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Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4281 • Sexta-feira, 31 de Maio de 2013 10 PATACAS PUB Louvor a Vítor Sereno e “técnicos” das “jotas” em “De Fonte Limpa” Págs. 2 e 3 Contratos dos autocarros podem ser revistos antes de terminarem Pág. 9 Las Vegas Sands terá de pagar 100 milhões USD a Richard Suen A Las Vegas Sands foi condenada a pagar mais de 30 milhões de dólares americanos ao empresário de Hong Kong Richard Suen por causa de juros sobre outros 70 milhões de dólares a que a empresa já tinha sido conde- nada recentemente a entregar. Estes valores dizem respeito ao papel do empresário, con- siderado crucial, na atribuição de uma licen- ça de jogo por parte do Governo de Macau, mediante a organização de encontros entre responsáveis da empresa e dirigentes do Go- verno Central chinês. A decisão foi tomada pelo juiz Rob Bare, de um tribunal do Estado do Nevada. Sheldon Adelson, presidente da Sands, testemunhou anteriormente em Tri- bunal que o amigo do irmão mais novo não contribuiu em nada para a licença obtida. Ouve-se desilusão na Ilha da Montanha FOTO JTM Galeria portuguesa expõe Andy Warhol em Macau Centrais Associação das Mulheres e Kaifong entregaram candidatura à AL Última Austrália escolhida pela OCDE como a nação mais feliz A Austrália foi escolhida pelo terceiro ano consecutivo pela Organização para a Coo- peração e o Desenvolvimento Económico (OCDE) como a nação mais feliz do mun- do. Um estudo comparou a situação em 34 países e concluiu que a qualidade de vida na Austrália, décima segunda maior econo- mia do mundo, é melhor do que a existente na Suécia, Canadá, Noruega, Suíça, Estados Unidos, Dinamarca, Países Baixos, Islândia e Reino Unido. O organismo internacional avaliou factores como a renda per capita, emprego, habitação, segurança, educação, meio ambiente, saúde, comunidade, equi- líbrio entre trabalho e vida familiar, dados da participação cívica das Nações Unidas, governo e outras instituições. Um ano depois, o JTM regressou à Ilha da Montanha e ouviu novamente os seus habi- tantes. Muitos não esconderam a desilusão que sentem por o desenvolvimento não lhes bater também à porta. Mais aldeias vão ser demolidas e há quem diga que no futuro a ilha vai ser igual a Macau. Págs 4 a 7 Raquel Carvalho DOSSIER

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Page 1: FOTO JTM Ouve-se desilusão DOSSIER na Ilha da Montanha · “concluiu em 2012 a licenciatura em Economia na Universidade Nova, tendo efetuado o semestre de inverno de 2011/2012,

Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4281 • Sexta-feira, 31 de Maio de 2013 10 PATACAS

30anos ao serviçode Macau

PUB

Louvor a Vítor Sereno e “técnicos” das “jotas” em “De Fonte Limpa” Págs. 2 e 3

Contratos dos autocarrospodem ser revistos antesde terminarem Pág. 9

Las Vegas Sands terá de pagar100 milhões USD a Richard SuenA Las Vegas Sands foi condenada a pagar mais de 30 milhões de dólares americanos ao empresário de Hong Kong Richard Suen por causa de juros sobre outros 70 milhões de dólares a que a empresa já tinha sido conde-nada recentemente a entregar. Estes valores dizem respeito ao papel do empresário, con-siderado crucial, na atribuição de uma licen-ça de jogo por parte do Governo de Macau, mediante a organização de encontros entre responsáveis da empresa e dirigentes do Go-verno Central chinês. A decisão foi tomada pelo juiz Rob Bare, de um tribunal do Estado do Nevada. Sheldon Adelson, presidente da Sands, testemunhou anteriormente em Tri-bunal que o amigo do irmão mais novo não contribuiu em nada para a licença obtida.

Ouve-se desilusão na Ilha da Montanha

FOTO

JTM

Galeria portuguesaexpõe Andy Warholem Macau Centrais

Associação das Mulherese Kaifong entregaramcandidatura à AL Última

Austrália escolhida pela OCDEcomo a nação mais feliz A Austrália foi escolhida pelo terceiro ano consecutivo pela Organização para a Coo-peração e o Desenvolvimento Económico (OCDE) como a nação mais feliz do mun-do. Um estudo comparou a situação em 34 países e concluiu que a qualidade de vida na Austrália, décima segunda maior econo-mia do mundo, é melhor do que a existente na Suécia, Canadá, Noruega, Suíça, Estados Unidos, Dinamarca, Países Baixos, Islândia e Reino Unido. O organismo internacional avaliou factores como a renda per capita, emprego, habitação, segurança, educação, meio ambiente, saúde, comunidade, equi-líbrio entre trabalho e vida familiar, dados da participação cívica das Nações Unidas, governo e outras instituições.

Um ano depois, o JTM regressou à Ilha da Montanha e ouviu novamente os seus habi-tantes. Muitos não esconderam a desilusão que sentem por o desenvolvimento não lhes

bater também à porta. Mais aldeias vão ser demolidas e há quem diga que no futuro a ilha vai ser igual a Macau.

Págs 4 a 7

Raquel Carvalho

DOSSIER

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02 JTM | LOCAL Sexta-feira, 31 de Maio de 2013

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grande Repórter: Raquel Carvalho • Redacção: Helder Almeida (editor), Fátima Almeida, Pedro André Santos, Sandra Lobo Pimentel e Viviana Chan • Secretária Redacção: Susana Diniz • Colaboradores: Rogério P. D. Luz (S. Paulo), Rui Rey e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, António Ribeiro Martins, Daniel Carlier, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa e Xinhua • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

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• • • DO BAÚ DE RECORDAÇÕESDo nosso “Baú de Recordações” vem hoje uma foto de 1986, quando o então director de Serviços de Turismo, Carlos Beja, se reuniu com representantes da Associação de Hotéis de Macau. À direita do director vê-se o então subdirector Rufino Ramos, que hoje se encontra no Instituto Internacional. Carlos Beja passaria depois por Macau à frente do ICEP e encontra-se hoje em Portugal. Em Macau está a filha veterinária Carlota Beja.

Um louvor Sereno-IJá se sabe que o actual Cônsul-Geral de Portugal na RAEM, Vítor Sereno, foi Chefe do Gabinete do ex-ministro Miguel Relvas, que saiu do Governo em Abril deste ano. Mas antes, fez questão de louvar o diplomata, com todos os adjectivos que determinado encómio merece, como constatou “De Fonte Limpa” numa edição do Diário da República de Março.

Um louvor Sereno-IIAtravés desse documento, ficamos a saber que prestou “valiosos serviços ao XIX governo” e que “demonstrou invulgar capacidade de liderança”. E continuou Relvas: “esta qualidade, que destaco com especial apreço, revelou-se nas mais pequenas ocasiões, mas sobretudo nos momentos difíceis, durante os quais revelou serenidade” e fazendo assim jus ao apelido.

Um louvor Sereno-III“Ao longo dos 20 meses em que dirigiu o meu gabinete, Vítor Sereno soube ganhar a admiração de todos os colaboradores, procurando extrair o melhor de cada um, por meio do inesgotável entusiasmo que imprimiu às tarefas. A sua alegria, o seu saber e a sua ponderação serviram de referência para todos os que trabalharam sob as suas ordens”, enalteceu ainda o ex-ministro.H.A.

TV Macau na era digital-IEstá praticamente pronto mais um estúdio da TDM-Televisão de Macau, também com cenários totalmente digitais, o que acrescenta um estúdio à estação que hoje tem seis canais. Este estúdio agora restaurado, nasceu em 1985 pago com verba dos Serviços de Educação com o argumento de que ali iria ser feita a Televisão Educativa. O crescimento da estação que de um canal bilingue rapidamente passou a ter dois canais, levou a que fosse inserido nas estruturas da TDM, sendo verdade que a TV Educativa só passaria do papel à prática uma década depois e não na TDM, naturalmente.

TV Macau na era digital-IIAo que apurámos “De Fonte Limpa”, com a entrada em funcionamento deste estúdio, vão iniciar-se as obras do estúdio em que, até agora se faziam as entrevistas e os debates do “Contraponto”. Com o mesmo conceito, este novo estúdio será também integralmente digital. Quando tudo estiver apto, a TDM disporá pela primeira vez de três estúdios da era digital. Uma boa notícia para os telespectadores e os profissionais da estação que na noite de sábado têm uma Gala no Venetian, por ocasião da passagem do 29º aniversário do início das suas emissões.

As régies analógicas passam à reforma

Cartão de visita sem comentáriosNa RAEM tudo está cada vez mais transparente. Veja-se, por exemplo, o cartão de visita profusamente distribuído por Jason Chao, que não necessita de comentários.

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Sexta-feira, 31 de Maio de 2013 JTM | LOCAL 03

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Assim até parece menos mal-IComo é do conhecimento geral, aqui no JTM criticámos muito a possibilidade de escolha de uma pessoa sem currículo, para representar o Estado Português no Forum Macau. Afinal, ao que nos dizem de Portugal, esta forma de fazer as coisas parece ser uma constante do actual Governo de Lisboa.

Assim até parece menos mal-IIPor despachos do Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, Carlos Moedas, foram nomeados dois técnicos especialistas “para exercer as funções de acompanhamento da execução de medidas do memorando conjunto dom a União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu, na ESAME”.

Assim até parece menos mal-IIIO Diário da República mostra quem são os técnicos-especialistas: um deles, com 21 anos,

“concluiu em 2012 a licenciatura em Economia na Universidade Nova, tendo efetuado o semestre de inverno de 2011/2012, em Praga, na University of Economics, no âmbito do programa ERASMUS”. “Em 2009 (portanto, aos 17 anos), concluiu o Curso Científico-Humanístico de Economia na Escola Secundária Daniel Sampaio”. Quanto a experiência profissional assinala-se que “entre Setembro e Dezembro de 2012, realizou um estágio profissional não remunerado no Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia e Emprego”.

Assim até parece menos mal-IVSobre o outro, com 22 anos, refere-se que “encontra-se a concluir o Mestrado Científico em Administração de Empresas na Universidade Católica” onde “em 2011 (portanto, aos 20 anos) já havia concluído a licenciatura em Economia”. E para que não restem dúvidas da sua preparação, acrescenta-se que “em 2008 (portanto, aos 17 anos) concluiu o ensino secundário na vertente de Ciências Sócio-económicas na Escola Secundária Sebastião e Silva”. Quanto a experiência profissional, “entre Junho e Agosto de 2011, realizou um estágio de verão no Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia e Emprego”, tendo antes ficado técnico-especialista quando “em Junho de 2009, já havia efetuado um estágio de verão no departamento de Marketing e Vendas da Empresa José Maria da Fonseca”.

Assim até parece menos mal-VOs currículos são omissos sobre a filiação partidária desta gente e se se desconfia que provêm todos da mesma “J”, é só porque os seus seniores agora estão no poder. Outros fizeram (quase) o mesmo. Perante esta tristeza curricular, percebe-se melhor a tentação do secretário para as Comunidades Portuguesas na escolha do representante de Portugal para o Forum...

“Boa Mesa” renovado-IO restaurante português “Boa Mesa”, ao cima da Travessa de S. Domingos paredes meias com o Largo da Sé mudou de mãos e aparece agora com ar lavado e serviços mais eficazes, sob o comando de Marco Policarpo que durante anos esteve no “Ou Mun”, onde granjeou amigos pela sua simpatia e bom serviço.

“Boa Mesa” renovado-IIFoi uma surpreendente renovação, que está a dar resultado se atentarmos ao número de pessoas que ali tomam as refeições. O “Boa Mesa” tem uma nova ementa e os preços são aceitáveis. Passou assim a ser mais uma opção dentro da restauração portuguesa que em Macau percebeu que, em face da competição, necessita de apresentar uma qualidade excelente e constante.

Portugal fez834 anos como Estado reconhecidoRecorda o nosso amigo Carlos Albino que durante anos foi jornalista do “Diário de Notícias”, sendo tido como o mais profundo conhecedor dos meandros do Palácio das Necessidades (vulgo Ministério dos Negócios Estrangeiros) que em rigor, em rigor foi no último 23 de Maio, que Portugal fez 834 anos, como Estado reconhecido: nesse dia, em 1179, a Bula “Manifestis Probatum” do Papa Alexandre III reconhecia D. Afonso Henriques. Cá neste lugar da Ásia, e em vésperas das celebrações do 10 de Junho, é bom relembrar que Portugal é o Estado mais antigo da Europa. A sua história remonta ao século XII, quando D. Afonso Henriques, rompeu politicamente com os poderosos reinos de Leão e Castela, e em 1143 declarou a independência do Condado Portucalense. O reconhecimento papal demorou 36 anos, mas por essa altura já D Afonso Henriques tinha cimentado o seu poder...

JTM na Biblioteca Central de Hong KongQuem subir ao 5º andar da Biblioteca Central de Hong Kong poderá ter contacto com o mundo. Na sala de leitura estão disponíveis dezenas de jornais agrupados por latitudes –Ásia, Europa, América. Há vários escritos em inglês, chinês, tagalo, coreano, bahasa, mas apenas um em português: o JORNAL TRIBUNA DE MACAU. Na banca 38, a secção China/Macau, estão à mercê dos leitores três publicações da RAEM: Macau Post Daily, Business Daily e o JTM. F.A.

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04 JTM | LOCAL Sexta-feira, 31 de Maio de 2013

Raquel Carvalho*

DOSSIER

Pó que vira alcatrão, prédios que ganham altura, verde que se esconde. A Ilha da Montanha está em mudança. Por dentro e por fora. São poucas as semelhanças com o pedaço de terra que vimos há cerca de um ano e meio. Reencontrámos rostos e conhecemos novos habitantes, quase todos desiludidos com o desenvolvimento que não lhes bate à porta. Há gruas e homens de capacete a cada quilómetro. As negociações com empreiteiros e Governo Central avançam, apagando esperanças. Mais aldeias serão demolidas em breve

Entre o rio, o horizonte de Coloane ao longe e o centro da Ilha da Monta-nha brotaram longas vias. A língua

de terra foi passada a ferro por alcatrão. Os carros desfilam airosos, de cromado quase sempre a brilhar, pela avenida. O coração da ilha está a virar cidade, mas não precisamos andar muito para que o chão se transforme em nuvem de poeira. Há longos pedaços de terreno, como feri-das a céu aberto, repletas de gruas gigan-tes e outras máquinas que tais. Conver-sámos com habitantes da ilha, que perde lagoas e casas; ganha prédios, estações de gás e estradas de várias faixas. A esperan-ça de outrora foi engolida pelo desenvol-vimento que lhes ameaça o ganha-pão e o tecto. O futuro, para os habitantes de Hengqin, não está ali.

Em Novembro de 2011, atravessámos a Ponte Flor de Lótus rumo à ilha da qual mal se ouvia falar há uma década. Aqui bem ao lado, foi moça sempre recatada e silenciosa, longe das parangonas dos jornais e de outros alaridos. Tudo mudou há cerca de um punho de anos, quando o Governo Central divulgou ao mundo o destino que ela teria, zona económica especial com hotéis, distrito financeiro, áreas criativas e culturais, campus da Universidade de Macau. Este é o antes e depois de uma ilha que cresce a régua e esquadro. À primeira vista e com quase tudo por terminar, está irreconhecível.

A neta da senhora Zhang Feng Chai ainda não tinha nascido quando visitá-mos pela primeira vez Yang Huan. Dona da mercearia da aldeia, tem agora cabe-lo mais curto e tom de voz mais grave. “Os negócios vão mal. Há poucas pes-soas. Saíram todas da aldeia. Quem cá está trabalha nas obras. Quando acabam as obras, as pessoas saem”. Abrem e fe-cham as portas, abandonam a aldeia em direcção a um lugar que dê sustento. Uns ficam durante anos, outros breves sema-nas. “Uma obra pode demorar só um mês, depois desse mês, as pessoas têm que procurar outro trabalho”, descreve a mulher oriunda de Meizhou, enquanto abana o carrinho onde dormita neta.

A estrada que corta a ilha já passa junto à aldeia. Os carros estacionados acumulam-se em torno do pórtico que anuncia a povoação. Alcatroada e sem fim à vista, impressiona mas não enche barriga. “Ah, claro, as estradas são mui-to bonitas, mas as pessoas saíram todas. Quando a estrada está pronta, está feita, vai toda a gente embora”. Em relação ao ano passado, a senhora Zhang garante que a quantidade de habitantes da aldeia ficou reduzida a metade. “É verdade que esta aldeia nunca teve muitos residentes, mas agora há menos de 100. Muitos já voltaram para os sítios de origem”.

Zhang Feng Chai acreditava, em 2011, que os grandes projectos fariam esvaziar estantes de mercearia. Mas, ano e meio

volvido, a esperança desfez-se. “Se não há pessoas, não há compras. Antes das obras o negócio era muito melhor. Tinha mais gente a viver cá”. Os terrenos va-zios devolvem-lhe apenas uma réstia de optimismo. “Muitas obras previstas não avançam. Se calhar, quando começarem vão atrair mais pessoas”.

A filha parece ficar indiferente ao rebuliço na ilha e à conversa que se faz junto ao balcão. “Já aqui vivo há mais de dez anos, mas não consigo ganhar muito dinheiro, ser rica ou ter sucesso”, afirma, mantendo o telemóvel entre as mãos e muito perto da vista. A roda da sorte promete não girar a favor de quem ali permanece. “Toda a Ilha da Montanha está mais cara. As rendas estão a aumen-tar muito. Ao lado da Universidade de Macau, as rendas e as casas estão a ficar caras”, descreve.

Paredes pintadas, vidros que relu-zem ou muros que se erguem no centro de Hengqin são apenas fogo de artifício para os olhos. “Aquilo não é nosso, é de-

les. Nunca conseguiremos pagar aquilo. Isto não tem nada a ver connosco. Por isso, estas construções não vêm afectar a minha vida”, acredita.

A conversa é interrompida por um homem magro, pele morena e rosto de traços finos. Trabalhador nas obras, com-pra um volume de tabaco “Double Ha-ppiness”, em chinês “Hongshuanxi”, e tenta levar o isqueiro de graça. A senhora Zhang acena negativamente com a cabe-ça. Ele bate com o isqueiro, mira o isquei-ro de cima a baixo e acaba por largar dois renminbis.

Ao lado dele, a assistir ao negócio, está também um trabalhador sem t-shirt, barriga para a frente e calças agarradas pelo cinto. Trabalham ambos num canal que vai dar lugar a uma “zona financeira de muitos prédios”. Oriundo de Chon-gqin, conta que há muitas pessoas da mesma zona que ele. “Tenho trabalhado na província de Guangdong e Guangxi em obras diferentes. Estou sempre a mu-dar. Já tinha trabalhado aqui durante uns

tempos. Agora estou a trabalhar cá desde o ano passado. Vou ficar até que haja tra-balho”.

Em Yang Huan só mandam algunsZheng Feng Chai abre o peito para o

que aí vem. Depois da clientela sair, vol-ta para as brincadeiras com a neta. As tempestades, ao olhos da mulher de Mei-zhou, fazem-se ligeiras. “Ah, não sabes?! Vão demolir isto tudo. Já houve muitas reuniões sobre isso”, atira. Do que sai desses encontros, onde se discute o futu-ro de Yang Huan, a senhora Zheng pouco ouve dizer. “As reuniões acontecem entre as pessoas locais e eles não falam connos-co sobre isso. Acho que ainda não houve consenso. A decisão é tomada entre pro-prietários das casas e Governo”.

A notícia não apanhou a senhora Zheng de surpresa. “Em 1993 já diziam que isto tudo ia ser demolido. Que ha-via um plano futuro e que isto ia mudar. Ouço este rumor há mais de dez anos”. Mas as certezas tardam sempre. “Nin-guém sabe as coisas do país, do Gover-no. É decisão deles. Os donos das casas aqui fazem reuniões quase todos os dias agora”, afirma, indicando o local onde as discussões acontecem.

Zheng Feng Chai não tem mão no leme da aldeia nem voz que faça diferen-ça. “Não tenho opinião, porque nunca tive esse direito de decidir. Se for assim [se tiver que sair daqui], que remédio. Não posso mudar nada”. A mercearia da família é o ganha-pão de oito pessoas. “Pago 1.500 renminbis de renda aqui da loja e 800 de casa. Cinco mil renminbis não chegam por mês para vivermos”.

Embora as costuras apertem, o futuro não merece angústia. “Vamos viver, onde pudermos viver, mas não sei onde. Como poderei saber? A preocupação não vai re-solver nada, por isso não me preocupo. Se isto for demolido aqui, não tenho onde possamos ir. Se calhar, vou voltar à minha terra natal”. Os novos prédios que bro-tam na ilha nem merecem sonhos. “Eu sei que não posso”. Macau também não passa de um fio ilusório de prédios altos na outra margem do rio. “Não tenho do-cumentos para ir para Macau. Não sei se a vida lá é melhor ou pior. Nunca lá fui”.

