fórum mídia e educação

Upload: gestao-ambiental-rodovias-do-brasil

Post on 14-Apr-2018

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    1/80

    1

    Frum M dia & Edu cao:Perspe ct ivas para a Q ualida de da Inf orm ao

    PATROCNIO :

    A POIO :

    REALIZAO:

    V DEO INSTITUCIONAL:

    C OBERTURA O NLINE:

    PR O D U O D O EVENTO :

    R E V I S T A

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    2/80

    2

    M 6 2 7 e M d ia e ed ucao : p erspect ivas p ara a q ualid ad e d a in fo rm a oBraslia, 20 00 .80 p. : i l.

    Inclui re la tr io f ina l do Frum M dia e Educao, 11 a 1 3 denov e mbr o de 1 9 9 9 , S o Pa ulo .

    Esta pu blicao u m a realizao: AND I, M EC, IAS, UN ICEF, N EM P,FUNDESCOLA e CONSED.

    1 . M EIOSD EC O M U N I C A O D EM ASSA . 2 . IN F O R M A OPBLICA . 3 . ED U C A O.I. A GNCIA D E N OTCIAS D O S D IREITOS D A INFNCI A (ANDI). I I . FRUM M DIA EED U C A O ( 1 : 1 9 9 9 : S O PAULO ).

    C D U : 3 1 6 . 7 7 4 : 3 7 ( 8 1 )C D D : 3 0 1 . 1 6

    TTULO ORIGINAL M DIA & ED U C A O : P ERSPECTIVAS PARA A QUALIDADE DA IN FO R M A O

    TIRAGEM : 50 00 exemplares

    PROJETO GRFICO Clia M atsunaga

    ASSISTENTE M elissa Yam agu ti

    FOTOG RAFIA M ila Petrillo

    Braslia, 1 99 9

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    3/80

    3

    F r u mM d ia & Ed ucao

    Perspect ivasPar a a Q ual idadeda In fo r m ao

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    4/80

    4

    N D I C E

    Primeiras PalavrasIntroduo Ge raldinho Vieira / AN DIViviane Senna / IASM anuel M anr ique / UNICEFPaulo Renato / M EC

    Os Grupos de TrabalhoCoordenao

    ParticipantesCon ceito, Con texto e Recome ndaes

    Falas ProvocativasGuiom ar Nam o de M elloM a ria M a lta C a mposngela SchaunTnia M ara ViegasCa rlos Au gu sto Ab icalil

    Relatrio Fina l do Frum M dia & EducaoCon ceito - O que o bom jornalism o de Educao?Co nte xto - Q uais as condies atuais para p roduzir e pu blicarreportagem sobre edu cao?Recomen daes - Com o prom over a m elhoria da qu alidadeda Informao?

    A Pesqu isa - Resum o ExecutivoFernando Rossetti / IAS

    A PesquisaM dia & Educao : Perspectivas para a Q ualidade da Info rm ao /N E M PRefern cias Bibliogrf icas

    5

    8

    9

    10

    12

    13

    14

    16

    17

    19

    22

    23

    26

    28

    31

    34

    42

    78

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    5/80

    5

    PRIMEIRAS PALAVRAS

    So (e sem pre foram ) recorrentes nos editoriais da im pren sa b rasileira as idias deeducao para todo s, de ed ucao de qu alidade para tod os e da necessidade de u rgentesinvestimentos no aprimoramento e qualif icao do professorado. Tais slogans habitamcom naturalidade os lt imos pargrafos dos editoriais, sejam eles exigindo combate desigu aldade ou e xplorao sexual de crianas e ad olescentes, violncia o u e xploraodo t rabalho (escravo) infant i l, ou a inda com o t r i lha obr igatr ia para o a linham ento do pasentre as naes mais desenvolvidas.

    Nem sem pre, entretanto, essas id ias encontraram (ou a inda en contram ) re f lexo nocomportamento de rot ina dos ve culos de comunicao. S muito recentemente o temaEducao passou a ganhar chamadas nas pr imeiras pginas. S em 1998, segundo aPesqu isa A ND I Infncia na M dia, o tem a chegou ao primeiro lugar no ranking d os assunto s

    mais abordados pela imprensa exceo da cobertura diria de Polt ica e Economia ete ndo e sta do e m 8 luga r e m 1 9 9 6 .

    A o m e s m o t e m p o , m u l t i p l i c a r a m - s e a s a e s e d u c a t i v a s d a s e m p r e s a s d ecomunicao. A Rede Globo celebra os 500 anos do pas com nfase jornalst ica para asexperincias bem suced idas de ing resso e sucesso escolar e com a cam pan ha d e volunta riado sA m igos da Escola. Os grand es veculos im pressos estim ulam a utilizao de jorn ais e revistasem sala d e au la. O grupo Ab ril / Fundao Victor Civita ed ita a No va Escola - Revista d edicadaa instrum entalizar professores e a discutir a Educao. A Fun dao D em crito Rocha ( jornalO Povo, C ear) investe e m m aterial de qu alif icao d o prof essor. A s revistas especializadasem empresas., negcios e mercado incluram Educao e a responsabil idade social dasem presas em sua pau ta prioritria A Ag ncia Estado art icula a Rede Iniciativa, por m eio d a

    qu al cada veculo-cliente d a ag ncia reprod uz, sem custos adicionais, as mat rias de Ed ucaoprod uzidas pelos dem ais. So ape nas algun s exem plos.

    Na verdade, Estado e sociedade elegeram a Educao como tema estratgico eisso u m fenm eno g lobal . A estabil idade econ m ica e a proposta de um novo desenhodo Estado criaram cond ies ob jetivas novas. Inclusive para a ap rovao da Lei de Diretr izese Bases da Educao (1996) . Os ndices bras i le i ros , quant i ta t ivos e qual i ta t ivos, deanalfabetismo, evaso escolar, repetncia e escolaridade dos jovens so descobrimosdepo is de 50 0 anos incom pat ve is com a cara de um pas que se pretende globalizado.

    Para info rm ar e m ob ilizar a popu lao, o M inistrio da Educao p rioriza a eficinciae a capilaridad e de suas aes de com un icao. A sociedade civi l orga nizada qu e jam aisestabeleceu tam anh a parceria com o Estado criou p or sua vez eventos provocativos, tais

    Geraldinho VieiraDiretor Execut ivo d a A ND I - Ag ncia de No t cias dos Di re itos daInfncia

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    6/80

    6

    com o os prm ios Ita-U nicef: Educao e Participao (coorden ado pelo C enp ec), o Scio-Educando (Unicef, Ilanud, AN D I, Fun dao Edu car, Funda o Kellog g, M inistrio d a Justicae BNDES) e o Professor Nota 10 (Fundao Victor Civita) . So, igualmente, apenas algunsexemplos.

    Especif icamente para a imprensa, consolida-se a importncia do Grande PrmioAyrton Senna de Jornalismo e do trabalho da ANDI Agncia de Notcias dos Direitos daInfncia.

    O s m ais imp ortant es jornais e revistas do pa s organ izam -se de form a diferente paraa cobertura de toda esta mobi l izao em torno da Educao. Para uns a reportagem deEducao compete no dia-a-dia com os demais fatos, outros criaram espaos especiais(cadernos semanais, pginas fixas...).

    No pr im eiro caso, m ui tas reportagens correm o r isco de f icar na gaveta porque segundo vrios editores - no superam o calor do noticirio factual das editorias de

    Cidades (ou similares). So as reportagens que buscam maior reflexo sobre o tema. Talsituao pa rece estar em processo d e m uda na. Sob este r isco, pu blicam-se prioritariamen teas mat rias provocadas sobretu do pelos ann cios (factuais) oficiais e, em m uitos e m uitoscasos, os releases pro du zido s pelas assessorias de co m un icao d as secreta rias estadu ais em unicipais. O s releases trazem inform aes relevantes, mas qua nd o o s jornais l im itam -se acobrir Edu cao atravs dos releases sem um a rep ercusso local, perd e-se a capacidade deampliar a reflexo.

    N o p r i m e i r o c a s o , a i n d a , f i c a e s t r e s s a d a a r e l a o e n t r e r e p r t e r e s m a i sideologicam ente de dicado s ao tem a e seus editores nem sem pre contam inados po r algu m aform a d e insensibil idad e social, m as limitado s pela tem peratu ra da s notcias.

    N o segu nd o caso, com um qu e decises oficiais an unciadas an teriormen te (e editadas

    factualmente pelo mesmo veculo) sejam debatidas com maior profundidade nos espaosespecf icos da Educao. As reportagens que necessitam maior criat ividade na pauta em a i o r d e d i c a o e t e m p o p a r a a p u r a o e e d i o g a n h a m e a b r e m e s p a o p a r a ope nsam en to e a p rtica do s de m ais ato res en volvidos: prof essores, alunos, pais, com un idade,ped ago go s, p siclogo s e orga nizaes da sociedad e civil .

    As editorias especf icas prom ovem m aior qua lif icao d e ed itores e reprteres paraa cobertura do tema. As experincias revelam facil idade de sustentao f inanceira doscadernos, com grande variedade de an unciantes .

    No primeiro caso, a Educao seria u m fato e, tratada desta forma , p assaria a ad qu irirstatus polt ico correspondente ao das demais demandas sociais o que no deixa deestabelecer uma fr ico criat iva entre as prioridades polt icas, tanto para o jornal quanto

    pa ra seus leitore s.No segundo caso, o jornalismo aproximaria-se de vencer o desafio de possibil i tar

    que a Educao se ja abo rdada tam bm com o processo.

    OU TRAS PALAVRASInspirado pelo movimento de priorizao que a prpria imprensa desenha sobre o

    tem a, o Frum M dia & Edu cao: Perspectivas Para a Qu alidad e da Info rma o, cujosresul tados esto expressos neste documento, nasceu da vontade e do sent imento deresponsabil idade social das organizaes que o criaram em parceria, e do eco que tais

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    7/80

    7

    desejos e compromissos encontraram entre os que se

    uniram como patrocinadores e apoiadores a quemagradecemos.Realizado (ou, m elhor, inau gu rado) em So Paulo

    n o s d i a s 1 1 , 1 2 e 1 3 d e n o v e m b r o d e 1 9 9 9 , c o m opromoo da Revista Imprensa e com cobertura emtem po rea l a cargo do p rojeto Ap rendiz , o frum foi ( )um esforo p ara propiciar um debate or ientado r sobreo rum o do s esforos futuros a part ir da iden tif icao dedesafios presentes e da con scincia de q ue Educao tem a estratgico para o d esenvolvim ent o social do pase deve ser, portanto , investigado com m aior refinam entopela imprensa.

    Ao decidir ousar na propo sta de um novo form atode d ebat es, os parceiros prom overam extensa pesqu isasobre os aspectos da cobertura de Educao realizadapor 62 jornais a par t i r de c l ippagem compreendendo1 . 7 6 3 r e p o r t a g e n s , a r t i g o s , c o l u n a s e e d i t o r i a i spubl icados nos anos de 1997 e 1998.

    Realizada p elo NEM P Ncleo d e Estudo s de M diae Pol t i c a (Univ e r s ida de de Br a s l i a ) , a pe s quis a apresentada adiante - reforou previses, mas um deseus mritos ter enfatizado sinais de alerta. Foramo r g a n i z a d o s e d e t a l h a d o s e l e m e n t o s n o r m a l m e n t e

    desapercebidos no frenesi com que se prod uz e d ivulgainformao. Foram tambm organizados e deta lhadosaspectos que talvez para muitos jornalistas e especialistasrepresentem quase o bvio.

    Co locar o bvio e o no -bvio f lor da pe le parainspirar o debate transformador tornou-se o objetivopr imeiro do frum.

