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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Ciências Contábeis Luciane Cristina Prestelo Mangolin Renan da Silva Pardal Ronaldo Palharini FORMAS DE CONTRATAÇÃO DE TRABALHO E SUA APLICABILIDADE NA EMPRESA Baby’s Gula Restaurante Ltda Lins-SP LINS-SP 2009

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Ciências Contábeis

Luciane Cristina Prestelo Mangolin

Renan da Silva Pardal

Ronaldo Palharini

FORMAS DE CONTRATAÇÃO DE TRABALHO E

SUA APLICABILIDADE NA EMPRESA

Baby’s Gula Restaurante Ltda

Lins-SP

LINS-SP

2009

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LUCIANE CRISTINA PRESTELO MANGOLIN

RENAN DA SILVA PARDAL

RONALDO PALHARINI

FORMAS DE CONTRATAÇÃO DE TRABALHO E SUA APLICABILIDADE NA

EMPRESA

LINS-SP

2009

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Ciências Contábeis, sob a orientação do Prof.º M.Sc. Paulo Sergio Carenci e orientação técnica da prof.ª M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva.

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LUCIANE CRISTINA PRESTELO MANGOLIN

RENAN DA SILVA PARDAL

RONALDO PALHARINI

FORMAS DE CONTRATAÇÃO DE TRABALHO E SUA APLICABILIDADE NA

EMPRESA

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovada em:____/____/____

Banca Examinadora:

Prof.º Orientador: Paulo Sergio Carenci

Titulação: Mestre em Direito Constitucional pela Instituição Toledo de Ensino

de Bauru.

Assinatura:_________________________________

1º Prof(a): _______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:_________________________________

2º Prof(a): _______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:_________________________________

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DEDICATÓRIADEDICATÓRIADEDICATÓRIADEDICATÓRIA

Agradeço a DEUS por proporcionar somente alegria na minha vida, através

das minhas realizações e das pessoas que fazem parte da minha vida.

A minha mãe por estar sempre ao meu lado, dando seu apoio incondicional para

a realização deste sonho em todos os momentos da minha vida. Obrigada por todo este

amor e incentivo.

Aos meus irmãos que sempre me apoiaram e que são pessoas maravilhosas.

A minha avó e ao meu namorado que sempre estiveram ao meu lado, me dando

forças para seguir em frente, participando e colaborando em todas as etapas mais

importantes.

A toda minha Família...

Aqui deixo a todos que me ajudaram diretamente e indiretamente para a minha

formação como profissional e como pessoa realizada, obrigada.

AMO VOCÊS!!!!!

LUCIANE MANGOLIN

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DEDICATÓDEDICATÓDEDICATÓDEDICATÓRIARIARIARIA

Primeiramente agradeço a Deus por ter me ajudado a vencer mais uma etapa em

minha vida.

Dedico este trabalho a minha família, principalmente ao meu pai, minha mãe e

meus irmãos.

Dedico também a minha namorada, que sempre esteve ao meu lado, me dando

forças para seguir em frente, participando e colaborando em todas as etapas mais

importantes.

Dedico a todos os professores e amigos que colaboraram e me deram forças em

todos os momentos ao longo de todos esses anos, de forma com que pudesse me dedicar

inteiramente a esse trabalho.

Muito obrigado a todos.

Renan da Silva Pardal

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DEDICATÓRIADEDICATÓRIADEDICATÓRIADEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho, primeiramente a DEUS, por me dar forças e não me

deixar desanimar nas horas difíceis.

Aos meus filhos Gustavo e Eduardo, que por muitas noites tiveram que

suportar a minha ausência durante o período do curso. Amo vocês!

A minha esposa Izabel, pelo amor, dedicação, carinho e compreensão nas horas

mais turbulentas, não apenas na conclusão desse trabalho, mas em todos os momentos

que passa junto a mim. Amo você!

Aos meus pais que tanto amo.

Obrigado!

Ronaldo Palharini

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AGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOS

A DEUSA DEUSA DEUSA DEUS

Que sempre esteve ao nosso lado, em nossas quedas, fraquezas, lutas, vitórias e

derrotas. Por ter nos ensinado que o conhecimento é uma das únicas coisas que o

homem a conquista e ninguém o tira.

Obrigada por mais este presente que agora nos oferece.

A Empresa Baby`s Gula RestauranteA Empresa Baby`s Gula RestauranteA Empresa Baby`s Gula RestauranteA Empresa Baby`s Gula Restaurante

Por permitir que desenvolvêssemos nosso trabalho, abrindo espaço para que a

pesquisa fosse realizada.

Aos nossos professores e orientadoresAos nossos professores e orientadoresAos nossos professores e orientadoresAos nossos professores e orientadores

Obrigada pelo apoio, amizade, convívio e por nos apontarem um caminho.

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RESUMO

Atualmente o passivo com as obrigações trabalhistas pode ser o maior de uma empresa. O presente trabalho trata da importância da escolha na forma de contratação de trabalho, visando à adequação do tipo de trabalhador ideal, em contrapartida com o custo operacional da empresa. Pretendeu-se assim, em primeiro lugar, descrever as formas de contratações na qualidade de empregado, trabalhador autônomo, trabalhador eventual, trabalhador avulso, trabalhador doméstico, cooperativas, terceirização, menor aprendiz e estagiários de acordo com as legislações. Num segundo momento, demonstrar para a empresa de forma analítica, comparativa e contábil os custos da contratação, envolvendo não só as obrigações específicas, mas, abrangendo também as acessórias, a exemplo das obrigações trabalhistas, dos tributos e das contribuições. A identificação da melhor forma de contratação de empregados possibilita uma redução nos custos operacionais, porém, a empresa deve conhecer com profundidade todas as formas possíveis de contratação, desde admitir um empregado, ou contratar trabalhadores terceirizados na qualidade de autônomos e as cooperativas de trabalho. Hoje em dia muito se fala na questão da terceirização como forma de reduzir custos, por essa razão, demonstrou-se também as vantagens de desvantagens no processo de terceirização, que deve começar através de um planejamento do que se pretende terceirizar. Portanto, é fundamental ter uma visão estratégica daquilo que se pretende fazer dentro da empresa. Por fim, o estudo dá aos gestores uma visão comparativa entre contratar um novo empregado ou optar pelo pagamento de horas extras para atender as necessidades no dia a dia da empresa Baby´s Gula Restaurante Ltda. estabelecida na Rua Tomaz Antonio Gonzaga, n. 95 – Jardim Arapuã – Lins/SP, evitando assim custos desnecessários.

Palavras-chave: Formas de contratação de trabalho. Contrato de trabalho. Empregados.

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ABSTRACT

Currently, the liablities that labor bonds entail can be the biggest part of a company. In this sense, the theme of this work is brought about by the importance of choice in the matter of employment contracting, aimed at adequating the ideal type of worker with the operational costs of the business. It was intended to lead this task, firstly in describing the forms of contracting an employee, an autonomous worker, an eventual worker, an independent worker, a domestic worker, cooperative worker, outsourcing, an apprentices and trainees acoording to legislation; secondly, to demonstrate to the enterprise in analytical, comparative and accountable form the costs of hiring; involving not only specific obligations but also comprising the subsidiaries, such as labor bonds, taxes and contributions. The identification of the most efficient form of contracting employees makes the reduction of operational costs possible; however the enterprise must gain in-depth knowledge of possible forms of contracting, since hiring an employee or hiring out-sourced workers concerning the quality of autonomous and cooperative workers. Presently, out-sourcing is globally recognized as a method of reducing costs so that the advantages and disadvantages of out-sourcing became evident, which must begin through planning of what should be out-sourced. Its fundamental to have a strategic vision of what is intended to do within the company. Lastly, the study gives to administrators a comparative idea between hiring employees or paying overtime to attend the daily necessities of business Baby´s Gula Restaurante Ltda. established at 95 Tomaz Antonia Gonzaga Street – Jardim Arapuã – Lins SP, avoiding unnecessary costs.

Key-words: Forms of employment contracting. Work contract/Hiring. Employees/workers.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Número mínimo na contratação de aprendiz ...................................34

Quadro 2: Jornada de trabalho diferenciada.....................................................41

Quadro 3: Tempo de intervalo durante a jornada de trabalho ..........................46

Quadro 4: Períodos de ausências do empregado no trabalho..........................50

Quadro 5: Resumo salário e encargo social .....................................................57

Quadro 6: Encargos com INSS e FGTS ...........................................................58

Quadro 7: Tabela de percentuais para desconto do INSS................................58

Quadro 8: Encargos sociais previdenciários de responsabilidade e a cargo da

empresa............................................................................................................60

Quadro 9: Custos prováveis – faltas legais permissíveis..................................61

Quadro 10: Faltas justificadas e não justificadas..............................................61

Quadro 11: Despesas com encargos sociais trabalhador autônomo................62

Quadro 12: Vantagens e desvantagens para empresa contratante no caso de

empregado contratado pelo regime da CLT .....................................................64

Quadro 13: Vantagens e desvantagens para a empresa no contrato de

serviços prestados por terceirização.................................................................64

Quadro 14: Custos com contratação de um novo trabalhador X custos com

horas extras e reflexos......................................................................................73

Quadro 15: Rotatividade de empregados .........................................................74

Quadro 16: Horas extras e encargos com FGTS..............................................74

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CBO: Classificação Brasileira de Ocupações

CFC: Conselho Federal de Contabilidade

CLT: Consolidação das Leis do trabalho

CNPJ: Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica

CPF: Cadastro de Pessoa Física

CPTS: Carteira de Trabalho Previdência Social

CRC: Conselho Regional de Contabilidade

CREA: Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura

DAS: Documento de Arrecadação Simplificado

DRT: Departamento Regional de Trabalho

DSR: Descanso Semanal Remunerado

FGTS: Fundo de Garantia por Tempo de Serviços

INSS: Instituto Nacional da Seguridade Social

ISSQN: Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza

LTDA: Limitada

OAB: Ordem dos Advogados do Brasil

PIS: Programa de Integração Social

RG: Registro Geral

RPA: Recibo de Pagamento Autônomo

SENAC: Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAI: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SESI: Serviço Social da Indústria

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................13

CAPÍTULO I – A EMPRESA BABY´S GULA RESTAURANTE LTDA ............15

1 EMPRESA ESTAGIADA................................ ........................................15

1.1 Estrutura física e organizacional ............................................................15

1.2 Ampliação com a filial.............................................................................16

1.3 Departamento contábil ...........................................................................17

1.4 Quadro de empregados..........................................................................17

1.5 Procedimentos utilizados na contratação...............................................18

1.6 Percepção de mercado e franquia .........................................................18

1.7 Diferencial ..............................................................................................19

CAPÍTULO II – FORMAS DE CONTRATAÇÃO DE TRABALHO E S UA

APLICABILIDADE NA EMPRESA.......................... .........................................20

2 EMPREGADO........................................................................................20

2.1 Definição ................................................................................................20

2.1.1 Prática na contratação de empregado ...................................................21

2.2 Trabalhador autônomo ...........................................................................23

2.2.1 Prática na contratação de trabalhador autônomo...................................24

2.3 Trabalhador eventual .............................................................................25

2.4 Trabalhador avulso.................................................................................26

2.5 Empregado doméstico ...........................................................................27

2.6 Representante comercial autônomo.......................................................32

2.7 Prática na contratação do menor aprendiz.............................................33

2.8 Estagiário – Lei 11.788/2008..................................................................36

2.9 Jornada de Trabalho ..............................................................................39

2.9.1 Horas extras ...........................................................................................43

2.9.2 Hora compensatória e banco de horas ..................................................44

2.9.3 Hora turno ou revezamento....................................................................45

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2.9.4 Hora descanso ou intervalo....................................................................46

2.9.5 Hora in itinere ou itinerário ....................................................................47

2.9.6 Controle de horário.................................................................................47

2.9.7 Faltas e atrasos......................................................................................49

2.10 Contrato de Trabalho .............................................................................51

2.11 Terceirização – trabalho temporário.......................................................52

2.12 Sociedades cooperativas .......................................................................53

CAPÍTULO III – A PESQUISA.......................... ................................................56

3 INTRODUÇÃO .......................................................................................56

3.1 Relato da Pesquisa ................................................................................57

3.2.....Custo mensal de um empregado registrado na empresa regido pela

CLT ... ...............................................................................................................57

3.2.1 Contabilização da despesa de salários e encargos sociais ...................59

3.2.2 Custo total de um trabalhador contratado no regime de CLT.................59

3.3 Serviços prestados por trabalhador autônomo.......................................62

3.3.1 Contabilização da despesa e encargos sociais pelo serviço prestado

por trabalhador autônomo.................................................................................62

3.4 Empregado x terceirização – vantagens e desvantagens ......................63

3.5 Custo com um novo trabalhado x pagamento de horas extras e

reflexos .............................................................................................................65

3.6 Parecer Final ..........................................................................................73

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO .....................................................................76

CONCLUSÃO ...................................................................................................77

REFERÊNCIAS ................................................................................................78

APÊNDICES .....................................................................................................80

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INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, a empresa tem a necessidade de empregados

capacitados, porém apresenta dificuldade quanto ao conhecimento sobre a

legislação dos direitos e obrigações referentes aos trabalhadores.

A empresa deve conhecer com profundidade todas as formas possíveis

de contratação, desde admitir um empregado, ou contratar trabalhadores

terceirizados.

Pretendeu-se com a pesquisa, descrever as formas de contratação na

qualidade de empregado, autônomos, profissionais liberais, trabalhadores

domésticos e as cooperativas de trabalho e analisar as mais adequadas à

atividade da empresa. De forma analítica, comparativa e contábil, os custos da

contratação de cada espécie de trabalhador, envolvem não só as obrigações

específicas, mas abrange também as acessórias, a exemplo das obrigações

trabalhistas, dos tributos e das contribuições envolvidos em cada atividade.

A presente pesquisa tem como objetivos identificar e analisar as

diversas formas de contratação de trabalho, descrevendo os procedimentos

utilizados pela empresa na contratação de trabalhador. Desenvolveu-se

também uma análise entre contratação de empregado e a terceirização dos

serviços, a fim de identificar o melhor custo operacional para a empresa.

Durante a pesquisa exploratória surgiu a seguinte pergunta-problema:

A identificação da melhor forma de contratação de empregados

possibilita uma redução nos custos operacionais da empresa?

Em resposta a este questionamento, foi levantado a hipótese de que é

imprescindível para a empresa conhecer as diversas formas de contratações

que existem e adequá-las de acordo com suas necessidades, minimizando

seus custos operacionais.

Para demonstrar a veracidade da hipótese, foi realizada uma pesquisa

de campo na empresa Baby’s Gula Restaurante Ltda., constituída em 12 de

setembro de 2006, pelos sócios Karina Cecília Cuelher, Márcia Cristina Cuelher

e Marcelo Moraes Ferreira Pinto, com atividade voltada para o ramo alimentício

de restaurante, com sede nesta cidade de Lins/SP, na Rua Tomaz Antonio

Gonzaga n. 95, e filial na Rua São Vicente de Paula n. 480.

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14

Em razão do crescimento do mercado e para atender a demanda, a

empresa mantém uma grande rotatividade no quadro de trabalhadores

possuindo atualmente 36 empregados que exercem diversas funções.

Os métodos e as técnicas utilizados para o desenvolvimento da

pesquisa estão explicitados no capítulo III.

O trabalho está assim estruturado:

Capítulo I aborda sobre o histórico da empresa, sua evolução e

participação no cenário atual.

Capítulo II discorre o aspecto teórico das relações trabalhistas e os

vários entendimentos de autores consagrados pela literatura organizacional.

Capítulo III apresenta o estudo de caso realizado na empresa Baby’s

Gula Restaurante Ltda.

Por fim são apresentadas a proposta de intervenção e a conclusão.

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15

CAPÍTULO I

A EMPRESA BABY’S GULA RESTAURANTE LTDA.