Negociar o fimYan Xinshui é proprietário de uma

casa em Yang Huan e de um vasto res-taurante de marisco, fora da aldeia, a cinco minutos de carro da fronteira. É lá que o encontramos. “Sei que vamos ter que mudar para aqueles prédios”, diz, apontando para os empreendimentos em tons de amarelo, perto do campus da Universidade de Macau, reservados para os habitantes das aldeias. No entanto, o braço-de-ferro entre moradores e emprei-teiros ainda não tem fim à vista. “Esta-mos a discutir o assunto entre nós. Como vão ser distribuídas as casas e como são feitos os cálculos. A confusão tem sido grande. Queremos uma casa do mesmo

HABITANTES DESILUDIDOS COM DESENVOLVIMENTO DA ILHA DA MONTANHA

Fortuna de outros

Vamos viver, onde pudermos viver, mas não sei onde. Como poderei saber?

Zhang Feng Chai

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Sexta-feira, 31 de Maio de 2013 JTM | LOCAL 05

DOSSIER

tamanho”. Os valores de compensação que têm

vindo a ser propostos não vão ao en-contro da realidade, diz Yan Xinshui. “A compensação em dinheiro, na prática, não é útil. Estão a oferecer 10 mil renmin-bis por metro quadrado. É claro que não vamos aceitar. Não é um valor aceitável, porque a Ilha da Montanha vai ser igual a Macau. No futuro, os preços daqui de-vem subir até aos de Macau”.

Deixar a aldeia e ir viver para um apartamento não é coisa que apoquente Yan Xinshui, criança nascida e homem feito na ilha. “Não faz mal. Posso ir. A localização até é boa e mesmo que o am-biente não seja tão bom, as condições em casa devem ser melhores”. Segundo con-ta, ainda não há data para que a demo-lição da aldeia avance. “Está a ser uma longa batalha”.

Em Yang Huan continua a viver o ca-sal Liu Shi Hao e Yang Liu Jiao, ambos de Hunan. Batemos à porta da mesma casa, interrompemos-lhes a sesta e, tal como há um ano e meio, convidam-nos para entrar. “Trabalhamos de manhã e dormi-mos à tarde”, brincam, atribuindo à chu-va as horas de descanso. A mulher, perto dos 60 anos, fala de dificuldades com o sorriso sempre feito. “Andamos a plantar árvores junto às estradas. Temos feito coi-sas como limpar terrenos, arranjar os es-paços... nas margens das estradas ainda há alguns trabalhos para acabar. Como não temos muita escola, é o trabalho que podemos fazer”.

Recebem em troca de oito horas diá-rias 140 renminbis e uma refeição. O trabalho vem como a chuva. Sem aviso. “Sabe-se quem quer trabalhar. Vêm aqui chamar-nos. O nosso próximo trabalho deve ser construir prédios de habitação.

Depois das estradas estarem prontas, deve ser preciso construir casas nas bor-das”, acredita o homem da família Liu Shi Hao.

O filho, avesso a caracteres e números, já atingiu a maioridade e partiu rumo a Cantão para ajudar uma das irmãs numa loja de telemóveis. “Agora estão todos longe”, afirma a progenitora, enquanto mantém o sorriso, pensando nas outras duas filhas já casadas. Em tempos, Yang Liu Jiao acreditou que os projectos da Ilha da Montanha podiam servir para o filho ficar mais perto. Nada disso acon-teceu entre um ano e o outro. “Há obras, há projectos, mas há muito dinheiro que ainda não chegou”, observa o senhor Liu.

ra, nós vamos. Mas ainda há aqui muita coisa a fazer na parte debaixo”. Voltar para a terra natal só na reforma. “Temos poucos campos para a agricultura. Não chega para comer. Pensamos ficar aqui mais um ou dois anos”.

Que sorte terão as outras aldeias da Ilha da Montanha nenhum deles imagi-na. “É muito raro sairmos desta aldeia”, afirmam em uníssono, enquanto come-çam a discutir os rumores que grassam na ilha. Do hotel que vai nascer ali e da zona para homens engravatados acolá.

Viver à esperaA aldeia de Baishalan está agora mais

próxima de tudo o resto. Deixamos para

Os prédios que estavam vazios há um ano e meio permanecem sem pintura ou sinal de gente. O dia é de chuva que não dá tréguas. As poças de água estendem--se por todo o caminho. Chegamos a um pequeno café improvisado, onde mais de uma dezena de pessoas se junta. Os miúdos correm pela terra molhada e os adultos lançam as pedras contra uma pe-quena mesa. Quatro homens jogam “pai gow”, uma espécie de poker chinês. Ou-tros ficam apenas a olhar para as nuvens sem descanso.

“Viver aqui é muito mau. Mentiram--nos para ficarmos aqui a trabalhar, que íamos ter muito futuro, mas afinal não foi assim”, desabafa Zhang Jinzhi, 36 anos. Há muito que os habitantes de Baishalan estão na iminência de ter que abandonar a aldeia. “O Governo é imoral. Até nos fe-charam a rua. Não temos acesso à estra-da principal”, reclama a mulher de cara muito redonda.

Baishalan nasceu na década de 80, com a chegada de 17 famílias de apelido Zhang. “Vivo cá há mais de 30 anos. Ali naquela zona de cima. Este já é o filho do meu neto”, diz um homem, apontando para um pequeno de três anos e muita genica. A senhora Long Yu Feo, 78 anos, oriunda de Jiangmen, orienta-se pelas mesmas folhas do calendário. “Moro aqui há 29, quase 30 anos. Isto era um terreno vazio e eu vim cá fazer agricultu-ra”, recorda. “Antigamente plantávamos arroz, criávamos caranguejo, camarão e também frutas. Criávamos marisco no rio e íamos vender a Zhuhai”, conta o filho, considerado o líder da aldeia.

Nos anos noventa, muitos dos habi-tantes trocaram as terras de cultivo pela

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Ambos já ouviram dizer que aque-la aldeia vai ser demolida. “Destruída vai ser de certeza, mas parece que ainda não há consenso. Começámos a ouvir fa-lar das demolições em 2011. As pessoas não concordam com as compensações”, acrescenta o homem. Ninguém sabe ao certo o que vai acontecer com aquele pe-daço de terra. “Dizem que esta zona vai ter um resort. As pessoas falam disso”.

Liu Shi Hao, braços muito hirtos e pele morena, parece uma mulher sem idade. “Quando nos mandarem ir embo-

trás uma bomba de gasolina, sem com-bustível para atestar o depósito. E avan-çamos pela estrada de seis faixas, três para cada lado. Já há semáforos e sinais de trânsito. De Huang Yan até lá são dez minutos. No entanto, o acesso de carro à aldeia está aparentemente vedado. A estrada foi construída como se aquele conjunto de casas ali não existisse, sem qualquer escapatória que permita cortar à esquerda. O carro fica estacionado em plena via.

Entramos pela aldeia lavada em lama.

A Ilha da Montanha vai ser igual a Macau. No futuro, os preços daqui devem subir até

aos de MacauYan Xinshui

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DOSSIER< CONTINUADO DA PÁGINA ANTERIOR

promessa de virem a receber casas, compensações e dois bilhetes de identidade de residentes por família. “Mas o Governo não cumpriu o que prometeu, só recebemos algum dinheiro e algumas pessoas ficaram com bilhete de residente”, lamenta um dos moradores. A aldeia foi crescendo com as casas, inicialmente de madeira e lata, só na última década de tijolo e cimento, a brotarem ao ritmo dos nascimentos.

As intenções do Governo de ocupar a aldeia man-têm-se e começam a ser cada vez mais visíveis, apesar dos protestos em 2007 e 2008, que culminaram na de-tenção de cerca de cinco moradores, todos em liberdade actualmente. Uma estação de tratamento de águas resi-duais está a ser construída perto da estrada principal. O edifício cor-de-laranja e branco praticamente completo surge como corpo estranho. Os moradores não sabem o que virá a seguir. “O plano de demolição da aldeia está suspenso. Não nos apresentam soluções. (...) Mas é claro que estamos preocupados, sem fazerem nada já nos es-tão a mandar embora”, diz Long Yu Feo.

Gritar nas ruasA povoação tem cerca de meia centena de núcleos

familiares, o que corresponde a umas 200 pessoas. “Não nos deram licença para construir casa nem fazer obras. Hoje em dia, temos poucas condições higiénicas por causa disso. E o Governo parece que agora só quer dar 24 casas para 50 e tal famílias. Nós não aceitamos. É im-possível”, argumenta Zhang Jinzhi, dando um exemplo do multiplicar dos membros familiares. “A minha famí-lia, depois destes anos todos, desdobrou-se em sete fa-mílias e só nos querem dar três casas”.

Mais importante do que renminbis no bolso é um tecto para dormir. “A única coisa que queremos é que o alojamento do Governo chegue para todas as pessoas daqui. Não queremos muito dinheiro”, garante Long Yu Feo, sentada num pequeno banco de madeira.

A maior parte dos morados de Baishalan não tem trabalho. Jogar mahjong acaba por ser a única forma de gastar os dias. “Está quase toda a gente desempregada. Às vezes, trabalhamos em obras, mas há muita gente sem nada para fazer”, diz Zhang Jinzhi, que se prepara para ir buscar o filho à escola em Zhuhai.

O direito a fazer uma mudança digna foi adquiri-do ao longo de anos de privações, reivindica a senhora Long. “Sempre tivemos electricidade e água por inves-timento próprio. O Governo não construiu nada aqui.

Hoje em dia, negociamos com as pessoas das obras e pe-dimos para que nos tragam electricidade para a aldeia. Sem isso, temos de usar gerador”.

Se necessário for, os moradores de Baishalan estão dispostos a regressar às ruas em protesto. “Sem dúvida. Não temos nada. Não temos nada a perder. Vamos lu-tar”, diz o chefe da aldeia, de apelido Zhang.

A ilha como utopiaFazemos inversão de marcha e seguimos para Sul. A

estrada de alcatrão acaba uns 15 ou 20 minutos depois. Balançamos em terra batida e voltamos ao alcatrão. En-tramos na aldeia de Xiacun (em tradução literal “aldeia de baixo”), aglomerado de prédios de cinco e seis anda-

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DOSSIER

res, quase todos azuis e amarelos. A loja de telemóveis da aldeia fica a poucos passos

do placard onde se anuncia um reforço de funções e da estrutura do Partido Comunista da China. “Ter uma vi-são global”, “aumentar o dinamismo do partido”, “criar um ambiente social harmonioso e estabilidade” e “coo-perar com o desenvolvimento da Ilha da Montanha” são alguns dos mandamentos.

Entramos numa sala de estar, de portas abertas, com a fotografia de Mao Zedong num lado da parede e um pequeno altar com a deusa Kun Iam do outro. Seis pes-soas estão reunidas à volta de uma mesa forrada a verde. Misturam as peças azuis e brancas de mahjong, muito novas. A conversa que mal começou não pode avançar, porque seguindo regra sagrada: não se fala com quem está a jogar.

A vila que era de pescadores começou a ter prédios maiores a partir de 2009. Zhang e Liu não assistiram à mudança, relatada pelo director da aldeia, Huang. “Sou

Pensámos que os tempos difíceis estavam a chegar ao fim e que este desenvolvi-

mento ia melhorar as nossas vidas. Mas afinal não

Yi Junfeng

de Zhuhai e só cheguei aqui há três meses. Viemos por causa do desenvolvimento”, justifica Liu. O marido está agachado no chão a tentar dar vida a um motor. “Re-colhemos máquinas que estão estragadas e ficam pelas obras, depois arranjamos e vendemos”. Um negócio que já faziam na cidade de Zhuhai, a par de muitas horas em fábricas têxteis.

A renda da casa e da loja em Xiacun custa 80 ren-minbis por mês. Permanecem na fé de que mais trabalho lhes baterá à porta. “Claro que espero continuar aqui. Acho que isto se vai desenvolver”. Os quatro filhos, entre os 17 e os 22 anos, vivem em Zhuhai. Chamá-los ainda não está nos planos. “Depende como isto avançar. Dizem que em 2015 vai haver 200 mil a 280 mil habitan-tes na ilha. Eu acho que é impossível, porque não há ca-sas feitas. E vêm de onde? Do Continente? De Macau?”, questiona Zhang.

Mudar a históriaAo longo da estrada, junto à aldeia de Xiacun, há

um retalho de ilha que ainda não foi tocado. As lagoas estendem-se pela borda do caminho, envoltas em braços verdes, ofuscando o que acontece quilómetros à frente. Construções de madeira, muito baixas, servem de ponte entre uma margem e a outra. Há pessoas dobradas sobre a água à espera de camarões e caranguejos.

Os negócios de beira da estrada fecharam todos. Car-tazes que outrora anunciavam iguarias perdem a cor, enquanto as construções vão sendo desfeitas pela chu-va e pelo vento. Não há sinal das vendas de ostras [Ver Caixa]. Sobram camiões que transportam areia e outros materiais. E trabalhadores que passam de motorizada.

Le Liu fica na curva entre o antes e o depois da ilha. Avista os mantos de verde e de água, mas também a poeira e as máquinas que dançam ao longe. Nas ruas da aldeia ouve-se apenas um pássaro que grita o final de tarde. Yi Junfeng descansa deitada numa longa cadeira de madeira, visualizando a animação que acontece no televisor por entre os pés. Chegou ali com 3 anos de ida-de, tem agora 33. A família trouxe esperança nas malas e pouca roupa no corpo. “Na altura o Governo queria que viessem pessoas para aqui para trabalhar em agricultu-ra. A nossa terra era mais pobre”, descreve Yi.

Já a ilha, do triplo do tamanho de Macau, era peda-ço de terra em bruto. “Havia montanha, mas não havia estrada. Havia água, mas não havia pontes. Não havia nada”. O início da família Yi foi igual ao de tantas outras. “Plantávamos frutas, vegetais, arroz, criávamos galinhas para vender no mercado em Macau. Mas deixámos de vender para lá porque os nossos produtos não eram cer-

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Sexta-feira, 31 de Maio de 2013 JTM | LOCAL 07

DOSSIER

tificados. A partir de certa altura, só plantávamos para comer. Passámos tempos muito difíceis”.

As palavras fogem da boca de Yi Junfeng como sí-labas que ficaram há demasiado tempo guardadas. “Fi-zemos tudo isto e não temos bilhete de identidade de residentes. Não somos reconhecidos como residentes. O Governo não reconhece o esforço que já fizemos por esta terra, aquilo que já vivemos aqui”. A memória de Yi guarda tufões daqueles que deixam a terra em mar. “Tudo isto era selvagem”.

A mulher e hoje em dia mãe de dois filhos lamenta as oportunidades que lhe foram roubadas. “A minha vida foi destruída pela decisão dos meus pais virem viver para aqui. Só entrei na escola ao nove anos. Morávamos em Baishalan. Não havia estradas. Tínhamos de subir a montanha para ir à escola a este lado. Caminhávamos duas horas”. Abandonaria os livros aos 13 anos, porque a família precisava de mais dois braços que levassem co-mida para a mesa. Aos filhos quer dar outra sorte.

Aplicados nos estudos, apesar da tenra idade, Yi fala com orgulho dos dois pequenos que custam a criar. “Es-tou preocupada com o futuro deles. São prejudicados em várias coisas por não serem residentes. Não há uma competição justa. Quando chegarem à altura de fazer os exames para entrar no ensino secundário, não poderão, porque não têm alguns documentos”. As lágrimas sal-tam dos olhos para o rosto, sem aviso. Yi perde o sorriso muito branco e direito. “Vivo preocupada com isto. A minha vida foi destruída pelos meus pais e eu não quero que a história se repita”.

As autoridades abrem portas por onde ninguém consegue passar. “O Governo lançou agora uma políti-ca de atribuição de residência a quem aqui vive e tem curso superior. Isto é incrível! Sabem que aqui na terra ninguém teve a hipótese ou as condições para estudar”.

Lagoas devoradas por cimentoYi Junfeng conheceu o marido numa fábrica da

marca japonesa Hitachi em Dongguan. “Montávamos auriculares, rádios e lanternas”. Esteve fora da Ilha da Montanha dois anos. Casou e voltou à terra onde cres-ceu, porque a aldeia do marido ainda era mais pobre do que a dela. Os filhos vieram logo a seguir: a menina tem agora 10 anos, o rapaz 11. “Deixei de trabalhar depois de os ter. Montámos aqui uma pequena mercearia”. As estantes estão quase vazias. Clientes também não há.

A ilha que viu em criança abre agora os braços à mo-dernidade, mas esta passa ao lado daqueles que sempre ali viveram, como nuvem intocável. “Pensámos que os tempos difíceis estavam a chegar ao fim e que este de-senvolvimento ia melhorar as nossas vidas. Mas afinal não. Os interesses dos locais não estão envolvidos nestes projectos. Deixaram-nos de fora”. Os novos empreen-dimentos não só nada trazem como roubam as fontes de sustento. “Aqui há caranguejos e camarões. Ostras já não há nesta zona, porque com os aterros deixou de ha-ver rio. E mesmo as lagoas vão desaparecer”.

O marido continua a ir todos os dias para a borda da água. “Fazíamos criação de caranguejos e marisco

noutras lagoas que já foram ocupados pelo Governo em 2010. Agora fazemos ali mais adiante”. Todos sabem que aquele viveiro também tem os dias contados. “Não sei quando vão fazer os aterros destas lagoas, mas acho vão ser estradas”. Embora ameaçado, o negócio do marisco ainda dá para viver, diz Yi. “Há pessoas que chegam aqui para comprar. Vêm de Zhuhai”.

A casa na aldeia Le Liu também espera para que o último grão da ampulheta caia. “O Governo já pagou aos donos das casas para abandonarem este terreno em 2010. Ninguém falou connosco, mas há anúncios a dizer que temos de sair daqui. O Governo só diz que vai de-molir isto, embora haja rumores que a Chimelong [gru-po empresarial chinês] vai ocupar esta zona”.

Regressar à cidade onde nasceu não é opção. “Passei a minha vida aqui. Já aqui tive os meus filhos Não tenho como voltar”. A aldeia de Baishalan pode ser uma solu-ção. “Os meus quatro irmãos vivem lá”. No entanto, o próximo capítulo da família Yi será escrito a pensar nos mais novos. “Não tenho planos. Depois, se calhar, temos de ir trabalhar para fora. Ou então vou para Zhuhai, aqui perto, do outro lado da ponte, para facilitar a ida dos meus filhos à escola”.

Yi Junfeng projecta os sonhos de antes e de agora nas duas crias. “Espero que eles consigam aquilo que os pais não conseguiram”. Vê-los a estudar é garantia que não vão ser camponeses. “Os camponeses na China não são protegidos pelas leis. Já pedimos de joelhos a jornais

e televisões de Cantão para contarem a nossa história, mas eles não quiseram. Não quiseram saber que há aqui muita gente triste, deprimida”. Yi ouve lamentos todos os dias. “Todos estes projectos não nos beneficiam em nada. As pessoas estão a queixar-se. A nossa condição de vida não melhorou”.

Abandonamos a aldeia que sobrevive na esquina do desenvolvimento e seguimos em direcção a um enorme descampado. Do lado direito, diz-nos Wu Sihuo, que es-teve sempre ao volante durante esta reportagem, vai ser uma estação de gás natural. O carro avança devagar com os pneus a enterrarem-se no solo movediço. Passando a ponte Xiti, vemos um túnel para carros ao fundo. “Da-quele lado é a floresta vermelha”, indica o rapaz de 21 anos.

Os pais têm uma casa de madeira junto a uma lagoa no “Sea World”, parque natural, com poucos visitantes. Deixou de estudar no 9º ano. Trocou a oportunidade de fazer um curso profissional pelo trabalho numa fábrica de caixas de papel em Jiangmen. É agora taxista ilegal. Num mês pode fazer 10 mil renminbis. Só hoje fará 400 renminbis. O que espera da nova Ilha da Montanha? “Vou ter pior futuro. De certeza que há pessoas felizes com isto. Outros, como eu, estão preocupados. Penso que o desenvolvimento aqui não tem nada a ver comi-go.” Wu Sihuo sonha ir para uma cidade grande. Uma cidade já feita, onde quem a habite não seja esmagado por quem chega. *com Viviana Chan

Parque da Chimelong impede acesso a viveiros de ostras

As bancas que vendiam ostras e os pequenos restaurantes junto à estrada desapareceram. Não encontrámos nenhuma que tenha resistido à mudança. Os medos de quem estava no negócio há cerca de um ano e meio confirmaram-se. A iguaria que atraía dezenas de visitantes deste lado da fronteira deixou de ser estrela maior. Para consegui-la é preciso, hoje em dia, chegar a sítios remotos junto à montanha. “O caminho já foi interrompido. É propriedade do grupo chinês Chimelong. Podemos continuar a ir lá, mas já não há acesso público. Os viveiros de ostras não são nossos”, explica Sio Fong, gerente do restaurante do senhor Yan Xinshui. Antigamente, junto àquela longa zona comercial também havia um canal onde se podia pescar mas, depois dos aterros, o leito perdeu vida. “Provavelmente não vai haver mais indústria de ostras na Ilha da Montanha, se o Governo disser que não se faz mais agricultura aqui na ilha, não poderemos continuar”. Nada que preocupe, por agora, Yan Xinshui. “Acho que depois de estar tudo pronto, vamos ter mais negócios”. As ostras da ilha, afiança, continuam a ser de boa qualidade. “As pessoas têm criticado o meio ambiente, pensam que não se pode comer as ostras aqui por causa das obras, mas não, há diferentes zonas”, garante o homem, dono do restaurante há mais de década. O complexo da Chimelong em Hengqin, que inclui o maior parque aquático da China, estende-se por uma área superior a 300 mil metros quadrados. Segundo observámos, o edifício do hotel principal [Ver Fotografia] já tem a forma projectada, mas possui ainda andaimes à volta. Já as restantes atracções estão numa fase muito incipiente de construção, embora a empresa de Guangdong tenha indicado meados deste ano como a data provável de abertura. R.C./VC.

