pan desertificaÇÃo produto 4

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1 INSTITUTO INTERAMERICANO DE COOPERAÇÃO PARA A AGRICULTURA PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA PCT BRA/IICA/05/004 PAN DESERTIFICAÇÃO Fonte: diariodoverde.com PRODUTO 4 - Relatório Técnico contendo o diagnóstico sobre a produção de mudas de espécies nativas nas ASD dos Estados da Bahia e Sergipe LEDA FONTELLES DA SILVA TAVARES Fevereiro/2014

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Page 1: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

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INSTITUTO INTERAMERICANO DE COOPERAÇÃO PARA A AGRICULTURA

PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA

PCT BRA/IICA/05/004 – PAN DESERTIFICAÇÃO

Fonte: diariodoverde.com

PRODUTO 4 - Relatório Técnico contendo o diagnóstico sobre a produção de

mudas de espécies nativas nas ASD dos Estados da Bahia e Sergipe

LEDA FONTELLES DA SILVA TAVARES

Fevereiro/2014

Page 2: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

2

SUMÁRIO

Sumário ................................................................................................................................ 2

1. APRESENTAÇÃO ............................................................................................................. 3

2. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 5

3. AS ASD EM SERGIPE E BAHIA.................................................................................. 10

4. PRODUÇÃO DE SEMENTES E MUDAS NAS ASD EM SERGIPE E BAHIA ............. 13

5. AS ESPÉCIES FLORESTAIS NAS ASD DE SEGIPE E BAHIA .................................. 20

6. OUTROS DADOS SOBRE A PRODUÇÃO DE MUDAS .............................................. 46

7. CONCLUSÃO............................................................................................................... 58

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 60

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3

1. APRESENTAÇÃO

O presente trabalho insere-se no contexto do Projeto de Cooperação

Técnica PCT BRA/IICA/05/004 – PAN Desertificação – que busca apoiar ações de

implementação do Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e

Mitigação dos Efeitos da Seca – PAN-Brasil. A presente consultoria visa à

elaboração de relatórios e informações técnicas que subsidie a Diretoria de Combate

à Desertificação, da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável

do Ministério do Meio Ambiente (DCD/SEDR/MMA), e os Programas de Ação

Estaduais de Combate à Desertificação - PAE's em suas iniciativas, especialmente

na bacia do rio São Francisco.

Trata-se de um trabalho conjunto entre a DCD/SEDR/MMA e o Programa de

Revitalização da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco, desenvolvido sob a

coordenação do Departamento de Revitalização de Bacias Hidrográficas, da

Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente

(DRB/SRHU/MMA), que tem como foco promover o uso sustentável dos recursos

naturais, a melhoria das condições socioambientais, o aumento da quantidade e a

melhoria da qualidade das águas para os usos múltiplos.

De acordo com o Termo de Referência que subsidiou o presente relatório

técnico, esta consultoria tem como objetivo principal realizar levantamento de dados

sobre a existência de centros produtores de mudas, sua capacidade de produção, os

limitadores da produção, as espécies de mudas produzidas, entre outros dados que

subsidiem as ações para a revitalização de bacias hidrográficas, especialmente na

bacia hidrográfica do rio São Francisco, contribuindo assim para o combate à

desertificação em áreas susceptíveis à desertificação - ASD.

Ainda de acordo com o Termo de Referência espera-se, neste PRODUTO 4,

a elaboração de um Relatório Técnico contendo o diagnóstico sobre o estado da arte

da produção de mudas de espécies nativas nas ASD com ênfase nos Estados da

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Bahia e Sergipe. Este relatório deverá conter os dados sobre as instituições

produtoras de mudas de espécies nativas (viveiros), a diversidade das espécies

produzidas, a capacidade e o potencial de produção, a forma de coleta de sementes,

a estrutura de beneficiamento e de armazenamento das sementes, os limitadores, a

distribuição, assim como apontar alternativas para a ampliação do estoque, melhoria

de qualidade, otimização e qualificação do processo de produção e de utilização de

mudas de espécies nativas para serem utilizadas nas ações de combate à

desertificação, especialmente na recuperação de áreas degradadas e revitalização

no âmbito da bacia do rio São Francisco.

Como a área geográfica de atuação deste relatório técnico são os estados

de Sergipe e Bahia, foi realizada, no primeiro momento, uma breve contextualização

das ASD em cada um destes dois estados brasileiros, seguido de uma descrição

geral das espécies nativas, florestais e frutíferas, produzidas nestes Estados, com

foco na recuperação de áreas degradadas. Por fim, são apresentados os dados

sobre produção de sementes e mudas de espécies nativas, florestais e frutíferas, e

exóticas nestes estados da Federação.

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5

2. INTRODUÇÃO

No semiárido brasileiro a vegetação predominante é a caatinga, que é um bioma

exclusivamente brasileiro. Além de ser a região semiárida mais populosa do mundo é

também a mais chuvosa. Mesmo assim, observa-se um grande déficit hídrico, uma vez

que a quantidade de chuva é menor que o potencial de evaporação. Ou seja, o potencial

de evaporação é três vezes maior do que a de chuva que cai. Além disso, as chuvas são

irregulares e, algumas vezes, há longos períodos secos e chuvas ocasionais

concentradas em poucos meses do ano (Manual para Execução do Programa Cisternas –

MDS, 2011). Desta forma, a Caatinga caracteriza-se pelo balanço hídrico negativo,

resultante das precipitações médias anuais inferiores a 800 mm, insolação média de 2800

h.ano-1, temperaturas médias anuais de 23º a 27º C, evaporação de 2.000 mm.ano -1 e

umidade relativa do ar média em torno de 50% (Moura et al., 2007).

A região das áreas susceptíveis à desertificação nos estados de Sergipe e Bahia

insere-se nos biomas Caatinga e Cerrado, conforme pode ser observado quando

comparados os mapas apresentados nas Figuras 1 e 2.

Figura 1. Localização dos biomas brasileiros – Mapa de vegetação. Fonte: http://www.guianet.com.br

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6

Figura 2. Mapa das Áreas Susceptíveis à Desertificação. Fonte: Atlas das ASD, 2007.

Segundo Giulietti et al. (In. Silva et al., 2003) é possível identificar as

características comuns da Caatinga, que podem ser consideradas como um conjunto das

características básicas da vegetação, a saber:

1) é a vegetação que cobre uma área mais ou menos contínua, submetida a um

clima quente e semiárido, bordeado por áreas de clima mais úmido. Esta área seca está,

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7

na sua maior parte, confinada à região politicamente definida como Nordeste, e uma

pequena parte encontra-se no norte de Minas Gerais, dentro da área definida,

politicamente, como polígono das secas;

2) possui espécies que apresentam adaptações à deficiência hídrica (caducifolia,

herbáceas anuais, suculência, acúleos e espinhos, predominância de arbustos e árvores

de pequeno porte, cobertura descontínua de copas); e

3) apresenta a existência de espécies endêmicas a esta área semiárida e outras

espécies que ocorrem nessa área e em outras áreas secas, mais ou menos distantes,

mas não ocorrem nas áreas mais úmidas que fazem limite com o semiárido.

A marcante variabilidade interanual da pluviometria, associada aos baixos valores

totais anuais pluviométricos sobre a região Nordeste do Brasil, é um dos principais fatores

para a ocorrência dos eventos de “secas”, caracterizadas por acentuada redução do total

pluviométrico sazonal durante o período chuvoso. Esta variabilidade é mostrada na Figura

3, onde se observa que no litoral leste, as chuvas são superiores a 1.000 mm e, à medida

que se vai adentrando no semiárido, passando pela zona Agreste e se dirigindo para o

Sertão, as precipitações diminuem e alcançam valores médios inferiores a 500 mm

anuais. Percebe-se que há algumas regiões centrais que apresentam valores mais

elevados de precipitação, próximos a 1500 mm. Estas áreas são microclimas específicos,

que ocorrem devido à presença de serras e montanhas, como na Chapada Diamantina –

BA, parte oeste da Paraíba e centro-norte de Pernambuco (Moura et al., 2007).

É fácil encontrarmos a imagem da Caatinga associada aos cactos e arbustos

espinhentos, sem folhas, sobre um solo pedregoso e árido. Essa é realmente uma das

feições desse bioma, que também pode se apresentar como uma mata fechada, com

árvores altas, ou como densos maciços de arbustos que perdem as folhas na estação

seca. Mas, de uma forma geral, as plantas que apresentam esse caráter xerofílico

apresentam diferentes mecanismos adaptativos para conviver com a escassez de água:

para reduzir as perdas de água pela transpiração, muitas espécies contam com folhas

coriáceas ou com pêlos; a maioria perde as folhas na estação seca, outras apresentam

folhas modificadas e caules com capacidade de realizar fotossíntese como os cactos.

Algumas espécies também têm estruturas de reserva, onde armazenam água. São

inúmeros os recursos para promover o melhor uso da água pelas plantas nesses

ambientes, como o sincronismo das épocas de floração e frutificação e a dormência de

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8

sementes para germinação na época propícia, indicando que a evolução conjunta do

ambiente físico e sua flora levaram ao desenvolvimento de sistemas altamente eficientes

no uso do recurso mais precioso: a água (Braga, 2010).

Figura 3. Mapa da precipitação anual da bacia do rio São Francisco. Fonte: Siscom.ibama.gov.br.

No bioma Cerrado, por outro lado, as características são um pouco diferentes. O

Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando uma área de 2.036.448

km2, cerca de 22% do território nacional. A sua área contínua incide sobre os estados de

Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão,

Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além dos encraves no Amapá,

Roraima e Amazonas. Neste espaço territorial encontram-se as nascentes das três

maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e

Prata), o que resulta em um elevado potencial aquífero e favorece a sua biodiversidade

(MMA, 2014).

Considerado como um hotspot mundial de biodiversidade, o Cerrado apresenta

extrema abundância de espécies endêmicas e sofre uma excepcional perda de habitat.

Do ponto de vista da diversidade biológica, o Cerrado brasileiro é reconhecido como a

savana mais rica do mundo, abrigando 11.627 espécies de plantas nativas já catalogadas.

Page 9: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

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Existe uma grande diversidade de habitats, que determinam uma notável alternância de

espécies entre diferentes fitofisionomias (MMA, 2014).

Além dos aspectos ambientais, o Cerrado tem grande importância social. Muitas

populações sobrevivem de seus recursos naturais, incluindo etnias indígenas,

quilombolas, geraizeiros, ribeirinhos, babaçueiras, vazanteiros e comunidades

quilombolas que, juntas, fazem parte do patrimônio histórico e cultural brasileiro, e detêm

um conhecimento tradicional de sua biodiversidade. Mais de 220 espécies têm uso

medicinal e mais 416 podem ser usadas na recuperação de solos degradados, como

barreiras contra o vento, proteção contra a erosão, ou para criar habitat de predadores

naturais de pragas. Mais de 10 tipos de frutos comestíveis são regularmente consumidos

pela população local e vendidos nos centros urbanos, como os frutos do Pequi (Caryocar

brasiliense), Buriti (Mauritia flexuosa), Mangaba (Hancornia speciosa), Cagaita (Eugenia

dysenterica), Bacupari (Salacia crassifolia), Cajuzinho do cerrado (Anacardium humile),

Araticum (Annona crassifolia) e as sementes do Baru (Dipteryx alata) (MMA, 2014).

Tanto o bioma Cerrado quanto a Caatinga ocorrem em parte dos 636.920 Km2 da

bacia hidrográfica do rio São Francisco (GEF São Francisco, 2004). Sendo que 22,7%

dos municípios Baianos e 5,4% dos Sergipanos encontram-se nesta importante bacia

hidrográfica, com um total de quase 3 milhões de habitantes segundo o Censo 2000 (GEF

São Francisco, 2004). Tais municípios inserem-se nas porções média, sub-média e baixa

da bacia hidrográfica do rio São Francisco, conforme pode ser visualizado na Figura 4.

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Figura 4. Sub-divisão da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Fonte: http://www.google.com.br/ baciafrancisco.blogspot.com.

3. AS ASD EM SERGIPE E BAHIA

As áreas susceptíveis à desertificação – ASD são determinadas seguindo os

pressupostos norteadores da UNCCD (Convenção das Nações Unidas de Combate à

Desertificação), que propõem a adoção do índice de aridez (IA), base da classificação

climática de Thorntwaite (1941) (Atlas das Áreas Susceptíveis à Desertificação, 2007).

Dentre as regiões climáticas de abrangência da UNCCD (áridas, semiáridas e

subúmidas secas), o Brasil não possui áreas consideradas áridas, existindo, apenas,

áreas semiáridas e subúmidas secas. Porém, foi adicionado ao Brasil outra categoria,

mais branda em relação à aridez, denominada de áreas do entorno das áreas

susceptíveis à desertificação. Estas áreas também apresentam elevada ocorrência de

secas e enclaves de vegetação típica do semiárido brasileiro, a Caatinga (Atlas das Áreas

Susceptíveis à Desertificação, 2007). Apesar das áreas de entorno, formalmente, não se

enquadrarem no padrão climático considerado susceptível à desertificação, a razão de

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serem incluídas justifica-se pelo fato de apresentarem características comuns às áreas

semiáridas e subúmidas secas (PAN-Brasil, 2005).

3.1. As ASD no Estado de Sergipe

O estado de Sergipe possui áreas com clima semiárido, subúmido seco e do

entorno das áreas semiáridas e subúmidas secas.

Segundo o Pan-Brasil (2005), este estado conta com 48 municípios localizados

nas ASD, sendo 6 municípios inseridos nas áreas semiáridas1 susceptíveis à

desertificação, 28 nas áreas subúmidas secas2 das ASD e 14 municípios localizados nas

áreas de entorno3 das ASD.

Ainda de acordo com o Pan-Brasil (2005) viviam nas regiões de ASD de Sergipe,

até o ano de 2000, cerca de 775.000 pessoas. Vale destacar que pouco mais da metade

da população reside no meio urbano, segundo o Censo (2000).

3.2. As ASD no Estado da Bahia

O estado de Bahia, da mesma forma, possui também áreas com clima semiárido,

subúmido seco e do entorno das áreas semiáridas e subúmidas secas (PAN-Brasil, 2005).

Segundo o Pan-Brasil (2005), a Bahia possui 289 municípios localizados nas ASD, sendo

159 municípios inseridos nas áreas semiáridas4 susceptíveis à desertificação, 107 nas

1 Canindé de São Francisco, Gararu, Monte Alegre de Sergipe, Nossa Senhora da Glória, Poço

Redondo e Porto da Folha.

2 Amparo de São Francisco, Aquidabã, Canhoba, Capela, Carira, Cedro de São João, Cumbe, Feira

Nova, Frei Paulo, Gracho Cardoso, Itabi, Japoatã, Malhada dos Bois, Muribeca, Neópolis, Nossa Senhora

Aparecida, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora de Lourdes, Pinhão, Poço Verde, Propriá, Riachão

do Dantas, Ribeirópolis, São Francisco, São Miguel do Aleixo, Simão Dias, Telha e Tobias Barreto.

3 Brejo Grande, Campo do Brito, Ilha das Flores, Itabaiana, Itabaianinha, Lagarto, Macambira,

Malhador, Moita Bonita, Pacatuba, Pedra Mole, Santana do São Francisco, São Domingos e Tomar do

Geru.

4 Abaré, América Dourada, Anagé, Andorinha, Antas, Antônio Gonçalves, Aracatu, Araci, Baixa

Grande, Banzaê, Barra, Barra do Mendes, Barro Alto, Belo Campo, Boa Vista do Tupim, Bom Jesus da

Lapa, Bonito, Boquira, Brotas de Macaúbas, Brumado, Buritirama, Caculé, Caém, Caetanos, Caetité,

Cafarnaum, Caldeirão Grande, Campo Alegre de Lourdes, Campo Formoso, Canarana, Candiba, Cândido

Page 12: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

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áreas subúmidas secas5 das ASD e 23 municípios localizados nas áreas de entorno6 das

ASD.