    M ob ilizar com m aior clareza o s esforos para um anova qual idade da informao sobre Educao foi ep r e t e n d e s e r o m e l h o r r e s u l t a d o d o f r u m . S u a srecom end aes no s convocam para desafios que so

    de tod os.A partir dos resultado s da p esqu isa, saltavam aos

    olhos algum as interrog aes:

    . Com o deve ser um b om jornal ismo de Educao?

    . O que necessrio para que possamoscontar com um bom jornal ismo de Educao?

    . Quais so os desafios?

    . O q ue caracteriza o atual jornalism o de Educao?

    E m q u e c o n d i e s e l e p r o d u z i d o ? C o m o

    p o d e m o s c o n t r i b u i r p a r a s u p e r a r a q u a n t i d a d e e ,sob retud o, a qu alidad e da cobertu ra jornalst ica?Q uais as co-respon sabilidad es da s em presas e do s

    empresrios de comunicao, dos jornalistas e de suasassociaes, das universidades e dos professores deCo m unicao, do s produ tores de inform ao e de outrosform ado res de o pinio e con struto res de con scincias?

    Todos dever iam ser chamados para que novaspalavras fossem ou vidas e en to o utras palavras entrassemem trabalho de p arto.

    Cerca de 150 personalidades jornalistas (dasredaes e das assessorias de comunicao), especialistas,prof essores un iversitrios, representan tes de org anizae sda sociedade civil e do Estado de todas as partes do pasintegraram -se aos trs dias de trab alho, equ acion and o seusdiferentes conhecimentos e experincias.

    So eles os autores deste do cum ento.Inseridos em trs grand es grupos de t rabalho, cada

    um destes grupos funcionando com subgrupos, o frumbu scou respostas para as questes qu e inspiravam o d ebate :

    CONCEITO - O q ue o bo m jornalism o de Educao ?CONTEXTO - Q ua is as cond ies atua is pa ra prod uzir

    e p ublicar reportagen s sob re Educao ?RECO M ENDA ES - Como promover a melhoriada qua lidade d a informao ?

    As pginas seguintes trazem as respostas. Trazemtam bm a nteg ra da p esquisa qu e inspirou os deba tes assimcom o seu resum o executivo. Inserem -se ainda algun s textosque sintetizam o p ensamen to de especialistas convidadosao f rum com a m isso de transm itir f alas provocativas .

    A esta publicao somam-se um Guia de Fontesem Educao, produzido sob a coordenao do Cenpec

    (Centro de Estudos e Pesquisas em Educao, Cultura eA o C om un itria) e ed ies espe ciais da Revista Im pren sae da TV PUC So Paulo, am bas com a cobertura do frum .

    A e sta pub licao som am -se, ante s de tu do , o desejoe o com prom isso de to do s os seus autores po r um a atuaoprofissional que - equacionando diversos parceiros e suasm isses especficas - estabelea a aliana po r um a ag end acom um em torno da Educao brasileira, un iversalizada ede qualidade.

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    8/80

    8

    na sala de au la, com Educao de q ualidad e, qu e se iniciam e se f irmam as basespara o desenvolv imento efet ivo de uma economia compet i t iva , de uma sociedade maisjusta e de um Estado de Dire i to for te e consol idado. Portanto, mais que uma questopedaggica e mais at que uma questo social, Educao uma estratgia prioritria dedesenvolv imento econmico, socia l e pol t ico de uma nao. Nessa medida, no podecontinuar sendo assunto de especialistas, nem tampouco monoplio ou responsabil idadeexclusiva do Estado. Educao tarefa e responsabil idade de todos. Como bem disse umdia Claudio d e M ou ra Castro, imag ine o qu e seria do Brasil, se todo s vigiassem a Educaocom o vigiam a seleo brasileira .. .

    Nessa tarefa , que pbl ica , o jornalista tem dupla fun o como prpr io c idadoco-responsvel e com o prof issional qu e atu a no apenas como form ador d e op inies, m ascomo formador de conscincias, capaz de atingir parcelas enormes da populao, atravs

    do meio de comunicao a que per tence. Por isso, j em 1996, o Inst i tuto Ayr ton Sennaa t r a v s de um c onv nio f i r ma do c om a Columbia Univ e r s i t y , dos EUA, l e v ou a lgunsprof issionais brasileiros a part iciparem do Hu m an Right A dvocates Training Program , ent reeles G ilberto Nascim ento , Fernan do Rossett i e Dan iela Falco. O utra ao n esse cam po foiestabelecer um a aliana social estratgica com a A ND I, com o ob jetivo de a poiar e fo rtalecerseu competente t rabalho em prol da cr iao de uma cul tura jornal s t ica que promova edefenda os direitos da criana e do adolescente. Em paralelo, nasceu o Grande PrmioAyrton Senna d e Jornalism o q ue, com suas trs edies, j alcanou a part icipao d e m aisde 2 m il jornalistas com cerca d e 2 60 0 m atrias veiculadas nas mdias imp ressa e eletrnica.

    A aliana Instituto Ayrton Senna/ANDI passou a gerar outros frutos. Um deles oFrum M dia & Educao: Perspect ivas para a Q ual idade da Informao, rea lizado emconjunto com o M EC, Un icef, Funde scola e Revista Im prensa. Este l ivro um do s prod uto sdeste Frum e, em breve, os prof issionais da im prensa pod ero se uti lizar de um ou tro no vo

    e impo rtante p rodut o seu o G uia de Fontes com inform aes especf icas da rea. Tam bmesto em fase de f ina lizao os entendim entos do Inst i tuto Ayr ton Senna com a PUC deSo Paulo, para um curso de extenso universitria, j formatado, denominado Jornalismoe Edu cao . V isa instrum entalizar jornalistas interessad os em atuar de form a m ais consistente ,no seu trabalho dirio nas redaes, para a construo de uma Educao de qualidade nopas.

    Essas e outras aes tm o objetivo de cooperar, conjuntamente com a imprensa,para mudar de pgina as crianas e os jovens brasileiros. Tir-los das pginas da violncia,do d escaso, da f om e, da ignorncia , do t r f ico, e fazer com que e les ocupem seu lugar dedireito as pginas da Educao, da sade, da dignidade e da esperana.

    PRIMEIRAS PALAVRAS

    Vivian e SennaPsicloga, em presr ia e Presidente do Inst i tuto A yrton Senna

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    9/80

    9

    M a n u el M a n riq u eRepresentante Adjunto do UNICEF ( Fundo das Naes

    Un idas para a Infn cia ) no Brasil .

    O Brasil tem uma experincia nica a relatar na Amrica Latina. A imprensa brasileiram ostra, a cada d ia, seu inte resse pelos tema s da inf ncia e da juventud e deste Pas. Os cham ado sassun to s sociais, sad e, direito s, fa m lia, violncia, a ssistn cia social, investim en to s p blicos edo terceiro seto r nessas rea s ga nh am cada vez m ais espao n os jorn ais im pressos, nas revistas,no s telejorn ais, nas repo rtagen s de rd io. Den tre esses tem as, um tem para n s um a expressosignificativa: a Educao.

    O crescim ento da p resena da Educao nos meios de com unicao o bede ce tanto agressiva p oltica oficial do s ltimo s anos, com o con scin cia coletiva de qu e sem Educaoos seres hu m ano s deste m und o g lobalizado e sto e m clara desvantagem .

    Alm disso, a presso sobre o sistema educacional brasileiro no tem precedentes. Aatual po pulao jovem a m ais alta da histria do Pas. Existe, po rtanto , um contexto favorvele uma sociedade atenta que responde favoravelmente s informaes que os meios de

    comunicao oferecem.Encontrar espao para a cob ertura desse tem a um desafio n ovo nas redaes M aspercebemo s que a qualif icao dos reprteres grad ativa e a Educao vai, pouco a pou co,conqu istando o espao q ue m erece n o cotidiano d a im prensa b rasileira.

    A ssim, com o e spa o j em vias de ser conq uistad o, o d esafio d e jornalistas, emp resasde com un icao e os gerado res de n otcias exatam ente a m elhoria do contedo dessasreportagens. Nessa nossa era da inform ao, onde t udo to rpido e im ediato, a boa cobertu rajornalstica e m Educao tem a d ifcil m isso de ser reflexiva, d e aceitar o convite p esqu isa,de buscar compreender o processo da Educao e no apenas suas consequncias maisbvias.

    Como tem apoiado a bela experincia da ANDI h cinco anos, o UNICEF fez questode tam bm de p articipar da p romo o do seminrio M dia & Educao, ao lado de parceiroscom prom etidos com a m elhoria da q ualidade da Educao neste Pas e com o d esenvolvim ento

    de um jornalism o d e Educao de alta qualidade p rofissional.De sde n ovem bro de 19 9, a e xperincia nica d a m ob ilizao d a m dia brasileira abre,ento, u m a no va exper incia s ingu lar : organizar um Frum perman ente sobre M dia &Educao p ara debater o contedo do b om jornalism o na rea e propor, com m uitas e afinadasvozes, com o e sse conte do po de ser alcanado n o cotidiano d as redaes.

    Acreditamos que fundamental ajudar a colocar um dos focos da mdia neste temacrucial para o Brasil hoje. Por isso to imp ortante e urgen te fo m entarm os aes que e stimu lema cobertura jornalstica da Educao no Brasil. A equipe do UNICEF no Brasil tem o prazer departicipar desse processo.

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    10/80

    1 0

    PRIMEIRAS PALAVRAS

    Em novembro do ano passado, jornalistas de vrias empresas de comunicao,dir igen tes e fun cion rios do M inistrio da Educao e representan tes de diversas entidad essociais/empresariais reuniram-se em So Paulo para uma das mais significativas aes emfavor da Educao, bandeira que de todos ns, Poder Pblico e sociedade.

    Jun tos, os cerca de 1 50 prof issionais present es ao event o, intitulado M dia &Educao, analisaram a cobertura jornalst ica que o tem a Educao tem m erecido no Brasil.Ao f ina l de t rs dias de um debate pautado na essncia pe la comunho de v ises eprop sitos, o grupo ob teve um imp ortant e retrato crt ico do no ticirio na cion al e regiona l,avanand o inexoravelm ente para a d iscusso do sign if icado social da inform ao.

    Os participan tes concordaram que, se por um lado , a cobertura da rea edu cacionalaumentou nos lt imos anos, por outro, a iniciativa dos veculos na formulao da pautaa inda mui to t mida, tarefa que cont inua a cargo do Poder Pbl ico. Ao mesmo tempo,po uco investigativas, a m aioria das reportag ens acaba send o superficial, destacand o som enteaspectos negat ivos, em pre juzo do est mulo ao envolvim ento do c idado com as questesafe i tas ao en sino. Ter am os hoje ab und ncia d e inform ao, e isto j um indicador m ui toposit ivo, m as aind a sem a q ualidad e n ecessria.

    Este documento apresenta a avaliao que resultou desse encontro e registra,alm d o diagn stico, o tratam ento para os males detectad os. Constitui-se num a prescrioimpo rtante, feita sob retudo p or profissionais de com un icao, que conh ecem as dem and asdirias do of cio de inform ar.

    O conjunto das recom end aes claro: sug ere-se s em presas jornalst icas que,em paralelo sua funo primordial de f iscalizar os Poderes constitudos e exercitar acrt ica, passem a tratar com maior profundidade e responsabil idade o tema Educao,desarmando-se na abordagem not ic iosa apar t i r de uma postura construt iva e mobi l izadora que contr ibua para o rea l avano doBrasil.

    Trata-se , a m eu ver , de u m a inic ia t iva m uito impo rtante , po is reaf irma o p apel quecada um de n s indiv idualm ente e o conjunto da sociedade pode e deve exercer para queo pas alcance seus objetivos - desenvolvim ento , p rosperidad e e acesso aos ben s da civilizao- que s conquistaremos porinterm dio d a edu cao do s brasileiros.