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08 JTM | LOCAL Sexta-feira, 31 de Maio de 2013

O Produto Interno Bruto (PIB) de Macau aumen-tou 10,8%, em termos reais, no primeiro trimes-tre face a igual período de 2012, para 94.662

milhões de patacas, revelam dados oficiais ontem di-vulgados. Entre Janeiro e Março deste ano, a economia do território regressou assim aos dois dígitos de cresci-mento, algo que tinha sido registado pela última vez no primeiro trimestre de 2012, quando o PIB cresceu 18,5% em termos reais. Nos segundo, terceiro e quatro trimes-tres do ano passado, a economia progrediu 7,9%, 6,2% e 8,5%, respectivamente.

De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2013 foi “impulsionado principalmente pela subida da exportação de serviços, despesa de consumo privado e do investimento”.

O deflactor implícito do PIB, que mede a inflação global, ascendeu 6,5% face ao primeiro trimestre do ano passado.

Entre Janeiro e Março, o investimento global au-mentou 13,8%, a despesa de consumo privado 10,2%, a exportação de serviços do jogo 8,9% e a exportação de outros serviços turísticos 4,9%.

A DSEC sublinha ainda que, num contexto de au-mento do número de empregados e dos rendimentos do trabalho, a situação do emprego “estabilizou”, contri-buindo para o crescimento homólogo de 10,2% da des-pesa de consumo privado. A despesa de consumo final das famílias realizada no mercado local e no exterior su-

ECONOMIA CRESCEU 10,8% NO PRIMEIRO TRIMESTRE DESTE ANO

Subida do PIB volta aos dois dígitos

biu 10,0% e 9,5%, respectivamente.Nos três primeiros meses deste ano, verificou-se ain-

da um acréscimo ligeiro de 1,7% na despesa de consu-mo final do Governo, bem como um aumento de 4,5% na remuneração dos empregados. Em contrapartida, as compras líquidas de bens e serviços diminuíram 3,5%.

A formação bruta de capital fixo teve uma expansão de 14,7% face aos três primeiros meses do ano passado, com o investimento do sector público a aumentar 40,6%, na sequência do acréscimo de 40,4% do investimento em construção, nomeadamente nas obras da Universi-dade de Macau na Ilha da Montanha, do Metro Ligeiro e da habitação pública. O investimento em equipamento pelo Governo de

Macau aumentou 71,5% no primeiro trimestre. Mais moderada foi a evolução do investimento do

sector privado, com a subida a atingir 8,7%. Segundo a DSEC, a quebra de 21,7% no investimento em equipa-mento atenuou o crescimento de 24,2% no investimento

em construção. A exportação de mercadorias manteve a tendência

de subida, com um aumento de 16,4%, ao mesmo tempo que a importação de bens e produtos também teve uma expansão, de 10,4% devido “aos acréscimos da despesa de consumo privado, de visitantes e do investimento”.

A exportação de serviços também aumentou 8,5% no primeiro trimestre devido ao “contínuo acréscimo das receitas brutas do jogo, do número de visitantes e da sua despesa”, e a importação de serviços registou um crescimento de 1,6%.

Recorde-se que, em termos reais, o PIB da RAEM cresceu 9,9% para 348,2 mil milhões de patacas no cômputo geral de 2012. Já o PIB “per capita” cifrou-se em 611.930 patacas no ano passado, com o crescimen-to económico a ser impulsionado pela exportação de serviços e pela procura interna, designadamente pela subida da exportação de serviços do jogo (6,9%) e da despesa dos visitantes (6,4%).

Em termos reais, PIB teve a maior subida trimestral desde o primeiro trimestre de 2012

Aumentos na exportação de serviços ligados ao jogo, investimento global e consumo privado contribuíram para um crescimento de quase 11 por cento do Produto Interno Bruto de Macau no primeiro trimestre deste ano

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ARQ

UIVO

DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE TURISMO

ANÚNCIO

A Região Administrativa Especial de Macau, através da Direcção dos Serviços de Turismo, faz público que, de acordo com o Despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 07 de Maio de 2013, se encontra aberto concurso público para adjudicação do “Serviço de aluguer de barcaças e barcos de apoio destinados ao 25.º Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau”.

1. Entidade que põe a prestação de serviços a concurso: Direcção dos Serviços de Turismo2. Modalidade do concurso: Concurso público.3. Objecto dos serviços: aluguer de barcaças e barcos de apoio destinados ao 25.º Concurso Internacional de Fogo

de Artifício de Macau.4. Prazo de execução: Obedecer às datas constantes do Caderno de Encargos.5. Prazo de validade das propostas: O prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do encer-

ramento do acto público do concurso.6. Caução provisória: MOP53.000,000 (cinquenta e três mil patacas), a prestar mediante garantia bancária ou

depósito em numerário, em ordem de caixa ou cheque efectuado directamente na Divisão Financeira da Direcção dos Serviços de Turismo ou no Banco Nacional Ultramarino de Macau, através de depósito à ordem do Fundo de Turismo, na conta número 8003911119 devendo ser especificado o fim a que se destina.

7. Caução definitiva: 4% do preço total da adjudicação.8. Preço base: não há.9. Local, dia e hora limite para entrega de propostas: sede da Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na

Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.os 335-341, Edifício “Hotline”, 12.º andar até às 17:45 horas do dia 10 de Junho de 2013.

10. Local, dia e hora do acto público do concurso: pelas 10:00 horas do dia 11 de Junho de 2013 no Auditório da Direcção dos Serviços de Turismo, sito no 14.º andar da sua sede.

Os concorrentes ou os seus representantes legais deverão estar presentes no acto público de abertura das propostas para os efeitos de apresentação de eventuais reclamações e/ou para esclarecimento de eventuais dúvidas dos documen-tos apresentados a concurso, nos termos do artigo 27.º do Decreto-Lei n.º 63/85/M, de 6 de Julho.

Os concorrentes ou os seus representantes legais poderão fazer-se representar por procurador devendo, neste caso, apresentar procuração notarial conferindo-lhe poderes para o acto público do concurso.

11. Adiamento: Em caso de encerramento dos serviços públicos por motivo de força maior, o termo do prazo de entrega das propostas, a data e a hora de abertura de propostas serão adiados para o primeiro dia útil imediatamente seguinte, à mesma hora.

12. Critérios de apreciação das propostas:Preço 30%Qualidade e valia técnica da proposta 20%

Experiência e competência técnica do concorrente 20%Maior garantia de segurança e eficiência na prestação do serviço 20% Maior flexibilidade dos prazos 10%

13. Local, dias, horário para obtenção da cópia e exame do processo do concurso: Local: 12.º andar da sede da Direcção dos Serviços de Turismo. Dias e horário: Dias úteis, desde a data da publicação do respectivo anúncio até ao dia e hora limite para entrega das propostas e durante o horário normal de expediente.

Direcção dos Serviços de Turismo, aos 14 de Maio de 2013.

A Directora dos Serviços,Maria Helena de Senna Fernandes

Direcção dos Serviços de TurismoAVISO

Programa de bolsas de estudo para o ensino superior do ano lectivo de 2013/2014

Inicia-se, em breve, a fase de candidatura a dois planos: Bolsas de Estudo para o Ensino Superior e Plano de Pagamento dos Juros ao Crédito para os Estudos, oferecidos pelo Fundo de Acção Social Escolar. Seguem-se informações mais detalhadas:

1. Bolsas de Estudo para o Ensino SuperiorA fase de candidatura realiza-se entre 10 de Junho e 1 de Julho de 2013.1.1 Bolsas Empréstimo: Destinam-se a apoiar estudantes que têm dificuldades económicas. O

concurso, deste ano, conta com 4500 vagas.

1.2 Bolsas de Mérito: Servem para premiar os estudantes que tenham obtido a classificação de Distinção. O concurso deste ano conta com 280 vagas, sendo 180 para os finalistas do ensino secundário do ano lectivo 2012/2013 e as restantes 100 para os estudantes que já estão a frequentar o ensino superior.

1.3 Bolsas Especiais: O concurso deste ano, conta com 180 vagas, destas, 175 são para os candidatos que vão frequentar cursos das Indústrias Criativas, Enfermagem e nas áreas do Serviço Social ou Aconselhamento, Educação e Reabilitação; as cinco (5) restantes para o curso de Língua e Cultura Portuguesas, em Portugal, depois de concluírem a licenciatura.

1.4 Bolsas Extraordinárias: Destinam-se a apoiar os estudantes que frequentem cursos de (em) Língua Portuguesa depois de concluída a licenciatura ou que querem frequentar uma licen-ciatura, em Portugal, e que já sejam apoiados por outras entidades. O concurso deste ano, conta com 30 vagas.

2. Plano de Pagamento dos Juros ao Crédito para os EstudosDestina-se aos candidatos que satisfaçam as condições requeridas e obtiveram o empréstimo para o prosseguimento dos estudos concedido pelos bancos que assinaram o protocolo de cooperação com o Fundo de Acção Social Escolar. Os beneficiários serão apoiados no pagamento dos juros resultantes do empréstimo durante o período de estudo. A fase de candidatura realiza-se entre 1 de Junho e 31 de Dezembro de 2013.

Podem dirigir-se, pessoalmente à DSEJ para levantar o Guia de Procedimento, o regulamento e o boletim de admissão ou descarregá-los no website da DSEJ (www.dsej.gov.mo). Para mais esclarecimentos, é favor ligar para os telefones 28400666 (Linha aberta 24 Horas) / 83972512 /83972522, ou contactar os Serviços através de e-mail: [email protected]. Macau, 27 de Maio de 2013 A Presidente do Conselho Administrativo Leong Lai (A Directora)

Fundo de Acção Social Escolar

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Sexta-feira, 31 de Maio de 2013 JTM | LOCAL 09

DIRECTOR DA DSAT DEU EXPLICAÇÕES AOS JORNALISTAS

Governo quer rever contratos de transportesO Executivo pediu às operadoras de autocarros para rever o contrato de concessão já, em lugar de aguardar pelo termo. A informação foi dada ontem por Wong Wan que chamou os jornalistas depois do Secretário Lau Si Io o ter instado publicamente a explicar-se à comunicação social sobre o relatório do Comissariado de Auditoria. O director garantiu que DSAT tudo fará para que os serviços de transportes agradem a população. Mas não foi poupado à pergunta mais difícil, sobre se iria demitir-se, assunto que confessou não ter ponderado

Os contratos de conces-são de transportes pú-blicos firmados com

as três operadoras poderá ser revisto antes de chegar ao fim. A intenção do Governo já terá sido comunicada às operado-ras, numa reunião que teve lugar na quarta-feira, mas ain-da não houve resposta da Reo-lian, Transmac e TCM.

A ideia é instituir uma revi-são periódica ao contrato para prestação do serviço público de transportes e “procurar fa-zer melhorias”. Uma das preo-cupações passa por perceber

Sandra Lobo Pimentel

Manifestando-se preocupada com o aumento contínuo do número dos veículos no territó-rio, Angela Leong advertiu que, se nada for

feito, em 2020 os viaturas poderão circular mais deva-gar do que os peões nas horas de ponta.

Numa interpelação escrita enviada ao Governo, a deputada prevê que a situação dos trânsito e dos transportes em Macau poderá entrar num “período negro”, até porque este ano estão a ser realizadas muitas obras públicas nas estradas. “Esta situação pode durar mais tempo do que o prevista”, indica, confessando que não está optimista sobre a situação do trânsito em Macau, mesmo depois da conclusão do Metro Ligeiro.

Angela Leong sublinhou que o número de veícu-los em circulação na RAEM aumentou 80 por cento entre 2001 e 2011, enquanto que a sua densidade cres-ceu 40 por cento. Além disso, a deputada recorda que, segundo os dados estatísticos oficiais relativos a Mar-ço do presente ano, o número dos veículos em Macau atingiu quase 220 mil, porque o ritmo de crescimento

ANGELA LEONG PREOCUPADA COM EXCESSO DE VEÍCULOS

Trânsito caminha para “período negro”As autoridades não lançaram qualquer medida para controlar o crescimento do número de veículos no território, lamentou Angela Leong, antecipando um agravamento da situação. Para a deputada, o Metro Ligeiro não será suficiente para resolver o problema

Viviana Chan

Coutinho questiona orçamento da DSATNuma interpelação escrita dirigida ao Executivo, Pereira Coutinho acusa o Secretário Lau Si Io de “dizer mentiras”, nomeadamente, no que respeita às verbas orçamentadas em 2013 para as tarifas de autocarros. O deputado pergunta se não terão sido violadas disposições de dois despachos de Chui Sai On e põe igualmente em causa “aumentos irregulares em certas despesas orçamentadas pela DSAT em 2013”. Coutinho questiona ainda se esta situação “se deveu ao facto de a DSAT não ter nomeado uma pessoa bem habilitada para gerir as contas ou por existirem falhas na lei”.

não está a ser aliviado. De acordo com a observação da deputada, a rede

de transportes já não consegue suportar tantos carros. Recordando que antigamente não havia muito trânsi-to na Taipa e Coloane, Angela Leong salienta que ac-tualmente aumentou a circulação rodoviária nas ilhas

e agravaram-se os congestionamentos, até porque as várias obras públicas em curso, como a do Metro Li-geiro, contribuíram para o estreitamento do espaço das ruas.

Em 2010, o Governo lançou um documento sobre a Política Geral de Trânsito e Transportes Terrestres de Macau (2010-2020), incluindo sugestões para o contro-lo de número dos veículos, mas a deputada critica a ausência de medidas na prática.

A referida política prevê uma diminuição do cres-cimento do número dos veículos de 5,7% para 4% nes-ta década, mas três anos depois da divulgação do do-cumento, as autoridades não avançaram muito nesse sentido, critica a deputada e empresária.

Angela Leong considera mesmo que o lançamento de medidas de benefício fiscal para a compra de veí-culos ecológicos é uma contradição face à estratégia de controlo do aumento dos carros.

Citando resultados de estudos sobre o tráfego em Macau, a mesma responsável avisou que, caso não se-jam implementadas medidas para controlar o cresci-mento de veículos, a velocidade destes nas horas de ponta poderá diminuir de 15 quilómetros por hora para apenas cinco. Ou seja, poderão ser mais lentos do que os próprios peões.

Deputada diz que a circulação de veículos poderá ser mais lenta do que os peões em 2020

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ARQ

UIVO

Wong Wan disse aos jornalistas que não ponderou abandonar o cargo de director da DSAT

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JTM“se as exigências da popula-

ção vão ao encontro do servi-ço prestado”.

A informação foi avan-çada ontem por Wong Wan, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), que convocou a imprensa para responder ao conteúdo bastante crítico do relatório do Comissariado de Audito-ria (CA). O desagrado da po-pulação quanto aos serviços prestados pelas operadoras de autocarros tem sido uma constante e o relatório do CA divulgado no início da sema-na não ajudou.

A fiscalização levada a cabo pela Direcção dos Servi-ços para os Assuntos de Trá-

fego foi alvo de reparo pelo CA, nomeadamente, no que concerne às viagens e à co-brança de tarifas. Nesses as-pectos, Wong Wan prometeu “apertar a fiscalização para que o erário público seja bem aplicado”.

No caso em específico das tarifas e alegados pagamen-tos efectuados pelo Governo indevidamente, promete que “vão ser investigados”. “Se verificarmos que houve ex-cedentes pagos, vamos exigir o reembolso dessas tarifas. E os casos fraudulentos serão tratados de acordo com a le-gislação”.

Para o futuro, quer que a actuação da DSAT também seja mais atenta. “Quando existirem anomalias vamos exigir explicações às opera-doras”, garantindo que se não houver justificação, “para além de não liquidarmos as tarifas, aplicaremos sanções de acordo com o caderno de encargos”.

A firmeza de Wong Wan na defesa do erário público, que fez questão de repetir vá-rias vezes, não o poupou de ser questionado relativamen-

te à sua manutenção no cargo. Mas sobre essa matéria dis-se ainda não ter ponderado. “O meu principal trabalho é acompanhar as sugestões da-das pelo CA”.

Apesar de admitir que “é um tema bastante quente”,

deixou apenas a promessa de que vai “envidar esforços para melhorar o serviços de auto-carros”. Segundo Wong Wan, na próxima semana a DSAT vai responder na Assembleia Legislativa às preocupações dos deputados.

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10 JTM | LOCAL Sexta-feira, 31 de Maio de 2013

Falência nº CV1-12-0002-CFI 1° Juízo Cível

REQUERENTE: Bank of America, National Association, sociedade comercial com sede registada em 100 North Tryon Street, Suite 170, Charlotte, North Carolina 28202, Estados Unidos da America e registada em Hong Kong, nos termos da Parte XI da Companies Ordinance of The Hong Kong Special Administrative Region, ali domiciliada em 42/F, Two International Finance Centre, 8 Finance Street, Hong Kong.REQUERIDA: Galleria Comercial Offshore de Macau Limitada, com sede em Macau, na Rua de São Domingos, n.º 16F-16L, Centro Comercial Hin Lei, 5.º andar, sala 62 registada na Conservatória de Registo Comercial, sob o n.º 23106(SO).

FAZ-SE SABER, que nos autos de Falência acima identificados, foi, por sentença de 03 de Maio de 2013, declarado em estado de falência a requerida Galleria Comercial Offshore de Macau Limitada, tendo sido fixado em 45 (quarenta e cinco) dias, contados da publicação do anúncio a que se refere o artigo 1089.º do C.P.C.M., de 1999, no Boletim Oficial da RAEM, o prazo para os credores reclamarem os seus créditos.

Tribunal Judicial de Base da RAEM, aos 06 de Maio de 2013.

A Juiz,Ana Meireles

A Escrivã Judicial Principal,Lei Ka Lou

“JTM” - 31 de Maio de 2013

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

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NOVOS FURTOS EM AVIÕES

Dinheiro quase voou de bagagens de mãoCom a ajuda de três passageiros, a tripulação de um voo da AirAsia com destino a Macau identificou e reteve até à chegada da PSP dois homens que tinham furtado 287 mil dólares de Hong Kong de três bagagens de mão. Todo o dinheiro foi recuperado e os suspeitos encaminhados para o Ministério Público

Dois “amigos” do Continente, de 42 e 51 anos, foram detidos no Aeroporto Internacional de Ma-

cau, onde chegaram num voo da AirAsia proveniente de Xangai, por suspeita de furto de dinheiro que os três passageiros tinham guardado nas respectivas baga-gens de mão.

O caso foi descoberto depois das três vítimas terem alertado a tripulação para as supostas investidas dos suspeitos. Quando verificaram as bagagens, os três passageiros aperceberam-se de que, no total, faltavam 287 mil dólares de Hong Kong e 8.800 yuans.

Depois de identificados os suspeitos, a tripulação não permitiu a saída de nin-guém da aeronave até à chegada da Polí-cia de Segurança Pública.

Ainda dentro do avião, as autoridades encontraram, em duas malas que perten-ciam aos dois suspeitos, todas as notas correspondentes ao valor em falta dos passageiros.

Questionados pelos agentes policiais, os dois homens começaram por garantir que não se conheciam e que o caso não

passava de uma mera coincidência.Contudo, segundo a PSP, acabaram

por negar as declarações iniciais, após te-rem sido confrontados com os movimen-tos de entrada, quer no Continente, quer no território, semelhantes em diversas datas, bem como cartões de hotéis iguais.

Os suspeitos foram entregues ao Mi-nistério Público.

Ladrão solitário a bordo

Noutro caso semelhante, desta feita a bordo de um voo da ThaiSmile vindo de Banguecoque, alguns passageiros tam-bém alertaram a tripulação para o presu-mível furto de pertences que se encontra-vam em bagagens de mão.

O caso culminou com a detenção de um homem de 43 anos do Continente, que estava na posse de 830 dólares norte--americanos, 1.100 dólares de Hong Hong e 130 yuans.

