formas de instauraÇÃo de inquÉrito policial

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FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL Espécies de Infrações Penais, considerando a pena aplicada: <!--[if !supportLineBreakNewLine]-->

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Page 1: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIALEspécies de Infrações Penais, considerando a pena aplicada:

<!--[if !supportLineBreakNewLine]-->

Page 2: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

<!--[endif]-->1. Menor Potencial Ofensivo

2. Médio Potencial Ofensivo

3. Grave Potencial Ofensivo

<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><!--[endif]-->

...............

Infrações de Menor Potencial Ofensivo Lei 9.099/95 c/c Lei 10.259/01

Lei 9.099/95  

 Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo,

para os efeitos desta lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a um ano, excetuados os casos em que a lei preveja procedimento especial   

.......................

Page 3: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

Lei 10.259/01 

Art. 2º (...) 

Parágrafo único. Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos, ou multa.Lei 9.099/95

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. 

Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao Juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança (...). O TERMO CIRCUNSTANCIADO = PODER JUDICIÁRIO

Page 4: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

 

BOLETIM DE OCORRÊNCIA - AUTORIDADE POLICIAL

Page 5: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL
Page 6: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

....................

Conclusão

 Infrações de Menor Potencial Ofensivo

 Nos crimes ou contravenções com pena máxima até dois anos, não se

instaura inquérito policial e não se impõe ao autor do fato prisão em flagrante delito, nos termos do art. 69 da Lei 9.099/95.

Admite-se o benefício da transação penal (art. 76 da Lei 9.099/95). 

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Infrações de Médio Potencial Ofensivo

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Pena máxima superior a dois anos e pena mínima de até um ano. 

Instaura-se inquérito e pode haver lavratura de auto de prisão em flagrante. Quando do oferecimento da denúncia, o acusado passa a ter direito ao benefício da suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9.099/95).

Page 7: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

 

..........................

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Infrações de Grave Potencial Ofensivo

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Pena máxima superior a dois anos e pena mínima superior a um ano. 

Instaura-se inquérito e pode haver lavratura de auto de prisão em flagrante. Após a denúncia, não cabe o benefício da suspensão condicional do processo.  Formas de Instauração de Inquérito

CPP. Art. 5° - Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

I - de ofício;II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério

Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. .....................

Formas de Instauração de Inquérito

Page 8: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Portaria

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Auto de Prisão em Flagrante Delito

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Requisição do Poder Judiciário

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Requisição do Ministério Público

Page 9: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL
Page 10: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Requerimento do Ofendido

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Requisição do Ministro da Justiça ...............

Portaria

Page 11: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->É um ato administrativo através do qual o Delegado de Polícia, com base em uma notitia criminis, determina a instauração do inquérito policial.

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->É a peça inaugural do inquérito.

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Trata-se de determinação sucinta, na qual, via de regra, já são determinadas diligências pela autoridade policial. .............. Portaria

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Somente pode ser baixada nos crimes de ação pública. 

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Quando se tratar de crime de ação penal pública condicionada, a portaria só pode ser baixada após a representação da vítima (art. 5º, § 4º, do CPP). 

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Nos crimes de ação penal privada, não há portaria, pois o inquérito só se inicia mediante requerimento do ofendido (art. 5º, § 5º, do CPP), que se torna sua peça inaugural. 

....................

Requisição do Poder Judiciário ou do Ministério Público

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Trata-se de ordem. 

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Diante disso, o delegado é obrigado a instaurar o inquérito, salvo se a punibilidade já estiver extinta, tratar-se de fato manifestamente atípico, etc. 

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Em havendo constrangimento ilegal, a autoridade coatora, para efeito de habeas corpus, será a requisitante e não o delegado de polícia. 

........................

Page 12: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

Requerimento do Ofendido  

<!--[if !supportLists]-->  <!--[endif]-->Trata-se de um pedido feito pela vítima à autoridade policial.  

