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DESEMBAR UE O REVISTA N.º 29 · PUBLICAÇÃO PERIÓDICA · MARÇO 2018

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Publicação Periódica daAssociação de Fuzileiros

Revista n.º 29 • Março 2018

PropriedadeAssociação de Fuzileiros

Rua Miguel Pais, n.º 25, 1.º Esq.2830-356 Barreiro

Tel.: 212 060 079 • Telem.: 927 979 461email: [email protected]

www.associacaofuzileiros.pt

Edição e RedacçãoDirecção da Associação de Fuzileiros

DirectorJosé Ruivo

Directores AdjuntosLeão Seabra e Benjamim Correia

Editor PrincipalBenjamim Correia

ColaboraçõesDelegações da AFZ, CM, JR, LS, BC,

Ribeiro Ramos, Miranda Neto, José Horta, Paulo Gomes da Silva, Adelino Couto,

Elísio Carmona, Jorge Monteiro e Vidal de Rezende

Fotografia: Ribeiro, Afonso Brandão, Mário Manso, António Fernandes e MLS

Capa: Manuel Lema Santos

Coordenação eprodução gráfica

Manuel Lema [email protected]

Impressão e acabamentoGMT Gráficos, Lda.

Rua João de Deus, n.º 5-C2700-486 Amadora

Tel.: 217 613 030 • Telem.: 919 284 062email: [email protected]

Tiragem2.000 exemplares

Depósito legal n.º 376343/14ISSN 2183-2889

Não reconhecemos qualquer nova forma de ortografia da língua portuguesa mas, no respeito por diferente opção, manteremos os textos de terceiros aqui publicados que

configurem outra forma de escrita.

índice ficha técnica

O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Editorial Ser Fuzileiro 3

Protocolos Protocolos 4

700 Anos de Marinha

700 Anos da Marinha – Cerimónia de Encerramento das Comemorações Oficiais 5

Corpo de Fuzileiros Exercício STEADFAST INTEREST 17 8 Exercício BRILLIANT MARINER 2017 8 Exercício LUSITANO 17 9 Exercício MARFIBEX- 72 11 Imposição de Boinas 12

Pensamentos & Reflexões O Reconhecimento Devido 14 De Regresso ao Primado do Atlântico 16 Política Militar 18

Almoço de Natal Almoço de Natal 2017 23

Poesia Almoço de Natal 2017 24

Contos & Narrativas O Comboio de Bissum 25 Afinal eu também fora reconduzido – Pensamento atrevido e inesperado 27

Cadetes do Mar Unidade do Corpo de Cadetes do Mar Fuzileiros 28

Notícias Juramento de Bandeira 29 Assembleia Geral 30 A Associação de Fuzileiros tem mais dois Sócios Honorários 30 Grande Noite de Fados de S. Martinho 31 4.º Aniversário da Rádio “Filhos Da Escola” 32

Delegações Delegação do Algarve 33 Delegação da Beira Alta 35 Delegação do Douro Litoral 36 Delegação de Juromenha/Elvas 38 Delegação da Polícia Marítima 39 Turma de Hidroginástica e Natação 39 Núcleo de Motociclistas da Associação de Fuzileiros 40

Divisões Divisão do Mar e das Actividades Lúdicas e Desportivas 41

Convívios 18.º CFORN Classe de Fuzileiros – Encontro anual 42 Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 1 – Angola 1969/71 45 Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 1 – Moçambique 1964/66 46 Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 12 – Guiné 1967/69 47

Homenagem Dia do Fuzileiro 48 Livros: “Assim nasceu a AEMLA” 48 Homenagem aos Militares de Sousel mortos na Guerra em África 49 Homenagem aos Combatentes em A-dos-Cunhados 49 10.º Aniversário Monumento ao Combatente da Abelheira 50

Obituário 51

Diversos 51

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editorial

3O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Ser Fuzileiro é ser um homem por inteiro, é ser mais um entre aqueles que contribuem para defender uma Pátria e construir um mundo de Paz.

É olhar mais alto e colocar a coragem acima da vida. É fazer parte de um corpo de homens de verdade e determinação, sempre... mesmo quando a vida os relega ao merecido descanso de uma reforma. É ser camarada em todo o percurso, aliado dos que estão no activo e que, depois dele, souberam merecer e honrar os que por lá passaram. Fuzileiro uma vez, Fuzileiro para sempre!

É ter a modéstia de reconhecer que, depois de nós, outros virão, tão bons ou melhores que nós, homens que continuarão a perpetuar um capital de honra, de dedicação e de coragem que nos empolgou quando jovens e que vai permanecer até à nossa morte.

É saber, com um sorriso de orgulho e um brilho no olhar, que atrás de nós virá uma outra geração, herdeira da nossa generosidade e valores, que serão Fuzileiros mas sempre homens de verdade e de honra. Homens e, talvez um dia, mulheres que levarão longe a mensagem de cidadania que transportámos toda uma vida e a coragem de ser fuzileiros para sempre.

Não somos os únicos, mas somos bons e fazemos a diferença. Não somos os únicos, por isso precisamos de nos unir a outras congregações militares ou civis de defesa dos valores de cidadania, capazes de fazer progredir este mundo perigoso e controverso em que vivemos, feito por pessoas como nós, que precisam de defesa e de paz.

E quem vier a seguir, que venha por bem e carregue a mensagem, que transporte o espírito de corpo num bote de borracha com homens de ferro.

Heróis do mar e soldados na Terra, assim somos nós… se não em ação pelo menos em espírito.

Outros virão depois de nós com outro brilho e fulgor, mas isso não apagará jamais o rasto que deixámos no mundo que foi o nosso. A corporação poderá modificar a sua estrutura e organização, mas não desaparecerá em substância e valores. Valores e honra que cada um de nós transportará, individualmente, ao longo do seu percurso.

Na hora da despedida, é com uma alegria de pertença que penso em todos os camaradas que me acompanharam, ao longo dos últimos quatro anos, nesta missão de responsabilidades maiores da Associação. É com orgulho que recordo as tarefas desenvolvidas em conjunto, ao longo deste tempo - o reforço do espiríto associativo manifestado no dinamismo e no crescimento das delegações regionais, o empenho de todos nos eventos coletivos de caráter local ou nacional, a presença sempre atuante nas solenidades de representação da Associação.

E recordo, sobretudo, a amizade e a camaradagem que fizeram desta viagem um mar de bonança. Continuarei a ser mais um fuzileiro, para sempre... e sei que convosco poderei contar, assim como poderão contar comigo, enquanto a vida prossegue o seu caminho inexorável até ao fim.

José Ruivo

Presidente da Direcção

Ser FuzileiroJosé Ruivo

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protocolos

4 O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

PROTOCOLOS SUBSCRITOS PELA AFZ(Com vantagens para os Sócios)

V & T, Versátil e Transversal, Lda 25% Reparações, Formatações e Reinstalações 10% Consumíveis e Equipamentos Informáticos e outros

Farmácia da Recosta Desconto 10%, excepto em produtos em campanha, Produtos da Diabetes,Leites Infantis e Medicamentos com valor superior a 50 €

Clube de Campismo do Barreiro (CCB) Instalações do Parque de Campismo dos Picheleiros: 20% desconto sobre tabela em vigor

ORTOPAULOS – Centro de Ortopedia, Lda. Descontos até 20% (Serviços e Equipamento)

Instituto Médico Dentário do Barreiro (IMDB) Descontos (10%, 20%, 30%) sobre a tabela de preços em vigor e anexa ao protocolo

Sociedade de Tiro do Porto Protocolo para a utilização da Carreira de Tiro do Complexo Desportivo de Rates (CTCDR)

Clube Pinhal da Foz (CPF) Apartamentos Turísticos (Época Baixa -25%, Época Média -20%, Época Alta -15% e -10%)

High School Academy Uma propina mensal 15% e 100% no valor da inscriçãoDuas ou mais propinas mensais 20% e 100% no valor da inscrição

KéroCuidados Presta Serviços a idosos e Famílias

Open Smile Clínica Médica – Presta Serviços Médicos, inclui Méd. Dentista

Associação Recreativa e Desportiva Bons Amigos (ARDBA) Convívio Social e desenvolvimento de diversas Modalidades Desportivas

Grupo Desportivo e Recreativo Unidos da Recosta (GDRUR) Convívio Social e desenvolvimento de diversas Modalidades Desportivas

Editora Náutica Nacional, Lda. (ENN) Editora de Capitais privados – Edita a Revista de Marinha e também livros

Manuel J. Monteiro & C.ª, Lda.(MJM)

Especializada na Comercialização de Electrodomésticos, representa as Marcas: Junex, Vaillant, Gorenje, Dito Sama, Gisowatt e Stiebel Eltron

Funerária Central Vila Chã - 30% desconto em todos os serviços

Associação Nacional de Agentes de Segurança Privada (ANASP) Formação e Credenciação

Casa de Repouso São João de Deus Acolhimento em regime interno, possui dois estabelecimentos:Lagoa da Palha - Pinhal Novo e Cabeço Verde - Barreiro

Casa de Repouso Quinta da Relva Acolhimento de idosos, lar e cuidados continuados

MH Wellness Club – Motricidade Humana Prestação de Serviços na área do desporto, saúde e lazer: Santo André - Barreiro

Kangaroo Health Clube Prestação de Serviços na área do desporto, saúde e lazer: Quimiparque - Barreiro

GAMMA Grupo de Amigos do Museu de Marinha

Universidade Lusófona COFAC – Cooperativa de Formação e Animação Cultural – Lisboa e Porto10% desconto nas propinas

Universidade Lusófona ISES – Instituto Superior de Segurança - Conferências

Funerária São Marçal Desconto 20%, Canha - Montijo

Para mais pormenores, deve ser consultado o site da AFZ, o Secretariado Nacional (Tel.: 212 060 079 – Telm.: 927 979 461) ou as nossas Delegações

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700anosdamarinha

5O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

A revista “O Desembarque” não poderia deixar de dar nota deste evento que muito orgulhou quem directamente nele participou e todos os Portugueses, e foram muitos, que qui-

seram presenciar tão importante e digna cerimónia.

O Tejo vestiu-se a rigor com mais de 30 navios militares e civis, nacionais e estrangeiros, fundeados entre a Ponte 25 de Abril e o Poço do Bispo, sobressaindo de forma natural o Navio-Escola “Sagres”, devidamente engalanado e fundeado no enfiamento do cais das colunas.

No Terreiro do Paço a Marinha, a briosa como carinhosamente lhe chamamos, fez jus a este epíteto e mostrou-se numa parada militar com muitas centenas dos seus efectivos a que se juntaram muitos veteranos que quiseram também demonstrar que a sua Marinha lhes está no sangue e que não a esquecem.

A Marinha é uma Instituição secular que continua a merecer o carinho dos Portugueses e isso ficou mais uma vez patente na presença de muito público que assistiu às cerimónias.

No seu discurso o Comandante da Marinha, almirante Silva Ri-beiro, fez uma síntese da evolução histórica da Marinha desde os seus primórdios até aos nossos dias, salientando as inúmeras campanhas gloriosas em tantos séculos da sua existência. Evo-cou o seu passado glorioso e enalteceu as virtudes militares e o espírito de bem servir de todos quantos a serviram e servem.

Por sua vez o Secretário de Estado da Defesa Nacional aprovei-tou para apelar ao exemplo dos nossos ancestrais reportando-se, com toda a oportunidade, à inscrição latina epigrafada no topo do Arco da Rua Augusta, que domina a grande Praça do Terreiro do Paço: “VIRTUTIBUS MAIORUM UT SIT OMNIBUS DOCUMENTO”, inscrição que é traduzida por “Para que as virtudes dos antepas-sados a todos nos sirvam de exemplo”.

Completou com a ideia de que “A Nação e o Mar se confundem, pois no mar radica a nossa identidade e que esta Marinha é do povo inteiro e celebrando a Marinha celebramos o Mar e celebra-mos Portugal”.

700 Anos da Marinha

Cerimónia de Encerramento das Comemorações Oficiais

12 de Dezembro de 2017

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700anosdamarinha

6 O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

A VOZ do PRESIDENTE da AFZQuero manifestar o meu reconhecimento a todos os nossos sócios pertencentes à Sede Nacional da Associaçao de Fu-zileiros, bem como às Delegações do Algarve, Douro Litoral, Juromenha/Elvas e Polícia Marítima pela forma briosa, digna e entusiástica como desfilaram no Terreiro do Paço por oca-sião das comemorações dos 700 Anos da criação da Marinha de Guerra.

Foi um excelente exemplo do que é ser “Fuzileiro uma vez, Fuzileiro para sempre”.

Foi um grande orgulho para todos nós e por isso estamos de parabéns.

José RuivoPresidente da Direcção

O Presidente da República encerrou com o seu discurso recor-dando que “somos uma nação marítima e que a defesa de todos se faz em terra, no ar e no mar”. Após elogiar múltiplos feitos dos nossos marinheiros, o Chefe de Estado sublinhou a necessidade de se “continuar a investir na Armada”, investir nas pessoas e na dignificação dos que escolheram a Marinha como profissão. O investimento nos meios materiais também não pode ser esque-cido para que a Marinha possa assegurar no mar a autoridade do Estado, a segurança marítima, a vigilância das nossas águas ter-ritoriais e manter o estrito acesso à nossa plataforma continental. Portugal tem de fazer jus ao lema “Heróis do Mar”, pois é esse o nosso destino. E terminou com um “Viva a Marinha para que possa viver Portugal!”.

Os marinheiros de Portugal, no activo e veteranos, desfilaram en-tão perante o Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas e restantes entidades.

A Associação Nacional de Fuzileiros, juntamente com outras As-sociações de Marinheiros, a convite do CEMA, esteve presente na Cerimónia Militar e participou no respectivo desfile com um grupo de veteranos de mais de 4 dezenas de elementos vindos de todo o País. De realçar a participação neste evento, além de sócios residentes na região da Grande Lisboa, de elementos de todas as Delegações que exibiram os respectivos guiões. Além do guião da Associação Nacional estiveram presentes efectivos e guiões das Delegações de Juromenha/Elvas, do Douro Litoral, do Algarve e da Polícia Marítima, o que demonstra um grande empenho e esforço de todos e um claro entendimento do espírito associativo que reina no seio da AFZ.

Os veteranos desfilaram com garbo e demonstraram que ainda não se esqueceram de como se marcha. O resultado desse empe-nho está reflectido nos vários aplausos e elogios recebidos e que vieram de origens diversas. Estão de parabéns os que puderam estar presentes no desfile e a comunidade de sócios em geral que esteve muito bem representada.

“A Pátria Honrai que a Pátria vos Contempla”

Benjamim CorreiaVice-Presidente/Editor

Nota Histórica: Em 1 de Fevereiro de 1317, celebrava o Rei D. Dinis com o genovês Ma-nuel Pessanha um contrato de vassalagem tendo este sido nomeado por Diploma Régio o primeiro Almirante do Reino de Portugal, conferindo a partir de então à Armada Portuguesa um carácter permanente. No entan-to, e como é conhecido, a Marinha Portuguesa, sem carácter permanente, possui origens bem mais antigas.

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7O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

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corpodefuzileiros

8 O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

A North Atlantic Treaty Organization (NATO), através do seu Supreme Headquarters Allied Powers Europe

(SHAPE), realiza regularmente exercícios militares conjuntos e combinados com o propósito de preparar Comandos e Forças para a condução de operações em am-bientes de paz, crise e conflito.

Nesta linha de ação, realizou-se, no pe-ríodo de 04 a 22 de setembro de 2017, a primeira edição do exercício anual STEADFAST INTEREST 17 (SFIT 17), des-tinado a preparar elementos pertencentes à comunidade das Informações para o seu emprego em teatros operacionais.

O SFIT, resulta da junção dos exercícios STEADFAST INDICATOR e STEADFAST ILLUSION, e é considerado como um con-tribuinte crítico para aumentar a capaci-dade de resposta e a prontidão da aliança nas áreas da Human Intelligence (HUMINT) e da Counter Intelligence (CI).

Esta edição realizou-se em simultâneo na Roménia e na Eslováquia para as com-ponentes HUMINT e CI, respetivamente, tendo contado com a participação de uma comitiva portuguesa que integrou milita-res dos três ramos das Forças Armadas, de entre eles 3 militares do Corpo de Fu-zileiros.

O SFIT foi conduzido de uma forma contí-nua, durante todo o período do exercício, sendo o seu foco principal o treino de ele-mentos das componentes de HUMINT e CI, passíveis de serem integrados em Forças atribuídas para Enhanced Forward Pre-sence (EFP), NATO Response Forces (NRF) e outras Operações da aliança, atualmente em curso.

Comando do Corpo de Fuzileiros

No âmbito dos compromissos inter-nacionais assumidos por Portugal, o Corpo de Fuzileiros participou

no exercício BRILLIANT MARINER 2017 (BRMR17), com vista à preparação da Força de Fuzileiros n.º 1 (FFZ1) nas Initial Follow On Forces Group (IFFG-18), forças em alta prontidão, pertencentes à NATO Response Force (NRF) para o ano de 2018.

O BM17 enquadrou-se num cenário de Operações de Resposta a crise (Non-Arti-cle V) e contou com a participação de cer-ca de 28 meios navais, 32 meios aéreos e 3500 militares contemplando, no total, uma participação de 13 países da NATO. O exercício decorreu no período de 23 de se-tembro a 18 de outubro de 2017, no mar mediterrâneo, a sul de França, na área do

golfo de Lyon. O principal objetivo deste exercício passou pela certificação da força de resposta da NRF, em todos os cenários de operações militares, aumentado assim a interoperabilidade e cooperação entre os países da NATO e os seus aliados no mar, no ar e em terra.

Este exercício fez parte de um ciclo de preparação que levou à certificação da French Aero-Naval Rapid Reaction Force (FRMARFOR) para comandar a componen-te marítima (MCC) da NRF, a partir de 01 de janeiro de 2018, por um período de um ano. Esta certificação foi conduzida por elementos da French Maritime Forces e orientado para o staff do Comandante da Força Anfíbia (CATF).

Os elementos do Corpo de Fuzileiros in-tegraram o staff do Comando da Força de Desembarque (CLF) e o staff do Segundo

ExercícioSTEADFAST INTEREST 17

4 a 22 de setembro de 2017

ExercícioBRILLIANT MARINER 2017

23 de setembro a 18 de outubro de 2017

Insígnia da North Atlantic Treaty Organization

Insígnia do Supreme Headquarters Allied Powers Europe

Projeção dos elementos participantes para as áreas do exercício

Força Naval da NRF em Toulon e Pre-Sail Conference

Força Naval no golfo de Lyon

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corpodefuzileiros

O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Decorreu entre os dias 25 e 29 de ou-tubro de 2017, no arquipélago dos Açores, o exercício LUSITANO 17,

sobre a égide do Estado-Maior-General das Forças Armadas, com o objetivo de testar a capacidade de comando e con-trolo das forças pertencentes à Força de Reação Imediata (FRI) em operações de resposta a crise, nomeadamente opera-ções de evacuação de não combatentes (NEO), operações de assistência humani-tária e apoio a catástrofes (HA/DR).

Para além de prover diversos cargos na estrutura de Comando da FRI e uma equi-pa para constituição de um Destacamento conjunto de CIMIC, a Marinha participou neste exercício com o Destacamento de Ações Especiais e com a Força Naval da FRI (PRTMARFOR), constituída pelo navio reabastecedor de esquadra NRP Bérrio, pelos NRP Corte-Real e NRP Figueira da Foz, uma equipa de mergulhadores e pela Força de Fuzileiros N.º 3 (FFZ3).

Em termos de cenário, o exercício teve lugar num país fictício designado por

“Gabulândia”, considerada uma ex--colónia portuguesa, que após a sua in-dependência em 1980, passou por uma prolongada instabilidade política e social, originando um aumento de criminalida-

de. Em outubro de 2017, um forte sismo originou uma crise humanitária na ilha, levando à necessidade de proceder-se à evacuação de cidadãos portugueses e de países amigos.

