folha do norte - 2005-01-04

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Folha do Norte  Januária-MG, 04 de janeiro de 2005 Editor: Fábio Oliva - MTb 09423 JP R$ 1,00 Patrolas e trator do município flagrados trabalhando para fazenda do prefeito Entra preifeito, sai prefeito, e os cofres públicos municipais parecem não ter sossego. Quarto prefeito de  Januária entre agosto e d ezembro de 2004, o ex-vereador Valdir Pimenta Ramos adotou as mesmas práticas políticas de seus antecessores, fazen- do uso da máquina administrativa em benefício próprio, tanto eleitoral quanto financeiro. Segunda-feira (20/12), uma de- núncia feita por funcionário da Pre- feitura de Januária e investigada pela  Associação dos Amigos de Januária (ASAJAN), permitiu que um trator de pneu fosse flagrado trabalhando na fazenda do prefeito Valdir Pimenta Ramos, onde realizava o plantio me- canizado de sementes.  Além do trat or, duas patro las, uma com marca da Prefeitura de  Januária e outra com adesiv o da Ruralminas, estavam trabalhando na estrada que dá acesso à fazenda do ex-vereador, que assumiu após o afastamento seguido de cassação do ex-vereador e ex-prefeito Manoel Fer- reira Neto. O autor da denúncia, que pediu para não ter seu nome revelado, por motivos óbvios, afirmou que, além da fazenda de Valdir Pimenta Ramos, a estrada onde trabalhavam as duas patrolas dá acesso ao principal re- duto eleitoral daquele político janu- arense. "Ninguém patrola estrada em época de chuvas. Esse serviço vai fi- car todo perdido. E, se f osse preciso fazê-lo de qualquer jeito, a estrada que liga a Pandeiros é que seria pri- oritária", comentou. Na fazenda, ao perceber que o tra- tor estava sendo fotografado, o filho do prefeito, que se identificou pelo prenome de Rafael, mandou parar o trator, desceu da máquina e, se diri- gindo ao fotográfo, foi logo avisando, em tom arrogante: "Vocês sabem de quem é esta fazenda em que vocês estão?" O fato foi comunicado à promoto- ra Gláucia Souza Flores, que tam-  bém recebeu cópias das fotografias feitas no local e ficou de tentar con- seguir um mandado judicial para fazer o flagrante. Usar máquinas da Prefeitura em benefício próprio já se tornou uma rotina em Januária CDL elege nova diretoria em janeiro Uma das mais importantes enti- dades representativas da classe em- presarial de Januária vai eleger sua nova diretoria em 31 de janeiro de 2005. A Câmara de Dirigentes Lo-  jistas, mantenedora do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), sempre teve dificuldades para escolher seu presidente. Em todas as eleições, ninguém queria assumir a direção da entidade e a escolha quase sem- pre recaia sobre alguém no estílo "li-  vre e espontânea pressão". Desta vez, porém, a situação pa- rece que será diferente. O empresá- rio Alessandro (Tan) Azevedo Gon- zaga encabeça um movimento de fortalecimento e resgate da impor- tância da entidade, e poderá inclu- sive ser candidato a presidente. "Va- mos montar uma chapa para con- correr à eleição da CDL", afirmou em entrevista exclusiva ao Folha do Norte .Ele faz parte de um grupo de empresários que, segundo suas pró- prias paralavras, "resolveram agir". Para ele, "a sociedade está se mo-  bilizando" e a classe empresar ial n ão pode ficar de fora deste movimento. Citou como exemplo o trabalho que está sendo desenvolvido pela Asso- ciação dos Amigos de Januária (ASA-  JAN), no comba te à corru pção, e pela  Associação de Desenvolvimento de  Januária (ADEJAN ), n a bu sca do de- senvolvimento da cidade.  Aless andro diz que a CDL e a  ADEJAN podem vir a liderar movi- mento no sentido da criação de uma empresa holding, cujo capital seria investido em projeto cujo estudo de  viabilidade té cnica e econõmica se- ria feito antes pelo Sebrae. "A idéia é conseguir 200 empresários que  Alessandro (T an) Azevedo Gon zaga, monta chapa para eleição da CDL contribuam com 200 reais por mês, durante um ano, para a formação de um capital de 480 mil reais. Quando o capital estiver formado, o Sebrae indicará em quais setores de-  verá ser investido, com foco na ge- ração de empregos para a popula- ção, e de retorno para os investido- res". Cristina Maciel espera pela PF e pela Justiça Orientada por seus advogados, Genival Tourinho e Manoel José, a ex-secretária municipal de Educa- ção, Maria Cristina Maciel Sabino, pelo menos por enquanto, não vai dar entrevistas sobre o desvio da ver-  ba de R$ 473,6 mil refere ntes à lici- tação 006/2004, para compra de material escolar.  Viúva, lutando com dificuldades para prover e educar seus filhos, Cristina Maciel não quiz comentar as declarações do ex-secretário muni- cipal de Fazenda, Fabrício Viana, de que se alguma irregularidade hou-  ve, não foi praticada por ele ou o ex- prefeito Josefino Lopes Viana, por- que quando os cheques chegaram para eles assinarem, já estavam as- sinados pela ex-secretária. "Confio em Deus, na Polícia Fede- ral e na Justiça", foi o que limitou-se a dizer a ex-secretária, que nos últi- mos dias recebeu vários telefonemas e visitas de parentes, amigos e pes- soas da comunidade que lhe foram hipotecar apoio e solidariedade.  A Polícia Federa l segue invest igan- do o caso, que está sob a responsa-  bilidade do delegado Marcel o F reitas.

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  • Folha do NorteJanuria-MG, 04 de janeiro de 2005Editor: Fbio Oliva - MTb 09423 JP R$ 1,00

    Patrolas e trator do municpio flagradostrabalhando para fazenda do prefeito

    Entra preifeito, sai prefeito, e oscofres pblicos municipais parecemno ter sossego. Quarto prefeito deJanuria entre agosto e dezembro de2004, o ex-vereador Valdir PimentaRamos adotou as mesmas prticaspolticas de seus antecessores, fazen-do uso da mquina administrativaem benefcio prprio, tanto eleitoralquanto financeiro.

    Segunda-feira (20/12), uma de-nncia feita por funcionrio da Pre-feitura de Januria e investigada pelaAssociao dos Amigos de Januria(ASAJAN), permitiu que um trator depneu fosse flagrado trabalhando nafazenda do prefeito Valdir PimentaRamos, onde realizava o plantio me-canizado de sementes.

    Alm do trator, duas patrolas,uma com marca da Prefeitura deJanuria e outra com adesivo daRuralminas, estavam trabalhandona estrada que d acesso fazendado ex-vereador, que assumiu aps oafastamento seguido de cassao doex-vereador e ex-prefeito Manoel Fer-reira Neto.

    O autor da denncia, que pediupara no ter seu nome revelado, pormotivos bvios, afirmou que, alm dafazenda de Valdir Pimenta Ramos, aestrada onde trabalhavam as duaspatrolas d acesso ao principal re-duto eleitoral daquele poltico janu-arense. "Ningum patrola estrada empoca de chuvas. Esse servio vai fi-car todo perdido. E, se fosse precisofaz-lo de qualquer jeito, a estradaque liga a Pandeiros que seria pri-oritria", comentou.

    Na fazenda, ao perceber que o tra-tor estava sendo fotografado, o filhodo prefeito, que se identificou peloprenome de Rafael, mandou parar otrator, desceu da mquina e, se diri-gindo ao fotogrfo, foi logo avisando,em tom arrogante: "Vocs sabem dequem esta fazenda em que vocsesto?"

    O fato foi comunicado promoto-ra Glucia Souza Flores, que tam-bm recebeu cpias das fotografiasfeitas no local e ficou de tentar con-seguir um mandado judicial parafazer o flagrante.Usar mquinas da Prefeitura em benefcio prprio j se tornou uma rotina em Januria

    CDL elege nova diretoria em janeiroUma das mais importantes enti-

    dades representativas da classe em-presarial de Januria vai eleger suanova diretoria em 31 de janeiro de2005. A Cmara de Dirigentes Lo-jistas, mantenedora do Servio deProteo ao Crdito (SPC), sempreteve dificuldades para escolher seupresidente. Em todas as eleies,ningum queria assumir a direoda entidade e a escolha quase sem-pre recaia sobre algum no estlo "li-vre e espontnea presso".

