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Turistas falam como curtem a cidade Paixão de torcedor A força que emana das torcidas seria capaz de transformar um país Março 2011 Ano 10 N o 86

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Edição março 2011

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Turistas falam como curtem a cidade

Paixão de torcedorA força que emana das torcidas seria capaz de transformar um país

Março 2011 Ano 10 No 86

editorial

O que é uma paixão por um time de futebol? Um amor intenso, inex-plicável, a ponto de ofuscar a razão. Normalmente, algo que não rende dinheiro às pessoas. Ao contrário, consome dinheiro e tempo. Para alguns gostar de futebol é uma coisa sem sentido. Tornou-se até um jargão comum entre aqueles que não gostam do esporte: “Que graça tem ver vinte e dois jogadores e um juiz correndo atrás de uma bola?” Nenhum esporte tem graça sem o gosto pela competição, sem o entusiasmo por perder ou ganhar e para os torcedores os times são casos de paixão.

Qualquer pessoa que chega ao Rio percebe a paixão do carioca pelo seu time. Discutir futebol é um assunto que não se esgota nunca e encontra espaço permanente na praia, nas praças, nos bares e botequins, nas portarias dos condomínios e no ambiente de trabalho. Em terras cariocas no meio de um grupo de amigos, às vezes até com desconhecidos, certamente ouvirá conversas sobre times de futebol, ou mesmo sobre o comportamento dos jogadores, com debates que nunca têm fim. Conversas onde ninguém, ou to-dos, têm razão. No Rio existe uma grande paixão pelos clubes, especialmente entre os quatro grandes: Fluminense, Flamengo, Vasco da Gama e Botafogo.

Fomos às ruas saber do carioca o que ele sente por seu time, sem grandes preocupações em saber se a paixão é pelo futebol em si ou pela torcida. Por que, cá entre nós, as torcidas são um espetáculo à parte. Nas entrevistas os torcedores dos quatro grandes times falam com emoção do amor que sentem, em tempos bons e ruins. Percebemos que o sinal de alerta do torcedor acende quando o time do coração entra em campo para disputar uma partida. Um torcedor faz coisas quase irracionais, típicas atitudes dos apaixonados. Um botafoguense falou: “Meu amor pelo meu time é inexplicável”. Um vascaíno disse: “Vasco para mim é uma religião”. Uma fanática torcedora flamenguista: “É uma paixão que, a cada ano, só aumenta. Infelizmente, porque meu amor é direitamente ligado a isso. Seu o Mengão ganha, fico feliz. Se perde, fico chateada, brigo com todo mundo”. E para completar um tricolor afirmou: “Nasci para ser Fluminense”. Acompanhe a matéria a partir da página 14.

A música clássica está presente nesta edição. Nossa colaboradora Maria Lucia de Andrade entrevistou Marcel Gottlieb, empresário, que dedica parte importante de sua vida à divulgação da música através do espaço Musicativa, localizado no Leblon. Os amantes da música de qualidade têm um grande motivo para comemorar: o retorno dos vídeo-concertos que eram apresen-tados na Modern Sound e que pelo seu fechamento retornam agora à Sala Baden Powell, também em Copacabana, organizados pela Associação Cultural Música é Vida - ACMEV. Veja a programação completa para 2011 na página 9.

Boa leitura!

As maiores torcidas cariocas

FundadoraRegina Luz

EditoresPaulo Wagner / Lilibeth Cardozo

DistribuiçãoGratuita

JornalistaFred Alves (MTbE-26424/RJ)

ColaboradoresAlexandre Brandão, Alvino Costa Filho, Ana

Cristina de Carvalho, Claudia B. Camargo,

Georgine Tadei, Gisela Gold, Haron Gamal,

Lilibeth Cardozo, Oswaldo Miranda, Oswal-

do Villela, Maria Luiza de Andrade, Patrícia

Lins e Silva, Suzan Lee Hanson e Tamas

Captação de AnúnciosAngela: 2259-8110 / 9884-9389 Marlei: 2579-1266

O conteúdo das matérias assinadas, anúncios e informes publicitários é de responsabilidade dos autores.

Capa Arte: Renan Pinto

Projeto gráfico e arteVladimir Calado ([email protected]

Revisão Petippa Mojarta

índice

colunas

8

9 10

12

14

18

23

25

4

5

06 Gisela Gold06 Suzan Lee Hanson08 Ana Cristina de Carvalho10 Patricia Lins e Silva11 Lilibeth Cardozo

12 Claudia Camargo13 Alexandre Brandão20 Oswaldo Miranda24 Tamas24 Haron Gamal

2295-56752259-81109409-2696

ENTRE EM CONTATO CONOSCOLeitor, escreva pra gente, faça sugestões e comentários. Sua opinião é importante.

[email protected]

Rara profissãoAmoladorHumorExpressões popularesSaúde e bem-estarPlataforma vibratóriaGarimpo culturalVídeo-concertos de música clássicaEducaçãoComo lidar com meu filho estudantePerfil de mulherO lago dos cisnesCapaAs maiores torcidas do RioPerfilMarcel GottliebSaúdeSíndrome de BurnoutMarketing culturalGeração fast-food

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Encontrei-o numa das esquinas da Gávea. Manhã quente de fevereiro, o sol inclemente forçando-o a realizar o ofício sob a sombra protetora de uma das frondosas árvores que ainda nos protegem e humani-zam. Há muito desconfiava de sua presença na região, denunciada amiúde pelos silvos estridentes da pequena oficina ambulante, mas somente naquele momento pude com-provar de fato sua existência. Afigurava-me tão extraordinário que automaticamente parei para observá-lo.

Há mais de quarenta anos eu não avistava um amolador, desde os tempos de minha infância suburbana, quando sua me-lodia característica fazia parte integrante de nossas vidas. Lembro que as crianças corriam às janelas ao ouvi-la, tentando descobrir como aquele som fantástico era produzido. Mas na sociedade consumista de produtos descartáveis em que vivemos sobrou pouco espaço para esses profissionais.

O uniforme de trabalho que lhe cobria a pele curtida de sexagenário compunha-se de camisa de abotoar, calças compridas e alpercatas. Esmerava-se em recuperar o fio de uma grande tesoura de cortar tecido quando coloquei-me a seu lado. Permane-ceu concentrado no que fazia até terminar o serviço. Somente aí me concedeu atenção. Enquanto explicava o funcionamento do maquinário a pedido de Augusto, contou-me que mora no Leblon e atende também

aos bairros de Ipanema, Jardim Botânico e Gávea. Não se recorda há quanto tempo percorre esse mesmo trajeto.

No conto “João Sortudo” - narrativa coletada da memória popular pelos irmãos Grimm - o herói trava contato com um des-ses prestadores de serviço e acaba trocando seu único pertence por uma pedra de afiar. Amolando as facas, navalhas e tesouras da freguesia ele pretendia enriquecer (o que realmente ocorre, mas não propriamente por força do trabalho). Prova inconteste de que no passado os amoladores gozavam de relativo prestígio.

A verdade é que pouca coisa mudou na forma como executam o ofício. Se antes utilizavam pedra de afiar, hoje preferem a roda de carborundo, material à base de carboneto de silício e, portanto, muito mais leve e abrasivo. De resto, a força motriz continua a ser produzida pelo esforço da perna sobre o pedal, fazendo com que a correia gire o eixo da roda de afiar.

Ainda excitado pela novidade o menino impede-o de seguir seu caminho. Quer que o deixe pedalar ao menos uma vez, no que é atendido. O velho amolador parte, então. Inclina todo o mecanismo para frente e, desta forma, faz com que a roda de ferro toque o chão. Empurra a oficina portátil como se fosse um carrinho de mão. Não parece cansado, mas gratificado em poder ser útil aos seus semelhantes.

rara profissão

AmoladorOswaldo Villela

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humor

Alguém sabe me explicar, num Português claro e direto, sem figuras de linguagem, o que quer dizer a expressão “no frigir dos ovos”?

Quando comecei, pensava que escrever sobre comida seria sopa no mel, mamão com açúcar. Só que depois de um certo tempo dá crepe, você percebe que comeu gato por lebre e acaba ficando com uma batata quente nas mãos. Como rapadura é doce mas não é mole, nem sempre você tem ideias e pra descascar esse abacaxi só metendo a mão na massa. E não adianta chorar as pitangas ou, simplesmente, mandar tudo às favas.

Já que é pelo estômago que se conquista o leitor, o negócio é ir comendo o mingau pelas beiradas, cozinhando em banho-maria, porque é de grão em grão que a galinha enche o papo. Contudo é preciso tomar cuidado para não azedar, passar do ponto, encher linguiça demais. Além disso, deve-se ter consciência de que é necessário comer o pão que

Expressões populareso diabo amassou para vender o seu peixe. Afinal não se faz uma boa omelete sem antes quebrar os ovos.

Há quem pense que escrever é como tirar doce da boca de criança e vai com muita sede ao pote. Mas como o apressado come cru, essa gente acaba falando muita abobrinha, são escritores de meia tigela, trocam alhos por bugalhos e confundem Ca-rolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão.

Há também aqueles que são arroz de festa, com a faca e o queijo nas mãos, eles se perdem em devaneios (piram na batatinha, viajam na maionese etc). Achando que beleza não põe mesa, pisam no tomate, enfiam o pé na jaca, e no fim quem paga o pato é o leitor que sai com cara de quem comeu e não gostou.

O importante é não cuspir no prato em que se come, pois quem lê não é tudo farinha do mesmo saco. Diversificar é a melhor receita para engrossar o caldo e oferecer um texto de

se comer com os olhos, literalmente.Por outro lado se você tiver os olhos maiores

que a barriga o negócio desanda e vira um verda-deiro angu de caroço. Aí, não adianta chorar sobre o leite derramado porque ninguém vai colocar uma azeitona na sua empadinha, não. O pepino é só seu, e o máximo que você vai ganhar é uma banana, afinal pimenta nos olhos dos outros é refresco...

A carne é fraca, eu sei. Às vezes dá vontade de largar tudo e ir plantar batatas. Mas quem não arrisca não petisca, e depois quando se junta a fome com a vontade de comer, as coisas mudam da água pro vinho. Se embananar, de vez em quando, é normal, o importante é não desistir mesmo quando o caldo entornar. Puxe a brasa pra sua sardinha, que no frigir dos ovos a conversa chega na cozinha e fica de se comer rezando. Daí, com água na boca, é só saborear, porque o que não mata, engorda.Entendeu o que significa “no frigir dos ovos”?

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rúcula ou agrião, ovos cozidos (e moles por dentro), e... o molho: 1 dente de alho cru, suco de meio limão, 1 colher de chá de mostarda Dijon, 1 colher de chá de vinagre balsâmico e 2 colheres de sopa de azeite. Relembrando, a qualidade dos ingredientes é fundamental. Vale investir, pois mostarda e balsâmico, por exem-plo, duram muito tempo. Jantar de quarta-feira mais leve, esquentando os tambores para a liberação alimentar do fim de semana.

Para a noite de quinta-feira, recomendo um tempero quente, inspirado na cozinha cajun proveniente do sul dos Estados Unidos, a partir das influências africana, francesa e espanhola. Eu o preparo com base em pesquisas na internet, portanto não sei dizer se de fato é a versão original. Leva pimenta caiena, pimenta moída preta, pimenta calabresa seca, tomilho seco, estragão seco, canela em pó, chilli em pó, pápri-ca doce, tudo na mesma proporção. Gosto de fazer com este tempero camarões rapidamente grelhados na manteiga e azeite na frigideira Wok bem quente. Quando bem dourados, salpico o tempero e misturo tudo. Para acompanhar, arroz integral acrescido de 1 xícara de suco de limão ao final do cozimento, e temperado com 1 colher de sopa de casca de limão.