Batallón de Desembarco (BDE-II), ambos provenientes da Brigada de Infanteria de Marina (BRIMAR) da Armada Espanhola, tendo embarcado no SPS Juan Carlos I (navio do tipo LHD da marinha espanhola).

No staff do CLF os elementos designa-dos assumiram funções de estado-maior, designadamente na colaboração com o Chefe de Estado-maior (COS) e Oficial de Operações (G3) do CLF e ainda reforçan-do secções de informações e de logísti-ca. Os fuzileiros que integraram o BDE-II reforçaram o seu staff na área das Ope-rações (S3), Informações (S2) e Logística (S4), sendo ainda de referir a participação de um militar que integrou a secção de

reconhecimento do batalhão participando no Distinguished Visitors Day (DVD), em-barcado no BPC Mistral (navio do tipo LHD da marinha francesa).

A integração dos Fuzileiros foi feita sem qualquer dificuldade, quer do ponto de vista profissional (por estarem definidas doutrinas e procedimentos âmbito NATO), quer do ponto de vista social, não só pela proximidade cultural e linguística, mas igualmente pela postura de todos os mili-tares, pautada por uma conduta irrepreen-sível. Do ponto de vista organizacional, foi referida, por diversas vezes, quer pelo CLF quer pelo Comandante do BDE-II, o gosto

em trabalhar com os Fuzileiros portugue-ses e o desejo que estas colaborações se mantenham e incrementem.

A participação no exercício BRMR17 foi considerada por todos como uma exce-lente oportunidade para a atualização de conhecimentos e doutrina, bem como para a aplicação das Táticas, Técnicas e Procedimentos específicos de Operações Anfíbias, contribuindo para a manutenção da ligação e estabelecimento de contactos com vista à plena integração na NRF18 da FFZ1.

Comando do Corpo de Fuzileiros

Embarque de Fuzileiro em SH-3

Desembarque de equipas de reconhecimento

Fuzos, Prontos!

Exercício LUSITANO 1725 a 29 de outubro de 2017

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corpodefuzileiros

10 O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

O exercício iniciou-se no dia 25 de outu-bro, com o ensaio para o Distinguished Visitors Day (DVD) na ilha Terceira, tendo sido demonstradas as mais diversas capa-cidades das Componentes da FRI. Estive-ram presentes neste DVD, de entre outras personalidades, SEXA o Presidente da Re-pública, o Ministro da Defesa Nacional, o Representante da República para a Região Autónoma dos Açores, o Presidente do Governo Regional dos Açores, os Chefes Militares, a Secretária-Geral do Sistema de Segurança Interna, o General Chefe do Estado-Maior-General das Forças Arma-das, o Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional e restantes Chefes dos Ramos.

A Componente Naval da FRI participou na demonstração, realizada na Praia da Vitó-ria, sob o conceito Light and Fast, com as seguintes atividades: marcação da praia de desembarque por uma equipa de mer-gulhadores inseridos por helicast e um desembarque aéreo da viatura ultraligeira “CAN-AM” a partir do NRP Bérrio, atra-vés de carga suspensa por Lynx Mk95. Em simultâneo realizou-se o movimento

navio-terra da força de desembarque por bote de assalto do tipo Zebro III, que ini-ciou o movimento a partir do NRP Figueira da Foz e do NRP Corte Real, realizando-se neste último a faina de botes através da grua amovível (construída no âmbito do conceito light and fast). A FFZ3 participou ainda, na exposição estática realizada na Base Aérea n.º 4 (BA4), com uma equipa de socorrismo e de busca e salvamento para situações de catástrofes, e com uma secção motorizada em viatura ultraligeira.

Terminado o DVD, que granjeou os mais elevados elogios por parte das entidades envolvidas, iniciou-se o exercício na mo-dalidade de Live Exercise (LIVEX). Duran-te esta fase, a FFZ3, entre muitas outras tarefas, garantiu a operacionalização de um centro de controlo de evacuados (CCE) conjunto, localizado na BA4, ficando a se-gurança externa a cargo da Companhia da Componente Terrestre da FRI. Neste âm-bito, a FFZ3 realizou a revista, a triagem, o registo e o encaminhamento das pessoas até aos meios de evacuação. Atendendo a que o LUSITANO é um exercício de cer-tificação nacional da FRI, foram injetados

vários incidentes, de modo a avaliar a capacidade de reação da Força, garantin-do que no final do exercício a FRI estaria pronta para responder a uma situação de crise. Paralelamente, a força de desem-barque colaborou com as autoridades lo-cais na segurança do centro de receção (área de concentração), localizado na Es-cola Secundária Vitorino Nemésio (Praia da Vitória), e no transporte dos cidadãos a evacuar, até ao CCE conjunto (princi-pal). Em simultâneo, a FFZ3 montou um CCE alternativo, no cais militar da Praia da Vitória, e manteve uma reserva em pron-tidão para garantir a segurança de pontos estratégicos ou a retirada de cidadãos de outros locais da ilha.

O Lusitano foi um exercício que permitiu agregar as várias Componentes da FRI, tornando-se uma excelente oportunidade de treino da FFZ3 num ambiente conjun-to, contribuindo significativamente para a capacidade de resposta a operações desta natureza.

Comando do Corpo de Fuzileiros

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corpodefuzileiros

O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Na sequência dos compromissos in-ternacionais assumidos com a Alian-ça Atlântica no âmbito das Enhanced

NATO Response Forces 2018 (eNRF18), decorreu no período compreendido en-tre 27 de novembro e 1 de dezembro de 2017, o exercício da Armada Espanhola MARFIBEX-72, realizado na costa sul de Espanha (área de Rota e campo militar da Sierra del Retín).

Os exercícios da série “MARFIBEX” visam a preparação das unidades da Armada Espanhola para as “missões atribuídas, salvaguardando os interesses marítimos nacionais, nos teatros ou cenários neces-sários” (Armada Espanhola, 2018).

Num contexto de adestramento básico co-letivo, centrado na execução de operações anfíbias, joga-se um cenário assimétrico

testando-se a interoperabilidade entre as forças congéneres.

De natureza anfíbia e caráter combinado, este exercício permitiu integrar a Força de Fuzileiros n.º 1 (FFZ1) no Tercer Batallón de Desembarco de la Brigada de Infantería de Marina “Tercio de Armada” (BDE-3).

A FFZ1, com um efetivo de 109 militares, embarcou a bordo do navio de assalto an-fíbio SPS CASTILLA, do Grupo de Acción Naval Número 2.

No âmbito do cenário tático criado, a sec-ção de reconhecimento da FFZ1, integrou a sección de reconocimiento (SERECO) e em conjunto reconheceram o objetivo da Amphibious Task Force (ATF).

Seguidamente a FFZ1 desembarcou por meios aéreos (helicópteros Seaking e

Cougar) e por meios de superfície (super-CAT) manobrando para ocupar posições de bloqueio fulcrais no controlo da área de operações.

Quando o grosso da força de desembar-que, por motivos meteorológicos não con-seguiu desembarcar, a Força de Fuzileiros tornou-se determinante nas ações ofensi-vas subsequentes que visaram a expulsão do inimigo da área de operações.

Este exercício constituiu-se como uma oportunidade de excelência para a uni-formização de táticas, técnicas e procedi-mentos em operações anfíbias, elevando padrões de desempenho dentro do espec-tro das missões atribuíveis.

Comando do Corpo de Fuzileiros

Exercício MARFIBEX- 7227 de novembro a 1 de dezembro de 2017

Pelotão Delta da FFZ1 com operador de comunicações da infanteria de marina

Equipa de embarque no helicóptero Seaking Equipa de embarque do pelotão Bravo preparando-se para embarcar num helicóptero Seaking (MORSA)

Progressão de pelotão após desembarque na LZ

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12 O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

No dia 04 de outubro de 2017 decorreu na Escola de Fuzi-leiros, a cerimónia de Imposição de Boinas aos aspirantes do Curso de Formação de Oficiais Fuzileiros (DDO 01) e aos

grumetes do Curso de Formação de Praças Fuzileiros (CFP07), tendo esta sido presidida por S. Ex.ª o Chefe de Estado-Maior--General das Forças Armadas (CEMGFA), General Artur Neves Pina Monteiro, contando ainda com a presença do Secretário de Estado da Defesa Nacional (SEDN), Dr. Marcos Perestrello, de-mais ilustres dignitários e convidados.

A cerimónia representou o culminar de 36 semanas de curso onde os formandos foram submetidos a elevados graus de exigência física e psicológica, requisitos imprescindíveis à formação dos Fuzileiros. Foi com um enorme compromisso de entrega, espírito de grupo, camaradagem e abnegação que os formandos deram provas de possuir as competências necessárias ao desempenho futuro de funções nas diferentes unidades do Corpo de Fuzileiros (CF).

No início da cerimónia o Almirante Chefe de Estado Maior da Ar-mada e Autoridade Marítima Nacional (CEMA e AMN) entregou ao Museu do Fuzileiro, na pessoa do Comandante da Escola de Fuzileiros, o Capitão-de-Fragata Fuzileiro Santos Formiga, uma

Bandeira Nacional que esteve hasteada no Aeroporto de Kabul, no Afeganistão, onde Forças de Fuzileiros serviram no contingen-te nacional integrado na International Security Assistence Force (ISAF), entre 2012 e 2013.

Seguidamente, foi condecorado pelo Almirante CEMA e AMN o anterior Presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Sr. Carlos Humberto de Carvalho, sendo-lhe imposta a Medalha Militar da Cruz Naval de 1.ª Classe em reconhecimento da sua continuada ação em prol da ”…consolidação dos laços fraternos que ligam a autarquia do Barreiro à Escola de Fuzileiros e à Marinha…”. Foram ainda condecorados 3 Fuzileiros na situação de Ativo e 3 Fuzileiros na situação de Reserva.

A enquadrar o Batalhão de Instrução neste dia de grande signifi-cado dispuseram-se as forças em parada, comandadas pelo 2.º Comandante do Corpo de Fuzileiros, o Capitão-de-Fragata Fuzi-leiro Lopes Carrilho, traduzindo a expressão viva de capacidade e prontidão. Com os novos Fuzileiros, formaram também o bloco de Estandartes Nacionais do CF, um Bloco de Guiões, integrando 44 guiões de antigas e atuais Unidades de Fuzileiros, o Batalhão de Equipagem composto por militares dos Departamentos (Ope-rações, Gestão de Recursos, Apoio Geral, Administrativo e Finan-ceiro) e do Comando, e a componente operacional, esta última representando os vários vetores de atuação: Proteção de Força representada pelo Batalhão de Fuzileiros n.º 1, com o Pelotão de Abordagem, a Unidade de Polícia Naval e Unidade de Meios de Desembarque; Operações Especiais, com o Destacamento de Ações Especiais e o vetor Projeção de Força presente pelo Bata-lhão de Fuzileiros n.º 2, com as suas duas Forças de Fuzileiros. Estiveram ainda presentes a Bandeira da Brigada Real de Marinha e respetiva escolta e um Pelotão de veteranos da Associação de Fuzileiros, numa evocação das origens, e em homenagem ao le-gado deixado pelos antigos Fuzileiros.

Na sua alocução, o Almirante CEMA e AMN afirmou a relevante herança que cada novo Fuzileiro recebe ao lhe ser colocada a boina no final do curso, sinal de poder pertencer a uma unidade de elite com vários séculos de existência, enaltecendo ainda os resultados muito positivos alcançados em todas as missões atri-buídas ao Corpo de Fuzileiros.

Imposição de BoinasCursos de

Formação de Oficiais Fuzileiros (1.ª Edição de 2017) e de Formação de Praças Fuzileiros (2.ª Edição 2016)

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O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

No final da cerimónia, o Destacamento de Ações Especiais, em colaboração com um Helicóptero Lynx MK95 da Marinha, realizou uma demonstração de evacuação médica em cenário de confli-to com recurso às novas Viaturas Táticas Especiais, atestando a exequibilidade e versatilidade do novo conceito de emprego “Ágil e Rápido”.

Após o desfile, procedeu-se ao descerramento de uma placa to-ponímica no edifício do Batalhão de Instrução, homenageando-se a dedicação do Capitão-de-mar-e-guerra Maxfredo Ventura da Costa Campos aos Fuzileiros e à sua Escola.

A placa foi descerrada por S. Ex.ª o General CEMGFA, acompa-nhado pelos SEDN, Almirante CEMA e AMN, Presidente da Asso-ciação de Fuzileiros, Comandante da Escola de Fuzileiros e pelo filho do homenageado, ato que muito sensibilizou os presentes pela justiça de tal reconhecimento.

O último ato protocolar desta cerimónia teve lugar com a assi-natura do Livro de Honra da Escola de Fuzileiros, pelo General CEMGFA, no qual ficaram expressas palavras que muito honram o Corpo de Fuzileiros.

Nota do Editor: Como já foi referido no texto, um pelotão de Veteranos da Associação Nacional de Fuzileiros, onde estiveram representantes de todas as suas Delegações (Douro Litoral, Juromenha-Elvas, Algarve e Polícia Marítima) integrou, a convite do CEMA e AMN, o desfile que encerrou esta importante cerimónia de Fuzileiros e da Marinha em geral.

A Associação Nacional de Fuzileiros e os seus Veteranos semtem-se muito honrados pelo convite, orgulhosos do seu passado e confiantes na continuação do seu legado materializado no nascimento de mais estes novos Fuzileiros.

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14 O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Os Fuzileiros, como é do conhecimento público, estiveram presentes nos recentes cenários de catástrofe florestal, dentro das suas capacidades e competências, tanto em

missões de suporte e de logística, como também na prevenção da deflagração de incêndios em diversas áreas florestais não atingi-das, por meio de patrulhas regulares de proteção, o que aliás não é inédito, uma vez que já foi também uma prática corrente em anos anteriores.

Mas a presença dos Fuzileiros foi seguramente muito mais vas-ta, se pensarmos que também há Fuzileiros entre os Bombeiros Portugueses, entre os GIPS da GNR, como entre todas as forças,

entidades, e até mesmo entre anó-nimos, que direta ou indiretamente participaram com o seu abnegado contributo nas operações de com-bate às chamas, esforçando-se por dar o melhor que podiam e sabiam.

E o mesmo acon-teceu com outras forças irmãs, tam-bém ali represen-tadas por outros nossos compatrio-tas.

Nesta linha de pen-samento, e do que veio a publico na altura sobre aquilo

de que se falou com vista a melhorar objetivamente as capaci-dades nacionais de combate a incêndios, neste caso florestais, assim como os mecanismos e meios operacionais ao dispor dos Bombeiros Portugueses em geral, e não obstante se poder aqui dirigir o assunto segundo variados enfoques, consoante a matéria em questão, saltou no entanto à vista uma aspiração geral dos nossos Bombeiros, várias vezes enfatizada pelos seus represen-tantes, segundo a qual “os Bombeiros desejam ser comandados por Bombeiros”, desiderato que, caso viesse a ser satisfeito no futuro, completaria o conhecimento específico e a experiência operacional necessários à eficiência acrescida dos Bombeiros não apenas a nível regional, uma vez que iria melhorar a eficácia técnica e a coordenação operacional entre as diversas unidades locais, como a nível nacional, sobretudo em caso de catástrofes de grandes dimensões, como foi o caso dos incêndios florestais recentemente ocorridos.

Presume-se portanto, que o estatuto dos nossos Bombeiros deveria assim evoluir gradualmente no futuro para o de uma força de proteção interna, profissional, com uma hierarquia de comando até ao mais alto nível nacional, sendo os seu co-mandantes oriundos da sua própria instituição. Sabemos que

este é um longo e demorado percurso, que exige um esforço de profissionalização total, e a montagem de toda a base in-fraestrutural necessária e todo um reajustamento das posições relacionais com as outras instituições já existentes. Repare-se que idêntica aspiração, hoje satisfeita ou em vias de o ser na totalidade, já existiu anteriormente na PSP, cujo Diretor Nacio-nal é hoje um Oficial da Polícia oriundo da Escola Superior de Polícia, ou na GNR cujo lugar de Comandante Geral será ocu-pado no futuro breve por um Oficial da GNR oriundo da Aca-demia Militar, especificamente do curso da GNR, logo que estes Oficiais atinjam o posto de Oficial General necessário.

Sabemos que a montagem de uma estrutura desta natureza para o futuro dos Bombeiros Portugueses, que não é inédita noutros países, é longa e demoraria por si só várias décadas a completar, mesmo aproveitando recursos já existentes, e teria que decorrer necessariamente do esforço nacional para o crescimento econó-mico e do esforço de combate à corrupção e ao despesismo que ainda houver, para que a melhoria significativa das condições de vida da nossa população e da qualidade das suas instituições e infraestruturas possa ocorrer, travada embora inevitavelmente em grande parte pela dimensão do endividamento a que o País incompreensivelmente chegou.

O Reconhecimento Devido

António Carlos Ribeiro Ramos

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15O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Quem assistiu ao desfile militar no dia da França, no dia 14 de Julho passado, reparou certamente que os Bombeiros Franceses, para além de ali terem marcado a sua presença como qualquer outra força, fizeram-se representar em desfile por uma com-panhia de cadetes da Escola Superior Nacional de Oficiais dos Sapadores-Bombeiros (École Nationale Superieure des Officiers de Sapeurs-Pompiers) armados com espada, e por outras forças apeadas ou motorizadas, armadas quer com o tradicional macha-do, quer com espingarda e… baioneta.

Desfilaram forças da Brigada de Sapadores Bombeiros de Paris (Brigade de Sapateurs-Pompiers de Paris) e do 10.º Batalhão de Sapadores-Bombeiros da França (10.e Bataillon des Sapeurs--Pompiers de France), comandadas superiormente por Oficiais cujos “kepis” ostentavam ou ramagens a toda a volta (Fig.1), ou estrelas na parte frontal (Fig.3), que são atributos dos Oficiais Ge-nerais Franceses, de acordo com o ramo e consoante o uniforme que envergam.

Os nossos Bombeiros, onde também há Fuzileiros, sejam voluntá-rios ou profissionais, merecem sem margem para dúvidas o nos-so profundo respeito e reconhecimento, e a concretização gradual dos seus justos anseios. E ainda que ao ritmo das possibilidades do País, será parte integrante desse mesmo reconhecimento no futuro.

António Carlos Ribeiro Ramos

Sóc. Efect. n.º 1053

Revista “O Desembarque”

Caros Sócios, Camaradas, Amigos e Colaboradores Permanentes,

Antes de mais cumpre agradecer a pronta resposta que vem sendo dada pelos nossos colaboradores mais efectivos e a de todos quantos, embora menos regularmete, nos enviam textos para publicação.

Só assim se torna possível manter a edição de “O Desembarque” com a regularidade e qualidade que pretendemos.

Mais uma vez recomendamos que os textos devem ser remetidos via correio electrónico, em documento “Word” e as fotografias (se possível legendadas) deverão possuir qualidade gráfica e enviadas como anexos e não já integradas nos textos.

Os artigos (cartas ao Director, notícias, crónicas, lendas e narrativas, opinião, cultura e memória, pequenas histórias, poesia, etc., etc.) serão publicados se a Direcção da AFZ e a Redacção de “O Desembarque” considerarem que têm qualidade e estiverem de acordo com a sua linha editorial, sem prejuízo de os textos poderem ser revistos, adaptados e reduzidos se os respectivos autores, expressamente, a tal se não opuserem, quando da remessa dos seus artigos.

No caso de, na Redacção da revista, se juntar um número de trabalhos que ultrapasse a dimensão de “O Desembarque” (em princípio, 52 páginas) publicar-se-ão os artigos pela ordem de entrada ou dos registos dos acontecimentos, se a qualidade for considerada equivalente, designadamente, no caso de relatos de convívios ou encontros de que disponhamos de textos e fotos, nas condições de qualidade já definidas.

