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  • 8/18/2019 Apostila Fontes Chaveadas Pomilio

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     UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

    Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação Departamento de Sistemas e Controle de Energia 

    Fontes Chaveadas

    José Antenor Pomilio

    Publicação FEEC 13/95

    Revisada em Janeiro de 2010

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    Apresentação

    Este texto foi elaborado em função da disciplina "Fontes Chaveadas", ministrada nos cursosde pós-graduação em Engenharia Elétrica na Faculdade de Engenharia Elétrica e de

    Computação da Universidade Estadual de Campinas. Este é um material que deve sofrer

    constantes atualizações, em função da constante evolução tecnológica na área da Eletrônica de

    Potência, além do que o próprio texto pode ainda conter erros, para os quais pedimos a

    colaboração dos estudantes e profissionais que eventualmente fizerem uso do mesmo, no

    sentido de enviarem ao autor uma comunicação sobre as falhas detectadas. Os resultados

    experimentais incluídos no texto referem-se a trabalhos executados pelo autor, juntamente

    com estudantes e outros pesquisadores, gerando publicações em congressos e revistas,

    conforme indicado nas referências bibliográficas.

    Campinas, 4 de fevereiro de 2008

    José Antenor Pomilio

    José Antenor Pomilio é Engenheiro Eletricista, Mestre e Doutor emEngenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP(1983, 1986 e 1991, respectivamente). É professor junto à Faculdade deEngenharia Elétrica e de Computação da UNICAMP desde 1984. Participoudo Grupo de Eletrônica de Potência do Laboratório Nacional de LuzSíncrotron (CNPq) entre 1988 e 1993, sendo chefe do Grupo entre 1988 e1991. Realizou estágios de pós-doutoramento junto ao Departamento de

    Engenharia Elétrica da Universidade de Pádua (1993/1994) e aoDepartamento de Engenharia Industrial da Terceira Universidade de Roma(2003), ambas na Itália. Foi “Liaison” da IEEE Power Electronics Society para a Região 9 (América Latina) em 1998/1999. Foi membro do Comitê deAdministração da IEEE Power Electronics Society no triênio 2000/2002. Foieditor da Revista Eletrônica de Potência (SOBRAEP) em 1999-2000 e 2005.Atualmente é editor associado das revistas IEEE Trans. on PowerElectronics e Controle & Automação (SBA). Foi presidente da AssociaçãoBrasileira de Eletrônica de Potência – SOBRAEP (2000-2002). É membrodo Conselho Deliberativo da SOBRAEP e do Conselho Superior daSociedade Brasileira de Automática. 

    ii

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    Conteúdo

    1. Topologias básicas de conversores não isoladosPrincípios de operação de conversores comutados. Conversores buck, boost, buck-boost, Cuk,SEPIC e zeta.

    2. Topologias básicas de conversores com isolaçãoCaracterização de elementos magnéticos. Conversor Fly-back, Conversor forward,conversores Cuk, SEPIC e zeta; Conversores push-pull e ponte.

    3. Técnicas de modulação para fontes chaveadasModulação por largura de pulso, modulação em freqüência, modulação por histerese,controles “one-cycle”, “charge control” e delta.

    4. Conversores ressonantesPrincípios de comutação suave. Conversores série e paralelo ressonantes. Regiões decomutação suave.

    5. Conversores com outras técnicas de comutação suaveConversores quase-ressonantes. Conversores com circuitos auxiliares à comutação.

    6. Componentes passivosCaracterísticas não ideais de capacitores e de elementos magnéticos, especialmente em termosde comportamento com a freqüência.

    7. Modelagem de fontes chaveadas: método de inspeção

    Análise de estabilidade através de diagramas de Bode. Obtenção de função de transferência decircuitos comutados. Análise das características dinâmicas dos conversores básicos.

    8. Modelagem de fontes chaveadas: método de variáveis de estadoMétodo analítico para obtenção de função de transferência de conversores estáticos utilizandomodelagem no espaço de estado.

    9. Modelagem da chave PWMModelagem de conversores utilizando o método da chave PWM, adequado para uso emsimuladores de circuitos elétricos.

    10. Projeto de sistema de controle linear para fontes chaveadasUso do método do fator k para proejto de controladores lineares para conversores comutados.

    11. Circuitos integrados dedicadosUma visão de circuitos integrados dedicados ao controle de fontes chaveadas, explorandodiferentes tipos de aplicações.

    12. Caracterização de fontes chaveadasUma visão geral de testes e características que devem apresentar estes circuitos,especialmente em relação a normas de IEM.

    13. Componentes semicondutores rápidos de potênciaDiodos de junção e Schottky, MOSFET e IGBT. 

    iii

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    Prefácio

    A tecnologia de fontes chaveadas não é recente. Fontes de alta tensão baseadas noconversor fly-back , por exemplo, estão presentes em aparelhos de TV há muitas décadas. As

    grandes alterações tecnológicas ocorridas nos últimos 20 ou 30 anos, no entanto, estãorelacionadas com o surgimento de componentes semicondutores de potência capazes decomutar em alta freqüência (entendido como acima de 20 kHz, de modo a não ser audível

     pelo ser humano), com baixas perdas.Principalmente devido à criação do transistor MOSFET, ao qual se seguiu o IGBT,

    ambos com desempenho muito superior ao transistor bipolar em aplicações de chaveamentorápido, toda uma nova área de desenvolvimento tecnológico pode se estabelecer.

    A crescente demanda por fontes de alimentação compactas, de alto rendimento (baixas perdas) e rápida resposta dinâmica a transitórios de carga, decorrente da ampliação de cargaseletro-eletrônicas a serem alimentadas em tensão CC, exigiu soluções que transcendiam asfontes convencionais baseadas em retificadores (controlados ou não), seguidos por filtros

     passivos e reguladores série.Em potências mais elevadas (o que pode significar alguns watts), a perda de potênciaem um regulador série pode ser proibitiva. O uso de transistores como chave permiteminimizar as perdas de potência, desde que as transições dos estados ligado e desligado sejammuito rápidas (minimizando o intervalo no qual o componente atravessa sua região ativa).Com isso minimiza-se a necessidade de dispositivos de dissipação do calor gerado nosemicondutor.

    Mas ao operar como chave, estes circuitos exigem filtros passa-baixas que sejamcapazes de recuperar uma tensão CC adequada aos circuitos de carga. Tais filtros utilizamindutores e capacitores. A minimização destes elementos requer que a freqüência decomutação seja a mais elevada possível, de modo que valores aceitáveis de ripple  sejam

    obtidos com baixas indutâncias e capacitâncias.A elevação da freqüência, no entanto, fica restrita pelas perdas devidas às comutações.

    dos componentes semicondutores.Além disso, os elevados valores de di/dt e dv/dt (taxas de variação de corrente e de

    tensão, respectivamente) são importantes fontes de interferência eletromagnética (IEM), asquais devem ser devidamente minimizadas para evitar mau-funcionamento do circuito einterferência em outros dispositivos alimentados pela mesma fonte (interferência conduzida)ou que esteja nas proximidades (interferência irradiada).

    Apesar das muitas soluções tecnológicas já obtidas, continuam a surgir novos desafios,como a alimentação em tensões cada vez mais baixas dos circuitos digitais, com implicaçõessobres os valores mínimos de queda de tensão direta dos componentes, ou ainda os circuitos

    de eletrônica embarcada em automóveis, e tantas outras aplicações em aparelhos detecnologia da informação e de uso médico.

    O texto que se segue procura dar a seus leitores informações necessárias para oentendimento do funcionamento das principais topologias de fontes chaveadas, de seucontrole e do comportamento dos componentes ativos e passivos nestas utilizados. Trata-se deum texto em constante aprimoramento, para o que sempre solicitamos a colaboração dosleitores.

    iv

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    Fontes Chaveadas – Cap. 1 Topologias básicas de conversores CC-CC não-isolados J. A. Pomilio

    1 Topologias Básicas de Conversores CC-CC não-isolados

    1.1 Princípios básicos

    As análises que se seguem consideram que os conversores não apresentam perdas de

     potência (rendimento 100%). Os interruptores (transistores e diodos) são ideais, o que significa

    que, quando em condução, apresentam queda de tensão nula e quando abertos, a corrente por eles

    é zero. Além disso, a transição de um estado a outro é instantânea.

    Serão apresentadas estruturas circuitais básicas que realizam a função de, a partir de uma

    fonte de tensão fixa na entrada, fornecer uma tensão de valor variável na saída. Neste caso existe

    um filtro capacitivo na saída, de modo a manter, sobre ele, uma tensão estabilizada e de

    ondulação desprezível.

    Quando uma variação topológica (surgida em função da condução dos interruptores)

     provocar a conexão entre a fonte de entrada e um capacitor (ou entre dois capacitores), tal

    caminho sempre deverá conter um elemento que limite a corrente. Este elemento, por razões de

    rendimento, será um indutor.

    Os circuitos serão estudados considerando que os interruptores comutam a uma dada

    freqüência (cujo período será designado por τ), com um tempo de condução do transistor igual atT. A relação δ=tT/τ é chamada de largura de pulso, ciclo de trabalho, razão cíclica (duty-cycle).

    A obtenção das características estáticas (relação entre a tensão de saída e a tensão de entrada,

     por exemplo) é feita a partir da imposição de condições de regime permanente. Em geral esta

    análise será feita impondo-se a condição de que, em cada período de comutação, a tensão média

    em um indutor é nula, ou ainda de que a corrente média em um capacitor é nula.

    1.2 Conversor abaixador de tensão (step-down ou buck): VoVo/R).

    Quando T desliga, o diodo conduz, dando continuidade à corrente do indutor. A energia

    armazenada em L é entregue ao capacitor e à carga. Enquanto o valor instantâneo da corrente

     pelo indutor for maior do que a corrente da carga, a diferença carrega o capacitor. Quando acorrente for menor, o capacitor se descarrega, suprindo a diferença a fim de manter constante a

    corrente da carga (já que estamos supondo constante a tensão Vo). A tensão a ser suportada, tanto

     pelo transistor quanto pelo diodo é igual à tensão de entrada, E.

