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1

Sumário

Formação da economia mundial / capitalismo ...................................................................... 2

História do capitalismo e a formação do espaço mundial .................................................... 3

Globalização .............................................................................................................................. 22

Os blocos econômicos ............................................................................................................. 26

Principais blocos econômicos ............................................................................................ 29

Europa ........................................................................................................................................ 35

A união europeia ................................................................................................................... 47

América .......................................................................................................................................57

América do norte ....................................................................................................................... 61

América central ......................................................................................................................... 72

américa do sul ........................................................................................................................... 86

Ásia ............................................................................................................................................. 97

África........................................................................................................................................... 117

Referências bibliográficas ...................................................................................................... 146

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FORMAÇÃO DA ECONOMIA MUNDIAL / CAPITALISMO

O capitalismo é um sistema político, econômico e social, baseado em

vários princípios como:

Propriedade privada dos meios de produção. As pessoas,

individualmente ou reunidas em sociedade, são donas dos meios de produção.

A transformação da força de trabalho em mercadoria. Quem não é dono

dos meios de produção é obrigado a trabalhar em troca de um salário.

A acumulação do capital. Em princípio, o dono do capital quer produzir

pelo menor custo e vender pelo maior preço possível. O lucro é a diferença

entre o custo de produção e o preço de venda do produto.

Para diminuir os custos, procura pagar o mínimo possível pelas

matérias-primas, salários e outros meios de produção.

A definição de preços é feita pelo mercado, com base na oferta e na

procura, isto é, na disputa de interesses entre quem quer comprar e quem quer

vender produtos e serviços. No capitalismo, é o mercado que orienta a

economia.

A livre concorrência. A concorrência é a competição na venda dos bens

e serviços. Na prática, a concorrência em que todos são igualmente livres para

produzir, comprar, vender, fixar preços, etc. não existe. Isto porque o mercado

vem sendo dominado por grandes organizações, que expandem cada vez mais

sua área de atuação através de fusões, incorporações e outros modos de

ampliar negócios, eliminando pequenos e médios concorrentes.

Assim, o capitalismo tem como principais características: a acumulação

de capitais através do lucro, a propriedade privada, as classes sociais, o

monetarismo, as leis de mercado, as relações de trabalho assalariadas e a

economia de mercado.

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HISTÓRIA DO CAPITALISMO E A FORMAÇÃO DO ESPAÇO MUNDIAL

O capitalismo tem seu início na Europa. Suas características aparecem

desde a baixa idade média (do século XI ao XV) com a transferência do centro

da vida econômica social e política dos feudos para a cidade.

O feudalismo passava por uma grave crise decorrente da catástrofe

demográfica causada pela Peste Negra que dizimou 40% da população

europeia e pela fome que assolava o povo. Já com o comércio reativado pelas

Cruzadas (do século XI ao XII), a Europa passou por um intenso

desenvolvimento urbano e comercial e, consequentemente, as relações de

produção capitalistas se multiplicaram, minando as bases do feudalismo.

Na Idade Moderna, os reis expandem seu poderio econômico e político

através do mercantilismo e do absolutismo. Com o absolutismo e com o

mercantilismo, o Estado passava a controlar a economia e a buscar colônias

para adquirir metais (metalismo) através da exploração. Isso para garantir o

enriquecimento da metrópole.

Esse enriquecimento favorece a burguesia - classe que detém os meios

de produção - que passa a contestar o poder do rei, resultando na crise do

sistema absolutista. E com as revoluções burguesas, como a Revolução

Francesa e a Revolução Inglesa, estava garantido o triunfo do capitalismo.

A partir da segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial,

inicia-se um processo ininterrupto de produção coletiva em massa, geração de

lucro e acúmulo de capital. Na Europa Ocidental, a burguesia assume o

controle econômico e político. As sociedades vão superando os tradicionais

critérios da aristocracia (principalmente a do privilégio de nascimento) e a força

do capital se impõem. Surgem as primeiras teorias econômicas: a fisiocracia e

o liberalismo. Na Inglaterra, o escocês Adam Smith (1723-1790), precursor do

liberalismo econômico, publica “Uma Investigação sobre Naturezas e Causas

da Riqueza das Nações”, em que defende a livre-iniciativa e a não interferência

do Estado na economia.

Deste ponto, para a atual realidade econômica, pequenas mudanças

estruturais ocorreram em nosso sistema capitalista.

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No capitalismo, a sociedade está dividida em classes sociais, os meios de

produção (indústrias, comércios, bancos e terras) são propriedades privadas e

a produção de mercadorias e a geração de serviços destinam-se ao mercado

consumidor, com os donos desses meios de produção (empresários) visando à

ampliação de seu capital, enquanto que aqueles que não possuem os meios de

produção (empregados), trabalham para os que possuem, em troca de um

pagamento (salário).

O desenvolvimento do capitalismo foi marcado pelo conflito entre estas

duas classes sociais: com os empresários buscando lucros maiores e os

empregados buscando melhores condições de trabalho e melhores salários.

Atualmente, com os elevados índices de desemprego no mundo, a garantia do

emprego vem sendo o principal ponto de luta dos trabalhadores em muitos

países.

Todo esforço da economia capitalista está voltado para o mercado, pois

de modo geral, é o mercado que determina o preço e acirra a concorrência

entre as empresas. São as necessidades do consumidor que orientam os

investimentos dos empresários na criação de novos produtos e serviços, e na

redução de custos na produção (matérias-primas e componentes mais baratos,

redução de mão de obra e tempo na produção).

O Capitalismo atravessou quatro fases em seu desenvolvimento: o

capitalismo comercial, o capitalismo industrial, o capitalismo financeiro e o

capitalismo informacional.

O Capitalismo Comercial teve início no século XVI, com a intensificação

do comércio na Europa e as grandes navegações, que se tornou possível

graças ao desenvolvimento do transporte marítimo com a invenção das

caravelas e da bússola que possibilitou a navegação para lugares distantes

culminando no descobrimento da América. Os pioneiros nesta empreitada

foram Portugal e Espanha ao descobrirem novas rotas comerciais para a Ásia,

principal entreposto para fornecimento de matérias-primas e que mantinham

forte relacionamento comercial com a Europa.

Com a chegada dos europeus à América, o continente foi incorporado às

relações internacionais, levando à colonização dessas terras, adotando-se o

mercantilismo, que consistia na doutrina econômica que orientava o capitalismo

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comercial, com a acumulação de metais preciosos, tendo uma balança

comercial favorável (exportações maiores que as importações), o

protecionismo (proteção ao mercado interno com altos impostos), o uso de mão

de obra escrava e a proibição do comércio das colônias com outros Estados a

não ser a própria metrópole (pacto colonial), características estas que

marcaram esta primeira fase.

Assim, as grandes navegações, os descobrimentos e a colonização

marcaram o capitalismo comercial, dominando as relações econômicas,

políticas e sociais entre os séculos XV e XVIII.

Com o advento da Revolução Industrial na Inglaterra, na segunda metade

do séc. XVIII e início do séc. XIX, esse sistema de produção já havia se

espalhado para outros países europeus, provocando profundas transformações

na sociedade, na economia e na organização do espaço geográfico mundial e

iniciou o que chamamos de segunda fase do capitalismo – o capitalismo

industrial.

A Primeira Revolução tem como característica principal a invenção da

máquina à vapor na produção de mercadorias, substituindo o trabalho

manufaturado, possibilitando a produção em larga escala e a introdução do

sistema fabril, onde cada trabalhador realizava uma etapa específica do

trabalho. Além da implantação da máquina na produção, essa invenção

também revolucionou o sistema de transportes, com a introdução das

locomotivas e dos barcos à vapor.

Com a introdução de novas técnicas de produção e na organização do

trabalho possibilitou o enriquecimento dos países, a intensificação do livre

comércio, o investimento em novas tecnologias e a ampliação do mercado

consumidor. Nesse sentido, ampliar a capacidade de produção visando um

enriquecimento maior dos países fez se necessário ampliar também o mercado

consumidor e conquistar novas áreas para fornecimento de matérias-primas.

Estabeleceu uma Divisão Internacional do Trabalho, entre as novas potências

industriais europeias, fornecedoras de produtos industrializados e as regiões

especializadas na produção de matérias-primas agrícolas e minerais.

Às novas nações industrializadas já não interessavam mais as regras do

mercantilismo, isto é, o pacto colonial, o protecionismo e o uso de mão de obra

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escrava. Desta forma, países como Inglaterra e França irão incentivar vários

movimentos pela independência das colônias americanas, coibir o tráfico

negreiro e financiar movimentos abolicionistas, de forma a expandir o mercado

consumidor e fornecedor de matérias-primas.

Surge uma nova doutrina econômica baseada na liberdade econômica e

no mercado, com o Estado se afastando das relações de produção e

comerciais. As relações internacionais passam a se basear nas leis de

mercado, da oferta e da procura, da livre concorrência, do trabalho livre e

assalariado. Trata-se do liberalismo.

Com a independência dos territórios na América, o capitalismo industrial

foi marcado pela forte presença dominadora europeia agora voltada para a

África e à Ásia com a exploração de seus recursos naturais, imposição de

sistemas de produção e conquista do mercado consumidor, aumentando a

interferência humana na natureza. Esse novo período de dominação ficou

conhecido como neocolonialismo.

Como as fábricas precisavam de muitas pessoas para trabalhar, milhares

de pessoas deslocaram-se do campo para as cidades (êxodo rural) que

começaram a crescer rapidamente, apresentando problemas ambientais e

sociais, fazendo com que as condições de vida dessas populações urbanas

fossem precárias.

No séc. XVIII intensificou-se o processo de industrialização, que

aumentou em grande escala a produção de mercadorias e o consumo das

mesmas. Devido a estes acontecimentos gerou-se uma grande transformação

na sociedade.

As transformações foram: o trabalhador torna-se apenas possuidor da

força de trabalho, que vende ao capitalismo, tornando-se dependente deste

para sua sobrevivência, a jornada de trabalho se estendia até dezesseis horas

diárias. Assim a servidão dá lugar ao trabalho assalariado. A população foi

atraída para os centros urbanos, provocando o êxodo rural.

Países europeus como a Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica e Itália,

eram considerados grandes potências industriais. Na América, eram os

Estados Unidos quem apresentavam um grande desenvolvimento no campo

industrial. Todos estes países exerceram atitudes imperialistas, pois estavam

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interessados em formar grandes impérios econômicos, levando suas áreas de

influência para outros continentes.

Com o objetivo de aumentarem sua margem de lucro e também de

conseguirem um custo consideravelmente baixo, estes países se dirigiram à

África, Ásia e Oceania, dominando e explorando estes povos. Não muito

diferente do colonialismo dos séculos XV e XVI, que utilizou como desculpa a

divulgação do cristianismo; o neocolonialismo do século XIX usou o argumento

de levar o progresso da ciência e da tecnologia ao mundo.

Na verdade, o que estes países realmente queriam era o reconhecimento

industrial internacional, e, para isso, foram em busca de locais onde pudessem

encontrar matérias-primas e fontes de energia. Os países escolhidos foram

colonizados e seus povos desrespeitados. Um exemplo deste desrespeito foi o

ponto culminante da dominação neocolonialista, quando países europeus

dividiram entre si os territórios africano e asiático, sem sequer levar em conta

as diferenças éticas e culturais destes povos.

O capitalismo industrial foi marcado por transformações na economia, na

sociedade, na política e cultura. Uma de suas características mais importantes

foi a de transformar da natureza, uma quantidade bem maior de produtos aos

consumidores, o que multiplicava o lucro dos produtores.

A essência do sistema não era mais o comércio. O bom lucro vinha da

produção de mercadorias. O mecanismo da exploração capitalista foi chamado

por Karl Marx de mais valia.

Mais valia: o trabalhador assalariado recebe uma remuneração por cada

jornada de trabalho. Mas o trabalhador produz um valor maior do que aquele

que recebe em forma de salário. Essa parte de trabalho não pago fica no bolso

dos donos das fábricas, minas, etc. Assim todo produto vendido traz uma parte

que não é paga aos trabalhadores, permitindo o acúmulo de capitais.

Por isso que o regime assalariado é a melhor forma de trabalho no

capitalismo. O trabalhador assalariado além de produzir mais, tem condições

de comprar os produtos. Com isso a escravidão foi “extinta” quando o

trabalhador assalariado começou a predominar.

Com o aumento da produção também houve o aumento de mão de obra,

energia, matéria-prima e mercado para os seus produtos. A industrialização

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estava não só na Europa, mas também nos Estados Unidos, e no Japão estava

começando.

Na segunda metade do séc. XIX, com a invenção do motor à explosão

(movido a derivados de petróleo) e a geração da energia elétrica, provocaram

mudanças significativas na economia mundial, iniciando a Segunda Revolução

Industrial que foi marcada pelo desenvolvimento das indústrias metalúrgicas,

siderúrgicas e de máquinas e equipamentos industriais. Também nesta época,

surge o automóvel que impulsionou a indústria petrolífera e com o

desenvolvimento da geração de energia elétrica, tornou possível o surgimento

do motor elétrico e a produção dos primeiros eletrodomésticos.

Mudanças importantes estavam ocorrendo: a produtividade e a

capacidade de produção aumentavam rapidamente: a produção em série

crescia. Na segunda metade do século XIX, estava acontecendo a Segunda

Revolução Industrial. Um dos aspectos importantes desse período foi a

introdução de tecnologias e novas fontes de energia passaram a haver um

interesse para a pesquisa científica com o objetivo de desenvolver novas e

melhores técnicas de produção.

A descoberta da eletricidade beneficiou não só as industriais como a

sociedade em geral, melhorando a qualidade de vida. Com o desenvolvimento

do motor, e utilização de combustíveis derivados do petróleo foram abertas

novas formas de transporte. Com o grande aumento da produção, houve

também competição para se ganhar mercados consumidores e novas fontes de

matérias-primas.

Foi nessa época que ocorreu a expansão imperialista na África e Ásia.

Esses continentes foram partilhados entre os países imperialistas. Com essa

partilha consolidou-se a divisão internacional do trabalho, em que as colônias

se especializavam em fornecer matérias-primas com o preço bem barato aos

países que estavam se industrializando.

Nessa época surge uma potência industrial fora da Europa, os Estados

Unidos. Eles adotaram o lema „A América para os americanos‟. Os Estados

Unidos tinham como área de influência econômica e política a América Latina.

Em fins do século XIX também começou a surgir o Japão como potência.

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Passou a disputar territórios com as potências europeias, principalmente o

território da China.

Apesar de a primeira metade do século XX ser marcada por avanços

tecnológicos, foi também um período de instabilidade econômica e geopolítica.

Houve a Primeira Guerra Mundial, Revolução Russa, Grande Depressão e a

Segunda Guerra Mundial. Em poucas décadas o capitalismo passou por crises

e transformações.

A produção dessas mercadorias exigiu grandes investimentos em

tecnologia, obrigando algumas empresas a se associarem para aumentar sua

capacidade produtiva e competitiva. Muitas empresas se associaram à

instituições bancárias para o financiamento de pesquisas tecnológicas e

aumento de capital, desenvolvendo o mercado financeiro com as Bolsas de

Valores onde as ações da empresas começaram a ser comercializadas, dando

início à fase do capitalismo financeiro.

Com o crescimento acelerado do capitalismo, passaram a surgir e crescer

rapidamente várias empresas, por causa do processo de concentração e

centralização de capitais. A grande concorrência favoreceu as grandes

empresas, o que levou à fusões e incorporações, trazendo monopolização em

muitos setores da economia.

O capitalismo dessa forma entrava em sua fase financeira e monopolista.

O início dessa nova fase capitalista coincidiu com o período da expansão

imperialista (1875 – 1914), em fins do século XIX e meados do século XX. Mas

a consolidação só ocorreu após a Primeira Guerra Mundial, quando as

empresas ganharam mais poder e influência.

A expansão do mercado de capitais é uma marca do capitalismo

financeiro. Nos Estados Unidos se consolidou um grande mercado de capitais.

As empresas foram aumentando seus capitais através da venda de ações em

bolsas de valores. Permitindo assim, a formação de enormes corporações.

Os bancos passam a ter um papel importante como financiadores de

produção. A livre concorrência e o livre mercado passam a ser substituídos por

um mercado oligopolizado. O Estado também começa a intervir na economia.

Em 1929 apesar de o capitalismo financeiro crescer houve uma grande

crise, que levou milhares de bancos e indústrias à falência, causando até 1933

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quatorze milhões de desempregados. Essa crise se deu devido a grande

produção industrial e agrícola, mas pouca expansão do mercado de consumo

externo; a indústria europeia passa a importar menos e exportar menos dos

Estados Unidos; exagerada especulação com ações na bolsa de valores.

Porém acreditava-se, segundo os preceitos liberais, que o Estado não deveria

interferir na economia.

Mas em 1933 foi elaborado e colocado em prática o New Deal, pelo

presidente Franklin Roosevelt. Foi um plano de obras públicas, com o objetivo

de acabar com o desemprego, sendo este plano fundamental para melhorar a

economia norte-americana. Surge uma nova doutrina econômica para regular o

mercado e as relações internacionais - o keynesianismo - política de

intervenção estatal numa economia oligopolizada. Recebeu este nome porque

seu principal teórico e defensor foi John M. Keynes.

Com o capitalismo financeiro houve uma fusão entre o capital industrial e

o capital bancário, tornando-se os bancos acionistas de várias indústrias e

passando a investir na produção. Com a venda de ações, as indústrias

ampliaram seu capital e consequentemente seu parque industrial dando início

às grandes fusões e aquisições entre empresas, levando ao desaparecimento

de várias pequenas indústrias que eram absorvidas pelas grandes empresas.

Por isso o capitalismo financeiro também é chamado de capitalismo

monopolista, quando uma grande empresa domina e controla grande parte das

vendas de um determinado produto e mercado, surgindo assim o monopólio.

Com a união entre várias empresas, surge outra categoria de indústrias

conhecidas como oligopólios, quando o mercado é dominado por um grupo de

empresas, reduzindo a concorrência e impondo seus preços. Surgem os

grandes conglomerados de empresas, gigantescas indústrias com alto nível de

tecnologia.

Trustes – grandes grupos que controlam todas as etapas da produção,

desde a retirada de matéria-prima da natureza até a distribuição das

mercadorias.

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Cartel – associação entre empresas para uma atuação coordenada,

estabelecendo um preço comum, restringindo a livre concorrência. Geralmente

elevam o preço em comum.

O truste é o resultado típico do capitalismo, que leva à fusão e

incorporação de empresas de um mesmo setor de atividade. Já o cartel surge

quando empresas visam partilhar entre si, através de acordo, um determinado

mercado ou setor da economia.

Surgiram também através dos trustes os conglomerados. Eles são

corporações que atuam no capitalismo monopolista. Resultantes de uma

grande ampliação e diversificação dos negócios visam dominar a oferta de

determinados produtos e serviços no mercado.

Um dos maiores conglomerados do mundo é o Mitsubishi Group, que

fabrica desde alimentos, automóveis, aço, aparelhos de som, televisores,

navios, aviões, etc. O Mitsubishi tem como financiador o banco Mitsubishi, que

após a sua fusão, Tokyo-Mitsubishi, se tornou o maior do planeta.

Aprofundamento

No final do século XIX, alguns países europeus (como a Inglaterra,

França e Alemanha) tiveram uma aceleração na industrialização e,

consequentemente, uma ascensão na concentração de capital. Após a Grande

Depressão capitalista, entre 1880 e 1896, as empresas e as indústrias

passaram a concentrar capital e formar os grandes monopólios. Ou seja, com a

concorrência entre as empresas, somente as mais fortes prevaleceram e

incorporaram as pequenas empresas, formando, assim, as grandes indústrias.

Com a formação dos monopólios, a concorrência entre as empresas

deixou de existir acirradamente como antes. No lugar das grandes

concorrências, começaram a surgir grupos de empresários, chamados de

cartéis, trustes e holdings. Estes efetuaram uma união de interesses próprios

contra os consumidores, a fim de aumentar seus lucros. Logo adiante,

ressaltaremos as principais características dos cartéis, trustes e holdings.

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O cartel é a união secreta de empresas do mesmo ramo de negócios, que

estabelecem entre si acordos para fixar um mesmo preço para seus produtos.

Com o tabelamento do mesmo preço entre os produtos de diferentes

empresas, elas acabam com a concorrência entre si, ou seja, quem sai

prejudicado é o consumidor, que perde a possiblidade de procurar o menor

preço, pois sem a concorrência entre as empresas não existe menor preço.

Dessa forma, o cartel é a padronização dos preços dos mesmos produtos em

diferentes empresas. A empresa que se recusa a participar do cartel é

sabotada e seus proprietários, ameaçados.

Os trustes são associações de empresas que surgiram a partir da fusão

de várias empresas que já controlavam a maior parte do mercado. Portanto,

trustes são formados quando proprietários de empresas concorrentes se

tornam sócios de uma única grande empresa. Assim, passam a controlar

grande parte do mercador consumidor, diminuindo também a concorrência e a

possibilidade de o consumidor encontrar produtos com menores preços.

A partir do momento que grandes empresários, no lugar de montar suas

próprias indústrias, passam a comprar ações de empresas de um mesmo ramo

de negócio, surgem as holdings. Dessa maneira, os empresários começam a

controlar ações de duas ou três empresas concorrentes, que produzem um

mesmo produto. Portanto, se um mesmo empresário é o proprietário de três

empresas que produzem copos descartáveis, a concorrência não existe,

configurando-se como uma farsa.

Atualmente, no Brasil, a formação de cartéis e trustes foi proibida por lei,

mas alguns setores ainda continuam formando os cartéis para padronizar o

preço dos mesmos produtos, evitando a concorrência. O governo brasileiro

criou um órgão do Ministério da Justiça, o Conselho Administrativo de Defesa

Econômica, para evitar a formação dos trustes. Já as holdings continuam como

prática efetiva nas bolsas de valores, que controlam os mercados das ações

das empresas.

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Após a Segunda Guerra Mundial, as antigas potências europeias foram

entrando num processo de decadência, perdendo seus domínios coloniais na

Ásia e África. Esse período pós-guerra foi o início do atual processo de

globalização da economia

Com o advento da 3ª Revolução Industrial, a partir da década de 1970, o

capitalismo atinge sua fase informacional global, quando se disseminam entre

as empresas e aplicadas aos meios de produção, novas tecnologias como a

robótica, a informática, avanço nas telecomunicações com o uso de satélites,

fibras óticas, telefonia móvel e a internet, com o nascimento da chamada

indústria telemática, ou seja, a união da indústria de informática e a indústria de

telecomunicações. Todos esses avanços introduzidos com a revolução técnico-

cientifica, são responsáveis pelo aumento da produtividade e pela aceleração

dos fluxos de capitais, mercadorias, informações e de pessoas.

Nesta etapa, o capitalismo continua financeiro e industrial, pois essas

novas tecnologias empregadas no processo produtivo permitiram a

multiplicação do acúmulo de capital, o desenvolvimento de novos produtos,

aumentando a competitividade no mercado internacional entre as empresas

(indústrias, comércio e serviços), numa verdadeira economia globalizada.

Entretanto, a característica fundamental desta fase é a crescente

importância do conhecimento, da informação organizada e da qualificação de

mão de obra. Os produtos e serviços exigem cada vez mais conhecimentos a

eles agregados, tanto na fase de produção, quanto na fase de consumo. A

indústria, o comércio e o mercado consumidor exigem produtos de qualidade,

matérias-primas mais baratas e mão de obra qualificada,

Assim, as revoluções industriais anteriores foram movidas a energia: a

Primeira a carvão, a Segunda a petróleo e eletricidade, mas a Terceira

Revolução Industrial é movida a conhecimento. Outra grande mudança na

geopolítica da produção, foi que as primeiras indústrias, se desenvolveram

junto às fontes de matérias-primas e energia (bacias carboníferas) e

atualmente essas instituições típicas da revolução informacional, estão

próximas à universidades e centros de pesquisas, onde se desenvolvem os

chamados tecnopolos, em razão da presença de indústrias de alta tecnologia

como a robótica, informática, telecomunicações e biotecnologia.

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Nenhum país está imune aos interesses das grandes corporações e a

crescente circulação de capitais, mercadorias, informações e pessoas,

característica importante da globalização que é o atual momento da expansão

capitalista. Pode-se afirmar que a globalização está para o capitalismo

informacional, assim como o colonialismo esteve para o capitalismo comercial

e o imperialismo para o capitalismo industrial e financeiro.

Trata-se de uma expansão que visa aumentar os mercados, o controle e

o lucro das grandes transnacionais, razão pela qual, uma nova doutrina

desponta contrapondo-se ao keynesianismo.

Aprofundamento

A escola Keynesiana ou Keynesianismo é a teoria econômica consolidada

pelo economista inglês John Maynard Keynes em seu livro Teoria geral do

emprego, do juro e da moeda (General theory of employment, interest and

money) e que consiste numa organização político-econômica, oposta às

concepções neoliberalistas, fundamentada na afirmação do Estado como

agente indispensável de controle da economia, com objetivo de conduzir a um

sistema de pleno emprego. Tais teorias tiveram uma enorme influência na

renovação das teorias clássicas e na reformulação da política de livre mercado.

A escola keynesiana se fundamenta no princípio de que o ciclo

econômico não é auto-regulado como pensam os neoclássicos, uma vez que é

determinado pelo "espírito animal" (animal spirit no original em inglês) dos

empresários. É por esse motivo, e pela incapacidade do sistema capitalista

conseguir empregar todos os que querem trabalhar, que Keynes defende a

intervenção do Estado na economia.

A teoria atribuiu ao Estado o direito e o dever de conceder benefícios

sociais que garantam à população um padrão mínimo de vida como a criação

do salário mínimo, do seguro-desemprego, da redução da jornada de trabalho

(que então superava 12 horas diárias) e a assistência médica gratuita. O

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Keynesianismo ficou conhecido também como "Estado de bem-estar social", ou

"Estado Escandinavo".

Surge o neoliberalismo, que tem como objetivo reduzir as barreiras aos

fluxos globais, com a não intervenção e a redução do papel do Estado na

economia globalizada, as privatizações de empresas estatais, abertura de

mercados a produtos importados e a flexibilização da legislação trabalhista,

beneficiando os países desenvolvidos e industrializados e suas corporações

multinacionais.

Outra característica desta fase do capitalismo informacional é a invasão

de produtos de vários países, com a perda de identidade do que é nacional ou

importado. A intensificação dos fluxos comerciais por todo o mundo é

decorrente do avanço das redes de transportes, com mercadorias sendo

levadas por enormes navios, trens, aviões e caminhões super-rápidos. Há

assim uma globalização do consumo, resultante da mundialização da

produção. Embora não se conheça o volume dos capitais especulativos

(aqueles que não são investidos em produção) que circulam diariamente pelo

sistema financeiro internacional, mesmo os capitais produtivos (aqueles

investidos em produção, com novas indústrias, comércio e serviços) sabe-se

que estes fluxos de capitais atingem desigualmente o espaço geográfico

mundial, concentrando-se nos países desenvolvidos e países emergentes,

deixando áreas completamente abandonadas, sem qualquer tipo de

investimento produtivo.

Paralelamente à globalização da produção e do consumo, temos também

a globalização do fluxo de pessoas, acompanhada da invasão cultural,

difundida pelos filmes de Holllywood, séries e novelas de TV, pela música,

videoclipes, notícias e cadeias de lanchonetes fast foods.

Desta forma, desde a expansão do capitalismo no final do séc. XVI com

as Grandes Navegações, o capitalismo vem integrando muitos países e regiões

do planeta num único sistema. Depois de séculos de intensa mundialização do

capitalismo, desenvolve-se um mundo quase integrado, controlado por alguns

centros de poder econômico e políticos em poucos lugares do planeta. Os

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lugares que apresentam melhores redes de infraestrutura e maior poder

aquisitivo são privilegiados, com a globalização se desenvolvendo de forma

bastante desigual no espaço geográfico mundial, com alguns países e regiões

mais integradas que outros.