De acordo com o Pan-Brasil (2005) viviam nas ASD da Bahia, no ano de 2000,

pouco mais de 7 milhões de pessoas, sendo que pouco mais de metade deste

contingente residia em áreas urbanas.

Sales, Cansansão, Canudos, Capela do Alto Alegre, Capim Grosso, Caraíbas, Carinhanha, Casa Nova,

Central, Chorrochó, Cícero Dantas, Conceição do Coité, Condeúba, Cordeiros, Coronel João Sá, Curaçá,

Dom Basílio, Euclides da Cunha, Filadélfia, Gavião, Getio do Ouro, Glória, Guajeru, Guanambi, Iaçu,

Ibiassucê, Ibipeba, Ibipitanga, Ibiquera, Ibitiara, Ibititá, Ibotirama, Igapor, Ipirá, Ipupiara, Iraquara, Irecê,

Itaberaba, Itaguaçu da Bahia, Itiúba, Ituaçu, Iuiú, Jacaraci, Jacobina, Jaguarari, Jeremoabo, João Dourado,

Juazeiro, Jussara, Lagoa Real, Lajedinho, Lapão, Licínio de Almeida, Livramento do Brumado, Macajuba,

Macururé, Maetinga, Mairi, Malhada, Malhada de Pedras, Matina, Miguel Calmon, Mirangaba, Mirante,

Monte Santo, Morpará, Morro do Chapéu, Mortugaba, Mulungu do Morro, Mundo Novo, Nordestina, Nova

Fátima, Novo Triunfo, Oliveira dos Brejinhos, Ourolândia, Palmas de Monte Alto, Paramirim, Paratinga,

Paulo Afonso, Pé de Serra, Pedro Alexandre, Pilão Arcado, Pindaí, Pindobaçu, Pintadas, Piripá, Piritiba,

Ponto Novo, Presidente Dutra, Presidente Jânio Quadros, Queimadas, Quijingue, Quixabeira, Remanso,

Retirolândia, Riachão do Jacuípe, Riacho de Santana, Ribeira do Pombal, Rio de Contas, Rio do Antônio,

Rodelas, Ruy Barbosa, Santa Brígida, Santaluz, São Domingos, São Gabriel, São José do Jacuípe, Saúde,

Seabra, Sebastião Laranjeiras, Senhor do Bonfim, Sento Sé, Serrolândia, Sítio do Quinto, Sobradinho,

Souto Soares, Tanhaçu, Tremedal, Tucano, Uauá, Uibaí, Umburanas, Urandi, Valente, Várzea da Roça,

Várzea do Poço, Várzea Nova e Xique-xique.

5 Abaíra, Adustina, Água Fria, Érico Cardoso, Amargosa, Andaraí, Angical, Baianópolis, Barra da

Estiva, Barra do Choça, Barreiras, Biritinga, Boa Nova, Bom Jesus da Serra, Boninal, Botuporã, Brejões,

Brejolândia, Caatiba, Canápolis, Candeal, Catolândia, Caturama, Cipó, Cocos, Contendas do Sincorá,

Coribe, Correntina, Cotegipe, Cristópolis, Encruzilhada, Fátima, Feira da Mata, Feira de Santana, Formosa

do Rio Preto, Heliópolis, Ibicoara, Ichu, Inhambupe, Irajuba, Iramaia, Itaeté, Itambé, Itapetinga, Itapicuru,

Itaquara, Itarantim, Itatim, Itiruçu, Jaborandi, Jaguaquara, Jequié, Jussiape, Lafaiete Coutinho, Lajedo do

Tabocal, Lamarão, Lençóis, Macarani, Macaúbas, Maiquinique, Manoel Vitorino, Mansidão, Maracás,

Marcionílio Souza, Milagres, Mucuge, Muquém de São Francisco, Nova Itarana, Nova Redenção, Nova

Soure, Novo Horizonte, Olindina, Palmeiras, Paripiranga, Piatã, Planaltino, Planalto, Poções, Rafael

Jambeiro, Riachão das Neves, Ribeira do Amparo, Ribeirão do Largo, Rio do Pires, Santa Bárbara, Santa

Inês, Santa Maria da Vitória, Santana, Santanópolis, Santa Rita de Cássia, Santa Teresinha, São Desidério,

São Félix do Coribe, Sátiro Dias, Serra do Ramalho, Serra Dourada, Serra Preta, Serrinha, Sítio do Mato,

Tabocas do Brejo Velho, Tanque Novo, Tanquinho, Tapiramutá, Teofilândia, Utinga, Vitória da Conquista,

Wagner e Wanderley.

6 Acajutiba, Alagoinhas, Amélia Rodrigues, Anguera, Antônio Cardoso, Aporá, Aramari, Cabaceiras

do Paraguaçu, Castro Alves, Conceição da Feira, Conceição do Jacuípe, Conde, Coração de Maria,

Crisópolis, Esplanada, Governador Mangabeira, Ipecaetá, Irará, Ouriçangas, Rio Real, Santo Amaro, Santo

Estêvão, São Gonçalo dos Campos.

Page 13: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

13

4. PRODUÇÃO DE SEMENTES E MUDAS NAS ASD EM SERGIPE E

BAHIA

Os dados apresentados a seguir foram obtidos no sítio eletrônico do Renasem –

Registro Nacional de Sementes e Mudas – vinculado ao MAPA - Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento (http://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/RENASEM.html).

Foram obtidas, também, informações com a equipe técnica da Coordenação de Sementes

e Mudas do MAPA, além de informações oriundas do levantamento de dados realizado

por meio da aplicação de questionários aos produtores de mudas.

4.1. O perfil dos entes cadastrados no Renasem em Sergipe

De acordo com o levantamento realizado nas ASD do estado de Sergipe verifica-

se que a região não possuem tradição, ou talvez aptidão, para a produção de mudas de

espécies nativas. As ASD deste Estado destaca-se pela elevada produção de frutas

cítricas, por meio de 32 produtores, aliado um produtor de mudas nativas e um produtor

de grama, totalizando 34 produtores de mudas, um produtor de sementes, um

responsável técnico e 108 comerciantes, conforme pode ser visualizado no Gráfico 1.

Gráfico 1. Representação gráfica das atividades desenvolvidas nas ASD em Sergipe.

Nas ASD inseridas no estado de Sergipe não foram encontrados beneficiadores,

reembaladores e armazenadores de sementes; amostradores; e certificadores da

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produção própria ou entidades certificadoras, bem como laboratórios de análise de mudas

e laboratório de análise de sementes, oficiais do MAPA, ou não oficiais deste Ministério.

Para o desenvolvimento do presente relatório técnico utilizou-se a mesma

metodologia adotada para os estados de Pernambuco e Alagoas, ou seja, encaminharam-

se questionários apenas para os produtores que trabalhavam com espécies nativas e

frutíferas ou sementes nativas. Além disto, foi feito contato telefônico com todos os

produtores das espécies de interesse, notadamente as florestais e frutíferas nativas, nos

casos em que o número do telefone estava válido. Os questionários foram enviados

juntamente com o Ofício-circular do DRB/SRHU/MMA contendo informações básicas

sobre o trabalho e solicitando a participação do produtor na pesquisa.

Um ponto importante a ser esclarecido acerca dos registros no Renasem é que 22

comerciantes estavam com os registros vencidos desde 2013 e um comerciante

encontrava-se com o registro vencido desde 2012. Contudo, o Decreto 5.153, de 23 de

julho de 2004, que aprova o regulamento da Lei 10.711, dispõe que o

estabelecimento/produtor possui 60 dias para solicitar a renovação do registro, ou seja,

talvez vários destes comerciantes estejam em procedimento de renovação de seu

registro. Aliado a isto, como o foco do trabalha se dá em torno da produção de mudas, e

que nenhum produtor de mudas e sementes estava nesta situação, optamos por não

interrogamos o motivo de tal situação.

Preliminarmente é de suma importância enfatizar que a produção de espécies

nativas em ou Sergipe, tanto florestais quanto frutíferas, ocorre predominantemente por

meio da produção de mudas. Ou seja, a priori, não são comercializadas sementes de

espécies nativas, mas sim mudas.

No que tange às espécies produzidas, os produtores foram classificados em:

produtor de espécies florestais nativas, produtor de citros e produtor de grama.

Teoricamente, o produtor de espécies florestais produz espécies lenhosas, ou

seja, árvores. Neste sentido, árvore é uma denominação consensual para caracterizar

uma tipologia botânica de grande porte, normalmente compreendendo altura limítrofe

inferior igual a 4 metros e superior alcançando cerca de 122 metros (atual registro da

maior árvore observada no mundo). Entre outras características, uma árvore possui uma

raiz pivotante, cuja função é conferir resistência ao vegetal, além de possuir um caule

Page 15: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

15

principal lenhoso de onde partem ramificações emitidas a partir de determinada altura,

tendo como referência o nível do solo, estendendo-se até o ápice da copa, formando o

extrato arbóreo contendo folhas (Fonseca, 2013).

De acordo com essa descrição, apenas as gimnospermas e as angiospermas

dicotiledôneas possuem espécimes arbóreas e foram abordadas neste relatório técnico

(Fonseca, 2013).

Do total de produtores de mudas inseridos nas ASD Sergipe (34 produtores),

apenas dois estabelecimentos dedicam-se à produção de outro produto que não seja

variedades de citros (principalmente as espécies de limão, laranja e tangerina), conforme

pode ser visualizado no gráfico 2. Ou seja, há somente um único produz de mudas de

espécies florestais e frutíferas nativas em toda a ASD de Sergipe.

Gráfico 2. Representação gráfica das espécies de mudas produzidas nas ASD de

Sergipe.

Ou seja, as ASD deste Estado, destaca-se a elevada produção de frutas cítricas,

por meio de 32 produtores, contando apenas com 01 produtor de mudas nativas e um

produtor de grama.

4.2. O perfil dos entes cadastrados no Renasem na Bahia

De acordo com o levantamento realizado, foi possível identificar nas ASD no

estado da Bahia: 93 produtores de mudas, 55 produtores de sementes, 105 responsáveis

Page 16: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

16

técnicos, 112 comerciantes, 15 beneficiadores de sementes, 17 armazenadores de

sementes, 4 entidades certificadores de produção própria, 12 reembaladores, 6

amostradores e 2 entidades certificadoras conforme pode ser visualizado no Gráfico 3.

Nas ASD baianas não foram encontrados laboratórios de análise de mudas e

laboratório de análise de sementes, oficiais do MAPA, ou não oficiais deste Ministério.

Gráfico 3. Representação gráfica das atividades desenvolvidas nas ASD Baianas.

Um ponto importante a ser esclarecido acerca dos produtores de sementes e

mudas das ASD baianas é que nenhum produtor de mudas encontra-se com o registro do

Renasem vencido no momento da pesquisa dos dados. Porém, registramos 12

responsáveis técnicos, 40 comerciantes e dois produtores de sementes que se

encontravam com o registro vencido há, pelo menos, 60 dias. Como os produtores que

estavam nesta condição não são produtores de sementes nativas optou-se por não

aprofundar esta informação na análise ora realizada. No que tange aos comerciantes e

aos responsáveis técnicos, ambos não foram objetivo específico da pesquisa, pois a

mesma trata, principalmente, da produção de espécies nativas.

Diante do exposto, uma das conclusões obtidas neste relatório técnico é o

elevado grau de comprometimento dos produtores de sementes e mudas, visto que a

grande maioria deles preza por manter em dia o seu registro no Renasem. Tal afirmação

Page 17: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

17

não pode ser feita para os comerciantes, os quais muitas vezes trabalham com os

registros vencidos, conforme informações apresentadas acima.

Preliminarmente é de suma importância enfatizar que as produções de espécies

nativas da Bahia, tanto florestais quanto frutíferas, ocorrem predominantemente por meio

da produção de mudas. Porém existe um produtor de sementes cadastrado para a

produção (coleta) de sementes de espécies florestais nativas no estado da Bahia.

A respeito das atividades que não envolvem a somente a produção de sementes

e mudas e a comercialização, nas ASD baianas temos o seguinte cenário:

As atividades de armazenamento e beneficiamento sempre vez associadas a

atividade de produção de sementes e normalmente associadas à comercialização. Os

reembaladores, na maioria das vezes, também é uma atividade associada às citadas

acima, porém observou-se que em 2 situações os reembaladores estão dissociados das

atividades produtivas ou de comercialização (Gráfico 4).

Gráfico 4. Atividades de beneficiamento e armazenamento de sementes e reembalagem

nas ASD baianas.

Os amostradores, por sua vez, normalmente são responsáveis apenas pela

amostragem das sementes, conforme se verifica no Gráfico 5.

Page 18: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

18

As instituições certificadoras da produção própria sempre se encontram

associadas à atividade produtiva, neste caso produção de sementes, podendo, ou não

desenvolver outra atividade (Gráfico 6).

Por fim, registramos que as entidades certificadoras existentes nas ASD baianas

estão também associadas a outra atividade, sendo uma ligada à produção de semente e

outra à comercialização (Gráfico 7).

Gráfico 5. Amostradores de sementes nas ASD baianas.

Gráfico 6. Certificadores da produção própria nas ASD da Bahia.

Page 19: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

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Gráfico 7. Entidades certificadoras nas ASD da Bahia.

Ou seja, tanto os beneficiadores de sementes quanto os armazenadores de

sementes e os reembaladores desenvolvem suas atividades em torno da produção de

sementes agrícolas, não incluindo espécies nativas.

No que tange às espécies produzidas, às informações obtidas permitiu classificar

os produtores de mudas em: produtor de citros, café, eucalipto, frutíferas diversas (exceto

citros), espécies florestais exóticas (exceto eucalipto), espécies nativas, produtor de

hortaliças e produtor de espécies ornamentais.

Do total de produtores de mudas inseridos nas ASD baianas, a maioria se dedica

a produção de mudas de espécies frutíferas, com destaque para os citros, especialmente

o limão, laranja e tangerina, conforme pode ser visualizado no Gráfico 8.

Gráfico 8. Representação gráfica das espécies de mudas produzidas nas ASD BA.

Page 20: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

20

Por outro lado, analisando-se os dados sobre a produção de sementes nas ASD

baianas é possível verificar que os produtores trabalham exclusivamente com a produção

sementes de agrícolas, forrageiras, hortaliças ou ornamentais, porém destacamos que

existe uma instituição que se destina a coleta e/ou produção de sementes de espécies

nativas localizada no município de Eunápolis. Apesar de tal município encontra-se fora

das ASD optamos por encaminhar o questionário para este produtor de sementes, por ser

o único produtor/coletor de sementes nativas encontrado em todos os estados

trabalhados - BA, MG, AL, PE e SE. Porém o mesmo, infelizmente, não atendeu à

solicitação feita, não encaminhando o questionário respondido.

Gráfico 9. Representação gráfica das espécies de sementes produzidas nas ASD do

estado da Bahia.

Dada à especificidade do tema abordado no presente relatório técnico será

realizado um detalhamento das espécies nativas, em conformidade com o Termo de

Referência que norteia o presente relatório técnico.

5. AS ESPÉCIES FLORESTAIS NAS ASD DE SEGIPE E BAHIA

Os recursos vegetais nativos, além de fontes de alimentos, podem ser utilizados

para a obtenção de fibras, madeiras, pigmentos, condimentos, aromas, energia e de

princípios ativos para produção de medicamentos (Leite & Coradin, 2011).

