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Promoção de Competências Pessoais e Sociais Formadora: Natalie Peneda

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Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Competências Pessoais

Uma pessoa que se conhece poderá, mais facilmente, superar os seus

pontos fracos e desenvolver os seus pontos fortes. Deste modo, dará um

passo decisivo na construção da auto-estima e da auto-confiança, atitudes

facilitadoras da comunicação interpessoal.

As Competências Pessoais são inerentes ao próprio indivíduo e

dependem de alguns factores relacionados com as suas origens e com o seu

desenvolvimento infantil. Aqui entramos no contexto da personalidade e do

carácter dos indivíduos das questões sociais e profissionais. Assim, podemos

considerar que as competências sociais são influenciadas pelas

características da personalidade e pelos traços de carácter dos indivíduos.

Considerando que a personalidade tem uma forte influência dos

factores genéticos e que o carácter depende, essencialmente, das influências

sentidas ao longo do nosso desenvolvimento, podemos concluir que a

aquisição de competências pessoais depende da junção destes dois pilares do

ser humano. As competências pessoais remetem para capacidades de auto-

gestão, ou seja, todos os requisitos relacionados com aspectos inerentes ao

indivíduo e que, apenas a ele, cabe a sua organização e administração.

Assim, podemos designar diversas capacidades inerentes às

competências pessoais, tais como:

2Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Auto-consciência – é o conhecimento e a compreensão dos

nossos estados internos, emoções, intuições, bem como o efeito

deles.

Da Auto-consciência fazem parte:

A Consciência Emocional, que é reconhecer as emoções que estamos

a senir e porquê; compreender as ligações entre os nossos sentimentos

e o que pensamos, fazemos e dizemos;

A Auto-Avaliação, que consiste na avaliação dos nossos “estados de

alma”, ou seja, é conhecer e avaliar/valorizar as nossas forças e

fraquezas e como os nossos sentimentos afectam o nosso desempenho

em determinada situação;

A Auto-Confiança, que é a noção positiva do nosso próprio valor e

das nossas próprias capacidades.

Controlo Emocional – É a capacidade de comandar os nossos

estados de alma, os nossos impulos e recurso.

Dele fazem parte:

O Auto-Controlo, que é a nossa capacidade de gerir adequadamente

os nossos estados emocionais, sermos positivos e mantermos a

atenção concentrada enquanto estamos sob pressão;

A Integridade, é o assumirmos a responsabilidade pelos nossos actos

e opiniões, respeitar os valores de integridade e sinceridade;

3Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

A Adaptabilidade, que é a capacidade que temos para aceitar a

mudança e nos adptarmos a ela;

A Inovação, é a abertura a novas ideias, visões e informações.

Motivação – É o processo responsável pela intensidade,

direcção e persistência dos esforços que aplicamos para

alcançarmos uma determinada meta. É baseada em

características emocionais que facilitam o alcance de objectivos,

a necessidade e a vontade de nos aperfeiçoarmos e vencer.

Da Motivação fazem parte:

A Orientação para Objectivos, que é a capacidade de orientar a

energia para alcançar os objectivos;

O Compromisso, ou seja, o aceitar os objectivos de um determinado

ou organização;

A Iniciativa, que é a disponibilidade que temos para actuar quando

existe uma oportunidade. Melhorar o próprio desempenho.

O Optimismo, que é a persistência que temos no alcance de

objectivos perante determinadas dificuldades que possam surgir. Ter

objectivos ambiciosos e aceitar riscos calculados.

“Controlar as nossas emoções não é mais do que ter capacidade para

assumir os nossos sentimentos, de forma a encontar soluções para os

medos, as frustrações e fraquezas.”

4Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Competências Sociais

As competências sociais são comportamentos que se manifestam

durante o relacionamento com os outros e que expressam sentimentos,

atitudes, desejos, opiniões ou direitos da pessoa que os emite, de um modo

adequado à situação. A estes relacionamentos damos o nome de Relações

Interpessoais.

Estes comportamentos devem ser respeitados pelos outros e resolvem

os problemas imediatos da situação, minimizando a probabilidade de futuros

problemas. Geralmente estes comportamentos são orientados no sentido da

pessoa se sentir satisfeita com a interacção social e/ou para obter algum

proveito a nível material ou social.

As competências sociais não são traços de personalidade, são

aprendidos e podem desenvolver-se mediante um treino sistemático e

estruturado.

A comunicação interpessoal não se resume aos elementos verbais

(aquilo que se diz), mas também engloba componentes paralinguísticas, ou

seja, o volume da voz, a entoação, a fluidez, a clareza ou o tempo da fala e

componentes não-verbais, isto é, o olhar, a expressão facial, o sorriso, os

gestos, a postura, a orientação, a distância/contacto físico, ou a aparência

pessoal). Todos estes aspectos podem também ser aprendidos e controlados

no sentido de tornar a comunicação mais assertiva.

Ao longo neste manual vamos abordar com mais detalhe o que são as

competências sociais, qual a sua utilidade , como se aplicam no nosso dia-a-

dia, qual a sua importância e como podemos desenvolvê-las de modo a

obtermos capacidades de actuar perante qualquer situação na sociedade

actual.

5Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Uma das exigências fundamentais para que as relações interpessoais

se tornem progressivamente mais ricas, positivas e maduras, é a necessidade

de compreensão de si próprio e dos outros.

Factores que determinam os diferentes tipos de relações

interpessoais

O contexto de vida

A vivência na família, na escola, no grupo de amigos, na

comunidade, no local de trabalho

o Na família e amigos, os conteúdos serão mais informais

Papel desempenhado

As pessoas desempenham diversos papeis:

o O mesmo individuo pode desempenhar o papel de pai em

relação ao filho, de filho em relação aos pais, de chefe

em relação aos subordinados, etc.

6Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

o Em cada contexto as pessoas estabelecem relações

diferentes com os outros.

Conteúdo da Relação

A relação pode ter como conteúdo um assunto estritamente

pessoal, uma matéria de estudo ou um problema profissional.

o As trocas, entre os individuos variam de acordo com o

conteúdo ou a matéria da relação.

Interlocutor

A pessoa com quem se estabelece a relação.

A relação que o adulto mantém com a criança não pode ser do

mesmo tipo que mantém com um adolescente ou com outro

adulto.

Nas relações interpessoais a comunicação é extremamente importante.

A Comunicação é entendida como a transmissão de estímulos e respostas

provocadas, através de um sistema completa ou parcialmente compartilhado.

7Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

É todo o processo de transmissão e de troca de mensagens entre seres

humanos.

Tipos de Comunicação

A Comunicação não se realiza apenas entre os homens, mas é típica

da espécie humana. No entanto, há muitos outros meios de que o homem se

serve para comunicar ideias.

Todos os sinais, além das palavras, que se empregam para indicar

sentimentos e atitudes – expressões faciais, gestos corporais, sons diversos –

são excelentes meios de comunicação. O seu emprego associado à palavra, é

normalmente, muito eficaz para transmitir a intenção do comunicado.

Comunicação Verbal

“Aquilo que se diz”: expressão de ideias, desejos, opiniões, crenças, valores,

etc.

Verbal escrita: Livros; Cartazes; Jornais; Cartas; Telegramas, etc…

Verbal oral: Diálogo entre duas pessoas; Rádio; TV; Telefone, etc…

Comunicação Não Verbal

A comunicação não verbal processa-se através dos gestos, das

posturas, das expressões faciais , das utilizações da voz e

do silêncio , do vestuário, dos objectos de que nos

fazemos cercar, da relação que estabelecemos, quer com

esses objectos, quer entre nós .

8Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Todas estas formas de linguagens não verbais exprimem e

comunicam ideias, sentimentos e emoções, acompanham, reforçam e

chegam a substituir a linguagem verbal, delineando significações e

conferindo uma vivência mais profunda e autêntica à comunicação.

Podemos cessar a comunicação verbal, simplesmente, não a

utilizando .Ao contrário da comunicação verbal que se faz por intermédio de

signos discretos, a comunicação não verbal é contínua e ininterrupta. O que

significa que não podemos nunca impedir a comunicação não verbal, mesmo

que não seja deliberada e intencional.

Postura

Espaço Interpessoal

Gesticulação

Expressão Facial / Sorriso

Contacto Visual

Gestos

Acompanham a linguagem falada e reforçam a mensagem verbal.

Os gestos são aprendidos e estão limitados pela sociedade e cultura onde

estamos inseridos.

9Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Aprendemos a utilizar um código gestual e interpretamo-lo. Ajudam a

interpretar o conteúdo das comunicações, definir os papeis e os

desempenhos sociais.

Postura

A forma como nos posicionamos transmite aos outros se estamos

interessados em estabelecer contacto ou se estamos interessados no que eles

têm para dizer

Ex: braços ou pernas cruzadas para longe do outro

indicam desinteresse.

Uma postura corporal aberta indica relaxamento e

interesse num contacto mais próximo.

Contacto Visual

É algo muito potente. A sua ausência é entendida como desonestidade,

ansiedade ou desinteresse. É também uma oportunidade perdida da nossa

parte, pois não conseguimos aperceber-nos das reacções do outro.

Em contrapartida, quando fazemos contacto visual transmitimos interesse.

Olhar os outros nos olhos também nos permite, saber do seu interesse em

nós ou em algo que estão a observar.

10Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Expressões Faciais

Quando comunicamos o nosso corpo também fala. As nossas

expressões faciais comunicam os nossos sentimentos, emoções e reacções,

intencionalmente ou não.

Através da nossa expressão facial podemos postar respeito ou

desrespeito para com os outros.

Silêncios

- Fazem parte integrante da comunicação;

- Bastante frequentes nas relações interpessoais;

- Embaraçosos;

- Criam um vazio nas relações afectando-as;

- Momento de profunda troca de emoções e sentimentos;

- Fundamentais, porque para escutar o outro é preciso estar em silencio.

Toque

Abraço – muitas vezes intimida pelo medo de não ser correspondido

Garner (1997) aconselha a resolver este problema através de

um aperto de mão, onde colocamos a nossa mão esquerda no

ombro direito da pessoa a quem apertamos a mão. Na grande

maioria das vezes a outra pessoa irá estender o seu braço

esquerdo para nós e abraçar-nos.

11Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Acenar com a cabeça

Permite-nos transmitir aos outros que estamos a compreender aquilo que

estão a dizer e incentiva-os a continuar.

Existem algumas pessoas que não usam esta linguagem gestual, transmitindo

uma mensagem de discordância, desinteresse ou confusão relativamente ao

assunto.

Sorrir

Os três principais tipos de sorriso , segundo Lambert, são:

Sorriso Simples - com os lábios fechados e para cima nos cantos –

quando sorri para si mesma

Sorriso para Cima – com os lábios para cima nos cantos e aberto –

quando sorrimos para outra pessoa

Sorriso Largo - com os lábios para cima e com os dentes claramente

à mostra – quando nos estamos a divertir

Roupa e Adornos

A maneira como nos vestimos comunica algo aos outros, não só através das

cores (alegres, garridas ou escuras), mas através dos tecidos e do corte

utilizado.