<!--[if !supportLists]-->  <!--[endif]-->Segundo dispõe o art. 5º, § 1º, o requerimento conterá sempre que possível: 

<!--[if !supportLists]-->  <!--[endif]-->a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; 

<!--[if !supportLists]-->  <!--[endif]-->b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; 

<!--[if !supportLists]-->  <!--[endif]-->c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.

........................

Requerimento do Ofendido 

<!--[if !supportLists]-->  <!--[endif]-->Se a autoridade deferir o requerimento, não se baixa portaria e o requerimento passa a ser a peça inicial do inquérito. 

<!--[if !supportLists]-->  <!--[endif]-->Se houver indeferimento, cabe recurso do ofendido ao “chefe de polícia” (art. 5º, § 2º, do CPP).

<!--[if !supportLists]-->  <!--[endif]-->Diante do indeferimento, pode o ofendido, ao invés de recorrer administrativamente, requerer a instauração do inquérito ao MP, que, se o caso, requisitará a abertura do procedimento.  ............. 

Page 13: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

Requerimento do Ofendido  

Nos casos de ação penal condicionada e privada, o requerimento é obrigatório para a instauração do inquérito, nos expressos termos do art. 5º, §§ 4º e 5º, do CPP:

Art. 5º (...)  

§ 4° - O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.

§ 5°- Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.  

.............

Requerimento do Ofendido

Quem pode oferecer a representação? A resposta está nos arts. 24 e 39, “caput”, do CPP:

Art. 24 - Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. 

Requerimento do Ofendido

CPP. Art. 34 - Se o ofendido for menor de 21 (vinte e um) e maior de 18 (dezoito) anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal. 

Tal dispositivo foi revogado após a entrada em vigor do novo Código Civil (Lei 10.406/02), que, em seu art. 5º, reduziu para 18 (dezoito) anos a idade em que se atinge a plena maioridade civil.

.........................

Requerimento do Ofendido

CPP. Art. 35 - A mulher casada não poderá exercer o direito de queixa sem consentimento do marido, salvo quando estiver dele separada ou quando a queixa for contra ele. 

Page 14: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

Revogado pela Constituição de 1988, que estabeleceu direitos iguais entre homens e mulheres na sociedade conjugal. 

................

Requerimento do Ofendido

Art. 39 - O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.

§ 1° - A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida.

§ 2° - A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da autoria.

§ 3° - Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for.

§ 4° - A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será

remetida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito.

§ 5° - O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de 15 (quinze) dias. 

.................... 

Requerimento do Ofendido 

A representação tem, em regra, prazo decadencial de seis meses a partir da data do conhecimento da autoria, a teor do art. 103 do CP e 38 do CPP.

 CP. Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido

decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia.  

CPP. Art. 38 - Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá do direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que

Page 15: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do artigo 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.

........................

Requisição do Ministro da Justiça

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Quando a ação penal for pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça (art. 145, parágrafo único do CP, p. ex.), o inquérito só pode ser instaurado após a ordem.

<!--[if !supportLists]--> <!--[endif]-->Importante: A requisição não obriga o Ministério Público a iniciar a ação penal.  ...............

Auto de Prisão em FlagranteEspécies de Flagrante 

Art 302 - Considera-se em flagrante delito quem:I - está cometendo a infração penal; (flagrante próprio).II - acaba de cometê-la; (flagrante próprio).III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por

qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; (flagrante impróprio ou quase-flagrante).

IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. (flagrante presumido).

....................  Auto de Prisão em Flagrante

Estando o autor nas hipóteses de flagrante, a autoridade policial deve lavrar o auto de prisão (art. 301 do CPP).

Importante: a) Não se lavra o auto no caso de infrações de menor potencial

ofensivo.b) Em caso de ação penal pública condicionada ou privada, há

necessidade de requerimento do ofendido.  

........................

Page 16: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

Auto de Prisão em FlagranteCrimes Permanentes  

Art 303 - Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência. ................... Flagrante Preparado 

Súmula 145 do STF – “Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”. 