Quanto às Delegações, torna-se imprescindível a sua colaboração atempada, enviando fotos (com qualidade gráfica) dos eventos da sua responsabilidade, acompanhadas de um texto simples e sintético mas que permita aos responsáveis pela edição/publicação da Revista perceberem, minimamente, o evento, ou seja: identificação das Entidades e outros convidados presentes; estimativa total de presenças; impacto do evento na Região/Delegação/AFZ; entre outros aspectos que entendam, por bem, deverem ser tornados públicos.

Contamos com todos!

A Direcção da AFZ e Redacção de “O Desembarque”

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16 O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Ao perscrutar alguma incursão diplomática de dirigentes do nosso País à India, a Estados do arco geográfico que liga o Mar do Japão ao Estreito de Malaca, aos recantos emer-

gentes da grande economia global; ao complementar ouvindo e lendo gente que sabe, não evitamos pensamento sobre um gran-de Plano de Fomento Logístico-Portuário, conectado a respon-sabilidades de soberania e jurisdição sobre importantes espaços marítimos, como marca verdadeiramente distintiva do nosso País.

Congregar uma infinidade de trabalho já feito no sector, com a geografia e o posicionamento dos territórios que detemos (marítimo e terrestre), infraestruturas existentes, estaleiros navais de constru-ção e de reparação, ensino e formação, ligação às grandes vias europeias (energia, ferrovias, autovias), tudo isto compreendido num vasto programa de intervenção e apresentá-lo aos grandes in-vestidores e centros de financiamento mundiais, surge pois como iniciativa bem-vinda, capaz de haver sido inscrita num bem mais abrangente e sufragado - Conceito Estratégico Nacional (o tal que não existe, desde Abril de 74).

Esbanjar energias, recursos de vária ordem em peças soltas, de ocasião, como matéria sem futuro, apenas apetecíveis ao tra-balho formigueiro dos interesses instalados, parecia, de algum modo, controlado naquela matéria.

Mas não. O País que esteve à frente da geografia, deixou de ter capacidade de ver global. Deixou de saber ler o mapa que tanto consolidou e, parece adormecido numa fase do jogo geo-político/estratégico/económico mundial, de significado decisivo, no qual se luta perante a perca de fulgor dos Estados Unidos, a emer-gência imparável da China e da Índia, a busca de recuperação da Rússia, o rearmamento do Japão, o ocaso da União.

A notícia do jornal Expresso de 13 de Janeiro pp - Governo não vai a jogo na reforma da NATO - de Luísa Meireles, traz-nos de volta aos cenários trágicos de desnorte e à costumeira nesga de visão.

Mais depressa do que a União, a Organização do Tratado do Atlântico Norte - OTAN, esboça alguma atenção aos sinais re-centes da globalização e prepara-se para mexer, diferente, nos arranjos estruturais que encetou depois da cimeira de Lisboa de 2010. Portugal arrisca-se a ficar de fora do barco (…), mediante a previsão da criação de 2 novos comandos, um virado para o controlo das rotas marítimas no Atlântico, outro de cariz logístico no continente. Portugal ainda não se chegou à frente, mas outros Estados com interesse no Atlântico, como Espanha e os Estados Unidos, já se mostraram disponíveis… conclui a citada jornalista (nossos sublinhados).

Como expressa Álvaro Vasconcelos - somos o País mais atlantis-ta da Europa, mas às vezes, isto não passa de retórica sem subs-tância. Em amplo contraste, a Espanha, ainda de recente pendor continentalista, tem-se vindo a aproximar, com sucesso diga-se, dos Estados Unidos, prosseguindo com grande determinação, o controlo à volta do Mediterrâneo Ocidental, onde pontifica Gibral-tar na sua área de influência, rejeitando qualquer intervenção que não seja sua, ao longo do estreito cuja passagem se rege pelo princípio da liberdade de navegação. Olhando para a sua área de

interesse, a Ocidente, os espanhóis vislumbram o prolongamento de ambição daquele tipo, precisamente, para o Mar Português no qual, tarefas de soberania e de jurisdição constituem, primeira-mente, responsabilidade inalienável do nosso País.

[Quando nos espanta a sensação dos espanhóis se terem desinteressado do caso Selvagens, isto é, versão Ilhas vs rochedos, junto da Nações Unidas, é sinal para não desarmar. Nenhum outro Estado nos segue melhor do que a Espanha (não em termos de - Como tomar Portugal em 72 Horas, do General Franco). Os espanhóis sabem que o nosso edifício legislativo não assume o Mar Português como Objec-tivo Nacional Permanente - ONP e, com causa nisso, o poder aeronaval que dete-mos, não basta para garantir a vigilância e a segurança sobre aquela imensidão, à qual se sobrepõe, abraçando-o, a 3.ª maior Área de Busca e Salvamento Marítimo do mundo, adjacente, neste tópico, aos 1.º e 2.º, os Estados Unidos e o Canadá. (De recordar a chamada Comissão dos 26 conselheiros, referida no artigo que as-sinei na n/revista nº 25, a qual, composta por ilustres pensadores, apontou como ONP - a defesa e a valorização da nossa condição marítima, que é parte inte-grante da nossa existência secular - entendimento não prosseguido pelo poder político, por não considerado ONP no Conceito Estratégico de Defesa Nacional, vigente).Espanha olha-nos como vizinho a manter sob relações estreitas, de preferência, numa posição de protectorado. Durante o período em que Portugal foi rotulado de país incumpridor, as Cimeiras Ibéricas foram canceladas por Espanha, como forma de se diferenciar e de parecer bem na União (retenha-se)]

Para a Europa do Meio, um entendimento-tipo Bloco Ibérico seria perfeito (a Europa de Vigo a Varna, de Espanha à Bulgária, segundo Jean-Claude Junker durante o seu discurso – o estado da União, de 13 de Setembro pp, depois considerado como imagem de retórica, mas, lesiva à dignidade e à soberania de uma Nação de 9 séculos).

Aceitável também, naquela via, um Bloco Latino para o Mediter-râneo, combinando Portugal, Espanha, França e Itália.

A Espanha contorna um trabalho científico português de exce-lência, quanto às razões de extensão da nossa Plataforma Conti-nental junto da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, descansando sobre as capacidades do seu poder aeronaval, pronto a assumir o controlo na vasta fronteira Ocidental da União, de soberania e jurisdição portuguesa, à primeira mostra de ame-aça significativa que ali se registar.

[Lisboa é, em toda a União, a única capital atlântica, factor que terá pesado como conteúdo relevante para a diplomacia portuguesa e, depois, na decisão de ali sedear a Agência Europeia de Segurança Marítima, retenha-se]

António Costa Silva registou, em 2013, - o Atlântico, cuja morte foi anunciada por muitos, está a converter-se numa das principais rotas comerciais e energéticas centrais do século XXI.

Os Chineses já o entenderam, lendo o mapa, numa perspectiva idêntica à unidade do Atlântico (Norte e Sul), de Tiago Moreira de Sá. Com base nisso, estabeleceram acordos e interesses na Is-lândia e em São Tomé e Príncipe (neste caso, em concorrência com os Estados-Unidos) e, culminando reconhecimento prévio, o 1.º Ministro chinês já pisou chão açoriano, mostrando interesse em participar na construção do porto de águas profundas na cidade de Praia da Victória. Com a costumeira diplomacia de influência, a China aposta também num Centro de Investigação luso-chinês, ligado às ciências do Mar, numa parceria entre as Universidades dos Açores e de Xangai.

Perante tudo isto, como integrar bom pensamento e alertas de Adriano Moreira (o pioneiro), Miguel Monjardino, Bernardo Pires de

De Regresso ao Primado do Atlântico

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17O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Lima, entre mais alguns, olhando o mapa, ou, com a devida vénia, olhando um qualquer modelo do globo terrestre (fora portanto do erro da projecção cilíndrica de Mercator)? Não será evidente o eixo virtuoso que liga a Islândia (Base Naval de Keflavik), a Cabo Verde, derivando depois para São Tomé, contendo um nó extraordinariamente no-tável localizado no Arquipélago dos Açores, com ramificações ao Mediterrâneo a Oriente, à América do Norte, Central e do Sul e ao Ocidente de todo o continente africano onde, nestes dois últimos casos, reside uma imensa comunidade lusófona, em países de economia dita emergente?

Na mesma via dos chineses (com o reconstituído conceito - rotas da seda), os russos rumaram ao - como superar a incontornável contenção que os Estados Unidos edificam no Índico/Pacífico, em defesa dos seus tradicionais e igualmente poderosos aliados e prosseguir pretensões hegemónicas, aproveitando os degelos no Circulo Polar Ártico em benefício próprio. Os novos e poderosos submarinos russos, ao deixarem a renovada base e infraestru-turas do tempo da guerra fria, a Norte da Sibéria, são hoje con-siderados forte ameaça no Báltico e no Estreito de Bering, entre os Mares de Bering a Sul e de Chukchi a Norte, conduzindo os suecos ao debate interno sobre uma possível e próxima adesão à OTAN, depois de 2 séculos de neutralidade.

Portugal não pode, nem deve, deixar de olhar com atenção redo-brada, para estes cruciais sinais de valor geo-político/estratégico/económico. No plano dos nossos interesses a médio/longo/muito longo prazo, deveremos concertar - diplomacia, como temos es-boçado com o Reino Unido, a Noruega, a Holanda (talvez com a Dina-marca) no âmbito bi/trilateral e da OTAN e, futuramente, com a Sué-cia, com (re)programação militar. Ficamos, assim, fora da partilha de interesses directos com Espanha, situação de que nos fomos libertando, ao longo dos séculos, para não sermos absorvidos.

[O Acordo Técnico sobre cooperação entre o Ministério da Defesa Nacional da República Portuguesa e o Ministério da Defesa do Reino de Espanha (Diário da república, 2ª série - n.º 13 de 20 de Janeiro de 2010), destina-se, entre muitos outros objectivos ali fixados, a desenvolver um intercâmbio de informação perma-nente e melhorar a coordenação das várias actividades no campo da Seguran-ça Marítima… Independentemente do interesse dos conteúdos então assinados pelos representantes dos dois Estados vizinhos, o espaço Atlântico abrangido é extraordinariamente vasto. Compreende o Mar Português, atinge o paralelo 50 a Norte, a linha do Equador a Sul, o meridiano 36 a Ocidente, parte significativa da costa Ocidental do continente africano, os arquipélagos das Canárias, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. O acesso ao Mediterrâneo está barrado no acordo, como seria de esperar (Anexo B do Acordo - AOI). Curiosamente, aquela AOI corresponde à área estratégica de interesse de Espanha, a Ocidente de Gibraltar]

Mais do que procurar alternativas de ocasião para a perda do interesse americano pelas Lajes, como Base Aérea estratégica,

interessará ajustar-lhe importância como Base Aeronaval destinada ao controlo e segurança das Rotas de Navegação Ma-rítima da mega-logística mundial entre os gigantescos mercados das bacias do Índico, do Pacífico, do Atlântico e, também, do Me-diterrâneo, que cruzam o Mar Português, reforçando o papel do nosso País, como uma das principais portas de entrada na União (a Gateway para a UE, de, entre outros, o Prof. Thomas Cioppa), no contexto do colossal arquipélago do planeta que habitamos.

Não serão questões de política interna que limitarão a ambição. Antes, a haver falta de determinação das entidades que nos governam, ela residirá em alguma falta de debate crítico sobre interesses do nosso vizinho a Leste, ou outros interesses, estes internos, correlacionados com algum pensamento-tipo Velho do Restelo (o primeiro continentalista, no dizer de Adriano Moreira) que nos em-purra para a Europa do Meio, para a periferia que nos empobrece (de Adriano), para a defesa de interesses, de regiões e de fronteiras que não são, simultaneamente, nossos e da União (contrariando o tal

serviço à União, também do Professor).

O conceito Cooperação(ões) Estruturada(s) Permanente(s) - CEP, citado no artigo de Luísa Meireles, resulta do Tratado de Lisboa (Dez. 2009), depois do conceito Cooperação(ões) Reforçada(s), introduzido pelo tratado de Amesterdão de 1997, nunca haver sido invocado. A CEP permitirá aos Estados-membros dispostos a desenvolverem capacidades de defesa, investir em projectos comuns (interoperabilidade), melhorar a disponibilidade operacional (critérios de admissão exigentes) e o contributo nas suas Forças Arma-das (aumento do PIB destinado à defesa).

Como em quase tudo o que nos chega da Europa do Meio, surge à frente o que mais aflige os Estados à volta, isto é, a resultante de uma visão continentalista. O Mar vem depois. Acaso o Rei-no Unido ainda contasse, a leitura seria mais abrangente. Neste âmbito, não deixa de ser significativa a mostra de bom senso do então Presidente Nicholas Sarkozy, ao apoiar a criação de um núcleo duro para a defesa comum em 2008 (o G 6 da Defesa, constituí-

do pelos Alemanha, Espanha, França, Itália, Polónia e, ao tempo, o Reino Unido), com base num poder em efectivos na ordem dos 6 X 10 000, ao qual se associariam outros Estados-membros, quando o enten-dessem, mediante o cumprimento de critérios exigentes e com efectivo militar justo, adequado à respectiva dimensão.

Não despiciendo analisar, nesta via, a eventualidade do levanta-mento de 3 CEP’s, encimado pelo tipo de ameaças, diferenciado,

em redor da chamada penín-sula europeia, isto é, a euro-asiática, a mediterrânica (Nor-

te e Sahel) e a atlântica (Unidade

Norte-Sul), com capacidade de projecção e de sustentação de forças, num compromisso complementar, credível, mas autónomo, com a OTAN.

Mais Europa na Defesa si- gnificando, necessariamen-te, uma OTAN mais forte.

Hernâni Vidal de Rezende

Sóc. Orig. n.º 288Grandes rotas marítimas da Mega-logística e importância evidente do Mar Português

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18 O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

pensamentos&reflexões

O assunto que vos trago desta feita re-trata circunstâncias que quase todos nós – Fuzileiros – vivenciámos ao

longo das nossas carreiras.

No fundo será falar de um livro com ma-nifesto interesse militar e histórico que, embora escrito há quase 380 anos, conti-nua bastante actual. O seu interesse reside também no facto estar de algum modo, re-lacionado com os primórdios dos fuzileiros.

E, também, como não podia deixar de ser, contar as peripécias que aconteceram para o localizar e o tentar obter.

O nome do livro é o título que adoptei como epígrafe. À primeira vista, sobretudo para quem é da minha geração, “Política Militar”, poderá remeter para as memórias do PREC 1974-1975, com tudo o que, à distância de mais de quarenta anos, de inovador e insólito aconteceu no âmbito militar e que hoje, numa abordagem li-geira, constitui um quasi anedotário, com alguns episódios inacreditáveis, como aquele de o governo ameaçar entrar em greve...1

No âmbito militar e político já que, na al-tura, político e militar de qualquer escalão hierárquico eram coisas indissociáveis como se devem recordar...os mais antigos e ficam a saber os mais modernos.

Quanto aos avisos de generais, como ire-mos ver, talvez se adequasse mais “em avisos para almirantes (...ou candidatos a...)”.

Bem, nas minhas colocações na Escola Naval desempenhei diversos cargos e fun-ções de instrutor e de professor, em espe-cial, dos Cursos de Fuzileiros. As tarefas do primeiro cargo eram acções de instru-ção, na unidade, no campo e na Escola de Fuzileiros.

Como professor o trabalho era mais aca-démico, digamos, preparação e ministra-ção de aulas e demais actividades afins.

1 O primeiro-ministro era o almirante Pinhei-ro de Azevedo, cujo último cargo militar antes da senda política foi comandante da Força de Fuzileiros do Continente (FFC). Um desempoeirado oficial de Marinha que também ficou célebre, entre outras saídas, por, frente às câmaras da televisão ter mandado “bardamerda” uns interpeladores inconvenientes (que hoje, em nome da in-formação, chateiam tudo e todos...)

Neste âmbito, tanto para conhecimento próprio como para preparação dos temas curriculares, tive de elaborar bibliografias para as diversas disciplinas que me esta-vam atribuídas.

Assim, com a finalidade da contextua-lização da disciplina de Táctica Geral e Operações, elaborei uma bibliografia que incluía, entre outros, o “Política Militar em Avisos de Generais” de D. Francisco Ma-nuel de Mello, escritor, militar e diplomata, quiçá político, do séc XVII, considerado um destacado homem de letras do período barroco português e ibérico. Barroco é um conceito estético que predominou com maior intensidade no século XVII.

Este livro é tido como uma obra militar de referência do século XVII, período profícuo em publicações militares a nível europeu, que teve repercussão em Portugal nome-adamente com este livro tido como «um tratado claro e prático [...] da guerra terr-restre e marítima».2

No essencial, é um manual de conduta de operações aos diversos níveis que, além da natural valia como documento históri-co, surpreende pela diversidade e pereni-dade da maioria dos “avisos”, digamos, conselhos práticos. Razões porque se configurava como um elemento de estudo para os cadetes do último ano do curso.

A estas razões somava-se o facto de, face a alguns escritos da época, o autor ter sido um dos primeiros a, ainda que de forma indirecta, ter expressado a neces-sidade da criação de um corpo militar de infantaria da Marinha vocacionado para, no contexto da época, combater no mar e em terra – a gente de “mar e guerra”, ao aludir na sua obra Epanáforas de vária história portuguesa:

«Este inconveniente [Entendese por este largo, mas não inutil discurso, como em

2 Outros manuais de campanha saíram em Portugal, nesta época. Caso do Perfeito Sol-dado e Política Militar, editado em 1659, de João de Medeiros Correia, que inclui, nas 232 páginas, além de 56 capítulos ao estilo dos “Avisos”, um Regulamento do auditor geral onde se aborda e regulamenta as atri-buições do Preboste, ou seja, o militar ou magistrado responsável pela polícia interna das unidades militares (e em algumas or-dens religiosas), sobretudo, em campanha.

nossas emprezas, não tinhamos usado, antes deste tempo, a cõdução dos Terços militares; servindose todos aquelles annos as Armadas do Reyno, de gente collecti-cia; junta sómete para hũa, ou outra oca-sião; a qual, cessando se espalhava; de maneira, que jâ mais podiamos conservar, nem Capitães, nem soldados velhos. ]pro-curou se atalhasse, e atalhou, Dom Anto-nio de Atayde, sendo provìdo de General perpètuo, da Armada Portugueza (como temos dito) porque logo que se lhe con-ferío o cargo de ella, alcançou ordem del Rey, para que em Portugal se levantasse, e fosse fixo na Armada hum Terço de In-fantaria natural; cujo primeiro Mestre de Campo, foi o Almirante (tambem perpetuo) Dom Francisco de Almeyda».

Este excerto tem sido comummente invo-cado como uma (ou a) das âncoras que fundamentam a criação dos antepassados ancestrais dos fuzileiros.3

3 A obra “Epanáfora de vária história portu-guesa” aborda maioritariamente acções navais: o naufrágio da armada de D. Ma-nuel de Meneses na Biscaia, o descobri-mento da Ilha da Madeira, a batalha naval de Dunas e a “Operação Anfíbia” para a reconquista da S.Salvador da Baía.

A epanáfora é uma expressão literária cuja criação é atribuida a D. Francisco Manuel de Mello.

Política Militarem avisos de generais

Capa de Epanáforas

Jorge Oliveira Monteiro

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Afigurou-se-me, ainda, como factor po-tenciador de interesse, a contemporanei-dade da activação do Terço da Armada – 1621 e a 1.ª edição do “Política Militar” – em 1638 (obviamente, redigido antes).