Aprofundamento

A Guerra Fria

Ao término da Segunda Guerra, os EUA eram o país mais rico do mundo,

porém eles teriam que enfrentar um rival, ou seja, o segundo país mais rico do

mundo: a URSS. Tanto os EUA (capitalista) como a URSS (socialista), tinham

ideias contrárias para a reconstrução do equilíbrio mundial, foi então que

começou uma grande rivalidade entre esses dois países. Quem era melhor?

Esse conflito de interesses que assustou o mundo ficou conhecido como

Guerra Fria. Tanto os EUA criticavam o socialismo quanto a URSS criticava o

capitalismo.

Europa Ocidental, Canadá e Japão se aliaram aos EUA enquanto que a

Tchecoslováquia, Polônia, Hungria, Iugoslávia, Romênia, Bulgária, Albânia,

parte da Alemanha e a China se uniram com a URSS.

Na década de 50 e 60 houve a chamada corrida armamentista. Quem

seria capaz de produzir tecnologias bélicas mais modernas, EUA ou URSS?

Mesmo assim, esses dois países jamais se enfrentaram com armas durante a

Guerra Fria, embora apoiassem guerras entre países menores (cada

superpotência apoiando um dos lados rivais), como por exemplo, na Guerra da

Coréia entre 1950 e 1953.

Na tentativa de provar que o seu sistema era melhor do que o outro, cada

lado fez as suas investidas, a URSS enviou um homem (Yuri Gagárin) ao

espaço, enquanto os EUA enviaram Neil Armstrong à Lua.

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Estas disputas continuavam para ver quem era o melhor, atingindo

inclusive a área dos esportes. Nas Olimpíadas, por exemplo, os dois países

lutavam para ver quem ganhava mais medalhas de ouro.

No final da Segunda Guerra, a Alemanha foi invadida por todos os lados;

além de ter sido separada da Áustria, ficando assim dividida em dois países:

Alemanha Ocidental (ou República Federal da Alemanha – RFA) –

capitalista

Alemanha Oriental (ou República Democrática Alemã – RDA) –

governada pelos comunistas.

A antiga capital – Berlim, que se localizava no interior da Alemanha

Oriental, também ficou dividida em dois:

Berlim Oriental (tornou-se a capital da RDA)

Berlim Ocidental (tornou-se uma ilha capitalista cercada de socialismo).

A briga continuava. Os EUA resolveram ajudar Berlim Ocidental a se

reerguer e para isso investiram milhões de dólares na reconstrução da cidade,

porém enquanto Berlim Ocidental se reerguia rapidamente, Berlim Oriental não

apresentava o mesmo progresso.

Berlim Ocidental (organizada e em processo de reconstrução)

representava o capitalismo dentro de uma Alemanha socialista.

Foi então que em 1948, Stálin, dirigente da URSS ordenou que as

comunicações entre a República Federal da Alemanha e Berlim ocidental

fossem cortadas. Ele achava que o isolamento facilitaria a entrada das tropas

soviéticas na outra parte de Berlim. Porém, tal iniciativa não deu certo, pois

uma operação com centenas de aviões levando mantimentos da RFA para

Berlim Ocidental garantiu que uma continuasse ligada a outra. O Governo não

teve outra escolha a não ser aceitar a situação.

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Assim, Berlim Ocidental continuou a crescer e as pessoas começaram a

comparar Berlim Ocidental e Berlim Oriental e viram que o capitalismo era

melhor que o socialismo. Como consequência houve uma emigração de

pessoas muito qualificadas para Berlim Ocidental e com isso Berlim Oriental

ficava abandonada. Claro que o Governo da RDA se irritou e em 1961 ordenou

a construção de um muro isolando Berlim Ocidental do restante da Alemanha.

Era o Muro de Berlim, que é considerado um dos maiores símbolos da Guerra

Fria.

Na conferência de Yalta, realizada logo após o fim da Guerra ficou

estabelecida a divisão do mundo em áreas de influência, ou seja, cada parte do

planeta ficaria sob o controle de uma das superpotências e uma não deveria

interferir na zona de influência da outra.

A década de 50 e 60 foi marcada por momentos de tensão e intolerância,

pois os dois sistemas (capitalista e socialista) eram vistos da forma mais

negativa possível. Os dois países possuíam armas nucleares; porém, os dois

lados estavam cientes que uma guerra naquele momento poderia destruir o

mundo. Por esta razão tentavam influenciar a humanidade tomando o máximo

de cuidado para não provocar uma Guerra Nuclear Internacional, como isso, a

tensão diminuiu.

Ainda nos anos 60, EUA e URSS viveram a época da coexistência

pacífica, ou seja, fizeram a política da boa vizinhança. Na década seguinte,

Nixon e o dirigente soviético Brejnev, iniciaram uma distensão mundial

assinando acordos para diminuir a corrida armamentista e selaram esse acordo

com um encontro simbólico no espaço entre as naves americanas e soviéticas

(1975).

Já nos anos 80 essa cordialidade foi abandonada. Com a eleição de

Ronald Reagan em 1981, iniciou-se novamente o acirramento entre as

potências.

Os americanos investiram alto no setor bélico deflagrando a chamada

“Guerra nas Estrelas”.

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Durante o segundo mandato de Reagan (1984 -1988), em 1987, foi

assinado o tratado para eliminação de armas de médio e curto alcance (nessa

época a URSS estava sob o comando de Gorbachev), causando um alívio aos

europeus, já que o acordo implicava a desativação de grande parte das ogivas

voltadas para aquele lado.

As hostilidades entre os dois países estavam quase acabando.

A Guerra Fria terminou por completo com a ruína do mundo socialista (a

URSS estava destruída economicamente devido aos gastos com armamentos)

e com a queda do Muro de Berlim em 9 de novembro de 1989.

Na Internet

http://www.suapesquisa.com/capitalismo/

http://www.infoescola.com/historia/capitalismo/

http://www.significados.com.br/capitalismo/

http://www.brasilescola.com/historiag/doutrina-keynesiana.htm

http://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/carteis-trustes-

e-holdings.htm

http://www.brasilescola.com/geografia/guerra-fria.htm

http://www.infoescola.com/historia/guerra-fria/

http://www.significados.com.br/guerra-fria/

http://www.sohistoria.com.br/ef2/guerrafria/

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Relembrando!

1) A origem do capitalismo remonta a um longo processo de

transformações sociais iniciado em fins da Idade Média, principalmente com a

expansão comercial marítima e o renascimento urbano, que passou a ser

hegemônico na Europa Ocidental apenas em fins do século XVIII e início do

XIX. Sobre as características do desenvolvimento capitalista neste período,

indique qual das alternativas sobre o tema, expostas abaixo, está incorreta:

a) Nos séculos finais da Idade Média houve uma transformação no caráter

autossuficiente das propriedades feudais, em que as terras começaram a ser

arrendadas e a mão de obra começou a ser remunerada com um salário.

b) A burguesia medieval implantou uma nova configuração à economia

europeia, na qual a busca pelo lucro e a circulação de bens a serem

comercializados em diferentes regiões ganharam maior espaço.

c) A prática comercial experimentada imprimiu uma nova lógica

econômica em que o comerciante substituiu o valor de uso das mercadorias

pelo seu valor de troca.

d) Além de possibilitar uma impressionante acumulação de riquezas, o

capitalismo mercantil criou uma economia de aspecto monopolista, na qual as

potências econômicas se recusavam a realizar acordos, implantavam tarifas e

promoviam guerras com o objetivo de manter seus domínios comerciais.

e) A experiência da Revolução Industrial imprimiu um novo ritmo de

progresso tecnológico e integração da economia em que percebemos as

feições mais próximas da economia experimentada no mundo contemporâneo.

Resposta

Letra d. O capitalismo mercantil criou inicialmente uma forma comercial

mais aberta à concorrência, pautando nestes princípios as políticas nacionais.

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2) No processo de desintegração das relações sociais de produção

feudal, passou a ocupar lugar central a organização de manufaturas, ampliando

com a divisão do trabalho a produtividade dos agentes envolvidos na

fabricação das mercadorias. As duas principais classes que surgiram dessa

desintegração foram:

a) aristocracia e escravos

b) aristocracia e servos

c) burguesia e trabalhadores assalariados.

d) burguesia e servos.

e) aristocracia e trabalhadores assalariados.

Resposta

Letra c. As principais classes que surgiram foram a burguesia e os

trabalhadores assalariados, sendo que os primeiros eram proprietários privados

dos meios de produção e os segundos vendiam sua força e capacidade de

trabalho em troca de um salário.

Responda esta online:

http://www.infoescola.com/historia/capitalismo/exercicios/

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GLOBALIZAÇÃO

A globalização surgiu após a Guerra Fria tornando-se o assunto do

momento, aparecendo nos círculos intelectuais e nos meios de comunicação,

tornando possível a união de países e povos, essa união nos dá a impressão

de que o planeta está ficando cada vez menor. Um dos mais importantes

fatores que contribui para a união desses povos é, sem dúvida, a Internet. É

impossível falar de globalização sem falar da Internet, que a cada minuto nos

proporciona uma viagem pelo mundo sem sair do lugar. Dentro da rede

conhecemos novas culturas, podemos fazer amizades com pessoas que

moram horas de distância, trabalhamos e ainda podemos nos aperfeiçoar cada

vez mais nos assuntos ligados a nossa área de interesse, através dela, milhões

de negócios são fechados por dia.

A globalização não é uma realização do presente, vem de longa data.

Tudo começou há muito tempo quando povos primitivos passaram a explorar o

ambiente em que viviam. No século XV os europeus viajavam pelos mares a

fim de ligar Oriente e Ocidente, a Revolução Industrial foi outro fator que

permitiu o avanço de países industrializados sobre o restante do mundo.

No final dos anos 70, os economistas passaram a usar o termo

“globalização” fora das discussões econômicas facilitando as negociações

entre os países. Nos anos 80, começaram a ser difundidas novas tecnologias

que uniam os avanços da ciência com a produção, por exemplo: nas fábricas,

robôs ligados aos computadores aceleravam (e aceleram) a produção,

ocasionando a redução da mão-de-obra necessária, outro exemplo são as

redes de televisão que facilitam ainda mais a realização de negócios, com as

suas transmissões em tempo real.

A globalização envolve países ricos, pobres, pequenos ou grandes e

atinge todos os setores da sociedade, e por ser um fenômeno tão abrangente,

ela exige novos modos de pensar e enxergar a realidade. As coisas mudam

muito rápido hoje em dia, o território mundial ficou mais integrado, mais ligado,

por exemplo, na década de 50, uma viagem de avião cruzando o Oceano

Atlântico durava 18 horas, hoje a mesma rota pode ser feita em menos de 5

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horas. Em 1865, a notícia da morte de Abraham Lincoln levou 13 dias para

chegar na Europa, mas hoje, ficamos sabendo de tudo o que acontece no

mundo em apenas alguns minutos.

Não podemos negar que a globalização facilita a vida das pessoas, por

exemplo o consumidor foi beneficiado, pois podemos contar com produtos

importados mais baratos e de melhor qualidade, porém ela também pode

dificultar. Uma das grandes desvantagens da globalização é o desemprego.

Muitas empresas aprenderam a produzir mais com menos gente, e para tal

feito elas usavam novas tecnologias fazendo com que o trabalhador perdesse

espaço.

A necessidade de união causada pela Globalização fez com que vários

países que visavam uma integração econômica se unissem formando os

chamados blocos econômicos (ALCA, NAFTA e Tigres Asiáticos, por exemplo),

o interesse dessa união seria o aumento do enriquecimento geral.

Desequilíbrios e Perspectivas da Globalização

A globalização promoveu uma série de avanços e melhorias técnicas em

várias partes do mundo. Por outro lado, as desigualdades sociais persistem e

muitas vezes ocorrem movimentos contrários à globalização fundamentados

em regionalismo e xenofobia.

A globalização não necessariamente implica em melhoria das condições

de vida da sociedade, sendo que os países pobres estão muito longe de

conquistar os benefícios da globalização. A dependência dos países

subdesenvolvidos em relação aos países desenvolvidos aumentou e seus

graves problemas sociais não foram resolvidos. A velocidade de recepção e

emissão de capitais transgride as fronteiras nacionais e agride a própria

soberania de uma nação, impossibilitando a reação imediata a crises

ocasionadas pela fuga de capitais, como a ocorrida no Brasil no ano de 1997

devido ao colapso econômico do sudeste asiático ou ainda na crise econômica

mundial iniciada no ano de 2008.

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Esses questionamentos tornam-se ainda mais desafiadores quando

concebemos o Estado como regulador econômico. A capacidade de (não) gerir

a informação que decorre dessas novas demandas da sociedade informacional

redefine o papel do Estado, que aparece menos como regulador e mais como

um mediador das questões presentes no cenário internacional. Na verdade, as

formas de regulação não são mais as mesmas, já que o Estado é obrigado a se

transformar, fato comprovado pela atual configuração da União Europeia, onde

novas instituições supranacionais foram criadas a fim de gerir uma economia

integrada.

Com relação ao capital produtivo, as empresas transnacionais possuem,

em última hipótese, suporte institucional de seus países sede e se mobilizam

de maneira a condicionar os países periféricos às suas prioridades. Em

contrapartida, observamos que a modernização da produção, em diversas

situações, ratifica a globalização das perdas. O aumento bruto da produção nos

países periféricos não determina desenvolvimento local, apenas minimiza a

problemática do desemprego, deslocando parte da população de países

periféricos para serviços pouco qualificados. Mesmo os Estados Unidos,

líderes da economia mundial, estão vulneráveis ao efeito do desemprego em

escala global, ocasionado pelas constantes transferências de empresas

transnacionais que procuram flexibilizar sua produção e direcionam etapas do

processo produtivo para outras localidades.

Dessa maneira, são encontradas diferentes adaptações dos lugares, que

podem gerar ações no sentido de uma melhor adequação às transformações,

assim como podem ocasionar movimentos de repulsa e ódio à nova ordem

vigente. Essas reações compreendem desde o espetáculo da diversidade

cultural herdada de séculos de tradição e representado pelas mais belas e

variadas manifestações artísticas às ações extremas de grupos e etnias que

retomam tradições atávicas em defesa de um ideal neoconservador. É num

contexto de incertezas políticas e econômicas que são originados alguns tipos

de movimentos separatistas e xenofóbicos, assim como o que o ocidente

convencionou a classificar como ameaça terrorista.

O fanatismo religioso, peça chave para a rede terrorista Al Qaeda realizar

os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, oferece um modelo de

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sociedade onde os valores morais são apresentados como saída para a

manutenção da identidade cultural de uma nação e um instrumento de defesa

para os desafios que a globalização impõe. Não aceitar a globalização e estar

preso às tradições não necessariamente precisa estar relacionado com

autoritarismo e violência. É com base em valores culturais que a sociedade, em

diferentes localidades, poderia alcançar uma nova representação da

globalização, mais humana e vinculada aos interesses de suas populações.

Júlio César Lázaro da Silva

Colaborador Brasil Escola

Graduado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP

Mestre em Geografia Humana pela Universidade Estadual Paulista –

UNESP

Prós e Contras

A abertura da economia e a Globalização são processos irreversíveis, que

nos atingem no dia-a-dia das formas mais variadas e temos de aprender a

conviver com isso, porque existem mudanças positivas para o nosso cotidiano

e mudanças que estão tornando a vida de muita gente mais difícil. Um dos

efeitos negativos do intercâmbio maior entre os diversos países do mundo, é o

desemprego que, no Brasil, vem batendo um recorde atrás do outro.

No caso brasileiro, a abertura foi ponto fundamental no combate à

inflação e para a modernização da economia com a entrada de produtos

importados, o consumidor foi beneficiado: podemos contar com produtos

importados mais baratos e de melhor qualidade e essa oferta maior ampliou

também a disponibilidade de produtos nacionais com preços menores e mais

qualidade. É o que vemos em vários setores, como eletrodomésticos, carros,

roupas, cosméticos e em serviços, como lavanderias, locadoras de vídeo e

restaurantes.

Mas a necessidade de modernização e de aumento da competitividade

das empresas produziu um efeito muito negativo, que foi o desemprego. Para

reduzir custos e poder baixar os preços, as empresas tiveram de aprender a

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produzir mais com menos gente. Incorporavam novas tecnologias e máquinas.

O trabalhador perdeu espaço e esse é um dos grandes desafios que, não só o

Brasil, mas algumas das principais economias do mundo têm hoje pela frente:

crescer o suficiente para absorver a mão-de-obra disponível no mercado, além

disso, houve o aumento da distância e da dependência tecnológica dos países

periféricos em relação aos desenvolvidos.

A questão que se coloca nesses tempos é como identificar a aproveitar as

oportunidades que estão surgindo de uma economia internacional cada vez

mais integrada.

Fontes: http://www.brasilescola.com/geografia/pos-contras.htm

Na internet

http://www.suapesquisa.com/globalizacao/

http://www.brasilescola.com/geografia/globalizacao.htm

http://www.significados.com.br/globalizacao/

http://www.infoescola.com/geografia/globalizacao/

OS BLOCOS ECONÔMICOS

Com a economia mundial globalizada, a tendência comercial é a

formação de blocos econômicos. Estes são criados com a finalidade de facilitar

o comércio entre os países membros. Adotam redução ou isenção de impostos

ou de tarifas alfandegárias e buscam soluções em comum para problemas

comerciais.

Em tese, o comércio entre os países constituintes de um bloco econômico

aumenta e gera crescimento econômico para os países. Geralmente estes

blocos são formados por países vizinhos ou que possuam afinidades culturais

ou comerciais. Esta é a nova tendência mundial, pois cada vez mais o

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comércio entre blocos econômicos cresce. Economistas afirmam que ficar de

fora de um bloco econômico é viver isolado do mundo comercial.

Aprofundamento

Recebe o nome de bloco econômico a associação de países que

estabelecem relações econômicas privilegiadas entre si e que concordam em

abrir mão de parte da soberania nacional em proveito da associação.

Como resultado da economia mundial globalizada, a tendência atual é a

formação de blocos econômicos, destinados a realizar uma maior integração

entre seus membros e facilitar o comércio entre os mesmos. Para isso,

geralmente adotam a redução ou isenção de impostos ou de tarifas

alfandegárias e buscam soluções em comum para problemas comerciais. Em

tese, o comércio entre os integrantes de um bloco aumenta e gera crescimento,

e deixar de participar de uma organização do tipo significa atualmente viver

isolado do mundo comercial. Tais associações são costumeiramente formadas

por países vizinhos ou que possuam afinidades culturais ou comerciais.

Na época da Guerra Fria, o mundo estava dividido em dois grandes

blocos econômicos, ideológicos e políticos, o que equivale a dizer que a ordem

política internacional era bipolar: de um lado, estava o bloco capitalista chefiado

pelos EUA, e do outro o socialista, liderado pela URSS. No início dos anos 90,

com o fim do socialismo na maior parte do mundo, apenas um bloco, o liderado

pelos EUA sobrevive, e passa a ser a norma no restante do mundo. Esta nova

ordem que surgia foi entendida como monopolar, isto é, prevalece a vontade da

última grande potência restante.

No aspecto econômico, apesar dos EUA continuarem a exercer sua

hegemonia em muitas áreas, as últimas décadas testemunharam a formação

de blocos econômicos regionais, isto é, associações de países, na sua maioria

vizinhos, que passaram a manter relações econômicas privilegiadas entre si.

Os blocos econômicos atuais podem ser classificados em: zona de

preferência tarifária, zona de livre comércio, união aduaneira, mercado comum

e união econômica e monetária. Cada modalidade equivale a um grau de

comprometimento maior de soberania, e cabe aos membros do bloco decidir

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qual nível é o mais adequado. A União Europeia é um exemplo de bloco que

seguiu todos esses passos (já atingiu a união econômica e monetária), mas

outros já formados não seguiram necessariamente essa ordem. O bloco

econômico Mercosul por exemplo, é classificado como união aduaneira.

O primeiro bloco econômico foi criado na Europa, em 1956. Era formado

inicialmente pela Bélgica, Alemanha Ocidental, Holanda, Itália, Luxemburgo e

França, sendo conhecido pela sigla CECA (Comunidade Europeia do Carvão e

do Aço). Esse grupo foi, logo depois, o embrião da moderna União Europeia

(UE).

Exemplos de Blocos Econômicos:

ACP; (Associação de países da África, Caribe e Pacífico)

ACP-EU; (Acordo de Cotonou. Um acerto comercial entre a União

Europeia)

AEC; (Associação dos Estados do Caribe)

AELC; (Associação Europeia de Livre Comércio)

ALADI; (Associação Latino-Americana de Integração)

ALALC; (Associação Latino-Americana de Livre Comércio)

ALBA; (Aliança Bolivariana para as Américas)

ALCA; (Área de Livre Comércio das Américas)

APEC; (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico)

ASEAN; (Associação de Nações do Sudeste Asiático)

CEFTA; (Acordo Cenro-Europeu de Livre Comércio)

CAFTA-DR; (Comunidade de Livre Comércio entre Estados Unidos

Central e República Dominicana)

CAN; (Comunidade Andina de Nações)

CAO; (Comunidade da África Oriental)

CARICOM; (Comunidade do Caribe)

CARIFTA; (Associação de Livre Comércio do Caribe)

CEA; (Comunidade Econômica Africana)

CEDEAO; (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental)

CEEA; (Comunidade Econômica Eurasiática)

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CEEAC; (Comunidade Econômica dos Estados da África Central)

CEI; (Comunidade dos Estados Independentes)

CEMAC; (Comunidade Econômica e Monetária da Africa Central)

IBAS; (Fórum de Diálogo Índia-Brasil- África do Sul)

COMECOM; (Conselho para Assistência Econômica Mútua)

COMESA; (Mercado Comum da África Oriental e Austral)

MERCOSUL; (Mercado Comum do Sul)

NAFTA; (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio)

OCDE; (Organização para a Cooperação e desenvolvimento

Econômico)

OECO; (Organização dos Estados do Caribe Oriental)

SAARC; (Associação Sul- Asiática para a Cooperação Regional)

SADC; (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral)

UA; (União Africana)

UAAA; (União Aduaneira da África Austral)

UE; (União Europeia)

UEMOA; (União Econômica e Monetária dos Oeste Africano)

UMA; (União do Magrebe Árabe)

UNASUL; (União de Nações Sul-Americanas)

Fonte: http://www.suapesquisa.com/blocoseconomicos/

Principais blocos econômicos

UNIÃO EUROPEIA

A União Europeia (UE) foi oficializada no ano de 1992, através do Tratado

de Maastricht. Este bloco é formado pelos seguintes países : Alemanha,

França, Reino Unido, Irlanda, Holanda (Países Baixos), Bélgica, Dinamarca,

Itália, Espanha, Portugal, Luxemburgo, Grécia, Áustria, Finlândia e Suécia.

Este bloco possui uma moeda única que é o EURO, um sistema financeiro e

bancário comum. Os cidadãos dos países membros são também cidadãos da

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União Europeia e, portanto, podem circular e estabelecer residência livremente

pelos países da União Europeia.

A União Europeia também possui políticas trabalhistas, de defesa, de

combate ao crime e de imigração em comum. A UE possui os seguintes

órgãos: Comissão Europeia, Parlamento Europeu e Conselho de Ministros.

Saiba mais:

http://europa.eu/index_pt.htm

http://g1.globo.com/topico/uniao-europeia/

NAFTA

Fazem parte do NAFTA (Tratado Norte-americano de Livre Comércio) os

seguintes países: Estados Unidos, México e Canadá. Começou a funcionar no

início de 1994 e oferece aos países membros vantagens no acesso aos

mercados dos países. Estabeleceu o fim das barreiras alfandegárias, regras

comerciais em comum, proteção comercial e padrões e leis financeiras. Não é

uma zona livre de comércio, porém reduziu tarifas de aproximadamente 20 mil

produtos.

Saiba mais:

http://www.tlcanhoy.org/Default_es.asp (em espanhol)

MERCOSUL

O Mercosul ( Mercado Comum do Sul ) foi oficialmente estabelecido em

março de 1991. É formado pelos seguintes países da América do Sul: Brasil,

Paraguai, Uruguai e Argentina. Futuramente, estuda-se a entrada de novos

membros, como o Chile e a Bolívia. O objetivo principal do Mercosul é eliminar

as barreiras comerciais entre os países, aumentando o comércio entre eles.

Outro objetivo é estabelecer tarifa zero entre os países e num futuro próximo,

uma moeda única.

Saiba mais: http://www.mercosul.gov.br/

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PACTO ANDINO - COMUNIDADE ANDINA DE NAÇÕES

Outro bloco econômico da América do Sul é formado por: Bolívia,

Colômbia, Equador e Peru. Foi criado no ano de 1969 para integrar

economicamente os países membros. As relações comerciais entre os países

membros chegam a valores importantes, embora os Estados Unidos sejam o

principal parceiro econômico do bloco.

Saiba mais:

http://www.comunidadandina.org/ (em espanhol)

APEC

A APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) foi criada em

1993 na Conferência de Seattle (Estados Unidos da América). Integram este

bloco econômico os seguintes países: Estados Unidos da América, Japão,

China, Formosa (também conhecida como Taiwan), Coreia do Sul, Hong

Kong (região administrativa especial da China), Cingapura, Malásia,

Tailândia, Indonésia, Brunei, Filipinas, Austrália, Nova Zelândia, Papua Nova

Guiné, Canadá, México, Rússia, Peru, Vietnã e Chile. Somadas as produções

industriais de todos os países, chega-se a metade de toda produção mundial.

Quando estiver em pleno funcionamento (previsão para 2020), será o maior

bloco econômico do mundo.

Saiba mais:

http://www.apec.org/ (em inglês)

http://www.suapesquisa.com/blocoseconomicos/apec.htm

ASEAN

A ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático) foi criada em 8 de

agosto de 1967. É composta por dez países do sudeste asiático (Tailândia,

Filipinas, Malásia, Cingapura, Indonésia, Brunei, Vietnã, Mianmar, Laos,

Camboja).

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Além da predominância de China e Japão, duas das maiores economias

mundiais, a Ásia abriga outros países que registram desenvolvimento industrial

crescente também a partir do fim da década de 1970, chamados de Tigres

Asiáticos. Originalmente, destacam-se Cingapura, Hong Kong (território

devolvido pelo Reino Unido à China em 1997), Coreia do Sul e Taiwan. A eles

juntam-se Malásia, Indonésia, Tailândia, Filipinas e Vietnã. Vários desses

países são membros do Fórum Ásia Pacífico de Cooperação Econômica.

Porém, além dessas nações, há outras em que o desenvolvimento econômico

social é lento, a base econômica continua sendo agrícola e a industrialização é

incipiente, a maioria no Sudeste Asiático. Estão nesse grupo o Laos e o

Camboja.

Os países dessa região criaram uma instância própria para o

desenvolvimento, a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean, sigla

em inglês). Instituída em 1967, a entidade reúne dez países: Laos, Camboja,

Brunei, Indonésia, Malásia, Mianmar, Filipinas, Cingapura, Tailândia e Vietnã.

Além de objetivar o nascimento de um mercado econômico regional, a Asean

pretende promover o desenvolvimento social e cultural. Mas os integrantes do

grupo também possuem algumas divergências. Em julho de 2012, uma reunião

da Asean para tentar acabar com as tensões territoriais no mar do Sul da China

termina em impasse. Filipinas, Vietnã e Malásia disputam com a China a posse

de algumas ilhas potencialmente ricas em combustíveis fósseis.

Saiba mais

Na década de 1970, quatro países da Ásia (Cingapura, Hong Kong,

Coreia do Sul e Taiwan) apresentaram um acelerado processo de

industrialização. Em razão da agressividade administrativa e da localização dos

países, eles ficaram conhecidos mundialmente como Tigres Asiáticos.

O modelo industrial desses países é caracterizado como IOE

(Industrialização Orientada para a Exportação), ou seja, as indústrias

transnacionais que se estabeleceram nesses países e as empresas locais

implantaram um parque industrial destinado principalmente ao mercado

exterior.