Importante distinguir: 

a) Flagrante preparado ou provocado (Súm. 145) - quando há indução à prática do crime pela polícia ou pela pseudovítima. Não há crime. 

b) Flagrante esperado - quando não há indução, mas apenas atividade de alerta. Há crime.

Auto de Prisão em FlagranteForma de Elaboração 

Como era no CPP (Decreto-Lei 3.689/41). Art. 304 - Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta

o condutor e as testemunhas que o acompanharam e interrogará o acusado sobre a imputação que lhe é feita, lavrando-se auto, que será por todos assinado.  ................

Auto de Prisão em FlagranteForma de Elaboração

Como passou a ser após a Lei 11.113/05.

Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.

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Page 18: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

Cinco perguntas que devo ter em mente para lavrar TCO29 29UTC setembro 29UTC 2009

Detivemos-nos um pouco na discussão sobre a competência de lavrar o Termo

Circunstanciado de Ocorrência (TCO), contudo já é hora de partimos para os conhecimentos

necessários para compreender melhor os procedimentos que antecedem a transação penal

nos Juizados Especiais Criminais (JECrim).

Page 19: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

Quando começamos a nos aprofundar nos meandros jurídicos, podemos até desabafar: como é

complicado, são muitos detalhes. Eu costumo dizer ao pessoal, que nunca fez TCO e tem

interesse em empreender a investida de lavrá-lo: no procedimento operacional, basta ter cinco

perguntas em mente. Estas cinco perguntas, para serem respondidas exigem do policial

algumas noções jurídicas:

Vamos imaginar uma ronda num dia de serviço comum, ou então uma daquelas oportunidades

que uma senhora ou uma criança vem correndo e ofegante dizendo: acabou de acontecer isso,

isso e isso. Para decidir entre o TCO e outros instrumentos administrativos ou jurídicos, você

deve primeiramente se perguntar:

1) A situação com a qual estou me deparando é um crime? Ocorrem muitos casos em

que você e sua guarnição são chamados a intervir em conflitos ou situações até de alvoroço,

mas que na verdade não se constituem crime. Nestes casos, registra-se o atendimento, mas

não há produção de peça que aponte a enquadramento do fato real com um tipo penal.

2) O delito está no estado de flagrância? O termo circunstanciado é considerado o

registro de uma infração penal de menor potencial, em substituição ao Auto de Prisão em

Flagrante Delito (APFD), o que leva-nos a dizer que TCO somente é cabível para momento de

flagrância. Uma denúncia de um fato que costuma acontecer ou um crime ocorrido há algum

tempo: ontem, hoje de manhã, sendo que o fogo do delito, já se apagou e as marcas da

quebra da ordem jurídica já estão esmaecidos não deve resultar na lavratura de TCO. (Leia o

Estudo de Apoio sobre o tema)

Como também não há de falar em TCO, na ausência do autor, que se encontra em destino

ignorado. Neste caso o que pode ser registrado? Geralmente é registrado um boletim de

ocorrência, tendo em vista que haveria necessidade de uma etapa investigatória, a qual pode

surgir mediante um inquérito instaurado por portaria a depender da avaliação do delegado de

polícia. No caso de não ser um flagrante, mas se tratar de uma infração de menor potencial

ofensivo, de posse da cópia do boletim de ocorrência o cidadão-vítima pode apresentara uma

representação ou queixa diretamente no próprio Juizado Especial Criminal.

Sobre o tema específico de flagrante, existem alguns pontos que precisam ser discutidos,

entre os mais relevantes estão: os tipos de flagrantes, a compreensão da fragilidade jurídica

dos flagrantes diversos do flagrante próprio, a questão do termo “logo após” nos casos de

perseguição e ainda a da perseguição ininterrupta. (Baixe uma apresentação de slides com os

principais tópicos sobre flagrante)

3) O delito trata-se de uma infração de menor potencial ofensivo?Bem, se você tem

Page 20: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

em mãos a resolução de um crime, em flagrante, não há dúvida que algum procedimento

precursor de ação penal será realizado. Contudo, você poderá ficar em dúvida entre o APFD e

o TCO. Segundo os parâmetros lançados pela Lei n.º 11.313/06, que alterou o artigo 61 da Lei

n.º 9.009/95, cabe lavrar TCO para todas as contravenções penais e os demais crimes com

pena culminada em até dois anos:

Art. 1o Os arts. 60 e 61 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, passam a vigorar com as

seguintes alterações:

[...]

