flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

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NÚCLEO DE SAÚDE CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA FLEXIBILIDADE EM POLICÍAIS MILITARES: UM ESTUDO DESCRITIVO ALAN JOSÉ DE MELO MACHADO MONOGRAFIA DE CONCLUSÃO DE CURSO Porto Velho Rondônia 2011

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Page 1: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

NÚCLEO DE SAÚDE

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

FLEXIBILIDADE EM POLICÍAIS MILITARES: UM ESTUDO DESCRITIVO

ALAN JOSÉ DE MELO MACHADO

MONOGRAFIA DE CONCLUSÃO DE CURSO

Porto Velho – Rondônia

2011

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2

FLEXIBILIDADE EM POLICÍAIS MILITARES: UM ESTUDO DESCRITIVO

AUTOR: Alan José de Melo Machado

ORIENTADOR: Prof. Ms. Luis Gonzaga de Oliveira Gonçalves

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Departamento de Educação Física do Núcleo de Saúde da

Fundação Universidade Federal de Rondônia para obtenção

do título de Licenciado em Educação Física.

Porto Velho – Rondônia

2011

Page 3: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

3

FICHA CATALOGRÁFICA

MACHADO, Alan José de Melo

Flexibilidade em policiais militares: um estudo descritivo / Alan José de Melo

Machado Porto velho-(RO)

44 pág.

Monografia (Conclusão de Curso) – Departamento de Educação Física

(UNIR). Área de Concentração: Atividade Física e Saúde.

ORIENTADOR: Prof. Ms. Luis Gonzaga de Oliveira Gonçalves

1. Aptidão Física. 2. Flexibilidade. 3. Saúde.

Page 4: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

4

Autor: Alan José de Melo Machado.

Título: Flexibilidade em policiais militares.

Data da Defesa: 10/06/2011

BANCA EXAMINADORA

Prof. Ms. Luis Gonzaga de Oliveira Gonçalves

.

Julgamento: ______________ Assinatura _______________________________

Prof. Ms. Eurly Kang Tourinho

Julgamento: ______________ Assinatura _______________________________

Prof. João Bernardino de Oliveira Neto

Julgamento: ______________ Assinatura _______________________________

NOTA: ____________(_____________________)

Page 5: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

5

DEDICATÓRIA

A Meus filhos que são a minha inspiração nos

momentos de atribulação, a minha esposa e

companheira que me deu força para que eu

realizasse meus sonhos, a meus pais pela

dedicação com a qual me criaram. E aos

professores pela paciência que tiveram ao me

transmitir conhecimento durante toda minha vida

acadêmica.

Page 6: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

6

SUMÁRIO

SUMÁRIO ................................................................................................................. vi

LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS ......................................................................... vii

RESUMO .................................................................................................................. viii

ABSTRACT .............................................................................................................. ix

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 10

1.1. Justificativa ........................................................................................................ 12

1.2. Objetivos do estudo ........................................................................................... 14

1.3. Objetivos Específicos ......................................................................................... 14

2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 14

2.1. Orientações ....................................................................................................... 14

2.2. A polícia militar e a companhia de operações especiais ................................... 15

2.3. Flexibilidade ...................................................................................................... 22

2.4. Treinamento da flexibilidade .............................................................................. 29

3. METODOLOGIA .................................................................................................. 35

3.1. Caracterização do estudo ................................................................................. 35

3.2. População e amostra ........................................................................................ 35

3.2.1. Procedimentos para seleção da amostra ....................................................... 35

3.3 Instrumentos e coleta de dados ......................................................................... 35

3.4 Estatística .......................................................................................................... 36

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 37

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GLOSSÁRIO

Page 7: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

7

LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS

Tabela 1 - Valores do Teste de Sentar e Alcançar – Masculino;

Tabela 2 – Média e desvio padrão dos dados antropométricos e da idade entre o grupo de

faixa etária de 20 a 29 anos e de 30 a 39 anos de idade. Porto Velho (RO), 2006;

Tabela 3 - Distribuição de freqüência dos policiais conforme classificação de acordo com os níveis de flexibilidade. Gráfico 01: Níveis de flexibilidade dos policiais

Page 8: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

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Flexibilidade em Policiais Militares: um estudo descritivo

Alan José de Melo Machado

RESUMO O estilo de vida é caracterizado por padrões de comportamento identificáveis que podem ter

um efeito profundo na saúde dos seres humanos e está relacionado com diversos aspectos

que refletem as atitudes, os valores e as oportunidades na vida das pessoas (WHO, 1998).

Os músculos constituem um componente fundamental da flexibilidade por suas

propriedades elásticas (DANTAS, 1995), o que está em concordância com Fox et al. (1986)

na seguinte citação: “é, no entanto, a fibra muscular que apresentará o maior potencial para

o desenvolvimento da flexibilidade”. Em algumas profissões, a flexibilidade, como outras

capacidades motoras, exerce papel importante para o desenvolvimento de suas tarefas

diárias, um bom exemplo é a do policial militar, ela é bastante solicitada em diversas

articulações, pois no decorrer de seu trabalho ele realiza movimentos vigorosos. Assim esta

pesquisa tem como questão central o seguinte questionamento: quais os níveis de

flexibilidade na faixa etária de 20 a 39 anos de idade, dos policiais militares da companhia

de operações especiais da Cidade de Porto Velho/RO. A amostra consta de 61 indivíduos

do sexo masculino, com faixa etária entre 20 e 39 anos, todos lotados na Companhia de

Operações Especiais da Policia Militar de Rondônia (COE/RO). Foi utilizado o teste de

"Sentar-e-alcançar" [(Seat and Reach Test (Jonson e Nelson, 1979)], proposto por Filho

(1999), Nos resultados, observou-se que nenhum participante alcançou o melhor nível,

apenas 5% dos indivíduos com idade de 20 a 29 anos e 7% dos indivíduos de 30 a 39 anos

alcançaram o nível satisfatório. Com 28,5% no nível intermediário dos indivíduos de 20 a 29

anos e 20,5% da faixa etária de 30 a 39 anos. Através desses resultados, observa-se uma

necessidade de mais pesquisas e programas para o desenvolvimento da flexibilidade

desses policiais, elaborados por profissionais da área da saúde juntamente com o Comando

da Corporação.

Palavras Chaves: 1. Aptidão Física. 2. Flexibilidade. 3. Saúde.

