalista (e não “investigou o jorna-lista”).

Investir. Regência. 1 — Investir contra:O cachorro investiu contra a multi-dão. / O herege não parava de inves-tir contra a Igreja. 2 — Investir al-guém em ou de: O presidente inves-tiu o correligionário no cargo de mi-nistro. / O governo o investiu de po-deres. 3 — Investir alguma coisa em:Investira muito dinheiro na empresa.4 — Investir, apenas: O touro prepa-rava-se para investir. / Há empresasque não sabem a hora certa de inves-tir. 5 — Investir-se em: Não via a horade se investir no cargo.

Invólucro. E não “envólucro”.Íon. Plural: íons.Ir. Conjugação. Pres. ind.: Vou, vais,

vai, vamos, ides, vão. Imp. ind.: Ia,ias, ia, íamos, íeis, iam. Pret. perf.ind.: Fui, foste, foi, fomos, fostes,foram. M.-q.-perf. ind.: Fora, foras,fora, fôramos, fôreis, foram. Fut.pres.: Irei, irás, irá, iremos, ireis, irão.Fut. pret.: Iria, irias, iria, iríamos,iríeis, iriam. Pres. subj.: Vá, vás, vá,vamos, vades, vão. Imp. subj.: Fosse,fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fos-

sem. Fut. subj.: For, fores, for, formos,fordes, forem. Imper. afirm.: Vai, vá,vamos, ide, vão. Ger.: Indo. Part.: Ido.

Ir (tempo). Fica invariável nas expres-sões de tempo, quando seguido depara, por ou em: Vai para seis anosque chegou a São Paulo. / Ia por umadécada que havia partido. / Já vai emdez anos que se retirou do país. Nosdemais casos, o verbo ir flexiona-senormalmente: Já lá vão cinco diasque ele partiu.

Ir a, ir de. Ir a cavalo, ir a pé; no entan-to, ir de automóvel, de ônibus, decarro, de avião, de trem, de navio, etc.

Ir a, ir para. Ir a indica curta permanên-cia, enquanto ir para dá idéia de des-tinação, demora: Vai a Paris (vai evolta logo) este mês; vai para Paris nofim do ano (vai e fica, pelo menosalgum tempo). / Vai para Campos doJordão nas férias; vai a Campos doJordão esta semana.

“Irá participar”. É a flexão vai, e não irá,que se usa com o infinitivo para for-mar o futuro: Caso reforme o contra-to, o jogador vai participar (e não iráparticipar) dos treinamentos. / O pre-sidente eleito vai visitar (e não irá vi-sitar) outros países antes da posse. /O executivo vai trabalhar (e não irátrabalhar) com as equipes de opera-ções diárias do grupo.

A razão: o vai foi usado pelos escri-tores para substituir o futuro simples(irá, fará, dirá, participará), que mui-tos consideram pouco eufônico. Iráparticipar é futuro da mesma formae equivale a participará, exatamentea forma que se quer evitar.

Ir a votação. Sem crase: O projeto vai avotação até o fim do ano.

Ir de. Ver ir a, ir de, nesta página.“Ir em”. Para indicar deslocamento, o

que se usa é ir a: Foi ao cinema (e não“no cinema”). / Prometeu ir amanhãà festa (e não “na festa”).

Ir indo. Ir pode ser auxiliar de si próprio:ia indo, íamos indo, vou indo.

150Intuito Ir indo

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Irlanda. A independente é a Repúblicada Irlanda (não use Eire) e a que fazparte do Reino Unido, a Irlanda doNorte.

Ir melhor, ir pior. Melhor e pior, nocaso, ficam invariáveis: Os negóciosagora vão melhor (ou pior) que antes.E nunca “vão melhores” ou “vão pio-res”. Igualmente: Eles vão bem. / Elesvivem melhor.

Ir para. Ver ir a, ir para, página 150.Ir pior. Ver ir melhor, nesta página.Irradiar-se. Alguma coisa se irradia e

não irradia, apenas: Seu otimismo ir-radiou-se rapidamente. / O som irra-diou-se pela casa.

Irregular. Irregular é a situação da pes-soa e não ela própria. Assim: Imigran-tes em situação irregular serão depor-tados (em vez de: Imigrantes “irregu-lares” serão deportados).

...isar/...izar. 1 — Os verbos com isarsão os que têm o grupo is + vogal nosubstantivo: analisar (análise), cata-lisador (catálise), frisar (friso), avisar(aviso), paralisar (paralisia), revisar(revisão). 2 — Nos verbos em izar,não há esse grupo (is + vogal): civili-zar, moralizar, exorcizar, dinamizar,batizar, balizar, etc.

Isentado, isento. Use isentado comoparticípio (com ter, haver, ser e estar)e isento como adjetivo: Tinha (havia)isentado, foi isentado, estava isento.

Iso... Liga-se sem hífen ao termo seguin-te: isoaxial, isocianeto, isoenergéti-co, isoimunização, isorresistência,isossilábico.

Israelense, israelita. Israelense — natu-ral ou habitante de Israel: comandosisraelenses, ataques israelenses, osisraelenses; israelita — relativo à re-ligião judaica ou ao povo de Israel (nosentido bíblico): templos israelitas,tradições israelitas.

...issar. Use essa forma (e não isar) emtodos os verbos que indiquem pousarou descer: aterrissar, amerissar, alu-

nissar. Da mesma forma: aterrissa-gem, alunissagem, etc.

Isso. Ver este, esse, aquele, página 117.Isso, disso. 1 — É pobreza de expressão

o abuso de isso e disso. Sempre quepossível, substitua essas formas poresse ou desse mais substantivo: Oeconomista evitou referir-se às con-seqüências políticas disso (desse fato,dessa disposição). / Isso só funcionaem uma direção (essa tendência, essaarticulação). / Um sinal disso (dessaevidência, desse aspecto) foi... 2 —Admite-se, no entanto, como normalo uso de isso em frases como: Isso, éevidente, não significa que... / Todossabem que isso representa muitopara o País.

Isto. Ver este, esse, aquele, página 117.Itália. Elemento para a formação de ad-

jetivos pátrios: ítalo (ítalo-brasileiro,ítalo-franco-americano).

Itálico. Ver destaques, página 93.Ítalo... Existe hífen quando a palavra

final é um adjetivo pátrio: ítalo-bra-sileiro, ítalo-americano, ítalo-sovié-tico. Nos demais casos: italofilia, ita-lófobo, italomaníaco.

Itamaraty. Com y.Item, itens. Sem acento.Iugoslávia. Desta forma, assim como

iugoslavo....izar. Ver ...isar/...izar, nesta página.

Já. 1 — Evite o emprego de já, especial-mente nos títulos, como recurso paraaumentar o tamanho da linha. Vejaque em todos os exemplos a seguir ojá não só está mal colocado como éperfeitamente dispensável: Vitória jápreocupa o São Paulo. / Villeneuve jáinicia testes para o GP dos EUA. / Po-lícia já identifica os agressores do de-putado. 2 — Quando indica mudança

151Irlanda Já

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de situação, porém, o já cabe perfeita-mente na frase: Avião particular jánão é privilégio de executivos (era edeixou de ser). / Brasil já é o terceiroprodutor de arroz (passou a ser). / Asmontadoras de carros já aceitamnovos concorrentes. / Terremoto jámatou 600 na Colômbia.

Jabuti, jabuticaba. Com u.Já ... mais. O uso simultâneo de já e

mais constitui redundância, como nafrase Pedro já não é mais o presiden-te da associação. Escreva apenas quePedro já não é o presidente da asso-ciação (muitos autores condenam aforma equivalente Pedro não é maiso presidente da associação, tachando-a de galicismo). Igualmente: Já não hásolução.

Japão. Elemento para a formação de ad-jetivos pátrios: nipo (nipo-brasileiro,nipo-europeu).

Javali. Feminino: javalina (prefira) e gi-ronda.

Joelhos. De joelhos, no plural.Jogos de palavras. São muito raros os

casos de jogos de palavras ou trocadi-lhos que se justifiquem em jornal.Quase invariavelmente, eles soam deforma artificial e forçada. Ou, por as-sociação de idéias, se repetem nomesmo dia em jornais diferentes,numa demonstração de falta absolutade originalidade.

Veja alguns exemplos de frases degosto duvidoso, para dizer o mínimo:Nudistas querem espírito despido depreconceitos. / Cachorro frio ajudamédicos (cães foram congelados paraexperiência). / O prato de resistênciado almoço foi a sucessão presiden-cial. / A sapateira Joana da Silva, quenão dá passo maior que a perna,tenta agora colocar um pé nos Jar-dins. / Até hoje os plantadores decana só colheram prejuízos. / Raul deSouza põe a boca no trombone (trata-se de um trombonista). / Sílvio San-tos vem aí para prefeito. / Telefonesestão no fim da linha. / Seis cordas

dão o Tom (violonista grava músicasde Tom Jobim). / Zagalo aposta na es-querda para estrear na Copa com o pédireito. / Pista de kart dá velocidadeao lazer na Mooca. / Chapelarias re-sistem e ainda fazem a cabeça. / Ofutebol brasileiro torna-se cada vezmais exportador de pé-de-obra.

Eis, ao contrário, jogos de palavrasaceitáveis: Ao prefeito, com cari-nho. / Tudo pelo tributário. / O Cida-dão Welles. / À procura do encantoperdido.

Em dúvida, não hesite: é preferíveluma boa imagem ou título “tradicio-nal” a um jogo de palavras pretensa-mente criativo que só comprometa otexto do jornal.

Jogral. Feminino: jogralesa.Jornada. É a duração do trabalho diário.

Por isso, não existe “jornada semanal”nem “mensal”.

Judeu, judiação, judiar, judiaria. Usejudeu apenas para designar o naturalde Israel ou aquele que professa a re-ligião judaica. Nunca empregue a pa-lavra no sentido popular ou pejorati-vo de agiota e usurário. Da mesmaforma, substitua judiar por maltratare judiação e judiaria por maus-tratosou equivalente.

Júnior. Plural: juniores (ô).Junto. A forma vai depender do sentido

da frase: a) Adjetivo. Concorda com osubstantivo: As irmãs estavam jun-tas. / Encontrei os amigos juntos. /Segundo a carta junta... b) Advérbio.Fica invariável e modifica o verbo:Junto remeto a folha de pagamento. /Envio junto os dois relatórios. c) Lo-cução. Pode ser junto a, junto de oujunto com: Estava junto do pai. / Ascasas ficavam junto do mercado. /Construiu o edifício junto à estação. /Saiu junto com o tio. / Levei-os juntocomigo.

Junto a. 1 — Atenção para o uso indevi-do da locução. Ninguém compra algojunto a, faz entendimentos junto a,encaminha pedidos junto a, pede

152Jabuti, jabuticaba Junto a

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providências junto a, mantém nego-ciações junto a e muito menos adqui-re o passe de um jogador junto a outrotime ou toma um atleta emprestadojunto a. Use a preposição que o verboexigir: Estava em negociações com oBanco do Estado (em vez de “juntoao”). / Pediu o empréstimo ao BNDES(em vez de “junto ao”). / Adquiriu doVasco o passe do jogador (e não“junto ao”). / Encaminhou a solicita-ção ao governo do Estado (e não“junto ao”). / Solicitou providênciasdas (em vez de “junto às”) autorida-des / Entrou com o recurso no Tribu-nal de Justiça (em vez de “juntoao”). / A decisão repercutiu mal entreos brasileiros (em vez de “juntoaos”). / As cotas do fundo não pode-rão ser cobradas do governo (em vezde “junto ao”). 2 — Junto a, no entan-to, pode equivaler a adido a: O embai-xador brasileiro junto ao Vaticanodeixa o cargo amanhã.

Junto com. Redundância. Use com, ape-nas: Os empresários participaram dainiciativa com (e não “junto com”) ossindicalistas. / Saiu com (e não“junto com”) o diretor.

Jurar. 1 — Significa prometer solene-mente: Jurou dizer somente a verda-de. 2 — Seu uso como garantir, pro-meter é modismo a evitar: O jogadorgarantiu (e não “jurou”) que nãotinha nenhum problema. / “Voufazer o que puder para vencer”, pro-meteu (e não “jurou”).

“Justiçar”. Só em citações (entre aspas)pode ser usado como sinônimo dematar ou executar.

“Justiceiro”. No caso do matador porencomenda ou por conta própria, usea palavra sempre entre aspas, no títu-lo, ou, no texto, seguida de explica-ções como: Um “justiceiro” (assassi-no profissional) foi o autor...

“Justificar que”. Justifica-se algumacoisa, mas não se justifica que.

Justo. Evite o anglicismo. Use justa-mente, e não “justo”, em frases co-

mo: Justamente agora (em vez de jus-to agora) ele perdeu o emprego. / Odeputado anunciou que ia sair can-didato justamente (e não justo) naterra do maior adversário. Ou seja,sempre que justo puder ser substituí-do por justamente, é esta palavra quese deve usar.

Kafka. a) Nunca diga que Kafka escre-via em checo. Ele usou o alemão emseus livros. b) O adjetivo é kafkiano enão “kafkaniano”.

Kibutz. Plural: kibutzim.“Kilo...”. O certo é quilo...: quilograma,

quilohertz, quilômetro, quilowatt. Aabreviatura é que é com k: kg, kHz,km, kW.

km. Como toda abreviatura do sistemamétrico, km (de quilômetro) não templural nem ponto. Por isso, use km,sempre em minúsculas, para quilô-metro e quilômetros (“KM”, “Km” e“kms” não existem).

Köln. Use em português: Colônia.Kubitschek. Desta forma.

“Labaredas de fogo”. Redundância. Nãouse.

Lady. Não use artigo antes de lady:Ficou encantado com lady Diana.

Lagoa. Inicial maiúscula: Lagoa dosPatos.

Largo. Inicial maiúscula: Largo da Con-córdia.

Lança-perfume. Palavra masculina: umlança-perfume, os lança-perfumes.

153Junto com Lança-perfume

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“Lançar novo”. Redundância: tudo quese lança é novo.

Lateral... Com hífen no futebol: lateral-direito, lateral-esquerdo (jogador), la-teral-direita e lateral-esquerda (posi-ção).

Latino... Existe hífen nos adjetivos pá-trios: latino-americano. Nos demaiscasos: latinófilo, latinofobia, latino-mania.

Latir. Conjugação. Só tem as formas emque ao t se segue e ou i: latem, latiu.Admite apenas a 3ª pessoa (singular eplural).

Lato sensu. Desta forma.Leads. O lead é a abertura da matéria.

Nos textos noticiosos, deve incluir,em duas ou três frases, as informa-ções essenciais que transmitam aoleitor um resumo completo do fato.Precisa sempre responder às questõesfundamentais do jornalismo: o que,quem, quando, onde, como e por quê.Uma ou outra dessas perguntas podeser esclarecida no sublead, se as de-mais exigirem praticamente todo oespaço da abertura.

Graficamente, recomenda-se que olead tenha no máximo 4 a 5 linhas de70 toques. Nada impede, porém, queocupe uma ou duas linhas, apenas,em casos excepcionais ou quando setratar de informações de impacto.Mais que nas demais partes do texto,o lead deve ser objetivo, completo,simples e, de preferência, redigido naordem direta.

Todas as demais recomendaçõesfeitas a respeito do texto jornalísticovalem especificamente para o lead (aspalavras estranhas ou desconhecidasdeverão ser sempre explicadas; rebus-camentos não têm vez na abertura; ofato que constitui o lead deve sernovo; use frases curtas; procure darum ritmo adequado à frase e, princi-palmente, jamais construa leads deum único período).

1 — ObjetividadeVeja exemplos de leads objetivos e

diretos:

As mulheres se envolvem cadavez mais no tráfico e uso de cocaínae crack em São Paulo. Os dados, di-vulgados ontem pela polícia paulis-ta, revelam que, das 980 pessoas pre-sas em flagrante no ano passado, 229eram mulheres. “Elas começam afumar crack ou a cheirar cocaína emfestas com os amigos ou namora-dos”, revelou o delegado FernandoVilhena. “Quando o fornecedor desa-parece, passam a roubar e a fazer detudo para conseguir a droga.”

A que foi classificada como “a ne-vasca do século” nos Estados Unidosmatou pelo menos 100 pessoas e blo-queou aeroportos, estradas e edifí-cios com uma camada de até 80 cen-tímetros de neve. A tempestade obri-gou as autoridades a fechar seis aero-portos e a declarar estado de emer-gência em seis Estados. Em NovaYork, 18 pessoas ficaram intoxicadaspelo monóxido de carbono: o geloobstruiu os canos de escapamentodos carros.

O ator português Joaquim de Al-meida divide a vida entre seus apar-tamentos em Lisboa e Nova York e oscenários de dezenas de partes dife-rentes do mundo. Tem carreira feitano cinema europeu e norte-america-no e fechou o ano com uma satisfa-ção especial. Adão e Eva, filme 100%português dirigido pelo amigo Joa-quim Leitão, rompe com a lingua-gem do cinema lusitano e, em umasemana, bateu um recorde no país:foi visto por 30 mil pessoas.

Nos três casos, todas as informa-ções importantes constam da abertu-ra e qualquer pessoa que tivesse lido

154“Lançar novo” Leads

Page 155: Manual de Redação e Estilo do Estadão

apenas essas linhas já estaria razoa-velmente informada sobre o assunto.

2 — BurocráticosEm muitos casos, porém, os leads

limitam-se a descrever a notícia bu-rocraticamente, sem a menor preo-cupação de fornecer ao leitor, logo noinício, as informações essenciais refe-rentes ao fato. Veja um exemplo:

Policiais de Osasco, na GrandeSão Paulo, esclareceram ontem o de-saparecimento de Margarida Almei-da de Souza, de 19 anos, filha de umempresário da cidade. No começo demarço, ela saiu de casa para morarcom o namorado Álvaro de AndradeSilva, de 23 anos, viciado em cocaí-na e maconha, e não deu mais notí-cias.

Como se pode verificar, o lead ter-mina sem que o leitor tenha a menoridéia do que havia acontecido com ajovem. O texto real seria este:

Filha de um empresário de Fran-cisco Morato, na Grande São Paulo,e desaparecida desde março, Marga-rida Almeida de Souza, de 19 anos,foi morta pelo namorado, Álvaro deAndrade Silva, de 23 anos, em Mira-catu, no Vale do Ribeira. Silva, presoanteontem por policiais de Osasco,alegou ter cometido o crime porquequeria voltar a morar com a mulhere Margarida ameaçava denunciá-lopor causa do envolvimento dele comdrogas.

Repare em outras aberturas total-mente desprovidas de interesse, masnas quais sempre haveria detalhesmais importantes para despertar aatenção do leitor ou informaçõesmais consistentes a antecipar:

Repercutiu intensamente ontemem todo o País a aprovação pelo Con-gresso da reforma da Previdência. / O

presidente brasileiro chegou ontem aParis para uma visita de quatro diasà França. / A Federação Nacional dosBancos divulgou ontem os valoresdas novas tarifas que os bancos pas-sarão a cobrar dos clientes a partir dapróxima semana. / O governador deSão Paulo está sendo aguardadoamanhã, às 10 horas, na AssembléiaLegislativa, para falar aos deputadosa respeito das dívidas do Banespa. /Acontece hoje, às 21 horas, no Bar doAlemão (Avenida Antártica, 554,Pompéia, zona oeste de São Paulo, te-lefone 011/871-4745), a festa de lan-çamento do CD Todas as Vidas.

3 — Repercussões e suítesNas repercussões ou suítes do no-

ticiário, abra a notícia sempre com ofato mais importante e não diga ape-nas que houve repercussão ou o fatoprosseguiu. Nunca escreva, por exem-plo:

A denúncia publicada ontem peloEstado, de que parte do equipamen-to destinado às obras da Hidrelétri-ca de Mata Cerrada veio de umausina desmontada dos Estados Uni-dos, repercutiu amplamente na ses-são do Congresso. O deputado Lucia-no Machado (PDV-SP) chegou a pro-por o bloqueio dos bens e a prisão ad-ministrativa dos responsáveis pelasua construção.

Veja como montar o lead da reper-cussão:

O deputado Luciano Machado(PDV-SP) propôs ontem o bloqueiodos bens e a prisão administrativados responsáveis pela construção daHidrelétrica de Mata Cerrada. O par-lamentar tomou a decisão como con-seqüência das denúncias do Estado,publicadas ontem, de que parte doequipamento veio de uma usina des-montada dos Estados Unidos.

155Leads Leads

Page 156: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Eis outro mau exemplo da suíte deum noticiário:

Durante quase seis horas, oito tes-temunhas prestaram depoimentoontem no 15º Distrito Policial, no in-quérito que apura o caso do comer-ciante João dos Santos, acusado deter matado com um pontapé o ven-dedor ambulante Carlos Augusto deMorais, na Avenida Cidade Jardim,sábado passado. O delegado MarcosLuís de Almeida, que preside o in-quérito, e o promotor José Carlos Fi-gueira, designado especialmentepara o caso, ouviram os relatos e fi-zeram muitas perguntas às testemu-nhas.

O lead termina e o leitor sabe ape-nas que oito testemunhas depuseram.Quem lesse a notícia até o fim,porém, teria imediatamente à dispo-sição o verdadeiro lead: dos oito de-poimentos, apenas o da noiva do co-merciante tentava defendê-lo. Todosos demais o acusavam pela morte doambulante. Era isto que a abertura de-veria afirmar:

Das oito testemunhas ouvidasontem pela polícia, sete apontaram ocomerciante João dos Santos comoresponsável pela morte do vendedorambulante Carlos Augusto de Mo-rais, sábado, na Avenida Cidade Jar-dim. Apenas a noiva do acusado,Maria da Conceição, tentou isentá-lode culpa. Segundo os depoimentos,Morais matou a vítima com um pon-tapé na cabeça. O delegado MarcosLuís de Almeida, que preside o in-quérito, e o promotor José Carlos Fi-gueira, designado especialmentepara o caso, ouviram as testemunhasdurante seis horas.

Ao contrário, leia um lead sobre arepercussão de fato abrangente noqual o leitor tem uma idéia global de

como as fontes consultadas recebe-ram a notícia:

Empresários e líderes sindicais deSão Paulo, Rio, Porto Alegre e BeloHorizonte dividiram ontem suas opi-niões a respeito do novo pacote fis-cal: alguns o consideraram “razoá-vel”, mas houve quem o qualificassede “caça-níqueis”, como o presiden-te do Sindicato X, João de Almeida.

4 — Falta de informaçõesHá leads que não apenas deixam de

tratar o fato de forma direta, comopecam por omitir informações essen-ciais. Veja o exemplo:

Ontem à noite, depois de uma reu-nião de quatro horas, a direção doSindicato dos Trabalhadores em Ho-téis de Foz do Iguaçu aceitou umacontraproposta do sindicato dos em-presários que poderá evitar a greveda categoria que paralisaria a cidadeque, nesta época do ano, recebe mi-lhares de turistas.

O texto já começa mal, com com-plementos que poderiam estar depoisda oração principal, e não diz simples-mente, nas linhas iniciais, em queconsiste a contraproposta que podeevitar a greve.

5 — “Humanos”A abertura das matérias ditas “hu-

manas” está entre as mais difíceis deredigir. Exige criatividade e muitocuidado para que o texto não tangen-cie o pieguismo. Estes são dois bonsexemplos de leads “humanos”:

Carlos Ramalho beijou a poça deágua em que pisou assim que desceudo ônibus, na plataforma 75 do Ter-minal Rodoviário do Tietê. “Quermelhor chegada para um baiano queestá fugindo da seca?” Ele ficou sur-preso na manhã de ontem quandochegou a São Paulo. Chovia e fazia

156Leads Leads

Page 157: Manual de Redação e Estilo do Estadão

muito frio, “coisa rara na terrinha”.Antes de saber para que lado ia, pre-feriu andar um pouco descalço, pi-sando nas poças de água.

Aos 35 anos de idade, o jornalistaHaroldo de Faria Castro já viajoucerca de 1 milhão de quilômetros, vi-sitou 74 países, rodou as Américas abordo de uma velha Kombi e acaboubatendo o recorde de Júlio Verne: deua volta ao mundo em 79 dias, carre-gando a tocha olímpica da paz.

6 — InterpretadosEm casos excepcionais e quando a

matéria realmente o justifique, umaabertura pode deixar de lado os prin-cípios da isenção e objetividade e ad-mitir algum grau de interpretação,como no exemplo seguinte:

A mais significativa vitória de umlobby articulado na atual Consti-tuinte não foi de empresas especiali-zadas e organizadas para esse fim ouos financiados pelas poderosas mul-tinacionais. Foi a do DepartamentoIntersindical de Assessoria Parla-mentar (Diap), que conseguiu a in-clusão, no projeto da Comissão deSistematização, de 38 reivindicaçõesde 9 confederações de trabalhadores,9 federações de funcionários públi-cos de nível nacional, 3 centrais sin-dicais e mais de 300 sindicatos.

7 — IntercalaçõesSe no meio do texto as intercala-

ções exageradas já são condenáveis edesviam a atenção do leitor, no leadtornam-se mais graves, porque podemsimplesmente afastá-lo de toda a ma-téria. Veja dois casos em que os perío-dos deveriam ter sido quebrados emfrases menores:

Quando o ministro-chefe do Esta-do-Maior das Forças Armadas(EMFA), tenente-brigadeiro Alberto

de Souza, deixou claro na reunião doConselho de Desenvolvimento Eco-nômico (CDE), no Palácio da Alvora-da, que os militares não aceitariamnenhuma redução na forma de cál-culo de seus vencimentos que nãoatingisse igualmente os Poderes Le-gislativo e Judiciário, o setor econô-mico do governo federal entendeuque tinha pela frente um problemabem mais sério do que imaginava.

Os dois seqüestradores de Vanes-sa Carla de Oliveira, de 2 anos emeio, que a mantiveram como refémdurante 8 horas, na quarta-feira pas-sada, e a esfaquearam quando a po-lícia iniciava o seu resgate, eram ex-estudantes da Faculdade João Rama-lho, de São Paulo, José Carlos Tanga-nelli, de 26 anos, quartanista de Ad-ministração de Empresas, e VicenteLopes da Silva, aluno do primeiroano de Engenharia de Sistemas.

8 — Não noticiososAberturas não noticiosas também

exigem habilidade, a exemplo das“humanas”, porque o redator não estálidando com fatos, nos quais a hierar-quia da informação já se estabelece demaneira mais ou menos automática.Por isso, é preciso sempre levar ao lei-tor o ponto central da informação demaneira atraente e de forma que eleperceba que não está diante de umanotícia propriamente dita. Veja exem-plos:

Não se sabe a que horas acordam,quantos maços de cigarros fumam,se bebem antes, durante e depois.Mas os romances que produzemcheiram a dinheiro, quase dispen-sam publicidade e invariavelmenteencabeçam as listas dos mais vendi-dos. Nesta página, três exemplos des-ses escritores-vendedores e seusnovos lances: Georges Simenon, Jo-hanna Kingsley e Sydney Sheldon.

157Leads Leads

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Provar a honestidade. Este é o de-safio permanente dos homônimos,vítimas da burocracia da Justiça, daslistas telefônicas e até dos computa-dores do Serviço de Proteção ao Cré-dito. Quando precisam assinar con-tratos, logo surgem os fantasmas dosxarás, que não pagam suas dívidas eacabam dificultando os negócios.

Entregadores domiciliares de piz-zas transformaram-se no alvo prefe-rido de grupos organizados de jovensdelinqüentes da classe média, cujaousadia já preocupa os donos das piz-zarias. Os jovens cercam os entrega-dores e levam as pizzas, o dinheiro e,muitas vezes, também a moto ou abicicleta. Alguns dos comerciantessabem quem são os ladrões, masnada podem fazer contra eles.

9 — O óbvio ou lugar-comumFuja da abertura óbvia ou lugar-

comum, que pode tanto ser aquelaque se repete sempre nas mesmasépocas ou circunstâncias como aque-la que já foi usada tanto que o bomsenso recomenda evitar. Veja algunsexemplos:

Se estivesse vivo, o compositor talestaria completando hoje 90 anos deidade. / Quando fez valer sua in-fluência para embarcar no HérculesC-130 da FAB, o comandante Antô-nio Soares jamais poderia imaginarque aquela era sua última viagem. /O movimento das estradas paulistascomeçou ontem a ficar muito inten-so por causa do feriado prolongadoda Semana Santa. / O movimentodas lojas em São Paulo começa a au-mentar com a aproximação do Natal.

As formas se estivesse vivo ou nãopoderia imaginar já foram usadas aoinfinito nos leads. E a referência aomovimento nas estradas e nas lojas só

repete o óbvio: que ele cresce noNatal e nas vésperas de feriados.

10 — “Criatividade”Fuja a todo custo da falsa criativi-

dade e da tentação de tornar seu leadengraçado ou muito diferente. Lem-bre-se: essas formas são muito difí-ceis de alcançar e o mais que se con-segue, muitas vezes, são exemplos degosto (para dizer o mínimo) discutí-vel como os que se seguem:

Se estivesse vivo, o compositor ita-liano Bellini ficaria feliz ao saber queempresta seu nome ao restauranteque tem a vista panorâmica mais bo-nita de São Paulo. / A nova equipeque o São Paulo montou para estatemporada sofreu ontem o primeiroabalo. O epicentro do terremoto foi ocampo nº 1 do Centro de Treinamen-to. / Se o mosquito Aedes aegyptipensou que ia ter folga nesta prima-vera, preparando seu exército paraatacar no verão, pode tirar os ovinhosda chuva. É que a Sucam iniciarácampanha contra o inseto. / O ven-cedor de Cruzeiro x Palmeiras saihoje do Mineirão gritando: “Soulíder.” A partida tem início às 19horas. / Nem a legislação eleitoral es-capa de drible na terra de Mané Gar-rincha. Em Magé (Grande Rio), o pre-feito do vizinho município de Guapi-mirim, Nélson Costa Mello (PL), 48anos, deu um chapéu na lei que proí-be a reeleição, safou-se de tentativada Justiça de derrubá-lo na entradada área e ficou de cara para o gol nasurnas de 3 de outubro.

Legendas. 1 — A não ser em casosmuito especiais, toda legenda do Es-tado tem uma linha de texto.

2 — Não existe ponto-final na le-genda: Presidente ouve ministro: su-cessão em debate / A defesa conside-rou o capitão “corajoso”: a Justiça de-cidiu que ele é “indigno da farda”.

158Leads Legendas

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3 — As legendas, no Estado, devem,sempre que possível, cumprir duasfunções, simultaneamente: descrevera foto, com verbo de preferência nopresente, e dar uma informação ouopinião sobre o acontecimento. O usode dois-pontos é recomendável, atépor ser um elemento facilitador. Vejaalguns exemplos:

Presidente ouve ministro: suces-são fora de pauta / Joanésia, vale doRio Doce: metade da população estádesabrigada / Moradores reagem:“Queremos as árvores de volta” / Go-vernador responde a governador: crí-ticas contra críticas / Réveillon: re-ceita inclui roupa branca e muitochampanhe / Carmem de Oliveiracruza a linha: primeira brasileira avencer a São Silvestre / Prefeito pro-mete: “Vou criar uma cidade-mode-lo”.

4 — Use sempre informações adi-cionais (esquerda, direita, centro; debigode, de óculos, curvado; etc.) paraque o leitor saiba quem é cada um dospersonagens da foto: Scalfaro (esquer-da) lava as mãos: solução políticapara o caso de Dini (direita) ficarácom o Parlamento / Maria (de óculos)pede providências a Joana (esquerda)e Ismênia (direita) / João dos Santos(abaixado) mostra como Alberto Ro-drigues o atingiu.

5 — É indispensável que o detalhereferido na legenda conste do noticiá-rio, para que ela não se torne uma in-formação solta e sumária no jornalnem deixe dúvidas no espírito do lei-tor. Se a foto apresenta um deputadoem cadeira de rodas, explique o moti-vo na notícia que acompanhar a le-genda. As agências internacionais,por exemplo, fornecem com freqüên-cia fotos desacompanhadas de maté-ria, que se esgotam no flagrante repro-duzido. Caso as informações sejaminsuficientes para fazer parte da notí-cia, transforme-as num texto-legen-da.

6 — Não force conclusões exagera-das. A foto de uma pessoa aparente-mente assustada, sem nada que o jus-tifique (principalmente o texto), de-sautoriza qualquer legenda apressadacomo: Joãozinho no Corinthians: as-sustado com a responsabilidade /Presidente do PMDB não escondepreocupação: destino do partido estáem jogo. O susto de Joãozinho e apreocupação do presidente do partidopodem ser pormenores ocasionais (oumera presunção), sem nenhum fun-damento nos fatos.

7 — Nas legendas nas quais o verboda oração principal esteja no presen-te, a palavra ontem obviamente sópode figurar na oração acessória, emque o verbo no passado descreve a cir-cunstância do fato: Deputados dei-xam o plenário, no fim da sessão comque o Congresso abriu ontem a novalegislatura / Josuel sobe para o rebo-te, no jogo em que o Brasil venceu aArgentina ontem no Ibirapuera por101 a 98.

Assim, estão erradas as formas:Deputados deixam ontem o plená-rio / Deputados deixam o plenárioontem / Josuel sobe ontem para o re-bote / Josuel sobe para o rebote, on-tem.

8 — Mesmo nas legendas de umacoluna é sempre possível incluir algu-ma coisa mais que o simples nome dapessoa retratada: Mafalda: trabalhogratuito / Osmar: fusão em marcha /Prado: quase certo / Steffi: estréiatranqüila.

9 — Duas ou mais fotos publicadaslado a lado podem ter uma única le-genda, com a descrição dos fatos se-guindo rigorosamente a ordem emque as fotos aparecem na página, daesquerda para a direita.

10 — Duas ou mais fotos publica-das em coluna poderão ter uma legen-da única, igualmente, na mais inferiordelas ou legendas individuais, em quepode ser usado o recurso das reticên-cias para indicar que a ação conti-

159Legendas Legendas

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nua na foto de baixo: O assaltanteprepara-se para atirar... /... enquantoos companheiros tomam posi-ção... /... sem perceber o policial ocul-to no banco.

11 — Ilustrações, tabelas, mapas,gráficos, etc., podem ou não ter legen-da, dependendo de esgotarem a infor-mação ou necessitarem de explica-ções adicionais.

12 — Finalmente, evite descriçõesóbvias: Fulano fala ao telefone combeltrano / O deputado deixa o recin-to da Câmara / O São Paulo entra emcampo.

13 — Ver também texto-legenda,página 281.

Legiferar. Sem s, assim como legiferan-te.

Lei. 1 — Inicial maiúscula nas leis ofi-ciais: Lei nº 243, Lei do Passe, LeiÁurea, Lei Orgânica dos Municípios.2 — Inicial minúscula nos demaiscasos: lei de Gerson, lei da oferta e daprocura, lei seca.

Lei Magna. Iniciais maiúsculas. Eviteessa forma, porém.

Lemas. Do brasão do município de SãoPaulo: Non ducor duco (“Não souconduzido, conduzo”). Do brasão doEstado de São Paulo: Pro Brasiliafiant eximia (“Pelo Brasil façam-se asmelhores coisas”). Dos inconfidentes:Libertas quae sera tamen (“Liberda-de ainda que tardia”).

Lembrar (regência). 1 — Lembrar algu-ma coisa: Ele lembrava a mãe. /Todos o lembraram. / A casa lembra-va a da sua infância. 2 — Lembrar al-guma coisa a alguém ou lembrar al-guém de alguma coisa: Eles lhe lem-braram o compromisso. / Lembra-ram-no do compromisso. 3 — Lem-brar-se de alguma coisa: Nunca selembrava de nada. / Lembrou-se deque lhe havia prometido um cargo. 4— Modernamente, já se admite aforma lembrar de: Lembrou de acor-dar cedo. / Lembrou do caso.

Lembrar (significado). Use lembrar ape-nas no seu sentido real, de recordar, enão como sinônimo de dizer, em fra-ses nas quais na verdade ninguémestá lembrando nada, mas apenas afir-mando. E às vezes o que está sendolembrado é tão desconhecido para oleitor que o verbo perde o real signifi-cado. Exemplo: O senador lembrouque, na reunião secreta do partido,sua tese foi condenada. Na verdade,ele está revelando e não lembrando.

Lenda viva. Lugar-comum. Evite.Lenin. Desta forma, sem acento.“Lepra”, “leproso”. Use hanseníase e

hanseniano.Ler. Conjugação. Pres. ind.: Leio, lês, lê,

lemos, ledes, lêem. Pret. perf. ind.: Li,leste, leu, lemos, lestes, leram. M.-q.-perf. ind.: Lera, leras, lera, lêramos,lêreis, leram. Pres. subj.: Leia, leias,leia, leiamos, leiais, leiam. Imper.afirm.: Lê, leia, leiamos, lede, leiam.

Lesa, leso. Não é o verbo lesar, mas oadjetivo leso (redução de lesado) quefigura em diversas palavras compos-tas. Use, então, lesa antes de palavrafeminina e leso com o masculino:lesa-majestade, lesa-pátria, leso-pa-triotismo, leso-direito. Plural: lesas-majestades, lesas-pátrias, lesos-pa-triotismos, lesos-direitos.

Levantar-se. Alguém se levanta, de pre-ferência, e não levanta, apenas: Le-vantaram-se quando ele entrou nasala. / Levanta-se cedo todo dia. / OSol também se levanta.

Lêvedo. Prefira esta forma a levedo (vê).Lhama. Masculino: o lhama.Lhe, lhes. 1 — São formas próprias do

objeto indireto. Substituem a ele, aeles, a você, a vocês: Pedi-lhe (a ele,a você) que saísse. / Nada lhes agra-da (a eles, a vocês). / Tudo isso lhes(a eles, a vocês) diz respeito. / O filhoobedecia-lhe (a ela) em tudo. / Querolhes (a eles, a vocês) dizer umas ver-dades. / Vou lhes (a eles, a vocês)fazer uma proposta. / Soube inspirar-

160Legiferar Lhe, lhes

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lhe (a ele, a ela, a você) confiança. /Agradeço-lhe (a você) o favor. / Cus-tou-lhe (a ele) muito fazer isso. / Jánada lhe (a ele) importava àquela al-tura. / Não lhes (a eles) respondamal. / O cargo só lhe (a ele, a ela) derainsatisfação.

2 — Alguns verbos indiretos nãoadmitem o pronome lhe, como assis-tir (no sentido de estar presente, ape-nas), ajudar, aspirar, presidir e recor-rer: Assistiu a ele (a um jogo, porexemplo). / Ajudarei a você (e não eulhe ajudarei). / Aspirava ao cargo. /Presidiu à reunião (e não presidiu-lhe). / Recorro a você, agora (e não re-corro-lhe, agora). O mesmo ocorrecom verbos de movimento como ir,comparecer, etc.

3 — É errado o uso de lhe quandoo verbo pede objeto direto em frasescomo: Não lhe conheço (o certo: Nãoo conheço). / A namorada “lhe” dei-xou (A namorada o deixou) / Nunca“lhe” vi (Nunca o vi). / Eu “lhes” abra-cei (Eu os abracei). / Eles “lhes” dese-jam (Eles as desejam). / Tentara“lhes” ensinar a viver bem (Tentaraensiná-los a viver bem). / O juiz “lhe”(o) prejudicou. / A derrota vai “fazer-lhes” (fazê-los) meditar. / Queria“lhe” beijar (beijá-la). / Acusou-o de“ter-lhe” (tê-lo) roubado. Note que,no caso, lhe e lhes seriam substituí-dos por ele, eles, ela, elas, você evocês, e não por a ele, a eles, a ela, aelas, a você e a vocês.

Lhe, lhes (possessivo). É consideradobom recurso de estilo o uso de lhe oulhes no lugar de seu, sua, seus, suas:Cumpriu-lhe (a sua) a vontade. / Feri-lhe (a sua) a cabeça. / Um soluço es-capou-lhe (do seu) do peito. / Conhe-ço-lhe (os seus) os vícios. / Consegui-lhe (a sua) a confiança. / Esbarrou-lhe(nas suas) nas costas. / O governofrustrou-lhe (as suas) as esperanças. /As lágrimas que lhe (dos seus) cor-riam dos olhos. / Matei-lhes (deles) afome. / O presidente não quer regime

que lhe (os seus) retire os poderes. /O irmão encheu-lhe (a sua) a xícarade chá.

Libertadores. O nome da taça é Liberta-dores da e não “de” América.

Liderança. 1 — Significa qualidade delíder, espírito de chefia: O projeto foiaprovado pelo voto de liderança. /Todo chefe deve ter boas condiçõesde liderança. 2 — Não use a palavra,porém, para substituir líderes, em fra-ses como: As lideranças (o certo: oslíderes) dos partidos reúnem-se hojecedo no Congresso. / O prefeito resol-veu enfrentar as lideranças (o certo:os líderes) da oposição.

Liderar. Pede sempre complemento.Isto é, quem lidera lidera algumacoisa. Assim, o clube X lidera o cam-peonato, o deputado Y lidera os dis-sidentes, o Brasil lidera os países la-tinos, etc. Nenhum deles lidera, sim-plesmente.

Lied. Plural: lieder.Limite. 1 — Ver fronteira, página 132.

2 — Liga-se com hífen a outro subs-tantivo: condição-limite, situações-limite.

Limpado, limpo. Use limpado com tere haver e limpo com ser e estar: Tinha(havia) limpado, foi (estava) limpo.

Linchamento. Implica a morte da víti-ma. Se esta sobreviver, terá ocorridouma tentativa de linchamento.

Liquefazer, líquido. Sem trema, assimcomo liquefeito, liquefação, liquida-ção, liquidante, liquidatário, liquidá-vel, liquidez, liquidificar, liquidifica-dor, etc.

Lisboeta. Use esta forma para designaro natural de Lisboa.

Lista, listado, “listar”. 1 — Use listatanto para relação como para faixa,tira: a lista de nomes, lista negra,duas listas verticais. Igualmente lis-tado: camisa listada, tecido listado.2 — Listar, que os dicionários não re-gistram, deve ser substituído por re-lacionar ou equivalente. 3 — Reserve

161Lhe, lhes (possessivo) Lista, listado, “listar”

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listagem apenas para a lista feita emcomputador (e não para uma lista ourelação qualquer).

Litoral. Inicial minúscula: o litoral (doEstado ou qualquer outro), o litoralnorte, o litoral sul, no litoral norte doParaná.

Lobby. Plural: lobbies. Formas deriva-das: lobismo e lobista.

Locais de São Paulo. Ver São Paulo (lo-cais), página 260.

Localização. 1 — As notícias da cidadede São Paulo dispensam procedência(não se usa: SÃO PAULO — O cho-que de dois veículos ontem...), masdevem sempre indicar que o fato serealizou na capital. Assim, escreva: Avotação da nova Lei de Zoneamentopela Câmara de São Paulo terminouem tumulto e agressões ontem. / APrefeitura de São Paulo determinoua reforma do Teatro Municipal... / Anova passeata de professores, realiza-da ontem na Avenida Paulista, emSão Paulo, interrompeu totalmente otrânsito dos Jardins. Ou seja, mesmonos casos mais evidentes, dê ao leitordo interior ou de outros Estados con-dições de identificar o local do acon-tecimento.

2 — As informações provenientesde outras cidades, mesmo da GrandeSão Paulo, serão identificadas pelonome do local de origem na procedên-cia da matéria. De qualquer forma,sempre que houver possibilidade dedúvida, não hesite em mencionar, porexemplo, nesta cidade.

3 — Se a cidade for pouco conheci-da (tanto de São Paulo quanto de ou-tros Estados), forneça ao leitor dadosadicionais sobre a sua localização(norte de Goiás, divisa de São Paulocom Mato Grosso do Sul, a 600 qui-lômetros de Salvador, situada no Re-côncavo Baiano, no litoral catarinen-se, etc.).

4 — O mesmo vale para cidades doexterior (norte da Itália, costa do Pa-cífico, nordeste do Peru, região dos

Grandes Lagos). Neste caso, à exce-ção das capitais (e assim mesmo dospaíses mais freqüentes no noticiário)ou das cidades realmente muito co-nhecidas, convém sempre especificaro país onde fica o local do aconteci-mento.

5 — Procure sempre identificar oslocais mencionados no noticiáriooriundo da cidade de São Paulo: A ci-dade AE Carvalho, perto de Itaque-ra, zona leste... / O Jardim Robru, nazona leste... / O bairro tal, na regiãode Santo Amaro, zona sul... / A VilaBrasilândia, na zona oeste... / Os bai-xos do Viaduto do Chá, no centro dacidade...

6 — Para a maior clareza do noti-ciário, procure sempre dar informa-ções adicionais que ajudem o leitor aentender melhor a situação descrita:A região de Parelheiros, uma dasmais pobres da zona sul... / A falta deágua no Jardim X, situado em umadas áreas mais altas da capital...

7 — Em qualquer tipo de matériade serviços editada em São Paulo(shows, espetáculos, o que funciona,o que fecha, locais de vacinação, lo-cais de exames, galerias, ginásios),nunca deixe de incluir o endereço, nanotícia: ele é uma das principais in-formações que você estará prestandoao leitor.

8 — Em casos extraordinários donoticiário local (espetáculos em áreasespeciais ou ao ar livre, promoções,exames, vacinação e outras ativida-des do gênero), pode ser necessárionão apenas fazer um mapa do local doacontecimento, como mostrar ao lei-tor a maneira de chegar a ele (de carro,ônibus, metrô, trem ou qualqueroutro meio de transporte disponível).

9 — No noticiário policial da cida-de, identifique sempre o local da ocor-rência, sendo obrigatória a menção àrua, avenida ou praça e ao bairro ouregião do crime, acidente, desaba-mento, etc. Se conveniente, dê maio-

162Litoral Localização

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res informações a respeito (zona da ci-dade ou proximidade de outros bair-ros, por exemplo).

10 — Sempre que fizer menção aum prédio (escola, hospital, quartel,sede de empresa ou entidade) ou localespecífico de São Paulo, indique a ruaonde se situa: O presidente da Repú-blica visitará amanhã o Hospital X,na Rua Y, nº tal. / A reunião realizou-se na sede da empresa X, na Rua Y,nº tal. Caso o local seja muito conhe-cido, dispensa-se esse tipo de indica-ção (Hospital das Clínicas, Paláciodos Bandeirantes e outros).

11 — Notícias sobre lojas, empre-sas ou firmas poderão divulgar o seuendereço comercial sempre que estefor necessário para complementar oserviço que se presta ao leitor. Tomecuidado, apenas, para que a informa-ção não dê idéia de matéria paga oupromocional.

Longa-metragem. Plural: longas-metra-gens.

Lorde. 1 — E não “lord”. 2 — Não useartigo antes de lorde: Foi à caçadacom lorde Anthony.

Lúcifer. Palavra proparoxítona. Plural:Lucíferes.

Lugar-comum. O lugar-comum (ouchavão ou clichê) é a frase, imagem,construção ou combinação de pala-vras que se torna desgastada pela re-petição excessiva e perde a força ori-ginal. Deve ser evitado a todo custono jornal, pois transmite ao leitoruma idéia de texto superado, envelhe-cido e sem imaginação. Nem sempre,porém, o chavão tem origem remota:há também os casos de clichês recen-tes, difundidos principalmente pelatelevisão e pelo rádio e adotados inad-vertidamente pelos jornais. Veja ostipos mais usuais de lugares-comunse algumas dezenas deles. Considere-os exemplos de outros que deverãoigualmente ser expurgados do noti-ciário:

1 — As frases e locuções. Entre oschavões mais freqüentes, estão as lo-cuções e combinações invariáveis depalavras (sempre as mesmas, namesma ordem) que também compro-metem o texto. Neste caso se enqua-dram ainda as frases feitas que, embo-ra originárias da linguagem popular(dar a volta por cima, por exemplo),terminam por se repetir à exaustão,produzindo o mesmo efeito do lugar-comum.

Eis os principais exemplos: abertu-ra de contagem, abrir com chave deouro, acertar os ponteiros, a duraspenas, agarrar-se à certeza de, agra-dar a gregos e troianos, alto e bomsom, ao apagar das luzes, aparar asarestas, apertar os cintos, à sacieda-de, a sete chaves, atear fogo às ves-tes, atingir em cheio, a toque decaixa, baixar a guarda, banco dosréus, bater em retirada, bola da vez,cair como uma bomba, cair comouma luva, cantar vitória, causar es-pécie, cavalo de batalha, chegar a umdenominador comum, chover a cân-taros, chover no molhado, chumbogrosso, colhido pelo ônibus, colocarum ponto final, com a rapidez de umraio, comédia de erros, como umraio, conjugar esforços, consternouprofundamente, contabilizar as per-das, coroado de êxito, correr por fora,cortina de fumaça, crivar de balas,dar com os burros n’água, dar mãoforte a, dar o último adeus, debelaras chamas, de cabo de esquadra, dei-tar raízes, deixar a desejar, de mãobeijada, depois de um longo e tene-broso inverno, desbaratada a quadri-lha, de vento em popa, dirimir dúvi-das, discorrer sobre o tema, dispensaapresentações, dizer cobras e lagar-tos, divisor de águas, do Oiapoque aoChuí, em compasso de espera, empa-nar o brilho, em ponto de bala, em sãconsciência, encerrar com chave oucom fecho de ouro, ensaiar os primei-ros passos, entreouvido em, esgoto a

163Longa-metragem Lugar-comum

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céu aberto, estourar ou explodircomo uma bomba, faca de doisgumes, fazer as pazes com a vitória,fazer das tripas coração, fechar ascortinas, fechar com chave de ouro,fez o que pôde, ficar à deriva, fincaro pé, fugir da raia, hora da verdade,inserido no contexto, jogar a pá decal, jogar as últimas esperanças, jogode vida ou morte, lavrar um tento,lenda viva, leque de opções ou de al-ternativas, levar às barras dos tribu-nais, literalmente lotado ou tomado,lugar ao sol, mão de ferro, morrer deamores, morto prematuramente, naordem do dia, nau sem rumo, páginavirada, palavra de ordem, parece quefoi ontem, passar em brancas nuvensou em branco, perder o bonde da his-tória, perder um ponto precioso, per-didamente apaixonado, petição demiséria, poder de fogo, pomo da dis-córdia, pôr a casa em ordem, pôr amão na massa, pôr as barbas demolho, pôr as cartas na mesa, preen-cher uma lacuna, prendas domésti-cas, procurar chifre em cabeça de ca-valo, propriamente dito, reencontraro seu futebol, requintes de cruelda-de, respirar aliviado, reta final, sa-grar-se campeão, saraivada de gol-pes, sentar-se no banco dos réus,tábua de salvação, tecer comentáriosou considerações, ter boas razõespara, tirar do bolso do colete, tirar ocavalo da chuva, tiro de misericór-dia, traído pela emoção, trazer àtona, treinar forte, trilar o apito, tro-car farpas, via de regra, vias de fato,vida de cachorro e voltar à estacazero.

2 — As duplas. Existem substanti-vos e adjetivos que andam sempre aospares, formando lugares-comuns fa-cilmente evitáveis.

Veja alguns deles: agradável sur-presa, água cristalina, amarga decep-ção, briosa corporação, calor escal-dante ou senegalesco, calorosa recep-ção, carreira meteórica, cartada de-

cisiva, chuvas torrenciais, corpo es-cultural, crítica construtiva, damavirtuosa, desabalada carreira, doceesperança, doença insidiosa, durascríticas, eminente deputado ou sena-dor, ente querido, escoriações gene-ralizadas, esposa dedicada, ferros re-torcidos, filho exemplar, fortuna in-calculável, gesto tresloucado, gratasatisfação ou surpresa, ilustre estir-pe, ilustre professor, ilustre visitante,impiedosa goleada, infausto aconte-cimento, inflação galopante, inteirodispor, intriga soez, jogador volunta-rioso, laços indissolúveis, lamentá-vel equívoco, lance duvidoso, lautobanquete, manobra audaciosa, meracoincidência, obra faraônica, pai ex-tremoso, parcos conhecimentos, pa-voroso incêndio ou desastre, perda ir-reparável, pertinaz doença, poetainspirado, prestigioso órgão, profun-das raízes, profundo silêncio, proibi-ção terminante, rápidas pinceladas,recônditos rincões, relevantes servi-ços, rigoroso inquérito, semblantecarregado, silêncio sepulcral ou tu-mular, singela homenagem, sol es-caldante, sólidas tradições, sólidosconhecimentos, sonho dourado, su-bida íngreme, suculenta feijoada, ta-refa hercúlea, tradicionais estirpes,trágica ocorrência, tumulto generali-zado, último adeus, vaias estrepito-sas, valoroso soldado, vetusto casa-rão, violento incêndio e viúva incon-solável.

3 — As imagens. As pessoas, cida-des e coisas têm nomes. Criar ima-gens, apelidos ou definições que ossubstituam só contribui para a disse-minação de uma série de lugares-co-muns que o jornal, por sobriedade ebom senso, tem a obrigação de evitar.Jamais os utilize como opção para aspalavras que estão entre parênteses:

Garoto do Parque (Rivelino), Ga-linho de Quintino (Zico), Canhoti-nha de Ouro (Gerson), Cidade Luz(Paris), Cidade Maravilhosa (Rio), es-

164Lugar-comum Lugar-comum

Page 165: Manual de Redação e Estilo do Estadão

porte bretão ou esporte das multi-dões (futebol), tríduo de Momo (car-naval), precioso líquido (água), astro-rei (Sol), rainha da noite (Lua), solda-do do fogo (bombeiro), próprio damunicipalidade (Pacaembu), o maiorestádio do mundo (Maracanã), enla-ce matrimonial (casamento), datamagna da Cristandade (Natal), tape-te verde (gramado), balão de couro(bola), instrumento de trabalho (ban-deirinha), tiro de quina (escanteio),profissional do volante (motorista),etc.

4 — As idéias. Não são apenas aspalavras, frases, construções ou du-plas que se reproduzem ao infinitonos textos, mas também as idéias ouformas de abrir as matérias. Por isso,desconfie sempre de imagens “dife-rentes” que surjam prontas na sua ca-beça e tente lembrar-se se não passamde recordações de outras que você jáleu antes. A seguir, algumas dessasfórmulas que aparecem com freqüên-cia nos textos:

a) Sonho—pesadelo. A oposiçãosonho—pesadelo é uma delas e vejaexemplos reais de como ela já foi em-pregada em todo tipo de reportagemou notícia, principalmente nos títu-los e leads: Casa própria, o sonho quevira pesadelo / Sonho de carro virapesadelo nos consórcios / Classemédia: acaba o sonho e começa maisum longo pesadelo / Aposentadoria,o sonho que vira pesadelo a cada fimde mês / Ser o próprio patrão, outrosonho que virou pesadelo / Sonhopalmeirense do tri vira pesadelo / Osonho de Israel virou pesadelo.

b) O D, P ou Z da DPZ. Reparequantas vezes você já leu: Duailibi, oD da DPZ, ou Petit, o P da DPZ, ouZaragoza, o Z da DPZ. Lembre-se,então: a forma perdeu toda e qualqueroriginalidade.

c) A novela. Pense o mesmo comrelação à palavra novela no sentido fi-gurado. Ou você já não viu n vezes tí-

tulos ou textos como: Encerrada anovela da venda da TV Jaraguá. /Chrysler no Brasil, longa novela quepode ter um final feliz. / Termina anovela e Juca vai para a Espanha. /Estréia de Rossana vira novela.

d) Mestre Aurélio. Outra forma ul-trabatida é escrever sobre um deter-minado tema e começar o texto peladefinição do dicionário, em geral pre-cedida de: “Segundo mestre Aurélio”.E segue-se a explicação: brega é isto,corrupção é aquilo, leptospirose sig-nifica..., estrambótico quer dizer...

e) Se estivesse vivo... Além deóbvia, esta construção constituioutro lugar-comum a evitar. E, pormais incrível que pareça, sua freqüên-cia no noticiário chega a preocupar:Se estivesse vivo, João de Almeida es-taria completando hoje 90 anos. Eleva a absurdos como: Se estivessevivo, Ivan dos Santos faria hoje 400anos.

f) Não poderia imaginar... Outrochavão, em geral introduzido porquando: Quando fez tal coisa, fulanonão poderia imaginar que... / Quan-do recorreu ao Judiciário, o delegadotal não poderia imaginar que a sen-tença final lhe seria desfavorável.

g) O fantasma. Mais uma imagemrepetitiva de que convém fugir. Emgeral, alguma coisa traz de volta o fan-tasma de outra: Desemprego traz devolta o fantasma da recessão de 83 /Corrida preços—salários traz devolta o fantasma da hiperinflação /Decisão revive fantasma do AI-5 /Empresariado teme a volta do fan-tasma do grevismo.

h) Negócio da China. Já se abusouda imagem negócio da China paratornar mais “atraentes” títulos sobrea vinda do Brasil de missões daquelepaís: Missão traz negócio da Chinaao Brasil / Preços são verdadeiros ne-gócios da China / Negócio da Chinachega ao sertão do Nordeste / Empre-

165Lugar-comum Lugar-comum

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sários viajam em busca de negóciosda China.

i) Não convidem para a mesmamesa ou reunião. Perdeu todo o saborde novidade essa recomendação: Nãoconvidem para a mesma mesa a can-tora e seu ex-empresário. / Não con-videm para a mesma reunião o mi-nistro X e o governador Y.

j) Vem aí. Diga-se o mesmo do bor-dão vem aí para qualquer notícia re-ferente ao animador Sílvio Santos(Sílvio Santos vem aí para prefeito,por exemplo).

k) Do cardápio fez parte. Outraforma que o uso exagerado vulgarizoué esta: noticia-se um almoço entreduas ou mais pessoas e segue-se a in-formação de que do cardápio fezparte a sucessão presidencial, a fusãoda empresa X com a Y ou qualqueroutro assunto.

l) Também é cultura. Mais umaimagem empregada à exaustão: Es-porte também é cultura / Verde tam-bém é cultura / Ilusão também é cul-tura / Quadrinho também é cultura /Ecologia também é cultura. Enfim,tudo o que se quiser também é cultu-ra.

m) Quente—frio. Trocadilho que obom senso aconselha a banir do noti-ciário: Corinthians esquenta o verãode Caraguatatuba / Roupas de frio:preços quentes / Liquidações de in-verno aquecem vendas / Preços deroupas de frio podem ser de arrepiar /Inverno aquece lazer na capital /Crise esfria comércio de agasalhos /Produtos de verão chegam com pre-ços escaldantes.

5 — Ver também modismo, página180.

Lugares públicos. Ver maiúsculas e mi-núsculas, página 168, e nomes de lu-gares públicos, página 191.

Luso... Existe hífen quando a palavrafinal é um adjetivo pátrio: luso-africa-no, luso-brasileiro. Nos demais casos:lusofilia, lusófono.

Macho, fêmea. Se o nome do animal foro mesmo no masculino e feminino,acrescente as palavras macho e fêmea:onça macho, onça fêmea, jaguaresmachos, jaguares fêmeas, jacarémacho, jacaré fêmea, cobras ma-chos, cobras fêmeas, etc. Podem-seusar também as formas: o macho dacapivara, a fêmea do jacaré, etc.

Maçom. Desta forma.Má-criação, malcriado. Desta forma

(ver mal, mau, página 172).Macro... Liga-se sem hífen ao termo se-

guinte: macroanálise, macrobiótica,macroeconomia, macrogameta, ma-crorregião, macrossocial.

Madagáscar. Desta forma.Madame. Não use artigo antes de ma-

dame: Conhecia madame Francine.Madri. Desta forma. Madrid, apenas

em nomes escritos no original: RealMadrid, Miguel de la Madrid, etc.

Madrileno. Desta forma. “Madrilenho”não existe.

Maestro. Feminino: maestrina.Mafoma. Use Maomé.“Magérrimo”. Prefira magríssimo. Ma-

gérrimo é forma condenada por todosos gramáticos (o certo é macérrimo).

Magoar. 1 — Conjugação. Pres. ind.:Magôo, magoas, magoa, magoamos,magoais, magoam.Pres. subj.: Magoe,magoes, magoe, magoemos, magoeis,magoem, etc. 2 — Alguém se magoae não magoa, apenas: O artista ma-goou-se com as críticas.

Maior, mais. Há diferença entre mais emaior quando colocados antes desubstantivo. Use mais para palavrasou expressões que indiquem quanti-dade e maior, para os casos em que aidéia seja de intensificação: Popula-ção pede mais escolas. / Municípiosexigem mais recursos. / O governo

166Lugares públicos Maior, mais

Page 167: Manual de Redação e Estilo do Estadão

quer arrecadar mais dinheiro. / Atorespera obter maior (e não mais) êxitoem São Paulo. / Maior prazo paracompras a crédito. / Governadorquer maior decisão do presidente. /Receita promete maior rigor no com-bate à sonegação. / O Brasil pedemaior ajuda aos bancos internacio-nais.

Maioria. Veja como fazer a concordân-cia de a maioria de e a maior partede: 1 — Deixe o verbo no singularquando estas expressões antecederemuma palavra no plural. Proceda damesma forma com grande númeroou grande quantidade de, uma por-ção de, (uma) parte de, um sem-nú-mero de, etc. Exemplos: A maioriados espectadores assistiu ao showem silêncio. / Grande número decrianças cantou o Hino Nacional. /Parte deles chegou atrasada. / Esta-va ali grande quantidade de pássa-ros. / Um sem-número de pessoas foiprejudicado pelos estelionatários.(Admite-se a concordância no plural,em alguns desses casos; no Estado,porém, use a forma indicada.)

2 — Se se considerar a construçãoestranha, em alguns casos (exemplo:A maioria dos soldados foi ferida),pode ser intercalada a expressão namaioria ou alguma das outras: Os sol-dados, na maioria, foram feridos. /Os trabalhadores, em grande quanti-dade, foram demitidos.

Maior, menor. 1 — Não existem as ex-pressões “a maior” e “a menor”, masapenas a mais e a menos: dinheiro amais (e não “a maior”), quantia amenos (e não “a menor”). 2 — Umapessoa é maior ou menor, e nunca “demaior” ou “de menor”. Assim: Ele émenor (e nunca “de menor”).

Maior parte. Ver maioria, nesta página.Mais bem, mais mal. 1 — Antes de par-

ticípio, use mais bem e mais mal emvez de melhor e pior: Não há críticamais bem-feita que essa (e não me-lhor feita). / São os homens mais bem

vestidos (e não melhor vestidos) doescritório. / Nunca vi termo maismal utilizado (e não pior utilizado)que esse. / Esses eram os textos maismal escritos (e não pior escritos) darevista. / Os dois eram, de todos, osjornalistas mais bem informados (enão melhor informados). 2 — Nos de-mais casos, use sempre melhor e pior:Para melhor (e não mais bem) atin-gir seus objetivos, cercou-se de todaa cautela. / Mesmo que quisesse, nãofaria pior (e não mais mal) o traba-lho. / Foram os que se saíram melhorou pior (e não mais bem ou mais mal,nem foram os que se saíram melho-res ou piores).

Mais bom que mau. Quando se compa-ram qualidades ou atributos, as for-mas corretas são: O homem é maisbom que mau (e não: O homem é“melhor que pior”). Igualmente: A ci-dade é mais pequena que grande.

Mais de. 1 — Com mais de, use apenasnúmeros redondos: mais de 20, maisde 50 (e nunca, por exemplo, mais de22, mais de 87, etc.). 2 — Concordân-cia. Com o complemento: Mais de 20pessoas saíram. / Mais de uma deze-na de pessoas saiu.

Mais de um. 1 — Verbo no singular senão houver idéia de reciprocidade:Mais de um preso eu garanto quefugiu. 2 — Verbo no plural se a expres-são estiver repetida: Mais de umhomem, mais de uma criança esta-vam ali. 3 — Verbo no plural se hou-ver idéia de reciprocidade: Mais deum preso se feriram na briga (jorna-listicamente, é forma a evitar).

“Mais pequeno”. Forma correta e livre-mente empregada em Portugal. NoBrasil, porém, use menor, apenas.

Mais que fazer. Não existe o entre omais e o que em frases como: Tenhomais que fazer. / Há mais que dizer.Da mesma forma: Tenho muito(pouco, menos) que dizer. / Há muito(pouco, menos) que fazer.

167Maioria Mais que fazer

Page 168: Manual de Redação e Estilo do Estadão

168

Mais ruim. 1 — Use essa forma apenasem comparações como:Fulano é maisruim que bom. / Fulano é mais ruimque indiferente. 2 — Nos demaiscasos: Fulano é mais malvado, maisperverso, mais incompetente (e nãomais ruim) que o irmão. / Fulano estáhoje pior (e não mais ruim) queontem.

Maiúsculas e minúsculas.

Use maiúsculas

1 — No início de período: O preçodos combustíveis aumentará nova-mente.

2 — No início de citação: Deputa-do acusa: “O governo não governa.” /Já dizia Machado de Assis: “Ao ven-cedor, as batatas.” Se depois dos dois-pontos vier um mero desdobramentoda frase (e não citação textual) ou umaenumeração, a palavra começará comminúscula: Comerciantes alertam:faltarão brinquedos no Natal. / A Pre-feitura definiu as prioridades do or-çamento: metrô, pavimentação eobras na periferia.

3 — Nos nomes próprios, incluin-do-se entre eles as figuras mitológicas:João, Magalhães, Tietê, Mantiqueira,Deus, Júpiter, Baco.

4 — Nas datas oficiais e nomes defatos históricos e importantes, de atossolenes e de grandes empreendimen-tos públicos: Sete de Setembro, Quin-ze de Novembro, Inconfidência Mi-neira, Proclamação da República,Guerra do Paraguai, Revolução dosCravos, Renascimento, RevoluçãoFrancesa, Dia das Mães, Dia daCriança, Dia da Ave, Questão Reli-giosa, 2ª Guerra Mundial, ReformaOrtográfica, Descobrimento daAmérica, Plano Real, Projeto Ron-don, Programa de Metas, AcordoLuso-Brasileiro, Plano Diretor.

5 — Nos conceitos políticos ou fi-losóficos relevantes: País (o Brasil),Estado (significando uma nação),

Igreja, Justiça, República, Império,Constituição (e seus sinônimos,como Carta Magna, Carta, Lei Mag-na), Congresso, Parlamento, Consti-tuinte.

6 — Nos nomes de corpos celestes:Terra, Lua, Saturno, Andrômeda, Sí-rius, Sol, Vega, Via-Láctea.

7 — Nos títulos de livros, jornais,revistas, artigos e produções artísti-cas, literárias e científicas em geral(filmes, peças, músicas, telas, teses,etc.), que vão em itálico no Estado:Grande Sertão: Veredas, Históriassem Data, Os Sertões, Jornal daTarde, Jornal do Brasil, Veja, News-week, Time, Oito e Meio, Platoon,Com Açúcar e com Afeto, Coração deEstudante, Álbum de Família, Aba-jur Lilás, Abaporu, Guernica, A Voltaao Mundo em 80 Dias.

Escrevem-se com inicial minús-cula, no entanto, as partículas conti-das nesses títulos, independentemen-te do número de sílabas (considerepartículas, no caso, os artigos, prepo-sições e suas contrações, conjunçõese advérbios). Assim, além de o, a, os,as, de, da, das, do, dos, em, na, nas,no, nos, e, sem, com, etc., veja outrosexemplos de partículas em minús-culas: Com a Pulga atrás da Orelha,Reflexões sobre a Vaidade dos Ho-mens, Passagem para a Índia, Memó-rias de um Sargento de Milícias, UmHomem, uma Mulher, Tia Zulmira eEu, O Samba agora Vai, Mas Deus ÉGrande, A Lápide sob a Lua, Sermõesdum Leigo, Elos de uma Corrente,Uma Telha de menos, A Falta QueEla me Faz, Sempre aos Domingos,Nas Serras e nas Furnas, Os MeusAmores.

8 — Na designação de regiões: Bai-xada Santista, Baixada Fluminense,Alta Araraquarense, Mogiana, Re-gião Norte, Região Sul, Cone Sul, Re-côncavo Baiano, Vale do Paraíba,Triângulo das Bermudas, TriânguloMineiro, Planalto Central. Observa-

Mais ruim Maiúsculas e minúsculas

Page 169: Manual de Redação e Estilo do Estadão

ção. Use inicial minúscula, porém,para designações como interior, exte-rior, litoral, litoral sul, zona leste,zona sul, etc.

9 — Nos pontos cardeais, quandoindicam as grandes regiões do Brasilou do mundo: Sul, Nordeste, Sudeste,Oriente Médio, Leste Europeu, Oci-dente, Sudeste Asiático, etc.

A inicial é minúscula, no entanto,se o ponto cardeal define direção oulimite geográfico: o nordeste deGoiás, o sudeste da Europa, o nortedo Irã, o sudoeste dos EUA, o leste daEspanha. Igualmente: Percorreu oPaís de sul a norte. / O metrô avançano rumo sul. / A cidade fica no lesteda França. / O furacão causou estra-gos no oeste das Antilhas.

10 — Nos nomes de eras históricasou épocas notáveis: Antiguidade,Idade Média, Era Cristã, Quinhentos(o século 16), Hégira. Em minúsculas,porém, quando não se configurar umaera histórica: era espacial, era nu-clear, era industrial, idade das trevas.

11 — Nos ramos do conhecimentohumano, quando tomados em sua di-mensão mais ampla: Ética, Filosofia,Medicina, Português, Arquitetura,Astronáutica, Arte, Cultura. Se nãohouver necessidade de relevo espe-cial, use minúsculas: Estuda portu-guês. / Gosta muito de matemática. /Formou-se em agronomia. Escrevaem maiúsculas as disciplinas de umexame: Fuvest realiza amanhã as pro-vas de Língua Portuguesa e Biolo-gia. / Teste de Física foi consideradoo mais difícil.

12 — Nas leis ou normas econômi-cas e políticas consagradas por sua im-portância: Lei de Diretrizes e Bases,Lei de Comércio dos EUA, Instrução113, Imposto Predial e Territorial Ur-bano, Imposto de Renda, Lei Falcão,Lei Afonso Arinos, Lei de SegurançaNacional, Decreto-Lei nº 56.

13 — Nos qualificativos ou apeli-dos de personalidades: Ivã, o Terrível;

Catarina, a Grande; Ricardo Coraçãode Leão.

14 — Nos nomes das festas religio-sas: Páscoa, Natal, Quaresma, Con-fraternização Universal, Ressurrei-ção, Reis, Finados, Semana Santa,Corpus Christi.

15 — Nos nomes de corporações,repartições públicas, entidades, esco-las, honrarias, prêmios, feiras, festas,exposições, seminários, simpósios econgressos: Ministério da Fazenda,Presidência da República, Estado-Maior das Forças Armadas, ReceitaFederal, Federação das Indústrias,Faculdade de Filosofia, Universida-de de São Paulo, Colégio Objetivo,Escola Caetano de Campos, Associa-ção de Pais e Amigos dos Excepcio-nais, Associação de Amigos de SantoAmaro, Feira de Utilidades Domés-ticas, Exposição de Móveis Coloniais,Congresso Brasileiro de Radiodifu-são, Festa do Peão de Boiadeiro, Se-minário de Direitos Autorais, Ordemde Rio Branco, Prêmio Nobel de Lite-ratura, Prêmio Eldorado, TroféuVilla-Lobos.

16 — Na denominação de edifícios,monumentos, estabelecimentos pú-blicos ou particulares, estádios, giná-sios, autódromos, hipódromos, aero-portos, ferrovias, rodovias, cemité-rios, igrejas (enfim, em todos os casosem que uma designação se incorporeao nome próprio): Torre Eiffel, Torredo Tombo, Monumento ao SoldadoDesconhecido, Edifício Itália, PaçoImperial, Biblioteca Nacional, Palá-cio do Planalto, Palácio dos Bandei-rantes, Editora Nova Fronteira, CasaFretin, Gráfica Argos, OESP Gráfica,Lojas Americanas, Shopping CenterIguatemi, Cine Ipiranga, Rádio Eldo-rado, Rede Globo, Rede Bandeiran-tes, Armazém Guararapes, FazendaIpanema, Circo Orlando Orfei, Con-feitaria Brunella, Danceteria Pé-de-Valsa, Gafieira Som de Cristal, Sam-bão A Voz do Morro, Metalúrgica Al-

169Maiúsculas e minúsculas Maiúsculas e minúsculas

Page 170: Manual de Redação e Estilo do Estadão

meida, Refinaria do Planalto, Side-rúrgica Pereira, Supermercado Amé-rica, Escritório IOB, RestauranteMassimo, Churrascaria Rodeio,Hotel Jaraguá, Estádio do Pacaembu,Estádio Brinco de Ouro, Estádio doMaracanã, Estádio Paulo Machadode Carvalho, Ginásio do Ibirapuera,Ginásio João dos Santos, AutódromoNelson Piquet, Autódromo de lnter-lagos, Hipódromo da Gávea, Aero-porto de Cumbica, Aeroporto deCongonhas, Aeroporto Santos Du-mont, Ferrovia Norte—Sul, Ferroviado Aço, Rodovia dos Imigrantes, Ro-dovia Fernão Dias, Via Dutra, ViaAnchieta, Cemitério do Araçá, Cate-dral da Sé, Igreja da Candelária, Igre-ja N. Sa. do Brasil.

Não vão em maiúsculas, porém, assimples indicações a respeito de umnome próprio: estádio do Guarani,aeroporto de Cascavel, a livraria doConjunto Pereira, a igreja de Taqua-ritinga, o hotel de Abrolhos, o teatroda Galeria Amigos da Arte, o autó-dromo de Ribeirão Preto, a rádio deBons Ares, o restaurante do João(desde que esse não seja o nome dacasa), etc.

17 — Nos acidentes geográficos esua denominação: Rio Tietê, Serra doMar, Baía de (e não da) Guanabara,Pico da Neblina, Ribeirão das Lajes,Golfo Pérsico, Mar do Norte, Mar Ver-melho, Ilha Solteira, Ilha de Marajó,Cabo da Boa Esperança, Lagoa dosPatos, Oceano Atlântico, Atol dasRocas, Morro do Borel, Monte Eve-rest, Canal da Mancha, MontanhasRochosas, Saco do Ribeira. (Segundoa norma oficial, no entanto, são emminúsculas: rio Tietê, monte Eve-rest.)

18 — Nos nomes de vias e lugarespúblicos: Avenida Paulista, Rua Au-gusta, Largo da Carioca, Praça da Re-pública, Ladeira General Carneiro,Travessa da Piedade, Parque do Ibi-rapuera, Marginal do Pinheiros, Beco

do Carmo, Túnel Rebouças, RepresaBillings.

19 — Nos títulos e formas cerimo-niosas de tratamento e suas abrevia-turas: Vossa Excelência, Vossa Emi-nência, Sua Senhoria, Vossa Santida-de, Nossa Senhora, V. Exa., V. Ema.,S. Sa., V. S., N. Sa. Não vão em maiús-culas as formas de tratamento co-muns e suas abreviaturas: doutor,doutora, senhor, senhora, dom, dona,sir, mister, dr., dra., sr., sra., d., mr. (anorma oficial, no entanto, manda es-crevê-las em maiúsculas).

20 — Além da palavra Deus, nasdemais a ele referentes ou nos seusequivalentes em outras religiões: oPai, o Onipotente, o Seu nome, Ele, oCriador, o Todo-Poderoso, Jeová, Alá,o Padre Eterno, o Senhor.

21 — Nos nomes de entidades re-ligiosas, santos, anjos e demônios:Virgem Maria, Virgem, EspíritoSanto, o Salvador, Nosso Senhor, SãoPedro, São Paulo, Santo Antônio,Santo Ivo, Santa lnês, Santa Marta,São Miguel, São Gabriel, Satanás,Belzebu, Satã, Lúcifer.

22 — Nos nomes comuns, quandopersonificados ou individualizados: aVirtude, o Amor, a Ira, o Bem, o Mal,o Lobo, o Cordeiro, a Cigarra, a For-miga, o Estado (São Paulo), o País(Brasil), a Nação (Brasil).

23 — Na designação dos orixás oufiguras da umbanda: Xangô, Iansã, Ie-manjá, Ogum, Oxum, Oxalá, Exu.

24 — Nos nomes de torneios ecampeonatos: Torneio Sul-América,Campeonato Paulista de Futebol,Campeonato Gaúcho, CampeonatoSul-Americano, o Sul-Americano,Jogos Abertos, Jogos Olímpicos, JogosPan-Americanos, o Pan-Americano,Torneio da Amizade, Copa doMundo, Copa União, Taça América,Troféu Brasil.

25 — Nos nomes próprios compos-tos (unidos por hífen), todos os seuselementos vão em maiúsculas: Acor-

170Maiúsculas e minúsculas Maiúsculas e minúsculas

Page 171: Manual de Redação e Estilo do Estadão

do Luso-Franco-Brasileiro, Grã-Bre-tanha, Pantanal Mato-Grossense,Grupo Anti-Seqüestro, AssociaçãoExtra-Sensorial, Todo-Poderoso, De-creto-Lei nº 5, Procuradoria-Geral,Vice-Presidência, Instituto Médico-Legal, Inquérito Policial-Militar.

Use minúsculas

1 — Para designar as estações doano, os meses e os dias da semana: pri-mavera, verão, janeiro, dezembro, se-gunda-feira, sábado. Quando osmeses fazem parte de datas históricasou dos nomes de lugares públicos, es-crevem-se com inicial maiúscula:Largo 7 de Setembro, Avenida 9 deJulho, Rua 13 de Maio, o 7 de Setem-bro, o 15 de Novembro.

2 — Na designação das profissõese dos ocupantes de cargos, como pre-sidente, ministro, governador, secre-tário, prefeito, papa, arcebispo, car-deal, princesa, príncipe, rei, rainha,barão, duque, visconde, diretor, supe-rintendente, inspetor, advogado, en-genheiro, professor: O presidente Fer-nando Henrique, o ministro AntônioKandir, o prefeito Celso Pitta, o papaJoão Paulo II, a princesa Anne, o prín-cipe Charles, a rainha Elizabeth, oduque de Caxias, o visconde de OuroPreto, o diretor da Receita Federal, ochefe do Gabinete Civil, o superin-tendente da Sunab, o inspetor de En-sino, o advogado João da Silva. (Anorma oficial determina maiúsculaspara os “nomes que designam altoscargos, dignidades ou postos”, comoPresidente da República, Cardeal deSão Paulo, Ministro da Educação,Embaixador do Peru, etc.)

As instituições, entretanto, vão emmaiúsculas: Presidência da Repúbli-ca, Vice-Presidência da República,Ministério da Justiça, Secretaria daFazenda, Chefia de Gabinete, Direto-ria de Trânsito, Inspetoria de Ensino,Comissão de Finanças, Superinten-

dência do Abastecimento, CâmaraMunicipal, Justiça Federal, Senado.Exceção: governo.

3 — Na designação das festaspagãs: carnaval, bacanais, saturnais.

4 — Nos compostos em que onome próprio se torna parte integran-te de um substantivo comum: coco-da-baía, pau-brasil, castanha-do-pará, joão-de-barro, ao deus-dará,banho-maria, água-de-colônia.

5 — Nos nomes próprios que se tor-naram sinônimos de outros comuns:Foi escolhido para cristo. / Era o judasda escola. / Agia como um dom-qui-xote. / Tornou-se um mecenas. /Comportava-se como um barba-azul. / O país deixou de ser o eldora-do do futebol.

6 — Nos adjetivos pátrios e gentí-licos e nos nomes de tribos indígenas:os brasileiros, os alemães, os roma-nos, os guaranis, os xavantes, os tu-canos, os caingangues.

7 — Nos nomes de personagens ouentidades do folclore: saci, mula-sem-cabeça, curupira, caipora, cuca, lobi-somem, iara.

8 — Com o nome palácio quandoisolado: O presidente voltou a palá-cio. / O deputado estava em paláciocom o governador. / O prefeito vai apalácio amanhã.

9 — Nas formas adjetivas que de-signam dinastias: carolíngios, angevi-nos, sassânidas.

10 — Nas partículas contidas nasexpressões ou locuções em maiús-culas (ver a segunda parte do item 7das instruções referentes às iniciaismaiúsculas, página 168, que se aplicaa todos os casos deste capítulo).

Casos especiais

1 — Na segunda referência a umórgão, entidade, estabelecimento,empresa, etc., a norma é usar minús-culas: O Ministério da Fazenda divul-gou ontem o novo pacote econômico.

171Maiúsculas e minúsculas Maiúsculas e minúsculas

Page 172: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Com ele, o ministério pretende... / AComissão de Sistematização encer-rou os trabalhos de redação da novaCarta. Agora, a comissão... / A RádioEldorado divulgou as normas de seuprêmio de música. Este ano, a rádiodistribuirá... / Joseph Rothblat ga-nhou o Prêmio Nobel da Paz de 1995.O prêmio, no valor... / A Universida-de de São Paulo mudou as normas doseu vestibular. Pelo novo regulamen-to, a universidade... / O Imposto deRenda aumentou novamente suasalíquotas. Por elas, o imposto... / OShopping Center Iguatemi vai come-morar mais um aniversário. Destavez, o shopping center fará... / O Tri-bunal Federal de Recursos negouontem a liminar pedida... Segundo ojulgamento do tribunal...

Algumas exceções: o Fundo (Mo-netário Internacional), o Clube (deParis), o Supremo (Tribunal Federal),o Congresso (Nacional), a Câmara(Municipal), a Assembléia (Legislati-va).

2 — Continuará com inicial maiús-cula a palavra que servir para designaro nome de dois ou mais órgãos, em-presas, entidades, leis, normas econô-micas ou políticas, corporações, re-partições, prêmios, feiras, edifícios,monumentos, estabelecimentos, es-tádios, ginásios, ruas, vias, regiões,acidentes geográficos, etc.: os Minis-térios da Economia e da Justiça, as Fe-derações da Indústria e do Comércio,as Leis Falcão e Fleury, os ImpostosPredial e de Renda, os Planos Cruza-do e Real, os Colégios Objetivo e Ar-quidiocesano, os Prêmios Eldorado eMolière, os Aeroportos de Cumbica eCongonhas, os Edifícios Itália eCopan, os Cines Ipiranga e Marabá,os Estádios do Pacaembu e do Mo-rumbi, os Palácios do Planalto e daAlvorada, os Atos Institucionais nº 2e nº 5, as Torres Eiffel e do Tombo, asIgrejas da Candelária e da Consola-ção, as Copas União e Brasil, as Bai-

xadas Santista e Fluminense, as Re-giões Sudeste e Nordeste, os Vales doParaíba, do Ribeira e do Jequitinho-nha, os Campeonatos Paulista e Gaú-cho, as Ruas Augusta e Direita, asAvenidas Paulista e Ipiranga, os Par-ques do Ibirapuera e do Carmo, asMarginais do Pinheiros e do Tietê, asRodovias Castelo Branco e FernãoDias, as Baías de Guanabara e de Pa-ranaguá, os Picos do Jaraguá e da Ne-blina, os Rios Tocantins e Xingu.

3 — Ver em cada verbete as normaspara o uso (maiúsculas ou minús-culas) das palavras Estado, País, Pre-feitura, Município, ministério, secre-taria, administração regional, inte-rior, exterior, litoral e capital.

Mal... 1 — Exige hífen antes de vogal eh: mal-agradecido, mal-apessoado,mal-educado, mal-entendido, mal-intencionado, mal-ouvido, mal-usar,mal-humorado. Nos demais casos:malcasado, malcheiroso, maldormi-do, maldisposto, malfeito, malgosto-so, malmandado, malnascido, mal-passado, malsucedido, maltrabalha-do, malventuroso. 2 — Ver no capítu-lo Escreva Certo quando usar mal li-gado ao outro termo. Nas palavras nãoconstantes da relação, use mal sepa-rado do segundo elemento: mal edita-do, mal preparado, mal resolvido,etc. 3 — Não confunda com os casosem que mal é sinônimo de doença:mal-canadense, mal-francês, mal-polaco, mal-turco.

Mal, mau. Adote esta regra prática: malopõe-se a bem e mau, a bom. Faça asubstituição e ficará clara a forma cor-reta: mal-estar (bem-estar), mal-in-tencionado (bem-intencionado),mal-humorado (bem-humorado),praticar o mal (praticar o bem), mauhumor (bom humor), mau cheiro(bom cheiro), mau dia (bom dia), maudesempenho (bom desempenho),mau uso (bom uso), nada de mau(nada de bom). Exemplo com os doiscasos: A carta estava mal (bem) escri-

172Mal... Mal, mau

Page 173: Manual de Redação e Estilo do Estadão

ta, em mau (bom) português. Siga amesma norma no feminino: malcria-da (bem-criada), má-criação (boa cria-ção), má fama (boa fama), mal-afama-da (bem-afamada).

Mal de ... Ver doenças, página 100. Maldizer. Conjuga-se como dizer (ver,

página 99).Mal-entendido. Com hífen. Plural: mal-

entendidos.Mal-estar. Com l e hífen.Malgrado, mau grado. Malgrado equiva-

le a apesar de e não varia: Malgradonossos esforços, o remédio não che-gou a tempo. Mau grado ou de maugrado (grado quer dizer vontade) entraem frases como:Mau grado meu, trou-xe o amigo consigo (contra a minhavontade). / Saiu de mau grado (cons-trangidamente).

Manchete. Use a palavra apenas para in-dicar título que ocupe toda a extensãoda página.

...mancia. Todas as palavras formadaspor este sufixo têm o acento na sílabaci: quiromancia, cartomancia, etc.

Mandado, mandato. Mandado é umaordem judicial: mandado de prisão,mandado de segurança, mandado debusca e apreensão. Mandato significarepresentação, delegação: mandato dedeputado, mandato de senador.

Mandar com pronome. Use sempremande-o sair, mande-me ficar, man-de-nos partir, etc., e nunca mande“ele” sair, mande “eu” ficar, mande“nós” partir, etc.

Mandar mais infinitivo. 1 — Não flexio-ne o infinitivo: Mandou-os sair. / Otécnico mandou os jogadores atacar.2 — Ver infinitivo, página 145.

Maneira. Ver de maneira que, página 89.Maneira pela qual. Prefira maneira pela

qual (maneira pela qual foi contrata-do, p. ex.) a maneira como.

Manga-larga. Plural: mangas-largas.Manter. Atenção para algumas formas:

mantinha (e não “mantia”); manteve,mantiveram (e não “manteu”, “man-

teram”); mantivera (e não “mantera”);se ele mantivesse (e não “se ele man-tesse”); se ele mantiver (e não “se elemanter”).

“Manter o mesmo, o seu”. Formas re-dundantes. O técnico mantém o time(e não “o mesmo” — poderia manteroutro?). / O ministro mantém a equi-pe (e não “a mesma”). O possessivotambém é dispensável em frasescomo: Aeroviários mantêm a sua pa-ralisação (eles simplesmente man-têm a paralisação).

Manuel. Com u: Rodovia Manuel daNóbrega, d. Manuel, Manuel Antôniode Almeida, São Manuel, Rua PadreJoão Manuel. Com o apenas se a pes-soa escrever o próprio nome dessaforma.

Mapa-múndi. Plural: mapas-múndi.Maquiagem, maquiar. Use estas formas,

em vez de maquilagem e maquilar.Máquina. a) Liga-se com hífen a outro

substantivo: homem-máquina, ho-mens-máquina. b) Uma pessoa senta-se à máquina para trabalhar. Sentar-se na máquina é acomodar-se emcima dela.

Maravilhas. Veja quais são as sete mara-vilhas do mundo antigo: as pirâmidesdo Egito, os jardins suspensos da Babi-lônia, a estátua de Júpiter em Olímpia,o Colosso de Rodes, o templo de Dianaem Éfeso, o mausoléu de Halicarnas-so e o farol de Alexandria. Como se vê,a Muralha da China não é uma delas.

Mar. Inicial maiúscula: Mar do Norte,Mar Vermelho.

Marajá. Feminino: marani.Marcha à ré. Com crase.Marchand. Feminino: marchande.Marcha-rancho. Plural: marchas-ran-

cho.Marginal do. Desta forma: Marginal do

Pinheiros, Marginal do Tietê (e nãoMarginal Pinheiros, Marginal Tietê).

Marido e mulher. Chame as pessoas ca-sadas de marido e mulher, em vez de

173Mal de ... Marido e mulher

Page 174: Manual de Redação e Estilo do Estadão

esposo (que não se justifica jornalisti-camente) e esposa (admissível apenaspara a mulher de uma personalidade:a esposa do embaixador, a esposa doprimeiro-ministro). Não use senhoranesse sentido, a não ser de forma irô-nica.

Marimbondo. Prefira esta forma a mari-bondo.

Mas. 1 — Use vírgula antes de mas: Iaretirar o apoio ao deputado, mas naúltima hora reconsiderou a decisão. /O advogado dispôs-se a defender oréu, mas considerava a causa anteci-padamente perdida. / Bonitinha, masOrdinária. 2 — Não existe vírgula, noentanto, depois da conjunção: Queriasair. Mas ia esperar o tempo melho-rar (e não: “Mas,” ia esperar...). Aúnica exceção ocorre com orações in-tercaladas: Queria sair. Mas, para nãotomar chuva, ia esperar o tempo me-lhorar.

Mas... no entanto. Constituem redun-dância, se usados na mesma frase:Saiu cedo, mas não conseguiu, “noentanto”, chegar na hora. Use: Saiucedo, mas não conseguiu... / Saiucedo, no entanto não conseguiu... Damesma forma, nunca empregue si-multaneamente “mas porém”, “mascontudo”, “mas entretanto”.

Masp. É a sigla do Museu de Arte de SãoPaulo, e não do Museu de Arte Mo-derna.

Mas que. O mas não tem função e deveser suprimido em frases como: Os me-talúrgicos pretendiam promoveruma assembléia, (mas) que não serealizou por falta de número. / Ele éo piloto titular, (mas) que está de li-cença este ano.

“Massivo”. Não existe em português.Use maciço ou compacto.

Mata atlântica. Inicial minúscula: Aárea conserva vestígios da mataatlântica / Associação defende a ma-ta atlântica.

Matado, morto. Use matado com ter ehaver e morto, com ser e estar: O PM

tinha matado o traficante. / O trafi-cante foi morto pelo PM. / O meninoestava morto havia duas horas. / Osuspeito negou haver matado o hu-morista.

Matéria. É palavra do jargão jornalísti-co. Use, conforme o caso, notícia, in-formação, reportagem, texto, artigo,comentário, editorial, crítica, crôni-ca, etc. Reserve a designação matériaapenas para uso interno.

Material. Já significa conjunto de com-ponentes e por isso não deve ir para oplural em locuções como material deconstrução (e não materiais), mate-rial dentário, material hospitalar,material bélico, etc.

Matiz. Palavra masculina: um matiz, osmatizes.

Mato Grosso (do Sul). Mato Grosso eMato Grosso do Sul, sem artigo: emMato Grosso, em Mato Grosso do Sul(e não “no” Mato Grosso, “no” MatoGrosso do Sul); Mato Grosso, MatoGrosso do Sul (e não “o” Mato Gros-so, “o” Mato Grosso do Sul).

Mau. 1 — Ver mal, mau, página 172.2 — Ver em é preciso, página 111, aconcordância de é mau.

Mau-caráter. O plural é sempre maus-caracteres, e nunca “maus-caráteres”.

Mau grado. Ver malgrado, página 173.Maxi... Liga-se sem hífen ao elemento

seguinte, duplicando-se o r e o s: ma-xidesvalorização, maxielemento,maxirreator, maxissaia, maxiusina.Por questões gráficas, use hífen ape-nas antes de h: maxi-homem.

Máxi. Tem acento e plural, quandosubstantivado: a máxi (desvaloriza-ção), as máxis (saias).

Média. Concordância no singular: Umamédia de dez telefonemas é recebidapor dia pelo serviço.

Mediar. Conjuga-se como odiar (ver, pá-gina 203): medeia, medeiam, medeie,etc.

Médico... Liga-se com hífen ao elemen-to seguinte, tanto na formação de

174Marimbondo Médico...

Page 175: Manual de Redação e Estilo do Estadão

substantivos como na de adjetivoscompostos: médico-chefe, médico-ci-rurgião, médico-cirúrgico, médico-dentário, médico-hospitalar, médi-co-legal, médico-legista. Exceções:medicomania e medicomaníaco.

Medida. Veja a diferença entre as expres-sões: 1 — À medida que (e não “à me-dida em que”) equivale a à proporçãoque, ao mesmo tempo que, conforme:As mortes iam aumentando à medi-da que a epidemia se alastrava. / Àmedida que conquistava cargos, tor-nava-se mais autoritário. 2 — Na me-dida em que corresponde a tendo emvista que: Na medida em que não te-nham ficado claras as acusações,todos estão sob suspeita. / É precisocumprir as leis, na medida em queelas existem. 3 — Quando a locuçãona medida em que puder ser substi-tuída por se, uma vez que, porque oudesde que, use uma destas formas: Opacto só será possível se (e não “namedida em que”) as partes interessa-das mantiverem entendimentos dealto nível. / A mudança de país é boaporque (e não “na medida em que”)abre perspectivas favoráveis para ojogador. / Estavam preocupados como prédio, uma vez que (e não “na me-dida em que”) as rachaduras já amea-çavam a sua segurança.

Medida provisória. A expressão só teminicial maiúscula quando acompa-nhada da numeração: O governo vaireeditar a Medida Provisória 382, quelimita os reajustes salariais do fun-cionalismo. Nos demais casos: O go-verno vai reeditar a medida provisó-ria que limita os reajustes salariaisdo funcionalismo. / Até o fim do mês,o governo enviará ao Congresso me-dida provisória que altera o Impostode Renda das empresas.

Medo de que. Prefira essa forma a medoque: Tinha medo de que (e não medoque) não o avisassem.

Mega... 1 — Liga-se sem hífen ao ele-mento seguinte: megaartista, me-

gaempresa, megaindustrial, me-gaohm, megausina, megacomputa-dor, megarregião, megashow, megas-sucesso, megahertz, megaprojeto. 2— Quando possível, evite, porque setornou lugar-comum incontrolável.

Meio. 1 — Invariável (por ser advérbio)quando equivalente a mais ou menos,um pouco: meio adoentada (umpouco adoentada), meio abertos (maisou menos abertos), meio escondidas(um pouco escondidas). 2 — Variável(por ser adjetivo) quando acompanhaum substantivo: meia dúzia, duasmeias porções, meias garrafas,meios-termos, meias-palavras, meio-irmão, meias-irmãs.

Meio-de-campo. E não “meio-campo”.Plural: meios-de-campo.

Meio-dia, meia-noite. Exigem artigo: omeio-dia, a meia-noite, desde o meio-dia, a partir da meia-noite, do meio-dia à meia-noite.

Meio-dia e meia. É a forma correta:meio-dia e meia (hora).

Meio-irmão. Flexões: meios-irmãos,meia-irmã e meias-irmãs.

Meio-soprano. O meio-soprano (se setratar de homem ou menino com essavoz) e a meio-soprano (cantora): omeio-soprano Luís Sílvio; a meio-so-prano Neusa Ribeiro; as meios-sopra-nos Neusa Ribeiro e Arlete de Almei-da; Arlete de Almeida, meio-sopranobrasileira. Use esta forma e não a ita-liana “mezzosoprano”.

Melhor. 1— Antes de particípio, usemais bem, e não melhor: mais bemclassificados (e não “melhor classifi-cados” ou, menos ainda, “melhoresclassificados”), mais bem editado,mais bem situada, mais bem-feito.Ver mais bem, mais mal, página 167.2 — Quando adjetivo, varia (equivalea mais bom): Eles eram melhores(mais bons) que todos. / Muito me-lhores (mais bons) que seus conselhoseram seus atos. / Melhores (maisbons) que ele, só os irmãos. 3— Quan-do advérbio, permanece invariável

175Medida Melhor

Page 176: Manual de Redação e Estilo do Estadão

(equivale a mais bem): Eles estavammelhor (mais bem) de vida. / Jogarammelhor (mais bem) que antes.

Melhor (a, o). 1 — Quando houver ho-mens e mulheres numa relação, se sequiser dizer que uma mulher é quemmais se destaca, o artigo ficará nomasculino: Maria é o melhor funcio-nário da empresa (se se disser queMaria é a melhor funcionária da em-presa, ela estará sendo comparadaapenas com as demais mulheres, enão com todos os empregados). Ou-tros exemplos: Ela é o melhor profes-sor da escola. / Muitos a consideramo melhor escritor da sua geração. /Matilde é o melhor deputado da atuallegislatura. 2 — Proceda da mesmaforma com a pior, o pior.

“Meliante”. Jargão policial. Use assal-tante, ladrão, marginal, bandido, etc.(desde que o sejam, comprovadamen-te).

Membro. Use como adjetivo quandovier depois de um substantivo: paísmembro, estados membros.

Memorando. Prefira esta forma ao latimmemorandum.

Memória. 1 — Fatos importantes deve-rão ser sempre evocados pelo jornalpor ocasião do aniversário deles,desde que se trate de datas redondas,como, em geral, 1, 5, 10, 25, 50, 75,100, 150, 200, 250, 300, 400 ou 500anos. Valem para esse registro ocor-rências policiais que marcaram época,nascimento e morte de alguém, lan-çamento de um movimento artístico,político ou econômico, edição de livrohistórico, etc. Quando se tratar deacontecimentos relativamente recen-tes, nunca deixe de mencionar ondeestá ou o que faz hoje cada uma daspessoas envolvidas no noticiário daépoca. A dimensão da matéria ficarána dependência direta da importânciado evento que se pretenda recordar.

2 — Nem sempre, porém, apenasessas datas justificam matérias. Porexemplo, é sempre conveniente dar

um balanço do primeiro semestre ouano de um governo (municipal, esta-dual ou federal), de um programa ofi-cial (Plano Real), de uma ausênciamuito sentida (um ano sem TomJobim). Em outros casos, datas como15, 35, 40, 60 ou 80 anos podem serexcelente pretexto para reviver fatoaparentemente esquecido ou persona-gem de que se fale pouco ultimamen-te (revolta de Aragarças ou Jacarea-canga, aniversário da morte de escri-tores como Otávio de Faria, 75 anosda Semana de Arte Moderna, 35 anosda 1ª Bienal de São Paulo, etc.).

3 — Mesmo que, aparentemente,não exista nada de novo a respeito,nunca deixe cair no esquecimentofatos que tenham sido objeto de inten-so noticiário jornalístico meses ouanos antes, sem, no entanto, se pode-rem considerar encerrados. Fugas es-petaculares (onde anda quem fugiu?),irregularidades denunciadas e nãoapuradas de forma definitiva ou con-clusiva, crimes ainda não esclarecidos(afinal, onde estão os suspeitos, osmandantes, os cúmplices?), obras in-terrompidas ou muito lentas (usinasde Angra, Ferrovia do Aço, rede desilos, etc.). O necessário, apenas, é quese procure um ângulo novo ou menosexplorado para justificar a volta ao as-sunto. Muitas vezes, no entanto, aprópria omissão e desleixo dos res-ponsáveis serão motivo suficientepara tanto.

4 — Nunca deixe de consultar o le-vantamento preparado pelo Arquivodo Estado com a relação das principaisefemérides do mês. Nele você encon-trará sempre assuntos que merecemser relembrados.

5 — Ver também pesquisa, página217.

“Mencionar que”. Menciona-se alguémou alguma coisa, mas não se mencio-na que...: Negou-se a mencionar afonte. / Mencionou o fato com deta-lhes. / Mencionou a atuação do dele-

176Melhor (a, o) “Mencionar que”

Page 177: Manual de Redação e Estilo do Estadão

gado no caso (e não: Mencionou queo delegado tivera participação nocaso).

Menor. Ver maior, menor, página 167.Menos. 1 — Palavra invariável (usar

“menas” constitui erro grosseiro). 2 —Concordância: ver exceto, página 122.

Menos de. Concorda com o comple-mento: Menos de dez atletas chega-ram ao fim da corrida. / Menos deduas pessoas saíram da sala. / Menosde uma dezena de pessoas estava pre-sente.

“Mentalização”. Não use....mente. Ver advérbios em mente, pági-

na 32.Mentir. Conjugação. Pres. ind.: Minto,

mentes, mente, mentimos, mentis,mentem. Pres. subj.: Minta, mintas,minta, mintamos, mintais, mintam.

Menu. Prefira cardápio. A palavra,porém, está liberada na informática.

Meritíssimo. Nunca “meretíssimo” (apalavra relaciona-se com mérito).

Mesa. Uma pessoa senta-se à mesa paratrabalhar, almoçar, etc. Sentar-se namesa é acomodar-se em cima dela.

Mesmo, mesma. 1 — Mesmo varia nor-malmente quando colocado depois desubstantivo ou pronome pessoal.Pode ser substituído, para maior com-preensão, por próprio, própria: A pro-fessora mesma (a própria professora)preparou a sala de aula. / Eles mes-mos (próprios) fizeram a viagem. /Joana e Maria mesmas (próprias) pre-pararam a festa. / Pensaram consigomesmos (próprios). / Conseguiu o em-prego por si mesma (própria). 2 —Quando equivale a de fato ou real-mente, mesmo não varia: Elas trouxe-ram mesmo os livros. / A moça veiomesmo. / Os governos recorrerãomesmo ao FMI.

