florbela espanca (1894 1930)

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FLORBELA ESPANCA (1894 – 1930) “...esta estranha e doida borboleta Que eu sinto sempre a voltejar em mim!...”

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Page 1: FLORBELA ESPANCA (1894 1930)

FLORBELA ESPANCA(1894 – 1930)

“...esta estranha e doida borboleta

Que eu sinto sempre a voltejar em mim!...”

Page 2: FLORBELA ESPANCA (1894 1930)

BIOGRAFIA:

Flor Bela Lobo Florbela d'Alma da Conceição Espanca

Nasce em Vila Viçosa, Alentejo em 1894, filha ilegítima duma camponesa de 15

anos

Cresce na casa do pai, João Maria Espanca, e sua mulher

Quando tem 14 anos, morre a sua mãe (de «neurose»), e ela entra no liceu como

uma das primeiras mulheres em Portugal

Casa-se aos 19 anos (1913)

Aos 21 anos decide seriamente ser poeta e esforça-se para ser publicada

Aos 23 anos (1917) matricula-se na Faculdade de Direito da Univ. de Lisboa

Page 3: FLORBELA ESPANCA (1894 1930)

VILAVIÇOSA(2005)

Page 4: FLORBELA ESPANCA (1894 1930)

Em 1918 sofre um aborto involuntário, que resulta em problemas de saúde tanto físicos

como mentais

Casa-se mais duas vezes, em 1921 e em 1925

Em 1927 morre seu único irmão, Apeles, com quem tinha uma relação muito próximo

Só publica dois livros durante a vida (1919 e 1923), por dificuldades em encontrar uma

editora

Trabalha como jornalista, tradutora de romances e professora

Suicida-se no seu 36˚ aniversário, em 1930, na sua casa em Matosinhos

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OBRA (LISTA NÃO COMPLETA)

Livro de Mágoas (1919) (35 sonetas)

Livro de Sóror Saudade (1923) (37 sonetas)

Póstumas:

Charneca em Flor (1931) (56 sonetas)

Juvenília (1931)

As Máscaras do Destino (1931) (8 contos)

Diário do Último Ano (1981)

O Dominó Preto (1982) (6 contos)

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A MINHA DOR (DE LIVRO DE MÁGOAS)

A minha Dor é um convento idealCheio de claustros, sombras, arcarias,Aonde a pedra em convulsões sombriasTem linhas dum requinte escultural.

Os sinos têm dobres de agoniasAo gemer, comovidos, o seu mal...E todos têm sons de funeralAo bater horas, no correr dos dias...

A minha Dor é um convento. Há líriosDum roxo macerado de martírios,Tão belos como nunca os viu alguém!

Nesse triste convento aonde eu moro,Noites e dias rezo e grito e choro,

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O NOSSO MUNDO (DE SOROR SAUDADE)

Eu bebo a Vida, a Vida, a longos tragosComo um divino vinho de Falerno!Poisando em ti o meu amor eternoComo poisam as folhas sobre os lagos...

Os meus sonhos agora são mais vagos...O teu olhar em mim, hoje, é mais terno...E a Vida já não é o rubro infernoTodo fantasmas tristes e pressagos!

A vida, meu Amor, quer vivê-la!Na mesma taça erguida em tuas mãos,Bocas unidas hemos de bebê-la!

Que importa o mundo e as ilusões defuntas?...Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?...O mundo, Amor?... As nossas bocas juntas!...

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Procurei o amor que me mentiu.Pedi à Vida mais do que ela dava.Eterna sonhadora edificavaMeu castelo de luz que me caiu!

Tanto clarão nas trevas refulgiu,E tanto beijo a boca me queimava!E era o sol que os longes deslumbravaIgual a tanto sol que me fugiu!

Passei a vida a amar e a esquecer...Um sol a apagar-se e outro a acenderNas brumas dos atalhos por onde ando...

E este amor que assim me vai fugindoÉ igual a outro amor que vai surgindo,Que há de partir também... nem eu sei quando...

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TEMAS

Livro de Mágoas: Tristeza (depressão?), escrever poesia, amor

Foi publicado graças ao crítico Raul Proença

Sóror Saudade: Amor (feliz e infeliz), desejo, saudade,

O pai dela pagou pela publicação

Charneca em Flor: o EU poeta, amor, sensualidade, mudança/maturação

Foi publicado pouco depois da morte da poeta, com a ajuda do professor italianoGuido Battelli

Palavras chave: amor, mágoa, dor, sonho, tédio, noite, saudade, vento, alma, beijo, eu, tu, sonho, flor, castelo, poente, olho, boca…

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O MITO FLORBELIANO

A imagem dela como a romântica poetisa que morreude amor, fixou-se especialmente porque morreu poucoantes da publicação do livro Charneca em Flor, talveza sua obra mais conhecida.

Na realdade, Florbela tinha uma vida bastante difícil, com vários problemas além dos amorosos: abortosinvoluntários, a doença (hereditária?) e a morte da mãe e do irmão, problemas financiários, críticosdesfavoráveis e preconceituosos, problemas de saúde…

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AFINIDADES COM F. PESSOA

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MUITO OBRIGADA PELA VOSSA ATENÇÃO!

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FONTES:

C. P. Alonso: Imagens do eu na poesia de Florbela Espanca (Imprensa nacional -Casa da moeda, Lisboa 1996)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Florbela_Espanca

Bessa-Luis, Agustina: Florbela Espanca. Biografia. Lisboa: Guimarães, 2001 (4ª ed.)

Nemesio, Vitorino: Florbela. Conhecimento da Poesia. Baía: Universidade da Baía, 1958.