    Desta vez, porm, a situao pa-rece que ser diferente. O empres-rio Alessandro (Tan) Azevedo Gon-zaga encabea um movimento defortalecimento e resgate da impor-tncia da entidade, e poder inclu-sive ser candidato a presidente. "Va-mos montar uma chapa para con-correr eleio da CDL", afirmou ementrevista exclusiva ao Folha doNorte.Ele faz parte de um grupo deempresrios que, segundo suas pr-prias paralavras, "resolveram agir".

    Para ele, "a sociedade est se mo-bilizando" e a classe empresarial nopode ficar de fora deste movimento.Citou como exemplo o trabalho queest sendo desenvolvido pela Asso-ciao dos Amigos de Januria (ASA-JAN), no combate corrupo, e pelaAssociao de Desenvolvimento deJanuria (ADEJAN), na busca do de-

    senvolvimento da cidade.Alessandro diz que a CDL e a

    ADEJAN podem vir a liderar movi-mento no sentido da criao de umaempresa holding, cujo capital seriainvestido em projeto cujo estudo deviabilidade tcnica e econmica se-ria feito antes pelo Sebrae. "A idia conseguir 200 empresrios que

    Alessandro (Tan) Azevedo Gonzaga, monta chapa para eleio da CDL

    contribuam com 200 reais por ms,durante um ano, para a formaode um capital de 480 mil reais.Quando o capital estiver formado, oSebrae indicar em quais setores de-ver ser investido, com foco na ge-rao de empregos para a popula-o, e de retorno para os investido-res".

    Cristina Macielespera pela PF e

    pela JustiaOrientada por seus advogados,

    Genival Tourinho e Manoel Jos, aex-secretria municipal de Educa-o, Maria Cristina Maciel Sabino,pelo menos por enquanto, no vaidar entrevistas sobre o desvio da ver-ba de R$ 473,6 mil referentes lici-tao 006/2004, para compra dematerial escolar.

    Viva, lutando com dificuldadespara prover e educar seus filhos,Cristina Maciel no quiz comentar asdeclaraes do ex-secretrio muni-cipal de Fazenda, Fabrcio Viana, deque se alguma irregularidade hou-ve, no foi praticada por ele ou o ex-prefeito Josefino Lopes Viana, por-que quando os cheques chegarampara eles assinarem, j estavam as-sinados pela ex-secretria.

    "Confio em Deus, na Polcia Fede-ral e na Justia", foi o que limitou-sea dizer a ex-secretria, que nos lti-mos dias recebeu vrios telefonemase visitas de parentes, amigos e pes-soas da comunidade que lhe foramhipotecar apoio e solidariedade.

    A Polcia Federal segue investigan-do o caso, que est sob a responsa-bilidade do delegado Marcelo Freitas.

  • LigueGSGs de qualidade e peso certo

    Rua Vrzea dos Pores, 102-A - Centro - Januria - Minas Gerais

    3621-2244 Folha doNorteCNPJ: 00.360.919/0001-00

    (38) 3083-0095Av. Cula Mangabeira, 210 - Sala 604

    Centro - CEP 39.401-001Montes Claros - MG

    Folha do Norte - Pg. 02 Januria-MG, 04/01/2005

    OpinioDesarmamento: a alegria do crime

    Valdir Bebiano

    A frase acima bate com a minha opinio sobre oEstatuto do Desarmamento inventado para de-sarmar pessoas de bem numa campanha de com-pra de armas de vivas ou velhas garruchas, es-pingardas polveiras e bacamartes; remanescentesda Guerra do Paraguai.

    Folheando velhas anotaes, algumas do amigo"Eduardo Almeida Reis, colunista do Hoje em Dia",transcreve dados preocupantes do "Desarmamen-to do Homem de Bem", fazendo a alegria dos cri-minosos, como ora vem acontecendo at no interi-or de Minas e do pas. Compare os dados abaixo:

    "Em 1911, a Turquia desarmou a populaoordeira. De 1915 a 1917, um milho e meo de ar-mnios, impossibilitados de se defenderem, foramcaados e exterminados.

    Em 1929, a Unio Sovitica desarmou a popu-lao ordeira. De 1929 a 1953, cerca de 20 milhesde dissidentes, impossibilitados de se defenderem,foram caados e exterminados.

    Em 1938, a Alemanha desarmou a populaoordeira. De 1939 a 1945, 13 milhes de judeus eoutros "no arianos", impossibilitados de se defen-derem, foram caados e exterminados.

    Em 1964, a Guatemala desarmou a populaoordeira. De 1964 a 1981, 100 mil ndios maias, im-possibilitados de se defenderem, foram caados eexterminados.

    Em 1970, a Uganda desarmou a populao or-deira. De 1971 a 1979, 300 mil cristos, impossibi-litados de se defenderem, foram caados e extermi-nados.

    Em 1956, o Camboja desarmou a populao or-deira. De 1975 a 1977, um milho de pessoas "ins-trudas", impossibilitadas de se defenderem, foramcaadas e exterminadas.

    H um ano o governo da Austrlia promulgouuma lei obrigando os proprietrios de armas a en-treg-las para destruio. Foram entregues e des-trudas 640.381 armas, num programa que custouaos contribuintes mais de 500 milhes de dlares.Somente na Provncia de Victria os homicdioscresceram 300%. Houve ainda um dramtico au-mento de invases de residncias e agresses a ido-sos. E assim por diante".

    "Sempre combati e combato o desarmamentounilateral, que s tiram as armas de pessoas pac-ficas, deixando a bandidagem cada vez mais arma-da e municiada".

    Ateno para essa mxima:"Quem desarma a vtima, fortalece o agressor".

    Para ilustrar: Em Januria, os marginais "di-menor" esto invadindo os nossos lares luz dodia, sob a proteo da lei e sem que o juiz da Infn-cia e Juventude tome a atitude de quando presos,mand-los para locais que lhes competem. Copi-ando a nossa "suja" televiso, gangues em disputade pontos de venda de drogas, esto colocando apopulao apavorada visto que as leis cobem a jus-tia de trat-los como bandidos.

    A "idiota" e infrutfera campanha do desarma-mento est deixando esses pequenos marginais eu-fricos por saber que esto com "passe livre" paraabordar qualquer pessoa sem perigo de que sejammolestados ou combatidos.

    Como exposto acima, o desarmamento da po-pulao para diminuir a criminalidade utopia. Ocerto seria uma campanha para ensinar a popula-o a usar uma arma para defender-se e socorreros policiais que se encontram merc de margi-nais, a maioria "dimenor" acima de 12 anos, aco-bertados por leis aprovadas por um Congresso com-posto por alguns marginais.

    Carta aberta aos cidadosde bem de Januria

    Nasci em Januria, aos 19 de janeiro de 1964.Sempre amei a minha terra natal, e jamais medesgrudei dela, mesmo morando a tanto tempoem Montes Claros. Neto de um dos maiores mes-tres de obras que esta cidade j teve, Jos Carnei-ro de Carvalho, e de dona Lica, por parte de me;e do produtor rural, ex-vereador e ex-presidenteda Cmara Municipal de Januria, Henrique Oli-va Brasil e dona Cal, por parte de pai, minhainfncia aqui foi maravilhosa. Jogava bola (muitomal) na antiga praa da catinguinha. Estudei noGrupo Escolar Pio XII e, depois, na Escola Nor-mal.

    Na minha infncia e adolescncia, frequentei oServir, fui bia-fria (produzia mudas de eucalipto)da Plantar, e meu primeiro emprego com carteiraassinada foi na Casa Saraiva. Al comecei fazendofaxina, depois cortando e assentando vidros. Of-cios humildes, mas cuja dignidade e importnciacresceram com os ensinamentos e oportunidadesque me foram dadas pelo "seu" Josefino, seu filhoMarcos, meu ex-professor de Prticas Comerciais,e seu genro Francisco, o Chico.

    Sempre gostei de ler e escrever. Uma herana,talvez, de meu av paterno, que tendo estudadoapenas at o terceiro ano primrio, autor de doislivros e foi membro da Academia Montesclarensede Letras. Desde que comecei a trabalhar no anti-go "O Jornal de Montes Claros", com incompletosdezessete anos de idade, nunca mais deixei a im-prensa. como se ser reprter fizesse parte domeu DNA.