Ambos os eventos, por sua vez, num pe-ríodo de grandes inovações nos tipos e nas formações de combate, com destaque para o incremento da utilização da arma de fogo individual, ainda hoje indissociável da infantaria, e dos novos escalonamentos para o combate em terra, principalmente na sequência da Guerra dos Trinta Anos. Conflito que decorreu no centro da Euro-pa, entre 1618 e 1648, com fundamento dinástico, político e religioso entre protes-tantes e católicos e em que duas impor-tantes batalhas ocorreram na cidade de Nordlingen.4

À semelhança da demais bibliografia para os cursos, procurei obter, ou no mínimo consultar o “Política Militar”, já que apare-cia referenciado na bibliografia do autor e citado com alguma frequência em artigos e publicações.

Não obstante as minhas tentativas, face ao objectivo, não consegui em tempo útil localizar alguma edição escrita. Na Biblio-teca Nacional (BNP) apenas estava dispo-nível em microfilme e não constava dos ficheiros da Biblioteca Central de Marinha. No comércio também não foi localizável, pelo que, talvez por inépcia minha, não o pude utilizar como suporte didáctico.

Apurei, na altura, que haveriam apenas duas edições, ambas em castelhano: a original feita em Madrid em 1638 (a exis-tente em microfilme na BNP) e outra de 1943 editada em Buenos Aires.

4 A ideia do Mosqueteiro – espadachim ar-mado de espada, da banda desenhada e do cinema, foi criada pelo escritor mestre do romantismo Alexandre Dumas, pai; mas que não corresponde obviamente ao com-batente utilizador do mosquete.

Baldadas as tentativas para dispor, de for-ma prática, do “Política Militar”, despriori-zei a demanda.

Entretanto, há cerca de dois anos, come-cei a reunir elementos para um bosquejo histórico (e as estórias...) do Grupo de For-cados Amadores do Colégio Nun´Álvares (CNA) de Tomar – colégio onde frequentei o ensino liceal e me iniciei nas lides.

Instituição de ensino, com internato, sin-gular pelos métodos pedagógicos e de disciplina docente e discente, que gran-geou grande prestígio no Portugal da década de quarenta à de setenta e por onde passaram gradas figuras públicas e alguns camaradas da Marinha.

Entre outras fontes, consultei os números que consegui da Revista Cultural do CNA que se publicou nas décadas de cinquenta a meados da de setenta.

Mosqueteiro

Capa da edição doCNA

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A páginas tantas, deparei com surpresa que o número de Abril de 1971 indicava que tinha como separata uma edição do “Política militar em avisos de generais”, em português, com tradução e comentá-rios sobre a obra e o autor, da responsabi-lidade do professor Reis Brasil.5

Retomei então a procura do livro, agora mais por curiosidade, onde me pareceu plausível e mais à mão: a Biblioteca Muni-cipal de Tomar e junto de particulares que tinham alguns exemplares da revista, po-rém sem sucesso, já que em nenhum dos casos havia notícia desta edição.

Em Agosto de 2015, numa das minhas cada vez mais raras idas à Feira da Ladra, eis senão quando, como diz o outro, ao envoltar um monte de livros a granel que um indivíduo tinha para venda ao módico preço de um euro, encontrei a edição do “Política Militar” separata da revista do CNA!

Até que enfim, a saga de obter o livro tinha terminado com sucesso, ainda que tardio.

Comecei então a lê-lo confirmando o inte-resse, não só histórico, mas principalmen-te pelas indicações para os vários níveis e âmbitos das operações militares, sobretu-do navais e, digamos, das operações anfí-bias da época.

Vejamos então alguns pormenores:

Como abertura o autor adverte no Aviso I: «são avisos que escrevo e não lições» pois, diz que «atreveu-se a escrevê-los pelo que leu e observou dos homens mais famosos do mundo». Em 1638, quando da publicação inicial tinha 30 anos.

No mesmo aviso sustenta, no caso das operações além-mar: «vou imaginar que o Príncipe enviou um exército embarcado numa Armada para assim se empreender a conquista de determinada província»... «é preciso que navegue um exército de campo e um exército naval, um que fique e um que regresse, um que empreenda e outro que guarde».

Mais adiante, algo “familiar” aos fuzileiros veteranos, sobretudo da Guerra do Ultra-mar, em particular dos oficiais: «os ofi-ciais do exército naval não podem dirigir em assuntos ou trabalhos de campanha,

5 Reis Brasil é o pseudónimo académico de José Gomes Brás, religioso da ordem dos claretianos formado em teologia em Espa-nha nos anos trinta e posteriormente licen-ciado em filologia românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi co-laborador do CNA, na década de sessenta.

Dedicou-se ao estudo da obra de Camões, havendo uma edição de “Os Lusíadas” da sua responsabilidade, bem como a autoria de uma História da Literatura Portuguesa

assim como os de campanha não podem ter uso algum nas coisas da navegação e da armada naval». Posteriormente, nos avisos XI e XXIII, alude à doutrina que deve congregar ambas as componentes.

A seguir – designadamente do aviso II ao X, são explanadas amplamente as qualida-des, capacidades e atribuições do comando, particu-larmente focadas no Capitão-general (equivalente ao comandante-chefe dos nossos tem-pos) sublinhando que os escolhidos para este cargo «devem ser expe-rimentados não só nos combates navais como nas campanhas terrestres, dada a grande diferença entre um e outro, pois o mais experiente num será “bizo-nho” [maçarico!] no outro, ainda que algu-mas partes se conjuguem».

O aviso XI intitulado “O exército do mar” – ou seja, referente à Marinha, diz-nos que, só três cargos militares têm inteira conti-nuidade: «o capitão general, o seu almi-rante general[;] e os capitães de batéis que em Espanha é comum chamarem-se de “mar e guerra” já que estes na batalha ou na tormenta são os generais dos seus pequenos exércitos, não podendo receber dos seus superiores ordens ou emendas». O que a experiência de muitos fuzileiros, de quase todos os postos, decerto con-firma!

Hoje e de há décadas para cá, tal não será tanto assim; os meios e recursos das co-municações cada vez mais sofisticadas fizeram esquecer esta circunstância do

exercício do pequeno comando isolado. Porém, dois aspectos se afiguram perti-nentes no domínio do aviso XI: o black--out dos sistemas de comunicações, intencional ou acidental, versus a influ-ência direta e pessoal do comandante nos combatentes.

A omissão das comunicações, neste caso tácticas, associadas à indisponibilidade das comunicações pessoais (telemóveis, sucedâneos e afins), na actualidade, a que estado anímico levará uma unidade? Pelo que as recomendações deste aviso se afi-guram plenas de actualidade e, mesmo de crescente utilidade futura.

Se por exemplo o aviso que se refere ao “Modo de navegar” em esquadra e os processos e técnicas de combate naval é nitidamente de carácter histórico, outros, como o conservar a saúde do pessoal e sobre o manuseamento do fogo próprio a bordo e da defesa contra o do inimigo, mantêm alguma actualidade, ainda que de princípios.

Os incêndios a bordo, em especial nas pe-quenas embarcações, devidas a ataques do inimigo ou acidentais (por descuidos com o fogo próprio), eram «o maior e mais permanente inimigo»... a seguir ao mar, como refere no aviso XXIV, dados os ele-vados riscos de naufrágio (de que o autor teve uma trágica experiência no início de carreira).

Porém, segundo o autor, de todos os que combatiam no mar, eram os portugueses os melhores a dominar as técnicas de sal-vaguardar os fogos a bordo.

Aqui, uma antecipação da excelência dos nossos serviços de Limitação de Ava-rias (LA). Designação, esta, que algumas pessoas com quem convivi, inclusive mi-litares menos familiarizados com a termi-nologia naval, parodiavam (ou pensavam mesmo) que a LA teria alguma coisa a ver com a antiga 8.ª enfermaria do Hos-pital da Marinha (também eu, a primeira Combate em terra

Esquadra, da época, em desembarque.

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vez que ouvi falar da LA fiz esta “associação”)... já que, também tratava de avarias...

Os últimos “avisos” de D. Fran-cisco Manuel de Mello, no Polí-tica Militar, com destaque para os avisos XLI, XLII e XLIII, sobre o trato de prisioneiros, vencidos e tréguas, configuram grande pioneirismo sobre muitos dos termos da Convenção de Gene-bra de 1949.

Enfim, sublinhei apenas alguns dos 50 Avisos que esta interes-sante e singular obra contém e que me pareceram mais próximos do modus operandi dos Fuzileiros, não só para não “dar seca” mas para não coar-tar o intuito de lerem o livro – apenas um livrinho... comparado com os “tijolos”, ditos best-sellers, que enxameiam por aí.

Entusiasmado com a leitura do “Política Militar”, fiz algumas buscas confinantes sobre a época, o autor e o livro, pois o periodo histórico em que D. Francisco Manuel de Mello coligiu este manual de campanha, foi rico em publicações e na evolução da arte militar, a que acres-ce o facto de ter sido escrito no mesmo contexto político e militar da criação do Terço da Armada.6

Constatei, também na actualidade, a exis-tência de vários estudos e trabalhos ao nível universitário sobre a obra e onde o autor é visto como «fidalgo, militar e ho-mem de letras» cuja formação decorreu no «quadro da monarquia compósita» mas, surprendentemente, em que o “Política Militar” raramente é abordado.

6 O Terço da Armada foi estruturado à ima-gem dos Tércios espanhóis, estes por sua vez por influência das unidades alemãs intervenientes na Guerra dos Trinta Anos. Foram vistos como o renascimento da infantaria (a “rainha das batalhas”, pois é, ainda hoje, quem ocupa efectivamente o terreno) no campo de batalha desde os exércitos romanos.

A origem do termo Tércio terá sido no início do séc. XVI nas possessões espanholas no território da actual Itália: Sicília, Nápoles e Lombardia para onde foram criados os três primeiros. Há outra interpretação, atribuí-da a terem integrado pela primeira vez de modo articulado três tipos de combatente principais: o rodeleiro, o mosqueteiro e o piqueiro.

A designação Tércio ainda se mantém em Espanha para os escalões “Regimento” na Legião Estrangeira e, naturalmente, na Infantaria de Marinha – os fuzileiros espa-nhóis.

Em Portugal, o termo “Terço” foi retomado entre 1936 e 1974, como designação das unidades de escalão companhia da Legião Portuguesa.

Quanto à área militar, a que para aqui in-teressa, destaca-se nestes trabalhos uma edição do Política Militar recente, do ano 2000, preparada por Pedro Brito – investi-gador da história militar dos séculos XVI e XVII e que obtive em circunstâncias idên-ticas às do Política Militar edição do CNA.

Durante uma feira de Corroios, há cerca de dois anos, ao percorrer uma tenda de livros e sobras de colecções, agora inti-tulados de “outlet”, encontrei este “Polí-tica Militar En Avisos de Generales” com o texto em castelhano, presumo que uma reprodução do texto original.

É um livro de bolso, em que a capa é pre-enchida por uma emblemática pintura de Diego de Velasquez : A Rendição de Breda.7

Curiosamente, Pedro Brito considera esta a 3.ª edição do Política Militar, não fazen-do qualquer alusão à edição e tradução da responsabilidade de Reis Brasil.

7 No cerco de Breda, que ocorreu em 1625, as tropas do império espanhol neutraliza-ram os independentistas dos territórios hoje correspondentes à Holanda e parte da Bélgica.

Breda veio a dar o nome a uma metralha-dora pesada italiana que o exército utilizou na Guerra do Ultramar, sobretudo na defen-siva ou instalada em viaturas.

Neste particular, mais “es-tranho” ainda é que até Reis Brasil, na História da Litera-tura Portuguesa de sua au-toria, ignore nas obras de D. Francisco Manuel de Mello a sua própria edição do Políti-ca Militar!

Fica-se com a ideia de que a edição da Revista Cultural do CNA, pelos vistos a única traduzida (embora de qua-lidade questionável), teria sido uma “edição fantasma” ou no mínimo “pirata”...

Na circunstanciada introdução e nas no-tas, Pedro Brito tece considerações sobre aspectos de natureza militar da época e da vida militar de D. Francisco Manuel de Mello, muito interessantes, sublinhando que este escritor «tem sido alvo de abun-dantes estudos, mas nenhuma relevância especial foi dada [até 2000, obviamente] ao facto de ele ser um militar de carreira».

Observação que parece ter fundamento, se atendermos aos dados disponíveis so-bre o percurso do autor de “Política Militar em avisos de generais”.

Assim, vejamos alguns registos respeitan-tes a D. Francisco Manuel de Mello como militar ligado às esquadras:

O seu nome consta, como aventureiro, nos «livros da ementa» onde se registava «a gente de mar e guerra» à data de 1625, com apenas 17 anos. Tendo assentado praça como soldado (por receber soldo – ser pago) nas galeras de Espanha de Alon-so de Castilho, que serviam no Tejo.

Flanco de um Tércio

D. Francisco M. de Mello

Capa da edição de Pedro Brito CNA

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Embarcou na nau capitânea da Armada de Portugal, comandada por D. Manuel de Meneses, que naufragou quase toda nas costas da Biscaia em Janeiro de 1627. Foi um dos poucos sobreviventes, sendo-lhe cometido o sepultamento dos numerosos mortos que encheram 96 carretas. Este acidente foi considerado, ao tempo, como o Alcácer-Quibir da marinha portuguesa.

Ainda em 1627, em-barcado na urca S. Salvador de Nápoles «comba-teu durante sete horas com um navio de piratas turcos» dos que assolavam a costa portuguesa. Em 1631, «foi nomeado capitão de infantaria, com o encargo de levantar uma companhia na ci-dade de Lisboa».

O rei Filipe III, em 1634, pelos serviços prestados nas armadas entre 1626 e 1629, concede-lhe a ascenção a fidalgo cavaleiro da Ordem de Cristo, acto que se terá reali-zado no ano de 1635 em Tomar, sede da ordem.

São também referidos os embarques como infante em outros navios da co-roa de Espanha, nomeadamente na nau S. Francisco e no galeão Bom Sucesso.

Nos finais de 1636, o Capitão General da Armada encarrega-o de determinada mis-são em que lhe são atribuídos «trinta ho-mens de mar e outros tantos de guerra da Armada de Portugal».

Em 1638, como Mestre de Campo (co-mandante), é encarregado de recrutar um terço de infantaria, que incluiu cerca de 600 portugueses, para reforço das forças espanholas na Flandres, tendo seguido a bordo da armada sob comando de Don Antonio de Oquendo. Esta armada deparou com uma esquadra holandesa na costa sul de Inglaterra, na zona de Downs. Na bata-lha naval que ocorreu a armada espanhola foi derrotada «mas D. Manuel de Mello conseguiu desembarcar com o seu regi-mento na Flandres». Conforme é reconhe-cido «a guerra da Flandres foi recheada de actividade militar anfíbia».

Em Maio de 1640, há a (mais uma...) sublevação da Catalunha e D. Manuel é

nomeado «braço direito» do Marquês de Los Velles, Capitão general da Catalunha encarregado de dominar a revolta.

Com o 1.º de Dezembro em Portugal foi afastado de funções, por suspeita de li-gação aos “conjurados” e enviado para Madrid.

Não chegou a participar no confronto de-cisivo da Guerra da Catalunha – batalha de Montjuique. Mesmo assim deixou-nos uma descrição pormenorizada da acção naquela que se consagrou como a narrati-va clássica da Guerra da Catalunha: “His-toria de los Movimientos, Separación y Guerra de Cataluña en tiempo de Filipe IV” escrita sob o pseudónimo de Clemente Li-bertino. O livro (capítulo) quarto tem uma parte dedicada às movimentações condu-centes à Restauração em Portugal.

Depois de ter servido, mais de 16 anos em guerra viva, a monarquia filipina adere à Restauração (não a das tascas e cheff’s agora na moda... em que o termo quase se esgota, mas a do 1.º de Dezembro de 1640) e é logo incumbido de enquadrar uma expedição para apoio à luta em Por-tugal. As forças foram transportadas, da Holanda e de Inglaterra, numa esquadra de 24 navios que chegaram a Lisboa em Outubro de 1641 e cujo comando possibi-litou o cargo de capitão general a D. Fran-cisco Manuel de Mello.

Cai, ao que parece mais uma vez, em desgraça por uma “questão de saias” por disputa de uma dama titular com o rei D. João IV, o que lhe valeu o exílio no Bra-sil e a prisão em vários fortes de Lisboa

Fuzileiro do séc. XXI.

inclusive no da Torre Velha, cujas ruínas ainda são visíveis nas imediações do Porto Brandão.

Este currículo (rebatido por alguns autores por alegadamente fantasioso, assim como parte da sua obra), ainda que ao serviço de Filipe III (IV de Espanha), mormente duran-

te o consulado do Conde Duque de Olivares – a quem dedicou o Política Militar (por honraria ou fidelidade...), atesta a sua acti-vidade militar predominante no meio anfíbio inclusive como in-fante da marinha.

Por outro lado, há que ter em conta que naquele tempo «ainda não existia a separação rígida que depois se verificou, entre os ramos do Exército e da Marinha».

Ainda que se não tenham identi-ficado registos explícitos quanto à ligação de D. Francisco Manuel de Mello ao Terço da Armada da

Coroa de Portugal, afigura-se de algum modo, dadas as referências da sua inte-gração como infante e soldado nos navios espanhóis e portugueses ao serviço das forças da “União de Armas”, haver simul-taneidade de presenças em períodos e conflitos onde o Terço esteve envolvido. Recorde-se que o Terço da Armada foi ac-tivado em 1621, ano do início do reinado de Filipe III (Filipe IV de Espanha).

Estas circunstâncias fundamentam o in-teresse do “Política Militar em avisos de generais”, pelas referências ao combate naval e anfíbio, como leitura recomendada tanto para os fuzileiros mais antigos mas e principalmente, para os actuais e os do futuro.

Eis até porque, e ainda, segundo D. Fran-cisco Manuel de Mello «o mais honesto fim da história, não é somente deleitar com a relação dos sucessos8 mas fazer deles lição para os vindouros, donde se funda sua maior utilidade».

Jorge Oliveira MonteiroSóc. Orig. n.º 2519

CMG FZE Res

8 No sentido do sucedido ou do que aconte-ceu.

UMA ASSOCIAÇÃO VIVA E PARTICIPADAEstimados sócios,Como já vem sendo prática na nossa Asssociação, as Reuniões da Direcção são abertas aos sócios sendo, para o efeito, amplamente publicitadas.A Direcção agradece todos os contributos que, de viva voz ou por qualquer outra via, os sócios nos queiram fazer chegar.Os interessados devem, sempre que possível, inscrever-se préviamente no secretariado.

A Direcção da AFZ

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almoçodenatal

23O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Mais uma vez se realizou o convivio de Natal da nossa Asso-ciação e, tal como no ano passado, teve lugar no Restau-rante “Quinta da Alegria” na Penalva.

Já começa a ser um hábito e, teremos de o dizer, um bom hábito porque a simpatia das pessoas que ali trabalham nos faz sentir em casa.

A capacidade do restaurante tem sido suficiente, o atendimento é bom, na nossa opinião.

Pontua a serviço dos aperitivos que, sendo muito variados e de excelente qualidade, são servidos ao ar livre mas em espaço co-berto que permite grande liberdade de circulação e um natural intercâmbio entre os participantes como se pretende num convi-vio desta natureza.

O serviço de almoço própriamente dito também decorreu de for-ma fluente e conforme acordado.

Cabe aqui um agradecimento à gestão do Restaurante pela forma como nos recebeu e a todos os sócios que, com as suas famílias, quiseram estar presentes neste Almoço de Natal desta nosa se-gunda família.

Um agradecimento às Direcções das Delegações da nossa Asso-ciação dispersas pelo país que, mais uma vez, fizeram um enor-me esforço para estarem presentes num sinal claro de união, camaradagem e amizade.

Nunca poderemos esquecer também os nossos sócios que, dese-jando estar presentes, o não puderam fazer por razões de saúde ou outras dificuldades que os impediram de cá estar. Esperamos tê-los cá no próximo ano.

Um agradecimento também aos distintos convidados, civis e mi-litares, que quiseram estar connosco neste dia. Permitimo-nos destacar a presença das entidades autárquicas do Barreiro, cida-de que acolhe tão bem a nossa sede há já 40 anos.

Na ocasião o Presidente da Associação, CMG José Ruivo, teve oportunidade de saudar todos o presentes e desejar-lhes um Bom Natal e um Feliz Ano Novo.

Dentre os sócios presentes, todos importantes, merece referência especial a presença do nosso sócio efectivo n.º 2455, Almirante

António Silva Ribeiro, CEMA, que, alguns minutos após ter rece-bido a comunicação do evento por mail, logo deu resposta afir-mativa e, apesar de adoentado, honrou-nos com a sua presença e amizade. Proporcionou-se assim ocasião para que um grupo de Fuzileiros, coautores do Livro “Fuzileiros - Força de Elite” de forma espontânea o presenteassem com um exemplar desta obra que o senhor Almirante agradeceu.

Almoço de Natal 2017

Quinta da Alegria, 9 de Dezembro de 2017

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almoçodenatal

24 O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Entretanto foi ouvido o toque se silên-cio onde por momentos lembramos os que já partiram para outros combates e finalmente foi entoado em uníssono o Hino da nossa Associação seguido do Grito do Fuzileiro.

Soltam-se os abraços de despedida e até para o ano.

Menção especial: Um agradecimento à equipa de missão que conduziu todo o processo da realização deste grande evento e a todas as pessoas que ajuda-ram e deram o seu contributo para que tudo corresse bem. Muito obrigado.

A Direcção

– Foi na Quinta da Alegria

Onde se realizou

O almoço de Natal!

Pois Dezembro já chegou!

– Foi a nove deste mês

Esse almoço, pois então;

E mais uma vez lá fui

Acompanhada do meu irmão!

– É um almoço bonito…

De amizade sem par…

É onde os velhos amigos

Todos se vão encontrar!

– Há sempre muita alegria

E festejos de amizade

Onde todos os amigos

Matam a sua saudade!Alm

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– Muitos estão há um anoInteirinho sem falar…Quando chega a esta alturaSó têm que festejar!

– E depois de todos juntosE de muito se abraçarChega então a hora HE lá foi tudo almoçar!

– Mas antes de almoçarmosCumpriu-se uma tradição:- Um minuto de silêncioPor aqueles que lá estão!

– Combatemos todos juntosNas terras de Além-Mar…E alguns ao nosso ladoNós fomos vendo “tombar”!

– Família de Fuzileiros…Família que não esquece…E que nesse minutinhoEleva a Deus uma prece!

– Almoçou-se muito bemE conviveu-se a valer;Mas passou muito de pressa…O tempo passa a correr!

– Quero desejar a todosBoas-festas de Natal!Ano Novo bem felizIsento de todo o mal!

– Um obrigado sinceroA quem tudo isto fez;Para o ano, se Deus quiser,Cá estaremos outra vez!

poesia

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contos&narrativas

O Comboio de Bissum

As LDM repousavam há já dois dias nas paragens da Passa-gem de S. Vicente. Era aqui que morria o Comboio a Farim.

De dia a juzante da dita, fundeadas, braço dado, e à noite a montante, abrigadas na sombra acolhedora do Tarrafo que bor-dejava a bolanha do ouro lado, um nadita acima do ponto em que nascia a estrada que ligava a Ingoré, ao tempo desactivada.

Nesse interim, e enquanto os batelões iam chegando ao ritmo rançoso dos seus barulhentos motores, que os anunciavam a mi-lhas, a marujada, sem excepção, o que quer dizer que o comando também bastas vezes se associava, passava o dia entretido em brincadeiras que a água suscitava, os mergulhos, mas também a preparação das refeições, o correio para a família e as amadas que ajudavam a preencher o santo dia.

A noite, essa era acordada, de quando em quando, pela voz em surdina das rendições das sentinelas, os gritos da passarada nocturnal e as palmadas disparadas na direcção da insuportável mosquitada que nos rondava ao som insistente dos seus apelos “precisas de mim, precisas de mim…”.

Reunida toda a esquadra havia que sacar do ORDMOVE e dar--lhe seguimento: passar a carga, batelão a batelão, para as LDM, manobra acompanhada pelo Cabo do exército responsável, e uma vez carregadas zarpar pelo estreito e sinuoso ARMADA, tão sinuo-so que as LDM não se protegiam uma à outra na maior parte dos ESSES do rio, tudo a postos para o que desse e viésse, o Patrão ao leme, um artilheiro na peça e o outro numa das MG42, um fogueiro atento ao roncar dos notores e o outro na MG42 do outro bordo, o telegrafista sentado à frente do rádio, ao lado do Patrão, no tejadilho da cabine de pilotagem o Basookeiro e o ajudante com a arma respectiva, a Basooka, todos cientes de que a aten-ção era a regra mestra até à rampa de abicagem na perpendicular ao aquartelamento do exército, ali mãos dadas com a Tabanca. O Exército assegurava, nas imediações, por terra, a segurança do Comboio.

Na preparação para a abicagem o Calado, que por sinal nem fa-lava muito, o que condizia com o apelido, questionou o Tenente com um respeitoso “Sr. Tenente, como quer que abique?”, que deixou o oficial um pouco desconcertado, a coçar a cabeça e a cogitar no “como quer que abique?”, reagindo instantes depois com um “ó homem, disso sabe você, faça o melhor que souber, que se alguma coisa correr menos bem cá estaremos para as-sumir”.

Realmente, aquilo foi como quem diz, ”limpar o cu a um menino”. Mas as coisas ainda não estavam sossegadas, porque logo que

a LDM se calou, um novo apelo veio do Patrão: “Sr. Tenente, sabe, o Popeye”, – era a alcunha do outro Patrão, que fazia jus na sua imponente figura, espadaúdo, barba a condizer, cachimbo à maneira, cópia quase perfeita da entusiasmante figura da Banda Desenhada, ao epíteto com que o mimosearam –, “é novo nestas andanças, vem pela primeira vez e ainda não domina bem estas correntes e marés, digamos assim, que as havia mesmo, pelo que agradeço, então, que seja o senhor a indicar-lhe que abique a juzante da nossa Lancha, bem ditas a coisas «do lado de baixo», que não terá dificuldades na manobra”.

Silenciosamente o Tenente deslocou-se à ré e com uma sinalética simples e adequada às circunstâncias, usando mais o braço e a mão em vez da voz, que se perderia no meio do ronronar dos motores, indicou ao Popeye onde abicar, que fez saber que tinha entendido com uma espaçada abanadela de cabeça, com um sim três vezes acima e abaixo, perceptível pelas descontinuadas fu-migações das cachimbadas.

Concluída a manobra sem incidentes o Tenente veio sentar-se na mesa situada entre a Cabine de Pilotagem e a Peça, atento às tarefas de descarga da carga das LDM, na companhia do Patrão.

Permaneceram uns instantes calados até que o Calado, nova-mente, resolveu falar:

– Sr. Tenente, desculpe ter perguntado, há bocado, como queria que abicasse…

– Ó Calado, fiquei surprendido, sim, aqueles instantes, mas é que não sabia mesmo o que devia de mandar fazer. Por isso, olhe, foi assim, saiu aquele “faça o melhor que souber”…

– Sabe, Sr. Tenente, já tem havido camaradas seus que se põem a dizer-nos como devemos de fazer, e às vezes andamos para aqui a rapar até acertar, e é porque acertamos nós… Mais uma vez, desculpe…

E voltou o silêncio, com o Tenente atento ao movimento humano, novidade para ele, dos homens da população de Bissum, num vai e vem entre as lanchas e as viaturas do aquartelamento, trans-bordando a carga que as LDM prestimosamente tinham levado.

Concluída a operação, máquinas a funcionar, duas businadelas de despedida, gratos os militares pelos mantimentos, ala que se faz tarde, que havia que aproveitar ao máximo a força da corren-te para mais depressa dizer adeus ao Armada. Que, diga-se de passagem, tinha o seu encanto, o tarrafo que bordejava a água calcinado de combates anteriores, lá ao fundo, nas clareiras, a orla verdejante da mata, um crocodilo que, incomodado no seu

Elísio Carmona

Nota introdutória:

Com este texto deixo, nas páginas do Desembarque, a minha homenagem aos homens das LDM na pessoa do CALADO, um Patrão de Mão Cheia, sem que pretenda esquecer os outros Pa-trões e restantes marinheiros, Fogueiros, Artilheiros e Telegra-fistas que me ensinaram nos primeiros Comboios e em todos os restantes, os segredos, e havia segredos, da navegação nos rios da Guiné.

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contos&narrativas

26 O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

solário, se levanta no seu vagar para mergulhar no seu ambiente, curva e contra-curva num não despegar até ao abraço ao Cacheu.

E novamente S. Vicente, um abrandar de todas as tensões, e um urraaa! de missão cumprida.

Desceram os fuzileiros e a basooka do tejadilho da Cabine, aban-donadas as MG42 dos bordos a vante, a Oerlikon em posição de descanso apontando a um inimigo imaginário no alto dos céus, o rádio sossegado nos bip bip bip, máquinas a todo o “vapor”, era assim que se dizia, que o único com trabalho garantido era mesmo o Patrão.

Todos, tripulação e escoltas já só viam e sonhavam com Bissau, ainda tão longe.

Todos,… bem,… todos menos o Patrão por força das suas fun-ções e o Tenente. Como? Pois, é que por alturas de Jolméte o bom do Calado resolveu falar para desinquietar outra vez o Oficial:

– Sr. Tenente, desculpe, pode chegar aqui à Cabine?

O Tenente deixou os restantes navegantes e aproximou-se da ja-nela de pilotagem

– Não, Senhor Tenente, é aqui, aqui mesmo junto a mim…

Com um ar circunspecto, bem visível nas rugas da testa, lá foi o bom do Tenente com ar de quem pergunta “mas o que é que vem aí agora?”.

Então foi assim:

– Senhor Tenente, o Senhor pôs-me à vontade em Bissum. Uns melhor e outros pior, na verdade quem sabe destas manobras somos nós. Maaass,… suspensão para encher o peito – sabe, nunca se sabe, mas pode acontecer um dia ter o Senhor de dizer

mesmo como se faz, por virem todos, como o Popeye, pela pri-meira vez. E poderá um dia, oxalá nunca aconteça, ter de ser o senhor a deitar mão ao leme…

O Tenente escutava, longe de imaginar o que estava para chegar

– Está a ver aquela mancha meio arenosa no meio do tarrafo? Ora agarre aqui no volante, – o leme, claro – eu vou aqui, não tenha medo, e experimente abicar lá. Vamos fazê-lo com a ajuda das máquinas, que se controlam, como sabe, com estes dois manípu-los. Vá, afrouxe, vamos devagar, a corrente ainda está a descer, deixe descair a Lancha um pouco abaixo do ponto, isso, assim, vá, dê um pouco de máquina de bombordo, a da esquerda, isso…

E o Tenente abicou, com ajuda, mas abicou. Repetiram a ma-nobra, perante o espanto dos tripulantes da outra Lancha, a do Popeye, que reduziu a velocidade intrigado com a agitação.

– Está a ver, nem é difícil…

O Tenente não dizia nada, e ainda não tinha acordado bem da lição quando de rajada vem novo ataque

– Então e imaginemos que é atacado e tem de manobrar rapida-mente, sair da linha de fogo e tem de fazer um pião? Ora deixe--me mostrar como é…

E mostrou.

– Viu? Então agora faça lá o Senhor…

Marinheiro E*

*O Marinheiro “E”, de todos já conhecido, é o Sócio Originário n.º 1542, Oficial FZ RN que

integrou os efectivos da CF 11 e que cumpriu uma comissão de serviço na Guiné nos anos

1971/1972.

Bissum - Tabanca

Bissum – Transporte de tropas em LDM no rio Cacheu

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Curso do rio Cacheu entre a foz e o rio Armada (a laranja) com a localização de Bissum

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contos&narrativas

O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Afinal eu também fora reconduzidoPensamento atrevido e inesperado

Morreu. Levava já oitenta e um anos, razoavelmente bem vividos. Nas-ceu, viveu e morreu na sua terra

natal a cerca de duzentos quilómetros de Lisboa, lá para os lados de Castelo Branco.

Proprietário, comerciante conhecido e bem-apessoado. Uma família abastada que sempre soube resguardar as amiza-des num meio rural nem sempre fácil de viver de forma harmoniosa.

Quando recebemos a notícia, há já algum tempo anunciada pela doença que dele se apoderara, decidimos, eu e a minha mulher, com quem ainda tínhamos laços familiares, ir prestar-lhe uma última ho-menagem que só poderíamos concretizar no dia do seu enterro.

Assim saímos de Lisboa, de madrugada, e lá fomos até à Capela onde repousavam os seus restos mortais. Chegámos às sete e trinta duma manhã clara, sem chuva e fria. A cerimónia religiosa cumpriu-se como estava prevista às dez horas. O cor-tejo fúnebre fez-se a pé, até ao cemitério local, seguindo a carreta ladeada, a duas colunas, pelos familiares, amigos e gente local que desejaram igualmente prestar uma última homenagem de respeito.

Uma vez chegados, já no interior do ce-mitério, depois de cumpridos os precei-tos, o corpo desceu à terra, retirando-se agora os acompanhantes de forma mais ou menos desordenada, num à-vontade bem diferente de quando acompanhavam o corpo à última morada.

Durante aquela manhã fui revivendo e re-cordando situações que já vivera.

Reparei na manifesta religiosidade daque-la gente, a maioria com forte ligação ao campo, bem como no acompanhamento da celebração religiosa, mantendo uma respeitosa postura.

Antes das dez já a pequena sala da Ca-pela estava cheia de pessoas da geração do defunto e vestidas de forma mais ou menos uniforme fazendo-me lembrar mais um encontro de “Filhos da Escola”, tal a forma como interagiam uns com os outros. E foi como que mergulhado nes-te espírito que acompanhei aquele nosso amigo à sua ultima morada.

Recordei um episódio passado comigo e um “fragata” natural de Viana do Caste-lo, já há muito falecido, filho de pescador,

que com oito anos veio para a Fragata D. Fernando e de lá seguiu para a Marinha de Guerra que serviu com disciplina e mui-to orgulho. Brincalhão e bem-disposto, de sua graça Pedro Chavarria. Chegou a Pri-meiro Tenente do Serviço Geral, Classe de Artilharia. Certo dia quando já de regresso, eu e o Chavarria, duma cerimónia fúnebre, caminhávamos conversando lado a lado quando fiz reparo pela forma mais livre como o Chavarria se manifestava. Paran-do e olhando-me de frente, com respeito, esboçando um sorriso atrevido disse-me “Oh senhor comandante, estou feliz, fui de novo reconduzido!”

Hoje foi com saudade que recordei esse meu bom amigo e camarada Chavarria e, igualmente, algumas das histórias que contava e a todos encantava pela alegria de vida que emprestava a tudo o que dizia.

Era a ida a Timor no Afonso de Albuquer-que quando da invasão dos japoneses em 1942. Mais tarde a viagem que fez, ainda cabo artilheiro, com a Amália Rodrigues embarcada no seu navio. As peripécias em torno da Esquadra da Policia, do Matadou-ro, ao Saldanha, e as cenas de “pancada de manta”, a bordo, quando algum saía dos eixos. Enfim era uma alegria a sua presença e companhia. Terminadas as cerimónias e depois das, sempre tristes, despedidas junto dos familiares e amigos retornámos para Lisboa.

Já de regresso, vínhamos comentando aquela manhã triste. Lembrei-me então do Chavarria e esbocei um sorriso; Afinal eu também fora “reconduzido”!

CMG Oliveira CostaSoc. Efect. n.º 2423

José Manuel Oliveira Costa

Estrada das Palmeiras, 55 | Queluz de Baixo 1004 | 2734-504 Barcarena | Portugal | T.(+351) 214 349 700 | F. (+351) 214 349 754 | www.mjm.pt

Um mundo de soluções para o seu lar...

NRP Afonso de Albuquerque

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cadetes do mar

28 O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Na Escola de Fuzileiros, a manhã foi dedicada ao tema Lide-rança, desenvolvendo Tarefas Práticas de Liderança apro-veitando o parque de Liderança do Departamento de Forma-

ção de Comportamento Organizacional (DFCO) da EFZ.

Cada um dos Cadetes teve a oportunidade de liderar os restantes na execução de uma tarefa, em que alguns dos pontos avaliados foram: Planeamento, Briefing, Alinhamentos entre a sua ideia e a dos restantes elementos do grupo, Coordenação, Suporte ao Grupo, Motivação, dentre outros.

Da parte da tarde, contamos com a colaboração do Sr. Coman-dante Rocha e Abreu na visita ao museu e também na partilha de alguns dos seus conhecimentos de alguma forma ligados à nossa História.

Foi o primeiro dia de contacto em am-biente de formação da nova equipa de formadores da Unidade de Cadetes do

Mar Fuzileiros com os Cadetes, na Escola de Fuzileiros.

A 1.ª actividade Iniciou-se com o levan-tamento de uniformes da parte dos for-mandos a que se seguiu a avaliação da sua condição física em que efetuaram as seguintes provas: corrida de 2400 metros, elevações na barra, execução do máximo

de abdominais em 60 segundos e 25 me-tros de natação em técnica ventral.

Da parte da tarde avaliou-se a retenção de movimentos de Ordem Unida dos dois Ca-detes mais antigos e fez-se o enquadra-mento aos Cadetes mais modernos.

Fechamos o dia em sala de aula para dar oportunidade aos Cadetes de se apresen-tarem uns aos outros e também para os ficarmos a conhecer e alinharmos as ex-pectativas futuras.

Unidade do Corpo de Cadetes do Mar Fuzileiros

1.ª Actividade14 de Outubro de 2017

2.ª Actividade11 de Novembro de 2017

Comentário Geral de Caracterização do Grupo:

Do ano anterior “herdamos” apenas 2 Ca-detes, o Cadete Trancoso e o Cadete Afonso e é evidente nestes dois elementos o bom trabalho desenvolvido pela antiga direção da Unidade. Estamos a falar de dois jovens com um sentido de Cultura Naval e de compro-metimento para com a causa muito fortes. Juntaram-se ao Grupo mais dois Cadetes, o Cadete Sousa e o Cadete Bruno Jancão, dois jovens com muito boa vontade e que nos deixam com boas expectativas em relação ao que deles poderemos esperar.

Nuno Ribeiro PachecoCmdt Unidade Cadetes do Mar FZ

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notícias

29O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Decorreu no passado dia 20 de dezem-bro de 2017, na Escola de Fuzileiros, a cerimónia de Juramento de Ban-

deira dos Cursos de Formação Básica de Oficiais Fuzileiros (1.ª Edição 2017) e For-mação Básica de Praças (2.ª Edição 2017).

As Forças em parada com o Estandarte Na-cional integrado foram comandadas pelo Capitão-de-fragata do Serviço Especial Fuzileiro Rodrigues Palma, Comandante do Batalhão de Instrução e Diretor Técnico--Pedagógico e (CO BI e DTP) e constituí-das pelos seguintes elementos: Guião e três Companhias do Batalhão de Instrução, compostas pelos formandos do Curso de Formação Básica de Oficiais Fuzileiros, do Curso de Formação de Sargentos Fu-zileiros e do Curso de Formação Básica de Praças; Banda da Armada; e um Pelotão da Brigada Real de Marinha, numa evocação e homenagem às origens do legado do Corpo de Fuzileiros. A cerimónia foi presidida por S. Ex.ª o Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional, Almirante António da Silva Ribeiro, tendo decorrido com particular brilho e dimensão, contan-do ainda com uma adesão significativa das famílias dos formandos, a quem a Esco-la de Fuzileiros endereça o seu profundo agradecimento.

A cerimónia de Juramento de Bandeira, na qual os alunos assumiram perante o Estan-darte Nacional, como portugueses e como militares, defender a sua Pátria, mesmo com o sacrifício da própria vida, foi o cul-minar de um período de cinco semanas de formação com o objetivo principal de os habilitar com a instrução militar básica. A solenidade do ato foi reforçada pela exor-tação do CO BI que se congratulou com o sucesso alcançado pelos alunos, relevando

os conhecimentos e os valores que lhes fo-ram transmitidos pelos seus instrutores, e o significado da opção de terem escolhido, servir Portugal nas Forças Armadas e na Marinha.

Dos 18 candidatos iniciais à frequência do Curso de Formação Básica de Oficiais Fu-zileiros (1.ª Edição de 2017), terminaram com sucesso 5 cadetes. Por seu turno, no Curso de Formação Básica de Praças (2.ª Edição de 2017), apresentaram-se na Escola de Fuzileiros 147 candidatos dos quais apenas 74 formandos concluíram a formação com sucesso.

Durante o curso foram ministradas di-versas temáticas, nas vertentes teóricas e práticas, que abrangeram as áreas de Organização e Regulamentos, Socorrismo, Infantaria, Comunicações Internas, Arma-mento e Tiro e Educação Física.

Foram ainda efetuadas diversas palestras sobre formação cívica, o consumo de dro-gas, álcool e tabaco.

De referir ainda que no final desta forma-ção básica, todos os formandos ficaram

habilitados com o Curso Básico de Socor-rismo.

Atentos às mudanças conjunturais da so-ciedade civil, e decorrente de um proces-so interno de análise de oportunidades de melhoria, teve lugar em 18 de novembro de 2017, o “Dia da Família”.

Este dia teve como enfoque os familiares e amigos dos formandos, numa perspeti-va de divulgação da instituição militar e da Escola de Fuzileiros, aproximando a insti-tuição militar dos familiares, apresentando os objetivos e as condições habitacionais, de lazer e didáticas oferecidas pela Escola. Ou seja, pretendeu-se estabelecer a pon-te entre as dimensões familiar e militar, contribuindo de forma proactiva para a in-formação e assim potenciar a construção formativa de cada aluno.

Findo este período, todos os alunos com aproveitamento transitaram para os respe-tivos cursos de formação da classe a que pertencem, divididos entre a Escola de Fu-zileiros e a Escola de Tecnologias Navais.

Juramento de Bandeira Cursos de

Formação Básica de Oficiais Fuzileiros (1.ª Edição 2017) e deFormação Básica de Praças (2.ª Edição 2017)

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30 O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Estimados Consócios, Originários e Efectivos:

No primeiro trimestre de 2018 termina o mandato dos actuais órgãos sociais da nossa Associação e, como já foi oportuna-

mente comunicado, a Assembleia Geral Eleitoral realizar-se-á na Sede da Associação Nacional, na rua Miguel Pais, n.º 25, Barreiro, pelas 15 horas do dia 24 de Março de 2018.

De acordo com o Regulamento Eleitoral, os Cadernos Eleitorais serão afixados até ao dia 01 de Março de 2018. Esses cadernos constituirão a lista de todos os associados aptos a exercerem o seu direito de voto, o que implica quotas devidamente actualiza-das.

Faz-se assim notar a necessidade de todos os associados veri-ficarem a conformidade das suas quotizações até ao dia 22 de Fevereiro, conforme prescreve o Regulamento Eleitoral.

Sendo muito desejável que o processo eleitoral seja muito par-ticipado, pede-se a todos os associados que prestem a devida atenção a esta obrigação estatutária.

Esperando a sua colaboração para um concorrido acto eleitoral,

O Secretário da DirecçãoJosé Mário Q. GonçalvesSóc. Orig. n.º 1932

No passado dia 27 de Outubro teve lugar no salão polivalen-te da Associação de Fuzileiros a cerimónia de entrega dos diplomas de sócio honorário a duas ilustres personalidades

que se distinguiram por actos excepcionalmente meritórios e re-levantes para a Associação de Fuzileiros.

Apesar de os títulos, cujos diplomas foram agora entregues, te-rem sido aprovados pela Assembleia Geral realizada a 25 de Mar-ço de 2017, só agora foi possível juntar ambas as personalidades para que a cerimónia se pudesse realizar em conjunto.

Assim, na presença dos órgãos sociais da Associação e actuais sócios honorários e de mérito, foram entregues pelo Presidente

da Direcção os diplomas de sócio honorário ao Almirante Luis Manuel Fourneaux Macieira Fragoso e ao Doutor Ricardo Rodri-gues Morais, personalidades bem conhecidas dos sócios da AFZ e que dispensam apresentação.

A cerimónia decorreu em ambiente de grande familiaridade e, após os discursos da praxe, foi servido um pequeno beberete.

A Direcção

Assembleia Geral Associação de Fuzileiros

A Associação de Fuzileirostem mais dois Sócios Honorários

ASSOCIAÇÃO DE FUZILEIROSFundada em 29 de Março de 1977

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31O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

A propósito da cerimónia que noticiamos apraz-nos registar um texto do Doutor Rodrigues Morais, um dos homenageados, que diz bem do espírito de humor deste homem que tanto tem feito pela nossa Associação e pela Marinha em geral.

Mas ... nem sempre a antiguidade é um posto!No dia 27 de Outubro do corrente ano, fui agraciado no salão polivalente da Associação de Fuzileiros com o diploma de Sócio--Honorário desta importante Instituição, entregue pelo seu Presidente da Direcção, Capitão-de-mar-e-guerra José António Ruivo.

Segundo o texto do diploma esta atribuição deve-se ao facto de cumprir o que se observa disposto no ponto 1.3 do artigo quinto dos Estatutos da AFZ: “...por actos excepcionalmente meritórios tenham prestado serviços considerados muito relevantes à Associação de Fuzileiros...”.

Cumpre-me agradecer a iniciativa da proposta feita por um grupo de sócios à Direcção da Associação, proposta que foi aprovada por unanimidade em Assembleia-Geral realizada a 25 de Março de 2017.

A cerimónia de entrega do diploma realizou-se na presença de todos os órgãos sociais da AFZ de sócios mais antigos, tendo tam-bém sido agraciado nesta mesma cerimónia com o diploma de Sócio-Honorário o Almirante Macieira Fragoso (ex-CEMA).

Mais uma vez agradeço a todos os intervenientes no processo e aos presentes na cerimónia. Sinto-me muito honrado e sensibili-zado com a vossa amizade e verdadeira camaradagem! Encaro esta distinção como um reconhecimento.

Permitam-me terminar gracejando um pouco: conforme verbalizei no momento do discurso, esta cerimónia revestiu-se da curiosa situação de, por eu já ser Sócio-Aderente da AFZ, ser consequentemente mais antigo como sócio do que o estimado amigo Al-mirante Macieira Fragoso que passou a ser sócio naquele mesmo dia. Ora, utilizando a gíria naval, passou a ser um sócio “mais marreta”, coisa que não acontece todos os dias. No entanto como Oficial General não deixou de formar à minha direita... , ou seja:

Nem sempre a antiguidade é um posto.

Rodrigues MoraisSócio Honorário da AFZ

“No dia de S. Martinho vai à Adega e Prova o Vinho” e foi na linha deste afo-rismo tão popular que a Associação de Fuzileiros entendeu ser uma boa data para promover mais uma Grande Noite de Fados, sempre do agrado de muitos

associados e não só.

A ementa do jantar que antecedeu os fados esteve a condizer e não faltou o bom bacalhau, lascado ou espiritual, e as castanhas regadas com água-pé.

Grande Noite de Fados de S. Martinho11 de Novembro de 2017

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Decorreu no passado sábado, dia 27 de janeiro de 2018, o almoço/conví-vio, comemorativo do 4.º aniversário

da Rádio Filhos da Escola, que decorreu no Restaurante “O Cristino”, na Amora.

O convivio, muito bem organizado pelos elementos do staff da RFE, que residem na Amora, ou nas proximidades, concre-tamente pelo António Santos, pelo Afonso Brandão, pelo José Manuel Parreira, e pelo Artur Manuel Gomes, foi satisfato-riamente participado (cerca de 50 par-ticipantes), e decorreu em ambiente de muita camaradagem, amizade, apego e dedicação à Rádio Filhos da Escola, não faltando as muitas referências elogiosas, por parte dos participantes, ao longo de todo o convívio, que teve o seu inicio por volta das 12 horas e, término cerca das 18 horas.

O serviço prestado pelo Restaurante “O Cristino” foi ótimo, com o repasto à base de grelhados variados, acompanhado com vinhos, branco e tinto de qualidade, e ainda pela simpatia e disponibilida-de de todo o Staff do restaurante.

Após o repasto, houve lugar a várias intervenções, onde foram lembrados e lidas mensagens de quem não pôde estar presente, o Manuel Cardoso de Águeda (fundador da Rfe), o Ilídio Maia Fer-nandes de Frankfurt e, o Jorge Mendes de Bruxelas.

Lida tambem uma mensagem/ poema do Euclides Cavaco que, a partir do Canadá, não quis deixar de se associar ao evento.A parte recreativa e musical, veio a seguir, com a participação de Cesarina Brandão (lindissimos poemas), fados, estorias e anedo-tas, pelo José Manuel Parreira (que também fez a apresentação),

pelo Artur Gomes, pelo António Serrão e pelo fadista principal Nelson Abreu, acompanhados pelo guitarrista Alberto Raio e pelo viola João Marcelino que de modo gracioso e gratuito, abrilhan-taram a nossa festa.O nosso encarecido obrigado a todos os que tornaram isto pos-sivel e abrilhantaram este maravilhoso sábado de puro convivio.Depois de se ter partido o bolo comemorativo (oferecido pela Ma-nuela Parreira), e de o termos acompanhado com magnifico es-pumante (oferecido pelo camarada Faustino), cada um regressou aos seus destinos, com ar feliz, apelando a que no proximo ano pudesse ser repetida a dose que tão agradável foi este ano.Obrigado a todos e até 2019

Luís LopesLocutor, coordenador de programas e conteúdos

O chouriço assado e o caldo verde completaram o “menu” e até vieram a calhar que a noite foi longa e o esforço tinha sido muito.

Sobre o espectáculo foi, como o nome indica, um espectáculo! As fadistas e os fadistas, uns mais experimentados e outros a iniciar carreira, estiveram em excelente nível sempre apoiados nos ins-trumentistas que dedilharam as cordas com mestria.

O apresentador, que não precisa de apresentações, foi o nosso amigo e grande artista da rádio e TV, José Parreira que durante várias horas apresentou, cantou, comoveu e comoveu-se... Não lhe escapa o mínimo pormenor.

Parabéns à equipa organizadora que contou com a nova apare-lhagem de som recentemente adquirida, ao José Parreira pela forma como conduziu o espectáculo e aos artistas que certamen-te também saborearam este momento em ambiente de grande respeito e carinho por eles.

Uma palavra para o Restaurante da Associação, pelo esforço para que tudo tenha corrido bem também neste aspecto, não menos importante.

Um obrigado a todos que quiseram partilhar este S. Martinho con-nosco.

A Direcção

4.º Aniversário daRádio “Filhos Da Escola”

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delegações

O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Realizou-se no passado dia 18 Novembro 2017 a 6.ª Noite de Fados em Quelfes que contou com a presença de 155 pes-soas numa noite que começou pelos grandes reencontros

entre camaradas e amigos de há muito tempo “navegando por outras marés”.

Tivemos o prazer de contar com as presenças da Vice-Presidente da Câmara Municipal de Olhão, Gracinda Rendeiro, acompanhada por mais 2 vereadores; Elsa Parreira e António Camacho. A Jun-ta de Freguesia de Quelfes também se fez representar pelo seu Presidente Miguel Dimas e membros do executivo, Paulo Capela e Bruno Alves. Tivemos ainda o orgulho de contar com a presença do Capitão do Porto de Olhão CFR Nunes Ferreira, do Presidente do Clube Escola-Amizade, João Ferreira e do Presidente do Clube de rádio “Filhos da Escola” Luis Lopes.

Quanto aos artistas, enquadrados pelo nosso querido amigo e enorme talento José Manuel Parreira, tivemos na Guitarra - Jorge Franco, na Viola - António Correia e nas Vozes Teresa Viola, Isaura Silva, Chico Godinho, José Costa e mais duas presenças inopinadas que abrilhantaram uma noite para recordar.

Entre histórias e memórias, melodias de Fados e o caldo verde, o momento alto da noite foi a interpretação do Hino da Associação de Fuzileiros pela voz da Teresa Viola que pode ser visto e revisto na página do Facebook da DFZA ou do nosso amigo Mário Manso.

Delegação do Algarve

6.ª Noite de Fados em Quelfes

Esta prova de vela decorreu nos dias 09 e 10 de Dezembro 2017, para apu-ramento regional do Sul e Campeona-

to do Algarve .

Foi disputada em várias classes, em Por-timão, na zona do Clube Naval e contou, a pedido da organização, com a presen-ça da 4 elementos da DFZA no controlo e coordenação dos meios utilizados junto à rampa de acesso.

2.ª Prova de Regata de Vela

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delegações

34 O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Decorreu no passado dia 11 de Dezembro 2017 mais um dia da Cidade de Portimão que contou com a presença de 5 elementos da DFZA que participaram, junto das Entidades

locais, na cerimónia do Hastear da Bandeira e privaram poste-riormente com a presidência da Câmara Municipal de Portimão, liderada por Isilda Gomes que agradeceu a nossa presença.

Realizou-se o tradicional Jantar de Natal da DFZA, no pas-sado dia 16 Dezembro 2017, no restaurante da Fatacil em Lagoa. O convívio contou com cerca de 80 participantes e

realizou-se num ambiente muito descontraído e familiar, aprovei-tando todas as oportunidades para conviver e recordar os bons momentos de 2017. Terminou com a entrega de algumas prendas às crianças presentes na sala.

No passado dia 13 Janeiro 2018, realizou-se no Clube Naval de Porti-mão a Assembleia Eleitoral da DFZA

presidida pelo Camarada Mário Martins e que contou com a presença de cerca de 30 elementos.

Foi eleita a lista única que se propôs para mais 2 anos de mandato

A DFZA esteve presente nas comemorações do 30.º Aniversário da Cidade de Loulé, no passado dia 01 Fevereiro 2018, a convite do Presidente da Câmara Municipal de Loulé.

Os 6 elementos da DFZA participaram na cermónia do haster da bandeira e privaram com as Entidades presentes.

No passado dia 04 de Janeiro 2018, realizou-se uma singela cerimónia para efectivar a assinatura de um

protocolo de cooperação entre a Câmara Municipal de Loulé, representada pelo seu Presidente Dr. Vitor Aleixo, e a Associação de Fuzileiros, representada pelo Presiden-te da Delegação de Fuzileiros do Algarve, Paulo Domingues.

O protocolo visa essencialmente a cedên-cia à Associação de Fuzileiros de um es-paço em Quarteira para a abertura de um Polo da Sede e a colaboração em eventos futuros.

A inauguração do espaço está prevista para a primeira semana de Abril 2018.

Dia da Cidade de Portimão Hastear da Bandeira

Jantar-Convívio de Natal

Eleições na DFZAComemorações do 30.º Aniversário da

Cidade de Loulé

Assinatura de Protocolo com a Câmara Municipal de Loulé

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delegações

O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

No dia da inauguração do “Museu na Relva”, Concelho de Castro Daire, começou a congeminar-se a ideia da criação de uma Delegação da Associação de Fuzileiros na Beira Alta.

Neste evento, que foi também uma homenagem aos Fuzileiros, estiveram presentes o Sr. Vice Presidente da Associação de Fu-zileiros, Comandante Benjamim Correia e o Sr. Luís Castro, 2.º Tenente FZE. A ideia surge do facto de se tratar de uma região que muitos e bons militares tem dado à Marinha e especialmente aos Fuzileiros e da necessidade sentida de os congregar em torno da mística da “Boina Azul Ferrete” e do lema “Fuzileiro uma vez, Fuzileiro para sempre”.

Assim, após várias trocas de opiniões e avaliadas diversas al-ternativas, Viseu foi a cidade escolhida para acolher a sede da nova Delegação da Associação de Fuzileiros da Beira Alta (DFZBA) para que os associados tenham condições e mais motivos para se encontrarem, confraternizarem, falarem das suas façanhas e de tudo quanto diz respeito aos Fuzileiros e à Marinha, instituições às quais muito deram mas, também, que muito delas receberam para o seu engrandecimento em termos humanos e profissionais.

Estando reunidas as condições mínimas exigidas pela Direcção Nacional, um grupo de Fuzileiros, estando também presentes o Presidente e um dos Vice-Presidentes da Direcção Nacional, reu-niu um grupo de Fuzileiros em Viseu no dia 18 de Novembro de 2017. Nesse encontro e no uso da Palavra, o senhor Luís Castro disse ter sido convidado pelo grupo reunido para exercer o car-go de primeiro Presidente da Delegação convite que, com muita honra, aceitou. Já como Presidente em exercício, nomeou como Secretário o senhor Sr. Ilídio Magueja e como Tesoureiro o senhor Lino João Marques Pereira. Este núcleo será oportunamente com-plementado com a nomeação de outros elementos para os órgãos sociais da Delegação.

Entretanto foi enviada à Associação Nacional, a coberto de ofício, a acta n.º 1 que regista o acontecimento e dá corpo aos anseios

dos Fuzileiros da Beira Alta. A data de 18 de Novembro de 2017 passará portanto a ser a data da criação e consequentemente do “Aniversário” da nova Delegação.

Os objectivos da Delegação passam por realizar uma divulgação muito ampla e extensa para que todos os fuzileiros se possam sentir como se estivessem a viver na recruta, nos cursos, em comissões, no serviço do dia-a-dia. Fuzileiro uma vez... fuzileiro para sempre.

A Delegação da Beira Alta já realizou o seu 1.º almoço de Natal no dia 23 de Dezembro 2017 no Restaurante o Páteo com uma adesão bastante significativa. Este primeiro evento contou com a presença do Presidente da Associação de Fuzileiros Sr. Coman-dante José Ruivo, uma presença muito motivadora para esta re-cém criada Delegação.O plano de actividade está a ser elaborado a pensar nos Fuzilei-ros, mas também para engrandecer a Marinha de Guerra Portu-

guesa e a Região da Beira Alta.De acordo com o Estatuto da Associação Nacional de Fuzileiros, aceitam-se como associados os Fuzileiros, Sócios Originários, os militares de outras classes da Marinha, Sócios Efectivos, e os descendentes e fami-liares directos, em primeiro grau, dos sócios originários, Sócios Descendentes. Podem ainda ser Sócios Aderentes quaisquer pessoas físicas ou colectivas que, identificando-se com o espírito do fuzileiro e com os objectivos da AFZ, sejam propos-tas, por escrito fundamentado, por Sócio Originário e aprovadas por deliberação da Direcção, inscrita em acta.

Ilídio MaguejaSecretário da DFZBA

Sóc. Orig. n.º 2370

Delegação da Beira Alta

A DFZBA é já uma realidade

Entretanto, a imprensa regional deu grande destaque à notícia da recente criação da Delegação Da Associação de Fuzileiros da Beira Alta com sede em Viseu.Vários jornais, dentre estes o “Diário de Viseu”, o quinzenário “Via Rápida” e o “Notícias de Lamego”, fizeram eco da notícia.

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delegações

36 O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Decorreu no dia 2 de Dezembro de 2017 o 7.º Aniversário da Delegação da Associação de Fuzileiros do Douro Litoral. O ponto de encontro foi na sede, em Canelas, onde o café

bem quente começou por alegrar o dia.

Depois da conversa entre amigos o destino foi o cais de Gaia onde nos aguardava uma surpresa agradável; o passeio de Barco Ra-belo no mágico rio Douro.

Apesar da demora, pois as embarcações eram pequenas para os quase 170 convidados que nos brindaram com a sua presença e tiveram que ser divididas em duas “Companhias”, ... e lá nos fizemos ao rio.

O passeio foi extremamente agradável e o sorriso era bem paten-te nos rostos de todos.

Para complementar a surpresa, foi servido a bordo o tradicional vinho do Porto, um néctar que, com a alegria que reinava, fez esquecer o frio que se fazia sentir.

No dia 11 de Setembro, a convite do Núcleo da Liga de Combatentes de Felgueiras, a Delegação do Douro Lito-ral da nossa Associação fez-se representar com alguns

elementos nas comemorações do Aniversário deste importan-te Núcleo da Liga dos Combatentes.

Do programa das comemorações constou uma missa onde foram evocados os militares já falecidos.

Seguiu-se uma marcha até ao Monumento ao Combatente, onde decorreu a cerimónia militar, presidida pelo presidente da Câmara de Felgueiras.

Importante referir que os toques da ordenança, de Sentido, de Silêncio e de Alvorada, foram executados pelo nosso cama-rada FZ, Carvalho.

Foram entregues algumas condecorações a elementos deste núcleo e proferidas algumas palavras pelo presidente da Liga

Aniversário da Delegação de Fuzileiros do Douro Litoral

Delegação do Douro Litoral

Aniversário do Núcleo da Liga de Combatentes de Felgueiras

de Combatentes e pelo presidente da Câmara de Felgueiras que enal-teceu a coragem de todos os combatentes.

Seguiu-se o almoço em ambiente de sã camaradagem.

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delegações

O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Terminado o passeio fizemos uma caminhada agradável até ao restaurante “Herança Magna”, local onde decorreu o almoço. O Herança Magna é um local confortável e sempre acolhedor.

Durante o repasto houve animação para a grande moldura huma-na que decorou o local enquanto as iguarias iam avançando em ritmo condizente.

Já no final, depois dos dis-cursos da praxe e da entrega de ofertas aos convidados, o camarada Mário Manso brin-dou-nos com a leitura de uns versos da sua autoria.

De salientar a presença do camarada Freire, da Associa-

ção de Marinheiros de Cantanhede, que veio desejar-nos sorte na organização do 41.º Encontro Nacional de Marinheiros que irá realizar-se no dia 16 de Junho de 2018, na cidade de Gaia e cuja organização é da responsabilidade da DFZDL. Convidamos desde já todos os camaradas a estarem presentes.

Para terminar foi feito o corte do bolo e cantados os parabéns.

A Delegação de Fuzileiros do Douro Litoral agradece a presença de todos os que quiseram tornar especial este aniversário.

No dia 22 de Maio de 2017, a convite de camaradas, o presidente da DFZDL esteve presente nas comemorações do dia do paraquedista que se realizou na Base de Instrução de Tancos.

De referir que estes intercâmbios entre ramos e forças diferentes são salutares e devem acon-tecer mais assiduamente.

A convite da Revista de Marinha e do Sr. Almirante Alexan-dre da Fonseca, a Delegação da Associação de Fuzileiros do Douro Litoral esteve a bordo da embarcação “Serenity”.

A apresentação esteve a cargo do Sr. Almirante Conde Baguinho. A embarcação esteve atracada no cais de Gaia e teve como ce-nário de fundo, o Douro mágico e a ponte de D. Luís. Aqui foi feito o lançamento de uma obra considerada de extrema importância para quem tem a responsabilidade de comandar. Comandar é uma tarefa difícil, seja no mar ou em empresas, sendo que nestas últimas, as variantes não são tão complexas.

A cerimónia terminou com um porto de honra.

Comemoração do Dia do Paraquedista

Lançamento do Livro “Comandar no Mar”

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delegações

38 O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Como foi noticiado em número anterior de “O Desembarque”, no dia 10 de abril de 2017 realizou-se uma reunião na cida-de de Olivença entre a Associação BAT-Veteranos, o Ayunta-

miento de Higuera de Vargas e a Delegação de Juromenha-Elvas.

Nessa reunião ficou acordado que a DFZJE iria participar na “Ro-meria em honra da N.Sra. do Loreto” e respectiva procissão bem como na feira que se realizou durante as festas na localidade es-panhola de Higuera de Vargas

Assim, na festa que atingiu este ano a 33.ª edição e que se rea-lizou a 3 de Junho, elementos da DFZJE, enquadrados pelo seu Presidente Lícinio Morgado, estiveram presentes nos diversos eventos das festividades juntamente com as mais altas entida-des locais da “Junta da Extremadura”, da cidade franteiriça de Badajoz, do Comandante da Base Aérea de Talavera la Real e do Alcaide da localidade.

Participaram na celebração da Eucaristia em honra da Virgem do Loreto que, por coincidência, é também a padroeira de Ju-romenha, na procissão que se lhe seguiu e noutros eventos de interesse.

A DFZJE agradece o convite e continua a fomentar o intercâmbio transfronteiriço e a colaborar com estas actividades de índole re-ligiosa e cultural .

A Delegação da Associação de Fuzilei-ros de Juromenha/Elvas promoveu no dia 27 de Janeiro mais um evento

tradicional de carácter gastronómico.

Foi com uma Tradicional Matança do Por-co, que no caso foram dois, que recebe-ram um grande número de convidados onde se incluiam o Presidente da Direcção da AFZ , dois Vice-presidentes, grande nú-mero de sócios da Associação Nacional e das outras Delegações.

Juntaram-se ainda entidades autárquicas, ao mais alto nível, dos Concelhos onde a

Delegação se insere e muitos amigos. De realçar ainda a presença, sempre notada, do Núcleo de Motociclistas da Associação de Fuzileiros.

Sobre o evento o Presidente da Direcção referiu oportunamente: “... a todos os camaradas da Delegação de Juromenha/Elvas quero transmitir os meus parabéns pela organização do excelente convívio proporcionado no passado sábado muito elogiado pelos participantes. Trata-se já de um clássico e por isso vos incentivo a manter a tradição”.

Foi de facto um dia de excelente convívio e camaradagem. A “cachola”* estava divi-nal... os animais tinham bons fígados. Foi também um dia diferente na pacata vila de Juromenha.

Agradecemos a amabilidade, a gentileza e a atenção, para além dos petiscos, com que o pessoal da DFZJE nos brindou.

* Cachola - Esta sopa é típica do Alentejo onde era feita na altura da matança do porco com a fressura do porco (cora-ção, pulmão, fígado, baço, pulmão, etc.).

A Direcção da DFZJE

Delegação de Juromenha/Elvas

Festa das Flores de Higuera de Vargas

Tradicional Matança do Porco

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delegações

O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

O Grupo de Ações Táticas da Polícia Marítima participou na missão “TRI-TON 2017”, em Itália, sob coordena-

ção da agência europeia FRONTEX.

A partir do porto de Brindisi, no mar adri-ático, a equipa realizou 90 missões de patrulha e percorreu mais de 3900 milhas náuticas.

A participação da equipa portuguesa de-correu no período de junho a agosto de 2017.

Naquele espaço de tempo, a Polícia Marítima colaborou com a “Guardia di Finanza”, no desempenho de di-versas tarefas, destacando-se, como missão principal, a vigilância das fronteiras marítimas ita-lianas, e externas da UE, no controle da imigração ilegal e no combate ao crime organizado transfronteiriço, nomeadamen-te, a repressão da criminalidade no mar e do narcotráfico. A equipa portuguesa destacada em Brindisi era composta por

7 Agentes do Grupo de Ações Táticas da Polícia Marítima, contan-do ainda com um elemento destacado no Centro de Coordenação Internacional, em Roma, Itália, com as funções de oficial de liga-ção entre a equipa e a agência FRONTEX.

NO MAR, MAIS ALÉM, POR BEM.

Realizou-se no dia 21 de Dezembro, no restaurante “A Chica do Rina” no Lavradio - Barreiro, o jantar de Natal

da Turma de Hidroginástica/Natação Livre. Compareceram 21 utentes da piscina e sócios da Associação de Fuzileiros.

Este foi o 2.º convívio de Natal e decorreu com muita boa disposição e grande ani-mação.

Gonçalves CorreiaMonitor e Sóc. Orig. n.º 1202

Delegação da Polícia Marítima

Turma de Hidroginástica e Natação(Piscina EF)

Missão “TRITON 2017”

Almoço de Natal

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núcleodemotociclistasafz

40 O DESEMBARQUE • n.º 28 • Novembro de 2017 • www.associacaodefuzileiros.pt

Núcleo de Motociclistas da Associação de Fuzileiros

Almoço de Natal

Intercâmbio com as Delegações

O Núcleo de Motociclistas da Associação de Fuzileiros continua a desempenhar

a sua missão de presença em todos os eventos da Associação e de divulgação pelo país da Associação, dos Fuzileiros e da Marinha.

Não ficando por aqui, organizou também um Almoço de Natal que teve lugar em Carnaxide no Restaurante FUZAS, no dia 10 de Dezembro de 2017, e em que participaram 33 elementos.

Para 2018, além das participa-ções oficiais, irão continuar a promover passeios a sítios de interesse e a fomentar o espírito de amizade e camaradagem.

Gonçalves CorreiaSóc. Orig. n.º 1202

No dia 28 de Janeiro, a convite da Delegação da Associação de Fuzileiros de Juromenha-Elvas, os Fuzileiros Motociclis-tas rumaram para ao convívio, da Matança do Porco.

Depois do almoço, o passeio até à Fortaleza de Juromenha, con-quistada em 1167 pelas tropas de D. Afonso Henriques (1112-1185) auxiliado pelas forças do lendário Geraldo Sem Pavor, foi inevitá-vel dada a proximidade do evento.

De regresso, visitaram as instalações da Delegação de Jurome-nha-Elvas em ambiente de grande alegria que continua cativando todos os presentes inclusive a dupla de acordeonistas que ani-maram a tarde.

Texto e fotos de Margarida Vieira Louro

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divisões

41O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Realizou-se no passado dia 25 de Novembro de 2017 no Pavilhão Municipal Luís de

Carvalho, a 11.ª Edição da Festa do Desporto do Concelho do Bar-reiro.

A Associação de Fuzileiros, atra-vés da sua Secção de Tiro Des-portivo e representada pelo seu Director Desportivo, esteve pelo 2.º ano consecutivo presente nesta grande homenagem da Câ-mara Municipal do Barreiro aos seus Atletas e Clubes residentes.

Este grande Evento visa agraciar Atletas e Clubes com a medalha de mé-rito desportivo da Cidade em função dos patamares atingidos ao longo do ano nas diferentes modalidades desportivas prati-cadas!

Em 2016, o atleta Rui Rodrigues foi agra-ciado com a medalha de mérito desportivo

ao alcançar o 3.º lugar no Campeonato Nacional de Pistola de Ordenança. Já em 2017, o atleta Bruno Floriano foi agraciado com a medalha de mérito desportivo ao alcançar no Campeonato Nacional de Ben-cherest – Carabina de Percussão Central – o 2.º lugar, tendo-se consagrado Vice--Campeão Nacional na Modalidade!

Iniciativas como esta da Câmara Municipal do Barreiro marcam a diferença e elevam a auto-estima dos atletas fazendo-os lutar por um patamar cada vez mais ele-vado!

Louvamos o empenho de todos os nossos Atletas que, conci-liando o desporto com as suas vidas familiares e profissionais, conseguem obter resultados que tanto nos orgulham a nós, Asso-ciação de Fuzileiros! Termos es-tes atletas nas nossas fileiras e a representarem-nos é um enorme privilégio!

A todos eles o nosso muito obrigado e pa-rabéns!

Espada PereiraSóc. Orig. n.º 445Chefe da DMALD

Divisão do Mare das Actividades Lúdicas e Desportivas

Câmara Municipal do Barreiro – Festa do Desporto 2017

NOVOS CARTÕES DE SÓCIO e ACTUALIZAÇÃO DE NUMERAÇÃOEstimados Sócios,

Para corresponder às exigências actuais verifica-se a necessidade de serem emitidos novos cartões de sócio, aproveitando-se a oportunidade para modernizar e actualizar o modelo que há muito está em vigor.

Modernizar, utilizando novos materiais que facilitem a impressão e também lhe confiram um aspecto mais prático e moderno. Actualizar, fazendo os necessários ajustamentos na numeração dos Sócios, retirando das listas os desistentes, os falecidos e os devedores com quotas em atraso há mais de dois anos.

Só assim saberemos quantos efectivamente somos e quantos estamos no uso dos plenos direitos e deveres estatutários.

Espera-se dos Sócios uma resposta positiva e colaborante, como sempre têm dado, e apela-se a todos os que tenham quotas em atraso que as regularizem até 31 de Janeiro de 2018. É que só assim poderão manter a sua antiguidade relativa dentro da nova renumeração.

Vamos em frente!Para mais esclarecimentos contactar o Secretariado.

RECOMENDAÇÕES, INFORMAÇÕES e PEDIDOS da DirecçãoSócio da AFZ, actualiza os teus contactos e mantém-te informado

A Direcção Nacional elegeu como objectivo prioritário a comunicação contínua com os seus associados.

Para que a comunicação seja efectiva e o mais rápida possível, o Secretariado deverá dispor dos contactos necessários privilegiando, sempre que possível e adequado, a comunicação via email.

Assim, solicita-se a todos que actualizem os seus dados pessoais, principalmente no que se refere aos contactos (endereço email, morada, números telefónicos, etc.). Só assim poderemos manter os nossos associados informados, em tempo real, de tudo o que de interesse a Direcção tem para divulgar e creiam que é muito.

Documentos de despesa com saúdeA Associação de Fuzileiros, através do seu Secretariado Nacional, disponibiliza aos seus associados o serviço de recepção e encaminhamento, para os serviços competentes, dos documentos de despesas com saúde.

A Direcção

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convívios

42 O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

É comum dizer-se que o Tempo não pára! Mas agora aparenta correr de forma mais célere, como se os minutos, para nós, se tenham inapelavelmente transformado em segundos. Pa-

rece que foi ontem. Mas já correu um ano desde o nosso último Encontro na Escola de Fuzileiros.

Um pouco menos que dois anos antes de termos entrado para a Marinha, mais precisamente a 29 de Abril de 1969, pela Porta-ria n.º 24049, do Ministro da Marinha, à altura Almirante Manuel Pereira Crespo, “é criada a Força de Fuzileiros do Continente (FFC), constituída pelas unidades de fuzileiros e pelas lanchas de desembarque que, estacionadas no continente, lhe forem atri-buídas”. Foi sentida a conveniência de agrupar aquelas forças numa unidade da Armada, com a missão de organizar e adestrar unidades de fuzileiros a fim de serem empregues como forças de desembarque e anfíbias.

Há muito que pugnava para fazermos uma visita à nossa “Força de Fuzileiros”, hoje “Corpo de Fuzileiros”, uma vez que, desde que de lá parti nos finais do serviço militar na Marinha, há mais de 44 anos, nunca mais lá tinha ido. E guardo dela gratas memórias, nem todas obviamente boas, como em tudo na vida, mas que me aportam alguma saudade, já que, não tendo andado pelas expe-dições africanas, passei algum tempo dos meus 32 meses de Marinha, nesta unidade e noutras a ela adjacentes. Em suma: a minha expectativa era alta e findada a jornada, senti-me bem em revisitar lugares e estruturas que me foram próximas, sinalizando outras já extintas por força da evolução dos tempos, ficando com uma noção actualizada do importante papel que esta unidade de-sempenha no quadro geral das Forças Armadas.

Espicaçado pela curiosidade em me inteirar da melhor forma do que iria novamente experienciar, revisitei a História para certificar a existência de Fuzileiros na Armada desde o longínquo ano de 1585. Pude ler que “o Corpo de Fuzileiros tem a sua origem na mais antiga Força Militar constituída com carácter permanente em Portugal, sendo a sua fundação datada de 1621, com a de-signação de “Terço da Armada da Coroa de Portugal”, da qual os Fuzileiros atuais são legítimos herdeiros”.

Os chamados “Marinheiros do Fuzil”, no seu percurso histórico, combateram nas antigas colónias africanas e souberam desem-penhar valorosamente as missões que Portugal lhes destinou. Ultrapassados os dramáticos tempos de guerra, onde estiveram envolvidos cerca de 12.500 homens, chegou a paz e com ela a necessidade de reestruturação das Unidades de Fuzileiros, para melhor se adaptarem aos novos desafios que se perfilavam, in-cluindo os advenientes da Aliança Atlântica, de que Portugal é membro fundador, situação que levou à redução drástica de efec-tivos, quedando-se nos cerca de 2500 homens, 60 por cento dos quais dos quadros permanentes.

No âmbito das missões do Corpo de Fuzileiros, incumbe-lhe pro-mover o aprontamento, o apoio logístico e administrativo das for-ças, unidades e meios operacionais que lhe estão atribuídos, bem como assegurar as acções de formação do respectivo pessoal. Integra duas grandes Unidades, a Escola de Fuzileiros e a Base de Fuzileiros e ainda sete Unidades Operacionais.

Sendo um Corpo de Forças Especiais, estão-lhe atribuídas mis-sões específicas, que não se circunscrevem ao campo estrita-mente militar, mas estendem-se muito para além dele. Nestas,

Adelino Couto

18.º CFORN Classe de Fuzileiros

Encontro anual Corpo de Fuzileiros - 23 de Setembro de 2017

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convívios

O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

enfatizo com especial carinho, as operações de assistência hu-manitária e de manutenção da paz, bem como a colaboração com as autoridades civis em situações de catástrofe, como aconteceu no Verão e Outubro do ano passado nos dantescos incêndios que deflagraram no centro do País e que ainda permanecem bem vi-vos nas nossas memórias.

Conforme rezava o Programa, a concentração dos camaradas deu-se no emblemático Portão Verde, no Alfeite, por volta das 11 horas. Cumpridas que foram as formalidades próprias duma instituição militar, essencialmente no que concerne a questões de segurança, fomos devidamente instruídos pelo pessoal de ser-viço sobre a forma como nos deveríamos dirigir à antiga Força de Fuzileiros do Continente, como assim se denominava no nosso tempo de cadetes.

Durante o curto trajecto, tentei rememorar o enquadramento físi-co das instalações e a localização de alguns serviços, para me-lhor percepcionar as mudanças que irremediavelmente se teriam operado no decurso deste longo período de tempo. Na pequena descida que antecede a entrada na unidade, dei de caras com o edifício do Comando e o vasto espaço circundante e, num ápice, vi-me transportado aos tempos de então, com a sensação de que nada tinha mudado.

Fomos simpaticamente recebidos pelo subtenente Morais, oficial de serviço. Após os cumprimentos da praxe, teve lugar no Salão Nobre uma breve mas significativa cerimónia de boas vindas que serviu para enfatizar a satisfação que a Marinha sentia em nos receber e, da nossa parte, a honra de a termos servido e de igual satisfação em ali estarmos, na esteira de outras unidades já visi-tadas, testemunhos do esforço dum punhado de jovens, que por ali passaram em cumprimento dum dever cívico.

Seguiu-se uma visita guiada pela unidade, a cargo do mesmo oficial Morais, a quem publicamente agradecemos o empenho e disponibilidade demonstradas, quer nas explicações que nos foi dando, seja nas respostas a variadas questões por nós sus-citadas. Recordamos com saudade o ilustre Capitão de Mar-e--Guerra, Pinheiro de Azevedo, Comandante da Força de Fuzileiros à altura, cuja figura de militar e político passara um pouco ao

lado do rol de preocupações do nosso jovem anfitrião que, como tive oportunidade de me informar, estava ali no cumprimento de uma espécie de contrato a termo em funções públicas, com nula perspectiva de fazer carreira militar. Fruto do sinal dos actuais tempos que levou, como referi, à drástica redução do número de efectivos.

Tivemos ocasião de visitar instalações e locais que estavam ainda bem vivos nas nossas memórias, como, por exemplo, o gabinete do oficial de dia, no mesmo sítio e com o mesmo aspecto físico, parecendo que nada mudara desde então. E também a Messe de oficiais, em cujo edifício tomávamos as refeições, pernoitávamos e gozávamos momentos de lazer, bem merecidos, após jornadas de trabalho e responsabilidade. Ainda nesta linha, localizei as ins-talações onde funcionavam os serviços jurídicos, em que, como estudante de direito, tive oportunidade de coadjuvar o camarada e advogado José António Martinez, infelizmente já falecido, res-ponsável por aquele serviço.

No âmbito das Unidades Operacionais, visitamos o Batalhão de Fuzileiros n.º 1, a quem compete nomeadamente assegurar os meios de segurança de instalações militares nacionais ou perten-centes à NATO, bem como garantir o reforço das guarnições dos navios. E igualmente o Batalhão de Fuzileiros n.º 2 que, para além de integrar o Batalhão Ligeiro de Desembarque (BLD), assegu-ra também a execução de acções militares, designadamente no âmbito de exercícios navais e colabora com o Serviço Nacional de Protecção Civil. Dei conta na frontaria deste edifício de um dese-nho em forma circular querendo significar o logotipo do batalhão, com uma espécie de crocodilo ninja e a expressão latina “Ad illos eamus”, que se poderá traduzir por “Vamos a eles”.

Tinha havido ainda tempo, como é da praxe, para a fotografia de grupo, que os momentos de confraternização devem eternizar--se nos arquivos das nossas memórias. Mas o tempo, essencial-mente o bom, esfuma-se num ápice e o alarme dos estômagos tocava, como que sinalizando a hora do almoço.

Em termos operacionais era importante que o restaurante se lo-calizasse na periferia da Base do Alfeite, pelo que foi decidido

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revisitar o restaurante Tia Bé, especializado em gastronomia afri-cana, do qual havíamos ficado com uma agradável impressão, aquando do nosso Encontro de Junho de 2014, de que constou a visita à Fragata D. Fernando II e Glória, em Cacilhas.

Após entradas variadas, onde sobressaiu o saboroso choco frito, foi servido um bobó de camarão, prato da culinária afro-brasileira, que se apresentou de consistência cremosa e excelente sabor. Já o mesmo não poderei dizer da conhecida muamba de galinha, acompanhada de funje, prato típico da culinária angolana. Devo registar o cariz familiar deste restaurante, onde pontificou mais uma vez a permanente simpatia da Tia Bé.

Por entre a sobremesa, o café e os digestivos, o “Almirante” Braga, supremo comandante do mar e da terra, sempre asser-tivo, “botou faladura”. Começou por agradecer a presença dos tenentes José Matias Cortes e Amadeu Cardoso Anaia, excepcio-nais companheiros nos bons e maus momentos. Recordou, com saudade imensa, os que já partiram e enfatizou a presença de vinte cadetes, só faltando o Dulcínio que se encontra radicado em França e o Artur (Moita) por motivos ponderosos. Rejubilou com o regresso do Miranda Correia ao seio do grupo, depois de ven-cer uma fase menos boa da sua vida, facto que foi acompanhado duma calorosa salva de palmas, traduzindo a enorme alegria de o voltarmos a ver. Por último, destacou, em nome da Comissão, o papel extraordinário e meritório que o cadete Gomes Lima tem desenvolvido em prol dos nossos Encontros. E rematou que sem a sua ajuda, capacidade organizativa e disponibilidade tudo seria mais difícil, ouvindo-se novamente o soar das palmas, como tri-buto colectivo ao seu empenhamento.

Seguiu-se no uso da palavra o cadete Adelino Couto que retomou o tema «RETRATOS A AGUARELAS: A simbiose entre os afectos e a irreverência». Como foi escrito, este trabalho teve como objectivo

deixar para memória futura, o retrato pictórico dos vinte e quatro cadetes que com ele integraram a classe de fuzileiros do 18.º CFORN, incluindo os três que já partiram.

Com efeito, no Encontro do ano passado, cada “retrato” foi lido e entregue individualmente aos presentes, acompanhado da res-pectiva foto. Faltavam entregar quatro, sendo que foi possível fazê-lo agora pessoalmente ao Teotónio Rodrigues (Teo) e ao Mi-randa Correia. Por breves minutos, reviveu-se o clima de emoção, alegria e convivialidade, apanágio do nosso grupo. Esperemos que no próximo ano, o Silva Dores e o Dulcínio Santos possam igualmente receber os seus “retratos”, por forma a completar-se este ciclo tão honroso e significante para quem os escreveu e que os entendeu como uma singela homenagem a todos nós. Em ter-mos pessoais, não posso deixar de referir as palavras e a emoção visível nos rostos do Miranda Correia e do Comandante Matias Cortes, cujos testemunhos me tocaram profundamente.

E, entrementes, chegou a hora da despedida. No grupo existe malta que estudou em Coimbra e outros que ainda lá vivem. As-sim, a Lusa Atenas foi homenageada e soou, com toda a cagança e com toda a pujança, o grito académico (“éfe-érre-á”) que ates-tou a nossa coesão e a boa saúde dos nossos pulmões.

Ala que se faz tarde, pois havia gente feliz, mas que ainda tinha de percorrer muitas milhas. Mais uma bela jornada de amizade e camaradagem findou. Para o ano, queira Deus e queiramos nós, haverá mais. E a coisa promete! O Alentejo único e, neste caso Beja, serão a centralidade do nosso Encontro, sob a batuta ma-gistral do anfitrião e amigo Carlos Sanina. Não tenho dúvidas do êxito, com tão talentoso maestro…

Adelino CoutoSóc. Orig. n.º 2382

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No passado dia 8 de Outubro de 2017, realizou-se mais um convívio dos elementos que fizeram parte do DFE n.º 1 Angola 1969/1971.

Às dez horas foi o reencontro junto ao portão da Escola de Fu-zileiros, oportunidade para todos os camaradas se abraçarem e cumprimentarem assim como os familiares que gentilmente nos acompanham todos os anos.

Seguiu-se a cerimónia de deposição de uma coroa de flores junto ao monumento ao Fuzileiro, cerimónia abrilhantada com a devida guarda de honra executada por pessoal da Escola de Fuzileiros e pelos toques habituais de silêncio e alvorada, num momento de grande simbolismo para todos os presentes. De seguida procedeu--se ao descerramento de uma placa do DFE n.º 1 colocada no Me-morial e foi então ocasião para o comandante do Destacamento, Mário Carvide, proferir algumas sentidas palavras alusivas ao, tão importante quanto simbólico, acto.

Foram também proferidas algumas palavras pelo comandante Benjamim Correia que nos deu a honra de estar presente em re-presentação da Associação dos Fuzileiros e do comandante Rodri-gues Palma, em representação do Comando da Escola de Fuzilei-ros, aos quais ficamos muito gratos, não só pelas palavras que nos dirigiram como pela presença.

Seguiu-se a já tradicional visita ao Museu do Fuzileiro que é sem-pre seguida com grande entusiasmo e admiração.

Terminada toda a cerimónia na Escola de Fuzileiros rumamos ao Barreiro, onde nos foi servido um excelente almoço no restaurante da Associação dos Fuzileiros, com o tradicional “partir do bolo”, o discurso do Comandante, o grito do Fuzileiro e um até para o ano...

Felisberto Marçal

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 1Angola 1969/71

8 de Outubro de 2017

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Realizou-se no passado dia 28 de Outubro de 2017, o almoço de confraternização do DFE 1 – Moçambique 1964/66* - que completou 53 anos da sua partida para Moçambique.

A concentração foi na nossa Escola de Fuzileiros onde se fez uma homenagem aos camaradas já falecidos junto ao monumento ao Fuzileiro.

De seguida foi celebrada uma missa também pelos amigos já fa-lecidos mas nunca esquecidos, tendo-se depois efectuado uma visita à Unidade, Museu do Fuzileiro, UMD, Pista de lodo (ninguém se aventurou a fazê-la) e Piscina.

Daqui, e porque o corpo já pedia, avançou-se decididamente para o almoço que teve lugar no Restaurante Quinta da Alegria, na Penalva.

Para abrir um moscatel de Setúbal, ou não estivéssemos na re-gião deste excelente néctar e, para finalizar, o bolo alusivo que deu azo a que, na ocasião, se proferissem algumas palavras de amizade e gratidão. Os participantes evidenciaram a sua felici-dade por estarem em mais este reencontro ficando, desde já, à espera do próximo.

Em simultâneo, decorreu o convívio do DFE 2 - Angola 67/69 que completou 50 anos da sua partida para o Ultramar, como se dizia então.

Francisco Egas SoaresSóc. Orig. n.º 805

*Este DFE foi comandado pelo Comandante Maxfredo Ventura da Costa Campos, já falecido.

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 1Moçambique 1964/66

28 de Outubro de 2017

Sócio da AFZParticipa, colabora e mantém as tuas quotas em dia.

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Como vem sendo habitual realizamos o nosso convívio anual no primeiro Sábado de Novembro. Desta feita

comemoramos o cinquentenário (meio século) de vida... evidentemente com al-gumas perdas por este longo caminho até ao dia de hoje.

Que tenhamos conhecimento, já partiram 22 camaradas (apenas um em combate), o nosso famoso Raínho Costa, 2203/65 que era mas mais conhecido pelo “Escritas”. Tombou logo na primeira operação no dia 13 de Dezembro de 1967.

Mas o tempo passou e fomos mantendo a camaradagem e a amizade familiar que nos tem enriquecido e mantido unidos como DFE 12.

As fotos deste evento evidenciam a gran-deza com que as nossas famílias partici-pam e se envolvem na nossa alegria.

Foi um dia em cheio passado na Escola de Fuzileiros onde começamos por honrar os nossos camaradas falecidos em combate em Especial o nosso amigo “Escritas” e, também, os que já partiram depois lem-brando, especialmente, o então Sarg. Ramires Palma Bonito que foi a enterrar precisamente na véspera deste convívio.

Actualmente ti-nha o posto de Capitão-tenente mas para nós era e será sempre, o nosso saudoso Sargento Bonito.

De seguida o nosso Coman-dante Gomes Pe-drosa descerrou a placa alusiva aos 50 Anos que ficou gravada no Muro da Memória.

Seguiu-se uma missa celebrada pelo Ca-pelão Licínio e, como não podia deixar de ser, uma visita ao Museu do Fuzileiro.

O restaurante Quinta da Alegria esperava--nos para um almoço que se prolongou pela tarde dentro e que correu muito bem.

Apenas uma nota final para referir que o nosso Imediato foi o comandante Serra-das Duarte e o nosso enfermeiro o Manuel Reis Florindo.

Manuel Ramos (Porto)Sóc. Orig. n.º 90

Destacamento de Fuzileiros Especiais N.º 12Guiné 1967/69

4 de Novembro de 2017

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homenagem

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Dia do Fuzileiro8 de Julho de 2017

Livros:“Assim nasceu a AEMLA”

Não sei se é do Verão Ou do Calor....Olhando os rochedosParece que vejo Fuzileiros Em seus botes e suas vozesBem alto a clamar:“Quando chegar a hora decisivaProcurem-me nas dunas entre o marE a terra”...Passeio pelo parque da cidadePor entre as folhas e troncos Das árvores, vejo os camufladosVossas vozes a murmurar:Sigam, não parem, só se forPara ir buscar algum camarada...Pois “não deixamos ninguém no terreno”...Mais ao fim da tarde, Antes do crepúsculo ouço O cântico do silêncio...

Por todos os camaradasDia

do

Fuzi

leiro

201

7 (A

na S

anto

s)

Que partiram e os que ficaram...São Fuzileiros, amigos...Heróis e guerreirosEm vocês emana a belezaDo voluntariado, O abraço ao necessitado

O amor ao quebrantado...Tentam mesmo de alma ferida,

Salvar outra vida...

De coração quebrado...

Consolas o chamamento...

Do outro que chora...

Quantas vezes cruzastes...

A ponte entre a vida e a morte...

Mas mesmo assim...

Esticaste teus braços...

Outras vidas salvastes...

Existe quem não acredite em anjos.

Mas sabes!?...

Eu acredito, que existem.

Sabes por quê??

Porque existem os Fuzileiros.

Um bem haja por todos vós

Felicitações por mais um ano de dádiva

De dedicação à Pátria que vocês

Carregam no coração e nada vos dão...

José lopes Henriques, capitão-de-fragata FZ na reforma, lan-çou recentemente um livro sob o título: “Assim nasceu a AEMLA – Por orgulho de ser marinheiro e fuzileiro”.

AEMLA é o acrónimo de “Associação dos Escolas da Marinha do Litoral Alentejano”.

O lançamento do livro “Assim nasceu a AEMLA – Por orgulho de ser marinheiro e fuzileiro” ocorreu no dia 2 de Dezembro de 2017 no Museu Municipal de Santiago do Cacém.

“O Desembarque” dá os parabéns a este nosso camarada e de-seja-lhe os maiores sucessos.

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Conforme planeado, no dia 27 de Agosto uma delegação da Associa-ção de Fuzileiros deslocou-se a Sou-

sel para homenagear os mortos em África daquela localidade.

A cerimónia integrava-se nas festas anu-ais daquela Vila e realizou-se junto ao Mo-numento aos mortos. Como é habitual em terras do interior, pequenas e com a po-pulação envelhecida, as pessoas ficaram muitíssimo sensibilizadas com a presença dos elementos da AFZ e , como sempre acontece, foi ocasião para reencontrar um ou outro “filho da escola”.

Juntaram-se ao evento vários ex-comba-tentes de outros ramos, uma Associação

Homenagem aos Militares de Souselmortos na Guerra em África

27 de Agosto de 2017

Homenagem aos Combatentesem A-dos-Cunhados

27 de Agosto de 2017

No passado dia 27 deb Agosto a nossa Associação fez-se represen-tar condignamente nas cerimónias

comemorativas do 25.º Aniversário do Monumento erigido em Memória dos Combatentes da Guerra do Ultramar em A-dos-Cunhados correspondendo, assim, ao convite endereçado pelo organizador, o nosso sócio e camarada Joaquim Manuel Domingos, 1.º Sarg Fz.

Aproveitando a dignidade desta Cerimónia comemorou-se, em parceria, o Aniversário da Companhia de Fuzileiros N.º 1 - Angola 1966/68, uma vez que o organizador des-te evento era também o Sargento Domin-gos que fez parte desta mesma Unidade.

de Marujos de Estremoz, a Liga dos Combatentes e representantes do Exército. Após a cerimónia decor-reu uma procissão que percorreu as ruas da Vila. Terminadas as cerimó-nias houve um jantar no refeitório da Escola primária/secundária da Vila, patrocinado pela CM de Sousel com a curiosidade de a refeição ter sido servida pelas funcionárias da Câmara: Doutoras, Secretárias... etc.

O jantar decorreu em ambiente de muita simpatia e terminou pelas 22 horas com os discursos da praxe.

De realçar que o contingente da AFZ foi reforçado com elementos da Dele-gação de Juromenha/Elvas com des-taque para a presença do seu presi-dente Licínio Morgado.

Mário GonçalvesSecretário Nacional da AFZ

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10.º AniversárioMonumento ao Combatente da Abelheira

26 de Novembro de 2017

A convite da Associação de Veteranos Combatentes do Oeste (AVECO), a Associação Nacional de Fuzileiros es-teve presente nas comemorações do 10.º Aniversário do

Monumento ao Combatentes da aldeia de Abelheira, concelho e freguesia da Lourinhã.

Associaram-se também ao evento vários elementos das Tro-pas Paraquedistas e dos Comandos a que se juntou grande número de militares da região.

A AFZ esteve representada pelo Secretário Nacional, Mário Gonçalves e pelos sócios Francisco Fazeres, Manuel O. Cos-ta e José Calado. No local juntaram-se mais dois camaradas Fuzos.

A concentração efectuou-se pelas 9h15 tendo-se seguido a celebração de uma missa comemorativa.

De seguida, a comitiva deslo-cou-se ao cemitério local para prestar homenagem aos ex--combatentes aí sepultados.

O encontro terminou com um almoço oferecido pela AVECO no Centro Social da Abelheira.

Estiveram presentes nesta ceri-mónia, além dos já referidos, o Presidente da Câmara da Louri-nhã e o Presidente da Junta de Freguesia de Abelheira.

De realçar que as comemora-ções, apesar o meio ser muito pequeno, decorreram de for-ma muito digna e organizada.

Mário GonçalvesSecretário Nacional da AFZ

Representaram a AFZ o José Parreira (que foi também um dos elementos da CF1, unida-de onde foi gravemente ferido em combate) e o Mário Manso.

O monumento situa-se no centro da Vila de A-dos-Cunhados e estiveram presentes ou representadas todas as Autoridades Civis e Militares da Região.

Os oficiais que contituiram o Comando da CF1 e cerca de 30 elementos dessa companhia e seus familiares, foram presença muito notada.

Além do guião da AFZ , guiões representativos de organizações ligadas aos três Ramos da Forças Armadas, estiveram presentes e conferiram dignidade à cerimonia de home-nagem a que se seguiu a celebração de uma Missa na Igreja local e de um lançamento de Paraquedistas.

O almoço no Restaurante “A Cerca” na localidade de Sobreiro Curvo, foi momento de grande convívio.

José ParreiraSóc. Orig. n.º 59

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obituário

51O DESEMBARQUE • n.º 29 • Março de 2018 • www.associacaodefuzileiros.pt

Aqui se presta homenagem aos que nos deixaram

diversos

Donativos à AFNome do sócio N.º Donativo

José Simões de Carvalho 34 40,00 €

Anónimos - 67,50 €

Vários Sócios - 293,25 €

Jerónimo Rocha 1359 30,00 €

Jaime FerroMaterial de Som (1 Rak e

1 PA de 700 W) - valor245 500,00 €

Manuel Pimentel Morreira 2337 70,00 €

António Esperança 479 20,00 €

Martinho Santos Alves 1837 20,00 €

Bento Dias Gonçalves 1683 10,00 €

Emídio Ribeiro 60 10,00 €

Luís Barbosa Alves 1591 10,00 €

José Inácio RomaAssinatura Anual

“O Desembarque”621 20,00 €

A Associação Nacional de Fuzileiros e a Revista “O Desembarque” apresentam sentidas condolências às Suas Famílias, publicando-se as respectivas fotografias que correspondem às que encontrámos nos nossos ficheiros.

Estes nossos Camaradas e Amigos permanecerão para sempre entre nós!

Ramires Palma BonitoSócio n.º 91CTEN FZE

06/07/1939 a 01/11/2017

Raul Fernando Maia AlfaroSócio n.º 721

SMOR FZE 06/10/1945 a 30/01/2018

José Caeiro Godinho SaraivaSócio n.º 231

SMOR FZE 26/02/1935 a 18/01/2018

Luís Alberto Pires de MouraSócio n.º 19612TEN FZE RN

30/04/1945 a 25/01/2018

Novos SóciosNome do sócio N.º

VAlm José Alfredo Monteiro Montenegro 2577

Alm José Carlos Torrado Saldanha Lopes 2578

Alm Luís Manuel Fourneaux Macieira Fragoso 2579

Laurinda Maria Mendonça Libório 2580

José Monteiro Gonçalves 2581

Antero Afonso Seguro 2582

José António Godinho dos Santos 2583

Alfredo Rui Barbosa Costa 2584

Aníbal Dias Costa 2585

Lino João Marques Pereira 2586

Leonardo Amaral 2587

António Guilherme Berbereia Ribeiro Moniz 2588

Daniela Sofia Gaito Tavares 2589

Domingos Gonçalves Marques 2590

Novos SóciosNome do sócio N.º

Rui Pedro Lopes Moreira 2591

Agostinho Pinhal Dias 2592

António Luís Marques dos Santos 2593

Manuel André Barrocal Fialho 2594

Jorge Rodrigues de Sousa 2595

Paulo Jorge Ramos Capela 2596

António Capela Loureiro 2597

Miguel Paulo de Oliveira Matos 2598

António Ferreira Gaspar 2599

José Manuel Nunes da Rocha 2600

António Vieira de Sousa 2601

António José Raminhos Alves 2602

José Manuel Viegas Nunes 2603

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