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Fontes de Alimentação Chaveadas Prof. Dr. Carlos Alberto Canesin QUALIENERGI Centro Virtual de Pesquisas em Qualidade da Energia Elétrica LEP – Laboratório de Eletrônica de Potência Parte 3

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Page 1: Fontes de Alimentação Chaveadas...As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante. V in V 0 É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

Fontes de Alimentação Chaveadas

Prof. Dr. Carlos Alberto Canesin

QUALIENERGICentro Virtual de Pesquisas em Qualidade da Energia Elétrica

LEP – Laboratório de Eletrônica de Potência

Parte 3

Page 2: Fontes de Alimentação Chaveadas...As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante. V in V 0 É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

Circuitos de comando para Circuitos de comando para conversores chaveadosconversores chaveados

Page 3: Fontes de Alimentação Chaveadas...As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante. V in V 0 É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

Saída

Carga

Visão Geral

Vg

Entrada

+

Estágio de potência

-

Vref

Av+

Realimentação

• Em geral, os conversores são compostos dos seguintes estágios:

- Estágio de potência

- Circuito de comando

- Rede de realimentação de variáveis de entrada e/ou saída

- Proteções

Circuito de comando

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Visão Geral

• Em todos os casos, a transferência de energia entre a entrada e a saída é controlada com a comutação cíclica do interruptor controlado (transistor, normalmente, ou tiristor).

• Em geral, quanto maior for o tempo de condução (interruptor fechado) em relação ao período de comutação, maior será a transferência de energia.

• Pode-se operar com freqüência fixa; ou com tempo de condução fixo; ou com tempo de bloqueio (não condução) fixo.

Saída

CargaVg

Entrada

+

Estágio de potência

Circuito de comando

Page 5: Fontes de Alimentação Chaveadas...As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante. V in V 0 É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

Tipos de operação

vgs

TS

tC

TS

tC’

Etapa de potência

Circuito de comando +

-vgs

• Operação com freqüência fixa (e tempo de condução variável). TS não varia e tc évariável.

• Operação com tempo de condução fixo (e freqüência variável). TS varia e tc éconstante.

vgs

TS

tC

TS’

tC

• Operação com tempo de bloqueio fixo (e freqüência variável). TS varia e tnc=TS-tc não varia (constante).

vgs

TS

tC tnc

TS’

tC’ tnc

Page 6: Fontes de Alimentação Chaveadas...As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante. V in V 0 É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

Circuitos de comando com operação com freqüência fixa

vgs

TS

tC

TS

tC’

Etapa de potência

Circuito de comando +

-vgs

• É a mais utilizada em conversores. As razões são as seguintes:

- Otimiza-se o projeto dos componentes reativos.

- As perdas em comutação são constantes.

- Estreitamento do espectro das interferências eletromagnéticas geradas.

• Facilmente obtida com um modulador de largura de pulso (Pulse Width Modulator, PWM)

Page 7: Fontes de Alimentação Chaveadas...As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante. V in V 0 É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

PWM

Modulador por Largura de Pulso (MLP)

O “coração” do circuito de comando dos conversores comutados é o modulador de largura de pulso, PWM (ou, em português: MLP)

vgs

VP

VV

VPVvd

TS

tC

vd - VV

VPVd =

Definição de ciclo de trabalho: d= tC/TS

-

+vd

+

-

Gerador de rampas

(oscilador)

vgs

+

-

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Circuitos de comando integrados baseados no MLP

vd+

-

-

+

Gerador de rampas

(oscilador)

• Normalmente incluem-se mais funções:

-

+Av

-

+

-

+

Reg V

- Amplificador de erro do laço de tensão

- Comparadores para sinais

- Circuitos de lógica de atuação

- Amplificação de sinais

- Regulador linear

vgs

+

-“Driver”

Circuitos de lógica

Page 9: Fontes de Alimentação Chaveadas...As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante. V in V 0 É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

• Alguns circuitos de comando geram duas saída

- Defasadas de 180º

- Complementares

vgs2

+

-“Driver”

vgs1

+

-“Driver”-+

Gerador de rampas (oscilador)

-

+Av

-

+

-

+

Reg V

Circuitos de lógica

vcmp

+

-

Circuitos de comando integrados baseados no MLP

Page 10: Fontes de Alimentação Chaveadas...As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante. V in V 0 É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