    As constataes feitas no en contro M dia & Educao revigo ram o com prom issosocial dos meios de comunicao. Invocam-no, sobretudo. Isto, no caso da difuso depolticas pblicas srias e conseqentes, e mais ainda quando se tratam de reas sociais,como a Educao, pode signif icar hoje em dia o sucesso ou o insucesso de um projetonacional , ta l o pod er de penetrao quea mdia exerce sobre as sociedades.

    hora po is de ab sorver por inteiro essa dim enso, extraind o to do o proveito d essareflexo. o que prope este documento. o que espera, creio, o pas.

    Paulo Renato SouzaM inist ro d a Educao

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    11/80

    1 1

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    12/80

    1 2

    COORDENADORADARELATORIARachel M ello - Un icef

    ASSESSORADACOORDENAOPatrcia Vasconcelos - Instituto AyrtonSenna

    COORDENADORDOGRUPOGeraldinho Vie ira - AN DI

    RELATORESmbar de Barros - Fundao Victor CivitaJuliana An drigueto - IDISInst i tuto para o Desenvolvimento do Invest ime nto Social

    COORDENADOR

    Fernando Rossett iInst ituto A yrton Senn aRELATORES

    Patrcia Portela - UnicefC a m ila M e lo - A N D I

    COORDENADORDOGRUPOM a nue l M a nr ique - Unice fFundo d as Naes Unidas para a Infncia

    RELATORESUd o Bock - UnicefGus ta vo Cun ha - AND IAg ncia de Not c ias dos D i re i tos da Infncia

    OS GRUPOS DE TRABALHO . Coordenao

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    13/80

    1 3

    Ad em ir da Silva Co sta / Dirio do No rdeste . Aida Veiga / Revista Veja . Ana M rcia Dig enes / O Povo . ng ela

    M aria de O liveira / Dirio C atarinense . Catarina Neves / M EC . Cleuza Rodrigues Repu ro / Fun dao O rsa .Va lria M ateus / Fundao O rsa . D bora D a C ol Tavares / M EC . Eduardo Br ito d a C unh a / A NJ . ElisabeteSaraiva / Gru po A bril . Eudet e Petelinkar / TV E M S . Eug nio Parcelle / Dirio de Na tal . Franois Ren / M EC .Gu lter Geo rge / O Dia (Piau) . Hu m berto Silva / Con sed . Jacqueline Frajmu nd / M EC . Juliana G om es / OPopular . Laerte M artins / M EC . Laura C arneiro / Secretaria Estadu al de Educao SP . Lus Ca rlos doNascim ento / O N orte . M aria Clara No tarob erto / Projeto Escola Brasil . n gela Schau n / U SP . M aria M altaCam po s / PUC- SP . M artha Becker / Fun dao M aurcio Sirotsky . Rachel Trajber / Estad o n a Escola . Raimu ndoTadeu / Co nsed . Regina de Lim a / M EC . Rodrigo Fahrat / M EC . Ruben s Scardua / SEM ESP . Srgio Ferreira /Un icam p . Srgio Go m es da Costa / OBO R . Slvia Zanella / G azeta d o Povo . Suylan M idlej / Con sed . TacyanaArce / O Estado de M inas . Tadeu O liveira / Co nsed RN . Teresa Rego / V eja na Sala de A ula . Ulisses Cam pbell /O Liberal . Valci Zuculoto / FENAJ e FM Cu ltura . Vera G asparetto / C on sed . Virglio Arag n / NEM P.

    Alden gio D cio Leite / O Im parcial . A driano Filho / SEM ESP . Alessand ra Blanco / Revista C apricho . A lineGonalves / Ciranda . Roseli Alves / Fundao Bradesco . Ana Luiza Zaniboni / OBOR . Ana S / Jornal deBraslia . ng ela Serino / Na tura . A ng lica Torres Lim a / M EC . Backer Fernan dez / M EC . Carlos A ugu stoAb icalil / CN TE . Cecl ia An derlini / SEM ESP . Claudius Ceccon / C ECIP . Da vid M oiss / A gn cia Estad o . D cioS / O Imp arcial . Den ise Carreira / CENPEC . Edua rdo H om em / Cen tro de C ultura Luiz Freire . Elaina Jardim /M EC . Eneida M arques / Uga-Ug a . Fbio A nderson / Sade e Alegr ia . Fernanda Santos / Consed . Francisco

    Alemberg / Fundao Casa Grande . Gabr ie la Athias / Estado . Gi lber to Costa / Fundescola . HumbertoRezende / C orreio Brazil iense . Isabelle Cm ara / C ip . Juliana Raposo / Institut o Etho s . Laura Gree nha lgh /Revista poca . Leila M idlej / Fund ao Ab rinq . Luciano M ilho m em / Un esco . Lydia Renau lt / M eios & A o .M arcelo M encar / Ve ja na Sala de A ula . M ar ia Helena G uim ares de C astro / INEP . M ar ia Jos / Co rre io doPovo . M ar ia Selm a Alves / Co nsed . M ar ie la de Castro Santos / Consed . M arta Castro / Fundao O debrecht .Ndia . H ator i / TV C ul tura . Nad ja V ladi / A Tarde . Nelcira Neves de Nascim ento / Rdio Ga cha . N ilson deO liveira / Ag n cia Folha . Pau lo do V ale / Sind icato d os Radialistas de Sergipe . Rita M ora es / Revista Isto . Rosede M elo / Agn cia Ema s . Rubens Am ador / M EC . Ruberval Silva de A guiar / TV Libera l . Tnia M ar ia Viegas/M EC . Vag uinaldo M ar inheiro / Folha d e So Paulo . Vanessa S / TV Futura . Viviane Viana / O Dia .

    A driana Paes de Barros / UM ESP . Ad riana Vera e Silva / Revista N ova Escola . An a Lcia V iviani / Instituto AyrtonSenna . A na M ascia Laga /Jornal do Brasil . A nelise Borges de Lima / M EC . ng ela Santos / TV Cultura . An teno rVa z / Jorna l Radcal . Beatriz M artins / Rede G lobo (Brasil 5 0 0 A no s) . Clud ia Girelle / TVE M S . Cludia Teles /Revista Presen a Ped ag gica . De m stenes Rom ano Filho / Pacto d e M inas pe la Edu cao. Ge rsen Luciano /Secretrio de Educao de So G abriel da Cachoe ira . G ilm ar Piolla / M EC . Gu ilherm e C anela / NEM P . Guiom arNa m o d e M ello / Fund ao Victor Civita . Iracema N ascim ento / C ENPEC . Joo Lus M ende s / M EC . Jos EduardoCosta / Rdio Itatiaia . Jos Eustquio de Freitas / Consed . Liliane Reis / Correio da Bahia . Lisiane Nunes /Fund ao M aurcio Sirotsky . Lcia C arla G am a / A Crt ica . M adza Edna / C ECIP . M arcelo Brettas / Revista Z .M rcia Andra / Co nsed . M arco A ntn io Arajo / Revista Educao . M aria Helena M artinho / RBS TV . M arinaO liveira / Fund escola . M irna G urgel / Con sed . M n ica Rodrigue s / TV Futura . Pedro M edina / C on sed . Pedro

    Paulo Carneiro / TVE . Rocila Dou rado /C onsed . Rogrio O liveira / O Estado . Sandra Ca rla de Deu s Incio / M EC.Srgio Ha ddad / ABON G . Sim one Freitas / M EC . Susana Pereira/ Liceu d e Artes e Ofcio da Bahia . Uta Kuhlw ein/Co nsed . Vera Lcia Dan tas / M EC . Vnia M areco / M EC.

    Participantes

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    14/80

    1 4

    Universidade. Os currculos das faculdade s de C om unicao contem plam a form ao ne cessria para a cobertu ra jornalst icada rea social, em especf ico da Educao? Com o? Por qu?Empresa. funo da s empre sas de com unicao invest ir/prom over o aprim oram ento prof issional de seus recursoshum anos (em especfico os jornalistas)? Por qu?. Qu ais as mais ef icientes m ane iras em presariais de invest ime nto n o aprimo ram ento da qu alif icao deseus profissiona is de jornalismo ?. Os treinamentos existentes reconhecem a rea social e a Educao em part icular como temas aserem priorizados? De que forma?Jornalistas. C om o o jornalista recm -graduad o (ou nos prim eiros anos de carreira prof issional) percebe sua p rpria fo rmao ?. O jornal ista a inda um t rabalhador que sabe um pouco de tudo e acha que no p recisa m ais que isso ?. O s jornalistas prof issionais so/esto recept ivos a propo stas de treinam ento e q ualif icao?. Qu e opo rtunidad es (viagen s prof issionais para cobertura, semin rios, w orkshops etc.) so recon hecidas pelojornalista como relevantes para seu aprimoramento de maneira geral e em part icular para a cobertura deEducao?Governo

    . A s assessorias de impren sa no s nveis m unicipal, estadual e fede ral da Educao esto qu alif icadas para acompreenso global da Educao? Por qu?. , deveria ou pod eria ser, respon sabil idade tam bm das secretarias de Educao e do M EC a prom oo deaes de apr imo rament o formao do jornal ista? Por qu? C om o?Terceiro Setor. C om o a s organizaes da sociedad e civil (ONG s, institutos, funda es, sindicatos, associaes.. . ) devem pod emcontribuir para um a m aior comp reenso do jornalista sobre o s vrios aspectos das aes de com plem enta riedadeescolar e da chamada educao para valores , por exem plo?. Qu e aes polticas e/ou inst itucionais podem ser t idas com o recom enda es de urgncia na p erspect iva deinformar com maior qualidade? Que outras recomendaes podem ser consideradas como aes de mdio elongo prazo?Fontes. Qu e m ateriais esto (ou pod eriam/d everiam e star) dispon veis para con sulta e au to-form ao d o jornalista? Porqua is m eios os mate riais se to rnam m ais facilmen te d ispon veis?

    Enfoq ue Com que perspectiva se aborda o tem a? Qual a viso predom inante? Qua l a formao dos jornalistas no

    tema Educao?Tratam ento O que caracteriza o jornalism o de Educao no tratam ento do assunto : Sensacionalism o, adesoao go verno, seguimento da pauta d i tada pelo Estado, a l inham entos com determinadas v ises do tem a? Nveisde ensino e espaos prioritrios para a co bertura jornalst ica. A s questes macro.Fontes Uso de fo ntes quant itat ivas e qua litat ivas. Co m o tratar as avaliaes? Fontes que no so aproveitadas,fontespotenciais.Ato res Qu al o papel da universidade, do jornalista, do editor, das emp resas, do Estado, d o Terceiro Setor, etc.no perf i l do bom jornalism o de Educao?

    Co ndies internas dos meios de com unicao:Projeto ed itorial At que pon to inclui as questes sociais, com o Educao?Jornalistas Esto inte ressados em Educao? Esto prepa rados para cob rir o tem a? Q ual o status do jornalistadeEducao?Editores: Qual a at i tude? Tm interesse? At que ponto?Empresas Esto invest indo na cob ertura de Educao? Com o?Inf ra-est ru tura Quanto a juda ou at rapalha a cobertura?Agncias de N ot cias Tm alguma abordagem def in ida da Educao?

    Co ndies externas aos m eios de com unicao:Leitores Esto intere ssados em Educao? Qu e t ipo de art igo agrad a m ais? At que pon to vai este interesse?M ercado Existe p ara jornalistas especial izados em Educao? Aon de?Go verno Qu al tem sido o seu pape l? Co ntribui? Fornece as informa es necessrias? M atiza a cobertu ra?Assessorias de C om unicao Qu al tem sido o seu pap el?

    2

    3

    Como promover a melhor ia da qual idade da informao?

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    15/80

    1 5

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    16/80

    1 6

    FALAS PROVOCATIVAS

    Membro do Conselho Nacional de Educao (CNE) e

    Diretora Executiva da Fundao Victor Civita

    G u io m ar Nam o d e M e llo

    * Sntese da fala provocativa.