    Vo

    L +Ro

    TDE

    iT

    iD

    io

    Io  Figura 1.1 Conversor abaixador de tensão

    http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 1-1

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    Fontes Chaveadas – Cap. 1 Topologias básicas de conversores CC-CC não-isolados J. A. Pomilio

    Se a corrente pelo indutor não vai a zero durante a condução do diodo, diz-se que o

    circuito opera no modo contínuo. Caso contrário tem-se o modo descontínuo. Via de regra

     prefere-se operar no modo contínuo devido a haver, neste caso, uma relação bem determinada

    entre a largura de pulso e a tensão média de saída. A figura 1.2 mostra as formas de onda típicas

    de ambos os modos de operação.

    i

    T

    D

    0 τ 

    Condução contínua Condução descontínua

    VoE

    0   τ 

    t2

    o

    i

    i

    v

    D

    Δ  It T

    Io

    E

    Vo

    txtT

    Io

     Figura 1.2 Formas de onda típicas nos modos de condução contínua e descontínua

    1.2.1 Modo de condução contínua (MCC)

    A obtenção da relação entrada/saída pode ser feita a partir do comportamento do elemento

    que transfere energia da entrada para a saída. Sabe-se que a tensão média sobre uma indutância

    ideal, em regime, é nula,como mostrado na figura 1.3.

    A A

    V t V t

    1 2

    1 1 2 1

    =

    ⋅ = ⋅ −(τ )  (1.1)

    A1

    A2

    V1

    V2

    t1   τ

    vL

     

    Figura 1.3 Tensão sobre uma indutância em regime.

    http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 1-2

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    Fontes Chaveadas – Cap. 1 Topologias básicas de conversores CC-CC não-isolados J. A. Pomilio

     No caso do conversor abaixador, quanto T conduz, vL=E-Vo, e quando D conduz, vL=-Vo

    ( ) (E Vo t Vo t

    Vo

    E

    t

    T T

    T

    − ⋅ = ⋅ −

    = ≡

    τ

    τ   δ

    )

      (1.2)

    1.2.2 Modo de condução descontínua (MCD)

    A corrente do indutor será descontínua quando seu valor médio for inferior à metade de

    seu valor de pico (IoVo

    E

    E

    L Io E=

      ⋅ ⋅

    ⋅ ⋅ + ⋅ ⋅

    τ δ

    τ δ

    2

    22  (1.10)

    Definindo o parâmetro K, que se relaciona com a descontinuidade, como sendo:

    K  L IoE

    =   ⋅⋅ τ

      (1.11)

    http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 1-3

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    Fontes Chaveadas – Cap. 1 Topologias básicas de conversores CC-CC não-isolados J. A. Pomilio

    A relação saída/entrada pode ser reescrita como:

    Vo

    E K =

    + ⋅

    δ

    δ

    2

    2 2  (1.12)

    O ciclo de trabalho crítico, no qual há a passagem do modo de condução contínuo para o

    descontínuo é dado por:

    δcritK 

    =  ± − ⋅1 1 8

    2  (1.13)

    A figura 1.4 mostra a característica estática do conversor para diferentes valores de K. Na

    figura 1.5 tem-se a variação da tensão de saída com a corrente de carga. Note-se que a condução

    descontínua tende a ocorrer para pequenos valores de Io, levando à exigência da garantia de um

    consumo mínimo. Existe um limite para Io acima do qual a condução é sempre contínua e atensão de saída não é alterada pela corrente, ou seja, tem-se uma boa regulação, mesmo em malha

    aberta. Este equacionamento e as respectivas curvas consideram que a carga tem um

    funcionamento de consumo de corrente constante. Caso a carga tenha um comportamento diverso

    (impedância constante ou potência constante), deve-se refazer este equacionamento.

    0

    0.25

    0.5

    0.75

    1

    0 0.2 0.4 0.6 0.8 1

    K=.01 K=.05K=.1

    Cond. contínua

    Cond. descontínua

    Vo/E

    δ  Figura 1.4 Característica de controle do conversor abaixador de tensão nos modos contínuo e

    descontínuo.

    0

    0.2

    0.4

    0.6

    0.8

    1

    0

    δ=0,8

    δ=0,6

    δ=0,4

    δ=0,2

    Io

    Vo/ECond. descontínua

    Cond. contínua

    E.τ8L  

    Figura 1.5 Característica de saída do conversor abaixador de tensão nos modos contínuo e

    descontínuo. 

    http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 1-4

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    Fontes Chaveadas – Cap. 1 Topologias básicas de conversores CC-CC não-isolados J. A. Pomilio

    1.2.3 Dimensionamento de L e de C

    Da condição limite entre o modo contínuo e o descontínuo (ΔI=2.Iomin) , tem-se:

    IE Vo

    Lomin

    ( )=

      − ⋅ ⋅

    τ δ

    2  (1.14)

    Se se deseja operar sempre no modo contínuo deve-se ter:

    LE

    Iomin

    min

    ( )=

      ⋅ − ⋅ ⋅

    1

    2

    δ δ τ  (1.15)

    Quanto ao capacitor de saída, ele pode ser definido a partir da variação da tensão

    admitida, lembrando-se que enquanto a corrente pelo indutor for maior que Io (corrente na carga,

    suposta constante) o capacitor se carrega e, quando for menor, o capacitor se descarrega, levando

    a uma variação de tensão ΔVo.

    Δ  Δ Δ

    Qt t IT T= ⋅ +

      −⎡

    ⎣⎢⎤

    ⎦⎥ ⋅ =

      ⋅1

    2 2 2 2 8

    τ τ I  (1.16)

    io

    Δ  I

    t T

    Io

    τ

    A variação da corrente é:

    ΔIoE Vo t

    L

    E

    L

    T=  − ⋅

    =  ⋅ ⋅ ⋅ −( ) ( )δ τ 1   δ

      (1.17)

    Observe que ΔVo não depende da corrente. Substituindo (1.17) em (1.16) tem-se:

    Δ  Δ

    VoQ

    Co

    E

    L Co= =

      ⋅ ⋅ ⋅ −

    ⋅ ⋅

    τ δ2 1

    8

    (   δ)  (1.18)

    Logo,

    CoVo

    L Vo=

      ⋅ − ⋅

    ⋅ ⋅

    ( )1

    8

    2δ τ

    Δ  (1.19)

    1.3 Conversor elevador de tensão (step-up ou boost): Vo>E

    Quando T é ligado, a tensão E é aplicada ao indutor. O diodo fica reversamente polarizado

    (pois Vo>E). Acumula-se energia em L, a qual será enviada ao capacitor e à carga quando T

    desligar. A figura 1.6 mostra esta topologia. A corrente de saída, Io, é sempre descontínua,

    enquanto Ii (corrente de entrada) pode ser contínua ou descontínua. Tanto o diodo quanto o

    transistor devem suportar uma tensão igual à tensão de saída, Vo.

    Também neste caso tem-se a operação no modo contínuo ou no descontínuo,

    considerando a corrente pelo indutor. As formas de onda são mostradas na figura 1.7.

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    EVo

    +L

    T

    D

    Co

    Ro

    ii

    vT

    iT

    oi

     

    Figura 1.6 Conversor elevador de tensão

    1.3.1 Modo de condução contínua

    Quando T conduz: vL=E (durante tT)

    Quando D conduz: vL=-(Vo-E) (durante τ-tT)

    ΔIi E tL

    Vo E tL

    T=   ⋅ =   − ⋅ −( ) ( T)τ   (1.20)

    VoE

    =−1   δ

      (1.21)

    Embora, teoricamente, quando o ciclo de trabalho tende à unidade a tensão de saída tenda

     para infinito, na prática, os elementos parasitas e não ideais do circuito (como as resistências do

    indutor e da fonte) impedem o crescimento da tensão acima de um certo limite, no qual as perdas

    nestes elementos resistivos se tornam maiores do que a energia transferida pelo indutor para a

    saída.

    0 τ 

    Condução contínua Condução descontínua

    Δ  I

    E

    Vo Vo

    E

    0   τ 

    txt2tT t T

    i

    T

    T

    i D

    Ii

    Ii

    Io Io

    Figura 1.7 Formas de onda típicas de conversor boost  com entrada CC

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    0

    2

    4

    6

    8

    10

    0 0.04 0.08 0.12 0.16 0.2

    Io

    Vo/E

    E.τ8.L

    δ=.8

    δ=.6δ=.4δ=.2

    cond. contínua

    cond.descontínua

     Figura 1.9 Característica de saída do conversor elevador de tensão,

    normalizada em relação a (Eτ/L)

    1.3.3 Dimensionamento de L e de C

    O limiar para a condução descontínua é dado por:

    IiIi E t

    L

    Vo

    L

    T= =  ⋅

    ⋅  =

      ⋅ − ⋅ ⋅

    Δ

    2 2

    1

    2

    ( )δ δ τ  (1.26)

    IoIi t E

    L

    T=  ⋅ −

    ⋅  =

      ⋅   ⋅ − ⋅

    Δ ( ) ( )τ

    τ

    δ δ

    2

    1

    2

    τ  (1.27)

    LE

    Iomin

    ( )

    (min)=

      ⋅ ⋅ − ⋅

    δ δ1

    2

    τ  (1.28)

    Para o cálculo do capacitor deve-se considerar a forma de onda da corrente de saída.

    Admitindo-se a hipótese que o valor mínimo instantâneo atingido por esta corrente é maior que a

    corrente média de saída, Io, o capacitor se carrega durante a condução do diodo e fornece toda a

    corrente de saída durante a condução do transistor.

    CoIo

    Vo=

      ⋅ ⋅(max) δ τ

    Δ  (1.29)

    1.4 Conversor abaixador-elevador de tensão (buck-boost)

     Neste conversor, a tensão de saída tem polaridade oposta à da tensão de entrada. A figura

    1.10 mostra o circuito.