Page 9: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

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Flexibility in Military Police: a descriptive study

Alan José de Melo Machado

ABSTRACT The lifestyle is characterized by behavior patterns that can have a profound effect on the health of humans and is related to several aspects that reflect the attitudes, values and life opportunities of people (WHO, 1998). The muscles are a key component of the flexibility of its elastic properties (Dantas, 1999), which is in agreement with Fox et al. (1986) in the following quote: "It is, however, the muscle fibers that present the greatest potential for the development of flexibility." In some professions, flexibility, like other motor skills, plays an important role in the development of their daily tasks, a good example is the military police, it is fairly applied in several joints, because in the course of his work he performs vigorous movements . So this research is a central issue the question: what levels of flexibility in the age group 20 to 39 years, the company of military police special operations of the City of Porto Velho, RO. The sample consists of 61 males, aged between 20 and 39 years, all blended in the company of Special Operations Military Police of Rondônia (COE / RO). Test was used to "sit-and-reach" ([Seat and Reach Test (Johnson and Nelson, 1979)] proposed by Son (1999), Results showed that no participant has reached the highest level, only 5 % of persons aged 20 to 29 years and 7% of individuals between 30 and 39 years reached a satisfactory level. With 28.5% at the intermediate level of individuals aged 20 to 29 years and 20.5% of females aged 30 to 39 years. Through these results, there is a need for more research and programs to develop the flexibility of these officers, drawn up by health professionals with the Command of the Corporation. Keywords: 1. Physical Fitness. 2. Flexibility. 3. Health

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1. INTRODUÇÃO

Estilos de vida inadequados e aptidão física diminuída são motivos de preocupação

no ambiente de trabalho, pois afetam a saúde e o bem-estar com conseqüências para

indivíduos e empresas. Trabalhadores com baixos níveis de aptidão física e estilos de vida

inadequados podem ser menos produtivos, apresentar menor capacidade de decisão e

estão mais predispostos ao absenteísmo.

A qualidade de vida assim como a saúde depende de uma série de determinantes

complexos e de difícil mensuração. Contudo, esses determinantes são dependentes de um

estilo de vida adequado, tendo a aptidão física como potencializador (CSEF, 1998;

USDHHS, 1996). Para quantificar qualidade de vida, saúde, estilo de vida, aptidão física e a

própria atividade física existem diversos índices e indicadores (longevidade, escolaridade,

renda, pressão arterial, perfil lipídio sangüíneo, tabagismo, hábitos alimentares, testes de

aptidão física e quantificação da atividade física habitual). Contudo, alguns indicadores

principalmente os que estão fundamentados em variáveis fisiológicas e os que permitem

verificação direta, como a escolaridade comprovada de um determinado indivíduo, por

exemplo, são mais objetivos do que aqueles indicadores que medem comportamentos ou o

que o indivíduo diz que faz (CORBIN et. al. 2000; MORROW et al. 2000; USDHHS, 1996;

BAUMGARTNER e JACKSON, 1995).

Segundo Nahas (2001), a inatividade física representa uma causa importante de

debilidade, de reduzida qualidade de vida e morte prematura nas sociedades

contemporâneas, particularmente nos países industrializadas, pois a probabilidade de

ocorrer um infarto em uma pessoa sedentária é duas vezes maior quando comparados com

aqueles que são regularmente ativos.

Para Guedes; Guedes (1998), um bom nível de aptidão física relacionado à saúde

dispõem de elementos como flexibilidade, resistência cardiorrespiratória, resistência

muscular localizada e composição corporal, que são considerados fundamentais para que o

ser humano tenha uma vida com menos riscos de desenvolver as doenças crônico-

degenerativas.

O estudo da flexibilidade, no momento atual, auxilia para o desenvolvimento do bem

estar de trabalhadores. Alguns profissionais necessitam de um bom condicionamento físico

para desenvolverem suas atividades no Brasil e no mundo. Alter (1999) citando Garhammer

(1989) explica que a flexibilidade é reconhecida como fator crucial no movimento hábil,

podendo, consequentemente, desempenhar um papel significativo na determinação do

resultado final de vários desempenhos.

O crescente desenvolvimento da "ciência" do esporte nos proporciona cada dia

novos conhecimentos e maneiras de treinamento físico, técnico, tático e psicológico

Page 11: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

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diferenciado. O condicionamento físico dos atletas é um dos aspectos que mais se

desenvolveu na ciência do treinamento nos últimos tempos. As capacidades motoras

apresentam características próprias para seu aperfeiçoamento, dentre elas está à

flexibilidade que pode ser definida como a capacidade da unidade musculotendínea,

alongar-se enquanto um segmento corporal ou articulação se move através da amplitude de

movimento livre de dor e restrições.

A flexibilidade pode ser considerada fundamental na realização de certas tarefas e,

além disso, os últimos progressos em medicina física e reabilitação indicam que é

igualmente importante para a saúde geral e a aptidão física do ser humano. Exemplo disso

são os exercícios de flexibilidade que vêm sendo prescritos com sucesso para o alívio da

tensão neuromuscular generalizada e das lombalgias. Em resumo, segundo Fox (1991), os

atletas quando mantêm um grau satisfatório de flexibilidade, ficam menos suscetíveis a

certas lesões musculares.

Diversos estudiosos tecem definições e fazem algumas conceituações sobre

flexibilidade, à definição dada por Tubino (1984, p.181), é “a qualidade física que condiciona

a capacidade funcional das articulações a movimentarem-se dentro dos limites ideais de

determinadas ações”. Esta definição poderia ser complementada e enunciada por Dantas

(1998, p.33), como: “qualidade física responsável pela execução voluntária de um

movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações,

dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesão”.

Conforme considerações de Farias Junior & Barros, (1998), a falta de exercícios

voltados ao desenvolvimento da flexibilidade, pode provocar disfunções musculares, de

postura e problemas articulares. O declínio da flexibilidade nas regiões do quadril e da

coluna lombar, em pessoas não atletas podem provocar lombalgias (dores na região da

coluna lombar), que afetam normalmente 80% das pessoas em determinadas fases da vida.

Em algumas profissões, a flexibilidade, como outras capacidades motoras, exerce

papel importante para o desenvolvimento de suas tarefas diárias, um bom exemplo é a do

policial militar. No trabalho policial a flexibilidade é bastante solicitada em diversas

articulações, pois no decorrer de seu trabalho ele realiza movimentos vigorosos como entrar

e sair rapidamente de uma viatura, escalar muros e edificações correr nadar saltar sempre

utilizando equipamentos pesados como: colete, coldre, armas de fogo, coturno e capacete.

No trabalho de controle de distúrbios: onde além de todos os equipamentos já

citados o policial adiciona o uso do escudo balístico do bastão da caneleira e da cutuveleira,

chegando a acrescentar vários quilos ao seu peso corporal.

Page 12: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

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Diante do exposto e da realidade da prática de exercícios físicos que acompanham

estes profissionais, esta pesquisa tem como questão central o seguinte questionamento:

quais os níveis de flexibilidade na faixa etária de 20 a 39 anos de idade, dos policiais

militares da companhia de operações especiais da Cidade de Porto Velho/RO?