    (* ) Existe u m a necessidade d e fr isar um a especif icidad e no tem a Educao. O tem aEducao Escolar im portante para fixar o trabalho do jornalista em um dos focos da Edu cao

    a Escola . Pois, em sen tid o am p lo , tu do Edu ca o, e u m a g enera liza o a esse p ontodif iculta e ntend imen tos, p autas e assunto s a serem abo rdados.

    O conceito d e Educao pode ser segm entad o em 3 n veis: prim eiro q uand o se refereao contexto da fa m lia, lar; segu ndo no entorno da Escola e terceiro n o am plo espectro d asociedad e, o aprend er con tinuado.

    A escola pouco importante na Educao em seu sentido mais amplo, mas nestepo uco ela decisiva. pap el do jornalista lem brar, por exem plo, q ue a Educao e scolar temum lim ite, ou seja, que tem um papel a cum prir m as que n o po de resolver, sozinha, qu estescontextuais e mais abrangentes como gravidez na adolescncia, trabalho infantil, drogas,Aids e explorao sexual de crianas e adolescentes. funo do jornalista ter esseentendimento de forma suficiente para saber o que e como cobrar.

    Jorn alista n o trab alha com da do s, m as sim com significad os. Ter con scin cia do qu esignifica e sse p od er indispe nsvel pa ra o pro fissiona l de im pren sa.

    O temp o da Educao n o o tempo do jornalism o factual. Qu alquer m udana emestatsticas de evaso, repetn cia ou ta xa de m atrcula, po r exem plo, conseq ncia de um aao cont inuada, de um processo. E essa uma di ferena que o jornal ismo prec isacomp reender e saber contem plar em seus textos e aes.

    O que notcia em Educao? Identif ica-se uma necessidade de qualif icao dade m and a para faze r com qu e a exigncia das pessoa s em relao Escola e Edu cao sejacada vez mais qualificada. Por exemplo, a existncia de merenda na escola como exigncia

    mxima.O jornalista deveria con hecer m inimam ente o jargo da Educao Escolar. Por exem plo,

    atravs de um Glossrio dos termos e siglas mais comuns, disponvel na Internet.

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    17/80

    1 7

    In tervenes de prof i ss ionais convidados para est im ular os debates nos gru pos de trabalho

    Durante muito tempo, no Brasi l , o setor de comunicao esteve a l ienado dosproblemas educacionais. Essa realidade mudou e este encontro um sinal de que osprof issionais de com un icao esto ho je sensibil izado s e ten tan do se q ualif icar para l idarcom o tema da educao, o que mui to importante . Parabenizo os organizadores doevento por mais essa iniciativa.

    N o e n t a n t o , o b s e r v a - s e q u e o c o r r e m a l g u n s p r o b l e m a s n e s s e p r o c e s s o d eaproximao com a rea l idade educacional . Acho que, para melhor entender e superaresses prob lem as, torna -se imp ortan te ent end er o contexto an terior e algum as caractersticasprp rias desse cam po . Essa com preenso p od e ajudar a superar algum as dif iculdad es decom unicao existen tes, de p arte a pa rte, no contato m dia/pe squ isado res/un iversidades/centros de pesquisa.

    O pr im eiro dado im portante qu e deve ser levado em considerao que a educao

    lida com processos de mdia e longa durao; essa uma condio inerente atividadeed ucacion al. A fo rm ao d as pessoas, sejam crianas, ad olescentes ou joven s, u m processolento, p ois trabalha tan to com dinm icas cogn it ivas e afetivas internas ao indivduo, com ocom o contexto social e cultural com o qual eles interagem. Tanto o campo polt ico comoo campo da informao tm di f iculdades em reconhecer esse fa to; do t rombadas a l iporque para os dois o ho r izonte m ui to m ais im ediato. M as a educao assim m esmo :n e n h u m a e x p e r i n c i a , n e n h u m a t e n t a t i v a d e i n o v a r , e m l u g a r n e n h u m , p o r m a i sdesenvolv ido que se ja e nem mesmo com toda a tecnologia contempornea, consegueescapar de ssa caracterstica b sica.

    Esta um a qu esto estrutura l com a qu al tem os que l idar . A s not c ias t ra tam dosfato s isoladam ent e; s vezes fatos conectad os aparecem em sees diferentes dos jornais,cam inham paralelam ent e. Por exem plo, as rebelies da Febem so no ticiadas sem ligaocom a situa o do s jovens nos grand es cent ros, sua escolaridad e precria, o de sem prego

    jov e m, a f a l t a de a l t e r na t iv a s de l a z e r na s pe r i f e r i a s pobr e s , e a s s im por d ia nte .Acontec im entos com tem pos de m aturao di ferentes parecem desligado s, e m ui tas vezesno facil ente nd er sua a rt iculao.

    A segu nda coisa im po rtante a ser considerada a seguinte: durante dcadas, talvezdu rante to da a nossa h istria, a rea de educao foi to talm ente destituida d e p restgio. Aeducao at dez a no s atrs era um assunto qu ase invisvel, de po uca imp ortncia. C om ocarreira, dizia-se qu e era de espera m arido , segu ida por aq uelas m oas qu e conseguemm enos ponto s na Fuvest, ou p or aquelas qu e fogem da m atem tica no curso no rmal, profissoescolhida por mu lheres que ga nham m enos e comp atibil izam o trabalho com o casam ento .Esse esteretipo tambm existe em outros pases, mas mais profundo no Brasil.

    M a ria M a lt a C a m p o sP r e s i d e n t e d a A N P E D - A s s o c i a o N a c i o n a l d e P sGraduao e Pesquisa em Educao, professora do cursode p s-graduao da PUC/SP e pesquisadora da FundaoCarlos Chagas.

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    18/80

    1 8

    FALAS PROVOCATIVAS

    Isso criou ao longo das lt im as dcadas um a sriede v c ios . Consol idou-se um campo prof iss ional malpago, desprestigiado, segregado, atrasado em relaoa reas com o Sociolog ia ou Psicolog ia. A con trapartida que e s s e c a mpo t inha um monopl io do a s s untoe d u c a o , n o h a v i a c o m p e t i o e m r e l a o interlocuo com a sociedade. Tinha pouco prestgio,mas t inha o monopl io.

    Hoje a s i tua o mudou r a d ic a lme nte . Agor a ,ex istem comp et idores com poder de fogo m uito grande:empresas, fundaes empresariais com assessoria deimprensa, economistas aparentemente convert idos causa da educao, o prprio M EC, que m udo u seu perfi le tem signif icativo poder de acesso, com a priorizaodada pelo minist ro comunicao (basta observar aq u a n t i d a d e d e p e sso a s d o M E C n e sse e n c o n t r o ! ) .Atu alm ente , h comp et io entre os a tores para ter voze se fazer ouvir na sociedad e, quan do o tem a edu cao.

    Ag ora n s, pesquisado res e edu cadores, estamo stendo qu e comp etir com esses setores, ainda com pou casarmas e pouca exper incia em l idar com a mdia . Ao

    mesmo tempo, ao ver o espao pbl ico conquistadorapidamente pelos novos atores sociais que discorrems obr e e duc a o, o s e nt ime nto de pe r p le x ida de emgoa, porque durante todas essas dcadas, as nicaspessoas que se interessaram pelas escolas, que fizeramp e s q u i s a , q u e d e n u n c i a r a m o s p r o b l e m a s e s u agravidade, foi o no sso cam po; e subi tamente , a gentev pessoas que descobriram a A m rica h cinco m inutos,que com eam a fa lar um m onte de b obagen s, e isto set r a n s f o r m a e m g r a n d e s m a n c h e t e s , p o r q u e s u acapacidade de ter acesso aos meios de comunicao echegar ao pbl ico m ui to grande.

    neste campo de contradies e diferenas quevocs esto atuan do ho je e m uitas vezes esses cho qu ese con fl itos tm razes na histria.

    Quem so os novos protagonistas no Brasil? Op o d e r p b l i c o , p r i n c i p a l m e n t e o f e d e r a l , o s e t o rem presarial, as orga nizaes n o go vernam ent ais liga da s

    ao em presariado, as escolas privadas, especialme nte nonvel sup erior, entre ou tros. As emp resas, por exem plo,dizem que fazem muito na rea educacional , mas emterm os num ricos essa atuao insign if icante. H um agrande desproporo entre seu poder de discurso, suavisibil idade e o que fazem realmente.

    P o r o u t r o l a d o , e x i s t e m p r o t a g o n i s t a s q u eperde ram espao, com o o caso do s prof essores, cujas

    organizaes perderam representatividade em relao prp ria b ase, m as que de vido a imp ortncia da po sioqu e ocup am deveriam t er m ais espao na m dia. Eles setornaram invisveis a part ir do m om ento em que p araramde fazer greves. E mais inv is ve is so as fam l ias eassociaes de pais de escolas pblicas. A no ser noscasos de pa is que dormem na f i la da matr cula paraconseguir vaga para seus f i lhos, s aparecem na mdiaos pais de alunos de escolas privadas lutand o contra oaum ento de m ensalidades.

    Estes so os dados da realidade e se no existiruma conscincia da imprensa sobre essa diferena depoder entre as vrias vozes, corre-se o risco de reforar

    aqueles que j tm voz demais e negar espao aos quet m v oz de me nos. evidente que a imprensa sempre vai reflet ir as

    desigualdades sociais. impressionante a distncia quesepara o Brasil at de pases semelhantes da AmricaLatina. O Brasil apresenta um atraso de dcadas emrelao s desigualdades sociais e isso reflete-se tantona realidade educacional como no acesso aos meios decom unicao. Por esse m ot ivo eu no concordo qu e hum l ivre mercado para o acesso imprensa. Essea c e s s o s e m p r e r e f l e t e u m a s i t u a o d e p o d e r n asociedade.

    Gostaria de f inalizar dizendo que existe a umc a m p o m u i t o a m p l o p a r a u m a a t u a o c i d a d . H espaos a serem criados, espaos para o surgim ento deno vas dem and as, novas vozes. Talvez a consigam os darconta d a natureza com plexa e mu lt ifacetada do processoeducacional e ajudar a ampliar a democracia no pas.

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    19/80

    1 9

    In tervenes de pr of iss ionais convidados para est imul ar os debates nos gr upos de trabalho

    EDUCO M UN ICADO RES CO M O AG ENTES DE TRANSFORM A O :UM A PERSPECTIVATICA DAINTER-RELA O COM UN ICA O /EDU CA O (1 )

    Atualm ente , a inform ao um fator fundam enta l para a educao (a t ingindo dire tam enteo setor produtivo), que orientada para a convivncia, ref lexo e crt ica deve, tambm,definir seu estatut o fren te m und ializao d os inte rcm bios culturais e a glob alizao dae c onomia .

    Nesse sen tido, falar em info rm ao imp lica estudar as pro fun das raz es qu e trabalhama represen tao simb lica, com o o caso d os meios de com un icao e o sistem a de ed ucao(SOA RES, 19 98 ) .

    Portanto, o p aradigm a da educao no seu estatuto d e m obi lizao, d ivulgao esistem atizao de con hecime nto , imp lica acolher o espao inter- discursivo e m editico d acomunicao como produo e ve iculao da cul tura , fundando um novo locus : o dainter-relao comunicao educao. (2 )

    O desenvolv imento tecnolgico, mais especi f icamente , o avano dos meios decom unicao, desenvolveu um camp o no vo de convergn cia de saberes, em qu e o percursoda ed ucao para a com unicao, ou d a com unicao para a ed ucao passou a ser umcam po qu e perpa ssa as diversidade ap arentes.

