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1 Fotorreceptor e sua influência no ciclo circadiano dezembro/2014 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014 Fotorreceptor e sua influência no ciclo circadiano Natália Weidlich [email protected] Pós graduação em iluminação e design de interiores Instituto de Pós-Graduação - IPOG Porto Alegre, RS, 23 de maio de 2014 Resumo O presente estudo tem o objetivo de provocar reflexões sobre a influência que a luz exerce na regulação do ciclo circadiano humano tendo como base de pesquisa o cruzamento de informações descritas em artigos acadêmicos pesquisados durante os meses de março, abril e maio de 2014. Com o desenvolvimento tecnológico as pessoas estão mais expostas a diferentes fontes de iluminação que podem estar influenciando o cumprimento de suas funções fisiológicas. Estudos apontam que a alteração do ciclo circadiano estaria provocando alterações comportamentais que podem chegar no desenvolvimento de doenças como obesidade, diabetes, câncer. Tem-se percebido o aumento de sintomas como estresse, ansiedade, insônia e depressão. Tais fatos são percebidos como características de comportamento de setores da sociedade cosmopolita e podem estar sendo desencadeados por excesso de exposição à fonte de luz branca fria. Foram analisados diferentes artigos disponíveis online base de dados Scielo, Bireme, NCBI, JCI (The Journal of Clinical Investigation). Foram pesquisados artigos das áreas de neurosciência, psicologia, cronobiologia, fotobiologia, arquitetura e iluminação. Os resultados encontrados indicam que a incidência da luz altera o ciclo circadiano de humanos, porém ainda não se pode afirmar cientificamente quais os tipos e quantidades de luz são efetivas para provocar o descompasso do ciclo. Concluiu-se que a exposição constante à fonte de luz artificial branca fria ao longo do tempo, e principalmente à noite, tem consequência sobre o ciclo circadiano e pode provocar o desequilíbrio do relógio biológico acarretando diversos malefícios à saúde. Palavras-chave: Fotorreceptor. Ciclo Circadiano. Iluminação. Relógio Biológico. 1. Introdução O presente estudo se insere na área de iluminação e sua influência sobre o comportamento humano. Com o aumento do uso de computadores, tablets, smartphones e pela extensão da jornada de 8 horas de trabalho os habitantes de centros urbanos têm se mostrado mais ansiosos, impacientes e pessimistas. Em busca de realização pessoal, dinheiro e notoriedade, a sociedade cosmopolita se encontra em ritmo acelerado de trabalho, gasto e ostentação. Cresce o número de reportagens nos principais veículos de mídia sobre os efeitos do estilo de vida contemporâneo na saúde da população. Por influências externas, o ritmo social se impõe ao ritmo biológico. Pela manhã, acordamos com o alarme do despertador. Ao chegarmos ao trabalho nos conectamos à urgência da rotina e chegando em casa nos conectamos aos compromissos pessoais. Como resultado nosso sistema biológico se confunde, perde o equilíbrio e demoramos mais para dormir. No dia seguinte estamos irritados e impacientes. Na semana seguinte, insônia. Após um ano, talvez a depressão. Iniciativas governamentais incentivam o uso de lâmpadas LED e fluorescentes

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Fotorreceptor e sua influência no ciclo circadiano dezembro/2014

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014

Fotorreceptor e sua influência no ciclo circadiano

Natália Weidlich – [email protected]

Pós graduação em iluminação e design de interiores

Instituto de Pós-Graduação - IPOG

Porto Alegre, RS, 23 de maio de 2014

Resumo

O presente estudo tem o objetivo de provocar reflexões sobre a influência que a luz exerce

na regulação do ciclo circadiano humano tendo como base de pesquisa o cruzamento de

informações descritas em artigos acadêmicos pesquisados durante os meses de março, abril

e maio de 2014. Com o desenvolvimento tecnológico as pessoas estão mais expostas a

diferentes fontes de iluminação que podem estar influenciando o cumprimento de suas

funções fisiológicas. Estudos apontam que a alteração do ciclo circadiano estaria

provocando alterações comportamentais que podem chegar no desenvolvimento de doenças

como obesidade, diabetes, câncer. Tem-se percebido o aumento de sintomas como estresse,

ansiedade, insônia e depressão. Tais fatos são percebidos como características de

comportamento de setores da sociedade cosmopolita e podem estar sendo desencadeados

por excesso de exposição à fonte de luz branca fria. Foram analisados diferentes artigos

disponíveis online base de dados Scielo, Bireme, NCBI, JCI (The Journal of Clinical

Investigation). Foram pesquisados artigos das áreas de neurosciência, psicologia,

cronobiologia, fotobiologia, arquitetura e iluminação. Os resultados encontrados indicam

que a incidência da luz altera o ciclo circadiano de humanos, porém ainda não se pode

afirmar cientificamente quais os tipos e quantidades de luz são efetivas para provocar o

descompasso do ciclo. Concluiu-se que a exposição constante à fonte de luz artificial

branca fria ao longo do tempo, e principalmente à noite, tem consequência sobre o ciclo

circadiano e pode provocar o desequilíbrio do relógio biológico acarretando diversos

malefícios à saúde.

Palavras-chave: Fotorreceptor. Ciclo Circadiano. Iluminação. Relógio Biológico.

1. Introdução

O presente estudo se insere na área de iluminação e sua influência sobre o comportamento

humano. Com o aumento do uso de computadores, tablets, smartphones e pela extensão da

jornada de 8 horas de trabalho os habitantes de centros urbanos têm se mostrado mais

ansiosos, impacientes e pessimistas. Em busca de realização pessoal, dinheiro e notoriedade,

a sociedade cosmopolita se encontra em ritmo acelerado de trabalho, gasto e ostentação.

Cresce o número de reportagens nos principais veículos de mídia sobre os efeitos do estilo

de vida contemporâneo na saúde da população. Por influências externas, o ritmo social se

impõe ao ritmo biológico. Pela manhã, acordamos com o alarme do despertador. Ao

chegarmos ao trabalho nos conectamos à urgência da rotina e chegando em casa nos

conectamos aos compromissos pessoais. Como resultado nosso sistema biológico se

confunde, perde o equilíbrio e demoramos mais para dormir. No dia seguinte estamos

irritados e impacientes. Na semana seguinte, insônia. Após um ano, talvez a depressão.

Iniciativas governamentais incentivam o uso de lâmpadas LED e fluorescentes

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indiscriminadamente. Tais iniciativas são justificadas pela busca de maior economia

energética, mas estariam levando em conta os possíveis impactos sobre a saúde da

população? Faz-se necessário incentivar reflexões sobre o uso adequado das novas

tecnologias disponíveis em iluminação e sua possível consequência sobre o funcionamento

do corpo humano. Até que ponto a rotina cosmopolita nos afeta? Por que devemos buscar o

equilíbrio com nosso relógio biológico? Qual a influência da luz neste contexto?

Na espécie humana, o ciclo claro/escuro é reconhecidamente um dos mais

importantes sinais ambientais capazes de “acertar nossos relógios”, mas há

também um papel importante desempenhado por estímulos sociais como horários

de trabalho, lazer, refeições, enfim, interações sociais. O fato de distintos ciclos

ambientais exercerem influência sobre nossos sistemas de temporização promove

uma relativa plasticidade que nos permite, por exemplo, alterarmos nossa rotina ou

adaptarmo-nos a mudanças de fuso horário. No entanto, há limites para essa

plasticidade, que impedem, por exemplo, a adaptação completa de nossos ritmos

biológicos ao trabalho noturno. Menna-Barreto (2007:135)

Há uma população de células ganglionares dentro do olho que são diretamente

sensíveis à luz e atuam como detectores de brilho; estas células regulam tanto o

ritmo circadiano quanto a síntese de melatonina. Entender os trajetos desses

“fotorreceptores circadianos”, e também as características da luminosidade

ambiente usada para seu condicionamento, tem sido e continuarão sendo

fortemente dependentes da maneira apropriada de uso e medição dos estímulos

luminosos. (Foster, 2007:3).