O homem acabou por confessar que já tinha praticado o mesmo tipo de crime algumas vezes, mas disse actuar sempre sozinho. S.D

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Furtos ocorreram em voos da AirAsia e Thai Smile

Contratado ilegalmente para remodelar casa do irmão

A Polícia de Segurança Pública (PSP) deteve dois homens e o suposto patrão, por trabalho ilegal. As autoridades deslocaram-se a um apartamento perto da Igreja da Sé, onde encontraram os dois trabalhadores, um residente de Macau e um homem oriundo do Continente, que se encontrava em situação ilegal no território. Ambos estavam a remodelar o apartamento. O trabalhador do Continente acabou por dizer que foi contratado pelo irmão, um residente com cerca de 50 anos, e que recebia 600 patacas por dia. Contudo, não tinha autorização para trabalhar. Foi entregue ao Ministério Público.

JOGADOR ENDIVIDADO ALERTOU CLIENTE DE RESTAURANTE

O papel que estragourepasto de agiotasDepois de ter pedido dinheiro emprestado e perder tudo, um jogador foi levado à força até um estabelecimento de comidas, onde conseguiu alertar um cliente com uma mensagem num papel. Chamada a intervir, a PSP acabou com mais um caso de usura

Um homem de 25 anos foi de-tido num quarto de hotel por suspeita de sequestro e usura

para o jogo, mas o caso começou a ser desvendado à mesa de um res-taurante.

O primeiro capítulo da história desenrolou-se na sexta-feira passa-da quando a vítima, um jogador do Continente, pediu a um grupo de ho-mens 150 mil dólares de Hong Kong para jogar. Entregou o seu passapor-te e o BIR da China e seguiu para uma mesa de bacará.

Mas, na segunda-feira perdeu todo o dinheiro. Os quatro homens levaram-no então até um restaurante onde o pressionaram a pagar a dívi-da, sob ameaça de ficar sequestrado até conseguir devolver o dinheiro.

Porém, enquanto se encontrava no estabelecimento, a vítima escre-veu num papel o nome do hotel para onde iria ser levado de seguida e ati-rou-o a um homem, antes de deixar o local na companhia dos alegados agiotas.

O cliente do restaurante acabou por ver o papel e levou-o a uma es-quadra da polícia.

As autoridades deslocaram-se então ao quarto de hotel indicado no papel onde encontraram a vítima e um suspeito. Este acabou por dizer que trabalhava para um grupo que emprestava dinheiro a juros altos, nos casinos. O seu salário era de 500 dólares de Hong Kong por dia e só tinha que vigiar as pessoas que lhe eram entregues. S.D.

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Sexta-feira, 31 de Maio de 2013 JTM | LOCAL 11

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ARQ

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APOIO ÀS ACTIVIDADES NO ÂMBITO DE QUYI DEVE SER PEDIDO ATÉ FINAL DE JUNHO

“Especial atenção” aos subsídios financeirosPara dar seguimento às sugestões do Comissariado de Auditoria, a Fundação Macau diz ter introduzido “várias medidas restritivas” na atribuição de apoio financeiro. O aviso foi feito em comunicado sobre os pedidos de subsídios no âmbito do Quyi, espectáculos de óperas chinesas e de canções clássicas e populares, que ocorre entre Julho e Dezembro o

Sandra Lobo Pimentel

EX-DIRECTORA DAS FINANÇAS PERDEU MAIS UM RECURSO NO TUI

TUI considera “bastante benevolente”punição disciplinar de Orieta LauA antiga directora dos Serviços de Finanças recorreu para o Tribunal de Última Instância depois do Tribunal de Segunda Instância não lhe ter dado razão quanto à validade do despacho de Chui Sai On, datado de 2011, que lhe aplicou a mesma suspensão de 120 dias. Mas o colectivo voltou a não lhe dar razão e entende até que a “punição disciplinar sofrida é já bastante benevolente”

Insatisfeita com a decisão do TSI que negou a invalidade do despacho do Chefe do Executivo que lhe aplica

uma suspensão de 120 dias, Orieta Lau apelou ao TUI. A defesa da ex-directora dos Serviços de Finanças entende que “não é verdade que tenha ficado provado no relatório final [do processo discipli-nar] que a recorrente tenha agido livre, consciente e deliberadamente”.

Neste particular, insiste que há apenas “meras citações e referências à Acusação proferida no processo disciplinar, onde, de facto, a ali arguida vinha acusada de agir com dolo, e não a qualquer facto pro-vado ou qualificação da conduta da mes-ma feita pelo instrutor após a instrução do processo”.

Nesse mesmo relatório, argumenta, “é feita a qualificação das condutas da ali arguida, onde não há qualquer refe-rência à sua actuação dolosa, antes pelo contrário, há a menção expressa de que agiu apenas com negligência (consciente ou inconsciente)”.

O recurso explica depois que “o con-ceito de negligência (simples ou mera culpa) é juridicamente diverso do concei-to de culpa e grave desinteresse (dolo ou, no mínimo, negligência grosseira)”, que-rendo por isso ver clarificada esta ques-tão. Insiste que, “quer o acto recorrido, quer a decisão em crise, ao considerarem que ficou provado no Processo Discipli-nar e nos Acórdãos que a Recorrente agiu com culpa e grave desinteresse, parte de um pressuposto de facto manifestamente errado”.

Na tese da defesa, devia ter sido en-tendido pelo Tribunal que “houve erro

Orieta Lau pretendia que o Tribunal invalidasse despacho que ditou a sua suspensão por 120 dias

sobre os pressupostos de direito, erro grosseiro” na medida concreta da pena aplicada a Orieta Lau, e justifica que “a não consideração de circunstâncias agravantes no acto impugnado implica, necessariamente, a diminuição de uma pena que anteriormente foi graduada com base em circunstâncias agravantes”.

TUI salienta “gravidade” da condutaA esta argumentação de recurso, o

colectivo de Juízes do TUI chegou à con-clusão de que “o acto recorrido deu como facto provado que a arguida actuou com dolo, mas acabou por, na qualificação jurídica dos factos, aceitar que a arguida tivesse agido apenas negligentemente”, explicando assim a decisão anterior.

Orieta Lau terá “entendido que a pena devia ter sido especialmente atenuada” face à inexistência de agravantes. No en-tanto, o TUI responde que “o Tribunal re-corrido fez uma avaliação sucinta do caso concreto, tendo concluído pela manuten-ção da pena aplicada”. E acrescenta ainda que “para o Tribunal, os factos apurados no acto punitivo revelam a gravidade e elevada censurabilidade da conduta da recorrente e a punição disciplinar sofrida é já bastante benevolente”.

O caso das Finanças remonta a Setem-bro de 2009, quando o Comissariado de Auditoria (CA) identificou dois funcio-nários, Orieta Lau e Carlos Ávila, a par com o jurista João Janela que, entretanto, viu rescindido o contrato individual de trabalho por justa causa, como tendo, en-tre 2006 e 2008, e no âmbito da Comissão de Avaliação de Veículos Motorizados, lesado a Administração em mais de 3,4 milhões de patacas em excessos de com-pensações pagas pelo desdobramento de actas das reuniões realizadas.

Do relatório do CA conclui-se que aquela Comissão elaborava mais do que uma acta por reunião, chegando a elabo-rar oito num dia. Os funcionários aca-bavam por auferir remunerações anuais que excediam o permitido por lei, cerca de um milhão de patacas tendo em conta a tabela de pagamentos actual.

Orieta Lau e Carlos Ávila pediram ju-dicialmente a suspensão da eficácia das penas de suspensão de 90 e 120 dias que lhes foram aplicadas pela Administração. Mas já em última instância, em Maio de 2010, os juízes do TUI determinaram não dar provimento ao pedido por conside-rarem existir “grave lesão do interesse

público”.Para os magistrados, os funcionários

públicos em causa agiram “com negli-gência ao permitir a elaboração de mais do que uma ata por dia de reunião ou sessão, com a consequente duplicação de pagamento de retribuições a si própria e aos restantes membros da Comissão”.

Tendo em conta os valores em que a Administração terá sido lesada, em Ou-tubro de 2009, o Comissariado contra a Corrupção confirmou à agência Lusa, que estava a conduzir investigações de natureza penal relativamente a este caso. No entanto, até hoje não se conhecem de-senvolvimentos.

A Fundação Macau diz que “deu uma especial atenção” à atribuição de apoios financeiros, tendo introduzido “várias medidas restri-

tivas para dar seguimento às sugestões proferidas pelo Comissariado da Auditoria”.

Como exemplo, “o caso de diferentes associações mas cujos responsáveis principais são comuns (pre-sidentes de assembleia geral ou de direcção)”, para os quais, “em princípio, a Fundação apenas aprecia o pedido de apoio financeiro de uma dessas associa-ções, em cada ano, e não serão atribuídos subsídios cumulativamente .

Também as várias associações “com as suas se-des no mesmo local”, no caso de formularem pedi-

dos de apoio financeiro, este “deverá mencionar e justificar tal facto”, caso contrário, será adoptado o mesmo princípio para os dirigentes comuns.

O aviso foi divulgado em comunicado sobre os pedidos de subsídios a actividades no âmbito do Quyi, todas as apresentações de espectáculos de óperas chinesas e de canções clássicas e populares, que se realizarão no segundo semestre deste ano, entre os dias 1 de Julho e 31 de Dezembro.

Segundo a Fundação Macau, dados estatísticos revelam que todos os anos tem havido cerca de 200 associações que pediram apoio financeiro junto para a organização de actividades no âmbito de Quyi. “No primeiro semestre de 2013, foram tratados 78

pedidos desta natureza”.Durante todo o mês de Junho, ocorre a segunda

ronda de entrega dos pedidos de apoio financeiro para as actividades no âmbito de Quyi e “só serão aceites os pedidos que associações territoriais pre-tendam realizar no segundo semestre do ano cor-rente”.

A Fundação avisa ainda que “relativamente às instituições com menos de um ano de funcionamen-to face à data para a eventual realização da activi-dade ou se a actividade que se pretender organizar não corresponda aos seus objectivos estatuários, os pedidos não serão considerados prioritariamente, ou até, não serão aprovados”.

Page 12: FOTO JTM Ouve-se desilusão DOSSIER na Ilha da Montanha · “concluiu em 2012 a licenciatura em Economia na Universidade Nova, tendo efetuado o semestre de inverno de 2011/2012,

12 JTM | PUBLICIDADE Sexta-feira, 31 de Maio de 2013

MOP

Balanço anual Em 31 dE dEzEmBro dE 2012 SíntESE do rElatório dE actividadE

Banco Comercial Primeiro,S.A., fundado em 1899, tem operado mais de cem anos. Em 2012, a sucursal tem-se desenvolvido de forma estável, alcançando o grande sucesso previsto.

Em 2013, a sucursal irá, insistir na prossecução do conceito «Cliente Preferencial, Serviço de Primeira», procurando, expandir activamente os negócios e oferecer aos clientes diversos serviços com a melhor qualidade.

Gerente Mico Lin

SíntESE do parEcEr doS auditorES ExtErnoS

FirSt commErical BanK limitda – SucurSal dE macau(constituído em Macau como sociedade anónima de responsabilidade limitada)

As demonstrações financeiras resumidas anexas do First Commercial Bank Limitada - Sucursal de Macau (a Sucursal) referentes ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2012 resultam das demonstrações financeiras auditadas e dos registos contabilísticos da Sucursal referentes ao exercício findo naquela data. Estas demonstrações financeiras resumidas, as quais compreendem o balanço em 31 de Dezembro de 2012 e a demonstração dos resultados do exercício findo naquela data, são da responsabilidade da Gerência da Sucursal. A nossa responsabilidade consiste em expressar uma opinião, unicamente dirigida a V. Exas. enquanto Gerência, sobre se as demonstrações financeiras resumidas são consistentes, em todos os aspectos materiais, com as demonstrações financeiras auditadas e com os registos contabilísticos da Sucursal, e sem qualquer outra finalidade. Não assumimos responsabilidade nem aceitamos obrigações perante terceiros pelo conteúdo deste relatório.

Auditámos as demonstrações financeiras da Sucursal referentes ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2012 de acordo com as Normas de Auditoria e Normas Técnicas de Auditoria emitidas pelo Governo da Região Administrativa Especial de Macau, e expressámos a nossa opinião sem reservas sobre estas demonstrações financeiras, no relatório de 11 de Abril de 2013.

As demonstrações financeiras auditadas compreendem o balanço em 31 de Dezembro de 2012, a demonstração dos resultados, a demonstração de alterações nas reservas e a demonstração dos fluxos de caixa do exercício findo naquela data, e um resumo das principais políticas contabilísticas e outras notas explicativas.

Em nossa opinião, as demonstrações financeiras resumidas são consistentes, em todos os aspectos materiais, com as demonstrações financeiras auditadas e com os registos contabilísticos da Sucursal.

Para uma melhor compreensão da posição financeira da Sucursal, dos resultados das suas operações e do âmbito da nossa auditoria, as demonstrações financeiras resumidas em anexo devem ser lidas em conjunto com as demonstrações financeiras auditadas e com o respectivo relatório do auditor independente.

Cheung Pui PengAuditor de contasPricewaterhouseCoopers

Macau, 29 de Abril de 2013

activo activo Bruto activo líQuidoproviSÕES

amortizaçÕES EmEnoS - valiaS

CAIXADEPÓSITOS NA AMCMVALORES A COBRARDEPÓSITOS À ORDEM NOUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO NO TERRITÓRIODEPÓSITOS À ORDEM NO EXTERIOROURO E PRATAOUTROS VALORESCRÉDITO CONCEDIDOAPLICAÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO NO TERRITÓRIODEPÓSITOS COM PRÉ-AVISO E A PRAZO NO EXTERIOR ACÇÕES, OBRIGAÇÕES E QUOTASAPLICAÇÕES DE RECURSOS CONSIGNADOSDEVEDORESOUTRAS APLICAÇÕESPARTICIPAÇÕES FINANCEIRASIMÓVEISEQUIPAMENTOCUSTOS PLURIENAISDESPESAS DE INSTALAÇÃOIMOBILIZACOES EM CURSOOUTROS VALORES IMOBILIZADOSCONTAS INTERNAS E DE REGULARIZAÇÃO

TOTAIS

4,307,316.826,132,443.51

--

1,165,402.587,055,136.89

----

675,450,946.42149,725,350.34

1,545,906,000.00217,528,853.45

----------

2,720,839.15--------

6,292,194.35 2,616,284,483.51

1,858,305.34

1,858,305.34

4,307,316.826,132,443.51

--

1,165,402.587,055,136.89

----

675,450,946.42149,725,350.34

1,545,906,000.00217,528,853.45

----------

862,533.81--------

6,292,194.352,614,426,178.17

MOP

dEmonStraçÃo dE rESultadoS do ExErcício dE 2012conta dE ExploraçÃo

dÉBito montantE crÉdito montantE

CUSTOS DE OPERAÇÕES PASSIVASCUSTOS COM PESSOAL:REMUNERAÇÕES DOS ÓRGÃOS DE GESTÃO E FISCALIZAÇÃO

REMUNERAÇÕES DE EMPREGADOSENCARGOS SOCIAISOUTROS CUSTOS COM O PESSOAL

FORNECIMENTOS DE TERCEIROSSERVICOS DE TERCEIROSOUTROS CUSTOS BANCARIOSIMPOSTOSCUSTOS INORGANICOSDOTACOES PARA AMORTIZACOESDOTACOES PARA PROVISOESLUCRO DA EXPLORACAO

TOTAIS

16,965,805.66

--4,121,992.00

--101,986.8072,026.80

2,108,639.492,542,703.00

----

752,019.482,658,151.00

11,236,172.15 40,559,496.38

PROVEITOS DE OPERAÇÕES ACTIVASPROVEITOS DE SERVIÇOS BANCÁRIOS

PROVEITOS DE OUTRAS OPERAÇÕES BANCÁRIAS

RENDIMENTOS DE TÍTULOS DE CRÉDITO E DE PARTICIPAÇÕES FINANCEIRAS

OUTROS PROVEITOS BANCÁRIOSPROVEITOS INORGÂNICOSPREJUIZOS DE EXPLORACAO

TOTAIS

33,009,385.42

898,330.03

138,363.70

6,513,417.23------

40,559,496.38

contaS ExtrapatrimoniaiS montantE

VALORES RECEBIDOS EM DEPOSITOVALORES RECEBIDOS PARA COBRANÇA VALORES RECEBIDOS EM CAUÇÃO GARANTIAS E AVALES PRESTADOS CREDITOS ABERTOS ACEITES EM CIRCULACAO VALORES DADOS EM CAUÇÃO COMPRAS A PRAZO VENDAS A PRAZO OUTRAS CONTAS EXTRAPATRIMONIAIS

----

499,585,307.481,059,028.00

----

----

81,438,000.00

MOP

conta dE lucroS E pErdaS

dÉBito montantE crÉdito montantE 11,236,172.15

1,872.00----

--

11,238,044.15

PREJUIZO DE EXPLORACAOPERDAS RELATIVAS A EXERCÍCIOS ANTERIORES

PERDAS EXCEPCIONAISDOTAÇÕES PARA IMPOSTOS SOBRE LUCROS DO EXERCÍCIOS

RESULTADO DO EXERCÍCIO (SE POSITIVO)

TOTAIS

--

----

1,376,021.88

9,862,022.27

11,238,044.15

LUCRO DE EXPLORAÇÃOLUCROS RELATIVOS A EXERCÍCIOS ANTERIORES

LUCROS EXCEPCIONAISPROVISÕES UTILIZADASRESULTADO DO EXERCICIO (SE NEGATIVO)

TOTAIS

MOP

FirSt commErcial BanK limitada — Sucursal de macau

GENRENTE O CHEFE DA CONTABILIDADE Mico Lin Benny Tsai

paSSivo SuB-totaiS total

DEPÓSITOS À ORDEMDEPÓSITOS C / PRÉ-AVISODEPÓSITOS A PRAZODEPÓSITOS DE SECTOR PÚBLICORECURSOS DE INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO NO TERRITÓRIO RECURSOS DE OUTRAS ENTIDADES LOCAISEMPRESTIMOS EM MOEDAS EXTERNASEMPRESTIMOS POR OBRIGACOESCREDORES POR RECURSOS CONSIGNADOSCHEQUES E ORDENS A PAGARCREDORESEXIGIBILIDADES DIVERSASCONTAS INTERNAS E DE REGULARIZAÇÃO PROVISÕES PARA RISCOS DIVERSOS CAPITALRESERVA LEGALRESERVA ESTATUTARIAOUTRAS RESERVASRESULTADOS TRANSITADOS DE EXERCICIOS ANTERIORESRESULTADO DO EXERCICIO

TOTAIS

33,669,247.22--

368,742,389.51-- ----

2,125,901,198.98----

376,976.88135,433.57

--

50,000,000.00----

458,191.00636,356.77

9,862,022.27

402,411,636.73

2,126,413,609.4311,693,202.4512,951,159.52

50,458,191.00

10,498,379.042,614,426,178.17

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JTM | LOCAL 13Sexta-feira, 31 de Maio de 2013

Viviana Chan

• • • BREVES

Homenagem na Séa José Alberto de SousaSerá rezada hoje, pelas 18 horas, na Sé Ca-tedral de Macau, uma missa em memória de José Alberto de Sousa, ex-jornalista da RTP e da TDM que faleceu há uma sema-na em Lisboa, aos 58 anos. Em Macau, José Alberto de Sousa foi um dos elemen-tos fundadores da TDM, tendo exercido os cargos de director geral dos canais por-tugueses e chineses da rádio e televisão.

RAEM e Malta trocam informações fiscaisO Secretário para a Economia e Finanças, Francis Tam, e o embaixador de Malta, Joseph Cassar, assinaram ontem em Pe-quim, um acordo de troca de informações fiscais. Segundo os Serviços de Finanças, o acordo visa fornecer informações fiscais para o combate à evasão fiscal transfron-teiriça, o que, “para além de satisfazer as exigências da OCDE, contribui para a criação de um ambiente fiscal interna-cional justo, um ambiente económico internacional harmonioso e reflecte o compromisso da RAEM na cooperação internacional em matéria fiscal”.

CCAC vai recrutar12 investigadoresO Comissariado contra a Corrupção iniciou o processo de recrutamento de quatro investigadores principais e oito investigadores superiores na área da pro-vedoria de justiça. O organismo procura “residentes de Macau que se sintam en-tusiasmados pelo trabalho, aptos para trabalhar sob pressão e motivados para servir a população local”.

Recital de clarineteno Clube MilitarO Clube Militar de Macau organiza hoje, pelas 19:00, mais um concerto do ciclo “Jornadas Musicais”, com a participação de Anthony Wong (clarinete) e Yvonne Tsang (piano). Neste recital serão inter-pretadas obras de Poulenc, Crusell e Horovitz. Será promovido também um jantar-convívio, sendo que os bilhetes custam 50 patacas (concerto) ou 250 pata-cas (incluindo jantar).