1.1. JUSTIFICATIVA

O estilo de vida é caracterizado por padrões de comportamento identificáveis que

podem ter um efeito profundo na saúde dos seres humanos e está relacionado com diversos

aspectos que refletem as atitudes, os valores e as oportunidades na vida das pessoas

(WHO, 1998).

Segundo Dantas (1999), a elasticidade do tecido muscular e do tecido conjuntivo é

reduzida pela inatividade. Esse fenômeno pode ser constatado em sua completa magnitude,

quando existe uma inatividade total com a ocorrência de atrofia muscular. Para Silva,

Taranto e Piaseck (2006), as queixas de dores nas costas aumentam cada vez mais na

medida em que as pessoas se deslocam e trabalham sentadas ou pouco se movem.

O alongamento se refere à forma de trabalho que visa manter os níveis de

flexibilidade obtidos e realizar os movimentos de amplitude normal com o mínimo de

restrição física possível. O flexionamento visa obter uma melhora de flexibilidade através da

viabilidade de amplitudes de arcos de movimento articular superior a original (DANTAS,

1999). Segundo Alter (1999), flexibilidade é a amplitude de movimento disponível em uma

articulação ou grupo de articulações, referindo-se a extensibilidade dos tecidos

periarticulares para permitir movimentos normais ou fisiológicos de uma articulação ou

membro.

Falar em flexibilidade é, portanto, se referir aos maiores arcos, ou seja, a maior

amplitude de movimento possível por articulações envolvidas que se pode realizar. Como a

prática desportiva exige a utilização completa dos arcos articulares especificamente

envolvidos nos gestos desportivos, fica muito difícil, se não impossível, o desempenho de

alto rendimento sem se dispor de um bom nível de flexibilidade nos segmentos musculares

empenhados e/ou nas articulações envolvidas. Pode-se então, constatar que a flexibilidade,

segundo Achour Jr. (1996, p.103), “[...] é importante para o atleta melhorar aquelas

amplitudes de movimento e reduzir os riscos músculos-articulares”.

O aumento da flexibilidade e a importância de medir esta variável estão no fato de

mostrar ao indivíduo que a prática de atividade física pode melhorar seu estado de saúde e

contribuir na produção de seu trabalho (DANTAS, 1999).

Page 13: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

13

O policial militar, por determinação das constituições Federal e Estadual,

desempenha tarefas específicas na área da segurança pública. Sua atribuição principal

constitui a manutenção da segurança pública por meio do policiamento ostensivo. Para isto,

é necessário que permaneça diariamente nas ruas atuando preventivamente na

manutenção da ordem e repressivamente na restauração da mesma (BRASIL, Constituição

de 1988).

Durante a jornada de trabalho o policial militar permanece por muitas horas de pé,

caminha, corre, carrega material pesado e eventualmente precisa fazer uso exaustivo da

força (VELHO, 1994; SILVEIRA, 1997). Baixos níveis de aptidão física podem limitar o

exercício da sua função, pois aumenta o estresse, diminui a percepção de bem-estar e pode

influenciar na sua capacidade de decisão (DANNA e GRIFFIN, 1999).

Seguindo esta linha de pensamento, pode-se enfatizar a importância dos exercícios,

melhorando o nível de flexibilidade na perspectiva de preparação destes profissionais

contribuindo com a melhoria no desempenho das suas funções diárias.

Para Bezerra Filha (2004), na atividade Policial Militar, em particular, a aptidão física

torna-se fundamental, pois, nas adversidades de sua função, é necessário ao policial militar

que ele tenha um bom nível de aptidão física que ele possa agir de forma eficiente e eficaz

na preservação da ordem pública.

Essa preocupação é evidenciada já na seleção dos candidatos aos cursos

desenvolvidos na Polícia Militar, pois o bom desenvolvimento em uma bateria de testes de

habilidades físicas é um dos requisitos essenciais para o ingresso na PM, ou seja, o

candidato precisa estar fisicamente apto para o ingresso nas fileiras da corporação.

Mas uma realidade constante é que quando o policial é designado para sua função

fim, o treinamento físico que ocorreu durante o curso de formação é deixado de lado, muitas

vezes por causa da alta carga de trabalho e do pouco espaço de tempo para a recuperação

física e mental, sendo que uma agravante deste problema é que aqueles que trabalham na

área conhecida como operacional, tem sua parte física e mental levadas ao extremo

esgotamento, por motivo dos diferentes climas, terrenos e situações vivenciadas por esses

profissionais.

O interesse da pesquisa está na possibilidade de explicar qual o verdadeiro papel da

flexibilidade, dentro de um contexto da promoção da saúde e prevenção de lesões aos

profissionais em questão, na busca dos benefícios propalados e que somente serão

alcançados mediante treinamento dos níveis de flexibilidade, que segundo Achour Jr. (2004,

p.66), o estilo de vida pouco ativa e a falta de exercícios específicos de alongamento

Page 14: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

14

geralmente levam à incapacidade para execução de movimentos amplos, em virtude da

diminuição da flexibilidade.

Alguns estudos realizados com policiais militares detectaram níveis insatisfatórios de

aptidão física na referida população, e apontam para a necessidade de que estas pessoas

apresentem graus elevados de qualidades físicas básicas necessárias ao desempenho

profissional específico. Nesse aspecto, até onde se investigou na literatura especializada,

poucos foram os estudos realizados no Brasil e em Rondônia com a referida população, o

que justifica a realização desta pesquisa, a qual pretende investigar o nível de flexibilidade

em policiais militares na faixa etária de 20 a 39 anos.

1.2. OBJETIVOS DO ESTUDO

1.2.1. OBJETIVO GERAL

Investigar os níveis de flexibilidade, na faixa etária de 20 a 39 anos de idade, dos

integrantes da Companhia de Operações Especiais da Polícia Militar na Cidade de Porto

Velho/RO.

1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Verificar o nível de flexibilidade em policiais militares nas faixas etárias de 20 a 29,

30 a 39 anos;

Comparar os dados coletados;

Descrever os métodos de treinamento da flexibilidade.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. ORIENTAÇÕES

A fim de atender aos objetivos deste estudo, este capítulo apresenta os subsídios

necessários para uma ampla discussão dos resultados encontrados nesta pesquisa,

facilitando e possibilitando um melhor entendimento desta investigação. Dessa forma, os

tópicos que abordam os aspectos relativos a este estudo, obedecem a seguinte ordem: a) A

polícia militar e a companhia de operações especiais, Histórico; b) tabelas de operações

realizadas pela companhia de operações especiais; c) Organograma da Polícia Militar de

Rondônia; d) considerações gerais sobre os policiais militares; e) Flexibilidade, definição; f)

Importância da flexibilidade; g) Para a saúde; h) Para a performance; i) Métodos de

Page 15: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

15

avaliação de flexibilidade; j)Instrumentos; l) Avaliação da flexibilidade; m) Fatores limitantes

de flexibilidade; n) Fatores influenciadores da flexibilidade; o) Treinamento a flexibilidade; p)

Métodos para desenvolvimento da flexibilidade; q) Métodos estático; r) Método passivo (ou

flexionamento estático); s) Método balístico; t) Método da facilitação neuromuscular

proprioceptivo.