2. Visão e ciclo circadiano

Conforme MOURA (2008), “para que haja ritmicidade circadiana em um ser vivo é

necessário que alguma estrutura que opere como um marcapasso”. O marca passo dos

humanos consiste em aglomerados de neurônios (núcleo supraquiasmático) no hipotálamo

que se auto-sustentam. O relógio permite que seres vivos acompanhem as variações de

luminosidade ao longo do dia. Este sistema conta com três sensores (sabidos até o

momento) que percebem a variação temporal e neural; eles informam ao organismo o estado

de iluminação ambiental. (MOURA, 2008) O relógio também presente no corpo humano é

responsável pelo controle do ritmo do ciclo circadiano.

Relógios circadianos aumentam a habilidade inata de organismos sobreviverem às

constantes modificações ambientais possibilitando-os antecipar eficientemente

eventos periódicos tais como disponibilidade de alimento, luz, parceiros entre

outros. Um indivíduo que é simplesmente dirigido por mudanças externas é

desvantajoso em relação a um que é regulado por um relógio endógeno flexível e

antecipatório. Os organismos dotados dessa propriedade de antecipação a eventos

recorrentes periódicos se mostraram viáveis e sobreviveram, conservando-a até

hoje nas diversas formas que os relógios biológicos têm assumido nas diferentes

espécies. (MOURA, 2008:5)

A maneira como percebemos o espaço acontece pela sensibilidade que o nosso olho tem à

luz. Ao visualizar uma cena o olho capta inúmeras informações que são transmitidas à

córnea, íris e pupila. Ao chegar à retina milhares de células fotorreceptoras transformam as

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ondas luminosas em impulsos eletroquímicos que chegam ao hipotálamo através do nervo

óptico.

A retina possui dois tipos de células: bastonetes e cones. Nos cones acontece a formação de

compostos químicos chamados de pigmentos. Os pigmentos, compostos por retinal e

fotopsinas, são sensíveis às cores azul, verde e vermelho. Por causa deles podemos

visualizar praticamente todas as gradações de cor existentes na natureza. Os bastonetes

permitem a perceção da forma, dimensões e brilho. Enquanto os bastonetes cuidam da visão

monocromática em condições de pouca luminosidade, os cones são os responsáveis pela

visão de cores e detalhes. (Bianco, 2000:1)

A rodopsina é uma proteína presente nos bastonetes e também é sensível à luz azul. (Abel;

2014) Quando a luz entra em contato com os cones e bastonetes, ocorre uma série de

reações químicas complexas. A rodopsina é formada por estas reações e exerce a função de

criar impulsos elétricos no nervo ótico.

A retina dos olhos dos vertebrados, inclusive dos olhos humanos, é o detector de

luz mais poderoso que conheçemos”, explica Massimo Olivucci, Ph.D., um

pesquisador e professor de química e diretor do LCPP no Centro de Ciências

Fotoquímicas em BGSU. “No olho humano, a luz vinda através da lente é

projetada na retina onde forma uma imagem em um mosaico de células

fotorreceptoras que transmite informação do ambiente em geral para o cortex

visual do cérebro. Em condições de iluminação extremamente pobres, tais como as

de uma noite estrelada ou profundezas oceânicas, a retina é capaz de perceber

intensidades correspondentes a apenas alguns poucos fótons, que são unidades

indivisíveis de luz. Tal sensibilidade extrema é devida à células fotorreceptoras

especializadas que contém um pigmento sensível à luz chamado rodopsina.