Ex: uniformes - através deles sabemos o papel

desempenhado pelo sujeito.

Tempo

12Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

É necessário conhecer em relação a cada sociedade ou cultura, a sua

percepção do tempo, porque o modo como este é vivido afecta a

comunicação interpessoal.

Conclusão: na interacção pessoal, tanto os elementos verbais como os

não-verbais são importantes para que o processo de comunicação seja

eficiente.

Estilos de Comunicação

• Estilo Agressivo

• Estilo Manipulador

• Estilo Passivo

• Estilo Assertivo

Estilo Agressivo

Ignora e desvaloriza sistematicamente o que os outros fazem e

dizem;

Domina e valoriza-se à custa dos outros.

Sinais

Fala alto e interrompe;

Faz barulho com os seus afazeres enquanto os outros se exprimem;

Não controla o tempo enquanto está a falar;

Manifesta por mímica o seu desprezo ou a sua desaprovação.

Estilo Manipulador

13Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Considera-se hábil nas relações interpessoais, apresentando

discursos diferentes consoante os interlocutores a quem se

dirige ;

Comportamento calculista em que não são dadas a conhecer as

verdadeiras intenções.

Sinais

Apresenta-se cheio de boas intenções;

Apresenta uma relação táctica com os outros;

Fala por meias palavras, é especialista em rumores e «diz-que-disse»;

Tende a desvalorizar o outro através de frases que pretende que sejam

humorísticas e denotem inteligência e cultura.

Estilo Passivo

Tende a ignorar os seus direitos e os seus sentimentos, assim

como a evitar os conflitos a todo o custo;

Dificilmente diz não, quando lhe pedem alguma coisa, porque

pretende agradar todos.

Consequências

Perda do respeito por si próprio, porque frequentemente faz coisas que

não gosta muito e que não consegue recusar;

Estabelece uma má comunicação com os outros porque não se afirma

e raramente se manifesta;

Os outros não conhecem os seus desejos, interesses e necessidades.

Estilo Assertivo

14Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

As pessoas assertivas sabem ouvir os outros, admitem os seus

pontos de vista e procuram de forma construtiva cooperar com

estes;

Um líder assertivo não pressiona, manipula ou culpabiliza os

elementos da equipa, aceita que estes possam ter reacções

positivas ou negativas e sabe dar feedback construtivo, porque

tem autoconfiança em si próprio.

Implica

O respeito do indivíduo por si próprio, ao exprimir os seus gostos,

interesses, desejos e direitos;

O respeito pelos outros, pelos seus gostos, ideias, necessidades e

direitos.

É Assertivo quem:

Está à vontade na relação face a face;

É verdadeiro consigo mesmo e com os outros, não dissimula os seus

sentimentos;

Coloca as coisas muito claramente às outras pessoas, negoceia na base

de objectivos precisos e claramente determinados;

Negoceia na base de interesses mútuos e não mediante ameaças;

Não deixa que o pisem;

Estabelece com os outros uma relação de confiança e não de

dominação e de calculismo.

Vantagens da Comunicação Assertiva

15Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Está na base de relacionamentos honestos e saudáveis;

É o comportamento requerido para resultados “ganhar-ganhar” numa

negociação, na resolução de conflitos, na vida profissional e familiar

diária;

Produz a sensação de bem estar no ambiente profissional e familiar;

Traduz-se em melhores resultados para o próprio e para o grupo;

Evita os conflitos e o desgaste nas relações.

Exemplo de um comportamento assertivo:

"Uma senhora tenta desesperadamente arranjar lugar num voo para ir

visitar a mãe que está no hospital. A fila no balcão de reservas é

longa. Aproxima-se de um senhor que aguarda a sua vez no início da

fila e diz-lhe, apontando para o seu lugar:

"MEU  CARO SENHOR, IMPORTA-SE DE TROCAR DE LUGAR

COMIGO? NÃO LHE  FARIA UM  PEDIDO DESTA NATUREZA SE

NÃO FOSSE TÃO URGENTE, POR MOTIVOS FAMILIARES,   QUE EU

CHEGUE HOJE MESMO AO PORTO..." O senhor, depois de a olhar

atentamente, acena que  sim.  No  final ambos acabam por conseguir lugar

nesse voo.  Pergunta-se  à mulher  qual teria sido a sua reacção se o

homem tivesse recusado. "TUDO BEM. EU TINHA  ESPERANÇAS DE

QUE ELE ME DISSESSE QUE SIM, MAS PARA TODOS OS EFEITOS 

ELE ESTAVA PRIMEIRO QUE EU NA FILA."

Neste  exemplo  a senhora demonstrou auto-respeito pelas suas  próprias

necessidades  ao  perguntar  ao senhor se está disposto a ajudá-la e  trocar 

de lugar  com ela; igualmente mostra respeito pelo direito que ele tinha de

recusar o seu pedido e não a ajudar.

16Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Mas,   perguntar-se-á, como pode o respeito pelo próprio e pelos 

outros estar presente na recusa de um pedido? Tal depende em grande

parte da forma como a  recusa  ao pedido for feita. Um pedido pode ser

recusado de forma  agressiva:

"QUE IDEIA É ESSA DE TROCAR DE LUGAR? TEM UM

DESCARAMENTO!". Este tipo de recusa envolve  respeito  num  só 

sentido, isto é, respeito pelo  direito  do  próprio recusar, mas não

respeita o direito do outro pedir.