Fundação Rui Cunha acolhe competição de desenhoA Fundação Rui Cunha e a Associação de Comunicação entre Professores de Arte de Macau vão realizar amanhã, en-tre as 09:00 e as 12 horas, nas instalações da Fundação, a competição de desenho inter-escolas “Os Corações de Todas as Crianças Juntos”. Quarenta alunos de quatro escolas vão dar alegria e cor à ga-leria da Fundação Rui Cunha numa ini-ciativa que visa celebrar o Dia Mundial da Criança e terá como tema central “A Minha Família, O Meu Animal de Esti-mação, Os Meus Brinquedos e Eu”.

ATFPM volta a entregarprémios de incentivo escolarNo âmbito das celebrações do Dia Mun-dial das Crianças, a Associação dos Tra-balhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) vai entregar amanhã, pela 13ª vez, prémios de incentivo escolar. No to-tal, a ATFPM irá atribuir 80 prémios aos melhores alunos do último ano lectivo de 2011/2012, filhos de sócios.

LEONG HENG KAO DIZ QUE SÃO NECESSÁRIAS MAIS OITO FAIXAS

Vice-presidente dos “Kaifong” quer mais uma ponte

Para facilitar a travessia entre Macau e a Taipa, Leong Heng Kao sugeriu a construção de uma nova ponte, acrescentando que a infra-estrutura

deveria ser edificada ao lado da Ponte Governador No-bre de Carvalho. Em declarações ao jornal Ou Mun, o vice-presidente dos “Kaifong” e membro do Conselho Consultivo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Mu-nicipais (IACM) considerou que as actuais vias entre a península e as ilhas não suficientes para face ao trânsito.

Por outro lado, o mesmo responsável nota que ape-nas duas das pontes estão disponíveis para os carros privados, com a agravante de na Ponte Sai Van haver ainda uma faixa reservada aos motociclos que ocupa muito espaço. Leong Heng Kao sustentou ainda que a nova estrutura deveria prever pelo menos oito faixas de rodagem.

Embora haja um plano para construir uma nova pon-

Leong Heng Kao acha que deveria ser erguida uma nova va de travessiaao lado da Ponte Governador Nobre de Carvalho

Com o avolumar do tráfego e a criação de uma via especial para motociclos na ponte de Sai Van, Leong Heng Kao defende que o Governo deve construir uma nova ponte, o mais rápido possível. O membro do Conselho Consultivo do IACM diz que não se pode esperar pela estrutura prevista para ligar os novos aterros às ilhas

te de ligação entre os novos aterros e a Taipa, o repre-sentante dos “Kaifong” considera que não se deve es-perar por aquele projecto, previsto para demorar uma década. Nesse sentido apelou ao Governo para ir em frente com a construção de uma estrutura junto à Go-vernador Nobre de Carvalho.

Leong Heng Kao recordou ainda que o Executivo chegou a ponderar a construção de um túnel subterrâ-neo para fazer a ligação entre Península e as Ilhas, mas o projecto acabou por ficar na gaveta. “Já têm sido fei-tos trabalhos preliminares de impacto ambiental”, por isso, “pode-se poupar tempo ao nível da investigação e avançar com o projecto”, instou ainda.

Os lojistas da Rua de São Paulo temem as obras que o Gover-no realizou em 2011 na rede

de drenagem estejam a contribuir para as inundações quando ocorrem chuvas torrenciais. O deputado Chan Meng Kam acedeu ao pedido dos co-merciantes daquela zona e exortou o Executivo a apurar as causas das cheias que têm originado prejuízos no negócio.

Nas últimas semanas registaram-se alguns dias com nível elevado de pre-cipitação o que originou várias inunda-ções, que viriam a provocar estragos nos estabelecimentos da Rua de São Paulo, atingindo até o porão dos edifícios. De-pois de terem evacuado água que lhes dava pelos joelhos, os lojistas dizem es-tar a enfrentar prejuízos, já que o odor e a humidade afastam os clientes.

Chan Meng Kanm esteve no local acompanhado por responsáveis do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e do Instituto de Habita-ção e quer que os serviços governa-mentais possam ajudar os lojistas a enfrentar este problema.

CHAN MENG KAM VISITOU ZONA DE SÃO PAULO

Lojistas “culpam” obras pelas inundaçõesAs cheias provocadas pela chuvas torrenciais continuam a gerar polémica. O deputado Chan Meng Kam apelou ao Governo para agir com celeridade para resolver este problema que tem afectado os negócios de vários lojistas. Alguns comerciantes dizem que as inundações são mais frequentes após as obras que o Governo realizou

Alguns proprietários queixaram--se ainda que as inundações provocam problemas de higiene o que acarreta doenças contagiosas. Um dos lojistas, que preferiu não ser identificado, dis-se mesmo ao jornal “Ou Mun” que as inundações têm sido mais frequentes desde que o Governo realizou obras na rua, em 2011, suspeitando por isso que haja alguma irregularidade na rede.

Perante as queixas, o IACM prome-teu investigar para apurar as causas.

Porém, não é apenas a Rua de São Pau-lo que sofre com as cheias. Sublinhando que este problema afecta os negócios e por consequência a vida das pessoas, Chan Meng Kam pediu ainda ao Go-verno para apoiar também os comer-ciantes do Porto Interior e de San Kio.

O deputado exorta o Executivo a agir com celeridade e a sensibilizar as pessoas para os seus direitos e res-ponsabilidades.

F.A./V.C.

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Comerciantes não se conformam com prejuízos das cheias

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14 JTM | LOCAL Sexta-feira, 31 de Maio de 2013

Em vésperas da grande noite os responsáveis da TDM vão ultimando os preparativos para que tudo corra de feição. A gala da TDM decorre amanhã, no Teatro Venetian, onde serão também celebrados os 29 anos da emissora, assinalados no dia 13 de Maio

Últimos preparativos para a gala da TDM

Luzes, câmara... mas ainda sem a acção, essa fica para a noite de sábado. Para já vai-se ensaiando e preparando o equipamento para que a noite de sábado seja de grande espectáculo.

Artistas de Macau e do Continente vão participar na gala “TDM & Você: Juntos Há 29 Anos”, que será transmitida amanhã em directo, a partir das 20 horas, pelos canais TDM Ou Mun, TDM HD, Canal Satélite Macau, Canal Macau e pela rádio Ou Mun Tin Toi. O evento irá ainda celebrar o 29º aniversário da TDM, que foi assinalado a 13 de Maio.

Ontem, durante a tarde, foi possível espreitar parte da preparação no Teatro Venetian, onde algumas dezenas de responsáveis da TDM iam fa-zendo ensaios e testar o equipamento. Ouvia-se a voz, alto e em bom som, do coordenador a aprimorar as movimentações dos apresentadores,

que iam ensaiando os seus discursos. Na parte técnica notou-se algum cuidado com as movimentações da

câmara que cobre todo o teatro, bem como no sistema de luzes, dois as-pectos fundamentais para o sucesso do espectáculo.

Durante a gala serão ainda anunciados os vencedores do “Concurso de Produção de Vídeos para a Promoção de Macau”, uma iniciativa que visa promover o turismo da região e para a qual a TDM convidou nove instituições de comunicação do Interior da China. O júri deste concurso foi presidido por Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo de Macau.

P.A.S.

“ART MACAO” ESTREIA-SE HOJE NO VENETIAN

Galeria lusa trouxe obra de Andy WarholO Venetian abre hoje ao público as suas portas para a “Art Macao”, um certame que trouxe ao território um conjunto vasto de obras para todos os gostos, feitios e até bolsas. De Macau estão representados 16 artistas, que pretendem surpreender pelos seus trabalhos “não comerciais”, mas é de Portugal que surge um dos destaques do evento, com um trabalho de Andy Warhol

Pedro André Santos

São mais de mil obras provenientes de vá-rios cantos do mundo e que chegam a Ma-cau pela mão de cerca de 50 galerias. O cer-

tame abre hoje ao público mas ontem já fez uma amostra para alguns convidados, e alguns dos quais já abriram mesmo os “cordões à bolsa” e fizeram algumas compras, prometendo um fim--de-semana entusiasmante para os amantes da arte.

Portugal surge representado pela galeria Cordeiros, do Porto, que regressa a Macau de-pois de uma presença em 1999, ainda antes da transferência de soberania.

“Temos pintores de renome internacional, focamo-nos muito nos portugueses, apesar de não ser um país com forte atracção artística”, disse ao JTM Agostinho Cordeiro, um dos só-cios. A galeria trouxe a Macau 42 trabalhos, em-bora no primeiro dia apenas tenham estado 39 em exposição.

Os preços das obras variam entre 12.500 e um milhão de patacas, com a excepção de um retrato de Barbara Molasky, da autoria de Andy Warhol, que data de 1980, avaliado em 5 milhões de euros (cerca de 52,1 milhões de patacas).

Apesar de “não conhecermos bem o mercado asiático”, as “expectativas são boas” para o cer-tame, salientam os responsáveis.

Outra estreia em Macau surge através da galeria Simard Bilodeay, do Canadá, que atraiu muitos curiosos pelas suas esculturas em bron-ze. “Somos de Montreal, muito dedicados a co-

lecções privadas, e temos também uma galeria na Califórnia. Gostamos muito de viajar na

Ásia, temos um bom mercado aqui, especial-mente no bronze”, disse ao JTM Guy Simard.

O responsável da galeria está pela primeira vez em Macau, e contou que chegou ao terri-

Certame estará aberto até domingo no VenetianCerca de 50 galerias participam na exposição

Galeria Simard Bilodeay destaca-se pelas esculturas em bronze

Retrato de Barbara Molasky, da autoria de Andy Warhol, está avaliado em 52,1 milhões de patacas

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Sexta-feira, 31 de Maio de 2013 JTM | LOCAL 15

Espaço de Macau na 55ª Bienal de Veneza já foi inaugurado

“ART MACAO” ESTREIA-SE HOJE NO VENETIAN

Galeria lusa trouxe obra de Andy Warhol

O responsável da galeria está pela primeira vez em Macau, e contou que chegou ao terri-

tório após várias recomendações de amigos. “Tivemos esta oportunidade e estamos muito contentes, o local é bonito e as pessoas muito profissionais. Fomos recebidos como reis! Para o ano cá estaremos”, acrescentou.

Para Macau trouxeram vários quadros ori-ginais, mas é no bronze que se destacam. “As pessoas não estão muito habituadas a este tipo de qualidade de bronze porque é muito cara de produzir e transportar”, referiu.

Uma das peças que mais atenção recebeu foi uma escultura de um dos artistas da galeria que se inspirou na sua vida na selva mexicana. O preço do trabalho ultrapassa as 300 mil patacas, mas ainda a exposição não tinha aberto ao pú-blico e já tinham vendido dois dos cinco exem-plares da edição limitada, algo que não sur-preendeu Guy Simard. “Em Xangai vendemos 17 trabalhos no mesmo dia. Por isso esperamos que venha a acontecer o mesmo aqui. Mas não se trata apenas de vender, queremos que as pes-soas reconheçam o nosso trabalho”, concluiu.

Apresentar artistas de Macau ao mundoDa parte de Macau surgem 16 artistas que

têm os seus trabalhos em exposição, havendo desde já uma novidade no dia de apresenta-ção. “Tentámos algo diferente neste primeiro dia porque retirámos os nomes dos artistas dos trabalhos. Talvez reconheçam o padrão do ar-tista, e é isso que pretendo. Queremos que as pessoas se lembrem dos trabalhos dos artistas de Macau”, disse ao JTM Mok Wai Hong, cura-dor para os artistas do território. No entanto, a situação voltará à normalidade na abertura ao público, e as obras já terão os nomes dos artis-tas ao seu lado.

Sobre os trabalhos locais, o responsável con-sidera que “não são nada comerciais” compara-tivamente a muitos apresentados lá fora, uma situação que também tem explicação. “A maio-ria dos artistas de Macau faz o que quer. Não vão com o mercado e por isso não são nada co-merciais. Não existe muito apoio do Governo, e é um bocado por isso também. No entanto, torna-se mais complicado entrar no mercado”, referiu.

A “Art Macao”, recorde-se, é uma iniciativa da empresa Long Hei Culture & Arts, subsidiá-ria do grupo de investimento Long Hei, em par-ceria com a Associação das Indústrias Criativas de Macau. O certame estará aberto até domingo no Venetian.

“PATO.MEN” JÁ BRILHA NA BIENAL

Presença em Veneza eleva estatuto de Macau

A obra que Car-los Marreiros criou para a

55ª Exposição Inter-nacional de Arte – Bienal de Veneza não é apenas um “palácio enciclopédico” que ilustra “a sua explo-ração sobre o funcio-namento da informa-ção”, mas o símbolo de Macau na ligação das artes no mundo. Depois da pré-aber-tura da exposição “PATO.MEN”, em Itália, na quarta-fei-ra, o director do Mu-seu de Arte de Macau (MAM) afirmou que esta participação na Bienal de Veneza “é uma parte importante de intercâmbio e comunicação entre Macau e a comunidade artística internacional”.

Chan Hou Seng também mostrou esperança que a presença no evento seja a afirmação da veia artística da RAEM nos palcos mundiais. “Esta participação aju-da a elevar o estatuto de Macau na arena internacional das artes”, disse o director do MAM, certo que a obra do arquitecto Carlos Marreiros permite desencadear um livro aberto de paixão.

“As pessoas, eventos, vestígios, objectos, que apareceram ou aconteceram em Macau nos últimos 500 anos, fazem todos parte desta enciclopédia da sociedade global. Para nossa alegria, a exposição é apresentada por um verdadeiro apaixona-do, imaginativo e criativo artistas de Macau através desta instalação”.

Na cerimónia estiveram também presentes outros artistas de Macau, alguns se-lecionadas pelo MAM para realizar exposições diárias de arte viva - como Sequeira Pak Keong, Lai Sio Kit, Chan Ka Keong and Denis Murrell - pelo Chan Hou Seng espera que esta participação na Bienal “possa ajudar os nossos artistas a estabele-cer uma relação estreita com os seus homólogos do resto do mundo”.

O MAM participa desde 2004 na Bienal, evento prestigiado que atrai 77 países. Este ano marcam presença pela primeira vez como países como Paraguai, Angola e Kosovo. Paralelamente à exposição principal foram organizados 47 eventos, que incluíram a instalação do arquitecto chinês Mi Qiu - um barco suspenso formado por milhares de luzes sobre os canais de Veneza.

Depois de uma pré-abertura na quarta-feira, a 55ª edição da Bienal de Arte de Veneza abre as portas ao público amanhã com a exibição de mais de 4.500 obras de arte de 158 artistas convidados, bem como acolhe propostas artísticas de outros 88 países sobre a memória e o saber.

Entre os participantes, estão o Vaticano e todos os países latino-americanos.

Carlos Marreiros levou à Bienal de Veneza “PATO.MEN”, obra que poderá funcionar também como um elo de ligação entre Macau e o Saber internacional. O director do Museu de Arte acredita que a participação da RAEM neste prestigiado evento vai fazer brilhar o território a nível mundial

Carlos Marreiros apresentou o seu trabalho aos convidados

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Certame estará aberto até domingo no Venetian

Galeria Simard Bilodeay destaca-se pelas esculturas em bronze

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16 JTM | LOCAL Sexta-feira, 31 de Maio de 2013

COMPANHIA PEDE MAIS FACILIDADES AO GOVERNO

Hutchison critica preçosde equipamentosOs valores cobrados às companhias de telecomunicação para a utilização de equipamentos públicos são muito elevados, afirma a Hutchison Telephone Macau, apelando ao Governo para que reduza os preços. A operadora diz que irá melhorar os serviços de internet e para isso precisa de alugar novas estruturas

A Hutchison Telephone Macau queixa-se dos preços elevados que são praticados no territó-

rio ao nível da utilização dos apare-lhos públicos, notando que o preço pode ser até cinco vezes mais alto do que em Hong Kong. Por isso, e num momento em que a empresa precisa de mais equipamentos para concre-tizar uma melhoria dos serviços, o director executivo da operadora tam-bém conhecida por 3 Macau apelou ao Governo para baixar o valor cobrado pelo uso dos aparelhos públicos.

Segundo Ho Wai Wing, a Hutchi-son prepara-se para aprimorar os seus serviços móveis, nos próximos meses, com o objectivo de elevar a velocidade da Internet. Esta operação vai impli-car o pagamento da utilização de mais equipamentos públicos, a preços que a companhia considera excessivos.

O director executivo da Hutchison acredita, porém, que essas despesas poderão diminuir quando for emiti-da a nova licença de operação da rede fixa, uma vez que será estimulada a concorrência.

Em declarações ao jornal Ou Mun, Ho Wai Wing disse estar cons-ciente de que com o desenvolvimen-to das tecnologias o telemóvel se tornou uma ferramenta muito im-portante para as pessoas, pelo que é necessário apostar na qualidade.

Neste sentido a companhia avan-çou que vai reforçar os serviços nos edifícios públicos e comerciais, auto--silos, hospitais, lojas e restaurantes. A rede da Hutchison chegará ainda ao novo campus da Universidade de Macau, na Ilha da Montanha.

V.C.

Processo n.º : 22/DC/2012/F

Local : Terreno situado junto à Rua Dois dos Jardins de Cheoc Van n.os 577 - 579 na ilha de Coloane (demarcado a tracejado na planta em anexo).

Planta em anexo :

Edital n.º : 24/E/2013Processo n.º : 22/DC/2012/FAssunto : Início do procedimento de audiência pela ocupação ilegal do

terrenoLocal : Terreno situado junto à Rua Dois dos Jardins de Cheoc Van

n.os 577 - 579 na ilha de Coloane (demarcado a tracejado na planta em anexo).

Jaime Roberto Carion, Director da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Trans-portes (DSSOPT), faz saber por este meio ao ocupante - Sr. Chau Cheok Wa e demais ocupantes ilegais desconhecidos do terreno indicado em epígrafe, o seguinte:

A DSSOPT, no exercício dos poderes de fiscalização conferidos pela alínea b) do n.º 3 do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 29/97/M, de 7 de Julho, verificou que no terreno acima indica-do foi executada a obra de ampliação, sem que tenha sido emitida pela DSSOPT a licença de obra, e sem que tenha sido atribuída aos ocupantes licença de ocupação temporária nos termos dos artigos 69.º a 75.º da Lei n.º 6/80/M, de 5 de Julho (Lei de Terras). Por isso, foi instaurado o procedimento administrativo n.º 22/DC/2012/F, de desocupação e restituição do terreno à posse da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).De acordo com a certidão da Conservatória do Registo Predial (CRP), de 08/06/2011, sobre o terreno indicado em epígrafe não se encontra registado a favor de particular (pessoa singular ou pessoa colectiva), direito de propriedade ou qualquer outro direito real, nomea-damente concessão, por aforamento ou por arrendamento, pelo que o mesmo considera-se propriedade do Estado, nos termos do artigo 7.º da Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).Com efeito, a ocupação de propriedade do Estado por ocupantes que não disponham de contrato de concessão ou licença de ocupação temporária prevista na Lei de Terras que autorize a sua posse determina que o mesmo (terreno) seja entregue, livre e desocupado, ao Governo da RAEM, órgão responsável pela gestão, uso e desenvolvimento dos solos e recursos naturais, nos termos do artigo 7.º da Lei Básica da RAEM, cabendo ao Chefe do Executivo, por maioria de razão, praticar o respectivo acto, ordem de desocupação e restitu-ição do terreno, ao abrigo do disposto na alínea o) do artigo 41.º e do artigo 174.º da Lei de Terras.Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 191.º da Lei n.º 6/80/M ( Lei de Terras ), de 5 de Julho, quem a ocupar por dolo ou má fé, terreno vago do Território, é sancionável com multa de $5 00,00 a $ 5 000,00 patacas.Considerando a matéria referida nos pontos 3 e 4 do presente edital, podem os interessados, querendo, pronunciar-se por escrito sobre a mesma e demais questões objecto do procedi-mento, no prazo de 10 (dez) dias contados a partir da data de publicação do presente edital, podendo requerer diligências complementares e oferecer os respectivos meios de prova, em conformidade com o disposto dos artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Adminis-trativo (CPA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro.O processo pode ser consultado durante as horas normais de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 15.º andar, Macau (telefones n.os 85977154 e 85977227).

RAEM, aos 27 de Março de 2013.

O Director dos Serviços Jaime Roberto Carion

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Hutchison diz precisar de mais equipamentos para melhorar os serviços

• • • “NICK CAN, YOU CAN!”

Nick Vujicic, o homem que nasceu sem pernas e sem braços, está de regresso a Macau para uma sessão dupla no Venetian onde irá partilhar a sua experiência com os presentes. Ontem teve lugar a conferência de imprensa de promoção do evento, “Life’s a miracle! Nick can, you can!”, tendo o australiano de ascendência sérvia falado já um pouco da sua experiência e respondido a algumas perguntas dos presentes. As sessões decorrem hoje numa Arena do COTAI cheia, já que os bilhetes estão esgotados. P.A.S.