Massimo Olivucci. (Abel; 2014)

No hipotálamo (Fig.1), região localizada na parte central inferior do cérebro humano, fica o

núcleo supraquiasmático (Fig.1) onde se encontram inúmeros neurônios responsáveis pela

regulação do relógio biológico. Este sistema controla a liberação de diferentes tipos de

hormônios que atuam no corpo humano em diferentes fases do dia, completando um ciclo

de 24 horas com possíveis oscilações. (Bianco, 2000:1)

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Figura 1 – Imagem do cérebro humano com localização dos

Fonte: Adaptado de http://healthysleep.med.harvard.edu/image/200

A atuação do núcleo supraquiasmático oscila em torno de 24 horas, ele pode atrasar ou

adiantar o seu processo a partir da quantidade de sol que o corpo receber durante o dia (a

menos que influenciado por extímulo sensorial). A luz é com toda certeza a mais importante

de todos os estímulos. Tal fato é facilmente exemplicado pelo ‘jet lag” que acontece

quando viajamos para lugares com um diferente fuso horário. (Berson, 2003:314)

Conforme Berson, por 150 anos os cones e bastonetes foram os únicos considerados como

fotorreceptores presentes no corpo humano. Estudos recentes revelam que existe um

pequeno número de células fotossensíveis que não estão ligadas à visão e que captam e

regulam a claridade. A descoberta de um novo fotorreceptor revolucionou a pesquisa na

área. O novo fotopigmento provavelmente é a melanopsina, uma proteína com

características semelhantes às da rodopsina. Esta nova célula apresenta menos resolução

espaço temporal do que os cones e bastonetes. Ela contribui para o reflexo pupilar e outras

respostas fisiológicas e comportamentais diretamente relacionadas à iluminação ambiente.

Experimentos feitos com ratos (Fig.2) comprovaram e manutenção do ciclo circadiano nas

cobaias que apresentavam severa degeneração dos fotorreceptores clássicos (cones e

bastonetes). Sendo assim comprovou-se que existem outras células sensíveis à luz. (Berson,

2003:314)

Pineal gland

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Figura 2 – Propriedades funcionais e estruturais de células ganglionares da retina intrinsecamente

fotossensíveis (ipRGCs) em relação àquelas de fotorreceptores cone e bastonete convencionais.

Fonte: Berson, (2003: 314).

Pesquisas na última década têm mostrado que os bastonetes e os cones não são os

únicos fotorreceptores do olho. Também existe uma população de células

ganglionares diretamente sensíveis à luz que atuam como detectores de brilho e

regulam uma ampla variedade de diferentes tarefas fotossensoriais, incluindo a

regulação dos relógios circadianos de 24 horas, síntese do hormônio melatonina,

tamanho e comportamento da pupila. Estes receptores podem até ajudar a modular

nosso humor e senso de bem-estar.(Foster; 2007:3).

Por muito tempo se presumiu que a retina humana continha apenas células

fotorreceptoras especializadas em visão diurna e de pouca luminosidade, de

acordo com Olivucci. Entretanto, estudos recentes revelaram a existência de um

pequeno número de células nervosas intrinsecamente fotossensíveis que regulam

respostas à estímulos não-visuais. Estas células contém uma proteína de

propriedades parecidas com as da rodopsina chamada melanopsina, que tem um

papel na regulação dos reflexos visuais inconscientes e na sincronização das

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respostas do corpo ao ciclo clao/escuro, conhecidos como ritmos circadianos ou

“relógio biológico”, por um processo conhecido como fotocondicionamento

(photoentrainment).

Comparado com a visão de padrões, o mecanismo de fotocondicionamento é

insensível e responde pouco a estímulos breves, mas é capaz de captar energia

luminosa em períodos muito mais longos.(Abel; 2014)

As pesquisas mais recentes descrevem uma relação direta entre luz e ciclo circadiano.

