flip 01/08/2012

20
Quarta-feira C M Y K Ano XV NATAL-RN, 1 DE AGOSTO DE 2012 Nº 4.405 TOTAL DE PÁGINAS NESTA EDIÇÃO SIGA-NOS NO TWITTER: ACESSE O SITE: 20 @jornaldehoje www.jornaldehoje.com.br EMAIL REDAÇÃO: [email protected] Dólar comercial R$ 2,03 Dólar turismo R$ 2,11 Dólar/Real R$ 2,03 Euro x real R$ 2,50 Poupança 0,51% Taxa Selic 8% INDICADORES: R$1,00 jornaldehoje.com.br ESCREVEM ARTIGOS DA EDIÇÃO DE HOJE OPINIÃO - Página 2 Nova Parnamirim ganhará lo- jas de maiores redes supermer- cadistas com atuação no RN. Marcos A. de Sá Página 7 Sílvio Caldas Teônio Viera Juarez Chagas João da Mata Costa Elísio Augusto de M. e Silva Alessandra Ferreira Moreira Representante do MEC vem a Natal para tentar solucionar briga entre Sesap e UFRN. Daniela Freire Página 12 Avancem nos equipamen- tos, mas também melhorem a qualidade das pessoas. Rubens Lemos F. Página 16 Túlio Lemos Página 3 Presidente do Tribunal de Jus- tiça deu um verdadeiro ‘batido’ no secretário de Planejamento. Calamidade será calamitosa se continuar só como um arti- fício de marketing. Vicente Serejo Página 13 Agripino diz que o mensalão “irrigou cofres” do PT e aliados com mais de R$ 100 milhões > NA VÉSPERA DO JULGAMENTO SENADOR POTIGUAR QUE PRESIDE NACIONALMENTE O DEM ESTÁ CONFIANTE NA PUNIÇÃO PELO SUPREMO DOS POLÍTICOS ENVOLVIDOS NO QUE ELE CONSIDERA O MAIS ATREVIDO E ESCANDALOSO ESQUEMA DE CORRUPÇÃO FLAGRADO NO BRASIL Maré desta madrugada foi de 2,4 metros mas, apesar de atingir o calçadão, não causou maior prejuízo. Nível mais alto deverá ser registrado amanhã José Aldenir Atendimento, que estava suspenso desde o dia 25, foi normalizado esta manhã. Diretoria aguarda os sete médicos convocados ontem pelo governo José Aldenir AL divulgará salários de deputados e servidores nos próximos oito dias > “ERA DA TRANSPARÊNCIA” POLÍTICA 5 POLÍTICA 3 Pronto-socorro é reaberto, mas a escala de pediatras ainda não está completa > SANTA CATARINA CIDADE 6 Sem energia e merenda, alunos da rede municipal são liberados mais cedo > EDUCAÇÃO PÚBLICA CIDADE 6 Agosto começa com maré alta e intensa, deixando populares apreensivos > CALAMIDADE EM PONTA NEGRA CIDADE 9 Chef francês Christian Le Squer conta a sua receita de sucesso > ENTREVISTA CULTURA 17 Time de Mano Menezes fecha a primeira fase na liderança do grupo C > OLIMPÍADAS ESPORTE 16

Upload: marcelo-sa

Post on 08-Mar-2016

329 views

Category:

Documents


51 download

DESCRIPTION

Economia, politica, cidades e cultura

TRANSCRIPT

Quarta-feira

C M Y K

Ano XV w NATAL-RN, 1 DE AGOSTO DE 2012 w Nº 4.405

TOTAL DE PÁGINAS NESTA EDIÇÃO

SIGA-NOS NO TWITTER:ACESSE O SITE: [email protected] REDAÇÃO:[email protected]

Dólar comercial R$ 2,03Dólar turismo R$ 2,11Dólar/Real R$ 2,03

Euro x real R$ 2,50Poupança 0,51%Taxa Selic 8%

INDICADORES:

R$1,00 w jornaldehoje.com.br

ESCREVEM ARTIGOS DA EDIÇÃO DE HOJE

OPINIÃO - Página 2

w Nova Parnamirim ganhará lo-jas de maiores redes supermer-cadistas com atuação no RN.

MarcosA. de Sá

Página 7

Sílvio Caldas

Teônio Viera

Juarez Chagas

João da Mata Costa

Elísio Augusto de M. e Silva

Alessandra Ferreira Moreira

w Representante do MEC vema Natal para tentar solucionarbriga entre Sesap e UFRN.

DanielaFreire

Página 12

w Avancem nos equipamen-tos, mas também melhorema qualidade das pessoas.

RubensLemos F.

Página 16

TúlioLemos

Página 3

w Presidente do Tribunal de Jus-tiça deu um verdadeiro ‘batido’no secretário de Planejamento.

w Calamidade será calamitosase continuar só como um arti-fício de marketing.

VicenteSerejo

Página 13

Agripino diz que o mensalão “irrigou cofres”do PT e aliados com mais de R$ 100 milhões

> NA VÉSPERA DO JULGAMENTO

SENADOR POTIGUAR QUE PRESIDE NACIONALMENTE O DEM ESTÁ CONFIANTE NA PUNIÇÃO PELO SUPREMO DOS POLÍTICOS

ENVOLVIDOS NO QUE ELE CONSIDERA “O MAIS ATREVIDO E ESCANDALOSO ESQUEMA DE CORRUPÇÃO FLAGRADO NO BRASIL”

Maré desta madrugada foi de 2,4 metros mas, apesar de atingir o calçadão, não causou maior prejuízo. Nível mais alto deverá ser registrado amanhã

José Aldenir

Atendimento, que estava suspenso desde o dia 25, foi normalizado esta manhã. Diretoria aguarda os sete médicos convocados ontem pelo governo

José Aldenir

AL divulgará salários dedeputados e servidoresnos próximos oito dias

> “ERA DA TRANSPARÊNCIA”

POLÍTICA 5

POLÍTICA 3

Pronto-socorro é reaberto,mas a escala de pediatrasainda não está completa

> SANTA CATARINA

CIDADE 6

Sem energia e merenda,alunos da rede municipalsão liberados mais cedo

> EDUCAÇÃO PÚBLICA

CIDADE 6

Agosto começa com maré alta e intensa, deixando populares apreensivos

> CALAMIDADE EM PONTA NEGRA

CIDADE 9

Chef francês Christian LeSquer conta a sua receitade sucesso

> ENTREVISTA

CULTURA 17

Time de Mano Menezes fechaa primeira fasena liderançado grupo C

> OLIMPÍADAS

ESPORTE 16

Quarta-feira2 O Jornal de HOJE Natal, 1 de agosto de 2012 Opinião

Artigo

1963 - Umdomingona praia

ELÍSIO AUGUSTO DE M. E SILVA,empresário, escritor e presidente daFundação Amigos da Ribeira([email protected])

Viagem à AlemanhaArtigo JOÃO DA MATA COSTA, professor do Depto de Física - UFRN

([email protected])

Conta-se das aventuras na Alemanhade um nordestino com um sírio e outrosviventes dos mais diferentes rincões do pla-neta. Moradores de grandes metrópoles,ilhas governadas por ditadores e democra-tas. Esse relato foi escrito tal como foi di-tado pelo distinto amigo conterrâneo.

O destino era a cidade histórica dePotsdam onde se realizaria o curso. Era aprimeira vez que visitava aquela cidadeque lhe reservava muitas surpresas. Cida-de barroca com o belo palácio Sanssoucie a famosa Torre de Einstein. Na fronteiracom Berlim, Potsdam também abriga ummuseu do cinema com um camarim daatriz de O Anjo Azul. Uma mulher peque-na para tão grande talento. Próximo ao alo-jamento onde ficaríamos tinha um restodo muro que separava as duas Alemanhas.

Podíamos ir tomar uma cerveja numbar na antiga Alemanha oriental, Repúbli-ca Democrática Alemã (RDA), e voltarpara dormir na Alemanha ocidental, Repú-blica Federal da Alemanha (RFA). No fa-moso portão de Brandemburgo podíamoscomprar cédulas antigas com zilhões emtempos de alta inflação que vivia a Alema-nha. As belas bonecas matrioskas tambémsão comercializadas no portão. Muita gentemorreu ao tentar atravessar esse muro queseparava irmãos e parentes. O muro co-meçou a ser derrubado em 1989 depois de28 anos. Como souvenir trouxe uma amos-tra para um amigo marxista e guardo comolembrança de uma viagem biográfica.

No final de semana íamos conhecer ascidades de Potsdam e Berlim. O simpáti-co professor, chairman do curso, mostra-va o que era a cidade antes e depois de serreconstruída após a guerra. Muita coisamaravilhosa foi destruída pela guerra. Asruínas da catedral de Berlim foram manti-das como atração turística. São as chagasde um tempo de pavor. Um monumentocom tabuletas de alvenaria lembram osnomes dos muitos mortos.

O curso, patrocinado pela Unesco,era ministrado em inglês por vários pro-fessores alemães. Aula práticas e teóri-cas. Ao final do dia jogávamos volley-ball e ping-pong, ou nem uma coisa nemoutra. No final do curso jogou um time de

alemães contra o resto do mundo. Depoisa cerveja rolou farta pelas goelas seden-tas e já com saudades. Muitas amizadesforam feitas. Alguns namoraram. Grupossão formados e a secretária do curso atodos atendia com alegria e competência.

Comprava cigarros e providenciavatudo que os alunos precisavam. No mo-desto alojamento tudo funcionava. Meuamigo lembrava um detalhe besta. Opapel higiênico depois de passado eraposto num saco de papel e só depois co-locado no cesto de lixo.

Logo no inicio do curso a bela e sau-dosa alemã convidou um grupo de estu-dantes para um jantar na sua casa. Essas lem-branças eram contadas como um aroma deum tempo feliz e ao mesmo tempo doído.O sírio estava no grupo selecionado. Meuamigo também. Não sei como foi a seleção,mas deve ter sido pelo histórico que cadaum contou sobre o seu país. O pequenoapartamento da secretária não comportavamais gente. Ela preparou uma ovelha aoforno deliciosa. Tomaram toda a sua adegade vinhos. Dançaram no pequeno apto emãos se tocaram. Rolou um clima, que po-deria ser somente amizade, ao som de mú-sica alemã e outras. A secretária arranhavaum violão. Deu um relógio de presente como símbolo do yin yang. Preto e Branco. De-pois esse relógio foi roubado. O sírio atra-vessou-se entre os dois. Era um chato e tra-zia a herança dos haréns. Todas as garotasdo curso ele queria namorar. Tinha um bor-dão que era para o encontro: In the Midnight.

No salão de festas bebíamos todas asnoites. A cerveja era comprada naquelasmáquinas que coloca uma ficha. A secre-tária ficava até uma certa hora e depois iapara casa. Nesse local tinha umas reuniõesde mulheres para aprender a se relacionarcom o outro. Traumas da guerra. Juntavamos grupos e dançavam. Abraçavam e se re-lacionavam. Aquilo afugentava a solidãocomprida da distancia. Tocava a musica decada país. A música brasileira fazia muitosucesso. Foi logo após o lançamento dodisco do Chico Cesar e todos os paísesadoravam Mama África. Toda a hora elespediam para tocar, com os mais diferen-tes sotaques. Aprenderam o refrão. A mú-

sica árabe não fazia sucesso. Mas o síriochato fazia com as mulheres. Podia pelomesmo ter deixado a secretária em paz.Deu em cima. Não largou. Ela falava commeu amigo dos seus autores preferidos.Adorava ler Jorge Amado e Garcia Mar-ques. Conversava sobre esses autores. Eraculta e linda. Mostrou o seu álbum de ca-samento. Todos já se conheciam. Uns ti-nham pouco dinheiro de casa e se viravamcom o que receberam do curso.

Ao final do curso uma viagem deônibus até a Bavária. Lindas cidades ricasem histórias. Meu amigo estava comple-tamente apaixonado pela secretária. Sen-tou num banco sozinho e a sua solidão foido tamanho da viagem. Nada tinha graça.O sírio estava junto da secretária. Senta-va no mesmo banco e sorria cínico. Comofoi doloroso. Ninguém sabia a dor que elesentia. Nem o porquê aquela solidão queincomodava a todos.

O amigo depois me contou que nãoentendia o que diziam dos alemães. Queeram sisudos e rudes. Nada disso. Ele lem-brou também numa lembrança sentida damocinha que trabalhava no refeitório. Sim-pática. Não falava nem uma palavra em in-glês. Um dia deu-lhe um grande abraço quenenhuma língua impede. Era algo que nãotem explicação. O outro brasileiro ficoucom ciúmes. No dia da festa meu amigo re-cebeu um beijo da russa e logo foi afasta-do pelo sírio. A cerveja maravilhosa podiaser sem álcool ou com. Podia tirar da pra-teleira do supermercado e tomar.

Na estação a despedida. Cada umpara o seu país. Nunca mais iriam se en-contrar. Nada mais triste que uma estaçãode trem. Alguns choravam. Trocavam en-dereços. Meu amigo depois escreveu paraa secretária e disse do seu silencio. Ela res-pondeu dizendo que não se arrependia denada. De todos os participantes só um es-creveu para o meu amigo: o sírio.

O filosofo Hegel explicou o mundodialeticamente. Os poetas do expressio-nismo alemão invocaram a figura utópi-ca do novo homem. Meu amigo disseque ia estudar alemão para dizer tudo oque ele só pode dizer com o silencio.Talvez ela entenda.

O Último Pôr-do-SolArtigo JUAREZ CHAGAS, professor do Centro de Biociências da UFRN ([email protected])

Semana passada recebi um e-mail deum leitor, até então desconhecido, pergun-tando por que não escrevo sobre filmesde westerns, com mais frequência, tendoantes citado Shane (Os Brutos tambémamam) e O Homem que Matou o Fací-nora (The Man who shot Liberty Valency)como os artigos de sua preferência sobrea resenha destes dois clássicos, dentreoutros aos quais já me reportei.

Na verdade, imagino que o que man-tém este hobby literário de articulista éexatamente poder diversificar os três prin-cipais temas aos quais tenho me detidonestes nove anos escrevendo artigos di-versos nas áreas da Psicologia, Tanatolo-gia e Biologia, as quais fazem parte deminha formação acadêmica. O Cinema eLiteratura, evidentemente, constituem-seem fontes inesgotáveis do saber, espe-cialmente para quem gosta e, prazerosa-mente, onde também me incluo. Costu-mo dizer que o Cinema é a segunda gran-de escola da humanidade, onde imita avida através da ficção.

Em relação ao western, é inegáveldizer de minha admiração por este gêne-ro quando é, evidentemente, bem escrito,bem dirigido e bem atuado. Praticamen-te, posso dizer que aprendi a ler e a dese-nhar através dos gibis, das antigas HQs,artes estas que, antecederam ao Cinema eque evoluíram para este com o motionpicture, ainda no tempo do cinema mudo.

Ali, no velho Oeste, podemos ver anatureza humana tal qual nas ficçõesatuais, pois como costumava dizer ConanDoyle que não há nada de novo sobre aface da Terra e abaixo do sol, pois tudojá foi feito antes com linguagem e roupa-gem diferente, o homem só precisa dotempo e espaço para viver sua história.

Quando o cavaleiro solitário surgenas pradarias ou desce montanhas rocho-sas, solitariamente, dividindo companhiaapenas com seu cavalo e, muitas vezesbuscando o que nem ele mesmo sabe, sejavingança, seja um amor perdido no tempo,

seja um pequeno rancho onde gostaria decuidar melhor de seu cavalo e dependu-rar os revólveres... o cenário, a fotografia,a trilha sonora que arrasta a trama e a ex-pectativa de um desfecho nem sempreigual ao esperado... tudo isso é mágico!O cinema nos dá isso.

Mas, atendendo ao nobre leitor, es-colhi hoje The Last Sunset (O ÚltimoPôr-do-Sol, USA 1961), um dos maioresclássicos do Western americano, cujo ar-tigo, realmente merecia já ter sido escri-to e que não poderia deixar de comentarquando o assunto viesse à tona.

Este filme, como já disse, é um dosclássicos do Far West abordado em esti-lo de western psicológico, onde a tramamostra muito bem até onde vai a nature-za humana em sua diversidade, tanto parao bem como para o mal, tanto para oamor, quanto para o ódio, tanto para avingança quanto para o perdão.

A história começa com o pistoleiroerrante Bren O'Malley (Kirk Douglas)com seu cavalo veloz, roupas negras euma pequena pistola na cintura. O cow-boy vem sendo seguido por outro cava-leiro, o US Marshal Dana Stribling (RockHudson) a alguns quilômetros de distân-cia que, na verdade o persegue por ho-micídio, mesmo tendo sido em legítimadefesa.

O´Malley, na verdade está retornadode seu passado para reaver sua história ea mulher que havia deixado há muito tempoatrás e para quem jurara amor eterno.Assim, ele chega a um rancho no Méxi-co, onde seu antigo amor, a bonita BelleBreckenridge (Dorothy Malone), agoracasada e com uma filha de 15 anos vivecom o marido, um rancheiro bêbado e de-sertor da Guerra Civil, John Breckenrid-ge (Joseph Cotten), no momento com di-ficuldades para contratar vaqueiros quelevem seu rebanho para o Texas. Como quepor destino, ele contrata O'Malley comopistoleiro da comitiva e, logo em seguida,também Dana Stribling que encontra

O´Malley já no rancho pronto para pernoi-tar. Como ambos não estão em territórioamericano, o xerife deixa claro que o pren-derá logo cheguem na fronteira, quandoentão o levará para julgamento.

O reencontro de O´Malley com Belleé decepcionante para o cowboy em re-missão, pois ela agora casada, com umafilha e o xerife no seu calcanhar, tudo oque ele havia pensado, muda de repente.Assim, todos partem com o gado rumo aoTexas, inclusive as mulheres que vão comocozinheira e ajudante dos vaqueios. Mas,um pouco antes, pra complicar a situa-ção, John Breckenrigde é morto por pis-toleiros no pequeno lugarejo e O´Malleyassume a comitiva que promete levar atéo fim. No caminho alguns bandoleiros,que se disfarçam de cowboys para rouba-rem o gado e raptarem as mulheres e, naprimeira oportunidade, juntam-se à co-mitiva com intenção de levá-las comoprostitutas à cidade de Vera Cruz.

Nesse meio termo, O`Malley pedeuma decisão de Belle para que ela o acei-te de volta. Mas, ela fica dividida, pois oxerife passa a cortejá-la fazendo brotaruma nova esperança em sua vida. É quan-do, então sua filha, a adolescente Melis-sa 'Missy' Breckenridge (Carol Lynley)se apaixona por O´Malley no que é total-mente correspondida pelo cowboy galan-te, mas errante. Entretanto, além da per-seguição do xerife e da recusa de Bellepara viver com ele, esta lhe revela o gran-de segredo de sua vida: Missy é sua filha!O pistoleiro desaba e então diz ao xerifeque não se entregará. Então os dois mar-cam um duelo na hora do sol se por, o qualrealmente aconteceu.

Apesar dos créditos elencarem RockHudson como astro principal do filme,este se mantém até o final da estória ofus-cado pela grande atuação do grande KirkDouglas, um dos maiores astros do cine-ma dos anos 40, 50, 60 e 70. Vale a penaver de novo ou pela primeira vez(http://juarez-chagas.blogspot.com/)

PânicoArtigo TEÔNIO VIERA, empresário e colaborador

([email protected].)

Acordei completamente atordoado pro-curando sinais de vida dentro de casa, al-guém a quem eu pudesse dirigir uma pa-lavra, nenhuma pessoa a vista, a casa se tor-nou enorme e meus passos insuficientespara alcançar, em tempo recorde, o espa-ço que pretendia percorrer em fração de se-gundos. Silêncio absoluto! Todas as luzesacesas, completo vazio, impotência, sufo-co, nada define a minha insignificânciadiante de mim mesmo perante o inespera-do. Os pensamentos me apavoraram, asviolências divulgadas no último jornal te-levisivo me assustaram, medo, inseguran-ça, impotência, tormento... Cadê o meuxodó e os meus filhos! Sou a imagem afli-ta de um povo apavorado, sem segurança,que diante do inesperado se vê assombra-do, torna-se refém do temor e passa a ad-mitir tudo, mesmo sem nenhuma lógica.Governos incompetentes se sucedem e essasociedade desarmada, mesmo se cagandode medo, não protesta, não se revolta dian-te de tanta insegurança. Logo eu que vivocontando que diante da invasão do meuterritório sagrado, a minha casa, ponho omeu trinta oitão pra berrar, deixando sobreo gramado do jardim um vagabundo ago-nizante diante do ultimato da morte!

Como a surpresa inibe e pode nos tor-nar o oposto do racional, que merda! Vouligar pro delegado Maurílio Pinto, não,não, ele está aposentado, e o coronel SilvaJunior? Não encontro o telefone dele, re-pito: que aflição, que merda! A angústiacontinua... Por que eu, um liso, e não CarlaUbarana, os desembargadores Rafael Go-deiro ou Osvaldo Cruz? Gente cheia dagrana, cujos salários me fazem ir contra umdos ensinamentos da minha mãe: "meufilho, a inveja é um pecado, agradeça oque Deus lhe deu". Como eu e o povotemos memoria curta! Quando a impren-sa para de noticiar, logo todo mundo esque-ce; mas o medo me fez repassar em fraçãode segundos, embora de maneira desco-

nexa, um monte de coisas gravadas no meusubconsciente. Por que, pra que! Meu Deuso que houve? Procuro o celular e não o en-contro no lugar eleito para tal, caramba, euestou confuso... Toca o telefone na cozinha,corro enquanto as chamadas se repetem,minha aflição é total, devem ser os seques-tradores, já sei, vou me socorrer deles quetêm muito dinheiro, novamente a invejados salários e das mordomias me arreme-te à mulher dos precatórios e aos desem-bargadores "falidos". Maurílio Pinto! Não,ele é um liso. Mesmo assim, é capaz de meajudar, fazendo uma lista de contribuiçãovoluntária entre os seus amigos aposenta-dos e da ativa também, seria uma boa, oque interessa é ver minha família sã e salva!

Alô, alô, alô, alô, quem fala? O que isso,por que você está tão apavorado? Comonão! Quem pergunta sou eu, o que aconte-ceu? Calma! Calma! Eu estou no shoppingcom os meninos, já estamos chegando aí.Caramba, vocês me matam de susto! Ao in-gressarem em casa, diz o meu xodó: vocêestava dormindo, roncando demais, eu tivepena e não quis acordá-lo. O filho maisvelho: pai, você está legal? Como assim, per-guntei? Ele, você está mais calmo? Agorasim, respondi. O caçula é um gozador elogo começou a galhofar: Pai, se liga! Foio porre que você tomou. Meio desconfia-do, rebati, a culpa foi do Edson, o Costa eSilva e do Luiz Eduardo, o Dudú, meusamigos, dois zombeteiros. E em seguidacontestei, e a nossa segurança onde anda?Esse tempo todo não passou um único carroda polícia na rua. Por que e pra que paga-mos tantos impostos? A pergunta ficou noar, quando um deles respondeu: Pra nada!Passado o sufoco, uma ducha de agua friame refez. Ligo o televisor, nada de bom, sódesgraça, desligo. Fui ouvir música ango-lana de boa qualidade: Paulo Flores e TitoParis. Um lenitivo! O deus Pã, que causa-va medo na antiguidade, foi o mesmo queme deixou em Pânico.

Qual deles é o pior?Artigo SÍLVIO CALDAS, juiz do Trabalho aposentado ([email protected])

Como já era mais ou menos espera-do, a água secou e a única coisa que Ca-choeira declarou perante o juiz foi o amorque dedica a sua querida namorada (?) efutura esposa. No mais, nada a declarar.E ainda deu uma de jurista, alegando queo processo que o transformou num "le-proso jurídico" era inepto.

Portanto, a sociedade brasileira está aassistir ao martírio de um novo santo, o SãoCachoeira. Sei não, mas acho que isso éum ligeiro indicativo de como terminaráa CPMI - água de cachoeira.

Mas Cachoeira está colhendo frutodos milhões que pagou a um dos melho-res advogados do Brasil, pois ética à parte,o homem é um danado mesmo. Capaz dedar nó em pingo d'água, e ainda mais sendoum dos homens mais bem informados na

área criminalista do País, já que era mi-nistro da Justiça do governo Lula e por viade conseqüência superior hierárquico dapolícia federal, naturalmente que por deverdo próprio ofício já possuía informaçõesprivilegiadas sobre aquele que viria a serseu futuro cliente. Acho que isto é óbviocomo o nascimento do sol amanhã.

Enfim, Cachoeira está realmente bemorientado e sabe o que está não dizendo.

Felizarda é a atual mulher e futura es-posa dele, que recebeu diante da platéia na-cional a bombástica declaração de amor.

Tenho pelos advogados em geral omaior respeito, pois como eles, fui tam-bém um dia operário do processo judi-cial. Só não admiro os advogados bandi-dos. Aliás, não aprecio nenhuma espéciede bandido.

Terapia Ocupacional eTecnologia assistiva naoncologia pediátrica

Artigo ALESSANDRA FERREIRA MOREIRA, terapeuta ocupacionalda Casa Durval Paiva

Em doenças crônicas como o câncer,encontramos diversas limitações, sejamelas provenientes da doença ou do pró-prio tratamento. Essas limitações acarre-tam prejuízos funcionais, emocionais e atémesmo sociais para o paciente. Ativida-des simples como escovar os dentes,tomar banho, locomover-se, conversar,usar o computador, entre outras, podemse tornar tarefas difíceis de serem execu-tadas.

Para ajudar a superar essas limita-ções, proporcionar autonomia e indepen-dência, e dispensar cada vez mais a ajudade terceiros, utilizamos as tecnologias as-sistivas, que são recursos que contribuempara proporcionar ou ampliar habilida-des funcionais de pacientes com algumalimitação e, consequentemente, promovervida independente e inclusão social.

Dentre os profissionais habilitadospara prescrever essa tecnologia, está oTerapeuta Ocupacional. Normalmente oterapeuta ocupacional é o coordenadorde um processo de prescrição de tecno-logia assistiva. Em alguns casos, estepoderá fazer uma prescrição isoladamen-te, mas em outros, funcionará como ocoordenador da equipe envolvida no caso.

Para a realização dessa prescrição, énecessário passar por algumas etapas. Oprimeiro passo é a avaliação direcionadaàs necessidades da criança ou adolescen-te, seu estilo de vida e seus interesses ge-rais. Em seguida, observar o paciente,analisar o problema, selecionar o dispo-sitivo assistivo, realizar a adaptação e otreino desse dispositivo e fazer o acom-panhamento. É importante não conside-rar apenas a limitação; é preciso conside-rar a opinião do paciente sobre o dispo-sitivo, o impacto e a adequação ao mesmo.

É interessante entender que as tecno-logias assistivas podem ser utilizadastanto para adaptar o ambiente quanto parapromover a função. Vamos tomar comoexemplo o atendimento realizado na CasaDurval Paiva com as crianças A.B.C.L.e F.M.S.A., portadores de Epidermólise

Bolhosa, cuja doença lhes impede de rea-lizar algumas atividades da vida diária, emvirtude da limitação dos membros supe-riores. O paciente A.B.C.L. apresentamaior dificuldade em escovar os dentes,pentear o cabelo e alimentar-se, por ter osmovimentos das mãos limitados. Dessaforma, foi confeccionado um dispositivocom EVA (emborrachado) para substi-tuir a função do "pegar", facilitando assimseu desempenho ocupacional. Já para opaciente F.M.S.A. o dispositivo foi con-feccionado para evitar que sua mão en-trasse no processo de encurtamento e con-traturas. Então, nesse caso, foi prescritauma órtese de posicionamento total. Ór-tese é todo dispositivo aplicado externa-mente ao corpo cuja função é contribuirpara ampliar habilidades funcionais depessoas com deficiência e, consequente-mente, promover um dia a dia indepen-dente e inclusivo.

Existem vários tipos de tecnologiasassistivas, sejam elas de baixo custo oualto custo. Isso vai depender do grau decomplexidade que a tecnologia for fabri-cada, que pode variar entre alta tecnolo-gia (cadeira de rodas motorizadas, com-putadores adaptados), média tecnologia(cadeiras de rodas de propulsão manual,pulseira de peso) e baixa tecnologia (en-grossador de talher, cintos de velcro).

As tecnologias assistivas estão pre-sentes no nosso dia a dia. Bengalas, ócu-los, cadeira de rodas, órteses, muletas,talheres com cabos mais grossos, entretantas outras coisas que facilitam o coti-diano. Para pessoas sem limitação, a tec-nologia torna as ações mais fáceis. Parapessoas com limitações, a tecnologia tornaas ações possíveis.

Tecnologia assistiva não salva vidas,nem reduz morbidade, simplesmente per-mite as pessoas com limitações e seusfamiliares terem uma vida mais satisfa-tória e com mais possibilidades. Afinal,autonomia para viver é sinônimo de liber-dade. E liberdade é um bem que ninguémdespreza.

Amancio [email protected] / www.chargistaamancio.blogspot.com

w w w . j o r n a l d e h o j e . c o m . b rDIRETOR-EDITOR

Marcos Aurélio de SáDIRETOR ADMINISTRATIVO

Marcelo SáDIRETORA DE REDAÇÃO

Sylvia Sá

EDITORESDessana Araújo

Élida MercêsJoão Ricardo CorreiaEDITOR DE POLÍTICA

Túlio LemosEDITOR DE ESPORTES

Gabriel NegreirosEDITORA DE CULTURA

Daniela PachecoEDITOR RESPONSÁVEL / PORTAL JH

Wagner GuerraGERENTE COMERCIAL

Karina Mandel

REDAÇÃO E OFICINAS: Rua Dr. José Gonçalves, 687 - Lagoa Nova | Natal - RN - CEP 59056-570 |Brasil - Telefax: (84) 3211-0070 ramal 214 - Assinaturas: (84) 3221-5058 | [email protected] - www.jornaldehoje.com.br

ASSINATURA ANUALCapital: R$ 210,00

Interior (via ônibus): R$ 250,00Interior e outros Estados (via

correios): valor da assinatura + ocusto da postagem

ASSINATURA SEMESTRALCapital: R$ 130,00

Interior (via ônibus): R$ 150,00Interior e outros Estados (via

correios): valor da assinatura + ocusto da postagem

O JORNAL DE HOJE se reserva o direito de nãoaceitar informes e material publicitário que in-frijam as leis do país e a ética jornalistica.Informações, comentários e opiniões contidos emartigos assinados não possuem, necessa-riamente, o endosso da Direção. Só é permitida areprodução de matérias com prévia autorizaçãoescrita e com a citação da fonte em destaque

Editado e publicado por RN Gráfica e Editora Ltda. http://www.jornaldehoje.com.br - [email protected] - [email protected] - [email protected] - [email protected] - [email protected] - [email protected] - [email protected]

EXEMPLAR AVULSO R$ 1,00 EDIÇÃO ATRASADA R$ 4,00

NOTÍCIAS QUE OS OUTROS PUBLICARÃO AMANHÃ

OJORNALDEHOJE

Natal, um dia de domingo no mêsde janeiro de 1963. Quando chegamosà Praia do Forte, as pancadas dasondas pareciam débeis, mais tardeestariam bem fortes.