São todas receitas muito simples, mas a semana de trabalho pode ficar mais gostosa assim, não? Sexta, sábado e domingo dá até para comer salada.

Gisela [email protected]

RedO espelho me acusa de sumiço. Em

cinco minutos o dedo suja meus lábios com batom cor de sangue. Como quem sublinha em letras garrafais o segredo mais elementar da humanidade: somos todos feitos de carne. Somos todos vermelhos. Vermelho-vontade...Ferrari-rubi. Ao virar meu olhar para a esquerda, lembro da China comunista e me aquieto por cinco minutos. Vermelho que arranha a garganta num grito que me diz mulher. Cabelos

Para quem é amador na cozinha, e não possui grandes técnicas além da vontade, amor e curiosidade, a cozinha dita de ”ingredientes” é um porto bastante seguro. Nada mais facilita bons resultados do que a escolha de bons ingredientes. Comidas locais e frescas, sem conservantes, ingredientes originais – baunilha em favo x essência de baunilha, molho de to-mates frescos x molhos prontos, creme de leite fresco x creme de caixinha, entre outros –, e, em especial, os temperos. Eles fazem toda a di-ferença na hora de preparar um prato especial ou uma refeição despretensiosa, por exemplo, ao longo de uma semana de trabalho.

Sempre que viajo, procuro o mercado livre e o supermercado mais popular para trazer para casa parte das experiências culinárias experimentadas na região. Ou então, pesquiso temperos interessantes e compro-os onde achar, com o mesmo objetivo – compartilhar novos sabores com a família e amigos.

Minha atual paixão é a harissa, um tempero do norte da África, o qual, de acordo com a região varia a receita, mas mantém o mesmo conceito básico: uma pasta de pimentas verme-lhas, alho, pimentão vermelho, azeite de oliva e cominho. Um macarrão integral no azeite e alho com 2 a 3 colheres deste tempero, salpicado de cebolinhas verdes, fica delicioso e diferente. E dá para comer na segunda-feira no jantar, sem culpas – não muito calórico e bem barato.

Temperos!Com essa mesma harissa fiz um ceviche

bem gostoso outro dia: linguado fresco cortado em cubinhos, limão, cebola roxa cortada em rodelas bem finas e coentro fresco. Simples assim, e uma delícia. Bem leve para comer geladinho com torradas no verão, acompanha-do de uma bebida bem gelada. Um segredo importante para o sucesso dessa receita: pre-parar uma vasilha com água e gelo e deixar os recém-cortados cubos de linguado e a cebola roxa de molho por 3 minutos. Peneirar e mis-turar aos demais ingredientes.

Também de origem africana, comprei um preparado marroquino contendo a seguinte mistura: cebola, cominho, páprica, coentro (grãos e folhas), alho, pimenta-do-reino, hortelã, salsa, canela e grãos de mostarda. É um preparado tipo curry – vários ingredientes desidratados e moídos. Fiz um frango em qua-dradinhos grelhado, bem dourado, e no final salpiquei essa mistura. É um básico reformado interessante para o jantar de terça-feira.

Outro preparado interessante é o molho de salada. Como uma salada básica pode ficar deliciosa quando bem temperada... Comi há pouco a velha salada Niçoise e lambi os beiços. Fui então relembrar a receita, e achei, igualzinha a que experimentei. Um pouco de batatas e vagens francesas cozidas na água e sal (vagens só no final do cozimento, pois em 3 minutos ficam prontas), uma lata de atum, alface americana,

Suzan Lee [email protected]

castanhos que se querem ruivos. Uivos. O vinho é tinto. Vontade de me chamar Eva. Que pecado, se fosse cor, não teria dúvida. Lua cheia, intensa que só ela, como fêmea que menstrua e experimenta a gula de cerejas. Dese-jo que soa como arte: marcial. Difícil conter esse vermelho que se catapora de significados... Que vermelho é moça arteira. E arte não entende de discrição.

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Novidades Serviços e Entregas

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Mesmo sabendo da importância de evitar uma vida sedentária, muitas pessoas ainda usam o argumento de que não têm tempo para praticar uma atividade física. Mas essa desculpa está com os dias contados. O surgimento da nova modalidade de condicionamento físico vem de encontro ao pouco tempo da vida moderna trazendo, além de uma solução, uma ótima opção, com resultados garantidos em um treino específico que atende as necessidades individuais de cada aluno com apenas 30 minutos de duração.

O que é?É um método de treinamento de força que se baseia no princípio da

instabilidade mecânica para gerar estímulo sensório-motor aumentando a dificuldade do exercício.

O treinamento em plataforma vibratória é o resultado de pesquisa da ciência do esporte que amadurece ano a ano para oferecer estratégias mais eficazes para o treinamento dos atletas de alta performance e, com isso, beneficia o praticante comum otimizando seu tempo em aulas com duração de 30 minutos.

O treinamento funcional sobre a plataforma vibratória age de forma profunda em todos os músculos, contraindo-os com maior intensidade de forma agradável, exigindo maior adaptação do corpo, aumentando a rigidez muscular e reduzindo a flacidez. Através das ondas vibratórias que ativam a musculatura de todo o seu corpo, o praticante terá um treinamento mais potencializado e eficiente, comprovado através de diversos estudos científicos, garantindo ao aluno uma acentuada melhora da força, resistência e condição física como resposta natural do corpo à vibração. O sistema oferece para seus praticantes uma solução completa para o alcance rápido e seguro dos objetivos

Vantagens e benefícios1. treino completo em até 30 minutos2. estimulação das fibras musculares 40 a 60% superior ao treino

de musculação normal3. aumento da circulação sanguínea em até 70%

Boa forma em apenas 30 minutos: treinamento em

saúde e bem-estar

Plataforma Vibratória4. menor desgaste das articulações5. combate à celulite6. promove a drenagem linfática naturalmente7. ajuda a prevenir o processo de degeneração óssea (osteoporose)8. promove ganho de massa e força muscular em exercícios de cadeia fechada

(mais seguro contra lesões)9. com apenas 12 minutos de exercício pode-se perder até 200 calorias10. pode ser utilizado tanto por pessoas da terceira idade como por atletas de elite

Quantidade não é qualidadeUm dos maiores problemas na ciência do treinamento está em estabelecer

a quantidade ideal de treino. Sempre ouvimos perguntas como: “Quantos exercícios devo fazer?” ou “Quanto tempo devo passar na academia?”. Invaria-velmente a resposta é: “Depende”. Apesar de ser impossível estabelecer a série ideal para todas as pessoas em termos quantitativos (volume) e qualitativos (intensidade) pode-se ter certeza que o problema com o treino da maioria das pessoas é que elas simplesmente exageram na quantidade e pecam na qualidade, “quantidade não é qualidade”.

Como utilizá-lo?É um método altamente complexo, desafiador e por isso muito exte-

nuante principalmente nas primeiras sessões. As pesquisas indicam o trei-namento em plataforma vibratória para a reabilitação de atletas lesionados, programas de atividade física para a terceira idade, para a prevenção de lesões e para aprimorar o condicionamento neuromuscular de diversos esportistas.

O treinamento exige a supervisão direta de um profissional com experiência em treinamento funcional e treinamento de força.

Não tem mais desculpa. Com apenas 30 minutos de treino viber class com personal training você vai mudar seu presente e principalmente seu futuro. Experimente!

Criando corpos melhores, melhor saúde e melhor qualidade de vida.Ana Cristina de Carvalho www.pilatesvilla90.blogspot.com

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Há vida após o desaparecimento da Modern Sound. E com muita música de qualidade! A Associação Cultural Música é Vida - ACMEV após realizar cerca de 50 vídeo-concertos de música clássica durante mais de dois anos, na Modern Sound, fez uma parceria com a Curadoria da Sala Baden Powell para lá fazer a retomada desses VCs. Utilizando DVDs de alta qualidade musical e audio-visual, os concertos serão realizados mensalmente na Sala, situada na Av. Nossa Senhora de Copacabana, 360 (ex-Cine Ricamar), entre os Postos 2 e 3. O primeiro aconteceu dia 12 de março. Anote em sua agenda os demais: 16 de abril, 7 de maio, 4 de junho, 2 de julho, 6 de agosto, 3 de setembro e 1º de outubro, sempre às 17h.

Os organizadores sentem-se felizes de terem conseguido permanecer em Copacabana, em um teatro refrigerado e dotado de todo o conforto.

Mesmo sem patrocínio, mas pelo fato da ACMEV não ter fins lucrativos e do especial

Vídeo-concertos de música clássica retornam à

apoio da Sala, o ingresso cheio custa apenas R$ 30,00, com direito a desconto de 50% para sêniores e estudantes. E outra novidade: este ingresso dará direito a um concerto de música clássica ao vivo, começando às 20h e com duração de cerca de uma hora. Após o VC, você poderá frequentar o bar (ao lado do auditório) e assistir a esse concerto de alta qualidade que a Curadoria da Sala Baden Po-well proporcionará em sintonia com a ACMEV.

O conceito dos VC é apresentar compo-sitores e intérpretes brasileiros dentro de um programa variado em formas musicais (sin-fonia, concerto, música camerística para duo e trio) e períodos, que cobrem um arco do clássico e romântico europeus ao moderno brasileiro (da busca com Henrique Oswald ao encontro com Heitor Villa-Lobos).

Este primeiro VC trouxe peças de Be-ethoven (Trio Opus 1, n° 3) e Saint-Saëns (Concerto n° 2 para piano e orquestra) com

Antonio Meneses e Nelson Freire de amplo reconhecimento internacional, assim como a Sinfonia Opus 43 de Oswald e o Choros Bis de Villa-Lobos, para violino e violoncelo, com participação de figuras de relevo do nosso meio musical, como o destacado maestro Ricardo Rocha e os talentosos Daniel Guedes e Fábio Presgrave. Houve comentários explicativos sobre as obras, seus compositores e intérpretes a cargo do Prof. Rodolfo Valverde, que respondeu indagações da plateia.

O concerto ao vivo esteve a cargo do clarinetista Fernando Silveira, acompanha-do da pianista Eliara Puggina, ocasião que marcou o lançamento de seu CD de música erudita, que inclui notáveis peças para duo clarineta-piano de compositores brasileiros do século XIX. No concerto, peças de Sigis-mund Neukomm, Carlos Gomes, José Lino Fleming, Caio Senna e Nino Rota.

garimpo cultural

Sala Baden Powell

O Espaço Biophysis festeja seu 1º aniversário no próximo dia 29 de março. Você que já é nosso cliente ganhará no mês de aniversário do Biophysis

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educação

O carnaval passou e nossos filhos retomaram a rotina do ano letivo: acordar cedo, ir para a escola, chegar em casa de volta, lições, leituras, jantar e hora de dormir.

E como é que nós, pais, lidamos com a vida de estudante de nossos filhos? Será que reconhecemos neles aprendizes interes-sados ou ficamos cobrando resultados burocráticos sem ligar para o que de fato aprendem?

Costumamos chegar em casa e perguntar: “- Já fez a lição? Já leu o livro que a escola pediu? Acertou o dever? Que nota tirou na prova?” Sempre com a melhor intenção de conscientizar nosso estudante. Quando as respostas não desejadas se repetem ano após ano, a vida escolar pode se tornar motivo de tensão e desgaste permanente entre pais e filhos.

Proponho que mudemos o modo de lidar com nosso filho estudante, pensando na aprendizagem real e não nos resultados burocráticos.