    Do meu pai, Alberto de Oliva Brasil, e de mi-nha me, dona Celina, herdei a fidelidade, o res-peito e a solidariedade aos amigos. com um or-gulho danado que ainda hoje, perambulando pe-las ruas de Januria, encontro diversos contem-porneos do meu pai, que fazem questo de mecumprimentar e, vez por outra, contar algum casoda poca em que ele viveu por aqui. Falecido pre-maturamente, aos 53 anos de idade, contam-ses dezenas, o nmero de amigos e admiradoresque deixou.

    Este resumido intrito tem uma razo de ser. Arazo de explicar que no sou um cidado alien-gena, estranho a Januria. Aqui a minha terranatal, doa a quem doer. Mas, como tantos janua-renses, eu tambm de uns tempos para c tenhotido vergonha de dizer que sou de Januria. A ci-dade virou sinnimo de corrupo, falcatrua, frau-de, roubalheira e tantas outras coisas que no fa-zem jus ao seu povo, mas aplica-se apenas a umagrupelho.

    O jornalista Jos Fialho Pachedo (1917 - 1989),que tive o privilgio de conhecer e ser companhei-ro de redao, vencedor de seis Prmios Esso deJornalismo, afirmou: "A vida de um jornalista um varal ao sol. Jornalista sem vocao comoum mdico que se formou porque atendeu aos ape-los do pai. Um bisturi na mo de uma pessoa semvocao o mesmo que uma caneta na mo dequem no gosta de ser reprter".

    O atentado que sofri em minha terra natal, no

    diminuir o nimo de continuar lutando para queJanuria volte a ser e a pertencer aos seus cida-dos de bem. Nunca v, em nenhuma outra parte,tamanha concentrao de escria e vilania. Masest prximo o dia em que a Polcia Federal deixa-r a cidade, levando consigo no um camburo dealgemados, mas um caminho ba inteiro, talvezat nibus lotados.

    As manifestaes de carinho, considerao eapreo que tenho recebido, por telefone, fax, e-maile abaixo-assinados, demonstram que estamos nocaminho certo. Demonstram que estamos conse-guindo expressar aquele sentimento engasgado atanto tempo nas gargantas e nos coraes daque-les que querem bem cidade, e no suportam maisconviver pacificamente com a scia que tomou con-ta e vem mandando Januria h mais de vinteanos.

    Januria muito mais do que isso. Uma cidadeque produziu poetas como Djalma Alves Teixeira,inteligncias como a de Carlito Lavorato, um serhumano como doutor Joo Borges, um cidadocomo doutor Joo Vale, mestras como dona Zita eOdete Pimenta Frota, e um homem da estaturamoral de Marcelo Mameluque Mota, no pode serruim. No pode ficar entregue a bandidos e mal-feitores que se acostumaram a pilhar os cofres p-blicos. Pulhas que no se submetem ao imprio daLei, e contam com a morosidade da Justia comoum trunfo incorporado ao seu patrimnio jurdicopessoal.

    Se at o Imprio Romano, o maior e mais pode-roso j visto na Terra, caiu, no ser diferente como pequeno imprio que se montou em Januria,em que alguns poucos podem tudo, e ao resto dapopulao, s sobra a dor e o sofrimento. Enquan-to alguns prefeitos e vereadores esbanjam o di-nheiro pblico, gastando-o em motis de alto luxoe prostitutas idem, ou viagens desnecessrias, ex-perimentando s expensas do errio pblico a sen-sao de viajar de avio, a populao sofre com afalta at de esparadrapo no Hospital Municipal deJanuria.

    Quem trabalha em prol da manuteno desteestado de coisas, qualquer que seja a profissoque exera, seja de advogado, mdico, contador,ou qualquer outra, deve fazer um exame de cons-cincia. Coloquem-se no lugar dos mais humil-des, pelo menos uma vez na vida. H de chegar odia em que o filho de um figuro ainda vai preci-sar de uma atendimento urgente em Januria,em situao que no ser possvel fazer o seu en-caminhamento para Montes Claros ou outra ci-dade. A ento, talvez um rasgo de conscincia oinvada.

    E, queira Deus, seja possvel se fazer algumacoisa para salv-lo. Porque nem o mais indignadodos carentes desta cidade, tenho certeza, desejaque um mal to grande precise ocorrer na vidadesses canalhas, para que eles reaprendam a seraquilo de que se esqueceram: seres humanos.

    A luta continua!E s posso contar com as pessoas de bem.

    Fbio Oliva

    EDITORIAL

  • EMPREGOSCodemig-MG

    29 vagas

    Boa oportunidade paraquem quer uma chance nacarreira pblica. Entre 24 dejaneiro e 2 de fevereiro, aCompanhia de Desenvolvi-mento Econmico de MinasGerais (Codemig) abririnscries para o seu con-curso que visa preencherimediatamente 29 vagas denveis mdio e superior.

    Com remuneraes quevariam entre R$ 825,10 eR$ 5.428,80 e uma jornadade trabalho de 40 horas se-manais, outra atrao aformao de cadastro re-serva dos aprovados, quepodero ser contratadosdurante o prazo de valida-de da seleo que de doisanos, prorrogvel por igualperodo.

    Os interessados pode-ro se inscrever pela inter-net, no site www.fundep.br.

    Epamig: 154 vagas

    Quem tem interesse emtrabalhar na Empresa dePesquisa Agropecuria deMinas Gerais pode se ins-crever no concurso queest sendo realizado pelaempresa. A oferta de 154vagas e haver formaode cadastro de reserva.Podem se inscrever pesso-as com todos os nveis deescolaridade. Os salriosoferecidos aos cargos vari-

    Folha do Norte - Pg. 03Januria-MG, 04/01/2005

    ASSOCIAO DOS AMIGOS DE JANURIAASAJAN

    EDITAL DE CONVOCAO

    Ficam convocados os associados da ASAJAN, e convidadostodos os demais membros da comunidade, para a AssembliaGeral Extraordinria (AGE), a realizar-se no domingo, dia 30-01-2005, s 10:00 horas, nas dependncias do Sesc/Laces deJanuria, com a finalide de apreciar os relatrios de prestaode contas e atividades da entidade relativos a 2004; eleio dadiretoria e outros rgos que compem os quadros da entida-de, nos termos do que dispe o Estatuto.

    Januria (MG), 31 de dezembro de 2004

    FBIO HENRIQUE CARVALHO OLIVAPresidente da Diretoria Provisria

    Os prefeitos do Norte de Minas cujos man-datos se encerraram no ltimo dia 31 dedezembro, receberam uma ajuda de ltimahora para poderem fechar as contas. Mes-mo assim, muitos no conseguiram cumpriro que determina a Lei de ResponsabilidadeFiscal. O alvio veio na noite de quarta-feira(29/12): o Ministrio da Fazenda determi-nou que eles podiam usar a cota do dia 10de janeiro do Fundo de Participao dos Mu-nicpios (FPM) para pagar despesas de 2004,conforme deciso tomada pela Secretaria Na-cional do Tesouro, aplicando a Portaria 447,de 13 de setembro de 2002 e publicada noDirio Oficial da Unio do dia 18 de setem-bro de 2002. A mesma interpretao estsendo dada para outras receitas, como ICMSe CIDE.

    O presidente da Associao dos Munic-pios da rea Mineira da Sudene, GetlioBraga, que j foi condenado pelo Tribunalde Justia de Mnas Gerais (TJMG), come-morou a deciso da Secretaria do TesouroNacional.

    Ele disse que isto aliviou vrios prefeitosda regio, que estavam com dificuldades paracumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal.

    A orientao da Secretaria do TesouroNacional foi repassada a AMAMS pela Con-federao Nacional dos Municpios e Associ-ao Mineira dos Municpios. O GovernoFederal entende que as primeiras cotas derepasses a serem feitos de janeiro so de re-

    Prefeitos tiveram ajuda para fechar contas

    O bom exemplo bem que poderia ser imi-tado pelo Ministrio Pblico, em Januria. APromotoria de Justia do Patrimnio Pblicode Almenara firmou Termos de Ajustamentode Conduta (TACs) com os municpios de Al-menara, Rio do Prado, Rubi, Divispolis, Ban-deira e Mata Verde, para que eles regulari-zem a contratao de servidores pblicos. Se-gundo os promotores Delano Azevedo Rodri-gues e Nidiane Moraes de Andrade, o elevadonmero de contrataes temporrias irregu-lares causou prejuzo aos cofres dessas cida-des.

    Ficou acertado que, a partir de 1 de janei-ro, as contrataes sem concurso pblico spodem ser feitas para atender necessidadetemporria de excepcional interesse pblico,

    cursos arrecadados no ltimo decnio de2004 e e portanto, podem ser empregadospara pagamento de restos a pagar de 2004.Para isso, os prefeitos em fim de mandatopuderam contabilizar esta receita em Restosa Receber, o que contabilmente servir paracompensar os Restos a Pagar. A AMAMS re-passou esta orientao aos prefeitos do Nor-te de Minas, com cpia a todos promotoresde Justia das comarcas localizadas na re-gio, para evitar que haja qualquer medidajudicial contra os prefeitos que seguissem aorientao da Secretaria do Tesouro Nacio-nal.

    No Norte de Minas, os levantamentos rea-lizados pela AMAMS mostram que muitosprefeitos ficaram com dificuldades para pa-gar o salrio do ms de dezembro, pois nocronograma fixado pelas Prefeituras, o sal-rio sempre pago com a cota do FPM do dia10 do ms seguinte e as duas primeiras co-tas do ICMS. um alvio que o Governo deuaos prefeitos, pois fomos sacrificados demaiscom a reduo do FPM, j que o Governocortou o Imposto de Renda que forma estefundo. Por outro lado, o Governo teve supe-rvit da sua receita em razo das contribui-es, como CPMF e COFINS. Os municpiosesto morrendo afixiados ressalta GetlioBraga, que j foi acusado de fraudar umalicitao para reforma e ampliao da Esco-la Municipal Tancredo Neves, e de apropria-o de parte dos R$ 18 mil destinados obra.

    Ministrio Pblico disciplinacontratao de servidores no

    Vale do Jequitinhonhae podem representar, no mximo, de 15% a30% do total de servidores municipais, de-pendendo do municpio. Alm disso, o nme-ro de cargos em comisso no poder ser su-perior a 5% do nmero de servidores concur-sados em atividade.

    At 30 de janeiro, as prefeituras deveroenviar informaes quanto ao nmero de ser-vidores concursados e temporrios ao Minis-trio Pblico. Todos os contratos temporriossero analisados pela Assessoria Jurdica dosMunicpios, at 30 de janeiro, e os contratosem desacordo com a legislao devero serrescindidos. Alm disso, at o dia 30 de cadams, as prefeituras devero enviar uma rela-o com todas as contrataes sem concursopblico durante o perodo.

    Morreu nesta segunda-feira (27/12), s 3horas da tarde, em Belo Horizonte, o emprei-teiro montesclarense Walduck Wanderley,scio majoritrio da Construtora Cowan. Elevinha se tratando, h bastante tempo, de umcncer de estmago, que levou falncia ml-tipla de rgos. A doena se manifestou hcerca de 3 anos e foi bem controlada duranteeste tempo.

    Para os amigos prximos e familiares, Wal-duck, de 73 anos, se manteve esperanoso eanimado, at o ltimo momento. Tido como oempresrio mais bem sucedido de Montes Cla-ros nos ltimos 50 anos, Walduck deixa duasfilhas e um imprio representado pela Cowan,uma das maiores empresas do setor, no Bra-sil.

    Aeroclube de Montes Claros perde seumaior colaborador em todos os tempos

    Apaixonado pela aviao, durante algumtempo Walduck chegou a pilotar seus prpri-os avies. Foi o maior colaborador e incenti-vador do Aeroclube de Montes Claros em to-dos os tempos, tendo doado entidade umaaeronave Cesna 150, prefixo PT-BKT, para aformao de novos pilotos. A entidade foi fun-dada com o auxlio de seu pai, FlamarionWanderley, de quem herdou a paixo pelaaviao.

    O corpo do empreiteiro montesclarense foisepultado em Belo Horizonte, na tera-feira(28/12), no Cemitrio da Colina, s 10 horas.

    O irmo e scio Saulo Wanderley vai assu-mir a presidncia da construtora, fundada em1958, a partir de um nico trator que cons-truia audes.

    am entre R$267,51 e R$2.158,73. O perodo de ins-cries comea no dia 14de fevereiro.

    No site www.fundep.br,da Fundep, organizadorado concurso, o candidatopoder se inscrever at odia 23 de fevereiro. O valorda taxa de R$ 7,00 paraos cargos de nvel elemen-tar, R$ 15,00 para os de n-vel fundamental, R$ 30,00para os de nvel mdio e R$60,00 para os de nvel su-perior. O comprovamentede inscrio ser o boletode pagamento devidamen-te quitado.

    POLCIA CIVIL90 vagas

    Contagem regressivapara a publicao do editaldo novo concurso de dele-gado, detetive e perito cri-minal da Polcia Civil do Es-tado de Minas Gerais. A ex-pectativa de que o editalseja publicado agora no in-cio do ano.. O nmero devagas ainda ser finalizado,mas segundo o diretor daAcademia de Polcia (Aca-depol), delegado Joo Lo-pes, a oferta ficar em tor-no de 200 vagas. J estoconfirmadas, pelo menos,30 vagas de delegado, 40de perito e 90 de detetive.

    Para delegado, remune-rao de R$3 mil, perito,R$3.035, e detetive, R$1mil.

  • Folha do Norte - Pg. 04 Januria-MG, 04/01/2005

    Willer Santos Ferreira, OAB/MG 33.970 William Santos Ferreira, OAB/MG 34.313 Welton Santos Ferreira, OAB/MG 69.737

    Denunciado por emitir pareceresjurdicos, em 17 de novembro de 2004,com data retroativa a 3 de setembro,atestando a legalidade de processofraudulento de dispensa de licitaopara realizao das obras de reformae ampliao do Hospital Municipal deJanuria, envolvendo recursos no va-lor de R$ 345 mil, o advogado WillerSantos Ferreira (AOB/MG 33.970),vulgo Peninha, poder ter a sua car-teira cassada e perder o direito de exer-cer a advocacia. A mesma punio po-der ser estendida aos seus irmos Wi-lliam Santos Ferreira (OAB/MG34.313) e Welton Santos Ferreira(OAB/MG 69.737), estes ltimos porparticiparem, junto com o primeiro, doatentado contra o jornalista Fbio Oli-va, editor do Folha do Norte.

    Os trs foram denunciados pelaAssociao dos Amigos de Januria(ASAJAN) ao Conselho Federal da Or-dem dos Advogados do Brasil, em Bra-slia-DF, e Ordem dos Advogados doBrasil - Seo de Minas Gerais, pelatentativa de homicdio contra o jorna-lista, ocorrida tera-feira (21/12), porvolta das 13 horas, em frente ao F-rum de Januria. Desacostumados imprensa livre, eles no suportaram adivulgao das reportagens sobre afraude e resolveram se vingar no jor-nalista quando este ia se encontrarcom a promotora Glucia Souza Flo-res, para tratar de outros assuntos.

    Ignorando o fato de que as notciaseram apenas conseqencia das de-nncias enviadas ao Ministrio Pbli-co, Polcia Federal e Comisso Pro-cessante da Cmara Municipal, os ad-vogados tentaram assassinar o jorna-lista, com um revlver, provavelmen-te calibre 38. Entretanto, foram impe-didos pelo irmo da vtima, Jos Car-valho Oliva, que entrou em luta cor-poral com eles, conseguindo evitar osdisparos. A situao s no foi maisgrave graas interferncia do CaboSimo, policial militar aposentado que,fazendo valer sua autoridade, interce-deu em favor do jornalista e do seuirmo, e ainda acionou viatura paraque empreendesse perseguio aosadvogados, que fugiram do local emuma caminhonete, logo aps o fato,tomando rumo ignorado.

    O jornalista Fbio Oliva, com maisde vinte anos de carreira, casado, paide cinco filhos, editor do jornal Fo-lha do Norte. Iniciou sua carreira noantigo "O Jornal de Montes Claros",onde atuou por oito anos. Neste jor-nal, ainda no incio de sua carreira,publicou extensa reportagem sobre aspssimas condies de vida dos ndi-os Xacriabs, de Itacarambi, a qualmereceu inclusive elogios do maiorexpoente da poesia nacional, CarlosDrumond de Andrade, atravs de cr-nica publicada nos principais jornaisdo pas, entre eles O Globo e CorreioBrasiliense.

    Fbio Oliva ainda foi assessor deimprensa da Associao Comercial eIndustrial de Montes Claros e da Coo-perativa Agropecuria Regional deMontes Claros; correspondente do jor-nal Dirio do Comrcio, e colabora-

    Advogados tentam matar jornalistaem frente ao Frum de Januria

    dor do jornal O Tempo, ambos de BeloHorizonte. Por ltimo trabalhou noJornal de Notcias, de Montes Cla-ros. Suas matrias so publicadas atu-almente pelos principais veculos decomunicao da regio Norte de Mi-nas e de Belo Horizonte.

    O jornal Folha do Norte, de queele editor, vem publicando reporta-gens sobre as denncias, todas docu-mentadas, do envolvimento de diver-sos "figures" da cidade em fraudesem licitaes, desvios de verbas p-blicas e vrias outras irregularidades,especialmente na Prefeitura Munici-pal de Januria. Todas, j sob inves-tigao do Ministrio Pblico e da Po-lcia Federal. Foi a primeira vez, emmais de vinte anos de carreira, queele sofreu atentado deste tipo.

    As manifestaes de solidariedadeao jornalista foram to rpidas quan-to a ao dos advogados. Logo aps ofato, vrios advogados e outras pes-soas presentes ao salo de entrada doFrum de Januria, condenaram a ati-tude dos irmos advogados Willer, Wi-lliam e Welton Santos Ferreira.

    REPERCUSSO

    A repercusso do atentado ao jor-nalista ultrapassou as fronteiras deMinas Gerais. O ministro Nilmrio Mi-randa, da Secretaria Especial dos Di-reitos Humanos da Presidncia da Re-pblica, considerou "grave" a denn-cia de violao de direitos humanosencaminhada pela ASAJAN Ouvido-ria Geral da Cidadania. Em correspon-dncia enviada ao jornalista (veja facsmile ao lado), o chefe da OGU, PedroLus Rocha Montenegro, informou quefoi instaurado no mbito daquele r-go um procedimento visando o mo-nitoramento da apurao dos fatos eda garantia da integridade fsica do jor-nalista.

    "Encaminhamos em carter de ur-gncia expediente aos excelentssmosSecretrio de Defesa Social e ao Pro-curador Geral de Justia do Estadode Minas Gerais, solicitando uma ri-gorosa, independente e enrgica apu-rao dos fatos, e a adoo de medi-das imediatas e efetivas proteo dasua integridade fsica", informou o

    ouvidor.O deputado Durval ngelo (PT), foi

    outro que agiu rpido, saindo em de-fesa da liberdade de imprensa. Emnome da Comisso de Direitos Huma-nos da Assemblia Legislativa de Mi-nas Gerais, da qual presidente, eleenviou ofcio promotora Glucia Sou-za Flores, de Januria, solicitando a"adoo de todas as medidas cabveisao esclarecimento do caso". Enviou of-cio tambm ao chefe da Polcia Civilde Minas Gerais, Otto Teixeira Filho,solicitando expressamente "que inter-ceda junto ao delegado regional da re-gio para que todas as medidas cab-veis ao esclarecimento do caso sejamadotadas, na maior brevidade de tem-po possvel, para o imediato esclareci-mento do caso".

    O atentado ao jornalista foi mat-ria de capa do site Comunique-se.com.br, primeiro portal brasileirototalmente voltado para profissionaisde comunicao. Tambm foi objetode reportagens publicadas nos jornaisAlm das Gerais, de Pirapora, O Nor-te de Minas, Jornal de Notcias, eno site montesclaros.com, da RdioMontes Claros 98,9 FM, todos deMontes Claros.

    A organizao no governamentalReprteres Sem Fronteira tambm re-pudiou o atentado. A associao de-fende jornalistas e outros profissionaisda mdia que tenham sido presos ouperseguidos por fazerem seu trabalho,e combate o tratamento abusivo e atortura, ainda comum em vrios pa-ses. Alm disso, apia financeira e ju-ridicamente, quando necessrio, osprofissionais que sofram qualquer res-trio liberdade de imprensa.

    Desde 2002, a entidade ReprteresSem Fronteiras criou a Rede Damo-cles, o brao jurdico da organizao,de forma a assegurar que assassina-tos e torturas de jornalistas sejam le-vados aos tribunais. A Rede Damoclesoferece servios legais e representa osjornalistas diante das cortes nacionaise internacionais, de forma que proce-dimentos judiciais apropriados sejamgarantidos.

    A atuao da entidade se justifica.Mais de um tero das pessoas domundo vivem em pases nos quais

    no existe liberdade de imprensa.Para a associao, prender e matarjornalistas como eliminar testemu-nhas-chave e ameaar o direito de to-das as pessoas em serem informadas.O trabalho dos Reprteres Sem Fron-teiras j dura mais de 17 anos.

    A Reprteres Sem Fronteiras ficaem alerta constante por meio de suarede de mais de 100 corresponden-tes e rigorosamente condena qualquerataque ao direito de imprensa livreem todo o mundo, mantendo a mdiae a opinio pblica informada pormeio de seus avisos de imprensa ecampanhas de esclarecimento pbli-co.

    O jornalista Raimundo Dias (MTb06840 JP), de Pirapora, tambm seindignou com o atentado. Em e-mailenviado ao colega januarense, ele la-mentou o episdio, hipotecou sua so-lidariedade e relatou experincia pa-recida que teve quando trabalhava nacidade de Pacaj, no interior do Par,prximo Transamaznica. "Hoje te-nho uma marca de bala no brao",revela o editor do jornal Alem das Ge-rais, sem esconder a sua indignaocom a estratgia dos que tentam aca-bar com os incmodos da impren-sa.

    Deputado Durval ngelo (PT), cobrarigorosa apurao do atentado.

  • Folha do Norte - Pg. 05Januria-MG, 04/01/2005

    Maonaria sai em defesa dos advogadosFrustrada a tentativa de assinato

    do jornalista Fabio Oliva, o advogadoWiller Santos Ferreira (OAB/MG33.970), vulgo Peninha, enviou corres-pondncia redao do Folha doNorte, invocando o que denominou de"sagrado Direito de Resposta", previs-to na Lei de Imprensa.

    Embora seu pedido no atenda aosrequisitos determinados pela legislaoinvocada, especialmente o seu artigo29, que conferece o direito de respostaapenas queles "a cujo respeito os mei-os de informao e divulgao veicula-rem fato inverdico ou errneo", o queno foi o caso, Folha do Norte, respei-tando o principio constitucional da li-berdade de expresso, no invocadopelo advogado, publica ao lado, fac s-mile da denominada nota repdio.

    Em apertada sntese, a nota umadefesa do advogado, feita pela LojaManica Templrios do Itapiraaba,que a rigor no poderia exercer o di-reito de resposta, pelo fato de a enti-dade no ter sido objeto de nenhumareportagem.

    A nota foi redigida no dia 17/12,cinco dias antes do atentado ao jor-nalista Fbio Oliva. Na nota, a mao-naria manifesta "seu total e incontes-tvel repdio s aleivosas acusaes"imputadas ao advogado, por serem,na sua opinio, "infundadas e inad-missveis".

    A entidade diz que "a MaonariaUniversal sempre se pautou pelos ca-minhos da moralidade e da justia,condenando qualquer ato de impro-bidade, cujos princpios so respeita-

    dos pelos seus integrantes, os quaisso aceitos em seus quadros median-te rigoroso critrio de seleo".

    Adelmo Batista Magalhes, ex-vice-prefeito cassado da administrao Jo-sefino Lopes Viana, considerada amais corrupta que a cidade j teve atagora, assina a nota juntamente comJoo Alves Teles, sio Gonalves Lis-boa, Quintino Gomes Dures, PauloBatista da Silva Lopes e Tomaz LuizNaves, este ltimo Serenssimo GroMestre da Grande Loja Manica deMinas Gerais.

    Por telefone, Adelmo disse que noleu a ltima edio de Folha do Nor-te, contendo declarao pblica da au-xiliar de enfermagem Jacy Ferreira deCarvalho, cujas cpias foram entre-gues ao Ministrio Pblico, PolciaFederal, e comisso processante daCmara Municipal que apurou asfraudes na licitao das obras de re-forma e ampliao do Hospital Muni-cipal de Januria. No documento, cujointeiro teor foi confirmado perante acomisso processante, ela afirma queassinou os todos documentos relati-vos ao processo licitatrio, em 17 denovembro, com data retroativa a 3 desetembro, em confiana e a pedido doex-secretrio municipal de Sade, Il-deu Caldeira Brant, "e pela garantiadada pelo advogado Peninha, de quenada havia de errado".

    Para que a maonaria continue de-fendendo com rigor o que a nota derepdio define como "o sagrado prin-cpio da honradez e de respeito pes-soa humana", no apenas de seus

    membros, mas tambm dos jornalis-tas atacados por eles, e dos demaismembros da comunidade, toda a do-cumentao sobre a fraude e o aten-tado ao jornalista foi enviada s maio-res autoridades manicas do Brasilpela ASAJAN - Associao dos Ami-gos de Januria, entidade criada paracombater a corrupo na cidade.

    O QUE A MAONARIA?

    A maonaria uma associaosemi-secreta, difundida no mundotodo, que adota os princpios da fra-ternidade e da filantropia entre seusmembros. A maonaria discrimina asmulheres, sendo composta principal-mente por profissionais liberais, quese iniciam atravs de rituais, incluin-do juramentos de fidelidade e uma s-rie de simbolismos, onde a moral, afraternidade e a retido so represen-tados pelo livro sagrado, pelo compas-so e pelo quadrado. No cotidiano, osmaons se comunicam atravs de si-nais secretos, senhas e cumprimen-tos especiais.

    No perodo republicano a maona-ria conseguiu crescer e diversificarsuas atividades pelo pas, apesar dena atualidade ter perdido o poder deinfluncia no Estado brasileiro. Elapermanece como uma associao,mas apesar de defender os princpiosde fraternidade e filantropia, exclui,mesmo que de forma no assumida,a participao das camadas sociaismenos abastadas entre seus mem-bros.

    Abaixo assinadodefende atuao

    do jornalista"Uma cidade, sem um jornal

    srio, terrvel", na opinio dapromotora de Glucia Souza Flo-res. Um grupo de moradores deJanuria entende o mesmo. Emabaixo-assinado (veja fac simile napg. 6) enviado ao jornalista F-bio Oliva, os moradores o parabe-nizam "pelos relevantes serviosprestados a nossa regio com apublicao de matrias em seuprecioso jornal, que vem satisfa-zendo e acordando todas as pes-soas de bem de nossa cidade".

    Eles defendem a maneira inde-pendente com que so tratados osassuntos da interesse da comu-nidade e dizem que as represliastm um s motivo: "porque faloua verdade sobre os mafiosos quesempre dominaram nossa Janu-ria".

    E finalizam: "assim, somos so-lidrios a V. Sa, para que conti-nue publicando tudo em defesa damoralidade, mesmo que sofraameaas e agresses, pois este o sistema dos mafiosos, que lu-tam no escuro e no aceitam a ver-dade".

  • Folha do Norte - Pg. 06 Januria-MG, 04/01/2005

    Justia investe quase R$ 700 mile inova para acelerar processosO investimento de quase R$ 700

    mil na ampliao do Frum de Janu-ria, para construo de um novo pr-dio, de trs andares, apenas umadas medidas que estaro sendo im-plantadas no decorrer de 2005, paramelhorar o funcionamento da Justi-a na cidade. Em entrevista exclusi-va ao Folha do Norte, segunda-feira(20/12), o juiz-diretor do Frum deJanuria, Cassio Azevedo Fontenel-le, falou sobre os projetos que pre-tende colocar em prtica visando ace-lerar a prestao jurisdicional co-munidade.

    Entre os projetos, destaca-se a im-platao de Centrais de Conciliao,aproveitando a mesma estrutura f-sica e de pessoal existente, s queampliando um turno de atendimen-to. O Frum passar a funcionar,para esta finalidade, tambm na parteda manh. Neste horrio, sero fei-tas as tentativas de conciliao daspartes envolvidas nos processos, vi-sando tramitao mais clere, espe-cialmente daqueles relacionados aassuntos de famlia, que correspon-dem a quase metade das aes em

    andamento.Outra novidade o provimento do

    cargo de juiz do Juizado Especial deJanuria, vago h mais de um ano.Ser assumido pelo juiz Francisco deLacerda Figueiredo, atualmente juiztitular em Espinosa.

    Para o juiz Fontenelle, que adotoucomo rotina trabalhar 12 horas pordia (ele chega ao Frum s 8 e sair s20 horas), e apenas na parte da ma-nh, exara pelo menos quatro sen-tenas, "todo mundo tem que se en-volver um pouco, que doar um pou-co, para a gente conseguir fazer umaJustia melhor".

    Leia abaixo, a entrevista comple-ta.

    Dr. Cssio, como anda a situa-o do provimento dos cargos dejuiz e defensor pblico em Janu-ria?

    O provimento dos cargos de juiz, de competncia do Poder Judicirio,do Tribunal de Justia. DefensoriaPblica, pertence ao Poder Executi-vo, diz respeito ento ao governadordo Estado.

    Com relao ao Poder Judicrio,

    eu j posso trazer a notcia de que jfoi provido o cargo de juiz da Vara doJuizado Especial de Januria, que foiinstalada oficialmente no ltimo dia16 de dezembro. E sexta-feira agora(24/12), a Corte j designou o novojuiz que vai assumir, que o doutorFrancisco de Lacerda Figueiredo, atu-almente juiz titular em Espinosa.

    Quanto aos Defensores Pblicos,ns j fizemos cobranas, atravs deofcio e solicitaes ao governador doEstado, e prpria defensora chefe,doutora Marlene Nery. Mas h umadefasagem grande de defensores noEstado. Ento ns estamos esperan-do para o ano de 2005 o provimentodestes cargos, o que muito auxiliara prestao jurisdicional, principal-mente populao mais carente.

    Esse juiz que o senhor mencio-nou para atender ao Juizado Es-pecial Cvel?

    Cvel e Criminal, porque o JuizadoEspecial de Januria, ele misto, no especfico de uma rea. Ento ago-ra ns teremos um juiz s para aten-der ao Juizado, porque desde feve-reiro de 2004, quando o doutor JeanCarlos, que era o juiz que respondiapelo Juizado foi promovido para aComarca de Coromandel, eu e o dou-tor Marco Paulo, que o juiz da 2Vara, estamos acumulando tambmessa funo. Naturalmente, isso tra-va o andamento no s do Juizado,como das nossas respectivas Varas.

    Quantos cargos esto vagos?Hoje, em Januria, apenas um.

    Seriam necessrios trs juzes, e nstemos s dois. Essa uma situaoat corriqueira no Estado hoje, devi-do carncia de juzes. Vrias comar-cas a esto sem juzes. Temos aquido nosso lado mesmo, a Comarca deMontalvnia, como exemplo. Com apromoo do doutor Alair, que era ojuiz de l, Manga e Montalvnia pro-vavelmente vo ter que ter juiz desig-nado a partir de fevereiro de 2005.

    Os juzes de Januria respondemhoje por quantos municpios?

    Alm dos municpios que integrama Comarca de Januria (Bonito deMinas, Cnego Marinho, Itacarambi,Januria e Pedras de Maria da Cruz),atualmente o doutor Marcos Paulo,que o juiz titular da 2 Vara tam-bm est respondendo pela Comarcade Manga (Jaba, Manga, Matias Car-doso, Miravnia e So Joo das Mis-ses). E eu tambm estou acumulan-do a Comarca de Montalvnia (Juve-nlia e Montalvnia). Ou seja, acumu-lo alm da Comarca de Januria, aComarca de Montalvnia, e mais oJuizado Especial. Esta nossa situ-ao atual.

    E quanto ampliao do Frum?Foi um trabalho contnuo e silen-

    cioso que ns desenvolvimentos du-rante todo ao no de 2004, com visi-tas mensais ao Tribunal, sensibilizan-do os desembargadores. O desembar-gador presidente Correia de Marins(Mrcio Antnio Abreu Corra deMarins) tem muito interesse pela nos-sa regio. Outros desembargadoresencamparam a nossa idia, e ns

    vamos ter a construo no local ondehoje o estacionamento do Frum,de um prdio de trs andares. Serampliado o atendimento principal-mente do Juizado, que muito aca-nhado. Teremos salas de assistentesocial, e ns tambm vamos tentartrazer uma psicloga judicial. Have-r ainda ampliao da rea de arqui-vo, j que as secretarias hoje estoabarrotadas. Com isso, vamos ten-tar, de uma forma geral, melhorar oatendimento.

    Quantos processos existem hojeno Frum de Januria?

    Aproximadamente 3.000 a 3.500processos por Vara. Na 1 Vara, so3.500 processos, na 2 Vara, outros3.500 processos, e no Juizado Espe-cial, algo em torno de 1.800 proces-sos.

    No so muitos processos, paraapenas trs juzes?

    Sem dvida. Eu digo isso porqueaqui a sexta comarca na qual eutrabalho. E o nmero que seria razo-vel de se trabalhar, para se dar umaprestao jurisdicional clere, seriaem torno de 2.000 processos por juiz,o que j no recomendvel. A Orga-nizao Mundial de Sade e outrosorganismos internacionais entendemque 1.000 processos j seria o limite.Eu, particularmente, acho que podeser um pouquinho mais do que isso,em torno de 2.000 processos. Mas,com 3.500 processos para cada juiz,lamentavelmente, no h condiesde se dar aquela prestao jurisdici-onal rpida, que a populao deseja.Mas existem alguns projetos implan-tados pelo Tribunal de Justia, quens estamos tentando trazer em 2005para Januria, para minimizar essademora na prestao jurisdicional.

    A penhora on line j comeoua ser adotada em Januria?

    No. A instalao do sistema online, inclusive internet, nos gabine-tes dos juzes, tem previso para oincio de 2005. J esto sendo atprovidenciadas as modificaes narede da Telemar, com cabeamento etudo o mais que envolve toda a partetcnica e eletrnica, para possibilitarinclusive a incluso da Comarca deJanuria no sistema de consulta doandamento de processos atravs dainternet. Qualquer advogado, de suaresidncia ou do escritrio, de qual-quer comarca do Brasil, vai ter con-dies de acessar os processos emtrmite na Comarca de Januria.

    A penhora on line um insti-tuto novo no mbito da Justia. OSr. acha que ela representa umavano que pode tornar mais cle-re os processos de execuo, ondenormalmente a parte vencida fazde tudo para protelar o pagamen-to, inclusive escondendo patrim-nio?

    Sem dvida. Ns temos que utili-zar todo o desenvolvimento tecnol-gico como um auxiliar na prestaojurisdicional. Eu acredito at que numfuturo no to distante - porque emBelo Horizonte j existe um projetopiloto ou modelo disto sendo testado

  • Folha do Norte - Pg. 07Januria-MG, 04/01/2005

    -, ser possvel realizar todo o pro-cesso virtual, acabando com aquelamovimentao de papel para um lado,papel para o outro; aquele negciode vai papel para a Comarca de Mon-tes Claros, depois volta para Janu-ria. Tudo seria digitalizado. J exis-tem um projeto do Tribunal, piloto,na Vara de feitos tributrios. Depen-dendo do desenrolar disso, e feitosos ajustes necessrios, aos poucos eleser expandido para todo o Estadode Minas Gerais.

    H previso de prazo para efeti-vao disso?

    A questo do prazo vai dependermuito do repasse de verbas do Exe-cutivo para o Judicirio. Ns sabe-mos que um custo elevadssimo,mas na minha tica, eu acho que tra-ria um benefcio para a populaomuito grande. Porque diminuiria essademora na movimentao de proces-sos, e tambm o volume de documen-tos, o que demanda inclusive ampli-aes como esta que vamos fazeraqui. Isso porque poderiamos ter 50a 100 processos digitalizados numnico CD-ROM.

    Na sua opinio, ao Poder Execu-tivo interessa tornar a Justia togil, considerando que ele , hoje,um dos maiores demandantes?

    Essa uma questo interessante.Grande parte do nosso acervo de pro-cessos de Execuo Fiscal, no qualo Poder Executivo, o Governo, oautor. Outra grande parte de ques-tes previdencirias, onde ele ru,principalmente em relao ao INSS.E s vezes so demandas j reconhe-cidas, que vo atropelando o anda-mento da Justia, e ns temos quejulgar do mesmo jeito, porque o Ju-dicirio no pode negar de forma al-guma a prestao jurisdicional aquem quer que esteja postulando.

    Que outros projetos esto emvista para serem implantados emJanuria?

    Estamos sempre conversando comos nossos escrives, a respeito de al-guns projetos que ns temos em men-te para sempre trazer melhoria paraJanuria e regio Norte do Estado deuma forma geral. Dentro desses pro-jetos, ns j conseguimos alguma coi-sa neste ano de 2004. Por exemplo,trazer a nomeao de assessores foiuma conquista do Norte de Minas ede Januria. Nem todas as comarcastm isso. Desde o momento que eucheguei aqui, eu falei que no admi-tia que Januria ficasse atrs de nin-gum. Eu at no quero passar fren-te de ningum, mas no quero Janu-ria atrs de ningum. Ento, hoje,ns j temos assessores nomeados;e Januria foi a primeira comarca doNorte de Minas a receber a visita daDiviso de Sade Ocupacional do Tri-bunal de Justia. Nem Montes Cla-ros recebeu. Ento ns j fizemosuma reformulao no lay-out, propor-cionando atendimento mdico para osfuncionrios, e exames peridicos -que eles nunca tinham feito -, agora

    j so feitos. E eu falo sempre quens temos que trabalhar na buscacontnua da melhoria do servio jur-dico.

    Para 2005 ns j temos outros pro-jetos. E dentre eles eu destaco quens vamos batalhar j para o inciodo primeiro semestre, a implantaodas Centrais de Conciliao, para ten-tar agilizar principalmente as deman-das na rea de famlia, que hoje cor-respondem a aproximadamente 50%dos nossos processos.

    Estas Centrais de Conciliao,seriam semelhantes aos JuizadosInformais de Conciliao, que po-dem funcionar em parceria com asCmaras de Dirigentes Lojistas, As-sociaes Comerciais e outras en-tidades?

    So dois projetos distintos. Um o Juizado Informal de Conciliao,que pode funcionar na CDL, na as-sociao dos bairros e igrejas. E ou-tro so as Centrais de Conciliao,que podem funcionar no Frum. E agente, para diminuir o custo do Po-der Judicirio, vai aproveitar a mes-ma estrutura que existe atualmente,mas ampliando o horrio de funcio-namento. Eu vou aproveitar a mes-ma sala onde fao as audincias tarde e, na parte da manh, eu mes-mo virei, com um conciliador. Usare-mos o mesmo computador, a mesmaestrutura fsica, sem trazer custo adi-cional nenhum ao Judicirio. Mas,com certeza, trar uma melhoriamuito grande de atendimento po-pulao.

    Esta uma viso nova do PoderJudicirio. Alguns juristas e dou-trinadores acham inclusive que oJudicirio deveria funcionar emtempo integral, em razo de as coi-sas que normalmente demandam aatuao do Poder Judicirio notem hora para acontecer. O Sr. tam-bm tem essa opinio?

    No vejo problema algum nisso.Agora a questo que para funcio-nar em trs turnos, ns teramos queter necessariamente mais juzes emais funcionrios. Ento eu aindaprefiro esses projetos do Tribunal, emque o mesmo juiz, apenas ampliandoo horrio de atendimento, com a mes-ma estrutura, consegue ampliar aprestao jurisdicional, a um customenor.

    Eu, por exemplo, j tenho a rotinade chegar ao Frum s 8 horas e sairs 20 horas. De segunda a sexta,quem chegar no Frum neste hor-rio vai me encontrar trabalhando.Ento, simplesmente, o que eu voufazer utilizar a mesma estrutura,ampliar o meu horrio, sem custoadicional nenhum.

    Ser uma espcie de doao doseu tempo em prol da soluo dosproblemas da comunidade?

