foto: navarini, rs-2010 o futuro do controle de ferrugem navarini.pdf · número de aplicações...

45
O Futuro do Controle de Ferrugem Pesquisador Dr. Lucas Navarini Fitopatologista Foto: Navarini, RS-2010 Pesquisa, tecnologia e consultoria agrícola/RS

Upload: doandiep

Post on 24-Dec-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

O Futuro do Controle de Ferrugem Pesquisador Dr. Lucas Navarini

Fitopatologista

Foto: Navarini, RS-2010

Pesquisa, tecnologia e consultoria agrícola/RS

Número de aplicações por Estado Adoção de fungicidas parceiros

Cenário

Fonte: Spark - 2018

1. Adicionar um parceiro de mistura a um fungicida que está em risco

de resistência reduz a taxa de seleção.

Válido para parceiros multi-sítio ou de sítio-específico.

Quanto mais efetivo o parceiro de mistura (devido a atividade inerente e/ou dose),

maior a redução na seleção e maior o aumento na vida útil do

fungicida em risco.

Controle da resistência ?

o efeito relativo da dose dos dois parceiros de mistura,

a efeito da mistura na vida útil de um fungicida, (misturas T+E 10 anos

?)

resistência determinada poligenicamente,

misturas de dois fungicidas de risco,

a fase de emergência da evolução da resistência e os efeitos das

misturas durante esta fase,

O que considerar ?

A taxa intrínseca de avanço da resistência é o aumento líquido na

densidade do patógeno por ciclo de infecção por lesão patogênica.

A aptidão de um biótipo de Phakopsora pachyrhizi é definida como a

fração da população, por ciclo, relacionada com o tempo que um novo

modo de ação permanece efetivo.

O princípio governante do coeficiente de seleção e do tempo de

exposição deve ser considerado para o gerenciamento da resistência

usando misturas.

Qual mistura ?

misturar apenas reduz a construção da resistência a fungicidas

Quando o isolado selvagem (não resistente) o controle efetivo é igual para o produto isolado e para a mistura

A resistência aos triazois se construiu mais rápida por usarmos apenas um modo de acão, uma tática –

As carboxamidas precisam encontrar seu parceiro

a construção de um fungicida multi-sítio pela mistura de vários sítio específicos é a solução ??????

Tomada de decisão ?

O que tem um efeito maior na seleção para resistência a fungicidas,

aumentando a dose do parceiro de mistura ou diminuindo a dose do

fungicida em risco?

Diminuir a dose do fungicida em risco, a eficácia do controle diminui,

Aumentar a dose da componente de mistura, a eficácia do controle

(e o custo) aumenta.

Resultados ?

Adicionar um fungicida B a um fungicida em risco A

diminuirá a seleção para resistência de a A.

A adição de um fungicida em risco B

cria pressão de seleção para resistência contra B.

Visando retardar a seleção, a adição de um fungicida em risco ao

programa de pulverização, supera a perda de colocar um fungicida

adicional em risco de resistência.

Teoricamente !

Histórico3 Aplicações de PrioriXtra (2009)

Azox+Cipro

Histórico3 Aplicações de Mancozeb (2009)

Fungicidas

Fonte: Navarini, L. - 2018/RS

Ação fungistática:

Quando paralisam o crescimento dos fungos

e inibem temporariamente a germinação dos

esporos;

Ação genistática:

Quando inibem a esporulação dos fungos

sem inibir o crescimento vegetativo do

organismo;

Ação erradicante:

Quando matam o fungo.

Fungitoxicidade

Substância química apresenta de ser tóxica a

fungos em concentração baixa (<50 mg/L de

água de i.a.).

A potência de um fungicida:

Relação entre a dose e o efeito terapêutico, a

força da droga.

Quando se compara dois fungicidas do

mesmo mecanismo de ação, o de menor

dose é mais potente, mas ambos tem a

mesma eficácia (Russell, 2004).

Princípios

Benzimidazóis:

Triazóis,

Triazolithione:

Morfolinas:

Estrobilurinas:

Carboxamidas:

Protetores:

Fungicidascarbendazin, tiofanato metílico, tiabendazole,

ciproconazol, epoxiconazol, propiconazol,

tebuconazol,

Protioconazol,

Fempropimorfe, fempropidin,

azoxistrobina, piraclostrobina, trifloxistrobina,

picoxistrobina

benzovindiflupir, fluxapiroxade, bixafen,

Mancozeb, clorotalonil, Cobres.

G C EP

Carboxamidas e

estrobilurinas

Triazóis e

morfolinas

Protetores

Pote

nci

al d

e A

ção

Modo de Ação Fungicida

Fonte: Navarini, L. - 2018/RS

baixo

alto

Resistência de um fungo a um fungicida: - cruzada ou múltipla (Schmitz, 2013).

A resistência cruzada ocorre dentro de um mesmo grupo: - ciproconazol, epoxiconazol,

tebuconazol.

Resistência múltipla quando biótipo do fungo tem a sensibilidade reduzida tanto aos triazóis

como às estrobilurinas e carboxamidas.

Perigos

As tecnologias que a ferrugem venceu

Chegada - 2001

Inviabilidade da soja no cerrado - 2004

Vazio Sanitário - 2005

Resistência aos triazóis - 2007

Resistência as estrobilurinas - 2013

Resistência as carboxamidas - 2017

Futuro do controle será das misturas

Os mecanismos conhecidos de resistência

a fungicidas

Mecanismos relacionados com o sítio ativo:

Mutações no sítio ativo da enzima alvo – QoI, SDHi,

DMI.

Superexpressão da enzima alvo – DMI.

Alvo alternativos – Homólogo – DMI.