    Quando T é ligado, transfere-se energia da fonte para o indutor. O diodo não conduz e o

    capacitor alimenta a carga. Quando T desliga, a continuidade da corrente do indutor se faz pela

    condução do diodo. A energia armazenada em L é entregue ao capacitor e à carga.

    Tanto a corrente de entrada quanto a de saída são descontínuas. A tensão a ser suportada

     pelo diodo e pelo transistor é a soma das tensões de entrada e de saída, Vo+E. A figura 1.11

    mostra as formas de onda nos modos de condução contínua e descontínua (no indutor).

    http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 1-8

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    +

    VoE

    T

    D

    L Co Ro

    iL

    iDiT

    vT

     

    Figura 1.10 Conversor abaixador-elevador de tensão

    1.4.1 Modo de condução contínua

    Quando T conduz: vL=E, (durante tT)

    Quando D conduz: vL=-Vo, (durante τ-tT)

    E t

    L

    Vo t

    L

    T⋅ =  ⋅ −( )τ T

      (1.30)

    VoE

    =  ⋅

    δ

    δ1  (1.31)

    i

    D

    T

    T

    0

    Condução contínua Condução descontínua

    Δ I

    E

    E+Vo E+Vo

    E

    0   τ

    txt2

    L

    i

    i

    v

    t T t T

    τ

    IoIo

     (a) (b)

    Figura 1.11 Formas de onda do conversor abaixador-elevador de tensão operando em condução

    contínua (a) e descontínua (b).

    1.4.2 Modo de condução descontínua

    Quando T conduz: vL = E, (durante tT)

    Quando D conduz: vL = -Vo, durante (τ-tT-tx)

    http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 1-9

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    Fontes Chaveadas – Cap. 1 Topologias básicas de conversores CC-CC não-isolados J. A. Pomilio

    VoE

    tx=

      ⋅

    − −

    δ

    δ τ1  (1.32)

    Escrevendo em termos de variáveis conhecidas, e sabendo que a corrente máxima de

    entrada ocorre ao final do intervalo de condução do transistor:

    IiE t

    L

    Tmax =

      ⋅  (1.33)

    Seu valor médio é:

    IiIi tT=

      ⋅

    ⋅max

    2   τ  (1.34)

    Do balanço de potência tem-se:

    IiIo Vo

    E=

      ⋅  (1.35)

    O que permite escrever:

    VoE

    L Io=

      ⋅ ⋅

    ⋅ ⋅

    2 2

    2

    τ δ  (1.36)

    Uma interessante característica do conversor abaixador-elevador quando operando nomodo descontínuo é que ele funciona como uma fonte de potência constante.

    PoE

    L=

      ⋅ ⋅

    2 2

    2

    τ δ  (1.37)

    A relação saída/entrada pode ser reescrita como:

    Vo

    E K =

    δ2

    2  (1.38)

    O ciclo de trabalho crítico, no qual há a passagem do modo de condução contínuo para o

    descontínuo é dado por:

    δcritK 

    =  ± − ⋅1 1 8

    2  (1.39)

    A figura 1.12 mostra a característica estática do conversor para diferentes valores de K.

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    0

    10

    20

    30

    40

    50

    0 0.2 0.4 0.6 0.8

    Vo/E

    δ

    K=.01

    K=.02

    K=.05

    cond. descontínua

     Figura 1.12 Característica estática do conversor abaixador-elevador de tensão nos modos de

    condução contínua e descontínua, para diferentes valores de K.

     Na figura 1.13 tem-se a variação da tensão de saída com a corrente de carga. Note-se quea condução descontínua tende a ocorrer para pequenos valores de Io, levando à exigência da

    garantia de um consumo mínimo. Existe um limite para Io acima do qual a condução é sempre

    contínua e a tensão de saída não é alterada pela corrente. Este equacionamento e as respectivas

    curvas consideram que a carga tem um funcionamento de consumo de corrente constante. Caso a

    carga tenha um comportamento diverso (impedância constante ou potência constante), deve-se

    refazer este equacionamento.

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    0 0.04 0.08 0.12 0.16 0.2

    Io

    Vo/E

    τE.8.L

    δ=.8

    δ=.6δ=.4δ=.2

    cond. contínua

    descontínua

    cond.

     Figura 1.13 Característica de saída do conversor abaixador-elevador de tensão, normalizada em

    relação a (E.τ/L).

    1.4.3 Cálculo de L e de C

    O limiar entre as situações de condução contínua e descontínua é dado por:

    IoI t Vo t

    L

    Vo

    L

    L T T=  ⋅ −

    ⋅  =

      ⋅ − ⋅ −

    ⋅  =

      ⋅ ⋅ −

    Δ ( ) ( ) ( ) ( )τ

    τ

    τ δ   τ δ

    2

    1

    2

    1

    2

    2

      (1.40)

    LE

    Iomin

    (

    (min)

    =  ⋅ ⋅ ⋅ −

    τ δ δ1

    2

    )  (1.41)

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    Quanto ao capacitor, como a forma de onda da corrente de saída é a mesma do conversor

    elevador de tensão, o cálculo também segue a expressão:

    CoIo

    Vo=

      ⋅ ⋅(max) τ δ

    Δ  (1.42)

    1.5 Conversor Cuk

    Diferentemente dos conversores anteriores, no conversor Cuk, cuja topologia é mostrada

    na figura 1.14, a transferência de energia da fonte para a carga é feita por meio de um capacitor,

    o que torna necessário o uso de um componente que suporte correntes relativamente elevadas.

    Como vantagem, existe o fato de que tanto a corrente de entrada quanto a de saída podem

    ser contínuas, devido à presença dos indutores. Além disso, ambos indutores estão sujeitos ao

    mesmo valor instantâneo de tensão, de modo que é possível construí-los num mesmo núcleo. Este

    eventual acoplamento magnético permite, com projeto adequado, eliminar a ondulação de

    corrente em um dos enrolamentos. Os interruptores devem suportar a soma das tensões de entradae saída.

    A tensão de saída apresenta-se com polaridade invertida em relação à tensão de entrada.

    E

    L1 L2

    S D

    C1

    Co

    Ro

    Vo

    +

    I IVC1L1 L2+ -

     

    Figura 1.14 Conversor Cuk

    Em regime, como as tensões médias sobre os indutores são nulas, tem-se: VC1=E+Vo.

    Esta é a tensão a ser suportada pelo diodo e pelo transistor.

    Com o transistor desligado, iL1 e iL2 fluem pelo diodo. C1 se carrega, recebendo energia de

    L1. A energia armazenada em L2 alimenta a carga.

    Quando o transistor é ligado, D desliga e iL1  e iL2  fluem por T. Como VC1>Vo, C1 se

    descarrega, transferindo energia para L2 e para a saída. L1 acumula energia retirada da fonte.A figura 1.15 mostra as formas de onda de corrente nos modos de condução contínua e

    descontínua. Note-se que no modo descontínuo a corrente pelos indutores não se anula, mas sim

    ocorre uma inversão em uma das correntes, que irá se igualar à outra. Na verdade, a

    descontinuidade é caracterizada pelo anulamento da corrente pelo diodo, fato que ocorre também

    nas outras topologias já estudadas.

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    I1

    I2

     V1

    τ

    t2 tx

    iL1

    i L2

    vC1

    iL1

    iL2

    Condução contínua Condução descontínua

    Ix

    -Ix

    tT

    tT

    τ  

    Figura 1.15. Formas de onda do conversor Cuk em condução contínua e descontínua

    Assumindo que iL1 e iL2 são constantes, e como a corrente média por um capacitor é nula

    (em regime), tem-se:

    I t I tL T L T2 1⋅ = ⋅ −(τ )

    o

      (1.43)

    I E I VL L1 2⋅ = ⋅  

    Vo E=   ⋅−

    δδ1

      (1.44)

    Uma vez que a característica estática do conversor Cuk é idêntica à do conversor

    abaixador-elevador de tensão, as mesmas curvas características apresentadas anteriormente são

    válidas também para esta topologia. A única alteração é que a indutância presente na expressão

    do parâmetro de descontinuidade K é dada pela associação em paralelo dos indutores L1 e L2.

    A relação saída/entrada pode ser reescrita como:

    e

    2

    K 2E

    Vo

    δ=   (1.45)

    Definindo o parâmetro K, que se relaciona com a descontinuidade, como sendo:

    τ⋅

    ⋅=

    E

    IoLK  ee   e

    21

    21e

    LL

    LLL

    +

    ⋅=  

    O ciclo de trabalho crítico, no qual há a passagem do modo de condução contínuo para o

    descontínuo é dado por:

    2K 811 e

    crit⋅−±=δ  

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    1.5.1 Dimensionamento de C1

    C1 deve ser tal que não se descarregue totalmente durante a condução de T. Considerando

    iL1 e iL2 constantes, a variação da tensão é linear. A figura 1.16 mostra a tensão no capacitor numa

    situação crítica (ripple de 100%). Caso se deseje uma ondulação de tensão de 10%, basta utilizarum capacitor 10 vezes maior do que o dado pela equação 1.48.

    vC1

    tτtT

    VC1

    2VC1

     

    Figura 1.16. Tensão no capacitor intermediário numa situação crítica.

    V E VC1 = + o (1.46)

     Na condição limite:

    Io I CE Vo

    tL

    T

    = = ⋅  ⋅ +

    2 1

    2 ( )  (1.47)

    CIo

    E1

    1

    2min

    (max) ( )=

      ⋅ ⋅ − ⋅

    δ δ τ  (1.48)

    1.5.2 Dimensionamento de L1 

    Considerando C1 grande o suficiente para que sua variação de tensão seja desprezível, L 1 

    deve ser tal que não permita que iL1  se anule. A figura 1.17 mostra a corrente por L1  numa

    situação crítica.