Mesmo (o). É condenável o uso de omesmo, a mesma, os mesmos, as mes-mas para substituir pronome ou subs-tantivo. Estão vetadas, dessa forma,construções reais como: A emissora

vai definir como se fará a premiação,ou seja, como o público poderá parti-cipar “da mesma”. / A moça voltoude viagem e “a mesma” fará amanhão vestibular. / Os diretores da empre-sa reuniram-se ontem e os funcioná-rios saberão amanhã as decisões “dosmesmos”. / Cada vez que uma auto-ridade policial prendesse um bandi-do, “a mesma” deveria ser condecora-da.

Mestre. Feminino: mestra.Metade de. Concordância. Deixe o

verbo no singular: Metade das terrasme pertence. / Metade das pessoas jádevia ter chegado. / Metade dos alu-nos foi aprovada. / Metade de nóshavia saído.

Meteoro... O prefixo é esse, e não “me-tereo”... Assim, meteorologista, me-teoroscópio, e nunca “metereologia”,etc.

Metro. Ver distância, página 98.“Mi”. Nunca use esta forma para subs-

tituir milhão ou milhões.Micro. 1 — Liga-se sem hífen à palavra

ou elemento de composição seguinte:microacústico, microempresa, mi-croonda, microrregião, microssegun-do, microcomputador. 2 — A forma éaceitável em títulos como redução demicroempresa ou microcomputador.3 — Use micro e micros para a unida-de de medida, em vez de mícron emicra.

Mídia. Use esta forma, e não “media”.Mil. 1 — Não use “um mil”, mas apenas

mil reais, mil pessoas, mil exempla-res, etc. 2 — Por se tratar de numeral,mil concorda com a quantidade ex-pressa: duas mil pessoas, dois mil ho-mens, trezentas mil cabeças, qui-nhentos mil habitantes, etc.

Milhão, milhar. 1 — São substantivosmasculinos e por isso a concordânciados números segue estes exemplos:dois milhões de crianças (e não duas),os milhões de fitas (e não as), os cincomilhões de pessoas, os oito milhões

177Menor Milhão, milhar

Page 178: Manual de Redação e Estilo do Estadão

de liras, comprou 18 milhões dos 20milhões de ações, o milhão de meni-nas. Igualmente: dois milhares decrianças (e não duas), os milhares defitas (e não as), os cinco milhares depessoas, os oito milhares de liras, omilhar de meninas. 2 — A concordân-cia verbal de milhão pode ser com onúmero, no singular, ou com a coisaexpressa, no plural. No Estado, prefi-ra a segunda forma: Um milhão decrianças estavam presentes. / Ummilhão de casas foram construídas. 3— Se o verbo estiver antes de milhãoou milhões, porém, a concordânciaserá com estas palavras: Foi construí-do 1 milhão de casas. / Foram preju-dicados (e não “prejudicadas”) 5 mi-lhões de pessoas. / Existe mais de 1,5milhão de desempregados.

Milhas. Converta sempre em quilôme-tros (a terrestre vale 1,609 km e a ma-rítima, 1,852 km).

Miligrama. Palavra masculina: um mi-ligrama, duzentos miligramas.

Milionário. Não é qualificação de nin-guém. Chame a pessoa de industrial,armador, cantor, banqueiro, comer-ciante, empresário, etc.

Militância. 1 — Significa condição demilitante, prática, atuação: O políti-co tinha intensa militância na áreade terras. 2 — Para designar as pessoasatuantes de um partido ou organiza-ção, use militantes. Assim: Os mili-tantes (e não a militância) do partidoqueriam forçar a cúpula a revogar adecisão. / Os dirigentes da entidadetemiam a reação dos militantes (enão da militância).

Militares. 1 — Hierarquia. São estes ospostos e graduações, pela ordem de-crescente de importância, no Exérci-to, Marinha e Aeronáutica, respecti-vamente: marechal, almirante e ma-rechal-do-ar (apenas em épocas excep-cionais); general-de-exército, almi-rante-de-esquadra, tenente-brigadei-ro (quatro estrelas); general-de-divi-são, vice-almirante, major-brigadeiro

(três estrelas); general-de-brigada,contra-almirante, brigadeiro-do-ar(duas estrelas); coronel, capitão-de-mar-e-guerra, coronel-aviador; tenen-te-coronel, capitão-de-fragata, tenen-te-coronel-aviador; major, capitão-de-corveta, major-aviador; capitão, capi-tão-tenente, capitão-aviador; primei-ro-tenente (nas três armas); segundo-tenente (nas três armas); aspirante-a-oficial, guarda-marinha, aspirante-a-oficial-aviador; subtenente, subofi-cial, suboficial; primeiro-sargento(nas três armas); segundo-sargento(nas três armas); terceiro-sargento(nas três armas); cabo (nas trêsarmas); soldado, marinheiro, soldado.

2 — Comandos do Exército. Co-mando Militar do Leste (sede no Rio):compreende a 1ª Região Militar (sedeno Rio e jurisdição sobre o Estado doRio e o Espírito Santo) e a 4ª RM (sedeem Juiz de Fora, MG, e jurisdiçãosobre Minas Gerais, à exceção doTriângulo Mineiro, subordinado aoComando Militar do Planalto). Co-mando Militar do Sudeste (sede emSão Paulo): compreende a 2ª RM (sedeem São Paulo e jurisdição sobre o Es-tado de São Paulo). Comando Militardo Sul (sede em Porto Alegre): com-preende a 3ª RM (sede em Porto Ale-gre e jurisdição sobre o Rio Grande doSul) e a 5ª RM (sede em Curitiba e ju-risdição sobre o Paraná e Santa Cata-rina). Comando Militar do Nordeste(sede no Recife): compreende a 6ª RM(sede em Salvador e jurisdição sobre aBahia e Sergipe), a 7ª RM (sede no Re-cife e jurisdição sobre Pernambuco,Rio Grande do Norte, Paraíba e Ala-goas) e a 10ª RM (sede em Fortaleza ejurisdição sobre o Ceará e o Piauí). Co-mando Militar do Oeste (sede emCampo Grande, MS): compreende a 9ªRM (sede em Campo Grande e juris-dição sobre Mato Grosso, Mato Gros-so do Sul e Rondônia). Comando Mi-litar da Amazônia (sede em Manaus):compreende a 8ª RM (sede em Belém

178Milhas Militares

Page 179: Manual de Redação e Estilo do Estadão

e jurisdição sobre o Pará, Maranhão,Amapá e parte de Goiás) e a 12ª RM(sede em Manaus e jurisdição sobre oAmazonas, Acre e Roraima). Coman-do Militar do Planalto (sede em Bra-sília): compreende a 11ª RM (sede emBrasília e jurisdição sobre o DistritoFederal, parte de Goiás, Triângulo Mi-neiro e Tocantins).

3 — Comandos da Marinha. 1ºDistrito Naval: sede no Rio e jurisdi-ção sobre o Rio de Janeiro, EspíritoSanto, São Paulo, Minas Gerais (à ex-ceção do Triângulo Mineiro) e Ilhas deTrindade e Martim Vaz. 2º DistritoNaval: sede em Salvador e jurisdiçãosobre a Bahia, Sergipe e Arquipélagodos Abrolhos. 3º Distrito Naval: sedeem Natal e jurisdição sobre o RioGrande do Norte, Piauí, Ceará, Paraí-ba, Pernambuco, Alagoas e Atol dasRocas. 4º Distrito Naval: sede emBelém e jurisdição sobre o Pará, Acre,Amazonas, Rondônia, Maranhão, To-cantins, Piauí, Roraima e Amapá. 5ºDistrito Naval: sede em Rio Grande(RS) e jurisdição sobre o Rio Grandedo Sul, Santa Catarina e Paraná. 6ºDistrito Naval: sede em Ladário (MS)e jurisdição sobre Mato Grosso e MatoGrosso do Sul. Comando Naval deBrasília: sede em Brasília e jurisdiçãosobre o Distrito Federal, Goiás eTriângulo Mineiro.

4 — Comandos da Aeronáutica.Cada um deles é chamado generica-mente de Comando Aéreo Regional. IComar: sede em Belém e jurisdiçãosobre o Pará, Maranhão e Amapá. IIComar: sede no Recife e jurisdiçãosobre Pernambuco, Piauí, Ceará, RioGrande do Norte, Paraíba, Alagoas,Sergipe e Bahia. III Comar: sede noRio de Janeiro e jurisdição sobre o Es-tado do Rio, Espírito Santo, parte deMinas Gerais e Ilhas de Trindade eMartim Vaz. IV Comar: sede em SãoPaulo e jurisdição sobre São Paulo,Mato Grosso do Sul e Tocantins. VComar: sede em Canoas (RS) e juris-

dição sobre o Rio Grande do Sul, SantaCatarina e Paraná. VI Comar: sede emBrasília e jurisdição sobre o DistritoFederal, Goiás, parte de Minas e MatoGrosso. VII Comar: sede em Manause jurisdição sobre o Amazonas, Acre,Rondônia e Roraima.

Mim. Ver entre mim e ti, página 108, epara eu fazer, página 211.

Minguar. Conjuga-se como aguar (ver,página 34.): míngua, mínguam; mín-güe, míngüem; etc.

Mini... a) Liga-se sem hífen ao elemen-to seguinte, duplicando-se o r e o s:minicomputador, minidesvaloriza-ção, minirreator, minissaia, miniusi-na. Por questões gráficas, use hífenapenas antes de h: mini-homem,mini-hotel. b) Quando substantivado,tem acento: a míni (saia), as mínis(desvalorizações, por exemplo).

Ministério. Inicial maiúscula: o Minis-tério (conjunto dos ministérios), o Mi-nistério do Exército, os Ministériosda Agricultura, Saúde e Educação.Inicial minúscula: Esse ministério(segunda referência). / Minas preten-de um ministério. / O governo modi-ficará os ministérios.

“Ministro-chefe”. Use chefe, simples-mente: chefe do Gabinete Civil, chefedo Gabinete Militar, chefe do EMFA.

Minúsculas. Ver maiúsculas e minús-culas, página 168.

Mirim. Usado como adjetivo, não levahífen: guarda mirim, eleitores mirins.

Misantropo. E não “misântropo”.Mobiliar. 1 — Desta forma e não “mo-

bilhar” ou “mobilar”. 2 — Conjuga-ção. Pres. ind.: Mobílio, mobílias,mobília, mobiliamos, mobiliais, mo-bíliam. Pres. subj.: Mobílie, mobílies,mobílie, mobiliemos, mobilieis, mo-bíliem, etc.

Modelo. Liga-se com hífen a outro subs-tantivo: operário-modelo, escolas-modelo.

Modelo (o, a). Use o modelo para ho-mem e a modelo para mulher: Pro-

179Mim Modelo (o, a)

Page 180: Manual de Redação e Estilo do Estadão

curavam um modelo de barba e bigo-de. / Elas são as modelos mais famo-sas do Brasil.

Modismo. O modismo é o lugar-comumcujo uso se intensifica num dado mo-mento, por influência especialmentede meios de comunicação como orádio e a televisão, do jargão político,artístico, urbanístico, econômico eesportivo ou dos próprios usos e cos-tumes do País. Deve ser evitado nãoapenas para não atrelar o jornal a umtipo de linguagem perecível, que variacom as circunstâncias, mas tambémpor se tratar de uma prática tão con-denável quanto o recurso aos chavõestradicionais. O modismo pode sertanto uma palavra inexistente que secria para expressar alguma situaçãonova, como um termo do vernáculoque se passa a empregar em sentidodiferente do usual ou uma frase feitacujo uso termina por ultrapassar os li-mites do tolerável. O maior cuidadodeve ser tomado com os casos de pa-lavras que têm o sentido original des-virtuado, ganhando conotação impró-pria ou incorreta (exemplo: penalizarcom o significado de punir, que a pa-lavra não tem).

Veja alguns dos modismos mais co-muns: abrir as comportas, acontecer(como realizar-se ou ocorrer), admi-nistrar (vitória ou vantagem), adorar(qualquer coisa), aflorar, a mil ou amil por hora, a nível de, anos doura-dos, aquecer as turbinas, arrebentara boca do balão, assumir, aterrissarna mesa de ou aterrissar em SãoPaulo, por exemplo, atirar farpas, atodo o vapor, calor de rachar cate-drais, carimbar o passaporte, chocan-te (como surpreendente), colocação(de assunto ou questão), colocar (as-sunto ou questão), com a bola toda,com a corda toda, complexo viário,conquistar seu espaço, contabilizar(como reunir, somar ou totalizar), cor-rer atrás do prejuízo, costurar (acor-do ou negociação), curtir, decolar

(como desenvolver-se), deitar e rolar,demanda de usuários, de repente,descartável, descontraído, despencar(Bolsa), detonar (como desencadearou provocar), disparar (como afir-mar), em grande estilo, em últimaanálise, enfoque, entrar em rota decolisão, esquentar as turbinas, estarna marca de pênalti, estar na sua,estar rindo à toa, exatos (12 anos, porexemplo), extrapolar (como exorbitarou exagerar), galera (como torcida ouplatéia), goleirão, gratificante, imper-dível, instigante, ir em busca do pre-juízo, junto a (em vez de com ou de),malha viária, mostrar cacife, nãoconvidem para a mesma mesa oupara a mesma reunião, pano defundo, patamar (como nível ou índi-ce), pelo andar da carruagem, penali-zar (como punir), pilotar um instru-mento, pintar (como surgir), praticar(preços, juros ou taxas), preocupante,quem viver verá, raposa felpuda, re-ceber sinal verde, rota de colisão, sen-tir firmeza, sinalizar (como indicarou projetar), sob o signo de, transpa-rência, transparente, trocar farpas ezagueirão.

Ver também lugar-comum, página163.

Modo. 1 — Ver em de maneira que, pá-gina 89, como usar a locução de modoque. 2 — Ver em assim como, página47, a concordância da locução domesmo modo que.

Moer. Conjugação. Pres. ind.: Môo,móis, mói, moemos, moeis, moem.Imp. ind.: Moía, moías, moía, etc.Pret. perf. ind.: Moí, moeste, moeu,etc. Pres. subj.: Moa, moas, moa,moamos, moais, moam. Imp. subj.:Moesse, moesses, moesse, etc. Imper.afirm.: Mói, moa, moamos, moei,moam. Ger.: Moendo. Part.: Moído.

Molde. Ver em de maneira que, página89, como usar a locução de molde que.

Moleque. Feminino: moleca.Monge. Feminino: monja.

180Modismo Monge

Page 181: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Mono... Liga-se sem hífen ao termo se-guinte, com a supressão do h e a du-plicação do r e do s intermediários:monoácido, monocelular, monoidra-tável, monorregional, monosseriado,monotrilho.

“Monopólio exclusivo”. Redundância.Não use.

Monsenhor. Sem artigo antes: Encon-tramos monsenhor (e não “o monse-nhor”) Antônio. / Monsenhor José fezum belo sermão.

Monstro. Como adjetivo, permanece in-variável: liquidação monstro, comí-cios monstro.

Monte. Inicial maiúscula: Monte Bran-co.

Montecarlo. Desta forma.Mooca. Sem acento.Mor. Entra na formação de palavras com

hífen e sem acento: capitão-mor,altar-mor.

Moral. 1 — Palavra feminina quando ex-prime ética, norma de conduta, mora-lidade, lição: a moral cristã, moral ili-bada, a moral da história. 2 — Nomasculino indica estado de espírito,disposição de ânimo: o moral datropa, o moral dos jogadores.

Morar em. 1 — Use morar com a prepo-sição em (e não a): Mora no campo,mora na cidade, mora na serra. /Mora na Rua tal, na Avenida tal, naPraça tal (e não à Rua tal, etc.). 2 —Pode também ser intransitivo (dis-pensar complemento): Não tem ondemorar. / Queria morar melhor.

Morder, mordida. O termo aplica-seapenas a animais que têm dentes: Ocachorro mordeu o carteiro. / A mor-dida da piranha lhe tirou pedaços. Nocaso, pode-se ainda usar dentada: Ohomem deu uma dentada no inimi-go. Pernilongos, abelhas, escorpiões,aranhas, formigas, etc., picam ou dãopicadas e ferroadas. Cobras, emboratenham presas, igualmente picam oudão picadas: A picada da urutu quase

sempre é fatal. / A jararaca picou omenino.

“Morfético”. Nunca use, em nenhumsentido.

Morra, morram. A exclamação concor-da com o sujeito: Morra o traidor! /Morram os hereges! / Morramos nós,se o merecermos!

Morrer, morte, morto. 1 — Por seremmais jornalísticas, use estas palavrasno noticiário, em vez de falecer, fale-cimento ou falecido, cujo empregodeve ficar restrito à seção de Faleci-mentos. Evite também desapareci-mento ou desaparecido, com esse sig-nificado. 2 — Como morto é particí-pio tanto de morrer quanto de matar,prefira a forma que morreu a morto(para não dar a idéia de que alguémmatou alguém) em frases como: Oator Jofre Soares, que morreu em 1996(e não morto em)... / Tinha saudadesdo filho, que morrera aos 18 anos nacapital (em vez de morto aos 18 anosna capital)... 3 — Um acidente causamortes e não mortos: Choque de ôni-bus causa (provoca) 25 mortes (e não“mortos”). 4 — Com mortos o que sepode usar é deixar: Choque de ônibusdeixa 25 mortos e 35 feridos. 5 —“Fazer mortos” ou “mortes”. Nin-guém “faz” mortos ou mortes. Recor-ra às opções acima. 6 — “Vítimafatal”. Fatal é o acidente, o choque, acolisão, etc., e nunca a vítima.

Morro. Inicial maiúscula: Morro doBorel.

Mortes (como tratar). Sem fazer estar-dalhaço ou sensacionalismo, diga efe-tivamente de que uma pessoa morreu.Não há motivo para preconceito e oleitor merece a informação correta,seja a morte decorrente de suicídio,seja de doenças como a aids, o câncer,a leucemia ou outras. As circunstân-cias da morte também deverão sem-pre ser devidamente esclarecidas.Poupe o leitor, porém, de detalhes es-cabrosos, que pouco ou nada acres-centem ao noticiário, no caso de cri-

181Mono... Mortes (como tratar)

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mes violentos. Particularidades davida íntima da pessoa — era homos-sexual, era traído pela mulher ou pelomarido, por exemplo — somente de-verão figurar na reportagem se estive-rem diretamente relacionados com acausa ou as circunstâncias da morte.

Morto. Ver matado, morto, página 174.Mudança do sujeito. 1 — Não mude o

sujeito nas declarações textuais, istoé, não transforme o discurso indiretoem direto. Veja dois exemplos erra-dos: Ganhou dois prêmios e saiu dafesta dedicando-os “à minha mãe e atodas as mães do Brasil”. / Os joga-dores estavam tranqüilos, pois acha-vam que “perdemos, mas cumprimoso dever”. No primeiro caso, a expres-são minha mãe refere-se à primeirapessoa e os verbos ganhou e saiu estãotodos na terceira. No segundo, acha-vam está na terceira pessoa e perde-mos e cumprimos, na primeira. Vejaas alternativas: Marcou dois gols esaiu de campo dedicando-os à suamãe “e a todas as mães do Brasil”. /Os jogadores estavam tranqüilos eressaltavam:“Perdemos, mas cum-primos o dever.” Ver outros exemplosem declarações textuais, item 10, pá-gina 88.

2 — Cuidado para não trocar o su-jeito em orações encadeadas. Veja osexemplos, todos reais: Seu passe foiemprestado ao Grêmio no ano passa-do e voltou ao União, onde permane-cia na reserva (segundo o texto, foi opasse que voltou ao União, onde per-manecia na reserva, e não o jogador,como se pretendia dizer). / Apesar deexistir há mais de duas décadas,muita gente não sabe se PNL é algorelacionado a alguma ciência (comoestá escrito, é muita gente que existehá duas décadas, e não o PNL). / Pis-tas de kart realizam sonho de virarpiloto (são as pistas que estão virandopiloto). / Criadas por empresários, aatuação dessas fundações... (as fun-

dações é que foram criadas, e não a suaatuação).

Muitíssimo. Superlativo malformado.Aceitável apenas na linguagem colo-quial ou em declarações.

Muito. 1 — Varia quando precede subs-tantivo: muitos homens, muita água,muitas pessoas. A norma é a mesmacaso muito anteceda adjetivo queforme, com o substantivo seguinte,uma unidade, como se constituísseuma só palavra: Ele tem muita boavontade. / Tratou-a com muita mávontade. / Trouxe muitas boas novas.

2 — Não variaquando modifica ad-jetivo, verbo ou outro advérbio: Erammuito bons. / Restaram muito pou-cos ali. / A população estava muitosatisfeita com o presidente. / Nemtodos os alunos estudam muito. / Fa-lavam muito baixo. 3 — Atente paraa diferença: Havia muitos bons ho-mens ali (muitos homens bons). /Eram muito bons homens aqueles(não se pode fazer a inversão, nestecaso). / Trouxe muitas velhas amigasconsigo. / Eram muito velhas amigasdeles. 4 — Ver em é muito, é pouco,página 105, a concordância da locuçãoé muito.

Muito obrigado(a). Homem, quandoagradece, diz muito obrigado! Mu-lher, muito obrigada!

Muito poucos. Muito permanece inva-riável: Havia muito poucos carros nacidade. / Eram muito poucas as can-didatas ao emprego.

Muito que. Sem artigo: muito que dizer,muito que fazer.

Muitos de. Quanto à concordância, veralgum (alguns) de, página 35.

“Muletas”. l — Evite, a todo custo, o usode muletas nos títulos, isto é, palavrasempregadas apenas como recursopara ganhar alguns sinais. Casos maiscomuns: já (Palmeiras já teme oTreze), seu redundante (Governo con-tém os seus gastos: pode conter os dequem mais?), um (Morto um generalna Espanha), o ou a sem razão (A bala

182Morto “Muletas”

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mata o menino: que bala? que meni-no?) e outros do mesmo tipo.

2 — Considere também muletas (e,portanto, fuja delas) locuções utiliza-das para ligar fatos ou declarações di-ferentes na mesma matéria, como: poroutro lado, pelo contrário, ao mesmotempo, não obstante, enquanto isso,por sua vez, apesar disso e outras jádesgastadas pelo uso excessivo. Paracumprir funções semelhantes exis-tem palavras ou expressões comoainda, também, mas, porém, no en-tanto, pois, como, porque, portanto,etc.

Múlti. Aceitável, apenas em títulos,para substituir multinacional. Plural:múltis.

Multi... Liga-se sem hífen ao termo se-guinte: multiangular, multicolorido,multinacional, multiovulado, mul-tirracial, multissecular.

Município. Inicial maiúscula: o Municí-pio de São Paulo, o Município (referin-do-se a São Paulo, capital). Inicial mi-núscula: o município de Itu, os muni-cípios de Santos e Guarujá, o municí-pio (qualquer outro que não o de SãoPaulo), os Estados e municípios.

Munique. Desta forma.Muralha da China. Não é uma das sete

maravilhas do mundo antigo. Verquais são elas em maravilhas, página173.

“Muso”. A palavra não existe. Só podeser usada entre aspas e em textosmuito especiais.

Na Avenida tal. Ver na Rua tal, página184.

Nacional-socialista. Plural: nacional-so-cialistas (os nacional-socialistas, par-tidos nacional-socialistas).

Nada. 1 — Antes do verbo, dispensaoutra negativa: Nada lhe pergunta-ram. / A polícia nada apurou sobre ocrime. / Ele de nada foi informado. 2— Se vem depois do verbo, exige outranegativa: Não lhe perguntaram na-da. / O ministro não sabia nada sobreo plano. / Ninguém aprendeu nada. /A moça não ficou nada preocupada. /Sem pensar em mais nada, saiu cor-rendo. 3 — São erradas, dessa forma,frases como: As linhas telefônicascustam praticamente nada (o certo:não custam ...) / Reservou as sextas-feiras para fazer absolutamente nada(para não fazer...). / Ele trouxe nadaconsigo (ele nada trouxe consigo ouele não trouxe nada consigo).

Nada a ver. E nunca “nada haver”. A me-lhor forma, porém, é nada que ver: Aqueixa não tem nada a ver (ou quever) com você.

Nada com pronome. O nada atrai o pro-nome situado na mesma oração: Nadalhe disseram a respeito do caso. /Nada naquele lugar nos agradava.

Nada de. Concordância. Ver algumacoisa de, página 35.

Naïf. Plural: naives.“Namorar com”. O verbo é direto: A

moça namorava o filho do prefeito (enão namorava “com”). / Namorava avizinha havia muitos anos (e não na-morava “com”).

Não... 1 — Use hífen sempre que o nãovier antes de substantivo: não-agres-são, não-alinhamento, não-confor-mismo, não-fumante, não-interven-ção, não-participação. 2 — Diante deadjetivo, só empregue o hífen quandoo não formar uma palavra de sentidocompleto: país não-alinhado, naçãonão-beligerante, não-combatente,não-conformista, não-engajado, não-esperado, não-essencial, não-existen-te, metal não-ferroso, pessoa não-fu-mante, não-iluminado, política não-intervencionista, não-participante,não-positivo, composto não-satura-do, não-verbal enão-viciado. 3 — Nosdemais casos: não vazio, não reconhe-

183Múlti Não...

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cido, não identificado, não vestido,etc. 4 — Ver no capítulo Escreva Certoas palavras em que o não se liga comhífen a um adjetivo. Nos demais ca-sos não existe hífen: não cozido, nãointencional, não abusivo.

Não apenas... mas também.Concordân-cia. Ver não só, nesta página.

Não com pronome. O não atrai o prono-me situado na mesma oração: Os re-sultados não o surpreenderam. / Oamigo não se dispôs a ajudá-lo.

Não é mais. Ver já ... mais, página 152.Não fosse... Sem e intermediário: Não

fosse a pressa, ele teria feito melhor otrabalho. / Não fosse a chuva, os con-vidados teriam chegado antes. (Enão: Não fosse a pressa “e” eleteria...).

Nãos. Não tem plural, quando substan-tivado: Os nãos e os sins.

Não ... senão. Concordância com otermo que se segue a senão: “Não seviam ali senão cadáveres”. / Não seouviam senão os grilos.

Não só. 1 — A correlação de não só ounão somente faz-se com mas também,mas, mas até, como, senão ou senãotambém: Não só o pai, mas tambémo filho devem... / Não só o patrão, maso operário... / Não só os homens, masaté as mulheres... / Não só os filhos,como os amigos ali ficaram. / Não sóé indigno de pena, senão também dagraça. / O Sol não só excede a cadauma das estrelas senão a todas. 2 —Concordância. Verbo no plural: Nãosó o pai, mas também o filho queriamo cargo. Fazem a mesma concordân-cia as seguintes formas: não só... mas,não só... mas ainda, não só... mas até,não só... senão, não só... senão tam-bém, não só... como também, não so-mente... como, não apenas... senãotambém, etc.

“Não tem solução”. Ver havia muitaspessoas, página 138.

Nariz-de-cera. É uma introdução vaga edesnecessária que toda notícia dis-pensa. Use lead e nunca nariz-de-cera,a não ser em casos excepcionais,

como o de apresentar íntegras: É a se-guinte a íntegra do discurso pronun-ciado ontem pelo presidente da Re-pública na Cidade do México:

Um exemplo de nariz-de-cera: Sãomuitos os problemas do trânsito emSão Paulo. Alguns deles arrastam-sepor anos e anos sem que ninguémtente resolvê-los. Um exemplo dessedescaso das autoridades é o estacio-namento sobre as calçadas. Maisuma vez, porém, a Prefeitura prome-te adotar medidas para que os abu-sos não se repitam. Depois dessa in-trodução, viria a notícia de que o es-tacionamento nas calçadas estava, apartir do momento, sujeito a multaselevadas. Entre direto no fato: A par-tir de hoje, quem estacionar seu carrosobre a calçada pagará tanto demulta. E a Prefeitura promete ser ri-gorosa na fiscalização.

“Narrar que”. Narra-se alguma coisa,mas não se narra que...

Na Rua tal. Use esta forma: morador ouresidente na Rua tal e não à Rua tal.Da mesma forma, na Avenida, na Tra-vessa, no Largo, etc.

Naturais do Brasil. Esta lista inclui osadjetivos pátrios referentes aos Esta-dos, às capitais e a algumas cidadesbrasileiras:

Acre: acreano; Alagoas: alagoano;Amapá: amapaense; Amazonas: ama-zonense; Anápolis (GO): anapolino;Angra dos Reis (RJ): angrense; Araca-ju (SE): aracajuano; Araguaia (rio): ara-guaiano.

Bahia: baiano; Barra do Piraí (RJ):barrense; Barra Mansa (RJ): barra-mansense; Belém (PA): belenense;Belo Horizonte (MG): belo-horizonti-no; Boa Vista (RR): boa-vistense; Bra-sília (DF): brasiliense.

Cabo Frio (RJ): cabo-friense; Ca-choeiro de ltapemirim (ES): cachoei-rense; Campo Grande (MS): campo-grandense; Caruaru (PE): caruaruen-se; Catu (BA): catuense; Cuiabá (MT):cuiabano; Curitiba (PR): curitibano.

Duas Barras (RJ): bibarrense.

184Não apenas... mas também Naturais do Brasil

Page 185: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Espírito Santo: espírito-santense ecapixaba.

Florianópolis (SC): florianopolita-no; Fortaleza (CE): fortalezense; Fozdo Iguaçu (PR): iguaçuense.

Garanhuns (PE): garanhuense;Goiânia (GO): goianiense; Goiás:goiano.

João Pessoa (PB): pessoense.Macapá (AP): macapaense. Maceió

(AL): maceioense, Manaus (AM): ma-nauense ou manauara; Marajó (ilha):marajoara; Maranhão: maranhense;Mato Grosso: mato-grossense; MatoGrosso do Sul (MS): mato-grossense-do-sul ou sul-mato-grossense.

Natal (RN): natalense; Niterói(RJ): niteroiense; Novo Hamburgo(RS): hamburguense.

Pará: paraense; Paraná: paranaen-se; Pernambuco: pernambucano; Pe-trópolis (RJ): petropolitano; Piauí:piauiense; Poços de Caldas (MG): cal-dense; Porto Alegre (RS): porto-ale-grense.

Recife (PE): recifense; Rio de Janei-ro (Estado): fluminense; Rio de Janei-ro (cidade): carioca; Rio Grande (cida-de do RS): rio-grandino; Rio Grandedo Norte: rio-grandense-do-norte,norte-rio-grandense e potiguar; RioGrande do Sul: gaúcho, rio-granden-se-do-sul e sul-rio-grandense; Rondô-nia: rondoniense; Roraima: roraimen-se.

Salvador (BA): soteropolitano;Santa Catarina: catarinense; Santa-rém (PA): santareno; Santos Dumont(MG): sandumonense; São Pedro daAldeia (RJ): aldeense; São Sebastião daGrama (RJ): gramense; Sergipe: sergi-pano.

Teófilo Otôni (MG): teófilo-oto-nense; Teresina (PI): teresinense; To-cantins: tocantinense; Três Corações(MG): tricordiano; Três Rios (RJ): trir-riense.

Vitória (ES): vitoriense.Naturais do Estado de São Paulo. Esta

lista inclui alguns dos adjetivos pá-

trios referentes a cidades do Estado deSão Paulo. Deu-se preferência aos quedesignam o natural de municípiosmais citados no noticiário ou àquelescuja forma possa causar dúvidas:

Águas da Prata: pratense; Águas deLindóia: lindoiense; Americana: ame-ricanense; Aparecida: aparecidense;Assis: assisense; Atibaia: atibaiano;Avaré: avareense.

Barretos: barretense; Barueri: ba-rueriense; Batatais: batataiense; BomJesus dos Perdões: perdoense; Bragan-ça Paulista: bragantino; Brodowski:brodowskiano.

Cajamar: cajamarense; Campinas:campineiro; Campos do Jordão: jorda-nense; Cananéia: cananeense; Ca-pivari: capivariano; Cotia: cotiense;Cubatão: cubatense.

Diadema: diademense.Embu, Embu-Guaçu: embuense.Fernandópolis: fernandopolense;

Ferraz de Vasconcelos: ferrazense;Franca: francano; Francisco Morato:moratense; Franco da Rocha: franco-rochense.

Guaratinguetá: guaratinguetaen-se; Guarujá: guarujaense; Guarulhos:guarulhense.

Ilhabela: ilhabelense; Itanhaém:itanhaense; Itapecerica da Serra: ita-pecericano; Itapetininga: itapetinin-gano; Itaquaquecetuba: itaquaquece-tubano; Itararé: itarareense.

Jaboticabal: jaboticabalense; Jaca-reí: jacareiense; Jales: jalesense; Jun-diaí: jundiaiense.

Leme: lemense; Limeira: limeiren-se; Lindóia: lindoiano; Lins: linense.

Mairiporã: mairiporanense; Marí-lia: mariliense; Matão: matonense;Mauá: mauaense; Mogi das Cruzes,Mogi-Guaçu e Mogi-Mirim: mogia-no; Mongaguá: mongaguaense.

Nova Odessa: nova-odessense;Novo Horizonte: novo-horizontino.

Orlândia: orlandino; Osasco: osas-quense; Ourinhos: ourinhense.

185Naturais do Estado de São Paulo Naturais do Estado de São Paulo

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Paulínia: pauliniense; Peruíbe: pe-ruibense; Pindamonhangaba: pinden-se; Piracicaba: piracicabano; Piraju:pirajuense; Pirajuí: pirajuiense; Piras-sununga: pirassununguense; Poá:poaense; Porto Feliz: porto-felicense;Praia Grande: praia-grandense; Presi-dente Bernardes: bernardense; Presi-dente Epitácio: epitaciano; Presiden-te Prudente: prudentino; PresidenteVenceslau: venceslauense.

Registro: registrense; RibeirãoPires: ribeirão-pirense; RibeirãoPreto: ribeirão-pretano; Rio Claro:rio-clarense; Rio Grande da Serra: rio-grandense-da-serra.

Santa Fé do Sul: santa-fé-sulense;Santa Isabel: isabelense; Santana deParnaíba: parnaibano; Santo André:andreense; Santos: santista; São Ber-nardo do Campo: são-bernardense;São Caetano do Sul: são-caetanense;São Carlos: são-carlense; São José doRio Pardo: rio-pardense; São José doRio Preto: rio-pretense; São José dosCampos: joseense; São Roque: são-ro-quense; São Sebastião: sebastianense;São Vicente: vicentino; Serra Negra:serra-negrense; Sorocaba: sorocaba-no; Sumaré: sumareense.

Taquaritinga: taquaritinguense;Tatuí: tatuiense; Taubaté: taubatea-no.

Ubatuba: ubatubense.Vale do Paraíba: vale-paraibano;

Valinhos: valinhense; Votuporanga:votuporanguense.

Naturais do exterior. Nesta relação, fi-guram adjetivos pátrios que podemcausar alguma dúvida ao jornalista,todos referentes a cidades e regiões doexterior e países, mesmo alguns já ex-tintos e fragmentados ou que muda-ram de nome (foram excluídas formasóbvias, como Dinamarca — dinamar-quês, Nápoles — napolitano, etc.):

Acaia (Gr.): aqueu; Açores: açoria-no; Acra (Gana): acrense; Afeganis-tão: afegão, afegã; Alasca: alasquiano;Alemanha Ocidental: alemão-ociden-

tal; Alemanha Oriental: alemão-oriental; Alentejo (Port.): alentejano;Alexandria (Egito): alexandrino; Alsá-cia (Fr.): alsaciano; Altai (montanha):altaico; Amarante (Port.): amaranti-no; Amsterdã: amsterdamês; Ancara(Turquia): ancarense; Andaluzia(Esp.): andaluz, andaluza; Andorra:andorrano; Anjou (Fr.): angevino; An-tígua: antiguano; Antilhas: antilhano;Antuérpia: antuerpiano; Apeninos:apenínico; Arábia Saudita: saudita;Aragão (Esp.): aragonês; Arcádia (Gr.):árcade; Ardenas (Fr.): ardenês; Argel:argelino; Argélia: argelino; Arles (Fr.):arlesiano; Artois (Fr.): artesiano; Ásiado Sul: sul-asiático; Assam (Índia): as-samês; Assuã: assuanês; Astracã(Rússia): astracanita; Astúrias (Esp.):asturiano; Atacama: atacamenho;Australásia: australásio; Azerbaijão:azerbaijano.

Bahamas: bahamense; Bagdá: bag-dali; Bahrein: bahreinita; Baleares: ba-leárico; Bali (Indon.): balinês; Báltico:báltico; Bangladesh: bengali; Barba-dos: barbadiano; Barcelona: barcelo-nês; Batávia: batavo; Baviera: bávaro;Bearn (Fr.): bearnês; Beja (Port.): be-jense; Belém (Jordânia): belemita; Bel-grado: belgradino; Belize: belizenho;Beluchistão: beluchi; Bengala: benga-li; Bengasi: bengasiano; Benin: beni-nense; Bermudas: bermudense; Berna(Suíça): bernês; Bessarábia: bessará-bio; Biafra: biafrense; Bielo-Rússia:bielo-russo; Bilbao: bilbaíno; Birmâ-nia: birmanês; Biscaia (Esp.): biscai-nho; Boêmia (Rep. Checa): boêmio;Bogotá: bogotano; Bonn: bonense;Bordéus (Fr.): bordelês; Borgonha: bor-gonhês; Bósnia: bósnio; Boston: bos-toniano; Botsuana: bechuano; Bragan-ça (Port.): bragantino; Brandemburgo:brandemburguês; Brunei: bruneano;Bruxelas: bruxelense; Bucareste: bu-carestino; Budapeste: budapestense;Buenos Aires: portenho; BurkinaFasso: burquinense; Burundi: burun-dinês; Butão: butanês.

186Naturais do exterior Naturais do exterior

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Cabo Verde: cabo-verdiano; Caiena(G. Fr.): caienense; Cairo (Eg.): cairo-ta; Calcutá (Índia): calcutaense; Cale-dônia (Fr.): caledônio; Camarões(Áfr.): camaronês; Camberra (Austrá-lia): camberrano; Camboja: camboja-no; Canaã (Pal.): cananeu; Canárias(Áfr. Esp.): canarino; Cantão (China):cantonense; Capadócia (Ásia): capa-dócio; Caribe: caribenho; Carolina doNorte (EUA): carolinense; Carolinado Sul (EUA): carolinense; Carrara(It.): carrarense; Cartago (Áf.): carta-ginês; Casablanca (Marr.): casablan-quense; Castelo Branco (Port.): albi-castrense; Catalunha (Esp.): catalão;Catar (Ásia): catariano; Ceilão: cinga-lês; Ceuta (Áfr.): ceutense; Chade:chadiano; Chechênia: checheno; Chi-pre: cipriota; Cíclades (Gr.): cicladen-se; Cingapura: cingapuriano; Circás-sia (Ásia): circassiano; Cochinchina:cochinchinês, cochinchino; Coimbra(Port.): coimbrão, coimbrã; Colombo(Sri Lanka): colombense; Colônia(Alem): coloniano; Comores: como-rense; Congo (Áfr.): congolês; Cope-nhague: copenhaguense; Coréia doNorte: norte-coreano; Coréia do Sul:sul-coreano; Corfu (Grécia): corfiota;Corinto: coríntio; Corrientes (Arg.):correntino; Costa do Marfim: marfi-nense; Costa Rica: costa-riquenho;Cracóvia: cracoviano; Cremona (It.):cremonense; Curdistão: curdo.

Dacar (Senegal): dacarense; Dant-zig: dantzigano; Daomé: daomeano;Djibuti (Áfr.): djibutiano; Dominica:dominicano; Dublin (Irl.): dublinen-se; Douro (Port.): duriense.

El Salvador: salvadorenho; Emira-dos Árabes Unidos: árabe; Entebe(Uganda): entebense; Entre-Rios(Arg.): entrerriano; Epiro (Gr.): epiro-ta; Estônia: estoniano; Estrasburgo(Fr.): estrasburguês; Etrúria: etrusco.

Fiji: fijiano; Florença: florentino;Formosa (Ásia): formosino; Funchal(Madeira): funchalense.

Gabão: gabonense; Galiza (Esp.):galego; Gâmbia (Áfr.): gambiano;Gana: ganense; Gasconha (Fr.): gas-cão, gascona; Genebra (Suíça): gene-brês; Geórgia (república): georgiano;Gibraltar: gibraltarino; Gironda (Fr.):girondino; Goa (Índia): goense; Gra-nada (Esp. e Caribe): granadino;Groenlândia: groenlandês; Guatema-la: guatemalteco; Guiana: guianense;Guiné (Áfr. Ocid.): guineano; Guiné-Bissau: guineense; Guiné Equatorial:guinéu-equatoriano.

Hamburgo (Alem.): hamburguês;Hannover (Alem.): hanoveriano; Ha-vana: havanês; Hébridas (Grã-Breta-nha): hebridense; Honduras: hondu-renho.

Iêmen (Ásia): iemenita; Iêmen doSul: sul-iemenita; Ilhas Comores: co-morense; Ilhas Hébridas: hebridense;Ilhas Salomão: salomônico; Índia: in-diano; Iugoslávia: iugoslavo.

Jamaica: jamaicano; Jordânia: jor-daniano.

Kiribati: kiribatiano; Kuwait:kuwaitiano.

Laos: laosiano; La Paz: pacenho;Lapônia: lapão, lapona; León (Esp.):leonês; Lesoto: lesoto; Letônia: letão,letã; Liechtenstein: liechtensteinien-se; Lituânia: lituano; Luanda (Ango-la): luandense; Luxemburgo: luxem-burguês; Lyon (Fr.): lionês.

Macau (China): macaísta; Mada-gáscar: malgaxe; Madeira (Port.): ma-deirense; Madri: madrileno; Maiorca:maiorquino; Malabar (Ásia): malaba-rense; Málaga (Esp.): malaguenho;Malásia: malaio; Malavi: malaviano;Maldivas: maldivo; Mali: malinês;Malta: maltês; Malvinas: malvinense;Manágua: managüense; Manchester(Ingl.): manchesteriano; Mandchúria(Ásia): mandchu; Mântua (It.): man-tuano; Marselha (Fr.): marselhês;Maurício: mauriciano; Mauritânia:mauritano; Melanésia: melanésio;Micronésia: micronésio; Minho: mi-nhoto; Minorca: minorquino; Móde-

187Naturais do exterior Naturais do exterior

Page 188: Manual de Redação e Estilo do Estadão

na (It.): modenense; Moldávia(URSS): moldávio; Molucas: moluca-no; Mônaco: monegasco; Mongólia(Ásia): mongol; Montenegro: monte-negrino; Montevidéu: montevideano;Munique: muniquense.

Nauru: nauruano; Navarra (Esp.):navarrês e navarro; Nazaré: nazareno;Nepal: nepalês; Níger: nigerino; Nigé-ria: nigeriano; Nova York: nova-ior-quino; Nova Zelândia: neozelandês.

Omã: omani; Oxford: oxfordiano.País Basco: basco; País de Gales:

galês; Papua-Nova Guiné: papuásio;Patagônia: patagônio; Pádua (It.): pa-tavino; Piemonte (It.): piemontês; Po-linésia: polinésio; Porto Rico: porto-riquenho.

Quênia (Áfr.): queniano.República Centro-Africana: cen-

tro-africano; República Dominicana:dominicano; República Malgaxe:malgaxe; Romênia: romeno; Ruanda:ruandês.

Sabóia (Fr.): saboiano; Salamanca(Esp.): salamanquense; Salerno (It.):salernitano; Salomão (ilhas): salomô-nico; Salonica (Gr.): salonicense;Samoa: samoano; San Marino: sama-rinês; Santa Cruz de la Sierra (Bol.):cruz-serrano; Santa Lúcia (ilha):santa-lucense; Santarém (Port.): san-tareno; Santiago de Compostela(Esp.): santiaguês; São Cristóvão eNeves: são-cristovense; São Tomé ePríncipe: são-tomense; São Vicente eGranadinas: são-vicentino; Saragoça(Esp.): saragoçano; Sardenha (It.):sardo; Senegal: senegalês; Serra Leoa(Áfr.): serra-leonês, serra-leonesa; Sér-via: sérvio; Seychelles: seichelense;Sintra (Port.): sintrão; Siracusa (It.):siracusano; Somália: somali; SriLanka: cingalês; Suazilândia: suazi;Suriname: surinamês.

Taiti: taitiano; Tânger: tangerino;Tanzânia: tanzaniano; Tarragona(Esp.): tarraconense; Tasmânia (Ocea-nia): tasmaniano; Timor (Oceania): ti-morense; Togo: togolês; Toledo (Esp.):

toledano; Tonga: tonganês; Tonquim(Vietnã): tonquinês; Toscana (It.): tos-cano; Transilvânia: transilvano;Transvaal (Áfr. do Sul): transvaaliano;Trás-os-Montes (Port.): trasmontano;Trieste (It.): triestino, Trinidad e To-bago (Antilhas): trinitário; Trípoli: tri-politano; Tripolitânia (Áfr.): tripolita-no; Túnis: tunisino; Tunísia: tunisia-no; Tuvalu: tuvaluano.

Uganda: ugandense; Urais: uralia-no.

Valência: valenciano; Vanuatu: va-nuatense; Varsóvia: varsoviano; Vero-na (It.): veronês; Versalhes (Fr.): ver-salhês.

Zaire: zairense; Zâmbia, zambia-no; Zanzibar: zanzibarita; Zimbábue:zimbabuano; Zululândia: zulu.

Naves espaciais. 1 — Os foguetes e sa-télites, tanto os pioneiros da era espa-cial quanto os atuais, têm o gêneromasculino: o Sputnik, o Viking, oVanguard, o Explorer, o Sonda, oTiros, o lntelsat, etc. 2 — As naves(mesmo que sejam consideradas ôni-bus espaciais, como a Columbia) sãofemininas: a Vostok, a Mercury, aVoshkod, a Gemini, a Soyuz, aSkylab, a Challenger, etc. 3 — Onome das naves vai no mesmo corpodo texto e não deve ser aportuguesa-do: Columbia, Apollo 13, etc.

Navios. O nome vai no mesmo corpo dotexto: Costa Marina.

Necessário. Ver em é preciso, página111, a concordância de é necessário.

“Necrópole”. Palavra vetada. Use cemi-tério.

Negar a. O verbo pede a preposição a enão para: Redes de TV negam espaçoao candidato (e não “para o”). / A em-presa negou aumento aos funcioná-rios.

Negar que. 1 — Esta forma leva semprea oração seguinte para o subjuntivo:Ministério nega que tenha censuradonovela (e não que censurou). / A OMSnega que vacina seja (e não é) causada epidemia de aids. / Senador nega

188Naves espaciais Negar que

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que vá liderar (em vez de liderará)chapa de oposição. / O médico negouque o acusado usasse (e não usava)drogas. / A moça negou que seja (enão é) ou tenha sido (e não foi) garo-ta de programas. / Ex-diretor negaque conhecesse (e não conhecia) irre-gularidades do banco. 2 — Se vocêprecisar economizar sinais no título,use a forma alternativa, com infiniti-vo: Acusado nega ser “justiceiro” /Empresários negam ter feito pressãocontra aumento / Engenheiro nega terrecebido convite.

Negativa mais negativa. 1 — O portu-guês admite o uso de duas negativasna mesma frase sem que daí resulteum sentido positivo. Veja os exem-plos seguintes, todos corretos: Nãoviu nada. / Não conheceram nuncaalguém tão feio. / Sem as reclama-ções de ninguém além dele. / E nuncaninguém aí entrou. / Não tinhamcoisa nenhuma para comer. / Nãoquero nenhuma pessoa aqui. 2 — Er-radas são as frases em que haja umanegativa antes (ninguém, nada, nemou outra qualquer) e o advérbio nãodepois, como: Nem eu “não” pude ver(o certo: Nem eu pude ver). / Nenhum“não” morreu (o certo: Nenhum mor-reu). / Ninguém “não” fez (o certo:Ninguém fez). / Nada que o contra-riasse “não” podíamos fazer (o certo:Nada que o contrariasse podíamosfazer), etc.

“Negócio da China”. A imagem está de-mais desgastada para definir qualquerentendimento comercial com os chi-neses.

Negrito. Ver destaques, página 93.Nem. Ver e nem, página 107.Nem com pronome. O nem atrai o pro-

nome situado na mesma oração: Nãofoi nem se deixou levar. / Nem os ami-gos lhe fizeram a vontade.

Nem... nem. 1 — Verbo no plural se osdois ou mais sujeitos podem praticaro fato expresso pelo verbo: Nem o re-pórter nem o redator perceberam o

erro. / Nem o deputado, nem o sena-dor, nem o vereador quiseram co-mentar a declaração.

2 — Verbo no singular apenas se ofato expresso pelo verbo excluir umdos sujeitos: Nem o deputado nem osenador será eleito presidente (só umpode ser eleito).

3 — Se os sujeitos não forem damesma pessoa, a 1ª predomina sobrea 2ª e a 3ª, e a 2ª, sobre a 3ª: Nem eunem tu nem ele sairemos daqui. /Nem tu nem eles deveis ficar preo-cupados.

Nem um. Ver nenhum, nem um, página190.

Nem um nem outro. 1 — Prefira o verbono plural: Nem um nem outro apare-ceram. / Nem um nem outro sãomeus irmãos. 2 — Caso haja exclusãode um dos sujeitos, o verbo fica no sin-gular: Nem um nem outro será eleitopresidente (só um pode ser eleito). 3— Se houver substantivo depois, estefica obrigatoriamente no singular:Nem um nem outro caso (e não casos)foram esclarecidos (ou foi esclareci-do). / Nem uma nem outra coisaaconteceu.

Nenhum. 1 — Vem normalmente antesdo substantivo e é precedido de nega-tiva: Não existe nenhum homem nacidade. / Fugiu de madrugada, semque nenhum guarda o tivesse visto. 2— Colocado depois do substantivo, dáênfase à negativa: Não existe homemnenhum na cidade. / Fugiu de madru-gada, sem que guarda nenhum o ti-vesse visto. / Não queria esmolas,nem favor nenhum. 3 — Pode tervalor afirmativo em frases como:Mais que nenhum outro jogador,tudo ele fez pelo time. 4 — Quandohouver uma negativa antes, usa-se ne-nhum e não qualquer: Não viu ne-nhuma (e não qualquer) irregularida-de no caso (consulte o verbete qual-quer, página 243). 5 — Nenhum atraio pronome situado na mesma oração:Nenhuma pessoa se machucou na

189Negativa mais negativa Nenhum

Page 190: Manual de Redação e Estilo do Estadão

queda. / Nenhum amigo lhe abriu osolhos.

Nenhum (concordância). O verbo ficasempre no singular: Nenhum dos ho-mens ali presentes negou o fato. / Ne-nhum deles se dispôs a comparecer. /Nenhum de nós foi convidado para afesta. / Nenhum de vós o sensibilizou.

Nenhum, nem um. 1 — Nenhum é an-tônimo de algum: Nenhum jornalis-ta escreve melhor que ele (em oposi-ção a: Algum jornalista escreve...). /Não tem nenhum direito de recla-mar. / Não havia nenhuma divergên-cia entre eles. 2 — Nem um equivalea nem um sequer, nem um único: Nãoquis ficar nem um instante mais. /Não ficaram encabulados nem umpouco. / Nem uma única folha semexia.

Nenhuma coisa de. Ver alguma coisade, página, 35.

Neo... Exige hífen antes de vogal, h, r es: neo-árico, neo-escolástica, neo-he-gelianismo, neo-inglês, neo-ortodo-xo, neo-realismo, neo-socialismo.Nos demais casos: neocolonial, neo-liberalismo, neolatino, neozelandês.

Neuro... Liga-se sem hífen ao termo se-guinte: neuroanatomia, neuroelétri-co, neurocirurgião, neuropatologia,neurorradiologia, neurossensório.

Ninguém. 1 — Rejeita o não em frasescomo: Ninguém o procurou (e não:Ninguém “não” o procurou). / Nin-guém lhe faz favor algum. / Ninguémse feriu no acidente. 2 — Pode, porém,ser precedido de não ou combinar-secom jamais, nunca, nem e sem: Nãohavia ninguém na sala. / Ninguém ja-mais o procurou. / E nunca ninguémaí entrou. / Saiu sem que ninguém opercebesse.

Nipo... Hífen na formação de adjetivospátrios: nipo-americano, nipo-brasi-leiro. Nos demais casos: nipofilia, ni-pófobo.

Nível. 1 — A locução a nível de, modis-mo desnecessário e condenável, tor-

nou-se uma das mais terríveis mule-tas lingüísticas da atualidade, emsubstituição a praticamente tudo quese queira. Veja alguns casos em que alocução aparece e como evitá-la: De-cisão “a nível” de diretoria (decisãode diretoria). / Decisão “a nível” degoverno (decisão governamental). /Reunião “a nível” internacional (reu-nião internacional). / O clube está fa-zendo contratações “a nível de” futu-ro (contratações para o futuro). / Aproposta pelo jogador será “a nívelde” (em torno de) 5 a 6 milhões de dó-lares. / Pude avaliar o técnico “a nívelde” (como) uma pessoa pública. /Ela, “a nível da” (em relação à) elei-ção, só pretende votar bem. / “A nívelde” (como) jornalista, prefere assun-tos mais leves.

2 — Em determinados casospodem ser usadas as locuções noplano (de) e em termos de. Ou, em úl-tima instância, no nível de e em nívelde (uma vez que nível rejeita o a sozi-nho): Os candidatos teriam hoje, “anível” nacional (no plano nacional,em termos nacionais), 24% das in-tenções de voto. / O grupo elevou aentidade “a nível” primeiro-mundis-ta (ao nível primeiro-mundista).

3 — Existe ainda ao nível de, masapenas com o significado de à mesmaaltura: ao nível do mar.

Nissei. Use esta forma e não “nisei”.Nobel. 1 — Sem acento (pronuncia-se

Nobél). 2 — Isolado, faz o plural No-béis: Os Nobéis de Química e Física.3 — Com Prêmio, não varia: LinusPauling ganhou dois Prêmios Nobel.

No intuito de. Prefira para.Nomes bíblicos. Devem ser adaptados à

língua portuguesa: Davi, Jó (e nãoJob), Jacó, Sara, Lot (e não Loth), Set,Rute, etc.

Nomes chineses. 1 — O Estado adota agrafia atualizada (e convencional) dosnomes chineses: Deng Xiaoping,Zhao Ziang, Hua Kuofeng. 2 — Exce-ções: Mao Tsé-tung, Chiang Kai-chek

190Nenhum (concordância) Nomes chineses

Page 191: Manual de Redação e Estilo do Estadão

e Chu En-lai. 3 — Nos nomes em quehaja um elemento composto, o segun-do termo tem inicial minúscula: Tsé-tung, Kai-chek, En-lai, Yang-tse (rio),Kai-fong (cidade), Ki-lin (província). 4— Como o sobrenome, nos nomeschineses, vem antes do nome, nos tí-tulos ou na segunda referência dostextos use Mao (e não Tsé-tung), Deng(e não Xiaoping), Chu (e não En-lai),etc. 5 — O sh chinês passa a x em por-tuguês: Xangai (e não Shangai). 6 —Use Pequim e não Beijing.

Nomes científicos. A primeira palavratem inicial maiúscula e o nome cien-tífico vai sempre em itálico: Aedesaegypti, Aedes albopictus (tigre-asiá-tico), Rhea americana (ema), Vulpesvulpes (raposa), Citrus aurantium si-nensis (laranja-da-china), etc.

Nomes de bairros e ruas. Ver São Paulo(locais), página 260.

Nomes de cor.1 — Palavra simplesa) A cor é um adjetivo — varia:

olhos azuis, cortinas verdes, madeiracastanha, sapatos marrons, nuvensbrancas, manchas roxas, riscos ver-melhos. Exceção: roupas marinho.

b) A cor é um substantivo — nãovaria: paredes creme, laços rosa, ter-nos cinza, carros gelo, tons pastel,gravatas abóbora, blusas vinho, cor-tinas limão, olhos turquesa, papéismarfim.

Regra prática — Sempre que a lo-cução cor de estiver subentendida ouexpressa, o nome de cor fica invariá-vel: paredes (cor de) creme, laços (corde) rosa, blusas (cor de) vinho, papéis(cor de) marfim, ternos (cor de) cinza,estojos cor de carmim, folhas cor-de-rosa.

2 — Adjetivos compostosa) Adjetivo + adjetivo — só o segun-

do varia: olho verde-claro, olhosverde-claros; bandeira verde-amare-la, bandeiras verde-amarelas; garra-fa azul-escura, garrafas azul-escuras;

cortina castanho-clara, cortinas cas-tanho-claras.

b) Adjetivo + substantivo ou subs-tantivo + adjetivo — composto inva-riável: blusas amarelo-canário, cami-sas rosa-claro, uniformes verde-oliva,carros vermelho-sangue, vestidoscastor-claro, carros verde-abacate,olhos azul-turquesa.

3 — Casos especiaisa) Azul-marinho e azul-celeste são

invariáveis: ternos azul-marinho,tons azul-celeste.

b) Ultravioleta não varia, enquan-to infravermelho admite feminino eplural: raios ultravioleta, radiaçõesinfravermelhas.

Nomes de emissoras de rádio e TV. 1 —Devem ser escritos no mesmo corpodo texto: Rádio Jovem Pan, Rede Ban-deirantes, TV Gazeta. 2 — Exceção.Use em itálico o nome da Rádio Eldo-rado e suas variantes, Eldorado AM eEldorado FM. 3 — O nome dos pro-gramas das emissoras também vai emitálico: Estadão no Ar, Fantástico,Nossa Língua Portuguesa.

Nomes de institutos, órgãos, entidades,empresas e produtos. a) Os nomes deórgãos, entidades e institutos públi-cos ou oficiais deverão ser adaptadosàs normas ortográficas vigentes.Assim, Instituto Butantã (e não Bu-tantan); Instituto Vital Brasil (e nãoBrazil), Instituto Adolfo Lutz (e nãoAdolpho), Fundação Osvaldo Cruz (enão Oswaldo). Exceções, já consagra-das pelo uso: Lloyd Brasileiro e Ita-maraty. b) Nos nomes de empresasprivadas e nos de seus produtos, man-tenha a grafia original: Gillette,Chrysler, McDonald’s, Manah, Villa-res, Ultragaz, Belgo Mineira, Coca-Cola, Antarctica, Guaraná Cham-pagne, Bohemia (cerveja), etc.

Nomes de lugares públicos. Devem terinicial maiúscula e ser adaptados à or-tografia vigente: Praça Rui (e nãoRuy) Barbosa, Avenida BrigadeiroLuís (e não Luiz) Antônio, Rua Padre

191Nomes científicos Nomes de lugares públicos

Page 192: Manual de Redação e Estilo do Estadão

João Manuel (e não Manoel), Aveni-da Vital Brasil (e não Brazil), Aveni-das Faria Lima e Angélica, AlamedasBarros e Santos, Ruas Augusta e Di-reita, etc.

Nomes de obras artísticas. Ver desta-ques, página 93.

Nomes de parlamentares. 1 — O nomedos senadores e deputados federais eestaduais deverá ser sempre seguidodas siglas do partido e do Estado entreparênteses: O senador José dos Anjos(PRN-RS)... / O deputado federal Car-los Bastos (PL-SP)... / O deputado es-tadual João de Almeida (PT-BA)... 2— Parlamentares em cargos de maiordestaque podem dispensar essa indi-cação: O presidente do Senado, Antô-nio Brígido, avocou... / O presidenteda Câmara, Augusto Macedo,quer... / O líder do PMDB no Senado,Álvaro Couto, defendeu... 3 — Quan-do for necessário, use a forma senadorou deputado por (e não de). 4 — Cui-dado com a forma deputado paulista,senador amapaense. O deputado“paulista” José Genoíno é natural doCeará. E o senador “amapaense” JoséSarney não só nasceu como faz políti-ca no Maranhão.

Nomes de publicações e obras literárias.1 — Como norma, não se altera onome de publicações ou obras literá-rias, que vão em destaque (itálico seo corpo do texto for o normal, corponormal se o texto estiver em itálico,negrito itálico se o texto estiver emnegrito e negrito se o corpo do textofor o negrito itálico): A notícia divul-gada por O Globo. / A nota publicadaem A Tribuna. / A frase inicial de OsSertões. / Assistiu ontem novamentea Os Sete Samurais. Só use em negri-to o nome do jornal e suas variantes:O Estado de S. Paulo, Estado e Esta-dão.

2 — Para manter a fluência da frase,no entanto, e evitar formas como emOs, de As, por O e outras semelhan-tes, pode-se fazer a contração quando

essa prática contribuir para que otexto ganhe melhor ritmo: A notíciapublicada pelo Globo. / A nota publi-cada na Tribuna. / O comentário doEstado. / A frase inicial dos Sertões. /Assistiu ontem novamente aos SeteSamurais.

3 — Obras de nome muito extensopoderão ser citadas pela forma reduzi-da depois que já se tiver feito mençãocompleta ao seu título: Nas Memó-rias Póstumas, Machado de Assis des-creve... / Quincas Berro d’Água (AMorte e a Morte de Quincas Berrod’Água) é um dos melhores momen-tos de Jorge Amado.

4 — Ver no item 7 do verbetemaiúsculas e minúsculas, página 168,como usar iniciais maiúsculas e mi-núsculas nesses nomes e, no verbetedestaques, página 93, normas sobre oemprego dos nomes de obras artísti-cas em geral.

Nomes de ruas e locais estrangeiros. Osnomes de ruas, praças, parques e ou-tros do exterior deverão ser escritos naforma original, mantendo-se, quandofor essa a prática corrente, o nome e olocal que ele indica: Wall Street, Cen-tral Park, Times Square, Long Island,Hyde Park, Fleet Street, DowningStreet, Invalides, Bois de Boulogne,Champs Elysées, Calle Florida. Emalguns casos, pode-se adaptar o nomeao português: Praça de Maio (BuenosAires), 5ª Avenida, Praça Vermelha,etc. Faça prevalecer o bom senso, nocaso.

Nomes espanhóis. Ver espanhol, página114.

Nomes geográficos. Não há normas de-finidas para a grafia dos nomes geográ-ficos. Muitos já estão adaptados aoportuguês (Filadélfia, Londres, Mos-cou, Bruxelas) e outros deverão ser es-critos na grafia original (El Paso, SanJosé, Sydney, New Hampshire). O ca-pítulo Escreva Certo deste manual re-laciona os principais deles.

192Nomes de obras artísticas Nomes geográficos

Page 193: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Nomes japoneses. 1 — Os nomes co-muns em geral são aportuguesados:saquê, camicase, iene, gueixa, qui-mono, nô, etc. Exceções: sashimi, ka-raokê, sukyaki, sushi, tempura, bata-yaki, ikebana, nikkei. 2 — Os nomesde pessoas seguem a transcrição oci-dental, fornecida em geral pelas agên-cias de notícias: Akihito, SosukeUno, Noboru Takeshita, YasuhiroNakasone, Kakuei Tanaka. 3 — Nosnomes geográficos, o único aportu-guesamento que o Estado faz é o deTóquio. Nos demais casos, use sem-pre a transcrição oficial: Osaka, Yoko-hama, Fukuoka, Iwo Jima, Nagoya,Hiroshima, Nagasaki, etc. 4 — A re-lação do capítulo Escreva Certo destemanual contém as palavras já aportu-guesadas, as que devem ser usadas nooriginal e os nomes geográficos.

Nomes próprios. 1 — Uso. Adote nor-malmente, no noticiário, a forma pelaqual a pessoa se tornou conhecida enão seu nome completo, à exceção decasos excepcionais (biografias, necro-lógios, etc.). Assim, João Figueiredo (enão João Baptista de Oliveira Figuei-redo), Paulo Maluf (e não Paulo SalimMaluf); Olavo Setúbal (e não OlavoEgydio Setúbal), etc. Na primeiramenção, é obrigatório o uso do preno-me e sobrenome — o governadorMário Covas e não o governadorCovas, apenas.

2 — Grafia. Lembre-se: o nome dapessoa é uma informação que vocêpresta ao leitor. Por isso, tome com eleo mesmo cuidado atribuído à apura-ção da notícia. Confira sempre preno-me e sobrenome e escreva o nome daforma pela qual a pessoa foi registra-da, com y, dois nn, dois ll, dois tt, z,ph, etc. Exemplos: Rubens Barrichel-lo, Raphael de Almeida Magalhães,Delfim Netto, Ruy Guerra, Rachel deQueiroz, Fernando Collor, etc.

3 — Nomes históricos. De acordocom as normas ortográficas vigentes,o Estado coloca na grafia atual os

nomes históricos. Assim: Luís (e nãoLuiz) de Camões, Eça de Queirós (enão Queiroz), Washington Luís, Ven-ceslau Brás, Campos Sales, Rui Bar-bosa, Aluísio Azevedo, Artur Azeve-do, Vital Brasil, Machado de Assis (enão Assiz), etc.

4 — Pessoas mortas. Históricos ounão, os nomes de pessoas mortasserão adaptados à grafia atual: Caste-lo Branco (e não Castello Branco),Luís Carlos Prestes, Vinícius de Mo-rais, Gilberto Freire, Ulisses Guima-rães, etc.

5 — Nomes de mulher. Em geral, amulher é conhecida pelo prenome:Ruth (Cardoso), Rosane (Collor), In-dira (Gandhi). No entanto, esta regranão é terminante e no caso de pessoasnotórias, especialmente, não hesiteem chamar a mulher pelo sobrenomese esta for a forma usual ou recomen-dável: Thatcher (e não Margaret),Chamorro (e não Violeta), Aquino (enão Corazón), Navratilova (e nãoMartina), Sabatini (Gabriela), etc.

6 — Títulos. Em geral, nos títulos,o personagem da notícia é identifica-do pelo sobrenome: Clinton, Yeltsin,Chirac, Covas, Maciel, Collor, etc. Sejá houver, porém, outra pessoa com omesmo sobrenome ou se alguém formais conhecido pelo prenome, iden-tifique-o dessa forma: Fernando Hen-rique, Tancredo, Ulisses, Zenildo (deLucena), Jânio, etc. Se a pessoa tiverum prenome ou sobrenome compos-to, deve, nos títulos, quando possível,ser designada pelo mais habitual: Er-mírio (Antônio Ermírio), Bresser(Bresser Pereira), etc.

7 — Correção. Nos nomes estran-geiros, especialmente, preste atençãopara que o nome da pessoa seja escri-to corretamente. Assim, González(Felipe) e não Gonzales; Menem (Car-los) e não Meném ou Menen; Jacques(Chirac) e não Jaques, etc.

8 — Partículas. Inicial minúsculanestas formas: Charles de Gaulle,

193Nomes japoneses Nomes próprios

Page 194: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Werner von Braun, Emiliano di Ca-valcanti, Vincent van Gogh, Jean dela Fontaine, Alcide de Gasperi, Leo-nardo da Vinci. Quando a partículainicia o nome, porém, use maiús-culas: o general De Gaulle, o cientis-ta Von Braun, os pintores Di Caval-canti e Van Gogh, o escritor La Fon-taine, o político De Gasperi, o inven-tor Da Vinci.

9 — Aportuguesamento. Osnomes de reis, rainhas, príncipes,princesas, santos e papas normalmen-te são aportuguesados: Luís XV, MariaAntonieta, Catarina, Santo Tomás deAquino, São José, Joana d’Arc, Pio XI,João XXIII, Paulo VI, João Paulo II.Em alguns casos também se adaptamos nomes de artistas ou personalida-des históricas: Rafael (pintor), Ma-quiavel, Napoleão (Bonaparte), JúlioVernee poucos mais. Conserve na gra-fia original, porém, os nomes de reis,rainhas, príncipes e princesas da atua-lidade: Elizabeth II, Charles, Andrew,Philip, Sarah, Margrethe, Carl Gus-taf, Olaf, etc. Exceção: Balduíno.

10 — Forma original. Todos os de-mais nomes próprios devem ser man-tidos na forma original: Victor Hugo,Honoré de Balzac, Alexander Fle-ming, Gabriel García Márquez, Jean-Jacques Rousseau, Josef Stalin, Mi-khail Gorbachev, Boris Yeltsin, Jac-ques Chirac, Bill Clinton, Michelan-gelo Antonioni, etc.

11 — Abreviaturas. Não abrevie osnomes próprios. No caso de persona-lidades, use a forma que as tornou no-tícia: John Kennedy, em vez de JohnF. Kennedy; Chico Buarque, em vezde Chico B. de Holanda; etc. No casode pessoas que apareçam ocasional-mente no noticiário, transcreva seunome completo (desde que não muitoextenso) ou elimine alguns dos sobre-nomes intermediários, mas não os es-creva de forma abreviada: O feiranteJoão Almeida dos Santos (em vez de:O feirante João A. dos Santos). / O fa-

zendeiro José Augusto de AlmeidaPrado (em vez de O fazendeiro JoséAugusto Chaves de Melo de AlmeidaPrado ou O fazendeiro José AugustoC. M. de Almeida Prado).

12 — Plural. Ver plural de nomespróprios, página 221.

Nomes russos. Na grafia dos nomes rus-sos, o Estado segue a notação inglesa,com algumas adaptações para o por-tuguês:

1 — Use i e não y no final dosnomes russos: Trotski, Tchaikovski,Dostoievski, Stravinski, Tolstoi,Maiakovski, Malinovski, Nevski, Ke-renski, etc.

2 — Mantenha o h depois do k emnomes como Chekhov, Sakharov, Zu-khov, etc.

3 — O grupo zh da transcrição in-glesa deve ser substituído por j emportuguês: Soljenitsyn, Brejnev, Jiva-go (e não Solzhenitsyn, Brezhnev,Zhivago), etc.

4 — O Estado adota o grupo ch enão tch. Assim: Gorbachev (e nãoGorbatchev), Kruchev, Chekhov,Chernenko, etc. Exceção: Tchaikovs-ki.

5 — Os nomes russos devem ter-minar em v e não f: Romanov e nãoRomanoff; Prokofiev e não Prokofieff;Azov (mar) e não Azof, etc. Exceção,já consagrada: Rachmaninoff.

6 — Use ev e não ov, no final denomes como Kruchev, Gorbachev,etc.

7 — Não acentue os nomes. Assim:Stalin (e não Stálin); Lenin (e nãoLênin); Boris Yeltsin (e não Bóris);Tolstoi (e não Tolstói).

“Nominado”. Use indicado (para umprêmio, por exemplo).

Normalizar-se. Alguma coisa se norma-liza e não normaliza, apenas: A dis-tribuição de água já se normalizou. /A entrega de cartas normalizou-seontem.

Normando... Exige hífen na formação deadjetivos pátrios: normando-árabe,

194Nomes russos Normando...

Page 195: Manual de Redação e Estilo do Estadão

normando-celta, normando-teutôni-co.

Norte... Liga-se com hífen ao elementoseguinte na formação de adjetivos pá-trios: norte-americano, norte-vietna-mita.

Nós. Nas entrevistas, evite o uso exage-rado de nós por parte de quem está fa-lando (e lembre-se de que é da índoleda língua portuguesa a omissão dopronome pessoal). Repare, por exem-plo, que o nós é perfeitamente dispen-sável nesta frase: “Sempre que (nós)pudemos, (nós) procuramos nosadaptar às situações que (nós) julgá-vamos mais convenientes para a em-presa.”

“No sentido de”. Quando o significadofor o de para, use a preposição, maissimples.

Nosso. 1 — Como o noticiário deve serimpessoal, deixe a palavra apenas paraeditoriais, comentários, crônicas e ar-tigos. Não use, por isso, as formasnosso país, nosso governo, nosso Es-tado, nossa cidade, nossos dias,nossa seleção, nosso presidente, etc.2 — Quanto ao emprego de nosso esuas flexões, ver pronome possessivo(uso), página 239.

Nota da Redação. 1 — A Nota da Reda-ção, usada principalmente em respos-ta a cartas de leitores ou de autorida-des, vai em itálico, tem o título abre-viado (N. da R.) e inicia parágrafo:

N. da R. — A carta do presidenteda associação não esclarece o aspec-to principal da denúncia...

2 — Se a resposta for de repórter,colunista, cronista ou articulista, sóirá em itálico a indicação:

O repórter João dos Santos respon-de: A carta do presidente da associa-ção não esclarece o aspecto principalda denúncia...

Notícia antecipada. 1 — Não há ganhode tempo que compense os riscos deuma notícia feita por antecipação, ouseja, antes de acontecer. Você pode,isto sim, preparar um texto com todas

as informações disponíveis para libe-rá-lo assim que o fato se confirmar.

Nunca, porém, feche o jornal cominformações como: O deputado An-tônio de Campos, que chegou hoje demadrugada a São Paulo, disse ontemem Nova York que... Não é impossí-vel que o avião em que o deputadoviaja se atrase ou fique retido em al-guma cidade e ele não tenha chegadoa São Paulo, como dizia a notícia.

Outro exemplo de risco: O time doSantos, que jogou ontem à noite emRiad, acaba de contratar o jogador X.Se a notícia de que houve o jogo ontemà noite figurou no jornal apenas por-que o fato estava previsto, quem podegarantir que algum imprevisto nãotenha provocado o adiamento do jogo?Lembre-se: o improvável não é inviá-vel, nesses casos.

2 — Procure sempre uma forma denão se comprometer nem ao jornalnessas situações. Por exemplo: O de-putado Antônio de Campos, cujachegada a São Paulo estava previstapara a madrugada, disse ontem emtal lugar que... / O Santos, que tinhajogo marcado para ontem à noite emRiad (tantas horas do Brasil), acabade contratar o jogador tal.

O leitor obviamente sabe que o jor-nal fecha no fim da noite e não podeprever fatos do gênero. A orientaçãovale para qualquer tipo de antecipa-ção. O anedotário do jornalismo estárepleto de informações como essasque não se confirmaram. Não contri-bua para ampliá-lo.

Notícias em seqüência. No noticiáriosobre visitas, feiras, congressos, semi-nários, exposições, shows e outrosacontecimentos que prossigam nosdias seguintes, inclua sempre referên-cias que permitam ao leitor saberquando eles começaram e quando ter-minam. Exemplos:

O papa João Paulo II iniciou on-tem uma visita de oito dias aos Es-

195Norte... Notícias em seqüência

Page 196: Manual de Redação e Estilo do Estadão

tados Unidos. / O presidente brasi-leiro, que ficará até sábado na Co-lômbia, disse... / No terceiro dia desua visita à Espanha, a rainha Eliza-beth II compareceu... / A Feira de In-formática, que prosseguirá até do-mingo no Anhembi, apresentahoje... / Na segunda das quatro sema-nas em que permanecerá com seushow em São Paulo, Milton Nasci-mento fará homenagem especial...

A referência não precisa constar dolead, a não ser no início ou fim da vi-sita, feira, etc., mas deve figurar obri-gatoriamente em algum local da notí-cia, para que o leitor se situe melhorem relação ao fato (ele tem o direitode saber até quando vai uma viagem,pode querer visitar a feira, compare-cer ao congresso ou assistir ao show).

Nova-iorquino. Desta forma.Nova, New. 1 — A palavra Nova apare-

ce nos seguintes nomes geográficos:Nova Amsterdã, Nova Bretanha(ilha), Nova Caledônia, Nova Délhi,Nova Escócia, Nova Guiné, NovasHébridas e Nova Zelândia. 2 — Comrelação aos Estados Unidos, use Novaapenas nas formas Nova Inglaterra eNova York. Nos demais casos, man-tenha o New do nome original: NewHampshire, New Haven, New Jerseye New Orleans.

Novela das 6, das 7, das 8. Use semprealgarismos.

Noves. No plural em prova dos noves enoves fora.

Novi... Liga-se sem hífen ao termo se-guinte: novilúnio, novilíngua.

Novorizontino. É o nome do time. O na-tural da cidade chama-se novo-hori-zontino.

Nucléico. E não “nucleico” (êi).Numerais. Concordância. Os numerais

variam normalmente: Havia ali tre-zentas crianças. / O dicionário temoitocentas e vinte páginas. / Cami-nhou mil e seiscentas jardas.

Número (abreviatura). Só abrevie a pa-lavra número quando ela indicar se-riação: Avenida Faria Lima, nº 1.325./ Lápis nº 2. / Casa nº 3. Nos demaiscasos: Cresce o número (e nunca “nº”)de acidentes. / Eram números primos(e nunca “nºs primos”).

Números.a) Instruções gerais1 — De um a dez, escreva os núme-

ros por extenso; a partir de 11, inclu-sive, em algarismos: dois amigos, seisoperadores, 11 jogadores, 18 pessoas.Exceção: cem e mil.

2 — Proceda da mesma forma comos ordinais: primeira hora, tercei-ro aniversário, 15ª vez, 23º ano con-secutivo.

3 — a) Nas enumerações, se hou-ver valores abaixo e acima de 11, useapenas algarismos: Incêndio em Parismata 7 e fere 17 pessoas. / Havia napraça 3 adultos e 12 crianças. / A de-cisão sairá em 10 ou 15 dias. b) Se osnúmeros não fizerem parte de umaenumeração, siga a regra: DSVapreende 12 carros em dois dias devistorias. / Em três meses, concorda-tas batem recorde de 12 anos. / Osoito carros custaram R$ 100 mil. / Ascinco máquinas chegaram em 1995.

4 — Não inicie orações com alga-rismos, mas escreva o número por ex-tenso: Dezoito pessoas feriram-se noacidente. Sempre que possível,porém, mude a redação para não terde escrever o número por extenso. Ex-ceção: títulos, que podem começarcom algarismos.

5 — Escreva os algarismos, de1.000 em diante, com ponto: 1.237,14.562, 124.985, 1.507.432,12.345.678.543, etc. Exceção. Na in-dicação de anos não há ponto: 1957,1996, ano 2000.

6 — Com mil, milhão, bilhão e tri-lhão, use a forma mista se os núme-ros forem redondos ou aproximados:2 mil pessoas, 3 milhões de unidades,5,4 milhões de toneladas, 1,4 bilhão

196Nova-iorquino Números

Page 197: Manual de Redação e Estilo do Estadão

(e não 1,4 bilhões) de reais, 2 bilhõesde habitantes, 15,5 trilhões de micró-bios, etc.

Repare: 2 (em algarismos) mil pes-soas e não duas (por extenso) mil pes-soas. Use apenas mil, e nunca “1 mil”:mil homens (em vez de 1 mil ho-mens).

7 — Especifique sempre as ordensde grandeza dos números, mesmo quepara tanto seja preciso repetir pala-vras: Estavam ali de 40 mil a 50 milpessoas. / A cidade tem entre 3 mi-lhões e 4 milhões de habitantes. / De20 reais a 50 mil, qualquer quantiaera aceita. / Falava tanto para 50 pes-soas como para 50 mil, sem se pertur-bar. / A inflação deste mês ficaráentre 1% e 2%.

8 — Estão vetadas as reduções“mi”, “bi” e “tri” para milhão, bilhãoe trilhão. Estas formas (por extenso)são as únicas admitidas pelo Estado.

9 — Com números quebrados, usealgarismos: O senador obteve3.127.809 votos. / A cidade tem 3.456bancas de jornais.

10 — Nos títulos, olhos, janelas,chamadas da Primeira Página e legen-das, por economia de espaço, os nú-meros abaixo de 11 podem ser escri-tos em algarismos: O Congresso apro-va 8 projetos. / Emenda rejeitada pela3ª vez. / Os 5 refugiados chegam aosEUA. A recíproca, porém, não se re-comenda, como recurso para aumen-tar o texto: Comício atrai apenas tre-zentas pessoas (use 300 em algaris-mos).

11 — Nunca use 0 antes de núme-ro inteiro, a não ser para indicar deze-nas de loteria, números de referência,prefixos telefônicos e dígitos de com-putador. Para datas, número de pági-nas, horas, etc., adote sempre o núme-ro simples: 2/1/96 (e nunca 02/01/96);às 8 horas (e nunca às 08 horas); às9h16 (e nunca às 09h16); chegará dia9 (e nunca dia 09); na página 5 (enunca na página 05).

12 — Prefira usar por extenso osnúmeros fracionários: um terço, doisquintos, sete quartos, etc. Em títulos,olhos, legendas e chamadas, admite-se, porém, a forma numérica: 1/3 daspessoas, 3/5 da população, etc.

b) Por extenso1 — Use o número por extenso nos

nomes de cidades, em palavras com-postas, nas expressões populares ouquando o número estiver substantiva-do: Três Lagoas, Santa Rita do PassaQuatro, três-estrelinhas, quatro-olhos, segundo-tenente, dos oito aosoitenta, dos seiscentos diabos, cortarum doze, pintar um sete, fazer umquatro, o dois de ouros, desenhar umcinco, etc. Exceção: o nome dos diasda semana, apenas em títulos e man-tendo o hífen. Exemplos: 5ª -feira, 2ª-feira, etc. Também por extenso: Pri-meiro Mundo, Terceiro Mundo, se-gunda intenção, primeiro plano, etc.

2 — Na transcrição de documen-tos: “Aos dezoito dias do mês demarço do ano de mil novecentos e no-venta e seis...”

3 — Para definir períodos históri-cos: o Setecentos (século 18), o Oito-centos (século 19).

c) Em algarismosComo critério genérico, deverão

ser empregados algarismos sempreque um número expressar valor,grandeza ou medida (e não apenasmera soma, como dois amigos, trêspessoas, cinco emendas). De manei-ra mais específica, use algarismosem:

1 — Tabelas, relatórios econômi-cos, princípios matemáticos, quadrosestatísticos, tabelas de horários, etc.

2 — Horas, minutos e segundos:Ele partirá às 4 horas. / A reunião irádas 7 às 9 horas. / O foguete foi lan-çado às 8h5min15s. Exceção: quandohoras designa período de tempo.Exemplos: A reunião demorou oitohoras. / A comitiva esperou três horas

197Números Números

Page 198: Manual de Redação e Estilo do Estadão

pelo deputado. / Faltam dois minu-tos.

3 — Dias, meses (em algarismos),décadas, séculos: O presidente chegadia 3. / A Câmara votará a emendadia 9. / 3/9/94. / Tinha saudades dadécada de 10. / O século 1º, o século4º, o século 10º, o século 11. Exceção:quando se quer exprimir um períodode tempo. Exemplos: O cantor seapresentará durante cinco dias emSão Paulo. / Sua pesquisa abrangequatro décadas. / Passaram-se trêsséculos.

4 — Datas em geral, incluindo-seas que se tornaram nomes de locaispúblicos: São Paulo, 3/3/1993. / Riode Janeiro, 2 de abril de 1995. / Ave-nida 9 de Julho (e não Nove deJulho). / Rua 7 de Abril. / Rua 15 deNovembro. Exceção: quando se querdar ênfase a uma data histórica. Exem-plos: O Sete de Setembro. / O Novede Julho.

5 — Idades: Ele tem 3 anos. / Umacriança de 2 anos, 8 meses e 5 dias.Exceção: quando anos designa perío-do de tempo. Exemplos: Ele esperouquatro anos. / Ela parece ter envelhe-cido dez anos.

6 — Dinheiro: 8 reais, 5 centavos,2 dólares, 3 libras, 8 marcos, R$ 3 mi-lhões, US$ 5 milhões.

7 — Porcentagem: Os preços subi-ram 5%. / A taxa de desemprego caiu2% em maio.

8 — Pesos, dimensões, grandezas,medidas e proporções em geral: 5 qui-los, 3 litros, 8 metros, 6 hectares, 2 ar-robas, 9 acres, 6 alqueires, 2 polega-das, 2 partes, etc. Exemplos: A crian-ça nasceu com 5 quilos. / A cidadeconsumia 6 toneladas de batatas pordia. / O garrafão comportava 3 litrosde água. / O jogador mede 2 metrosde altura. / Era um terreno de 6 hec-tares (9 acres, 6 alqueires). / Comprouum garrote de 8 arrobas. / Pediu umtubo de 3 polegadas. Exceção: distân-cias e diferenças. Exemplos: O carro

deslizou oito metros. / Perdeu trêsquilos no regime. / A miss tinha duaspolegadas a mais. / Faltavam dois al-queires na medição do terreno. / Co-loque duas partes de café para cincopartes de água.

9 — Graus de temperatura: O ter-mômetro marcava 3 graus. Tempera-tura cai para 1˚ (só em títulos). Dife-renças de temperatura, porém, vãopor extenso: A temperatura caiu trêsgraus.

10 — Números decimais: A densi-dade do Estado é de 1,88 habitantepor quilômetro quadrado. / A tempe-ratura subiu 4,5 graus.

11 — Endereços: Rua Direita, 7, 3ºandar. / Alameda dos Caetés, 8. Casa 3.

12 — Indicação de zonas, distritosou regiões: Zona 6, 4º Distrito Poli-cial, 9ª Região Militar.

13 — Todo número que indiqueordem ou seqüência (especialmenteem nomes de navios, aviões, naves es-paciais, veículos, atos de peças tea-trais, capítulos, canais, modelos, es-tradas, tamanhos, páginas, folhas,quartos, etc.): Número 2, lápis nº 1,nota 5, V8, F-1, DC-10, Apollo 7,Soyuz 9, ato 3, cena 2, 2º ato, capítu-lo 7, parte 2, canal 5, modelo 4, BR-3, tamanho 7, página 7, quarto 5, en-fermaria 2, etc.

14 — Resultados esportivos: O SãoPaulo venceu o Corinthians por 3 a1. / O Brasil ganhou da Itália por 3sets a 2. / Steffi Graf venceu por 7/6 e6/4. (Mas: O São Paulo marcou doisgols de falta.)

15 — Resultados de votações e jul-gamentos: A emenda foi aprovadapor 5 votos a 4 (Mas: A emenda pre-cisava de quatro votos favoráveis.) /O réu foi condenado por 4 votos a 2.

16 — Contexto financeiro: A açãocaiu 3 pontos.

17 — Latitude e longitude: O Esta-do do Amazonas está situado a

198Números Números

Page 199: Manual de Redação e Estilo do Estadão

2 graus de latitude norte e a 9 grausde latitude sul.

18 — Seriação de festas, simpósios,congressos, feiras, conferências, corri-das, competições, etc.: 2ª Festa daUva, 3º Simpósio de Transportes, 5ºCongresso de Cancerologia, 8ª FeiraNacional do Móvel, 4ª Conferênciado Atlântico Sul, 5º Rali de Alfenas,3º Enduro da Independência, 4ª MilMilhas, Fórmula 1, Fórmula 3.

19 — Matemática: Multiplique por8. / Divida por 4. / Some 5. / Subtraia9. / Eleve à 3ª potência.

20 — Conflitos e governos: 1ªGuerra Mundial, 5ª República, 3ºReich.

d) Concordância1 — Números abaixo de 2 fazem a

concordância sempre no singular: 0hora, 0,9 metro, 1,9 milhão, 1,7 bi-lhão. Prefira o verbo, porém, no plu-ral com milhão, bilhão, etc: 1,9 mi-lhão de pessoas estavam presentes. /1,7 milhão de habitantes já abando-naram o país.

2 — Os números um e dois e as cen-tenas, a partir de duzentos, variam emgênero: um, uma, dois, duas, duzen-tas, trezentas, seiscentas, novecen-tas, seis mil duzentas e uma pessoas,oito mil setecentas e quarenta e duasespécies, etc.

Números (por extenso). Se, em casos ex-cepcionais, você precisar usar algumnúmero por extenso, veja como fazê-lo:

a) Cardinais1 — O e é sempre intercalado entre

as centenas, as dezenas e as unidades:vinte e oito, cinqüenta e quatro, tre-zentos e quarenta e oito, oitocentos evinte e quatro.

2 — Não existe e (nem vírgula)entre o milhar e as centenas, a menosque o número termine em dois zeros:mil quatrocentos e nove, mil e duzen-tos, sete mil oitocentos e dezesseis,dezoito mil e cem, cento e oitenta equatro mil novecentos e dez.

3 — Em números muito extensos,usa-se o e na mesma ordem de unida-des, mas não entre uma ordem e ou-tra: 142.387 = cento e quarenta e doismil trezentos e oitenta e sete;856.672.549 = oitocentos e cinqüentae seis milhões, seiscentos e setenta edois mil quinhentos e quarenta enove; 765.432.854.987 = setecentos esessenta e cinco bilhões, quatrocen-tos e trinta e dois milhões, oitocentose cinqüenta e quatro mil novecentose oitenta e sete.

b) Ordinais1 — Não existe hífen nos números

ordinais: décimo terceiro (e não “dé-cimo-terceiro”), vigésimo quinto, oc-togésimo nono.

2 — Alguns exemplos de númerosordinais por extenso — ver quais sãono verbete números ordinais, nestapágina: 134º — centésimo trigésimoquarto; 267º — ducentésimo sexagé-simo sétimo; 543º qüingentésimoquadragésimo terceiro; 652º — sex-centésimo qüinquagésimo segundo;879º — octingentésimo septuagésimonono; 985º — noningentésimo octo-gésimo quinto. Os números variamno feminino: 389ª — trecentésima oc-togésima nona.

Números fracionários. A concordânciase faz com o valor que o número ex-pressa: Um quarto dos presentesvaiou o orador. / Dois quintos da terranos pertenciam. / Na época dos biô-nicos, um terço dos senadores era no-meado e dois terços eram eleitos pelopovo.

Números ordinais. Segue-se a relaçãodos números ordinais básicos e de al-guns exemplos, para o caso de ser ne-cessário usá-los por extenso:1º — primeiro2º — segundo3º — terceiro4º — quarto5º — quinto6º — sexto7º — sétimo

199Números (por extenso) Números ordinais

Page 200: Manual de Redação e Estilo do Estadão

8º — oitavo9º — nono10º — décimo11º — décimo primeiro12º — décimo segundo13º — décimo terceiro14º — décimo quarto15º — décimo quinto16º — décimo sexto17º — décimo sétimo18º — décimo oitavo19º — décimo nono20º — vigésimo21º — vigésimo primeiro30º — trigésimo40º — quadragésimo50º — qüinquagésimo60º — sexagésimo70º — septuagésimo ou setuagésimo80º — octogésimo90º — nonagésimo100º — centésimo101º — centésimo primeiro200º — ducentésimo300º — trecentésimo (ou tricentési-

mo)400º — quadringentésimo500º — qüingentésimo600º — sexcentésimo (ou seiscenté-

simo)700º — septingentésimo (ou setin-

gentésimo)800º — octingentésimo900º — noningentésimo (ou nongen-

tésimo)1.000º — milésimo10.000º — décimo milésimo100.000º — centésimo milésimo.

Os ordinais de milhão, bilhão e tri-lhão são, respectivamente, milionési-mo, bilionésimo e trilionésimo.

Números romanos.a) Uso1 — Use algarismos romanos ape-

nas para designar reis e papas, nomesoficiais de clubes ou associações, osantigos Exércitos brasileiros e osatuais Comandos Aéreos Regionais(Comar): Luís XV, Henrique VIII, d.João VI, d. Pedro II, João Paulo II,

Paulo VI, João XXIII, Pio XI, ClubeXV, XV de Jaú, XV de Piracicaba, IExército, IV Exército, VII Comar. 2 —Mantenha os algarismos romanos natranscrição de leis ou documentos ofi-ciais: “Parágrafo 4º ... IV — A inelegi-bilidade de que trata este parágra-fo...” 3 — Use algarismos arábicospara todos os demais casos que indi-quem seriação, entre eles séculos, ca-pítulos, guerras, governos, planos,projetos, usinas, naves espaciais,zonas, distritos, regiões, festas, feiras,congressos, conferências, simpósios,competições esportivas, etc.: século5º, século 10º, século 18 (e não séculoXVIII), século 20, 1ª Guerra Mundial(e não I Guerra Mundial), 3ª GuerraMundial, 5ª República, 3º Reich,Plano Cruzado 2 (e não Plano Cruza-do II), Angra 2, Gemini 5, Soyuz 8,Zona 4, 6º Distrito Naval, 4ª RegiãoMilitar, 3ª Festa da Uva, 23º Congres-so de Cardiologia, 2º Simpósio de In-formática, 15ª Feira do Automóvel, 6ºEnduro da Independência, Fórmula1, Fórmula 3, 5º Rali das Águas, etc.

b) Como escrevê-los1 — São sete as letras básicas: I = 1;

V = 5; X = 10; L = 50; C = 100; D = 500e M = 1.000. 2 — Se uma letra se re-pete, repete-se o valor: XX = 20; CCC= 300. 3 — As letras I, X, C e M podemser repetidas no máximo três vezesem seguida; as letras V, L e D não serepetem. 4 — Se um valor maior pre-cede outro menor, ambos se somam:LX = 60; CV = 105. 5 — Se um valormenor precede outro maior, ele é de-duzido do segundo: XC = 90 (100 - 10);CD = 400 (500 -100). 6 — Uma barrasobre a letra aumenta mil vezes o seuvalor: V = 5.000; M = 1.000.000.Eis alguns exemplos:I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2III . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3IV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4V . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5VI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

200Números romanos Números romanos

Page 201: Manual de Redação e Estilo do Estadão

VII . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7VIII . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8IX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9X . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10XI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11XIV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14XIX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19XX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20XXIX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29XXX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30XXXIX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39XL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40L . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50LIX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59LX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60LXX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70LXXX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80XC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90XCIX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99C . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100CC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200CCXCVII . . . . . . . . . . . . . . . . . . 297CCCXXVI . . . . . . . . . . . . . . . . . 326CDXCIX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 499D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 500DCVIII . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 608DCCXIX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 719DCCCLXXIV . . . . . . . . . . . . . . . 874CMI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 901CMXCIX . . . . . . . . . . . . . . . . . . 999M . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.000MCDLXXXVI . . . . . . . . . . . . . 1.486MD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.500MCMLXXXVIII . . . . . . . . . . . 1.988MCMXC . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.990MM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.000MMM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.000IV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.000IVDCCLXXIX . . . . . . . . . . . . . 4.779V . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.000X . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10.000C . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100.000M . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.000.000

Nunca com pronome. O nunca atrai opronome situado na mesma oração:Nunca lhes disseram a verdade. /Nunca os adversários se retrataram.

Nunca jamais. Redundância de uso lite-rário e só nesse sentido deve ser admi-tida: “... cuja chave ninguém nunca

jamais soube onde ficava.” (Macha-do de Assis).

Núpcias. Sempre no plural: felizes núp-cias, núpcias concorridas.

NY. Aceitável em títulos apenas, parasubstituir Nova York.

Ó, oh! Ó é a forma do vocativo: Veja, óincrédulo. / Ó jovem, comporte-se.Oh! é interjeição de espanto ou admi-ração: Oh! Não o encontrei mais ali.

Obedecer. 1 — Exige sempre a preposi-ção a: Obedeceu aos superiores. /Obedecia às ordens. / Obedecia-lhesem hesitar. 2 — Embora indireto, ad-mite a voz passiva: Suas determina-ções foram obedecidas pelos subordi-nados. 3 — Pode também dispensarcomplemento: Manda quem pode,obedece quem tem juízo. / Sabe man-dar e sabe obedecer. 4 — As mesmasnormas aplicam-se a desobedecer.

Objetivando. Ver visando, página 312.Objeto direto com preposição. Há casos

em que o objeto direto pode, por eufo-nia, clareza ou realce da frase, ser pre-cedido de preposição, em geral a. Eisos principais:

1 — Nomes próprios ou comuns everbos que exprimem sentimentos:Amar a Deus sobre todas as coisas. /Judas traiu a Cristo. / Consolou aosamigos.

2 — Com o pronome relativoquem: Tinha um irmão a quem ido-latrava. / Não sei a quem escolher.

3 — Antes de pronome tônico(mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, eles eelas): “Nem ele entende a nós, nemnós a ele.” / Escolheu a vós. / Convi-dou a mim. / Amava-a tanto como asi próprio. / A mulher tinha apenas aele, seu filho, no mundo.

201Nunca com pronome Objeto direto com preposição

Page 202: Manual de Redação e Estilo do Estadão

4 — Quando há expressão de reci-procidade: Um só tinha ao outro. / Asferas atacam-se umas às outras.

5 — Quando se antecipa o objetopara lhe dar realce: A você é que nãoquero aqui. / A ele todos aguardavamcom impaciência.

6 — Com pronomes indefinidos,especialmente relativos a pessoas:Não amava a ninguém. / Conhecia atodos. / Por que amas a uns e odeiasa outros? / A quantos a vida engana.

7 — Com ambos: “O aguaceirocaiu, molhou a ambos.” / Desconhe-cia a ambos.

8 — Para dar clareza à frase, evitan-do que o objeto direto se confundacom o sujeito, especialmente nas fra-ses construídas na ordem inversa: AAbel matou Caim. / Matou o leão aocaçador. / “Encontrou-a e ao maridona Fazenda das Lajes.” / “E olhava oamigo como a um filho mais veIho.”Jornalisticamente, prefira sempre aordem direta, que evita algumas des-sas construções lingüisticamente si-nuosas.

9 — Com alguns verbos transitivosdiretos quando precedem infinitivo,como começar, principiar, aprender,ensinar, forçar, obrigar, convidar, aca-bar, cessar, puxar, etc.: Começou afazer. / Principiou a ler. / Ensinou aviver. / Forçou a renunciar. / Obrigoua dizer. / Convidou a sair. / Acaboude chegar. / Cessou de falar. / Cansoude dizer.

10 — Em algumas expressões idio-máticas: Sacou do revólver, mas nãoousou puxar da faca. / Arrancou daespada. / Pegou da agulha. / Cumpriucom a palavra. / Atirou com os livrossobre a mesa.

11 — Quando o objeto direto é umpronome oblíquo e vem seguido deaposto, este é preposicionado: Acon-selhei-os (os = obj. dir.) a todos (apos-to). / Ressaltou a afinidade que as(obj. dir.) ligava a ambas (aposto).

Objeto pleonástico, direto ou indireto.1 — Por ênfase ou realce, pode-se

repetir o objeto direto, em constru-ções que têm maior curso literário quejornalístico: O dinheiro, ninguém oviu. / As flores, a mulher as colheu nojardim.

2 — O objeto direto pode ser cons-tituído de um pronome átono (me, te,se, o, etc.) e de outro, tônico, ou de umsubstantivo, em ambos os casos pre-cedidos de preposição: A ele, ninguémo engana. / A mim me parece tudocerto. / Aos amigos, não os encontreina cidade.

3 — É comum, modernamente, aomissão do pronome oblíquo no obje-to direto pleonástico: Os amigos agente (os) conhece na hora do aper-to. / Esse segredo eu (o) guardaria sópara mim.

4 — Pelas mesmas razões de ênfa-se ou realce, pode-se repetir o objetoindireto: A mim ensinou-me tudo. /Às minhas palavras, ninguém lhesdeu crédito. Atenção. Todas essas for-mas são literárias e deverão ser evita-das no noticiário.

Obra-prima. Pense bem: quantas obrasmerecem essa classificação?

Obrigado. 1 — Como fórmula de corte-sia, concorda em gênero e númerocom quem faz o agradecimento(homem ou mulher, homens ou mu-lheres): obrigado pelo favor, obrigadapela atenção, obrigados pela respos-ta, obrigadas pela gentileza. Igual-mente: muito obrigado, muito obri-gada, muito obrigados, muito obriga-das. 2 — Como forma coloquial, obri-gadão, portanto, só pode ser dito porhomem, e não por mulheres. 3 —Caso o adjetivo seja substantivado,fica apenas no masculino e no singu-lar: o meu obrigado, o nosso obriga-do, o meu muito obrigado, o nossomuito obrigado (homem ou mulher,homens ou mulheres).

Obrigar. Antes de infinitivo, exige a: Ofrio obriga a ficar em casa.

202Objeto pleonástico, ... Obrigar

Page 203: Manual de Redação e Estilo do Estadão

203

Observação, observância. Prefira obser-vação para reparo, advertência, cen-sura, ato de perceber pelos sentidos, eobservância para execução fiel, cum-primento, prática.

Obstruir. Segue a norma dos verbos re-gulares terminados em uir: Obstruo,obstruis, obstrui, obstruímos, obs-truís, obstruem (e não obstrói ou obs-troem). Ver: Verbo (3ª conjugação —uir), página 299.

Obter. O verbo tem sentido positivo(significa alcançar, conseguir, ga-nhar). Por isso, não pode figurar emfrases como: A feira “obteve” públi-co muito inferior ao esperado. / A em-presa “obteve” prejuízo no exercí-cios. Uma alternativa é usar ter, sim-plesmente.

Oceano. Inicial maiúscula: OceanoAtlântico.

Ocorrência. Jargão policial. Use fato oudescreva a “ocorrência”.

Octa, octo... É octo o prefixo que entrana formação de palavras como octoge-nário, octocampeão, octogésimo, oc-togonal e octossílabo. Com octa, ostermos mais comuns são octaedro,octana, octanagem e octangular. Or-dinal de 800: octingentésimo.

Óculos. Use a palavra no plural, damesma forma que o artigo ou prono-me: Meus óculos (e nunca “meu”óculos). / Comprou uns óculos novos(e nunca “um” óculos). / Os óculos (enão “o” óculos).