1 EMPRESA ESTAGIADA

A empresa Baby´s Gula Restaurante Ltda., localiza-se na Rua Tomaz

Antonio Gonzaga, n. 95, bairro Jardim Arapuã, Lins/SP. Tem sua atividade

voltada para o ramo alimentício de restaurante. Constituída em 12 de Setembro

de 2006, inicialmente pelas sócias Karina Cecília Cuelhar e Márcia Cristina

Cuelhar. Em 2008, a sócia Márcia Cristina Cuelhar retirou-se da sociedade,

entrando em seu lugar Marcelo Moraes Ferreira Pinto, que permanece até a

presente data no quadro societário. Apesar da alteração contratual a empresa

mantém o mesmo endereço e a razão social inicialmente constituída.

1.1 Estrutura física e organizacional

Instalada em um imóvel com aproximadamente 150 metros quadrados,

distribuídos por setores tais como: cozinha, mantida em perfeito estado de

higiene e limpeza, onde é realizado o preparo dos alimentos, área de refeição

aos clientes com mesas e cadeiras e TV LCD, balcão para atendimento, caixa,

espaço com brinquedos para diversão das crianças, sanitário masculino e

feminino e sala da administração.

No ramo alimentício, a empresa deve tomar diversas precauções, tais

como: limpeza frequente em todos os setores, realizada por empregado próprio

da empresa, armazenamento de produtos perecíveis em câmara fria, freezer,

geladeira. A empresa mantém controle de qualidade e higiene e prazo de

vencimentos dos produtos utilizados no preparo de refeições e, ainda,

renovação da licença de funcionamento expedida anualmente pela secretária

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da vigilância sanitária, vistoria do corpo de bombeiro nas instalações e

equipamentos de segurança contra incêndio.

A grande competitividade no mercado exige cada vez das empresas um

atendimento de primeira linha, por esse motivo, a empresa utiliza 03 linhas

telefônicas, computadores com acesso a internet banda larga e rede sem fio

wireless disponível aos clientes, website, para consultas on-line, de cardápios e

promoções, entregas em domicílio em horário de expediente.

1.2 Ampliação com filial

Nota-se que a empresa tem apenas três anos de atividade, nesse

período conquistou seu espaço no mercado e a confiança da população de

Lins e região. Em busca do crescimento no ramo alimentício, os sócios

decidiram constituir uma filial; localizada na Rua São Vicente de Paula, n. 480 –

bairro Ribeiro – Lins/SP, com a finalidade de operar como central de produção

e distribuição dos produtos comercializados pela matriz.

A filial iniciou suas atividades em 2008, após o projeto ser apresentado à

Prefeitura Municipal de Lins, que concedeu aos sócios um terreno com

1.263,68 metros quadrados para construção e instalação, proporcionando

novas oportunidades de empregos e benefícios ao município.

Na central de produção, é realizada toda linha de produtos sob a

supervisão e orientação da sócia Karina Cecília Cuelhar formada em Nutrição.

Parte da produção é destinada à matriz. O transporte da produção é feito por

veículo próprio da empresa, com toda higiene, segurança e estado de

conservação. O restante da produção é armazenado em câmara fria para

manter a excelente qualidade e conservação dos produtos.

Atualmente a filial possui 5 trabalhadores que exercem diversas funções

desde cozinheiros até a gerência. Assim, como é realizado na matriz, a limpeza

e higiene de todo setor é feita diariamente pelos próprios empregados.

A administração fica a cargo e responsabilidade da sócia Karina Cecília

Cuelhar, enquanto o sócio Marcelo Moraes Ferreira Pinto é responsável pela

administração da matriz.

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1.3 Departamento contábil

A contabilidade da empresa é terceirizada, tendo como responsável o

escritório Lupa Contabilidade Ltda., estabelecido na Rua Luiz Gama, n. 269 –

Centro – Lins/SP, de propriedade dos senhores Paulo Sérgio Carenci e José

Luiz Requena, devidamente habilitados e inscritos no Conselho Regional de

Contabilidade - CRC, o qual executa a escrituração contábil e fiscal, seguindo

as normas e princípios fundamentais da contabilidade.

Frequentemente o funcionário do escritório responsável pelos serviços

externos passa na empresa para buscar toda documentação necessária para

escrituração fiscal e contábil, tais como: notas fiscais de compras, talonários de

notas fiscais de vendas, cupom fiscal de vendas, boletos pagos de

fornecedores, despesas de água, luz, telefone e aluguel, extratos bancários de

conta corrente e aplicações financeiras. O escritório Lupa, ao receber toda

documentação, efetua os lançamentos contábeis. Em seguida é feita à

apuração do imposto federal unificado denominado Documento de

Arrecadação Simplificado - DAS, cujo vencimento se estende até o dia 20 do

mês subsequente aos lançamentos. Após os lançamentos e apuração do

imposto, é realizada a conciliação das contas do balancete mensal para

conferências de saldos. Ao final do exercício são impressos os livros fiscais,

como: Livro de Registro de Entradas, Livro de Registro de Saídas, Livro de

Registro de Inventário, Livro Diário e Livro Razão.

Em relação ao departamento pessoal, toda a movimentação de

empregados, da folha de pagamento e seus encargos sociais, também são

executados pelo escritório Lupa.

Anualmente, para cumprir a legislação federal e estadual, o escritório

realiza a entrega do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Declaração do

Simples Nacional.

Para total despreocupação da empresa em relação às normas, critérios

contábeis e as atuais mudanças na Legislação, o escritório Lupa mantém uma

equipe de profissionais atualizados e prontos para esclarecer qualquer dúvida.

1.4 Quadro de empregados

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Em razão do crescimento do mercado e para atender a demanda, a

empresa mantém uma grande rotatividade no quadro de trabalhadores.

A empresa possui atualmente 30 empregados, distribuídos entre matriz

e filial, exercendo diversas funções. Para o bom andamento da atividade e

crescimento no mercado, a escolha do trabalhador ideal e capacitado é

essencial.

1.5 Procedimentos utilizados na contratação

As diversas oscilações no mercado exigem da empresa a contratação de

trabalhadores responsáveis e capacitados para desempenharem as funções no

dia a dia.

Na contratação de empregados, o sócio Marcelo Moraes Ferreira Pinto

realiza entrevista com o candidato à vaga, colhendo informações sobre

experiência profissional, escolaridade, referências de empregos anteriores.

Caso o candidato se encaixe no perfil da empresa, é solicitada a Carteira de

Trabalho e Previdência Social CTPS, para anotação, juntamente com uma foto

3x4, atestado admissional, quando possuírem filhos menores de 14 anos de

idade é solicitada a certidão de nascimento e comprovante de vacinação,

utilizado para recebimento do salário-família determinado por lei.

Em seguida, toda documentação é entregue ao escritório responsável

pelo departamento pessoal o qual efetuará o registro no Livro de Registro de

Empregado e no sistema da folha de pagamento. Entretanto, o empregado é

registrado em caráter experimental de até 90 dias.

1.6 Percepção de mercado e franquia

O crescimento da empresa no ramo alimentício é a oportunidade para

alavancar de vez a sua atividade e se expandir no mercado. Atentos a esse

crescimento, os sócios criaram um projeto para venda de franquias, ou seja,

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levar o nome e os produtos da empresa para várias cidades através de

franqueados. O primeiro contrato de venda de franquia foi efetuado para um

empresário da cidade de Assis/SP.

As franquias da empresa têm apresentado ótimos desempenhos e vêm

se revelando empreendimentos com atrativas margens de lucros e retorno aos

franqueados, quando comparadas com as diversas oportunidades financeiras

existentes no mercado.

Para ser um franqueado, é desejável que o candidato possua habilidade

comercial e administrativa, alem de outras características como:

a) gostar do segmento de alimentação;

b) confiar no sistema empresarial de franquias;

c) ter senso de organização e espírito empreendedor;

d) tempo para se dedicar ao negócio.

No entanto, não é preciso ter experiência no ramo de alimentação, pois

a empresa possui programas de treinamentos que capacitam e qualificam os

franqueados a desempenharem com excelência suas atribuições.

1.7 Diferencial

A central de produção proporciona padronização nos produtos, melhor

acompanhamento nutricional no preparo dos alimentos e garantia de qualidade.

Tudo isso faz com que o franqueado trabalhe com um quadro reduzido de

trabalhadores em comparação com outras empresas do mesmo segmento

aumentando consideravelmente os lucros.

O espaço infantil torna o ambiente agradável para as crianças e

tranquilidade para as famílias, sendo uma ótima opção para festa e

confraternizações. Além disso, todas as lojas possuem sistema de internet

banda larga wireless, dando maior mobilidade para seus clientes e

proporcionando um excelente local para reuniões e almoços de negócios.

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CAPÍTULO II

FORMAS DE CONTRATAÇAO DE TRABALHO E SUA APLICABILID ADE

NA EMPRESA

2 EMPREGADO

Muitos problemas na esfera trabalhista devem-se à falta de

conhecimento por parte dos empregadores, da exata definição legal de

empregado. Atualmente é comum nas empresas pessoas trabalhando na

condição de empregado, com todas as qualidades e requisitos tipificadas no

artigo 3º da CLT, todavia, são contratados como meros prestadores de

serviços, gerando assim a possibilidade de futuros problemas trabalhistas e

elevação do custo para a empresa.

2.1 Definição

Nem todas as leis trabalhistas dos países industrializados e emergentes

definem empregado, o que mostra que não há unanimidade sobre o tema, pois

não é fácil definir empregado quando se tratar de caso concreto, pois, há uma

pequena diferença entre o vínculo de emprego e outra classe de trabalhador,

no exemplo de trabalhador autônomo. (DELGADO, 2009)

No Brasil, o artigo 3º da Consolidação das Leis do Trabalho – (CLT)

contém os elementos necessários para a sua definição. De acordo com o artigo

3º da CLT, “considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços

de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante

salário”.

Empregado é de toda pessoa natural que contrate, tácita ou

expressamente, a prestação de seus serviços a um tomador, a este efetuados

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com pessoalidade, onerosidade, não-eventualidade e sob subordinação ao

tomador. Seja brasileiro ou estrangeiro, maior ou menor, homem ou mulher

observada certas proibições ou normas de capacidade.

Além dos requisitos que dizem respeito à dignidade da pessoa, outros,

de natureza objetiva, concorrentes às condições em que o trabalho é prestado,

são igualmente necessários, como a remuneração e a duração ou continuidade

do trabalho.

Segundo Martins (1998), empregado é uma pessoa que recebe salários

pela prestação de serviços ao empregador. É da natureza do contrato de

trabalho ser este oneroso, pois não existe contrato de trabalho gratuito.

2.1.1 Prática na contração de empregado

No processo de admissão, é exigido que o empregado apresente ao

empregador os documentos de identificação e qualificação pessoal. E o

empregador fará o registro do novo empregado, dando cumprimento a suas

obrigações trabalhistas e previdenciárias.

Alguns destes documentos são de apresentação obrigatória por lei,

outros exigidos por determinadas categorias, e outros, ainda, por liberalidade

do empregador. Tais documentos são:

a) propostas de emprego;

b) carteira de trabalho e previdência social – CTPS;

c) cédula de identidade – RG;

d) título de eleitor;

e) certificado de reservista ou prova de alistamento no serviço militar –

para candidato do sexo masculino e maiores de 18 anos;

f) cadastro de pessoa física – CPF;

g) atestado médico de capacitação funcional;

h) foto 3x4;

i) carteira de habilitação profissional expedida por órgão de classe:

CRC – para admissão de contabilista, OAB – para admissão de

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advogados, CREA – para admissão de engenheiros e arquitetos e

outros;

j) certidão de casamento – se for casado;

k) certidão de nascimentos dos filhos menores de 14 anos ou inválidos

de qualquer idade para os fins de pagamento do salário-família;

l) cartão da criança, de até 6 anos de idade, e comprovação semestral

de frequência escolar a partir dos 7 anos de idade, para os fins de

pagamento do salário-família;

m) documento de cadastramento do trabalhador no PIS ou a

correspondente anotação na CTPS - para evitar novo cadastramento;

n) contribuição sindical relativa ao exercício - se houver;

o) atestado liberatório para contratação de artistas - documento firmado

pelo empregador anterior, declarando que o contrato que mantinha

com o artista foi extinto;

p) atestado de antecedentes criminais (a critério exclusivo do

empregador);

q) declaração requerendo ou rejeitando o vale transporte.

Entretanto, alguns documentos exigidos pelo empregador merecem

atenção, tais como:

a) atestado de antecedentes criminais: a legalidade da exigência do

atestado de antecedentes criminais é discutível, uma vez que ele não

figura entre os documentos de apresentação obrigatória e pode,

ainda, gerar a presunção de tratamento discriminatório. A lei 7.115/83

em seu artigo 1º estabelece que a declaração de bons antecedentes,

firmada pelo próprio interessado e sob as penas da lei, presume-se

verdadeira;

b) atestado de gravidez e esterilização: é considerado crime a exigência

de teste, exame, perícia, laudo, atestado, declaração ou qualquer

outro procedimento relativo à esterilização ou atestado de gravidez;

c) experiência superior a 6 meses: a CLT, em seu artigo 442-a,

estabelece que para fins de contratação, o empregador não poderá

exigir do candidato a emprego comprovação de experiência prévia

por tempo superior a 6 meses no mesmo tipo de atividade;

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d) proibição de retenção de documentos: nenhuma pessoa física ou

jurídica poderá reter qualquer documento de identificação pessoal,

ainda que apresentado por fotocópia autenticada. Constitui

contravenção penal, punível com pena de prisão simples de 1 a 3

meses ou multa, a retenção de qualquer documento.

2.2 Trabalhador autônomo

O trabalhador autônomo consiste, entre todas as figuras próximas à do

empregado, naquela que tem maior generalidade, extensão e importância no

mundo contemporâneo. Na verdade, as relações autônomas de trabalho

reúnem um leque bastante diversificado, guardando até mesmo razoável

distinção entre si. (DELGADO, 2009)

A CLT não se aplica ao trabalhador autônomo, apenas a empregado.

Desse modo não se encontra uma definição de trabalhador autônomo na

norma consolidada.

A legislação previdenciária ocupa-se do trabalhador autônomo, pois este

é considerado segurado em seu sistema. Verifica-se na alínea b do inciso IV do

artigo 12 da Lei 8.212/91, que o trabalhador autônomo é a pessoa física que

exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins

lucrativos ou não.

O trabalhador autônomo é, portanto, a pessoa física que presta serviços

habitualmente por conta própria a uma ou mais pessoas, assumindo os riscos

de sua atividade econômica. Dessa forma, o trabalhador autônomo não é

subordinado como o empregado, não está sujeito ao poder de direção do

empregador, nem tem horário de trabalho, podendo exercer livremente a

atividade, no momento que desejar, de acordo com sua conveniência.

Distingue-se o trabalhador autônomo do eventual, pois o primeiro presta

serviços com habitualidade e o segundo, ocasionalmente, esporadicamente.

A diferença fundamental entre o trabalhador autônomo e o empregado é

a existência da subordinação e pessoalidade, o recebimento de ordens por

parte do empregador. Entretanto, há dificuldades, em certos casos, em se

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verificar se existe ou não esse elemento para a definição da relação de

emprego. Segundo Martins (1998), somente o requisito subordinação poderá

dirimir a controvérsia, verificando-se o número de ordens a que a pessoa está

sujeita, para evidenciar ou não o vínculo de emprego.

Atualmente, fala-se muito em reforma previdenciária, seja pela

necessidade de recursos para previdência ou por conta dos altos custos e

obrigações impostas que oneram a atividade da empresa. Enquanto tais

reformas não são promovidas, as empresas debatem-se na tentativa de

competir e muitas vezes, sobreviver.