    T

    max1L1

    t

    ILE

      ⋅=   (1.49)

    Ii I IL L= =1 12max   (1.50)

    E

    E+Vo

    +

    L1

    tT

    τ

    iL1

    IL1max

     

    Figura 1.17 Corrente por L1 em situação crítica.

    http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 1-14

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    Quando T conduz:

    Ii2

    tEL T1 ⋅

    ⋅=   (1.51)

    (min)Io2

    EL

    min1 ⋅δ⋅τ⋅=   (1.52)

    1.5.3 Cálculo de L2 

    Analogamente à análise anterior, obtém-se para L2:

    (min)Io2

    EL

    min2 ⋅

    τ⋅δ⋅=   (1.53)

    1.5.4 Cálculo de C (capacitor de saída)

    Para uma corrente de saída contínua, o dimensionamento de C é idêntico ao realizado para

    o conversor abaixador de tensão

    VoL8

    ECo

    2

    2

    Δ⋅⋅

    τ⋅δ⋅=   (1.54)

    1.6 Conversor SEPIC

    O conversor SEPIC (Single Ended Primary Inductance Converter) é mostrado na figura

    1.18. Possui uma característica de transferência do tipo abaixadora-elevadora de tensão.

    Diferentemente do conversor Cuk, a corrente de saída é pulsada. Os interruptores ficam sujeitos a

    uma tensão que é a soma das tensões de entrada e de saída e a transferência de energia da entrada

     para a saída se faz via capacitor.

    O funcionamento no modo descontínuo também é igual ao do conversor Cuk, ou seja, a

    corrente pelo diodo de saída se anula, de modo que as correntes pelas indutâncias se tornam

    iguais. A tensão a ser suportada pelo transistor e pelo diodo é igual a Vo+E.

    E

    L1

    L2T

    DC1

    Co

    Ro

    Vo

    +

    + E -

    i iL1  L2

     

    Figura 1.18 Topologia do conversor SEPIC.

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    1.7 Conversor Zeta

    O conversor Zeta, cuja topologia está mostrada na figura 1.19, também possui uma

    característica abaixadora-elevadora de tensão. Na verdade, a diferença entre este conversor, o

    Cuk e o SEPIC é apenas a posição relativa dos componentes.

    Aqui a corrente de entrada é descontínua e a de saída é continua. A transferência deenergia se faz via capacitor. A operação no modo descontínuo também se caracteriza pela

    inversão do sentido da corrente por uma das indutâncias. A posição do interruptor permite uma

    natural proteção contra sobre-correntes. A tensão a ser suportada pelo transistor e pelo diodo é

    igual a Vo+E.

    EL1

    L2T

    D

    C1

    Co

    Ro

    Vo

    +

    - Vo + iL2

    iL1

     Figura 1.19 Topologia do conversor Zeta.

    1.8 Consideração sobre a máxima tensão de saída no conversor elevador de tensão

    Pelas funções indicadas anteriormente, tanto para o conversor elevador de tensão quanto

     para o abaixador-elevador (e para o Cuk, SEPIC e Zeta), quando o ciclo de trabalho tende à

    unidade, a tensão de saída tende a infinito. Nos circuitos reais, no entanto, isto não ocorre, umavez que as componentes resistivas presentes nos componentes, especialmente nas chaves, na

    fonte de entrada e nos indutores, produzem perdas. Tais perdas, à medida que aumenta a tensão

    de saída e, conseqüentemente, a corrente, tornam-se mais elevadas, reduzindo a eficiência do

    conversor. As curvas de Vo x δ se alteram e passam a apresentar um ponto de máximo, o qualdepende das perdas do circuito.

    A figura 1.20 mostra a curva da tensão de saída normalizada em função da largura do

     pulso para o conversor elevador de tensão.

    Se considerarmos as perdas relativas ao indutor e à fonte de entrada, podemos redesenhar

    o circuito como mostrado na figura 1.21.

    Para tal circuito, a tensão disponível para alimentação do conversor se torna (E-Vr ),

     podendo-se prosseguir a análise a partir desta nova tensão de entrada. A hipótese é que aondulação da corrente pelo indutor é desprezível, de modo a se poder supor Vr  constante.

    O objetivo é obter uma nova expressão para Vo, em função apenas do ciclo de trabalho e

    das resistências de carga e de entrada. O resultado está mostrado na figura 1.22.

    VoE Vr 

    =  −

    −1   δ  (1.55)

    Vr R Ii

    Vo Ro Io

    L= ⋅

    = ⋅  (1.56)

    Io Ii= ⋅ −(1   δ) (1.57)

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    Vr R Io R Vo

    Ro

    L L=  ⋅

    −  =

      ⋅

    − ⋅1 1δ δ( )  (1.58)

    VoE

    R Vo

    Ro E R Vo

    Ro

    L

    L= −

      ⋅

    − ⋅−

      =−

      −   ⋅⋅ −

    ( )

    ( )

    1

    1 1 1 2δδ δ   δ

      (1.59)

    Vo

    E R 

    Ro

    L

    =  −

    − +

    1

    1 2

    δ

    δ( )  (1.60)

    20

    40

    0 0.2 0.4 0.6 0.8

    Vo( )d 

    d   Figura 1.20 Característica estática de conversor elevador de tensão no modo contínuo.

    E E-Vr  

    Vr 

    VoCo

    Ii

    Io

    +

    R L

    Ro

    L

     

    Figura 1.21 Conversor elevador de tensão considerando a resistência do indutor.  

    0

    2

    4

    0 0.2 0.4 0.6 0.8 1

    Vo( )d 

    d   

    Figura 1.22. Característica estática de conversor elevador de tensão, no modo contínuo,

    considerando as perdas devido ao indutor.

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    1.9 Exercícios

    1. Para o conversor abaixador-elevador de tensão, em condução contínua, obtenha uma

    expressão para a relação Vo/E considerando as perdas devido à resistência do indutor.

    2. Para um conversor Cuk, considere os seguintes valores: E=48V, Vo=36V, Ro=9Ω,f chav=64kHz, L1=10mH, L2=1mH, Co=100uF; rendimento de 100%.

    a) Determine se o conversor está operando no MCC ou no MCD.

     b) Calcule o ciclo de trabalho no ponto de operação.

    c) Determine o valor do capacitor intermediário (C1), de modo que a ondulação de tensão sobre

    ele seja de 0,5V (pico a pico).

    d) Determine o valor da corrente média de entrada e a sua ondulação (pico-a-pico).

    3. Considere o circuito mostrado ao lado, supondo que

    a tensão de entrada (E) está aplicada entre os pontos

    A (positivo) e B. A tensão de saída, Vo, está entre os pontos C (positivo) e B. Considere os seguintes

    dados: E=300V, δ=0,5, Ro=100Ω.

    A B

    C

    L1 L2

    C1

    I1 I2

    Io

     

    a) Determine a característica estática entre a tensão de

    saída e a tensão de entrada, supondo funcionamento

    no MCC, em função do ciclo de trabalho. Indique as

    suposições necessárias.

     b) Determine as seguintes grandezas: Tensão de saída; potência de entrada; correntes médias nos

    indutores L1 e L2. Suponha o capacitor de saída grande o suficiente para que Vo seja praticamente constante.

    4. Para o conversor cc-cc mostrado no circuito ao lado,

    a) identifique, por inspeção, a polaridade da tensão de saída e a

    tensão média que há sobre o capacitor C1.

     b) Determine a característica estática entre a tensão de saída e a

    tensão de entrada, supondo funcionamento no MCC, em

    função do ciclo de trabalho. Indique as suposições necessárias.

    Comente sobre as eventuais restrições sobre o ciclo de

    trabalho para que seja possível o funcionamento desta

    topologia. E

    Vo

    L1

    L2C1

    S

    D

    Ro

    c) Considere os seguintes dados: E=10V, δ=0,75, Ro=10Ω.Determine as seguintes grandezas: Tensão de saída; potência

    de entrada; correntes médias de entrada (na fonte), de saída (no

    diodo), em L1 e em L2. Suponha o capacitor de saída grande o

    suficiente para que Vo seja praticamente constante.

    5. Para um conversor elevador de tensão (boost ), considere os seguintes valores: E=100V,

    Ro=200Ω, f chav=10 kHz, L=1 mH, Co=47 uF; δ=0,5; eficiência de 100%.e) Determine se o conversor está operando no MCC ou no MCD.

    f) Calcule a tensão média de saída;

    g) Determine o valor da ondulação da corrente pelo indutor (pico-a-pico);h) Determine o intervalo em que não há corrente no circuito (tx).

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    Fontes Chaveadas – Cap. 1 Topologias básicas de conversores CC-CC não-isolados J. A. Pomilio

    6. O circuito abaixo representa uma fonte chaveada do tipo abaixadora de tensão. O transistor é

    comandado por um pulso quadrado com largura 50%, em 25 kHz. Deseja-se obter 10 V na saída,

    com um ripple de tensão de 1%. A corrente nominal de saída é de 5 A. Os pulsos de comando do

    transistor devem variar entre 0 e 10V, com tempos de subida e de descida de 100ns.

    a) Calcule a mínima indutância para operar no MCC com uma corrente de saída de 1 

    A. b) Calcule o capacitor de filtro para o ripple de tensão indicado.

    c) Simule o circuito, pelo menos por 5ms, partindo de condições iniciais nulas tanto no

    indutor quanto no capacitor, e verifique se os valores teóricos correspondem aos simulados.

    Explique eventuais discrepâncias.

    d) Calcule o valor da tensão de saída, caso se opere no MCD com corrente média de saída de

    0,5 A.

    e) Simule o circuito no MCD, partindo de condições iniciais nulas tanto no indutor quanto no

    capacitor, e verifique se os valores teóricos correspondem aos simulados. Explique

    eventuais discrepâncias.

    7. Demonstre que o valor da capacitância de saída de um conversor buck-boost , operando no

    MCD, é dado por: ⎟ ⎠

     ⎞⎜⎝ 

    ⎛ δ

    −⋅Δ

    τ⋅=

    K 1

    V

    IC

    o

    oo .

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    Fontes Chaveadas – Cap. 2 Topologias básicas de conversores CC-CC com isolação J. A. Pomilio

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    2 Topologias básicas de conversores CC-CC com isolação

    Em muitas aplicações é necessário que a saída esteja eletricamente isolada da entrada,

    fazendo-se uso de transformadores. Em outros casos, o uso de transformadores é conveniente

     para evitar, dados os valores de tensões de entrada e de saída, o emprego de ciclos de trabalhomuito estreitos ou muito largos.