Alguns cachorros de rua passea-vam na orla, indiferentes aos banhis-tas. Descemos à calçada e avistamosmontes de algas mortas achatadas naareia. Uns rapazes pegavam "jacaré"nas ondas calmas, enquanto garotosrecolhiam conchinhas na areia e, vezpor outra, corriam atrás de um sirique logo desaparecia na sua toca.

Várias mocinhas brincavam debambolê, e um menino divertia-secom um ioiô, atirado em movimen-tos ritmados.

Uma babá, ainda moça, cavaraum pocinho na areia e ali sentara coma criança dentro do círculo de areia,sob os olhares vigilantes da mãe nasombra de um guarda-sol colorido.

Uma garota de cabelo preto, per-nas e braços rosados de sol, vestin-do um maiô Catalina, conversavaanimadamente com a amiga. Perce-bi que ambas fumavam. Em dadomomento, levantam-se da sombri-nha de sol listrada e dirigem-se paraa água, onde permanecem por umbom tempo nadando, boiando oudando cambalhotas.

Observamos que na parte rasa dapraia vários menininhos mergulhamnas ondas na hora exata em que elasquebram, ou saltam no momento pre-ciso sobre elas, em meio a gritos dealegria.

Já era mais de meio-dia e o sol,como uma brasa prateada, douravacada vez mais os banhistas. Depois dabarreira formada por pedras negrasera mar aberto e avistamos uma pe-quena jangada, que passava com suasvelas abertas, em direção às praiasdo norte.

Vendedores ambulantes andavampela beira da praia vendendo sorve-tes, "polis", laranjas, roletes de canae água de coco. Notamos que, depoisde consumir tais produtos, as pessoasdescartam o resto ali mesmo - pelovisto, não existia ainda a preocupa-ção ecológica dos dias de hoje.

Uma mistura de cores vivas dasroupas de banho e sombrinhas dãoum colorido espalhafatoso à praiapreferida da juventude natalense dosanos dourados. O cheiro de maresiae óleo de bronzear chegava forte aosnossos narizes.

Na orla, vários automóveis esta-cionados ao lado de vespas e lam-brettas. Um pequeno grupo de moçase rapazes conversam alegremente aosom dos Beatles, Rolling Stones,vindo do toca-fitas de cartucho Cla-rion de um Aero-willys estacionado.

Um grupo de pessoas jogava vo-leibol na areia. Uma das jogadorasera uma garota alta que tinha os ca-belos negros lustrados à "la garçon-ne" e vestia uma blusa branca porcima da roupa de banho. Outra, umaloura de maiô vermelho, tinha a partebronzeada da pele não exatamentecontígua aos limites do maiô na al-tura dos ombros e das coxas.

Vários frequentadores daqueledomingo ensolarado, debaixo de gran-des sombrinhas, limitavam-se a ob-servar o movimento da praia prefe-rida pela sociedade natalense.

Algas verdes e marrons, trazidaspelo refluxo da maré, enchiam a beirada praia e era desagradável pisá-las,antes de entrar na água - argh!

Ao nosso lado, uma garota demaiô branco de duas peças, estampa-do com florzinhas azuis, que se har-monizavam perfeitamente com o tomrosado da sua pele arroxeada, de tãobronzeada. Ela tomava um refrige-rante de garrafa escura, que nos pa-receu ser "Crush", e depois se dei-tou, estirando as pernas na areia for-rada com uma toalha, mantendo a ca-beça um pouco erguida. Próximo, umsenhor folheava a "Manchete" à som-bra do guardassol.

Contudo, naquele dia, quem cha-mava a atenção de todos era umagarota loura, tipo alemã, porte eretoe pernas esguias, com um nariz le-vemente arrebitado, olhos azuis, bemfeita de corpo e esbelta, pelo vistonão era daqui de Natal. Apesar dedesconhecida, ela cumprimentava atodos com um belo sorriso nos lá-bios, enquanto passeava pela orlacom a segurança de quem sabe queé bonita.

À tarde, pelas três horas, resol-vemos ir embora e alguns pescado-res amadores já começavam a chegarcom suas varas de bambu e carreti-lha - ondas ruidosas indicavam quea maré estava enchendo.

Quarta-feira O Jornal de HOJE 3Natal, 1 de agosto de 2012Política

Túlio LemosPOLÍTICA - TÚLIO LEMOS - [email protected] / www.tuliolemos.com.br / @tuliolemosrn

Para o advogado José Augus-to Delgado, ministro aposentadodo Superior Tribunal de Justiça(STJ) e ex-ministro do TribunalSuperior Eleitoral (TSE), a denún-cia do Ministério Público Federal(MPF) é "muito incisiva" e "ba-seada em fatos concretos". Em en-trevista ao Jornal de Hoje, ele afir-mou: "Li toda a denúncia. Reli.Não conheço os fatos que estãonas centenas de volumes do proces-so. A denúncia é muito incisiva,está muito baseada em fatos con-cretos. Se o Ministério Público con-seguir provar todos os fatos cons-tantes da denúncia, com certeza,ela será procedente", destacou oadvogado.

Entretanto, José Augusto Del-gado faz uma ressalva. Se as acu-

sações constantes da denúncia doMensalão não forem provadas, ouse houver dúvidas ou incertezasquanto a sua procedência, a absol-vição será proclamada. Isso por-que, de acordo com ele, vigora nosistema penal brasileiro que so-mente a prova real, certa, determi-nada, sem dúvida nenhuma, impõecondenação.

"Merece ser lembrado o julga-mento de Collor. O Supremo absol-veu por não ter sido provado comcerteza, com base na verdade real, deque os fatos apontados na denúnciaaconteceram. Vale esse princípio,como homenagem ao Estado Demo-crático de Direito. Só há condenaçãocom prova real e certa. Na dúvida,a nossa Constituição e as nossas leismandam absolver", lembrou.

STFNa avaliação de José Augusto

Delgado, o julgamento do Mensa-lão é histórico e a sociedade brasi-leira tem absoluta e irrestrita con-fiança "na integridade e na capaci-dade jurídica" de todos os ministrosdo STF, que "irão proferir a deci-são de acordo com o que está nosautos e vinculados exclusivamen-te aos postulados, aos princípios, eàs regras de Direito existentes nanossa Constituição Federal, no Có-digo Penal, no Código de Proces-so Penal, e demais legislações apli-cadas ao caso".

Em relação a pressão sobre osministros, Delgado considera que"o Supremo é imune a qualquertipo de pressão, quer política, quera exercida pela sociedade, quer a

exercida por qualquer clamor pú-blico, quer pela imprensa, querpelos sindicatos, quer por entida-des religiosas, enfim, por quais-quer tipos de condutas que tentemviolar a independência e a integri-dade de cada julgador integrantedo STF".

Segundo ele, a questão da sus-peição de qualquer magistrado de-pende de fatos concretos que sãodeterminados pela Lei, como seramigo ou inimigo íntimo das par-tes, ter interesse no processo, tersido advogado de uma das partes,e outros de foro íntimo. "Não ca-racterizadas essas situações, nãohá razão nenhuma para se suscitarsuspeição de qualquer ministro,nem o ministro afirmar suspeição",observou.

ALEX VIANA

REPÓRTER DE POLÍTICA

O julgamento do Mensalão pelosonze ministros do Supremo Tribu-nal Federal (STF) começa nestaquinta-feira e deverá durar aproxi-madamente um mês. Isso porque ovoto de cada julgador deverá serfundamentado, mostrando de formacircunstancial por que absolveu oucondenou cada um dos 38 réus, in-clusive o ex-ministro da Casa CivilJosé Dirceu, o ex-presidente do PTJosé Genuíno, o ex-tesoureiro dasigla Delúbio Soares e ainda o pu-blicitário Marcos Valério, conside-rado peça fundamental no esquemaque consistia no desvio de recursospúblicos para pagamento de mesa-das a parlamentares em troca deapoio político no Congresso Nacio-nal.

Para o senador José AgripinoMaia, presidente nacional do DEMe um dos líderes da oposição noPaís, o Mensalão foi o maior escân-dalo de corrupção da história doBrasil. Segundo ele, as provas sãocontundentes e há um conjunto de

dados que comprova que o esque-ma de Marcos Valério "irrigou" oscofres do Partido dos Trabalhadores."As provas de que o Mensalão exis-tiu são contundentes. Através de umsubstancioso e detalhado conjunto dedados, compilados por peritos ofi-ciais e investigadores da Polícia Fe-deral e do Tribunal de Contas daUnião, foi constatado que o esque-ma do Valerioduto irrigou os cofresdo PT e aliados com mais de R$100 milhões", afirmou José Agripi-no, em entrevista ao Jornal de Hoje.

O senador ressaltou que, re-centemente, em memorial envia-do aos ministros do STF, o procu-rador-geral da República, RobertoGurgel, nomeia o Mensalão como"o mais atrevido" e escandalosoesquema de corrupção flagrado noBrasil. Nas palavras do próprioGurgel, "sob o firme comando deJosé Dirceu", a quadrilha se espe-cializou em desviar dinheiro pú-blico e comprar apoio político, como objetivo claro de unir forças paragarantir a perpetuação do projetode poder do PT. "E o PT trata comouma estrela de primeira grandeza

José Dirceu, que é o andarilho doBrasil inteiro e está costurandoaliança do PT nessas eleições. JoséGenoíno é assessor de Ministério.

Waldomiro Diniz é festejado nasua volta ao partido. Esses mensa-leiros, para citar apenas alguns, sãofestejados pelo partido. Acho isso

uma indignidade perante o país,perante a sociedade. O exemplopolítico que o PT dá com seus men-saleiros é o da impunidade e da

conivência", afirmou Agripino.Além disso, segundo o demo-

crata, o próprio presidente Lula, naépoca do escândalo que aconteceuem seu governo, fez um pronuncia-mento em rede nacional de televi-são para pedir desculpas ao povobrasileiro. "Ninguém pede desculpaspor fatos de que não tem culpa. Ten-tar negar o Mensalão é tentar negaro óbvio", ressalta o senador.

Sobre o julgamento do proces-so no STF, José Agripino disse aindaque "nunca o Supremo se debruçoucom um processo tão grande e ar-diloso". Segundo ele, a ação tem 50mil páginas, são 38 réus e 600 tes-temunhas. "O julgamento deveráconsumir cerca de 90 horas em maisde 15 sessões do plenário. É uma vo-tação histórica. Eu tenho muita con-fiança de que o STF valorizará, emprimeiro plano, as nossas institui-ções. A sociedade brasileira estáatenta à votação. Acredito que osmilhões de brasileiros esperam umjulgamento rigoroso do Mensalão, afim de que se estabeleça uma marcahistórica contra a impunidade e acorrupção no Brasil".

O presidente do Partido dos Tra-balhadores no Rio Grande do Norte,Eraldo Paiva, afirmou no começoda tarde não acreditar na existênciado Mensalão. Segundo ele, o quehouve foi apenas um julgamentopolítico. Ele espera que o STF "façajustiça" absolvendo todos os acu-sados pelo Ministério Público Fe-deral.

Ainda segundo Eraldo Paiva,que é vereador em São Gonçalo doAmarante, não houve desvio de re-cursos públicos para o esquema co-nhecido como Valerioduto. "Pri-meiro não acredito que houve Men-salão. O que houve e está compro-vado é que não tem dinheiro públi-co no que se chamou de Mensalão.O que houve na época foi a cassa-

ção de Dirceu e de outros deputa-dos por um julgamento político.Esperamos que o STF faça justiçae acreditamos na inocência nos nos-sos companheiros do Partidos dosTrabalhadores", disse Eraldo.

Segundo Eraldo Paiva, outrofato que deve ser considerado é quenão existem provas que compro-vem a existência do esquema de

compra de parlamentares. "Nãoexiste nenhuma prova", afirmou ele,acrescentando que não poderia serestender mais sobre o tema por nãoter lido o processo. "Não li o pro-cesso, não conheço o processo, nãoestou envolvido no processo", disse.

A deputada federal Fátima Be-zerra (PT), principal líder do Parti-do dos Trabalhadores no Rio Gran-

de do Norte, não atendeu à reporta-gem, nem respondeu ao e-mail sobreesta reportagem. Segundo sua as-sessoria de imprensa, a parlamentarestava participando de uma reuniãosobre a greve dos docentes e até ofechamento desta edição não houveatendimento à solicitação de infor-mações.

O vereador Fernando Lucena

(PT), até recentemente presidentedo Diretório Municipal da legendaem Natal, também não atendeu nemretornou às ligações de O Jornal deHoje. O vereador está em campanhapela reeleição. O deputado estadualFernando Mineiro, candidato do PTa prefeito de Natal, também nãoatendeu nem retornou às ligaçõestelefônicas da reportagem

Agripino: “Mensalão irrigou os cofres doPT e aliados com mais de R$ 100 milhões”

Agripino: “As provas que o Mensalão existiu são contundentes. Nunca o Supremo se debruçou sobre um processo tão ardiloso”

Presidente do PT não acredita na existência do Mensalão

Delgado: “Denúncia está baseada em fatos concretos”

STF poderá expedir o mandado de prisão após o trânsito em julgadoA função principal do Supremo

é interpretar a Constituição Federal.Mas, no caso do Mensalão, a CorteSuprema do País exerce também achamada competência originária,para o processamento e o julgamen-to de ações penais. "É o direito quetêm determinados cidadãos que exer-cem funções de relevo, como as depresidente da República, ministrode Estado, ministro do Superior Tri-bunal de Justiça (STF), senadores edeputados federais, de só serem pro-cessados e julgados pelo STF. Nestasituação, o Supremo é a única ins-tância, diferente dos outros casos,onde se é julgado pelo juiz de pri-

meiro grau, se recorre à primeirainstância, ao Tribunal de Justiça, de-pois ao STJ e, por último, se for ocaso, ao Supremo", explica José Del-gado.

Em outras palavras, enquanto ocidadão comum pode ter a sua açãopenal julgada até em quatro instân-cias, essas pessoas qualificadas sãoprocessadas e julgadas somente peloSTF em última instância. "É o cha-mado foro privilegiado. Isso está naConstituição Federal. Em determi-nados países, como nos EUA, nãohá esse foro privilegiado. No casode Richard Nixon (ex-presidenteamericano cassado por participação

em crimes de espionagem, conheci-do por Watergate), foi julgado porjuiz em primeiro grau", completa omagistrado, para concluir que, "dasdecisões do Supremo não cabe maisnenhum recurso", o que significadizer que caso sejam condenados, osréus do Mensalão não terão a quemrecorrer.

RECURSOS Admitida, porém, a condenação

dos réus, há apenas um recurso, queé feito ao próprio Supremo. "Dessadecisão do STF poderá caber embar-gos de declaração para o própriopleno do STF", explica o advogado.

"Julgados os embargos de declaração,e transitada em julgado a decisão,cumpre-se o que foi determinado peloSupremo".

No caso desse julgamento, os mi-nistros não podem apenas acompa-nhar o voto do relator. "Os onze mi-nistros vão ter que dizer as razõespelas quais está condenando ou ab-solvendo, por isso que vai demorar",explica Delgado. Segundo ele, essaé a chamada garantia do devido pro-cesso legal, que é o direito funda-mental do cidadão, que é chamado dedireito de motivação das decisões ju-diciais.

E quando cabe o embargo? "Cabe

embargo se existir alguma omissão,contradição ou obscuridade do voto.A parte pede que esses vícios sejamsupridos, afastados, complementa-dos", completou.

Ainda na hipótese de condenação,transitada em julgada a decisão, se apena aplicada for maior de quatroanos, o STF poderá expedir o man-dado de prisão ou se a pena for menor,poderá transformá-la em prestaçãode serviços à sociedade ou substituí-la por multa. O Supremo poderá aindadeterminar, tendo em vista a nature-za e a gravidade da pena a ser apli-cada, que ela seja cumprida em re-gime aberto, em regime semiaberto

ou em regime fechado. "O regime fechado é para o cum-

primento de penas acima de quatroanos. Tudo a depender dos anteceden-tes do condenado. Pode o Supremodeterminar que o início da pena sejaem regime aberto ou semiaberto",explicou.

José Delgado esclareceu, por fim,que o trânsito em julgado ocorre de-pois de escoado o prazo para qual-quer recurso. Com relação à prescri-ção dos crimes, ele disse que o Su-premo reconhece que o crime foi co-metido, mas que o Estado não temmais autorização legal para puni-lo,pelo decurso de tempo (AV).

Ex-ministro José Augusto Delgado: “Li e reli a denúncia. É muito incisiva”

JULGAMENTO DO MENSALÃO COMEÇA AMANHÃ E PODERÁ CONDENAR EX-DEPUTADOS E EX-MINISTROS DE LULA

BATIDOApresidente do Tribunal de Jus-

tiça, Judite Nunes, deu um verdadei-ro 'batido' no secretário de Planeja-mento do RN, Obery Rodrigues. ADesembargadora mandou o secretá-rio respeitar as relações de indepen-dência entre os poderes e reforçou,pedindo que Obery: "Evitasse se in-trometer em assunto que não lhe dizrespeito, abstendo-se de criar celeu-mas institucionais desnecessárias".Depois de um ‘batido’desses, o queresta para Obery? Responder oucalar para sempre?

VANTAGEMPara uma cidade como Natal, os

candidatos 'novatos' sofrem bastan-te para conseguir chegar ao eleitora-do. O primeiro passo é tentar popu-larizar o nome, se fazer conhecido,para depois pedir o voto. Como oeleitor já não está entusiasmado comos políticos, fica ainda mais difícilparar para ouvir quem sequer conhe-ce. Nesse caso, leva vantagem quemjá é conhecido ou já tem mandato.

INVESTIGAÇÃOO Tribunal de Contas do Esta-

do decidiu investigar mais profun-damente os contratos de prefeitu-ras para pagamentos de shows mi-lionários, especialmente no Car-naval e no São João. Seria desne-cessário se os promotores das re-feridas cidades, tivessem interes-se em investigar de verdade paraonde vai o dinheiro.

OPERAÇÃOQuando há uma grande festa,

como o Carnaval, os shows sãosuperfaturados de forma despu-dorada, sem a menor preocupa-

ção com os valores. Logo após arealização, os empresários rece-bem o pagamento em cheque, vãoao banco juntamente com umemissário do prefeito, sacam ovalor total, repassam a parcela dapropina e fica tudo por issomesmo.

ANTECIPAÇÃOCaso realmente algum promo-

tor quisesse investigar de verdade,grampearia os responsáveis ofi-ciais pela produção, os'empresários' e acompanharia a

farsa da licitação, o superfatura-mento, o pagamento, a divisão econfirmaria todo o esquema.Porém, a maioria só faz encenar.É um faz de conta que investiga enunca acontece nada na prática.

EXPECTATIVACom o fato consumado, e ex-

pectativa agora é aguardar que a in-vestigação do TCE consiga pro-duzir um material capaz de com-provar pelo menos as fraudes emlicitação e o superfaturamento doscontratos.

EXPLICAÇÃOO grupo do prefeito de

Macau, Flávio Veras, quer que acandidata do DEM, ex-vereado-ra Odete Lopes, explique comoconseguiu ficar milionária emtão pouco tempo e sem uma ori-gem conhecida. A ex-vereadoraapresentou um patrimônio dequase 1 milhão e meio de reais,incluindo uma casa de R$ 600mil e uma Land Rover de R$ 240mil. A Receita Federal também jáestaria de olho na riqueza acele-rada e misteriosa.

Divulgação

José Aldenir

O Tribunal de Contas do Esta-do, por meio da Diretoria de Admi-nistração Municipal (DAM), vaifazer uma inspeção in loco em dezórgãos jurisdicionados do Rio Gran-de do Norte ainda neste semestre. Osmunicípios sorteados serão fiscali-zados quanto à aplicação dos recur-sos de Royalties, Fundo de Partici-pação dos Municípios, ICMS, FUN-DEB, IPTU e ISS.

Também serão objeto de análi-se, pelos técnicos do órgão de Con-tas, as despesas em geral, licitações,contratos, obras de engenharia. Asverbas gastas com educação e saúdeestarão no centro das atenções dafiscalização. A inspeção se limitaráas despesas referentes ao exercíciode 2011 e as datas do início dos tra-balhos em cada município serão di-vulgadas posteriormente.

Os municípios foram escolhi-dos a partir da análise do desempe-nho, "utilizando-se no instrumentodo acompanhamento", "exame dosatos de gestão" e considerando a re-ceita anual e o montante arrecada-do com royalties. A administração

municipal, que foi alvo de denúnciasperante o TCE, também entrou nocritério para fiscalização.

Dentre os municípios selecio-nados estão Parnamirim, Macau,Nísia Floresta, São José de Cam-pestre, São Bento do Trairi e suasrespectivas Câmaras Municipais. Ainiciativa faz parte das competên-cias constitucionais e legais da Cortede Contas, que busca conferir maiortransparência e visibilidade à gestãogovernamental, assegurando a cor-reta aplicação do recurso público,em benefício da sociedade.

O diretor da DAM, Humberto deAragão Mendes Neto, acredita que omomento para o procedimento inspe-cional é agora, "já que os responsá-veis pelas eventuais irregularidadesencontram-se à frente da gestão dosórgãos, o que viabiliza com mais fa-cilidade a apuração dos fatos".

ALei Complementar Estadual nº411/2010 atribuiu à Diretoria de Ad-ministração Municipal o exercício dafiscalização dos Poderes Municipaissob a sua jurisdição, além de outrasque lhe forem compatíveis.

Quarta-feira4 O Jornal de HOJE Natal, 1 de agosto de 2012 Política

DE BRASÍLIA - [email protected]

Walter Gomes

LEITURA DINÂMICA

O vereador Ney Lopes Jr con-firmou que a queixa crime, por eleajuizada contra o ex-prefeito Car-los Eduardo Alves prossegue nor-malmente, ao contrário do que foipropagado "por elementos de máfé".

O ex-prefeito Carlos Alves, ementrevista ao jornal "O Mossoroen-se", acusou o vereador de ter usufruí-do "vantagens" para votar na Câ-mara Municipal de Natal a favor dadesaprovação de suas contas.

Na semana passada, realizou-sena 6ª Vara Criminal da Comarca deNatal a audiência para apreciaçãodo processo penal. Carlos EduardoAlves, em desrespeito à Justiça, nãocompareceu, o que causou estranhe-za. Mandou um advogado. O verea-dor Ney Jr esteve presente, comoautor da queixa e advogado em causaprópria.

Segundo Ney Jr "na ocasião daaudiência o juízo que preside o feitoindagou se havia algum requerimen-to a ser encaminhado. Em razão

disto esclareci que nos autos já haviaa prova material da calúnia, injúriae difamação, representada peloexemplar impresso do Jornal "OMossoroense", com as declaraçõesofensivas do réu".

"Entretanto - diz o vereador NeyJr - comuniquei na audiência, que oex-prefeito de Natal ocupara namesma data da declaração ao jor-nal "O Mossoroense" os microfo-

nes da rádio difusora de Mossoró erepetira as mesmas ofensas e calú-nias. Diante de tal fato admiti que afita magnética com as declaraçõesdo réu poderia também ser requisi-tada, embora fosse desnecessáriodiante da prova documental do jor-nal já anexado ao processo".

O juiz entendeu que não faria arequisição da fita magnética à rádioDifusora e prosseguiria na queixa

crime, para o julgamento final."Isto foi o que aconteceu. Não

tive nenhum prejuízo e a queixacrime prossegue normalmente. Emnenhum momento o réu teve deci-são favorável a ele, como vem sendopropagado pelos seguidores dele eofensores gratuitos. Ao contrário, elenão comparecendo a audiência setornou réu confesso, isto é, realmen-te praticou os crimes contra a honrade que é acusado, pois nem se defen-deu, nem apresentou provas.".

Arrematou o vereador Ney Jrque acredita na justiça e aguardaráa sentença final com a puniçãoexemplar das injúrias, calúnias e di-famação propagadas pelo réu namídia escrita de Mossoró. Aliás, "oréu é useiro e vezeiro nas ofensas aosvereadores. Após o julgamento dassuas contas legalmente reprovadaspela Câmara Municipal, ele dissede alto e bom som que os vereado-res agiram com artifícios, casuísmo,perseguição, cinismo, e cretinice", fi-nalizou o vereador.

t A presidente da Repúbli-ca cumpre a tradição bra-sileira. Fala na abertura daAssembleia Geral da ONU,dia 18 de setembro. É in-certa a ida de Dilma Rous-seff a Washington. Prova-velmente, a viagem fica cir-cunscrita à cidade-sede daentidade: Nova York.t Sugestão: assistir aoprimeiro debate dos can-didatos à prefeitura deNatal. Vai ser amanhã, apartir das 21h45, na Band.Mediação da jornalistaVânia Marinho.t Livro vencedor do Prê-mio Pulitzer (2002), A vira-da – O nascimento domundo moderno, chega aoleitor brasileiro. Stephen

Greenblatt, o autor, estadu-nidense de Boston, é histo-riador especializado no pe-ríodo renascentista.t É lamentável a críticado Planalto ao destaquedado, em Londres, à ex-senadora Marina Silva naabertura dos Jogos Olím-picos. A Mulher da Flores-ta foi convidada do presi-dente emérito do FundoMundial para a Conserva-ção da Natureza, prínci-pe-consorte Philip.t Para ref let i r : “Nãobasta chegar ao cume. Épreciso também vol tarvivo. Sem conseguir des-cer, a missão fica pelametade” (John Mallory,ator estadunidense).

Juízo de valorUma frase de conexão direta com os fatos.

Disse-a o ex-deputado José Dirceu. Ele foi chefe da Casa

Civil da Presidência da República sob o governo Lula da Silva

entre janeiro de 2003 a junho de 2005.

Assim falou o mineiro-paulista, um dos personagens de

maior influência no PT nacional:

“O bom artista não se impressiona com o barulho da plateia.”

t t t

É provável que Dirceu, um dos 38 réus do processo Men-

salão, encabece a lista do julgamento que se inicia às 14h

de amanhã.

É um assombroGravíssima a denúncia de An-thony Garotinho (PR-RJ).Ele divulga o que diz ter ou-vido de policiais federais. Te-riam recebido ordens superio-res para “dar uma segurada”na investigação batizadaPedra Bonita.O trabalho sequenciava asoperações Vegas e MonteCarlo, que identificaram a co-nexão da quadrilha de CarlosCachoeira com a empresaDelta e o seu controlador, Fer-nando Cavendish.Conforme Garotinho, a inves-tigação interrompida levava ao governador do Rio de Janei-ro, Sérgio Cabral, filho – amigo de Cavendish – e ao prefeitocarioca, Eduardo Paes, ambos do PMDB.

t t t

Um detalhe sublinhado por Anthony Garotinho, que governouos fluminenses:“Claro que tem a ver com a eleição municipal. Os efeitos daapuração, se divulgados, seriam desastrosos para EduardoPaes, candidato à reeleição.”

t t t

Acrescente-se: e líder nas pesquisas de intenção de voto.Ocorresse agora o pleito, renovaria o mandato no primeiro turno.Derrotaria, portanto, Rodrigo Maia (DEM), que tem como vicea deputada estadual Clarissa (foto), filha de Garotinho.

Nos centros de referência do poder estadual, constata-se di-

versificação ampla da expressividade dos partidos na campa-

nha para a prefeitura. Baseado nas sondagens de opinião rea-

lizadas na última semana de julho, o birô da coluna apresen-

ta uma amostra da situação nas capitais.

ttt

Desempenho por legenda nas intenções de voto:

PSDB – Lidera em cinco: Manaus (Arthur Virgílio), São Luís

(João Castelo), Teresina (Firmino Filho), Vitória (Luiz Paulo

Velloso Lucas) e São Paulo (José Serra).

PDT, PSB e DEM – Cada sigla está na frente em três. A força

dos pedetistas é assinalada em Natal (Carlos Eduardo Alves),

Maceió (Ronaldo Lessa) e Porto Alegre (José Fortunati). Pre-

valência dos socialistas: Porto Velho (Mauro Nazi), Cuiabá

(Mauro Mendes) e Belo Horizonte (Marcio Lacerda). Coman-

do dos democratas: Fortaleza (Moroni Torgan), Aracaju (João

Alves, filho) e Salvador (Antonio Carlos Magalhães, neto).

PT – Destaque em duas: Recife (Humberto Costa) e Goiânia

(Paulo Garcia).

ttt

Situação dos partidos em outras capitais: PSOL – Belém (Ed-

milson Rodrigues); PP – Campo Grande (Alcides Bernal);

PMDB – Rio de Janeiro (Eduardo Paes); e PSC – Curitiba

(Ratinho Júnior).

ttt

Há empate real em João Pessoa. Cícero Lucena (PSDB) e José

Maranhão (PMDB) têm o mesmo percentual de apoios: 27

pontos, conforme o Ipespe.

Um ensaio para o amanhã

JOAQUIM PINHEIRO

REPÓRTER DE POLÍTICA

A prefeita de Natal, Micarla deSousa poderá trocar o Partido Verde(PV) pelo Partido Ecológico Na-cional (PEN), sigla nova que se en-contra em formação no País intei-ro e que tem basicamente a mesmaproposta filosófica do PV baseadana defesa do meio ambiente e docrescimento econômico com susten-tabilidade. Integrantes da Executi-va Nacional do PV, principalmen-te o presidente, deputado federal,Luiz Pena seria um dos principaisdefensores da mudança de coman-do do Partido Verde no Estado sobo argumento de que o PV, ao con-trário do que acontece no País, nãoconseguiu crescer, se estruturar e sefortalecer para a disputa eleitoraldeste ano, o que estaria predispon-do lideranças nacionais do PartidoVerde a promoverem a mudançano comando do partido no RioGrande do Norte. A possibilidadede intervenção no PV do Estadoestaria descartada.

Ainda segundo a mesma fonte,

a Executiva Nacional do PV prefe-re que a prefeita Micarla de Sousadecida entregar espontaneamenteo partido para evitar constrangi-mentos para ambas as partes, já queo relacionamento pessoal dos líde-res verdes com a prefeita de Natalcontinua sendo bom. Entretanto,entendem esses mesmos líderes quea prefeita de Natal não conseguiuinteriorizar a legenda nem tampou-co dinamizá-la, principalmente

agora num ano eleitoral quando opartido ficou praticamente acéfaloe não conseguiu se reunir uma vezsequer. A constatação é que o PVsobrevive em alguns municípios doRio Grande do Norte resultado dotrabalho de alguns abnegados quetentam reestruturá-lo e apresentarcandidaturas próprias a prefeito emalguns municípios do Estado, alémda postulação a vice-prefeito e ve-reador. "Quando Micarla venceu as

eleições em Natal pensou-se que oPV ia ser uma vitrine, mas isso nãoaconteceu e o PV virou 'paumelado'. Ninguém quer pegar nele",afirmou outro pevista desesperan-çado.

MAOR PARTIDO DO MUNDOSegundo estatísticas, o PV é o

maior partido do mundo e está pre-sente em 140 Países, comprovan-do assim a sua pujança e impor-tância no contexto das nações. Deacordo com os ideólogos verdes asigla é respeitada e admirada pelasua proposta recorrente de defesa domeio ambiente e da importância dotema para a humanidade. No RioGrande do Norte, mesmo diantedas dificuldades enfrentadas na ca-pital, o PV contará com candidatosa prefeito nos municípios de PedroVelho, Vila Flor e Parnamirim, entreoutros de menor expressão políti-co/eleitoral. Em outros municípioso PV participará da chapa majori-tária apresentando candidato a vice-prefeito. O partido também fará co-ligações com outras legendas emvários municípios.

> FISCALIZAÇÃO NO INTERIOR

TCE fará inspeção em cinco municípios

Micarla deve trocar o PV peloPartido Ecológico Nacional

O Partido Verde é representadoatualmente na Câmara Municipal deNatal pelos vereadores Edivan Mar-tins, presidente da Câmara Municipalde Natal e Aquino Neto, principal li-derança política do bairro Cidade Sa-télite que disputa o seu sexto manda-to na eleição deste ano. A expectati-va é que além dos prováveis dois ree-

leitos pelo PV, Edivan Martins e Aqui-no Neto, seja eleito mais um verea-dor que poderá ser o radialista e apre-sentador de televisão Luiz Almir.

O Partido Verde tem como pre-sidente de honra o agitador ecológi-co, ideólogo do partido e conselhei-ro político da prefeita Micarla deSousa, Rivaldo Fernandes a quem

Micarla de Sousa substituiu na pre-sidência estadual da legenda há 4anos. Para substituir a prefeita deNatal na presidência estadual do PVo nome mais cotado é o do deputa-do federal, Paulo Wagner, que se-gundo fontes de Brasília já teria re-cebido convite do presidente nacio-nal, Luiz Pena. Além dos argumen-

tos já citados, um outro motivo parasubstituição do nome de Micarla deSousa teria sido o fato da prefeita deNatal não ter conseguido viabilizarsua reeleição e ter afirmado que apósconcluir o seu mandato deixará a po-lítica para se dedicar a sua saúde eaos seus afazeres profissionais comoempresária de comunicação. (JP)

PV tem Edivan Martins, Aquino Neto e Luiz Almir

> CALÚNIA E DIFAMAÇÃO

Vereador Ney Jr afirma que Carlos Eduardoé réu confesso em queixa crime na Justiça

Prefeita Micarla de Sousa pode perder o comando do PV e se filiar no PEN

ARTICULAÇÕES PARA SUBSTITUIR PREFEITA ESTARIAM SENDO FEITAS

Vereador Ney Jr: “O réu (Carlos Eduardo) é useiro e vezeiro nas ofensas”

Wellington Rocha

Arquivo

Quarta-feira6 O Jornal de HOJE Natal, 1 de agosto de 2012 Cidade

Sem merenda escolar desde aúltima sexta-feira, os alunos do Cen-tro Municipal de Educação Infantil(CMEI) Célia Martins, localizadono bairro de Nossa Senhora da Apre-sentação, zona Norte de Natal, estãosendo liberados mais cedo, por voltadas 9h. O problema está trazendoprejuízos para muitos pais que ale-gam estar deixando de trabalhar parapegar os filhos na escola.

O auxiliar de serviços geraisWagner da Silva Lopes conta que noperíodo em que a filha estuda, ele tra-balha como autônomo. Mas comoela está tendo que sair mais cedo daescola, o trabalho dele está sendoprejudicado. "Ela entra na escola às7h e saía às 11h, 11h30. Como agoratenho que vir pegá-la às 9h, percopraticamente duas horas de traba-lho", conta o pai de Pâmela, de seisanos.

Para a dona de casa Luzia MariaLima da Silva, o prejuízo não é re-lacionado ao trabalho, mas sim à

alimentação da família. "Quandominha filha saía às 11h, já tinha al-moçado. Então, agora que ela estásaindo mais cedo e vai almoçar emcasa, tenho que contar com um pratoa mais na mesa. Para quem está comdificuldade financeira é complicado.Muitos pais reclamam porque estãotendo que deixar de tra-balhar. Este não é omeu caso, mas a ques-tão da alimentação daminha família está di-fícil", diz a mãe de Ju-liana, que afirmou terlanchado no CMEIapenas um iogurte.

A dona de casatambém reclamou do atraso na en-trega dos fardamentos para as crian-ças. "Já passamos da metade do anoe minha filha ainda não recebeufarda. Os que estão com farda é por-que já eram alunos daqui e reapro-veitaram a do ano anterior ou entãoque conseguiram com alguém que

já teve filho aqui", critica LuziaSilva.

Questionada pela reportagemsobre a falta de merenda na unida-de, uma das gestoras não quis seidentificar e explicou apenas que osmantimentos estão sendo aguarda-dos. "Estamos funcionando em ho-

rário reduzido, assimcomo outros CMEIs.Mas as merendas estãochegando nos dias pre-vistos. Temos abaste-cimento semanal equinzenal e agora esta-mos aguardando umaremessa de cereais", re-sumiu.

O secretário municipal de Edu-cação, Walter Fonseca, explica quea falta de merenda foi causada porproblemas de atraso na liberaçãodos processos pela Controladoria doMunicípio. No entanto, segundo ele,os processos foram liberados na úl-tima quinta-feira e já na sexta-feira

o fornecimento dos mantimentos foiiniciado. "As duas empresas ganha-doras da licitação iniciaram o forne-cimento neste final de semana paraas zonas Leste e Sul porque estaspossuem um menor número de es-colas e, por isso, seriam supridasdurante o final de semana. Desde asegunda-feira, o fornecimento paraas escolas das zonas Oeste e Nortecomeçou", explica o secretário.

Em relação aos fardamentos, otitular da SME confirma que a en-trega ainda não foi feita totalmente."Temos mais de 50 mil fardamen-tos ao todo e estes estão sendo en-tregues escola por escola. Ninguémvai ficar sem farda, mas a demora équestão de logística. Muitas vezes aescola nos pede certo tamanho defarda, mas esta fica pequena parauma criança e grande demais paraoutra. Então, temos que fazer umremanejamento entre as escolas eisso leva tempo", conclui WalterFonseca.

JULIANA MANZANO

[email protected]

Fechado desde o último dia 25,o Pronto Socorro Infantil do Hospi-tal José Pedro Bezerra, mais conhe-cido como Hospital Santa Catarina,foi reaberto na manhã de hoje, porvolta das 9h30. No entanto, a dire-toria da unidade hospitalar aindaestá aguardando a apresentação dossete pediatras que foram convoca-dos ontem pelo Governo do Estadopara completar a escala do setor.Mensalmente, o setor recebe umamédia de 410 crianças.

O diretor administrativo do Hos-pital Santa Catarina, Carlos Leão,explicou que a escala deste mês deagosto foi refeita com os 15 pedia-tras que compõem o quadro da uni-dade até o momento. "A escala quemontamos com os atuais 15 pedia-tras está completa até por volta dodia 20 deste mês. Estamos aguar-dando a chegada dos sete pediatrasconvocados para que, com isso, nóspossamos completar a escala até ofinal do mês", diz o diretor, acres-centando que para que o atendimen-to do setor seja mantido são neces-sários dois pediatras no turno damanhã, dois para a escala da tardee três para noite.

Após passar pelo Hospital In-fantil Maria Alice Fernandes e pelaUnidade de Pronto Atendimento(UPA) do Pajuçara e não conseguiratendimento para o filho, a costu-reira Ana Karla de Freitas foi parao Santa Catarina 'tentar a sorte'.Ao chegar na unidade, encontrouum comunicado informando que oatendimento do Pronto Socorro In-fantil estava suspenso por tempoindeterminado.

Ana Karla conta que já não sabia

para onde levar Miguel, de quatroanos, mas foi quando recebeu a no-tícia de que o setor seria reabertonaquele momento. "Há três dias meufilho está com febre, náuseas, vômi-to, dor de cabeça e enjôo. Se eu nãoencontrasse atendimento aqui, nãotinha mais para onde levá-lo. Então,quando soube que o pronto socorroia ser reaberto, o alívio foi grande",conta Ana Karla de Freitas.

A técnica de cobrança DanieleMoura sabia que o atendimento es-tava suspenso e ligou para a unida-de para saber se este já tinha sido rea-berto. "Minha filha passou a madru-gada toda vomitando. Agora pelamanhã liguei para saber se ia ter

atendimento e quando me falaramque iria reabrir decidi vir para cá. Eunão tinha alternativa", diz a mãe dapequena Ludmilla, de um ano.

O fechamento do setor infantilda unidade foi causado pela falta depediatras suficientes para fechar aescala de todo o mês. Segundo o di-retor administrativo, Carlos Leão,o Santa Catarina contava com 19médicos, mas alguns se afastarampor motivos diversos, como licen-ça prêmio, médica ou aposentado-ria. Com isso, apenas 15 ficaramdisponíveis para a unidade. "No dia25, os médicos já tinham cumpri-do toda a carga horária deles refe-rente ao mês de julho. Então, não

tinham mais o que fazer e decidi-ram entregar o setor. A governado-ra [Rosalba Ciarlini] determinouque o setor fosse reaberto a partirde hoje, dia primeiro, e convocoumais sete pediatras. Então, agoraestamos com a perspectiva de queeles assumam o mais rápido possí-vel, já que a convocação era deimediato. Informalmente eu soubeque seis deles já teriam confirma-do a apresentação", diz Carlos Leão.

SANTA CATARINAABRE OITO NOVOS LEITOS DE UTI NEONATAL

Seguindo determinação do Mi-nistério Público do Rio Grande do

Norte, oito novos leitos de Unida-de de Terapia Intensiva (UTI) Neo-natal foram abertos, hoje, no Hos-pital Santa Catarina. O espaço já es-tava equipado há mais de um ano,porém, por falta de recursos hu-manos ainda não havia sido aber-to. A abertura dos novos leitos se-guiu determinação do MinistérioPúblico do RN e foi possível apósconvocação de novos profissionais.Ao todo, foram convocados 48 téc-nicos em enfermagem, 14 enfer-meiros e oito médicos neonatolo-gistas, que já passaram por um mêsde treinamento.

Dos oito leitos, quatro já podemfuncionar como de alto risco e qua-

tro serão de médio risco, até que al-guns novos equipamentos sejamrecebidos. "Os equipamentos queainda faltam, como monitor car-díaco multiparâmetro, por exemplo,já foram aprovados pelo Ministé-rio da Saúde e devem chegar até ofinal do mês. Como eles foramcomprados como parte do projetoSOS Emergência, do Governo Fe-deral, a tramitação é mais rápida.Com a chegada destes equipamen-tos, os oito leitos passarão a ser dealta complexidade. A demanda derecursos humanos já foi montadae está pronta para funcionar", con-clui o diretor administrativo, Car-los Leão.

Desde a última sexta-feira, osalunos da Escola Municipal JoãoXXIII, no Alecrim, estão com o ho-rário de aula reduzido e sem água porfalta de energia, problema que foicausado por um curto-circuito.

Na manhã de hoje, funcionáriosda empresa Arko, que presta servi-ço à Secretaria Municipal de Edu-cação, estavam finalizando o conser-to da estrutura danificada. "Iniciamoso reparo já na segunda-feira e vamosfinalizar ainda nesta manhã. Agoraserá com a Cosern, que fará a liga-ção", disse o responsável pela equi-pe, Eduardo Felipe.

A Escola Municipal ainda está,há cerca de 15 dias, sem diretor evice-diretor, que pediram a exone-ração dos cargos. Uma equipe for-mada por um professor e duas coor-denadoras está sendo responsávelpela direção da unidade de ensino.

Enquanto isso, apenas duashoras de aula por turno estão sendoministradas para os alunos. Luana deOliveira, do 6º ano, não escondeu odescontentamento com a situação."Essa falta de energia e também deágua, porque a bomba não está fun-cionando, faz com que a gente voltemais cedo e isso é ruim, nos preju-dica. O normal é de 7h30 as 11h20,mas estamos saindo às 9h30. Tam-bém houve uma briga dentro do ba-

nheiro e o espelho está quebrado".Já a estudante Emilly Rayane

contou que é satisfeita com a quali-dade do ensino, mas o maior proble-ma é a infraestrutura. "O ensino ébom, os professores são ótimos ededicados, mas o que prejudicamesmo são as deficiências do pré-dio. Os ventiladores, por exemplo,estão terríveis". A mãe da aluna,Maria Deise, que já foi estudante daescola, reforçou a qualidade do en-sino, mas frisou que está preocupa-da com a falta de direção da unida-de. "Sem direção complica. Umaescola grande como esta sem dire-tor, quem vai responder por essesalunos e administrar a escola?",questionou.

O estudante Emerson da Silva,do 8º ano, disse que além dos pro-blemas estruturais, a falta de água ébastante frequente. "Desde o anopassado isso acontece. As salas tam-bém têm estrutura antiga e algumasparedes estão com infiltrações. Temsala que tem até mato entrando. Obanheiro está com a pia quebrada eum dos ventiladores até já pegoufogo. Quando chove a quadra de es-portes fica alagada", disse.

Já Erickles Magno, que cursa o9º ano, reforçou que um dos alunosquase foi atingido pela queda departe do teto de um dos corredores

da escola. "Por sorte não aconteceunada grave".

A professora de Educação Físi-ca Verônica Medeiros explicou queprecisou adiantar o treino do diapara não prejudicar os alunos, queestão prestes a participar de umacompetição esportiva entre escolaspúblicas estaduais e municipais ."Os treinos são sempre depois dasaulas, mas como eles estão terminan-do as aulas duas horas antes, reade-quamos os horários. Muitos depen-dem de ônibus e iriam se prejudicar.Também como está sem energia, osol é quem ajuda".

Verônica disse ainda que ospróprios alunos ajudam na limpe-za da quadra, que fica alagadaquando chove. "Se não fossem osproblemas estruturais, aqui seriauma escola modelo, mesmo com asdificuldades do ensino públicoatual. Temos uma equipe boa ecomprometida e é isso que faz obarco não cair. Em época de elei-ção, os políticos vão para o palan-que e defendem a educação e asaúde com as principais bandeirasde campanha. Mas quando são elei-tos, ficamos a mercê".

Através da assessoria de im-prensa, a Secretaria Municipal deEducação (SME) informou que aempresa Arko já finalizou o ser-

viço de troca de disjuntores, fal-tando apenas a Cosern religar aenergia e a expectativa é que tudoseja normalizado ainda hoje.Quanto à falta de direção e vice-direção, a SME explicou que osdois pediram a exoneração do

cargo e o Departamento de Ges-tão Escolar já deu início ao pro-cesso de eleição.

Já em relação aos vários proble-mas de infraestrutura, de acordo coma assessoria de imprensa, as escolasmunicipais estavam sem manuten-

ção por causa do término de contra-to, mas no último dia 27 de julho foipublicado o edital de licitação e a ex-pectativa é que até o dia 15 de agos-to, após o término do trâmite buro-crático, sejam iniciados os serviçosnas escolas municipais.

> ESCOLA MUNICIPAL JOÃO XXIII

Escola tem horário de aula reduzido por falta de energia

Curto-circuito registrado na última sexta-feira deixou a unidade de ensino municipal do Alecrim sem energia e sem água

O filho de Ana Karla de Freitas está com febre há três dia e por isso arriscou atendimento na unidade, no momento da reabertura. Antes de sair de casa, Daniele Moura ligou para saber se o pronto socorro estava aberto

Wagner da Silva Lopes questiona o fato da filha estar sendo liberada às 9 horas

Centro de Educação Infantil está sem merenda

Pronto Socorro Infantil do Santa Catarina é reaberto

‘Desde a segunda-feira, o fornecimento para as

escolas das zonas Oestee Norte começou

WALTER FONSECA

> NA ZONA NORTE

Fotos: José Aldenir

José Aldenir

Marcelo Barroso

OS 15 MÉDICOS DO QUADRO GARANTEM A ESCALA ATÉ O DIA 20 DE AGOSTO. DIREÇÃO AGUARDA OS CONCURSADOS

Quarta-feira6 O Jornal de HOJE Natal, 1 de agosto de 2012 Cidade

Sem merenda escolar desde aúltima sexta-feira, os alunos do Cen-tro Municipal de Educação Infantil(CMEI) Célia Martins, localizadono bairro de Nossa Senhora da Apre-sentação, zona Norte de Natal, estãosendo liberados mais cedo, por voltadas 9h. O problema está trazendoprejuízos para muitos pais que ale-gam estar deixando de trabalhar parapegar os filhos na escola.

O auxiliar de serviços geraisWagner da Silva Lopes conta que noperíodo em que a filha estuda, ele tra-balha como autônomo. Mas comoela está tendo que sair mais cedo daescola, o trabalho dele está sendoprejudicado. "Ela entra na escola às7h e saía às 11h, 11h30. Como agoratenho que vir pegá-la às 9h, percopraticamente duas horas de traba-lho", conta o pai de Pâmela, de seisanos.

Para a dona de casa Luzia MariaLima da Silva, o prejuízo não é re-lacionado ao trabalho, mas sim à

alimentação da família. "Quandominha filha saía às 11h, já tinha al-moçado. Então, agora que ela estásaindo mais cedo e vai almoçar emcasa, tenho que contar com um pratoa mais na mesa. Para quem está comdificuldade financeira é complicado.Muitos pais reclamam porque estãotendo que deixar de tra-balhar. Este não é omeu caso, mas a ques-tão da alimentação daminha família está di-fícil", diz a mãe de Ju-liana, que afirmou terlanchado no CMEIapenas um iogurte.

A dona de casatambém reclamou do atraso na en-trega dos fardamentos para as crian-ças. "Já passamos da metade do anoe minha filha ainda não recebeufarda. Os que estão com farda é por-que já eram alunos daqui e reapro-veitaram a do ano anterior ou entãoque conseguiram com alguém que

já teve filho aqui", critica LuziaSilva.

Questionada pela reportagemsobre a falta de merenda na unida-de, uma das gestoras não quis seidentificar e explicou apenas que osmantimentos estão sendo aguarda-dos. "Estamos funcionando em ho-

rário reduzido, assimcomo outros CMEIs.Mas as merendas estãochegando nos dias pre-vistos. Temos abaste-cimento semanal equinzenal e agora esta-mos aguardando umaremessa de cereais", re-sumiu.

O secretário municipal de Edu-cação, Walter Fonseca, explica quea falta de merenda foi causada porproblemas de atraso na liberaçãodos processos pela Controladoria doMunicípio. No entanto, segundo ele,os processos foram liberados na úl-tima quinta-feira e já na sexta-feira

o fornecimento dos mantimentos foiiniciado. "As duas empresas ganha-doras da licitação iniciaram o forne-cimento neste final de semana paraas zonas Leste e Sul porque estaspossuem um menor número de es-colas e, por isso, seriam supridasdurante o final de semana. Desde asegunda-feira, o fornecimento paraas escolas das zonas Oeste e Nortecomeçou", explica o secretário.

Em relação aos fardamentos, otitular da SME confirma que a en-trega ainda não foi feita totalmente."Temos mais de 50 mil fardamen-tos ao todo e estes estão sendo en-tregues escola por escola. Ninguémvai ficar sem farda, mas a demora équestão de logística. Muitas vezes aescola nos pede certo tamanho defarda, mas esta fica pequena parauma criança e grande demais paraoutra. Então, temos que fazer umremanejamento entre as escolas eisso leva tempo", conclui WalterFonseca.

JULIANA MANZANO

[email protected]

Fechado desde o último dia 25,o Pronto Socorro Infantil do Hospi-tal José Pedro Bezerra, mais conhe-cido como Hospital Santa Catarina,foi reaberto na manhã de hoje, porvolta das 9h30. No entanto, a dire-toria da unidade hospitalar aindaestá aguardando a apresentação dossete pediatras que foram convoca-dos ontem pelo Governo do Estadopara completar a escala do setor.Mensalmente, o setor recebe umamédia de 410 crianças.

O diretor administrativo do Hos-pital Santa Catarina, Carlos Leão,explicou que a escala deste mês deagosto foi refeita com os 15 pedia-tras que compõem o quadro da uni-dade até o momento. "A escala quemontamos com os atuais 15 pedia-tras está completa até por volta dodia 20 deste mês. Estamos aguar-dando a chegada dos sete pediatrasconvocados para que, com isso, nóspossamos completar a escala até ofinal do mês", diz o diretor, acres-centando que para que o atendimen-to do setor seja mantido são neces-sários dois pediatras no turno damanhã, dois para a escala da tardee três para noite.

Após passar pelo Hospital In-fantil Maria Alice Fernandes e pelaUnidade de Pronto Atendimento(UPA) do Pajuçara e não conseguiratendimento para o filho, a costu-reira Ana Karla de Freitas foi parao Santa Catarina 'tentar a sorte'.Ao chegar na unidade, encontrouum comunicado informando que oatendimento do Pronto Socorro In-fantil estava suspenso por tempoindeterminado.

Ana Karla conta que já não sabia

para onde levar Miguel, de quatroanos, mas foi quando recebeu a no-tícia de que o setor seria reabertonaquele momento. "Há três dias meufilho está com febre, náuseas, vômi-to, dor de cabeça e enjôo. Se eu nãoencontrasse atendimento aqui, nãotinha mais para onde levá-lo. Então,quando soube que o pronto socorroia ser reaberto, o alívio foi grande",conta Ana Karla de Freitas.

A técnica de cobrança DanieleMoura sabia que o atendimento es-tava suspenso e ligou para a unida-de para saber se este já tinha sido rea-berto. "Minha filha passou a madru-gada toda vomitando. Agora pelamanhã liguei para saber se ia ter

atendimento e quando me falaramque iria reabrir decidi vir para cá. Eunão tinha alternativa", diz a mãe dapequena Ludmilla, de um ano.

O fechamento do setor infantilda unidade foi causado pela falta depediatras suficientes para fechar aescala de todo o mês. Segundo o di-retor administrativo, Carlos Leão,o Santa Catarina contava com 19médicos, mas alguns se afastarampor motivos diversos, como licen-ça prêmio, médica ou aposentado-ria. Com isso, apenas 15 ficaramdisponíveis para a unidade. "No dia25, os médicos já tinham cumpri-do toda a carga horária deles refe-rente ao mês de julho. Então, não

tinham mais o que fazer e decidi-ram entregar o setor. A governado-ra [Rosalba Ciarlini] determinouque o setor fosse reaberto a partirde hoje, dia primeiro, e convocoumais sete pediatras. Então, agoraestamos com a perspectiva de queeles assumam o mais rápido possí-vel, já que a convocação era deimediato. Informalmente eu soubeque seis deles já teriam confirma-do a apresentação", diz Carlos Leão.

SANTA CATARINAABRE OITO NOVOS LEITOS DE UTI NEONATAL

Seguindo determinação do Mi-nistério Público do Rio Grande do

Norte, oito novos leitos de Unida-de de Terapia Intensiva (UTI) Neo-natal foram abertos, hoje, no Hos-pital Santa Catarina. O espaço já es-tava equipado há mais de um ano,porém, por falta de recursos hu-manos ainda não havia sido aber-to. A abertura dos novos leitos se-guiu determinação do MinistérioPúblico do RN e foi possível apósconvocação de novos profissionais.Ao todo, foram convocados 48 téc-nicos em enfermagem, 14 enfer-meiros e oito médicos neonatolo-gistas, que já passaram por um mêsde treinamento.

Dos oito leitos, quatro já podemfuncionar como de alto risco e qua-

tro serão de médio risco, até que al-guns novos equipamentos sejamrecebidos. "Os equipamentos queainda faltam, como monitor car-díaco multiparâmetro, por exemplo,já foram aprovados pelo Ministé-rio da Saúde e devem chegar até ofinal do mês. Como eles foramcomprados como parte do projetoSOS Emergência, do Governo Fe-deral, a tramitação é mais rápida.Com a chegada destes equipamen-tos, os oito leitos passarão a ser dealta complexidade. A demanda derecursos humanos já foi montadae está pronta para funcionar", con-clui o diretor administrativo, Car-los Leão.

Desde a última sexta-feira, osalunos da Escola Municipal JoãoXXIII, no Alecrim, estão com o ho-rário de aula reduzido e sem água porfalta de energia, problema que foicausado por um curto-circuito.

Na manhã de hoje, funcionáriosda empresa Arko, que presta servi-ço à Secretaria Municipal de Edu-cação, estavam finalizando o conser-to da estrutura danificada. "Iniciamoso reparo já na segunda-feira e vamosfinalizar ainda nesta manhã. Agoraserá com a Cosern, que fará a liga-ção", disse o responsável pela equi-pe, Eduardo Felipe.

A Escola Municipal ainda está,há cerca de 15 dias, sem diretor evice-diretor, que pediram a exone-ração dos cargos. Uma equipe for-mada por um professor e duas coor-denadoras está sendo responsávelpela direção da unidade de ensino.

Enquanto isso, apenas duashoras de aula por turno estão sendoministradas para os alunos. Luana deOliveira, do 6º ano, não escondeu odescontentamento com a situação."Essa falta de energia e também deágua, porque a bomba não está fun-cionando, faz com que a gente voltemais cedo e isso é ruim, nos preju-dica. O normal é de 7h30 as 11h20,mas estamos saindo às 9h30. Tam-bém houve uma briga dentro do ba-

nheiro e o espelho está quebrado".Já a estudante Emilly Rayane

contou que é satisfeita com a quali-dade do ensino, mas o maior proble-ma é a infraestrutura. "O ensino ébom, os professores são ótimos ededicados, mas o que prejudicamesmo são as deficiências do pré-dio. Os ventiladores, por exemplo,estão terríveis". A mãe da aluna,Maria Deise, que já foi estudante daescola, reforçou a qualidade do en-sino, mas frisou que está preocupa-da com a falta de direção da unida-de. "Sem direção complica. Umaescola grande como esta sem dire-tor, quem vai responder por essesalunos e administrar a escola?",questionou.

O estudante Emerson da Silva,do 8º ano, disse que além dos pro-blemas estruturais, a falta de água ébastante frequente. "Desde o anopassado isso acontece. As salas tam-bém têm estrutura antiga e algumasparedes estão com infiltrações. Temsala que tem até mato entrando. Obanheiro está com a pia quebrada eum dos ventiladores até já pegoufogo. Quando chove a quadra de es-portes fica alagada", disse.

Já Erickles Magno, que cursa o9º ano, reforçou que um dos alunosquase foi atingido pela queda departe do teto de um dos corredores

da escola. "Por sorte não aconteceunada grave".

A professora de Educação Físi-ca Verônica Medeiros explicou queprecisou adiantar o treino do diapara não prejudicar os alunos, queestão prestes a participar de umacompetição esportiva entre escolaspúblicas estaduais e municipais ."Os treinos são sempre depois dasaulas, mas como eles estão terminan-do as aulas duas horas antes, reade-quamos os horários. Muitos depen-dem de ônibus e iriam se prejudicar.Também como está sem energia, osol é quem ajuda".

Verônica disse ainda que ospróprios alunos ajudam na limpe-za da quadra, que fica alagadaquando chove. "Se não fossem osproblemas estruturais, aqui seriauma escola modelo, mesmo com asdificuldades do ensino públicoatual. Temos uma equipe boa ecomprometida e é isso que faz obarco não cair. Em época de elei-ção, os políticos vão para o palan-que e defendem a educação e asaúde com as principais bandeirasde campanha. Mas quando são elei-tos, ficamos a mercê".

Através da assessoria de im-prensa, a Secretaria Municipal deEducação (SME) informou que aempresa Arko já finalizou o ser-

viço de troca de disjuntores, fal-tando apenas a Cosern religar aenergia e a expectativa é que tudoseja normalizado ainda hoje.Quanto à falta de direção e vice-direção, a SME explicou que osdois pediram a exoneração do

cargo e o Departamento de Ges-tão Escolar já deu início ao pro-cesso de eleição.

Já em relação aos vários proble-mas de infraestrutura, de acordo coma assessoria de imprensa, as escolasmunicipais estavam sem manuten-

ção por causa do término de contra-to, mas no último dia 27 de julho foipublicado o edital de licitação e a ex-pectativa é que até o dia 15 de agos-to, após o término do trâmite buro-crático, sejam iniciados os serviçosnas escolas municipais.

> ESCOLA MUNICIPAL JOÃO XXIII

Escola tem horário de aula reduzido por falta de energia

Curto-circuito registrado na última sexta-feira deixou a unidade de ensino municipal do Alecrim sem energia e sem água

O filho de Ana Karla de Freitas está com febre há três dia e por isso arriscou atendimento na unidade, no momento da reabertura. Antes de sair de casa, Daniele Moura ligou para saber se o pronto socorro estava aberto

Wagner da Silva Lopes questiona o fato da filha estar sendo liberada às 9 horas

Centro de Educação Infantil está sem merenda

Pronto Socorro Infantil do Santa Catarina é reaberto

‘Desde a segunda-feira, o fornecimento para as

escolas das zonas Oestee Norte começou

WALTER FONSECA

> NA ZONA NORTE

Fotos: José Aldenir

José Aldenir

Marcelo Barroso

OS 15 MÉDICOS DO QUADRO GARANTEM A ESCALA ATÉ O DIA 20 DE AGOSTO. DIREÇÃO AGUARDA OS CONCURSADOS

Quarta-feira O Jornal de HOJE 7Natal, 1 de agosto de 2012Economia

MARCOS AURÉLIO DE SÁ [email protected]

HOJE na Economia

Com a previsão de 10 mil par-ticipantes - dois mil a mais do quena última edição - a Feira do Em-preendedor do Sebrae-RN abre estatarde, no Centro de Convenções deNatal, na Via Costeira, inflado pelosbons resultados da recente campa-nha de formalização de microem-preendedores individuais.

"Hoje, com mais de 38 traba-lhadores potiguares formalizadospor esse programa revolucionário,a Feira não poderia deixar de refle-tir um ambiente de negócios rico depossibilidades, onde as oportuni-dades de crescimento são imensas",disse esta manhã o superintenden-te do Sebrae-RN, Zeca Melo.

Realizada a cada dois anos emtodo o País, Natal já sediou seisedições com alguns brancos emanos em que deveriam acontecer.Ultimamente, porém, esse tipo deevento se sofisticou, aumentandoconsideravelmente sua abrangên-cia e interesses públicos.

Para Zeca Melo, o sucesso doprograma Empreendedor Indivi-dual e o crescimento da Feira doEmpreendedor têm tudo a ver, poisfez com que os produtos disponí-veis para quem deseja crescer nonegócio encontrassem espaço naFeira.

Só na Oficina do Empreende-dor, que começa hoje à tarde to-mando 14 salas e um auditório daestrutura do Centro de Convenções,abordando temas relevantes aos em-preendedores, começou com 420inscritos. A atividade, prevista paradurar das 15 às 19 horas, encerra-rá com uma visita pelos estandes daFeira, onde os conhecimentos ad-quiridos encontrarão uma aplica-ção prática imediata.

Considerada a maior já aconte-cida até o momento, a Feira do Em-preendedor ocupa uma área de 4,4mil metros quadrados do Centro deConvenções para receber inscritosde todos os cantos do Estado. Em-bora aberta à visitação desde as 14horas, a abertura oficial do eventoestá marcada para logo mais, às 19horas. Mas, mesmo antes disso,uma das conferências principais doevento acontecerá às 16 horas, noauditório Lavoisier Maia.

O consultor e ex-diretor téc-nico do Sebrae Nacional, LuizCarlos Barboza, falará sobre astendências e oportunidades de ne-gócios, destacando os fatores queatualmente contribuem para o su-cesso de uma empresa, assimcomo o cenário econômico nacio-nal e internacional.

A estrutura do evento foi pensa-da a partir da vocação e do perfil so-cioeconômico do Estado, conside-rando as atuais demandas por bair-ros, o público-alvo, os setores daeconomia em evidência e as tendên-cias de negócios. Para tanto, o Sebraelocal realizou um levantamento dasoportunidades de negócios em bair-ros da capital potiguar e em algunsmunicípios da região metropolitanapara identificar as demandas de em-preendimentos por localidade.

"Toda a nova feira já começaa ser pensada quando se encerra aúltima, mas em geral o trabalhomais focado na realização come-ça com seis meses de antecedên-cia", explica Zeca

O resultado desse estudo gerou108 perfis de negócios, que serãodisponibilizados em terminais inte-rativos no Espaço Tendências eOportunidades. O visitante poderácruzar informações sobre os negó-cios que são mais promissores ouos mais compatíveis para o bairroonde pretende investir e enviar omaterial pesquisado por e-mail.

A exemplo das edições anterio-res, a Feira do Empreendedor contacom a presença de antigos parcei-ros, como o Banco do Brasil, Cor-reios, Banco do Nordeste, Caixa,Sistema Fiern, Sistema Fecomércio,Senac e Governo do Estado e Gover-no Federal. Juntos, eles investiram R$1,7 milhão na realização do evento,cujos pilares estão focados no pro-grama Sebrae 2014, visando as opor-tunidades do Mundial de Futebol, eo comportamento empreendedor, le-vando em conta a questão socioam-biental, ou seja, negócios ambien-talmente sustentáveis.

A Feira terá doze espaços(Salão de Franquias, Salão do Ago-negócio, Salão da ConstruçãoCivil, Salão do Comércio e Servi-ço, Salão do Turismo, Salão de TI,

Salão da Produção Associada aoTurismo, Salão de Responsabilida-de Social, Salão de Têxtil e Con-fecção, Salão da Sustentabilidade,Salão das Incubadoras e Salão Par-ceiros), que vão estimular a cria-tividade de quem sonha em teruma empresa própria ou renovaraquela que já está instalada.

Segundo Eduardo Viana, ge-rente da Unidade de Acesso a Mer-cado do Sebrae-RN e coordenadorgeral do evento, estão previstasmais de 200 palestras na grade daprogramação oficial, com destaquepara o Espaço Sebrae/UnP, ondeacontecerão 11 palestras sobre em-preendedorismo para um públicode 800 pessoas. Já o Cine Empreen-dedor terá uma mostra de 12 fil-mes com o mesmo enfoque, abor-dando diversas áreas. A maratonade capacitações ocupará 15 salassimultaneamente.

RODADAS A partir do segundo dia do

evento, amanhã, serão realizadasrodadas de negócios. A primeiraserá a Rodada de Serviços de Cré-dito, que ocorrerá nos dias 2 e 3 deagosto. A proposta da rodada é fa-cilitar a escolha das linhas de cré-dito disponíveis para cada situaçãoe perfil de empreendedor. Serãoseis instituições Financeiras: Ban-cos do Brasil, do Nordeste, Caixa,Bradesco, Agência de Fomento doRio Grande do Norte (AGN) e acooperativa de crédito de empre-sários Unicred/Credcom. Até agora,já existem 94 empresas inscritaspara participar da rodada. Serãoagendadas 108 reuniões por dia,sempre das 15h às 21h, totalizan-do 216 agendamentos.

No último dia, acontece a Ro-dada de Negócios do TerritórioMato Grande, das 15h às 21h, evisa aproximar empresas, associa-ções e cooperativas atendidas peloTerritório da Cidadania Mato Gran-des de compradores locais. Serãoofertados produtos, como frutas tro-picais, peixe, hortaliças agroecoló-gicas, doces e geléia de frutas emcaldas. Serão 13 empresas âncoras(compradoras) e 18 ofertantes, so-mando 87 reuniões já agendadas.

Feira do Empreendedorserá a maior de todas

Canindé Soares

SÃO AGUARDADOS 10 MIL VISITANTES DE TODO O RN

Uma leitora de código de bar-ras que não permite ao cliente pas-sar no caixa um produto com datade validade vencida. Essa é umadas novidades que a Exponor-RN2012 e 24ª Convenção Nordeste deSupermercados, Feira de Equipa-mentos, Produtos e Serviços, queacontecem de 20 a 22 de agosto noCentro de Convenções de Natal,apresentarão aos interessados.

Com um faturamento brutoanual avaliado em R$ 1,8 bilhãono Rio Grande do Norte, o seg-mento supermercadista é respon-sável por 30 mil empregos diretosno Estado. Em 2011, o setor regis-trou um crescimento recorde de8%, depois de amargar anos difíceiscom a crise de 2008 nos EstadosUnidos. Este ano, o segmento pro-mete crescer abaixo dos 4%.

Durante o evento, além de con-tato com as maiores indústrias queatuam nacionalmente, com oportu-nidades de geração de negócios du-rante o evento e depois (com dis-ponibilização de linhas específicasde crédito, a Exponor oferecerá pa-lestras com debates em torno detemas como “O Futuro do Varejoe a Influência da China”, quando ospresentes terão acesso a palestras es-truturais e específicas.

O destaque logo do primeirodia irá para o economista CláudioMeirelles, professor de ComércioExterior na Universidade Paulistae um dos sócios da Baumann Con-sultancy Network, com sede emSão Paulo e escritórios em Pequim(China) e Padova (Itália). Ele fala-rásobre o tema central “O Futuro doVarejo e a Influência da China’’.

Com a experiência de quem moroupor um ano naquela país e mantémhá cinco a empresa que foca o co-mércio internacional, engenharia,serviços técnicos e consultoria in-ternacional, Meirelles também rea-liza missões internacionais para en-tidades e governo.

O evento contará ainda com apresença, ainda, de Eduardo Gomesde Matos (CEO da Gomes de Matose Associados), que falará sobre“Tendências De Mercado” – Com-petitividade no Comércio Varejis-ta. Entre tantas qualidades e ativi-dades de otimização de resultados,ele é também consultor do progra-ma Focus da Ford Brasil e autordo livro “Novos padrões de Gestãoempresarial – os desafios da com-petitividade”. Estão previstos 80estandes na área da feira.

Supermercados fazem eventoem agosto com 80 estandes

> VAREJO

Superintendente do Sebrae/RN, Zeca Melo (à esquerda) percorreu a área do evento que será aber to hoje ao público

Nova Parnamirim ganhará 4 lojas das maioresredes supermercadistas com atuação em Nataln Ainda este ano quatro novas lojas de supermer-cados deverão ser construídas e inauguradas nobairro de Nova Parnamirim, o que mais cresce nazona Sul da região metropolitana de Natal.n O grupo potiguar Supermercado Nordestãoe o hoje multinacional Pão de Açúcar (controla-dor da rede de hipermercados Extra) já estãoconstruindo filiais na Avenida Maria LacerdaMontenegro, enquanto o também multinacionalWalmart abrirá uma unidade do Bompreço naAvenida Abel Cabral. Na mesma região aindaestá sendo projetada a instalação de mais uma lojada rede local SuperShow.n Embora a economia do país tenha crescido ape-nas 2 por cento em 2011, o setor supermercadis-ta brasileiro sustentou no período uma expansãomédia de 8 por cento, o que não se conseguirárepetir este ano. Mas no âmbito potiguar, com aabertura dessas quatro novas grandes lojas noentorno da capital do Estado, não será surpresase os índices se mantiverem no mesmo embalodo exercício anterior.n Hoje, no Rio Grande do Norte, o negócio de su-permercados é disputado por quase 200 empresas,entre grandes, médias e pequenas, que faturaram anopassado R$ 1,8 bilhão. Em conjunto, elas garantemà sociedade potiguar a expressiva quantidade de 30mil empregos diretos e permanentes e se posicio-nam entre os maiores contribuintes do Estado.

Advogado vai requerer anulação do processode privatização do Aeroporto de São Gonçalon O advogado Igor Stainbach está decidido a in-gressar nos próximos dias com uma ação judicialpedindo a anulação do processo de privatizaçãodo futuro Aeroporto Internacional de São Gonça-lo do Amarante, tendo em vista a existência deerros insanáveis no negócio celebrado entre o go-verno federal e o grupo empresarial Inframérica.n O primeiro ponto que o causídico destacará éa inexistência de documentos que comprovem o do-mínio pleno pelo Poder Público da área onde estásendo construído o terminal aéreo. Ou seja: pro-vará que o governo privatizou o que não lhe per-tence de direito. n E, entre os outros argumentos de peso nãomenos importante, ele mostrará que, sem obediên-cia à rígida legislação ambiental do país, o PoderPúblico realizou nos últimos anos a derrubada dereservas de Mata Atlântica que existiam em cercade 1.500 hectares das terras desapropriadas e atéagora não indenizadas.

CDL Natal, Vinhedos e GB Imports seunem e promovem o "Quinta no Clube"n A Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal, emparceria com a distribuidora de bebidas Vinhedose a empresa GB Imports, promoverão amanhã maisuma edição do "happy hour" na sede da entidadede classe, desta feita com a degustação de vinhos.n Para o evento, a Diretoria da CDL distribuiu, viainternet, algumas centenas de convites pessoais e in-transferíveis, acrescidos da recomendação RSVP.n Dezoito rótulos de vinhos de excelente quali-dade, representando oito países, estarão disponíveispara degustação entre 18:00 e as 21:00 horas.n Os convidados devem confirmar presença pelotelefone 4009-0000.

Falta milho na Conab e os preços dasrações animais disparam em todo RNn Com problemas para conseguir realizar o trans-porte de milho dos estoques reguladores do Gover-no Federal (armazenados nos Estados do Sudestee Centro-Oeste) para a praça do Rio Grande doNorte, a Superintendência Regional da Conab(Companhia Brasileira de Abastecimento) está hámais de uma semana sem conseguir atender à de-manda dos agropecuaristas potiguares cadastradospara receber cotas do produto a preço subsidiado.n Em razão da seca que se espalha por quasetodos os municípios do semiárido nordestino desdeabril passado, praticamente não existem pastagensdisponíveis para o gado nas fazendas e a maioriados criadores se vê obrigado a recorrer à comprade grãos e outras rações concentradas para salvarseus rebanhos.n Diante da falta do milho da Conab, a saída paramuitos é buscar estes produtos junto ao comérciovarejista. E é nessa hora que se tornam mais visí-veis os efeitos da implacável lei do mercado, se-gundo a qual a procura maior do que a oferta fazo preço das mercadorias disparar.n Assim, o milho - que adquirido junto à Conab -teria um preço variável entre pouco mais de R$ 18,00até R$ 24,00 a seca de 60 quilos - não está sendo en-contrado nas casas de ração por menos de R$ 45,00.n A torta de algodão, indispensável para manter aprodução do gado leiteiro, já pulou este ano de R$37,00 para R$ 55,00 a saca de 50 quilos, enquanto ofarelo de soja não é encontrado por menos de R$ 80,00.n Estimando-se que ainda faltam seis longos mesespara as chuvas retornarem ao semiárido, não resta dú-vida de que a situação do produtor rural do RN é de-sesperadora. Mesmo assim, o governo do Estadoainda não dispõe de nenhum programa efetivo de so-corro para apresentar ao setor, o que é lamentável.

Verificação automática da autenticidade de documentosn A Autentique - empresa deserviços digitais para documen-tos - lançou em Natal o recursoda verificação online da autenti-cidade (via código QR) dos do-cumentos por ela escaneados.n O QR é uma versão moder-na dos códigos de barras quepermite a codificação de textos,números de telefone, e-mails,contatos, torpedos ou mesmo en-dereços da Internet. Esta infor-mação, armazenada numa ima-gem bidimensional em preto ebranco pode ser, então, recupe-rada pela maioria dos aparelhoscelulares atuais e tablets comcâmera e acesso à Internet.n Os códigos QR já são ampla-mente utilizados em anúncios pu-blicitários, cartazes e informati-vos impressos e expostos em lo-

cais públicos, permitindo o aces-so direto a conteúdo adicional aquem capturá-lo com o celular.n O uso dessa técnica para averificação de documentos au-tenticados é uma grande inova-ção no Brasil. Além de evitarfraudes, o sistema também eli-mina tempo e automatiza o pro-cesso de verificação.n A Autentique é uma empre-sa genuinamente potiguar, fun-dada ano passado, que prestaserviços de digitalização, auten-ticação digital, armazenamentoe recuperação de documentoseletrônicos de terceiros. A au-tenticação provida tem valida-de jurídica e fé pública reconhe-cidas por utilizar os certificadosdigitais de um cartório parceiro.Tais certificados são emitidoscom base na Infraestrutura deChaves Públicas Brasileira (ICPBrasil) do Governo Federal.

VLT a caminho de se tornarRealidade na grande Nataln O Sistema de Veículo LeveSobre Trilhos (mais conhecidopela sigla VLT, uma espécie demetrô de superfície), adotado háanos por várias cidades europeiase começando a ser implantadocom sucesso no Brasil, não vaidemorar a chegar à região metro-politana de Natal, segundo infor-ma a Companhia Brasileira de

Trens Urbanos (CBTU).n Hoje, Natal, Parnamirim, Ex-tremoz e Ceará-Mirim são cida-des com a população precaria-mente servida por transportesobre trilhos, ou seja, velhos trenstracionados por locomotivas commais de 60 anos de uso, sistemacom visíveis sinais de fadiga.n O mesmo acontece com vá-rias capitais brasileiras. Mas,para melhorar a situação, o Mi-nistério das Cidades irá liberarrecursos da ordem de R$ 721milhões, via programa PACEquipamentos, dos quais R$ 154milhões serão destinados à mo-dernização do Sistema de TrensUrbanos de Natal.n No próximo dia 13, às 14:00horas, a CBTU realizará Au-diência Pública de Instrução re-lativa à licitação para aquisiçãode doze Veículos Leves SobreTrilhos (VLT's) para o sistemade Natal. A audiência será noauditório da Associação dos En-genheiros Ferroviários, no Riode Janeiro.n O Superintendente daCBTU/Natal, engenheiro JoãoMaria Cavalcanti, participará doevento e assegura que a implan-tação do VLT em Natal contri-buirá para uma maior fluidez dotrânsito e possibilitará grandesmelhorias no nosso transportede massa.

O Centro Tecnológico de Gua-maré (CTG) inicia nesta semananovas turmas de cursos profissio-nalizantes, com formação para sol-dador industrial. Esta é a 13ª turmado centro, que oferece aulas gratui-tas para a população, através doPrograma Capacitando NossaGente, em parceria com o ServiçoNacional de Aprendizagem (Senai).No Centro, criado e mantido pelaPrefeitura de Guamaré, funcionamtambém os cursos do Programa deMobilização da Indústria Nacio-nal de Petróleo e Gás Natural, oPromimp.

Em funcionamento desde ou-tubro de 2011, o CTG já capaci-tou cerca de 300 pessoas e abri-rá, em breve, novas turmas paramais 190 estudantes. O principalobjetivo do Centro é fomentar aeducação dos seus moradores parainserção no mercado de trabalholocal, que tem um déficit de pro-fissionais qualificados.

“Através desses cursos, promo-vemos a capacitação dos morado-res do município, damos a oportu-nidade de serem inseridos no mer-cado de trabalho, em grandes em-presas do setor petrolífero. Alémdisso, mantemos as parcerias comgrandes instituições, como a Univer-sidade Federal” declara o secretáriomunicipal de capacitação, José Car-los Neves de Oliveira.

Os cursos de qualificação jáexistem no município desde 2009,antes mesmo da criação do CTG.Desde aquele ano, aproximadamen-te 1.200 pessoas foram capacitadaspor cursos custeados pela prefeitu-ra. Dentre as modalidades, estão In-clusão Digital, Eletricista, Seguran-ça do Trabalho, Caldereiro e Solda-dor, todos em parceria com o Senai.

Com a instalação do CTG, foipossível ampliar a oferta de cur-sos, além de realizar novas parce-rias, como é o caso do Programa deMobilização da Indústria Nacionalde Petróleo e Gás Natural, o Pro-mimp. Através dele, são ofereci-dos cursos para melhorar a quali-

ficação dos profissionais que serãocontratados pelas empresas forne-cedoras de bens e serviços para osetor de petróleo e gás.

Pelo Promimp, atualmente o mu-nicípio forma profissionais em Ele-tricista, Força e Controle, Eletricis-ta Montador, Instrumentista Monta-dor, Mecânico Ajustador, MecânicoMontador e Soldador de Estrutura.Os estudantes ainda recebem umabolsa de acordo com o nível de es-colaridade equivalente da formação.

Apesar de não haver garantiade emprego, todos os cursos sãoplanejados para que as pessoas es-tejam preparadas para atuarem nomercado, na quantidade, especia-lidades e localidades necessáriaspara a implantação dos projetos.Uma prova de que a iniciativa vemdando certo é que 67% dos profis-sionais qualificados pelo Prominpestão empregados no mercado detrabalho formal.

Diante do crescimento da de-manda de estudantes, a prefeituraplaneja, para o próximo ano, fixaro CTG em sede própria. O proje-to já está pronto e prevê uma es-trutura para atender a 440 alunos.Serão oito salas de aula, sendoquatro informatizadas, 14 labora-tórios, dois auditórios estilo arena,sendo um com capacidade para400 pessoas e outro para 200, alémde cinco banheiros coletivos, ele-vador e rampa para portadores denecessidades especiais, bibliotecae estacionamento com capacida-de de vagas para 75 veículos.

SOBRE O CTGO Centro Tecnológico de Gua-

maré é uma autarquia municipal ins-tituído através da lei 505/2011 e vin-culado à Secretaria Municipal deEducação e Cultura. O CTG é umainstituição de educação básica e pro-fissional e tecnológica, especializa-da na oferta de ensino nas diferen-tes modalidades de ensino, com basena reunião de conhecimentos técni-cos e tecnológicos, com práticas pe-dagógicas definidas por lei. Entre as

suas finalidades, está a inserção deprofissionais nos diversos setores daeconomia, com ênfase no desenvol-vimento socioeconômico local.

Quarta-feira8 O Jornal de HOJE Natal, 1 de agosto de 2012

C M Y K

Cidade

Na próxima semana, no dia 7de agosto, o Instituto Nacional doSeguro Social (INSS) deverá ajui-zar a primeira ação regressiva re-lacionada à violência doméstica efamiliar praticada contra a mulher.A data foi escolhida por ser o ani-versário da Lei nº 11.340/2006,que ficou conhecida como a LeiMaria da Penha. Nesta terça-feira(31) foram formalizadas parceriasentre o Ministério da PrevidênciaSocial, a Secretaria de Políticaspara as Mulheres, oInstituto Nacional doSeguro Social (INSS)e o Instituto Maria daPenha para a realiza-ção de ações e políticasde proteção à mulher.

Os ministros Gari-baldi Alves Filho (Pre-vidência Social) eEleonora Menicucci (Políticas paraas Mulheres), o presidente MauroHauschild (INSS) e a vice-presi-dente Regina Célia Almeida SilvaBarbosa (Instituto Maria da Penha)assinaram o convênio e um acor-do que estabelecem medidas pre-ventivas e repressivas como açõessocioeducativas e o ajuizamentode ações regressivas.

Na avaliação da ministra Eleo-nora Menicucci, a iniciativa daPrevidência Social de cobrar, aosagressores de mulheres, reparaçãofinanceira dos valores pagos embenefícios previdenciários resul-tado da violência doméstica terá,sobretudo, um caráter pedagógi-

co. Ela elogiou o fato de, pela pri-meira vez na história, um minis-tério ter procurado a Secretaria dePolíticas para as Mulheres solici-tando e propondo uma parceriaconcreta.

Por sua vez, o ministro Gari-baldi Alves Filho declarou que aPrevidência Social procurará a Se-cretaria da ministra Eleonora Me-nicucci e o Instituto Maria daPenha para outros acordos que pro-tejam a mulher contra a violência

doméstica. "Temosque fazer com que aviolência contra asmulheres se tornecada vez mais resi-dual, minoritária e aexpressão de um ab-surdo", declarou o ti-tular da Pasta da Pre-vidência Social. Ele

concluiu que a violência empobre-ce a condição humana.

Já a fundadora do InstitutoMaria da Penha, a farmacêuticaMaria da Penha Maia Fernandes,parafraseando Martin Luther King,declarou que sonhou com o diaem que as mulheres do Brasil vi-veriam livres da violência domés-tica. "A cada solenidade como essade hoje vejo o meu sonho se apro-ximar da realidade", afirmou Mariada Penha. O presidente do INSS,Mauro Hauschild, registrou que aparceria demonstra que o Estadonão está mais inerte em relação àsquestões importantes e sensíveisàs quais a sociedade está exposta.

Agressores deverãoressarcir pagamento debenefícios às vítimas

>PREVIDÊNCIA

Esta é a 13a turma oferecida gratuitamente no CTG (foto) à população através do Programa Capacitando Nossa Gente

Centro Tecnológicooferece cursos gratuitos em GuamaréPROGRAMA DE CAPACITAÇÃO TEM PARCERIA COM

GOVERNO FEDERAL E VISA A INSERÇÃO DE PROFISSIONAIS

QUALIFICADOS NO MERCADO DE TRABALHO LOCAL

‘Temos que fazer comque a violência contraas mulheres se tornea expressão de um

absurdoGARIBALDI FILHO

Eduardo Maia/Divulgação

Quarta-feira O Jornal de HOJE 9Natal, 1 de agosto de 2012Cidade

C M Y K

ROBERTO CAMPELLO

[email protected]

A madrugada desta quinta-feira,2 de agosto, segundo levantamen-to do Instituto Nacional de Pesqui-sas Espaciais (Inpe), deverá regis-trar a maré mais alta e de maior in-tensidade do ano, com 2,5 metros,podendo chegar aos 2,6 metros, porvolta das 4h30 da manhã. Se a pre-visão for confirmada, o nível atin-gido será acima do da maré quedestruiu parte do calçadão de PontaNegra no início de julho. Nestaquarta-feira (1), a maré chegou a 2,4metros, e as ondas voltaram a atin-gir o calçadão, no entanto não cau-sou maiores prejuízos, pois os sacosde areia que foram colocados pelaPrefeitura de Natal conseguiramminimizar o impacto.

Outro problema em relação àsmarés de agosto é a associação comas fases da lua e os ventos duranteeste mês propiciam o aumento e aintensidade das marés. Amanhã, porvolta das 16h58, também está pre-vista uma maré de 2,3 metros. Nasexta-feira (3), por volta das 5h09deve-se registrar uma nova maré de2,5 metros e de 2,3 metros às 17h39.No sábado (4) e domingo (5), asmarés devem variar entre 2,3m e2,4m.

De acordo com Gilmar Bistroit,meteorologista da Empresa de Pes-quisa Agropecuária do Rio Grandedo Norte (Emparn), o mês de agos-to é marcado pela incidência de ven-tos fortes em todo Nordeste. O fe-nômeno ocorre tanto no litoral comono interior da região. "Aexplicaçãopara presença desses ventos é queocorre um aumento da pressão doAtlântico Sul, favorecendo o deslo-camento do ar para cá", disse. Se-gundo o meteorologista, a porta deentrada desses ventos é o Sudeste ea velocidade pode aumentar em100%. "Praticamente dobra a velo-cidade dos ventos nesta época doano aqui no NE", explica.

O coordenador da Defesa Civilde Natal, secretário Carlos Paiva,disse que os sacos que foram colo-cados e as barreiras de contençãoajudaram a impedir mais prejuízosao calçadão. "Não houve avanço doponto de vista da destruição e ossacos colaboraram para não piorara situação. Agrande diferença é queestas marés de agosto são depositá-rias de sedimentos e não de retira-da. Hoje vamos dar continuidade aotrabalho de enchimento dos sacoscom vistas às marés de amanhã esexta-feira". O secretário disse aindaque técnicos da Prefeitura irão mo-nitorar o calçadão de Ponta Negra24 horas durante esta semana.

COMERCIANTES E FREQUENTADORES ESTÃO TEMEROSOS

Diante das marés altas, a popu-lação e os comerciantes temem maisprejuízos. Afuncionária pública, Te-reza Nilda, que sempre caminha pelapraia de Ponta Negra, acredita queos sacos que foram colocados são in-suficientes para conter o avanço domar. "Já espero que o pior aconte-ça. Os sacos são insuficientes paraimpedir a ação da maré alta. É ne-cessária uma ação mais eficaz", disseao fazer referência à previsão doInpe para esta quinta-feira.

O comerciante Adriano Marce-lino da Silva criticou a colocação

dos sacos e teme que uma nova des-truição cause ainda mais prejuízosàs vendas. "A maré que vem é fortee pode destruir tudo, pois esses sacossão insuficientes para conter a forçada água. Por isso estamos esperan-do que o pior aconteça. A situaçãoestá ruim e temo que possa ser piorainda", observou.

Ainda à espera da relocação, aproprietária do quiosque k-18, Ro-sineide Lima de Souza, teme que amaré possa levar o resto do calçadãoe derrubar a estrutura do quiosque,pois a base de sustentação já foi bas-tante danificada pela a última maré."Tenho medo de chegar quinta-feirae ver tudo perdido, pois a maré altaserá na madrugada. O estrago já foigrande da outra vez, agora pode serpior e nada de eficaz está sendofeito", desabafou a comerciante. Otitular da Semsur, Luiz AntônioLopes disse que o quiosque de Ro-sineide não será relocado, mas garan-tiu que será feito um reforço paracalçar a base e impedir a destruição.

POUCA EFETIVIDADE DAS AÇÕES

No entanto, 18 dias após a Pre-feitura de Natal decretar o estado decalamidade pública no calçadão dePonta Negra, quase nada foi feitopara resolver o problema na área.As medidas paliativas não surtiramo efeito desejado, pois os poucossacos de areia que foram colocadosforam soterrados pela areia da praiadiante do avanço das águas do mar.A interdição e isolamento da áreaafetada, feita por recomendação ju-dicial, duraram apenas um dia, pois,segundo a Defesa Civil de Natal, ospopulares retiraram os tapumes e astelas de proteção que cercavam aárea. O efetivo da Guarda Munici-pal é insuficiente para garantir a se-gurança 24 horas da região e os pou-cos agentes da Defesa Civil que seencontram no local diariamente sãopoucos para fazer o trabalho deorientação aos transeuntes.

Durante os últimos dias, o quese viu em Ponta Negra foi uma re-troescavadeira criando barreiras deareia em frente ao calçadão destruí-do, no entanto, menos de 24 horasdepois do trabalho paliativo, o marlevou parte da areia posta para pro-teger o calçadão. Hoje, as barreirassão quase imperceptíveis. Em par-ceria com o trade turístico, foi to-mada a decisão de encher mais de400 sacos de areia para tentar con-ter a ação do mar. Os primeiro sacosque foram colocados foram soterra-

dos poucas horas depois.O secretário de Segurança Pú-

blica e Defesa Social, Carlos Paiva,afirma que cerca de 30 pessoas estãotrabalhando diariamente no local eque será montado um esquema es-pecial na próxima semana. "Já namadrugada do próximo dia 2 deagosto, estaremos com uma equipede plantão no local para monitorara situação e orientar os banhistas".

A Cruz Vermelha também estáauxiliando o trabalho da Prefeitura,com um grupo de 16 voluntários."Todas estas pessoas são formadasno Curso Básico em Proteção deDefesa Civil (CBPDC), oferecidopela própria Cruz Vermelha. Alémde ajudar a organizar, os sacos deproteção, orientam os banhistasquanto à segurança no local", infor-

mou o coordenador operacional doDepartamento de Resposta a Desas-tres da Cruz Vermelha de Natal, Ger-son Gomes.

Os voluntários da Cruz Verme-lha Brasileira no RN estão em PontaNegra fazendo um cordão de isola-mento para orientar as pessoas sobrea melhor maneira de descer à praiae também auxiliando na construçãoda contenção, com o enchimentodos sacos de areia. Aequipe tambémdisponibiliza um socorrista comprancha como medida preventiva.Esta é a primeira vez que a CruzVermelha trabalha em conjunto coma Defesa Civil Municipal.

RELOCAÇÃO DE QUIOSQUESA Secretaria Municipal de Ser-

viços Urbanos (Semsur) realizou,na semana passada, a remoção doquiosque 13 para o ponto 30, aexemplo do quiosque 14 que foi re-movido para outra área do calça-dão. Segundo o chefe de Engenha-ria da Semsur, Rubens Ciro Costa,mais três quiosques (15, 16 e 17)serão relocados até a próxima ama-nhã. Os locais para onde os quios-ques estão sendo relocados é indi-cação da Associação dos Quios-

queiros e a expectativa dos comer-ciantes é de que mais equipamen-tos sejam relocados até a próximasemana.

No momento, a Prefeitura es-pera a liberação dos recursos do Mi-nistério da Integração Nacional paraas obras de recuperação emergencialdo calçadão. Porém, não há expec-tativa ou previsão para elaboração deum estudo que aponte uma soluçãodefinitiva para o calçadão de PontaNegra. Carlos Paiva ressalta que háo compromisso do Ministério doTurismo de liberar R$ 500 mil paraelaboração de um projeto neste sen-tido, mas observa que neste momen-to a prioridade da Prefeitura é garan-tir a obra emergencial.

"Precisamos recuperar, para tercerteza de que não cairá novamente

e possa segurar até que seja feita aobra de forma definitiva. Não tive-mos tempo ainda para pensar nesseprojeto, mas a Prefeitura tambémestá preocupada quanto à soluçãodefinitiva", afirmou Carlos Paiva.

RECURSOS AINDANÃO FORAM LIBERADOS

O Ministério da Integração irá li-berar, inicialmente, R$ 1 milhão paraas obras emergenciais de reconstru-ção do calçadão de Ponta Negra. Ovalor corresponde a 25% dos R$ 4milhões, solicitados pela prefeitaMicarla de Sousa, após o reconhe-cimento do decreto de calamidadepública pela União, na quarta-feira(25). Os recursos são oriundos doOrçamento Geral da União (OGU)e por se tratar de obras de recupe-ração em situação calamitosa é dis-pensada a contrapartida por partedo Município.

O secretário Carlos Paiva expli-cou que é comum o Governo Fede-ral liberar recursos em etapas. Atéesta quarta-feira (1), o recurso aindanão havia sido liberado. "É normalque o dinheiro seja liberado em par-celas, à medida que o projeto estásendo executado e comprovado, o

restante do dinheiro vai sendo libe-rado. Esperamos que a liberação daparcela inicial aconteça o quantoantes. O que tinha que ser feito já foifeito, agora é esperar a liberação dosrecursos para darmos início àsobras", afirmou.

De acordo com o relatório apre-sentado pela Defesa Civil de Natal,o valor pleiteado pela Prefeitura foide R$ 4.050.800,00. Dos quais, R$3.674 milhões para a recuperaçãode 700 metros de trecho danificadopela erosão costeira. Carlos Paivaexplica que, após análise do planode trabalho apresentado pelo Muni-cípio ao Departamento de Engenha-ria, o valor dos recursos será defi-nido e repassado. A quantia solici-tada é para obras de recuperação erequalificação dos espaços urbanosdestruídos pela força do mar na praiade Ponta Negra.

"Essas são obras paliativas. Asobras estruturantes, definitivas, estãoorçadas em cerca de R$ 80 milhões",lembrou Micarla de Sousa. APrefei-tura retomou o contato com o BancoInteramericano de Desenvolvimen-to (BID), na tentativa de firmar par-ceria entre a instituição financeira eo Ministério do Turismo para dispo-nibilizar estudos realizados em 2008,para ordenação da orla de PontaNegra. "O convênio de R$ 77 mi-lhões, recusado pela Prefeitura naépoca, gerou um impasse diplomá-tico com o BID, que estamos tentan-do reverter", disse.

Após avaliação do Ministérioda Integração, o projeto executivovolta para a Prefeitura de Natal. Aentrega é a ultima etapa no pro-cesso de decreto de calamidadepública, mas não é, segundo a se-cretária de Obras Públicas e In-fraestrutura (Semopi) Teresa Cris-tina Vieira Pires, fator condicio-nante para que o Município tenhaacesso ao recurso. No caso de exe-cução de ações de recuperação, ex-plica Carlos Paiva, o Municípiodeverá apresentar plano de traba-lho no prazo máximo de 90 dias daocorrência do desastre. Em Natal,o processo decorreu em 15 dias.

EM BUSCA DE MÃO DE OBRA QUALIFICADA

A Prefeitura pleiteou ainda,junto ao Ministério da Defesa, aexecução de obras via batalhão deengenharia do Exército de outros es-tados, pois, segundo informaçõesdo secretário Carlos Paiva, o bata-lhão de engenharia no RN declarounão ter experiência nesse tipo de

construção, tendo pessoal especia-lizado em construção de estradas epontes. O Exército informou aindaque não dispõe de engenheiros es-pecializados em reconstrução pro-veniente de erosão marinha.

"Buscamos o Exército por enten-der que a burocracia seria menorentre os dois entes federais. E pelalarga experiência em obras de re-construção", disse Micarla de Sousa.A Prefeitura de Natal busca parce-ria com o Exército para realizaçãoda obra para dar mais credibilidadee celeridade no processo de recons-trução do calçadão.

Em caso de impossibilidadedos militares tocarem a obra, a Se-mopi irá coordenar o processo deseleção de empresa especializada,por meio de comprovação de qua-lificação técnica para realizar o ser-viço. Carlos Paiva explicou que aideia é que se contrate mais de umaempresa para dar celeridade à re-construção, sob a coordenação dostécnicos da Semopi.

Carlos Paiva explica que o pro-jeto emergencial não contempla ospossíveis danos causados após o fe-nômeno das marés do dia 2 de agos-to. O valor pedido se baseia nos es-tragos e prejuízos materiais e am-bientais diagnosticados após os úl-timos desabamentos no calçadão dePonta Negra, os quais foram regis-trados nos dois relatórios entreguespela prefeita em Brasília, na últimasegunda-feira, 23. Os documentosapontam uma área de 500 metrospara reconstrução e outro trecho de200 metros para reparação de danos.Caso a previsão de nova destruiçãoseja confirmada, esclarece CarlosPaiva, a Prefeitura poderá "pedirnovo aporte de recursos".

SACOS DE AREIAO enchimento dos 420 sacos de

areia de 1,5 tonelada previsto paraser concluído na semana passada,ainda não tem previsão. Do total,somente 120 foram colocados, até amanhã de ontem. Parte das 'big bags'instaladas na sexta-feira passada,em frente ao Hotel Manary, está ater-rada e no nível do mar. "Não houvea erosão, mas do jeito que está nãoevita que maré venha e atinja o cal-çadão", observa o barraqueiro Fran-cisco Dias.

Cerca de 60 metros adiante, emfrente Blue Marlin e King's Hotel,cerca de 30 sacos foram sobrepos-tos formando uma barreira maior."A dificuldade no avanço do traba-lho é a falta de experiência por partedos operários da Prefeitura e da Ma-rinha, além da limitação de tempopara o uso de retroescavadeiras, de-vido às marés", explica a secretáriade obras Teresa Cristina Vieira.

O diretor da Defesa Civil deNatal, Irimar Matos do Nascimen-to não será possível concluir o en-chimento dos sacos até a maré do dia2 de agosto. "Mas conseguiremosencher pelo menos a metade, o queserá suficiente para conter a ação damaré", afirmou.

O presidente da ABIH-RN,Habib Chalita, disse que 15 hote-leiros de Ponta Negra investiram R$6 mil na aquisição de sacos de ar-mazenagem de sal, para enchê-los deareia na tentativa de bloquear os im-pactos da maré alta. O dirigente re-clama, porém, que a Prefeitura deNatal não cumpriu o acordo, já quenão encheu os sacos de areia.

Prefeitura usa sacos de areia para tentar minimizarimpacto das ondas com mais de 2 metros de alturaESTUDO ELABORADO PELO INPE PREVÊ QUE AS MARÉS MAIS ALTAS E INTENSAS DO ANO ACONTECERÃO QUINTA E SEXTA

Tereza Nilda é frequentadora da praia e espera uma ação mais eficaz do Município Comerciante Adriano Marcelino da Silva teme mais prejuízos para as vendas

Fotos: José Aldenir

‘ ’O que tinha que ser feito já foi feito,

agora é esperar a liberação dos recursospara darmos início às obras.

CARLOS PAIVA

SECRETÁRIO DE DEFESA CIVIL

Quarta-feira10 O Jornal de HOJE Natal, 1 de agosto de 2012 Cidade

Fotos: José Aldenir

Um duplo homicídio chocou osmoradores da comunidade Guajiru,no município de São Gonçalo doAmarante, no início da madrugadade hoje. Os corpos de dois homensforam encontrados com um dispa-ros de espingarda calibre 12 cadaum, dentro de um veículo Ford Kade cor preta, em uma rua deserta.O local é conhecido como pontode desova de cadáveres e até o finalda manhã de hoje, apenas uma ví-tima havia sido identificada.

De acordo com informações do11º Batalhão de Polícia Militar, mo-radores de área próxima ao localonde o veículo estava abandonadorelataram ter ouvido barulhos detiros durante a madrugada. Commedo de sairem de casa, alguns li-garam para o Centro Integrado deOperações em Segurança Pública(Ciosp) informando o ocorrido euma equipe de policiais militares foiaté o local para averiguar as de-núncias.

Ao chegarem à rua indicada,eles encontraram o Ford Ka com asportas e a tampa do porta-malasabertas e dois homens mortos, caí-dos no banco traseiro do veículo, jásem vida. Dezenas de curiosos es-tavam no local e relataram que nãoconheciam as vítimas e que tampou-co elas moravam na área ondeforam abandonados, mortos.

A suspeita é que os dois ho-mens tenham sido atraídos parauma emboscada ou mesmo que te-nham sido levados até a comunida-de Guajirú pelos próprios assassi-nos, que até o fechamento destaedição ainda não haviam sido iden-tificados, de acordo com informa-ções do 11º Batalhão, que repas-sou o caso para o Destacamento daPolícia Militar em Extremoz.

Das duas vítimas, apenas umafoi identificada no Instituto Técni-co-Científico de Polícia do RioGrande do Norte (Itep), como sendoGutemberg do Nascimento, de 36

anos de idade. O outro homem con-tinua sem identificação na sede doorgão, no bairro da Ribeira, emNatal. Cada um deles foi mortocom apenas um tiro de espingardade calibre 12, sendo que um rece-beu um tiro na nuca e outro, nascostas.

Conforme a perícia inicial, oshomens podem ter sido colocadossentados no banco traseiro do veí-culo e sido atingidos pelas costas,já que a tampa do porta-malas es-tava aberta. A suspeita é que o as-sassino tenha armado a cena, paraenganar as vítimas antes de execu-tá-las pelas costas.

De acordo com informações doTribunal de Justiça do Rio Grandedo Norte, Gutemberg do Nascimen-to havia sido condenado a uma penade quatro anos e dois meses de re-clusão por tráfico de drogas. Emfevereiro passado, ele havia con-quistado o direito a liberdade con-dicional, sujeito ao regime semi-

aberto. Para isso, tinha que se apre-sentar todos os meses ao juiz daVara Criminal.

A comunidade do Guajiru, emSão Gonçalo do Amarante, é famo-sa por ser usada por bandidos comoponto de desova de cadáveres. Oúltimo caso registrado no local foio encontro dos corpos de dois ho-mens também assassinados a tiros,no início de julho. Ambos estavamcaídos no meio de uma estrada debarro, próximo a um automóvel comas portas abertas.

Na ocasião, as vítimas foramidentificadas como Fagner Olivei-ra da Cruz, conhecido como "Péde Pano" e Francisco de Assis Ana-nias dos Santos, o "Touro Gil". Eleshaviam fugido da Penitenciária Es-tadual de Alcaçuz, no município deNísia Floresta, durante uma eva-são em massa ocorrida no dia 26 dejunho passado. Até o momento, nãose sabe quem teria assassinado osdois fugitivos.

> COMUNIDADE DO GUAJIRU

AQUISIÇÃO DE VIATURAS E CONSTRUÇÃO DE PRESÍDIOS NO INTERIOR SÃO ALGUMAS DAS REIVINDICAÇÕES DOS SERVIDORES

ALESSANDRA BERNARDO

REPÓRTER

Os agentes penitenciários doRio Grande do Norte estão anima-dos com a atuação do novo secre-tário da Justiça e da Cidadania, Kér-cio Pinto, que se comprometeu aatender algumas reivindicações an-tigas dos servidores, como a me-lhoria nas condições de trabalho.Entre as promessas que devem sercumpridas em breve estão a aqui-sição de, pelo menos, 20 viaturaspróprias e a efetivação da escolta nasunidades prisionais do interior, con-forme explicou a presidente do sin-dicato da categoria, Vilma Batista.

"Tivemos uma boa recepção porparte do secretário Kércio Pinto eestamos animados sim, confiantesde que ele, como uma pessoa quepossui experiência na área carcerá-ria, faça o diferencial, que já come-çou, por sinal. Ele é uma pessoaativa, sentimos que ele tem esse in-teresse em melhorar as condições dosistema penitenciário no Estado euma prova é a intenção de construirnovas unidades no interior, para aju-dar a diminuir o problema da super-lotação", explicou.

Vilma Batista disse que a aqui-sição de viaturas próprias e a estru-turação da escolta penitenciária nosmunicípios do interior do Rio Gran-de do Norte é um avanço impor-

tante para a qualidade do trabalhodesenvolvido pela categoria e paraos presos. Ela explicou que até hoje,os agentes recebiam viaturas doa-das de outros orgãos e que a faltade uma escolta nos demais municí-pios além da Capital atrapalhava otransporte dos presidiários para au-diências, hospitais e outros locais.

"Há promessas de mudanças im-portantes e estamos confiantes, mas,apesar disso, temos o pé no chão esabemos que tudo isso depende tam-bém do Governo do Estado, porque

o orçamento para o sistema carce-rário é dividido também com açõessociais, realizadas pela Sejuc. Umexemplo é que ainda estamos espe-rando uma posição da governadoraRosalba Ciarlini para a nomeaçãodos 55 agentes penitenciários apro-vados no último concurso e queestão aptos para assumir", falou apresidente do Sindasp/RN.

CRIAÇÃO DE SECRETARIAEXCLUSIVA É AGUARDADA

Para Vilma Batista, a criação

de uma secretaria exclusiva para aadministração penitenciária, quehoje divide o orçamento com ascentrais do Cidadão, Defesa Civildo Estado, Procon e outros orgãossociais, é uma reivindicação anti-ga. Logo após assumir o cargo, noinício do mês passado, o secretá-rio Kércio Pinto afirmou que tinhaum projeto em andamento e queele seria repassado para Rosalbaantes de seguir para aprovação naAssembleia Legislativa ainda esteano.

"Sabemos que não há comoconciliar a Sejuc, com tantas açõese funções sociais, com o sistemapenitenciário, que sofre por ter umorçamento apertado. É um pleitoantigo nosso e esperamos que issorealmente aconteça, para que ospresos que estão reclusos ou em re-gimes especiais cumprindo penahoje possam sair ressocializados.E, para isso, precisamos tambémde uma integração com outras se-cretarias, como a Saúde, Educaçãoe outras", explicou Vilma.

A falta de investimento no sis-tema penitenciário é um dos pon-tos críticos que é citado por VilmaBatista. Ela disse que uma possívelprivatização deste é o mesmo quea assinatura de um atestado de in-competência do Governo do Esta-do. E que os agentes penitenciá-rios do RN não concordam comessa possibilidade. "Investimos dosnossos próprios bolsos para garan-tir melhorias já conquistadas. Nãovamos aceitar ou compactuar comuma coisa dessa", afirmou.

Agentes otimistas com titular da Sejuc

Secretário Kércio Pinto, que é delegado de Polícia Federal, e a presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Vilma Batista, conseguem manter negociação e categoria espera que melhorias sejam implantadas

Policiais militares foram informados que moradores ouviram os disparos

Homens são mortos com tiros de espingarda calibre 12

Um comerciante foi encontra-do morto com três tiros dentro deuma picape em uma estrada carro-çável na comunidade Jardim Ex-tremoz, Região Metropolitana deNatal. De acordo com informaçõesda Polícia Militar, no momento docrime, uma criança de apenas cincoanos de idade, filho da vítima, tam-bém estava dentro do veículo, masnão ficou ferida. A principal suspei-ta é que o homicídio tenha sido mo-tivado por uma vingança.

De acordo com informaçõesda Polícia Militar, o comerciantee sucateiro Jair da Silva Bezerra es-tava levando o filho para a esco-la, no início da manhã de hoje,

quando foi atingido por três dispa-ros de arma de fogo, que acerta-ram o pescoço, nuca e abdome.Ferido, ele teria perdido o contro-le do veículo, a picape Peugeotbranca, de placas NXJ-7808/RN,e parado nas proximidades de umacasa de forró.

Não se sabe quem pode ter efe-tuado os disparos, porque os assas-sinos fugiram logo após verem queJair estava morto. Pessoas que pas-savam pelo local perceberam o veí-culo parado e ao se aproximaremdo carro, viram o homem com asmarcas de tiros e a criança, que foireconhecida e levada para a casade parentes. A polícia foi acionada.

Conforme os relatos policiais,o veículo estava parado em umaestrada que dá acesso à BR-406,por trás da Lagoa de Extremoz. Fa-miliares de Jair foram até o local ereconheceram o corpo do parente,que morava sozinho com o filhode cinco anos no loteamento JardimExtremoz. A suspeita é que o crimetenha sido motivado por vingança,já que a vítima exercia a atividadede corretor.

Um parente de Jair chegou adizer aos policiais militares que eleera conhecido na região onde mo-rava por ser mulherengo e que ocrime pode ter diso passional. Apolícia realizou várias diligências na

região para identificar e localizar osassassino do comerciante, mas atéo final da manhã de hoje, não haviaprendido nenhum suspeito.

HOMEM É MORTO NAPORTADE CASA EM MOSSORÓ

Um homem de 27 anos foi as-sassinado após atender ao chama-do de dois homens que estavam naporta de sua casa, no conjunto Wal-fredo Gurgel, em Mossoró. A espo-sa da vítima, que correu para forada residência ao ouvir os barulhosdos disparos, também foi atingidacom um tiro no pé. A vítima aindafoi socorrida com vida para o Hos-pital Regional Tarcísio Maia, mas

não resistiu e faleceu antes de che-gar ao local.

De acordo com informações daPolícia Militar, o assassinato foicometido por dois desconhecidos,que se aproximaram da residênciada vítima e o chamaram pelo nome.Wiliano Galdino Soares, que esta-va em casa com familiares, abriu aporta para atendê-los, mas foi rece-bido com vários disparos de revól-ver calibre 38, que atingiram prin-cipalmente o tórax.

Assustada pelo barulhos dostiros, a esposa de Wiliano correupara a porta, ver o que estava acon-tecendo e foi atingida de raspão porum tiro no pé esquerdo. Após verem

a vítima caída e a mulher ferida,os bandidos fugiram correndo e to-maram rumo ignorado. Desespera-da, ela ainda tentou socorrer o ma-rido, enquanto moradores próxi-mos acionavam a polícia e o Ser-viço de Atendimento Móvel de Ur-gência (Samu).

Wiliano foi socorrido com vidapara o Hospital Regional, mas nãoresistiu aos graves ferimentos sofri-dos e morreu antes de dar entradano local. Muitos vizinhos e amigosda vítima correram para o local docrime, para saber detalhes e o es-tado de saúde de Wiliano. O corpodele foi encaminhado para o Itep,em Mossoró.

> EXTREMOZ

Sucateiro é assassinado em estrada carroçável

Wellington Rocha

Quarta-feira O Jornal de HOJE 11O Jornal de HOJE11Natal, 1 de agosto de 2012CidadeCidade

João Ricardo [email protected] / [email protected]

Há encontros que mudam paisagens, criam caminhos, brotam esperanças, fazem re-nascer quem mais parecia estar entregue ao negativismo. Mas para que essas trilhas re-cheadas de brilho possa ser vistas, é necessário começar a treinar o olhar, tantas vezesacomodado a focar somente naquilo que não tem a menor importância.

Olhar treinado para a vida

DOAÇÃOO Projeto Acalanto Natal

continua com sua campanha paraarrecadar alimentos, que são des-tinados à famílias que têm crian-ças em situação de risco, crian-ças e jovens que estão no pro-grama de apadrinhamento da en-tidade e também famílias quederam seus filhos para adoção eque precisam de ajuda para rees-truturar. Mais infomações pelowww.projetoacalantonatal.com.brou pelos telefones 8873-6216 e9981-2072.

LIVROCinco dias de festa literária. É

o que está programado para a 8ªedição da Feira do Livro de Mos-soró - FLM. O evento acontecede 8 e 12 de agosto, no Expocen-ter, e deve reunir mais de 70 milvisitantes durante a sua realiza-ção. AFeira conta com uma amplaprogramação. O primeiro dia doevento reserva, além da cerimôniaoficial de abertura com apresen-tações de grupos escolares, umbate papo com o músico e escri-tor Humberto Gessinger.

LIVRO 2Serão oficinas temáticas, pa-

lestras, bate-papos, lançamentosde livros e quadrinhos, apresen-tações teatrais e musicais, expo-sições de livros, quadrinhos e cor-déis. Os convidados confirma-dos para a 8ª FLM são muitos,entre eles: o jornalista e escritorLira Neto; a filósofa Márcia Ti-buri; os desenhistas Geraldo Bor-ges e Gabriel Andrade Jr.; o cor-delista Izaías Gomes; o jornalis-ta João Batista Machado; a cro-nista e poeta Ana Elisa Ribeiro,além de outros nomes confirma-dos, garantindo a diversidade detemáticas culturais.

De virara cabeça Quem patrocinará os debates dos políticos? OÓleo de Peroba?

RECURSOA deputada federal Fátima Bezerra esteve ontem com a ministra da

Cultura, Ana de Hollanda, e com o secretário Executivo do MinC, VitorOrtiz, para agradecer a assinatura do convênio no valor de R$1.490,000,00, que possibilitará a reforma da Biblioteca Câmara Cascu-do, em Natal. O encontro aconteceu na sede Ministério da Cultura, emBrasília. Fátima Bezerra agradeceu o empenho da ministra com a re-forma da biblioteca. “É com grande entusiasmo que recebo essa ótimanotícia para o Rio Grande do Norte. A reforma da Biblioteca CâmaraCascudo é de extrema importância para o fomento da educação do povoPotiguar. Prédio histórico que tem o nome de uma das maiores perso-nalidades do Brasil, Câmara Cascudo, agora terá de volta sua devidarelevância”, disse a deputada.

GRADUAÇÃOO Programa Ciência sem Fronteiras disponibiliza, desde ontem, as

novas chamadas para graduação sanduíche na Austrália, Alemanha, Ca-nadá, Coreia do Sul, Estados Unidos, Holanda e Reino Unido. O perío-do de inscrições vai de 6 de agosto a 14 de setembro. O candidato deveestar matriculado em curso de nível superior nas áreas contempladas peloprograma. Para participar, o candidato deve estar matriculado em cursode nível superior nas áreas contempladas e temas do programa. Além deter nacionalidade brasileira, ter cursado no mínimo 20% e no máximo90% do currículo previsto para seu curso e apresentar o teste de profi-ciência na língua do país de destino.

JURÍDICOEstão abertas as inscrições para o Seridó Jurídico, que acontecerá dia

16 de agosto, na cidade de Caicó. Os interessados poderão preencher oformulário no site da Justiça Federal do Rio Grande do Norte(www.jfrn.jus.br) Essa será a primeira edição do evento e debaterá "Cor-rupção e Ética na Administração Pública". Os palestrantes serão: conse-lheiro do Tribunal de Contas do Estado Carlos Thompson Costa Fernan-des, mestre em Direito Constitucional e professor de Direito Constitu-cional da Uni-RN; e o monsenhor Ausônio Tércio de Araújo, teólogo eprofessor aposentado da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

JURÍDICO 2O evento ocorrerá no auditório do Tribunal do Júri do Fórum da Jus-

tiça Estadual de Caicó. As palestras terão como público-alvo não ape-nas os estudantes, mas juristas, empresários, políticos e a sociedade emgeral.

Divulgação

SALÁRIOSO TRT publicou hoje a folha de julho com os salários

dos seus integrantes, bem diferente da folha de junho ondeapareciam benefícios acumulados que acabaram gerandopolêmica e acusações da existência de marajás. E agora,como fica?

MÁ FÉA quem interessava a exibição da folha de junho su-

gerindo os super salários no TRT? Quem vai agora repa-rar o vendaval de notícias e notas na imprensa destratan-do os magistrados trabalhistas expostos na lista anterior?Há um jogo perigoso nisso tudo.

MARAJÁPor que será que o governo Rosalba Ciarlini ainda não

publicou a lista dos salários dos aposentados da Tributa-ção? Afinal, o contribuinte tem o direito de saber quantopaga aos servidores inativos. É a lógica, né mesmo? Hácoisas cabeludas por lá.

TELHADO DE VIDRONo RN, é sabido, há míopes falando mal de cegos

derna os tempos radicais de verdes contra encarnados.Com advento da transparência, virou moda condenar sa-lários de juízes, desembargadores e promotores, esque-cendo-se os jabutis especiais.

LICITAÇÃO MILIONÁRIAPelo menos as agências locais que tiveram seus recur-

sos negados pela comissão de licitação publicitária do go-

verno estadual não entrarão na Justiça comum, provocan-do com isso uma paralisação total no processo, que seráfinalizado sem alterações.

EMPREENDEDORISMOO consultor e ex-diretor do Sebrae Nacional, Luiz Car-

los Barboza, abriu na tarde de hoje o Espaço Sebrae/UnPna Feira do Empreendedor do RN, que acontece no Cen-tro de Convenções. Falou sobre os dez fatores que maisinfluenciam um bom negócio.

DIÁLOGOSCalendário dos bate-papos do Crea, Sinduscon, Clube

e Sindicato de Engenharia com os candidatos a prefeito:7/8, Roberto Lopes; 14/8, Carlos Eduardo; 21/8, RogérioMarinho; 28/8, Hermano Morais; 4/9, Robério Paulino; e11/9, Fernando Mineiro.

MUDANÇAS NO DIALComentários no mercado publicitário de que uma rádio

FM de Natal e uma AM de Mossoró estão prestes a serarrendadas para igrejas evangélicas. No caso da capital,uma das melhores programações musicais seria substituí-da por pastores mentirosos.

QUEDAComo o brasileiro leva tudo na esportiva, até a eco-

nomia, convém avisar que o dia de ontem foi de maus pres-ságios. O país caiu para a 14ª posição no quadro de me-dalhas dos Jogos de Londres e para o 13º lugar no rankingdos produtores de petróleo.

Alex [email protected]

Por Augusto Nunes*

Tão loquaz quando deveria calar-se, Már-cio Thomaz Bastos não deu um pio sobre asameaças de morte que afastaram do caso o juizPaulo Augusto Moreira Lima, que autorizou asescutas telefônicas feitas pela Operação MonteCarlo e, depois, determinou a prisão de Carli-nhos Cachoeira e seus asseclas mais graduados.

Sempre caprichando na cara de paisagem,o doutor preferido da bandidagem dolarizada fin-giu nem ter notado o incidente. E prosseguiuna ofensiva destinada a tirar da cadeia o clien-te de R$ 15 milhões – e permitir que use a li-berdade para intimidar magistrados pessoal-mente.

Nesta terça-feira, ao informar que deixou deser advogado do quadrilheiro goiano, Márcioestimulou a difusão de rumores segundo osquais abandonou o caso por não admitir o quefez com o juiz Alderico Rocha Santos a chan-tagista aprendiz Andressa Mendonça, mulher ecomparsa do chefão.

A versão não combina com a folha corrida.Se contemplou com obscena indiferença aspressões criminosas exercidas sobre MoreiraLima, por que haveria de espantar-se com atentativa de compra da boa vontade de RochaSantos dando em pagamento um dossiê imagi-nário?

Aconversa fiada tropeça na evidência de queMárcio caiu fora do caso Cachoeira para vol-tar a dedicar-se em tempo integral ao coman-do do exército de bacharéis a serviço dos men-saleiros. Ele assumiu o posto em junho de 2005,quando começou a drenagem do pântano queocultava os delinquentes federais.

Para cumprir a missão que Lula lhe confia-ra – montar uma linha de defesa para os ban-didos de estimação –, Márcio suspendeu as ati-vidades de ministro da Justiça e reincorporouo criminalista especializado na absolvição deculpados.

Na Esplanada dos Ministérios desde janei-ro de 2003, ele era apenas o mais bem vestidona multidão de ineptos aglomerada no primei-ro escalão. Não concluíra nenhum dos presídiosprometidos mais de dois anos antes. Não con-seguira sequer esboçar uma política de seguran-ça pública capaz de reduzir a insônia dos mo-radores das grandes cidades. Pouco fizera paraneutralizar o crime organizado ou o avanço do

narcotráfico. Freguês do doutor e chefe do mi-nistro, o presidente sabia que o primeiro erabem melhor que o segundo.

O doutor precisou de algumas horas paramostrar que tinha de sobra a inventividade quefaltava ao ministro. Foi ele quem tentou redu-zir a "crimes eleitorais" as gatunagens dos de-lúbios, valérios, genoinos, silvinhos e dirceus.Foi ele quem debitou na conta do caixa dois di-nheiro tungado dos cofres públicos.

Foi ele quem procurou rebaixar a maiorroubalheira da história do Brasil a uma peque-na farra com "recursos não contabilizados". Nomomento, faz o que pode para interditar, obs-truir ou, se possível, dinamitar os caminhos poronde o processo tenta avançar há cinco anos.

Como lembra o post que reproduzo na seçãoVale Reprise, no site da Veja, o ex-ministro queapostou na lentidão da Justiça e na amnésia na-cional agora aposta na "falta de provas" e na gra-tidão dos ministros cuja indicação chancelou.

A sabatina no Senado sempre foi um chá desenhoras. O que valia era a conversa a doiscom MTB, e ele vive lembrando aos indicadosque espera ver retribuído o parecer favorável.Tomara que os ministros ensinem ao advoga-do que ainda há juízes no Brasil.

A maioria deles parece saber que, se o Su-premo engolir a intragável teoria de que o men-salão não existiu, terá optado pelo suicídio. Seos figurões do bando acabarem absolvidos "porfalta de provas", o Judiciário deixará de exis-tir como poder independente. Para Márcio, tantofaz. O importante é ganhar o jogo.

Liberado da gerência da fábrica de habeascorpus financiada por Carlinhos Cachoeira, ogeneral da tropa de doutores agora mantém emfuncionamento, 24 horas por dia, a usina de re-cursos espertos e chicanas em geral, forjadaspara adiar o desfecho do processo até o fim dostempos.

Como é improvável que as sessões se es-tendam além de setembro, já em outubro - sejaqual for o resultado do julgamento - MárcioThomaz Bastos estará à disposição de qualquermeliante capaz de desembolsar os honoráriosque cobra.

Se Cachoeira continuar interessados, ele es-tudará com muito carinho um segundo convitepara juntar-se a um canalha que ameaça e chan-tageia juízes. Com Andressa incluída, a conta vaisubir para 30 milhões. (*AN, portal da Veja)

O gerente da usinaO gerente da usinade habeas corpusde habeas corpus

ARTE SAGRADAUma exposição dearte está dividindoa atenção de mui-

tos turistas queforam a Londres

para acompanharas Olimpíadas. A

galeria White CubeBermondsey exibeuma série de qua-

dros do artista chi-nês Zhang Huan,47, que usa uma

técnica inusitada ecuriosa: ele pinta

misturando o tradi-cional óleo com as cinzas dos incensos queimados nas cerimônias diárias que acontecem nostemplos budistas de Xangai, a metrópole asiática. O nome da exposição é "The Moutain is Still

a Moutain" (A montanha continua sendo uma montanha).

Quarta-feira12 O Jornal de HOJE Natal, 1 de agosto de 2012 Cidade

Daniela Freire II

I

POLÍTICA E SOCIAL - [email protected]

GIRO PELO TWITTER

...do Vice-Presidente da ABIH-RN George Gosson:"Acabei de ser bloqueado por @airtondegrande, queé analista ambiental do IBAMA. Fugiu do debatedemocrático e da argumentação. Uma pena...";

...do juiz criminal Raimundo Carlyle: "Um dos

problemas da folha de pagamento de pessoal do

RN seria como reduzir vencimentos que são ir-

redutíveis por lei?!";

...do advogado André Elali: "Alô MinistérioPúblico! Estão cometendo crime ambiental,através de poluição sonora, todos os dias, 16h,no Atheneu".

Na manhã desta segunda-feira, a deputada federal Fátima Bezerra e o deputado estadual FernandoMineiro participaram de café da manhã com o ex-presidente Lula. Evento reuniu os candidatos

a prefeito(a) das capitais e demais cidades com mais de 150 mil habitantes

Cedida

Adriana Degreas,SPFW

Mulheresnofds

Brilhe: Vânia Marinho escolheu o plissado de lurex no lançamento do Veão 2013 Animale

Divulgação

Papo sério entre os colegas deputados Walter Alves, Poti Junior e Tomba no plenário da Assembleia

Márlio Forte

w LEITOS: ESTADO X UFRNEstará chegando amanhã a Natal,o Dr. Celso Fernando Ribeiro, re-presentante do MEC, para tentarachar uma solução entre a Secre-taria de Saúde do Estado e a UFRNacerca da cessão dos 60 leitos doHospital Onofre Lopes para pa-cientes do Walfredo Gurgel.

>>>A dificuldade maior está na contra-tação das pessoas necessárias paraatenderem aos pacientes.

>>>A UFRN vê-se impedida de con-tratá-las, por força de recente de-cisão do Tribunal de Contas daUnião que a proíbe.

>>>O Governo do Estado também re-chaça qualquer ideia nesse sentido.

>>>É aguardar.

w NÚMEROS ESPERADOSSob o protocolo RN-00042/2012,o instituto Certus registrou pesqui-sa que foi realizada no último fimde semana em Parnamirim.

>>>Será a primeira após as convenções.

>>>Os números já estarão aptos à di-vulgação no próximo sábado (4).

>>>Foram ouvidas 400 pessoas.

w LISTA VEM AÍ Os trabalhos na Assembleia Legislati-va do RN retornaram hoje pela manhãdepois do recesso do mês de julho.

>>>E junto com os parlamentares, vol-tou também a expectativa pela di-vulgação dos salários dos servido-res da Casa, seguindo a Lei deAcesso à Informação.

>>>Mas...

>>>...o presidente Ricardo Motta logodesfez a ansiedade de muitos. Eleu Ato da Mesa que regulamentao cumprimento da Lei fixando umprazo oito dias para a divulgaçãodos vencimentos.

w REPETECOO detalhe é que o Sindicado dosServidores do Poder LegislativoFederal e do Tribunal de Contasda União (Sindilegis) conseguiu li-minar proibindo a divulgação no-minal dos salários dos servidoresda Câmara e do Senado. Agora, asCasas farão a divulgação dos ven-cimentos sem os nomes dos servi-dores, sob o argumento de que "adivulgação nominal fere a privaci-dade, a intimidade e a imagem dostrabalhadores, além de representarrisco à integridade dos servidores".

>>>Resta saber se por aqui algo pare-cido irá acontecer...

w PROCURA-SE UM CONTADOROs escritórios de contabilidade deNatal estão 'bombando', com filasenormes de candidatos no pleitode outubro próximo.

>>>É que amanhã é o último dia paraa prestação parcial de contas à Jus-tiça Eleitoral e eles, como 'bons'brasileiros, deixaram tudo para a úl-tima hora...

w EM CIMAFalando na Justiça Eleitoral...

>>>...continua intensa a fiscalizaçãodo TRE.

>>>Num evento promovido ontempelo candidato a prefeito Rogé-rio Marinho, no Hotel Arituba,fiscais se posicionaram na portade entrada e por lá permaneceramaté o fim da reunião.

>>>Postulantes reclamam...

>>>...mas os eleitores agradecem.

w APARECENDO...Candidato à presidência daOAB/RN, o advogado Aldo Me-deiros Filho amanheceu hoje emMossoró. Foi ampliar o seu lequede apoios no segundo maior co-légio eleitoral do estado.

>>>Aliás, em suas visitas institu-cionais, Medeiros tem dito queo atual modelo de gestão daOAB/RN está em falta com adefesa das prerrogativas dosadvogados.

w ...E CRITICANDOEle também tem se mostrado crí-tico em relação ao que conside-ra 'excessos cometidos pelo Mi-nistério Público'.

w CHEGANDO... No próximo dia 08 de agosto, ocasal Orsete Leão e Veluska Gue-des inaugura o mais novo espaçode semi-jóias e bijoux do Shop-ping Cidade Jardim, a Delicata.

>>>Na ocasião, a dupla promove co-quetel especial das 18h às 21h,com RP de Simone Silva e apre-sentam sua novíssima coleção.

w GLOBALE a Miranda está em festa no mêsde agosto, comemorando aniver-sário com a inauguração de novaslojas no Natal Norte Shopping ePraia Shopping.

>>>E com a participação do ator Ma-teus Rocha como protagonista danova campanha publicitária daempresa.

w SEGURANÇA NA NETO especialista em segurança naInternet e empresário da QualitekRodrigo Jorge, participa comopalestrante, hoje e amanhã, doCongresso de Segurança da Infor-mação, Auditoria e GovernançaTI, que ocorrerá no Mar HotelRecife - Recife/PE.

>>>Na oportunidade, Rodrigo falarásobre "o Ciclo do Software Inse-guro: Formação, Desenvolvimen-to e Aquisição".

Quarta-feira O Jornal de HOJE 13Natal, 1 de agosto de 2012

Cena UrbanaVICENTE SEREJO - [email protected]

Cidade

PrefácioCONRADO CARLOS - [email protected]

Numa sociedade exigente no trato da coisa pública, Se-nhor Redator, e de instituições imunes ao fascínio dopoder, o estado de calamidade não seria nunca como

tem sido nesses quase trinta dias da vigência do decreto que re-conheceu ser desastrosa a situação da saúde. O estranho come-ça quando se constata que faltam médico, água e gás nos pos-tos, como se tivéssemos retornado a antes do Sistema Único deSaúde quando os doentes municipais, estaduais e federais, comonuma escala de direitos.

Se há um mérito na concepção do SUS - a sua prática é de-sastrosa - é ter eliminado a divisão de direitos diante do siste-ma público de saúde. Mas, a velha divisão de mandos só geroudesmandos e acabou subvertendo a idéia original. Hoje, quemdepende de postos de saúde acaba sendo a escória da escória,o substrato dos desvalidos, párias abandonados, filhos perver-sos da exclusão. É que o governo e a prefeitura não somam,como se não fossem a própria representação do Estado comoente público.

A quem apelar, se as instituições civis, as sentinelas da so-ciedade, confundem o apoio com a perda de distância crítica ese deixam cair na malha de signatários diante de um noticiárioque revela em informações, declarações e imagens, a mesma graverealidade? Não há calamidade. Nunca houve. O que há - faltaisenção para reconhecer - é uma má gestão crônica que perdu-ra há duas décadas, mas essa verdade causa incômodos aos alia-dos de hoje que ontem foram adversários dos mais ferrenhos.

O plano de emergência, suspensas como estão todas as exi-gências de certame licitatório, até hoje deixa faltar carne nadespensa, álcool na farmácia e médico de plantão? Pior: re-gistrar o absurdo só irrita aos poderosos e as instituições,quando é este, exatamente este, o papel do jornalismo. Quemresponde pela falta de álcool nas farmácias e carne nas des-pensas hospitalares, como foi denunciado pela tevê, ao vivo?E aquelas macas nos corredores depois de tantos leitos anun-ciados? São truques?

Fizeram muito bem as instituições representativas - os con-selhos de medicina e de saúde - quando reagiram ao fascínioda jactância. Não aceitaram ser signatários passivos do velhoescapismo de pré-dividir a responsabilidade como forma de di-luir um dever que é dos governos municipal e estadual. Fica-ram contra a uma tomada de posição forte? Não. Ficaram con-tra o espetáculo que trinta dias depois nada mudou. Mesmo quepara alguns o remorso não seja sequer um detalhe incômodo.

Tomara que as desculpas não venham embrulhadas nopapel celofane das leis e seus arranjos retóricos. Aqueles quenão nascem do talento e do destemor diante da verdade, mascalam quando não são cúmplices conveniência, corporativis-mo ou coleguismo. A sociedade precisa dos quem não tememgritar. De instituições livres e independentes. É delas que es-pera o grito que não nasce para ferir ninguém, mas com a forçamoral capaz de estilhaçar as vidraças dos gabinetes e dos sa-lões nobres.

w ATENÇÃO - I O Rio dos Bagres Mortos é o título do livroque o biólogo Iveraldo Guimarães está es-crevendo sobre a grande mortandade depeixes no rio Potengi quando foi acusadauma empresa de cultivo de camarão.

w FICÇÃO - IIA narrativa, embora no talhe ficcional namedida em que não há personagens comnomes reais, vai expor revelações surpreen-dentes. Inclusive quanto à postura dos ór-gãos públicos envolvidos no caso.

w CONTOS - IIIAntes do 'Rio dos bagres mortos', Iveral-do Guimarães lança este ano um novo livrode contos que já está concluído e tem tí-tulo definitivo: 'O Vendedor de Poesias'. Sãohistórias e estórias. Reais e irreais.

w MARA Confederação Nacional dos Pescado-res, sediada em Brasília, pediu autorizaçãoa este cronista para transcrever no seu sitea crônica 'Do Mar Antigo', de 21 de julho,que circula na Internet. É a glória.

w CANGAÇOO editor Abimael Silva topou encarar umaedição revista e ampliada da Bibliografiado Cangaço, do pesquisador Paulo Gastão,de Mossoró. Agora com um registro atua-lizado dos estudos sobre o tema.

w RAMPAUm álbum com cem fotos selecionadasdo grande acervo de imagens históricasdo pesquisador Fred Nicolau, da FundaçãoRampa, edição Sebo Vermelho, marcará 70anos da base aérea de Parnamirim.

w POESIA'Adupla face do poeta Laurentino Bezerra'é o livro organizado pelas professoras Val-denides Cabral de Araújo e Maria Franci-nete de Oliveira, edição da UFRN. a suapoesia é do regionalismo nordestino.

w BURACOS - IAAvenida Xavier da Silveira entrou firmena disputa do campeonato de buracos compatrocínio forte da Prefeitura de Natal. Seráo tal legado da copa que vem vindo já sal-vando a cidade do grande caos?

w ALIÁS - IIA Prefeitura, naquela fase de euforia comos milagres da copa, falava em cursos deinglês e espanhol para motoristas, garçonse flanelinhas. Como é? Os meninos vãoindo bem e serão poliglotas a tempo?

w LIBERDADENinguém pode por em dúvida a respeitabi-lidade do Judiciário. Muito menos dos seusintegrantes. Mas opinar sobre despesa pú-blica, concordando ou discordando, não éintromissão. É liberdade de expressão.

w HISTÓRIA - IO jurista, contista e cronista Lourival Se-rejo, desembargador no Tribunal de Justi-ça de São Luiz, no Maranhão, já concluiusua genealogia sobre a família Serejo. Olivro deve ser lançado ainda este ano.

w RAÍZES - IIA pequena parte da família Serejo no RioGrande do Norte tem raízes também noMaranhão, de onde veio Alberto MattosSerejo que casou com a natalense Edith,uma Aguiar que é Barbalho Simonetti.

w SUGESTÃODa próxima vez que a Prefeitura precisarexplicar qualquer coisa como os R$ 127,3milhões, seria bom contratar um redatorprofissional e experiente em contas. Paraevitar aquela nota que nada explicou.

w FESTAO projeto "Beco Cultural" e o "Bar do ZéReeira" com a "Festa de Arromba". Vai sersábado, ao som da Banda Anos 60. Fica alina Rua Professor Zuza, Centro da Cidade.Lateral da antiga Escola Industrial.

Calamidade calamitosa

Em “Mr. Peanut”, Adam Ross mostra lado sombrio do casamento,empresa em que quanto mais se conhece o produto, mais ele se tornaenigmático, quanto maior a intimidade, maior o distanciamento; livroentrou na lista dos melhores de 2010 dos principais veículos dos EUA

Trama macabraUm belo dia você conhece a ga-

rota de seus sonhos. No ambiente detrabalho, na noite ou no círculo deamizades, ela entra em sua vidacomo o Exército Vermelho na Ber-lim nazista: fulminante, dominado-ra, sem brecha para resistência.

A cada encontro, um deslum-bre, com direito a crises de ansie-dade nas horas que antecedem osamassos, feito criança no dia doaniversário. Só de pensar naquelanudez, o sangue interrompe a rotacircular para concentrar-se no or-gulho masculino.

Ocupado pela força mortífera,uma série de medidas é tomada naconfiguração da conquista: preo-cupação com a aparência, presen-tes inesperados, tolerância com adiferença, maciez no falar, desejoatômico e diário – a recíproca éimediata.

Anos depois, quilos acima, mis-térios desvendados, corpos explo-rados à exaustão, surgem os pri-meiros sinais de desgaste. Somemas conversas prolongadas, o inte-

resse no cotidiano do outro e osexo, outrora animalesco, vira meraconvenção.

Angustiados, elaboram planosde recauchutagem. Viagens e filhossão arriscados como paliativos. Masvocê sabe que nada disso funciona-rá. Então, em outro belo dia, deci-de pelo nefasto: arranjará uma aman-te ou matará aquela com quem di-vide os lençóis.

É por esse campo minado que oamericano Adam Ross conduz o lei-tor em “Mr.Peanut”,livro seleciona-do entre os melhores de 2010 por im-pressos como a New Yorker, o TheEconomist e o The New York Times– uma das estreias mais celebradasdos últimos tempos.

Se homem não gosta de discu-tir a relação, mudará de conceitoquando souber da historia de DavidPepin, game designer bem sucedi-do na iminência do divórcio com amulher Alice Reese, parceira que hátreze anos não para de engordar –elesnão têm filhos.

Com 130 kg e depressiva, Alice

é professora de uma escola para jo-vens problemáticos. Uma rotina in-glória e sem ambição fertilizadapelo gradativo afastamento do ma-rido, envolto no trabalho de criaçãode games e em furtivas puladas decerca.

Sem saída para o beco estreitoda separação, ele tenta uma cartadadefinitiva sugerindo uma viagemsem volta à Austrália. Alice, em meioà ducentésima dieta, nega o convi-te. E aparece morta no dia seguinte– engasgada com amendoins, na pró-pria cozinha.

David é o principal suspeito. De-signados para o caso, os detetivesWard Hastroll e Sam Sheppard nãodemoram a adentrar em um univer-so conjugal repleto de traições, vio-lência e amor. Ambos enfrentam osmesmos problemas em seus casa-mentos – o que piora a situação.

Como um tributo ao suspensehitchcockiano (David e Alice seconheceram na faculdade, duran-te a disciplina Casamento e Hitch-cock), Adam Ross vai além do ro-

mance detetivesco para explorarde forma impressionante a uniãoentre duas pessoas. E deixa a per-gunta: Qual casamento resiste auma investigação minuciosa?

Mr. Peanut

Autor: Adam Ross

Editora: Cia das letras

Preço médio: R$55,00

(E-book: R$38,50)

Quarta-feira14 O Jornal de HOJE Natal, 1 de agosto de 2012 Cidade

Fone: 3211-3126

[email protected]

Laboratório DigitalRICCARDO CARVALHO - [email protected]

Maria Regina Camarano, voluntária do INTERCAMPI em Recife

A conquista da serenidadeA serenidade é a condição pes-

soal expressa por meio da sensaçãode pleno bem-estar íntimo, de paz in-terior, de acalmia mental.

Desde tempos remotos, estudospropostos pelos filósofos gregos,que tratavam da tranquilidade daalma, da ausência de ansiedade, doequilíbrio interior, da imperturbabi-lidade como conquistas para se atin-gir a felicidade, demonstram a preo-cupação com o tema, ao longo dahistória da humanidade.

Modernamente, para a Cons-cienciologia, ciência que estuda aconsciência de maneira integral, con-siderando todas as dimensões emque essa consciência atua, suas vá-rias existências e sua evolução, aserenidade é uma etapa do proces-so autoevolutivo e pode ser alcan-çada pela mesma, através de seusesforços, ao longo de suas váriasexistências. Caracteriza-se pela au-sência de conflitos internos de formaperene, que significa, também, aconquista da maturidade integral daconsciência. Essa anticonflituosida-de interna, evidentemente, irá se re-fletir na ausência de conflitos comoutras pessoas ou consciências.

Assim, as consciências que jáapresentam traços da personalidadeque podem ser identificados com acondição de serenidade são conside-radas pacíficas e pacifistas. Ao seanalisar a situação atual de confli-tos existentes no planeta Terra, ficaevidente que poucas pessoas atin-giram esse patamar de evolução.

Algumas personalidades histó-ricas foram identificadas como pa-cíficas e pacifistas, a exemplo deGandhi. Entretanto, a constataçãode que se trata de uma consciênciaque conquistou a serenidade pere-ne, na perspectiva da Consciencio-logia, demanda o estudo mais pro-fundo da sua biografia, para seidentificar características de suapersonalidade que se coadunamcom essa condição.

Apartir das pesquisas conscien-ciológicas, através da autovivênciada multidimensionalidade, utilizan-do a técnica da projetabilidade lúci-da ou projeção consciente, foi pos-sível a identificação e o contato comconsciências, homens e mulheres,que ainda estão nesta dimensão fí-sica, e também com consciências

que já dessomaram (descartaram ocorpo físico, passaram pela mortefísica) e se encontram na dimensãoextrafísica, cujas qualidades adqui-ridas revelam a conquista da condi-ção de serenidade ou o serenismo.Fundamentada nessa descoberta, aConscienciologia propôs a teoria doHomo sapiens serenissimus, vulgar-mente denominado de Serenão, e omodelo de evolução baseado nasqualidades dessas consciências.Trata-se da consciência, homem oumulher, altamente evoluída, fulcrode serenidade, equilíbrio permanen-te, vivendo no anonimato, prestan-do assistência a todas as consciên-cias em alto nível (Vieira, 2006). Aobra da Conscienciologia que abor-da com profundidade o tema é oHomo sapiens pacificus, de autoriado pesquisador Waldo Vieira.

A conquista da serenidade deforma perene demora séculos e, por-tanto, considerando-se as múltiplasexistências da consciência, consoli-da-se enquanto resultado de ações dodia-a-dia de cada um.

É possível a vivência de mo-mentos de serenidade no cotidianoe se ter alguma noção, na prática, apartir da própria experiência, a títu-lo de aperitivo, do que significa a se-renidade permanente.

Um dos pressupostos básicospara a vivência de momentos de se-renidade é a coerência íntima, istoé, a coerência entre o que se pensa,sente, fala e faz, ou seja, a coerên-cia entre pensamento, sentimento eação, que pode ser atingida atravésda vontade decidida e da intençãocosmoética.

Alinhar de forma harmônica amanifestação consciencial para seatingir a coerência é um grande de-safio para todos nós, sendo ainda opré-requisito para a reciclagem oumudança da pessoa para outro pa-tamar, com reflexos significativosno processo da autoevolução.

Acoerência entre o que se pensa,fala e faz deve ser acompanhada daintencionalidade cosmoética (a éticado cosmos, além da ética e da moralhumana, com normas e regras cós-micas compreendidas e vivenciadaspela consciência em qualquer di-mensão em que atue). Há muitaspessoas que se dizem coerentes, en-tretanto suas ações não são pautadas

na intenção cosmoética. Um dita-dor pensa ser coerente em suasações, mas sua intencionalidade éanticosmoética. Um exemplo de in-tencionalidade cosmoética é a in-tenção expressa por meio dos pen-samentos, sentimentos e energias(pensenes) de se desejar o melhor,em termos de conquistas evolutivas,para o maior número de pessoas. Acoerência e intencionalidade podemser percebidas pelas energias da pes-soa que emite o pensene.

Saber o que você é, por meio daautopesquisa, proposta pela Cons-cienciologia como técnica para acompreensão da sua complexidade(autoconhecimento), considerandoas múltiplas dimensões (multidi-mensionalidade), as bionergias, asmúltiplas existências, constitui maisum dos passos para a conquistapaulatina da serenidade.

A autopesquisa realizada con-comitante à pesquisa sobre outrasconsciências - a exemplo do Se-renão ou Serenona - e sobre osfatos e parafatos do cosmos, noqual a consciência está inserida,possibilita ampliar o autoconhe-cimento e a capacidade de discer-nimento para analisar os traçosda sua personalidade que neces-sitam ser reciclados e os traçosmaduros adquiridos que se apro-ximam das características de umapersonalidade serena.

O estudo de obras relacionadasao assunto, para a criação de novassinapses cerebrais e o trabalho comas bioenergias, por meio de técni-cas propostas pela Conscienciolo-gia, são relevantes para se estabe-lecer uma conexão com o tema ecom as energias das consciênciasmais evoluídas que conquistaram,de fato, a serenidade perene.

A Serenologia é a especialida-de da Conscienciologia que estudao Homo sapiens serenissumus. AAssociação Internacional dosCampi de Pesquisas da Conscien-ciologia (INTERCAMPI), comsede em Natal, tem como um dosseus propósitos a pesquisa da Se-renologia e, nessa perspectiva, de-senvolveu uma atividade prática,através do Laboratório de Sereno-logia, que possibilita aos interes-sados estudar o tema, a partir desuas vivências.

Navio Bandeira Agência Chegada Destino Carga DescargaMarlin Libéria Petrobras No Porto Salvador(BA) - - Combustível Any Chouest Brasil Seamaster No Porto Guamaré(RN) Reabastecimento - -H35-Amorim do Vale Brasil M. Brasil No Porto BN Natal Hidrooceanográfico - -Lagoa Carioca Brasil W. Sons No Porto - - Em Operação - - Lagoa Paranaense Brasil W. Sons No Porto - - Em Operação - - Ponorze Bahamas JSF/NML 04/08 Rosário/ARG - - TrigoCMA-CGM Platon United King CMA-CGM 04/08 Algeciras/ESP Contêineres - - Marfret Guyane França W. Sons 11/08 Algeciras/ESP Contêineres - -Nord Sincere Hong Kong Superservice 13/08 CHINA - - Min. de ferroU20-Cisne Branco Brasil M. Brasil 17/08 Designar Veleiro - -

Almi Star Libéria Petrobras No Porto Salvador(BA) Óleo cru - -

NATAL

TÁBUA DE MARÉS

TERMINAL OCEÂNICO DE UBARANA - GUAMARÉ - RN

TERMINAL SALINEIRO DE AREIA BRANCA - RN

A PROGRAMAÇÃO ÉCHECADA DIARIAMENTE,

PODENDO HAVERANTECIPAÇÃO OU ATRASO

DE ALGUM NAVIO

Movimento dos [email protected] CÉSAR

Dia Hora Altura (M)01 16:15 2.3

21:54 0.202 04:30 2.5

10:21 0.1

FASES DA LUACheia (02/08 - 00:27h)Minguante (09/08 - 15:55h)Nova (17/08 - 12:54h)Crescente (24/08 - 10:54h)Cheia (31/08 - 10:58h)

Nuri Sonay Turquia A. Marítima No Porto Exportação Sal - - Atlantic Falcon Bahamas A. Marítima Ao Largo Santos (SP) Sal - -

Terminal Sul do Porto de Santos vai receber coberturametálica com 76 m de altura e 138m de comprimento

Após 16 anos de existência, a Microsoft elimina a marca"Hotmail" para seus serviços de e-mail e a substitui pelo"Outlook.com".

O site do Hotmail continuará no ar e os usuários não serãoforçados a mudar por enquanto. Ainda será possível enviar men-sagens para o endereço de e-mail "@hotmail.com", mas seudomínio em breve mudará para "@outlook.com".

A Microsoft permitirá que os usuários escolham outro nomepara o endereço de e-mail, mantendo o hotmail como umaespécie de endereço alternativo ao novo Outlook.

O novo serviço será acessível pela web e será compatívelcom clientes Exchange ActiveSync e POP3. Haverá tambémintegração com Facebook, Twitter, LinkedIn, Google+ paraque o usuário possa acompanhar as publicações em ummesmo local.

Assim como o recém-lançado Office 2013, o novo Outlooktraz conexão com a nuvem, mensageiro instantâneo embutido evideochamadas pelo Skype.

O usuário poderá também utilizar o Office Web Apps queinclui Word, Excel, PowerPoint e OneNote, além do SkyDrivepara armazenamento em nuvem.

"Nós acreditamos que podemos fazer muito mais que umwebmail. Decidimos então que era o momento certo para umamudança", afirmou a Microsoft.

A mudança prepara os serviços da Microsoft para o lança-mento do Windows 8, programado para 26 de outubro, trazen-do o estilo Metro para o novo Outlook. O serviço online já estádisponível para todos.

A ação do Facebook despencou 6 porcento para uma nova mínima recorde ontem,recuando pelo terceiro pregão seguido desdeque os resultados trimestrais da rede socialmostraram desaceleração no crescimentode sua base de usuários. Investidores puni-ram a ação da maior rede social do mundoe de outras empresas da internet focadasem consumidores, como a Zynga, questio-nando sua habilidade de sustentar cresci-mento e manter avaliações elevadas.

Na semana passada, o Facebook divul-gou seu balanço trimestral mas não apre-sentou previsões para o ano, assustando in-vestidores em busca de segurança sobrecrescimento da empresa em 2012.

O mercado também está se preparan-do para um dilúvio de milhões de açõesapós 16 de agosto, quando expira a proi-bição de venda de papéis de funcionáriosda empresa após a oferta pública inicial(IPO, na sigla em inglês).

Apesar de ter perdido 40 por cento deseu valor desde seu IPO, em 18 de maio,a ação do Facebook ainda é negociada a47 vezes resultados projetados, ante 15vezes do Google.

Hotmail dará lugar anovo serviço online

AmazonAAmazon.com apresentou ontem um novo

serviço de música digital, intensificando a com-petição com o iTunes, da Apple. O novo ser-viço encontra arquivos de música digital noscomputadores de seus usuários, cria cópias dessas canções e as armazena em nuvem,segundo a Amazon. Como parte do novo serviço, a Amazon anunciou acordos de licen-ciamento junto a centenas de editoras e distribuidoras de música, incluindo Sony MusicEntertainment, EMI, Vivendi, Universal Music e Warner Music. As licenças permitem quea empresa crie novas versões dos arquivos digitais de música de seus clientes.Ações do Facebook

caem rápido

Aplicativo gratuito Android para edição e visualização dedocumentos. Possui suporte a 23 formatos, inclusive DOC,DOCX, TXT, XLS, XLSX, PPT, PPTX e PDF. Também per-mite sincronização de documentos com os principais servi-ços na nuvem (Google Drive, Dropbox e Box.net ), além depermitir que os documentos sejam salvos no formato PDF.

Existem outros aplicativos para edição de documentos,porém alguns apresentam problemas em abrir documentos

das versões mais recentes do Office.

Mais da metade da população brasi-leira está incluída no mundo digital, segun-do pesquisa da Fundação Getúlio Vargas,o que coloca o Brasil próximo à médiamundial. No Brasil, 51,2% da populaçãopesquisada tem acesso a celular, telefo-ne fixo, computador e internet em casa,enquanto a média global marca 49,1%. Noranking global de inclusão digital, o Bra-sil está no 72º lugar, entre 156 paísespesquisados, diz a pesquisa da FVG, rea-

lizada em parceria com a Fundação Te-lefônica Vivo, divulgada ontem na FGV.Entre 156 países pesquisados, os dezque têm população com mais acesso aocelular, ao telefone fixo, ao computador eà internet em casa são Suécia (95,8%),Islândia (95,5%), Singapura (95,5%), NovaZelândia (93,5%), Holanda (92,5%), Irlan-da (92,3%), Luxemburgo (92%), Taiwan(91,8%), Suíça (91,3%), e Austrália (91%).

Brasileiros no mundo digital

Dica de APP para Android:KINGSOFT

Um time buscando o G4, outrona zona de rebaixamento. Uma di-ferença de quase vinte pontos na ta-bela de classificação. Com um re-trospecto assim ficaria fácil pensar.O América, na briga pelo topo, vaiatropelar o limitado Grêmio Barue-ri. Mas o equilíbrio da Série B nãopermite sonhar antes da bola rolar.Em campo as duas equipes fizeramum jogo recheado de passes erra-dos e muito truncado. O futebol nãofoi lá essas coisas, mas com um elen-co bem mais qualificado e decisivo,o América aproveitou a força do Na-zarenão e construiu mais uma vitó-ria em casa, a sétima em oito jogos.Mais que isso, com o tropeço dos ad-versários diretos o alvirrubro poti-guar voltou ao G4 e agora ocupa aterceira colocação.

"Para a tristeza de um monte degente, mas para alegria do torcedoramericano estamos de volta ao G4.Vai ser assim até o fim do campeo-nato. Até as dez últimas rodadasserão oito equipes brigando forte epode ser que o número aumente. Fi-zemos o dever dentro de casa e nomomento que a gente passar a pon-tuar fora de casa o G4 vai ser umaconstante para a nossa equipe", disse

o técnico Roberto Fernandes. Para o volante Fabinho, a garra

foi o principal diferencial no jogo deontem. "A gente sabe que não temadversário fácil. Mas o resultado foimerecido pela nossa luta. O aprovei-tamento em casa é muito bom, masfalta agora buscar os pontos fora decasa para que a nossa campanha

ganhe mais força", disse o jogador,que recebeu o terceiro cartão ama-relo e é desfalque certo para o pró-ximo confronto do América, na sextafeira, contra o Boa Esporte em MinasGerais. Outro desfalque do Améri-ca para o próximo jogo é o volanteMárcio Passo, que expulso na noitede ontem cumprirá suspensão.

A noite alvirru-bra foi recheada de estreias. A duplade zaga composta por Rodrigão eZé Antônio foi aprovada pelo téc-nico Roberto Fernandes. O meiaNetinho, novo camisa 10 tambémesteve em campo, mas a falta deritmo de jogo prejudicou o melhorrendimento. "O Zé Antônio e o Ro-

drigão fizeram uma partida muitoboa. O Netinho está com falta deritmo, mas mostrou que tem todasas condições de ser titular e fazerparte do nosso grupo", completouo treinador.

Com 26 pontos na tabela de clas-sificação, o América agora ocupa aterceira colocação, atrás apenas do

Criciúma, líder isolado com 35 pon-tos e do Vitória, com 32. O Améri-ca Mineiro, é o quarto colocado tam-bém com 26 pontos. E o equilíbriofica ainda mais visível ao analisar atabela e ver que São Caetano eGoiás, quinto e sexto colocados,também têm a mesma pontuação.São quatro times com 26 pontos.

Quarta-feira O Jornal de HOJE 15Natal, 1 de agosto de 2012Esporte

Gabriel NegreirosGABRIEL NEGREIROS - [email protected] - twitter: @gabrielnegreiro

PisandonaBolaAMÂNCIO [email protected] / www.chargistaamancio.blogspot.com

14ª RODADA - SÉRIE B

31/07 - 19h30 Paraná-PR 1 x 1 Avaí-SC31/07 - 19h30 Goiás-GO 1 x 1 ABC-RN31/07 - 19h30 Ceará-CE 1 x 1 Boa Esporte-MG31/07 - 19h30 Criciúma-SC 2 x 1 Guarani-SP31/07 - 19h30 América-MG 0 x 2 Joinville-SC31/07 - 21h50 Bragantino-SP 2 x 2 ASA-AL31/07 - 21h50 CRB-AL 2 x 0 Ipatinga-MG31/07 - 21h50 Guaratinguetá-SP 0 x 1 Atlético-PR31/07 - 21h50 São Caetano-SP 0 x 0 Vitória-BA31/07 - 21h50 América-RN 2 x 1 Grêmio Barueri-SP

CLASSIFICAÇÃO - SÉRIE B

CLUBE PG JG VI EM DE GP GC SG1 Criciúma-SC 35 14 11 2 1 36 21 152 Vitória-BA 32 14 10 2 2 26 14 123 América-RN 26 14 8 2 4 24 17 74 América-MG 26 14 8 2 4 22 16 65 São Caetano-SP 26 14 7 5 2 19 11 86 Goiás-GO 26 14 7 5 2 23 19 47 Joinville-SC 24 14 7 3 4 23 13 108 Paraná-PR 22 14 6 4 4 21 18 39 Atlético-PR 20 14 6 2 6 17 14 310 CRB-AL 20 14 6 2 6 21 22 -111 Avaí-SC 18 14 5 3 6 14 16 -212 Boa Esporte-MG 18 14 4 6 4 19 18 113 Ceará-CE 18 14 4 6 4 22 23 -114 ABC-RN 17 14 4 5 5 21 19 215 Guarani-SP 15 14 3 6 5 14 15 -116 Bragantino-SP 12 14 2 6 6 18 22 -417 ASA-AL 11 14 3 2 9 16 23 -718 Guaratinguetá-SP 9 14 2 3 9 11 24 -1319 Grêmio Barueri-SP 6 14 1 3 10 10 30 -2020 Ipatinga-MG 4 14 1 1 12 9 31 -22

DE VOLTA AO G4O AMÉRICA VENCEU O GRÊMIO BARUERI POR 2 A 1 E ESTÁ DE VOLTA AO G4 DO CAMPEONATO BRASILEIRO

Serra Dourada lotado, com maisde 16 mil pessoas, para acompa-nhar Goiás e ABC, pela décimaquarta rodada do Campeonato Bra-sileiro. Embalado por três vitóriasconsecutivas o Goiás queria voltarao G4. Mas o ABC também vivebom momento e queria provar issoem campo. O empate em 1 a 1 forade casa foi considerado positivopelo técnico Ademir Fonseca, afi-nal o ABC chega ao quarto jogoconsecutivo pontuando, sendo duasvitórias e dois empates.

"Estamos resgatando a confian-ça do grupo, o time está em cresci-mento e ainda vamos evoluir mais.Agora temos que manter os pés nochão, a humildade, seguir trabalhan-do, que só assim conseguiremos al-cançar os nossos objetivos. Vamosprimeiro pensar em fugir dessa zonaperigosa e depois, quem sabe, alme-jarmos algo mais. Uma coisa decada vez. Os jogadores estão se

doando ao máximo em campo, seajudando e os resultados estão acon-tecendo. Conquistamos um granderesultado aqui diante do Goiás, umponto importante, contra um adver-sário que briga pelo G-4", disse otécnico Ademir Fonseca.

Em campo o jogo foi equilibra-

do e o primeiro gol saiu após o vo-lante Serginho tocar com a mão nabola dentro da área. Iarley, com acamisa comemorativa dos 150jogos pela equipe esmeraldina co-brou e abriu o placar. O ABC foipara cima e dois jogadores que saí-ram do banco de reservas encontra-

ram o caminho para o empate.Fábio Neves cruzou, a bola des-viou no meio do caminho, o za-gueiro do Goiás falhou e Joelson es-tava atento para marcar o gol alvi-negro.

"Fico feliz em ter saído dobanco para marcar o gol que nos ga-rantiu esse empate. Venho traba-lhando forte para quando o profes-sor precisar eu estar pronto e hojeconsegui ajudar a equipe. Quería-mos a vitória, mas o empate foimuito importante. O Goiás tem umgrande time e levar um ponto daquifoi um excelente resultado", disseJoelson, que marcou o seu primei-ro gol com a camisa do ABC.

A posição na tabela não mudou,o ABC se mantém em 14ª e comseis pontos de vantagem para o pri-meiro time na zona de rebaixamen-to, o Asa de Arapiraca. Na próxi-ma rodada, no Frasqueirão, o alvi-negro recebe o Paraná.

> ABC

Empate fora de casa mantém boa sequência

No primeiro toque que deu na bola o atacante Joelson marcou o gol de empate

Fotos: Wellington Rocha

O atacante Lúcio Curió caprichou na cobrança de falta e abriu o caminho da vitória para o América O segundo gol alvirrubro foi do "homem de pedra". Foi o primeiro gol de Max desde o seu retorno

EXCELENTES RESULTADOSO Goiás vinha de três vitórias conse-

cutivas. Mais de 16 mil pessoas compa-receram ao Serra Dourada. O time esme-raldino ainda lutava pelo G4. Para com-plicar ainda mais a vida do ABC, elesmarcaram o primeiro gol. Ou seja, ingre-dientes suficientes para afirmar que umempate foi um bom resultado para o ABC,que chega aos 17 pontos, mantém umadistância segura para a zona de rebaixa-mento e segue na briga do grupo interme-diário. É o quarto jogo consecutivo queo ABC pontua, sendo duas vitórias e doisempates.

O jogo do América parecia mais sim-ples. Não só pelo fato de jogar em casa eser extremamente competente como man-dante, mas principalmente pelo adversá-rio, que em 13 rodadas tinha apenas seispontos conquistados. Mas o jogo foi difí-cil. O América pecou na quantidade depasses errados, mesmo assim mereceu avitória e poderia ter construído com maisfacilidade se não exagerasse tanto na in-dividualidade. A campanha do América éfantástica e com 26 pontos a briga no G4se mantém firme. Falta equilibrar as açõesfora de casa, que não segue o mesmo ritmo.

JOELSONVeja como é o futebol. O atacante

Joelson, que ninguém nem lembrava maisque ele estava no ABC, foi o autor do golde empate do ABC. E logo no primeirotoque que deu na bola. Quando a fase éboa, tudo funciona. A maré no ABC pa-rece ter realmente mudado.

NETINHOO meia Netinho estreou com a ca-

misa 10 do América. Logicamente sen-tiu a falta de ritmo e, principalmente, adificuldade de se entender com os com-panheiros. Mesmo assim já foi mais efi-ciente que os anteriores que ocuparama vaga.

"OVERDOSE DE TRIANGULO"O faixa preta de Jiu Jitsu Thiago Bar-

reto venceu a categoria pena do Rio Open2012. O atleta é destaque na revista Ta-tame Magazine, que traz o título "over-dose de triangulo", para descrever a tra-jetória do potiguar na competição. Dasquatro lutas que disputou, Thiago venceutrês por finalização, sendo duas por triân-gulo e uma por armlock a partir de umtriângulo. Bela vitória do professor daOne Brasa. "Agora vem a Copa BlackBull em Recife, e depois o São PauloOpen, mas o foco principal é a Seletivado WPJJC aqui em Natal", diz Thiago jápensando em novas vitórias.

O DIA OLÍMPICOO quinto dia das olimpíadas de Londres tinha

tudo para ser um dos mais legais para o espor-te brasileiro. Começou muito bem com o judo-ca Tiago Camilo, que venceu as três primeiraslutas e chegou às semifinais do torneio. Mas de-pois desandou tudo e ele acabou perdendo asduas lutas decisivas.

O futebol da seleção brasileira também en-trou em campo. Poupando jogadores, Mano Me-nezes fechou a primeira fase em grande estiloao vencer a Nova Zelândia. Sempre tenho fala-do que aposto muito nesse time, porém, o meumedo está no sistema defensivo. Especialmen-te em dois jogadores: o goleiro Neto, muito ruim,e o zagueiro Juan, péssimo. Se bem que o go-leiro Gabriel, que jogou hoje, parece ser bem me-lhor.

Nas piscinas, hoje a tarde, é hora de torcerpelo atleta brasileiro mais competente das olim-píadas, César Cielo. Tomara que eu não queimea língua, mas vejo em Cielo um atleta diferen-ciado, que não treme nos momentos decisivos eque pode trazer várias medalhas para o Brasil.Ele não luta por prata, vai querer ouro. É com-petitivo demais para se contentar com o vice.

Quarta-feiraNatal, 1 de agosto de 201216 O Jornal de HOJE

C M Y K

Passe LivreRUBENS LEMOS FILHO - [email protected]

Esporte

Quando se compra uma geladeira nova, em68 prestações, se agrada à patroa e o peritônio,cobertura do estômago por onde passará a cer-veja mais mofada, militarmente adequada a umaboa reunião com (poucos) amigos.

Na hora em que o sujeito chega com umcarro novo na garagem, ainda com o plástico nabancada, arriscando-se em financiamentos tãolongos quanto um monólogo do secretário de Es-portes do Rio Grande do Norte, Joacy Bastos,a família entra em transe.

Criançada faz a festa, pula dentro do carroe, se necessário, dorme dentro. A mulher ficamais amorosa, planeja uma viagem nem queseja a uma praia próxima e a sensação do paide família é de progresso.

É assim também quando o sujeito, depois decasar e trabalhar feito um condenado por lon-gas décadas, consegue receber as chaves de umapartamento modesto , no qual cabem, ele, a dig-níssima, os filhos, o cachorro, os discos e os li-vros. Os filmes.

É o progresso sadio. A indústria de discospermitiu ao consumidor se sentir melhor ou-vindo um CD do que um vinil, embora na che-gada do disquinho, tenha proliferado a peste depodridões musicais. Mas a qualidade do som me-lhorou.

Mergulhe numa piscina e faça o percurso deum sertanejo na caatinga. É uma experiênciaque deveria constar das homilias de igreja sobreexperiências antecipadas sobre céu e inferno

Numa cidade quente, o frio alivia o estres-se da vida de todo mundo, menos dos seus donossem escritura, que saem a rasgar ruas e aveni-das desrespeitando regras de trânsito.

O computador foi a maior invenção domundo depois da mulher, embora tenha quemnão prefira a mulher. Tenha quem escolha obeisebol. Por causa da formosura do seu instru-mento básico de manuseio. O computador é oque há.

Para quem trabalha com texto e faz delemeio de vida e não mata-burro, não leva surradas letras como quem trucida o idioma e semete a desafiá-lo, o computador imprime umapaz que as velhas máquinas Olivetti e Reming-ton representavam em rebeldia e ferocidade. Ofuror das máquinas numa redação mediam agi-lidade e talento dos redatores.

Computador é uma maravilha. Depois deleveio a internet. Outra descoberta genial. A Groe-lândia colada a Riacho do Meio, perto de Paudos Ferros, por meio de uma rede internacionalchamada web.

>>>Até hoje nunca vi um matuto do Riacho do

Meio entender ou querer saber o que danado é

web, embora muitos entrem em vários endere-ços eletrônicos de sacanagem adulta. A internetjá foi chamada de intermédica, numa conversade alpendre na fazenda do meu sogro nos Ingás,no Encanto, perto do dito Riacho do Meio.

Depois da internet chegaram as redes so-ciais, o espaço para qualquer cidadão ou cida-dã, de toda cor, raça, opção sexual, nível social,grau de escolaridade, boçalidade, de qualifica-ção ou ausência de caráter, um território livree, a princípio, democrático. Os princípios forama qualquer meio para que alguns cheguem aosseus fins.

As redes sociais deram espaço para todos.O bom, o mau, o chato, o empedernido, aque-le metido a gênio que fica lá no seu cantinhosoltando alfinetadas, o sabichão que entende dogiclê de motor à sentença de ministro do STF,o roteirista frustrado de cinema, o exibicionis-ta(olha eu aqui em Londres!), o sacana, o pia-dista, o curtidor da cara alheia.

O progresso das redes sociais avança e vicia.A ponto de fazer com que pessoas ditas inteli-gentes e ocupadas passem o dia dedilhando fra-ses feitas ou criando outras, desancando políti-cos e debatendo futebol como numa interminá-vel resenha esportiva cheia de erros gramaticais.Bobagem, no rádio quase sempre é assim.

No embalo das redes sociais, foram criadosprogramas acessórios para se acoplar, por exem-plo, ao twitter, onde se encontram durante 24horas por dia, os juízes informais do destinouniversal.

Os críticos do erro que sempre é o (seu) in-teresse contrariado. Os insuportáveis dogmáti-cos que insistem na dicotomia cansada entreEsquerda e Direita. Volver. Ou os denuncistasque não olham o próprio espelho.

Telefones celulares, indispensáveis e sina-lizadores de status conforme o modelito , sãofabricados com câmeras fotográficas de nitidezperfeita. O sujeito vai ao banheiro(se quiser), des-carrega a feijoada, fotografa e manda ao twit-ter: "Que alívio, feijoada ótima, cagada melhorainda."

O progresso melhorou os instrumentos epiorou os usuários. Na Escócia, um rapaz de 19anos, viu um homem ser atropelado, correu efotografou para postar nas redes sociais. Prefe-riu o flagrante à solidariedade do socorro aomoribundo.

A Justiça vai processar Ikram Choudury,que sequer ligou para as equipes de resgate apósmostrar aos amiguinhos a proeza de ter regis-trado uma desgraça. É um caso grave que re-quer um upgrade na cabeça dos gênios da in-formática: avancem nos equipamentos, melho-rem também a qualidade das pessoas.

Invenções

FELICIDADEO América até economizou.

Está em terceiro lugar, de voltaao grupo de elite por mereci-mento. Quem foi a Goianinha,voltou satisfeito com a panca-da de Lúcio, típica dos bonstempos do "Cabo Gito"e do golde Max. Dida ainda fez sus-pense.

PARA FRENTEQuando joga para frente, o

América é time para subir desérie.

FOI BOMO empate foi bom para o

ABC, que esteve sempre comnove jogadores em campo. O ár-

bitro Jean Pierre foi um zaguei-ro do Goiás vestido de amarelo.O volante Serginho fez o pênal-ti mais idiota desde a chegadado índio Felipe Camarão porestas bandas.

GUTOO baixinho Guto é o Dustin

Hoffman alvinegro, no papel doPequeno Grande Homem.Ontem, jogou por todo o meio-campo, na marcação, na arma-ção, na finalização.

MEMÓRIA DE CAMPEÃOHoje, 1o de agosto, faz 38

anos que um clube carioca ven-ceu pela primeira vez o Cam-peonato Brasileiro. E foi o Vasco,

time do jornalista João BatistaMachado e do professor Geral-do Batista, campeão em cima doCruzeiro, 2x1 no Ex-Maracanãcom 112.993 pagantes. Gols doVasco: Ademir e Jorginho Car-voeiro(o do título). Nelinho mar-cou para o Cruzeiro.

TIMESO Vasco/74: Andrada; Fidé-

lis, Moisés, Miguel e Alfinete;Alcir, Zanata e Ademir; Jorgi-nho Carvoeiro, Roberto Dinami-te e Luís Carlos. Cruzeiro: Vítor;Nelinho, Perfumo, Darci Mene-zes e Vanderlei; Piazza, Zé Car-los e Dirceu Lopes; Roberto Ba-tata, Palhinha(Joãozinho) eEduardo Amorim(Baiano).

Um time mais leve, solto e semparecer sentir tanto a pressão dosprimeiros confrontos olímpicos.Assim foi a seleção brasileira no jogode hoje diante da Nova Zelândia, oterceiro e último desta primeira faseolímpica. Classificado em primeirolugar, o Brasil agora a definição doseu adversário nas quartas de final,que poderá ser Japão ou Honduras,

que compõem o Grupo D. O técnico Mano Menezes fez

quatro substituições no time titular.Ele resolveu poupar o goleiro Neto,o volante Rômulo, o meia Oscar eo atacante Hulk. Ganharam condiçãode jogo o goleiro Gabriel, o volanteDanilo, o lateral Alecsandro e o meiaatacante Lucas.

Ganso seria um dos atletas uti-

lizados por Mano Menezes no timemisto que enfrentou a Nova Zelân-dia. O treinador tinha a intenção deobservar o desempenho do meia,que não tem tido uma sequência naseleção brasileira e no Santos porconta de lesões constantes. Aúltimafoi uma cirurgia no joelho, que otirou dos amistosos na Alemanha enos Estados Unidos.

COM TIME MISTO,BRASIL PASSEIA

A SELEÇÃO NÃO TEVE DIFICULDADES PARA PASSAR

PELA NOVA ZELÂNDIA NO ÚLTIMO JOGO DA PRIMEIRA

FASE. A VITÓRIA POR 3 A 0 GARANTE PRIMEIRO LUGAR

Com gols de Danilo, Leandro Damião e Sandro o Brasil fecha a primeira fase na liderança do grupo e espera por Japão ou Honduras

> LONDRES 2012

No quinto dia olímpico, oBrasil terá com Cesar Cielo a prin-cipal chance para conquistar a quar-ta medalha nos Jogos Olímpicosde Londres. A partir das 16h20, onadador disputa a final dos 100mlivre. Cesar Cielo tem os númerosna cabeça. Na eliminatória, admi-tiu ter se assustado com o tempo de48s67 e temido por uma desclas-sificação precoce. Na semifinal,baixou o tempo para 48s17 e até sedeu ao luxo de diminuir o ritmono final da prova. Agora, para afinal dos 100m livre, o brasileirosabe o que precisa para estar no-vamente no pódio e repetir Pequim-2008.

"Vamos ver se eu consigo nadarabaixo dos 48s para pegar umamedalha. Fazendo 47s, dá para ficarentre os três primeiros, mas achoque quatro pessoas podem fazerisso. Tem de fazer aquele 47s70que estou imaginando, mas um47s83 já está de bom tamanho",disse o brasileiro, bronze há qua-tro anos, assim que deixou a pisci-na com o quinto melhor tempo dassemifinais.

Na atual edição dos Jogos, trêsfinalistas já nadaram abaixo dameta de Cielo: o francês YannickAgnel, o australiano James Mag-

nussen e o russo Nikita Lobintsev.O norte-americano Nathan Adriancompleta o time dos que já bater-am em menos de 48s.

"Fazendo uma conta rápida euposso ganhar. Mas o James estámuito bem, aquela abertura dorevezamento foi um tropeço.

Vamos ver o que dá, não sou o fa-vorito. Quem sabe não vem umasurpresa amanhã. Agora é mantera motivação, vamos torcer, nãotenho nada a perder. Está na mãodo destino", avaliou Cielo, que tema experiência de ter baixado otempo nos Jogos da China.

CIELO PELO OURO

> JUDÔ

O brasileiro Tiago Camilo perdeupara o sul-coreano Dae Nam Song nasemifinal do torneio válido pela cat-egoria de até 90kg ficou fora da finalno judô. Ele tinha chance de repetirem Londres o bronze de quatro anos

em Pequim, porém, mais uma derrotapara o grego Ilias Iliadis, que venceuMark Anthony, da Nova Zelândia,pela repescagem, acabou com osonho do brasileiro.

Com a derrota, segue o jejum

nacional de decisões: a equipe mas-culina do Brasil não disputa umafinal no judô desde Sidney-2000,quando Carlos Honorato e o próprioTiago Camilo conquistaram medal-has de prata.

TIAGO CAMILO PERDE NADISPUTA PELO BRONZE

Na atual edição dos Jogos, três finalistas já nadaram abaixo da meta de Cielo

Quarta-feira O Jornal de HOJE 17Natal, 1 de agosto de 2012Cultura

Cultura HOJE com Dani PachecoDANIELA PACHECO - [email protected]

CHEF CHRISTIAN LE SQUER

VISITA NATALDANIELA PACHECO

EDITORA DE CULTURA

O chef francês Christian Le Squer,que figura desde 2002 na lista dos ex-clusivos restaurantes três estrelas doGuia Michelin, cotação máxima no guiade restaurantes mais prestigiado domundo fez ontem uma palestra especialpara alunos, docentes e convidados daUnP, integrante da rede internacionalde universidades Laureate.

Localizado na Avenida ChampsElysées, em um prédio de 200 anos dehistória, o restaurante foi agraciado porcinco anos consecutivos com três estre-las pelo Guia Michelin, o mais impor-tante prêmio da culinária internacional.Hoje, o Ledoyen é a expressão do queexiste de melhor para o paladar emParis.

Le Squer, nascido na região da Bre-tanha, já passou por grandes cozinhasem seu país, como a do Taillevent, Le Di-vellec, Lucas e o Ritz, ele recebeu suaprimeira estrela trabalhando no OpéraRestaurante em 2002. Era o início deuma jornada de sucesso em criaçõescom muita originalidade e refinamento.

O tema da palestra foi “3 estrelas noGuia Michelin: a trajetória de um grandechef”, abordando a trajetória profis-sional de Le Squer, como ele alcançousua posição de prestigio internacional esobre o seu dia a dia, e o de sua equipe,num dos melhores restaurantes domundo.

Christian Le Squer concedeu entre-vista para O JORNAL DE HOJE. Con-fira!

O JORNALDE HOJE - O que lhe mo-tivou se dedicar a arte de cozinhar?

Christian Le Squer - Quando eu erajovem eu sempre apreciei muitocomer, e a hora das refeições eramsempre momentos privilegiados.

O JORNAL DE HOJE - O senhor jápassou por grandes cozinhas em seupaís. Em entrevista o sehor já afirmouque foi a primeira delas a que mais omarcou: a do extinto restauranteArchestrate, cujo proprietário, AlainSenderens. Por que?

Christian Le Squer - Quando eu tra-balhei no Archestrate essa cozinhame abriu o espirito para todas as as-sociações de sabores e gostos.

O JORNAL DE HOJE - Um dos seg-redos para se tornar um chef recon-hecido no mundo inteiro é viajar sem-pre para conhecer ingredientes novos?

Christian Le Squer - Não, eu pensoque para ser um Chef conhecido nomundo inteiro não é necessário vi-ajar o mundo inteiro mas é preciso

que nossa cozinha esteja em movi-mento nas criações dos pratos quefaz de você um cozinheiro que durano tempo e não algo passageiro.

O JORNAL DE HOJE - E, por falar...Quais são os seus temperos preferidos?

Christian Le Squer - A acidez. Acozinha muito temperada me inco-moda mas a acidez releva o gostodo produto.

O JORNAL DE HOJE - O que lhechama mais atenção na cozinhabrasileira?

Christian Le Squer - A diversidadede comidas de cada região do Brasil.

O JORNALDE HOJE - Ter a cotaçãomáxima (três estrelas) no guia maisprestigioso do mundo, O Michelin.Trouxe para você uma maior visibili-dade. Como também, uma maior re-sponsabilidade. O que o senhor faztodos os dias para conseguir manteressa qualificação?

Christian Le Squer - No começo,trabalhamos muito para ter acessoas três estrelas pois é um grande‘challenge’, mas ao longo do tempose torna algo natural de manter astrês estrelas. Colocamos limitesmuitos altos para mantê-las.

O JORNAL DE HOJE - A cozinha éum reflexo da cultura de um povo. Essamodernidade no ato de criar novospratos e sabores. De alguma forma, re-trai o valor, por exemplo, de uma coz-inha regional?

Christian Le Squer - Eu penso quea cozinha francesa tem uma cozin-ha regional muito rica e ao mesmotempo ela coloca em valor a mod-ernidade do prato levando associ-ações modernas um pouco como naalta costura e o perfume pois o jeitode comer hoje é diferente que dosnosso pais então, a cozinha develevar a uma certa modernidade nasua refeição.

O JORNAL DE HOJE - Conte pragente, qual é a sua receita de sucesso?

Christian Le Squer - Estar sempreinsatisfeito.

O JORNAL DE HOJE - E, qual é opersonagem principal de uma boa co-mida?

Christian Le Squer - Amatéria primae depois o Chef que o sublime.

O JORNAL DE HOJE - O que o sen-hor pretendeu transmitir nestapalestra?

Christian Le Squer - Minha paixãopelos sabores e gostos.

CIRCUITO CULTURALPara começar o mês com

noticias boas... Foi divulgado oresultados do Circuito CulturalRibeira que recomeça aindaneste mês sua programação quese destaca pela diversidade edemocracia cultural. Foram se-lecionados 102 projetos, entreos 280 inscritos. O encontrocomeça dia 12 de agosto e serealizará sempre no segundodomingo de cada mês, ocupan-do os espaços culturais e tam-bém as ruas da Ribeira. Além daprogramação própria, o Circuitovai se conectar com eventos queacontecem no bairro, como oFestival Dosol, Cena Aberta,Goiamum e a Chamada Car-navalesca do Rock.

E, POR FALAR... A iniciativa do Circuito Cul-

tural da Ribeira é do Dosol e daCasa da Ribeira, contando compatrocínio da Cosern, Vivo eGoverno do Estado do RNatravés da Lei Câmara Cascudo.Na edição de agosto tambémconta com a parceria do Sesc.

ATRAÇÕESConfira algumas das atrações musicais do Circuito: Talma e Gadel-

ha (foto), Orquestra Boca Seca, Rosa de Pedra, Os Bonies, Nordeste-nato, Isaque Galvão, Júlio Lima, Nós do Beco, SeuZé, Gustavo Co-centino e Blue Mountain, Khrystal, Pedro Mendes, Faces Negras, RedBoots, Raízes de Concreto, Esso, Mariano Tavares. Nas artes vi-suais/performance, entres outros, estão Carol Piñero, Coletivo Ca-mafeu, Coletivo ES3, Daniel Torres, Pok, Ramilla Souza, Rosa Ma-ciel, Sofia Bauchwitz, Fábio di Ojuara. No segmento de teatro/dançacontará com espetáculos de Bololô Cia Cênica, Arkhétypos GrupoDe Teatro, Cia Gira-Dança, Shaman Tribal, Coletivo Atores à Deri-va, Cláudia Magalhães, Facetas, Mutretas e Outras Histórias, NammuDança, Tuareg, Tramas, entre outros. E, na área de vídeo/debates, aJatobá Filmes exibirá o documentário "Dzi Croquettes", o filme "Febredo rato" e a mostra "25 Anos Vídeo nas Aldeias".

SOS MATA ATLÂNTICAAté o dia 5 de agosto, a SOS Mata

Atlântica estará na cidade de Natal como projeto “AMata Atlântica é Aqui – Ex-posição Itinerante do Cidadão Atuante”.Dois caminhões adaptados para ativi-dades de educação ambiental per-manecerão no Campus da UniversidadeFederal do Rio Grande do Norte(UFRN), no estacionamento ao lado dorestaurante universitário, no BairroLagoa Nova. Durante a visita, a equipeda SOS Mata Atlântica promove ativi-dades gratuitas com o público, comojogos educativos, palestras, cursos, ofic-inas, cinema e muito mais. O projetofunciona das 10h às 17h até o dia 4 deagosto e das 10h às 16h no dia 5 deagosto. O patrocínio desta iniciativa é deBradesco Cartões, Natura e Volkswa-gen Caminhões & Ônibus.

TEATROO grupo de teatro pernambucano

Trupe Ensaia Aqui e Acolá apresenta,dentro do projeto Palco Giratório do Sesc,o espetáculo "O amor de Clotilde por umcerto Leandro Dantas", hoje, às 20h, noTeatro Alberto Maranhão. Ingresso: 1kgde alimento não perecível (a troca devese feita no Sesc Centro ou no TAM 1 horaantes da peça). Informações: 3211 5577.

DANÇAA companhia potiguar Gira Dança estreia seu mais novo trabalho,

“Sobre todas as coisas”, com coreografia de Mário Nascimento (MG),no 4º Encontro Nacional de Dança Contemporânea, às 20h, na Casa daRibeira (Rua Frei Miguelinho, 52, Ribeira). A entrada é gratuita.

DANÇA IIO 4° Encontro Nacional de Dança Contemporânea apresenta nesta

quarta-feira, 1° de agosto, a intervenção urbana "Casca de Nós" da Com-panhia dos Pés (SP), às 18h, no Prédio da FIERN (Av. Salgado Filho).Acesso gratuito.

ARTES VISUAISNesta quarta acontece a abertura da exposição "Antálgico", uma

videoinstalação do artista paraibano Tony Neto, estudante do curso deArtes Visuais da Universidade Federal da Paraíba, às 19h, na Galeria deArte do IFRN Cidade Alta (Av. Rio Branco, 743).

Fotos: Divulgação

Quarta-feira18 O Jornal de HOJE Natal, 1 de agosto de 2012 Cultura

Canal 1POR FLÁVIO RICCO - Colaboração: José Carlos Nery / [email protected] / http://twitter.com/flavioricco

Leão 22/07 a 22/08Agosto ao gosto do leoninoque aniversaria neste mês, que

irradia e brilha no centro dos aconteci-mentos dando um show de competên-cia. O bom humor não vai faltar e vocêpode sair da toca, há muita gente lá forate esperando.

Virgem 23/08 a 22/09Mercúrio e Netuno enviam unsraios enganosos neste come-cinho de agosto, então não se

fie em promessas, aparências, apostemais na dedução racional e objetiva. Amusica vai levantar seu espírito. Prestigioem momento critico.

Libra 23/09 a 22/10Algo pesa, sim, tudo pare-ce definitivo e é Saturnoque deixa o ar assim.

Mar te acrescenta a pimenta dapressa neste agosto que começasob o signo da renovação. Você quese conecte com as vibrações delonge para assentar a cabeça.

Escorpião 23/10 a 21/11É lá no interior da casa, ondepode ficar a vontade e ninarseus sonhos com as canções

de revolta e renovação cultural, que omês começa pra você. E a noticia é boa,caprichada no otimismo, com esperançade melhora geral.

Áries 21/03 a 20/04Um novo mês, quantas pro-messas e expectativas! E vocêpode mesmo nutrir algumas

delas: reconhecimento, caminho livre,curiosidades saciadas... hoje a dica é inau-gurar o mês ao lado de amigos fieis, leais,num clima super informal.

Touro 21/04 a 20/05Capriche no visual logo nesteinício de mês! Destaque total.Que tal começar agosto capri-

chando em casa? Faça aquela comidi-nha especial para os seus queridos,inove em algum detalhe, crie umambiente inspirador.

Gêmeos 21/05 a 20/06Clima variado, intenso,novidades no ar - quermais noticia boa, pra você

que adora mudança? Vênus, Martee Saturno garantem laços fortes,amizades que sustentam nas horassérias. Agosto começa enviandoraios de amor pra você.

Câncer 21/06 a 21/07Espante o sentimentalismo eligue o modo racional praentrar em agosto com o pé

direito! O mês promete pra você -assuntos parados de trabalho se defi-nem, amores se decidem também.Valores e finanças em alta.

Sagitário 21/11 a 21/12Os sagitarianos, seres queprezam a liberdade de movi-

mento acima de tudo, irão adorar o mêsque começa. Sem lamentações engano-sas, ou distrações do cotidiano. Começacom mente clara, gosto pelo estudo,sofisticação e bom humor.

Capricórnio 22/12 a 21/01O seu maior bem são as ideiase os projetos do amanhã. Eeles emergem, dando força ao

nascimento de agosto, mês de agourospequenos. Vênus e Saturno garantem aforça de um amor gentil, profundo, ina-balável, ou quase isso.

Aquário 21/01 a 19/02A Lua está em seu signo.Ela abre o mês e envia os

raios imprevisíveis da luz aquarianapara o mundo. Claro que você équem as decodifica, pelo corpo epela voz. Que se traduz em sensibi-lidade e por isso é preciso se cuidar,se proteger.

Peixes 20/02 a 20/03É bom dormir mais, falar demenos, deixar-se cismando,

nas bordas, nas fronteiras; é começode mês, momento de reorganizar asideias, tentar abordagens mais distan-ciadas. Os artistas do zodíaco sãovocês. Façam seu trabalho, agora.

HORÓSCOPO

BATE-REBATE

w Rodrigo Branco, ex-diretor do“Muito Mais”, na Band, na suasaída da emissora, ficou hospeda-do na casa do Ronaldo Fenômeno,em Ibiza.w Agora está em Portugal, masjá com uma outra emissora naagulha.w Maria Melilo, ex-BBB, agorano “Casseta”, da Globo, está sol-teira novamente. Separou do anti-go namorado.w “Em Busca do Pai” é a estreia

do GNT, domingo, 11 da noite.w Serão cinco episódios, com his-tórias de pessoas que não com vi-veram com os pais.w Ricardo Perez, diretor do “MuitoMais”, na Band, planeja fazer al-gumas estreias no programa aindano decorrer dos próximos dias.w Depois de uma edição fora, porcausa da Olimpíada, o “Legen-dários”, do Marcos Mion, na Re-cord, volta a ser exibido no pró-ximo sábado.

w FALTA DE CRITÉRIO – 1Faturar é bom e todo mundo gosta.Emissora de televisão tem comomercadoria os seus espaços co-merciais, que devem ser vendidoscriteriosamente. É tudo o que nãoacontece na Bandeirantes. Os seusintervalos comerciais chegam aultrapassar a marca de 6 minutos.Uma coisa insuportável.

w FALTA DE CRITÉRIO – 2Os programas esportivos de todosos dias e finais de semana estãoentre os mais atingidos. Os inúme-ros e prolongados breaks comer-ciais, são ainda obrigatoriamenteprecedidos e sucedidos por açõesde merchandising, que vendemdesde cortador de unha a palito dedente. Um pé na paciência de qual-quer telespectador.

w MAIOR CESTINHAUma equipe da NBC visitou ontemas instalações da Record, no cen-tro de imprensa, em Londres. Alémde conhecer todas as dependên-

cias, os americanos fizeram umaentrevista especial com OscarSchmidt, o maior cestinha do nossobasquete, em todos os tempos.

w DESCUIDOAinda da Olimpíada na Record,em meio a toda essa correria, es-queceram de providenciar unifor-me do pessoal aqui no Brasil. Aífoi preciso correr e fazer na últi-ma hora. Uma camisa para cadaum. Tem que lavar e secar todosos dias.

w CAIU DE BICOA quem interessar possa, o “Esta-ção Teen” ainda está em cartaz naRede TV!. Ninguém vê, raramen-te chega a um ponto, mas está lá.Essa troca do Dudu Surita peloRestart foi de uma inutilidade ab-soluta. Mexeram por mexer e nodeu no que deu.

w QUASE PARANDOAs gravações da próxima novelada Record, da Gisele Joras, subs-

tituta de “Máscaras”, estão pre-vistas para começar no próximodia 6. Mas é bom não levar issomuito a sério. O movimento - oua falta dele - nos bastidores, indi-ca o contrário. Deve haver umatraso. De qualquer forma, o elen-co está praticamente fechado e aestreia será em outubro.

w VOLTA ÀS AULASChegaram ontem ao fim as férias es-colares e, a partir de hoje, o “Encon-tro com Fátima Bernardes”, naGlobo, passa a ter um outro olhar.Fica a expectativa sobre o seu desem-penho no Ibope e também das con-correntes Record e SBT, que podeser o mais prejudicado com um nú-mero menor de crianças assistindo.

w PLANEJAMENTOAmanhã, quinta, no Projac, os ato-res que não foram relacionadospara as gravações na Turquia par-ticipam de mais um workshop dano vela “Salve Jorge”. Os trabalhosde preparação do elenco estão bem

adiantados. Tanto assim, que o di-retor Marcos Schechtmann prati-camente não terá folga quando de-sembarcar de volta por aqui. E aideia é exatamente esta, aceleraras gravações também no Brasil.

w VIAGEM MARCADAWalcyr Carrasco, depois de “Ga-briela”, viaja em setembro para aEuropa, com a missão de escolherlocações da sua próxima novela –a primeira dele na faixa das 21horas. Este trabalho terá a direçãode Mauro Mendonça Filho, sob asupervisão de Wolf Maya.

w A PROPÓSITOSobre essa próxima novela doWalcyr, já houve uma reunião paraa escalação do elenco ou ao menosreservar os primeiros nomes.E uma outra irá acontecer nestepróximo fim de semana. Os ato-res, pelo menos os principais, estãosendo intensamente disputadospelos autores, que já tem os seustrabalhos na fila.

CINEMABATMAN:O CAVALEIRO DASTREVAS RESSURGE - (12 Anos)MOVIECOM 1 – Hora:14:50 /18:00 / 21:10MOVIECOM 4 - Hora:13:30 /16:40 / 19:50MOVIECOM 7 - Hora:14:10 /17:20 / 20:30CINEMARK 2- Hora:13:10 / 16:40/ 20:20; Hora: 00:00 (Sáb)CINEMARK 3 - Hora:11:20 /14:50 / 18:30 / 22:10CINEMARK 6 - Hora:15:50 /19:20; Hora: 23:00 (Sáb)CINEMARK 6 - Hora:12:20

O ESPETACULAR HOMEM-ARANHA - (10 Anos)MOVIECOM 2 - Hora:15:00 /

17:50 / 20:40CINEMARK 5 - Hora:21:30CINEMARK 7 - Hora:17:10 /20:10

VALENTE - (Livre)MOVIECOM 3 - Hora:14:05 /16:20 / 18:35 / 20:50MOVIECOM 6 - Hora:14:35 /16:50 / 19:05 / 21:20CINEMARK 1 - Hora:11:00 /13:40 / 16:10 / 18:40 / 21:00;Hora: 23:10 (Sáb)CINEMARK 7 - Hora:12:10 /14:40

A ERA DO GELO 4 - (Livre)MOVIECOM 5 - Hora:13:20 /15:25 / 17:30 / 19:40

CINEMARK 5 - Hora:11:30 /13:50 / 16:20CHERNOBYL - (14 Anos)MOVIECOM 5 – Hora:21:50

E AÍ, COMEU? - (14 Anos)CINEMARK 4 - Hora:12:40/ 15:00 / 17:30 / 20:00 / 22:15

O DIARIO DE UM JORNALIS-TA BÊBADO - (16 Anos)CINEMARK 5 - Hora:19:00 (Tere Qui)

OBS: A aprogramação pode seralterada sem prévio aviso. Favorconsultar o cinema para confir-mar o filme do dia.Cena do filme “O Diário de um Jornalista Bêbado”

Divulgação

É impressionante como as coisas no SBT não podem fun-cionar direito. Quando tudo começa a se ajeitar e os di-versos programas da casa, depois de muito tempo, en-grenam boa reação - como agora se observa nos resul-tados de audiência, aparece alguém querendo aparecermais do que deveria.O pessoal da engenharia técnica, deixando de lado os inú-meros problemas do próprio setor e que há muito temposão empurrados com a barriga, resolveu entender que tam-bém deve dar palpites no departamento de jornalismo.Sabe-se lá por quais motivos querem, por que querem,que a gravação da escalada – as manchete do “SBT Bra-sil”, sempre aconteça com muita e desnecessária antece-dência. Que diferença operacional isso vai fazer na ordemdas coisas? Em que poderá contribuir? Pode, isto sim,apenas botar mais pressão na redação e comprometer opróprio fechamento do jornal. No final da última semana játeve briga por causa disso, com direito a gritos e muita con-fusão. Seria tão bom se cada um se preocupasse unica-mente com o próprio umbigo.

Jornalismo do SBT passa areceber perigosa interferência

ENCONTROO convidado especial da Record, Renê Simões,

e o comentarista José Eduardo Savoia em Londres.

Maurício Storelli – Record

TV - TUDO>>

C´EST FINIOntem, via comunicado, a Record informou a saída Hiran Sil-

veira da direção do departamento de teledramaturgia.

Hiran foi transferido para o setor de aquisições e relações in-

ternacionais do Grupo Record.

Anderson Souza, ainda não existem maiores informações

sobre ele, assumiu em seu lugar nas novelas e minisséries.

Espera-se apenas que seja alguém do ramo. Durante algum

tempo, sabe-se, ele cuidou da produção no Recnov.

Ficamos assim. Mas amanhã tem mais. Tchau!

> CIENTÍFICAS

Quarta-feira O Jornal de HOJE 19Natal, 1 de agosto de 2012

Cidade

Hoje é comemorado o DiaMundial da Amamentação. A data,criada para promover o aleitamen-to natural, busca combater a desnu-trição infantil, além de possibilitara criação de bancos de leite paracrianças que não têm condições deserem amamentadas por suas mães.

A pediatra do Hapvida Saúde,Maria do Rosário Matos Rodri-

gues, fala sobre a importância deamamentar os bebês. “O leite éum dos principais alimentos paranutrir o organismo humano e, porisso, toda criança, ao nascer, deveser amamentada”. Além dos laçosafetivos com a mãe, como desta-ca a médica, o ato de amamentaré importante para os filhos, nãosó quando eles são pequenos, mas

também quando se tornam adul-tos, pois é a forma da criança re-ceber cálcio, fósforo, ferro e ou-tros nutrientes importantes paraque tenha um crescimento saudá-vel, como as vitaminas que garan-te a boa formação óssea, que vaido nascimento até os trinta e cincoanos de idade”, afirma a profis-sional.

O ideal, segundo a médica, éque o bebê seja colocado no peitoda mãe ainda na sala de parto, o quefaz com que a criança seja “conta-minada” com as bactérias que trocacom a mãe, propiciando um bomdesenvolvimento do intestino. “Émuito importante que o bebê sejaamamentado com leite materno atéos dois anos, se a mãe tiver leite,

sendo que, até os seis meses, oneném não deve receber outro ali-mento”.

A dica da pediatra é que nãodeve ser oferecido outro tipo dealimento para o bebê, como águae chás. Nos primeiros meses, opeito deve ser a única forma de ali-mentação para essa criança todasas vezes que chorar ou manifestar

fome. Não se deve fazer tambémo uso de chupetas e mamadeiras,para não acostumar a criança a umaforma mais fácil de sucção.

No Brasil, o aleitamento mater-no é levado muito a sério, possuin-do a maior e melhor organizaçãode bancos de leite do mundo, exis-tem 163 unidades espalhadas portodo o território nacional.

Agosto começa com o Dia Mundial da Amamentação

Governo libera mais de R$ 2,7 milhões para pesquisas

PEDIATRA MARIA DO ROSÁRIO REFORÇA QUE LEITE É UM DOS PRINCIPAIS ALIMENTOS PARA NUTRIR ORGANISMO HUMANO

Durante o Seminário de Acom-panhamento das Ações de Ciência,Tecnologia e Inovação do Governodo RN, promovido ontem pela Fun-dação de Apoio à Pesquisa do Es-tado do Rio Grande do Norte(Fapern), a governadora RosalbaCiarlini anunciou o repasse de R$850 mil referente à contrapartida doEstado no convênio com o CNPq.No total foram liberados R$ 2,742milhões para 114 pesquisadores con-templados na primeira etapa dos edi-tais do Programa de Apoio a Nú-cleos Emergentes (Pronem) e Pro-grama Primeiros Projetos (PPP).

“Investir em ciências e tecno-logia é dar a base, a sustentação,para que se possa avançar no de-senvolvimento econômico e conse-quentemente investir no desenvol-vimento humano, cuidar das pes-soas promovendo saúde, educaçãoe segurança. Tudo isso é um pro-cesso. Se não tiver o desenvolvi-mento econômico para nortear, nósnão vamos conseguir melhorar ascondições de vida da população,principalmente dos mais carentes.O desenvolvimento gera emprego,renda e precisamos acompanharesse avanço da modernidade dapesquisa de todos os setores, poiso RN tem um potencial muito gran-de”, disse a governadora.

Apresentando os dados conso-lidados do Sistema Estadual deCiência e Tecnologia, a presiden-te da Fapern, Maria Bernardete deSousa, mostrou o empenho da Ins-tituição em cumprir as metas esta-belecidas para o período de2011/2015 no Plano Estadual deCTI. A Fapern tem atuado para ofortalecimento da formação dos re-cursos humanos em diferentes ní-veis, com a parceria com institui-ções de ensino e com o setor em-presarial. “Nossos investimentos,tanto do ponto de vista acadêmicocomo do ponto de vista da interfa-ce das universidades com o setorempresarial está forte e nós preci-samos agora tomar um pouco de fô-lego para interiorizar um poucomais essas ações, irmos às escolase criar os programas chamados`Cientistas do Amanhã` para in-cluir as escolas do ensino médiojunto conosco na construção dessecenário da Ciências e Tecnologiaaqui do nosso estado”, explicouBernardete.

Foram abertos, de 2011 para2012, editais para contemplar ospesquisadores iniciantes e de gru-pos cujas pesquisas já alcançam re-percussão nas suas áreas temáticas.Serão investidos, através dos Pro-gramas Primeiros Projetos (PPP) e

o de Apoio a Núcleos Emergentes(Pronem) cerca de R$ 7 milhões,oriundos de parcerias com CNPq eo Governo do Estado, através daFapern. Novos convênios têm sidoprospectados. Iniciando ação coma Capes, do Ministério da Educa-ção, em acordo em fase final detramitação para o desenvolvimen-to de programas de pós-graduação,deverão ser aportados mais de R$23 milhões, com contrapartida daFapern, até 201. Também foi apre-sentado como está o cenário nacio-nal da CTI, mostrando um alto ín-dice de investimentos nos últimos18 meses no estado, assim tam-

bém como as principais economiasque estão sendo favorecidas comesse crescimento, como por exem-plo a fruticultura, com grande ex-portação para outros Estados e parafora do país.

A presidente também apresen-tou resultados do edital para apoioà pesquisa na pequena e micro em-presa (Pappe Integração), desen-volvido em convênio com a Finan-ciadora de Estudos e Projetos(Finep), que destinou no ano de2012 R$ 1,244 milhão para seisempresas desenvolverem seus pro-jetos de inovação tecnológica. Etambém, até o final do ano, novo

edital de cerca de R$ 2,7 mi deve-rão estar disponível para jovensempreendedores buscarem apoiopara suas empresas e se firmaremno mercado com produtos ou pro-cesso inovadores.

A parceria com instituiçõescomo Ufersa, Uern, IFRN e UFRNtambém foi colocada em pauta, re-saltando a importância do investi-mento nessas instituições e comoestá sendo investido todos os recur-sos destinados as mesmas.

O evento aconteceu no auditó-rio da Secretaria Estadual de Edu-cação (SEEC) e contou com a pre-sença de grande número de pes-

quisadores e empresários, além derepresentantes de diversas secre-tarias de Estado.

O PPP já é o segundo progra-ma utilizado pela bióloga para aconsolidação da carreira de pesqui-sadora. Com o apoio do Programade Desenvolvimento Científico Re-gional (DCR), do CNPq/Fapern,veio do Rio de Janeiro para o RioGrande do Norte em 2009 para de-senvolver a pesquisa “Diversidadee caracterização osteopatólogica eetária de mamíferos aquáticos en-calhados na costa do RN”.

Coordenado pelo professor Flá-vio Lima, o grupo de pesquisa, aoqual Ana Bernadete faz parte, temcerca de 40 integrantes, entre pro-fessores, alunos e biólogos contra-tados. Para a professora, o apoio daFapern acaba sendo estímulo paraa universidade também investir.Através do PPP, serão investidosR$ 20 mil para a pesquisa sobreos mamíferos aquáticos.

O Programa Primeiros Proje-tos está investindo recursos de R$1,795 mi oriundos do CNPq, comcontrapartida do Governo do Es-tado, através da Fapern em 103projetos. As pesquisas são desen-volvidas na UFRN (61), Uern (21),Ufersa (15), IFRN (2) e Emparn(1).

Evento aconteceu ontem, no auditório da Secretaria Estadual de Educação, com presença de pesquisadores e empresários

Elisa Elsie/Assecom

Érika [email protected]

Cidade Quarta-feira20 O Jornal de HOJE Natal, 1 de agosto de 2012

O homenageado de hoje é ALÍ-NIO CUNHA DE AZEVEDO íconena agropecuária norte-riogran-dense, fundador, diretor e um dosmais entusiasmados membros daAssociação Norteriograndense deCriadores (ANORC). Na vida pro-fissional, Alínio sucedeu o seu paiAntídio de Azevedo, como Tabe-lião Público do 4º Ofício de Notas,função que exerceu durante 42anos, no bairro da Ribeira, comcompetência e honradez, qualida-des por todos reconhecidas. Alíniocasou com Hélia Cavalcanti e daunião de Hélia e Alínio resulta-ram os filhos Flávio José Caval-canti de Azevedo, Maria Alice Aze-vedo de Sá Leitão e Haroldo Ca-valcanti de Azevedo, além de novenetos e onze bisnetos.

HOMEM DE GESTOS LARGOS E SOLIDÁRIOS

Alínio Cunha de Azevedo nas-ceu em 21.01.1919, na FazendaSombrio, em Jardim do Seridó(RN), filho do casal Antônio Antí-dio de Azevedo e Alice Cunha deAzevedo. Teve por avô materno Fe-linto Elísio Oliveira de Azevedo,Coronel da Guarda Nacional, novevezes Deputado Provincial e Esta-dual, Presidente da Intendência deJardim do Seridó, Vice-Presidentedo Congresso Estadual, tendo nesteposto assumido interinamente o Go-verno do Estado do Rio Grande doNorte em duas ocasiões. Seu paiAntídio de Azevedo foi tabelião pú-blico em Jardim do Seridó e, pos-teriormente, tabelião titular do 4ºOfício de Notas, em Natal/RN. Au-todidata, Antídio também foi cronis-ta, poeta, trovador e Membro daAcademia Norteriograndense de Le-tras e do Instituto Histórico e Geo-gráfico do RN.

Alínio casou com Hélia Caval-canti, filha de Hercília e FranciscoIvo Cavalcanti, homem culto e ad-vogado brilhante, tendo sido umdos fundadores e primeiro Presi-dente da Ordem dos Advogados doBrasil, seccional do RN, tendo comoSecretário o Dr. Paulo Pinheiro deViveiros e como Tesoureiro o Dr.Manoel Varella de Albuquerque.

Desportista quando jovem, des-tacou-se no remo e no futebol. Seugosto pelos esportes levou-o a par-ticipar da direção e fundação de vá-rias entidades esportivas. Foi Vice-Presidente da Federação Norterio-grandense de Desportos, fundadore diretor do Iate Clube de Natal emembro do Conselho Deliberativodo Pâmpano Esporte Clube, primei-ro clube de pesca amadora do RioGrande do Norte e um dos primei-ros do Nordeste.

Alínio também foi Presidente emembro do Conselho Deliberativodo Santa Cruz Futebol Clube, timeque na década de 50, juntamentecom o ABC e o América, era um doslíderes do futebol no RN. Fato cu-rioso foi que seus concunhados Mu-rilo Carvalho e José Reis, casadoscom Zelda e Ione, irmãs de Hélia,exerceram as Presidências do Amé-rica Futebol Clube e ABC FutebolClube, respectivamente.

De poucas palavras, mas bomouvinte e gentil no trato, Alínio eraum homem de gestos largos e soli-dários com as pessoas menos favo-recidas. O 4º Ofício era cartório pri-vativo do Registro Civil de Nasci-mentos e Casamentos. No desem-penho dessas funções, ele dispensa-va constantemente os mais neces-sitados dos pagamentos das taxasde registro com uma frase curta:"Depois a gente acerta". Como re-sultado, nas proximidades das fes-tas de Natal e Ano Novo, galinhase perús lotavam o quintal de nossacasa da Rua Mipíbú.

Por outro lado, Alínio era ex-tremamente rigoroso no desempe-nho de suas funções de tabelião."Dura lex, sed lex" costumavadizer. Certa feita, na companhia deDr. Régulo Tinôco, Juiz de Direi-to, foi celebrar um casamento na re-sidência da noiva, filha de conhe-cido comerciante. Na época era pa-drão realizar o casamento civil umdia antes da cerimônia religiosa.Cabia ao tabelião ler a identifica-ção dos noivos, transcritos manual-mente num enorme "Livro de Re-gistros" e ao Juiz de Direito fazersolenemente a clássica pergunta seera de livre e espontânea vontadeque os nubentes estavam casando,após o que noivos e testemunhasassinavam o livro e a festa rolava.Ocorreu que, ao ser perguntado, onoivo quis fazer graça fora de orae respondeu com um "eu não". Alí-nio e Dr. Régulo se entreolharam,fecharam o livro e, sem dar segun-

da chance ao gaiato, bateram em re-tirada. De nada adiantaram os ape-los de toda a família, o choro danoiva e as explicações desespera-das do noivo de que tudo não pas-sou de "uma brincadeirinha".

Antes de assumir as funções detitular do 4º Ofício, Alínio tambémtrabalhou como corretor de segu-ros no escritório do seu tio Salvia-no Gurgel, casado com Alda, irmãde sua mãe Alice.

Foi na Fazenda Cruzeiro de pro-priedade de Salviano que Alínioteve seus primeiros contatos com aagropecuária, atividade que se trans-formou na sua grande paixão. NaFazenda Cruzeiro Alínio e Héliapassavam as "férias" de São João eSão Pedro. E foi lá que certo dia"seu" Vieira, vaqueiro de fibra e ad-ministrador da fazenda, chegou comum menino no colo pedindo paraAlínio e Hélia serem seus padri-nhos de batismo. O afilhado é oatual Arcebispo Metropolitano deNatal, dom Jaime Vieira Rocha.

Foi Salviano Gurgel que orien-tou Alínio na compra de sua pri-meira fazenda, localizada no mu-nicípio de Bom Jesus, a qual deno-minou de "Três Irmãos".

Poucos anos depois, Alínio ini-ciou um árduo processo de recom-posição da Fazenda Sombrio, emJardim do Seridó, berço da famí-lia, fundada por seu avô CoronelFelinto Elísio de Azevedo. Tendoherdado uma pequena parte de suamãe, Alínio dedicou mais de quin-ze anos de sua vida no processode recompra de outras partes emmãos de terceiros.

Recomposta em quase sua in-tegridade, a Fazenda Sombriotransformou-se na sua maior de-voção. Era ali que, em estado degraça, reunia a família e seus me-lhores amigos entre os quais mepermito destacar Manoel Paulinodos Santos e Manoel de Brito. Tam-bém foi lá que instalou o primeironúcleo criador de gado Sindi do

Rio Grande do Norte, um dos pri-meiros do Nordeste.

Outra característica de Alíniofoi seu empreendedorismo. No anode 1970, fundamos em sociedadecom os engenheiros Marcelo Ca-bral de Andrade e Vauban Bezer-ra de Faria a Construtora SeridóLtda., posteriormente denominadaConstrutora A. Azevedo Ltda. emsua homenagem. Também foi sóciofundador e Presidente do Conselhode Administração das empresas Re-florestadora Seridó Ltda., A. Aze-vedo Indústria e Comercio Ltda.,A. Azevedo Empreendimentos eParticipações Ltda., A. AzevedoHotéis e Turismo Ltda. (NovotelLadeira do Sol Natal), da RádioFM Cidade do Sol Ltda. (RádioCidade 94 FM).

Sua vida foi dedicada à famíliae à comunidade. Além de empresá-rio, Alínio também foi membro devárias associações beneficentes,entre as quais: o Rotary Clube deNatal, Liga de Rádio-Amadores doRN e da Maçonaria no Rio Grandedo Norte, atividades que exerciacom dedicação sacerdotal.

Reto nas atitudes, gentil no tratoe dotado de proverbial discrição,Alínio foi exemplo de correção esolidariedade. Faleceu em02/02/2003, aos 84 anos, deixandouma lacuna em nossa sociedade eimensas saudades junto aos seus fa-miliares e aqueles que privaram dasua amizade.

Flávio Azevedo - filho.

DOM DE SE COMUNICARAPENAS COM UM OLHAR

Falar de meu pai é muito difí-cil para mim. As lembranças felizesdo pai amigo, do meu porto segu-ro, me trás uma saudade tão gran-de que até dói fisicamente. Homemde poucas palavras, tinha o dom dese comunicar apenas com um olhar.Severo ou autoritário, quando neces-sário, mas também brando e cari-nhoso na sua forma de demonstrar

amor. Com ele aprendi o real sig-nificado das palavras solidarieda-de, honestidade, honra e decência.

Seridoense da gema, como elecostumava dizer, meu pai me en-sinou a amar o Seridó, região que,como ele, pode ser tão rigorosana época da seca, mas tambémgentil e provedora de seus filhosno esplendor do inverno. É lá ondese localiza sua tão amada Fazen-da Sombrio. Seu berço, seu orgu-lho e grande parte de sua razãode viver. É de lá que vem minhasmais felizes recordações. A famí-lia junta, o som dos chocalhos edo vento lambendo o telhado, oaboio do vaqueiro juntando ogado, o leite crú no curral.

Talvez seja por isso que para láme dirijo com a frequência queposso. Bem em frente à casa-sedetem uma caibreira secular; sentar àsua sombra me acalma o espírito.Andar à beira do Açude da Portatange as angústias. Além do mais,rever o Sombrio é quase como revermeu pai.

Maria Alice - filha

SEM DÚVIDA, UM HOMEMA FRENTE DO SEU TEMPO

Muitos dos que o conhecem adistância, irão se lembrar do Alí-nio correto, discreto e de poucas pa-lavras. Já as minhas lembranças deVovô são de uma pessoa de sorri-so largo, que adorava assobiar epuxar o dedão do meu pé de brin-cadeira tantas vezes por mim pas-sasse e que amava quindim e umbelo queijo de manteiga com docecaseiro.

Foram muitas as lições que comele aprendi. Com ele aprendi a liçãoda generosidade silenciosa. Ele es-tava sempre disposto a ajudar o pró-ximo sem fazer muito alarde, querfosse através da gordas gorjetas quedistribuía, ou dos muitos que ajudouna famíla e em sua terra natal: Jar-dim do Seridó.

Aprendi a apreciar as coisas

simples como a calma vida na Fa-zenda Sombrio que ele tanto amava.Certamente muitas das melhoreslembranças da minha infância foramrelacionadas com as férias e festasjuninas passadas no Sombrio. Era sóele mesmo que conseguia levantara criançada para tomar leite frescode madrugada no curral. Fascinadospor tudo o que ele sabia, não hesi-távamos em acompanhá-lo em suasincursões fazenda afora debaixo dosol forte, cada neto com seu cajadoque ele mandou fazer igual ao dele.Todos nós netos sabemos mais sobregado, açudes, seca, algarobas e atéjogos de baralho, graças às suas li-ções na Fazenda Sombrio.

Aprendi com ele sobre o valordos estudos e de uma carreira pro-fissional. Vovô esteve presente nosmomentos mais decisivos da minhavida acadêmica. Com ele dancei aminha valsa na formatura da alfa-betização e também com ele, cheiade orgulho, entrei de mãos dadasna solenidade de formatura da turmade Direito da Universidade Católi-ca de Recife. Até mesmo quandofisicamente não estava presente, eledava o seu jeitinho. Quando fui es-tudar na Inglaterra em 2000, já commais de 80 anos, Vovô me escreviae-mails quase que semanais. Ele foitambém o empurrãozinho que fal-tava para convencer minha mãe deque eu e minha irmã fossemos in-tercambistas pelo Rotary Club doqual ele, ao lado do meu pai, eramembro; ou para que fôssemos es-tudar em Recife aos 17 anos, comofizera meu pai.

Vovô era sem dúvida umhomem a frente do seu tempo.Quando internet não era nem umaidéia, Vovô já se comunicava comilustres desconhecidos Brasil aforaatravés do Radio Amador. Recordo-me com saudades das manhãs dedomingo quando eu e minha irmãsentávamos em seu colo enquantoele falava alto: "Papa Sierra 7, Sier-ra Tango!", identificando-se para

seu colegas radio amadores. Quan-do a internet chegou ao Brasil, Vovôfez cursos e logo tinha seu próprioemail. Provavelmente, se vivo esti-vesse hoje, teria sua própria contano Facebook, não duvido! O avan-ço de que falo não se continha aolado tecnológico, mas também à so-ciedade em geral. Ele nos apoiavacomo netas, nos incentivando queobtivéssemos diploma e uma carrei-ra profissional, por isso vibrava comcada uma de nossas pequenas con-quistas, como também respeitavaas escolhas que fazíamos.

Depois de tantos anos, sinto faltade tantas coisas relacionadas comele. Sinto falta daquele senhor ele-gante que usava camiseta de malhabranca por debaixo das impecáveiscamisas de mangas compridas quan-do saía de manhã para o cartórioou construtora mesmo no climanada ameno do verão natalense.Sinto falta do líder da nossa famí-lia Azevedo e de poder dizer aosamigos orgulhosa que era neta deAlínio Azevedo! Quando estou paratomar grandes decisões, ainda hojepenso no que o deixaria orgulhoso.Porém, sinto mesmo saudades dascoisas simples: dos seus assobios,de acarinhar aquele cabelo espeta-dinho e de escutar ele nos chaman-do: "ihiiii, minha velha!!!"

Nada ilustra mais essa saudadeda infância no Sombrio de Vovôcomo um verso escrito pelo seu pai,o poeta e trovador Antídio de Aze-vedo: "Não posso percorrer estescaminhos; Por onde tanto andei namocidade; Sem a ferida aberta dosespinhos; Que vem deixar a seta dasaudade!...”

Claudine Azevedo Sá Leitão eSilvane Sá Leitão Siqueira - Netas

PREZAVA O RESPEITO E A SOLIDARIEDADE

Os nossos sentimentos são co-mandados por inexplicáveis razões.Nada embasa o porquê da amiza-de que nutrimos por determinadaspessoas. Li, em uma certa ocasião,um pensamento de autoria de EthelMunford, que afirma o seguinte:"Deus deu-nos nossos parentes, masteve a bondade de nos deixar esco-lher nossos amigos". Alínio Cunhade Azevedo foi um misto de amigoe parente. Conterrâneos de Jardimdo Seridó, possuíamos em comumo fato de descender de duas filhasdo Cel. Felinto Elísio de OliveiraAzevedo. Ele, filho de Alice. Eu,neto de Anísia. Mesmo sendo maisvelho, nos aproximou o fato de tersido recebido no batismo, pelaminha mãe Nathália, e as férias vi-vidas na propriedade "Sombrio",local que embora se destacasse porsua simplicidade e sobriedade, foipalco de alegres e barulhentas reu-niões familiares.

No "Sombrio", de propriedadedo Cel. Felinto Elísio, enquanto oshomens adultos se dedicavam a dis-cutir os fatos políticos, as mulheresse reuniam na preparação do café datarde, e as crianças, que eram mui-tas, brincavam à sombra da fron-dosa craibeira que existia no local,e quando conseguiam escapar dosolhares mais vigilantes, se aventu-ravam em excursões a lugares dis-tantes, em emocionantes aventuras.Mais tarde, anos depois de deixar-mos Jardim do Seridó, novamentea vida nos aproxima, nos tornandovizinhos da Rua Mipibu, onde pas-saram a residir os nossos pais, An-tônio Antídio de Azevedo e OscarHomem de Siqueira. As reuniõesvoltam a acontecer, só que destavez para discutir e compartilhar poe-sias e trovas, assunto muito aprecia-do na época, sendo a obra de Au-gusto dos Anjos, a que demandavamaiores discussões.

Todos possuíam, também, poe-sias e trovas de autoria própria, deexcelente qualidade. Criado no seiode uma família que prezava o res-peito e a solidariedade, Alínio repro-duzia os alicerces morais dos seusascendentes. Quem com ele convi-veu não esquece a sua dedicaçãoao próximo, a vontade de servir eo espírito de solidariedade. Era re-conhecido à distância pelo corte deseu cabelo, sua maneira de vestir eseu porte elegante, pelo grande nú-mero de amigos, no entanto, prefe-ria dedicar o seu tempo livre, à con-vivência familiar, sendo esse, tam-bém, um traço forte de sua perso-nalidade. Foram poucos os nossosencontros, mas a amizade, alicer-çada no sertão do Seridó, deixousólidas raízes, sendo sempre bom re-lembrar a sua figura, exemplo paragerações futuras".

Fernando Pires Homem deSiqueira - Primo.

Ícone FashionAlínio Cunha de Azevedo