Page 21: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

21

Abaixo foi realizada breve descrição das espécies nativas – florestais e frutíferas

– e exóticas produzidas nas ASD de Sergipe e Bahia.

5.1. As Espécies Florestais Nativas das ASD em Sergipe e Bahia

No levantamento realizado foi possível identificar a produção de 54 gêneros de

plantas florestais, nos municípios inseridos nas ASD em Sergipe e Bahia. Deste total, 39

gêneros correspondem a plantas florestais nativas do Brasil, 08 gêneros são de plantas

frutíferas nativas e 07 gêneros são de plantas exóticas.

Nas ASD em Sergipe e Bahia foi possível identificar 9 produtores de espécies

nativas, sendo 1 no primeiro estado e 8 no segundo, produzindo as seguintes espécies

florestais:

Angico-vermelho, Angico-bravo - Anadenanthera macrocarpa (A. colubrina var

Cebil). Família: Leguminosae-Mimosoideae. É uma árvore semicaducifólia, com 8 a 20 m

de altura, podendo atingir até 30 m de altura na idade adulta, na floresta Estacional. No

Cerrado e na Caatinga, o angico-vermelho apresenta porte menor, com altura variando de

3 a 15 m. Até recentemente, o angico-vermelho era determinado por A. macrocarpa,

sendo a mudança de nome bastante recente. Sua é indicada para construção rural, naval

e civil, como vigas, caibros, ripas, marcos de portas e janelas, tacos e tábuas para

assoalho, esquadrias, em obras hidráulicas e externas como carrocerias, estacas, esteios,

postes, mourões, dormentes, cruzetas, madeiramento de currais e outros usos para

fabricação de móveis, folhas faqueadas para lambris e peças torneadas. Produz lenha e

carvão de boa qualidade. O tronco do angico quando ferido exsuda uma goma-resina

amarelada em abundância, sem sabor e cheiro, semelhante à goma-arábica, com

aplicações industriais e medicinais. Apresenta tanino nos frutos e na casca, utilizados em

curtumes. As flores são melíferas. A casca é usada em medicina caseira. A espécie

possui potencial paisagístico, sendo utilizada na arborização de parques, praças e

rodovias. No reflorestamento para recuperação ambiental a espécie é recomendada na

reposição de mata ciliar, em locais sem inundação e no reflorestamento de áreas

degradadas. O angico-vermelho é aparentado a outros angicos (CNPF, 2013). Angico-

branco (A. colubrina var colubrina) possui como sinonímias Piptadenia colubrina e

Piptadenia macrocarpa. A madeira de angico-branco é indicada para tabuado, tacos,

marcenaria, obras internas, ripas, implementos, embalagens, construção civil e

Page 22: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

22

naval. Produz lenha e carvão de boa qualidade. Produz goma-resina, mediante ferimento

do tronco. O angico-branco é, entre os angicos, a espécie que possui o maior teor de

tanino na casca, até 32%. Também possui características medicinais e para a apicultura.

A árvore tem floração exuberante, com grande beleza, sendo usada na arborização de

estradas, parques e ruas. No reflorestamento para recuperação ambiental a espécie é

recomendada para recuperação de terrenos depauperados e erodidos, bem drenados, e

para reposição de mata ciliar em terrenos com inundação (CNPF, 2013) é indicada,

também para plantios mistos e em APP (Árvore Brasil – Ficha Científica da Árvore, 2013).

Outro gênero que também apresenta árvores de angico é o Parapiptadenia. Além de

Parapiptadenia rígida (Angico-vermelho ou Angico-gurucaia) ocorrem mais quatro

espécies do gênero Parapiptadenia na parte tropical da América do Sul. Parapiptadenia

pterosperma (Angico Roxo ou Angico-de-flor-roxa), com ocorrência na Bahia, no

Espírito Santo e no Rio de Janeiro, na Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica). Além

destes, destacamos, também, o Parapiptadenia zehntneri com ocorrência na Bahia e em

Pernambuco e Parapiptadenia blanchetii com ocorrência na Bahia. Parapiptadenia rigida

é bem distinta das demais espécies brasileiras e caracteriza-se, principalmente, pelas

flores amarelo-esverdeadas e pelos folíolos linear-falcados com nervura principal

submarginal. As espécies de Parapiptadenia são muito afins das de Piptadenia, mas

diferenciam-se pelas sementes aladas, planas, com testa muito tênue não marcada por

pleurograma. Angico-gurucaia é espécie pioneiria, secundária inicial a precursora-tardia.

O Angico-gurucaia é espécie agressiva, comum em terrenos abandonados e

freqüentemente observada nas associações secundárias, ocupando posição importante

nas capoeiras e nos capoeirões. Apresenta regeneração natural abundante em clareiras

abertas na floresta e sob povoamentos implantados. O Angico-gurucaia é recomendado

para reposição de mata ciliar em locais com ausência de inundação ou com inundações

periódicas de rápida duração e ainda na recuperação de áreas degradadas. Nos plantios,

apresenta boa deposição de folhedo, que dificulta o aparecimento de vegetação invasora

e da biodiversidade, devendo-se investigar possível efeito alelopático. Esta espécie não

apresenta restrições no uso da água do solo no decorrer do inverno, assinalando mesmo

sua maior média de consumo nesse período; seu maior consumo foi na primavera (CNPF,

2014).

Araticum, marolo - Annona spp. Família Annonaceae. O gênero Annona possui

várias espécies nativas brasileiras, com destaque para A. crassiflora, A. cacans, A.

Page 23: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

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coriaceae, A. glabra e A. dioica. Trata-se de espécies características do bioma Cerrado,

contudo algumas podem ser encontradas nas regiões Sul e Norte (Árvores Brasil, 2013).

Espécies endêmicas do Brasil, de ocorrências nas regiões, Norte, Nordeste e Centro-

Oeste (Flora do Brasil, 2014). Entre as espécies citadas, apenas o fruto da A. doica não

deve ser consumido in natura, na dieta humana (Árvores Brasil – Ficha Científica da

Árvore, 2013). Outros usos destas espécies incluem o paisagismo, dada a sua aptidão

para plantio em parques, ruas, praças e arborização de rodovias. O inconveniente do uso

destas espécies para áreas de grande circulação é a queda dos frutos, que podem causar

acidentes. No reflorestamento para recuperação ambiental as espécies são indicadas

para plantio em áreas com solo permanentemente encharcado (CNPF, 2013). Nas ASD

em SE e/ou Bahia é produzida a espécie Araticum-do-mato Annona aurantiaca que se

assemelha a A. coriacea var. amplexicaulis (Flora do Brasil, 2014).

Unha-de-vaca-de-espinho - Bauhinia forficata. Família: Caesalpiniaceae. O

genêro Bauhinia possui aproximadamente 250 espécies distribuídas nas regiões tropicais,

subtropicais e temperada-quente da América, África, Ásia e Oceania. No continente

Americano se encontra o mais elevado número de entidades, sendo a área de maior

diversidade específica a região Amazônica do Peru e Brasil. Pelo menos 100 dessas

espécies ocorrem no Brasil. Espécie pioneira a secundária inicial, sendo encontrada

geralmente na vegetação secundária, principalmente em capoeiras e nas margens das

estradas, caminhos e abertura nos bosques. A madeira de pata-de-vaca apresenta uso

local e bastante restrito, principalmente em construção civil, obras internas, caixotaria,

estacas, carpintaria e obras leves. Produz lenha de boa qualidade. A pata-de-vaca é uma

excelente forrageira arbórea, riquíssima em proteína e em hidratos de carbono. As flores

desta espécie são melíferas, e caracteriza-se por ser uma planta tradicionalmente usada

em medicina popular. Para fins paisagísticos, é usado em razão da beleza de suas flores,

podendo ser empregada como espécie ornamental, nos parques e jardins. É também,

recomendada para arborização de ruas estreitas e sob rede elétrica. No reflorestamento

para recuperação ambiental a espécie é recomendada para recuperação de ecossistemas

degradados; revegetação de terrenos erodidos e reposição de mata ciliar para locais com

inundações periódicas de rápida duração ou período de encharcamento leve (CNPF,

2014). Além da espécie descrita, nas ASD em Sergipe e Bahia são produzidas as

espécies de Unha-de-vaca-do-cerrado Bauhinia holophylla e Unha-de-vaca-roxa Bauhinia

rufa.

Page 24: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

24

Urucum - Bixa orellana. Família: Bixaceae. Arvoreta da família das Bixaceae

nativa da América tropical. É uma planta pioneira de pequeno porte, sendo que quando

adulto pode chegar a medir até 5 ou 6 m de altura. É cultivada em muitas regiões do país,

e sua semente usada para condimento e coloração de alimentos, coloração esta

proveniente da orelina (amarelo) e a bixina (vermelho), um dos poucos corantes

vermelhos permitidos para uso em alimentos. Rápida em seu crescimento, esta planta

pode ser usada em reflorestamentos e como ornamentação (Florestas Nativas, 2013). É

particularmente indicada para áreas degradadas, plantio misto e áreas de preservação

permanente (Árvores do Brasil - Ficha Científica da Árvore, 2013). Outra espécie deste

gênero produzida nas ASD em SE e/ou BA é o Urucum-da-mata Bixa arborea.

Pau-Brasil - Caesalpinia echinata. Família: Fabaceae-Caesalpinoideae. Espécie

secundária, de 8 a 12 metros de altura quando adulta. Sua madeira é muito boa e já foi

muito utilizada para construção naval e para extração de compostos para tintas e

corantes. Boa espécie para o paisagismo, principalmente por ser uma árvore que remete

à história brasileira e de sua colonização, porém, possui crescimento lento, o que pode

prejudicar sua utilização na arborização urbana (Florestas Nativas, 2013). Já foram

relatados indivíduos com até 30 m de altura no passado. Sua madeira hoje é utilizada

para fabricação de arcos de violino. O corante retirado de sua madeira é conhecido como

"brasileína", outrora muito utilizado para tingir tecidos e fabricar tinta de escrever. Espécie

secundária inicial, secundária tardia e de clímax. Ocorre preferencialmente em solo seco

(Árvore Brasil – Ficha Científica da Árvore, 2013). No reflorestamento para recuperação

ambiental o pau-brasil auxilia na reconstituição de ecossistemas degradados, através da

deposição de folhedo (cerca de 2.900 kg/ha/ano) (CNPF, 2013).

Pau-ferro - Caesalpinia ferrea. Família: Leguminosae -Caesalpinioideae. Espécie

secundária inicial de boa regeneração na floresta. Madeira usada em construção civil e

naval, caibros, eixo, esquadrias, taco, portas, mobiliário fino e principalmente faqueados.

Produz lenha e carvão de boa qualidade. As flores são melíferas, enquanto que as

sementes e casca são usadas na medicina popular. É muito empregada em paisagismo e

arborização de praças e de ruas, devido à beleza de seu porte. No reflorestamento para

recuperação ambiental é usada para reposição de mata ciliar, em solos sem inundação.

C. ferrea apresenta três variedades bem caracterizadas. A variedade ferrea. (C. ferrea

var. cearensis), com ocorrência na região Nordeste, é forma peculiar à Caatinga, onde é

Page 25: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

25

conhecida principalmente por jucá (CNPF, 2013). Pau-ferro-leiostachya Caesalpinia ferrea

var. leiostachya é uma das três variedades produzidas nas ASD em SE e/ou BA. As

outras espécies do gênero Caesalpinia produzidas nas ASD de SE e/ou BA são:

Catingueira rasteira (C. microphylla); Pau-ferro-pluvioso (C. pluviosa); Pau-ferro-

catingueiro (C. pyramidalis); Pau-ferro-tintureiro (C. spinosa) e Flamboyazinho (C.

pulcherrima).

Pau-mulato-branco Calycophyllum multiflorum. Família: Rubiaceae. Árvore

nativa, não endêmica do Brasil. De ocorrência na região Centro-Oeste, nos domínios

biogeográficos do Cerrado e Pantanal, especialmente nas florestas ciliares ou de galeria e

na Floresta Estacional Semidecidual (Flora do Brasil, 2014).

Cássia – Cassia spp. Família Leguminosae-Caesalpinoideae. Ocorrem quinze

espécies nativas ou espontâneas do gênero Cassia, nas Américas. Cassia ferruginea,

com ocorrência do Ceará ao Paraná é bastante conhecida por Canafístula, separando-se

de Cassia grandis por apresentar flores amarelas. A espécie C. grandis, conhecida como

Cássia-rósea é árvore caducifólia, com 10 a 15 m de altura. As árvores maiores atingem

dimensões próximas de 30 m de altura na idade adulta. É a maior espécie brasileira do

gênero Cassia. A madeira pode ser usada na construção civil, principalmente em

acabamentos internos, carpintaria, serraria, forro, móveis rústicos, tabuados, vigas,

postes, pequenas pontes, embarcações e cabo para ferramenta pesada. A lenha é de

qualidade aceitável. A madeira desta espécie é considerada boa para produção de

carvão, álcool e coque, apresentando teor médio de lignina. Da casca é extraída resina.

As flores são melíferas. Suas grandes vagens são usadas para arranjos decorativos. A

polpa do fruto da Cássia-rósea é usada em medicina popular. Espécie ornamental,

principalmente pela beleza das flores róseas que aparecem logo após a queda total das

folhas, dando à árvore um belíssimo aspecto, sendo usada em paisagismo e arborização

urbana. São restrições para seu uso não suportar bem as podas, sofrendo podridões e

entrando em decadência cedo e o tamanho de suas vagens lenhosas, que chega a pesar

quase 1 kg. A espécie está perfeitamente adaptada a todas as regiões quentes do País.

No reflorestamento para recuperação ambiental a espécie é recomendada para reposição

de mata ciliar para locais com inundações periódicas de rápida duração e com período

curto de encharcamento (CNPF, 2013). A outra espécie produzida nas ASD em SE e/ou

BA é a C. leptophylla, conhecida como Cássia-barbatimão. Seus usos incluem o

Page 26: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

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reflorestamento, especialmente para áreas degradadas, preservação permanente e

plantios mistos. Os outros usos sugeridos são paisagismo e ornamentação de praças

(Árvores Brasil, 2013). Além disto, são produzida nestas regiões, também, Coração-de-

Negro Cassia apoucouita e Cássia-amarela Cassia leiandra.

Embaúba - Cecropia glaziovii (Embaúba-vermelha) Família: Urticaceae. É uma

planta arbórea, geralmente entre 10 a 15 metros de altura. Seu tronco e ramos são

cilíndricos e as grandes folhas se concentram nas partes terminais de ramos e tronco. No

bioma Mata Atlântica a Embaúba é encontrada principalmente nas formações de Floresta

Ombrófila Densa. Pertence às espécies pioneiras e são especialistas em ocupar as

bordas das florestas com áreas recém abertas (clareiras). A madeira é muito leve,

empregada para fabricação de flutuadores, jangadas, saltos de sapatos, brinquedos, lápis

e palito de fósforo. A casca é dotada de fibras muito resistentes utilizadas na confecção

de cordas rústicas. O seu uso inclui a medicina popular, a ornamentação de praças e

jardins e a recuperação de áreas degradadas e proteção de remanescentes da Mata

Atlântica (Mendonça, 2011). Outras espécies deste gênero produzidas nas ASD de SE

e/ou Bahia são Imbaúba-prateada Cecropia hololeuca, Imbaúba-branca Cecropia

pachystachya, e Imbaúba-da-mata Cecropia sciadophylla.

Cedro - Cedrela spp. Família: Meliaceae. Espécie C. fissilis (Cedro Vermelho) é

climática de grande porte, com altura entre 20 e 35 metros quando adulta. Sua madeira é

leve a moderadamente pesada, macia ao corte e durável em ambiente seco. Quando

enterrada ou submersa, apodrece rapidamente. Pode ter sua madeira empregada em

compensados, esculturas e móveis em geral. É uma espécie muito utilizada para

paisagismo urbano e recomposição de reflorestamentos heterogêneos de áreas

degradadas de preservação permanente, mas não deve ser plantada em agrupamentos

homogêneos por ser susceptível ao ataque de pragas. Tem preferência por solos úmidos

e profundos, como os encontrados nos vales e planícies aluviais (Florestas Nativas,

2013). A madeira desta espécie é parecida com a do mogno (Swietenia macrophylla),

sendo, porém, mais mole e de textura mais grossa, e de qualidade inferior em

comparação com a do cedro-rosa ou cedro-cheiroso (Cedrela odorata). As flores são

melíferas. A casca do cedro é usada em medicina popular. Espécie largamente

empregada no paisagismo de parques e grandes jardins e recomendada para arborização

de praças. No reflorestamento para recuperação ambiental a espécie é recomendada

Page 27: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

27

para recuperação de ecossistemas degradados e para reposição de matas ciliares em

locais com ausência de inundação. Apesar de apresentar sintoma moderado de

fitotoxidez, o cedro é considerado promissor para programas de revegetação de áreas

com solo contaminado com metais pesados, tais como zinco (Zn), cádmio (Cd), chumbo

(Pb) e cobre (Cu) (Árvore Brasil – Ficha Científica da Árvore, 2013; Florestas Nativas,

2013).

Paineira-branca, Paineira-de-espinho - Chorisia glaziovii. Família:

Bombacaceae. Além de C. speciosa, mais quatro espécies do gênero Chorisia ocorrem

no Brasil. A espécie C. crispiflora tem flores rosadas e pétalas bem estreitas, sendo mais

frequente no Rio de Janeiro, mas ocorre também na Bahia, Rondônia, Santa Catarina e

no Rio Grande do Sul. A espécie conhecida por paineira-branca ou barriguda (C. glaziovii)

ocorre no Nordeste brasileiro e no Espírito Santo. A espécie conhecida por barriguda-do-

pantanal (C. pubiflora) tem ocorrência no Pantanal Mato-Grossense e no Distrito Federal,

e a espécie C. ventricosa ocorre no domínio da Caatinga em Minas Gerais, sendo

conhecida por barriguda-de-espinho, tem empregos especiais, de caráter artesanal, no

vale do São Francisco. A madeira da paineira é pouco utilizada, sendo usada em

aeromodelismo, material isolante, flutuadores, enchimento de portas, embalagens leves,

caixas, forro de móveis, cochos, gamelas, tamancos, canoas e divisórias. A semente

contém de 15 a 20% de óleo, semelhante ao de algodão, aproveitável para fins industriais

e alimentares. A paineira apresenta grande valor econômico pelas excelentes

características e alto preço de sua paina, que já chegou a ser exportada. A paina não é

uma fibra, no sentido próprio da palavra, mas um pêlo: são apêndices que se

desenvolvem das células epidérmicas internas do fruto e que, na maturação, se

destacam, de modo a formar o enchimento que envolve as sementes. A paina da paineira

pode ser usada como isolante acústico ou térmico e para enchimento de almofadas,

acolchoados, cobertas, colchões, no forramento de agasalhos e estofaria de móveis, na

fabricação de equipamentos de flutuação e salva-vidas. As flores são melíferas. A resina,

a casca e as flores possuem propriedades medicinais. Planta de grande efeito

ornamental, pelo porte avantajado, beleza das flores e por apresentar florescimento

abundante e prolongado, sendo frequentemente cultivada em parques, praças, jardins e

avenidas. No reflorestamento para recuperação ambiental a paineira atrai muitas aves,

sendo recomendada para plantios de reconstituição de matas, devendo ser plantada no

máximo, 20 plantas/ha, considerando a incidência de pragas de sementes na idade

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adulta, e para reposição de mata ciliar em locais com ausência de inundação. Todavia, a

paineira é indicada também para plantio em áreas com o solo permanentemente

encharcado (CNPF, 2013).

Pau-de-viola - Citharexylum myrianthum e Pau-de-viola-pequeno - Citharexylum

solanaceum. Família: Verbenaceae. Ocorrem cerca de 20 espécies de Citharexylum

espalhadas pelas Américas. Entre as espécies que ocorrem no Brasil, três merecem ser

citadas. No Rio Grande do Sul, são encontrados C. montevidense, conhecida por tarumã-

de-espinho e C. solanaceum, conhecida por tarumã e em Santa Catarina e no Paraná, o

C. solanaceum, conhecido por cabriteiro. C. pernambucense ocorre em Alagoas, onde é

conhecida por salgueiro e em Pernambuco. Recentemente, foi descrida a espécie C.

myrianthum var. bahiense, que é encontrada a 1.100 m de altitude, na Serra do

Tombador, na Bahia, como arbusto de 1,5 m de altura. Esta variedade difere da variedade

típica por apresentar folhas menores. Citharexylum é descrita como espécie pioneira a

secundária inicial. É frequente na vegetação secundária, principalmente em capoeirões

situados em várzeas úmidas e planícies que durante as chuvas de verão, se transformam

em charcos temporários, onde chega a ser frequente sete a quinze árvores por hectare.

Citharexylum myrianthum é espécie característica da Floresta Ombrófila Densa - Floresta

Atlântica, nas formações Aluvial, e Baixo-Montana. No Rio Grande do Sul ocorre ao longo

da costa até o Município de Pelotas, representando assim uma das espécies da Floresta

Atlântica que mais avança em sentido sul. É assinalada, ainda, em matas ciliares da

Floresta Estacional Semidecidual e na Floresta Estacional Decidual Baixo-Montana

(CNPF, 2014). Madeira quase sem uso industrial e com lenha de qualidade regular. As

flores são melíferas. Recomenda-se o seu plantio em áreas de praças, parques e jardins

onde o terreno apresente o lençol freático superficial e o solo seja super-saturado em

água. Tem como restrição, o fato de suas raízes aflorarem com facilidade, possibilitando

avaliar a grande extensão do sistema radicial. No reflorestamento para recuperação

ambiental como os frutos do tarumã são muito apreciados e disseminados pela avifauna é

recomendado para reflorestamento das várzeas muito úmidas ou mesmo semi-brejosas e

para reposição de mata ciliar em locais com inundações periódicas de rápida duração. Em

plantio experimental a espécie apresentou alta porcentagem de falhas no período de pré-

inundação, tornando-se inviável após 34 dias de inundação, entretanto é indicada para

plantio em áreas com o solo permanentemente encharcado. A espécie apresenta grande

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plasticidade fenotípica e a capacidade de aclimatação, quando previamente submetida a

inundação (CNPF, 2014).

Clúsia – Clusia fluminensis. Família: Clusiaceae. Encontrada principalmente em

jardinagem e paisagismo, apenas raramente na forma nativa. Árvore de baixo a médio

porte, folhas lisas, grossas e arredondadas. Floração muito bonita, com flor grande, de

pétalas brancas e miolo avermelhado. Muito usada em paisagismo urbano, pela beleza de

flores. Espécies melífera (Árvores Brasil, 2014).

Copaíba - Copaifera spp. Família: Fabaceae-Caesalpinoideae. Ocorrem de 25 a

30 espécies do gênero Copaifera na América Tropical sendo C. langsdorffii a de maior

ocorrência no Brasil. Espécie secundária que pode atingir altura de 10 a 15 m. Madeira

moderadamente pesada, de superfície lustrosa e lisa ao tato, medianamente resistente,

que empena durante a secagem, muito durável em condições naturais, com cerne e

alburno diferenciados. Sua madeira é indicada para a construção civil, como vigas,

caibros, ripas, batente de portas e janelas, cabos de ferramentas, carrocerias, tábuas para

assoalhos. Fornece também o bálsamo ou óleo de copaíba, um líquido transparente e

terapêutico, que é a seiva extraída quando se faz furos no tronco até atingir o cerne. A

árvore oferece ótima sombra e pode ser empregada na arborização rural e urbana.

Também é útil para plantios em áreas degradadas e de preservação permanente.

(Florestas Nativas, 2013). As flores são melíferas. Na medicina popular são usada a

resina, a casca e o óleo. Apesar do crescimento lento, trata-se de espécie prioritária para

reflorestamentos protetivos. A espécie é recomendada para reposição de mata ciliar em

locais com inundações periódicas de média a longa duração e também para plantio em

áreas com o solo permanentemente encharcado (CNPF, 2013). Nas ASD de Sergipe e/ou

Bahia é produzida o Pau d'óleo (C. nitida).

Tamboril-da-Mata, Timbaúba, orelha-de-macaco - Enterolobium

contortisiliquum. Família: Fabaceae-Mimosoideae. Espécie pioneira, de grande porte, com

altura variando entre 20 e 35 metros quando adulta. Sua madeira é leve, macia ao corte,

medianamente durável e pouco resistente. A árvore contém copa ampla e frondosa,

proporcionando ótima sombra durante o verão. É fundamental para reflorestamento de

áreas degradadas de preservação permanente e em plantios mistos, principalmente por

seu rápido crescimento inicial. Além disso, seus frutos contêm saponina, e são utilizados

para higienização do corpo na mata (Florestas Nativas, 2013). A madeira de Timbaúva

Page 30: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

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pode ser usada para brinquedos, colmeias, construção naval e civil, portões corrediços,

portas, venezianas, carpintaria em geral, modelos de fundição, pranchetas, embalagens e

caixotaria leve, palitos de fósforo, lápis, urna funerária, canoas de tronco inteiro e

embarcações, entalhes e esculturas, gamelas, cochos, chapas compensadas, miolo de

portas e painel. As raízes, longas e grossas, servem para jangadas. Tem porcentagem

elevada de saponina na casca e nos frutos, servindo para a fabricação de sabão caseiro.

As flores são melíferas. A polpa da entrecasca do fruto contém saponina hemolítica e é

usada na medicina popular. É usada principalmente em arborização de rodovias, praças,

parques e jardins. No reflorestamento para recuperação ambiental recomenda-se seu

plantio para reposição de mata ciliar em locais sem inundação e com inundações

periódicas de rápida duração, e na recuperação de áreas de baixa fertilidade química. A

espécie tem sido plantada em áreas em início de desertificação em Alegrete - RS e em

áreas de mineração. O gênero Enterolobium atualmente é representado no Brasil por

nove espécies. E. timbouva é a espécie mais próxima, com ocorrência no Cerrado que há

pouco tempo, era considerada sinônimo botânico de E. contortisiliquum (CNPF, 2013).

Pau-de-candeia - Eremanthus glomerulatus. Família: Asteraceae. Esta espécie

está submetida à constante pressão exploratória, sendo os caules frequentemente

utilizados como mourões de cerca, pela durabilidade e para produção de óleo essencial,

cujo componente principal, o α-bisabolol, possui propriedades antiflogísticas (anti-

inflamatória), antibacterianas, antimicóticas, dermatológicas e espasmódicas. É uma

planta do Cerrado, sendo usada na construção civil, fabricações de ferramentas,

marcenarias e carpintarias, além de serem melíferas e ornamentais. São agentes de

recuperação de áreas degradadas (Ribeiro et al., 2010).

Bucaré, mulungu, mulungu-da-flor-vermelha, mulungu-da-flor-amarela,

muchôco, mulungá - Erythrina velutina. Família: Fabaceae. Espécie arbórea (árvore)

aculeada ou espinhenta, de comportamento decíduo de mudança foliar e que atinge altura

próxima a 15 m na idade adulta. O tronco é reto a levemente tortuoso e os ramos são

pouco aculeados. Ocorre, de forma natural, no Brasil, nos estados da Bahia, Ceará,

Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Espécie pioneira que ocorre preferencialmente nas formações secundárias, apresentando

dispersão bastante irregular e descontínua. A madeira de E. velutina é porosa, mole e de

baixa durabilidade natural. Cruas ou cozidas, as flores dessa espécie são comestíveis.

Page 31: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

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Pode ser usado como paisagismo, medicinal, artesanato e lenha. É recomendada para

plantios mistos destinados à restauração de áreas degradadas de preservação

permanente (Carvalho, 2008). Ocorrem cerca de 108 espécies de Erythrina em regiões

tropicais e subtropicais do mundo (CNPF, 2013) (Florestas Nativas, 2013).

Jenipapo - Genipa americana. Família: Rubiaceae. Espécie secundária, de médio

porte, que pode atingir de 8 a 14 metros quando adulta. Sua madeira é moderadamente

densa, flexível e fácil de ser trabalhada. Apresenta longa durabilidade quando não

exposta ao solo e umidade. Sua madeira pode ser empregada na construção civil,

marcenaria entre outros. Seus frutos são comestíveis e muito apreciados. Por ser espécie

bem adaptada a várzeas úmidas ou encharcada, esta espécie pode ser utilizada para

plantios mistos em áreas brejosas e degradadas de preservação permanente, visando

fornecer alimentos para a fauna em geral. (Florestas Nativas, 2013). O jenipapeiro

apresenta intensa regeneração em capoeirões, áreas de atividade antrópica ou

colonizando áreas abertas. É comum na floresta secundária e rara na floresta primária.

Espécie frequente nas matas ciliares e também nas partes secas. Apresenta posição

média ou superior no dossel das florestas. Ocorre em várias formações como Floresta

Ombrófila Densa Aluvial (Floresta Amazônica e Floresta Atlântica), na formação Baixo-

Montana; na Floresta Estacional Semidecidual Submontana; no Cerradão; no Chaco Sul-

mato-grossense, no Pantanal Mato-Grossense e na Caatinga arbórea. A madeira do

jenipapeiro é considerada de primeira qualidade, elástica e flexível, sendo usada em

construção naval e civil, carroçaria, tanoaria, móveis de luxo, palitos, marcenaria, moldes

para aeromodelismo, formas de sapato, espadas para esgrima, torneado, coronhas de

armas, cabos de ferramentas, estatuetas, construções de barcos e chapas decorativas.

Há presença intensa de cumarina na casca e no lenho. Possui propriedades corantes. O

tronco produz suco tintorial amarelo, conhecido por jenipapina. Do tronco, por incisão,

emana uma resina branca, ou amarelada, adocicada. O fruto do jenipapeiro é consumido

ao natural, na forma de compotas, vinhos, licores, doce em massa, geleia e doce

cristalizado. As flores são melíferas. Várias partes do jenipapeiro são usadas na medicina

popular. O jenipapeiro é também usado em paisagismo, sendo recomendado para

arborização urbana. No reflorestamento para recuperação ambiental o jenipapeiro

apresenta grande potencial de uso em recuperação de áreas alteradas, com inundação

temporária ou mesmo em locais mais secos. Pode ser plantado em áreas brejosas ou em

faixa próxima à margem de rios e em locais com inundações periódicas de média a longa.

Page 32: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

32

O gênero Genipa é um gênero neotropical com sete espécies (CNPF, 2013) e outra

espécie do gênero produzido nas ASD em Sergipe e/ou Bahia é o Jenipapo-liso (G.

infundibuliformis). Outro gênero de jenipapo é o Tocoyena spp, sendo que nas ASD de

Sergipe e Bahia é produzido o Jenipapo-bravo-de-cavalo (T. formosa). Este gênero ocorre

em Restinga, Floresta Ombrófila Densa e Cerrado (Árvores Brasil, 2014).

Seringueira - Hevea brasiliensis. Família: Euphorbiaceae. Espécie não endêmica

do Brasil, espécie típica da Floresta Amazônica, mas de ocorrência também na região

Centro-Oeste, além da Norte (Flora do Brasil 2014).