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Cingapura

Cingapura, Hong Kong, Coreia do Sul e Taiwan utilizaram métodos

diferentes para o desenvolvimento econômico, no entanto, essas nações

apresentaram aspectos comuns, como forte apoio do governo, proporcionando

infraestrutura necessária (transporte, comunicações e energia), financiamento

das instalações industriais e altos investimentos em educação e em

qualificação profissional.

Além disso, esses países (exceto Coreia do Sul) adotaram uma política

de incentivos para atrair as indústrias transnacionais. Foram criadas Zonas de

Processamento de Exportações (ZPE), com doações de terrenos e isenção de

impostos pelo Estado.

Diferentemente dos outros Tigres Asiáticos, a Coreia do Sul demonstrou

resistência a instalações de empresas transnacionais em seu território. O

desenvolvimento industrial do país baseou-se nos chaebols, que se caracteriza

por redes de empresas com fortes laços familiares. Quatro grandes chaebols

controlam a economia coreana e têm forte atuação no mercado internacional:

Hyunday, Daewoo, Samsung e Lucky Gold Star.

Somente na década de 1980 começaram a entrar transnacionais na

Coreia do Sul, entretanto estas são associadas a empresas coreanas.

Os Novos Tigres Asiáticos

Em consequência do grande desenvolvimento econômico dos Tigres

Asiáticos, houve uma expansão para os países vizinhos do sudeste, o que

proporcionou um processo de industrialização na Indonésia, Vietnã, Malásia,

Tailândia e Filipinas. Além dos investimentos dos quatro Tigres originais, os

novos Tigres passaram a fazer parte das redes de negócios de empresas dos

Estados Unidos, do Japão e de outros países desenvolvidos.

Nesses novos Tigres foram instaladas indústrias tradicionais, como

têxteis, calçados, alimentos, brinquedos e produtos eletrônicos. Nesses países

há mão de obra menos qualificada que a encontrada nos quatro Tigres

originais, porém, muito mais barata. Milhares de pequenas empresas produzem

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mercadorias sob encomenda, criadas e planejadas em outros países do

mundo.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco

Graduado em Geografia

http://www.brasilescola.com/geografia/tigres-asiaticos.htm

Saiba mais:

http://www.suapesquisa.com/blocoseconomicos/asean.htm

http://www.asean.org/ (em inglês)

SADC

A SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) foi

criada em 17 de outubro de 1992 e é formada por 15 países da região sul do

continente africano.

Saiba Mais:

http://www.africa-union.org/root/au/recs/sadc.htm (em inglês)

http://www.sadc.int/# (em inglês)

http://www.brasilescola.com/geografia/sadc.htm

BENELUX

Considerado o embrião da União Europeia, este bloco econômico envolve

a Bélgica, Holanda e Luxemburgo. O BENELUX foi criado em 1958 e entrou

em operação em 1 de novembro de 1960.

Saiba mais:

http://www.suapesquisa.com/o_que_e/benelux.htm

http://www.benelux.int/fr/home_intro.asp (em francês)

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35

EUROPA

Mapa político da Europa

Número de países: 49.

Europa Ocidental: Alemanha, Andorra, Áustria, Bélgica, Chipre,

Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda (Países Baixos),

Irlanda, Islândia, Itália, Liechtenstein, Luxemburgo, Malta, Mônaco, Noruega,

Portugal, Reino Unido, San Marino, Suécia, Suíça e Vaticano.

Europa Oriental: Albânia, Armênia, Azerbaidjão, Belarus, Bósnia-

Herzegóvina, Bulgária, Croácia, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Geórgia,

Hungria, Letônia, Lituânia, Macedônia, Moldávia, Montenegro, Polônia,

República Tcheca, Romênia, Rússia (parte europeia), Sérvia, Ucrânia e

Turquia (parte europeia).

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A pequena extensão da Europa – que do ponto de vista geográfico

poderia ser considerada uma península do continente asiático – contrasta com

sua enorme importância histórica. O continente exerce, por séculos, papel

hegemônico sobre o resto do mundo. O nome com que o continente é

conhecido já era usado desde a Antiguidade para designar a parte continental

a oeste da Grécia. Na mitologia grega, Europa – assim como Ásia – é uma das

filhas dos deuses Oceano e Tétis. Para alguns pesquisadores, a palavra tem

origem semítica: ereb – região onde o sol se põe.

A diversidade de povos que se estabeleceram na Europa contribuiu para

a riqueza cultural ali presente. Na região se encontram monumentos da

Antiguidade (Partenon, na Grécia), catedrais medievais (Notre Dame, na

França), castelos árabes (Alhambra, na Espanha), palácios absolutistas

(Versalhes, na França) e construções modernas (Igreja da Sagrada Família, na

Espanha).O continente é considerado o berço da civilização ocidental. Ali

ocorreram o Renascimento, a Revolução Industrial e a Revolução Francesa,

eventos que moldaram a fisionomia das sociedades modernas, baseadas na

cultura humanista, no modo de produção capitalista e na democracia

representativa. A busca de matérias-primas, de mão de obra barata ou escrava

e mercados impulsionou as monarquias europeias a conquistar militarmente

territórios e países além-mar, a partir do século XV. A competição entre essas

nações fez da Europa também o principal cenário das duas guerras mundiais

ocorridas na primeira metade do século XX. E a correlação de forças resultante

do segundo conflito dividiu por décadas seu território em dois blocos hostis,

capitalista e comunista, na Guerra Fria (1945-1991).Esses dois blocos

correspondem, em linhas gerais, à Europa Ocidental e à Europa Oriental. A

primeira é integrada pelas nações mais ricas do continente, responsáveis

historicamente pelas grandes navegações e pelo desenvolvimento do

mercantilismo e do capitalismo, bem como de instituições democráticas. A

segunda é formada predominantemente por países que saíram do bloco

comunista e procuram melhorar sua economia nos marcos do processo de

globalização. A criação da Comunidade Econômica Europeia, atual União

Europeia (UE), em 1957, e o fim da União Soviética, inauguram nova fase na

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história da Europa e redesenham seu mapa. Principal bloco econômico do

mundo, a UE reúne 27 nações, incluindo dez ex-comunistas. A partir de 1º de

julho de 2013, está previsto o ingresso da Croácia, outra república que fez

parte do bloco comunista, integrado à antiga Iugoslávia. Em 1º de janeiro de

1999, o euro foi adotado como moeda pelos primeiros 11 países-membros. A

moeda passou a ser introduzida em cédulas e moedas em 2002 e atualmente é

adotada por 17 dos 27 membros da união. Após as longas negociações para

aprovar o Tratado de Lisboa em 2009, a UE enfrenta uma grave crise

econômica alavancada pelo alto endividamento dos países do bloco.

Resumo Europa

Ponto de partida da Revolução Industrial e da era moderna, a Europa

continua sendo um continente de grandes contrastes, onde há prosperidade e

democracia, mas também pobreza, conflitos étnicos e ditaduras. Suas nações

costumam ser divididas em Europa Ocidental, que reúne as desenvolvidas ou

em crescimento, nas quais as instituições democráticas estão consolidadas -

caso da Finlândia, Holanda e Irlanda -, e Europa Oriental, formada

predominantemente por países que saíram do regime comunista e estão com

as economias arruinadas ou em recuperação, como a Romênia, Ucrânia e a

Albânia.

A maior parte dos países desenvolvidos integra a União Europeia (UE) -

ou a chamada Europa dos 15 -, bloco econômico no qual foram abolidas as

barreiras ao comércio e o trânsito nas fronteiras. Uma moeda única comum, o

euro, começa a operar em 11 dos países membros, em 1999. Embora sua

cotação caia em relação ao dólar em 2000, isso não abala a prosperidade da

UE, que cresce em média a taxas de 3% ao ano. Países como Portugal, Irlanda

e Espanha experimentam um boom econômico depois da adesão à UE. Essa

perspectiva de riqueza leva várias nações orientais, como a Hungria, a

pleitearem o ingresso na UE. Se todos os candidatos cumprirem os requisitos

administrativos, financeiros e democráticos para a adesão, a estimativa é que,

até 2007, a UE terá 27 membros.

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Atualmente, as nações da Europa Ocidental recebem em média 1,2

milhão de imigrantes por ano, incluindo refugiados e ilegais, vindos em sua

maioria do Leste Europeu, norte da África e Oriente Médio. Essa mão-de obra

é usada em trabalhos desprezados pela população local como a colheita nos

campos e a construção civil. Há também demanda por profissionais

qualificados para atender o crescimento da indústria de alta tecnologia.

Estudos da ONU indicam que a Europa precisará de cerca de 160 milhões de

imigrantes até 2025 para compensar a estagnação no crescimento

demográfico.

A imigração gera descontentamento em parte da população, que teme a

perda de empregos e a queda do padrão de vida. Esse medo, aliado a

sentimentos racistas, tem como consequência o aumento do apoio do

eleitorado de vários países, como Áustria, Noruega e Bélgica, a partidos de

extrema direita, favoráveis à contenção da imigração, e o crescimento de

atentados contra minorias.

Ao longo da história europeia, invasões da Ásia e da África, misturas de

povos, cismas religiosos e guerras deram lugar a nações que abrigam

diferentes grupos étnicos ou culturais, gerando conflitos. Em anos recentes há

guerras na Croácia, na Bósnia e em Kosovo e em repúblicas da antiga União

Soviética (Geórgia, Armênia e Azerbaidjão). Para reforçar a segurança do

continente, a União Europeia decide em junho de 2000 criar uma força rápida

de intervenção, formada por 60 mil militares, para agir em coordenação com a

Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Geografia

Área - 10 349 915 km²

Maior país - Federação Russa (17 075 400 km² dos quais 4 238 500 km²

na porção europeia).

Menor país - Vaticano (0,44 km² )

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Características físicas - A Europa pertence à massa de terra chamada

Eurásia. A fronteira convencional com o continente asiático compreende os

montes Urais, o rio Ural, o mar Cáspio, as montanhas do Cáucaso e o mar

Negro. O litoral, bastante recortado, apresenta cinco grandes penínsulas -

Ibérica, Itálica, Balcânica, Escandinava e da Jutlândia - e várias ilhas e

arquipélagos, entre os quais Grã-Bretanha, Islândia, Córsega, Sicília e Creta. O

relevo montanhoso prevalece na porção norte - montes Escandinavos e as

cadeias das ilhas Britânicas - e na porção sul - Pirineus, Alpes, Cárpatos e

Bálcãs. No centro existe uma vasta planície que se estende, quase sem

interrupção, dos Pirineus aos montes Urais. O maior rio, o Volga, tem 3 531

km.

O clima temperado predomina no continente, mas existem variações. No

sul, ele é mediterrâneo e a vegetação, que obedece às mudanças climáticas,

formada por arbustos. No centro e no leste, o clima é continental e torna-se

mais frio à medida que se avança para o interior - florestas temperadas e de

coníferas ocupam essa faixa. No noroeste prevalece o clima oceânico. O

extremo norte tem clima polar e a vegetação típica é a tundra. Cerca de 68%

das florestas originais da Europa já foram desmatadas, de acordo com o World

Resources Institute. As maiores extensões de mata nativa são de coníferas e

encontram-se na Suécia e na Finlândia.

Recordes

Ponto mais elevado: monte Elbro, 5 642 m (Federação Russa); maior

depressão: mar Cáspio, 28 m (Azerbaidjão/Federação

Russa/Cazaquistão/Irã/Turcomenistão); maior ilha: Grã-Bretanha, 229 885 km²;

maior mar: mar do Norte, 580 000 km2; maior golfo: golfo de Bothnia, 117 000

km²; maior lago: Ladoga, 18400 km² (Federação Russa); maior rio: Volga, 3531

km; maior bacia hidrográfica: bacia do Volga, 1 360 000 km²; capital mais

elevada: Andorra la Vella, 1 070 m (Andorra); altitude média: 340 m; extensão

do litoral: 113 725 km (inclui a costa da Federação Russa).

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Meio Ambiente

* Área de floresta - 9 333 260 km² (1995)

* Reflorestamento - 25 940 km² (1990-1995)

* Áreas de conservação - 4,7% do território (1996)

* Recursos hídricos per capita - 8,5 mil m³ (1995)

* Emissão de CO² per capita - 8,5 t (1995)

Economia

* PIB - US$ 9,5 trilhões (1998)

* PIB per capita - US$ 12 813 (1998)

* Exportações - US$ 2,562 trilhões - 49% do total mundial (1998)

* Importações - US$ 2,609 trilhões - 48% do total mundial (1998)

* Produção de energia - 2,25 bilhões de t equivalentes de petróleo (TEP)

(1996)

* Consumo de energia per capita - 59 milhões de t equivalentes de

petróleo (TEP) (1996)

Produção mineral - Cobre (Polônia, Federação Russa); Ouro (Federação

Russa); Fosfato (Federação Russa); Diamante (Federação Russa); Minério de

Ferro (Federação Russa, Suécia, Ucrânia); Bauxita (Federação Russa); Cromo

(Albânia, Finlândia, Federação Russa); Chumbo (Suécia); Enxofre (França,

Alemanha, Polônia, Federação Russa, Espanha); Manganês (Ucrânia);

Potássio (Azerbaidjão, Belarus, França, Alemanha, Federação Russa, Ucrânia,

Reino Unido) (1999)

* Área cultivada - 1 288 160 km² ou 12,5% da área total (1998)

* Máquinas agrícolas (ceifeiras, tratores e ordenhadeiras) - 13,8 milhões

(1998)

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* Pesca - 19,5 milhões de t (1997)

População

* Total - 745,5 milhões (2000)

* País mais populoso - Federação Russa (146,9 milhões) (2000)

* País menos populoso - Vaticano (800) (1996)

* Densidade - 72,03 hab./km² (2000)

* População urbana -74 % (1998)

* Crescimento demográfico - 0,0% (1995-2000)*

* Natalidade - 10‰ (1998)

* Mortalidade - 11‰ (1998)

* Mortalidade infantil - 12‰ (1995-2000)*

* Analfabetismo - 1,3% (2000)

* IDH - 0,777 (Europa Oriental) (1998)

Religião e idioma

O cristianismo é a principal religião. Existe ainda um número significativo

de adeptos tanto do catolicismo quanto do protestantismo e da Igreja Ortodoxa.

Os idiomas mais falados pertencem aos ramos etnolingüísticos latino

(integrado pelo espanhol, italiano, francês e português), germânico (formado

por alemão, inglês e idiomas escandinavos) e eslavo (constituído de russo,

búlgaro, servo-croata e ucraniano, entre outros).

Luis Carlos Queirós de Melo

http://www.coladaweb.com/geografia/continentes/europa-continente-europeu

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Aprofundamento 01

O continente europeu é um dos menores continentes, superando somente

a Oceania, diante disso, ocupa uma área territorial de 10.530.751 quilômetros

quadrados que corresponde a 7% das terras emersas do planeta, esse

continente possui uma particularidade, está fisicamente ligado à Ásia, juntos

são conhecidos como Eurásia.Outros definem a Europa não como um

continente, mas sim como uma imensa península, em razão de seu litoral

recortado. A Europa está localizada no oeste da eurásia, seu território

permanece quase em sua totalidade no oriente, acima do paralelo do Equador,

ou seja, no hemisfério norte. O território desse continente limita-se ao norte

com o Oceano Glacial; com os mares Mediterrâneo e Negro ao sul; Oceano

Atlântico a oeste e com os Montes Urais, o Rio Ural e o Mar Cáspio ao leste.No

continente europeu existem muitos países, dentre esses o de maior território é

a Rússia, com 40% da área total, o restante abriga 40 países. Apesar de

muitos países europeus possuírem territórios relativamente restritos, tornaram-

se verdadeiras potências políticas e econômicas mundiais, tais como Reino

Unido, Alemanha, França e Itália, que fazem parte do G-8 (grupo dos países

mais ricos do mundo).Quanto às características físicas ou naturais, a Europa

apresenta uma série de particularidades, diante disso apresentamos os

principais aspectos do relevo, hidrografia, clima e vegetação.

Relevo

O relevo europeu é constituído basicamente por duas unidades de relevo,

que são as planícies e os maciços antigos, ocupando especialmente o centro e

o norte do continente. Existem também os dobramentos modernos que são

compostos por áreas montanhosas, provenientes do pouco tempo de processo

erosivo, portanto sofreu pouco desgaste, essa característica é comum desde o

sul até a Península Ibérica.Dentre os dobramentos modernos e de relevo mais

elevado, os principais são: os Pireneus, ocupa uma área de 450 quilômetros

entre os limites territoriais da França com a Espanha, em alguns pontos as

altitudes podem atingir 3.000 metros. Os Alpes, ocorre em uma extensão de

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1.100 quilômetros e atravessa o território da França, Itália, Alemanha, Suíça e

Áustria; e o ponto mais elevado é o Monte Branco com 4.807 metros. Os

Apeninos encontram-se na Itália e percorrem o território de norte a sul, em pelo

menos 1.500 quilômetros, essa região abriga vulcõe,s sendo que alguns são

ativos. Cárpatos ocorre nas terras da Eslováquia, Polônia, Ucrânia e Romênia

e o Cáucaso está situado entre o Mar Negro e o Mar Cáspio nos territórios da

Rússia, Geórgia, Armênia e Azerbaijão.

Hidrografia

Em razão da composição climática existente na Europa, os rios presentes

no continente são relativamente pequenos quanto a seu curso e volume,

apesar das limitações, esses mananciais foram sempre muito importantes para

as atividades desenvolvidas na região, especialmente por se tratar de rios

navegáveis. Nesse sentido, os rios principais do continente europeu são: rio

Reno (1.300 km de extensão) que nasce nos Alpes; Sena (770 km de

extensão), sua nascente está localizada ao sudeste de Paris; Ródano (800 km

de extensão), nascente nos Alpes suíços; Volga (3.531 km de extensão), nasce

a noroeste de Moscou e Danúbio (mais de 2.800 km de extensão), nasce nos

Alpes alemães.

Clima

A Europa está localizada na zona temperada da Terra, dessa forma,

apresenta climas de temperaturas mais amenas, dentre as particularidades de

cada região podem ser identificados diversos tipos de climas, sendo que os

principais são:Clima de montanha: ocorre especialmente em áreas de relevo de

grandes altitudes, como os Alpes e Pireneus, nessas áreas as chuvas são bem

distribuídas durante todo o ano, elas se desenvolvem de forma mansa e rápida,

os invernos são extensos e rigorosos, constituídos por nevadas e geadas.

Temperado oceânico: é formado por um elevado índice pluviométrico,

especialmente na primavera e no inverno, e temperaturas amenas.

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Temperado continental: ocorre no centro e leste da Europa, as chuvas

desenvolvem com menos incidência que no temperado oceânico e amplitudes

térmicas mais elevadas.

Subpolar: predomina em áreas próximas à região ártica, é constituída por

duas estações bem definidas, sendo que o inverno é extremamente rigoroso e

longo, com temperaturas que atingem -50ºC e verão com período bastante

restrito, com temperaturas que variam entre 16ºC e 21°C.

Mediterrâneo: esse tipo de clima é típico do sul da Europa com verões

quentes e invernos mais amenos em relação a outras regiões do continente,

nesse há duas estações bem definidas, seca no verão e chuvosa no inverno.

Vegetação

A composição vegetativa da Europa é variada em razão dos diferentes

solos e climas, desse modo, podem ser identificados diversos tipos de

vegetações, dentre elas estão:

Tundra: essa cobertura vegetal é comum em regiões de clima subpolar,

vegetação constituída por musgos, gramíneas, arbustos e liquens, flora

proveniente da junção de fungos e algas.

Floresta conífera: composição vegetativa constituída por pinheiros em

áreas do sul.

Floresta temperada: é composta por pinheiros, além de árvores como a

faia e o carvalho, esses vegetais têm característica de perder as folhas no

inverno, conhecidos por floresta caducifólia.

Estepes: vegetação composta por herbáceas ou gramíneas provenientes

dos solos férteis.

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Vegetação mediterrânea: é composta por xerófilas, plantas típicas de

regiões secas, tais como maquis e garrigues.

Por Eduardo de Freitas

Graduado em Geografiahttp://www.brasilescola.com/geografia/europa.htm

Aprofundamento 02

Conhecido como “velho mundo”, o continente europeu limita-se a oeste

com o Oceano Atlântico, ao sul com o Mediterrâneo, ao norte com o oceano

Glacial Ártico e a leste com a Ásia, sendo que os Montes Urais formam uma

divisa natural nesta parte do continente.

A importância do continente europeu reside no fato de este ter sido o

palco das maiores transformações da história da humanidade e de algumas de

suas mentes mais brilhantes, como a Segunda Guerra, a Revolução Industrial

na segunda metade do século XVIII e as teorias de Copérnico e Einstein,

europeus que mudaram a história da ciência.

A geografia política da Europa é totalmente determinada pela história

desse continente. Após inúmeros séculos de ocupações, invasões e

revoluções, a Europa chegou ao seu formato atual, embora ainda instável em

algumas regiões como a Geórgia, a questão Basca, etc.

Atualmente a mudança mais significativa é a formação do grande bloco

econômico da União Européia (UE) que abrange 15 países do total de 48 do

continente. Entre os países da UE foram abolidas todas as barreiras comerciais

e de fronteira permitindo-se o trânsito livre entre estes países.

Por se localizar totalmente no hemisfério norte e com uma altitude que

fica em torno de 340m, o continente europeu apresenta climas frios e

temperados, divididos em três tipos principais: o oceânico que abrange a faixa

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da Noruega até Portugal, o clima continental em parte da Alemanha, e nos

países bálticos até a Polônia, e o clima mediterrâneo nos países da costa,

chegando até a França.

Esse clima propicia o surgimento das vegetações de Tundra mais ao

norte, do bosque boreal ou de coníferas ao sul dessa área, bosques

temperados nas regiões costeiras com uma variação na costa mediterrânea,

apresentando espécies típicas desse local como as azinheiras e os sobreiros, e

estepes que se estendem da Hungria até a Ucrânia. Embora seja o continente

mais explorado pelo homem, ele ainda abriga uma quantidade considerável de

espécies de animais e de vegetais, sendo que nas regiões montanhosas

encontram-se espécies típicas como o alce e o cabrito montês.

A baixa altitude do continente e o clima não tão extremo quanto em outras

partes do globo, facilitaram a ocupação do lugar por povos vindos de outras

regiões da Europa que foram decisivos no processo de diferenciação da

cultura, como por exemplo, os povos de origem germânica (Visigodos,

Ostrogodos, saxões, etc.) que deram origem às chamadas “invasões bárbaras”

durante os séculos IV e V.

Atualmente os descendentes desses povos, que formam a atual

população europeia, habitam uma área total de 10.349.915km² totalizando

745.500.000 pessoas (em 2000) fazendo da Europa o continente mais

urbanizado do mundo.

Pertencem ainda ao continente europeu algumas ilhas distribuídas pela

costa do Atlântico Norte e do Mediterrâneo como, as Ilhas Britânicas, Islândia,

Sicília, Sardenha, Córsega, Creta, Malta e Chipre.

74% da população da Europa vive em cidades totalizando uma população

de 551.670.000 pessoas com uma densidade de 72,03 habitantes/km², a maior

do mundo. O PIB per capita fica em torno de US$12.813,00, podendo variar

muito entre os países. Por quase todo o continente sobressai o tipo caucasoide

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(branco) com algumas exceções de povos de origem mongoloide e as línguas

predominantes são aquelas de origem latina como o francês e o italiano.

Quanto ao relevo, na região setentrional do continente encontramos

bacias sedimentares, planícies e maciços montanhosos que se estendem até a

região meridional onde se encontram os pontos mais altos do continente.

Fontes:

http://www.portalbrasil.net/europa.htm

http://www.guiageo-europa.com/mapas/europa.htm

A União Europeia

O mundo vive dias turbulentos. Uma crise econômica global está em

curso desde 2008. Em seu rastro, ela provoca grande instabilidade nos

mercados, piora nas condições de vida da população em vários países, queda

de líderes políticos – e manifestações ganham as ruas em diversos pontos do

globo.

Em 2011, a União Europeia foi atingida em cheio pela turbulência, e a

dificuldade para enfrentar a situação causa um clima de choque, gritaria e

confusão. No interior da União Europeia, trava-se um cabo de guerra: de um

lado, um pequeno grupo decide medidas com base em um poder político e

econômico capaz de afetar diretamente os 27 países-membros do bloco, e, de

outro, a população de algumas dessas nações se recusa a aceitar as medidas,

que podem significar a perda de direitos históricos. Em jogo estão os conceitos

de soberania nacional, e até de democracia.

O cenário da União Europeia está conturbado. Os gregos invadiram as

ruas para protestar depois que seu Parlamento aprovou, em fevereiro de 2012,

novos cortes no orçamento para garantir um enorme empréstimo de

emergência do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional

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(FMI). Os governos de países em situação semelhante, como Irlanda, Portugal

e Itália, buscam impor medidas que implicam queda de qualidade de vida de

sua população. Dinamarca, França e Itália reveem suas políticas de migração e

de controle de fronteiras, mexendo com questões essenciais para a tradicional

liberdade de circulação dentro da União Europeia. O euro, a moeda comum de

17 países, dá sinais de que não se mantém com suas atuais regras. Enquanto

isso, a França, do presidente Nicolas Sarkozy, e a Alemanha, da premiê

Angela Merkel, as duas maiores economias da zona do euro, apressam-se em

cortar gastos.

A crise que ameaça a União Europeia é global, e sua origem está no

colapso do mercado imobiliário dos EUA há quatro anos. O estouro da bolha

imobiliária afetou todo o sistema financeiro mundial.

A injeção de trilhões de dólares de dinheiro público para salvar bancos e

companhias em dificuldades, realizada por diversos governos, acabou

ampliando fortemente a dívida das nações. Agora, os países são chamados a

equilibrar suas contas com cortes profundos nos gastos públicos e aumentos

nos impostos, medidas que afetam diretamente a população. As manifestações

de 2011 na Grécia, nos Estados Unidos, na Espanha, e mesmo nos países

árabes e no Chile, têm como pano de fundo as consequências da crise.

História

Com meio século de existência, a União Europeia é o maior bloco

econômico do mundo. Sua criação começou em 1951, quando seis países –

Alemanha Ocidental, França, Bélgica, Holanda, Itália e Luxemburgo –

fundaram a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA). Em 1957, o

Tratado de Roma criou a Comunidade Econômica Europeia (CEE), instituindo

as “quatro liberdades fundamentais” dentro do bloco: livre circulação de

pessoas, de mercadorias, de capitais e de serviços. Entre 1973 e 1995,

entraram para a comunidade Dinamarca, Reino Unido, Irlanda, Grécia,

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Espanha, Portugal, Áustria, Finlândia e Suécia. Com o Tratado de Maastrich,

em 1992, nasceu a União Europeia (UE).

Em 2004, houve a maior ampliação da história do bloco, com o ingresso

de mais dez nações: Eslováquia, Eslovênia, Hungria, Estônia, Letônia, Lituânia,

Polônia, República Tcheca, Chipre e Malta. O aspecto distintivo desse

crescimento foi a integração de países do Leste Europeu. Alguns viveram

décadas sob a influência da União Soviética, pois, no período da Guerra Fria

(1949-1991), eram regimes comunistas isolados na Cortina de Ferro. A partir

dos anos de 1990, esses países aos poucos saíram da influência da Rússia.

Em 2007, passaram a fazer parte do bloco a Romênia e a Bulgária,

elevando a população total da União Europeia a quase meio bilhão de

habitantes. Em 2013, pode ser concluído o processo de adesão da Croácia.

Turquia, Macedônia, Montenegro e Islândia já deram início ao pedido para

integrar a União Europeia.

Centralização Política

Na construção histórica da União Europeia, houve um movimento

constante de concessão de poderes às instituições supranacionais, como o

Parlamento Europeu e o Banco Central Europeu, em detrimento da soberania

das nações integrantes do bloco. Com frequência, esse processo foi conflituoso

e tumultuado.