2.2. POLÍCIA MILITAR E COMPANHIA DE OPERAÇÕES ESPECIAIS

2.2.1. HISTÓRICO

A Polícia Militar do Território Federal de Rondônia foi criada através da Lei Federal nº

6270 de 26 Novembro 1975, regulamentada através do Dec Federal nº 79.108 de 11 Janeiro

1977. O Comando Geral da Polícia Militar de Rondônia (PMRO) instalado em 13 Maio de

1976, situado à Av. Benjamin Constant nº 1147 em Porto Velho, sendo o seu primeiro

Comandante o Major INF EB IVO CÉLIO DA SILVA, comissionado no posto de TEN CEL

PM, o qual foi colocado a disposição do Território pelo Presidente da República em 26

Fevereiro de 1976. O Quartel do Comando Geral mudou-se para as atuais instalações na

Av. Tiradentes nº 3360 - Bairro Pedacinho de Chão no dia 11 Junho 1979 (Portal

Corporativo - Polícia Militar de Rondônia, 2003).

Os primeiros policiais foram homens servidores da antiga Guarda Territorial, a qual

teve dezenove Sargentos, três Cabos e cinqüenta e seis Soldados aproveitados dos cento e

sessenta e seis Guardas Territoriais inscritos. O efetivo foi aumentando gradualmente, em

1993, foi afixado que o efetivo da PM deveria ser composto por 8.406 policiais através da

Lei Estadual nº 6078 de 08 setembro 93 (Portal Corporativo - Polícia Militar de Rondônia,

2003).

As missões dos policiais variam conforme o setor ao qual foi engajado, por exemplo,

os militares do Primeiro Batalhão de Polícia Militar (1º BPM) são encarregados de realizar o

policiamento ostensivo nas diversas modalidades e cumprir com as diferentes missões

policiais militares, sendo responsáveis pela execução da atividade fim da Corporação no

setor mais antigo da cidade. Enquanto os militares do Quinto Batalhão de Polícia Militar (5º

BPM) são responsáveis pelo setor mais jovem e demais distritos da cidade. (Portal

Corporativo - Polícia Militar de Rondônia, 2003).

Já a Companhia de Operações Especiais (COE) foi instituída no dia 7 de dezembro

de 1982, através do decreto n° 717 da lavra do então Governador JORGE TEIXEIRA DE

OLIVEIRA, recebeu como primeira denominação COMPANHIA DE POLÍCIA DE CHOQUE,

com o objetivo de ser a unidade da polícia militar especializada, treinada e qualificada

operacionalmente para desenvolver e cumprir as missões de contra-guerrilha rural e urbana.

Page 16: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

16

Além de desenvolver outras atividades de caráter extraordinário determinado pelo comando

da corporação.

No dia 26 de abril de 1985, mediante o Decreto n° 2.641, assinado pelo Governador

do estado de Rondônia Ângelo Angelim, extinguindo-se a Companhia de Policiamento de

Choque, e foi criado o PELOTÃO DE CHOQUE (PEL CHQ) contando organicamente com

33 (trinta e três) policiais militares. Contudo, em virtude do crescimento populacional do

Estado, pela elevação do nível operacional da tropa e pela as adversidades na área de

segurança pública geradas pelas atividades desordenadas de garimpo em meados da

década 1980, foi extinto o Pelotão de Choque, e criada a COMPANHIA DE OPERAÇÕES

ESPECIAIS (COE), na conformidade do Decreto n° 3.261, de 14 de abril de 1987, pelo

então governador Jerônimo Santana, recebendo nova estrutura através do Decreto n° 6.078,

de 8 de setembro de 1993 pelo governador em exercício Osvaldo Piana Filho.

Em 7 de dezembro de 1996, o Decreto n° 7.633, do então governador Valdir Raupp

de Mattos extinguiu a COMPANHIA DE OPERAÇÕES ESPECIAIS (COE ) e deu nova

designação à unidade de elite da polícia militar do estado de Rondônia, passando ser

denominada de COMPANHIA DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS (CCD). No entanto, em

virtude da gama de atividades operacionais desenvolvidas pela referida Organização policial

militar e resgate do nome histórico desta unidade de elite, de forma a reconhecer as ações

que lhe eram atribuídas, vislumbrou-se a necessidade de novamente retornar á designação

de COMPANHIA DE OPERAÇÕES ESPECIAIS (COE) através do Decreto n° 10.147, de 15

de outubro de 2002 da lavra do Governador José Bianco. Hoje situada a avenida jatuarana,

bairro Cohab, em Porto Velho, a COMPANHIA DE OPERAÇÕES ESPECIAIS possuia na

época da pesquisa um efetivo de 97 (noventa e sete) policiais militares, sendo 06 (seis)

policiais femininas e 91 (noventa e um ) masculinos.

2.2.2. TABELAS DE OPERAÇÕES REALIZADAS PELA COMPANHIA DE OPERAÇÕES

ESPECIAIS.

Para um melhor entendimento da atividade destes policiais e do quantitativo de horas

de trabalho dos mesmos, estão relacionadas nas tabelas a seguir as operações realizadas

nos anos de 2003 a julho de 2006 pela COMPANHIA DE OPERAÇÕES ESPECIAIS (COE).