Mecanismos não relacionados com o sítio

ativo:

Metabolismo ou degradação,

Efluxo ou baixa bioacumulação,

Metabolismo alternativo – adaptação metabólica.

Todos estes mecanismos tem origem genética e diferentes

mutações.Fonte: Navarini, L. - 2018/RS

Enzima Succinato Desidrogenase

Sensibilidade de Phakopsora para Triazóis # 2018

Fonte: Duvareschi, D. - 2018

Sensibilidade de Phakopsora para Estrobilurinas # 2018

Fonte: Duvareschi, D. - 2018

Como medir, o que avaliar, hipóteses?

EstrobilurinaCI 50 necessária para inibição (%)

Germinação esporo Crescimento tubo germinativo

Azoxistrobina 0,01 a 0,16 0,01 a 0,05

Picoxistrobina 0,01 a 0,07 0,01 a 0,02

Piraclostrobina 0,04 a 0,30 0,01 a 0,02

Trifloxistrobina 0,01 a 0,03 0,01 a 0,04

TriazolCI 50 necessária para inibição (%)

Germinação esporo Crescimento tubo germinativo

Ciproconazol 2,91 a 3,10 16,83 a 30,08

Flutriafol 5,57 a 5,65 11,82 a 12,14

Tetraconazol 7,33 a 7,54 17,33

Fonte: Navarini, L. - 2018/RS

Ferrugem é complexa

Detecção - monitramento

Sintomas plesionecróticos

Posição folíolo na haste

(nós)

Sintomas/

folíoloScott-Knott

1 - -

2 - -

3 - -

4 5.0z b

5 15,8 a

6 14,7 a

7 17,7 a

8 7,3 b

9 4,3 b

10 2,6 b

11 0.39 b

12 0.073 b

Distribuição dos sintomas segundo a posição dos

folíolos na haste

A planta de Ativa contém:

- 14 nós;

- 62,7 (39 – 108) folíolos;

- No início da epidemia os sinais se

concentram nos folíolos inseridos no

5o, 6o e 7o nós.

Urédias sem lesão

Lesões – duas ou mais áreas

necróticas adjacentes

1 cm2: 40 lesões

1 lesão: 4 mil esporos

Folíolo: 60 cm2

1 g de esporos: 400 milhões de esporos

1 planta produz: 3 g de esporos

Potencial produtivo da ferrugem:

1 tonelada por ha

Cultivar BMX Ativa RR:

Espaçamento entre-linhas - 0,45 m;

População de 14 plantas/m,

Nós/planta 14,2 (11 a 15);

Folíolos por planta 62,7 (39 a 108);

A área média do folíolo 75,5 cm2 (62,7 a 80,7);

Área foliolar média/planta - 4.733,8 cm2

Phakopsora pachyrhizi em números?

▪ Tamanho uredosporos = 18,8 x 25,8µm

▪ Lesões foliares/cm2 – 72,78 ou 4248,4/folíolo

▪ Numa gota de 0,025 mL, 666,2 esporos (414 - 966);

- Em 5,0 mL – 113.240 esporos;

- Área do disco – 1,32 cm2;

- Em 1,0 cm2 – 100.180 esporos;

- Num folíolo (75,5 cm2) – 7.563.590 esporos;

- Numa planta 62,7 folíolos, ou 474.237.093 esporos;

- Uma planta com 62,7 folíolos,

- Produz = 474.237.093 esporos;

- 1 hectare com 300.000 plantas

poderá produzir:

- 142.271.127.900.000 esporos

- Se dentro disso sobreviverem

0,01%

- 14.227.112.790 esporos em um

hectare

Controle da resistência ?

Construção do controle

Manejo da resistência

Fenologia

Misturas

E a Ferrugem ???

Fonte: Navarini, L. - 2018/RS

0

1110

15

1012

13 1311

8

0

2120 20 20

22

25 25

2017

Testemunha A B C D E F G H I

sc/haAtiva (01/11) Ativa (28/11)

Época de semeadura

Fonte: Navarini, L. - 2018/RS

V6 14 dias 21 dias 14 dias sc/ha

X X X X 72

Intervalo

32 DAE 14 dias 14 dias 14 dias sc/ha

X X X X 78

25 DAE 14 dias 20 dias 20 dias sc/ha

X X X X 75

32 DAE 14 dias 14 dias 14 dias 14 dias sc/ha

X X X X X 83

Fonte: Navarini, L. - 2018/RS

Meio

Fim

Recomendado

5 x

Parceiros para ferrugem

67,2

76,8 78,6 77,280,7 78,3

+ Tebuconazol + Difere + Cypress + Versatilis + UnizebGold + Bravonil 720

sc/ha

Fonte: Navarini, L. - 2018/RS

Programa 4 aplicações +

Dose

Dose

Adjuvantes

Tecnologia de aplicação (processo):

Adjuvantes de utilidade: recomendação em % do volume de calda (v/v);

Transporte da gota: deriva, peso de gota, evaporação

Espalhamento: tem menor tensão superficial e interfacial – tensoativos

Adesão: hidrofobicidade e interação com a cutícula - resistência a lavagem por chuva e

orvalho

Interação planta – produto (dose):

Adjuvantes de desempenho biológico: recomendação em L/ha;

Penetração: aumenta a transferência de massa do ativo

Relação dose de adjuvante para dose de ativo

Fonte: Navarini, L. - 2018/RS

Adjuvantes vs. Protetores

Fonte: Navarini, L. - 2018/RS

55

6366 66 67 67 68

69 69 70 70 70 71 72 72 72 72 72 73 73 7375 75

76 7779

sc/ha

Programa 4 aplicações 2,0 kg/ha (15 dias)

[email protected]

Pesquisa, tecnologia e consultoria agrícola/RS