A busca de custos de mão de obra mais favoráveis e a tentativa de

evitar a informalidade têm levado à contratação de prestadores de serviços

sem vínculos empregatícios, ou seja, de trabalhadores autônomos. Essa

alternativa parece atraente, sobretudo se considerar os pesados encargos e as

inúmeras incidências sobre a folha de pagamento dos empregados para a

empresa. No entanto, existem obrigações para a contratante que podem

configurar um quadro não tão vantajoso.

A legislação previdenciária estabelece a obrigatoriedade do recolhimento

aos cofres da seguridade social de 20% sobre a remuneração ou retribuição

paga ou creditada ao contribuinte individual. Essa contribuição é custo da

empresa que não está sujeito a limite. Isto vale para todos os valores

creditados à pessoa física que não tenham vínculo de emprego, ou seja, o

trabalhador autônomo que venha prestar serviços à empresa.

De acordo com o artigo 4º da Lei 10.666, a partir de abril de 2003,

passou também a ser exigida a retenção de 11% sobre os valores pagos,

respeitando-se o teto máximo de contribuição previdenciária. Embora essa

parcela deva ser descontada da remuneração devida ao prestador dos

serviços, há o aspecto burocrático do controle do recolhimento correto.

2.2.1 Prática na contratação de trabalhador autônomo

Ao se contratar um trabalhador autônomo, a empresa deve tomar

cuidados para que o benefício não se transforme em um risco desnecessário.

Para isso, a empresa deve observar os seguintes pontos:

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a) estabelecer contrato de prestação de serviços, vinculando-o ao

serviço a ser prestado e as datas de início e término da execução do

mesmo;

b) caracterizar a não subordinação hierárquica e a inexistência de

horário específico de entrada e saída do prestador de serviço;

c) obter a cópia da inscrição do autônomo no INSS como prestador de

serviços ou contribuinte avulso. Caso não tenha, solicitar que a

mesma seja providenciada;

d) obter cópia da inscrição municipal;

e) exigir RPA – recibo de pagamento autônomo, para pagamento dos

honorários referentes à prestação de serviços;

f) obter cópia do recolhimento do ISSQN do autônomo, referentes aos

meses em que o mesmo prestou serviços para a empresa

contratante.

2.3 Trabalhador eventual

Uma das figuras de prestadores de trabalho que mais se aproximam do

empregado é a do trabalhador eventual. A alínea a do inciso VI do artigo 12 da

Lei 8.212/91 dá o conceito do que vem a ser o trabalhador eventual: “aquele

que presta serviços de natureza urbana ou rural em caráter eventual, a uma ou

mais empresas, sem relação de emprego”.

Martins (1998, p.137) assim define: “O trabalhador eventual é a pessoa

física contratada apenas para trabalhar em certa ocasião específica: trocar uma

instalação elétrica, consertar o encanamento etc. Terminando o evento, o

trabalhador não mais irá à empresa”.

O trabalho prestado em caráter eventual é o que é ocasional, fortuito,

esporádico. Não se pode, contudo, considerar como eventual o fato de que o

trabalho não se insere na vida social da empresa. Existem trabalhadores que

prestam serviços à empresa, embora não estejam incorporados a sua atividade

normal, ou seja, a função exercida por este não pode estar ligada a atividade

preponderante da empresa. É o caso do eletricista que trabalha na indústria

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automobilística. Apesar de essa indústria não ter por atividade questões que

envolvem eletricidade, mas a produção de veículos automotores, o trabalhador

que presta serviços com habitualidade é considerado empregado. Por outro

lado, se o eletricista vai uma vez ou outra para reparar as instalações elétricas

daquela empresa, aí, sim, estará caracterizada a eventualidade, pois o

trabalhador foi contratado apenas para determinado evento na empresa, ou

seja, reparar sua instalação elétrica.

O eventual vai ser aquela pessoa que trabalha de vez em quando, ao contrário do empregado que trabalha habitualmente. Há uma descontinuidade na prestação de serviços. É o que ocorre com os chapas que trabalham para várias empresas, carregando e descarregando mercadorias. O mesmo acontece com o bóia-fria, que um dia presta serviço para uma fazenda, noutro dia presta serviços à outra, e assim por diante. (MARTINS, 1998, p. 137)

A CLT não se aplica ao trabalhador eventual e seus direitos

previdenciários são equiparados ao trabalhador autônomo.

2.4 Trabalhador avulso

O trabalhador avulso é a pessoa que presta serviço a diversas

empresas, sem vínculo empregatício, de natureza urbana ou rural, sendo

sindicalizado ou não, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria

profissional ou do órgão gestor de mão de obra. Não presta serviços com

pessoalidade, pois o trabalhador pode ser substituído por outra pessoa. Ao

tomador não importa quem irá realizar o trabalho e sim, que o trabalho seja

realizado.

De acordo com Delgado (2009), o trabalhador avulso está incluso nas

categorias diferenciadas, ou seja, somente tem esse título se estiver filiado e

intermediado pelo seu sindicato de classe.

O trabalhador avulso possui características como: a liberdade na

prestação de serviços, a possibilidade da prestação de serviços a mais de uma

empresa, como na prática já ocorre. O órgão sindical é que faz a intermediação

da mão de obra, colocando os trabalhadores onde é necessário o serviço,

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cobrando posteriormente um valor pelos serviços prestados, já incluindo os

direitos trabalhistas e os encargos previdenciários e fiscais; o curto período de

tempo em que o serviço é prestado ao beneficiário.

A diferença do trabalhador avulso para o eventual, é que o primeiro tem todos os direitos previstos na legislação trabalhista, enquanto o eventual só tem direito ao preço avançado no contrato e à multa pelo inadimplemento do pacto, quando for caso. O avulso presta serviços numa atividade permanente, enquanto a atividade do eventual é esporádico, ocasional no âmbito da empresa. (MARTINS, 1998, p.139)

A título de exemplo, o trabalhador avulso é: o estivador, o conferente de

carga e descarga, o amarrador da embarcação do porto, quem trabalha no

meio rural, ensacador de café ou de cacau.

Com passar do tempo, o trabalhador avulso conquistou vários

benefícios, tais como: 13º salário, FGTS, direito ao repouso semanal

remunerado, salário-família e férias remuneradas com acréscimo de 1/3.

A Constituição Federal estabeleceu a igualdade de direitos entre o

trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.

2.5 Empregado doméstico

O empregado doméstico é regido pela Lei 5.859/72, que em seu artigo

1º define: “Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta

serviço de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à

família, no âmbito residencial destas, aplica-se o disposto nesta Lei”.

Assim, empregado doméstico é a pessoa física que, com intenção de

ganho, trabalha para outra pessoa física, no âmbito residencial desta, desde

que não tenha qualquer finalidade lucrativa e que o trabalho seja desenvolvido

com continuidade.

Tecnicamente, empregado doméstico é pessoa física que presta, com

pessoalidade, onerosidade e subordinadamente, serviços de natureza contínua

e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, em função do âmbito

residencial desta. (DELGADO, 2009)

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Nota-se que o doméstico difere do empregado comum, na expressão,

não eventual para um e contínua para o outro. A diferença é grande, pois o

empregado comum pode ser considerado empregado com apenas dois dias de

serviços em um ano, ou uma vez por semana para o mesmo empregador, em

vista de que o termo utilizado para ele é não eventual. Para empregado

doméstico, a prestação de serviços tem que ser continuada, em vista da

aplicação pela Lei da expressão de natureza contínua, ou seja, somente se

considera empregado doméstico aquela pessoa que trabalha no âmbito

residencial de uma pessoa física que não tenha fins lucrativos se esse trabalho

for realizado por mais que três vezes na semana.

Caso contrário, a contratação se dá na forma de trabalhador eventual,

no caso, se for realizado em uma residência de diarista, sem a proteção da Lei.

Na relação empregatícia doméstica, a pessoalidade ganha destacada intensidade, colocando a função doméstica no rol das que têm elevada fidúcia com respeito à figura do trabalhador. Não se trata, é claro, de uma fidúcia que envolva poderes de gestão ou representação, obviamente. Porém, trata-se de fidúcia mais acentuadas do que o padrão empregatício normal, principalmente em função da natureza dos serviços prestados – estritamente pessoais – e do local específico de sua prestação, o âmbito familiar doméstico. (DELGADO, 2009, p. 349)

Segundo Martins (1998), é importante analisar profundamente a

qualidade de ser ou não empregado doméstico, pois este é protegido pela Lei

5.859/72, com direitos criados pela Constituição Federal; no caso do diarista,

não há qualquer respaldo legal para pagamento de tais direitos.

A Constituição Federal de 1988, através do artigo 7º, em seu parágrafo

único, atribuiu vários direitos ao empregado doméstico, conforme se menciona

a seguir: “São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os

direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem

como, sua integração à previdência social”.

Portanto, hoje o regime jurídico do doméstico está subordinado à Lei

5.859/72 e à Constituição Federal de 1988, artigo 7º, parágrafo único, que lhe

assegura diversos direitos a seguir discriminados:

a) IV - salário mínimo;

b) VI - irredutibilidade de salário;

c) VIII - 13º salário;

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d) XV - repouso semanal remunerado;

e) XVII - férias anuais remuneradas em pelo menos um terço a mais do

que o salário normal;

f) XVIII - licença a gestante de 120 dias;

g) XIX - licença a paternidade de cinco dias;

h) XXI - aviso prévio no mínimo de trinta dias;

i) XXIV - aposentadoria;

j) Parágrafo único - integração à Previdência Social.

Então, o diarista intermitente como a lavadeira, arrumadeira, ou

passadeira, não está em princípio protegido pela Lei dos domésticos, mesmo

que compareça certo dia por semana, de acordo com a Lei 5.859/72, pois esta

se destina apenas ao serviço realizado de natureza contínua, não se fala em

habitualidade, como no caso do empregado comum.

As circunstâncias que separam o empreendimento empresarial, de um

lado, e a dona-de-casa, de outro, são exatamente o que se extrai da expressão

da Lei de natureza contínua, e a imposição de que o trabalho doméstico seja

realizado no âmbito da residência do empregador. Assim, mesmo que uma

pessoa preste serviços apenas uma vez por semana em clubes esportivos ou

de apostas nos fins de semana, não estão na qualidade de doméstico, em

razão da imposição da Lei.

Não são considerados domésticos os serviços aplicados às instituições

assistenciais, mesmo sem fins lucrativos, atividades comerciais, como por

exemplo, a lavadeira de hotel, pensão, cozinheira de uma indústria, de uma

empresa comercial, ou as atividades características de um profissional liberal.

Entretanto, o motorista será ou não empregado doméstico, conforme o

caso: se estiver a serviço dos membros da família, sim; porém, se estiver a

serviço de atividade comercial de seu patrão, não. Também o jardineiro poderá

prestar serviços exclusivos à residência de quem o contratou, ou da mesma

forma pode prestar serviços no imóvel de uma atividade comercial, assistencial,

com ou sem fins lucrativos.

Pode, inclusive, existirem situações em que se tornará necessário

distinguir estimativa percentual na prestação do trabalho, como é o exemplo da

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empregada doméstica prestando serviços no lar durante a manhã e, no período

da tarde, prestando serviços ou sua colaboração na farmácia do patrão.

Nesse caso, como inexiste norma legal expressa, é mais equitativa a

pretensão do legislador de ignorar a existência relações paralelas, absorvendo-

as naquela que tiver maior proteção legal.

Como também o trabalho prestado em uma chácara de lazer ou recreio

é doméstico, porém, se houver produção, criação ou plantação para serem

comercializadas, mesmo temporariamente, deixa de ser. Entretanto, a venda

de produção insignificante não retira o caráter de doméstico, ao contrário a

atividade do trabalhador passa a ser regulada pela Lei do trabalhador rural n.

5.889/73.

A licença gestante da empregada doméstica está prevista no inciso

XVIII, do artigo 7º, da Constituição Federal de 1.988. São devidos os

respectivos salários correspondentes a cento e vinte dias, que de maneira geral

são pagos pela Previdência Social, ou se for o caso, pelo empregador, em caso

de irregularidade da contratação.

Com a edição da Lei 11.324/2006, foi alterada a Lei 5.859/72, (lei de

regência do empregado doméstico), a empregada doméstica gestante passou

a ter direito à estabilidade provisória de até cinco meses após o parto,

conforme estabelece o artigo 4º.

A Medida Provisória n. 1.986-2, de 10 de fevereiro de 2.000,

regulamentada pelo decreto n. 3.361, de 10/02/2000, tenta instituir ao

empregado doméstico o direito do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço -

FGTS.

Porém, trata-se de ato facultativo ao empregador a inscrição ou

concessão do FGTS. Então, cabe aos empregadores domésticos a opção e o

bom senso em atribuir ao doméstico os benefícios do FGTS.

Para o empregado doméstico, restará sempre a dúvida se terá ou não

acesso ao fundo de garantia, pois essa decisão cabe exclusivamente ao

empregador.

A base legal para o acesso ao FGTS é a própria Lei que o regulamenta,

n. 8.036 de 11 de maio de 1.990, que prevê o percentual de 8%, sobre o valor

da remuneração do empregado, pago pelo empregador.

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Para a inclusão no sistema do FGTS, o empregado doméstico deve

requerer essa condição ao empregador, porém, a inclusão é facultativa, sem

qualquer punição ao empregador. Uma vez efetivado o depósito do primeiro

mês na conta vinculada do empregado, este fica automaticamente vinculado ao

sistema, que é irretratável com relação ao vínculo (daquele empregador) e

sujeita o empregador às regras e obrigações impostas pela Lei 8.036/90, que

regulamenta o FGTS aos empregados urbanos e rurais.

O órgão gestor do FGTS é a Caixa Econômica Federal, que dita as

normas e os procedimentos da forma de recolhimento e levantamento dos

saldos pelo empregado.

O artigo 4º, do decreto 3.361/2000, que regulamenta o FGTS ao

empregado doméstico, traz em seu texto as formas e condições para a

obtenção do seguro desemprego do empregado doméstico.

Conforme estabelece o artigo 4º para se habilitar ao seguro

desemprego, o trabalhador deverá apresentar ao órgão competente do

Ministério do Trabalho e Emprego:

a) Inciso I – CTPS, na qual deverá constar a anotação do contrato de

trabalho doméstico e a data da demissão, de modo a comprovar o

vínculo empregatício, como doméstico, durante pelo menos quinze

meses, nos últimos vinte e quatro meses;

b) Inciso II – termo de rescisão do contrato de trabalho atestando a

dispensa sem justa causa;

c) Inciso III – comprovantes dos recolhimentos da contribuição

previdenciária e do FGTS, durante o período referido no inciso I, da

condição de empregado doméstico;

d) Inciso IV – declaração de que não está em gozo de nenhum

benefício de prestação continuada da previdência social, exceto

auxílio acidente e pensão por morte;

e) Inciso V – declaração de que não possui renda própria de qualquer

natureza suficiente à sua manutenção e de sua família.

Então, para que o trabalhador doméstico tenha direito ao seguro

desemprego é necessário obedecer a alguns princípios básicos:

a) que seu empregador o inscreva no sistema do FGTS, depositando

mensalmente em sua conta vinculada;

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b) que tenha sido incluído no sistema do FGTS pelo menos durante o

período de quinze meses, nos últimos vinte e quatro meses; portanto,

o trabalhador doméstico somente terá acesso ao seguro desemprego

após quinze meses de contribuição com o FGTS.

Dessa forma, o direito ao seguro desemprego do trabalhador doméstico,

está vinculado com sua condição e inscrição pelo empregador no FGTS. Além

disso, deve se atentar que o prazo para obtenção desse benefício é de quinze

meses a contar do primeiro acesso ao FGTS.

A partir do primeiro recebimento do benefício do seguro desemprego, o

novo direito será concedido após dezesseis meses contados do último

benefício.