Page 17: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

17

OPERAÇÕES REALIZADAS EM 2003

1. APOIO A ÓRGÃO EXTERNO

Ano Tipo de policiamento realizado N° de

operações

Horas

trabalhadas

2003 Apoio a SEAPEN (revista, mutirão, vacinação, rebelião em

presídios)

28 224

Apoio a órgão de justiça (Escolta de Preso) 25 200

Apoio a FASER (revista, rebelião Casa do Adolescente) 01 08

Segurança de autoridades 01 08

SOMA 55 440

2. OPERAÇÕES POLICIAIS MILITARES

Ano Tipo de policiamento realizado N° de

operações

Horas

trabalhadas

2003 Apoio 1° BPM (Pol. Evento esportivo, Carnaval/2003) 09 72

Apoio 3° BPM 01 8

Apoio Companhia de Guarda 02 16

Apoio ao BPA 03 24

Revista Centro de Correção 02 16

Comando de Abordagem 53 424

Policiamento bancário 53 424

Reintegração de posse 02 16

SOMA 125 1000

Page 18: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

18

OPERAÇÕES REALIZADAS EM 2004

1. APOIO A ÓRGÃO EXTERNO

Ano Tipo de policiamentos realizados N° de

operações

Horas

trabalhadas

2004 Apoio SEAPEN (revista, multirão, vacinação, rebelião em

presídio)

17 136

Apoio a Órgão de Justiça (Escolta de Preso) 22 176

Apoio a FASER (revista, rebelião Casa do Adolescente) 20 160

SOMA 59 472

2. OPERAÇÕES POLICIAIS MILITARES

Ano Tipo de policiamentos realizados N° de

operações

Horas

trabalhadas

2004 Apoio 1° BPM (Pol. Evento esportivo, Carnaval/2004) 18 144

Apoio 7° BPM 02 16

Comando de Abordagem 17 136

Reintegração de posse 01 08

Apoio a DAL (Escolta de munições) 03 24

SOMA 41 328

Page 19: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

19

OPERAÇÕES REALIZADAS EM 2005

1. APOIO A ÓRGÃO EXTERNO

Ano Tipo de policiamento realizado N° de

operações

Horas

trabalhadas

2005 Apoio a SEAPEN (revista, mutirão, vacinação, rebelião em

presídios)

10 80

Apoio a órgão de justiça (Escolta de Preso) 02 16

Apoio a FASER (revista, rebelião Casa do Adolescente) 46 368

Segurança de autoridades 03 24

SOMA 63 488

2. OPERAÇÕES POLICIAIS MILITARES

Ano Tipo de policiamentos realizados N° de

operações

Horas

trabalhadas

2004 Apoio 1° BPM (Pol. Evento esportivo, Carnaval/2005) 15 120

Apoio 5° BPM 01 08

Comando de Abordagem 03 24

Reintegração de posse 01 08

Apoio Companhia de Guarda 04 32

Apoio ao BPA 02 16

SOMA 26 208

Page 20: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

20

OPERAÇÕES REALIZADAS DE JANEIRO A JULHO DE 2006

1. APOIO A ÓRGÃO EXTERNO

Ano Tipo de policiamento realizado N° de

operações

Horas

trabalhadas

Jan

a

Jul/06

Apoio a SEAPEN (revista, mutirão, vacinação, rebelião em

presídios)

14 112

Apoio a SESDEC 01 08

Apoio a FASER (revista, rebelião Casa do Adolescente) 01 08

Segurança de autoridades 06 48

Apoio a Polícia Civil 02 16

Apoio a PRF 01 08

SOMA 25 200

2. OPERAÇÕES POLICIAIS MILITARES

Ano Tipo de policiamentos realizados N° de

operações

Horas

trabalhadas

Jan

a

Jul/06

Apoio 1° BPM (Pol. Evento esportivo, Carnaval/2005) 13 104

Comando de Abordagem 23 184

Escolta de valores 01 08

Apoio Companhia de Guarda 01 08

Apoio ao BPA 02 16

SOMA 40 320

Page 21: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

21

2.2.3. ORGANOGRAMA DA POLÍCIA MILITAR DE RONDÔNIA

A figura a seguir mostra como estar organizada a Polícia Militar do Estado de

Rondônia, que possui o slogan “para servir e proteger”.

Fonte: Portal Corporativo - Polícia Militar de Rondônia (2003).

Page 22: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

22

2.2.4. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE OS POLICIAIS MILITARES

Os policiais militares, mesmo antes de serem admitidos nesta profissão já devem

apresentar qualidades físicas superiores às apresentadas pela maioria das pessoas

comuns. Os testes de aptidão física funcionam como uma forma de eliminatória de

concursos de admissão para a classe social referida, sendo estes aplicados aos

concorrentes em disputa pelas vagas disponíveis, as quais se encontram descritas em

edital; Deste modo, todos aqueles que apresentarem baixo desempenho nos testes físicos

são classificados como não aptos e conseqüentemente estão fora da seleção. Os referidos

testes normalmente envolvem parâmetros neuromusculares e cardiopulmonares, além dos

componentes físicos como, por exemplo, a estatura, que é considerada de alta relevância na

triagem dos PMs, sendo comum os editais descreverem que os concorrentes deverão

apresentar escores da referida variável de no mínimo 1,60 m, sob pena de serem

desclassificados.

Para realizar esta seleção, bem como a formação dos referidos profissionais o

Estado investe tempo, recursos humanos e financeiros. Assim, deve-se resguardar a saúde

e o bem-estar dos PMs para que estes desenvolvam satisfatoriamente sua função de

proteção à sociedade (RODRIGUEZ-AÑEZ, 2003). Neste sentido a Educação Física para

policiais militares tem por objetivo: a) proporcionar a manutenção preventiva da saúde; b)

desenvolver, manter e recuperar a condição física geral dos militares; c) cooperar no

desenvolvimento das qualidades morais e profissionais e; d) proporcionar uma redução dos

níveis de stress adquiridos no cotidiano do trabalho (BARBOZA & SANDES, 2002).

2.3. FLEXIBILIDADE.

2.3.1. DEFINIÇÃO.

Segundo Caspersen et al (1985), a aptidão física é a capacidade de realizar

atividades físicas, sendo dependente de características inatas ou adquiridas pelos

indivíduos. Para Knapik et al (1989), o teste de aptidão física é uma maneira simples de

medir as habilidades militares, utilizando os maiores grupos musculares e o sistema

cardiorrespirátorio, os resultados estão relacionados ao nível de aptidão física e a

habilidade.

De acordo com Weineck (2003), os principais requisitos motores são resistência,

força, velocidade e flexibilidade.

Page 23: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

23

A flexibilidade é a qualidade física responsável pela execução voluntária de um

movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações,

sem riscos de provocar lesões, os fatores que influenciam são: idade, sexo, hora do dia,

temperatura do ambiente, estado de treinamento e situação do atleta (PLATONOV, 2004). É

a capacidade e a característica de um atleta de executar movimentos de grande amplitude,

ou sob forças externas, que requeiram a movimentação de muitas articulações (WEINECK,

2003).

A flexibilidade conforme (WEINECK, 2005, p.470). “É a capacidade e a característica

de um atleta de executar movimentos de grande amplitude, ou sob forças externas, ou ainda

que requeiram a movimentação de muitas articulações”. Na definição de Tubino (1984, p.

181), “é a qualidade física que condiciona a capacidade funcional das articulações a

movimentarem-se dentro dos limites ideais de determinadas ações”.

A flexibilidade é de suma importância na realização de determinados gestos

desportivos e movimentos que de outra forma, seriam impossíveis de serem realizados sem

essa capacidade física.

Na educação física e nos esportes, fala-se de flexibilidade mais no sentido de

mobilidade articular, como a capacidade de utilizar quase que completamente a extensão do

movimento de uma articulação.

Segundo Barbanti (1996, p.79), no uso do vocabulário esportivo, entende-se por

flexibilidade a qualidade de flexível, a capacidade de elasticidade, a facilidade de ser

manejado, a maleabilidade, a agilidade, a vivacidade, além de certas adaptações

psicológicas.

Pode-se então dizer que a flexibilidade desempenha papel importante em numerosas

modalidades esportivas além de exercê-lo também nas atividades da vida diária. Sendo

definida por Holmann e Hettinger (1983, p.157), como “a extensão possível no âmbito de

movimentos voluntariamente em uma ou mais articulações”.

A flexibilidade conforme Dal’molin Kiss (2003, p.225), é definida como a qualidade

física responsável pela “amplitude de movimentos disponível em uma articulação ou

conjunto de articulações”.

Essa definição poderia ser completada e enunciada por Holland apud Dantas (1995,

p. 33), como: “qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de

amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos

limites morfológicos, sem o risco de provocar lesão”.

Page 24: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

24

2.3.2. FLEXIBILIDADE E SAÚDE DO TRABALHADOR

O corpo humano é projetado para a ação. Os grupos musculares longos, os tendões

e os ligamentos permitem que os braços e as pernas realizem uma ampla variedade de

esforços e atividades esportivas, enquanto o cérebro coordena a liberação de sangue,

oxigênio, combustíveis do coração e dos pulmões. Todos os vários sistemas do corpo se

comunicam entre si pelas vias químicas e nervosas para assegurar uma coordenação

precisa da atividade. Quanto mais esses sistemas são utilizados, mais o exercício torna-se

fácil e prazeroso.

Para condições fisiológicas e de saúde ideais é essencial à existência de uma função

músculo-esquelética sadia. Uma boa condição muscular e de flexibilidade proporciona maior

capacidade para realizar as atividades da vida diária, com eficiência e menos fadiga.

Também permitem realizar atividades esportivas com melhor desempenho e menor riscos

de lesões, além de ajudar a manter uma boa postura (NAHAS, 2001).

Embora seja verdade que poucas pessoas morrem em decorrência da falta de força

muscular e da falta de flexibilidade, um número significativo de indivíduos – que se não

fosse por isso seriam considerados sadios –, sofre de problemas lombares crônicos e de

redução na massa muscular. A medida que o corpo perde tecido magro, observa-se uma

redução concomitante em seus níveis metabólicos basal e de repouso. Freqüentemente, a

ingesta alimentar não se reduz na mesma proporção em que o gasto metabólico diminui,

resultando daí um aumento dos depósitos de gordura. Finalmente, na ausência de um

estímulo apropriado, os ossos perdem força, em conseqüência da perda de matriz óssea e

dos sais minerais. A osteoporose e as fraturas de quadril e vértebras freqüentemente

resultam deste processo degenerativo (POLLOCK & WILMORE,1993).

As lombalgias representam a principal enfermidade da sociedade moderna. Em

1974, as companhias de seguro registraram mais pedidos por problemas lombares do que

qualquer outra causa. KRAUS & RAAB (1961), demonstraram que mais de 80% das

lombalgias são secundárias à deficiência muscular. Sabe-se também, que as lombalgias

afetam aproximadamente 80% da população em algum momento da vida (BARROS, 2000).

Sobre este assunto, KRAUS & RAAB (1961), relatam numa pesquisa longitudinal de

2 a 8 anos, que envolveu 233 pacientes com queixas de dor lombossacra em um programa

de fortalecimento muscular e flexibilidade, 82% assinalaram uma boa resposta, 15,5%, uma

resposta razoável, enquanto apenas 2,5% relataram respostas negativas ao programa de

exercícios.

Por isso a flexibilidade é de suma importância na realização de determinados

gestos e movimentos que de outra forma, seriam impossíveis de serem realizados sem essa

capacidade física. Ela aumenta a eficiência mecânica dos movimentos, fazendo com que o

Page 25: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

25

indivíduo tenha um desperdício menor de energia na execução de suas atividades, além de

auxiliar na profilaxia de lesões e dos vícios posturais, reduzir as tensões musculares e

auxiliar na melhoria da contratilidade muscular. (Retirado do site flexibilidade, 2005).

A flexibilidade se refere à elasticidade ou à descontração muscular do corpo ou de

articulações específicas, envolvendo as inter-relações ósseas, musculares, fasciculares,

tendinosas, ligamentares e do tecido adiposo e cápsula articular. De acordo com DEVERIES

(1986), uma limitação da flexibilidade geralmente resulta em um aumento da tensão

muscular e tendinosa que restringem a amplitude dos movimentos. Não obstante, a gordura

em excesso também não pode representar um fator adicional de contribuição.

Quando se relaciona a flexibilidade com a saúde, (Achour Júnior, 1994; 1996; Nahas,

1989; Guedes & Guedes, 1995) e com o desempenho atlético, ( Mathews, 1980; Higajo et

al., 1991), verifica-se um grau de associação positiva entre estes dois fatores.

Sua definição é resumida por GENTTMAN, 1994, como a capacidade de movimentar

as partes do corpo, através de uma ampla variação de movimentos sem distensão

excessiva das articulações e ligamentos musculares. A flexibilidade é bastante específica

para cada articulação (Hall 1993; Phillips & Haskell, 1995), podendo variar de indivíduo para

indivíduo e até no mesmo indivíduo (Achour Júnior, 1994; Hoeger & Hoeger,1994

A flexibilidade é limitada em algumas articulações tanto por estruturas ósseas como

pela massa de músculo existente, ou por ambos. Estes fatores mecânicos não podem ser

modificados. Para a maioria das articulações, a limitação da amplitude de movimento é

imposta pelos tecidos móveis, incluindo a musculatura e seus envoltórios; os tecidos

conjuntivos, com tendões, ligamentos e cápsulas articulares; e a pele (DEVRIES, 1986).

Vários fatores são capazes de influenciar na flexibilidade articular. Em primeiro lugar,

quanto mais ativo for o indivíduo geralmente mais flexível também será (DEVRIES, 1986;

Achour Júnior, 1995a; 1995b; 1996). Porém, ao que tudo indica, essas atividades teriam que

utilizar a amplitude total de movimentos de cada articulação específica para se conseguir os

benefícios associados. Em segundo lugar, com relação ao sexo e idade, parecem existir

algumas peculiaridades; mulheres são mais flexíveis que os homens; e a flexibilidade

tendem a um declínio com o envelhecimento (Pollock & Wilmore, 1993; Hoeger & Hoeger,

1994; Dantas, 1994; Achour Júnior, 1996), mulheres seriam mais flexíveis que os homens.