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Sexta-feira, 31 de Maio de 2013 JTM | LOCAL 17

NICHOLAS TORRÃO AINDA ACREDITA NO TÍTULO

Ganhar todos os jogos e esperar deslizes dos rivaisO Ka I tem amanhã mais uma autêntica final, face ao Lam Pak, quando faltam três jornadas para terminar a Liga de Elite. O avançado diz que a equipa está apostada em continuar a discutir o título

Apesar da diferença de três pontos para o líder Monte Carlo e da desvantagem directa no con-fronto com o Benfica, o Ka I ainda pode chegar

ao primeiro lugar, mas terá de vencer todos os desa-fios que lhe resta.

Mas mesmo que isso aconteça, pode não ser sufi-ciente para chegar ao título, que seria o quarto conse-cutivo.

O conjunto de Josecler vai ter de marcar golos para não ser surpreendido pelo hipotético empate final en-tre três equipas (Monte Carlo, Benfica e Ka I).

Se o Ka I ganhar então todos os encontros até ao fim e o mesmo suceder com Benfica, aquele trio ficaria com igual número de pontos (de toda a prova) e tam-bém entre os três, o que atiraria a decisão do primeiro lugar para a diferença de golos marcados e sofridos de todo o campeonato.

Essa é uma probabilidade, mas só no caso do ac-tual campeão ultrapassar Lam Pak, já nesta próxima jornada, e depois Monte Carlo e finalmente Kuan Tai.

Lam Pak pode complicar

A ronda imediata, décima sexta, coloca na frente dos pupilos de Josecler um adversário nada fácil, Lam Pak, apesar de este estar afastado do primeiro lugar.

Para os comandados de Chan Man Kin, não há grande pressão e por isso a tarefa de Adilson, Nicho-las, Cesinha e companhia, vai ser complicada.

Por outro lado, em caso de vitória o Ka I ganhará alento para enfrentar logo de seguida o grande rival Monte Carlo, num desafio que pode colocar os “cana-rinhos” na rota do título, ainda que o último desafio seja também difícil, face ao Lam Pak.

Há ainda algumas contas a fazer neste campeona-to, que entra na recta final.

Qualquer deslize de Ka I ou Benfica, derrota ou empate, praticamente entregará o primeiro lugar ao clube de Firmino Mendonça, que por seu lado tam-bém não pode facilitar, apesar de ter ainda uma “al-mofada” importante de três pontos.

O jogo grande deste fim-de-semana é por isso o Ka I-Lam Pak, a realizar na tarde de sábado, às 16 horas, isto depois da Associação de Futebol de Macau ter chegado à conclusão que, nesta altura do ano, o calor é muito para se jogar às duas da tarde.

Melhoria gradual

O JTM ouviu dois dos jogadores que vão estar no relvado do Estádio de Macau, Nicholas Torrão e Wil-ton Gilberto, dois homens-golo.

O avançado do Benfica, reconhece que o Ka I foi abaixo depois do desaire face ao Benfica, mas a moral

tem vindo a subir. “É verdade que a equipa não estava bem na altura do jogo com o Benfica e isso reflectiu--se, fomos um pouco abaixo com essa derrota, mas temos vindo a melhorar gradualmente. Vamos fazer os possíveis por ainda lutar pelo título. Isso pode não depender só de nós, mas há ainda a hipótese dos go-los. Este jogo com o Lam Pak, uma das boas equipas do campeonato, pode ajudar a estimular os jogadores, pois neste tipo de desafios há uma motivação extra.”

Niki, como é conhecido no meio futebolístico da RAEM, diz que erros já não se podem cometer. “Isso é evidente, não podemos desperdiçar mais pontos. Ganhar os três jogos está na nossa mente, temos de acreditar até ao fim. Se somarmos nove pontos depois logo se verá se chegou ou não para sermos campeões. O Lam Pak é sempre difícil, até porque, na minha opi-nião, é a equipa com os locais, tirando os estrangeiros, que melhor futebol pratica.”

Torrão esteve “ausente” dos golos em algumas jornadas consecutivas, mas regressou na passada jor-nada e quer terminar como melhor marcador do cam-peonato.

“O facto da equipa ter passado por um período não muito famoso, também me afectou. Mas agora com a melhoria penso que estarei em condições de voltar a marcar e lutar pelo título de goleador da Liga de Elite. A luta com o William estava a ser engraçada, foi pena ele se ter lesionado e não jogar mais. Gostava que ele ainda estivesse a jogar. Desejo-lhe as melhoras e que regresse depressa, porque faz falta ao futebol de Macau.”

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Do outro lado, o brasileiro Wilton Gilberto, agora com um pouco mais de espaço dentro da equipa, de-pois da lesão de William, ainda que o técnico Chan Man Kin já estivesse a apostar nos dois sul-america-nos.

“Jogámos na época passada juntos no Brasil, em Pernambuco, e isso iria facilitar a nossa manobra para o restante campeonato. A equipa estava a melhorar mas agora estamos fora da discussão do título, ainda que queiramos fazer três bons jogos até ao fim e pen-sar na Taça. Quero regressar ao Brasil com esse título.”

O Lam Pak nunca ganhou esta temporada qual-quer um dos “clássicos”…

“É verdade que perdemos todos os jogos com os

grandes, Monte Carlo, Benfica e Ka I, por isso estamos focados em vencer o primeiro. Sabemos que não vai ser fácil, mas vamos apostar nisso e honrar a camiso-la.”

Wilton Gilberto foi o último a entrar na equipa, como reforço na altura de fechar o mercado de trans-ferências, antes do fim da primeira volta do campeo-nato.

“Tenho-me adaptado bem ao futebol de Macau e sinto que estou a melhorar de jogo para jogo. É pena não estar a actuar ao lado do William. Quanto ao fute-bol que se pratica aqui, penso que pode crescer ainda mais. Nós, os estrangeiros, viemos para ajudar nesse crescimento. Estou a gostar desta experiência.”

Benfica tranquilo

Nos restantes desafios da jornada, o Benfica actua já hoje, defrontando o lanterna vermelha Sub-23, não devendo por isso sentir grande problemas para somar uma vitória robusta.

Trata-se de uma boa oportunidade para os coman-dados de Bruno Álvares capitalizarem golos, que na primeira volta foram cinco.

Nesta altura os “encarnados” têm o coeficiente de “+ 42” na diferença de golos, o mesmo que Ka I. Me-lhor só o Monte Carlo “+ 45”.

Recorde-se que o Benfica tem, teoricamente, o ca-lendário mais fácil, defrontando depois Chau Pak Kei e Kei Lun.

O Monte Carlo só joga no domingo, depois de sa-ber os resultados dos seus rivais.

Não deixa de ser uma vantagem, mas o adversário é a Polícia, com resultados e exibições muito irregu-lares nesta temporada, mas que a qualquer momento pode “estragar a vida” aos da frente.

Em suma, uma jornada que pode trazer novidades.

Vítor Rebelo

Campeonato da II Divisão

Resultados da 15ª JornadaSub 18 – Sporting 2-5

A Casa de Portugal não jogou com o Chang Wai, uma vez que esta equipa foi desqualificada por ter averbado duas faltas de comparência.

Torrão quer terminar como melhor marcador do campeonato

Calendário da 16ª Jornada da Liga de Elite

HojeBenfica-Sub 23 (19:30)Kei Lun-Chau Pak Kei (21:00)

Jogos no Estádio da Universidade de Ciência e Tecnologia)

AmanhãKa I-Lam Pak (16:00)

DomingoPolícia-Monte Carlo (16:00)Lam Ieng-Kuan Tai (18:00)

Jogos a realizar no Estádio de Macau, na Taipa.

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18 JTM | ACTUAL Sexta-feira, 31 de Maio de 2013

VOLTA AOMUND

CHINAO bebé recém-nascido salvo de um cano de esgoto na China saiu do hospital e será en-tregue aos cuidados da mãe e dos avós ma-ternos, segundo responsáveis citados pela Xinhua. O director do Hospital Popular de Pujiang disse à agência AFP que, o menino já saiu do hospital, mas não especificou quem o foi buscar, indicando apenas que estava acompanhado de agentes da polícia.

TAILÂNDIAMais de mil caveiras de cães foram descober-tas num aterro ilegal na cidade de Ayutthaya, a 50 quilómetros de Banguecoque, sendo que os animais poderão ter sido usados para a indústria alimentar, revelou a imprensa tailan-desa. As caveiras foram descobertas quando os bombeiros se deslocaram até ao terreno baldio para extinguir um pequeno incêndio.

CAMBODJANuon Chea, ideólogo do regime do Khmer Vermelho, julgado por genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade, admitiu on-tem pela primeira vez, aos 86 anos de ida-de, a sua responsabilidade em incidentes que causaram dois milhões de mortos en-tre 1975 e 1979 no Cambodja. “Como líder, devo assumir a minha responsabilidade pe-los danos causados ao meu país e o perigo ao qual foi exposto”, disse o ex-número dois do regime, no tribunal internacional de Ph-nom Penh.

TIMOR-LESTEO director-geral do Banco Nacional Ultramari-no em Timor-Leste anunciou uma linha de 30 milhões de dólares para financiar empresas timorenses e projectos do Governo ligados às infra-estruturas. Segundo Fernando Torrão Alves, o financiamento está aprovado e falta apenas uma “luz verde” e a “criação de canais facilitadores à concretização do crédito por parte das autoridades timorenses”.

PORTUGAL

Fome atinge 39% dos carenciadosO número de pessoas que não podem comer todos os dias aumentou significativamente em Portugal

Num contexto de grave crise económica, as orga-nizações sociais de Portugal têm vindo a detec-tar um crescente número de pessoas que pro-

curam as suas redes de apoio por não terem recursos sequer para comer todos os dias.

O número de portugueses que não têm dinheiro su-ficiente para viver e que passam um dia inteiro sem se alimentarem aumentou 44% nos últimos três anos, pe-ríodo que coincidiu com o agravamento da crise, segun-do indica uma pesquisa realizada pela Federação Portu-guesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome.

Conduzido entre Setembro do ano passado e Janeiro deste ano junto de 2.209 mil utentes de instituições de caridade do país, o estudo revelou que 39% dos inquiri-dos admitiram não ter comido por falta de recursos. Há três anos, a percentagem quedava-se pelos 27%.

Por outro lado, cerca de 26% das pessoas entrevis-tadas declararam que estavam com falta de alimentos ou que nos últimos seis meses tinham sentido fome em vários dias por semana (mais 10% do que em 2010). Ou-tros 14% garantiram que passaram pela mesma situação pelo menos uma vez por semana (mais 3% do que em 2010).

Cerca de metade dos grupos familiares dos inquiri-dos tinham rendimentos mensais inferiores ao salário mínimo de Portugal, que está fixado nos 485 euros. Aproximadamente 23% dos rendimentos dos agregados não chegavam aos 250 euros, e os restantes dispunham de montantes entre 351 e 400 euros.

O estudo revelou ainda que 40% dos portugueses que recorrem aos centros de ajuda são aposentados, um grupo que viu diminuir as suas fontes de subsistência nos últimos dois anos devido aos cortes no sistema de previdência social incluídos no programa de resgate fi-nanceiro.

Segundo as estimativas dos Bancos Alimentares, cer-ca de dois milhões de pessoas (20 % da população do país) vivem em situação de pobreza, e 160 mil não pos-suem dinheiro para comer carne ou peixe a cada dois

dias.Os portugueses sem recursos suficientes para viver

recorrem essencialmente ao apoio das famílias (53%) e das instituições de caridade (51%), segundo dados des-sas organizações.

Com uma taxa de desemprego próxima dos 18%, Por-tugal atravessa a pior recessão de sua história recente, enquanto cumpre as duras medidas de austeridade exi-gidas pelo resgate concedido há dois anos pela União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

40% dos portugueses que recorrem aos bancos alimentares são aposentados

MISSA DO 30º DIA

A família de ALBERTO GERALDO PINTO MORAIS agradece os pêsames e solidarieda-de apresentados por ocasião do falecimento, e informa que vão ser celebradas missas em sufrágio da alma do seu ente querido, as quais serão realizadas nas seguintes datas:

• Dia 2 de Junho, pelas 11:00, na Sé Catedral

• Dia 4 de Junho, pelas 9:00, na Sé Catedral (30º dia)

• Dia 9 de Junho, pelas 18:00, na Igreja de São Lázaro

A família agradece reconhecida a todos que com-parecerem a este acto de fé e solidariedade cristã.

ANTÓNIO AUGUSTO SALES

MISSA DE 30º DIA

A família de AntónioAugusto Sales participaque no dia 5 de Junho,

pelas 18 horas, na Sé Catedral de Macau, será rezada a missa

do 30º dia por sua intençãoe em sua memória.

A todos quantos se queiram associar a este piedoso acto, a família enlutada agradece

antecipadamente.

PUN TONG VONGaliás

DAVID PUN

A família enlutada, esposa Marina, filhas Oriana e Paloma e filho Daniel,

cumpre o doloroso dever de comunicar o falecimento do seu ente querido

ocorrido no dia 30 de Maio de 2013. Aproveita para informar que o velório

terá lugar na casa mortuária da Diocese (frente ao Canídromo) hoje, dia 31 de Maio de 2013, pelas 20h00, e o funeral

no Cemitério de São Miguel pelas 10h00 de amanhã, dia 1 de Junho de 2013,

e agradecer antecipadamente a todos quantos se dignarem participar nesta

piedosa homenagem.

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Sexta-feira, 31 de Maio de 2013 JTM |ACTUAL 19

O alerta vem do comissário Laszlo Andor, res-ponsável pela pasta do emprego na Comis-são Europeia:

No seio da UE, e neste tempo de crise, tensões crescentes contra trabalhadores de origem não eu-ropeia (e mesmo pura xenofobia - o que é pior ain-da) estão a envenenar as relações de trabalho.

Isto fez-me recordar o que “sei” da questão desde há pelo menos três décadas quando, como cônsul, já sentia que a presença de imigrantes na Europa era “problemática”.

Na sua versão mais recente, é uma questão pois com 30 a 40 anos.

De facto, o problema começou a surgir, no de-bate público, fomentado pelos partidos de direita radical, desde o fim das “três gloriosas décadas” de crescimento incessante, subsequentes ao segundo conflito mundial.

E foi o choque petrolífero, do princípio dos anos 70, que lhe pôs fim.

Nos anos 80 e 90, principalmente em França e na Alemanha, cada vez mais se debateram os modelos de inserção social... e seus fracassos.

Sobretudo, tomou-se consciência dos efeitos perversos da criação de guetos nas periferias su-burbanas dos grandes centros, com duas conse-quências negativas:

- A primeira foi o acentuar da tendência das comunidades viverem culturalmente em autarcia, respondendo à rejeição pelo reforço da sua identi-dade de origem, sendo isto mais visível nas comu-nidades árabo-muçulmanas;

- A outra consequência foi a crescente delin-quência juvenil, resultante não só da guetização, mas de um seu efeito directo: o insucesso escolar.

Discutiram-se nesse contexto de pré-crise os benefícios sociais que usufruíam os trabalhadores estrangeiros, o modelo de família alargada que ti-nham importado dos países de origem e o próprio direito de continuarem a residir, permanentemen-te, nos países onde trabalharam durante décadas e onde nasceu já a geração seguinte.

Recordo-me que em França, por exemplo, as medidas de legalização dos trabalhadores clandes-tinos, pelos governos socialistas, eram antecedidas e seguidas de um debate muito agitado nos media, onde os adeptos da inserção se confrontavam cres-centemente com atitudes de pura rejeição, segundo uma linha étnica e cultural cada vez menos subtil... sobre o que era “ser francês”.

A partir dos anos 90, a disponibilidade de mão--de-obra barata, originária dos países de Leste criou, as empresas, uma alternativa mais apetecí-vel, com o recrutamento de trabalhadores nos an-tigos países do bloco soviético, vistos como grupos com maiores afinidades culturais, relativamente aos países de acolhimento.

Maior pressão foi assim exercida sobre uma in-teira geração de imigrantes mais antigos, de origem sobretudo magrebina (França) e turca (Alemanha).

Ora, a crise actual estará a acentuar tendências de rejeição que praticamente sempre existiram.

As respostas a tal problema são naturalmente políticas e terão de ter resposta dupla: dos gover-nos e sindicatos.

Será do modo como ambos gerirem os focos de segregação, governos e sindicatos que se verá se a Europa, ultrapassada a crise, confirma o seu mode-lo de uma sociedade aberta ou não, persistindo no reflexo actual de auto-defesa.

*Ex-embaixador de Portugal nas Coreias, ASEAN e Indonésia. Docente da Universidade de S. José.

A Europa e a crise

económica

OBSERVATÓRIOCarlos Frota*

A China não aceita a ocupação do recife Ren’ai por parte das Filipinas, pois considera

que se trata de um acto ilegal, ad-vertiu Hong Lei, porta-voz do Mi-nistério dos Negócios Estrangeiros (MNE), reiterando que o Governo Central chinês está determinado a salvaguardar a soberania territorial do país.

De acordo com a Rádio Interna-cional da China, Hong Lei exortou ainda o Governo das Filipinas a aca-bar com “as provocações” e “traba-lhar para manter a paz e estabilida-de da região”.

“A determinação e vontade da China para salvaguardar a sua so-berania são inabaláveis. A China nunca irá aceitar a ocupação ilegal do recife Ren’ai pelas Filipinas, sob qualquer forma”, assegurou o porta--voz da diplomacia de Pequim, em conferência de imprensa.

Estes comentários foram profe-ridos depois do porta-voz ter sido questionado sobre as recentes acti-vidades de navios chineses perto do recife Ren’ai, conhecido nas Filipi-nas como Ayungin.

Frisando que a China detém uma soberania indiscutível sobre as Ilhas Nansha e águas circundantes, Hong aproveitou para recordar que, em 1999, um navio militar das Filipinas desembarcou no recife sob o pretex-to de terem encalhado. Na altura, a China pediu várias vezes a Manila

JAPÃO

Cancelada venda de ração com baleia

As delicadas relações sino-filipinas aumentaram ontem de tensão, com Pequim a exigir o fim das “provocações” de Manila. Desta vez, os avisos são motivados pela “ocupação ilegal” de um recife no Mar do Sul da China. O Governo filipino nega

CHINA/FILIPINAS

Pequim avisa Manila sobre “invasão” de recife

Protestos de vários grupos ambientalistas obrigaram uma empresa japonesa a suspender a venda de carne de baleia ameaçada de extinção que era usada no fabrico de rações para cães

A empresa “Michinoku Farm”, radicada na Prefei-tura de Saitama, vendia carne de baleia comum (ou baleia de aleta) do Atlântico Norte fornecida

pela companhia baleeira islandesa Hvalur. No entanto, segundo a agência EFE, devido às denúncias apresenta-das por quatro associações ambientalistas (duas britâni-cas, uma americana e outra japonesa), que advertiram para o “alarmante” uso de carne de baleia ameaçada de extinção na produção de rações caninas, a companhia retirou o produto do seu estabelecimento e do site.

“Não era um produto realmente popular”, explicou à Agência EFE uma funcionária da loja, que considerou a polémica como exagerada.

Além da carne de baleia, a “Michinoku Farm” tam-bém comercializa rações para animais de estimação pre-paradas a partir de carne de cavalos da Mongólia e de cangurus australianos.

As quatro associações lembraram “que a utilização de carne de baleias e golfinhos capturados no Japão para serem usados como alimentos de animais de esti-mação está sobejamente documentada”, além do facto de que a carne de baleia também é vendida no país asiá-tico para consumo humano desde 2008.

“No entanto, o uso na elaboração de comida para

para retirar o navio, mas segundo o porta-voz do MNE, as Filipinas continuaram a ocupar ilegalmente a zona. Para Pequim, está em cau-sa uma violação da Declaração de Conduta das Partes no Mar do Sul da China.

Contudo, o Governo filipino as-segurou ontem que não tem planos para construir qualquer infra-estru-tura no recife de Ren’ai. A garantia foi dada pelo Secretário de Defesa, Voltaire Gazmin, à embaixadora chinesa Ma Keqing, depois deste ter levantado a questão numa conversa informal. “Eles estavam preocupa-dos que as Filipinas estivessem a levar estruturas adicionais para o

recife. Disse-lhe que o navio que está a navegar em direcção ao recife leva apenas provisões de comida e água para os soldados que lá estão”, disse Gazmin aos jornalistas filipinos.

“Os navios servem também para a rotação de tropas. Não podemos colocar pessoas lá permanentemen-te. Iriam enlouquecer”, acrescentou.

Há cerca de uma semana, as Fi-lipinas apresentaram um protesto a Pequim devido à entrada de na-vios da China em águas ao redor de Ren’ai, mas o porta-voz do MNE chinês sublinhou na altura que se tratava de “uma acção normal”, porque o recife faz parte das Ilhas Nansha.

