folha educativa 1 desertificação e aquecimento...

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Conseqüências da desertificação As principais conseqüências da desertificação são a diminuição das áreas cultiváveis e da produtividade da terra, a redução de disponibilidade de água, o assoreamento de rios e açudes, a maior ocorrência de cheias (por incapacidade de retenção de água pelos solos) e a perda da biodiversidade (flora e fauna). Por causa disso diminui a qualidade de vida e aumenta a pobreza, fatores que provocam a migração da população rural para as grandes cidades, agravando diversos problemas já existentes nos centros urbanos. A desertificação no Nordeste No Nordeste, uma área maior do que o estado do Ceará já foi atingida pela desertificação de forma grave ou muito grave. São 180.000 quilômetros quadrados de terras degradadas e, em muitos locais, imprestáveis para a agricultura. Somando-se a área onde a desertificação ocorre ainda de forma moderada, o total de terrenos atingidos pelo fenômeno sobe para 574.362 quilômetros quadrados - cerca de 1/3 de todo o território nordestino. Ceará e Pernambuco são os mais castigados, embora, proporcionalmente, a Paraíba seja o estado com maior extensão de área comprometida: 71% do seu território já sofre com os efeitos da desertificação. O combate à desertificação A discussão sobre a desertificação foi intensificando-se a partir da década de 80. Em 1992, o enfrentamento da situação foi incluído na Agenda 21, elaborada durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, a Eco-92, realizada no Rio de Janeiro. Ainda nesta conferência, foi proposta a criação da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, assinada posteriormente por mais de 100 países. No Brasil, o Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN Brasil) foi criado em 2004, através de parceria entre os poderes públicos e a sociedade civil. Muita coisa, porém, precisa sair do papel para que aconteça efetivamente o combate ao fenômeno. FOLHA EDUCATIVA Desertificação e aquecimento global a grande ameaça 1 Monocultura: É a cultura exclusiva de um único produto agrícola. Compactação do solo: Acontece quando surge uma camada superficial mais dura, que dificulta o desenvolvimento das raízes e, conseqüentemente, das plantas; também diminui a penetração de água no solo e a absorção de nutrientes. Salinização: É o acúmulo de sais na superfície do solo, sendo estes prejudiciais para as culturas que nele crescem. Erosão: Quando o solo está degradado, sem a cobertura vegetal que o protege, a ação das chuvas e dos ventos acaba arrastando as partículas que o compõem. Assoreamento: É o acúmulo de areia, solo desprendido de erosões e outros materiais levados até rios, lagos e açudes pela chuva ou pelo vento; no Brasil, é a maior causa de morte de rios. Agenda 21: É um programa de ação das Nações Unidas que visa promover um novo padrão de desenvolvimento, conciliando proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. As áreas onde o problema é mais agudo são chamadas Núcleos de Desertificação, que já ocupam mais de 18 mil quilômetros quadrados. Para comparação 2 considere-se que o estado de Sergipe tem 22 mil km . Esses núcleos situam-se nos municípios de Gilbués (Piauí), Irauçuba (Ceará), Cabrobó (Pernambuco) e na região de Seridó (entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba). uando ouvimos a palavra "desertificação" pensamos logo em dunas de Q areias e talvez até em camelos. O que define um processo de desertificação não é, porém, a existência desse tipo de imagens, que saltam aos olhos, mas a perda gradual da capacidade produtiva da terra. As principais causas do fenômeno são: o desmatamento (que retira a cobertura do solo, deixando-o exposto), o plantio com manejos inadequados (principalmente pela prática da monocultura e o uso excessivo de fertilizantes), a irrigação mal feita (que deixa o solo compactado e aumenta a salinidade), a mineração e as queimadas. Esses fatores desencadeiam outros problemas como a erosão, que destrói os solos e provoca o assoreamento de cursos d'água e reservatórios, agravando ainda mais a situação. O fenômeno acontece em regiões de climas árido, semi-árido e sub-úmido seco, afetando 1/3 da superfície do planeta. No Brasil, estão ameaçados 1.488 municípios dos nove estados do Nordeste, além de parte de Minas Gerais e do Espírito Santo, o que representa 15,7% do território nacional. A desertificação constitui uma gravíssima ameaça ambiental que tende a se agravar devido às mudanças climáticas, como veremos nesta Folha Educativa.