“Art. 61.  Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta

Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não

superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.” (NR)

O que nos chama a atenção neste ponto é que não podemos ter em mente todos os detalhes

de todas as infrações de menor potencial ofensivo, que ultrapassam uma centena. Por isso

precisamos ter em mãos a relação atualizada. (Clique aqui e veja a Relação das Infrações de

Menor Potencial Ofensivo) Na mente, o que devemos ter é uma noção de alguns aspectos

práticos sobre uma lista reduzida, das infrações mais recorrentes.

Talvez uma lista com quinze ou vinte infrações. Entre as infrações desta lista reduzida, alguns

casos específicos precisam ser observados, são os casos que qualificadores podem aumentar a

pena para um crime ultrapassando o limite de dois anos, exigindo para ele a lavratura de

APDF. Podemos citar: a lesão corporal mesmo sendo leve, mas que teve como envolvidos

familiares, que se trata de um caso, ou ainda entre co-habitantes, que levará a outro desfecho.

O dano contra uma empresa particular, mas que se trata de uma concessionária pública.

4) É um crime que necessita de representação ou queixa da vítima?Na verdade este

questionamento, pode ser feito de outra forma: trata-se de um crime de alçada privada ou

pública condicionada? Para responder esta pergunta, o policial precisa saber pelo menos

dentro da lista reduzida o tipo de ação penal que cabe para cada infração penal. Quando a lei

não expressa, para aquele tipo cabe uma ação penal pública incondicionada.

Portanto é mais fácil para o agente da lei, ter em mente, aqueles que não são de alçada

pública incondicionada, lembrando que as contravenções penais são todos de ação pública

incondicionada. E que mesmo sendo expresso na lei a necessidade de representação, há

delitos que em determinadas circunstâncias passam a ser tuteladas pelo Estado, tornando a

ação da polícia e da justiça um mando, independente das manifestações da vítima.

(Disponibilizamos aqui acesso a um texto com maiores explicações sobre o tipo de ação)

5) O Autor se comprometeu em comparecer em juízo? Senhores e senhoras, há esta

cobertura de quê jurídico em cima do TCO, porque nós estamos acostumados com esse

formalismo em relação ao APDF, na verdade nos casos das infrações de menor potencial

ofensivo, a Lei 9.099 intentou aproximar o Judiciário da população. Por essa visão, tudo se

resolve no Juizado Especial, portanto se não houver condições do autor ser levado de imediato,

Page 21: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

ele se compromete em comparecer quando chamado e passa a ter direito ao benefício de não

ser preso em flagrante por um crime considerado de pequena monta. Então deve ser um ato

voluntário e consciente, há quem fale sobre inaplicabilidade do TCO para embriagados. Ao

passo que o autor se recusa em assinar o termo de compromisso, ele não está mais coberto

pela Lei 9.099 e o procedimento preconizado pelo CPP deve ser aplicado, ou seja o APDF. (Leia

um pouco mais sobre a recusa em assinar o TCO) Comentários desativados |   Curso de Lavratura de Termo Circunstanciado de Ocorrência |   Link

Permanente Escrito por cidadaossp

Quando há recusa em assinar o TCO19 19UTC setembro 19UTC 2009

Recusa da testemunha

Como o processo do juizado Especial se rege por celeridade e informalidade então a recusa da

testemunha não traz prejuízo ao tco, contudo lembre-se que a testemunha pode se recusar de

assinar e de acompanhar, mas não de se identificar. Se você sabe que ela de alguma forma

viu ou ouviu os fatos (presenciou) então registre os dados dela independente que assine.

Recusa do autor

Já o autor é diferente, ele foi pego em flagrante, tem o beneficio da lei 9.009 de não ser preso

caso se comprometa em ir ao juizado. Se ele não assina, então se entende que não está se

comprometendo em ir ao fórum quando chamada, nesse caso cabe a prisão propriamente dita,

condução a delegacia e lavratura de auto de prisão em flagrante delito, como está preescrito

no artigo 69 da lei 9.099/95:

Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente

encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão

em flagrante, nem se exigirá fiança

Ou seja se ele não assumir o compromisso acontece o contrário: se imporá prisão em

flagrante.

Estudos de apoio ao TCO: Tipos de Ação Penal

Page 22: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

Ação Penal Pública e privada

O legislador, ao instituir os crimes em nossa legislação, tomou por base a importância ou o valor do bem jurídico ofendido, para definir sobre a ação penal. Quando o titular do direito de ação é o Estado, diz ser a Acão Penal Pública. Caso o bem jurídico ofendido seja de foro íntimo, se falará em a Ação Penal Privada, cabe a vítima ou seus representantes legais proporem tanto a ação judicial como a investigação policial. Mesmo com essa divisão de duas alçadas, ainda há peculiaridades de forma e rito:

Ação Penal Pública Incondicionada ou Plena

Diz o artigo 100 do CP: “A aça o penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. § 1.º A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.”

A ação pública incondicionada é promovida pelo Ministério Público. Independe de qualquer condição; basta, apenas, que o fato criminoso chegue ao conhecimento do Estado-acusação (Ministério Público). No Crime de ação penal pública incondicionada, a ação penal é promovida através da denúncia e pode ser promovida a qualquer tempo, antes da prescrição do crime.Para a instauração de inquérito policial no crime de ação penal pública incondicionada basta que a Autoridade Policial tenha conhecimentos da ocorrência do crime. Os crimes da ação penal pública incondicionada são identificados, no Código Penal através da inexistência de referência quanto á ação penal. Assim, quando o legislador quis que o crime fosse de ação penal pública incondicionada, não fez qualquer referência á ação penal.O agente policial que sabendo da ocorrência dessa natureza não proceder conforme a lei, estará sujeito a sanção por prevaricação. Mais grave ainda o é quando tendo estado no local, nada faz sobre o fato. Lembrando que de forma geral, são crimes de alçada pública incondicional: os crimes contra a vida, as contravenções penais e atualmente a violência

Page 23: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

doméstica.

Ação Penal Pública Condicionada à Representação

A ação penal pública condicionada á representação é promovida pelo Ministério Público através de denuncia, mas depende de representação do ofendido ou de seu representante legal (CP, art. 10, § 1.º). A representação, nesse caso, é um instituto processual que condiciona o exercício do direito de ação. Não havendo manifestação do ofendido ou de seu representante, não há de se falar em ação judicial ou qualquer procedimento policial.A instauração do inquérito policial, nesses crimes, depende de representação do ofendido ou de seu representante legal (CPP, art.5.º, § 4.º). Essa representação deve ser proposta dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que se veio a saber quem é o autor do crime (CP, art. 103), tal prazo é denominado de decadência A representação é irretratável depois de oferecida a denúncia (Art. 25 do CPP). A representação proposta para que seja instaurado o inquérito policial serve também para que o Ministério Público promova a ação penal, através da denúncia.Os crimes de ação penal pública condicionada a representação são identificados, no Código Penal, pela expressão “somente se procede mediante representação.” Exemplo: art. 147, parágrafo único do CP.

Ação Penal Pública Condicionada à Requisição Ministerial

Ação penal pública condicionada à requisição é promovida pelo Ministério Público através de denúncia, mas depende de requisição do Ministro da Justiça (CP, art. 100, § 1.º).Essa ação é cabível nos crimes contra a honra, praticados contra chefe do Governo estrangeiro (CP, arts. 141, I, 1.º parte), constitui crime contra a Segurança Nacional (art. 26 da Lei n. 7.170/83). Portanto, não segue a regra do Código Penal, quando á ação penal.Ação Penal Privada

Diz o § 2.º do art. 100 do CP: “A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade

Page 24: FORMAS DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL

para representá-lo.”Quando o bem jurídico ofendido pelo fato criminoso for considerado da esfera íntima da vítima, o legislador reservou a ela a iniciativa da ação penal. Portanto, a ação penal privada é promovida pelo ofendido ou seu representante legal, constituindo-se o ofendido, nessa situação, órgão de acusação. Para promover a ação penal, nos crimes de ação penal privada, o ofendido oferece queixa-crime, que substitui a denúncia dos crimes de ação penal pública.Ação Penal exclusivamente PrivadaNa hipótese do §, do art. 100 do CP, a ação penal é denominada “ação penal exclusivamente privada” e é promovida, através da queixa-crime, pelo ofendido ou seu representante legal. Essa ação cabível para os crimes de ação penal privada, que são identificados em nosso Código Penal, através da expressão “somente se procede mediante queixa”. Exemplo: art. 179, parágrafo único do CP.

Ação Penal Privada personalíssimaSão aquelas que só podem ser promovidas pela vítima: ex.: adultério (Art. 240 do CP), induzimento a erro essencial ou ocultação de impedimento (Art. 236 do CP).  Em tais crimes somente tem legitimidade para propor tais ações apenas as pessoas indicadas na Lei: “o cônjuge ofendido” e o “contraente enganado”.Ação Penal Privada subsidiária da PúblicaTratando-se do § 3.º do art. 100 do CP, a ação penal é denominada “ação penal privada subsidiária da pública”. Ela é promovida em substituição á ação penal pública, quando o Ministério Público perde o prazo para o oferecimento da denúncia (os prazos para oferecimento da denúncia são: cinco dias para autor preso e 15 dias para o criminoso em liberdade). Assim, a legislação permite ao ofendido oferecer queixa-crime em substituição á denúncia, quando o Promotor descumpri os prazos com relação ao oferecimento da denúncia.Elementos gerais da Ação Penal PrivadaQuando o crime for de ação penal exclusivamente privada, para se instaurar o inquérito policial, o ofendido ou seu representante legal tem de oferecer requerimento à autoridade policial como condição para que seja instaurado o inquérito (CPP, art. 5.º, § 5.º). Por analogia o mesmo se com a lavratura de termo circunstanciado de ocorrência.Ocorrendo morte do ofendido ou sendo ele declarado ausente por

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decisão judicial, o direito de queixa-crime ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CP, art. 100, § 4;º).O ofendido ou seu representante legal deve oferecer queixa-crime dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que veio a saber quem é autor do crime. Se porém, trata-se de ação penal privada subsidiária da pública, o prazo começa a correr do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia (CP, art. 103).Ação Penal Privada com titularidade avocada pelo Ministério PúblicoArt. 101 do CP — “Quando a Lei considera como elemento ou circunstância do tipo penal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe a ação pública em relação àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do MP”. Teoria dos Crimes Complexos.O STF editou súmula 608 dirimindo as dúvidas com relação a este ponto: “No crime de estupro, praticado mediante violência real, a ação penal é pública incondicionada”.Art. 225 do CP – Nos crimes definidos nos capítulos anteriores, somente se procede mediante queixa.§ 1º – Procede-se, entretanto, mediante ação pública:I – se a vítima ou seus pais não podem prover às despesas do processo, sem privarse de recursos indispensáveis à manutenção própria ou da família;II – se o crime é cometido com abuso do pátrio poder, ou da qualidade de padrasto, tutor ou curador.§ 2º – No caso do nº I do parágrafo anterior, a ação do Ministério Público depende de representação.Com isso, podemos concluir que pode ocorrer, inclusive, prisão em flagrante, enquanto que a ação penal somente poderá ser proposta pelo querelante. Contudo, se tão logo não forem verificados os casos de possível avocação de titularidade pelo Ministério Público e não houver a manifestação formal da vítima ou de seu representante, não se deve iniciar o procedimento. Sendo recomendável o preenchimento de um Boletim de Ocorrência, onde se consigne a negativa da vítima.