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DESEMBAR UE O REVISTA N.º 28 · PUBLICAÇÃO PERIÓDICA · NOVEMBRO 2017

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Publicação Periódica daAssociação de Fuzileiros

Revista n.º 28 • Novembro 2017

PropriedadeAssociação de Fuzileiros

Rua Miguel Pais, n.º 25, 1.º Esq.2830-356 Barreiro

Tel.: 212 060 079 • Telem.: 927 979 461email: [email protected]

www.associacaofuzileiros.pt

Edição e RedacçãoDirecção da Associação de Fuzileiros

DirectorJosé Ruivo

Directores AdjuntosLeão Seabra e Benjamim Correia

Editor PrincipalBenjamim Correia

ColaboraçõesDelegações da AFZ, CM, JR, LS, BC, Ribeiro

Ramos, Miranda Neto, José Horta, Paulo Gomes da Silva e Adelino Couto

Fotografia: Ribeiro, Afonso Brandão, Mário Manso, António Fernandes e MLS

Capa: Manuel Lema Santos

Coordenação eprodução gráfica

Manuel Lema [email protected]

Impressão e acabamentoGMT Gráficos, Lda.

Rua João de Deus, n.º 5-C2700-486 Amadora

Tel.: 217 613 030 • Telem.: 919 284 062email: [email protected]

Tiragem2.000 exemplares

Depósito legal n.º 376343/14ISSN 2183-2889

Não reconhecemos qualquer nova forma de ortografia da língua portuguesa mas, no respeito por diferente opção, manteremos os textos de terceiros aqui publicados que

configurem outra forma de escrita.

índice ficha técnica

O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Editorial Os Limites 3

Protocolos Protocolos 4

Dez de Junho Comemorações Oficiais e Homenagem aos Combatentes – XXIV Encontro Nacional 5

Mensagem do Presidente da República Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa 6

Corpo de Fuzileiros Exercício PRONTEX 17 – Certificação FFZ1 7

Os Fuzileiros em apoio à Autoridade Nacional de Protecção Civil 9

Exercício Mar Verde 2017 11

Destacamento de Acções Especiais – Exercícios de intercâmbio com US Navy SEALS e GROM 12

Dia do Fuzileiro Dia do Fuzileiro 13

Discurso do Comandante do Corpo de Fuzileiros 14

Discurso do Presidente da Direcção da Associação Nacional de Fuzileiros 16

Primeiro Congresso Liga dos Reservistas de Portugal 18

Notícias Juramento de Bandeira – Curso de Formação Básica de Praças (1.ª Edição 2017) 20

Entrega de peças para o Museu do Fuzileiro 21

Pensamentos & Reflexões “Estilhaços” de Portugal 22

Contos & Narrativas A Rendição da Guarda ao Palácio de Sexa o Governador 25

Almoço de Natal Almoço de Natal – Convite 27

Crónicas Grandes Figuras da História – D. João II, um Príncipe da Renascença 28

Divisões Divisão do Mar e das Actividades Lúdicas e Desportivas 31

Delegações Delegação do Algarve 33

Delegação do Douro Litoral 34

Delegação de Juromenha/Elvas 36

Delegação da Polícia Marítima 39

Núcleo de Fuzileiros dos Templários 39

Núcleo de Motociclistas da Associação de Fuzileiros 40

Convívios 20.º CFORN FZ – 45 anos depois 41

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 2 – Angola 1973/75 42 Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 13 – Guiné 1968/70 43

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 10 – Moçambique 1974/75 44

18.º CFORN – Encontro Anual – 46.º Aniversário 45

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 9 – Moçambique 1971/73 47

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 2 – Angola 1965/67 48

1.º CFORN FZ – 1987/88 49

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 13 – Angola 1965/67 50

Obituário 51

Diversos 51

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editorial

3O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Aos militares exige-se, entre outras coisas, que sejam disciplinados, cumpridores, responsáveis, destemidos… Em contrapartida deverão ser-lhes facultados: formação e treino adequados e os meios humanos e

materiais necessários para o cumprimento das missões.

Enfrentam o perigo com determinação, não o negam. Conscientes das dificuldades e perigos que uma missão pode envolver, sentem o medo, mas assumem a coragem. Se a ação é de risco, têm redobrada cautela, porque são responsáveis. Para além da força e da coragem, usam a razão e o bom senso.

No entanto, um militar deve também conhecer e estar consciente dos seus limites. Em situações de risco, com poucas ou em difíceis condições, um militar deve ter a noção do limiar a partir do qual é preciso ponderar e refletir, porque pode ser aí a fronteira entre o sucesso e a morte, a sua ou a de outros mais.

Como em tudo na vida, existe um limite a partir do qual “por muito que dê… não dá mais!” Assim como o “fazer mais e melhor com menos” também tem um limite.

Todos nós conhecemos a história do cavalo do inglês: o dono foi-lhe cortando na ração para poupar nas despesas e o animal foi aguentando até que um dia morreu. Então o dono lamentou-se: que pena, agora que já não comia é que morreu.

Quando acontecem situações que correm mal, em vez da tendência geral para se andar à procura de bodes expiatórios, deveríamos antes perguntar se não terão sido ultrapassados os limites. Deveríamos refletir em torno de saber se o nível mínimo de segurança foi salvaguardado, se o pessoal tinha recebido a formação e o treino necessários e se os meios eram adequados e suficientes para a missão. Ou se, pelo contrário, se estava a trabalhar no limite. Ou, pior ainda, se o limite tinha sido ultrapassado e há quanto tempo. Não compete aqui avaliar este processo complexo, cuja discussão transcende a nossa competência e sapiência.

Mas estes casos são um exemplo, que nos deve levar a refletir: Qual é o nosso limite? Até que ponto as limitações na formação e no treino, o corte de meios, humanos e materiais, comprometem o limite de segurança e o cumprimento das missões?

O limite do razoável será aquele lugar – talvez teórico e virtual – que faz a fronteira entre, por um lado, o benefício que a ação pode trazer e, por outro lado, o insucesso que a torna potencialmente suicida.

E mesmo esta fronteira é flexível, pode ser esticada com maior insistência, como, por exemplo, em situações de guerra ou de grandes provações. Tudo é fluido, quando se trata de fixar limites, os quais parecem variar ao sabor do vento do bom senso.

Claro que em situação de guerra o que determina o limite é um conjunto vasto de fatores que envolve, designadamente, a necessidade – o que tem de ser, tem muita força – o instinto de sobrevivência, a urgência da operação, a coragem e a determinação de quem executa e sobretudo de quem comanda.

Em guerra ou em situações de elevada perigosidade, há que encontrar um equilíbrio, sempre difícil, entre heroísmo e bom senso, aliás, como em tudo na vida…, mas há um momento em que devemos tomar consciência de que foi atingido o limite.

José RuivoPresidente da Direcção

Os LimitesJosé Ruivo

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protocolos

4 O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

PROTOCOLOS SUBSCRITOS PELA AFZ(Com vantagens para os Sócios)

V & T, Versátil e Transversal, Lda 25% Reparações, Formatações e Reinstalações 10% Consumíveis e Equipamentos Informáticos e outros

Farmácia da Recosta Desconto 10%, excepto em produtos em campanha, Produtos da Diabetes,Leites Infantis e Medicamentos com valor superior a 50 €

VilaMoura Alconru, S.A.e DFZA

Protocolo de Cooperação entre a VILAMOURA ALCONRU, S. A. ea Delegação da Associação de Fuzileiros do Algarve

Clube de Campismo do Barreiro (CCB) Instalações do Parque de Campismo dos Picheleiros: 20% desconto sobre tabela em vigor

ORTOPAULOS – Centro de Ortopedia, Lda. Descontos até 20% (Serviços e Equipamento)

Instituto Médico Dentário do Barreiro (IMDB) Descontos (10%, 20%, 30%) sobre a tabela de preços em vigor e anexa ao protocolo

Sociedade de Tiro do Porto Protocolo para a utilização da Carreira de Tiro do Complexo Desportivo de Rates (CTCDR)

Clube Pinhal da Foz (CPF) Apartamentos Turísticos (Época Baixa -25%, Época Média -20%, Época Alta -15% e -10%)

High School Academy Uma propina mensal 15% e 100% no valor da inscriçãoDuas ou mais propinas mensais 20% e 100% no valor da inscrição

KéroCuidados Presta Serviços a idosos e Famílias

Open Smile Clínica Médica – Presta Serviços Médicos, inclui Méd. Dentista

Associação Recreativa e Desportiva Bons Amigos (ARDBA) Convívio Social e desenvolvimento de diversas Modalidades Desportivas

Grupo Desportivo e Recreativo Unidos da Recosta (GDRUR) Convívio Social e desenvolvimento de diversas Modalidades Desportivas

Editora Náutica Nacional, Lda. (ENN) Editora de Capitais privados – Edita a Revista de Marinha e também livros

Manuel J. Monteiro & C.ª, Lda.(MJM)

Especializada na Comercialização de Electrodomésticos, representa as Marcas: Junex, Vaillant, Gorenje, Dito Sama, Gisowatt e Stiebel Eltron

Funerária Central Vila Chã - 30% desconto em todos os serviços

Associação Nacional de Agentes de Segurança Privada (ANASP) Formação e Credenciação

Casa de Repouso São João de Deus Acolhimento em regime interno, possui dois estabelecimentos:Lagoa da Palha - Pinhal Novo e Cabeço Verde - Barreiro

Casa de Repouso Quinta da Relva Acolhimento de idosos, lar e cuidados continuados

MH Wellness Club – Motricidade Humana Prestação de Serviços na área do desporto, saúde e lazer: Santo André - Barreiro

Kangaroo Health Clube Prestação de Serviços na área do desporto, saúde e lazer: Quimiparque - Barreiro

GAMMA Grupo de Amigos do Museu de Marinha

Universidade Lusófona COFAC – Cooperativa de Formação e Animação Cultural – Lisboa e Porto10% desconto nas propinas

Universidade Lusófona ISES – Instituto Superior de Segurança - Conferências

Funerária São Marçal Desconto 20%, Canha - Montijo

Para mais pormenores, deve ser consultado o site da AFZ, o Secretariado Nacional (Tel.: 212 060 079 – Telm.: 927 979 461) ou as nossas Delegações

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5O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

dezdejunho

As comemorações do 10 de Junho de 2017 tiveram lugar na Invicta cidade do Porto, tendo depois continuidade, por de-cisão Presidencial, no Brasil nas cidades de Rio de Janeiro

e S. Paulo.

No Porto e durante a manhã, as celebrações oficiais decorre-ram no Largo do Molhe e culminaram com um desfile militar nas avenidas de Montevideu e do Brasil. Participaram cer-ca de 1500 militares e 84 viaturas e, como vem sendo habi-tual, os veteranos militares participaram também no desfile. A coordenação da representação da Associação de Fuzileiros foi naturalmente atribuída com todo o mérito ao Presidente da Delegação do Douro Litoral.

No Porto, além de Marcelo Rebelo de Sousa estiveram presentes as mais altas individualidades civis e militares nomeadamente o primeiro-ministro, António Costa, o do Estado-Maior General das Forças Armadas, General Pina Monteiro, o Chefe do Protocolo do Estado, Embaixador António Almeida Lima, e o Secretário--geral da Presidência da República, Arnaldo Pereira Coutinho, entre outros.

A Associação de Fuzileiros esteve representada na tribuna pre-sidencial pelo seu Presidente da Direcção, o Capitão-de-mar-e--guerra FZ José António Ruivo.

Em Belém, depois de uma Missa celebrada na Igreja dos Jeróni-mos por intenção de Portugal e de sufrágio pelos que tombaram pela Pátria, a Comissão Executiva para a Homenagem Nacional aos Combatentes 2017, promoveu, junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar, o XXIV Encontro Nacional de Comba-tentes sob o mote “Sou Português e quero ser digno de quem combateu por Portugal – Digo Presente”.

O Encontro Nacional teve por objectivo «reunir no Dia de Portugal, todos os Portugueses que, amantes da sua Pátria, quiseram cele-brar Portugal e prestar homenagem a quantos, ao longo da nossa História, chamados a Servir o seu País, combateram e combatem por Portugal».

A Associação de Fuzileiros esteve representada, quer na Missa quer no Encontro Nacional de Combatentes, por elementos da Di-recção e por inúmeros Fuzileiros que, envergando as suas boinas e distintivos, assistiram às cerimónias e integraram o desfile de veteranos numa passagem final pelas lápides.

O extenso bloco de Fuzileiros, encabeçado pelo Guião da Associa-ção de Fuzileiros e, mais uma vez, comandado pelo Sargento-Mor Fuzileiro José Talhadas, desfilou, impecável, perante o público e entidades presentes, prestando assim homenagem aos militares mortos em defesa da Pátria.

Pelo seu grande significado e elevado valor patriótico cabe aqui publicar na integra a mensagem de Sua Excelência o Presidente da República, dirigida aos Combatentes e então lida.

Benjamim CorreiaSóc. Orig. n.º 1351

Comemorações Oficiais eHomenagem aos Combatentes

XXIV Encontro Nacional10 de Junho de 2017

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6 O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

dezdejunho

Mensagem doPresidente da República

Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa

Combatentes,

O ensejo de hoje, Dia de Portugal, me juntar a vós é uma das mais honradas distinções que recebo como Presidente da República e Comandante Supremo.

Assim, quero convosco, acima de tudo, prestar o nosso respeito e a nossa homenagem a todos os combatentes, e, com todos vós, lembrar de uma forma muito especial aqueles que tombaram… aqueles que por nós generosamente entregaram as suas vidas nos campos da guerra… que são também aqueles que escreve-ram e escrevem o nome de Portugal.

De alguns apenas sabemos que perderam o seu nome para con-quistarem o de Portugal. Não sabemos onde nasceram, como e quando morreram, onde tinham as suas casas e as suas famí-lias, a quem amavam ou quem os amava. Sabemos que amavam Portugal. Sabemos que, como nós, tinham o sabor do mar pela manhã, a saudade ao fim da tarde e os sonhos dos poetas à ca-beceira.

A todos eles, aos soldados fardados de bravura, firmeza e es-pecial abnegação, devemos o mundo Português, cujas fronteiras nos enchem de orgulho, de honra e de esperança. Um mundo que talvez estivesse para lá da sua própria imaginação. Uma pátria que não sendo perfeita se tornou um porto seguro, um espaço de liberdade, um lugar de criatividade, inovação e desenvolvimento, uma voz forte que se faz ouvir e que conquistou a sua identidade numa Europa que teima em encontrar a sua e num mundo global cada vez mais indefinido.

Aos combatentes que fizeram Portugal, aos que hoje enobrecem a sua memória cumprindo o Dever maior que é a defesa da Pátria saibamos agradecer e homenagear, suportando com dignidade as dificuldades, demonstrando uma inabalável coragem, usando com inteligência a ousadia, sendo firmes e constantes, acreditan-do na nossa força e caminhando juntos como povo, rumo a um destino comum, próspero e fraterno.

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7O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

corpodefuzileiros

Nota introdutória:

Pela sua importância o Exercício “PRONTEX 17” mereceu pormenorizada visita do Ministro da Defesa Nacional. A visita, que não foi de mera circunstância, teve lugar ao longo do dia 18 de julho e desse facto se dá conta no final deste artigo.

Integrada no exercício PRONTEX 17 decorreu no período de 17 a 21 de julho de 2017 a fase final de avaliação da Força de Fuzileiros N.º 1 (FFZ1) que desde o início do ano vem realizando

o seu aprontamento para ser atribuída ao Conjunto Modular de Forças (CMF) e dar respostas aos compromissos internacionais, nos quadros da defesa coletiva e da segurança cooperativa.

Esta avaliação incidiu sobre a execução de uma “Incursão An-fíbia” num cenário ajustado às capacidades da Força e num contexto operacional de carácter anfíbio, procurando abordar to-das as fases doutrinárias deste tipo de operações, com especial ênfase na fase do planeamento, pela necessária interação de staffs.

A Força Anfíbia (ATF) foi constituída por uma Força Naval com a participação dos NRP Vasco da Gama, NRP Figueira da FOZ, NRP João Roby, NRP Arpão e NRP Bérrio, sob comando do CMG Silves-tre Correia, e pela Força de Desembarque (FFZ1) comandada pelo CTEN FZ Torres Côrte-Real.

A FFZ1 apresentou-se organizada com um elemento de Comando, Pelotões Alfa e Bravo (que corporizaram as valências do elemen-to de Manobra), Pelotões Charlie e Delta (que acrescentaram as valências Anticarro, Reconhecimento e Morteiros), e, finalmente um elemento de Assalto Anfíbio (constituído por patrões de bote, provenientes da Unidade de Meios de Desembarque).

As atividades no âmbito da preparação do exercício e Real Life Support (RLS) foram orientadas e coordenadas pelo Serviço de Experimentação, Treino e Avaliação (SETA) pertencente ao Depar-tamento de Operações do Corpo de Fuzileiros que tem como mis-são planear, conduzir e avaliar todo o processo de aprontamento e edificação de padrões das novas FFZ.

Todo este processo de aprontamento, avaliação e certificação assenta numa lógica de complexidade crescente, que se inicia ao escalão mais baixo “equipa” e termina ao nível de “Força”

conferindo a esta, no final, uma maior credibilidade para eventu-al emprego operacional, replicando em parte o modelo de treino atualmente vigente na Esquadra.

O objetivo previsto para a avaliação da força foi o de aferir o seu nível de preparação para integrar uma ATF como força de desembarque, evidenciando-se a prontidão, flexibilidade e prin-cipalmente, o carácter anfíbio que a deve caracterizar. Nesse sentido, o foco incidiu no relacionamento CATF/CLF e respetivos staffs, com particular ênfase na interação destes durante a fase de planeamento (produtos de planeamento elaborados) e, poste-riormente, na execução perante a necessidade de exercer o co-mando e controlo da ação a partir de bordo.

O CLF foi sempre acompanhado pelo chefe de equipa de avalia-ção no processo de planeamento e de tomada de decisão durante toda a operação.

A Incursão Anfíbia foi conduzida em quatro fases, sendo a pri-meira, o movimento navio-terra, no Dia D, com projeção a 6 NM a partir dos navios que constituíram o Grupo Anfíbio; a segunda, o movimento para o contacto; a terceira compreendeu a ação no objetivo; e, finalmente, a quarta fase, a retirada, através de reem-barque em costa aberta na praia planeada (Praia da Raposa) para os navios atribuídos.

A preparação da área do objetivo anfíbio para esta incursão (shaping phase) decorreu entre D-2 e D com a projeção de uma secção de reconhecimento que, após se estabelecer em terra, reportou periodicamente para bordo do navio chefe a informação obtida junto ao objetivo, mediante o plano de pesquisa definido pelo CLF.

Uma das interações mais relevantes e inovadora desta fase sur-giu através de uma janela de oportunidade para testar e ope-rar um UAV (Unmanned Air Vehicle), vulgo drone, pela empresa TEKEVER, que permitiu ao Reconhecimento obter informação

Exercício PRONTEX 17Certificação FFZ1

17-21 de julho de 2017

Planeamento

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8 O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

corpodefuzileiros

mais detalhada, em tempo real, o que, por sua vez, facilitou o planeamento e o processo de tomada de decisão a bordo pelo CLF. É de ressalvar, ainda, a relação exemplar entre o CLF e CATF, que primou pela proximidade e robustez de procedimentos quer na fase de planeamento quer na fase de execução.

Concluída esta fase de avaliação final fica registada a elevada maturidade técnica evidenciada pela FFZ1 ao longo de todo o pe-ríodo de aprontamento, demonstrando uma atitude muito positi-va e profissional perante os desafios colocados, bem como uma clara evolução enquanto grupo de combate. Desta avaliação vai resultar uma proposta de certificação da Força ao VALM CN para que, a partir deste momento, ela assuma a prontidão definida para as Forças atribuídas ao CMF, para emprego operacional em todo o espetro do conflito, aonde e quando assim for entendido.