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Conseqüências da desertificaçãoAs principais conseqüências da desertificação são a diminuição das áreas cultiváveis e da produtividade da terra, a redução de disponibilidade de água, o assoreamento de rios e açudes, a maior ocorrência de cheias (por incapacidade de retenção de água pelos solos) e a perda da biodiversidade (flora e fauna). Por causa disso diminui a qualidade de vida e aumenta a pobreza, fatores que provocam a migração da população rural para as grandes cidades, agravando diversos problemas já existentes nos centros urbanos.

A desertificação no NordesteNo Nordeste, uma área maior do que o estado do Ceará já foi atingida pela desertificação de forma grave ou muito grave. São 180.000 quilômetros quadrados de terras degradadas e, em muitos locais, imprestáveis para a agricultura. Somando-se a área onde a desertificação ocorre ainda de forma moderada, o total de terrenos atingidos pelo fenômeno sobe para 574.362 quilômetros quadrados - cerca de 1/3 de todo o território nordestino. Ceará e Pernambuco são os mais castigados, embora, proporcionalmente, a Paraíba seja o estado com maior extensão de área comprometida: 71% do seu território já sofre com os efeitos da desertificação.

O combate à desertificaçãoA discussão sobre a desertificação foi intensificando-se a partir da década de 80. Em 1992, o enfrentamento da situação foi incluído na Agenda 21, elaborada durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, a Eco-92, realizada no Rio de Janeiro. Ainda nesta conferência, foi proposta a criação da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, assinada posteriormente por mais de 100 países.

No Brasil, o Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN Brasil) foi criado em 2004, através de parceria entre os poderes públicos e a sociedade civil. Muita coisa, porém, precisa sair do papel para que aconteça efetivamente o combate ao fenômeno.

FOLHA EDUCATIVA

Desertificação eaquecimento globala grande ameaça

1

Monocultura:É a cultura exclusiva de um único produto agrícola.

Compactação do solo: Acontece quando surge uma camada superficial mais dura, que dificulta o desenvolvimento das raízes e, conseqüentemente, das plantas; também diminui a penetração de água no solo e a absorção de nutrientes.

Salinização:É o acúmulo de sais na superfície do solo, sendo estes prejudiciais para as culturas que nele crescem.

Erosão:Quando o solo está degradado, sem a cobertura vegetal que o protege, a ação das chuvas e dos ventos acaba arrastando as partículas que o compõem.

Assoreamento:É o acúmulo de areia, solo desprendido de erosões e outros materiais levados até rios, lagos e açudes pela chuva ou pelo vento; no Brasil, é a maior causa de morte de rios.

Agenda 21:É um programa de ação das Nações Unidas que visa promover um novo padrão de desenvolvimento, conciliando proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica.

As áreas onde o problema é mais agudo são chamadas Núcleos de Desertificação, que já ocupam mais de 18 mil quilômetros quadrados. Para comparação

2considere-se que o estado de Sergipe tem 22 mil km . Esses núcleos situam-se nos municípios de Gilbués (Piauí), Irauçuba (Ceará), Cabrobó (Pernambuco) e na região de Seridó (entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba).

uando ouvimos a palavra "desertificação" pensamos logo em dunas de Qareias e talvez até em camelos. O que define um processo de

desertificação não é, porém, a existência desse tipo de imagens, que saltam aos

olhos, mas a perda gradual da capacidade produtiva da terra.

As principais causas do fenômeno são: o desmatamento (que retira a cobertura do

solo, deixando-o exposto), o plantio com manejos inadequados (principalmente

pela prática da monocultura e o uso excessivo de fertilizantes), a irrigação mal

feita (que deixa o solo compactado e aumenta a salinidade), a mineração e as

queimadas. Esses fatores desencadeiam outros problemas como a erosão,

que destrói os solos e provoca o assoreamento de cursos d'água e

reservatórios, agravando ainda mais a situação.

O fenômeno acontece em regiões de climas árido, semi-árido e sub-úmido

seco, afetando 1/3 da superfície do planeta. No Brasil, estão ameaçados 1.488

municípios dos nove estados do Nordeste, além de parte de Minas Gerais e

do Espírito Santo, o que representa 15,7% do território nacional.