    A inter-relao C om unicao / Educao gan ho u den sidade prp ria e se afirma com oum campo de interveno social especf ico. Esta a concluso a que o NCE -Ncleo deCom unicao e Educao da ECA/USP, acaba de chegar , em pesquisa rea lizada entre 19 97 /98 , em parceria com o Ncleo de Com unicao, Educao e Cul tura - NC EC/UNIFAC S/Bahia. O universo contou com a participao de 178 pesquisadores e especialistas, daAmrica Latina e Espanha. (3 )

    Do lado da educao, com o um a referncia b sica, este processo tem sua g enealogiaem edu cado res e pen sad ores com o Paulo Freire (19 81 ), sua filosofia assen ta-se em p rincpiosticos bem explcitos:

    . . .a con dio bsica para a con scient izao qu e seu agen te seja um sujeito, isto, um ser consciente.. .Co m o a edu cao um processo e specfico e exclusivam ente hum ano(. . . ) Homens e mulheres, pelo contrrio, podendo romper esta aderncia e ir mais alm dem ero estar no m un do , acrescentam vida q ue t m a existn cia qu e criam . Existir assimum m odo de v ida q ue prp r io ao ser capaz d e t ransform ar , de produzir , de decidi r, decriar, de recriar, de com unicar-se .

    ngela SchaunDou toranda em Com unicao d a ECO UFRJ, professora daUN IFAC S - BA, pe squisadora NC E/ECA/U SP e SEPLAN TEC/CA DC T - BA e coordenadora do NC EC/UNIFAC S/BA.

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    20/80

    2 0

    FALAS PROVOCATIVAS

    Do lado d a comun icao, W alter Benjamin, (199 2) o f i lsofo m ais referido m un dialm ente , pois a o bu scara pe rspe ctiva com preen siva, acolhe t od as as experinciasoriginrias e distingue os novos aspectos das coisas,libertando -se das aparncias, faz com que o conhecimen toindividual seja o mais universal:

    Em gran des pocas histricas altera-se, com a form ad e e x i s t n c i a c o l e t i v a d a h u m a n i d a d e , o m o d o d e s u apercepo sensorial . O modo em que a percepo sensorialdo hom em se organiza - o m dium em q ue ocorre - condicionadono s naturalmente, com o tam bm historicamente.

    Os Educom unicadores: suas mo tivaes e crenasOs Educomunicadores so agentes sociais com

    larga exper incia e um a lto nve l de form ao, a tuand ono ensino formal (cursos fundamental, mdio, superior,for ma o de pr ofe s s or e s pa r a o e x e r c c io de umaPedagogia da Co m unicao) e no-form al (organizaese institu ies da socied ad e civil) , nas em presas, nos me ios

    de com un icao ( grand es meios, em issoras educativase comunitrias de rdio e televiso), nos movimentospopulares, nas organizaes no governamentais. Elesatu am junto a p b licos diversos e especficos, de tod as asfaixas etrias e g rupo s sociais m inoritrios e/ou socialmen teexcludos ou estigmatizados.

    O a p o r t e d e u m a co n sc i n c ia t ic a e u m apragm tica voltada para as transformae s da sociedadeso os fundamentos desse novo campo de intervenosocial. As suas motivaes se firmam em dois grandespostulados: a formao de cidados crticos, participativose ins e r idos no me io s oc ia l ( onde toda e qua lque rd i s c r i m i n a o e e x c l u s o d e v e s e r b a n i d a ) , e a

    concretizao d e uto pias sociais, m ais claram en te po stasno cam po da ecologia , de um a educao de qu alidadee de uma comunicao participativa e democrtica.

    As principais crenas se con stituem em relaessociais m ais hu m an izadas, na tran sform ao do ind ivduoe da sociedade, na descoberta de novos caminhos paraa resoluo colaborativa de problemas, e sobretudo nacriao d e olhares diferenciado s sob re o cotidiano .

    Valores educat ivosA ed ucao com preendida enquan to p rocesso

    de con struo d e valores ticos. Neste sen tido, con figura-se a o po pelo ap rendizado em equipe, respei tando-se

    a s d i f e r e n a s , e a v a lor i z a o do e r r o c omo pa r tedo processo d e ap rend izagem , alm da criao, produoe a l i m e n t a o d e p r o j e t o s c o m p r o m e t i d o s c o m atransformao social.

    A atividade do agente cultural ou do profissionalde c omunic a o no e s pa o e duc a t iv o ba s e ia -s e not r a ba lho de na tur e z a d id t ic a , c ons t i tu indo-s e num

    servio m ult idisciplinar e m ult imed itico, voltado para ac o m u n i d a d e e i n s p i r a d o e m c o n t e d o s c u l t u r a i sespecf icos nos diversos territrios. Ao mesmo tempo,so prioridade os novos projetos e propo stas de trabalhobaseados na superao d e dif iculdad es e com lastro n otalento e diferencial cultural das com unidad es.

    Principais funes do s Educomu nicadoresDo ponto de vista das habil idades os educomu-

    n i ca d o r e s d e se m p e n h a m f u n e s c o n si d e r a d a sestratgicas e pr-a tivas no con texto po ltico institucional,organ izacional e/ou em presarial. Assim, entre as principa isfu n es de senvolvida s po r esses profissiona is po de m ser

    destacadas: a) elabo rar diagnsticos no cam po d a inter-relao com unicao/edu cao, p lanejand o, executandoe avaliand o processos com un icacionais; b) construir um aviso de conjunto dos processos da educomunicao,con hecim en tos tcnicos espe cficos qu e se aplicam ta ntoa m acro-sistem as - globa lizao, m und ializao - q uan toa espaos reduzidos de atividades humanas - cultural,local; c) ref let ir sobre o novo campo, sistematizandoinformaes que permitam um maior esc larec imentosobre as demandas da sociedade/comunidade no quec onc e r ne a in te r - r e la o c omunic a o/e duc a o; d )coorde nar aes e gestes de processos, traduzind oem pol t icas pbl icas; e ) implementar programas de

    educao para os meios, considerando os estudos derecep o e as prt icas de sen volvida s no s vrios pa sesque mantm experincias avaliadas a respeito do tema;f ) a s s e s s or a r os e duc a dor e s no us o a de qua do dosrecursos da com unicao, prom ovendo o em prego , cadavez mais intenso, das novas tecnologias e das diversasl inguagens ar t s t icas , como mtodos e instrumentosdidticos envolvidos no processo edu cativo/com unicacion al.

    E d u c o m u n i c a o , S u p o r t e f in a n c e i ro e V o n t a d ep o l t i c a A E d u c o m u n i c a o p o d e s e r d e f i n i d a c o m o t o d a a ocomunicat iva no espao educat ivo, real izada com o objet ivo

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    21/80

    2 1

    In ter venes de pr of iss ionais convidados para est im ular os debates nos gru pos de trabalho

    de produz i r e desenvolver ecossistemas comunicat ivos .(SOA RES 199 9)

    Enqua nto e s pa o e duc a t iv o pode mos ta mb mc ompr e e nde r a md ia c omo for ma dor a de opin i o eprincipal emissora dos contratos de leitura, na anlisediscursiva do m un do contem porn eo. Assim, o espaomeditico ,por excelncia, um espao educativo, e,

    po rtant o, a sua leitura crt ica e cidad pressup e reflet ire sistematizar informaes que possibil i tem um maiore s c l a r e c i m e n t o s o b r e a s d e m a n d a s d a s o c i e d a d e ,consequentemente, constituindo-se no espao pblicoe p olt ico privi legiado da atua lidad e.

    Os invest imento s no novo campo vm crescendoao tempo em que esto sendo considerados, cada vezmais, estratgicos. Os projetos e aes dos educomu-no cadores tm sido f inanciados e apoiado s po r diversasinstituies, as qua is desem pen ham um pap el relevantena temt ica abordada e em re lao ampl iao dosc ompr omis s os , c om r e c ur s os s e le c iona dos pa r a odesenvolvim ento perm anente de proje tos.

    Porm, o t rabalho junto aos meios de comuni-cao tem segu ido, em sua m aioria, a lgica estritam entelucrat iva , necessi tando urgentem ente de um repensarestratgico, incluind o von tade p oltica em direo a no vasperspectivas e investimentos financeiros na rea. Estereposicionam ento pod er abr ir um camp o novo, paraos inm e r os se gm e ntos da soc ie da de , tor na nd o-seinteressante uma polt ica de parcerias com empresas einstituies.

    Desaf iosA l g u n s d e s a f i o s i m e d i a t o s s e c o l o c a m c o m

    objetivo de produzir maior visibil idade e consolidao

    da interveno social e po lt ica do s edu com un icado res.A cur to e m dio prazos, destacam os: man ter a sade dainform ao e seu l ivre f luxo n o interior das organizaese desta com a sociedade; modernizar e tornar ativo os e t o r d e m u l t i m e i o s , p l a n e j a r e s t r a t e g i c a m e n t e aform ao e atualizao de profissionais do n ovo cam poa r t i c u l a n d o o p a p e l r e s e r v a d o s F a c u l d a d e s d eCo m unicao e Educao na preparao d o prof issionalpa r a o e x e r c c io da s fun e s do Educ omunic a dor ;enfrentar as contradies inerentes a um campo aindaem f orm ao; sup erar resistn cias qu e projetos noc a m p o d a i n t e r - r e l a o c o m u n i c a o e d u c a o

    encontram junto a rgo s f inanciadores de p roje tos deinterveno social e de pesquisa acadmica; atuar emtod as as atividades hum anas em que se faz n ecessria auti l izao dos processos e recursos da comunicaoadequada ao momento his tr ico.

    Em tempos de global izao, de f ragmentao,flexibilidade, desemprego estrutural, violncia e poderes

    prof usos e difu sos, acelerao , sim ulacros e espe lhos infinito se fractais, talvez seja bom escutar um pouco as vozes dospensadores originrios, para iniciar o que bem poderia serou ter sido o final dessa nossa nova conversa...

    O com bate de tod as as coisas pa i , de todasrei, e uns ele revelou d euses, outros, ho m ens; de un sfez escravos, de ou tros livres. (HERC LITO, Frag. 53 ).

    Bibl iografiaBENJAM IN, W al ter - Sobre A rte , Tcnica, Lingu agem e Pol t ica. Trad.M a . Luz M oi t a . L isboa . R e lg i o D gu a . 199 2 . p . 80FREIRE, Paulo - Ao cultural pa ra a l iberdad e e o utro s escritos. Rio d eJanei ro: Paz e Terra, 198 1. p.1 49HERCLITO, de feso. Seleo textos Jos Cavalcanti de Souza. p. 73a 12 3. So Paulo. Abr i l Cul tural . Col . Os Pensadores. 19 78 .SOARES, Ismar de Oliveira, Gestin de la comunicacin en el espacioeducativo (o los desafos de la era de la informacin por el sistemaeducativo): , in GUTIERREZ, Alfonso, Formacin del Profesorado en laSociedad d e la Inform acin, Edi tora de la Universidad d e V aladol id,Esp a a , 1 9 9 8 p . 3 3 - 4 4 .SOARES, Ismar de Ol ivei ra , Comunicao/Educao: A emergnciade um novo cam po e o pe r f i l de seus pr o f issi ona i s i n Rev is t aCO NTATO : revista brasi le i ra de comu nicao, ar te e ed ucao. - A no1, n. 2 (An / m ar 199 9) . Brasl ia : Senado Federal , Gab inete do SenadorA r t ur da Tvo la , 1999 , p . 19 - 74 .

    N ot as1. Este texto o resumo d a palest ra apresentada no evento M dia &Educao real izado pelo U NICEF, M inistrio da Educao, A ND I, N EM P,FUN DESCOLA, Inst ituto A yrton Senna e C ON SED, So Paulo, 11 , 12 e1 3 d e n o v e m b r o d e 1 9 9 9 .2 . Informaes sobre o novo campo C om unicao/Educao pod eroser ob t i das nos segu i n t es s i t es : www. eca . usp . br / nuc l eos / nce ewww.uni facs.br /nucleo/ncec.3 . Coordenao internacional Pesquisa Prof . Dr . I smar de Ol ivei raSoares, presidente N CE/ECA /USP e v ice-presidente d o W CM E - W orldC o u n c i l o n M e d i a Ed u c a t i o n , c o o r d e n a o n a B a h i a e a n l i sequal iquant i tat iva dos dados Prof .a . An gela Schaun .