Um  pedido  também pode ser recusado de forma passiva: "COMO É 

QUE LHE HEI-DE  EXPLICAR...  SINTO-ME HORRÍVEL MAS NÃO

LHE POSSO DAR O LUGAR...".  Neste caso,   a  pessoa  recusa  o 

pedido  mas fá-lo de  forma  que  denota  falta  de auto respeito:   sugere 

que o próprio é uma pessoa horrível, que  nunca  deveria recusar  o 

pedido  que lhe foi feito. Além disso, a recusa passiva  também  não

respeita  o  direito que a outra pessoa tem de ser tratada como alguém

capaz  de lidar com a decepção.

Em  contraste, uma recusa assertiva seria feita nos seguintes  moldes:

"GOSTARIA  DE  A  PODER AJUDAR, MAS REALMENTE

TAMBÉM NECESSITO MUITO  DE  CHEGAR HOJE". A recusa

assertiva demonstra os dois tipos de respeito: auto-respeito, na forma 

auto-confiante  como a recusa é feita, e respeito pelo direito  da  outra

pessoa fazer o pedido.

Dar e Receber Elogios

Você sabe lidar com elogios?

17Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Aceitar cumprimentos não é arrogante e nem egocêntrico, mas depender deles

para viver pode ser. Saiba lidar com eles de forma equilibrada, e não esqueça

de também fazer elogios a quem merece – eles tornam a vida muito mais

agradável!

Eis o que você deve fazer:

Aceite o elogio. Mesmo que tenha tido sorte ou o apoio de outros,

você esteve envolvido, e é visto pela outra pessoa como sendo

merecedor do comentário.

Seja grato. O elogio é como um presente. Você não recusaria ou

devolveria um presente de um amigo. Receba-o, e trate-o da mesma

forma.

Não seja pessimista. Ao menos neste momento. Se você recebeu

elogios por determinado acto, não responda dizendo que a longo prazo

você acredita que falhará.

Reconheça sua parte de contribuição. Não há problema em

mencionar que outros são também dignos de elogio pela mesma razão,

pois também fizeram parte do projeto. De facto, não esqueça de fazê-

lo! Mas não diga que eles merecem “todo” o crédito.

Retribua. Torne visível que você aprecia o acto. Se você conseguir,

ofereça de volta um cumprimento a quem o elogiou, desde que não

pareça falso, ou forçado.

ELOGIAR UM POUCO ÀS VEZES AJUDA

18Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Sua conversa será mais rica, se você aprender a elogiar as

pessoas (desde que os elogios sejam sinceros). Pode-se

elogiar ao mesmo tempo em que se exprime apreciação.

Não diga ao seu amigo, simplesmente que gostou do que ouviu. Faça

comentários específicos sobre algumas coisas que ele disse ou peça-lhe para

ampliar uma de suas observações, mostrando que ouviu com toda a atenção.

O conflito

19Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

O que é o conflito?

Conflito surge quando há a necessidade de escolha entre situações que

podem ser consideradas incompatíveis. Todas as situações de conflito são

antagónicas e perturbam a acção ou a tomada de decisão por parte da pessoa

ou de grupos. Trata-se de um fenómeno subjectivo, muitas vezes

inconsciente ou de difícil percepção.

Efectuando como que uma tradução à letra da definição encontrada no livro

"Management", podemos definir o conflito como sendo:

"A oposição que surge quando existe um desacordo dentro ou entre

indivíduos, equipas, departamentos ou organizações"

E, independentemente dos tipos de divergências de onde pode resultar,

podemos dividir o conflito em 3 tipos:

Intrapessoais

Atracção/atracção (ex: duas coisas que queremos);

Repulsão/repulsão (ex: condenado à morte – enforcamento ou

fuzilamento);

Atracção/repulsão (ex: casamento).

Interpessoais

20Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Diferenças individuais (idade, valores, religião)

Limitações de recursos (poucos recursos, quem utiliza?)

Diferenciação de papeis (não aceitar bem a pessoa como chefe)

Organizacionais

Em organizações existem muitas pessoas e como tal várias

personalidades. O conflito é inerente.

Quando surge o Conflito?

As situações de conflito podem ser resultado da concorrência de respostas

incompatíveis, ou seja, um choque de motivos, ou informações

desencontradas.

Formas de lidar com o conflito

21Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

- Evitá-lo (negativo)

• O indivíduo tenta evitar a todo o custo qualquer tipo de conflito ou;

• O indivíduo tenta utilizar o conflito de uma forma que leva a uma

competição intensiva.

- Mantê-lo (positivo)

• O Indivíduo tenta manter sempre um conflito;

• Enfrenta o conflito (Ganhar ou Perder);

• O indivíduo graças a esse conflito vai tentar descobrir as diferenças de

opinião entre os diversos participantes.

- Equilíbrio

• Tentar encontrar um ponto de equilíbrio entre os dois tipos anteriores

quando se verifica que qualquer conflito pode ter resultados negativos

quer para a empresa/organização ou para as próprias pessoas

envolvidas.

• Esta medida permite reduzir a ambiguidade e o conflito no trabalho.

O Conflito é perigoso?

È mau?

22Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Princípios chaves na administração de conflito

• Os conflitos geralmente são inevitáveis porque as pessoas têm

diferentes necessidades, interesses, preocupações e receios.

• Os conflitos podem ser usados de maneira criativa para que melhores

relacionamentos sejam desenvolvidos.

• Uma intervenção antecipada pode evitar que o conflito piore.

• Deve-se focalizar no problema e não nas pessoas.

• Deve-se focalizar nas necessidades fundamentais e não nas exigências

imediatas. Deve-se fazer uso da experiência das pessoas.

Como ultrapassar o conflito

• Ouvir, ouvir e ouvir ainda mais;

• Compreender e descrever o ponto de vista dos outros;

• Identificar necessidades, interesses, preocupações e receios;

• Incentivar grupos em conflito a ouvirem uns aos outros;

• Estabelecer regras e conseguir acordos;

• Começar discussões construtivas (e mantê-las!);

23Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

• Solucionar problemas de maneira criativa;

• Construir relacionamentos.

Conflito e Ambiguidade do Trabalho

Defi nição de Trabalho:

Trabalho é o conjunto de tarefas e actividades que um indivíduo é suposto

desempenhar.

O Conflito no Trabalho ocorre quando uma pessoa está sujeita a pressões ou

expectativas muito elevadas e/ou inconsistentes.

A Ambiguidade do trabalho ocorre quando:

• Não existe informação adequada - A informação que chega ao indivíduo não

é propriamente a que essa pessoa necessitava para desempenhar a sua

tarefa o que, obviamente, conduz a uma ambiguidade do trabalho a

desempenhar.

• A informação é confu sa ou incompleta - A Informação transmitida ao

indivíduo não revela os pormenores mais importantes para que a tarefa

seja realizada sem existirem dúvidas de que de facto o trabalho que

estamos a desempenhar é aquele que nos foi mencionado.

24Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

• Não se sabe as s uas consequências - Quando não se conseguem saber os

resultados quer para a própria pessoa, quer para a empresa, de se realizar

certa tarefa, a ambiguidade aparece novamente.

Quando surge um conflito no trabalho, possivelmente, ele enquadra-se em uma das seguintes categorias:

• Conflitos Intrapessoais - Quando o conflito que temos diz respeito a

apenas uma pessoa (o nosso chefe, um colega ou outro membro da nossa

organização).

• Conflitos Interpessoais - Quando o conflito existe para com várias

pessoas dentro da organização.

• Conflitos com outros trabalhos - Quando existem outros trabalhos/tarefas

dentro ou fora da organização, que não possibilitam que o trabalho seja

efectuado devidamente.

• Conflitos entre necessidades e valores - Quando o que necessitamos para

cumprir o objectivo do nosso trabalho entra em conflito com a nossa

personalidade e os valores que prezamos, estamos sem duvida face a um

Conflito entre necessidades e valores (Ex: suponha que com o objectivo

de aumentar a produção vamos lançar no mercado uma quantidade

elevada de produtos em estado deficiente. Esta situação pode levar à

existência de um conflito deste tipo).

Negociação de conflitos nas Organizações

25Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Durante as negociações poderão ser usados 5 mecanismos para ajudar a

evitar, reduzir ou resolver impasses no processo. Estes mecanismos são

apenas uma ajuda à resolução, mas não substituem a negociação.

• Arbitragem voluntária: as entidades envolvidas, aceitarem que,

certos pontos de discórdia, sejam resolvidos por uma entidade neutra

(individual ou colectiva).

• Mediador: um elemento neutro, ouvir ambas as entidades, de modo a

aconselhá-las com novas alternativas, no sentido de chegarem a um

entendimento e colaboração.

• Provedor: alguém que ajuda os empregados a apresentar as suas

preocupações e que lhes fornece informações de como prosseguir a

negociação.

• Facilitador: é uma entidade neutra que dá formação e consultoria a

cada entidade envolvida, de forma independente e isenta, com o

objectivo de ajudar a definir os problemas e a criar alternativas. É

normalmente usado antes da negociação.

• Tribunal: quando uma ou ambas as entidades apresentam um

processo em tribunal, indicando o que a outra entidade fez de errado e

o que quer como recompensa. Este mecanismo é desvantajoso, pois

cria uma situação de vitória-derrota, provoca uma decisão imposta

pelo tribunal, para além dos custos tempo e dinheiro envolvidos.

Conflito no cérebro

26Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO GRUPO

27Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Os membros do grupo, quando se propõem realizar uma tarefa comum, apresentam

uma certa coesão que os força a agir na consecução dos objectivos mantendo-os

unidos, isto é, coesos.

Uma das condições básicas para que os membros do grupo cooperem é a

CONFIANÇA que se deverá desenvolver entre eles.

Nos grupos, onde a cooperação é elevada, as pessoas sentem-se motivadas pelo

trabalho produzido e mantêm um alto nível de frequência de comportamentos que os

levam à solução dos problemas.

O comportamento individual é importante para o sucesso do grupo. O indivíduo

sente-se apoiado e aprovado pelos restantes membros do grupo. Tal facto tende a

aumentar o seu desempenho.

O bom contributo de um membro de um grupo conduz os restantes a reforçarem

ainda mais o seu desempenho.

O grupo existe em função da necessidade de se executar uma tarefa comum e da

necessidade de se manter coeso em unidade de trabalho.

O comportamento adequado ao sucesso do grupo é o comportamento ASSERTIVO,

ou seja, auto-afirmativo.

IMPORTÂNCIA DA COESÃO DO GRUPO

28Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Coesão de um grupo é o resultado de todas as forças que actuam sobre os membros

para que permaneçam no grupo.

O conceito de coesão poderá também ser o de “atracção interpessoal”.

As pessoas que constituem o grupo devem sentir alguma atracção entre si,

mantendo uma boa relação. Deste modo, as pessoas partilham algo de comum,

partilham uma determinada IDENTIDADE..

É pelo facto das pessoas cooperarem, e apresentarem atitudes semelhantes, que

se tornam coesas, existindo entre elas, atracção interpessoal.