A desertificação constitui uma gravíssima ameaça ambiental que tende a se

agravar devido às mudanças climáticas, como veremos nesta Folha Educativa.

As mudanças de temperatura da Terra existem há milhões de anos e são causadas por fenômenos naturais. Porém, com a industrialização ini-ciada há menos de três séculos o clima passou a sofrer forte influência do homem, que faz uso intensivo de combustíveis fósseis (carvão mineral, pe-tróleo e gás) como fonte de energia para indústrias e veículos. A queima des-ses combustíveis, juntamente com o desmatamento, são as principais causas do aumento da emissão de gases que provocam o aquecimento global (gás carbônico, principalmente, mas também metano, dióxido, ozônio e os compostos químicos deri-vados do cloro e do flúor, chamados CFC).

O efeito estufa é o resultado da camada de gases em torno da Terra, que retém uma parte do calor do Sol e deixa sair o excedente, mantendo a temperatura compa-tível com a vida. Com o aumento da emissão desses gases a cobertura se torna ma-is impermeável, retém mais calor do Sol e provoca o superaquecimento da Terra. A temperatura da Terra aumentou 0,6º C no século passado e poderá sofrer, até o final deste século, um aumento entre 1º C e 6º C.

São várias as conseqüências dessa mudança. Algumas delas já podem ser senti-das em diferentes partes do planeta, como o aumento dos eventos climáticos extre-mos (furacões, tempestades tropicais, inundações, ondas de calor etc.). Na América Latina, o fenômeno influenciou a ocorrência de secas na Amazônia, inundações no Haiti, derretimento das geleiras na Colômbia e furacões na América Central e no sul do Brasil.

Outra ameaça é a elevação do nível do mar, que já subiu de 10 a 20 cm no século passado. Nos próximos 100 anos a situação vai com certeza piorar. Algumas previ-sões falam em vários metros de elevação, colocando em risco áreas costeiras onde vivem 40% da população do planeta. A maioria das estimativas é mais moderada, mas todas são preocupantes. O certo é que o gelo dos pólos e montanhas está der-retendo e a água indo para o mar...

Aquecimento Global e DesertificaçãoA aceleração do processo de desertificação e o aumento de estiagens nas regiões

Norte e Sul estão entre as principais conseqüências possíveis do aquecimento global no território brasileiro.

No Nordeste, as temperaturas poderão subir de 4ºC a 6ºC nos próximos 60 anos, transformando as áreas semi-áridas em áridas e acelerando, talvez irremediavelmen-te, a desertificação. Além disso, o aumento da temperatura causaria maior evapora-ção dos lagos, lagoas, açudes e reservatórios, comprometendo a disponibilidade de água na região.

Combate ao avanço das mudanças climáticas Desde 1988, a Organização das Nações Unidas (ONU) acompanha de perto a situ-

ação através do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPPC), que centraliza pesquisas de cientistas do mundo todo.

Em 1997 foi assinado um tratado internacional (Protocolo de Quioto) que fixou me-tas de redução das emissões de gases do efeito estufa para os países industrializa-dos. Apesar dos Estados Unidos - país que mais libera gases de efeito estufa - não ter assinado o documento e não haver obrigações para países em desenvolvimento (alguns grandes poluidores, como Brasil, China e Índia), o Protocolo de Quioto repre-senta um grande avanço para o combate ao aquecimento global. Atualmente ele en-contra-se em processo de revisão.

As plantas retiram o gás carbônico

da atmosfera (que utilizam para a fo-

tossíntese, processo no qual obtêm

seu alimento) transformando-o em

oxigênio. Por sua vez, a respiração

dos animais e das próprias plantas,

assim como a decomposição de ma-

téria morta, transformam oxigênio

em gás carbônico. Essa ida-e-volta,

que mantém o equilíbrio entre os do-

is gases, recebe o nome de ciclo do

carbono.

O desmatamento e as queimadas

provocam uma alteração nesse ci-

clo, porque diminuem a quantidade

de árvores que transformam o gás

carbônico em oxigênio. As queima-

das agravam a situação ao provocar

a liberação de gases, dentre eles o

carbônico, aumentando sua concen-

tração na atmosfera.