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    22/80

    2 2

    FALAS PROVOCATIVAS

    A cobertura da im prensa na rea da educao passiva e sem com prom et imentosocial. Os jornalistas, viciado s em releases, t m pre con ceito s em relao s fon tes oficiais,o que acaba favorecendo o setorista.

    Na p r im eira gesto do m inist ro Paulo Renato Souza, fo i dada com unicao um atarefa desafiadora: colocar a discusso do tema educao to presente no dia-a-dia daspe ssoa s com o a s no velas e o fu teb ol. Para que e le se to rnasse p au ta cotidiana , foi ne cessrioestruturar a A ssessoria de C om un icao d o M inistrio e construir um a relao de con fianacom os veculos. N os preparam os, ento, para atend er tod os os veculos, no s preocupa ndo ,principalmente, com as demandas especf icas de cada um. Pensvamos nas pautas quepoderiam servir para cada jornal, rdio e TV brasileiros, principalmente para os regionais,onde, espervamos, os resultados da implantao dos programas educacionais tivessem

    maior repercusso.Nosso a lvo era e a inda o c idado. Prec isamos fazer com que a informao

    produzida n o M inistr io d a Educao chegue at e le para , a lm de est im ul- lo, fazer de leum aliado na f iscalizao dos programas do Governo Federal. Precisamos de cidadosconscientes e informados, pois somente assim teremos possibilidade de mudar a realidadeedu cacion al brasileira. E form ar essa conscincia, qu e consegue m ant er aes eficazes, mesm oquando mudam os governos, uma responsabil idade da imprensa.

    Nesse sent ido, nos empenhamos em apurar a informao e fazer com que e laauxil ie o trabalho do jornalista. Por isso, nos preocupamos em produzir matrias comqu alida de, d esdo brand o as info rm aes necessrias para a cobe rtura do te m a. Em n ossotrabalho, sempre procuramos c i tar exper incias dis t intas e , a t , contradi tr ias , poisacreditamos que a cobertura posit iva contribui mais para a melhoria da educao do quea negativa. A primeira, alm de mult ipl icar aes nos quatro cantos do Pas, contagia aspessoas, e a segun da o rient a o Go verno n a f iscalizao de suas po lt icas.

    Ho je, questionam os se esse esforo d a A ssessoria de C om un icao d o M inistrioda Educao deixou o jornalista viciado em releases elaborados e pouco estimulados aampl iar suas abordagens, mais por excesso de informao e dados, do que por serinform ao em it ida por fonte of icia l.

    Tnia M ara V iegasJornalista. Coordenadora de Comunicao

    Social do M inistrio da Educao

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    23/80

    2 3

    In tervenes de pr of iss ionais convidados para est imu lar os debates nos gr upos de trabalho

    On tem , representan tes do M EC queixavam- se de estar send o discrim inados sob re otra tamen to que a m dia concede cobertura da educao. M esm o dep ois de constatarque 8 0% das matr ias tm fontes of icia is. O que p oder ia dizer um a ent idade s indica l com o a C NTE, a esta a l tura?

    Numa sociedade cuja maior ia a inda no a lcanou o di re i to, est no l imi te dasnecessidades, que espao da comunicao de massas ocupa educao na t ica dasdemandas e dos movimentos sociais? S aparecemos como notcias em situaes muitoconflitivas ou bizarras: greves, briga por vagas nas filas de matrculas, assassinatos nosestab elecimen tos escolares, ou algum escndalo de explorao sexual. . . .

    Parece que no foi percebida a m udan a operada no m undo sindical/ Hoje, os sindicatosda e du cao d iscutem e form ulam no ap ena s as pa utas reivind icat rias tpicas da s relaescontratuais de trabalho. Avanam sobre temas conceituais, organizao dos sistemas,

    currculos, f inanciam ento. O fazem com q ual idade. M anejam dados e pesquisas queacrescentam consistncia a essas formulaes. Entretanto, os sindicatos s tm aparecidorespondendo s demandas corporativas ou a provocaes feitas pela esfera governamental.

    No a dem anda d a sociedade que ocupa o m aior espao. A CN TE e seus sindicatosfi liados no so considerados com o u m a fo nte natural e necessria d e inform ao tem tica.No m xim o, pa r a a lgum a r e sposta a o go v er no, toma do , ge r a lm e nte , com o M EC.

    No campo das polt icas educacionais, o Brasil vive um paradoxo: por um lado, adescentra lizao da execuo m unicipa l izao, e , por o utro, o M EC di tando todo s osprocedim entos e determinando a pau ta . produto t pico d a f ragilidade da federao e docentralismo poltico brasileiro.

    Uma pesquisa Datafolha, endereada a crianas e adolescentes, perguntava quaiseram a os veculos de comunicao mais importantes para suas vidas. A tv apareceu emprime iro lugar, o jornal, em segun do , e a revista, em terceiro. Ap enas 13 % dos brasileiros

    lem jornais. Entretant o, sua influn cia na vida d as pessoas fun dam enta l.A educao p bl ica bsica como tem a re levante a t m esm o pelo seu a lcance naoferta e pela demanda social e econmica que representa: so 57 milhes de brasileirosm atriculad os no ensino p blico. M esmo q ue a im en sa m aioria deles (e de seu s profe ssores)no comp rem jornais ou revistas irrefutvel o fato de q ue d em andam no tcia.

    A pesquisa sistematizada pela UnB e muitos relatos feitos aqui no Forum revelaramqu e h dif iculdad es para o bter informa es sobre o tem a. N o h m uitos especialistas na

    C arlos Au gusto A bicalilProfessor. Presidente da Co nfede rao N acional dosTrabalhadores em Educao - CNTE

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    24/80

    2 4

    rea. Acrescente-se o fato de q ue m uitas reformas vms e n d o i m p l a n t a d a s , c o m u m a v e l o c i d a d e i n c o m u madicionando complexidade compreenso das medidase de seus im pactos. C on tudo , o recurso a entrevistas com ofon te das matrias redu zidssimo: 2 % apen as.

    H uma verticalizao absoluta, um centralismoexacerbado na fon te: o M EC. Revela um a comp etente

    equipe de comu nicao, por um lado, m as denuncia um acegueira de an lise crtica, po r outro. O s ou tros amb ientesde de ba te s e duc a c iona is pa r e c e m ine x is t i r ou s oabsolutamente desconhecidos da mdia. Se os eventosno so of ic ia is , no aparecem. Temos bons debateseducacionais ocorrendo em quase todo o pas. S nossindicatos filiados C NTE foram cerca de 16 0 Co nfernciasou Congressos em 1999. A cobertura jornalst ica noexistiu.

    No d ia 5 de outubr o , houv e o l a n a me nto daCa m panh a pelo D ireito Educao, n a Ce ntral do Brasil,no Rio, com a presena de artistas famosos e populares.Levanto u tem as graves como o vexam e do analfabetism o,

    da explorao do trabalho infanti l, d a d esvalorizao d oseducadores e das escolas Foi uma promoo civi l , deO N G s , d a C N T E , d e m o v i m e n t o s p o p u l a r e s . N orepercutiu, embora tivesse sido assistida pelos principaisv e c u los . Qui , c om o pa t r oc n io gov e r na me nta l , oba rulho t ivesse sido ou tro.

    Estamos nos movendo com muitos outros temast r a n s v e r s a i s q u e n o s o m e r a m e n t e o s c o n f l i t o scorporativos legtim os com os governos. N o en contram osespao na mdia, por exemplo para nossas aes nocombate explorao do trabalho infanti l , ou sobre asade profissional dos trabalhadores em educao.

    H u m c o m p o r t a m e n t o d o s p r o f i s s i o n a i s d ejornalismo bastante tpico e revelador: em situaes degreve, comu m aos jornalistas terem tem po p ara fazer areportagem , com d ead l ine m ais am plo; no cotidiano, nasraras opo rtunidades em qu e som os fonte, h sem pre umapelo para ser breve. Se o assunto complexo, se aresposta no for simplesmente sim ou no, a conversano interessa m uito.

    Cre io, f i rm em ente , que no n os podemo s reduzira ter um jornal ismo de bandeira , de um lado, e umasupo sta neu tralidade ab soluta, por ou tro. Num a sociedadede mercado, onde a maioria das pessoas no alcanadireitos, deste m odo , no se criam o s espao de cidad an ia.Na e com a informao.

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    25/80

    2 5

    RELATRIO FINAL DO FRUM MDIA & EDUCAO

    I N T R O D U O

    Os pri ncipais r ecursos natur ais de qualquer pas so seus cidados em especial

    as crianas e jovens, mas tambm os adultos e idosos. Educ-los para serem

    pensadores autnomos e criativos o grande desafio. Para enfrent-lo precisamos

    valorizar cada vez mais o papel desempenhado por educadores e comunicadores.

    Reconhecemos a inter- r elao entr e Comu nicao e Educao como um novo

    campo de interv eno social e de atuao prof issi onal, consider ando que a infor mao

    um fator fun damental par a a Educao. O desenvolvim ento tecnolgico cr iou novos

    campos de atu ao e espaos de convergncia de saberes.

    A permanente transformao caracterstica do mundo em que vivemos, em

    fun o da velocidade das descobertas cientficas e tecnolgicas. A r evoluo dainformtica transformou definitivamente o conceito de Educao e de Comunicao,

    implodindo as fronteiras entre essas reas de aprendizagem, conhecimento e atuao.

    O comunicador deixa de ser um mer o formador de opinio par a ser u m form ador de

    conscincias.

    O mundo globalizado enfatiza a diviso entre os que tm e os que no tm

    acesso informao. A Comunicao e a Educao so fatores estratgicos para o

    desenvolvim ento das pessoas e das n aes

    Para qu e o Brasil consig a tr ansfor m ar em cidados seus mi lhes de excludos

    anal fabetos absolutos, func ionais, d igi tais etc. - def ini m os o conceito, analisam os o

    contexto e apontamos recomendaes para enriquecer as relaes entre Mdia e

    Educao:

    .

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    26/80

    2 6

    Conceito

    e sem preconceitos. Para estimular aconscincia crtica e provocar reflexosobre os temas abordados, o profis-sional de Comunicao emprega emseus textos um a lingu age m acessvel,d nfase aos processos e no s aosresultados.

    Ele investiga causas e alter-nat ivas. Alm disso, no se d eixa levar

    pelos apelos do denuncismo e/ou dos e ns a c iona l i s mo. Te m uma v is oglobal do tem a, sem perder o sentidodas caractersticas scio-culturais locaise regionais.

    Ele estende sua investigao atodos os atores do processo, permi-tindo-lhes voz e visibilidade. Tornavisvel o tr ingulo Escola-Famlia-Co m un idade , e trata sem pre esses trsplos de for ma in te gr a da e c om-plementar.

    O bom jornalismo EducaoO b om jornalism o d e Educao

    no trata as pautas de forma mani-que s ta . Pr ima por t r a ta r de umaEducao para a cidadania e para av i d a e n o e s t r i t a m e n t e p a r a om ercado de trabalho. O jornalism o deEducao consciente de seu papelcom o instrum ento de reflexo. Buscaqualificar as demandas da sociedade. um jor na l i s mo que inv e s t iga einforma. Quando (e como) informa,est tambm formando.

    O b om jornalism o d e Educaoinclui em sua pauta a compreensodos processos pedaggicos, na pers-pectiva do qu e eles significam para osdiversos atores. Co m preende o tem poprprio d o p rocesso ed ucacion al, nolim itando-se inform ao factual.