Imagem IR obtida através do UAV

FZ1 em terra

Imagem térmica obtida atrvés do UAV

Neste âmbito no dia 18 de julho de 2017, S.Ex.ª o Ministro da Defesa Nacional, Prof. Dr. Azeredo Lopes, visitou o exercício PRONTEX 17, constituindo esta uma excelente oportunidade para a Marinha dar a conhecer a sua capacidade de projeção do poder naval em terra, influenciando as operações no litoral com o em-prego de forças de Operações Especiais e Anfíbias.

O programa da visita contemplou mais de oito horas de intensa atividade, organizada por várias demonstrações de capacidade geradas no Corpo de Fuzileiros, com o apoio dos navios da Es-quadra e de outros meios, tanto da Autoridade Marítima Nacional como da Força Aérea Portuguesa. As demonstrações sucederam--se numa sequência lógica de eventos que tipificam a condução de uma operação expedicionária com várias fases e momentos específicos.

A ação decisiva ficou reservada para o final da visita, com a con-dução de um ataque coordenado realizado pela FFZ1 a um cam-po de treino insurgente, usando munições reais e alto explosivo, numa operação planeada ao detalhe e garantida a surpresa até ao último minuto e onde foi assegurada uma forte superioridade e cadência de fogo ininterrupto.

Terminou, desta forma, mais uma missão do Corpo de Fuzileiros fazendo jus ao seu lema “braço às armas feito”.

(Colaboração do Corpo de Fuzileiros)

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9O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

corpodefuzileiros

Os Fuzileiros em apoio àAutoridade Nacional de Protecção Civil

– 2017 –

O verão de 2017 foi extremamente negativo para Portugal devido aos incêndios florestais que fustigaram constante-mente o nosso País e que deixaram uma mancha negra,

tanto na paisagem como, sobretudo, na memória de todos nós. No dia 12 de agosto chegaram a verificar-se mais de 70 fogos ativos, num período de apenas 3 horas e no dia 17, do mesmo mês, o governo declarava o estado de calamidade pública com efeitos preventivos.

Pedrógão Grande

A Marinha iniciou o seu apoio à Autoridade Nacional de Prote-ção Civil (ANPC), com uma força maioritariamente constituída por militares do Corpo de Fuzileiros (CF), em Pedrógão Grande, na sequência do incêndio que ali deflagrou no dia 17 de junho e que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos, naquela que viria ser uma das maiores tragédias vividas em Portugal nos últimos anos. Em menos de 12 horas, foi ativada, projetada e estabelecida uma Força de Marinha (FM) autossustentável na localidade de Avelar, com as seguintes capacidades: Vigilância e ações pós-rescaldo; Reconhecimento; Apoio alimentar e Apoio sanitário. De forma a responder às diferentes prioridades, esta operação foi dividida em três fases:

FASE I – na primeira fase foi estabelecida uma cozinha de cam-panha, um posto avançado de saúde e projetados elementos de comunicações, engenharia mecânica, informática, logística, re-cursos, socorristas, entre outros. Foi ainda constituída uma força combinada entre Marinha, Exército e GNR para iniciar buscas nas zonas mais afetadas e resgatar sobreviventes em locais de difí-cil acesso, apoiar pessoas com necessidades de apoio médico imediato e apoio à Polícia Judiciária. Em simultâneo foram decor-rendo as ações de rescaldo e a consolidação do incêndio com o finalizar das operações de busca e salvamento.

FASE II – nesta fase a FM garantiu uma presença visível junto das populações afetadas, efetuando o levantamento georreferencia-do e fotográfico das zonas e infraestruturas sinistradas, a iden-tificação de pessoas afetadas, incluindo bens perdidos, doenças crónicas e outros elementos relevantes que requeriam um apoio

imediato ou prioritário. Foi edificada uma base de dados com fotografias dos danos, uma lista de pessoas afetadas, os seus dados clínicos bem como as necessidades a curto, médio e longo prazo, entre outros. Para além destas tarefas, os militares tiveram ainda por missão continuar a distribuir bens de primeira necessi-dade pela população afetada e a colocação de toldos nas casas que ficaram sem telhado.

FASE III – com a ativação do Destacamento CIMIC da Marinha (capacidade atualmente gerada por militares do BF1) esta fase III consistiu na transferência de responsabilidades para os órgãos de poder local, bem como auxiliar na orientação dos órgãos civis nos trabalhos de apoio à população que viriam a ser necessários, a médio e longo prazo.

Durante toda a permanência da Força de Marinha nesta missão de Pedrógão Grande, entre 18 de junho e 08 de julho, foram confecio-nadas e servidas 14669 refeições, realizados um total de 39951 km e efetuadas 177 intervenções médico-sanitárias, num apoio per-manente à comunidade local que muito agradeceu esta colabora-ção… e que nós, Fuzileiros, jamais esqueceremos pela lição de vida que nos proporcionou.

Outros Apoios

Para além do elevado empenhamento em Pedrógão Grande, o CF participou ainda neste verão em diversos outros teatros de opera-ções (TO) no apoio ao combate a incêndios.

Nos dias 29 e 30 de julho, foi ativada uma força de cerca de 70 elementos para Nisa (distrito de Portalegre), com 14 viaturas, uma cozinha de campanha e um posto avançado de saúde. Esta força esteve empenhada em vigilância da área ardida através de observação num ponto fixo e patrulhas motorizadas.

Foi empenhada, também, uma outra força de escalão pelotão com 20 elementos no período de 12 a 19 de agosto nas localidades de Caldas da Felgueira e Vila Nova de Paiva (ambas no distrito de Viseu), depois em Cerva e Seara Velha (ambas no distrito de Vila Real), também em ações de rescaldo pós-incêndio.

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corpodefuzileiros

10 O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Entre os dias 12 e 16 de agosto, uma força de 37 elementos foi projetada para Alvaiázere (distrito de Leiria) registando-se, ainda, o apoio de uma Equipa de Abastecimento a operar a Cozinha de Campanha que serviu mais de duas mil refeições; de 13 a 15 de agosto um outro Pelotão com 19 elementos atuou em Montemor--o-Velho (distrito de Coimbra); de 16 a 21 do mesmo mês, mais 25 Fuzileiros estiveram em ação em Vila-de-Rei (distrito de Cas-telo Branco) e posteriormente em Santa Maria da Feira (distrito de Aveiro).

Todas estas forças foram empenhadas em ações de vigilância ati-va e pós-rescaldo realizando, entre outras, a observação da área ardida a partir de um ponto fixo, patrulhas apeadas e motorizadas e a realização de faixas de contenção. Foram ainda efetuadas patrulhas nas localidades adjacentes aos incêndios com vista a tranquilizar a população e dissuadir potenciais incendiários.

Finalmente, entre 18 e 22 de agosto, e na sequência da declara-ção de calamidade anunciada pelo governo, foram empenhadas duas FM, perfazendo um total de 250 militares, em Bragança e Vila Real, com o objetivo de efetuar patrulhas de monitorização e dissuasão nas suas áreas de responsabilidade. Nestas duas últimas missões verificou-se um maior equilíbrio entre o empe-nhamento de militares do CF e das guarnições das unidades na-vais, demonstrando-se uma boa interligação dos Fuzileiros com a Esquadra.

Tanto em Pedrogão Grande, como em Nisa, Alvaiázere e Bragan-ça, a Marinha teve no terreno uma cozinha de campanha, que não só deu a autonomia e capacidade de sustentação às suas forças no terreno, como também permitiu servir refeições aos operacionais no terreno do Exército, GNR e Bombeiros bem como alimentar a população mais afetada e carenciada.

Paralelamente a todo este apoio prestado diretamente à ANPC, no âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF), o CF contribuiu também para a segurança na Arriba Fós-sil da Costa da Caparica (Mata dos Medos) e no Parque Natural da Arrábida, realizando diariamente rondas a cada uma destas zo-nas. O apoio foi prestado num período de 55 dias, compreendidos entre 23 de julho e 30 de setembro, ao abrigo do Plano “FAUNOS” que resultou de um protocolo celebrado entre as Forças Armadas e o Instituto da Conservação da Natureza e das florestas (ICNF), não só para vigiar as referidas matas e detetar possíveis focos de incêndios, como também para sensibilizar a população para alguns cuidados e medidas a tomar na prevenção de incêndios e conservação da floresta. Previamente ao Plano “FAUNOS” a Marinha já tinha apoiado a ANPC com algumas patrulhas nestas mesmas áreas (extensivo à Mata da Machada) nos períodos de 13 a 18 de julho e entre 22 e 23 de julho.

Revista “O Desembarque”

Caros Sócios, Camaradas, Amigos e Colaboradores Permanentes,

Antes de mais cumpre agradecer a pronta resposta que vem sendo dada pelos nossos colaboradores mais efectivos e a de todos quantos, embora menos regularmete, nos enviam textos para publicação.

Só assim se torna possível manter a edição de “O Desembarque” com a regularidade e qualidade que pretendemos.

Mais uma vez recomendamos que os textos devem ser remetidos via correio electrónico, em documento “Word” e as fotografias (se possível legendadas) deverão possuir qualidade gráfica e enviadas como anexos e não já integradas nos textos.

Os artigos (cartas ao Director, notícias, crónicas, lendas e narrativas, opinião, cultura e memória, pequenas histórias, poesia, etc., etc.) serão publicados se a Direcção da AFZ e a Redacção de “O Desembarque” considerarem que têm qualidade e estiverem de acordo com a sua linha editorial, sem prejuízo de os textos poderem ser revistos, adaptados e reduzidos se os respectivos autores, expressamente, a tal se não opuserem, quando da remessa dos seus artigos.

No caso de, na Redacção da revista, se juntar um número de trabalhos que ultrapasse a dimensão de “O Desembarque” (em princípio, 52 páginas) publicar-se-ão os artigos pela ordem de entrada ou dos registos dos acontecimentos, se a qualidade for considerada equivalente, designadamente, no caso de relatos de convívios ou encontros de que disponhamos de textos e fotos, nas condições de qualidade já definidas.

Quanto às Delegações, torna-se imprescindível a sua colaboração atempada, enviando fotos (com qualidade gráfica) dos eventos da sua responsabilidade, acompanhadas de um texto simples e sintético mas que permita aos responsáveis pela edição/publicação da Revista perceberem, minimamente, o evento, ou seja: identificação das Entidades e outros convidados presentes; estimativa total de presenças; impacto do evento na Região/Delegação/AFZ; entre outros aspectos que entendam, por bem, deverem ser tornados públicos.

Contamos com todos!

A Direcção da AFZ e Redacção de “O Desembarque”

(Colaboração do Corpo de Fuzileiros)

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Decorreu entre os dias 31 de julho e 10 de agosto o Exercício “Mar Verde”, atividade que encerra a fase tática dos cursos de Fuzileiros. Na edição deste ano, os 52 formandos dos

cursos de oficiais e praças operaram numa extensa área entre Alcácer do Sal, Melides e o Campo de Tiro de Pinheiro da Cruz, onde puseram à prova todos os ensinamentos dos quase nove meses de curso.

O Exercício “Mar Verde”, cujo nome representa a maior e mais emblemática missão realizada pelos Fuzileiros na Guerra do Ul-tramar, é a última atividade operacional do curso de Fuzileiros, e serve para certificar que todos aqueles que se propõem ganhar a Boina Azul Ferrete, atingem física, mental e tecnicamente, os requisitos exigidos para pertencerem a uma Força Especial como a nossa. Neste espírito, o Exercício “Mar Verde” assume a con-figuração de uma missão operacional de alta intensidade, com os formandos a serem submetidos a dez dias de empenhamento contínuo, onde planeiam e executam ações de combate com in-tervenção privilegiada no meio aquático.

Durante o “Mar Verde 17”, os formandos realizaram diversas missões sob a égide de uma resolução do Conselho de Seguran-ça das Nações Unidas, num país assolado pela atuação de grupos insurgentes.

Utilizando o Ponto Naval de Troia como base operacional avan-çada, os formandos puseram em prática todas a suas valências, desde patrulhas ribeirinhas, condução de botes de assalto, incur-sões anfíbias, ações de reconhecimento, combate em áreas edi-ficadas e operações ofensivas, culminando com um Ataque Final: uma projeção anfíbia no arco noturno a partir do NRP Figueira da Foz, e a destruição de uma Safe House com recurso a fogo real no Campo de Tiro de Pinheiro da Cruz.

Terminadas as ações de combate, os alunos foram submetidos a uma última prova.

Com apenas 6 horas de recuperação desde o término do ataque final – e após a tradicional missa celebrada pelo capelão do Corpo de Fuzileiros – foram inseridos na Praia de Albarquel, Setúbal, para iniciarem a Marcha Final.

Com um percurso de 50 quilómetros (à Fuzileiro), a Marcha Final é a última prova que todo o Fuzileiro tem de superar e onde é testada a capacidade de abnegação e o espírito de entreajuda do grupo, após 10 dias de missão. A derradeira prova atravessa a serra da Arrábida e termina na Escola de Fuzileiros, onde os formandos são recebidos pelo Comandante da Escola e por toda a equipa de formadores.

O curso de Oficiais Fuzileiros e o Curso de Praças Fuzileiros, de 2017 não foram exceção e, após 10 horas de marcha ininterrup-ta, terminaram-na com o sentimento do dever cumprido. Fuzos!!! Prontos; do Mar!!! P’ra Terra; Desembarcar!!! Ao assalto; Desem-barcar!!! Ao assalto.

Aos instruendos que terminaram o Exercício “Mar Verde 17”, foram-lhes impostas as tão almejadas boinas azul-ferrete em ce-rimónia militar que teve lugar na parada da Escola de Fuzileiros a 04 de outubro perante altas entidades da Marinha, familiares, antigos Fuzileiros e muitos camaradas.

Exercício Mar Verde 2017

31 de Julho a 10 de Agosto de 2017

(Colaboração do Corpo de Fuzileiros)

Ensaio RAID

Treino tiro DRILL1

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corpodefuzileiros

década de 90 e conta com um histórico de inúmeros exercícios e intercâmbios, sendo de sublinhar que no corrente ano, no exercício Flaming Sword, uma Equipa do DAE esteve integrada na Unidade SEAL que também participou.

Ambos os exercícios, significativos pela complexidade e elevado realismo, cons-tituíram-se como mais do que simples

eventos de treino, representaram oportu-nidades de validar as perícias e capacida-des do DAE por critérios de comparação com unidades congéneres NATO de topo. Aliás, o DAE é a única unidade portuguesa que se relaciona, de forma regular, bilate-ralmente com unidades ditas Tier 1, desig-nação oficiosa das unidades de operações especiais mais capacitadas e encarregues de missões críticas, entre as quais o com-bate ao terrorismo e o resgate de reféns.

No seguimento do sucesso destes exercí-cios e do interesse explícito de unidades congéneres em trabalhar com o DAE, es-tão já agendados novos eventos de treino combinado para 2018, em Portugal e tam-bém no estrangeiro.

(Colaboração do Corpo de Fuzileiros)

No âmbito do programa anual de ativi-dades do Corpo de Fuzileiros, o DAE conduz regularmente treinos com

unidades de operações especiais estran-geiras de referência. No corrente ano, e após a participação no grande exercício multinacional de operações especiais, o Flaming Sword 17, na Lituânia, o DAE já conduziu outros dois importantes treinos bilaterais, em território nacional, nos me-ses de julho e agosto.

Em julho, esteve em Portugal a unidade polaca GROM para realizar duas sema-nas de treino de operações especiais, especialmente orientado para atividades de mergulho e abordagens, no âmbito do contraterrorismo. Desde a bacia hidrográ-fica do rio Tejo até à costa alentejana, a Norte de Sines, o exercício decorreu de forma seriada, e envolveu diversos meios aéreos e navais, incluindo saltos de para-quedismo para a água e atividades com submarino.

A cooperação entre o DAE e o GROM foi estabelecida sobre o interesse comum das duas unidades em partilharem co-nhecimentos e experiências, abrangendo diversas áreas técnicas e táticas. O GROM é a principal unidade de operações espe-ciais da Polónia, encarregue de missões de contraterrorismo, quer em terra quer no mar e possui uma vastíssima experiên-cia real de combate, desde o Afeganistão ao Iraque, entre outras áreas de operações em vários continentes; é considerada uma das melhores forças do mundo em opera-ções de resgate de reféns.

Mais recentemente, durante o mês de agosto, o DAE realizou um outro exercício bilateral, desta vez com uma Navy SEAL Team. Este exercício, com a duração de apenas uma semana, focou-se em técni-cas avançadas de mergulho de combate, aplicadas a operações de reconhecimento e ação direta. Neste caso, o relaciona-mento próximo com os SEAL advém já da

Destacamento de Acções EspeciaisExercícios de intercâmbio com

US Navy SEALS e GROM

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dia do fuzileiro

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Dia do Fuzileiro

8 de Julho de 2017

Mais uma vez o “Dia do Fuzileiro” não foi comemorado na data estabelecida no despacho do Comandante do Corpo de Fuzileiros e, também, mais uma vez por motivos de

empenhamento operacional das Unidades do Corpo de Fuzilei-ros.

Ora, não havendo motivo extraordinário que o impeça, as co-memorações do “Dia do Fuzileiro” no próximo ano e em anos futuros, voltarão a ter lugar no primeiro Sábado de Julho. Mas, dadas as circunstâncias, teremos de esperar para ver e oportu-namente será feita a devida comunicação.

A alteração da data não diminuiu o entusiasmo nem tão pouco a adesão dos participantes que, como sempre, foram muitos.

A presença de Fuzileiros foi massiva e tudo decorreu conforme previsto.

À semelhança dos anos anteriores e conforme está determina-do, a organização foi conjunta entre o CCF e a AFZ. À Escola de Fuzileiros, como anfitriã, incumbiu o maior trabalho de planea-mento e execução.

Este ano o tema escolhido para as comemorações foi a “Capa-cidade e Prontidão dos Fuzileiros” que assenta como uma luva naquilo que os Fuzileiros sempre praticaram e querem continu-ar a demonstar.

O programa era vasto e por vezes difícil de acompanhar, princi-palmente por aqueles que por força das circunstâncias, não se veem há muito tempo e quando se encontram falam como se não houvesse amanhã.

Tentar-se-á de futuro ir dando indicações ao ETO sobre as acti-vidades que irão ou estarão a decorrer para que todos possam assistir.

É sempre difícil destacar um ou outro ponto do programa mas sem dúvida que o mais tocante é, e será sempre, a “Cerimónia Militar Junto ao Monumento” que inclui a Homenagem aos Mor-tos em Defesa da Pátria.

Como disse no ano transato é este o momento de lembrar os que connosco “marcharam a par” e que partiram em defesa dos valores mais altos.

A celebração da Missa por intenção destes nossos camaradas é também um momento marcante como o é, também para mui-tos, o contacto com o macio lodo da pista icónica dos Fuzileiros.

O Almoço Convívio foi servido a muitas centenas de comensais em muito boas condições de higiene, conforto e segurança, só possíveis pela muita dedicação e empenho do pessoal do Corpo de Fuzileiros/ Escola de Fuzileiros.

Julgo que poderemos dizer que mais uma vez os Fuzileiros, no seu todo, estão de parabéns. Foi uma grade festa e uma grande demonstração de camaradagem e convivio entre as novas e as antigas gerações de Fuzileiros.

Mais uma vez.....Missão cumprida!

(Pela sua importância e interesse publicamos aqui as alocuções proferidas na ocasião pelo Comandante do Corpo de Fuzileiros e pelo Presidente da Direcção da Associação de Fuzileiros).

Benjamim CorreiaSóc. Orig. n.º 1351

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dia do fuzileiro

14 O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Discurso do Comandante doCorpo de Fuzileiros

Comodoro Nobre de Sousa

Sr. Presidente da Associação de Fuzileiros, caro Camarada!

Permita-me que, na sua pessoa, manifeste o meu profundo agradecimento pelo apoio prestado na organização de mais um Dia do Fuzileiro.

Mas permita-me ainda dar público testemunho do reconhecimento pelo ímpar serviço que a Associação presta na divulgação de um acervo de gloriosas tradições e serviços prestados ao País, contributo fundamental à preservação da identidade dos Fuzileiros!