É necessário esclarecer que com o primeiro recolhimento efetuado pelo

empregador ao FGTS, o trabalhador doméstico já cria vínculo com o sistema a

partir daquela data, porém, quanto ao direito ao seguro desemprego, somente

existirá a cada dezesseis meses de recolhimento do FGTS, mesmo que for de

forma descontínua, ou por um ou mais empregadores, o que vale é a somatória

do prazo estipulado. O valor do seguro desemprego será o correspondente a

um salário mínimo, por um período de três meses, mesmo que o trabalhador

tenha remuneração maior, obedecendo a um intervalo de dezesseis meses

entre um recebimento e outro.

2.6 Representante comercial autônomo

A representação comercial autônoma é regulada pela Lei n. 4.886 de 09

de dezembro de 1965, com alterações introduzidas pela Lei n. 8.420 de 08 de

maio de 1992.

A representação comercial autônoma poderá ser exercida por pessoa

física ou jurídica, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não

eventual, por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de

negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos para transmiti-los aos

representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos

negócios.

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O interessado deverá obrigatoriamente registrar-se no conselho regional

de representantes comerciais conforme determina o artigo 2º da Lei 4.886/65.

De acordo com o artigo 3º da Lei 4.886/65, o candidato a registro como

representante comercial, deverá apresentar:

a) fotos 3x4;

b) prova de identidade;

c) prova de quitação com o serviço militar, quando a ele obrigado;

d) prova de estar em dia com as exigências da legislação eleitoral –

título de eleitor e comprovante de que votou na ultima eleição ou

justificativa;

e) folha-corrida de antecedentes, expedida pelos cartórios criminais das

comarcas em que o registrado houver sido domiciliado nos últimos

dez (10) anos;

f) quitação da contribuição confederativa devida ao Sindicato dos

Representantes Comerciais e das Empresas de Representação

Comercial.

Entretanto, estão impedidos de exercer a representação comercial:

a) o que não pode ser comerciante;

b) o falido não reabilitado;

c) o que tenha sido condenado por infração penal de natureza

infamante, tais como falsidade, estelionato, apropriação indébita,

contrabando, roubo, furto, lenocínio ou crimes também punidos com

a perda de cargo público;

d) que estiver com seu registro comercial cancelado como penalidade.

2.7 Prática na contratação do menor aprendiz

Segundo o artigo 18º da Lei 11.180 de 23 de Setembro de 2005, o

contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por

escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a

assegurar o maior de quatorze e menor de vinte e quatro anos de idade,

inscrito em programas de aprendizagem, formação técnico-profissional

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metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e

o aprendiz, a executar com zelo e diligência, as tarefas necessárias a essa

formação. No entanto, o contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado

por mais de dois anos.

A jornada de trabalho do menor aprendiz é de 6 horas diárias, ficando

vedada a prorrogação e a compensação da jornada de trabalho, podendo

chegar até 8 horas diárias desde que o aprendiz tenha completado o ensino

fundamental e se nelas forem computadas as horas destinadas à

aprendizagem teórica.

A jornada do aprendiz compreende as horas destinadas às atividades

teóricas e práticas, simultâneas ou não, cabendo à entidade qualificada em

formação técnico-profissional metódica fixá-las no plano do curso.

Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e

matricular nos cursos dos serviços nacionais de aprendizagem – SESI, SENAI,

SENAC, número de aprendiz equivalente a 5%, no mínimo, e 15% no máximo,

dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções

demandem de formação profissional.

Entende-se por estabelecimento todo complexo de bens organizado

para o exercício de atividade econômica ou social do empregador, que se

submeta ao regime da CLT.

Requer observar que os 5% obrigatórios mínimos devem incidir somente

sobre o total de empregados que ocupem funções que demandem

aprendizagem, e não sobre o total de empregados do estabelecimento

empresarial, por exemplo:

n. de empregados do estabelecimento 300

n. de empregados que ocupam funções que demandam aprendizagem 100

n. de aprendizes a serem contratados, no mínimo 5

Fonte: Adaptado da Lei 11.180, de 23 de setembro de 2005 – Brasil 2005

Quadro 1: Número mínimo na contratação de aprendiz

De acordo com o artigo 429 da CLT e artigo 9º e 10º, do Decreto

5.958/2005, para se definir as funções que demandam formação profissional

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deverão ser considerados a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO e os

seguintes fatores:

a) o nível das capacidades profissionais e dos conhecimentos técnico-

teóricos requeridos para o exercício da atividade profissional;

b) a duração do período de formação necessário para a aquisição das

competências e habilidades requeridas;

c) a adequação da função às necessidades da dinâmica de um

mercado de trabalho em constante mutação.

Ficam excluídas da definição as funções que demandem, para o seu

exercício, habilitação profissional de nível técnico superior, ou, ainda, as

funções que estejam caracterizadas como cargo de direção, de gerência ou de

confiança, nos termos do inciso II e do parágrafo único do artigo 62 e do

parágrafo 2º do artigo 224 da CLT.

A contratação de aprendizes deverá atender prioritariamente aos

adolescentes entre quatorze e dezoito anos, exceto quando:

a) as atividades práticas da aprendizagem ocorrerem no interior do

estabelecimento sujeitando os aprendizes à insalubridade ou à

periculosidade, sem que possa elidir o risco ou realizá-las

integralmente em ambiente simulado;

b) a lei exige para o desempenho das atividades práticas, licença ou

autorização vedada para pessoa com idade inferior a dezoito anos; e

c) a natureza das atividades práticas for compatível com o

desenvolvimento físico, psicológico e moral dos adolescentes

aprendizes. Entretanto, a aprendizagem para as atividades

relacionadas deverá ser ministrada para jovens de dezoito a vinte e

quatro anos.

A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na CTPS,

matrícula e frequência do aprendiz na escola, caso não tenha concluído o

ensino fundamental, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido

sob a orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional

metódica.

As férias do aprendiz devem coincidir, preferencialmente, com as férias

escolares, sendo vedado ao empregador fixar período diverso daquele definido

no programa de aprendizagem.

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2.8 Estagiário - Lei 11.788/2008

A Lei n. 11788, de 25 de setembro de 2008, define o estágio como o ato

educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que

visa à preparação para o trabalho produtivo do estudante. Segundo Delgado

(2009), o estágio, portanto, tem de ser correto, harmônico ao objetivo,

educacional; sendo incorreto, irregular, trata-se de simples relação

empregatícia.

Portanto, considera-se estagiário os estudantes que estiverem

frequentando o ensino regular, em instituições de educação superior, de

educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos

finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de

jovens e adultos. (Artigo 1º da Lei n. 11.788/2008)

A contratação de estagiários pode ser feita por pessoas jurídicas de

direito privado e os órgãos da administração publica direta, autárquicas e

fundacional de qualquer dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal

e dos municípios. Também os profissionais liberais de nível superior,

devidamente registrados em seus respectivos conselhos, podem oferecer

estágio. Porém, para a concessão de estágios devem ser observados os

requisitos estabelecidos nos incisos do artigo 3º da Lei 11.788/2008, tais como:

a) matrícula e frequência regular do educando público-alvo da lei;

b) celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte

concedente do estágio e a instituição de ensino; e

c) compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e as

previstas no termo de compromisso.

Entretanto, o estágio não caracteriza vínculo de emprego de qualquer

natureza, desde que observados os requisitos legais, não sendo devidos

encargos sociais, trabalhistas e previdenciários. (Artigos 3º e 15 da Lei n.

11.788/2008).

A Lei 11.788/2008 em seu artigo 9º, incisos I a VII estabelece obrigações

específicas para a parte concedente do estágio:

a) I – celebrar termo de compromisso com a instituição de ensino e o

educando, zelando por seu comprimento;

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b) II – ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao

educando atividades de aprendizagem social, profissional e cultural,

observando o estabelecido na legislação relacionada à saúde e

segurança no trabalho;

c) III – indicar funcionário do quadro de pessoal, com formação ou

experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no

curso do estagiário, para orientar e supervisionar até dez estagiários

simultaneamente;

d) IV – contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes

pessoais, cuja apólice seja compatível com valores de mercado,

conforme fique estabelecido no termo de compromisso;

e) V – por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de

realização do estágio com indicação resumida das atividades

desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de desempenho;

f) VI – manter à disposição da fiscalização documentos que

comprovem a relação de estágio;

g) VII – enviar à instituição de ensino, com periodicidade mínima de seis

meses, relatórios de atividades, com visto obrigatório do estagiário

De acordo com o artigo 10 da Lei n. 11.788/2008, a jornada de trabalho

do estagiário será definida de comum acordo entre a instituição de ensino, a

empresa e o aluno ou seu representante legal, em caso de menores de 18,

anos e deverá constar do Termo de Compromisso de Estágio. Deverá ser

compatível com as atividades escolares os seguinte limites:

a) quatro horas diárias e vinte e quatro horas semanais, no caso de

estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino

fundamental, na modalidade profissional de educação de jovens e

adultos;

b) seis horas diárias e trinta horas semanais, no caso de estudantes de

ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino

médio regular;

c) oito horas diárias e quarenta horas semanais, no caso de curso que

alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão

programadas aulas presenciais, desde que esteja previsto no projeto

pedagógico do curso e da instituição de ensino.

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No entanto, o prazo de duração do estágio é de dois anos, para o

mesmo concedente, exceto quando se tratar de estagiário portador de

deficiência, conforme estabelece o artigo 11 da Lei 11.788/2008.

O Termo de Compromisso de Estágio é um acordo tripartite celebrado

entre o educando, a empresa e a instituição de ensino, prevendo as condições

de adequação do estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa e

modalidade da formação escolar do estudante e ao horário e calendário

escolar. Devem constar no Termo de Compromisso todas as cláusulas que

nortearão a contrato de estágio, tais como:

a) dados de identificação das partes, inclusive cargo e função do

supervisor do estgio da parte concedente e do orientador da

instituição de ensino;

b) as responsabilidades da área do estágio;

c) objetivo do estágio;

d) definição da área do estágio;

e) plano de atividades com vigência;

f) a jornada de atividades do estagiário;

g) a definição do intervalo na jornada diária;

h) vigência do termo;

i) motivos de rescisão;

j) concessão do recesso dentro do período de vigência do termo;

k) valor da bolsa, nos termos do artigo 12 da Lei n. 11.788/2008.

l) valor do auxílio-transporte, nos termos do art. 12 da Lei 11.788/2008;

m) concessão de benefícios, nos termos do parágrafo 1º do artigo 12 da

Lei n. 11.788/2008;

n) o número da apólice e a companhia de seguros.

O mais importante não é se saber se o tomador de serviços está auferindo ou não ganhos econômicos com o estágio – já que tais ganhos sempre existirão em qualquer situação de prestação laborativa de alguém a outrem (mesmo prestação laborativa não onerosa insista-se). Tais ganhos são inevitáveis a qualquer prestação de trabalho, sendo que esse fato não descaracteriza a regularidade do estágio. O fundamental, portanto, é aferir-se se o estágio está, efetivamente, cumprindo seus objetivos legais de permitir ganhos educacionais e profissionais para o estudante-obreiro. Ou seja, afere-se o papel agregador real do estágio à escolaridade e formação educacional e profissional do estagiário. (DELGADO, 2009, p. 313)

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2.9 Jornada de trabalho

Na maioria dos países da Europa, por meados de 1800, a jornada de

trabalho era de 12 a 16 horas, principalmente entre mulheres e menores. Nos

Estados Unidos, no mesmo período, a jornada de trabalho estava balizada

entre 11 e 13 horas. Entretanto, houve movimentos reivindicatórios visando à

diminuição da jornada de trabalho, principalmente da instituição da jornada de

oito horas.

O Papa Leão XIII, na Encíclica Rerum Novarum, de 1891, já se

preocupava com a limitação da jornada de trabalho, de modo que o trabalho

não fosse prolongado por tempo superior ao que as forças do homem

permitissem. Prevê a Encíclica que: (apud MARTINS, 1998, p.389).

Não deve, portanto, o trabalho prolongar-se por mais tempo do que as forças permitem. Assim, o número de horas de trabalho diário não deve exceder a força dos trabalhadores, e a quantidade do repouso deve ser proporcional à qualidade do trabalho, às circunstâncias do tempo e do lugar, a compleição e saúde dos operários.

Houve certa influência dessa Encíclica, tanto que alguns países

começaram a limitar a jornada de trabalho em oito horas. A partir de 1915, foi-

se generalizando a jornada de oito horas na maioria dos países.

No Brasil, o Decreto n. 21186, de 22 de Março de 1932, regulou a

jornada de trabalho no comércio em oito horas. O artigo 137 – I, da

Constituição de 1937, especificou: “dia de trabalho de oito horas, que poderá

ser reduzido, e somente suscetível de aumento nos casos previstos em Lei”.

O artigo 157 da Constituição de 1946 estabeleceu: “duração diária da

jornada de trabalho não excedente a oito horas, exceto nos casos e condições

previstos em Lei”. Já a Constituição de 1967, em seu artigo 158, VII,

determinou: “duração diária de trabalho não excedente de oito horas, com

intervalo para descanso”. A emenda constitucional n. 1 de 1969, praticamente

tem a mesma redação: “duração diária do trabalho não excedente a oito horas,

com intervalo para descanso”.

Já a Constituição de 1988 modificou a orientação que vinha sendo

seguida constitucionalmente, estabelecendo em seu artigo 7º: “duração do

trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,

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facultada à compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo

ou convenção coletiva de trabalho; e jornada de seis horas para o trabalho

realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva”.

A jornada de trabalho é o lapso temporal diário em que o empregado se coloca à disposição do empregador em virtude do respectivo contrato. É, desse modo, a medida principal do tempo diário de disponibilidade do obreiro em face de seu empregador como resultado do cumprimento do contrato de trabalho que os vincula. (DELGADO, 2009, p. 774)

A jornada de trabalho mede a principal obrigação do empregado no

contrato, o tempo de prestação de trabalho ou, pelo menos, de disponibilidade

perante o empregador. Por ela mensura-se, também, em princípio,

objetivamente, a extensão de transferência de força de trabalho em favor do

empregador no contexto de uma relação empregatícia.

De acordo com Delgado (2009), a jornada de trabalho compreende o

tempo diário em que o empregado tem de se colocar em disponibilidade

perante seu empregador, em decorrência do contrato de trabalho. O tempo, em

suma, em que o empregador pode dispor da força de trabalho de seu

empregado em um dia delimitado.

Nesse sentido, todo tempo que o empregado está à disposição do

empregador, trabalhando ou não, é considerado como jornada de trabalho,

com exceção a alguma disposição expressa em sentido contrário, conforme

dispõe o artigo 4º da CLT: “Considera-se como de serviço efetivo o período em

que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou

exercendo ordens, salvo disposição especial expressamente em sentido

contrário”.

O período pode ser presencial ou não-presencial. Presencial quando o

empregado exerce suas funções no local, modo e hora definidos. Não-

presencial quando o empregado exerce suas funções em local modo e hora

não definidos. Jornada de trabalho será o período de tempo que o empregado

ficar à disposição do empregador, executando ou não sua função, mas sob sua

dependência. O período de trabalho requer início e fim definidos de horário e

trabalho sob a direção do empregador.

A limitação da jornada de trabalho, atualmente vigente, não impossibilita

que ela seja menor, apenas assegura um limite máximo, embora ainda exista

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uma extensão através do regime de compensação e prorrogação das horas.

Para se compor as horas trabalhadas por dia, não se deve computar o

período de intervalo concedido ao empregado.

Por força de lei ou acordo coletivo firmados entre empresas e sindicatos,

existem profissões que possuem jornadas especiais, como por exemplo:

PROFISSÃO LIMITE DE HORAS DIA

Bancários 6 horas

Telefonista 6 horas

Operadores cinematográficos 6 horas

Jornalista 5 horas

Médico 4 horas

Radiologista 4 horas

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 2: Jornada de trabalho diferenciada

O empregador pode formular o período de jornada no contrato de

trabalho de acordo com suas necessidades, basta não descumprir a legislação.

Assim, pode-se ter empregado horista, diarista ou mensalista.

Há registrado na ordem econômica do trabalho uma jornada especial

com regime de 12 x 36; ou seja, 12 horas de trabalho e 36 horas de descanso.

Essa jornada, embora não esteja prevista na lei, tem sido adotada por diversas

normas coletivas (sindicatos) e tolerada pela jurisprudência pela típica

necessidade das empresas com alguns seguimentos específicos, tais como

área de saúde e segurança. Tal prática é aceita mediante a existência da

norma coletiva e a impossibilidade da empresa em implantar outro horário.

Caso não exista a norma coletiva criando este horário, a empresa sofrerá com

as penalidades previstas e a possibilidade de arcar com o pagamento das

horas extras.

O horário de trabalho é o intervalo de tempo entre o início e o fim da

jornada de trabalho diária, podendo ser diurno, noturno ou misto. O horário

diurno é aquele entre as 5 horas e as 22 horas do dia seguinte. O horário

noturno, entre as 22 horas e as 5 horas da manhã do dia seguinte, e o misto é

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o horário que pertence aos dois períodos simultaneamente, ou seja, uma parte

do período diurno e outra no noturno.

Entretanto, não é aceito pela legislação brasileira a alteração da jornada

de trabalho com prejuízos ao empregado, tornando-se nulo todo e qualquer

acordo entre as partes, mesmo que seja reduzida na proporção do salário e

com declaração expressa do empregado.

As principais características da duração de jornada podem se resumir

em:

a) hora diurna: entende-se como hora diurna àquela praticada entre as

5 horas e 22 horas;

b) hora noturna: a CLT preceitua no artigo 73, parágrafo 2º que: o

horário noturno é aquele praticado entre as 22 horas e 05 horas,

caracterizando assim para o trabalhador urbano. Já em outra relação

de trabalho, exemplo rural ou advogado, este horário sofre alteração,

porém a legislação, entendendo haver um desgaste maior do

organismo humano, criou algumas variantes em relação à hora

diurna.

Dessa forma a legislação definiu que as 7 (sete) horas noturnas

trabalhadas equivalem a 8 (horas). Então um trabalhador só pode ter mais 1

(uma) hora acrescida à sua jornada, visando o período para descanso ou

refeição. O empregado trabalha 7 (sete) horas, mas recebe 8 (oito) horas para

todos os fins legais. Foi uma forma encontrada pelo legislador para repor o

desgaste biológico que enfrenta quem trabalha à noite, sendo considerado um

período penoso de trabalho.

Entende-se que é impossível que algumas funções não sejam exercidas

no horário noturno, a legislação acresceu à jornada diurna um adicional para

compensar o exercício penoso nesse horário.

Visando a apuração do valor, a hora noturna recebe um adicional

especial, determinado como adicional noturno. Esse adicional é no mínimo

20% (vinte por cento) conforme o artigo 73 da C.L.T., sendo certo que alguns

acordos ou convenções coletivas determinam percentual maior.

O empregado pode exercer horas extras no período noturno, devendo

ser remunerado com base nas regras das horas extras e acrescido dos 20% do

adicional noturno. O adicional noturno pode ser suprimido, cancelado, extinto,

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caso o empregado mude o seu turno de trabalho, deixando de trabalhar no

período noturno e passando a trabalhar no período diurno. Entretanto, o artigo

404 da C.L.T. estabelece: “O menor de 18 anos de idade é proibido trabalhar

em horário noturno”.

2.9.1 Horas extras

A empresa precisa, muitas vezes, prorrogar a jornada de trabalho de

seus empregados, para cumprir determinado prazo ou projeto. Hora extra ou

hora suplementar será considerada como toda hora que extrapolar a jornada

de trabalho contratada.

A legislação brasileira do trabalho em seu artigo 59 visando garantir

proteção ao empregado e não deixar o limite do tempo por conveniência do

empregador procurou limitar esta prorrogação a 2 horas diárias, mediante

acordo escrito entre empregado e empregador, ou mediante documento

coletivo (sindicato).

Entretanto, empregado não tem a obrigação de prestar serviços além da

jornada normal de trabalho, exceto em casos de necessidade imperiosa, em

virtude de força maior ou serviços inadiáveis. Nesse caso, a recusa do

empregado ao cumprimento da jornada extraordinária acarretará falta

indisciplinar.

O acordo de prorrogação visa atender o empregador que, por natureza da

circunstância do momento, requer do empregado uma disponibilidade maior de

seu horário contratual.

Dentro desse aspecto, a legislação brasileira tratou de criar mecanismo

que pudesse dar vantagem também ao empregado, pois num primeiro

momento o excedente estaria apenas atingindo a atividade econômica do

empregador. Assim, o parágrafo 1º do artigo 59 da CLT determinou que a

duração das horas extras fosse acrescida de no mínimo 50% nos dias normais

e 100% nos domingos e feriados.

É comum encontrar nos acordos ou convenções coletivas, percentuais

diferenciados, variando pela quantidade de hora ou dia da semana. O limite de

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2 (duas) horas pode ser rompido quando a empresa encontra-se em situação

de emergência, entendida como tal, aquela que coloque em risco as atividades

econômicas da empresa, podendo acarretar prejuízos.

Apresentando esse quadro, o empregador deverá comunicar ao órgão

do trabalho local competente (normalmente a DRT) num prazo de 10 (dez)

dias, e pagará o adicional das horas extras no percentual de 25% (vinte e cinco

por cento). Mas de forma nenhuma deverá ultrapassar 12 (doze) horas total de

trabalho diário conforme determinam os parágrafos 1º e 2º do artigo 61 da CLT.

Entretanto, as variações entre 5 (cinco) e 10 (dez) minutos diários não serão

computadas como horas extras.

O empregado comissionado também recebe horas extras, que será

calculado sobre o valor das comissões a elas referentes.

2.9.2 Hora compensatória e banco de horas

De acordo com o artigo 59, parágrafo 2º, da CLT, a compensação de

horas é um regime de jornada de trabalho, na qual os trabalhadores exercem

suas funções em horários além da jornada normal diária para ter direito a uma

diminuição na jornada num outro dia. O período excedido não será remunerado

com o adicional de 50% sobre o valor da hora normal.

O empregador pode adotar um procedimento de concentrar sua

atividade num período da semana, mas deverá proporcionar ao empregado

redução noutro dia. Dessa forma, o empregador pode romper a barreira das 8

(oito) horas diárias, mas não poderá ultrapassar a das 10 (dez) horas diárias e

44 (quarenta e quatro) semanais, podendo compensar em qualquer época, não

necessariamente na mesma semana. A esse fato dá-se o título de: horas de

compensação ou acordo de compensação.

Para que isso seja possível, o empregador deverá participar de um

acordo ou convenção coletiva, sem o qual poderá o sistema de compensação

ser anulado, sendo válida a compensação que vigore por 1 ano.

O período anual será contado a partir do momento que o acordo for

firmado entre as partes empresa e sindicato ou implantação do regime de

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compensação, caso haja previsão na norma coletiva. O acordo, então,

prestigiará aqueles presentes no momento da celebração e recepcionarão

demais admitidos, mediante anuência, no decurso do período.

A compensação de horas é aplicável também à mulher, em razão da

Constituição Federal estabelecer os mesmos direitos e deveres ao homem e à

mulher.

O banco de horas é uma das formas de compensação da jornada de

trabalho, só que com prazo de usufruto das horas lá depositadas de, no

máximo, 1 ano conforme estabelece o artigo 59, parágrafo 2º, da CLT.

Esse recurso é utilizado por muitas empresas para tentar adequar a

produção à sazonalidade do mercado, elevando a produtividade. No Brasil,

essa forma de compensação de horas surgiu na região do ABC Paulista, onde

as montadoras, juntamente com os sindicatos fortes da categoria, passaram a

utilizar tal sistema.

Entretanto, se o empregado não usufruir as horas que possui no prazo

de um ano, a empresa deverá remunerar essas horas como horas extras, ou

seja, com adicional de 50% sobre o valor da hora normal do empregado

conforme prevê o artigo 59, parágrafo 3º, da CLT.

2.9.3 Hora turno ou revezamento

Quando o empregador tem sua atividade econômica estabelecida na

forma de turnos, ou seja, a empresa tem serviço manhã, tarde e noite e

empregados trabalhando nesses períodos em sistema de rodízio, é atribuído a

essa forma de trabalho a chamada hora por turno. (DELGADO, 2009)

Independe do tipo da atividade da empresa ou da função do empregado,

se este pode ter seu turno alterado, um dia trabalha pela manhã, noutro à

tarde e outro à noite, ele fatalmente cumpre duração de turno e logo tem limite

diário de 6 horas.

O empregador que adotar o sistema fixo de turno e não de revezamento,

não estará vinculado ao turno de 6 (seis) horas, podendo assim utilizar a

jornada de 8 (oito) horas. Entende-se por sistema fixo aquele que o

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empregado não faz rodízio de trabalho entre manhã, tarde ou noite.

O intervalo na duração da jornada diária - exemplo 15 minutos ou no

descanso semanal - domingo ou feriado, não descaracteriza o turno

ininterrupto. Não é considerado tempo de trabalho o intervalo para refeição.

2.9.4 Hora descanso ou intervalo

Essa hora atribui-se ao tempo utilizado pelo empregado para repouso ou

alimentação. Essa duração de descanso pode se dar dentro do seu horário

contratual por exemplo: das 9h às 12h, para 1h, das 13h às 18h, ou ainda de

uma jornada de trabalho de um dia, pela jornada de trabalho de outro dia

exemplo: trabalha no dia 20/09/2009, das 09h às 18h e só volta no dia

21/09/2009 às 9h, o tempo de descanso é de 15 (quinze) horas.

É possível utilizar uma tabela para esses intervalos:

PERÍODO DURAÇÃO DO INTERVALO

Até 4 horas 00:00 minutos

De 4 a 6 horas 00:15 minutos

Acima de 6 horas 01:00 hora

Entre um dia e o outro 11:00 horas

Entre uma semana e a outra 24:00 horas - DSR

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 3:Tempo de intervalo durante a jornada de trabalho

Na CLT as previsões dos intervalos são determinadas e, caso não haja

previsão em norma coletiva, os intervalo concedidos pela empresa devem ser

considerados como horário de trabalho normal. O entendimento se dá pelo fato

de não haver previsão legal e o empregado encontrar-se à disposição do

empregador, como por exemplo: intervalo para o café manhã ou tarde.

Uma empresa pode permitir que o intervalo seja superior a uma hora,

chegando até 2 horas, podendo existir intervalo superior, devendo ser

consentido através de acordo ou convenção coletiva. A legislação, ainda,

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47

orienta que o descanso semanal deve ser, preferencialmente aos domingos da

semana, ou no mês, obrigatoriamente, um domingo no mínimo.

Determinadas funções possuem características próprias em sua

natureza e vincula-se a uma proteção maior de segurança e saúde no trabalho,

por essa razão a lei determinada que tenham pequenos intervalos. Exemplos

dessas funções são: digitador, datilógrafos e assemelhados. A legislação é

clara, e determina que a cada noventa minutos haja dez minutos de intervalo,

não deduzido de sua jornada de trabalho.

Há na Norma Regulamentadora n. 17 da Segurança e Saúde do

Trabalhador a orientação de a cada cinqüenta minutos conceder dez minutos

de intervalo. Se o intervalo para descanso for suprimido, o período trabalhado

deverá ser remunerado como acréscimo de horas extras.

O intervalo de uma hora pode ser reduzido mediante autorização do

Ministro do Trabalho, quando verificada a existência de refeitório no local e a

inexistência de horas extras na empresa.

O trabalhador rural tem seu intervalo um pouco diferente do intervalo do

empregado urbano. Nos serviços intermitentes, que são executados em duas

ou mais etapas diárias, não serão computados como tempo de serviço os

intervalos entre etapas, desde que haja ressalva de tal hipótese na CTPS do

empregado.

2.9.5 Hora in itinere ou itinerário

Não há previsão na CLT para essa característica de hora, mas a

jurisprudência tem consagrado o período gasto pelo empregado no percurso

casa – trabalho – trabalho – casa, quando a empresa fornece transporte

particular pela inexistência do transporte público ou local de difícil acesso.

Esse período então passa a integrar a jornada de trabalho, devendo ser

considerado na remuneração mensal.

2.9.6 Controle de Horário

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Para o empregador é primordial adotar um sistema de controle do

registro da jornada de trabalho praticada pelo empregado. Algumas opções

para o controle:

a) manual: é o controle feito de forma transcrita pelo empregado

diretamente num livro ou folha individual de presença apropriado

para o registro. É imprescindível que os dados do empregador -

nome, CNPJ e endereço e do empregado - nome, cargo, horário de

trabalho contratual, número de registro, período a que se refere o

apontamento e espaço para assinatura.

O registro transcrito deve ser fiel ao fato; ou seja, a justiça não tolera

registro com hora fictícia, pré-assinalada; por exemplo, empregado que registra

ter entrado todos os dias às 8 horas, o que é impossível na prática;

b) mecânico: é o sistema utilizado com relógio mecânico e cartão de

ponto. Devem ser preenchidos os dados do empregador ou colar

uma etiqueta sem rasuras; o empregado registrará o seu horário no

sistema de marcação mecânica;

c) eletrônico ou digital: é atualmente o mais utilizado, podendo servir

como crachá de identificação e no verso tarja magnética para

registrar no relógio digital. A impressão da folha de ponto no final do

mês não pode fugir aos itens já citados.

Seja qual for o modelo adotado, o registro é pessoal e a assinatura no

apontamento mensal deve ser adotada. Alguns tribunais têm exigido a

assinatura, mesmo no eletrônico, pois há entendimento de que sendo possível

alterar os dados, é direito do empregado ter conhecimento do fechamento. E

caso a assinatura não seja lançada, serão nulos os registros na folha de

apontamento.

Os registros devem ser feitos obrigatoriamente no horário de entrada e

saída. Mencionar no corpo da folha ou cartão de ponto o horário de intervalo.

Nada impede de que o empregado registre todos os movimentos tais como:

entrada – saída para intervalo – retorno do intervalo – término da jornada.

O empregador que possuir até 10 (dez) empregados, não é obrigado a

utilizar nenhum sistema de controle, porém não é aconselhável adotar esta

opção, porque na prática o ônus para o empregador numa eventual reclamação

trabalhista é alto. A empresa que adotar registros manuais, mecânicos ou

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eletrônicos, individualizados de controle de horário de trabalho, contendo a

hora de entrada e saída, bem como a pré-assinalação do período de repouso

ou alimentação, fica dispensada do uso de quadro horário.

A legislação selecionou duas funções que passaram a requerer forma

diferenciada no seu tratamento, seja pela impossibilidade de registrar horário

de trabalho ou da autoridade no trabalho. Tais funções são:

a) atividade externa: nesse caso devem ser entendidas as situações

que não são compatíveis com a fixação de horário, aquelas que

impossibilitam a fiscalização pela empresa. A impossibilidade pode

ser de natureza geográfica, operacional, percursos, período e

assemelhados. Não se vincula exclusivamente à função, mas ao fato

que impede o empregado registrar o seu horário. Algumas funções

se aproximam desse caso: caminhoneiro, viajantes, motorista de

praça, corretor de seguro externo. Não é o fato de o empregado

exercer atividade externa que o dispensa da marcação do ponto, mas

da impossibilidade de controle da empresa;

b) gerente: a doutrina e a CLT em seu artigo 62, tem admitido como

gerente aquele que tem cargo de gestão, entendendo como tal

àquele com poderes para admitir, demitir, comprar, vender, ter

subordinados, o que se apresenta como empregador. É o executivo

que pela natureza de suas funções, preposto, viagens, reuniões, fica

impedido de cumprir a marcação de ponto. Normalmente ter poderes

de comando com procuração e na ausência do proprietário é a figura

mais próxima frente a terceiros. A questão não é ser gerente, mas ter

poderes de proprietário.