    Cabe ao jornalismo de Educa- o c ont r ibu i r pa r a que a s a e seducativas sejam formuladas e f is-c a l i z a da s e m c onjunto c om a s o-c iedade. Invest iga na comunidadeescolar as dificuldad es que int erferem

    O ato de educarE d u c a r u m p r o c e s s o d e

    formao contnua e permanen te parao exerccio da cidad ania. Acon tece no smais diversos espaos: escola, famlia,comunidade, trabalho, entre outros.Prepara o cidado p ara pen sar, refletire analisar o mundo de forma crtica,r e c o n h e c e n d o a s d i v e r s i d a d e s e

    contribuind o p ara sup erar as desigu al-dades sociais.

    O bom jornalista de EducaoO b om jornalista de Educao,

    em bora n o seja necessariamen te umeducador, sem pre produz a inform a-o com a conscincia de que podeser fo nte de processos edu cativos. Elete m a pe r c e p o do e fe i to mul t i -plicador da informao, ou seja, deque a recepo das mensagens vaimuito alm do primeiro receptor.

    O jornalista de Educao notrabalha simplesmente com dados econceitos, m as com seu s significados. de extrema importncia a cons-cincia dos signif icados que estode nt r o dos da dos . I s s o e x ige doprofissional um grande esforo detraduo, d e preciso e de b usca dosdiversos sentidos contidos na infor-mao.

    O bom jornalista de Educaotem conscincia de seu papel social.A s s u m e u m c o m p r o m i s s o c o m aqualidade da inform ao qu e produz,a t u a n d o d e f o r m a p r o f i s s i o n a l epautado pela tica.

    Alm disso, esse profissionalbusca uma boa formao e procurase capacitar continuadamente.

    Ele se aprofunda em questesligadas cidadania a partir de umaviso ampla e interdisciplinar. Possi-bil i ta ao pblico uma melhor com-preenso dos fenmenos sociais.

    Ele privilegia uma abordagemplural, aprofundada, contextualizada

    C O N C E I T O

    O q u e o b o mjornalismo de Educao?

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    27/80

    2 7

    no ingresso, regresso, permanncia esucesso do s estud ant es.

    Para um bom jornal ismo deEduc a o, a s fonte s of i c ia is s oparmetros, no a palavra f inal. Oprofissional estabelece uma relaotica de d ilogo com suas fontes, queexige fidelidade e rigor no tratam entodas informaes.

    No bom jornalism o de Educa-o o cidado o foco da reportagem ,m esm o q uand o se trata d e estatsticase qu estes da burocracia escolar edas polticas pblicas de ensino. Elehum aniza resultados quan titativos.

    A boa repo rtagem de EducaoUm a boa reportagem de edu-

    cao com ea pelo acrscim o d e no vasperguntas s tradicionais:

    O que?Quando?

    Onde?C om o?Quem ?Por qu?

    A boa reportagem de Educa-o leva em conta:

    - Quens? , no plural (indican-do que so vrios atores).

    - Processos q u e e n v o l v e m otema em foco.

    - Experincias semelhantes.- Os desdobramentos.O utro d esafio incluir o Para

    quem? na reflexo diria do jorna-lismo de Educao dos veculos dem assa, um a vez que a bo a reportagemde Educao se dirige a TO DO S e noapenas a um pblico especfico. Ouseja, informa/forma o cidado.

    Ao responder a todas essasp e r g u n t a s , a r e p o r t a g e m a g r e g aconh ecim ent o, e xplicita a s crenas daspe s s oa s e nv olv ida s no pr oc e s s oeducativo, provoca reflexes e esti-m ula aes.

    A boa reportagem de Educa-o d visibil idade ao trabalho daescola e ao direta do cidado.Possibilita a articulao de pessoas eentidades capazes de assegurar os u c e s s o d a c r i a n a e d o j o v e m .Con tribui, ainda, para um a m udanade m ent alidad e, priorizand o o sucessod o a l u n o e o f o c o n a v i s o d o s

    cidados sobre a educao escolar.A j u d a a c o m p r e e n d e r o p a p e l d afam lia e da com unidade.

    Um a boa reportagem de Edu-c a o c o n s t r i s u a p a u t a c o n s i -derando:

    - Quais os principais assuntosda educao no mom ento?

    - Que no prec iso um gan-c ho fa ctua l pa ra que u m a pa uta deedu cao seja realizada.

    - A s con seq ncias das infor-m aes veiculadas para a criana, oj o v e m , a f a m l i a , a c o m u n i d a d eescolar e a sociedade.

    - A pos tur a que o c ida d opode ad otar diante das inform aesdivulgadas e se elas iro ajud-lo.

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    28/80

    2 8

    Contexto

    CON DIES INTERNA S DO S M EIOSD E C O M U N IC A O

    Projeto EditorialA s p e s q u i s a s d e m o n s t r a m

    que h um interesse maior e cres-cente da m dia pe lo tem a Educaoe isso vem satisfazer uma demandado pbl ic o . Por c onta de s te f a to ,

    ent re outros, a mdia est colocandoo tema Educao em seus projetoseditoriais.

    H , n o e n t a n t o , u m l o n g ocaminho a ser percorr ido, porquef a l t a t r a d i o d a s e m p r e s a s d eComunic a o e m c obr i r o t e ma ek n o w - h o w a o s p r o f i ssi o n a i s d eComunicao. H a inda nas reda-es a dvida sobre se um projetoeditorial qu e valorize o tem a Educa-o deve reservar um espao f ixo epe rid ico (cadern os, p ginas etc.) ou

    s e a s m a t r i a s s o b r e E d u c a od e v e m c o n c o r r e r c o m a s o u t r a spa uta s e conq uistar o espao po r suaqualidade jornalstica.

    Para un s, pela imp ortncia dotema, deve haver espao prpr io.Isso, por si s, poderia levar a umaq u a l i f i c a o e d i v e r s i f i c a o d acobertura. A outra viso, do l ivreme r c a do , for a r ia o a ume nto daqu alidade das ma trias de Educao,um a vez que elas teriam qu e disputaros melhores espaos com as outras

    reportagens.Editores

    O papel do edi tor no jorna-l ismo de Educao fundamenta l ,pois e le quem tem , na m aioria dasvezes, a capacidade de aprovar oun o u m a s u g e s t o d e p a u t a . grande o nmero de edi tores comdificuldade de perceber o interessedos leitores pelo tema Educao ed e r e s p e i t a r e e n r i q u e c e r e s s ad e m a n d a .

    As emissoras de rdios e osveculos impressos do mais espaoque a t e le v is o Educ a o. Nostelejornais a pref erncia p or n otciasma is que nte s , f a c tua is , pa r e c epredominar . No entanto, h exce-es importantes.

    Em qua lque r dos v e c u los ,observa-se que as matr ias sobreEducao costumam ser as primeiras

    a c a ir q u a n d o u m f a t o q u e n t e ,qu e exige m ais espao, surge. O utraprefern cia d os editores parecer serpor m atr ias que com binam Educa- o c o m e s c n d a l o s , t r a g d i a s ,violncia etc.

    Na m aioria das redaes, ojornal ista de Educao qu em tem desen sibilizar o ed itor. O prof issiona l deCom unica o m a is be m infor ma do ,c om me lhor e s a r gume ntos , v e ndemelhor suas pautas para o edi tor .M as, m uitas vezes, o ed itor se m ostra

    preso s suas prprias convices epouco sensvel ao tema.

    Profissionais de ComunicaoFalta, ao s jorna listas, pre pa ro

    para compreender as especificidadesda rea da Educao, o que im pedeo de s e nv olv ime nto de uma v is om a i s c r t i c a s o b r e i n f o r m a e sr e ce b i d a s f r e q e n t e m e n t e p o rmeio de re leases. Observa-se quequando o prof iss ional de Comuni-c a o t e m k n o w - h o w e l e m a i scrt ico e capaz de traduzir os temasm ais rido s para o leitor

    Com a ext ino do reprtersetorizado nas vrias reas, o temaEducao ora coberto p or jornalis-tas qu e atua m em diversas reas, orapor foc a s , que n o c ons e gue m gar im par inform aes especf icasda fonte, quaisquer que sejam elas.No entanto , h u m interesse crescen-te em cobrir Educao.

    Q u e m a t u a c o m m a i s f r e -q nc ia ou c om e x c lus iv ida de na

    1

    C O N T E X T OQuais as condies atuais

    para produzir e publicarreportagens sobre Educao?

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    29/80

    2 9

    rea, em g era l o faz p or a f inidade eno po r sta tus que n orm alm entes innimo de pr ox imida de c om a sfonte s do Poder Pblico ou a tem asque relacion em a Educao po lt icae economia .

    A ascenso do profissional deC o m u n i c a o q u e c o b r e a r e aacontece medida em que e le seaprofunda nos temas da Educao

    e conquista fon tes. Porm , quand oesse jornal is ta se destaca, gera l -m ente, deslocado para outro setor.

    Infra-EstruturaHo je, existe um m aior interes-

    se na rea de Educao, principal-mente nos veculos nacionais. Sur-g e m n o v o s c a d e r n o s e r e v i s t a s .M uitos jornais, estimu lados pela AN J,m antm inclusive p rojetos de Jornalna Escola. Entretanto, a coberturaainda insuficiente , se restring indoa iniciativas isoladas.

    Na m aioria das redaes ond ea inf ra -estrutura menor , o temaEduc a o n o pr ior ida de , da aausncia das editorias especf icas.Faltam con dies mat eriais, s vezesb s i c a s , a l m d e t e m p o p a r a oa p r o f u n d a m e n t o d a r e f l e x o epa uta .

    Alm da ausncia do apoiologstico, os prof issionais de C om u-nicao esba rram n a falta de interes-s e dos d i r ige nte s do v e c u lo e mpromover a formao especf ica. Aliberao para part icipar de encon-tros, frun s e deba tes exige esforopessoal e jornada extra de trabalhopara comp ensar a ausncia .

    E m b o r a o t e m a E d u c a oesteja em ascenso, existe a crena

    n o co n f ir m a d a s p o r a lg u m a simportantes experincias de queinvestir em m atrias sob re Educaono d re torno f inanceiro, no dp u b l i c i d a d e . Q u a n d o o f o r m a t oeditorial sedutor, Educao atrai ,

    sim, p ub licidad e. A lm d isso, m uitasem presas aind a no perceberam q uet e m a s c o m o E d u c a o e S a d eatraem no vos leitores.

    E m b o a p a r t e d o s j o r n a i sregionais , a dependncia de ann-cios oficiais e as relaes polticasdif icultam a investigao das aesde prefeituras e lideranas locais.

    O s m e i o s d e c o m u n i c a o

    que t m ma is e s t r utur a t e nde m amelhorar a cobertura, sendo, inclu-sive, mais crt icos em relao aosreleases recebidos.

    Agncia de Not ciasAs agncias de notcias al i-

    mentam boa par te do not ic ir io deEducao dos jornais regionais.

    A contradio que, enqu an-to cresce o movimento pela munici-palizao da Educao, a coberturaj o r n a l s t i c a c a m i n h a e m s e n t i d oc o n t r r i o , a i n d a c o m u m a f o r t et e n d n c i a d e a p r o v e i t a r p a u t a snacionais, centralizadas.

    Por conseqncia, o veculode com un icao deixa de aprofu ndaro c a r t e r r e g i o n a l , i g n o r a n d o ovnculo com a comunidade em queest inserido e o contexto local, oque leva ao desinte resse d o leitor.

    A m aior par te do m ater ia l deagncia publ icvel em qualquerregio essencialmente oficial ,de gabinete , sem re lao n t idacom o dia-a-dia do leitor, que p recisade t radu es do t ipo o qu e isso va imuda r na minha v ida . . . t r a du oraramente fe i ta

    CO ND IES EXTERNAS AOS M EIOSD E C O M U N IC A O

    LeitoresEx is te de ma nda s oc ia l por

    matrias sobre Educao, especial-mente quando o assunto re lac io-

    nado rea lidad e do le itor e a fe ta oseu cotidiano .