Pau-alecrim, Alecrim-de-campinas - Holocalyx balansae. Família:

Leguminosae- Caesalpinioideae. Árvore perenifólia, com 5 a 10 m de altura podendo

atingir até 25 m na idade adulta. Espécie clímax característica do interior da floresta

primária, não sendo comum na vegetação secundária. A madeira pode ser usada em

marcenaria de luxo, tacos de bilhar, bengalas, construção pesada, tabuado, vigamento,

caibros, dormentes, eixos, esquadrias, estacas, forro, móveis, mourões, postes, ripas,

cabos de ferramenta e peças torneadas. Produz lenha e carvão de boa qualidade. As

sementes são tidas como tóxicas, enquanto que as folhas, talos foliáceos e sementes

podem ser tóxicos ou medicamentosos, de acordo com a sua dose. Espécie largamente

utilizada na arborização de parques, praças e ruas. No reflorestamento para recuperação

ambiental o fruto, cuja polpa madura é suculenta, adocicada e um tanto ácida, serve de

alimento para vários animais silvestres sendo recomendado para reposição de mata ciliar

em locais sem inundação e para plantio em margem de represa com piscicultura (CNPF,

2013).

Ingá - Inga spp. É um gênero neotropical com 250 espécies distribuídas na

América tropical e subtropical e restrita às florestas pluviais, mesófitas e semi-decíduas.

Destas, cerca de 48 espécies ocorrem no Brasil, nas florestas costeiras do Sul e Sudeste.

Espécie pioneira, com altura de 4 a 14m. Madeira leve, dura ao corte, de textura grosseira

e de baixa resistência ao apodrecimento. Indicada para uso apenas na confecção de

embalagens leves, brinquedos e para lenha e carvão. Os frutos, de arilo doce e

abundante, são comestíveis e muito apreciados, o que também a classifica como uma

espécie frutífera nativa (Florestas nativas, 2013). A espécie é recomendada para plantio

nas faixas mais próximas aos cursos d'água, em locais sujeitos a inundações periódicas

de média a longa duração e com período de encharcamento longo. É, também,

Page 33: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

33

recomendada para plantios para a recuperação de ecossistemas degradados (CNPF,

2013). As espécies produzidas nas ASD em AL e/ou PE incluem: Ingá-doce (I. affinis),

Ingá-de-metro (I. edulis); Ingá-de-rio (I. ingoides); Ingá-mirim (I. cylindrica) e Ingá-banana

(I. uruguensis).

Caroba-rosa ou Carobão (Jacaranda micranta). Família: Bignoniaceae. Espécie

pioneira a secundária inicial, sendo é freqüente e espontânea na vegetação secundária,

nas capoeiras, capoeirões, na orla da mata e mesmo em terrenos abandonados. A

espécie Caroba-rosa ocorre na Floresta Estacional Semidecidual; na Floresta Estacional

Decidual, na Floresta Ombrófila Densa, na Floresta Ombrófila Mista e no Cerradão. A

madeira do Carobão é maleável, podendo ser usada em móveis, caixotaria leve, sarrafos,

instrumentos musicais, acabamentos internos, como guarnições, rodapés, ripas;

tamancos, marcenaria, carpintaria, forros, construções em geral e cabos de vassoura;

laminação, miolo de painéis e portas, chapas de partículas. A lenha é de qualidade

razoável. Espécie medicinal e muito ornamental, pela beleza de suas flores, sendo usada

em parques, avenidas e arborização de rodovias. No reflorestamento para recuperação

ambiental a espécie é recomendada para a recuperação de ecossistemas degradados e

para arborização de cursos d´água (CNPF, 2014). Outras espécies de gênero produzidas

nas ASD em Sergipe e/ou Alagoas incluem J. brasiliana (Caroba brasileira) e J. macranta

(Caroba do Mato).

Jacarandá Mimoso - Jacaranda mimosifolia. Família: Bignoniaceae. Árvore de

até 15 m de altura, com casca fina e acinzentada e flores com coloração azulado-lilás.

Ocorre nos estados de São Paulo e Minas Gerais, nas formações florestais do complexo

Atlântico. Sua madeira é clara, muito dura, pesada, compacta e de longa durabilidade,

porém frágil, útil para a confecção de brinquedos, caixas, instrumentos musicais,

carpintaria e móveis em geral. Espécie pioneira de grande valor ornamental pelo porte e

delicadeza de suas folhas, cor e abundância de suas flores, comumente utilizada no

paisagismo de avenidas e parques (IBF, 2013).

Embira-de-sapo-ingá - Lonchocarpus sericeus. Família: Leguminosae,

Papilionoideae. O gênero Lonchocarpus inclui cerca de 120 espécies distribuídas do

México até a América do Sul, com apenas uma espécie, L. sericeus, ocorrendo também

na costa oeste da África. Na América do Sul, está representado por 15-20 espécies

dispersas especialmente nas florestas sazonalmente secas ou úmidas da porção

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setentrional, incluindo a floresta Amazônica e ambientes associados. Das espécies Sul-

americanas do gênero, nove ocorrem no Brasil (L. cultratus, L. hedyosmus, L. latifolius, L.

macrocarpus, L. nitidus, L. pluvialis, L. sericeus, L. spiciflorus e L. violaceus) em

formações florestais, geralmente associadas às margens de rios, desde o nível do mar até

mais de 1.200 m de altitude. Quatro espécies estão restritas ao domínio Amazônico (L.

hedyosmus, L. macrocarpus, L. spiciflorus e L. latifolius), L. sericeus e L. cultratus

apresentam distribuição ampla em todo o Brasil. L. pluvialis ocorre nas Regiões Centro-

Oeste e Sudeste e L. violaceus é encontrada nos Estados da Bahia e Espírito Santo.

Lonchocarpus sericeus é a espécie do gênero mais amplamente distribuída, ocorrendo

desde o sul do México até a porção meridional da América do Sul, incluindo Antilhas e

também a maior parte da costa ocidental africana. No Brasil, é registrada para todas as

regiões, crescendo usualmente próxima às margens de rios em diversos tipos

vegetacionais (florestas úmidas, tropicais sazonalmente secas, incluindo caatinga), entre

altitudes de 200-1200 m, em solos usualmente argilosos ou hidromórficos. Floresce de

junho a fevereiro e frutifica de maio a junho e de setembro a outubro. Árvore 10-30 m

altura (Silva & Tozzi, 2012).

Bico-de-pato-jacarandá, Caviúna, Pau-sangue - Machaerium brasiliense.

Família: Leguminosae-Papilionoideae. Espécie de ocorrência nas regiões Norte, Centro-

oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Ocorre nas vegetações de Restinga, Floresta Ombrófila

Densa, Floresta Estacional Semidecidual, mata ciliar, mata paludosa e campos de cerrado

(Árvores Brasil – Ficha Científica da Árvore, 2013). Ocorrem cerca de 120 espécies do

gênero Machaerium do México à Argentina, das quais, quase uma centena no Brasil. São

espécies próximas M. scleroxylo, M. villosum e M. acutifolium (Bico de pato de espinho –

espécie produzida nas ASD em SE e/ou BA)(CNPF, 2013). Espécie pioneira que pode

atingir altura de 8 a 18 m de altura, com tronco bastante áspero e descamante. Madeira

moderadamente pesada, elástica, muito resistente e moderadamente durável quando em

ambiente seco. Sua madeira é própria para confecção de cangas de bois, varais e cabos

de ferramentas. A árvore fornece ótima sombra e pode ser empregada na arborização

urbana e rural. Como planta pioneira adapta a luz direta e como é muito rústica,

apresenta-se ótima para plantios mistos em áreas degradadas e de preservação

permanente. As flores são perfumadas e melíferas (Florestas Nativas, 2013).

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Maçaranduba, Caxeta, cambiira - Manilkara salzmanni. Família: Sapotaceae

Altura de 4 a 26m, com tronco ereto e cilíndrico, de 30-60 cm de diâmetro. Madeira

pesada, dura ao corte, textura média. Empregada em construções em geral, obras

externas, mourões, postes, etc. Os frutos e o látex são comestíveis. A árvore é

recomendada para reflorestamentos (Árvores Nativas, 2014). Nas ASD de Sergipe e

Bahia é produzida a espécies M. zapota, conhecida como Sapoti, também nativa do Brasil

com ocorrência nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste (Flora do

Brasil, 2014).

Sabiá, Sansão-do-Campo - Mimosa caesalpiniaefolia. Família: Luguminosae-

Mimisoideae. Espécie pioneira que pode atingir de 5 a 8 metros de altura quando adulta.

Possui madeira pesada, dura, compacta e de grande durabilidade mesmo quando

exposta à umidade. Sendo assim, sua madeira é muito apropriada para usos externos,

como moirões, estacas, postes, dormentes e para lenha e carvão. Além disso, a árvore

apresenta características ornamentais, principalmente pela forma entoucerada de seus

ramos. Deve-se observar que possui muitos espinhos, e que podem machucar alguém

quando utilizada para arborização urbana. Como planta tolerante à luz direta e de rápido

crescimento, é ideal para reflorestamentos heterogêneos destinados à recomposição de

áreas degradadas e áreas de preservação permanente. Além disso, é muito utilizada

como cerca-viva defensiva (Florestas Nativas, 2013). Planta decídua, pioneira,

característica da vegetação da Caatinga. Ocorre preferencialmente em solos profundos,

tanto em formações primárias como secundárias. Produz anualmente grande quantidade

de sementes viáveis e suas flores são melíferas (IBF, 2013). Outras espécies do gênero

incluem a Bracatinga (M. scabrella), uma espécie pioneira com 4 a 8 metros de altura,

podendo atingir até 29 m na fase adulta. A madeira pode ser usada, principalmente, em

vigamentos, escoras em construção civil, partes não aparentes de móveis, em caixotaria,

embalagens leves, compensados, laminados e aglomerados. Produz lenha muito boa e

um carvão de excelente qualidade. Das sementes se obtêm açúcares, o trigalactosil

pinitol e um alto teor de galactomanana, o que possibilita sua aplicação racional na

melhoria da qualidade de produtos industrializados, como alimentos, fármacos,

cosméticos, explosivos e outros. Apresenta tanino na casca. Importante espécie apícola

e com propriedades medicinais. A árvore é bastante ornamental, principalmente quando

há presença de flores. Pode ser empregada, com sucesso, no paisagismo, principalmente

na arborização de ruas. No reflorestamento para recuperação ambiental é usada como

Page 36: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

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espécie facilitadora, por regeneração natural ou sendo plantada, recobre rapidamente

terrenos queimados, inibindo a vegetação herbáceo-arbustiva e criando condições de

microclima favoráveis para espécies tolerantes ao sombreamento. Espécie recomendada

para a conservação de solos e na recuperação e reabilitação de solos degradados, tais

como: solos com superfícies alteradas pela terraplenagem, solos modificados pela

exploração do xisto betuminoso e bauxita, solos erodidos e área de empréstimo, às

margens de reservatório de hidroelétrica, já que, através da deposição de biomassa e de

nutrientes, fertiliza o solo. Chega a depositar até 8.490 kg de matéria orgânica seca, 253

kg de nitrogênio e 15 kg/ha/ano de potássio. O reflorestamento com bracatinga é eficiente

para a reocupação do solo por microorganismos e vegetações autóctones, que

constituem elos importantes de cadeias biológicas. A espécie é recomendada para

reposição de mata ciliar em locais com ausência de inundação e encharcamento (CNPF,

2013). Bracatinga-do-campo-mourão (M. flocculosa) é uma espécie perenifólia, com 1,5 a

5 m de altura, na idade adulta. Seus usos incluem a produção de mel, o paisagismo e o

reflorestamento para recuperação ambiental onde esta espécie tem potencial para

recuperação de solos erodidos, rasos, áreas degradadas pela exploração de minérios e

áreas terraplanadas, por cobrir rapidamente o terreno, fixar nitrogênio, apresentar boa

deposição de biomassa no solo e permitir aparecimento de uma regeneração natural rica

e diversificada. A bracatinga-de-campo-mourão é recomendada, também, para plantio em

terrenos com drenagem lenta e em margens desmatadas de rios, suporta inundações

periódicas e curtos períodos de encharcamento (CNPF, 2013).

Aroeira-verdadeira, aroeira do campo - Myracrodruon urundeuva. Família:

Anacardiaceae. Espécie secundária que pode atingir altura de 6 a 14 m no Cerrado e

Caatinga e até 20-25 m em solos mais férteis, como o da Mata Atlântica. Madeira muito

pesada, de grande resistência mecânica e ao apodrecimento, com diferença nítida entre

cerne e alburno. Sua madeira é excelente para obras externas como postes, moirões,

esteios, estacas, dormentes, na construção civil como caibros, vigas, tacos para

assoalhos. É a madeira preferida para cercas no interior do Brasil, seja como mourão,

esticador, batente, estaca, palanque ou balancim. Produz carvão e lenha de boa

qualidade, apesar de a lenha não queimar bem (Floresta Nativa, 2013). Espécie

tradicionalmente utilizada para extração do tanino. A árvore que pela beleza de sua copa

é indicada para a arborização em geral, porém pode provocar alergias em algumas

pessoas. A casca, folha e raiz da aroeira são usadas tradicionalmente na medicina

Page 37: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

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caseira. No reflorestamento para recuperação ambiental a aroeira é recomendada para

solos compactados, consorciada com gramíneas e para matas ciliares (CNPF, 2013).

Pau-de-balsa - Ochroma pyramidale. Família: Malvaceae. A árvore tem vida

curta, cresce rápido e pode chegar ao dossel da floresta, com 20 a 25 m de altura e até

1,2 m de diâmetro. Pau-de-balsa é amplamente distribuída na zona neotropical, incluindo

as Antilhas, ocorre desde o Sul do México até a Bolívia e na Amazônia Brasileira;

preferencialmente em terras baixas e em vales entre montanhas, mas também pode ser

encontrada até 2.000 m de altitude. Desenvolve-se relativamente bem em solo arenoso

com fina camada orgânica, como nas margens inundáveis de rios e igapós, mas prefere

solos férteis, úmidos, bem drenados, argilosos, neutros ou alcalinos. Não tolera solos de

alta salinidade. As flores são polinizadas por insetos noturnos e as sementes são

dispersas pelo vento. As sementes podem permanecer em dormência por muito tempo,

compondo o banco de sementes da floresta. Germinam abundantemente quando as

condições de luz, temperatura e umidade são propícias. Em clareiras florestais, em

campos abandonados ou em solos aluviais recentes, ocorre boa regeneração natural e

muitas vezes a espécie é classificada como invasora ou associada às florestas

secundárias. O uso principal é a madeira, muito empregada na construção de barcos e

jangadas, na confecção de bóias salva-vidas, brinquedos, isolantes térmicos, forros de

teto, caixas leves e também na fabricação de celulose. A madeira pode substituir a cortiça

em suas múltiplas aplicações. A paina, que envolve a semente, é usada em enchimento

de colchões e travesseiros. Por apresentar altas taxas de crescimento e resistência à luz

direta, a espécie é recomendada para a recuperação de áreas degradadas e

melhoramentos de solos. É usada também em sistemas pastoris, pois é plantada em

pastos para fornecer sombreamento ao gado, contudo, não é uma prática recomendável,

se há também a intenção de explorar a madeira, pois os animais provocam vários danos

ao fuste. A espécie também é usada como ornamental, pela beleza e apresentar rápido

crescimento (Informativo Técnico Rede de Sementes da Amazônia, 2008).

Canafístula, Faveira, Tamboril-bravo - Peltophorum dubium. Família: Fabaceae

- Caesalpinoideae. Espécie pioneira que pode atingir de 15 a 25 metros de altura. A

árvore, além de muito ornamental quando em florescimento, proporciona ótima sombra

quando isolada. Pode ser empregada com sucesso no paisagismo em geral. Além disso,

como planta rústica e de rápido crescimento, é ótima para composição de

Page 38: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

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reflorestamentos mistos de áreas degradadas e de preservação permanente (Florestas

Nativas, 2013). Essa essência constitui–se, atualmente, numa madeira de alto valor

econômico, uma vez que há alguns anos atrás era desprezada comercialmente. Sua

madeira é indicada em construção civil para vigas, caibros, ripas, marcos de portas,

janelas, assoalho, em usos externos como mourões, dormentes, em indústria de móveis e

guarnições, na construção naval e militar, em marcenaria e carpintaria para fabricar

carroçarias, chapas e peças para decorações de interiores e parquetes. Presença muito

intensa de tanino na casca com teores de 6 a 8% e presença intensa no lenho. As flores

são melíferas. As raízes, folhas, flores e frutos possuem propriedades medicinais e são

usadas na medicina popular. Trata-se de árvore de grande efeito ornamental pela beleza

de suas grandes panículas amarelas, sobressaindo de grandes folhas delicadamente

penadas, produzindo belo efeito decorativo. A Canafístula apresenta sistema radicial bem

desenvolvido, sendo dificilmente tombada pelo vento. No reflorestamento para

recuperação ambiental a espécie é recomendada para reposição de mata ciliar, mas não

tolera terrenos encharcados, ainda que sobreviva a inundações periódicas. É indicada

também para recuperação de áreas degradadas (CNPF, 2013). Planta pioneira indicada

para o reflorestamento de áreas degradadas, APP e plantio misto (Árvore Brasil – Ficha

Científica da Árvore, 2013).

Embiruçu-da-mata - Pseudobombax grandiflorum. Família: Malvaceae.

Encontrada nas matas, tanto em regiões da Mata Atlântica quanto do Cerrado. Árvore de

médio porte, 15 a 20 metros de altura. Folhas digitadas, 4 a 9 folíolos, com flores brancas

muito bonitas, geralmente aparecendo com a árvore sem folhas. Fruto cápsula que se

abre mostrando sementes pequenas, envoltas em paina marrom. Germinação fácil,

desenvolvimento da muda rápido. Aproveitamento em paisagismo pela sua beleza.

Melífera (Árvores Brasil, 2014).

Amendoim-bravo, Pau-amendoim - Pterogyne nitens. Familia: Fabaceae-

Caesalpinioideae é uma espécie secundária inicial com papel pioneiro em sítios arenosos

e degradados, chegando a espécie secundária tardia, em capoeiras, e frequentemente

como árvore isolada em pastagens. Regenera-se intensamente nas áreas abertas e é

planta invasora de pastagens. Ocorre naturalmente em vários biomas brasileiros. A

madeira de amendoim é indicada para móveis finos, lambris, carpintaria em geral, tacos e

tábuas para assoalho, carroçaria, construção civil, vigas, caibros, ripas, forro e

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esquadrias, entre outros usos. A espécie é recomendada para construção de barcos e de

casas na zona rural e cidades do interior. Produz lenha de boa qualidade. Presença

intensa de alcalóides na casca e no lenho e presença intensa de cumarinas na casca.

Árvore ornamental, com valor muito grande, não só pela beleza e odor das flores como

também pela folhagem brilhante e pela frutificação que apresenta tons cambiantes à

medida que amadurece. É recomendada para vias urbanas e arborização de rodovias. É

ainda plantada em muitas cidades brasileiras. No reflorestamento para recuperação

ambiental a espécie é recomendada para reposição de mata ciliar em locais com

inundações periódicas de rápida duração e para revegetação em sítios arenosos e

degradados; suporta encharcamento leve (CNPF, 2014).

Saboneteiro, pau-de-sabão - Sapindus saponaria. Família: Sapindaceae. Planta

pioneira de médio porte de até 12m de altura. Os frutos além de servir de sabão, devido à

presença de saponinas, e até soltam espuma ao esfregar, servem também de repelente

de insetos e proteção de grãos, além de algumas propriedades terapêuticas. As sementes

são usadas para artesanato. É uma das espécies mais cultivadas para a arborização de

ruas das cidades brasileiras. Deve-se evitar a poda, para que a copa da árvore não perca

a forma esférica. É indispensável para reflorestamento (Florestas Nativas, 2013).

Quebracho-vermelho - Schinopsis brasiliensis. Família Anacardiaceae. Ocorre

na Caatinga desde a Bahia até a Paraíba. Apresenta porte arbóreo, podendo atingir até

12 m de altura, e 20 a 60 cm de diâmetro, com ramos providos de espinhosos. As folhas

são compostas, imparipinadas, de cor verde escuras na parte superior e pálidas na

inferior. A madeira desta espécie é considera especial para obras internas, carpintaria,

moendas, esteios, pilões, postes, vigas e dormentes (Dantas et al., 2008).

Aroeira-salsa ou aroeira-mole - Schinus molle. Família: Anacardiaceae. Espécie

secundária, de pequeno porte, com altura entre 4 a 8 metros quando adulta. Sua madeira

é dura, pouco elástica e de boa durabilidade sob condições naturais. Pode ser utilizada

para confecção de mourões, esteios e trabalhos de torno. Além disso, seu córtex produz

uma resina impregnada de terebentina. É uma árvore muito ornamental, sendo

amplamente empregada no paisagismo em geral. Pode também ser utilizada em

reflorestamentos heterogêneos com fins ecológicos. Uma boa característica é que é uma

espécie altamente tolerante à seca e resiste à geada. (Florestas Nativas, 2013).

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Aroeira-Mansa, Aroeira-Vermelha, Aroeira-Pimenta, Aroeira-do-Brejo,

Aroeira-Negra (Schinus terebinthifolia). Sinonímia: S. terebinthifolius, S. antharthriticus e

S. weinmanniaefolius (areoeira-pimenteira-do-campo). Possui crescimento muito rápido

(Árvores Brasil – Ficha Científica da Árvore). Espécie pioneira que pode atingir 5 a 10

metros de altura quando adulta. Sua madeira é moderadamente pesada, mole, bastante

resistente e com grande durabilidade. Pode ser utilizada para mourões, esteios, lenha e

carvão. A árvore é muito ornamental, principalmente durante o longo período em que os

frutos persistem na planta. Pelo porte pequeno é indicada para a arborização de ruas

estreitas e sob rede elétrica. Entretanto deve-se observar que estas espécies provocam

alergia em algumas pessoas sensíveis, quando em contato com suas folhas. É muito

indicada para reflorestamentos heterogêneos destinados à recomposição de áreas

degradadas e de preservação permanente, pois suas flores são melíferas, sendo então

muito apreciada pela avifauna. Além disso, é uma planta que se adapta bem a diversos

ambientes (Florestas Nativas, 2013).

Guapuruvu - Schizolobium parahyba. Família: Leguminosae-Caesalpinoideae.

Espécie pioneira que atinge até 20 ou 30 metros de altura. É uma das plantas nativas de

mais rápido crescimento. Espécie muito ornamental quando em flor, mas não é

recomendada para arborização urbana devido à queda frequente de seus ramos, ficando

o tronco todo marcado. É uma espécie característica do bioma Mata Atlântica. Sua

madeira serve à fabricação de brinquedos, caixotaria e compensados. No reflorestamento

é indicada para recuperação de áreas degradadas, preservação permanente e plantios

mistos (Árvores Brasil – Ficha Científica da Árvore, 2013).

Ipês – Tabebuia spp. Família: Bignoniaceae. Ipê Amarelo (T. serratifolia) é uma

planta secundária de tamanho grande chegando até 20 m de altura. Árvore com floração

abundante e amarela, que desabrocham em dias secos e anunciam a proximidade da

primavera, se destaca facilmente na mata no inverno. Em 1961, Jânio Quadros declarou o

Ipê amarelo como a flor nacional (Ipê é uma palavra de origem tupi, que significa árvore

cascuda). É produtora de excelente madeira, além de ser belíssima ornamental. Ipê-

Branco (T. roseo-alba) é uma espécie secundária que atinge de 7 a 16 metros de altura

quando adulta. Sua madeira é moderadamente pesada, macia e de ótima durabilidade

quando em ambientes internos. Pode ser empregada na construção civil, principalmente

para acabamentos internos. A árvore é extremamente ornamental, não somente pelo

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exuberante florescimento que pode ocorrer mais de uma vez por ano, mas também pela

folhagem densa de cor verde e azulada e forma piramidal da copa. É ótima para o

paisagismo em geral e é particularmente útil para arborização de ruas e avenidas dado

seu porte não muito grande. Em função de sua adaptação a terrenos secos e pedregosos,

é muito útil para reflorestamento neste tipo de ambiente, destinados à recomposição da

vegetação arbórea. Ipê-roxo-de-sete-folhas (T. heptaphylla) é uma planta clímax que

pode atingir de 10 a 20 m de altura quando adulta. Sua madeira é muito resistente,

pesada e durável sob condições mais adversas. A árvore em floração apresenta

grandiosa beleza, sendo uma das espécies mais populares em uso no paisagismo em

geral, particularmente na arborização de ruas e avenidas. É uma espécie utilizada para

reflorestamentos mistos destinados à recomposição de áreas degradadas de preservação

permanente. Ipê Roxo (T. avellanedae) é uma planta secundária de tamanho grande

chegando até 35 m de altura. O ipê-roxo é uma árvore de porte avantajado, seu lenho tem

substâncias com alto valor terapêutico, principalmente dos grupos saponínicos,

flavonoídeas, cumarínicos ou quinônicos. Árvore grande com floração abundante de róseo

a roxo que se destaca facilmente quando em flor e seu tronco é bastante rugoso. É

produtora de excelente madeira, além de ser belíssima ornamental. Ipê-tabaco, Ipê-

tabaco (T. chrysotricha) é uma espécie secundária, podendo atingir de 4 a 10 m de altura

quando adulta. Muito apreciada para paisagismo urbano por sua beleza e altura é a

espécie de ipê-amarelo mais cultivada em praças e ruas das cidades, sendo

particularmente útil para arborização de ruas e sob redes elétricas em virtude de seu

pequeno porte. Sua madeira é pesada, resistente e difícil de serrar, própria para obras

externas como postes, peças para pontes (Florestas Nativas, 2013). Outras espécies do

gênero que são produzidas nas ASD destes dois estados são: Ipê-da-serra (T. alba); Ipê-

branco-do-cerrado (T. dura); Ipê-roxo-de-bola (T. impetiginosa); Ipê-branco-do-brejo (T.

insignis); Ipê-amarelo-piúva (T. vellosoii); Ipê-rosa (Tabebuia roseoalba) e Craibeira

(Tabebuia aurea).

Leiteiro-jasmim - Tabernaemontana hystrix. Família: Apocynaceae. Árvores de 4

a 6 metros de altura, de pequeno a médio porte. Os frutos se abrem, expondo o interior

vermelho, atraindo a fauna. Produz leite nas folhas, caule e frutos, com muita abundância,

daí o nome. Flores brancas cobrindo a árvore em outubro - novembro. Existe pesquisa

sobre suas propriedades medicinais (Árvores do Brasil, 2014). Ocorre em Restinga,

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42

Floresta Ombrófila Densa, Floresta Estacional Semidecidual, Mata Ciliar e Cerrado

(Árvores Brasil, 2014).

Quaresmeira, flor-de-quaresma, quaresmeira-roxa, quaresma - Tibouchina

granulosa. Família: Melastomataceae. Espécie Pioneira, com altura de 8 a 12 m quando

adulta. Muito apreciada por sua beleza, é uma espécie que pode ser utilizada para

arborização urbana e projetos de paisagismo. É ótima também para arborização de ruas

estreitas e sob redes elétricas. Sua madeira é moderadamente pesada e de baixa

durabilidade quando exposta às intempéries (Árvores Nativas, 2014). Nas ASD em SE

e/ou BA é produzida, também, a Quaresmeira-da-serra Tibouchina candolleana.

5.2. As espécies Frutíferas Nativas cultivadas nas ASD em SE e BA

A maior parte das árvores frutíferas que consumimos não é formada de espécies

nativas do Brasil.

O conhecimento e a utilização de espécies frutíferas nativas propiciará o aumento

da diversidade alimentar e da renda para o produtor rural, além de contribuir para a

conservação da biodiversidade. Tal aspecto é particularmente importante para a

valoração real das espécies de frutíferas nativas e de seus habitats (Kinupp, 2011 (a)).

Além disto, é importante destacar que ao se recompor a vegetação ou reflorestar

uma área, podem-se utilizar espécies frutíferas desde que sejam pertencentes à flora

nativa brasileira, nas condições permitidas pelo novo Código Florestal.

Várias partes das plantas podem ser utilizadas para alimentação: raízes, túberas,

caules, seiva, folhas, flores, sementes e frutos, mas predominam os últimos, que são os

únicos a constarem na lista dos produtos do extrativismo do Nordeste. Umbu, mangaba,

pitomba, murici e taperebá são os principais, mas existem outros frutos nativos que são

cultivados em escala agrícola, principalmente, o caju e o cajá (Guilietti et al. 2003 ). Além

destas frutas (Silva, 2007) destaca, também, o araçá (Psidium cattleyanum), a gabiroba

(Campomanesia xanthocarpa), a jabuticaba (Myrciaria trunciflora), a pitanga (Eugenia

uniflora) e a uvaia (Eugenia pyriformis).

Page 43: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

43

Naturalmente, muitos outros frutos são consumidos sem que sua produção seja

registrada. Grande parte deles sequer é comercializada, mas é consumida diretamente

pelos agricultores. Não há uma lista das espécies frutíferas da Caatinga, mas a lista das

frutíferas nordestinas, elaborada por Pinto (1993), deve incluir a maior parte delas,

embora inclua também espécies que não ocorrem nessa área (Guilietti et al., 2003).

O umbu (Spondias tuberosa) é uma fruta típica da Caatinga e tem um grande

potencial de exploração, com a produção da polpa congelada, visto que o umbuzeiro,

como quase todas as nativas, tem safras de duração muito curta (Guilietti et al., 2003).

Pertencente a família Anacardiaceae, o umbuzeiro é uma árvore de pequeno porte (mede

até 6 m de altura) de copa larga originária dos chapadões semiáridos do Nordeste

brasileiro, que se destaca por sombra e aconchego (Wikpédia, 2013). A espécie Spondias

lutea, conhecida vulgarmente como cajá, taperebá, cajá-mirim, pertence à mesma

família. Apresenta como centro de origem a América Tropical e encontra-se amplamente

distribuída no Brasil, onde são encontradas isoladas ou agrupadas, notadamente em

regiões da Amazônia e da Mata Atlântica. É recomendada para reflorestamentos

ecológicos. A madeira da cajazeira é própria para marcenaria e carpintaria, sendo muito

empregada para a construção de pequenas embarcações. Seus frutos são comestíveis e

muito apreciados (Gois, 2007).

A produção de mangaba (Hancornia speciosa) predomina nas áreas costeiras

em locais mais de restinga que de Caatinga, embora atinja algumas áreas de Caatingas

de areia e de cerrado. Os frutos têm bom valor de mercado e há plantios comerciais em

expansão (Guilietti et al., 2003). Árvore nativa do Brasil, não endêmica, pertencente à

família Apocynaceae. De ampla ocorrências nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e

Nordeste, nos domínio fitogeográficos do Cerrado, Caatinga e Amazônia (Flora do Brasil,

2014).

Dentro da família Myrtaceae, os principais gêneros que englobam espécies

frutíferas são Eugenia, Myrciaria, Plinia e Psidium. No gênero Eugenia, as espécies mais

conhecidas são as pitangas (E. uniflora), nativa do Sul do Brasil, e a cagaita (E.

dysenterica), nativa do Cerrado brasileiro. Porém, na região Sul de destacam ainda a

cerejeira-do-rio-grande, ou cerejeira-do-mato (E. involucrata), a uvaia, ou azedinha (E.

pyriformis) e a grumixama (E. brasiliensis). No gênero Plinia estão as jabuticabas, com

mais de uma dezena de espécies nativas do centro Sul/Sudeste brasileiro. Embora muitos

Page 44: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

44

autores ainda incluam as jabuticabeiras no gênero Myrciaria, houve uma alteração de

nomenclatura deste para o gênero Plinia. No gênero Myrciaria destaca-se o camu-camu

(M. dubia), nativo do Norte do país. No gênero Psidium estão agrupadas cerca de 100

espécies, dentre as quais a mais conhecida é a goiaba (P. guajava). Neste gênero,

também estão os araças, sendo que os mais conhecidos são P. cattleyanum, originário do

sul do Brasil e distribuído desde o Rio Grande do Sul até a Bahia, bem como em outros

países da América do Sul (Franzon &Raseira, 2012).

A Pitanga (Eugenia uniflora) é um arbusto denso de 2 a 4 metros de altura,

podendo chegar a ser uma árvore de 6 a 9 metros. Ocorre da Bahia ao Rio Grande do

Sul, nas mais variadas formações fisiográficas, nos biomas Caatinga, Cerrado e Mata

Atlântica. Apresenta múltiplos usos podendo ser utilizada em tratamentos fitoterápicos,

como planta pioneira na recuperação de áreas degradadas e espécie melífera na época

da florada, além de possui excelente aceitação para ornamentação de jardins, inclusive

para bonsais. As folhas produzem óleos essenciais usados em cosméticos, além do fruto

in natura ser comestível (Bourscheid et al., 2011 (b)). As espécies E. involucrata

(conhecida como cerejeira do mato ou cerejeira do rio grande) e uvaia (E. pyriformis) são

árvores de 10 a 15 metros de altura que ocorre nas regiões sul e sudeste (Lisbôa et al.,

2011). Entre seus usos potenciais, destaca-se o reflorestamento, tanto para preservação

permanente quanto para plantios mistos, além da arborização de praças (Árvores Brasil -

Ficha Científica da Árvore, 2013). Nas ASD em Sergipe e/ou Bahia são produzidas as

seguintes espécies de pitangas: Pitanga-do-cerrado - Eugenia calycina; Pitanga-preta -

Eugenia florida; Pitanga-cerejeira - Eugenia involucrata; Pitanga-miúda - Eugenia

ligustrina; Pitanga-verde - Eugenia multicostata; Pitanga-do-cerrado-paulista - Eugenia

pitanga; Pitanga/Pitanga-vermelha - Eugenia uniflora; Pitanga-laranjinha - Eugenia

speciosa; Pitanga-selvagem - Eugenia sulcata; e Eugenia, murta Eugenia sprengelii.

As jabuticabas possuem várias espécies com destaque para Plinia peruviana, P.

trunciflora, P. cauliflora e P. jaboticaba. São árvores de até 15 metros de altura distribuída

nos biomas Mata Atlântica e Cerrado. É a frutífera nativa mais cultivada do Brasil. Os

frutos são consumidos in natura, podendo, contudo, ser industrializado (Kinupp et al.,

2011 (b)). Sua utilização inclui, ainda, o paisagismo, tanto para ornamentação quanto

para o uso em pomares. Além disto, a madeira poderá ser utilizada na construção civil,

como lenha e para a fabricação de móveis (Árvores Brasil – Ficha Científica, 2013). Nas

Page 45: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

45

ASD em Sergipe e/ou Bahia são produzidas as espécies de Jabuticaba Myrciaria

jaboticaba e Jaboticaba Myrciaria cuspidata.

O Açaí Euterpe oleracea, também se destaca entre as espécies de frutíferas

nativas produzidas nas ASD em Sergipe e Bahia. Planta nativa do Brasil, não endêmica,

de ocorrência nas regiões Norte e Nordeste, especialmente associada ao bioma

Amazônico (Flora do Brasil, 2014).

O cajueiro (Anacardium spp.) é uma planta perene, de porte médio e ramificação

baixa, sendo que nas áreas costeiras a copa é normalmente espalhada, em razão dos

ventos. A folhagem é permanente, embora no período de renovação da folhagem a

aparência seja de perda total das folhas. A diversidade de plantas do cajueiro tem sido

agrupada em dois tipos: o comum e o anão precoce. As plantas do tipo comum têm altura

média de 5m a 8m, com plantas em que a altura chega a 15m. As plantas do tipo anão

precoce alcançam altura média de 4m, sendo possível, no entanto, encontrar plantas fora

desse padrão (Barros, 2013). Nas ASD de SE e/ou Bahia são cultivadas as espécies de

Anacardium ocidentali (caju) e a A. spruceanum (Cajuí/Cajuaçu).

Cupuaçu e cacau (Theobroma spp.) pertencente à família Malvaceae. O gênero

abriga 22 espécies vegetais nativas da Amazônia, sendo que todas apresentam frutos

com valor comercial. Deste total, porém apenas 4 espécies são plantadas

comercialmente: T. grandiflorum (cupuaçu), T. bicolor, T. cacao (cacau) e T.

angustifolium. (Wikpédia, 2013). Nas ASD em Sergipe e/ou Bahia é produzido o Cacau

(T. cacao) para fins de plantação comercial (agrícola).

5.3. As espécies Florestais Exóticas cultivadas nas ASD em SE e BA

No que tange às espécies florestais exóticas, verificamos que poucas são as

espécies produzidas nas ASD em Sergipe e Bahia.

No levantamento realizado foi possível verificar, principalmente, a produção de

Eucalipto.

Eucalipto é a designação vulgar das várias espécies vegetais do gênero

Eucalyptus, ainda que o nome se aplique a outros gêneros da família de mirtáceas,

Page 46: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

46

especialmente os gêneros Corymbia e Angophora. São, em termos gerais, nativas da

Oceania onde constituem, de longe, o gênero dominante da flora. O gênero Eucalyptus

inclui mais de 700 espécies, quase todas originárias da Austrália, existindo apenas um

pequeno número de espécies próprias dos territórios vizinhos da Nova Guiné e Indonésia.

Adaptados a praticamente todas as condições climáticas, os eucaliptos se adaptaram

muito bem às condições climáticas brasileiras (Wikpédia, 2013). No Brasil existem

extensas áreas plantadas com eucaliptos, visando, principalmente a sua exploração

comercial.

As outras espécies exóticas produzidas nas ASD em Sergipe e/ou Bahia incluem

a Teca (Tectona grandis), o Nim Indiano (Azadirachta indica), o Pinus (Pinus taeda), o

Mogno Africano (Khaya ivorensis), o Cedro Australiano (Toona ciliata) e a Acácia

Esponjinha e Acácia Negra (Acacia farnesiana e Acacia mearnsii, respectivamente).

6. OUTROS DADOS SOBRE A PRODUÇÃO DE MUDAS

O processo de produção de mudas envolve diversas etapas, principalmente:

coleta das sementes nas matrizes; beneficiamento das sementes (limpeza, quebra de

dormência, entre outros); preparo dos substratos; semeadura; irrigação, manejo,

monitoramento e controle das mudas; aclimatação; expedição ou comercialização.

Apesar do baixo número de produtores de espécies nativas nas ASD em Sergipe

e Bahia (9 produtores) e considerando que alguns destes produtores trabalham com

apenas uma espécies (principalmente caju ou cacau), restaram 4 importantes produtores

de mudas que eram os principais detentores da maioria das mudas produzidas nestas

regiões. Destes 4 produtores, 3 responderam ao questionário, o que permitiu fazermos

uma amostragem consistente acerca do estado da arte da produção de mudas nas ASD

destes dois Estados da Federação.

Page 47: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

47

6.1. A capacidade e o potencial de produção

A respeito da capacidade e do potencial de produção de mudas de espécies

nativas produzidas nas ASD de Sergipe e Bahia deve-se informar que a totalidade dos

viveiros trabalha aquém de sua capacidade produtiva. Ou seja, todos os produtores que

responderam a pergunta sobre capacidade e potencial de produção de mudas, apontaram

que há pelo menos 50% de possibilidade de aumentar a oferta de mudas, se houvesse

procura. Em 100% das situações, os produtores de mudas descreveram que a quantidade

produzida atende satisfatoriamente a demanda dos consumidores.

Outro aspecto levantado no questionário que influencia a disponibilidade de

mudas no mercado é o percentual médio de perda das mudas. Neste sentido, houve

discrepância entre os dados apresentados, e as perdas informadas oscilaram de 10 a

30%. Apesar do pouco consenso entre os resultados obtidos, verifica-se que este

percentual médio de perdas é coerente com aqueles encontrados na literatura para

espécies nativas.

Especula-se que tais discordâncias se devam às espécies produzidas, pois cada

semente possui características de germinação distintas, e também à tecnologia utilizada

no processo produtivo e na quebra de dormência.

O questionário procurou levantar, ainda, informações sobre a qualidade da muda

produzida. Neste sentido, 2/3 dos produtores relataram que não estão satisfeitos com a

qualidade das mudas, apontando os seguintes itens como os principais obstáculos:

necessidade de aprimorar a coleta das sementes, visando a produção de mudas mais

saudáveis; e melhorar os procedimentos de quebra de dormência, os quais também

influenciam sobremaneira na qualidade da muda produzida.

Os produtores foram questionados, também, sobre a intenção, ou não, de ampliar

a capacidade produtiva, visto que se espera, com o novo Código Florestal, o

reflorestamento de cerca de 30 milhões de hectares (Agência Brasil, 2010) de áreas de

APP e reserva legal. Todos os produtores informaram que têm interesse em aumentar a

produção de mudas de espécies nativas, desde que haja procura pelas mesmas. Neste

sentido, visando entender qual seriam os gargalos para aumentar da produção, foi

perguntado sobre o que seria necessário para alavancar tal incremento. As respostas

foram: ampliação da infraestrutura disponível no viveiro; aprimoramento do conhecimento

Page 48: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

48

técnico; intensificação da coleta de sementes; e aumento do espaço físico hoje disponível

nos viveiros.

O item que chama a atenção nesta questão é sobre a necessidade apontada por

um dos produtores rurais no que tange à necessidade de reforçar seu conhecimento

técnico. Ou seja, cursos para os técnicos e trabalhadores dos viveiros podem surgir entre

as demandas dos produtores rurais nesta região.

Outro ponto questionado aos produtores rurais buscou entender qual a estrutura

de trabalho que os viveiros dispõem, para que nos fosse possível entender a influência

das tecnologias existentes no processo produtivo. As respostas apresentadas informaram

que os viveiros possuem estruturas com e sem sombrite; casa de vegetação; e

sementeiras7.

Fora da estrutura produtiva, alguns viveiros contam com escritórios, galpões e

sistemas de irrigação.

Uma última pergunta sobre as características gerais dos viveiros foi sobre a

quantidade de funcionários permanentes e safristas que operam no estabelecimento.

Nesta questão, novamente, as respostas não foram uniformes, pois foram informados de

3 até 15 funcionários.

Esta oscilação, entre outros, pode ocorrer em razão da espécie trabalhada e do

tamanho do estabelecimento.

6.2. Coleta de Sementes

A obtenção de semente é a parte mais importante no processo de produção de

mudas de essências nativas para reflorestamento. Todas as espécies nativas

reproduzem-se por sementes, apesar de algumas também o fazerem por meio

vegetativos. Muitas sementes necessitam de preparo e tratamento especial antes da

semeadura para aumentaram sua germinação (Costa & Leal, 2010).

7 Sementeiras: é um local onde as sementes são postas para germinarem para posteriormente serem

transplantadas para as embalagens (repicagem), (Definição dada por um produtor no questionário).

Page 49: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

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Mais uma vez, a produção/coleta das sementes não foi satisfatoriamente descrita

pelos produtores rurais. O mesmo ocorreu nos estados de MG, AL e PE.

Somente 1 dos produtores rurais que respondeu ao questionário informou que é

responsável pela coleta das sementes para a produção das mudas, os demais relataram

que adquirem as sementes no mercado.

A descrição dada pelo produtor de como ocorre a coleta das sementes foi: “As

sementes devem ser de boa qualidade genética e fisiológica. Devem ser colhidas em

boas áreas representativas da espécie, com todas as técnicas de beneficiamento e

armazenamento. A coleta é feita pela própria equipe do estabelecimento, coletando os

frutos na própria árvore ou até mesmo no chão. São provenientes de fragmentos florestais

de Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado, próximas das áreas de produção de mudas, como

também em áreas vizinhas. A coleta é feita em árvores matrizes marcadas e devidamente

identificadas como é recomendado tecnicamente. Utilizam também a técnica de coleta de

sementes através de podão (corte de frutos e galhos das árvores).” O produtor não será

identificado em função do compromisso de anonimato feito na carta que encaminhou o

questionário.

De acordo com os relatos do produtor rural, é disponibilizado EPI (equipamento

de proteção individual) aos coletores de sementes, porém o coletor não se encontra

cadastrado no Renasem para exercer esta atividade e a planta matriz não possui

declaração da fonte das sementes, conforme preconizado pela IN 56.

Tais informações corroboram com algumas fraquezas apontadas anteriormente

provenientes da qualidade da semente coletada.

Diante do exposto acima, é evidente a contribuição das redes de coletores de

sementes, as quais, entre outros aspectos, buscam profissionalizar os coletores de

sementes e melhorar a qualidade das mudas produzidas.

6.3. Beneficiamento e Armazenamento de Sementes

As sementes devem ser retiradas dos frutos logo após a coleta. A maneira de se

extraírem as sementes depende do tipo de fruto coletado (Oliveira et al., 2005).

Page 50: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

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Nas espécies nativas, é possível identificar que algumas sementes podem ter sua

germinação iniciada sem nenhum beneficiamento, enquanto que outras necessitam de

tratamentos para a quebra de dormência.

Assim como apresentado no item sobre a coleta as sementes, as etapas de

beneficiamento e armazenamento das sementes também não são realizadas por todos os

estabelecimentos que produzem as mudas.

No caso das ASD de Sergipe e Bahia, apenas um produtor rural declarou realizar

estas atividades. Neste sentido, o produtor rural relatou que o beneficiamento das

sementes no seu estabelecimento ocorre da seguinte forma: “Consiste na utilização de

técnicas específicas para a separação das sementes dos frutos, onde se procura

preservar o seu poder germinativo, oferecendo condições apropriadas para o

armazenamento ou a semeadura. E iniciado com a secagem ou extração das sementes,

sendo completado pelo uso de peneiras, água corrente, etc.”. Sobre o armazenamento

das sementes e mudas, o processo produtivo resumido seria: “O armazenamento tem por

objetivo conservar as sementes, preservando suas qualidades físicas, fisiológicas e

sanitárias, para posterior semeadura e obtenção de plantas sadias após a germinação o

armazenamento será feito em sacos plásticos, distribuídos em geladeira”.

Nenhuma informação específica foi feita em torno da quebra de dormência e os

procedimentos de beneficiamento das sementes, nos questionários enviados pelos

produtores rurais. A quebra de dormência é um processo caracterizado pelo atraso da

germinação, quando as sementes mesmo em condições favoráveis (umidade,

temperatura, luz e oxigênio) não germinam. Cerca de dois terços das espécies arbóreas,

possuem algum tipo de dormência, cujo fenômeno é comum tanto em espécies de clima

temperado, quanto em plantas de clima tropical e subtropical. O fenômeno de dormência

em sementes advém de uma adaptação da espécie às condições ambientais que ela se

reproduz, podendo ser de muita ou pouca umidade, incidência direta de luz, baixa

temperatura, etc. É, portanto, um recurso utilizado pelas plantas para germinarem

naturalmente na estação mais propícia ao seu desenvolvimento, buscando através disto a

perpetuação da espécie ou colonização de novas áreas. Sendo assim, quando nos

deparamos com este fenômeno há necessidade de conhecermos como as espécies

superam o estado de dormência em condições naturais, para que através dele possamos

Page 51: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

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buscar alternativas para uma germinação rápida e homogênea, ou seja, a quebra da

dormência (Vieira & Fernandes, 1997).

A dormência é um acontecimento essencial para a semente, que elabora um

mecanismo natural de resistência a fatores externos impostos pelo meio. Nas espécies

florestais nativas é comum a presença de sementes que necessitam de quebra de

dormência para que haja germinação fora de seu habitat natural, mesmo em condições

ambientais aparentemente favoráveis (Costa & Leal, 2010).

Porém, a maioria dos autores resume a causa da dormência em três fatores:

dormência imposta pelo tegumento, dormência devido ao embrião (subdesenvolvido ou

subdiferenciado) e dormência devido a substâncias promotoras e inibidoras (Fowler &

Bianchetti, 2000).

Dada a pouca informação disponibilizadas pelos produtores rurais sobre o

beneficiamento e armazenamento das sementes, este tópico ficou com a análise um

pouco prejudicada quando comparada com as demais informações apresentadas no

presente Relatório Técnico.

O questionamento feito no questionário sobre o tempo de armazenamento das

mudas também não foi respondido por todos os produtores rurais. Aqueles que se

disponibilizaram a responder a questão informaram que o tempo de permanência das

mudas nos viveiros oscila de 3 meses a 1 ano. De qualquer forma, a informação de que a

altura com que as mudas são transferidas para a aclimatação/rustificação é coerente

entre os estabelecimentos: com cerca de 30 cm de altura.

De acordo com a literatura ideal é que as mudas fiquem no viveiro cerca de 6 a 12

meses, no máximo, para serem plantadas com cerca de 30 a 40 cm de altura (Oliveira et

al., 2005). Ou seja, estes requisitos são de acordo com as informações disponibilizadas

nos questionários.

Page 52: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

52

6.4. Distribuição e comercialização

A fim de verificar a situação da distribuição e comercialização das sementes e

mudas nas ASD de Sergipe e Bahia os questionamentos focaram ao público alvo que

adquire as mudas e para o que as mudas se destinam.

No que tange ao perfil do mercado consumidor, houve predomínio da venda

diretamente para os produtores rurais, porém em um caso as mudas eram

comercializadas para empresas que executam projetos de recuperação de áreas

degradadas (PRAD). Contudo, nesta situação, verifica-se que o consumidor final é, na

verdade, o produtor rural. O consumidor urbano foi registrado participando em cerca de 15

a 20% dos casos, com a aquisição de mudas para fins de urbanização de centros

urbanos.

No que tange à destinação das mudas comercializadas, foram informadas como

destinos principais a restauração de APP e reserva legal, o reflorestamento para fins

comerciais (para espécies agrícolas, como o cacau) e para a arborização de centros

urbanos.

Acerca da procura por mudas nativas, um produtor rural informou que no seu

estabelecimento não há procura por espécies nativas e que ele tem curso para produção

de essências florestais, possui registro no Renasem para tal produção, mas que não a faz

por falta de procura por este tipo de muda. Os outros dois produtores rurais declararam

que existe procura por essências florestais nativas tanto para fins de recuperação de

áreas degradadas, quanto para recomposição de APP e reserva legal.

Como uma informação adicional, transcrevo o comentário de um dos produtores

rurais que contribuíram substancialmente para as informações inseridas neste relatório

técnico: “A produção de sementes e mudas não é uma tarefa fácil, pois elas se

comportam de diferentes formas, porém é uma boa prática de contribuir para um futuro

melhor. Basta os governantes exigirem a recuperação das áreas de forma efetiva, pois,

infelizmente, as pessoas só fazem as coisas quando são obrigadas por lei. Parabéns pela

atitude de vocês. Espero ter contribuído”.

Page 53: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

53

6.5. Limitadores

As limitações observadas e também registradas na literatura incluem,

especialmente:

a) Carência de informações sobre o cultivo, incluindo o processo de germinação, a

quebra de dormência, a utilização das espécies, entre outros aspectos. A falta de

pesquisa acerca de muitas espécies nativas dificulta sobremaneira o seu cultivo.

b) Falta de planejamento do produtor rural em processo de reflorestamento, visto que

o processo de produção de mudas envolve pelo menos, 8 meses de produção;

c) Para as espécies frutíferas nativas, a limitação se dá em razão do

desconhecimento do potencial de mercado e das técnicas de produção em larga

escala; longo prazo entre o plantio e a produção estabilizada para muitas espécies;

as pequenas quantidades de massa comestíveis; e as épocas de frutificação muito

curtas;

d) Quantidade insuficiente de sementes para produção de mudas em larga escala;

e) A qualidade das sementes nativas coletadas visto a impossibilidade de produzir

mudas de qualidade a partir de matrizes não selecionadas;

f) Falta de incentivo ao estabelecimento de redes de coletores de sementes de

espécies nativas;

g) A mão de obra também foi apontada como limitante por alguns produtores;

h) A dificuldade em superar a quebra da dormência de sementes de algumas

espécies;

i) Água, como um fator limitante na Caatinga, também destaca um ponto muito

importante;

j) Oferta de cursos para auxiliar os produtores rurais na formação de mão de obra

qualificada;

Page 54: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

54

6.6. Alternativas para ampliação do estoque, melhoria da qualidade,

otimização e qualificação do processo de produção de sementes e

mudas

Neste item abordaremos duas técnicas de restauração de áreas degradadas que

possam ser usadas alternativamente ao plantio de mudas, visto que nos produtos

anteriores foram apontadas alternativas para ampliação do estoque, melhoria da

qualidade e otimização e qualificação do processo de produção de mudas. Tal abordagem

foi realizada partindo-se do princípio norteador de que a produção de mudas visa à

restauração de áreas degradadas e, por isto, são descritas alternativas mais atrativas, do

ponto de vista econômico, e que podem auxiliar a restauração ecológica e florestal.

Existem diversas técnicas de restauração florestal: regeneração natural,

semeadura direta, plantio de mudas, instalação de poleiros artificiais, plantios de

Anderson, nucleação, muvuca de sementes, plantio intercalar de preenchimento e

diversidade, transposição de galhadas, transposição de solos férteis (topsoil) (Carvalho,

2012).

A Restauração de ecossistemas é a denominação que se tem atribuído ao desafio

de, por meio de interferências planejadas, reconstruir a estrutura e criar condições para

que se restabeleçam também os processos ecológicos naturais de cada ecossistema. A

restauração deve partir do estado de degradação ou conservação em que se encontram

os ecossistemas e a paisagem onde estão localizados. Cada situação é única e requer

caminhos específicos, determinados a partir das necessidades e dos objetivos locais,

considerando-se as prioridades, as possibilidades e os locais-chave para o início das

atividades (Amador, 2003).

Para que a restauração de ecossistemas venha a ser realmente efetivada por

proprietários rurais, empresas e órgãos governamentais é premente o desenvolvimento

de alternativas que a viabilizem economicamente (Amador, 2003)

Os programas de restauração, tradicionalmente, são executados com alguns

vícios, que comprometem o modelo de conservação in situ. Estes programas se

caracterizam por serem tecnologias muito caras, inviabilizando pequenos projetos que

possam efetivamente restaurar a biodiversidade através de processos naturais de

sucessão (Reis et al., 2007).

Page 55: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

55

A primeira técnica de restauração a ser brevemente descrita é o SAF (Sistema

Agroflorestal). O Sistema agroflorestal (SAF) é um nome relativamente recente dado para

práticas antigas, desenvolvidas em grande parte por comunidades tradicionais em várias

partes do mundo, especialmente nos trópicos. A definição adotada pelo International

Center for Research in Agroforestry (ICRAF) é: “Sistema agroflorestal é um nome coletivo

para sistemas e tecnologias de uso da terra onde lenhosas e perenes são usadas

deliberadamente na mesma unidade de manejo da terra com cultivares agrícolas e/ou

animais em alguma forma de arranjo espacial e sequência temporal”. Esse conceito

básico deve evoluir em função dos níveis de complexificação e diversificação dos

sistemas e da necessidade de posicioná-los perante a legislação. Os níveis de

complexidade dos sistemas agroflorestais evoluem dos mais simples - consórcios de

espécies agrícolas com arbóreas sem a preocupação da dinâmica da sucessão e da

biodiversidade, constituindo consórcios agroflorestais aos mais complexos - ecossistemas

agroflorestais, com dinâmica e diversidade similares às florestas naturais (Amador, 2003).

Os princípios da agrofloresta buscam se basear nessas estratégias, com o uso de

árvores em sistemas agrícolas com o papel de: (i) reduzir a insolação direta sobre o solo,

promovendo maior diversidade de vida no solo, (ii) reduzir o impacto direto das gotas de

chuva sobre o solo, reduzindo a compactação e a erosão e aumentando a infiltração, (iii)

capturar nutrientes de camadas profundas do solo e bombeá-los para a superfície, (iv)

reduzir o efeito erosivo do vento que contribui também para reduzir a umidade, (v)

promover matéria orgânica no solo, condição básica para a agricultura tropical, (vi)

adicionar nitrogênio por fixação biológica, e (vii) promover biodiversidade, vida (Amador,

2003).

Os sistemas agroflorestais, pela aproximação aos ecossistemas naturais em

estrutura e diversidade, representam um grande potencial para a restauração de áreas e

ecossistemas degradados. Podem ser empregados tanto como estratégia metodológica

de restauração, com o objetivo de reduzir os custos por meio da compensação financeira

em curto e médio prazos por produtos agrícolas e florestais, como para a constituição de

agroecossistemas sustentáveis, com produtos orgânicos e saudáveis (Amador, 2003).

A chamada “muvuca de sementes” caracteriza-se por ser uma técnica eficiente

para a recuperação das áreas degradadas permitindo a produção de alimentos

(Sementes do Portal, 2013).

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56

A técnica muvuca, utilizada no oeste da Bahia, ajuda na redução de custos para a

recomposição de áreas de preservação permanente (APPs), medida necessária para o

alinhamento das propriedades rurais ao novo Código Florestal. A economia pode chegar a

75% em relação a métodos convencionais de reflorestamento (Bittencourt, 2014).

A técnica provém da mistura de mais de 30 espécies de sementes nativas, grãos

e areia. A prática adotada é a do plantio a lanço, feito por máquinas que trabalham com

esteiras. As áreas de plantio precisam estar subsoladas e devem ser gradeadas logo

após a semeadura. As sementes também devem sofrer choque térmico antes de serem

lançadas na terra (Bittencourt, 2014).

O nome muvuca surgiu porque, na verdade, é um conjunto de espécies nativas e

agrícolas que a gente mistura. Então virou um nome, um apelido carinhoso para uma

técnica que o nome é plantio mecanizado de sementes nativas do cerrado (Bittencourt,

2014).

A técnica consiste em misturar as sementes de várias espécies para o plantio

direto na área escolhida para a recuperação. Mas que ninguém se engane: apesar do

nome “muvuca”, muito planejamento, organização e trabalho são necessários para

garantir o sucesso da prática. Algumas dicas importantes são misturar um pouco de terra

úmida para que a muvuca fique mais homogênea e a quebra da dormência das sementes

duras, agilizando a germinação destas espécies (Sementes do Portal, 2013).

As espécies escolhidas para o plantio podem ser tanto florestais quanto agrícolas,

porém é importante que haja grande diversidade plantada. De fato, quanto mais espécies

diferentes, melhor será o sistema. Não precisa ter medo se for a mais que o necessário, a

experiência de muitos agricultores e técnicos mostra que a natureza é sábia e seleciona

por si mesma as espécies que são adaptadas para o local e aquelas que devem sair do

plantio (Sementes do Portal, 2013).

Nossa experiência tem mostrado que a técnica é mais barata e mais eficiente do

que a recuperação só com mudas. Isso se deve, no nosso olhar, uma vez que o preço

das sementes é menor e a sobrevivência é maior do que as mudas. Dados de pesquisas

indicam que a mortalidade das mudas a campo pode superar 70 %. Considerando que

grande parte dos agricultores não tem condição de corrigir previamente o solo,

geralmente as mudas sentem muito as condições do clima e a baixa fertilidade e

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compactação do solo. Diferentemente, as sementes germinando no seu lugar definitivo

originam plantas que podem se adaptar com mais facilidade a essas condições

(Sementes do Portal, 2013).

O grande limitante da técnica é justamente a dificuldade em encontrar as

sementes florestais para o plantio, mas já existem grupos se organizando para formar

uma “Rede de Sementes”, para facilitar o acesso dos produtores às sementes (Sementes

do Portal, 2013).

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7. CONCLUSÃO

A produção de espécies nativas nas ASD de Sergipe e Bahia engloba alguma

diversidade de espécies florestais, visto que foi computada a ocorrência de 39 gêneros de

essências florestais nativas distribuídos em várias famílias de espécies arbóreas que

podem ser utilizados para a recuperação de áreas degradadas e restauração de APP e

reserva legal. As espécies frutíferas nativas auxiliam no incremento da produção de

espécies nativas por meio da produção de mais 08 gêneros de plantas, com destaque

para as jabuticabeiras e as pitangueiras, as quais possuem elevado número de espécies

e respondem pela maior participação total entre as frutíferas nativas.

As ASD do estado de Sergipe, estritamente, não se caracterizam por ser região

produtora de mudas de espécies nativas, porém contribui, sobremaneira, com a produção

nacional de citros, especialmente laranja, limão e tangerina. No estado da Bahia, da

mesma forma, a produção de citros também é bastante elevada, porém verifica-se com

uma produção de espécies nativas mais expressivas quando comparado ao estado de

Sergipe.

Quanto ao registro no Renasem, o estado da Bahia apresenta várias categorias

de registro e ficou evidente o comprometimento do produtor rural com o cadastro do

MAPA nos dois Estados, pois não foi encontrado nenhum produtor com registro vencido.

Por outro lado, os comerciantes são a categoria que mais trabalham com o registro no

Renasem vencido.

Um fato que chamou a atenção nos Estados trabalhados refere-se ao pequeno

número de produtores de mudas de espécies nativas, sendo que em Sergipe foi

identificado apenas um produtor, enquanto que na Bahia mais 8. Porém, deste montante,

apenas 04 produtores detêm quase a totalidade das mudas produzidas.

Quanto à capacidade e o potencial de produção das mudas, merece destacar que

todos os viveiros produzem aquém de seu potencial e estão dispostos a ampliar a

produção caso haja demanda por essências nativas.

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Como alternativa para a ampliação do estoque e aumento da disponibilidade de

mudas, foi abordada a utilização de duas técnicas de restauração em contraponto ao

tradicional plantio de mudas nativas. As técnicas de muvuca de sementes e plantio em

sistema agroflorestal foram brevemente comentadas e caracterizam-se como opções

mais vantajosas do ponto de vista econômico e com efeito promissor na restauração de

áreas degradadas.

A respeito das limitações, ficou evidente a influência da coleta das sementes

nativas, a qual ainda encontra-se com uma rede de coletores de sementes pouco

articulada.

Page 60: PAN DESERTIFICAÇÃO PRODUTO 4

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