Movimentações marítimas junto ao recife reavivaram polémica

animais sugere que as empresas estão a explorar novos mercados”, indicam as quatro organizações, num comu-nicado conjunto.

Nanami Kurasawa, directora da IKAN, a organiza-ção japonesa que participou no protesto, explicou no mesmo documento que “a razão mais provável para que as lojas vendam ninharias para cachorros feitas de carne de baleia é com vista a seduzir consumidores japoneses de alto poder aquisitivo que querem reafirmar a sua ri-queza comprando um produto diferente”.

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20 JTM | PUBLICIDADE Sexta-feira, 31 de Maio de 2013

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Sexta-feira, 31 de Maio de 2013 JTM | OPINIÃO 21

Dito

Paulo Rego in “Ponto Final”

“Não é com discursos nem com con-sultas públicas que se lá vai. É antes com critérios científicos e autoridade sobre níveis de harmonia ambiental que se pretendem.”

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

31/05/1993

MACAU LANÇOU“SEMENTES” EM PORTUGALA viabilidade da futura Região Admi-nistrativa Especial de Macau (RAEM) depende muito da associação de inte-resses portugueses e chineses, disse o governador Rocha Vieira. Para Rocha Vieira, a viabilização da RAEM através da combinação, a longo prazo, de in-teresses portugueses e chineses “é um projecto nacional que se inscreve nos propósitos da Declaração Conjunta e que deve motivar a população do Ter-ritório”. Em declarações aos jornalistas ao regressar da visita de trabalho que efectuou a Portugal, o Governador considerou que os objectivos da pro-moção do Território no Porto foram “plenamente alcançados”. “A presen-ça de Macau em Portugal, embora mais centrada no Norte do país, teve um impacto nacional”, disse Rocha Vieira. Salientando a hospitalidade com que foi recebida a delegação que participou nas duas últimas sema-nas na promoção de Macau no norte de Portugal, Rocha Vieira destacou também que, no plano empresarial, “foram lançadas sementes, que de-verão dar os seus frutos”. “Tivemos oportunidade de explicar porque é que Macau é hoje uma oportunidade para Portugal. Talvez não tenhamos toda a responsabilidade dos frutos que vão nascer, mas estou convencido que é possível fazer um esforço para que nasçam frutos dessas sementes”, disse.

POLÍTICA DA LÍNGUA FAZ FALTA AO PORTUGUÊSA necessidade de um projecto nacional para o ensino da língua portuguesa foi defendida no final do encontro “Portu-guês: Língua de Cultura”, promovido pelo Instituto Português do Oriente (IPOR). Salientando que a educação intercultural passa pelo reforço do bi-linguismo, os cerca de 150 especialistas que participaram no encontro defen-deram que, no caso de Macau, “é ne-cessário conhecer o contexto cultural e linguístico da comunidade dominan-te”. De acordo com as conclusões do encontro, “não se pode separar a língua e a cultura da vida económica, social e política”. Nas conclusões dos três dias de trabalhos, as especialidades destaca-ram ainda a importância das “escolas luso-chinesas e do associativismo ma-caense” e dos “Leitores de Português na transmissão da língua e da cultura”. Discursando no encerramento do en-contro, o vice-reitor da Universidade Nova de Lisboa, José Mattoso, referiu ser notório o esforço que está a ser feito em Macau no campo da divulgação da língua portuguesa, quando Portugal se prepara para deixar de administrar o Território. “Tenho a sensação de que em pouco tempo se fizeram mais esforços e experiências (em Macau), do que nos dois ou três séculos anteriores”, disse José Mattoso.

Há meia dúzia de anos, da Venezue-la, escrevi sobre

os cangalheiros que recu-savam velórios nocturnos quando o morto era jovem e bandido.

Tornara-se hábito nos gangues juvenis levar o falecido para uma última ramboia pela noite de Ca-racas. E o que incomodava os cangalheiros nem era tanto o desrespeito pelo corpo mas as carrinhas funerárias serem também levadas na procissão fes-tiva...

Afinal, corpos a pas-sear como última home-nagem até pode ser acei-tável: um dos maiores sucessos de Jorge Ama-do é A Morte de Quincas Berro d”Água, a história baiana de um copofónico militante que morre. Vela-do por amigos também da confraria da cachaça, foi aparecendo um sorriso no morto, noite adentro.

Daí a ser arrastado para comemorar a ressur-

reição foi um passo que levou ao belo romance. A amizade redimiu a viola-ção do tabu que é não res-peitar os mortos.

Essa atenuante pare-ce não ter o casal que vai agora a julgamento por guardar na despensa o ca-dáver da avó durante qua-tro meses.

Não, não os moveu a dor da separação. Foi mesmo só vigarice, uma complicada troca de ossos para processar a junta de freguesia...

O advogado de defesa só tem uma escapatória: convencer o tribunal de que não foi despensa.

Com as ossadas leva-das para a salinha de es-tar, para a velha senhora continuar a ver a teleno-vela preferida, esta histó-ria sórdida ganharia a ge-nerosidade dos bandidos caraquenhos e bêbados baianos.

Na despensa, é só uma história de netos rascas.

JTM/DN

As ossadas da avó? Ao pé das cebolas...

UM PONTO É TUDOFerreira Fernandes

Recebemos do leitor Flávio da Silva Antunes o seguinte e--mail que publicamos na íntegra:

Exmo. Senhor Director do Jornal Tribuna de Macau Assunto: “Em resposta aos despropositado e extemporâneo artigo da autoria de José Luís Barbosa sobre o subsídio de residência” Também não deixei de ler com interesse a carta do dito lei-

tor acerca do controverso subsídio de residência.De facto, contrariamente ao que o sr. José Luís Barbosa diz na sua carta, devo dizer-lhe que nenhum julgamento tem

sido feito em Macau influenciado pelos meios de comunicação social. Mal de nós!

Mas já agora gostaria que me informasse quais são as cartas“destes” reformados que devem ser mencionadas pelo sim-

ples facto de terem sido expostas numa versão truncada!?o sr. José Barbosa deve ter vindo recentemente a Macau

pois desconhece que muitos casos já foram tornados públicos através dos jornais enquanto os respectivos processos corriam os seus trâmites nos tribunais.

Não há de facto nenhuma tentativa de pretender que os magistrados sigam o que dizem os jornais. Se souber, cite-me por favor. Só que se apela pelo bom senso dos mesmos no sen-tido de proferir uma sentença que não se afaste daquilo que se deve seguir a bem da “justiça” e nada mais.

No tocante aos secretários-adjuntos foi por uma simples questão que o signatário utilizou-o por força do hábito de ha-ver lidado com os mesmos durante a anterior administração portuguesa. Daí que não se vê qualquer relevância no empre-go dessa nomenclatura até porque as suas funções e responsa-

bilidades são idênticas.Mal de nós se usássemos os “media para tentar forçar o

sentido da decisão” como concluiu erroneamente o citado au-tor, pois creio que os juízes não irão produzir as duas decisões somente pelo facto de haver qualquer juízo opinativo prove-niente dos órgãos de comunicação social.

Porém, a dado momento da carta parece que o autor não gostou daquilo que vinha dito na minha última missiva “so-bretudo por se tratar de um funcionário publico, os tais que deviam estrita obediência à lei”. Cite-me por favor qual a dis-posição legal que o regula?

Por último ninguém está a por em causa a validade e com-petência dos tribunais pelo simples facto de vir apelar pelo bom senso dos mesmos que deve pautar as suas decisões com o mais elevado espírito de isenção e imparcialidade de que ja-mais pus em causa como pretendeu o leitor José Luís Barbosa insinuar maliciosamente na sua carta.

O que se pretende de facto é que “os tribunais julguem de acordo com a lei e com bom senso”. Por favor diga-me através de qual premissa é que o levou a tal triste e errónea conclusão?

Para finalizar, chego a pensar seriamente de que o sr.José Luís Barbosa não deseja e nem está vendo com bons

olhos que os tais funcionários pugnem com firmeza pelos seus interesses embora tenham sido muito injustamente arredados de uma pretensão prevista na lei nº 2/2011 fiquei com a im-pressão de que o seu juízo vinha completamente baralhado ao escrever a sua carta à qual respondo.

O sr. José Barbosa deve ficar ciente de que me limitei pura e simplesmente a pugnar por uma justa causa dos que têm todo o direito de virem a ser contemplados pelo “subsídio de residência” posto em vigor na lei acima referida.

Flávio da Silva Antunes

CARTA AO DIRECTOR

Sobre o Subsídio de Residência

Não tardou para que Poiares Maduro provasse não ser

uma desejada excepção no Governo de Passos Coelho. As suas mais recentes inter-venções, lamentavelmente, mostram que está completa-mente em linha com o brilho baço deste Governo.

Numa declaração, criti-cou o Tribunal Constitucio-nal porque “limita em exces-so a liberdade de deliberação democrática”. Se este apelo a uma acção irrestrita do Executivo, com ausência de controlo do judicial, fosse efectuado por um caloiro de Ciência Política mereceria nota negativa.

Pelo contrário, o que ga-rante a “liberdade de delibe-ração democrática” é preci-samente a possibilidade de os actos do Governo, ou do Parlamento, serem corrigi-dos pela sua (in)conformi-dade com a Lei Fundamen-tal. Só esta traduz o pacto de destino que constitui um povo.

Depois, o ministro afir-mou que a “reforma do Esta-do e a assumpção de regras de disciplina orçamental não são uma escolha, são uma

condição da nossa perma-nência no euro”. É curioso que um académico do mes-mo nome havia criticado o pacto orçamental, imposto pelo directório, por amar-rar a UEM a uma concepção de disciplina “destrutiva”, acelerando a clivagem entre centro e periferia na Zona Euro.

Ingénuo, como sou tantas vezes, pensava que Poiares Maduro, um cidadão que integra a escassa elite de verdadeiros especialistas em assuntos europeus, tinha vindo para o Governo por imperativo patriótico. Para dar um contributo, mesmo que desesperado, para corri-gir a rota suicidária de uma governação incompetente e irreflectida.

Enganei-me redonda-mente. O académico veio para Lisboa, e no caminho colocou a nobre máquina com que se fazem as sinap-ses em regime de economia de energia.

Afinal, Maduro veio para o Governo em gozo de licen-ça sabática radical. Das que nem precisam de plano de investigação.

JTM/DN

Em sabática

TRIBUNAViriato Soromenho-Marques

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22 JTM | DESPORTO Sexta-feira, 31 de Maio de 2013

AUTOMOBILISMO

Mulheres ao volante

Nos alvores da aviação era “chique” as filhas dos grandes nomes da sociedade de ambos os lados do Atlântico pilotarem aviões de corrida, e mui-

tas pagaram caro o amor por essas máquinas rudimen-tares. Nos carros, Elisabeth Junker foi uma das pioneiras nos Ralis, onde as senhoras se dão melhor que nos cir-cuitos...pouco se sabe do que fez!

A lista daquelas que se arriscaram a ser discrimina-das é enorme e muitas foram as que desistiram após uma ou duas tentativas, mas outras abriram portas, con-seguiram patrocinadores e mostraram a muito “menino bonito” que estavam ali de pleno direito.

Michelle Mouton, a única mulher que venceu o Mun-dial de Ralis, juntou a essa proeza a dupla vitória em Protótipos de 2000cc em Le Mans, e a subida do Pikes Peack, nos EUA. Pat Moss, mais tarde Pat Moss-Carls-son, foi outra das representantes do sexo feminino que “bateram o pé” e mostraram que sabiam andar depres-sa. Cinco vezes campeã europeia de Ralis e 19 vitórias são um bom cartão de visita em qualquer desporto...

Na velocidade, desde Maria Teresa de Filipis, que se bateu com o seu Maserati 250F privado contra pilotos como Fangio, Moss, Froilan Gonzales ou Sommers, até aos dias de hoje várias se destacaram como Maria de Villota, filha do piloto espanhol Emílio de Villota, pas-sando por Lella Lombardi, a única mulher a pontuar numa corrida oficial de F1, e Desiré Wilson que ven-ceu uma corrida dessa categoria, mas no Campeonato Aurora. Wilson passou por Macau onde foi sétima no Grande Prémio e Teddy Yip disponibilizou-lhe um dos

António Ribeiro Martins*

Apesar do desporto motorizado ser um negócio dominado por homens, desde sempre o elemento feminino tem estado presente como actor principal ou secundário onde existam motores, velocidade e perigo

seus Theodore de Indianápolis, mas sem muito sucesso. Muitas foram as que tentaram...e falharam.

Nas “Américas” as senhoras parecem dar-se melhor no desporto de velocidade do que nos Ralis. Janeth Gu-thrie qualificou-se, correu e conseguiu um fantástico 9º lugar nas míticas 500 Milhas de Indianápolis em 1978. Também foi a primeira dona de uma equipa de corridas de Indianápolis.

Seguiu-se Sarah Fisher, sem muito sucesso, Danica Patrick a terceira atleta mais bem paga do mundo, no momento, com uma vitória em Champ Cars, no Japão, três poles, sete pódios e a liderança durante uma volta no Oval de Indianápolis antes de se transferir para os Stock Cars, onde fez a pole na corrida de Daytona 500 este ano e um 9º lugar no ano passado.

Tem aumentado o número de mulheres a tentarem a velocidade alucinante dos circuitos ovais americanos,

onde aquelas máquinas muito estranhas circulam a mais de 350 km por hora e médias, por volta, de cerca de 320Kph.

No entanto, poucas são americanas. Este ano, Pippa Mann, inglesa, foi eliminada duas voltas após a largada num acidente, mas classificou-se em 30º. Catherine Le-gge, também britânica foi 26ª, a “Menina de Ferro” Si-mona de Silvestro, suíça, foi 17ª e a brasileira Ana Beatriz Barros 15ª, depois de ter largado da 29ª posição.

A Indy 500 aceita apenas 33 pilotos, que têm que mostrar que conseguem ser os melhores dos melhores de um lote alargado de homens, e agora mulheres, e má-quinas que durante duas semanas rodam sós para esta-belecerem o melhor tempo possível...

Todas elas mostram a muitos deles que “mulheres ao volante” nem sempre é um termo depreciativo...!

* Especialista JTM em Desportos Motorizados

Desire Wilson foi 7ª no Grande Prémio de Macau em 1980

ANÚNCIO

Em cumprimento do disposto no n.º 2 do artigo 43.º do Código Disciplinar dos Advogados e do n.º 6 do artigo 10.º do Estatuto do Advogado, o Conselho Superior da Advocacia informa que o Dr. Alberto Manuel da Conceição Pablo, com último domicílio profissional conhecido na Rua dos Mercadores, n.º 96, Edifício Banco Tai Fung, 6.º andar, Ap. 606, foi condenado numa pena de suspensão do exercício de advocacia pelo período de 2 (dois) anos, que transitou em julgado, no âmbito do Processo Disciplinar n.º 19/00/CSA (e apensos nºs. 2/2001/CSA, 8/2001/CSA, 11/2001/CSA e 17/2001/CSA).

Macau, aos 7 de Maio de 2013O Conselho Superior de Advocacia.

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Sexta-feira, 31 de Maio de 2013 JTM | DESPORTO 23

Nani limitou-se a correr durante cerca de meia hora em redor do relvado do Estádio Nacional,

em Oeiras, e depois abandonou a sessão, enquanto os restantes 15 jogadores à dis-posição de Paulo Bento continuaram a preparar o decisivo encontro do grupo F europeu de qualificação para o Mundial de 2014.

Além do avançado do Manchester United, Paulo Bento não pode ainda con-tar com nove futebolistas convocados que estão a jogar no campeonato espa-nhol, entre os quais o Cristiano Ronaldo, que apenas são esperados no estágio da selecção na próxima segunda-feira.

O selecionador orientou uma sessão que teve a duração de 1h30, presenciada por perto de 50 pessoas e que terminou com a tradicional “peladinha” disputada em metade do relvado, ainda que Bruno Alves, Miguel Veloso, João Moutinho e Vieirinha tenham permanecido um pou-co mais a efectuar remates de longe para as defesas dos guarda-redes Rui Patrício e Eduardo.

“A única receita é fazer golos”Depois de vários deslizes na corrida

à fase final, Hugo Almeida alertou para a importância do encontro marcado com os russos. “Se quisermos ir ao Mundial é este o jogo que temos de vencer. Temos de estar preparados para vencer, mas

também temos de estar preparados para sofrer. Desde o início que sabemos as di-ficuldades que vamos ter, mas estamos cá para trabalhar e dar a volta a essa situa-ção. Estamos confiantes”, disse o avança-do em conferência de imprensa.

Hugo Almeida sublinhou que, para vencer e manter Portugal na rota do Mundial, “a única receita é fazer golos”, apesar de os russos não terem qualquer

golo sofrido nos quatro jogos já realiza-dos, lamentando alguma falta de sorte no encontro realizado em Moscovo.

“No jogo da primeira volta tivemos um bocado de azar. Estamos todos a lutar pelo mesmo objectivo, que é ir ao Mun-dial. Sabemos que a Rússia é uma equipa bastante complicada, que tem grandes jogadores, mas penso que se nós estiver-mos bem é difícil conseguirem vencer-

Avançado do Manchester United continua a recuperar de uma lesão

SELECÇÃO PORTUGUESA

Nani voltou a treinar à margemNani, a recuperar de uma lesão muscular na coxa esquerda, voltou ontem a trabalhar de forma condicionada no treino da selecção portuguesa de futebol, que prepara o jogo de 7 de Junho com a congénere da Rússia

-nos”, observou.Com as três lesões que sofreu desde

Janeiro já ultrapassadas, Hugo Almeida está confiante de que poderá contribuir para uma vitória de Portugal, apesar de ter desvalorizado a luta pela titularidade com Hélder Portiga, um dos nove joga-dores que só se apresentarão no estágio da selecção na próxima segunda-feira, por estarem a disputar o campeonato es-panhol.

O avançado do Besiktas não acredita que Portugal reedite no próximo jogo o resultado da última recepção aos russos, em que goleou por 7-1, lembrando que a “equipa das quinas” também já teve jo-gos em que tudo lhe correu mal. Por isso, aproveitou também para pedir “o apoio de todos os portugueses” para o decisivo confronto do Estádio da Luz.

Portugal recebe a Rússia a 7 de Junho, no Estádio da Luz, em Lisboa, em jogo que assume carácter decisivo para o ob-jectivo de marcar presença na fase final do Campeonato do Mundo de 2014, que se vai realizar no Brasil.

Portugal ocupa a terceira posição do grupo F, em igualdade pontual com Israel, ambos com menos um ponto do que a Rússia, onde a equipa lusa já perdeu, por 1-0, e a líder da “poule”, que conta por vi-tórias os quatro jogos realizados, tem ain-da menos duas partidas disputadas.

P.A.S.

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24 JTM | DESPORTO Sexta-feira, 31 de Maio de 2013

• • • POLIDESPORTIVO

Real Madrid patrocinado pela Emirates até 2018O Real Madrid vai ser patrocinado pela companhia aérea Emirates nos próximos cinco anos, o que poderá render, segundo a imprensa espa-nhola, 30 milhões de euros por épo-ca. O presidente do Real Madrid, Florentino Perez, anunciou o novo contrato, no estádio Santiago Ber-nabeu, ao lado do seu homólogo da companhia áerea do Dubai, o xeque Ahmed Al Maktoum.

David Luiz é o próximo alvo do BarcelonaConfirmada a contratação de Ney-mar, o Barcelona lança-se ao merca-do para reforçar a defesa com um alvo bem definido: David Luiz. O internacional brasileiro tem contra-to válido com o Chelsea até 2017, mas os catalães esperam adquirir o jogador por valores próximos dos 25 milhões de euros.

Na Li eliminada no Roland GarrosA tenista chinesa Na Li foi ontem eliminada do torneio de Roland Garros, segunda prova do Grand Slam, ao ser derrotada pela norte--americana Bethanie Mattek-Sands por 5-7, 6-3 e 6-2, num encontro marcado por várias interrupções devido à chuva. A campeã de 2011 e sexta cabeça de série caiu inespera-damente na segunda ronda perante a 67ª jogadora do ranking mundial.

SPORTING

Rojo pode estar de saídaO Sporting está no mercado à procura de um central que possa jogar pela esquerda, sinal que poderá estar à procura de um substituto para Marcos Rojo. Apesar de ser um jogador com qualidade e que tem sido titular, o argentino tem um ordenado elevado e a sua saída poderá significar um importante encaixe financeiro

A procura de um central que jogue pela esquerda pode in-dicar que Rojo está no mercado. O clube leonino precisa de dinheiro e o argentino tem um vencimento elevado,

podendo surgir aqui uma boa oportunidade para negócio já que o jogador tem vários clubes interessados. Trata-se de um atleta que agrada a Leonardo Jardim, até por poder fazer duas posições, mas é caro e por isso transferível.