    Os meios a inda tm di f icul -dades de perceber qu e determinado sassuntos possibil i tariam amplitudema ior na c obe r tur a de Educ a o:d ia -a -d ia dos pr ofe s s or e s , l i nha sped agg icas, sexual idade, drogas,a t u a o d o s e s t u d a n t e s ( f e i r a sculturais, gincanas, projetos etc.) ,

    mercado de t rabalho, qual idade doensino , n ovas experincias etc. M asta mb m: c ompor ta me nto , r e la esfami l iares e outros temas re lac io-nados Educao n o- form al.

    O baixo poder aquisit ivo dosprofessores muitas vezes no per-mite que assinem jornais e revistas.A matr ia de Educao, com suasp e c u l i a r i d a d e s , t e m e n t r e t a n t oa br a ng nc ia ma ior que os e x e m-plares vendidos: o professor recortae l e v a p a r a a e s c o l a , f a z m u r a l ,

    d is t r ibu i pa r a os c o le ga s , mul t i -pl icando o nmero de leitores.O estudant e, seja qual fo r sua

    idade, hoje o g rande neg ligenciadocom o le itor .

    M ercado de TrabalhoO surgim ento de no vos cader-

    nos e pginas de jornais e revistasespecializados de m on stra q ue existeum me r c a do c r e s c e nte de c ons u-m idores de inform ao sobre Edu ca-o, e por tanto m ercado para quemtrabalha nessa rea.

    Instituies de ensino , entida -des do Terceiro Setor, assim comoassessorias de imprensa, produtorasde v de o e v e c u los c omuni t r iosta mb m a br e m e s pa os pa r a pr o-f i s s iona is de Comunic a o e s pe -c ia l izados. H, tambm, interesseem presarial de diferentes segm ento spe lo t e m a .

    A percepo empresarial deque ex is te pbl ico e , consequen-temente, anunciantes para veculos

    2

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    30/80

    3 0

    que ofeream a pauta Educao, vaiaum entar o m ercado de trabalho paraestes prof iss ionais . No entanto, adistribuio d essas vagas de trabalhotem profundas variaes regionais.

    GovernoH e nt r e os t r s n v e is de

    governo d iferenas na prod uo deinform aes e re lacionam ento com

    a i m p r e n s a e m d e c o r r n c i a d aestrutura das assessorias e da visode Comunic a o da que le que c o-m anda a pasta de Educao.

    O M i n ist r io d a E d u c a odis ponib i l i z a pa uta s e e s t imula ac obe r tur a do te ma Educ a o; f a zbom uso d e estratgias de m dia p araimplantar programas e estimular ocontrole social.

    No contexto regional e local,a i m p r e n s a t e m d i f i c u l d a d e s e mbuscar novas fontes. Isso contribuipara que o pap el do G overno Federalesteja superdimensionado.

    O P o d e r P b l i c o t e n d e aor ientar a cobertura de acordo comseus interesses. Os profissionais deCom unicao tm preconceito como material oficial chapa branca

    , m a s s ve z e s n o u t il iz a m a salternativas que tm.

    Assessorias de ComunicaoCom o avano tecnolgico e

    conseq ente surgime nto de d iversasmdias, h crescimento de mercadopara este segmen to.

    P o r m , a l m d a f u n o d oassessor n o ser recon hecida com oessencial em reas com o Edu cao,Sa de , M e io A m bie nte e tc. , m uitopou co se investe n a sua capacitao.

    N o c h eg a a 1 0 % a p ro p o r -o d e assessorias qu e t m acesso Internet .

    A m aioria do s assessores temlimites decorrentes dessa ausncia de

    invest imento em formao e inf ra -e s t r utur a , o que c ompr ome te s uacredibilidade como fonte . Um exem-plo: quando o assessor transforma-se (ou transformado) em simplespromotor de seu superior, privi le-giando a pessoa em detr im ento dasinformaes.

    Alguns a s s e s s or e s n o s ep r e o c u p a m e m a g u a r o c e n s o

    crt ico do s profissionais de C om un i-cao e das fon tes e em m anter come l e s u m d i l o g o c o n s t a n t e , p a r apr oduz i r pa uta s ma is c r ia t i v a s econscientes.

    Sociedade CivilAs aes do cha m ado Tercei-

    ro Setor tm cada vez mais espaon a m d i a . N o e n t a n t o , a i n d a h m u i t o a s e r f e i t o p a r a o m e l h o raproveitamento desse espao.

    Da parte das instituies de

    ensino e da sociedade civil organi-zada, falta profissionalizar a divul-gao da informao. Signif ica nos estar instrum ent alizada para ab rirespaos, m as tam bm para respon-der s dem and as da m dia. Sign if icae n t e n d e r m e l h o r a l i n g u a g e m , ot e m p o e a d i n m i c a d o s j o r n a i s .Qua ndo a s ONGs t m nc le os dec o m u n i c a o , c o n s e g u e m m a i sespao nos meios de comunicaode ma s s a . O me s mo s e a p l i c a sescolas, faculdades e universidades.

    Nos meios de Comunicaoh, por vezes, uma abordagem deque as ONGs esto ac ima de qual -qu er suspe ita. O ut ras vezes, elas socom pletamen te ignoradas. Fa lta aoprof issional de Co m un icao perce-be r ma is as realizaes da socied ad ecivil, refletindo essa tendncia.

    As emp resas de com un icaoainda tm poucos canais de dilogocom a sociedade, como om bud sm ane conselhos de leitores.

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    31/80

    3 1

    Recomendaes

    Com unicao e EducaoReconhecer a inter - re lao

    e n t r e C o m u n i c a o e E d u c a oc o m o u m n o v o c a m p o d e i n t e r -veno social e de atuao profis-sional, considerando que a infor-m ao um fator fundamenta l paraa Educ a o. O de s e nv olv ime ntotecnolg ico abriu novos cam po s deatua o e criou espaos de conver-

    gn cia d e saberes.Di fundi r o b inmio Comu-nicao e Edu cao com o po tencialt r a ns for ma dor da s oc ie da de e mdireo plena cidadania.

    Prom over a comp reenso deque a t ica da Educao permeiapau tas de to das as editorias.

    V i a b i l i z a r u m s i s t e m a d erdio, a exem plo da TV Escola, param aior dem ocrat izao da inform a-o na rea de Educao.

    FormaoFlexibilizar os currculos de

    Comunicao, inser indo conheci -mentos e prticas da rea educa-cional para que o profissional deComunicao tenha possibi l idaded e a m p l i a r s u a a t u a o c o m o educom unicador (o novo prof is-s ional , que atua ao mesmo tempono c a mpo da Educa o e da C om u-nicao, mot ivado pela formaode cidados crticos, participativose inseridos em seu meio social).

    Enfatizar disciplinas e con-te dos huma nis ta s , c omo t i c a ,cidadania, direitos humanos, pol-t ica , economia , questes ambien-tais, tecno lgicas e de o utros tema ssociais, como sade e assistnciasocial.

    Incent ivar a formao per -m a n e n t e d o s p r o f i s s i o n a i s d eComunicao e Educao atravsde parcerias que podem se desen-volver de diferente s form as:

    Un iversidade-U niversidade:As faculdades de C om unicao e deEducao podem criar, juntas, umcurrculo bsico, a ser ministrado acada f inal de ano, p ara os form ando sda s dua s r e a s , c om infor ma e sb sicas sobre a inter- relao m dia eEducao.

    Em pr e sa de Com unic a o-Univers idade: Em parcer ia com as

    u n i v e r s i d a d e s , a s e m p r e s a s d eComunicao podem gerar cursosperidicos para sensibilizar e form arprof issionais que que iram se d edicar cobertura da Educao.

    G overno-Universidade: O sgo vernos no s trs nveis, em parceriacom un iversidades, po dem prom overcursos para formao e reciclagemdos jornal is tas que t rabalham emassessorias de comunicao e fun-cionrio s da s secretarias de Edu caoqu e atuam com o agentes de divulga-

    o da inform ao. Organizaes da SociedadeCivil-Universidades: Essas entidadesd e v e m c o o p e r a r e n t r e s i p a r a aform ao do prof issional de C om u-nicao com o edu cador .

    M lt iplos Atores e Institu-ties: Escolas, un iversidad es, em pre-sas de comunicao, empresas emgeral, ON G s, sindicatos etc. pod em seun ir para con tribuir com a qu alificaoda C om unicao em Educao.

    Estimular que os currculos dasfaculdades de Com un icao incentivema prt ica d o jornalism o investigativo emEducao e o debate sobre a relaoentre Co m unicao e Educao.

    Fomentar a prtica da pesquisana formao bsica e universitria dofuturo comunicador.

    Incluir nos currculos disciplinassobre polticas pblicas de C om un icao.

    Prom over a criao d e jornais,rdios e TVs-laboratrio nas facul-

    R E C O M E N D A E S

    C o m o p r o m o v e r am elhor ia da qual idade d a

    informao?

  • 7/30/2019 Frum Mdia e Educao

    32/80

    3 2

    dades e as reportagens sobre Edu-cao nesses veculos.

    P r o m o v e r f r u n s r e g i o n a i ssob re M dia e Educao para sensi-bilizar os vrios ato res qu e atu am nasreas de C om unicao e Educao,envolvendo outros atores.

    Empresas de C om unicaoF a c i l i t a r , c o m u r g n c i a , o

    acesso d os reprteres Interne t.Os veculos de Comunicao

    d e v e m e n e c e s s i t a m i n v e s t i r n aprtica do jornalismo investigativo,recon hecido com o fund am ental paraa melhor ia da qual idade da cober-tura jornal s t ica e para minimizardistores geradas pelo ime diatism o.

    Ampliar e desenvolver proje-t o s e d i t o r i a i s q u e a b o r d e m E d u -cao, C om unicao e c idadania .

    Promover o t rabalho de pro-f issionais de C om un icao especia-l izados em Educao e editorias oucadernos especf icos com o fo rm a degarant i r espaos para not c ias da r e a e a m b i e n t e p a r a o a p r i m o -ramento da cobertura .

    C o m p a r t i l h a r o r e s u l t a d odeste Frum atravs das entidadesrepresentat ivas a lm de fomentarsua anlise nas redaes.

    Pos s ib i l i t a r a os c omunic a -dores acesso a bancos de dados,b i b l i o g r a f i a s e t c . , p o r m e i o d aestruturao de centros de docu-mentao e pesquisa.

    A p o i a r a p e s q u i s a p e r m a -nente no exerccio do jornalismo deEducao.

    Ap oiar, pe rmitind o a ausnciae f inanciando, os prof iss ionais deC o m u n i c a o a p a r t i c i p a r e m d eatividades de formao.

    Assessorias de ComunicaoDevem ser valorizadas pelas

    entidades (sindicatos, ONGs, insti-tuies).

    F a c i l i t a r , c o m u r g n c i a , oacesso dos assessores Internet eestimular a criao de sites para ademocratizao das informaes.

    Os currculos das faculdadesde Comunic a o de v e m te r d is c i -p l i n a s v o l t a d a s t a m b m p a r a aformao de assessores de Comu-nicao e cursos de ps-graduaosobre o tem a.

    As emp resas devem contratarpessoal qualif icado para facil i tar ocontato com os prof iss ionais dasr e d a e s e a c o m p r e e n s o d a sespecificidades de cada veculo.

    Emp resas e entidade s devemf a c i l i t a r a p a r t i c i p a o d e s e u sprofissionais em cursos, seminriose co ng ressos.

    As assessorias devem melhorcomp reender seu p apel de facil itadord o f l u x o d e i n f o r m a e s e n t r eem presas e entidades e os m eios decomunicao.

    As assessorias precisam reali-z a r e n c o n t r o s p e r i d i c o s e n t r ejornalistas de redao e assessorese m bus c a da qua l ida de de in for -ma o.

    M EC,