Odiar. Conjugação. Pres. ind.: Odeio,odeias, odeia, odiamos, odiais,odeiam. Pres. subj.: Odeie, odeies,odeie, odiemos, odieis, odeiem.Imper. afirm.: Odeia, odeie, odiemos,odiai, odeiem. Imper. neg.: Nãoodeies, não odeie, não odiemos, nãoodieis, não odeiem. Os demais tem-pos são regulares: odiava, odiavam;odiei, odiaram; odiará, odiarão; odia-ria, odiariam; odiasse, odiassem. Se-guem este modelo: ansiar, incendiar,intermediar, mediar e remediar.

“O Estado de S. Paulo”. 1 — O nome dojornal e suas variantes vão em negri-to, se o texto estiver no corpo normalou em negrito itálico, e em negritoitálico, se o texto estiver em itálicoou negrito. Assim: O jornal, conformeo caso, pode ser chamado de O Esta-do de S. Paulo, Estado e Estadão. / Ojornal, conforme o caso, pode ser cha-mado de O Estado de S. Paulo, Esta-do e Estadão. / O jornal, conforme ocaso, pode ser chamado de O Estadode S. Paulo, Estado e Estadão. / O jor-nal, conforme o caso, pode ser cha-mado de O Estado de S. Paulo, Esta-do e Estadão.

2 — Use o nome por extenso ape-nas nas notícias formais (especial-mente naquelas em que o jornal sejatratado como empresa) ou nas trans-crições: O Estado de S. Paulo ganhouontem seu processo contra a União. /“O governo reconhece que O Estadode S. Paulo agiu estritamente dentroda lei”, declarou o porta-voz da Presi-dência.

3 — Para menções normais nostextos, considere a palavra Estadocomo núcleo do nome do jornal: Ementrevista concedida ao Estado... / Odeputado declarou ontem ao Esta-do... / As informações divulgadas peloEstado... / O diretor do Estado... / Ser-viço especial para o Estado... / Saiuontem no Estado...

4 — As formas “o jornal O Estadode S. Paulo”, “o jornal Estado” ou “ojornal O Estado” só devem ser usadasentre aspas e em transcrições. O lei-tor sabe que O Estado de S. Paulo ouo Estado é um jornal.

5 — O nome Estadão está reserva-do apenas às peças publicitárias daempresa, ao Estadinho e às declara-ções textuais. Não poderá, por isso, fi-gurar no noticiário, comentários, arti-gos e textos de colaboradores, regula-res ou não.

Observação, observância “O Estado de S. Paulo”

Page 204: Manual de Redação e Estilo do Estadão

6 — Repare que o S. do nome dojornal é sempre abreviado e seguido deespaço: O Estado de S. Paulo.

7 — O nome dos cadernos e suple-mentos do jornal vai em itálico: Su-plemento Agrícola, caderno Econo-mia & Negócios, SeuBairro.

8 — Escreva em itálico o nome dosdemais órgãos jornalísticos da empre-sa: Jornal da Tarde, Agência Estado eRádio Eldorado.

9 — O nome do grupo e das suasempresas não noticiosas vai em corponormal: S.A. O Estado de S. Paulo,Grupo Estado, OESP Gráfica, etc.

Ofender o. E não “ofender ao”: Ofendeuo amigo, ofendeu o pai, ofendeu aNação, ofendeu a moral.

Oh. Ver ó, oh, página 201.Olhar, ver. Prefira olhar como dirigir a

vista para, dar atenção, e ver como tera percepção de: Olhou atentamente odesenho. / Olhou para cima. / Viu oavião passando. / Viu o livro caído nochão.

Olimpíada. 1 — Use Olimpíada, no sin-gular, ou Jogos Olímpicos. 2 — Exis-te plural quando se fala em duas oumais competições: As Olimpíadas de1992 e 1996.

OLP. Use a forma Organização de (e não“para a”) Libertação da Palestina.

Ombrear. O verbo não é pronominal epede a preposição com: O escritor om-breia com (e não ombreia-se a) osmestres do romance. / Sua velocida-de não ombreia com a dos adversá-rios.

Ombudsman. Flexões: ombudsmen,ombudswoman e ombudswomen.

Omoplata. Palavra feminina: a omopla-ta.

Onde com pronome. O onde atrai o pro-nome situado na mesma oração: Nãosei onde as pessoas se esconderam. /É esta a casa onde lhe deram abrigo.

Onde = em que. 1 — Onde equivale aem que apenas quando a referência éa lugar físico: A casa onde (em que)

nasceu. / A estrada onde (em que)ocorreu o acidente. / A lanterna ondea mosca pousou. / O parque onde ascrianças brincavam. / O prédio onde(em que) trabalha.

2 — Em exemplos como os que seseguem, use sempre em que, na qualou no qual e não onde: O conjuntodefiniu uma formação em que (e nãoonde) todos cantavam. / Na oraçãoem que (em vez de onde)... / O relea-se em que... / Eram dois discos radi-cais em que a fluência melódica... / Éa única faixa em que Hermeto toca... /Distribuiu memorando em que... /Uma carta em que... / Declaração emque... / A idéia em que... / A tese emque... / Piadas em que... / Uma comé-dia em que... / O pensamento emque... / O século em que... / O ano emque... / Neste dia ensolarado emque... / Nesta época em que... / O par-tido em que ocorreu a irregularida-de... / Na entrevista em que... / Napartida em que... / Arranjou um em-prego em que colava selos nos enve-lopes... / Uma guerra em que...

ONG. Na explicação da sigla, as iniciaissão minúsculas: Uma organizaçãonão-governamental.

Operação. Liga-se sem hífen a outrosubstantivo: operação tartaruga,Operação Descida. Única exceção:operação-padrão, operações-padrão.

Operar. Quem opera é o cirurgião, enunca o paciente. Assim: Jogadorviaja amanhã para ser operado naterça (e não: Jogador viaja amanhã e“opera” na terça). Igualmente: Gene-ral foi operado do coração em Cleve-land (e não: General “operou” o cora-ção em Cleveland).

Opiniões. 1 — O jornal, como um todo,tem opiniões sobre os assuntos quepublica e as expressa em editoriais. Onoticiário, por isso, deve ser essencial-mente informativo, evitando o repór-ter ou redator interpretar os fatos se-gundo sua ótica pessoal. Por interpre-tar os fatos entenda-se também a dis-

204Ofender o Opiniões

Page 205: Manual de Redação e Estilo do Estadão

torção ou condução do noticiário.Exemplos: ao tratar dos trabalhos deremoção de favelados de um local, orepórter entra em considerações sobreas injustiças sociais e os desfavoreci-dos da sorte ou, ao tratar de um assal-to, coloca a miséria como fator deter-minante da formação do criminoso.Deixe esse gênero de ilação a cargodos especialistas ou editorialistas eapenas descreva os acontecimentos.

2 — Para oferecer ao leitor maiordiversidade de pontos de vista, o jor-nal tem críticos, comentaristas, ana-listas, articulistas, correspondentes eoutros que, em textos assinados, po-derão expor suas opiniões, nem sem-pre coincidentes com as do Estado.Em casos excepcionais, a reportagensmais amplas ou delicadas se permiti-rá algum tipo de interpretação. É obri-gatório, porém, que sejam submetidasà Direção da Redação.

Opor veto. É a melhor forma (e nãoapor). Prefira, no entanto, vetar, maisdireto.

O primeiro ... que. Ver primeiro, página236.

Óptico, ótica. 1 — Qualifique de ópticoo que for relativo à visão: músculo óp-tico (para evitar confusão com ótico,relativo ao ouvido). 2 — Prefira,porém, a forma ótica tanto para o es-tudo da luz quanto para definir pontode vista: A Ótica é uma parte da Fí-sica. / Na minha ótica, o fato ocorreuassim. / A miragem é uma ilusão deótica.

Opus Dei. Masculino: o Opus Dei.O qual. 1 — Use o qual (e suas flexões

a qual, os quais e as quais) quando orelativo estiver afastado do antece-dente ou puder permitir mais de umainterpretação: O presidente da dele-gação, o qual compareceu à sessãoinaugural do congresso, garantiu...No caso, o pronome que diria respei-to tanto ao presidente como à delega-ção. Outros exemplos: Uma amigados candidatos, a qual era preciso

trazer para cá... / Uma sucessão decanaviais, os quais balançavam como vento... / Avistei o pobre retirante,afligido pela seca, o qual já não tinhao que comer.

2 — O qual também é a forma em-pregada no lugar de que e quem de-pois das preposições sem e sob e detodas as que tenham duas ou mais sí-labas (além das locuções prepositi-vas): O remédio sem o qual não podiaviver. / Os patrões para os quais tra-balhava. / As declarações segundo asquais o deputado mudaria de parti-do. / Os amigos perante os quais sedesculpou. / Os problemas ante osquais não recuou. / As dificuldadesdiante das quais desanimou. / Os en-traves apesar dos quais levou avantea iniciativa. / Os temas sobre osquais evitava falar. / As palestrasapós as quais se retirou. / O limite atéo qual chegou. / Os torcedores entreos quais se incluía. / O discurso du-rante o qual fez vários apartes. / Osacordos mediante os quais o governotentou regular a questão. / Os adver-sários contra os quais se bateu.

3 — Com as preposições a, com,de, em e por emprega-se, de preferên-cia, que: A cidade a que chegou. / Aroupa com que viajou. / O assunto deque tratou. / As casas em que morou. /Os princípios por que se bateu.

4 — O qual é também a formausada depois de certos indefinidos,numerais e superlativos: Mesmoassim comprou os livros, alguns dosquais sabia que nunca iria ler. / A co-mitiva, parte da qual se dispersou,não conseguiu concluir a viagem. /Reuniu-se com os ministros, dois dosquais iriam representá-lo na soleni-dade. / Tinha dois irmãos, o maisnovo dos quais era o seu preferido.

Ora..., ora... Sem e intermediário: Fala-va ora alto, ora baixo (e não: Falavaora alto e ora baixo).

205Opor veto Ora..., ora...

Page 206: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Órfão. Flexões: órfã, órfãos e órfãs.Órgão. Plural: órgãos.Ortografia. a) Se tiver qualquer dúvida

sobre a forma de escrever uma pala-vra, nunca deixe de consultar o capí-tulo Escreva Certo deste manual,página 333, que inclui milhares denomes comuns ou geográficos cujagrafia pode oferecer dificuldades. Se apalavra não fizer parte da relação, re-corra ao dicionário. Lembre-se: errosortográficos podem e devem ser sem-pre evitados, a todo custo.

b) Veja alguns erros graves de gra-fia, para evitá-los mais facilmente(entre parênteses está a forma corre-ta): ele “houve” (ouve) mal, “advi-nhar” (adivinhar), “hornar” (ornar),“suspenção” (suspensão), “exiga”(exija), “élice” (hélice), “angar” (han-gar), “excessão” (exceção), “sansão”(sanção), “richa” (rixa), “exitar” (hesi-tar), “paralizar” (paralisar), “xuxu”(chuchu), “vultuoso” (vultoso), “be-neficiente” (beneficente), “pixar” (pi-char), “pixação” (pichação), “rochas”ou “rouxas” (roxas), “previlégio” (pri-vilégio), “previnir” (prevenir), “frusta-do” (frustrado), “frustação” (frustra-ção), “prostrar” (prostrado), “prosta-ção” (prostração), “chícara” (xícara),“chale” (xale), “cincoenta” (cinqüen-ta), “zuar” (zoar), “ascenção” (ascen-são), “benvindo” (bem-vindo), “mís-sel” (míssil), “incrustrado” (incrusta-do), “conecção” (conexão), etc.

Oscar. Acrescente apenas um s no plu-ral: um Oscar, seis Oscars.

Os ... os mais ... Não repita o artigo emfrases como: Contratei os jornalistasos mais talentosos. Use uma destastrês formas: Contratei os jornalistasmais talentosos. / Contratei os maistalentosos jornalistas. / Contrateijornalistas os mais talentosos (asduas primeiras são preferíveis).

Ótica. Ver óptico, ótica, página 205.“Otimização”, “otimizar”. Substitua

essas palavras por expressões como

desempenho ótimo, tornar ótimo,tornar o melhor possível, etc.

Ou, ou ... ou. 1 — O normal, jornalisti-camente, é que o ou indique exclusão,alternância ou sinonímia, e nestescasos o verbo fica no singular: Ele secasará com Joana ou com Maria. / Elese casará ou com Joana ou comMaria. / Ou um general ou um almi-rante presidirá o EMFA este ano. / Osenador ou o deputado será eleitopresidente. / A cefaléia, ou dor de ca-beça, ataca muitas pessoas.

2 — Se o ou tem caráter de corre-ção, o verbo concorda com o últimosujeito: O ladrão ou ladrões foramhábeis. / O herdeiro ou herdeiros re-ceberão uma fortuna.

3 — Quando a ação cabe a todos ossujeitos ou indica oposição, o verbovai para o plural: O calor ou o frio ex-cessivo prejudicam certas plantas. /O contador ou o economista podemassinar legalmente esse documento.Sempre que possível, no entanto, usee e não ou, nesses casos: o texto ganhaem clareza.

4 — Se o sujeito for constituído depessoas gramaticais diferentes, overbo vai para o plural da que tem pre-cedência sobre as demais: O diagra-mador ou eu podemos desenhar a pá-gina. / Ou ela ou tu haveis de sair.

5 — Verbo anteposto concorda como primeiro sujeito: Ou fazemos nós otrabalho ou eles. / Ou fazem eles otrabalho ou nós.

Ouça-o cantar. E nunca “ouça ele can-tar”, “ouça ele dizer”, etc.

O último ... que. Concordância. Ver pri-meiro, página 236.

Ou seja. Fica invariável: O governo re-correu à sua fonte de renda habitual,ou seja, os impostos. / Duas dúzias emeia, ou seja, 30 ovos. (E nunca: ousejam.)

“Outra alternativa”. Redundância. Todaalternativa é outra. Escreva apenasque alguém não tem alternativa.

206Órfão “Outra alternativa”

Page 207: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Ouvir. 1 — Conjugação. Pres. ind.:Ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis,ouvem. Pres. subj.: Ouça, ouças, etc.Imper. afirm.: Ouve, ouça, ouçamos,ouvi, ouçam. Part.: Ouvido. Os de-mais tempos são regulares. 2 — Verescutar, ouvir, página 114.

Ouvir os dois lados. 1 — Os dois ou maislados envolvidos numa notícia deve-rão ser sempre ouvidos, se possívelantes da publicação das informaçõesou declarações. Só quando algumapessoa não puder ser encontrada é quese deve deixar sua palavra para o diaseguinte. A observação vale especial-mente para os casos em que haja acusações a alguém. Lembre-se: o di-reito de resposta é sagrado.

2 — Em casos excepcionais, o jor-nal poderá deixar para ouvir a parteacusada apenas no dia seguinte. Porexemplo, quando não quiser que umanotícia exclusiva chegue ao conheci-mento dos concorrentes antes da suapublicação ou quando alguma outrarazão superior o determinar.

Ouvir mais infinitivo. 1 — Não flexio-ne o infinitivo: Ouvi-os cantar. /Ouviu os seguranças dar ordens. 2 —Ver infinitivo, página 145.

Oxidar-se. Alguma coisa se oxida e nãooxida, apenas: Os carros nacionaisoxidam-se facilmente. / A peça oxi-dou-se.

Padrão. Liga-se com hífen a outro subs-tantivo: desconto-padrão, desvios-padrão.

Pagão. Flexões: pagã e pagãos. Pagar. Regência. 1 (tr. dir.) — Pagar al-

guma coisa: Pagou a consulta. /Pagou as compras. / Pagou o jantar. /Pagou a camisa barato. / Pagou os pe-cados. / Pagou o que devia. 2 (tr. ind.)

— Pagar a alguém ou a uma entidade:Deputado não paga a assessor. / Frau-dadores devem pagar aos lesados. /Ministérios não pagam à Petrobrás. /O governo paga aos empreiteiros. /Devia pagar-lhe religiosamente. 3 (tr.dir. e ind.) — Pagar alguma coisa a al-guém: A empresa pagou o salário aosfuncionários. / Pagou-lhe o que pro-metera. 4 (intr.) — Sem complemen-to: Cometeu o crime, e pagou. / En-trou sem pagar.

Página. Use na página 17, e não “à pá-gina 17”.

Pago. Use pago tanto com ser e estarcomo com ter e haver: Foi ou estavapago, tinha ou havia pago. Tinha pa-gado, embora correto, está caindo emdesuso.

Paiçandu. Com ç.País. Inicial maiúscula quando designar

o Brasil e não houver determinativo:O País manda tropas para a África.Em minúsculas: nosso país, este paísou neste país (mesmo que se refira aoBrasil), o país (qualquer outro que nãoo Brasil), os países do Prata, etc.

Palácio. Use em palácio para indicarque a pessoa teve uma audiência nopalácio e não somente o visitou. Igual-mente: Irá a palácio amanhã.

Palavras dispensáveis. O texto deve evi-tar palavras supérfluas ou dispensá-veis. Use, por exemplo: em fevereiro(em vez de no mês de fevereiro), em1990 (em vez de no ano de 1990), noParaná (em vez de no Estado do Pa-raná), em Campinas (em vez de na ci-dade de Campinas), a prefeitura (emvez de a prefeitura municipal), o Se-nado (em vez de o Senado Federal), oCongresso (em vez de o CongressoNacional), a Câmara de São Paulo(em vez de a Câmara Municipal deSão Paulo), o Nordeste (em vez de aRegião Nordeste), o Sudeste (em vezde a Região Sudeste). Em algunscasos, a expressão entre parêntesespode até ser necessária. Na maior

207Ouvir Palavras dispensáveis

Page 208: Manual de Redação e Estilo do Estadão

parte das vezes, porém, prefira aforma simplificada.

Palavras e locuções vetadas. Esta listainclui as palavras e locuções que o Es-tado considera antijornalísticas, per-nósticas, desnecessárias, redundan-tes, malformadas ou inadmissíveis.Só podem, por isso, figurar em decla-rações ou artigos de pessoas estranhasao jornal, mas jamais nos textos deresponsabilidade da Redação, mesmoassinados:AdentrarAduzirAeródromoAgilizaçãoAgilizarAgudizaçãoAgudizarAlavancagemAlavancarAlcaideA nível (de)AntenadoAo apagar das luzesApoiamentoAssertivaAtravés de (a não ser no sentido

físico)AvacalhaçãoAvacalharAzarBólide ou bólidoBricolagemBrioso (soldado)BurgomestreCalor escaldante ou senegalescoCampo-santoCarnavalizarCarreataCausídicoColocação (como opinião, observa-

ção, ponto de vista)CongressualContrafluxoCorrer atrás do prejuízoCrista da ondaDebutarDecúbitoDepartamento médico (em futebol)

Desabalada carreiraDetonar (como provocar)Devido a (como por causa de)Disparar (como afirmar)Dispensa apresentaçõesEdilEdilidadeElemento (como pessoa ou

marginal)ElencadoElenco (de medidas)Elo de ligaçãoEmbasamentoEmbasarEmergencialEncarar de frenteEncontrar a morteEnfrentar de frenteEnte queridoEntrementesErário públicoErva malditaEsculhambaçãoEsculhambarExitosoExtrapolarFacultativo (como médico)Fechar as cortinasFerros retorcidosFisicultorFlexibilizaçãoFlexibilizarFolclórico (como exótico, engraçado,

ridículo)Galopante (inflação)Ganhar grátisGenitor(a)Gentilmente cedidoGesto tresloucadoGestões (como negociações)GoleirãoGraciosamente (como de graça)Guardado a sete chavesHá ... atrásHortifrutigranjeiroImplantação (a não ser no sentido

médico)Implantar (a não ser no sentido

médico)Implementação

208Palavras e locuções vetadas Palavras e locuções vetadas

Page 209: Manual de Redação e Estilo do Estadão

ImplementarInserido no contextoIsto postoJaezJá ... maisLei de meiosLeque de alternativasLiteralmente lotadoMatéria (em vez de notícia, artigo,

reportagem, etc.)MatrimônioManter o mesmoManter o seuMelianteMentalizaçãoMentalizarMorféticoMóvel (como motivo)NecrópoleNo bojo deNosocômioOtimizaçãoOtimizarOutrossimParabenizarPatamar (como nível)Pavoroso incêndioPelo contrárioPenalizar (como punir)Praticar (para preços ou taxas)Precioso líquidoPrecipitação pluviométricaPrefeitura municipalPrestigiamentoProfissional do volantePróprio da municipalidadeSediarSendo queSeparar o joio do trigoSinalizar (como indicar)Sofrer melhoraSoldado do fogoTelinha (como TV)Tirar uma posição (como definir-se)Todos são unânimesTrabalhar com bolaTratativaTríduo de Momo Via de regra Vias de fato

ViaturaViolento incêndio Vítima fatalXingamentoXingarZagueirão

(Ver também os verbetes lugar-comum, página 163 , modismo, pági-na 180, pleonasmo, página 219, re-buscamento, página 248, e simplici-dade, página 269 .

Palavras estrangeiras. 1 — A palavra es-trangeira, na sua forma original, só de-verá ser usada quando for absoluta-mente indispensável. O excesso determos de outra língua torna o textopretensioso e pedante. E não se esque-ça de explicar sempre, entre parênte-ses, o significado dos estrangeirismosmenos conhecidos.

2 — Se a palavra ou expressão nãotiver correspondente em português,porém, ou se este for pouco usado, re-corra então ao termo estrangeiro, quevai no mesmo corpo do texto e não emdestaque: stand by, hardware, entou-rage, apartheid, smoking, zoom, slide,holding, shopping center, marketing,joint venture, outdoor, funk.

3 — Não empregue no idioma ori-ginal palavra que já esteja aportugue-sada. Assim, uísque e não whisky; co-nhaque e não cognac; recorde e nãorecord; chique (ou elegante) e nãochic; caratê e não karatê; cachê e nãocachet; tarô e não tarot; videopôquere não videopoker, etc.

4 — Sempre que houver equivalen-te em português, prefira-o ao estran-geirismo: cardápio e não menu; pré-estréia e não avant-première; adeus enão ciao; escanteio e não corner; ca-valheiro e não gentleman; freqüenta-dor e não habitué; senhora e não ladyou madame; encontro e não meeting;senhor e não mister; impedimento enão off-side; primeiro-ministro e nãopremier; assalto e não round; padrãoe não standard; fim de semana e não

209Palavras estrangeiras Palavras estrangeiras

Page 210: Manual de Redação e Estilo do Estadão

week-end; desempenho e não perfor-mance.

5 — Mesmo que você as julguemuito conhecidas, traduza sempre ascitações em língua estrangeira:“Après moi le déluge.” (“Depois demim, o dilúvio.”) “Alea jacta est.”(“A sorte está lançada.”) “To be or notto be: that is the question.” (“Ser ounão ser: eis a questão.”) Neste caso,use aspas.

6 — A não ser em textos especiais,e mesmo assim com parcimônia,evite ao máximo o uso de expressõesestrangeiras (a exemplo das palavrasde outras línguas), limitando-se ape-nas aos casos mais comuns: in memo-riam, sine die, sine qua non, causamortis, grand monde, tour de force,sui generis, honoris causa.

Pense, no entanto, que nem todosos leitores saberão o significado de lo-cuções como: à clef, à outrance, adhoc, nec plus ultra, urbi et orbi, strug-gle for life, in partibus, et pour cause,rempli de soi-même, off the records,honni soit qui mal y pense.

7 — Nas palavras derivadas denomes estrangeiros, mantém-se a es-trutura original do vocábulo e acres-centa-se o sufixo (ou o prefixo) verná-culo: byroniano, shakespeariano, Ba-chianas, hobbesiano, behaviorista,kartódromo, taylorismo, marxista,pós-kantismo, pós-weberniano, war-rantagem, windsurfista. Exceções: lo-bista (o Aurélio aportuguesou aforma), corintiano, hanoveriano,nova-iorquino, etc.

8 — Nas palavras oriundas do fran-cês, mantenha o e original, não otransformando em a ou o nos casosseguintes (ninguém escreve mani-cura, mas manicure, por exemplo):avalanche, cabine, caminhonete,carroceria, champanhe, coquete, cro-quete, gabardine, lavanderia, limusi-ne, magazine, manchete, manicure,maquete, marquise, marionete,nuance, omelete, pastiche, pelerine,

plaquete (livro), popeline, raquete,toalete, tricoline, trompete, vagone-te, valise, vedete e vitrine. Use,porém, com a estas palavras: cliche-ria, etiqueta, guilhotina, hachura, je-remiada, madama, mansarda, perca-lina, ravina, turbina, usina e vermi-na.

9 — No aportuguesamento das pa-lavras estrangeiras, o sh em geral setransforma em x, o n das terminaçõestorna-se m ou ão e as consoantes for-tes finais recebem e ou ue: xampu(shampoo), xelim (shilling), gueixa(gueisha), raiom (rayon), gim (gin),cupom ou cupão (coupon), panteão(panthéon), orfeão (orphéon), batom(bâton), jetom (jeton), moletom (mo-leton), clipe (clip), grogue (grog), turfe(turf), clube (club), chique (chic), crí-quete (crickett), gangue (gang), golfe(golf), lorde (lord), ringue (ring), surfe(surf).

Palavras inexistentes. Certifique-sesempre de que a palavra que você querusar existe no idioma. Assim, porexemplo, os dicionários não registramgemeção, mas gemedeira, nem recon-ciliamento, mas reconciliação e ou-tras como essas. Além disso, evite an-tecipar-se ao dicionário e partir para acriação indiscriminada de vocábulos,o que resulta em formas como adesi-vação, cartelização, agudizar, desfa-velização, culpabilizar, fisicultor, li-teratizante, descupinização, urgen-cializar, contraculturalismo, preten-siosidade, elencado e dezenas de for-mas semelhantes.

Palestra. Alguém faz, pronuncia ou pro-fere, mas não “dá” uma palestra, queé jargão acadêmico.

Pan... Hífen quando o outro termo co-meça com vogal, h, b, p, m ou n: pan-americano, pan-eslavismo, pan-islâ-mico, pan-helênico, pan-mágico,pan-negritude, pan-brasileiro, pan-psiquismo. Nos demais casos: pan-continental, pandinamismo, panger-manismo, pansexualista.

210Palavras inexistentes Pan...

Page 211: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Pan-americano. Com hífen.“Pano de fundo”. Lugar-comum. Não

use.Pantanal. Desta forma: Pantanal Mato-

Grossense.Panturrilha. Prefira barriga da perna.Pão-duro. Plural: pães-duros. O femini-

no tem a mesma forma: mulher pão-duro, mulheres pães-duros.

Papa. 1 — Inicial minúscula: o papa, opapa João Paulo II. 2 — Feminino: pa-pisa (prefira) e papesa.

Pão. Plural: pães.Papai Noel. Tem plural: Havia dois Pa-

pais Noéis na loja.Paparazzi. É a forma do plural: Os papa-

razzi não davam folga à princesa. Osingular é paparazzo: Era um papa-razzo muito ousado.

Par. Veja a diferença entre as expressões:A par de equivale a ciente de e emgeral se usa com o verbo estar: Estavaa par do fato (e nunca ao par do fato).Ao par indica título ou moeda devalor idêntico: título ao par, câmbioao par.

Para. Ver a (para), página 22.Pára. Pára, do verbo parar, tem acento:

Ele pára sempre no sinal vermelho. Oacento mantém-se nas palavras com-postas, pára-choque, pára-lama, etc.,mas não existe em paras e param.

Para... Prefixo (significa semelhante,proximidade, elemento acessório)que se liga sem hífen ao elemento se-guinte. O h cai e duplicam-se o r e os: paracentral, paraestatal, paramili-tar, parapsicologia, paraidrogênio,pararreumático, parassimpático.Não o confunda com pára... (ver abai-xo).

Pára... Elemento de composição com osentido de que protege contra, queapara. Exige hífen: pára-brisa, pára-choque, pára-lama, pára-quedas,pára-quedista, pára-raios, pára-sol.

Para a frente. E não “para frente”.Para as. Sem crase: Para as 17 horas.

“Parabenizar”. Não use. Substitua overbo por dar parabéns a, cumprimen-tar, felicitar ou aplaudir.

Parabéns. Como é plural, não existemas formas “um” parabéns ou “o” para-béns, etc., mas apenas os parabéns,muitos parabéns, seus parabéns, etc.

Para cá, para lá. Depois de para, devem-se usar as formas cá e lá, e não aqui eali: Veio para cá. / Levou-o de voltapara lá.

Para eu fazer. 1 — É a forma correta, poiso eu, em frases desse tipo, exerce afunção de sujeito: Trouxe o livro paraeu ler. / Esse trabalho é para eu fa-zer. / A matéria está aqui para eu re-ver (e nunca para “mim” ler, para“mim” fazer, para “mim” rever). 2 —Se o eu não for sujeito, então se usapara mim: Trouxe o livro para mim. /Não é conveniente para mim sairagora (para mim é complemento deconveniente).

Parágrafos. Até 9, em ordinais; de 10 emdiante, use cardinais: parágrafo 1º, pa-rágrafo 8º, parágrafo 10, parágrafo 21.Só em casos excepcionais ou emtranscrições recorra ao sinal §.

Parágrafos (uso). Para que a leitura dojornal se torne mais agradável, pro-cure quebrar o texto regularmente, deacordo com estas instruções: 1 —Abra parágrafo a cada 10 ou 12 linhasde coluna impressa (quatro a cinco li-nhas cheias da tela do micro ou do ter-minal). 2 — A determinação valetambém para as linhas mais estreitasdo texto (ao lado de fotos, em medidafalsa, ou de janelas). 3 — Organize otexto para que essa mudança de pará-grafo não se torne absolutamentealeatória. Por isso, evite fragmentaruma informação no meio, mas a des-dobre de maneira que o parágrafo se-guinte represente a sua continuidade.4 — Sempre que possível, procureapresentar uma ou no máximo duasinformações por parágrafo.

Paralisação. Com s, assim como parali-sar e paralisia.

211Pan-americano Paralisação

Page 212: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Paralisar. Exige complemento: Os em-pregados paralisaram o trabalho. Porisso, nunca escreva: Padeiros deci-dem “paralisar” (O certo: parar) senão houver aumento. / O metrô “pa-ralisou” ontem.

Param. Sem acento.Para mim. 1— Em casos como os que se

seguem, o certo é para mim: Foi difí-cil para mim entender o texto. / É im-possível para mim sair cedo hoje.Mim, no caso, completa o sentido dedifícil e impossível, não sendo, por-tanto, sujeito do infinitivo, comoocorre, por exemplo, em: O livro épara eu ler. 2 — Ver para eu fazer, pá-gina 211.

Pára-quedas. A mesma forma no singu-lar e plural, com acento e hífen.

Para trás. E não para atrás.Pardal. Feminino: pardoca (prefira), par-

daloca e pardaleja.Par de... O outro elemento vai para o

plural: par de sapatos, par de dança-rinos, etc.

Parecer mais infinitivo. Pode-se flexio-nar o verbo parecer ou o infinitivo:Os homens pareciam sorrir (use estaforma) ou Os homens parecia sorri-rem.

Parente. Feminino: parenta (prefira) eparente.

Parêntese(s). Use parêntese para o sin-gular e parênteses para o plural: abrirparêntese, fechar parêntese, entre pa-rênteses. O conjunto, mesmo no sen-tido figurado, fica no singular: Façaum parêntese. / O parêntese estavano fim da página.

Parênteses (uso). Usam-se os parêntesespara:

1 — Intercalar num texto qualquerpalavra, expressão ou oração acessó-ria, representada em geral por uma ex-plicação, uma circunstância inciden-tal, uma reflexão, um comentário ouuma observação: Em 1995 a empresainvestiu 80 milhões (e deve aplicarmais 50 milhões este ano) no seu

Centro de Processamento de Dados. /Dos consultados, 70% disseram terparticipado das últimas eleições (nosEUA o voto não é obrigatório). / Atese sobre os ciclos históricos (cujaduração o autor fixa em 30 anos) foiaprovada pelos examinadores. / Asexportações do chamado complexosoja (grão, óleo e farelo) cresceram20% em dois anos. / O senador X(PMDB-SP) tenta novamente refor-mular a Previdência.

2 — Isolar do texto uma palavra ouexpressão que se queira destacar (é re-curso a usar, porém, com toda a cau-tela): O livro de Gorbachev critica(mas justifica) Stalin. / Governomanda apurar (com urgência) as de-núncias. / Como o governo (não) re-solve esses problemas. / Um (mau)estudo sobre os parques paulista-nos. / A recriação (medíocre) da BelleÉpoque.

3 — Transcrever as siglas que se se-guem à explicação do nome de umórgão ou entidade: A Associação Bra-sileira de Imprensa (ABI) condenouontem... / A nota da Ordem dos Ad-vogados do Brasil (OAB) diz aindaque...

4 — Levar ao leitor as referênciasbibliográficas: Este segundo volumedas Obras Escolhidas (Editora Libor,340 páginas, R$ 30,00) põe ao alcan-ce do leitor... / “Eu sempre tento dara interpretação mais benévola atodos os meus pecados.” (EdmundWilson, Os Anos Vinte, Companhiadas Letras, 369 páginas, 1987, tradu-ção de Paulo Henriques Britto.)

5 — Indicar uma data: O crítico Ed-mund Wilson (1895—1972) deixou olivro inacabado. / O início da guerra(1939) coincidiu com a época da suaformatura.

Observação. O ponto vai fora doparêntese quando a expressão que eleencerra é apenas parte da oração e vaidentro quando toda a oração é por eleenglobada: Merece menção especial o

212Paralisar Parênteses (uso)

Page 213: Manual de Redação e Estilo do Estadão

esforço dos tradutores (Carlos de Al-meida e João dos Santos). / Todos con-cordaram com o ditador. (Ninguémseria insensato a ponto de contrariá-lo.) / Sacos de dinheiro nas costas. (Éa população trocando a velha moeda.)

Parque. Inicial maiúscula: Parque doIbirapuera (e nunca “Parque Ibira-puera”).

“Parqueamento”, “parquear”. Anglicis-mos desnecessários. Use estaciona-mento e estacionar.

Parquímetro. Aceitável, para designar oaparelho.

Parte de. Concordância. Ver maioria,página 167.

Partes do corpo. 1 — Partes do corpo eatributos da pessoa rejeitam o posses-sivo: Machucou o braço (e não o seubraço). / Feriu as mãos. / Arranhou acabeça. / Bati o joelho na mesa. / Per-deram a consciência. / Recuperei ossentidos. 2 — Uso do singular ou plu-ral: ver plural indevido, item 3, pági-na 223.

Participação. No singular em frasescomo: A festa contou com a partici-pação do presidente, do governador edo prefeito. / A participação de Gio-vanni e Rivaldo na seleção brasileira(e nunca “as participações”)...

Participar. 1 — Participa-se algumacoisa, ou alguma coisa a alguém: Eleparticipou o seu casamento. / A em-presa participou a decisão aos funcio-nários.

2 — Não se participa alguém de al-guma coisa, porém, nem ninguém éparticipado de algo, em casos (erra-dos) como: A empresa “participou osfuncionários” da decisão. / Os fun-cionários “foram participados” (ocerto: avisados, cientificados, infor-mados) da decisão.

3 — No sentido de tomar parte, usea preposição de e não em: Participoudos (e não nos) debates, participoudas sessões, participou do filme.

4 — Exige sempre complemento.Por isso, nunca escreva: Participaram

também fulano e beltrano (participa-ram de quê?).

Particípio mais pronome. Em nenhumahipótese o pronome oblíquo pode apa-recer depois do particípio, em frasescomo: Tinha “feito-lhe”, havia “par-tido-se”, tinha “formado-se”, ha-viam “comido-o”. O certo é: Tinha-lhe feito, havia-se partido, tinha-seformado, haviam-no comido.

Particípios duplos. 1 — Use ter e havercom os particípios regulares e ser eestar, com os irregulares: O presiden-te havia (tinha) suspendido as nego-ciações. / O acordo foi (estava) sus-penso. / Tinha (havia) elegido, foi (es-tava) eleito. 2 — Nos títulos, empre-gue habitualmente o particípio irre-gular: Suspensas as aulas. / Aceitas ascondições dos metalúrgicos. / Mortosos assaltantes. 3 — É essa também aforma correta em expressões como:Aceitas as condições, iniciaram-se asnegociações. / Impresso o livro, a edi-ção esgotou-se rapidamente. / Sus-pensos os alunos, as aulas prossegui-ram.

Partir. 1 — Cuidado com a locução apartir de, que significa apenas a co-meçar de, a datar de (repare que exis-te uma idéia de continuidade): O pre-sidente da associação vai exercer omandato a partir do dia 1º. / As ins-crições estarão abertas a partir de se-gunda-feira. / O mundo se tornoumais liberal a partir da RevoluçãoFrancesa. 2 — Se a ação for definidano tempo, não se poderá usar a partirde. Assim: As inscrições começarãona próxima semana (e não “a partirda”). / As aulas serão reabertas emfevereiro (e não “a partir de”). 3 —Como marca o início de alguma coisano tempo e no espaço, é errado tam-bém usar a partir de em casos como:O time ensaiou várias jogadas “a par-tir de” (com) bola parada. / Livroconta a história recente do País “apartir de” (com base em) pesquisas

213Parque Partir

Page 214: Manual de Redação e Estilo do Estadão

do Ibope. / “A partir das” (pelas) ava-liações, a sociedade ficou sabendopara onde vai o seu dinheiro.

Páscoa. Como se trata de festa religiosa,os termos a ela referentes em geraltêm inicial maiúscula: Páscoa, Sema-na Santa, Sexta-Feira Santa, Domin-go de Ramos, Ressurreição, Paixão,Procissão da Cruz, Lava-Pés, Quarta-Feira de Cinzas, etc. No entanto: ma-lhação do judas.

Passado do passado. Quando o textomenciona uma ação anterior à atualou a outra já realizada (passado do pas-sado), deve-se usar a forma compostado verbo: Apenas 24 horas depois deo ministro ter lançado (e não “lan-çar”) o plano, a Câmara aprovou oprojeto. / O trem já havia partidoquando ele se deu conta da hora.

Passo-a-passo, passo a passo. Quandosubstantivo, tem hífen (é o próprioprocesso): O passo-a-passo é a melhormaneira de aprender a usar o compu-tador. Sem hífen, é mera locução (in-dica a forma do processo): Avançarampasso a passo.

Pasta. Use inicial minúscula: a pasta daFazenda, essa pasta, etc.

Pastel. Como é substantivo, não variano plural quando indica cor: tons pas-tel (e não “pastéis”).

“Patamar”. Não use. Para preços, taxasou juros, prefira nível ou índice.

Patriarca. Feminino: matriarca.Pátrios (plural). Nos adjetivos pátrios

compostos, apenas o último elemen-to é flexionado e o primeiro obedeceà forma de origem erudita, em geralmais reduzida: empresa belgo-minei-ra, companhia anglo-teuto-brasilei-ra, consórcios franco-ítalo-nipônicos,etc.

Paulista, paulistano. Paulista — naturaldo Estado de São Paulo, relativo ao Es-tado de São Paulo: polícia paulista,governador paulista. Paulistano —natural da cidade de São Paulo, relati-

vo à cidade de São Paulo: paulistanodo Brás, prefeito paulistano.

Pauta. 1 — Chama-se pauta tanto o con-junto de assuntos que uma editoriaestá cobrindo para determinada edi-ção do jornal como a série de indica-ções transmitidas ao repórter, nãoapenas para situá-lo sobre algumtema, mas, principalmente, paraorientá-lo sobre os ângulos a explorarna notícia.

2 — A pauta constitui um roteiromínimo fornecido ao repórter. Se elafor muito específica e pedir que eleapure apenas alguns aspectos da notí-cia, o repórter deverá obedecer a essaorientação, para evitar que suas infor-mações conflitem com as de outrosjornalistas que estejam trabalhandono mesmo caso ou as repitam.

3 — O pauteiro (preparador dapauta) deverá sempre que possível in-cluir na pauta os telefones de pessoasa entrevistar, endereços de locais quedeverão ser procurados e dados seme-lhantes, que permitirão ganho detempo. O repórter, no entanto, deve-rá ter iniciativa suficiente para encon-trar as pessoas ou locais necessáriosquando esses dados não estiverem dis-poníveis ou forem insuficientes.

4 — Pautas óbvias não necessitarãode muito texto. Espera-se, por exem-plo, que um repórter de cidade saiba oque perguntar ao prefeito ou a um se-cretário, o que apurar numa mudançade trânsito, como cobrir uma expul-são de invasores de área pública, etc.

5 — O repórter deverá também terbom senso suficiente para mudar aangulação de uma pauta sempre queum assunto levantado no meio deuma entrevista ou cobertura se sobre-puser aos demais pedidos pela pauta.Em caso de dúvida, convém que eleentre em contato com o chefe de re-portagem ou editor para saber se a suadecisão é correta.

6 — Evite dispersão desnecessáriade esforços ao montar uma pauta.

214Páscoa Pauta

Page 215: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Você não precisa pedir a toda a redelocal e nacional da empresa entrevis-tas com 30 ou 40 médicos sobre oavanço da aids, nem depoimentos de30 ou 40 pacientes a respeito da doen-ça, quando meia dúzia ou uma deze-na deles já darão um quadro satisfató-rio da situação.

7 — De qualquer forma, não hesi-te em tornar uma pauta grande, sem-pre que o julgar necessário. Qualqueraspecto específico de um assunto so-mente poderá ser cobrado do repórterse tiver sido pedido na pauta. Mais doque isso, porém: o pauteiro, por suaprópria função (tentar cercar todos osângulos da notícia), pode ter idéiasque não ocorreriam ao repórter. Evice-versa: por isso, é igualmente in-dispensável que o repórter comple-mente uma pauta que tenha deixadode lado algum aspecto importante deum assunto.

Pé. São corretas as duas locuções, de pée em pé.

Pedir. Conjugação. Pres. ind.: Peço,pedes, pede, pedimos, pedis, pedem.Pres. subj.: Peça, peças, peça, peça-mos, peçais, peçam. Imper. afirm.:Pede, peça, peçamos, pedi, peçam.Imper. neg.: Não peças tu, ..., não pe-çais vós, não peçam eles. Os demaistempos são regulares.

Pedir... a ou para. 1 — Pedir apoio ouatenção a — pedir que alguém dêapoio ou atenção a quem o solicita: Ogoverno pede apoio (atenção) aos em-presários (pede que os empresários oapóiem ou lhe dêem atenção). 2 —Pedir apoio ou atenção para — pedirque seja dado apoio ou atenção a al-guém que se indica: Os EUA pedemapoio (atenção) para o Brasil (pedemque se dê apoio ou atenção ao Brasil).3 — Outros exemplos: Empresáriospedem abono salarial para os traba-lhadores (que se dê abono aos traba-lhadores). / Flagelados pedem ajudaao governo (que o governo os ajude).

Pedir para, pedir que. 1 — Só use pedirpara quando o sentido for de licençaou permissão: Pediu (licença) parasair mais cedo. / Pediu (permissão)para ir ao cinema. 2 — Nos demaiscasos, o correto é pedir que, e não“pedir para” ou “pedir para que”.Assim: Pediu que fossem com ele aojogo (em vez de Pediu “para irem”com ele ao jogo ou Pediu “para quefossem” com ele ao jogo). / O delega-do pediu que o acusador mostrasseprovas da denúncia (e não O delega-do pediu “para” o acusador mostrar...ou Pediu “para que” o acusador mos-trasse...). / Quer pedir a eles que pro-curem... (e não “para que” procurem).

Pegado, pego. Use pegado com ter ehaver e pego, com ser e estar: Tinha(havia) pegado, foi (estava) pego.

Pegado a. Faz-se a concordância normal-mente: Esta casa fica pegada à fábri-ca. / Mesas pegadas à janela. / Edifí-cios pegados ao palácio.

“Peito”. Prefira seio.Péla. Péla, jogo ou bola, tem acento:

jogo da péla, as pélas de borracha.Péla, pélas, pélo. Essas três flexões do

verbo pelar têm acento: A água pélaquando está fervendo. / Tu pélas a la-ranja para ele? / Eu me pélo por co-mida caseira.

Pele-vermelha. Não chame o índio bra-sileiro de pele-vermelha. O nome valeapenas para o da América do Norte.Plural: peles-vermelhas.

Pelo andar da carruagem. Lugar-comum.Evite.

Pêlo, pêlos. Com acento, no singular eplural, quando indica cabelo ou penu-gem: o pêlo do gato, os pêlos da cabe-ça.

Pena de talião. Com t minúsculo, umavez que não se trata de nome próprio.

“Penalizar”. Significa somente causarpena ou desgosto a, magoar, afligir.Por isso, substitua-o por castigar,punir ou prejudicar em frases como:Governo muda IR para não “penali-

215Pé “Penalizar”

Page 216: Manual de Redação e Estilo do Estadão

zar” (prejudicar) contribuinte. / Ban-co não deve ser “penalizado” (puni-do, castigado) no caso X. / O alunoacabou “penalizado” (punido) pelaousadia. / Aumento “penaliza” (pre-judica, pune, castiga) ainda mais oconsumidor.

Pênalti. Desta forma (e nunca “penal”).Penny. Centésima parte da libra. Plu-

rais: pence (quando quantia) e pen-nies (quando moeda).

Pequenez. Insignificância, e não “peque-nês”.

“Pequenos detalhes”. Redundância: nãoexistem “grandes detalhes”.

Pequinês. Natural de Pequim e raça decães.

Pêra. Com acento, no singular, tantopara designar a fruta como a porção debarba ou o interruptor: Pêra madura. /Raspar a pêra. / Apertou a pêra. Noplural, não existe acento: peras.

Perante. Sem a preposição a: Perante opai. / Perante ela (e não “ao” pai, “a”ela).

Perante o qual. E não “perante quem”:Eis o juiz perante o qual (e não “pe-rante quem”) o réu deverá deporamanhã.

Perder. Um time perde de outro por oude l a 0, 2 a l, 3 a 2, etc.

Perdoar. Regência. 1 (tr. dir.) — Perdoaralguma coisa: “Perdoai as nossasofensas.” / Perdoou os seus gastos ex-cessivos. / Perdoamos as dívidas dosamigos. 2 (tr. ind.) — Perdoar a al-guém: Deus lhes perdoe. / A Receitaperdoou aos devedores. / Perdoou aosacusadores. 3 (tr. dir. e ind.) — Per-doar alguma coisa a alguém: A Recei-ta lhes perdoou as dívidas. / Não per-doa aos inimigos nenhum agravo. /Perdoa aos amigos todas as ofensas.4 (intr.) — Sem complemento: É vin-gativo e nunca perdoa. / Perdoa, paraseres perdoado. Observação. Admitea voz passiva: Foi perdoado pelos su-periores.

Perfazer. Conjuga-se como fazer (ver,página 127).

Performance. Anglicismo evitável. Pre-fira desempenho ou atuação.

Pérgula. Com u.Pergunta, perguntado. Formas possí-

veis: À pergunta se pretendia vol-tar... / À pergunta onde pretendiaficar... / À pergunta como cumpririaas determinações... Não use, porserem formas inexistentes na língua:“perguntado se”, “perguntado sobre”e “à pergunta sobre”. Opção correta:interrogado ou indagado sobre.

Perguntas e respostas. Ver no verbeteentrevista, página 109, como editarentrevistas na forma de perguntas erespostas.

“Permitir com que”. Fazer é que admi-te a preposição com. Use permitir queem frases como: O mau cheiro nãopermitiu que (e não “permitiu comque”) ninguém ficasse mais de cincominutos na loja.

Pernas, pra que te quero. Mesmo grama-ticalmente incorreta, é essa a formada locução popular.

Perônio. Com i. Adjetivo: peroneal.Personagem. Faça a concordância com o

sexo do ou da personagem. Assim: opersonagem Hamlet, a personagemAída. Proceda da mesma forma emorações como: A ministra foi a prin-cipal personagem dos acontecimen-tos. / O piloto era um personagem dedestaque da Fórmula 1. / Como fica-rão os personagens (homens e mulhe-res) da oposição?

Persuadir. 1 — Quando o sentido for ode convencer ou demover, prefira a re-gência persuadir alguém de algumacoisa: Foi difícil persuadi-lo de nãodar queixa à polícia. / Todos o persua-diram de não tomar aquela decisão.2 — Quando persuadir significa indu-zir ou mover, a regência preferível épersuadir alguém a alguma coisa:Todos o persuadiram a sair. / O reiqueria persuadir os súditos à submis-

216Pênalti Persuadir

Page 217: Manual de Redação e Estilo do Estadão

são. / Persuadiu-o a desaparecer poralguns dias. 3 — Pode-se ainda usar aforma persuadir alguém, apenas:Suas desculpas não persuadiram ossuperiores. / O governo conseguiupersuadir a população. 4 — O verboadmite também a forma pronominale segue, nesse caso, o modelo dositens 1 e 2: Persuadiu-se de que erahora de agir. / Eles se persuadiram avoltar atrás. 5 — Finalmente, comosinônimo de convencer, pode ser in-transitivo (sem complemento): Éuma pessoa que consegue persuadir.

Perto. Invariável. Moram perto. / Plan-taram árvores perto da casa. / Ascasas ficavam perto.

Perverso. Significa mau, malvado. Cui-dado com o seu uso no sentido figura-do (efeitos perversos, ensino perverso,distribuição de renda perversa), quese está tornando lugar-comum.

Perto de. Ver cerca de, página 59.Pese. Ver em que pese a, página 105.Peso. 1 — Com números redondos, use

sempre por extenso o nome das medi-das de peso: 200 toneladas, 40 quilos,50 gramas. Nos títulos e tabelas,pode-se usar a abreviatura: 200 t, 40kg, 50 g. 2 — Para indicar númerosquebrados, adote estas formas: 200,5toneladas, 40,8 quilos, 50,4 gramas.Como no caso acima, nos títulos e ta-belas permite-se a abreviatura: 200,5t, 40,8 kg, 50,4 g. 3 — Se a medida forinferior a 2, ficará no singular: 1,5 to-nelada, 1,9 quilo, 0,7 grama. 4 — Re-pare que as abreviaturas não têmponto nem plural e há espaço entre onúmero e elas: 87 t, 65 kg, 32 g. 5 —Ver nas páginas 397 e 398 uma rela-ção de pesos e medidas e a forma deconvertê-los em valores mais usadosno Brasil.

Peso (boxe). Existe hífen depois de subs-tantivo, mas não de adjetivo: peso-mosca, peso-galo, peso-pena, pesoleve, peso médio, peso meio-médio,peso meio-pesado, peso pesado.

Pesquisa. 1 — Todo aniversário de acon-tecimento importante (nascimento emorte de personalidades, lançamentode movimentos ou trabalhos artísti-cos, edição de livros históricos, revol-tas ou campanhas políticas, fatos in-ternacionais, etc.) justifica matéria depesquisa, independentemente de ou-tras retrancas que se preparem sobreo assunto (repercussão, entrevistas ereconstituições). Evite, porém, fazermatéria excessivamente formal pararecordar o fato, entremeando-a, sem-pre que possível, com pormenorescuriosos ou diferentes para valorizar apesquisa. Além da correção das infor-mações, é importante desenvolverum trabalho apurado de texto queprenda a atenção do leitor. Matériasde pesquisa áridas ou pouco criativasafugentam o interessado logo nas pri-meiras linhas.

2 — Qualquer assunto de certa im-portância que volte ao noticiário deveser relembrado, mesmo que sumaria-mente, para que o leitor se recorde doque se está tratando ou para apresen-tar o fato às pessoas que o desconhe-çam. Se alguém, por exemplo, se refe-re à UDN ou ao antigo PSD, lembre-se de que os antigos partidos foram ex-tintos em 1965 e, de lá para cá, se for-mou toda uma geração de leitores dejornal que nem sempre terá sido infor-mada a respeito do que aconteceu naocasião. Mais assuntos que justifica-riam pesquisa: revolta dos sargentosem Brasília, movimentos de Aragar-ças e Jacareacanga, o “bogotazo”, a in-vasão da Baía dos Porcos, o comício deJoão Goulart na Central do Brasil, aMarcha da Família em São Paulo, aguerrilha no Vale do Ribeira, a disso-lução dos Beatles, o milésimo gol dePelé, etc.

3 — Nem sempre, porém, as pes-quisas devem limitar-se a reviver umfato, como nos dois casos anteriores.Generalizar ou historiar um tipo deacontecimento, por exemplo, fornece

217Perto Pesquisa

Page 218: Manual de Redação e Estilo do Estadão

excelente material do gênero. Assim,se o papa lança uma nova encíclica,você pode não apenas fazer uma pes-quisa sobre as encíclicas anterioresdesse pontífice, como sobre as princi-pais encíclicas da história da Igreja, oudeste século, ou das últimas décadas.Um desastre de avião sempre impõeuma relação dos demais acidentes doano ou da última década. O invernomuito rigoroso nos EUA e na Europapode remeter a outros invernos tão oumais severos de anos anteriores.

Outros casos: na transferência deum jogador brasileiro para o exterior,podem-se lembrar negociações ante-riores, tão milionárias quanto aquelade que se estiver tratando. A divisãode um país em duas partes, Norte eSul, abre perspectivas para que se re-corde como ocorreu a divisão de ou-tros países e por quê (Alemanha, Co-réia, etc.). Se o Brasil volta a negociarcom o FMI, por que não mostrar desdequando o País mantém entendimen-tos com o Fundo e quantas vezes e emque condições recorreu a ele? Numsurto ou epidemia, lembre-se tam-bém de mostrar que doença é essa,como ocorre, como evolui, como afe-ta as pessoas, etc.

4 — Ver também memória, página176.

Pessach. É a Páscoa judaica.Pessoas no noticiário. 1 — O cargo

ocupado pela pessoa é que define, namaioria dos casos, a importância queela merece no noticiário e o peso queserá atribuído aos seus atos ou decla-rações. Por isso, mencione sempre emprimeiro lugar a qualificação e não onome dela: O ministro da Fazenda,João da Silva, garantiu ontem que...Personagens muito notórios do espor-te e das artes, porém, poderão dispen-sar essa prática, bastando identificá-los pelo nome.

2 — Na primeira menção, use sem-pre o prenome e o sobrenome da pes-soa: o ministro Pedro Malan, o presi-

dente Fernando Henrique Cardoso, oex-ministro Delfim Netto, o rei JuanCarlos, o empresário Mário Amato, oprofessor Francisco Barros, o pilotoMichael Schumacher, a atriz MaitêProença. Evite, apenas, que, no desdo-bramento do noticiário, o professor,por exemplo, seja chamado de Fran-cisco ou Barros indistintamente. Ouele é Francisco ou Barros.

3 — Adote, como identificação, onome pelo qual a pessoa se tornou co-nhecida, evitando sobrenomes desne-cessários. João Baptista de OliveiraFigueiredo, por exemplo, é João Fi-gueiredo, simplesmente. Nomes ar-tísticos e apelidos impõem-se quandofor essa a forma pela qual o persona-gem adquiriu notoriedade. Xuxa éXuxa e não Maria da Graça Mene-ghel. Da mesma forma Gal Costa,Pelé, Sivuca e outros.

4 — Se a pessoa não estiver exer-cendo nenhum cargo de relevo no mo-mento, mas tiver ocupado função dedestaque, identifique-a por essa ativi-dade: O ex-presidente Augusto dosSantos pretende voltar ao Palácio doPlanalto. Quando necessário à me-lhor compreensão dos acontecimen-tos, lembre outros cargos que elaeventualmente tenha ocupado. Final-mente, se ela tiver exercido vários car-gos, identifique-a sempre pelo maisimportante. Assim: O ex-governadorJoão da Silva... (e não o ex-deputadoou o ex-prefeito João da Silva).

5 — Idade, sexo, religião, tendênciapolítica, Estado ou país de nascimen-to, raça e outras características comoessas só deverão figurar no texto se es-tiverem relacionados com os fatosdescritos.

6 — Evite, especialmente nos títu-los, qualificar pessoas de forma quepossa ofender toda uma coletividade:Cearense mata a amante / Italianoassalta banco. Nada indica que as pa-lavras cearense e italiano tenham, no

218Pessach Pessoas no noticiário

Page 219: Manual de Redação e Estilo do Estadão

caso, algo que ver com o aconteci-mento.

7 — Ver também cargos (comousar), página 57.

Ph.D. Plural: Ph.Ds.Pica-pau. Com hífen. Da mesma forma:

pica-pau-amarelo.Picar, picada. Ver morder, mordida, pá-

gina 181.Pichar, piche. Com ch e não com x.

Também: pichação, pichador.Picles. Aportuguesado e no plural: os pi-

cles.Pico. Inicial maiúscula: Pico do Jaraguá. Píer. Aportuguesado. Plural: píeres.Pierrô. Aportuguesado.Pigmeu. Feminino: pigméia.Pilotar. Significa dirigir veículo em ge-

ral. Por isso, no sentido figurado, co-mo dirigir, controlar ou organizarqualquer coisa (pilotar um jantar, pi-lotar uma situação, pilotar um con-gresso, pilotar um quatro-bocas), sópode ser usado em textos muito espe-ciais, mas nunca no noticiário.

Piloti. É a forma do singular. No plural,pilotis.

Piloto. Com função de adjetivo, perma-nece invariável: usina piloto, usinaspiloto; plano piloto, planos piloto.

Pingue-pongue. Desta forma.Pingüim. Com trema.Pior. 1 — Antes de particípio, use sem-

pre mais mal e nunca pior: mais malclassificados (e não “pior classifica-dos” ou, menos ainda, “piores classi-ficados”). Ver mais bem, mais mal, pá-gina 167. 2 — Quando adjetivo, varia(equivale a mais mau): Eles eram pio-res (mais maus) que todos. / Muitopiores (mais maus, mais condenáveis)do que os atos amorais de ontem sãoos argumentos imorais de hoje. / Pio-res (mais maus) que ele, só os irmãos.3 — Quando advérbio, permanece in-variável (equivale a mais mal): Elesestavam pior (mais mal) de vida. / Jo-garam pior (mais mal) que antes.

Pior (a, o). Ver melhor (a, o), página 176.Pirata. Use como adjetivo quando vier

depois de um substantivo: edição pi-rata, fitas piratas, emissora pirata.

Piscicultura. E nunca “psicultura”.Pista, faixa. Não confunda: pista é cada

parte contínua de uma rodovia. Efaixa é cada divisão (marcada no solo,apenas) de uma pista. Assim, a Rodo-via dos Imigrantes tem duas pistas,com três faixas cada uma. Já a RégisBittencourt tem pista única, comduas faixas, uma em cada direção.

Placa. No singular: Carro de placa (enão “de placas”) BAA-1618.

Plano. Inicial maiúscula: Plano Real. Planta. Equivale a fábrica apenas em in-

glês. Por isso, não escreva, por exem-plo: O grupo quer construir nova“planta” (nem “planta industrial”)no Brasil.

Plantão. 1 — Use a locução de plantãoapenas no seu significado real: Os mé-dicos estavam de plantão. 2 — Nosentido figurado, é modismo a evitar:os críticos de plantão, os golpistas deplantão, os bajuladores de plantão,etc.

Pleito, preito. Pleito equivale tanto aeleição (pleito de novembro) como ademanda (pleito judicial), enquantopreito designa homenagem (preitoaos mortos) ou reconhecimento (prei-to de gratidão).

Pleonasmo. É a repetição de termos su-pérfluos, evidentes ou inúteis nafrase. À exceção dos pleonasmos esti-lísticos, e assim mesmo apenas emcasos especiais, evite os que compro-metam o texto:

1 — ViciosoAcabamento final, agora já, ainda

... mais (ainda deverá demorar maisdez dias), almirante da Marinha, alo-cução breve (é breve por definição),brigadeiro da Aeronáutica, conclu-são final (a menos que tenham exis-tido outras, parciais), continuarainda, conviver junto, criar novos,

219Ph.D. Pleonasmo

Page 220: Manual de Redação e Estilo do Estadão

descer para baixo, elo de ligação (elojá significa ligação), encarar de frente(use, por exemplo, encarar firmemen-te), enfrentar de frente, entrar dentroou para dentro, erário público, estre-las do céu, exultar de alegria, ganhargrátis, general do Exército, goteira noteto, há ... atrás (use há tantos anosou tantos anos atrás), hábitat natu-ral, inaugurar novo, já ... mais (use jánão há e nunca “já não há mais”), la-baredas de fogo, manter o mesmo(pode-se manter outro?), manter oseu, monopólio exclusivo, países domundo, pequenos detalhes, perma-nece ainda, planos para o futuro, pre-feitura municipal, regra geral, rela-ções bilaterais entre os dois países,repetir de novo (a menos que se repi-ta pela segunda vez), sair fora ou parafora, sorriso nos lábios, sua autobio-grafia, subir para cima, surpresa ines-perada, todos foram unânimes, ve-readores da Câmara Municipal eviúva do falecido.

2 — De idéiaHá pleonasmos velados, menos

graves, mas igualmente evitáveis,como nas frases: Campinas restauravelho casarão. / Recuperação dovelho Parque D. Pedro começa estemês. / Navratilova volta ao tênis.

A palavra velho, nas duas primei-ras frases, é supérflua: para serem res-taurados, ou recuperados, nem o casa-rão nem o parque podem ser novos. E,finalmente, Navratilova voltaria aque esporte senão ao tênis? (Opções:Navratilova volta a jogar, Navratilo-va volta à atividade ou Navratilovavolta a Wimbledon).

3 — EstilísticoÉ o pleonasmo literário, para dar

força ou ênfase à expressão: Rir umriso amarelo. / Sonhar um sonho. /Ver com os próprios olhos. / Andarcom as próprias pernas. Só deve serusado em textos especiais.

Plural (substantivação). Palavras inva-riáveis, quando substantivadas, obe-

decem às normas do plural: Pesar osprós e os contras. / As múltis, as mi-cros (empresas), os micros (computa-dores), as máxis (desvalorizações), asmínis (saias). / Os sins e os nãos. / Osvivas e os morras. / Os senões e os po-réns. / Os quatros e os cincos do ba-ralho estavam rasgados. Dois, três,seis e dez não variam: os três de paus,os seis de ouros, os dez de espadas.

Plural de adjetivos compostos. Nos ad-jetivos compostos, só o último ele-mento vai para o plural: medidas eco-nômico-financeiras, estudos históri-co-geográficos, vidas profissional-amorosas, camisas verde-claras, gra-vatas azul-escuras, partidos social-democratas, tendências nacional-so-cialistas. Exceções. a) Em surdo-mudo, os dois elementos se flexio-nam: homens surdos-mudos, crian-ças surdas-mudas. b) Azul-marinho eazul-celeste não variam: Ternos azul-marinho, blusas azul-celeste.

Plural de adjetivos simples. Ver pluralde substantivos e adjetivos simples,página 222.

Plural de letras. Prefira usar o nome pro-nunciável da letra com s: Com todosos efes-e-erres. / Colocar um pingonos is. / Separe os emes e os enes. Xisnão varia: Os xis da questão. Apenasem casos excepcionais, aplique a du-plicação da letra como forma de plu-ral: Os aa e os ee. / Os vv e os zz.

Plural de locuções. 1 — Nas locuções li-gadas pela preposição de, coloque osegundo termo no singular, se se tra-tar de matéria contínua, e no plural,se a palavra indicar variedades, unida-des, indivíduos: fábrica(s) de papel,indústria(s) de tinta, espécies de solo,grupo(s) de soldados, tipos de gente,marcas de sal, espécies de sais (saisdiferentes), caixa(s) de fósforos, catá-logos de tipos ou selos, exposição(ões)de quadros, exposições de pintura, fá-brica(s) de envelopes, fábrica(s) decalçado, fábrica(s) de sapatos, demeias, de sandálias, etc.

220Plural (substantivação) Plural de locuções

Page 221: Manual de Redação e Estilo do Estadão

2 — Proceda de maneira semelhan-te nos casos em que o segundo ele-mento tenha caráter predominante-mente abstrato: se ele tiver sentidogenérico, a segunda palavra nãovaria; se o sentido for específico, o vo-cábulo tem plural. Exemplos: níveisde investimento, planos de emprego,projetos de expansão, casos de estu-pro, pedidos de falência, opções devôo, postos de benefícios, taxas dejuros, quadros de avisos, etc.

Plural de nomes próprios. 1 — Osnomes próprios, de acordo com deter-minação do Formulário Ortográfico,seguem as mesmas normas dos nomescomuns e por isso têm plural, comoestes. Assim: as Martas, as Tarsilas,os Pedros, os Josés, os Luíses. A ins-trução vale também para os sobreno-mes, incluindo-se neste caso as for-mas aportuguesáveis: os Maias, osAndradas, os Gusmões, os Mataraz-zos, os Silvas, os Almeida Prados, osSilva Jardins, os Monteiros de Carva-lho, os Nobéis, os Papais Noéis, osRafaéis do Louvre.

2 — Nomes estrangeiros. No casodos nomes estrangeiros ou naquelesem que o plural regular soaria muitoestranho, acrescente apenas um s àpalavra: os Kennedys, os Collors, osPortinaris, os Van Goghs do Louvre,os Mitterrands, os Picassos.

3 — Entidades e coisas. Vão para oplural os nomes de órgãos públicos,empresas, entidades, veículos, arma-mentos, naves espaciais, aviões, na-vios e produtos industriais e comer-ciais: os Detrans, os Itaús, cinco San-tanas, dois Mirages, as Apaes, trêsBandeirantes, os Harriers, três Marti-nis, duas Aspirinas, dois Amarettos,três Coca-Colas, duas Antarcticas.

4 — Nomes geográficos ou de viaspúblicas. Admitem igualmente o plu-ral, como os nomes comuns: os diver-sos Brasis, as duas Coréias, os MatoGrossos, os dois Rios, os muitos Re-

cifes, as duas Paulistas (avenida), asAugustas (rua) dos pobres e dos ricos.

5 — Marcas precedidas de outrapalavra. Marca comercial precedidade outra palavra fica invariável: doiscarros Vectra, cinco blindados Urutu,quatro aviões Mirage. A razão: consi-dera-se subentendida a palavra marca(dois carros marca Vectra).

Plural de siglas. Acrescente um s mi-núsculo às siglas usadas no plural: osCDBs, as Ufirs, os PMs, os SPCs, osIPMs, os DERs, as Apaes, as ARs, 50UFMs, novas Cohabs. A regra valetambém para o caso em que se queirapluralizar uma entidade normalmen-te única: os BBs, os BCs, os MECs, asUNEs, os EMFAs, os dois PSDBs, etc.

Plural de substantivos compostos.1 — Os dois elementos vão para o

plural se os dois são variáveis: guar-das-civis, cotas-partes, martins-pes-cadores, águas-furtadas, mãos-bobas, bóias-frias, quintas-feiras, te-nentes-coronéis, primeiros-minis-tros, meios-termos, pais-joões.

Exceção. Se os dois elementosforem adjetivos, só o segundo será fle-xionado: os democrata-cristãos, ossocial-democratas, os franco-ameri-canos, os maníaco-depressivos.(Trata-se, na realidade, da substanti-vação do adjetivo composto.)

2 — Só o segundo elemento vaipara o plural

a) Quando o primeiro é invariávele o segundo, variável: vice-presiden-tes, guarda-chuvas, mata-ratos, ave-marias, auto-elogios, mal-entendi-dos, pega-rapazes, recém-nascidos,alto-falantes, abaixo-assinados.

b) Quando o primeiro elemento éredução de um adjetivo (grão e grã, degrande, ou bel, de belo) e o segundo ésubstantivo: grão-duques, grão-rabi-nos, grã-cruzes, grã-duquesas, bel-prazeres.

c) Quando os dois elementos sãoconstituídos de palavras iguais ou in-dicam som de coisas: reco-recos, tico-

221Plural de nomes próprios Plural de substantivos...

Page 222: Manual de Redação e Estilo do Estadão

ticos, troca-trocas, quebra-quebras,pisca-piscas, tique-taques.

3 — Só o primeiro elemento noplural

a) Quando o segundo elemento dáidéia de finalidade ou semelhança oulimita o primeiro: carros-bomba, es-colas-modelo, postos-chave, idéias-base, pombos-correio, elementos-sur-presa, países-símbolo, canetas-tintei-ro, imagens-síntese, mandatos-tam-pão, crianças-problema, meninos-sensação. Exceções: decretos-leis, ho-mens-rãs e cidades-satélites.

b) Quando uma preposição une osdois substantivos: pés-de-moleque,gotas-d’água, pães-de-ló, câmaras-de-ar, estrelas-d’alva, mulas-sem-ca-beça. Às vezes, o segundo substanti-vo já está no plural: rosa-dos-ventos,rosas-dos-ventos; mestre-de-obras,mestres-de-obras.

4 — Nenhum dos elementos noplural

Se os dois forem invariáveis, se osegundo já tiver s, se os dois foremverbos de sentido oposto e se se tratarde expressão substantivada: os bota-fora, os topa-tudo, os pára-quedas, ossalva-vidas, os leva-e-traz, os entra-e-sai, os diz-que-diz, os faz-de-conta.

5 — Casos especiais:Os arco-íris, os bem-me-queres, os

bem-te-vis, os joões-ninguém, oslouva-a-deus, os lugar-tenentes, osmapas-múndi, os padre-nossos, assalve-rainhas, os surdos-mudos.

Plural de substantivos e adjetivos sim-ples. Terminados em:

1 — Vogal ou ditongo. Acrescenta-se s: casos, evidentes, paus, leis, pô-neis, heróis, tabus, rãs, órfãs, táxis,álcalis.

2 — ÃO. a) Como norma, o ãotransforma-se em ões: corações, tuba-rões, campeões, omissões, leões. In-cluem-se nesta regra todos os aumen-tativos: vagalhões, homenzarrões, ca-valões, figurões, paredões. b) Algu-mas palavras fazem o plural em ãos

(cidadãos, órfãos) ou ães (tabeliães,escrivães), enquanto outras admitemduas ou até três formas de plural,como alazões e alazães, anciãos, an-ciães e anciões, etc. Este manual re-gistra a maior parte delas, nos verbe-tes respectivos.

3 — R e Z. Acrescenta-se es: mares,açúcares, bôeres (de bôer), gângsteres,rigores, faquires, juízes, raízes, pazes,vorazes, repórteres. Irregulares: cará-ter — caracteres; Lúcifer — Lucíferes;júnior — juniores; sênior — seniores;sóror — sorores.

4 — S. Quando monossílabos ouoxítonos, acrescenta-se es; quando pa-roxítonos ou proparoxítonos, perma-necem invariáveis: gases, meses, re-troses, obuses, portugueses; os pires,os ônibus, os ônus, os vírus, os fór-ceps.

5 — M. Transforma-se em ns: ho-mens, reféns, fóruns, itens, alguns,bons.

6 — AL, EL, OL, UL. O l transfor-ma-se em is: fatais, papéis, anzóis,sóis, azuis, paióis (de paiol), pauis (depaul). Exceções: mal — males; real(moeda antiga, não a atual) — réis;cônsul — cônsules.

7 — IL. Se tônico, converte-se emis; se átono, em eis: fuzil — fuzis, bar-ril — barris, sutil — sutis; fóssil —fósseis, verossímil — verossímeis, es-téreis, projéteis, têxteis, répteis.

8 — X. Ficam invariáveis: os tórax,os ônix, os telex, os látex, as fênix.

9 — N. Acrescenta-se s: hífen — hi-fens; pólen — polens; líquen — li-quens; abdomens, cólons, íons. Exce-ção: cânon, cânones.

Plural indevido. 1 — Fica no singular osubstantivo que, depois dos verbosser, tornar-se, virar, constituir, etc.,confira ao sujeito (no plural) um cará-ter de abstração e generalização: Ca-valos nacionais são o destaque do GP(destaque é uma palavra abstrata quegeneraliza o sentido do sujeito, cava-los nacionais).

222Plural de substantivos e... Plural indevido

Page 223: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Outros exemplos: Professoras sãoexemplo de dedicação. / Eis os assun-tos que foram notícia hoje. / Tiros sãosinônimo de confusão. / Essas acusa-ções são conseqüência do despeito. /Manifestações como essas já nãoconstituem novidade. / Pernilongostornam-se o tormento da tempora-da. / A poesia e a canção são parte deum todo. / Pontos polêmicos foram amarca da nova Constituição. / Essesproblemas foram alvo (objeto, tema)de uma série de reportagens. / Corin-thians e São Paulo são a atração darodada. / As palavras e os gestos sãoa ferramenta que o autor utiliza notrabalho. / Os ônibus incendiadosforam o instrumento (meio, arma, re-curso) dos agitadores. / Seu despren-dimento e patriotismo serão exemploe incentivo para as novas gerações. /Os lugares-comuns são o maior ini-migo do jornalista.

Exceções. A palavra ou expressãoque vem depois dos verbos citados vaipara o plural se exprimir um fato con-creto, se individualizar o sentido dosujeito ou se encerrar idéia de oposi-ção: Empresas tornam-se mercado-rias na Bolsa (fato concreto). / Pai emãe foram testemunhas do esforçodo filho (individualização). / Doisatletas brasileiros são os destaquesdos 100 metros. / Algumas dessasemendas são hoje partes (pontos,itens) essenciais da Constituição. /Nosso jornal era uma espécie de com-plemento nas casas, mas agora os ou-tros é que são complementos. / No-meações e demissões são armas dogovernador (oposição).

2 — Quando uma propriedade serefere a dois ou mais sujeitos, fica nosingular: A polícia apurou a identida-de (e não “as identidades”) dos mor-tos (isto é, de cada um). / A volta deRenato e Carlos ao time... (a volta decada um). / Com a presença de Gil eCaetano (e não “as presenças”)... /Aguardavam o comparecimento (e

não “os comparecimentos”) do gover-nador e do prefeito. / O Corinthiansconfirmou a escalação de Juca e Síl-vio (e não “as escalações”). / O timesentiu a ausência (e não “as ausên-cias”) de X e Y. / Mais de 30 mil pes-soas tinham perdido o emprego (e não“os empregos”) na indústria. / Para olugar de João e Pedro (e não para “oslugares”)... / O retorno de X e Y aotime (e não “os retornos”)... / Cede-ram seu nome aos amigos (e não“seus nomes”). / Sentiam-se felizes nofim da sua vida (e não “das suasvidas”). / Partidos definem sua posi-ção (e não “suas posições”) para a elei-ção. / O time não soube explorar a ve-locidade (e não “as velocidades”) deJoãozinho e Marquinhos. / Com o re-sultado da venda da casa e da fazen-da (e não “das vendas”)... / O timeterá como novidade a entrada de X eY (e não como “novidades as entra-das”). / Os Estados estão com a eco-nomia arruinada (e não “as econo-mias”).

3 — As partes do corpo, a menosque sejam mais de uma na pessoa(como olhos, ouvidos, pernas, etc.),ficam no singular quando a referênciafor a grupo ou multidão: Os alunosbalançaram a cabeça (e não as cabe-ças). / O coração deles pulsava emritmo acelerado. / Ambos estavamcom problemas no estômago. / Apon-taram o criminoso com o dedo (comum dedo). / Bateram com o nariz naporta. No plural: Voltaram os olhos(os dois) para os céus. / Ergueram asmãos (as duas), em sinal de aprova-ção. / Cortaram as orelhas (as duas)dos condenados à guilhotina.

Usa-se o mesmo critério com osatributos da pessoa: Ficaram com oespírito prevenido (e não com os espí-ritos). / Queriam salvar a alma. / Ti-nham a consciência tranqüila. / Im-puseram a vontade aos demais.

223Plural indevido Plural indevido

Page 224: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Observação. Nos casos 2 e 3, nãose deixe influenciar pela lingua ingle-sa, que pluraliza esses substantivos.

Pluri... Liga-se sem hífen ao termo se-guinte: plurianual, pluricelular, plu-riovulado, pluripartidarismo, plurir-radiado, plurissecular.

Pobretão. Flexões: pobretona e pobre-tões.

Pôde, pode. A forma do passado, pôde,tem acento, para evitar confusão compode, presente. Assim: Fez o trabalhoda melhor forma que pôde (foicapaz). / Ele pode (é capaz, tem per-missão) fazer isso.

Poder. Conjugação. Pres. ind.: Posso,podes, pode, podemos, podeis, podem.Pret. perf. ind.: Pude, pudeste, pôde,pudemos, pudestes, puderam. M.-q.-perf. ind.: Pudera, puderas, pudera,pudéramos, pudéreis, puderam. Pres.subj.: Possa, possas, possa, possamos,possais, possam. Imp. subj.: Pudesse,pudesses, pudesse, pudéssemos, pu-désseis, pudessem. Fut. subj.: Puder,puderes, puder, pudermos, puderdes,puderem. Os demais tempos são regu-lares.

Poderes. Desta forma: Poder Executivo,Poder Legislativo e Poder Judiciário.Ou simplesmente o Executivo, o Le-gislativo e o Judiciário. No plural: osPoderes Executivo e Judiciário.

Pódio. Aportuguesado.Põe, põem. Põe é a forma do singular e

põem, a do plural, o que vale tambémpara os derivados: O homem põe eDeus dispõe. / Elas põem, eles su-põem.

Poeta, poetisa. Use poeta para o homeme poetisa para a mulher. Respeite,porém, a forma a poeta, em artigos as-sinados, pois há quem atribua juízo devalor à palavra (poetisa, assim, seriaqualquer mulher que faça versos epoeta, uma autora de méritos).

Pogrom. Desta forma. Plural: pogrons.

“Polaco”. Prefira polonês (polaco temsentido pejorativo em algumas re-giões do Brasil).

Poli... Liga-se sem hífen ao termo se-guinte: poliartrite, policêntrico, po-liéster, poliidroxila, poliolefina, polir-rítmico, polissilogismo, poliuretano.

Polícia. 1 — A palavra é feminina quan-do se refere à ordem, segurança (Fugiuda polícia) e masculina quando desig-na o policial: Um polícia segurou o la-drão. 2 — Apenas quando se quiserdar ênfase à corporação, a inicial deveser maiúscula: A Polícia paulistaprendeu o ladrão. / A Polícia Militar,a Polícia Política. 3 — A organizaçãopertence ao Estado e não ao municí-pio. Assim: polícia paulista (e não“paulistana”), polícia fluminense (enão “carioca”).

“Polícia carioca”. A polícia é fluminen-se (estadual) e não carioca (do muni-cípio).

Policial (noticiário). 1 — Uma das carac-terísticas do Estado, em toda a suaexistência, sempre foi a discrição dis-pensada ao noticiário policial. Ocor-rências de menor importância justifi-cam meros registros. Se o fato, no en-tanto, merecer destaque, não hesiteem fazê-lo. Alguns exemplos de acon-tecimentos que podem exigir maiorespaço na edição: seqüestros; assaltosa banco ou a outros estabelecimentoscom tiroteios ou lances dramáticos;acidentes com grande número de víti-mas; incêndios com mortes ou danosmateriais de monta; ação de grupos deextermínio; guerra de quadrilhas; trá-fico de drogas; extorsões; assaltos a re-sidências, com vítimas ou mobiliza-ção de grande aparato policial; crimespassionais ou de outros tipos com re-percussão superior à normal, etc. Dequalquer forma, poupe o leitor de de-talhes escabrosos, por mais que seutexto deva ser rico em pormenores.

2 — O critério de importância podeàs vezes dar lugar ao pitoresco: o vizi-nho que mobiliza a polícia porque a

224Pluri.. Policial (noticiário)

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casa ao lado tem um papagaio que falademais justifica matéria. Da mesmaforma, outros pequenos dramas dodia-a-dia passíveis de se transformarem histórias de valor humano.

3 — Nunca acuse ninguém nemchame de criminoso ou assassinoquem ainda não tenha culpa formada.Essa função cabe à polícia ou à Justi-ça. O repórter, para salvaguardar a res-ponsabilidade do jornal, deverá deixarsempre clara a condição de acusadode alguém: “Fulano de tal, acusadoda morte de...” A única exceção é parao caso de criminosos confessos oupresos em flagrante.

4 — Finalmente, tentar descobrirpor que uma pessoa cometeu umcrime é tarefa do repórter. Especular,porém, sobre o que torna um indiví-duo criminoso já compete à sociolo-gia. Ou à literatura. Seja principal-mente jornalista, nestes casos.

Pólipo. Com acento.Polir. Conjugação. Pres. ind.: Pulo,

pules, pule, polimos, polis, pulem.Pres. subj.: Pula, pulas, pula, pula-mos, pulais, pulam. Imper. afirm.:Pule, pula, pulamos, poli, pulam. Osdemais tempos são regulares.

Pólo, pólos. Com acento no singular eplural: Pólo Norte, Pólo Sul, os PólosNorte e Sul, pólo de desenvolvimen-to, pólos de colonização.

Ponta-direita, ponta-esquerda. Comhífen, tanto para designar o jogadorcomo a posição.

Ponto. 1 — Indica normalmente o tér-mino de uma oração: O ministrodisse que, para sair da crise, o Paísprecisava confiar mais nas institui-ções.

2 — Usa-se ainda o ponto nas abre-viaturas (à exceção daquelas quefazem parte do sistema métrico deci-mal), mas não nas siglas: dr., d., sécs.,m, min, g, kg, PM, HC, ICMS, INSS.

3 — Se a abreviatura vier no fim doperíodo, coloca-se apenas um ponto (enão o ponto da abreviatura mais o

final): Havia ali cães, galinhas, gatos,etc. / A empresa era a Irmãos Almei-da Ltda.

4 — Use ponto (sem espaço) nasiniciais colocadas nos pés de maté-rias: J.M., P.L.C.

5 — O Estado não admite pontonos títulos. Estão, pois, vetados exem-plos como: Mais carne no mercado.Para os preços não subirem / O com-pulsório acabou. Mas a taxação con-tinua alta.

Ponto de. A locução é a ponto de (e não“ao ponto de”): Ficou assustado, aponto de perder a voz. / O Ministérioesteve a ponto de cair. / Chegou aponto de perder a paciência. Não façaconfusão com frases como: Voltou aoponto de partida. / A água não haviachegado ao ponto de ebulição.

Ponto de exclamação. Tem valor emi-nentemente literário; no jornal sódeve ser usado em casos muito espe-ciais e quando se quiser dar muita ên-fase a uma declaração ou enunciado.

Ponto de interrogação. 1 — Introduz ha-bitualmente uma pergunta, mesmoque ela possa não exigir resposta:Quem está aí? / O que será que elesquerem? / Quem tem medo de Virgi-nia Woolf?

2 — Só pode ser usado nos títulosem casos muito especiais (ou em ar-tigos, eventualmente).

Ponto de vista. Sem hífen.Ponto-e-vírgula. É um sinal intermediá-

rio entre o ponto e a vírgula. Seusprincipais usos jornalísticos são:

1 — Separa partes de um períodoem que já exista vírgula: Formou-seengenheiro; o irmão, advogado. / De-pois, chamou o filho, que acabava dechegar; a mãe só observava.

2 — Separa orações iniciadas porconjunções ou advérbios que indi-quem restrição ou conclusão quandose quer ressaltar este sentido: Os sol-dados dormiam; então, os traficantesatacaram. / Até agora, só hipóteses;mas as pesquisas avançam. / Chegou

225Pólipo Ponto-e-vírgula

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atrasado à sala; por isso, perdeu a me-lhor parte da conversa.

3 — Separa os diferentes itens dedocumentos, leis, enumerações, por-tarias, regulamentos, decretos, etc.:Consideram-se sujeitos à taxação: a)perfumes, cosméticos e produtos detoucador; b) bebidas fermentadas oudestiladas; c) artigos eletroeletrôni-cos; d) jóias e casacos de pele.

Pontos cardeais. 1— Os pontos cardeais,quando indicam as grandes regiõesdo mundo ou do Brasil, têm inicialmaiúscula: o Sul, o Nordeste, o Su-deste, Oriente Médio, Ocidente, oLeste. 2 — No caso das regiões brasi-leiras, use as formas Sul ou RegiãoSul, mas não região Sul. Proceda damesma forma com Norte e RegiãoNorte, Nordeste, etc. 3 — A inicial éminúscula, no entanto, se o pontocardeal define direção ou limite geo-gráfico: o nordeste de Goiás, o nortede São Paulo, o sudeste da Europa, onorte do Irã, o sudoeste dos EUA, oleste da Espanha. Igualmente: Percor-reu o país de sul a norte. / O metrôavança no rumo sul. / A cidade ficano leste da França. / O furacão cau-sou estragos no oeste das Antilhas. 4— Nos adjetivos (referentes aos pon-tos cardeais) que acompanham onome de partes do mundo, regiões oupaíses, use a inicial maiúscula: Amé-rica Central, Europa Ocidental,África Oriental, América Setentrio-nal, Ásia Central, Leste Europeu, Bra-sil Meridional, Cone Sul, VelhoOeste, etc.

Pôr. 1 — Pôr, verbo, tem acento: pôr opé na rua, pôr o nome na lista. 2 — Omesmo, porém, não ocorre com os de-rivados: impor, depor, compor, expor.3 — Quanto à diferença entre pôr ecolocar, ver colocar, página 70.

Pôr (conjugação). Pres. ind.: Ponho,pões, põe, pomos, pondes, põem. Imp.ind.: Punha, punhas, punha, púnha-mos, púnheis, punham. Pret. perf.ind.: Pus, puseste, pôs, pusemos, pu-

sestes, puseram. M.-q.-perf. ind.: Pu-sera, puseras, pusera, puséramos, pu-séreis, puseram. Fut. pres.: Porei,porás, porá, poremos, poreis, porão.Fut. pret.: Poria, porias, poria, poría-mos, poríeis, poriam. Pres. subj.:Ponha, ponhas, ponha, ponhamos, po-nhais, ponham. Imp. subj.: Pusesse,pusesses, pusesse, puséssemos, pusés-seis, pusessem. Fut. subj.: Puser, pu-seres, puser, pusermos, puserdes, pu-serem. Imper. afirm.: Põe tu, ponhavocê, ponhamos nós, ponde vós, po-nham vocês. Imper. neg.: Não ponhastu, não ponha você, não ponhamosnós, não ponhais vós, não ponhamvocês. Infin.: Pôr. Flexionado: Pôr,pores, pôr, pormos, pordes, porem.Ger.: Pondo. Part.: Posto.

Pôr (derivados). Atenção para algunstempos: Pret. perf. ind.: Opôs, opuse-ram; compôs, compuseram; sobrepôs,sobrepuseram; depôs, depuseram.Imp. subj.: Opusesse, compusesse,sobrepusesse, depusesse. Fut. subj.:Se ele opuser, compuser, sobrepuser,depuser. Nunca, pois, “se ele opor”,“compor”, “sobrepor”, “depor”, etc.Seguem o mesmo modelo todos os de-rivados de pôr.

“Por cada”. Cacófato evitável: por cadapessoa (por pessoa), por cada ano detrabalho (por ano de trabalho), etc.

“Por causa que”. Italianismo. Use por-que ou por causa de.

Porcentagem.1 — Usoa) Use porcentagem, e não percen-

tagem, e porcentual, em vez de per-centual.

b) Adote sempre o número e o sinalequivalente, 5%, 10%, 45%, 280% —e não a forma por extenso, cinco porcento (a não ser em início de frase), oua mista, 45 por cento.

c) Se houver mais de um númerona frase, coloque o sinal de porcenta-gem em todos eles: A gasolina devesubir de 2% a 3% quinta-feira. /Taxas devem baixar de 40% para

226Pontos cardeais Porcentagem

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28%. / A alíquota do imposto passa-rá de 12% para 15% ou 18%.

2 — Concordânciaa) O verbo concorda com o que for

expresso pela porcentagem: Só 10%da produção de trigo foi salva. / Oi-tenta por cento da imprensa brasilei-ra noticiou o fato. / Segundo a Fiesp,50% das indústrias brasileiras estãoobsoletas. / Mais de 30% das pessoasforam atingidas pela doença.

Observação. Com 1%, faça a con-cordância no singular: Apenas 1%dos alunos faltou ao exame / Mais de1% das pessoas foi atingido peladoença.

b) Se se particularizar a porcenta-gem, a concordância mudará: Esses20% da população morreram (e não“morreu”). / Os restantes 30% de au-mento serão pagos dois meses depois(e não “será pago”).

c) Se o verbo vier antes do númeroda porcentagem, a concordância sefará com o número: Está perdido 1%da colheita. / Estão perdidos 10% dacolheita.

d) Se o nome vier antes do núme-ro que exprime a porcentagem, a con-cordância se fará com o número: Dosalunos, 10% faltaram às aulas. / Dasafra de soja, 30% estão perdidos. /Dos livros enviados, apenas 1% seperdeu.

3 — CálculoPara calcular uma porcentagem,

siga os exemplos abaixo. Eles se adap-tam a quase todos os casos que apare-cem com maior freqüência no noti-ciário. Nas situações mais complexas,não se arrisque: procure a ajuda dequem tenha maior experiência nessetipo de cálculo.

a) Um produto custa R$ 700,00.Seu preço aumenta para R$ 960,00.Qual foi a elevação, porcentualmen-te?

Faça a subtração: valor novo menosvalor antigo (960 - 700 = 260).

Multiplique o resultado por 100(260 x 100 = 26.000). A seguir, divida

o produto pelo valor antigo para obtera taxa da porcentagem: 26.000 ÷ 700= 37,14%.

b) Uma certa quantidade de sojavale, no exterior, 1.250 dólares. Opreço cai para 1.120 dólares. Qual foia queda porcentual?

Faça a subtração: valor antigomenos valor novo (1.250 - 1.120 =130). Multiplique o resultado por 100(130 x 100 = 13.000). Dividindo o pro-duto pelo valor antigo, você obterá ataxa da porcentagem: (13.000 ÷ 1.250= 10,4%).

c) Um produto custa 350 reais. Seupreço sobe 25%. Qual o novo valor?

Forma 1. Multiplique o valor (350)pela taxa da porcentagem (25) e divi-da tudo por 100. Assim, 350 x 25 =8.750. Divida o produto por 100, ouseja, 8.750 ÷ 100 = 87,5. Adicione o re-sultado ao valor inicial para obter onovo valor: 350 + 87,5 = 437,5.

Forma 2. Some 1 com a taxa da por-centagem (precedida de 0,...). Assim:1 + 0,25 = 1,25. Multiplique esse fatorpelo valor inicial para obter o novo di-retamente: 350 x 1,25 = 437,5.

Se a taxa da porcentagem for de umdígito, some 1 com a porcentagemprecedida de 0,0... Suponha que nocaso acima a taxa seja de 7%. Assim:1 + 0,07 = 1,07. Multiplique 1,07 pelovalor inicial, 350: 1,07 x 350 = 374,5.

Se a taxa da porcentagem for de 0,7,por exemplo, some 1 com 0,007.Assim: 1 + 0,007 = 1,007. Multiplique1,007 pelo valor inicial: 1,007 x 350 =352,45.

d) Um produto custa 350 reais.Seu preço cai 25%. Qual o novovalor?

Forma 1. Multiplique o valor (350)pela taxa da porcentagem (25) e divi-da tudo por 100. Assim: 350 x 25 =8.750. Divida o resultado por 100:8.750 ÷ 100 = 87,5. Como o valor caiu,diminua 87,5 de 350, ou seja, 350 -87,5 = 262,5.

227Porcentagem Porcentagem

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Forma 2. Como o valor caiu, sub-traia a taxa da porcentagem de 1.Assim: 1 - 0,25 = 0,75. Multiplicandoo valor do produto por esse índice,você obterá o resultado diretamente:0,75 x 350 = 262,50.

Se a taxa da porcentagem tiver ape-nas um dígito (7%, por exemplo), sub-traia 0,07. Assim: 1 - 0,07 = 0,93. Por-tanto: 350 x 0,93 = 325,5.

4 — Observaçõesa) Pontos porcentuais. Não con-

funda aumentos ou diminuições por-centuais com o número de pontosporcentuais. Assim, se um produtocusta 120 e aumenta para 126, elesubiu 5%. Mas, se a inflação num mêsé de 10% e passa a 12% no mês se-guinte, houve um aumento de 2 pon-tos porcentuais na inflação, e não de2%.

b) Base é 100. Cuidado tambémpara não confundir aumentos em por-centagens com o número que repre-senta esses aumentos. Por exemplo:uma pessoa cujo salário é 100 e passapara 300 teve um aumento de 200%(e não de 300%, como se poderiasupor, uma vez que o salário foi tripli-cado). Basta recordar que, quando umnúmero dobra de valor, ele aumentaapenas 100%.

c) Soma de porcentagens. Parasomar porcentagens, deve-se multi-plicá-las, com a inclusão prévia dabase de referência. Por exemplo, parasomar a inflação de dois meses (10%e 12%, digamos), multiplica-se 1,10 x1,12 = 1,2320 (e não 22%). O resulta-do deve ser lido como 23,2%. Parasubtrair porcentagens, recorre-se, in-versamente, à divisão.

Pôr-do-sol. Plural: pores-do-sol.Porém. Não inicia oração e, por isso,

deve aparecer no interior dela: A em-presa participou da concorrência. Suaidoneidade, porém, foi posta em dú-vida (e não: A empresa participou daconcorrência. Porém, sua idoneidadefoi posta em dúvida).

Pôr em xeque. Forma correta, e nuncapôr em “cheque”.

Por hora, por ora. Por hora — por 60 mi-nutos: Passaram pelo pedágio 5 milcarros por hora. Por ora — por en-quanto, por agora: O governo não pre-tende, por ora, revogar a decisão. / Oempresário acha que por ora nadamudará.

Por isso, por isto. Duas palavras (e nun-ca “porisso” ou “poristo”): O ministrofoi operado; por isso, não vai traba-lhar esta semana. / Não me abalo poristo.

Pornô. Plural: pornôs (filmes pornôs).Por o. Evite juntar a preposição por e os

oblíquos o, a, os, as. Assim, use: Pordesempenhá-lo mal, perdeu o cargo (enão por o desempenhar). / Por leva-rem-nas sem cuidado, deixaram asaves escapar (e não por as levarem).

Por ora. Ver por hora, por ora, nesta pá-gina.

Porque com pronome. O porque atrai opronome localizado na mesma ora-ção: Tudo lhe aconteceu porque se re-cusou a admitir o erro. / Chegou cedoporque os amigos lhe pediram.

Por que, por quê, porque, porquê.1 — Usa-se por quea) Nas perguntas: Por que você de-

morou? / Por que os países vivem emguerra? / Por que sinais o reconhece-ram?

b) Sempre que estiverem expressasou subentendidas as palavras razão emotivo: Não sei por que razão ele fal-tou. / Ninguém sabe por que motivoele deixou o emprego. / A Polônia ex-plicou por que (motivo) havia vetadoa visita de Kennedy. / Eis por que(razão) o trânsito está congestionado.Observação. É essa a forma que figu-ra em títulos como: Por que (motivo)o governo mudou a economia / Vejapor que (razão) seu dinheiro está va-lendo menos / Por que admirar o Hal-ley / Por que construir Brasília.

c) Quando essa forma puder sersubstituída por para que ou peloqual, pela qual, pelos quais e pelas

228Pôr-do-sol Por que, por quê, ...

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quais: Todos lutamos por que (paraque) haja maior justiça social. / Esta-vam ansiosos por que (para que) elavoltasse. / Este é o caminho por que(pelo qual) seguiu. / Mataram a cobrapor que (pela qual) a criança fora pi-cada. / Eram os nomes de solteiraspor que (pelos quais) as amigas sem-pre as haviam chamado.

2 — Usa-se por quêQuando, nos casos previstos na

questão anterior, encerra a frase: Astorcidas nunca aceitam o resultadoadverso. Por quê? / Estava triste semsaber por quê. / O diretor nos adver-tiu e perguntamos por quê (razão nosadvertiu). / Muitos protestaram, masnão havia por quê (motivo protes-tar). / Vocês brigaram, meu Deus, porquê?

3 — Usa-se porqueQuando equivale a pois, porquan-

to, uma vez que, pelo fato ou motivode que: Não viajei porque perdi oavião. / Chegue cedo porque o está-dio hoje vai ficar lotado. / O espetá-culo foi cancelado porque não haviateatro disponível. Observação. Étambém essa a forma que aparece nasorações em que se pergunta algo pro-pondo uma resposta: Você não foi por-que choveu? / Vamos reduzir o núme-ro de páginas da revista porque opapel está escasso?

4 — Usa-se porquêQuando, como substantivo, substi-

tui as palavras motivo, causa, razão,pergunta ou indagação: Não sei oporquê da sua recusa. / O diretor nãoquis explicar os porquês da decisão. /Havia muitos porquês para poucasrespostas. / É uma criança cheia deporquês.

Por si só. Ver só, sós (por si), página 272.“Por sorte”. Nunca use essa forma no

noticiário, em frases como: Por sorte,ninguém morreu no acidente. O textoinformativo deve ser neutro e não ex-pressar desejos. Se for o caso, faça aressalva: Embora o carro tenha fica-

do totalmente destruído, ninguémmorreu no acidente.

Portenho. Não é sinônimo de argentino:designa apenas o natural de BuenosAires.

Porventura. Equivale a acaso e escreve-se numa única palavra: Se porventuravocê viajar ainda hoje, não deixe deme avisar. / Porventura você viu olivro por aí?

Pós. 1 — Como prefixo, é normalmen-te seguido de hífen: pós-bíblico, pós-datado, pós-diluviano, pós-eleitoral,pós-operatório, pós-romano, pós-so-crático. Exceções: poscefálico, posfá-cio, poslúdio, pospasto, posponto,pospor, postônico.

2 — Na formação de palavras, usesempre pós e não “post”, que só temsentido em locuções latinas comopost-meridiem e post-mortem.

Posar, pousar. 1 — Sem u sempre quesignificar servir de modelo, apresen-tar-se como: Posou para o fotógrafo. /Sempre posa de democrata. 2 — Pou-sar, entre outros, tem o sentido de co-locar em, descansar, passar a noite,descer: A moça pousou a xícara namesa. / A tropa andou dois dias sempousar. / Os viajantes pousaram norancho. / A ave pousou no galho. / Oavião pousou sem problemas.

Possível. 1 — Com o mais, o menos, omaior, o menor, o melhor e o pior,possível fica invariável: Os resulta-dos são o mais promissores possível. /Os resultados são o mais possívelpromissores. / Os resultados são pro-missores o mais possível. (Das trêsformas, a primeira é mais usual.) / Ojornal atingiu o maior número de pá-ginas possível. / Elas viviam no me-lhor dos mundos possível. 2 — O ar-tigo no plural leva o adjetivo para oplural: Os resultados foram os piorespossíveis. / Os resultados foram osmenos brilhantes possíveis. / Aque-las eram as mais belas músicas pos-síveis. / Os alunos obtiveram as me-nores notas possíveis. 3 — Antes departicípio, use mais bem e mais mal

229Por si só Possível

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no singular: Eram pessoas o maisbem-educadas possível. / Eram obje-tos o mais malfeitos possível. 4 — Aexpressão quanto possível não varia:Os resultados eram quanto possívelpromissores.

Possível, provável. Genericamente aequivalência seria: possível = quepode acontecer ou ser praticado; pro-vável = que deve acontecer, que apre-senta probabilidade, que dá idéia deverossimilhança. Assim: É possívelque ele vá ao almoço, mas não pro-vável (vê-se que existe uma gradaçãode viabilidade ou expectativa). Damesma forma: É possível, mas nãoprovável, que um time pequenovença um grande fora de casa. / Umgrande terremoto é possível, mas nãoprovável no Brasil. Impossível e im-provável seguem a mesma norma.

Possuir. 1 — Possuir, corretamente,equivale a estar na posse de, ter a pro-priedade de, poder dispor de, desem-penhar, desfrutar: X possui uma belacasa. / Y possui muita saúde. / Z pos-sui alto cargo no governo. 2 — São er-radas, e devem ser substituídas por terou equivalente, construções como:Ninguém “possui” direito adquiridoà reeleição. / O médico “possuía”uma carreira de sucessos. / Varejo“possui” 3 milhões de carnês ematraso. / Alguns pacientes “possuem”testes falsamente positivos. / O assal-tante “possuía” diversas passagenspela polícia. / Fulano “possui” umafilha. / Os estabelecimentos “pos-suíam” liminares favoráveis. / Ofilho não “possuía” diálogo com ospais.

“Postecipar”. Nunca use. A palavra nãoexiste.

Posteriori (a). Significa depois da expe-riência, pelos efeitos, com apoio nosfatos: A reação química foi compro-vada a posteriori (pelos efeitos). /Tomou a decisão a posteriori (comapoio nos fatos). A locução não equi-

vale a depois, posteriormente. Assim,são erradas frases como: Apresentareios documentos a “posteriori”.

Posto-chave. Plural: postos-chave.Postura. 1 — Prefira posição ou atitude.

Postura, só em último caso ou paradefinir a posição do corpo. 2 — É er-rado usar postura em frases como: Otécnico criticou a “postura” dos vo-lantes em campo. Postura não equi-vale a colocação, a palavra corretanesse caso.

Pouco. Ver é muito, é pouco, página 105.Poucos de. Concordância. Ver algum

(alguns) de, página 35.Pousar. Ver posar, pousar, página 229.Pra. 1 — Sem acento, tanto para desig-

nar para como para a. 2 — Na repro-dução de frases populares, use pra enão para: Pra chuchu. / Pra burro. /Pernas, pra que te quero. Nos demaiscasos, para: Para a frente. / Paratrás. / Chegou para ficar.