O mesmo ocorre com o consumo de

derivados do petróleo, carvão e gás,

que possuem grande quantidade de

carbono em sua composição. Quan-

do eles são queimados, liberam esse

gás na atmosfera.

O Brasil é o quarto maior emissor de

gases de efeito estufa do mundo,

principalmente por causa do desma-

tamento na Amazônia. Está na hora

de mudarmos essa situação!

De olho no CO

o famoso Gás Carbônico

Para saber mais:Greenpeace: www.greenpeace.org.br

WWF-Brasil: www.wwf.org.br

Ambiente Brasil: www.ambientebrasil.org.br

Programa de combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca na América do Sul: www.iicadesertification.org.br

Ministério do Meio Ambiente: www.mma.gov.br

Consciência Net: www.consciencia.net

Atitudes individuais como economizar energia, evitar o consumo desnecessá-

rio, substituir o carro por transportes coletivos, utilizar materiais recicláveis e

pressionar os governos para que tomem medidas para evitar o aquecimento

global também contribuem para o combate ao problema.

Medidas para reduzir o aquecimento globalnCombate às queimadas;nCriação de unidades de conservação, como reservas e parques ecológicos;nMaior controle sobre desmatamentos e incêndios nas matas e florestas;nReflorestamento das áreas já degradadas;nSubstituição do uso de combustíveis fósseis por energias renováveis;nAdoção de programas para reduzir o consumo de energia.

O que são as mudançasclimáticas?

2

correta formulação da idéia. O professor pode aproveitar este momento para Área: Geografia e Artes Visuaisfazer uma complementação de conceitos.

Confecção de um painelLeve revistas e tesouras para a sala de aula. Peça para os alunos trazerem Varal também revistas, coletadas em casa ou na comunidade.

O professor pode escolher de trabalhar com um varal, em lugar de um painel. A proposta é criar um ou vários painéis, dependendo do espaço de exibição, Segue os mesmos passos das três atividades anteriores, com as seguintes que deverá ser escolhido previamente. Recomenda-se o espaço com maior alterações: público na escola e mesmo em espaço comunitário. Explicar aos alunos que - A colagem de figuras no momento inicial se faz em folhas soltas, e não no irá se fazer esse trabalho nas próximas aulas. Explicar que irão trabalhar painel. Estas são penduradas no Varal. como artistas, produzindo algo bonito e útil.

- No final da aula sobre Desertificação, as mesmas folhas são distribuídas entre os alunos para a segunda rodada de trabalho; outras folhas poderão ser Discutindo idéiascoladas às primeiras. Terminado o momento o Varal é remontado.

- Neste primeiro momento o ideal é trabalhar em duplas. Os grupos - O procedimento se repete no final da oficina sobre Aquecimento Global. O procuram imagens da Terra, da desertificação e outros problemas ambientais Varal vai ficar bem caprichado!(aquecimento global, destruição camada de ozônio, queimadas e rios poluídos, elevação do nível do mar, etc). Num contraponto, apresentar também imagens que representem a natureza, ambientes com fauna e flora Área: Língua Portuguesa ideais, belas paisagens. Coletivamente se faz a primeira colagem no painel. A feitura de um painel amplia a atividade arte-educativa, porque a colagem permite novas interações entre as imagens, com introdução de textos, títulos, injunções.

- Conversar com a turma sobre a obra que se fez, despertando o senso descritivo a partir da pergunta: o que vocês vêem quando olham para o painel Primeira proposta: Cartaque fizemos? Que tipos de imagens a gente pode ver? Quais diferenças

Atividadepodemos destacar entre elas? O que cada um sente com as imagens apresentadas? - O professor convida os alunos a listarem o que pensam sobre

“desertificação”, “mudanças climáticas” e “aquecimento global”. O professor organiza as informações no quadro, sempre dialogando com os alunos.Desertificação- O professor orienta os alunos a escreverem uma pequena carta de

- Perguntar aos alunos o que eles entendem por “deserto” e “desertificação”. reivindicação, onde, após expor seu pensamento sobre a situação da Extrair palavras-chaves de suas falas e registrá-las no quadro. Recomenda- desertificação / aquecimento global, o aluno solicita de seu interlocutor um se dividir o quadro em duas partes e escrever as palavras “soltas”, posicionamento, uma atitude ou uma ação. A carta pode ser dirigida a exemplificando a estética de painel. qualquer pessoa, preferencialmente autoridade. - Fazer a leitura coletiva dos quatro parágrafos iniciais da Folha Educativa. - As cartas serão lidas em sala de aula e, juntamente com o professor, a turma Após a leitura de cada parágrafo fazer uma pausa para perguntar o que os selecionará três que serão encaminhadas ao jornal escolar. alunos entenderam. Fazer o vínculo do texto com as palavras-chaves que