Srs. Antigos comandantes do Corpo de Fuzileiros e da Escola de Fuzileiros,

Srs. Almirantes,

Srs. Oficiais Sargentos e Praças,

Ilustres Convidados, minhas Senhoras e meus senhores,

É-me uma vez mais muito gratificante poder contar com a vossa presença na Casa Mãe dos Fuzileiros, sentindo o apoio, e permitam-me mesmo, o carinho que nutrem por esta vossa casa.

Estar-vos-emos sempre reconhecidos.

Fuzileiros,

Este é o vosso Dia!

Começo por me dirigir àqueles que se encontram ausentes por estarem em serviço, a fazer jus ao grito de “Prontos” pela nossa Pátria: no Afeganistão; no Mali; na República Centro Africana; a bordo da António Enes na Zona Marítima dos Açores; a bordo da Sagres no Atlântico; no Pedrogão em apoio às populações afetadas pelos recentes incêndios; ou em serviço nas nossas Unidades. Por poucos que possam ser, onde estiverem estão por certo a fazer a diferença, e a honrar a Boina Azul Ferrete, porque são Fuzileiros!

Por isso daqui vos expresso o meu agradecimento pelo vosso serviço e sentido de Missão.

Mas este é também, e sobretudo, um Dia de reencontro de gerações, e um dia de partilha e de comunhão entre veteranos e atuais Fuzileiros! É por isso um tributo a gerações de Fuzileiros que nos precederem, e a quem devemos o mais sentido respeito.

Sendo um dia festivo, não faria sentido maçar-vos com discursos formais, com balanços de atividade ou menção a perspetivas futuras.

Permitam-me, contudo, que convosco partilhe uma missiva que foi enviada recentemente ao Almirante CEMA, e que passo a citar:

“7 de julho de 2017

Sua Excelência, Senhor Almirante António Silva Ribeiro,

Chegados de Pedrogão, centenas de voluntários anónimos e independentes, juntos num movimento espontâneo sem precedentes, mo-vidos pelo princípio maior que nós, a compaixão pelos nossos pares, e, numa época confusa de inversão de valores onde a crítica fácil impera, sinto o dever de demonstrar o apreço e gratidão sentidas às Forças Armadas Portuguesas, pelo enorme exemplo de Cidadania que nos prestaram.

Escrevo-lhe com o coração cheio, do meu e de todos os outros que lá estiveram. Não lhe venho falar da tragédia, essa não cabe em palavras, nem que coubesse não o saberia escrever, mas sim dos instantes em que inevitavelmente muitos de nós sentimos uma pe-quena sensação do “fundamento” da vida.

O improvável surgiu, inesperadamente surpreendente, e fez acontecer algo maior. Percebemos ali pela primeira vez, que afinal existem Forças, ausentes do nosso quotidiano, desconhecidas da nossa educação, distantes da nossa formação e cultura, o respeito imposto mas não sentido, ao quase mito que não compreendemos, não as vemos, mas foi ali, num cenário inóspito, que as sentimos.

Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal do Barreiro,

Começo por agradecer a presença de V.Exa. neste dia de grande significado, interpre-tando-a como uma inequívoca manifestação de consideração e amizade pelo Corpo de Fuzileiros.

A presença de V. Exa. é um testemunho vivo de uma relação que vai muito para além dos laços institucionais. Uma relação fraterna que esta Casa mantém com o município e as gentes do Barreiro.

Muito obrigado Sr. Presidente!

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Ultrapassados os constrangimentos iniciais entre militares e voluntários, rapidamente o by the book deu lugar à interacção espontânea, promovida por ambas as partes, motivada por uma causa comum e sentimentos partilhados, o de ir mais além do previamente estabe-lecido, porque as circunstancias, simplesmente o requereram.

Objectivamente, num cenário caótico, num lugar da terra onde nada nem ninguém estava preparado responder a uma adversidade des-te tamanho sem fim, com lacunas gigantes transversais à estrutura, logística, organização e emoção, onde as decisões e as respostas foram parcas e lentas e tantas vezes inexistentes por parte das entidades locais competentes, onde o desespero se instalou, destaco em especial o Corpo de Fuzileiros, nomeadamente à Força de Fuzileiros n.º 1 e nº.3 , do Batalhão de Fuzileiros n.º 2, ao Destacamento de Cooperação Civil-Militar, a Polícia do Exército, e, com especial carinho os Militares da cozinha da Tenda de Campanha da Marinha instalada no Quartel dos Bombeiros de Pedrogão, pela sua verticalidade de carácter, disciplina e foco, humanidade, espírito de missão e bem servir, inexcedíveis e inspiradores, nas pontes que criaram entre civis e militares.

A discreta e extraordinária metodologia de intervenção de emergência, a total disponibilidade na cooperação junto dos restantes órgãos operacionais, a resposta célere e eficaz junto das populações atingidas, a capacidade de gestão de meios e conflitos de forma serena e pacificadora, a ordem e segurança, o foco na solução. Constituem assim, um exemplo para todos os intervenientes, no respeito de-monstrado pela dignidade das perdas humanas e materiais, na proximidade com a sociedade civil, na humanização da sua presença, foram e são, agora, para todos nós, uma fonte de inspiração.

Percebemos assim, que todos os Homens são seres humanos e a que rigidez inerente à sua condição de vida profissional não viola os princípios fundamentais da solidariedade.

Apelando à reflexão, inspirando-me na impermanência da vida, muito embora, lamentavelmente, o futuro sorridente dos protagonistas deste horror esteja longínquo do “renascimento”, acredito no voo de Fênix, e Vossas Exas., com bravura, como parte integrante na resposta nos passos do caminho, neste e noutros acontecimentos vindoiros, na aproximação das Forças Armadas à sociedade civil, e, especialmente às novas gerações como contributo fulcral na construção dos valores da cidadania e modelo inspirador.

É com profundo respeito, admiração e gratidão, que em meu nome, e, seguramente em nome de todos os voluntários presentes no auxilio às populações dos incêndios de Pedrogão e demais concelhos afectados, que Vos parabenizo, com um forte abraço de amizade.

Desejos das maiores alegrias,

Muito obrigada,

Melhores Cumprimentos,

Marisol Benites”

Como Comandante do Corpo de Fuzileiros, não poderia estar mais orgulhoso depois de vos ler este testemunho de uma nossa concida-dã! Ele traduz o que é ser Fuzileiro: Estar Pronto a servir, abnegadamente e sem esperar recompensa!

Não foi uma missão de combate, mas não há missões menores para os Fuzileiros. Os nossos concidadãos precisaram de nós, e esti-vemos presentes!

E esta Prontidão e este Espírito de Missão herdámo-lo das sucessivas gerações de Fuzileiros que nos antecederam, assim as honrando, porque quem não honra o seu passado não tem futuro!

Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal do Barreiro,

Sr. Presidente da Associação de Fuzileiros,

Srs. Antigos Comandantes do Corpo de Fuzileiros e da Escola de Fuzileiros,

Srs. Almirantes,

Srs. Oficiais Sargentos e Praças,

Ilustres Convidados, minhas Senhoras e meus Senhores,

Fuzileiros,

Este Dia do Fuzileiro é uma manifestação inequívoca da vitalidade de um Corpo com quase 400 anos de vida, no ano em que a Marinha celebra os seus 700 anos!

Antes de terminar, gostaria de endereçar um sentido agradecimento aos familiares de todos os Fuzileiros aqui presentes.

Sem o vosso apoio, silencioso, anónimo, mas sempre sofrido, os vossos Fuzileiros não conseguiriam ser os militares dedicados e a refe-rência que são. Não passarão pelas provações diretas das Missões mas sofrem, na partida e nas ausências, com a mesma galhardia e dedicação dos que vos são queridos, e por isso, em nome do Corpo de Fuzileiros, vos agradeço reconhecidamente do fundo do coração!

Bem hajam!

Termino assim, reiterando o agradecimento pela presença de todos os que quiseram e puderam estar connosco neste momento de grande significado, desejando que tenham um Dia do Fuzileiro preenchido de emoções, e que ao sair pelas portas desta Casa Mãe se sintam preenchidos na vossa Alma de Fuzileiros!

Muito obrigado!

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dia do fuzileiro

16 O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Discurso do Presidente da Direcção da Associação Nacional de Fuzileiros

CMG José António Ruivo

Fuzileiros

Comemoramos hoje, mais uma vez, o Dia do Fuzileiro, numa iniciativa conjunta do Corpo de Fuzileiros e da Associação de Fuzileiros. Como não podia deixar de ser, e porque isso faz todo o sentido, este grande encontro anual aberto a todos os Fuzileiros, tem lugar na Escola de Fuzileiros, a casa por onde todos nós entramos para servirmos Portugal nos Fuzileiros e na Marinha. E certamente que nos enche de orgulho sermos tão bem recebi-dos nesta nossa Escola que, desde o início, nos acolheu e nos ensinou a dar os primeiros passos de um percurso que para alguns foi apenas de alguns poucos anos mas que para outros representou uma vida profissional inteira, que a todos transmitiu um inexplicável sentimento de pertença a essa mesma família.

Estamos aqui reunidos para celebrarmos o Dia do Fuzileiro, recordando o ambiente de vida que nos tornou mais fortes e mais cons-cientes do valor da entrega por amor à Pátria e do sentir profundo da solidariedade que acompanha todos os momentos difíceis.

Criado para unir a família dos Fuzileiros, este encontro teve sempre o convívio entre gerações como aquilo que motivará esta romaria anual até à Escola de Fuzileiros. E foi com esse objetivo que ambas as organizações, uma vez mais, juntaram esforços para que todos os Fuzileiros que o pretendam possam tomar parte nesta grande festa.

A família junta-se mais uma vez, nesta característica tão portuguesa de matar saudades, sentir nostalgias, contar e voltar a contar as mesmas histórias, mas que para nós são sempre novas pois a história é também feita de memórias e de exemplos.

Muitos de nós, embora já afastados do serviço ativo há alguns anos, continuam a manifestar o mesmo espírito de corpo, sentido de camaradagem e o mesmo orgulho na boina azul ferrete, tão duramente conquistada. Com eles cada vez mais me convenço de que o nosso lema “FUZILEIRO UMA VEZ FUZILEIRO PARA SEMPRE” é mesmo assim, não há nada a fazer, e que ganha outro sentido e outra profundidade neste cenário e nesta fase da nossa vida.

Mais um ano se passou sobre o desfolhar dos dias das nossas vidas no decurso do qual mais alguns, infelizmente, se ficaram pelo caminho porque a lei da vida assim o determinou, juntando-se aos que caíram no cumprimento do dever. Perante eles nos inclinamos, prestando-lhes as nossas homenagens.

A Associação de Fuzileiros poderá e deverá ser um espaço de convívio e de partilha, de exercício de outra forma de cidadania – dife-rente daquela que era exercida nas fileiras – mas nem por isso menos útil e atuante. O que deve prevalecer para cada associado é o sentido de união a um grupo que tem uma memória comum, a alegria da camaradagem vivida em cada encontro que promovemos, um elo de ligação, de continuidade da vida na Marinha e nos Fuzileiros. Talvez a tendência de quem está de fora seja olhar para a nossa associação como um grupo fechado e um pouco corporativo. Devemos, por isso, contribuir para a tornar mais aberta, viva, moderna e próxima da sociedade.

Quero aqui lembrar o permanente e abnegado trabalho das nossas Delegações: do Algarve, do Douro Litoral, de Juromenha e Elvas, e mais recentemente, da Polícia Marítima. Presididas respetivamente pelo Paulo Domingues, o Henrique Mendes, o Licínio Morgado e o Bruno Talhadas. Delegações que tão bem nos representam nas suas áreas de influência. Representação e bem fazer deste punhado de fuzileiros que se desdobram em atividades junto das populações e que assim dignificam o nome dos Fuzileiros e da Marinha.

Realço também a recente adesão do núcleo de Motociclistas Fuzileiros, liderado pelo Cambalhota e que desempenha um papel funda-mental na divulgação da nossa associação.

Uma palavra ainda para a Unidade dos Cadete do Mar Fuzileiros, projeto de elevado interesse na formação cívica de jovens que fre-quentam o ensino secundário e que a Associação de Fuzileiros apoiou desde o início. Recentemente, teve lugar no Museu do Fuzileiro a cerimónia de encerramento das atividades anuais e rendição do Comando da Unidade. De realçar a presença nesta singela cerimónia, para além de toda a hierarquia da Marinha responsável pelos Cadetes do Mar, do anterior Chefe do Estado Maior da Armada, Almirante Macieira Fragoso. Aqui relevo o extraordinário empenho e dedicação do José Talhadas e do Afonso Brandão que, durante cinco anos, se dedicaram de alma e coração ao muito meritório trabalho de formação cívica destes jovens. Ao novo comando da unidade, Oficiais da Reserva Naval Rosinha e Pacheco quero agradecer o voluntarismo e espírito de bem servir, muito próprio dos Fuzileiros, desejando-lhes as maiores felicidades no desempenho de tão meritórias funções.

Termino afirmando que muitos colaboram – sem cuidar recompensa – para que este Dia do Fuzileiro, seja de facto o dia de todos nós. Nesse sentido, a Associação de Fuzileiros tem vindo, ano após ano, a oferecer o seu prestígio, empenhando os seus dirigentes e outros sócios, emprestando o seu saber, garantindo o seu apoio incondicional. Cumpre-me aqui também realçar o esforço e dedicação do Comando do Corpo de Fuzileiros e da Escola de Fuzileiros que, neste dia, colocam o melhor do seu saber para que tudo decorra da melhor forma consubstanciando aquilo que é o espírito do Fuzileiro. Todos aqueles que deram o seu tempo, a sua disponibilidade, e o seu empenho à organização deste evento, merecem de nós toda a estima, consideração e respeito.

FUZILEIRO UMA VEZ, FUZILEIRO PARA SEMPRE

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dia do fuzileiro

O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

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primeirocongresso

18 O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Como foi noticiado no número anterior de “O Desembarque”, realizou-se no passado dia 29 de Abril o “Dia Nacional dos Ca-detes de Portugal”, celebração que teve lugar na Escola Naval.

Da parte da tarde e muito a propósito, a cerimónia prosseguiu com o 1.º Congresso da “Liga dos Reservistas” constituida por militares na situação de Reserva que, com o seu trabalho voluntário, acom-panham e enquadram as Unidades de Cadetes do Mar e do Exército. Assim, os Reservistas de Portugal reuniram com as Chefias das Forças Armadas presentes no seu Primeiro Congresso, destinado a organizar a expansão das Unidades já existentes de Cadetes do Mar e de Cadetes do Exército a mais Escolas nas localidades com Organismos Militares aí sediados, divulgando progressivamente esta mensagem patriótica a cada vez mais jovens Portugueses.

Durante este Congresso foi assinado um protocolo com a Autoridade Marítima Nacional e foram distinguidos os primeiros Comandantes e Formadores do Corpo de Cadetes do Mar e do Exército, através da atribuição de diplomas de Sócios de Honra, Classe do Mérito, pelo GAMMA e pela Liga dos Reservistas.

Encerrou o Congresso o Senhor Almirante Sousa Pereira, que presidiu ao acto em representação do CEMA, com palavras de muito apreço e apoio para com todos os Reservistas.

Na ocasião o Senhor Comandante António Carlos Ribeiro Ramos, na qualidade de Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga dos Reservistas, proferiu o seguinte discurso que no seu conteúdo, traça as linhas gerais e os objectivos patrióticos daquela nobre Instituição:

Excelentíssimo Senhor Almirante Diretor-Geral da Autoridade Marítima e Comandante Geral da Polícia Marítima, em representação de Sua Excelência o Senhor Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada,Excelências,

A Liga dos Reservistas de Portugal, concretizou hoje um importante passo para um longo percurso, que acreditamos ser de oportuno inte-resse para o nosso País. Em nome da Liga, agradecemos a honra da presença de V. Excelências, que muito nos estimula e responsabiliza.

Num mundo actualmente conturbado por ameaças e riscos múltiplos de vária ordem, quer estes assumam características de natureza regional ou global, quer já nos afetem ou possam vir a afetar, não vivemos todavia no país perfeito. Não há países perfeitos! Por isso são sempre desejáveis os contributos para que sejam introduzidas melhorias significativas que incrementem as nossas capacidades, sobretudo no domínio dos alicerces da Nação (e a Defesa é um deles), apoiando as iniciativas convergentes das instituições, valorizando e aprovei-tando recursos e desenvolvendo perspectivas de algum modo pertinentes e úteis, o que é para a Liga dos Reservistas de Portugal a sua principal vocação patriótica e motivadora.

Nesta linha de pensamento, preocupa-nos que após o investimento dispendido pelo Estado nos seus militares em regime de contrato, voluntariado ou que cumpriram serviço militar obrigatório anteriormente, não se aproveitem após a passagem à disponibilidade, todo o conhecimento e experiência adquiridos por estes, quando ainda ao serviço nas Forças Armadas, mesmo nos casos em que se consolida-ram claras relações de apego ao ramo e unidade onde prestaram serviço, restando-lhes apenas o orgulho de lhe terem pertencido, e a nostalgia do afastamento.

Preocupa-nos, após a passagem à disponibilidade, o acolhimento dos nossos reservistas pela sociedade civil, da qual estiveram tempora-riamente afastados, designadamente o acesso daqueles ao mercado de trabalho e a sua integração nas novas estruturas institucionais, não se levando eventualmente em conta o serviço que honradamente já prestaram ao país, por não poderem contar com um adequado suporte de transição, tanto do ponto de vista legal, como institucional.

Liga dos Reservistasde Portugal

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primeirocongresso

O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Preocupa-nos, qualquer forma de cisão entre a sociedade civil e as instituições militares, na medida em que a transversalidade relativa à defesa nacional convoca e congrega todas as áreas da atividade do país, sem exceção. E é precisamente aqui que os nossos reservistas encontram um espaço privilegiado de intervenção, capaz de contribuir para a unificação da sociedade em geral, em torno dos seus grandes objectivos comuns, aproveitando os conhecimentos e a experiência tanto da vida militar como da vida civil de que dispõem, transmitindo aos mais novos, por meio dos atuais e futuros “Clubes do Mar e da Defesa” nas Escolas, uma sólida cultura de defesa, inserida no âmbito exclusivo do “conceito estratégico de defesa nacional”, que explicita toda a problemática e linhas de orientação atualizadas no que diz respeito à defesa, assim como os deveres dos Portugueses para com a sua Pátria, de modo a que a predisposição para o serviço e para a continuidade de Portugal sejam naturalmente construídos, e consolidados pelo conhecimento das nossas próprias raízes históricas. A intervenção dos nossos reservistas deverá ainda alargar-se, esclarecendo na sua área de influência civil e sempre que a necessidade se configure, contribuindo assim para o claro entendimento por parte da sociedade portuguesa sobre as opções e sobre as necessidades da defesa nacional na altura, no âmbito do mesmo diploma, já referido, o “conceito estratégico de defesa nacional”. Recebemos ainda de braços abertos, todos os militares dos Quadros Permanentes que, já em situação de Reserva ou de Reforma, se disponibilizarem de algum modo, para oferecer o seu precioso contributo à causa.

Preocupa-nos a imagem de Portugal no mundo, pela convicção de que vale a pena ser Português, promovendo a prosperidade dos por-tugueses através das capacidades materiais e imateriais do país, e reduzindo as suas vulnerabilidades e dependências. Não só a história confirma a vocação universalista de Portugal, como essa vocação permanece intacta nos dias de hoje, bastando para isso observar como se relacionaram com as populações locais os nossos compatriotas que cumpriram ou cumprem missões no estrangeiro, militares ou civis, ou ainda a maneira cordial como são em geral tratados os estrangeiros que nos visitam, ou que vivem entre nós. Mas a nossa vocação humanista não é sinónimo de fragilidade. Pelo contrário, é um argumento de peso acrescido que nos reforça a certeza que já temos, de que vale a pena a defesa e o engrandecimento de Portugal.