Vamos experimentar chegar em casa e iniciar uma conversa: “- O que é que aconteceu na escola hoje? Qual o assunto que conversou com os colegas? Alguma aula foi particularmente insti-gante? Por quê? Que livro está lendo? Está gostando? Por quê?” E vamos contar sobre nossos interesses de hoje, o que aconteceu no trabalho, sobre o livro que estamos lendo, a notícia de jornal que nos impressionou. Vamos trocar ideias e impressões com nossos filhos. Vamos conversar com eles todos os dias porque, além de serem nossos filhos queridos e amados, eles são pessoas muito interessantes.

Conversando primeiro e cobrando depois, nós, pais, podemos participar prazerosamente da formação de um estudante interes-sado e que cumpre suas tarefas escolares.

Como lidar com meu filho estudante

Patrícia Lins e Silva

curiosidade

Você sabe o que está faltando no texto abaixo?

“Sem nenhum tropeço posso escrever o que quiser sem ele, pois rico é o português e fértil em recursos diversos, tudo isso permitindo mesmo o que de início, e somente de início, se pode ter como impossível. Pode-se dizer tudo, com sentido completo, mesmo sendo como se isto fosse mero ovo de Colombo.

Desde que se tente sem se pôr inibido pode muito bem o leitor empreender este belo exercício, dentro do nosso fecundo e peregrino dizer Português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento

Trechos difíceis se resolvem com sinônimos. Observe-se bem: é certo que, em se querendo esgrime-se sem limites com este diverti-mento instrutivo. Brinque-se mesmo com tudo. É um belíssimo esporte do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o “E” ou sem o “I” ou sem o “O” e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo, sem o “P”, “R” ou “F”, o que quiser escolher, podemos, em corrente estilo, repetir um som sempre ou mesmo escrever sem verbos.

Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escre-vendo-se todo um discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir. Porém mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objeto escolhido, sem impedimentos. Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem nosso Português, hoje culto e belo, querendo substituí-lo pelo Inglês. Por quê?

Cultivemos nosso polifônico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores.

Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e profes-sores. Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, pugilo de heróis e de nobres descobridores de mundos novos.”

Descobriu? Não??? Então veja a resposta na página 25.

?

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[email protected]

Lilibeth Cardozo

O Rio virou monarquia nesse carnaval. É rainha de bateria, é rei da música sendo enredo, é rei do bicho presidente de escola, todo mundo estreitando laços, não importa em que reino, fazem sambar seus súditos! O povo segue, dançando conforme a músi-ca. Nos batuques dos tambores ficam surdas as leis, ao som dos tamborins dançam os cariocas aplaudindo as alas e vestindo as fantasias de felicidade. E dançam evoluindo pela avenida contando histórias, enfeitiçando, extasiando. Dá sempre bicho enfeitado no carnaval. E o povo aplaude o brilho, a riqueza, a beleza, tal qual nos castelos das grandes monarquias. Na quarta, de cinzas, vamos lá, bobos da corte, fazer rir os monarcas.

No Rio, como no jogo, sonhar com a filharada... é o coelhinho; com gente teimosa, na cabeça dá burrinho. E o rapaz todo enfeitado, no bicho, o resultado é pavão ou é veado!

Mangueiras e salgueiros são to-mados de beija-flores no reino do carnaval. E os súditos cariocas, o povo do Rio, vai sambando enquanto os reis cunham suas moedas de ouro.

Croniquinha de carnaval

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Claudia Baldo de Camargo é

psicóloga, psicotera-peuta corporal com

especialização em saúde da mulher

[email protected]

Meu dia santo, minha primeira comunhão. O sol entrava com raios alaranjados na claraboia da capelinha do colégio. Ela, revestida de flores brancas apinhada de anjinhos. De um lado me-ninas e do outro meninos. Com um vestido de algodão até os pés, coroada com uma guirlanda e veuzinho de filó, lá estava eu. Na véspera havia confessado todos os meus pecados... alva, pura! Sentadinha como manda o figurino, pois os ensaios de postura e o timbre haviam tomado o ano inteiro. Meu olhar resvalou para o lado dos meninos, gostava muito do Gustavo. Ele olhou e piscou, mas rapidinho se lembrou, naquele dia, ele era santo...

Coisa difícil ser toda branca por dentro e por fora! A vida não separa os ingredientes, mistura tudo, branco e chocolate.

Jung fala: ”São as vivências e não os livros que nos aproximam da compreensão”.

Como compor? Dormimos menina e acor-damos mulher. Essa transformação é visceral, acontece de dentro para fora, com as batidas das horas. Para cada momento vivido, um novo ser emerge. Branca, preta, santa, puta, erótica, espiritual, mãe, filha; todas em uma. Mulher, feminino, tantas que conjugar no singular não dá não; tem que ser no plural.

* * *Em O Retorno da deusa, Whitmont nos diz:

“A deusa é a grande guardiã da interioridade humana. O patriarcado regula os elementos externos do comportamento humano, mas des-valoriza o instinto, os sentimentos e sensações, a individualidade e as profundezas do feminino, exceto quando estão a serviço do coletivo. Dentro da não orientação, cada pessoa precisa descobrir a sua fonte interior de consciência autêntica e diretriz espiritual, precisa localizar a divindade interna... A vinda da deusa não implica

O lago dos cisnes Perfil de mulher IV

rejeição da ética, mas a emergência de uma nova ética que se funda muito mais solidamente na consciência individual”.

Na mitologia encontramos a expressão do amor e sedução em Afrodite; do amor e cuidado maternal em Demeter; da busca do saber ins-tintivo pelo corpo e pela natureza em Ártemis; da procura do saber intelectual e da realização profissional em Atena; da articulação do poder e controle em Hera e da união do poder espiritual e da sabedoria em Perséfone.

* * *Retiro da gaveta o meu texto escondido,

antes sentido como “parte maldita”, poemas rabiscados, confissões das minhas intimidades.

Olhando para a lua constato: ela, feminina, brilha com todo seu esplendor. Com véu de prata transparente esconde uma face oculta, lua negra.

Estou em cima da hora do salão de beleza. Me perdi no mundo da lua. Minha manicure enfia minhas mãos em um creme amaciante. Pergunta: “Hoje, qual a cor?” Cruzo as pernas com muita elegância e respondo: feitiço!

Em casa, ao olhar as minhas mãos, ele excla-ma: “Minha mulher é uma feiticeira!” Sorrindo por dentro, respondo: “Sim”.

Ao deitar sinto todo o meu ser envolto em pe-nas brancas e negras. Sonho que estou no Lago dos cisnes. Águas que me acolhem refletindo no seu espelho. Ora branco, ora preto. Eu, mulher, cisne.

* * *”...tira a mancha que há no meu serte quero verte quero ser almaViajar nessa procura todade me lapidarneste momento agora de me recriar...”

Anima, Milton Nascimento

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Alexandre Brandão

Em gotas

[email protected]

Era janeiro. O dia estava quente, e eu saía do trabalho no adiantado da hora. Trabalho perto da Lapa, o ponto efervescente da boemia carioca. Duas garotas, jovens e lindas, prontas pra noite, vinham em sentido contrário ao meu. Quando nos aproximamos, ouvi de uma delas: “Não, não estou com ele, não dá pra ficar com um cara que tem a bunda maior do que a minha.”

Um amigo meu não perde os discursos que os presidentes americanos fazem no início do ano (State of Union). Ele colocou no Facebook várias passagens do que o Obama falou este ano. Entre tantas coisas, o presidente disse que, a partir de 2011, nenhum americano estará proibido de servir ao país que ama por conta de quem ama, um recado direto aos homossexuais, ainda que não só a eles. Mr. Obama continua compromissado com muitas bandeiras da liberdade individual. Viva ele!

Nos EUA, anunciaram a fabricação e a comercialização de refrigerantes à base de maconha, que, em alguns estados, está liberada quando auxiliar nos tratamentos de saúde. Se bem entendo, uma lei federal considera de todo modo a erva maldita. Detalhes, detalhes, o importante é que com esse novo refrigerante será resolvida uma velha pendenga: pais e mães farão questão de comparecer às festas infantis.

O Botafogo tomou uma decisão correta: contratou um lateral direito de Passos, minha cidade natal e mineira; Lucas, o nome dele. À direita, a Estrela Solitária vai. Se o ano não for bom, o problema estará no centro ou na esquerda. Na verdade não quero que nem o Botafogo nem o Brasil tenham problema com a esquerda. É hora da figa.

Por falar na minha cidade, fui jovem nela.

No Osso

Naquele tempo, o capítulo da novela que passava hoje aqui passava lá uma semana de-pois. Chegávamos à moda um pouco depois de todos, o que nos tornava imediatamente fora de moda — no entanto éramos felizes, ou, melhor dizendo, não éramos infelizes por conta do atraso.

Rio, essa cidade cosmopolita, não vê sho-ws da Ná Ozzetti e de seu irmão, o Dante, do Carlos Careqa, da Consuelo de Paula, da Andreia Dias e do nobre senhor Luiz Tatit. Por que será?

Num ninho de mafagafos, há sete mafa-gafinhos. Quem conseguir desmafagar esses sete mafagafinhos bom desmafagador será. Saudades do meu pai.

Fui ao Ceará. Comi lagosta. Namorei. Passeei em lugares realmente lindos. Não bastasse isso, tive a sorte de conhecer es-critores pra lá de interessantes, entre eles os contemporâneos Pedro Salgueiro, Tércia Montenegro e Flávio Paiva, além do já faleci-do Moreira Campos, este, com certeza, um contista mestre. Amei o Ceará.

Coisas que só comi na infância: fudge de chocolate e coco de macaúba.

O mundo deu um passo atrás. Se isso é recuo para posterior avanço, não estou certo. O fato é que, pelo menos no Rio de Janeiro, muitos homens e algumas mulheres voltaram a usar chapéu.

Depois de assistir ao filme “Minhas mães e meu pai” (péssima tradução para “The kids are all right”), estou matutando o seguinte: formar famílias a partir de cônjuges homossexuais não muda em nada a velha e carcomida família. Infeliz daquele que nunca leu Raymond Carver.

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Distribuição dos torcedores no Rio

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Assim como para os estrangeiros não dá para desassociar futebol da imagem do Brasil, para os não cariocas não têm como separar imagens entre futebol e o Flamengo. Segundo revistas especializadas e institutos de pesqui-sas, o time do Flamengo tem a maior torcida do Brasil e do mundo, apontando que a nação rubro-negra tem entre 33 e 40 milhões de torcedores. Tal número pode mesmo ser chamado de “nação” quando comparamos com a população de muitos países tais como o Paraguai que não chega a ter 7 milhões de habitantes. O Equador, segundo o último censo do país, tem cerca de 14 milhões e a Argentina, com 36,1 milhões de habitantes no início da década, se fosse rubro-negra, teria que pedir emprestado alguns torcedores ao Brasil. Na Europa temos vários países que não contam com população suficiente para movimentar a engrenagem de um clássico jogo entre as maiores torcidas do Rio. Para a população portuguesa, de 10,7 milhões de habitantes, seria necessário triplicar seu

contingente populacional para chegar ao número flamenguistas.

Mas não é só de rubro-negros que os gritos ecoam pelo país e muito menos pela cidade do Rio. A torcida do Fluminense, o tricolor das pai-xões arrebatadoras, aparece no ranking como décimo primeiro em número de torcedores do Brasil. Segundo o Jornal dos Esportes, periódico voltado principalmente para os assuntos da bola rolando nos gramados, em resultados publica-dos em agosto do ano passado, o Fluminense tem 10% da fatia do bolo de torcedores na cidade. O Vasco da Gama, nem tão popular quanto o Flamengo, nem tão associado à elite quanto o Fluminense, fica com 13% dos torcedores cariocas. Não menos apaixonados os botafoguenses, segundo a mesma revista, representam 9% dos torcedores.

As origens e os primeiros anos dos clubes cariocas

O futebol cresceu no Brasil com Charles Miller. Paulista do Brás, ele foi estudar na In-glaterra muito cedo, retornando ao Brasil em 1894 com bolas, regras e o sonho de ver o futebol crescer no país. Originalmente o fute-bol foi um esporte praticado pelos imigrantes europeus e elites, organizado em clubes exclusivos. O Fluminense Football Club foi o primeiro dos clubes surgidos no Rio. Fundado em 1902, era composto basicamente de jo-vens da alta sociedade carioca, que buscaram associar ao esporte ali praticado a imagem de refinamento e de cosmopolitismo.

As maiores torcidas do RioA força que emana das torcidas seria capaz de transformar uma país

A ave consagrada

como mascote

do Flamengo

após sobrevoar

o estádio com

uma bandeira

amarradaaos pés

Fonte: Jornal dos Esportes

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Os demais grandes times do Rio come-çaram como clubes de remo, outro esporte europeu e ligado às elites. O Clube de Regatas do Flamengo foi fundado em 1895. O Fla-mengo como time de futebol surgiu de uma dissidência do Fluminense, em 1911, depois de uma briga interna dos tricolores. O Clube de Regatas Vasco da Gama foi fundado em 1898 por comerciantes portugueses e um grupo de remadores como clube da colônia. Inicialmente só participava de competições de remo e so-mente a partir de 1915 passou a ser um clube de futebol. Em 1904 foi fundado o Botafogo Futebol e Regatas, também voltado para o remo e na mesma linha que o Fluminense, aceitando apenas “brancos e de boa família”. As trajetórias dos vários clubes iam definir as suas identidades. O Vasco da Gama foi o primeiro clube brasileiro a permitir participação de ne-gros e pobres no time de futebol, apesar destes sofrerem preconceitos e discriminações. Na década de 20 ocorreu a ascensão do Vasco à primeira divisão da liga e foi com um time de ex-operários, muitos negros, que o Vasco ganhou o campeonato carioca em 1923. Nos anos 30, o presidente do Flamengo, Bastos Padilha, colocou negros em grande número como jogadores, ganhando torcedores não-brancos e das classes de renda mais baixas no Rio e no Brasil inteiro. O Botafogo sofreu pro-testos sobre discriminação e racismo, e depois de um tempo perdeu a base elite, tornando-se um time da classe industrial na Zona Norte do Rio. O Fluminense preservou seu status como o time das elites, sempre o mais aristocrático da cidade. Foi o último a aceitar negros como jogadores, nos anos 60. No começo, o clube mandou que “disfarçassem sua negritude”; daí ser conhecido pelo apelido de “pó de arroz”, por causa do produto utilizado para pintar os rostos dos jogadores negros.

Paixão pelo timeMas quem são os torcedores fanáticos,

emocionados, brigões e muito bem instruídos sobre a arte do futebol que colorem o Rio com suas camisas, tremulam bandeiras nos estádios e avisando que futebol não se discute, formam um grupo enorme de técnicos habilidosos quando estão juntos numa mesa de bar? To-dos têm as soluções para os erros e acertos e avaliam os jogadores com maestria, sempre melhor que os técnicos oficiais.

Tempos passados as mulheres não partici-pavam dessas rodadas e limitavam-se a ouvir. Hoje são capazes de escalar um time inteiro, questionarem os lances, lotarem estádios com seus uniformes de torcedoras dedicadas e acompanharem seus maridos, namorados, filhos

ou amigos nas grandes decisões. Muitas vezes são de times contrários e nem por isto as rela-ções de casamento ou amizade são rompidas.

O time de futebol é marca que ultrapassa até os rígidos protocolos em festas familiares onde os detalhes são ricos e pomposos como festas de casamento. Nos bolos dessas festas são muito comuns os bonequinhos de biscuit vestidos com camisas do time do casal ou do marido. Fernanda e Alexandre casaram-se numa cerimônia de bom gosto e muitos cui-dados com harmonia de cores, música, flores e cortejo. Ele, flamenguista “doente” preparou uma surpresa para a cerimônia: na hora da benção com o casal ajoelhado no altar, ficou exposta a sola de seu sapato social com um belo escudo de seu time. A surpresa fez sucesso e deu um tempero de descontração à cerimônia.

Segundo Guilherme, um jovem de 29 anos, flamenguista, quando seu time joga, seja em que estádio for, ele sempre dá um jeito de assistir para empurrar o time. Sua paixão pelo Flamengo é partilhada por sua esposa Helena, que desde menina é torcedora fanática do time vermelho e preto. Os dois sabem tudo do time e ela nos diz que já foi inúmeras vezes às decisões de campeonato com uma turma enorme de amigos enfrentando situações de empurra-empurra e desconforto: “Gostamos mesmo é de assistir aos jogos no meio da torcida, vibramos com todo mundo junto e aquela energia é inenarrável. Todos ali vibram pela mesma coisa e ninguém está lá para além de torcer e vibrar com os gols. A violência de alguns não têm nada a ver com torcedor de verdade. São coisas separadas. Às vezes a paixão faz algumas brigas, mas isto acontece em qualquer ambiente apaixonado”.

Ricardo é torcedor do Fluminense e seus três filhos o acompanham a todos os jogos do time. Ele nos diz: “Assistir ao Fluminense jogar é dar uma carga de adrenalina no sangue. Quando chego de um jogo me sinto cansado e muito excitado e meus filhos são loucos pelo Fluminense também”.

Uma partida de futebol reúne torce-dores de todos os cantos da cidade. No maior estádio do Rio, o Maracanã (após a reforma acomodará 76 mil torcedores), ou no Engenhão (atual palco das rodadas) a alegria e criatividade das torcidas é um es-petáculo que contamina a todos. Jogadores e público se unem numa corrente de força e entusiasmo e os torcedores sabem bem o quanto estimulam seus times. José Luiz é um botafoguense doente, segundo sua própria declaração e reclama da pecha de que o botafoguense é chorão: “Torcedor apaixonado chora mesmo quando o time perde, eu quase morro de tristeza”.

Fátima nos fala do seu time do coração lembrando quando foi ver uma decisão de campeonato entre o Fluminense e Flamengo: “Nunca vou esquecer a torcida, tudo lindíssi-mo: as bandeiras, as faixas, os gritos, a emo-ção. Outra coisa marcante é o sacrifício dos torcedores, alguns vestindo fantasias debaixo de um calor insuportável apenas para torcer pelo seu time. É emocionante ver o esforço de muitas pessoas, que, movidas pela paixão

vão de trem, de ônibus, vindos de todos os lugares. Torcedor é sempre um apaixonado”.

Maurício é um vascaíno que tem em casa vários torcedores que o acompanham aos es-tádios para assistir ao seu time jogar. Ele nos diz: “Aqui em casa todo mundo é vascaíno e não pode ser diferente. Eu e minha esposa temos quatro filhos, dois rapazes e duas meninas, que também são torcedoras. Até meu neto que tem 3 meses já ganhou camisa do Vasco. Ser vascaíno na família é obrigação!”

Ser torcedor é uma quase religião para as maiores torcidas do Rio. Fanáticos por seus times, as rodas de discussão são inflamadas e os símbolos dos times são ícones de fidelida-de. Em qualquer esquina da cidade, quando os grandes times estão disputando títulos, encontram-se bandeiras, camisas, flâmulas, escudos e outros objetos que fazem dos estádios palco de um belíssimo espetáculo. As vozes se unem, as emoções se aliam num único objetivo: fazer o time ganhar. Os gritos de gol explodem de várias gargantas que não têm divisão de classes. Abraços são dados sem que ninguém esteja preocupado a quem abraça. É pelo time! Ao final dos jogos torcidas vencedoras comemoram e todos juntos en-toam os mesmos cantos de vitória. A emoção do torcedor é sangue quente nas veias, é pulso forte dos corações e a força que emana das torcidas seria capaz de transformar uma nação!

A mentalidade do torcedorNo Rio, os torcedores falam muito do

seu “time do coração”. As pessoas dizem que sentem o time no sangue, é a raça. No mundo de futebol, torcer significa pertencer,

sofrendo e celebrando com seu time. Mário Filho, o pai jornalístico do futebol brasileiro, escreveu em uma de suas crônicas, “Escolhe-se um clube como se escolhe uma mulher. Para toda a vida ou até que Deus separe. É mais difícil deixar de amar um clube do que uma mulher”. O hino do Flamengo declara, “Uma vez Flamengo, Flamengo até morrer” e o hino do Fluminense começa “Sou tricolor de coração…”. Uma troca de lealdade é vista como traição grave.

Nas entrevistas os torcedores dos quatro grandes times falam com emoção do amor que sentem, em tempos bons e ruins. Um botafoguense falou: “Meu amor pelo meu time é inexplicável”. Um vascaíno disse: “Vasco para mim é uma religião”. E uma fanática torcedora flamenguista: “É uma paixão que, a cada ano, só aumenta. Infelizmente porque meu amor é direitamente ligado a isso. Se o Flamengo perde eu fico triste, chateada, brigo com todo mundo. Mas se ele ganha, eu fico feliz, de bem com a vida, nem tenho vontade de ir trabalhar.”

Essa identificação do torcedor com o time tem raízes no caráter herdado pela lealdade ao clube. No livro “Futebol: paixão e política”, Paulo Cesar Rodrigues Carrano explica o processo e a trajetória de uma criança: “No Brasil, essa fidelidade vem desde o dia do nas-cimento, quando o garoto recebe um nome, uma religião e um time de futebol para o qual vai torcer a vida toda. Fidelidade, que está expressa na porta do quarto da maternidade, onde os pais penduram um par de chuteiras e um uniforme em miniatura, representando o time de futebol da família. Ao longo da infância, há um contínuo processo de fomentar valores e hábitos positivos sobre o time da família, e negativos, em relação às equipes adversárias. Assim, aprende-se a torcer por uma determi-nada equipe de futebol”. Quase todo torcedor carioca atribui a família para explicar a fidelidade ao time, normalmente influenciado pelo pai.

Apesar de ter escolhido o time por causa da família, muitos insistem em dizer que

seriam fiéis de qualquer jeito, que é uma coisa da natureza.

Maurício, analista de siste-mas, vem de uma família em que a maioria dos membros é Fluminense e explicou: “Meu

Maurício, Márcia e

Pedro: o pequeno

torcedor é mais

fanático que os pais

O novo Mascote

Infantil do Vasco foi

escolhido por meio de

um concurso cultural.

Necessidade de

interagir com todas

as faixas etárias

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pai era tricolor, portanto é natural que seus cin-co filhos fossem também. Meu filho torce pelo Fluminense. Quando ele nasceu, assim que saiu da maternidade, comprei e coloquei o uniforme nele”. Pedro, seu filho, tem atualmente 11 anos e acompanha de perto tudo que acontece com seu time. Vai aos estádios, sabe o nome dos jogadores e tem em casa uma série de objetos com as cores e símbolo do clube. Perguntado se já fez alguma arte pelo time disse, um pouco acanhado, que várias vezes deixou de estudar para ver jogo na televisão.

O grande número de torcedores faná-ticos vem de famílias fanáticas. Um vascaíno entrevistado explicou, “Meus bisavós eram portugueses, aí, por influência de família, eu também torço pelo Vasco”.

Percepções das torcidasOutro fator explica a paixão do torcedor

carioca: a quantidade de grandes times de futebol numa mesma cidade. Times rivais tradicionais causam sentimentos fortes de solidariedade e lealdade baseados nas divisões sociais como classe, etnicidade ou identidade de bairro É a proximidade física das torcidas rivais que aumenta a intensidade das emoções.

Existem vários estereótipos que definem cada torcedor dos outros clubes nos olhos dos rivais. As imagens que torcedores têm do “outro” frequentemente são ligadas à história antiga dos clubes. Até agora, os tricolores e os vascaínos são vistos como os times “de elite” por causa da história antiga. Flamengo tem a imagem hoje não por causa das origens – o resultado de uma cisão do Fluminense – mas por causa das transformações começaram nos anos 30, quando a torcida se popularizou no país inteiro. A torcida do Flamengo é tão grande e o time tão forte que, como uma botafoguense explicou, “Aqui no Rio de Janeiro todas as pessoas que torcem para outros times, torcem contra o Flamengo”. Uma fanática flamenguista deu a sua perspectiva sobre o assunto: “Aqui no Rio, né, tem quatro times chamados grandes. Só que na verdade, eles costumam falar que a maior torcida não é flamenguista, é anti-flamenguista. Só que nós somos maiores que as três juntas”.

Tradicionalmente Fla-Flu é um jogo clássico, mas atualmente a maior rivalidade parece ser entre Flamengo e Vasco, que tem a segunda maior torcida. Flamenguistas reconhecem essa rivalidade, mas tem certo desprezo pelos outros clubes e acham as outras torcidas insignificantes. Por exemplo: “Torcida, assim mesmo, é só do Flamengo que lota a Maracanã e está sempre torcendo. O resto, bem, o resto é… o resto. Não tem porque falar das outras torcidas”. Um

botafoguense reconhece o poder da torcida rubro-negra: “A torcida do Flamengo é uma torcida que se destaca pelo tamanho, pelo amor que tem ao clube.” No cenário das rivalidades, flamenguistas recebem críticas por torcer mais pela torcida do que pelo time, e até alguns concordam: “Eu torço pelo Flamengo porque eu gosto da torcida mais do que do time. Acho que sou flamenguista pela torcida. Não sei muito sobre o time, quem são os atuais jogadores, além do Ronaldinho Gaúcho, mas gosto muito da torcida, é muito bonita”.

Uma razão para explicar a paixão do torcedor é ligada à mentalidade da rivalidade entre os clubes. Um vascaíno tentou explicar porque o Vasco é muito mais importante do que a seleção brasileira, dizendo que ele tem rivalidade com botafoguenses, fluminenses, flamenguistas, enquanto como torcedor do Brasil só tem a Argentina. Não é muito comum encontrar um argentino para implicar: “É essa rivalidade que me faz torcer mais pelo Vasco do que para o Brasil”. A presença do rival nos contextos clubísticos dá muito mais prazer do que a não presença de argentinos quando a seleção joga. Um jovem tricolor falou: “Eu digo que torço mais pelo meu time, porque para torcer pela seleção, me juntaria com os flamen-guistas. Por isso torço mais pelo meu time”.

Além dessas explicações exarcebadas, a mais comum é o simples fato de que os tor-cedores passam o ano inteiro, todos os dias, vibrando e sofrendo com o clube, e não tem nada na mesma conexão emocional com a seleção. Foi um flamenguista que expressou melhor: “Não existe nada parecido no mundo do que assistir a um jogo do Flamengo no Maracanã, com casa cheia. Nem jogo do Brasil emociona tanto as pessoas”. E a torcedora fanática completa: “É uma coisa que a gente não chama nem de torcida, a gente chama de nação rubro-negra. Porque para mim, é esse o sentimento que tenho. Inclusive, eu prefiro ver jogos do Flamengo a jogos do Brasil…. Gosto também, torço pelo Brasil, mas é diferente. Flamengo sim é a minha nação”.

O amor pelo futebol é inexplicável. Uma parte crucial de ser torcedor é ter rivais, e no Rio não há falta deles. A história da família é muito presente nessa obsessão nacional, e ganha mais importância para os clubes do que para a seleção. Todo torcedor de futebol torce pela seleção na-cional, mas a emoção pelo clube não tem limites. São inúmeras as histórias de dedicação ao clube, de grande alegria e sofrimento. A identificação do carioca como flamenguista, tricolor, vascaíno ou botafoguense é uma parte importante da identidade pessoal, e em muitos casos mais forte do que a identidade como brasileiro.

Biriba & Biruta mascotes

inspirados no cão vira-latas

do supersticioso dirigente do

Botafogo, Carlito Rocha

(Abaixo) Família Pereira: vozes se unem e

as emoções se aliam no objetivo de fazer o

time ganhar

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Empresário, formado em engenharia pela PUC-Rio, com MBA na FGV, casado, cinco filhos (da mesma mulher, como gosta de enfa-tizar) melômano desde cedo, Marcel Gottlieb dedica parte importante de sua vida à divul-gação da música, seja ela sinfônica, operística, popular. Em suas viagens de negócios, sempre encontra tempo para comprar os lançamentos em DVD das grandes orquestras e intérpretes. Possui um acervo considerável, mais de três mil vídeos, que usa nas palestras semanais no auditório da Musicativa, grupo criado por ele há 15 anos, reunindo amantes da música.

FC – Como tudo começou?Marcel Gottlieb – Com uma aposta.

Desafiei os amigos que consideravam minhas preferências musicais (ópera sobretudo) música ultrapassada, a uma audição de 15 minutos em minha casa. Comecei fazendo uma introdução à ópera Carmen, de Bizet. Contei a história baseada no livro de Mérimée e coloquei o vídeo com algumas árias. Sucesso absoluto. As reuniões se multiplicaram, a tal ponto que o número de ouvintes não cabia mais na minha sala. Aluguei, então, a primeira casa para instalar nosso grupo. Convoquei minha antiga profes-sora de francês, Ruth Zohar, para me ajudar na organização. Estava criada a Musicativa.

Como iniciar o leigo musical no re-

pertório erudito?A iniciação começa pelo prazer de ouvir,

pela curiosidade de conhecer detalhes sobre a época em que a obra se situa e sobre a vida do compositor. De posse dos elementos biográfi-cos, a obra se torna mais próxima, mais brilhante e se quer ouvir mais. Não adianta querer impor caminhos musicais. Cada um encontrará o seu. Cabe a quem introduz o iniciante mostrar que existem vários caminhos e cada um deverá escolher o que mais lhe agrada.

Quem são as pessoas que frequen-tam a Musicativa?

São pessoas com gostos e características muito variados. Algumas cultivam a música há muito tempo e se encontram conosco para

Maria Luiza de Andrade

Levando música a todos os públicos

Marcel Gottlieb

perfil

saber mais e ouvir mais. Outras aprendem a gostar de gêneros que desconheciam, como a ópera, jamais imaginando que um dia se apaixonariam por ela.

Como montar a programação para um auditório com idades e gostos tão diferentes?

Variando muito os gêneros. Impossível agradar a todos. Escuto a opinião das pesso-as, leio todos os e- mails que me escrevem fazendo comentários, dando sugestões, pe-dindo determinadas gravações, determinados regentes ou intérpretes. Programo os últimos lançamentos do mercado de DVD e também apresento artistas que estejam visitando o Brasil na ocasião. Quando já se conhece o artista, é possível usufruir mais e melhor o concerto a que se vai assistir.

A que atribui a desinformação dos jovens a respeito da música clássica?

É mais fácil acompanhar aquilo que é imposto pela televisão. A música clássica não está no foco da TV aberta. Os jovens ficam condicionados aos enlatados e às novelas. O gosto musical não se desenvolve, perdem a oportunidade de aprimorar a sensibilidade. Nos nossos encontros semanais, viajamos pelo mundo através da música, visitando vir-tualmente as mais afamadas salas de concerto. Os DVDs apresentam ainda entrevistas nos bastidores, temos acesso à intimidade dos músicos fora do palco.

Entre os frequentadores de suas palestras há muitos judeus. Como eles reagem quando você programa a mú-sica de Wagner?

Para quem viveu os horrores da persegui-ção nazista ao som de Wagner, ouvir tal música deve ser um trauma ainda hoje. Mas tenho uma parenta, sobrevivente de um campo de concentração na Polônia, que consegue usufruir a música de Wagner e de Strauss. Acredito que a beleza e a gradiosidade da música wagneriana consigam, com o passar do tempo, derrubar as barreiras da hostilidade.

O Maestro Daniel Barenboim criou o DIVAN Projeto, uma orquestra integra-da por 78 músicos israelenses e árabes, entre 13 e 26 anos. Você também acre-dita que através da música a paz possa ser alcançada?

Trabalhando lado a lado (um fagotista árabe ao lado de um fagotista judeu, por exemplo), usando a mesma estante, eles aprendem a se olhar como companheiros, deixando de lado a animosidade que os governantes procuram instalar entre os povos. Cabe aos educadores combater a política separatista alimentada pelo ódio. A música une, irmana as pessoas, como tão bem expressou Beethoven na Ode à alegria.

Você dá palestras em tantos lugares além da Musicativa, onde encontra tempo para tanta atividade?

Aquilo que se faz com paixão não cansa. Me dá enorme prazer ver o quanto as pessoas gostam dos encontros, somos uma grande família de amantes da música. No próximo ano pretendo inaugurar um Centro Cultural para agregar todos os grupos e atender a um maior número de interessados.

MUSICATIVARua Venâncio Flores, 305Auditório - 2° andar - LeblonHorário: quartas-feiras, às 16 horasInformações: 2267-4056 (com Ruth)

O empresário com a mulher e três dos cinco filhos

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Tudo o que você queria saber sobre depilação a laser

Que mulher nunca teve vontade se livrar dos pelos indesejados? Para a felicidade não só das mulheres, como também dos homens, há alguns anos, existem aparelhos que realizam a redução permanente dos pelos. Isso significa que a depilação a laser elimina de 70 a 90% dos folículos pilosos. Além da diminuição definitiva dos pelos, ela também é utilizada para acabar com pelos encravados. Não é indicada para gestantes e pacientes menores de 12 anos, mas é importante ressaltar que cada tipo de pele exige um laser diferenciado, ou seja, em peles negras e muito bronzeadas utilizamos um laser próprio. O laser pode ser aplicado em todos os tipos de pele, mas não tem eficácia para pelos brancos, loiros e ruivos.

Em alguns casos específicos, pode haver queimaduras, manchas escuras ou claras, hiper ou hipopigmentação. Esses efeitos são comuns quando o laser é aplicado por profissionais inexperientes e sem treinamento. Por isso, a importância da aplicação ser feita por um mé-dico dermatologista especializado.

Na Clínica La Liq, utilizamos o Light Sheer Duet, um dos equipamentos mais utilizados para redução permanente de pilosidade no Brasil. O novo Light Sheer Duet uniu a eficácia já conhe-cida do aparelho com uma grande redução no tempo de tratamento e na dor, além da repeti-ção dos disparos de laser ser bem mais rápida.

Skin, Body and Health: venha conhecer o universo La Liq

Av. Ataulfo de Paiva, 226, sala 302, Leblon, Rio de Janeiro

Acesse o nosso site www.laliq.com.br ou ligue para (21) 2512-2460

Drª Cristina Graneiro (CRM 52.74439-5), responsável técnica da Clínica La Liq

A Drª Cristina Graneiro e a Drª Melissa Falcão são dermatologistas da Clínica La Liq

Dúvidas sobre depilação a laserMuitas pessoas ainda têm dú-vidas sobre as consequências desse tratamento. Durante a aplicação, o paciente pode sen-tir uma leve ardência na pele. Quem já enfrentou depilação à cera consegue suportar muito bem o procedimento. Mas a sensibilidade varia de pessoa para pessoa. Geralmente, são necessárias de seis a oito ses-sões, com intervalo de 30 a 60 dias. Tanto mulheres, quanto ho-mens podem fazer o tratamento e não há qualquer tabu que possa impedi-lo, já que o laser é totalmente seguro. A eficácia do tratamento dependerá de cada

Cuidados antes e depois do procedimento

• a área não pode estar bronzeada

• o paciente deve evitar exposição solar excessiva uma semana antes e uma depois da sessão

• não deve depilar com cera 20 dias antes

• usar somente lâmina para depilar durante o tratamento

paciente e da reação de cada pele. Vale lembrar que nem todos os folículos são eliminados, mas os pelos ficam mais finos e esparsos.

Espaço Oswaldo [email protected]

Houaiss, via Luiz Garcia, O Globo: “Mandato é a concessão de poderes para o exercício de uma missão.”

Projeto-bombapara S. Exas. o Tiririca, o Popó e o Peixe

Nem sei mesmo se devia usar este espaço que generosamente me é dado pelos editores, Paulo e Lilibeth, para dizer o que me acaba de bater na cabeça. Abro o jogo: estou, na verdade, me propondo ser assessor de um dos três citados no título, sabidamente inexperientes no exercício do ofício de parlamentar, representante do seu povo no Congresso. Nas suas áreas, sabem tudo. Tiririca, de circo, Popó de boxe, Peixe, isto é, Romário, de futebol. Mas como depu-tados – Nossa! - nem mesmo o vestibular! Daí a ne-cessidade de uma boa assessoria. Como se sabe, cada deputado, além de uma enxurrada de benesses, tem direito a nomear assessores em cargos de confiança. Gente apta a redigir discursos, proposições, votos de congratulações, sugerir projetos, apresentar ideias, acompanhar as atividades partidárias e tudo o que se passa no plenário, nas comissões, bisbilhotar no Salão Verde, no café, saber das fofocas e até mesmo repre-sentar o titular em seu impedimento, em eventos os mais diversos. O cara aqui já fez de toda essa bagagem um pouquinho - currículo até razoável, diria.

Anote-se: assessor do Deputado Levy Neves, homem forte, secretário de Estado, do staff de Negrão de Lima; cobertura da Câmara dos Deputados para o jornal A Voz Trabalhista, do Deputado Paranhos de

Oliveira; cobertura da campanha presidencial de Getulio Vargas em 1950 para o vespertino Vanguarda e a Rádio Guanabara - base, no Hotel das Paineiras, de onde saía a comitiva para percorrer subúrbios e cidades vizinhas, Getulio morando no Morro da Viúva; mais, “ghost writer”, com o saudoso Adriano Barbosa, do deputado Napoleão Velloso, no Jornal dos Sports; cobertura da Presidência da República, Juscelino-Jango, para Última Hora, o jornal-lenda da imprensa brasileira; campanha eleitoral para os candidatos Climério e Napoleão Velloso (Casas da Banha), eleitos para a Câmara dos Deputados e a Assembleia Estadual.

Com este currículo até acredito poder colocar-me à disposição de um ou dos três novatos para facilitar-lhes, de saída, sua atuação.

Dito isto, sem perda de tempo, aqui está o primeiro projeto, justo na hora em que se fala em reforma po-lítica..., uma bomba que vai sacudir, que vai repercutir. Sai da frente! Candidato a cargo eletivo fica proibido de se licenciar para ocupar função no Executivo. Coli-gações, acordos partidários que vão para o diabo que os carregue. Quem faz isso está afrontando o eleitor, está desrespeitando o eleitor, é desonesto! Imaginem: o eleitor, a eleitora, vão para a fila, apertam os botões nas urnas eletrônicas, perdem seu domingo, seu passeio,

míd

ia

Deu na

O GLOBO: “Em Santa Catarina 79 presos fogem após render agentes com escovas de dentes.” 1001 utilidades como o Bombril. // TRIBUNA DE PETRÓPOLIS: “Óleo de cozinha vai virar biodiesel e abastecer a frota da prefeitura.” Trabalho da Companhia de Desenvolvimento pelo reaproveitamento do óleo saturado, usado na cozinha e jogado no lixo, reaproveitando-o na reciclagem e transformado-o em material combustível, como biodiesel, sabonete e detergente. Ponto para a prefeitura da minha cidade. // O GLOBO: “Itamar propõe o fim da reeleição e mandato de cinco anos para Presidente”. Os oito ano de FHC e Lula resultaram de uma emenda fajuta na Constituição. Vai em frente, senador. // JORNAL NACIONAL: “Tribunal de Contas quer saber tudo sobre as obras de reforma do Maracanã para a Copa de 14. A planilha está confusa”. E ainda nem estamos na metade do primeiro tempo... // FOLHA DE S.PAULO: “São Paulo gasta 34,5 milhões por ano com ex-deputado. Pensão criada por lei extinta beneficia ex-parlamentar e dependentes.” Zorra total. // JORNAL NACIONAL:·”Cinco por cento das mortes no verão são provocadas por para-raios. Estava mesmo no “tele-promter”, Bonner? // REDE RECORD: “Aparece nas praias de Arraial do Cabo uma lula de quase seis metros, coisa rara, pois jamais passam dos dois metros. Pescador diz que essa daria para alimentar umas quinze pessoas”. Já o nosso ex-Lula, com a farra das nomeações de petistas que fez terá alimentado para mais de cem mil...

sua praia... deixam o voto lá, satisfeitos de contribuir para o candidato de sua preferência, confiantes, es-perançosos... e de repente, o fulano, despreza tudo, manda o voto pro espaço e vai ser secretário de qual-quer coisa no Executivo. Pior, abrindo vaga para o tal do suplente - outra mutreta que precisa acabar. Por falar em suplente, o Popó entrou nessa condição - suplente.

Repito: candidato a cargo eletivo fica impedido de se licenciar para ocupar função no Executivo, sob pena de perder o mandato! “Bomba, bomba!” diria o Ibrahim Sued, pois já se pode esperar o que parte dessa cambada fará para impedir que este projeto passe nas comissões e chegue a plenário para discussão e votação. Mas é preciso tentar, em respeito, sobretudo, ao eleitor - questão de honra. Eu disse honra?...

A bola está com vocês, meus caros Tiririca, Popó e Peixe, prontos para uma cambalhota, um nocaute, um gol de letra – enfim, uma aula de ética nessa corja (há exceções, sim) que acaba de aumentar em 61,83% seus proventos, como ocupantes do melhor emprego do mundo, como insiste Villas-Boas Corrêa no JB, agora, por obra e graça do Tanure, on-line. Em tempo: o presente projeto vai como uma gentil oferta aqui do velho jornalista. Qualquer coisa, depois, a gente pode acertar...

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Ave, Marta!

Surf na terra. Ué, mas pode?

Pois é. Newsweek abriu capa para Marta, hoje a mais internacional das brasileiras. Cinco vezes melhor do mundo como jogadora de futebol! Que tal o lindo sorriso dessa moça nascida pobre lá do interior das Alagoas, uma predestinada à glória, que se projeta no mundo como das mais importantes mulheres praticantes do “violento esporte bretão”, como insiste nosso velho e querido Luiz Mendes na abertura de seus comentários? “Pound for pound, the world’s: best football player” é a chamada para a matéria de dentro que não li. Nem precisa, afinal. O que nela me impressiona, é um fator absoluto - a regularidade com que atua. Todos os ídolos já eleitos melhores do mundo pela Fifa, tiveram, invariavelmente, dias em que foram apagados em campo, girando, girando, sem nada produzir. Pelé, o Rei, inclusive. Kaká, Romário, Zidane, Ronaldos, os dois, sei lá... Marta, não. Quando entra em campo é para ser, estar, funcionar, produzir, criar, fazer, desequilibrar. Tira o máximo de suas jogadas. É cem por cento, nos noventa minutos, objetiva, inesperada, surpreendente física, mental e espiritualmente, desejo, querer, alvo, toda, plena, plural, inventiva, empolgando

Esses rapazes inventaram o surf na terra. Em skates,

vem lá de cima da Av. Niemeyer em alta velocidade,

enquanto cá em baixo, na Delfim Moreira, um levanta

enorme plástico simulando a onda, sob a qual desliza o,

digamos, surfista. Pena que estivesse com roupa escura,

o que na foto dificulta a identificação. Achei sensacional

pela criatividade e abracei os jovens numa boa.

O Jorge Bittar até que me

passa a imagem de bom

moço. Mas creio que é

a segunda vez que faz a

coisa: eleito, se manda

para ser secretário de

alguma coisa, abrindo

lugar para o suplente. Ah!

O suplente! Tem até um

eleitorado que me parece

cativo e lhe garante farta

votação. Acredito-o na

condição de Ficha limpa.

OK? Sim. Mas nada me

impede de fazer restrições

ao modo como fez sua

campanha nas praias...

Estas moças carregando a

propaganda dele nas costas

não parece coisa assim

meio humilhantezinha

- ou sou mesmo um

caretão daqueles

que não entendem as

modernidades?

em cada milímetro do campo em que esteja na busca daquilo que se propõe:- Vencer!. Insuperável com a bola nos pés - a bola, um complemento de sua vida, de sua história.

Terei dito o que sempre quis dizer sobre essa criatura, melhor, esse fenômeno?

Sigo. Marta. Irmã de Lázaro e de Maria. (dicionário bíblico). Ela ordinariamente rece-bia N.S. Jesus Cristo no seu lar de Betânia. Um dia que que tinha muito trabalho, estra-nhando a sua irmã estar aos pés do Senhor ouvindo-o em vez de ajudá-la, queixou-se ao Salvador. Ele lhe respondeu que Maria é que tinha escolhido a melhor parte – Lc 10 Jo 11. Cunhada de Jesus, ouvindo-O. Ou-vinte de Jesus... Teria, então, esta nossa Marta, também assimilado as palavras Dele à sua xará, inspirando-se, deixando-se iluminar para ser quem é, sorteada pelo seu destino. E este tanto que me leva a venerá-Ia, rara que se faz como atleta, resulta do pouco que tive a ventura de ver, ocasionalmente, em esparsas transmissões da TV.

Por fim, “Ave, Marta!”

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garimpo cultural

Eleito um dos três melhores cantores populares do

Brasil, pelo Prêmio 2009 de Música Brasileira, Eduardo

Canto trás de volta ao Rio de Janeiro seu show em

homenagem a Lupicinio Rodrigues.

Estreando em abril no Teatro dos Quatro, o cantor

relembrará a vida desse boêmio cronista do cotidiano

amoroso que movimentou-se entre as próprias tragédias

Espaço do leitor

Hoje acordei com um brilho de luz entrando pela janela do meu quarto. Suspirei feliz de poder viver nesta cidade repleta de beleza natural. É como se fosse um colírio para os olhos de quem sabe usufruir dos belos momentos que ela nos proporciona e, com perspicácia, olvidar os infor-túnios da vida.

As ondas do mar borbulham e refrescam os banhistas que procuram paz interior, levando-os a refletir sobre o amor e a felicidade eterna e plena... É como se fosse uma abertura em nossos senti-mentos por vezes parados no tempo. Fragmentos dela surgem com o sol e a luz iluminando nossa alma e os mistérios que nela habitam. Assim é a vida com suas emoções diárias.

Após ter passado um dia preenchido por momentos gloriosos, perfumados pelas flores e o verde das árvores e amparada sob os braços do Cristo Redentor, me despeço com “Boa noi-te, Rio de Janeiro”. Amanhã será outro dia quan-do terei novamente um porvir mais iluminado.

Georgine Tadei

Bom dia, Rio de Janeiro

Você sabe o que é ter um amor?

#

e a arte de fazer poesias, e conta histórias curiosas como

o por que da expressão “dor de cotovelo” estar associada

à falta da pessoa amada. Eduardo recorda também a briga

de Dircinha Batista com Lupicinio, que virou uma de suas

músicas mais conhecidas e revela a história da canção

“Vingança”, uma de suas mais fortes composições.

Em cartaz desde 2003, o show “Lupicinio Ro-

drigues – Suas Histórias & Canções” ganhou um

registro definitivo em CD, com produção musical e

arranjos de Roberto Menescal (que também toca em

todas as faixas). No roteiro 14 músicas, clássicos como

“Nunca”, “Nervos de Aço”, “Esses Moços”, “Se Acaso

Você Chegasse”, “Felicidade”.

Recorte o cupom e aproveite a promoção!

13, 20 e 27 abril

Teatro dos Quatro – Shopping da GáveaRua Marquês de São Vicente, 52 / 2º piso – Gávea – Tel.: 2274-9895Ingressos: R$ 60,00 (inteira) / R$ 30,00 (meia) - Censura Livre

sua história

&

Quartas15h

LUPICINIO RODRIGUES

Com

est

e cu

pom

pa

gue

R$2

0,00

Eduardo CantoArranjos e Direção Musical: Roberto Menescal - Direção Geral: Karla Maria

com

canções

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23

EMERGÊNCIA Tel.:2529-4505

GERALTel.:2529-4422

Katya Kitajima Borges é

psicóloga da Clínica São Vicente

estará doente, apresentando alguns dos sinais e sintomas físicos e psicológicos já descritos. A Organização Mundial de Saúde reconhece a síndrome de Burnout como um risco ocupacional, classificando-a no grupo V do Código Internacional de Doenças (CID 10) e regulamentada no decreto N° 3048, de 6 de maio de 1999.

Essa síndrome vem se manifestando no alarmante número de absenteísmo, licenças médicas e rotatividade dos profissionais, demissões e novas contratações, ge-rando altos custos para as organizações, na medida em que também se invalida o investimento no treinamento já aplicado a esses profissionais. Sem contar que o es-tado de esgotamento e desatenção pode resultar em acidentes de trabalho, com objetos perfurocortantes, lesões na coluna, torções e outras doenças que, com as licenças médicas, acabam sobrecarregando os colegas de trabalho. .A qualidade da assistência é outro fator altamente comprometido pela desatenção e negligência no cuidado ao paciente, proporcionando efeitos adversos com grandes chances de se tornarem nocivos ou fatais.

O esgotamento, a desmotivação e a insatisfação são alguns dos sinais que facilitam atitudes de despersonalização na assistência ao paciente. A insensibilidade emocional do profissional, demonstrada por meio de atitudes negativas e grosseiras como hostilidade, intolerância e impaciência, inter-ferem diretamente na valorizada relação médico-paciente.

As situações adversas que surgem de erros nas prescrições, nas administrações de medicamentos e/ou nos procedimentos realizados, deixam vulnerável a segurança do paciente, ao mesmo tempo em que

Síndrome de Burnout em profissionais de saúdeMuitas pessoas já ouviram falar em síndrome de

Burnout, mas poucas sabem defini-la. Sua origem vem do jargão inglês para sintetizar algo que deixou de funcionar por absoluta exaustão e falta de energia. É um tipo específico de estresse com processo iniciado por excessivos e prolongados níveis de estresse e está diretamente associado ao mundo do trabalho e com o tipo de atividade laboral. De forma geral, trata-se de uma síndrome pelo qual o trabalhador perde o interesse e o sentido da sua relação com o trabalho.

O convívio com o sofrimento das pessoas, a doença e a morte fazem parte da rotina dos profissionais de saúde que trabalham em hospitais. Adicionado a outras variáveis como sentimentos de impotência diante de alguns casos, carga horária intensa de trabalho, cansaço, estado constante de alerta, imprevisibilidade, lidar com os pacientes e suas famílias com as devidas habilidades e se deparar com dilemas éticos diariamente são algumas das fontes subjetivas de exaustão desses trabalhadores. Os efeitos desse estresse crônico e prolongado no trabalho manifestam-se em sintomas físicos, emo-cionais e comportamentais. É o que os estudiosos na área denominaram de síndrome de Burnout.

As consequências de todo esse cenário vêm em forma de cascata. Maslach, grande estudiosa no tema, utiliza o termo “erosão psicológica” ao chamar a atenção para os inúmeros custos desse processo, tanto para a instituição como para o profissional. Se não ficarmos atentos, grande parte dos profissionais

este e sua família estão exercendo cada vez mais os seus direitos como consumidor e cliente, exigindo o melhor atendimento e menor tolerância aos erros. Paralelamente a isso, as instituições de saúde vêm buscando adequar-se às novas políticas de qualidade de assistência, exigindo ainda mais tempo e envolvi-mento dos recursos humanos para alcançar as metas.

Vimos então o prejuízo que a síndrome de Burnout é capaz de proporcionar às organizações de saúde e parece que a melhor forma para garantir a segurança do paciente ainda é a prevenção. Os valores humanos devem ser priorizados como estratégia preventiva, delegando às organizações a responsabilidade em criar políticas que venham proteger os grupos de indivíduos mais expostos. Promover as condições de trabalho que garantam a saúde física e emocional dos profissionais de forma contínua parece ser o grande desafio.

Nesse sentido, os profissionais precisam primeira-mente reconhecer e identificar os fatores estressores no ambiente de trabalho, bem como as estratégias de enfrentamento ou ações que possam utilizar para lidar com o problema. Transformar suas crenças não saudáveis em crenças saudáveis e positivas diante da vida é fundamental para que ocorra uma mudança interna. Uma transformação capaz de definir as suas prioridades, proporcionando a valorização pessoal, o convívio com a família e com seu meio social e resgate da autoestima. A instituição de saúde deve ser o grande facilitador e mediador para que ocorra essa mudança.

Cirurgiã-Dentista

OrtodontistaCRO-RJ 25.887

13, 20 e 27 abril

Teatro dos Quatro – Shopping da GáveaRua Marquês de São Vicente, 52 / 2º piso – Gávea – Tel.: 2274-9895Ingressos: R$ 60,00 (inteira) / R$ 30,00 (meia) - Censura Livre

sua história

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Quartas15h

LUPICINIO RODRIGUES

Com

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R$2

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Eduardo CantoArranjos e Direção Musical: Roberto Menescal - Direção Geral: Karla Maria

com

canções

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[email protected]

chorar lágrimas

de um coração

apertado

manchar de vermelho

um vestido branco

de núpcias

correr por um caminho

triste

torto

sentir cansaço

de um vinho amargo

embriaguez

cantar uma canção

como beijo

que adoça a boca

adormecer

satisfeito com a noite

que termina

Tamas

Pens

amen

tos

Pró-

fund

os

Pont

o po

étic

o Era bom quando tínhamos um poeta maior que, além de produzir extensa e múltipla obra poética, também escrevia três crônicas por semana no antigo JB. Bons tempos que não voltam mais. Um poeta que não estava só a surpreender os costumeiros leitores do gêne-ro, mas também àqueles que não liam poesia.

Talvez com Drummond, em termos de Brasil, a poesia se tenha tornado até certo ponto popular. Quem nunca ouviu falar de “José”, de “No meio do caminho”? O poeta, que tratava a palavra com tamanha maestria, não a renegava na crônica, gênero até certo ponto, conforme nos ensinam os manuais, fugaz.

Crônica vem de Cronus, deus do tempo na antiguidade clássica, também conhecido como Saturno, aquele que devorava os próprios filhos. Quem escreve crônicas não está apto a falar de deuses, mas de assuntos do tempo, desse tempo que passa muito rápido, deixando-nos com traços no rosto e mais próximos do fim. Logo, a crônica também acaba passando. Mas não é isso que acontece com o gênero quando se trata de Carlos Drummond de Andrade.

Caso procuremos nos muitas vezes sotur-nos departamentos de letras das universidades públicas, vamos encontrar dissertações e teses que tentam provar que a crônica drummondiana é do mesmo quilate de sua poesia. Quer dizer, poesia e crônica, quando se trata do autor de A rosa do povo, não possuem diferença. Portanto, é de se louvar e desejar que sempre se reedi-tem as crônicas de Drummond. É isso que faz a editora Record com a nova edição de O poder ultrajovem, conjunto de textos escritos pelo poeta por volta do final da década de 1960 e início da seguinte. Neles, predominam sutileza, leveza e sensibilidade. Mas não deixam de fazer profunda análise tanto do ser humano como da época.

O livro começa com histórias protagoniza-das por crianças ou adolescentes, que, na sua vontade férrea, como o ferro das calçadas de Itabira, conseguem dobrar os adultos: a menina a convencer o pai, no restaurante, de que tem o direito de escolher o próprio prato; o caso das

crianças desconfiadas, que, muito a contragosto, deixam o autor segurar suas pastas escolares, ele que vai sentado no banco de um ônibus lotado; a mãe que acompanha o filho até uma casa abandonada para que ele recolha algo dali, caso contrário será objeto de escárnio entre os colegas da escola; a professora que tenta fazer um plebiscito na sala de aula para saber se deve lecionar usando calça comprida, mas chega à conclusão de que ser democrática dá muito trabalho; a história da adolescente que recorre ao poeta porque seu cãozinho comeu a capa e as primeiras páginas de um livro de Fernando Pessoa emprestado a ela pelo namorado. Ela quer o autógrafo de Drummond, não importa que não seja ele o autor do livro, o que vale é não desagradar o namorado.

Dentre muitos assuntos, algumas crônicas abordam outros escritores, como Cecília Meireles, Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Guimarães Rosa.

Cecília é comparada a uma deusa, que chegou e se foi em novembro. Ela fez tudo que deveria ter feito para ter as feições de um ser humano, mas, na verdade, tratava-se de uma deusa. “Mulher bela? Sim, foi mulher bela. Grande poeta? Claro, foi grande poeta. Mas foi principalmente... deusa. Ah, o sorriso olímpico de seus olhos verdes, mas quem disse que o sorrir dos deuses é promessa de comunhão com os homens?”

Mário de Andrade é outro contemplado. O cronista rememora os vinte cinco anos da morte do autor de Macunaíma. “Até hoje não é fácil acei-tar a perda de tudo que em Mário de Andrade foi criação e expansão humana.” Sobrepõe-se, no final do texto, a imagem do modernista de primeira hora morto, mas é um morto que ri, “junta os dedos em cacho e movimenta-os, exclamando: A própria dor é uma felicidade.”

Outro lembrado é Manuel Bandeira. Ao completar um ano de sua morte, Drummond escreve: “O poeta morreu coisa nenhuma. É abrir ao acaso qualquer de seus livros e tirar a prova.” O cronista relata três episódios

Haron Gamal [email protected]

O poder ultrajovem

“O verão está de luto. Choroso e cinzento.”

“O céu se abrirá em estrelas, o mar inundará as praias e chegará o momento onde todos os dias serão, meses após meses, um zero a direita.”

“O Novo Tempo é um velho gagá.”

“Palavras soltas são como pássaros: voam.”

“CARINHO LIGHT Não engorda e faz bem para o coração.”

“O canto dos pássaros desperta a manhã. Vermelha e solitária.”

“Dinheiro é o combustível do trabalho.”

“A chuva molha a terra, mas não molha o mar que já é molhado.”

“Paciência e Persistência. O caminho da sabedoria.”

“O remédio para a febre amarela é de que cor?”

“A ansiedade movimenta o maxilar.”