O aquecimento local da articulação teria uma influência positiva no aumento da flexibilidade

enquanto o resfriamento promoveria o contrário e finalmente existe ainda a possibilidade de

que a hipermobilidade possa resultar em flacidez articular o que poderia resultar em risco de

lesão (DEVRIES, 1986).

Uma função musculoesquelética normal requer que uma amplitude de movimento

adequada seja mantida em todas as articulações. Há um interesse particular na manutenção

da flexibilidade da região lombar e posterior da coxa. Para (GUEDES & GUEDES, 1995), a

Page 26: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

26

falta de flexibilidade nessas regiões pode ser associada com um risco aumentado de

desenvolvimento de dor lombar crônica, provocando desconforto, dor, incapacidades e

queda no rendimento das atividades do cotidiano, ainda conforme ( RIIHIMAKI, 1991 ) este

fator tem uma associação com possíveis desvios posturais. (LIVRO DO GUEDES).

Indivíduos que apresentam índices de flexibilidade mais elevados tendem a mover-

se com maior facilidade e são menos susceptíveis a lesões quando submetidos a esforços

físicos mais intensos, e geralmente apresentam menor incidência de problemas na esfera

ósteo-mio-articular (CORBIN & NOBLE, 1985).

Portanto, programas de exercícios preventivos e de reabilitação devem incluir

atividades que promovam a manutenção de uma boa flexibilidade, particularmente na região

lombar, pois estes exercícios exercem influência sobre a estrutura e a composição

bioquímica dos tecidos conectivos (Weineck, 1991), mantendo ou elevando a capacidade de

extensibilidade muscular.

Os exercícios de alongamento também tem sido empregados com eficiências em

programas de reabilitação de problemas músculo-articular (Ashmen et al.,; Hall, 1993), na

redução da tensão muscular (Acsm, 1987) e como forma de preparação para esforços

vigorosos (Dan wathen, 1989).

Para que os efeitos associados aos exercícios de alongamento sejam progressivos e

permanentes é necessário um aumento do tempo de permanência na posição de

alongamento (Moffatt,1994).

Outro fator relacionado ao trabalho de flexibilidade, diz respeito ao momento certo de

sua execução. Alguns autores (Pollock & Wimore, 1993; Acsm,1987; Dan Wathen, 1989;

Amorin et al., 1990), argumentam que os exercícios de flexibilidade possam ser realizados

antes e depois das sessões dos programas de exercícios. Porém, Donnelly et al., 1992,

encontrou evidências em seus estudos, onde justificam cuidados na aplicabilidade de

exercícios de flexibilidade no final de sessões muito intensas devido ao aumento de

possibilidade de lesões no tecido muscular.

Os estudos realizados por Harre (1976, p.170) apud Weineck (2005, p.272), diz que

a flexibilidade é “um pré-requisito elementar para uma execução qualitativa e

quantitativamente boa do movimento”. Complementa Achour Jr. (2004, p.27), que

“exercícios de flexibilidade bem orientados na infância/adolescência aumentam as

condições para que a mesma se mantenha em bons níveis na idade adulta”.

Assim sendo, a prática da flexibilidade pode ser entendida como um elemento básico

indispensável no processo de treinamento e no cotidiano das pessoas.

Page 27: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

27

2.3.5. METODOS DE AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE.

A flexibilidade não é um parâmetro fácil de ser medido, mesmo quando se dispõem

de um laboratório especializado. Diversos testes, como o do sentar e alcançar, foram

elaborados, mas eles são capazes de fornecerem apenas estimativas e não medidas

absolutas de flexibilidade. Hoeger (1986) propôs uma bateria simples de testes de

flexibilidade que parece ser suficientemente relevante para ser incluída numa seqüência de

testes de avaliação do condicionamento físico.

Várias técnicas vêem sendo empregadas para mensurar os níveis de flexibilidade

articular. A verificação desses níveis pode ser de forma direta e indireta. As medidas de

forma direta expressam os resultados em graus e respeitam o aspecto da especificidade da

articulação, sendo com isso, descritas como as mais precisas (Silva et al., 1985; Higajo et

al., 1991; Getteman, 1994); utiliza-se para obtenção dessas medidas diretas, o goniômetro

(Ashmen et al., 1996) e o flexômetro de Leighton (Mathews, 1980; Silva et al., 1985) Porém,

essas técnicas, por demandarem muito tempo e dinheiro, dificultam suas aplicações em

trabalhos epidemiológicos (Genttman, 1994).

Dentre os diversos testes indiretos para se medir a flexibilidade, o que vem se

utilizando com mais freqüência, tanto para crianças e adolescentes (Guedes, 1994; Achour

Júnior, 1996) quanto para adultos (Viana et al., 1985; Pereira, et al., 1988; Chivasnsk &

Mattos, 1989), é o teste de sentar e alcançar. Além disso, o teste de sentar e alcançar é

bastante aceito por ter algumas características como: utilização de movimentos parecidos

com os do cotidiano; facilidade de aplicação; alta reprodutibilidade; por avaliar a flexibilidade

da coluna e dos músculos isquiotibiais (Silva et al., 1985; Achour Júnior, 1994; Acsm, 1987).

Para estabelecer correlação entre o teste de sentar e outros instrumentos de medida

da flexibilidade, QUEIROGA et al.; 2005, verificaram correlação moderada (r=0,75) existente

entre as medidas de flexibilidade tronco/quadril, feita pelo flexímetro, e o teste de sentar e

alcançar.

Outra forma de avaliar a flexibilidade é através do Flexiteste, que consiste na medida

e avaliação da mobilidade passiva máxima de vinte movimentos articulares corporais (36 se

considerados bilateralmente), englobando as articulações do tornozelo, joelho, quadril,

“tronco”, punho, cotovelo e ombro. Oito movimentos são feitos nos membros inferiores, três

no tronco e os nove restantes nos membros superiores. A numeração dos movimentos é

feita em um sentido distal-proximal. Cada um dos movimentos é medido em uma escala

crescente e descontínua de números inteiros de 0 a 4, perfazendo um total de cinco valores

possíveis.

A medida é feita pela execução lenta do movimento até a obtenção do ponto máximo

da amplitude e a posterior comparação entre os mapas de avaliação e a amplitude máxima

Page 28: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

28

obtida pelo avaliador no avaliado. Habitualmente, o ponto máximo da amplitude de

movimento é detectado com facilidade pela grande resistência mecânica do indivíduo,

mostraram coeficientes de correlação intraclasse sistematicamente altos para as medidas

do Flexiteste e, em particular, para o Flexíndice.