    Em alguns casos o uso desta isolação implica na alteração do circuito para permitir um

    adequado funcionamento do transformador, ou seja, para evitar a saturação do núcleo magnético.

    Relembre-se que não é possível interromper o fluxo magnético produzido pela força magneto-

    motriz aplicada aos enrolamentos.

     2.1 Diferenças entre um transformador e indutores acoplados

    Em um elemento magnético a grandeza que não admite descontinuidade é o fluxo

    magnético. De acordo com a lei de Faraday, a variação do fluxo magnético produz uma força

    eletromotriz proporcional à taxa de variação deste fluxo:dt 

    d e

    Φ−= . Deste modo, uma

    descontinuidade no fluxo produziria uma tensão infinita, o que não é possível. Na prática, a

    tentativa de interrupção de um fluxo magnético produzido pela circulação de uma corrente, leva

    ao surgimento uma tensão grande o suficiente para que a corrente (e o fluxo) não se interrompa.

    Em outras palavras, a energia acumulada no campo magnético não pode desaparecer

    instantaneamente. No caso ilustrado na figura 2.1, o aumento da tensão produzido pela tentativa

    de abertura do interruptor leva ao surgimento de um arco que dá continuidade à corrente (e ao

    fluxo) e dissipa a energia anteriormente acumulada no campo magnético ⎟⎟ ⎠

     ⎞

    ⎜⎜⎝ 

    ⎛  ⋅

    2

    2 I  L

    .

    E L E L

    i

    RR

    arco

    I

    t

    e’ie’

    Figura 2.1 Processo de interrupção de corrente (fluxo magnético).

    Quando se analisa um circuito elétrico, resulta da lei de Faraday a equação do indutor:

    dt 

    di Lv L ⋅= . No entanto, a grandeza física que não admite descontinuidade é o fluxo magnético e

    não a corrente. Em um indutor simples, fluxo e corrente são associados pela indutância

    ( i L ⋅=Φ ).Alguns dispositivos magnéticos, no entanto, podem dispor de mais de um enrolamento

     pelo qual é possível circular corrente e, desta forma, contribuir para a continuidade do fluxo

    magnético.

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    2.1.1 Funcionamento de um transformador

    Considere-se a figura 2.2 que mostra um elemento magnético que possui dois

    enrolamentos com espiras N1 e N2, colocados em um mesmo núcleo ferromagnético.

    Suponhamos que o acoplamento dos fluxos magnéticos produzidos por estes enrolamentos seja

     perfeito (dispersão nula).

    A polaridade dos enrolamentos está indicada pelos “pontinhos”. Esta representaçãosignifica que uma tensão positiva e1 produz uma tensão também positiva e2. Outra interpretação

    útil, relativa à circulação de correntes, é que correntes que entram pelos terminais marcados

     produzem fluxos no mesmo sentido.

    e1  Vs

     N1 N2

    Vi  e2 

    Xi ii

    Figura 2.2 Princípio de funcionamento de transformador: secundário em aberto.

    Com o secundário aberto, pelo primário circulará apenas uma pequena corrente, chamada

    de corrente de magnetização. Todas as tensões e correntes são supostas senoidais. O valor eficaz

    da tensão aplicada no primário, e1, é menor do que a tensão de entrada Vi. A corrente de

    magnetização produz um fluxo de magnetização no núcleo, Φm.

    i

    ii

     X eV i 1−=   (2.1)

    1

    212

     N 

     N ee ⋅=   (2.2)

    Quando se conecta uma carga no secundário, inicia-se uma circulação de corrente por tal

    enrolamento. A corrente do secundário produz um fluxo magnético que se opõe ao fluxo criado

     pela corrente de magnetização. Isto leva a uma redução do fluxo no núcleo. Pela lei de Faraday,

    ocorre uma redução na tensão e1. Conseqüentemente, de acordo com (2.1), há um aumento na

    corrente de entrada, ii, de modo que se re-equilibre o fluxo de magnetização. Este comportamentoestá ilustrado na figura 2.3.

    e1  Rs

     N1 N2

    Vi  e2 

    Xi ii is

    Figura 2.3 Princípio de funcionamento de transformador: secundário com carga.

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    Verifica-se assim o processo que leva à reflexão da corrente da carga para o lado do

     primário, o qual se deve à manutenção do fluxo de magnetização do núcleo do transformador.

    Um dispositivo magnético comporta-se como um transformador quando existirem, ao

    mesmo tempo, correntes em mais de um enrolamento, de maneira que o fluxo de magnetização

    seja essencialmente constante.

    2.1.2 Funcionamento de indutores acoplados

    Outro arranjo possível para enrolamentos acoplados magneticamente é aquele em que a

    continuidade do fluxo é feita pela passagem de corrente ora por um enrolamento, ora por outro,

    garantindo-se um sentido de correntes que mantenha a continuidade do fluxo. Este é o que ocorre

    em um conversor fly-back, como será visto a seguir.

    Para um mesmo valor de potência a ser transferido de um enrolamento para outro, o

    volume de um transformador será inferior ao de indutores acoplado, essencialmente devido ao

    melhor aproveitamento da excursão do fluxo magnético em ambos sentidos da curva Φ x i (ou Bx H).

    Com indutores acoplados a variação do fluxo é normalmente em um único quadrante do plano B x H.

     2.2 Conversor fly-back (derivado do abaixador-elevador)

    O elemento magnético comporta-se como um indutor bifilar e não como um

    transformador. Quando T conduz, armazena-se energia na indutância do "primário" (em seu

    campo magnético) e o diodo fica reversamente polarizado. Quando T desliga há uma perturbação

    no fluxo, o que gera uma tensão que se elevará até que surja um caminho que dê surgimento à

     passagem de uma corrente que leve a manter a continuidade do fluxo.

    Podem existir diversos caminhos que permitam a circulação de tal corrente. Aquele que

    efetivamente se efetivará é o que surge com a menor tensão. No caso do circuito estudado, tal caminho se dará através do diodo que entra em condução

    assim que o transistor desliga. Para tanto a tensão no “secundário”, e2 deverá de elevar até o nível

    de Vo.

    A energia acumulada no campo magnético é enviada à saída. A figura 2.4 mostra o

    circuito.

     Note-se que as correntes médias nos enrolamentos não são nulas, levando à necessidade

    de colocação de entreferro no "transformador".

    E

    T

     N1

    L1

    D

    Co Vo

     N2

    e2

    Figura 2.4 Conversor fly-back  

    A tensão de saída, no modo de condução contínua, é dada por:

    Vo  N N

    E= ⋅ ⋅−

    21 1

    δδ( )

      (2.3)

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     2.3 Conversor Cuk

     Neste circuito a isolação se faz pela introdução de um transformador no circuito.

    Utilizam-se 2 capacitores para a transferência da energia da entrada para a saída. A figura 2.5

    mostra o circuito. A tensão sobre o capacitor C1 é a própria tensão de entrada, enquanto sobre C2tem-se a tensão de saída.

    E

    L1 L2C1

    T Co VoV1 V2

    C2

     N1 N2

    D

     

    Figura 2.5 Conversor Cuk com isolação

    A tensão de saída, no modo contínuo de condução, é dada por:

    Vo N

     N

    E= ⋅

    2

    1 1

    δ

    δ( )  (2.4)

    O balanço de carga deve se verificar para C1 e C2. Com N1=N2, C1=C2, tendo o dobro

    do valor obtido pelo método de cálculo indicado anteriormente no circuito sem isolação. Para

    outras relações de transformação deve-se obedecer a N1.C1=N2.C2, ou V1.C1=V2.C2.

     Note que quando T conduz a tensão em N1 é VC1=E (em N2 tem-se VC1.N2/N1). Quando

    D conduz, a tensão em N2 é VC2=Vo (em N1 tem-se VC2.N1/N2). A corrente pelos enrolamentos

    não possui nível contínuo e o dispositivo comporta-se, efetivamente, como um transformador.

     2.4 Conversor forward (derivado do abaixador de tensão)

    Quando T conduz, aplica-se E em N1. D1 fica diretamente polarizado e cresce a corrente

     por L. Quando T desliga, a corrente do indutor de saída tem continuidade via D3. Quanto ao

    transformador, é necessário um caminho que permita a circulação de uma corrente que dê

    continuidade ao fluxo magnético, de modo a absorver a energia acumulada no campo, relativa à

    indutância de magnetização. Isto se dá pela condução de D2. Durante este intervalo (condução de

    D2) aplica-se uma tensão negativa em N2 e ocorre um retorno de energia para a fonte. A figura

    2.6 mostra o circuito.

    E

    D2

    T

     N1 N2 N3

    D1

    D3 Co

    +

    Vo

    L

    .

    .

    .

     Figura 2.6 Conversor forward  

    Para garantir a desmagnetização do núcleo a cada ciclo, o conversor opera sempre nomodo descontínuo.

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      Existe um máximo ciclo de trabalho que garante a desmagnetização do transformador

    (tensão média nula), o qual depende da relação de espiras existente. A figura 2.7 mostra o circuito

    equivalente no intervalo de desmagnetização.

    As tensões no enrolamento N1, respectivamente quando o transistor e o diodo D2

    conduzem, são:

    t2tt 2 N

    1 NEV e tt0 EV T N1T1 N ≤≤

    ⋅=≤≤=   (2.5)

    E

    T

    D2

     N1

     N2

    V. 

    . A1

    A2

    tT τ

    E

    E.N1/N2 A1=A2

     N1

    t

    t2

     

    Figura 2.7 Forma de onda no enrolamento de N1.

    Outra possibilidade, que prescinde do enrolamento de desmagnetização, é a introdução de

    um diodo zener no secundário, pelo qual circula a corrente no momento do desligamento de T.

    Esta solução, mostrada na figura 2.8, no entanto, provoca uma perda de energia sobre o zener,

    além de limitar o ciclo de trabalho em função da tensão.

    E . . 

    Figura 2.8 Conversor forward  com desmagnetização por diodo zener.