Identificou-se a influência da luz sobre o hipotálamo e a produção da melatonina. Sabe-se

sobre a função das rodopsinas na absorção da luz azul. Sabe-se que existe um outro

fotorreceptor presente na retina que não está ligado diretamente à visão, o qual pode ser a

melanopsina. A melanopsina quando ativada pela luz através das células ganglionares envia

um sinal através do nervo óptico direto ao núcleo supraquiasmático que controla o ritmo

hormonal circadiano. (Isoldi et al, 2005:1217)

A oscilação de hormônios sob a regulação da luz visível tem um efeito profundo

na maior parte das funções fisiológicas do corpo. Quando este processo é

perturbado através de mudanças na iluminação ambiental, podem ocorrer alguns

dos efeitos mais danosos, emocionais e fisiológicos, associados com depressão

sazonal, jet lag, e trabalho por turnos ininterruptos. Além disso, ambas a luz

visível e a ausência de luz à noite podem afetar a resposta imunológica humana de

forma poderosa. François Levi descobriu que a resposta imunológica flutua em um

padrão rítmico durante o dia e à noite. Células imunológicas têm receptores para

neurohormônios e transmissores, e esta atividade imunocelular rítmica parece

estar sob um controle neuroendócrino ainda desconhecido. (Joan; 2004:5)

Muito embora a quantidade de melanopsina seja inferior à quantidade de rodopsina, a

captura de uma quantidade mínima de fótons sugere que a melanopsina possa ser muito

mais sensível à luz do que a rodopsina. O entendimento desta sensibilidade extrema foi

investigada por Abel (2014). O reconhecimento deste comportamento serviu de incentivo

para a evolução dos estudos de como a luz influencia a depressão sazonal que afeta em

maior parte os países mais frios onde o dia tem poucas horas de duração e as noites são

longas.

3. Ciclo circadiano nas fases da vida

Está comprovado que o organismo humano passa cotidianamente por processos de ajuste de

seus ritmos, através da ação de ciclos ambientais que arrastam nossos sistemas de

temporização. Estes processos de ajustes são estudados pela ontogenia. A maioria das

mudanças ontogenéticas podem ser exemplificadas pelas etapas do ciclo de vigília/sono do

ser humano. (Bueno, 2014:31).

Antes do nascimento, durante as últimas semanas de gestação, os bebês tem seu ritmo

biológico sincronizado com o da mãe. Observa-se que o feto apresenta momentos de maior atividade durante o dia e de menor atividade à noite. (Luiz Menna-Barreto,

2007:136). Ao nascer o sistema temporal do bebê sofre uma série de ajustes. O bebê deverá aprender a diferenciar o dia e a noite além de perceber aos poucos todas as intervenções dos hábitos da família que farão parte da sua rotina. Acontece uma

reorganização temporal entre mãe e bebê onde o agente determinante é o sono. Nesta fase

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não existe ainda a periodicidade circadiana na criança. O recém nascido dorme e acorda

diversas vezes por dia e pode levar até 2 meses para ajustar seu ritmo ao ciclo vigília/sono.

(Luiz Menna-Barreto, 2007:137).

Quando a criança passa a frenquentar a escola acontece um processo de sincronização de

ciclos da criança com os ritmos sociais. As diferenças temporais aos poucos vão sendo

atenuadas; os horários das atividades tornam os hábitos de sono muito semelhantes entre

crianças de uma mesma faixa etária. (Luiz Menna-Barreto, 2007:138).

Por causa da oscilação nas concentrações dos hormônios os adolescentes passam por crises

temporais e as fases do sono tendem a se modificar. Torna-se comum os momentos de

sonolência durante o dia. Na adolescência os principais fatores que influenciam o sono são

os horários impostos pela rotina escolar. Devemos considerar a atuação de ritmos sociais

representados pelas rotinas familiares: atividades domésticas ou na rua, horários de lazer

que envolvem uso de televisão, computadores, vídeo games ou ipad. Todos estes atrativos

fazem com que os jovens permaneçam despertos por mais tempo e o horário de dormir é

“empurrado” para mais tarde. No dia seguinte despertam cedo para ir à escola e assim o

ciclo vigília/sono passa por atrasos e adiantamentos resultando em poucos períodos de sono

durante a semana e sono prolongado nos fins de semana. (Bueno, 2014:64).