A coesão do grupo permite, de um modo geral:

o que os membros do grupo permaneçam juntos;

o que os membros do grupo confiem e sejam leais;

o que os seus membros se sintam seguros;

o que os seus membros se deixem influenciar pelo grupo;

o que aumente significativamente a satisfação dos seus membros, à medida que

o trabalho se desenvolve;

o que a interacção entre os seus membros se intensifique.

NÚMERO IDEAL DE MEMBROS DE UM GRUPO DE TRABALHO

Num grupo, o grau de satisfação dos seus membros diminui à medida que aumenta o

número de participantes, porque estes têm menos probabilidades de se expressarem

e de apresentarem os seus pontos de vista.

O elevado número de elementos, no grupo, aumenta os problemas interpessoais,

diminui a acção e a realização da tarefa.

29Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

A partir de um certo número, a produtividade do grupo é inversa ao número

dos seus participantes.

Nº de elementos Vantagens/desvantagens

2

É um grupo eficaz quando existe entre eles uma certa intimidade, isto é,

quando cada um conhece o outro de forma aprofundada.

O seu trabalho é eficaz na procura de ideias ou soluções quando entre os

dois existe uma grande amizade e confiança.

3

É um grupo útil e produtivo quando é necessário resolver problemas precisos

e, de certo modo, definidos.

No entanto, se se trata de tomar decisões, é um grupo menos produtivo do

que um grupo de 5 ou 6 elementos.

5 ou 6

Parece ser, segundo as experiências, o mais produtivo e o mais rico em interacções.

Neste caso é possível a divisão do trabalho e todos poderão

intervir e expressar-se o mais possível, sem que se perca a visão do conjunto

e o objectivo do grupo.

Mais de 6

O grupo com mais de 6 elementos perde a sua unidade quer no plano da amizade,

quer no plano das relações interpessoais, quer na cooperação, quer no plano da

acção.

Os elementos de um grupo não têm necessariamente que ter estruturas pessoais

semelhantes, para serem funcionais.

30Formadora: Natalie Peneda

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No entanto, a cooperação é dificultada, se pertencerem a culturas ou grupos sociais

muito diferentes.

O fundamental para o grupo é a CONFIANÇA INTERPESSOAL e a

motivação para a realização de uma tarefa comum.

VANTAGENS QUE O GRUPO APRESENTA

1. TOMADA DE DECISÃO DE MAIOR RISCO

Os grupos tomam decisões que envolvem maior risco do que as pessoas tomam

individualmente.

Quando a decisão do grupo é muito arriscada, em caso de falhar, nenhum dos

elementos do grupo se considera, individualmente, responsável pelo acontecimento.

Caso a decisão tomada pelo grupo, tenha sucesso, o mérito é, quase sempre,

assumido por todos em conjunto.

O risco é valorizado porque se apresenta como sinal de audácia e coragem, o que,

em caso de sucesso, traz muitos benefícios pessoais para os elementos do grupo.

2. MAIOR RAPIDEZ E EFICÁCIA NA CONCRETIZAÇÃO DOS OBJECTIVOS

Os indivíduos que constituem o grupo têm determinados objectivos a atingir que

podem ser designados como os objectivos do grupo. Estes objectivos, devem

coincidir com os de cada elemento que interage com o grupo, considerados na sua

individualidade.

31Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Através do grupo, cada indivíduo atinge muito mais rapidamente o seu objectivo

porque os esforços de muitos e diferenciação de papéis facilita o desempenho e

aumenta a produtividade, reduzindo, significativamente, o tempo da sua realização.

3. ENRIQUECIMENTO DAS DECISÕES

As decisões tomadas em grupo tendem a ser mais ricas e ajustadas aos objectivos do

que as decisões tomadas individualmente. O empenho e a intervenção de vários

elementos enriquecem a tomada de decisões, permitem a progressão, a variedade e a

validade das decisões.

4. DIVISÃO DE TAREFAS

Uma das vantagens do grupo é o facto de vários indivíduos poderem intervir numa

tarefa comum, cada um contribuindo com as suas habilidades, capacidades e

aptidões.

Cada um pode maximizar o seu potencial não só em proveito próprio, mas também

dos outros.

A divisão de tarefas exige a diferenciação de papéis dos diferentes elementos do

grupo, o que, consequentemente, cria expectativas mútuas.

5. CRIAÇÃO DE LAÇOS DE AMIZADE

O grupo é tanto mais coeso e produtivo, quanto maior for a amizade e confiança

entre os seus membros.

32Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Normalmente, os grupos produtivos estendem a sua actividade a outras áreas, como

seja o lazer e o divertimento. As pessoas que interagem no grupo aumentam a sua

capacidade de comunicação e dão-se a conhecer uns aos outros, o que permite a

criação de laços de amizade e inter ajuda.

Quando o indivíduo precisa de apoio, é ao grupo que, normalmente, recorre.

6. SEGURANÇA

As ideias, valores e atitudes expressas ou defendidas pelo grupo tendem a ser

expressas por cada um dos seus elementos, sem que temam as reacções do público.

O facto de saberem que mais alguém partilha dessas ideias, dá-lhes segurança e

força para as manifestar.

Defender algo que assume individualmente é muito mais perigoso e difícil, em

termos de integridade pessoal e social, do que defender algo que é defendido por um

grupo. O indivíduo não tem que se defender sozinho, em qualquer circunstância que

expresse a opinião do grupo porque este, sendo coeso, o defende e apoia.