     2.5 Conversor push-pull

    O conversor  push-pull é, na verdade, um arranjo de 2 conversores forward, trabalhando

    em contra-fase, conforme mostrado na figura 2.9.

    Quando T1 conduz (considerando as polaridades dos enrolamentos), nos secundáriosaparecem tensões como as indicadas na figura 2.10. D2 conduz simultaneamente, mantendo nulo

    o fluxo no transformador (desconsiderando a magnetização).

     Note que no intervalo entre as conduções dos transistores, os diodos D1 e D2 conduzem

    simultaneamente (no instante em que T1 é desligado, o fluxo nulo é garantido pela condução de

    ambos os diodos, cada um conduzindo metade da corrente), atuando como diodos de livre-

    circulação e curto-circuitando o secundário do transformador.

    A tensão de saída é dada por:

    VoE

    n=

    ⋅ ⋅2 δ  (2.6)

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    T1

    D1

    D2T2 i c2  iD2

    E

    V1=E

    ic1  iD1

    E/n

    E/n

    L

    Co

    +

    Ro

    . .  . 

    .  . .  . 

    . . 

    Vce1 io

     Figura 2.9 Conversor push-pull.

    O ciclo de trabalho deve ser menor que 0,5 de modo a evitar a condução simultânea dos

    transistores. n é a relação de espiras do transformador.Os transistores devem suportar uma tensão com o dobro do valor da tensão de entrada.

    Outro problema deste circuito refere-se à possibilidade  de saturação do transformador caso a

    condução dos transistores não seja idêntica (o que garante uma tensão média nula aplicada ao

     primário). A figura 2.10 mostra algumas formas de onda do conversor.

    V1 +E

    -EIc1 

    Vce1 

    Ioi o 

    E

    2E

    δ1 δ2 

    iD1 

    T1/D2 D1/D2 T2/D1 D1/D2

     Figura 2.10 Formas de onda do conversor push-pull.

     2.6 Conversor em meia-ponte

    Uma alteração no circuito que permite contornar ambos inconvenientes do conversor

     push-pull  leva ao conversor com topologia em meia ponte, mostrado na figura 2.11. Neste caso

    cria-se um ponto médio na alimentação, por meio de um divisor capacitivo, o que faz com que os

    transistores tenham que suportar 50% da tensão do caso anterior, embora a corrente seja o dobro.

    O uso de um capacitor de desacoplamento garante uma tensão média nula no primário do

    transformador. Este capacitor deve ser escolhido de modo a evitar ressonância com o indutor de

    saída e, ainda, para que sobre ele não recaia uma tensão maior que alguns porcento da tensão de

    alimentação (durante a condução de cada transistor).

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    . . 

    L

    T1

    Vo 

    Co

    T2

    . . 

    . E/2

    E/2

    E

    Figura 2.11 Conversor em meia-ponte 

     2.7 Conversor em ponte completa

    Pode-se obter o mesmo desempenho do conversor em meia ponte, sem o problema da

    maior corrente pelo transistor, com o conversor em ponte completa. O preço é o uso de 4transistores, como mostrado na figura 2.12.

    ..

    .

    L

    T2

    Vo

    +

    Co

    .

    .

    .

    .

    T4

    .

    .

    .

    .

    .T1

    T3

    ..

    .

    .

    .

    .

    .

    E

     Figura 2.28 Conversor em ponte completa.

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     2.8 Exercícios

    1. Para o conversor forward, com 3 enrolamentos, N1=100, N3=40 (enrolamento de

    desmagnetização), Tensão de entrada E=20V. N2 (número de espiras do enrolamento de saída)

    não é conhecido. Suponha condução contínua no indutor de saídaa) Desenhe a forma de onda em N3, para a situação de máximo ciclo de trabalho, indicando

    valores na escala vertical.

     b) Determine o máximo ciclo de trabalho.

    c) Determine a mínima tensão de bloqueio que o transistor deve suportar.

    d) Qual o número de espiras do enrolamento N2 caso se deseje uma tensão de saída de 12V para

    um ciclo de trabalho de 50%?

    2. Simule o circuito abaixo com uma freqüência de chaveamento de 25kHz, largura de pulso de

    50%. A relação de espiras do elemento magnético é de 1:10. Analise os valores das

    grandezas listadas abaixo e verifique se o resultado da simulação é consistente com as

    expectativas teóricas. Em caso de discrepância, procure justificar as diferenças.a) Tensão de saída.

     b) Ondulação da tensão de saída.

    c) Tensão sobre o indutor L1.

    d) Ondulação da corrente em L1 e em L2 (considere apenas os intervalos em que há corrente

    no transistor e no diodo, respectivamente).

    e) Tensão Vce do transistor.

    f) Altere o acoplamento dos indutores para 0.95 e repita a simulação e as análises anteriores,

     justificando as eventuais alterações de resultados.

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    3. Calcule os seguintes parâmetros: L5, L1, L2, C1, δ, para o conversor forward abaixo.Simule o circuito e verifique se os resultados são consistentes com a expectativa. Justifique

    eventuais discrepâncias.• O circuito opera no modo de condução contínua.• Tensão de saída de 12V•  Ripple da corrente de saída (em L5) igual a 4 A (pico a pico)•  Ripple da tensão de saída de 1%.• Relação de espiras entre L1 e L3 é N1=10.N3.• L2 deve ser tal que garanta a desmagnetização total do núcleo durante a condução de D3.• A freqüência de chaveamento é de 20 kHz.

    4. Utilizando o circuito do exercício anterior, aumente a largura de pulso para 60% e refaça asimulação. Discuta as alterações nos resultados.

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    3. TÉCNICAS DE MODULAÇÃO EM FONTES CHAVEADAS

    O objetivo deste capítulo é descrever os principais métodos de comando dos conversoresCC-CC, bem como identificar suas vantagens e limitações.

    Via de regra, as fontes chaveadas operam a partir de uma fonte de tensão CC de valorfixo, enquanto na saída tem-se também uma tensão CC, mas de valor distinto (fixo ou não).

    As chaves semicondutoras estão ou no estado bloqueado ou em plena condução. A tensãomédia de saída depende da relação entre o intervalo em que a chave permanece fechada e o

     período de chaveamento. Define-se ciclo de trabalho (largura de pulso ou razão cíclica) como arelação entre o intervalo de condução da chave e o período de chaveamento. Tomemos comoexemplo a figura 3.1 na qual se mostra uma estrutura chamada abaixadora de tensão (ou “buck”).

    Para este circuito, o papel do indutor e do capacitor é o de extrair o valor médio da tensãono diodo (vo) e disponibilizar esta tensão com baixa ondulação na saída (Vo).

    ET

    D voL

    C R Vo

    E

    Vo

    vo

    tτt

    T  Figura 3.1 Conversor abaixador de tensão e forma de onda da tensão aplicada ao filtro de saída. 

     3.1 Modulação por Largura de Pulso - MLP (PWM – Pulse Width Modulation)

    Em MLP opera-se com freqüência constante, variando-se o tempo em que a chave permanece ligada.

    O sinal de comando é obtido, de modo analógico, pela comparação de um sinal decontrole (modulante) com uma onda periódica (portadora), por exemplo, uma onda "dente-de-

    serra". A figura 3.2 ilustra estas formas de onda.

    vc

    vp

    vp

    vc

    vo

    vo

    -

    +Vo

     p

    cT

    v

    vt=

    τ 

    Figura 3.2 Modulação por Largura de Pulso.

    vs(t) 

    vs(t)

    Vs

    τ

    tT

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     A freqüência da portadora deve ser pelo menos 10 vezes maior do que a modulante, de

    modo que seja relativamente fácil filtrar o valor médio do sinal modulado (MLP), recuperandouma tensão média que seja proporcional ao sinal de controle. Para tanto é também necessário quea onda portadora tenha uma variação linear com o tempo (onda triangular).

    Do ponto de vista do comportamento dinâmico do sistema (que será detalhadamenteanalisado em capítulos posteriores), a MLP comporta-se como um elemento linear quando seanalisa a resposta do sistema tomando por base os valores médios da corrente e da tensão.

    3.1.1 Espectro Harmônico de Sinal MLP

    A figura 3.3 mostra formas de onda relativas à modulação MLP de um sinal de referênciaque apresenta um nível contínuo. A saída do comparador é uma tensão com 2 níveis, na freqüênciada onda triangular. Na figura 3.4 tem-se o espectro desta onda MLP, onde se observa a presença deuma componente contínua que reproduz o sinal modulante. As demais componentes aparecem nosmúltiplos da freqüência da portadora sendo, em princípio, relativamente fáceis de filtrar dada suaalta freqüência.

    0s 0.2ms 0.4ms 0.6ms 0.8ms 1.0ms

     

    10V

    0V

    10V

    0V

     Figura 3.3 Modulação MLP de nível CC. 

    0Hz 50KHz 100KHz 150KHz 200KHz

     

    8.0V

    6.0V

    4.0V

    2.0V

    0V

     

    Figura 3.4 Espectro de sinal MLP.

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     3.2 Modulação por limites de corrente - MLC (Histerese)

     Neste caso, são estabelecidos os limites máximo e/ou mínimo da corrente, fazendo-se ochaveamento em função de serem atingidos tais valores extremos. O valor instantâneo dacorrente, em regime, é mantido sempre dentro dos limites estabelecidos e o conversor comporta-

    se como uma fonte de corrente.Tanto a freqüência como o ciclo de trabalho são variáveis, dependendo dos parâmetros do

    circuito e dos limites impostos. A figura 3.5 mostra as formas de onda para este tipo decontrolador.

    MLC só é possível em malha fechada, pois é necessário medir instantaneamente  avariável de saída. Por esta razão, a relação entre o sinal de controle e a tensão média de saída édireta. Este tipo de modulação é usado, principalmente, em fontes com controle de corrente e quetenha um elemento de filtro indutivo na saída.

    É um controle não-linear e que garante a resposta mais rápida a um transitório de carga,de referência ou de entrada. Conforme ilustra a figura 3.5, caso ocorra uma diminuição na tensãode entrada, automaticamente se dá um ajuste no tempo de condução do transistor de modo quenão há qualquer alteração na corrente média de saída e, portanto, na tensão de saída.

    vo

    io Imax

    Imin

    t

    t

    Io

    mudança na carga

    E

    0

     Figura 3.5 Formas de onda de corrente e da tensão instantânea na entrada do filtro de saída (ver

    figura 3.6).

    A obtenção de um sinal MLC pode ser conseguida com o uso de um comparador comhisterese, atuando a partir da realimentação do valor instantâneo da corrente. Caso a variável quese deseja controlar seja a tensão de saída, a referência de corrente é dada pelo erro desta tensão

    (através de um controlador tipo integral). A figura 3.6 ilustra este sistema de controle.A freqüência de comutação é variável e depende dos parâmetros do circuito. Existem

    algumas técnicas de estabilização da freqüência, mas envolvem uma perda de precisão nacorrente ou exigem um processamento digital.

    A necessidade de realimentação do valor instantâneo da corrente torna o sistema sensívelà presença dos ruídos de comutação presentes na corrente ou mesmo associados à interferênciaeletromagnética. Normalmente é preciso utilizar filtros na realimentação de corrente de modo aevitar comutações indesejadas.

    Dado que a freqüência de comutação é variável, o dimensionamento do filtro de saídadeve ser feito para as condições de pior caso, ou seja, para o conjunto de parâmetros que leve àmenor freqüência de operação. Quando a freqüência for superior a este valor a ondulação da

    tensão de saída se reduzirá.

    Mudan a na tensão de entrada

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    +

    Vo

    io

    comparador com histerese

    Realimentação datensão de saída

    v*i*

    I

    integrador

    sensorcorrente

    referência detensão

    vo 

    Figura 3.6 Controlador com histerese.

    Em princípio o controle por histerese poderia ser aplicado diretamente à tensão de saída. No entanto isto poderia causar sobre-correntes excessivas em situações transitórias. Por exemplo, partindo de condições iniciais nulas, o transistor somente seria desligado quando o capacitor desaída atingisse a tensão desejada. Isto demandaria um longo intervalo de tempo, ocasionando umcrescimento excessivo da corrente pelo transistor.

     3.3 Outras técnicas não-lineares de modulação

    Outras formas de controle têm sido pesquisadas com o intuito de melhorar a respostadinâmica do sistema, aumentar a margem de estabilidade, rejeitar mais eficientemente

     perturbações, etc. Estas novas técnicas utilizam, via de regra, métodos não-lineares e procuramaproveitar ao máximo as características também não-lineares dos conversores.

    3.3.1 Controle “One-cycle”

    O controle “one-cycle” (Smedley, 1991 e Santi, 1993) permite o controle ciclo a ciclo datensão de um conversor com saída CC, de modo que o sistema se torna praticamente imune avariações na alimentação e na carga. Opera com freqüência constante e modulação da largura de

     pulso, mas o instante de comutação é determinado por uma integração da tensão que é aplicadaao estágio de saída do conversor.

    A figura 3.7 mostra a estrutura básica para um conversor abaixador de tensão.Uma vez que, em regime permanente, a tensão média numa indutância é nula, a tensão de

    saída, Vo, é igual à tensão média sobre o diodo. A tensão sobre o diodo, no entanto, variará entre praticamente zero (quando o componente conduz) e a tensão de alimentação. Seu valor médio, acada ciclo de chaveamento, deve ser igual a Vo. Tal valor médio a cada ciclo é que é obtido pelaintegração de tal tensão.

    O sinal integrado é comparado com a referência. Enquanto não atingi-la, a chave permanece ligada (tensão E aplicada sobre o diodo). Quando a tensão de referência é igualada, ocapacitor do integrador é descarregado e o comparador muda de estado, desligando o transistor,até o início do ciclo seguinte, o qual é determinado pelo clock .

    Observe que qualquer variação na referência, na tensão de entrada ou na carga afeta ointervalo de tempo que o transistor permanece conduzindo, mas sempre de maneira a manter atensão média sobre o diodo igual ao valor determinado pela referência.

    As limitações do método referem-se a não idealidades do circuito. Por exemplo, a quedade tensão devido à resistência do indutor aparecerá como um erro na tensão de saída, pois não

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     pode ser compensada medindo-se a tensão instantânea no diodo. Para que a tensão de conduçãodo diodo seja devidamente considerada, o reset   do integrador deve ser muito rápido e ointegrador deve atuar mesmo durante o intervalo em que o transistor está desligado.

    +

    Vo

    comparador 

    vo

    +

    v*

    integrador 

    referência

    +

    clock 

    fc

    clock 

    voE

    E

    v*

    Q Q

    S R  Rf Civi

    vi

     Figura 3.7 Controle “one-cycle” aplicado a conversor abaixador de tensão.

    3.3.2 Controle de carga

    O controle de carga (Tang, 1992) é muito semelhante ao controle “one-cycle”, sendo queo sinal integrado é a corrente de entrada do conversor (corrente no transistor, neste caso).

    As formas de onda e o circuito são mostrados na figura 3.8.

    Por realizar uma medida da carga injetada no circuito num certo intervalo de tempo, estetipo de controle equivale a um controlador de corrente, apresentando alguma vantagensadicionais, tais como: uma grande imunidade a ruído (uma vez que o sinal de corrente éintegrado, e não tomado em seu valor instantâneo); não necessita de uma rampa externa pararealizar a comparação (que é feita diretamente com a referência); comportamento antecipativo emrelação a variações na tensão de entrada e na carga. A freqüência é mantida constante pelo“clock”.

    +

    Vo

    comparador

    +

    integrador 

    Referênciade corrente

    +

    clock

    fc

    clock 

    voE

    E

    i*Q Q

    S R Rf Ci

    vi

    vi

    ii

    Realimentação datensão de saída

    v*I

    integrador

    referência detensão de saída

    i*

    vo 

    Figura 3.8 Controle de carga aplicado a conversor abaixador de tensão.

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    3.3.3 Modulação Delta

    O sinal de referência é comparado diretamente com a saída modulada (e não a filtrada). Osinal de erro é integrado e a saída do integrador é comparada com zero. A saída do comparador éamostrada a uma dada freqüência, fc, e o sinal de saída do amostrador/segurador comanda achave. A figura 3.9 mostra o sistema.

    O estado da chave em cada intervalo entre 2 amostragens é determinado pelo sinal daintegral do erro de tensão (no instante da amostragem). Deste modo os mínimos tempos deabertura e de fechamento são iguais ao período de amostragem. A robustez do controlador é seu

     ponto forte. O problema é que esta técnica de controle é intrinsecamente assíncrona, dificultandoo projeto dos filtros.

    +

    Vo

    comparador vo

    v*I

    integrador 

    referência

    vo

    S&H

    clock 

    ++

    fc

    clock 

    voE

    Ev*

     

    Figura 3.9. Controlador Delta.

     3.4 Modulação em freqüência - MF

     Neste caso opera-se a partir de um pulso de largura fixa, cuja taxa de repetição é variável.A relação entre o sinal de controle e a tensão de saída é, em geral, não-linear. Este tipo demodulação é utilizado, principalmente em conversores ressonantes. A figura 3.10 mostra um

     pulso de largura fixa modulado em freqüência.Um pulso modulado em freqüência pode ser obtido, por exemplo, pelo uso de um

    monoestável acionado por meio de um VCO, cuja freqüência seja determinada pelo sinal decontrole.

    t1 t2 t3

    vo

    Vo

    0

    E

     

    Figura 3.10 Pulso de largura σ modulado em freqüência.

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     3.5 Modulação MLP com freqüência de portadora variável

    Uma alternativa que apresenta como vantagem o espalhamento do espectro é o uso de

    uma freqüência de chaveamento não fixa, mas que varie, dentro de limites aceitáveis, de umaforma, idealmente, aleatória. Isto faz com que as componentes de alta freqüência do espectro nãoestejam concentradas, mas apareçam em torno da freqüência base, como se observa na figura3.11. Note-se que o nível contínuo não sofre alteração, uma vez que ele independe da freqüênciade chaveamento.

    0Hz 50KHz 100KHz 150KHz 200KHz

     

    8.0V

    6.0V

    4.0V

    2.0V

    0V

     Figura 3.11. Espectro de sinal MLP com portadora de freqüência variável.

     3.6 Referências

    K. M. Smedley and S. Cuk: “One-Cycle Control of Switching Converters”. Proc. of PESC ‘91, pp. 888-896.

    E. Santi and S. Cuk: “Modeling of One-Cycle Controlled Switching Converters”. Proc. ofINTELEC ‘92, Washington, D.C., USA, Oct. 1993.

    W. Tang and F. C. Lee: “Charge Control: Modeling, Analysis and Design”. Proc. of VPEC

    Seminar, 1992, Blacksbourg, USA.

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     3.7 Exercícios

    1. Simule o circuito abaixo que se refere à aplicação de um sinal MLP a um filtro LC e cargaresistiva. Observe o comportamento da corrente no indutor e da tensão de saída no transitório

    de partida (condições iniciais nulas) e quando ocorre a alteração na carga. A tensão dealimentação do operacional é de +/- 15V. A onda portadora é de 1 kHz, variando entre 0 e 5V.

    2. Faça a simulação do circuito abaixo que realiza modulação por limites de corrente (histerese).Verifique o comportamento da corrente no indutor e da tensão de saída no transitório inicial(condições iniciais nulas) e quando ocorre a alteração na carga. Compare e comente as

    diferenças com os resultados MLP.

    3. Analise comparativamente os espectros da tensão na saída do bloco limitador e da corrente noindutor.

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    4. CONVERSORES RESSONANTES

     Nas topologias em que as chaves semicondutoras comutam a corrente total da carga a cadaciclo, elas ficam sujeitas a picos de potência que colaboram para o "stress" do componente,

    reduzindo sua vida útil. Além disso, elevados valores de di/dt e dv/dt são potenciais causadores deinterferência eletromagnética (IEM).