A fase adulta da vida é caracterizada pela desorganização temporal. Ela está relacionada aos

adultos que são “expostos” a horários irregulares de trabalho: turnos alternados, viagens

onde aconteçam mudanças de fuso horário. Tal fato caracteriza um estado de

dessincronização temporal podendo resultar em um “efeito de atenuação ou mesmo de

abolição da ritmicidade biológica que caracteriza o indivíduo saudável” . (Luiz Menna-

Barreto, 2007:142).

Com o envelhecimento ocorrem modificações anatômicas e funcionais do sistema

circadiano, que promovem alterações dos ritmos biológicos. O ciclo vigília/sono encontra-

se frangmentado e, aliado à variações da temperatura corporal acontece uma

desorganização temporal interna. Nesta fase costuma haver uma redução das atividades

sociais que caracteriza a ausência de rotinas diárias e a consequente desorganização

temporal do sono. (Luiz Menna-Barreto, 2007:145).

4. Espectro da luz sobre a retina

Diferentes comprimento de onde têm distintos efeitos no corpo humano. Há evidências de

que as luzes brancas ou azuis suprimem mais a produção de melatonina do que a vermelha

ou amarela. (Martau; 209:63). Oftalmologistas relacionam a luz azul com o

desenvolvimento de patologias na retina, como a degeneração macular e o melanoma de

úvea (um tipo de câncer que acomete o fundo do olho). Pesquisas comprovam que o

melanoma de úvea tem seu desenvolvimento acelerado quando exposto à luza azul. Mas

ainda faltam estudos clínicos que comprovem o dano à retina. (Nakayama; 2014 :6)

Conforme experienciado por Mark S. et al (2012) (Fig. 3) a visão humana e o ciclo

circadiano são ambos sensíveis a pequenso comprimentos de ondas (400-500nm). Porém,

grandes comprimentos de onda (.600nm) são perceptíveis à visão mas são um estímulo

praticamente irrisório para o ciclo circadiano.

A partir de um modelo criado por Mark S. et al (2012), é possível acompanhar o andamento

do ciclo circadiano através da conversão da luz em sinais elétricos (phototransduct ion). Este

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método foi utilizado para definir a irradiação necessária para suprimir uma certa quantidade

de melatonina quando a córnea for exposta a determinada quantidade de luz (Fig.3).

Foi então analisado qual efeito a iluminação pública noturna exerce sobre as pessoas.

Participaram do estudo jovens de 20 anos de idade que ficaram expostos à diferentes fontes

de luz, comumente usadas em postes públicos, pelo tempo de uma hora (Fig. 4). Concluiu-

se que a supressão no nível de melatonina aconteceria em 15% para pessoas expostas a

iluminação de lâmpadas vapor de sódio de alta pressão; 14% para lâmpadas de vapor

metálico; 21% para “coll-white” LED e 30% para “coll-white” LED de 6900k (Fig. 5).

Os dados apresentados por Mark S. et al (2012) podem servir de base para quantificar a

distribuição da irradiação espectral sobre a córnea e assim termos um exemplo efetivo sobre

qual é a quantidade de luz necessária para estimular a retina a ponto de provocar alterações

no ciclo circadiano. (Mark; 2012:8)

Figura 3 – Spectral irradiance distributions for a photopic illuminance of 95lx

Fonte: Mark, 2012:5

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Figura 4 – Spectral irradiance distributions for a photopic illuminance of 95lx

Fonte: Mark, 2012:6

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Figura 5 – Iluminância incidente na córnea com relação à supressão de melatonina.

Fonte: Fonte: Mark, 2012:7

5. Discussão

A luz é um agente biológico fundamental no nosso planeta. A partir dela os organismos

vivos, sejam eles simples ou complexos, organizaram seu funcionamento. A luz fez parte da

evolução de todas as espécies e sem ela não sobreviveríamos. A importância da iluminação

para o corpo humano é estudada a partir de pesquisa sobre a visão. Este sentido diretamente

ligado à presença de maior ou menos intensidade de luz estabelece nossos parâmetros para

identificar aquilo que nos cerca.

Contamos o olho de toda sua estrutura física para perceber cada uma das partes que

compõem o espaço construído sendo então possível contemplar as diversas formas

existentes. A sensação visual ocasionada pelos estímulos luminosos gera impulsos que são

transmitidos até o cérebro onde são interpretadas as diferentes intensidades de luz. A luz, ao

incidir sobre determinado objeto produz reflexos e sombras que são transmitidos e

interpretados. A partir do acúmulo de experiências perceptivas somos capazes de distinguir

as cores, formas e posição dos objetos que nos induz a produção de padrões organizados.

Nossas experiências sensoriais são armazenadas e consultadas todo o momento e assim

somos capazes de interpretar e entender o mundo a nossa volta.

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A luz é, portanto, capaz de nos fazer sentir o ambiente e provocar sensações diversas.

Quando determinado ambiente é percebido e relacionado a experiências positivas criamos

uma relação afetiva com o lugar que nos leva a permanecer em determinado ambiente por

mais tempo. Avaliamos cores, formas, contrastes, ângulos e níveis de iluminamento.

Novas tecnologias surgem tão rapidamente que pouco tempo oferecemos ao nosso corpo

para se acostumar a elas. Vários estudos têm sido realizados em busca de razões para o

crescimento de doenças cujos sintomas podem estar ligados ao desequilíbrio do ciclo

circadiano. Qualquer mudança hormonal pode levar ao descompasso do ritmo circadiano,

em consequência o ciclo vigília/sono se modifica e alterações de pressão do sangue,

metabolismo, reprodução e resposta imunológicas posem acontecer.

O estudo da relação entre qualidade de luz e condições de saúde é urgente para avaliarmos a

grande parcela da população que desempenha algum tipo de trabalho noturno e por isso

estão sujeitas a longos períodos de exposição à luz artificial (em ambientes sem janelas).

(Martau, 2009) A privação do sono em trabalhadores noturnos leva a fadiga mental e física,

apatia, negligência e endurecimento de atitudes individuais. Causa insônia e sonolência

excessiva durante o dia. Os trabalhadores de turno apresentam maior risco a enfermidades

cardiovasculares, gastrointestinais. (Till; 1997:5) Os estudos realizados até o momento

sugerem que esta parcela da população pode estar potencialmente suscetível a doenças

provocadas por alterações do ritmo biológico, possivelmente desencadeado por exposição

ao excesso de luz ou à má qualidade da fonte luminosa.

Atualmente o grande desafio no desenvolvimento de projetos é atender não só as exigências

estéticas; cada vez mais se faz necessário responder às exigências psicológicas e fisiológicas

do usuário. Estas necessidades não são contempladas pelas normas técnicas e sua realização

depende da sensibilidade do profissional envolvido no projeto. (Martau, 2009). Os clientes

são culturalmente desinformados sobre arquitetura, lhes falta parâmetro para avaliar as

propostas dos profissionais especializados. É comum valorizar um projeto pelo seu custo

inferior e por sua beleza estética. Quesitos como funcionalidade e fluxo passam

despercebidos.

Os profissionais de iluminação ainda são pouco reconhecidos no mercado brasileiro e

tampouco valorizados. A contratação de projetos especializados se dá mais pelo interesse do

alcance da eficiência energética do que por proporcionar o bem-estar dos funcionários.

Neste ponto atingimos uma questão cultural. As pessoas não estão acostumadas a ter o

conforto visual e novamente, pela falta de padrão de comparação, não tem consciência da

real importância.

Boa parte dos estudos desenvolvidos na área da iluminação discorrem sobre aspectos

isolados ou são vinculados a questões de percepção e conforto visual. Com o aumento da

busca por eficiência energética abre-se espaço para discussão sobre qualidade da luz

e relação entre luz e usuário. (Martau, 2009:111).

O avanço das pesquisas já comprova as relações entre saúde e iluminação, apesar

de as doses de luz ainda não estarem definidas. Trabalhadores noturnos e pessoas

sujeitas somente à iluminação artificial por longos períodos parecem ser

potencialmente mais suscetíveis a doenças relacionadas tanto com o excesso

quanto com a insuficiência de luz. (Martau, 2009:31)

Desde a descoberta da luz elétrica passamos a viver em ambientes iluminados

artificialmente. Com o passar do tempo fomos criando regras e horários para a rotina do dia

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ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014

a dia. Passamos a trabalhar em ambientes fechados com a presença da iluminação artificial.

Em muitos espaços a luz natural não se faz presente ou as exigências de determinada função

fazem com que abrimos mão da presença da luz natural.

Entramos no ambiente de trabalho com todas as lâmpadas presentes no ambiente acesas.

Assim a fonte luminosa artificial permanece durante todo o dia, constante e intensa. Esta

constante tem como objetivo não só iluminar como também manter-nos alertas, despertos e

assim produzimos mais. A escolha por ambientes artificialmente iluminados é intrínseca às

atividade do trabalho desenvolvidas pelo ser humano e até o momento pouco se deu valor

para suas possíveis consequências.

Com o passar do tempo os humanos se encontram mais expostos à constante luz artificial e

seu corpo que por milhares de anos se adaptou às variações da luz solar tem apresentado

sinais de alerta.

Algumas doenças aumentaram seu nível de incidência sobre a população. Tal fato foi o

suficiente para que se aprofundassem as pesquisas da medicina em busca da causa para o

aumento de sintomas. Atualmente doenças como depressão, ansiedade, obesidade tem sido

relacionadas com a alteração no ciclo circadiano dos indivíduos. Ficou claro que a

quantidade de luz que recebemos ao longo do dia afeta nosso ritmo interno e pode

comprometer nossa saúde.

Já não nos podemos deixar enganar por soluções de pura engenharia, conquistadas

com perda de aspectos humanos [...]. Um período como o nosso, que tem se

deixado dominar pela produção, não encontra seu ritmo [...]. Nos achamos perante

um grande amontoado de palavras e símbolos mal usados, dentro de um armazém

repleto de novas descobertas, inventos e potencialidade, mas somos incapazes de

gerir o mundo [...] a relação entre pensamento e sentimento está afetada [...] o

resultado é uma personalidade dividida [...]. (Giedion, 2004)

6. Conclusão

As alterações no ciclo circadiano podem ser revertidas para o estado natural a partir do

controle de tempo de exposição e intensidade da luz. Retomar o contato com a luz solar é

imprescindível para garantir o bem estar e a saúde da população. Desenvolver tecnologias

de controle de luz se faz necessário. A observação da variação da iluminância natural

proporcionada pelo sol nos serve de base para o desenvolvimento de tais tecnologias. O

padrão internacional especificado pela norma IEC 60929, que resultou no protocolo DALI,

é um passo importante para esta nova conquista. Porém, a efetividade de novas tecnologias

depende da capacitação e reconhecimento dos profissionais envolvidos na área de

arquitetura e iluminação.

A citação de Giedion foi publicada pela primeira vez em 1941 e permanece válida e urgente

para nossos dias tanto no que tange à arquitetura quanto para a iluminação.

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