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Entrevista Opinião do especialista
Conversamos com o Professor Laércio Neves para descobrir quais são as competências mais valorizadas nos enfermeiros.
A especialista Rita Catalina Aquino Caregnato fala sobre a campanha Nursing Now: valorizando a enfermagem.
200 anos da precursora da Enfermagem moderna
Ano VII • Nº 1 • Jan - Mar/2020
Florence Nightingale
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A prevenção es tá nas suas mãos
Higienize as mãos com Aniosgel e proteja-se contra o Coronavírus! As mãos são a principal via de contaminação e transmissão de agentes patogênicos, por isso, ao realizar as atividades do dia a dia, higienizar as mãos é a melhor forma de proteção individual.
Quer saber mais?Fale com nossa equipe através do e-mail [email protected] ou pelo telefone 11 5519-4022
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H1N1CORONAVÍRUS
EFICÁCIAGARANTIDA
COMPROVADO POR LAUDOS!
PODEROSA AÇÃO VIRUCIDA
Editorial 4Deu-se início a mais um novo ano, o qual vis-lumbramos que será de muitos desafios para a nossa Associação!
Agenda 5Programação de eventos.
Informativo COVID-19 10Recomendações relacionadas ao fluxo de atendimento para pacientes com suspeita ou infecção confirmada pelo covid-19 em pro-cedimentos cirúrgicos ou endoscópicos.
Giro de Notícias 15Destaques da SOBECC.
Especial 24Florence Nightingale: 200 anos da precursora da Enfermagem moderna.
Entrevista 28As competências mais valorizadas nos enfer-meiros. Conversamos com o Professor Laércio Neves, palestrante de Gestão, Liderança, Em-preendedorismo e Alta Performance na área de Saúde, sócio-diretor da LN Educação.
nesta edição
Diretoria da SOBECC — Gestão 2019-2021
Presidente: Giovana Abrahão de Araújo Moriya *Vice-presidente:
Marcia Cristina Pereira de Oliveira *Primeiro-secretário: Rafael
Bianconi *segunda-secretária: Liraine Laura Farah *Primeira-te-
soureira: Cecília da Silva Ângelo *Segunda-tesoureira: Maria Lucia
Leite Ribeiro *Diretora do Conselho Fiscal: Andréa Alfaya Acunã *
Membro do Conselho Fiscal: Thiago Franco Gonçalves *Membro do
Conselho Fiscal: Fernanda Torquato Salles Bucione *Diretora da
Comissão de Assistência: Simone Garcia Lopes * Membro da Comis-
são de Assistência: Juliana Rizzo Gnatta *Membro da Comissão de
Assistência: Ana Lucia Gargione Sant´Anna *Diretora da Comissão
de Educação: Vanessa de Brito Poveda *Membro da Comissão de
Educação: Debora Cristina Popov *Membro da Comissão de Educa-
ção: Marcia Hitomi Takeiti * Diretora da Comissão de Publicação e
Divulgação: Rachel de Carvalho *Membro da Comissão de Publi-
cação e Divulgação: Rita Catalina Aquino Caragnato *Membro da
Comissão de Publicação e Divulgação: Maria Belén Salazar Posso
*Diretora de Eventos Regionais: Soraya Palazzo.
Órgão oficial da Associação Brasileira de Enfermagem em Centro Ci-rúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC).
Comissão de Publicação e Divulgação – Diretora: Dra. Rachel de Carva-lho – Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE), São Paulo *Membros: Dra. Rita Catalina Aquino Caragnato – Universi-dade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Dra. Maria Belén Salazar Posso – Faculdade de Pindamonhangaba (FUBVIC).
Equipe Técnica — Coordenação: Sirlene Aparecida Negri Glasenapp e Simone Batista Neto • Redação: Luciano Milici • Revisão: Profa. Dra. Rachel de Carvalho • Projeto Gráfico: Ages Comunicação Integrada • Secretaria: Maria Elizabeth Jorgetti e Claudia Martins Stival • Tiragem: 6.000 exemplares • Impressão: Editora Cartago Editorial.
A SOBECC com Você é uma publicação trimestral da SOBECC, dirigida a profissionais de Enfermagem do Bloco Operatório, com o objetivo de divulgar informações sobre boas práticas de assistência de Enferma-gem. A reprodução parcial ou total de qualquer matéria desta edição só é permitida mediante autorização.
Rua Vergueiro 875 • Conj. 64 • Liberdade • 01504-001 • São Paulo • SP CNPJ: 67.185.215/0001-03 Fone: (11) 3341-4044 • www.sobecc.org.br
CONTATO, DÚVIDAS E SUGESTÕES: [email protected]
EXPEDIENTE
SOBECC com Você 3
Opinião do especialista 32Falamos com a especialista Rita Catalina Aquino Caregnato sobre a campanha Nursing Now: valorizando a enfermagem.
AORN 34Tecnologia de adenosina-trifosfato de biolu-minescência como ferramenta adjunta para validar a limpeza de instrumentos cirúrgicos.
Fora da profissão 38A Enfermeira Jardim: Tudo começou quando o pequeno Heitor passou a levar de presente para as professoras os lanches naturais que sua mãe fazia.
Bem-estar 40Salve sua pele: use filtro solar.
Resenha 42Tecnologia robótica no Centro Cirúrgico: atribuições da equipe de Enfermagem.
EDITORIAL
SOBECC com Você
EDITORIAL
Deu-se início um novo ano e vis-lumbramos inúmeras conquistas para a nossa Associação e para a enfermagem mundial.
A Campanha Nursing Now (“Enfermagem Agora”) já foi lançada em mais de 30 países e, pretende destacar e elevar o papel da Enfermagem além de sua impor-tância para o alcance das metas de saúde pactuadas pelos países membros da ONU. Durante os próximos dois anos, o ICN e OMS vão se mobilizar para elevar o status da Enfermagem, e a SOBECC defende e apoia este propósito.
Um grande feito acontecerá em breve... Será concluído o nosso sonho, com a abertura da nova sede localizada na Alameda Santos, bem próxima à Aveni-da Paulista, que está sendo preparada com muito carinho para você! O novo espaço acomodará auditório e Centro de Simulação com Sala Operatória, Re-cuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização, visando oferecer um espaço para desenvolvimento dos associados e demais profissionais atuantes no bloco operatório.
Ainda para este ano teremos mais conquistas, como a formação e atuação dos Comitês de Robótica, Endoscopia e Gestão. Esses comitês discutirão em profun-didade assuntos pertinentes a estas áreas de atuação, por expertises, que certa-mente contribuirão para o crescimento da Enfermagem Peri operatória Nacional.
Acompanhe a agenda anual com as Jornadas de Enfermagem em diversas regiões do País, assim como a realização de Cursos de Curta e Longa duração na nova sede e o 12º Simpósio Internacional de Esterilização e Controle de Infecção Relacio-nada à Assistência à Saúde, com uma programação imperdível, de 10 a 13 de no-vembro. Afinal, a SOBECC tem a responsabilidade de levar conhecimento científico para capacitação e evolução profissional, portanto não deixe de participar!
Na seção Especial, você encontrará uma matéria sobre os 200 anos do nasci-mento de Florence Nightingale. Também entrevistamos o Professor Laércio Ne-ves sobre as Competências Comportamentais mais valorizadas nos enfermeiros. Na Opinião de Especialista, Rita Caregnato fala sobre a Campanha Nursing Now e no Fora da Profissão, você conhecerá Dulci Jardim e sua cozinha saudável.
Não podemos deixar de destacar o importante artigo da AORN sobre Tecnolo-gia de adenosina-trifosfato de bioluminescência como uma ferramenta adjunta para validar a limpeza de instrumentos cirúrgicos. Não perca também, as dicas do Bem-Estar sobre a importância do uso de filtro solar.
Diante de diversas conquistas também nos deparamos com adversidades, momentos de extrema doação da equipe de enfermagem e demais aliados da saúde que buscam incansavelmente a recuperação dos pacientes cometidos pelo COVID 19. Estamos trabalhando juntos, buscando nortear práticas seguras a todos os profissionais de saúde. Conte sempre com nosso apoio, reconheci-mento e princípio científico!
Giovana Abrahão de Araújo MoriyaPresidente SOBECC
Giovana Abrahão de Araújo Moriya
Presidente SOBECC
Gestão 2019/2021
A SOBECC tem a responsabilidade
de levar conhecimento científico para capacitação da
evolução do crescimento profissional.
4
AGENDA
21º EDIÇÃO CONGRESSO MUNDIAL DE ESTERILIZAÇÃO WFHSS
Data: de 25 a 27 de novembro de 2020Local: Centro de Exposição Asia Word
Macau - Hong KongInformações: www.wfhss.com/category/world-congress/
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO LATO –SENSU/PÓS-GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM RM CC/RA/CME
Data: 1º e 2º semestres de 2020Local: Faculdade Israelita de Ciência da Saúde
Albert Einstein (FICSAE).Informações: www.eistein.br/ensino
12º SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ESTERILIZAÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR RELACIONADO À ASSISTÊNCIA À SAÚDE
Data: de 10 a 13 de novembro de 2020Local: Palácio das Convenções do Anhembi - São PauloInformações: www.sobecc.org.br
Eventos regionais da SOBECC
I JORNADA CIENTÍFICA EM BLOCO OPERATÓRIO CAPIXABA - VITÓRIA
Data: 05 de dezembro de 2020Local: Hotel Senac Ilha do Boi - Vitoria - ESInformações: www.sobecc.org.br
II JORNADA CIENTÍFICA CARIOCA DE BLOCO OPERATÓRIO DA SOBECC
Data: 16 de outubro de 2020Local: Novo Hotel, Botafogo - Rio de Janeiro - RJInformações: www.sobecc.org.br
I JORNADA CIENTIFICA EM BLOCO OPERATÓRIO SOBECC DE MANAUS
Data: 12 de setembro de 2020Local: Hotel Da Vinci - Manaus - AMInformações: www.sobecc.org.br
I JORNADA CIENTÍFICA EM BLOCO OPERATÓRIO CENTRO-OESTE SOBECC DE CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL
Data: 24 de outubro de 2020Local: Gran Parque Hotel - Campo Grande - MSInformações: www.sobecc.org.br
I JORNADA CIENTÍFICA EM BLOCO OPERATÓRIO MINEIRA SOBECC BELO HORIZONTE
Data: 26 de setembro de 2020Local: Boulevard Hotéis - Belo Horizonte - MGInformações: www.sobecc.org.br
SOBECC com Você 5
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200303 Anúncio SS.pdf 1 03/03/2020 16:40:00
6SOBECC com Você
Revista Científica SOBECC
Editorial: Biovigilância: qualidade e segurança no processo de doação e transplante de órgãos e tecidos
Pauta Revista Nº 1 (Janeiro / Março 2020)
Artigos originais:• (Des)conformidade do processo de trabalho no centro de material e
esterilização;
• Adesão às prevenções de infecção de sítio cirúrgico na perspectiva de enfermeiros;
• Segurança em serviços de saúde: uma análise na cidade de Salvador - BA;
• Riscos ocupacionais e os resíduos de serviços de saúde em centro cirúrgico
• Satisfação profissional de enfermeiros que atuam no bloco cirúrgico de um hospital de excelência;
• Estratégia educativa com profissionais de enfermagem sobre hipertermia maligna em um centro cirúrgico cardiovascular;
• A sistematização da assistência de enfermagem no período perioperatório.
Revisão narrativa/crítica:• Validação da limpeza de produtos para saúde no cotidiano do centro de
material e esterilização.
Após décadas de trabalho dedicado aos profis-sionais de enfermagem perioperatória nas áreas de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização, a SOBECC em
2020 revela a renovação da sua logomarca, que integra diversas realizações que a associação anunciará este ano, como a nova sede, ampla e com recursos para oferecer treinamentos e capacitação aos profissionais.
A nova logomarca será lançada a partir de agora em todas as nossas comunicações.
O fundamento de criação para a construção do logo usou como referência as formas dos instrumentais utilizados na rotina dos profissionais.
Em breve você terá acesso a um novo site, aguarde!!!!
SOBECC lança nova logomarca
NOVA MARCA
Anuidade SOBECC: o que muda para 2020
AFILIADOS: profissionais que atuam nas áreas relaciona-dos à SOBECC e representantes comerciais das empresas da área de saúde.
ESTRANGEIROS: enfermeiros, técnicos e auxiliares de en-fermagem de outros países que comprovem atuação nas relacionas à SOBECC.
São associados da SOBECC os profissionais que realizarem a quitação do pagamento da anuidade do ano vigente.
20 20
ANUIDADE
CATEGORIA PROFISSIONAL (BRASILEIROS/ESTRANGEIROS)
1º LOTE VALOR
DATA DE VENCIMENTO
2º LOTE VALOR
DATA DE VENCIMENTO
3º LOTE VALOR
DATA DE VENCIMENTO
Estudantes do curso técnico de enfermagem
R$ 145,00
02/01/2020 a
30/04/2020
R$ 155,00
01/05/2020 a
30/08/2020
R$ 165,00
01/09/2020 a
28/12/2020
Auxiliares e técnico de enfermagem
Instrumentador cirúrgico
Estudantes de graduação em enfermagem
CATEGORIA PROFISSIONAL (BRASILEIROS/ESTRANGEIROS)
1º LOTE VALOR
DATA DE VENCIMENTO
2º LOTE VALOR
DATA DE VENCIMENTO
3º LOTE VALOR
DATA DE VENCIMENTO
EnfermeirosR$
260,00
02/01/2020 a
30/04/2020
R$ 280,00
01/05/2020 a
30/08/2020
R$ 300,00
01/09/2020 a
28/12/2020Outros Profissionais Afiliados
SOBECC com Você8
Em 2020, a SOBECC convida todos os profissionais brasi-leiros ou estrangeiros que atuam em Bloco Operatório e também estudantes a fazerem parte da Associação.
Confira os valores e as datas de vencimento.
Venha fazer parte da SOBECC! Aproveite todos os benefícios e parcele sua anuidade em até três vezes sem juros no cartão de credito!
SOBECC com Você 9
Criada em 2009 pela Organização Mundial da Saúde, e com adesão no Brasil por meio do Mi-nistério da Saúde, a campanha Cirurgia Seguras Salvam Vidas implantou o fluxo de timeout nos
centros cirúrgicos, que com base na metodologia dos três passos SIGN IN (Antes da indução anestésica), TIMEOUT (Antes da incisão na pele) e SIGN OUT (Ao término da ci-rurgia, antes do paciente sair da S.O.) tem o objetivo de garantir a segurança do paciente.
Considerando os 11 anos desde que o protocolo foi lançado, a SOBECC criou uma campanha em que avalia a evolução do checklist de segurança desde sua criação, para chamar a atenção dos profissionais da enfermagem que atuam no bloco operatório, reforçando a importância de inserir essa prática como fluxo rotineiro do atendimento cirúrgico ao paciente, que contribui para redução da ocorrência de inci-dentes e eventos que levem à mortalidade cirúrgica.
O objetivo é disseminar o conteúdo referente aos três pas-sos, alertando sobre como este protocolo pode contribuir e aumentar a segurança do paciente, além de compartilhar histórias de sucesso de profissionais pelo Brasil, que im-plantaram o time-out e com ele reduziram os indicadores de incidentes no processo cirúrgico.
SOBECC chama atenção para implantação do checklist de cirurgia segura, o timeoutEssa campanha será veiculada nos canais digitais da SOBECC e convidamos você a fazer parte deste movi-mento e acompanhar os conteúdos direcionados que iremos lançar.
Venha somar e compartilhar com a SOBECC!
CAMPANHA
SOBECC com Você10
Recomendações relacionadas ao fluxo de atendi-mento para pacientes com suspeita ou infecção confirmada pelo covid-19 em procedimentos cirúr-gicos ou endoscópicosComitê Consultivo das Recomendações Relacionadas ao Fluxo de Atendimento Para Pacientes Com Suspeita ou Infecção Confirmada Pelo COVID-19 em Procedimentos Cirúrgicos ou Endoscópicos
* Aldenir Fresca; Bucione; Giovana Abrahão de Araújo Moriya; Juliana Rizzo Gnatta; Leandro Lopes Miranda; Lucia Helena Lourenço; Marcia Cristina de Oliveira Pereira; Marcia Hitomi Takeiti; Rafael Bianconi; Rejane F. Machado; Rita Catalino Aquino Caragnato; Simone Batista Neto; Sirlene Aparecida Negri Glasenapp; Vanessa de Brito Poveda; Wagner Aguiar Junior.
A Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgi-co, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterili-zação (SOBECC) com o objetivo de garantir a segurança e instrumentalizar os profissionais que atuam na assistência de pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos ou endoscópicos, de urgência ou emergência, com infecção pelo novo coronavírus suspeita ou confirmada, recomen-da, fundamentada nas evidências científicas disponíveis no momento, o que segue:
ContextualizaçãoDesde dezembro de 2019 a pneumonia causada pelo RNA vírus denominado COVID-19, pertencente à família Coro-naviridae, tem causado preocupação mundial, sobretudo, aos sistemas de saúde. Esse novo espécime ainda não está bem descrito na literatura, no que tange ao padrão de morbimortalidade, infectividade e transmissibilidade. A infecção por COVID-19 pode variar desde uma sinto-matologia semelhante a um resfriado comum, até uma pneumonia viral severa ou ocorrência da síndrome do des-conforto respiratório aguda, que pode ser potencialmente fatal (Beeching et al., 2020).
As principais vias de transmissão são a respiratória, através da inalação de gotículas e aerossóis eliminados por meio da tosse ou espirros, bem como, pela aerossolização de substâncias corpóreas durante procedimentos que mane-jam as vias aéreas, como intubação, extubação, aspiração, ressuscitação cardiopulmonar, ventilação não invasiva e broncoscopia (Chan et al., 2020; CDC, 2020a). Contudo, a transmissibilidade do vírus por meio de secreções cor-póreas ainda não está bem estabelecida. Há evidências da presença de carga viral na saliva, lágrimas, secreção ocular de pacientes com conjuntivite e em fezes (To et al., 2020; Xia et al., 2020; CDC, 2020b).
Até o momento, não há informações suficientes a respeito do período de incubação, no entanto, estima-se que a ma-nifestação dos primeiros sintomas ocorra, em média, entre quatro a sete dias após a contaminação (Li et al., 2020). Destaca-se que a transmissão é possível mesmo em indiví-duos que não apresentem sinais clínicos da infecção, pois
estes podem apresentar uma carga viral semelhante a de indivíduos sintomáticos (Zou et al., 2020).
A presente publicação visa estabelecer Diretrizes sobre a prevenção e controle da infecção por COVID-19 a serem adotadas pelas equipes que trabalham em Centro Cirúrgi-co, Centro de Material e Esterilização e Serviços de Endos-copia. As recomendações a seguir devem ser discutidas, alinhadas e implantadas em conjunto com o Serviço de Controle de Infeção Hospitalar, Serviço de Hotelaria e o Gerenciamento de Risco da Instituição e revisadas sempre que novas evidências surgirem.
Atendimento do paciente com suspeita ou infecção confirmada pelo covid-19
Proteção da equipe
1. Recomenda-se que os profissionais selecionados para atendimento a estes pacientes não apresen-tem características definidas como grupo de risco (diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares) (Fang et al., 2020).
2. Assegurar que os profissionais que participarão des-ses atendimentos tenham o treinamento adequado sobre as técnicas de precaução padrão, por contato e por aerossóis (Tao et al., 2020).
3. Não utilizar adornos (Brasil, 2005). São exemplos de adornos: alianças, anéis, pulseiras, relógio, colares, brincos, piercings expostos, toucas de tecido, cra-chás pendurados por cordão e etc.
4. Utilizar Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado (touca, avental impermeável ou capote, óculos ou protetor facial, respirador ou máscara N95, luvas que cubram o punho do avental, sapatos fechados e impermeáveis que permitam desinfec-ção). Higienizar as mãos antes e após colocar e retirar o EPI (CDC, 2020c). Atentar-se para o correto ajuste da máscara à face (COVED, 2020).
5. O uso prolongado de uma mesma máscara N95, isto é, evitando sua remoção, por um mesmo indi-víduo durante o turno (6h ou 8h) de trabalho, pode ser implementado no atendimento a pacientes infectados com o mesmo patógeno respiratório. A reutilização (utilização por diversos turnos de traba-
INFORMATIVO COVID-19
SOBECC com Você 11
** Os cinco momentos para a higienização preconizados pela OMS são: antes do contato com o paciente, antes de realizar procedimentos limpos ou assépticos, após contato com sangue ou fluidos corpóreos, após contato com o paciente e após tocar superfícies próximas ao paciente.
lho) da máscara N95 é desencorajada em casos de doenças transmissíveis, uma vez que o profissional ao tocar neste EPI diversas vezes, pode ocasionar a autocontaminação (CDC, 2018).
6. Máscaras N95 devem ser descartadas após a utili-zação durante procedimentos que geram aerosso-lização (exemplo: intubação, extubação, aspiração, ressuscitação cardiopulmonar, ventilação não inva-siva e broncoscopia) ou na presença de contamina-ção por sangue ou fluidos corpóreos (CDC, 2018).
7. Deve ser planejado pela instituição um procedi-mento padronizado para a limpeza e desinfecção dos óculos e/ou protetores faciais.
8. Após retirar o EPI, não tocar o rosto ou face antes de higienizar as mãos (Peng et al., 2020).
Organização do atendimento
9. É recomendável realizar um plano de atendimen-tos para procedimentos não urgentes ou eletivos; sugerível adiá-los, sempre que possível durante a pandemia (Tao et al., 2020).
10. No agendamento de procedimentos cirúrgicos ou endoscópicos deve-se informar ao serviço se o pa-ciente é caso suspeito ou confirmado de infecção por COVID-19 (Tao et al., 2020).
11. Durante a epidemia utilizar a mesma sala cirúrgica e mesmo aparelho de anestesia para todos os pacien-tes com COVID-19, com o intervalo entre cirurgias de, ao menos, uma hora (Ti et al., 2020).
12. Em caso de procedimento cirúrgico, se possível, disponibilizar antessala com pressão negativa fun-cionante ao realizar indução anestésica, intubação e extu™bação (Ti et al., 2020; Wax, Christian, 2020). Durante o procedimento cirúrgico a sala poderá permanecer com pressão positiva (Ti et al., 2020). Na indisponibilidade de antessala com pressão ne-gativa, desligar o equipamento de ar condicionado da sala cirúrgica durante a realização de procedi-mentos potencialmente geradores de aerossóis.
13. Sugere-se que procedimentos endoscópicos que envolvam vias aéreas sejam realizados em sala com pressão negativa.
Preparo da sala de procedimento
14. Higienizar as mãos imediatamente antes de iniciar o preparo da sala.
15. Consultar a engenharia clínica e/ou manutenção hospitalar a respeito de como alcançar a melhor configuração em sala cirúrgica com pressão neutra ou negativa (abaixo de -5Pa) (Tao et al., 2020).
16. Seguir a montagem da sala, conforme protocolo de precaução de contato e aerossóis.
17. Sinalizar a porta da sala quanto à precaução reco-mendada (Tao et al., 2020).
18. Disponibilizar, se possível, tubo para intubação com circuito fechado para aspiração de vias aéreas, a fim de evitar aerossolização do vírus (Peng et al., 2020).
19. Priorizar o uso de equipamentos/materiais descar-táveis (Tao et al., 2020).
20. Somente equipamentos, mobiliários e medica-mentos necessários devem ser levados à sala de procedimentos para reduzir o número de itens que necessitarão ser limpos ou descartados.
21. O aparelho de anestesia deverá ser protegido com plástico descartável para reduzir a contaminação do equipamento (COVED, 2020)
22. Assegurar a utilização do filtro HEPA no circuito de anestesia e sistema de capnografia anterior ao filtro (entre circuito e filtro) (Peng et al., 2020).
23. Providenciar pinça de apreensão para oclusão do tubo orotraqueal, no caso da necessidade da troca de ventilador de paciente proveniente de unidades críti-cas para evitar a dispersão de aerossóis (Ti et al., 2020).
24. Recomenda-se a disponibilização de um profissional de apoio na área externa da sala para o atendimento, assegurando a adesão às técnicas precaução.
Transporte do paciente
25. Profissionais que irão realizar o transporte do pacien-te para o Centro Cirúrgico (CC) ou Serviço de Endos-copia (SE), e vice-versa, devem utilizar EPI, conforme indicado no 4 (COVED, 2020; Wax, Christian, 2020).
26. Colocar máscara cirúrgica no paciente para sua transferência entre setores (COVED, 2020; Wax, Christian, 2020).
27. A equipe do Centro Cirúrgico (CC) ou do Serviço de Endoscopia (SE) deverá aguardar a chegada do paciente usando todo o EPI recomendado no item 4 (COVED, 2020).
28. O paciente deve ser imediatamente transferido para a sala de procedimento, isto é, não deve permanecer aguardando em área de recepção ou pré-operatório.
Intraoperatório ou realização do Procedimento Endoscópico
29. TODOS os profissionais que estiverem dentro da sala de procedimento, deverão utilizar EPI, confor-me recomendado no item 4.
30. O número de profissionais dentro da sala de pro-cedimento deverá ser limitado ao mínimo possível (Tao et al., 2020).
31. Não levar objetos pessoais para dentro da sala de procedimento (COVED, 2020; Wax, Christian, 2020).
32. Proceder o método de intubação com maior as-sertividade possível (preservar ao máximo as vias aéreas) (Peng et al., 2020).
33. Manter portas fechadas durante o procedimento (COVED, 2020).
34. Realizar a higienização das mãos, conforme os cinco momentos preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS)** (Sax et al., 2007).
INFORMATIVO COVID-19
SOBECC com Você12
Pós-operatório ou Pós Procedimento Endoscópico Imediato
35. A recuperação do paciente pós-procedimento, de-verá ser realizada dentro da sala. O paciente deverá utilizar máscara cirúrgica e, caso haja necessidade de oxigênio suplementar, o cateter de oxigênio de-verá ficar sob a máscara.
36. Evitar suporte não invasivo de vias aéreas com pres-são positiva (exemplo: máscara de Venturi), pelo potencial favorecimento de aerossolização do vírus (Tao et al., 2020).
37. Quando o paciente estiver em condições de alta anestésica, deverá utilizar máscara cirúrgica para o transporte e o profissional que realizará o transporte utilizará EPI, conforme recomendado no item 4.
38. Antes de deixar a sala, os profissionais deverão descartar os aventais e luvas utilizados dentro da sala do procedimento.
39. Durante o procedimento realizar a higienização das mãos, conforme os cinco momentos preconizados pela OMS (Sax et al., 2007).
Desmontagem e Limpeza da Sala de Procedimento
40. Higienizar as mãos imediatamente antes e após a colocação ou retirada do EPI com produto alcoólico ou água e sabão (CDC, 2020c).
41. Trocar todo o circuito, filtros, cal sodada e proce-der a desinfecção do aparelho de anestesia, bem como, do canister de cal sodada, após cada cirurgia de paciente confirmado ou suspeita de COVID-19 (Peng et al., 2020).
42. Realizar limpeza terminal minuciosa nos equipa-mentos e mobiliários da sala de procedimento, utilizando EPI indicado para precaução de contato e aerossóis. São produtos recomendados para limpe-za e desinfecção aqueles a base de quaternário de amônia ou hipoclorito de sódio (CDC, 2020c)
43. Durante o processo de limpeza, manter a pressão negativa na antessala da Sala Cirúrgica ou na Sala de Procedimento.
44. Prever uma hora entre um procedimento e outro para a transferência do paciente, realização da lim-peza e descontaminação de todas as superfícies, telas, teclado, cabos, monitores e aparelho de anes-tesia (Ti et al., 2020; COVED).
45. Atenção especial na retirada do EPI, pelo risco de contaminação do profissional.
46. Descartar todo o EPI no lixo infectante (saco bran-co) (Brasil, 2018).
47. Descartar todos os itens não utilizados na bandeja de medicamentos e do carro de vias aéreas, pois devem ser considerados contaminados (Ti et al., 2020).
Processamento de produtos para saúde utili-zados no atendimento a paciente com suspei-ta ou infecção confirmada pelo covid-19
Pré-limpeza
48. Acomodar materiais que tenham entrado em contato com vias aéreas, ou, com risco de contaminação pelo COVID-19, em embalagem plástica fechada hermeti-
camente, a fim de garantir o transporte seguro do ma-terial potencialmente contaminado (COVED, 2020).
49. Realizar a higienização interna e externa da embala-gem de transporte, conforme protocolo institucional.
50. O profissional deverá utilizar o EPI apropriado para minimizar risco de contaminação (touca, avental impermeável ou capote, óculos ou protetor facial, respirador ou máscara N95, luvas que cubram o pu-nho do avental, sapatos fechados e impermeáveis que permitam desinfecção).
Limpeza
51. Recomenda-se que a área de recepção e limpeza disponha de pressão negativa, conforme preconi-zado em normativa (Brasil, 2012).
52. Na área de recepção e limpeza, os profissionais de Centro de Material e Esterilização devem utilizar os EPI recomendados em normativa (Brasil, 2012). Su-gere-se o uso da máscara N95 somente em casos de limpeza manual com potencial para aerossoliza-ção apenas para o profissional que está realizando esse procedimento, como por exemplo, em caso de limpeza manual com o uso escovas (COVED; Wax, Christian, 2020).
53. Ressalta-se que o profissional deve atentar-se à se-quência de retirada correta do EPI e a higienização das mãos, uma vez que há o risco de autocontaminação.
54. Evitar métodos de limpeza que causem aerosso-lização de partículas tais como Steamer e pistolas de ar comprimido.
55. Sempre que possível, optar por métodos automa-tizados de limpeza (utilizar preferencialmente, a termodesinfetadora para reduzir riscos a saúde aos profissionais de saúde no manuseio de materiais potencialmente contaminados com COVID-19).
56. A limpeza deverá ser realizada com rigor, a fim de garantir máxima redução de carga microbiana e assegurar um processamento seguro.
Desinfecção
57. Utilizar preferencialmente métodos automatizados de desinfecção de dispositivos, que permitam o adequado monitoramento do processo.
58. A rotina e o uso de EPI devem seguir as orientações da instituição e da RDC 15 (Brasil, 2012).
Esterilização
59. Proceder os métodos usuais de esterilização de PPS considerados críticos.
60. A rotina e o uso de EPI devem seguir as orientações da instituição e da RDC 15 (Brasil, 2012).
Tratamento dos resíduosO novo coronavírus (COVID-2019) pode ser enquadrado como agente biológico classe de risco 3, seguindo a Clas-sificação de Risco dos Agentes Biológicos publicada em 2017 pelo Ministério da Saúde, sendo sua transmissão de alto risco individual e moderado risco para a comunidade. Portanto, todos os resíduos provenientes da assistência a pacientes suspeitos ou confirmados de infecção por esse espécime devem ser enquadrados na categoria A1, con-forme Resolução RDC/Anvisa no 222, de 28 de março de 2018 (Brasil, 2018).
INFORMATIVO COVID-19
SOBECC com Você 13
Os resíduos devem ser acondicionados, em saco branco leitoso, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade e identificados pelo símbolo de subs-tância infectante, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos. Os sacos devem estar contidos em reci-pientes de material lavável, resistente à punctura, ruptura, vazamento e tombamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredonda-dos. Estes resíduos devem ser tratados antes da disposição final ambientalmente adequada (Brasil, 2018).
ReferênciasBeeching NJ, Fletcher TE, Fowler R, Petri WA, Zhang X, Nir-Paz R. Coro-
navirus (covid-19): latest news and resources. BMJ Best Practices (last update 2020 March 17). Available on: https://bestpractice.bmj.com/topics/engb/3000168/pdf/3000168/Coronavirus%20disease%202019%20%28COVID-19%29.pdf
Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº 485, de 11 de novembro de 2005. Aprova a norma regulamentadora nº 32 (Segurança e saúde no trabalho em estabelecimentos de saúde) [Internet]. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília(DF); 2005 Nov 11 [cited 2020 Mar 17]. Available on: http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/
NR/NR32.pdf
Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolu-ção da Diretoria Colegiada – RDC nº 6, de 10 de março de 2013. [cited 2020 Mar 17]. Available on: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2013/rdc0006_10_03_2013.html
Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolu-ção da Diretoria Colegiada – RDC nº 15, de 15 de março de 2012. [cited 2020 Mar 17]. Available on: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2012/rdc0015_15_03_2012.html.
Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Reso-lução - RDC Nº 222, de 28 de março de 2018. Brasília; 2018, ed. 61, seção 1, p 76.
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Center for Diseases Control and Prevention (CDC). What healthcare per-sonnel should know about caring for patients with confirmed or pos-sible COVID-19 Infection. March 2020c [internet publication]. Available on: https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/hcp/caring-for-pa-tients.html
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Ti LK, Ang LS, Foong TW, Wei BS. What we do when a COVID-19 patient needs an operation: operating room preparation and guidance. Can J Anesth 2020 Mar 6 [Epub ahead of print] DOI:https://doi.org/10.1007/s12630-020-01617-4
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Xia J, Tong J, Liu M, etal. Evaluation of coronavirus in tears and conjunctival secretions of patients with SARS-CoV-2i nfection. J Med Virol. 2020 Feb 26 [Epub ahead of print] doi: 10.1002/jmv.25725
Zou L, Ruan F, Huang M, et al. SARS-CoV-2 viral load in upper respiratory specimens of infected
patients. N Engl J Med. 2020 Feb 19 [Epub ahead of print] DOI: 10.1056/
NEJMc2001737
Informações sobre os Autores:Aldenir Fresca: Enfermeira Coordenadora do Centro de Endosco-pia Leonardo da Vinci - CE
Andrea Alfaya Acunã: Gerente de Enfermagem do Centro Cirúrgi-co e CME do Hospital Sírio Libanês-SP
Claudia Moraes: Enfermeira Chefe dos Setores de Endoscopia, Radiologia e Métodos Gráficos do HU-USP
Elaine Aparecida Job Neves: Enfermeira Coordenadora do Centro de Endoscopia do HAOC-SP
Fernanda Torquato S. Bucione: Gerente de Enfermagem do Bloco Operatório do HAOC-SP
Giovana Abrahão de A. Moriya: Presidente da SOBECC, Supervisora do Centro Cirúrgico do Sabará Hosp. Infantil-SP
Juliana Rizzo Gnatta: PHD, Professora Contratada da Escola de Enfermagem da USP
Leandro Lopes Miranda: Enfermeiro Sênior do CME do Hospital da Beneficência Portuguesa - SP
Lucia Helena Lourenço: Enfermeira Especialista em Educação Profissional na Colibri Consultoria -SP
Marcia Cristina de O. Pereira: Gerente de Enfermagem do Bloco Operatório do Hosp. da Beneficência Portuguesa -SP
Marcia Hitomi Takeiti: Enfermeira Chefe da SPECME do InCOR do Hospital das Clínicas da FMUSP
Regiane Faria Machado: Enfermeira Chefe do Centro Cirúrgico do Hospital Universitário da USP
Rafael Bianconi: Enfermeiro Sênior do Centro Cirúrgico do Hos-pital Albert Einstein-SP
Rita Catalino Aquino Caragnato: PHD, Professora Adjunta da UFCSPA
Simone Batista Neto: Enfermeira Coordenadora Técnica da SOBECC
Sirlene Aparecida Negri Glasenapp: Enfermeira Gerente Comer-cial da SOBECC
Vanessa de Brito Poveda: PHD, Professora Associada da Escola de
Enfermagem da USP
Wagner Aguiar Junior: Enfermeiro Assistencial do Hospital Universitário da USP
INFORMATIVO COVID-19
SOBECC com Você14
ComitêsOs novos rumos da SOBECC para o ano de 2020 são a formação dos Comitês de Robótica, de Endoscopia e Liderança Perioperatoria, com a participação de profissionais com expertise nas especialidades e que irão contribuir na expansão para o crescimento da Enfermagem Perioperatória!
O objetivo da SOBECC com a formação dos Comitês é estar atenta às necessidades das especialidades:
• Qualificar profissionais para atuação prática no bloco operatório;
• Atualizar profissionais na realização das boas práticas de cada especialidade;
• Desenvolver habilidades técnicas aos profissionais para executar atividades, de acordo com área de atuação;
• Certificar profissionais que atuam no bloco operatório.
Componentes do comitê de Endoscopia: Coordenadora: Fernanda Torquato Salles Bucione, Elaine Job, Claudia Moraes, Marcia Hitomi Takeiti e Tais Carolina de Oliveira
Componentes do Comitê de Robótica: Coordenadora: Cecília da Silva Ângelo, Ana Lucia Silva Mirancos, Ana Luiz VasconcelosCarolina Rocha Rodrigues, Catharina Ferreira de Meira Pachioni, Daniela Magalhães Bispo, Elaine Regina de Souza Bueno, Ernane de Sousa Almeida, Fabiana Parreira Gavassa, Gustavo Guimarães, Renan Domingos Ferreira e Rodrigo Pinheiro
Componentes do comitê de Liderança Perioperatoria: Andrea Alfaya Alfaya Acunã e Izabel Kazue Crisol Damas Iamaguti
SOBECC com Você14
COMITÊS
SOBECC com Você 15
GIRO DE NOTÍCIAS
Curso de Instrumentação Cirúrgica Minimamente Invasiva e Robótica Nos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro de 2020 foi reali-zado, no Icard Unidade Cidade de Barretos – SP, o curso de Instrumentação Cirúrgica Minimamente Invasiva e Ro-bótica, organizado pelos profissionais Paula B. Luize, Luis Romagnolo, Paulo de Tarso e Elaine Bueno.
O curso foi destinado ao profissional que deseja se aprimorar no manejo de equipamentos e instrumentais de cirurgia de videolaparoscopia e robótica.
Palestrantres e participantes do curso de Instrumentação Cirúrgica Minimamente Invasiva e Robótica
A SOBECC foi representada pelo membro da Diretoria, a Enfa. Cecilia da Silva Ângelo, que ministrou as palestras “O instrumenta-dor/Enfermagem podem fazer a diferença na equipe cirúrgica” e “O papel do instrumentador na prevenção de eventos adversos”.
Nova sede da SOBECC: um sonho a ser realizado!É com grande alegria que estamos chegando ao final desta imensa conquista que foi um desafio que assumimos com muito empenho, muitas horas de dedicação para propor-cionar um ambiente moderno, aconchegante, agradável e com toda a infraestrutura para treinamento das boas práti-cas assistenciais em bloco operatório. O endereço da nova sede é Alameda Santos, 1893, conjuntos 91 e 92 no bairro Cerqueira César, em São Paulo, SP. Apresentamos aqui algu-mas imagens da nova sede que está na fase de finalização.
A nova sede, para os associados, possibilitará melhor atendimento e excelência na prestação de serviços e assis-tência aos profissionais que buscam melhoria e potenciali-zação de suas habilidades e competências. Toda a diretoria se sente realizada em inaugurar uma ampla área de 300 m² inteiramente dedicada ao desenvolvimento profissional de todos os envolvidos no bloco operatório em âmbito regional, nacional e internacional.
Projeto da área do coffee break em fase de finalização.
SOBECC com Você16
GIRO DE NOTÍCIAS
Projeto a área do associado em fase de finalização.
Projeto do auditório em fase de finalização.
Projeto dos banheiros em fase de finalização.
A sede é mais ampla e oferece uma infraestrutura adequada para cursos, jornadas e treinamentos com simulação realística. A mudança nasceu da necessidade de ter um espaço maior dedicado para capacitação do profis-sional que resultará em crescimento para a Enfermagem Perioperatória!
Não foi fácil decidir pelo novo endereço. Foram realizadas várias pesquisas, considerando espaço, localização e valor. O local escolhido, além de amplo, é bem localizado e oferece fácil acesso para quem vem de hospitais. Tudo isso com o custo-benefício compatível com o recurso financeiro da SOBECC.
Membros da diretoria e da administração da SOBECC formaram uma comis-são de obra e contrataram um arquiteto para reformar e elaborar um projeto arrojado para atender à necessidade dos nossos associados, acadêmicos e profissionais que atuam na área.
Aos associados interessados em conhe-cer a nova sede, após a inauguração, basta agendar uma visita e serão muito bem recebidos.
Resumo de uma grande trajetória
No ano de 1982, o Grupo de Estudo em Centro Cirúrgico e Centro de Ma-terial e Esterilização (GEEC) realizava suas reuniões na Rua Napoleão de Barros, utilizando uma sala locada na sede da ABEn-seção São Paulo, onde promovia discussões focadas nas boas práticas de Enfermagem e Pesquisas Científicas sobre a assistência prestada no bloco operatório. Nove anos de-pois, nasceu a SOBECC.
Houve momentos de dificuldade, quan-do a tesoureira teve de optar entre quitar um pagamento e outro, pois não havia recursos. Tudo foi muito difícil, mas foi possível manter um pequeno fundo de reserva. Os membros da diretoria rea-lizavam os eventos sem contar com a disponibilidade de verbas, tudo era feito com muita dedicação e carinho com a missão de propagar as boas práticas.
A sede atual na rua Vergueiro foi ad-quirida somente em 2001, como uma sala de 32 m² e praticamente sem mobiliário. Havia um pequeno depósito com muitas garrafas de café, pois os coffee-breaks dos eventos eram provi-denciados pelos próprios membros da diretoria da SOBECC. Aos poucos, os recursos foram sendo aperfeiçoados, mas as lembranças do início reforçam cada vez mais a certeza de que nossa jornada é feita com a força de todos e está destinada ao sucesso que nos dá muito orgulho de fazer parte, pois afi-nal, #SOMOS TODOS SOBECC.
SOBECC com Você 17
12º SIMPÓSIO
Normas para envio dos trabalhos
Normas para envio dos trabalhos para o 12º Simpósio Internacional de Esterilização e Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde
Prazos1. Inscrição de trabalhos (Categoria Resumo e Categoria Artigo): submissão a partir de 26 de maio de 2020 até 21 de
julho de 2020, exclusivamente pelo site da SOBECC (www.sobecc.org.br).
2. Resultado da seleção: divulgação do aceite e forma de apresentação (e-Pôster ou oral) prevista para 23 de setem-bro de 2020, no site da SOBECC. Estará disponível um Modelo de apresentação em Power Point, nesta data.
3. Envio dos trabalhos aprovados na versão final a ser apresentada durante o evento: até 13 de outubro de 2020. O não envio até essa data implica em desclassificação automática.
4. Data e horário das apresentações serão divulgados até 29 de outubro de 2020. O autor que submeteu o trabalho rece-berá a data, o horário e o local para apresentação do e-Pôster e Categoria Oral pelo e-mail informado em sua inscrição.
5. O trabalho aprovado deverá ser apresentado durante o congresso pelos autores, sendo cinco (5) minutos para apresentação na forma de e-Pôster e (10) minutos para apresentação Oral.
Inscrição e autoriaPara apresentar um trabalho no 12º Simpósio Internacional de Esterilização e Controle de Infecção Relacionada à Assis-tência à Saúde é necessário que pelo menos um dos autores esteja inscrito como participante do congresso.
Cada autor poderá enviar, no máximo, 5 (cinco) trabalhos. O número máximo de autores, será de 6 (seis) por trabalho inscrito.
A inscrição do trabalho deverá ser feita por meio do envio do Resumo, exclusivamente pelo site da SOBECC (www.sobecc.org.br). No momento da inscrição, o autor deverá selecionar sua preferência por modalidade de apresentação, ou seja, apresentação Oral ou e-Pôster. Após a avaliação da comissão de temas livres o trabalho poderá ser recusado ou aceito na categoria de escolha ou em outra, conforme julgamento desta Comissão.
Não serão aceitos inscrições de trabalhos via fax, Correios, mensagem eletrônica (e-mail), por portador ou de qualquer outra forma que não a descrita neste regulamento.
Para inscrever o trabalho, o autor deverá acessar o sistema de inscrições e preencher um formulário padrão para submis-são e registrar nome e CPF, endereço eletrônico e instituição dos autores.
1. Centro Cirúrgico
2. Recuperação Anestésica
3. Centro de Material e Esterilização
4. Infecção Relacionada à Assistência à Saúde.
Na sequência selecionará a classificação correspondente a metodologia empregada:
1. Artigo original: resultado de pesquisa primária, como por exemplo, estudos descritivos-exploratórios, coorte, ensaios clínicos, transversais e etc, com aprovação ética e descrição clara de objetivos, métodos e resultados, apresentando interface com a literatura científica nacional e internacional.
2. Revisão integrativa, sistemática com ou sem meta-análise ou metassíntese: Estudos críticos, abrangentes e siste-matizados de avaliação da literatura científica, com descrição minuciosa da pergunta de pesquisa, do processo de busca, critérios de seleção e classificação dos estudos primários incluídos.
3. Estudo de casos ou Relato de experiência profissional: estudo de situação de interesse para a atuação de enfermei-ros nas áreas de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica, Centro de Material e Esterilização e Infecção Relacionada à Assistência à Saúde, contendo análise de implicações conceituais, descrição de procedimentos com estratégias de intervenção ou evidência metodológica apropriada para a avaliação da eficácia de um procedimento ou estratégia.
SOBECC com Você18
12º SIMPÓSIO
Para garantir a confidencialidade durante o processo de seleção e avaliação, não é permitido a inclusão de nome de auto-res e/ou da instituição no texto do resumo submetido. Estas informações deverão ser inseridas no formulário apropriado, conforme indicação do sistema de submissão.
Cada trabalho estará vinculado a uma (1) inscrição e ao CPF correspondente. Os trabalhos para serem avaliados pela Comissão de Temas Livres deverão submetidos como: Categoria e-Pôster ou Categoria Oral, porém ambos seguem as mesmas regras para confecção do resumo.
ResumosO resumo poderá ser inscrito nos idiomas português, inglês ou espanhol e deverá ser proveniente de trabalho inédito e estar descrito em até 550 palavras (não inclui referências).
Deverá conter os seguintes itens, da forma descrita abaixo:
• Título: deve conter no máximo 12 palavras digitadas no software Word for Windows, fonte Arial 12 em negrito (somente a Primeira Letra da sentença em maiúscula, excetuando os nomes próprios);
• Introdução: a importância do assunto deve ser destacada resumidamente;
• Objetivos: expostos com clareza;
• Método: expor resumidamente o método da pesquisa;
• Resultados: indicar os de maior destaque;
• Conclusões: indicar os principais resultados obtidos, em resposta aos objetivos propostos.
• Palavras-chaves: entre três e cinco extraídas dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), disponíveis no endere-ço eletrônico www.decs.bvs.br. Se forem compostas, somente a primeira palavra deve estar em caixa alta e devem ser separadas uma das outras por ponto.
• Referências: no máximo 3(três) em conformidade ao estilo Vancouver.
Observações: O título e o texto não devem conter quaisquer referências que possam identificar a origem do trabalho. Todos os autores devem concordar com o resumo enviado. Qualquer violação destas regras impede que o resumo seja enviado à comissão de avaliação.
SeleçãoA Comissão de Temas Livres será encarregada de uma seleção prévia dos trabalhos a serem apresentados.
Somente serão enviados à Comissão de Avaliação os trabalhos que respeitarem as normas gerais e específicas descritas neste regulamento. Os trabalhos que estiverem fora das normas serão automaticamente desclassificados.
A Comissão de Avaliação fará a avaliação dos trabalhos submetidos na Categoria e-pôster e Oral, considerando o escopo do Congresso, além do conteúdo técnico e metodológico.
Apresentação dos trabalhosHaverá duas formas de apresentação, com a finalidade de divulgar informações científicas e a troca de experiências entre profissionais.
E-Pôster: Pôsteres Eletrônicos: esta sessão destina-se à apresentação de trabalhos digitais em formato Power Point – PPT. Os painéis e horários serão determinados pela Comissão Organizadora. O autor terá (5) cinco minutos para apresentação.
Oral: esta sessão destina-se à apresentação de trabalhos digitais em Power Point - PPT. Os auditórios e horários serão determinados pela Comissão Organizadora. O autor terá (10) dez minutos para apresentação.
SOBECC com Você 19
12º SIMPÓSIO
Como preparar a apresentação em formato eletrônicoTodos os trabalhos serão apresentados em formato digital, previamente definido respeitando horário e tempo de apre-sentação. O Power Point deverá ser a configuração PPT na Horizontal (Paisagem).
Estará disponível um Modelo de apresentação em Power Point na divulgação do aceite, prevista para 08 de junho de 2020, no site da SOBECC.
O modelo poderá sofrer alterações de design do slide (preenchimento gradual, textura, imagem ou permanecer sólido), conforme preferência do autor.
Título: deve ser exatamente o mesmo utilizado no trabalho aprovado pela Comissão de Temas Livres.
Autores/Instituição/Cidade/Estado: abaixo do título, devem aparecer os nomes dos autores, instituição, cidade e estado onde o trabalho foi realizado. Os autores devem ser separados por vírgulas; nome e sobrenome por extenso.
Corpo do e-Pôster: deve ser autoexplicativo, de preferência com o mínimo possível de texto e o máximo de ilustrações (figuras, diagramas e tabelas).
Os trabalhos poderão conter em sua totalidade quatro (5) slides para apresentação de e-Pôster eletrônico e oito (10) slides para apresentação de Oral.
A Comissão Organizadora se reserva o direito de alterar a forma dos pôsteres enviados para que os mesmos se ade-quem as necessidades de configuração.
Certificados e anais1. Somente será emitido o certificado aos trabalhos que tenham sido apresentados.
2. Para cada trabalho apresentado será emitido um (1) certificado com o nome de todos os participantes.
3. O não cumprimento das normas inviabilizará a emissão do certificado e publicação do trabalho nos Anais do evento.
PremiaçãoSerão premiados cinco (5) trabalhos: Categoria e-Pôster: dois (2) Prêmios de Destaque na Prática, dois (2) Prêmios de Destaque Científico. A Categoria Oral contemplará um (1) Prêmio.
No ato da submissão do resumo o autor deverá manifestar o interesse em participar do processo de premiação e selecionar em qual categoria irá participar: prática ou científica. No ato da submissão as categorias estarão devidamente detalhadas.
Para a seleção dos trabalhos, serão considerados:
• Relevância e o impacto da pesquisa;
• Objetivos claros;
• Qualidade da Metodologia empregada;
• Originalidade da pesquisa e qualidade da apresentação do trabalho oral/e-Pôster.
O primeiro lugar da Categoria e-Pôster Destaque na Prática, o primeiro lugar da Categoria e-Pôster Destaque Científico e o premiado na Categoria Oral serão apresentados por um dos autores na plenária do Grande Auditório, no dia 13 de novembro de 2020.
Coordenação de Temas Livres 12º Simpósio Internacional de Esterilização e Controle de
Infecção Relacionada à Assistência à Saúde
SOBECC com Você20
12º SIMPÓSIO
Tema central“Eixos de Sustentação da Assistência em Centro de Material e Esterilização e Controle de Infecção: Gestão Baseada em Valores, Competências e Processos”
• Inteligência artificial – ferramenta de gestão para CME;• Busca ativa versus Infecção de Sítio Cirúrgico: a corrida contra
o tempo;• Desafios para garantir a limpeza de Produtos para Saúde de
conformação complexa;• Adversidades no processamento de endoscópios flexíveis: um
problema mundial;• Hands-On de limpeza de materiais utilizados em procedi-
mentos robóticos;• Mitos e realidades das propriedades do aço inoxidável: são
todos iguais?• Gestão e controle do ambiente: todas as superfícies “tocadas”
estão contaminadas?
Palestra magna 2020 - O ano mundial da enfermagem: eixo de sustentação da assistência em cuidar.
• Evolução da enfermagem em CME: uma era de descobertas;• A corrida secreta dos microrganismos;• Como alcançar zero de infecção em cirurgia limpa.
Roda Viva - Quais as alternativas para combater as dificuldades na limpeza dos endoscópios flexíveis?
• Segurança nos processos de monitorização no CME: o quão seguro é seguro?
• Desafios na limpeza dos Produtos para Saúde: desconhe-cidos pouco explorados, cada vez mais utilizados…
• A eficiência dos métodos de esterilização físico- químicos: eficácia a ser comprovada;
• Processos não convencionais: a criatividade em tempo real:• Cirurgia guiada por neuronavegação;• A magia da cirurgia Intra Uterina;• Tecnologia da impressão 3D em procedimentos
ortopédicos;• Ganhando nova chance: coração e rim artificiais;• Os bastidores da assistência do time dedicado ao
banco de tecidos;• Treinamento em ambiente simulado: realidade virtual.
De 10 a 13 de novembro de 2020
Oficinas Painel CCIH
Painel CME Técnico-Científico
• Projetos arquitetônicos em CME;• Dimensionamento;• Eficiência operacional no bloco cirúrgico;• Riscos legais no bloco cirúrgico;• Comunicação para segurança do paciente;• Biofilme durante e após as cirurgias;• Certificado de Gerenciamento Serviço Cirúrgico;• Mídia Sociais - PodCast - Ferramenta de trabalho;• Engajamento: o que é, importância e como criar;• Quais as condutas que as enfermeiras na suspeita de CJD?• Hot Topics: armazenamento e transporte dos itens esteri-
lizados. Isto é embalagem!• Reduzindo risco de infecção com a desinfecção contínua
do aparelho de anestesia;• Recrutamento para o futuro: porque a liderança periope-
ratória é um crescimento na carreira para você?
• Trabalho com alegria: um convite para repensar no seu modelo de gestão;
• Compêndio de indicadores: a busca por melhores resul-tados no CME ;
• Redução de custos com materiais não reembolsáveis: cases de sucesso;
Roda Viva - Enfrentando os eventos adversos em CME
• Carreira profissional capacitar evoluir com base na inova-ção e não na repetição;
• Safety Handle: garantindo a segurança e qualidade no ambiente operatório.
Programações paralelas
Painel Gestão em CME
SOBECC com Você 21
O evento será realizado no período de 10 a 13 de novembro 2020, você já pode conferir os valores e datas para inscrições, inclusive os descontos para grupos que participarem dos três dia de evento. Confira!
12º SIMPÓSIO
Valores 12º Simpósio Internacional de Esterilização
ASSOCIADOS
Participação nos dois períodos
dos cursos pré-simpósioParticipação do 12º Simpósio Participação por 1 dia
CATEGORIA
1º Lote de 20/05/2020
a 20/07/2020
2º Lote de 21/07/2020
a 20/10/2020
3º Lote Local do Evento
1º Lote de 20/05/2020
a 20/07/2020
2º Lote de 21/07/2020
a 20/10/2020
3º Lote Local do Evento
1º Lotede 20/05/2020
a 20/07/2020
2º Lote de 21/05/2020
a 20/10/2020
3º Lote Local do Evento
Estudantes do curso Técnico de Enfermagem
R$
40,00
R$
50,00
R$
60,00
R$
140,00
R$
160,00
R$
200,00
R$
50,00
R$
60,00
R$
100,00
Auxiliares e Técnicos de Enfermagem
Instrumenta-dor cirúrgico
Estudantes de graduação em Enfermagem
Enfermeiros profissionais afiliados
R$
60,00
R$
80,00
R$
100,00
R$
350,00
R$
380,00
R$
420,00
R$
120,00
R$
150,00
R$
180,00
NÃO SSOCIADOS
Participação nos dois períodos
dos cursos pré-simpósioParticipação do 12º Simpósio Participação por 1 dia
CATEGORIA
1º Lote de 20/05/2020
a 20/07/2020
2º Lote de 21/07/2020
a 20/10/2020
3º Lote Local do Evento
1º Lote de 20/05/2020
a 20/07/2020
2º Lote de 21/07/2020
a 20/10/2020
3º Lote Local do Evento
1º Lotede 20/05/2020
a 20/07/2020
2º Lote de 21/07/2020
a 20/10/2020
3º Lote Local do Evento
Estudantes do curso Técnico de Enfermagem
R$
80,00
R$
100,00
R$
140,00
R$
300,00
R$
350,00
R$
380,00
R$
100,00
R$
150,00
R$
200,00
Auxiliares e Técnicos de Enfermagem
Instrumenta-dor cirúrgico
Estudantes de graduação em Enfermagem
Enfermeiros profissionais afiliados
R$
100,00
R$
120,00
R$
160,00
R$
600,00
R$
650,00
R$
700,00
R$
200,00
R$
250,00
R$
300,00
Grupos que participarem do 12º Simpósio durante os três dias têm direto aos descontos abaixo:
• Grupos de profissionais entre 5 e 10 participantes: desconto de 10%• Grupos de profissionais entre 10 a 20 participantes: desconto de 15% • Grupos acima de 20 profissionais: desconto de 20%
SOBECC com Você22
12º SIMPÓSIO
Empresas expositoras confirmadas no 12º Simpósio Internacional de Esterilização e Controle de Infecção Relacionada à Assitência à Saúde
PACOTE TERRESTRE INCLUI:
IMPORTANTE:
OBSERVAÇÕES:
MLT - MICE & Leisure Travel11 5072-2420 ou 93030-9719
Emails: [email protected] ou [email protected]
PASSAGENS AÉREAS - COM DESCONTO ESPECIAIS PARA O EVENTO - CONSULTE-NOS!
valores por pessoa em R$
12º SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ESTERILIZAÇÃO E CONTROLEDE INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE - SOBECC
DE 10 A 13 DE NOVEMBRO DE 2020PALÁCIO DAS CONVENÇÕES DO ANHEMBI
FORMA DE PAGAMENTO: boleto parcelado, cartão de crédito ou através de depósito bancário a crédito da MLT – Mice & Leisure Travel. Após a solicitação de reserva, será realizado contato para fornecimento dos dados bancários para depósito.
CANCELAMENTO: até 30 dias antes do evento poderemos aceitar pedido de cancelamento por escrito, com devolução do valor com desconto das taxas de Comunicação e Administrativas.
• Valores calculados em Reais (R$) POR PESSOA e sujeitos a reajustes;• Valores válidos serão sempre fornecidos no ato da confirmação da reserva;• Transfer Regular, pressupõe a possibilidade de até 30 minutos de espera para saída do aeroporto para o hotel e saída do hotel com destino ao aeroporto com 2 a 3 horas de antecedência para voos nacionais e 3 a 4 horas de antecedência voos internacionais.
• Hotel de 10 a 13 de novembro de 2020 (4 diárias) com taxas inclusas.• As diárias se iniciam às 14h e terminam às 12h;• Hotel Holiday Inn as diárias iniciam-se às 15h e terminam às 12h;• Café da manhã, servido no restaurante;• Transfer Aeroporto / Hotel / Aeroporto;• A SOBECC oferece o transfer gratuito para o local do evento, ida pela manhã e retorno ao final do dia.
Triplo TriploDuplo DuploSolteiro Solteiro
880 150888 1521.324 261
Hotel Excelsior ***Distância do evento: 6 km
Av. Ipiranga, 770Centro
Triplo TriploDuplo DuploSolteiro Solteiro
- -904 1561.332 263
Nobile Downtown ***Distância do evento: 8 km
Rua Araújo, 141República
Triplo TriploDuplo DuploSolteiro Solteiro
804 131976 1741.408 282
Santana Gold Flat ***Distância do evento: 4 km
Rua Dr. Olavo Egídio, 170Santana
Triplo TriploDuplo DuploSolteiro Solteiro
868 1471.036 1891.416 284
Brasília Small Town ***Distância do evento: 4 km
Rua Dr. Olavo Egídio, 420Santana
Triplo TriploDuplo DuploSolteiro Solteiro
924 161948 1671.468 297
Hotel Marabá ***Distância do evento: 6 km
Av. Ipiranga, 757Centro
Triplo TriploDuplo DuploSolteiro Solteiro
- 1661.024 2771.624 409
Hotel Intercity Anhembi ***Distância do evento: 3 km
Rua Marambai, 357Casa Verde
Triplo TriploDuplo DuploSolteiro Solteiro
1.000 1801.192 2281.864 396
Wyndham Nortel Flat ***Distância do evento: 4,3 km
Av. Luiz Dumont Villares, 400Santana
Triplo TriploDuplo DuploSolteiro Solteiro
- -1.216 2341.960 420
Holiday Inn Anhembi *****Distância do evento: 1 km
Rua Prof. Milton Rodrigues, 100Parque Anhembi
HOTEL PACOTE COM 4 NOITES DIÁRIA EXTRA LOCALIZAÇÃO
SOBECC com Você 23
12º SIMPÓSIO
PACOTE TERRESTRE INCLUI:
IMPORTANTE:
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MLT - MICE & Leisure Travel11 5072-2420 ou 93030-9719
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12º SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ESTERILIZAÇÃO E CONTROLEDE INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE - SOBECC
DE 10 A 13 DE NOVEMBRO DE 2020PALÁCIO DAS CONVENÇÕES DO ANHEMBI
FORMA DE PAGAMENTO: boleto parcelado, cartão de crédito ou através de depósito bancário a crédito da MLT – Mice & Leisure Travel. Após a solicitação de reserva, será realizado contato para fornecimento dos dados bancários para depósito.
CANCELAMENTO: até 30 dias antes do evento poderemos aceitar pedido de cancelamento por escrito, com devolução do valor com desconto das taxas de Comunicação e Administrativas.
• Valores calculados em Reais (R$) POR PESSOA e sujeitos a reajustes;• Valores válidos serão sempre fornecidos no ato da confirmação da reserva;• Transfer Regular, pressupõe a possibilidade de até 30 minutos de espera para saída do aeroporto para o hotel e saída do hotel com destino ao aeroporto com 2 a 3 horas de antecedência para voos nacionais e 3 a 4 horas de antecedência voos internacionais.
• Hotel de 10 a 13 de novembro de 2020 (4 diárias) com taxas inclusas.• As diárias se iniciam às 14h e terminam às 12h;• Hotel Holiday Inn as diárias iniciam-se às 15h e terminam às 12h;• Café da manhã, servido no restaurante;• Transfer Aeroporto / Hotel / Aeroporto;• A SOBECC oferece o transfer gratuito para o local do evento, ida pela manhã e retorno ao final do dia.
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880 150888 1521.324 261
Hotel Excelsior ***Distância do evento: 6 km
Av. Ipiranga, 770Centro
Triplo TriploDuplo DuploSolteiro Solteiro
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Nobile Downtown ***Distância do evento: 8 km
Rua Araújo, 141República
Triplo TriploDuplo DuploSolteiro Solteiro
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Santana Gold Flat ***Distância do evento: 4 km
Rua Dr. Olavo Egídio, 170Santana
Triplo TriploDuplo DuploSolteiro Solteiro
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Brasília Small Town ***Distância do evento: 4 km
Rua Dr. Olavo Egídio, 420Santana
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Hotel Marabá ***Distância do evento: 6 km
Av. Ipiranga, 757Centro
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- 1661.024 2771.624 409
Hotel Intercity Anhembi ***Distância do evento: 3 km
Rua Marambai, 357Casa Verde
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Wyndham Nortel Flat ***Distância do evento: 4,3 km
Av. Luiz Dumont Villares, 400Santana
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Holiday Inn Anhembi *****Distância do evento: 1 km
Rua Prof. Milton Rodrigues, 100Parque Anhembi
HOTEL PACOTE COM 4 NOITES DIÁRIA EXTRA LOCALIZAÇÃO
SOBECC com Você24
Florence Nightingale200 anos da precursora da Enfermagem moderna
Retrato de Florence Nightingale, fotografado pela London
Stereoscopic, a pedido da Rainha Victoria.
ESPECIAL
SOBECC com Você 25
ESPECIAL
25
Durante todo o ano 2020 comemora-se o bicen-tenário do nascimento de Florence Nightingale, a precursora da enfermagem moderna. Não há, no planeta, um profissional de saúde que não
conheça e admire a vida e a obra desta italiana de nacio-nalidade britânica.
Nascida em uma família rica no dia 12 de maio de 1820 em Florença, na Itália, Florence foi batizada com o nome inglês de sua cidade natal. Filha de Sir Willian Edward Nightingale, abastado proprietário de terras formado em Cambridge e Frances Nightingale, vinda de uma família de mercadores.
Graças à visão progressista da família, Florence – diferente das demais mulheres da época – foi educada em alemão, francês, latim e inglês, além de ter estudado profundamente história, religião e música. Seus pais valorizavam a emanci-pação feminina e a melhoria das condições da sociedade e, graças a essa importante formação, Florence não aceitou seguir os padrões da alta sociedade de sua época e passou a visitar pobres, doentes e carentes em condições precárias nas redondezas de sua casa. Aos 14 anos, incomodou-se profundamente com a maneira com que os mais necessi-
Florence Nightingale (centro) e Sir Harry Verney com grupo de enfermeiras do Claydon House
tados eram cuidados e, sentindo-se “chamada por Deus”, declarou sua vocação de cuidar dos enfermos.
Sendo a Enfermagem, naquela época, uma atividade extre-mamente criticada e marginalizada, praticada apenas por pessoas pobres ou religiosas, Florence foi proibida pela fa-mília de aprender a profissão. Foi somente com 31 anos que conseguiu entrar para o curso de treinamento no Instituto de Diaconisas de Kaiserwerth, na Alemanha. Assim, pôde visitar hospitais em Edimburgo e Dublin para conhecer os mais variados tratamentos, todos insatisfatórios, na opinião de Florence. Tempos depois, em Paris, teve – finalmente – contato com métodos e condições que tratavam os pa-cientes com ar fresco e luz, baseados na Teoria Miasmática que, na época, era considerada a mais avançada. Ambientes arejados e claros, segundo os Miasmáticos, eram capazes de curar vários males e doenças que poderiam ter origem espontânea ou no contato com putrefação.
Destaque na guerra
Em 1853, na Península do Mar Negro, iniciou-se a Guerra da Crimeia, um terrível combate entre a Rússia e países
SOBECC com Você26
ESPECIAL
Moccasins feitos entre 1850 e 1856, supostamente usados por Florence Nightingale na Crimeia.
aliados, que durou três anos. Inicialmente, o exército bri-tânico não permitia a contratação de enfermeiras e, por isso, soldados passaram a trabalhar em hospitais. Com a piora das condições, o ministro britânico Sidney Herbert – conhecido de Florence – pediu que ela criasse uma equipe especial de atendimento aos militares para atuar na guerra. Como chefe de Enfermagem, Florence viajou para a Turquia e encontrou condições desumanas de higiene, tratamento e alimentação. Assim, aplicou medidas rígidas de limpeza local, permitiu que os doentes se expusessem ao ar fresco e redesenhou o plano de alimentação e de repouso, de acordo com cada enfermidade.
O fato de a mortalidade ter caído de 42,7% para 2,2%, com a atuação de Florence e sua equipe, fez com que a Enfer-meira recebesse imediato reconhecimento internacional. Com base em seu aprendizado, publicou “Notas sobre questões que afetam a saúde, eficiência e Administração Hospitalar do Exército Britânico”, uma obra com mais de 800 páginas e rica em ilustrações, que deu origem à Co-missão Real de Saúde do Exército.
Os cálculos estatísticos, infográficos e diagramas de Florence foram tão impressionantes para a época que a tornaram a primeira mulher a integrar a Sociedade Real de Estatística. A partir daí, foram mais de 200 obras sobre en-fermagem, religião e misticismo escritas sempre em inglês simples e propositalmente acessível a todas as pessoas até seus 80 anos de idade, quando foi impossibilitada de prosseguir devido à cegueira.
Revolução na Enfermagem
Acamada em 1859 devido à Febre Tifoide contraída na guerra, Florence ficou impossibilitada de atuar em hospi-tais e, assim, desenvolveu o projeto do que seria a Escola de Enfermagem do Hospital St. Thomas, em Londres. Com aulas ministradas por médicos, conteúdos teóricos e práticos, foco no atendimento aos pobres, o curso tinha a duração de um ano.
Anos depois, Florence foi consultada pelo governo ame-ricano para auxílio na Guerra Civil no gerenciamento de hospitais de bases militares. Da mesma maneira, também serviu de consultora para obras de saneamento básico de militares e civis na Índia.
Na noite de 13 de agosto de 1910, em Londres, com 90 anos, Florence Nightingale despediu-se do mundo, após anos em repouso absoluto, devido às complicações da febre tifoide.
No Brasil, no período de 12 a 20 de maio, comemora-se a Semana da Enfermagem e, no mundo, o dia 12 de maio, data de nascimento de Florence Nightingale, é conhecido como o Dia do Enfermeiro, profissional que, ao conquistar o título, realiza o solene Juramento Nightingale.
Seu legado vai muito além de homenagens. A luz carregada no sorriso, cuidado, atenção e competência carregados por cada profissional de Enfermagem relembram a cada minuto nos leitos e corredores de hospitais a “Dama da Lâmpada”, como ficou conhecida, na Guerra da Crimeia, por portar esse instrumento ao socorrer feridos em combate.
Bicentenário de Florence Nightingale
O Conselho Executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS) designou 2020 como o “Ano da Enfermeira e Par-teira” em homenagem ao 200º aniversário do nascimen-to de Florence Nightingale. A proposta foi apresentada e aprovada pelos Estados Membros na 72ª Assembleia Mundial da Saúde. Com o intuito claro de ir além da ho-menagem, a OMS pretende fixar o ano de 2020 como um marco no fortalecimento da enfermagem e da obstetrícia, preparando e lançando, na 73ª Assembleia Mundial, o primeiro relatório Estado do Mundo de Enfermagem. Da mesma forma, 2020 também culminará no final da Cam-panha Nursing Now que, nos três últimos anos, dedicou esforços na melhoria da saúde global e na elevação do status da Enfermagem.
SOBECC com Você 27
ESPECIAL
Nesta página, acima: retrato de Florence Nightingale após seu retorno da Crimea; abaixo: retrato de
Florence Nightingale em sua residência.
As homenagens pelo bicentenário do nascimento de Florence Nightingale vão além da OMS. O mundo já está usando a hashtag #nightingale2020 e no museu oficial, em Londres, está ocorrendo a exposição “Florence Nightinga-le: Líder, Ícone, Pioneira”. Lembrada na mostra como fun-dadora da Enfermagem moderna, Florence também está sendo celebrada como ícone feminino, pioneira em saúde, estatística influente e líder, cujo legado ainda vive.
Honremos o legado de Florence
A todos nós, profissionais de Enfermagem e de saúde, cabe honrar a missão de Florence Nightingale e diariamente atuar com respeito, ética, cuidado e carinho. Somos todos herdeiros da força, de coragem e do pioneirismo desta mulher que rompeu com a tradição e as normas sociais para se dedicar à vida, ao bem e ao cuidado dos pacientes, principalmente os mais necessitados.
Parabéns a todos os profissionais de Enfermagem! Muito obrigado, Florence Nightingale!
SOBECC com Você28
ENTREVISTA
Qual é o começo ideal na carreira de Enfermagem? Qual é o profissional mais procurado? O que ler e quais são as competências mais valorizadas? Conversamos com o Professor Laércio Neves, palestrante de Gestão, Liderança, Empreendedorismo e Alta Performance na área de Saúde, sócio-diretor da LN Educação.
As competências mais valorizadas nos enfermeiros
SOBECC com Você 29
ENTREVISTA
SOBECC com Você: Quem é, para o senhor, o Pro-fissional de Enfermagem ideal?
Laércio Neves: O profissional ideal é aquele que con-
segue reunir Conhecimentos e Habilidades e desenvolver
as Atitudes necessárias para enfrentar os desafios diários
que toda e qualquer organização de saúde possui, tendo
sempre excelência em sua expertise de atuação. Muitos
buscam áreas de atuação que sejam mais requisitadas e
que contemplem mais “status”. Às vezes, o profissional não
apresenta o perfil comportamental para tais áreas e aos
poucos acaba se frustrando.
SOBECC com Você: Falando nessas áreas, como está a Enfermagem como mercado profissional na atualidade?
Laércio Neves: Para aqueles pro-
fissionais que conseguem definir sua
área de atuação, segmento e desen-
volver competências, o mercado está
ótimo, porém, para aqueles que ainda
visualizam a Enfermagem com um
foco pequeno, não ampliando seu
conhecimento, pode ser que a Enfer-
magem esteja limitando-se cada vez
mais. Já foi a época de termos uma
Enfermagem somente assistencial.
Temos a Lei do Exercício Profissional,
7.498/ 1986, que nos dá respaldo para
áreas de Assistência, Educação, Pes-
quisa e Gestão, assim conseguimos
ter um vasto campo de atuação.
SOBECC com Você: Para iniciar bem nesse vasto campo de atuação, qual seria um “bom começo profissional” para o Enfermeiro?
Laércio Neves: Realizando um Planejamento e uma Ges-
tão de Carreira. Não saindo da faculdade fazendo essa ou
aquela pós-graduação para apenas constar em seu currí-
culo profissional. O mercado e a profissão iniciam dentro
da universidade, por meio das participações em congres-
sos, workshop, cursos, simpósios, jornadas, entre outros,
ou seja, o processo de valorização profissional se inicia
bem lá atrás e não somente após a formação, como alguns
fazem. Realizar monitorias, ir além do que a universidade
oferece e ir além do que o professor transmite faz toda a
diferença na formação do enfermeiro.
SOBECC com Você: Então, não buscando essa dife-rença, qual seria um começo não tão desejável para o Enfermeiro?
Laércio Neves: Como a grande maioria faz: não sabe ao
menos elaborar um currículo profissional. Não é somente
o fato de não possuir este ou aquele conhecimento; muitas
vezes, não tem o que colocar no currículo, não tem uma
iniciação cientifica, monitoria, sequer participou como
organizador de um evento, ou seja, terá grandes dificulda-
des ao sair da universidade. O processo de networking tão
falado hoje em dia, começa a partir do primeiro dia de aula.
SOBECC com Você: Então, quais são as competências mais valorizadas nos profissionais de Enfermagem?
Laércio Neves: Seria muita negli-
gência da minha parte dizer que as
habilidades e competências técnicas
não são tão valorizadas, pelo contrá-
rio, são, e muito, porém como muitas
vezes o profissional sai da universida-
de e já logo entra neste ou naquele
curso de pós-graduação, ele acaba
elevando ainda mais suas habilidades
técnicas, também chamadas de Hard
Skills, deixando de desenvolver as
habilidade e competências atitudinais
e comportamentais, as chamadas
Soft Skills. Por isso, é muito comum a
frase: “Contrata-se por competência
e desliga-se por comportamento”.
Assim, acredito que as competências
mais valorizadas sejam Liderança, Tomada de Decisões,
Gerenciamento de Conflitos, Relacionamento Interpes-
soal, Empatia, Capacidade de Influência, entre outras.
SOBECC com Você: Por que elas são tão valorizadas?
Laércio Neves: Com a popularização da internet e a
chegada cada vez mais forte da Inteligência Artificial, as
pessoas estão se distanciando ainda mais e na Assistência
de Enfermagem o toque, a escuta e a empatia ainda fazem
toda a diferença entre a equipe e junto aos pacientes.
SOBECC com Você: Analisando como elas são im-portantes, vem a questão: como adquirir ou de-senvolver essas capacidades?
Acredito que as competências mais
valorizadas sejam Liderança, Tomada de Decisões,
Gerenciamento de Conflitos, Relacionamento Interpessoal,
Empatia e capacidade de influêcia...
Laércio Neves
SOBECC com Você30
ENTREVISTA
Laércio Neves: A partir do momento em que o profissio-
nal consegue identificar seus pontos positivos e pontos a
melhorar, deve buscar essa melhoria constante. Não me
refiro às melhorias técnicas, pois estas, geralmente, podem
estar próximas ao desejável. As falhas estão no compor-
tamento. Essa busca deve ser feita por meio de leitura,
treinamentos, cursos, sessões de coaching, entre outros.
SOBECC com Você: Há competências ou caracte-rísticas não tão valorizadas no mercado, mas que o senhor julga importantes? Por quê?
Laércio Neves: Acredito que a cada dia todas estão
sendo bem exigidas. Uma competência muito valorizada
pelo mercado e que eu julgo muito im-
portante, entre outras, é a Liderança. Essa
competência faz toda a diferença dentro
de uma equipe, pois é a capacidade do
Enfermeiro em influenciar pessoas e
equipes. Isso é mágico.
SOBECC com Você: Certo, mas, como e onde adquirir essas compe-tências?
Laércio Neves: Existem treinamentos
específicos, como aqueles que eu minis-
tro. Estes treinamentos apresentam ao
enfermeiro todos os pilares necessários e ele, juntamente
com o treinador, vai identificar sua situação atual versus a
situação desejada e todo o processo que deverá aconte-
cer - atitudinal, comportamental, mental - para que tenha
êxito em sua busca.
SOBECC com Você: Sendo assim, o que é, efetiva-mente, um Enfermeiro competente?
Laércio Neves: Aquele que possui Conhecimento: O que
fazer. O saber sobre um determinado assunto, know-how a
respeito de algo que tenha valor para empresa e para o pró-
prio; Habilidade: O saber fazer. A habilidade para produzir
resultados com o conhecimento que se possui e a Atitude:
O querer fazer. Saber ser, aspectos éticos, cooperação, so-
lidariedade e participação, atitude assertiva e pró-ativa. Para
mim, Competência é o resultado destes três elementos e
não pode vir sozinha.
SOBECC com Você: Como não ficar parado profis-sional e academicamente?
Laércio Neves: Muitos profissionais estão em busca de
Emprego e não desenvolvem Empregabilidade. Ficam
estagnados dentro de uma mesma empresa por anos
e anos, não buscam aprimoramento e ficam reféns
de uma limitação de conhecimento. Hoje, conselho,
associações e instituições de ensino promovem uma
diversidade de atividades com preços acessíveis ou até
mesmo gratuitos, com o objetivo de agregar ainda mais
conhecimento ao profissional.
SOBECC com Você: O senhor indica alguma maneira ideal de desenvolvimento profissional e acadêmico?
Laércio Neves: Estar atento ao Conselho que promo-
ve muitos eventos e atividades relevantes para nossa
área e profissão.
SOBECC com Você: Quais são as competências da vida cotidiana (não relacionadas diretamente à Enfermagem) que podem contri-buir para o desempenho do profis-sional enfermeiro?
Laércio Neves: Resiliência. Essa com-
petência é muito importante a todo
e qualquer ser humano, ainda mais
quando se vive em um País com tanta
desigualdade como o nosso.
SOBECC com Você: Qual é o papel das lideranças no desenvolvimento das competências?
Laércio Neves: Instrumentalizar. Criar ambientes em
que as pessoas e as equipes possam se identificar e se
descobrir. As lideranças devem ter em mente que eles são
influenciadores e como influenciadores devem entender a
importância da liderança e do espelhamento, ou seja, qual
referência os profissionais estão buscando.
SOBECC com Você: Como um profissional que de-seja se desenvolver deve aproveitar o dia-a-dia no Centro Cirúrgico?
Laércio Neves: Primeiramente, entender que o Centro
Cirúrgico é um dos setores que mais exige e desenvolve
competência profissional, visto que a capacidade de
planejamento, raciocínio clínico, tomada de decisão e
gerenciamento de recursos são constantemente exigi-
dos nessa unidade. Por isso, todo e qualquer profissional
que esteja inserido neste contexto irá desenvolver, não
somente competências técnicas, mas competências
gerenciais e essenciais.
As lideranças devem ter em
mente que eles são influenciadores...
Laércio Neves
SOBECC com Você 31
ENTREVISTA
SOBECC com Você: O senhor poderia nos indicar um ou mais livros para o bom desenvolvimento das competências?
Laércio Neves: Claro. Voltados direta ou indiretamente à
Enfermagem, eu recomendo:
• 7 Hábitos das pessoas altamente eficazes — Ste-phen Covey;
• A essência do líder — Warren Bennis;
• 21 leis irrefutáveis da liderança — John Maxwell;
• Como fazer amigos e influenciar pessoas — Dale Carnegie;
• Ágeis e inovadoras — Adam Bryant;
• Gestão da emoção — Augusto Cury.
SOBECC com Você: O que mais, de relevante, deve--se ressaltar sobre as competências?
Laércio Neves: O profissional de Enfermagem necessita
compreender que não é a pós-graduação neste ou naque-
le curso que fará dele o melhor. Não é a quantidade de
cursos que fará dele melhor, até porque quantidade não
determina qualidade. O que fará o diferencial será a exper-
tise gerada em um segmento, em uma área ou em áreas
afins, isso o fará ser influente, referência e ser a autoridade
neste ou aquele assunto. Fomentar pesquisa, criar evidên-
cia e publicações sobre evidências fazem toda a diferença
quando se fala de um profissional de excelência.
O Professor Laércio Neves também deixou conosco
a recomendação de uma importante bibliografia vol-
tada a negócios:
Chiavenato I. Planejamento, recrutamento e seleção
de pessoal. [livro eletrônico]. Baruei: Manole; 2009.
Locoselli CJ, Zenker MR. Gerenciamento de recursos
humanos em projetos. Coleção Grandes Especialistas
Brasileiros. Rio de Janeiro: Elsevier; 2014.
Robbins SP. Comportamento organizacional. [livro
eletrônico]. São Paulo: Pearson Prentice Hall; 2010.
Rosso F et al. Liderança em 5 atos: ferramentas práti-
cas para gestores em instituições de saúde. São Cae-
tano do Sul: Yendis; 2012.
Palocci PA, editor. Melhores práticas em gestão de
pessoas: experiências dos hospitais ANAHP - Associa-
ção Nacional de Hospitais Provados. Rio de Janeiro:
Medbook; 2011.
Robbins SP, Judge TA, Sobral F. Comportamento orga-
nizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. São
Paulo: Pearson Prentice Hall; 2010.
Souza VL et al. Gestão de pessoas em saúde. Rio de
Janeiro: FGV; 2010.
Enfermeiro, Especialista em Gestão em Enfermagem, com Mestrado na área de Reabilitação e Inclusão So-cial. Possui Formação em Professional e Life Coach. Analista Comportamental DISC. Professor do Curso de Medicina da Universidade Nove de Julho (UNI-NOVE), no Curso de Graduação em Enfermagem da Anhanguera, bem como em cursos de pós-graduação nas áreas de gestão e saúde de algumas instituições (SENAC, IBEC, FACISB, FMSCSP, UniEducacional ZR). Palestrante nas áreas de Gestão, Liderança, Empreen-dedorismo e Alta Performance na área da Saúde. Sócio diretor da LN Educação | Cursos, Treinamentos e Con-sultoria em Saúde.
Laércio Neves
SOBECC com Você32 SOBECC com Você32
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Por Rita Catalina Aquino Caregnato
O Nursing Now é a campanha global de valorização da Enfermagem. Uma iniciativa da Or-ganização Mundial da Saúde (OMS) e do Conselho Internacional de Enfermeiros (ICN). O lançamento global da campanha ocorreu em Londres, dia 27 de fevereiro de 2018, tendo como patrona a Duquesa de Cambridge, Kate Middleton. Sua abrangência é mundial e
tem a aderência de mais de 80 países. No Brasil, o lançamento foi dia 24 de abril de 2019, em Brasília, com o tema “O impacto das contribuições da Enfermagem para os sistemas de Saúde”.
No nosso País, o Nursing Now foi um marco histórico para a Enfermagem nacional. Estavam presen-tes representantes da OMS, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), da OPAS/Brasil e do Conselho Nacional de Enfermeiros (ICN), além do presidente do Conselho Federal de Enfermagem (COFEn), da coordenadora do Grupo de Trabalho do Nursing Now, do Ministro da Saúde e demais representantes do Congresso Nacional. Autoridades universitárias, representantes da categoria e gestores de saúde também abrilhantaram o evento.
A campanha propõe estimular e capacitar enfermeiros para assumirem o papel central no enfrenta-mento dos desafios da área da saúde no século XXI, contribuindo para a melhoria da saúde global e tornando os profissionais mais influentes na luta por uma saúde melhor com todo potencial, com-petência e liderança. Sua duração prevista é de três anos, portanto, 2020 será o seu término, que coincide com o bicentenário do nascimento de Florence Nightingale.
Por se tratar de uma campanha global, seus resultados e conquistas são imensuráveis. É possível registrar como algo extremamente positivo, a mobilização de diversos países na adesão à campanha e a visibilidade grandiosa dada à profissão, além da convocação dos cidadãos e dos políticos de cada nação para uma atenção especial ao papel da Enfermagem dentro do sistema de saúde.
Nursing Now: valorizando a enfermagem
SOBECC com Você 33
Metas do Nursing Now
1. Investir no fortalecimento da educação e no desenvolvimento dos profissionais de Enfermagem, com foco na liderança;
2. Investir na melhoria das condições de tra-balho dos profissionais de Enfermagem;
3. Disseminar práticas efetivas e inovadoras de Enfermagem, com base em evidências científicas em âmbito nacional e regional.
Próximos passos, COFEn e metas
Nosso País tem mais de 2 milhões de profissionais de En-fermagem entre Enfermeiros, Técnicos de Enfermagem, Auxiliares de Enfermagem e Obstetrizes, representando 60% da força de trabalho na área de saúde. O próximo pas-so é chamar a atenção das autoridades e do governo para a valorização dos profissionais de Enfermagem, criando melhores condições de trabalho e permitindo o empode-ramento da categoria profissional. Outro passo importante é tornar a profissão atraente, trazendo mais jovens – ho-mens e mulheres – e popularizando entre ambos os sexos, uma vez que, atualmente, a profissão é majoritariamente feminina.
O COFEn, interessado em trazer a campanha para o Brasil, firmou uma parceria com o Centro Colaborador da OPAS/OMS, responsável pelo desenvolvimento da pesquisa em Enfermagem e com o Burdett Trust for Nursing, imple-mentador da Campanha Nursing Now pelo mundo. O convênio assinado entre essas partes é responsável pela chegada do Nursing Now ao Brasil e detém uma série de compromissos e responsabilidades que demandam ações locais, regionais e nacionais.
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
SOBECC com Você 33
Doutora em Educação, Mestre em Enfermagem, Es-
pecialista em Saúde Pública, Administração Hospitalar,
Metodologia do Ensino Superior. Professora Adjunta IV
do Departamento de Enfermagem da Universidade Fe-
deral de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
Professora permanente dos Programas de Mestrados
Profissionais em Ensino na Saúde e Enfermagem. Tuto-
ra da Residência Multiprofissional em Saúde (RMS) do
Programa de Terapia Intensiva. Pesquisadora, Membro
do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da UFCSPA, Líder
do Grupo de Estudos e Pesquisa da Práxis de Enfer-
magem (GEPPEN) e Vice-Líder do Grupo de Pesqui-
sa em Educação a Distância no Ensino das Áreas da
Saúde, ambos da UFCSPA. Membro da Association of
periOperative Registered Nurses (AORN).
Rita Catalina Aquino Caregnato
Rio Grande do Sul, o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-RS) criou o Concurso Experiências Inovadoras da Equipe de Enfermagem do Rio Grande do Sul. Os profis-sionais devem participar e mostrar para o mundo como o seu trabalho é relevante. Todos os profissionais de enfer-magem devem divulgar a campanha e seus trabalhos nas redes sociais, valorizando a profissão e compartilhando o conhecimento próprio da profissão, mostrando para a sociedade o quanto somos importantes e indispensáveis
para a saúde da população.
Cabe aos profissionais de Enfermagem se engajarem na campanha, mostrando a sua importância e o trabalho desenvolvidos. O site Nursing Now Brasil (www.nursingno-wbr.org) concentra os principais projetos da Enfermagem brasileira. O COFEn lançou o “Mapa de Inovações”, com a finalidade de descobrir as iniciativas de sucesso da Enfer-magem, dando, assim, visibilidade ao trabalho. Cada Con-selho Estadual está promovendo ações para viabilizar o trabalho desenvolvido pelos profissionais, por exemplo, no
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AORN
Tecnologia de adenosina-trifosfato de bioluminescência como ferramenta adjunta para validar a limpeza de instrumentos cirúrgicosPor Jose A. Rodriguez e Gwendolyn Hooper
Cirurgiões e pacientes se beneficiaram dos avan-ços no design dos instrumentais cirúrgicos e do desenvolvimento de técnicas revolucionárias no intraoperatório, envolvendo abordagens
minimamente invasivas e tecnologia robótica. Como resultado dos avanços cirúrgicos, os pacientes podem experimentar um tratamento perioperatório aprimorado, que resulta em menos complicações intraoperatórias e em menor tempo de recuperação pós-operatória e de permanência no hospital.
Infelizmente, com o avanço da tecnologia, o design dos instrumentais cirúrgicos apresenta grandes desafios para os processos de limpeza, desinfecção, esterilização e vali-dação, porque as bactérias, leveduras e mofo são deixados para trás, mesmo quando as instruções de uso do fabricante (IFU) são rigorosamente seguidas. O biofilme (a massa de microorganismos e material extracelular que adere à super-fície do instrumental) atua como barreira contra o agente esterilizante e impede a esterilização completa dos instru-mentais cirúrgicos, colocando assim os pacientes em risco para evoluir com uma Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC).
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AORN
Descrição do problema
Os designs complexos dos instrumentais cirúrgicos difi-
cultam a limpeza que o profissional realiza no Centro de
Material e Esterilização (CME). Os funcionários geralmente
usam a inspeção visual direta para determinar a limpeza
do instrumental, mas a observação não é adequada ou
confiável o suficiente para detectar, de maneira eficaz e
consistente, a matéria orgânica residual nas superfícies dos
instrumentais. A inspeção visual é particularmente signifi-
cativa para validar a limpeza de instrumentais canulados,
articulados e microcirúrgicos, para os quais não é possível
aos técnicos usarem a avaliação visual dos lúmens internos
dos instrumentais canulados. Os instrumentos canulados
são instrumentos ocos que permitem a passagem de flui-
dos ou outros instrumentos. Eles podem ser um dos tipos
mais difíceis de instrumental para realizar a limpeza, devido
ao seu design complexo; sendo assim, apresentam risco
maior de retenção de carga microbiana.
A Associatin for Advancement of Medical Instumentation (AAMI) reconhece que o uso de produtos comercialmente disponíveis pode ser um método mais objetivo e sensível do que a inspeção visual para identificar a presença de carga microbiana residual nos instrumentais cirúrgicos processados. A Associação recomenda que os gestores do CME escolham métodos para verificar a eficácia da limpeza que são fáceis de serem utilizados pelos funcionários em um curto período de tempo. Além disso, os membros da equipe devem usar métodos que se correlacionem com as referências disponíveis e devem ser precisos, reprodutíveis e adaptáveis às necessidades da Instituição.
Embora muitos CME adotem tecnologias aprimoradas de
visualização (por exemplo, microscópios e endoscópios fle-
xíveis para inspecionar e validar a limpeza do instrumental),
a maioria da Instituições hospitalares depende de inspeção
visual não assistida. Os métodos baseados em trifosfato de
adenosina (ATP) surgiram como uma solução promissora
para validar processos de limpeza manual e mecânica. Esses
métodos medem a bioluminescência - a quantidade de luz
produzida em uma reação de ATP e luciferase-luciferina -
para estimar a quantidade de ATP residual em uma superfície
limpa do instrumental. Embora tenham sido publicadas pes-
quisas sobre os métodos de verificação baseados em ATP
em ambientes do hospital, faltam evidências que apoiem
sua aplicação em ambientes cirúrgicos.
Nessa configuração de projeto de melhoria da qualidade
(QI), após a conclusão do processo de limpeza, os técnicos
do CME não tinham um processo de verificação objetivo e
não conseguiam validar a adequação do processo de lim-
peza e a limpeza dos instrumentais cirúrgicos. Os gestores
do CME queriam determinar se a tecnologia baseada em
ATP melhoraria a detecção de contaminação microbiana
de instrumentais cirúrgicos limpos e visualmente inspecio-
nados no CME.
Configuração
Esse projeto de QI ocorreu no CME de um centro médico
militar localizado na região da capital dos Estados Unidos. A
equipe do CME era composta por 47 técnicos e um Enfer-
meiro Perioperatório. Os 15 técnicos do CME e a enfermeira
eram certificados. O centro médico tem 18 salas de cirurgia,
onde aproximadamente 1.200 procedimentos são realiza-
dos a cada mês. Os técnicos do CME são responsáveis pelo
processamento dos materiais para todas as salas cirúrgicas
e para o restante do centro médico. Os técnicos do CME
realizam a limpeza, embalam, esterilizam, distribuem e
armazenam aproximadamente 8.000 bandejas cirúrgicas
mensalmente, de acordo com as políticas e procedimentos
operacionais, com base nas recomendações da AAMI.
Objetivos do projeto
Os objetivos deste projeto de QI eram iniciar o uso da
tecnologia baseada em ATP como parte do programa de
controle de qualidade no CME, determinar se havia ou não
um aumento na detecção de carga microbiana em instru-
mentais canulados e quantificar as diferenças relacionadas
ao tipo de limpeza manual com o uso da lavadora ultras-
sônica ou limpeza mecânica. Os objetivos secundários
eram identificar e solucionar alguns questionamentos no
processo de limpeza de instrumentais (por exemplo, déficit
de conhecimento sobre práticas de limpeza, falta de equi-
pamentos e suprimentos de limpeza adequados).
Revisão de evidências
Muitos gestores dos hospitais, funcionários, pacientes e
familiares estão cientes dos custos e impactos das In-
fecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). Em
2013, os custos estimados de tratamento direto e indireto
associados às IRAS foram de US$ 96 a US$ 147 bilhões em
hospitais de cuidados intensivos, excluindo contextos não
hospitalares (por exemplo, clínicas comunitárias). Segun-
do pesquisa publicada em 2009, as ISC foram estimadas
SOBECC com Você36
AORN
como as IRAS mais comuns (36%) e representaram 33,7%
dos US$ 9,8 bilhões gastos nas cinco principais IRAS. Em
2009, os pesquisadores concluíram uma observação de
controle de infecção e um estudo de caso-controle so-
bre ISC após procedimentos ortopédicos. Sete pacientes
desenvolveram ISC nas articulações após a cirurgia de
artroscopia e o microrganismo causador, foi a Pseudo-
monas aeruginosa. Embora outros 10 pacientes tenham
desenvolvido infecções por P. aeruginosa, os resultados
indicaram que as origens das infecções não foram as
mesmas que as infecções em 7 pacientes pós-artros-
copia. Como resultado desses incidentes, a US Food and
Drug Administration recomendou que as unidades de
processamento de materiais considerem a tecnologia
assistencial (por exemplo, videoscópios) para validar a
limpeza dos instrumentais cirúrgicos. Em 2009, o US Food
Departament of Veteran reconheceu que mais de mil vete-
ranos foram submetidos a procedimentos endoscópicos
realizados com endoscópios contaminados.
Embora os profissionais de saúde usem a inspeção visual
para validar a limpeza dos instrumentos cirúrgicos, os pes-
quisadores questionaram sua eficácia em áreas não cirúr-
gicas. Os instrumentais cirúrgicos parecem limpos a olho
nú, mas podem estar contaminados com depósitos de
matéria orgânica. Tanto a AAMI quanto a AORN apoiam o
uso de métodos sensíveis para validar a limpeza de instru-
mentais cirúrgicos, e a AORN recomenda que os gestores
incorporem, em seus processos de CME, um programa de
gerenciamento de qualidade com testes para verificar se os
instrumentais cirúrgicos estão limpos adequadamente. Os
gerentes devem avaliar e incorporar tecnologias existentes
(por exemplo, ATP-bioluminescência) para quantificar os
resultados dos processos de limpeza manual e mecânica
de maneira objetiva. Os pesquisadores usaram medições
de ATP-bioluminescência para determinar a eficácia dos
processos de limpeza de instrumentais cirúrgicos.
Originário da indústria de alimentos, o método baseado em
ATP surgiu como uma alternativa para validar rapidamente
os processos de limpeza em Instituições de saúde. Em
estudo, compararam os métodos de ATP-bioluminescên-
cia, inspeção visual e contagem aeróbia de colônias para
verificar a limpeza de diferentes superfícies hospitalares e
concluíram que um ensaio baseado em ATP é uma ferra-
menta sensível e rápida que pode ser usada para avaliar a
limpeza ambiental terminal. Outro estudo concluiu que a
tecnologia baseada em ATP oferece uma alternativa rápida
e barata para detectar endoscópios sujos e destacou a
capacidade da tecnologia em identificar partes críticas dos
instrumentais cirúrgicos. Um estudo semelhante descre-
veu o método baseado em ATP como prático na validação
de processos de limpeza de instrumentais cirúrgicos, por-
que os usuários foram capazes de obter resultados com
rapidez e facilidade.
As condições ambientais em que os instrumentais cirúr-
gicos são limpos podem ser tão importantes quanto o
próprio processo de limpeza. Os padrões e diretrizes dis-
poníveis designam áreas limpas do CME, adequadas para
montagem, inspeção, embalagem, esterilização e arma-
zenamento dos instrumentais cirúrgicos. Os gerentes do
CME devem determinar os horários de limpeza ambiental
e trabalhar com os funcionários do CME para monitorar a
limpeza e evitar a contaminação cruzada. Um estudo que
teve como objetivo destacar a versatilidade da tecnologia
baseada em ATP na validação da limpeza de superfícies
ambientais de sala de cirurgia concluiu que a tecnologia de
bioluminescência de ATP é um método inovador que pode
ajudar a identificar áreas ambientais de alto risco na sala de
cirurgia, que pode levar a taxas de infecção aumentadas.
Embora os pesquisadores tenham investigado apenas o
ambiente da sala de operação e não as áreas de trabalho
do CME, é razoável supor que o pessoal do CME possa usar
o teste de ATP-bioluminescência para identificar contami-
nação em seu ambiente.
Métodos do projeto
Este projeto de QI avaliou a eficácia de um marcador ATP
para avaliar a limpeza, usando um sistema de swab, que
detectou bioburden em instrumentais cirúrgicos canula-
dos após limpeza manual e mecânica. Os técnicos do CME
inspecionaram visualmente e classificaram os instrumen-
tais cirúrgicos da amostra como limpos antes de testar a
presença de ATP. Durante o projeto de QI no CME desta
instalação, os técnicos validaram a limpeza dos instrumen-
tais cirúrgicos usando um processo de avaliação visual não
assistida. Pesquisas mostraram que o método ATP não é
demorado e fornece resultados objetivos e quantificáveis
quando usado para avaliar a limpeza hospitalar. Os ges-
tores hospitalares do projeto de QI haviam recentemente
considerado o uso dessa tecnologia para melhorar o pro-
grama de controle de qualidade. Esse projeto de QI exigia
a compra de um sistema automatizado de monitoramento
de contaminação para avaliar a presença do marcador
ATP, uma consideração financeira para a implementação
SOBECC com Você 37
Fonte AORN JOURNAL
Dezembro de 2019 | Vol. 110, Nº 6
AORN
da tecnologia. Como o projeto de QI não foi considerado
pesquisa com seres humanos, o conselho de revisão da
instituição o isentou de revisão.
Resultados
O teste de ATP-bioluminescência identificou efetivamente
16 (13,5%) dos 118 instrumentais cirúrgicos limpos de for-
ma inadequada. As furadeiras elétricas manuais (3,39%) e as
pontas de sucção (5,80%) foram os dois tipos mais comuns
de instrumentais, exceto as furadeiras elétricas manuais (5
de 118), que não podem ser imersas em líquidos, passaram
por um ciclo da lavadora ultrassônica de cinco minutos
após a limpeza manual e antes do teste ATP. Todos os
instrumentais canulados passaram pela inspeção visual e
foram classificados como limpos antes do teste de ATP. Os
instrumentos que falharam no teste de ATP-biolumines-
cência foram reprocessados, o protocolo de limpeza foi
revisado e os instrumentais foram testados novamente, até
que uma pontuação de aprovação fosse alcançada.
Resultados dos testes após limpeza manual e ultrassônica
O maior número de testes ATP com falha ocorreu após a
limpeza manual e ultrassônica de instrumentos canulados.
Um total de 14 (23,7%) dos 59 instrumentais limpos ma-
nualmente testados para ATP falhou. Um total de quatro
(80%) dos cinco teve perfuradores e quatro (14,8%) dos
27 instrumentais de sucção foram reprovados no teste, o
que representou as maiores taxas de falhas entre todos os
instrumentais canulados.
Resultados do teste após limpeza manual, ultrassô-
nica e mecânica
A taxa de falhas do processo de limpeza após a limpeza
manual, ultrassônica e mecânica foi significativamente
menor quando comparada com as taxas após a limpeza
manual e ultrassônica (P = 0,0022). Apenas dois (3,4%) dos
59 instrumentais avaliados apresentaram falha no processo
de limpeza na realização do teste após a limpeza mecânica.
Conclusão
Os resultados deste projeto de QI sugerem que a tecno-
logia de ATP-bioluminescência é um método rápido e
eficaz para avaliar os processos de limpeza e dos instru-
mentais cirúrgicos nesta Instituição de tratamento militar.
A tecnologia baseada em ATP foi eficaz na detecção de
instrumentais contaminados e na identificação de irre-
gularidades nos processos de limpeza de instrumentais
cirúrgicos. Esse projeto de QI levou a mudanças imediatas
nos procedimentos operacionais do CME e na aquisição
de equipamento de limpeza apropriado. A tecnologia
baseada em ATP foi mais valiosa após a limpeza manual
e ultrassônica, pois observou-se que a carga microbiana
foi encontrada em uma taxa maior, quando comparada à
limpeza mecânica.
A tecnologia ATP-bioluminescência pode ser usada para
apoiar programas de educação e treinamento no CME
desta Instituição. Quando os membros da equipe não
aderem ao manual de instruções dos fabricantes e usam
técnicas de limpeza inadequadas ao limpar instrumen-
tais cirúrgicos, o risco de retenção de carga microbiana
e infecções no pós-operatórios, aumenta. A tecnologia
baseada em ATP pode ser usada para ajudar os gestores
do perioperatório a validar as competências dos membros
da equipe. Os gestores perioperatórios planejam continuar
usando essa tecnologia, e essas mudanças devem levar a
um aumento na qualidade do produto e na segurança do
paciente e na redução do risco de ISC nesta instituição de
tratamento militar. Eles também planejam continuar ava-
liando a literatura para qualquer padronização dos valores
da URL, a fim de permitir um melhor benchmarking.
DNP, RN, APRN, CCNS, CNOR, MAJ, ANC, EUA, é profes-sor assistente e diretor adjunto do Programa Especialista em Enfermagem Clínica em Gerontologia para Adultos da Uniformed the Health Sciences, Bethesda, MD.
PhD, RN, APRN-BC, FNP, é professora assistente da The University of Alabama Capstone College of Nu-rsing, Tuscaloosa.
Jose A. Rodriguez
Gwendolyn Hooper
SOBECC com Você38
FORA DA PROFISSÃO
A Enfermeira JardimTudo começou quando o pequeno Heitor passou a levar de presente para as professoras os lanches naturais que a mãe fazia. Não tardou para os pre-sentes se tornarem encomendas e a Enfermeira Dulcilene Pereira Jardim se ver cercada de pedidos de clientes in-teressados em alimentos saudáveis.
Dulcilene, ou Dulci, como gosta de ser chamada, tem 40 anos, nasceu em São Paulo e, atualmente, vive com o marido Marcos e os dois filhos, Heitor, de seis anos, e Olívia, de três, em Pilar do Sul, inte-
rior do Estado. Formada em Enfermagem em 2003, Dulci é pós-graduada em Saúde Pública pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), especialista em Centro Cirúrgico pela SOBECC e Mestre em Ciências da Saúde pela UNIFESP. Atuou no Centro Cirúrgico do Hospital Israelita Albert Eins-tein por cinco anos, além de – paralelamente – trabalhar como docente na Universidade Santo Amaro e no próprio Einstein, no curso de Especialização em CC/RA/CME acom-panhando estágios, ministrando aulas e orientando traba-lhos de conclusão. Atualmente, Dulci é conselheira editorial da Revista SOBECC e avaliadora dos trabalhos apresentados nos congressos da SOBECC.
Estressada, aos 33 anos, na época de sua primeira ges-tação, Dulci mudou-se da capital em busca de uma vida melhor para o filho. Além de distância da poluição, trânsito, barulho e violência, a enfermeira buscava um maior con-tato com a natureza e alimentação mais saudável. Pouco mais de dois anos após o nascimento de Heitor, veio Olívia, sua segunda filha. Assim, com dois filhos pequenos, a en-fermeira optou por desenvolver uma atividade profissional que a permitisse acompanhar os filhos de perto.
Na escola, quando as encomendas de pães e bolos inte-grais começaram a crescer devido apenas à qualidade e ao boca a boca, Dulci percebeu a necessidade de ampliar suas opções para os clientes e fazer o que gosta como profissão: prover alimentos saudáveis, privilegiando a preservação do meio-ambiente. Vegetariana, a enfermeira não via seu novo ramo de atuação apenas como uma ma-neira de se sustentar, mas também de ajudar a sociedade a ter acesso a uma alimentação genuinamente saudável e saborosa. Comida de verdade para gente de verdade.
O nome do empreendimento veio naturalmente. H2O. Mais do que a fórmula da água, as duas letras são uma real home-nagem aos filhos Heitor e Olívia. “Depois dos pães e bolos integrais, comecei a fazer marmitas congeladas de lasanha de berinjela e brócolis, panquecas, escondidinho de man-dioquinha e hambúrgueres de grão-de-bico em tamanhos grandes e marmitas individuais”, comenta, explicando que a refeição, completa e balanceada, serve para diversos fins: emagrecimento, dietas especiais, alergias e intolerâncias.
Se Dulci parasse por aí, já seria um grande sucesso, mas a enfermeira, incansável, decidiu contribuir ainda mais com a sociedade e passou a trabalhar com produtos orgânicos, ou seja, livre de agrotóxicos. “Foi quando compramos um terreno em uma área de chácaras de nossa cidade e eu
Fonte: arquivo pessoal de Dulcilene Pereira Jardim
SOBECC com Você 39
Formada em Enfermagem e pós-graduada em Saúde Pública pela UNIFESP. Especialista em Centro Cirúrgi-co pela SOBECC e Mestre em Ciências da Saúde pela UNIFESP. Atuou como enfermeira no Centro Cirúrgico do Hospital Israelita Albert Einstein e também como docente na Universidade Santo Amaro e no curso de pós-graduação da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE). Conselheira editorial da Revista SOBECC.
Dulcilene Pereira Jardim
FORA DA PROFISSÃO
Os filhos Heitor e Olívia na horta orgânica; e um dos bolos integrais. Fonte: arquivo pessoal de Dulcilene Pereira Jardim
iniciei uma horta”, comenta, explicando que foi necessário estudar profundamente o cultivo de produtos orgânicos, os tipos de adubos e os remédios naturais para prevenir as pragas. No começo, a H2O produzia poucas unidades de cada verdura ou legume, mas, com o tempo, o cultivo foi crescendo e cada resíduo orgânico produzido em sua cozinha é reaplicado no enriquecimento do solo.
Vida conectada
Toda divulgação dos produtos é feita por meios digitais. “Uso muito o Facebook e o Instagram, mas, principal-mente, o WhatsApp. Os clientes são informados sobre os produtos disponíveis e fazem as encomendas”, comenta Dulci, ressaltando que tem a organização como maior desafio. Mesclar as atividades da vida familiar – casa, ma-rido, filhos, lições de casa, aulas de piano, judô e natação – com plantação, colheita, cozinha, divulgação, entregas, cobranças e compras. Mesmo com muito trabalho, as ale-grias são maiores para a enfermeira. Poder estar com os filhos diariamente, cuidar pessoalmente da alimentação da família, participar de cada nova conquista não tem preço.
A enfermagem ajudou Dulci a enxergar o ser humano de maneira holística, atuando, não só na parte curativa, como também na preventiva e ajudando pessoas a cuidarem me-lhor da saúde, evitando doenças e complicações. Da mesma maneira, o empreendedorismo ajudou a enfermeira a cres-cer e evoluir como pessoa. “Pretendo continuar trabalhando nesse novo ramo de atuação sem perder de vista o que me inspirou a começar: o cuidado da minha família”, conta.
SOBECC com Você40
BEM-ESTAR
A vida na Terra, seja animal ou vegetal, só se desenvol-veu graças ao Sol. A luz, a energia e o calor propicia-ram a vida de organismos de grande complexidade. O Astro-Rei, porém, também pode causar grandes
problemas à vida no planeta. Os raios ultravioletas, UV-A, UV-B e UV-C, vindos do espaço, são extremamente nocivos e podem causar desde queimaduras até graves melanomas.
Cientes desta ameaça, os gregos antigos passaram a usar óleo de oliva para se protegerem da luz do sol, atitude que não tinha grande eficácia. Foi no início do século XX que o químico australiano H.A. Milton Blake iniciou seus estudos para o desenvolvimento de um produto que protegesse a pele, o maior órgão humano. Suas pesquisas foram incon-clusivas e, em 1938, o estudante de química Franz Greiter, após se queimar gravemente na escalada do pico Piz Buin (fronteira entre a Suíça e a Áustria), criou – na garagem de seus pais - o Creme Glacier, um produto com Fator de Proteção Solar (FPS) 2.
Já em 1944, durante a Segunda Grande Guerra, o farma-cêutico americano Benjamim Greene – com a intenção de proteger os soldados que sofriam severas queimaduras em campos de batalha – utilizou o forno de sua esposa e desenvolveu uma substância vermelha e viscosa chamada Red Vet Pet (Red Veterinary Petrolatum ou Petrolato Vete-rinário Vermelho), que tinha a capacidade de bloquear os efeitos do Sol por ser extremamente espesso. O produto foi primeiramente testado na cabeça careca do próprio Greene e, mesmo tendo resultado positivo, a pasta grossa derivada do petróleo – como a Vaselina – não teve de-sempenho perfeito. No Brasil, o primeiro filtro solar foi in-troduzido em 1984 pela Johnson&Johnson, com a marca Sundown, em versões de FPS 4, 8 e 15.
Hoje, os protetores e bloqueadores solares evoluíram mui-to. Em sua fórmula, a maioria é composta por moléculas aromáticas conjugadas com grupos carbonila que absor-vem raios ultravioleta de alta energia e evitam as queima-
Salve sua pele: use filtro solar“Se eu pudesse dar um conselho em relação ao futuro, eu diria: “use filtro solar”. O uso em longo prazo do filtro solar, foi cienti-ficamente provado. Os demais conselhos que dou baseiam-se unicamente em minha própria experiência. Eu lhes darei esse conselho: desfrute do poder e da beleza da sua juventude”
Mary Schmich, colunista do Chicago Tribute
SOBECC com Você 41
duras. São resistentes à água e ao movimento, perduram por longos períodos, porém, mesmo os mais poderosos ainda não impedem a ação negativa que pode causar câncer de pele, por isso, use sempre filtro solar, reaplique constantemente e tome muito cuidado com o Sol!
O famoso FPSO fator de proteção solar, conhecido como FPS, é a me-dida que garante a efetividade do filtro solar. Quanto mais alto o FPS, maior a duração contra raios ultravioletas. Se uma pessoa que se queimaria no Sol em 15 minutos de ex-posição utilizasse um filtro com fator 10, estaria protegida
Escolha corretaOs filtros solares podem ser de proteção física ou química:
• Física: chamado de bloqueador, contém grande quantidade de dióxido de titânio (TiO2) que barra os raios UV, ou seja, funciona como refletor e deixa uma camada branca sobre a pele.
• Química: possui substâncias que interagem com a radiação UV e alteram a estrutura dos raios, absorvendo-os. A radiação não atinge os mela-nócitos; não deixa a camada branca na pele.
Todas as pessoas, independentemente da pele, devem usar protetores com, no mínimo, FPS 15. Quanto mais clara a pele, maior deve ser o FPS. O FPS 15 filtra 93,3% da radiação UV-B, já o FPS 30 filtra 96,7%. Ainda não existe 100% de proteção. A reaplicação para pessoas que utilizam em alta ex-posição ao Sol é de 2 em 2 horas. Já para ambientes internos, recomenda-se a cada 4 horas.
Além do tipo e do FPS, você deve considerar outros fatores; como:
• Fototipo: qual é a cor da sua pele e o qual é a proteção que você realmente precisa.
• Quantidade e frequência de reaplicação: não espere o protetor sumir. Reaplique, principal-mente em crianças.
• Atividades: natação ou excesso de sudorese. Muitas vezes, as atividades de praia ou clube podem diminuir ou eliminar o protetor. Preste atenção e reaplique.
• Absorção da pele: passe e esfregue bem o produto, mas não tenha medo de deixar o as-pecto “lambuzado”.
E mais importante: não use somente no verão ou em dias ensolarados. O Sol pode ser muito perigoso!
10 vezes mais tempo, ou seja, por 150 minutos.
Os raios UV-A são os mais constantes e atingem a Terra mesmo em dias nublados, não sendo filtrados pela camada de ozônio, podem causar queimaduras e envelhecimento da pele, mas não causam vermelhidão e nem dor, além de aumentarem o risco de melanoma maligno; os raios UV-B são parcialmente filtrados pela camada de ozônio e quei-mam intensamente. Sua incidência – durante o verão – é mais forte entre as 10h e as 16h. Por último, existe também a radiação UV-C, que é aquela completamente absorvida pela camada de ozônio, não chegando ao nosso planeta. Os raios UV-C são produzidos artificialmente e utilizados para esterilizar materiais cirúrgicos e água.
Existem muitos tipos de protetores solares: com hidratan-te, antirrugas, para pele oleosa, tonalizantes (com cor), an-tipoluição, em spray, em pó, em gel, clareador, em bastão, vegano, hipoalergênico, corporal e labial. Leia atentamente as embalagens e procure aquele que melhor se adapta às suas necessidades.
Alguns protetores podem irritar os olhos, por isso, quem pratica esporte precisa ficar atento ao tipo de filtro que menos escorre mediante suor. E não se esqueça de aplicar nas pálpebras, orelhas e nuca, além de usar proteção adi-cional: cangas, bonés, sombrinhas e chapéus.
Curta o Sol de maneira plena e tenha em mente as pa-lavras da premiadíssima jornalista Mary Schmich: “Tenha cuidado com as pessoas que lhe dão conselhos. Mas seja paciente com elas. Conselho é uma forma de nostalgia. Dar conselho é uma forma de resgatar o passado da lata do lixo, limpá-lo, esconder as partes feias e reciclá-lo por um preço muito maior do que realmente vale. Mas acredite em mim quando eu falo: use filtro solar.”
BEM-ESTAR
SOBECC com Você42
RESENHA
Tecnologia robótica no Centro Cirúrgico: atribuições da equipe de EnfermagemO livro “Tecnologia Robótica no Centro Cirúrgico: atribui-ções da equipe de enfermagem” é produto da Dissertação de Mestrado Profissional em Enfermagem do Enfermeiro Mestre Ernane de Sousa Almeida, orientado pela Profa Dra Rachel de Carvalho, defendida em Dezembro de 2019, na Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE). Apresenta recomendações acerca da assistência de enfermagem em cirurgia robótica, na expectativa de considerar o campo profissional da saúde que relaciona o Centro Cirúrgico às tecnologias emergentes. A preo-cupação dos autores foi atualizar a dinâmica profissional da enfermagem que envolve os procedimentos cirúrgicos com auxílio do sistema robótico.
A obra está dividida em três capítulos. O primeiro intro-duz o sistema robótico da Vinci®, ao contextualizar os diferentes modelos de equipamentos e softwares utiliza-dos para realização de cirurgias minimamente invasivas. O segundo apresenta diferentes tipos de especialidades e procedimentos cirúrgicos executados com auxílio do sistema robótico da Vinci®, modelos Si e Xi. O terceiro aborda a assistência de enfermagem em cirurgia robótica, ao considerar a disposição dos equipamentos robóticos e a dinâmica do ambiente.
O conteúdo assistencial em cirurgia robótica está disponibilizado em formato eletrônico (e-book), possibilitando aos profissionais de enfermagem que atuam no Bloco Cirúrgico uma realidade contemporânea no cenário da saúde hospitalar, ao permitir a visualização sis-temática dos procedimentos robóticos reali-zados junto aos pacientes cirúrgicos. Pode ser acessado a partir de diversos equipamentos digitais, como computadores, sistema android e/ou iOS. Desta forma, as equipes de enfer-magem podem utilizar este e-book como recurso de treinamento e consulta de proces-sos voltados ao paciente submetido à cirurgia robótica, dentre outras possibilidades.
Tecnologia Robótica no Centro Cirúrgico: Atribuições da equipe de Enfermagem
Autores: Ernane de Sousa
Almeida e Rachel de Carvalho
Editora: Cartago Editorial
Encontra-se hospedado no link: http://www.infoke.com.br/tecnologiaroboticanocentrocirurgico, mediante senha. Em breve estará disponível no formato impresso e eletrô-nico, a ser adquirido por meio de assinatura.
Ernane de Sousa Almeida. Enfermeiro. Especialista em Gestão de Centro Cirúrgico. MBA em Administração Hos-pitalar e Sistemas de Saúde. Mestre em Enfermagem pela Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE). Gerente do Bloco Cirúrgico do Hospital 9 de Julho, São Paulo (SP).
Rachel de Carvalho. Enfermeira. Capacitação Pedagógi-ca para Instrutor/Supervisor. Residência em Cardiologia. Especialista em Enfermagem em CC/RA/CME. Mestre e Doutora em Enfermagem pela USP. Professora dos Cursos de Graduação e Pós-Graduação lato sensu e stricto sensu da FICSAE, São Paulo (SP).
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