Praça. 1 — No masculino para designarsoldado: o praça (daí a origem do di-minutivo pracinha). Nos demais sen-tidos, a palavra é feminina. 2 — Comolugar público, tem inicial maiúscula:Praça da Liberdade.

Praia Grande. Sem artigo: prefeitura dePraia Grande, em Praia Grande.

“Praticar”. Fuja ao modismo e à impro-priedade: não se “praticam” juros,taxas, preços ou alíquotas, que podem,isso sim, ser cobrados, estabelecidos,fixados ou determinados.

Prazer (verbo). Conjugação. Em geral, éusado apenas nas terceiras pessoas.Pres. ind.: Praz, prazem. Imp. ind.:Prazia. Pret. perf. ind.: Prouve. M.-q.-perf. ind.: Prouvera. Fut. ind.: Praze-rá, prazerão. Fut. pret.: Prazeria. Pres.subj.: Praza. Imp. subj.: Prouvesse.Fut. subj.: Prouver. Ger.: Prazendo.Part.: Prazido.

Prazeroso. Sem i (a palavra relaciona-secom prazer). Da mesma forma, praze-rosamente.

230Possível, provável Prazeroso

Page 231: Manual de Redação e Estilo do Estadão

231

Pré... Em geral exige hífen, especial-mente quando a pronúncia aberta setorna caracterizada: pré-ajustar, pré-carnavalesco, pré-datado, pré-dilu-viano, pré-escolar, pré-encolhido,pré-história, pré-jurídico, pré-molda-do, pré-natal, pré-operatório, pré-pri-mário, pré-romano, pré-santificado,pré-universitário, pré-vestibular. Al-gumas exceções: prealegar (ou pré-alegar), preanunciar, preconcebido,precondição, predefinição, predeter-minado, predisposição, predizer,preestabelecer, preexistência, prefi-guração, prefrontal, prejulgar, preor-denação, previgorante.

Precaríssimo. Um i só.Precaver. a) Conjugação. Só tem a 1ª e

a 2ª pessoa do plural do pres. ind. enão tem o pres. subj. Pres. ind.: Pre-cavemos, precaveis. Imp. ind.: Preca-via, precavias, etc. Pret. perf. ind.:Precavi, precaveste, precaveu, preca-vemos, precavestes, precaveram.Pres. subj.: Não tem. Imp. subj.: Pre-cavesse, precavesses, etc. Fut. subj.:Se eu precaver, se tu precaveres.Imper. afirm.: Precavei (única pes-soa). Part.: Precavido. b) NÃO EXIS-TEM as formas “precavejo”, “preca-vês”, “precavém”, “precavenho”, “pre-cavenha”, “precaveja”, etc., quedevem ser substituídas por previno,prevines, previna e previnas ou pelasformas equivalentes do verbo acaute-lar-se. c) O verbo hoje é usado quaseque exclusivamente como pronomi-nal (precaver-se).

Preceder. Prefira a regência direta, pre-ceder alguém ou alguma coisa: Geiselprecedeu Figueiredo no governo. / Aletra daquela música precedeu a me-lodia.

“Precisa fazer, sair”. É errado dizer:“Precisa” fazer a limpeza, “precisa”sair logo, “precisa” comprar o disco,“precisa” ser muito homem para fazerisso. Use, em vez de precisa, é preci-so, é necessário, deve-se, precisa-se ouequivalente.

Precisão. 1 — O Estado considera suaobrigação publicar apenas notíciascorretas e precisas; por isso, espera deseus repórteres o máximo de esforço,empenho e exatidão na apuração dosfatos, na divulgação de declarações ena descrição dos acontecimentos.Troque idéias, sempre que necessário.Não aceite como pacífica ou definiti-va a primeira e única informação quereceber. Discuta, pondere, duvide.Ouça sempre o maior número de pes-soas e dê o desconto devido quando osdados lhe forem fornecidos por fontesligadas a um dos lados. Se você temde descrever algo que não viu, colhao máximo de depoimentos, reconsti-tua o fato com a maior precisão pos-sível e não transmita ao leitor umaversão falha ou incompleta: sempre étempo de incluir um elemento a maisna notícia. Se você esteve presente aoacontecimento, não hesite, da mesmaforma, em fazer perguntas a pessoasque considere idôneas: elas semprepoderão enriquecer a sua matéria comdetalhes que lhe podem ter passadodespercebidos.

2 — A precisão exige que você en-tenda tudo o que vai transmitir ao lei-tor. Especialmente nas entrevistas,evite deixar algum ponto obscuro.Procure tornar as declarações inteli-gíveis e evite o procedimento cômo-do de simplesmente colocar entreaspas aquilo que você não entendeu(e o leitor também não compreende-rá, com toda a certeza).

3 — Para garantir a precisão dostextos, verifique sempre com aten-ção: o nome correto das pessoas e aforma de escrevê-los; nomes de ruase avenidas; endereços; números; ho-rários; datas; cálculo do número depessoas presentes a um local; relaçõesde nomes (se a notícia diz, por exem-plo, que havia oito pessoas presentese lhes dá os nomes, veja se a relaçãotem realmente oito pessoas e não seteou nove), etc.

Pré... Precisão

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4 — Aos redatores recomenda-setodo o cuidado na refundição das ma-térias, com dois objetivos principais:a) eliminar algum possível erro quetenha escapado do repórter (númerosexagerados, relações incompletas,etc.); b) não cometer enganos natransposição das informações (atri-buir declarações de umas pessoas aoutras, alterar números ou nomes,mudar o local do fato, etc.).

5 — Ver também correção (no ver-bete ética interna), página 120, eerros, página 112.

Precisar. Regência.1 — Precisar algumacoisa (indicar com precisão, parti-cularizar): Não soube precisar o diada partida. / Ele precisou suas neces-sidades. 2 — No sentido de ter neces-sidade, prefira a regência indireta doverbo: O país precisa de novos empre-gos. / Todos precisamos de estímulono trabalho. / Precisa-se de emprega-dos. / Este é o livro de que ele preci-sa. / Era tudo de que precisava. Cominfinitivo, porém, dispense a preposi-ção: Precisamos sair. / A empresa pre-cisa contratar novos empregados. /Eles precisam ir embora ainda hoje.

Precisa-se de. Na passiva pessoal, use aforma correta: Precisa-se de repórte-res. Nunca, “precisam-se” de repór-teres (quando uma preposição sesegue ao verbo, na passiva pessoal,este permanece invariável).

Preciso. Ver é preciso, página 111.Preço, preços. De preferência, use o sin-

gular: Sobe o preço dos automóveis. /O governo autoriza o aumento dopreço dos eletrodomésticos. Reservepreços aos casos em que se trate dediversos artigos: A tabela da empre-sa inclui novos preços. / O governo li-bera os preços novamente.

Prefeitos de São Paulo. Antônio Prado,de 7/1/1889 a 15/1/1911; RaimundoDuprat, de 16/1/1911 a 14/1/1914;Washington Luís, de 15/1/1914 a15/8/1919; Rocha Azevedo, de16/8/1919 a 15/1/1920; Firmiano

Pinto, de 16/1/1920 a 15/1/1926;Pires do Rio , de 16/1/1926 a23/10/1930; Cardoso de Melo Neto,de 24/10/1930 a 5/12/1930, AnhaiaMelo, de 6/12/1930 a 25/7/1931;Francisco Machado de Campos, de26/7/1931 a 13/11/1931; AnhaiaMelo, de 14/11/1931 a 4/12/1931;H e n r i q u e J o r g e G u e d e s , d e5/12/1931 a 23/5/1932; Gofredo daSilva Teles, de 24/5/1932 a 2/10/1932;Artur Sabóia, de 3/10/1932 a28/12/1932; Teodoro Ramos, de29/12/1932 a 1/4/1933; Artur Sabóia,de 2/4/1933 a 22/5/1933; OsvaldoGomes da Costa, de 23/5/1933 a30/7/1933; Carlos dos Santos Gomes,de 31/7/1933 a 21/8/1933; AntônioCarlos Assunção, de 22/8/1933 a6/9/1934; Fábio Prado, de 7/9/1934 a31/1/1938; Paulo Barbosa de Cam-pos Filho, de 1/2/1938 a 15/2/1938;Fábio Prado , de 16/2/1938 a30/4/1938; Prestes Maia, de 1/5/1938a 10/11/1945; Abraão Ribeiro, de11/11/1945 a 14/3/1947; CristianoStockler das Neves, de 15/3/1947 a2 8 / 8 / 1 9 4 7 ; P a u l o L a u r o , d e29/8/1947 a 25/8/1948; Mílton Im-prota, de 26/8/1948 a 3/1/1949; As-drúbal da Cunha, de 14/1/1949 a27/2/1950; Lineu Prestes, de28/2/1950 a 31/1/1951; Armando deArruda Pereira, de 1/2/1951 a7/4/1953; Jânio Quadros, de 8/4/1953a 6/7/1954; Porfírio da Paz, de7/7/1954 a 17/1/1955; Jânio Qua-dros, de 18/1/1955 a 5/2/1955; Wil-liam Salem, de 6/2/1955 a 1/7/1955;Lino de Mattos, de 2/7/1955 a10/4/1956; Wladimir de Toledo Piza,de 11/4/1956 a 7/4/1957; Ademar deBarros, de 8/4/1957 a 9/1/1958; Can-tídio Sampaio, de 10/1/1958 a6/2/1958; Ademar de Barros, de7/2/1958 a 8/2/1961; Manuel Figuei-redo Ferraz, de 9/2/1961 a 28/2/1961;Ademar de Barros, de 1/3/1961 a7/4/1961; Prestes Maia, de 8/4/1961a 7/4/1965; Faria Lima, de 8/4/1965 a

232Precisar Prefeitos de São Paulo

Page 233: Manual de Redação e Estilo do Estadão

7/4/1969; Paulo Maluf, de 8/4/1969 a7/4/1971; José Carlos Figueiredo Fer-raz, de 8/4/1971 a 21/8/1973; BrasilVita, de 22/8/1973 a 27/8/1973; Mi-guel Colasuonno, de 28/8/1973 a16/8/1975; Olavo Setúbal, de17/8/1975 a 15/7/1979; Reynaldo deBarros, de 16/7/1979 a 13/5/1982;Antônio Salim Curiati, de 13/5/1982a 15/3/1983; Altino Lima, de15/3/1983 a 10/5/1983; Mário Covas,de 10/5/1983 a 1/1/1986; Jânio Qua-dros, de 1/1/1986 a 1/1/1989; LuizaErundina, 1/1/1989 a 1/1/1993; PauloMaluf, 1/1/1993 a 1/1/1997; CelsoPitta, 1/1/1997.

Prefeitura. 1 — Inicial maiúscula: aPrefeitura de São Paulo, a Prefeitura(referindo-se a São Paulo, capital). Ini-cial minúscula: a prefeitura do Rio, asprefeituras de Santos e São Vicente, aprefeitura (qualquer outra que não ade São Paulo). 2 — Use apenas pre-feitura e não “prefeitura municipal”.

Preferir. 1 — Constrói-se com a prepo-sição a e não com a locução do que:Prefere a mãe ao pai (e não “do que”o pai). / Os alunos preferiam jogar fu-tebol a praticar atletismo. / “Prefiroos que colocam bem as idéias aos quecolocam bem os pronomes” (Sí1vioRomero). 2 — Também é errado usarpreferir com em vez de: O lateral pre-fere jogar no Brasil “em vez de” (ocerto: a) ir para a Espanha. 3 — Comopreferir já tem valor absoluto, sãoinadmissíveis frases do tipo de: Prefi-ro antes morrer a renunciar. / Ostimes preferem mais atacantes a de-fensores. / Preferia cem vezes brincara estudar. O “antes”, o “mais” e o“cem vezes” estão sobrando nas fra-ses. 4 — Com preferível, proceda damesma forma: Achou preferível sair aficar. / É preferível lutar a morrer semglória. 5 — O do que pode ser usadocom melhor: É melhor um pássaro namão do que dois voando. 6 — Conju-ga-se como servir (ver, página 266):prefiro, preferes; que eu prefira; prefe-re tu, preferi vós; etc.

Prefixos. 1 — Os prefixos e demaiselementos de composição usados nolugar dos substantivos por eles ini-ciados devem obedecer às mesmasnormas de acentuação e flexão dosubstantivo: O governo preparanova máxi. / Ministério anunciamínis periódicas. / Na moda, vol-tam as mídis (saias). / Muda a le-gislação das micros (microempre-sas). / O Brasil fabricará novos mi-cros (microcomputadores).

2 — Numa enumeração em que oúltimo elemento seja constituídode prefixo mais substantivo ou ad-jetivo, não flexione nem acentue osprefixos: Maior apoio às micro e mi-niempresas. / Na moda, convivema mini, a midi e a maxissaia. / Ostecnocratas abusam das maxi,midi e minidesvalorizações. / Oministro tratou de problemasmacro e microeconômicos.

3 — Os prefixos e os demais ele-mentos de composição que se ligamcom ou sem hífen ao elemento se-guinte na formação de palavrasforam incluídos neste capítulo uma um, como verbetes isolados (anti,infra, super, etc.). No verbete hífen,página 139, pode ainda ser encontra-da uma lista de elementos de com-posição que se ligam sem hífen aotermo seguinte.

Prefixos mais nomes próprios. Usehífen sempre que um prefixo se ligara nome próprio: anti-Brasil, anti-Maluf, anti-EUA, anti-Rússia, anti-HIV, extra-ONU, super-Marília,hiper-Hitler, sub-Napoleão, ex-Bea-tle, etc. Exceção: Anticristo.

Pregresso. Significa anterior, passado,e não se relaciona necessariamentecom criminosos: Estudou a vidapregressa do candidato, do deputa-do, etc. / A história pregressa danossa gente.

Premiar. Verbo regular: premio, pre-mias; premie, premiem; etc.

233Prefeitura “Premier”

Page 234: Manual de Redação e Estilo do Estadão

“Premier”. Use apenas primeiro-minis-tro (e não “premier” ou “premiê”).

Prêmio. 1 — Com inicial maiúsculaantes do nome que qualifica: PrêmioNobel, Prêmio Eldorado de Música,Prêmio Molière, Prêmio Moinho San-tista. 2 — No plural, flexione apenasa palavra prêmio: Prêmios Nobel, Prê-mios Molière, Prêmios Eldorado.

Prendido, preso. Use prendido com tere haver e preso, com ser e estar: Tinha(havia) prendido, foi (estava) preso.

Preposição omitida. 1 — Antes de cer-tos adjuntos de tempo, modo e lugar,a preposição freqüentemente pode seromitida: Zezinho, (com o) tornozeloenfaixado, é dúvida do Corinthiansdomingo. / Maria, (com os) olhoscheios de lágrimas, retirou-se dasala. / (Com o) Réu ausente, testemu-nha descreve suas atrocidades. / Che-garão (no) domingo. / Partirão (na)terça-feira. / O filho, (de) cabeçabaixa, ouvia a reprimenda. 2 — A pre-posição pode ainda ser omitida antesdo que numa série de casos. Ver que(com preposição), página 244.3 — Com terminal e marginal, nãoomita a preposição: Terminal doTietê, Marginal do Pinheiros. 4 —Apenas em casos muito especiais (tí-tulos, selos ou olhos) a preposição po-derá ser omitida, em construçõescomo eleição-98, Copa-98, Mundial-91, importação-97, diretas-89, vesti-bular-96, índice Fipe. No texto, usesempre eleição de 98, Copa de 98,Mundial de 91, importação de 97, di-retas de 89, vestibular de 96, índiceda Fipe. A forma reduzida dá ao textoum estilo telegráfico, impróprio parajornal. 5 — Há fórmulas, porém, quenão se admitem em nenhuma hipóte-se, como passageiros Varig, pilotos F-1, carros GM, etc.

Preposição repetida. 1 — Falta de simul-taneidade, descontinuidade ou natu-reza diferente. Repete-se a preposiçãosempre que se tem uma ação ou qua-lidade não simultânea, descontinuada

ou de natureza diferente: Obra dedi-cada aos poetas e aos romancistas(eles são ou poetas ou romancistas). /Dirigiu-se aos filhos e aos netos. / Viveao mesmo tempo num apartamentoe numa casa. / As Forças Armadasdevem ser eficientes na terra, no ar eno mar. / É um veículo ágil no ar e nosolo. / Lutou contra o pai e contra ofilho (um por vez).

2 — Simultaneidade, continuidadeou mesma natureza. Não se repete apreposição: Obra dedicada aos poetase romancistas (poetas que são roman-cistas). / Lutou contra o pai e o filho(os dois juntos). / Passou a pão e água./ Perfeição de forma e fundo. / Panode linho e algodão. / Filhos da agita-ção e desordem dos nossos dias.

3 — As preposições a e por devemser repetidas quando se repete o arti-go: Curvou-se aos desmandos e aosabusos da ditadura (e não: aos des-mandos e os abusos). / Tornou-se fa-moso pelas reportagens, pelos artigose pelas crônicas que escreveu (e nãopelas reportagens, os artigos e as crô-nicas...).

4 — Prefira, no caso 3, não repetirnem a preposição nem o artigo (respei-tadas as condições de 1 e 2): Curvou-se aos desmandos e abusos da ditadu-ra. / Tornou-se famoso pelas reporta-gens, artigos e crônicas que escreveu./ Falou pelos presentes e ausentes.

5 — Possessivos. Se repetir o pos-sessivo, repita a preposição; se não,omita a preposição e o possessivo nasegunda referência: Falou dos seus de-sejos e das suas aspirações. / Falou dosseus desejos e aspirações (preferível).

6 — Não repita a preposição como aposto: Chegado da capital, SãoPaulo (e não chegado da capital, “de”São Paulo).

7 — Com expressão explicativa ouretificativa, repita a preposição: Veioda capital, ou seja, de São Paulo. /Neste ano, ou melhor, no próximo... /Saiu com o pai, digo, com o tio. / Sua

234Prêmio Preposição repetida

Page 235: Manual de Redação e Estilo do Estadão

desinibição desagradou aos paren-tes, especialmente ao pai (e não espe-cialmente o pai).

Presa. Presa equivale a vítima e por issomantém-se invariável em frasescomo: João, presa (e não “preso”) deforte emoção, desmaiou. / O doente,presa de depressão e temores... / Omarido foi presa de um acesso deciúme.

Prescrição, proscrição. 1 — Prescriçãotem três sentidos mais comuns: perdada validade (prescrição da pena),ordem, preceito, norma (O ministrodeu prescrições severas para a assina-tura do acordo) ou indicação exata(prescrições do médico). 2 — Proscri-ção significa supressão, proibição,desterro: a proscrição dos testes nu-cleares, a proscrição do Partido Co-munista, a proscrição dos líderes re-volucionários. Da mesma forma,prescrever e proscrever ou prescritoe proscrito.

Presença. Fica no singular em frasescomo: A presença de Romário e Sáviona seleção brasileira... / A presençado presidente, do governador e doprefeito (e nunca “as presenças”).

Presidência. Com inicial maiúsculaapenas quando se tratar do cargo má-ximo do País: Era candidato à Presi-dência da República. / Disputará aPresidência. Inicial minúscula paraoutros cargos: Era candidato à presi-dência do PFL, à presidência da co-missão, à presidência do São Paulo,à presidência do Congresso.

Presidente. Use presidente para homeme mulher: o presidente da República,a presidente da Câmara dos Vereado-res.

Presidentes da República. Deodoro daFonseca (Governo Provisório, de15/11/1889 a 26/2/1891, e GovernoRepubl icano, de 26/2/1891 a23/11/1891); Floriano Peixoto, de23/11/1891 a 15/11/1894; Pruden-te de Morais , de 15/11/1894 a15/11/1898; Campos Sales, de

15/11/1898 a 15/11/1902; RodriguesAlves, de 15/11/1902 a 15/11/1906;Afonso Pena, de 15/11/1906 a14/6/1909; Nilo Peçanha , de14/6/1909 a 15/11/1910; Hermes daFonseca, de 15/11/1910 a 15/11/1914;Venceslau Brás, de 15/11/1914 a15/11/1918; Delfim Moreira, de15/11/1918 a 28/7/1919; EpitácioPessoa, de 28/7/1919 a 15/11/1922;Artur Bernardes, de 15/11/1922 a15/11/1926; Washington Luís, de15/11/1926 a 24/10/1930; Junta Go-vernativa: general Mena Barreto, ge-neral Tasso Fragoso e almiranteIsaías de Noronha, de 24/10/1930 a3/11/1930; Getúlio Vargas (GovernoProvisório, de 3/11/1930 a 20/7/1934,Período Constitucional, de 20/7/1934a 10/11/1937, e Estado Novo, de10/11/1937 a 29/10/1945); José Li-nhares, de 29/10/1945 a 31/1/1946;Eurico Gaspar Dutra, de 31/1/1946 a31/1/1951; Getúlio Vargas, de31/1/1951 a 24/8/1954; João CaféFilho, de 24/8/1954 a 9/11/1955; Car-los Luz, de 9/11/1955 a 11/11/1955;Nereu Ramos, de 11/11/1955 a31/1/1956; Juscelino Kubitschek, de31/1/1956 a 31/1/1961; Jânio Qua-dros, de 31/1/1961 a 25/8/1961; Ra-nieri Mazzilli , de 25/8/1961 a8/9/1961; João Goulart (parlamenta-rismo, de 8/9/1961 a 24/1/1963, epresidencialismo, de 24/1/1963 a1/4/1964); Ranieri Mazzilli, de2/4/1964 a 15/4/1964; Castelo Bran-co, de 15/4/1964 a 15/3/1967; Costae Silva, de 15/3/1967 a 31/8/1969;Junta Militar: almirante AugustoRademaker, general Lyra Tavares ebrigadeiro Márcio de Souza e Mello,de 31/8/1969 a 30/10/1969; EmílioGarrastazu Médici, de 30/10/1969 a15/3/1974; Ernesto Geisel , de15/3/1974 a 15/3/1979; João Figuei-redo, de 15/3/1979 a 15/3/1985; Tan-credo Neves, 15/3/1985; José Sarney,de 15/3/1985 a 15/3/1990; FernandoCollor, 15/3/1990 a 29/12/1992; Ita-

235Presa Presidentes da República

Page 236: Manual de Redação e Estilo do Estadão

mar Franco, 29/12/1992 a 1/1/1995;Fernando Henrique Cardoso,1/1/1995.

Presidir. Prefira a forma direta (presidiralguma coisa): Presidir a reunião, pre-sidir o governo, presidir o tribunal,presidir os destinos do país.

Pressentir. Conjuga-se como mentir(ver, página 177).

“Prestigiamento”. Em vez de usar a pa-lavra, inexistente em português, ex-plique o seu significado na matéria.

Pretensão, pretensioso. Com s.Preterir. Conjuga-se como aderir (ver,

página 32).Prevenir. Regência. 1 — Pode-se preve-

nir alguém ou alguma coisa: Resolveupreveni-lo. / A polícia queria preve-nir desordens. / Preveniu os parentes.2 — Pode-se também prevenir alguémde ou contra: Preveniu o povo dos ris-cos da decisão. / Preveniu os amigoscontra o cão. 3 — Alguém pode aindaprevenir-se contra: Preveniu-se con-tra os falsos amigos. 4 — Outra regên-cia é prevenir, sem complemento:Mais vale prevenir que remediar. / Éhora de agir e não de prevenir. 5 —Conjuga-se como agredir (ver, página34): previno, prevines, previne, preve-nimos, prevenis, previnem; que euprevina, previnas, previna, previna-mos, previnais, previnam; previne tu,previna, previnamos, preveni, previ-nam; etc.

Prever. 1 — Quanto ao uso, ver esperar,página 115. 2 — Conjuga-se como ver(ver, página 297).

Prima-dona. Com hífen. Plural: prima-donas.

Primeira-dama. Com hífen. Plural: pri-meiras-damas.

Primeiro. Na locução o primeiro ... que,o verbo concorda com o primeiro: Fuio primeiro que saiu (e não que saí). /Foi o primeiro convidado que che-gou. O último que e outras expressõessemelhantes seguem a mesmanorma.

Primeiro (dia). 1 — O primeiro dia decada mês deve ser sempre escrito noordinal: 1º de abril, 1º de maio. 2 —Pode ir com inicial maiúscula e porextenso caso se deseje dar ênfase àdata comemorativa: o Primeiro de Ja-neiro (Dia da Confraternização Uni-versal), o Primeiro de Maio (Dia doTrabalho). 3 — Apenas se a data forescrita de forma abreviada, empregue1: 1/9/82.

Primeiro-ministro. 1 — Quando mu-lher, primeira-ministra. 2 — Plural:primeiros-ministros e primeiras-mi-nistras. 3 — Em nenhuma hipóteseuse as formas “1º-ministro” ou “1º mi-nistro”.

Principiar. Antes de infinitivo, exige a:Quis principiar a fazer a matérialogo.

Princípio. Veja a diferença entre as lo-cuções formadas pela palavra: 1 — Aprincípio significa no começo: Aprincípio, pensava em sair, mas arre-pendeu-se e decidiu ficar em casa. 2— Em princípio equivale a em tese,de modo geral: Todos, em princípio,são iguais perante a lei. / Em princí-pio, todos o estimavam. 3 — Por prin-cípio quer dizer por convicção: Porprincípio, não tolero pessoas racistas.

Prior. Feminino: prioresa (prefira) epriora.

Priori (a). Equivale a antes da experiên-cia, pela causa ou pela natureza dacausa: Conclusão a priori (sem apoionos fatos). / Teoria formulada a prio-ri (antes da experiência). Não tem osentido de antes, anteriormente,sendo, pois, incorretas construçõescomo: Fez o pagamento “a priori”.

Privada. Para evitar duplo sentido, useo adjetivo sempre junto do substanti-vo: a vida privada, a iniciativa priva-da. Nunca em frases como: A vida pú-blica e a privada. / A iniciativa esta-tal e a privada.

Privilégio. E não “previlégio”.

236Presidir Privilégio

Page 237: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Pró. 1 — Com o sentido de a favor de,liga-se com hífen a um substantivo:encontro pró-prorrogação, campanhapró-Machado de Assis, cruzada pró-infância, concentração pró-diretas,apelo pró-invasores. 2 — Como ele-mento de composição, deve ser segui-do de hífen: pró-americano, pró-bri-tânico, pró-homem, pró-socialista,pró-soviético. Exceções: procônsul,procriar, protórax, propor, pronome. 3— Quando substantivo, tem singulare plural: Pesou os prós e os contras.

Problema. Liga-se com hífen a outrosubstantivo: preso-problema, mulhe-res-problema.

Procedência. 1 — Os textos do serviçolocal não terão nenhuma indicação deprocedência. Procure, porém, deixarclaro que se trata de notícia oriundade São Paulo ou de fato ocorrido nacapital do Estado.

2 — As notícias e reportagens dassucursais, correspondentes e envia-dos especiais terão como indicação deprocedência o nome da cidade de ondese originem, em maiúsculas, mas nãoem negrito. A norma vale tanto paraos municípios do interior (nele incluí-das as cidades da Grande São Paulo, àexceção da capital) como para os dosEstados. Veja os exemplos:

SANTOS — O cargueiro russo So-laris chegou ontem...

GUARULHOS — Um incêndiodestruiu ontem à noite...

BRASÍLIA — A Câmara dos De-putados aprovou, em segunda vota-ção...

3 — Se uma sucursal ou correspon-dente cobrir fato ocorrido em outra ci-dade, a procedência do noticiário seráa da cidade que originou a notícia enão a do município da sucursal oucorrespondente. Por exemplo, seCampinas mandar notícia de Paulí-nia, use esta indicação:

PAULÍNIA — A Refinaria do Pla-nalto...

4 — Se a procedência da matéria fora de uma cidade pouco conhecida, ex-plique, no texto (e não na procedên-cia), onde a cidade se localiza (nortede Goiás, sul de São Paulo, região deBauru, etc.).

5 — O noticiário do exterior come-çará sempre com o nome da cidade deorigem, em maiúsculas, mas não emnegrito. Se a cidade não for muito co-nhecida, coloque, em minúsculas, onome do país:

WASHINGTON — O governo dosEstados Unidos advertiu ontem...

PUERTO NOVO, Argentina —Um terremoto destruiu mais de 200casas...

6 — Matérias procedentes de maisde uma fonte (sucursais, correspon-dentes e serviço local) não terão ne-nhum nome de cidade como indica-ção. Neste caso, porém, marque sem-pre em itálico o nome de cada umadas cidades de onde se originam as in-formações ou onde ocorreram os fatosrelatados, na primeira menção que forfeita a elas:

O presidente da República disseontem em Ribeirão Preto que... Aodesembarcar de volta em Brasília, in-sistiu...

7 — Nas chamadas de primeira pá-gina em que se fundir o noticiário dasagências ou de enviados especiaiscom o dos correspondentes no exte-rior, a informação destes deverá tra-zer o seu nome e o cargo em itálico:

Em Nova York, informa o corres-pondente João de Almeida...

Também nas notícias publicadasno interior do jornal, se se fizer essetipo de fusão, adote o mesmo proce-dimento.

8 — Se a fusão de notícias incluirmaterial de colaboradores, e não defuncionários do jornal, use estaforma:

237Pró Procedência

Page 238: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Em Nova York, segundo informaCíntia de Campos, especial para o Es-tado, ...

9 — As chamadas de primeira pá-gina não levarão nenhuma indicaçãode procedência, nem mesmo nas ma-térias provenientes do exterior. Aúnica exceção é para o caso dos envia-dos especiais, quando se adotará anorma respectiva.

Proceder. Regência. 1 — Proceder a al-guma coisa: O juiz procedeu ao jul-gamento. / Proceder ao inquérito, aoinventário, ao interrogatório, à elei-ção. 2 — Proceder de algum lugar oude alguém: Ele procede de RibeirãoPreto. / Ele procede da família Maia. /A acusação procede de quem? 3 —Proceder (sem complemento): Elesempre procede bem. / A denúncianão procede. 4 — Como proceder nãoadmite a regência direta, inexistemformas como: O inventário “foi pro-cedido”. / O inquérito “foi procedi-do”.

Prodígio. Liga-se sem hífen a outrosubstantivo: menino prodígio, crian-ças prodígios.

“Proferir que”. Alguém profere algumacoisa, mas não profere que.

Profeta. Feminino: profetisa.Progenitor(a). Use pai ou mãe. Progeni-

tor e progenitora, só em casos muitoespeciais: além de rebuscados, signi-ficam, na origem, avô e avó.

Progredir. Conjuga-se como agredir(ver, página 34): progrido, progrides;que eu progrida; etc.

Proibido. Ver em é preciso, página 111,a concordância de é proibido.

Proibir. Regência. 1 — Proibir algumacoisa: A lei brasileira proíbe o abor-to. / A empresa proibiu a entrada depessoas estranhas. 2 — Proibir al-guém de alguma coisa: O pai proibiuo filho de viajar. / Proibiu-nos de pro-curá-lo. 3 — Proibir alguma coisa a al-guém: Os médicos lhe proibiram as

visitas. / Proibiu aos amigos que oacompanhassem.

Projétil. Use esta forma, com o pluralprojéteis.

Projeto. Inicial maiúscula: Projeto Axé. Proliferar. E não “proliferar-se”.Pronome oblíquo (complemento co-

mum). 1 — Quando um pronomeoblíquo é complemento de dois oumais verbos, ele pode vir ligado ape-nas ao primeiro, sem repetição poste-rior: Nós o desejamos e fizemos. / Opaís se desenvolvia e expandia terri-torialmente. / Eram sugestões que seconfundiam e completavam. 2 —Com infinitivos, porém, repita o pro-nome: Para confundi-lo e preocupá-lo... / Queria procurá-lo e convidá-loa participar da festa.

Pronome oblíquo com verbo. 1 — Ospronomes o, a, os e as não se alteramse a forma verbal termina em vogalou nos ditongos ei, ai, ou e iu: Disse-o, amava-a, convoca-os, peço-as,educa-as, falei-o, notai-a, queimou-os, pediu-as.

2 — Quando a forma verbal termi-na em r, s ou z, essas letras desapare-cem e os pronomes o, a, os e as assu-mem as formas lo, la, los e las: Comê-lo (comer + o), contá-la (contar + a),amá-los (amar + os), pedi-las (pedir +as), contê-los (conter + os), pusemo-lo (pusemos + o), dissemo-la (disse-mos + a), pede-lo (pedes + o), ama-lo(amas + o), fizeste-los (fizestes + o),cortamo-las (cortamos + as), dispô-lo(dispôs + o), pu-lo (pus + o), fi-lo (fiz+ o), fá-lo (faz + o).

3 — Os pronomes o, a, os e as tam-bém assumem a forma lo, la, los e lasquando vêm depois de eis, nos e vos:Ei-lo, ei-las, no-lo, no-las, vo-lo, vo-las.

4 — Se a forma verbal termina emão, õe, am e em, usam-se as variantesno, na, nos e nas: Dão-no (dão + o),põe-na (põe + a), calam-nos (calam +os), pedem-nas (pedem + as). São er-

238Proceder Pronome oblíquo...

Page 239: Manual de Redação e Estilo do Estadão

radas, pois, formas como põe-a,calam-os, pedem-a, dão-o, etc.

5 — A terminação mos das formasverbais também perde o s antes de nose vos, o que não ocorre, entretanto,com te, lhe e lhes: damo-nos, abrimo-vos, propusemos-te, fizemos-lhe, dis-semos-lhes.

6 — Com as outras pessoas verbaise pronomes oblíquos (que não o, a, ose as), não há alterações: fazem-nos,fazem-lhe, pusestes-vos, pusestes-nos, tínheis-vos, laváreis-vos, feriras-te, deram-lhes, pedistes-me, disse-ram-nos, pedir-lhe, entregar-lhes,faz-lhe, pus-lhe, quis-lhe, diz-lhe,dão-vos, pões-te, dás-lhe, mandas-nos.

7 — Com os demais pronomes (quenão o, a, os e as), eis permanece inva-riável: eis-nos, eis-vos, eis-te, eis-me.

8 — O pronome se pode associar-se a me, te, lhe, nos, vos, lhes (masnunca a o, a, os e as): Dê-se-lhe ajuda,faça-se-nos a vontade, a mente tolda-se-me, apontem-se-lhes os erros, etc.(nunca, porém, “diga-se-o”, “peça-se-a”, “façam-se-as”, “indiquem-se-os”).

Pronome oblíquo com verbo (intercala-ção). 1 — Depois do futuro ou do fu-turo do pretérito (antigo condicional),não se pode usar o pronome oblíquo.São, pois, incorretas formas como“darei-te”, “pedirás-nos”, “contaria-se”, “teríamo-lo”, etc.

2 — Por esse motivo, intercala-seo pronome no verbo, com a observân-cia das regras expressas no uso geraldestas formas: trabalhar-se-á (traba-lhará + se), dar-se-ia (daria + se), pedi-lo-ia (pediria + lo), contar-lhe-íamos(contaríamos + lhe), encontrar-nos-emos (encontraremos + nos), solici-tar-vos-ei (solicitarei + vos), fabricá-lo-emos (fabricaremos + lo), lamen-tar-vos-eis (lamentareis + vos), punir-nos-ão (punirão + nos).

3 — Os verbos fazer, dizer e trazerreduzem-se a far, dir e trar nestes dois

tempos: far-nos-á (fará + nos), di-lo-íamos (diríamos + o), trar-lhe-ei (tra-rei + lhe), far-nos-ão (farão + nos), dir-te-emos (diremos + te); trar-nos-íeis(traríeis + nos), etc.

4 — Como, porém, essas formassoam de maneira rebuscada para o lei-tor, devem, por isso, ser evitadas nonoticiário (conserve-as, no entanto,em artigos e comentários assinados).

Pronome oblíquo com verbo (particí-pio). Nunca use o pronome oblíquodepois de particípio (tendo “forma-do-se”, havia “quebrado-se”, foi “ne-gado-lhe”, etc). Nesse caso, o prono-me só pode ligar-se ao verbo auxiliar:foi-lhe negado, tinha-se formado,havia-se quebrado, etc.

Pronome oblíquo no início de frase.Nunca inicie frase com o pronomeoblíquo. Essa forma só poderá ser ad-mitida na linguagem coloquial (crô-nicas, principalmente) ou na transcri-ção de declarações populares: Me dei-xem dizer uma coisa / Lhe pedi so-corro, mas ele não ouviu.

Pronome possessivo (uso).1 — ConcordânciaA concordância de gênero (mas-

culino ou feminino) e número (singu-lar e plural) se faz com o objeto pos-suído; a de pessoa (meu, teu, nosso,etc.), com o possuidor: Eis os meusamigos. / Trouxeste junto tuas fi-lhas? / O rapaz mostrava seu novoapartamento. / Já fizemos nossaopção. / Vejo que convosco vieramvossas mulheres. / Os professores ze-lavam pelo seu futuro.

2 — Colocação na fraseColocado normalmente antes do

substantivo, o possessivo pode, no en-tanto, vir depois dele, principalmen-te quando desacompanhado de artigodefinido, com substantivo já determi-nado por outra palavra, nas interroga-ções diretas e nos casos de ênfase: Nãoespere notícias nossas tão cedo. /Eram todos amigos seus. / Recebe-

239Pronome oblíquo com... Pronome possessivo (uso)

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mos um artigo vosso esta semana. /Essas são algumas antipatias nos-sas. / Será mesmo ruim ou é intole-rância sua? / “Alma minha gentilque te partiste...” (Camões).

Depois do substantivo, o possessi-vo indica também que não se trata dotodo, mas de parte dele: Diretor revo-ga ordem sua (uma ordem qual-quer). / Diretor revoga sua ordem (aordem). / Diretor nomeia seus irmãos(todos) para o cargo. / Diretor nomeiairmãos seus para o cargo (alguns). /Governador manda prender seus pa-rentes (todos). / Governador mandaprender parentes seus (alguns).

3 — Partes do corpo, qualidadesdo espírito e objetos de uso pessoal

Rejeitam o possessivo: Machucoua cabeça (e não a sua). / Quebrei aperna (e não a minha). / Feriram asmãos. / Perderam a consciência. /Mudamos a mentalidade. / Puseramos óculos (e não os seus). / Levoujunto a bengala (e não a sua). / Colo-quei a moeda na palma da mão (e nãoda minha).

4 — Duplo sentido (seu, sua, seus,suas)

O uso do seu freqüentemente dáorigem a orações de duplo sentido: Opresidente garantiu aos cidadãos queo seu esforço livraria o país do caos.

No caso, o possessivo seu podetanto referir-se ao presidente comoaos cidadãos. Em casos semelhantes,recorra às formas dele, deles, dela,delas, de você, do senhor e outras,para tornar a frase mais clara: O pre-sidente garantiu aos cidadãos que oesforço deles livraria o país do caos.

Outros exemplos: O pai pediu àfilha os livros dela (filha). / O profes-sor comentou com os alunos as defi-ciências dele (professor). / Ele disseque não sabia se este era o livro deleou o do senhor. / A advogada encon-trou o pai na sala dela. / Fui à casadela (principalmente quando a pessoase dirige a um interlocutor).

5 — Seu redundanteEvite o seu redundante ou desne-

cessário, especialmente nos títulos,em que tem aparecido com freqüên-cia como recurso para ganhar algunssinais: Ele estava em (sua) casa. / Ogoverno reverá o (seu) orçamento. /Palmeiras muda o (seu) time. / Acasa, com o (seu) belo piso de ladri-lhos antigos, atraía muitos compra-dores.

6 — Pronome oblíquo pelo posses-sivo

Quando possível, o possessivo deveser substituído pelo pronome oblíquo,com o que a frase ganha em elegância:Beijou-lhe (as suas) as mãos. / Não lhe(os seus) conheço os critérios. / Ela me(os meus) cortou os cabelos.

7 — Nosso de modéstia ou opiniãoO nosso pode tanto substituir o

meu como expressar a opinião de en-tidades ou instituições, caso em quese enquadram, por exemplo, os edito-riais do jornal: Com este discurso, foinosso (meu) objetivo... / Nossa opi-nião (do jornal) sobre o escândalo nãosofreu nenhuma contestação.

8 — Vosso de cerimôniaAplica-se a uma pessoa ou a desti-

natários a que se presta reverência:Foram sábias lições as que vosso paideixou. / “Levareis, Senhores Delega-dos, aos vossos Governos, à vossa Pá-tria, estas declarações...”

9 — SubstantivaçãoQuando substantivados, os posses-

sivos designam, no singular, aquiloque pertence a uma pessoa e, no plu-ral, os parentes ou companheiros dealguém: Nada tenho de meu. / Commuito esforço, conseguiu algumacoisa de seu. / Recomendações aosteus. / Ali vinham João e os seus. / Eleera um dos nossos.

10 — Formas de tratamento ou re-verência

As formas de tratamento ou reve-rência iniciadas por nosso, vosso ousua concordam, sempre na terceira

240Pronome possessivo (uso) Pronome possessivo (uso)

Page 241: Manual de Redação e Estilo do Estadão

pessoa, com o sexo de quem recebe otratamento: Vossa Alteza (rei) éjusto. / Vossa Alteza (rainha) é justa. /Vossa Santidade (o papa) ficou satis-feito? / Vossas Senhorias não precisa-vam ficar preocupados. / Nossa Se-nhora é a mãe de Cristo.

11 — Possessivo em vez de mim,ti, nós, etc.

Com certas locuções prepositivas,costuma-se usar o possessivo no lugardos pronomes oblíquos tônicos (mim,ti, nós, vós, você e vocês): Ao meulado (ao lado de mim). / À tua dispo-sição (à disposição de ti). / Em vossofavor (em favor de vós). / Por suacausa (por causa de você).

12 — Artigo com possessivo. Verartigo definido (com possessivo), pá-gina 42.

Pronomes retos1 — Uso gerala) Use os pronomes do caso reto

(eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas)apenas para dar ênfase ao sujeito, paraopor pessoas diferentes ou para distin-guir os pronomes que tenham amesma forma na 1ª e 3ª pessoa do sin-gular: Eu, e mais ninguém, sou o res-ponsável. / Ele, sim, sabe dar vida aum texto. / Estávamos ali os dois: ele,mais velho, e eu, recém-saído da ado-lescência. / Eu disse que ele seria con-tratado (o oposto: Ele disse que euseria contratado).

b) A não ser nesses casos, dispenseo pronome reto, especialmente quan-do a desinência verbal deixar claro aqual deles o texto se refere: Pediu (ele)que (nós) saíssemos. / Fizeste (tu) oque haviam (eles) solicitado? / Che-gastes (vós) a tempo para a festa. / Saí(eu) antes que chovesse. / Fizestes(vós) o que esperavam (eles)?

Algumas repetições, além de des-necessárias, enfraquecem um texto:O delegado disse que, de posse dosrelatórios dos superintendentes, eledecidiria como proceder (o ele repe-tido dá até mesmo a impressão de re-

ferir-se a outra pessoa). / Ele garantiuque, só depois que todos tivessemopinado, ele diria o que pensava docaso. / Quando eu lhes recomendeisilêncio, eu não esperava que elesatendessem tão rapidamente ao pe-dido. / Nós queríamos que todos sou-bessem que nós não éramos os culpa-dos.

2 — Casos especiaisa) Eu. Textos especiais (crônicas,

artigos, etc.) podem adotar a primei-ra pessoa como forma de expressão,mas convém evitar, a todo custo, o re-curso expresso ao eu, que dá uma de-sagradável sensação de narcisismo.Use o verbo na primeira pessoa eomita o pronome em vez de alongar-se em frases como: Quando eu che-guei a São Paulo, eu trazia a simpli-cidade do menino que eu fora no in-terior e eu não pretendia perder na ci-dade que eu escolhera para morar. /Eu estou deixando algo que eu cons-truí, que eu fiz crescer, que eu man-tive na época mais difícil do Brasil.

b) Ordem na frase. Recomenda amodéstia que o eu, num sujeito com-posto, venha em último lugar: Os pri-mos e eu (em vez de eu e os primos)estamos prontos. / José, Antônio e eucomeçaremos o trabalho amanhã.

c) Nós por eu. No chamado pluralde modéstia, costuma-se usar nós emvez de eu (oradores, editorialistas, ar-ticulistas e outros). O verbo concordacom o pronome, mas o adjetivo ouparticípio, como norma, fica no sin-gular (concorda com a idéia de eu):Nós estamos atento a tudo o que sepassa aqui. / Nós nos sentimos hon-rado com esta homenagem. / Antessejamos breve que prolixo.

d) Vós por tu ou você. Vós substi-tui tu ou você como tratamento de ce-rimônia, e a concordância se faz comono caso anterior: Pai nosso, que estaisno céu... / Vós sois o nosso rei. / Vósestais enganada. / Acho que chegas-tes atrasado.

241Pronomes retos Pronomes retos

Page 242: Manual de Redação e Estilo do Estadão

3 — Pronome reto como objeto di-reto

a) Os pronomes pessoais do casoreto devem ser empregados como su-jeitos e não como objetos diretos: Elesaiu (mas não: Eu vi “ele”). / Nós vie-mos (mas não: A foto mostra “ele”sendo levado...). / Ele contou a histó-ria (mas não: Esta é uma história li-gando “ele” ao assassinato...).

b) O pronome reto pode ser objetodireto apenas quando antecedido detodos, seguido de um número ou pre-posicionado: Vimos todos eles ali. /Eles convidaram nós três para afesta. / Conhecia bem todos nós. /Aguardo todos vós. / Espero eles qua-tro. / Escolheu a nós. / A mãe tinhaapenas a ele, o filho que lhe restara. /Não entende a nós, nem nós entende-mos a ele.

c) Os verbos mandar, deixar, fazer,ver, ouvir, sentir, restar, bastar e fal-tar, quando acompanhados de infini-tivo, não podem introduzir pronomereto, mas apenas oblíquo: Deixe-medizer (e não “deixe eu” dizer). / Man-de-o sair (em vez de “mande ele”sair). / Faça-o ficar (e não “faça ele”ficar). / Veja-nos representar (e não“veja nós” representar). / Ouça-ostocar (em vez de “ouça eles” tocar). /Sentimo-la desfalecer (e não “senti-mos ela” desfalecer). / Resta-lhesumir no mundo (e não “resta ele”sumir). / Basta-te conseguir (e não“basta tu” conseguires). / Falta-mecompletar o quadro (e não “falta eu”completar).

d) A preposição com exige as for-mas comigo, contigo, consigo, conos-co e convosco, em vez de “com mim”,“com ti”, “com nós”, etc. Usam-secom nós e com vós, no entanto, quan-do aos pronomes se seguem as pala-vras mesmos, próprios, outros e todosou um número: A moça queria falarcom nós mesmos. / Disse que se en-tendeu com vós próprios. / Com nósoutros é que ele não conte. / Já convi-vemos com vós todos. / Eles vão saircom nós quatro.

Pronto-socorro. Com hífen. Plural:prontos-socorros.

Pronúncia. Ver página 329.Propositadamente. Propositado e propo-

sitadamente são preferíveis a proposi-tal e propositalmente, tanto no senti-do de adequação ou oportunidadequanto no de intenção: Observaçãopropositada. / Derrubou o copo pro-positadamente.

Próprio. 1 — Concordância. Ver mesmo,mesma, página 177. 2 — Superlativo:propriíssimo.

Proscrição. Ver prescrição, proscrição,página 235.

Prostrar(-se). Sempre com tr.Protéico. E não “proteico” (êi).Protestado. É um título ou cheque, mas

nunca o devedor. Assim: Teve o títu-lo protestado. E não: Pagou a dívidae mesmo assim foi “protestado”.

Proto... Hífen antes de vogal, h, r e s:proto-actínio (ou protactínio), proto-evangelho, proto-história, proto-revo-lução, proto-satélite. Em outroscasos: protofonia, protomártir, proto-nauta, protozoário.

Prova dos noves. Desta forma, e não“prova dos nove”.

Provável. Ver possível, provável, página230.

Prover. Conjugação. Pret. perf. ind.:Provi, proveste, proveu, provemos,provestes, proveram. M.-q.-perf. ind.:Provera, proveras, provera, provêra-mos, provêreis, proveram. Fut. subj.:Prover, proveres, prover, provermos,proverdes, proverem. Part.: Provido.Os outros tempos seguem ver (ver, pá-gina 297): provejo, provês, provê, pro-vemos, provedes, provêem; provia;proverei, proverás; proveria; que euproveja; se eu provesse; provê, prove-ja, provejamos, provede, provejam;etc.

Provir. Conjuga-se como vir (ver, pági-na 308).

Próximo. 1 — Quando se referir a tem-po, use a palavra apenas com o sen-tido de futuro: no próximo mês, no

242Pronto-socorro Próximo

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próximo ano, no próximo século, nospróximos 15 dias (nunca, porém: nomês próximo futuro, no ano próximofuturo, no século próximo futuro, nos15 dias próximos futuros). 2 — Nãouse próximo, porém, para designar osdias da semana em curso: O presiden-te visitará São Paulo quinta-feira (enão “na próxima” quinta-feira).

Próximo (de ou a). A forma vai depen-der do sentido da frase: 1 — Adjetivo.Concorda com o substantivo ou pro-nome: Os primos estavam próxi-mos. / Elas ficaram mais próximas denós. / A casa era próxima da outra. 2— Em locução: Ela estava próximo dopai (perto do). / Morávamos muitopróximo da sua casa. / Próximo ao riohavia uma árvore muito alta.

Pseudo. 1 — É prefixo, apenas, e jamaisadjetivo. Assim, forma palavras comopseudo-análises, pseudocríticas,pseudo-heróis, pseudo-sensações oupseudoprofetas (em vez de “pseudasanálises”, “pseudas críticas”, “pseu-dos heróis”, “sensações pseudas” ou“profetas pseudos”). 2 — Como prefi-xo, tem hífen antes de vogal, h, r e s:pseudo-anemia, pseudo-esfera, pseu-do-histórico, pseudo-revelação, pseu-do-sigla. Nos demais casos: pseudo-diamante, pseudofruto, pseudoprote-tor.

Psico... Liga-se sem hífen ao termo se-guinte: psicocirurgia, psicorragia,psicossocial, psicoterapia. Quando osegundo termo começa por vogal,pode haver mudanças no interior dapalavra: psicanálise (psico + análise),psicastenia (psico + astenia), psiquia-tria (psico + iatria).

Psique. Sem acento (pronuncia-se psí-que, e não psiquê). O móvel, no en-tanto, é psichê.

Pudico. Sem acento (pronuncia-se pudí-co).

Puro-sangue. Plural: puros-sangues.“Puxa-saco”. Não use.

Quai d’Orsay. Outro nome do Ministé-rio das Relações Exteriores da França.

Qual (o). Ver o qual, página 205.Qual (quais) de. Concordância. Ver

algum (alguns) de, página 35.Qualquer. Plural: quaisquer.Qualquer (como nenhum). 1 — É erra-

do o uso de qualquer em orações ne-gativas no lugar de nenhum. Escreva,pois: O texto não apresenta nenhumerro. / O time não tem nenhuma pos-sibilidade de vitória. / Não tive ne-nhuma intenção de ofendê-lo. / Ten-tou conseguir o cargo sem nenhumresultado. (E não: “qualquer erro”,“qualquer possibilidade”, “qualquerintenção”, “qualquer resultado”.)São válidas ainda estas formas: Otexto não apresenta erro algum. / Otime não tem possibilidade algumade vitória.

2 — Se o sentido não for o de ne-nhum, qualquer pode ser empregadomesmo em orações negativas: Issonão é qualquer (todo, algum, umqualquer) homem que faz. / Não sedeve tomar qualquer (todo, um qual-quer) remédio. / Negou ter feito qual-quer (alguma, uma) declaração à im-prensa.

Qualquer coisa de. Concordância. Veralguma coisa de, página 35.

Qualquer (quaisquer) de. Concordân-cia. Ver algum (alguns) de, página 35.

Qual seja. Ao contrario de ou seja, ad-mite a concordância normal: Procuraalguns empregados, quais sejam doisescriturários, um contador e um te-soureiro. É forma a evitar, porém.

Quando com pronome. O quando atraio pronome localizado na mesma ora-ção: O assalto ocorreu quando Mar-cos se dirigia (e não “dirigia-se”) para

243Próximo (de ou a) Quando com pronome

Page 244: Manual de Redação e Estilo do Estadão

o trabalho. / Quando lhe deu (e não“deu-lhe”) a notícia, ficou emociona-do.

Quanta. Sem s, pois já se trata do pluralde quantum: Estudou a teoria dosquanta.

“Quantia de dinheiro”. Redundância:modernamente só se usa quantia paradinheiro. Por isso, não diga: Havia aligrande “quantia” de pessoas, de fru-tas, de objetos, mas quantidade.

Quanto. 1 — Prefira não usar o antes dequanto: Viaje quanto antes. / Quan-to mais cedo, melhor. / Saiba quan-to o convite nos honra. / Fez quantopôde. / Mais de 10 mil reais foi quan-to ofereceu pelo barco. / Quantocusta? / Não sabia quanto todos o es-timavam (e não o quanto). 2 — Quãosegue a mesma norma: Veja quão de-sastrado ele é.

Quantos de. Concordância. Ver algum(alguns) de, página 35.

Quantos são. O certo: Quantos são seisvezes três? / Quantos são dois maistrês? (e não quanto “é” dois maisdois).

Quarto-de-milha. Invariável: égua quar-to-de-milha, cavalos quarto-de-milha, os quarto-de-milha.

Quatorze. Prefira catorze, se tiver deusar o número por extenso.

Quatro-dormitórios. Com hífen quandodesigna o tipo de apartamento: Com-prou um quatro-dormitórios. Mas:Comprou um apartamento de quatrodormitórios.

Quatro-estrelas. Ver estrelas, página118.

Que. Concordância. 1 — O anteceden-te imediato do que, como norma, de-termina a concordância: Sou eu quepago. / Fomos nós que saímos. / Fos-tes vós que nos inspirastes. / Erameles que deviam morrer. 2 — Haven-do dois ou mais antecedentes, o verbovai para o plural da pessoa que temprecedência sobre as demais (a 1ª temprecedência sobre a 2ª e a 3ª, e a 2ª,

sobre a 3ª): Não serei eu nem ele quehaveremos de reformar o mundo. 3— Se o que faz parte de um vocativo,o verbo vai para a segunda pessoa: Óhomem, que és mortal... / Maria, quedesceis dos céus... 4 — O verbo ficana terceira pessoa se o sujeito é uminfinitivo e não o que: Os livros queé difícil encontrar. 5 — Os pronomesnós e vós podem prevalecer sobre oantecedente imediato do que: Nãosomos nós os que iremos discordardisso.

Quê. O quê tônico é acentuado. Veja oscasos em que ele ocorre: a) Quando ésubstantivo, com o significado de al-guma coisa, qualquer coisa: Tinha umquê de mistério. / Desconhecia o quêda questão. b) Quando é o nome daletra q: Um quê maiúsculo. c) Quan-do, como interjeição, designa espan-to: Quê! Não é o que você pensa. d)Quando encerra a oração: Para quê? /Ele não vem por quê? / Queria nãosei o quê. e) Na expressão sem quênem pra quê: Ele, sem quê nem praquê, se irritou com todos.

Que (comparação). Ver comparações(formas), página 72.

Que (com preposição). Em certos casos,a preposição que acompanha o que(pronome ou conjunção) deve estarexpressa na oração e em outros podeser omitida (elipse). Veja como proce-der em cada um deles:

1 — A preposição é obrigatóriaquando o que tem um antecedente —como se trata de pronome relativo,lembre-se: ele pode ser substituídosempre por o qual, a qual, os quais eas quais — e a regência do verbo, dapalavra ou da expressão a exige:Como escrever algo com que (com oqual) não simpatizamos (quem sim-patiza simpatiza com alguma coisa)?/ Foi o melhor espetáculo a que (aoqual) assistiram (assiste-se a um es-petáculo). / Era uma pessoa de quemtodos gostavam (quem gosta gosta dealguma coisa). / Queria tudo a que (ao

244Quanta Que (com preposição)

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qual) tinha direito (ter direito a algu-ma coisa). / O jogador em quem (enão que) o Santos tinha interesse eraX (ter interesse em) / Venceu a provade que (da qual) participou (partici-pa-se de). / Não sabia com que (coma qual) espécie de gente estava lidan-do (lida-se com). / O processo a que(ao qual) respondia prescreveu (res-ponde-se a um processo). / O convitede que abriu mão... / A bondade deque era capaz... / O livro de que lhefalei...

Atenção. São erradas frases como:Esse contrato, que ninguém revela asbases... / A empresa, que o ministronão quis revelar o nome... / O crimi-noso, que ninguém sabia dizer onome... / A carta, que ele guardou acópia... / O acusado, que você igno-rava a profissão... Em todas elas faltaum de: de que ninguém revela asbases, de que o ministro não quis re-velar o nome, do qual ninguém sabiadizer o nome, de que ele guardou acópia, de que você nem sabia a profis-são. E todas, melhor, poderiam serconstruídas com o relativo cujo: Ocontrato cujas bases ninguém reve-la... / A empresa cujo nome o minis-tro não quis revelar... / O criminosocujo nome ninguém sabia dizer... / Oacusado cuja profissão você ignora-va... / A carta cuja cópia ele guar-dou...

2 — Mantenha a preposição quan-do o que introduz orações que com-pletam o sentido de um substantivo,adjetivo ou advérbio (completivas no-minais): Estamos certos (do quê?) deque não se haviam aborrecido. / Ma-nifestou a certeza (do quê?) de queninguém o contestaria. / Chegou àconclusão de que o caso estava per-dido. / Não existe nenhuma possibi-lidade de que a lei seja reformulada. /Publicou a notícia de que o minis-tro... / Não há dúvida de que cabe aoCongresso... / Deu-se conta de quehavia outras saídas. / Era contrário a

que todos comparecessem... / Era fa-vorável a que o absolvessem.

Grande parte das frases como as ci-tadas constrói-se com o verbo ter +substantivo: Tenho medo de que nãocheguem a tempo. / Tinha a impres-são de que, tinha a certeza de que,tinha esperanças de que, tinha con-fiança de que, a expectativa de que,o receio de que, o temor de que, a des-confiança de que, a necessidade deque, a consciência de que, etc.

3 — A preposição pode (a forma émais eufônica) ser omitida quando oque introduz oração que tem a funçãode objeto indireto: Duvido que elefaça isso (embora também seja corre-to escrever duvido de que ele façaisso). / O governo concordou que(preferível eufonicamente a concor-dou em que) aquela era a melhor pro-posta. / O acusado desconfiava quequeriam prejudicá-lo. / Precisamosque alguém nos ajude. / Os assaltan-tes suspeitavam que alguém os haviadenunciado. / Todos insistiram que(preferível a insistiram em que) esta-va na hora de mudar a política daempresa. / Militares confiavam que(preferível a confiavam em que) aanistia seria rejeitada. / Não se im-portava que ela fosse feia. / Suspeita-se que ninguém virá à festa.

Observação. Mesmo que haja inú-meros exemplos em contrário, prefi-ra usar os verbos recordar-se, lem-brar-se e esquecer-se com a preposi-ção de: Lembrava-se vagamente deque perto da casa corria um riacho. /Recordou-se de que o haviam ofendi-do anos atrás. / Não se esqueça deque o torneio começa amanhã.

4 — Quando há outra preposiçãoantes, clara ou subentendida, o emque precede o que pode ser omitidonas orações de tempo, lugar e modo.O uso do em, no entanto, torna a frasemais clara: Num país (em) que um go-vernador derruba um ministro... /Ficou solidário com o chefe nas vezes

245Que (com preposição) Que (com preposição)

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(em) que se demitiu. / A última vez(em) que usaram... / O ano (em) quea aids matou mais pacientes foi... /Na primeira vez (em) que arranjouum inquilino... / Outra vez (em) quediscutíamos a respeito... / Ao mesmotempo (em) que determinava essasrestrições... / No tempo (em) que osanimais falavam...

Que (= o qual). Ver o qual, página 205.Quebra-cabeça. Desta forma. Quebra-

cabeças é o plural.Que com pronome. O que atrai o pro-

nome situado na mesma oração: Foientão que se deu (e não “que deu-se”)o inusitado. / O médico que o tratouera muito competente. / A professo-ra queria que os alunos lhe obedeces-sem.

Que é, que era, que foi. Suprima a ex-pressão, sempre que possível: A polí-cia só admitirá manifestações (queforem) pacíficas. / Empresas obtêmlucros muito acima do (que era) pre-visto. / O homem (que é) esforçadovence na vida. / O ladrão (que foi)preso pela multidão conseguiu esca-par.

Quem (concordância). 1 — O verbo ficanormalmente na terceira pessoa dosingular: Fui eu quem fez o traba-lho. / Quem paga somos nós. / Fostesvós quem nos iludiu. (Há gramáticosque admitem a concordância com oantecedente: Sou eu quem pago, porexemplo. No Estado, porém, adote anorma geral.)

2 — Quando quem equivale a quepessoas, existem duas possibilidades:a) Com o verbo ser, usa-se o plural:Quem serão os responsáveis pelocrime? / Não sabia dizer quem erameles. b) Com os demais verbos, usa-se o singular: Diga quem apóia equem condena a idéia. / Dos convi-dados, não sei quem já chegou. 3 —Quando usado com valor absoluto,fica no masculino e no singular:Quem com ferro fere com ferro seráferido. / Quem tudo quer tudo perde.

4 — Pode concordar com uma palavrafeminina, quando a referência for ex-pressa e clara: Hoje em dia só fica bo-nita quem pode. / Quem for a maisesperta ganhará o prêmio.

Quem (uso). 1 — Refere-se especial-mente a pessoas: Este é o amigo comquem ele trabalha. / Quem fez a ma-téria foi um repórter especial. 2 —Pode ser usado para coisas personifi-cadas (evite, porém, esta prática):Quem os pôs a perder foi a ganân-cia. / Criticou o Ministério da Justi-ça, a quem responsabilizava pela suasituação. 3 — Como relativo (tem umantecedente ao qual se refere), é sem-pre precedido de preposição: Eis a pes-soa com quem vamos sair. / Perdeu afilha, a quem tanto amava. / Despe-diu o funcionário por quem fora des-tratado. / Era o vizinho de quemnada ouvira dizer. 4 — Pode referir-se a um plural, como equivalente a osquais, as quais, em orações destetipo: Não se dava com os vizinhos, aquem mal conhecia de vista. / Lem-brou-se então dos pais, de quem guar-dava suaves recordações. / São pes-soas a quem todos devemos respeito.5 — Por eufonia, em certos casos, ésubstituído por o qual (ver, página205): sem o qual, mediante o qual,perante a qual, segundo o qual, etc.

Quem (vírgula). Não use vírgula entreo quem e o segundo verbo que con-corda com ele: Com o tratamento,quem faz dieta pode voltar a comerde tudo. / Quem avisa amigo é. /Quem viver verá. / Quem não devenão teme. (e não: Quem faz dieta,pode voltar... / Quem avisa, amigoé. / Quem viver, verá.)

Quem com pronome. O quem atrai opronome situado na mesma oração:Quem lhe fez (e não quem “fez-lhe”)a pergunta?/ Não sei o nome de quemo procura. / É o funcionário a quemse atribuiu o trabalho.

Que nem. Aceitável apenas na lingua-gem coloquial ou em declarações. No

246Que (= o qual) Que nem

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noticiário, use como: É feio como opai.

Querer (conjugação). Pres. ind.: Quero,queres, quer, queremos, quereis, que-rem. Pret. perf. ind.: Quis, quiseste,quis, quisemos quisestes, quiseram.M.-q.-perf. ind.: Quisera, quiseras,quisera, quiséramos, quiséreis, quise-ram. Pres. subj.: Queira, queiras, quei-ra, queiramos, queirais, queiram.Imp. subj.: Quisesse, quisesses, qui-sesse, quiséssemos, quisésseis, qui-sessem. Fut. subj.: Quiser, quiseres,quiser, quisermos, quiserdes, quise-rem. Part.: Querido.

Querer (regência). 1 — Querer algumacoisa: Todos querem ganhar mais. / Ogoverno quer conter a inflação. / Elesqueriam o cargo. 2 — Querer a al-guém: Ele queria bem aos amigos. /Este é o amigo que muito lhe quer.3 — Querer alguém para ou por: Eleso queriam para (ou por) amigo. 4 —Querer, apenas: Para poder é precisoquerer.

Quer ... quer. É a forma correta: Querqueira quer não queira... / Quersejam filhos quer apenas amigos...Nunca: quer queira “ou” não queira,quer sejam filhos “ou” apenas ami-gos, etc. Pode-se usar também: ouqueira ou não queira. Neste caso, oprimeiro ou pode ser omitido: queiraou não queira...

“Que tem direito”. O certo é a que tem(tinha, teve, terá) direito: Exige tudoa que tem direito (e não “tudo quetem direito”) . / Reivindicaram asvagas a que tinham direito. / Imagi-nou as regalias a que terá direito. /Recebeu a herança a que teve direi-to.

Quilo. Ver peso, página 217.Quilo... Liga-se sem hífen ao termo se-

guinte: quiloampère, quilograma,quilômetro, quilorragia, quilossie-mens, quilowatt. O h não cai: quilo-hertz. 2 — O k só existe nas abrevia-turas: kA (quiloampère), kg (quilogra-

ma), kHz (quilohertz), km (quilôme-tro), kW (quilowatt).

Quilômetro. Ver distância, página 98.Qüiproquó. Desta forma.Quis. Não existe z nas formas do verbo

querer: quis, quiseram, quisesse, qui-seste, etc.

Quite, quites. Quite no singular e qui-tes no plural: Estou quite. / Estamosquites.

Quórum. Aportuguesado. Plural: quó-runs.

Quota. Prefira cota.Quotidiano. Prefira cotidiano.Quotista. Prefira cotista.

Rabugento. Com g: rabugento, rabugi-ce. Com j: rabujar.

Raças. Ver animais, página 37.Rádio. 1 — Palavra masculina quando

designa o aparelho ou o meio de difu-são: Meu rádio está com defeito. / Apolícia foi avisada do assalto pelorádio. / O rádio atinge milhões de pes-soas no País. 2 — É feminina quandose refere à emissora: São Paulo teráduas novas rádios. / O governo can-celou a concessão da rádio. (Cuidadocom o cacófato de “por rádio”. Paraevitá-lo, use pelo rádio.) 3 — Cominicial maiúscula antes do nome deuma emissora: Rádio Eldorado.

Radio... 1 — Prefixo que designa raio, ra-diação e transmissão pelo rádio. Emqualquer desses sentidos, liga-se aotermo seguinte sem hífen: radiocultu-ral, radiodifusão, radiorreceptor, ra-diossonda. 2 — Mantenha o o do pre-fixo quando o segundo elemento co-meçar por a, e e i: radioatividade, ra-dioator, radioemissora, radioisótopo.3 — Existe hífen em rádio-relógio.

247Querer (conjugação) Radio...

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Raios X. Prefira o plural: raios X.Rapar, raspar. Para cabelo, use apenas

rapar, que significa cortar rente:Rapou a barba. / Rapou o cabelo docalouro. Raspar significa lixar, des-bastar, tocar ou ferir de raspão: Omarceneiro raspou a madeira. / Ocarro raspou o portão. / Raspou aperna no chão.

Rasgar-se. Alguma coisa se rasga e nãorasga, apenas: A camisa rasgou-se. /Papel de seda rasga-se facilmente.

Ratificar, retificar. Ratificar significahomologar, confirmar: ratificar oacordo, ratificar a decisão. Retificarquer dizer corrigir: retificar um erro,retificar (rever) uma opinião.

Reage... Existe vírgula em todos os mo-vimentos iniciados dessa forma:Reage, São Paulo. / Reage, Cidadão.

Reabrir. Alguém reabre alguma coisa oualguma coisa reabre-se (de preferên-cia): Presidente reabre ponte hoje. /Congresso reabre-se (e não reabre)com debate da reforma.

Reagir. Regência. 1 — Alguém reage aou contra (tr. ind.): Reagiu às insi-nuações maldosas. / A opinião públi-ca reagiu contra as ameaças. 2 — Al-guém reage, apenas (intr.): Depois desofrer o segundo gol, o time reagiu eganhou a partida. / O paciente afinalreagiu.

Real. 1 — A moeda brasileira tem plu-ral regular: 1 real, 5 reais. Réis é o plu-ral de uma antiga moeda de Portugale do Brasil: mil-réis. 2 — Inicialmaiúscula para designar o plano e mi-núscula para a moeda: O Real (plano)dá sustentação ao governo. / O gover-no não pretende desvalorizar o real(moeda). 3 — Quanto ao uso damoeda, ver dinheiro, página 97.

Reaver. Conjuga-se como haver, mas sótem as formas em que existe a letra vnesse verbo: Pres. ind.: Reavemos,reaveis (não tem as demais pessoas).Imp. ind.: Reavia, reavias, reavia, etc.Pret. perf. ind.: Reouve, reouveste,

reouve, reouvemos, reouvestes, reou-veram. M.-q.-perf. ind.: Reouvera,reouveras, etc. Fut. pres.: Reaverei,reaverás, reaverá, etc. Fut. pret.: Rea-veria, reaverias, etc. Pres. subj.: Nãoexiste. Imp. subj.: Reouvesse, reou-vesses, etc. Fut. subj.: Reouver, reou-veres, reouver, reouvermos, reouver-des, reouverem. Imper. afirm.: Reaveivós. Part.: Reavido. As formas“reavê”, “reaveja”, etc., não existem.Podem ser substituídas por recupera,recupere ou recobra, recobre.

Rebuscamento. 1 — Se a simplicidade écondição essencial do texto jornalís-tico, o rebuscamento, ao contrário,tira dele toda a fluência, autenticida-de e identificação com o leitor. A tec-nologia aparece com destaque entreas fontes desse tipo de vício estilísti-co. Tenha sempre presente, por isso,que você não escreve para um públi-co específico, mas para leitores tão di-versificados como uma dona de casae um empresário, por exemplo. O quesoa familiar a este parecerá certamen-te estranho àquela.

Acompanhe, na lista abaixo, ape-nas alguns exemplos de palavras e ex-pressões que cumpre evitar a todocusto. Se uma ou outra pode até seraceita em condições especiais, namaioria, porém, elas só prejudicam otexto jornalístico. Não serve de ate-nuante o fato de algumas delas já es-tarem incluídas nos dicionários: opapel deles é esse mesmo. Ao jorna-lista compete saber escolher bem ostermos que usa e os registrados segu-ramente não se encontram entre eles(até mesmo porque grande parte delesnão figura em nenhum vocabulário dalíngua): adesivação, agenciamento,agendado, agilização, agudização,alavancagem, antenado, apoiamen-to, auditar, barqueata, bricolagem,canibalizar, carnavalizador, carrea-ta, cartelização, catapultar, catastro-fismo, coletivizar, coloquializar, con-formemente, congressual, convenia-

248Raios X Rebuscamento

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do, cooperativado, cosmopolitizar-se, culpabilizar, deletado, descons-trucionismo, descupinização, desen-quadramento, desfavelização, des-maniqueizar, desnarcotizar, desrati-zação, desregulamentação, desrepre-samento, dessacralizador, deturpan-te, dialogal, disponibilizar, elencado,elenco de medidas, embasamento,emblemático, emblematizar, emer-gencial, emocionalismo, encapsula-mento de rejeitos, energizante, exper-tisar, expressional, extrapolar, ficcio-nalizar, fisicultor, flexibilização, for-matação (de jogo), hominização,idealizante, instrumentalizar, listar,literatizante, medalhado, mentali-zação, mitologizar, mundanizar, nu-cleada (região), nobelizado, obsta-culizar, obviar, operacionalizar, opor-tunizar, oscarizado, otimização, pa-latável, parabenizar, paradigmático,parodístico, periciado, prestigiamen-to, pretensiosidade (o que existe épretensão), problematização, rebene-ficiado, rentabilizar, republicanizar,ressociabilização, sucatização, tan-talizador, tecnologizado, transfusio-nado (que recebeu transfusão), trata-tiva, trivializante, urgencializar, ver-balização, vivenciar e zerar.

2 — Em casos excepcionais, pala-vras podem ser criadas, quando as ne-cessidades do noticiário e do momen-to o exijam. Siga, porém, as regras doidioma, a eufonia e principalmente obom senso. Veja, por exemplo, algu-mas palavras bem-formadas: ambien-talista, preservacionista, conserva-cionista, superaquecimento, indexa-ção, terceirização e muito poucasmais. Evite, porém, forçar a índole dalíngua. O melhor, por isso, é usar asopções que o português já oferece:você e o jornal não estarão correndonenhum risco.

3 — Textos empolados ou força-dos. A distância que separa a origina-lidade do rebuscamento ou do textoforçado é muito pequena. Veja exem-

plos reais de textos em que o jornalis-ta, em busca da criatividade, resvaloupara imagens empoladas e de gosto al-tamente duvidoso: O primeiro tentá-culo do projeto multimídia TucanoArtes desembarca amanhã no Brasil,faz show segunda-feira no Canecão emostra trabalho na quarta em SãoPaulo. / Hoje, a jogadora Maria fazseu melhor ponto. No jogo da paixão,ela arremessa uma aliança na mãoesquerda do empresário Sérgio de Al-meida. / A taxa de desemprego naGrande São Paulo indicou o acrésci-mo de 17 mil pessoas ao universo dedesempregados da região. / Relança-mento alonga maturidade do produ-to / Eram 500 sanduíches natural-mente escoltados por 50 caixas decerveja... / Congonhas ‘engessa’ vôospara zerar atraso. / Mulheres que ha-bitaram o poder a bordo do manda-to dos maridos... / Ramo afinado deoutra árvore genealógica de caule ro-busto... / O economista, pela própriaformação, se compõe na sociedadecomo o profissional para o diagnósti-co e a lidança com o cerne da condi-ção do convívio entrelaçado entre osreinos da natureza, substâncias econdicionantes dessa social coexis-tência, de resultante a economia. / Apalavra, na sua multipluralidade sig-nificativa, vacila em posicionar defi-nitivamente a conceituação referen-te a jornalismo, pela diversidade deseus ramos.

4 — Ver também simplicidade, pá-gina 269.

“Receber das mãos”. Redundância. Usereceber, apenas: O ministro da Fa-zenda recebeu ontem do presidente(e não “das mãos” do presidente) otexto definitivo da reforma tributá-ria. Se quiser dar ênfase ao fato, acres-cente do próprio: O ministro recebeuontem do próprio presidente...

Recife. Com artigo: o Recife, no Recife.Reclamar. Regência. 1 — (tr. dir.). Exi-

gir, pedir, invocar: Reclamar seus di-

249“Receber das mãos” Reclamar

Page 250: Manual de Redação e Estilo do Estadão

reitos, reclamar justiça, reclamar re-formas, reclamar vingança, reclamarmelhores salários. 2 — (tr. ind.). Pro-testar, opor-se a: Reclamar contra ospreços altos, reclamar dos pais, recla-mar dos preços. 3 — (tr. dir. e ind.).Invocar, implorar: Reclamou justiçaao presidente. / Reclamou a ajuda doirmão. 4 — (intr.). Queixar-se, protes-tar: Se não estiver satisfeito, recla-me. / Todos reclamavam muito.

Recomendado. Formas corretas: Foi re-comendado pelo irmão. / Foi reco-mendado aos superiores. / Foi-lhe re-comendado repouso. No entanto,ninguém pode ser “recomendado afazer algo”: Os militares estão sendo“recomendados a” evitar manifesta-ções políticas (o certo, neste caso, éaconselhados). / Foi “recomendado”a manter silêncio (aconselhado, exor-tado).

Recorde. É invariável como adjetivo:marca recorde, preços recorde.

Recorrer. Recorre-se a alguém, mas re-corre-se de uma decisão: O presiden-te recorreu aos assessores para recor-rer da decisão do Supremo (e nunca:O presidente recorreu “à” decisão doSTF).

Recrear, recriar. Recrear — divertir; re-criar — transformar, criar novamen-te.

Recusar. Regência. 1 — Recusar algumacoisa (tr. dir): O deputado recusou oconvite. / O país recusou recorrer aosbancos. / Recusou sair, recusou en-trar, recusou fazer-lhe o favor. 2 — Re-cusar alguma coisa a alguém (tr. dir.e ind.): Recusou o favor aos amigos. /Recusou a ajuda aos flagelados. 3 —Recusar-se a (pron.): Recusou-se asair. / Recusou-se à imposição.

Rede. Com inicial maiúscula e emcorpo normal: Rede Globo, RedeManchete.

Refazer. Conjuga-se como fazer (ver, pá-gina 127).

Referendo. E não “referendum”.

“Referido”. Use esse deputado, essa pu-blicação, em vez de “referido deputa-do”, “referida publicação”, etc.

“Referir que”. Alguém refere algumacoisa, mas não refere que.

Refletir-se. Alguma coisa se reflete enão reflete, apenas: A denúncia refle-tiu-se no Congresso. / A crise refletiu-se na economia como um todo. / ALua refletiu-se no lago.

Refrão. Plural: refrãos (prefira) e refrães.Atenção: a forma “refrões” não exis-te.

Regência. Este manual relaciona apenasa regência mais usual dos verbos,substantivos e adjetivos ou as formasque possam dar maior margem a dú-vidas, definindo-se, em alguns casos,por uma delas, entre duas ou maispossíveis. Para as palavras não previs-tas neste volume, consulte o Dicioná-rio de Verbos e Regimes, o Dicioná-rio de Regimes de Substantivos e Ad-jetivos (ambos de Francisco Fernan-des), o Dicionário Prático de Regên-cia Verbal e o Dicionário Prático deRegência Nominal (os dois últimosde Celso Pedro Luft), além, evidente-mente, dos dicionários comuns, entreos quais o Caldas Aulete e o Aurélio.

Regência diferente. 1 — Só é possíveldar o mesmo complemento a dois oumais verbos se eles tiverem regênciaidêntica: Encontrou-se e jantou como amigo (encontrou-se com o amigoe jantou com o amigo). / A Argentinacongela e reajusta preços e salários(congela os e reajusta os). / Subiu edesceu pela escada (subiu pela e des-ceu pela). / Confiava e acreditava nosfilhos (confiava nos e acreditava nos).

2 — Se a regência for diferente, essetipo de oração estará errado, comonos exemplos seguintes: Li e gostei doartigo (li o artigo e gostei do artigo). /Deputado ataca e pode romper como prefeito (ataca o e pode rompercom). / Polícia identifica e pede a pri-são dos assaltantes (identifica os epede a prisão dos). / Não conheço

250Recomendado Regência diferente

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nem me interesso pelo seu trabalho(não conheço o e não me interessopor). / Venha ver, ouvir e dançar como grupo X (ver o, ouvir o e dançarcom). Opções: Li o livro e não gosteidele. / Não conheço o seu trabalhonem me interesso por ele. / Venha vere ouvir o grupo X e dançar com ele.Caso a frase soe mal, estruture-a deoutra forma.

3 — Como exceções, admite-seapenas o uso de entrar e sair, a favorou contra e antes, durante e depois,por constituírem praticamente frasesfeitas: Ele vive entrando e saindo dotime. / Você é a favor ou contra a novalei? / Antes, durante e depois da reu-nião, houve muitas discussões.

Região metropolitana. Iniciais minús-culas: A região metropolitana de SãoPaulo. / O governo quer ampliar o nú-mero de regiões metropolitanas.

Regiões do Brasil. 1 — Use inicialmaiúscula no nome das regiões brasi-leiras: Região Sul, Região Norte, Re-gião Leste, Região Centro-Oeste, Re-gião Oeste, Região Sudeste, RegiãoNordeste (ou, de preferência, apenasNorte, Sul, Leste, Centro-Oeste,Oeste, Sudeste e Nordeste). Também:as Regiões Norte e Nordeste. 2 — Ofi-cialmente as regiões brasileiras sãocinco, com a seguinte divisão: Norte— Acre, Amapá, Amazonas, Pará,Rondônia, Roraima e Tocantins; Nor-deste — Alagoas, Bahia, Ceará, Mara-nhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí,Rio Grande do Norte e Sergipe; Cen-tro-Oeste — Distrito Federal, Goiás,Mato Grosso e Mato Grosso do Sul;Sudeste — Espírito Santo, Minas Ge-rais, Rio de Janeiro e São Paulo; Sul —Paraná, Santa Catarina e Rio Grandedo Sul. 3 — Fernando de Noronha dei-xou de ser território e voltou a fazerparte de Pernambuco. 4 — Ver tam-bém Estados, página 116.

Regionalismos. 1 — Não encampe, nonoticiário, termos que, embora co-muns em alguns Estados, não sejam

usados no restante do País (entre pa-rênteses, a forma a adotar): gari (lixei-ro), lanterneiro (funileiro), bombeiro(encanador), mafuá (parque de diver-sões), guri (menino), sinaleira (sinal),borracha (esguicho), passeio (calça-da), aipim ou macaxeira (mandioca),de ponta-cabeça (de cabeça parabaixo), jabá (carne-seca, carne-de-solou charque, conforme o caso), etc.

2 — Evite ainda regionalismos tí-picos de São Paulo: farol (use sinal),guia (meio-fio), etc.

3 — Lembre-se, finalmente, de quemoleque, na maioria dos Estados,tem o sentido de menino marginal.Por isso, evite a palavra.

“Registrar que”. Não existe essa forma:O deputado “registrou que” o Brasildeve 120 bilhões de dólares. Use: Odeputado disse, ressaltou, afirmouque...

“Regra geral”. Redundância. Toda regraé uma generalização.

Regredir. Conjuga-se como agredir(ver, página 34).

Regularizar. Regulariza-se a situação deuma pessoa e não essa pessoa. Assim:O clube já regularizou a situação deZezinho na CBF. E não: O clube já“regularizou” Zezinho na CBF. Damesma forma: regularizar a situaçãodos brasileiros nos EUA. E não: “Re-gularizar os brasileiros” nos EUA.

Reino Unido. Compreende a Inglaterra,a Irlanda do Norte, a Escócia e o Paísde Gales.

Reitor. Feminino: reitora. Forma de tra-tamento: Magnífico Reitor, Magnífi-ca Reitora (aceitáveis apenas emtranscrições).

Reivindicar. É mais forte que pedir ousolicitar, equivalendo a reclamar, exi-gir: Os sindicatos reivindicam au-mento. / O povo reivindicava seus di-reitos. Formas corretas: reivindicar,reivindicação (nunca “reinvidicar”,“reinvidicação”, “reinvindicar” ou“reinvindicação”).

251Região metropolitana Reivindicar

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Relações públicas. Sem hífen, designa aatividade: Ele trabalha em relaçõespúblicas. Com hífen, identifica o pro-fissional: Ele é o relações-públicas daempresa.

Relâmpago. Use como adjetivo quandovier depois de um substantivo: tor-neio relâmpago, comícios relâmpa-gos.

“Relatar que”. Alguém relata algumacoisa, mas não relata que.

Remediar. Conjuga-se como odiar (ver,página 203): remedeio, remedeia, re-medeiam, remedeie, etc.

Remédio. Remédio para — ajuda a fun-ção de um órgão: remédio para o co-ração, para o estômago. Remédiocontra — combate uma doença: re-médio contra a aids, contra a gastri-te.

Remissão. 1 — Quando um texto fizerreferência a outro publicado namesma página, é obrigatório remetero leitor a ele com indicações em itá-lico como: ver ao lado, ver acima, verabaixo, íntegra ao lado, etc. Exem-plos: Depois do encontro que manti-veram ontem com dirigentes da CBF(ver ao lado), os representantes daFifa... / Ao divulgar o texto do seu“manifesto à Nação” (íntegra abaixo),o deputado...

2 — Se por alguma razão notíciasque tenham relação entre si forem pu-blicadas em editorias diferentes, con-vém alertar o leitor para o fato pormeio de chamada no pé do texto ouboxe em negrito e formato especial:Outras notícias sobre a greve na pági-na C5. / Íntegras dos decretos na pá-gina B8. / A mensagem do governadorà Assembléia está na página A12.

3 — Referências ligeiras, no entan-to, podem ser feitas no próprio texto:Na entrevista, o governador mencio-nou também as invasões de terras noPontal do Paranapanema (ver noticiá-rio na página 14)...

Render. Use dominar, e não “render”,que é jargão policial, em frases como:

Ladrões dominam (e não “rendem”)50 pessoas e roubam banco. / Os mo-radores foram dominados (e não“rendidos”) pelos assaltantes.

Renomado. Prefira famoso ou célebre,palavras mais jornalísticas.

Renovar. Exige complemento: O joga-dor renovou o contrato com o clube.E não apenas: O jogador renovou como clube.

Renunciar. 1 — Prefira a regência indi-reta: O ministro renunciou ao cargo. /O ermitão renunciara aos prazeresda vida. / Renunciou à vida, renun-ciou à fama, renunciou a um direito.2 — Pode também dispensar comple-mento: Jânio Quadros renunciou em1961..

Repelir. Conjugação. Pres. ind.: Repilo,repeles, repele, repelimos, repelis, re-pelem. Pres. subj.: Repila, repilas, re-pila, repilamos, repilais, repilam.Imper. afirm.: Repele, repila, repila-mos, repeli, repilam. Os demais tem-pos são regulares.

Repercussão. 1 — A maior ou menorimportância de um fato determina asua repercussão e, ao mesmo tempo,o número de linhas e retrancas que ojornal deverá dedicar ao seu desdobra-mento. Qualquer acontecimento temsempre dois tipos de repercussão, anatural e a provocada.

2 — A repercussão natural é aóbvia. Numa acusação, por exemplo,ouvir a outra parte. Numa demissãoinjusta ou inesperada, procurar a víti-ma. No despejo dos moradores de umprédio, falar com eles.

3 — A repercussão provocada é aque deve ser planejada pelos pautei-ros e vai além do óbvio. Numa acusa-ção, por exemplo, além da parte atin-gida, poderão ser ouvidos outros seto-res. Idem numa demissão injusta ouinesperada. No despejo dos morado-res de um prédio, entrevistar os vizi-nhos ou autoridades.

4 — Qualquer tipo de fato se pres-ta a repercussão. Por isso, procure se-

252Relações públicas Repercussão

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lecionar bem aqueles que realmentea mereçam, por afetar a vida do País,do Estado, do município ou de umacomunidade, e fuja ao que se podeconsiderar a “síndrome da repercus-são”. Afinal, nem todo assunto a jus-tifica.

5 — Numa repercussão, leve emconta, entre outros, os seguintes fato-res: a) as pessoas ouvidas devem terrelação com o fato ou autoridade paraopinar a respeito; b) numa repercus-são é natural que o leitor compare oque os vários entrevistados dizem —por isso, para que não haja favoreci-mentos ou injustiças com eles, con-vém que você faça perguntas seme-lhantes a todos; c) se o assunto justi-ficar ampla repercussão, ela deveráser a mais variada possível, ouvindo-se todos os setores nele envolvidos(trabalhadores, empresários e gover-no, por exemplo, num fato econômi-co); d) lembre-se de que a populaçãoé diretamente afetada pela maioriados acontecimentos, sejam eles o lan-çamento de um grande plano econô-mico ou uma simples mudança detrânsito — por isso ela nunca deve seresquecida nas repercussões; e) pro-cure informar-se sobre o fato cuja re-percussão você vai cobrir, para nãocorrer o risco de saber menos que oentrevistado sobre o assunto; f) prepa-re habitualmente uma relação exten-sa de pessoas a ouvir, pois raramentevocê conseguirá falar com todos aque-les cuja opinião pretendia colher e ésempre recomendável ter nomes dereserva; g) a diversidade permitiráainda que você reúna um número ra-zoável de declarações para escolherentre elas apenas o essencial ou asmelhores; h) finalmente, tente ser ori-ginal nas perguntas e não limitar-sesomente ao óbvio.

Repercutir. Alguma coisa repercute,mas não se pode repercutir algumacoisa. Assim: As declarações do pre-sidente repercutiram intensamente.

Não escreva, porém: O repórter “re-percutiu”, no Congresso, as declara-ções do presidente. A opção: O repór-ter fez a repercussão, no Congresso,das declarações do presidente.

Repetições. Não transforme em preo-cupação obsessiva o receio de repetirpalavras na mesma frase ou muitopróximas entre si. Se você já usou hos-pital e estabelecimento, por exemplo,recorra novamente a um deles, caso otexto exija, e nunca a “nosocômio”.Atente, no entanto, para uma série deverbos ou partículas cujo empregoabusivo chega, por vezes, a compro-meter a matéria:

1 — Que. Talvez o caso maiscomum, pelo fato de o que exercer di-versas funções na frase. Nem por isso,porém, se justificam períodos como:Smith é o líder da organização PTL,que tem 500 mil seguidores que, reli-giosamente, contribuem com 15 dó-lares todos os meses, o que dá umarenda mensal de 7,5 milhões de dó-lares; ele teve de admitir nos últimosdias que realmente teve um envolvi-mento sexual em 1980 com uma se-cretária de sua igreja e que foi extor-quido em 11 mil dólares para que oescândalo não fosse revelado. / Nãoexiste um só acontecimento históri-co que se possa supor que seja conhe-cido de todos. / A refém disse que foipuxada do carro e que conseguiu ar-rancar a filha. / O proprietário dacasa alegou que não violou a lei e quesó quis construir um jardim. / A re-presália que todos temem que o paíspossa sofrer por parte dos credores...

2 — Ser. Outro campeão de repeti-ções, especialmente nas flexões é,são, era, eram, foi, foram, será, serão,seria e seriam: Para a torcida que foiao Morumbi domingo, o resultado foiconsiderado bom, uma vez que,numa situação normal, o empate po-deria ter sido ruim, mas seria impos-sível exigir mais do time naquelascondições. / Eles serão os primeiros a

253Repercutir Repetições

Page 254: Manual de Redação e Estilo do Estadão

ser avisados. / Fulana, que é irmã deY, é uma boa atriz e é muito eficien-te no espetáculo que está sendo apre-sentado no Teatro Paiol.

3 — Ter e estar. Mais dois verbosusados com pouca moderação: Eleteve de admitir nos últimos dias querealmente teve ... / O mandato dopresidente já está definido e é umaquestão que deveria estar encerrada.

4 — Já. Os dois países já destaca-ram funcionários para cuidar daagenda do encontro, já que um dostemas já definidos é...

5 — Vai, vão. A carne bovina vaifazer parte da tabela que a Sunab vaidivulgar até o fim da semana, masnão vai subir mais de 10%, segundo...

6 — Para. No caminho para o ele-vador, pararam para ver... / Para dis-farçar, às vezes usam crianças paraganhar confiança... / O compositorrecebeu R$ 3 milhões para ceder suamúsica para o comercial e mais R$300 mil para aparecer na TV.

7 — Um, uma, seu, sua e cujo. Sãooutros termos que se repetem comfreqüência muito superior ao admis-sível.

Repetir. Conjuga-se como aderir (ver,página 32).

Repetir de novo ou outra vez. Redun-dância. Repetir já significa fazer denovo ou outra vez. Assim, repete-se,apenas, uma frase, um erro, umaconstrução. Pode-se, no entanto, re-petir de novo ou outra vez um fato seele já foi (1) praticado e (2) repetido.

“Repetir o mesmo”. Mais uma redun-dância (não se repete outro). Escrevaapenas: O técnico repetirá o time (enão “o mesmo time”) de domingo.

Reportagem. A reportagem pode serconsiderada a própria essência de umjornal e difere da notícia pelo conteú-do, extensão e profundidade. A notí-cia, de modo geral, descreve o fato e,no máximo, seus efeitos e conseqüên-cias. A reportagem busca mais: par-tindo da própria notícia, desenvolve

uma seqüência investigativa que nãocabe na notícia. Assim, apura não so-mente as origens do fato, mas suas ra-zões e efeitos. Abre o debate sobre oacontecimento, desdobra-o em seusaspectos mais importantes e divide-o,quando se justifica, em retrancas di-ferentes que poderão ser agrupadasem uma ou mais páginas. A notícianão esgota o fato; a reportagem pre-tende fazê-lo. Na maior parte doscasos, a reportagem decorre de umapauta que a chefia encaminha ao re-pórter, mas é comum o próprio repór-ter escolher um assunto e sugeri-loaos superiores.

Há algumas instruções fundamen-tais que todos os repórteres podem se-guir para que suas reportagens aten-dam às expectativas do leitor:

1 — Escolha uma abertura atraen-te, que prenda o leitor.

2 — Mesmo que a reportagem sejasobre assunto já conhecido, procureiniciar o texto com algum fato novoou que tenha passado despercebido.

3 — Se sua reportagem tiver come-ço, meio e fim, será muito maior apossibilidade de que o leitor consigaacompanhá-la sem esforço e semlargá-la no meio.

4 — Ordene os fatos. Eles são mui-tos numa reportagem e, por isso, de-verão ser agrupados em blocos queguardem relação entre si.

5 — Não confie na memória: anotetudo que vir ou ouvir. Na hora de es-crever o texto final, será sempre pre-ferível ter material em excesso a fal-tarem informações para completar areportagem.

6 — Seja rigoroso na apuração dosfatos e na seleção dos dados. Confirae verifique todos os detalhes. Em casode dúvida, faça consultas posteriorescom especialistas, vá ao Arquivo.Tudo se justifica para que a reporta-gem não contenha nenhum erro ouinformação incompleta.

254Repetir Reportagem

Page 255: Manual de Redação e Estilo do Estadão

7 — Informações de ambiente,quando relacionadas com os fatos des-critos na reportagem, contribuempara enriquecê-la e torná-la mais vivae completa.

8 — Sempre que possível, procuresaber o máximo sobre o assunto quevai transformar em reportagem. Vocêse sentirá muito mais seguro dessaforma.

9 — Trace um roteiro para as gran-des reportagens; caso contrário, vocêpoderá perder-se na coleta dos dados.

10 — Faça o mesmo para redigir areportagem: se ela for de pequena ex-tensão, poderá ser ordenada mental-mente, o que se consegue com a ex-periência. Reportagens muito longas,porém, de uma página ou mais, devemser antecipadamente divididas em re-trancas estanques, para que o traba-lho se torne mais fácil.

11 — Considere a pauta da repor-tagem apenas um roteiro ou indica-ção (a menos que você tenha instru-ções terminantes para não se desviardo assunto); sua sensibilidade diráquando você pode dirigir a reporta-gem para caminhos jornalisticamen-te mais compensadores.

12 — Colha todas as versões quepuder para o mesmo fato, confronte-as e, a partir daí, selecione as mais ve-rossímeis. Se for absolutamente im-possível optar por algumas delas, re-gistre-as e mostre ao leitor os contras-tes.

13 — Confie especialmente no queviu. Informações obtidas de outraspessoas devem ser incluídas com cau-tela e critério no texto, mencionando-se sempre a fonte. Caso esta não possaaparecer, tente conferir a informaçãocom outra fonte. Lembre-se: a distân-cia entre o furo e a barriga é muitopequena.

14 — Selecione, se possível, maisde um especialista ou entrevistadoque você conte incluir na reportagem;

nem sempre você vai conseguir falarcom aquele que quer.

15 — Finalmente, pense sempreque os assuntos são cíclicos no noti-ciário. Por isso, uma consulta ao Ar-quivo, antes de você começar a prepa-rar a reportagem, o ajudará a buscarângulos novos e a não repetir aquiloque o jornal já explorou exaustiva-mente.

Represa. Inicial maiúscula: Represa Bil-lings.

Reproduzir-se. Alguém ou alguma coisase reproduz e não reproduz apenas:O clã reproduziu-se rapidamente. /Boas idéias nem sempre se reprodu-zem como deveriam.

Réptil. Use esta forma. Plural: répteis.República. Inicial maiúscula quando a

palavra representa o Brasil ou a datahistórica: o presidente da República,a Proclamação da República.

República Checa. E não “Tcheca”.Requerer. Conjugação. Pres. ind.: Re-

queiro, requeres, requer. Pret. perf.ind.: Requeri, requereu, requereram.M.-q.-perf. ind.: Requerera. Fut. ind.:Requererei, requererá. Fut. pret.: Re-quereria. Pres. subj.: Requeira, re-queiramos. Imp. subj.: Requeresse.Fut. subj.: Requerer, requereres.Part.: Requerido. Como se vê, NÃOsegue a conjugação de querer.

“Requintes de crueldade”. Lugar-comum. Não use.

Residir em. Use a forma residir em e nãoresidir a: Reside na Rua da Consola-ção. / Residia numa casa luxuosa.Sempre que possível, porém, prefiramorar em.

Resistir. 1 — Quem resiste resiste a: Re-sistiu às intempéries. / Resistiu àspressões. 2 — Por isso, existe a formaresistir-lhe: Não conseguiu resistir-lhe. Nunca, porém, “resisti-lo” ou “re-sisti-la” (como, por exemplo, na frase:A pressão é enorme e, para “resisti-la”...).

255Represa Resistir

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Responder. 1 — No sentido de dar res-posta a alguém ou a alguma coisa, usea regência indireta: Responder àcarta, responder ao ofício, responderao documento, responder às calú-nias, responder ao desafio, responderao esforço, responder aos tiros, res-ponder pelos atos, respondeu-lhe semdemora. 2 — Como transitivo diretosignifica dizer em resposta: Respon-deu o que queria. / Respondeu quenão aceitava a proposta. 3 — Podeainda ser transitivo direto e indireto:Respondeu-lhe que pretendia mudarde emprego. 4 — Como dar respostaa, pode ainda ser intransitivo (semcomplemento): Todos os chamaram,mas ninguém respondeu. 5 — Apesarde transitivo indireto, admite a vozpassiva com o mesmo significado dedar resposta a: A carta foi respondidapelo secretário.

Ressarcir. Só tem as formas em que aoc se segue i: ressarciu, ressarcimos,ressarcissem. Por isso não existe “res-sarce”, que pode ser substituído porindeniza, compensa ou mesmo paga.

Ressentir. Conjuga-se como mentir(ver, página 177).

Restabelecer. E não “reestabelecer”. Restar. Concordância normal: Sabia

que lhe restavam apenas dois mesesde vida. / Não restaram dúvidas aospolíticos.

Resto. Por causa do sentido pejorativo,evite frases como “o resto” da popula-ção, “o resto” da cidade, “o resto” dossoldados, “o resto” dos habitantes.Use os demais habitantes, na outraparte da cidade, os soldados sobrevi-ventes e formas semelhantes.

Restringido, restrito. Restringido podeser usado tanto com ser e estar quan-to com ter e haver: O uso de carrosoficiais foi restringido. / O governotinha restringido o uso de carros ofi-ciais. Com ser e estar, admite-se tam-

bém o emprego de restrito: O uso decarros oficiais estava restrito.

Resultar. 1 — Resultar não pode viracompanhado de adjetivo ou particí-pio em frases como: Tanto esforço re-sultou inútil. / A festa resultou bri-lhante. / O filme resultou aborreci-do. No lugar, podem-se usar: foi, tor-nou-se, veio a ser, fez-se, saiu-se. 2 —Jornalisticamente o verbo tem trêsusos mais comuns: a) Provir: Do pri-meiro casamento, resultaram-lhedois filhos. b) Tornar-se, redundar: Asnegociações resultaram em fracasso.c) Ser conseqüência ou efeito: A deci-são resultou do consenso.

Reter. Atenção para algumas formas: re-tinha (e não “retia”); reteve, retive-ram (e não “reteu”, “reteram”); retive-ra (e não “retera”); se ele retivesse (enão se ele “retesse”); se ele retiver (enão se ele “reter”).

Reticências. Indicam uma hesitação nafrase ou a falta de conclusão de umaidéia. Têm valor essencialmente lite-rário e devem ser evitadas nas notí-cias, para não lhes dar o caráter de in-definição. Jornalisticamente, as reti-cências são admitidas nestes dois ca-sos:

1 — Nas legendas em seqüência: Otouro enfurecido investe contra ospopulares ... / ... e é contido por umtoureiro improvisado.

2 — Entre parênteses, para indicarque uma citação foi interrompida eretomada mais adiante: Diz o estudo:“A população brasileira é comedidae repele os extremos. Teme os parti-dos de direita ou de esquerda. (...)Está sujeita, porém, à sedução dos lí-deres carismáticos que, ao longo dosanos, tem elegido com certa constân-cia.”

Retificar. Ver ratificar, retificar, página248.

Retornar (ligação). Essa regência nãoexiste. Por isso, escreva que alguémrespondeu ou não à ligação e não que“retornou a ligação”.

256Responder Retornar (ligação)

Page 257: Manual de Redação e Estilo do Estadão

257

Retorquir. Conjugação. Só tem as for-mas em que ao qu se segue e ou i: re-torquem, retorquiram, etc.

Retrair. Conjuga-se como cair (ver, pá-gina 55).

Réveillon. Inicial minúscula e acento:Ia participar da festa do réveillon.

Rever. Conjuga-se como ver (ver, pági-na 297).

Revertido. Escreva apenas que a rendade alguma promoção reverterá em be-nefício de uma instituição, e não que“será revertida”: o verbo é indireto enão pode ter voz passiva.

Revés. Com s. Plural: reveses.Revezamento, revezar. Com z.Ribeirão. Inicial maiúscula: Ribeirão

das Lajes. Rindo à toa. Lugar-comum. Evite.Ringue, rinque. Ringue — tablado onde

os pugilistas lutam; rinque — pista depatinação.

Rio. 1 — Prefira Rio, apenas (e não Riode Janeiro), para designar tanto a ci-dade como o Estado: o Rio, o Estadodo Rio. 2 — Use inicial maiúscula noacidente geográfico: Rio Tietê.

Rir. Conjugação. Pres. ind.: Rio, ris, ri,rimos, rides, riem. Imp. ind.: Ria, rias,ria, ríamos, ríeis, riam. Pret. perf.ind.: Ri, riste, riu, rimos, ristes, riram.Pres. subj.: Ria, rias, ria, riamos, riais,riam. Imper. afirm.: Ri, ria, riamos,ride, riam; etc.

Ritmo da frase. 1 — Toda oração, a nãoser em casos especiais, tem um nú-cleo básico, constituído de sujeito,predicado e complementos. Para queo leitor não tenha sua atenção inter-rompida por frases e adjuntos interca-lados, procure seguir essa ordem na-tural. O texto terá maior fluência eserá mais linear, dispensando o leitorde esforços adicionais para apreenderrapidamente o sentido da frase. Emoutros casos, elementos da oraçãopodem ser deslocados para dar-lhemaior clareza ou para eliminar ambi-

güidades. E, ainda, para garantir me-lhor ritmo à frase.

Sinta, nesta extensa relação deexemplos, todos reais, como as for-mas entre parênteses são muito maisdiretas, explícitas e objetivas que asoriginais: A pior chuva da década pa-ralisa há cinco dias Curitiba (parali-sa Curitiba há cinco dias). / Ministropromete tratar com rigor funcionalis-mo (tratar funcionalismo com ri-gor). / Café eleva a US$ 2 bilhõessaldo comercial (eleva saldo comer-cial a US$ 2 bilhões). / Ministro con-sidera discussão sobre mandato irre-levante (irrelevante discussão sobremandato). / Vigias matam no ABCseis menores a tiros e facadas (matamseis menores a tiros e facadas noABC). / Os brasileiros assistirão aosJogos Pan-Americanos pela televisão,que serão abertos... (assistirão pelatelevisão aos Jogos Pan-Americanos,que serão abertos...) / Mulher é quaselinchada por matar o filho (quase élinchada...). / Ele sabe preparar comoninguém peixes (sabe preparar peixescomo ninguém). / Altos salários pa-garão em 97 mais impostos (pagarãomais impostos em 97). / Brasil tentamostrar que é o melhor do mundocontra Rússia (Brasil tenta mostrarcontra Rússia que é o melhor domundo). / Aluguel caro põe em fugainquilinos (põe inquilinos em fuga). /Já está pronto o novo livro sobre o Bra-sil de Thomas Skidmore (o novo livrode Thomas Skidmore sobre o Bra-sil). / Não será surpresa se o ano co-meçar com uma visita ao Brasil dopapa (visita do papa ao Brasil). / Alesão do cavalo pode condená-lo aparar de correr irremediavelmente(pode condená-lo irremediavelmen-te a parar de correr). / Refrigerantesestão mais caros 40% (40% maiscaros). / A campanha de combate aosratos da Prefeitura recebeu... (A cam-panha da Prefeitura de combate aosratos recebeu...).

Retorquir Ritmo da frase

Page 258: Manual de Redação e Estilo do Estadão

2 — Quando uma oração se desdo-brar em outra, coloque a circunstân-cia de lugar no fim da primeira, parapoder encadear as proposições: Este-ve em 1977 no Brasil, onde deu umasérie de conferências (e não esteve noBrasil em 1977, onde deu...).

3 — A colocação do adjetivo aolado do substantivo pode também tor-nar as frases mais fluentes: fita ame-ricana de ação (e não fita de açãoamericana), seleção feminina de vo-leibol do Brasil (e não seleção de vo-leibol feminina do Brasil), etc.

4 — Ver também colocação daspalavras na oração, página 64, colo-cação dos termos na oração, página65, e colocação pronominal, página67.

RJ. Use a sigla apenas em títulos, quan-do necessário, para substituir o Esta-do do Rio. Para a cidade, use Rio, quetem o mesmo número de sinais eevita confusões.

Rockefeller. Desta forma.Rodovias. Adapte o nome à grafia atual:

Rodovia Castelo (e não “Castello”)Branco, Rodovia Osvaldo (e não “Os-waldo”) Cruz.

Roer. Conjuga-se como moer (ver, pági-na 180).

Romano... Liga-se com hífen ao ele-mento seguinte na formação de adje-tivos pátrios: romano-árabe, roma-no-germânico. Nos demais casos: ro-manófilo, romanologia.

Romeno. 1 — É o natural da Romênia(não existem as formas “rumano” e“Rumânia”). 2 — Exige hífen na for-mação de adjetivos pátrios: romeno-búlgaro, romeno-russo.

Romper-se. Alguma coisa rompe-se enão rompe, apenas: A tubulacão rom-peu-se com as chuvas. / A terra rom-peu-se com o abalo.

Rosh Hashaná. É o ano-novo judaico.Rota de colisão. Lugar-comum. Não

use.Roubo. Ver furto, roubo, página 132.

“Round”. Prefira assalto.Rua. Inicial maiúscula: Rua Augusta. Rubrica. Sem acento (pronuncia-se ru-

bríca).Rufião. Flexões: rufiona, rufiões (prefi-

ra) e rufiães.Ruir. Conjugação. Não tem as formas

em que ao u se seguiria a ou o, masapenas aquelas com e ou i: rui, ruem,ruiu, etc.

Rupia. Sem acento (moeda).Rush. Plural: rushes.Russo... Liga-se com hífen ao elemento

seguinte na formação de adjetivos pá-trios: russo-americano, russo-bran-co. Nos demais casos: russofilia, rus-sofobia, russofônico.

S. É a abreviatura tanto de São (S. Paulo)como de Santo (S. Antônio) e Santa(S. Catarina).

S.A. Abreviatura correta de SociedadeAnônima (e não “S/A”, a menos queuma empresa adote esta forma). Oplural é S.As.: lei das S.As.

Saara. Sem h nem acento. Adjetivo: saa-riano.

Sabá. Desta forma, para designar o des-canso dos judeus ou assembléiade bruxas (e não “shabbath” ou“sabbat”).

Saber. Conjugação. Pres. ind.: Sei,sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem.Pret. perf. ind.: Soube, soubeste,soube, soubemos, soubestes, soube-ram. M.-q.-perf. ind.: Soubera, soube-ras, soubera, soubéramos, soubéreis,souberam. Pres. subj.: Saiba, saibas,saiba, saibamos, saibais, saibam. Imp.sub.: Soubesse, soubesses, soubesse,soubéssemos, soubésseis, soubes-sem. Fut. subj.: Souber, souberes,

258RJ Saber

Page 259: Manual de Redação e Estilo do Estadão

souber, soubermos, souberdes, soube-rem. Os demais tempos são regulares.

Sabichão. Flexões: sabichona e sabi-chões.

“Sacana”. Vulgaridade. Não use, assimcomo “sacanagem”, “sacanear”, etc.

Sacar. Alguém saca dinheiro ou sacauma arma. Mas não escreva que o téc-nico “sacou o jogador do time” nemque o jogador “foi sacado do time”.Use, neste caso, tirar ou substituir.

Sacerdote. Feminino: sacerdotisa.Sacristão. Flexões: sacristã, sacristães

(prefira) e sacristãos.Sacudir. Conjuga-se como acudir (ver,

página 31).Safado. Evite. Aceitável apenas em de-

clarações, e entre aspas.“Safra agrícola”. Redundância. Use

safra de grãos, de leguminosas, etc.Ou, no sentido figurado, safra de ro-mances, de best sellers.

Saint. Os nomes com Saint em francêstêm hífen: Saint-Laurent, Paris Saint-Germain.

Sair. 1 — Conjuga-se como cair (ver, pá-gina 55). 2 — Cuidado com o duplosentido nos títulos quando se empre-ga o verbo como sinônimo de ser di-vulgado. Assim, use a palavra nomeem frases como: Nomes de ministrossaem domingo (em vez de Ministrossaem domingo, construção que podedar a idéia de que eles se afastam docargo).

Sair-se melhor ou pior. Sair, nesses ca-sos, é sempre pronominal e melhorpermanece invariável: Os que se saí-ram melhor (e não “melhores”)foram... / Os jogadores saíram-se pior(e não “piores”) do que o previsto.

Salários. Faça a distinção: salário — oque recebe o funcionário de uma em-presa privada ou o funcionário públi-co contratado com base na CLT; ven-cimentos — nome dado aos proventosdos funcionários públicos munici-pais, estaduais e federais, inclusivedos militares e dos juízes; subsídios

— ganhos dos vereadores, deputadosestaduais e federais e senadores; soldo— parte fixa dos vencimentos dos mi-litares.

Saldar, saudar. Saldar significa pagar,amortizar: Saldou a dívida. Saudarequivale a cumprimentar: Saudou aspessoas presentes.

Saldo. Não use saldo para acidentes, in-cêndios, tumultos, etc., em frasescomo: O “saldo” do acidente foramX mortes.Uma opção: O acidente dei-xou 3 mortos e 12 feridos.

Salto. E não “Salto de Itu”.Salvado, salvo. Use salvado com ter e

haver e salvo, com ser e estar: Tinha(havia) salvado, foi (estava) salvo.

Salvo. Concordância. Ver exceto, pági-na 122.

Salvo o caso. E não “salvo no caso”:Salvo (excetuado, salvado, afora) ocaso dos menores, a polícia prometeureprimir com rigor a agitação.

Samba-enredo. Plural: sambas-enredo.Sambódromo. Inicial minúscula: O des-

file será amanhã no sambódromo.San. Não traduza a palavra nos nomes

geográficos. Assim, San Diego, SanJosé, San Marino, San Salvador.Única exceção: São Francisco (EUA).

Sanção, sancionar. Cuidado com o sen-tido da frase, pois sanção apresenta,ao mesmo tempo, significados opos-tos, facilmente confundíveis: 1 —Equivale a aprovação ou promulgação(O projeto obteve a sanção do presi-dente) e genericamente a confirma-ção, ratificação (A palavra ainda nãotem a sanção do uso). 2 — Correspon-de, inversamente, a punição, pena:sanções contra os grevistas, sançõesda ONU contra os dois países. 3 —Sancionar, porém, deve ser usadoapenas no sentido positivo: sancionaruma lei, sancionar a decisão da as-sembléia, etc.

Sandeu. Feminino: sandia.Sanear (finanças). Para finanças, admi-

nistração, governo ou corrupção, use

259Sabichão Sanear (finanças)

Page 260: Manual de Redação e Estilo do Estadão

sanear, e não “sanar”: Sanear as fi-nanças do País, sanear a administra-ção estadual, sanear a corrupção nogoverno, sanear o governo federal.

Santo, São. 1 — Usa-se Santo quando onome começa por vogal ou h: SantoAntônio, Santo Estêvão, Santo Hen-rique. Exceções: Santo Tomás deAquino, Santo Jeremias, Santo Tirso,Santo Cristo, Santo Jó. O papa tam-bém é o Santo Padre (evite esta forma,porém). 2 — São vale para todos osnomes iniciados por consoante: SãoBento, São Carlos, São José. 3 — Parao feminino, só há uma forma, Santa:Santa Inês, Santa Helena. 4 — Abre-viatura oficial: S. (tanto para Sãocomo para Santo e Santa). Não use“Sto.” e “Sta.”, portanto.

São-paulino. E não “sampaulino” nem“sãopaulino”. Plural: são-paulinos.

São Paulo (locais). Não se deixe levarpelas placas: adapte o nome dos locaisde São Paulo às normas do Formulá-rio Ortográfico. E veja quando elesdevem ou não ter preposição: ArturAlvim (sem h), Bexiga (e não Bixiga),Butantã, Campos Elísios, ErmelinoMatarazzo, Guaianases, Mooca (semacento), Santa Ifigênia, Marginal doPinheiros, Marginal do Tietê (não useas formas Marginal do Rio Pinheirose Marginal do Rio Tietê ou MarginalPinheiros e Marginal Tietê), Parquedo Ibirapuera, Largo Paiçandu, Pátiodo Colégio, Brigadeiro Luís Antô-nio, Eça de Queirós, Enéias (e nãoEnéas) Carvalho de Aguiar, Domin-gos de Morais, Gasômetro, JuscelinoKubitschek, Luís Gama, Pais de Bar-ros, Pais Leme, Paraguaçu, Turiaçu,Venceslau Brás, Washington Luís,etc.

São Vicente de Paulo. De Paulo e não dePaula. Não confundir com São Fran-cisco, este sim de Paula.

Satisfazer. 1 — Admite tanto a regênciadireta como a indireta. Por questão deuniformidade, prefira a direta no sen-tido de atender, contentar, realizar,

cumprir, preencher, observar, etc.: Aprodução satisfaz a procura. / Satis-fazer suas necessidades. / Satisfazero espírito. / Satisfez o pedido do pai. /Satisfez o pai, a mãe, o chefe. / Satis-fazia as condições exigidas. 2 — Co-mo sinônimo de convir, ser conve-niente ou agradar, prefira, no entanto,usar satisfazer com objeto indireto: Aoferta não lhe satisfez. / A propostalhe satisfez. 3 — Pode ainda ser in-transitivo (sem complemento): A res-posta não satisfez. / Apesar de tudo,o trabalho satisfez. 4 — Admite aforma pronominal: Comeu até satis-fazer-se. / Satisfazia-se com pouco.5 — Conjuga-se como fazer (ver, pá-gina 127): satisfaço, satisfazes; satis-fazia; satisfiz; satisfizera; satisfarei;satisfaria; que eu satisfaça; se eu sa-tisfizesse; se eu satisfizer; etc.

Se (concordância). 1 — O verbo concor-da com o sujeito: Faz-se análise,fazem-se análises. / Vendem-secasas. / Alugam-se apartamentos. /As leis que se faziam necessárias... /Eram fotos em que se viam meni-nas... / Considerem-se os artigos taise tais... / Que se busquem novos acor-dos... / Logo se verão os craques lo-cais na TV. / Suponham-se dois fun-cionários igualmente talentosos... / Apesquisa mostra em que continentese marcam mais gols. / Na roda se co-mentavam os erros e acertos do go-verno.

2 — Na locução verbal, o auxiliaré que se flexiona: Devem-se conver-ter os reais em dólar. / Podem-se ins-tituir novas leis... / As objeções quese costumam fazer... (Para alguns gra-máticos, pode-se ou não flexionar oauxiliar nestes casos: costuma-se fa-zer muitas críticas ou costumam-sefazer muitas críticas. Mesmo eles, noentanto, admitem que, com os auxi-liares dever e poder, a prática mais ge-neralizada é levar o verbo para o plu-ral: devem-se converter, podem-se

260Santo, São Se (concordância)

Page 261: Manual de Redação e Estilo do Estadão

instituir. Por isso, no Estado, prefirao plural.)

3 — Há casos em que a locução ver-bal fica invariável (o sujeito é o infi-nitivo). Regra prática: se o infinitivonão puder ser substituído por ser maisparticípio, o auxiliar fica no singular.Exemplos: Pretende-se refazer as nor-mas de estilo (não se pode dizer “pre-tendem ser refeitas”, ao contrário dedevem-se refazer as normas, equiva-lente a devem ser refeitas as normas).Outros exemplos: Não se conseguiuobter informações. / Tenta-se contra-tar novos funcionários. / Quer-se in-troduzir novos processos de impres-são.

4 — Note que o verbo isolado (caso1) e o auxiliar, nestes casos (dever,poder, costumar), são sempre transi-tivos diretos (introduzem objeto dire-to). Se o verbo for transitivo indireto(seguido de preposição), fica invariá-vel: Precisa-se de ascensoristas. /Trata-se de casos sem solução. /Deve-se recorrer a novos exemplos. /Só se falava desses jogadores. / É ur-gente que se rompa com esses pa-drões (e nunca “precisam-se” de,“tratam-se” de, “devem-se” recorrera, só “se falavam” desses, que “serompam” com, etc.).

Se (uso errado). Não se usa o pronomese:

1 — Em expressões como difícil de,fácil de, bom de, ruim de, passível de,duro de, agradável de, etc., que já têmvalor passivo (difícil de ser feito, fácilde ser entendido): fácil de entender,difíceis de vender, bom de fazer, ruimde tomar, passível de errar, duro deroer, agradável de recordar.

2 — Quando o conjunto pronomemais infinitivo equivale a um adjeti-vo (é de admirar = é admirável): Foide espantar (espantosa) tamanha ou-sadia. / Eram de esperar (esperadas)melhores relações entre os dois paí-ses. / Foram de pasmar suas ofen-sas. / Serão de temer novos retroces-

sos. / É de entender que ele se com-porte dessa forma. Igualmente: denotar, de impressionar, de compreen-der, de tolerar, de acreditar. No nega-tivo, usa-se a mesma forma: Nãoserão de temer tais retrocessos. / Nãoé de espantar que se comporteassim. / Não seria de esperar tama-nha compreensão.

3 — Quando não tem função algu-ma na oração: É preciso pensar (e não“pensar-se”) nisso. / É preciso cogitar(e não “cogitar-se”) desse caso. / Éhora de fazer o inventário. / É difícilconseguir a cura da aids. / É comumencontrar pessoas paradas nessa es-quina. / Esta é uma forma de fortale-cer o partido. / O contra-ataque é amaneira mais fácil de chegar ao gol. /Há planos para construir um centrode produção em São Paulo.

“Se a”, “se o”, “se as”, “se os”. São erra-das orações em que o se aparece nafunção de sujeito ao lado do pronome:Não “se o” sabe. / Sempre “se a” vê. /As páginas ficarão mais legíveis de-senhando-“se-as” à tinta. / Fazendo-“se-os” sair já, chegarão ao litoralantes de escurecer. Outros exemplosvetados: “dê-se-o”, “diz-se-a”, “acre-dita-se-o”, etc. Não confunda com ose conjunção: Se o homem sair... / Seas mulheres vierem...

Se acaso... É a forma correta: “Se acasovocê chegasse...” / Se acaso você via-jar ainda hoje, não deixe de me avi-sar. Não existe a construção “se caso”você viajar... Há, isto sim, o equiva-lente: Caso você viaje ainda hoje,não deixe de me avisar.

Seção, secção, sessão, cessão. 1 —Seção. Equivale a divisão, repartição,segmento, parte de uma publicaçãoou de um todo, setor, etc.: Seção Elei-toral, Seção de Tráfego, Seção de Es-portes, seção de metais (numa or-questra), décima seção, capítulo di-vidido em seções, seção de brinque-dos ou de roupas, seção de linha deônibus. Use seção em vez de secção

261Se (uso errado) Seção, secção, sessão, cessão

Page 262: Manual de Redação e Estilo do Estadão

em todos esses casos, embora coexis-tam as duas formas. 2 — Secção. Em-pregue a palavra apenas no caso emque corresponde a corte, amputação:secção da aorta. E em derivados comovivissecção. 3 — Sessão. É o tempoque dura uma reunião, espetáculo outrabalho, e também esse próprio ato:sessão de cinema, sessão de teatro,sessão de pancadas, a sessão do Con-gresso, as sessões da Constituinte,sessões diárias de radioterapia, ses-são humorística, etc. 4 — Cessão.Ato de ceder: cessão de bens, cessãode um prédio, cessão de direitos.

Secretaria. Em maiúsculas: a Secretariado Turismo, as Secretarias de Justiçae Promoção Social. Em minúsculas:a secretaria, essa secretaria (segundareferência): PMDB quer mais uma se-cretaria. / O governador reformularáas secretarias.

Secretariado. Inicial minúscula: A reu-nião do secretariado vai começar às9 horas.

Séculos. 1 — Até 10, em ordinais; de 11em diante, em cardinais. Use algaris-mos arábicos e não romanos: século1º, século 10º, século 19 (e não XIX),século 20 (a norma oficial recomendaalgarismos romanos: século XX). 2 —Abreviatura (só para casos excepcio-nais): séc., sécs.

Sede. Liga-se com hífen a outro substan-tivo: país-sede, edifícios-sede.

Sediar. 1 — Palavra vetada. O verbo nãoexiste formalmente no idioma e podeser substituído por ser a sede de, or-ganizar, promover, etc.: Sydney seráa sede da Olimpíada de 2000. / Ci-dade quer promover (organizar) cam-peonato de veteranos. 2 — Em vez de“sediado”, use com sede em: Empre-sa com sede na capital.

“Se estivesse vivo”. Não use: é fórmulaultrabatida.

Seguir. Conjuga-se como servir (ver, pá-gina 266): sigo, segues; que eu siga;segue tu, segui vós; etc.

Segundo clichê. É uma notícia incluídano jornal depois que parte de sua edi-ção já fechou ou rodou. Não abuse dorecurso porque sempre haverá leito-res de cujos exemplares a informaçãonão constará. Existem três casos quejustificam um segundo clichê:

1 — Notícia imprevista, recebidapela Redação depois do seu horário defechamento. Em situações semelhan-tes, o mais prático e menos demora-do é colocar a notícia em 2º clichê nolugar de outra menos importante. Seo 2º clichê, porém, exigir maior des-taque, não hesite até mesmo em re-formular a página para dar ao fato oseu devido relevo. Para o 2º clichêatingir o maior número possível deexemplares, evite, na reformulaçãoda página (quando necessária), re-compor os textos ou títulos (fazendo-o apenas em casos extremos), a fim deque a montagem da nova página se dêno menor prazo possível.

2 — Notícia prevista, com base emfato que se realizou depois do horáriode fechamento da edição ou que esta-va em desenvolvimento quando o jor-nal encerrou os trabalhos normais.Feche a página com um texto quepossa ser substituído em 2º clichê. Nocaso de uma competição esportiva,por exemplo, em 1º clichê pode entraro noticiário do dia dos clubes envol-vidos e, em 2º, o jogo que tenham dis-putado entre si. Se o fato for uma reu-nião, a notícia de 1º clichê pode rela-tar o que ocorreu até um determina-do horário (sempre com a indicação:até as 22, 23 ou 24 horas de ontem, enunca até o momento em que encer-rávamos esta edição, porque o leitornão sabe qual é esse momento) e de-pois ser reformulada, com o acrésci-mo dos fatos posteriores.

3 — Eventual correção de textocom erro que seja percebido a tempo.Deve ser feita sempre que necessário,uma vez que a intenção da empresa éapresentar ao leitor uma edição o

262Secretaria Segundo clichê

Page 263: Manual de Redação e Estilo do Estadão

mais possível isenta de falhas. Dequalquer forma, a agilidade na prepa-ração do 2º clichê é essencial para quea notícia figure no maior número pos-sível de exemplares. Por isso, quandovocê estiver esperando um 2º clichê,deixe à mão todas as informações dis-poníveis para montar a notícia nomenor espaço de tempo.

“Segundo informou”. Evite as formassegundo informou ontem, segundorevelou ontem, etc. Use apenas infor-mou, revelou, disse, afirmou.

Segundo o qual. Use segundo o qual ouos quais, e não “segundo quem”: Atestemunha segundo a qual (e não“segundo quem”) o crime ocorreraassim. / Não revelou o nome dos mi-nistros segundo os quais (e não “se-gundo quem”) a economia entrariaem recessão.

Segurado, seguro. Use segurado com tere haver e seguro, com ser e estar:Tinha (havia) segurado, foi (estava)seguro.

Seguro-desemprego. Plural: seguros-de-semprego. Da mesma forma: seguros-saúde.

Seio. 1 — Use a palavra apenas para de-signar a parte do corpo ou a materni-dade (o seio materno, seios pequenos,seios grandes, operação nos seios). Aexpressão no seio de (no seio da famí-lia, no seio da sociedade, no seio daIgreja, no seio do governo) deve sersubstituída por no, na, no interior de,no meio de ou equivalente.

Seleção. Inicial minúscula: a seleçãobrasileira de futebol, a seleção brasi-leira, a seleção, a seleção brasileirade vôlei, a seleção italiana.

Sem... 1 — Deve ser sempre seguido dehífen quando forma unidades vocabu-lares: sem-cerimônia, sem-família(pessoa que não tem família), sem-fim (extensão ilimitada), sem-luz (oque vive nas trevas), sem-par, sem-pudor (despudor), sem-pulo (chute),sem-razão (falta de razão), sem-sal,sem-trabalho (desempregado), sem-

ventura (desventura), sem-vergonha.Exceção: sensabor.

2 — Não têm plural, nem comosubstantivos, nem como adjetivos, asseguintes palavras compostas inicia-das por sem: sem-casa, sem-dinheiro,sem-família, sem-lar, sem-luz, sem-pão, sem-par, sem-sal, sem-terra,sem-teto, sem-trabalho e sem-vergo-nha (os sem-casa, dois sem-terra, oshomens sem-trabalho, moças sem-sal, eram muito sem-vergonha, cabe-los sem-par, os sem-lar e sem-pão,etc.).

3 — Admitem o plural: sem-ceri-mônia, sem-cerimonioso, sem-nome,sem-número, sem-pulo e sem-vergo-nhice (atrocidades sem-nomes, ossem-números, as sem-cerimônias, ossem-números, dois sem-pulos, assem-vergonhices, etc.).

“Semáforo”. Prefira sinal.Semana. l — O domingo é o primeiro e

não o último dia da semana; portan-to, na edição dominical, esta semanadesigna apenas a que está começan-do, e não a que acabou. 2 — A sema-na em que se está é sempre esta, enunca “essa”.

Semana passada, semana que vem. Pre-fira as expressões na semana passadae na semana que vem, que seguem asnormas gramaticais e são muito maiseufônicas: O ator chegou ao Brasil nasemana passada (em vez de semanapassada). / A casa de shows seráinaugurada na semana que vem (nolugar de semana que vem).

Semana Santa. Iniciais maiúsculas. Semi... Prefixo que exige hífen antes de

vogal, h, r e s: semi-automático,semi-eixo, semi-internato, semi-ofi-cial, semi-úmido, semi-homem,semi-real, semi-selvagem. Nos de-mais casos: semibárbaro, semicír-culo, semifinal, semiportátil.

Sem-número, sem número. 1 — Sem-número é substantivo: Havia ali umsem-número de pessoas (um númeroindeterminado). 2 — Sem número, in-

263“Segundo informou” Sem-número, sem número

Page 264: Manual de Redação e Estilo do Estadão

variável, tem função adjetiva: Passoupor perigos sem número (inumerá-veis).

Sem o qual. Por eufonia, use sem o qual,e não “sem quem”: Era o amigo semo qual (e não “sem quem”) nuncasaía.

Senado. O nome oficial é Senado Fede-ral, mas prefira Senado, apenas (nãoexiste outro).

Senador por. E não de: senador por SãoPaulo.

Se não, senão. 1 — Se não (trata-se daconjunção se com o advérbio não):

a) Pode ser substituído por casonão: Se não chover (caso não chova),o estádio deverá ficar lotado. / Esteexemplo diz tudo; se não (caso não),vejamos. / Serão advertidos se nãoforem trabalhar.

b) Equivale ainda a quando não:Seriam como irmãos, se não (quandonão) como pais e filhos. / Esta é, senão (quando não) uma missão impos-sível, pelo menos uma tarefa muitodifícil. / Se convém, é delicado; senão, é taxativo. / Queremos contra-tar três novos empregados, se nãoquatro.

c) O se é conjunção integrante e in-troduz oração que funciona como ob-jeto direto: O repórter perguntou senão era melhor adotar outra solução(o repórter perguntou o quê? Isto: senão era melhor...). / Queria saber senão havia mais lugar na sala (queriasaber isto: se não havia...). / Todos lheponderaram se não devia esperarmais.

2 — Senão. Pode ser substituídopor:

a) Do contrário, de outra forma,aliás: Ande logo, senão chegaremosatrasados. / As empresas precisamaumentar a receita, senão não terãocomo pagar aos funcionários. / Eis avantagem, disse, senão ela nunca oprocuraria.

b) A não ser, mais do que, menos,com exceção de: Não vieram senão

eles dois. / Não lhe restava senão otempo. / O coração não é senão umórgão muscular. / Não fazia outracoisa senão chorar. / Não conseguiapensar em mais nada senão nos fi-lhos. / Não pode fazer nada maissenão reclamar.

c) Mas, mas sim, mas também:Isto não cabe a ele, senão aos ami-gos. / Não o fez para irritá-lo, senãopara adverti-lo. / Ninguém ama o quedeve, senão o que deseja.

d) De repente, de súbito, eis que(como senão quando): Eis senãoquando todos o viram chegar. / E foisenão quando os presentes o pude-ram desmascarar.

e) Mas antes, mas sim (como senãoque): Agora, não falará apenas poruma rede de TV, senão que por todasas emissoras. / Queria o trabalhopronto não amanhã, senão que dalia duas horas.

f) Falha, defeito, obstáculo (comosubstantivo): Não há pessoa semsenão. / Havia muitos senões notexto. / Só tinha um senão: era muitoinstável.

Senão a. Antes de pronomes, use sem-pre senão a: Não tinha outros paren-tes senão a eles (em vez de: senãoeles). / Não visitava ninguém senãoa nós.

Senatoria. Designa o cargo de senador,assim como a duração dessas funções(pronuncia-se senatoría). Senatória éo adjetivo correspondente: função se-natória, cadeira senatória.

“Sendo que”. Nunca use. É um péssimorecurso de expressão, evitável emtodos os casos: A construção seguiuritmo lento, “sendo que” só termi-nou em 1930 (e só terminou em...). /Compareceram à reunião dez depu-tados, “sendo que” três... (dos quaistrês...). / O número de pessoas atin-gidas pela radiação subiu para 21,“sendo que” duas em estado grave(duas das quais em estado grave).

264Sem o qual “Sendo que”

Page 265: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Senhor. Não use, no noticiário, as for-mas senhor ou sr. antes de nome pró-prio. Assim, escreva: O presidente dacomissão, João da Silva (e não senhorou sr. João da Silva)...

Senhora. Ver marido e mulher, página173.

Sênior. Plural: seniores (ô).Sensação. Liga-se com hífen a outro

substantivo: menino-sensação, atle-tas-sensação.

Sentar(-se) a. 1 — Sentar ou sentar-seem significa sentar em cima de: Sen-tou na cadeira, na poltrona. / Sentou-se na mesa (sobre a mesa), para de-monstrar informalidade. 2 — Nosentido de tomar assento ao lado de,o verbo exige a preposição a: Sentou-se à (e não “na”) mesa para almoçar. /Sentou à máquina para trabalhar. /Sentou-se ao piano. / Sentou-se à (enão “na”) janela para assistir ao des-file.

Sentido incompleto. 1 — Os verbostransitivos (diretos e indiretos)pedem sempre complemento. Omesmo ocorre com certas palavras eexpressões que, sozinhas, tornam in-completo o sentido da oração. Vejasempre se o texto que você escreveunão deixa no ar uma destas perguntas:o quê? quem? de quê? do quê?

Eis alguns exemplos de oraçõescom sentido incompleto: Parlamen-taristas desistem de impugnar (oquê?). / Ministro rejeita exigência dedesapropriar (o quê?) de colonos gaú-chos. / Governador desafia Planalto,mas concilia (o quê? quem?) em seuEstado. / Secretário assina (o quê?)pelo governador e indica (quem?)para autarquia. / Vestibular começaa inscrever (quem?). / O jogador nãotreinou ontem e disse que dificilmen-te deve renovar (o quê?). / Ministrosacham que procurador não criticou(quem?). / Deputados articulam (o quê?) para que Congresso voteemenda logo. / Rio mobiliza (o quê?quem?) para apresentar emendas. /

Líder diz que adversários manipu-lam (o quê? quem?). / Irritação levouministro a acusar (quem?), diz porta-voz. / Ele era avesso (a quê?). / Ele es-tava desejoso (de quê?). / O atacantematou no peito (o quê?), tentou dire-to (o quê?) e colocou para fora (oquê?). / O zagueiro tentou atrasar (oquê?) e quase fez contra (o quê).

2 — Não é suficiente a palavra aque o texto se refere ter sido expressaantes. Um pronome ou um sinônimodeve substituí-la na oração seguinte:O livro deverá ser vendido tambémnas bancas de jornais e a idéia é pu-blicar (publicá-lo) em apenas um vo-lume. / O piloto estava com umaunha ferida, porque a moto caiu emcima (em cima dela). / João, improvi-sado de lateral, não se adaptou (à po-sição) e deverá ser substituído notime. / O jogador se disse disposto acomprar o seu passe e negociar (ne-gociá-lo) diretamente com outraequipe. / Ameaçaram o casal e (o)mandaram passar para o banco detrás.

3 — Em casos excepcionais, ficaclaramente subentendido o que sequer expressar e, por isso, admitem-se construções como: Governadoratropela e não socorre. / Usinas deCarajás serão obrigadas a reflores-tar. / Quem for comprar agora vaipagar muito mais pelos carros. / Ogoverno poderá contratar com salá-rios de mercado. / Um local preferi-do de quem navega e pesca. / Pilotoabandona na terceira volta. Lembre-se, porém: são casos excepcionais. Anorma é não deixar no ar as pergun-tas o quê? quem? de quê? do quê?

Sentimentos. Os sentimentos e emo-ções das pessoas devem ser registra-dos com a devida cautela para que otexto não se torne piegas. À exceçãodos estados mais aparentes (choro,acesso de loucura e outros), procuretraduzir a agitação, calma ou nervo-sismo da pessoa descrevendo suas ati-

265Senhor Sentimentos

Page 266: Manual de Redação e Estilo do Estadão

tudes. Exemplo: agitando sem cessaras mãos, fumando um cigarro atrásdo outro, piscando ininterruptamen-te, fazendo gestos de impaciência,mexendo-se incessantemente na ca-deira, falando de forma pausada, cru-zando e descruzando as pernas,olhando a todo momento o relógio.Enfim, mostre como a pessoa se com-portava em vez de procurar definirsuas atitudes com palavras. Nada, porexemplo, autoriza a frase o jogador,nervoso, errou o chute. Pode ter erra-do simplesmente porque tocou malna bola. Ou encerrando a entrevistamais cedo porque aparentementenão gostou das perguntas. Quem ga-rante que foi por isso?

Sentir. Conjuga-se como mentir (ver,página 177).

Sentir mais infinitivo. 1 — Não flexio-ne o infinitivo: Senti-os fraquejar. /Sentiram as pernas tremer. 2 — Verinfinitivo, página 145.

Sequer. Significa ao menos, pelo menose só pode ser usado em orações nega-tivas: Ele não disse sequer o que pre-tendia. / A empresa não tinha sequerum gerente. / O deputado não apre-sentou sequer um projeto. / Nem umdeles disse sequer o que pensava. /Partiu sem sequer se despedir dosamigos. / O presidente nem sequer osrecebeu. / Partiu sem avisar e nem se-quer pudemos despedir-nos dele.(São, pois, incorretas orações como:Os alunos “sequer” foram avisa-dos. / Ele “sequer” disse o que pre-tendia. / O presidente “sequer” os re-cebeu. / “Sequer” pudemos despedir-nos dele.)

Ser. Conjugação. Pres. ind.: Sou, és, é,somos, sois, são. Imp. ind.: Era, eras,era, éramos, éreis, eram. Pret. perf.ind.: Fui, foste, foi, fomos, fostes,foram. M.-q.-perf. ind.: Fora, foras,fora, fôramos, fôreis, foram. Fut.pres.: Serei, serás, será, seremos, se-reis, serão. Fut. pret.: Seria, serias,seria, seríamos, seríeis, seriam. Pres.

subj.: Seja, sejas, seja, sejamos, sejais,sejam. Imp. subj.: Fosse, fosses, fosse,fôssemos, fôsseis, fossem. Fut. subj.:For, fores, for, formos, fordes, forem.Imper. afirm.: Sê tu, seja você, seja-mos nós, sede vós, sejam vocês.Imper. neg.: Não sejas tu, não sejavocê, não sejamos nós, não sejais vós,não sejam vocês. Infin.: Ser. Flexiona-do: Ser, seres, ser, sermos, serdes,serem. Ger.: Sendo. Part.: Sido.

Ser de opinião que. É a forma correta:Somos de opinião que ele deve ficare não somos de opinião “de que”...

Seriíssimo. Com dois is.Ser ... ser. Ser pode funcionar como au-

xiliar de si próprio: foi sendo, fuisendo, fora sendo.

Ser, serem. É indiferente o uso de a sere a serem. Prefira, porém, o singular:Os chefes indicaram os funcionáriosa ser promovidos. / Os livros a ser pu-blicados já tinham sido escolhidos.

Serra. Inicial maiúscula: Serra do Mar. Servir (conjugação). Pres. ind.: Sirvo,

serves, serve, servimos, servis, ser-vem. Pres. subj.: Sirva, sirvas, sirva,sirvamos, sirvais, sirvam. Imper.afirm.: Serve, sirva, sirvamos, servi,sirvam; etc.

Servir (regência). 1 — Servir algumacoisa (tr. dir.): A empregada serviu oalmoço. 2 — Servir a alguém (tr. ind.):Não serviu à mãe, serviu à filha. / Oamigo muito lhes servia. / Serviu avários governos. 3 — Servir em algumlugar (tr. ind.): Servir no Exército, naMarinha, na Aeronáutica. / Servir naArtilharia (e não servir “ao” ou “o”Exército, “à” ou “a” Artilharia). 4 —Servir alguma coisa a alguém: Servi-ram-lhe um prato de camarões. / Aempregada lhes serviu o jantar. 5 —Servir, apenas (intr.): Nasceu paraservir. / A empregada perguntou sepodia servir. 6 — Servir-se (pron.): Sir-vam-se todos. / Sirva-se da feijoada. /Gostava de servir-se dos amigos.

266Sentir Servir (regência)

Page 267: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Sesqui... Prefixo que significa uma veze meia: sesquicentenário (um cente-nário e meio, ou seja, 150 anos).

Sessão. Ver seção, secção, sessão,cessão, página 261.

Seu. Redução de senhor. Aceitável ape-nas em matérias coloquiais ou de am-biente: seu José, seu Antônio (e nunca“seo” José). Use essa forma em itáli-co.

Seu e sua (uso). Ver pronome possessi-vo (uso), página 239.

Seu e sua redundantes. Evite o uso abu-sivo ou redundante de seu e sua, es-pecialmente nos títulos, em que essaspalavras aparecem freqüentementeapenas como recurso para o redatorganhar alguns sinais.

Veja os exemplos seguintes, emque o possessivo pode simplesmenteser omitido ou substituído pelo arti-go (nenhuma outra pessoa que não osujeito teria condições de praticar aação expressa na frase): X pediu (asua) aposentadoria como deputado. /Corredor da morte inicia (sua) opera-ção. / Jogadora some e pode perder o(seu) emprego. / Atriz reconcilia-secom o (seu) pai. / Fundações buscama (sua) independência financeira. /Diante da ameaça de ser punido, re-considerou a (sua) decisão. / Bancá-rios festejam a conquista da (sua) es-tabilidade. / STF elegerá o (seu) pre-sidente. / Empresas dão férias (a seus)aos empregados. / Corinthians tentacorrigir os (seus) erros. / Flamengojoga a (sua) invencibilidade.

“Seu próprio”, “seu respectivo”. Formasredundantes. Veja os exemplos corre-tos: Brigou com os próprios filhos. /Procurem os seus lugares. / Procuremos respectivos lugares. / Admirava-seda própria imaginação (e não os“seus” próprios filhos, os “seus” res-pectivos lugares).

Sevícias. Significa violências físicas enão sexuais, apenas.

Sevilha. Desta forma, assim como sevi-lhano.

“Sheik”. Use xeque.Shopping center. 1 — Inicial maiúscula

quando acompanha o nome: Shop-ping Center Morumbi, os ShoppingCenters Ibirapuera e Iguatemi. 2 —Quando usada genericamente, a ex-pressão tem inicial minúscula: O mo-vimento dos shopping centers noNatal foi superior ao esperado. 3 —Repare que no plural só center varia:os shopping centers. 4 — Admite-setambém a forma shopping, que se fle-xiona normalmente: Gosta de pas-sear em qualquer shopping. / Osshoppings estavam muito cheiosontem.

Short. No singular: Vestiu o short (e nãoos shorts).

Si. 1 — Só deve ser usado com o senti-do reflexivo: Voltou-se para simesmo. / Falou de si para consigo. /Os funcionários discutiram o casoentre si. 2 — Não use as expressões(correntes em Portugal) em que o siequivale a você, o senhor: Não me re-firo “a si”. / Pretendo “de si” umaopinão.

Sic. Latinismo: significa assim mesmo,textualmente. Indica que um termoou texto foi reproduzido fielmente,por mais estranho (ou errado) quepossa parecer: Ele escreveu que “nãohavia excessão (sic!) possível”.

Siglas. 1 — Escreva as siglas no mesmocorpo do texto. Por motivo de simpli-ficação, este verbete inclui como si-glas os acrônimos, palavras formadaspor sílabas ou partes das iniciais donome de um órgão ou entidade: Em-bratur (Empresa Brasileira de Turis-mo), Contran (Conselho Nacional deTrânsito), Sunab (SuperintendênciaNacional do Abastecimento), etc.

2 — Não use pontos intermediá-rios ou pontos finais nas siglas: ONU(e não O.N.U.), EUA.

3 — Na primeira citação, expliquesempre o que a sigla significa e a co-loque entre parênteses, a seguir (enunca antes): O Conselho Monetário

267Sesqui... Siglas

Page 268: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Nacional (CMN) aprovou ontem... /A discussão do Imposto Predial e Ter-ritorial Urbano (IPTU) pela Câma-ra... Nunca use a forma inversa: OPNB (Produto Nacional Bruto) brasi-leiro...

4 — Dispense da explicação apenasa representação do nome dos partidospolíticos e das empresas comerciais(mas não públicas ou estatais) nasquais a sigla se tornou sinônimo dopróprio nome: PMDB, PFL, PSDB,Varig, Vasp, Bradesco, Banespa. Dequalquer forma, em caso de dúvida,transcreva o significado da sigla. Sónão precisam “traduzir” as siglas tex-tos da Primeira Página, editoriais, ar-tigos, colunas (Persona, Direto daFonte, etc.) e cartas de leitores, porcausa da economia de espaço.

5 — Escreva em maiúsculas todasas siglas até três letras: TC, BC, AM,ONU, USP, CFP, PFL.

6 — As siglas e acrônimos comquatro letras ou mais têm apenas ainicial maiúscula quando são pronun-ciáveis: Sudene, Cobal, Condephaat,Masp, Vasp, Eletropaulo, Varig. Exce-ções: CNEN, EMFA.

7 — As siglas com quatro letras oumais vão em maiúsculas quando sepronuncia separadamente cada umade suas letras ou parte delas: CNBB,CPFL, BNDES.

8 — Algumas siglas podem ter le-tras maiúsculas e minúsculas na suaestrutura (na origem, foi uma formade diferenciá-las de outras idênticas):CNPq (antigo Conselho Nacional dePesquisas, hoje, Conselho Nacionalde Desenvolvimento Científico eTecnológico, para evitar, na época,confusão com o CNP, Conselho Na-cional do Petróleo), UnB (Universida-de de Brasília), CBAt (ConfederaçãoBrasileira de Atletismo), SPTrans(São Paulo Transporte S.A.).

9 — Use apenas as siglas já existen-tes ou consagradas, evitando criá-las

apenas porque os títulos exigem pala-vras curtas.

10 — Evite, da mesma forma, aprofusão de siglas no mesmo título:CMN debate IPI, ICM e ITR. Ou ouso de siglas menos conhecidas:RDPO pode substituir DUT em via-gens.

11— As siglas dos órgãos estran-geiros que tiverem nome traduzidoem português deverão seguir essa de-signação, e não a original: Organiza-ção das Nações Unidas (ONU),Fundo Monetário Internacional(FMI), Banco Internacional de Re-construção e Desenvolvimento(Bird), Agência Internacional de De-senvolvimento (AID). Outros casos:EUA, OCDE, OEA, OIT, Opep.

12 — Em outros casos, mantém-sea sigla estrangeira, mesmo que o seunome em português não correspondaperfeitamente à sigla: Organizaçãodas Nações Unidas para Alimenta-ção e Agricultura (FAO). Outros ca-sos: Unesco, Unicef, Fisa (Federaçãolnternacional de Automobilismo Es-portivo), Foca (Federação dos Cons-trutores de Fórmula 1).

13 — Apenas em casos excepcio-nais pode tornar-se necessário trans-crever a designação da sigla na línguaoriginal e sua tradução em português.Em condições normais, basta apenasadaptá-la.

14 — Procure explicar a sigla sem-pre de forma correta e completa. Porexemplo, o Conselho Nacional era doe não “de” Petróleo. A Empresa Brasi-leira de Correios e Telégrafos tem asigla ECT, e não “EBCT”. Ibama iden-tifica o Instituto Brasileiro do (e não“de”) Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis. CNBB significaConferência (e não “Confederação”)Nacional dos Bispos do Brasil e INSS,Instituto Nacional do Seguro (e não“de Seguridade”) Social.

15 — Ver também abreviaturas,página 23.

268Siglas Siglas

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Silenciar. Alguém silencia e não silen-cia-se: Os barulhentos Roquetes si-lenciam para sempre.

Silvícola. E não “selvícola”. Igualmen-te, silvicultura.

Símbolo. Liga-se com hífen a outrosubstantivo: país-símbolo, idéias-símbolo.

Símbolos químicos. No nome do ele-mento químico, os dicionários nor-malmente dão o seu símbolo. Vertambém abreviaturas, página 23.

Simpatizar com. E não simpatizar-secom: Ele simpatizou com a casa, coma moça, com o vizinho.

Simplicidade. A simplicidade é condi-ção essencial do texto jornalístico:quanto mais concisa, direta e objeti-va for a notícia, maior o número depessoas que atingirá. Escrever de ma-neira simples, no entanto, exige esfor-ço e o atendimento de uma série derequisitos.

Veja alguns deles: 1 — use frasescurtas e na ordem direta; 2 — escolhapalavras acessíveis a qualquer tipo deleitor; 3 — opte pelo vocábulo maissimples que defina uma coisa ou si-tuação; 4 — evite os termos técnicosdesnecessários e, quando absoluta-mente indispensáveis, não deixe deexplicá-los; 5 — fuja das frases per-nósticas e pomposas.

1 — Frases curtas e diretas. Aschamadas de primeira página cujotexto se reproduz a seguir são trêsbons exemplos de texto conciso, ob-jetivo e direto. Contêm as informa-ções essenciais em frases curtas, sim-ples e sem rodeios

O governador do Distrito Federal,Cristovam Buarque (PT), quer arren-dar prédios públicos à iniciativa pri-vada. O objetivo da medida é redu-zir gastos. Em anúncios de jornal, ogovernador pôs à disposição dos in-teressados vários imóveis, como umcentro de convenções, outro de expo-sições e um projeto hoteleiro. O pilo-

to Nelson Piquet já arrendou o autó-dromo da cidade.

Um elefante de 2 toneladas e 2metros de altura fugiu ontem doCirco Sorriso, no km 35 da RodoviaCampinas—Mogi-Mirim. “Pareciaum bando de malucos”, disse o donodo circo, Ismael Alarcón, sobre aequipe que se formou para procuraro animal. O elefante, recapturado,tinha ido tomar banho numa repre-sa.

A inflação não caiu? Então, quecaia o número. Poucos ministros re-sistiram à tentação. Em 73, DelfimNetto quis segurar a inflação e fez aFGV pesquisar só preços irreais. De-pois, o governo recalculou o índice.Conclusão: 22%, confusão e greves.Simonsen expurgou a “inflação dochuchu”. Funaro mudou até de cal-culador: da FGV ao IBGE. Ontem, ogoverno multiplicou índices.

Inversamente, leia uma oração desete linhas cheias em que o redatornão conseguiu colocar um ponto se-quer:

Encarnando o espírito de lady Go-diva que, segundo a lenda, cavalgounua por Coventry na Idade Médiapara atender à condição imposta porseu marido, o senhor feudal da cida-de, para revogar taxas impostas à po-pulação, uma manifestante irrom-peu ontem despida na catedral local,na Grã-Bretanha, e interrompeu umserviço religioso pelos cem anos dainstalação na cidade da primeira fá-brica de automóveis do país, a Daim-ler, dizendo que sua mãe havia mor-rido num acidente de carro e exibin-do o corpo pintado com frases como“A Mãe Terra é a deusa”.

Ou estas outras, em que o textotortuoso e as intercalações excessivas

269Silenciar Simplicidade

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tornam difícil a compreensão do quese quer dizer:

Para chegar até o mandante docrime, que contratou os executorescom a intermediação de um majordo serviço secreto — X-9 —, e aos cri-minosos — João da Silva, José de Al-meida e Alberto Santos, o Betinho,além do empresário Francisco deSousa, filho do ex-presidente do Florde Lis Futebol Clube —, foi precisoocorrer a mudança na cúpula da po-lícia fluminense, com a saída do se-cretário da Polícia Civil, Pedro Ca-bral.

Enquanto sua produtora, Mave-rick Filmes — que distribuiu Adeus,Minha Concubina, nos Estados Uni-dos —, prepara nova incursão cine-matográfica, na qual ela deve contra-cenar com Harvey Keitel, de O Piano,Madonna tem outro convite paraexercitar sua porção atriz, uma vezque o diretor espanhol Bigas Luna, dojá cult Jamón, Jamón, quer a moça nopapel de uma prostituta em seu pró-ximo filme.

Com referência ao assassinato docomerciante Augusto de Almeida,cometido por indivíduos desqualifi-cados, o qual perdeu a vida por mo-tivo banal, quero lembrar a todas aspessoas que passavam pelo local na-quele momento e pararam para apre-ciar a cena de um ser humano decen-te, pai de família, sendo espancado,de forma covarde e selvagem, até amorte, diante dos olhos aterroriza-dos da esposa e dos filhos, sem teremesboçado um gesto para impedir quese consumasse tal tragédia, a não seranotar o número da chapa do carrodos marginais, que tal desgraça nãoacontece só com os outros.

2 — Palavras acessíveis. O noti-ciário não é lugar para o repórter ou

redator mostrar erudição. Não adian-ta você entremear seu texto de pala-vras difíceis que o leitor possa não co-nhecer. Mas, inversamente, não pre-cisa também descer ao nível de umaredação primária, quase de composi-ção escolar. Procure apenas utilizartermos que se incluam no universodo leitor ou não lhe causem estranhe-za. Fuja também de expressões quepossam parecer pedantes, eruditas oupernósticas, por não fazerem parte douso comum. Uma recomendação:evite qualquer palavra ou construçãoque você não usaria numa conversanormal.

Eis alguns termos e expressões queo leitor pode não conhecer ou não se-riam recomendáveis no noticiário,por parecerem pernósticos ou pedan-tes: conspícuo, consuetudinário, pa-latável, contenda, ágape, entremen-tes, não obstante, consoante (= con-forme), por conseguinte, porfia, pré-lio, pugna, prócer, nesse ínterim, pro-positura, autogol, outrossim, opípa-ro, destarte, alhures, algures, necró-pole, despiciendo, conquanto, por-quanto, posto que, isto posto, desorte que, assaz, deveras, castrense,chiste, bazófia, cobro, escrínio, soda-lício, aduzir, prolatar, protrair, etc.

3 — A mais simples. Na primeirareferência, utilize sempre a palavramais comum. Lembre-se: existe umtermo, e um só, que define melhoruma coisa ou situação. Apele para umsinônimo ou equivalente apenas nasegunda menção, e assim mesmocomo último recurso: voltar é sempremelhor que regressar ou retornar;votar é sempre melhor que sufragar;tribunal é sempre melhor que corte;passageiro é sempre melhor queusuário.

Por isso, os termos fora dos parên-teses são melhores jornalisticamenteque os que se encontram dentro deles:último (derradeiro), casa (mora-dia, residência ou habitação), eleição

270Simplicidade Simplicidade

Page 271: Manual de Redação e Estilo do Estadão

(pleito), vigorar (viger), raiva (hidro-fobia), avião (aeronave), procura (de-manda), futuro (porvir), professor(docente), pesca (captura), juiz (ma-gistrado), projeto (proposição), carro(veículo ou viatura), militar (castren-se), pressa (açodamento), fugir (eva-dir-se), afligir (fustigar), relaxamento(lassidão), entrar (ingressar), seca (es-tiagem), recusar (declinar de), obser-var (perscrutar), imposto (tributo),esclarecer (deslindar), cidade (urbe),importância (relevância), quantia(cifra), demora (delonga), etc.

4 — Termos técnicos. Se algunssão necessários, e deverão aparecer notexto acompanhados da explicação,outros podem ser dispensados e subs-tituídos até pelo próprio significado,com inegáveis vantagens para o lei-tor. Por exemplo, no Congresso dá-seo nome de “apoiamento” ao compro-misso de apoio de um parlamentar àiniciativa de outro. Em vez de usarapoiamento, então, que exigiria expli-cação a seguir, fale apenas em com-promisso de apoio ou algo equivalen-te.

Atente especialmente para casoscomo os dos exemplos abaixo, em quese mesclam termos técnicos dispen-sáveis e construções que poderiam tersido redigidas de maneira menosenigmática: Buscava um modelocapaz de permitir maiores áreas deinsolação e ventilação. / Uma tabe-la regressiva de alíquotas deveráreger a tributação de aplicações emtítulos privados nominativos, se foraprovada a nova sistemática fiscalpara o mercado financeiro. / A taisponderações provenientes do PoderPúblico, assiste presunção de veraci-dade. / O DER quer recuperar amalha rodoviária brasileira. / Aten-ção: ônibus no contrafluxo.

5 — Redação viciosa. Mesmo semrecorrer a termos técnicos, existemfrases desnecessariamente complica-das, nas quais se volta à questão do

pedantismo. Eis algumas: Os vestibu-lares em vários Estados brasileirosapresentaram menor índice de pro-cura, fenômeno que passa por inter-pretações diferentes. / Ontem àtarde, este curto desabafo do ex-pre-sidente flutuou em um quarto dehospital.

Na maior parte dos casos, as cons-truções são facilmente substituíveispor outras mais simples e mais próxi-mas do universo do leitor: A políciadecidiu proteger as frotas da SãoPaulo Transportes e das empresaspermissionárias (por que não parti-culares?). / Usuários (passageiros)queixam-se do estado dos ônibus. /Ônibus ficam sem poder operar (ôni-bus não puderam funcionar). / Otexto está vazado no seguinte teor (otexto é o seguinte). / Já há uma cargamuito elevada de veículos na Aveni-da Paulista (o trânsito está intensona Avenida Paulista). / A faixa de ro-lamento da esquerda (a faixa da es-querda).

6 — Palavra que vale uma expres-são. Não diga em duas palavras o quevocê puder exprimir em uma. Votar,por exemplo, é melhor que “compa-recer” ou “ir às urnas”; mencionarsubstitui com vantagem “fazer refe-rência a”; estrear é muito mais diretoque “fazer a sua estréia”. Que dizerentão de governador como “chefe doExecutivo estadual”? Ou de idadecomo “anos de vida”? Ou de presiden-te como “primeiro mandatário daNação”? E “no próximo mês demarço” é em março, simplesmente.

“Sinalizar”. Use indicar, projetar, apon-tar e equivalentes para substituir si-nalizar (mero modismo) em frasescomo: O índice de hoje projeta (e não“sinaliza”) uma inflação de 10%. / Afala dos ministros tinha tudo para in-dicar (e não “sinalizar”) um períodode alta.

Síndrome. Ver doenças, página 100.

271“Sinalizar” Síndrome

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Sine die. Locução latina: por tempo in-determinado. Fica invariável: As de-cisões foram adiadas sine die. / Areunião foi adiada sine die.

Sine qua non. Para definir condição in-dispensável, só pode ser empregadono singular: condição sine qua non.No plural, o correto seria condiçõessine quibus non, jornalisticamenteinviável. Dessa forma, use condiçõesindispensáveis, essenciais, absoluta-mente necessárias.

Sino... Prefixo que significa China ouchinês e se liga com hífen ao elemen-to seguinte na formação de adjetivospátrios: sino-brasileiro, sino-corea-no, sino-russo. Nos demais compos-tos: sinófono, sinologia.

Sinonímia. Desta forma.Sins. Sim tem plural, quando substan-

tivado: Os nãos e os sins.Sinta-o respirar. E nunca “sinta ele res-

pirar”, “sinta ele chegar”, etc.Síntese. Liga-se com hífen a outro subs-

tantivo: país-síntese, imagens-sínte-se.

Sintra. Com S indica a serra e a sede deconcelho de Portugal: Eça de Queirósescreveu, com Ramalho Ortigão, OMistério da Estrada de Sintra.

Sir. 1 — Não existe artigo antes de sir.2 — Use o título sempre com o pre-nome: Conheci sir Winston e não Co-nheci “sir Churchill”.

Sistema solar. Inicial minúscula: ATerra faz parte do sistema solar.

Sistina. A capela do Vaticano: o nomederiva de Sisto, o papa que determi-nou a sua construção.

Situado em. Use, sem nenhum receio,situado em: Situado na Rua Direita,situado no alto do morro, situado nailha, situado na esquina (e não “à”Rua Direita, etc.). Proceda de manei-ra idêntica com residente e morador:Residente na Rua Direita, moradorno Largo da Paz.

Só. Concordância. Pode equivaler a so-zinho (varia) e a somente (não varia):

Eles estavam sós (sozinhos). / Forameles sós (sozinhos) os responsáveis. /Sós (sozinhos), os deputados nãomudam as leis (em vez de Só os de-putados não mudam as leis). / Só (so-mente) se elegeu porque o candidatomais forte renunciou. / Não promo-via só (somente) os amigos.

Só, sós (por si). Por si só exprime o sin-gular e por si sós, o plural: Sua com-petência por si só o recomenda paraa função. / Essas qualidades por si sósjustificam a sua contratação.

Soar (horas). Concordância. Ver horas,página 140.

Sob... Hífen antes de b e r: sob-bosque,sob-roda. Nos demais casos: sobal-çar, sobgrave, sobpor, sobtensão.

Sob, sobre. 1 — Sob significa debaixo de:Ficou sob a mira do assaltante. / Es-condeu-se sob a cama. / É muito sim-ples tentar camuflar, sob a justifica-tiva de censura, a denúncia. 2 —Sobre equivale a em cima de ou a res-peito de: Estava sobre o telhado. /Falou sobre a inflação.

Sobrar. Concordância normal: Sobramainda 500 reais. / Sobram leis noPaís.

Sobre. 1 — Não significa em relação a.Por isso, use a locução em textoscomo: A empresa queria dobrar asvendas de julho em relação às de ja-neiro (e não “sobre as de janeiro”). 2— Um time pode conseguir uma vi-tória sobre outro, mas nunca usesobre para derrota. Assim: A derrotado Grêmio diante do (e não “sobre o”)São Paulo...

Sobre... Hífen antes de h, r e s: sobre-humano, sobre-restar, sobre-saia. Ex-ceções: sobressair, sobressalto(ar),sobressalente. Nos demais casos: so-breaviso, sobreexcitar, sobreinten-der, sobreolhar, sobrecarta, sobrelo-ja.

Sobressair. Sem se: Ele sobressai (e não“sobressai-se”) entre os colegas. / Foi

272Sine die Sobressair

Page 273: Manual de Redação e Estilo do Estadão

o jogador que mais sobressaiu (e não“se sobressaiu”) na partida.

Social-democrata. Plural: social-demo-cratas (partidos social-democratas,os social-democratas).

Socio... Liga-se sem hífen ao termo se-guinte: sociocultural, socioeconômi-co, sociolingüística, sociologia, so-ciopolítico.

Socorrido em. E nunca ao: Foi socorri-do no (e não “ao”) Hospital das Clí-nicas.

Sófia. Com acento, é a capital da Bulgá-ria.

“Sofrer aumento”. Não use. Preços ouprodutos aumentam ou sobem, sim-plesmente.

“Sofrer melhoras”. Em bom estilo, nin-guém “sofre melhoras”. Prefira me-lhorar, mais simples, ou, em últimocaso, sentir, experimentar ou acusarmelhoras.

Sol. 1 — Com inicial maiúscula quan-do a referência for ao astro: Aguardouo eclipse do Sol. / EUA vão exploraro Sol. 2 — Com inicial minúsculapara designar a luz do Sol, o lugar ilu-minado por ele ou os sentidos figura-dos: Gostava de tomar sol. / É muitoforte o sol do meio-dia. / Ficou expos-to ao sol. / O lado do sol era mais pro-curado. / “O sol da liberdade emraios fúlgidos...” / O artista pintouum sol surrealista.

Solicitar. 1 — Prefira a regência solici-tar alguma coisa a alguém: Solicitouprovidências ao prefeito. / Solicitou-lhe um emprego. / Solicitou-o ao pai.2 — Pode-se também solicitar algu-ma coisa: Solicitou que todos saís-sem. / Solicitamos providências.

“Solicitar para”. O certo é solicitar que:Solicitou que todos saíssem (e não“para” que todos saíssem). Ver pedirpara, pedir que, página 215.

Solo. Liga-se com hífen a outro substan-tivo: temporada-solo, discos-solo.

Soltado, solto. Use soltado com ter ehaver e solto, com ser e estar: Tinha(havia) soltado, foi (estava) solto.

Somatório. E não “somatória”.Somos cinco. E não somos “em” cinco,

“em” dois, etc.Soprano. O soprano (se se tratar de

homem ou menino com voz de sopra-no) e a soprano (cantora com essavoz): o soprano João Carlos; a sopra-no Maria Callas; as sopranos MariaCallas e Renata Tebaldi; Bidu Sayão,soprano brasileira.

Sóror. Não use artigo antes de sóror:Elogiou sóror Angélica.

Sorte. Ver em de maneira que, página89, como usar a locução de sorte que.

Sortir. Conjugação. Pres. ind.: Surto,surtes, surte, sortimos, sortis, sur-tem. Pres. subj.: Surta, surtas, surta,surtamos, surtais, surtam. Imper.afirm.: Surte, surta, surtamos, sorti,surtam. Os demais tempos são regu-lares.

Sortir, surtir. Sortir — prover, abaste-cer, variar: Sortir o mercado, mesasortida, frios sortidos; surtir — ter re-sultado: Sua intenção surtiu efeito.

Sótão. Plural: sótãos.Sousa. Com s quando se tratar de nomes

históricos: Martim Afonso de Sousa,Tomé de Sousa, Cruz e Sousa.

Soviete. Aportuguesado: Soviete Supre-mo.

SP. Aceitável em títulos, apenas, parasubstituir tanto o Estado de São Paulocomo a cidade. Procure, no entanto,fazer o título de forma que fique clarose se trata do Estado ou da cidade.

“Sto.”, “sta.”. Use S. como abreviaturatanto de São como de Santo e Santa:S. José, S. Antônio, S. Catarina.

“Sua autobiografia”. Redundância. Oprefixo auto já encerra a idéia de seu,próprio. Outras formas redundantes:“sua autoconfiança”, “sua auto-sufi-ciência”, “sua autonomia”.

273Social-democrata “Sua autobiografia”

Page 274: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Suar, soar. Tempos de suar: suo, suas,suam; sue, sues, suem. Tempos desoar: sôo, soas, soam; soe, soes, soem.

“Sua Santidade”. Use papa. Sua Santi-dade, só em transcrições.

Sub... Hífen antes de b e r: sub-base,sub-bosque, sub-reptício, sub-região.Nos demais casos: subalimentado,subemenda, subinspetor, subordem,subumano, subchefe, subdivisão,subgrupo, sublegenda, subprefeitura,subsecretário.

Subestimar. E não “substimar”.Subir. 1 — Subir é intransitivo (não tem

complemento) quando se refere a pre-ços: Preços sobem hoje. / Sobem ospreços dos alimentos. / Remédiossobem 50%. 2 — Como transitivo(com complemento), use elevar ouaumentar: Lojas elevam (e não“sobem”) preços de eletrodomésti-cos. / Governo aumenta (e não“sobe”) impostos. 3 — Conjugação:como acudir (ver, página 31).

Submergir. Conjugação. Pres. ind.:Submerjo, submerges, submerge,submergimos, submergis, submer-gem. Pres. subj.: Submerja, submer-jas, submerja, etc. Part.: Submergidoe submerso. Os demais tempos são re-gulares.

Subsídios. Ver salários, página 259.Substantivo mais substantivo. Quando

dois substantivos se unem na frase,formando um conjunto, podem ocor-rer duas situações:

1 — O segundo modifica o primei-ro com a função de adjetivo, dispen-sando, por isso, o hífen. Exemplos:funcionários fantasmas, rádio pirata,formiga gigante, torneio relâmpago,garoto prodígio, país membro, cami-sa esporte, marca recorde, fita casse-te, usina piloto, concentração mons-tro.

2 — O segundo representa uma su-perposição em relação ao primeiro epor isso o hífen se impõe: elemento-surpresa, atleta-sensação, mulher-maravilha, criança-fenômeno, papel-

título, desconto-padrão, imagem-síntese, preso-problema, disco-solo,país-símbolo, linguagem-modelo,posto-chave, carro-bomba, manda-to-tampão, torneio-incentivo, tor-neio-início, homem-máquina, perso-nagem-tipo, ponto-limite, público-alvo, salário-base, homem-hora, ga-roto-propaganda, edifício-sede, auxí-lio-maternidade, hora-aula, carnê-leão, almoço-homenagem, vale-transporte, caderneta-pecúlio, cida-de-porto, empréstimo-ponte, carro-pipa, país-continente.

Substituir. Substitui-se alguém e não aalguém: O filho substituiu o (e não“ao”) pai na empresa. / Não haviaquem o substituísse.

Suceder. Regência. 1 (intr.) — Ocorrer,realizar-se: Sucedeu um acidente. 2(tr. ind.) — Substituir, entrar no lugarde, acontecer a: O filho sucedeu aopai. / A república sucedeu à monar-quia. / Veja o que lhes sucedeu. 3 (tr.dir. e ind.) — Substituir: José sucedeuao irmão na presidência da empresa.4 (pronom.) — Vir depois: Sucede-ram-se períodos de recessão. / À tem-pestade se sucede a bonança. Aten-ção: Uma pessoa ou coisa sucede aoutra (e não sucede outra). Por isso,não existe a forma “sucedê-lo”.

Sueco... Exige hífen na formação de ad-jetivos pátrios: sueco-dinamarquês,sueco-gótico.

Suíte. 1 — É o desenvolvimento, nosdias seguintes, de uma notícia publi-cada pelo jornal. Indispensável logodepois da divulgação do fato, comoseu desdobramento natural ou mes-mo provocado, deve, no entanto, sersuspensa quando não houver novasinformações a respeito e os textos jáestiverem apenas repetindo os dadoscolhidos nos dias anteriores.

2 — Nunca deixe o noticiário che-gar a extremos como: Não houveontem nenhuma novidade sobre ocaso X ou O caso Y continua na es-taca zero. Só se justifica notícia nes-

274Suar, soar Suíte

Page 275: Manual de Redação e Estilo do Estadão

tas circunstâncias se o que se preten-de ressaltar é exatamente a omissãode alguém em relação ao fato.

3 — A suíte deve sempre lembrarsumariamente de que caso se está tra-tando e suas implicações, para permi-tir que mesmo quem não tenha lidoas primeiras informações possaacompanhar a seqüência do noticiá-rio.

Sujar-se. Alguém ou alguma coisa sesuja e não suja, apenas: Seu corposujou-se de poeira. / A camisa sujou-se com a ventania.

Sujeito repetido. Exceto em casos ex-cepcionais, não repita o sujeito emorações como: Alberto, um dos arti-lheiros do campeonato, ele está... / Aidéia deste programa, ela nos obri-ga... / O programa, ele exige a nossaparticipação... / A empresa, apesardos apelos em contrário, ela não ce-deu à argumentação...

Sul... Liga-se com hífen ao segundo ele-mento na formação de adjetivos pá-trios: sul-africano, sul-americano,sul-vietnamita.

Sultão. Flexões: sultana, sultões (prefi-ra), sultãos e sultães.

Sumir. Conjuga-se como acudir (ver,página 31).

Super... 1 — Liga-se com hífen aos ele-mentos iniciados por h e r: super-homem, super-requintado. Nos de-mais casos: superaquecimento, supe-restrutura, supercampeonato, supe-rintender, supersaturação. 2 —Mesmo quando usado para ampliarou valorizar alguma coisa, super fun-ciona como prefixo e está sujeito àsregras acima: superassalto (e não“super assalto”), superestrela, supe-ranalfabeto, super-rato, super-herói,supergato. 3 — Se a palavra que supermodifica, no entanto, for nome pró-prio, empregue o hífen, em qualquercircunstância: super-Fernanda,super-Pelé, super-Chernobyl.

Superávit. Desta forma. Plural: superá-vits.

Superlativo.a) Uso1 — Use o superlativo apenas em

casos especiais e de absoluta necessi-dade. Lembre-se: ele exprime a quali-dade do adjetivo no seu grau máximo.Por isso, na maior parte dos casos, érecomendável o superlativo commuito (analítico), em vez do superla-tivo de uma só palavra (sintético), atémesmo para evitar formas rebusca-das: Muito sábio (analítico) — sa-pientíssimo (sintético); muito áspero— aspérrimo; muito ágil — agílimo;muito louvável — laudabilíssimo.

2 — Como já está no grau máximo,o superlativo não admite reforço:“muito péssimo”, “muito ótimo”,“mais velocíssimo” constituem errosgrosseiros.

b) Formação1 — Adjetivos terminados em A,

E, O e EIO. Desaparecem o A, E, O eIO e acrescenta-se íssimo: pequenís-simo, levíssimo, verdíssimo, caríssi-mo, maciíssimo, seriíssimo, cheíssi-mo, feíssimo.

2 — Terminados em ÃO e Z. Ra-dical latino + íssimo: cristianíssimo,saníssimo, velocíssimo, capacíssi-mo.

3 — Terminados em M. O M trans-forma-se em N e acrescenta-se íssi-mo: comuníssimo.

4 — Terminados em L (tônico), Re U (tônico). Acrescenta-se íssimo:atualíssimo, popularíssimo, cruíssi-mo. Exceções. Estes superlativos de-rivam do radical latino: crudelíssimo(cruel), fidelíssimo (fiel), infidelíssi-mo (infiel) e generalíssimo (geral).

5 — Terminados em VEL (átono).Radical latino + bilíssimo: amabilís-simo (amável), terribilíssimo (terrí-vel), solubilíssimo (solúvel).

6 — Terminados em IL (átono).Acrescenta-se imo: facílimo, dificíli-mo.

7 — Terminados em RO e RE. Ra-dical latino + rimo: celebérrimo (cé-

275Sujar-se Superlativo

Page 276: Manual de Redação e Estilo do Estadão

lebre), macérrimo (magro — os gra-máticos consideram erro grave aforma corrente, magérrimo), acérri-mo (acre), nigérrimo (negro), paupér-rimo (pobre). Já se admite, em muitoscasos, a forma paralela, com o acrés-cimo de íssimo ao adjetivo termina-do em RE ou RO. Exemplos: magrís-simo, asperíssimo, acríssimo, negrís-simo, pobríssimo. Exceção. Nobre faznobilíssimo.

8 — Terminados em CO e GO.Muda-se a terminação para QU e GUe acrescenta-se íssimo: riquíssimo,branquíssimo, ceguíssimo, larguíssi-mo. Exceções. Amicíssimo (amigo),antiqüíssimo (antigo), publicíssimo(público) e simpaticíssimo (simpáti-co).

c) ListaSegue-se uma lista com alguns dos

superlativos mais comuns ou quepossam dar margem a dúvidas. Os deuso muito erudito servem apenas dereferência para eventuais inclusõesem textos especiais.Acre — acérrimo e acríssimo Ágil — agílimo e agilíssimo Agradável — agradabilíssimo Agudo — acutíssimo e agudíssimo Alto — supremo, sumo e altíssimo Amargo — amaríssimo e

amarguíssimo Amável — amabilíssimo Amigo — amicíssimo Antigo — antiqüíssimo Áspero — aspérrimo e asperíssimo Atroz — atrocíssimo Audaz — audacíssimo Baixo — ínfimo e baixíssimo Bom — ótimo e boníssimo Capaz — capacíssimoCélebre — celebérrimoCheio — cheíssimoComum — comuníssimoCristão — cristianíssimoCruel — crudelíssimoDifícil — dificílimoDoce — dulcíssimo e docíssimoEficaz — eficacíssimo

Fácil — facílimo Feio — feíssimo Feroz — ferocíssimo Fiel — fidelíssimo Frágil — fragílimo e fragilíssimo Frio — frigidíssimo e friíssimo Geral — generalíssimo Grande — máximo e grandíssimo Horrível — horribilíssimo Humilde — humílimo e

humildíssimo Incrível — incredibilíssimo Infiel — infidelíssimo Inimigo — inimicíssimo Jovem — juveníssimo Livre — libérrimo e livríssimo Louvável — laudabilíssimo Macio — maciíssimo Magro — macérrimo e magríssimo Mau — péssimo e malíssimo Miserável — miserabilíssimo Mísero — misérrimo Móvel — mobilíssimoNegro — nigérrimo e negríssimoNobre — nobilíssimoPequeno — mínimo e pequeníssimoPessoal — personalíssimoPobre — paupérrimo e pobríssimoPossível — possibilíssimo Precário — precaríssimoPródigo — prodigalíssimo Próprio — propriíssimoPróspero — prospérrimo e

prosperíssimoProvável — probabilíssimo Público — publicíssimo Sábio — sapientíssimo Sagrado — sacratíssimo Salubre — salubérrimo e

salubríssimoSão — saníssimoSemelhante — simílimoSensível — sensibilíssimo Sério — seriíssimoSimpático — simpaticíssimoSimples — simplicíssimo e

simplíssimo.Tenaz — tenacíssimoTerrível — terribilíssimoÚbere — ubérrimo

276Superlativo Superlativo

Page 277: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Vão — vaníssimoVeloz — velocíssimoVisível — visibilíssimoVoraz — voracíssimoVulnerável — vulnerabilíssimo.

Supra... Hífen antes de vogal, h, r e s:supra-axilar, supra-estrutura, supra-homem, supra-orbital, supra-renal,supra-sumo, supra-umbilical. Nosdemais casos: supracitado, supradi-vino, supramundano, supratorácico.

Supremo. Só o STF é Supremo Tribunal(Federal). Nos demais casos: SuperiorTribunal de Justiça (STJ) e SuperiorTribunal Militar (STM). Há ainda oTribunal Superior Eleitoral (TSE) e oTribunal Superior do Trabalho (TST).

Surdina. Use em surdina e não “na sur-dina”.

Surdo-mudo. Nas flexões, não segue aregra dos adjetivos compostos: meni-na surda-muda, rapazes surdos-mudos, crianças surdas-mudas.

Surpresa. Liga-se com hífen a outrosubstantivo: visita-surpresa, elemen-tos-surpresa.

Surto. Ver epidemia, surto, página 111.Suspendido, suspenso. Use suspendido

com ter e haver e suspenso, com sere estar: Tinha (havia) suspendido, foi(estava) suspenso.

Sutiã. Aportuguesado.

Tabaréu. Feminino: tabaroa.Tabelião. Flexões: tabeliã (prefira), ta-

belioa e tabeliães.Tabu. Pode ser substantivo: o tabu do

sexo, sociedade cheia de tabus. E ad-jetivo, com plural regular: assuntotabu, palavras tabus.

Tábua, tabuada. Com u.Taça. Com inicial maiúscula antes do

nome que determina: Taça Brasil,Taça de Prata. Com minúsculas,

porém, na segunda referência: a taça,essa taça, conquistou a taça.

Tacha, taxa. Tacha — pequeno prego oumancha; taxa — tributo, imposto.

Tachar, taxar. Com o significado de acusar, censurar, pôr defeito em, ocorreto é tachar: O deputado tachouo adversário de corrupto. / Eles o ta-charam de leviano. Taxar quer dizerimpor tributo a: Os governos taxa-vam o país a mais não poder.

Tal. Concorda com o substantivo a quediz respeito: Que tal o clima da cida-de? / Que tais os ares do campo?

Talvez. Exige subjuntivo quando vemantes do verbo: Você talvez o conhe-ça melhor que nós. / Este talvez sejao seu trabalho mais representativo.Se estiver depois do verbo, o tempousado será o indicativo: É talvez o me-lhor de todos.

Tamanho do texto. 1 — O ideal é que orepórter, antes de sair para uma cober-tura, já saiba quantas linhas deve es-crever e dessa forma colha os dadosde acordo com o tamanho da notíciaou reportagem. Evidentemente, seesta se tornar mais importante que oprevisto, seu número de linhas pode-rá ser ampliado.

2 — Nunca hesite em dizer que osdados que você conseguiu não dão umdeterminado tamanho. É preferívelque você escreva um texto curto e ob-jetivo a ficar acrescentando pormeno-res sem importância à notícia apenaspara chegar ao número de linhas pe-dido.

3 — Se o editor determina ao re-pórter ou redator um texto com x li-nhas, é porque a matéria já está pre-vista ou diagramada nesse tamanho,que deverá ser rigorosamente obser-vado. A falta ou excesso de linhassempre acarreta problemas sérios nadiagramação da página e conseqüen-tes atrasos na edição. Por isso, se osdados disponíveis (seja de reporta-gem, seja de texto reescrito) forem in-suficientes para completar a extensão

277Supra... Tamanho do texto

Page 278: Manual de Redação e Estilo do Estadão

exigida ou muito superiores a ela,avise o editor antes de liberar o texto— a tempo, portanto, de que qualquerreformulação possa ser feita.

4 — As indicações de número de li-nhas das matérias das sucursais, cor-respondentes e enviados especiais de-verão também obedecer com rigor àprevisão encaminhada à sede do jor-nal: lembre-se sempre de que o editororientará a diagramação da página se-gundo os dados que você mesmo lheforneceu. Qualquer mudança nessaprevisão depois da página diagramadaprejudicará o fechamento.

Tampão. Liga-se com hífen a outro subs-tantivo: prefeito-tampão, mandatos-tampão.

Tampouco, tão pouco. 1 — Semprenuma única palavra para expressartambém não: Não saiu, tampoucoconseguiu dormir. 2 — Tão poucousa-se em frases como: Tão pouco en-tusiasmo. / Em tão pouco tempo. /Nunca fez tanto por tão pouco (senti-do de pequeno ou pouca coisa). Nestesegundo caso, existe também tão pou-cos: Nunca havia recebido tão poucosamigos em casa (ou tão poucas ma-nifestações de apoio).

Tanto como, tanto quanto. 1 — Existemas duas formas: Tanto o pai como (ouquanto) o filho... 2 — Concordância.Verbo no plural: Tanto o governoquanto (ou como) o Congresso apro-varam a decisão. 3 — Diante de adje-tivo, tanto assume a forma tão: É tãointeligente quanto (ou como) o pai.

Tanto faz... Fica invariável: Tanto fazdois como três anos. / Tanto faz cincoquanto dez reais (e não “fazem”).

Tão pouco. Ver tampouco, tão pouco,nesta página.

Tão-só, tão-somente. Com hífen.Tato. Sem c, assim como tatear, tátil,

etc.Taxa. Ver tacha, taxa, página 277.Taxar. Ver tachar, taxar, página 277.Tecelão. Flexões: tecelã (prefira), teceloa

e tecelães.

Te-déum. Desta forma. Plural: te-déuns.Tele... Liga-se sem hífen à palavra ou ele-

mento de composição seguinte: telea-tor, telecomunicações, teleobjetiva,telerradiográfico, telessonda, teletea-tro. No caso de telespectador, faz-se afusão dos dois ee.

Telefone. 1 — Informações são dadaspelo telefone tal, e não “para” o tele-fone tal. Pode-se, isto sim, ligar parao telefone tal. 2 — Uma pessoa fala aoe não “no” telefone. 3 — Use hífenpara separar o prefixo e parênteses nosinterurbanos: 223-7932, 0800-342311, (021)462-5476.

Telefonema. Masculino: um telefone-ma, os telefonemas.

Televisão. 1 — Para identificar o meiode comunicação, use televisão, TV outevê, nesta ordem de preferência(nunca, porém, Tv ou tv). 2 — Antesdo nome da emissora, adote as formasTV ou Rede, conforme o caso, emcorpo normal: TV Globo, Rede Globo.3 — Canal 4, canal 7, etc., só na pro-gramação de TV e por economia de es-paço; nos demais casos, indique sem-pre o nome da estação ou rede: TVBandeirantes, Rede Manchete. Lem-bre-se: essa designação (canal 2, canal11) vale apenas para a capital paulistae arredores, pois no interior (sistemaUHF) e em outros Estados a numera-ção é diferente.

Televisionar. Prefira esta forma, assimcomo televisionamento, a televisar etelevisamento.

Telex. Use telex (pronúncia: teléx): umtelex, dois telex.

Tem, têm. 1— Tem indica o singular: Eletem muitos amigos. / O País temmuitas dívidas. Nos derivados de ter,quando igualmente no singular, usa-se o acento aberto: mantém, contém,detém, sustém. 2 — Têm designa oplural: Os dois têm muitos amigos. /Os países subdesenvolvidos não têmcomo pagar suas dívidas. Nos deriva-

278Tampão Tem, têm

Page 279: Manual de Redação e Estilo do Estadão

dos, o acento se conserva: mantêm,contêm, detêm, sustêm.

“Tem gente”. Uso errado do verbo ter.Ver havia muitas pessoas, página138, e ter (como existir), nesta página.

“Temos”, “tivemos”. O noticiário deveser impessoal. Por isso, em vez de“temos”, “tivemos”, etc., recorra ahaver, existir e outras formas: No Bra-sil existe muita desigualdade social(e não: No Brasil “temos” muita de-sigualdade social). / Houve muitosacidentes nas estradas no feriado (enão: “Tivemos” muitos acidentesnas estradas no feriado).

Temperatura. É alta ou elevada, baixaou reduzida. Frio ou quente usa-separa tempo, dia, manhã, tarde, noite,etc.

Temperatura (conversão). 1 — Para con-verter grau Fahrenheit em Celsius(centígrado), faça a seguinte opera-ção: subtraia 32 do valor Fahrenheit,multiplique o resultado por 5 e divi-da por 9. Exemplo: converter 104graus F em centígrados. Subtraia 32(104 - 32 = 72), multiplique por 5 (72x 5 = 360) e divida por 9 (360 ÷ 9 = 40).Portanto, 104 graus F equivalem a 40graus C ou centígrados.

2 — Para converter grau Celsius(centígrado) em Fahrenheit, faça estaoperação: multiplique o grau C por 9,divida o resultado por 5 e acrescente32. Exemplo: converter 20 graus C emF. Multiplique por 9 (20 x 9 = 180), di-vida por 5 (180 ÷ 5 = 36) e acrescente32 (36 + 32 = 68). Portanto, 20 grausC equivalem a 68 graus F.

3 — Como 32 graus F equivalem a0 grau C, números abaixo de 32 na es-cala F darão resultado negativo emgraus C. Assim, 14 graus F equivalema -10 graus C e 0 grau F correspondea -17,8 graus C.

4 — Os números obtidos nem sem-pre são inteiros. Assim, 78 graus Fcorrespondem a 25,6 graus C e 42graus C equivalem a 107,2 graus F.

Temporão. Plural: temporãos. Femini-no: temporã.

Tenção, tensão. 1 — Tenção equivale aintuito, intenção: Não fez tenção devoltar. / Sua tenção é sair já. 2 — Ten-são corresponde a estiramento, rigi-dez ou estado físico: A tensão que ocargo lhe causava era insuportável. /Tensão muscular, tensão arterial,tensão superficial.

Ter (abuso). Use o verbo ter livremen-te, nos seus sentidos habituais e cor-retos; evite, porém, transformá-lo emverbo-ônibus (como sinônimo de pra-ticamente todos os demais), especial-mente nos títulos, apenas por causado seu reduzido número de letras.Veja alguns exemplos reais e no mí-nimo discutíveis: Bancos peruanostêm liminar / Bispo cancela missaque UDR teria em Bagé / Deputadotem aplauso do governo / Estados emunicípios têm 60 milhões / Ladrãode carro tem pena até o ano 2010 /Fiscais têm 50 denúncias, mas nãoautuam empresas. Repare até que al-guns títulos não só não ficam claroscomo admitem dupla interpretação.

Ter (como existir). Haver é que signifi-ca existir, e não ter. Use, pois, estasformas: Não há problema (em vez deNão “tem” problema). / Há muitagente lá (em vez de “Tem” muitagente lá). / Não havia solução (emvez de Não “tinha” solução). / Nãohá de quê (em vez de Não “tem” dequê). / Não houve jeito (em vez deNão “teve” jeito). Atenção: enqua-dram-se neste caso (são erradas) fra-ses como: Hoje “tem” Palmeiras xSão Paulo. / Na página 8 “tem” Ma-donna. / Não “tem” saída para oPaís. / “Teve” de tudo ontem em SãoPaulo. / Onde “tem” Brasil “tem”Telebrás. / “Tem” dia para tudo.

Ter (conjugação). Pres. ind.: Tenho,tens, tem, temos, tendes, têm. Imp.ind.: Tinha, tinhas, tinha, tínhamos,tínheis, tinham. Pret. perf. ind.: Tive,tiveste, teve, tivemos, tivestes, tive-

279“Tem gente” Ter (conjugação)

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ram. M.-q.-perf. ind.: Tivera, tiveras,tivera, tivéramos, tivéreis, tiveram.Fut. pres.: Terei, terás, terá, teremos,tereis, terão. Fut. pret.: Teria, terias,teria, teríamos, teríeis, teriam. Pres.subj.: Tenha, tenhas, tenha, tenha-mos, tenhais, tenham. Imp. subj.: Ti-vesse, tivesses, tivesse, tivéssemos,tivésseis, tivessem. Fut. subj.: Tiver,tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tive-rem. Imper. afirm.: Tem tu, tenhavocê, tenhamos nós, tende vós, te-nham vocês. Imper. neg.: Não tenhastu, não tenha você, não tenhamosnós, não tenhais vós, não tenhamvocês. Infin.: Ter. Flexionado: Ter,teres, ter, termos, terdes, terem. Ger.:Tendo. Part.: Tido.

Ter (derivados). Atenção para seis tem-pos: Pres. ind.: Mantém (singular),mantêm (plural); detém, detêm;retém, retêm; entretém, entretêm;contém, contêm; obtém, obtêm. Imp.ind.: Mantinha, detinha, retinha, en-tretinha, continha, obtinha (e nunca“mantia”, “detia”, “retia”, “entretia”,etc.). Pret. perf. ind.: Manteve, dete-ve, reteve, entreteve, conteve, obteve(e nunca “manteu”, “deteu”, “reteu”,“entreteu”, etc.). M.-q.-perf. ind.:Mantivera, detivera, retivera, entreti-vera, contivera, obtivera (e nunca“mantera”, “detera”, “retera”, “entre-tera”, etc.). Imp. subj.: Mantivesse,detivesse, retivesse, entretivesse,contivesse, obtivesse (e nunca “man-tesse”, “detesse”, “retesse”, “entretes-se”, etc.). Fut. subj.: Mantiver, deti-ver, retiver, entretiver, contiver, obti-ver (e nunca “se eu manter”, “deter”,“reter”, “entreter”, etc.). Conjugam-se da mesma forma: abster-se, ater-see suster.

Terceiro Mundo. 1 — Com maiúsculase sem hífen. 2 — Palavras derivadas:terceiro-mundismo e terceiro-mun-dista. 3 — Os outros dois mundos sãoos países capitalistas desenvolvidos eo antigo bloco comunista. 4 — Nãouse a forma “3º Mundo”.

Ter de. Use ter de em vez de ter que,quando o sentido for de necessidade,obrigação, desejo ou interesse: O Bra-sil terá de importar arroz. / Temos deprever as despesas do próximo se-mestre. / O trabalho tem de ser ini-ciado hoje. / Eles tinham de saircedo. / A prefeitura teve de indenizaros desapropriados.

Teresa, Teresina. A menos que se tratede mulher que grafe o nome com h ouz, use sempre s em Teresa e deriva-dos: Madre Teresa de Calcutá (tradu-zido), imperatriz Teresa Cristina,Santa Teresa (bairro ou religiosa), Te-resinha do Menino Jesus, Teresina,Teresópolis, etc.

Ter lugar. Como sinônimo de realizar-se, ocorrer, dar-se, suceder, prefiraqualquer uma destas formas: A reu-nião será realizada amanhã. / O in-cêndio ocorreu ontem.

Terminar mais infinitivo. Com infiniti-vo, use acabar e não terminar: Aca-bou de fazer, acabou de sair, acaboude escrever (e não terminou de fazer,terminou de sair, terminou de escre-ver).

Termo... 1 — Liga-se sem hífen ao ele-mento seguinte: termodinâmica, ter-monuclear, termorreceptor, termos-sifão. 2 — Mantenha o o do prefixomesmo quando o segundo elementocomeçar por vogal: termoatômico,termoelétrica.

Terra. 1 — Sempre com inicial maiús-cula quando se referir ao planeta: ATerra tem 4,5 bilhões de anos. / ATerra é azul. 2 — No sentido de chãofirme (opondo-se a mar e ar), rejeita oartigo: Estava em terra. / Terra àvista. / Deixou os filhos em terra. /Viajou por terra. / Desceremos hoje aterra (e não “à terra”).

Terreno de marinha. Desta forma, e nãoterreno “da Marinha” (trata-se de áreasituada junto ao mar ou à margem decertos rios e lagoas).

280Ter (derivados) Terreno de marinha

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Ter tido. Ter pode ser auxiliar de si pró-prio: Tinha tido, tenho tido, tínhamostido.

Tetraneto. Ver bisneto, trineto, tetrane-to, página 53.

Tetravô. Ver bisavô, trisavô, tetravô, pá-gina 53.

Tevê. Ver televisão, página 278.Têxtil. Desta forma. Plural: têxteis.Texto-legenda. 1 — Como é ao mesmo

tempo uma notícia e uma legenda,deve, por isso, descrever a fotografia erelatar o fato em linguagem direta e ob-jetiva. Recomenda-se que o texto-le-genda preencha de três a cinco linhascheias ou o que a Diagramação deter-minar. Em casos excepcionais, admite-se um pouco mais e, raramente, menos.Não existe parágrafo no texto-legenda,nem inicial nem intermediário.

2 — O ideal é que o texto-legendacontenha pelo menos duas frases, aprimeira descritiva e a segunda, com-plementar e informativa. Como títu-lo, reproduza algum pormenor da no-tícia ou mesmo a sintetize:

Visita “protocolar”O general João de Almeida passa

em revista a tropa formada em suahomenagem na Academia Militardas Agulhas Negras. O oficial fezontem uma visita “meramente pro-tocolar” à escola.

3 — Se necessário, para ganhar es-paço, o texto-legenda pode assumircaráter informativo na sua totalidade.Evite apenas, por uma questão deritmo, que o texto se resuma a umaúnica frase, dividindo sempre o perío-do em duas ou mais orações:

Praia sem solDepois de horas de congestiona-

mentos nas estradas, o paulistanoaproveitou o mormaço do domingo elotou as praias, entre elas a da Ensea-da, no Guarujá. A Dersa prevê um re-torno também complicado: mais de500 mil carros passaram ontem pelos

pedágios do sistema Anchieta—Imi-grantes.

4 — Eventualmente, o texto-legen-da pode funcionar como chamada deprimeira página para assunto que ojornal desenvolva em outro local daedição:

Terminal do desesperoAs crianças têm sido as principais

vítimas da desorganização no Termi-nal Rodoviário do Tietê. Muitas de-sembarcam sozinhas e chegam a es-perar horas até serem encontradaspor quem vai buscá-las. Há tambémmuita sujeira e assaltos na rodoviá-ria. Página C4.

Tigres asiáticos. Inicial minúscula: OBrasil quer negociar com os tigresasiáticos.

Times de futebol. 1 — São masculinosna quase totalidade: o Palmeiras, oFlamengo, o Pinheiros, o Estudiantes,o Sporting, o Arsenal, o Racing, oMilan. Há algumas exceções, no en-tanto, e o Estado as respeita. Brasil: aPortuguesa, a Ponte Preta, a Interna-cional (Limeira), a Esportiva (Guara-tinguetá). Itália: a Roma, a Interna-zionale, a Juventus, a Fiorentina, aSampdoria, a Udinese e a Lazio. Por-tugal: a Acadêmica (Coimbra). Amé-rica Latina: a Universidad (de váriospaíses).

2 — Use o nome dos times confor-me eles estejam registrados: Corin-thians, Mogi Mirim, Novorizontino,Pirassununguense, Sãocarlense, Co-ritiba, Sport, Goytacaz, Mixto, Pay-sandu, etc.

3 — Os times estrangeiros que te-nham nome de cidade conservarão adenominação original: Napoli (de Ná-poles), Genoa (de Gênova), Milan (deMilão), Torino (de Turim), Bologna(de Bolonha), Real Madrid (de Madri),Atlético de Madrid (de Madri), Zara-goza (de Saragoça), Sevilla (de Sevi-lha), Anvers (de Antuérpia), Genève(de Genebra), etc. Exceção: Colônia,de Colônia (Köln em alemão).

281Ter tido Times de futebol

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Tintim. Desta forma: tintim por tintim(e não “tim-tim” ou “tim tim”).

“Tio Sam”. Não use. A expressão temcaráter depreciativo.

Tipo. Aceitável apenas na linguagemcoloquial (mas não nos textos for-mais do jornal) em frases como: Umgrupo de empresários esteve na cida-de tipo assuntando. / Era um homemtipo quem tudo sabe. / Era uma mu-lher tipo perua.

Tique, tique-taque. Tique, cacoete, jáestá aportuguesado. Use tambémtique-taque (imitação do som do re-lógio).

“Tirar uma posição”. Lugar-comum.Não use.

Tireóide. Mantenha sempre o e: tireoi-dectomia, tireoidismo, tireoidite. Oadjetivo correspondente é tireóideo.

Título. Liga-se com hífen a outro subs-tantivo: idéia-título, papéis-título.

Títulos

Instruções gerais

1 — O título deve, em poucas pa-lavras, anunciar a informação princi-pal do texto ou descrever com preci-são um fato: Governo desiste de au-mentar impostos / Assaltantes rou-bam 500 mil e prendem 12 reféns.

2 — Procure sempre usar verbo nostítulos: eles ganham em impacto e ex-pressividade.

3 — Para dar maior força ao título,recorra normalmente ao presente doindicativo, e não ao pretérito: Israe-lenses e palestinos assinam (e não as-sinaram) acordo de paz / Reitorchama (e não chamou) polícia parapoder trabalhar.

4 — Nos textos noticiosos, o títu-lo deverá obrigatoriamente ser extraí-do do lead; se isso não for possível, re-faça o lead, porque ele não estará in-cluindo as informações mais impor-tantes da matéria.

5 — Use inicial maiúscula apenasna primeira palavra do título e nosnomes próprios: Ministro pode ser in-diciado / Pacifistas fazem protestodiante da Casa Branca.

6 — Os títulos no Estado vão sem-pre em letras minúsculas (caixa-baixa). Só faça títulos inteiramenteem maiúsculas (caixa-alta) em casosmuito especiais. Por exemplo, emmanchetes que exijam maior desta-que que as normais.

7 — Nenhuma palavra do títulopoderá ser separada no fim da linha(nem mesmo as ligadas por hífen).

8 — Evite igualmente partir nomespróprios constituídos de dois ou maisvocábulos. Exemplos:

Protesto diante da CasaBranca termina em tumulto

Novo LP de RobertoCarlos bate recorde.

9 — Não repita palavras na mesmapágina (à exceção de artigos, preposi-ções e contrações curtas).

10 — Evite fórmulas semelhantesde títulos na mesma página (a não serintencionalmente, para fazer jogo detítulos): O Brasil vai bem, afirma opresidente / Os Estados precisam derecursos, diz o governador.

11 — Esteja atento para que o títu-lo da chamada de primeira página e oda mesma notícia colocada no inte-rior do jornal não sejam rigorosamen-te iguais.

12 — O Estado não usa títulos componto. Assim, estão vetados exem-plos como estes: O Metrô reconheceque errou. E pune seus funcionários /O Brasil joga. Para buscar a classifi-cação.

13 — A não ser que você faça umtítulo propositadamente centrado,evite deixar muito branco nas linhas(no máximo um ou dois sinais). Damesma forma, procure tornar o con-

Tintim Títulos

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junto das linhas harmônico e agradá-vel.

14 — Importante: respeite comrigor o limite de sinais estabelecidopara cada título. Caso contrário, eleterá de ser reduzido, tornando a pági-na um verdadeiro catálogo de tipos.

Instruções específicas

1 — Abreviaturas. Evite abreviarnomes próprios: P. Ferreira, P. Alegre,E. Santo, J. Paulista, C. Verde, R. Car-los, F. Henrique Exceção: S. (de São eSanto), como em S. Caetano, S. Ca-tarina, S. Amaro, etc. Mas, quandopossível, use São e Santo por exten-so. E não abrevie a indicação dos car-gos das pessoas, principalmentecomo recurso para ganhar sinais nostítulos: gen. Almeida, gov. Pereira,alm. Valença. Só são admitidas redu-ções das formas de tratamento, comodr. Jatene, d. Eugênio, pe. Eurico.

2 — Adjetivação. O adjetivo, pormais forte que seja, não substitui a in-formação específica: Comissão pro-põe profundas mudanças no IR / Rea-lizado o maior assalto a banco doano. / Governo baixa medidas duraspara tentar conter o déficit. / Médiade mortes teve aumento brutal. Pro-fundas, maior, duras e brutal, no caso,não dão as informações essenciais:quais e o valor.

3 — Artigo. Pode ser dispensado,na maior parte dos casos, para econo-mizar sinais: Deputado acusa CUT /Peso do pacote divide governo. Con-serve obrigatoriamente o artigo,porém, nas formas de valor absoluto,como o maior, o menor, o máximo, omínimo, os mais velhos, o mais novo,o único, os menos culpados, o menosinstruído, o principal, etc.

4 — Artista pelo personagem. OEstado não admite que se use o nomedo artista pelo personagem que este-ja representando no momento. Exem-

plos: Cuoco morre no fim / TarcísioMeira casa com Bruna Lombardi.

5 — Atípicos. Há títulos atípicosque podem ser jornalísticos e criati-vos. Lembre-se, porém, de que são ex-ceção e não a regra: Não, não chegade saudade / A difícil vida fácil / Amorte do homem do Brasil / O incrí-vel caso dos encapuzados que ataca-ram a polícia / Adeus, Joel; bem-vindo, Joel.

6 — Auxiliar. O título auxiliardeve complementar o principal, e nãorepetir informações nele contidas.Veja alguns exemplos de títulos auxi-liares bem-feitos (entre parêntesesestá o título auxiliar): O templo dasegurança nacional abre suas portasa Lula e Covas (Com isso, a ESGrompe um comportamento de déca-das) / Vereador paulista renuncia(Câmara triplicou seu salário e eleachou a decisão incorreta) / Museusdescobrem fraude (Arte pré-colom-biana não passa de obra de artistamexicano). Em contraste, veja umcaso em que o título auxiliar repete oprincipal: Medidas vão reduzir a li-quidez (O CMN aprovará amanhãmedidas para reduzir o excesso de di-nheiro em circulação).

7 — Causa—efeito. Em algunscasos, especialmente nos relativos afenômenos meteorológicos, aciden-tes e outros, admite-se o emprego doefeito pela causa em títulos como:Acidentes matam 20 nas rodoviaspaulistas / Chuva interrompe o trân-sito na Anhangüera / Mau tempoadia a rodada do campeonato / Criseimpede a viagem do presidente / Frioeleva preço das verduras. / Coraçãoaposenta jogador aos 20 anos.

Evite, no entanto, casos em queessa relação se torne forçada ou inin-teligível: Turbina derrubou o aviãodo ministro / Ferrovia Norte—Sul jáprepara canteiro de obras / Meteoro-logia antecipa jogo do Santos / Junho

283Títulos Títulos

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pode dar o gatilho, diz assessor doministro.

Eis outros exemplos de títulospouco inteligíveis do gênero: Contra-to perdoa Joãozinho (o jogador foi per-doado porque sua presença era exigi-da por contrato nos jogos do time) /Tabela abre supermercado ao meio-dia (por causa de uma tabela de últi-ma hora, os supermercados só iriamabrir ao meio-dia) / Contrachequesolta secretário em Fortaleza (libera-ção dos contracheques fez que servi-dores soltassem secretário retido nogabinete dele).

8 — Confusão. Os títulos devemser claros para não provocar nenhumtipo de confusão no espírito do leitor.Veja os exemplos seguintes: Em co-mício de Pedro Almeida lançaGomes para a Presidência / Presosacusados de roubo. No primeiro,seria indispensável uma vírgula entrePedro e Almeida; no segundo, fica adúvida: presos foram acusados deroubo ou foram presos os acusados deroubo?

9 — Correção. É indispensável nostítulos, para evitar exemplos (reais)como: Pernambuco pede DPF paraapurar morte de vereador / São Paulorelaxa e permite Juventus empatarpor 2 a 2. / Portos parados ameaçamfalta de combustível. / Horário deverão começa 6 de outubro em 12 Es-tados e no DF. /

10 — Dizer. Não use o verbo (nemdeclarar e afirmar) para entidades,como em: Eletropaulo diz que contasde luz podem estar erradas. Substi-tua-o por admite, nega, contesta, etc.

11 — E. Está vetado o uso da con-junção e no início dos títulos, sejameles principais ou auxiliares: E o go-verno já admite que vai demitir maisservidores. / As propostas de desa-propriação de terras não têm valorjurídico (...) E até a lei do meio am-biente foi desrespeitada. / E a CLTafinal vai mudar.

12 — Encampação. A menos queo jornal as tenha apurado, as informa-ções devem ser atribuídas a alguém enão encampadas nos títulos. Veja osexemplos: Uruguai não está nem umpouco preocupado / A Terra é um or-ganismo vivo / Lucro já não atraitanto as empresas. / Renato nãopensa em ser o artilheiro. Em todosos casos, obviamente havia alguémdizendo o que consta dos exemplos.Os títulos, porém, fazem que as afir-mações passem a ser do jornal.

13 — Excesso. Se os títulos muitotelegráficos são condenáveis, damesma forma produzem má impres-são os que têm o efeito contrário: ex-cesso de palavras. Veja como a falhafica patente nos exemplos seguintes,em que detalhes absolutamente se-cundários tiveram de ser incluídospara que o título satisfizesse a conta-gem exigida: O Brasil é favorito noTorneio de Novos que se inicia hojeem Toulon, na França / TraficanteCelsinho da Vila Vintém é preso demadrugada em casa em Padre Mi-guel / Centro vai ganhar outra redede varejo, a Luzes Shopping, no localonde ficava a Casa Sloper / Ministé-rio inicia Programa Bom Meninocom a presença da primeira-dama doPaís.

14 — Fato previsto. Mesmo nosfatos previstos, você pode fugir doóbvio. No dia da posse dos governa-dores, por exemplo, em vez de sim-plesmente anunciar Governadorestomam posse, há opções como: Go-vernos mudam, ficam as dívidas / Es-tados falidos dão posse a governado-res hoje.

15 — Foi. Evite o uso de foi nos tí-tulos: é ruim e já está subentendidonos casos em que se recorre ao parti-cípio. Veja como ele é totalmente dis-pensável: (Foi) Aprovada a estatiza-ção dos bancos no Peru / (Foi) Inicia-da a corrida aos cargos no governo.

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16 — Fracos. Há títulos fracos parao que pretendem expressar. Eis algunsexemplos: Vaticano divulga seu ba-lanço / Plenário rejeita proposta doPFL / A decisão final do caso dos tra-tores. No primeiro caso, havia a in-formação de que o Vaticano tiveraprejuízo no ano anterior; no segundo,não se diz qual é a proposta do PFL;no terceiro, igualmente, não se reve-la ao leitor em que consiste a decisãofinal do caso dos tratores.

17 — Futuro do pretérito. O anti-go condicional não deve ser emprega-do nos títulos por transmitir ao leitoridéia de insegurança, eventualidade efalta de convicção: Aids teria sido acausa de chacina em SP / Curto-cir-cuito teria causado o incêndio naPaulista / Excesso de informaçãocausaria estresse. Uma saída é recor-rer a palavras como pode, deve, pos-sível, provável, ameaça, espera e ou-tras que contornem a situação. Háum caso, porém, em que se admite ouso do futuro do pretérito. É quandoele formula uma hipótese: Antecipa-ção agradaria aos vereadores / Ex-ministro afirma que reeditar o PlanoCruzado seria até hilariante.

18 — Gerúndio. Evite o gerúndionos títulos, seja de notícias, seja de re-portagens, artigos, comentários, críti-cas, crônicas, etc. Eis alguns exem-plos que mostram não ser essa umaboa fórmula para os títulos: Desenter-rando o passado / Cartel de Medellíninvadindo o Brasil / Uma cidade re-fazendo seu passado / Chileno cortapulsos a bordo de avião dizendo-seperseguido / Deputado apresenta re-latório propondo 4 anos / Desmisti-ficando a onda de violência. Há sem-pre uma forma do presente que pode,com vantagem, substituir o gerúndio.

19 — Informações adicionais.Sempre que possível, aproveite bemos sinais do título para dar informa-ções adicionais que o tornem maisclaro jornalisticamente ou ajudem a

evitar confusões: Gripe Florentina, aque vai e volta, atinge paulistanos /Bethânia (Defesa do Consumidor)pede normas para controle de pre-ços / Reed, do Citicorp, defende con-versão da dívida externa / Santos, oministro, garante que não pretenderenunciar / Gramado, sem encomen-das, desativa setor moveleiro / Bragaclassifica de recuo o controle de pre-ços, já tentado por Simonsen / Ed-berg, 3º do ranking, é eliminado emRoland Garros / Mordidos demais,carteiros argentinos param traba-lho / Enfarte mata Muskie, ex-secre-tário de Carter / Banco Atlas, que feza reestruturação da Acme, compraações dos sócios minoritários / INPCde março foi de 0,29%, o menor semcongelamentos / Brigitte, irreconhe-cível, leiloa jóias para proteger ani-mais / Augusto, liberado para voltarao treinamento, livra-se do corte /Morre o roteirista de “Perdidos naNoite”, o filme / Kanu, carrasco doBrasil, está fora do futebol.

20 — Jogo de palavras. Raramen-te um jogo de palavras se justifica notítulo; na maior parte das vezes, o queo redator consegue é passar ao leitorfrases de gosto altamente duvidoso,como, por exemplo: Preço do sapatoaperta consumo / Chegada de Nobelda Paz causa guerra / Minivaca pro-duz maxileite / Crise deixa estaleirosa ver navios / Altamiro: levando ochoro na flauta / Em ano eleitoral,metrô paulista entra nos trilhos /Brasileiros abrem olho para o Japão /Com mil raios! Como é difícil usar omicro nesses temporais... / Presiden-te digere queixas em jantar / Ferroelétrico passa bem pela recessão /Passada a turbulência, Vasp decolade novo / Inundações levam preçopara o brejo / Fábrica da Volks pisafundo em Resende / Compradorchora com preço da cebola.

21 — Jogo de títulos. Quando fei-to com critério, o jogo de títulos na

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mesma página pode ser uma soluçãocriativa: Edu, o do Palmeiras, vaijogar / Edu, o da Portuguesa, querdescansar.

22 — “Muletas”. Nada pior numtítulo, por ficar evidente o recurso, doque palavras utilizadas apenas paraesticar a linha. Veja casos em que oum, o seu, o já e os artigos definidosou são redundantes ou não têm ne-nhuma função na frase: Presidentecritica um deputado / Empresa demi-te os seus funcionários / Corinthiansjá teme o América / O leão foge docirco. Por que um deputado e não de-putado, apenas? A empresa poderiademitir outros funcionários que nãoos seus? Teme, simplesmente, e nãojá teme. Finalmente, que leão? quecirco?

23 — Nome certo. Use sempre onome da pessoa, da cidade ou dacoisa, evitando fórmulas destinadassomente a aumentar o número de si-nais do título, como as que se se-guem: Despovoamento e marésameaçam a cidade das gôndolas /Greve de ônibus e metrô deixa a “Ci-dade Luz” sem transporte / Contun-dido o “Furacão de Lins” / Chuva ar-rasa a capital fluminense. / Obras re-vitalizam a capital da Argentina.

24 — Nomes usuais. Use no títu-lo sempre o nome pelo qual a pessoaseja conhecida. Se o jornal utilizaCovas nos títulos, por exemplo, aforma Mário Covas é um desvio danorma e revela apenas que o Márioteve o mero objetivo de completar onúmero de sinais. Outros exemploscondenáveis: Bill Clinton recebeBoris Yeltsin / Evocada a memória deTancredo Neves / Leonel Brizola cri-tica a política econômica.

25 — Números agrupados. Eviteagrupar números quando o resultadopossa confundir ao leitor, como noscasos seguintes: Última prova datemporada decidiu a F-1 17 vezes /Previstas para 1998 30 competi-

ções. / Chegam dia 24 16 governado-res.

26 — Obscuros. Nunca faça títu-los que o leitor não possa identificarde imediato, como: BNDES socorregiro de micro, pequeno e médio (em-presário) / Surrealismo, 100, está devolta (movimento ressurge cem anosdepois).

27 — Ontem. Não use o advérbionos títulos, pois se presume que o jor-nal publique, na quase totalidade, no-tícias da véspera. Recorra ao presen-te, que torna o título mais forte: Pre-sidente anuncia acordo com credores(e não: Presidente anunciou ontemacordo com credores) / Santos venceo Guarani (e não: Santos venceuontem o Guarani).

28 — Opinião. Somente os títulosde editoriais, artigos ou comentáriosassinados poderão expressar opinião:Imposição do bom senso / Uma de-cisão desastrosa / O passado conde-na no Uruguai. Nos demais casos, eespecialmente no noticiário, estãovetados títulos desse tipo.

29 — Ordem na frase. A ordem dostermos no título deve ser a mais li-near possível. Evite intercalações einversões violentas, como nos casosseguintes: França discute hoje nosEUA o terror / Prefeitos vão levar aopresidente reivindicações / Marceloe Igor podem ter esta semana habeas-corpus / Bancos querem negociarcom Incra as suas terras. / Santosvence por 2 a 0 a Portuguesa.

30 — Palavras fortes. Há palavrasou construções muito fortes, que dãoaos títulos clara idéia de exagero. Fujade exemplos como: Protestos inferni-zam a vida de Copacabana / Empre-sários morrem de medo de novo con-gelamento / Lei americana enfureceos europeus / Intervenção deixa go-vernador irado.

31 — Pontuação. Aplicam-se aostítulos as mesmas normas de pontua-ção dos textos comuns: aliás, nos ver-

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betes específicos deste manual, deze-nas de exemplos são de títulos. Porisso, neste momento, cabem apenasalgumas observações:

• Não use os dois-pontos para in-troduzir retranca ou procedência:França: cresce o número de aciden-tes / Terras: governo muda a legisla-ção / Caso dos tratores: mais um in-diciado.

• Não coloque também a retrancaou procedência no fim do título: Mos-cou afasta o ministro da Defesa: casoCessna / Funcionário é baleado den-tro do carro: Sergipe.

• Não use vírgula para indicar re-tranca (caso em que também os dois-pontos estão vetados): Escuta telefô-nica, delegado procurado / Aparta-mentos, o ministro vai explicar.

• Não use ponto de interrogaçãonos títulos. O leitor tem direito a res-postas. Dessa forma, estão vetados tí-tulos como: O cacau, a caminho daprivatização? / Como cortar 14 bi-lhões no déficit? / Novo congestiona-mento na Imigrantes? / Quem pagaa conta dessas mordomias?

• Use aspas no título para as pala-vras que, segundo as normas de reda-ção, vão em itálico ou negrito notexto: Autor renega “Os Homens doEspaço” / Gil grava “Chão de Estre-las” / “Soneca” vai deixar o casoAnastácio. / “Estado” ganha causano STF.

• Os títulos inteiramente entreaspas estão vetados, a não ser em doiscasos: sub-retrancas e títulos auxilia-res de entrevistas.

• Em casos especiais, o ponto-e-vírgula pode ser usado para indicarduas informações diferentes contidasno mesmo texto: Governo divulgaplano; bolsas caem.

• Finalmente, lembre-se de queestão vetados os títulos com pontos(ressalvados os casos de excepciona-lidade, mas sempre com permissão daDireção da Redação). Assim, não use

exemplos como: Tiros na mata. Parasalvar jacarés / A cidade quer oporto. Mas não a esse preço / Os doismeninos saem a passeio. E não vol-tam.

32 — Positivos. Sempre que possí-vel, substitua um título com não pelaforma positiva (exemplificada entreparênteses): Ator não aceita (rejeita)prêmio / Funcionário não quer (re-cusa) promoção / Lista não inclui(omite, exclui) convocados / Gover-no diz que não tem (nega) intençãode extinguir conselho / Universida-de não encerra (prorroga) inscrições.

33 — Pronome oblíquo. Evite opronome oblíquo nos títulos, paranão dar ao leitor idéia de sofisticação:Escritor inglês ganha ação contra jor-nal que o difamou / Ladrões esperamfamília acordar para assaltá-la.

34 — Rebuscamento. É o uso depalavras estranhas ao universo do lei-tor ou de termos que não sejam osmais simples para expressar determi-nada situação. Lembre-se de que o tí-tulo tenta estabelecer comunicaçãodireta com o leitor. Por isso, os vocá-bulos empregados devem ser, quandopossível, os do seu dia-a-dia. Evite,pois, formas como estas: Polícia calasobre a fuga de 2 mil / Ministro dizque o gatilho de servidor é controver-so / Centavo, moeda tão vil que nin-guém se abaixa para pegar / Insetoamericano mimetiza predador parapoder fugir / “Etarra” assassinada /Para senador, PMDB deveria ter sa-batinado ministro / Viúva de Allen-de solicita anistia / OMS não achaimportante contabilizar casos deaids / PMDB deseja mudar a Consti-tuição / Mulher de brigadeiro ecoa“revolta silenciosa” / São Paulo põeem campo sua face “yang”.

35 — Reduções. Evite reduzir pa-lavras nos títulos, a não ser em casosjá consagrados, como soft, micro,máxi, míni e múlti.

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36 — Repetições. Determinadasrepetições podem dar força aos títu-los, quando criteriosas e adequadas àsituação descrita: Polícia apura polí-cia no seqüestro / Governador dizque não disse nada contra o Judiciá-rio / Formas que geram formas / “Eufico, eu faço” / Ninguém é de nin-guém na noite / Artistas convidamartistas para exposição.

Em outros casos, no entanto, elasapenas denotam falta de recursos:Proposta para a dívida não é para já,esclarece a Fazenda / Deputado tiraprorrogação de mandato de prefeitosde capitais de relatório / Inflação naUE baixa a seu índice mais baixo em20 anos / Municípios farão vigíliapara fazer incluir suas propostas nanova Carta. / Casas inventam atra-ções para atrair público.

37 — Rimas. Cuidado com asrimas, especialmente em ão, mais no-tadas pelo som forte: Ministro negapressão política para demissão / Ad-vogado toma cuidado para não serincriminado / Barulho na cidade re-vela insensibilidade.

38 — Sem sujeito. Em algunscasos, a supressão do sujeito nãotorna o título enigmático e pode seraceita: Assassinado ao lado do filhomenor / Mordido pelo rival / Conde-nado a 12 anos sem provas.

39 — Sentido completo. Quantomais informações você der ao leitor,mais o título terá cumprido seu obje-tivo. Por isso, evite os detalhes supér-fluos e procure usar todos os sinais àdisposição para que o título diga omáximo. Veja como é possível: Sena-do aprova e argentinos já têm divór-cio / Leão-marinho melhora, comemais e brinca / Acidente com ônibusno Cairo mata 50 crianças / Botafo-go joga mal, empata e perde dinhei-ro / Fábricas de motos dão férias, cor-tam horas extras e reduzem produ-ção / Flamengo, goleado de novo, vaiatrás de Romário / Polícia frustra se-

qüestro, mata três e resgata reféns /Conde salta 24 pontos em dez dias eassume liderança no Rio / Computa-dor pára, avião cai e 70 morrem noPeru / Aluno mata, fere, se mata echoca a USP.

40 — Sentido incompleto. Evite ostítulos que deixam no ar a pergunta oquê?, como nos exemplos seguintes:Ministro admite congelar, após ajus-te de preços / Deputado quer saber sefuncionário pode acumular. Conge-lar o quê? Acumular o quê?

41 — Singular pelo plural. Hácasos em que se pode usar um termono singular para designar toda umaclasse ou categoria. Exemplos: Grevede servidor termina hoje / Deputadojá ganha mais em São Paulo / Con-tribuinte paga mais imposto.

Em muitas ocasiões, porém, o usodo singular poderá dar a idéia de quea notícia se refere a uma só pessoa daclasse ou categoria e não a toda ela.Veja exemplos reais de títulos que sedevem evitar (em todos eles as notí-cias se referiam à categoria ou a gru-pos de pessoas): Comissário da Vaspdecide manter greve / Passageiroqueima ônibus em Itaquera / Came-lô dobra os preços de açúcar e sal /Militar argentino pede anistiaampla / Marginal quebra e incendeiaum automóvel / Banco dispensaacordo com FMI / Militar cubano de-sertou em massa, diz general / Joga-dor faz greve no Fluminense (era otime todo) / Motorista de táxi amea-ça parar / Menina brasileira se pros-titui no Paraguai / Apoio de governa-dor vira estigma de candidato (oapoio era dos governadores e o estig-ma, dos candidatos nos Estados) / Es-toque de concessionária supera 100mil (o número é a soma do estoque detodas as concessionárias do País).

42 — Telegráficos. Evite ao máxi-mo as formas telegráficas constituí-das por um substantivo mais umadata ou sigla. Prefira sempre Copa de

288Títulos Títulos

Page 289: Manual de Redação e Estilo do Estadão

94, e não Copa-94, etc. Veja outrosexemplos a evitar: Mundial-98, elei-ções-92, orçamento-SP, déficit-RJ,campanha-89, Campeonato-91, car-ros GM, etc.

43 — Tempos verbais. Como o pre-sente é usado nos títulos para definiruma ação passada, mas recente (davéspera, em geral), ele só pode referir-se ao futuro quando acompanhado daindicação de tempo: Presidente dosEUA chega amanhã. Estaria errado,porém, dizer que O Brasil volta a ne-gociar com o FMI se essa ação aindanão se tiver iniciado. O correto,então, seria: Brasil voltará a negociarcom o FMI. Outro exemplo impreci-so: Judeus protestam, mas papa rece-be Waldheim. O que se quis dizer: Ju-deus protestam, mas papa receberáWaldheim.

Quando se localiza uma ação nopassado, o tempo usado deverá entãoser o pretérito e não o presente (oscasos mais comuns são os de balan-ços ou levantamentos): Abate de boiscaiu 8,6% no ano passado / Consu-mo de combustíveis aumentou 15%em abril / Pedidos de concordataatingiram 150 empresas em janeiro /Indústria demitiu 50 mil até agora /Empresa perdeu US$ 60 milhões noprimeiro semestre / Indústria cres-ceu 8% no segundo semestre / Ban-queiro pediu ajuda para tentar evitarintervenção do BC. Abate de boiscaiu e não cai; consumo aumentou enão aumenta (a ação está definida nopassado); banqueiro pediu (isto é,havia pedido, pediu há dias e nãopediu ontem).

44 — Ter. Use o verbo ter nos seusverdadeiros significados, em vez detransformá-lo em mais um curingados títulos. Veja exemplos do seumau emprego: Médicos ingleses têmcontrovérsias sobre a aids / Criançastêm campanha no colégio sobre elei-ções / Assassinos de Joana têm 15anos de cadeia / Fiscais têm 50 de-

núncias por dia / Senador tem aplau-so dos eleitores.

45 — Título-legenda. Alguns títu-los podem, em casos excepcionais,funcionar como verdadeiras legen-das. É preciso, porém, que a diagrama-ção deixe clara essa condição e asfotos a justifiquem: Veja o que fize-ram com Becker / Adivinhe quempassou por aqui / Eis o chefe dos ban-didos de capuz.

46 — Tratamento. Apenas emcasos especiais, formas de tratamen-to poderão aparecer nos títulos: Asperipécias do sr. ministro / A vida desir Laurence Olivier / As memóriasde madame Claude / Assim será, dr.Tancredo.

Título(s) de ... 1 — Se se tratar de mu-lher, título de eleitora. 2 — No plu-ral, títulos de eleitor e não títulos deeleitores.

Tiver/estiver, tivesse/estivesse. Nãoconfunda as formas tiver e tivesse, doverbo ter, com estiver e estivesse, doverbo estar. Siga a regra prática: o terpode ser sempre substituído porhaver, e o estar, não. Assim: O joga-dor vai assinar o contrato segunda-feira, quando o diretor do clube tiver(houver) voltado da Europa. / Se es-tiver presente à festa, será homena-geado. Repare que o haver não podeser usado no segundo caso. Igualmen-te: Se tivesse (houvesse) voltado atempo, o diretor participaria dafesta. / Se estivesse insatisfeito como trabalho, teria dito.

“Tivemos”. Ver “temos”, “tivemos”,página 279.

Toca-discos. No singular e plural.Tocantins. Com artigo: Estado do To-

cantins, no Tocantins, o Tocantins.Todo. Concordância. Embora advérbio,

todo (como sinônimo de inteiramen-te) pode concordar, por atração, como adjetivo que modifica: Era umasérie toda especial. / Os meninos es-tavam todos nus. / Elas ficaramtodas molhadas. Existe, igualmente,

289Título(s) de... Todo

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a concordância normal: Era uma sérietodo especial. / Os meninos estavamtodo nus. / Elas ficaram todo molha-das. (Estes dois últimos casos, todonus e todo molhadas, aparecemmuito raramente.)

Todo, todo o. 1 — Siga a norma de quetodo, sem artigo, significa um, cada,qualquer, enquanto todo o equivale ainteiro: Trabalho todo dia (cada dia,qualquer dia). / Trabalho todo o dia(o dia inteiro). / Todo homem é mor-tal (um, qualquer, cada homem). / Re-talhou todo o homem (o homem in-teiro). / Todo o eleitorado festejou avitória (o eleitorado inteiro). / Todanação tem aliados (qualquer nação). /Toda a nação passava fome (a naçãointeira).

Todo-poderoso. Flexões: todo-poderosa,todo-poderosos e todo-poderosas.

“Todos foram unânimes”. Redundân-cia. Use Foram unânimes nessa opi-nião ou Todos apoiaram essa opi-nião.

Todos os. Todos exige sempre os em fra-ses como: Todos os que quiseram saí-ram cedo. / Estavam ali todos os quehaviam tido problemas com a justi-ça. / Todos os que viviam na cidadesofriam com a poluição. / Todos osmanifestantes foram punidos.

“Todos os dois”. Expressão rejeitadapelos gramáticos. Use os dois ouambos.

Todos os três, todos três. Quando todosantecede um número, usa-se artigo seo número vier acompanhado de subs-tantivo e não se usa artigo se o núme-ro estiver isolado: Comprei todos ostrês romances que você indicou, e jáli todos três. / Compareceram à reu-nião todos os dez membros do con-selho. / Estavam animados todosquatro.

Tomar parte em. E não de: Tomou partena reunião. / Não quis tomar parteno conselho da empresa.

Tomás. Desta forma nos nomes já con-sagrados pelo uso: Santo Tomás deAquino. Com h e/ou z, só no caso dea própria pessoa adotar essa grafia.

Tonelada. Ver peso, página 217.Torácico. E não “toráxico”. Tórax. Invariável no plural: os tórax.Torneios. Três equipes — triangular;

quatro — quadrangular; cinco — pen-tagonal; seis — hexagonal; sete —heptagonal; oito — octogonal.

Tossir. Conjuga-se como cobrir (ver,página 62): tusso, tosses; que eu tus-sa; etc.

Total. Concordância no singular: Umtotal de 1.500 delegados vai (e não“vão”) participar da convenção.

“Trabalhar com a hipótese”. Lugar-comum. Não use. Um delegado, umpolítico, etc., podem investigar, con-siderar, levantar ou levar em contauma hipótese.

Trabalho, trabalhar. Não use as pala-vras no lugar de treino e treinar.Constituem jargão de técnico e pre-parador físico.

Trading company. Pode-se usar tra-ding, apenas. Plural: trading (sem s)companies ou as tradings.

Tráfego/tráfico. Tráfego equivale atrânsito: tráfego congestionado, cor-rentes de tráfego. Tráfico correspon-de a comércio ilícito: tráfico de dro-gas, tráfico de mulheres, tráfico deinfluência.

“Tragédia mata”. Tragédia não mata.Mortes em grande número ou em cer-tas condições é que constituem umatragédia.

Trair. Conjuga-se como cair (ver, pági-na 55).

Trans... Liga-se sem hífen ao termo se-guinte: transatlântico, transamazô-nico, transcaspiano, transinduísmo,transoceânico, transrenano, transu-raniano. No caso de a segunda pala-vra começar com s, ocorre a fusão:transaariano (através do Saara), tran-siberiano, transudar.

290Todo, todo o Trans...

Page 291: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Transplantado. É o órgão, não o pacien-te. Use, portanto: O fígado transplan-tado. Mas não: O “transplantado”teve alta ontem. / A menina “trans-plantada” passa bem. Opção: O pa-ciente do transplante teve alta on-tem.

Trás. Com preposições, use trás e nãoatrás: Andou para trás. / Saiu de trásdo carro. / Veio por trás.

Trás, traz. Trás — atrás (Ficou paratrás. / Veio de trás. / Saiu por trás.);traz — flexão do verbo trazer (O fil-me lhe traz muitas lembranças).

Trasladar. Prefira trasladar e traslada-ção a transladar e transladação.

Tratamento (formas). 1 — Abrevie sem-pre as formas de tratamento, sejamelas simples, como sr., dr. ou d. (dome dona), ou cerimoniosas, como S.Exa., V. Sa., etc. (ver, quanto ao uso,os verbetes dom, página 101, dona,página 101, doutor, página 102, e se-nhor, página 265).

2 — Ao se dirigir ao leitor, chame-o de você.

3 — Em entrevistas de perguntas erespostas, use você para artistas, es-portistas, crianças, etc., e o sr. parapessoas de idade, autoridades, políti-cos, empresários e membros da admi-nistração pública.

4 — O texto jornalístico só com-porta formas cerimoniosas de trata-mento em editoriais, artigos e maté-rias especiais ou na reprodução de de-clarações e documentos. Jamais nonoticiário.

5 — As formas simples e suas abre-viaturas devem ser escritas com ini-cial minúscula: doutor (dr.), senhor(sr.), dom (d.) e dona (d.). Nas formascerimoniosas, use inicial maiúscula:Vossa Excelência (V. Exa.), Sua Se-nhoria (S. Sa.), Vossa Eminência (V.Ema.).

6 — Modo de usar. As formas detratamento com Vossa designam apessoa a quem se fala, isto é, fazemparte de diálogos: Tenho todo o res-

peito por Vossa Alteza. / Vossa Exce-lência agiu mal. As formas com Suaindicam a pessoa de quem se fala (au-sente em geral): Traga a roupa de SuaEminência. / Não é o comportamen-to adequado a Sua Senhoria.

7 — Concordância. a) Verbal.Usa-se sempre a terceira pessoa,tanto no singular como no plural:Vossa Excelência faz falta no Con-gresso. / Vossas Senhorias estão des-contentes, por quê? / Sua Santidadechegou cedo ao estádio. / Suas Ma-jestades não virão mais hoje. b) No-minal. O adjetivo concorda com osexo da pessoa identificada pelaforma de tratamento: Vossa Alteza époderoso (rei). / Vossa Alteza é deli-cada (rainha). / Vossa Excelência estáenganado (homem). / Vossa Excelên-cia chegou atrasada (mulher). / SuasSenhorias foram indicados (homens)ou indicadas (mulheres).

8 — Nas abreviaturas, apenas o se-gundo elemento se flexiona: V. Exas.,S. Sas.

9 — Eis algumas formas de trata-mento, suas abreviaturas e os cargosque identificam:

Sua ou Vossa Alteza (S. A. ou V.A.): príncipes, arquiduques e duques.

Sua ou Vossa Eminência (S. Ema.ou V. Ema.): cardeais.

Sua ou Vossa Excelência (S. Exa.ou V. Exa.): presidente da República,ministros, governadores, prefeitos,parlamentares, juízes, autoridades di-plomáticas e pessoas de alta catego-ria, em geral.

Sua ou Vossa Excelência Reveren-díssima (S. Exa. Revma. ou V. Exa.Revma.): bispos e arcebispos.

Sua ou Vossa Magnificência: reito-res de universidades. Usa-se ainda otratamento Magnífico Reitor.

Sua ou Vossa Majestade (S. M. ouV. M.): reis e imperadores.

Sua ou Vossa Reverendíssima (S.Revma. ou V. Revma.): sacerdotes emgeral.

291Transplantado Tratamento (formas)

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Sua ou Vossa Santidade (S. S. ouV. S.): o papa.

Sua ou Vossa Senhoria (S. Sa. ouV. Sa.): funcionários graduados, pes-soas de cerimônia e oficiais até coro-nel.

Meritíssimo: para juízes (mas nun-ca meretíssimo).

“Tratam-se de”. O certo é trata-se deem frases como: Trata-se (e não “tra-tam-se”) dos homens mais ricos domundo. / Trata-se dos Estados maispopulosos do País. Não existe a pas-siva pessoal com verbos transitivosindiretos.

“Tratativa”. Palavra vetada. Use acordoou negociação.

Travessão. 1 — É usado para intercalaruma expressão explicativa ou com-plementar no período, equivalendo,conforme o caso, a vírgulas ou parên-teses: O uso de atores conhecidos —geralmente homens maduros — éoutra distorção. / Também para ocontribuinte individual — autôno-mo, empregador e desempregado —é cada vez mais difícil recolher ataxa. / O governador de Goiás — oEstado mais afetado pela medida —recusou-se a falar à imprensa.

2 — Substitui os dois-pontos:Eram assim seus dias — muito tra-balho, pouco descanso. / Eis o autordas denúncias — o próprio ministro.

3 — Introduz uma pausa mais forteno período ou destaca a parte final deum enunciado: Uma noite comChico — e Caetano. / Estava estu-dando a vida de Átila — ele mesmo,o rei dos hunos. / O cineasta atacoua platéia de “ intelectuais adultos”— suposta nata da crítica mundial.

4 — Liga palavras ou grupos distin-tos de palavras que não formam umterceiro significado. Isto é, não existeum conjunto semântico, como naspalavras compostas, mas apenas en-cadeamentos do tipo dos que se se-

guem (neste caso não se emprega ohífen, mas o travessão): A estrada SãoPaulo—Curitiba. / O sistema An-chieta—Imigrantes. / A linha Rio—Nova York. / A ponte Rio—Niterói. /Os entendimentos Brasil—Argenti-na. / O trajeto Vila Madalena—VilaPrudente. / A passagem Rio—SãoPaulo. / A harmonia carro—pedes-tre. / O diálogo governo—supermer-cados. / O ciclo vigília—sono. / O en-contro Clinton—Yeltsin. / Associa-ção adjetivo—substantivo. / A riva-lidade Palmeiras—Corinthians. / Ocorredor 9 de Julho—Santo Amaro. /Foguete terra—ar. / O antagonismocapital—trabalho.

O hífen formaria uma palavracomposta, quando o que se tem, noscasos citados, é uma cadeia vocabu-lar.

5 — Separa as datas de nascimen-to e morte de uma pessoa: São Paulo,1905 — Rio de Janeiro, 1960.

6 — É o sinal usado pelo Estado de-pois do nome da cidade de procedên-cia de uma notícia:

BRASÍLIA — O Supremo TribunalFederal julgou ontem...

7 — Se o segundo travessão coin-cidir com uma vírgula, usam-se osdois sinais: Depois de ter quitado 24prestações, de um total de 50 — a úl-tima foi de R$ 589,20 —, o mutuáriotentou transferir... / Essa mensagemdo jornal, publicada na edição de no-vembro — especial, com 20 pági-nas —, já indicava a disposição...

8 — Jamais coloque mais de doistravessões no mesmo período, comono caso seguinte, para não confundiro leitor: Essa prática — que privile-gia o filho mais velho — é muito an-tiga e a Bíblia dá um exemplo — o deEsaú e Jacó — em que o primeiro ven-deu o direito de primogenitura — epor um prato de lentilhas.

292“Tratam-se de” Travessão

Page 293: Manual de Redação e Estilo do Estadão

9 — Indique os diálogos com tra-vessão, como no exemplo da notaabaixo:

O porta-voz Sérgio Amaral osten-tava uma gravata estampada de ze-brinhas ao embarcar para a China nacomitiva presidencial.

— O senhor está levando a zebraembora, embaixador? — brincou umrepórter.

O assessor não perdeu a oportu-nidade de fazer ironia:

— Não, esta é só enfeite. A zebraestou deixando aqui.

10 — Não recorra ao travessão,porém (e sim à virgula), para isolar osverbos de uma declaração: “Todosnós”, prosseguiu, “temos consciênciados problemas do País.” E não: “To-dos nós” — prosseguiu — “temosconsciência dos problemas do País.”Outro exemplo: Com essa medida,garantiu o presidente, seria possívelapressar a votação. E não: Com essamedida — garantiu o presidente —seria possível apressar a votação.

11 — Nos chapéus, títulos, olhos,janelas e legendas, use o hífen, em vezdo travessão, muito longo nos corposmaiores.

12 — Ver outros exemplos do usodo travessão nos diálogos em declara-ções textuais, página 86.

Traz. Ver trás, traz, página 291.Trazer. Conjugação. Pres. ind.: Trago,

trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem.Pret. perf. ind.: Trouxe, trouxeste,trouxe, trouxemos, trouxestes, trou-xeram. M.-q.-perf. ind.: Trouxera,trouxeras, trouxera, trouxéramos,trouxéreis, trouxeram. Fut. pres.: Tra-rei, trarás, trará, traremos, trareis, tra-rão. Fut. pret.: Traria, trarias, traria,traríamos, traríeis, trariam. Pres.subj.: Traga, tragas, traga, tragamos,tragais, tragam. Imp. subj.: Trouxesse,trouxesses, trouxesse, trouxéssemos,trouxésseis, trouxessem. Imper.afirm.: Traze, traga, tragamos, trazei,

tragam. Imper. neg.: Não tragas, nãotraga, não tragamos, não tragais, nãotragam. Os demais tempos são regula-res.

Trema. 1 — É obrigatório sempre que ou colocado entre um g ou q e um e oui for pronunciado: conseqüência, elo-qüente, eqüino, cinqüenta, tranqüili-dade, agüentar, averigüei, lingüiça,lingüística, etc. 2 — Não existe tremaantes de a e o: míngua, adequado, exí-guo, aquoso. 3 — Quando uma pala-vra puder ser usada com e sem trema,prefira a forma sem o sinal: sanguíneo,liquidificador, Antiguidade, etc.

Três-dormitórios. Com hífen quandodesigna o tipo de apartamento: Com-prou um três-dormitórios. Mas: Eraum apartamento de três dormitórios.

Três-estrelas. Ver estrelas, página 118.“Tri”. Nunca use no lugar de trilhão. Tribunais. Veja os nomes corretos:

Supremo Tribunal Federal (STF),Superior Tribunal de Justiça (STJ),Tribunal Regional Federal (TRF),Tribunal Superior do Trabalho (TST),Tribunal Regional do Trabalho (TRT),Tribunal Superior Eleitoral (TSE),Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Su-perior Tribunal Militar (STM),Tribunal de Contas da União (TCU),Tribunal de Contas do Estado (TCE),Tribunal de Contas do Município(TCM), Tribunal de Justiça (TJ) e Tri-bunal de Alçada.

Trilhão. Concordância. Ver milhão, mi-lhar, página 177.

Trimensal, trimestral. Trimensal — queocorre três vezes por mês; trimestral— que ocorre a cada três meses, quedura três meses.

Trineto. Ver bisneto, trineto, tetraneto,página 53.

Trisavô. Ver bisavô, trisavô, tetravô, pá-gina 53.

Troca de farpas. Modismo. Evite.Troféu. Com inicial maiúscula antes do

nome que determina: Troféu Brasil,Troféu União. Minúsculas, porém, na

293Traz Troféu

Page 294: Manual de Redação e Estilo do Estadão

segunda referência: o troféu, esse tro-féu, conquistou o troféu.

Trólebus. Sem i e com acento. Assimtambém trole.

Tudo. Quando sintetiza uma enumera-ção, responde pela concordância dafrase: Vinhos, mulheres, dinheiro,tudo concorreu para a sua perdição.

Tudo a ver. E nunca “tudo haver”. O me-lhor, porém, é tudo que ver: Essaroupa tem tudo a ver (ou que ver) comvocê.

Tudo de. Concordância. Ver algumacoisa de, página 35.

Tudo o mais. E não “todo o mais” ou“tudo mais”.

Tudo (o) que. Existem as duas formas,tudo que e tudo o que: Deu à famíliatudo o que estava ao seu alcance. /Fez pelo país tudo que pôde. / Conse-guiu tudo (o) que queria.

Tupiniquim. Como sinônimo de brasi-leiro, tem sentido depreciativo e jádesgastado.

Turbo... Liga-se sem hífen ao termo se-guinte, eliminando-se o h e duplican-do-se o r e o s: turboacionado, turboe-létrico, turboélice, turbojato, turbor-reator.

Turco... Liga-se com hífen ao elementoseguinte na formação de adjetivos pá-trios: turco-asiático, turco-soviético.Nos demais compostos: turcofilia,turcomano.

TV. Ver televisão, página 278.Tzar. Prefira czar e seus derivados,

como czarista.

“Ua”. Não use. É preferível o cacófato(como em “uma mão”, por exemplo)a essa forma.

Ue, ui (terminação). 1 — A terminaçãoue equivale ao subjuntivo dos verbos

em uar: continue, averigúe, recue,atue, acue, atenue, sue, etc. 2 — Já ofinal ui corresponde ao pres. ind. dosverbos em uir: inclui, intui, influi,atribui, polui, restitui, etc. Associe:ue — uar; ui — uir.

Última, último. l — O adjetivo pode serusado para mês, ano ou século, massem a menção do mês, ano ou século.Assim, no último mês, mas não “noúltimo mês de abril”; no último ano,e não “no último ano de 1996”; etc. 2— Não empregue a palavra tambémcom os dias da semana: o tempo ver-bal deixará claro que a ação ocorreuno passado. Dessa forma: Fulano che-gou quinta-feira (e não “na última”quinta-feira). / O congresso começousegunda-feira (e não “na última” se-gunda-feira).

Último. Ver em primeiro, página 236,como fazer a concordância de o últi-mo ... que.

Último adeus. Lugar-comum. Evite.Ultra... Prefixo que exige hífen antes de

vogal, h, r e s: ultra-apressado, ul-tra-elevado, ultra-independente,ultra-oceânico, ultra-humano, ul-tra-realismo, ultra-som. Nos demaiscasos: ultracentrífuga, ultramarino,ultravioleta.

Ultraleve. Variável: os ultraleves,aviões ultraleves.

Ultrapassar. O verbo é direto: Conse-guiu ultrapassar os (e não “aos”) re-tardatários. / Sua generosidade ultra-passou as (e não “às”) expectativas.

Ultravioleta. Não varia: radiação ultra-violeta, raios ultravioleta.

Um (uso). Ver artigo indefinido, página45.

Uma (crase). Só existem dois casos decrase antes de uma: 1 — Com hora(porque não se trata do indefinido,mas do numeral): O trabalho come-ça à uma hora. Escreve-se igualmen-te da uma às quatro, e não “de umaàs quatro”. 2 — Na locução à uma (de

294Trólebus Uma (crase)

Page 295: Manual de Redação e Estilo do Estadão

uso raro), que significa ao mesmotempo.

Uma porção ou um sem-número de.Concordância. Ver maioria, página167.

Um daqueles que. Concordância. Verum dos … que, nesta página.

Um (uns) de. Concordância. Ver algum(alguns) de, página 35.

Um desses que. Concordância. Ver umdos ... que, nesta página.

Um dos ... que. 1 — O verbo normal-mente vai para o plural: Ele é um dosdeputados que mais lutam pelo con-tribuinte. Desdobre a frase: Dos depu-tados que mais lutam pelo contri-buinte, ele é um. Outros exemplos:Ele foi um dos que saíram antes. /Esse foi um dos livros que encanta-ram sua juventude. / Foi um dos quemais vibraram... / Eis um dos quemais pedem... / Era um dos que maislutavam pela liberdade individual. /Vinha ali um dos amigos que de-viam... Às vezes o um pode ser omi-tido: Não sou (um) dos que pensamassim. / Foi (um) dos que se feriramno acidente. 2 — O verbo fica no sin-gular apenas quando a ação se referea uma única pessoa: Foi um dos seuslivros que li ontem à noite. / Foi umadas peças de Brecht que estreouontem em São Paulo. / Era um dosseus filhos que estava conoscoontem. 3 — Seguem o mesmo mode-lo as formas um desses que e um da-queles que.

Um e outro. Concordância. l — Use overbo, de preferência, no plural. Osubstantivo que vem depois de um eoutro, se houver, fica no singular; oadjetivo que qualificar esse substanti-vo vai para o plural, no entanto.Exemplos: Um e outro queriam saircedo. / Um e outro jornalista sãocompetentes. / Um e outro jornalis-ta americanos. / Um e outro livro an-tigos. 2 — A forma da locução nãovaria, mesmo que ela se refira a umtermo masculino e a outro feminino:

Ali estavam a mãe e o filho, um eoutro (e não uma e outro) cansadosda viagem. / O discurso e a crítica,um e outro lhe desagradaram.

Úmero. Desta forma.“Um mil”. Não use um antes de mil. Se

precisar escrever essas formas por ex-tenso, use mil reais, mil e novecen-tos, etc.

Um ou outro. Concordância. Verbo esubstantivo, se houver, no singular:Um ou outro dos seus filhos ainda ovisitava. / Um ou outro amigo bon-doso às vezes lhe trazia flores.

Um outro, um ... outro. 1 — Evite o ar-tigo um antes de outro: Era outrohomem que estava ali (e não “um”outro). / Dobramos outra esquina. /Use outra máquina. / Compre outroartigo. 2 — As formas um ao outro,um do outro e um para o outro ficamem geral no masculino quando apli-cadas a pessoas de sexos diferentes:Pedro e Joana não disfarçavam a afei-ção que os ligava um ao outro. / Aliestavam irmão e irmã, a zombar umdo outro. / Professora e aluno esta-vam imóveis, a olhar um para ooutro.

Um ... que. Concordância. O verbo con-corda com o um: Sou um homem queacredita (e não “que acredito”) na ver-dade. / És uma pessoa que podia (enão “podias”) ter tido mais sorte navida.

Uni... Liga-se sem hífen à palavra ou ele-mento de composição seguinte: unia-xial, unioculado, unicameral, unila-teral, unirreme, unissex, uníssono.

União. Inicial maiúscula quando repre-senta o governo federal: Os Estadosvão pedir ajuda à União.

União Européia. É o nome oficial, e nãomais Comunidade Européia.

Únicos. A palavra expressa a idéia deum, mas pode ser usada para indicarnúmero muito pequeno em relação aototal ou algo superior a todos os de-mais: Eram os dois únicos sobrevi-

295Uma porção ou... Únicos

Page 296: Manual de Redação e Estilo do Estadão

ventes do terremoto. / Seus romanceseram únicos e sem rival.

Ureter. Sem acento (pronuncia-se ure-tér).

Urra. Forma do verbo urrar. A exclama-ção é hurra!

Usuário. Recorra à palavra apenas quan-do não houver outra para substituí-la.Exemplo: usuário de computador.Nos demais casos, ela deve ser evita-da: “Usuário” de ônibus, trem, metrô,avião, etc., é passageiro; “usuário” derodovia é motorista; “usuário” de dro-gas é consumidor de drogas; “usuá-rio” das praias é banhista ou turista,etc.

Usucapião. No masculino: o usucapião.Usufruir. Prefira a regência direta: O

país usufruiu os benefícios de sua po-sição. / Usufruía a companhia dosamigos com prazer.

Usufruto. Com u.

Vai haver... A locução fica invariável sehaver corresponder a existir: Vaihaver milhares de mortes no trânsi-to este ano. / Muitos casos ainda vaihaver iguais a este.

Vai para. O verbo ir, nas expressões detempo, é impessoal: Vai para cincoanos que o presidente renunciou. Damesma forma vai por ou vai em.

Vale-compra. Plural: vales-compra. Damesma forma: vales-refeição, vales-transporte, etc.

Valentão. Flexões: valentona e valen-tões.

Valer. Conjugação. Pres. ind.: Valho,vales, vale, valemos, valeis, valem.Pres. subj.: Valha, valhas, valha, va-lhamos, valhais, valham. Imper.afirm.: Vale, valha, valhamos, valei,valham. Imper. neg.: Não valhas, nãovalha, não valhamos, não valhais, não

valham. Os demais tempos são regu-lares.

Valer a pena. Sem crase.Valores absolutos. Cuidado, no noticiá-

rio, com valores absolutos como omais, o único, o melhor, o maior e ou-tros do gênero. Nem sempre o maiorprodutor mundial de... é realmente omaior. Também o mais..., o melhor...,o único... são formas que envolvemavaliações subjetivas. Procure, comonorma, atribuir esses conceitos a al-guém ou, no caso de o maior ou oúnico, recorra a estatísticas (mas nãoaceite meras indicações alheias) queprovem a afirmação. E lembre-se: sevocê escrever que alguém é conside-rado o maior, o melhor, o mais, oúnico, explique por quem ele é consi-derado tudo isso.

Valorizar, valorizar-se. Alguma coisa sevaloriza e não valoriza, apenas: Amoeda valorizou-se rapidamente. /Não sabia que sua casa se havia va-lorizado tanto.

Vão. Flexões: vã e vãos. Varão. Flexões: virago (prefira), varoa,

matrona e varões.Variantes. Se uma palavra tiver duas ou

mais formas, adote sempre a maisusual. Assim, corrupto (e não corru-to), aquarela (e não aguarela), descar-rilar (e não desencarrilar, desencarri-lhar ou descarrilhar), atribulação (enão tribulação), aspecto (e não aspe-to), intacto (e não intato), jato (e nãojacto), seção (e não secção), sutil (enão subtil), suscetibilidade (e nãosusceptibilidade), infectar (e não in-fetar), bêbado (e não bêbedo), etc.

Vários de. Concordância. Ver algum (al-guns) de, página 35.

Vazar. Uma informação vaza, mas nãose “vaza uma informação” (o verbo éintransitivo nesse sentido). Assim,não se pode escrever: Foram os fun-cionários que “vazaram” a informa-ção. O certo: Foram os funcionários

296Ureter Vazar

Page 297: Manual de Redação e Estilo do Estadão

que fizeram (ou deixaram) vazar a in-formação.

Velho. Cuidado com a carga de precon-ceito que a palavra encerra. Na maiorparte dos casos, prefira idoso, menosagressiva.

Vem, vêm, vêem. Vem — verbo vir, sin-gular: O presidente vem hoje a SãoPaulo. Vêm — verbo vir, plural: O pre-sidente e os ministros vêm hoje a SãoPaulo. Vêem — verbo ver, plural: Elesvêem muito bem. Nos derivados,vem, singular, passa a ser acentuado,enquanto vêm e vêem conservam essaforma: ele provém (de provir), eles in-tervêm, eles revêem.

“Vem de”. Galicismo. Deve ser substi-tuído por acaba de: Acaba de ser pu-blicado o livro... (e não “vem de”) /Acaba de estrear a peça...

Vencer o. E nunca vencer ao: O Vascovenceu o Fluminense.

Vencimentos. Ver salários, página 259.Venda a. E não venda para: Venda de

trigo ao Brasil. / A venda de merca-dorias ao supermercado.

Ver, vir. O verbo ver, quando usado nofuturo do subjuntivo (precedido de seou quando), assume a forma vir. Use,pois: Se eu vir (e não “ver”) Joãohoje... / Quando eles virem (e não“verem”) o prejuízo... / Só acreditare-mos se virmos (e não “vermos”) aprova... Da mesma forma, quando elerevir (e não “rever”), se ele previr (enão “prever”), se nós entrevirmos (enão “entrevermos”), quando eles an-tevirem (e não “anteverem”). Aten-ção: prover não segue essa norma (seeu prover, quando eles proverem).

Ver (conjugação). Pres. ind.: Vejo, vês,vê, vemos, vedes, vêem. Imp. ind.:Via, vias, via, víamos, víeis, viam.Pret. perf. ind.: Vi, viste, viu, vimos,vistes, viram. M.-q.-perf. ind.: Vira,viras, vira, víramos, víreis, viram.Pres. subj.: Veja, vejas, veja, vejamos,vejais, vejam. Imp. subj.: Visse, vis-ses, visse, víssemos, vísseis, vissem.

Fut. subj.: Vir, vires, vir, virmos, vir-des, virem. Imper. afirm.: Vê, veja, ve-jamos, vede, vejam. Imper. neg.: Nãovejas, não veja, não vejamos, não ve-jais, não vejam. Part.: Visto. Os de-mais tempos são regulares.

Ver (derivados). Atenção para o imp.subj. e fut. subj.: se eu antevisse, seeu antevir; entrevisse, entrevir; pre-visse, previr; revisse, revir (e não “an-tevesse “, “antever”; “revesse”,“rever”, etc.).

Ver (locuções). As formas corretas são ameu ver, a nosso ver, a seu ver e não“ao” meu ver, “ao” seu ver, “ao” nossover, etc.

Verão. Plural: verões (prefira) e verãos. Verbo (classificação).

1 — Transitivo diretoa) Pede complemento sem preposi-

ção (objeto direto): O jornal publicouo artigo (publicou o quê? O artigo). /O contador conferiu o balanço. / Oacusado confessou o crime.

b) Em geral, pode ser usado na vozpassiva: O balanço foi conferido pelocontador. / A reportagem será publi-cada pelo jornal.

c) Admite como objeto direto ospronomes o, a, os e as: Diga-o, mos-tre-a, faça-os, comente-as.

d) Ocasionalmente, pode estaracompanhado de preposição (mas res-ponde normalmente à pergunta oquê?): Pegar da faca (pegar o quê? Dafaca). / Arrancar da espada. / Cum-prir com o dever. (Ver também obje-to direto com preposição, página201.)

2 — Transitivo indiretoa) Pede complemento com prepo-

sição (objeto indireto): Todos precisa-mos de amigos (de quê? De amigos). /A platéia assistiu ao filme em silên-cio (a quê? Ao filme). / Ele perdoouao amigo. / A tropa obedeceu ao ge-neral. / Ele conversava com todos.

b) Admite, em geral, os pronomeslhe e lhes (principalmente com os ver-bos que exigem a preposição a):

297Velho Verbo (classificação)

Page 298: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Ele lhes perdoou. / Obedeci-lhes. / Asolução agrada-lhe. / Pagou-lhe.

c) Há verbos indiretos que rejeitamlhe e lhes; nesses casos, use a preposi-ção com ele, ela, eles e elas: Aspiro aele. / Assistimos a ela. / Referiu-se aeles. / Recorreram a elas. Da mesmaforma: aludir a, anuir a, atentar em,depender de, investir contra, simpati-zar com.

d) Não admite a voz passiva, comexceção de pagar, perdoar, obedecer,desobedecer e alguns outros: O médi-co foi pago por ele. / O amigo foi per-doado por nós. / A ordem foi obede-cida por todos. A razão: esses verboseram diretos antigamente.

3 — Transitivo direto e indiretoExige dois complementos, um sem

e outro com preposição (objeto diretoe indireto) simultaneamente: Entre-gou a pauta ao repórter (entregou oquê? a pauta; a quem? ao repórter).Ofereceu-o (dir.) aos amigos (ind.). /Disse-lhe (ind.) a verdade (dir.). / Pro-pôs uma ação (dir.) contra o inquili-no (ind.).

4 — Intransitivoa) Dispensa complemento, por já

ter sentido completo. Freqüentemen-te, está acompanhado de palavra ouexpressão que designa circunstânciade tempo, modo, intensidade, etc. (ad-junto adverbial), ou atributo, modo eestado de ser do sujeito (predicativo):Veio cedo (adj. adv.). / Chegou atrasa-do (pred.). / Ele venceu na vida. / Elasagiram bem. / O menino cresceramuito. / Nasceu no Brasil. / O aciden-te ocorreu na curva.

b) Rejeita a voz passiva (não se podedizer, por exemplo, o acidente “foiocorrido”).

c) Alguns verbos intransitivospodem ocasionalmente ser usadoscomo transitivos: Chorou lágrimas desangue. / Sorriu um sorriso amarelo.

d) Evite usar como intransitivosverbos transitivos (que pedem com-plemento): O país exporta muito (o

quê?). / Os partidos manipulam nosbastidores (quem? o quê?). / O Santoslidera sozinho (o quê?).

5 — Verbo de ligaçãoa) É o verbo que designa um esta-

do, atributo ou modo de ser do sujei-to, expresso por uma palavra ou ex-pressão que se chama predicativo: Ele(suj.) é fraco (pred.). / A moça estádoente. / O menino parece triste. /Todos andam aborrecidos. / O mari-do ficou de mau humor. / Ele perma-necia calado.

Verbo (conjugações).

Primeira

a) Geral. Exemplo para todos osverbos regulares: falar. INDICATI-VO. Presente: Fal-o, fal-as, fal-a,fal-amos, fal-ais, fal-am. Imperfeito:Fal-ava, fal-avas, fal-ava, fal-ávamos,fal-áveis, fal-avam. Pretérito perfeito:Fal-ei, fal-aste, fal-ou, fal-amos,fal-astes, fal-aram. Mais-que-perfeito:Fal-ara, fal-aras, fal-ara, fal-áramos,fal-áreis, fal-aram. Futuro do presen-te: Fal-arei, fal-arás, fal-ará, fal-are-mos, fal-areis, fal-arão. Futuro do pre-térito: Fal-aria, fal-arias, fal-aria,fal-aríamos, fal-aríeis, fal-ariam. SUB-JUNTIVO. Presente: Fal-e, fal-es,fal-e, fal-emos, fal-eis, fal-em. Imper-feito: Fal-asse, fal-asses, fal-asse,fal-ássemos, fal-ásseis, fal-assem. Fu-turo: Fal-ar, fal-ares, fal-ar, fal-armos,fal-ardes, fal-arem. IMPERATIVO.Afirmativo: Fal-a tu, fal-e você,fal-emos nós, fal-ai vós, fal-em vocês.Negativo: Não fa-les tu, não fal-evocê, não fal-emos nós, não fal-eis vós,não fal-em vocês. INFINITIVO.Fal-ar. Flexionado: Fal-ar, fal-ares,fal-ar, fal-armos, fal-ardes, fal-arem.GERÚNDIO: Fal-ando. PARTICÍPIO:Fal-ado.

b) Em ear. Modelo de um verbo re-gular terminado em ear. Pres. ind.:Ceio, ceias, ceia, ceamos, ceais,ceiam. Imp. ind.: Ceava, ceavas, etc.

298Verbo (conjugações) Verbo (conjugações)

Page 299: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Pret. perf. ind.: Ceei, ceaste, ceou,ceamos, ceastes, cearam. M.-q.- perf.ind.: Ceara, cearas, etc. Fut. pres.:Cearei, cearás, etc. Fut. pret.: Cearia,cearias, etc. Pres. subj.: Ceie, ceies,ceie, ceemos, ceeis, ceiem. Imp.subj.: Ceasse, ceasses, etc. Imper.afirm.: Ceia, ceie, ceemos, ceai,ceiem. Imper. neg.: Não ceies, nãoceie, não ceemos, não ceeis, nãoceiem.

c) Em iar. Modelo de um verbo re-gular terminado em iar: alio, alias,alia, aliamos, aliais, aliam; aliava,aliavas; aliei, aliaste, aliou; aliara,aliaras; aliarei, aliarás; aliaria, alia-rias; alie, alies, alie, aliemos, alieis,aliem; aliasse, aliasses; alia tu, aliaivós; etc.

Segunda

Exemplo para todos os verbos re-gulares: vender. INDICATIVO. Pre-sente: Vend-o, vend-es, vend-e,vend-emos, vend-eis, vend-em. Im-perfeito: Vend-ia, vend-ias, vend-ia,vend-íamos, vend-íeis, vend-iam.Pretérito perfeito: Vend-i, vend-este,vend-eu, vend-emos, vend-estes,vend-eram. Mais-que-perfeito:Vend-era, vend-eras, vend-era,vend-êramos, vend-êreis, vend-eram.Futuro do presente: Vend-erei,vend-erás, vend-erá, vend-eremos,vend-ereis, vend-erão. Futuro dopretérito: Vend-eria, vend-erias,vend-eria, vend-eríamos, vend-eríeis,vend-eriam. SUBJUNTIVO. Presen-te: Vend-a, vend-as, vend-a, vend-a-mos, vend-ais, vend-am. Imperfeito:Vend-esse, vend-esses, vend-esse,vend-êssemos, vend-êsseis, vend-es-sem. Futuro: Vend-er, vend-eres,vend-er, vend-ermos, vend-erdes,vend-erem. IMPERATIVO. Afir-mativo: Vend-e tu, vend-a você,vend-amos nós, vend-ei vós, vend-amvocês. Negativo: Não vend-as tu, nãovend-a você, não vend-amos nós, nãovend-ais vós, não vend-am vocês.

INFINITIVO. Vend-er. Flexio-nado: Vend-er, vend-eres, vend-er,vend-ermos, vend-erdes, vend-erem.GERÚNDIO: Vend-endo. PARTI-CÍPIO: Vend-ido.

Terceira

a) Geral. Exemplo para todos osverbos regulares: partir. INDICATI-VO. Presente: Part-o, part-es, part-e,part-imos, part-is, part-em. Imper-feito: Part-ia, part-ias, part-ia,part-íamos, part-íeis, part-iam. Preté-rito perfeito: Part-i, part-iste, part-iu,part-imos, part-istes, part-iram.Mais-que-perfeito: Part-ira, part-iras,part-ira, part-íramos, part-íreis,part-iram. Futuro do presente:Part-irei, part-irás, part-irá, part-ire-mos, part-ireis, part-irão. Futuro dopretérito: Part-iria, part-irias,part-iria, part-iríamos, part-iríeis,part-iriam. SUBJUNTIVO. Presente:Part-a, part-as, part-a, part-amos,part-ais, part-am. Imperfeito :Part-isse, part-isses, part-isse, part-ís-semos, part-ísseis, part-issem. Fu-turo: Part-ir, part-ires, part-ir,part-irmos, part-irdes, part-irem. IM-PERATIVO. Afirmativo: Part-e tu,part-a você, part-amos nós, part-i vós,part-am vocês. Negativo: Não part-astu, não part-a você, não part-amosnós, não part-ais vós, não part-amvocês. INFINITIVO. Part-ir. Flexio-nado: Part-ir, part-ires, part-ir,part-irmos, part-irdes, part-irem.GERÚNDIO: Part-indo. PARTI-CÍPIO: Part-ido.

b) Em uir. Modelo para todos osverbos regulares terminados em uir.Pres. ind.: Concluo, concluis, con-clui, concluímos, concluís, con-cluem. Pres. subj.: Conclua, con-cluas, conclua, etc. Imper. afirm.:Conclui tu, concluí vós. Outros tem-pos: Concluía; concluiu; concluíra;concluirá; concluiria; concluísse; etc.

Seguem este modelo os verbosafluir, anuir, argüir, atribuir, confluir,

299Verbo (conjugações) Verbo (conjugações)

Page 300: Manual de Redação e Estilo do Estadão

contribuir, constituir, desobstruir,destituir, diluir, diminuir, distribuir,estatuir, evoluir, excluir, fruir, im-buir, incluir, influir, instituir, ins-truir, intuir, obstruir, poluir, possuir,refluir, restituir, retribuir, substituire usufruir.

NÃO EXISTE a terminação ue nosverbos em uir: o certo é atribui, con-clui, possui, inclui, etc. (e nunca “pos-sue”, “inclue”, “atribue”, “conclue “,etc.).

Verbo (formação dos tempos). Os tem-pos primitivos (três) formam todos osdemais tempos derivados. Tome-secomo exemplo o verbo valer:

1 — Presente do infinitivo pessoal(val-er)

a) Imp. ind.: Valias, valia, etc. b)Fut. pres. ind.: Valerá, valerás, etc. c)Fut. pret. ind.: Valeria, valerias, etc.d) Infin. pess.: Valer, valeres, etc. e)Gerúndio: Valendo. f) Particípio: Va-lido.

2 — Presente do indicativo (valh-o)a) Pres. subj. É formado a partir da

1ª pessoa do pres. ind.: Valho — valha,valhas, valha, valhamos, valhais, va-lham. b) Imper. afirm.: Vales — vale(tu), valeis — valei (vós). As demaispessoas do imper. afirm. derivam dopres. subj., que também dá origem aoimper. neg. (ver, página 302).

3 — Pretérito perfeito do indicati-vo (val-i)

a) M.-q.-perf. ind.: Valera, valeras,etc. b) Imp. subj.: Valesse, valesses,etc. c) Fut. subj.: Valer, valeres, etc.

Verbo (modos e formas nominais). Vejasumariamente como usar os modos etempos verbais.

Indicativo

É o modo do verbo que exprime umfato certo, real, ou assim considerado:Quer. / Pediu. / Não faremos. / Saíracedo.

Seus tempos são:1 — Presentea) Indica uma ação que ocorre no

momento em que se fala, um fato decaráter permanente, constante, ouum atributo do sujeito: Quero sairjá. / A Terra gira. / O menino é inte-ligente. / Levanta-se todo dia às 6horas.

b) Pode substituir o futuro, espe-cialmente quando se trata de fatospróximos; é norma, porém, indicar odia ou a época da ação: O presidenteda Argentina chega (= chegará) ama-nhã ao Brasil. / Não posso (= poderei)sair esta noite.

c) Pode substituir o passado, nasnarrativas (é o presente histórico), ouo imperativo, tornando a frase, nestecaso, menos impositiva: Júlio Césarsobe as escadas do Senado e recebe aprimeira punhalada. / Quer fazer ofavor de sair? / Você me vê isso de-pois.

d) É o tempo que se usa, em vez dopassado, para divulgar informaçõesconstantes de notas, documentos, li-vros, etc. (a ação não se esgota com adivulgação do fato): Em nota divulga-da ontem, o governo condena os dis-túrbios... / O documento revela ou-tros pormenores da negociata... / Naautobiografia publicada esta sema-na, o ator desmente...

2 — Pretérito imperfeitoa) Indica, no passado, um fato não

concluído ou que ocorria quandooutro se verificou: Seu gesto mostra-va impaciência. / Ele permanecia ca-lado. / Passava pela rua quando ou-viu a explosão.

b) Exprime um fato habitual, umaação no passado como se a pessoa aestivesse vivendo ou fatos passadostidos como permanentes: Ele viviaassim desde a morte da mulher. / Amoça andava calada. / Do alto doedifício, a jovem olhava a cidade,pensava, imaginava-se em outrotempo e lugar. / A rua dava no porto.

300Verbo (formação dos tempos) Verbo (modos e formas nominais)

Page 301: Manual de Redação e Estilo do Estadão

3 — Pretérito perfeitoa) A forma simples indica uma

ação concluída, completamente rea-lizada: Ele chegou. / Passamos poraqui na semana passada. / O jornalrejeitou o artigo.

b) A forma composta (tenho feito)indica um ato continuado, repetidoou habitual: Ele tem feito falta aotime. / Os meninos têm saído muito.

4 — Pretérito mais-que-perfeitoa) Indica o passado do passado, isto

é, uma ação anterior a outra já reali-zada. Neste caso, a forma simples(saíra) equivale à composta (tinhasaído): Ao chegar, notamos que acasa fora (havia sido) reformada. / Otrem já partira (havia partido) quan-do ele se deu conta da hora.

b) A forma composta, especial-mente, pode designar um fato passa-do em relação ao momento atual ouum fato vagamente situado no passa-do: Tinha vindo dizer-lhe que este éo seu lugar. / Já haviam chegado osúltimos imigrantes.

c) Exprime desejo ou vontade, emfrases exclamativas: Quisera eu serrico! / Tomara ela venha hoje!

Observação. A forma composta(tinha feito, havia saído) é jornalisti-camente preferível à simples (fizera,saíra).

5 — Futuro do presentea) Expressa uma ação que ainda se

vai realizar: Faremos amanhã o ser-viço. / O deputado garante que nãocomentará o escândalo.

b) Pode exprimir incerteza, proba-bilidade, suposição ou até mesmosubstituir o imperativo: Será que elevem mesmo? / Ele ganhará, quandomuito, o segundo prêmio. / Não ma-tarás.

c) Locuções formadas por ir, ter ehaver mais infinitivo substituemcada vez mais o futuro: Só dois timesvão passar (passarão) para a 2ª fase. /O governo vai mudar (mudará) nova-mente o Imposto de Renda. / Temos

de pensar (pensaremos) nisso primei-ro. / Hei de vencer (vencerei).

Observação. Com o verbo ir maisinfinitivo, use o presente e não o fu-turo: Vai sair (e não irá sair), vai pedir(e não irá pedir), vai enviar (e não iráenviar).

d) A forma composta (terão feito)indica a ação futura consumada antesde outra ou incerteza sobre fatos pas-sados: Em uma semana teremos con-seguido as informações. / Terá termi-nado a crise?

6 — Futuro do pretéritoa) Antigo condicional, indica um

fato futuro dependente da concretiza-ção de outro: Se ele pedisse, nós o fa-ríamos. / Poderia sair quando quises-se.

b) Exprime um fato futuro situadono passado e expressa dúvida, incer-teza, probabilidade, suposição, idéiaaproximada: O jogo decidiria quemera o melhor. / Ela teria seus 20anos. / Eu faria o convite de outramaneira.

c) Abranda um pedido, pergunta oudesejo e manifesta surpresa ou indig-nação em frases exclamativas e inter-rogativas: Você me faria um favor? /Quem diria que ainda fosse recorrera nós.

d) A forma composta (teria feito)emprega-se para indicar um fato queteria acontecido no passado sob certacondição ou uma dúvida sobre fatospassados: Se não fosse tão indolente,teria conseguido a vaga. / Não ima-gino como teria vindo parar aqui.

Imperativo

É o modo verbal que indica ordem,comando, exortação, conselho, con-vite, solicitação ou súplica: Vai-teembora. / Vá (você) embora. / Che-guem (vocês) mais para cá. / Sejamos(nós) os primeiros a sair. / Não o fa-çais (vós) se perder. O imperativo re-fere-se sempre àquele a quem se fala;

301Verbo (modos e formas nominais) Verbo (modos e formas nominais)

Page 302: Manual de Redação e Estilo do Estadão

por isso, não tem a 1ª pessoa do sin-gular.

1 — Afirmativoa) As formas próprias do imperati-

vo são a 2ª pessoa do singular e a 2ª doplural, ambas derivadas do presentedo indicativo com a supressão do s:Tu andas (ind.), anda tu (imper.); vósandais (ind.), andai vós (imper.).

b) As demais formas do imperati-vo são tiradas, sem nenhuma altera-ção, do presente do subjuntivo (3ª pes-soa do singular e do plural e 1ª do plu-ral). No caso das 3ªs pessoas, o inter-locutor é você(s), o(s) senhor(es), etc.(e nunca ele ou eles).

c) O modo completo: Anda tu,ande você, andemos nós, andai vós,andem vocês. O verbo ser, nas 2ªs pes-soas, é a única exceção a essa norma:Sê tu, seja você, sejamos nós, sedevós, sejam vocês.

2 — NegativoDeriva inteiramente do presente

do subjuntivo: Não andes tu, nãoande você, não andemos nós, não an-deis vós, não andem vocês. O verboser, neste caso, segue a regra: Nãosejas tu, não seja você, não sejamosnós, não sejais vós, não sejam vocês.

Subjuntivo

É o tempo verbal em que o fatosurge como algo duvidoso, incerto,provável, possível, eventual oumesmo irreal. Usa-se o subjuntivo,assim, segundo Celso Cunha e Lin-dley Cintra, “nas orações que depen-dem de verbos cujo sentido está liga-do à idéia de ordem, de proibição, dedesejo, de vontade, de súplica, de con-dição e outras correlatas”. É o caso,por exemplo, dos verbos desejar, du-vidar, implorar, lamentar, negar, or-denar, pedir, proibir, querer, rogar esuplicar.

1 — Casos principaisa) Talvez, embora e negar que exi-

gem sempre o subjuntivo: Talvez lhe

diga. / Embora você não queira, nãoiremos. / Negou que fosse o culpa-do. / Negou que se tivesse machuca-do. Se talvez estiver depois do verbo,usa-se o indicativo: O governo quis,talvez, surpreender a Nação.

b) Nas orações ou expressões iso-ladas que exprimem desejo, hipótese,concessão, indignação, ordem ouproibição: Deus lhe pague. / Bonsventos o levem. / Possa ele chegar atempo. / Raios o partam.

c) Quando a oração principal expri-me desejo, intenção, recomendação,vontade, dúvida e sentimento ouapreciação a respeito de alguma coisa:Aconselha que eu vá (aconselhouque eu fosse). / Consente que rezem. /Implorou que retornássemos. / Prazaaos céus que ele saia. / Prefiro quevocê fique. / Esperava que tudo tives-se mudado. / Lamento que falemmuito. / Temi que viessem hoje. / Ébom que ele saia logo. / É pena quenada tenha mudado. / Tomara quesoubessem a verdade. / Desconfioque algo o tenha abalado. / Suspeita-va que o plano não daria certo.

d) Com as alternativas (como quer... quer, ou ... ou): Quer queira, quernão queira, sairemos todos.

e) Quando um pronome relativo(que, quem, cujo, quanto, onde, oqual) exprime incerteza, probabilida-de, conjuntura ou fim que se preten-de alcançar: Não há mal que sempredure. / Procuro encontrar quemsaiba. / Buscava alguém cuja alturacoincidisse com a sua. / Comprequanto queira.

f) Nas orações (finais) iniciadascom para que ou a fim de que, nasorações (temporais) iniciadas porquando, antes que, assim que, depoisque, logo que, tão logo, enquanto, atéque, etc., e nas orações (concessivas)iniciadas por embora, ainda que, con-quanto, posto que, mesmo que, sebem que, por mais que e sem que:

302Verbo (modos e formas nominais) Verbo (modos e formas nominais)

Page 303: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Empenhou-se para que tudo dessecerto. / Sairei quando ele vier. / Acabeo trabalho antes que seja tarde. /Ainda que chova, sairemos estanoite. / Sem que tivesse necessidade,expôs-se ao perigo. / Embora nãodiga, quer mudar de emprego.

g) Nas orações condicionais, nasorações intercaladas iniciadas porque, quando limitam uma hipótese, enas orações causais iniciadas por nãoporque ou não que: Se estudasse, elepassaria. / Se eu pudesse ir, não man-daria ninguém no meu lugar. / Agiucomo se ninguém o conhecesse. /Ninguém, que eu saiba, entrou aqui. /Eu, que me lembre, não disse isso. /Não que fosse o melhor, mas desta-cava-se pela persistência.

h) Nas orações que indicam com-paração ou conformidade: Faça comoquiser. / Traga tanto quanto puder.

i) Quando a oração principal já in-dica suposição, incerteza ou opinião,a segunda irá para o subjuntivo se essaidéia persistir e para o indicativo seexprimir um fato real: Acredito queele seja o melhor (suposição). / Acre-dito que ele é o melhor (real). / Fareicomo você quiser (opinião). / Fareicomo você quer (real).

j) Usam-se os tempos compostosdo subjuntivo para indicar fato passa-do (supostamente concluído), fato fu-turo (encerrado em relação a outrofato futuro), ação anterior a outra açãopassada, ação irreal no passado e fatofuturo concluído em relação a outrofato futuro: Espero que você tenhasaído a tempo. / Espero que você játenha acabado o trabalho quando euvoltar. / Se tivesse recebido uma pro-moção, não teria mudado de empre-go. / Quando vocês tiverem concluí-do a notícia, comecem a pensar no tí-tulo.

2 — Temposa) Presente. Além do momento

atual (Ele pede que alguém a traga),o subjuntivo pode também indicar o

futuro: Não deixaremos de fazernada que peça.

b) Imperfeito. Pode ter o valor depassado (Não havia nada que lhe ne-gasse), de presente (Tivesse juízo,teria melhor sorte) e de futuro (Que-ria premiar o que escrevesse a melhorreportagem).

c) Perfeito. Forma composta(tenha feito), exprime um fato passa-do e supostamente concluído (Espera-mos que tenha encontrado o que pro-curava) ou futuro e concluído em re-lação a outro fato futuro (Em doismeses acreditamos que tenha termi-nado a tarefa).

d) Mais-que-perfeito. Forma com-posta (tivesse feito), indica ação ante-rior a outra no passado (Os pais espe-ravam que os filhos houvessem par-tido a tempo) ou uma ação irreal nopassado (Se tivessem pensado nosamigos, teriam sido recompensados).

e) Futuro simples. Depende deuma oração que pode estar no futuroou no presente: Se puder, sairei cedo. /Quando chegar o momento, ele lhesdirá. / Se eu vier, você saberá.

f) Futuro composto. Expressa umfato futuro como terminado em rela-ção a outro fato futuro: Quem tiverfeito o melhor texto será premiado. /Se você já tiver iniciado o trabalho,deixe-o de lado.

Gerúndio

O gerúndio apresenta duas formas,a simples (chegando, vencendo) e acomposta (tendo ou havendo chega-do, vencido). A forma simples expres-sa uma ação em curso e a composta,uma ação concluída: Chegando ahora da partida, o trem apitou. /Tendo chegado ao fim da linha, otrem foi recolhido.

1 — Usos do gerúndioa) Define uma circunstância adver-

bial (causa, tempo, modo, meio, con-dição, concessão, etc.): Dizendo

303Verbo (modos e formas nominais) Verbo (modos e formas nominais)

Page 304: Manual de Redação e Estilo do Estadão

isso, ele se retirou. / Podendo, escre-verei o texto ainda hoje. / Sendomuito jovem, não sabia das coisas davida.

b) Modifica um substantivo ou pa-lavra substantivada: Vi o homem fa-zendo um esforço sobre-humano. /Eram pedras caindo sobre o ônibus.Pode ser substituído pela expressãocom o pronome que (que fazia, quecaíam) ou pelo infinitivo com a pre-posição a (a fazer, a cair).

c) Nas locuções verbais, como pre-dicativo e como aposto do sujeito: Es-tava fazendo muito barulho. / Vinhasendo o melhor. / Ele está saindomuito. / Ele vive lutando. / Todos,vendo-me chegar, correram para meabraçar. / Eles, fazendo-se de surdos,desconversaram.

d) O gerúndio com a preposição emé característico do estilo literário edeve ser evitado em jornal: Em se rea-lizando o jogo, todos assistiremos aele. / Ele, em se dando ao trabalho,faria um texto muito melhor.

2 — Gerúndio incorretoa) Nos casos em que o gerúndio

equivale a uma oração adjetiva (expri-me uma qualidade do substantivo epode ser substituído por que mais in-dicativo ou subjuntivo): Precisa-se deum empregado “falando” inglês (ocerto: que fale). / Queria uma casa“dispondo” de cinco quartos (quedispusesse).

b) Nos casos em que o gerúndiopode ser substituído pelas preposiçõesde ou com: Uma casa “contendo” (ocerto: com) cinco quartos. / A casa“tendo” o (de) número 60. / Um livro“incluindo” (com) figuras.

c) Com o gerúndio não se usa o in-finitivo flexionado: Podendo ser fei-tos (e não serem feitos). / Querendoter saído (e não terem).

d) Dois ou mais gerúndios sódevem aparecer no mesmo períodoquando ligados por conjunções comoe, ou, nem, etc.: Ali passaram a noite,

bebendo, jogando e comendo. / Nãose pronunciando nem se decidindo,retardava uma decisão do partido. /Nunca sabiam se ele estava partindoou chegando.

Por isso, não use o gerúndio, nomesmo período, em orações que sim-plesmente se sucedam sem nenhumencadeamento como: Não repercuti-ram bem no Palácio Guanabara asfotos mostrando o chefe da PolíciaCivil visitando a 13ª DP calçandosandálias de couro. / Ele estava con-tinuando compondo as músicas. /Narradores tarimbados ficavam en-chendo lingüiça, repetindo frases fei-tas, confiando na própria experiênciapara encher o tempo, tendo poucasinformações, pontificando sem termuitos conhecimentos. / O bancoestá gastando uma fortuna veiculan-do anúncios dizendo que seus servi-ços são os melhores do mercado. / Oguerrilheiro recusou-se a se render,caindo disparando sua arma.

3 — RepetiçãoEvite a repetição excessiva do ge-

rúndio, que tira a força da frase (prin-cipalmente quando ele não faz partede uma enumeração ou seriação): Opresidente, dando ênfase à declara-ção, garantiu que estava fazendotodos os esforços pelo país, tentandoassim convencer a população de queseus esforços não vinham sendo vãose exortando os cidadãos a que conti-nuassem tendo esperanças.

Particípio

Indica geralmente uma ação con-cluída ou relacionada com o passado:Encerrada a festa, todos saíram. /Tinha chegado a sua hora.

1 — Com auxiliarForma a voz passiva (com ser e

estar) e os tempos compostos (comter e haver) da voz ativa: A festa seráiniciada às 21 horas. / Estava prepa-

304Verbo (modos e formas nominais) Verbo (modos e formas nominais)

Page 305: Manual de Redação e Estilo do Estadão

rada para o casamento. / Temos tidomuita sorte. / Havia deixado a sala.

2 — Sem auxiliara) Exprime uma ação acabada:

Feita a ressalva, vamos prosseguir. /Encontrada a solução, deram-se porsatisfeitos.

b) O particípio dos verbos transiti-vos tem em geral valor passivo e o dosverbos intransitivos, valor ativo: De-finidas as condições, passaram à vo-tação (passivo). / Perdidas as esperan-ças, encerraram as buscas (passivo). /Vindos da capital, ali buscavam pou-sada (ativo). / Chegado o momento,todos o procurarão (ativo).

c) O particípio freqüentementetem o valor de simples adjetivo: Eraum homem derrotado. / Usava umvestido desbotado. / O touro enfure-cido atacou a multidão despreveni-da.

Verbo (particularidades). 1 — O impe-rativo exige um interlocutor: por issonão tem a 1ª pessoa do singular (eu) e,na 3ª, refere-se a você e vocês, e não aele e eles. Na 1ª pessoa do plural, su-bentende-se que o pronome nós en-globa tanto quem fala como o interlo-cutor ou interlocutores.

2 — O verbo ser é o único que, noimperativo afirmativo, não segue anorma: sê tu, sede vós (e não “é tu”,“soi vós”).

3 — Entre outros, não têm impera-tivo os verbos poder, caber, querer eacontecer.

4 — Não existe acento nas formasem amos do pretérito perfeito: ama-mos (e não “amámos”), gostamos,etc. (a pronúncia também é com somfechado).

5 — Os verbos em ear têm somaberto quando essa é a pronúncia dosubstantivo correspondente: idéio,idéiam (de idear), estréio, estréiam(de estrear).

6 — Os verbos em ger e gir mudamo g em j antes de a e o: protejo, infrin-jo (infringir), reja (reger), tanja (tan-

ger), constranja, dirijo, fuja, exija,finjo, inflija (infligir), etc.

7 — Os verbos em guer e guir per-dem o u antes de a e o: ergo, sigo, dis-tingo, extinga.

8 — Os verbos em iar são regula-res, com cinco exceções: ansiar, in-cendiar, mediar (e seu derivado inter-mediar), odiar (ver este como mode-lo, página 203) e remediar.

9 — Os verbos em jar mantêm o jem todos os tempos: viajo, viaje, via-jem, viajei, viajou, etc.

10 — Os verbos em oar, à exceçãode coar (côa, côas), só têm acento nogrupo ôo: abençôo, magôo, rôo, vôo.Nos demais tempos: abençoe, magoa,roa, voe.

11 — Atenção para o acento dosverbos em oiar: apóio, apóias, apóia,apoiamos, apoiais, apóiam; que euapóie, apóies, apóie, apoiemos,apoieis, apóiem; apóia tu, apoiai vós.

12 — Atenção para estas formasverbais corretas: crêem, dêem, lêem evêem; tem (singular) e têm (plural);vem (sing.) e vêm (pl.).

13 — As formas da 1ª pessoa do plu-ral (nós) perdem o s final antes dospronomes oblíquos lo, la, los, las, nose vos: demo-lo, pusemo-la, fizemo-los, ouvimo-las, cansamo-nos, pedi-mo-vos, etc.

14 — Há verbos que têm dois par-ticípios, um regular e outro irregular.Com ter e haver, use o regular e comser e estar, o irregular: Tinha expul-sado, foi expulso; havia suspendido,estava suspenso.

15 — Nunca ligue o pronome oblí-quo ao futuro do presente, ao futurodo pretérito e ao particípio (não exis-tem, pois, formas como: “farão-nos”,“dará-lhes”, “pediria-lhe”, “revelaria-me”, “feito-lhe”, “dado-nos”, “mos-trado-a”, “formado-se”, etc.).

Verbos com se. Determinados verbosque dispensam complemento sópodem ser usados com o pronome se.Repare que na maior parte dos casos

305Verbo (particularidades) Verbos com se

Page 306: Manual de Redação e Estilo do Estadão

abaixo eles têm função reflexiva. Eisos principais: aborrecer-se, abster-se,acender-se, afastar-se, apagar-se, apie-dar-se, apoderar-se, aposentar-se,aproximar-se, arrepender-se, assus-tar-se, ater-se, atrever-se, classificar-se, complicar-se, comportar-se, com-prazer-se, condoer-se, debruçar-se, de-fender-se, deitar-se, derreter-se, desti-nar-se, desvalorizar-se, desviar-se, de-teriorar-se, difundir-se, dignar-se, dis-trair-se, divertir-se, encerrar-se, enru-gar-se, espalhar-se, espatifar-se, estra-çalhar-se, estragar-se, esvaziar-se,evadir-se, expandir-se, formar-se,imiscuir-se, incendiar-se, indignar-se,iniciar-se, irradiar-se, lambuzar-se,lembrar-se, limpar-se, normalizar-se,orgulhar-se, oxidar-se, precaver-se,propagar-se, queixar-se, rasgar-se, re-fletir-se, reproduzir-se, romper-se(como quebrar-se), suicidar-se, sujar-se e valorizar-se.

Exemplos: Nós nos aborrecemoscom eles. / Eles se abstiveram de opi-nar. / A luz acendeu-se (apagou-se). /Todos se afastaram do local. / Nósnos apiedamos deles. / Os irmãosapoderaram-se da sua parte. / O con-tador aposenta-se (e não “aposenta”,apenas) no ano que vem. / A tempe-ratura aproxima-se dos 40 graus. /Ninguém se arrependeu do que fez. /O repórter ateve-se à pauta. / Eu meatrevi a convidá-lo. / O piloto classi-ficou-se para a final. / A situaçãocomplicou-se (e não “complicou”)para todos. / Alguns se comportarammal. / Ele se comprazia com a desgra-ça alheia. / A mãe condoeu-se da suasituação. / Ela se debruçou à janela. /Todos ali se deitam cedo. / A nevederrete-se no verão. / O livro destina-va-se ao amigo. / O carro desviou-se(e não desviou) do outro. / A carne de-teriorou-se (estragou-se). / A notíciadifundiu-se (espalhou-se, irradiou-se,propagou-se) rapidamente. / Nem sedignou de nos avisar. / Eles se distraí-ram (se divertiram) muito. / O prazo

encerra-se amanhã (e não “encerra”,apenas). / A garrafa espatifou-se nochão. / Eles se estraçalharam. / Asruas esvaziaram-se cedo. / Os presosevadiram-se. / O mito expandiu-sepelo país. / Nós nos formamos em Le-tras. / Não se imiscua em assuntosalheios. / O prédio incendiou-se aoamanhecer. / O jogo inicia-se às 18horas (e nunca “inicia” às 18 horas). /A criança lambuzou-se. / Ele não selembrava de nada. / As crianças lim-param-se (sujaram-se) logo. / A dis-tribuição de água normalizou-se ra-pidamente. / Não nos orgulhamos dofato. / O carro oxidou-se pela ação damaresia. / Ele se precavia sempre. /Eu nunca me queixava. / A roupa ras-gou-se. / A denúncia refletiu-se (e não“refletiu”) no Congresso. / Bonsexemplos nem sempre se reproduzemcomo deveriam. / A caixa rompeu-secom a queda. / O dinheiro valoriza-se (desvaloriza-se) todos os dias.

Verbos defectivos. São aqueles que nãotêm alguns tempos ou pessoas: abolir,banir, colorir, falir, latir, explodir, rea-ver, etc. As formas inexistentesdevem ser substituídas por outras, deverbos equivalentes, ou por locuçõesverbais: Ele recupera (por reaver), queele revogue ou extinga (por abolir),que ele expulse (por banir), que come-ce a latir, que abra falência, quevenha a explodir, etc.

Verbos intransitivos. Não podem serusados com ser, mas apenas com terou haver: Ele tinha saído. / O aciden-te havia ocorrido uma semanaantes. / O homem tinha desapareci-do. / Ele havia passado cedo por aqui./ Todos tinham sumido. / Ele haviacaído do andaime. Nunca escreva,por isso: Foi saído, foi ocorrido, foi de-saparecido, foi passado, foi sumido,foi caído, foi piorado. Literariamente,apenas, se admite a voz passiva comverbos intransitivos, e com poucosdeles, como: Cinco sóis eram passa-

306Verbos defectivos Verbos intransitivos

Page 307: Manual de Redação e Estilo do Estadão

dos... / Era nascido na capital. / Eravindo do interior.

Verbos mais que errados. 1 — Há ver-bos que, por questão de significado,não podem ser acompanhados de que.Em geral, eles equivalem aos diversossentidos de dizer (verbos dicendi).Veja um exemplo: alguém defendeuma idéia, uma posição, mas nuncadefende que alguma coisa se realizeou concretize. Assim, são erradas ouno mínimo impróprias as formas:acusar que, alertar que, antecipar que,apontar que, aprovar que, assumirque, citar que, comentar que, conti-nuar que, defender que, definir que,denunciar que, desmentir que, difun-dir que, divulgar que, enfatizar que,indicar que, justificar que, mencionarque, narrar que, proferir que, prosse-guir que, referir que, registrar que e re-latar que.

2 — Podem, porém, ser normal-mente usadas as formas: acrescentarque, adiantar que, admitir que, adver-tir que, afiançar que, afirmar que,aguardar que, assegurar que, asseverarque, atestar que, certificar que, com-provar que, concordar que, confirmarque, constatar que, declarar que, de-terminar que, dizer que, esperar que,garantir que, jurar que, negar que, or-denar que, prever que, prometer que,reiterar que, repetir que, ressaltar que,ressalvar que, revelar que e verificarque.

Verbos sem pronome. Use sem prono-me estes verbos: acordar (e não acor-dar-se), confraternizar, ombrear, pro-liferar e sobressair. Exemplos: Eleacorda cedo todos os dias. / Nós con-fraternizamos com os vizinhos. /Todos confraternizaram. / O lutadorombreia com os adversários. / Os mi-cróbios proliferam rapidamente. /Sua inteligência sobressaía pelo bri-lhantismo. / Ele sobressai aos de-mais.

Vereador. Da Câmara paulistana e nãoà Câmara paulistana.

Ver mais infinitivo. 1 — Não flexione oinfinitivo: Vi-os partir. / Os empresá-rios viram seus lucros dobrar. 2 — Verinfinitivo, página 145.

Vernissage. Palavra masculina: o ver-nissage.

Versar. Regência. 1 — Versar sobre al-guma coisa: A conferência versousobre os supercondutores. / Ele versa-va sobre qualquer assunto. 2 — Pode-se também versar alguma coisa: Seutexto versava os escritores românti-cos. / Versou tudo que lhe veio à ca-beça.

Vestir. Conjuga-se como servir (ver, pá-gina 266).

Vez. 1 — A locução de vez que não exis-te em português e deve ser substituí-da por uma vez que, pois, porque: Foiadvertido, uma vez que (e não “de vezque”) se portou mal. 2 — Não confun-da essa locução com de vez, corretacomo equivalente a quase maduro outaxativamente: A fruta estava devez. / Pôs fim de vez ao boato. 3 —Ver em invés, página 150, a diferençaentre em vez de e ao invés de.

Via de. A locução é em via de e não em“vias” de: Estava em via de partir. /São espécies em via de extinção.

“Via de regra”. Substitua a locução porem geral, normalmente, comumente,quase sempre ou equivalente.

Viagem, viajem. Viagem é o substanti-vo (Uma viagem, a viagem do presi-dente) e viajem, o tempo do verbo:Tente encontrá-los antes que viajempara Londres. / É preciso que viajemimediatamente.

Viagem a, viajar para. Use a com via-gem e para com viajar: O presidenteiniciou a viagem à China. / O presi-dente deverá viajar para a China. / Oministro viaja amanhã para Paris. /A nova viagem do ministro a Paris.Viajar admite ainda a preposição por:Viajou pelo Brasil. Não use, porém, aforma viajar a (Viajou “ao” Rio, via-

307Verbos mais que errados Viagem a, viajar para

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jou “aos” Estados Unidos), que nãoexiste.

“Viatura”. Jargão policial. Use carro ou,em último caso, veículo.

Vice. 1 — Exige hífen sempre: vice-al-mirante, vice-campeão, vice-gover-nador, vice-líder, vice-presidente,vice-rei, vice-secretário. 2 — Quandosubstantivado, tem plural: os vices(governadores, prefeitos, etc.).

Vice-Presidência. Inicial maiúsculaquando se tratar da Nação: candida-to à Vice-Presidência (da República).Minúsculas nos demais casos: a vice-presidência da empresa, etc.

Video... Liga-se sem hífen ao elementoseguinte: videocassete, videoclipe,videodisco, videogame, videojogo,videolaser, videoteipe.

Viger. 1 — E a forma correta, e não“vigir”. De qualquer forma, prefira vi-gorar. 2 — Se precisar usar viger,porém, saiba que o verbo é regular,mas não tem a 1ª pessoa do pres. ind.e todo o pres. subj. Nos demais casos:vige, vigem; vigia, vigiam; vigeu, vi-geram; vigerá, vigerão; vigesse, viges-sem; etc.

Vilão. Flexões: vilã (prefira), viloa, vi-lões (prefira), vilãos e vilães.

Vimos, viemos. Vimos indica o presen-te do verbo vir e viemos, o passado:Vimos agora trazer-lhe nossa solida-riedade. / Vimos todo dia de ônibuspara o trabalho. / Viemos ontem tra-zer-lhe nosso apoio. / Viemos de carropara o trabalho durante toda a sema-na passada.

Vindo. É tanto gerúndio (Estava vindo. /Vindo aqui, não deixe de visitar-nos.)como particípio (Tinha vindo) de vir.

Vi-o chegar. E nunca “vi ele chegar”, “viele fazer”, etc.

Vip. Em minúsculas: pessoa vip, perso-nagens vips.

Vir (conjugação). Pres. ind.: Venho,vens, vem, vimos, vindes, vêm. Imp.ind.: Vinha, vinhas, vinha, vínhamos,vínheis, vinham. Pret. perf. ind.: Vim,

vieste, veio, viemos, viestes, vieram.Fut. pres.: Virei, virás, virá, viremos,vireis, virão. Fut. pret.: Viria, virias,viria, viríamos, viríeis, viriam. Pres.subj.: Venha, venhas, venha, venha-mos, venhais, venham. Fut. subj.:Vier, vieres, vier, viermos, vierdes,vierem. Imper. afirm.: Vem, venha,venhamos, vinde, venham. Ger.:Vindo. Part.: Vindo.

Vir (derivados). Atenção para algunstempos: Pret. perf. ind.: Convim, con-vieste, conveio, conviemos, convies-tes, convieram; intervim, interveio,intervieram; provim, proveio, provie-ram; sobrevim, sobreveio, sobrevie-ram. Imp. subj.: Se conviesse, inter-viesse, proviesse, sobreviesse. Fut.subj.: Se convier, intervier, provier,sobrevier. Avir-se e desavir-se se-guem o mesmo modelo.

Vírgula. Serve para separar palavras,símbolos e orações de função idênti-ca: O Executivo, o Legislativo e o Ju-diciário são os três poderes da Repú-blica. / O ministro visitou Paris, Lon-dres, Washington e Tóquio. / Queriaos filhos educados, respeitadores e es-tudiosos. / É um homem que traba-lha, viaja e se diverte. / Amigos, pa-rentes, vizinhos, de todos se afas-tou. / 1, 3, 5 e 7 são números ímpares.

Nunca separe por vírgula

a) O sujeito do verbo: O presiden-te, atacou a oposição. / Os homens debem, nada terão que temer.

b) O verbo do complemento: Ossindicatos apresentaram, uma listade 15 reivindicações. / Os governosdevem lutar, pelo bem-estar do povo.

Outros usos da vírgula

1 — Para separar o vocativo: Ve-jam, amigos, o resultado do nossotrabalho. / Diga logo, João, o que vocêpretende. / Reage, São Paulo. / Acor-

308“Viatura” Vírgula

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da, Brasil. / Xô, Satanás. / Respira,São Paulo. / Responde, cidadão. /Alô, goleiro. / Atenção, políticos.

2 — Para isolar o aposto: Machadode Assis, autor do Dom Casmurro,tem um estilo sóbrio e elegante. (Ou:Autor do Dom Casmurro, Machadode Assis tem...) / O mais rápido dosquatro, José chegou cinco minutos nafrente. (Ou: José, o mais rápido dosquatro, chegou cinco minutos nafrente.)

3 — Para indicar a omissão doverbo ou de um grupo de palavras: Opai prefere os livros e os filhos, o es-porte. / João trará as bebidas, Chico,os salgados e Maria, os doces. / Nocéu azul, dois fiapos de nuvens. /Estes, os livros que pedi. / Elas, asmulheres das quais falei.

4 — Para separar palavras e lo-cuções explicativas, retificativas econtinuativas (como por exemplo, ouentão, isto é, ou seja, além disso, porassim dizer, aliás, a propósito, então,com efeito, vale dizer, ao contrário, asaber, data vênia, por outra, a meuver, etc.): Os dois, isto é, pai e filho.../ Queria todos os bens, ou seja, carro,casa, terras e dinheiro. / Veja, porexemplo, este caso. / Diga, então, oque quer. / Esse é, por assim dizer, oeleito dos céus. / Acrescente-se, alémdisso, outro detalhe. / A compra domaterial, a meu ver, é indispensável.

5 — Para separar, nas datas, o nomedo lugar: São Paulo, 16 de abril de1996.

6 — Para separar o nome, a rua e onúmero nos endereços: Fulano de Tal,Avenida Rebouças, 5.423, ap. 36. SãoPaulo, SP. No caso de caixa postal,porém, não há vírgula: Fulano de Tal,Caixa Postal 43.

7 — À exceção de e, ou e nem, antesde todas as conjunções coordenativas,como mas, porém, todavia, contudo,não obstante, no entanto, ou... ou,ora... ora, quer... quer, seja... seja,logo, pois, portanto, assim, por con-

seguinte, por isso, de modo que,então, porque, que (= pois), porquan-to, etc.: O governo aceitou o pedido,mas sob condições. / Chegou atrasa-do, entretanto ainda conseguiu assis-tir ao espetá-culo. / Garantiu quefaria o que pudesse, no entanto nãocumpriu o prometido. / Ele irá, querqueira, quer não queira. / Ou sai logo,ou perde o trem. / Ora se exalta, orase comporta com moderação. / Émuito inteligente, logo fará o traba-lho sem dificuldade. / Esquivou-secom habilidade, de modo que o golpenão o atingiu. / Saia depressa, porqueo trem está partindo. / Ande logo, que(= pois) ela está para chegar. / Conse-guiu o emprego que queria, pois era omelhor dos candidatos.

a) Use a vírgula antes e depois des-sas conjunções, sempre que elas esti-verem intercaladas no período: O fe-rido pediu socorro; nenhum motoris-ta, no entanto, parou para ajudá-lo(porém, todavia, contudo, entretan-to). / Chegou muito cansado; nãoquis, pois, ir ao teatro (portanto, porconseguinte). / Estava sem camisa;sentia, por isso, muito frio.

b) Quando iniciarem frase, porém,contudo, todavia, no entanto e entre-tanto poderão ou não ser seguidas devírgula: Os livros custam caro; toda-via, vou comprar alguns deles. Os li-vros custam caro; todavia vou com-prar alguns deles.

c) Como mas sempre inicia frase,não use, nesse caso, a vírgula: Diga oque quiser. Mas seja rápido (e não:Mas, seja rápido).

d) Também não são seguidas de vír-gula, quando iniciam frase, as conjun-ções ou... ou, quer... quer, seja... seja,ora... ora, pois, de modo que, que(= pois), porque e porquanto.

8 — E, ou e nem:Não use vírgula antes de e, ou e

nem, a não ser nos casos seguintes: a)Quando o e liga orações de sujeitos di-ferentes, e se pode subentender uma

309Vírgula Vírgula

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pausa na leitura, admite-se a vírgula:O filho foi reprovado outra vez, e ospais resolveram tirá-lo daquela esco-la.

Em textos jornalísticos, porém, ra-ramente haverá vírgula: O governoadmitiu o erro e os empresários pro-testaram. / Gil lança novo disco eCaetano conclui seu filme.

b) Usa-se a vírgula se o e e o nemestiverem repetidos na frase, por ên-fase ou enumeração: “Ele fez o céu, ea terra, e o mar, e tudo quanto háneles.” / Ninguém foi com ele, nem opai, nem a mãe, nem o filho.

c) O e, ou e nem podem ser prece-didos de vírgula caso se queira dar ên-fase a uma afirmação ou introduziruma pausa na frase: É melhor sairmoslogo, ou não? / Afinal, o chefe é ele,ou são vocês? / Não mudo de opinião,nem que me matem! / O governo ten-tou, e a providência já vinha tarde,conter os seus gastos.

9 — Para separar os elementos pa-ralelos dos provérbios: Cada terracom seu uso, cada roca com seufuso. / Tal pai, tal filho. / Longe dosolhos, longe do coração.

10 — Advérbios e adjuntos adver-biais podem ou não ser separados porvírgula, especialmente quando curtosou constituídos de uma única palavra.Exemplos: Aqui se trabalha. / Aqui,trabalha-se.

Quando mais longos, convém usara vírgula, por questão de pausa ou cla-reza: Nos contrafortes da Serra daMantiqueira, a cidade seguia suavida, sem novidades. / A vegetaçãovoltava a crescer, depois de muitosanos de seca. / O escritor terminou,antes do tempo previsto, o romancetão esperado.

11 — Para separar os objetos pleo-násticos: As palavras, leva-as ovento. / Bons jogadores, já não exis-tem tantos como antigamente. Senão se deseja dar ênfase ao objeto ouse ele é um pronome oblíquo, omite-

se a vírgula: O caráter molda-o avida. / A mim me parece irrelevanteessa opinião.

12 — Para separar palavras repeti-das: Tudo, tudo, tudo pôs a perder. /Amigos, amigos, negócios à parte.

13 — Para separar adjetivos queexercem função predicativa: Atento ecuidadoso, dava sempre o melhor desi. / Nunca pensei que ele, limitado epouco brilhante, obtivesse tamanhosucesso.

14 — Para separar orações reduzi-das de gerúndio, particípio e infiniti-vo: Encerrando o ciclo de palestras, oengenheiro falou sobre as agressõesdo homem ao meio ambiente. / Ossoldados puseram-se em fila, aten-dendo ao toque de reunir. / Chegadoo momento, você será avisado. / Obarco desapareceu sem deixar vestí-gios, tragado pelo forte redemoinho. /Para fazer valer sua opinião, usava osmétodos que pudesse. / Ainda fomosao teatro, apesar de estarmos esgota-dos.

15 — Para separar as orações subor-dinadas adverbiais, especialmentequando colocadas antes da oraçãoprincipal ou mesmo depois: Quandoterminou a sessão, os deputados dei-xaram apressadamente a Câmara. /O prazo está encerrado, como vocêpensava. / Se tudo corresse bem, eleschegariam antes do anoitecer. /Traga-nos a reportagem ainda hoje,se for possível. / Embora houvessemuita gente no estádio, nada degrave ocorreu. / Não me impedirão devir aqui hoje, ainda que o tentem. /À medida que o governo perdia força,a oposição aumentava sua influên-cia. / Para que a administração pú-blica funcione melhor, é precisomudar mentalidades. / Enquanto aformiga trabalhava, a cigarra canta-va. / Porque ninguém lhe dava aten-ção, a criança começou a chorar.

16 — Para separar orações ou locu-ções intercaladas que interrompam a

310Vírgula Vírgula

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fluência da oração principal: Disse,como era seu hábito, os piores desa-foros possíveis. / Não explicou, atéporque nada lhe perguntaram, arazão daquela estranha atitude. /“Vejo aqui”, prosseguiu o deputado,“pessoas que não pertencem à Câma-ra.” / Os soldados, que não conhe-ciam o local, avançaram com medo. /Antes de mais nada, pensamos nós,era indispensável sair dali. / Maisempenho, e não desculpas, era o quese pedia. / O casal, com o dinheiro re-cebido, conseguiu mobiliar a casa. /O criminoso, já condenado à morte,recusava-se a admitir sua culpa. / E,quando lhe pediram a opinião, disseque o assunto não era com ele. / Por-que, para tudo sair de acordo, falta-va a adesão deles. / Pois, por injustoque possa parecer, não adianta ir con-tra a natureza.

O que não se pode é usar apenas asegunda vírgula nas intercalações,como nestes exemplos: O jogadordisse que quando foi atingido portrás, perdeu o controle (a vírgulaantes de quando é indispensável). /Mas até agora, a única ameaça con-creta é... (existe vírgula antes de até). /E a propósito, desistiu de vez de dis-putar a prefeitura (a propósito deve-ria estar entre vírgulas).

Observação. Não há vírgula se aoração restringe o sentido do sujeito(isto é, não funciona como oração in-tercalada): O pai que gosta dos filhosfaz tudo por eles. / O mais velho dosdeputados que estavam presentesabriu a sessão da Câmara.

17 — Com sim e não: Sim, senhor,é o que todos esperavam. / Não, ami-gos, ninguém o demove dessa deci-são. / É o que quero, sim. / Não, nuncapedi isso.

18 — Não existe vírgula antes deorações (substantivas) deste tipo: Pe-dimos que ele viesse. / Esperamosque ele saia. / Não sabia se todos o

conheciam. / Não pensava que tudoia se acabar daquela maneira.

19 — No caso de inversão violen-ta dos complementos da frase, a vír-gula pode dar-lhe maior clareza: Dopaís, a maior riqueza eram os poçosde petróleo. (Ordem direta: A maiorriqueza do país eram os poços de pe-tróleo.) / A opinião era unânime, doshomens e mulheres. (Ordem direta: Aopinião dos homens e mulheres eraunânime.).

20 — Jornalisticamente, é o sinalque se deve adotar, em vez do traves-são, para isolar os verbos intercaladosnas declarações ou opiniões: Comaquela providência, garantiu o prefei-to, a cidade resolveria definitivamen-te o problema das enchentes. / Essesrecursos, opinou, deveriam ser utili-zados na compra de novas vacinas.

Observações finais

1 — A vírgula indica pausa ou ên-fase. Por isso, nos casos em que ela forfacultativa, use o bom senso ou siga oritmo da frase (nunca, porém, sepa-rando o sujeito do verbo ou o verbo docomplemento).

2 — Evite a virgulação excessiva,principalmente quando uma série deadjuntos adverbiais se sucede na frase:O presidente disse, ontem, em Brasí-lia, às 15 horas, depois da reunião doMinistério, que... Se for importantecolocar o horário logo na primeirafrase, ela pode ganhar ritmo com umapequena inversão: O presidente disseàs 15 horas de ontem, em Brasília, de-pois da reunião do Ministério, que...

De qualquer forma, intercalaçõesexageradas sempre prejudicam afluência da frase, estejam ou não mar-cadas por vírgulas. A ordem diretacontornaria todos os problemas, nocaso: O presidente disse ontem queas mudanças econômicas... Depois,poderão ser colocados todos os de-mais detalhes.

311Vírgula Vírgula

Page 312: Manual de Redação e Estilo do Estadão

3 — Se houver parênteses ou tra-vessões na frase, a vírgula virá depoisdo segundo deles: Apelou para osmais influentes amigos (ministros edeputados, entre eles), quando lhequiseram tomar as terras. / Os paísesendividavam-se sem cessar — porqueisso era fácil na década de 70 —,ainda que não soubessem como vi-riam a pagar seus compromissos.

4 — Numa enumeração pode havervírgula antes do verbo: Artigos, co-mentários, críticas, eram matériasque não lhe interessavam.

Vírgula com nomes de pessoas. Veraposto, item 2, página 39.

Vírgula e não ponto. Números decimaisno Brasil são expressos por vírgula (enão ponto, como nos Estados Unidos).Assim: A inflação deste mês deveráser de 0,75% (e não 0.75%) / Os car-ros subiram 8,9% (e não 8.9%). / A in-tensidade do terremoto foi de 6,4graus (e não 6.4 graus) na escalaRichter. Da mesma forma: 2,1 bi-lhões, 36,7˚F (e não 2.1 bilhões,36.7˚F).

Vir vindo. Vir pode ser auxiliar de si pró-prio: Vinha vindo, venho vindo, ví-nhamos vindo.

Visando. Nunca use visando ou objeti-vando no lugar de para: Uma grevepara conseguir novo aumento (em vezde: Uma greve “visando” conse-guir...). / Novas reuniões para chegara uma conclusão (em vez de: Novasreuniões “objetivando” chegar a umaconclusão).

Visar. 1 — No sentido de mirar ou dar ovisto a, use a regência direta: Visou oalvo. / Visou o ladrão. / Visou o che-que. 2 — Como equivalente a ter emvista ou ter por objetivo, exige a pre-posição a: Visou exclusivamente aosseus interesses. / Nunca visaram à ri-queza. / Tudo a que visavam erammelhores condições de vida. / Visavaa atender aos pedidos dos amigos. /Visou a proporcionar conforto à famí-lia.

Vista. A locução correta é à vista de enão “às vistas de”: Colocou-se à vistade todos. / À vista do ocorrido, deci-diu demitir-se.

“Vítima fatal”. Fatal significa mortífe-ro, que causa a morte, que traz ruínaou desgraça. Por isso, não existe a ex-pressão “vítima fatal”: a vítima rece-be a morte e não a produz. Fatal é umgolpe, um tiro, um acidente, uma pan-cada, um choque, uma batida e nuncaa vítima.

“Viúva do falecido”. Redundância gra-ve.

Vivam as férias. 1 — Vivam, no caso, éverbo e faz a concordância normal:Vivam as férias, vivam os campeões,vivam os seus 50 anos, vivas tu, viva-mos nós. 2 — Não confundir comviva, substantivo (Deram três vivasaos campeões) ou viva, interjeição(Viva, os campeões chegaram. / Viva,o suplício terminou.).

Vivenciar. Forma rebuscada. Prefiraviver ou experimentar.

Voar. 1 — Conjuga-se como magoar(ver, página 166). 2 — No sentido deviajar de avião, use o verbo com parae não a: O prefeito voou para o Rio (enão ao Rio).

Vocativo. 1 — É o termo que serve parachamar, invocar ou nomear uma pes-soa, animal ou coisa personificada:Vejam, senhores, quem está aqui. /Filhos, ouçam. / “Em teu seio, ó Li-berdade, ...” / Cuidado com o carro,seus loucos! / Acorda, São Paulo. /Obrigado, doutor. / Reage, Rio. / Se-gura, peão! / Parabéns, leitor. / Aten-ção, políticos. / O que é isso, compa-nheiro?

2 — O vocativo pode vir no come-ço, no meio ou no fim da oração e co-loca-se entre vírgulas (se estiver no co-meço da frase, tem uma vírgula de-pois; se no fim, uma vírgula antes):Amigos, chegou a hora da verdade. /

312Vírgula com nomes... Vocativo

Page 313: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Chegou, amigos, a hora da verdade. /Chegou a hora da verdade, amigos.

3 — Quando se quer dar maior ên-fase à frase, faz-se a partícula ó (e nãooh) preceder o vocativo: Adeus, ó vidaingrata. / Ó jovens, escutai com aten-ção. / Creia, ó incrédulo, na força deDeus.

Volta. No singular em frases como: Avolta de Chico e Maneco, na opiniãodo técnico, fortalecerá o time. / Coma volta de Gilberto Gil e Caetano Ve-loso ao palco do Teatro Castro Al-ves... (e nunca “as voltas”).

Vultoso. O mesmo que importante, vo-lumoso: vultoso empréstimo, vultosaquantia, vultosa importância (enunca “vultuoso” ou “vultuosa”).

Walkie-talkie. Desta forma.Warrant. É um tipo de título de crédito.

Tem os derivados warrantagem e war-rantar.

Water closet. Sem hífen e com t, em vezde d. Abreviatura: w.c.

“Water polo”. Use pólo aquático.Watt. É o nome oficial da unidade de po-

tência. Abreviatura: W.Watt-hora. Desta forma.Week-end. Com hífen.Windsurfe. Desta forma.

Xadrez. Com z em qualquer sentido.Xangai. E não “Shangai”.Xeque. 1 — Por analogia com o movi-

mento do xadrez, sempre com x ini-cial quando designar risco, situação

difícil: Sua candidatura estava emxeque. / Pôs o contendor em xeque.2 — É também o aportuguesamentode sheik: O território era governadopor um xeque.

Xícara. Desta forma.Xifópago. E nunca “xipófago”.Xiita. Sem acento.

Yalta. Desta forma.Yang-tse. Rio da China (também, Yang-

tse-kiang).Yang, yin, yin-yang. Escreva desta

forma esses princípios do pensamen-to oriental.

Yom Kippur. É o Dia do Perdão dos ju-deus.

York. Não aportuguese (na forma NovaYork, por exemplo).

Yucatán. Desta forma.Yuppie. Desta forma.

Zaga, zagueiro. Veja como usar: zaga-central, zagueiro-central, quarto-za-gueiro.

“Zagueirão”. Jargão futebolístico. Nãouse.

Zangar-se. Alguém se zanga e nãozanga, apenas: O deputado zangou-se com os jornalistas. / Não queriame zangar.

Zênite. Com acento.Zero. Torna invariável a palavra que o

segue: zero hora, zero grau centígra-do, zero-quilômetro, etc. Nunca, por-tanto: às “zero horas”, “zero graus”centígrados, etc.

313Volta Zero

Page 314: Manual de Redação e Estilo do Estadão

“Zero ano”. Não use a forma as crian-ças de zero a quatro anos. O certo: ascrianças até 4 anos.

Zero dois, zero três. A não ser em lista-gens de computador, números especí-ficos de referência (0724) ou dezenasda loteria, jamais use as formas 02, 03,etc., para designar datas ou númerosem geral. O dia é 2 ou 3, o mês é 8 ou9, o número de alguém é 4 ou 5 (enunca dia “02”, mês “03”, número“04”).

Zero-quilômetro. Tem hífen e não varia:Um zero-quilômetro. / Aumenta opreço dos carros zero-quilômetro.

...zinho. 1 — Ver diminutivos, página96. 2 — Não existe mais acento gravenas palavras formadas pelo acréscimodo sufixo zinho: sozinho, cafezinho,pasteizinhos, etc.

Zona. Escreva com inicial minúscula asindicações zona norte, zona sul, zonaleste e zona oeste de São Paulo ou dequalquer outra cidade.

Zumbir, zunir. Os insetos zumbem, ovento zune.

Zunzum. E não “zum-zum”. Plural:zunzuns. Existe também a forma zun-zunzum.

Zurique. Desta forma.

314“Zero ano” Zurique

Page 315: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Regras práticas

Primeira — Substitua a palavraantes da qual aparece o a ou as por umtermo masculino. Se o a ou as se trans-formar em ao ou aos, existe crase; docontrário, não. Nos exemplos já citados:João voltou ao país natal. / Os do-cumentos foram apresentados aos juí-zes. Outros exemplos: Atentas às mo-dificações, as moças... (Atentos aosprocessos, os moços...) / Junto à parede(junto ao muro).

No caso de nome geográfico ou delugar, substitua o a ou as por para. Se ocerto for para a, use a crase: Foi à Fran-ça (foi para a França). / Irão à Colôm-bia (irão para a Colômbia). / Voltou aCuritiba (voltou para Curitiba, semcrase). Pode-se igualmente usar a formavoltar de: se o de se transformar em da,há crase, inexistente se o de não se al-terar: Retornou à Argentina (voltou daArgentina). / Foi a Roma (voltou deRoma).

Segunda — A combinação de ou-tras preposições com a (para a, na, da,pela e com a, principalmente) indica seo a ou as deve levar crase. Não é neces-sário que a frase alternativa tenha omesmo sentido da original nem que aregência seja correta. Exemplos: Em-prestou o livro à amiga (para a amiga). /Chegou à Espanha (da Espanha). / Asvisitas virão às 6 horas (pelas 6 horas). /Estava às portas da morte (nas por-tas). / À saída (na saída). / À falta de(na falta de, com a falta de).

Usa-se a crase ainda

1 — Nas formas àquela, àquele,àquelas, àqueles, àquilo, àqueloutro (ederivados): Cheguei àquele (a + aquele)lugar. / Vou àquelas cidades. / Referiu-se àqueles livros. / Não deu importân-cia àquilo.

2 — Nas indicações de horas, desdeque determinadas: Chegou às 8 horas,às 10 horas, à 1 hora. Zero e meia in-

315315

O uso da craseA crase indica a fusão da preposição a com o artigo a: João

voltou à (a preposição + a artigo) cidade natal. / Os documen-tos foram apresentados às (a prep. + as art.) autoridades. Dessaforma, não existe crase antes de palavra masculina: Vou a pé. /Andou a cavalo. Existe uma única exceção, explicada maisadiante.

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cluem-se na regra: O aumento entra emvigor à zero hora. / Veio à meia-noiteem ponto. A indeterminação afasta acrase: Irá a uma hora qualquer.

3 — Nas locuções adverbiais, pre-positivas e conjuntivas como às pressas,às vezes, à risca, à noite, à direita, à es-querda, à frente, à maneira de, à modade, à procura de, à mercê de, à custa de,à medida que, à proporção que, à forçade, à espera de: Saiu às pressas. / Vive àcusta do pai. / Estava à espera do ir-mão. / Sua tristeza aumentava à medi-da que os amigos partiam. / Serviu ofilé à moda da casa.

4 — Nas locuções que indicammeio ou instrumento e em outras nasquais a tradição lingüística o exija,como à bala, à faca, à máquina, à chave,à vista, à venda, à toa, à tinta, à mão, ànavalha, à espada, à baioneta calada, àqueima-roupa, à fome (matar à fome):Morto à bala, à faca, à navalha. / Escri-to à tinta, à mão, à máquina. / Paga-mento à vista. / Produto à venda. / An-dava à toa. Observação: Neste caso nãose pode usar a regra prática de substituira por ao.

5 — Antes dos relativos que, qual equais, quando o a ou as puderem sersubstituídos por ao ou aos: Eis a moçaà qual você se referiu (equivalente: eiso rapaz ao qual você se referiu). / Fezalusão às pesquisas às quais nos dedi-camos (fez alusão aos trabalhos aosquais...). / É uma situação semelhanteà que enfrentamos ontem (é um proble-ma semelhante ao que...).

Não se usa a crase antes de

1 — Palavra masculina: andar a pé,pagamento a prazo, caminhadas aesmo, cheirar a suor, viajar a cavalo,vestir-se a caráter. Exceção. Existe acrase quando se pode subentender umapalavra feminina, especialmente modae maneira, ou qualquer outra que deter-mine um nome de empresa ou coisa:Salto à Luís XV (à moda de Luís XV). /

Estilo à Machado de Assis (à maneirade). / Referiu-se à Apollo (à nave Apol-lo). / Dirigiu-se à (fragata) Gustavo Bar-roso. / Vou à (editora) Melhoramen-tos. / Fez alusão à (revista) Projeto.

2 — Nome de cidade: Chegou aBrasília. / Irão a Roma este ano. Exce-ção. Há crase quando se atribui umaqualidade à cidade: Iremos à Roma dosCésares. / Referiu-se à bela Lisboa, àBrasília das mordomias, à Londres doséculo 19.

3 — Verbo: Passou a ver. / Come-çou a fazer. / Pôs-se a falar.

4 — Substantivos repetidos: Cara acara, frente a frente, gota a gota, deponta a ponta.

5 — Ela, esta e essa: Pediram a elaque saísse. / Cheguei a esta conclu-são. / Dedicou o livro a essa moça.

6 — Outros pronomes que não ad-mitem artigo, como ninguém, alguém,toda, cada, tudo, você, alguma, qual,etc.

7 — Formas de tratamento: Escre-verei a Vossa Excelência. / Recomen-damos a Vossa Senhoria... / Pediram aVossa Majestade...

8 — Uma: Foi a uma festa. Exce-ções. Na locução à uma (ao mesmotempo) e no caso em que uma designahora (Sairá à uma hora).

9 — Palavra feminina tomada emsentido genérico: Não damos ouvidos areclamações. / Em respeito a morte emfamília, faltou ao serviço. Repare: Emrespeito a falecimento, e não ao faleci-mento. / Não me refiro a mulheres, masa meninas.

Alguns casos são fáceis de identifi-car: se couber o indefinido uma antes dapalavra feminina, não existirá crase.Assim: A pena pode ir de (uma) adver-tência a (uma) multa. / Igreja reage a(uma) ofensa de candidato em Guaru-lhos. / As reportagens não estão neces-sariamente ligadas a (uma) agenda. /Fraude leva a (uma) sonegação recor-de. / Empresa atribui goteira a (uma)

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Page 317: Manual de Redação e Estilo do Estadão

falha no sistema de refrigeração. / Par-tido se rende a (uma) política de alian-ças.

Havendo determinação, porém, acrase é indispensável: Morte de bebêsleva à punição (ao castigo) de médico. /Superintendente admite ter cedido àpressão (ao desejo) dos superiores.

10 — Substantivos no plural quefazem parte de locuções de modo: Pega-ram-se a dentadas. / Agrediram-se abofetadas. / Progrediram a duraspenas.

11 — Nomes de mulheres célebres:Ele a comparou a Ana Néri. / PreferiaIngrid Bergman a Greta Garbo.

12 — Dona e madame: Deu o di-nheiro a dona Maria. / Já se acostumoua madame Angélica. Exceção. Há crasese o dona ou o madame estiverem par-ticularizados: Referia-se à Dona Flordos dois maridos.

13 — Numerais considerados deforma indeterminada: O número demortos chegou a dez. / Nasceu a 8 dejaneiro. / Fez uma visita a cinco empre-sas.

14 — Distância, desde que não de-terminada: A polícia ficou a distância. /O navio estava a distância. Quando sedefine a distância, existe crase: O navioestava à distância de 500 metros do

cais. / A polícia ficou à distância de seismetros dos manifestantes.

15 — Terra, quando a palavra signi-fica terra firme: O navio estava chegan-do a terra. / O marinheiro foi a terra.(Não há artigo com outras preposições:Viajou por terra. / Esteve em terra.) Nosdemais significados da palavra, usa-se acrase: Voltou à terra natal. / Os astro-nautas regressaram à Terra.

16 — Casa, considerada como olugar onde se mora: Voltou a casa. /Chegou cedo a casa. (Veio de casa, vol-tou para casa, sem artigo.) Se a palavraestiver determinada, existe crase: Vol-tou à casa dos pais. / Iremos à Casa daMoeda. / Fez uma visita à Casa Bran-ca.

Uso facultativo

1 — Antes do possessivo: Levou aencomenda a sua (ou à sua) tia. / Nãofez menção a nossa empresa (ou ànossa empresa). Na maior parte doscasos, a crase dá clareza a este tipo deoração.

2 — Antes de nomes de mulheres:Declarou-se a Joana (ou à Joana). Emgeral, se a pessoa for íntima de quemfala, usa-se a crase; caso contrário, não.

3 — Com até: Foi até a porta (ouaté à). / Até a volta (ou até à). No Esta-do, porém, escreva até a, sem crase.

317

a álcoolà altura (de)à americanaà argentinaà baianaà bailaà baioneta caladaà balaa bandeiras despregadasà base deà beça

à beira (de)à beira-marà beira-rioa bel-prazera boa distância deà boca pequenaà bombaa bordoa bordoadasa braçadasà brasileira

à brutaà busca (de)a cabeçadasà cabeceira (de)à caça (de)a cacetadasa calhara cântarosa caráterà cargaa cargo de

Locuções com e sem crase

Page 318: Manual de Redação e Estilo do Estadão

à cata (de)a cavaloa cerca dea certa alturaa certa distânciaà chavea chibatadasa chicotadasa começar deà conta (de)a contar deà cunhaa curto prazoà custa (de)a dedoà derivaa desorasa dieselà direitaà disparadaà disposiçãoa distânciaa duras penasa ela(s), a ele(s)a eletricidadeà entrada (de)a escâncarasà escolha (de)à escovinhaà escutaa esmoà espadaà espera (de)à esporaà espreita (de)à esquerdaa esse(s), a essa(s)a este(s), a esta(s)a estibordoà evidênciaà exaustãoà exceção dea expensas deà facaa facadasà falta deà fantasiaà fartaà feição (de)a ferroa ferro e fogo

à flor da peleà flor deà fomeà força (de)à francesaà frente (de)à frescaa frioa fundoa galopea gása gasolinaà gaúchaa gostoà grandea grande distânciaa granelà guisa deà imitação deà inglesaa instâncias deà italianaà janelaa jatoa joelhadasa jurosa jusantea lápisà largaa lenhaà livre escolhaa longa distânciaa longo prazoa lufadasà Luís XVa lumeà luzà Machado de Assisa maisa mando deà maneira deà mãoà mão armadaà mão direitaà mão esquerdaà máquinaà margem (de)à marinheiraa marteladasà matrocaà medida que

a medoa meia alturaa meia distânciaà meia-noitea meio paua menosà mercê (de)à mesaà mesma horaa meu verà mexicanaà milanesaà mineiraà míngua (de)à minha disposiçãoà minha esperaà minutaà moda (de)à modernaa montanteà morteà mostraa nadoà navalhaà noiteà noitinhaà nossa disposiçãoà nossa esperaante asà ocidentala óleoa olho nuà ordemà orientala ouroà paisanaa pão e águaa parà partea partir dea passarinhoa passos largosa pauladasà paulistaa péa pedidosa pequena distânciaa pilhaa pino

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Page 319: Manual de Redação e Estilo do Estadão

à ponta de espadaà ponta de facaa pontapésa ponto dea porretadasà portaa portas fechadasà portuguesaa postosa pouca distânciaà praiaa prazoà pressaà prestaçãoa prestaçõesà primeira vistaa princípioà procura (de)à proporção quea propósitoà prova à prova d’águaà prova de fogoa públicoa punhaladasà pururucaa quatro mãosà que (= àquela que)àquela alturaàquela horaàquelas horasàquele diaàqueles diasàquele tempoàqueloutro(s)àqueloutra(s)à queima-roupaa queroseneà raiz deà razão (de)à réà rédea curtaa respeito deà retaguardaà revelia (de)a rigora rirà riscaà roda (de)a rodo

à saciedadeà saídaàs apalpadelasàs armas!à saúde deàs ave-mariasàs avessasàs bandeiras despregadasàs barbas deàs boasàs cambalhotasàs carradasàs carreirasàs catorze (horas)às cegasàs centenasàs cinco (horas)às clarasàs costasàs de vila-diogoàs dez (horas)às dezenasàs direitasa distânciaà distância deàs doze horasàs duas (horas)às dúziasa secoa seguirà semelhança deàs encobertasa sérioa serviçoàs escâncarasàs escondidasàs escurasàs esquerdasa sete chavesàs expensas deàs falasàs favasàs gargalhadasàs lágrimasàs léguasàs mancheiasàs margens deàs marteladasàs mil maravilhasàs moscas

às nove (horas)às nuvensà sobremesaà socapaàs ocultasàs oito (horas)à soltaà sombra (de)a sono soltoàs onze (horas)às ordens (de)a socosà sorrelfaà sortea sósàs portas deàs pressasàs quaisàs que (= àquelas que)às quartas-feirasàs quatro (horas)às quintas-feirasàs quinze (horas)às segundas-feirasàs seis (horas)às sete horasàs sextas-feirasàs sete (horas)às soltasàs suas ordensàs tantasàs terças-feirasàs tontasàs três (horas)às turrasà sua disposiçãoà sua escolhaà sua esperaà sua maneiraà sua modaà sua saúdeàs últimasà superfície (de)às vésperas (de)às vezesàs vinte (horas)às vistas deàs voltas comà tardeà tardinha

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a termoà testa (de)à tintaa tiracoloa tiroà toaà-toaa todaa toda a bridaa toda forçaa toda horaà tona (de)a toque de caixaà traiçãoa três por doisà tripa forraa troteà última horaà uma (hora)à unhaà vaca-friaa valerà valentonaa vapora velaa velas pandasà vendaavião a jatoà Virgemà vista (de)à vista desarmadaà vista dissoà volta (de)à vontadeà-vontadeà vossa disposiçãoa zero

à zero horabater à portabeber à saúde decara a caracheirar a perfumecheirar a rosascondenado à mortedar à estampadar à luzdar a mão à palmatóriadar tratos à boladar vazão àde alto a baixode cabo a rabode fora a forade mais a maisde mal a piorde parte a partede ponta a pontadescer à sepulturade sol a solde uma ponta à outradia a diaem que pese aexceção à regraface a facefalar à razãofaltar à aulafazer as vezes defolha a folhafrente a frentegota a gotagraças àshora a horair à bancarrotair à forrair às compras

ir às do caboir às nuvensir às urnasjogar às feraslado a ladomandar às favasmãos à obramarcha à rémeio a meionem tanto ao mar, nem

tanto à terrapalmo a palmopara a frentepassar à frentepasso a passoperante aspôr à mostrapôr à provapôr as mãos à cabeçapôr fim à vidaquanto àsrecorrer à políciareduzir à expressão mais

simplesreduzir a zerosair à ruasaltar à vistaterra a terratirar à sortetodas as vezesuma à outraumas às outrasvaler a penavoltar à cargavoltar à cenavoltar às boas

Page 321: Manual de Redação e Estilo do Estadão

1 — “Mal cheiro”, “mau-humora-do”. Mal opõe-se a bem e mau, a bom.Assim: mau cheiro (bom cheiro),mal-humorado (bem-humorado).Igualmente: mau humor, mal-inten-cionado, mau jeito, mal-estar.

2 — “Fazem” cinco anos. Fazer,quando exprime tempo, é impessoal:Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. /Fez 15 dias.

3 — “Houveram” muitos aciden-tes. Haver, no sentido de existir, tam-bém é invariável: Houve muitos aci-dentes. / Havia muitas pessoas. /Deve haver muitos casos iguais.

4 — “Existe” muitas esperanças.Existir, bastar, faltar, restar e sobraradmitem normalmente o plural:Existem muitas esperanças. / Basta-riam dois dias. / Faltavam poucaspeças. / Restaram alguns objetos. /Sobravam idéias.

5 — Para “mim” fazer. Mim nãofaz, porque não pode ser sujeito.Assim: Para eu fazer, para eu dizer,para eu trazer.

6 — Entre “eu” e você. Depois depreposição, usa-se mim ou ti: Entremim e você. / Entre eles e ti.

7 — “Há” dez anos “atrás”. Há eatrás indicam passado na frase. Useapenas há dez anos ou dez anosatrás.

8 — “Entrar dentro”. O certo: en-trar em. Veja outras redundâncias:Sair fora ou para fora, elo de ligação,monopólio exclusivo, já não hámais, ganhar grátis, viúva do faleci-do.

9 — “Venda à prazo”. Não existecrase antes de palavra masculina, amenos que esteja subentendida a pa-lavra moda: Salto à (moda de) LuísXV. Nos demais casos: A salvo, a

321321

Os cem erros maiscomuns

Erros gramaticais e ortográficos devem, por princípio, ser evi-tados. Alguns, no entanto, como ocorrem com maior freqüên-cia, merecem atenção redobrada. O primeiro capítulo destemanual inclui explicações mais completas a respeito de cadaum deles. Veja os cem mais comuns do idioma e use esta re-lação como um roteiro para fugir deles.

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bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a cará-ter.

10 — “Porque” você foi? Sempreque estiver clara ou implícita a pala-vra razão, use por que separado: Porque (razão) você foi? / Não sei por que(razão) ele faltou. / Explique por querazão você se atrasou. Porque é usadonas respostas: Ele se atrasou porqueo trânsito estava congestionado.

11 — Vai assistir “o” jogo hoje. As-sistir como presenciar exige a: Vai as-sistir ao jogo, à missa, à sessão. Ou-tros verbos com a: A medida nãoagradou (desagradou) à população. /Eles obedeceram (desobedeceram)aos avisos. / Aspirava ao cargo de di-retor. / Pagou ao amigo. / Respondeuà carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aosestudantes.

12 — Preferia ir “do que” ficar. Pre-fere-se sempre uma coisa a outra: Pre-feria ir a ficar. É preferível segue amesma norma: É preferível lutar amorrer sem glória.

13 — O resultado do jogo, não oabateu. Não se separa com vírgula osujeito do predicado. Assim: O resul-tado do jogo não o abateu. Outroerro: O prefeito prometeu, novas de-núncias. Não existe o sinal entre opredicado e o complemento: O prefei-to prometeu novas denúncias.

14 — Não há regra sem “excessão”.O certo é exceção. Veja outras grafiaserradas e, entre parênteses, a formacorreta: “paralizar” (paralisar), “be-neficiente” (beneficente), “xuxu”(chuchu), “previlégio” (privilégio),“vultuoso” (vultoso), “cincoenta”(cinqüenta), “zuar” (zoar), “frustado”(frustrado), “calcáreo” (calcário),“advinhar” (adivinhar), “benvindo”(bem-vindo), “ascenção” (ascensão),“pixar” (pichar), “impecilho” (empe-cilho), “envólucro” (invólucro).

15 — Quebrou “o” óculos. Con-cordância no plural: os óculos, meusóculos. Da mesma forma: Meus para-béns, meus pêsames, seus ciúmes,nossas férias, felizes núpcias.

16 — Comprei “ele” para você. Eu,tu, ele, nós, vós e eles não podem serobjeto direto. Assim: Comprei-o paravocê. Também: Deixe-os sair, man-dou-nos entrar, viu-a, mandou-me.

17 — Nunca “lhe” vi. Lhe substi-tui a ele, a eles, a você e a vocês e porisso não pode ser usado com objeto di-reto: Nunca o vi. / Não o convidei. /A mulher o deixou. / Ela o ama.

18 — “Aluga-se” casas. O verboconcorda com o sujeito: Alugam-secasas. / Fazem-se consertos. / É assimque se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se emprega-dos.

19 — “Tratam-se” de. O verbo se-guido de preposição não varia nessescasos: Trata-se dos melhores profis-sionais. / Precisa-se de empregados. /Apela-se para todos. / Conta-se comos amigos.

20 — Chegou “em” São Paulo. Ver-bos de movimento exigem a, e nãoem: Chegou a São Paulo. / Vai ama-nhã ao cinema. / Levou os filhos aocirco.

21 — Atraso implicará “em” puni-ção. Implicar é direto no sentido deacarretar, pressupor: Atraso implica-rá punição. / Promoção implica res-ponsabilidade.

22 — Vive “às custas” do pai. Ocerto: Vive à custa do pai. Use tam-bém em via de, e não “em vias de”:Espécie em via de extinção. / Traba-lho em via de conclusão.

23 — Todos somos “cidadões”. Oplural de cidadão é cidadãos. Veja ou-tros: caracteres (de caráter), juniores,

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seniores, escrivães, tabeliães, gângs-teres.

24 — O ingresso é “gratuíto”. Apronúncia correta é gratúito, assimcomo circúito, intúito e fortúito (oacento não existe e só indica a letratônica). Da mesma forma: flúido,condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.

25 — A última “seção” de cinema.Seção significa divisão, repartição, esessão equivale a tempo de uma reu-nião, função: Seção Eleitoral, Seçãode Esportes, seção de brinquedos;sessão de cinema, sessão de panca-das, sessão do Congresso.

26 — Vendeu “uma” grama deouro. Grama, peso, é palavra mas-culina: um grama de ouro, vitaminaC de dois gramas. Femininas, porexemplo, são a agravante, a atenuan-te, a alface, a cal, etc.

27 — “Porisso”. Duas palavras, porisso, como de repente e a partir de.

28 — Não viu “qualquer” risco. Énenhum, e não “qualquer”, que se em-prega depois de negativas: Não viu ne-nhum risco. / Ninguém lhe fez ne-nhum reparo. / Nunca promoveu ne-nhuma confusão.

29 — A feira “inicia” amanhã. Al-guma coisa se inicia, se inaugura: Afeira inicia-se (inaugura-se) amanhã.

30 — Soube que os homens “feri-ram-se”. O que atrai o pronome:Soube que os homens se feriram. / Afesta que se realizou... O mesmoocorre com as negativas, as conjun-ções subordinativas e os advérbios:Não lhe diga nada. / Nenhum dospresentes se pronunciou. / Quando sefalava no assunto... / Como as pes-soas lhe haviam dito... / Aqui se faz,aqui se paga. / Depois o procuro.

31 — O peixe tem muito “espi-nho”. Peixe tem espinha. Veja outrasconfusões desse tipo: O “fuzil” (fusí-

vel) queimou. / Casa “germinada”(geminada), “ciclo” (círculo) vicioso,“cabeçário” (cabeçalho).

32 — Não sabiam “aonde” ele es-tava. O certo: Não sabiam onde eleestava. Aonde se usa com verbos demovimento, apenas: Não sei aondeele quer chegar. / Aonde vamos?

33 — “Obrigado”, disse a moça.Obrigado concorda com a pessoa:“Obrigada”, disse a moça. / Obriga-do pela atenção. / Muito obrigadospor tudo.

34 — O governo “interviu”. Inter-vir conjuga-se como vir. Assim: O go-verno interveio. Da mesma forma: in-tervinha, intervim, interviemos, in-tervieram. Outros verbos derivados:entretinha, mantivesse, reteve, pres-supusesse, predisse, conviesse, perfi-zera, entrevimos, condisser, etc.

35 — Ela era “meia” louca. Meio,advérbio, não varia: meio louca, meioesperta, meio amiga.

36 — “Fica” você comigo. Fica éimperativo do pronome tu. Para a 3ªpessoa, o certo é fique: Fique você co-migo. / Venha pra Caixa você tam-bém. / Chegue aqui.

37 — A questão não tem nada“haver” com você. A questão, na ver-dade, não tem nada a ver ou nada quever. Da mesma forma: Tem tudo a vercom você.

38 — A corrida custa 5 “real”. Amoeda tem plural, e regular: A corri-da custa 5 reais.

39 — Vou “emprestar” dele. Em-prestar é ceder, e não tomar por em-préstimo: Vou pegar o livro empres-tado. Ou: Vou emprestar o livro(ceder) ao meu irmão. Repare nestaconcordância: Pediu emprestadasduas malas.

40 — Foi “taxado” de ladrão. Ta-char é que significa acusar de: Foi ta-

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chado de ladrão. / Foi tachado de le-viano.

41 — Ele foi um dos que “chegou”antes. Um dos que faz a concordân-cia no plural: Ele foi um dos que che-garam antes (dos que chegaramantes, ele foi um). / Era um dos quesempre vibravam com a vitória.

42 — “Cerca de 18” pessoas o sau-daram. Cerca de indica arredonda-mento e não pode aparecer com nú-meros exatos: Cerca de 20 pessoas osaudaram.

43 — Ministro nega que “é” negli-gente. Negar que introduz subjunti-vo, assim como embora e talvez: Mi-nistro nega que seja negligente. / Ojogador negou que tivesse cometidoa falta. / Ele talvez o convide para afesta. / Embora tente negar, vai dei-xar a empresa.

44 — Tinha “chego” atrasado.“Chego” não existe. O certo: Tinhachegado atrasado.

45 — Tons “pastéis” predominam.Nome de cor, quando expresso porsubstantivo, não varia: Tons pastel,blusas rosa, gravatas cinza, camisascreme. No caso de adjetivo, o plural éo normal: Ternos azuis, canetas pre-tas, fitas amarelas.

46 — Lute pelo “meio-ambiente”.Meio ambiente não tem hífen, nemhora extra, ponto de vista, pronta en-trega, salário mínimo, etc. O sinalaparece, porém, em mão-de-obra,matéria-prima, infra-estrutura, pri-meira-dama, vale-refeição, meio-de-campo, mala-direta, etc.

47 — Queria namorar “com” o co-lega. O com não existe: Queria namo-rar o colega.

48 — O processo deu entrada“junto ao” STF. Processo dá entradano STF. Igualmente: O jogador foicontratado do (e não “junto ao”) Gua-

rani. / Cresceu muito o prestígio dojornal entre os (e não “junto aos”) lei-tores. / Era grande a sua dívida como (e não “junto ao”) banco. / A recla-mação foi apresentada ao (e não“junto ao”) Procon.

49 — As pessoas “esperavam-o”.Quando o verbo termina em m, ão ouõe, os pronomes o, a, os e as tomama forma no, na, nos e nas: As pessoasesperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.

50 — Vocês “fariam-lhe” umfavor? Não se usa pronome átono(me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depoisde futuro do presente, futuro do pre-térito (antigo condicional) ou particí-pio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporápelos conhecimentos (e nunca “impo-rá-se”). / Os amigos nos darão (e não“darão-nos”) um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo “forma-do-me”).

51 — Chegou “a” duas horas e par-tirá daqui “há” cinco minutos. Há in-dica passado e equivale a faz, enquan-to a exprime distância ou tempo fu-turo (não pode ser substituído porfaz): Chegou há (faz) duas horas epartirá daqui a (tempo futuro) cincominutos. / O atirador estava a (dis-tância) pouco menos de 12 metros. /Ele partiu há (faz) pouco menos dedez dias.

52 — Blusa “em” seda. Usa-se de,e não em, para definir o material deque alguma coisa é feita: Blusa deseda, casa de alvenaria, medalha deprata, estátua de madeira.

53 — A artista “deu à luz a” gê-meos. A expressão é dar à luz, ape-nas: A artista deu à luz quíntuplos.Também é errado dizer: Deu “a luz a”gêmeos.

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54 — Estávamos “em” quatro àmesa. O em não existe: Estávamosquatro à mesa. / Éramos seis. / Fica-mos cinco na sala.

55 — Sentou “na” mesa paracomer. Sentar-se (ou sentar) em é sen-tar-se em cima de. Veja o certo: Sen-tou-se à mesa para comer. / Sentouao piano, à máquina, ao computador.

56 — Ficou contente “por causaque” ninguém se feriu. Embora popu-lar, a locução não existe. Use porque:Ficou contente porque ninguém seferiu.

57 — O time empatou “em” 2 a 2.A preposição é por: O time empatoupor 2 a 2. Repare que ele ganha por eperde por. Da mesma forma: empatepor.

58 — À medida “em” que a epide-mia se espalhava... O certo é: À me-dida que a epidemia se espalhava...Existe ainda na medida em que(tendo em vista que): É preciso cum-prir as leis, na medida em que elasexistem.

59 — Não queria que “receiassem”a sua companhia. O i não existe: Nãoqueria que receassem a sua compa-nhia. Da mesma forma: passeemos,enfearam, ceaste, receeis (só existe iquando o acento cai no e que precedea terminação ear: receiem, passeias,enfeiam).

60 — Eles “tem” razão. No plural,têm é assim, com acento. Tem é aforma do singular. O mesmo ocorrecom vem e vêm e põe e põem: Ele tem,eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe,eles põem.

61 — A moça estava ali “há” muitotempo. Haver concorda com estava.Portanto: A moça estava ali havia(fazia) muito tempo. / Ele doara san-gue ao filho havia (fazia) poucosmeses. / Estava sem dormir havia

(fazia) três meses. (O havia se impõequando o verbo está no imperfeito eno mais-que-perfeito do indicativo.)

62 — Não “se o” diz. É errado jun-tar o se com os pronomes o, a, os e as.Assim, nunca use: Fazendo-se-os,não se o diz (não se diz isso), vê-se-a,etc.

63 — Acordos “políticos-partidá-rios”. Nos adjetivos compostos, só oúltimo elemento varia: acordos polí-tico-partidários. Outros exemplos:Bandeiras verde-amarelas, medidaseconômico-financeiras, partidos so-cial-democratas.

64 — Fique “tranquilo”. O u pro-nunciável depois de q e g e antes de ee i exige trema: Tranqüilo, conse-qüência, lingüiça, agüentar, Birigüi.

65 — Andou por “todo” país. Todoo (ou a) é que significa inteiro: Andoupor todo o país (pelo país inteiro). /Toda a tripulação (a tripulação intei-ra) foi demitida. Sem o, todo querdizer cada, qualquer: Todo homem(cada homem) é mortal. / Toda nação(qualquer nação) tem inimigos.

66 — “Todos” amigos o elogiavam.No plural, todos exige os: Todos osamigos o elogiavam. / Era difícilapontar todas as contradições dotexto.

67 — Favoreceu “ao” time da casa.Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Fa-voreceu o time da casa. / A decisãofavoreceu os jogadores.

68 — Ela “mesmo” arrumou a sala.Mesmo, quanto equivale a próprio, évariável: Ela mesma (própria) arru-mou a sala. / As vítimas mesmas re-correram à polícia.

69 — Chamei-o e “o mesmo” nãoatendeu. Não se pode empregar omesmo no lugar de pronome ou subs-tantivo: Chamei-o e ele não aten-deu. / Os funcionários públicos reu-

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niram-se hoje: amanhã o país conhe-cerá a decisão dos servidores (e não“dos mesmos”).

70 — Vou sair “essa” noite. É esteque designa o tempo no qual se estáou objeto próximo: Esta noite, estasemana (a semana em que se está),este dia, este jornal (o jornal queestou lendo), este século (o século 20).

71 — A temperatura chegou a 0“graus”. Zero indica singular sempre:Zero grau, zero-quilômetro, zerohora.

72 — A promoção veio “de encon-tro aos” seus desejos. Ao encontro deé que expressa uma situação favorá-vel: A promoção veio ao encontro dosseus desejos. De encontro a significacondição contrária: A queda do níveldos salários foi de encontro às (foicontra) expectativas da categoria.

73 — Comeu frango “ao invés de”peixe. Em vez de indica substituição:Comeu frango em vez de peixe. Aoinvés de significa apenas ao contrário:Ao invés de entrar, saiu.

74 — Se eu “ver” você por aí... Ocerto é: Se eu vir, revir, previr. Damesma forma: Se eu vier (de vir), con-vier; se eu tiver (de ter), mantiver; seele puser (de pôr), impuser; se ele fizer(de fazer), desfizer; se nós dissermos(de dizer), predissermos.

75 — Ele “intermedia” a negocia-ção. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele intermedeia (oumedeia) a negociação. Remediar, an-siar e incendiar também seguem essanorma: Remedeiam, que eles an-seiem, incendeio.

76 — Ninguém se “adequa”. Nãoexistem as formas “adequa”, “ade-qüe”, etc., mas apenas aquelas em queo acento cai no a ou o: adequaram,adequou, adequasse, etc.

77 — Evite que a bomba “expluda”.Explodir só tem as pessoas em que de-pois do d vêm e e i: Explode, explodi-ram, etc. Portanto, não escreva nemfale “exploda” ou “expluda”, substi-tuindo essas formas por rebente, porexemplo. Precaver-se também não seconjuga em todas as pessoas. Assim,não existem as formas “precavejo”,“precavês”, “precavém”, “precave-nho”, “precavenha”, “precaveja”, etc.

78 — Governo “reavê” confiança.Equivalente: Governo recupera con-fiança. Reaver segue haver, mas ape-nas nos casos em que este tem a letrav: Reavemos, reouve, reaverá, reou-vesse. Por isso, não existem “reave-jo”, “reavê”, etc.

79 — Disse o que “quiz”. Não exis-te z, mas apenas s, nas pessoas de que-rer e pôr: Quis, quisesse, quiseram,quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puse-ram, puséssemos.

80 — O homem “possue” muitosbens. O certo: O homem possui mui-tos bens. Verbos em uir só têm a ter-minação ui: Inclui, atribui, polui.Verbos em uar é que admitem ue:Continue, recue, atue, atenue.

81 — A tese “onde”... Onde só podeser usado para lugar: A casa onde elemora. / Veja o jardim onde as crian-ças brincam. Nos demais casos, useem que: A tese em que ele defendeessa idéia. / O livro em que... / A faixaem que ele canta... / Na entrevistaem que...

82 — Já “foi comunicado” da deci-são. Uma decisão é comunicada, masninguém “é comunicado” de algumacoisa. Assim: Já foi informado (cien-tificado, avisado) da decisão. Outraforma errada: A diretoria “comuni-cou” os empregados da decisão. Op-ções corretas: A diretoria comunicoua decisão aos empregados. / A deci-são foi comunicada aos empregados.

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83 — Venha “por” a roupa. Pôr,verbo, tem acento diferencial: Venhapôr a roupa. O mesmo ocorre compôde (passado): Não pôde vir. Veja ou-tros: fôrma, pêlo e pêlos (cabelo, ca-belos), pára (verbo parar), péla (bolaou verbo pelar), pélo (verbo pelar),pólo e pólos. Perderam o sinal, no en-tanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço,etc.

84 — “Inflingiu” o regulamento.Infringir é que significa transgredir:Infringiu o regulamento. Infligir (enão “inflingir”) significa impor: Infli-giu séria punição ao réu.

85 — A modelo “pousou” o diatodo. Modelo posa (de pose). Quempousa é ave, avião, viajante, etc. Nãoconfunda também iminente (prestesa acontecer) com eminente (ilustre).Nem tráfico (contrabando) com trá-fego (trânsito).

86 — Espero que “viagem” hoje.Viagem, com g, é o substantivo:Minha viagem. A forma verbal é via-jem (de viajar): Espero que viajemhoje. Evite também “comprimentar”alguém: de cumprimento (saudação),só pode resultar cumprimentar. Com-primento é extensão. Igualmente:Comprido (extenso) e cumprido (con-cretizado).

87 — O pai “sequer” foi avisado.Sequer deve ser usado com negativa:O pai nem sequer foi avisado. / Nãodisse sequer o que pretendia. / Partiusem sequer nos avisar.

88 — Comprou uma TV “a cores”.Veja o correto: Comprou uma TV emcores (não se diz TV “a” preto e bran-co). Da mesma forma: Transmissãoem cores, desenho em cores.

89 — “Causou-me” estranheza aspalavras. Use o certo: Causaram-meestranheza as palavras. Cuidado,pois é comum o erro de concordância

quando o verbo está antes do sujeito.Veja outro exemplo: Foram iniciadasesta noite as obras (e não “foi inicia-do” esta noite as obras).

90 — A realidade das pessoas “po-dem” mudar. Cuidado: palavra próxi-ma ao verbo não deve influir na con-cordância. Por isso: A realidade daspessoas pode mudar. / A troca deagressões entre os funcionários foipunida (e não “foram punidas”).

91 — O fato passou “desapercebi-do”. Na verdade, o fato passou des-percebido, não foi notado. Desaperce-bido significa desprevenido.

92 — “Haja visto” seu empenho...A expressão é haja vista e não varia:Haja vista seu empenho. / Haja vistaseus esforços. / Haja vista suas críti-cas.

93 — A moça “que ele gosta”. Co-mo se gosta de, o certo é: A moça deque ele gosta. Igualmente: O dinhei-ro de que dispõe, o filme a que assis-tiu (e não que assistiu), a prova deque participou, o amigo a que se re-feriu, etc.

94 — É hora “dele” chegar. Não sedeve fazer a contração da preposiçãocom artigo ou pronome, nos casos se-guidos de infinitivo: É hora de ele che-gar. / Apesar de o amigo tê-lo convi-dado... / Depois de esses fatos teremocorrido...

95 — Vou “consigo”. Consigo sótem valor reflexivo (pensou consigomesmo) e não pode substituir comvocê, com o senhor. Portanto: Voucom você, vou com o senhor. Igual-mente: Isto é para o senhor (e não“para si”).

96 — Já “é” 8 horas. Horas e as de-mais palavras que definem tempo va-riam: Já são 8 horas. / Já é (e não “são”)1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.

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97 — A festa começa às 8 “hrs.”.As abreviaturas do sistema métricodecimal não têm plural nem ponto.Assim: 8 h, 2 km (e não “kms.”), 5 m,10 kg.

98 — “Dado” os índices das pes-quisas... A concordância é normal:Dados os índices das pesquisas... /Dado o resultado... / Dadas as suasidéias...

99 — Ficou “sobre” a mira do as-saltante. Sob é que significa debaixo

de: Ficou sob a mira do assaltante. /Escondeu-se sob a cama. Sobre equi-vale a em cima de ou a respeito de:Estava sobre o telhado. / Falou sobrea inflação. E lembre-se: O animal ouo piano têm cauda e o doce, calda.Da mesma forma, alguém traz algu-ma coisa e alguém vai para trás.

100 — “Ao meu ver”. Não existeartigo nessas expressões: A meu ver,a seu ver, a nosso ver.

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Alguns erros revelam maiordesconhecimento da língua queoutros. Os dez abaixo estão nessasituação.

1 — Quando “estiver” voltado daEuropa. Nunca confunda tiver e ti-vesse com estiver e estivesse. Assim:Quando tiver voltado da Europa. /Quando estiver satisfeito. / Se tives-se saído mais cedo. / Se estivesse emcondições.

2 — Que “seje” feliz. O subjunti-vo de ser e estar é seja e esteja: Queseja feliz. / Que esteja (e nunca “es-teje”) alerta.

3 — Ele é “de menor”. O de nãoexiste: Ele é menor.

4 — A gente “fomos” embora.Concordância normal: A gente foiembora. E também: O pessoal che-gou (e nunca “chegaram”). / A turmafalou.

5 — De “formas” que. Locuçõesdesse tipo não têm s: De forma que,de maneira que, de modo que, etc.

6 — Fiquei fora de “si”. Os prono-mes combinam entre si: Fiquei forade mim. / Ele ficou fora de si. / Fica-mos fora de nós. / Ficaram fora de si.

7 — Acredito “de” que. Não use ode antes de qualquer que: Acreditoque, penso que, julgo que, disse que,revelou que, creio que, espero que,etc.

8 — Fale alto porque ele “houve”mal. A confusão está-se tornandomuito comum. O certo é: Fale altoporque ele ouve mal. Houve é formade haver: Houve muita chuva estasemana.

9 — Ela veio, “mais” você, não. Émas, conjunção, que indica ressalva,restrição: Ela veio, mas você, não.

10 — Fale sem “exitar”. Escrevacerto: hesitar. Veja outros erros degrafia e entre parênteses a forma cor-reta: “areoporto” (aeroporto), “mete-reologia” (meteorologia), “deiche”(deixe), “enchergar” (enxergar),“exiga” (exija). E nunca troquemenos por “menas”, verdadeiro ab-surdo lingüístico.

E os dez mais graves

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Guia de pronúncia

Este capítulo registra algumas centenas de palavras cujapronúncia pode causar dúvidas. Ajuda a resolver também umadificuldade muito comum, a respeito da sílaba na qual recai oacento.

Existem algumas normas sobre o assunto que convém ob-servar. Por exemplo, nunca pronuncie a consoante que ante-cede outra como se houvesse uma vogal entre elas. Assim: op-ção e não “o-pi-ção”, ad-vogado e não “a-de-vogado”, estag-nar e não “esta-gui-nar”, adep-to e não “adé-pi-to”, sub-soloe não “su-bi-solo”, ab-soluto e não “a-bi-soluto”, Ed-gar e não“E-di-gar”, ec-zema e nao “e-qui-zema”, etc.

Também é importante respeitar o som fechado nas termi-nações eja, elha e oura das formas verbais, como apedreja (ê)e não “apedréja”, azuleja (ê) e não “azuléja”, aparelha (ê) e não“aparélha”, espelha (ê) e não “espélha”, estoura (ôu) e não “es-tóra”, doura (ôu) e não “dóra”, etc. Única exceção: inveja (é).

Finalmente, lembre-se de que os diminutivos mantêm osom aberto ou fechado da palavra de origem. Por isso: Sergi-nho (é) e não “Sêr-ginho”, Jorginho (ó) e não “Jôr-ginho”, boli-nha (ó), de bola, e bolinho (ô), de bolo, Jacarezinho (é) e não“Jacarê-zinho”, etc.

Na lista a seguir, em uma série de casos nos quais haviadualidade de pronúncia, optou-se pela mais comum ou reco-mendável.

Veja a relação:

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abortos (ô)acervo (ê)acórdãoacordos (ô)acrobacia (cí)acrobata ou acróbataadornos (ô)adrede (ê)aerólitoaeroportos (ó)aerossol (ssol)aeróstatoafrouxa (ou)agostos (ô)águamágüeágüemágataálcaliálcoolálcooisalcova (ô)aleija (êi)Alentejo (té)algoz (ô)álibialmeja (ê)almoços (ô)alopata (á)alvedrio (í)alvoroços (ô)âmbarambidestro (ê)ambrosia (doce)Ambrósia (nome,

planta)amiúdaamnésiaanátemaanêmonaAndrômacaAndrômedaanidrido (drí)Antioquia (í)antolhos (ó)Antônio (ô)aparelha (ê)apazigua (ú)apedreja (ê)apóstataapostos (ó)argüir (u-ir)aríetearitmética

arqueja (ê)arquétipoarrojos (ô)arrotos (ô)arruína (u-í)às avessas (é)autópsiaavaro (vá)averigua (ú)avesso (ê)aziago (ágo)azuleja (ê)bafeja (ê)Baima (ãi)barbaria (í)barbáriebatavo (tá)bauxita (chi)bávarobelchior (chi-ór)bênção (bên)bengali (í)bícepsbiópsiabiótipoblefe (é)bobos (ô)boceja (ê)bodas (ô)Boêmia (região)boemia (vida alegre)bojos (ô)bólide ou bólidoBolívarbolos (ô)bolsos (ô)bororo (rô)brâmanebranqueja (ê)brotos (ô)cacareja (ê)cachopa (ô)cachorros (ô)canhota (ó)canhoto (ô)canhotos (ô)cânon ou cânonecanoro (ó)caolhos (ô)caracteres (cter)caraíba (a-í )caramanchão (ra)caroços (ó)cartomancia (cí)

cassetete (é)cateter (tér)celtibero (bé)Cérberocerda (ê)chávenachoros (ô)Cícladesciclope (cló)circuito (cúi)cívelcivil (víl)cizâniaCleópatracleptômanoclister (ér)clitóriscobrelo (ê)cocos (ô)cogumelo (é)come (ô)cômputocondor (ô)confortos (ô)cônjuge (je)consolos (ô)contornos (ô)controle (ô) (subst.)controle (ó) (verbo)corça (ô)corcova (ó)corcovo (ô)cornos (ó)coros (ó)corpos (ó)corteja (ê)corvos (ó)coteja (ê)crisântemocromossomo (ssô)crosta (ô)dândiDecâmerondecano (câ)desaforos (ô)deságuadeságuamdeságüemdescontrole (ô)desfecha (ê)desfecho (ê)desgostos (ô)desídia (zí)despeja (ê)

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despojos (ó)desporto (ô)desportos (ó)destra (ê)destro (ê)destroços (ó)desvalido (lí)desvario (río)díspar distinguir (ghir)distinga dobros (ô)dolo (ó)dorsos (ô)dúplexédito (ordem judicial)edito (lei, decreto)Eiffel (él)elétrodoempoça (ô)empoeira (êi)encostos (ôs)endeusa (êu)endoida (ôi)endossos (ô)engodos (ô)estojos (ô)enraíza (a-í)enseja (ê)entesoura (ôu)enxáguaenxáguamenxágüemEpifania (ní) (Reis)Epifânia (nome)epítetoeqüestreeqüidadeeqüidistanteeqüinoequívoco (kí)erudito (dí)esboços (ô)esbraveja (ê)escaravelho (ê)escolta (ó)esforços (ó)esgotos (ô)esmero (mê)Esopo (sô)espelha (ê)esposos (ô)esquarteja (ê)estafilococo (ó)

estagna (es-tag-na)estalido (lí)estampido (pí)estornos (ô)estoura (ôu)estratégiaestreptococo (ó)eugenia (ní)Eugênia (nome)ex (ês)exangue (zanghe)exegese (zegé)exeqüível (zecuí)êxodoextinguir (ghir)extorquir (kir)extra (ês)fagócitofaina (fãi)farândolafareja (ê)fascismo (aci)fascista (aci)fecha (ê)Félix (is)fênix (is)felonia (ní)fenótipoferrolhos (ô)festeja (ê)filantropo (trô)fluido (flúi) (líquido,

gás)fluído (verbo fluir)fofos (ô)fogos (ó)fórcepsfornos (ó)foro (ô)foros (ó)forros (ô)fossos (ó)fortuito (túi)fraqueja (ê)gagueja (ê)gargareja (ê)garotos (ô)gêiser (jêizer)Getsêmani

(guetssêmani)Gibraltar (ár)ginete (ê)globos (ô)golfos (ô)

Gólgotagordos (ô)gorros (ô)gostos (ô)goteja (ê)gozos (ô)gratuito (túi)grossos (ó)grumete (ê)hábitathangar (gár)harpia (pí)Hégirahexágono (cs)hieróglifo ou hieroglifohomilia (lí)hortos (ô)ibero (bé)idólatraileso (ê)impregna (im-preg-na)ímproboimpudico (dí)inaudito (dí)incesto (é)ínclitoinexorável (zo)inodoro (dó)inquérito (ké)inquestionável (ke)inquirir (ki)insâniainteresse (ê) (subst.)interesse (é) (verbo)ínterimintoxicar (cs)intuito (túi)irascível (ra)joanete (ê)Jorginho (ór)jorros (ô)juniores (ô)lacrimeja (ê)lateja (ê)látex (látecs)ledo (ê)lêvedoléxico (cs)libelo (é)libido (bí)lobos (ô)lodos (ô)logros (ô)Lombardia (dí)

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lorpa (ô)LúciferLucíferesMadagáscar (ás)Málaga (Esp.)malogros (ô)Manchester (mân)maneiram (êi)maneja (ê)maquinaria (rí)marotos (ô)máxime (cs)máximo (ss)mercancia (cí)miolos (ó)misantropo (trô)mister (ér)moços (ô)mofos (ô)monólitoMooca (o-ó)mornos (ó)nácarnáiadenascer (nacer)necromancia (cí)necropsia (sí)negus (gús)néon nepote (pó)Nobel (él)Normandia (dí)novel (vél)nucléicoobus (ús)ocre (ó)oléicoolmo (ô)ômegaônix (cs)ÓrionOslo (ó)paina (ãi)pan-americano (pa-na)pântanoPasárgadapecha (é)pegada (gá)Pégasoperito (rí)pernoita (ôi)pescoços (ô)pese (em que pêse a)piloro (ó)

pilotos (ô)pimpolhos (ô)piolhos (ô)planeja (ê)pletora (tó)poça (ô)poços (ó)pólipopolvos (ô)portos (ó)probo (ó)pródromoprojétilprotéicoprotótipopudico (dí)quadrúmanoQuéopsquestão (ke)qüinqüenal (kuinkue)qüinqüênio (kuinkuê)qüiproquó (kui)quiromancia (cí)rapsódia (rap-só)rasteja (ê)recémrecorde (cór)refémreforços (ó)relampeja (ê)relé (é)repolhos (ô)réproboréptilréquiemretornos (ô)rocio (cí)rogos (ó)rostos (ô)rouba (ôu)rubrica (brí)ruim (ru-ím)ruínas (u-í)Salonica (ní)Sardanapalo (pá)saúda (a-ú)senhora (ó)seniores (ôres)seqüela (cue)servo (é)sesta (é)sestro (é)simulacro (á)sintaxe (ss)

socorros (ó)socos (ô)Sófia (cid.)sogros (ô)soldos (ô)soltos (ô)somali (í)sopros (ô)sóror ou soror (ô)soros (ô)subornos (ô)subsídio (cí)suor (ór)sursis (sursí)Tejo (é)têxtiltijolos (ó)Timor (ô)toldos (ô)toma (ô)tornos (ô)tortos (ó)toscos (ô)tóxico (cs)trâmite transido (zí)transistor (ô)transtornos (ô)triúnvirotronos (ô)trouxe (ou)troveja (ê)tulipa (lí)ubiqüidade (cui)ureter (ér)válido (útil)valido (lí) (protegido)veicular (e-i)veleja (ê)ventríloquovermífugoverseja (ê)virtuose (ô)watt (uót)xeroxzangão ou zângãozéfirozênite

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Page 333: Manual de Redação e Estilo do Estadão

333333

Escreva certoEsta relação apresenta a grafia correta de alguns milhares

de palavras e expressões. Ela obviamente não substitui o dicio-nário, mas atende a um objetivo imediato: a consulta rápidaou a verificação da forma que o jornal adota para determina-dos nomes comuns, geográficos, de empresas e de produtos.Ela dá atenção especial a:

1 — Palavras nas quais a presença de letras de sons seme-lhantes possa causar confusão (ss ou ç, i ou e, c ou sc, o ou u,j ou g, s ou z, etc.).

2 — Formas com ou sem hífen. Praticamente todos os casosde uso jornalístico constantes do dicionário Aurélio estão in-cluídos na lista (à exceção daqueles formados pela adição deprefixos, explicados um a um no corpo do Manual).

3 — Nomes próprios e geográficos (à exceção de nomes depessoas). A relação contém grande parte daqueles que possamoferecer alguma dúvida. Nem sempre se respeitou a forma ofi-cial (o Estado usa, por exemplo, Nova York e não Nova Iorque;Pirassununga e não Piraçununga; Catar e não Qatar, etc.). Porisso, é sempre conveniente recorrer à lista nestes casos.

4 — A grafia que o Estado adota para duas ou mais formasda mesma palavra (assim, descarrilar e não descarrilhar, de-sencarrilhar ou desencarrilar; suscetível e não susceptível,etc.).

Page 334: Manual de Redação e Estilo do Estadão

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5 — Palavras e expressões estrangeiras (identificadas pelosinal ■■) ou já aportuguesadas. Assim, surfe e não surf, grife enão griffe, tíquete e não ticket, mas copyright e não copirrai-te e layout e não leiaute. Verifique sempre qual a forma que ojornal usa e não deixe de consultar a relação quando tiver qual-quer dúvida sobre um termo ou expressão de outra língua (alista contém os mais usados em português).

6 — Finalmente, nomes de produtos ou empresas, nacio-nais ou estrangeiros, foram relacionados, por causa de seu usocada dia mais freqüente no noticiário.

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Aarão (Bíblia)Abadã (Irã)Abaeté (lagoa)abaixo-assinado

(documento)abaixo assinado

(signatário)abajurabalizadoabdomeá-bê-cê (abecedário)abelha-africanaabelha-mestraAberdeen (Escócia)Abidjã (C. Marfim)Abilene (EUA)abóbadaaboioaborígineAbraãoabrasarabre-alasabricóab-rogarAbruzos (Itália)abscessoabscissaAbu Dabi (emirado)Abuquir (Egito)Abu Simbel (Egito)Ácaba (golfo)acafajestadoaçaíaçaizeiroacarajéAcaraú (cid. CE)Áccio (Grécia)aceiro (contra o fogo)acém (carne)acerca de (sobre)acérrimo

acessívelacessórioacetilsalicílicoachantisAchille Lauro (navio)aciariaacidez■■ à clefacórdãoacordeãoaçorianoAcra (Gana)acreanoacrescentaracresceracréscimoacrobataaçuaçúcaraçúcar-candeaçúcar mascavoaçucenaacúleo■■ ad aeternumÁden (Iêmen)adentroadeusinho■■ ad hocÁdige (Itália)■■ ad infinitumAdis-Abeba (Etiópia)adivinho■■ ad libitumadolescênciaadolescenteAdônisadstringênciaaduzirádvenaAedes aegyptiá-é-i-ó-uaeroclubeaeroespacialaerossolaeróstato

Aero Willys (carro)aéticoAfeganistão■■ affair (inglês)■■ affaire (francês)aficionadoafim (semelhante)a fim de (para)aforismoafoxéafricânder (pessoa)africâner (língua)Afrikakorpsafro-asiáticoafro-brasileiroafrouxarafugentarAgadir (Marrocos)Aga Khan (príncipe)Agamenon (rei)agílimoagilíssimoágnus-dei (relíquia)agradabilíssimo■■ agreement (inglês)■■ agrément (francês)agridoceagroaçucareiroagroindústriaagropecuáriaagrovilaágua-com-açúcar

(romântico)água-de-cocoágua-de-colôniaágua-forteágua-furtadaAguaí (SP)água-marinhaágua mineralágua oxigenadaaguapéágua-que-passarinho-

não-bebeaguarráságuas passadas

335Aarão águas passadas

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água-vivaagüentarah! (admiração)Ahmed (sultão)aíaiatoláAída (ópera)■■ aide-mémoire■■ aidsaimará (índio)aimoré■■ air bagAirbusAiuruoca (MG)AiwaAix-en-Provenceajaezarajeitarajuda de custoajudante-de-ordensAkai (marca)Akhenaton (faraó)Alá (Deus)■■ à la carte■■ à la diableAladim (da lâmpada)alarmeAlascaalazãoAlbany (EUA)albatrozAlbion (Grã-Bretanha)albornozAlcácer Quibiralcachofraalcaçuzalcagüetaralcagüetealcalino-terrosoalcatraAlcatraz (ilha)Alcatrazes (ilhas)Alcibíades (general)Alcíone (estrela)Alcione (cantora)

álcooisalcoólatraaldeamentoAldebarã (estrela)■■ alea jacta estalegretoalegro (música)aléiaaleijadoalemão-ocidentalalemão-orientalalém-marAlém-Paraíba (MG)além-túmuloAlenquer (Pará, Port.)alentejanoAlentejo (Portugal)Alepo (Síria)alfanje (sabre)alfanuméricoAlfa Romeo (carro)alfazemaalforjeAlgeciras (Espanha)algodão-docealgoritmo (cálculo)algozalheadoalheamentoalhearalho-porroálibialienígenaaligátoralíneaalisaralísio (vento)Alka-SeltzerAllahabad (Índia)Alleghanies (EUA)■■ all rightalmaçoalma-danadaalma-de-gatoalma do outro mundo

Almagesto (livro)■■ alma materalma penadaalmirante-de-esquadraalmíscaralmofarizalmoxarifealopataalpargataAlphaville (bairro)AlsáciaAlsácia-LorenaAltai (montanha)alta-costuraalta-fidelidadealtar-moralta-rodaalta-tensão■■ alter egoaltezaaltissonantealtivezalto-alemãoalto-astralalto comandoalto-contrastealto-cúmuloalto-estratoalto-falantealto-fornoalto-maralto-relevoalumealúmenalunissagemalunissarÁlvares Florence (SP)alvéoloalvinegroalvirrosadoalvirrubroalvíssarasalvissareiroalviverdealvorecer

336água-viva alvorecer

Page 337: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Amã (Jordânia)ama-de-leiteAmambaí (Brasil)Amambay (Paraguai)ama-secaâmbarAmbassador Royal

(uísque)ambidestroambiesquerdoambigüidadeambíguoambrosia (doce)ameixeiraamémamêndoaamendoeiraAmenófis (faraó)■■ american way of lifeamerissagemamerissaramicíssimoamídalaamidaliteamigo-da-onçaamigo do alheioamigo do peitoamigo-ocultoamigo-secretoamigo-ursoaminoácidoamiúdeamizade-coloridaamnésiaamnésicoamôniaamônioamor livreamor-perfeitoamor platônicoamor-próprioamortizaramostra-tipoAmoy (China)ampère

AmsterdãAmur (rio)Amwayanabolizanteanaconda (cobra)anafiláticoanalisaranáliseanamêsananásAnchorage (Alasca)Ancien RégimeancilostomíaseancilóstomoandaluzandaluzaAndaluziaAndaraí (Rio)Anderlecht (Bélgica)Andorra (país)Andorra la VellaAndrea (it.)Andréia (bras.)AndrômacaAndrômedaaneizinhosaneloangelimangicoanglo-americanoanglo-brasileiroanglo-catolicismoanglomaníacoanglo-saxãoAngoulême (França)Angra 1angu-de-caroçoangusturaAnhangüeraânionanisaniseteanjo da guarda■■ anno Domini (a.D.)ano-base

ano bissextoano-bomanõezinhosano letivoano-luzano-novo■■ Anschluss (anexação)ânsiaansiosoanspeçadaAntananarivo

(Madagáscar)Antarctica (cerveja)Antártica (Parque, rua,

viaduto)Antártida (região)anteatoantediluvianoante-históricoantemeridiano■■ ante meridiemanteontemantepastoanteprojetoântero-externoântero-inferiorântero-posteriorântero-superiorante-salaantes de Cristo (a.C.)ante-socráticoantevésperaantiaéreoantiaidsantibrasileiroanticomunistaanticristoantidopingantidumpingantiéticoAntígonaAntígua (Antilhas)antiguidadeAntiguidadeanti-heróianti-higiênicoanti-histamínicoanti-horário

337Amã anti-horário

Page 338: Manual de Redação e Estilo do Estadão

antiimperialistaantiinflacionárioantiofídicoantiqüíssimoanti-rábicoanti-semitaanti-sépticoanti-socialanti-soviéticoantístiteanti-submarinoantitetânicoantivariólicoantrazantropossociologiaAntuérpia (Bélgica)anúncio-sanduícheao deus-daráao pé da letra■■ à outranceApalaches (montes)Aparecida d’Oeste■■ apartheidapart-hotelapascentarapaziguarápexapícolaapídeoapinajé (índio)■■ aplombapocalipseapocalípticoapogeuapóiaapóioapoio (ô)apolíneoapopléticoapoplexiaaporrinharapós-guerra■■ a posterioriapostila■■ appointment

■■ approachaprazaraprazeraprazívelapreçar (de preço)apresar (capturar)■■ a prioriapriorístico■■ à propos■■ apudaqualoucoaquarianoaquém-maráqüeoaqui-del-reiaquiescênciaaquiesceraqüífero■■ a quoaracnídeoAragão (Espanha)aranha-caranguejeiraAranjuez (Espanha)aranzelArarat (monte)Araribóia (cacique)arbóreoarborizadoArby’sarcabuzarco-da-velhaarco-írisar-condicionado

(aparelho)ar condicionado (o

próprio ar)Ardenas (Europa)ardósiaareal■■ area non aedificandiareãoarearareentoAreiópolis (SP)Areópago (tribunal)Arezzo (Itália)

ArgéliaargúemargúiargüiaargüiçãoargüidoargüidorargüimosargüirargüisteargüiuargüívelaridezaríeteArizona (EUA)Arkansas (EUA)Armagnac (França)armazém-geralaroeira (árvore)arpejoarquétipoarquiinimigoarquimilionárioarqui-rivalArraial d’Ajuda (BA)arranca-raboarranca-tocoarranha-céuarrasararrasta-péarrazoadoar-refrigerado (aparelho)ar refrigerado (o

próprio ar)arrear (pôr arreios)arregloarrevesadoarriar (baixar)■■ arrivederciArrows (F-1)arroz-de-carreteiroarroz-de-cuxáarroz-de-festaarroz-docearruela

338antiimperialista arruela

Page 339: Manual de Redação e Estilo do Estadão

arruínaArsène Lupinarsênico (veneno)arsênio (el. quím.)■■ ars gratia artisArtaxerxes (rei)■■ art décoarte-finalarte-finalistaarterioscleroseartesanatoartesãoartesianoArthur Andersen■■ art nouveauArtur (rei)Artur Alvim (bairro)árvore de Natalás (baralho, craque)asa-brancaasa-deltaasa-negraàs apalpadelasasbestoascaridíaseascendênciaascendenteascender (subir)ascensãoascensionalascensorascetaascetismoAscoli (cid., time)Ascot (Inglaterra)Asdrúbal (general)asfixiaAsics Tiger (marca)ásio-americanoAsmara (Eritréia)aspargoaspérrimoaspersãoaspirante-a-oficial

aspirante-a-oficial-aviador

Assam (Índia)assazassepsiaassépticoasserçãoassessorassestarassisadoassistoliaassobiarassobioassoreamentoAssuã (Egito)assuadaAssunção (Paraguai)asteca (índio)asteriscoastigmatismoAstracã (Rússia)astracã (pele)astro-reiAstúrias (Espanha)atarraxarateliêateroscleroseaterrissagematerrissaratividade-meioatividade-fimAtlantic City (EUA)AtlântidaAtlético de Madridà-toa (irrefletido)à toa (sem destino)atolatrásatrasaratrasoatravés deatribuiatroz■■ attachéAuckland (N. Zel.)

audacíssimoaudazáudioaudiovisualauê■■ auf Wiedersehen■■ au grand completAugsburgo (Alem.)auréolaaurirróseoauriverdeAuschwitz (Polônia)Austerlitz (Rep. Checa)austro-africanoaustro-húngaroauto-afirmaçãoauto-análiseautobiografiaautocrataautóctoneauto-de-féautodeterminaçãoauto-escolaauto-estradaautógenoautogestãoauto-hemoterapiaauto-induçãoautolotaçãoautomaçãoautômatoauto-ônibusautopeçaautópsiaauto-retratoauto-suficienteauxílio-maternidadeavalancheavalizar■■ avant-garde■■ avant la lettre■■ avant-premièreavarezaavaro (vá)ave-do-paraísoAvellaneda (Arg.)ave-maria

339arruína ave-maria

Page 340: Manual de Redação e Estilo do Estadão

ave-marias (plural)averiguaaverigúeaverigúemAverróis (filósofo)avestruzaviadoavião-suicidaAvicena (médico)avícolaavidezAvignon (França)avioAvis (dinastia)■■ avis raraavizinharavoadoavoengo■■ à vol d’oiseauà-vontade (subst.)à vontade (locução)axadrezadoaxéaxialaxilaaxiomaaxônioAyacucho (Peru)■■ ayahuasca (bebida)azado (oportuno)azaléiaazarazeite-de-cheiroazeite-de-dendêazêmolaazevicheazia (do estômago)aziago (á)ázimoazimuteazinhavreazo (pretexto)azoarazorragueazougue

Azov (mar)Azteca (estádio)azul-celesteazul-claroazul-do-céuazulejoazul-escuroazul-ferreteazul-marinhoazul-piscinaazul-turquesa

babaçubaba-de-moçababalorixábabaquaraBabi Yar (Ucrânia)baboseira■■ baby-doll■■ baby-sitterbacaráBachianas (música)bacilo de Eberthbacilo de Koch■■ background■■ backup■■ bacon (presunto)Bacon (sábio)Badajoz (Espanha)Baden-Baden (Alem.)■■ bad-landsBady Bassit (SP)Baependi (MG)Bagatelle (França)Bagdá (Iraque)Bagé (RS)baguetebah! (gauchismo)Bahamas (ilhas)Bahia (Estado)

Bahía Blanca (Arg.)Bahrein (país)Baía de Guanabarabaião-de-doisbaixo-alemãobaixo-astralbaixo-relevobaixo-ventreBaku (Azerb.)balaio-de-gatosbalalaicabalangandãBallantine’s (uísque)balão-de-ensaiobalão de oxigêniobalão japonêsbalão-sondaBálcãsbalcão-frigoríficobalébaleeirabaleia-anãbaleia-azulBali (Indonésia)balizabalizamentoBalneário de Camboriúbaloeiro (de balão)balsabálsamo-de-toluBaltimore (EUA)balzaquianoBamako (Mali)bambambãBanabuiú (rio, açude)banana-anãbanana-d’águabanana-da-terrabanana-maçãbanana-nanicabanana-ourobanana-pratabandejabandejãobandônionBandung (Indonésia)

340ave-marias Bandung

Page 341: Manual de Redação e Estilo do Estadão

bangalôBangcoc (Tailândia)Bangladeshbangüê (engenho)bangue-banguebanho-mariabanquisabanzobaobáBarajas (Espanha)Barão de Cotegipe (cid.)Barba-Azul

(o personagem)barba-azul

(conquistador)barba-de-bodebarbárieBardahl (marca)Bari (Itália)■■ barman■■ barmen (plural)baronesaBarra do Bugres (MT)Barra do Garças (MT)barra-limpaBarranquilla (Col.)barra-pesadabarriga-d’águabarriga-verdeBarros Cassal (RS)■■ bas-fondsBasiléia (Suíça)basqueteBasra (Iraque)bassêBasse-Terre

(Guadalupe)batalha-naval (jogo)batata-docebatata-inglesabatavo (tá)■■ batayaki (prato)Bateau Mouche (navio)bate-bocabate-bolabate-coxabate-estaca

bate-papobatizarbatomBaton Rouge (EUA)baudBauduccobauhaus (adjetivo)Bauhaus (escola)bávaroBaviera (Alem.)bazarbazófiabazucaBayeux (França, PB)Bayonne (Fr., EUA)Bayreuth (Alem.)bê-á-báBéarn (França)■■ beat generationBeatles■■ beatnikBeaujolaisBeaux Arts Triobêbadobebê de provetabeberagembeça (à)bechamelbeco sem saídabeethovenianobege (cor)behaviorismoBehring (estreito)bei (governante)beija-florbeija-mãobeijubeira-marbeira-riobeisebolBeja (Portugal)belas-artesbelas-letrasbelchior (comerciante)Belfast (Irlanda do

Norte)Belize (país)

■■ belle époqueBelmopan (Belize)belo-horizontinobel-prazerBeluchistão (Ásia)belvederebem-acabadobem-aceitobem-acondicionadobem-acostumadobem-afamadobem-afortunadobem-agradecidobem-ajambradobem-amadobem-apanhadobem-apessoadobem-apresentadobem-arranjadobem-arrumadobem-aventuradobem-aventurançabem-avisadobem-bombem-casadobem-comportadobem-compostobem-conceituadobem-conformadobem-criadobem-dispostobem-ditosobem-dizentebem-dizerbem-dormidobem-dotadobem-educadobem-encaradobem-ensinadobem-estarbem-fadadobem-falantebem-fazentebem-fazerbem-feitobem-humorado

341bangalô bem-humorado

Page 342: Manual de Redação e Estilo do Estadão

bem-intencionadobem-lançadobem-mandadobem-me-querbem-merecidobem-nascidobem-ordenadobem-ouvidobem-paradobem-parecidobem-postobem-procedidobem-proporcionadobem-querençabem-querentebem-quererbem-queridobem-sabidobem-soantebem-sonânciabem-sonantebem-sucedidobem-talhadobem-tementebem-te-vibem-vestirbem-vindobem-vistobênção■■ bendaybendengóbenditobendizentebendizerBenédictine (bebida)■■ benedictusbeneficênciabeneficenteBeneluxbenesseBenetton (marca)benfazejobengali (língua)Bengasi (Líbia)Benin (país)benjamim

Benjamin Constant(cid.)

benquerençabenquerentebenquistoBenvindo (nome)berbere (bé)■■ berceuseBérgamo (Itália)Bergen (Noruega)■■ bergèrebergsonianoberibériberílio (el. quím.)berilo (mineral)berinjelaBerkeley (cid., univ.)Berklee (esc. mús.)Berkshire (Inglaterra)BerlimBermudasBernaberquélioBesançon (França)besourobesta-fera■■ best sellerbesuntarbetabloqueadorbetacarotenobetaemissorbetatronBethesdaBetsabé (Bíblia)■■ bettingbexigaBexiga (bairro)Bhopal (Índia)Biarritz (França)bibelôbicampeãobicarbonatobicentenáriobícepsbicho-carpinteirobicho-da-sedabicho-de-sete-cabeças

bicho-do-matobicho-do-pébicho-homembicho-papãobicho-preguiçabico-de-lacrebico-de-papagaiobico-de-penabico-docebidêBielo-Rússiabielo-russoBien Hoa (Vietnã)bifocal■■ big-bang (teoria)bigle (cão)■■ big-shotbijuteriaBikini (atol)bilaquianoBilbao (Espanha)bilboquêbiliardáriobilíngüebilionésimobilirrubinabílisBillings (represa)bilro (fuso)bilu-bilubinacionalbiópsiabiorritmobiótipobipartidáriobiquíni (maiô)Birigüi (SP)Biritiba-Mirim (SP)Birkenau (Polônia)BirmâniaBirmingham (Ingl.,

EUA)Biscaia (Espanha)■■ biscuitBismarckbissextobissexualbistrô

342bem-intencionado bistrô

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bitBizânciobizantinobizarroblablablá■■ black■■ black-tieBlack & White (uísque)■■ blaséblasonar■■ blazerblecauteblefe■■ blitz■■ blitze (plural)■■ blitzkriegBlockbusterBloomingdale’s (loja)■■ blow up■■ blue chip■■ blues■■ blushBMW (carro)B’nai B’rith (assoc.)boa-féboa noite (forma de

saudar)boa-noite (o

cumprimento)boa-pintaboa-praçaboas-entradasboas-festasboas-noitesboas-vindasboa tarde (forma de

saudar)boa-tarde (o

cumprimento)boateboa-vidaboa vontade■■ bob (de cabelo)boca da noiteboca de cenaboca-de-fogoboca-de-forno

boca-de-fumoboca-de-leãoboca-de-loboboca-de-sinoboca-de-siriboca-de-urnaboca-do-lixobocagianoboca-livrebochechabochechobochincho (confusão)boçorocabode expiatórioBoeingBoêmia (região)boemia (vida alegre)bôerBofete (SP)bóia-friaboi-bumbáBoiçucanga (SP)boi de piranhaboina-verdebola-ao-altobola-ao-cestobola-de-nevebola-presaBolívarBolonha (Itália)bolo-podreBolshoi (balé)bomba-d’águabomba-relógiobom-bocadobombom■■ bombshellbom dia (forma de

saudar)bom-dia (o

cumprimento)bom gostobom humorbom-mocismobom sensobom-tom■■ bona fide

■■ bonbonnièreBonnbons-dias■■ bon vivant■■ bookmaker■■ boomBora BoraBoracéia (SP)borda-do-campoborderôBordéus (fr. Bordeaux)bordôborealBorghese (palácio)borgianoBorgonha (região)borgonha (vinho)Bornéuborocoxôbororo (rô)borra-botasborrachoBorrazópolis (PR)borzeguimBoschBósforo (estreito)Bósnia-Herzegovinabossa nova

(movimento)bossa-nova (inovador)bossa-novistaBoston (EUA)bota-forabotão-de-ouro (planta)botecobotijãoBotsuana (África)■■ boudoir■■ boutadeBourbon (dinastia)■■ bourbon (uísque)boxebóxer (cão)■■ boyBrabham (F-1)bracholabraço-de-ferro

343bit braço-de-ferro

Page 344: Manual de Redação e Estilo do Estadão

braço direitoBrahma (empresa)Brahma Chopp (cerveja)braile (sistema)Braille (educador)brâmane■■ brandyBrandemburgo (Alem.)Brands Hatch (F-1)Brás (bairro)brasa-escondidabrasãoBrás Cubasbraseirobrasilianista■■ brasserieBratislava (Eslováquia)Brazzaville■■ breakfastbrechtianoBremen (Alem.)Brescia (Itália)brevêbricabraque■■ bricolage■■ bricoleurbridgeBridgetown■■ briefingbrigadeiro-do-arBrigittebrigueBrink’s (empresa)Brisbane (Austrália)Bristol (Inglaterra)■■ brise-soleilBritish AirwaysBrno (Rep. Checa)■■ broadcast■■ broadcastingBrodowski (SP)BroksonicbroncoespasmobroncopneumoniaBrooklin (SP)Brooklyn (Nova York)

brotoejabroxa (pincel)bruaáBruges (Bélgica)■■ brunchBrunei (sultanato)Brunswick (Alem.)bruxuleantebruxulearbtuBuaquê (C. Marfim)BucarestebuchaBuchanan (Libéria)Buchanan’s (uísque)bucho (estômago)Buckingham (pal.)Budapeste■■ budgetBudweiser (cerveja)bueirobufê (serviço)bufete (móvel)Buffalo (EUA)Buffalo Bill■■ bufferbuganvília■■ buggy (carro)bugigangabugioBuick (carro)Bujumbura (Burundi)Bulawayo (Zimbábue)buldoguebuldôzerbulevarbulhufasbulirbumba-meu-boibumerangueBundesratBundestagBundeswehr■■ bungee jumping■■ bunkerbuquêburaco negro

burbom (cafeeiro)burburinho■■ bureauBuri (SP)Burkina FassoBurroughs (empresa)Burundi (África)busca-pébusílis■■ businessbússolabustiêButantãButão (reino)butim (saque)butique■■ button (distintivo)buxo (arbusto)buzinabúzio■■ bye-bye■■ by-passbyroniano■■ byte

Caaba (templo)caatinga (mato)cabaré■■ cabaretiercabeça-chatacabeça-de-áreacabeça-de-bagrecabeça-de-casalcabeça-de-chapacabeça-de-chavecabeça-de-negrocabeça-de-pontecabeça-de-ventocabeça-duracabeça friacabeça-inchada

344braço direito cabeça-inchada

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cabeleireirocabinecabo-de-esquadracabo-de-guerracabo eleitoralcabra-cegacabra-machocábrea (guindaste)Cabreúva (SP)cabriúva (árvore)Cabul (Afeganistão)cabúqui (teatro)caburécaça-bombardeirocaça-dotescaça-minascaça-níqueiscaça submarinacaça-submarinocaça-torpedeirocacaueirocacauiculturacachêcachenêcachepô■■ cache-sexecachimbocachoCachoeiro de Itapemi-

rim (ES)cacholacachorro-do-matocachorro-quentecactocaçuácadafalsoCadillacCádiz (Espanha)cádmio (metal)Caesar Park (hotel)cafajestecafé-com-leite (cor)café-concertoCafelândia (SP)cafetã (roupa)cafezalcafezinho

cáftencaftinacaftinagemcafundó-do-judascafuzocaga-seboCagliari (Itália)Caiabu (SP)caiaquecãibracaiçaca (cobra)Caiena (Guiana Fr.)Caifás (Bíblia)Caimcaingangue (índio)caiová (índio)caíqueCairucáiser (imperador)caititu (porco)caiuá (índio)caixa-altacaixa-alta-e-baixacaixa-baixacaixa-d’águacaixa 2 caixa-de-fósforos (recin-

to)caixa de fósforos (a pró-

pria)caixa-fortecaixa-pregoscaixa-pretacaixeirocaixeiro-viajantecaixilhocaixotecajá-mangacajazeiraCajobi (SP)caju-amigoCalábria (Itália)Calais (França)calapalo (índio)calcâneo (osso)calcanhar-de-aquilescalcário

calcedôniaCalcutá (Índia)Cali (Colômbia)CalifórniaCalígulaCallao (Peru)■■ Calle (rua)■■ call girlCaloi (empresa)Calvin Klein (grife)cama-de-gato (golpe)Camaguey (Cuba)camaiurá (índio)Camapuã (MS)Camaquã (RS)câmara-ardentecâmara-caixãocâmara-de-arcâmara escuracâmara lentacamarão-rosaCamarões (África)Camberra (Austrália)CambojaCamboriú (SC)Cambridgecâmera (fot.)■■ cameramancamicasecaminhão-pipacaminho-de-ratocaminhoneirocaminhonetecamisa-de-forçacamisa-de-meiacamisa de onze varascamisa-de-vênuscamisa esportecamisa pólocamisa-verdeCamisa Verde e Branco

(escola de samba)Camocim (CE)Campânia (Itália)campesino

345cabeleireiro campesino

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■■ campingCampoformio (Itália)Campos do JordãoCampos Elísios (bairro)Campos Novos PaulistaCampos SalescâmpuscamundongoCanaãcana-da-índiacana-de-açúcarCananéia (SP)cananeuscanário-da-terracanário-do-reinoCanaveralcancãCancúncande (açúcar)candeeirocandomblécanguçucanídeocanjicaCannescânonCanon (marca)canonizarCanossa (Itália)cansaçocansar■■ cantabileCantão (China)cânter (turfe)Canterburycão de filacão-tinhosocapataziacapela-morcapeleteCapibaribe (rio)capim-cheirosocapim-coloniãocapim-gorduracapim-mimosocapitânia (navio)

capitão-aviadorcapitão-de-corvetacapitão-de-fragatacapitão-de-longo-cursocapitão-de-mar-e-guerracapitão-do-matocapitão-morcapitão-tenente■■ capitis diminutiocapixabacapô (carro)■■ cappuccino (café)CapriCápua (Itália)capuchinho■■ caputcaqui (fruta)cáqui (cor)cara-de-paucaraduracaraíba (índio)caramanchãocara-metadecaranguejocara-pálidacara-pintadacaras-pintadas (plural)caratêCaravan (carro)carboidratocarcaçacarcás (de flechas)Carcassonne (França)cardeal (ave, religioso,

ponto)cardeal-arcebispocardial (cardíaco)Cardiff (Gales)cardigãcardiorrespiratóriocardiovascularcaril (molho)Carlos MagnoCarlsberg (cerveja)carmesimcarmim

Carnac (França)carnavalcarnêcarne-de-solcarne-secacarochinhaCarolina do Norte

(EUA)Carolina do Sul (EUA)■■ carpacciocarpetecarquejacarrapato-estrelacarrapato-pólvoracarrapichocarrê (lombo)Carrefour (superm.)carro alegóricocarro-bombacarroceriacarro-chefecarro de boicarro-fortecarro-pipacarrosselCarson City (EUA)carta abertacarta-bombacarta brancaCartagena (Esp., Col.)Cartagocartão de créditocartão de visitacartão-postalcartapáciocarta-patentecartomancia (cí)cartucheiracartucho (de bala)cartum (desenho)cartunistacartuxo (religioso)carvão-de-pedracãs (cabelos)Casablanca (Marr.)Casa Branca (EUA)Casa Branca (SP)

346camping Casa Branca

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casa-fortecasa-grandeCasanovaCasaquistãocasariocasca-grossaCascais (Portugal)caseína■■ cashmerecasimiraCasimirocasquetecassa (tecido)cassatacassete (fita)casseteteCássia (cid.)cassinocastanha-do-paráCastelgandolfoCastilho (SP)casuarina■■ casus bellicataclismoCataguases (MG)Catai (China)catalepsiacatalépticocatalisadorcatáliseCatalunha (Espanha)catamarãCatânia (Itália)Catanzaro (Itália)cata-piolhocataplasmaCatar (Arábia)cata-vento■■ catchcategutecatequesecatequizarcateter (tér)catinga (cheiro)cátioncatléia (planta)cátodo

catorzecaubóiCaucásiacaucasianoCáucasocauimcaulim (argila)■■ causa mortis■■ causeur■■ causeusecautchucavalo de batalhacavalo-de-paucavalo de Tróiacavalo-marinhocavalo-vaporcavucarcaxambuCaxambu (MG)caxangáCaxemira (Índia)caxinguelêcaxumbaCayman (Ilhas)cazuzaCD-ROMceca e mecacê-cedilhacediçocedro-do-líbanocefalorraquidianoceltibero (bé)célula-ovocenhocenotáfiocenso (recenseamento)censório (de censura)centopéiacentro (da cidade)centro-africanocentro-americanocentroavantecentromédioCentro-OesteCérbero (cão)cérceocerda (pêlo)

cérebro-espinhalcerúleocerzideiracerzircesáreacesarianacessão (de ceder)cessar-fogocessionáriocesta básicacetáceocéticocetimCeuta (África)chã (carne)chabuChaco (Am. do Sul)chacoalharchá-da-índiaChade (África)chá-de-cozinhachã-de-dentrochã-de-forachá-de-panelachafarizchagásico■■ chairman■■ chaise-longuechaléchamarizchá-matechamego■■ chamoisChampagne (região)champanhe (bebida)Champs-Elysées■■ changeant■■ chantillychapa-branca (carro)chape-chapeChapecó (SC)chapéu-chilechapéu-cocochapéu-de-solchapéu-do-chileChapultepec (México)

347casa-forte Chapultepec

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charadacharangacharãoCharente (França)charivari■■ charlestoncharlote (sapato)charolêscharquecharqueada■■ charterChase ManhattanchassiChat al-Arab (rio)■■ chateaubriandChâteauneuf-du-PapechatôchauvinismochauvinistaChavantes (SP)chave de fendachávenaChechêniachecheno■■ check-in■■ check-upchecochecoslovacoChecoslováquia■■ cheek to cheek■■ cheeseburgerchefe-de-divisãochefe-de-esquadracheiro-verdeChelsea (Londres)■■ chemise■■ chemisier■■ chenilleCherburgo (França)Chernobyl (usina)■■ cherokee (índio)Cherokee (carro)■■ cherryChesapeake (baía)ChesterfieldChevette (carro)

Chevy (carro)■■ cheyenne (índio)Chianti (cid.)■■ chianti (vinho)Chiclayo (Peru)chicletechicóriachicote-queimadochifomChihuahua (México)■■ chihuahua (cão)chiliqueChimborazochimpanzéchinchilachinfrim■■ chip■■ chippendalechiquechiquêchistechita (tecido)Chittagong (Bangl.)Chivas Regal (uísque)chochochofer■■ chômagechomskianoChongjin (Coréia N.)chopechove-não-molhaChristian Dior (grife)Christie’s (leilões)■■ chroma-keyChrysler (fábrica)chuca-chucachuchuchuéChuí (Sul)chuléchulipa (dormente)chulochupa-sanguechupimChurchillchuviscar

Cianorte (PR)ciberespaçoCíclades (Grécia)ciclope (cló)ciclotímicociclotronCidade do Cabocidade-satélitecidra (fruta)Cienfuegos (Cuba)cilha (da sela)cilício (martírio)cinamomoCincinnati (EUA)cineangiocoronariografiacineclubecine-teatroCingapuracingapurianocinqüentacinqüentãocinqüentenáriocinta-larga (índio)cinta-ligacio (de animais)CipiãoCircássia (Ásia)circuito (úi)circunavegaçãocircunspectocircunvizinhoCirene (cid.)círio (vela)cirro-cúmulocirro-estratocirurgião-dentistacisma (separação)cisma (devaneio)cissiparidadecisterciensecisticercosecítaraCitibankCiticorpCitroënCiudad del Este (Par.)Ciudad TrujilloCivitavecchia (It.)

348charada Civitavecchia

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cizâniaclãClarín (jornal)clarinetaclaro-escuroclasse médiaClassic (carro)clérigoCleveland (EUA)clichêclicheriaclímaxclipe (grampo)clipe (vídeo)■■ clippingclique clitóris■■ close■■ closet■■ close-up■■ clown■■ clubberclubecôa (verbo coar)coabitarco-acusadoco-administrarcoalizãoCoari (AM)co-autorcoaxarCoblença (Alem.)cobolcobra-cegacobra-cipócobra-coralcobra-d’águacobra-de-duas-cabeçascobra-de-vidroCoca-ColacóccixcócegasCochabamba (Bolívia)cochichoCochinchinacocho (vasilha)

cociente■■ cocker spaniel■■ cockpitcócleacoco-da-baíacócorascocurutoCodajás (AM)côdeaco-direçãoco-ediçãocoerçãocoestaduanocofre-forteco-geraçãoco-gestão■■ cogito, ergo sumCognac (França)■■ coiffeurcoimbrãoCointreau (bebida)coiotecoirmãocoisa-à-toacoisa-feitacoisa-ruimcoisíssimacolchonetecolédococoleópterocólera-morbocoletâneacolinearColiseu■■ collantcolmealcolméiaco-logaritmoColombey-les-Deux-

Églises (França)cólonColónColônia (al.: Köln)Cólquida (Ásia)Colúmbia (EUA)colza (vegetal)

comandante-chefecomando-chefecomédia-de-artecomédia-pastelãocome-e-dormecomensalcometa de Halley comezainacomezinhocomichãocomício relâmpago■■ comicscomilançaCommedia dell’Arte■■ comme il faut■■ commodity■■ common lawCommonwealthComores (ilhas)Compaq (empresa)complacênciacomplôcomprimento (exten-

são)comprobatóriocompulsarcomtiano (rel. a Comte)comum-de-doiscomumenteConacri (Guiné)■■ connaisseurcôncavo-convexoconcelho (município)Concepción (Am. Sul)concertar (harmonizar)concerto (recital)concessionário■■ conciergerieconcidadãoconcluiconcupiscênciaconcussãocondescendênciacondescendentecondiscípulo■■ conditio juris■■ conditio sine qua non

349cizânia conditio sine qua non

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■■ condottiereconduíteconectivoconexãoconfessionalconfessionárioconfeteconfissão■■ confiteorconflagraçãoconfrangerconhaqueconjecturaconjecturarcônjugeConnecticut (EUA)consangüíneoconsangüinidadeconsciênciaconscienciosoconscientizarcônscioconsecuçãoConselheiro Lafaiete

(MG)conselho (aviso)consentâneoconseqüênciaconseqüenteconsertar (reparar)conserto (reparo)consistórioconsomêconspícuoconstipadoconstringirconstróiconsubstanciaçãoconsuetudináriocônsul-geral■■ consummatum estconsumpçãoconta correnteconta fantasmaconta-girosconta-gotas

contas-correntes (livro)contatocontêinercontêinerescontém (singular)contêm (plural)contençãocontenciosocontextocontigüidadecontingentecontinue■■ continuumconto de fadasconto-do-vigáriocontorçãocontorcercontorcionistacontra-almirantecontra-argumentocontra-ataquecontrabaixocontrachequecontradançacontra-espionagemcontrafilécontra-indicaçãocontra-informaçãocontraluzcontramãocontra-ofensivacontra-ofertacontra-reformacontra-regracontra-revoluçãocontra-sensocontratorpedeirocontumazconvalescençaconvalescenteconvalescerconvéscoobrigadocoonestador■■ cooperco-opositor

cooptarcopa-cozinhaco-participaçãoCopenhague (Din.)copeque (moeda)copidescarcopidesqueco-pilotocopo-de-leite (planta)co-produçãoco-produzirco-proprietário■■ copyrightcoquetelcoquetel molotov■■ corbeillecor-de-carnecor-de-rosaCórdoba■■ cordon-bleuco-redatorco-responsávelco-réuCorfu (Grécia)coríndonCorinthianscorintianoCorinto (Grécia)Coritiba (time)corixo (canal)corizaCork (Irlanda)corne-inglêscornijaCornualha (região)coronariografiacoronel-aviadorcorpo-a-corpo (a luta)corpo a corpo (sem

armas)corpóreoCorpus Christicorre-correcorreição (inspeção)correligionárioCorrientes (Arg.)corrimãocorriola

350condottiere corriola

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corrupiãocorrupiocorta-jacacorta-luzcortês (amável)cortesãocortesiacórtexcorticosteróideCortina d’Ampezzo (It.)cortina de fumaçacortisonacorvinacoruscarcós (tira)co-secanteco-senoCosenza (Itália)coser (costurar)co-signatáriocosme-e-damião (dupla)cossacoCosta del Sol (Esp.)costa-riquenhoCosworth (motor)cotaco-tangentecota-parteCôte d’AzurCotegipe (BA)Cotia (SP)cotidianocotistacotizarcotoneteCotonu (Benin)Cotopaxi (vulcão)■■ cottageco-tutorcoulomb■■ coup de foudre■■ coup de grâce■■ coup de théâtrecôvadoCoventry (Inglaterra)■■ cover-girl

Covilhã (Portugal)coxão durocoxão molecoxearCoxim (MS)coxo (manco)cozer (cozinhar)cozinhacrack (droga)Cracóvia (Polônia)crâniocraô (índio)craque (jogador)craque (quebra)Crateúscravo-da-índiacravo-de-defunto■■ crawlcrêemcreiomCremona (Itália)crenacarore (índio)creolina■■ crêpe suzette■■ crêpes suzettes

(plural)crepomcriado-mudocriança-problemaCriciúma (SC)cricricrina (pêlo)crioulocríquetecrisântemocrisolcristão-novoCristóvãoCrixás (GO)crochê■■ croissantCro-Magnoncromossomo■■ croonercroqui■■ crossing over

cruezacrupecrupiêcrustáceoCruzália (SP)cruzmaltinocuatá (macaco)cuchê (papel)Cúcuta (Colômbia)Cuenca (Esp., Eq.)culotecumari (pimenta)cumbucacumeadacumeeira■■ cum grano saliscumprimento

(saudação)cúmulo-nimbocupêcupidezCupido (Eros)cúpido (ávido)cupinchacupomcupuaçucúpulaCuraçaucurau (doce)Curdistão (Ásia)curdocuriangocurimbatácuringa (carta)currículo■■ curriculum vitaecurta-metragemcurto-circuitocurtumecurumimcurupiracurvilíneocuscuzcuscuz-paulistacúspidecusto—benefíciocusto Brasil

351corrupião custo Brasil

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cutia (animal)cutículaCutty Sark (uísque)cutucarCuzco (Peru)czarczarévicheczarevnaczarinaczarista

dáblioDaca (Bangladesh)Dacar (Senegal)dachaDachau (Alem.)dacota (índio)DaewooDaguestão (Europa)Daimler-Benzdaiquiridalai-lamaDallara (F-1)Dallas (EUA)Dalmácia (Europa)dálmataDâmoclesDa Nang (Vietnã)dança■■ dancingdândiDantzig (Gdansk)Daomé (atual Benin)Dar Es-Salaam

(Tanzânia)■■ darkDarmstadt (Alem.)Dartmouth (Canadá)darwinianodarwinista

data-base■■ data veniaDavao (Filipinas)Davi (Bíblia)David (nome próprio)David Canabarro (RS)■■ deadlinedebacledebêntureDebreczen (Hungria)decacampeonatodecapêdecapitardecasséguidecessodécimo primeirodécimo segundodécimo terceirodecô■■ décordecrescerdecréscimodecreto-lei■■ de cujusdedo-durardedo-durodêem■■ de facto■■ defaultdefecçãodeferir (conceder)déficitdegenerescência■■ dégradédeixa-disso■■ déjà vu■■ dekasseguiDelaware (EUA)■■ delenda Carthagodelinqüênciadelinqüentedelinqüir■■ delirium tremens■■ delivery■■ délivranceDel Rey (carro)

■■ démarchedemiurgo■■ démodédemonólatrade moto própriodenegrirdente-de-leite (futebol)dentifríciodentuçoDenver (EUA)■■ deo gratiasdepredaçãodepredarDerby (Inglaterra)■■ dernier criderrama (cobrança)derrame

(derramamento)dervixedesacorçoadodeságuadeságüedeságüemdesaguisadodesajeitadodesarmoniadesassisadodesassossegardesassossegodesatarraxardesazado (desajeitado)desazo (descuido)Descalvado (SP)descansadodescansodescarrilardescensionaldescensodesconcertado

(perturbado)desconcertantedesconcertardesconcertodesconto-padrãodescrêemdescortêsdescortino

352cutia descortino

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descoser (descosturar)descosidodescrição (narração)descriminar (inocentar)desenxabidodesequilibradodesequilíbriodesfaçatez■■ déshabillédesideratodesídia■■ design■■ designerdesintumescerdesjejumdesleixodeslizardeslizedesmancha-prazeresdesmazelodesmilingüirDes Moines (EUA)despenderdespensa (da casa)despercebido

(desatento)desperdiçardesperdíciodespesadespiciendodesprenderdesprendidodesprendimentodespressurizardespretensãodespretensiosodesprevenidodessemelhançadessemelhantedestilaçãodestilardestilariadestradestrezadestrodestroem

destrói(s)destróierdesvairardesvanecerdesvanecimentodesvariodesvio-padrãodetecçãodetectardetectordetém (singular)detêm (plural)■■ détentedeterioraçãodeteriorar■■ détraquédetrásDetroitdeus-dará (ao...)■■ deus ex machinadeus-me-livre (um)deus-nos-acuda (um)Devonshire (Inglaterra)dextrinadextrogirodextrosedezesseisdezessetedezoitodia a dia (todo dia)dia-a-dia (rotina)diabetediaconisadialisardiálisediapasãodia santodicçãoDien Bien Phu (Vietnã)■■ diesel■■ dies iraediferir (divergir)digladiardignitáriodilação (adiamento)dilapidação

dilapidarDíli (Timor)diminutivoDimple (uísque)dinheiro-papeldinossaurodipsomaníacodiretor-adjuntodiretor-executivodiscentediscernimentodiscernirdisciplinadiscípulodisc-jóqueidiscóbolodiscrição (prudência)discricionáriodiscriminar (especificar)discriminatóriodisenteriadisfunçãoDisneylândiaDisney Worlddíspardispêndiodispensa (licença)dispensardispensário■■ displaydisplicênciadisplicenteDisque-Denúnciadisquetedisritmiadissensãodissensodisse-que-dissedissuasãodissuasivodistenderdistensãodistorçãodistorcerdito-cujoDiu (Goa)

353descoser Diu

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diversionáriodiversionistadiz-que-dizdiz-que-diz-queDjajapura (Indonésia)Djibuti (África)Dnieper (rio)Dniester (rio)doa■■ dobermanndoce-de-cocodocência-livredocente-livredó-de-peitodoe (doar)Dodge Dart (carro)doge (magistrado)dogue (cão)dói, dóis (v. doer)doido varridodois-com (remo)dois-pontosdois-sem (remo)■■ dolce far nienteDolcinópolis (SP)dólmã (roupa)dólmen (monumento)Dominica (ilha)dom-juan (sedutor)Dom Quixotedom-quixote (um)dom-quixotismoDon (rio)dona de casadonaireDonetsk (Ucrânia)Don Juan (personagem)dôo (doar e doer)■■ dopingdor-de-cornodor-de-cotoveloDortmund (Alem.)dosseldossiê■■ double-faceDourado (SP)

Dourados (MS)■■ doutor honoris causaDover (EUA, Ingl.)Downing Street■■ downsizing■■ drag queenDrambuie (bebida)■■ drawbackDresden (Alem.)drinque■■ drive-indropes■■ dry-farmingDubai (emirado)dublêDublin (Irlanda)Dubonnet (bebida)ducentésimodúctilDulcinéiadulcíssimoDuluth (EUA)■■ dumpingDundee (Escócia)dundum (bala)Dunquerque (porto)dúplexduplo sentidoDuracelldura-máterDurazzo (Albânia)Durban (Áf. do Sul)Düsseldorf (Alem.)

East LondonEbola (vírus)Echaporã (SP)echarpe■■ éclair

éclogaeconomista-chefeecossistemaecoturismo■■ écran■■ ecstasy (droga)eczemaedelvaiséden, edensedifício-garagemEdimburgo (Escócia)edito (decreto)édito (edital)editor-assistenteeditor-chefeeditor-executivoEdmonton (Canadá)edredomefeito cascataefeito estufaefeito tequilaefervescênciaefervescenteefes-e-erresefígieEgeu (mar)egiptologiaEiffelEilat (Israel)Eindhoven (Holanda)Eisenach (Alemanha)elãEl Al (empresa)El-Alamein (Egito)Elche (Espanha)Electra (personagem)Electra (avião)elefantaelefantíaseelemento-surpresaeletricidadeeletricistaeletroacústicaeletrocardiogramaeletrocussãoeletrodoeletrodoméstico

354diversionário eletrodoméstico

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eletroeletrônicoeletroencefalogramaeletroímãelétronEliseu (palácio)elísioelixireloqüênciaeloqüenteEl Paso (EUA)elucubraçãoEmaúsembaixo (de)embiraembriaguezEmbu-Guaçu (SP)em cimaemergir (para fora)emersãoemerso (que emergiu)emigração (saída)emigrante (o que sai)eminência (altura)eminente (elevado)empanzinadoempecilhoem pé de guerraempertigadoempertigarEmpire State Buildingemplastroempresa-espelhoempresa fantasmaempuxoencapuzadoencarnaçãoencarnarencefalogramaencharcarenchovaencilhamentoendemoninhadoEnéias (Tróia)■■ enfant gâtéenfarteenfear

enfezadoenfezarenfisemaenfisematosoenfiteuseengabelar■■ english spokenengolir■■ enjambementenjeitarenjôo(s)enlear■■ en passantenqueteenrijecerenrubescerensangüentar■■ ensembleentabularEntebe (Uganda)■■ entente cordialeentorse■■ entourageentra-e-sai■■ entrechat (dança)Entre-Rios (BA, MG)entressafraentronizarenviesarenxáguaenxágüe(s)enxagüeienxeridoenxúndiaenxurradaepifania (ní)epiléticoepistemologiaepizootiaepóxiEpsom (Inglaterra)Epson (impressora)eqüestreeqüidadeeqüidistanteeqüilátero

equimoseeqüinoequinócioeqüitativoereçãoeretoErechim (RS)Erfurt (Alem.)■■ erga omneseriçadoEricsson (empresa)Erie (Am. Norte)erisipelaErivan (Armênia)Ermelino Matarazzo

(SP)Ermitage (palácio)errôneo■■ ersatzerupçãoerva-cidreiraerva-de-passarinhoerva-doceervalerva-mateesbeltezaesboroarescabecheescabreadoescalda-pésescalopeescambauescapulirescarcéu■■ escargotescárnioescassearescassezescassoescocêsescola-modeloescola-padrãoescoreescoriaçãoescorraçarEscort (carro)escrínio

355eletroeletrônico escrínio

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esculachoescusaescusadoescusoesdrúxuloesfirraesfíncteresfuzianteesgarçaresgazeadoesgoelaresgotarEslováquia (Europa)Eslovênia (Europa)Esmirna (Turquia)esnobeesnobismoesôfagoesotérico (hermético)esoterismoespagueteespalha-brasasespargirespatódeaespécimeespectadorespezinharespinhelespiralespirar (soprar)espírito-santenseesplêndidoesplendoresplim (tédio)espocarespoliaçãoespoliarespólioesponsaisespontaneidadeespontâneoespremer■■ esprit de corpsesqueteesquiÉsquilo (poeta)esquisito

esquistossomoesquistossomoseesquizofreniaesquizóideessa (estrado)Essen (Alem.)Essex (Inglaterra)Esslingen (Alem.)■■ establishmentestado de direitoEstado-MaiorEstados-Geraisestado-tampãoestafilococoestandeestático (imóvel)estêncilestenderestepeEster (Bíblia)esterçarestéreoestereótipoesterno (osso)EstêvãoestirpeEstocolmoestornoestorricadoestrambóticoestrangeiroEstrasburgo (França)estratégiaestrato-cirroestrato-cúmuloestrato-nimboestrela anãestrela cadenteestrela-d’alvaestrela-de-daviestrela-do-marestrelados (ovos)estrela-guiaEstremadura (Port.)estremeestremecerestrênuo

estrepitosoestressadoestressanteestresseestricninaestripuliaestrógenoestrogonofeestróinaestulticeestupefatoestupidezestuproesvaeceresvaziar■■ étamine■■ et ceteraetéreoétimoetimologiaEton (Inglaterra)■■ et pour cause■■ et reliquaeucaliptalEuratomEurípides (poeta)eurocomunismoeurodólareuro-mediterrâneoEusébioevanescenteevasê (saia)EverestÉvora (Portugal)■■ ex-abrupto■■ ex aequoexangue■■ ex cathedraexceçãoexcedenteexcepcionalexcertoexcetoexcetuarexcipienteexcrescênciaexcursão

356esculacho excursão

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excursionarexegeseexeqüívelexigüidade■■ exitExcel (banco)ex-líbrisExocet■■ ex-officioexorcizarexórdioexotérico (acessível)expectativaexpectoranteexpensas■■ expert■■ expertiseexpiar (pagar)expiaçãoexpiatório (bode)expirar (morrer)explanarexpletivoexprobrarexpurgarêxtaseextasiadoextático (em êxtase)extemporâneoextensãoextenuadoexterno (exterior)extirparextorsãoextorsionárioextorsivoextra-alcanceextraconjugalextracurricularextra-escolarextra-humanoextrajudicialextramurosextra-oficialextraordinárioextraprograma

extra-regulamentarextrasextra-sensorialextrato (trecho,

perfume)extra-uterinoextravasarextrema-direita (fut.)extrema direita (pol.)extremadoextrema-esquerda (fut .)extrema esquerda (pol.)extrema-unçãoextremosoextrínsecoextroversãoExu (PE)Exxon (empresa)ex-votoEzeiza (B. Aires)Ezequiel

fãfacho (tocha)fáciesfacínorafã-clubefac-similarfac-símile■■ factoringfactótumfactual■■ fadingFahrenheitFaiçal (rei)Fairbanks (Alasca)■■ fair-play■■ faisandé■■ fait diversfalésia

FalklandFalstaff (ópera)Famagusta (Chipre)fanti-achantifanzocafaradfaradayfarândolaFarnese (palácio)■■ far-nientefaroestefarsafarsanteFaruk (rei)fascículofascinaçãofascíniofascismofascista■■ fast-foodfaz-de-contafazenda-modelofaz-tudofecha-fecha■■ fedaynFedra (mitol., peça)■■ feedbackfeíssimofeijão-com-arrozfeijão-fradinhofeijão-mulatinhofeijão-pretofeijão-tropeirofeira livrefelídeoFélixfellinianofemoral (do fêmur)fêmurfênixfenótipoferrazenseferrabrásfesceninoferro-gusaferromagnético

357excursionar ferromagnético

Page 358: Manual de Redação e Estilo do Estadão

ferromoçaferro-velhofezFez (Marrocos)festonêfezesficcionistafícusfícus-benjamimfidelíssimoFiji (ilhas)Filadélfiafilantropo (trô)filé mignonFilintoFilipefim de anofim de semanafinca-péfino-russofiordeFirestone (marca)físico-químicafísico-químicofíssilfita cassetefitas casseteflacidezflagrante (evidente)■■ flamboyantFlandres (Europa)■■ flap■■ flash■■ flash-back■■ flashesflechaflertefleumafleumáticoFlorençaflorescênciaflorescerFlorida (Arg. e Ur.)Flórida (EUA)Florínea (SP)

■■ floufluidezfluido (úi)fluído (de fluir)fluorescente■■ flush■■ flûte■■ fogfogo-apagoufogo-centralfogo-fátuofogo-selvagemfoguete-sondaFokker (fábrica)■■ folderfolha-de-flandresfolha-seca■■ follow-up■■ fonduefonfomfonoaudiólogoFontainebleau (França)■■ footingfora-da-leifora de sérieforça-tarefaforças vivasfórcepsforde-de-bigodeForeign OfficeForest Hills■■ forfaitformiga-correiçãofórmula-gramaFort-de-France

(Martinica)Fort KnoxFort Lauderdale (EUA)fortranfortuito (úi)Fort Worth (EUA)■■ forwardfosforescentefotoelétricofoto-legendafotomontagem

fotonovelaFotoptica (empresa)fotorreportagemfotossíntese■■ foul■■ foulardfovismo■■ fox■■ fox-blue■■ fox terrierfoxtrote■■ foyerFoz do IguaçuFra AngelicofracionarFra Diavolofragílimofragrância (perfume)fragrante (perfumado)Fraiburgo (SC)framboesa■■ franchisefranco-alemãofranco-atiradorfranco-brasileirofrancofobiafranco-maçonariafranco-rochensefrango-d’águaFrankensteinFrankfurtfranquearfranquia■■ frappéFrascati (Itália)frase feitafráterfratricida■■ frau■■ fräuleinfreadafrear■■ free lance■■ free shopFreetown (S. Leoa)■■ free way

358ferromoça free way

Page 359: Manual de Redação e Estilo do Estadão

■■ freezerfreguesiafrenesifreqüênciafreqüentefresafresarfricassêfricçãofriccionarFrigidaire (marca)frigidezfrigidíssimofrigobarfrisafrisantefrisarfriso■■ frissonFriuli (Itália)Fróis■■ frontfrontispíciofrufrufrustraçãofrustrarfruta-do-condefruta-pãofúcsia (planta)fugaz■■ führerFujaira (emirado)Fuji (filme)Fuji-Yama (monte)Fukuoka (Japão)Fukushima (Japão)Fukuyama (Japão)■■ full-back■■ full timefuncionário fantasma■■ funding-loanFurglaine (carro)Fürstenberg (família)furta-cor■■ fuseau

fuselagemfusível (dispositivo)fusofuxicarfuxicofuzarcafuzil (arma)fuzileiro

gabardineGabão (África)gafe■■ gaggaguezGalápagos (ilhas)Galaxie (carro)galês (de Gales)Galileugalinha-d’angolagalinha-mortagalinha-verdeGaliza (Espanha)GalleryGallupgalo-da-serragalo-das-trevasgalo-de-campinagalomaníacoGâmbia (África)Gana (África)Gand (Bélgica)gandhismoGanges (rio)gângstergângsteresgangueganha-pãoganha-perdeGantoisgaragem

Garanhuns (PE)garçomgarçonete■■ garçonnière■■ garden-partyGargântuaGaribaldi (RS)garniséGaronne (França)garoto-propagandagarruchagásGasconha (França)gasodutogasômetrogáspea (do sapato)gastroenteritegastrointestinalgata-paridagato-do-matogato-pingadogato-sapato■■ gauchegáudio■■ gauleitergaulês (francês)gaullistaGauss■■ gayGaza (Oriente Médio)gaze (tecido)gazuaGdansk (Polônia)Geigergêisergema-de-ovo (cor)geminada (casa)gendarmeGenebra (Suíça)genebrêsgeneral-de-brigadageneral-de-divisãogeneral-de-exércitoGeneral ElectricGenesaré (lago)gênese

359freezer gênese

Page 360: Manual de Redação e Estilo do Estadão

gengibreGêngis KhangenótipoGênova (Itália)gentil-homem■■ gentleman■■ gentlemen (plural)geopolíticaGeorgetown (Guiana)Geórgia (EUA e

Europa)GerdaugergelimgeringonçagermeGertrudesgestaltGestapogesto-chaveGethsemani (cemit.)Getsêmani (jardim)Gettysburg (EUA)■■ ghost-writer■■ gianduiagiárdiaGibraltargiclêGilbertgilete (lâmina)Gillette (marca)gim-tônicagineceu■■ ginger aleGiovannigirândolagirino■■ girlGironda (França)gizGizé (Egito)■■ glamourGlasgow (Escócia)Glenfidich (uísque)Glenlivet (uísque)glissando■■ globe-trotterglosa (crítica)

Gloucester (Inglaterra)glugluglútengnomognuGobi (deserto)godêgoelagoethianoGoio-Erê (PR)Góisgoitacás (índios)golfeGolan (região)goma-arábicagoma-lacaGoncourt (prêmio)Gondwana (Índia)■■ good byeGoodyear (marca)gorjeargorjeiogorjetaGotemburgo (Suécia)■■ goulash■■ gourmand■■ gourmetgoyescoGoytacaz (time)gozaçãogozargozogozosogrãGraal (vaso)Grã-BretanhaGraco (irmãos)grã-cruzgrã-finismogrã-finografitegral (pilão)gralha-azulgramíneaGrammy (prêmio)gram-negativo

gram-positivoGrand Canyongrande-angulargrandessíssimo■■ grand finale ■■ grand guignolgrandiloqüênciagrandiloqüentegrandíssimo■■ grand mondeGrand PrixgranizogranjeargranjeiroGranma (jornal)Grant’s (uísque)Grant’s Royal (uísque)grão-de-bicogrão-ducadogrão-duquegrão-duquesagrão-lamagrão-mestregrão-rabinogrão-turcogrão-vizir■■ grapefruit■■ gratia argumentandigratuito (úi)grau-dez (excelente)Graz (Áustria)greco-latinogrecomaniagreco-romano■■ green cardGreenwichGreenwich VillagegrenáGrenoble (França)■■ gridgrife■■ grill-roomGrimm (irmãos)gris (cinzento)grisêgrisu (gás)

360gengibre grisu

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grogue■■ groomgrosa (12 dúzias)grosso modoGrozny (Chechênia)■■ gruyère (queijo)Gstaad (Suíça)guacheGuadalupe (ilha, etc.)guaiacaguaiamumGuaianases (SP)Guam (ilha)Guantánamo (Cuba)Guarani d’Oeste (SP)Guarantã (SP)guarda-cancelaguarda-chuvaguarda-civil (policial)Guarda Civil (entidade)guarda-comidaguarda-costasguarda-fiosguarda-florestalguarda-freiosguarda-jóiasguarda-livrosguarda-louçaguarda-marinhaguarda-metaGuarda Metropolitanaguarda mirimguarda-móveisguarda-noturnoguarda-póguarda-roupaguarda-solguarda-valasguarda-volumes■■ guardrailGuatimozín (asteca)Guayaquil (Equador)gueixaguelraGuernica (Espanha)guerra friaguerra santa■■ guest star

guetoguichêguidomGuilherme TellGuiné-BissauGuinnessguipure (renda)Guipúzcoa (Espanha)guisaguisadoguisarguizoGulagGulf StreamGulliver■■ gurkhagusaguta-perchaGutenbergguzeráGuzolândia (SP)

■■ habeas-corpus■■ habeas-datahábitat■■ habituéHabsburgo (dinastia)■■ hackerHaddock Lobohadoque (peixe)Haia (Holanda)haicaiHaifa (Israel)Haig (uísque)Haiphong (Vietnã)Halifax (Ingl., Can.)■■ hallHalle (Alemanha)■■ HalloweenhaltereHamá (Síria)

hambúrguerhambúrgueresHamilton (Canadá)`HamletHamurabihandebol■■ handicapHanói (Vietnã)Hannover (Alem.)■■ happening■■ happy end■■ happy hourharaquiriHarare (Zimbábue)Hard Rock Cafe■■ hardwareHare Krishna (seita)Harley-DavidsonHarlem (Nova York)harpaHarpagãoharpia (pí)Harpias (pí)Hastings (Inglaterra)haurirHavaíhaxixeHedjaz (Arábia)hégiraheideggerianoHeidelberg (Alem.)heinHeineken (cerveja)Hélade (Grécia)■■ hélasHeloísaHelsinque (Finlândia)HelvéciahemhemáciaHemisfério NorteHemisfério SulhemoptisehemorróidasHenry Borden (usina)heptassílaboherbáceoherbicida

361grogue herbicida

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herbívoroheregehermaHermès (grife)hérniaheróiherpes-zoster■■ herrhertzhesitarheterogêneoheterossexualheurecaHewlett Packardhexacampeãohexassílabohidrelétricahieroglifohífen■■ high fidelity■■ high-life■■ high techhilaridadehiléiaHimalaiahímenhinduhinduísmohindustanihinterlândiahióidehiperacidezhiperexcitabilidadehiper-humanohipermetropiahiper-rancorosohipersensívelhipófise■■ hippieHippopotamusHirohitoHiroshimahirsutohispano-americanohistrião■■ hit

Hitachi (marca)■■ hi-tech■■ hit parade■■ hobbyHo Chi Minh (Vietnã)Hodeida (Iêmen)Hoechst (empresa)Hohenzollern■■ holdingholeriteHolguín (Cuba)Holiday on IceHollywoodhombridadehomem-chavehomem-horahomem-moscahomem-rãhomem-sanduíche■■ home pagehomilia (lí)homiziadohomogeneidadehomogêneohomonímiaHomo sapiensHoms (Síria)HondurasHonduras BritânicaHong Kong■■ honni soit qui mal y

penseHonolulu■■ honoris causahonradezhóqueihora extrahoras extras■■ hors-concours■■ hors-d’oeuvre■■ horse-powerHortência (jogadora)hortênsia (flor)hortifrutigranjeirohortigranjeiro■■ hostess

■■ hot-doghotel-fazenda■■ house organHouston (EUA)Huang-ho (rio)HudsonHué (Vietnã)huguenoteHumboldt (corrente)húmusHuron (lago)hurra!Hyde ParkHyderabad (Índia)Hyères (França)

Iacri (SP)Iago (personagem)Iaiá Garciaiaiá (moça)ialorixáianomâmiianqueIansãIaundê (Camarões)Ibadã (Nigéria)ibero (bé)ibero-americanoibidemIbiza (Espanha)■■ icebergIcém (SP)Idaho (EUA)idiossincrasiaiê-iê-iêIemanjáIêmen (país)Iena (Alemanha)iene (moeda)Iepê (SP)Ifigênia

362herbívoro Ifigênia

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Igaraçu do TietêigluIguaçuiídicheIjuí (RS)Ijuiguaçu (rio)■■ ikebanaIldefonsoIlhabela (SP)Ilha SolteiraIlhéus (BA)Iliuchin (avião)Illimani (monte)Illinois (EUA)imã (religioso)ímã(s) (magneto)imagem-sínteseimarcescívelimbricadoimbróglioimbuiaimergir (mergulhar)imersoImeri (serra)imigrante (o que chega)imigrar (entrar)iminência

(proximidade)iminente (prestes a)imiscuir-seimissão (de posse)imitir (tomar posse)Ímola (Itália)■■ impeachmentimperscrutávelimpertérritoimpetigoimpigemimpingirimpostaçãoimpostadoimprescindívelimprimáturímprobo■■ improbus

administrator■■ impromptuimprudente (leviano)impudente

(despudorado)

impudicíciaimpudico (dí)imundícieimunodepressãoimunorreaçãoimunossupressão■■ in absentiainaçãoinacessível■■ in actu■■ in aeternuminalar■■ in albisinauditoincandescênciaincandescenteInchon (Coréia)incipiente

(principiante)incognoscívelinconsciênciainconscienteinconseqüenteinconsútilincontinente

(imoderado)incontinenti (sem

demora)incorpóreoincrustaçãoincrustaríndexIndianápolis (EUA)Indianópolis (SP)Indiaporã (SP)indígenaindisciplinaindiscriçãoindissociávelindissolúvelindo-arianoindo-europeuindo-iranianoInêsinesgotávelinexcedívelinexeqüívelinexorávelinexpugnável

■■ in extenso■■ in extremisinextricávelinfanto-juvenilinfecciosoinfectadoinfecto-contagiosoínfero-anteriorínfero-lateralínfero-posteriorinfidelíssimo■■ in fineinfligir (aplicar)inflorescênciainfluenzain-fólioinfográficoinfoviainfração (violação)infra-estruturainfravermelhoinfringir (violar)infusãoingenteíngremeingurgitarinhacainhambuinhambuxintãinhambuxororóinidôneoiniludíveliniqüidadeiníquo■■ in limine■■ in loco■■ in memoriam■■ in naturaInnsbruck (Áustria)inócuoin-oitavoinóspito■■ in petto■■ inputin-quartoinquirir■■ in saecula saeculoruminserção

363Igaraçu do Tietê inserção

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inserto (colocado)■■ insightinsipiente (ignorante)■■ in situinsossoinstantaneidadeinstituição-alvoinsulsoinsurrecionalinsurretointelecção■■ intelligentsiaintenção (propósito)intensão (tensão)intercessão

(intervenção)interestadualinterfaceinter-humanoínterim■■ intermezzoInternazionale (time)internetíntero-anteriorinteroceânico■■ inter pares (primus)íntero-posteriorinter-racialinter-relaçãointerseção

(cruzamento)intersindicalinterstíciointerveiointervieram■■ interviewintervim■■ inter vivosintitular■■ in totumintracranianointramurosintra-ósseointra-uterinointrínsecointrospecçãointuito (túi)intumescerintumescimentoinumanoinverossímil■■ in vitro

invólucroinzoneiroIochpe (grupo)iogaiogueiogurteioiôíonIowa (EUA)Ipauçu (SP)ipê-amareloIperoig (SP)ipê-roxoIpoh (Malásia)■■ ipponípsilon■■ ipsis litteris■■ ipsis verbis■■ ipso factoIpuã (SP)Iquique (Chile)Iquitos (Peru)Irapuã (SP)Irapuru (SP)iraquianoirascívelIrazú (vulcão)Irecê (BA)ir-e-viriridescenteIrkutsk (Rússia)irmão-da-opairoquêsirreelegibilidadeirrequietoirrisãoirrupçãoIsaacIsabelIsaíasIsar (rio)IsauraisbáIscariotes (Judas)Ischia (Itália)Iseo (Itália)Isère (França)IsidoroIslãIslamabad (Paq.)Ismaília (Egito)isósceles

Ispahan (Irã)isseiIstambulistmoIstoÉÍstria (Europa)Itaboraí (RJ)Itacoatiara (AM)Itajaí-Açu (rio)ítalo-brasileiroItamaratyItanhaémItapecericaItapicuru (rio, cid.)Itapuã (BA)ItaquaquecetubaItaúItaúna (MG)ItautecitemItuverava (SP)IugosláviaIvã (czar)Ivaí (PR)IvanhoeIwo JimaIzvestia (jornal)

Jaboatão (PE)

Jaborandi (SP)

Jaboticabal (SP)

jabutijabuticabajaça (mancha)

Jaçanã (SP)

Jacarta (Indonésia)

Jack Daniel’s (uísque)

Jacksonville (EUA)

364inserto Jacksonville

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Jacó (Bíblia)■■ jacquardJacques Fath (grife)Jacuí (rio, cidade)Jaén (Espanha)Jafé (Bíblia)Jaguariaíva (PR)Jaipur (Índia)Jalisco (México)■■ jamboree■■ jam sessionJamestown (S. Helena)jângaljanízarojararacuçujardaJaú (SP)jazerJazigo■■ jazz■■ jazz-bandJ&B (uísque)jê (índio)■■ jeansJeca Tatu (personagem)jeca-tatu (caipira)Jeddah (Ar. Saud.)jeitojeje (povo)jenipapoJequitinhonha (MG)JeremiasJerez de la Frontera

(Espanha)Jericinó (Rio)jerico (burro)Jericó (cidade)jerimumJerônimojérsei (tecido, gado)jetom■■ jet ski■■ jet setjia (rã)jibóiajiló

■■ jingleJiparaná (rio)jipejiraujiu-jítsuJó (Bíblia)joão-de-barrojoão-pintojoão-teimosoJockey Club (SP)Jodhpur (Índia)■■ joggingjogo-da-velhajogo do bichoJogos Abertos Jogos Pan-Americanosjogo-treinoJohannesburgo (Áf. Sul)Johnnie Walker (uísque)Johnson & Johnson ■■ joint ventureJoinvillejóqueiJosiasjoulejovem guardajoyciano■■ joy stickjuá (fruta)juazeirojuçara (palmeira)jucundojuizjuízajuízesjuízoJujuy (Argentina)Júlio Mesquita (SP)JundiaíJuneau (Alasca)jungirjúniorjuniores (ô)■■ junk foodJuqueí (SP)jurisdição

juritijurupensém (peixe)jus (direito)jusantejustaporjustaposição

Kadett (carro)kafkianoKaiser (cerveja)Kalahari (deserto)Kampala (Uganda)Kandahar (Afeg.)Kanpur (Índia)Kansas (EUA)kantismoKarachi (Paquistão)Karame (Emirados)■■ karaokêkardecistaKarlovy Vary (Rep.

Checa)Karlsruhe (Alem.)Karmann Ghia (carro)■■ kartkartódromoKassel (Alemanha)Katmandu (Nepal)Kawasaki (moto)KennedyKensington (Londres)Kentucky (EUA)■■ ketchupkeynesianoKharkov (Ucrânia)■■ kibutz ■■ kibutzim (plural)kierkegaardianoKiev (Ucrânia)

365Jacó Kiev

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Kilimanjaro (pico)■■ kiltKimberley (África)Kingston (Jamaica)Kinshasa (Zaire)Kiribati (país)kiribatiano ■■ kirsch■■ kit■■ kitsch■■ know-howKobe (Japão)KodakKombi (carro)KominformKominternKomsomolskayaPravda (jornal)Kopenhagen (empresa)Krakatoa (ilha)KremlinKrishna (deus)krishnamurtianoKuala Lumpur

(Malásia)KubitschekKu Klux Klan ■■ kümmel■■ kung fuKuomintang (partido)Kuwaitkuwaitiano ■■ kyrieKyoto (Japão)

Labrador (península)La Coruña (Espanha)lacrimejantelacrimogêneolácteo ■■ lady (pl. ladies)

La FontaineLages (SC)Lahore (Paquistão)■■ laisser-aller ■■ laissez-fairelajeLajes (reservatório)lambe-lambeLamborghini (carro)lambrillambris (plural)lambujemlambuzarLâmia (Grécia)LampedusalampiãoLampiãolana-caprinalança-chamaslança-perfumeLancashire (Inglaterra)Lancaster (Inglaterra)lança-torpedosLancelotlancha-torpedeiraLandau (cid., carro)Landri Sales (PI)landôLanguedoc (França)languescerlantejoulaLaos (país)Lao-tsélápis-lazúliLa Plata (Argentina)■■ lapsus linguae■■ laptoplaranja-cravolaranja-da-baíalaranja-pêralaranjeiraLaranjeirasLa Rioja (Argentina)Larissa (Grécia)La Rochefoucauldlasanha

lascívia ■■ laser (raio)lassidãolasso ■■ last but not leastlateral-direitalateral-direitolateral-esquerdalateral-esquerdolátexlatino-americano ■■ lato sensuLausanne (Suíça)lavanderialava-pésLavínia (SP)laxantelaxo ■■ layoutlazer (descanso)■■ leadleão-de-chácaraleão-marinho ■■ leasing ■■ lebensraumLecce (Itália)Lecco (Itália)Le Coq SportifLe CorbusierLeeds (Inglaterra)lêemlegiferarlegorneLeica (máq. fot.)Leicester (Inglaterra)leishmanioseLeipzig (Alemanha)■■ leitmotivLençóis Paulistalenço-papellêndea (piolho)lengalengalenimento (alívio)LeninLeningrado (Rússia)LeonLeón (espanhol)

366Kilimanjaro León

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Léopoldvilleleptospiroselero-lerolesa-majestadelesa-pátriaLesbos (Grécia)leso-patriotismoLesoto (país)letrasetleva-e-trazlêvedoLeviatãLevi’s (marca)lhama lhanezaLhasa (Tibete)Libreville (Gabão)libido (bí)libra-pesolibrélibretolicença-maternidadelicença-prêmiolichiaLídice (Rep. Checa)LiebfraumilchLiechtenstein ■■ lied (pl. lieder)Liège (Bélgica)Ligier (F-1)lilásLille (França)Lilliputlima-da-pérsialimão-galegoLimassol (Chipre)Limoges (França)limpa-trilhoslimpidezlimusineLincolnLindóia (SP)Lineu ■■ lingerielíngua-de-sogralingüeta

lingüiçalingüistalingüísticalinimento (ungüento)linóleoLinz (Áustria)lionês (de Lyon)Lipari (ilha)líquenliquidezlis (lírio)■■ liseuselisonjearlisonjeiro ■■ litteratimLituâniaLiubliana (Eslovênia)Liverpool ■■ livingLivorno (Itália)livre-arbítriolivre comérciolivre-docêncialivre-docentelivre iniciativalivre-pensadorlivro-textoLloyd BrasileiroLloyd’s ■■ lobby (pl.: lobbies)lobistaLob-nor (China)lobo-do-marlobo-marinholocauteLockheed (empresa)Lodi (Itália)Lodz (Polônia)Logan (uísque)logaritmoLohengrin (herói)Loire (França)Loiret (França)Loir-et-Cher (França)Lomas ValentinasLombardia (dí)

Lomé (Togo)Londonderry (Irl. Norte)longa-metragemlonga-vida (leite)Long Beach (EUA)longilíneolongínquoLong Island (EUA)■■ long-playlordeLoreto (Itália)Los Alamos (EUA)Los AngeleslosangoLot (França)Lot (Bíblia)Lot-et-Garonne (França)Lotus (F-1)Louisiana (EUA)Lourdes (França)Louvre ■■ low profileLoyolalua-de-melLuanda (Angola)luau (festa)Lublin (Polônia)Lucca (Itália)LúciferLucrécia Borgialucubraçãoludíbriolufa-lufaLufthansa (empresa)Luftwaffelugar-comumlugar-tenenteLuísLuísaLuís Antônio (SP)Luisiânia (SP)LuisinhoLumièreluminescêncialúmpenlumpesinato

367Léopoldville lumpesinato

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Lusaka (Zâmbia)lusco-fuscoLusíadasLusitânialuso-africanoluso-brasileirolusófonolustra-móveisluta livreLuteroLuxemburgoLuxor (Egito)luxurianteLyon (França)LuziaLuziânia (GO)luzirLvov (Ucrânia)Lyallpur (Paquistão)■■ lycraLyon (França)

Macabíadamacaco-aranhamacaco-pregomaçantemaçar (importunar)Maçaranduba (PB)macarthismomacarthistaMacau (RN e China)macaxeiraMacbethMachu Picchu (Peru)maciçomaciezMacintosh (comput.)Mackenziemaçommá conservação

■■ macramémá-criaçãomacroeconomiamacrorregiãomacrossistemamaçudo (monótono)MacunaímaMacy’s (loja)Madagáscar (ilha)Madame BovaryMadame ButterflyMadame Sans-GênemadeireiramadeixaMadeleine (França)■■ mademoiselleMadison Square Gardenmadona (imagem)Madonna (cantora)madrastamadressilvaMadrimadrilenomadurezamãe corujamãe-d’águamãe-de-santomá-educaçãomá-fémagazineMagda (SP)Magdalena (Col.)Magdeburgo (Alem.)Magé (RS)Magenta (Itália)■■ magnificatmagnificênciamágoamagoemagôoMaharashtra (Índia)maiêuticaMaine (EUA)Maine-et-Loire (França)■■ mainframe ■■ mainstreammaiô

maioneseMaiorca (Espanha)Maipú (Chile)Mairinque (SP)Mairiporã (SP)maisenamais-que-perfeitomais-valia ■■ maître ■■ maître-d’hôtelmajestademajestosomajor-aviadormajor-brigadeiroMakalu (pico)Makarios (Chipre)■■ make-up ■■ making of Maksoud PlazaMalabo (Guiné)Malaca (Malásia)mal-acabadomal-acondicionadomal-aconselhadomal-acostumadomal-adaptadomala-diretamal-afamadomal-afeiçoadomal-afortunadomal-agouradomal-agradecidomal-ajambradomal-ajeitadomal-amadomal-amanhadomal-apanhadomal-apessoadomal-apresentaçãomal-apresentadomala-pretamal-armadomal-arranjadomal-arrumadoMalasartesmala-sem-alçaMalásia

368Lusaka Malásia

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mal-assadomal-assimilaçãomal-assimiladomal-assombradomal-assombramentomal-assombromal-aventuradoMalavimal-avindomal-avisadomalbaratadomalcasadomalcheirosomalcomidomalcomportadomalconceituadomalconduzidomalconformadomalconservadomalcozidomalcriadomalcuidadomaldispostoMaldivas (ilhas)maldizentemaldizermaldormidomaldotadomalêmal-educadomal-e-malmal-empregadomal-encaradomal-enganadomal-engraçadomal-ensinadomal-entendidomal-estarmal-estreadomalfadadomalfaladomalfalantemalfazejomalfeitomalformaçãomalformado

malgastoMalgaxe (República)malgostosomalgovernadomalgradomal-habituadomal-humoradoMali (África)má-línguamal-intencionadomallarmeanomalmandadomalmequerMalmoe (Suécia)malmontadomalnascidomal-ordenadomal-ouvidomalparadomalpassadomalpostomalprocedidomalproporcionadomalquerençamalquerermalquistomalservidomalsatisfeitomalseguromalsentidomalservidomalsoantemalsofridomalsonantemalsucedidomalthusianomalthusianismomaltrabalhadomaltratadomal-usadomal-usarmalventurosomalversaçãomalvistomamelucomamute

■■ managerManassésManchesterManco Cápac (inca)manda-chuvamandado (ordem)Mandalay (Birmânia)mandato (delegação)mandato-tampãomandchuMandchúriamandi-chorãomandiguaçumaneirarmanemolênciamanga-largamanga-rosamangustoManhattanManhattan TransferManhuaçu (MG)Manhumirim (MG)maníaco-depressivomanicureManila (Filipinas)Manitu (deus)Manizales (Colômbia)manjar-brancomanjedouramanjericãomanjeronaMannesmann (empresa)Mannheim (Alemanha)Manon LescautmanteigueiramantôMântua (Itália)Manuelmanuelino ■■ manu militarimanuseioManzanillo (Cuba)mão-abertamão-bobamão-de-obramão-inglesa

369mal-assado mão-inglesa

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maoísmomão-leveMaomémaori (índio)Mao Tsé-tungmão únicamapa-múndiMaputo (Moçambique)maquetemaquimaquiagemmaquiarMaquiavelmaquinariamaquinárioMaracaí (SP)MaracaiboMaracay (Venezuela)Maragogipe (BA)marajoaraMarañon (rio)Marantz (empresa)marca-d’águamarca-passomarca-símbolomarcenariamarceneiroMarch (F-1)marcha à ré ■■ marchand ■■ marchande (feminino)Mar del Plata (Arg.)marechal-de-campomarechal-de-exércitomarechal-do-armar-e-guerramaria-chiquinhamaria-fumaçamaria-moleMaria Teresamaria-vai-com-as-outrasmarimbondo ■■ marineMarisa ■■ marketingMármara (mar)marmóreo

marquiseMarrakesh (Marr.)marromMarsala (Itália)MarselhaMarselhesa (A)Marshall ■■ marshmallowmarsupialMartim-Cererêmartim-pescadormarxismo-leninismomarxista-leninistaMaryland (EUA)marzipã(s)masdeísmomasdeístaMaseru (Lesoto)masoquismoMassachusetts (EUA)massapê ■■ mass mediamassudo (volumoso)mastectomiamastim (cão)mata atlânticamata-bichomata-borrãomata-burromata-moscasmata-mosquitomata-mourosMatanzas (Cuba)mata-piolhomata-ratosMatarazzomata virgem ■■ matchmatéria-primaMateusMatiasmatinêmatintapereiramatizarmato-grossense-do-sulMatozinhos (MG)matrinxã (peixe)

Matsushita (empresa)Matusalémmau-carátermau cheiromau gostomau grado (má

vontade)mau humorMaui (Havaí)Mauna Kea (vulcão)mau-olhadoMaurícia (Canadá)Maurício (ilha)Mauritâniamáusermausoléumaus-tratosmá vontademáximaxidesvalorizaçãomaxissaiamaxixeMayagüez (P. Rico)Mayenne (França)Mayerling (Áustria)Mayotte (ilha)mazorca (desordem)mazurca (dança)Mbabane (Suazilândia)McDonald’s (empresa)McKinley (pico)McLaren (F-1)mea-culpameada (fios)Mecejana (CE)mecenasMedellín (Colômbia)mediarMedici (Itália)Médici (pres.)Médicismédico-cirurgiãomédico-dentáriomédico-hospitalarmédico-legal

370maoísmo médico-legal

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médico-legistamedíocremédio-volanteMéditerranéeMediterrâneomédium ■■ medleymeeiro ■■ meetingMefistófelesmegaartistamegacidademegaempresáriomegahertzmegalópolemegaprojetomegarroubomegashoppingmegashowmegassucessomegatonmegawattmeia-águameia-armadormeia-calçameia-canchameia-centenameia-confecçãomeia-direitameia dúziameia-entradameia-esquerdameia-estaçãomeia-idademeia-irmãmeia-luameia-luzmeia-noitemeia pensãomeias-irmãsmeia-solameias-verdadesmeia-tigelameia-vidameia-voltaMéier (Rio)meio ambiente

meio a meiomeio-bustomeio-corpomeio-de-campomeio-diameio-fiomeio-irmãomeio-lutomeio-pesadomeio-quadratimmeio-quilo (pessoa)meio-relevomeios-irmãosmeio-sopranomeio-termomeio-tijolomeio-tomMekong (rio)Melanésiamelão-de-são-caetanoMelbourne (Austrália)melífluoMelilla (Espanha)Melquisedeque (rei)melro (pássaro)memorandoMemphis (EUA)■■ ménage ■■ ménage à troismencheviquemenchevismomenchevistaMendoza (Argentina)MenelauMenesesMênfis (Egito)menina dos olhosmenina-moçamenosprezomenumercancia (cí)Mercedes-Benzmerceeiro ■■ merchandisingmercurocromomerencóriomeretriz

meridianomeritíssimoMerlim (mago)merluzamesa-de-cabeceira ■■ mésalliancemesa-redondamesentériomesóclisemésonMesopotâmiamesquinhezMesserschmitt (jato)messidormestre-cucamestre-de-armasmestre-de-cerimôniasmestre-de-obrasmestre-escolamestre-salametalinguagemmetalomecânicometástasemeteorito (rí)meteorologiameteorológico ■■ métier ■■ metteur-en-scèneMetz (França)Meurthe (França)mexe-mexemexerica (fruta)mexericomexeriqueiromexilhãomezaninomezinha (remédio)Mezzogiorno (Itália)Mianmámiçanga ■■ mi-carêmeMichigan (EUA)Mickeymico-leão-douradomicroacústicomicrocirurgia

371médico-legista microcirurgia

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microeconomiamicroeletrônicamicroempresamicrofilmemicroindústriamícronmicroondamicroônibusmicrorganismomicrorregiãomicrossegundomicrossulcomídimídiaMiddlesbrough (time)Middlesex (Inglaterra)Middleton (Inglaterra)■■ mignonMikonos ■■ miladyMilan (time)Milão (cidade)■■ milk-shakemilordeMilwaukee (EUA)mimeografarmimeógrafoMinardi (F-l)Mindanao (Filipinas)mineiro-com-botasMing (dinastia)míngua (verbo)mínguam (verbo)míngüe (verbo)mínguo (verbo)míniminibibliotecaminicomputadorminijardimminirregiãominishoppingminishowminissaiaminissérieminiusinaMinneapolis (EUA)

Minnesota (EUA)Minorca (Espanha)Minsk (Bielo-Rússia)Miquelon (ilha)Miquerinos (Egito)Mira Estrela (SP)MirafloresMíriammisantropo (trô)miscelâneamiscigenação ■■ mise-en-scène ■■ miserereMiskolc (Hungria)■■ missmíssilMississippiMissourimister (ofício)■■ mister (senhor)mistomisto-quente ■■ mistressMitchell (monte)Mitsubishi (empresa)mixa (gazua)mixagemmixariamixo (insignificante)mixórdiaMixto (time MT)mixurucamnemônicomóbilemobília (verbo)mobíliam (verbo)mobíliem (verbo)mobílio (verbo)Moçambiquemocambomocassimmoço de recados■■ modem■■ moderato ■■ modus faciendi ■■ modus vivendi

moeda-ouromoeda-papelMogadiscio (Somália)Mogi das Cruzes (SP)Mogi-Guaçu (SP)Mogi-Mirim (SP)Mogúncia (Alemanha)mói (verbo)moicano (índio)■■ moiréMoisésmolamboMoldova (Europa)molécula-gramaMolièreMolochMolucas (ilhas)Mombaça (CE)Mombasa (Quênia)Mombuca (SP)Monark (empresa)monazitamonazíticoMönchengladbach

(Alemanha)Mondeo (carro)Mongaguá (SP)mongemonjamonoácidomonoculturamononucleoseMonroeMonróvia (Libéria)■■ monsieurMontana (EUA)montanha-russaMontecarlo (Mônaco)Monte CaserosMonte Cassino (Itália)Monte Mor (SP)Montenegro (Europa)Monterey (EUA)Monterrey (México)montêsMonte Serrat (Santos)Montevidéu

372microeconomia Montevidéu

Page 373: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Montezuma (asteca)Montgomery (EUA)MontmartreMontmorency (França)MontparnasseMontpellier (França)Montreal (Canadá)Montreux (Suíça)Montserrat (Espanha)Mooca (São Paulo)Mopti (Mali)moquecaMorbihan (França)morde-e-assopramoribundomórmonMoroni (Comores)morrinhamortadelamorubixabamosca-mortamosca-varejeiraMoscova (rio)Moselle (França)mosqueteiro (soldado)mosquiteiro (cortinado)Mossoró (RN)Mossulmoto-contínuo ■■ motocrossmoto-perpétuomoto-própriomotosserraMoulin Rouge (Paris)Mount Vernon (EUA)mozarelamuambamuçulmanomuçummuçuranamudezmugidomuiraquitãmujiquemula-sem-cabeçamulher-damamulher-homemmulher-machomulher-objeto

multirracialmultiscientemultissecularMünchhausenMundaú (rios)mundo-cãoMuniqueMünster (Alemanha)Munster (Irlanda)Múrcia (Espanha)Muriaé (MG)Murmansk (Rússia)Mururoa (atol)■■ music-hallmussemusselina ■■ mutatis mutandismutucamuxiba (pelanca)muxoxoMuzambinho (MG)

Nabucodonosornácarnacional-socialismonacional-socialistaNagasaki (Japão)Nagoya (Japão)náicronnáilonNairóbi (Quênia)Nancy (França)Nanquim (China)Nantes (França)não-agressãonão-alinhadonão-alinhamentonão-apoiadonão-assistêncianão autorizadonão-beligerâncianão-combatente

não-conformismonão-conservativonão-cooperaçãonão-cumprimentonão-engajadonão-engajamentonão-esperadonão-essencialnão-eunão-euclidianonão-execuçãonão-existêncianão-existentenão-ferrosonão-ficçãonão-fumantenão-governamentalnão identificadonão-iluminadonão-ingerêncianão-intervençãonão-intervencionistanão-linearnão-localizadonão-metalNão-me-Toque (RS)não-me-toquensenão-nulonão-pagamentonão pagonão-participaçãonão-participantenão-periódiconão-positivonão reconhecidonão-saturadonão-sei-que-diganão-sernão-simétriconão-singularnão-verbalnão-viciadonão-violêncianapalmNápoles (cid.)Napoli (time)

373Montezuma Napoli

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Narbonne (França)nariz-de-ceraNarvik (Noruega)nascençaNash (carro)Nashville (EUA)Nassau (Bahamas)Nassau (príncipe)National GalleryNational Geographicnatureza-mortanáuatle (índio)Nauru (Polinésia)Navarra (Espanha)navio-escolanavio-petroleironavio-tanquenavio-varredorNazarénazi-fascistaNdjamena (Chade)NeanderthalNebraska (EUA)necedade (tolice)■■ nécessaireNeckar (rio)■■ nec plus ultranecropsia (sí)NeemiasneerlandêsnefelibataNefertitenefrídio ■■ négligénegócio da Chinanegus (gús)nenênenúfarneo-áriconeoclassicismoneo-escolásticoneofascismoneo-hegelianismoneoliberalnéonneo-realismoneozelandês

Nepomucenoneres (não, nada)néscioNess (lago)Neuchâtel (Suíça)neurocirurgiãoneuropatológiconeurorradiografianêutronNeva (rio)Newark (EUA)Newcastle (Austrália)New Haven (EUA)New Jersey (EUA)■■ new-lookNew Orleans (EUA)■■ newsletternewtoniano ■■ new waveNgwane (África)Nhandeara (SP)nhanhánhenhenhémnhonhônhoque (massa)Niagara Falls (EUA)Niamey (Níger)Niassa (Moçambique)nicaragüenseNicósia (Chipre)NiemeyernietzschianoNíger (rio e país)■■ nihil obstatNiigata (Japão)niilismonikkeiNike (marca)nimbo-cúmulonimbo-estratoNîmes (França)Nínive (Assíria)Nioaque (MS)Nipoã (SP)nipo-argentinonipo-brasileironissei

NiteróinitroglicerinaníveoNoa NoanocautenomenclaturaNomenklatura (Rússia)nonagésimonó-nas-tripas ■■ non plus ultraNorfolk (Ingl., EUA)Normandia (dí)norte-africanonorte-americanonorte-asiáticonorte-coreanonorte-europeunorte-vietnamitaNorthampton

(Inglaterra)Northumberland

(Inglaterra)nossa-amizade ■■ nota bene ■■ notebooknotívagoNotre-Dame (Paris)Nottingham

(Inglaterra)■■ nouveau-riche ■■ nouvelle vagueNova Délhi (Índia)Nova Escócia (Can.)Nova Friburgo (RJ)Nova InglaterraNova Iorque (MA)Nova Lusitânia (SP)Nova York (EUA)Nova Zelândianove-horasnovel (é)Novgorod (Rússia)Novi Ligure (Itália)Novo Brunswick

(Canadá)Novo México (EUA)novo-rico

374Narbonne novo-rico

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noz-moscadanoz-pecãnoz-vômicanuancenucléicoNuméia (Nova Cal.)Nuremberg (Alem.)■■ nurse ■■ nurserynutriznuvem

Oahu (Havaí)Oakland (EUA)obaluaêoba-obaobcecarOberhausen (Alem.)Obi (rio da Sibéria)Óbidosobliqüidadeoblíquooboéoboísta óboloobra-de-arte (ponte)obra-primaobscenoobsedarobséquioobsessãoobsessivoobsolescênciaobstetrizobusOcauçu (SP)occipitalOceaniaoctaedrooctingentésimooctocampeãooctogenário

octogésimooctogonalOdense (Dinamarca)Odeon (gravadora)odisséiaOffenbach (Alem.)■■ office-boy ■■ off-line ■■ off-set ■■ off-side ■■ off-the-recordoficial-de-gabineteoficial-generalofídioOgilvy & MatherOhio (EUA)OiapoqueOise (França)oitãooitava-de-finalojerizaOka (rio)Okayama (Japão)Okinawa (ilha)Oklahoma (EUA)Old Parr (uísque)Oldsmobile (carro)olho-d’águaolho-da-ruaolho-de-boiolho-de-cabraolho-de-gatoolho-de-perdizolho-de-sograoligopsônioOlivetti (marca)Olympia (teatro)Omã (Arábia)Omaha (EUA)■■ ombudsman ■■ ombudswoman ômega (letra)Ômega (carro)omeleteOndurmã (Sudão)onça-pardaonça-pintadaonça-pretaonisciência

onisciente ônix (pedra)■■ onlineOntário (Canadá)Onyx (F-1)■■ open marketOpéra (Paris)ópera-bufaOperação Descidaoperação-padrãoOperação Subidaopinião públicaopróbrio óptico ■■ opusOrã (Argélia)Órcades (ilhas)ordem do diaordem-unidaoréganoOregon (EUA)Orenoco (rio)orfeãoOrfeuOrindiúva (SP)Órion (constelação)orixáOrixaláOrléans (França)Orloff (vodca)Ormuz (estreito)ornitorrincoOrós (CE)orquídeaOruro (Bolívia)Osaka (Japão)Oscar Bressane (SP)Oséias (Bíblia)Osella (F-1)Osijek (Croácia)Osíris (deus)Osório Óstia (Itália)Ostrava (Rep. Checa)■■ ostpolitikOsvaldo Cruz (SP)Otelo ótica

375noz-moscada ótica

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otorrinolaringologiaOttawa (Canadá)ourivesaria ■■ outdoor ■■ outer stage ■■ outlet ■■ output ■■ outsider ■■ ouvertureovelha negra ■■ over ■■ overdose ■■ overheadoverloque ■■ overnightóvniOxford (Inglaterra)oxfordianoOxóssiOxum

Pã (deus)Packard (carro)paçoca ■■ paddockPaddock (rest.)padrastopadre-nossoPádua (Itália)■■ paellaPaes MendonçaPaiçandupai corujapai de famíliapai-d’éguapai-de-santopai-de-todospai-dos-burrospai-nosso ■■ paintballpaisinho (de país)

país membropaís-símbolopaizinho (de pai)pajépajearpajelançapajemPajeú (rio)palavra-chavepalavra de honrapalavra de ordempalavra-ônibuspalavreadopaletó-sacopalha-de-sedaPalio (carro)Palma de Maiorca (Esp.)palma-de-santa-ritaPalmeira d’Oeste (SP)pan-africanismoPan Am (empresa)Pan-Americana (praça)pan-americanopâncreasPandorapanegírico ■■ panem et circensespanetonepan-eslavismopangermanismoPanglosspan-helenismopan-islamismoPankow (Alem.)pano de fundopansexualpanteãoPanteon (Roma)Panthéon (Paris)pantomimaPão de Açúcarpão-de-lópão de melpão-duropapa-defuntospapa-filaspapa-hóstiaspapa-jantares

papa-léguaspapa-moscas ■■ paparazzi (plural)■■ paparazzo (singular)Papeete (Taiti)papel acetinadopapel almaçopapel-alumíniopapel-arrozpapel-bíbliapapel-carbonopapel celofanepapel crepompapel cuchêpapel de arrozpapel de embrulhopapel de imprensapapel de jornalpapel de linhopapel de palhapapel de paredepapel de sedapapel-filtropapel higiênicopapel jornalpapel machêpapel-manteigapapel-moedapapel ofíciopapel pautadopapel-pergaminhopapel-porcelanapapel-registropapel sulfitepapel-telapapel timbradopapel-títulopapel vegetalpapisapapo-amarelopapo-cabeçapapo-de-anjopapo-firmepapo furadopapos-de-aranhaPapua-Nova Guinépára (verbo)

376otorrinolaringologia pára

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parabélumpára-brisapára-choqueparaestatalParaguaçu (índia)Paraguaçu Paulista (SP)pára-lamaparalelepípedoparalisarparalisiaparamédicoparamilitarParanacity (PR)Paranapuã (SP)Paranoá (lago)paranormalparapsicologiaParapuã (SP)pára-quedaspára-quedistapára-raiosparasitapára-solParati (carro)Paraty (RJ)parcimôniaparêntese(s)pária ■■ pari passuPariquera-Açu (SP)Páris (mitol.)parkinsonianoparmesãoParnasoParque AntárticaparquêParsifal (ópera)Partenon (Atenas)■■ parti pris ■■ partisan ■■ parvenuPasadena (EUA)Pasárgada (Pérsia)pascer ■■ pas-de-deuxpassa-molequepássaro-preto

passatempo ■■ passe-partout ■■ passimPassport (uísque)■■ paste-uppastichepastor alemãoPatan (Nepal)patacoadapatchuli ■■ patchworkpatê ■■ pâté de foie graspátena (cálice)Pathet LaoPati do Alferes (RJ)pátina (oxidação)pátio ■■ pâtisseriepatoá (dialeto)■■ patronesse ■■ patternpatuá (balaio)patuléiapau-a-piquepau-brasilpau-d’águapau-de-ararapau-de-fogopau-de-sebopau-ferroPaulínia (SP)pau-mandadopavêPavia (Itália)paxáPaysandú (Uruguai)Peace Corpspeão (trabalhador, peça

do xadrez)Pearl Harbor (baía)pecãPeçanhapechapechinchapé-d’águapé-de-anjo

pé-de-atletapé-de-boipé-de-cabrapé-de-chinelopé-de-chumbopé-de-galinhapé de guerrapé-de-meiapé-de-molequepé-de-ouvidopé-de-patopé-de-valsapé-de-ventopedicuro ■■ pedigreepedra-pomespedra-sabãopedra-umepedreiro-livrepedrêsPedro Juan Caballero

(Paraguai)peemedebistaPeenemünde (Alem.)Peer Gyntpeessedebistapé-friopegada (gá)pega-ladrãopega-pra-caparpega-rapazPégaso (cavalo)peixe-boipeixe-espadapeixe-voadorpéla (bola, verbo)pelerinepeleteriapele-vermelha ■■ pelletpélo (verbo)pêlo (cabelo)pelo-sinal ■■ pelousepé-na-covapé na tábuaPeñafiel (Espanha)Penafiel (Portugal)

377parabélum Penafiel

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pênaltipence (prega)■■ pence (quantia)■■ pendant ■■ pendentifPendjab (Ásia)pênfigopenhoarpenicopênsilPensilvânia (EUA)pentacampeãoPentecostespente-finoPepsi-Colapequenezpequeno-burguêspé-quentepequinês (cão)pêra (fruta)pé-rapadopercalçopercalina ■■ per capitapercucientepercussãopercussionistaperde-ganhaperemptoperemptório ■■ performanceperfurocortantePérgamo (Ásia)pérgulaPeri (personagem)Périgord (França)periquitoperito-contadorperitônioPerm (Rússia)perna-de-moça (peixe)perna-de-pauPêro (nome)peroneal (do perônio)perônio (osso)Perpignan (França)perquirir

■■ per saeculasaeculorum

perscrutarPerseu (herói)perseverançapersonagem-tipopersonagem-título ■■ persona grata ■■ persona non grataperspicazpersuasãopersuasivoPerth (Austrália)perturbaçãoperturbarPerúgia (Itália)Peruíbe (SP)pesa-papéispesar (tristeza)pescada-brancaPeshawar (Paquistão)peso-galopeso levepeso médiopeso meio-médiopeso meio-pesadopeso-moscapeso-penapeso pesadopesque-paguepesquisaPessach (páscoa)pêssegoPetach Tikvah (Israel)■■ petit-four ■■ petit-pois ■■ petits-fourspetrodólarPetrogrado (Rússia)petúniaPeugeot (empresa)pexotepez (piche)Phantom (avião)Ph.D.Ph.Ds.Philco (marca)Philip Morris

Philips (marca)Phnom Penh

(Camboja)Phoenix (EUA)■■ physique du rôlepiabapiaçavaPiacenza (Itália)pia-máterpiano-barpião (brinquedo)Piauípica-fumopica-paupica-pau-amarelopicape (veículo)picassianoPiccadilly (Londres)pichaçãopicharpichepiclespicuá (cesto)■■ pièce de résistancepíer (cais)Pierre BalmainPierre CardinpierrôPietàpífanopífaropif-pafPigalle (Paris)Pigmaliãopigméiapigmeupilotis (só plural)Pilsen (Rep. Checa)Piltdown (Inglaterra)pimenta-do-reinopimenta-malaguetaPinar del Rio (Cuba)pincenê pinga-fogopinga-pingapingue-ponguepingüimpinho-de-riga

378pênalti pinho-de-riga

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pinho-do-paranáPin-Kiang (China)■■ pinscher ■■ pintpinta-bravapintassilgopinturesco ■■ pin-upPinwinnie (uísque)piolho-de-cobrapiperazinapiqueniquepiquira (peixinho)Pirajuí (SP)pirandellianoPirangi (SP)Pirassununga (SP)Pirelli (empresa)pirenaico (dos

Pireneus)PireneusPirenópolis (GO)Pireu (Grécia)piruá (milho)pirulitoPisa (Itália)pisa-mansinhopisca-alertapisca-piscapiscicultorpisciculturaPistóia (Itália)pistom■■ pit bullpitecantropoPitigrilli (escritor)pítonpitonisa ■■ pit stopPitti (palácio)Pittsburgh (EUA)Piuí (MG)pixaimpixoxóPizarropizicato ■■ pizzaplá

placarplacêplânctonplano-padrãoplano pilotoplaquete (livro)plastromplatô ■■ play-back ■■ playboy ■■ playground ■■ playoffplissadoplissêPlovdiv (Bulgária)plugue ■■ pluralia tantumplurianualpluripartidário ■■ plushPlutãoPluto (cão)Plymouthpneu-balãopneumococopneumotóraxpobre-diabopochetepó-da-chinapode (presente)pôde (passado)pó-de-arrozpó-de-micopó-de-sapatopódiopõe(s)põem (plural)poético-musical ■■ pogromPointe-Noire (Congo)Poitiers (França)pôlderpoleiropólenPolenghi (marca)■■ pole positionpoliésterpólipo

polirpolissacarídeopólo (extremidade)pólo (jogo)pô-loPolôni (SP)pombo-correioPomerânia (Polônia)Pomerode (SC)pomo-de-adãoPompadourpompomponcãponche (bebida)poncho (capa)pôneiPongaí (SP)ponta-cabeçaponta de estoqueponta-de-lançaponta-direitaponta-esquerdaPonta Porã (MS)ponte aéreaponteiro-direitoponteiro-esquerdopontiagudoponto-atrásponto de encontroponto de exclamaçãoponto de interrogaçãoponto-de-vendaponto de vistaponto-e-vírgulaponto facultativoponto finalpontuação ■■ poodle ■■ pool ■■ poppopelinepôquerpor (preposição)pôr (colocar)porcentagemporcentualporco-do-matoporco-espinho

379pinho-do-paraná porco-espinho

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pôr-do-solPorgy and Besspor issoporque (conjunção)porquê (causa)porquinho-da-índiaPorscheporta-aviõesporta-bagagemporta-bandeiraporta-estandarteporta-jóiasporta-luvasporta-malasporta-níqueisporta-retratosporta-revistasporta-voz ■■ porte-bonheurPort Elizabeth (África

do Sul)portfólioPortland (EUA)Port-Louis (Maurício)Port Moresby (Papua-

Nova Guiné)Port of Spain (Trinidad

e Tobago)Porto Príncipe (Haiti)porto-riquenhoPort Said (Egito)PortsmouthPort Stanleyporventurapôs (verbo)Posadas (Argentina)pós-conciliarpós-datadopós-diluvianoPosêidon (deus)pós-escritopós-graduaçãopós-guerrapós-meridianopós-operatóriopossessãopossesso

pós-simbolistapós-socráticopossui(s)posta-restantepôsterpóstero-exteriorpóstero-interiorpóstero-medial ■■ post-mortemposto-chave ■■ post-scriptumPotemkin (navio)■■ potinPotomac (EUA)Potosí (Bolívia)■■ pot-pourriPotsdam (Alem.)pouca-vergonhapouco-caso ■■ pour épater le

bourgeoisPoznan (Polônia)pra (sem acento)praça-fortepra-frenteprafrentexpraxe (rotina)práxis (prática)prazerosamenteprazerosopré (praça de)pré-adamitapré-amplificadorpré-carnavalescopré-clássicopré-colombianopreconcebidopré-datadopredeterminadopré-eleitoralpreeminente (superior)pré-encolhidopré-escolarpreestabelecidopré-estréiapré-fabricadoprefixado

pré-frontalpré-históriapré-industrialprejulgarpré-lançamentoprelaziapré-leiturapré-maritalpré-menstrual ■■ premierpré-molarpré-natalprenhezpré-normalpré-nupcialpré-operatóriopré-primáriopresbiterianopresciênciaprescienteprescindirprescrição (preceito)President (uísque)Presidente Venceslau

(SP)pré-socrático ■■ press releasepressagiarpresságiopressurizarpressurosoprestidigitador ■■ prêt-à-porterpretensãopretensiosopreto-açapreto-e-brancoPretória (Áf. do Sul)pretoria (repartição)prevalecerprevêem (verbo)pré-vendaprevenirpré-vocacionalprezado (estimado)prezarPríamo (mitologia)

380pôr-do-sol Príamo

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Price Waterhouseprima-donaprimaziaprimeira-damaprimeira mãoprimeiro-cadeteprimeiro-de-abrilprimeiro-ministroPrimeiro Mundoprimeiro-sargentoprimeiros socorrosprimeiro-tenente ■■ prime rate ■■ primum ■■ primus inter pares ■■ princepsPrinceton (EUA)prioresaprisão de ventreprivilegiadoprivilégiopró-americanopró-britânicoprócerprocesso-crimeprocônsulprocrastinarProcter & Gambleprocurador-geralProcuradoria-Geral ■■ pro domo suapródromosproeminente (saliente)profetisaprofícuoprofligar ■■ pro formapró-homem ■■ proh pudor!projéteisprojétilprojeto de leipró-laboreprolfaçaspromíscuopronta entregapronto-socorro

propensãoprópole ■■ pro rataproscênioproscrição (banimento)prospecçãoprospectoprostraçãoprostradoprotéicoprótonprotótipoprotozoárioproudhonianoprova dos novesprovectoProvença (França)proxenetaprudhommescopruridopsichê (móvel)psicodramapsique (alma)psiu!Ptolomeupúbispúblico-alvopudicíciapudico (dí)Puerto Montt (Chile)pufe (almofada)puídopula-pulapulepulo-do-gatopulôverpundonoroso ■■ punkPunta Arenas (Chile)Punta del Este (Ur.)purêpuro-sanguepurpúreopus (verbo, secreção)Pusan (Coréia do Sul)pusilânimepústula

Putifar (oficial)■■ putschpuxarpuxa-sacoPuy-de-Dôme (França)Pyongyang (Cor. Norte)Pyrénées (França)■■ puzzle

Qom (Irã)quacrequadragésimoquadrienalquadriênioquadrigêmeoquadringentésimoquadro-negroquadrúmanoquádruploquaisquer ■■ qualifying ■■ quand même ■■ quanta (plural)Quantum (carro)■■ quantum ■■ quantum satisquá-quá-quáquaradorQuaraí (RS)quararquarta-de-finalquarta-feiraQuarta-Feira de Cinzasquartanistaquarta-zagaquartel-generalQuartier Latin (Paris)quarto-zagueiro

381Price Waterhouse quarto-zagueiro

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quarto-de-milhaquartzoquarupquasarQuasímodo

(personagem)Quatá (SP)quatiquatro-olhosquatro-quartosQuebec (Canadá)quebra-cabeçaquebra-costelaquebra-galhoquebra-luzquebra-marQuebrangulo (gú)quebra-nozesquebra-quebraquebra-queixoquebra-ventoqueda-d’águaqueda-de-braçoqueijo-de-minasqueima-roupaQueiroz (SP)quena (flauta)Quênia (África)QuéopsquepeQuerétaro (México)quero-manaquero-queroquerosenequibequibebequíchua ■■ quidquiloquilogramaquilogrâmetroquilohertzquilotonquilovolt

quilowattquilowatt-horaquimonoqüingentésimoqüinquagenárioqüinquagésimoqüinqüenalqüinqüênioquinta-colunaquinta-essênciaquinta-feiraquíntuploquiosqueqüiproquóQuirguistãoquis (verbo)quisesse (verbo)■■ quislingquite (singular)quites (plural)quitinetequivi (fruta, ave)Quixeramobim (CE)Quixotequizilaquórumquóruns

Rabatrabelaisianorabichorabo-de-arraiarabo-de-cavalorabo-de-galorabo-de-palharabo-de-peixerabo-de-saiarabo-de-tatu

rabugemrabugentorabugiceradioamadorradioatividaderadioativoradioatorradioemissoraradioisótoporadiopatrulharádio-relógioradiorreceptorradiorreportagemradiossondaradiotáxiradiotelegrafistarafaelescoRafard (SP)■■ raffinéraglã ■■ ragtimeragu ■■ rail ■■ railwayrainha-mãeraiomraio XraízesraliRalph Lauren (grife)ramadãramerrãoRamsésrancheirarandevurangíferRangum (Birmânia)■■ rankingranzinzarã-pimentaraqueraqueteraquianestesiaraquidianoRas al-Khayma

(emirado)rasanteraso

382quarto-de-milha raso

Page 383: Manual de Redação e Estilo do Estadão

■■ rastafarirastaqüerarataplãratazana ■■ ratéRatisbona (Alem.)rato-de-esgotorato-do-matoRavena (Itália)Ravensbrück (Alem.)ravinaravióli ■■ ray-banRaytheonraziaReal Madrid (time)Rebeca (Bíblia)rebuliçorecauchutagemrecauchutarrecém-abertorecém-admitidorecém-chegadorecém-criadorecém-fabricadorecém-formadorecém-nascidorecém-publicadorecender (cheirar)recenseamentorechaçar ■■ réchaudrecheadorecipienteRecklinghausen (Alem.)recorde (cór)reco-recorecrear (divertir)recriar (criar de novo)recrudescerrecrudescimentoredargúi(s)redargüirredator-cheferedemoinhoReebok (marca)

reencarnaçãoreencarnarreentrânciareescalonamento ■■ refereereferendorega-bofe■■ reggaeregião-continenteRégis BittencourtRegnitz (rio)regozijarregozijoregra-de-féregra-de-trêsregra-trêsrégua-têregurgitarReichReichsratReichstagReichswehrreide (incursão)reidratarreimpressãoreisadoreivindicaçãoreivindicarrejeitarrejuvenescerrejuvenescimentorelações públicas

(atividade)relações-públicas

(profissional)■■ relaxrelé ■■ releaserelêemremanescenteremanescerremansosorema-remaRembrandtremelaremelexoremição (resgate)

Remingtonreminiscênciaremissão (envio)remissivo ■■ rempli de soi-même ■■ renardrenascençarenascerrenascimentoRenault (fábrica)Rennes (França)■■ rentréerepenicarrepercussãorepes (tecido)■■ replayrepreensãorepriseréproboréptilRepública ChecaRepública Dominicanarepuxorequeijãorequestarréquiem ■■ requiescat in pacerequisitorés (do chão)rês (gado)rescindirrescisãorescisóriorés-do-chãoresedáResende (RJ)reses ■■ resortresplandecenteresplandecerresplendênciaresplenderresplendorressumarressurrectoressurreição

383rastafari ressurreição

Page 384: Manual de Redação e Estilo do Estadão

ressuscitarrestabelecerrestabelecimentoréstiaretalhação (corte)retalharretaliação (revide)retaliarretorcerretorcidoretrato faladoretroaçãoretrósRetz (França)réu confessoreúnareúne(s)reúnemrevêem ■■ réveillonrevérberorevésrevezarrevezamentorevivescerrevivescimentoReykjavik (Islândia)rezarezarrezingarRh (fator)Rhode Island (EUA)Rhodia (empresa)■■ rhythm and bluesRiad (A. Saudita)Riccardi (palácio)RichelieuRichmond (EUA)ricochetericotarictoRifaina (SP)rijezarilkianoRimini (Itália)rinçagem (de cabelo)

rinchoringirringue (boxe)rinque (patinação)rinse (creme)rio-grandense-do-norterio-grandense-do-sulRio-Mar (Amazonas)riquixárissole ■■ ritardando ■■ ritenutoritmoRivoli (Itália)rixarizicultorriziculturarizomarizotônicoRobin HoodRobinson CrusoerobôrobustezRochdale (Inglaterra)Rochester (EUA, Ingl.)rocim (cavalo)rocinanterocio (orvalho)■■ rock ■■ rock-and-roll ■■ Rockefeller ■■ rock-n’-rollroda-giganteRódano (rio)roda-vivaRodes (Ásia)ródiorodíziorodoferroviáriorodriguianoRoentgenrói (verbo)Roland Garros (tênis)roleta-paulistaroleta-russarolimã

Rolling Stonesrolotêromançaromance-rio ■■ roman-fleuveRomanov (dinastia)Romêniaromenoromeu-e-julieta

(sobremesa)RondonronromRoosevelt ■■ roquefortRoraimarosácearosa-choquerosa-cruzRosário (Argentina)rosa-dos-ventosrosbifeRoseta (Egito)rosianorosiclerrosilhoRossio (praça)rotarianoRotary ClubrotisseriaRoterdã (Holanda)Rothschild■■ rottweiler (cão)Rouen (França)■■ roundrousseaunianorouxinolroxoRoyal Label (uísque)■■ royal straight flush ■■ royaltyRuanda (África)Rubaiyat (restaur.)■■ rubatoRubiácea (SP)Rubinéia (SP)rublo (moeda)rubrica (brí)

384ressuscitar rubrica

Page 385: Manual de Redação e Estilo do Estadão

rubro-negrorubro-verderuço (difícil, grisalho,

nevoeiro)Rude Pravo (jornal)rudezarúgbirugeruge-rugeRuhr (rio)ruim (ím)ruínarulê (gola)rum (bebida)rupia (pí)Rural Willys (carro)■■ rushrusso-americanorusso-brancorussofiliaRyukyu (ilhas)

SaarasaarianoSaatchi & SaatchiSabá (reino)sabá (bruxas, descanso)Sabadell (Espanha)sabe-tudosabiá-coleirasabiá-da-matasabiá-laranjeirasabre-baionetasabujicesaçaricarsaçaricosacarídeosaca-rolhasSacco e Vanzetti

sacerdotisasaci-pererêSacré-CoeursacristãsacrossantosadomasoquismoSaenz Peña (Rio)safárisagacíssimosagüeirosagüiSaí (Barra do)saia-balãosaia-calçasaia-envelopesaia-justa (situação

difícil)saída-de-banhosaída-de-praiaSaint-Denis (Reunião)Saint-Germain-des-PrèsSaint John’s (Antígua)Saint Louis (EUA)Saint Martin (Caribe)Saint-Paul (EUA)Saint Petersburg (EUA)Saint-Pierre-et-

MiquelonSaint-Tropez ■■ saisonsala-e-dois-quartossala-e-quartosala-e-três-quartossalário-famíliasalário mínimosalário-tetoSalem (EUA)Sales Oliveira (SP)sal-gemaSalisbury (Inglaterra)Salmorão (SP)salmourasalobroSalonica (ní)sal

salsaparrilhasalsichasalta-caroçosaltimbancoSalt Lake City (EUA)salto-mortalsalva-vidassalve-rainhasalve-se-quem-pudersalvo-condutoSalzburgo (Áustria)Samaria (rí)Samarcanda

(Usbequistão)samba-cançãosamba-de-rodasamba-enredoSamoa OcidentaisSampdoria (time)SamsungSanaa (Iêmen)San Antonio (EUA)sanção (pena ou

promulgação)San Cristóbal (Rep.

Dominicana)■■ sanctusSan Diego (EUA)sanduícheSandwich (ilhas)sangue-frio (calma)sanguessugasanguíneosanguinolentoSan Isidro (Arg.)saníssimoSan José (C. Rica)San Juan (P. Rico)San Lorenzo (time)San Marino (país)San MartínSan Miguel (El Salv.)San Remo (Itália)San Salvador (El Salv.)Sansão (Bíblia)

385rubro-negro Sansão

Page 386: Manual de Redação e Estilo do Estadão

sânscrito ■■ sans-culotteSan Sebastián (Esp.)sansei ■■ sans peur et sans

reprocheSans-Souci (castelo)Santa Bárbara d’Oeste

(SP)Santa Clara d’Oeste

(SP)Santa Cruz de la SierraSanta Gertrudes (SP)Santa IfigêniaSanta Monica (EUA)Santana da Ponte Pensa

(SP)Santander (Espanha)Santa Rita d’Oeste (SP)Santa Rosa de Viterbo

(SP)Santiago del Estero

(Argentina)Santo Antônio de Posse

(SP)Santópolis do Aguapeí

(SP)Santos DumontSanyoSão Domingos (país)São Domingos (Rep.

Dominicana)São Francisco (EUA)são-joaninosão-joão (o dia 24/6)São João del Rey (MG)São João de Meriti (RJ)São João do Pau d’Alho

(SP)São Luís (MA)São Luís do Paraitinga

(SP)São Manuel (SP)são-paulinosão-pedro (o dia 29/6)São Petersburgo

São Tomé das LetrasSão Tomé e PríncipeSão Vicente de Paulosapésapo-boisapo-cururusaponáceoSaporo (Japão)sapotisaquê (bebida)Saragoça (Espanha)Sarajevo (Bósnia)Sarapuí (SP)Sardenha (Itália)Sargaços (mar)sargento-morsari (roupa)sarjetasartriano ■■ sashimisassafrássatãsatanásSatiriconsátrapasaúda(m,s)saúde(m,s)saussuriano ■■ sautéeSavannah (EUA)Savóia (França)■■ savoir-faire ■■ savoir-vivresaxsax-tenoristasazãosazonalsazonar ■■ scannerScaramouche ■■ scherzando ■■ scherzoSchleswig-Holstein

(Alemanha)■■ scholar ■■ scotch

■■ scratchman ■■ scratchmen (plural)■■ scriptScutari (Albânia)Seattle (EUA)sebáceoSebastopol (Ucrânia)seção (parte)secção (corte)seccionalseccionarsecessãosecretário-geralsedã (carro)Sedan (França)sediarsega (ceifa)segeSegovia (Espanha)segunda-feirasegunda mãosegundanistasegundo-cadetesegundo-sargentosegundo-tenenteseguro-depósitoseguro-desempregoseguro-saúdeseguro-viagemSeicho-no-Ieseiscentésimoseiscentismoseixo ■■ self-made man ■■ self-serviceselvageriasem-casasem-cerimônia

(informalidade)sem-cerimoniososem-dinheirosêmensem-fimsemi-abertosemi-analfabeto

386sânscrito semi-analfabeto

Page 387: Manual de Redação e Estilo do Estadão

semi-áridosemi-automáticosemibárbarosemiconsciênciasemideussemi-eixosemi-especializadosemifinalsemifinalistasemi-internatosemimanufaturadosemi-obscuridadesemi-racionalsemi-selvagemSemíramissemitransparentesemi-úmidosemivogalsem-justiçasem-larsem-luzsem-nomesem-númerosem-pãosem-parsempre-vivasem-pudorsem-pulosem-razãosem-salsem-terrasem-tetosem-vergonhasenãosenegalêsSenhor do Bonfim (BA)senhoril (nobre)senhorio (dono)sêniorsenioressensoriamentosensório (sensível)septetosepticemia

sépticosequazseqüelaseqüênciasequerseqüestrarseqüestro ■■ serial killersericiculturaseridóseriemaseriíssimoser-para-a-morteSerra Leoa (África)Serro (MG)Sérvia (Europa)servo-croataservossistemaSésamoSesóstris (faraó)sesquicentenáriosesquipedalsessão (reunião)Set (Bíblia)■■ setsete-barbassete-belosete-e-meiosetingentésimo■■ setter (cão)setuagenáriosetuagésimosétuploseu-vizinho (dedo)sevandijaSeverínia (SP)Sevilha (Espanha)Sèvres (França)sexagenáriosexagésimo ■■ sex-appealsexcentésimo■■ sex shop■■ sex symbol

sexta-feiraSexta-Feira Santasextanistasextantesextetosexto sentidosêxtuplo ■■ sexySeychelles (ilhas)sezão (febre)Sfax (Tunísia)Sforza (família)■■ sforzandoShakespeareshakespearianoShangri-lá■■ sharewareSharjah (emirado)Sheffield (Inglaterra)Shell (empresa)Sherlock HolmesShetland (arquip.)■■ shimmy ■■ shofar (trombeta)■■ shopping center ■■ short ■■ show ■■ show biz ■■ show business ■■ showman showmício ■■ showroom ■■ shuntShylock (personagem)siamêsSicíliasicofantasicrano ■■ side-carSídon (Líbano)sidra (vinho)SiegfriedSiemensSiena (Itália)■■ sikh

387semi-árido sikh

Page 388: Manual de Redação e Estilo do Estadão

sílexsilício (elemento)■■ silk-screensilvícolasilvicultura ■■ similia similibus

curantursimplíssimosimultaneidadeSinaisinal-da-cruz ■■ sine die ■■ sine qua nonsinergiasinhá-moçasinhá-velhasinhô-moçosinhô-velhoSin-kiang (China)sinonímiasino-russosino-tibetanoSintra (Portugal)sinucasinusite ■■ siouxsirSiracusa (Itália)sirenesiri-molesírio-libanêsSírius (estrela)sisa (imposto)sisalSísifo (mitologia)siso (juízo, dente)sistema solarSistina (Capela)sistino (de Sisto)Sisto (papa)sístolesisudezsisudo ■■ skate■■ skunk (droga)

■■ slack ■■ slang ■■ slide ■■ sloganSmith ■■ smoking ■■ smorzando ■■ soap operasobe-e-descesobrancelhasobreavisosobrecasacasobreexcedersobrefaturamentosobre-humanosobrelojasobre-restarsobre-saiasobrescritarsobrescritosobressairsobretaxasobrevôosoçaite ■■ soccer social-democraciasocial-democrata ■■ socialitesocioculturalsocioeconômicosócio-gerentesociolingüísticosociopolíticosócio-torcedorsoçobrarsoco-inglêssoezsofá-camaSófia (Bulgária)Sófoclessofocliano ■■ software ■■ soi-disant ■■ soiréesóis (pl. de sol)Solferino (Itália)

Solingen (Alem.)Sólonsol-postosol-quadradosolstíciosomatóriosomenos importânciaSomerset (Inglaterra)Something Special

(uísque)Somme (França)soporíferoSorbonne (França)Sorrento (Itália)sortir (abastecer)soslaiosossegarsossegosótãoSotheby’sSousaSousândradeSouthampton

(Inglaterra)■■ souvenirSouza Cruz (empresa)Soviete ■■ soyuSpa (Bélgica)spa (hotel)■■ spaghetti western ■■ sparring ■■ speaker ■■ speech ■■ spiccato ■■ spiritualSpoleto (Itália)■■ spot ■■ spray ■■ spreadSpringfield (EUA)■■ sprinkler ■■ sprinterSri LankaSrinagar (Índia)■■ staccato ■■ staff

388sílex staff

Page 389: Manual de Redação e Estilo do Estadão

Stafford (Inglaterra)Stalingradostalinismostalinista ■■ standard ■■ stand byStanovoi (montes)■■ star ■■ starletStaroup (marca)■■ starter ■■ starting gateStates ■■ status ■■ status quo ■■ steeple-chaseSteinhägerStendhalstendhaliano ■■ stop ■■ storyboard ■■ stradivarius ■■ straight flush ■■ strapontinStratford on Avon

(Inglaterra)■■ stricto sensustrindberguiano■■ stripper ■■ strip-tease ■■ strip-teaserStromboli (ilha)Stuart ■■ studStuttgart (Alem.)Suábia (Alem.)Suaçuí (rio)suasórioSuazilândiasubalimentadoSubaru (carro)sub-basesub-bosquesubchefesubconscientesubdelegadosubeditoria

subempregosubentendersubentendidosubestaçãosubgrupo ■■ sub judicesublegendasubmetralhadorasubordemsubprefeiturasub-regiãosubscreversubscriçãosubscritosubsecretáriosubseqüentesubstabelecersubstituisubtítulosubumanosucatearsucatamentosucçãosucedâneosucintosucroalcooleirosuçuaranaSud Menucci (SP)suéterSuez (cid., canal)suflêsufragâneoSuíça ■■ sui generissuingue ■■ sukyakisul-africanosul-americanosul-asiáticosul-coreanosul-iemenitasul-mato-grossensesul-rio-grandensesul-vietnamitaSuma Teológicasumô ■■ sundae

superaquecimentosuperávitsupercampeãosuperdotadosuperestimarsuper-homemsuper-humanosuperintendenteSupermansuperpotênciasuper-realismosupersecreto ■■ superstarsuperstiçãosupersticiososupetãosupra-axilarsupracitadosupra-excitarsupra-humanosupra-orbitáriosuprapartidáriosupra-renalsupra-sumoSurabaya (Indonésia)surdezsurdo-mudezsurdo-mudosurfeSuriname ■■ surmenagesurpresasurripiar ■■ sursis ■■ sursum cordasurtir (produzir)Susa (cidades)suscetibilidadesuscetívelsuscitarsuserano ■■ sushisuspicazSussex (Inglaterra)sussurrantesussurrosutache

389Stafford sutache

Page 390: Manual de Redação e Estilo do Estadão

sutiãSuva (Fiji)Suzano (SP)SuzukiSwansea (Inglaterra)■■ swap ■■ sweepstake ■■ swingSwissair (empresa)Sydney (Austrália)Sylt (Alemanha)Syracuse (EUA)

Tabapuã (SP)taberna ■■ tableauTaboão da Serra (SP)Tabriz (Irã)tabua (bú) (planta)tábua (ripa)tabuadatabuleirotabuletatacha (prego)tachar (acusar)Tacuarembó (Uruguai)■■ taedium vitae ■■ tae kwon do ■■ tai chi chuan ■■ tailleurTaipéTaísTaiti (ilha)Taiwan (Formosa)Tai-Yuan (China)Tajiquistão Taj MahalTales (filósofo)talharimtalho-doce

talião ■■ talk showTallahassee (EUA)Tallin (Estônia)talveguetamarindotâmilTâmisa (rio)tampoucoTanganica (África)Tânger (Marrocos)tangerinaTannhäusertantãtântalo (metal)Tanzânia (África)taoísmoTaormina (Itália)tão-sótão-somentetapa-buracoTapajós (rio)tapa-olhotapa-sexo ■■ tape deck ■■ tape recorderTapiraí (SP)Tarabai (SP)tarântulaTarn (França)Tarpéia (rocha)Tarragona (Espanha)tarraxatatametateartatibitatetátiltatotatu-canastratatu-galinhaTatuí (SP)taxa (tributo)taxar (tributar)taxativo taxi aéreo ■■ taxi-girl

taxionomiataylorismoTbilisi (Geórgia)tchãtchauTeacher’s (uísque)teatro-revistaTechnics (marca)teco-tecote-déum ■■ teen-agerTeerãteipeteiúTejupá (SP)Tel-Avivtelemarketingtelespectadortelevisionamentotelevisionartelevisualtelextelha-vãTelstar (satélite)tem (singular)têm (plural)tempuratenção (intenção)têndertenente-brigadeirotenente-coroneltenente-coronel-aviadortenente-do-martenente-generalTenerifeTennessee (EUA)Tenochtitlán (México)tensão (retesamento)■■ tenue de villeTeófilo Otôni (MG)teófilo-otonenseTeotihuacán (México)tepideztequilaterçã (febre)terça-feira

390sutiã terça-feira

Page 391: Manual de Redação e Estilo do Estadão

terceira idadeterceiranistaterceiro-mundismoterceiro-mundistaTerceiro Mundoterceiro-sargentoterçolterebintinaTeresaTeresina (PI)TeresinhaTeresópolistergiversartérmitatermodinâmicatermoelétricatermonuclearTerpsícore (musa)terra-a-terraterra-nova (cão)terraplenagemterraplenarterráqueo ■■ tertiusTeseu (herói)tesoureiro-geralTessalonica (ní)tessituratesta-de-ferrotestemunha-de-jeová

(pessoa)Testemunhas de Jeová

(seita)■■ tête-à-têtetetracampeãotetrassílaboTétis (mitologia)teuto-brasileirotevêtêxtiltexto-legendaThorne’s (uísque)Three Mile Island ■■ thrillerThunderbird (carro)tia-avó

TiagoTibagi (PR)Tibete (Ásia)tibiezatico-ticotiêTien-tsin (China)Tiffany’stigelatigre-asiático

(mosquito)tigre-de-bengalatigresaTijipióTilsit (Rússia)■■ timer ■■ time-sharing ■■ timingTimor (ô)tínertintim por tintimtio-avôtiquetique-taquetiquetaqueartíquetetíquete-refeiçãotíquete-restaurantetira-cismatiracolotira-gostotira-linhastira-manchastira-prosatira-provastira-teimastireóidetireoidectomiatiro-de-guerratisanaTitãtitititítulo-chaveTívoli (Itália)tiziutoalete

tobogãTobruk (Líbia)toca-discostoca-fitasTodos os Santostodo-poderosoTomástomara-que-caiatonitruanteTonquim (Vietnã)topa-tudotopázioTopeka (EUA)■■ topless ■■ top modeltoque de MidasTóquioTorá (livro)torácicotóraxtorçãoTordesilhastóri (partido)tornassoltorna-viagemtorneio relâmpagotornozelotorquêsToshiba (empresa)totem ■■ touchétoucinhoToulon (França)Toulouse (França)toupeiraTouraine (França)■■ tour de forceTours (França)■■ tout court ■■ tout est bien qui finit

bientoxidezToyota (empresa)tragicomédia ■■ trailer ■■ train

391terceira idade train

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■■ trainingtraíratraiutrâmueitranqüilizartranqüilotranscendênciatranscendentaltranscendertranseunteTransiberianatransidoTransilvâniatransistor (ôr)transitoriedadeTranskei (África)transubstanciaçãoTransvaal (Áf. do Sul)transvazarTrapani (Itália)trapéziotrapichetrás (atrás)trasanteontemtraseiratraseirotrasladartrasladoTrás-os-Montes ■■ traveller check ■■ travellingtravéstraz (conduz)trecentésimo ■■ trekkingtrem-balatreme-tremetrês-estrelinhastriatloTrianon (parque)tricampeãotricôtricolinetridimensionaltrigésimotrilionésimo

Trindade (ilha)Trinidad e Tobagotrinitroglicerinatrinitrotoluenotrinta-e-dois (arma)trinta-e-oito (arma)trio elétricotripanossomíasetripanossomotríplexTrípolitriticulturatriz (por um...)Trocadéro (palácio)troca-tintastroca-trocatroletrólebustrololótromba-d’águatrompeteTrondheim (Noruega)trotskista ■■ trottoir ■■ trouvailletrouxatrouxe-mouxeTroyes (França)Trujillo (cidade)trupetrustetruz (de...)tsé-tsé (mosca)■■ t-shirtTsushima (Japão)tuaregueTübingen (Alemanha)TucídidesTucson (EUA)Tucumán (Argentina)Tucuruí (hidrelétrica)tuiuiúTuiuti (batalha)Tulherias (palácio)tulipa (lí)Tulsa (EUA)

tumescênciatumidezTumucumaque (serra)Túnis (Tunísia)Tupac Amaru (inca)Tupanciretã (RS)tupi-guaraniturboéliceturborreatorturco-árabeTurcomenistão (Europa)turfeturgidezTuriaçu (rua, cidade)Turim (Itália)Turíngia (Alemanha)Turku (Finlândia)turnêturnedô ■■ turn overturquesa Turquestão (Ásia)Tutancâmon (faraó)Tutmés (faraó)■■ tutti quantituxaua ■■ tweed ■■ twistTwyla Tharp DancetxucarramãeTyne (rio)Tyrrell (F-1)

Uagadugu (B. Fasso)Uaupés (rio)úbere (fértil, teta)ubiqüidadeubíquoUbu Rei (peça)

392training Ubu Rei

Page 393: Manual de Redação e Estilo do Estadão

ucasseUcayali (rio)Uchoa (SP)UcrâniaÚdine (Itália)uirapuruuísqueuíste (jogo)Ulan-Bator (Mongólia)Ulisses (herói)Ulster (Irlanda)ultimatoultra-aquecidoultracentrífugaultra-realistaultra-secretoultra-somultravioletaUlysses (Joyce)Um-al-Qiiwayn

(emirado)umbilicalumedecerúmeroumidadeúmido ■■ undergroundungüentounha-de-fomeUnion JackunissexunissexualuníssonoUniversíadaUppsala (Suécia)■■ up-to-dateUraguai (poema)Urais (montes)Ural (rio)uralo-altaicoUrano (planeta)■■ urbi et orbiureter (tér)urso-brancourubu-rei

UruguaiUrundi (África)Urupês (SP)urzeUsbequistãouseiroUshuaia (Argentina)usucapiãousufrutoUtah (EUA)Utica (EUA)■■ uti possidetisUtrecht (Holanda)úveauxoricídio

Vaal (rio)vadear (passar a vau)vade-mécumvadiar (vagabundar)Vaduz (Liechtenstein)■■ vae victis!vaga-lumevagão-dormitóriovagão-leitovagão-restaurantevagão-tanquevagemvai-da-valsaVai-Vai (esc. samba)vaivémVal-d’Isère (França)Valdívia (Chile)Val-d’Oise (França)vale-compraValença (RJ)Valência (Espanha)valer a pena

vale-refeiçãovale-transportevale-tudoValhala (mitologia)válido (sadio)valido (lí) (protegido)valiseValladolid (Espanha)Vallauris (França)Valparaíso (SP e Chile)valquíriavan (tipo de carro)Vancouver (Canadá)Varese (Itália)Vargem Grande do Sul

(SP)variz(es)várzeavarzeanovasectomiavaselinavasodilatadorVaucluse (França)■■ vaudevillevaza (de jogo)Vaza-Barris (rio)vazantevazãovazarvazioveado-campeiroveado-catingueiroveado-galheiroveado-mateirovedetevêem (verbo ver)vegetomineralVelásquez (pintor)velha-guardaVelho Oestevêm (verbo vir)Vendéia (França)vendeta ■■ vendeuseVenécia (Itália)

393ucasse Venécia

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venéreoVeneza (Itália)Ventimiglia (Itália)ventríloquovenusianoVeracruz (México)Vera Cruz (cinema)■■ verbi gratia ■■ verbo ad verbumverbo-nominalVercingetórixverde-abacateverde-águaverde-amareloverde-azulverde-bandeiraverde-cinzaverde-claroverde-e-amareloverde-e-rosaverde-escuroverde-esmeraldaverde-gaioverde-garrafaverde-marverde-montanhaverde-musgoverde-negroverde-olivaverde-parisverde-piscinaVerdun (França)veredictoverlainiano ■■ vermeilVermont (EUA)vermute ■■ vernissagevernizVer-o-Peso (mercado)verossímilverossimilhançaVersailles (carro)Versalhes

■■ versusvesículaVésper (Vênus)VespúcioVesúvio (vulcão)vetustezvezeirovezo (costume)via-crúcisviagem (percurso)viajem (percorram)Via-LácteaViareggio (Itália)via-sacravice-almirantevice-campeãovice-cônsulvice-governadorvice-líderVicente de PauloVicenza (Itália)vice-prefeitovice-presidentevice-primeiro-ministrovice-reivice-versaVichy (França)vicissitudeVictoria (Austrália,

Hong Kong eCanadá)

vídeovideocassetevideoclipevideoclubevideodiscovideogamevideojogovideolaservideopôquervideoteipevideotextoViedma (Argentina)Vientiane (Laos)viés

vietcongueVietminh (Vietnã)Vietnãvigervigésimo ■■ vikingVillegaignonVillejuif (França)Villena (Espanha)VilleneuveViña del Mar (Chile)viola-de-cochovioleteiravira-casacavira-e-mexevira-latavira-mundovira-voltaVirgílioVirgínia (EUA)Virgulino (Lampião)virtuose ■■ vis-à-visvísceravisceralViscontiviscoseViseu (Portugal)Vishnu (deus)visomvista-d’olhosVitória (lago)vitória-régiavitral (ais)vítreovitrineVittoria (Itália)Vittorio Veneto (It.)viúva-negraviva-vozvivazvívido (ardente)vivido (experiente)vivissecçãovizinhançavizinho

394venéreo vizinho

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vizirVladimir (Rússia)Vladivostok (Rússia)Vltava (Rep. Checa)vocalisevoçorocavodcavodu ■■ voile (tecido)vôleivoleibolVolgogrado (Rússia)Volkswagenvolovãvoltvoltairianovolt-ampèrevoluptuosovôngolevôo(s)Vorochilovgrad

(Ucrânia)voto de Minerva■■ voucher

(comprovante)■■ vox populi, vox DeiVoyage (carro)■■ voyeur ■■ voyeusevoyeurismovultoso (volumoso)

waffleWal-MartWagnerwagnerianoWagram (Áustria)

Waikiki (Havaí)

■■ walkie-talkie ■■ walk-overWall Street ■■ warrantwarrantagemWarwickshire

(Inglaterra)

Washington ■■ water closetWaterloowatt ■■ week-endWehrmachtWeimar■■ weimaraner (cão)

WellingtonWembleyWenceslau Braz (MG)

wertheriano ■■ westernWestinghouseWestminster (abadia)

West Point (EUA)

■■ whigWhite Horse (uísque)

White Label (uísque)

Wichita Falls (EUA)

Wiesbaden (Alem.)Wight (Inglaterra)

wildianoWilhelmshaven (Alem.)Willemstad (Curaçau)

Williams (F-1)

Willys OverlandWilmington (EUA)

WimbledonWinchesterWindsorwindsurfeWinnipeg (Canadá)

Wisconsin (EUA)

wishful thinkingWolfsburg (Alem.)WoodstockWorcester (Inglaterra)

■■ workaholic ■■ workshopWroclaw (Polônia)

Wyoming (EUA)

xadrezxaleXambioá (TO)

xampuXangai (China)

xantungueXanxerê (SC)

xaréuxavante (índio)

xaxadoxaximxelimXenofontexeque (árabe)

xeque (xadrez)

xeque-matexeretaxerezXerezadexerifexerocarxeroxXerxesxícaraxifópagoximango

395vizir ximango

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xinximXiquexique (BA)Xiva (deus)xodóxogumxotexucro

Yale (EUA)YaltaYamagata (Japão)yangYang-tse-kiang (rio)YashicaYellowstone (EUA)Ye Monks’ (uísque)Yeso (Japão)■■ yin ■■ yin-yangYokohama (Japão)Yom Kippur

YorkYorkshire (Inglaterra)Yosemite (EUA)Yucatán (México)Yukon (EUA)Yun-kang (mosteiro)■■ yuppie

zaga-centralZagreb (Croácia)zagueiro-centralZahar (editora)zainoZaire (África)Zakspeed (F-1)Zambeze (rio)Zâmbia (África)zangãoZanzibar (África)Zaqueuzarabatana

Zaragoza (time)Zaratustrazarzuelazás-trászéfirozenZenão (filósofo)zen-budismoZend Avestazênitezepelimzé-pereirazé-povinhozero-quilômetroziguezagueziguezaguearZimbábue (África)zíperzoadazoarzoeirazôo(s)■■ zoomZoroastroZumbizunzumzunzunzumZurique (Suíça)Zwickau (Alem.)

396xinxim Zwickau

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PESOMultiplique o nº de Por Para obter o equivalente emArrobas 15 QuilosBushels (trigo) 25,401168 QuilosBushels (milho) 25,401168 QuilosBushels (aveia) 14,51495 QuilosBushels (soja) 27,21553 QuilosBushels (farelo de soja) 27,21553 QuilosLibras 0,4535923 QuilosOnças 28,349 GramasOnças troy 31,10347 GramasQuilogramas 2.204,622 LibrasToneladas 1.000 QuilosToneladas curtas (1) 907,19 QuilosToneladas longas (2) 1.016 Quilos(1) Também conhecidas como toneladas americanas.(2) Também conhecidas como toneladas britânicas.Obs.: Caso seja necessário transformar qualquer medida da coluna da direita em unidade

da coluna da esquerda, basta pegar o dado escolhido e dividi-lo pelo fator da colunado meio. Ex.: para transformar 100 quilos de aveia em bushels, basta dividir 100 por14,51495.

ÁREAMultiplique o nº de Por Para obter o equivalente emAcres 0,4046856224 HectaresAcres 4046,8564224 Metros quadradosAres 0,0247105 AcresHectares 2,47105 AcresMetros quadrados 1,19599 Jardas quadradasHectares 10.000 Metros quadradosAlqueires mineiros 48.400 Metros quadradosAlqueires do Norte 27.225 Metros quadradosAlqueires paulistas 24.200 Metros quadradosBraças quadradas 3,052 Metros quadradosBraças de sesmaria 14.520 Metros quadradosQuadras quadradas 17.424 Metros quadrados

Obs.: Caso seja necessário transformar qualquer medida da coluna da direita em unidadeda coluna da esquerda, basta pegar o dado em questão e dividi-lo pelo fator da colu-na do meio. Ex.: para transformar 100 hectares em acres, basta dividir 100 por0,4046856224.

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COMPRIMENTOMultiplique o nº de Por Para obter o equivalente emBraças 1,8288 MetrosJardas 0,9144 MetrosMetros 1,09361 JardasMetros 39,3701 PolegadasMilhas náuticas 1.852 MetrosPés 30,48 CentímetrosPolegadas 2,54 CentímetrosQuilômetros 0,621371 Milhas estatutáriasMilhas terrestres 1,609344 QuilômetrosQuilômetros 0,539957 Milhas náuticasPalmos 22 Centímetros

Obs.: Caso seja necessário transformar qualquer medida da coluna da direita em unidade dacoluna da esquerda, basta pegar o dado escolhido e dividi-lo pelo fator da coluna domeio. Ex.: para transformar 100 metros em jardas, basta dividir 100 por 0,9144.

VOLUME E CAPACIDADE

Multiplique o nº de Por Para obter o equivalente emBarris (de petróleo) 0,1589872 Metros cúbicosBarris (de petróleo) 158,98 LitrosGalões (1) 3,785 Litros

Obs.: Caso seja necessário transformar qualquer medida da coluna da direita em unidadeda coluna da esquerda, basta pegar o dado escolhido e dividi-lo pelo fator da colunado meio. Ex.: para transformar 100 litros em galões, basta dividir 100 por 3,785.

(1) Essa medida refere-se à capacidade, em litros, de um galão norte-americano. Há umadiferença entre este e o galão inglês em termos de volume: o galão norte-americanopossui 3.785 centímetros cúbicos, enquanto o galão inglês possui 4.546 centímetroscúbicos (também chamado de galão imperial).

VELOCIDADE

Multiplique o nº de Por Para obter o equivalente emMilhas por hora 1,609344 Quilômetros por horaNós 0,514444 Metros por segundoQuilômetros por hora 0,5396 NósPés por minuto 0,5080 Centímetros por segundo

Obs.: Caso seja necessário transformar qualquer medida da coluna da direita em unidadeda coluna da esquerda, basta pegar o dado escolhido e dividi-lo pelo fator da colunado meio. Ex.: para transformar 100 quilômetros por hora em milhas, basta dividir100 por 1,609344.

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