Defasadas de 180º

vcmp

vgs1

vgs2

Complementares

vcmp

vgs1

vgs2

Circuitos de comando integrados baseados no MLP

vgs2

+

-“Driver”vgs2

+

-“Driver”

vgs1

+

-“Driver”vgs1

+

-“Driver”-+

Gerador de rampas (oscilador)

-

+Av

-

+

-

+

Reg V

Circuitos de lógica

vcmp

+

-

-+

Gerador de rampas (oscilador)

-

+Av

-

+

-

+

Reg V

Circuitos de lógica

vcmp

+

-

Page 11: Fontes de Alimentação Chaveadas...As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante. V in V 0 É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

Exemplo de circuito de comando integrado PWM: UC 3525

Diagrama de blocos do UC 3525

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Exemplo de circuito de comando integrado PWM: UC 3525

vgs2

+

-“Driver”vgs2

+

-“Driver”

vgs1

+

-“Driver”vgs1

+

-“Driver”-+

Gerador de rampas (oscilador)

-

+Av

-

+

-

+

Reg V

Circuitos de lógica

vcmp

+

-

-+

Gerador de rampas (oscilador)

-

+Av

-

+

-

+

Reg V

Circuitos de lógica

vcmp

+

-

Page 13: Fontes de Alimentação Chaveadas...As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante. V in V 0 É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

• Montagem do gerador de rampas (oscilador)

CT

RT

Estas “massas”devem estar

muito próximas

Exemplo de circuito de comando integrado PWM: UC 3525

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• Montagem com “tempo morto regulável”

CT

RTRD

Exemplo de circuito de comando integrado PWM: UC 3525

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• O amplificador de erro é de transcondutância (comportamento como fonte de corrente na saída)

Exemplo de circuito de comando integrado PWM: UC 3525

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• Montagem habitual do amplificador de erro para fechar o laço de realimentação

RL

Ao terminal 16

à saída do conversor

CR RR2

RR1

Exemplo de circuito de comando integrado PWM: UC 3525

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• Montagem do amplificador de erro para verificação do funcionamento em laço aberto

Regulação de tensão para modificar o ciclo de

trabalho

RR

Ao terminal 16

Exemplo de circuito de comando integrado PWM: UC 3525

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• Partida suave (controle de “inrush”)

vss

vgs

CSSvSS+

-

O ciclo de trabalho aumenta lentamente no processo de partida do conversor

A tensão VSS cresce com uma derivada

definida por CSS

Exemplo de circuito de comando integrado PWM: UC 3525

Page 19: Fontes de Alimentação Chaveadas...As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante. V in V 0 É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

• Tratamento das proteções e sinais de alarmes

valn

vgs

No UC 3525 utiliza-se o terminal 10 (“Shutdown”) para tal propósito

val1+

-

valn

+

-

Exemplo de circuito de comando integrado PWM: UC 3525

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• Tratamento das proteções e sinais de alarmes

valn

vgs

O que ocorre após interrupção dos pulsos de controle se a situação de alarme desaparece?

val1+

-

valn

+

-

val1+

-val1

+

-val1

+

-val1

+

-val1

+

-

valn

+

-valn

+

-

Normal Alarme Partida Normal Alarme Partida Normal Alarme

Este tipo de operação recebe o nome popular de “modo soluço”

Exemplo de circuito de comando integrado PWM: UC 3525

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• Amplificadores de corrente de saída

Não são complementares, mas sim montagem em “totem pole”

Exemplo de circuito de comando integrado PWM: UC 3525

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• Amplificadores de corrente de saídaRecomenda-se realizar uma amplificação posterior externa ao

“chip” e tão perto do transistor quanto possível

“Driver” externo

+-

Ao terminal 12 “Ground”

A +VCC

100 Ω

47 Ω

1 μF

Conexão criticamente curta

Conexão não crítica

Exemplo de circuito de comando integrado PWM: UC 3525

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Controle para Fontes Chaveadas

Prof. Dr. Carlos Alberto Canesin

Ref. de tensão

Estrutura Conversor R

C

+

-vO

Laço de corrente

Laço de tensão

Rampa

+-

+-

viRC

viref

+-

vosc

Z1i

Z2i

vd

vS

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Introdução

As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante.

V0Vin

É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

Regulador

D?