A flexibilidade pode ser observada através da avaliação direta ou indireta do ângulo

do movimento. Em síntese Leighton (1955) apud W. Holmann e Hettinger (1983, p.160),

construiu um flexômetro para uma verificação que chegasse a mais exata possível, sendo

que este aparelho é fixado ao corpo, indicando a amplitude do movimento.

2.3.6. INSTRUMENTOS.

1 - Flexômetro de Leighton;

2 - Fleximeter - (Baseado no Flexômetro de Leighton);

3 - Eletro goniômetro;

4 - Goniômetro - (Goniometria) ;

5 – Flexiteste.

2.3.7. AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE

A flexibilidade conforme Rocha (2004, p.133), pode ser medida de 03 (três) formas

descriminadas:

a) Medida angular – mede-se a flexibilidade por meio de instrumentos específicos como:

goniômetro, hidrogoniômetro e flexômetro, que fornecem valores em graus;

b) Medidas lineares – medidas pelas quais, por meio de uma fita metálica, com a grandeza

gradual em centímetros, são calculadas linearmente as distâncias entre uma extremidade e

outra de um ou mais segmentos corporais;

c) Medida adimensional – mede-se a flexibilidade através de valores dados às observações,

feitas pelo avaliador, das amplitudes dos movimentos realizados pelo testado.

A mobilidade articular para Farinatti (1999, p.66), “é resultado da ação de uma força

sobre os seguimentos biomecanicamente articulados à articulação, quais sejam, os osso,

cápsula articular, ligamentos, tendões, músculos gordura e pele”.

Sobre o assunto Rocha (2004, p.132), cita diversos fatores que estão ligados a

flexibilidade:

a) Superfície óssea – quando limita a mobilidade articular: articulação do cotovelo;

b) Músculos – pouca elasticidade das fibras ou em função do tamanho, impedindo a

continuação do movimento;

Page 29: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

29

c) Ligamentos – através da elasticidade dos mesmos;

d) Tendões – através da elasticidade dos mesmos;

e) Partes moles da Articulação – pelo grau de deformação, possibilita melhorar o

movimento;

f) Maleabilidade da pele.

A flexibilidade, maleabilidade da pele e elasticidade muscular é influenciada segundo

Dantas (2003, p.179), por:

a) Idade – à proporção que o indivíduo vai ficando mais velho, menor sua flexibilidade;

b) Sexo – a mulher geralmente é mais flexível do que os homens, pois seus tecidos são

menos densos;

c) Temperatura ambiente – a temperatura alta funciona da mesma forma que o

aquecimento. À temperatura baixa, o frio reduz a elasticidade muscular, diminuindo a

flexibilidade;

d) Hora do dia - a flexibilidade aumenta com o passar das horas do dia atingindo o máximo

por volta das 13 horas;

g) Composição Corporal (referente ao colágeno);

h) Estado de treinamento (quanto mais treinado, mais flexível, mudando o potencial de

flexibilidade do indivíduo).

2.4. TREINAMENTO DA FLEXIBILIDADE.

O treinamento da flexibilidade diariamente melhora o desempenho permitindo maior

movimento nas articulações do corpo. Conforme Barbanti (1996, p.83), a flexibilidade poderá

ser melhorada se exercícios próprios forem executados persistentemente. Se os exercícios

forem interrompidos por um período de tempo, ela voltará aos valores iniciais. Os exercícios

produzem sensações desagradáveis nos músculos, tornando-os dolorosos. Após a

repetição sistemática dos exercícios, desaparecem estas sensações e o desenvolvimento

da flexibilidade é mais rápido.

Treinar a flexibilidade é uma necessidade encontrada praticamente por todos os

atletas, seja ele competidor ou não, devido à extrema importância que esta qualidade física

apresenta para a saúde do aparelho locomotor, Achour Jr. (1996, p.103), sobre o assunto

ensina: “a flexibilidade é importante para o atleta melhorar a qualidade do movimento, para

realizar habilidades atléticas com grandes amplitudes de movimento e reduzir os riscos de

lesões músculos-articulares”.

De acordo com os estudos realizados por Hernandes Junior (2002, p.91), o mesmo

afirma que: quando se executa um movimento, tem-se como limite para a amplitude do

mesmo em relação ao corpo a flexibilidade articular, porém, esta não se limita apenas ao

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30

fator amplitude do movimento, pois uma pessoa flexível geralmente possui mais habilidade

motora do que uma menos flexível.

Isto ocorre devido ao fato de o treinamento de flexibilidade ser de característica

psicomotora, o que acarreta em melhoria da coordenação global dos movimentos

articulares. “Para Zaciorsky (1972) apud Barbanti (1996, p.84), a flexibilidade não precisa

ser necessariamente desenvolvida ao máximo, mas até o ponto que seja garantido uma

execução dos movimentos necessários sem prejuízos”.

Dal’molin Kiss (2003, p.225), comenta que a flexibilidade é formada por:

a) Elasticidade – é a capacidade de músculos e tendões que cruzam a articulação, em

aumentarem e diminuírem seu comprimento em função do movimento solicitado;

b) Plasticidade – é o grau de deformidade temporária, que estruturas musculares e

articulares sofrem durante a execução de determinado movimento;

c) Maleabilidade – é a capacidade de extencibilidade da pele, quanto maior, menor a

incapacidade de mobilidade;

d) Mobilidade – refere-se à amplitude de movimento permitida pela articulação em função de

seus diversos componentes.

e) Ligamentos – tem baixo coeficiente de elasticidade e alto coeficiente de plasticidade;

f) Tendões – tem baixo coeficiente de elasticidade e de plasticidade.

2.4.1. MÉTODOS PARA DESENVOLVIMENTO DA FLEXIBILIDADE.

Hernandes Junior (2002, p.92), afirma que: Os métodos de desenvolvimento da

flexibilidade atuam quase que totalmente sobre a melhoria do comprimento das fibras

musculares e da capacidade de relaxamento das mesmas, para que atinjam o comprimento

máximo. Segundo o mesmo os métodos para o desenvolvimento da flexibilidade podem ser

divididos em: estático, balístico, ativo, passivo e neuromuscular proprioceptivo (FNP).

MÉTODO ESTÁTICO.

O método estático não utiliza força externa, ou seja, a ajuda de um companheiro, por

exemplo, para a execução de seus exercícios, tendo como método mais famoso ou

conhecido como alongamento. A amplitude da posição deve ser a necessária para que se

sinta um leve estiramento na musculatura alongada.

Este método parece ser o mais difundido pela sua facilidade de aplicação,

aprendizado, menores riscos de lesões e eficiência. Parece também ser o método prioritário

para o desenvolvimento da flexibilidade quanto à segurança (MOORE 1980, OSTERNING

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31

1990). