fórum de assuntos trabalhistas são josé dos campos/sp · manipular os produtos químicos com os...

40
Fórum de Assuntos Trabalhistas São José dos Campos/SP

Upload: dinhkhanh

Post on 26-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Fórum de Assuntos Trabalhistas

São José dos Campos/SP

JURISPRUDÊNCIAS

SHELL PARAGÁ PENSÃO INTEGRAL A QUIMICO

INCAPACITADO PARA O TRABALHO POR

HEPATITE TÓXICA

A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho

condenou a Shell Brasil Ltda. a pagar pensão mensal

vitalícia correspondente a 100% do salário de um

analista químico impossibilitado de exercer sua atividade

por ter adquirido hepatite tóxica no laboratório do setor

de defensivos agrícolas da empresa em Paulínia (SP). A

doença estava relacionada ao trabalho de

desenvolvimento de novas formulações de produtos

químicos, com a utilização de substâncias concentradas.

Após 17 anos na empresa, ele foi dispensado sem justa

causa em 1997, cinco meses depois de retornar de uma

licença previdenciária de mais de dois anos. Na petição

que deu início à ação trabalhista, relatou que, quando

começou a apresentar problemas de saúde, fez diversos

exames, inclusive biópsia hepática, e foi diagnosticada a

hepatite. Um relatório enviado pela Unicamp à Shell em

janeiro de 1993 afirmava que o quadro, compatível

hepatite crônica por agentes tóxicos, o impedia de

manipular os produtos químicos com os quais

trabalhava.

Pela decisão da Segunda Turma, o pagamento da

pensão mensal foi fixado a partir do afastamento do

analista para gozo de benefício previdenciário em virtude

da doença ocupacional. O recurso da Shell não foi

conhecido. (Processo: RR-75500-70.2005.5.15.0126)

• FUNDAMENTOS:

• reconhecimento de doença ocupacional

• Incapacidade permanente para o exercício da função

(analista químico), mas não para outras funções.

• Art. 157 da CLT – Cabe as empresas: 1 – cumprir e

fazer cumprir as normas de segurança, 2 – instruir os

empregados através de ordens de serviço, quanto as

precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do

trabalho ou doença ocupacional

EMPRESA É CONDENADA A REFAZER

DOCUMENTO SOBRE EXPOSIÇÃO DE RISCO DE

TRABALHADOR

Empresa que coloca trabalhador em situações nas quais

ele fica exposto a barulhos excessivos e em contato com

produtos químicos potencialmente nocivos deve relatar

tudo isso adequadamente no Perfil Profissiográfico

Previdenciário (PPP). Por entender que uma siderúrgica

não agiu dessa forma, a 6ª Turma do Tribunal Regional

do Trabalho da 3ª Região (MG) determinou que a

companhia refizesse o documento.

O PPP registra o histórico de trabalho do funcionário,

devendo a empresa anotar no documento as atividades

por ele exercidas, todas as substâncias químicas

nocivas às quais esteve exposto, a intensidade e

concentração desses agentes e exames médicos

clínicos, além de outros dados. Por meio desse

documento, o trabalhador poderá pedir benefícios e

serviços previdenciários, inclusive a aposentadoria

especial. Será da competência do órgão previdenciário a

apreciação acerca da documentação apresentada para

fins de concessão ou não de aposentadoria especial.

Por essas razões, a 6ª Turma do TRT-3, acompanhando

voto do juiz convocado Jessé Cláudio Franco de

Alencar, manteve a decisão de primeiro grau que

determinou a emissão de novo PPP para constar no

documento o nível de ação do ruído em 85,0 dB(A),

assim como as conclusões periciais acerca do

fornecimento de protetores auriculares ao trabalhador e

todos os períodos, funções, tipos, fatores de risco,

intensidades/concentrações e limites de tolerância,

apurados pelo laudo pericial.

"Dessa forma, a determinação de emissão de novo Perfil

Profissiográfico Previdenciário se alinha à determinação

legal de o empregador descrever as atividades

desempenhadas pelo empregado de acordo com as

condições ambientais a que esteve sujeito, como

evidenciado pela prova técnica, exposto a condições

insalubres e sem receber regularmente os EPIs",

afirmou o julgador, negando provimento ao recurso.

(Processo 0001047-39.2014.5.03.0089 RO)

• FUNDAMENTOS:

• O Perfil Profissiográfico Previdenciário-PPP constitui-

se em um documento histórico-laboral do trabalhador

que reúne, entre outras informações, dados

administrativos, registros ambientais e resultados de

monitoração biológica, durante todo o período em que

este exerceu suas atividades na respectiva empresa.

• É obrigatório desde de 01.01.2004 (data fixada pela

IN INSS/DC 96/2003) o PPP tem por objetivo :

• Comprovar as condições para habilitação de

benefícios e serviços previdenciários, em particular, o

benefício de aposentadoria especial;

• Prover o trabalhador de meios de prova produzidos

pelo empregador perante a Previdência Social, a

outros órgãos públicos e aos sindicatos, de forma a

garantir todo direito decorrente da relação de trabalho,

seja ele individual, ou difuso e coletivo;

• Prover a empresa de meios de prova produzidos em

tempo real, de modo a organizar e a individualizar as

informações contidas em seus diversos setores ao

longo dos anos, possibilitando que a empresa

evite ações judiciais indevidas relativas a seus

trabalhadores;

• Possibilitar aos administradores públicos e privados

acesso a bases de informações fidedignas, como

fonte primária de informação estatística, para

desenvolvimento de vigilância sanitária e

epidemiológica, bem como definição de políticas em

saúde coletiva.

• A responsabilidade pela emissão do PPP é:

• Da empresa empregadora, no caso de empregado;

• Cooperativa de trabalho ou de produção, no caso de

cooperados filiados,

• Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO, no caso dos

Trabalhadores Portuários Avulsos – TPA; e

• Sindicato de Categoria, no caso de trabalhador avulso

não portuário.

O PPP deverá ser emitido com base nas demonstrações

ambientais, exigindo, como base de dados:

a) Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA;

b) Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR;

c) Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho

na Indústria da Construção - PCMAT;

d) Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional -

PCMSO;

e) Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho -

LTCAT;

f) Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT.

• Base legal aplicável:

• NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

• NR 7 – Programa de Controle Medico de Saúde

Ocupacional

• Artigo 157 e 168 da CLT

ATESTADO DO INSS BASTA PARA BENEFÍCIO POR

INCAPACIDADE NO RS

Trabalhadores gaúchos que aguardam há mais de 45

dias por uma perícia médica inicial junto ao Instituto

Nacional do Seguro Social podem apresentar laudo

médico unilateral ao requererem benefícios por

incapacidade.

De acordo com a decisão proferida na terça-feira (29/3)

pela 17ª Vara Federal de Porto Alegre, eles começam a

ser chamados pela autarquia a partir de 11 de abril para

entregar a documentação.

Aqueles que não forem convocados a comparecer

também podem levar o atestado, espontaneamente, nas

agências do INSS e terão prioridade no atendimento.

De acordo com o despacho, o atestado médico

deve conter obrigatoriamente o nome completo do

paciente, o Código Internacional da Doença (CID), a

data do início e o período de repouso, bem como o

nome completo e o número do registro do médico, além

da data de emissão. A Previdência Social deve priorizar

os pedidos mais antigos, com o remanejamento, se

necessário, de atendimentos presenciais menos

urgentes.

A concessão automática de auxílio-doença ou

aposentadoria por invalidez já havia sido determinada

pelo juiz federal substituto Bruno Risch de Oliveira no dia

19 de janeiro, para casos em que o tempo de espera

pela avaliação médica fosse superior a 45 dias. O

cumprimento provisório de sentença se deu em ação

coletiva movida pela Defensoria Pública da União e vale

para todo o estado do Rio Grande do Sul.

Multa diária

A sentença proferida pela 17ª Vara Federal da capital

gaúcha determina que o INSS implante

automaticamente o benefício de auxílio-doença a partir

do 46º dia da data do requerimento, nos casos de

benefício por incapacidade (excluídos os decorrentes de

acidente do trabalho) em que a perícia médica for

marcada para prazo superior a 45 dias.

Cumprimento provisório de sentença 5002100-

69.2016.4.04.7100/RS- TRF4ª região

DECRETO Nº 8.691, DE 14 DE

MARÇO DE 2016

Altera o Regulamento da Previdência Social,

aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio de

1999.

DECRETA:

Art. 1º O Regulamento da Previdência Social, aprovado

pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, passa a

vigorar com as seguintes

alterações:“Art. 75. ...............................................................

§ 2º Quando a incapacidade ultrapassar quinze

dias consecutivos, o segurado será encaminhado

à perícia médica do INSS, que o submeterá à

avaliação pericial por profissional médico

integrante de seus quadros ou, na hipótese do art.

75-B, de órgãos e entidades públicos que

integrem o Sistema Único de Saúde - SUS,

ressalvados os casos em que for admitido o

reconhecimento da incapacidade pela recepção

da documentação médica do segurado, conforme

previsto no art. 75-A.

• § 6º A impossibilidade de atendimento pela

Previdência Social ao segurado antes do término do

período de recuperação indicado pelo médico

assistente na documentação autoriza o retorno do

empregado ao trabalho no dia seguinte à data

indicada pelo médico assistente.” (NR)

“Art. 75-A. O reconhecimento da incapacidade para

concessão ou prorrogação do auxílio-doença decorre da

realização de avaliação pericial ou da recepção da

documentação médica do segurado, hipótese em que o

benefício será concedido com base no período de

recuperação indicado pelo médico assistente.

§ 1º O reconhecimento da incapacidade pela recepção

da documentação médica do segurado poderá ser

admitido, conforme disposto em ato do INSS:

I - nos pedidos de prorrogação do benefício do segurado

empregado; ou

II - nas hipóteses de concessão inicial do benefício

quando o segurado, independentemente de ser

obrigatório ou facultativo, estiver internado em unidade

de saúde.

§ 2º Observado o disposto no § 1º, o INSS definirá:

I - o procedimento pelo qual irá receber, registrar e

reconhecer a documentação médica do segurado, por

meio físico ou eletrônico, para fins de reconhecimento

da incapacidade laboral; e

II - as condições para o reconhecimento do período de

recuperação indicado pelo médico assistente, com base

em critérios estabelecidos pela área técnica do INSS.

§ 3º Para monitoramento e controle do registro e do

processamento da documentação médica recebida do

segurado, o INSS deverá aplicar critérios internos de

segurança operacional sobre os parâmetros utilizados

na concessão inicial e na prorrogação dos benefícios.

§ 4º O disposto neste artigo não afasta a possibilidade

de o INSS convocar o segurado, em qualquer hipótese e

a qualquer tempo, para avaliação pericial.” (NR)

“Art. 75-B. Nas hipóteses de que trata o § 5º do art. 60

da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, o INSS poderá

celebrar, mediante sua coordenação e supervisão,

convênios, termos de execução descentralizada, termos

de fomento ou de colaboração, contratos não onerosos

ou acordos de cooperação técnica para a colaboração

no processo de avaliação pericial por profissional médico

de órgãos e entidades públicos que integrem o Sistema

Único de Saúde - SUS.

Parágrafo único. A execução do disposto neste artigo

fica condicionada à edição de:

I - ato do INSS para normatizar as hipóteses de que trata o § 5º do art. 60 da Lei nº 8.213, de 1991; e

II - ato conjunto dos Ministérios do Trabalho e

Previdência Social e da Saúde para dispor sobre a

cooperação entre o INSS e os órgãos e as entidades

que integram o SUS, observado o disposto no art. 14-A

da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.” (NR)

Art. 78. .................................................................

§ 1º O INSS poderá estabelecer, mediante avaliação

pericial ou com base na documentação médica do

segurado, nos termos do art. 75-A, o prazo que entender

suficiente para a recuperação da capacidade para o

trabalho do segurado.

§ 2º Caso o prazo concedido para a recuperação se

revele insuficiente, o segurado poderá solicitar a sua

prorrogação, na forma estabelecida pelo INSS.

§ 3º A comunicação da concessão do auxílio-doença

conterá as informações necessárias para o requerimento

de sua prorrogação.

§ 4º A recepção de novo atestado fornecido por médico

assistente com declaração de alta médica do segurado,

antes do prazo estipulado na concessão ou na

prorrogação do auxílio-doença, culminará na cessação

do benefício na nova data indicada.” (NR)

Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua

publicação.

ESTATUTO DA PESSOA COM

DEFICIENCIA – LEI 13.146 DE

6/7/15

NOVAS POSSIBILIDADES PARA COTA DE

DEFICIENTES (Lei 8.213/91 – art. 93)

Art. 2o Considera-se pessoa com deficiência aquela que

tem impedimento de longo prazo de natureza física,

mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação

com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua

participação plena e efetiva na sociedade em igualdade

de condições com as demais pessoas.

§ 1o A avaliação da deficiência, quando necessária,

será biopsicossocial, realizada por equipe

multiprofissional e interdisciplinar e considerará:

(Vigência)

I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do

corpo;

II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;

III - a limitação no desempenho de atividades; e

IV - a restrição de participação.

§ 2o O Poder Executivo criará instrumentos para

avaliação da deficiência.

•Art. 101 – A Lei 8213/91 passa a vigorar com as

seguintes alterações:

•“Art. 93. ...

§ 1o A dispensa de pessoa com deficiência ou de

beneficiário reabilitado da Previdência Social ao final de

contrato por prazo determinado de mais de 90 (noventa)

dias e a dispensa imotivada em contrato por prazo

indeterminado somente poderão ocorrer após a

contratação de outro trabalhador com deficiência ou

beneficiário reabilitado da Previdência Social.

§ 2o Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe

estabelecer a sistemática de fiscalização, bem como

gerar dados e estatísticas sobre o total de empregados e

as vagas preenchidas por pessoas com deficiência e por

beneficiários reabilitados da Previdência Social,

fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, às

entidades representativas dos empregados ou aos

cidadãos interessados.

§ 3o Para a reserva de cargos será considerada

somente a contratação direta de pessoa com deficiência,

excluído o aprendiz com deficiência de que trata a

Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada

pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.

LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991 - Lei de

contratação de Deficientes nas Empresas.

Lei 8213/91, lei cotas para Deficientes e Pessoas com

Deficiência dispõe sobre os Planos de Benefícios da

Previdência e dá outras providências a contratação de

portadores de necessidades especiais.

• Art. 93 - a empresa com 100 ou mais funcionários

está obrigada a preencher de dois a cinco por cento

dos seus cargos com beneficiários reabilitados, ou

pessoas portadoras de deficiência, na seguinte

proporção:

• - até 200 funcionários.................. 2%

• - de 201 a 500 funcionários........... 3%

• - de 501 a 1000 funcionários......... 4%

• - de 1001 em diante funcionários... 5%

• CONCLUSÃO:

- A nova legislação abriu mais um leque de possibilidades

para preenchimento da cota ao considerar como deficiente

mental aquelas pessoas com impedimentos de longo prazo

de natureza mental e intelectual, no caso pessoas com

síndromes e depressões profundas, transitórias ou

permanentes, controladas por medicamentos, como por

exemplo a esquizofrenia.

- E ainda aqueles empregados afastados que retornaram

ao trabalho sem reabilitação , mas que por qualquer motivo

não possam exercer a função anterior.

OBRIGADO!!

Camilla M M Toledo – [email protected]