Um bom exemplo é a proposta de Constituição europeia, rejeitada em

2005 por votações populares na França e na Holanda. Pelas regras da época,

essa estrutura legal só poderia ser instaurada após a aprovação unânime dos

países do bloco. Assim, o projeto naufragou. Mas, depois da negativa, a elite

política da França modificou a Constituição para abolir a necessidade do

referendo popular, delegando a próxima votação sobre o assunto à Assembleia

Nacional.

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A proposta seguinte no âmbito europeu foi batizada de Tratado de Lisboa,

versão reduzida da Constituição derrotada. Para garantir sua aprovação, os

defensores da União Europeia mudaram as regras do jogo, passando a

ratificação para os Parlamentos na maioria dos países. Houve uma exceção:

uma imposição constitucional tornava o referendo popular obrigatório na

Irlanda. Em junho de 2008, os eleitores da República da Irlanda prolongaram o

impasse, ao recusarem o tratado por maioria.

O porquê do “não”

Até aquele ano, havia crescimento econômico nos países-membros da

União Europeia. Então, quais seriam os motivos para a recusa em várias

votações populares às medidas de fortalecimento da UE? Podemos resumir

dizendo que, por trás do “não”, havia a rejeição à perda da identidade e de

direitos econômicos e políticos nacionais, enfim, de soberania.

Essa questão é histórica. Depois da II Guerra Mundial, vários países

europeus implantaram estados de bem-estar social, nos quais os indivíduos

passaram a desfrutar de um conjunto de bens e serviços garantidos pelo

Estado, como educação, saúde, habitação e previdência social. Agora, o ajuste

proposto avança para desmontar o estado de bem-estar social.

No início, a maioria dos países europeus apoiou, com entusiasmo, a

integração econômica de seus países, identificada com estabilidade e

prosperidade econômica. A etapa seguinte, da integração social, também foi

bem recebida, embora com menos entusiasmo, pois a uniformização de

normas afetava aspectos da vida nacional. Já a última etapa de integração da

UE, da unificação política, foi vista com profunda desconfiança. Há o forte

temor de que o comando central da União Europeia, em Bruxelas, exerça um

poder autoritário, burocrático, indiferente às necessidades dos cidadãos, além

do controle popular.

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O Tratado de Lisboa propõe a criação de instituições políticas acima do

poder e da influência de cada nação. Como funcionarão as instituições? Quem

elegerá seus representantes? Muitos europeus não se sentem confortáveis em

entregar a esse comando central a prerrogativa de instaurar mudanças que

afetem de forma direta as condições de sua vida.

O que muda com o tratado

Depois da rejeição popular na Irlanda, iniciou-se uma operação política

pela aprovação do Tratado de Lisboa. Em primeiro lugar, todos os demais

países aprovaram o tratado (faltando apenas a chancela presidencial na

República Tcheca). Em seguida, preparou-se um novo referendo sobre o

mesmo tema na Irlanda, um ano e pouco depois – em outubro de 2009. Em

troca da aprovação, ofereceram-se ao país “garantias legais” de que a União

Europeia não iria impor leis sobre questões como direito ao aborto, casamento

gay, regras sobre impostos e mudanças no que os irlandeses chamam de

“neutralidade histórica” em questões externas. Além disso, houve uma

participação maciça dos líderes europeus na campanha eleitoral, alertando os

irlandeses de que apenas seu país impedia a unificação europeia. Em 2009,

houve a aprovação do Tratado de Lisboa na Irlanda. Com a adesão dos

tchecos, o acordo entrou em vigor na UE.

Com o Tratado de Lisboa, a União Europeia começou a ter novas regras

políticas, a partir do fim de 2009, para orientar as ações dos Estados-membros,

que concentraram poder em suas instituições. Assim, a União Europeia passou

a ter um chefe de relações internacionais e um presidente com mandato de

dois anos e meio, com possibilidade de reeleição, no lugar do sistema rotativo

de seis meses. Outros pontos importantes são:

• O Parlamento europeu passa a ter mais poder de decisão em assuntos

de Interior e Justiça dos países-membros e poderá influenciar e rejeitar as

legislações da Comissão Europeia (a comissão é formada por um

representante de cada país-membro).

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• A partir de 2014 entra em vigor um novo sistema de votação, em que

55% dos Estados – desde que representem 65% da população do bloco –

podem aprovar uma lei obrigatória para todos (até lá, ainda é preciso

consenso, ou seja, aprovação de todos). A divisão do número de deputados

europeus também foi modificada, com os países mais populosos passando a

ter mais deputados do que os menores.

Fonte: https://almanaque.abril.com.br/materia/a-uniao-europeia-pede-ajuda

Aprofundamento 03

O grande símbolo do fim da Guerra Fria foi a queda do Muro de Berlim,

em novembro de 1989. No fim daquele ano, as autoridades de fronteira não

puderam mais impedir a população de passar pelo muro que dividia a cidade

de Berlim ao meio, metade sob governo da Alemanha Ocidental e outra parte

em território da Alemanha Oriental. A divisão do país vinha desde o fim da II

Guerra Mundial (1945), embora o muro tenha sido construído apenas em 1961.

O Muro de Berlim simbolizava a separação do mundo em dois blocos:

aquele constituído pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos

e o de países socialistas ligados à extinta União Soviética (URSS). A seguir, foi

dado o golpe de misericórdia na Guerra Fria: a queda dos regimes comunistas

do Leste Europeu resultou na desagregação da Iugoslávia, da Tchecoslováquia

e da União Soviética, a partir de 1991.

A Guerra Fria foi o confronto ideológico, político, econômico e militar entre

o bloco capitalista e o comunista. Por causa dessa divisão em dois blocos, ou

dois pólos, dizia-se que o mundo da segunda metade do século XX era

bipolar.O bloco capitalista era formado pelos Estados Unidos, pelos países da

Europa Ocidental – reunidos na Organização do Tratado do Atlântico Norte

(Otan), aliança militar liderada pelos norte-americanos – e pelo Japão.

O bloco comunista era formado pela URSS e por seus países satélites do

Leste Europeu – reunidos no Pacto de Varsóvia, a aliança militar soviética –,

além de países como Cuba (a partir de 1962) e Vietnã. A China estava bem

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longe de ser a potência econômica de hoje e se achava mais preocupada em

consolidar o regime internamente. Atuava externamente junto aos vizinhos

asiáticos, mas, desde 1960, mantinha uma relação tensa com Moscou. Houve,

ainda, uma tentativa de países em desenvolvimento de formar um terceiro pólo:

o Movimento dos Países Não-Alinhados, do qual o Brasil fazia parte, mas que

nunca se constituiu num grupo coeso e atuante.

Cortina de Ferro

A Guerra Fria foi iniciada logo após o fim da II Guerra Mundial. A fronteira

entre a Europa Ocidental e os países do Leste era chamada de Cortina de

Ferro, expressão lançada num célebre discurso do primeiro-ministro britânico

Winston Churchill, em Fulton (EUA), em março de 1946, no qual propôs a

formação de uma aliança para combater o avanço do comunismo, segundo ele

a grande ameaça que pairava sobre o mundo após a guerra. A Cortina de

Ferro incluía os países que haviam ficado sob a influência da URSS na divisão

do mundo feita entre os países vencedores da II Guerra Mundial, nos acordos

de Yalta e Potsdam.

Essa partição da Europa entre Ocidental e Oriental era simbolizada pela

divisão da Alemanha em duas e, mais especificamente, a partir de 1961, pelo

Muro de Berlim. A cidade, que ficava na Alemanha Oriental (comunista), havia

sido dividida após a guerra em quatro zonas, sob controle de cada uma das

quatro potências ocupantes – EUA, URSS, Reino Unido e França –, os países

vencedores da guerra. Em 1961, o governo alemão oriental, para estancar o

fluxo de refugiados para o lado ocidental da cidade, construiu o muro cortando

Berlim ao meio para impedir o livre trânsito entre as duas partes.

Conflitos esparsos

O termo Guerra Fria se origina da contraposição à guerra quente, isto é, à

guerra de fato. Isso porque, diante do temor de uma guerra nuclear

devastadora, os dois blocos não se enfrentavam diretamente.

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Desse modo, o Terceiro Mundo – expressão da época para indicar os

países pobres e em desenvolvimento – era o palco principal de confrontos

militares abertos entre os blocos. Forças em choque nas guerras civis e em

movimentos anticoloniais na América Latina, na África e na Ásia acabavam se

alinhando a um ou outro bloco, em busca de apoio, como ocorreu em Angola,

Moçambique, Vietnã, Coréia, Nicarágua e El Salvador.

O temor de que a América Latina caísse sob influência do comunismo

levou os Estados Unidos a apoiar sangrentas ditaduras militares na região nos

anos 1960 e 1970, especialmente após a Revolução Cubana (1959). O

continente era visto por Washington como sua “área de influência” desde o

começo do século XX.

Já a URSS mantinha sob rígida vigilância o regime de seus países

aliados, invadindo-os para reprimir as tentativas de rebelião política na Hungria

(1956) e na Tchecoslováquia (1968), bem como para controlar o governo do

Afeganistão (1979-1989).

O momento mais tenso da Guerra Fria foi o da crise dos mísseis em

Cuba. Em 1962, a URSS instalou secretamente mísseis nucleares na ilha, que

estava sob sua influência desde a aproximação com o regime de Fidel Castro,

em 1961. Os mísseis poderiam atingir Washington em poucos minutos. Os

norte-americanos descobriram, e o presidente John Kennedy ordenou um

bloqueio naval de Cuba. Moscou chegou a enviar uma frota para um confronto,

mas o líder soviético Nikita Khruschov cedeu e retirou os mísseis.

Queda do muro

No fim dos anos 1970, estava claro que o bloco soviético tinha dificuldade

em acompanhar o ritmo econômico do Ocidente. Três personagens marcaram

o período: o presidente Ronald Reagan, dos EUA, cuja corrida armamentista

forçou a URSS a elevar seu gasto militar e acabou por quebrar o país; o papa

João Paulo II, que estimulou a contestação do regime comunista em sua

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Polônia natal; e o líder soviético Mikhail Gorbatchev, que iniciou o processo de

abertura política (glasnost) e liberalização econômica (perestroika) na URSS.

O desfecho ocorreu a partir de 1989. Sob pressão de manifestações pró-

democracia, os governos dos países comunistas foram enfraquecendo. Em

novembro houve a queda do Muro de Berlim. A Alemanha reunificou-se em

1990. Em 31 de dezembro de 1991, a URSS deixou de existir. A Federação

Russa manteve 75% do território, metade da população e boa parte dos

recursos e do arsenal militar convencional e atômico.

Resumo

DESTAQUE

A Rússia busca um novo lugar de destaque no mundo. Aumentou gastos

militares, está se aproximando do Ocidente e lançou um plano econômico para

crescer e atrair investimentos externos. O país é uma das maiores economias

emergentes do planeta, mas é dependente das exportações de petróleo e gás.

Ele sentiu profundamente a crise global de 2008, que derrubou a demanda

mundial por combustíveis. O ano de 2009 foi de forte redução do PIB.

PUTIN

O primeiro-ministro Vladimir Putin é o principal nome da política russa. Ele

presidiu o país entre 2000 e 2008 e elegeu o sucessor, Dmitri Medvedev, que

deve abrir mão de tentar a reeleição para que Putin concorra a um novo

mandato no ano que vem. Uma das marcas de Putin é a repressão aos

movimentos rebeldes das repúblicas que integram a Federação Russa.

SEPARATISMO

Um atentado terrorista promovido por separatistas da Chechênia deixou

35 mortos num aeroporto de Moscou em 2011. A tensão entre os povos

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remonta à época do antigo Império Russo, quando diversos grupos foram

subjugados pelo expansionismo russo. No século XX, o governo soviético de

Josef Stálin sufocou a expressão dessas nacionalidades e deportou milhões.

Com o fim da URSS, os problemas emergiram. A área mais conturbada é o

Cáucaso, onde existem diversas repúblicas, com diferentes -etnias, todas

dentro do Estado russo.

GUERRA FRIA

A Revolução Russa, em 1917, fundou o primeiro país comunista do

planeta. A URSS tornou-se uma grande potência e, depois da II - Guerra

rivalizou com os Estados Unidos por várias décadas, durante a Guerra Fria.

Nesse período, a rivalidade opunha um bloco capitalista a um bloco -

comunista. O maior temor era de uma guerra nuclear, já que os dois países

desenvolveram arsenais atômicos. Esse período terminou com o fim da URSS,

em 1991. Em 2010, Rússia e EUA assinaram um acordo de redução do arsenal

de armas nucleares.

Observe a imagem a seguir:

1) Relacione o evento da imagem com a nova ordem mundial.

2) O que significava o muro de Berlin para o capitalismo x comunismo?

Justifique.

3) O que foi a guerra fria?

4) Qual a situação atual da Rússia? O país ainda é comunista? Pertence

a algum Bloco?

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AMÉRICA

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Segundo continente mais extenso, com 42 milhões de quilômetros

quadrados de área, a América é formada por duas grandes massas de terra

(América do Norte e América do Sul), unidas por uma estreita faixa (América

Central). Um sistema de cadeias montanhosas percorre o território em sua

porção oeste, sem interrupção, desde o estreito de Magalhães, no extremo sul,

até o estreito de Bering, no extremo norte – a Cordilheira dos Andes, na

América do Sul, e as Montanhas Rochosas, na América do Norte. No tempo

das grandes navegações, os europeus deram à região o nome de Novo

Mundo. O continente americano é registrado cartograficamente pela primeira

vez em 1538, quando Gerardus Mercator publica sua versão do mapa-múndi.

O termo América é usado para classificar as terras a oeste da Europa

encontradas em 1492 por Cristóvão Colombo, navegador genovês a serviço da

Espanha. O nome do continente se deve a outro navegador, o italiano Américo

Vespúcio, cujas primeiras expedições à região datam de 1507.

A América do Norte é colonizada principalmente por ingleses e franceses,

enquanto espanhóis e portugueses dominam a maior parte da América Central

e da América do Sul. Ao longo da cordilheira dos Andes, no sul, viviam

anteriormente os povos incas, dizimados pelos colonizadores espanhóis. Seu

mais importante legado arquitetônico é a cidade de pedra de Machu Picchu, no

território do atual Peru. Outras civilizações pré-colombianas (anteriores à

chegada de Colombo à América) muito desenvolvidas eram os maias e os

astecas.

Nenhum continente apresenta tamanho desequilíbrio regional quanto a

América. Ao norte do México, os Estados Unidos (EUA) e o Canadá são duas

das mais desenvolvidas nações mundiais. Os outros 33 países que compõem a

América Latina estão num nível de desenvolvimento econômico e social bem

inferior. Em 2011, EUA e Canadá somavam um Produto Interno Bruto (PIB) de

16,7 trilhões de dólares, ante 5,8 trilhões de dólares de todos os demais países

americanos juntos (veja a tabela ao lado).

Em 1994, os EUA propuseram a formação da Área de Livre-Comércio das

Américas (Alca), com o objetivo de liberar o comércio no continente de

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barreiras tarifárias – exceto Cuba. Para os EUA, tratava-se da possibilidade de

aumentar a entrada de seus produtos e serviços em todos os países da

América e diminuir seu enorme déficit comercial. Porém, a proposta encontra

ampla resistência entre os movimentos sociais e sindicais latino-americanos,

que temem particularmente a perda de empregos com uma possível invasão de

produtos norte-americanos e realizam campanhas contra a Alca. Após

sucessivas discussões em torno da formação do bloco econômico, a Cúpula

das Américas de novembro de 2005, realizada em Mar del Plata, na Argentina,

marca o fracasso do acordo, deixando as negociações em suspenso.

O governo norte-americano demonstra agora interesse em fechar acordos

de livre-comércio com os demais países do continente. Além do Acordo de

Livre Comércio da América do Norte (Nafta) com Canadá e México, firmado em

1994, os EUA assina acordos de livre-comércio com o Chile (2004), com a

Colômbia (2011) e com alguns países da América Central por meio do DR-

Cafta. Por sua vez, os países latino-americanos associam-se em blocos de

integração econômica como o Mercado Comum do Sul (Mercosul), que inclui

Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e a Venezuela, admitida em 2012, a

Comunidade Andina (CAN), com Bolívia, Colômbia, Equador e Peru, e a

Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), liderado pela Venezuela e

composto de oito países cujos governos seguem uma orientação mais

esquerdista, como Cuba, Bolívia, Equador e Nicarágua.

Organização dos Estados Americanos

A Organização dos Estados Americanos (OEA) é uma instância de

diálogo multilateral originária de uma conferência continental realizada entre

1889 e 1890, em Washington, nos Estados Unidos. Sua fundação oficial ocorre

apenas em 1948, e todos os prédios centrais funcionam na capital federal

norte-americana. Em 2012, a OEA reúne 35 países das três Américas e do

Caribe, além de observadores permanentes de 66 nações. A entidade possui

quatro pilares de atuação: democracia, direitos humanos, segurança e

desenvolvimento. Dentro dessas áreas, trabalha de muitas formas, como na

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observação independente de pleitos eleitorais, acompanhamento de denúncias

de violação aos direitos humanos, em negociações comerciais entre os países,

ajuda econômica e humanitária em desastres naturais. Em 2012, por exemplo,

a Venezuela pede para ser retirada da Comissão de Direitos Humanos da

OEA, alegando que as decisões do órgão não são isentas. Nos últimos anos, a

comissão denunciou o país por não punir os casos de violação de direitos

humanos.

O que é a América Latina?

Os países latino-americanos distribuem-se pelas três regiões geográficas

do continente – o México, na América do Norte, e todas as nações da América

Central e do Sul, que possuem laços históricos e culturais. A maioria foi

colonizada por nações europeias de língua latina (espanhol, português e

francês), embora haja antigas possessões inglesas ou holandesas. O termo

América Latina corresponde, também, a um critério geopolítico, pois esses

países apresentam, em comum, profundas desigualdades sociais e

instabilidade econômica.

De acordo com o relatório 2012 do Banco Mundial, a pobreza na América

Latina caiu de 44% para 30% entre 2003 e 2009. Mesmo assim, a região ainda

é a mais desigual do planeta. Segundo relatório do Programa das Nações

Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), os 20% mais ricos

ganham 20 vezes mais que os 20% mais pobres. O mesmo estudo também

mostra que a região é a mais urbanizada do mundo. Atualmente, quase 80%

dos latino-americanos moram nas cidades, índice duas vezes maior que o de

regiões como África e Ásia. A acelerada e desorganizada urbanização criou

megacidades com infraestrutura deficiente e graves déficits habitacionais: mais

de um quarto da população vive em favelas ou comunidades carentes.

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AMÉRICA DO NORTE

Número de países: 3

Países: Canadá, Estados Unidos (EUA/USA) e México.

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Países com grandes territórios, o Canadá e os EUA possuem

disponibilidade de recursos naturais e elevado padrão de vida. Os EUA se

destacam como a maior potência econômica e militar do planeta. O México

apresenta perfil de desenvolvimento semelhante ao das demais nações latino-

americanas, mas sua economia está cada vez mais integrada à dos EUA e à

do Canadá, graças ao Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).

Geografia Física

Compreende uma área de 23,5 milhões de quilômetros quadrados. A

América do Norte é uma vasta extensão de terra de formato triangular. Suas

principais elevações são a cordilheira do Alasca e as Montanhas Rochosas, a

oeste, e a maior bacia hidrográfica – a do Mississippi-Missouri – a leste. Na

fronteira do Canadá com os EUA, encontram-se os Grandes Lagos (Superior,

Michigan, Eire, Huron e Ontario). A maior ilha do continente – e do mundo –

situa-se na América do Norte: Groenlândia, com quase 2,2 milhões de

quilômetros quadrados.

Na porção norte, de clima continental frio, predominam as florestas de

coníferas; o centro e o sudeste, de clima continental, são ocupados por

florestas temperadas e pradarias; no sudoeste, há desertos. De acordo com o

World Resources Institute, a América do Norte ainda conserva três quartos de

suas florestas originais.

População

Há cerca de 466,6 milhões de habitantes no subcontinente em 2012,

segundo estimativa do Banco Mundial. Por causa do clima frio, a concentração

populacional é baixa no Alasca, na Groenlândia e no norte do Canadá.

Aumenta em direção ao sul, apresentando-se altamente densa em centros

urbanos como Cidade do México, Nova York e Los Angeles. A maioria dos

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habitantes descende de colonizadores britânicos, franceses e espanhóis, de

escravos africanos e de vários grupos de imigrantes (italianos, irlandeses,

chineses etc.). As principais línguas faladas são o inglês, o espanhol e o

francês.

Economia

Encontra-se plenamente industrializada nos Estados Unidos e no Canadá

e, em menor grau, no México. A agricultura é altamente mecanizada e

responde por grande parcela da produção mundial de alimentos, com destaque

para os cereais, o milho, a soja e a laranja. A América do Norte possui vastas

reservas de combustíveis fósseis e minérios. A cidade de Nova York, na costa

leste norte-americana, é o principal centro financeiro internacional.

Saiba mais:

América do Norte I

A América do Norte é composta pelo Canadá, Estados Unidos, México e

Groelândia. É um continente extenso, o terceiro maior do mundo.Até o século

XVI este continente era habitado pelos esquimós, peles-vermelhas e astecas.

Os primeiros colonos a chegarem foram os ingleses, franceses, espanhóis e

holandeses. A partir do século XIX, os navios e ferrovias facilitaram a entrada

de novos colonos, que, em sua maior parte, vinham da Europa.

Conhecendo a América do Norte

A América do Norte possui grandes cordilheiras em suas regiões oeste e

leste. As Montanhas Rochosas, que vão do Ártico ao México, recebem

diferentes nomes durante toda a sua extensão na porção oeste do continente.

Elas chamam atenção não só por sua beleza, mas também por serem ricas em

minerais. Ao leste também há montanhas, contudo, elas são mais baixas se

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comparadas com as existentes na região oeste. Estas montanhas mais baixas

vão do Labrador ao Alabama e, durante grande parte de sua extensão, o nome

que predomina é Apalaches. Entre essas duas extensas cadeias montanhosas,

há planícies e pradarias cujos ambientes e seres vivos se modificam durante o

percurso para o sul, desde o gelado Ártico até os trópicos da América Central.

Na região do extremo-norte encontram-se as regiões geladas do Alasca e do

norte do Canadá, onde habitam os esquimós, caçadores e pescadores. Apesar

do clima gelado, foram criadas estruturas que permitem um número crescente

de habitantes, atraídos por centros mineiros de ouro e urânio.

Há ainda florestas de pinheiros, lariços e abetos, que os lenhadores

derrubam para a manufatura de papel, rayon e para lenha. Ao sul dessas

florestas, encontram-se planícies cobertas pelo trigo norte-americano e

canadense. Nas áreas próximas aos Grandes Lagos e ao vale do rio São

Lourenço, existem grandes e modernas cidades e também fazendas e minas.

Indo mais para o sul, nos Estados Unidos, encontram-se terras férteis para a

produção de milho. Nas bacias férteis dos rios Mississipi e Missouri é feito o

plantio de tabaco, algodão e de frutas. Esses rios são extremamente

importantes, pois, na época de cheia, eles inundam e fertilizam a região. No

México existe um interior deserto, onde há poços de petróleo e minas de prata,

matéria prima da qual o país é o maior produtor mundial. Outras riquezas

minerais também são encontradas nesta região, entre elas estão: o ouro, o

cobre, o zinco, etc. Embora conte com este recurso, a nação continua dando

papel de destaque para a agricultura, onde seus principais produtos são: o

café, açúcar, tomate e algodão. Ao leste da América do Norte estão localizadas

muitas de suas maiores cidades, como Toronto e Montreal (no Canadá), Nova

Iorque, Filadélfia, Detroit e Baltimore (nos Estados Unidos). É nessa região que

se encontra grande parte do ferro e do carvão do continente, as maiores

indústrias pesadas e o maior comércio.

Na costa ocidental encontram-se as florestas e fazendas da Colúmbia

Britânica, os pomares, os poços de petróleo e as plantações de algodão da

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Califórnia. As maiores cidades do oeste são: Vancouver, São Francisco e Los

Angeles. Hollywood também se situa nessa região.

Os habitantes norte-americanos procedem de diferentes países: um

quarto da população do Canadá fala francês, e o resto é de origem inglesa. Os

milhares de habitantes dos Estados Unidos são, em sua grande parte, de

origem europeia. Há também muitos negros, chineses, japoneses e índios.

Fonte: http://www.suapesquisa.com/pesquisa/americadonorte.htm

América do Norte II

A América do Norte está localizada no extremo norte das Américas e é

composta por apenas três países: Estados Unidos, Canadá e México, além de

territórios de domínios europeus, como a Groelândia (pertencente ao Reino da

Dinamarca, com representação no parlamento) e Bermudas (dependência

britânica). Os dois primeiros países são os únicos do continente americano que

estão inseridos no grupo dos países mais importantes político e

economicamente, especialmente os Estados Unidos, que possuem a condição

de maior potência mundial; já o México configura-se como um país em

desenvolvimento, ou seja, emergente. Um fato determinante na atual condição

dos países citados é o fator histórico. Assim como todas as nações das

Américas, os Estados Unidos e o Canadá também foram colonizados por

europeus, entretanto, o modo como foram desenvolvidos foi diferente, pois

enquanto o centro e o sul das Américas foram colônias de exploração, as

nações em questão viveram um processo de povoamento. A América do Norte

é também conhecida por América Anglo-Saxônica (de língua inglesa) ou

América desenvolvida.

Aspectos naturais da América do Norte:

A América do Norte é banhada ao norte pelo Oceano glacial Ártico; a

oeste, pelo Oceano Pacífico; e a leste, pelo Oceano Atlântico.

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Relevo

Quanto ao relevo, a América do Norte apresenta basicamente três tipos,

como ocorre em grande parte de todo continente americano.

• Porção ocidental: abriga uma série de cadeias de montanhas, muitas

dessas são vulcões que se encontram em atividade e, por isso, há uma grande

ocorrência de terremotos. Dentre as muitas montanhas presentes, as principais

são: Cadeias da Costa, Sierra Nevada e as montanhas Rochosas.

• Porção oriental: corresponde a regiões onde se encontram planaltos e

montanhas de idade geológica antiga e que sofreram diversos e longos

processos erosivos. Os principais planaltos são: Labrador (Canadá) e Monte

Apalache (Estados Unidos).

• Porção central: essa região abriga extensas áreas compostas por

planícies, abrangendo também rios e lagos. As mais conhecidas são: as

planícies de Lacustre (Canadá), do Mississipi (Estados Unidos) e a planície dos

Grandes Lagos.

Hidrografia

A hidrografia da América do Norte é bastante diversificada. No território

canadense, os lagos predominam, existem pelo menos 150 mil lagos, grande

parte de origem glacial. A maior concentração de lagos da América do Norte

está localizada entre as fronteiras dos Estados Unidos e do Canadá. Os

maiores e mais importantes lagos são: Superior, Michigan, Huron, Erie e

Ontário, o primeiro possui 84 mil km2.Quanto aos rios, no Canadá o que se

destaca é o Rio São Lourenço, isso porque serve como hidrovia entre os

Grandes Lagos e o Oceano Atlântico. Nos Estados Unidos, o mais importante

quanto à capacidade de navegação é o Rio Mississipi, outros importantes são

Colorado e Columbia, ambos utilizados na irrigação e na geração de energia

elétrica.

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Clima e vegetação da América do Norte

Em razão da dimensão territorial, na América do Norte são desenvolvidos

diversos tipos de composição vegetativa e climática. Os principais são:

Tundra: tipo de vegetação que se desenvolve a partir do degelo. É

composto por liquens, musgos, ervas e arbustos de baixa estatura, em razão

do clima frio com invernos longos e rigorosos.

Floresta Temperada: esse tipo de vegetação ocorre em regiões onde

predomina o clima temperado. Caracteriza-se por apresentar as estações do

ano bem definidas com invernos frios e verões quentes, as florestas

temperadas são compostas por árvores caducifólias e musgos, e há presença

de cedros, carvalhos e pinheiros.