O professor pode escolher apenas uma delas escrever no quadro e proceder estão no quadro (que representam o conhecimento que os alunos a um exercício de reescrita coletiva, com participação de todos os alunos (o construíram até então sobre o tema). Provocar o diálogo entre os dois professor lê parágrafo por parágrafo e solicita contribuições para completar conhecimentos. Aproveitar a imagem criada pelo texto “dunas de areias e com outras informações ou expressão mais completa. Nessa caso a carta é camelos” para trabalhar o imaginário (a imagem do camelo tem boas chances assinada da seguinte maneira: “A turma da ... série, com base em um texto de aparecer entre as palavras-chaves...). de....(nome do aluno)”.

- Recria-se a seguir o painel a partir dos novos conhecimentos adquiridos. As cartas poderão ser enviadas aos respectivos destinatários,Os alunos agregam desenhos, comentários e imagens para explicar os

efeitos da desertificação.

Segunda proposta: PoemaAquecimento Global Preparação

- Perguntar aos alunos o que eles entendem por “clima” e “mudança O professor apresenta aos alunos as seguintes palavras: erosão, salinização, climática”. Extrair palavras-chaves de suas falas e registrá-las no quadro. compactação do solo, monocultura (ver léxico na primeira página desta Recomenda-se dividir o quadro em duas partes e escrever as palavras Folha). “soltas”, exemplificando a estética de painel.

Ele conversa com os alunos a partir das perguntas: “o que vocês acham que - Fazer a leitura coletiva dos quatro parágrafos do texto “O que são seja?” e “o que vocês sabem sobre ele?”. Desta maneira faz aparecer o mudanças climáticas?” Após a leitura de cada parágrafo fazer uma pausa conhecimento preexistente no grupo. para perguntar o que os alunos entenderam. Fazer o vínculo do texto com as

Enquadra essa conversa dentro da definição da desertificação como palavras chaves que estão no quadro (que representam o conhecimento que

processo de perda gradual da capacidade produtiva do solo e completa os os alunos tinham construído até então sobre o tema). Provocar o diálogo entre

conceitos.os dois conhecimentos.

Atividade- Recria-se, a seguir,o painel, a partir dos novos conhecimentos adquiridos. O professor lê junto com seus alunos os seguintes trechos do poema “ABC do Os alunos agregam desenhos, comentários e imagens.Nordeste Flagelado”, do poeta cearense Patativa do Assaré.- Segue-se uma avaliação com as crianças, do que foi feito. Todo mundo dá

sua opinião. Depois o professor pode pedir novas palavras-chaves sobre mudanças climáticas e compará-las com as do início da atividade, ou permitir que cada aluno dê uma breve expressão verbal sobre o tema, ajudando-o na

MATERIAL DE APOIO AO PROFESSORApresentamos uma seqüência didática com três atividades de Geografia e três propostas de

Língua Portuguesa, que permitem a apropriação dos conteúdos da Folha Educativa e a produção de diversos tipos de textos para o jornal da escola (carta, poema, narrativa, slogan). Estas

atividades são apenas indicativas. Professores poderão adaptá-las e criar outras.

1ª Atividade

2ª Atividade

3ª Atividade

CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE

Aplicação dos conhecimentos adquiridos nas atividades anteriores.