7. PODER E INFLUÊNCIA FACE AO EXTERIOR

Todo o grupo sofre a influência social da comunidade onde se insere. Existe uma

dinâmica externa ao grupo, ao qual este não pode ser alheio. O grupo pode interferir

positivamente na realidade social, ou pelo contrário pode ser por ela condenado.

O grupo passa a ser respeitado cada vez que apresentar ideias inovadoras e mostrar a

força por ela exercida.

Dada a força e influência de alguns grupos, é possível alterar atitudes e valores.

33Formadora: Natalie Peneda

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DESVANTAGENS QUE O GRUPO APRESENTA

1. TOMADA DE DECISÕES EMPOBRECIDAS

Muitas vezes, as decisões são tomadas tendo em vista os interesses da maioria dos

elementos do grupo. Neste caso, interessa mais uma decisão de consenso do que

uma decisão mais válida e correcta, mas que não interessa à totalidade do grupo.

2. PENSAMENTO DE GRUPO

Por vezes os elementos do grupo assumem comportamentos que conduzem a

tomada de decisões ineficazes. Pensando que são os melhores no campo de tomada

de decisão ou busca de soluções, menosprezam os grupos concorrentes, rejeitando

toda a informação divergente.

Deste modo, o grupo pode tornar-se ineficaz, na consecução dos seus objectivos.

3. TRANSFORMAÇÃO DO EU EM NÓS

O grupo poderá condicionar alguma liberdade de acção dos elementos que o

compõem. À medida que o grupo se desenvolve e estrutura, criam-se certas

expectativas mútuas entre os seus membros que obrigam à representação de

determinados papéis, em favor da coesão e do conformismo que, muitas vezes, se

torna útil para o funcionamento do grupo.

A coesão do grupo, apesar de possibilitar a transposição de uma resposta unitária

para o exterior do grupo, pode ter como consequência o aniquilar das próprias

pessoas e a sua submissão ao NÓS, que é o grupo.

34Formadora: Natalie Peneda

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COMPORTAMENTOS DE UM BOM PARTICIPANTE NO GRUPO

O indivíduo, uma vez inserido no grupo, deve participar em todas as decisões. Deve

dar a sua opinião, contribuindo para o enriquecimento da tarefa e simultaneamente,

para a coesão do grupo e o desenvolvimento das relações interpessoais.

No grupo, todo o indivíduo deve:

1. COOPERAR

Significa que deve colaborar na procura dos objectivos que o grupo fixou. Deve-se

aproveitar a riqueza das ideias de todos os membros do grupo. Para isso é necessária

a plena colaboração de cada um.

2. RESPEITAR OS OUTROS

Cada indivíduo no grupo é uma pessoa, uma unidade social que merece ser ouvida e

compreendida. Cada um deve esforçar-se para compreender o sentido das

intervenções dos outros. Não dar atenção ou evitar o outro é manifestar desrespeito,

o que não facilita o trabalho em grupo.

Mesmo que se possuam ideias preconcebidas sobre algum dos elementos do grupo,

devemos ter a abertura e a disponibilidade suficientes para o ouvirmos e

compreender o seu ponto de vista. É importante que se respeite, aceite e ajude os

mais tímidos e aqueles que apresentam maior dificuldade em intervir e expressar as

suas ideias.

35Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

3. INTEGRAR-SE TOTALMENTE NO GRUPO

Cada elemento deve participar activamente na definição dos objectivos do grupo,

deve ajudar a encontrar as soluções mais adequadas e intervir no plano das decisões.

Todos devem ter a possibilidade de intervir e nenhum deve monopolizar as

intervenções.

4. SERVIR O GRUPO SEM PERDER A SUA INDIVIDUALIDADE

O indivíduo deve colocar ao serviço do grupo toda a sua competência e capacidade

de trabalho. Todos os elementos do grupo devem conhecer os seus colegas, os

aspectos e as qualidades de cada um, que mais contribuem para o funcionamento do

grupo considerando que todos são importantes para atingir os objectivos e as

finalidades do grupo.

5. NÃO SER CONFORMISTA

O grupo só evolui e progride em função da maleabilidade dos seus membros para se

adaptarem a novas situações.

O comportamento conformista imobiliza e impossibilita a abertura de novos valores

e ideias. O participante do grupo deve, ele próprio, pôr-se em causa e procurar saber

cada vez mais, adquirir o máximo de informação para mobilizar o grupo para novas

tomadas de posição e soluções mais realistas e adaptadas.

BARREIRAS QUE IMPEDEM A COMUNICAÇÃO NO GRUPO

No grupo cria-se uma rede de comunicações e de relações interpessoais que é

fundamental para o seu bom funcionamento. Os bloqueios podem afectar toda a

vida do grupo.

36Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Entende-se por barreiras à comunicação todo um conjunto de obstáculos que

dificultam ou impedem a comunicação entre os diversos intervenientes.

EXEMPLOS DE BARREIRAS:

1. DIFERENÇAS ENTRE AS PESSOAS

Todas as pessoas que compõem o grupo são diferentes; tiveram experiências e

vivências muito próprias, o que determinou a sua singularidade.

Porém, diferença não é sinónimo de barreira! As diferenças devem ser conhecidas,

respeitadas e aproveitadas para a produtividade e enriquecimento do grupo.

A diversidade e as diferenças entre as pessoas constituem uma riqueza que é

necessário tornar fecunda através da complementaridade de todas as pessoas do

grupo.

É, pois, fundamental que se conheça o outro, que se respeite e se valorize.

2. JUÍZOS DE VALOR

Os indivíduos devem ter muito cuidado com os juízos de valor e as apreciações que

fazem acerca do que os outros dizem ou fazem.

Esses juízos de valor poderão transformar-se em preconceitos que irão bloquear a

relação porque o outro é sempre visto em função deles. Este é o caminho para

acabar com o diálogo e a relação.

37Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

3. PENSAR SOMENTE EM SI PRÓPRIO

O egocentrismo impede que aceitemos a relatividade das nossas ideias e tomadas de

posição. Impede que aceitemos os outros porque nos preocupamos somente com a

aprovação da nossa ideia.

Pensamos que o que defendemos é o melhor para o grupo e não escutamos sequer a

opinião e o ponto de vista do outro.

É fundamental que se aceitem diferentes perspectivas que poderão ser tão válidas

como as nossas.

A riqueza do grupo está exactamente na diversidade de ideias pessoais que

contribuem para a busca de soluções eficazes.

38Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Comportamentos Assertivos Para Uma Entrevista de Emprego

Apresentação

• A 1ª impressão conta bastante

• Saber-me apresentar

• O meu “estilo” ► ser autêntico

• Atenção aos pormenores

• Ser amistoso

• É importante ser coerente (diz = faz)

• Ser sincero

Fundamental:

• A atitude

• A motivação

• O Ser mais que o ter

• Respeitar o outro

O curriculum vitae

• O que é o C.V. ?

• Para que serve?

• Como se faz o C.V.?

O que é o C.V.?

O Curriculum Vitae é um documento de tipo histórico, que relata o que se

fez no passado, mas deve, ao mesmo tempo, ser orientado para o futuro, quer

39Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

dizer: indicando o que se pode fazer, o tipo de serviços a que se pode propor

a um empregador, o que se sabe fazer.

 O Curriculum Vitae deve conter:

● A História Profissional e a sua progressão, apresentada de uma forma

simples e explícita;

● As Competências, que estão contidas nos parágrafos que relatam a

actividade profissional;

● Os Interesses Profissionais/ Pessoais, que sobressaem das etapas da

carreira profissional e/ou das actividades extra - profissionais e dos

passatempos.

Um bom Curriculum deve ser:

Fácil de compreender e ler: não deve conter demasiada informação

nem fornecer dados em excesso. Um Curriculum Vitae longo pode ser

enfadonho, especialmente em períodos de recrutamento, em que se

tem que ler um grande número deles.

O relato exacto das realizações : o Curriculum Vitae deve referir-se

a factos precisos, realizações concretas, fornecendo números ou

apresentando provas tangíveis.

Conclusão:

► Não esquecer que as palavras-chave são: simplicidade, síntese,

objectividade.

40Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

► Atenção à máxima:

"Um Curriculum Vitae não é uma autobiografia."

► E nunca esqueças que, ao enviar o teu Curriculum Vitae, pretendes que

a(s) pessoa(s) que o leiam pensem: "Aqui está uma pessoa que parece ter o

perfil desejado para a função. Vamos chamá-la para uma entrevista."

Como fazer um C.V.

• Apresentação – deve ser dactilografado correctamente e não

fotocopiado (não se deve enviar a cópia)

• Verbos – deve utilizar-se verbos de acção, tais como: elaborar,

produzir, fazer, dirigir, executar, etc.

• Palavras – simples e concretas:

a) Evitar a adjectivação superlativa. Exemplo: em vez de “Tenho bastante

experiência nesse domínio”, é preferível “tenho uma experiência de 5 anos

nesse domínio”. 

b) Substituir os adjectivos por algarismos. Exemplo: “uma dada taxa” por

“uma taxa de 50%”; “numerosos clientes” por “150 clientes”, etc.

• Frases – Curtas. Utilizar um único verbo de acção em cada frase

• Parágrafos – 5 linhas no máximo e uma única ideia por parágrafo

• Números – não escrever os algarismos por extenso. Exemplo: em vez

de “treze” por “13”

• Siglas e Iniciais – escrever entre parêntesis e significação das siglas

41Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

• Datas – apresentam-se sempre da mesma forma. Exemplo: se se

escreve 16 de Setembro de 1997, não se deve escrever a seguir

10/10/1998.

Exemplo das Partes que constituem um Curriculum Vitae

Identificação: (dados pessoais)

• Nome

• Filiação

• B.I.

• Naturalidade

• Idade

• Estado Civil

• (Situação Militar)

• Morada

• Telefone (s)

• Carta de Condução

• E-mail

Habilitações Literárias:

Nível de escolaridade, ano da conclusão, média de curso e Instituição

(Escola (s), Faculdade e Universidade, etc.)

 

Formação Profissional:

Cursos e Certificados adquiridos em escolas profissionais, em empresas ou

outras

 

42Formadora: Natalie Peneda

Promoção de Competências Pessoais e Sociais

Experiência Profissional:

Locais em que já trabalhou, funções e cargos que desempenhava e

respectivo período em que desenvolveu tais actividades.

É a parte essencial do Curriculum Vitae, aquela que mais conta para a

entidade empregadora. Deve poder compreender-se, através do relato das

actividades profissionais, as capacidades e aptidões da pessoa

 

Outras informações que se considerem relevantes:

Tais como, fluência em línguas, cursos frequentados, actividades culturais,

desportivas ou comunitárias, acções de voluntariado, etc.

Valorizar o curriculum

• Como podemos valorizar o nosso curriculum ?

• Uma licenciatura é o Q.B. ?

• Sabemos aproveitar o nosso tempo?

• Que actividades são importantes ?

- Cursos de verão; Outros cursos; Actividades sociais; Voluntariado;

Trabalhar em part-time; Estágios; etc.

43Formadora: Natalie Peneda