Há casos de o empregado prestar serviços fora do estabelecimento da

empresa, nesses casos deve ser usado o sistema de controle externo como a

ficha e folha de controle.

2.9.7 Faltas e atrasos

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Do ponto de vista contratual, as faltas e os atrasos do empregado são

consideradas ausências no cumprimento do período do contrato de trabalho.

Ocorre que essas ausências traduzem-se para o empregador em

dificuldade na administração dos seus negócios, pois a realidade das empresas

atuais e da mão de obra exata, não prevê a ausência do empregado, o que na

prática prejudica a produção do empregador. Por esse motivo, o Estado

regulou as ausências do empregado, evitando o abuso e o descontrole.

Porém a legislação criou autorizações denominadas de faltas legais

especificadas no artigo 473 da CLT, que possibilitam ao empregado se

ausentar, mediante apresentação de comprovante, para não sofrer descontos:

MODALIDADE Período

Falecimento cônjuge, ascendente e

descendente

02 dias consecutivos

Casamento 03 dias consecutivos

Nascimento filho 01 dia

Doação voluntária de sangue 01 dia por ano

Alistamento eleitoral 02 dias consecutivos

Aborto não criminoso 02 semanas

Exame vestibular – curso superior Todos os dias da prova

Atestado de saúde Pelo período do atestado

Serviço Militar Todos os dias necessários

Comparecer a juízo Todos os dias necessários

Fonte: Elaborados pelos autores

Quadro 4: Períodos de Ausências do empregado no trabalho

Assim, podem-se dividir faltas e atrasos em quatro grupos:

a) legais: são aquelas com amparo na lei ou convenção coletiva de

trabalho, conforme estabelece a CLT em seu artigo 473 e as normas

coletivas do sindicato;

b) abonadas: é faculdade do empregador não descontar o período

ausente;

c) justificadas: mediante comprovante, não amparado por lei, mas

liberado pelo empregador;

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d) injustificada: é a situação sem amparo legal e não liberada pelo

empregador.

O empregado que apresentar comprovante falso, comete mau

procedimento, passível de justa causa, definido no artigo 482 da CLT, alínea

“b”.

O Código Penal Brasileiro em seu artigo 299 prevê: “Omitir, em

documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele

inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com

o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato

juridicamente relevante: pena de reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa,

se o documento é público, e reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa, se o

documento é particular”.

Entretanto, se o agente é funcionário público e comete o crime

prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento

de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

O empregado para receber a remuneração do repouso semanal

remunerado (domingo e feriado) deverá cumprir integralmente sua jornada de

trabalho na semana. Pode a empresa descontar o DSR na proporção de 1/6 na

semana, quando do descumprimento da obrigação. Entende-se como semana

o período de segunda-feira a sábado.

2.10 Contrato de trabalho

Há pouco tempo, o contrato de trabalho era denominado de locação de

serviços, sendo utilizados os artigos 1.216 a 1.236 do Código Civil de 1916,

atualmente é regido pelos artigos 594 a 609 do novo Código Civil, com o título

de prestação de serviços.

Na legislação brasileira, encontra-se tanto a expressão contrato de

trabalho como relação de emprego. Entretanto, o termo mais apropriado seria

contrato de emprego e relação de emprego, pois não se trata apenas da

relação de qualquer trabalhador, mas do pacto entre o empregador e o

empregado, do trabalho subordinado. O contrato depende de um acordo de

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vontades entre duas ou mais partes, capaz de criar, modificar ou extinguir

direitos.

É um vínculo jurídico entre dois ou mais sujeitos de direito correspondido

pela vontade, da responsabilidade do ato firmado, resguardada pela segurança

jurídica em seu equilíbrio social, ou seja, é um negócio jurídico bilateral ou

plurilateral. O artigo 442 da CLT estabelece que o contrato individual de

trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego.

Contudo, as cláusulas contratuais não podem estar em desconformidade

com o Direito Positivo, pois corre o risco de serem anuladas. No Brasil,

cláusulas contratuais consideradas abusivas ou fraudulentas podem ser

invalidadas pelo juiz, sem que o contrato inteiro seja invalidado. Trata-se da

cláusula geral rebus sic stantibus - ou revisão judicial dos contratos, que

objetiva flexibilizar o princípio da pacta sunt servanda - força obrigatória dos

contratos, preponderando, assim, a vontade.

Verifica-se na definição que o contrato de trabalho é um pacto de atividade, pois não se contratam um resultado. Deve haver continuidade na prestação de serviços, que deverão ser remunerados e dirigidos por aqueles que obtêm a referida prestação. Tais características evidenciam a existência de um acordo de vontades, caracterizando a autonomia privada das partes. (MARTINS, 1998, p. 139)

O contrato de trabalho não é um pacto solene, pois independe de

quaisquer formalidades, podendo ser ajustado verbalmente ou por escrito

conforme define o artigo 443 da CLT, havendo consenso entre as partes,

mesmo verbalmente, o contrato de trabalho estará acordado.

2.11 Terceirização – trabalho temporário

A Lei 6.019/74 em seu artigo 1º institui o regime de trabalho temporário.

Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para

atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e

permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços. (artigo 2º da Lei

6.019/74)

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Segundo Delgado (2009), a Lei 6.019/74, ao gerar a figura do

trabalhador temporário, pareceu querer firmar tipicidade específica,

inteiramente afastada da clássica relação de emprego. Não apenas sufragava

a terceirização, mas também fixava no rol modesto de direitos para a

respectiva categoria, além de regras menos favoráveis do que aquelas

aplicáveis a empregados clássicos também submetidos a contratos a termo.

O vínculo empregatício do trabalhador temporário estabelece-se com a

empresa de trabalho temporário, embora ele preste serviços à empresa

tomadora. (DELGADO, 2009).

O trabalhador temporário não se confunde com a figura do trabalhador

admitido a prazo, por curto período, pela própria empresa tomadora de

serviços, por contrato de temporada por exemplo.

O trabalhador admitido a prazo é empregado clássico, firmando relação

de emprego com o tomador real de seu trabalho, regendo-se integralmente

pela CLT e não pela Lei 6.019/74. As regras de seu contrato estão fixadas nos

artigos 443 e 445 da CLT, por exemplo, ao passo que temporário tem sua

relação de emprego firmada com a empresa de trabalho temporário e não com

o tomador real de seus serviços conforme estabelece a Lei 6.019/74.

Trabalhador temporário é aquele que, juridicamente vinculado a uma empresa de trabalho temporário, de quem recebe suas parcelas contratuais, presta serviços a outra empresa, para atender a necessidade transitória de substituição do pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário dos serviços da empresa tomadora. (DELGADO, 2009, p. 427)

Entenda-se como empresa de trabalho temporário a pessoa física ou

jurídica urbana, cuja atividade consiste em colocar à disposição de outras

empresas, temporariamente, trabalhadores, devidamente qualificados, por elas

remunerados e assistidos. (Artigo 4º, Lei n. 6.014/74).

2.12 Sociedades Cooperativas

A Cooperativa conceitua-se como sociedade de pessoas com forma e

natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeita a falência, constituída

pra prestar serviços aos associados, distinguindo-se das demais sociedades

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pelas seguintes características: adesão voluntária, com número ilimitado de

associados, variável do capital social representado por cotas partes, limitação

do número de quotas do capital para cada associado; incessibilidade das

quotas partes capital a terceiros, estranhos a sociedade; possuírem quorum

para funcionamento e deliberação da assembléia geral baseando-se no

número de associados.

O ato de constituição das sociedades cooperativas no Brasil é previsto

nos artigos 14 e 15 da Lei n. 5.764, de 16 de Dezembro de 1971, que

determinam que a sociedade constitui-se por deliberação da Assembléia Geral

dos Fundadores, constantes da respectiva ata ou por instrumento público

registrado. O ato constitutivo, sob pena de nulidade deverá declarar:

a) a denominação da entidade, da sede e do objeto de funcionamento;

b) o nome, a nacionalidade, a idade, o estado civil, a profissão e a

residência dos associados fundadores que o assinaram, bem como o

valor e o número da quota-parte de cada um;

c) a aprovação do estatuto da sociedade;

d) o nome, a nacionalidade, o estado civil, a profissão e a residência dos

associados eleitos para os órgãos de administração, fiscalização e

outros.

Para se constituir uma cooperativa, há a necessidade básica e legal de

haver no mínimo pelo menos vinte sócio-fundadores, nada impedindo que

sejam parentes entre si, conforme prevê o artigo 6º, inciso I da Lei 5764/71.

De acordo com a Lei n. 5.764/71, o estatuto das cooperativas veio

estabelecer de maneira geral a não existência de vínculo empregatício entre a

cooperativa e os associados.

Posteriormente, em 1994, tal regra foi incorporada na CLT, por meio da

Lei n. 8.949/94, com alteração do artigo 442, em seu parágrafo único, que

passou a dispor: “Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade

cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem

entre estes e os tomadores de serviços daquela”.

Conforme citado no artigo 442 da CLT, a determinação legal da não

existência do vínculo empregatício entre os associados da cooperativa e o

tomador de serviço não pode ser interpretada isoladamente. Será preciso

inquirir minuciosamente, antes de qualquer coisa, sobre a inexistência dos

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pressupostos legais caracterizadores de vínculo empregatício, ou seja, a

subordinação, a não-eventualidade e a pessoalidade.

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CAPÍTULO III

A PESQUISA

3 INTRODUÇÃO

Para demonstrar a melhor forma de contratação de trabalho para a

empresa, foi realizada uma pesquisa de campo no período de fevereiro a

outubro de 2009, na empresa Baby´s Gula Restaurante Ltda., localizada na

cidade de Lins-SP, na Rua Tomaz Antonio Gonzaga, n. 95. O assunto

pesquisado foi sobre as diversas formas de contração de trabalho e sua

aplicabilidade na empresa. O objetivo da pesquisa serviu para demonstrar as

diversas formas de contratação de trabalho visando ao menor custo para

empresa.

Os métodos e técnicas de pesquisa utilizados foram:

Método de observação sistemática: foram observados, analisados e

acompanhados os procedimentos na contração de trabalho visando à

importância da escolha na forma de contratação de trabalho para a empresa.

Método histórico: observaram-se os dados históricos e a evolução dos

custos com a contratação dos funcionários da empresa Baby´s Gula

Restaurante Ltda.

Estudo de caso: realizou-se um estudo de caso na empresa Baby´s Gula

Restaurante Ltda., quando foram analisados os aspectos voltados para a área

trabalhista, buscando a obtenção do menor custo para a empresa.

Para aplicação dos métodos foram utilizadas as seguintes técnicas:

Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice A);

Roteiro do Método Histórico da Empresa Baby´s Gula Restaurante Ltda.

(Apêndice B);

Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice C);

Roteiro de Entrevista para o Profissional contábil (Apêndice D);

Roteiro de Entrevista para o Sócio da empresa (Apêndice E);

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3.1 Relato da pesquisa

Através da pesquisa, pôde-se observar a forma e os critérios que a

empresa Baby´s Gula Restaurante Ltda. utiliza na contratação de trabalhador,

visando sempre ao perfil da empresa e à qualidade do trabalhador.

Atualmente os custos com empregados são onerosos e dificulta muito a

atividade e a lucratividade da empresa. A forma incorreta na contratação de

empregados acarreta em possíveis demissões e, por consequência, o aumento

dos custos e diminuição do lucro da empresa.

Nesse contexto, a empresa deve conhecer todas as formas possíveis de

contratação, desde admitir um empregado ou contratar trabalhadores

terceirizados.

3.2 Custo mensal de um empregado registrado na empresa regido pela CLT

Abaixo será demonstrado o cálculo de um mês de salário e encargos

sociais de um empregado registrado de acordo com a CLT e seguindo a

convenção coletiva de trabalho da categoria.

A título de exemplo, o empregado é registrado na empresa e exerce a

função de auxiliar de cozinha, com horário de trabalho de 8 horas diárias, 44

horas semanais e 220 horas mensais, recebendo mensalmente o piso salarial

de R$ 545,00, estipulado pelo sindicato.

Descrição Vencimentos Descontos

Salário Mensal R$ 545,00

INSS 8% R$ 43,60

Valor Líquido Recebido pelo empregado R$ 464,60

Fonte: Baby´s Gula, 2009

Quadro 5: Resumo Salário e Encargo Social

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Salário base para cálculo do INSS 8% R$ 545,00 INSS a recolher

R$43,60

Salário base para cálculo do FGTS

8%

R$ 545,00 FGTS a Recolher

R$43,60

Fonte: Elaborado pelos autores.

Quadro 6: Encargos com INSS e FGTS

Segundo Ferreira (2008), o INSS devido pelo empregado não é despesa

da empresa, que apenas retém o tributo na fonte e repassa o valor à

previdência, na condição de responsável. O INSS devido pelo empregado é

calculado conforme tabela abaixo:

Fonte: (TABELA...,2009)

Quadro 7: Tabela de percentuais para desconto do INSS

A empresa Baby´s Gula atualmente é optante pelo Simples Nacional,

uma forma de tributação diferenciada para microempresa e empresa de

pequeno porte, instituída pela Lei Complementar n. 123 de 14 de Dezembro de

2006, que isenta o recolhimento para o INSS de 20%, referente à parte da

empresa e de 5,8%, para contribuição de terceiros que incidem na folha de

pagamento da empresa, conforme prevê a legislação previdenciária.

A obrigação da empresa com o FGTS é mensal, porém o valor não é

descontado do empregado, trata-se de um direito pelo tempo de serviço. Para

a empresa, constitui-se uma despesa, pois é obrigada a recolher o Fundo de

Garantia por Tempo de Serviço, enquanto o empregado trabalhar na empresa.

O artigo 15 da Lei Nº 8.036 de 11 de Maio 1990 assim define “todos os

empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em

conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8% (oito por cento)

da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador”.

Salário Desconto

Até R$ 965,67 8%

de R$ 965,68 a R$ 1.609,45 9%

de R$ 1.609,46 a R$ 3.218,90 11%

Acima de R$ 3.218,90 O desconto é de R$ 354,08.

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59

3.2.1 Contabilização da despesa de salários e encargos sociais

Os salários, bem como os encargos e contribuições trabalhistas e

previdenciários do empregado, representam ônus para a empresa e são

registrados como despesas para apuração do resultado no final do exercício. A

contabilização é feita da seguinte forma:

a) despesa de salários:

D- Despesa de Salários

C- Salários a Pagar R$ 545,00

b) encargos com INSS:

D- Salários a Pagar

C- INSS a Recolher R$ 43,60

c) encargos com FGTS:

D- Despesas com FGTS

C- FGTS a Recolher R$ 43,60

d) Pagamento de salários:

D- Salários a Pagar

C- Caixa / Banco R$ 501,40

e) Pagamento do INSS:

D- INSS a Recolher

C- Caixa / Banco R$ 43,60

f) Pagamento do FGTS:

D- FGTS a Recolher

C- Caixa / Banco R$ 43,60

O valor desembolsado com salários e encargos sociais pela empresa é

de R$ 588,60.

O custo total com um empregado no decorrer do ano pode chegar à

média de 86%, podendo variar conforme o sindicato da classe, regime de

tributação da empresa e ramo de atividade.

3.2.2 Custo total de um trabalhador contratado no regime de CLT.

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60

Para apurar o custo total de um empregado, é preciso conhecer os

encargos sociais estabelecidos pela legislação do trabalho. Tais encargos são:

a) 30 dias de férias anuais remuneradas;

b) 1/3 de salário sobre férias;

c) 13º salário;

d) aviso prévio;

e) fundo de garantia por tempo de serviço - FGTS sobre salário mensal

f) fundo de garantia por tempo de serviço - FGTS sobre 13º salário,

aviso prévio e férias;

g) multa de 40% sobre o FGTS no caso de demissão do funcionário por

parte da empresa;

h) férias sobre aviso prévio;

i) 13º sobre aviso prévio;

j) 1/3 de salário de férias sobre aviso prévio;

k) FGTS sobre rescisão contratual (13º salário e aviso prévio);

l) INSS sobre salário;

m) INSS sobre férias e 13º salário;

n) Indenizações de um dia de salário.

(continua) Encargos sociais Valores em R$ (%)

Salário mensal 545,00 -

1/12 Férias 45,42 8,33

1/3 sobre férias 15,14 2,78

1/12 13º salário 45,42 8,33

1/12 Aviso Prévio 45,42 8,33

FGTS mensal 43,60 8,00

FGTS 13º / Férias / Aviso Prévio 12,12 2,23

Multa 40% FGTS 22,29 4,09

1/12 férias sobre aviso prévio 3,79 0,70

1/12 – 13º sobre aviso prévio 3,79 0,70

1/12 sobre férias sobre aviso prévio 1,27 0,24

FGTS sobre 13º aviso prévio 0,31 0,06

INSS parte empresa s/ Férias e 13º 29,43 5,41

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(conclusão) Encargos sociais Valores em R$ (%)

INSS sobre salário 151,51 27,80

Indenização 1 dia salário 1,52 0,28

Sub total (1) 966,03 77,26

Fonte: elaborado pelos autores

Quadro 8: Encargos sociais previdenciários de responsabilidade e a cargo da

empresa.

Esses percentuais incidem sobre o salário mensal e por esse motivo, o

índice de férias e 13º salário foram diluídos por 12 meses, exatamente para

corresponder a fração de um mês.

Encargos sociais Valores em R$ (%)

Dois dias de falecimento 3,03 0,56

Três dias de casamento 4,55 0,83

Cinco dias de nascimento de filho 7,58 1,39

Um dia doação de sangue 1,52 0,28

Sub total (2) 16,68 3,06

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 9: Custos prováveis – faltas legais permissíveis

Os índices correspondentes a fração percentual referem-se ao salário de

um mês. Por essa razão, neste item, os cálculos foram feitos em dias, ou seja,

computando-se o salário de cada dia, multiplicado pelo número de dias

correspondente às faltas.

Encargos sociais Valores em R$ (%)

Cinco faltas não justificadas sem descontar das

férias – artigo 130 da CLT

7,58 1,39

Quinze dias ou acidente de trabalho por conta

da empresa e faltas justificadas

22,72 4,17

Sub total (3) 30,30 5,56

Total dos custos com obrigações sociais 1.013,01 85,88

Fonte: elaborado pelos autores

Quadro 10: Faltas justificadas e não justificadas

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62

Todavia, em certas situações, a empresa pode contratar os serviços de

trabalhador autônomo, o que não cria o vínculo empregatício com a empresa

conforme foi demonstrado no capítulo II deste trabalho.

3.3 Serviços prestados por trabalhador autônomo

Os serviços prestados por trabalhador autônomo incidem encargos

sociais a título de INSS. A empresa é responsável pela retenção de 11 % sobre

o valor pago ao trabalhador. Além da retenção de 11%, a empresa recolhe

mais 20% sobre o a remuneração paga ao trabalhador, ou seja, a empresa

recolhe para o INSS o percentual de 31%, conforme prevê o artigo 4º da Lei

10.666/2003.

Supondo que a empresa contrate os serviços de um trabalhador

autônomo, cujo valor dos serviços é de R$ 545,00, o custo com encargos

sociais será:

Encargos Sociais Base de

Cálculo

INSS e Recolher

INSS retenção 11% R$ 545,00 R$ 59,95

INSS 20% parte empresa R$ 545,00 R$ 109,00

Total de INSS a Recolher - R$ 168,95

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro11: Despesas com encargos sociais trabalhador autônomo.

Diferente do empregado comum regido pela CLT, cujo percentual de

desconto do INSS varia de acordo com o salário, os serviços prestados por

trabalhador autônomo sofre a retenção de 11%, independente do valor da

remuneração paga ao trabalhador.

3.3.1 Contabilização da despesa e encargos sociais pelo serviço prestado por

trabalhador autônomo:

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63

Lançamentos:

a) pela prestação de serviços:

D- Despesas com serviços prestados por pessoa física

C- Serviços prestados por pessoa física a pagar R$ 545,00

b) pela retenção dos 11% INSS:

D- Serviços prestados por pessoa física a pagar

C- INSS a Recolher R$ 59,95

c) INSS 20% parte empresa:

D- Despesas com INSS

C- INSS a Recolher R$ 109,00

d) Pagamento dos serviços prestados por pessoa física:

D- Serviços prestados por pessoa física a pagar

C- Caixa / Bancos R$ 485,05

e) Pagamento do INSS:

D- INSS a Recolher

C- Caixa / Bancos R$ 168,95

Nota-se, nessa suposição, que a empresa desembolsou a quantia de R$

654,00, demonstrando um custo maior em comparação com um empregado

comum registrado de acordo com a CLT.

Cabe ressaltar que o cálculo dos encargos sociais utilizado na

contratação de serviços prestados por trabalhador autônomo, pode ser utilizado

para contratação de serviços prestados por trabalhador eventual, pois o este

equipara-se ao trabalhador autônomo perante a legislação previdenciária.

3.4 Empregado x terceirização – Vantagens e Desvantagens

A necessidade das empresas de criar e sustentar vantagens

competitivas no mercado proporciona o surgimento de novos negócios com

intuito de reduzir custos e tornar os produtos e serviços mais competitivos.

Nesse contexto, a terceirização surgiu como uma das atividades mais

eficientes na racionalização de recursos humanos. Contudo, é necessário fazer

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64

uma criteriosa comparação das vantagens e desvantagens entre a gestão

própria e a terceirizada.

Vantagens Desvantagens

- relação com empregados tendem a

se mais estáveis e duradouras

- alto custo operacional

- maior possibilidade de desenvolver

uma identidade da empresa

- necessidade de contornar

deficiências oriundas de benefícios,

como por exemplo, férias, faltas

justificadas, etc.

- maior controle da qualidade do

pessoal

- governos e/ou sindicatos podem

aumentar custos de pessoal

- gastos com pessoal são mais

previsíveis

- dificuldade em realocar pessoal para

determinadas tarefas sem prejudicar

outras.

- maior facilidade para projetos de

longo prazo

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro 12: Vantagens e Desvantagens para empresa contratante no caso de

empregado contratado pelo regime da CLT.

(continua) Vantagens Desvantagens

- diminuição imediata de custo

operacional;

- contrato pode dar margens a

imprecisões dos serviços;

- possibilidade de trabalho com

quadro variável de pessoal;

- necessidade de seguir orientações

de mercado, tanto para custos quanto

para qualidade dos serviços;

- fácil negociação de custo e

serviços;

- devido à possível rotatividade, é

pouco recomendado investimentos

em pessoal;

- fácil rescisão de contrato, sem ônus

legais;

- necessidade de obter boas

referências no mercado;

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65

(conclusão) Vantagens Desvantagens

- fácil rescisão de contratos, sem

ônus legais;

- preços de determinados serviços

podem crescer inesperadamente no

mercado.

- custos de serviços baseados em

valores de mercado;

- maior flexibilidade de alocação de

pessoal para fins específicos.

Fonte: Elaborado pelos autores

Quadro13: Vantagens e Desvantagens para a empresa no contrato de serviços

prestados por terceirização.

O processo de terceirização deve começar através de um planejamento

do que se pretende terceirizar. Portanto, é fundamental ter uma visão

estratégica daquilo que se pretende fazer dentro da empresa.

3.5 Custo com novo trabalhador x Pagamento de horas extras e reflexos

Com a necessidade de atender a demanda do mercado, a empresa

muitas vezes acaba optando pelo pagamento de horas extras ao trabalhador.

Contudo, a empresa precisa calcular qual o menor custo entre contratar um

novo trabalhador e promover uma escala de trabalho com horários

diferenciados ou optar pelo pagamento de horas extras. Nesse sentido serão

demonstrados os custos com horas extras em comparação com um novo

trabalhador.

O cálculo foi realizado tomando por base o salário de R$ 545,00,

seguindo o piso salarial da categoria para um ajudante de cozinha, com

jornada de trabalho de 220 horas mensais. O início dos cálculos foi em 02 de

janeiro de 2009 com término em 31 de dezembro de 2009, de segunda a

sábado, limitando-se a duas horas extras por dia, conforme estabelece a

legislação trabalhista.

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66

Janeiro 2009, a partir do dia 2

Salário: R$ 545,00

Salário / horas extras: R$ 545,00 / 220 x 1,50 = R$ 3,72

Segundas-feiras úteis no período: 4

Terças-feiras úteis no período: 4

Quartas-feiras úteis no período: 4

Quintas-feiras úteis no período: 4

Sextas-feiras úteis no período: 5

Sábados úteis no período: 5

Valor das horas extras = R$ 3,72 x 4 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h + 4

dias x 02:00h + 4 dias x 02:00 + 5 dias x 02:00h + 5 dias x 02:00h = R$

193,44

Reflexo no DSR: = (valor horas extras) / (dias úteis) x (dias de repouso)

= 193,44 / 26 x 5 = R$ 37,20

FGTS (base R$ 230,64) = 18,45

Total do mês = R$ 193.44 + R$ 37,20 + R$ 18,45 = R$ 249,09

Fevereiro 2009

Salário: R$ 545,00

Salário / horas extras: R$ 545,00 / 220 x 1,50 = R$ 3,72

Segundas-feiras úteis no período: 3 = 4 – 1 feriado, 23-Fev.

Terças-feiras úteis no período: 3 = 4 -1 feriado, 24-Fev.

Quartas-feiras úteis no período: 4

Quintas-feiras úteis no período: 4

Sextas-feiras úteis no período: 4

Sábados úteis no período: 4

Valor das horas extras = R$ 3,72 x 3 dias x 02:00h + 3 dias x 02:00h + 4

dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h = R$

163,68

Reflexo no DSR: = (valor horas extras) / (dias úteis) x (dias de repouso)

= 163,68 / 22 x 6 = R$ 44,64

FGTS (base R$ 208,32) = R$ 16,67

Total do mês = R$ 163,68 + R$ 44,64 + R$ 16,67 = R$ 224,99

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67

Março 2009

Salário: R$ 545,00

Salário / horas extras: R$ 545,00 / 220 x 1,50 = R$ 3,72

Segundas-feiras úteis no período: 5

Terças-feiras úteis no período: 5

Quartas-feiras úteis no período: 4

Quintas-feiras úteis no período: 4

Sextas-feiras úteis no período: 4

Sábados úteis no período: 4

Valor das horas extras = R$ 3,72 x 5 dias x 02:00h + 5 dias x 02:00h + 4

dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h = R$

193,44

Reflexo no DSR: = (valor horas extras) / (dias úteis) x (dias de repouso)

= 193,44 / 26 x 5 = R$ 37,20

FGTS (base R$ 230,64) = R$ 18,45

Total do mês = R$ 193,44 + R$ 37,20 + R$ 18,45 = R$ 249,09

Abril 2009

Salário: R$ 545,00

Salário / horas extras: R$ 545,00 / 220 x 1,50 = R$ 3,72

Segundas-feiras úteis no período: 4

Terças-feiras úteis no período: 3 = 4 – 1 feriado, 21-Abr.

Quartas-feiras úteis no período: 5

Quintas-feiras úteis no período: 5

Sextas-feiras úteis no período: 3 = 4 – 1 feriado, 10-Abr.

Sábados úteis no período: 4

Valor das horas extras = R$ 3,72 x 4 dias x 02:00h + 3 dias x 02:00h + 5

dias x 02:00h + 5 dias x 02:00h + 3 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h = R$

178,56

Reflexo no DSR: = (valor horas extras) / (dias úteis) x (dias de repouso)

= 178,56 / 24 x 6 = R$ 44,64

FGTS (base R$ 223,20) = R$ 17,86

Total do mês = R$ 178,56 + R$ 44,64 + R$ 17,86 = R$ 241,06

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68

Maio 2009

Salário: R$ 545,00

Salário / horas extras: R$ 545,00 / 220 x 1,50 = R$ 3,72

Segundas-feiras úteis no período: 4

Terças-feiras úteis no período: 4

Quartas-feiras úteis no período: 4

Quintas-feiras úteis no período: 4

Sextas-feiras úteis no período: 4 = 5 – 1 feriado, 01-Mai.

Sábados úteis no período: 5

Valor das horas extras = R$ 3,72 x 4 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h + 4

dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h + 5 dias x 02:00h = R$

186,00

Reflexo no DSR: = (valor horas extras) / (dias úteis) x (dias de repouso)

= 186,00 / 25 x 6 = R$ 44,64

FGTS (base R$ 230,64) = R$ 18,45

Total do mês = R$ 186,00 + R$ 44,64 + R$ 18,45 = R$ 249,09

Junho 2009

Salário: R$ 545,00

Salário / horas extras: R$ 545,00 / 220 x 1,50 = R$ 3,72

Segundas-feiras úteis no período: 5

Terças-feiras úteis no período: 5

Quartas-feiras úteis no período: 4

Quintas-feiras úteis no período: 3 = 4 – 1 feriado, 11-Jun.

Sextas-feiras úteis no período: 4

Sábados úteis no período: 4

Valor das horas extras = R$ 3,72 x 5 dias x 02:00h + 5 dias x 02:00h + 4

dias x 02:00h + 3 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h = R$

186,00

Reflexo no DSR: = (valor horas extras) / (dias úteis) x (dias de repouso)

= 186,00 / 25 x 5 = R$ 37,20

FGTS (base R$ 223,20) = R$ 17,86

Total do mês = R$ 186,00 + R$ 37,20 + R$ 17,86 = R$ 241,06

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69

Julho 2009

Salário: R$ 545,00

Salário / horas extras: R$ 545,00 / 220 x 1,50 = R$ 3,72

Segundas-feiras úteis no período: 4

Terças-feiras úteis no período: 4

Quartas-feiras úteis no período: 5

Quintas-feiras úteis no período: 5

Sextas-feiras úteis no período: 5

Sábados úteis no período: 4

Valor das horas extras = R$ 3,72 x 4 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h + 5

dias x 02:00h + 5 dias x 02:00h + 5 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h = R$

200,88

Reflexo no DSR: = (valor horas extras) / (dias úteis) x (dias de repouso)

= 200,88 / 27 x 4 = R$ 29,76

FGTS (base R$ 230,64) = R$ 18,45

Total do mês = R$ 200,88 + R$ 29,76 + R$ 18,45 = R$ 249,09

Agosto 2009

Salário: R$ 545,00

Salário / horas extras: R$ 545,00 / 220 x 1,50 = R$ 3,72

Segundas-feiras úteis no período: 5

Terças-feiras úteis no período: 4

Quartas-feiras úteis no período: 4

Quintas-feiras úteis no período: 4

Sextas-feiras úteis no período: 4

Sábados úteis no período: 5

Valor das horas extras = R$ 3,72 x 5 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h + 4

dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h + 5 dias x 02:00h = R$

193,44

Reflexo no DSR: = (valor horas extras) / (dias úteis) x (dias de repouso)

= 193,44 / 26 x 5 = R$ 37,20

FGTS (base R$ 230,64) = R$ 18,45

Total do mês = R$ 193,44 + R$ 37,20 + R$ 18,45 = R$ 249,09

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70

Setembro 2009

Salário: R$ 545,00

Salário / horas extras: R$ 545,00 / 220 x 1,50 = R$ 3,72

Segundas-feiras úteis no período: 3 = 4 – 1 feriado, 07-Set.