Contribuiríamos assim para a construção de uma sociedade mais esclarecida do ponto de vista da defesa, menos predisposta para a este-rilidade do monólogo ou do diálogo falacioso, mais apta para a eliminação das redundâncias desnecessárias, mais equilibrada, objectiva e convergente, e muito mais agilizada e consequente.

Além disto, a eventual existência futura de um forte contingente de Reservistas, treinados e atualizados, apoiados também pelas suas próprias entidades empregadoras civis mediante protocolos possíveis e adequados, pode configurar a desejável organização de uma Re-serva Operacional que, em caso de necessidade premente, consiga assegurar o rápido reforço das Forças Armadas, conferindo-lhes não apenas um significativo acréscimo de capacidades, como talvez também a possibilidade de uma melhor optimização do equilíbrio entre as despesas de pessoal, de operação e manutenção, e o investimento.

A Liga dos Reservistas, que neste seu 1.º Congresso ensaia ainda os seus primeiros passos, tem à sua frente um longo e dinâmico caminho a percorrer. Um caminho que pode mudar rapidamente com as alterações estratégicas mundiais ou com o próprio ambiente internacional. Mas o objetivo essencial manter-se-á sempre. Apoiar as instituições, aproveitar recursos, congregar os nossos Reservistas e contribuir para a defesa e para a prosperidade de Portugal.

António Carlos Ribeiro RamosPresidente da Mesa da Assembleia da LRSóc. Efect. n.º 1053

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notícias

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Juramento de BandeiraCurso de Formação Básica de Praças

(1.ª Edição 2017)

Decorreu no dia 27 de julho de 2017, na Escola de Fuzileiros, a cerimónia de Juramento de Bandeira do Curso

de Formação Básica de Praças (1.ª Edição de 2017), tendo sido presidida por S. Exa o Vice-Chefe do Estado-Maior da Armada, Vice-almirante Mendes Calado.

A cerimónia do Juramento de Bandeira, na qual assumiram perante o Estandarte Na-cional, como portugueses e como milita-res, defender a nossa Pátria, mesmo com o sacrifício da própria vida, se tanto for ne-cessário, foi o culminar de um período de cinco semanas de formação, iniciado no dia 20 de junho de 2017, com o objetivo principal de habilitar os cidadãos com uma preparação militar geral.

Para a frequência do Curso de Formação Básica de Praças (1.ª Edição de 2017), apresentaram-se na Escola de Fuzileiros 75 elementos (8 dos quais femininos), destinados a alimentar as classes de Técnicos de Armamento, Eletromecânicos, Administrativos, Condutores, Manobras, Operações, Comunicações, Taifas e Músicos. Destes, 67 formandos concluíram este período de formação com sucesso.

Durante o período de formação foram ministradas diversas temá-ticas, nas vertentes teóricas e práticas, que abrangem as áreas de Organização e Regulamentos, Socorrismo, Infantaria, Comunica-ções Internas, Armamento e Tiro e Educação Física.

Foram ainda efetuadas diversas palestras que abrangeram os te-mas da formação cívica ou o consumo de drogas, álcool e tabaco.

De referir que no final desta formação básica, todos os formandos ficam habilitados com o Curso Básico de Socorrismo.

Atentos às mudanças conjunturais da sociedade civil e decorrente de um processo interno de análise de oportunidades de melhoria contínua, teve lugar em 24 de junho de 2017, o “Dia da Família”.

Este dia tem como enfoque os familiares e amigos dos forman-dos, numa perspetiva de divulgação da instituição militar e da Escola de Fuzileiros, desmistificando a formação militar, apresen-tando os objetivos da formação básica de praças e as condições habitacionais, de lazer e didáticas em que vai decorrer. Ou seja,

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notícias

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Entrega de peçaspara o Museu do Fuzileiro

Recentemente, a Associação de Fu-zileiros tornou-se fiel depositária de duas peças com interesse museoló-

gico: a última Bandeira Nacional arriada do Palácio do Governo em Luanda e trazi-da pelo comandante da Companhia de Fu-zileiros n.º 5, primeiro-tenente EMQ (FZE) Correia Graça e da Boina Verde imposta ao Sargento Santinhos, nos Royal Marines, no final do curso que, juntamente com mais 3 militares, frequentou em Inglater-ra em 1960 quando a Marinha, pela visão estratégica do então Comodoro Roboredo e Silva, se abalançou a recriar “Os Fuzi-leiros”.

Estas peças foram doadas à Associação de Fuzileiros pelos fami-liares dos seus detentores com a intenção de, logo que possível, serem entregues e expostas no Museu do Fuzileiro.

E, para que conste, a cerimónia de entrega destas peças ao Mu-seu do Fuzileiro decorreu no dia 19 de Julho de 2017, no Museu do Fuzileiro e na presença de várias entidades do Corpo de Fu-zileiros e delegações de Oficiais, Sargentos e Praças, Fuzileiros no activo que, ao estarem presentes, conferiram a importância e dignidade que o acto justificava.

A Direcção da AFZ

A última Bandeira Nacional hasteada no Palácio do Governador em Luanda e a Boina verde do Sargento Santinhos fazem agora parte do Museu do Fuzileiro

pretende-se estabelecer a ponte entre as dimensões familiar e a militar, contribuin-do de forma proactiva para a informação e assim potenciar a construção formativa de cada aluno.

No dia 31 de julho destacaram para a Es-cola de Tecnologias Navais todos os ele-mentos, tendo as classes de Condutores e Músicos permanecido na Escola de Fu-zileiros.

Já nas diferentes escolas, iniciaram nessa data os respetivos Cursos de Formação de Praças, os quais os habilitarão com a for-mação específica tendo em consideração a classe a que pertencem.

Colaboração do CF/EF

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pensamentos&reflexões

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Nos mais de quarenta anos de servi-ço activo, estive por diversas vezes colocado na Escola de Fuzileiros e,

numa delas, fui durante dois anos 2.º co-mandante, de 2003 a 2005. Nas funções inerentes ao cargo, dei continuação à relação entre a unidade e as autarquias, não só com aquelas onde está implantada a unidade mas também com as límitrofes e outras onde as actividades de represen-tação e, principalmente, de instrução se realizavam.

Neste âmbito, consultei plantas, cartas e mapas para me inteirar das áreas, redes viárias, configurações e delimitações ter-ritoriais dos concelhos e das freguesias respectivas.

Apercebi-me de que haviam territórios autárquicos com áreas e perímetros estra-nhos que colidiam com a minha imagina-ção sobre um país com delimitações in-ternas claras e muito bem arrumadinhas. O concelho mais próximo que apresentava uma configuração curiosa era o do Montijo, pois era (e é) compos-to por duas porções distintas que distam cerca de 15 quilómetros.

Realmente, já em tempos algo me parecera estranho. No início da década de 1980, na fase final (não aplico “terminal” pois a palavra hoje em dia é maioritariamente utilizada na terminologia médica...) da minha carreira de forcado, representei o Grupo de Forcados Amadores do Montijo, por instigação e convite do Sar-gento-Mor FZE José Coisinhas – forcado histórico deste grupo. Nas conversas em que entrava ou que ouvia, havia referências que me davam a ideia da proximidade e afinidade entre a cida-de e terras como Canha, Pegões e Santo Isidro, ainda que me parecessem distantes e devessem pertencer a alguma autarquia alentejana, já que pelo meio havia outros concelhos.

Quando da preparação do artigo “O Castelo do Almirante”, publi-cado no número 26 de “O Desembarque” e cuja aceitação agra-deço à Direcção, tropecei de novo na questão das delimitações territoriais, por motivo de haver escritos em que se afirmava que no Cristo-Rei da Matagosa confinavam limites de três concelhos (o que implicaria, também, dois distritos) e que apurei apenas ser atravessado pelo limite de dois.

Para fundamentar este apuramento, consultei a CAOP – sigla idêntica a outra que quem operou no ultramar, em especial os mais graduados, se deve recordar: o (os) CAOP, Comando de Agrupamento Operacional.

A CAOP, neste caso, é a Carta Administrativa Oficial de Portu-gal, da responsabilidade da Direcção Geral do Território, orgão do Ministério da Administração Interna. Documento que veicula diversa informação sobre áreas e delimitações do país, nomeada-mente dos 18 distritos do continente, dos 308 concelhos e 3092 freguesias (incluindo as uniões de freguesias), em vigor após a Reorganização Administrativa de 2013, cujo regime jurídico foi estabelecido pela Lei n.º 22/2012 de 30 de Maio.

Neste documento, uma das primeiras ilustrações que me chamou a atenção foi a representação esquemática das delimitações dos conselhos e cuja imagem geral se afigura como um vi-dro de pára-brisas estilhaçado, com o contorno do país, que mantém os bo-cados justapostos. Donde a ideia para o título deste artigo.

Vamos então a alguns “estilhaços ad-ministrativos” peculiares.

Retomemos o caso do Montijo – que até à reorganização administrativa de 1930 se chamava Aldeia Galega do Ri-batejo. É um concelho constituído por duas porções de território distintas, onde na mais pequena está a sede do município e a outra porção, a maior, que congrega as freguesias de Canha e a união de Pegões, está “cercada” pelos concelhos de Benavente, Coru-che, Montemor-o-Novo, Vendas-No-vas e Palmela; trata-se de um exclave do município do Montijo, ou seja é ter-

ritório deste implantado em território de outro. Porém, é um caso particular, não se devendo considerar um enclave dentro do outro território, pois não está rodeado de um território único. Esta con-figuração administrativa designa-se descontinuidade territorial.

Está assim explicada a minha estranheza (ou ignorância) sobre o perfil das delimitações territoriais do concelho do Montijo – a mais marcante do país a nível concelhio.

Bem, isto de enclaves e similares perfis territoriais peculiares, para quem é da minha geração e próximas, o que aprendemos na escola, então chamada primária, sobretudo na Geografia da 4.ª classe, foram: o enclave que é a actual província de Cabinda de Angola e o de Ocussi-Ambeno de Timor-Leste, ambos rodea-dos na parte terrestre por territórios de um só estado estrangeiro. Outro foi o de S. João Baptista de Ajudá, fortaleza portuguesa na costa da República do Benin, abandonada e queimada estrategi-camente em 31 de Julho 1961. Parcialmente restaurada a partir de 1985 com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.

“Estilhaços” de Portugal

Jorge Oliveira Monteiro

Estilhaços (Concelhos)de Portugal

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pensamentos&reflexões

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Na terminologia da geografia das terri-torialidades, estas porções eram, assim, exclaves de Portugal e simultâneamente enclaves em países estrangeiros. Entendi-mento classificativo aplicável também ao nível interno dos países.

As razões para a existência das descon-tinuidades territoriais devem-se essen-cialmente a razões de natureza histórica, politica, geológica e outras, inclusive con-tratuais.

Ainda que o caso do Montijo seja expressi-vo, da reorganização de 2013 remanesce-ram um interessante número de descon-tinuidades, tanto ao nível distrital, como municipal, sendo os mais curiosos, e que foram para mim as maiores surpresas em quantidade e diversidade, ao nível das fre-guesias.

A nível distrital há apenas um caso de descontinuidade que envolve os distritos da Guarda e de Viseu, por a freguesia de Guilheiro do concelho de Trancoso, distrito da Guarda, ser um exclave deste no con-celho de Sernancelhe, do vizinho distrito de Viseu, e simultaneamente um enclave deste distrito, ainda que separados por uma estreita faixa de terreno.

As descontinuidades verificam-se por quase todo o continente (nas Regiões Autónomas não há descontinuidades des-ta natureza), apenas uma a norte do rio Douro, em Fafe, e nenhuma no distrito de Santarém. No distrito de Lisboa, consta apenas o exclave intramunicipal de Jero-melo da freguesia de Milharado, concelho de Mafra.

A nível municipal, incluindo as já referidas, encontram-se nos concelhos de Oliveira de Frades no distrito de Viseu, Montemor--o-Velho e Soure no distrito de Coimbra e Vila Real de St.º António de Faro.

Oliveira de Frades tem uma freguesia exclave (semelhante ao caso do Montijo) por a freguesia de Arca e Varzielas estar entalada entre os concelhos de Águeda, Tondela e Vouzela.

O concelho de Vila Real de St.º António é formado por duas partes não contíguas, uma a sotavento, constituída pelas fre-guesias de Monte Gordo e a que tem o nome da cidade, e a barlavento a fregue-sia de Vila Nova de Cacela, separadas por uma interposição de território do municí-pio de Castro Marim.

Bem, mas é ao nível das freguesias que se verificam a maior quantidade e as descon-tinuidades intermunicipais e intramunici-pais mais, direi, curiosas e, quiçá, naïfs; todas anteriores à reorganização mais re-cente de 2013, cujo regime júridico adop-tou a regra geral que inibe a criação de

descontinuidades (mas que como efeito colateral até criou uma freguesia descon-tínua no concelho de Arganil), permitiu a continuação de algumas e extinguiu o úni-co contra-enclave que havia em território português.

Assim, há actualmente 12 freguesias com exclaves de diversa natureza (que podem constituir exclaves recíprocos por estarem implantados em território estranho, seja intramunicipal, dentro do mesmo conce-lho, ou intermunicipal, fora do próprio con-celho), 5 freguesias com um enclave e 1 freguesia-enclave.

Vamos então passar em revista os “esti-lhaços” administrativos mais surpreen-dentes.

A única freguesia-enclave pertence ao concelho de Borba. É na freguesia de Ma-triz, que tem encravada no seu território a freguesia de São Bartolomeu com uma área de 20 hectares! A mais pequena fre-guesia do país.

No vizinho distrito de Beja, a freguesia de Vila Ruiva do concelho de Cuba tem um exclave com a mesma designação e am-bas as porções – sul e norte – com áreas idênticas e a curta distância uma da outra.

No concelho de Santa Maria da Feira, dis-trito de Aveiro, há quatro descontinuidades intramunicipais pré-existentes à aplicação da Lei n.º 22/2012, que envolvem quatro freguesias e materializam cinco territórios de áreas de diminutas dimensões.

A freguesia de S. Gens no concelho de Fafe tem o exíguo exclave intramunicipal de Vilela.

Será de também mencionar o pequeno exclave de Santa Madalena, pertencente à freguesia de Vila Fernando, concelho da Guarda, incrustada na freguesia adjacente de Adão.

Castelo Branco – cidade, distrito, concelho e freguesia com mesmo nome – tem um exclave com cerca de 1% (!) da sua área total, encravado na freguesia vizinha de Benquerenças. O nome do exclave é para alguns, incluindo eu, de certo desmobiliza-dor: Taberna Seca... livra! Criada em 1997 e para a qual a lei não detalhou as fronteiras. Também com este nome pouco interessará.

O distrito de Coimbra é o que contém os “estilhaços” que se afiguram mais pecu-liares pela desproporção e pelo intrincado.

Assim, o concelho de Soure é o único com dupla descontinuidade.

Uma advém da existência do exclave in-termunicipal de Entre-Valas pertencente à freguesia de Figueiró do Campo no conce-lho vizinho de Montemor-o-Velho sendo, por sua vez, um enclave deste com uma área inferior a 10 km2.

A outra verifica-se pela existência do ex-clave extramunicipal de Casas Novas, porção do território da freguesia de Degra-cias e Pombalinho, que está encravada na estrema interior dos concelhos limítrofes de Penela e de Ansião, este do distrito de Leiria; pelo que, como já vimos, não é con-siderado um enclave.

Freguesia-enclave de S. Bartolomeu(Borba)

Enclave de Entre-Valas (Montemor-o-Velho)

Exclave de Casas Novas (Soure)

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pensamentos&reflexões

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No próprio concelho de Coimbra regista--se uma descontinuidade interessante: o exclave de Carregais, que faz parte da fre-guesia de Taveiro, Ameal e Arzila, já exis-tente na extinta freguesia de Taveiro, está situado no interior da freguesia vizinha de S. Martinho do Bispo e Ribeira de Frades. Nestas condições pode considerar-se ha-ver reciprocidade na classificação da des-continuidade, ou seja simultaneamente exclave e enclave no outro território.

Ainda no distrito de Coimbra, mas no município de Arganil, a aplicação da Lei 22/2012 (ainda que esta lei inibisse a cria-ção de territoriedades descontinuas) deu azo a que da sua aplicação tivesse resul-tado a única nova descontinuidade: o ex-clave de Cerdeira e Moura da Serra (mais uma designação extensa para tão pouca área), na sequência da união das duas fre-guesias que deram o nome à actual. Como não eram contíguas, ficaram duas porções de território que distam entre si escassas dezenas de metros.

A reoganização feita no âmbito da lei ci-tada, cujas consequências ainda são alvo de controvérsia, teve defeitos e virtudes como tudo, acabou também com bas-tantes incongruências nas delimitações administrativas do território, ainda que só ao nível de freguesias. A título de exem-plo, e por ter expressão não só territorial mas sobretudo histórica, refira-se o caso paradigmático da cidade de Estremoz, que levou à extinção do único contra-enclave que existia em território português.

O castelo de Estremoz constituia um en-clave da freguesia de Santa Maria, no interior da cidade muralhada, tendo esta uma freguesia própria: a freguesia de San-to André, que por sua vez era um enclave na freguesia urbana da cidade, a de Santa Maria, como a figura alusiva ajuda a vi-sualizar.

Nestes termos, a freguesia do castelo constituía um contra-enclave – o úni-co reconhecido em Portugal e que foi eliminado com a entrada em vigor da lei 22/2012.

Apenas pelo carácter histórico e por ser pouco conhecido, aludo ao Cou-to Misto, também chamado “Enclave Fantasma”.

Trata-se de um território com 27 km2 que existiu durante cerca de 800 anos, encravado entre Portugal e Es-panha, localizado a norte do concelho de Montalegre, hoje quase totalmente integrado na província espanhola de Ourense.

Foi um microestado independente de facto até ao Tratado de Lisboa ; não o do “porreiro pá!”, mas o assinado en-tre Portugal e Espanha em 1864, que intentou a rectificação e reconheci-mento da fronteira entre os dois países e do qual restou em aberto a Questão de Olivença.

Antes de terminar o nosso périplo pelos estilhaços, estilhacinhos e demais recor-tes descontinuidades administrativas de Portugal, deixo-vos uma perspectiva, ain-da que breve, de outro estilhaçamento de-corrente da integração na União Europeia e já em vigor; ou seja, de uma nova matriz de divisão administrativa, ainda que for-mal e oficialmente se destine apenas a fins estatísticos.

Porém, tal como em tempos li numa tese universitária intitulada “Estatística, a Grande Meretriz”, na qual em síntese se demonstrava que os dados dão para tudo, depende da intenção de quem, e para que, os usa.

A novidade é a «nomenclatura criada pelo Eurostat (Instituto Europeu de Estatísticas) visando a harmonização das estatísticas dos vários países em termos de recolha, compilação e divulgação de estatísticas regionais».

A nomenclatura, com base em unidades designadas NUTS – acrónimo de “No-menclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos”, subdivide-se em 3 ní-veis de um sistema hierárquico de divisão do território em regiões NUTS I, NUTS II, NUTS III, definidos de acordo com critérios populacionais, administrativos e geográ-ficos.

No caso de Portugal, correspondem aos seguintes conjuntos de territórios: NUTSI – Continente, Região Autónoma da Madei-ra e Região Autónoma dos Açores; NUTSII – Regiões do continente (Norte, Centro, Alentejo, Algarve e Área Metropolitana de Lisboa) mais as duas regiões autónomas;

NUTSIII – Área Metropolitana de Lisboa, Algarve, Regiões Autónomas; e as 23 uni-dades territoriais, «designadas a partir de 2015 unidades administrativas» e que o “vitral” da figura alusiva apresenta.

E ainda faltam estilhaços ou talvez melhor, pela previsivel dimensão, mais os cacos da regionalização...

Bem, não nos impressionemos com a quantidade e a diversidade dos nossos estilhaços territoriais. O que é isto com-parado com a maior concentração de descontinuidades congéneres existentes entre a Índia e o Bangladesh? São países bastante maiores em área que Portugal, mas também a Índia ter 102 exclaves no território do Bangladesh e este 71 na Índia é obra!

Enfim, de curiosidade em curiosidade lá consegui deslindar a estranheza dos esti-lhaços que algumas delimitações adminis-trativas e, muito em especial, os estilhaci-nhos que as descontinuidades territoriais constituiem, bem como saber dos novos recortes que nos sugerem da Europa.

Termino recordando, a propósito de tanto achamento, a frase emblemática desse grande senhor do jornalismo e da cultu-ra, que foi (e ainda continua a ser face à actual paisagem que nos rodeia) Fernando Pessa:

“E esta(s) hein!”

Jorge Manuel de Oliveira Monteiro

CMG FZ Res

Sóc. Orig. n.º 2519

As unidades territoriais NUTSIII

Contra-enclave do castelo de Estremoz

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contos&narrativas

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A Rendição da Guardaao Palácio de Sexa o Governador

A primeira semana de Guiné foi um deslumbramento. Nem se deu por ela, que o tempo passou vertiginosa-

mente, repartido entre as tarefas inerentes à instalação de uma Unidade acabada de chegar ao Teatro de Operações (TO) e as despedidas da Unidade rendida, a CF8, esmagada pela partida pregada pelo S. Gabriel, que resolveu avariar – ou era ava-riado – todos os dias à saída da Grande Reparação a que tinha sido sujeito no Ar-senal, já com a CF11 a bordo, para possi-bilitar, diziam as más línguas, à tripulação, feitas bem as contas, a passagem do Natal e Ano Novo em família.

As emoções vividas pela subida do Geba, a bordo do Rita Maria, navio mercante que transportou a CF11, a novidade da paisa-gem, as LDM e o transbordo do pessoal para terra, que o Rita Maria fundeou a meia distância entre a Ponte Cais e o Ilhéu do Rei, o encontro com gente já conheci-da, nomeadamente com oficiais do CFORN anterior, a tomada do pulso às ruas e aos costumes da cidade foram-se esfuman-do ao correr dos dias. No fim da primeira semana a aclimatação estava, por assim dizer, perfeitamente enquadrada, já tudo parecia normal.

Bem, calma aí, que havia surpresas pelo caminho, tais como a Rendição da Guarda ao Palácio de Sexa, o Senhor Governador, operação que decorria, salvo erro mensal-mente, e era levada a cabo à vez por um Pelotão de Fuzileiros, por um Pelotão de Comandos ou por um Pelotão de Paraque-distas.

Foi mesmo uma questão de pontaria, tinha de ser, calhar o Petisco aos Fuzileiros aca-badinhos de chegar. E, pois claro, à CF11. E, ora pois, ao Marinheiro E, o mais mar-reta dos marretas dos oficiais da Compa-nhia, por mais estranho que isso pudesse parecer. Que só se deu conta do berbica-cho quando, ao jantar de Sábado, se apro-ximou da mesa o Imediato da Companhia de Fuzileiros 3 e disse:

– Marinheiro E, cabe amanhã aos Fuzilei-ros a Rendição da Guarda. Disseram-me na sua Companhia que é você o primeiro a alinhar.

E continuou atenciosamente, que era bom homem.

– Sugiro que me acompanhe, quando aca-bar de jantar, para falarmos do programa a cumprir e darmos uma volta pelo trajec-to a percorrer.

Acho que o Marinheiro E se atreveu a res-mungar

– Já? Então mas a CF3 sabe melhor des-sas coisas do que nós…

– Sim, retrucou o correcto e paciente Ime-diato, mas é tarefa que comete à Unidade em Serviço Interno, o vosso caso, que a CF8 já cá não está e nós estamos no Perí-odo de Serviço Externo. Não há volta a dar.

E lá foram, o Imediato e o Marinheiro E, já noite bem entrada, de Land Rover, conver-sando sobre a Operação, o Golpe de Mão,

sei lá, parando aqui para uma dica, mais além para outra. Dirigiram-se ao Forte da Amura, subiram a Avenida Lateral e para-ram à frente do Palácio. Então o Imediato informou:

– Aqui manda Apresentar Armas para sau-dar as Altas Individualidades presentes, a Banda executa o Hino Nacional, man-da sentido, descansar e aguarda que se consume a rendição. Depois é só fazer o percurso inverso e destroçar novamente no Forte. Entendido?– Sim, não me parece que seja obra de outro mundo.E regressámos a Quartel, como é costu-me dizer e era verdade, que nessa data já tínhamos tomado conta do nosso aparta-mento, coladinho à Messe de Oficiais, se-parados apenas pelo corredor de acesso a ambos.

O Domingo amanheceu luminoso, como é normal naquela época do ano, ia Janeiro a meio. E também o Marinheiro E e o seu

Elísio Carmona

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contos&narrativas

26 O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

pelotão luziam, a condizer, na sua farda branca, cordão vermelho no ombro, galões e divisas a reluzir e a dar ainda mais realce à festa. Subiram para a Mercedes, caixa aberta, e desandaram para a cerimónia.

Vale dizer aqui, em nota, que os Fuzileiros tinham a vantagem de cada Unidade in-tegrar muito pessoal já com experiência, desde marinheiros a sargentos. Foi, como se verá, uma vantagem, caso contrário, acha o Marinheiro E que ainda agora lá estava, em pose, à espera que chegassem as Altas Individualidades…

No Forte da Amura já esperava, ensaian-do afinações e notas soltas, uma pequena Banda Militar, 12 elementos se tanto, di-rigidos por um Senhor Maestro Sargento Músico.

À hora certa, dispostos em formação, ini-ciou-se o cortejo ao som de Marcha Militar: a Banda, o Pelotão do Marinheiro E e o

Destacamento da Guarda, olhos a arrega-lar-se pela multidão, sempre a crescer, que ladeava e ladeou as forças em desfile. Uma festa. Melhor dizendo, um verdadeiro RONCO.

Até à frente do Palácio tudo decorreu nor-malmente, cheia a transbordar de gente a grande rotunda. E tudo bem. Tudo correu bem?,…

Bom, até ao momento de Apresentação de Armas para saudação às Altas Individuali-dades presentes, sim, só que o Marinhei-ro E não distinguiu nenhuma por entre o negrume da população e resolveu esperar pelos carros potentes que, na sua imagi-nação, os devia de trazer. Por isso mandou “descansar… e à vontade”.

Passados uns momentos de expectativa, tranquilos, começou a escutar as dicas nas suas costas:

– Senhor Tenente, mande apresentar ar-mas… Senhor Tenente, mande apresen-tar armas…

Numa meia rotação esclareceu:

– Temos de esperar pelas Altas individu-alidades, não? Hão-de estar a chegar, ou nos adiantámos ou atrasaram-se…

Nas suas costas soltaram-se risotas aba-fadas. Pensou “ó diabo!…”

Os risos cresceram, a insistência no “man-de apresentar armas” também. Reparou então que o Sargento da Banda esticava o pescoço lá do fundo, à frente e à sua direita, intrigado, numa tentativa, achava o Marinheiro E, de tentar perceber o que é que se estava a passar, porque é que não se tocava o Hino.

E lá ao fundo, à esquerda, também a Guar-da a ser rendida dava mostras de inquieta-ção. Foi então que um dos seus sargentos, um passo em frente, ciciou:

– Senhor Tenente, não há Altas Individuali-dades nenhumas. Nunca há, nunca houve. Deve de mandar «Apresentar Armas» para dar seguimento à Rendição. É assim…

E assim se fez para descanso de todos, da Banda, que tocou o Hino, e das Guardas que se renderam ao som da Marcha Mi-litar, que só não foi a Nupcial porque não se tratava de casamento nenhum…

Concluída a cerimónia, seguiu a Ban-da, como é costume dizer-se, caminho de regresso ao Forte ao som da mesma Marcha Militar e da população ululando à cadência do cortejo.

Já no transporte para as INAB, aliviada a tensão, o pessoal, divertido, entre risos, sempre respeitosos, atirava “hein, Se-nhor Tenente, então queria cumprimentar as Altas Individualidades?!… Queria era abrir a porta do carrão e apertar a mão ao Senhor Governador!... Essa gente tem mais que fazer!”…

O Marinheiro E, sorriso concupiscente, apenas dizia e era para si próprio “sim, sim, o Aires bem me ia lixando com a da saudação às Altas Individualidades AU-SENTES”…

Marinheiro E*

*O Marinheiro “E”, de todos já conhecido, é o Sócio Originá-rio n.º 1542, Oficial FZ RN que integrou os efectivos da CF 11 e que cumpriu uma comissão de serviço na Guiné nos anos 1971/1972.

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27O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

ALMOÇO DE NATAL 2017(9 de Dezembro às 12:30 horas)

CONVITE

A Direcção da Associação de Fuzileiros convida todos os sócios e familiares a estarem presentes no Almoço de Natal, no dia 9 de Dezembro, e deseja um Santo Natal e um Ano Novo cheio de Saúde e Paz.

O Almoço terá lugar no Restaurante “Quinta da Alegria” na Penalva, Barreiro:

Coordenadas GPS: N 38.60680 W -9.01689

ASSOCIAÇÃO DE FUZILEIROSFundada em 29 de Março de 1977

Preço: • Adultos: 20 botes

• Crianças (4-10 anos): 10 botes

Aperitivos:

• Martini

• Moscatel de Setúbal

• Gin

• Sumo de Laranja

• Água com e sem gás

• Croquetes de carne

• Pastelinhos de bacalhau

• Tâmaras com bacon

• Rissóis de camarão

• Tostas com queijo fresco

• Canapés de atum

• Ovinhos de codorniz

• Chouriço e Morcela assados

• Frutos secos

Quentes:

• Creme de Agrião

• Bacalhau à Quinta da Alegria

• Lombinhos de Porco com arroz e legumes

Sobremesas:

• Petit gateau ou Salada de frutas

Bebidas:

• Vinho branco

• Vinho tinto

• Sangria

• Águas Minerais

• Cerveja

• Refrigerantes

• Café

Digestivos (servidos à mesa)• 1 por pessoa

Ementa

Importante: Agradece-se a todos quantos desejem estar presentes no nosso almoço de Natal que efectuem as suas inscrições até ao dia 2 de Dezembro de 2017 através dos seguintes contactos:

tel.: 212 060 079, tlm.: 927 979 461, email: [email protected]

Fuzos – Prontos! Do mar – P’rá terra! Desembarcar – Ao assalto! Desembarcar – Ao Assalto! No mar e onde necessário!

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crónicas

28 O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Grandes Figuras da História

D. João IIum Príncipe da Renascença

José Horta

D. João II, cognominado pelo povo como o Príncipe Perfeito e pelos inimigos como o Tirano, foi o quarto rei da 2.ª dinastia ou dinastia de Avis e o 13.º rei da história da

monarquia portuguesa.

Nasceu em Lisboa, no mês de maio de 1455 e era filho d’el-rei D. Afonso V (0 Africano) e de sua mulher Dona Isabel de Urgel, que viria a falecer em dezembro desse mesmo ano, tinha o príncipe sete meses de idade.

D. João é neto, pelo lado paterno de D. Duarte (rei) e, pelo lado materno, de D. Pedro, duque de Coimbra (regente do reino e irmão de D. Duarte), sendo ambos filhos de D. João I, Mestre de Avis, logo, bisneto deste monarca. Por sua vez, as avós de D. João II são ambas aragonesas: D. Leonor (rainha), esposa de D. Duarte e D. Isabel (duquesa de Coimbra), esposa de D. Pedro, facto que lhe confere uma caraterística peninsular bem marcante.

D. João casa em 1473 com sua prima D. Leonor, filha do infante D. Fernando, seu tio e irmão de seu pai, D. Afonso V.

Deste casamento nasceu um filho, o infante D. Afonso que reu-niria, na sua pessoa, a herança portuguesa da dinastia. A morte prematura deste príncipe na sequência duma queda de um cava-lo na ribeira de Santarém, em circunstâncias não esclarecidas, constituiu um sério revés em todo o projecto dinástico e político na vida e no reinado de D. João II como veremos mais adiante.

Em 1471 D. João, então com 16 anos, participa com seu pai, el rei D. Afonso V, na conquista de Arzila, onde foi armado cavaleiro naquela que foi a sua primeira intervenção pública, ainda príncipe herdeiro.

Alguns anos mais tarde (1 de março de 1476), também ao lado de seu pai, desempenha um papel importante e decisivo na batalha de Toro, onde D. Afonso V fora a campo para defender os direitos de sua sobrinha D. Joana, a Beltraneja, herdeira prometida nos conflitos provocados pela guerra da Sucessão que se vivia em Castela e que opôs tropas portuguesas e castelhanas joanistas, sob comando de D. Afonso V, contra tropas castelhanas isabeli-nas, de Fernando II, rei de Aragão, Leão e Castela.

Embora as consequências políticas tivessem sido adversas mercê do apoio francês, decisivo no após conflito, a sorte das armas ditou a vitória das forças do rei de Portugal que permaneceram 3 dias no campo de batalha de acordo com as regras da cavalaria, naquele tempo, ao contrário dos seus opositores que retiraram. Tratou-se, efectivamente, duma vitória mas com um resultado inconclusivo dela ressaltando o papel determinante do infante D. João de Portugal e a bravura do alferes mor de D. Afonso V, Du-arte de Almeida a quem estava confiada a bandeira portuguesa.

A determinada altura da contenda, após um momento de desnor-te das nossas tropas, o pavilhão português é abandonado. Na luta que se seguiu pela sua posse Duarte de Almeida, num esforço denodado, volta a erguê-lo. Cercado pelo inimigo defende-o com heroica bravura mas, uma cutilada dos castelhanos isabelinos corta-lhe a mão direita. Duarte de Almeida, então, empunha o estandarte nacional com a mão esquerda até que um outro golpe lhe decepa a mão. Em desespero, o alferes mor toma-o nos den-tes e resiste até cair moribundo. Os isabelinos apoderam-se da bandeira, sendo esta recuperada de imediato por Gonçalo Pires.

Este acto de heroísmo foi bastante apreciado e até enaltecido pe-las tropas inimigas.

Na derradeira fase da batalha, o príncipe D. João reorganiza as nossas forças e investe com ímpeto contra as tropas de Fernando de Aragão, desbaratando as suas hostes que recuam para Zamo-ra. D. João assenhoreia-se do campo de batalha e nele permane-ce 3 dias, até ao dia 5 de março, como sinal, inequívoco de vitória.

Feito heróico de Duarte de Almeida , “O Decepado”

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29O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

crónicas

Porém, a vitória política caiu para os lados dos reis católicos (Isa-bel e Fernando II), como já antes referimos.

Duarte de Almeida, miraculosamente, consegue sobreviver. Pri-vado de ambas as mãos e inutilizado para a vida, ficou na História conhecido como “O Decepado”.

Por duas vezes D. Afonso V atribui a seu filho João a regência do reino. A primeira foi em 1475 aquando da luta pela sucessão do trono, em Castela, e em cuja batalha decisiva D. João toma parte.

A segunda vez acontece, após esta guerra, em 1476, quando o rei parte para França em busca de auxílio para a sua causa. Em 1477 D. João II chega a ser aclamado rei em Santarém face à abdicação de seu pai que acabou por não se verificar. Pelo facto, D. João devolve a seu pai a governação do reino.

A realidade, no entanto, é que D. João continuou ao leme da go-vernação sobretudo naquilo que dizia respeito aos assuntos das descobertas, facto que já se verificava desde 1474, domínio em que se bateu contra a ingerência castelhana, onde defendia a ex-clusividade da navegação na costa africana – era a política do Mare Clausum. D. João, a partir de Abril de 1480, por determina-ção paterna, assume oficialmente a responsabilidade da política atlântica portuguesa. Nessa base, celebrou com Castela, nesse ano, o Tratado de Toledo, nessa mesma cidade e onde se estabe-lecia a divisão do Atlântico pelo paralelo das Canárias.

D. João, dada a morte de seu pai, é aclamado rei no mês de agosto de 1481. É precisamente nesse mês que nasce D. Jorge, seu filho, fruto duma ligação extramatrimonial do monarca com Ana de Mendonça.

D. João II governou Portugal durante 14 anos. Morreu no Algarve, em Alvor, no mês de outubro de 1495 quando tinha 40 anos. Jaz no mosteiro da Batalha para onde foi, mais tarde, transladado.

Apesar de ter governado o reino durante pouco tem-po, é opinião unânime que D. João II ocupa um lugar fundamental na História portuguesa, isto num período sensível de transição da idade média para a idade mo-derna.

No plano interno, o seu principal objectivo é a luta pela centralização do poder e a afirmação do poder régio, contra a preponderância da nobreza. Para ele, o poder político residia todo na instituição real.

Ao tardio cavaleiro medieval, no dizer de J. H. Saraiva, que foi D. Afonso V, sucede-se o poder deste príncipe da Renascença que não admite partilha nem limite.

A primeira grande iniciativa política toma-a nas Cortes de Évo-ra, em novembro de 1481, que constituem um acontecimento fundamental do seu reinado! Daqui advieram uma série de in-trigas e conspirações que o monarca reprime com violência. A casa de Bragança é a principal visada com a execução do duque D. Fernando em 1483 (julgado por traição e degolado na praça de Évora), tendo esta casa sido extinta de seguida e só no reinado de D. Manuel viria esta a ser restaurada.

No ano seguinte, D. Diogo, duque de Viseu e irmão da rainha D. Leonor, é apunhalado pela mão do próprio rei por conspirar contra este. Muitas figuras da alta nobreza foram executadas e outros tiveram que fugir. O bispo de Évora, D. Garcia de Menezes, que no reinado anterior desempenhara importante papel político, foi envenenado na prisão. Tudo isto como consequência natural do processo iniciado em finais do ano de 1481.

Esta repressão faz com que muitos nobres se exilem em países da europa, diminuindo o poder da nobreza. Este facto permitiu à coroa a anexação de inúmeras terras e bens, fortalecendo a centralização do poder. Só a casa de Bragança era detentora de metade das terras do país.

Um dos seus biógrafos, Rui de Pina, refere que D. João II, a pro-pósito desta” limpeza”, teria afirmado “Eu sou o senhor dos se-nhores, não o servo dos servos”…

D. João II governou bem o país com a sua enorme visão política e uma extraordinária capacidade de decisão. A sua obra está re-flectida, sobretudo em três campos: o da reorganização adminis-trativa do Estado, o das relações diplomáticas com vários países da Europa e o da condução da política ultramarina.

As Cortes, dada a acalmia política e social vigente no país, só voltaram a reunir em 1482 e 1483, em Santarém e, em 1490 em Évora, estas a fim de el-rei contrair um empréstimo!...

No seu reinado a Corte tornou-se mais sedentária, deixando o monarca de andar tanto pelo país.

Ao mesmo tempo e no que diz respeito à expansão ultramarina, beneficiando do acordo Luso Castelhano de Alcáçovas - Toledo (1479 - 1480) que tinha reservado para Portugal a soberania do espaço marítimo situado a sul das Canárias, sucedem-se as mar-cas da exploração do Atlântico ao longo da costa de África.

Assim, podemos ver que no reinado de D. João II fica explorada toda a costa ocidental africana. Daqui sobressaem os nomes de Diogo Cão e Bartolomeu Dias que dobra o Cabo das Tormentas, no extremo sul do continente, dando assim ao rei a indicação de que se poderá atingir a Índia por via marítima.

Por esta razão D. João II rebatiza aquele Cabo chamando-lhe Cabo da Boa Esperança. Ao mesmo tempo manda povoar algumas ilhas no golfo da Guiné (São Tomé, Ano Bom e Fernão Pó) e edificar o castelo de S. Jorge da Mina, em 1481, para apoiar o tráfico da Guiné e servir de base à exploração comer-cial portuguesa do litoral africano.

Assinatura do Tratado de Toledo

Matadi (Congo) – Pedra de Lelala, Diogo Cão

Bartolomeu Dias na Cidade do Cabo

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crónicas

30 O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

É D. João II que começa a preparar a ex-pedição à Índia, embora só no reinado se-guinte (D. Manuel) ela se concluísse.

Para isso mandou emissários, por terra, ao Cairo, a Adém, a Ormuz, a Sofala e à Abis-sínia, a terra do Preste João lendário rei cristão. Aqui se destacaram Pêro da Covi-lhã e Afonso de Paiva que destas paragens enviaram ao rei relatórios pormenorizados, facto que lhe permitiu ter a certeza de que por mar e contornando a África pelo Sul, se poderia atingir a Índia.

Entretanto, no início da década de 90 (1490), D. João II sofre um sério revés e conhece sérias dificulda-des. Morre seu filho e herdeiro, o príncipe D. Afonso, em meados de 1491. Desde muito cedo prometido a D. Isabel, filha dos reis católicos, havia uma forte probabilidade de D. Afonso aceder aos tronos de Aragão e Castela… Este facto abalou profundamente o monarca e abriu uma crise grave de sucessão que muito debili-tou a sua posição e a sua estratégia política.

Por outro lado, a viagem de Colom-bo às Antilhas, onde se pensava ter alcançado a Índia1, contrariou em termos de política externa a vi-são do rei. D. João II. Nos termos do Tratado de 1480, vai reivindi-car a posse destas terras. Daqui sucedem-se sérias dificuldades no relacionamento com Castela, ne-gociações morosas e complicadas que levaram à intervenção papal. Estas questões só terminaram com a assinatura do Tratado de Torde-silhas, em 7 de agosto de 1494. Nele se determina que a linha do meridiano a 370 léguas a oeste da ilha de Santiago, em Cabo Verde, passaria a dividir a Terra em 2 zonas de influência:

Todas as terras a descobrir para leste deste meridiano seriam para Portugal, ficando as terras a oeste para Castela.

Sabedor da existência das terras de Vera Cruz, D. João II fez valer a nosso favor, o maior conhecimento que tinha da Terra, reser-vando para Portugal a soberania dessas terras, a descobrir, por se

1 Ou talvez não – vidé “O Português Cristóvão Colombo Agente Secreto de D. João II” de Mascarenhas Barreto, teoria perfilhada, também, por outros au-tores.

encontrar na zona de influência do nosso país. Este Tratado oficializa a doutrina do Mare Clausum e vai permitir o avanço para a Índia sem a concorrência de Espanha, objectivo esse que, como vimos acima, o monarca já não pode alcançar.

Em termos de política externa, o reinado de D. João II caracteriza-se, como vimos, pela preocupação em criar boas relações com diversos reinos tais como: Castela, França, Inglaterra e a Roma Papal para que a nossa política ultramarina não fosse posta em causa.

É de destacar, ainda, a importante embaixada enviada ao Papa Inocêncio VIII em 1485 e com o intuito de lhe reafirmar a fé e a obediência do reino então muito desacreditada junto da Santa Sé.

Os últimos anos da vida de D. João II foram muito críticos e mar-cados pela questão da sucessão que chegou mesmo a dividir a família real; Problemas e divergências, sérios, com sua mulher, a rainha D. Leonor, que muitos consideravam a cabeça da oposição ao rei.

D. João II tinha, como já referimos, um filho bastardo, D. Jorge, de cuja educação se ocupou a irmã do rei, a infanta Dona Joana, mais tarde reconhecida como Santa (Santa Joana Princesa), pela sua bondade e amor aos pobres. O monarca pretendia que fosse este o herdeiro do trono tendo tentado, junto do Papa, a sua le-gitimação que foi recusada! D. Leonor opunha-se, debatendo-se para que o trono fosse entregue a D. Manuel, duque de Beja e seu irmão. Os adversários do rei eram muito poderosos e tinham muita força, tanto dentro como fora do país…

Por último, já doente e muito debilitado o rei, finalmente, acede em testamento nomear D. Manuel herdeiro do trono de Portugal.

D. João II, viria a falecer, pouco tempo depois, com sérias suspei-tas de que teria sido envenenado.

José Manuel Carrajola HortaSóc. Orig. n.º 485

2TEN FZE

Tratado de Tordesilhas - Folha de rosto

Bibliografia

Fonseca, Luís A. 2005. D. João II. Col. Reis de Portu-

gal. Círculo dos Leitores, Lisboa.

Saraiva, José H. 1988. História Concisa de Portugal.

Publ. Europa-América. 12ª Ed, Mem Martins.

Serrão, Joaquim V. 1978. História de Portugal. 2ª Ed.

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Editora, 2003-2017. [consult. 2017-03-21]. Disponí-

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-portugal.

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divisões

31O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Como já tem vindo a ser habitual, a Associação de Fuzileiros realizou a já tradicional actividade anual de

campismo de forma a promover o convívio familiar e fomentar a prática desta activi-dade de ar livre!

Realizado nos dias 2,3 e 4 de Junho, este ano o local escolhido foi o Parque de Cam-pismo dos Picheleiros na nossa bem co-nhecida Serra da Arrábida!

Com cerca de quarenta participantes, cedo se montaram as tendas de forma a iniciar--se um fim-de-semana descontraído. Das actividades livres que se realizaram, des-taque para a orientação desportiva e para o tiro de airsoft, actividades que fizeram “as maravilhas” dos mais novos!

A execução de “nós” e a apresentação de equipamentos e utensílios básicos de sobrevivência foram também actividades que permitiram a interacção entre pais e filhos…

Já no domingo, e para encerramento, uma agradável caminhada pelos trilhos da serra mostrou aos participantes a fauna e flora existentes, sensibilizando-se os mais novos para a importância das florestas na nossa qualidade de vida. Um convívio

curto mas tão preenchido de actividades, deixou no ar a vontade de para o ano es-tarmos de volta… e lá estaremos!

Espada PereiraSóc. Orig. n.º 445Chefe da DMALD

Realizou-se no dia 15 de Julho em Setúbal, no Auditório José Afonso, mais uma edição do FUZITOUR – 2017.

Sob a organização dos “Filhos da Escola” Miguel Silvino e Marco Facas, este evento de competição destina-se, acima de tudo, a divulgar a modalidade e contou com a participação de 16 atletas.

Com uma grande afluência de espectadores, amantes da modali-dade e curiosos vibraram com os momentos altos que ocorreram durante os combates entre atletas, proporcionando a quem assistiu um grande espectáculo desportivo!

A Associação de Fuzileiros, como vem sendo habitual, apoiou este evento patrocinando os respectivos troféus, reconhecendo o even-to como de muito interesse para a sua divulgação e, a convite da Organização, esteve representada na cerimónia de entrega de pré-mios pelo vogal da Direcção Afonso Brandão.

Para 2018 estamos certos que será mais um ano de sucesso e es-taremos lá… a apoiar os nossos fuzileiros praticantes de Jui Jitsu!

Afonso BrandãoSóc. Orig. n.º 1277

Espada PereiraSóc. Orig. n.º 445

Divisão do Mare das Actividades Lúdicas e Desportivas

Fim-de-Semana Campista 2017

FUZITOUR 2017 – Jiu Jitsu

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divisões

32 O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Realizou-se no passado dia 3 de Setembro na Carreira de Tiro do Centro de Educação Física da Ar-

mada, mais uma edição da prova de tiro que homenageia o grande atirador desportivo que foi o Sargento Henri-que Madaíl.

A competição realizou-se na mo-dalidade de Tiro com Arma Curta de Recreio a 25 metros, e contou com a participação de atletas oriundos de vá-rios clubes locais e com a já habitual presença do seu filho, o Sargento An-tónio Madaíl que veio do Açores onde representa a Associação de Tiro de Ponta Delgada.

Disputada em três escalões (Homens Sénior HS; Homens Ve-terano HV e Senhoras Sénior SS), a competição decorreu num agradável ambiente desportivo e contou, no final, com a presença do Presidente da Associação de Fuzileiros, Sr. Comandante José Ruivo, para presidir à cerimónia de entrega de prémios aos atletas.

Classificação

Homens Sénior1.º Classificado: António Madaíl – ATPD (Ass. de Tiro de Ponta Delgada)

2.º Classificado: João Vaz – AIT (Ass. Ibérica de Tiro)

3.º Classificado: João Pereira – AFz (Ass. de Fuzileiros)

Homens Veterano1.º Classificado: Rui Ribeiro – ST2 (Sociedade de Tiro n.º 2)

2.º Classificado: António Antunes – ST2 (Sociedade de Tiro n.º 2)

3.º Classificado: Rui Piteira – CPC (Casa do Pessoal de Corroios)

Senhoras Sénior1.ª Classificada: Elisabete Fernandes – AFz (Ass. de Fuzileiros)

2.ª Classificada: Carla Venâncio – AFz (Ass. de Fuzileiros)

Realizou-se no passado dia 16 de Se-tembro na Escola de Fuzileiros a 5.ª Edição da Prova de Remo em Botes

da Associação de Fuzileiros.

Este ano, bridados com um agradável dia de sol, a prova contou com 14 equipas e um total de 90 atletas que, com bravura, se fizeram ao rio Coina, disputando com desportivismo os lugares do pódio.

Com a prova cronometrada ao minuto, ti-vemos um pódio cheio de campeões onde se destacaram os empates. Assim, regis-taram-se as seguintes classificações:

1.ºs Classificados, ex aequo – Equipa GISP e Equipa Anfíbios

2.ºs Classificados, ex aequo – Equipa He-róis do Rio e Equipa Os Metralha

3.ºs Classificados, também ex aequo – Equipa ADN e Equipa Mad Max Team

A cerimónia de entrega de prémios foi pre-sidida pelo Presidente da Associação de Fuzileiros, Sr. Comandante José António Ruivo e pelo Sr. Comandante da Escola de Fuzileiros em exercício de funções, CFR FZ Santos Formiga acompanhado do Sr. Sar-gento Mór Macedo.

Após a já tradicional fotografia de grupo, seguiu-se a marcha até ao merecido al-moço de convívio realizado na Escola de Fuzileiros onde se recuperaram as forças com uma agradável feijoada de choco!

Tiro desportivo – Troféu Sargento Fuzileiro Henrique Madaíl 2017

Prova de Remo em Botes 2017

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Fica aqui expresso o nosso muito obrigado a todos os que nos apoiaram na realização deste evento com destaque para a Escola de Fuzileiros e para a Unidade de Meios de Desembarque que disponibilizou uma excelente equipa de militares, sempre pronta a ajudar e ao nosso lado! E, como a 6.ª Edição é já para o ano, até lá... bons ventos e marés...!

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delegações

O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

No dia 10 Junho 2017, Dia de Portu-gal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, foram homenageados

pela Câmara Municipal de Alcoutim os cerca de 400 combatentes deste Conce-lho que honraram a Pátria na Guerra do Ultramar.

Na ocasião foi inaugurado na Praça da Re-pública desta vila um monumento a eles dedicado.

Nele encontram-se gravados os nomes dos doze militares alcoutenejanos que tombaram em campanha assim como três rostos de soldados que representam os três ramos das Forças Armadas. Inscrito

na pedra está também o mapa do conti-nente africano e do sul da Europa, onde se encontram destacados os países onde a guerra decorreu – Angola, Moçambique e Guiné – e a localização de Portugal.

A Delegação da Associação de Fuzileiros do Algarve, convidada a estar presente nesta cerimónia, compareceu com o seu

Guião e participou com cinco membros dos corpos sociais recebendo do Presi-dente da C.M. Alcoutim Doutor Osvalo dos Santos Gonçalves, uma placa alusiva ao evento.

Além da DFZA, marcaram presença Núcle-os da Liga de Combatentes e da Associa-ção dos Deficientes das Forças Armadas.

Delegação do Algarve

Homenagem aos Combatentes do Ultramar – Alcoutim

A DFZA marcou presença pelo 6.º ano conse-cutivo na 38.ª edição da FATACIL, a maior feira generalista do Algarve e uma das maio-

res do País e que se realizou no parque municipal de feiras e exposições em Lagoa, entre os dias 18 e 27 de Agosto 2017.

Focada no Artesanato, Gastronomia, Agricultura, Comércio e Indústria, esteve implantada numa área de exposição com cerca de 50 mil metros quadrados e contou com dezenas de milhares de visitantes.

Pelo segundo ano consecutivo, a DFZA acolheu no seu espaço e colaborou com o Centro de Re-crutamento da Armada que efectuou a divulgação da Marinha e recrutou certamente alguns futuros marinheiros.

FATACIL 2017

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Delegação do Douro Litoral

Decorreu no último dia 10 Setembro 2017 a VII Descida do Rio Arade, en-tre Silves e Portimão.

A edição deste evento contou com 200 participantes entre as equipas que partici-param na descida e mais algumas presen-ças de convidados para o almoço convívio que decorreu no PAN Portimão.

A DFZA foi assim homenageada com a presença da Senhora Presidente da Câ-mara Municipal de Portimão – Dr.ª Isilda Gomes, do seu Vice Presidente – Dr. Cas-telão Rodrigues, do sr. Luís Encarnação – Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Lagoa, do sr. Presidente da Junta de Freguesia de Estômbar e Parchal – Joa-quim Varela, do Tenente Coronel Rui Oli-veira – 2CMDT RI1 Beja, do coronel Daniel Policarpo, um amigo com quem sempre pudemos contar e do primeiro-tenente Marques Vieira, Patrão-Mor da Capitania

No âmbito das comemorações do “Dia da Marinha” e dos seus 700 anos de existência, a título permanente celebrado em Vila do Conde e Póvoa do Varzim, surgiu o convite do

CEMA para, talvez pela 1.ª vez, as Associações de Marinheiros marcarem presença com os seus veteranos no Desfile Militar.

Assim, no dia 21 de Maio de 2017, a Delegação de Fuzileiros do Douro Litoral participou, em conjunto com outras Associações, neste desfile comemorativo do aniversário da Marinha. A cerimónia decorreu nas Caxinas, na Avenida Infante D. Henrique onde, após o desfile militar, a população pôde assistir depois ao desfile naval.

VII Descida do Rio Arade Silves - Lagoa - Portimão

Comemorações do Dia da Marinha 2017

“Não tendo sido esta a minha tropa, mas tenho grandes amigos fuzileiros, agradeço a oportunidade de ter convivido convosco neste dia. Foi maravilhoso.”

“Parabéns a toda a organização. Foi exem-plar. Gostaria de saudar especialmente os elementos que estiveram à frente do evento. FUZOS!”

“Venho aqui saudar a DFZ Algarve pela iniciativa da descida do Arade. Quero agradecer aos camaradas que estiveram de “serviço” e se sacrificaram, para que nós tivéssemos um dia espetacular. Forte abraço a todos.”

de Portimão, entre muitos outros convi-dados e participantes. Destaque especial para a sempre muito digna presença do Presidente da Associação de Fuzileiros que muito agradecemos.

O evento deste ano foi mais um sucesso em termos de divulgação da Marinha e dos Fuzileiros, de desporto e convívio e, sobretudo, em termos de Segurança que, pode dizer-se, foi exemplar.

Fica aqui os nossos agradecimentos à Marinha, ao Corpo de Fuzileiros e ao pes-soal da UMD. Sem estes apoios e sem a dedicação deste pessoal, nada disto seria possível.

Comentários positivos, como os que estão abaixo. motivam-nos muito e obrigam-nos a continuar.

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De forma a dar cumprimento ao pla-neamento cultural e de actividades da Delegação de Fuzileiros do Douro

Litoral para o ano de 2017, no dia 18 de Junho a Delegação visitou a cidade de Oli-veira de Azeméis.

Esta visita começou com o encontro no Parque de Nossa Senhora de La-Salete, para saborear o café. Seguimos depois para o Berço do vidro, repositório da mais antiga Real fábrica do vidro da quinta do Côvo e que hoje, graças aos esforços da Câmara Municipal, continua vivo através de um mestre que executa a produção de objectos, mantendo o espírito artesanal.

Está em construção um projecto para a instalação do Centro de Interpretação do Vidro. Deste Centro fará parte a casa “Mateiro”, habitação de um dos fundadores do Centro Vidreiro do Norte de Portugal “CVNP”.

O Parque Temático Molinológico é também um local de referência de Oliveira de Azeméis e um sítio a visitar.Dele fazem parte um aglomerado de moinhos que representaram outrora uma evolu-ção na economia local, regional e até nacional e da qual existem ainda hoje imensos vestígios ao longo dos principais rios que ba-nham esta cidade.

Graças à Catarina, técnica responsável pela associação que gere todo este parque, foi possível visitar o museu do traje, ver os moinhos em funcionamento com moagem de diversos cereais e ainda assistir à coze-dura das famosas padas de pão de UL.

A visita terminou com um grande almoço/piquenique ao ar livre no parque de merendas.

Visita a Oliveira de Azeméis

O desempenho da Delegação de Fuzileiros mereceu de S.ª Ex.ª o Almirante CEMA, António da Silva Ribeiro, rasgados elogios atra-vés da atribuição de um diploma de participação e a oferta de uma medalha comemorativa do dia da Marinha 2017.

Estão de parabéns todos aqueles que deram o seu contributo e todos aqueles que teriam gostado de estar presentes mas que por algum motivo não lhes foi possível.

A Delegação de Fuzileiros do Douro Li-toral e os seus associados rumaram à Escola de Fuzileiros no dia 8 de

Julho para a comemoração do Dia Nacio-nal do Fuzileiro que, como é habitual, se realiza na casa mãe de todos os Fuzileiros em Vale de Zebro.

Foi mais uma viagem em ambiente fami-liar e só por isso já estamos de parabéns,

mas como um Fuzileiro nunca se contenta com pouco, é de realçar a participação de vários membros no grupo de Veteranos comandado pelo veterano Smor FZE Ta-lhadas.

Esta é a oportunidade de se reverem velhos e novos amigos, dos abraços, das emo-ções mas sobretudo de se recordar a ca-maradagem e ainda do relato das histórias

que cada um tem guardado no seu interior e que ali trocam com prazer e emoção.

A visita ao museu do Fuzileiro é obriga-tória, pois é ali que vamos encher o peito com aquele manancial de informação e sentir o arrepio ao contemplar tanta honra ali contida. É ali que sentimos que é ajus-tado o nosso lema: Fuzileiro uma vez,… Fuzileiro para sempre!

Dia do Fuzileiro 2017

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O monumento que agora ornamenta a designada “Rotunda da Marinha em Elvas” foi inaugurado na manhã de

sábado, 27 de Maio.

A rotunda, que faz a ligação à urbani-zação do Revoltilho, foi inaugurada pelo Presidente da Câmara Municipal de Elvas, Nuno Mocinha e pelo Almirante João Va-lente dos Santos, Diretor da Revista da Armada, em representação do Chefe do Estado-Maior da Armada.

Estiveram ainda presentes: o Comodoro Nelson Alves Domingos, Diretor da Direc-ção de Abastecimento, o Comodoro Jorge Nobre de Sousa, Comandante do Corpo de Fuzileiros, os Presidentes da Associação de Fuzileiros e das respectivas Delega-ções de Juromenha/ Elvas, do Douro Lito-ral, do Algarve e da Policia Marítima entre muitas outras entidades civis e militares.

Participou ainda um pelotão de Fuzileiros e a Banda da Armada.

O monumento, é composto por uma peça cental que simboliza a popa de um navio, rodeada por cinco pedras que simbolizam os cinco continentes. No chão, alguns de-clives fazem lembrar a ondulação do mar.No local foi descerrada a placa que assi-nala a homenagem de Elvas à Marinha e uma outra de reconhecimento à Delega-ção de Fuzileiros de Juromenha/Elvas.

Na ocasião o Presidente da Autarquia referiu “ser uma honra passarmos a ter este Monumento que evoca um dos três ramos das nossas Forças Armadas numa das vias mais movimentadas da cidade e numa zona moderna e em expansão.

Uma homenagem que veio dar resposta ao desejo manifestado por ex-combatentes e teve a concordância das Chefias militares, cuja colaboração aqui refiro e agradeço, na pessoa de Vossa Excelência, senhor Almirante João Valente dos Santos.

Por outro lado, em especial para as gera-ções mais novas e às vindouras, este Mo-numento da Marinha, aqui em Elvas, evo-ca os nossos “Heróis do Mar”, como se canta na estrofe inicial do Hino Nacional de Portugal”, e que simboliza, agora e no futuro, todos os que serviram a Marinha Portuguesa com saliência muito sentida na evocação que fazemos dos que deram a vida na defesa do nosso País”.

No dia 27 de Maio, a Delegação de Fuzileiros do Douro Litoral recebeu do Sr. Presidente da Câmara de Elvas e de S.ª Ex.ª o Alm. CEMA, o convite para estar presente na inauguração

do Monumento da Marinha na cidade de Elvas.

Esteve lá com muito prazer e congratula-se pela forma exemplar como decorreu o evento que, como se sabe, ocorreu em simultâ-neo com o aniversário da nossa congénere de Juromenha/Elvas.

À DFZJE endereçamos, como já o fizemos pessoalmente, os nos-sos parabéns pelo aniversário.

Excelente convívio!

No dia 17 de Junho, a DFZDL esteve presente na cidade de Aveiro onde se celebrou o 40.º Encontro Nacional de Mari-nheiros que teve início com a concentração dos participan-

tes no Jardim do Rossio, seguindo-se a marcha para a estátua ao Soldado Desconhecido, na Av. Dr. Lourenço Peixinho, onde decor-reu uma singela cerimónia. Depois, os participantes dirigiram-se para o almoço no Parque de Feiras e Exposições de Aveiro e pelas 18h00 a Banda da Armada actuou no jardim do Rossio para todos os Aveirenses.

De referir que a organização do 41.º Encontro Nacional de Mari-nheiros, a realizar em Vila Nova de Gaia em 2018, será da respon-sabilidade da Delegação de Fuzileiros do Douro Litoral.

Delegação de Juromenha/Elvas

Inauguração daRotunda da Marinha em Elvas

Inauguração da Rotunda da Marinha

40.º Encontro Nacionalde Marinheiros

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delegações

O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

No mesmo dia da Inauguração da Rotunda da Marinha em Elvas celebramos também o VII Aniversário da Delegação da Associação de Fuzileiros de Juromenha/Elvas.

Foi acordado conjugar os dois eventos para que, aproveitando o ambiente e a presença de grande número de altas entidades e demais convidados, dar ainda maior relevância ao evento.

A nosso convite estiveram também presentes membros da As-sociação de Marinheiros de Estremoz, e os “nuestros hermanos” da Associacion de Veteranos “Base Aérea de Talavera La Real”.

Tendo em conta o elevado número de convidados (130 pessoas), tudo correu bem, conseguindo-se atingir os objetivos pretendidos.

Agradecemos a importante colaboração da Cãmara de Municipal de Elvas na realização do almoço de aniversário.

VII Aniversário da DFZJE

A Voz do Presidente...VII Aniversário da DFZJE / Inauguração da Rotunda da Marinha em Elvas

A Associação de Fuzileiros está de parabéns pela forma muito digna como decorreram as cerimónias de homenagem à Marinha em Elvas.

O monumento que no passado sábado foi inaugurado resultou de um trabalho colectivo de mais de 3 anos que envolveu o Com.te Magarreiro, elementos da Delegação de J/E e da Direcção da AssFz (anterior e actual).

Foi possível concretizar esta iniciativa devido à tenacidade, persistência e amor à Marinha de todos os que se envolveram na sua realização.

É de realçar o empenhamento da CME, na pessoa do seu Presidente e demais edis envolvidos e a forma simpática e afável como nos receberam assim como aos representantes da Marinha.

Realça-se também o contributo da Marinha que em muito valorizou a cerimónia, quer através da cedência de materiais como com o concerto da Banda da Armada quer com o facto de ter enviado 3 oficiais generais para a cerimónia militar, tendo-se o CEMA feito representar pelo Director da Revista da Armada, organismo ligado à cultura.

A par da inauguração do Monumento teve lugar o VII aniversário da DFzJE, cabendo aqui transmitir a todos os seus elementos muitos parabéns pela excelente organização do evento e relevar a forma como receberam os seus convidados, transformando o convívio numa grande festa em que a camaradagem e espírito do fuzileiro estiveram sempre presentes.

É também de destacar a presença das Delegações do Algarve, do Douro Litoral e da Polícia Marítima, que enviou o seu guião, assim como o núcleo de motociclistas fuzileiros, numa demonstração de verdadeiro espírito de corpo que prevalece na AFz.

Bem hajam todos. José Ruivo

Em Sousel, os Combatentes na Guerra do Ultramar foram homenage-ados no domingo, dia 27 de Agosto. Na cerimónia que contou com a presença da Associação Nacional de Fuzileiros, a Delegação de

Fuzileiros Juromenha / Elvas, a Associação de Marinheiros de Estremoz e de muitos ex-combatentes familiares e amigos, foi descerrada a placa, junto ao monumento, que evoca os souselenses que combateram em Angola, Moçambique, Guiné, Cabo Verde e Índia.

Os Fuzileiros presentes participaram também na procissão das tradi-cionais festas em honra de Nossa Senhora da Orada, em Sousel. O dia terminou em grande convívio com aquela comunidade tendo a senhora Vice-Presidente da Câmara Municipal de Sousel, Senhora Marta Carujo, oferecido um jantar a todas as associações que participaram nos feste-jos dessa localidade.

Sousel: Homenagem e Procissão

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A Delegação de Fuzileiros de Juromenha / Elvas, marcou pre-sença no convívio anual da Comissão de Ex-Combatentes da Terrugem, que decorreu no sábado, dia 16 de Setembro,

numa iniciativa que contou com a inauguração do monumen-to ao combatente e um museu numa sala do Centro Cultural da localidade. O convívio decorreu num ambiente de confraterniza-ção entre os participantes, naquela que foi a quarta edição desta iniciativa e que reuniu dezenas de ex-combatentes nascidos na Terrugem, assim como familiares, amigos e convidados. Neste evento marcou presença o vereador Tiago Afonso, que deixou uma palavra de agradecimento a todos os presentes e sublinhou o trabalho desenvolvido em prol da memória daqueles que estive-ram na Guerra do Ultramar.

Para terminar o dia em fraternal convívio com os Ex-Combatentes da Terrugem, a senhora Presidente da Junta, Senhora Líria Maria Carvão ofereceu amavelmente o almoço aos representantes da nossa Delegação pelo que ficamos verdadeiramente agradecidos.

A Delegação de Fuzileiros de Juromenha/Elvas, marcou a sua presença no acto da Imposição de Boinas no dia 4 de Outu-bro, na Escola de Fuzileiros – Barreiro.

Os camaradas da Direção, Lícinio Morgado, Joaquim Barbado e António Barroso, que estiveram presentes neste evento, partici-param também no desfile de Guiões e desfile de Veteranos.

Elvas: Convívio anual

Barreiro:Imposição de Boinas

Uma vez mais a Delegação de Fuzileiros de Juromenha/Elvas, marcou presença com o seu Guião na Procissão dos Pen-dões em Elvas, que se realizou no dia 29 de Setembro, na

presença de Milhares de pessoas.

Este ano, além da presença de diversos camaradas fuzileiros que orgulhosamente nos acompanharam, desfilaram connosco, camaradas da Associação Nacional de Fuzileiros, da Associação de Marinheiros de Estremoz e também, a nosso convite, os ca-maradas espanhóis da Asociación de Veteranos “Base Aérea de Talavera la Real”.

Elvas: Procissão dos Pendões e EXPO-São Mateus

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delegações

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Delegação da Polícia Marítima

Núcleo de Fuzileiros dos Templários

Sócio da AFZParticipa, colabora e

mantém as tuas quotas em dia.

A Polícia Marítima, em que enquadram elementos per-tencentes à Delegação da Associação de Fuzileiros da Polícia Marítima, encontra-se em missão na Grécia, na

ilha Grega de Lesbos, desde 1 de maio de 2017, sob égide da agência europeia FRONTEX e em apoio à guarda-costeira grega.

O objetivo é o de controlar e vigiar as fronteiras marítimas gre-gas e externas da UE, no combate ao crime transfronteiriço, no âmbito das funções de guarda-costeira europeia.

Nesta operação encontram-se destacados vários agentes em permanência, duas embarcações de alta velocidade e uma viatura de vigilância costeira com sistema radar. No fluxo mi-gratório irregular e arriscado, que é realizado frequentemente, por via marítima, a equipa da Polícia Marítima tem resgatado migrantes em perigo no mar, tendo até ao momento salvo um total de 876 migrantes que tentam entrar na Europa através do Mar Egeu, passando entre a Costa da Turquia e da Grécia.

NO MAR, MAIS ALÉM, POR BEM

O Núcleo de Fuzileiros dos Templários promoveu o 21.º Almoço- -Convívio no passado dia 30 de Abril e, como habitualmente, foi convidado a estar presente

o Presidente da Direcção da AFZ, juntamente com outras entidades relevantes da edilidade e da sociedade local.

No impedimento do Presidente da Direcção da AFZ, fez--se este representar por um dos Vice-presidentes que se sentiu muito honrado por ter podido confraternizar com bons amigos e camaradas que percorreram os mesmos caminhos ao longo da vida militar.

Foi então prometido ao Núcleo de Fuzileiros Templários continuar esta política de boas relações institucionais e se possível, desenvolvê-las.

Foi também prometida a entrega a esta Instituição de uma Bandeira da Associação de Fuzileiros, promessa que ain-da não foi concretizada por dificuldades no acerto de da-tas, face à disponibilidade dos elementos dos respectivos Órgãos Directivos mas sê-lo-á tão breve quanto possível.

Fuzileiros da DFZPM em acção

Tomar - 30 de Abril de 2017

Fotografia: Arlindo Santos - Tomar

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núcleodemotociclistasafz

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Núcleo de Motociclistas da Associação de Fuzileiros

Fim de Semana Campista no Ponto de Apoio Naval de Troia

Os motociclistas da Associação de Fuzileiros acamparam e sediaram as suas actividades no Ponto de Apoio Naval de Troia durante 2 dias (24 e 25 de Junho). Reuniram nesse

convívio 60 pessoas entre motociclistas, familiares, amigos e convidados de outros Ramos das Forças Armadas (Comandos e Paraquedistas).

Dentro do espírito que norteia este fantástico grupo, o encontro decor-reu sem qualquer inci-dente nem acidente e o local cedido pela Mari-nha, cuja autozização de uso a AFZ aproveita para agradecer, foi deixado impecávelmente limpo e arrumado como lhes competia.

Os organizadores que-rem também particular-mente agradecer a todas as entidades que viabili-

zaram o evento (CCF/COMNAV) e elogiar os militares que lá se encontraram a prestar serviço e que deram apoio ao grupo porque estiveram sempre disponíveis para corres-ponder a todas as solicitações.

NOVOS CARTÕES DE SÓCIO e ACTUALIZAÇÃO DE NUMERAÇÃOEstimados Sócios,

Para corresponder às exigências actuais verifica-se a necessidade de serem emitidos novos cartões de sócio, aproveitando-se a oportunidade para modernizar e actualizar o modelo que há muito está em vigor.Modernizar, utilizando novos materiais que facilitem a impressão e também lhe confiram um aspecto mais prático e moderno. Actualizar, fazendo os necessários ajustamentos na numeração dos Sócios, retirando das listas os desistentes, os falecidos e os devedores com quotas em atraso há mais de dois anos.Só assim saberemos quantos efectivamente somos e quantos estamos no uso dos plenos direitos e deveres estatutários.Espera-se dos Sócios uma resposta positiva e colaborante, como sempre têm dado, e apela-se a todos os que tenham quotas em atraso que as regularizem até 31 de Janeiro de 2018. É que só assim poderão manter a sua antiguidade relativa dentro da nova renumeração. Vamos em frente!Para mais esclarecimentos contactar o Secretariado.

A Direçção

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convívios

O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

No dia 24 de Fevereiro de 1972, 26 cadetes do 20.º CFORN FZ entraram na Escola Naval. Após 8 semanas de preparação técnico-naval, no dia 1 de Maio de 1972 e com a companhia

de 3 oficiais alunos, entravam na Escola de Fuzileiros, unidade onde, durante os 4 “longos” meses (15 semanas) do 29.º Cur-so de Fuzileiros Especiais (CFE), seriam preparados para SERVIR PORTUGAL NA MARINHA.

No dia 31 de Agosto decorreria a cerimónia de “imposição de boinas” e no dia 14 de Outubro, na Escola Naval, com a cerimó-nia de Juramento de Bandeira, estavam prontos para “marchar” rumo aos teatros operacionais de Angola, Moçambique e Guiné, integrando Destacamentos ou Companhias de Fuzileiros.

No passado dia 4 de Março de 2017, 45 ANOS DEPOIS, 19 desses “Fuzileiro uma vez, Fuzileiro para sempre!” quiseram e puderam REVIVER aquelas experiências que marcaram e deixaram traços indeléveis na vida de todos eles.

Porque os momentos passam e é importante que a história possa guardar os momentos de pessoas e organizações, o 20.º CFORN FZ mandou preparar 3 placas onde foram gravados os nomes dos oficiais alunos e cadetes que frequentaram o 29.º CFE para,

naquela data, serem solenemente oferecidas ao Comando do Corpo de Fuzileiros e aos Comandante (CMG M FZE Gomes Pedro-sa) e Imediato (CMG FZE Vidal de Rezende) da 3.ª Companhia de Instrução, unidade a quem coube a responsabilidade de ministrar aquele Curso de Fuzileiros.

Um agradecimento muito especial ao Comandante do Corpo de Fuzileiros, Comodoro Nobre de Sousa, pelo seu querer e dispo-nibilidade para nos receber e acompanhar nos momentos mais solenes da evocação. Apesar dos afazeres que o impediam de nos acompanhar no almoço convívio, fez questão de nos acompanhar até à entrega da placa destinada a ocupar um cantinho do Museu do Fuzileiro, tendo na ocasião salientado a relevância que os ofi-ciais da Reserva Naval tiveram na e para a Marinha.

Um BEM HAJA final ao Comando da Escola de Fuzileiros (CMG FZ Pacheco dos Santos e CFR FZ Santos Formiga) que, desde o primeiro momento do planeamento, nos apoiou na preparação da agenda a cumprir.

João A. Pires Carmonaex-Cadete 20.º CFORN FZ/ CMG FZ Ref

Sóc. Orig. n.º 1544

20.º CFORN FZ45 anos depois4 de Março de 2017

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convívios

42 O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

No passado dia 22 de Abril, o Destacamento de Fuzileiros Especiais n.º 2, “Os Focas”, reuniu-se para assinalar o 45.º Aniversário da sua constituição. Tratou-se na altura de

um processo lento com a chegada a conta gotas de muitos dos seus elementos, nomeadamente os Sargentos que por razões de desgaste em comissões anteriores, iam chegando para pouco tem-po depois partirem. Foi aliás por esta razão que o DFE 2 acabou por nunca ter os 80 fuzileiros especiais, numero definido para um DFE.

O encontro de 2017 foi organizado em duas fases. Na primeira, os fuzileiros especiais presentes e seus familiares, num total de setenta pessoas, reuniram-se na Escola de Fuzileiros onde presta-ram homenagem aos Fuzileiros já falecidos descerrando-se uma placa alusiva ao DFE 2, cujo nome de guerra era «OS FOCAS». Seguiu-se uma visita ao Museu do Fuzileiro, tendo sido com muito agrado que constataram as melhorias de que o Museu tem sido alvo nos últimos tempos.

A segunda fase do encontro aconteceu no Restaurante da nossa Associação. Também aqui, foi generalizada a opinião da melhoria da qualidade do serviço prestado o que é sempre um bom ponto de partida para as conversas que nos levaram às vivências, às pequenas histórias, às missões onde o DFE 2 esteve presente, aos bons momentos de convívio mas, fundamentalmente, ao reforço da amizade que existe entre todos os que integraram o DFE 2, cuja comissão ocorreu em Angola, no Posto da Marinha do Lunguébun-go, com uma passagem por São Tomé, daqui para Cabinda termi-nando a sua missão em território angolano nas grandes confusões que se verificaram no início dos anos de 1975 em Luanda.

Foi mais um encontro que confirma que “enquanto houver um fu-zileiro especial vivo e que tenha feito parte do DFE 2, este destaca-mento irá sempre existir».

António Vasconcelos Raposo2.º TEN FZE

Sócio n.º 1774

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 2Angola 1973/75

22 de Abril de 2017

LOJA MATOSINHOSTel.: 224 969 620

LOJA VIANA DO CASTELOTel.: 258 811 201

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ORTOPEDIA MONTEIROFabrico de Próteses e Ortóteses

Unipessoal, Lta.

LOJA DAS PAIVASTel.: 211 818 829

LOJA DO MONTIJOTel.: 212 312 290

LOJA DA AMADORATel.: 214 345 576

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43

convívios

O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

O 49.º aniversário da chegada à Guiné do DFE 13, a bordo do NRP Diogo Gomes, foi comemorado no passado

dia 6 de Maio pelos Fuzileiros que integra-ram a Unidade, acompanhados por fami-liares e amigos.

A comemoração foi iniciada na Escola de Fuzileiros, sendo recebidos pelo Coman-dante do Corpo de Fuzileiros, Comodoro Nobre de Sousa e pelo 2.º Comandante da EF, Capitão-de- fragata FZ Santos Formi-ga.

Foi prestada homenagem aos Fuzileiros Mortos em Campanha, junto do respectivo Monumento com deposição de uma coroa de flores pelo Comandante do DFE, Almi-rante Vieira Matias.

Na Capela da Unidade foi celebrada Missa pelo Capelão Licínio tendo sido evocada a memória de cada um dos FZE´s da Unida-de falecidos (4 em combate e 24 poste-riormente ao final da comissão).

Seguiu-se uma visita ao Museu da EF com o competente ciceronamento do Cabo FZ Pinto.

O almoço de confraternização aconteceu em interessante restaurante típico em Santo António com a habitual alegria, re-forçada com animação musical a cargo da proprietária, D.ª Manuela e do nosso “Ar-tista” Antonino (“Peniche”).

Patente, uma vez mais, a muita amiza-de e espírito de Unidade criados durante uma comissão em condições de grande

exigência nas quais, e nas palavras do Comandante, todos evidenciaram vincado espírito de sacrifício e de missão.

Em Janeiro de 1970, o DFE 13 parte da Guiné e, após longo embarque no NRP S.Gabriel, com escala em Luanda, desem-barca no Alfeite sem alarde e sem o devido reconhecimento pelos importantes e in-vulgares resultados operacionais obtidos, mas com a certeza do dever cumprido.

O DFE 13 agradece aos Comandos do Cor-po de Fuzileiros e da Escola de Fuzileiros as facilidades concedidas para o cumpri-mento do programa assim como as res-pectivas presenças.

Vasco BrazãoSóc. Orig. n.º 277

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 13Guiné 1968/706 de Maio de 2017

UMA ASSOCIAÇÃO VIVA E PARTICIPADAEstimados sócios,Como já vem sendo prática na nossa Asssociação, as Reuniões da Direcção são abertas aos sócios sendo, para o efeito, amplamente publicitadas.A Direcção agradece todos os contributos que, de viva voz ou por qualquer outra via, os sócios nos queiram fazer chegar.Os interessados devem, sempre que possível, inscrever-se préviamente no secretariado.

A Direcção da AFZ

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convívios

44 O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Para estarmos mais perto de um camarada que está com al-gumas dificuldades de locomoção entendeu-se ser oportuno encontrarmo-nos na linda cidade de Guimarães, no Monte

da Penha.

Apesar da distância, o pessoal acorreu em grande número e foi um excelente convívio onde pontuou a gastronomia minhota ao mais alto nível.

Foram lembrados todos os que pertenceram à Unidade e não pu-deram estar presentes, principalmente aqueles a quem a saúde vai faltando e respeitado um minuto de silêncio pelos que já nos deixaram.

No programa constava “Zarpar quando calhar” e foi já bem tarde quando os mais persistentes abandonaram o local.

Para o ano haverá mais .

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 10Moçambique 1974/75

20 de Maio de 2017

RECOMENDAÇÕES, INFORMAÇÕES e PEDIDOS da Direcção

Sócio da AFZ, actualiza os teus contactos e mantém-te informado

A Direcção Nacional elegeu como objectivo prioritário a comunicação contínua com os seus associados.

Para que a comunicação seja efectiva e o mais rápida possível, o Secretariado deverá dispor dos contactos necessários privilegiando, sempre que possível e adequado, a comunicação via email.

Assim, solicita-se a todos que actualizem os seus dados pessoais, principalmente no que se refere aos contactos (endereço email, morada, números telefónicos, etc.).

Só assim poderemos manter os nossos associados informados, em tempo real, de tudo o que de interesse a Direcção tem para divulgar e creiam que é muito.

Documentos de despesa com saúde

A Associação de Fuzileiros, através do seu Secretariado Nacional, disponibiliza aos seus associados o serviço de recepção e encaminhamento, para os serviços competentes, dos documentos de despesas com saúde.

Reparação e Manutenção InformáticaVersátil & Transversal Unip. Lda.

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Sócios AFZ e Familiares

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convívios

O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Mais um ano passou e o meio século vai-se aproximando a passos lar-gos. É isso, com o avançar da idade

o tempo parece que vai escasseando cada vez mais e, com isso, sentimo-lo escapar furtivamente por entre os dedos.

Nas nossas memórias pairam ainda bem vivos os momentos em que nos juntamos e conhecemos pela primeira vez, carre-gados de medos e incertezas quanto ao futuro. É incrível como o tempo corre li-geiro, agora que não queríamos que as-sim fosse, em contraponto com os idos tempos da juventude, em que se mostrava aparentemente moroso quando compara-do com a acelerada fluidez dos múltiplos projectos que assolavam as nossas men-tes de antanho.

Este período de vida militar constituía um interregno, para quase todos, forçado, na caminhada apressada rumo ao “canudo”, ao emprego, ao empreendedorismo, à constituição de família. À al-tura a prestação do serviço militar era obrigatória, daí que, para quem maioritariamente acatou a lei e decidiu cumpri-lo, o procu-rasse fazer com sentido de responsabilidade e até com espírito de missão, num quadro de dever de cidadania, sem embargo de muitos, perante a inevitabilidade do seu cumprimento, o encaras-sem de outra forma, deixando o tempo correr…

Dum jeito ou doutro, desta “amálgama” de jovens, até aí des-conhecidos, oriundos de diversificadas localidades do País, com

idades diferenciadas e distintos projectos de vida, foi-se paulati-namente construindo um espírito de grupo que, com o decorrer dos tempos, foi crescendo em amizade, coesão e solidariedade. Este foi e é o segredo, mais uma vez o enfatizo, para, prestes a atingir meio século, ainda estarmos aqui, sempre presentes e unidos, na busca do reencontro amigo, pese o facto de, muitos de nós, terem estado, durante o período militar, pouco tempo juntos.

Cumprindo a agenda, quarenta e três cadetes apresentaram-se à porta do Museu de Marinha, com a zona envolvente pejada de turistas, num sinal claro de que Portugal e, neste caso Lisboa, são cada vez mais visitados por gente de bom gosto que procura a beleza, o sol, a gastronomia e a hospitalidade do nosso povo. Dos cadetes inscritos, faltaram quatro por motivos imprevistos e ponderosos, entre os quais o autor destas linhas que, pese embora um impedimento doloroso, se sentiu impelido a dar nota para memória futura do evento, aliás, em conformidade com o que vem sucedendo desde há muito. Como mero apontamento, diga-se que, descontados os que já partiram, a percentagem dos presentes situou-se nos oitenta e seis por cento, o que sustenta tudo o que se tem dito sobre a coesão e dinâmica deste grupo.

Como tenho escrito, as nossas jornadas têm procurado buscar o reencontro com a Marinha, através de sucessivas visitas a unida-des, departamentos, navios, museus e outros locais a ela ligados, publicitando as respectivas actividades.

Diga-se que o universo dos locais a visitar se vai gradualmen-te estreitando, sendo, em cada ano que passa, mais complicado eleger um desses locais que obviamente deverá ter alguma co-nexão com o grupo e simultaneamente ser exequível em termos logísticos.

A escolha do Museu de Marinha foi completamente pacífica, ten-do em conta o facto de ser um dos espaços mais emblemáticos para quem, como nós, teve a honra de usar o botão de âncora, do mesmo passo que vem contribuindo ao longo dos anos para a divulgação da história marítima de Portugal e da centralidade do MAR como desígnio nacional. Julgo não andar longe da verdade ao afirmar que, dentre os chamados países marítimos, somos dos

Adelino Couto

18.º CFORN – Encontro Anual46.º Aniversário3 de Junho de 2017

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convívios

46 O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

que menos empregos e riqueza gera a partir do mar, que é in-desmentivelmente o principal dos nossos recursos naturais. Vem--se falando muito da “economia do mar”, sendo absolutamente urgente aproveitar o seu potencial estratégico e económico, não o restringindo às áreas tradicionais, nomeadamente, dos trans-portes marítimos, da construção naval, da pesca ou do turismo.

Aproveitemos então a oportunidade para falar um pouco sobre a história e o acervo do Museu de Marinha, a quem foi atribuída a missão de salvaguarda e divulgação do nosso passado marítimo, que não se confina aos meros assuntos militares navais, abran-gendo igualmente muitas actividades humanas ligadas ao mar. Fundado a 22 de Julho de 1863, por decreto real de D. Luís I, é um dos museus mais antigos de Portugal.

O acervo do Museu de Marinha, que começou a ser reunido no reinado de D. Maria I, caracteriza-se por três aspectos essenciais: grande dimensão, grande diversidade e inegável riqueza históri-ca, atento o valor da generalidade das suas peças.

Localizado inicialmente no antigo Arsenal da Marinha, junto ao Terreiro do Paço, passou ao longo dos tempos por vários espaços, até se instalar, em meados de 1962, nas alas Norte e Poente do Mosteiro dos Jerónimos, onde ocupa uma área total de cerca de 50 mil metros quadrados, com um espólio constituído por mais de vinte mil peças, estando expostas cerca de seis mil.

Sendo, como facilmente se avalia, um dos mais importantes e reconhecidos museus portugueses, o Museu de Marinha recebe por ano mais de 145.000 visitantes, o que o torna o segundo mais visitado do País, a seguir ao Museu dos Coches.

A visita decorreu em clima de manifesto interesse e agrado geral. Os antigos ca-detes tiveram oportunidade de “navegar” pela história dos descobrimentos, cons-tatando a evolução dos meios navais, alguns de conhecimento próximo, como testemunho de uma cultura marítima glo-balizante. Por feliz acaso, puderam ainda apreciar uma exposição sobre vikings, povos de origem nórdica que invadiram, exploraram e colonizaram grandes áreas da Europa e que ajudou a melhorar co-nhecimentos em variadas vertentes da sua vida, cultura e gastronomia.

Entrementes, os estômagos iam dando sinais, alertando para a sempre esperada hora de almoço. Aproveitando a logística local, optou-se por um restaurante adja-cente ao Museu que, conclusão posterior,

estará mais vocacionado para serviço turístico. Rezam as crónicas que, exceptuando as razoáveis entradas, o resto foi sofrível. Valeu o convívio! A mesa é, na boa tradição portuguesa, um local privi-legiado para a confraternização entre amigos. Foi o que aconteceu mais uma vez! A camaradagem e a boa disposição salvaram o serviço e a ementa.

Ao final da tarde e ainda com sol radioso, o “Almirante” Braga

(supremo comandante do mar e da terra) deu ordem para des-troçar. Era altura de empunhar a bússola com sobriedade para traçar o rumo às casas de cada um. Umas bem perto, outras nem tanto. A “armada nortenha”, sempre bem representada, tinha que se fazer à estrada para galgar ainda umas valentes milhas. Como é consabido, nas grandes viagens há sempre necessidade de abastecimento. A Lusa Atenas é, conforme a tradição, a cida-de geograficamente estratégica para o apeamento e transbordo de alguns. Mas é também para o “abastecimento” no Borges, ali bem perto do Jardim Botânico, na rua que sobe para o Penedo da Saudade. O Borges é o continuador do Raul que geriu a casa du-rante muitos anos e lhe deu nome, graças aos petiscos e às me-lhores bifanas do Mundo. Frequentei-a religiosamente nos anos sessenta e setenta, nos meus tempos académicos. Foi ali, em ambiente de bifanas e imperiais, que fui ouvindo o saudoso Fialho Gouveia anunciar a revolução de Abril. Como bem me lembro!

Para o ano há mais que a vontade obriga e todos desejam. Haja saúde e até lá.

Adelino CoutoSóc. Orig. n.º 2382

Estrada das Palmeiras, 55 | Queluz de Baixo 1004 | 2734-504 Barcarena | Portugal | T.(+351) 214 349 700 | F. (+351) 214 349 754 | www.mjm.pt

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convívios

O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Desta vez o DFE 9 reuniu em Cascais e, contando membros da Unidade e seus familiares, estiveram presentes cerca de 60 pessoas.

O almoço foi servido na Messe de Cascais e, para abrir o apetite, foi antecedido de uma visita ao Farol de St.ª Marta que muitos desconheciam. Com 20 metros de altura é uma preciosa ajuda à navegação.

A visita ao local recomenda-se porque existe ali um Museu dedi-cado aos cinco séculos dos faróis portugueses, a sua história e valor patrimonial.

O DFE 9, comandado pelo então primeiro-tenente Bandeira Ennes e que teve como imediato o segundo-tenente Francisco Lhano Preto, celebrou este ano o 46.º aniversário da partida para Mo-çambique em comissão que decorreu entre 1971 e 1973.

O almoço decorreu em ambiente agradável e todos manifestaram vontade de regressar o que diz bem da satisfação sobre a forma como decorreram as comemorações.

Como vem sendo habitual no final do almoço fez-se a nomeação “voluntária” para a equipa que organizará o convivio em 2018 tendo sido sorteado como chefe de equipa o Mar Telegrafista FZE Azenha que já foi deixando todo o pessoal com água na boca uma vez que tenciona realizar o evento na zona da Bairrada e... já cheira a leitão.

M. Gonçalves

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 9Moçambique 1971/73

10 de Junho de 2017

Dr. Pedro Mota

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convívios

48 O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Realizou-se no passado dia 24 de Junho o habitual almoço de convívio do Destacamento n. º 2 de Fuzileiros Especiais. O evento decorreu em boa harmonia e camaradagem e con-

tou com a presença de aproximadamente 60 pessoas.

Teve lugar no restaurante da Associação de Fuzileiros, e foi, magistralmente, organizado pela mão do filho do nosso saudoso camarada José da Silva Mota (Escritas), que assim prestou uma linda homenagem a seu pai, à qual todos os camaradas não foram alheios.

No final, o camarada Manuel da Silva Gonçalves (clarim) com a sua requinta tocou o silêncio em honra aos que já partiram.

Afonso BrandãoSóc. Orig. n.º 1277

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 2Angola 1965/6724 de Junho de 2017

POEMA

Mês de Junho, a vinte e quatroComo é já habitual,Realizou-se um almoçoQue não correu nada mal!

Foi almoço de saudade,Porque foi realizadoPelo filho de um camaradaQue era de “escritas” chamado!

Foi uma homenagem lindaQue ele quis prestar ao pai;Pois lembrar os camaradasPara nós nunca é de mais!

Lembrando todos aquelesQue a sua Pátria serviramDando alma e coraçãoE para a frente seguiram!

Portanto o nosso bem-haja– A todos queremos dizer –Para o ano, se Deus quiserNos tornaremos a ver!

Cesarina Brandão

Cesarina Brandão

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convívios

O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Celebrou-se no passado dia 14 de outubro de 2017, o 30.º Aniversário da incorporação do 1.º CFORN FZ 87/88. Na “Casa Mãe” dos Fuzileiros, o programa diversificado incluiu

a deposição de Coroa de Flores junto do Monumento ao Fuzileiro em homenagem aos mortos em combate, o descerramento de placa alusiva aos 30 anos da incorporação, um passeio de LARC no Rio Coina, a execução (mais ou menos) da Pista de Lodo, uma visita ao Museu do Fuzileiro e o almoço-convívio no Restaurante da Associação de Fuzileiros, no Barreiro.

Um agradecimento ao Comando do Corpo de Fuzileiros e à Escola de Fuzileiros pela magnífica receção. Agradecimentos especiais ao Comandante da Escola de Fuzileiros, CFR FZ Santos Formiga e ao Vice-Presidente da Direção da Associação de Fuzileiros, CFR FZ Benjamim Correia, pela participação na cerimónia de deposição

de Coroa de Flores em homenagem aos mortos em combate e descerramento de placa alusiva aos 30 anos da incorporação. Ao gabinete de Protocolo da Escola de Fuzileiros, em nome do 1.º CFORN FZ 87/88, muito obrigado e um bem hajam.

No programa preparado para este dia salienta-se a participação grande número de camaradas e de muitos familiares que uderam usufruir dos benefícios da famosa Pista de Lodo, que se tornou “um passeio no parque” graças às excelentes condições climáti-cas, não usuais para esta altura do ano.

Certamente que este será um dia que irá ficar na memória de todos. Ao longo dos anos e por muitos anos, passaram e passarão por esta Escola muitos Homens que aqui se formaram e continu-arão a formar. Será certamente aqui que irão cultivar a Honra, a Lealdade, a Camaradagem, o Amor à Pátria e irão colher valores e valências que os irão acompanhar para sempre.

Um agradecimento a todos os familiares presentes neste dia tão especial e a alguns dos nossos instrutores, Comandante Benja-mim Correia, Tenente Pina Ferreira e Sargento Brito Palma que nos acompanharam durante aqueles sete meses no longínquo ano de 1987. De entre eles, uma saudação ao Comandante Sousa Dias e Tenente Pimenta que já não se encontram entre nós.

Não entrando em sentimentalismos, foram referidos alguns dos acontecimentos vividos durante o curso: as várias provas na Mata da Machada correndo atrás do Instrutor Pina Ferreira, a Pista de Combate, os crosses matinais sob o olhar atento dos Sargentos Palma e Lopes, as Pistas de Lodo. As 5.ªs feiras no Marco do

1.º CFORN FZ1987/88

14 de Outubro de 2017

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convívios

50 O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

O Destacamento de Fuzileiros Especiais n.º 13 (DFE 13) que serviu em Angola entre 1965 e 1967 reuniu-se, no passado dia 14 de Outubro, para mais um almoço de convívio, desta

vez assinalando o 52.º aniversário da partida para Angola.

Neste evento, estiveram presentes 24 camaradas e mais 20 fa-miliares respectivos. De acordo com o programa, o ponto de reu-nião estabelecido foi o restaurante da Associação de Fuzileiros. O toque de reunir foi às 12:00, mas pelas 11:00 já estavam por lá alguns madrugadores que aproveitaram o tempo para tirar algu-mas fotos e matar saudades.

Antes de ser servido o almoço, foram recordados, com um minuto de silêncio, os camaradas do Destacamento já falecidos.

Seguiu-se uma animada refeição, onde, num ambiente de agra-dável convívio, se lembraram as peripécias – umas melhores, outras piores – vividas ao longo da comissão.

No final do almoço, um dos organizadores realçou o espírito de sacrifício e a sã camaradagem que continuam a existir no DFE 13.

Para partir o bolo comemorativo, foi convidado o elemento mais antigo presente, o SMOR FZE Pires da Silva, após o que se brindou aos presentes e aos ausentes.

Por fim, a despedida, com fortes abraços, até ao próximo encon-tro.

Organizadores: Gabriel Cabrita e Rui Barbosa

Manuel Pires da SilvaSóc. Orig. n.º 513

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 13Angola 1965/67

14 de Outubro de 2017

Grilo, o Rio Coina, os desembarques nas praias do Barreiro e Troia, a travessia do Açude em Grândola, as descidas do Sado. Os 15 dias finais em Grândola, a Marcha Final de 50 km com passagem pelo “MIKE CHARLIE”, sempre sob o olhar atento do Comandante Benjamim Correia. Serão estes momentos que irão perdurar por muitos anos.

Aos camaradas e instrutores que, pelas mais variadas razões, não se deslocaram aqui hoje, aquele abraço, na esperança que em ocasiões futuras possam também dizer presente.

Cabendo à Associação de Fuzileiros, entre outros, a promoção dos laços e os contactos entre todos os que sentem orgulho em

ostentar a boina azul ferrete, foi ali que decorreu em ambiente de alegre camaradagem, o almoço, que se prolongou pela tarde/noite.

Um agradecimento à Associação de Fuzileiros e aos responsáveis pelo Restaurante por nos receberem neste dia. Foi-lhes entregue uma placa comemorativa do evento com a inscrição “À ASSOCIA-ÇÃO DE FUZILEIROS POR OCASIÃO DA VISITA DO 1.º CFORN FZ 87/88 EM 14 DE OUTUBRO DE 2017”.

Continuação de bom trabalho. Muito obrigado e um bem hajam.

De realçar, no decorrer do almoço, a presença ocasional mas que muito nos orgulhou, dos CMG FZ Cunha Brazão e Carreiro e Silva, respetivamente Comandantes da Escola de Fuzileiros e da Força de Fuzileiros do Continente, no ano de 1987, altura da nossa in-corporação.

Após muitos brindes e vários Gritos do Fuzileiro foi cortado o bolo alusivo ao evento, tendo ficado a promessa de encontros futuros.

Vitor Gabriel Monteiro Pires

Sóc. Orig. n.º 2062

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obituário

51O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Aqui se presta homenagem aos que nos deixaram

diversos

Donativos à AFNome do sócio N.º Donativo

União de Freguesias do Alandroal

Donativo à Delegação de Juromenha/Elvas

- 350,00 €

Francisco Fazeres 247 50,00 €

Ortopaulos, Lda. Donativo ao Núcleo de Fuzi-leiros Motociclistas da AFZ

- 250,00 €

Carlos Bernardo 680 20,00 €

CMG FZE Francisco C. Mendes Fernandes 546 100,00 €

Francisco Prates dos Santos 1112 50,00 €

Francisco Neves Jordão 1634 5,00 €

DFE 1 (61/63 – Angola) - 5,00 €

Jorge SilvaAssinatura Anual

“O Desembarque”1969 10,00 €

José Bernardes MonteiroAssinatura Anual

“O Desembarque”1225 10,00 €

Francisco Fazeres 247Mobiliárioe Arranjo

A Associação Nacional de Fuzileiros e a Revista “O Desembarque” apresentam sentidas condolências às Suas Famílias, publicando-se as respectivas fotografias que correspondem às que encontrámos nos nossos ficheiros.

Estes nossos Camaradas e Amigos permanecerão para sempre entre nós!

Ludgero dos Santos SilvaSócio honorário n.º 167

SAJ FZE 05/02/1932 a 13/10/2017

José Maria FerroSócio n.º 2542

1MAR FZ 05/05/1945 a 25/10/2017

António Mealha da PonteSMOR FZE

28/09/1944 a 28/10/2017

Novos SóciosNome do sócio N.º

Manuel Carlos Nascimento Almeida 2552

Bernardo Cristóvão da Fonseca 2553

Fernando José Martins Alves 2554

Paulo Fernando Rosmaninho Zambujo 2555

Artur Serafim de Matos Polónio 2556

Fábio Manuel Pires Serrado 2557

Cláudio José Alambre Coelho 2558

Mário Hélder Reis Cláudio 2559

Paulo Renato Valentim Guerreiro 2560

Vivaldo Ferreira Catarino 2561

José M. de Matos 2562

Fernandes José Ramalho Prieto Alves 2563

Edmundo Paulo Amaro B. Leite 2564

Novos SóciosNome do sócio N.º

José Manuel A. Sousa Calado 2565

Manuel Gonçalves Miranda 2566

Peixoto Francisco Paolo 2567

Mário Gil Moreira Costa 2568

Paulo Jorge Martins Mendes 2569

Carlos Manuel Catarino Margalhau 2570

Carlos Manuel Godinho Jacob 2571

Carlos Humberto P. P. de Carvalho 2572

Carlos Francisco Teixeira Leite 2573

José Carlos de Castro Melim 2574

Luís Manuel Dias da Costa Correia 2575

Céline Simões Dias Gingeira 2576

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