Falou-se do interesse dos italianos da Lázio, Roma e Inter, sendo que Rojo goza da credibilidade de ser internacional e presença assídua na selecção argentina. Houve até alguns con-tactos com a SAD, mas nenhum deles se transformou numa proposta concreta. O Sporting, de resto, exige uma boa pro-posta, e os seus dirigentes já deixaram bem claro que não irão vender ninguém “a preço de saldo”.

Rolando já não entra nas contasSegundo as notícias veiculadas na imprensa portuguesa, o

Sporting chegou a estudar a possibilidade de resgatar Rolando ao FC Porto. O negócio, no entanto, só se poderia fazer em condições muito especiais, tendo em conta o elevado salário auferido pelo internacional português e pelo facto deste ter contrato com os portistas até Junho do próximo ano.

Face aos últimos desenvolvimentos os “leões” não preten-dem entrar em mais negociações com os “dragões”, se bem que ainda têm direito, no seguimento da transferência de Iz-mailov, a escolher um jogador oriundo da formação portista, isto caso não pretendam ficar com o guarda-redes Ventura.

Mido e Grgic apontados a AlvaladeO avançado egípcio Mido e o médio croata Stipe Bacelic-

-Grgic estão na potencial lista de reforços do Sporting, segun-do noticiou a Renascença.

Mido, 30 anos, está sem clube desde Janeiro, quando res-cindiu por mútuo acordo com o Barnsley, clube que milita na “Championship”. O avançado egípcio poderia assim ingres-sar no Sporting a custo zero, surgindo como possível sucessor a Ricky Van Wolfswinkel.

Já o médio croata Stipe Bacelic-Grgic, de 25 anos, está con-tratualmente ligado ao NK Istra Pula, sexto classificado da Liga croata. É considerado um jogador forte que pode actuar como trinco ou na posição 8, e está avaliado em cerca de 750 mil euros. P.A.S.

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Sexta-feira, 31 de Maio de 2013 JTM | ROTEIRO 25

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi (Amarelo) 28 519 519Táxi (Preto) 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866

TDM 00:20 Telejornal (Repetição) 01:00 RTPi DIRECTO 13:00 TDM News -

Repetição 13:30 Telejornal + 360° (Diferido) 14:45 RTPi DIRECTO 19:00

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Ler Melhor 21:30 Cenas do Casamento 22:10 Escrito nas Estrelas 23:00

TDM News 23:31 Portugueses Pelo Mundo

30 FOX SPORTS13:00 HSBC Sevens World Series 2012/13-Highlights 13:30 NASCAR Na-

tionwide Series 2013 - Highlights 14:30 Smash 2013 15:00 Global Football

2012/13 15:30 MLB Regular Season 2013 Washington Nationals vs. Baltimore

Orioles 18:30 (Delay) Baseball Tonight International 2013 19:30 (LIVE) FOX

SPORTS Central 20:00 (LIVE) Asean Basketball League 2013 Westports Malay-

sia Dragons vs. Indonesia Warriors 22:00 FOX SPORTS Central 22:30 Football

Asia 2013/14 23:00 The Football Review 2012-2013 23:30 Smash 2013

31 STAR SPORTS13:00 Trofeo Princesa Sofea 13:30 2 Wheels 14:00 Boston Marathon 17:00

Jet Ski World Cup 2012 18:00 Inside Sailing 2013 18:30 Hot Water 2013/14

19:30 SBK Superbike World Championship 2013 - Highlights 20:00 (LIVE)

0NE Fighting Championship 23:00 (Delay) Score Tonight 2013 23:30 HSBC

Sevens World Series 2012/13-Highlights

40 FOX MOVIES12:10 Lockout 13:45 The Darkest Hour 15:15 Once Upon A Time 16:00

Da Vinci’S Demons 17:00 People Like Us 19:00 The International 21:00

John Carter 23:15 2012

41 HBO12:30 S.W.A.T. 14:30 Lost In Space 16:45 The Dukes Of Hazzard 18:30 Show-

time 20:10 Pitch Black 22:00 The Chronicles Of Riddick 00:00 Anonymous

42 CINEMAX12:55 Dracula Dead And Loving It 14:25 Sliver 16:00 Journey To The

Far Side Of The Sun 17:40 With Great Power 19:15 Green Lantern

20:45 Epad On Max 21:00 XIII 22:50 Man On A Ledge 00:45 Night

Of The Living Dead

50 DISCOVERY13:00 Body Bizarre 14:00 My Shocking Story 5 15:00 American Chopper

16:00 Danger By Design 17:00 Man Vs. Wild 18:00 How Do They Do It?

18:30 How It’s Made 19:00 Dirty Jobs 20:00 How It’s Made 20:30 Every-

thing You Need To Know 21:00 Mythbusters 22:00 Lost Tapes 23:00 Night-

mare Next Door 00:00 How It’s Made 00:30 Everything You Need To Know

51 NGC12:30 Bones of the Buddha 13:25 Kung Fu Quest 14:20 Dangerous

Encounters With Brady Barr 15:15 UFOs: The Untold Stories 16:10 80s:

The Decade That Made Us 17:05 Hyena Queen 18:00 Japan;s Hidden

Secret 19:00 Mega Factories 20:00 To Catch A Smuggler 21:00 Alien

Invasion 22:00 UFOs: The Untold Stories 23:00 Taboo

54 HISTORY13:00 The Pickers 14:00 Caligula: 1400 Days Of Terror 16:00 Swamp

People 17:00 Duck Dynasty 17:30 Counting Cars 18:00 Kings Of Res-

toration 18:30 Pawn Stars 19:00 The Pickers 22:00 Zombies: A Living

History 00:00 Cajun Pawn Stars

55 BIOGRAPHY13:00 Confessions: Animal Hoarding 14:00 Way Off Broadway 15:00 My

Ghost Story 16:00 My Ghost Story Asia 17:00 Gene Simmons: Family Jewels

18:00 Celebrity Close Calls 19:00 Inside Story: Scream 21:00 Celebrity Ghost

Stories 22:00 Hoarders 23:00 My Ghost Story Asia 00:00 Gene Simmons:

Family Jewels

62 AXN13:00 Chuck 13:55 Wipeout 14:45 The Amazing Race 15:35 Totally

Insane Guinness World Records 16:05 Cash Cab Asia 16:35 CSI: Miami

17:25 Hawaii Five-0 18:15 CSI: Miami 19:10 Ncis: Los Angeles 20:05 Criss

Angel Mindfreak 20:35 Ebuzz 21:05 Blue Bloods 22:00 The Voice 22:55

The Apprentice Asia 23:50 Hannibal 00:40 Ebuzz

63 STAR WORLD12:30 New Girl 13:25 Glee 14:20 Don’t Trust the B**** in Apartment 23

15:15 90210 16:10 Glee 17:05 How I Met Your Mother 18:00 Beauty and

the Geek Australia 20:20 How I Met Your Mother 21:40 Gallery Girls 22:35

Greek 23:30 How I Met Your Mother

82 RTPI14:00 Telejornal Madeira 14:37 Percursos 15:33 Correspondentes 16:00

Bom Dia Portugal - Directo 16:59 Sexta às 9 17:34 José Cid no Coliseu

do Porto 19:13 Depois do Adeus 20:00 Jornal da TardeDireto 21:17 O

Preço Certo 22:09 Ingrediente Secreto - LIMA 22:37 Ler +, Ler Melhor

22:46 Portugal no Coração - Directo 00:43 Notícias RTP - Madeira (17H00)

01:00 Portugal em Direto - Directo 01:58 Ler +, Ler Melhor 02:11 Baía

das Mulheres 03:00 Telejornal - Directo

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Sevilla vs Valencia

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270C / 320C

• • • HOJE 31/4

CINETEATROS1 Fast and Furious 6 - 14:30 • 16:45 • 19.15 • 21:30

S2 Star Trek : Into the Darkness (3D) 16:45 • 21.30

TORRE DE MACAUStar Trek: Into Darkness (3D) (estreia dia 16) 14:00 • 16:30 • 19:00 • 21:30

GALAXYTHEATER 7The Great Gatsby 3D14:00 • 16:30 • 19:10 • 21:50 • 00:30

THEATER VÁRIOSStar Trek Into Darkness 3D - 19:30 • 20:50 • 22:00 • 22:50 • 23 •15 • 00: 30

THEATER 8Snitch - 18:30 • 20:40 • 01:50

THEATER 6 & 9*Dark Skies - 16:30 • 18:25 • 01:35*

THEATER 6The Last Exorcism Part II - 20:15 • 23:00 • 00:45

THEATER VÁRIOSIron Man 3 (3D) - 13:40 • 14:50 • 16:00 • 18:25 • 22:20 • 00:50

THEATER VÁRIOSTrance

14:35 • 16:3 5

THEATER 6The Big Wedding - 00:50

GRAND THEATER Great Expectations (02 de junho)

16:35

Page 26: FOTO JTM Ouve-se desilusão DOSSIER na Ilha da Montanha · “concluiu em 2012 a licenciatura em Economia na Universidade Nova, tendo efetuado o semestre de inverno de 2011/2012,

George Michael teve alta hospitalarGeorge Michael deixou na quarta-feira o hospital onde estava internado desde 17 de Maio depois de um acidente de carro em Londres. “Podemos confirmar que George Michael recebeu alta do hospital e continua a sua recuperação. Ele está bem e agradece todas as mensagens de apoio”, pode ler-se no comunicado divulgado no site do cantor. O cantor, de 49 anos, foi internado com ferimentos na cabeça após cair de uma viatura em movimento, desconhecendo-se as causas do aciente.

26 JTM | LAZER Sexta-feira, 31 de Maio de 2013

Beyoncé “expulsa” fã que lhe tocou no rabo Beyoncé estava a cantar em Copenhaga quando um admirador ousou dar-lhe uma palmada no rabo. A cantora, de 31 anos, mostrou que não gosta deste tipo de brincadeiras e reagiu de imediato. “Vão ter de o acompanhar daqui para fora, agora mesmo”, afirmou a cantora. Depois do incidente Beyoncé continuou a cantar “Irreplaceable”, como se nada tivesse acontecido.

Courteney Cox e David Arquette finalizam divórcioDois anos e meio depois da separação, Courteney Cox e David Arquette estão agora oficialmente divorciados. Os actores surpreenderam o mundo ao anunciar, em Outubro de 2010, o fim do casamento de doze anos. O casal, que ainda acreditou que a separação fosse temporária, esperou até Junho de 2012 para avançar com o pedido formal de divórcio. Um ano depois, o acordo foi assinado. Courteney e David Arquette são pais de Coco, de oito anos, cuja custódia será conjunta e partilhada.

Calor ucranianoSasha Bonilova é uma modelo ucraniana que se destaca pelas

curvas do seu corpo. No entanto, revelou numa entrevista que

sempre foi uma maria-rapaz, e preferia brincadeiras de rapazes

a trepar árvores do que pegar em bonecas. O design é uma das suas grandes paixões, e espera um dia

tornar-se decoradora de interiores.

VEJA VÍDEO NO JTM ONLINE www.jtm.com.mo

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Sexta-feira, 31 de Maio de 2013 JTM | LAZER 27

Tempos livresAna Marçal

Nos meus tempos livres fico ha-bitualmente por Macau. Passo o dia com os meus filhos, e

aproveitamos para ir à praia ou pisci-na, e também passear. Tento levá-los a parques infan-tis diferentes porque existem vários no território.Não

vou muito ao cinema, mas quando há espectáculos ou eventos tento aproveitar. Ainda no fim-de-semana passado fui a este último evento que houve no Vene-tian, o “Wine and Dine”. Gosto também de aproveitar os tempos livres para ir jantar fora, sempre que possível.Mas o meu hobby é mesmo os meus filhos. Gosto de

estar com eles e tento ocupar o meu tempo com activi-dades que possamos fazer todos juntos. Divertimo-nos muito e tento entretê-los. Normalmente costumo ir de férias para a Tailândia, mas na última vez fomos para a Malásia. Ficámos num hotel para famílias onde houve diversão de sobra para os meus filhos.

Gente Gira Coordenação:Pedro André Santos

Envie as suas fotos para: [email protected]

Primeiro dia de treinoFoi o primeiro dia de treino nos barcos-dragão para a equipa Kan Chi Iao, e contou com a habitual cerimónia de se tirar uma fotografia em grupo. Manuel Paiva participa na competição pela quarta vez, destacando a prática de exercício físico e a convivência entre amigos como alguns dos pontos altos da competição.

Aniversário e baptismoAnabela Da Silva marcou presença no aniversário e baptismo da sobrinha Arlete, com quem surge na fotografia juntamente com a outra sobrinha, a Andreia. Foi um belo dia de família que contou com a dupla celebração, com destaque ainda para a alegria da bisavó da aniversariante. A fotografia é da autoria de Eurico Leong.

Noite animada

Lola Flores Do Rosário está neste momento a viver em Portugal, e foi convidada

para a inauguração de um novo espaço dedicado à

comida japonesa (sushi) no Libertos Club, em Albufeira.

Ao GENTE GIRA destacou, para além da comida, está claro, a animação a cargo de DJ Fergie e Mc Anne

Queen, numa noite cheia de animação que contou

com a presença de muitas pessoas.

Uma agradável surpresa

Nino participou no 13º campeonato de karaté e até conseguiu vencer uma medalha dourada

na demonstração de kata! A conquista acabou por ser uma surpresa, contou a mãe Rosemary, já que o filho não se

queria inscrever nesta modalidade, mas sim no boxe, mas não o

podia fazer porque não tinha idade suficiente.

A mãe acabou por o obrigar a participar

noutra competição e o resultado está à vista,

parabéns!

Page 28: FOTO JTM Ouve-se desilusão DOSSIER na Ilha da Montanha · “concluiu em 2012 a licenciatura em Economia na Universidade Nova, tendo efetuado o semestre de inverno de 2011/2012,

FOTO

WON

G SA

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28 ÚLTIMA Sexta-feira, 31 de Maio de 2013 • Fecho da Edição • 02:15 horas

Desapareceu um grande desportista macaenseO hoquista macaense João Bosco Quevedo da Silva faleceu no Brasil, no dia 27, soube o JTM. João Bosco nasceu em Macau em 1937 e talvez fosse o desportista macaense (hóquei em campo e futebol) mais notório do século passado. Estudou na Escola Comercial Pedro Nolasco e aos 16 anos já integrava a selecção do Hockey Clube de Macau. Em 1956, como a maioria dos macaenses da época, emigrou para Hong Kong onde trabalhou até 1967 no “Hongkong and Shanghai Banking Corp” e, por isso, na década de 60 liderou a equipe do Clube Recreio de Hong Kong na conquista de vários títulos. Em 1964 foi mesmo o capitão da selecção de Hong Kong que disputou os jogos Olímpicos de Tóquio. Participou também dos Jogos Asiáticos em 1966. Em 1967 emigrou para o Brasil (São Paulo), onde conquistou inúmeros títulos em equipas de Hóquei for-mada por macaenses emigrantes. Aos familiares que estão dispersos por Macau e Brasil, o JTM apresenta as suas mais sentidas condolências.

Leiloado mais um terreno na Ilha da MontanhaAs autoridades de Zhuhai vão leiloar mais um terreno para uso co-mercial na Ilha da Montanha. Segundo o jornal Ou Mun, o terreno em questão tem uma área de 87.500 metros quadrados e o preço base de licitação foi fixado em 1,26 mil milhões de renminbis. O prazo de utili-zação estende-se por 40 anos no que respeita aos edifícios comerciais e 70 anos para as habitações. As empresas estrangeiras também poderão participar no leilão, mas a empresa que garantir a concessão do terreno está obrigada a registar-se na Ilha de Montanha com um capital social mínimo de 500 milhões de renminbis. Este será o primeiro terreno leiloado a incluir a construção de habitações.V.C.

Kaifong e Associação das Mulheres entregaram comissão de candidatura à ALA União Promotora Para o Progresso entregou ontem o pedido de re-conhecimento da sua comissão de candidatura à Assembleia Legisla-tiva. “Vamos potenciar a tradição de servir a sociedade, ao participar nas eleições para a Assembleia Legislativa”, sublinhou a mandatária da lista, a ex-deputada Iong Weng Ian, em declarações aos jornalis-tas, acrescentando que as eleições deste ano deverão ser mais com-petitivas do que as anteriores. A lista inclui uma dezena de candida-tos, ligados sobretudo à Associação Geral das Mulheres de Macau (AGMM) e à União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM). Conforme já noticiou o JTM, a candidatura é liderada pelo actual deputado Ho Ion Sang e pela vice presidente da AGMM, Wong Kit Cheng. A cerimónia de entrega do pedido, realizada no Balcão de Atendimento de Assuntos Eleitorais da Direcção dos Ser-viços de Administração e Função Pública, contou com a presença das líderes da AGMM, Tina Ho e Lam Un Mui, e da UGAMM, Ng Sio Lai. A nova presidente da direcção dos “Kaifong” aproveitou a ocasião para negar que o Dia das Mães tinha sido aproveitado pela lista para a realização de actividades de campanha eleitoral. V.C.

Bombaim gera polémica com proposta para vetar manequins com lingerieA Câmara de Bombaim provocou grande polémica depois de um dos seus membros ter declarado que é necessário retirar das vitrinas os manequins que exibem roupas íntimas, por forma a evitar crimes se-xuais. “Creio que os manequins, especialmente os que só têm duas peças, têm impacto sobre a taxa de crimes contra as mulheres no Estado (de Maharahstra, de que Bombaim é a capital). Esse tipo de exibição pode afectar o estado de espírito dos homens”, disse Ritu Tawade, representante da prefeitura da cida-de, citado pela agência AFP. A proposta, divulgada no canal NDTV, ainda precisa de ser aprovada pelo “mayor”, mas foi imediatamente criticada. Sharada Sathe, activista dos direitos das mulheres, descreveu a ideia como “absurda”: Os manequins “são expostos em vários países. Pensar (em cometer um delito sexual) é algo que vem da cabeça, não de fora”, disse à AFP. A proposta de Tawade também provocou muitas críticas e provocações no Twitter.

Sangue encontrado em carcaça poderá permitir clonagem de mamute Numa descoberta que faz lembrar o filme “Jurassic Park”, cientistas russos anunciaram ter encontrado sangue na carcaça de um mamute, extraído do solo congelado de uma ilha no Árctico, e salientaram que o feito aumenta substancialmente a possibilidade de uma futura clonagem do animal pré--histórico. Segundo a agência AFP, durante uma expedição conduzida no início deste mês, especialistas da Sociedade Geográfica russa e da Universi-dade Federal do Nordeste (Iakutsk, Sibéria oriental), examinaram a carcaça bem conservada da fêmea de um mamute lanoso, localizado em Agosto passado no “permafrost” (solo permanentemente congelado) da ilhota Maly Liakhovski, no Oceano Árctico russo. “Praticamente todos os anos descobrimos mamutes (na Rússia), mas esta expedição permitiu encontrar, pela primeira vez, uma fêmea em óptimo estado de conservação”, afirmou à AFP o chefe da expedição, Semen Gri-goriev. O especialista classificou a descoberta como excepcional, uma vez que não seria de esperar que fosse encon-trado sangue congelado num animal que morreu quando tinha cerca de 60 anos de idade, há 10.000 ou 15.000 anos.

Descoberta de fóssil na China devolve Archaeopteryx à categoria de aveApós ter sido considerado durante 150 anos como o antepassado das aves, o archaeopteryx foi relegado em 2011 para a categoria de dinossauro com penas, mas uma nova descoberta na zona de Tiaojishan, na província chi-nesa de Liaoning, levou à sua recolocação na classe das aves. O fóssil encontrado na China (na foto) demonstrou que a criatura alada era, de facto, um ancestral das aves modernas, revelou um estudo publicado na revista cien-tífica Nature pela equipa do paleontólogo Pascal Gode-froit, do Instituto Real das Ciências Naturais da Bélgica. “Por enquanto, esta (‘Aurornis xui’) é a ave mais antiga conhecida do homem”, disse Godefroit à AFP.

Puxão deorelhas

Há muito tempo que não se via um Secre-tário pôr na ordem um director de ser-viços e se “o puxão de orelhas” veio de um Secretário com

imagem pública apa-gada como Lau Si Io, o destinatário bem o merece - aos olhos da população Wong Wan

comporta-se como um dirigente autista e incapaz de atenuar os grandes desafios do

seu sector.É tempo, realmente, de acabar com pani-nhos quentes. O alto

grau de autonomia de que gozam os direc-tores de serviços, im-põe-lhes uma respon-sabilidade acrescida para que nem todos estão preparados.

Por razões que se sus-peita, mas que, com o passar dos anos, cada

vez menos se com-preendem, há gente no seio da Adminis-

tração que é parte do problema, não da

solução.Ou o Governo “se-

para o trigo do joio”, por exclusivos crité-rios de competência

(teórica e prática), ou é o único responsável por todos os dispara-tes que em seu nome

se dizem e fazem.

ENPASSANTJosé Rocha Dinis