Estepe e Pradaria: ocorre em áreas que possuem clima semiárido, com

temperaturas elevadas e longos períodos de estiagem. Em virtude dessa

adversidade, a composição vegetativa é bastante restrita com a presença de

gramíneas e ausência de árvores.

Vegetação desértica: desenvolve-se em regiões desérticas no sul dos

Estados Unidos, na fronteira com o México, e também na região do Rio

Colorado. O clima é desértico, por isso é seco durante todo o ano.

Savana: ocorre em lugares onde há incidência de chuvas regulares

durante o ano e temperaturas sempre abaixo de 10ºC nas estações do outono

e inverno.

Vegetação de montanhas: em razão da altitude, a temperatura tende a

cair, assim, apresenta clima parecido com o clima frio; quanto à cobertura

vegetal, existem poucas formas presentes.

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Ausência de vegetação: ocorre em regiões da América do Norte que

possuem temperaturas muito frias, ou seja, polares. Essa adversidade climática

não permite o desenvolvimento de nenhuma forma de vegetação.

Eduardo de Freitas - Graduado em Geografia

Equipe Brasil Escola | http://www.brasilescola.com/geografia/america-norte.htm

Na internet: http://www.infoescola.com/geografia/america-do-norte/

EXTRAS:

A Indústria: A América do Norte é a região mais industrializada da terra.

A área metropolitana de Nova York dispõe do maior e melhor porto, por isso de

situação privilegiada. Com a escassez de terras disponíveis, não contam com

indústrias pesadas, predominando as têxteis, química, alimentícia e petrolífera.

No Canadá, em diversas áreas é praticada a indústria extrativa em pontos

isolados (petróleo e minas). No México destaca-se a mineração ( prata,

principalmente) e a extração de petróleo.

O Alasca: Conhecido nos Estados Unidos como “a última fronteira

selvagem”, o Alasca compõe os 50 Estados norte-americanos e possui a maior

extensão do país, superando Texas, Montana e Califórnia. Por ser muito

grande, frio, e possuir uma natureza selvagem como sua principal

característica, é um dos Estados menos povoados. Isso reflete em sua baixa

densidade de população, que é de 0,42 habitantes por quilômetro quadrado, a

menor dos EUA. O Alasca faz fronteira com o Canadá, território do Yukon e

com a província da Colúmbia Britânica. É banhado pelo oceano Ártico e pelo

oceano Pacífico, além disso, possui parques e ilhas em seu entorno.

Pelo seu caráter de isolamento dos outros territórios americanos, o Alasca

é considerado parte dos chamados Estados do Pacífico. Além disso, os únicos

estados norte-americanos que possuem menos habitantes que o Alasca são

Vermont, Wyoming e Dakota do Norte. A extensão do Alasca é tão grande que,

se o Estado tornasse-se um país independente, estaria na posição de décimo

sétimo maior país em extensão em escala mundial. Atualmente há uma grande

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discussão sobre a independência do Estado. De acordo com as autoridades

norte-americanas, o território é o único que pode ser atingido por mísseis

provindos do extremo oriente.

Entre todos os territórios dos EUA, o Alasca é considerado o mais

setentrional e oriental do país. Isso ocorre devido à localização das 2 ilhas do

Arquipélago Aleutas, que ficam no Hemisfério Oriental. Ao norte, o clima é mais

gelado e de difícil sobrevivência, por isso as populações que habitam o Alasca

vivem na parte sul e sudeste. Grande parte do território praticamente não tem

população. Daí o surgimento do nome The Last Frontier, em português, A

Última Fronteira. O nome do Estado tem origem em Alyeska, palavra que tem o

significado de “terra grande”. Isso provém do idioma dos esquimós que povoam

parte do território do Alasca.

A história do Alasca remete ao ano de 1867, quando foi adquirido do

Império da Rússia após longa insistência de William Henry Seward, que na

época era o Secretário do Estado norte-americano. O valor pago pelo Alasca

foi de aproximadamente sete milhões de dólares e, naquele tempo, o

Secretário foi duramente criticado pelo gasto, pois os americanos achavam que

o território não tinha nenhum benefício e era um bloco de terra, gelo e ursos.

Apesar disso, neste Estado criticado houve grande descoberta de reservas

naturais, que atraem todos os anos milhares de turistas.

No cinema, o Alasca foi retratado no filme Na Natureza Selvagem, em

que um jovem recém-formado decide abandonar a família e iniciar uma jornada

pelos EUA com destino final ao Estado, seu maior desafio. No longa-metragem

Um Mundo Perfeito, dirigido e atuado por Clint Eastwood, um presidiário que

foge da cadeia e sequestra um garoto carrega um cartão postal do Alasca no

bolso. Presente de seu pai, o cartão acaba sendo peça fundamental do filme.

Em várias passagens, este personagem refere-se ao Alasca como A Última

Fronteira.

Dados e informações importantes:

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País que Pertence: Estados Unidos da América

Capital do Estado: Juneau

Cidades principais: Juneau, Barrow, Bethel, Fairbanks, Homer, Kodiak,

Palmer, Nome, Unalaska

Localização Geográfica: extremo noroeste dos EUA

População: 663.661 (2005)

Densidade Demográfica (habitantes por km²): 0,42

Altitude média: 3.060 metros

Área (em km²): 1.717.854

Administração: 28 distritos

Principais Atividades Econômicas: extração de petróleo, minérios,

serviços, indústria e pesca.

Rio Principal: rio Yukon

Temperatura média anual: 3 °C

Clima: clima polar

Índice Pluviométrico anual: 1.500 mm

Pontos Turísticos e Culturais

- Inside Passage (fiordes e geleiras)

- Skagway

- Museu da Trilha do Ouro

- Ketchikan (cidade antiga)

- Fiorde Tracy Arm

- Parque Nacional de Glacier Bay

- Monumento Nacional de Misty Fiords

Fontes:

http://wikitravel.org/pt/Alasca

http://www.contracampo.com.br/46/mundoperfeito.htm

http://omelete.uol.com.br/cinema/na-natureza-selvagem/

http://www.suapesquisa.com/paises/eua/alasca.htm

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A Groenlândia: Considerada a mais vasta ilha do Planeta, é uma região

independente da Dinamarca, situada na vizinhança do litoral norte do Canadá e

do oceano Glacial Ártico; ao sul ela se limita com o Atlântico. Seu solo é

recoberto por uma camada de gelo em pelo menos 84% de sua extensão, o

que delimita inevitavelmente a prática econômica do povo que aí reside,

localizando-a somente na esfera costeira. O gelo está tão presente nesta

nação que apenas a Antártica a transcende neste ponto.

Habitada hoje por cerca de 57 mil pessoas, a Groenlândia era uma terra

inexistente, do ponto de vista europeu, até a emergência do século X, quando

os vikings da Islândia aí aportaram. Ela não era, porém, completamente

desconhecida da Humanidade, pois populações da região ártica, conhecidas

como esquimós e atualmente denominadas Inuit, já haviam ocupado este

território antes, embora o tivessem abandonado pouco antes da chegada dos

islandeses.

Os ascendentes dos inuítes – povos indígenas vinculados culturalmente

ao Ártico, dotados de atributos físicos que os capacitam a viver em regiões frias

– desembarcaram na Groenlândia por volta do início do século XIII. Eles

permaneceram nesta ilha durante séculos, mas foram os antigos vikings que

conquistaram, por meio de reivindicações dos dinamarqueses, o domínio do

país, colonizando-o do século XVIII em diante, além do monopólio do comércio

desta região.

O clima da ilha é muito gelado, o que justifica a quase inexistência de

plantas; a pouca vegetação está disseminada por todo o país. A floresta mais

importante está situada na cidade de Nanortalik, no sul desta área. Os verões

são brandos e os invernos muito severos.

O norte do país apresenta o maior tesouro econômico da ilha, os múltiplos

e abundantes minérios, particularmente minas de chumbo, minério de ferro,

carvão, molibdênio, ouro, platina e urânio. A economia se alimenta tão somente

da atividade mineral e da pesca. No mais, a Groenlândia, que se resume a uma

extensão de 2,2 milhões de km², depende do suporte econômico dos

dinamarqueses. Sua moeda oficial é a coroa da Dinamarca.

Durante a Segunda Grande Guerra, o país se libertou concretamente dos

dinamarqueses, tanto nos aspectos sociais quanto nos econômicos. Após

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conquistar este feito, ele se aliou aos Estados Unidos e ao Canadá. Com o fim

da conflagração bélica, porém, a ilha retornou ao domínio da Dinamarca,

embora não mais como colônia, e sim como região independente, posição

conquistada em 1979.

Neste novo contexto a Dinamarca não está mais vinculada à União

Europeia, apesar de manter o estatuto de sócia da comunidade. Atualmente

88% dos seus habitantes constituem o grupo étnico inuíte ou a miscigenação

destes nativos com a população da Dinamarca; os outros 12% englobam os

europeus, que se ocupam da extração de minérios do solo da Groenlândia.

A principal religião da população é a luterana. As línguas oficialmente

praticadas na ilha são a groenlandesa e a dinamarquesa. Sua capital é a

cidade de Nuuk.

Fontes Analisadas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Groenl%C3%A2ndia

http://www.brasilescola.com/geografia/groenlandia.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Inuit

AMÉRICA CENTRAL

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Número de países: 20.

Países: Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Costa Rica,

Cuba, Dominica, El Salvador, Granada, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica,

Nicarágua, Panamá, República Dominicana, Santa Lúcia, São Cristóvão e

Névis, São Vicente e Granadinas e Trinidad e Tobago.

A região responde a cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) da

América (2011) e sobrevive principalmente da agricultura e do turismo. Abriga

também paraísos fiscais – países ou territórios que não cobram impostos e

garantem anonimato aos investidores para atrair capitais. Pelo Canal do

Panamá, a principal passagem entre o oceano Atlântico e o Pacífico, circulam

5% de todo o comércio marítimo mundial. A única nação comunista do

continente – Cuba – fica na região, assim como vários territórios (Estados não

independentes), como Aruba (pertencente à Holanda), Porto Rico (EUA),

Montserrat (Reino Unido) e Guadalupe (França).

Geografia Física

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A América Central, com 750,6 mil quilômetros quadrados, é formada pelo

istmo que une a América do Norte à América do Sul e pelas ilhas do mar do

Caribe. A porção insular é composta de quatro ilhas maiores, as Grandes

Antilhas – Cuba, Porto Rico, Jamaica e Hispaniola (que abriga Haiti e

República Dominicana) –, além de incontáveis ilhotas. O território centro-

americano possui relevo montanhoso, com vários vulcões ativos. No verão, o

Caribe é assolado por furacões, com ventos de até 300 quilômetros por hora.

Quase metade das florestas tropicais da região já foi derrubada, segundo o

World Resources Institute.

População

Reúne 81,2 milhões de habitantes em 2012. A densidade demográfica

apresenta-se alta nas ilhas do Caribe e, no continente, em núcleos urbanos,

como Manágua, Guatemala e Cidade do Panamá. A região é povoada em

grande parte por mestiços, descendentes de índios, africanos e colonizadores

europeus. As línguas mais faladas são o inglês, o espanhol e o francês.

Economia

A agricultura emprega a maioria da população. Banana, cana-de-açúcar,

algodão e tabaco têm cultivos intensivos e são produtos de exportação. A

industrialização é incipiente e limita-se ao processamento de produtos

agrícolas. Nos últimos anos ocorre uma expansão do turismo na região do

Caribe.

Aprofundamento

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AMBIENTE NATURAL

Em termos estritamente geológicos, a América Central vai desde o istmo

de Tehuantepec, no sul do México, até o vale do rio Atrato, na Colômbia. É

uma região montanhosa e uma das zonas do continente americano com maior

número de vulcões ativos. O relevo sobe abruptamente da estreita região

costeira do oceano Pacífico para as cristas das montanhas e desce

gradualmente para uma vasta região que se estende ao longo do mar do

Caribe.

Existe uma passagem interoceânica no Panamá, o canal do Panamá.

Outra passagem, bastante usada antes da construção do canal –

particularmente durante a “corrida do ouro” nos Estados Unidos – é constituída

pelo rio San Juan e o lago de Nicarágua; a última etapa, entre o lago e o

oceano Pacífico, devia ser feita por terra. O inconveniente dessa via

interoceânica é que só é praticável para embarcações de pequeno calado. Os

rios de maior curso da América Central desembocam no Caribe, enquanto os

menores deságuam no Pacífico.

Há três grandes lagos: Nicarágua, Manágua e Gatún. A variação da

temperatura é maior em relação à altitude do que à latitude.

Distinguem-se três zonas climáticas principais: a chamada terra quente,

que engloba regiões do nível do mar até a altitude de 910 m; a terra

temperada, que abrange regiões de 915 m a 1.830 m; a terra fria, que abrange

regiões de até 3.050 m aproximadamente. As costas caribenhas têm um

regime de chuvas bem distinto do da costa do Pacífico.

A secura relativa das encostas do litoral do Pacífico se deve à presença

de ar frio estável, produzido pela corrente fria da Califórnia, que impede a

absorção do vapor da água, reduzindo as possibilidades de precipitação. Já os

efeitos da água temperada do mar do Caribe permitem que o ar absorva a

umidade, que é transportada pelos ventos predominantes do leste. As terras

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baixas da floresta tropical das costas caribenhas e do Pacífico assemelham-se

às selvas ou florestas tropicais da América do Sul.

A vegetação apresenta semelhanças com a da América do Norte com

altitudes entre 1.000 m e 1.600 m, com florestas de pinheiros e carvalhos. Na

Costa Rica, a 3.100 m, crescem arbustos parecidos com os da cordilheira dos

Andes. Já a fauna é mais parecida com a da América do Sul do que com a da

América do Norte.

POPULAÇÃO

A maioria da população é indígena ou mestiça. A população da costa

caribenha é predominantemente negra e mulata. Pelo menos metade da

população de Belize é de origem africana. Em geral, o elemento indígena está

menos presente no sul da Nicarágua, na Costa Rica e no Panamá. Em 1989, a

região tinha uma população de 28,4 milhões de habitantes. A densidade

demográfica chega a mais de 385 hab/km2 em algumas partes do planalto

central da Costa Rica, mas fica abaixo dos 4 hab/km2 em extensas zonas do

oriente hondurenho e nicaragüense. O espanhol é o idioma oficial de todos os

países, exceto de Belize onde fala-se inglês. Muitas das populações indígenas

utilizam o seu próprio idioma (ver Línguas indígenas das Américas). A religião

católica é a predominante.

ECONOMIA

No início da década de 1990, os países da América Central tinham uma

economia subdesenvolvida, em que a agricultura era a atividade econômica

mais importante. A indústria manufatureira dedicava-se ao tratamento de

matérias-primas exportáveis e a renda per capita anual era muito baixa. A

agricultura é a base do desenvolvimento econômico. As culturas mais

importantes para exportação são café, banana, cana-de-açúcar, cacau,

borracha e mandioca. Esses produtos são cultivados extensivamente,

enquanto os alimentos para o consumo interno provêm de pequenas

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propriedades agrícolas tradicionais. Nas regiões secas do ocidente centro-

americano, pratica-se a agropecuária em grandes fazendas. A pesca e a

exploração florestal são atividades menores na economia. A exportação de

minerais é pequena. El Salvador, Honduras e Nicarágua produzem ouro, prata,

chumbo, cobre e antimônio em quantidades limitadas. A Guatemala exporta

também pequenas quantidades de petróleo bruto.

HISTÓRIA

A região compreendida entre o México e a Colômbia tem uma rica história

de civilizações pré-colombianas. A mais importante foi a maia. Essa civilização

indígena entrou em decadência por volta do ano 900 e seu povo foi

conquistado pelos toltecas. O istmo foi habitado também por outros povos que

não alcançaram o nível de desenvolvimento dos maias. Em 1502, Cristóvão

Colombo tomou posse da América Central em nome da coroa espanhola. Em

1510, Vasco Nunes de Balboa fundou em Darién a primeira colônia produtiva

da América. Pedro Alvarado consolidou o controle de todo o istmo.

Os indígenas foram escravizados ou reduzidos à servidão pelos

espanhóis, que implantaram uma sociedade agrícola baseada em instituições

importadas da península Ibérica. Apesar de tudo, os costumes e as tradições

indígenas se mantiveram. A América Central colonial foi dividida em duas

jurisdições. O reino da Guatemala, que se estendia de Chiapas (atualmente

estado do México) até a Costa Rica, era parte do Vice-reinado da Nova

Espanha.

O restante do território foi agregado à Nova Granada (atual Colômbia),

inicialmente dependente do Vice-reinado do Peru. Em 1821, a classe crioula da

Guatemala, imitando a do México, rompeu sua vassalagem com a Espanha. A

zona passou a integrar o Império mexicano de Agustín de Iturbide até 1823,

quando tornou-se independente do México e formou as Províncias Unidas da

América Central.

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Chiapas continuou pertencendo ao México, enquanto o Panamá fazia

parte da Grande Colômbia de Simón Bolívar. As Províncias Unidas

embarcaram em um programa ambicioso, mas pouco realista, de reformas

políticas e desenvolvimento econômico. A guerra civil foi o resultado do

regionalismo exacerbado. Em 1838, com a revolta iniciada pelo líder

guatemalteco Rafael Carrera, a federação começou a desintegrar-se e

surgiram como repúblicas independentes a Guatemala, Honduras, El Salvador,

Nicarágua e Costa Rica.

Nessa época, a Grã-Bretanha começava a substituir a Espanha como

força dominante na região. O assentamento britânico de Belize tornou-se o

principal centro de comércio de toda a América Central com o exterior. Em

1862, Belize tornou-se oficialmente colônia inglesa, com o nome de Honduras

Britânica. Em 1903, movidos por seu interesse particular na construção do

canal, os Estados Unidos pressionaram o Panamá para que obtivesse a

independência, desmembrando-se do território colombiano.

Fonte: http://www.coladaweb.com/geografia/continentes/america-central

EXTRAS:

A América Central é dividida em trecho continental e insular. A América

Central Continental corresponde a uma restrita faixa de terras emersas que

ligam a América Central à América do Norte e à América do Sul. Nesse istmo

estão estabelecidos sete países: Belize, Guatemala, Honduras, El Salvador,

Nicarágua, Costa Rica e Panamá.

O que é ISTMO?

Um istmo é uma porção de terra estreita cercada por água em dois lados

e que conecta duas grandes extensões de terra.

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A América Central Insular (ou formado por ilhas) corresponde a um grupo

de ilhas localizadas no Mar das Antilhas conhecido como Mar do Caribe, que é

ramificado em Grandes Antilhas, Pequenas Antilhas e Bahamas. Na primeira

Antilha estão presentes as nações mais importantes do Caribe tais como Cuba,

Jamaica, Haiti, República Dominicana e Porto Rico, que faz parte do controle

dos Estados Unidos, apesar disso não possui representantes no congresso.

As Pequenas Antilhas são compostas por oito nações autônomas:

Antígua e Barbuda, Barbados, Dominica, Granada, Santa Lúcia, São Cristóvão,

Nevis, São Vicente, Granadinas e Trinidad e Tobago, além de cinco

possessões do Reino Unido: Anguilla, Ilhas Cayman, Ilhas Turks e Caicos,

Ilhas Virgens Britânicas e Montsserat. Existem ainda duas possessões da

Holanda, as Antilhas Holandesas e Aruba; duas possessões da França:

Guadalupe e Martinica; e uma possessão dos Estados Unidos: as Ilhas Virgens

Americanas.

Características naturais da América Central

Uma grande parcela do território que compõe a América Central é

ocupada por montanhas que periodicamente desenvolve o processo de

vulcanismo e também de terremotos. As áreas que apresentam as planícies se

restringem à costa do Atlântico e do Pacífico.

A América Central está situada praticamente em sua totalidade na zona

intertropical, no entanto, desenvolve outros tipos de climas provenientes das

altitudes, a partir disso é possível identificar três domínios climáticos.

Terras quentes representam as regiões onde estão as planícies e os

baixos planaltos, onde ocorrem temperaturas médias mensais de cerca de

25ºC, com características de climas tropical úmido e equatorial.

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Terras temperadas localizam-se em áreas entre as planícies e as

montanhas, predominam temperaturas médias de aproximadamente 20ºC e

desenvolve o clima tropical de altitude.

Terras frias correspondem a lugares que são constituídos por montanhas

elevadas e que por isso ocasionam temperaturas semelhantes de clima frio.

O relevo das Ilhas do Caribe é constituído por montanhas formadas por

eventos vulcânicos, na verdade, muitas dessas montanhas são vulcões, alguns

são ativos como Pelée localizado em Martinica.

Eduardo de Freitas

Graduado em Geografia

Fonte Analisada: http://www.brasilescola.com/geografia/america-central.htm

As Antilhas

Recebe o nome de Antilhas

um arquipélago localizado a leste

da América Central, cujas

fronteiras são o Mar do Caribe, ao

sul e oeste, o Golfo do México ao

noroeste, e o Oceano Atlântico a

norte e leste. Geograficamente, as

ilhas das Antilhas estão divididas

em três grupos: Grandes Antilhas a

oeste, as Pequenas Antilhas a sudeste, e o arquipélago Lucayan mais a norte

(dividido entre Bahamas e ilhas Turks e Caicos).

A região das Grandes Antilhas reúne as ilhas de maior dimensão, como

Cuba (um pouco maior que o território de Portugal), Jamaica (duas vezes a

área do Distrito Federal), Porto Rico (um pouco menor que a Jamaica), e

Hispaniola (ilha politicamente dividida entre Haiti, que ocupa 1/3 de sua área

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total e República Dominicana, distribuída pelos outros 2/3 restantes; Hispaniola

tem um território do tamanho do estado de Santa Catarina).

Os países da área são:

Cuba

Haiti

República Dominicana

Jamaica

Os territórios não-independentes localizados na região das Grandes

Antilhas são:

Ilhas Cayman (uma colônia britânica)

Ilha Navassa, (Refúgio de Vida Selvagem, um território não-incoporado

aos EUA)

Porto Rico (Território livremente Associado aos EUA)

Os principais centros são Havana, capital cubana, com pouco mais de 2

milhões de habitantes; outras cidades importantes são Santo Domingo, capital

da República Dominicana, San Juan, capital de Porto Rico e George Town,

capital das ilhas Cayman.

Outra área de destaque são o conjunto conhecido como Pequenas

Antilhas. Trata-se de um conjunto de ilhas, dispostas em formato de arco,

sendo cada uma em média do tamanho de um município brasileiro, e que

formam uma região distinta do Caribe. Nelas geralmente encontram-se picos

de 18 vulcões, dispostos por mais de 700 km, numa zona onde ocorre o

encontro das placas tectônicas do Caribe e da América do Sul.

Elas também são conhecidas como Ilhas de Sotavento (as mais ao norte)

e Ilhas de Barlavento (mais ao sul). Às vezes, a parte meridional de Bonaire e

Curaçao (antes parte da hoje extinta federação das Antilhas Holandesas),

Aruba e ainda o território de Trinidad e Tobago não são classificados como

pertencentes à região. Esses territórios foram disputados, ao logo dos séculos,

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por Espanha, França, Inglaterra e Holanda, das quais foram ou ainda são

colônias. A independência da maior parte deles se deu entre as décadas de

1960 e 1980. Politicamente, a área ainda conserva algumas colônias.

Os países da área são:

Antígua e Barbuda

Barbados

Dominica

Granada (divide as ilhas Granadinas com São Vicente e Granadinas)

São Cristóvão e Névis

Santa Lúcia

São Vicente e Granadinas

Trinidad e Tobago

Os territórios não-independentes localizados na região das Pequenas

Antilhas são:

Anguilla (colônia britânica)

Aruba (território dos Países Baixos)

Bonaire (território dos Países Baixos)

Curaçao (território dos Países Baixos)

Saba (território dos Países Baixos)

Sint Eustatius (território dos Países Baixos)

Sint Maarten (território dos Países Baixos – parte de uma ilha dividida

com Guadalupe, território francês)

Guadalupe (departamento ultramarino da França)

Ilhas Virgens Americanas (território dos EUA)

Ilhas Virgens Britânicas (colônia do britânica)

Martinica (departamento ultramarino da França)

Montserrat (colônia britânica)

Fonte:

Pequenas Antilhas. Disponível em: http://wikitravel.org/pt/Pequenas_ Grandes Antilhas. Disponível em:

http://wikitravel.org/pt/Grandes_Antilhas

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O Triangulo das Bermudas

O Triângulo das Bermudas, também chamado de Triângulo do Diabo, é

uma região delimitada por linhas imaginárias no Oceano Atlântico. Sua área,

que compreende as Ilhas de Bermudas, Porto Rico, Flórida e Bahamas, possui

extensão de aproximadamente 3,9 milhões de quilômetros quadrados, podendo

variar em virtude dos aspectos geofísicos da região. Essa área é conhecida

mundialmente pelos fenômenos “sobrenaturais”, tais como os

desaparecimentos inexplicáveis de navios e aviões. O caso mais famoso é o do

voo 19, no qual uma esquadrilha composta por cinco aviões simplesmente

desapareceu ao sobrevoar a região do Triângulo das Bermudas, em dezembro

de 1945.

Com isso, muitos começaram a acreditar que, ao passar por essa região,

as pessoas pudessem ser abduzidas, entrar em outra dimensão ou ser

submetidas a algum fenômeno metafísico. Porém, alguns cientistas explicam

que, na verdade, a área que compreende o Triângulo das Bermudas sofre

distúrbios do campo magnético terrestre, podendo provocar o naufrágio de

embarcações. Em 2010, os cientistas australianos Joseph Monaghan e David

May chegaram à conclusão de que esses desaparecimentos no Triângulo das

Bermudas são provocados por grandes bolhas de gás metano originadas do

solo oceânico, fenômeno muito comum nessa área. Segundo esses

pesquisadores, o gás atinge a superfície oceânica e se dissolve na água,

reduzindo a flutuação e provocando o naufrágio de navios. Contudo, essas

teses apresentadas são contestadas por parte da comunidade científica. Sendo

assim, há a necessidade do desenvolvimento de mais pesquisas para

solucionar esse enigma.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco

Graduado em Geografia

Equipe Brasil Escola

http://www.brasilescola.com/geografia/triangulo-das-bermudas.htm

Leia mais:

http://www.dn.pt/Common/print.aspx?content_id=1638000

http://pessoas.hsw.uol.com.br/triangulo-das-bermudas.htm/printable

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O Canal do Panamá

O Canal do Panamá é um imenso canal construído pelos americanos com

o intuito de ligar o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico. Com o sucesso da

construção do Canal de Suez, ligando o Mar Mediterrâneo ao Golfo de Suez,

era a vez de facilitar a vida dos ianques que tinham de viajar até as gélidas

águas do Estreito de Magalhães no extremo sul da América para viajar da

costa leste à costa oeste numa travessia arriscada, cara e longa: eram mais de

15 mil quilômetros a percorrer.

Entretanto, como tudo na vida americana, a construção do Canal tinha

motivos um pouco menos altruístas que simplesmente facilitar a navegação

inter oceânica. O Panamá, na época uma província Colombiana, poderia ser

uma boa base estratégica para o tio Sam.

Depois de conseguir a permissão dos britânicos, que eram donos de

inúmeras possessões no Caribe, anulando o tratado de Clayton-Bulwer

segundo o qual ambos se comprometiam a não iniciar a construção sem o

consentimento mútuo, Ferdinand de Lesseps, engenheiro francês, dá início às

obras em 1879. Infelizmente, para ele. De início, a obra foi um desastre

levando-o à falência dez anos depois.

Era então chegada à hora dos americanos interferirem.

Convicto de que a construção do canal seria algo importante para os

americanos, Theodore Rosevelt, presidente dos EUA de 1901 a 1909, ofereceu

40 milhões de dólares ao engenheiro que trabalhara com Lesseps e que havia

fundado a Compagnie Nouvelle Du Canal de Panama encarregada de vender o

espólio da falida empresa de Ferdinand, pelo direito de continuar a construção.

Mas, mesmo depois de ter conseguido, através dos tratados Hay-

Paucefote, que a Inglaterra abrisse mão de ser sócia na construção do canal e

ainda permitisse que os EUA construíssem uma base militar na região, os

americanos ainda tinham uma pedra pelo caminho: a Colômbia queria mais

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dinheiro pela companhia francesa. Foi então que, em outubro de 1903, os

funcionários da Panama Railroad Company deflagraram um pseudo movimento

separatista com o apoio dos fuzileiros norte-americanos a bordo do

encouraçado Nashville.

Os colombianos nada tiveram a fazer senão aceitar e, um mês depois, os

norte-americanos assinaram o Tratado Hay – Bunau Varilla (ou Isthmian Canal

Convention), segundo o qual possuem domínio perpétuo sobre uma zona de 16

km ao longo do canal em troca de 10 milhões de dólares aos panamenhos e

mais 250 mil dólares anuais.

Assim, o canal foi construído a partir de 1904 e, mais dez anos depois foi

inaugurado. O saldo da construção de uma das maiores obras de engenharia

americana, o canal possui 80 km de extensão, foram mais de 5 mil mortos por

malária e febre amarela a um custo de 360 milhões de dólares.

Anos depois, em 1921, os EUA assinaram um tratado especial de

reconciliação com os colombianos pagando 25 milhões de dólares como

indenização.

Atualmente, o Canal do Panamá é a principal via de navegação entre os

dois oceanos por onde passam cerca de 12 mil navios por ano de todos os

tipos. O canal funciona através de um sistema de eclusas para compensar a

diferença de altitude entre o Atlântico e o Pacífico e entre estes e o Lago Gatun

que fica bem no meio do canal e é o ponto de maior altitude.

Fonte: http://www.infoescola.com/hidrografia/canal-do-panama/

Mais sobre o Canal do Panamá:

http://www.brasilescola.com/geografia/canal-panama.htm

http://portogente.com.br/noticias/gazeta/duplicacao-do-canal-do-panama-

renova-o-desafio-de-engenharia-78784

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AMÉRICA DO SUL

Número de países: 12.

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Países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana,

Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.

A América do Sul possui vastos recursos naturais e graves problemas

econômicos e sociais. Nas décadas de 1960 e 1970, a maior parte dos países

sul-americanos estava submetida a ditaduras militares, geralmente apoiadas

pelos Estados Unidos (EUA). Turbulências políticas continuam, a despeito da

democratização iniciada na década de 1980. Nos anos 1990, em razão do alto

endividamento interno e externo, vários países sul-americanos aplicaram as

políticas do Fundo Monetário Internacional (FMI), que comprimiram as contas

públicas mas não eliminaram as crises.

Nos últimos anos, essa parte do continente passa por uma “onda de

esquerda”. Em vários países, presidentes considerados de esquerda são

eleitos, em contraste com a situação vivida em décadas recentes. Essa

tendência começa na Venezuela com a eleição de Hugo Chávez, em 1998.

Depois são eleitos no Brasil Luiz Inácio Lula da Silva (2002) e Dilma Rousseff

(2010), na Argentina, Néstor Kirchner (2003) e Cristina Kirchner ( 2007), no

Uruguai, Tabaré Vázquez (2004) e José Mujica (2010), na Bolívia, Evo Morales

(2005), no Chile, Michelle Bachelet, e, no Equador, Rafael Correa (ambos em

2006), e no Paraguai, Fernando Lugo (2008).

Geografia Física

Com 17,8 milhões de quilômetros quadrados, a América do Sul une-se à

América do Norte pelo istmo central e separa-se da Antártica pelo estreito de

Drake. A porção oeste é ocupada pela cordilheira dos Andes, cujo ponto mais

alto é o pico Aconcágua (6.960 metros). As planícies centrais abrigam a bacia

hidrográfica do Orinoco, a Amazônica e a do Prata. Na região norte, onde o

clima é equatorial, encontram-se florestas tropicais úmidas. Os rios que

descem a cordilheira dos Andes em direção ao oceano Pacífico são, em geral,

curtos, enquanto os que correm em direção ao Atlântico, extensos, como

Amazonas, Tocantins, São Francisco, Paraná e da Prata.

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O sul possui faixas de clima desértico, como na região de Atacama, e

uma zona temperada, ocupada por florestas subtropicais e pelos pampas

argentinos. De acordo com o World Resources Institute, a América do Sul

preserva quase 70% de suas florestas. A maior mata nativa é a da Amazônia,

seguida das florestas temperadas do Chile e da Argentina.

População

A América do Sul tem 400,6 milhões de habitantes em 2011. Vazios

demográficos (como as densas florestas tropicais, o deserto de Atacama e as

porções geladas da Patagônia) convivem com regiões de alta densidade

populacional, como as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires,

Lima e Santiago. A população descende principalmente de espanhóis e

portugueses, africanos e indígenas, com alta porcentagem de mestiços. As

principais línguas são o espanhol e o português.

Economia

A indústria está centrada no beneficiamento de produtos agrícolas e na

produção de bens de consumo. No Brasil e na Argentina, ela é mais

diversificada e abrange setores como extração e refino de petróleo, siderurgia,

metalurgia, química e automobilística, entre outras.

O Brasil é responsável por cerca de três quintos da produção industrial

sul-americana. A mineração no continente inclui a extração de petróleo (com

destaque para o Brasil e a Venezuela), cobre, estanho, manganês, ferro, zinco,

chumbo, alumínio, prata e ouro. No Brasil, destacam-se também a produção de

alumínio e a única mina de urânio da região. A agricultura é intensiva nas áreas

tropicais, onde há cultivos de exportação, como café, cacau, banana, cana-de-

açúcar, algodão e cereais. A pecuária é praticada em larga escala no sul e no

centro, e o Brasil lidera a exportação mundial de carne bovina, além de estar

entre os maiores exportadores de carne suína e de aves.

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Saiba mais:

A América do Sul está localizada em grande parte no hemisfério sul, na

zona intertropical ocidental. A América do Sul abrange um território de 18

milhões de quilômetros quadrados e é banhada a leste pelo oceano Atlântico, a

oeste pelo oceano Pacífico e ao norte pelo mar das Antilhas, conhecido como

do Caribe.

O subcontinente abordado é privilegiado em área costeira, ao longo do

litoral sul-americano são identificados diversos acidentes geográficos, um

exemplo desse tipo de configuração é o Estreito de Margalhães, que liga o

oceano Pacífico ao Atlântico, além das Malvinas (arquipélago com mais de

duzentas ilhas, localizadas na costa Argentina), Fernando de Noronha (vinte

ilhas de origem vulcânica, localizadas na costa nordeste do Brasil); e na costa

do Equador, as ilhas Galápagos, instituídas pela ONU (Organização das

Nações Unidas) como Patrimônio Natural da Humanidade.

Aspectos naturais da América do Sul

Relevo

Toda a costa leste da América do Sul é composta por planaltos de origem

geológica muito antiga, em razão disso sofreu longos processos erosivos e

atualmente possui características relativamente planas.

No interior da América do Sul identifica-se uma predominância de

planaltos com pouca elevação e planícies.

No extremo ocidente do subcontinente o relevo é constituído por grandes

altitudes, onde está localizada a Cordilheiras dos Andes, que corresponde a um

dobramento alpino oriundo do encontro entre a placa de nazca e a placa sul-

americana, razão pela qual a região desenvolve uma grande incidência de

abalos sísmicos. A Cordilheira dos Andes estende-se desde a Venezuela até o

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Chile, possui aspectos distintos que variam de acordo com cada

particularidade, pode ser classificado como: Andes setentrionais úmidos, Andes

centrais ou áridos e Andes meridionais ou frios.

Hidrografia

A América do Sul, em recurso hídrico, possui uma das maiores bacias

hidrográficas do mundo, como a bacia do Amazonas, que é a maior do mundo.

O grande potencial hídrico desse subcontinente é proveniente dos

aspectos climáticos que predominam em grande parte do território onde

prevalecem os climas úmidos (equatorial e tropical úmido) com altos índices

pluviométricos.

As principais bacias hidrográficas presentes na América do Sul são:

Bacia Amazônica: está localizada na floresta Amazônica e abrange

Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela e Guiana.

Bacia do Prata: corresponde à união de três sub-bacias (Paraná,

Paraguai e Uruguai).

Bacia do Rio São Francisco: encontra-se totalmente em território

brasileiro e tem como rio principal o São Francisco.

Clima e Vegetação

Em razão da extensão territorial, no sentido norte-sul, o continente sofre

influência de duas zonas climáticas: a intertropical e a temperada do sul. Dessa

forma, são identificados climas equatorial, tropical, além da presença de clima

mediterrâneo e temperado.

O relevo é um dos primordiais na composição dos climas, ao longo de

toda planície amazônica não há altitudes que possam impedir a locomoção de

massas de ar quente ou fria, servindo assim como uma espécie de corredor de

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passagem de massas que seguem seu trajeto para interagir com as

características locais e assim dar origem às distintas variações climáticas. Além

dos climas já apresentados, na América do Sul são identificados ainda os

climas: frio de montanha, característico dos Andes; semiárido, que ocorre nos

Andes Central e nordeste brasileiro; e árido ou desértico, que ocorre na

Patagônia (Argentina) e no Atacama (Chile).

Como o clima em grande parte é o equatorial e tropical, desenvolve

grandes florestas do tipo latifoliadas, que corresponde à floresta equatorial,

como a Amazônica.

Nas áreas de clima tropical, que ocorre nos territórios do Brasil, Paraguai,

Venezuela e Colômbia, ocorrem vegetações tais como as savanas (cerrado no

planalto central brasileiro, chaco no Paraguai e Bolívia e lhanos na Venezuela).

E nas regiões de clima tropical úmido ocorrem as florestas tropicais como a

floresta Atlântica na costa brasileira.

Nas regiões onde prevalece o clima subtropical, como no sul do Brasil,

Uruguai e Argentina, ocorrem vegetações como Mata de Araucária, além de

estepes e pradarias.

Em uma restrita parcela da América do Sul ocorre o clima temperado,

essa característica climática se apresenta no sul do Chile, a vegetação que

desenvolve na região é a floresta temperada.

Por Eduardo de Freitas

Graduado em Geografia

Fonte: http://www.brasilescola.com/geografia/america-sul.htm

Na Internet:

http://www.suapesquisa.com/geografia/

http://www.suapesquisa.com/geografia/america_do_sul.htm

http://www.riosvivos.org.br/canal.php?canal=19&mat_id=916

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Reforçando:

Questão 1

Com extensão territorial de 42 milhões de quilômetros quadrados, a

América é o segundo maior continente. Essa grande porção territorial é

subdividida em três grandes regiões, denominadas subcontinentes. Cite os três

subcontinentes da América e indique três países de cada um deles.

Questão 2

Analise as afirmativas sobre os aspectos humanos da América e marque

(F) para as alternativas falsas e (V) para as alternativas verdadeiras.

( ) A população continental é bastante miscigenada, com origens dos

povos indígenas, negros africanos, asiáticos e europeus (principalmente:

espanhóis, portugueses, ingleses, franceses, italianos e alemães).

( ) Com 925,2 milhões de habitantes, o continente americano é o mais

populoso do planeta.

( ) Apesar de apresentar a maior quantidade de países, a América

Central é o subcontinente americano menos habitado.

( ) Entre os três subcontinentes da América, a América do Sul é o que

possui o maior contingente populacional.

( ) Estados Unidos e Canadá, ambos da América do Norte, apresentam

os melhores indicadores sociais de todo o continente.

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Questão 3

Relacione a coluna dos países com as respectivas capitais:

1 - Canadá ( ) Caracas

2 - Haiti ( ) Assunção

3 - Paraguai ( ) Havana

4 - México ( ) São José

5 - Brasil ( ) Ottawa

6 - Colômbia ( ) Brasília

7 - Cuba ( ) Kingston

8 - Argentina ( ) Cidade do México

9 – Estados Unidos ( ) Bogotá

10 – Costa Rica ( ) Buenos Aires

11 - Venezuela ( ) Porto Príncipe

12 - Jamaica ( ) Washington

Questão 4

A América apresenta características econômicas distintas conforme cada

região. Destaque as principais atividades desenvolvidas em cada

subcontinente e cite os blocos econômicos do continente americano.

Resposta Questão 1

A América está dividida em três subcontinentes: América do Norte,

América Central e América do Sul.

A América do Norte possui aproximadamente 23,5 milhões de quilômetros

quadrados. Apenas três países integram esse subcontinente: Canadá, Estados

Unidos e México.

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Com extensão territorial de 735,6 mil quilômetros quadrados, a América

Central possui 20 países, entre eles estão: Costa Rica, Cuba, Jamaica, El

Salvador, Nicarágua, Haiti, Honduras, etc.

A América do Sul apresenta extensão territorial de 17,8 milhões de

quilômetros quadrados, abrigando 12 países: Brasil, Argentina, Chile, Paraguai,

Uruguai, Suriname, entre outros.

Resposta Questão 2

a) Verdadeiro – A população do continente americano apresenta grande

diversidade étnica, com herança dos indígenas (povos nativos), europeus

(colonizadores e imigrantes), além dos negros (trazidos da África para o

trabalho escravo).

b) Falso – O continente americano é habitado por 925,2 milhões de

pessoas, sendo o terceiro mais populoso, atrás da África (1 bilhão de

habitantes) e da Ásia (4,1 bilhões de habitantes).

c) Verdadeiro – A América Central possui a maior quantidade de países

entre os três subcontinentes: 20. No entanto, essa é a porção menos habitada

do continente americano – 78,3 milhões de pessoas.

d) Falso – A América do Sul é o segundo subcontinente mais populoso

(389 milhões de habitantes), visto que a América do Norte é habitada por 457,9

milhões de pessoas.

e) Verdadeiro – Essas duas nações estão entre as mais desenvolvidas do

planeta. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) desses dois países é

elevado: Canadá (0,966); Estados Unidos (0,956).

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Resposta Questão 3

1 - Canadá ( 11 ) Caracas

2 - Haiti ( 3 ) Assunção

3 - Paraguai ( 7 ) Havana

4 - México ( 10 ) São José

5 - Brasil ( 1 ) Ottawa

6 - Colômbia ( 5 ) Brasília

7 - Cuba ( 12 ) Kingston

8 - Argentina ( 4 ) Cidade do México

9 – Estados Unidos ( 6 ) Bogotá

10 – Costa Rica ( 8 ) Buenos Aires

11 - Venezuela ( 2 ) Porto Príncipe

12 - Jamaica ( 9 ) Washington

Resposta Questão 4

A América do Norte é o subcontinente mais desenvolvido

economicamente. Estados Unidos e Canadá são países altamente

industrializados, considerados desenvolvidos. O México, por sua vez, é um

país emergente e tem apresentado evolução econômica.

A agricultura na América do Norte apresenta grande mecanização. Outro

destaque são as várias reservas de minérios e combustíveis fósseis.

A economia da América Central baseia-se nas atividades agrícolas e

turísticas.

Os produtos agrícolas com grandes cultivos e destinados à exportação

são: banana, cana-de-açúcar, algodão e tabaco.

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As belezas naturais dos países localizados nas ilhas do Caribe atraem

milhões de turistas.

A indústria é pouco desenvolvida, atuando nos segmentos de

processamento de produtos agrícolas.

O setor econômico sul-americano apresenta grandes disparidades entre

os países desse subcontinente. Brasil, Argentina e Chile possuem uma

economia mais diversificada, abrigando muitas indústrias e maior tecnologia

nas atividades rurais. As outras nações têm na agricultura e na mineração as

principais fontes de receitas.

Três blocos econômicos são formados exclusivamente por países da

América:

Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) – formado pelos

países da América do Norte: Estados Unidos, Canadá e México.

Mercosul (Mercado Comum do Sul) – integrado por nações sul-

americanas: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

CAN (Comunidade Andina) – Colômbia, Equador, Bolívia e Peru são os

países membros desse bloco econômico.

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ÁSIA

Número de países: 45.

Países: Afeganistão, Arábia Saudita, Bangladesh, Barein, Brunei, Butão,

Camboja, Catar, Cazaquistão, China, Cingapura, Coreia do Norte, Coreia do

Sul, Emirados Árabes Unidos, parte asiática da Rússia, Filipinas, Iêmen, Índia,

Indonésia, Irã, Iraque, Israel, Japão, Jordânia, Kuweit, Laos, Líbano, Malásia,

Maldivas, Mianmar, Mongólia, Nepal, Omã, Paquistão, Quirguistão, Síria, Sri

Lanka, Tadjiquistão, Tailândia, Taiwan (Formosa), Timor-Leste, Turcomenistão,

parte asiática da Turquia, Uzbequistão e Vietnã.

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A Ásia é o maior e o mais populoso continente. Na cordilheira do Himalaia

estão os pontos mais altos do planeta, em especial o monte Everest, de 8.844

metros, na fronteira entre o Nepal e a China. Abriga paisagens inóspitas, como

o deserto quente da Arábia e o deserto frio de Gobi, além da gelada Sibéria.

Situam-se no continente asiático algumas das maiores concentrações

humanas, em megacidades como Tóquio (Japão), Mumbai (ex-Bombaim, na

Índia), Xangai (China) e Daca (Bangladesh). Além disso, é o berço de algumas

das mais antigas civilizações e das principais religiões do planeta. Seu maior

monumento, a Grande Muralha da China, é considerado a única edificação

humana visível do espaço.

O nome Ásia deriva de Asswa e Iasia, como os hititas e egípcios

chamavam a costa ocidental e regiões meridionais da Ásia Menor, no segundo

milênio a.C. Na mitologia grega, Ásia é uma das filhas dos deuses Oceano e

Tétis. Outra filha é Europa. Alguns pesquisadores relacionam o nome com a

raiz semítica das palavras esch ou ushos, cujo significado é o lugar onde o sol

nasce.

Os recursos naturais do continente são imensos. A Ásia é responsável

por quase metade do petróleo produzido do mundo e possui as maiores

reservas conhecidas, nos países do golfo Pérsico, principalmente na Arábia

Saudita e no Iraque. Outras jazidas petrolíferas com enorme potencial, situadas

na Ásia Central, começam a ser exploradas nos últimos anos.

No continente existem nações com forte produção industrial e de

exportação, como Japão, China, Coreia do Sul e Taiwan, e regiões atrasadas,

com graves problemas sociais, principalmente na Ásia Central. Superados o

colonialismo europeu e o período da Guerra Fria, que alimentou guerras como

a da Coreia (1950/1953) e a do Vietnã (1959/1975), mantêm-se alguns

embates envolvendo disputa territorial. São exemplos, o conflito entre

israelenses e palestinos no Oriente Médio e entre a Índia e o Paquistão, na

região da Caxemira.

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Cerca de metade das forças militares dos Estados Unidos (EUA) pelo

mundo encontra-se no continente. Aproximadamente 66 mil deles estão no

Afeganistão, que, sob a acusação de apoiar organizações terroristas, são

atacados e militarmente ocupado por tropas lideradas pelos EUA em 2001.

Com a morte de Osama bin Laden, líder da rede terrorista Al Qaeda, em maio

de 2011, o governo norte-americano anuncia o início da retirada de suas

tropas, que deve ser concluída até 2014. Os EUA também ocupam

militarmente o Iraque em 2003 e derrubam o governo de Saddam Hussein,

alegando que o país desenvolve armas de destruição em massa, o que não é

comprovado. A retirada das tropas do Iraque é concluída em dezembro de

2011.

A extensão do território, o tamanho da população e as peculiaridades do

relevo fazem da Ásia um continente de continentes. Ali se encontram a maior

nação em extensão de terra (Rússia) e os países mais populosos (China e

Índia). Entre sua porção mais ocidental, no Oriente Médio, e a mais oriental, no

Japão, estende-se um mundo de paisagens e culturas diferentes:

• O Oriente Médio, berço das três grandes religiões monoteístas

(judaísmo, cristianismo e islamismo), com sua abundância de petróleo,

escassez de água e permanente tensão provocada pelo conflito árabe-

israelense.

• A Ásia Central, que reúne países desmembrados da antiga União

Soviética, com sua diversidade étnica e grande presença do islamismo.

• O Subcontinente Indiano, com enorme população e profundas

desigualdades sociais, riquíssima cultura e agudas contradições religiosas, que

opõem a Índia (de maioria hindu) ao Paquistão (de maioria muçulmana sunita).

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• O sudeste da Ásia, com economia fortemente apoiada no setor

eletroeletrônico, que vem se recuperando da crise financeira iniciada na região

e disseminada por todo o globo em 1997.

• O Extremo Oriente, sub-região que, com o Japão, a Coreia do Sul e a

China, é a maior força industrial da Ásia.

Além dessas regiões, há o norte do continente, que inclui a parte asiática

da Rússia, porção mais vasta, menos populosa e pouco industrializada do país.

O Equilíbrio de forças no Oriente Médio

Localizado estrategicamente entre o Ocidente e o Oriente, dono das

maiores jazidas de petróleo conhecidas e berço das três grandes religiões

monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo), o Oriente Médio é palco de

alguns dos principais conflitos mundiais. Entre os focos centrais de

instabilidade na região estão a ocupação da Palestina por Israel e seu atual

bloqueio econômico à população da Faixa de Gaza, as ocupações militares

lideradas pelos Estados Unidos (EUA) no Afeganistão e o programa nuclear

iraniano. As revoltas da Primavera Árabe, iniciadas em janeiro de 2011, trazem

novos componentes ao panorama político e ao equilíbrio de forças na região.

A instabilidade que a região enfrenta atualmente tem como principal fator

a criação do Estado de Israel, em 1948, e a expulsão do povo palestino de seu

território. Cerca de 4,8 milhões de palestinos estão refugiados, segundo a

ONU. A forma como as nações da região se relacionam com Israel e o impasse

na Palestina dividem o Oriente Médio em dois grupos: o daqueles que apoiam

o Estado de Israel ou mantêm com ele acordos de interesses e o daqueles que

se recusam a aceitar Israel ou mantêm disputas importantes com o país.

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Pró-Israel e EUA

No primeiro grupo estão Arábia Saudita e Jordânia, países árabes, com

governos absolutistas e que são aliados dos EUA. Alinham-se a esse grupo o

Fatah, corrente política da atual direção da Autoridade Palestina, que

administra a Cisjordânia ocupada, e a coalizão 14 de Março, do atual governo

do Líbano. Israel mantém relações pacíficas e acordos com essa facção. O

Egito (república africana, mas geopoliticamente ligada ao Oriente Médio)

também representa papel central nessa aliança. No entanto, a queda do regime

ditatorial de Hosni Mubarak em 2011 e a ascensão de Mohamed Morsi da

Irmandade Muçulmana, eleito em junho de 2012, podem alterar esse

alinhamento. Israel teme que Morsi, abertamente favorável à causa palestina,

quebre o acordo de paz de Camp David. Assinado pelos dois países em 1979,

o tratado é um dos pilares para a contenção de conflitos na região.

Aliados do Irã

Na outra ponta está o Irã, que conta com o apoio da Síria, país árabe e de

Estado laico, e dos grupos Hezbollah (no Líbano) e Hamas (corrente que

administra Gaza). Esses grupos recebem ajuda financeira do governo iraniano

e se unem no discurso anti-Israel. É um fator importante no quadro político da

região a ascensão do Irã como república islâmica, constituída em uma

revolução popular em 1979. A diretriz iraniana de difundir seu islamismo

revolucionário e anticapitalista e sua negação pública à criação e à existência

de Israel levam a uma contínua ofensiva ocidental. Atualmente, o Irã é

pressionado a interromper seu programa de enriquecimento de urânio. As

potências ocidentais temem que o país possa construir bombas atômicas

capazes de ameaçar Israel.

Conflitos na Síria

Com os levantes populares da Primavera Árabe, novos fatos podem

mudar as relações de força no Oriente Médio. Os conflitos na Síria vêm

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causando intensa mobilização dos principais atores da região. O país, que

sofre sanções econômicas dos Estados Unidos sob a acusação de apoiar e

armar o grupo Hezbollah no Líbano e ambiciona recuperar as Colinas de Golã,

ocupadas ilegalmente por Israel, sofre forte pressão internacional devido à

violenta repressão do governo de Bashar al-Assad aos levantes populares.

Desde o início da crise, o governo do Irã é um dos poucos países a apoiar

veementemente o regime de Al-Assad, buscando manter a sustentação da

aliança anti-israelense. Por sua vez, países como Arábia Saudita e Catar são

acusados de fornecer armas aos insurgentes sírios.

Outro ator importante no Oriente Médio é a Turquia. Democracia parceira

dos EUA na Otan, a aliança militar ocidental, ela amplia laços comerciais na

região e, gradualmente, afasta-se de Israel. Os turcos também se envolvem na

crise síria, oferecendo proteção aos rebeldes. A tensão se amplia em outubro

de 2012, quando o Exército turco revida um ataque supostamente cometido

pelas tropas de Al-Assad.

Toda essa agitação no Oriente Médio é acompanhada com atenção pelas

potências ocidentais, que temem perder influência e tentam defender seus

interesses políticos e econômicos na conturbada região.

Aprofundamento

ORIENTE MÉDIO

A região que compreende o Oriente Médio está localizada na porção

oeste do continente asiático, conhecida como Ásia ocidental. Possui extensão

territorial de mais de 6,8 milhões de quilômetros quadrados, com população

estimada de 260 milhões de habitantes. É composta por 15 países:

Afeganistão, Arábia Saudita, Bahrain, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen,

Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Síria, Turquia.

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Clima:

O clima do Oriente Médio é árido e semiárido, o que proporciona o

predomínio de uma paisagem vegetal marcada pela presença de espécies

xerófilas (nas áreas de clima árido), ou de estepes e pradarias (nas áreas de

clima semiárido). Apenas pequenas faixas de terra, na porção litorânea,

apresentam climas um pouco mais úmidos, onde há presença de formações

vegetais arbustivas.

Atividades Econômicas:

O petróleo é o principal produto responsável pela economia dos países do

Oriente Médio. Nessa região está localizada a maior concentração mundial

dessa fonte energética (aproximadamente 65% de todo o petróleo mundial).

Essa grande quantidade de petróleo, aliada a fatores econômicos e políticos,

criou as condições para a formação, em 1960, de um dos mais importantes

cartéis do mundo atual, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo

(OPEP).

Outra atividade econômica importante no Oriente Médio é a agropecuária.

Por ser realizada dominantemente de forma tradicional, com uso de pouca

tecnologia e mecanização, essa atividade incorpora cerca de 40% da

população economicamente ativa. O predomínio de climas áridos e semiáridos

na região é bastante prejudicial para o desenvolvimento dessa atividade

econômica.

A atividade industrial no Oriente Médio apresenta pouca expressividade.

Nos países petrolíferos, há a existência de refinarias e petroquímicas. Outras

indústrias se relacionam aos setores mais tradicionais, como o têxtil e o

alimentício.

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O turismo é outra atividade que vem apresentando importância para

alguns países do Oriente Médio, a exemplo de Israel e Turquia (que recebem

cerca de 2,5 milhões de turistas por ano).

Religiões:

No Oriente Médio, aproximadamente 238 milhões de pessoas (cerca de

92% da população) são muçulmanas. A maioria pertence às seitas sunita e

xiita (sugeridas logo após a morte do profeta Maomé, em 632 d.C.). Há grupos

menores de mulçumanos, como os drusos e os alauitas.

A região abriga ainda cerca de 13 milhões de cristãos, muitos de igrejas

árabes, como a copta ou a maronita, que estão entre as mais antigas do

cristianismo. Além disso, também vivem no Oriente Médio cerca de 6 milhões

de judeus, quase todos em Israel. A migração desses deu-se em ondas,

originárias primeiro da Europa e, depois, de todo o mundo. Por isso, no Estado

judeu encontram-se inúmeros grupos étnicos cujas culturas, tradições,

orientações políticas e práticas religiosas variam muito e são livremente

expressas.

Consequências dos conflitos no Oriente Médio

Conflitos:

A região do Oriente Médio é uma das áreas mais conflituosas do mundo.

Diversos fatores contribuem para isso, entre eles: a sua própria história; origem

dos conflitos entre árabes, israelenses e palestinos; a posição geográfica, no

contato entre três continentes; suas condições naturais, pois a maior parte dos

países ali localizados é dependente de água de países vizinhos; a presença de

recursos estratégicos no subsolo, caso específico do petróleo; posição no

contexto geopolítico mundial.

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As fronteiras das novas nações, definidas de acordo com interesses

europeus, não consideraram a história e as tradições locais,

consequentemente vários conflitos ocorreram e continuam ocorrendo no

Oriente Médio.

Os novos Estados árabes – Iraque, Kuwait, Síria, Líbano, Jordânia –

brigaram por recursos naturais e território. O conflito mais grave ocorreu na

Palestina, para onde, até o fim da Segunda Guerra, havia migrado meio milhão

de judeus. Quando foi criado o Estado de Israel, cinco países árabes atacaram,

na primeira das seis guerras entre árabes e israelenses.

Jerusalém:

Os cartógrafos medievais situavam Jerusalém no centro do mundo e,

para muita gente, a Cidade Velha continua a ser assim considerada. Para os

Judeus, o Muro das Lamentações, parte do Segundo Templo, é o local mais

sagrado de todos. Acima dele está o Domo da Rocha, o terceiro local mais

importante no islamismo, de onde Maomé subiu aos céus. A poucos

quarteirões dali, a Igreja do Santo Sepulcro assinala o local tradicional da

crucificação, do enterro e da ressurreição de Jesus. Israel reivindica a cidade

como sua capital eterna; já os palestinos a querem como capital de seu Estado.

Os países que fazem parte do Oriente Médio são ricos em petróleo, no

entanto, são pobres em água. Essas nações enfrentam sérios problemas

relacionados à escassez de água.

Diversos países, como a Arábia Saudita e as pequenas nações do Golfo

Pérsico, fazem dessalinização da água do mar, mesmo assim são grandes

compradores de água mineral.

Na região do Oriente Médio, os países que detêm em seu território

nascentes de água, rios e aquíferos, são privilegiados por possuir esse

riquíssimo e raro recurso.

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Diante da escassez de água, surgem conflitos entre países para definir

quem domina as pouquíssimas bacias hidrográficas e águas subterrâneas. Um

exemplo de disputa por água existe entre Israel, Líbano, Síria e Jordânia, que,

por serem países fronteiriços, disputam o domínio da Bacia do rio Jordão.

No ano de 1967, Israel invadiu a Síria, que abriga em seu território a

colina de Golã, onde está a nascente do rio Jordão. Esse rio é praticamente a

única fonte de água para Israel e Jordânia.

O Oriente Médio, nos últimos anos, apresentou um crescimento

populacional, o que elevou o consumo de água e reduziu a quantidade da

mesma disponível nos mananciais, fato que tem contribuído para agravar ainda

mais os focos de conflito entre os países.

Outro foco de conflito acontece nas proximidades dos rios Tigre e

Eufrates. Ambos nascem em território turco e o escoamento de suas águas

segue rumo ao Golfo Pérsico; abastecendo a Síria e o Iraque.

Diante disso, esses países temem o controle turco sobre as nascentes

dos rios; pois a Turquia pode represar suas águas para realização de irrigação,

construção de usinas hidrelétrica ou para qualquer outro fim. Dessa forma, o

abastecimento da Síria e do Iraque ficaria comprometido.

Fonte:

http://www.brasilescola.com/geografia/oriente-medio.htm

http://www.brasilescola.com/geografia/oriente-medio-escassez-agua.htm

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Estudando um pouco mais:

PARTE 1 - ASIA

Questão 1

Analise as afirmativas e marque (V) para as verdadeiras e (F) para as

falsas.

( ) Com 44,9 milhões de quilômetros quadrados, correspondendo a 30%

das terras emersas do globo, a Ásia é o maior continente do planeta.

( ) O continente asiático é o mais populoso, sendo a Índia o país de

maior concentração populacional do mundo.

( ) Todos os países asiáticos são considerados subdesenvolvidos, pois

a economia desse continente baseia-se nas atividades agrícolas.

( ) A Ásia, em especial os países do Oriente Médio, é responsável pela

produção de cerca de 50% do petróleo mundial.

( ) O Japão é a principal nação industrializada do continente asiático,

sendo a Coreia do Sul e a China outros países de grande industrialização.

Questão 2

Sobre os aspectos físicos da Ásia é correto afirmar que:

a) A Grande Muralha da China é considerada a única edificação humana

visível do espaço.

b) Na Cordilheira do Himalaia estão os pontos mais altos do planeta.

c) O relevo asiático é caracterizado por planícies de baixas altitudes, não

havendo, portanto, grandes cadeias montanhosas.

d) Devido à localização dos países asiáticos na placa tectônica Euro-

asiática, não há terremotos nessa região.

e) Os montes Urais, o mar Cáspio e as montanhas do Cáucaso são uma

das divisas naturais do continente asiático e europeu.

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Questão 3

A Ásia apresenta grande disparidade econômica entre suas nações. As

atividades econômicas desenvolvidas no continente são bem variadas. Nesse

sentido, indique os principais elementos da economia asiática.

Questão 4

Devido ao rápido desenvolvimento econômico durante a década de 1970,

além da localização, quatro países da Ásia ficaram conhecidos mundialmente

como os “Tigres Asiáticos”. Marque a alternativa que indica essas quatro

nações.

a) Indonésia, Coreia do Sul, China e Taiwan (Formosa).

b) Índia, Cingapura, Coreia do Norte e Hong Kong.

c) Coreia do Sul, Hong Kong, Taiwan (Formosa) e Cingapura.

d) Taiwan (Formosa), Coreia do Sul, Malásia e Cingapura.

Resposta Questão 1

a) Verdadeiro – A Ásia é o maior continente do planeta, cuja extensão

territorial é de 44,9 milhões de quilômetros quadrados, correspondendo a 30%

das áreas continentais do globo terrestre. A América, com 42 milhões de

quilômetros quadrados, é o segundo maior continente.

b) Falso – Com 4,1 bilhões de habitantes, a Ásia é o continente mais

populoso, no entanto, a China é o país de maior concentração populacional da

Terra (1.345.750.973 habitantes). A Índia, por sua vez, é o segundo país mais

populoso – 1.198.003.272 habitantes.

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c) Falso – Muitos países asiáticos são considerados subdesenvolvidos.

Entretanto, algumas nações estão entre as mais desenvolvidas do planeta

(Japão e Coreia do Sul). Outros países são considerados emergentes (China,

Índia, Arábia Saudita, etc.).

d) Verdadeiro – A Ásia produz quase metade do petróleo do mundo e

possui as maiores reservas conhecidas, nos países do Golfo Pérsico,

principalmente na Arábia Saudita e no Iraque.

e) Verdadeiro – Com alto desenvolvimento econômico, o Japão é a

principal nação industrial da Ásia. A Coreia do Sul e a China são países que

têm apresentado altos índices de industrialização.

Resposta Questão 2

a) Verdadeiro – Construída durante a China Imperial, tendo o início das

obras por volta de 220 anos a.C., a Grande Muralha da China é a única

edificação humana visível do espaço.

b) Verdadeiro – A Cordilheira do Himalaia abriga o monte Everest, de

8.844 metros, na fronteira entre o Nepal e a China, sendo o ponto mais alto do

planeta.

c) Falso – O relevo asiático apresenta a maior altitude média da Terra

(960 metros), consequência da presença de grandes cadeias montanhosas,

entre as quais estão a cordilheira do Himalaia e a do Kunlun.

d) Falso – A Ásia é o continente mais afetado por terremotos, pois está

localizada numa das áreas mais sísmicas da Terra (em uma zona de

convergência entre placas tectônicas). Os países asiáticos mais afetados são:

Indonésia, Japão, Índia, Tailândia, entre outros.

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e) Verdadeiro – A fronteira convencional entre Ásia e Europa é

determinada pelos montes Urais, pelo rio Ural, pelo mar Cáspio, pelas

montanhas do Cáucaso e pelo mar Negro.

Resposta Questão 3

A Ásia é um continente que tem apresentado grande desenvolvimento

econômico, entretanto, as desigualdades socioeconômicas estão se

intensificando entre os países asiáticos.

Japão e Coreia do Sul possuem elevados indicadores sociais, a economia

dessas duas nações é extremamente desenvolvida, havendo uma grande força

industrial. A China e a Índia também estão apresentando acelerado

desenvolvimento industrial.

No Oriente Médio, a economia baseia-se na extração mineral,

especialmente na produção de petróleo e gás natural, visto que essa região

comporta cerca de 50% das reservas mundiais de petróleo.

No entanto, a maioria dos países asiáticos tem na agricultura a principal

atividade econômica, empregando mais de 50% da força de trabalho asiática.

Índia, Paquistão e Bangladesh são os principais produtores agrícolas do

continente. A Ásia é responsável por 90% da produção de arroz no mundo.

Resposta Questão 4

a) Falso – A indonésia e a China não integram os países chamados

“Tigres Asiáticos”.

b) Falso – Índia e Coreia do Norte não fazem parte dos “Tigres Asiáticos”.

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c) Verdadeiro - Coreia do Sul, Hong Kong, Taiwan (Formosa) e Cingapura

são as nações que, em razão de seu modelo de desenvolvimento econômico e

localização, foram denominados Tigres Asiáticos.

d) Falso – A Malásia não é considerada um dos “Tigres Asiáticos”, visto

que o país obteve desenvolvimento econômico após a década de 1970.

PARTE 2 – ORIENTE MÉDIO

Questão 1

A economia do Oriente Médio sofre influência direta do clima, solo e

topografia do terreno. Quais as principais atividades econômicas na região

Questão 2

A região que compreende o Oriente Médio está localizada na porção

oeste do continente asiático, conhecida como Ásia ocidental. Quais os países

que compõem o Oriente Médio?

Questão 3 (VUNESP)

As noções de islamismo, pensamento ocidental e cultura indiana,

remetem para a categoria de:

a) raças;

b) nacionalidades;

c) civilizações;

d) etnias;

e) religiões.

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Questão 4 (VEST - RIO)

A Guerra do Líbano, o conflito Irã/Iraque, a questão Palestina, a Guerra

do Golfo são alguns dos conflitos que marcam ou marcaram o Oriente Médio.

Das alternativas abaixo, aquela que corretamente explica essa situação

conflituosa é:

a) a disputa de terras favoráveis ao cultivo, como as encontradas na

planície da Mesopotâmia, numa área desértica.

b) os grandes lucros provenientes do petróleo que não beneficiam a

maioria da população nos países árabes.

c) o aumento, de forma rápida, do preço do barril de petróleo nos países

membros da OPEP.

d) a criação do Estado de Israel, sob a tutela britânica, numa região de

ricas reservas de petróleo.

e) o emaranhado de culturas, religiões e interesses estrangeiros numa

área localizada a meio caminho entre a Ásia, Europa e África.

Questão 5 Fuvest-SP

A chamada Ásia Ocidental constitui importante área de encontro de três

continentes: a Ásia, a África e a Europa. É marcada, principalmente, pela

instabilidade dos limites políticos, diversidade étnica da população e

multiplicação das crenças religiosas. Três grandes religiões têm sua “Cidade

Santa” na Ásia Ocidental. São elas:

a) Fetichismo, islamismo e judaísmo.

b) Budismo, hinduísmo e maometismo.

c) Judaísmo, cristianismo e islamismo.

d) Cristianismo, bramanismo e islamismo.

e) Budismo, judaísmo e islamismo.

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Questão 6

Apresente as características do clima do Oriente Médio.

Resposta Questão 1

O petróleo é o principal produto responsável pela economia dos países do

Oriente Médio. Nessa região está localizada a maior concentração mundial

dessa fonte energética (aproximadamente 65% de todo o petróleo mundial).

Essa grande quantidade de petróleo, aliada a fatores econômicos e políticos,

criou as condições para a formação, em 1960, de um dos mais importantes

cartéis do mundo atual, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo

(OPEP).

Outra atividade econômica importante no Oriente Médio é a agropecuária.

Por ser realizada dominantemente de forma tradicional, com uso de pouca

tecnologia e mecanização, essa atividade incorpora cerca de 40% da

população economicamente ativa. O predomínio de climas áridos e semiáridos

na região é bastante prejudicial para o desenvolvimento dessa atividade

econômica.

A atividade industrial no Oriente Médio apresenta pouca expressividade.

Nos países petrolíferos, há a existência de refinarias e petroquímicas. Outras

indústrias se relacionam aos setores mais tradicionais, como o têxtil e o

alimentício.

O turismo é outra atividade que vem apresentando importância para

alguns países do Oriente Médio, a exemplo de Israel e Turquia (que recebem

cerca de 2,5 milhões de turistas por ano).

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Resposta Questão 2

Os países que integram a região do Oriente Médio são: Arábia Saudita,

Bahrain, Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel,

Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Síria, Turquia.

Resposta Questão 3

a) Falso – a categoria raças está relacionada primordialmente a cor de

uma população. É importante ressaltar que esse termo está em desuso, sendo

utilizado, em seu lugar, composição étnica.

b) Falso – nacionalidades não envolvem necessariamente as noções de

islamismo, pensamento ocidental e cultura.

c) Verdadeiro - A civilização é composta por relações sociais em

diferentes estágios, compreendendo aspectos religiosos, ideológicos, culturais,

entre outros.

d) Falso – Etnias não envolvem os conceitos religiosos e tipos de

pensamentos.

e) Falso – Apenas o islamismo se refere a um fator religioso.

Portanto a alternativa correta é a letra C.

Resposta Questão 4

a) Falso – Essa área não apresenta características favoráveis às

atividades primárias. Os conflitos citados acima não foram desencadeados por

motivos de apropriação de áreas para cultivo.

b) Falso - A questão da Palestina não envolve questões petrolíferas,

havendo disputas territoriais com o estado de Israel, principalmente, pela

ocupação da cidade de Jerusalém.

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115

c) Falso - Os conflitos no Oriente Médio não têm como principal agente

motivador o aumento do preço do barril de petróleo nos países membros da

Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

d) Falso - A criação do Estado de Israel desencadeou uma série de

conflitos no Oriente Médio, no entanto, a área destinada à sua construção não

apresenta grandes reservas de petróleo.

e) Verdadeiro – O Oriente Médio apresenta uma diversidade cultural

imensa, o que muitas vezes gera conflitos armados. A criação de Israel nessa

região agravou ainda mais esse processo. Além da localização do Oriente

Médio ser, do ponto de vista geopolítico, extremamente estratégico, pois faz

fronteira com a Europa e a África.

Portanto,a alternativa correta é a letra E.

Resposta Questão 5

a) Falso – O fetichismo não é caracterizado como religião.

b) Falso – O Budismo e hinduísmo são religiões de origem indiana, não

considerando a cidade de Jerusalém como “Cidade Santa”.

c) Verdadeiro - A cidade de Jerusalém é considerada por essas três

religiões a “Cidade Santa”. Para os Judeus, o Muro das Lamentações, parte do

Segundo Templo, é o local mais sagrado de todos. Acima dele está o Domo da

Rocha, o terceiro local mais importante no islamismo, de onde Maomé subiu

aos céus. A poucos quarteirões dali, a Igreja do Santo Sepulcro assinala o local

tradicional da crucificação, do enterro e da ressurreição de Jesus.

d) Falso – o bramanismo é uma religião de origem indiana, não tendo

Jerusalém como “Cidade Santa”.

e) Falso – O Budismo não considera a cidade de Jerusalém como

“Cidade Santa”.

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116

Portanto,a alternativa correta é a letra C.

Resposta Questão 6

O clima do Oriente Médio é árido e semiárido. Somente em pequenas

faixas de terra, na porção litorânea, é possível encontrar climas um pouco mais

úmidos, área onde há presença de formações vegetais arbustivas. Nas áreas

de maior altitude, nos topos dos planaltos e nas montanhas, é possível

observar forte influência do clima temperado e a presença de uma rala

vegetação de campos e pradarias.

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117

ÁFRICA

Introdução

Nas escolas e nos livros, costumamos estudar apenas a história de um

povo africano: os egípcios. Porém, na mesma época em que o povo egípcio

desenvolvia sua civilização, outros povos africanos faziam sua história.

Conheceremos abaixo alguns destes povos e suas principais características

culturais.

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O povo Bérbere

Os bérberes eram povos nômades do deserto do Saara. Este povo

enfrentava as tempestades de areia e a falta de água, para atravessar com

suas caravanas este território, fazendo comércio. Costumavam comercializar

diversos produtos, tais como: objetos de ouro e cobre, sal, artesanato,

temperos, vidro, plumas, pedras preciosas etc.

Costumavam parar nos oásis para obter água, sombra e descansar.

Utilizavam o camelo como principal meio de transporte, graças a resistência

deste animal e de sua adaptação ao meio desértico. Durante as viagens, os

bérberes levavam e traziam informações e aspectos culturais. Logo, eles foram

de extrema importância para a troca cultural que ocorreu no norte do

continente.

Os bantos

Este povo habitava o noroeste do continente, onde atualmente são os

países Nigéria, Mali, Mauritânia e Camarões. Ao contrário dos bérberes, os

bantos eram agricultores. Viviam também da caça e da pesca. Conheciam a

metalurgia, fato que deu grande vantagem a este povo na conquista de povos

vizinhos. Chegaram a formar um grande reino ( reino do Congo ) que dominava

grande parte do noroeste do continente.

Viviam em aldeias que era comandada por um chefe. O rei banto,

também conhecido como manicongo, cobrava impostos em forma de

mercadorias e alimentos de todas as tribos que formavam seu reino.

O manicongo gastava parte do que arrecadava com os impostos para

manter um exército particular, que garantia sua proteção, e funcionários reais.

Os habitantes do reino acreditavam que o maniconco possuía poderes

sagrados e que influenciava nas colheitas, guerras e saúde do povo.

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Os soninkés e o Império de Gana

Os soninkés habitavam a região ao sul do deserto do Saara. Este povo

estava organizado em tribos que constituíam um grande império. Este império

era comandado por reis conhecidos como caia-maga. Viviam da criação de

animais, da agricultura e da pesca. Habitavam uma região com grandes

reservas de ouro. Extraíam o ouro para trocar por outros produtos com os

povos do deserto (bérberes). A região de Gana tornou-se com o tempo, uma

área de intenso comércio.

Os habitantes do império deviam pagar impostos para a nobreza, que era

formada pelo caia-maga, seus parentes e amigos. Um exército poderoso fazia

a proteção das terras e do comércio que era praticado na região. Além de

pagar impostos, as aldeias deviam contribuir com soldados e lavradores, que

trabalhavam nas terras da nobreza.

Fonte: http://www.suapesquisa.com/afric/

CONHECIMENTO GERAL

Número de países: 54.

Países: África do Sul, Angola, Argélia, Benin, Botsuana, Burkina Fasso,

Burundi, Cabo Verde, Camarões, Chade, Comores, Congo, Costa do Marfim,

Djibuti, Egito, Eritreia, Etiópia, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau,

Guiné Equatorial, Lesoto, Libéria, Líbia, Madagáscar, Malauí, Mali, Marrocos,

Maurício, Mauritânia, Moçambique, Namíbia, Níger, Nigéria, Quênia, República

Centro-Africana, República Democrática do Congo, Ruanda, São Tomé e

Príncipe, Seicheles, Senegal, Serra Leoa, Somália, Suazilândia, Sudão, Sudão

do Sul, Tanzânia, Togo, Tunísia, Uganda, Zâmbia e Zimbábue.

Continente que abriga as mais antigas evidências da presença do homem

moderno no planeta, a África é seguidamente pilhada, dividida e ocupada pelas

potências da Europa a partir do século XV. Milhões de africanos são

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escravizados por essas potências, que mantiveram a exploração dos recursos

naturais da região mesmo após o fim da escravidão. As lutas anticoloniais se

desenvolvem principalmente na segunda metade do século XX e se misturam

aos conflitos da Guerra Fria, que opôs os Estados Unidos (EUA) à União

Soviética (URSS). Persistem rivalidades étnicas entre populações de países

cuja fronteira foi criada artificialmente pelas nações europeias, no fim do século

XIX.

Esse legado histórico explica por que a África respondia por apenas 2,7%

do Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 2010. Nos países ao sul do deserto

do Saara (a África Subsaariana), quase metade da população (47,5%) vive

abaixo da linha de pobreza (com renda inferior a 1,25 dólar por dia) em 2008.

A aids é a maior causa de mortes no continente. Em 2011, a África

Subsaariana registrava cerca de 68,7% dos contaminados no mundo e 1,2

milhão de mortos nesse ano. De acordo com estimativa do Banco Mundial, a

aids é um significativo elemento de freio ao crescimento econômico africano. O

continente também é duramente atingido pela malária. Em 2010, cerca de 596

mil africanos morreram em decorrência da doença, o que representa 91% dos

óbitos mundiais.

A despeito do fim de algumas guerras civis sangrentas (como em

Moçambique e Angola), as disputas por recursos minerais e as rivalidades

étnicas, regionais e religiosas continuam a fomentar conflitos armados que

matam milhões de pessoas e causam migrações maciças, como na República

Democrática do Congo, na Somália e no Sudão.

Inspirados na União Europeia (UE), os países do continente criam, em

julho de 2002, a União Africana (UA), para fomentar o desenvolvimento e a

possibilidade de eliminar fronteiras. A enorme carga de problemas, no entanto,

torna esse objetivo difícil de ser alcançado.

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Nos últimos anos, a África tem atraído cada vez mais o interesse dos EUA

e, mais recentemente, da China. As duas potências procuram garantir acesso

aos recursos naturais, principalmente o petróleo.

POTÊNCIAS MUNDIAIS MANTÊM TROPAS NO CONTINENTE

Com cerca de 10% das reservas mundiais de petróleo e enormes

riquezas minerais em seu subsolo, a África continua sendo um continente

estratégico para as potências mundiais, mesmo após o processo de

descolonização ocorrido na segunda metade do século XX.

Esse interesse econômico está por trás da intensa presença militar

estrangeira no continente. Apesar de já manterem tropas em vários países

africanos, os Estados Unidos (EUA) intensificaram e unificaram as ações

militares na região com a criação do Comando dos EUA para a África

(Africom), em 2008. Além de proteger militarmente as fontes de matérias-

primas que considera estratégicas, o Africom foi criado dentro da política norte-

americana de combater o terrorismo de viés islâmico.

Os EUA afirmam que o Africom se destina à cooperação militar no

continente, principalmente à capacitação e ao municiamento das forças locais e

da União Africana, além da ajuda humanitária . Porém, no Djibuti, a intervenção

é maior. Desde 2002, os norte-americanos mantêm ali uma base militar

permanente para vigiar o movimento de navios na entrada do mar Vermelho e

no litoral leste africano e combater grupos armados na região do Chifre da

África.

A criação do Africom também representa uma resposta norte-americana à

presença chinesa na África, que vem se intensificando nos últimos anos. Em

troca de acesso aos recursos energéticos do continente, a China está

investindo em infraestrutura, numa aproximação econômica que,

gradativamente, vai se estendendo também para uma cooperação militar. É

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cada vez mais forte a presença de soldados chineses nas tropas de paz das

Nações Unidas, no continente e nas forças da União Africana.

A França é outra nação que tem grande interesse na África. Antiga

colonizadora no continente, o país tenta manter sua influência com bases

militares permanentes no Gabão e, assim como os EUA, no Djibuti. Também

destina tropas para missões no Chade, na República Centro-Africana e na

Costa do Marfim. Em 2010, a França anuncia que reforçará a cooperação

militar com os países africanos para conter a pirataria e o terrorismo. Em 2012,

o país estreita laços com a Líbia para reforçar a segurança no mar

Mediterrâneo.

Na Internet:

http://www.brasilescola.com/geografia/africa-continente.htm

http://www.infoescola.com/geografia/continente-africano/

http://www.brasilescola.com/geografia/caracteristicas-continente-

africano.htm

http://www.suapesquisa.com/geografia/continente_africano.htm

http://www.africaurgente.org/continente-africano-2012-%E2%80%93-

cultura-problemas-atuais-e-historicos/

Aprofundamento 1

A África é o segundo continente mais populoso do mundo (fica atrás

somente da Ásia). Possui, aproximadamente, 800 milhões de habitantes.

É um continente basicamente agrário, pois cerca de 63% da população

habitam o meio rural, enquanto somente 37 % moram em cidades.

No geral, é um continente pobre e subdesenvolvido, apresentando baixos

índices de desenvolvimento econômico. A renda per capita, por exemplo, é de,

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aproximadamente, US$ 850,00. O PIB (Produto Interno Bruto) corresponde a

apenas 1% do PIB mundial. Grande parte dos países possui parques

industriais pouco desenvolvidos, enquanto outros nem se quer são

industrializados, vivendo basicamente da agricultura.

O principal bloco econômico africano é o SADC (Southern Africa

Development Community), formado por 15 países: África do Sul, Angola,

Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagascar, Malaui,

Maurícia, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Seychelles, Tanzânia, Zâmbia e

Zimbábue.

Além da agricultura, destaca-se a exploração de recursos minerais como,

por exemplo, ouro e diamante. Esta exploração gera pouca renda para os

países, pois é feita por empresas multinacionais estrangeiras, principalmente

da Europa.

Os países africanos que possuem um nível de desenvolvimento um pouco

melhor do que a média do continente são: África do Sul, Egito, Marrocos,

Argélia, Tunísia e Líbia.

Os principais problemas africanos são: fome, epidemias (a AIDS é a

principal) e os conflitos étnicos armados (alguns países vivem em processo de

guerra civil).

Os índices sociais africanos também não são bons. O analfabetismo, por

exemplo, é de aproximadamente 40%.

As religiões mais presentes no continente são: muçulmana (cerca de

40%) e católica romana (15%). Existem também seguidores de diversos cultos

africanos.

As línguas mais faladas no continente são: inglês, francês, árabe,

português e as línguas africanas.

Geografia da África:

Principais rios:

Nilo, Níger, Congo, Limpopo, Zambese e Orange.

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124

Clima:

Clima Mediterrâneo (chuvas na primavera e outono) no norte e sul; Clima

Equatorial (quente e úmido) no centro.

Relevo:

Monte Atlas (norte), Planalto Centro-Africano (região central), Grande

Vale do Rift com altas montanhas e depressões (leste). Na região norte

destaca-se o Deserto do Saara.

Cidades mais populosas:

Cairo (Egito), Lagos (Nigéria), Kinshasa (R. D. do Congo), Cartum

(Sudão), Johanesburgo (África do Sul) e Gizé (Egito).

Fonte:http://www.portalafrica.com.br/portalafrica/public_html/conteudo/informacoes-importantes-sobre-o-

continente-africano.html (site muito bom)

Aprofundamento 2

África Subsaariana

Significado

A África Subsaariana é a região do continente africano situada ao sul do

Deserto do Saara. Não é uma divisão política, mas apenas um termo usado

como referência aos países que possuem maior parte da população negra

neste continente. No passado, era muito usado o termo “África Negra” para

esta região, em oposição a “África Branca”, composta pelos países ao norte do

Deserto do Saara. Porém, estes termos estão caindo em desuso.

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Principais características dos países da África Subsaariana:

- Maioria da população composta por negros;

- A maior parte dos países possui economia subdesenvolvida;

- Presença de conflitos políticos, principalmente de caráter étnico.

- Existência de diversos problemas como, por exemplo, pobreza, elevados

índices de analfabetismo, sistema de saúde público precário, proliferação de

doenças, falta de água e sistema de saneamento básico inexistente ou

ineficiente;

- Existência, em alguns países, de governos autoritários e corruptos.

Infelizmente, estas características acabam dificultando a resolução dos graves

problemas sociais e econômicos enfrentados pela sofrida população destes

países;

- A maior parte destes países ainda sofre as consequências das injustiças

do neocolonialismo e imperialismo europeus da segunda metade do século

XIX;

- Grande diversidade étnica, cultural, linguística e religiosa.

* Vale ressaltar que os problemas citados acima fazem parte da maioria

destes países, mas não de todos. Existem países, como a África do Sul por

exemplo, que estão num patamar de desenvolvimento bem acima dos outros,

apresentando melhores condições sociais e econômicas.

Outros dados e informações geográficas:

- População: 500 milhões de habitantes (estimativa 2011)

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126

- Ponto mais elevado: monte Kilimanjaro com 5.895 metros.

- Principais rios: Congo, Nilo, Limpopo, Zambeze, Níger e Senegal.

- Clima: Equatorial (principalmente na região central da África) e Tropical

nas outras regiões.

- Vegetação: florestas equatoriais na região central e centro-oeste;

florestas tropicais (ao sul da vegetação equatorial); savanas (ao sul das

florestas tropicais); vegetação mediterrânea (litoral sul da África do Sul).

- Fauna (exemplos de algumas espécies animais): elefante, leão, gazela,

gorila, zebra, rinoceronte, hiena, girafa, leopardo, chipanzé e hipopótamo.

Países da África Subsaariana

- República Democrática do Congo, República do Congo, Burundi, África

Oriental, Quênia, Tanzânia, Uganda, Djibouti, Eritréia, Etiópia, Somália, Sudão,

África Ocidental, Benin, Burkina Faso, Camarões, Chade, Costa do Marfim,

Guiné Equatorial, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné Bissau, Libéria,

Mauritânia, Mali, Níger, Nigéria, República Centro-Africana, Ruanda, Senegal,

Serra Leoa, Togo e Zâmbia.

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Mais sobre o continente africano:

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129

Aprofundamento 03

Um terço de todos os países em desenvolvimento do mundo está na

África, segundo os critérios do Fundo Monetário Internacional. O continente

possui muita riqueza mineral ainda pouco explorada. A África participa apenas

com 2,7% da economia mundial, mas soma 30.3 milhões de quilômetros

quadrados de território (é quase duas vezes maior que a América do Sul).

Enquanto os países do norte da África atravessavam em 2011 a

Primavera Árabe, que provocou a queda de governos e impulsionou reformas

políticas, a maioria das nações ao sul do deserto do Saara vivia

transformações silenciosas na economia, que começam a mudar lentamente

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130

seu perfil, há décadas associado apenas a conflitos e ditaduras, pobreza e

doenças.

Em termos geográficos e humanos, o continente apresenta duas grandes

sub-regiões: a África Setentrional ou norte da África, de cultura árabe, que

engloba seis países (todas as nações ao norte e o Djibuti, a leste), e a África

Subsaariana, predominantemente negra, com 48 países ao sul. A divisão se dá

ao longo de toda a fronteira sul do deserto do Saara, numa faixa semiárida

conhecida como Sahel.

A parte ao sul do Saara é a região mais pobre do mundo, onde há países,

como a Guiné-Bissau, em que a expectativa de vida não chega aos 50 anos.

Em julho de 2011, passou a incluir mais uma nação: o Sudão do Sul, resultado

do desmembramento do Sudão em sua porção sul, após uma guerra civil de

quase três décadas. O novo país nasce como um dos mais pobres do planeta e

ainda com uma situação conflituosa com o Sudão, por divergências sobre a

partilha de instalações e campos petrolíferos e limites fronteiriços.

Entretanto, apesar de todos os indicadores sociais da África Subsaariana

estarem muito aquém da média mundial, alguns países da região vêm

apresentando um panorama melhor na última década, graças a taxas de

crescimento econômico entre as mais elevadas do planeta.

Petróleo e minerais

Esses resultados têm por trás essencialmente a valorização no mercado

internacional do principal sustentáculo da economia africana: as matérias-

primas, procuradas com avidez por grandes economias emergentes da Ásia,

como China e Índia, pelos Estados Unidos e pelas nações europeias. Por

causa da forte demanda, os preços internacionais das commodities (produtos

agrícolas, minérios, gás e petróleo) subiram mais de 230% desde 2001 – o

equivalente a uma média anual de quase 13%. Além disso, novas jazidas de

petróleo foram descobertas na África, e vários governos renegociaram

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131

contratos e elevaram impostos sobre os minérios. A Zâmbia, por exemplo,

alterou de 3% para 6% os royalties cobrados sobre o cobre, seu principal

produto de exportação, enquanto Gana estuda elevar os impostos sobre a

mineração de ouro.

A corrida mundial pelos recursos naturais da África atrai investimentos em

usinas de energia, telecomunicações, estradas e portos, entre outros setores

essenciais para a produção e o escoamento de commodities. Com isso, o

continente cresceu cerca de 6% em 2011, e pode repetir esse percentual em

2012, de acordo com projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A China é crucial nessa expansão. Em 2009, o país se tornou o principal

parceiro comercial da África, ultrapassando os Estados Unidos (EUA). Seu

comércio com o continente africano pulou de cerca de 10 bilhões de dólares

em 2000 para 126,9 bilhões em 2010. A China desenvolve projetos de

infraestrutura, mineração, hidrelétricas, petróleo e gás natural em mais de uma

dezena de países, incluindo um oleoduto de 1,5 mil quilômetros no Sudão.

Os EUA também cobiçam a África, que já responde por 15% das

importações norte-americanas de petróleo. Um oleoduto de mais de mil

quilômetros, inaugurado em 2003, leva o petróleo do Chade (no centro-norte)

para o porto de Kribi, em Camarões, na costa ocidental, de onde é rapidamente

transportado para os EUA.

Nos últimos dez anos, seis das economias que se expandiram mais

rapidamente no mundo estavam na África Subsaariana: Angola, Nigéria,

Chade, Etiópia, Ruanda e Moçambique. A extração de petróleo estimula a

expansão de Angola, Congo, Nigéria, Chade e Gana. A venda de minerais

estratégicos é o motor do crescimento em Moçambique, República

Democrática do Congo, Tanzânia e Zâmbia. A exportação de commodities

agrícolas favorece a Etiópia (café), oQuênia (café e chá) e Malauí (tabaco).

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Otimismo e Copa

A onda de otimismo na região ganhou contornos especiais durante a

Copa do Mundo de Futebol na África do Sul, em 2010, evento que atraiu

investimentos e deu mais visibilidade à região. Maior economia do continente, a

África do Sul emergiu do isolamento internacional após o fim do apartheid, em

1994. No regime de segregação racial, mantido pela elite branca descendente

de colonizadores holandeses e ingleses, a população negra do país não podia

votar nem ser votada e não tinha direito à propriedade da terra, vivendo em

áreas segregadas. Desde a mudança, o país tem se tornado referência de

regime democrático num continente em que proliferam ditaduras, golpes

militares e regimes autoritários. Em 2011, a África do Sul foi incorporada ao

grupo das maiores economias emergentes, os Brics. Mas a nação enfrenta um

desafio comum à maioria dos países da África: permanece uma das mais

desiguais do mundo, econômica e socialmente. Outro país com economia em

crescimento, embora grande parte da população não se beneficie disso, é

Angola, o segundo maior produtor de petróleo do continente. Após o fim da

guerra civil, em 2002, a economia angolana passa a ser uma das que mais

crescem no planeta – em 2007, seu Produto Interno Bruto (PIB) chega a

avançar 23,4%. Contudo, o aumento do investimento estrangeiro pouco ajudou

a melhorar as condições de vida da população. O setor petrolífero emprega

menos de 1% dos angolanos, a renda é concentrada nas mãos de uma elite e

o país não tem um regime democrático. O presidente José Eduardo dos Santos

está no poder há 32 anos.

Um aspecto da demanda pelas commodities na África é que a exploração

dos recursos naturais exige melhor infraestrutura, mão de obra mais qualificada

e estabilidade política.

Em vários países, como Uganda, Zimbábue e Angola, vem aumentando a

pressão popular por reformas. Mesmo muito marcada pela corrupção, a África

Subsaariana tem ampliado os programas sociais e a rede educacional. Entre

seus maiores desafios estão a diversificação da economia – para diminuir a

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dependência das matérias-primas –, a redução da desigualdade social, a

melhoria dos indicadores de saúde e educação, o fortalecimento de instituições

democráticas e a superação de conflitos internos, muitos dos quais herdados

do período colonial.

Pobreza

Embora os 856 milhões de habitantes da África Subsaariana

correspondam a 12% da população do planeta, todas as riquezas geradas

pelos países da área somaram apenas 1,1 trilhão de dólares em 2010, o que

representa cerca de 2% do PIB mundial, de 63,04 trilhões de dólares naquele

ano.

Os últimos dados do Programa de Desenvolvimento da ONU sobre

pobreza extrema – pessoas vivendo com menos de 1,25 dólar por dia –

revelavam um declínio lento na pobreza na região: de 58% em 1990 para 51%

em 2005. As cifras mais recentes da ONU são projeções indicando que a taxa

teria caído para cerca de 46% em 2008.

Fome e doenças ainda fazem com que 118 de cada mil crianças morram

antes do quinto ano de vida. Mas, duas décadas atrás, essa proporção na

África era de 165 crianças mortas por mil. Conflitos, doenças e desastres

naturais agravam a situação.

• Aids – A pior epidemia a assolar a África Subsaariana nas últimas

décadas é a de aids, com um saldo de pelo menos 1 milhão de mortes por ano

desde 1998, segundo a ONU. A região mantém o recorde de maior número de

infectados pelo HIV no mundo (22,5 milhões, ou seja, 66% do total de 34

milhões de pessoas em 2010).

A alta incidência da doença reduziu a expectativa de vida em vários

países. Em Botsuana, por muitos anos o mais afetado, despencou de 65 anos

de vida em 1995 para 40 anos em 2005, recuperando-se lentamente depois.

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De acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids

(Unaids), atualmente a Suazilândia tem o índice mais elevado de contaminação

em adultos, de 26,1%. Mas o maior número de soropositivos está na África do

Sul: 5,7 milhões. A epidemia se agravou porque o governo sul-africano

demorou para reconhecer sua existência. Somente em 2007, o país lança um

plano para acelerar a distribuição gratuita de medicamentos, hoje o maior do

mundo, com mais de 900 mil pessoas atendidas.

• Desastres naturais – As secas são a mais grave catástrofe natural a

atingir a África com frequência, no Sahel, no nordeste e também em países do

sul, como Angola, Zimbábue e Moçambique. Em 2011, a região conhecida

como Chifre da África (Somália, Etiópia, Djibuti e Eritreia) e países do Leste

sofreram a pior seca em 60 anos, a qual afetou cerca de 10,7 milhões de

pessoas.

As nações mais prejudicadas foram Etiópia, Somália, Djibuti e Quênia e,

em menor grau, Sudão, Sudão do Sul e Uganda. A falta de chuvas por um

período de dois anos foi mais grave na Somália, onde o problema se agravou

por causa da guerra civil e da desagregação do país. Além disso, os rebeldes

do grupo islâmico Al Shabab dificultaram a entrega de ajuda à população em

áreas sob seu controle no sul, as mais devastadas. Em julho de 2011, a ONU

declarou epidemia de fome em algumas zonas do sul da Somália e estimou

que dezenas de milhares de pessoas tenham morrido de fome e doenças

decorrentes da desnutrição. Cerca de 900 mil somalis se deslocaram para

outras partes do país, como também para a Etiópia e o Quênia, lotando

campos de refugiados.

A partilha da África

Os regimes ditatoriais e o grande número de conflitos internos são outro

forte entrave para o desenvolvimento africano. A África Subsaariana é a região

em que a ONU concentra a maior parte de suas forças de paz: no fim de 2011,

havia 85 mil soldados em missões em cinco países (Sudão, Sudão do Sul,

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Costa do Marfim, Libéria e República Democrática do Congo), algumas em

conjunto com a União Africana, que também mantém forças de paz na

Somália.

Grande parte dos atuais embates na África tem origem na intervenção

estrangeira no continente. Apesar de explorada pelos europeus desde o século

XV, a África mantinha uma dinâmica social própria, com Estados, reinos e

impérios autônomos. Porém, no fim do século XIX, no auge da Revolução

Industrial, as potências europeias iniciaram uma corrida imperialista para

controlar as matérias-primas e novos mercados para seus produtos acabados.

Para resolver o impasse, a Conferência de Berlim, entre 1884 e 1885, definiu a

partilha do território entre as principais nações europeias, criando fronteiras

artificiais sem levar em conta tribos, etnias nem religiões. Apenas a Libéria –

nação formada por ex-escravos e descendentes de escravos norte-americanos

– e a Etiópia, antiga monarquia, se mantiveram independentes.

Após a II Guerra Mundial (1939-1945), a hegemonia global passou a ser

disputada pelos EUA e pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas

(URSS), ambos favoráveis à descolonização africana para poderem exercer

sua influência na região. Além disso, houve forte pressão das empresas

transnacionais para que os países africanos abrissem seus mercados. Em

muitos casos, o processo de independência transcorreu pacificamente.

Contudo, nações como Argélia, República Democrática do Congo e Angola

enfrentaram guerras duríssimas para conquistar sua independência.

Como foram criados artificialmente, os novos Estados careciam de um

autêntico sentimento de identidade e de uma unidade nacional. Em pouco

tempo, o otimismo deu lugar a violentas disputas pelo poder, sucedidas por

golpes e ditaduras militares. Muitos desses conflitos tiveram a intervenção dos

EUA e da URSS, que levaram a ordem bipolar da Guerra Fria para a África.

Mesmo depois do fim da dissolução da URSS, em 1991, vários conflitos

internos ou bilaterais agravam a situação de pobreza da África Subsaariana.

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No Zimbábue, por exemplo, a crise se aprofunda a partir de 2000, após

uma reforma agrária que distribui as terras dos brancos e também pela

resistência do presidente Robert Mugabe, no cargo desde 1980, em deixar o

poder. Em 2008, a queda da produção agrícola, a inflação astronômica e a

seca mais grave em 30 anos mergulham o país em uma crise humanitária,

agravada pela alta incidência de contaminação por HIV e por uma epidemia de

cólera. Já a crise política piora após a eleição presidencial nesse ano e só

começa a melhorar em 2009, depois de formado governo de coalizão entre

Mugabe e o líder oposicionista Morgan Tsvangirai.

Em 2011/2012, os principais conflitos na África Subsaariana eram os

seguintes:

• Somália – Desde 1991, a Somália vive caos político e institucional, com

um poder central praticamente inexistente. O atual governo controla apenas

parte da capital, Mogadíscio, e uma pequena área no interior, graças ao apoio

de uma força de 8 mil soldados da União Africana. Boa parte do sul está em

mãos da milícia islâmica Al Shabab, ligada à rede Al Qae­da. Em 2011, o

Quênia enviou soldados para o sul somali, depois de sequestro de turistas em

sua fronteira norte. Há ainda o movimento por autonomia de duas províncias –

Somalilândia, no norte, e Puntland, no nordeste. A falta de um poder central

levou à proliferação da pirataria nas águas do mar Vermelho, a mais

estratégica das áreas de navegação mercantil do mundo, com acesso para o

Canal de Suez, por onde passa a maior parte do petróleo árabe para a Europa

e a América do Norte. Em 2011, os piratas atacaram 439 navios e capturaram

45.

• Sudão e Sudão do Sul – O referendo em janeiro de 2011, no qual a

população do Sudão do Sul votou pela separação, encerrou a guerra

separatista iniciada em 1983, com saldo de cerca de 2 milhões de mortos. Em

julho de 2011, o novo país foi fundado e tornou-se membro das Nações

Unidas. Mas continua em negociação a demarcação da fronteira na região de

Abyei, onde ficam importantes campos petrolíferos. O Sudão do Sul possui

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jazidas, mas não tem refinarias nem saída para o mar e depende do norte para

escoar a produção pelo oleoduto até o porto. Os dois lados não chegam a

acordo sobre o custo dessa travessia. Em janeiro de 2012, o Sudão do Sul

acusa o Sudão de desviar parte de seu petróleo.

• Darfur – O Sudão enfrenta outro conflito separatista, em Darfur. Os

combates na região, no oeste sudanês, já deixaram mais de 300 mil mortos e

provocaram o deslocamento de 2,6 milhões de pessoas. O embate tem raízes

na disputa por água, terra e poder entre uma minoria nômade de criadores de

animais (autodenominada árabe) e uma maioria de agricultores de tribos

negras.

• Costa do Marfim – Maior produtora mundial de cacau, a Costa do Marfim

vive uma guerra civil, entre 2002 e 2004, com contorno étnico-religioso. Ela

opõe o centro-sul, mais rico e de maioria cristã e animista, ao norte,

muçulmano, menos desenvolvido e marginalizado do poder central. A tensão

explode novamente na eleição presidencial de novembro de 2010. Alassane

Ouattara, do norte, vence, mas Gbagbo se recusa a entregar o poder. Em

2011, forças rebeldes avançam rumo à capital e, em abril, prendem Gbagbo,

com o apoio de tropas especiais francesas. Gbagbo é extraditado em

novembro de 2011 para Haia, na Holanda, para ser julgado por crimes contra a

humanidade.

• República Democrática do Congo – Cinco países (Angola, Namíbia,

Zimbábue, Uganda, Ruanda) e vários grupos guerrilheiros se envolveram na

guerra civil da República Democrática do Congo (1998-2003), que tem como

pano de fundo a disputa por riquezas minerais. Estima-se que mais de 4

milhões de pessoas tenham morrido por causa do conflito. Após o fim da

guerra, muitos grupos armados conti­nuam em ação no leste do país e

exploram ilegalmente a mineração. No fim do ano, a ONU indica que havia na

RDC aproximadamente 1,7 milhão de pessoas refugiadas por causa dos

conflitos.

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• Nigéria – Maior produtora de petróleo da África, a Nigéria quintuplicou

seu PIB entre 2000 e 2011, mas a desigualdade social e as diferenças na

distribuição da renda entre o norte (de maioria muçulmana) e o centro-sul

(cristão e animista) são motivos de conflito. O problema mais grave é a ação do

grupo radical islâmico Boko Haram, que pretende instaurar um Estado islâmico

no país. Desde 2009, matou cerca de mil pessoas em ataques contra prédios

públicos, delegacias e alvos cristãos, na maioria no norte. Em janeiro de 2012,

atentados do Boko Haram e confrontos do grupo com a polícia deixaram cerca

de 180 mortos na cidade de Kano.

Matéria publicada em março/2012

Saiu na imprensa

Estrangeiros já compraram uma Alemanha na África

Desde 2001, algo próximo a 221 milhões de hectares de terra foram

vendidos, cedidos ou arrendados, a maior parte por investidores internacionais,

em países em desenvolvimento. A maioria destas transações aconteceu na

África. O comércio de terras no continente, nos últimos anos, já dá uma área

maior que a da Alemanha. Os motivos do frenesi seriam três, segundo um

relatório que está sendo divulgado pela ONG internacional Oxfam: segurança

alimentar, biocombustíveis e especulação. O fenômeno tende a ficar ainda

mais forte em um mundo com população crescente e recursos limitados. A

expectativa é que a economia global triplique até 2050, exigindo mais dos

recursos naturais e da agricultura. A demanda maior por comida, somada às

condições adversas provocadas pelas mudanças climáticas, escassez de água

e competição com culturas que produzem biocombustíveis, criam um cenário

pouco otimista. (...) O relatório da Oxfam cita casos de apropriação de terras

em Uganda, no Sudão do Sul, na Indonésia, em Honduras e na Guatemala. A

questão fica ainda mais complicada porque, em muitos países, quem vive nas

terras não têm título de propriedade.

Daniela Chiretti, Jornal Valor Econômico, 22/9/2011

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Resumo

África Subsaariana

É toda a extensão sul do território africano, delimitada, ao norte, pelo

deserto do Saara. É a região mais pobre do mundo e reúne 48 nações, que

somam um Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 1,1 trilhão de dólares, pouco

mais da metade do PIB do Brasil.

Commodities

São os produtos econômicos de base em estado bruto ou

semimanufaturados, negociados em bolsas de mercadorias internacionais,

provenientes do cultivo, como o café, ou de extração, como os minérios. Neste

século, há demanda crescente por esses produtos. As principais commodities

africanas são petróleo, gás, ouro, cobre, algodão, café, diamante, cacau, zinco

e bauxita.

Partilha da África

Para resolverem sua disputa pelo território africano e suas riquezas, as

nações europeias realizam a Conferência de Berlim, entre 1884 e 1885. O

encontro dividiu o continente entre Grã-Bretanha, França, Alemanha, Portugal,

Espanha, Bélgica e Itália, criando fronteiras artificiais sem levar em conta os

territórios originais de etnias, tribos, suas religiões e costumes.

AIDS

A África Subsaariana manteve em 2011 o recorde de o maior número de

infectados pelo HIV no mundo (22,5 milhões, ou seja, 68% do total de 34

milhões de pessoas em 2010). O maior número de soropositivos está na África

do Sul: 5,7 milhões. Somente em 2007, o país lança um plano para acelerar a

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distribuição gratuita de medicamentos. O tratamento antirretroviral da África do

Sul é o maior do mundo, com mais de 900 mil pessoas atendidas.

Seca

Em 2011, a região conhecida como Chifre da África (Somália, Etiópia,

Djibuti e Eritreia) e países do Leste africano sofreram a pior seca em 60 anos, a

qual afetou cerca de 10,7 milhões de pessoas. Em julho de 2011, a ONU

declarou epidemia de fome em algumas zonas do sul da Somália. Cerca de

900 mil somalis se deslocaram para outras partes do país, como também para

a Etiópia e o Quênia, lotando campos de refugiados.

Fonte: https://almanaque.abril.com.br/materia/em-busca-do-ouro-negro#

Exercícios sobre a África

Questão 1

Analise as alternativas sobre o continente africano e marque (V) para as

verdadeiras e (F) para as falsas.

( ) Com extensão territorial de 30,1 milhões de quilômetros quadrados, a

África é o maior continente do planeta.

( ) O continente africano é subdivido em África Mediterrânea e África

Subsaariana, sendo o islamismo o divisor cultural e o deserto do Saara a

barreira natural.

( ) Vários países da África apresentam problemas socioeconômicos:

baixo IDH, elevadas taxas de mortalidade infantil, baixa expectativa de vida,

altos índices de analfabetismo e subnutrição.

( ) A linha do Equador corta o continente africano na porção centro-sul,

fazendo com que todo o território pertença ao Hemisfério Setentrional.

( ) São países que integram o continente africano: África do Sul, Nigéria,

Camarões, Jamaica, Angola e Somália.

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Questão 2

O continente africano sofreu (e ainda sofre) com várias políticas

ditatoriais. Muitas delas foram financiadas por países europeus e pelos Estados

Unidos, principalmente durante a Guerra Fria. Um dos regimes mais violentos

foi o apartheid, que se caracterizou por uma política racial imposta pela

população branca (minoria) sobre os habitantes negros (maioria). Marque a

alternativa que corresponde ao país africano que foi palco do regime apartheid.

a) Ruanda

b) Haiti

c) Nigéria

d) Somália

e) África do Sul

Questão 3 PUC-RIO.

"O continente condenado”

“África em chamas"

As manchetes que atualmente são publicadas sobre a África, como as

apresentadas acima, expressam o trágico quadro socioeconômico desse

continente. Assinale a opção que NÃO inclui um aspecto desta manchete.

a) A baixa expectativa de vida de grande parte da população.

b) O número significativo de africanos contaminados com a AIDS.

c) Os conflitos e guerras tribais envolvendo nações africanas.

d) As guerras civis estimuladas pelas potências imperialistas europeias.

e) O contingente de africanos fora de seus países de origem, em busca

de trabalho.

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Questão 4

Conforme seus conhecimentos e análise do texto, explique sobre a

economia do continente africano.

Resposta Questão 1

a) Falso – Realmente a África possui aproximadamente 30,1 milhões de

quilômetros quadrados de extensão. Porém, esse é o terceiro maior continente

do mundo, pois a América (42 milhões de km²) e a Ásia (44,9 milhões de km²)

apresentam áreas maiores.

b) Verdadeiro – A África é subdividida em África Mediterrânea (localizada

ao norte do deserto do Saara e com maioria dos habitantes mulçumanos) e

África Subsaariana (situada ao sul do deserto do Saara e com diversos tipos de

religiões). Portanto, o deserto do Saara é o divisor natural e o islamismo, o

cultural.

c) Verdadeiro – A África é o continente que apresenta os maiores

problemas socioeconômicos, sobretudo na África Subsaariana. A maioria

dessas nações possui baixa média de IDH (ocupam as últimas posições no

ranking mundial), as médias de expectativa de vida são as menores do planeta,

além de altas taxas de mortalidade infantil e subnutrição.

d) Falso – A linha do Equador corta o continente africano na porção

centro-sul, proporcionando, portanto, que uma parte do território pertença ao

Hemisfério Setentrional e a outra porção, ao Hemisfério Meridional.

e) Falso – Com exceção da Jamaica, que está localizada na América

Central, todas as outras nações integram o continente africano.

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Resposta Questão 2

Alternativa correta: letra “E”.

a) Falso – Ruanda sofreu com uma guerra civil entre dois grupos étnicos:

tutsis e hutus.

b) Falso – O Haiti não é uma nação africana.

c) Falso – O apartheid não ocorreu no território nigeriano.

d) Falso – A Somália sofre com conflitos entre grupos guerrilheiros,

porém, o apartheid não foi implantando nesse país.

e) Verdadeiro – O apartheid foi uma política racial imposta por uma

minoria branca na África do Sul. Esse sistema político teve início em 1948 e

durou até o ano de 1992, provocando a morte de milhares de pessoas.

Resposta Questão 3

Alternativa correta: letra “D”.

a) Falso – Os países do continente africano, principalmente as nações da

África Subsaariana, possuem as piores médias mundiais de expectativa de

vida. Vários fatores são determinantes nesse processo: desnutrição, conflitos

étnicos, doenças (malária, AIDS, etc.). Conforme dados divulgados em 2009

pela Organização das Nações Unidas (ONU), os países africanos que

apresentam as menores expectativas de vida são: Serra Leoa (42,1 anos),

Angola (42,1 anos) e Ruanda (45,8 anos).

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b) Falso – A AIDS, juntamente com a malária, é o principal fator de

mortalidade no continente africano. A África possui mais de 70% dos

portadores mundiais do vírus HIV. Em países como Botsuana, Suazilândia,

Lesoto e Zimbábue, a população vive 28 anos a menos do que viveria sem a

AIDS.

c) Falso – Os conflitos étnico-separatistas são constantes no continente

africano. A diversidade étnica e o processo de colonização e independência

dessas nações agravaram esses conflitos, fato que provoca conflitos armados

e milhares de mortes.

d) Verdadeiro – Atualmente, as grandes potências europeias não

estimulam conflitos no continente africano. Esse processo ocorreu na fase de

colonização durante o século XIX e no período da Guerra Fria, durante o

século XX.

e) Falso – A situação socioeconômica, além dos constantes conflitos

étnicos, em algumas nações africanas estimula o desencadeamento de fluxos

migratórios da população em busca de trabalho.

Resposta Questão 4

A África é o continente menos desenvolvido economicamente. Alguns

países se destacam pela exploração mineral: petróleo (Argélia, Líbia, Nigéria e

Angola); ouro (África do Sul, Zimbábue, Congo e Gana); fosfato (Marrocos);

diamantes (República Democrática do Congo, África do Sul e Botsuana);

manganês e urânio (Gabão e África do Sul). Essas atividades são responsáveis

por 90% das exportações do continente.

A agricultura é desenvolvida principalmente no vale do rio Nilo, onde os

solos são muito férteis, com destaque para os cultivos de cereais e de algodão.

A região denominada Maghreb, no noroeste do continente, também exerce

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grande importância para a agricultura africana. Esse local apresenta clima

mediterrâneo, favorável para as produções de vinha, oliva e cítricos.

O setor industrial é pouco desenvolvido. A África do Sul é o maior

destaque africano desse segmento econômico, abrigando metalúrgicas,

indústrias químicas, têxteis, alimentícias, locomotivas e de automóveis.

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