Terças-feiras úteis no período: 5

Quartas-feiras úteis no período: 5

Quintas-feiras úteis no período: 4

Sextas-feiras úteis no período: 4

Sábados úteis no período: 4

Valor das horas extras = R$ 3,72 x 3 dias x 02:00h + 5 dias x 02:00h + 5

dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h = R$

186,00

Reflexo no DSR: = (valor horas extras) / (dias úteis) x (dias de repouso)

= 186,00 / 25 x 5 = R$ 37,20

FGTS (base R$ 223,20) = R$ 17,86

Total do mês = R$ 186,00 + R$ 37,20 + R$ 17,86 = R$ 241,06

Outubro 2009

Salário: R$ 545,00

Salário / horas extras: R$ 545,00 / 220 x 1,50 = R$ 3,72

Segundas-feiras úteis no período: 3 = 4 – 1 feriado, 12-Out.

Terças-feiras úteis no período: 4.

Quartas-feiras úteis no período: 4

Quintas-feiras úteis no período: 5

Sextas-feiras úteis no período: 5

Sábados úteis no período: 5

Valor das horas extras = R$ 3,72 x 3 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h + 4

dias x 02:00h + 5 dias x 02:00h + 5 dias x 02:00h + 5 dias x 02:00h = R$

193,44

Reflexo no DSR: = (valor horas extras) / (dias úteis) x (dias de repouso)

= 193,44 / 26 x 5 = R$ 37,20

FGTS (base R$ 230,64) = R$ 18,45

Total do mês = R$ 193,44 + R$ 37,20 + R$ 18,45 = R$ 249,09

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71

Novembro 2009

Salário: R$ 545,00

Salário / horas extras: R$ 545,00 / 220 x 1,50 = R$ 3,72

Segundas-feiras úteis no período: 4 = 5 – 1 feriado, 02-Nov.

Terças-feiras úteis no período: 4

Quartas-feiras úteis no período: 4

Quintas-feiras úteis no período: 4

Sextas-feiras úteis no período: 4

Sábados úteis no período: 4

Valor das horas extras = R$ 3,72 x 4 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h + 4

dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h = R$

178,56

Reflexo no DSR: = (valor horas extras) / (dias úteis) x (dias de repouso)

= 178,56 / 24 x 6 = R$ 44,64

FGTS (base R$ 223,20) = R$ 17,86

Total do mês = R$ 178,56 + R$ 44,64 + R$ 17,86 = R$ 241,06

Dezembro 2009

Salário: R$ 545,00

Salário / horas extras: R$ 545,00 / 220 x 1,50 = R$ 3,72

Segundas-feiras úteis no período: 4

Terças-feiras úteis no período: 5

Quartas-feiras úteis no período: 5

Quintas-feiras úteis no período: 5

Sextas-feiras úteis no período: 3 = 4 – 1 feriado, 25-Dez.

Sábados úteis no período: 4

Valor das horas extras = R$ 3,72 x 4 dias x 02:00h + 5 dias x 02:00h + 5

dias x 02:00h + 5 dias x 02:00h + 3 dias x 02:00h + 4 dias x 02:00h = R$

193,44

Reflexo no DSR: = (valor horas extras) / (dias úteis) x (dias de repouso)

= 193,44 / 26 x 5 = R$ 37,20

FGTS (base R$ 230,64) = R$ 18,45

Total do mês = R$ 193,44 + R$ 37,20 + R$ 18,45 = R$ 249,09

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72

Reflexos nas férias:

Período aquisitivo de 02 de janeiro de 2009 a 01 de janeiro de 2010

Salário ao final do período: R$ 545,00

Salário / horas extras: R$ 545,00 / 220 x 1,50 = R$ 3,72

Segundas-feiras com horas extras no período: 48 = 52 – 4 Feriados

Terças-feiras com horas extras no período: 50 = 52 – 2 feriados

Quartas-feiras com horas extras no período: 52

Quintas-feiras com horas extras no período: 51 = 52 – 1 feriado

Sextas-feiras com horas extras no período: 49 = 52 – 3 feriados

Sábados com horas extras no período: 52

Total de horas extras no período = 48 dias x 02:00h + 50 dias x 02:00h +

52 dias x 02:00h + 51 dias x 02:00h + 49 dias x 02:00h + 52 dias x

02:00h = 604

Média mensal de horas extras = 604 / 12 = 50,33

Reflexo nas férias = 3,72 x 50,33 x (1 + 1/3) = R$ 249,64

FGTS (base R$ 249,64) = R$ 19,97

Total do reflexo= R$ 249,64 + R$ 19,97 = R$ 269,61

Reflexos no décimo terceiro:

Período de 02 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2009

Salário ao final do período: R$ 545,00

Salário / horas extras: R$ 545,00 / 220 x 1,50 = R$ 3,72

Segundas-feiras com horas extras no período: 48 = 52 – 4 Feriados

Terças-feiras com horas extras no período: 50 = 52 – 2 feriados

Quartas-feiras com horas extras no período: 52

Quintas-feiras com horas extras no período: 51 = 52 – 1 feriado

Sextas-feiras com horas extras no período: 49 = 52 – 3 feriados

Sábados com horas extras no período: 52

Total de horas extras no período = 48 dias x 02:00h + 50 dias x 02:00h +

52 dias x 02:00h + 51 dias x 02:00h + 49 dias x 02:00h + 52 dias x

02:00h = 604

Média mensal de horas extras = 604 / 12 = 50,33

Reflexo nas férias = 3,72 x 50,33 = R$ 187,23

FGTS (base R$ 187,23) = R$ 14,98

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73

Total do reflexo= R$ 187,23 + R$ 14,98 = R$ 202,21

Valor total das horas extras e reflexos: R$ 3.404,68.

Ressalta-se que o cálculo serve apenas para comparação, podendo

variar os valores de acordo com a rotina do empregado e da empresa.

Nota-se que o custo com pagamento de horas extras é superior ao custo

de um novo empregado, cujos valores já foram calculados no item 3.2.2 desse

capítulo e resumidamente demonstrado no quadro a seguir:

Custo com a contratação de um

novo trabalhador (item 3.2.2)

Custo com horas extra e reflexos

R$ 1.013,01 R$ 3.404,68

Diferença R$ 2.391,67

Fonte: elaborado pelos autores

Quadro 14: Custos com contratação de um novo trabalhador x Custos com

horas extras e reflexos

Portanto, os gestores devem analisar as necessidades da empresa e

calcular os custos, visando melhor forma de contratação para redução do custo

operacional.

3.6 Parecer Final

Os custos com pagamento de horas extras e reflexos, oneram e muito a

folha de pagamento. Comparando o custo calculado no item 3.2.2 com o custo

do item 3.5, demonstrou-se um menor custo para a empresa na contratação de

um novo empregado ao invés do pagamento de horas extras e reflexos.

Ressalta-se que os cálculos são apenas a título comparação.

Durante a pesquisa realizada na empresa apurou-se a rotatividade de

funcionários, conforme quadro abaixo:

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74

Janeiro a Setembro

2009

Empregados

Admitidos

Empregados

Demitidos

Janeiro 5 2

Fevereiro 1 4

Março 1 2

Abril 3 4

Maio 1 2

Junho 6 2

Julho 2 -

Agosto 5 4

Setembro 6 3

Total 30 20

Fonte: Baby´s Gula, 2009

Quadro 15: Rotatividade de empregados

Na pesquisa apurou-se também, o desembolso de caixa pela empresa

no pagamento com horas extras e encargos sociais, a seguir demonstrados:

Janeiro a Agosto

2009

Horas extras Encargos com

FGTS

Janeiro - -

Fevereiro - -

Março R$ 932,87 R$ 74,63

Abril R$ 1.226,14 R$ 98,10

Maio R$ 512,81 R$ 41,08

Junho R$ 961,33 R$ 76,91

Julho R$ 771,92 R$ 61,76

Agosto R$ 603,42 R$ 48,28

Total R$ 5.008,49 R$ 400,76

Fonte: Baby´s Gula, 2009

Quadro 16: Horas extras e Encargos com FGTS

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Ficou demonstrado que o desembolso com horas extras e encargos com

o FGTS aumenta o custo operacional. Portanto, para atender as necessidades

da empresa a análise das formas possíveis para redução do custo operacional

é primordial.

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Atualmente o passivo com as obrigações trabalhistas pode ser o maior

da empresa, seja pela forma incorreta de contratação de empregados, por

demissões repentinas, horas extras entre outros encargos sociais. Ao longo da

pesquisa realizada na empresa Baby´s Gula Restaurante Ltda., notou-se a

grande rotatividade de trabalhadores e gastos com horas extras o que faz

aumentar os custos operacionais.

Nesse diapasão, percebeu-se que a empresa controla os horários dos

empregados de maneira manual, de acordo com registro no livro de ponto,

dando margens a possíveis preenchimentos incorretos ou ilegíveis de horários

de trabalho. A forma incorreta no registro de ponto pode aumentar o custo da

empresa em relação a horas extras e também prejudicar o próprio trabalhador

no recebimento destas.

Portanto, propõe-se à empresa instalar o controle de horário de forma

eletrônica, através do relógio de ponto, a fim de evitar erros de preenchimento

ou escrita ilegível por parte dos trabalhadores, para apuração do controle de

horários e horas extras quando devidas.

Propõe-se também que a empresa passe a adotar a compensação de

horas extras com a folga compensatória, não necessariamente na mesma

semana, evitando assim o desembolso de caixa para pagamento de horas

extras e encargos sociais. O artigo 59, parágrafo 2º, da CLT, assim estabelece:

“A compensação de horas é um regime de jornada de trabalho, na qual os

trabalhadores exercem suas funções em horários além da jornada normal

diária para ter direito a uma diminuição na jornada num outro dia. O período

excedido não será remunerado com o adicional de 50% sobre o valor da hora-

normal”.

Porém, para tal procedimento, a empresa deve participar de um acordo

ou convenção coletiva, sem o qual poderá o sistema de compensação ser

anulado.

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CONCLUSÃO

Após a realização do trabalho na empresa Baby´s Gula Restaurante

Ltda. pôde-se demonstrar os procedimentos utilizados na contratação de

trabalhadores pela empresa e também a importância da escolha na forma de

contratação de trabalho, pois visa à melhor adequação do tipo de trabalhador

ideal em contrapartida com o custo operacional da empresa.

Nos dias atuais, a empresa tem a necessidade de empregados

capacitados, porém a falta de conhecimento sobre a legislação dos direitos e

obrigações para com eles ainda perduram.

Nesse contexto, a pesquisa mostrou as diversas formas possíveis de

contrato de trabalho de acordo com a legislação, comparando-se os custos

entre elas para melhor atender as necessidades da empresa.

A pesquisa responde à pergunta formulada, demonstrando que a

identificação da melhor forma de contratação de empregados possibilita uma

redução nos custos operacionais da empresa.

Cabe acrescentar que o presente estudo foi de grande importância para

nós, porque podemos conhecer, analisar e comparar a formas possíveis de

contratação de trabalho.

O assunto abordado é envolvente e atual, mas não se esgota aqui.

Outros aspectos relevantes poderão ser observados, cabe a outros estudantes

aprofundá-lo, e atualizá-lo no decorrer do tempo.

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REFERÊNCIAS BRASIL. Lei 7.115, de 29 de agosto 1983. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7115.htm.> Acesso em: 10 set. 2009. ______. Lei 8.212, de 24 de julho de 1991. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8212cons.htm. >Acesso em: 08 ago. 2009. ______. Lei 10.666, de 08 de maio de 2003. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.666.htm.> Acesso em: 01 set. 2009. ______. Lei 4.886, de 09 de dezembro de 1965. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4886.htm.> Acesso em: 15 set. 2009. ______. Lei 8.420, de 08 de maio de 1992. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8420.htm.> Acesso em: 28 jun. 2009. ______. Lei 11.180, de 23 de setembro de 2005. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11180.htm> Acesso em 28 set. 2009. CLT, 35. ed. São Paulo: ed. São Paulo, 2008. Código Civil, 54. ed. São Paulo: ed. Saraiva, 2003. CONCEIÇÃO, C.J. et al. Terceirização como Ferramenta na Redução de Custos e Especialização da Mão-De-Obra da Empresa . 2002. Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) – Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis de Lins. DELGADO, M.G. Curso de Direito do Trabalho . 8. ed. São Paulo: LTR, 2009. FERREIRA, R. J. Contabilidade Básica. 6. ed. Rio de Janeiro: ed. Ferreira, 2008.

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MARTINS, S.P. Direito do Trabalho . 6. ed. São Paulo: Atlas, 1998. MANUS, P.P.T. Direito do Trabalho . 10. ed. São Paulo: Atlas, 2006. NASCIMENTO, A.M. Curso de Direito do Trabalho. 24. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. TABELA de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso. Ministério da Previdência Social . Disponível em: http://www.mpas.gov.br/conteudoDinamico.php?id=313.htm.> Acesso em 27 out. 2009. ZAINAGHI, D.S. Curso de Legislação Social . 3. ed. São Paulo: Atlas, 1998.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Roteiro de Observação Sistemática

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Empresa:.....................................................................................................

Localização:................................................................................................

Atividade Econômica:..................................................................................

CNPJ:..........................................................................................................

Inscrição Estadual:......................................................................................

N de Funcionários:......................................................................................

Porte:...........................................................................................................

II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1 Documentos utilizados na contratação

2 Formas de entrevistas

3 Realiza exames admissionais

4 Existem divulgação de vagas

5 Serviços prestados pela empresa

6 Procedimentos utilizados na contratação

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APÊNDICE B – Roteiro do Histórico

I IDENTIFICAÇÃO

Empresa:.....................................................................................................

Localização:................................................................................................

Atividade Econômica:..................................................................................

Data da Fundação:......................................................................................

Sócios e Proprietários:................................................................................

II ASPECTOS HISTÓRICOS DA EMPRESA

1 Histórico da empresa:

2 Início das atividades:

3 Ampliação com a filial:

4 Evolução dos números de funcionários:

5 Evolução das atividades econômicas:

6 Atividades Desenvolvidas:

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APÊNDICE C - Roteiro de estudo de caso

1 INTRODUÇÃO

Serão descritos os objetivos do estudo de caso, os métodos e técnicas

utilizadas assim como o período da coleta de dados e as facilidades e

dificuldades encontradas no levantamento. Dar-se-a ênfase ao setor de

contratação de pessoal.

1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado.

a) Demonstrar os métodos empregados na empresa na contratação de

pessoal.

b) Depoimentos dos sócios, contador e dos demais profissionais da

área.

1.2 Discussão

Relação da teoria com a pratica observada.

1.3 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre manutenção ou

modificações de alguns procedimentos.

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APÊNDICE D – Roteiro de Entrevista para o profissio nal contábil

I Dados de identificação

Formação Acadêmica:................................................................................

Tempo de atuação na área:........................................................................

Experiências Anteriores:.............................................................................

II Perguntas Específicas

1. Quais as principais orientações que o contador deve transmitir a seus

clientes sobre a forma ideal de contratação de trabalho?

2. Como Vossa Senhoria visualiza a terceirização de serviços?

3. Em sua opinião, qual o nível de conhecimento dos profissionais

contábeis em relação às diversas formas de contratação de trabalho?

4. Em sua opinião quais as vantagens que a terceirização proporciona à

empresa em relação à redução de custos?

5. Como Vossa Senhoria definiria empregado e empregador?

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APÊNDICE E – Roteiro de entrevista para o sócio da empresa

I Dados de identificação

Formação Acadêmica:................................................................................

Tempo a empresa:......................................................................................

Experiência profissional:.............................................................................

II Perguntas Específicas

1. Quais os procedimentos adotados pela empresa diante da

contratação de trabalho?

2. Qual a visão da empresa em relação à contratação de estagiários?

3. Nos dias atuais, o mercado vem sofrendo com as oscilações, diante

de tal fato, qual a política da empresa em relação à rotatividade de

trabalhadores?

4. O tema dessa pesquisa aborda as formas de contração de trabalho,

V. como empresário conceituado tem conhecimento sobre a legislação

dos direitos e obrigações para com os empregados?

5. Atualmente muito se fala a respeito da terceirização, qual o conceito

da empresa em terceirizar algum tipo de serviço?