PATATIVA DO ASSARÉ

Nasceu Antônio Gonçalves da Silva, em

5 de março de 1909, no município do

Assaré, região do Cariri cearense. Filho

de pequenos agricultores, perde a visão

do olho direito com 4 anos de idade e

seu pai aos 8 anos. Durante toda sua vida

divide seu tempo entre a criação poética e

o trabalho braçal no roçado. Antes de se

tornar poeta, Patativa foi violeiro e

cantador de improviso, aos 16 anos. Dono

de uma memória extraordinária, Patativa

sabia de cor seus mais de mil poemas e

recitava-os por onde passava. A essência

de sua poesia foi sempre em defesa do

homem puro e livre de amarras, tendo o

poeta participado de muitos eventos

políticos e tecendo críticas ao regime

militar que oprimia a sociedade brasileira

por décadas no século XX. Teve alguns

de seus poemas musicados por

compositores como

Luiz Gonzaga e Fagner. Era tamanha a

qualidade de sua produção que ele foi

reconhecido por estudiosos do mundo

todo como grande poeta brasileiro. Morre

em 8 de julho de 2002, aos 93 anos de

idade, deixando uma vasta obra às

gerações que acompanham sua poesia.

(Adaptado do Livro Os Melhores Poemas de

Patativa do Assaré, Cláudio Portela, Editora

Global, RJ, 2006).

- O professor mostra aos estudantes como o poeta brinca com as palavras, buscando musicalidade e fortes imagens sobre o sertão.

- O professor apresenta o autor, Patativa de Assaré (ver texto complementar)

- Ele convida os alunos a escreverem poemas utilizando recursos estilísticos típicos da poesia (rima, criação de imagens) que tratem dos temas ambientais tratados nesta Folha Educativa

- Exponha os poemas na sala de aula e estimule e leitura coletiva e em voz alta de cada um deles;

- Juntamente com a turma, o professor seleciona alguns poemas para encaminhar ao jornal da escola.

NarrativasComo alternativa à criação dos poemas, os alunos podem escrever narrativas curtas utilizando-se dos conceitos apresentados e de episódios reais acontecidos na vida deles (família, comunidade...).

Esses textos também podem ser expostos na sala de aula e selecionados para o jornal da escola, acompanhando uma ilustração.

Terceira proposta: Escrevendo um Slogan

Preparação:

1. Explicitar as principais funções e características do gênero textual slogan (concisão, persuasão).

Perguntar aos alunos se lembram de slogans da propaganda comercial. Em seguida, lembrar que os slogans também são utilizados para vender idéias. Pergunte aos alunos se eles conhecem slogans que procuraram divulgar um pensamento ou comportamento.

Comentar as respostas dos alunos e apresentar alguns como: "Drogas. Tô fora" ou "Preconceito tem cura".

2. Apresentar a proposta de criar em grupos um slogan contra a desertificação e degradação do meio-ambiente no nordeste do Brasil.

3. Promover uma tempestade de idéias afins com a temática e escrevê-Ias no quadro.

4. As duplas se reúnem para escrever slogans. Podem olhar para o quadro enquanto formulam suas propostas.

5. Dependendo do espaço que esteja disponível no jornal, pode-se publicar apenas os slogans considerados como os melhores pela turma, ou todo o material elaborado.

Ai, como é duro viver nos Estados do Nordeste quando o nosso Pai Celeste não manda a nuvem chover. É bem triste a gente ver findar o mês de janeiro depois findar fevereiro e março também passar, sem o inverno começar no Nordeste brasileiro.

(...)

Ilusão, prazer, amor, a gente sente fugir, tudo parece carpir tristeza, saudade e dor. Nas horas de mais calor, se escuta pra todo lado o toque desafinado da gaita da seriema acompanhando o cinema no Nordeste flagelado.

(...)

Lamento desconsolado o coitado camponês porque tanto esforço fez, mas não lucrou seu roçado. Num banco velho, sentado, olhando o filho inocente e a mulher bem paciente, cozinha lá no fogão o derradeiro feijão que ele guardou pra semente.

Minha boa companheira,diz ele, vamos embora, e depressa, sem demora vende a sua cartucheira. Vende a faca, a roçadeira, machado, foice e facão; vende a pobre habitação, galinha, cabra e suíno e viajam sem destino em cima de um caminhão.

(85) 3455.2150 www.jornalescolar.org.br

LEVE O JORNAL PARA SUA ESCOLA: Direção: Daniel Raviolo. Assessoria: Júlio Lyra. Conteúdo

temático: Aline Baima e Daniel Raviolo. Planos de Aula: Rodrigo Oliveira, Daniel Raviolo. Participação especial: Ângela Falcão. Diagramação e arte: Carlos Machado. Material não comercial de livre reprodução, desde que citada a fonte. (85) 3455.2150

Expediente.Realização: Apoio: