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Quarta-feira C M Y K Ano XV NATAL-RN, 12 DE SETEMBRO DE 2012 Nº 4.440 TOTAL DE PÁGINAS NESTA EDIÇÃO SIGA-NOS NO TWITTER: ACESSE O SITE: 20 @jornaldehoje www.jornaldehoje.com.br EMAIL REDAÇÃO: [email protected] Dólar comercial R$ 2,02 Dólar turismo R$ 2,12 Dólar/Real R$ 2,02 Euro x real R$ 2,60 Poupança 0,50%/0,45% Taxa Selic 7,5% INDICADORES: R$1,00 jornaldehoje.com.br ESCREVEM ARTIGOS DA EDIÇÃO DE HOJE OPINIÃO - Página 2 Quinze empresas do RN participarão da "Rio Oil & Gas Expo and Conference". Marcos A. de Sá Página 7 Pery Lamartine Juarez Chagas João da Mata Costa Augusto Coelho Leal Armando Negreiros Paulo Pereira dos Santos Elísio Augusto de M. e Silva Ao anunciar voto em Carlos Eduardo, Micarla perdeu o que restava de credibilidade. Daniela Freire Página 12 No mundo intelectual joio e trigo se misturam no espetá- culo da falsa consagração. Vicente Serejo Página 13 Voto de Micarla tem mais insanidade ideológica do que lucidez política. Alex Medeiros Página 11 Para Henrique Alves, "Her- mano está muito bem pra se afundar com Rosalba". Túlio Lemos Página 3 Carlos Eduardo se revela um candidato sem controle emocional > CLIMA ESQUENTA NA SUCESSÃO NATALENSE ADVERSÁRIOS COMENTAM COMPORTAMENTO DO CANDIDATO DO PDT DURANTE DEBATE COM SERVIDORES DA SAÚDE. EX -PREFEITO JÁ FOI AGRESSIVO COM IMPRENSA E POLÍTICOS POLÍTICA 3 E 5 Funcionários e acompanhantes de pacientes protestam no Walfredo > INSATISFAÇÃO COM A SAÚDE PÚBLICA É GERAL Ajoelhados, familiares de pacientes e funcionários do HWG pediam "respeito" e "piedade" aos governates. Apesar do caos, interdição do hospital está descartada: "seria crime doloso” CIDADE 6 Movimentação na porta do principal hospital do RN aconteceu esta manhã, durante visita de representantes do Conselho de Medicina, dos Direitos Humanos e da Ordem dos Advogados ECONOMIA 7 Redução da tarifa de energia afetará a arrecadação de ICMS de Estados > TRIBUTAÇÃO CIDADE 8 Seturn apresenta justificativas para que passagem de ônibus seja R$ 2,40 > NA JUSTIÇA CIDADE 10 Trio é preso após roubar caminhão carregado de fios de cobre no Agreste > POLÍCIA EM AÇÃO CULTURA 17 Espetáculo ‘Cravo do Canavial’ terá 9 apresentações este mês em Natal > MARACATU RURAL Fotos: Maurício Cuca CIDADE 8 Servidores da PF se mobilizam em passeata na praia de Ponta Negra > EM GREVE Caudio Abdon

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cidade, esporte, economia, politica, opinião, cultura

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Page 1: Flip 12/09/2012

Quarta-feira

C M Y K

Ano XV w NATAL-RN, 12 DE SETEMBRO DE 2012 w Nº 4.440

TOTAL DE PÁGINAS NESTA EDIÇÃO

SIGA-NOS NO TWITTER:ACESSE O SITE: [email protected] REDAÇÃO:[email protected]

Dólar comercial R$ 2,02Dólar turismo R$ 2,12Dólar/Real R$ 2,02

Euro x real R$ 2,60Poupança 0,50%/0,45%Taxa Selic 7,5%

INDICADORES:

R$1,00 w jornaldehoje.com.br

ESCREVEM ARTIGOS DA EDIÇÃO DE HOJE

OPINIÃO - Página 2

w Quinze empresas do RNparticiparão da "Rio Oil &Gas Expo and Conference".

MarcosA. de Sá

Página 7

Pery LamartineJuarez Chagas

João da Mata CostaAugusto Coelho LealArmando Negreiros

Paulo Pereira dos SantosElísio Augusto de M. e Silva

w Ao anunciar voto em CarlosEduardo, Micarla perdeu oque restava de credibilidade.

DanielaFreire

Página 12

w No mundo intelectual joio etrigo se misturam no espetá-culo da falsa consagração.

VicenteSerejo

Página 13

w Voto de Micarla tem maisinsanidade ideológica do quelucidez política.

AlexMedeiros

Página 11

w Para Henrique Alves, "Her-mano está muito bem pra seafundar com Rosalba".

TúlioLemos

Página 3

Carlos Eduardo se revela um candidato sem controle emocional

> CLIMA ESQUENTA NA SUCESSÃO NATALENSE

ADVERSÁRIOS COMENTAM COMPORTAMENTO DO CANDIDATO DO PDT DURANTE DEBATE

COM SERVIDORES DA SAÚDE. EX-PREFEITO JÁ FOI AGRESSIVO COM IMPRENSA E POLÍTICOSPOLÍTICA 3 E 5

Funcionários e acompanhantes de pacientes protestam no Walfredo

> INSATISFAÇÃO COM A SAÚDE PÚBLICA É GERAL

Ajoelhados, familiares de pacientes e funcionários do HWG pediam "respeito" e "piedade" aos governates. Apesar do caos, interdição do hospital está descartada: "seria crime doloso”

CIDADE 6

Movimentação na porta do principal hospital do RN aconteceu esta manhã, durante visita de representantes do Conselho de Medicina, dos Direitos Humanos e da Ordem dos Advogados

ECONOMIA 7

Redução da tarifade energia afetará a arrecadação deICMS de Estados

> TRIBUTAÇÃO

CIDADE 8

Seturn apresentajustificativas paraque passagem deônibus seja R$ 2,40

> NA JUSTIÇA

CIDADE 10

Trio é preso apósroubar caminhãocarregado de fiosde cobre no Agreste

> POLÍCIA EM AÇÃO

CULTURA 17

Espetáculo ‘Cravodo Canavial’ terá9 apresentaçõeseste mês em Natal

> MARACATU RURAL

Fotos: Maurício Cuca

CIDADE 8

Servidores da PFse mobilizam empasseata na praiade Ponta Negra

> EM GREVE

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Quarta-feira2 O Jornal de HOJE Natal, 12 de setembro de 2012 Opinião

O JORNAL DE HOJE recebe colaboraçãopelo correio (Rua Dr. José Gonçalves, 687- Lagoa Nova - Natal-RN, CEP 59056-570), por fax (0xx84 3221-5058) e por e-mail: [email protected]. Pede-seque os textos sejam concisos e contenhamnome completo, endereço e telefone.O JORNAL DE HOJE se reserva o direi-to de selecionar e publicar trechos.

José Bonifácio, o patrono daindependência do Brasil e da Geologia

Artigo JOÃO DA MATA COSTA, professor do Depto de Física - UFRN ([email protected])

No dia 07 de setembro o Brasil co-memora a sua independência. O grandementor deste movimento foi o santistaJosé Bonifácio de Andrada e Silva, nas-cido ha 250 anos. Conhecido como "Pa-triarca da Independência", ele foi um na-turalista, estadista, poeta precursor do ro-mantismo e grande cientista. Como mi-neralogista ele descreveu quatro novasespécies minerais e oito variedades. A mi-neralogia foi uma de suas grandes áreasde pesquisas. Foi com emoção que certavez ao adentrar um longo corredor naUniversidade de Coimbra me deparei como busto do grande José Bonifácio. Umcientista brasileiro, um pioneiro, no sécu-lo XVIII. José Bonifácio nasceu em San-tos no dia 13 de junho de 1763 e faleceuem 6 de abril de 1838, na cidade de Ni-terói. Com vinte anos de idade partiu paraCoimbra e fez estudos jurídicos concluí-do em 1788, e estudou matemática e fi-losofia natural, formando-se em 1787.

José Bonifácio foi um homem enci-

clopédico, típico cientista do século dasluzes. Grande leitor dos clássicos escre-via e falava vários idiomas. Além dosseus muitos trabalhos pioneiros na áreade mineralogia, ele escreveu vários arti-gos sobre economia, política, pesca dabaleia, botânica, etc.

Em Portugal ele ocupou vários car-gos públicos e foi lente de metalurgia, ca-deira por ele criada. Trabalhou ainda commuita dificuldade nos serviços de canali-zação do Mondego e das obras públicas deCoimbra. Foi Intendente geral das minase metais do reino, secretário da Academiadas Ciências de Lisboa, entre outras fun-ções públicas. Depois de mais de trintaanos vivendo na Europa, quando além dePortugal estudou e pesquisou em váriosoutros países, lutou contra as tropas de Na-poleão que invadiram Portugal, e final-mente consegue licença para retornar à suaterra natal onde desempenharia papel fun-damental na independência do Brasil. JoséBonifácio apoiou a regência de D. Pedro

de Alcântara e, depois da Proclamação daIndependência, organizou as defesas demilitares do Brasil contra a resistência dePortugal. Atuou como ministro do Reinoe dos Negócios Estrangeiros entre os anosde 1822 e 1823. Em 16 de julho de 1823,foi demitido por D. Pedro I e passou aatuar politicamente na oposição. Em 11 denovembro de 1823, ocorreu o fechamen-to da Constituinte, fato que forçou JoséBonifácio a se exilar na França por seisanos ("Querem que em França um dester-rado morra"). Depois, retornou ao Brasiltornando-se tutor de D. Pedro II. Faleceuno Brasil no dia 06 de abril de 1838 na ci-dade de Niterói aos 75 anos de idade. Emsua ode aos baianos, ele homenageia a terraque lhe deu abrigo, e ao seu irmão Anto-nio Carlos, militante da Revolução Per-nambucana de 1817."Não - reduzir-me a pó, roubar-me tudo, Porém nunca aviltar-me pode o fado; Quem a morte não teme, nada teme Eu nisto só confio."

A redução da Selic!Artigo PAULO PEREIRA DOS SANTOS, economista, prof. aposentado da UFRN, sócio efetivo do IHGRN e mem-

bro da UBE ([email protected])

Foi anunciada pelo Banco Central abaixa da taxa básica de juros (Selic). Atéagora ela chegou o nono corte. Era 8% epassou ser 7,5% ao ano. Sem dúvida, ogoverno vem fazendo isso como umaforma de forçar os bancos privados tam-bém baixar os seus juros. É claro que osbancos estatais vão dar o exemplo comojá vem acontecendo por determinação dogoverno. Como sabemos, a taxa de jurosdo Brasil é uma das maiores do mundo.Mas não podemos, também, esquecer deque a contribuição do governo, através dosseus impostos altíssimos pesam negativa-mente contra a economia.

Esse esforço governamental no sen-tido de diminuir o imposto do IPI dasempresas é importante. Na verdade, esseincentivo ao crescimento é bastante sa-lutar para a economia do nosso país. Por-que essa prorrogação do governo repre-senta uma transferência de recursos da re-ceita do país para o empresariado e, con-seqüentemente, beneficiando o povo. Por-que este pode comprar carros, eletrodo-mésticos, móveis e materiais de constru-ção por preços mais em conta. Sem dú-

vida, toda essa política pública vai con-tribuir para o aumento do PIB.

Importante lembrar que, segundo oIBGE, a economia cresceu apenas 0,5%no segundo trimestre, um crescimentoinferior ao de outros países emergentes,como Índia, Rússia e África do Sul. Vê-se que o décimo trimestre foi de desace-leração. Mas há tendência de que a piorfase passou! Aquela atitude anterior, emque houve uma queda das empresas naaplicação de seus recursos nos negócios,tudo indica que, por enquanto isso nãovoltará. Tomara que agora a direção des-ses recursos dos negócios retome a nor-malidade!

É interessante lembrar de que a taxade investimento com relação ao PIB re-cuou para 17,9%, quando deveriam sermais de 20% do PIB, enquanto outrospaíses emergentes é em torno de 50%. Enosso país faz parte do chamado BRICSMais uma razão para nosso governo sepreocupar com o crescimento do nossoPIB. O Brasil tem que acompanhar oritmo da expansão econômica dos paísesemergentes!

Em outros artigos anteriores tenhoressaltado a necessidade de que o gover-no precisa acelerar a velocidade do seg-mento econômico da infraestrutura, inves-tindo mais nessa área, que representa asartérias por onde corre o fluxo da rique-za brasileira. Na verdade, as autoridadesgestoras da administração federal têmque agilizar suas ações no sentido de asrealizações governamentais alcançarem avelocidade desejada pelo povo brasilei-ro.

Quando eu estava terminando esteartigo, a presidenta Dilma anunciava naimprensa a redução do preço de energiaelétrica em 16,2% para o consumidor do-méstico, 28% para a indústria, isso a co-meçar em 2013. Essa política pública éimportante, porque vai beneficiar essesdois segmentos da sociedade brasileira evai contribuir para o aumento do poderaquisitivo da população, favorecendo ocomércio e o empresariado.

Vamos aguardar os detalhes dessapolítica pública no ano de 2013. Maisuma medida pública da presidenta Dilmaque merece o nosso apreço!

Testamento vitalArtigo ARMANDO NEGREIROS, médico ([email protected])

Até que enfim o Conselho Federalde Medicina, através de uma resolução,que tem força de lei, legitimou o documen-to que permite ao paciente morrer com dig-nidade. Em vários países essa última von-tade do moribundo já é respeitada há muitotempo. Um dos exemplos mais conheci-dos é o de Jacqueline Kennedy que deter-minou, através do "living Will", o seu de-sejo de morrer em casa, sem tratamentosfúteis e obstinados. Aqui em Natal a pro-fessora e médica Giselda Trigueiro tomouessa mesma atitude. Embora não houves-se o instrumento legal à época, o seu ma-rido, também médico Kerginaldo Triguei-ro, satisfez o seu desejo.

Entretanto, o que observo no dia adia, é a falta de atenção dos familiarescom os parentes idosos. Quando estesadoecem vem o sentimento de culpa e aexigência absurda para que os médicosprolonguem indevidamente uma vida ter-minal. É uma tentativa de expurgar o pesona consciência. As nossas UTIs infeliz-mente estão repletas de pacientes comdoenças irreversíveis e terminais.

O assunto é motivo de reportagemde capa da revista Veja: "Eu decido meufim". Aconselho que leiam, pois tem de-poimentos importantes e até um teste parasaber quem está preparado para elaboraro Testamento Vital. Em vez de optar portratamentos agressivos e invasivos em pa-

cientes com doenças sabidamente incurá-veis e irreversíveis, o lógico, o racional édiminuir o sofrimento e não deixar que opaciente sinta dor. Assim surgiram os"Cuidados Paliativos" que segundo a Or-ganização Mundial de Saúde (OMS), emconceito definido em 1990 e atualizado em2002, "consistem na assistência promovi-da por uma equipe multidisciplinar, queobjetiva a melhoria da qualidade de vidado paciente e seus familiares, diante deuma doença que ameace a vida, por meioda prevenção e alívio do sofrimento, daidentificação precoce, avaliação impecá-vel e tratamento de dor e demais sintomasfísicos, sociais, psicológicos e espirituais".

Não se trata de eutanásia, essa práti-ca que pode ser definida como a morteprovocada por sentimento de piedade àpessoa que sofre. O contrário da eutaná-sia é a distanásia, que é o prolongamen-to do processo de morte irreversível, se uti-lizando de todos os meios que a ciênciamédica e a tecnologia permitem. Já que,nesse momento da vida, a morte é irrever-sível, o que se está fazendo é um proces-so de agonia quase sem fim, levando o so-frimento, não só a quem está morrendo,mas a todos os circunstantes. É o chama-do tratamento inútil para o paciente ter-minal, pondo em risco a dignidade do serhumano.

O que essa resolução permite é a or-

totanásia que consiste em deixar a morteseguir o seu processo natural, já que nãohá nenhuma possibilidade de cura. Qual-quer intervenção, no sentido de resgataruma vida terminal, significa aumento dosofrimento para o paciente e seus fami-liares. O médico, diante de dores inten-sas, insuficiência respiratória, desconfor-to generalizado, deve aliviar esses sinaise sintomas, mesmo que essa terapia venhaa abreviar o desfecho esperado. É condu-ta atípica diante do Código Penal, ou seja,não é crime, pois o processo de morte jáestá instalado.

A prática médica excessiva e abusi-va, a "obstinação ou encarniçamento te-rapêutico" tornam os tratamentos médicosum fim em si mesmos e os pacientes aca-bam sofrendo medidas terapêuticas des-proporcionais, que vão contra os interes-ses do ser humano.

O assunto é extenso, polêmico, con-troverso, com conotações filosóficas, mé-dicas, religiosas, esotéricas e sobrenatu-rais. E aí entram outros fatores de ordemeconômico-financeira, jurídica, científi-ca, envolvendo medicina estatal, segurose planos de saúde.

Há que se preservar o direito à mortedigna. Há que se resgatar a morte no seiofamiliar com carinho, amor e alívio dosofrimento, mesmo que isso representeum adeus um pouco mais precoce.

Oscar Trigueiro Dantas

Artigo PERY LAMARTINE, da Academia Norte-rio-grandense de Letras([email protected])

Quando o conheci já estava aí peloscinquenta anos de idade, morando naFazenda Bancos, de sua propriedade,na época município de São Paulo doPotengi. Era um homenzarrão de ummetro e oitenta, pesando uns cem qui-los, cor branca, olhos claros, pouco ca-belo, muita energia e mobilidade nosmovimentos. Falava alto e trazia sem-pre um pouco de humor quando se ex-pressava.

Fundou a Fazenda Bancos especial-mente para plantar algodão. Naqueletempo era um bom negócio, o algodãoestava em alta e ele era um gigante paratrabalhar. Investiu pesado nas instala-ções da fazenda e sempre conseguiauma boa produção da lavoura que cul-tivava.

Com origem no clã dos Dantas deSão José de Mipibú, trouxe para aque-la região agresteira os seus hábitos de"Senhor de engenho" do vale do Trairi;por ser bom de "garfo" tinha uma mesafarta. Para locomoção não dispensavauma boa montaria e o seu burro cha-mado Chapuri, um muar cardão, de porteavantajado com sete palmos de alturapara dar conta de transportar e atender

os caprichos do seu cavaleiro. Marcha-dor, adestrado por ele próprio, que eraum mestre no ofício.

Apesar de Oscar demonstrar satis-fação com a Fazenda Bancos, ele viviafalando que um dia iria adquirir o En-genho São Luiz do Dedo, em pleno cen-tro do vale de São José de Mipibú. Quan-do o momento surgiu, ele não perdeu aoportunidade, vendeu a fazenda ao co-merciante de algodão senhor HermílioToscano de Brito e comprou o engenhoda sua paixão. Creio que encerrou aí asua vida de homem do campo.

Quanto ao burro Chapuri, seu velhocompanheiro de estrada, era muito nobrepara transportar cana do eito para o en-genho; certamente, foi beneficiado pelotempo de serviço prestado, descansan-do naquelas terras como patrimônio doEngenho São Luiz do Dedo, pois jáhavia chegado a hora de ser substituídopor um veículo motorizado, muito usadonaquela época por sua versatilidade, ovelho Jeep Willys.

Oscar Trigueiro Dantas uma sim-pática figura que marcou presença noambiente rural do Agreste potiguar e dazona açucareira.

A alegoria trágica ecômica da morte

Artigo JUAREZ CHAGAS, Professor do Centro de Biociências da UFRN([email protected])

"O homem submetia-se na morte auma das grandes leis da espécie e não

pensava nem em se lhe esquivar nemem exaltá-la. Aceitava-a simplesmente

como justa, o que carecia de soleni-dade para marcar a importância dasgrandes fases por que todas as vidas

devem passar." Philippe Ariès

Os estudos de Philippe Ariès (1914-1984) concentrados na Idade Medievale Moderna observam as importantesmudanças da visão do ser humano sobrea morte expressa de uma forma alegó-rica e ritualista, através dos tempos, in-clusive corroborando o conceito demorte, no sentido de uma evolução domesmo através dos séculos. Este gran-de historiador afirma, em seus estudos,que antigamente, a morte era tida comouma tragédia e, paradoxalmente, muitasvezes cômica, através da qual se repre-sentava o papel daquele que morria.Posteriormente, fazendo uma análisecomparativa, o autor diz ser a mortehoje, uma comédia, embora muitas vezesdramática e onde se representa o papeldaquele que não sabe que vai morrer.

De acordo com suas pesquisas, noinício da Idade Média, havia uma fami-liaridade com a morte, que a colocavacomo status de um acontecimento pú-blico. Apartir do momento em que o mo-ribundo percebia o momento da morte,o mesmo se recolhia ao seu quarto,acompanhado por parentes, amigos evizinhos. Dessa forma, cumpria um ri-tual: pedia perdão pelas suas culpas, le-gava os seus bens e esperava a mortechegar. Embora sendo fatal, não haviaum carácter dramático ou gestos de emo-ção excessivos, como mostra o histo-riador:

Já no século XVIII, a morte assu-miria um sentido dramático, passandoa ser vista e percebida como uma trans-gressão, que ceifava a vida do ser hu-mano do seu quotidiano, de sua famíliae da sociedade. Assim sendo, ficarammais evidenciados os rituais e o culto aoscemitérios, e o luto passou a ser exage-rado, tendo como consequência dissoum outro personagem perante a morte:a família, e não mais o morto. Não setemia mais a própria morte, mas a dooutro. A partir da segunda metade doséculo XIX, a morte transformou-se emtabu: os parentes do moribundo passa-ram a tentar poupá-lo, ocultando a gra-vidade do seu estado. A morte passa aser velada de uma forma enfática, sobvários aspectos.

Assim sendo, a percepção da morteatravés dos séculos, tem marcado as di-versas sociedades, no que diz respeitoao seu tempo histórico, inserido no con-texto social e cultural. Portanto, Arièscompara a morte de acordo com umavisão cronológica e os seus mais im-portantes períodos.

É importante frisar que os trabalhosde Ariès inspiraram muitos outros estu-diosos modernos, tanto do ponto de vistaantropológico, quanto sociológico oupsicológico, servindo de base para mui-tos pesquisadores atuais sobre o estudoda Tanatologia.

Debater sobre a morte e a termina-lidade humana, não é apenas penetrar noentendimento do desenvolvimento hu-mano através do que há de mais profun-do no que diz respeito à identidade hu-mana, como também valorizar mais avida a cada momento, através de suareflexão (http://juarez-chagas.blogs-pot.com/).

Vivendo ao estilodos anos 1950

Artigo ELÍSIO AUGUSTO DE M. E SILVA, empresário, escritor e presidenteda Fundação Amigos da Ribeira ([email protected])

Na região central da Suécia existeum vilarejo chamado Enviken, comaproximadamente 1,7 mil habitantes,que vivem como se estivessem nos anos1950.

Pela sua localização privilegiada,em meio a uma maravilhosa floresta,com ar puro, rios despoluídos e umaadmirável paisagem de montanha, issotudo poderia ser a razão principal deatrair os visitantes.

Contudo, esses atrativos naturaisnão são a razão principal de atração. Oque realmente desperta atenção cres-cente em Enviken é o fato de seus mo-radores viverem exatamente como vi-viam nos anos 1950, nos Estados Uni-dos, época de surgimento do estilo roc-kabilly – gênero musical que misturarock, blues e country, do qual Elvis Pres-ley é uma de suas referências.

Os entusiastas dos chamados AnosDourados incorporam vários estilos dovisual daquela época. Os homens comos famosos topetes moldados em bri-lhantina e as mulheres com os olhos de-lineados e seus penteados inspirados nageração 1950. É assim que vive a po-pulação de Enviken. Carros, roupas, ele-trodomésticos, cabelos, hábitos e músi-cas do passado, como se ainda vivessemem plenos anos 1950.

A cultura rockabilly não tem umaorigem muito clara, há quem afirme quese iniciou nos anos 1980, quando umabanda de rockabilly, a Ryno Rockers,ficou famosa no mundo inteiro. Comisso houve um retorno ao estilo da épocae a adoção dos hábitos retrôs de vidateria vindo junto com a música.

No vilarejo circulam grandes car-

rões americanos da década de 1950, eessa preferência foi transmitida de umageração para as outras. No vilarejo, osidosos e jovens sentem o mesmo fascí-nio por carrões e motos antigas.

Segundo os moradores, a décadade 1950 foi caracterizada por um otimis-mo em relação ao futuro, além de ser es-teticamente fantástica. Nas casas écomum encontrar móveis e utensíliosutilizados naquela época.

Várias bandas de rockabilly de En-viken, formadas em sua maioria por jo-vens, retratam os aspectos da época.Existe um substituto do rockabilly – opsychobilly, mistura do gênero com opunk, surgido em 1980, mas que nãoagrada a maioria – todos em Envikenpreferem o rockabilly tradicional. Osgarotos do lugar não gostam de hip-hopnem de techno – são, como se intitulam,jovens velhos. As gravações musicaisnormalmente são realizadas nas casasdos integrantes das bandas, e o somdeve ter algumas imperfeições técnicas,como um pouco de eco.

No vilarejo existe uma gravadora es-pecializada em rockabilly, a EnvikenRecords, fundada em 1997 por PatrikStaffanson, que manda suas gravaçõespara emissoras de rádio e tevê na Sué-cia, o que divulga o seu trabalho.

No pequeno vilarejo as pessoas ado-tam o estilo rockabilly no dia a dia e nosfinais de semana a produção ainda au-menta. Pelas ruas de Enviken é comumver os homens de topete, calça aperta-da e jaqueta de couro. As mulheres defranja, saia rodada e até luvas – inspi-radas nas musas hollywoodianas da dé-cada de 1950.

Amancio [email protected] / www.chargistaamancio.blogspot.com

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Artigo

Fatos davida real

AUGUSTO COELHO LEAL, engenheirocivil ([email protected])

Os tempos modernos fizeram comque o número de casais infiéis au-mentasse muito. Os bate-papos dainternet, a liberdade dos costumesfemininos e as redes sociais contri-buíram para isto. E este fato que es-crevo é muito mais corriqueiro doque se imagina.

Veronides e Ivete faziam um casalquase que perfeito. Casaram, se for-maram, são profissionais liberais, ti-veram filhos que já são criados, assimiam tocando a vida. Já com filhosformados e com netos, Veronides co-meçou a "pular a cerca", mas sem-pre dentro do aceitável para a nossasociedade machista. Um belo dia Ve-ronides é flagrado no leito matrimo-nial por Ivete com a sua inimiga nú-mero um, foi um transtorno. Ela quisterminar o relacionamento, mas osfilhos, conselhos dos pais (foi man-tido silêncio sobre o assunto) elescontinuaram juntos. Ivete entre lá-grimas e soluços começou a arquite-tar sua vingança. Deu tempo aotempo e voltou as "mil maravilhas"com o maridão, mas sempre com oplano na cabeça. Ela bonita, ruiva, in-teligente já na casa dos cinquenta,mas com jeito de trinta e um aspec-to ainda de colegial. Ele dedicado àsua profissão (é professor) tratou deesquecer o ocorrido, mesmo porquena sua profissão ele tinha que imporrespeito.

O tempo foi passando e Ivete co-meçou a por seu plano em ação. Pri-meiro inventou de fazer outro curso,à noite, mas ele desconfiado resolveuacompanhá-la no curso. Ela dizendoque ia pesquisar agarrou-se no bate-papo pela internet onde passava horase o maridão nem desconfiava (este éo mal dos cornos, sempre inocentesdemais). Pois bem, conversa vai, con-versa vem Ivete engraçou-se do pri-meiro e marcou com ele no estacio-namento de um supermercado, poisse alguém a visse por ali era fáciljustificar que estava fazendo com-pras. Aí começou a sua coleção deamantes. Sempre usando os estacio-namentos dos supermercados ela iaassegurando a sua coleção, algunsASG dos supermercados já a cha-mavam de "A dama do Supermerca-do" em alusão à Dama do Lotação.

Tempo passando e Ivete colecio-nando amantes, sem que Veronidesde nada desconfiasse. Mas tudo navida tem o seu final. Um belo diaIvete comenta com uma amiga detrabalho (só de trabalho) que é muitobom ter um amante, pois o amante lheproporcionava emoções que o mari-dão devido à rotina do casamento jánão fazia mais. Pois bem a conver-sa progrediu e chegou aos ouvidos domaridão que não quis acreditar, Parapiorar Ivete sem saber vai para ummotel com um colega de profissão ecolega de trabalho do seu marido,que era amigo de um dos seus ex.Na saída do motel dentro do carro doamante Ivete conta quem é seu espo-so. Foi uma ducha de água fria, aqui-lo doeu na consciência do amanteque desistiu de Ivete e ficou em con-flito com seus valores morais. Osdois ex-amantes resolvem contar tudoa Veronides que não acreditou. Pediutempo e provas, resolveram então se-guir Ivete. Um belo dia ela vai a umsupermercado nas cercanias da Av.Roberto Freira entra no estaciona-mento e logo pega o carro com umhomem na direção e se dirige a ummotel. Os três seguem o carro, entramno motel. O casal de amantes aden-tra em um quarto. Veronides sai dorecinto prometendo vingança, pedeaos amigos e ex-amantes de sua es-posa, para acompanhá-lo.

Nervoso, o maridão traído entraem uma casa de material de constru-ção e compra um pé de cabra, deixan-do os ex-amantes aflitos que de ime-diato pedem para ele não machucara esposa. Veronides ria, dava garga-lhadas e dizia.

– Ela me paga, vocês vão ver. Ivete havia aproveitado o "Liqui-

da Natal" e comprando uma geladei-ra e um fogão que ainda não tinhamsidos usados.

Chegando a casa com os dois ex,entra furioso pega o fogão e joga nomeio da rua, sendo o mesmo atrope-lado por um caminhão e fica só os pe-daços. A geladeira ele empurra paraa calçada e com o pé de cabra san-gra o compressor, e aos berros gri-tou vitorioso.

– Eu sou corno, mas aquela vacaaqui não bebe água gelada.

O tempo passou e tudo continuou"Como Dantes no quartel de Abrantes"

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Quarta-feira O Jornal de HOJE 3Natal, 12 de setembro de 2012Política

Túlio LemosPOLÍTICA - TÚLIO LEMOS - [email protected] / www.tuliolemos.com.br / @tuliolemosrn

SEGUNDO TURNOO deputado federal Henrique

Alves, em reunião há dois dias, coma presença de pelo menos 10 pes-soas, foi questionado a respeito dapossibilidade de Hermano Moraisir ao segundo turno. Respondeu pos-itivamente. Quanto ao segundo ques-tionamento do aliado, a resposta sur-preendeu a todos.

FORAO aliado do PMDB perguntou a

Henrique se, num eventual segundoturno, ele aceitaria a governadoraRosalba Ciarlini em seu palanque.A resposta foi dura e direta, sempedir segredo: "Não quero de jeitonenhum. Deus me livre; Hermanoestá muito bem pra se afundar comRosalba". O desabafo de Henriquerendeu outra pergunta.

ROMPIMENTO?O aliado insistiu na possibilidade

de Rosalba realmente declarar apoioa Hermano e querer subir no palanque.Henrique foi ainda mais duro, parasurpresa de quem assistiu: "Se elavier, eu expulso. Nós não queremosRosalba no palanque de Hermano emNatal. E, se ela ficar chateada, é atémelhor, pois assim a gente rompe

logo e se afasta desse Governo des-gastado!". Quem imaginava que a re-lação do PMDB com a Rosa estavapelo menos 'razoável', saiu da reuniãojá vislumbrando um rompimento. Oque é que tá havendo?

DECLARAÇÃOAprefeita Micarla de Sousa deu

declaração ontem a Robson Car-valho e Felinto Rodrigues, na 98FM.Disse que vai votar em Carlos Ed-uardo. Poderia parecer apenas umaironia, o que seria natural para umadversário. Mas, inacreditável fute-bol clube, não foi. Ela tentou pare-cer que falava sério.

DECLARAÇÃO IIMicarla elencou 'motivos' que

teriam feito tomar decisão tão ab-surda diante dos fatos ocorridos entreambos. Citou 'gratidão' ao pai deCarlos Eduardo, a quem processapor calúnia, invocou o sobrenomeAlves para 'abrir' portas em Brasíliae disse que o filho de Agnelo é o queapresenta o programa de governomais 'afinado' com a atual gestão.

ESTRATÉGIAAliados da prefeita Micarla de

Sousa confidenciam que a 'declar-

ação de voto' ao inimigo Carlos Ed-uardo, foi uma "estratégia" pensadapela Borboleta para atingir seu ad-versário. Como estratégia, é o re-conhecimento de que, como nãoconseguiu fazer o bem durante suagestão, pelo menos o mal será capazde funcionar. Se porta ao papel deser 'útil' como arma contra seu in-imigo. Triste fim.

VALIDADEO detalhe da tal estratégia é que

dificilmente há quem acredite queMicarla, de fato, está falando a ver-dade e que, realmente, vai votar emCarlos Eduardo. Portanto, do pontode vista prático da validade do feito,é praticamente nulo. Pelo contrário.O fato até pode ser usado por Car-los Eduardo para se fazer de víti-ma, dizendo que está sendo alvo deuma armação contra sua candidatu-ra. É mais fácil de acreditar.

RECURSOSEm uma campanha política, não

há margem para estratégias que pos-sam dar margem a dúvidas. Há dese usar recursos verdadeiros e in-contestáveis, que o eleitorado sejaalertado do fato e de suas conse-qüências para a vida dele. Algo que

ele não sabia ou não tinha dimensãodo ocorrido. Inventar ou dissimulartem efeito contrário.

PREJUÍZOSe Micarla quis prejudicar Car-

los Eduardo, poderá até ajudá-lo.Afinal, é inconcebível duas opiniõesradicalmente opostas se transfor-marem em única como num passede mágica, carente de argumentos oujustificativas. ABorboleta fez teatromais uma vez e só fez piorar suasituação.

GELADEIRADurante reunião com eleitores

na Zona Norte, o candidato avereador Luiz Almir foi question-ado por uma 'bichinha': "Se o sen-hor for eleito, como vai tratar osgays?". O seresteiro, sempre bemhumorado, respondeu: "Vou tratarcom todo o carinho. Até porque,gay é como geladeira, toda casatem uma". A turma caiu na risadae Luiz Almir conquistou o voto detoda a turma.

LANÇAMENTOO advogado e professor Erick

Pereira, lança amanhã, (13), emMossoró, a edição 2012 do Man-

ual das Eleições. O evento estámarcado para começar a partirdas 19h, no Requinte Buffet. Olançamento feito em Natal, foium sucesso.

FONTE NACIONALPor falar em Erick Pereira, o ju-

rista potiguar continua sendo fonte

para a imprensa nacional. O Jornaldo Brasil ouviu o filho de Emmanoelsobre divulgação de nomes e saláriosdo poder público. Doutor em Dire-ito Constitucional pela PUC de SãoPaulo, Erick tem sido convidado adar opinião sobre diferentes temasaos veículos de comunicação na-cionais.

DESEQUILÍBROErra quem diz que o ex-prefeito Carlos Eduardo estava dese-

quilibrado durante o debate. Na verdade, Carlos Eduardo partici-pa de eventos públicos em momentos de sensatez. Nos próximosdebates, Carlos Eduardo já tem sua 'fantasia' pronta, feito por Sher-loquinho. Dessa forma, ninguém precisa temer o filho de Agnelo.

Candidatos avaliam descontrole deCarlos Eduardo em debate da saúdeCANDIDATOS A PREFEITO DE NATAL AVALIAM NEGATIAMENTE POSTURA INTOLERANTE DO EX-PREFEITO EM EVENTO

ALEX VIANA

REPÓRTER DE POLÍTICA

Os principais candidatos aocargo de prefeito de Natalavaliaram na manhã desta quar-ta-feira o comportamento do can-didato do PDT a prefeito de Natal,Carlos Eduardo Alves, no debatedo Sindicado dos Médicos, ocor-rido nesta terça-feira. O ex-prefeito reagiu com impaciência eintolerância aos questionamentosfeitos pelo candidato do PMDB,Hermano Morais, que indagou quejustificativa o hoje pedetista dariapara sua saída da legenda, em2002.

Na época, a traição política dopedetista ficou evidente quando,após romper com o PMDB, eleassumiu a prefeitura e apoiouWilma de Faria para o governodo Estado, quebrando o acordoque tinha com o PMDB e com aprópria família para que Wilmaapoiasse um candidato do PMDBpara o governo do Estado em2002. Ao ser abordado sobre esteepisódio, Carlos Eduardo perdeuo controle, e acusou Hermano de"faltar com a verdade".

Para Hermano, o episódiodemonstra a falta de capacidade docandidato do PDT de ouvir críti-cas e rebatê-las. "Lamentável,porque o candidato concorrentedemonstra mais uma vez seu de-sequilíbrio emocional e sua pos-tura antidemocrática, porque quan-do se estabelece o contraditório,como ele não tem argumento, elesempre parte para o desaforo, eisso não é interessante, dentro deum processo eleitoral, de um jul-gamento democrático, onde aspessoas têm a capacidade de ouvircríticas e até rebatê-las se acharconveniente, mas, sobretudo, têmque ter postura e capacidade dediscutir e debater e esclareceraqueles assuntos que são de in-teresse público", afirmou.

Hermano disse que o que suacandidatura tem procurado mostrarnessa campanha são verdades do

conhecimento de toda a popu-lação. "Apenas nós estamos relem-brando para que a população possafazer seu juízo de valor. Em nen-hum momento fizemos crítica pes-soal. Quando fazemos críticas,fazemos de forma pertinente. Esão criticas de ordem administra-tiva e política".

O peemedebista concluiu afir-mando que deseja que Carlos Ed-uardo, no próximo debate, adoteoutro comportamento e vá dis-

posto a debater ideias. "E que elepossa aproveitar o espaço conce-dido para fazer os esclarecimen-tos que ele deve a sociedade. Nãopor acaso a candidatura dele estásub judice e ele devia explicar enão ficar negando os fatos e par-tir para o desaforo que nada con-strói", disse.

DESCONTROLEPara o candidato do PSOL,

Robério Paulino, que esteve pre-

sente no debate, "Carlos Eduardose desequilibrou totalmente. Euestava lá. Ele não sabe aceitar acrítica e trabalhar o contraditório.Não é uma questão pessoal (minhacontra ele). Eu tenho um rela-cionamento cordial com todos oscandidatos. Mas Carlos Eduardoé difícil, não sabe aceitar críticas".

Segundo Robério Paulino, naverdade, o pedetista não se irri-tou apenas com o questionamen-to de Hermano, mas com as críti-

cas generalizadas dos demais par-ticipantes ao seu governo. "Naverdade, ele se irritou com o de-bate todo, não apenas com Her-mano. Ele perdeu o controle como debate, porque foi criticado du-rante todo o debate. Hermano foio estopim, quando tocou naquestão do PMDB".

Ainda conforme o candidatodo PSOL, "Carlos Eduardo temagido com muita soberba e ar-rogância durante toda essa cam-

panha". Segundo ele, "no debateda TVU, o candidato do PDT faziapouco caso do tempo reservadoàs perguntas e as respostas, semaproveitar o tempo, concluindoantes do término do prazo de re-spostas. Isso mostra o desequi-líbrio e falta a de preparação parao exercício do poder público",analisou.

ACHINCALHEO candidato do PSDB,

Rogério Marinho, que não estevepresente ao debate, criticou o tomde agressão e desespero que temprimado na campanha. "É muitoruim que as campanhas estejamprimando pela desqualificação,agressão e destempero. Da nossaparte, vamos manter a postura deter uma campanha limpa, propos-itiva, porque eu acho que Natal,mais do que qualquer cidade nesteestado, precisa encontra um rumo.Não vai ser com brigas, desaforos,nem achincalhe que a gente vaichegar a lugar nenhum" afirmou.

O tucano afirmou ainda es-perar que nos próximos encontrosos candidatos reflitam e elevem onível da discussão, "que é isso quea cidade espera de todos nós".

DESTEMPEROPara Roberto Lopes, repre-

sentante do PCB, a atitude de Car-los Eduardo foi um "destempero"."Pelo que acompanhei pela im-prensa, achei um destempero. Faltade compromisso. A sociedade vaiperceber", afirmou, criticando afalta de proposta. "É descon-fortável a população ligar a TV evê um atacando o outro e não ap-resentar propostas", afirmou.

O candidato do PT, FernandoMineiro, afirmou que o episódiode ontem foi um "desrespeito" aoeleitorado de Natal. "Acho quetem uma tentativa dos candidatosdos Alves, de tentar polarizar oprocesso eleitoral, aí é um tipo deatitude, que primeiro é um desre-speito ao eleitorado, ficar tendobate boca num debate. Os dois

Os candidatos a prefeito de Nataltambém avaliaram a declaração devoto da prefeita de Natal, Micarla deSousa (PV), que ontem, em entre-vista a uma emissora de rádio, de-clarou que irá votar em Carlos Ed-uardo Alves. Para o deputado Fer-nando Mineiro, do PT, apoiadores deMicarla de Sousa estão divididos napresente campanha, com parte delesapoiando Carlos Eduardo Alves eoutra parte apoiando HermanoMorais. "Quem apoiou e quem par-ticipou do governo Micarla está di-

vidido entre os dois candidatos. Temgente do governo Micarla que apoiaCarlos e tem gente do governo Mi-carla que apoia Hermano", limitou-se a dizer, sobre a opção de voto deMicarla a Carlos Eduardo. "Nãotenho nada a comentar".

Para Hermano Morais, doPMDB, a prefeita Micarla de Sousa,como toda cidadã, tem todo direitode escolher o candidato que quis-er para governar a sua cidade."Temos que respeitar a escolha daprefeita. Embora ela tenha dito que

não vai participar do processoeleitoral, como cidadã ela tem todoo direito de fazer a sua escolha.Vivemos numa democracia e temosque respeitar", afirmou Hermano.

Rogério Marinho, do PSDB,foi na mesma linha de raciocínio deHermano Morais. Segundo ele, todocidadão é livre para manifestar suapreferência, com a prefeita Micar-la de Sousa não é diferente. "Todocidadão é livre para manifestar suapreferência. É respeitar o direito daprefeita, de ter externado publica-

mente sua disposição de escolher ocandidato".

Roberto Lopes, do PCB, afir-mou que se Carlos Eduardo é quemmais está afirmando que irá darcontinuidade à gestão municipal, ovoto é livre e nada mais justo quea prefeita optar por quem dará con-tinuidade a sua gestão. "O voto élivre e Micarla deve votar em quemquiser. Se Carlos Eduardo falou quevai continuar as AMES e UPAS eo modelo de que Micarla admin-istrou Natal nos últimos quatro

anos, eu acho que Micarla tem quevotar em Carlos Eduardo mesmo".

Para Lopes, se o programa degoverno de Carlos Eduardo é pare-cido com o de Micarla, a prefeitatem mesmo é que optar para que elecontinue, já que ela não é candida-ta. "Micarla estava vendo que oprojeto de Carlos é o que maisparece com o projeto dela. O votoé livre e ela deve fazer a opção dela.Principalmente, se o programa deleé parecido com o dela. Está dentroda normalidade".

O candidato do PSOL RobérioPaulino, por sua vez, acha que Car-los Eduardo e Micarla são tudo far-inha do mesmo saco. "Para mimnão tem diferença. Olhe a carta deMicarla toda. Quem lê a carta delaaté o final, fala que Hermano foilíder do seu governo, que Rogérioapoiou o seu governo. As pessoasdeviam ler a cata até o final e con-cluir que é tudo farinha do mesmosaco, e mesmo o PT participou dogoverno de Carlos Eduardo e semisturou com tudo isso aí".

Para Rogério, Hermano, Robério e Roberto, Micarla tem direito de votar

Robério: “Eu estava lá. Ele não sabe aceitar a crítica e trabalhar o contraditório” Rogério: “É ruim que as campanhas estejam primando pela desqualificação”

Mineiro: “Acho que é tática para tentar polarizar. Bate boca sem proposta” Roberto: “Achei um destempero. Falta de compromisso. A sociedade vai perceber”

Fotos: Arquivo

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Quarta-feira4 O Jornal de HOJE Natal, 12 de setembro de 2012 Política

DE BRASÍLIA - [email protected]

Walter Gomes

LEITURA DINÂMICAt Ontem, Teori Zavascki, in-dicado para o STF, fez visi-ta protocolar ao presidentedo Senado, José Sarney.Antes de outubro, Zavasckinão recebe a toga de minis-tro da Suprema Corte.t Do jeito que anda a sel-vageria da campanha emNatal, cabe uma perguntasobre o desfecho eleitoral:vai haver segundou roundpara prefeito?t Troca de hotel em NovaYork: Dilma Rousseff man-dou suspender reserva noWaldorf Astoria. Na próximaviagem à cidade (24 de se-tembro), vai se hospedar noSt. Regis. No dia seguinte, apresidente da República falana sessão de abertura da As-sembleia-Geral da ONU.t A secretária de Comu-nicação Social da Presi-

dência da República, He-lena Chagas, determinoua divulgação de todos ospagamentos efetuadospelo governo a empresasde publicidade e a órgãosde imprensa.t Quatro empresários queestiveram com Dilma Rous-seff, manhã de hoje, dizemque a Presidente lhes infor-mou que Palácio do Planal-to não faz comentários sobreo julgamento do Mensalão"nem agora nem depois". Oassunto, sublinham os inter-locutores da chefe do gover-no, é do PT.t Para refletir: "Se vocêvê um jabuti numa forqui-lha, não mexa nele, porquealguém o pôs lá. Jabuti nãosobe em forquilha" (Vito-rino Freire, político brasilei-ro nascido no Maranhão).

O preço de uma adesãoDilma Rousseff faz política de forma semelhante à dos antecessores.

Tanto faz compará-la aos que chegaram ao poder antes ou depois da

Nova República. Da mesma forma que eles, a Presidente sensibiliza-

se com a pregação franciscana: é dando que se recebe. Na coopta-

ção de apoios, a mineira-gaúcha agia, porém, com a discrição que

sempre faltou a Lula da Silva, patrono de sua ascensão na política. A

linha de ação dela aproximava-se da que fora praticada por Fernando

Henrique Cardoso, embora não tenha alcançado, no devido grau, a

elegante dissimulação do tucano que cumpriu toda a pauta de ambi-

ções durante os oito anos no governo do país.

t t t

Em algumas oportunidades, a senhora Rousseff instalou uma banca

de compra. Jamais, entretanto, como na adesão de Marta Suplicy à

candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo. Não foi

apenas por causa do apelo de Lula, reforçado por Dilma, que a sena-

dora apoiou o projeto. No pacote de promessas e agrados, a prenda

maior foi o Ministério da Cultura. Fala-se também que, no troca-troca,

inclui-se o compromisso de apoiar Marta para o governo do estado,

em 2014. Essa versão contraria dois ministros petistas que se

opõem à reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB), daqui a dois anos. Um

já tentou o Palácio dos Bandeirantes - Aloizio Mercadante, da

Educação -, mas deu-se mal nas urnas; o outro é Alexandre Padilha,

da Saúde.

t t t

Questiona-se, ali e acolá, se a cooptada merece toda essa corte.

Apesar do ar aristocrático com um toque blasé, Marta tem forte

esquema de sustentação político-eleitoral nas áreas periféricas da

capital paulista. Não à toa, foi prefeita da cidade, deputada federal e,

em 2010, elegeu-se ao Senado, Casa da qual é vice-presidente. Tão

logo deu o braço a Haddad e o conduziu pelas ruas paulistanas, o

ex-ministro da Educação subiu do quinto para o quarto lugar. Agora,

ele, ao lado de Marta e Lula, disputa com o tucano José Serra a

passagem para o segundo turno, como mostram as sondagens de

intenção de voto. Quem continua na crista da onda é o surfista

Celso Russomano (PRB), um ex-correligionário de Paulo Maluf ado-

tado pela Igreja Universal do Reino de Deus, fundada por Edir

Macedo. Macedo, como Maluf, é mestre em tirar as meias sem des-

calçar os sapatos.

t t t

Pós-escrito: com a volta de Marta à Esplanada dos Ministérios - ela

foi titular do Turismo sob o governo Lula da Silva -, o PT perde, pro-

visoriamente, uma cadeira no Senado para o PR. O vereador paulis-

tano Antonio Carlos Rodrigues, 61 anos de idade, histórico aliado do

tucanato paulistano, assume a vaga. Eleito parlamentar pela primeira

vez em 2000, presidiu quatro vezes a Câmara Municipal de São Paulo.

Foco nas urnas

Nova mudança deposição na corrida àprefeitura de PortoAlegre. José Fortuna-ti (PDT) chega a41%. Põe 11 pontossobre ManuelaD'Ávila (PCdoB).Adão Villaverde (PT)continua com 7%.Números de Datafo-lha ttt O mesmoinstituto apura, em Belo Horizonte, 49% das intenções devoto para Marcio Lacerda (PSB), contra 31% para o pe-tista Patrus Ananias ttt No Recife, o PSB amplia para11 pontos a vantagem sobre o petismo. Placar: GeraldoJúlio (foto) chega aos 34% contra os 23% de HumbertoCosta ttt Na capital baiana, estabiliza-se em 26 pon-tos a diferença favorável a Antonio Carlos Magalhães,neto (DEM). São 40% de apoio contra os 14% do petis-ta Nelson Pelegrino.

JOAQUIM PINHEIRO

REPÓRTER DE POLÍTICA

A declaração de voto anuncia-da pela prefeita Micarla de Sousapara o candidato a prefeito do PDT,Carlos Eduardo Alves, que nos úl-timos meses tem sido o principalcrítico da sua administração, cau-sou surpresa no meio político. Aprefeita de Natal revelou ao par-ticipar do programa "Repórter 98"que, por Carlos Eduardo ter de-clarado que dará continuidade aprogramas da sua administraçãocomo UPAS e AMES, por exemp-lo, decidiu votar no candidato doPDT. As declarações de Micarla deSousa repercutiram também na Câ-mara Municipal de Natal. Sobre oassunto, foram ouvidos osvereadores Raniere Barbosa (PRB),Luis Carlos (PMDB), George Câ-mara (PC do B), e Enildo Alves(DEM), líder da prefeita no leg-islativo municipal.

Raniere Barbosa, integrante dabancada oposicionista na CâmaraMunicipal e vinculado ao ex-prefeito,entende que o objetivo da prefeita éprejudicar Carlos Eduardo, candidatoque lidera todas as pesquisas deopinião pública para prefeito deNatal. "A prefeita está querendotransferir os 90 por cento de rejeiçãoque tem para Carlos Eduardo, masnão vai conseguir porque a maioriado povo de Natal já sabe em quemvotar nas eleições deste ano", disseRaniere Barbosa, acrescentando quefará pronunciamento no plenário daCâmara Municipal, possivelmenteamanhã, denunciando perseguiçãode funcionários de órgãos públicosmunicipais como Semtas e Ativa porvotar no candidato do PDT. "Políti-ca tem que ser feita com integridade,coerência e inteligência", ressaltou,acrescentando: "A prefeita estáquerendo transformar a campanhanum verdadeiro teatro, mas não vaiconseguir porque ela não é uma boaatriz".

O vereador Enildo Alves, con-sidera "legítimo" o apoio de Mi-carla de Sousa a Carlos Eduardo,uma forma de contribuir para aeleição do ex-prefeito de Natal. "Aopinião pública e eu também, fi-camos surpresos, mas a prefeitaestá legitimada para apoiar qual-quer candidato e a opção por Car-los Eduardo poderá ajudá-lo a seeleger prefeito nas eleições desteano, mesmo eu não acreditando queisso possa acontecer", disse EnildoAlves, acrescentando: "Carlos Ed-uardo tem que reconhecer que em

2004 ele venceu as eleições comajuda de Micarla e até dizia que eraa vice que queria e iria administrarNatal a 4 mãos"

Luis Carlos, vereador doPMDB, também opinou sobre o as-sunto: "Micarla mudou muito de-pois que assumiu o cargo de prefei-ta. Primeiro virou evangélica eagora sai da defensiva para adotaruma posição ofensiva. Acredito quepode ser uma estratégia para evitaruma possível retaliação caso Car-los Eduardo seja eleito prefeito deNatal", ressaltou Luis Carlos, acred-

itando que o anúncio de apoio aoex-prefeito pode ser também umaforma de agradecimento a AgneloAlves que segundo ele, foi o re-sponsável pela sua entrada na políti-ca partidária. Outro a opinar foi overeador George Câmara, do PCdo B: "Uma gestora pública devetratar uma eleição com seriedade ede forma respeitosa. Essa declar-ação da prefeita Micarla de Sousade apoiar o candidato do PDT, Car-los Eduardo, é uma forma de con-fundir o eleitorado", observa overeador do PC do B.

Apoio de Micarla a Carlos Eduardoprovoca surpresa em vereadores

Raniere: “A prefeita está querendo transferir 90% de rejeição” Enildo: “A prefeita está legitimada para apoiar qualquer candidato”

Luis Carlos: “Pode ser estratégia para evitar retaliação” George Câmara: “É uma forma de confundir o eleitorado”

OPOSIÇÃO E SITUAÇÃO NÃO ESPERAVAM ANÚNCIO DE VOTO DA PREFEITA

> PROFESSORA ELEIKA

Candidata a vereadora em Natal registra em cartório que doará salário para a educação

A candidata a vereadora deNatal, a professora aposentada Elei-ka Bezerra, tomou uma atitude in-édita na cidade e que serve de ex-emplo para outros políticos do país.Candidata pelo PSDC - Partido So-cial Democrático Cristão, a edu-cadora renunciou 100% de seusalário na Câmara Municipal doNatal em prol da comunidade, casoseja eleita. O ato foi registrado no2º Ofício de Notas de Natal, no dia20 de agosto de 2012.

No documento, registrado emcartório, Eleika Bezerra destina seusalário para apoiar ações voltadaspara a educação, em especial da in-fância e da adolescência, bem comopara o benefício dos idosos. Pro-fessora aposentada da UniversidadeFederal do Rio Grande do Norte eaos 69 anos, Eleika Bezerra é can-didata pela primeira vez.

"Felizmente, eu e minha famíliadispomos do necessário para ter-mos uma vida digna. Por isso, meacho no dever de abdicar do salário

como vereadora para lutar por umacausa que eu dediquei toda a minhavida, a educação", disse a candi-data, que é referência no assuntono Rio Grande do Norte.

Eleika Bezerra foi sub-secretáriade educação do Estado e secretáriamunicipal de educação de Ielmo Mar-inho e Natal, onde foi responsávelpela criação do Programa Pré-esco-

la Para Todos. A professora já atuouna direção do Instituto Kennedy efundou, junto com um grupo de ed-ucadores, o Instituto de Desenvolvi-mento da Educação (IDE).

Professora Eleika Bezerra promete cumprir promessa e registrou em cartório que não vai receber salário caso seja eleita

Fotos Arquivo

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CIRO MARQUES

REPÓRTER DE POLÍTICA

A paciência tem sido algo rarono ano eleitoral de Carlos EduardoAlves. Depois de derrotado em2010, quando tentou o cargo de go-vernador, Carlos Eduardo Alves vol-tou em 2012 decido a reassumir aPrefeitura de Natal. Porém, o dese-jo parece ser tão grande que ele nãotem convivido bem com matériascontrárias. Tanto é assim que as crí-ticas que foram inicialmente desti-nadas ao Jornal de Hoje, acabaramse estendendo a outros noticiários lo-cais. Carlos Eduardo também nãopoupou palavras pesadas para verea-dores e secretários da atual gestão.O Jornal de Hoje relembrou algunscasos, sobretudo, aqueles que termi-naram na Justiça.

CASO JORNAL DE HOJEEm março, Carlos Eduardo co-

mentou alguns nomes de possíveissecretários em entrevista na 94 FM.O Jornal de Hoje noticiou e o ex-prefeito se descontrolou. Sem des-mentir a informação, publicou umartigo no jornal Tribuna do Norterepleto de adjetivos negativos aojornal e ao repórter autor da maté-ria. "Infeliz", "patusco", "antiéti-co", "nefasto", "nefando", "maquia-vélico", "falso", "enganoso", "trai-çoeiro", "pusilânime", "covarde","inidôneo", "mesquinho", "mam-bembe", "retrógrado", "malfada-do", "imprensa marrom", "arreme-do jornalístico", foram alguns dosadjetivos utilizados pelo ex-prefei-to para falar do JH.

CASO WALTER FONSECAO ex-prefeito criticou duramen-

te a gestão Micarla de Sousa naEducação e levou o secretário Wal-ter Fonseca, titular da pasta, a res-ponder. A resposta, contudo, foi deforma agressiva, o que resultou emum processo de autoria de CarlosEduardo, por calúnia contra o se-cretário. O Jornal de Hoje publi-cou a situação e deu oportunidadepara o ex-prefeito comentar o pro-cesso. Porém, ele se recusou a falar,mas se pronunciou no seu perfiloficial no Twitter, após a matériapúblicada. Afirmou ser mentirosoo processo e disse que o JH seriaum jornal que só serviria "para en-rolar peixe na feira".

CASO "VIADAGEM"Ainda em março, talvez o mês

mais "descontrolado" de CarlosEduardo, o ex-prefeito comentou,de forma nada tranquila, a questãodo carisma político. Tido comoum nome "pouco carisma", CarlosEduardo concedeu entrevista aojornalista Rafael Duarte, da revis-ta Palumbo, e afirmou: "O que écarisma para esse povo? Isso paramim é viadagem. Fui um prefeitomuito bem avaliado. Fizemos umadas melhores e mais bem avalia-das gestões. Isso é falta de caris-ma?". A declaração nada amisto-sa provocou a ira dos movimentosde combate a homofobia, pelotermo pejorativo utilizado pelo ex-prefeito.

CASO "FÓSFORO QUEIMADO"

Já em abril, O Jornal de Hojedeu em primeira mão a possibili-dade da Câmara Municipal deNatal rejeitar as contas de gestãodo ex-prefeito Carlos EduardoAlves, referentes a 2008, por irre-gularidades cometidas nos últi-mos seis meses de administração(como o saque no Fundo Previ-denciário, a venda da conta únicada Prefeitura e a concessão de van-

tagens a servidores no período ve-dado pela Lei de Responsabilida-de Fiscal).

O assunto polêmico não dei-xou Carlos Eduardo tranquilo, so-bretudo porque ele ganhou reper-cussão local rapidamente, quan-do JH ouviu alguns vereadores eeles confirmaram a possibilidadede rejeição de contas. A doisnomes em especial, Enildo Alves(DEM) e Fernando Lucena (PT),Carlos Eduardo não poupou críti-cas ao se manifestar novamentepelo Twitter: classificou-os doiscomo "falsários e mentirosos" eafirmou que "valem tanto quantoum palito de fósforo queimado". CASO NOVO JORNAL

O que ele duvidava que ocor-reria em abril, acabou acontecen-do em maio: Carlos Eduardo tevesuas contas rejeitadas na Câma-ra Municipal e ficou "inelegível"por alguns dias. O fato pareceuter sido suficiente para que o ex-prefeito mostrasse que não é sócom O Jornal de Hoje, mas simcom qualquer um que publicas-se matérias negativas sobre ele.Tanto foi assim que quando omatutino Novo Jornal publicou anotícia sobre a condenação naCMN, o ex-prefeito entrou emcontato com o jornal e afirmou:"Gostaria de cancelar esta porca-ria que não é digna de entrar emminha casa!", conforme publi-

cou a blogueira e jornalista Lau-rita Arruda.

CASO NEY LOPES JÚNIORTambém de maio, depois de

classificar todos aqueles que foramcontrários a aprovação de suascontas na Câmara Municipal como"apoiadores de Micarla de Sousa"(inclusive os vereadores Lucena eProfessor Luís Carlos, notadamen-te opositores), Carlos Eduardo dei-xou claro em entrevista a rádioDifusora, de Mossoró, que NeyLopes Júnior foi induzido e rece-beu vantagens para votar contrao ex-prefeito. A declaração ren-deu um processo na Justiça movi-do por Ney Júnior.

CASO MICARLA DE SOUSAO "período calmo", estimulado

pelo silêncio de Carlos Eduardo emjunho e julho, acabou em agosto,com o início da propaganda eleito-ral gratuita. Em um de seus primei-ros programas, o ex-prefeito chamoua atual prefeita, Micarla de Sousa, de"incompetente e irresponsável". Re-sultado: a gestora do PV entrou commais um processo contra o ex-pre-feito e pediu um direito de respostana propaganda eleitoral.

CASO HERMANO MORAIS I Ainda em agosto, em entrevis-

ta publicada pelo Novo Jornal, Car-los Eduardo respondeu de formanada amistosa as críticas feitas por

Hermano Morais a sua gestão."Hermano é um capataz de Micar-la", afirmou, segundo a matéria, vi-sivelmente exasperado. "Cangacei-ro" também teria entrado como ad-jetivo usado por Carlos Eduardopara classificar peemedebista.

CASO HERMANO MORAIS IINo debate realizado pelos sin-

dicatos da saúde, Carlos Eduar-do se altera com a declaração deHermano Morais de que o candi-dato do PDT saiu "pelas portasdos fundos do PMDB". Chaman-do Hermano de mentiroso, Car-los Eduardo é contido pelo me-diador do debate, o jornalistaRobson Carvalho.

> MULHERES NA MIRA DA JUSTIÇA

Quarta-feira O Jornal de HOJE 5Natal, 12 de setembro de 2012Política

A "captação ilítica de sufrágio",a popular compra de votos, já levouà prisão duas mulheres no Rio Gran-de do Norte. O último caso foi deuma servidora municipal de Extre-moz, que foi flagrada pela PolíciaFederal no momento em que con-dicionava a prestação de determina-do serviço ao voto no atual prefei-to da cidade, Klauss Rêgo, doPMDB.

A servidora, que não teve o

nome revelado, foi conduzida pelaPolícia Militar para a sede da Fede-ral, em Natal, onde ficou presa emflagrante. Após a conclusão, o fla-grante será encaminhado ao JuízoEleitoral da 6ª Zona, com sede emCeará Mirim. A compra e venda devotos é crime que pode ser punidocom reclusão de até quatro anos epagamento de cinco a 15 dias-multa.

Antes, após denúncia anônimavia número 190, a vereadora da base

aliada do Prefeito de Pau dos Fer-ros, Leonardo Rego (DEM), e cor-religionária do candidato FabrícioTorquato (DEM), Maria do Socor-ro Pontes Feitosa, foi autuada peloChefe do Cartório Eleitoral da 40ªZona, João Hamilton, por supostacompra de votos no bairro São Vi-cente de Paula.

Segundo informações da Polí-cia Militar, o próprio Chefe do Car-tório Eleitoral verificou e encontrou

em poder da parlamentar váriospapéis de água, luz, além de umcaderno com anotações e "santi-nhos" da candidata Marta Pontes,fato que, supostamente, configuraa tentativa de compra de votos portroca de favores. Após o flagran-te, a vereadora foi conduzida naviatura da PM até a sede da Dele-gacia de Polícia Civil, onde pres-tou depoimentos ao Delegado Iná-cio Rodrigues de Lima Neto até

cerca de 1 hora da madrugada. Também foram ouvidos os elei-

tores cujos nomes constavam nascontas de água e luz apreendidas.Ainda segundo informações, apósouvir alguns depoimentos que, pos-sivelmente, caracterizaram a atitu-de ilícita cometida pela vereadoragovernista, o delegado teria resol-vido indiciar Socorro de acordo como artigo 299 do Código Eleitoral eencaminhar o inquérito para apre-

ciação da Polícia Federal.A vereadora foi liberada após o

pagamento de uma fiança que foi es-tipulada pelo próprio delegado emR$ 3.110,00, cerca de cinco saláriosmínimos. Vale lembrar que "dar,oferecer, prometer, solicitar ou re-ceber vantagem para obter ou darvoto, ainda que a oferta não sejaaceita é crime previsto no Artigo299 do Código Eleitoral (Lei4.737/1965)".

Polícia realiza prisões no interior por compra de votos

Histórico de descontrole: Carlos Eduardojá foi agressivo com imprensa e políticosEX-PREFEITO DE NATAL ACUMULA CASOS DE AGRESSIVIDADE E INTOLERÂNCIA CONTRA QUEM O CRITICA OU DISCORDA

Durante debate ontem, após ser chamado a atenção pelo mediador Robson Carvalho, o ex-prefeito Carlos Eduardo, transtornado, olha furioso para o mediador, que o contém com o braço direito

Hermano Morais é alvo do ataque de fúria do ex-prefeito Carlos Eduardo, mas não revida ataques Carlos Eduardo grita sem microfone, parte para cima de Hermano e o mediador tenta conter o ex-prefeito

Foros: Caudio Abdon

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Quarta-feira6 O Jornal de HOJE Natal, 12 de setembro de 2012 Cidade

ROBERTO CAMPELLO

[email protected]

Ao som dos gritos de ordem "aCopa não tem pressa, saúde é o queinteressa" e "em defesa do Walfredo,respeite os 100%", enfermeiros, téc-nicos de enfermagem, médicos, ser-vidores e acompanhantes dos pacien-tes realizaram um protesto na manhãdesta quarta-feira (12), em frente aoHospital Monsenhor Walfredo Gur-gel, diante do caos instalado no maiorhospital de urgência e emergência doEstado. Por cerca de uma hora, cen-tenas de pessoas se aglomeraram emfrente à unidade hospitalar. Os pa-cientes também quiseram participardo protesto, mas foram impedidospela equipe médica. No entanto, peloscorredores, os pacientes gritavam,como forma de demonstrar a insatis-fação em relação à situação caóticado Walfredo Gurgel.

O protesto aconteceu durante a vi-sita de representantes do ConselhoRegional de Medicina do Rio Gran-de do Norte (Cremern), ConselhoEstadual dos Direitos Humanos e daComissão de Saúde da Ordem dosAdvogados do Brasil no Rio Gran-de do Norte (OAB/RN) às depen-dências do Hospital Walfredo Gurgel.

A técnica de enfermagem dosetor de ortopedia, Ângela Maria,explica os motivos que levaram aparalisação dos funcionários do Wal-fredo Gurgel. "Paramos porque nãotemos a menor condição de funcio-namento. A insatisfação é geral.Queremos apenas respeito profis-sional e condições dignas de traba-lho, pois faltam materiais básicos detrabalho, e alguns dos que temosestão vencidos. É uma situaçãomuito triste, de impotência profis-sional e queremos apenas respeito,por nós e pelos pacientes que sofremcom essa situação. Esse é um mo-vimento espontâneo de quem amao Walfredo e quer respeito pelavida", desabafa a servidora.

Há mais de 20 anos trabalhandono Walfredo Gurgel, Ângela Mariaconta que esta é a maior crise que ainstituição está passando. No entan-to, mesmo assim, ela não pensa empedir transferência para outro hospi-tal. "Gosto muito de trabalhar aquie não penso em pedir transferência.Só quero que olhem para o Walfre-do com respeito e possam resolveressa situação. O Walfredo, apesar deser abandonado pelo Governo do Es-tado, é muito importante para o RN,pois é o único que não fecha os bra-ços para ninguém", afirmou.

O diretor do Sindicato dos Ser-vidores da Saúde do RN (Sindsaú-de/RN), Marcelo de Melo, disse que

o Sindicato tem acompanhado a si-tuação do Walfredo Gurgel e preten-de elaborar um documento para apre-sentar à governadora Rosalba Ciar-lini e ao secretário de Saúde, IsaúVilela. "Vemos com tristeza o des-caso que estão tendo com o maiorhospital do Estado. Queremos que

tomem providências o quanto antessobre essa situação", disse.

Marcelo relatou que, nos últi-mos dias, alguns servidores estãosendo ameaçados pelos pacientesdiante da impossibilidade de resol-ver os problemas. "Queremos tam-bém que seja garantida a segurança

dos profissionais, que vem sofrendoameaças constantemente, pela faltade estrutura, pela falta de medica-mentos. Entendemos o lado dos pa-cientes, mas não é desta forma queeles vão resolver a situação", disse.A técnica de enfermagem ÂngelaMaria confirmou que já sofreu vá-

rias ameaças. "O Walfredo recebetodo tipo de paciente, tem uns quechegam e dizem: 'cuidado, eu já fureium lá fora', outros dizem que jámatou alguém para nos intimidar. Enós temos que trabalhar nesse cons-tante clima de ameaça", afirmou.

Janeide Fidelis da Silva também

participou do protesto. Ela acompa-nha o pai, Joaquim Fidelis da Silva,de 80 anos, que teve um aneurismaabdominal e há duas semanas espe-ra para fazer uma tomografia com-putadorizada para realizar uma ci-rurgia. "É uma situação muito humi-lhante que todos passam aqui. Meupai passa os dias com dores e nin-guém faz nada. Ele não tem nemidade e nem saúde para passar porisso. Tenho medo que o pior venhaa acontecer se não fizerem nada porele", afirmou Janeide.

Uma das cenas mais fortes du-rante o protesto foi quando a donade casa Maria de Fátima da Silva seajoelhou pedindo piedade aos go-vernantes para resolver a situaçãocaótica que se encontra o WalfredoGurgel. Ela acompanha o irmão, quehá 20 dias espera por uma cirurgiaortopédica. "Piedade, pelo amor deDeus. São vidas que estão aqui den-tro e precisam de respeito. É umavergonha faltar sabão para limpar osinstrumentos, quanto mais medica-mentos. Enquanto isso, meu irmãoestá sobre numa maca dura, sem len-çol nessa espera sem fim. Quantaspessoas vão precisar morrer para queresolvam essa situação?", questio-nou a acompanhante.

A técnica de enfermagem dosetor de acolhimento, Maria Alde-nora, criticou a falta de atuação dosvereadores de Natal em não fisca-lizar e cobrar que a Prefeitura deNatal honre com os contratos entreo Município e os Hospitais Memo-rial e Médico Cirúrgico para a rea-lização das cirurgias eletivas. "Osprontos atendimentos de Natal estãotodos fechados, o repasse dos con-vênios está atrasado e os vereado-res não fazem nada. Diante da situa-ção, todos os problemas caem parao Walfredo e gera essa superlotação,pois hoje estamos concentrandotodos os atendimentos. Nunca pas-sei por essa situação. Estamos quasecolocando pacientes na porta doWalfredo, pois dentro não há maisespaço", afirmou.

Durante o protesto, a secretáriade Assistência Social do municípiode Lajes Pintada, Claudjane Gomes,que se acidentou quando participa-va de uma capacitação na Secreta-ria Estadual de Assistência Social(Sethas), pois escorregou numa poçad'água dentro da Secretaria, não con-seguiu atendimento. "Vim para Natalpara participar de uma capacitaçãoe levar coisas boas para o municípioe o que eu vou levar é uma queda,por irresponsabilidade do Governoque não tem estrutura", afirmou asecretária que estava com a rótulado joelho inflamada.

Caos no Walfredo Gurgel causa revolta defuncionários, médicos e acompanhantes DURANTE PROTESTO REALIZADO NESTA MANHÃ, MANIFESTANTES IMPLORAVAM POR RESPEITO À POPULAÇÃO

Em meio ao protesto realizado por centenas de pessoas contra problemas da unidade, mais pacientes chegavam ao hospital trazidos por ambulâncias do Samu

> DURANTE VISITA

Cremern descarta interdição total do WalfredoRepresentantes do Conselho Re-

gional de Medicina do Rio Grandedo Norte (Cremern), Conselho Es-tadual dos Direitos Humanos e daOrdem dos Advogados do Brasil noRio Grande do Norte (OAB-RN)realizaram uma visita às dependên-cias do Hospital Monsenhor Wal-fredo Gurgel na manhã desta quar-ta-feira (12) para constatar a situa-ção caótica que se encontra a unida-de hospitalar. Eles passaram pelosetor de politrauma, urgência pediá-trica, o Centro de Recuperação Pós-Operatorio (CRO) e os corredores.

Após a visita, o presidente doCremern, Jeancarlos Cavalcanti, ape-sar dos problemas encontrados, des-cartou a possibilidade de o Conse-lho pedir a interdição do WalfredoGurgel, pois segundo ele seria "omesmo que cometer homicídio."Não será fechado, pois seria umcrime doloso, mas queremos mos-trar para a sociedade o crime deomissão que está sendo cometidono Walfredo Gurgel". O presidentedisse que o único setor passível deinterdição seria o CRO, no entanto,descartou que essa fosse a intenção.

No setor de politrauma, que é aporta de entrada do Walfredo Gur-gel para os casos de urgência e emer-gência, e que não deveria ficar ne-nhum paciente, quatro pacientes es-tavam entubados, quando deveriamestar em uma Unidade de Terapia In-tensiva (UTI). A situação que cha-mou a atenção dos profissionais éque dois pacientes dividiam o

mesmo monitor, equipamento quealém de medir a freqüência cardía-ca, mede a quantidade de oxigênioque o paciente recebe.

A enfermeira Ruira Pinheiroexplica que a situação é complica-da, pois não tem condições de ava-liar os sinais vitais do pacientes."A situação está complicada, poistanto a falta quanto o excesso deoxigênio pode ser prejudicial aopaciente. Além disso, é apenas umenfermeiro para tomar de conta deuma UTI improvisada, da enfer-maria espalhada pelos corredorese pelo setor de politrauma", desa-bafou a profissional.

Na urgência pediátrica, seiscrianças aguardam, algumas hámais de 20 dias, por uma cirurgiaortopédica. No corredor do CentroCirúrgico, que não devia ter ne-nhum paciente, nove macas esta-vam de forma inadequada. Uma si-tuação inusitada chamou a atençãono CRO do Walfredo Gurgel. O es-tudante Jeferson Diego RodriguesRocha, sofreu um acidente de motono domingo e, como a maca queestá não tem suspensão superior,os profissionais improvisaram comuma tampa de lixo para levantar amaca do paciente. "Isso é uma ver-gonha. Quem vem pra cá, a ten-dência é piorar ainda mais. Estoudestruído. No CRO, onde deveriamter apenas 10 leitos, há 9 pacientesnos leitos e 9 em macas, oito acimado recomendado.

Adiretora geral do Hospital, Fá-

tima Pinheiro, disse, durante a visi-ta, que administrar o Walfredo Gur-gel "é pior do que uma bomba-re-lógio prestes a explodir". Hoje, 92pacientes estavam nos corredores emais de 60 esperando cirurgia orto-pédica. Apesar das dificuldades, a di-retora espera que as ações planeja-das pelo plano de enfrentamentopossam sair do papel. "Por isso queainda estou aqui. Se não acreditas-se já teria saído e a situação piorouainda mais porque o Município deNatal parou com o atendimento demédia e alta complexidade", desta-cou Fátima Pinheiro.

O presidente do Cremern, Jean-carlos Cavalcanti que na próximasegunda-feira (17) vai se reunir como Conselho Estadual dos DireitosHumanos, Conselho Estadual dosDireitos da Criança e do Adolescen-te e dos Direitos do Idoso para dis-cutir a situação. Jeancarlos consi-derou a situação dos pacientes daortopedia a mais grave.

O presidente da Comissão dosDireitos Humanos, Marcos Dionízio,disse que durante a visita verificouviolação dos direitos humanos em re-lação aos pacientes internados noscorredores e dos funcionários que tra-balham sem as mínimas condições.Ele conta que o que mais chamou aatenção foi a rebelião dos pacientesque esperam por uma cirurgia eleti-va. "Queremos contribuir para fazercom que o Walfredo possa ser o pro-vedor e salvador de vida e queremosajudar nesse dialogo", afirmou.

"De tudo o que foi visto no Wal-fredo Gurgel podemos destacar asUTIs improvisadas em locais im-próprios, o compartilhamento deequipamentos e quantidade de crian-ças, adolescentes e idosos que espe-ram uma cirurgia ortopédica. É umaviolação da violação", disse.

DEOCLÉCIO MARQUESAsituação no Hospital Regional

Deoclécio Marques de Lucena, emParnamirim, continua caótica.Ontem, das oito cirurgias ortopédi-cas previstas, apenas uma foi reali-zada por falta de macas e de roupaspara os profissionais do centro cirúr-

gico. Hoje, das oito cirurgias mar-cadas, apenas quatro estavam ga-rantidas, pois a lavanderia Sol, ape-sar de não ter recebido o pagamen-to do Governo do Estado, disponi-bilizou 10 conjuntos de roupas,quando o necessário seria 20. Hoje,pela manhã, 81 pacientes estavam àespera de cirurgias ortopédicas,sendo que 21 espalhadas pelos cor-redores, em macas e cadeiras derodas, 15 na observação improvisa-da e o restante, 45 nas enfermarias.Além disso, o ambulatório ortopé-dico estava repleto de pacientes

O coordenador da Ortopedia doRN, o ortopedista Jean Walber, ex-

plicou que todas as cinco macas docentro cirúrgico estavam ocupadascom pacientes pós-operatório. Du-rante a manhã, Jean Walber agili-zou a alta dos pacientes e conseguiuliberar duas macas. "Para resolveressa situação precisamos que o Go-verno venha pra dentro dos hospi-tais para viver essa realidade. Aquantidade de macas que temos é su-ficiente para fazer rodar o centro ci-rúrgico, mas como a demanda égrande a situação complica", disse.Dos 26 pacientes que foram trans-feridos semana passada do Walfre-do Gurgel para o Deoclécio apenas6 fizeram cirurgias.

Fotos: Maurício Cuca

Maurício Cuca

Com a maca quebrada, funcionários improvisaram uma tampa de lixo para suspendê-la. Hoje, 92 pacientes estavam nos corredores e mais de 60 esperando cirurgia

Nesta manhã, dois pacientes dividiam mesmo monitor que mede frequência cardíaca e quantidade de oxigênio recebida

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Quarta-feira O Jornal de HOJE 7Natal, 12 de setembro de 2012Economia

MARCOS AURÉLIO DE SÁ [email protected]

HOJE na Economia

Quinze empresas do RN presentes na "Rio Oil & Gas Expo and Conference"n Com apoio do Sebrae do Rio Grande do Norte,15 empresas do Estado que atuam no ramo pe-trolífero estarão participando no período de 17a 20 deste mês, no Rio de Janeiro, da "Rio Oil& Gas Expo and Conference", considerada amaior feira do segmento na América Latina.n Além de poderem fazer contatos diretos comgrandes contratantes nacionais e estrangeiros deprodutos e serviços e se atualizar a respeito detecnologias, os empresários potiguares aindaterão chance mostrar do que são capazes e tomarparte de uma rodada de negócios promovida pelaOrganização Nacional da Indústria do Petróleo(Onip), quando poderão fechar contratos que ga-rantirão o faturamento de suas empresas pelospróximos meses.n A comitiva do Rio Grande do Norte na "RioOil & Gas" será composta pelas empresas M. M.Parafusos, F. I. Cunha, Engepetrol, Mafram, Edi-tel, ALC, Conpet, Geopetro, Vipetro, Tecnopetro,Classiguia, Conel, Centec, Sertel e Brindes Max-well - a maioria com endereço na cidade de Mos-soró e todas integrantes da Redepetro-RN.n Também estarão na feira representantes doSebrae Estadual e do Instituto Federal de Edu-cação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande doNorte (IFRN).n Segundo o gestor do projeto da Cadeia Produ-tiva de Energia, Petróleo e Gás Natural no Sebrae-RN, Edilton Cavalcante, as empresas integrantesda comitiva receberam convite do Consulado Bri-tânico no Rio de Janeiro para visitarem o estan-de do Reino Unido dentro da "Rio Oil & Gas".n O grupo de empresários potiguares viajará nopróximo domingo.

Concurso leiteiro e degustação de queijos de cabra no distrito de Arenãn Com apoio da Emater-RN (Instituto de Assis-tência Técnica e Extensão Rural) será realizadoneste final de semana - de sexta-feira a domin-

go - no distrito de Arenã, município de São Josédo Mipibu, o III Torneiro de Cabras Leiteirasdo Litoral Agreste.n No sábado, a partir das 15;00 horas, a agrô-noma e culinarista Neide Alcântara e o nutricio-nista José Alves, ambos extensionistas da Ema-ter-RN, coordenarão uma degustação de queijosproduzidos a partir do leite de cabra.n Os caprinocultores da região vêm recebendoassistência técnica na fabricação de queijos so-fisticados, condimentados à base de ervas finas,pimenta calabresa, orégano, alho desidratado,azeitonas e amêndoas, além do queijo tipo fres-cal, requeijão, ricota e bursin (tipo cremoso emais macio que a ricota), produtos que agoraserão apresentados ao público.n O torneio leiteiro do Arenã, que já é reconhe-cido como um dos maiores e mais tradicionaisdo Estado, é promovido pela Associação de Cria-dores de Cabras Leiteiras do Litoral e AgrestePotiguar (Aclap), conta com apoio das prefeitu-ras de São José de Mipibu, Lagoa de Pedras eSerrinha, bem como da Secretaria Estadual daAgricultura. n Segundo o presidente da Aclap, Luiz CarlosCorreia Dantas, a expectativa do evento é reu-nir durante os três dias mais de quatro mil pes-soas. No ano passado participaram do torneioleiteiro 63 cabras e, este ano, serão mais de 80animais.n Há 15 anos a região Litoral Agreste é consi-derada a maior produtora do leite caprino doRN. Luiz Carlos Dantas contabiliza que este ano,de janeiro a setembro, já foram produzidos 192mil litros para o Programa do Leite do Governodo Estado, beneficiados através da Apasa de An-gicos, isto fora o leite de cabra que é direciona-do para a fabricação de queijos.n Ressalta ainda o presidente da Aclap que nomomento a prioridade da associação é construiruma queijaria no distrito do Arenã, para o quejá conta com a doação de um terreno pela Pre-feitura de São José do Mipibu.

Empresa especializada naguarda física de documentosn Após realizar uma pesquisade mercado que constatou a ca-rência de empresas prestado-ras de serviço especializadasna guarda e conservação de do-cumentos na grande Natal, aAutentique resolveu investir nosetor e passou a oferecer as me-lhores soluções na área de ges-tão documental.n Sediada em Parnamirim, elahoje atende uma expressivaclientela, formada basicamen-te por grandes organizações pri-vadas obrigadas por lei a man-ter em arquivos físicos, por lon-gos espaços de tempo, todos osdocumentos fiscais e contábeisresultantes de seus negócios.n Convencendo a clientela deque é mais seguro, mais práti-

co e mais barato confiar o ser-viço de guarda, gerenciamen-to, controle e custódia dessadocumentação a uma empresaespecializada, a Autentique estásempre conseguindo aumentaro seu raio de ação, a ponto dejá ter passado por ampliaçãode suas instalações, mantidassob vigilância 24 horas e rigo-rosamente protegidas contra in-cêndios e outros riscos.

Aeroclube do RN forma25 comissários de bordon Ocorreu ontem a solenidadede entrega de diplomas àTurma 2012.2 de Comissáriosde Bordo, integrada por 25 for-mandos que concluíram o cursooferecido pelo Aeroclube doRio Grande do Norte.n Atuando há nove anos napreparação de pessoal de apoiopara as companhias de avia-ção, até hoje o Aeroclube po-tiguar já formou cerca de 350comissários(as) de bordo, amaioria contratada pelas prin-cipais empresas aéreas brasi-leiras e muitos deles(as) traba-lhando em companhias inter-nacionais.n Na Turma 2012.2, a alunalaureada foi Sofia MargaridaBarata. A solenidade de forma-tura contou com a participaçãodos professores, da coordena-

dora do curso, Renata Diniz, edos diretores do Aeroclube doRN Fábio Macedo, Ney Men-des e Luís Fidelis.n O próximo curso, com mais25 alunos, terá início dia pri-meiro de outubro próximo eas inscrições de candidatosainda estão abertas. Maioresinformações podem ser obti-das pelo telefone 84 3211-1480ou pela internet ([email protected]).

Creci-RN recebe eventoda imobiliária RE/Maxn Será amanhã, às 18:30 horas,no auditório do Conselho Re-gional de Engenharia (Creci-RN) o evento de premiação tri-mestral dos corretores imobiliá-rios vinculados às franquias dogrupo RE/Max em Natal, quemais se destacaram em volu-me de vendas no período.n Na oportunidade, os diver-sos franqueado da rede interna-cional RE/Max no Rio Grandedo Norte apresentarão aos in-teressados a filosofia da em-presa e os diferenciais que elaoferece ao mercado imobiliárionas cidades onde atua.n Presente em 80 países, aRE/Max comemora este mês oseu segundo ano de presençana grande Natal, onde já pos-sui 16 franquias.

Redução da tarifa de energiavai afetar arrecadação de ICMSRN NÃO PODER ABRIR MÃO DE UM CENTAVO DO TRIBUTO

MARCELO HOLLANDA

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O Rio Grande do Norte, a exem-plo dos demais estados brasileiros,não pode nem pensar em reduzir acobrança de ICMS sobre a tarifa deenergia elétrica, que é hoje de 25%.A Secretaria Estadual de Tributa-ção (SET) aguarda os desdobra-mentos da medida, que começa a vi-gorar a partir de cinco de fevereirodo ano que vem, para se pronunciar.

Hoje, o secretário José Airton daSilva, evitou fazer comentários. Amedida prevê uma redução de16,2% para as contas residências eaté 28% para grandes indústrias. Osporcentuais médios podem ficaracima ou abaixo disso.

Esta semana, um grupo de téc-nicos da Cosern participou em Bra-sília de um workshop para conhe-cer melhor o escopo das medidasque terão como finalidade reduzir ainflação e aumentar a competitivi-dade da economia.

Mas para o auditor fiscal Fran-cisco Hermeneluce, coordenadorde fiscalização da Secretaria Esta-

dual de Tributação, "tem muitaágua para correr debaixo dessaponte". Segundo ele, é preciso, emprimeiro lugar, saber como o Go-verno pretende operacionalizar essamedida e se vai haver alteração dabase de cálculo do imposto. "Outracoisa é saber se haverá compensa-ções para os estados", insistiu. Paraele, porém, uma coisa é certa: "ORN não pode renunciar a um cen-tavo desse tributo".

Assim como o Cofins (Contri-buição para o Financiamento da Se-guridade Social), o ICMS incidesobre determinada base que será re-duzida pela medida oficial. Sabe-seque para os consumidores residen-ciais, deixará de ser cobrada a Re-serva Global de Reversão (RGR), aConta de Consumo de Combustíveis(CCC) e 75% da Conta de Desen-volvimento Energético (CDE). ARGR será eliminada também paraas distribuidoras, para os novos em-preendimentos de transmissão e paraas concessões prorrogadas, mas serámantida para os empreendimentosde geração e transmissão em ope-ração e em implantação.

Francisco Hermeneluce criticoua forma com que anúncios como oda redução das tarifas de energiasão feitas pelo governo, sem um de-talhamento muito claro dos impac-tos. Ele lembrou a redução do IPI,que beneficiou a indústria automo-bilística com fábricas instaladas emSão Paulo e Minas, mas que nãotrouxe nenhuma vantagem econô-mica para estados consumidores,como é o caso do Rio Grande doNorte.

Hoje, do custo médio total da ta-rifa de energia elétrica, cerca de45% são referentes a encargos, taxase tributos. O Brasil paga 143% amais pela energia do que os outrospaíses que compõem os BRICs(Rússia, Índia e China).

Aexpectativa da CNI é que essamedida estruturante venha acom-panhada de ações destinadas a au-mentar a participação do setor pri-vado na ampliação e modernizaçãoda infraestrutura, sobretudo no setorde portos, e a aperfeiçoar o sistemade arrecadação de impostos, dimi-nuindo a acumulação de créditostributários.

A juíza convocada WelmaMaria Ferreira de Menezes re-vogou a decisão do Juízo de 1ºgrau, que suspendeu a licençade instalação do Parque EólicoRei dos Ventos I, em Galinhos,e as obras para instalação da-quele parque eólico, até o efe-tivo julgamento do mérito daação, vedando qualquer outraintervenção na área sob penade multa diária no valor deR$100 mil.

A licença de instalação foisuspensa depois que o Ministé-rio Público Estadual entrou comAção Civil Pública alegandoque a usina está sendo construí-da em Área de Preservação Per-manente (APP), referindo-se às

dunas de Galinhos. Para os pro-motores, a obra só seria possí-vel no local caso existisse umanecessidade emergencial ou im-possibilidade instalação emoutro local.

A Juíza sustentou, ao contrá-rio do que argumenta o MP, quea exploração da energia eólicaé atividade de baixo impactoambiental, não havendo impe-dimento para sua instalação emárea de dunas. Ela citou a expe-riência no Estado do Ceará,onde a instalação de parques eó-licos ocorreu em área de dunas,já sendo uma realidade. Para amagistrada, foram preenchidostodos os requisitos legais parao licenciamento prévio, uma vez

que, diante do baixo impactoambiental, bastaria apenas aapresentação do Relatório Am-biental Simplificado - RAS.

O Rei dos Ventos I engloba35 aerogeradores. Quando co-meçou o debate sobre a área deinstalação do projeto, o Con-sórcio Brasventos ofereceu a al-ternativa de realocamento paracinco equipamentos mais próxi-mos da comunidade Galos, masa prefeitura e associações domunicípio não concordaram. Se-gundo secretária de Turismo deGalinhos segundo a dizer naocasião, a população não seriacontraria aos parques eólicos,mas especificamente à locali-zação do Rei dos Ventos I.

Revogada a suspensão deparque eólico em Galinhos

> ENERGIA DOS VENTOS

Wellington Rocha

Divulgação

Atualmente, do custo médio total da tarifa de energia elétrica, cerca de 45% são referentes a encargos, taxas e tributos

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Quarta-feira8 O Jornal de HOJE Natal, 12 de setembro de 2012

C M Y K

Cidade

O Departamento de Estradasde Rodagem do Estado do RioGrande do Norte (DER) estabele-ceu a criação de um Conselho Ad-ministrativo de Meia Passagem,que deverá, a princípio, fiscalizaras ações de concessão de benefícioda meia passagem estudantil. OConselho foi criado a partir da Por-taria nº 0089, publicada no DiárioOficial do Estado (DOE) na últimaquinta-feira.

De acordo com o diretor geraldo DRE Demétrio Torres, uma de-terminação judicial encaminhada nodia 29 de agosto, sob a ordem dajuíza Patrícia Gondim Moreira Pe-reira, da 1ª Vara da Fazenda Públi-ca de Natal, determinou a criaçãodo Conselho. "Essa administraçãocumpre com tudo que é mandadopela Justiça. Recebemos a ordem ecriamos", disse Demétrio, esclare-cendo que ainda não tem conheci-mento de como será o funcionamen-to do Conselho Administrativo.

Perguntado sobre o objetivo doConselho e de como serão procedi-das as primeiras reuniões para ava-

liação do benefício dos estudantes,o diretor do DRE disse que tam-bém não sabe informar. "A ordemjudicial foi passada para o nossosetor jurídico, que oficializou a cria-ção do Conselho Administrativo deMeia Passagem. Agora é esperar aescolha dos representantes de cadacategoria e ver o que será feito",afirmou.

ATRASO NA FISCALIZAÇÃODe acordo com a norma, o pre-

ceito da constituição do Conselhoparte da necessidade de manter osdireitos dos estudantes e usuáriosdos serviços de transporte coletivoe rodoviário. Entretanto, a objeti-vidade de sua criação se arrasta háanos, desde a edição do decreto es-tadual de nº 16.577, estabelecidono dia 13 de dezembro de 2002.

Conforme texto que esclareceesse decreto estadual, a administra-ção da concessão do benefício dameia passagem deve ser fiscaliza-da pelo Conselho Administrativoda Meia Passagem, "o qual deveráser criado no prazo de quinze dias"

(Art. 3º §1 do decreto nº 16.577). A respeito do atraso de quase

dez anos para a criação e formaçãodo Conselho, Demétrio disse quesua gestão "não pode ser responsa-bilizada". O diretor informou que as-sumiu a direção do DRE em janei-ro de 2011 e só teve "conhecimen-to da ordem recentemente".

Presidido pelo DER, o Conse-lho Administrativo deverá incluirrepresentantes do Sindicato das Em-presas de Transportes e Passagei-ros (Setrans), Sindicato dos Permis-sionários de Transporte Opcionaldo RN (Sitoparn), Associação Po-tiguar Secundarista (APES) e UniãoNacional dos Estudantes (UNE).

O presidente do Sitoparn, Ni-valdo Andrade, disse que o Sindi-cato dos Permissionários ainda nãodefendeu uma linha própria de de-fesa para trabalhar os direitos dapopulação junto ao Conselho."Nossa função é atender os anseiosdos usuários de transportes públicos.Vamos trabalhar com conjunto parabeneficiar não só os estudantes, mastoda a população", disse. Diretor geral do DER, Demétrio Torres, diz ter cumprido apenas decisão judicial e desconhecer objetivos do Conselho

> MEIA PASSAGEM

DER cria Conselho Administrativo de Meia Passagem por ordem judicial

CAROLINA SOUZA

[email protected]

Após a revogação do aumentoda tarifa de passagem de ônibus emNatal, aprovada pela Câmara Mu-nicipal de Natal (CMN) na últimaquinta-feira (6), o Sindicato das Em-presas de Transportes Urbanos deNatal (Seturn) entrou com manda-do de segurança para sustar a deci-são da Câmara e fazer com que a ta-rifa do transporte público volte aser de R$2,40.

O mandado foi impetrado noferiado do dia 7 de setembro - umdia após a revogação - e o juiz Air-ton Pinheiro, titular da 5ª Vara da Fa-zendo Pública, deu uma prazo detrês dias para que a mesa diretora daCâmara manifeste-se a cerca daação. De acordo com a assessoria dovereador Edivan Martins, presiden-te da Câmara de Vereadores, a CasaLegislativa ainda não recebeu ne-nhuma notificação do mandado.

O valor das passagens havia au-mentado de R$ 2,20 para R$ 2,40no último dia 28 de agosto, masdiante do clamor popular em que

centenas de estudantes protestaramnas ruas contra o aumento, os ve-readores revogaram o decreto queinstituiu o reajuste. A Prefeitura sepronunciou a respeito da revoga-ção em um comunicado destinadoà população da cidade, afirmando la-mentar o ato dos vereadores, pois,de acordo com a prefeita Micarla deSousa, o aumento é legal.

No comunicado, a chefe do Exe-cutivo justificou o aumento alegan-do a necessidade para evitar o "de-sequilíbrio econômico-financeiro dasempresas permissionárias", levandoem conta também "dois reajustes sa-lariais da categoria dos rodoviáriose do aumento dos insumos que com-põem a planilha tarifária".

Nas alegações do pedido demandado de segurança, o Seturndiz que a majoração tributária dapassagem de ônibus transcorreu 17meses depois do último reajustepara a categoria, que fora concedi-do em janeiro de 2011. De acordocom informações passadas pela di-retoria de comunicação do Sindi-cato, neste período ocorreram doisaumentos salariais dos trabalhado-

res rodoviários, um aumento novalor do salário mínimo e dois au-mentos do valor do óleo diesel, prin-cipal insumo do transporte coletivo.

Para o vereador Ney Lopes Jr.,relator do projeto que revogou oreajuste da tarifa, o Seturn tem di-reito de recorrer à decisão. "Res-peito a posição dos empresários emrecorrer ao projeto aprovado, masacredito no bom senso da Justiçaem concordar com a Câmara e per-manecer com a decisão para bene-ficiar a população", disse.

Enquanto não sai um parecersobre o julgamento do mérito, o di-retor de comunicação do Seturn,Augusto Maranhão, disse que asempresas vão tentar uma audiênciano Ministério Público para infor-mar sobre a situação de dificulda-des financeiras que a categoria estápassando, em virtude do não ali-nhamento da tarifa do sistema detransporte coletivo de Natal. Ostécnicos da Seturn e da SecretariaMunicipal de Mobilidade Urbana(Semob) irão se reunir hoje paradiscutir um realinhamento das li-nhas sobrepostas.

Empresários apresentamjustificativas para quetarifa volte a ser R$ 2,40JUSTIÇA DEU 72 HORAS PARA QUE CMN SE MANIFESTE

> EM GREVE

Policiais federais realizamprotesto no Morro do Careca

Na manhã de hoje, policiaisfederais realizaram uma mobili-zação no Morro do Careca. O atoteve por objetivo principal de-monstrar o apreço da categoriapelo Rio Grande do Norte e cons-cientizar a população de que aparalisação não tem como intui-to prejudicá-la.

Para Odilon Benício, presi-dente do Sindicato dos Servido-res do Departamento de PolíciaFederal no RN (Sinpef-RN), ofoi de extrema importância pordemonstrar a atenção não apenasdos policiais federais do Estado." Temos aqui nessa mobilizaçãopoliciais de diversos Estados doBrasil, que trabalham aqui, e queamam e respeitam nossa cidade.Eles também estão demonstran-do todo apreço que tem por Natale seu povo que precisa dos ser-viços prestados pela PF", disseOdilon.

Cerca de 50 policiais se fize-ram presentes, iniciando uma ca-minhada pela beira da praia car-regando faixas com dizeres como

" O Brasil precisa da Polícia Fe-deral. A Polícia Federal precisa derespeito. Reestruturação já!".Chegando ao pé do Morro doCareca, estenderam um grandelençol preto em protesto, decla-mando palavras de ordem e can-tando o hino da PF.

Em greve desde o dia 7 deagosto, os agentes, escrivães e pa-piloscopistas da Polícia Federalreivindicam a reestruturação sa-larial e de carreira, uma vez quesão concursados de nível superiormas recebem salários compatí-veis ao nível médio. A categorianão aceita que apenas os delega-dos tenham piso de nível superior.

O Governo Federal encerrousuas negociações com os grevis-tas, mas a categoria permanecelutando. De acordo com o presi-dente Sinpef-RN, Odilon Bení-cio, quanto mais o Governo semantiver irredutível, maior será aluta dos servidores. " Não estamoslutando por aumento salarial, es-tamos apenas reivindicando umdireito que nos é garantido por

Lei há 16 anos. Uma vez queprestamos concurso e exercemosfunções de nível superior, deve-mos ganhar como tal. É simples.O governo nos colocou em greve,e agora terá que tirar", afirmou.

A categoria, que negocia hámais de 900 dias com o Gover-no Federal a reestruturação dacarreira e a reestruturação da ta-bela salarial, tem realizado diver-sas mobilizações em todo o país.Só na manhã de hoje, mobiliza-ções em pontos turísticos de di-versas cidades foram realizadas,e em Brasília a Federação Nacio-nal dos Policiais Federais (Fena-pef) se reúne com os represen-tantes do Conselho Nacional dePolícia juntamente com os 27superintendentes da Polícia Fe-deral, para apresentar oficialmen-te as propostas de reestruturaçãosalarial e reestruturação da carrei-ra de agentes, escrivães e papilos-copistas. Além da apresentação,a categoria irá avaliar a greve edefinir os próximos passos domovimento.

Aumento da tarifa foi revogado na última 5a feira. No dia seguinte, o Seturn impetrou mandado de segurança para sustar decisão

Herácles Dantas

Maurício Cuca

Arquivo

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Quarta-feira O Jornal de HOJE 9Natal, 12 de setembro de 2012

C M Y K

Cidade

Após vistoria realizada no RioPitimbu pelo Ministério Público etécnicos da Companhia de Águase Esgotos do Rio Grande do Norte(Caern), na última quinta-feira, a45ª Promotoria de Justiça de Defe-sa do Meio Ambiente constatou agravidade do assoreamento do rionos arredores de um condomínioem construção próximo a BR-101.

De acordo com o relatório pu-blicado pelo MP na última segun-da-feira, a Caern relatou a preocu-pação com a diminuição do volu-me de água e a quantidade de se-dimentos carregados pelo Rio Pi-timbu até a Lagoa do Jiqui, origemde mais de 30% do abastecimentode água da população de Natal.

Segundo a Promotora de Justi-ça de Defesa do Meio Ambiente,Gilka da Mata, o órgão vem rece-bendo constantes reclamações dapopulação sobre a falta de água emdiversas regiões de Natal. "A Caerntambém nos informou que o abas-tecimento de água está sendo pre-judicado. Por isso resolvemos rea-lizar a vistoria para constatar osproblemas relatados", disse.

O trecho visitado demonstraum intenso processo erosivo queaumenta a quantidade de sedimen-tos no Rio Pitimbu, dificultando eencarecendo o sistema de abaste-cimento de água para a populaçãode Natal. "Existe uma lei estadualque protege a área entorno do RioPitimbu e ações nossas estão tra-mitando na Justiça visando a me-lhoria do abastecimento de água.Mas, conforme observado, o De-partamento Nacional de Infraes-trutura de Transportes (Dnit) e aconstrutora do condomínio são osresponsáveis pelos danos", afir-mou a promotora.

Em novembro de 2006, o Mi-nistério Público ajuizou uma açãocivil pública na Comarca de Parna-

mirim chamando a atenção para adegradação e o assoreamento doRio Pitimbu, em decorrência daconstrução do Condomínio BuenaVista, que fica nas proximidadesda área e que foi desmatada a ter-raplanada. Atualmente, as obras doCondomínio estão paralisadas, maso processo ainda não foi concluídoe está no Tribunal de Justiça paraapreciação.

As vistorias e fotografias reali-zadas pelo MPRN desde 2006 de-monstram que a degradação da áreae do rio só aumentou. Durante pe-rícia realizada pelo Instituto Brasi-leiro de Meio Ambiente e dos Re-cursos Minerais Renováveis(Ibama), os peritos correlaciona-ram as obras de implantação doCondomínio Buena Vista com a de-gradação observada na área de pro-teção ambiental do Rio Pitimbu.

sEm 2010, o Tribunal de Con-tas da União (TCU) encaminhouao Ministério Público o acórdãoque apurou a responsabilidade pelosdanos ao erário decorrentes dos pro-blemas de drenagem ocorridos naBR 101. O acórdão, que foi julga-do em novembro de 2012, definiuque a responsabilidade pelos danosno local deve estender-se, no míni-mo, ao Dnit e à empresa responsá-vel pelo Condomínio Buena Vista.

O TCU remeteu cópia do Acór-dão ao Dnit, à Advocacia Geral daUnião e ao Ministério Público doEstado do Rio Grande do Norte. Aresponsabilidade do DNIT estásendo avaliada pelo Ministério Pú-blico Federal.

A reportagem de O Jornal deHoje entrou em contato com oDnit, por meio da assessoria deimprensa, na manhã de ontem. Noentanto, até o fechamento destaedição, por volta das 13h, nenhu-ma resposta havia sido dado a estevespertino.

Assoreamento doPitimbu prejudicaabastecimento deágua na capitalMP E TÉCNICOS DA CAERN CONSTATAMGRAVIDADE EM TRECHO PRÓXIMO A BR-101

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Processo erosivo aumenta quantidade de sedimentos no Rio Pitimbu, dificultando o sistema de abastecimento de água para a população de Natal

O diretor geral do Institutode Desenvolvimento Sustentá-vel e Meio Ambiente do RioGrande do Norte (Idema), Gus-tavo Szilagyi, acompanhadopelo Gerente de Meio Ambien-te da Prefeitura de Mossoró,Mairton França, estiveram reu-nidos nesta terça-feira (11/09),em Brasília, com o Diretor doDepartamento de Combate àDesertificação do Ministério doMeio Ambiente (MMA), Fran-cisco Campello, tratando de pro-jetos voltados ao combate e mi-tigação dos efeitos da desertifi-cação no RN, bem como da for-mulação de um termo de coo-peração técnica entre Idema eMMA para a promoção e divul-gação do bioma da caatinga noestado potiguar.

Atualmente, o Rio Grandedo Norte, por meio do Idema,vem trabalhando no sentido de

ampliar as áreas de caatinga pre-servadas por meio da instituiçãode novas unidades de conser-vação ambiental, e que viseminclusive a recuperação de áreasdegradadas e em processo dedesertificação neste importantebioma brasileiro.

Durante o encontro tambémfoi discutida a realização do 1ºSeminário Nacional de Produ-tos não Madeireiros, ação doMMA que o Governo do Esta-do, através do Idema, quer tra-zer para o RN. O evento, semdata definida, deverá acontecerno município de Mossoró. Naocasião, o Idema pretende lan-çar uma publicação sobre o usoda Biomassa Florestal da Caa-tinga como fonte energética nonordeste e associado a projetosde manejo florestal - que seráexecutado pelo órgão ambien-tal em parceria com o MMA.

Idema e Gerência Ambientalde Mossoró buscam apoio doMinistério do Meio Ambiente

> COMBATE À DESERTIFICAÇÃO

Para promotora Gilka da Mata, Dnit e construtora seriam responsáveis pelos danos

José Aldenir

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Quarta-feira10 O Jornal de HOJE Natal, 12 de setembro de 2012 Cidade

Uma carga de cigarros e isquei-ros roubados por uma quadrilhafoi recuperada ontem, após umaoperação realizada por policiaiscivis da Delegacia Especializadaem Furtos e Roubos (Defur). Omaterial estava escondido em umgalpão na Rua Francisco PereiraNeves, nas proximidades do Par-que de Exposições Aristófanes Fer-nandes, em Parnamirim. Ninguémfoi preso.

A carga foi roubada de funcio-nários da empresa Souza Cruz, quefaziam o transporte do materialpara ser distribuído no comérciode Natal, por volta das 8h da manhãde ontem e foi localizada já no finalda tarde, após diligências dos agen-tes da Defur, que encaminharamtudo para a Delegacia Especiali-zada na Defesa da Propriedade deVeículos e Cargas (Deprov).

Segundo o delegado da De-prov, Gutemberg Leite, três ho-mens não identificados são apon-tados como os autores do roubo,entretanto, eles conseguiram fugirdo cerco policial montado ao redordo galpão. Ele explicou que a De-prov entrou no caso após a infor-mação de que os ladrões estavamusando uma Kombi também rou-bada no início do mês, na zonaNorte de Natal.

O veículo pertencia a um mer-cadinho localizado no bairro doVale Dourado e era usado para otransporte de mercadorias e declientes que faziam suas comprasno estabelecimento comercial. Deacordo com informações da De-prov, a Kombi foi tomada de assal-to por um homem armado com re-vólver quando fazia um serviço deentrega para uma cliente, no últi-

mo dia 4. Ontem, após ter sido encontra-

da no galpão usado pelos bandidospara esconder a carga roubada, ospoliciais civis da Deprov e Defurconstataram que o veículo tinhatido as placas adulteradas, para quenão fosse identificado e localizadofacilmente pela polícia, em caso defiscalizações de trânsito.

O delegado da Deprov explicouque após a localização, pessoas quemoram nas proximidades do pré-dio revelaram que o local era guar-dado por três homens, não identi-ficados, que conseguiram fugirantes da abordagem policial. Elesteriam sido vistos pulando os murosentres as residências e imóveis daárea.

Com essas informações, os po-liciais iniciaram diligências emtodas as ruas e imóveis próximos

ao galpão, para tentar identificar eprender os acusados, no entanto,não obtiveram sucesso. Ao revis-tarem o local, encontraram apenasum homem, que aparentava estarsob o efeito de entorpecentes.

O suspeito foi levado para adelegacia para prestar esclareci-mentos sobre a presença da cargae do veículo roubado, que foram lo-calizados no galpão. Ele ainda foiapresentado ao dono da Kombi eaos funcionários da Souza Cruz,que foram assaltados no início damanhã de ontem, mas nenhumdeles o reconheceu.

Após o depoimento, ele foi li-berado por falta de provas. A Po-lícia Civil, em parceria com a Mi-litar, continuou as diligências emtoda a região, mas até a manhã dehoje, não havia localizado os acu-sados.

> EM PARNAMIRIM

Defur recupera carga roubada escondida em galpão

CAMINHÃO CARREGADO FOI ROUBADO HOJE, NA CIDADE DE PARAZINHO

ALESSANDRA BERNARDO

REPÓRTER

Três homens foram presos emflagrante, acusados de roubar umcaminhão carregado com fios decobre no município de Parazinho, noAgreste Potiguar, na manhã de hoje.A carga estava avaliada em mais deR$ 20 mil e foi tomada de assaltodurante a madrugada. Com os acu-sados, homens do Pelotão de Des-tacamento da Polícia Militar em Ex-tremoz encontraram uma espingar-da calibre 12 e quatro aparelhos ce-lulares, além de oito munições.

Segundo o comandante do Pe-lotão, tenente Isaac Leão, outrosdois bandidos conseguiram fugirapós o cerco policial, que foi mon-tado por volta das 7 horas de hoje.Ele explicou que o grupo crimino-so, formado por cinco homens,tomou o caminhão carregado defios de cobre durante um assalto equando trafegavam pela BR-101Norte, foram flagrados por umaguarnição.

"Eles passaram com o cami-nhão ao lado de uma viatura e, ao

avistarem os agentes da lei, ficaramassustados e nervosos, atraindo aatenção dos policiais militares queestavam em uma fiscalização derotina. Eles não atenderam a ordemde parada dada pelos militares eaceleraram o veículo, para fugirem,o que deu início à perseguição",explicou.

O tenente disse que os policiaismilitares que estavam na viaturadesconfiaram das atitudes suspei-tas dos homens e passaram a per-seguir o veículo, até que o motoris-ta do caminhão perdeu o controledo caminhão e acabou subindo nocanteiro da rodovia. Eles descerame já começaram a atirar contra osmilitares e correram para dentro deum extenso matagal existente àsmargens da rodovia.

Os policiais do Pelotão de Ex-tremoz perseguiram os acusadosdentro do matagal e após váriosminutos, conseguiram alcançar eprender três homens, identificadoscomo Eduardo Pacheco Vitor, 30anos; João Bosco de Brito, 36 eRafael de Oliveira Morais, 23 anos.Eles foram levados para a delega-

cia do município, onde foram au-tuados em flagrante por roubo decarga. Já os outros dois bandidosconseguiram escapar.

"Conseguimos prender três, doscinco bandidos e também recupe-rar toda a carga de fios de cobreque eles haviam tomado duranteum assalto no município de Para-zinho. O caminhão e a carga, ava-liada em mais de R$ 20 mil, deveser entregue ao seu proprietário embreve", explicou o tenente Leão.

As diligências continuam emtoda a região por onde os dois acu-sados se embrenharam e, segundoo tenente Leão, a prisão dos ho-mens é uma questão de tempo. Fe-lizmente, nenhum policial militarficou ferido durante a troca de tiroscom os acusados, que são aponta-dos ainda como autores de outrosroubos semelhantes, em várias ci-dades do Rio Grande do Norte.

LADRÕES TRABALHAVAMCOM TELEFONIA

Dois dos três homens presos namanhã de hoje trabalham em em-presas terceirizadas que prestam

serviços para telefonia, segundo otenente Isaac Leão. Ele disse quealém dos fios de cobre, o caminhãoroubado, de placas NNU-5654/RN,transportava também uma pequenacarga de produtos usados por em-presas de telefonia e que todo omaterial já tinha destinação certa.

"Eles trabalhavam com isso esabiam que o material é valioso,por isso, acreditamos que todo oroubo foi premeditado e que eles játinham as pessoas certas para ven-der essa carga. Os fios são usadostambém para energia eólica e todaa carga vale mais de R$ 20 mil.Agora, vamos continuar as buscaspara localizar e prender todos osintegrantes desta quadrilha", afir-mou o tenente Leão.

Ele disse que os bandidos con-fessaram que iriam esconder a cargaem uma granja na área rural do mu-nicípio de São Gonçalo do Amaran-te, na Região Metropolitana deNatal. De lá, iriam repassar o ma-terial para outras pessoas. "Tudoserá devidamente investigado e aquadrilha será punida pelos crimescometidos", falou.

Trio acusado de roubar fios é preso

Tenente Leão garante que diligências continuam, para tentar prender outros acusados

Wellington Rocha

Divulgação

Material, que seria distribuído em Natal, foi roubado de funcionários da Souza Cruz

Um homem morreu e três mo-tocicletas foram apreendidas duran-te uma operação feita pelo 3º Bata-lhão da Polícia Militar, nas proximi-dades da Ponte do Vigário, entre osmunicípios de Parnamirim e Macaí-ba. A ação, ocorrida ontem à noite,tinha o objetivo de prevenir e com-bater os constantes assaltos e assas-sinatos cometidos na Região Me-tropolitana de Natal. Outros cincobandidos conseguiram escapar docerco policial.

Segundo o comandante do 3ºBPM, tenente-coronel Jair Júnior, olocal, que fica no bairro de Passa-gem de Areia, é conhecido da polí-cia por ser rota de passagem e fugade criminosos que agem entre osdois municípios. Ontem, após vá-rias denúncias anônimas de morado-res próximos à área, a Polícia Mili-tar montou uma barreira na ponte econseguiu surpreender um grupocomposto por seis bandidos.

O comandante disse que, porvolta das 19h30, seis homens emtrês motocicletas passaram pelo locale após receber ordem de parada,para serem revistados, começarama atirar contra os policiais militaresque estavam no local. O fato desen-cadeou uma troca de tiros e, na oca-sião, um dos passageiros de umadas motocicletas foi atingido pelosdisparos de arma de fogo e caiu.

Os outros cinco homens, acua-dos pelos tiros, largaram as motoci-cletas e se embrenharam no mata-gal existente na área, sendo perse-guidos por vários minutos pelos po-liciais do 3º BPM. Enquanto isso, oacusado que ficou ferido no tiroteiofoi socorrido ainda com vida pelosmilitares e encaminhado para o Hos-pital Walfredo Gurgel, em Natal,mas não resistiu e morreu no meiodo caminho.

Com o acusado, que até a manhãde hoje não havia sido identificado,

os policiais encontraram um revól-ver calibre 38, que possivelmenteera usado nas abordagens às pes-soas e comerciantes locais duranteos vários assaltos atribuídos ao grupocriminoso. Ele não portava nenhumdocumento de identificação e seucorpo foi encaminhado para o Ins-tituto Técnico-Científico de Políciado Rio Grande do Norte (Itep), paraperícia.

"Recebemos várias denúnciassobre uma quadrilha de motoquei-ros que agiam praticando assaltos apessoas e estabelecimentos comer-ciais na região entre os municípiosde Parnamirim e Macaíba. Monta-mos a barreira policial e consegui-mos flagrar os integrantes do grupo,que ao nos avistarem, já começa-ram a atirar, obrigando os policiaisa revidarem os tiros para se defen-derem", explicou o comandante JairJúnior.

Ele disse também que as três

motocicletas apreendidas em poderdos criminosos foram encaminha-das para a Delegacia de Plantão dazona Sul, no bairro da Candelária,em Natal. Para o comandante, nãohá dúvidas de que os bandidos sur-preendidos ontem na barreira po-licial são mesmo responsáveispelos constantes assaltos e assas-sinatos na Região Metropolitanada Capital.

Jair Júnior afirmou que o próxi-mo passo será fazer o levantamen-to das placas das três motos apreen-didas com os bandidos, para iden-tificar se alguma delas passou poralgum tipo de modificação ou se ti-veram suas placas adulteradas paraa prática de crimes. Para ele, é pre-ciso investigar a origem dessas mo-tocicletas, já que elas podem ter sidoroubadas. Ele disse ainda que ne-nhum policial ficou ferido na trocade tiros.

"Esse local onde foi feita a bar-

reira é uma estrada carroçável, muitoesquisita, com intenso matagal ebastante conhecida da Polícia Mili-tar por ser rota de passagem e fugapara bandidos que estão se esconden-do após os crimes cometidos", afir-mou o tenente-coronel.

POLÍCIA PEDE AJUDAPARA LOCALIZAR E PRENDER BANDIDOS

O comandante do 3º BPM disseque a participação da sociedade foifundamental para que o grupo cri-minoso fosse surpreendido e queum de seus integrantes fosse retira-do das ruas. Apesar do fato dos acu-sados terem conseguido fugir docerco policial, ele acredita que aoperação foi proveitosa e que é ape-nas uma questão de dias até que oscinco bandidos sejam localizados epresos.

"Já sabíamos que o local é usadopelos criminosos, mas as denúncias

feitas pelos moradores foram essen-ciais para que fizéssemos o cerco econseguíssemos tirar pelo menosum deles das ruas. A nossa intençãoera prendê-los, mas ele acabou mor-rendo na troca de tiros. Agora, vamostrabalhar para conseguirmos locali-zar e prender os demais integrantesdo bando e garantir um pouco maisde segurança e tranquilidade para asociedade nos dois municípios", afir-mou.

Além do número 190 da PolíciaMilitar, as pessoas podem realizardenúncias também através do nú-mero 181, disque-denúncia gratui-to. "Além de não pagarem nada parafazer a ligação, não divulgamos onome de ninguém que nos procura,por sigilo profissional. Mas, mesmoassim, quem quiser e se sentir maisseguro, pode fazer sua denúncia anô-nima. Precisamos da colaboraçãode todos para garantir a segurança",esclareceu o tenente-coronel.

> NA PONTE DO VIGÁRIO

Suspeito troca tiro com policiais militares e morre

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Quarta-feira O Jornal de HOJE 11O Jornal de HOJE11Natal, 12 de setembro de 2012CidadeCidade

Sigamos. O destino é incerto, mas atingível. Por mais que seja repetitivo, nunca é de-mais lembrar da força decisiva que temos. Ao acordarmos, devemos agradecer a Deus pormais um dia e lutar para que as mazelas que nos são naturais não nos sufoquem e sejamcombatidas. Os fracos desistem no meio do caminho. Os fortes superam os obstáculos.

Na estrada da vida

ELEITORAO colunista já escreveu algu-

mas vezes, apesar de criticar fa-lhas na Prefeitura de Natal, queacredita ser a prefeita Micarla deSouza uma pessoa inteligente,mas essa atitude que ela tomou,dizendo que votará em CarlosEduardo é uma afronta ao bomsenso.

ELEITORA 2Micarla que me perdoe, mas

acredito que ela se deixou influen-ciar por algum ‘marqueteiro’, seilá, e, mais uma vez, se deu mal.Soou como uma brincadeira semgraça, fraca igual a caldo de ba-tata. Como em outras vezes, voltoa escrever: o grande problema dagestão que está terminando demaneira tão caótica foi a fraque-za de alguns auxiliares diretos dachefe do executivo municipal,que, não tenho dúvida, estavacheia de boas intenções, mas nãoteve como fazer muita coisa por-que os que a cercavam – e talvezainda cerquem – queriam apare-cer mais que ela.

ELEITORA 3Os eleitores merecem respei-

to. Os homens e mulheres debem, obrigados a votar, não que-rem ser desafiados por arengui-nhas planejadas em rodas de de-socupados que dão gargalhadasquando criam algumas ‘pérolas’.Quer dizer que Micarla vai votarem Carlos Eduardo? Caramba!!!Que notícia interessante!!! Vaimudar nossa vida? Vai alterar osresultados das pesquisas?! Todas,até agora, mostram que o vitorio-so será Carlos Eduardo. Será quea próxima virá diferente? Rogé-rio Marinho será o líder? Her-mano, o vice? Calma, meninos emeninas, tenham calma.

TERRA SEM LEINas ruas por trás e ao lado do Posto Chianca, em Parnamirim, a par-

tir das 19 horas, é grande a concentração de garotas de programa, traves-tis e traficantes de drogas. A precária iluminação pública facilita a práti-ca das ilegalidades.

GASTRONOMIARefeições saudáveis e nutritivas com o preparo em apenas três minu-

tos. A novidade gastronômica será apresentada pela primeira vez em Natalno evento “Nossos alimentos Cuidam da Saúde , que acontecerá na terça-feira, 18, às 19 horas, no Hotel Majestic. Durante o evento, haverá a apre-sentação e degustação das refeições de rápido preparo. Bem como, a na-turopata que desenvolveu estes produtos, Marlene Schommer Gobatto,ministrará a palestra “A vanguarda do equilíbrio alimentar promove:saúde, peso certo, longevidade e rejuvenescimento”. As inscrições estãoabertas e podem ser feitas através do telefone 2010-1005. A entrada é umquilo de alimento não perecível. Os alimentos arrecadados serão doadospara uma insituição beneficente.

EDUCAÇÃO FÍSICAO professor doutor Reiner Hilderbrand-Stramann, da Universidade de

Braunscheweig, na Alemanha, fará palestra sobre “Os aspectos teórico-metodológicos da educação física escolar”, amanhã, a partir das 8 horas,no auditório do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do RioGrande do Norte (Emater), no Centro Administrativo, em Lagoa Nova.O evento é voltado para educadores físicos e gestores da 1ª Diretoria Re-gional de Educação. As inscrições podem ser feitas pelo [email protected] ou telefone 3232-1475.

ALERTAOs bancários de todo o Brasil se preparam para uma paralisação na-

cional, no próximo dia 18.

PROFISSIONAISAinda é tempo de desejar sucesso a Fernanda Souza e Juliana Man-

zano, jornalistas que agora ocupam função de editoras deste JH. Parabéns,meninas. Sejam felizes.

CONSTATAÇÃOTriste do comunicador, diplomado ou não, que tentar ignorar a inte-

ligência das pessoas para as quais transmite notícias ou opiniões.

João Ricardo [email protected] / [email protected]

De virara cabeça Para virar estelionatário, o mungangueiro só precisa ser preso.O resto ele faz. E bem. Engana quase todo mundo.

Wellington Rocha

INTERVENÇÃO ABSURDAO Brasil começa a ter surtos de comunismo de

Estado. Há pouco tempo, um magistrado obrigou umhospital particular, que sequer tem convênio com oSUS, a internar um paciente e tratá-lo por quase ummês, como se fosse uma unidade do governo.

PESQUISASNuma coincidência estatística, um mesmo insti-

tuto de pesquisa aferiu duas grandes cidades do RNe, além de constatar aumento de indecisos, revelouinusitada redução na diferença dos líderes para os vice-líderes em ambas as cidades. Bingo!

DERROTAO Datafolha aponta naufrágio total do PT e PCdoB

nas grandes cidades. Em Belo Horizonte, Márcio La-cerda (PSDB) bota 18% de dianteira sobre PatrusAnanias; em Porto Alegre, José Fortunati (PDT) põe11% sobre Manuela D'Ávila (PCdoB).

DERROTA IINúmeros fresquinhos no Recife mostram a dis-

parada do candidato do PSB, Geraldo Júlio, e a che-gada rápida de Daniel Coelho (PSDB) em Humber-to Costa (PT), agora empatados e com a tendênciade subida do tucano no rumo do segundo turno.

2º TURNOTanto a declaração do publicitário Arturo Arruda,

ontem aqui no JH reconhecendo "crescimento lento"de Rogério Marinho, quanto a avaliação de dirigen-tes do próprio PT sobre a dificuldade de avanço deFernando Mineiro, indicam uma impossibilidade.

POLARIZAÇÃOPior é que quanto mais a campanha de Herma-

no Morais bate em Carlos Eduardo, mais consolida-se uma polarização que atrapalha a performance dotucano e do petista. E só com os votos do PMDB épraticamente impossível um patamar além dos 25%.

CULTURACoincidência ou rebate intempestivo, o fato é

que Chico Buarque adotou ontem a postura mais en-gajada na campanha de Marcelo Freixo (PSOL), emcomício no Rio, poucas horas depois que DilmaRousseff demitiu sua irmã do Ministério da Cultura.

PESSEBISTASNa última pesquisa publicada aqui no JH e no Blog

do BG, cinco candidatos a vereador pelo PSB lidera-ram a preferência do eleitor. Lutarão para garantir asvagas da legenda Franklin Capistrano, Julia Arruda,Cláudio Porpino, Julio Protásio e Bispo Francisco.

PETISTASCom capacidade eleitoral de eleger dois verea-

dores esse ano, e a possibilidade de uma terceira ca-deira, o PT tem no momento cinco candidatos bri-

gando pelas vagas: Junior Souto, Hugo Manso, Fer-nando Lucena, Raoni Fernandes e Rodrigo Bico.

A FÚRIAA seleção da Espanha, primeira no ranking da

FIFA desde 2011, venceu ontem a Geórgia por 1 x 0e atingiu uma marca histórica, jamais imaginada nempelo Brasil da era Pelé. São 23 vitórias consecutivasem jogos de eliminatórias da Copa do Mundo.

NEYMARCom os três gols contra a China, o moicano se

consagra como um carrasco de times medíocres. Foia primeira vez que marcou três vezes em jogo da se-leção, após 22 partidas. Pelé fez o hat-trick no seuoitavo jogo, enquanto Zico no décimo sétimo.

Alex [email protected]

Os twiteiros de todas as cores, tendências e rezascongestionaram a timeline do microblog, na noite deontem, repercutindo a entrevista da prefeita Micarlade Sousa (PV) aos jornalistas Felinto Rodrigues eRobson Carvalho, na rádio 98 FM.

Aliás, nas últimas semanas Micarla tem feito maispronunciamentos do que seestivesse candidata à ree-leição. Vai numa média detrês ou quatro por semana.Vi um em que deixou claroque o aumento das passa-gens de ônibus foi quaseuma imposição jurídica.

Numa fala recheada deavaliações sobre a carreirapolítica e a própria vidapessoal, surpreendeu, denovo (já havia dito aqui noJH), ao declarar que vota-ria em Carlos Eduardo,aquele que as torcidas deABC e América sabem queé seu maior desafeto.

Conheço Micarla desdequando ela era adolescen-te e até guardo lembrança(já contei aqui) do dia emque nasceu, numa ocorrên-cia radiofonizada em vir-tude da enorme populari-dade do pai, Carlos Alberto, campeão absoluto de au-diência na Rádio Cabugi.

Sei, por convívio e pelo depoimento de seus ex-professores de jornalismo, que poucas profissionaisno RN dominam tão bem a técnica de comunicaçãono rádio e TV. E sei também que ela jamais se pau-tou facilmente pela determinação de uma assessoria.

Ontem, espantei-me com sua declaração de votono candidato que mais soube explorar a desgraça ad-ministrativa que se abateu sobre o seu governo. Nemmesmo Mineiro e Robério, ambos de esquerda, foramtão competentes em valer-se da sua impopularidade.

Os equívocos administrativos da Prefeitura doNatal e os índices de rejeição da prefeita praticamen-te resgataram Carlos Eduardo para a consagraçãopública e eleitoral, após o insucesso na eleição de2010, quando chegou a perder para Iberê Ferreira nacapital.

O atual candidato do PDT ressurgiu nas cinzas dogoverno do PV, virou a maior referência contra suasfalhas, tornou-se a antítese da gestão, numa versão mas-culina de Wilma de Faria depois do racha domésticocom o náufrago afilhado Aldo Tinoco.

Não sei o que diabo passou na cabeça da hoje

evangélica prefeita. Decerto não foi orientação demarketing, numa inovação pretensamente pioneiraem acarinhar o inimigo com desejos de matá-lo.Mesmo o modernoso "marketing de emboscada" nãoé isso.

Aliás, ela decidiu agir na contramão do que fez opai na campanha de 1992,quando as famílias Alves eMaia se misturaram na dis-puta dos gêmeos Henriquee Ana Catarina. Carlos Al-berto foi pra TV, declarouo voto em Aldo e ajudou aderrotar os irmãos.

Micarla é uma pessoainteligente, boa leitora delivros e de situações, e teveno segundo caso um gran-de professor dentro de casadesde os primeiros passos.Só os fanáticos políticosimaginam que a sua con-versa na 98 FM teve a forçade uma vingança eleitoral.

Se a entrevista tinhatambém a missão de anun-ciar sua despedida da vidapública, o tal voto declara-do no rival tem mais insa-nidade ideológica do quelucidez política. Faltou

medir com a régua do amor próprio a dimensão in-tempestiva de tal gesto.

Não custava nada lembrar do pai ao fim da traje-tória política e da própria vida, quando soube baixaras cortinas com humildade. Faltou a lição de HermanHesse: "O homem culto é apenas mais culto; nemsempre é mais inteligente que o homem simples".

Afinal, quando abdicou – corretamente – da lutapela reeleição, Micarla saiu do processo eleitoral,para onde jamais deveria ter tentado retornar. Se a cam-panha não era mais o seu meio, o tablado da batalha,para que fazer dela um fim melancólico?

Não enganou a si mesmo, nem ao deus que acre-dita, nem aos observadores sérios da cena política.Todos sabem que seu partido, seus familiares e seusmais próximos seguidores não votarão em CarlosEduardo, como já andam se manifestando por aí.

A Micarla de Sousa jornalista, empresária, mãe edevota tem muito mais coisas relevantes para tratarno "day after" de um fracasso do que prestar-se aopapel de última bala contra um inimigo que não émais inimigo do que os amigos de ocasião.

A batalha, a luta e as armas agora devem ser ou-tras. Até que reencontre a paz perdida. (AM)

Adeus às armasAdeus às armas

JH 15 ANOSO jornalista Marcos Aurélio de Sá co-manda toda a equipe de O Jornal de

Hoje na confecção da edição especialde 15º aniversário do diário mais inde-pendente de Natal, que será lançada nodia 31 de outubro, em evento no Centro

de Convenções com uma palestra deWashington Olivetto dirigida a empre-sários, publicitários, personalidadespúblicas, intelectuais e estudantes.

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Quarta-feira12 O Jornal de HOJE Natal, 12 de setembro de 2012 Cidade

Daniela Freire II

I

POLÍTICA E SOCIAL - [email protected]

w TIRO NO PÉ

A declaração de voto no adversário

ferrenho Carlos Eduardo Alves pode

ter enterrado de vez a credibilidade

da prefeita Micarla de Sousa.

>>>

Não apenas por ser uma postura to-

talmente contraditória, tendo em

vista como ela e a sua equipe agi-

ram em relação ao pedetista nos úl-

timos quatro anos, mas, principal-

mente, pelos motivos apresenta-

dos pela Borboleta para votar no

candidato líder nas pesquisas:

"nome de família tradicional no

RN", gratidão a Agnelo Alves pelo

incentivo dado a ela para entrar

na política e por Carlos ser "o can-

didato mais afinado com a minha

administração".

>>>

Mas o que é isso, companheiro?!

w SAÍDA

Devido aos absurdos ditos por Mi-

carla, há quem acredite que ela, na

verdade, foi irônica ao afirmar que

vota em Carlos Eduardo.

>>>

Ou que tudo faz parte de uma estra-

tégia para ela se manter na política.

Afinal, nada mais comum do que

querer se aliar a quem tem mais

chances de vitória.

>>>

Resta saber se o candidato tem in-

teresse nesse apoio...

w SOZINHA

Aliás, um verde forte garantiu à co-

luna que boa parte do PV não irá

acompanhar a decisão da prefeita,

pois se trata de uma "posição pes-

soal" dela.

>>>

"É uma reflexão dela", disse ele.

>>>

Que ressaltou não saber antecipa-

damente a decisão de Micarla.

w ENTROU NA ONDA

E por falar em Carlos Eduardo...

>>>

...pelo visto ele já mordeu a isca da

campanha do adversário Hermano

Morais, que anda agressiva para o

lado do pedetista.

>>>

Agora, o mais comum é ver Carlos

'polarizando' com o peemedebista.

E os efeitos já são vistos nas ruas,

segundo fonte que circula por todos

os lados da sucessão. "Eleitores já

declaram voto a Hermano na peri-

feria, onde, antes, só se ouvia sobre

voto ao ex-prefeito", contou o in-

formante.

w PERDENDO O PRUMO...

Outra prova de que o candidato do

PDT à Prefeitura de Natal tem se

incomodado com Hermano Morais

foi dada ontem, durante debate sobre

Saúde, promovido ontem pelo Sind-

saúde.

>>>

Com a palavra, Hermano foi inter-

rompido por Carlos, que não supor-

tou as críticas feitas pelo adversário.

>>>

O embate teve que ser "apartado"

pelo mediador Robson Carvalho.

w O FAZ UMA CAMPANHA

E muitos candidatos do PV nesta

eleição estão revoltados.

>>>

Com demissões de apadrinhados na

Semtas e Ativa.

>>>

A informação é de que está haven-

do uma "limpeza geral" nessas pas-

tas devido à campanha eleitoral.

C M Y K

Felipe Cortez, Anita Maia e Anne Azevedo na balada

Disco Desboya

DeSaboya.comMÆrlio Forte

O clima esquentou entre os adversários Carlos Alves e Hermano Morais durantedebate sobre Saúde realizado, ontem, no fim da manhã, pelo Sindsaúde. Depois deum rápido bate-boca, essas eram as caras dos candidatos à Prefeitura de Natal...

MÆrlio Forte

Já no evento de assinatura da Carta das Mulheres, na OAB,também ontem, os candidatos Fernando Mineiro e Robério Paulino

trocavam figurinhas em papo animado...

DeSaboya.com

Mulheresnofds

Desfile Ellus na SPFW

Têca e João Melo na festa de Cleuze Fiúza

w ESPAÇO DO LEITOR

A coluna recebeu email de um leitor preocupado com a questão da

tarifa de ônibus em Natal:

"Cara Daniela, notou que o Judiciário pode legitimar a nova ta-

rifa de ônibus de Natal, mesmo enterrando a portaria da Semob,

'anulada' pela estranha unanimidade dos vereadores? E que isso

pode ocorrer até após a eleição, desde que ocorra? É a tão sonha-

da segurança jurídica. A revogação da tarifa é blefe, não da una-

nimidade, e merece atenção. Sendo o Seturn um grande financia-

dor das campanhas em Natal, o aumento da tarifa é desejo de

muita gente, da Prefeitura à Câmara (e, no meio, várias candida-

turas). Não por acaso, a prefeita nomeou um jovem secretário para

a Semob, sem a devida qualificação, mas com coragem para a tal

portaria. No início de 2011, Prefeitura, Seturn e Ministério Públi-

co pactuaram: nova tarifa só no início de 2013. Mas, como não ocor-

re a licitação das linhas, que certamente legitimará uma nova ta-

rifa, veio a portaria. Lembrando que, nos últimos meses de 2011,

a prefeita pagou R$ 1 milhão de reais a uma consultoria pela ela-

boração do modelo da licitação, e que o vice prefeito apadrinhou

a nomeação do novo secretário, sendo este de outro partido, para

conduzir com segurança, seja lá o que isso signifique. Muitos dos

que formaram aquela unanimidade são pedintes do Seturn, mas não

haviam sido convidados à farra da tarifa de R$ 2,40. Detalhe: o

Ministério Público já sabe, dessas e outras. A prefeita não desau-

torizou a portaria da SEMOB, mas, em 2010, pelo mesmo motivo,

exonerou o secretário Renato Fernandes. E nem vai dar a tarifa

por lei ou decreto. Afinal, na justiça, ganha o SETURN, tamanhos

os fabricados amadorismos: 1 - da Prefeitura, em dar tarifa por

portaria; e 2 - da Câmara, em invadir as competências exclusivas

do Executivo, ainda que exercidas com vícios. Se a Câmara que-

ria corrigir vícios, bastava denunciá-los, ao Judiciário ou ao Mi-

nistério Público. Preferiu a encenação, porque a Prefeitura fará de-

fesa frágil (se fizer), e boa parte da unanimidade espera que o Ju-

diciário enterre a portaria da SEMOB, mas não necessariamente

a tarifa. Grato. Grande abraço”.

w GIRO PELO TWITTER......do senador José Agripino: "Fusãodo DEM com qualquer outra legen-da está fora de cogitação. O partidoseguirá como uma alternativa parao Brasil";

...da jornalista Virginia Coelli: "A

declaração de Micarla me lembrou

daquele caso do sequestrador que

ameaçava injetar sangue contami-

nado com vírus da Aids na vítima.

Horror";

...do candidato a vereador em NatalLuiz Almir: "É lamentável ver a bu-raqueira e a sujeira dividindo a ci-dade com a população. Socooorro,socooorro!".

w BALADAE no próximo fim de semana, osfrequentadores do Buraco da Cati-ta curtirão muito samba.

>>>Na sexta, dia 14, a vocalista LysiaConté será a atração no projeto Sam-bossamba.

>>>Já no sábado, dia 15, o samba deraiz autêntico do Roda de Bambas,com o vocalista Debinha, fará a ale-gria dos presentes.

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Quarta-feira O Jornal de HOJE 13Natal, 12 de setembro de 2012

Cena UrbanaVICENTE SEREJO - [email protected]

Cidade

PrefácioCONRADO CARLOS - [email protected]

Temos de tudo, Senhor Redator, no mercadointelectual, informa o bruxo como velho cro-nista de antigos torneios sociais. Nossa aqui-

sição mais moderna é o traficante de glória, poetas-tro jeitoso e falso escritor, sem a autenticidade doprodutor que pode ser jejuno de talento criador, masnão engana. O traficante, ao contrário, está sempredisponível no seu maneirismo de inventar consagra-ções quase perfeitas. Seria um grande artista e nãoum falsário se não fosse tão pequeno esse mundode meu Deus.

Quando ainda não tínhamos inventado a glóriainternacional e ainda ciscávamos aqui mesmo, noterreiro de nos-sas própriasveleidades pro-vincianas, opoeta BenitoBarros, irônicoe genial, do seuImpério daCasqueira, lan-çou em Portu-gal 'O Barco',numa bela edi-ção. Aqueleque seria seuúltimo livro depoemas pelaColeção World Art Friends, editora Corpos, abril de2010, pouco antes de zarpar das margens do seumar antigo, como um navio em plenilúnio, para aviagem do nunca mais voltar.

Tudo quanto veio depois de cada invenção, entregorjeios e loas, foi uma glória falsa, a não ser nosgorgomilos dos vaidosos de toda espécie, cúmplicese financiadores das invenções que enganam a aldeiaque, nesse seu mister, além de velha, é tola. E sesomos assim, Senhor Redator, dado aos elogios fá-ceis e salamaleques que escondem a jaça que man-cha o falso brilhante, paciência. Os que não sabemsão com os que não enxergam, e por isso é justoque lhe seja dado o reinado luxurioso da enganação.

E vai sussurrando o bruxo, frio e implacável,e tudo sabe, lembrando que se foram os anos emque a nossa literatura vencia a cancela fiscal davelha Corrente, antes matando a sede na pequenabodega que tinha escrito na fachada 'Água de CôcoBoa Viagem'. Bem ali, de frente onde hoje se ergueo colosso de concreto do Midway com nome quelembra a grande batalha naval do Pacífico, na IIGuerra Mundial, quando os norte-americanos ven-ceram a esquadra de Yamamoto, o feroz almirantejaponês.

Ora, se temos de tudo nesta estranha moderni-dade, e se esta aldeia, plantada às margens desses

mangues, écapaz de arti-manhas de tãoelevado re-quinte parafazer do falsosua melhorcriação, é sinalque assim de-sejamos ser.Um dia, quemsabe, descobri-remos que porisso estamosmais pobres. Etão pobres que

talvez a pobreza explique não a riqueza e a pujan-ça do provincianismo cascudiano, mas um outro.Aquele refém de si mesmo, de uma miséria inte-lectual que nasceu de toda essa glória de mentira.

Perdemos, desastradamente, o bom provincianis-mo. Aquele que nos fez universais e que destas dunas,um dia, nos permitiu lançar um longo olhar sobre omundo e nele abrir o espaço da nossa presença. En-ganamos tanto uns aos outros, como se ninguémfosse perceber, que ficou difícil separar o joio dotrigo. Agora tudo é joio e tudo é trigo. Depende damistura mágica com a qual se vai enganar a nós mes-mos e aos outros. E, de tudo, restou o teatro do falso.Num grande espetáculo de assombração.

w CAOS - IA saúde em plena vigência do decreto de calamidadeatinge níveis insuportáveis contra a vida humana e nogoverno de uma médica. Num povo politicamenteorganizado estaria às portas de uma intervenção.

w PIOR - IIA essa altura já há sinais de falência do senso de res-ponsabilidade civil e pública numa postura que alémde acintosa agride a consciência do Dever de Estadoque um governante não tem direito de desconhecer.

w EFEITO - IIIO desastre se torna ainda maior e mais alarmante namedida em que alguns assessores de governo, numacretinice despudorada, engendram versões de ações efalsas providências num crime de lesa-cidadania.

w DÚVIDA - IO ex-prefeito Carlos Eduardo, na sua propaganda,debulhou as contradições da vida do seu adversárioHermano Morais. Perfeito o disparo. Mas, e se tives-se sido o contrário, ele teria esmurrado seu crítico?

w SENTIDO - II O soco fere mais que a palavra só para aqueles quenão sabem usá-la. Quem ergue o dedo ao invés deerguer sua palavra revela falta total de serenidade. É odefeito mais perigoso para quem quer governar.

w PRESENÇAQuem chega a Natal para uma temporada ao lado defilhos, netos e bisnetos é Elenir Fonseca. Vem com osol do verão para conversar um pouco com os seusamigos e viver alguns dias no seu pedaço de mar.

w POSSED. Manuel Delson Pedreira da Cruz toma posse dia 29próximo como bispo da Diocese de Campina Grandeonde estiveram três bispos potiguares: D. LuísFernandes, D. Matias Patrício e D. Jaime Vieira.

w OABHoje, final da tarde, aí pelas 17h, no auditório daOAB, o advogado Daniel Pessoa lança sua candidatu-ra à vaga de desembargador. Luta com o apoio dosamigos e ao lado de sua história de vida e resistência.

w BRANCASNo Almanaque Brasil, edição de setembro, distri-buído aos passageiros da TAM, tem reportagemsobre as montanhas brancas de sal de Macau,Mossoró e Areia Branca e sobre o mar de Galos ede Galinhos.

w ESTRANHONenhum dos padres com carreira política obede-ceu à recomendação do arcebispo D. Jaime Vieirapara que abandonassem suas campanhas. Umarevelação desses tempos de rebeldia na Igreja deJesus Cristo.

w FÉRIASQuem pede um tempo, depois de uma longa jorna-da à frente dos 450 eventos do Agosto da Alegria éa professora Isaura Rosado. Vai realizar o sonho deassistir ao vivo, em Moscou, o grande balé Bolshoi.

w ATENÇÃO - INada pode ser mais primoroso do que a leitura dosdois volumes organizados por Ruy Castro reunindo omelhor da SR. Uma revista que em textos e ilustra-ções revolucionou para sempre o jornalismo cultural.

w VOLUMES - IINo volume principal textos selecionados por RuyCastro de Carlos Drummond de Andrade, OttoMaria Carpeaux, Otto Lara, Zuenir Ventura, LuizLobo, Carlinhos Oliveira e Antônio Maria, e mui-tos outros.

w SEGUNDO - IIINum volume menos um conjunto de ensaios deNahum Sirotsky, Paulo Francis (reedição), IvanLessa (reedição), Luiz Lobo e Edeson Coelho.Um 'Como, Quem e Por quê' das ideias da granderevista SR.

w VISUAL - IVNuma concepção gráfica de Maria Amélia Melo, aantologia da SR. preserva tamanho, formato, capase as ilustrações originais, principalmente deAldemir Martins. É coisa pra se guardar e jamaisemprestar.

w HISTÓRIA - VA edição da Imprensa Oficial de São Paulo é limi-tada e circula com encarte que reproduz todas ascapas originais. O detalhe editorial histórico: osdireitos autorais dos textos foram todos cedidosgratuitamente.

Marketing literário - II

Mistério do PlanetaMorte do embaixador norte-americano na Líbia aprofunda

fosso de incompreensão entre Islã e Ocidente; livro “Paralelo

10” aborda espaço geográfico em que religião, petróleo e

pobreza extrema criam cenário de filme de terror

Uma extensa faixa de terra,1100 km acima da Linhado Equador, delimita duas

forças antagônicas e complemen-tares. De Guiné ao Vietnã, essalinha imaginária atravessa um cor-redor transcontinental que abrigaalguns dos conflitos mais sangren-tos em nome do Sagrado.

Se na África o paralelo 10 re-gistra a fronteira entre o islã e ocristianismo, o sul do Saara e aTerra dos Negros (subsaariana); naÁsia, ele transpassa a região dasMonções, países insulares e penin-sulares – ambas as áreas infestadasde grupos terroristas.

Nesse trecho do planeta, polí-tica e economia abraçam a cultu-ra e a religião para forjarem umanova realidade em que a fé, a ga-nância e a extrema violência dei-xam um rastro de miséria, sofri-mento e desesperança.

Foi nesse pedaço de purgatórioque a jornalista norte-americanaEliza Griswold passou sete anosperambulando por seis países paraescrever a grande reportagem cha-mada “Paralelo 10 – A linha geo-gráfica e ideológica que divide omundo cristão do islâmico” - a pre-miada escritora é filha de um im-portante bispo anglicano.

Eliza parte de minibiografiasde terroristas, líderes e missioná-rios e de vítimas das atrocidadespara traçar um panorama de paísesdistintos como Nigéria, Sudão, So-mália, Indonésia, Filipinas e Ma-lásia - mais pobres e supersticiosos,os três primeiros têm áreas proibi-das para um ocidental, mas nãopara a repórter com matérias publi-cadas no New York Times e a NewYorker.

A África é o continente maisafetado por mudanças climáticas,sobretudo no paralelo 10, ondesecas e enchentes ganham ares ca-taclísmicos, sob influência dos ven-tos alísios que chegam do Sudes-te Asiático e de outras latitudes –desse rendez-vous climático sur-gem os furacões do Caribe e Amé-rica do Norte.

E isso não passa em branco nolivro-reportagem. Pois, além demissionários-urubus, que explo-

ram tragédias humanitárias paraangariar novos fiéis, as migrações,em virtude do clima, jogam inimi-gos históricos no mesmo terreno –desde o século 7, com a ascensãodo Império Árabe.

Com sensibilidade literária ecoragem messiânica, Eliza mostracomo o comércio da catástrofe as-sola populações que negligenciamo sentido de nação para apegar-seà religiosidade – com maior unida-de e obediência dos maometanos;a ideologia cristã é fragmentadaem católicos, protestantes, presbi-terianos, anglicanos, etc.

Branca e bonita, Eliza viveudiversos momentos de tensão nessaquase década pela periferia domundo. Basta dizer que teve umaarma apontada para a cabeça porum rebelde somaliano (casos deestupro na África são notórios), foisequestrada no Paquistão (país nãoexplorado no livro) e congeloudiante da gritaria de um soldadosudanês que suspeitava de uma mu-lher-bomba.

Longe de emitir opinião, “Pa-ralelo 10” revela fatos que circun-dam verdades absolutas para asduas crenças: enquanto islâmicosentendem a Santíssima Trindadecomo politeísmo e que Deus ja-mais teria um filho (que blasfê-mia!), cristãos abominam a poli-gamia. Recusado por vários edito-res, o livro é dramático e profun-do como um bom romance, refor-çado pelo poder impactante da rea-lidade terrível.

PARALELO 10

Autora: Eliza Griswold

Editora: Cia das Letras

Preço médio: R$55,00

Page 14: Flip 12/09/2012

O Ministério da Saúde autori-zou novo repasse no valor de R$12,8 milhões para que todos os 26estados, o Distrito Federal e as res-pectivas capitais possam ampliare fortaleces ações previstas no Pro-jeto Vida no Trânsito.

Os recursos transferidos paramunicípios com mais de um milhãode habitantes serão de R$ 250 mil.O valor para cidades com númerode habitantes entre 500 mil e ummilhão será R$ 200 mil. Municí-pios com menos de 500 mil habi-tantes receberão R$ 175 mil. A me-dida visa modificar a cultura de se-gurança no trânsito de forma a re-duzir o número de mortos e feridosgraves a partir da melhora da infor-mação, da conscientização e mo-bilização da sociedade.

No Rio Grande do Norte, quetem uma população oficial de3.168.027 pessoas, os recursos fe-derais são da ordem de R$ 250 mil.

Um dos pontos principais doProjeto Vida no Trânsito é qualifi-cação das informações. As secre-tarias estaduais e municipais desaúde deverão implantar o Proje-to Vida no Trânsito por meio dearticulação com outros setores go-vernamentais e não-governamen-tais. Eles deverão integrar as in-formações sobre acidentes de trân-sito e vítimas (como feridos gravese mortes). Os gestores de saúdedeverão, ainda, identificar os fato-res de risco e grupos de vítimasmais importantes nos respectivosmunicípios. A partir desta verifi-cação, os municípios deverão de-senvolver programas e projetos deintervenção que reduzam esses fa-tores e os pontos críticos de ocor-rência de acidentes.

"A iniciativa mostra a preocu-pação do Ministério da Saúde coma violência no trânsito. Uma dasprioridades do Projeto Vida noTrânsito é intervir nos principais

fatores de risco, que são responsá-veis pelas causas e pela gravidadedos acidentes de trânsito, como oexcesso de velocidade e a associa-ção entre álcool e direção. Essasintervenções são desenvolvidas emarticulação com outros setores,como educação, trânsito, transpor-te e segurança pública, dentre ou-tros setores governamentais e dasociedade civil. Nosso objetivoprincipal é reduzir a grande quan-tidade de óbitos e lesões no trânsi-to, que poderiam ser evitados commedidas preventivas", observaMarta Maria Alves da Silva, coor-denadora da Área Técnica de Vigi-lância e Prevenção de Violências eAcidentes do Ministério da Saúde.

Ela lembra que uma capital de cadaregião brasileira havia sido defini-da inicialmente, em 2010, para o re-forço das ações de vigilância e pre-venção de acidentes no trânsito:Palmas (TO), Teresina (PI), BeloHorizonte (MG), Campo Grande(MS) e Curitiba (PR).

Além dessas cidades pioneiras,o Ministério da Saúde incluiu, em2011, as outras 22 capitais e maisos estados. O Projeto Vida no Trân-sito ainda prevê a inclusão de doisnovos municípios paulistas no pro-jeto: Campinas e Guarulhos, quejá desenvolviam ações de vigilân-cia e prevenção das lesões e mor-tes pelo trânsito. O Projeto Vida noTrânsito resulta também da partici-

pação do Brasil num esforço inter-nacional iniciado em 2010 com oProjeto Road Safety in 10 Countries(RS 10), coordenado pela Organi-zação Mundial da Saúde (OMS) ea Fundação Bloomberg.

Quarta-feira14 O Jornal de HOJE Natal, 12 de setembro de 2012 Cidade

Fone: 3211-3126

[email protected]

Maria Regina Camarano, voluntária do INTERCAMPI em Recife

Autonomia consciencial é a ca-pacidade de a pessoa tomar deci-sões, com maturidade, aplicando olivre arbítrio. Arelação da autonomiaconsciencial com a Cosmoética (éticauniversal, cósmica, independente dacultura e da moral humana, vivencia-da pela consciência em todas as di-mensões em que atue) pode ser ex-plicada pelo fato de, ao tomar deci-sões, ser relevante a análise do po-sicionamento quanto aos benefíciosou malefícios para a própria pessoae para os outros. ACosmoeticologia,cujo objeto de estudo é a Cosmoé-tica, tem como princípio: "que acon-teça o melhor para todos". É possí-vel se considerar a compreensão e au-tovivência da Cosmoética como aação balizadora do autoposiciona-mento íntimo com liberdade.

Com o intuito de se compreen-der a dimensão da autonomia cons-ciencial, a relação com a Cosmoé-tica e a importância para as pessoas,é conveniente se verificar as causasda falta de autonomia, conformepode ser constatado com base naanálise dos propósitos de vida damaioria dos homens e mulheres, jo-vens ou não, ignorantes quanto àrealidade da própria existência e in-fluenciados pelo meio social e cul-tural. Essa influência resulta da pres-são holopensência - conjunto dospensamentos, sentimentos e ener-gias dominantes nos ambientes e ca-racterísticos de determinada socie-dade - sobre o indivíduo, decorren-te das interações e trocas energéti-cas que se processam regularmenteentre as pessoas.

Diante dessa circunstância, o in-divíduo deixa de pensar por simesmo, com base na própria expe-riência, de acordo com a sua reali-dade íntima, intraconsciencial, carac-terizada pelas particularidades queo distinguem do outro, passando aassumir valores aceitos pela socie-dade, sem questioná-los. Tal qual aconsciência títere, instala-se a con-dição de submissão ou subjugaçãoda pessoa à vontade e interesses deoutras consciências, expressa pelospensamentos, sentimentos e ener-gias dominantes.

Pela lei do menor esforço indi-vidual e necessidade de identifica-ção com os valores dominantes,fonte de prestígio e poder, acatarpara si o que parece melhor paratodos pode promover a retroalimen-tação do holopensene, a assimila-ção dos pensamentos, sentimentos eenergias do conjunto da sociedade.Por outro lado, pensar, sentir e agirigual aos outros facilita, também, aaceitação do indivíduo pelo gruposocial. É assim que a pessoa deixade pensar por si própria, muitas vezesdeixando de fazer o que era melhorpara ela e para o outro, gerando acondição de inseparabilidade dogrupo, em decorrência das ações an-ticosmoéticas praticadas conjunta-mente, conforme a lei da evoluçãoconsciencial.

Esse processo pode ser incons-ciente, tendo em vista a imaturidadedo indivíduo, errando por ignorân-cia, mas pode ser consciente e viven-ciado para se obter ganhos secundá-rios. Os ganhos secundários se carac-terizam por satisfações, momentâ-neas ou não, possibilitando a perma-nência do indivíduo na zona de con-forto, sem consequências aparentespara a vida da pessoa, funcionando,não raramente, como estagnadoresda autoevolução da consciência.

Fato exemplificador das consi-derações apresentadas é a pessoaque escreveu artigo, tese ou livro, in-fluenciada pelas pessoas ao redor epela leitura de autores reconhecidospor seu círculo de amizade, ou pelasociedade em geral, isto é, por pres-são holopensênica, sem refletir porsi mesma sobre as ideias, posiciona-mentos e avaliação dos mesmosquanto aos princípios cosmoéticos.

Em algum momento de sua exis-tência, ou de suas existências, con-siderando-se a multisserialidade, asvárias existências de cada pessoa,pode surgir o desconforto interior,por ocasião de melhora do nível delucidez e do autodiscernimento, tor-nando-se ciente de que a atitude to-mada tratava-se de um ato impen-sado ou pensado pelo outro e semrelação com os valores íntimos pau-tados na Cosmoética. Surge o sen-

timento de vergonha quanto à ideiadefendida, atualmente sem sincroniacom os valores pessoais assumidos,mas, quando grafada, repercute noambiente e pessoas por meio dasenergias dos grafopensenses (pensa-mentos, sentimentos e energia ex-pressos por meio da escrita).

Instalado o conflito, gera-se atensão interna, podendo ser rompi-da pela autodeterminação com basena vontade inquebrantável de corri-gir o erro ou o autoengano.

O momento seguinte caracteri-za-se pela busca de desdizer o dito,desfazer o feito, de modificar as ener-gias pela produção de grafopense-nes pautados em princípios cosmoé-ticos. A forma de superar é escrevero contrário, desdizer o que disse semmedo de ser apontado(a) como con-traditório(a) ou "vira-casaca". Essaatitude não significa se perdoar peloerro cometido por ignorância ou pelalei do menor esforço, mas a autor-reciclagem, a correção de rota, o iní-cio da pensenização (ação de pensar,sentir e atuar) pela lei do maior es-forço em consonância com a liber-dade de agir de acordo com os va-lores íntimos pautados na compreen-são dos princípios avançados da éticamultidimensional.

Assim, ao superar a pressão ho-lopensênica, a partir da vontadequalificada pela intenção e da mo-bilização das próprias energias, atensão é desarmada e o conflito su-perado. Provavelmente, a maioriadas pessoas não irá compreenderesse ato, principalmente aquelesque têm dificuldades de aceitar asmudanças, de libertar as pessoasdas amarras criadas.

Esse posicionamento tem comoconsequência a liberdade interior ouautonomia consciencial caracteriza-da pela condição de a pessoa refle-tir por si própria, com base na cos-moética e pela renovação da holobio-grafia (o conjunto da história de todasas existências da pessoa), tendo emvista a mudança concretizada. Trata-se, também, da forma de se libertarda interprisão com o outro, assimcomo da pressão holopensênica dasociedade de forma geral.

Autonomia consciencial cosmoética

Ministério da Saúde investe R$ 12,8mi no Projeto Vida no Trânsito

Objetivo é intervir em fatores que causam mortes em acidentes de trânsito, como excesso de velocidade e uso de alcool

Representantes de todas asUnidades Regionais de SaúdePública do Rio Grande doNorte (URSAP) e técnicos quetrabalham na vigilância epi-demiológica e sanitária dasSecretarias Municipais deSaúde do Estado estão parti-cipando nesta quarta-feira doI Fórum de Leptospirose deNatal, no auditório do 7° Ba-talhão de En-genharia deCombate, nobairro de NovaDescoberta. Oencontro, quefoi iniciado às8h e segue atéàs 17h, é umaparceria entrea Secretaria deEstado daSaúde Pública(Sesap) e Se-cretaria Muni-cipal de Saúde de Natal(SMS), através do Centro deControle de Zoonoses. Segun-do coordenador do Programade Controle de Roedores,Laercio Luiz, o encontro visadiscutir pontos relevantes daepidemiologia, assistência econtrole da doença. Dentro da

programação constam pales-tras ministradas por médicos,infectologistas e profissionaisespecialistas em controle deroedores.

TRANSMISSÃOA leptospirose é uma zoo-

nose potencialmente grave,causada por uma bactéria dogênero Leptospira, cuja trans-

missão em meiourbano ocorrepelo contato coma urina de animaisinfectados (princi-palmente de ratos)ou pela exposiçãoà água contamina-da pela bactéria.O risco de infec-ção é maior paraas pessoas que ha-bitam moradiasprecárias, às mar-gens de córregos

ou esgotos a céu aberto, ouainda, estão expostas com fre-quência a enchentes.

Profissionais envolvidos emserviços de saneamento am-biental também apresentam altorisco de contrair a leptospirose,devido ao contato direto comambientes contaminados.

> FÓRUM

Regionais de Saúdeparticipam de Fórumsobre leptospiroseJosé Aldenir

NO RIO GRANDE DO NORTE SERÃO DESTINADOS R$ 250 MIL EM RECURSOS

Encontro discutepontos relevantes da epidemiologia,

assistência e controle da doença

Navio Bandeira Agência Chegada Destino Carga DescargaLagoa Carioca Brasil W. Sons No Porto - - Em Operação - - Lagoa Paranaense Brasil W. Sons No Porto - - Em Operação - - Ocean Stalwart Vanuato Seamaster No Porto Guamaré(RN) Pesquisa - - CMA-CGM Platon United King CMA-CGM 15/09 Algeciras/ESP Contêineres - - Marta Brasil Petrobras 15/09 Fortaleza(CE) - - CombustívelPodhale Bahamas NML/JSF 16/09 Baia Blanca/ ARG - - TrigoMarfret Guyane França W. Sons 22/09 Algeciras/ESP Contêineres - -CMA-CGM Homere Inglaterra CMA-CGM 29/09 Algeciras/ESP Contêineres - -CMA-CGM Aristote U. Kingdom CMA-CGM 06/10 Algeciras/ESP Contêineres - -Marfret Marajó França W. Sons 13/10 Algecira/ESP Contêineres - -

Elka Aristótles Libéria Petrobras No Porto Salvador(BA) Óleo cru - -

NATAL

TÁBUA DE MARÉS

TERMINAL OCEÂNICO DE UBARANA - GUAMARÉ - RN

TERMINAL SALINEIRO DE AREIA BRANCA - RN

A PROGRAMAÇÃO ÉCHECADA DIARIAMENTE,

PODENDO HAVERANTECIPAÇÃO OU ATRASO

DE ALGUM NAVIO

Movimento dos [email protected] CÉSAR

Dia Hora Altura (M)12 14:02 2.0

19:53 0.613 02:17 2.1

08:17 0.4

FASES DA LUAMinguante (08/09 - 10:15h)

Nova (15/09 - 23:11h)

Crescente (22/09 - 16:41h)

Cheia (30/09 - 06:19h)

Omiros Chipre Arrow No Porto Paranaguá(PR) Sal - -Gora Libéria A. Marítima Ao Largo Arraial do Cabo(RJ) Sal - -

Os investimentos que foram feitos no Terminal Salineiro de Areia Branca ainda continua atrasando os embargos de sal

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Quarta-feira O Jornal de HOJE 15Natal, 12 de setembro de 2012Esporte

Gabriel NegreirosGABRIEL NEGREIROS - [email protected] - twitter: @gabrielnegreiro

PisandonaBolaAMÂNCIO [email protected] / www.chargistaamancio.blogspot.com

P... DA VIDAA entrevista do técnico Ro-

berto Fernandes após a derrota doAmérica para o Bragantino nanoite de ontem foi mais uma vezrecheada de frases que mostrambem o descontentamento do trei-nador em relação ao desempenhodo time fora de casa. Uma vitóriaapenas em toda a competição érealmente muito ruim. Aliás, épessimo! Se ele ficou "puto davida", imaginem o torcedor. Hoje,o América ocupa a pior posição doclube nesta Série B, o décimolugar. Culpa exclusiva do desem-penho fora de casa. 12 jogos, setederrotas, quatro empates e apenasuma vitória. Viva o Nazarenão,responsável por 29, dos 36 pon-tos conquistados.

O FATOR "SORTE"Desculpem, mas não tenho

muita paciência para o esoteris-mo. Agosto, o mês do desgosto.

Gato preto da azar. Não passe em-baixo da escada. As cartas nãomentem. Respeito quem tenhasuas crenças, manias e acreditemem fatos ocultos. Eu não. Não éincomum o técnico Ademir Fon-seca citar essas questões. Ontem"faltou sorte". Me desculpem, maso treinador colocar Eliélton emcampo não é falta de sorte. Esca-lar Alan no ataque, não é falta desorte. Mandar Alvinho para o Ba-raúnas e não ter reservas, tambémnão é falta de sorte. O nome dissoé falta de qualidade. O ABC me-receu um resultado melhor no jogode ontem, mas isso não deixou deacontecer por "falta de sorte".

MANDANTE E VISITANTEO ABC fez 12 jogos em casa:

venceu quatro. Perdeu cinco. Em-patou três. Conquistou 15 pontosdos 28 somados. É o 17º coloca-do neste quesito, ou seja, no Z4.O América fora de casa eu já citei

anteriormente e o rendimento épífio. Também é o 17º colocadonessa situação. Z4 também paraele. Se o ABC em casa tem sidouma mãe, o América fora é a vovó.Sempre atenciosos, cordiais e ser-vindo os adversários. Como visi-tante o ABC é o oitavo. Mandan-do os jogos o América é o quar-to. Aê, sim!

JIU JITSUNeste fim de semana Natal irá

sediar uma etapa da seletiva parao Campeonato Mundial de Jiu-Jitsu, que acontece em Abu Dhabi,nos Emirados Árabes, em abril de2013. O torneio será realizado noGinásio Nélio Dias, na zona norte,no sábado e domingo, a partir das10h. Além de medalhas, a etapaNatal irá selecionar 13 atletas pararepresentarem o Brasil no eventointernacional dos Emirados Ára-bes.

A competição em Natal, con-

tará com a presença de mais de600 atletas de todo o Brasil, reu-nindo a nata do jiu-jitsu nacional.Dezenas de veículos de comuni-cação especializados no espor-te, como a Revista Gracie Maga-zine, já confirmaram presença.Informações pelos telefones: 849940 4066 / 8846 0801 / 88243841 ou no site www.worldpro-natal.com

OLIMPÍADAS ESCOLARESEsportes individuais garan-

tem 09 medalhas ao Rio Grandedo Norte nos primeiros dias dasOlimpíadas Escolares, categoriade 12 a 14 anos, que acontecemna cidade de Poços de Caldas,Minas Gerais. Os vencedores nasOlimpíadas Escolares estarão re-presentando o Brasil nos JogosSulamericanos Escolares 2012que serão realizados em Natal noperíodo de 29 de novembro a 06de dezembro.

NOITE DE TROPEÇOS NA SÉRIE B

“Resultado que deixa todo mundo p... da vida”

SE NA RODADA ANTERIOR ABC E AMÉRICA SAÍRAM DE CAMPO VENCEDORES E AJUDANDO UM AO OUTRO NA CLASSIFICAÇÃO,A NOITE DE ONTEM FOI EXATAMENTE O INVERSO. AMBOS FORAM DERROTADOS E VIRAM SEUS RIVAIS CRESCEREM

Quando o ABC venceu o SãoCaetano fora de casa na rodada pas-sada o alvinegro acabou ajudandoo América. O resultado segurou otime paulista na tabela e permitiua aproximação do alvirrubro ao G4.Ao vencer o Barueri, no Nazare-não, o América deixou estaciona-do um rival do ABC na luta contrao rebaixamento. A ajuda mútua nãofoi cavalheirismo, foi a necessida-de real de vencer em uma compe-tição extremamente equilibrada.Mas, mesmo sem a intenção de co-laborar, a noite de ontem poderia tersido novamente de cooperação. OAmérica enfrentava um dos candi-datos ao rebaixamento, o Bragan-tino. O ABC encarava o Ceará, queluta para se aproximar das primei-ras colocações. Mas o que poderiaser ajuda mútua terminou mesmoem decepção. O ABC foi derrota-do em casa por 1 a 0, enquanto oAmérica, em Bragança Paulista,perdeu pelo mesmo resultado parao Bragantino.

“Faltou presença de área”O ABC tentou, lutou, ao final

do jogo foi até aplaudido pelo tor-cedor que esteve presente no es-tádio Frasqueirão. Porém, assimcomo o time potiguar fez com oSão Caetano na úlitma rodada, oCeará repetiu o feito aqui emNatal. Praticamente no únicolance em favor dos cearenses apartida foi resolvida e o time dacasa não conseguiu reagir.

"Faltou presença de área. Ti-vemos muitas oportunidades edesperdiçamos todas. O gol delestambém foi um pouco de sorte, abola bateu em todo mundo e aca-bou sobrando para eles marca-

rem. Foi um golpe de sorte. Joga-mos bem e não podemos baixar acabeça por isso", avaliou o meiaWalter Minhoca.

Para o técnico Ademir Fonse-ca, o dia não era de muita sorte."Hoje a gente podia ficar aí jogan-do a noite inteira que a bola nãoia entrar. Colocamos bola na trave,Fernando Henrique (goleiro doCeará) se esticava, para comple-tar perdemos dois jogadores (Gutoe Bombinha lesionados). Luta-mos do início ao fim e em umaúnica oportunidade deles fomospenalizados. Ninguém gosta deperder, principalmente sabendo o

que nós construímos", disse o trei-nador.

O comparativo com o queaconteceu no jogo contra o SãoCaetano foi feito até pelo técni-co alvinegro. "Esse campeonato émuito difícil. A gente sabe disso.Fomos com um planejamento paraSão Caetano para segurá-los evencemos em um único lance.Hoje o futebol fez o inverso co-nosco. Caímos, mas caímos decabeça erguida", completou Ade-mir Fonseca, que agradeceu oapoio do torcedor. "Nossa torci-da acostumou ao longo dos anosa ter uma equipe vibrante. Se não

tivermos essa atitude ela vai co-brar sempre. Hoje o time foiassim. Veja o horário da partida,que é difícil, e eles (torcedores)estavam aqui e apoiaram", finali-zou Ademir.

A derrota manteve o ABCcom 28 pontos e o time perdeuuma posição na tabela para o Asade Arapiraca. O alvinegro agoraé o 14º e também viu a distânciapara a zona de rebaixamento di-minuir de nove para seis pontos,já que o Guaratinguetá venceu narodada de ontem. Na próxima ro-dada o ABC tem confronto dire-to contra o CRB, em Alagoas.

A falta de vitórias longe do está-dio Nazarenão tem realmente pertur-bado a vida do América. Mais umavez o futebol sumiu e o time trope-çou longe de seus domínios ao per-der para o Bragantino por 1 a 0. Ospaulistas não sabiam o que era ven-cer há oito partidas e tinha a pior cam-panha como mandante entre todos ostimes da Série B. Além disso, estavadesfalcado de cinco dos seus jogado-res considerados titulares. E mais, oalvirrubro teve um jogador a maisdurante boa parte do confronto. Aúl-tima, e única, vez que o América ven-ceu nesta Série B como visitante foina quarta rodada, quando bateu o Grê-mio Barueri. Os maus resultados longedo Nazarenão incomodam o técnicoRoberto Fernandes.

"Resultado que deixa todomundo chateado. Puto da vida. Des-culpe a palavra, mas é o que vem.Eles aproveitaram a única jogadade lucidez deles. A partir daí pres-sionamos, mas não conseguimos.

No segundo tempo fizemos tudo oque era possível. Tem coisa que é di-fícil de buscar justificativa. Não seise falta de maturidade ou de conhe-cimento da competição. Por que jo-gando em Goianinha dribla, vai pracima e fora de casa não? Fora decasa tem que ter a mesma atitude",disse o treinador.

Roberto ainda afirmou que temmantido as características ofensivasda equipe para buscar os resultados."Confundimos pressão com ansieda-de. Isso com o um jogador a mais,quatro atacantes e dois meias. Era prarodar a bola e não zagueiro ficar fa-zendo ligação direta. Estou colocan-do o time no ataque mesmo fora decasa. Mas precisamos quebrar o tabu.Tem equipes que com campanhaspiores que a nossa e já vencerammais que a gente fora de casa", com-pletou.

O goleiro Dida, criticado pelogol que tomou na cobrança de falta,tentou justificar o lance. "Na hora

que eles posicionaram para a bola,eles acabaram ficando na minhafrente e não vi a bola. Infelizmenteaconteceu e não tivemos a reaçãode responder posteriormente. Agoratemos que voltar, nos preparar e en-carar o São Caetano."

Desfalque importante e de últi-ma hora no jogo de ontem foi o doatacante Lúcio Curió. Fato lembra-do pelo treinador. "Eu sei que oLúcio sofre algumas críticas, a genteentende, não adianta querer o Lúciode 2009. Mas ele é peça imprescin-dível e comigo é titular. Ele não ésó um dos artilheiros, mas é tam-bém um dos melhores em assistên-cias. Hoje sentimos a falta dele", fi-nalizou Roberto Fernandes.

A derrota fez o América perderduas posições na tabela e hoje oclube é o 10º colocado, com 36 pon-tos ganhos. Além disso, a distânciapara o G4 agora é de sete pontos. Napróxima rodada o time enfrenta oSão Caetano, no Nazarenão.

Para o treinador alvinegro a noite de ontem foi o inverso do que aconteceu nojogo contra o São Caetano e os adversário encontraram o gol decisivo

Apesar das várias oportunidades criadas,o ABC não fez valer o mando de campo

O treinador Roberto Fernandes perdeu a paciência com os resultados longe do Nazarenão e cobrou a mesma atitude dos jogadores para os jogos longe de casa

Fotos: Wellington Rocha

Page 16: Flip 12/09/2012

Quarta-feiraNatal, 12 de setembro de 201216 O Jornal de HOJE

C M Y K

Passe LivreRUBENS LEMOS FILHO - [email protected]

Esporte

Aquela caretaAquela boquinha de Neymar fazendo careta

debochada para o telespectador seria interessantecaso a goleada 8x0 sobre a China, um time queperderia para o Monte Castelo, da Segunda Divi-são Potiguar de antigamente, fosse contra a Espa-nha. Neymar deveria fazer careta para ele no espe-lho.

Há uns quatro anos que a torcida está que nempai de doente especial quando vai até a Unicat, arepartição estatal encarregada de distribuir medica-mentos caros e fora das farmácias.

O pai do doente faz 35 viagens e consegue oremédio na 36ª. Depois de ficar(horas) em pé nafila, aguentar humor azedo de funcionário malpago e sair com a revolta natural de ver um filhosofrendo. Nem por isso caminha , por aí , fazen-do careta.

Então, o Brasil inteiro, do Acre ao Rio Grandedo Sul, esperava Neymar jogando futebol de ver-dade, seriedade e assumindo a condição de donode uma seleção caricata que tem num mastodonteapelidado(adequadamente) de Hulk a referência.

Neymar rodopiou em seu preciosismo contra osgrotescos chineses. Se o time da China, que jogouno Arruda, fosse disputar o Campeonato do Bair-ro de Nova Descoberta em Natal, lá no CampoAgripinão, seria goleado por 16x0 pelo Guarany,muito melhor que o escrete de Mano.

Uma pirueta, duas piruetas, os locutores dizen-do asneiras e o ufanista em casa, ex-combatente de1970, achando que o Brasil dava um olé na Espa-nha de Xavi, Iniesta e Fábregas, com Pedro fazen-do arte no ataque. O quarto-zagueiro do Brasil,David Luiz, tem cabelo de Elba Ramalho. A van-tagem é que Elba joga melhor do que ele.

David Luiz, muito jovem e milionário preco-ce, jogou com rispidez contra atacantes que domi-nam uma bola igual a uma dondoca troca o pneude caminhão da Scânia. Pura demonstração de ma-chismo babaca.

A China veio ao Brasil cumprir tabela de amis-toso modorrento e para calar a boca de otário. É,hoje o Brasil prefere enfrentar timecos de sétimonível para enganar trouxa. O bobo que fica nasredes sociais chamando de corneteiro quem enxer-ga o óbvio: É horrível o time brasileiro.

A China nunca veio ao Brasil na década de1950 ou de 1960 nas vezes em que a seleção se pre-parava para Copas do Mundo. Quando os grandesesquadrões estavam ocupados, os canarinhos to-pavam com seleções estaduais.

Motivava muito mais. Havia sempre um cami-sa 8 ou 10 em qualquer Estado do Nordeste dispos-to a aparecer, a se mostrar. Em Pernambuco haviaIvan e Luciano Coalhada(depois do Corinthians),

no Ceará(Samuel e Zé Eduardo, do Flamengo), eem Sergipe, Mirobaldo, depois ídolo no Santa Cruz.

>>>No Rio Grande do Norte, sempre, a Regra 3 em

prestígio. Nem nos idos de Jorginho Professor, de-pois na glória de Alberi, houve jogo de seleção localcontra o Brasil. O Estádio Juvenal Lamartine eraacanhado demais e os dirigentes, pensavam até Ma-manguape na Paraíba, um pouco mais limitadosdo que os de agora.

Mas no Sul e no Sudeste, a cobra fumava. OBrasil, antes de ir para a Copa do Mundo de1978, jogou seu último amistoso contra o RioGrande do Sul. Empatou por 2x2 e levou sufo-co. Muito melhor do que ter trazido a China oua África do Sul.

Nos gaúchos, estava Falcão, o grande ausentedo Mundial da Argentina, preterido pelo grosseiroChicão. Falcão destruiu o Brasil de Cláudio Cou-tinho com ajuda do jovem ponta-esquerda Éder,no auge dos seus petardos, também cotado e igual-mente vetado por Coutinho.

Um ano antes, em São Paulo, um time com Ce-rezo, Rivelino, Zico no meio-campo, Gil, Reinal-do e Paulo César Caju no ataque, não conseguiu der-rotar o combinado paulista no Morumbi lotado erevoltado.

O povão da Bela Vista queria mesmo era Pa-lhinha, o 10 do Corinthians no ataque, Timão cam-peão paulista depois de 23 anos de espera. A vaiacobriu o Morumbi. E nenhum chinês cabeça debagre por perto.

O jogo no Recife foi cômico. O goleiro tomoufrangos hilários, o zagueiro, com cara de Jet-Li,fez gol contra, o meio-campista parecia o Pateta deWalt Disney, enquanto o centroavante deve traba-lhar de digitador em algum escritório de Pequim.

É Neymar driblando para dentro, para fora, paratrás e, principalmente, transformando a finta numaarte banal e desnecessária. Se está na frente datrave, chuta e faz logo o gol.

O volante Sandro que entrou no segundo tempo,teve enorme dificuldades em conter o meio-cam-pista parecido com o Pateta. Foi quando existiu al-guma emoção. Bola surrando a ambos.

A careta de Neymar representou uma infelizpalhaçada de quem nunca faz do futebol, objeto dealegria doce, moleque e artilheira. Ele é um exibi-cionista pernóstico. Neymar forçou uma caretacomo é imposto ao brasileiro o seu futebol.

Sem querer, acertou no seu próprio carisma pos-tiço. Hoje, nem se pode falar em Pelé perto dele.Agora, é preciso reconhecer em Neymar, o queainda nem é Robinho, irritante firuleiro, menos es-nobe e antipático. É Grave. Muito grave.

ALEGRIA DE POBREABC e América, ontem,

consagraram um ditado cruel detão humilhante. "Não basta serpobre. A alegria tem que durarpouco."

AMÉRICADerrota inexplicável. Incon-

cebível. Displicência, rebolado.

ABCCom Pedro Silva, Clemen-

tino e Allan, impossível. TrioCangalha.

NOS ESCOMBROS DABOLADiante da ruindade escan-

dalosa de Vasco e Palmeiras, háquem cogite a convocação deGalvão Bueno para narrar a pe-

lada desta noite. Com a músicaEx Mai Love de fundo(profun-do) musical.

NADAPor aqui, uma semana pas-

sou e os humanísticos(humorís-ticos) de verborragia da velhaPraça das Cocadas ainda não sepronunciaram sobre os dois po-liciais civis assassinados.Devem fazer manifesto contra aRota(SP), que matou em con-fronto nove "inocentes" que ar-mavam ousada ação criminosa.

É UMA DELÍCIAÉ uma delícia quando chega

um e-mail do pessoal engajado.O Mundo mudou, a União So-viética foi fatiada e o palavrea-

do ali, intacto.

MEMÓRIADia 12 de setembro de 1973,

América 1x1 Vasco pelo Cam-peonato Nacional com 25.853pagantes no Castelão(Macha-dão) , gols de Jorginho Car-voeiro para o Vasco e João Da-niel para o América.

TIMESAmérica: Ubirajara; Emídio,

Scala, Mário Braga eCosme(Chico); Afonsinho, Care-ca e Hélcio Jacaré; Almir, SantaCruz(João Daniel) e Gilson Porto.Vasco: Andrada; Puruca, Moisés,Renê e Pedrinho; Alcir, Gaúcho eAdemir; Jorginho Carvoeiro, LuísFumanchu e Luís Carlos Tatu.

Atlético x São Paulo temencontro de gerações

CRISES OPOSTAS

RONALDINHO E ROGÉRIO CENI, DOIS PENTACAMPEÕES

DO PASSADO; BERNARD E LUCAS, CRAQUES DO FUTUROQuando Atlético Mineiro e São

Paulo entrarem em campo hoje,às 22h, no estádio Independênciaem Minas Gerais, o encontro degerações dará a tônica do confron-to. O veterano Ronaldinho Gaúchoe a revelação Bernard defendem ogalo. Ambos vivem o bom mo-mento do clube na competição.No São Paulo a experiência deRogério Ceni contrasta com a car-reira meteórica de Lucas, uma dasnegociações mais caras da histó-ria do futebol nacional, mas quesegue no São Paulo até o final doano. O time que mostrar maisforça na noite de hoje pode se darmuito bem na tabela de classifica-ção. Enquanto o Atlético Mineiroquer recuperar a liderança e ul-trapassar o Fluminense, o SãoPaulo mira o G4.

Ronaldinho Gaúcho e RogérioCeni não vestem mais a camisa daseleção brasileira. Ambos forampentacampeões, mas hoje a reali-dade é diferente. Enquanto Ronal-dinho tenta recuperar o futebol per-dido no tempo, Ceni sofre com le-sões. O lado inverso vive Lucas eBernard, que iniciam agora a tra-jetória com a camisa amarela.Lucas já jogou as olimpíadas e Ber-nar está convocado para o Super-clássico das Américas contra a Ar-gentina.

No Atlético-MG, o clima vol-tou a ser de confiança. Na últimarodada, o time venceu, com louvor,o Palmeiras por 3 a 0. Foi sua pri-

meira vitória no returno, resulta-do que devolveu a confiança aoGalo, que vinha de uma série ruim:empate com Bahia, derrota paraCorinthians e empate com a PontePreta, além de um 2 a 2 com o Cru-zeiro no último jogo do primeiroturno.

Já o Tricolor se apoia no fatode ter sido o único time a superaro Galo durante o primeiro turno. Oelenco diz conhecer o caminho parafrear o ataque mais efetivo do Bra-sileirão, ao lado de Fluminense eBotafogo, com 38 gols. A tarefa édura: o Atlético-MG ainda não per-deu como mandante neste nacional.

FLU DEFENDE ALIDERANÇATentando manter a liderança

do Campeonato Brasileiro, atual-mente assegurada com dois pon-tos de vantagem em relação aoAtlético-MG, o Fluminense visi-ta a Portuguesa nesta quarta-feira,às 19h30, no estádio do Canindé.Enquanto o clube das Laranjei-ras entra em campo embalado porduas vitórias consecutivas, sendoa mais recente por 1 a 0 sobre oInternacional, a Portuguesa, quearrancou empate por 1 a 1 com oAtlético-GO, no fim de semana,soma 29 pontos e ocupa a 11ª co-locação.

Se o Atlético tem a experiência e talento de Ronaldinho Gaúcho, o São Paulo aposta na velocidade e juventude de Lucas

> VASCO X PALMEIRAS

O Vasco ocupa hoje a quartacolocação no Campeonato Brasi-leiro com 39 pontos. Por diversasrodadas disputou a liderança e épresença constante no G4 desde oinício da competição. O Palmeirasé o 18º colocado, ocupou a zonade rebaixamento em 17 das 23 ro-dadas do campeonato. Freguês as-síduo do Z4. Os times vivem cri-ses opostas. Enquanto o Vasco per-deu o técnico Cristóvão Borgesapós a sequência de resultados ne-gativos, o Palmeiras tenta se recu-perar e fugir do rebaixamento. Oconfronto de hoje, às 22h, tem as-pectos de decisão e de uma criseainda maior para um possível der-rotado.

Abalado, o Vasco entra emcampo sob os reflexos da derrotaem casa por 4 a 0 para o Bahia. Oauxiliar Gaúcho deve dirigir a equi-pe nesta quarta-feira e deposita con-fiança na reabilitação. Nós temosum grupo de qualidade e em con-dições de começar a mudar essequadro de adversidade já a partirdesta partida contra o Palmeiras. OVasco pode brigar pela conquista dotítulo do Campeonato Brasileiro,como fez durante todo o primeiroturno e como acredito que vai fazerdaqui para frente. Somos qualifica-dos e vamos começar a reagir", dizo comandante interino.

No Palmeiras, havia uma ex-pectativa de reação depois da vitó-ria contra o Sport na semana pas-sada. No entanto, o final de sema-na reservou outro fracasso avassa-lador: a derrota por 3 a 0 para oAtlético-MG aumentou a preocupa-ção na luta contra o rebaixamento."Eu me considero cara otimista.Depois de uma derrota por 3 a 0com o time na zona resposta, esta-mos em situação complicada. Massempre joguei melhor fora de casa.

Quando joguei em situações adver-sas, eu produzia mais do que quan-do tinha algo confortável", tentouamenizar o gerente de futebol,César Sampaio.

O Palmeiras fala em 15 "finais"para se livrar do rebaixamento, e aprimeira delas começa contra oVasco. Pior visitante do Brasilei-rão, com quatro pontos somadosem 11 jogos, o time espera acabarcom essa sina.

SANTOS X FLAMENGO:MUITA HISTÓRIA E POUCO FUTEBOL

Um duelo de muita tradição.Um embate que já teve dois dosmairoes representantes do futebolmundial. Pelé vestiu a camisa 10 doSantos e se tornou o maior jogadorda história. Zico usava o mesmonúmero no Flamengo e é o maiorídolo da nação rubro-negra. Mas,deixando um pouco a história delado e olhando hoje para a realida-de dos dois clubes no Campeona-to Brasileiro é difícil encontrar as-

pectos consistentes para promovereste embate. Só mesmo se apoian-do no passado.

Santos e Flamengo agora lutampara escapar do rótulo de pior timedo segundo turno do Brasileirão.Considerando apenas a tabela doreturno, o Peixe é o 18º colocado,ao lado do Atlético-GO, e o Fla se-gura a lanterna, na 20ª colocação.Em quatro partidas, cada equipeconquistou apenas um ponto. Hoje,às 22h, ambos decidem quem é opior do returno.

No Santos o grande impulsosão os retornos de Neymar e Arou-ca, que serviam a seleção brasilei-ra. O técnico Muricy Ramalho jádefiniu que ambos estarão emcampo normalmente, porém sofrecom outras posições, como na la-teral esquerda, onde Juan segueafastado. No Flamengo os desfal-ques do chileno González e do pa-raguaio Cáceres são as principaisbaixas. Ambos estão servindo suasseleções nas eliminatórias para aCopa do Mundo.

Na zona de rebaixamento, Felipão tenta colher os cacos e fazer Palmeiras reviver melhores tempos

Fotos: Divulgação

Page 17: Flip 12/09/2012

Quarta-feira O Jornal de HOJE 17Natal, 12 de setembro de 2012Cultura

DANIELA PACHECO - [email protected]

Cultura HOJEcom Dani Pacheco

Terra avermelhada massacra-da pelos períodos de seca, onde acor das pessoas se confunde coma cor da terra. Os brincantes-nar-radores se reúnem no terreiropara contar a história do Cravodo Canavial, que narra os desen-contros entre o céu e a terra,entre o mar e o sertão, entre oque é vivo e o que o morto.

O Maracatu Rural é o Cravodesse Canavial, remetendo aoscravos que os Caboclos de Lança- um dos personagens do brin-quedo - usam na boca durante asapresentações. Arquétipo doguerreiro, essas “figuras” do ca-navial defendem um territóriomarcado historicamente pela de-sigualdade social, por isso o ca-ráter de resistência presente nestamanifestação, originária da Zonada Mata de Pernambuco, onde oscortadores de cana-de- açúcarsão os brincantes.

Direcionado ao público adul-to, o espetáculo tem nove apre-sentações marcadas em Natal nomês de setembro, até dia 15 seráapresentado no prédio anexo doDeart, na galeria, na UFRN e nosdias 22 e 23, 29 e 30 no Barra-cão Clowns, em Nova Descober-ta. Além das apresentações emterra potiguar, o projeto prevêtambém apresentação no Enge-nho do Cumbe, em Nazaré daMata (Pernambuco), no dia 20 deoutubro.

O espetáculo foi contempla-do com o prêmio de montagemFUNARTE – Myriam Muniz /2011 e faz parte da pesquisa deMestrado em Artes Cênicas,idealizado e sob a condução daatriz, preparadora corporal, co-reógrafa e atual mestranda daUFRN, Carla Martins sob aorientação do Professor DoutorRobson Haderchpeck.

E, a concepção cênica e otrabalho de composição dos ato-res têm como ponto de partidapesquisa iniciada em 2011, comartistas-pesquisadores de Natal(RN), que desenvolveram pro-cesso de investigação associandocultura popular, mais especifica-mente as matrizes presentes noMaracatu Rural Cambinda Brasi-

leira (fundado em 1918) e a Téc-nica da Mimesis Corpórea, siste-matizada pelo LUME (NúcleoInterdisciplinar de Pesquisas Tea-trais da Unicamp).

Como conta Carla Martins,“durante a criação do espetáculo,o grupo realizou processo inves-tigativo in loco que resultou narecriação de ações físicas e vo-cais a partir da observação deterceiros, construindo uma novacorporeidade entre o corpo doator e o corpo observado”.

Formada em Interpretaçãopela Universidade Federal doRio de Janeiro e pela Escola Téc-

nica de Teatro Martins Pena –RJ, Carla Martins trabalhou comdiretores como: João Falcão, An-tonio Abujamra, João Fonseca(Grupo Privilegiados), Vital San-tos, Theotônio Paiva, WalterAvancini, João Marcelino, Fer-nando Yamamoto, Cristina Stre-va, dentre outros. Como educa-dora, atuou durante quatro anosno Grupo Cultural Afroreggae,onde ministrava aulas de dançaspopulares e teatro, destinadas acrianças e adolescentes de fave-las do Rio de Janeiro, grupos demenores infratores cumprindomedida sócio-educativa e poli-

cias militares de Belo Horizonte.Ainda com o Afroreggae de-

senvolveu oficinas em Londres eManchester – Inglaterra – dire-cionada a atores, bailarinos eeducadores, onde teve a oportu-nidade de fomentar sua pesquisaque tem como base as Manifesta-ções Populares Brasileiras - he-rança de seu percurso no BaléPopular de Pernambuco - e o tra-balho de composição do ator.

Sua relação com o LUMEvem desde a graduação, tendorealizado na própria sede do Nú-cleo vinculado a Unicamp, emBarão Geraldo, oficina ministrada

pela atriz-pesquisadora RaquelScotti para aprofundar seu conhe-cimento da Técnica. Por isso,para construção do espetáculo oprocesso contou com a assessoriatécnica da própria Raquel quetrabalhou diretamente com osatores durante sete dias. Assesso-ria fundamental para o levanta-mento do material de composiçãodos atores.

A montagem contou aindacom a colaboração do ator-pes-quisador Jesser de Souza tam-bém do Lume, que ministrou ofi-cina relacionando as danças po-pulares e o treinamento do ator,

direcionada não só a equipe doCravo do Canavial, mas tambémaos demais artistas de Natal. Ouseja, além de promover fruiçãode espetáculo e incentivar a cria-ção de plateia fora do eixo, essetrabalho se propõe a fortalecer arelação com grupos e profissio-nais da cidade.

“Parcerias com instituiçõesde ensino fomentando a troca desaberes, flexibilizando a fronteiraque separa academia e comuni-dade, e fomentando ações depensamento e de formação, tam-bém foram realizadas duranteprocesso de montagem”, decla-rou Carla Martins.

Cravo do Canavial conta emsua ficha técnica com a partici-pação do músico e ator MarcoFrança (Grupo de Teatro Clownsde Shakespeare - RN) assinandoa direção musical e a composi-ção da trilha original para a mon-tagem. Assinando cenário e figu-rino, Irapuan Junior; iluminação,Rogério Ferraz, dentre outrosprofissionais com respaldo nomercado potiguar. No elenco: Al-demar Pereira, Andressa Haz-boun, Potyra Pinheiro, ThaisSchmidt e Vania Bertoldo.

“Vale ressaltar que tais atoresforam fundamentais para o pro-cesso uma vez que, o espetáculoaborda o universo da cultura po-pular sob a temática do feminino,utilizando dramaturgia construí-da a partir do processo com estesatores e das vivências / entrevis-tas realizadas com os brincadoresde Maracatu Rural, como ditoanteriormente. Trata-se então deuma ‘dramaturgia de pele’, ondecada ator se coloca como co-autor do processo”, disse a pes-quisadora.

Em suma, Cravo do Canavialpossibilita uma composição esté-tica onde o brincador que repre-senta a tradição do povo brasilei-ro vem a ser poeticamente repre-sentado, não só como mote deinspiração, mas como protago-nista, ressaltando o valor de inte-grar elementos da cultura popu-lar num espetáculo que trará paracena um recorte de um paísainda desconhecido.

CRAVO DO CANAVIALESPETÁCULO ABORDA O UNIVERSO POPULAR DOS BRINCADORES DE NAZARÉ DA MATA DE PERNAMBUCO

TROCA DE CADEIRASDilma Rousseff demitiu

Ana de Hollanda do cargo deMinistra da Cultura e a justi-ficativa foi que ela mostroudificuldades no exercício docargo. E, a presidenta indi-cou para assumir a pasta seráa senador petista Marta Su-plicy (foto). A posse será napróxima quinta-feira às 11h.

E, POR FALAR...A Secretaria de Comuni-

cação Social da Presidênciada República divulgou notadestacando que presidenta agradeceu à ministra Ana de Hollanda pelo "empenho e os relevantes serviços prestados ao país". Mas, foi notória ascriticas durante a gestão da irmã do compositor Chico Buarque, que tam-bém é cantora, entre elas, a posição sobre à política sobre direitos auto-rais, à suspensão de pagamento de convênios e à retirada do selo Creati-ve Commons (licença para uso de conteúdo) do site do MinC. Além disso,Dilma ficou muito irritada com o vazamento de uma carta escrita pelaministra da Cultura para a titular do Planejamento, Miriam Belchior. Nacarta, Ana reivindicava mais verbas para a pasta.

E, NÃO PARA POR AÍ...Nem mesmo assumiu o ministério, a senado-

ra Marta Suplicy já está recebendo críticas. De-pois de ser anunciada pela presidenta Dilma, taldecisão, tanto nas redes sociais, como os parti-dos de oposição, criticaram a indicação de Marta.O fato é que ocorreu pouco tempo depois de elater entrado definitivamente na campanha do can-didato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernan-do Haddad.

SÓ PARA LEMBRAR...“Eu acho que a presidente escolheu uma boa

interlocução com a Câmara e o Senado", comen-tou nesta terça-feira, o líder do governo no Se-nado, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), sobrea indicação de Marta Suplicy (PT) para o Minis-tério da Cultura (MinC), pois acredita que DilmaRousseff valorizou a força da parlamentar juntoao Congresso. Ele disse ainda que Ana de Hol-landa mostrou dificuldades no exercício do cargo."Essa dificuldade vinha de certas deficiências narelação da pasta com o Senado e com a Câmara(...) A Marta trata essa interlocução esperada portodos nós senadores", disse.

CONFERÊNCIAS ON-LINEA Representação Regional Nordeste do Ministério da Cultura realiza nesta quinta-

feira, dia 13, duas conferências em vídeo que visam esclarecer dúvidas a respeito daimplantação do Sistema Nacional de Cultura nos estados e municípios da região, alémde ações voltadas à economia criativa. Os interessados em participar deverão acessar oTwitter do MinC Nordeste para obter o link que transmitirá os encontros (www.twit-ter.com/mincnordeste).

A primeira conferência será realizada no turno da manhã, às 10h, e terá como pautao Sistema Nacional de Cultura (SNC). No turno da tarde, às 15h, é a vez da economiacriativa, em uma videoconferência ministrada pelo chefe da Representação Regional Nor-deste, Fábio Henrique Lima.

EELPDe 15 a 17 de outubro acontece a terceira edição do Encontro dos Escritores da Lín-

gua Portuguesa de Natal (EELP) no Teatro Alberto Maranhão. Este ano, o evento pre-tende trazer a debate temas amplos do nosso cotidiano e da nossa literatura. No primei-ro dia a literatura e o futebol estarão em pauta, no segundo dia a relação com o univer-so infantil e no terceiro dia o destaque será a oralidade e a tradição. As inscrições paraIII Encontro dos Escritores da Língua Portuguesa de Natal são gratuitas e estarão aber-tas de 14 de setembro até 11 de outubro. Escritores, estudantes e demais interessadosem participar do encontro podem acessar o hotsite: www.eelpnatal.com.br, clicar em ins-crições e preencher o formulário.

Fotos: Divulgação

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Canal 1

Quarta-feira18 O Jornal de HOJE Natal, 12 de setembro de 2012 Cultura

BATE-REBATE

POR FLÁVIO RICCO - Colaboração: José Carlos Nery [email protected]

Globo quer uma atrizmexicana na próxima

novela das 6Jayme Monjardim e equipe viajam na próxima segunda-feira para a Guatemala,

em uma outra importante etapa da produção de “O Caribe é aqui”, título provisó-

rio da novela do Walther Negrão, definida como substituta de “Lado a Lado”, às

18 horas, na Globo.

Já definidas as bases de trabalho no Rio Grande do Norte, o grupo irá agora sele-

cionar locações em toda a região do Caribe, começando pela cidade da

Guatemala, a capital do país.

Também para esses próximos dias, se espera uma resposta da atriz, cantora,

modelo e bailarina, Sandra Echeverria, mexicana, mas de ascendência dominica-

na, que fez o papel de Jade em “O Clone”, produzida pela Telemundo. Aceitando,

ela será a caribenha que tanta importância terá no desenvolvimento da trama.

Outra novidade do mesmo elenco, que está praticamente escalado, inclusive com

as participações de Juca de Oliveira, Henri Castelli e Laura Cardoso - hoje envol-

vidos em outros trabalhos, é a presença já confirmada de Lívia Aragão, filha de

Renato Aragão, em sua estreia nas novelas como Marizé, filha de pescadores.

w MUITO FUTEBOLInteressante verificar que, entreos jogos da seleção e o campeo-nato brasileiro, séries A e B, astransmissões do futebol, ao vivo,estão presentes todos os dias,desde terça-feira da semana pas-sada e irão prosseguir até domin-go. O único respiro será a próxi-ma segunda.

w TUDO ERRADO - 1O certo é escrever “Bamdamel”desse jeito. O errado é “BandaMel”. Alguém entendeu? Nin-guém, claro. Foi com o absurdo“m” no meio, que este grupo deaxé preferiu ser conhecido e assimse apresenta na televisão. É, con-clui-se, cada vez mais triste a mis-são dos nossos educadores.

w TUDO ERRADO – 2A história é conhecida. No tempode “Os Trapalhões”, programa detodos os domingos na Globo, oDidi, Renato Aragão, insistia nouso do “vareia”, do verbo variar.Achava engraçado. No dia seguin-te, cabia às professoras colocar nacabeça das crianças que elas não

podiam dizer aquilo.

w EQUIPE DE PONTAA Globo montou um respeitávelgrupo de autores para tocar os tra-balhos da nova versão de “Sara-mandaia”, que será exibida no anoque vem, na faixa das 11 da noite.Ricardo Linhares irá dividir o textocom Ana Maria Moretzsohn, Nel-son Nadotti e João Brandão.

w CINEMALogo depois de “Avenida Brasil”,em outubro, Heloisa Périssé co-meça a filmar, no Rio e em SãoPaulo, a comédia romântica “ODia dos Namorados”. Ainda noelenco, Danielle Winits, DanielBoaventura e Marcelo Saback. Ro-teiro de Paulo Cursino e direçãode Roberto Santucci.

w COBRINDO FÉRIASPoliana Abritta, repórter de Brasí-lia e também conhecida pela suaparticipação no “Globo Mar”, ficaaté o dia 24 em São Paulo. Estáocupando o lugar da Christiane Pe-lajo, em férias, no “Jornal daGlobo”, ao lado do William Waack.

sTV - TUDO>>

w Todos os domingos, 11 damanhã, em um espaço fixo na suaprogramação, a Rede TV! irátransmistir os jogos do campeo-nato paulista sub-20.w Além de "Carrossel", o SBT vailevar para a MipCom, em Cannes,as novelas "Revelação", "Vende-se um véu de noiva" e "Uma Rosacom Amor".w Pela Record, na mesma feira,a equipe será liderada por Del-mar Andrade, Diretor de VendasInternacionais.

w Nesta próxima sexta, o Mionvai entrevistar no Rio a cantoraamericana Taylor Swift, para levarao ar no “Legendários” do dia 29.w A equipe da TV Globo, em Bra-sília, começou a monitorar a po-luição das águas no Distrito Fe-deral por meio de um já conhe-cido flutuador.w O projeto, desenvolvido como IPT -Instituto de Pesquisas Tec-nológicas, começou em 2009, naGlobo - SP, em uma expediçãodenominada "Rios de São Paulo".

C´EST FINIAs gravaçıes da 3“ temporada do �Kaiak�, no canal Off, jÆ

estªo em andamento. Dessa vez, o recordista mundial de des-

cida em cachoeira, Pedro Oliva, e os amigos americanos

Ben Stookesberry e Chris Korbulic encaram, pela primeira

vez, as corredeiras glaciais da Noruega, de Svalbard e da

Groelândia. No ar só em 2013.

Twitter da Renata Dias Gomes: �lendo a entrevista � e re-

percussªo da Vivi Araœjo no portal do Aguinaldo Silva, só penso

que a Gracyane deve tÆ com vontade de devolver o Belo�.

Ficamos assim. Mas amanhª tem mais. Tchau!

NÃO PARARecém-saída de “Amor Eterno Amor”, Rosi Campos

não vai ficar muito tempo longe da televisão.Chamada pelo diretor Marcos Schechtman, ela tam-

bém vai integrar o elenco de “Salve Jorge”, da GlóriaPerez, no papel da divertida Cacilda.

Ary

Bra

nd

i

Leão 22/07 a 22/08Com Vênus em seu signo temsido fácil cativar as pessoas,abrir portas com um sorriso

etc. Mas hoje não. Esqueça estes expe-dientes para, ao contrario, evitar rebuli-ços e chateações - com um parceiro,com seu amor e com seu chefe!

Virgem 23/08 a 22/09Você conta com um apoioinesperado e positivo até o

início da tarde - pode assim investircom mais energia e foco em metasdomésticas. Feliz acerto com umsubalterno! Boa discriminação e exce-lente capacidade de se exprimir bem.

Libra 23/09 a 22/10Clima astral um tanto pre-judicado comprometesoluções suaves e relacio-

namentos equilibrados. Para neu-tralizar esta tendências, evite fazerpromessas, não gaste seu dinheirosem pensar e confira o que lhedevem.

Escorpião 23/10 a 21/11Intuitivo e sensível, vocêmerece mais paz e silencio

para trabalhar nos próprios projetospessoais. Se não puder anote asideias, mantenha a discrição e simpli-fique as tarefas. Manhã boa parafazer contas e acertar pendências.

Áries 21/03 a 20/04Começa hoje a fase maisquente do mês - Vênus armaaspectos poderosos com

Marte e Urano, sinal de que somenteas saídas inovadoras e originais darãobom resultado diante de problemasnos relacionamentos. Experimente!

Touro 21/04 a 20/05Tensões astrais pedem come-dimento e boa aplicação daexperiência no campo do tra-

balho e nas relações com superiores.Vem vindo por ai noticia nova que envol-ve mudança de chefia. Para você seráchance de mostrar seu valor.

Gêmeos 21/05 a 20/06Lua e Mercúrio em ângulofavorável até o início datarde favorecem tratamen-

tos médicos, acertos com subalter-nos e entendimento com mulheres.Você vai expressar com maestria oque sente para o seu amor.Criatividade!

Câncer 21/06 a 21/07Lua em seu signo pede maisum dia para cuidar bem de si

mesmo! As tarefas que pesam nosseus ombros irão cobrar atenção maisao final do dia. Abordagens práticas eobjetivas ajudam muito. No amor, pre-fira um adiamento.

Sagitário 21/11 a 21/12Tensão astral comprometerelacionamentos em socie-

dade. Não é um bom dia para acertarpendências com sócios, nem parafazer uma DR com seu amor! Aoinvés, focalize arrumação em casa esimplificação de tarefas domésticas.

Capricórnio 22/12 a 21/01Urgência em começar ou ter-minar um monte de coisas

que você colocou na sua agenda masaté agora não fez! É a saída próxima deSaturno do signo de Libra que evocaessa premência toda. Faça o que der,você tem até 8/10 próximo.

Aquário 21/01 a 19/02Desencontros com sóciose parceiros de trabalho -

se puder evite tratar de assuntospráticos ou de dinheiro, assimcontornará situações explosivas.Alguém sedutor já não produzaquele efeito mágico em você,que bom!

Peixes 20/02 a 20/03Sensível e criativo, poderáfuncionar super bem com um

colega de trabalho, seu parceiro denegócios ou mesmo com um sócio. Sefor casado, acertos funcionais com ocônjuge ajudam a manter a relaçãoequilibrada. Invista nisso.

HORÓSCOPO

CINEMAOS MERCENÁRIOS 2 - (16 Anos)MOVIECOM 1 – Hora:15:30 / 17:40 / 19:50/ 22:00MOVIECOM 7 - Hora:14:40 / 16:50 / 19:00/ 21:10CINEMARK 1 - Hora:13:30 / 15:50/ 18:10; Hora: 23:00 (Sáb)CINEMARK 3 - Hora: 14:10 / 16:30/ 19:00 / 21:30; Hora: 23:50 (Sáb)

O VINGADOR DO FUTURO - (14 Anos)MOVIECOM 2 – Hora:21:35

E AÍ, COMEU? - (14 Anos)MOVIECOM 2 – Hora:19:25

BATMAN:O CAVALEIRO DAS TREVASRESSURGE - (12 Anos)MOVIECOM 2 – Hora:16:10CINEMARK 6 - Hora:22:05

TOTALMENTE INOCENTES - (14 Anos)MOVIECOM 3 - Hora:15:05 / 17:10 / 19:15/ 21:20

CINEMARK 2 - Hora: 14:30 / 16:40/ 18:50 / 21:00; Hora: 23:10 (Sáb)

O LEGADO BOURNE - (14 Anos)MOVIECOM 4 – Hora:16:25 / 19:05 / 21:45;Hora: 13:45 / 16:25 / 19:05 / 21:45 (Sáb eDom)CINEMARK 4 - Hora:13:20 / 16:10/ 19:10 / 22:00

À BEIRA DO CAMINHO - (12 Anos)MOVIECOM 5 – Hora:18:00

O DITADOR - (14 Anos)MOVIECOM 5 – Hora:16:00 / 20:15

ABRAHAM LINCOLN - CAÇADOR DEVAMPIROS - (14 Anos)MOVIECOM 6 - Hora:15:00 / 17:15 / 19:30/ 21:45; Hora:19:30 / 21:45 (Sáb e Dom)CINEMARK 7 - Hora: 12:50 / 15:05/ 17:30 / 19:55 / 22:15

VALENTE - (Livre)

CINEMARK 1 - Hora:11:10 (Sex, Sáb eDom)

A DELICADEZA DO AMOR - (10 Anos)CINEMARK 1 – Hora:20:30 (Ter e Qui)

AS AVENTURAS DE AGAMENON, O RE-PÓRTER - (14 Anos)CINEMARK 5 – Hora:13:00 / 15:00

O VINGADOR DO FUTURO - (14 Anos)CINEMARK 5 – Hora:21:50

UM DIVÃ PARA DOIS - (12 Anos)CINEMARK 5 – Hora:17:10 / 19:30

PARANORMAN - (10 Anos)CINEMARK 6 - Hora: 13:10 / 15:30/ 17:50 / 20:00

OBS: A aprogramação pode ser altera-da sem prévio aviso. Favor consultar ocinema para confirmar o filme do dia.

w FIM DA PARCERIA – 1Aguinaldo Silva e Wolf Maya nãotrabalham mais juntos. A separa-ção, que de algum tempo era ape-nas uma possibilidade, agora seoficializou. “Fina Estampa”, an-tecessora de “Avenida Brasil”, foia última dessa parceria, que sedesgastou nos últimos tempos.

w FIM DA PARCERIA – 2Ao encontro de tudo, o Wolf jáestá inteiramente envolvido coma escolha de locações da nova no-vela do Walcyr Carrasco, substi-tuta de “Salve Jorge”.

Quanto ao Aguinaldo, tambémnão existem mais segredos da pre-ferência pelo Papinha, RogérioGomes, como diretor-geral do seupróximo trabalho.

w SEGREDOO “Programa da Tarde”, da Re-cord, que estreou segunda-feira,muito em breve terá, como outranovidade, o lançamento de umanovela diária, baseada em situa-ções reais.Um mininúcleo de teledramatur-gia está sendo criado, com a au-tora Letícia Dornelles e o diretorValdir Santos.

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Com o objetivo de alertar asautoridades e salvar as orquídeasdo Rio Grande do Norte, o artis-ta plástico José Clementino deAraújo, 73, está promovendo aexposição "Orquídeas do RioGrande do Norte - Patrimônio Na-tural em Perigo", buscando sal-var algumas que ainda tem no Es-tado. Segundo ele, o roubo dasmudas e muitas vezes a constru-ção civil vem acabando com asplantas.

A exposição está acontecendona Pinacoteca do Estado, das 8 às17 horas, até 30 de outubro, ex-ceto às segundas-feiras. No RioGrande do Norte, foram encon-tradas 41 espécies de orquídeas,algumas já estão extintas como a"Felisminiana", que era encontra-da em Punaú e hoje não existemais. "Num viveiro aqui em Nataltem quem tenta salvar uma muda,

mas ainda é pequena e não se sabese vai dar certo. Vale lembrar quea espécie era única no mundo.Outra muda foi enviada para aFrança vê se havia a possibilida-de de cloná-la", adianta.

A maior orquídea do RN é aCattleya granulosa e por isto corregrande risco de extinção, porqueos comerciantes do produtopagam aos catadores para retirara planta do local durante a noitee levam para locais onde vão cul-tivar para vender. Eles não que-rem a muda porque demora seisanos para poderem vender asgrandes orquídeas. Uma das maisprocuradas pelo cheiro é a Pros-thechea fragrans, que tem de Sagi,na Paraíba, até Touros. "Geral-mente, não podemos dizer o localexato que tem estas orquídeas,porque senão vão lá e retiram danatureza", afirma.

José Clementino é militar re-formado do Exército. Quando en-trou para a reserva, saía com ami-gos que iam catalogar estas plan-tas e ele as fotografava, desenha-va, pintava e começou a desenharas plantas. As fotos serviram paraele usar a cor certa da planta e al-gumas vezes os amigos lhe em-prestavam uma mudas para elepoder fazer o desenho melhor.

Natural de Serra Branca, naParaíba, Clementino passou maisparte do tempo servindo no Exér-cito em Natal. Quando se refor-mou foi ser professor da EscolaMilitar em Brasília, por oito anos,onde ficou até 1998, depois re-solveu desenvolver mais a pintu-ra e preferiu pintar orquídeas. Elefez uma exposição na França, em2007, e vendeu algumas telas.

O porquê de desenhar e pin-tar quadros de orquídeas, segun-

do o artista, partiu do incentivo deseus filhos. "Eles elogiavam meutrabalho e diziam que eu era me-lhor pintando orquídeas, então fuifazendo", diz ele, acrescentandoque talvez ainda faça outras ex-posições com locais do sertão nor-destino.

"Meu objetivo nesta exposi-ção não é vender telas, mas, sim,alertar para este problema, paraque se possa ter orquídeas no RNembora muitas estão extintas. Asque aparecem na exposição comoaparentemente extinta, pode con-siderar como extinta mesmo, éque não tem a comprovação cien-tífica, mas não se encontra maisna região onde elas estavam plan-tadas", informa.

No entanto, quem desejarcomprar um dos quadros terá quedesembolsar 700 ou 800 reais, de-pendendo do tamanho da obra.

Quarta-feira O Jornal de HOJE 19Natal, 12 de setembro de 2012

Cidade

A Superintendência de Co-municação da Universidade Fe-deral do Rio Grande do Norteabrirá a partir da segunda-feira,17, 70 vagas para o seminário"A Comunica e os Desafios daDivulgação Científica daUFRN". As inscrições serão fei-tas através de formulário que serápublicado no site da UFRN e en-viadas através do e-mail [email protected] conformeinformou o professor FranciscoDuarte Guimarães, coordenadordo evento. A programação ofi-cial será divulgada no decorrer dasemana.

O seminário é aberto à co-munidade em geral e será ape-nas na manhã do dia 4 de outu-bro no auditório do Laboratóriodo Curso de Comunicação So-cial (Labcom). O evento irá apre-

sentar um panorama sobre a di-vulgação científica, focando nadisposição de aprofundar e aper-feiçoar a divulgação da informa-ção científica ao público internoe externo da Universidade Fede-ral do Rio Grande do Norte(UFRN).

O objetivo do seminário, se-gundo Francisco Duarte Guima-rães, é sistematizar formas de ex-pandir e apoiar, ainda mais, a pes-quisa e a pós-graduação institu-cional através da divulgação cien-tífica. Para tanto, estão programa-dos painéis com a participação derepresentantes de diversos meiosde comunicação do Rio Grandedo Norte, como jornais impressose TVs, e das mídias internas daUniversidade, como a TVU, RádioUniversitária FM e Agecom, alémde estudiosos do assunto.

PROFESSORA DO PIAUÍPARTICIPARÁ DO EVENTO

Após o Seminário, na parte datarde, haverá uma oficina de re-dação técnico-científica a ser mi-nistrada pela professora Maria daGraça Targino, da UniversidadeFederal do Piauí (UFPI), especia-lista em divulgação científica euma das maiores referências daárea no Brasil. A oficina, para aqual haverá apenas 40 vagas, des-tina-se exclusivamente aos profis-sionais e bolsistas de Comunica-ção da UFRN e será uma das for-mas de atualização das técnicas esobre as Tecnologias da Informa-ção e da Comunicação (TICs).Duarte acrescenta que esta é ape-nas uma das muitas ações queainda serão desenvolvidas no de-correr do ano e que serão previa-mente divulgadas.

José Clementino, após sair do Exército, passou a registrar o amor pelas flores

Fotos: Maurício Cuca

> NA UFRN

Desafio da divulgação científica é tema de seminário

Exposição tenta salvar orquídeas do RN

Seminário é aberto à comunidade e as inscrições devem ser feitas, exclusivamente, pela internet, no [email protected]

Divulgação

ATÉ 30 DE OUTUBRO, PINACOTECA DO RN ESTÁ ABERTA PARA EXPOR AS OBRAS, DAS 8 ÀS 17 HORAS, EXCETO SEGUNDAS-FEIRAS

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Érika [email protected]

Cidade Quarta-feira20 O Jornal de HOJE Natal, 12 de setembro de 2012

A coluna republica a homena-gem, por motivo de lapsos na pu-blicação original.

O ícone em artes plásticas ho-menageado hoje é Leopoldo Nel-son. Escreveu o livro de poemas"Canto para o Terceiro Mundo"editado e lançado pela editora daUniversidade Federal do Rio Gran-de do Norte (UFRN). Formou-seem 1968 na Faculdade de Medici-na da UFRN, fez mestrado em Fi-siologia em Curitiba e defendeuDoutorado em Neurologia no Hos-pital de La Santa Cruz y San Pablo,na Universidade Autônoma de Bar-celona-Espanha. Em 1961, teve ainfluência direta da pintura de Rem-brant, Goya, Van Gogh, Modiglia-ni, James Ensor, dentre outros. Leo-poldo Nelson pintou 15 telas, focan-do sua arte nas pinturas grotescase trágicas haja vista, a via sacra,na qual apresenta o Cristo despi-do. Retratou muitas mulheres nor-destinas famintas, grávidas tristese em romarias. Como médico, foipsiquiatra e pioneiro como cien-tista na fisiologia cerebral, commais de trinta trabalhos em espe-cial, desenvolvidos em cérebros dossaguis, para a compreensão do cé-rebro humano. Aposentou-se em03/10/1991. Não podemos permi-tir o seu esquecimento, pelo lega-do deixado à cultura potiguar. Leo-poldo nasceu em 25 de outubro de1940, em Natal, RN, filho de Rômu-lo Leite e Maria de Souza Leite,casou com Margarida BittencourtLeite em 06/09/63 e tiveram umafilha Jovanka Bittencourt Leite deCarvalho, em 01/06/64. Depois damorte é que vieram os netos. Gio-vanna e Vitor Bittencourt Leite deCarvalho. Ele não os conheceu,mas já tinha um quarto na sua casadedicado à neta, que ele tinha cer-teza que viria. Como artista, ini-ciou-se na pintura como autodida-ta em 1958.

AMOR DE OUTRAS VIDASSeguem as palavras de Marga-

rida, esposa, amante, companheirade todas as horas: “Nelson foi oamor da minha vida, de outrasvidas, como ele dizia. Falava quejá tinha me visto outrora, com umaflor vermelha, em um castelo e meconquistando para sempre. Se po-demos ter muitas vidas e se já astive com ele, o único desejo é dereencontrá-lo todas as vezes e poderamá-lo como sempre.”

(Margarida, de Leopoldo).

AMIZADE DESPREENDIDA“Leopoldo Nelson, o amigo e o

artista plástico. Falar de alguémque é múltiplo nunca é fácil. A co-meçar pela decisão de ter que es-colher sobre qual competência es-crever sobre esse alguém. De qual-quer forma é possível que você lei-tor possa indagar: mas por que nãofalar sobre todas elas? Ou ainda,uma pergunta mais lógica e comcerta malícia: quais são essas ver-tentes? O que significam “todaselas”? Não seria uma fantasia do es-critor que aqui escreve?

Bom, nesse momento pensoque o mais racional seria apresen-tar aquele sobre quem estou ten-tando falar. Falo do médico psi-quiatra, do cientista, do artista plás-tico, do poeta, do cronista, doamigo, do boêmio, Leopoldo Nel-son, que nos deixou (deixando umvazio imenso não só para sua famí-lia, mulher e filha) no dia 04 demarço de 1994.

Penso, no entanto, que há doisNelsons que me são mais familia-res, o amigo e o artista plástico. Ésobre eles que devo falar. Em pri-meiro lugar sobre o amigo. Nelsonnão era uma pessoa apenas gene-rosa no sentido mais comum da pa-lavra não. Havia nele algo quetranscendia o sentido de “seramigo”. Havia bondade, havia des-prendimento no gesto de sua ami-zade.

Nelson demonstrava um genuí-no interesse pelo seu interlocutor.Havia nele uma vontade de ouviro próximo, mas com desejo, comética. Algo cada vez mais raro nonosso tempo, tempo de pressa,tempo de “homens partidos” comodisse o poeta. Posso afirmar queNelson que conheci era extrema-mente carinhoso com os amigos,dono de uma capacidade gigantes-ca de servir e amparar o próximo.Sempre solícito tinha uma preocu-pação para com os problemas dosoutros, com o intuito claro de que-rer ajudar.

Lembro das inúmeras noites(sempre as sextas e algumas vezesaos sábados) que ficávamos con-

versando sobre “tudo”. Uma marcaregistrada dele aparecia quando pa-recíamos que tínhamos esbarradoem algum assunto, ele então cal-mamente se lembrava da cadeira eia até a sua biblioteca resgatar umlivro, algum autor sábio que pu-desse oferecer uma saída para o im-passe. Foi um amigo.

O autor Nelson que eu conhe-ci e admirava era o artista plásticomaravilhoso. Dono de um estilo dearte que muito me agrada (sei quemuitos não gostam), Nelson seguiuas mesmas pegadas da pintura mo-derna, desconstrucionistas, abstra-tista, irreal e carregada de um“grito” dilacerante sobre a condiçãohumana.

Nelson foi acima de tudo umhumanista, um grande humanista,um grande intelectual humanista seassim o quiserem. Algo também acada dia mais e mais distante e aba-fado na vulgaridade que tomouconta do nosso mundo. Faz muitafalta, uma falta imensa.”

Laurence Bittencourt Leite (jornalista)

INTELIGÊNCIAAGUDA E SENSÍVEL

“Muitas vezes vencemos a noitedissolvendo as horas mortas no rumcom coca-cola. Numa delas, depoisde um daqueles silêncios demora-dos, revelou: estava pintando suavia crucis. Sua porque Nelson faziauma leitura muito pessoal da fé edo pecado. Não era católico, nosentido pastoral de leituras eruditas,sagradas e profanas, a procura desalvar o que restava de humano noshomens.

Até hoje tenho impressão quefui o primeiro jornalista a revelar

aquele conjunto de telas, entre osublime e o horror, e que andaramum tempo esquecidas numa salado subsolo da Nova Catedral. Leo-poldo arrumou na ordem que con-cebera, por todo o terraço da suacasa, ali Rua das Margaridas, eque naquele tempo era todo aber-to para a noite entrar. E ficouolhando, longamente, avisando queos traços e cores se expressavampor si só. Livres, como queria, detoda explicação.

Lembro da noite em que en-contrei Leopoldo pesquisando sobreuma madeira que tinha nome degente e que guardo até hoje na me-mória: Gonçalo Alves. Conseguiucomprar na Bahia e, quando a ma-deira chegou, dirigiu pessoalmen-te todos os cortes. Era aquela ma-deira que só ele, de todos nós, sabiaexistir, a escolhida para as moldu-ras daquela que seria uma das maio-res e mais marcantes exposições.Queria os quadros emolduradoscom o rigor de uma nobreza grave.

Não lembro nesses quarentaanos ter convivido com alguém maistorturado do que Leopoldo Nelson.Torturado por uma inteligênciaaguda e sensível de verdadeiro gênioem permanente convulsão de inda-gações e vivendo a dor de conhe-cer o mais íntimo da dúvida. Porisso escreveu na apresentação desua poesia, agora publicada, e quetenho uma cópia dos originais: “Ahistória decidirá o fim da nossa re-gressão. Ainda persiste a luta entreo carnaval e a quaresma.”

Vicente Serejo (jornalista)

PINTURA COMO EXPRESSÃO POÉTICA

“Leopoldo Nelson, autor de

“Canto pelo terceiro mundo”, é umpoeta essencial à literatura norte-rio-grandense. E à boa humanidade.Fez poesia como se estivesse pin-tando um quadro, criando uma saga,contando uma história surreal oudescrevendo uma das suas telas.Creio que pintava quando queriaexpressar-se o mais poeticamentepossível, até porque “as palavrasperderam o sentido lógico das coi-sas acabadas.”

Diógenes da Cunha Lima

(Advogado e escritor)

VIDA E ARTE“Leopoldo Nelson, Vida e arte.

Que fizeste do teu sonho? Lembro-me do Lázaro que pintaste. Na pa-rede do teu quarto. O primeiro tra-balho a arte. E ele ali, doloroso eterrível te mostrou o outro lado damorte: o frio. E doloroso vazio damorte. Leopoldo Nelson. Grave éa tua arte solidária e plural obses-siva como uma sala em chamas;um castelo em chamas. O rosto daamada em chamas. Porque tudo emti era uma chama que corria no si-lêncio dos girassóis e nas altasvagas do mar. Tudo em ti era pai-xão / Margarida, tua amada únicaem todas as mulheres que pinta-vas.Nunca fostes para outrosolhos,para outra boca,outra curva ecorpo,outra ternura que deitavasem folhas de ouro em olhos quen-tes como um sonho de lâmpadasdiuturnas em torno da cabeça supre-ma da amada.”

Poesia do artista plástico Dorian Gray Caldas

AMIGO IRMÃO

“Irmão mais velho que eu, nasciquando ele já tinha 6 anos, a dis-tância entre os irmãos era bem sig-nificativa: Eider tinha 17 e Fernan-do, 15 anos.

Quase não desfrutei da suacompanhia na infância, pois suasede do novo, do conhecimentoalém das coisas corriqueiras, o le-varam a querer conhecer ummundo diferente. Era inquieto, seudesejo de saber desafiava o óbvio– sempre queria muito mais. So-mente na adolescência o descobrie uma grande afinidade foi se ins-talando entre nós.

O amigo irmão, foi se revelan-do numa sincera cumplicidade.Após sua passagem, procurei tra-duzir meu sentimento desse encon-tro e perda em forma de poesia, daqual segue uma estrofe:-’EscutoBeethoven, Bolero deRavel/Reporto-me ao seu leito/Re-vejo sua imagem serena/Partindodo nosso convívio/Fostes talvez bus-car um saber maior/E quem sabeencontraste/ um mundo mais igual/Eestás a retratar/Tudo que vê de belo.”

Edna Leite (irmã)

FORMAS DIFERENTES DE VIVER

“Conheci melhor o meu tioNelson em um momento que euestava muito triste e me refugieina sua casa. Tive o acolhimento eo carinho dele e de tia Margarida,que me ensinaram e me conquis-taram pelo modo de vida e pela es-colha de viver intensamente. Nomeu momento de tristeza, tio Nel-son me pediu para olhar um qua-dro que estava ao nosso lado. Oquadro era do Midnight Day (Osol da meia noite), ele me fez ver

a imagem como não tinha vistoantes, e me disse: Existe um lugaronde o sol nunca se põe, que há luzem todos os momentos. E eu en-tendi…

Ele me ensinou que existemformas diferentes de viver, me mos-trou a “sua” forma de aproveitar avida, sempre com sua sede de cul-tura, de viajar pelo mundo e pelaalma das pessoas. Me mostrou acumplicidade do amor que viviacom Tia Margarida e me fez rir de-mais contando um segredo queacho que ele não vai se importar seagora eu revelar. Ele me contouque tinha um “fetiche”, que todasas camisolas que comprava paraminha tia, comprava uma, para eletambém. Na primeira noite que vimeus tios de camisolas longas,preta e branca, achei o máximo emais uma vez ele me fez enten-der...e me apaixonei pelo diferen-te, pelo não convencional, pelo ir-reverente e maravilhoso tio que eutive o imenso prazer de conhecerbem e amar muito”.(CristianaLeite, Psicóloga e sobrinha)

REVOLUÇÃO ÍNTIMA"Há pessoas que transformam

o sol numa simples mancha ama-rela. Mas há pessoas que fazem deuma simples mancha amarela, opróprio sol". Pablo Picasso. -Co-nheci Leopoldo Nelson, mais amiú-de, na metade da década de ses-senta, quando passei a ter o meupróprio salário como funcionáriopúblico federal. A Maternidade Es-cola Januário Cicco foi a minhaescola e o professor Leide Morais,o meu modelo de grande adminis-trador, diretor da Entidade.

Um belo dia vou passando pelocorredor térreo quando vejo Leopol-do Nelson. Estava de jaleco azul, oscabelos espessos e revoltos. Esta-va com o olhar vidrado na gravu-ra de uma mulher gestante, na pa-rede do quadro de avisos, junto àmáquina registradora do "ponto".Parei para olhar também, tamanhaera a admiração do nosso inesque-cível pintor e poeta, que fazia, dasua revolução íntima, nas inúmerastintas e telas, sua essência artísticana criação espontânea e magistralde sua arte. Atrevi-me a perguntar-lhe a razão de se demorar tanto na-quele quadro. Passou um tempinhoe ele me viu: "Menina, falta vida...a mulher apresenta o ar de agoniae dor, ela só está grávida"... Em se-guida sumi, ligeirinho, como an-dava. Guardei essa imagem dogrande revolucionário potiguar dascores e formas, algumas até esdrú-xulas, mas sabíamos, todos nós,que ele era um homem de muitosmundos, um catalizador de sonhos,expostos, com riqueza de traços,nas suas obras. Não sei bem preci-sar o significado real ou o nome deuma pintura que fez num dos ani-versários da MEJC. Lembro-me dapresença dos médicos, enfermei-ras, funcionários tais como: LeideMorais, Aluísio Leite, Ivis AlbertoBezerra Lourenço de Andrade, La-voisier Maia Sobrinho, Araken IrerêPinto e tantos outros nomes do elen-co profissional médico e do corpoadministrativo, daquele nosocômio.Nas festividades daquele aniversá-rio seria inaugurada uma obra deLeopoldo Nelson, obra de grandeexpressão, muitos metros de pintu-ra, com a figura de uma parturien-te com rictos de dor, num cortejoacelerando os passos do nascimen-to da criança (algo assim, se a me-mória não me trai). E eu estava jus-tamente analisando aquela obraquando ele chegou: o copo dewhisky, cigarro entre os dedos, ca-belos emaranhados, no grande salãoonde hoje funciona a portaria daMEJC. Aproximou-se e perguntou:"gostou"? E eu, completamente ig-norante em artes, respondi: umador bem visível, não? E ele, satis-feito, olhar brilhando, disse comênfase: "Esse...o bom resultado...arealidade do meu imaginário fér-til". E com esse paradoxo Leopol-do Nelson deu uma bela baforadano cigarro, sorveu bons goles e de-sapareceu pelo grande corredor!!!Leopoldo Nelson de Souza Leite éa expressão da arte no produto quedeixou para novas gerações. Hojeele pinta estrelas, anjos e, quemsabe, uma Nossa Senhora parindoas cores da sua grandeza, os melin-dres de sua nobre inteligência, a vi-bração eólia de outras paisagensque se iluminam para o "mestre"passar. Bem haja à menina ErikaNesi, ela que soube criar um espa-ço em Jornal, para as nossas recria-ções!

Lúcia Helena Pereira (escritora)

Ícone FashionLeopoldo Nelson de Souza Leite