    Eu acho que todo mundo tem quese envolver um pouco, que doar umpouco, para a gente conseguir fazeruma Justia melhor.

    Itacarambi tambm cria entidadepara combater corrupo no municpio

    Comunidade de Itacarambi tambm se organiza para combater a corrupo.

    FOTO: CLEUBER OLIVA

    ITACARAMBI - "Os movimentossociais organizados, em parceriacom as autoridades legalmenteconstitudas, especialmente do asdo Poder Judicirio, so a melhorforma de se combater a corrupoem todas as esferas da administra-o pblica, no mbito de um mu-nicpio", afirmou o presidente daAssociao dos Amigos de Janu-ria (ASAJAN), jornalista Fbio Oli-va, em palestra a moradores e lide-ranas de Itacarambi, domingo (18/12).

    A entidade januarense serviu deinspirao para as lideranas da-quela cidade criarem, no mesmodia, a Associao dos Amigos de Ita-carambi, entidade que ter entresuas finalidades principais comba-ter a corrupo em todas as esferasda administrao pblica no muni-cpio.

    Incentivada pelo vereador Tio-zinho do PT, e contando entre seuscolaboradores com o advogado Du-planil Nunes Neto, a entidade ele-geu diretoria provisria que dever,no prazo de 90 dias, dar-lhe perso-nalidade jurdica, registrando em

    cartrio seus estatutos e ata de fun-dao, e providenciando sua inscri-o no Cadastro Nacional de Pesso-as Jurdicas.

    A prxima cidade da regio a cri-ar uma Organizao No Governa-mental (ONG) como as de Januriae Itacarambi, dever ser Manga. Oprofessor Evilzio Amaro Alves, ex-vereador daquela cidade, j mani-festou o interesse pelo assunto.

    Para o analista de sistemas Cleu-ber Carvalho Oliva, vice-presidenteda ASAJAN, as ONG's no podemficar restritas a um pequeno grupode idealistas. Ele defende a idia deque toda a comunidade deve enga-jar-se no trabalhado de combate corrupo nos municpios, na me-dida em que os resultados obtidostambm no so individuais, maspara todos.

    Lembrou que a assemblia daASAJAN, no prximo dia 30 de ja-neiro, a ser realizada no Sesc/La-ces de Januria, ser uma excelen-te oportunidade para aqueles quequerem participar do movimento seassociarem. A assemblia abertaa toda a comunidade.

  • Folha do Norte - Pg. 08 Januria-MG, 04/01/2005

    Para comemorar o Natal, comu-nidade e servidores da Comarca deBraslia de Minas promoveram sba-do (18/12), a primeira tarde natali-na de incluso social. O Servio So-cial da comarca idealizou a campa-nha Faa uma criana feliz, paraarrecadar brinquedos na porta doFrum, que foram distribudos s cri-anas pelo Papai Noel.

    Houve tambm distribuio de pi-poca, picol, balas e pirulitos. Emparceria com a Secretaria de Sade,a comunidade tambm usufruiu deservios como medio de glicose ede presso. A tarde natalina aindaofereceu corte de cabelo, emisso decarteira de trabalho e atividades deeducao fsica. frente da comar-ca est o juiz Edson Andersen Ma-galhes Longuinhos.

    O municpio carente de polti-cas sociais e, por isso, os servidoresdo Judicirio compartilharam ummomento muito especial com a co-munidade. A sociedade v a Justiacom certo distanciamento e a aoserviu para compartilhar uma gran-de interao social, destacou a as-sistente social Elizabete Luiza Cas-silha. Ela aproveitou para sintetizara proposta da tarde natalina. O Po-der Judicirio precisa desenvolver in-dicadores para promover a constru-o da cidadania e para efetivar di-reitos sociais, finalizou. A campa-nha dever ter a segunda edio noprximo ano.

    Exemplo decidadaniaBraslia de Minas

    realiza campanha deincluso social

    Cmara unnime confirma cassao eex-prefeito pode ficar inelegvel at 2012

    Terminou por volta das duas ho-ras da madrugada desta quarta-fei-ra (29/12), a reunio extraordinriada Cmara Municipal de Januriaque votou o relatrio da comissoprocessante, encarregada de inves-tigar fraude na licitao das obrasde reforma e ampliao do HospitalMunicipal. Por unanimidade, os ve-readores aprovaram o relatrio da co-misso, que considerou procedentea denncia formulada pela presiden-te do diretrio municipal do PC doB, Suely Pereira de Almeida, basea-da em investigaes preliminaresrealizadas pela Associao dos Ami-gos de Januria (ASAJAN), entidadecriada com o propsito de combatera corrupo no municpio.

    A Cmara Municipal de Januriatambm aprovou, junto com o rela-trio da comisso processante, a re-comendao feita no sentido da cas-sao do mandato do ex-presidentedaquele Legislativo, Manoel FerreiraNeto, que havia assumido interina-mente o cargo de prefeito. Ele j ha-via sido afastado do cargo preventi-vamente, para no atrapalhar as in-vestigaes. O efeito prtico da deci-so tomada pela Cmara Municipalde Januria na madrugada de quar-ta-feira, que ela poder deixar Ma-noel Ferreira Neto inelegvel por oitoanos, ou seja, at 2012.

    A comisso processante da Cma-ra Municipal de Januria, formadapelos vereadores Vanderlice do Es-prito Santo Viana (PTB), a Vanda;Francisco Eustquio Pires Nasci-mento e Manoel Ribeiro de Matos,ambos do PSD, tambm comprova-ram desvio de verba no valor de 2mil reais, feito pelo ex-secretrio mu-nicipal de Sade, Ildeu CaldeiraBrant, para custeio de viagem a BeloHorizonte, "gasto incompatvel apli-cao dos recursos do Pro-Hosp".

    Os extratos bancrios referentes aplicao dos recursos do Pro-Hospainda revelaram outro desvio de ver-ba, no valor de 17 mil reais, pagossem empenho, nota fiscal ou qual-quer outro tipo de documento. A co-misso processante foi informadapelo setor financeiro da Prefeitura deJanuria, que o pagamento foi feito Funerria Avelar, mas que nopossua nenhum documento com-provando a despesa.

    Comprovou-se ainda um desvio deR$ 2.884,00. O valor teria sido usa-do em plantas ornamentais, hospe-dagem, alimentao de pessoal e fre-te, para construo de jardim noHMJ. Mas da nota fiscal da empresaFertivida Ltda consta apenas 100unidades de plantas ornamentais,sem especificar a variedade, ao pre-o unitrio de R$ 28,84.

    Os depoimentos de Jos AntnioGonalves Ferreira e Jacy Ferreira deCarvalho foram cruciais. Ambos con-firmaram que no houve licitao, eque toda a documentao objeto dafraude foi preparada e assinada em17 de novembro, com data retroati-va a setembro, inclusive o parecer ju-ridico.

    A comisso processante da Cma-ra Municipal de Januria pediu tam-bm que seja indiciado, por falso tes-temunho e falsificao de documen-to pblico, Humberto Alves Ferrei-ra, mdico veterinrio que respon-dia como diretor administrativo doHJM, e foi um dos membros da falsacomisso de licitao das obras dohospital, e do ex-secretrio munici-pal de Sade, Ildeu Caldeira Brant.Sob juramento, Humberto afirmou comisso que houve a licitao, sen-do desmentido pelos outros doismembros da comisso, Jacy Ferrei-ra de Carvalho e Jos Antnio Gon-alves Ferreira. Todo o tempo, eletratou com deboche os membros dacomisso processante.

    Humberto Alves Ferreira e IldeuCaldeira Brant foram acusados norelatrio final de terem "forjado umprocesso de dispensa de licitao,usando do poder na hierarquia paraobter assinaturas de servidores queno participaram do processo". Comoso servidores pblicos concursados,a comisso ainda pediu a aberturade processo administrativo, no m-bito da Prefeitura Municipal de Ja-nuria, para que os dois sejam de-

    Misso cumprida: Cmara Municipal se redime no final da legislatura, e relatrio dacomisso processante, integrada pelo ex-vereador Francisco Eustquio Pires (foto), pe

    fim a fraude e pede punio para os culpados.

    mitidos a bem do servio pblico,"por serem os mentores intelectuais"da fraude.

    Manoel Ferreira Neto pode ficar impossibilitado de se candidatar at 2012.