Reedição de crônicas de Carlos Drummond de Andrade surge num momento em que o gênero se encontra negligenciado

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interessantes. O primeiro, durante um almoço com Bandeira, em que este lhe diz que não se pode julgar com justiça os concursos literários, “tão melhor avaliar um poema, quando a gente o lê sem intenção de julgar.” Outro episódio é a revelação súbita de Bandei-ra: “Carrego comigo duas tristezas, nunca amei uma portuguesa nem uma negra.” E ante a surpresa de um admirador, que lhe pergunta na rua sobre o segredo de sua mocidade apesar da idade avançada, Bandeira responde: “Sofrimento.”

E nesse ritmo vão as crônicas. Para não ficarmos apenas nos episódios que relembram amigos que já se foram, há momentos que revelam humor e ironia, como na crônica “Assalto”, em que uma senhora, ao pronunciar a explosiva palavra diante do preço exorbitante do chu-chu, numa feira livre, põe a rua em polvorosa.

Há crônicas de espírito bem carioca, como a que re-gistra o aparecimento de dois operários num andaime, ante a janela do autor. Este oferece a eles um cafezinho, e logo descobre que um dos pintores é compositor. O homem entoa um samba, sobre o próprio andaime, e acaba muito aplaudido pelo público, as outras pessoas que aparecem nas janelas do prédio de escritórios.

Como vivíamos o início dos anos 1970, não po-deriam faltar referências ao futebol, à copa do mundo, e à ditadura militar, que aparece várias vezes sofrendo crítica velada, como no último texto do livro, o poema denominado “Copa do mundo 70”: “e de repente o Brasil ficou unido / contente de existir, trocando a morte / o ódio, a pobreza, a doença, o atraso triste / por um momento de grandeza.”

O poder ultrajovemCarlos Drummond de AndradeEd. Record, 287 páginas

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A geração fast-food que se formou por hábitos nos shopping centers não é só praticado pela juventude, mas também por uma grande parcela de adultos. Talvez seja um reflexo da vida agitada dos grandes centros urbanos e, como conseqüência, não querem perder tempo. Será que nem na hora das refeições estes consumidores param para conversar, descansar e buscar alguns momentos de pensar? Será saudável comer em pé ou esperar na fila uma mesa vagar na praça da alimentação? Este tipo de refeição está virando uma praga universal em detrimento de momentos de calma, quando as famílias se reuniam em torno de uma mesa para agradecer os alimentos do dia, sabendo que naquele mesmo momento, em outros lares, há pessoas passando fome. Na prática quase todos estão comen-do os mesmos alimentos, quer sejam sanduíches ou refrigerantes, cujas calorias e qualidades são ignoradas pela maioria dos consumidores. Resultado, estamos caminhando para uma população obesa semelhante ao da decadência americana.

Culpar a propaganda ou a publicidade é “tapar o sol com a peneira”, considerando-se que este hábito alimentar surgiu na própria sociedade como um estilo de vida moderno.

As vantagens de se alimentar dentro dos shoppings é o ambiente que eles proporcionam como segurança, ar-condicionado, espaços de circulação, conjunto de lojas e estacionamentos, evitando-se as mudanças climáticas, a poluição e os ruídos intermináveis do nosso trânsito caótico. Os shopping centers se tomaram os templos modernos de consumo onde buscamos lazer e prazer.

O que mais nos preocupa são estas mudanças bruscas na nossa cultura, principalmente com as novas gerações que virão questionando muito os valores que nossos pais e avós nos delegaram. A nossa língua por-tuguesa tem sofrido constantes mutações e inserções de palavras novas criando um conjunto de vocabulários que professores e alunos não se entendem. Só o futuro dirá se estamos evoluindo ou regredindo.

marketing cultural

Geração fast-foodAlvino Costa Filho

Não tem a letra A em nenhuma palavra! curiosidades resposta

GÁVEABanca do CarlosRua Arthur Araripe, 1Tel.: 9463-0889

Banca Feliz do RioRua Arthur Araripe, 110Tel.: 9481-3147

Banca João BorgesClínica São Vicente

Banca MSVRua Mq. de São Vicente, 30Tel.: 2179-7896

Banca New LifeR. Mq. de São Vicente,140Tel.: 2239-8998

Banca Alto da GáveaR. Mq. de São Vicente, 232 Tel.: 3683-5109

Banca dos FamososR. Mq. de São Vicente, 429Tel.: 2540-7991

Banca SperanzaRua dos Oitis esq. Rua JoséMacedo Soares

Banca SperanzaPraça Santos Dumont, 140Tel.: 2530-5856

Banca da GáveaR. Prof. Manuel Ferreira,89Tel.: 2294-2525

Banca Dindim da Gá-veaAv. Rodrigo Otávio, 269Tel.: 2512-8007

Banca da BibiShopping da Gávea 1º pisoTel.: 2540-5500

Banca PlanetárioAv. Vice Gov. Rubens Be-rardoTel.: 9601-3565

Banca PinnolaRua Padre Leonel Franca, S/NTel.: 2274-4492

Galpão das Artes Urba-nas Hélio G.PellegrinoAv. Padre Leonel Franca, s/nº - em frente ao PlanetárioTel: 3874-5148

Restaurante Villa 90Rua Mq. de São Vicente, 90Tel.: 2259-8695

MenininhaRua José Roberto Macedo

Soares, 5 loja CTel.:3287-7500

Da Casa da TataR. Prof. Manuel Ferreira,89Tel.: 2511-0947

Delírio TropicalRua Mq. São Vicente, 68

Chez AnneShopping da Gávea 1º pisoTel: 2294-0298

Super BurguerR. Mq.de São Vicente, 23

Igreja N. S. da Con-ceiçãoR. Mq.de São Vicente, 19Tel.: 2274-5448

Chaveiro Pedro e CátiaR. Mq. de São Vicente, 429Tels.: 2259-8266 15ª DP - GáveaR. Major Rubens Vaz, 170Tel.: 2332-2912

J. BOTÂNICOBibi SucosRua Jardim Botânico, 632 Tel.: 3874-0051

Le pain du lapinRua Maria Angélica, 197 tel: 2527-1503

Armazém AgriãoRua Jardim Botânico, 67 loja H tel: 2286-5383

Carlota PortellaRua Jardim Botânico, 119 tel: 2539-0694

Supermercado CrismarRua Jardim Botânico, 178 tel: 2527-2727

Posto YpirangaRua Jardim Botânico, 140 tel:2540-1470

HUMAITÁBanca do AlexandreR.Humaitá esq. R.Cesário

AlvimTel.: 2527-1156

LEBLONBanca ScalaRua Ataulfo de Paiva, 80Tel.: 2294-3797

Banca Café PequenoRua Ataulfo de Paiva, 285

Banca MeleRua Ataulfo de Paiva, 386Tel.: 2259-9677

Banca NovelloRua Ataulfo de Paiva, 528Tel.: 2294-4273

BancaRua Ataulfo de Paiva, 645Tel.: 2259-0818

Banca RealRua Ataulfo de Paiva, 802Tel.: 2259-4326

Banca TopRua Ataulfo de Paiva, 900 esq. Rua General UrquisaTel: 2239-1874

Banca do LuigiRua Ataulfo de Paiva, 1160 Tel.: 2239-1530

Banca PiauíRua Ataulfo de Paiva, 1273 Tel.: 2511-5822 Banca Beija-FlorRua Ataulfo de Paiva, 1314 Tel.: 2511-5085

Banca LorenaR. Alm.Guilhem, 215 Tel.: 2512-0238

Banca Cidade do Le-blonRua Alm. Pereira Guima-rães, 65 Tel.: 8151-2019

Banca BB ManoelRua Aristides EspínolaEsq.R. Ataulfo de PaivaTel.: 2540-0569

Banca do LeblonAv. Afrânio M. Franco, 51 Tel.: 2540-6463

Banca do IsmaelRua Bartolomeu Mitre, 144Tel: 3875-6872

BancaRua Carlos Goes, 130Tel.: 9369-7671

Banca Encontro dos AmigosRua Carlos Goes, 263Tel.: 2239-9432

Banca LuísaRua Cupertino Durão, 84Tel.: 2239-9051

Banca HMRua Dias Ferreira, 154Tel.: 2512-2555

Banca do CarlinhosRua Dias Ferreira, 521 Tel.: 2529-2007

Banca Del SolRua Dias Ferreira, 617 Tel.: 2274-8394

Banca Fadel Fadel Rua Fadel Fadel, 200 Tel.: 2540-0724

Banca QuentalRua Gen. Urquisa, 71 BTel.: 2540-8825

Banca do Vavá Rua Gen. Artigas, 114 Tel.: 9256-9509

Banca do MárioRua Gen. Artigas, 325 Tel.: 2274-9446

Banca Canto LivreRua Gen. Artigas s/n Tel.: 2259-2845

Banca da Vilma Rua Humberto de CamposEsq. Rua Gen. Urquisa Tel.: 2239-7876

Banca Canto das Le-tras Rua Jerônimo Monteiro, 3010 esq. Av. Gen. San Martin

BancaRua José Linhares, 85Tel.: 3875-6759

BancaRua José Linhares, 245Tel.: 2294-3130

Banca GuilherminaR. Rainha Guilhermina, 60 Tel.: 9273-3790

Banca RainhaR. Rainha Guilhermina,155 Tel.: 9394-6352

Banca Rua Venâncio Flores, 255 Tel.: 3204-1595

Banca Miguel CoutoRua Bartolomeu Mitre, 1082Tel.: 9729-0657

Banca Palavras e PontosRua Cupertino Durão, 219Tel.: 2274-6996

BancaRua Humberto de Campos, 827Tel.: 9171-9155

Banca da EmíliaRua Adalberto Ferreira, 18Tel.: 2294-9568

BancaRua Ataulfo de Paiva com Bartolomeu Mitre

Banca Novo LeblonRua Ataulfo de Paiva, 209Tel.: 2274-8497

BancaRua Humberto de Campos, 338Tel.: 2274-8497

BancaRua Alm. Pereira Guima-rães, 65

Banca J LeblonRua Ataulfo de Paiva, 50Tel.: 2512-3566

BancaAv. Afrânio Melo Franco, 353Tel.: 3204-2166

BancaRua Prof. Saboia Ribeiro, 47Tel.: 2294-9892

Banca Largo da Me-mória Rua Dias Ferreira, 679Tel: 9737-9996

Colher de PauRua Rita Ludolf, 90Tel.: 2274-8295

Garapa Doida R. Carlos Góis, 234 - lj FTel.: 2274-8186

Banca do AugustoRua Humberto de Campos, 856Tel: 3681-2379

Sapataria Sola ForteRua Humberto de Campos, 827/ETel.: 2274-1145

Copiadora Digital 310

Loteria EsportivaAv. Afrânio de Melo Franco

Loteria EsportivaAv. Ataulfo de Paiva

Vitrine do LeblonAv. Ataulfo de Paiva, 1079

Café com LetrasRua Bartolomeu Mitre, 297

Café Hum LeblonRua Gen. Venâncio Flores, 300

Tel.: 2512-3714

Leblon Flat ServiceRua Almirante Guilhem, 332

BOTAFOGOBanca Bob’sRua Real Grandeza, 139 Tel.:2286-4186

FLAMENGORepública Animal Pet-shopRua Marquês de Abrantes, 178 loja bTel: 2551-3491 / 2552-4755

URCABar e restaurante UrcaRua Cândido Gafrée, 205Próximo à entrada do Forte São João

Julíus BrasserieAv. Portugal, 986Tel.: 3518-7117

Banca do Ernesto

Banca da Teca

Banca da Deusa

Banca do EPV