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Fofos; L Pifombo Embrapa dá receita para ~ reduzir as perdas na cria ~ ~~ ~~\~ Um dos segredos do sucessso agora obtido em São Cartas: as bezerras são mantidas em gaiolas individuais, cuidadas por mulheres, mais caprichosas no trato diário dos animais. melhor resultado trouxe para evitar esses problemas foi a administração de soro oral em animais com diarréia, para evitar a desidratação, o que antes não era feito. Os bons resultados obtidos por Márcia Cristina motiva- ram a publicação, em maio, de uma circular técnica dirigi- da aos produ- tores, conten- do os pontos fundamentais adorados no manejo sanitá- rio dos 120 produtos cria- dos por ano, fêmeas em sua quase totalida- de. São bezerras PO e PC da raça Holandesa, filhas de vacas com média de 23 kg de leite/dia. Mas os procedimentos reco- mendados valem para qualquer faixa de produção e raça. Para o sucesso da atividade de cria, além da adoção das medidas corretas, a veterinária aponta um outro aspecto muito importante: o próprio cuidado e a atenção dos tratadores. No sistema da Embrapa, Márcia Cristina destacou a atuação de Leni Rosendo Pinto, que cuida dos bezerros e que recebeu este ano um prêmio da entidade por sua dedicação ao trabalho. "Estamos vendo aqui e em outras propriedades da região que as mulheres estão-se desta- cando em vários setores da pro- dução de leite, como na orde- nha e nos bezerreiros", comen- ta a veterinária. Na fase de cria, por exemplo, Márcia Cristina diz que é fundamental a higie- ne diária dos baldes e cochos de alimentação, "e as mulheres talvez sejam mais caprichosas nesses aspectos", observa. Não foram necessanas pes- quisas nem medidas que im- plicassem custos elevados. Ao contrário. foi através da utili- zação do que já existia de sim- ples e barato que se conseguiu reduzir para praticamente zero a mortalidade na fase de cria no sistema de produçâo de lei- te do Centro de Pesquisa Pe- cuária do Su- deste, da Em- brapa, em São Carlos, SP. Antes, as per- das ficavam entre 3% e 5% nessa etapa crítica na vida do animal, que vai do nasci- mento até os dois meses de idade. Afinal, o bezerro nasce praticamente sem anticorpos e é grande sua vulnerabilidade às doenças. As medidas foram introdu- zidas a partir de 1994 por ini- ciativa da médica-veterinária Márcia Cristina de Sena Oli- veira, pesquisadora que come- çou a trabalhar em 1990 na área de sanidade do sistema de produção de leite e que de- pois se tornou a responsável pelo setor. Mesmo os índices anteriores do sistema. admite a veterinária, não eram ruins. "Em propriedades bem mane- jadas, um índice de mortalida- de de 3% pode ser considera- do acei tável e até bom", diz. Na região Sudeste, como esti- ma, a mortalidade média esta- ria bem mais elevada, entre 8% a 10%, para propriedades com um manejo de cria simi- lar ao da Embrapa. Mas além do prejuízo da morte de bezerros, a veteriná- ria comenta que os animais doentes poderão ter seu desen- volvimento comprometido, re- tardando sua entrada em re- produção e produção. Ela lem- bra que uma das medidas que COM ELA. íNDICE DE MORTALIDADE DE 3%-5% PODE BAIXAR A ZERO. do colostro, é fundamental que a mãe esteja devidamente imu- nizada. Assim Márcia Cristina recomenda que as vacas sejam vacinadas no 8° mês de gesta- ção, fazendo com que atinjam um pico de produção de anti- corpos por ocasião do parto e produção do colostro. As vaci- nas utilizadas vão depender do diagnóstico da situação do re- banho. Na Embrapa, os ani- mais são vacinados contra coli- bacilose, salmonelose, pasteu- relose e viroses. As vacinas ajudam a prevenir, por exem- plo, as diarréias e a pneumonia, que são as maiores responsá- veis por perdas na fase de cria. A veterinária insiste na ne- cessidade de os animais inge- rirem boa quantidade de co- lostro, e o mais rápido possí- vel, nas primeiras 12 horas de vida. E explica: "Nesse perío- do, parte das células do intes- tino do animal fica permeável aos anticorpos, facilitando sua absorção, o que depois vai diminuindo gradativa- mente". Antes do colostro, nem pensar em água ou outro alimento, pois essa elevada permeabilidade também torna o animal muito susceptível às infeções intestinais. o mais adequado, segundo Márcia Cristina. é manter o re- cém-nascido por ~4 horas junto com a mãe. "As mamadas pro- vocam o peristaltismo (movi- mentação involuntária do intesti- no), que ajuda na absorção do colostro, e além disso, os ani- mais contam com o calor mater- no", diz. Quando os bezerros são retirados da mãe depois do parto, como se faz na Embrapa de São Carlos, o colostro ingerido atra- vés da mamadeira também pro- vocará os movimentos do intesti- no, mas em menor intensidade, informa a veterinária. Contudo, a separação acaba acontecendo para evitar, mais adiante, dificul- dades na adaptação dos animais aos baldes e mamadeiras. Se o bezerro ficar longe da mãe, o tratador precisará forçá- 10 a ingerir o colostro, ofere- cendo quantidades nunca infe- riores a :2 litros, a cada quatro horas, durante as pri meiras 12 horas. trabalhoso, mas dá resultados", diz Márcia Cristi- na. Posteriormente, até o ter- ceiro dia de vida, as mamadas continuarão, só com colostro integral, a cada 8-LO horas. Uma sugestão da veterinária é de que o colostro não utiliza- do seja congelado, formando CUIDADOS COM A MÃE Como as bezerras receberão suas primeiras defesas através

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Page 1: Fofos; L Pifombo Embrapa dá receita paraainfo.cnptia.embrapa.br/.../1/digitalizar0035.pdf · Embrapa dá receita para ~ Fofos; L Pifombo reduzir as perdas na cria ~ ~~ ~~\~ Um dos

Fofos; L Pifombo

Embrapa dá receita para ~reduzir as perdas na cria ~

~~~~\~

Um dos segredosdo sucesssoagora obtidoem São Cartas:as bezerras sãomantidas emgaiolasindividuais,cuidadas pormulheres, maiscaprichosas notrato diáriodos animais.

melhor resultado trouxe paraevitar esses problemas foi aadministração de soro oral emanimais com diarréia, paraevitar a desidratação, o queantes não era feito.

Os bons resultados obtidospor Márcia Cristina motiva-ram a publicação, em maio,de uma circular técnica dirigi-

da aos produ-tores, conten-do os pontosfundamentaisadorados nomanejo sanitá-rio dos 120produtos cria-dos por ano,

fêmeas em sua quase totalida-de. São bezerras PO e PC daraça Holandesa, filhas de vacascom média de 23 kg de leite/dia.Mas os procedimentos reco-mendados valem para qualquerfaixa de produção e raça.

Para o sucesso da atividadede cria, além da adoção dasmedidas corretas, a veterináriaaponta um outro aspecto muitoimportante: o próprio cuidado ea atenção dos tratadores. Nosistema da Embrapa, MárciaCristina destacou a atuação deLeni Rosendo Pinto, que cuidados bezerros e que recebeu esteano um prêmio da entidade porsua dedicação ao trabalho.

"Estamos vendo aqui e emoutras propriedades da regiãoque as mulheres estão-se desta-cando em vários setores da pro-dução de leite, como na orde-nha e nos bezerreiros", comen-ta a veterinária. Na fase de cria,por exemplo, Márcia Cristinadiz que é fundamental a higie-ne diária dos baldes e cochosde alimentação, "e as mulherestalvez sejam mais caprichosasnesses aspectos", observa.

Não foram necessanas pes-quisas nem medidas que im-plicassem custos elevados. Aocontrário. foi através da utili-zação do que já existia de sim-ples e barato que se conseguiureduzir para praticamente zeroa mortalidade na fase de criano sistema de produçâo de lei-te do Centro de Pesquisa Pe-cuária do Su-deste, da Em-brapa, em SãoCarlos, SP.Antes, as per-das ficavamentre 3% e 5%nessa etapacrítica na vidado animal, que vai do nasci-mento até os dois meses deidade. Afinal, o bezerro nascepraticamente sem anticorpos eé grande sua vulnerabilidadeàs doenças.