V0 deve ser constante ainda que se altere o ponto de funcionamento:

• Tensão de entrada, e/ou

• Carga

Implementa-se um circuito de controle que deve variar o ciclo de trabalho o necessário para manter V0constante

Page 25: Fontes de Alimentação Chaveadas...As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante. V in V 0 É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

Introdução

Como trata-se de um sistema realimentado, pode se tornar instável

V0Vin

Regulador

D?

É necessário fazer um estudo detalhado do sistema para assegurar sua estabilidade em qualquer condição de funcionamento

Descrição do sistema completo

A etapa de potência terá seu modelo linearizado: G(s)

O regulador é implementado com um amplificador operacional e uma rede de compensação (O modelo linear GR(s) é imediato)

vREF

Z2Z1

Page 26: Fontes de Alimentação Chaveadas...As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante. V in V 0 É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

Introdução

V0Vin

Regulador

D?

G(s)?GR(s)

Sensor de tensão

-Vref V0

Vin Carga

Medimos a tensão de saída e a comparamos com a tensão de referência (a que desejamos ter na saída)

A informação do erro que teremos em cada instante é introduzido no regulador para que este faça a correção necessária

1

2

-

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Introdução

Para sensorar a tensão de saída, utiliza-se um divisor resistivo

Rede de realimentação

v0vr0

+

-+

-

R1

R2

• O circuito de controle trabalha com tensões baixas (5 - 12 V)

• A tensão de saída pode ter valores elevados

• A tensão de referência não pode ter qualquer valor

Utiliza-se a rede de realimentação para adaptar a tensão de saída à de referência

Exemplo:

Obtemos a Vref com um diodo zener de 5,1 V

A tensão de saída desejada é de 48 V

Fixamos R2 = 10 k

21

20r RR

R·481.5V+

==

k84k101,5

k10·48R1 =−=

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Introdução

• Não existem elementos reativos

• O circuito é linearO modelo é muito sensível

R2

R1 + R2vr0 = v0Equação (em vazio):

Linearização:Rede de realimentação

v0vr0

+

-+

-

R1

R2

21

200r RR

R·vv+

=

A tensão Vr0 é comparada com a tensão de referência e o erro éintroduzido no regulador

Vref

-

21

200r RR

R·VV+

=

Vref – Vr0 GR(s) VC

Page 29: Fontes de Alimentação Chaveadas...As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante. V in V 0 É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

Introdução

O regulador é implementado com um amplificador operacional

O subtrator do diagrama de blocos é implementado com o próprio operacional

Neste momento não entraremos em detalhes a respeito da rede de compensação (modelação e técnicas de compensação e controle)

VREF

Z2

Z1Vr0

)VV(ZZVV fRe0r

1

2fReC −−=

A ação do regulador é observada na saída sobre o valor constante da tensão de referência

O regulador atua sobre o sinal de erro (Vr0 - Vref).

A subtração das duas tensões é feita pelo operacional

A saída do regulador (VC) é uma tensão

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Introdução

Z1 e Z2 são redes passivas (resistências e capacitâncias)

Linearização do regulador

)VV(ZZVV fRe0r

1

2fReC −−= 0r

1

2C v

ZZv −=

Devido a disposição do sistema, se produz uma interação entre a rede de realimentação e o regulador

vRef

Z2

Z1

Z’1

21

21

RRR·R

+

21

200r RR

R·VV+

=VC

0r21

2

1

2C v

RRR·

ZZv

+−=

Page 31: Fontes de Alimentação Chaveadas...As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante. V in V 0 É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

Vref

-

21

200r RR

R·VV+

=

Vref – Vr0

GR(s)

VC

Gd(s)

V0d

dv)s(G 0

d =

Relaciona-se a tensão de saída com o ciclo de trabalho

A saída do regulador é a tensão de controle VC

Como se relaciona a tensão de controle com o ciclo de trabalho?

?

0r1

2C v

ZZv −=

O sistema que realiza a conversão é o circuito Modulador de Largura de Pulso “PWM” (Pulse Width Modulation)

VC

Rampa

OUT

OUT

+-

VC

Circuito PWM

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Circuito PWM

t1

T

Ciclo de trabalho (Duty Cycle)TtD 1=

VC

OUT

Variando a tensão de controle VCaltera-se o ciclo de trabalho

A rampa é gerada no circuito PWM, como no UC3525, por exemplo

Tipicamente está deslocada pouco acima para evitar problemas com ciclos de trabalho pequenos

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Circuito PWM

VC

VGS

VP

VV

VM = VP - VV

M

VC

VVVd −

=

VM e VV são valores constantes

Linearização do bloqueio PWM

M

C

Vvd =

Page 34: Fontes de Alimentação Chaveadas...As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante. V in V 0 É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

Vref

-

21

200r RR

R·VV+

=

Vref – Vr0

GR(s)vC

Gd(s)v0d

dv)s(G 0

d =0r1

2C v

ZZv −=

21

2

RRR+

MV1

Modelo do laço de realimentação completo

Agora teremos um modelo linearizado do sistema de regulação da tensão de saída

Na realidade, a tensão de saída pode ser afetada também por perturbações na tensão de entrada ou na carga

Page 35: Fontes de Alimentação Chaveadas...As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante. V in V 0 É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

Vref

-GR(s) Gd(s)

v0

MV1

Modelo do sistema completo

Podemos estudar o comportamento do conversor em laço fechado:

• Regulação estática

• Comportamento dinâmico

• Estabilidade do sistema

Agora teremos um modelo linearizado do sistema completo

H

GV(s)

ZOUT(s)

Vin

Iout

+

+-

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Conceitos de sistemas realimentados

Com o diagrama de blocos anterior, a expressão da tensão de saída será:

0MdR

outin

MdR

VfRe

MdR

MdR0 i·

V/G·G·H1Zv·

V/G·G·H1Gv·

V/G·G·H1V/G·Gv

+−

++

+=

Ganho de laço: T(s)

• T(s) = GR(s) · Gd(s) · 1/VM

• H: é um divisor resistivo21

2

RRR+

Define-se como o produto de ganhos do laço, sem considerar a realimentação (H)

0out

inV

fRe0 i·T1

Zv·T1

Gv·T1

T·H1v

+−

++

+=

Podemos expressar a função anterior como:

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Conceitos de sistemas realimentados

A realimentação minimiza os efeitos das perturbações

P.ex.: Supondo vRef e iout nulos inV

0 v·T1

Gv+

=^ ^

Se o ganho de laço é alto, a influência na saída de uma variação em vinserá mínima.

O mesmo ocorre para uma variação na carga

^

Além disso, a realimentação insensibiliza o comportamento do sistema (a tensão de saída) ante variações nos valores de componentes devidos ao tempo, temperatura, etc.

fRe0 v·T1

T·H1v

+= se T é grande fRe0 v·

H1v =

A saída somente dependerá da rede passiva de realimentação

CONTUDO, GANHOS MUITO ELEVADOS TAMBÉM PODEM LEVAR ÀINSTABILIDADE !!!!

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Conceitos de sistemas realimentados

Estabilidade do sistema

Um sistema é estável quando ante uma entrada limitada, a resposta é limitada.

Para estudar a estabilidade de um sistema é possível utilizar diversos métodos:

• Critério de Nyquist

• Diagrama de Bode

• Lugar das raízes, etc...

Na realidade, além da estabilidade em si mesma, é interessante conhecer o quão perto estamos de um sistema instável. É o que se denomina de estabilidade relativa.

Utilizaremos o critério de Margem de Ganho e de Margem de Fase !!

Mediremos os parâmetros sobre o diagrama de Bode

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Margem de Ganho e Margem de Fase

VrefT(s)

v0

-H

Em um sistema deste tipo, a estabilidade em malha fechada será analisada estudando o diagrama de Bode de T(s)·H

• T(s) = GR(s) · Gd(s) · 1/VM

• H: é um divisor resistivo21

2

RRR+

G·H[º]

⎟ G·H⎟ [dB]

1 102 104 106

-240-180-120-60

0

-40

040

80

MG

MF

MG: margem de ganho

MF: margem de fase

Freq. [Hz]

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Benefícios devidos ao controle

Regulação estática

O laço de controle regula a tensão de saída ante mudanças na tensão de entrada e de carga. Segundo o diagrama estabelecido, a saída segue a entrada, que é a tensão de referência.

VrefT(s)

v0

-H

O erro entre a entrada e a saída será: )0(T·H11Error

+=

Quanto maior o ganho em CC (freqüência nula), a saída seguirá com mais fidelidade a referência. Com um integrador, o erro seria nulo.

O problema, como informado, é que ganhos elevados geralmente implicam em problemas de estabilidade

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Benefícios devidos ao controle

Rapidez de resposta da saída ante variações do ponto de funcionamento

A rapidez de resposta também está relacionada com a margem de fase

• Se a MF é muito pequena, e sistema será muito oscilatório. Está próximo da instabilidade.

• Se a MF é muito grande, o sistema será muito lento

A modo indicativo, uma MF de 76º da lugar a uma resposta não sobre-oscilatória mais rápida possível.

Com uma MF de 52º, a sobre-oscilação da tensão de saída é de 16%.

Com una MF de 28º, a sobre-oscilação da tensão de saída é de 44%.

0 0,5 1 1,5 2

0.5

1

1.5V0(t)

[ms]

MF = 76ºMF = 52ºMF = 28º

Resposta da tensão de saída ante um degrau de entrada, quando o laço tem diferentes valores de MF

Page 42: Fontes de Alimentação Chaveadas...As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante. V in V 0 É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

Também é importante conhecer a capacidade do sistema de atenuar variações na tensão de entrada

inV

0 v·T1

Gv+

=

CONV. CC/CC V0VC

VCOndulação de 120 Hz

V0

O ripple de 120 Hz são transmitidos para a saída. O laço deve ter a capacidade para atenuá-lo suficientemente.

Construindo o diagrama de Bode desta função podemos ver o que ocorre com uma perturbação de uma certa amplitude e de uma certa freqüência

Benefícios devidos ao controle

Page 43: Fontes de Alimentação Chaveadas...As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante. V in V 0 É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

)s(T11)s(Fi

+=Devemos analisar a função:

Si T(s) << 1 Fi(s) = 1

Si T(s) >> 1 )s(T1)s(Fi =

Exemplo:

T(s)

0 dB

)s(T11

+

40 dB

-40 dB

120 Hz

O laço conseguiria atenuar uma perturbação de 120 Hz em 40 dB

A freqüência de corte de T(s) sempre é menor que a freqüência de comutação (pelo menos uma década)

O laço somente pode atenuar perturbações com freqüências menores que a freq. de corte fc. (Conceito de Largura de Banda)

fc

Por outro lado, como o modelo do conversor é por valores médios, na realidade não se pode proporcionar informação válida para freqüências superiores à de comutação

Benefícios devidos ao controle

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Projeto de reguladores

Para conseguir obter as vantagens dinâmicas desejadas podemos utilizar diversos tipos de reguladores

• Regulador PD

• Regulador PI

• Regulador PID

Regulador PD

Tem ação proporcional e diferencial

|GR(s)|

|_GR(S)

Adiciona ganho e pode aumentar a freqüência de corte

Adiciona fase e pode melhorar a margem de fase

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Projeto de reguladores

Regulador PI

Tem ação proporcional e integral

|GR(s)|

|_GR(S)

Adiciona ganho a baixa freqüência. Melhora a regulação estática e rejeição a 120 Hz (ou, 100Hz, para 50Hz freq. Rede)

Na pratica, se deseja ter todas estas vantagens:

• Freqüência de corte elevada

• Grande margem de fase

• Ganho em baixa freqüência

Para tanto, se utiliza um regulador que combina todas: PID

Page 46: Fontes de Alimentação Chaveadas...As fontes de alimentação se caracterizam por ter a tensão de saída constante. V in V 0 É necessário adaptar o ciclo de trabalho de forma automática

Projeto de reguladores

Regulador PID

Tem ação proporcional, integral e diferencial

|GR(s)|

|_GR(S)

Pólo na origem

fz1 fz2

fp1 fp2

Projeta-se de forma que a freqüência de corte de T(s) esteja nesta zona

VRef

12 V

R0

R1

R2

C1

C2

C3 Implementação prática

]sRR

RRC1]·[sCC

CCR1)]·[RR)(CC(s[

)sCR1)·(sCR1()s(G

10

101

32

3221032

2211R

++

++++

++=

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10 100 1k 10k 100k 1M

-200

-100

0

100

-300

-200

-100

0

100

10 100 1k 10k 100k 1M

Projeto de reguladores

Regulador PID: Exemplo real

|GR(s)|

|_GR(S)

|T(s)|

|_T(S)

MF

40º

Na pratica é complicado ajustar todos os parâmetros para se ter vantagens em todos os pontos desejados

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Projeto de reguladores Regulador PID: Exemplo real

1 10 100 1k 10k 100k-100

-50

0

50

-180

-100

0

100

200

1 10 100 1k 10k 100k

• T0(s) = Gd(s) ·H· 1/VM

• GR(s)

• T(s)

0 0.05 0.1 0.15-0.04

-0.02

0

0.02

0.04

Tempo [s]

[V]

Se a tensão de entrada tem um ripple senoidal de amplitude 0,5 V e freq. 50 Hz

Resposta ante um degrau de tensão de entrada de amplitude 0,5 V

0 0.001 0.002 0.003 0.0040

0.05

0.1

Tempo [s]

[V]

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Efeito de um zero no Semiplano Positivo (Flyback, elevador, etc)

Projeto de reguladores

Nos conversores que têm zero no semiplano positivo resulta complicações para se ter uma margem de fase ampla.

O zero aumenta o defasamento.

10 100 1k 10k 100k 1M

-50

0

50

100

-180

-66.67

0

66.67

133.33

180

É complicado ter uma margem de fase ampla

-270º

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Projeto de reguladores com isolamento galvânico

VinVo

n:1

Em geral, os conversores conectados à rede elétrica necessitam isolamento galvânico por razões de segurança.

O laço de controle não pode romper o isolamento

Controle Sensor V0

Isolação primário/secundário

• Transformador

• Optoacoplador

Há diversas opções possíveis:• Valor absoluto de V0

• Valor de erro em relação àreferência

• Circuito de controle no secundário

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Projeto de reguladores com isolamento galvânico

A forma mais habitual de resolver é utilizando um optoacoplador

vRef 1 vRef 2

Massa primárioMassa secundário

Vcc1 Vcc2

V0

Sinal de Erro apenas

É complicado transmitir a informação de um valor absoluto de forma precisa com um optoacoplador

O regulador pode ser distribuído entre o primário e o secundário

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Projeto de reguladores com isolamento galvânico

A alimentação do optoacoplador no secundário pode gerar um problema se não levado em conta apropriadamente.

Se alimentamos o dispositivo com a própria tensão de saída:

Vcc1 V0

VCRLed

iLed Led

C0Led R

VVi −=

RTVT1

CTR·i·RV LedT1T =CTR: Current Transfer Ratio

LED

Trans

iiCTR =

É muito variável!!! Led

C0T1T R

VV·CTR·RV −=

Led

C0T1T R

vv·CTR·Rv −=

Na expressão aparece a tensão de saída V0 e afeta a função de transferência

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Controle no Modo Corrente

Até o momento analisamos o que se denomina de controle no Modo Tensão, onde se regula a tensão de saída controlando-a diretamente

Poderíamos regular a tensão de saída controlando a corrente que injetamos no filtro de saída. Este tipo de controle se denomina de “Controle de Modo Corrente”

Etapa de potencia do conversor

RC+

-vO

Um laço interno de corrente transforma o resto do conversor em algo que se comporta como uma fonte de corrente.

Tem um comportamento similar ao MCD. A função de transferência é “próxima” a uma de primeira ordem!!

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Controle no Modo Corrente

Resto do conversor

R

C

+

-vO

Laço de corrente

Laço de tensão

Controle

d

Os sistemas de controle Modo Corrente são implementados com doislaços de realimentação:

• Um laço de corrente: controla o valor da corrente que se injeta

• Um laço de tensão: obriga que a tensão de saída seja a desejada

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Controle no Modo Corrente

Há diversos tipos de controle Modo Corrente. Os mais interessantes são:

• Controle Modo Corrente de Pico

• Controle Modo Corrente Média

Controle Modo Corrente de Pico

Se controla o valor de pico da corrente que circula pelo indutor (por ex)

Controle Modo Corrente Média

O valor de corrente que se controla é o valor médio da corrente que circula pelo indutor (por exemplo)

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Esquema básico de um sistema de Controle no Modo Corrente Média

Ref. de tensão

Resto do conversor R

C

+

-vO

Laço de corrente

Laço de tensão

Rampa

+-

+-

viRC

viref

+-

vosc

Z1i

Z2i

vd

vS

O ciclo de trabalho se controla em função do que o laço de corrente impõe

O laço de tensão impõe o valor da referência que iráseguir o laço de corrente