    Quando se aumenta a freqüência de chaveamento, buscando reduzir o tamanho doselementos de filtragem e dos transformadores, as perdas de comutação se tornam maissignificativas sendo, em última análise, as responsáveis pela freqüência máxima de operação dosconversores.

    Por outro lado, caso a mudança de estado das chaves ocorra quando tensão e/ou corrente porelas for nula, o chaveamento se faz sem dissipação de potência.

    Analisaremos a seguir algumas topologias básicas que possibilitam tal comutação não-dissipativa. A carga “vista” pelo conversor é formada por um circuito ressonante e uma fonte (detensão ou de corrente). O dimensionamento adequado do par L/C faz com que a corrente e/ou atensão se invertam, permitindo o chaveamento dos interruptores em situação de corrente e/outensão nulas, eliminando as perdas de comutação.

     4.1 Conversor ressonante com carga em série (SLR)

    A topologia básica deste conversor é mostrada na figura 4.1.

    E/2

    E/2

    S1 D1

    S2 D2

    Lr  Cr 

    + vc -

    iL

    +

    Vo

    Ro

    Io

    CoB

    B'AB

     

    Figura 4.1. Conversor ressonante com carga em série

    Lr e Cr formam o circuito ressonante. A corrente iL é retificada e alimenta a carga, a qualconecta-se em série com o circuito ressonante.

    Co é usualmente grande o suficiente para se poder considerar Vo sem ondulação. As perdas

    resistivas no circuito podem ser desprezadas, simplificando a análise.Vo se reflete na entrada do retificador entre B e B', de modo que:

    vB’B = Vo se iL>0vB’B = -Vo se iL0, conduz S1 ou D2. Quando S1 conduz, tem-se:

    vAB = E/2vAB' = (E/2-Vo) (4.2)

    Se D2 conduzir:

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     vAB = -E/2vAB' = -(E/2+Vo) (4.3)

    Quando iL

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    ZoL

    Cr 

    =   (4.9)

    4.1.1 Modo de operação descontínuo, ωs

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      Note que a entrada e a saída de condução dos transistores e diodos ocorre quando a correnteé nula. Assim, não existe perda de chaveamento nos semicondutores. Por outro lado, o pico decorrente pelos dispositivos implica num aumento das perdas de condução.

    4.1.2 Modos de operação contínuo paraωo /2ωo 

    S1 começa a conduzir em ωoto com corrente nula (o sinal de condução deve ter sidoaplicado durante a condução de D1). Em ωot1 S1 é desligado e a corrente tem continuidade via D2.O desligamento de S1 é dissipativo. Durante a condução de D2 envia-se o sinal de condução paraS2, o qual entrará em condução assim que a corrente se inverter (D2 desligar).

    A figura 4.7. mostra as formas de onda e os circuitos equivalentes neste modo de operação.

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    iLv

    C

    to t1 t2 t3 t4

    S1 D2 S2 D1D1

     

    E/2

    A

    B

    B'Lr  Cr 

    VoiL

    to a t1

    E/2

    A

    B

    B'Lr  Cr 

    VoiL

    t1 a t2

    E/2

    A

    B

    B'Lr  Cr 

    VoiL

    t2 a t3

    E/2

    A

    B

    B'Lr  Cr 

    VoiL

    t3 a t4  Figura 4.7. Formas de onda para ωs>ωo e circuitos equivalentes em cada intervalo do modo de

    operação. 

     Neste modo de operação é possível, adicionando-se capacitores entre os terminais principais

    das chaves, obter-se comutação sob tensão nula, como mostra a figura 4.8.Durante a condução do interruptor (por exemplo, S1), o capacitor colocado em paralelo aele está, obviamente, descarregado. Quando a chave é aberta, o capacitor se carrega com a correnteda carga, até levar o diodo do ramo complementar (p.ex. D2) à condução. No semiciclo seguinte, aoser desligado o interruptor (S2), o diodo (D1) deve entrar em condução, o que acontecerá após acarga do capacitor conectado ao interruptor que estava em condução. Como a tensão de entrada éconstante, a carga de um capacitor implica na descarga do outro. Assim, a energia armazenada noscapacitores não é dissipada, mas fica fluindo (idealmente) de um para outro.

    A figura 4.9. mostra a característica estática do conversor. Os valores são normalizados emrelação aos seguintes valores base:

    V E

    IEZo

     base

     base

     base o

    =

    =⋅

    =

    2

    2ω ω

      (4.10)

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    E/2

    E/2

    S1 D1

    S2 D2

    Lr  Cr 

    + vc -

    iL

    +

    Vo

    Ro

    Io

    CoB

    B'AB

    C1

    C2

     i

    S1

    iD2

    vS1

    vS2

    E

    E

     

    Figura 4.8. Inclusão de capacitores para obter comutações sob tensão nula.

    0

    5

    10

    0 0.5 1 1.5

    Io

    ω sωo

    Vo=0.4 Vo=0.4

    Vo=0.9

     

    Figura 4.9. Característica estática de conversor ressonante com carga em série

    São mostradas curvas para 2 valores de tensão de saída. Note-se que no modo descontínuo(ωs

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     4.2 Conversor ressonante com carga em paralelo (PLR)

    A topologia deste conversor está mostrada na figura 4.10.

    E/2

    E/2

    S1 D1

    S2 D2

    Lr  Cr 

    i L+

    Vo

    Ro

    Io

    CoB

    B'AB

    Lo

    i o

     

    Figura 4.10. Conversor ressonante com carga conectada em paralelo com o capacitor

     Nesta topologia a carga é conectada em paralelo com o capacitor do circuito ressonante. Atensão sobre o capacitor é retificada, filtrada e fornecida à carga. É possível usar transformador paraisolar e escalonar a tensão de saída.

    Para obter um modelo para o circuito, pode-se considerar que a corrente de saída seja semondulação, o que é razoável, considerando a elevada freqüência de chaveamento. A tensão sobre ocircuito ressonante, vAB será igual a +E/2 caso conduzam S1 ou D1. Quando conduzirem S2 e D2,a tensão será -E/2.

    Este conversor opera como uma fonte de tensão, podendo operar sem carga e suportandouma larga variação na corrente de saída, mas não possui proteção contra curto-circuito.

    O circuito ressonante equivalente está mostrado na figura 4.11. e tem as seguintes equações(válidas no intervalo entre t1 e t3):

    i t Io I Io t t

    EV

    Zot tL Lo o

    Co

    o( ) ( ) cos[ ( )] sin[ ( )]= + − ⋅ ⋅ − +−

    ⋅ ⋅ −ω ω1 2 1   (4.11)

    v tE E

    V t t Zo I Io t tC Co o Lo o( ) cos[ ( )] ( ) sin[ ( )]= − −⎛ 

    ⎝ ⎜

     ⎠⎟ ⋅ ⋅ − + ⋅ − ⋅ ⋅ −

    2 21 1ω ω   (4.12)

    Onde ILo e VCo são as condições iniciais de corrente no indutor e tensão no capacitor.

    +

    -+ E/2

    A

    B

    B'Lr 

    +Io

    iL

    Cr 

    +

    vC

    -

     Figura 4.11. Circuito ressonante equivalente para conversor com carga em paralelo ao capacitor.

     Nos intervalos (to a t1) e (t3 a t4) as formas de onda têm uma evolução linear.

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    4.2.1 Modo de operação descontínuo, ωs

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    4.2.2 Modo de operação contínuo para ωo /2ωο 

    S1 começa a conduzir com corrente nula (o sinal de condução deve ter sido aplicado durantea condução de D1). Quando S1 é desligado, a corrente tem continuidade via D2. O desligamento deS1 é dissipativo. Durante a condução de D2 envia-se o sinal de condução para S2, o qual entrará emcondução assim que a corrente se inverter (D2 desligar). Neste modo de operação é possível,adicionando-se capacitores entre os terminais principais das chaves, obter-se comutação sob tensãonula, como já foi descrito anteriormente.

    A figura 4.16. mostra as formas de onda de tensão e de corrente e a figura 4.17. mostra oscircuitos equivalentes em cada intervalo de funcionamento.

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    i L v C

    to t1 t2 t3 t4

    D1 S1 D2 S2

     

    Figura 4.16. Formas de onda de tensão no capacitor e corrente no indutor paraω

    s>ω

    ο

    E/2

    A

    B

    B'

    Io

    i L

    +

    vC E/2

    A

    B

    B'

    Io

    i L

    +

    vC E/2

    B

    B'

    Io+

    vC E/2

    B

    B'

    Io+

    vC

    to a t1 t1 a t2 t2 a t3 t3 a t4

    i L i L

     

    Figura 4.17. Circuitos equivalentes a cada intervalo de funcionamentoA figura 4.18. mostra a característica de transferência estática deste conversor, para

    diferentes valores da corrente de saída. A normalização utilizada é a mesma do conversor comcarga em série.

     Nota-se que no modo descontínuo, o conversor apresenta uma boa característica de fonte detensão, uma vez que Vo independe de Io. O ajuste da tensão é linear com a freqüência dechaveamento. Isto é especialmente útil para o projeto de conversores com múltiplas saídas.

    Para ωs>ωo, uma variação menor que 50% na freqüência de chaveamento permite umaexcursão bastante ampla na tensão de saída.

    O conversor pode operar como abaixador ou elevador de tensão.

     4.3 Conversor ressonante com carga em paralelo, com saída capacitiva

     No item 4.2. foi visto um conversor cuja carga, conectada em paralelo ao capacitor deressonância, era alimentada através de um filtro LC, ou seja, do ponto de vista do conversor, acarga se comporta como uma fonte de corrente. Outra possibilidade é ter-se uma carga que se reflitasobre o capacitor ressonante como uma fonte de tensão [4.3], ou seja, que o estágio de saída não

     possua a indutância de filtragem, como se vê na figura 4.19.

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    0

    2

    4

    0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4ωsωo

    Vo

    Io=0.4

    Io=0.4

    Io=0.8

     Figura 4.18. Característica estática do conversor com carga conectada em paralelo com o capacitor

    ressonante.

    E/