As medidas foram introdu-zidas a partir de 1994 por ini-ciativa da médica-veterináriaMárcia Cristina de Sena Oli-veira, pesquisadora que come-çou a trabalhar em 1990 naárea de sanidade do sistemade produção de leite e que de-pois se tornou a responsávelpelo setor. Mesmo os índicesanteriores do sistema. admitea veterinária, não eram ruins."Em propriedades bem mane-jadas, um índice de mortalida-de de 3% pode ser considera-do acei tá vel e até bom", diz.Na região Sudeste, como esti-ma, a mortalidade média esta-ria bem mais elevada, entre8% a 10%, para propriedadescom um manejo de cria simi-lar ao da Embrapa.

Mas além do prejuízo damorte de bezerros, a veteriná-ria comenta que os animaisdoentes poderão ter seu desen-volvimento comprometido, re-tardando sua entrada em re-produção e produção. Ela lem-bra que uma das medidas que

COM ELA. íNDICEDE MORTALIDADEDE 3%-5% PODEBAIXAR A ZERO.

do colostro, é fundamental quea mãe esteja devidamente imu-nizada. Assim Márcia Cristinarecomenda que as vacas sejamvacinadas no 8° mês de gesta-ção, fazendo com que atinjamum pico de produção de anti-corpos por ocasião do parto eprodução do colostro. As vaci-nas utilizadas vão depender dodiagnóstico da situação do re-banho. Na Embrapa, os ani-mais são vacinados contra coli-bacilose, salmonelose, pasteu-relose e viroses. As vacinasajudam a prevenir, por exem-plo, as diarréias e a pneumonia,que são as maiores responsá-veis por perdas na fase de cria.

A veterinária insiste na ne-cessidade de os animais inge-rirem boa quantidade de co-lostro, e o mais rápido possí-vel, nas primeiras 12 horas devida. E explica: "Nesse perío-do, parte das células do intes-tino do animal fica permeávelaos anticorpos, facilitandosua absorção, o que depoisvai diminuindo gradativa-mente". Antes do colostro,nem pensar em água ou outroalimento, pois essa elevadapermeabilidade também tornao animal muito susceptível àsinfeções intestinais.

o mais adequado, segundoMárcia Cristina. é manter o re-cém-nascido por ~4 horas juntocom a mãe. "As mamadas pro-vocam o peristaltismo (movi-mentação involuntária do intesti-no), que ajuda na absorção docolostro, e além disso, os ani-mais contam com o calor mater-no", diz. Quando os bezerros sãoretirados da mãe depois do parto,como se faz na Embrapa de SãoCarlos, o colostro ingerido atra-vés da mamadeira também pro-vocará os movimentos do intesti-no, mas em menor intensidade,informa a veterinária. Contudo, aseparação acaba acontecendopara evitar, mais adiante, dificul-dades na adaptação dos animaisaos baldes e mamadeiras.

Se o bezerro ficar longe damãe, o tratador precisará forçá-10 a ingerir o colostro, ofere-cendo quantidades nunca infe-riores a :2 litros, a cada quatrohoras, durante as pri meiras 12horas. "É trabalhoso, mas dáresultados", diz Márcia Cristi-na. Posteriormente, até o ter-ceiro dia de vida, as mamadascontinuarão, só com colostrointegral, a cada 8-LO horas.

Uma sugestão da veterináriaé de que o colostro não utiliza-do seja congelado, formando

CUIDADOS COM A MÃEComo as bezerras receberão

suas primeiras defesas através

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uma reserva em caso de neces-sidade. Ele mantém suas carac-terísticas por até seis meses.Para a oferta, o colostro nuncadeve estar a mais de 37 grausC. Outra dica da veterinária:quando do fornecimento da ali-mentação ou soro até a 3" se-mana de vida, os baldes devemestar elevados, obrigando osanimais a erguer a cabeça. Issopara que se feche a goteira eso-Iágica, fazendo com que o lí-qüido vá direto ao abomaso.Caso contrário, poderá ir para Orúmem, ainda não desenvolvi-do, provocando lesões. O pro-blema não chega a ser grave.mas pode acontecer.

Em relação à cura do umbi-go, Márcia Cristiua sugere quenão se inventem produtos: "Oálcool iodado, que pode serpreparado na propriedade, ésimples e dá resultados óti-mos", garante. A fórmula queela utiliza contém 5 g de iodometálico, .5 g de iodeto de po-tássio e 100 rnl de álcool etíli-CO. tudo bem misturado e acon-dicionado num frasco ârnbar emantido protegido do sol. Até aqueda cio umbigo. a solução éaplicada duas vezes ao dia.

Já quanto às instalações emque ficarão os bezerros, asprincipais indicações da vele-rinária é que sejam limpas, se-cas e bem ventiladas, mas pro-tegidas cios ventos, do sol for-te da tarde e das chuvas. Ascasinhas individuais, comodestaca a veterinária. "são al-tamente recomendáveis e o in-vestimcnro não é elevado".

REMÉDIOS, EM ÚLTIMO CASO.Márcia Cristina considera que,

muitas vezes, são usados medica-mentos em excesso para o trata-mento ou mesmo profilaxia dasdiarréias. com o que não concor-da. Ela observa que. corno osagentes causadores da diarréiasão os mais variados (bactérias.vírus e protozoários, entre outros)e podem não estar identificados.mais valem as medidas preventi-vas e o tratamento das suas mani-festações. "Antibióticos. só emalguns casos, quando o animal já

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Soro na mamadeira é o tratamento indicado nas diarréias

apresentar algum grau 'de desi-dratação, temperatura elevada eprostração", diz. Nessas situa-ções mais graves, recomenda quea medicação seja aplicada por viaintramuscular ou intravenosa,nunca oral, por ter reflexos nega-tivos na flora intestinal. A hidra-ração por via endovenosa tam-bém poderá ser necessária, caso oanimal apresente sinais fortes dedesidratação, como redução da

turgidez da pele e afundamentodo globo ocular.

Como medidas preventivas dadiarréia, será preciso realizar a va-cinação das mães, fornecer o co-Iostro e limpar bem os vasilhamesusados na alimentação dos ani-mais. O tratamento mais impor-tante virá através do soro oral,logo aos primeiros sintomas, paraevitar a desidratação e a acidosemetábolica, com a inclusão-de bi-

carbonato de sódio na formulação.O soro pode ser preparado na pro-priedade, seguindo uma das fór-mulas indicadas no quadro, de-pendendo da disponibilidade dosingredientes. De acordo com ave;terinária, a adição de glicose aosoro é um procedimento obrigató-rio unicamente no caso de o ani-mal não estar se alimentando bem,pois ela é uma fonte de energia.

Mesmo após a reidratação oral,no caso das diarréias graves, oanimal poderá apresentar um qua-dro de acidose metabólica, provo-cada pela perda de bicarbonato desódio. Sua identificação não é fá-cil, mas um sintoma seria o esta-do letárgico do animal, Quandoisso acontece, Márcia Cristinafornece um soro oral específicopara o problema, cuja fórmulatambém está indicada no quadro.

Nas diarréias intensas, o ani-mal perde de 4 a 7 litros de lí-qüidos por dia. quantidade queprecisa ser reposta. O leite, ra-ção e feno não devem ser elimi-nados da dieta, que poderá serenriquecida com "iogurte".Essá prática é freqüente no sis-tema de produção da Embrapade São Carlos, quando as diar-réias persistem por mais de umasemana. "É um alimento rico eque estimula um tipo de florabacteriana no intestino que ini-be microrganismos patogêni-cos", justifica a veterinária.

Para fazê-lo, Márcia Cristinasugere o emprego de fermentosIácticos para produção de iogur-tes ou queijos. Eles são adiciona-dos ao leite fervido e mantidos a45 graus C por duas horas. O ali-mento resultante é bastante apre-ciado pelos animais.

Fosfato de potássio . 135,0 9Misturar muito bem e para cada litro de 41gua adicionar 5,7 g da mistura

e mais 50 g de glicose. A glicose poderá ser retirada desta f6rmulacaso o animal esteja se alimentando bem.

......······,,····"·y····,~···Raiâ,&êbrrÉf(ã't},d,;;.2â(ifiJl)'ll~]'mfjJfib~iicTff;;11;8ri;i:'!;i~iflFórmula 1

BícarbonatodesódioGlicose 10 g I

Dissolver em um litro de água e tomecer 1.,5 litros três vezes, ao dia. Este soro deveS()f_:'.~i!~aôOem animais que estão inapetentes, pois contém glicose, que ê um energétíco.

Fórmula 2Blcarbonatoda $Óc:J.i2i;1b.

Dissolver em um litro de água e fornecer um

Fonte: CirCu.lariTécíjic~ n"9"085: EVítar q(~ osaoimàis, as

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,PNEUMONIA E PARASITASAo contrário da diarréia, que

tem sinais bem evidentes, napneumonia o diagnóstico precoceé diffcil. Isso acaba atrapalhandoo tratamento da doença, que temmelhores resultados se feito noseu início, Para contornar o pro-blema, Márcia Cristina diz que éimportante que um veterinárioausculte os animais regularmente,permitindo o diagnóstico precoce.A observação das bezerras pelo

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tratador também auxilia o traba-lho do veterinário. Os sinais dedoença respiratória são tempera-tura retal acima do normal, que éentre 38,5 e 39,5 graus C, inape-tência, prostração, focinho seco edificuldade em respirar. A veteri-nária comenta que o tratamentoda enfermidade é prolongado, nomínimo cinco dias, e os antibióti-cos devem ser aplicados Ix)r viaintramuscular ou intravenosa. Seo animal não estiver se alimentan-do bem, deverá receber, por viaendovenosa, soro glicosado e vi-tarninas. Outros medicamentos,como expectoranres e broncodila-tadores, podem ser usados, se ne-cessários, o que não é comum naEmbrapa de São Carlos.

Na profilaxia, novamentesurge a necessidade de vacina-ção da mãe contra pasteurelo-se, que é um dos principaisagentes provocadores de pneu-monia em recém-nascidos, aingestão do colostro e a manu-tenção dos animais em instala-ções protegidas das intempé-ries e com boa alimentação.

No sistema de produção de lei-te da Embrapa, quando o assuntosão as parasitoses, quem tem apalavra é o veterinário Gilson Pe-reira de Oliveira, co-autor ela cir-cular técnica. Ele comenta que aprimeira infestação de vermesque um animal pode receber é de

Márcia Cristina:perda de animais

não é o únicoprejuízo da

fazenda, na fasede cria: elestambém têm

comprometido seudesenvolvimento.

ascarídeos, ainda pela placenta,através do cordão umbilical. Asegunda seria ele estrongilóides,ma" agora através do colostro.Posteriormente, elas viriam nosprimeiros contatos com os pastos(coopéria) e água (eimérias). To-dos esses agentes causam diarréiae "eles passam a usufruir do ani-mal, debilitando-o e fazendo-operder peso", alerta o veterinário.

Para que se consiga uma redu-ção das primeiras infestações devermes, o veterinário recomenda

que as mães sejam vermifugadasentre o 70 e 80 mês de gestação.Posteriormente, dependendo daépoca do ano, Oliveira adota umprocedimento diferente no com-bale aos parasitas. Na épocaquente, como existe uma, maiorocorrência de moscas que provo-cam miíases no umbigo, ele ad-ministra, no segundo dia de vidadas crias, um endectocída. O pro-duto combaterá tanto os vermescomo as moscas. A seguir, umavez por mês, ele aplica vermífu-

gos de amplo espectro, como osbenzirnidazóis e imidazotiazóis.São esses os elois produtos queele também emprega em outrasépocas do ano em que o calor émenor. Nesse caso, a primeiraaplicação acontece entre os 5 a10 dias de viela: depois, é feitamensalmente.

Quanto aos cana patos, GilsoneleOliveira revela que os animaispossuem uma certa resistênciaadquirida através do c010st1"0contra a tristeza parasitária (babe-siose e anaplasmose), transmitidapelo parasita. Mas isto não evita-rá que a doença se manifeste, emespecial nos animais de origemeuropéia, iniciando-se o processode premunição. O veterinário su-gere que, até o primeiro mês elevida, seja evitado ao máximopossível o contato com o carrapa-to. A partir daí, com o bezerromais desenvolvido, não será maisnecessário ter esse cuidado. En-tretanto, sua temperatura e o esta-do das mucosas precisarão seracompanhados, para verificar seo bezerro não está anêmico e ne-cessitando de tratamento.

luiz PitomboMais informações, pelo fone

(016) 272-7611, onde também podeser solicitada, ao custo de R$ 5,00,a Circular Técnica n" 9, "Cuidados

com o bezerro recém-nascidoem rebanhos leiteiros" .............................. ................................., .

CONGRESSO SOBRE:MASTITE NO MÉXICO

Com a presença das maioresautoridades mundiais sobre o as-sunto, está marcado para 24 a 27de maio de 1998. na cidade de Me-rida. México. o Congresso Pau-Americano sobre Controle daMastite e Qualidade do Leite. Oevento está sendo classificadocomo o mais importanrejá realiza-do nas Américas sobre os temas.

A programação envolverá, alémdas palestras, o apresentação depôsteres, estandes comerciais,eventos culturais e passeios apeio-nais pela provincia de Yucarán.

O coordenador do evento noBrasil é ()pro]. Lui; Fernando La-ranja, da USP. com quem poderãoser obtidas mais informações pelofone (0/9) 561 6122, ramal Zõl ;

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[ax: (019) 561 6215, ou preferen-cialmente através do Esmail: [email protected].

BOA VACINAÇÃO NOCENTRO·OESTE

Os indices de vacinação contrafebre aftosa da etapa de maio emtodos os Estados do Circuito Cen-tro-Oeste (SP, PR, SP, MG, MS,MT. DF, GO e TO) só deverão es-lar fechados, e formalizados.após a segunda quinzena de ju-lho. Contudo, Denise EuclidesMariano da Costa, chefe da Divi-são de Febre Aftosa, da Secreta-ria de Defesa Agropecuária doMinistério da Agricultura, anteci-pa um quadro bem positivo. "Emconversas que mantivemos com osvários Estados, fomos informadosde que a vacinação foi boa e

transcorreu normalmente, corres-pondendoõs expectativas ", afir-mou a chefe da Divisão.

Atéfins de junho, haviam sidoregistrados no País 100 focos dadoença, contra 215 do total doalio passado e 589 de 1995. Estasituação, de acordo com Deniseda Costa, mostra que o Brasil.está cumprindo suas me/as e ca-minha para a erradicação dadoença. Particularmente em re-lação ao Centro-Oeste, ela in-forma que Estados como Para-ná, Mato Grosso do Sul e o Dis-trito Federal já se encontram hámais de dois anos sem focos.Entretanto, considera que aindaprecisam ser Tomadas váriasmedidas antes que eles e outrosEstados possam pleitear a C(JIl-

dição de zona livre com vacina-.ção. Uma das exigências é a

constituição de um fundo de in-denização aos produtores, parao caso de sacrificio de animais,que o Mato Grosso do Sul e oDistrito Federal ainda ncio pos-suem. "Mas estamos trabalhan-do para isso em toda a região",destaca Denise.

No dia 26 de maio. em Paris,França, foi entregue ao EscritórioInternacional de Epirootias o pe-dido para que o Rio Grande doSul e Santa Catarina sejam en-quadrados C0/l10 áreas livres deaftosa com vacinação. SegundoDenise da Costa, o pedido come-çará a ser estudado em setembro,com a decisão oficial sendo divul-gada em maio do próximo alio."Nossa expectativa é muito boa e,mesmo antes de maio, já podere-mos saber se os Estados foramaprovados ". comentou.

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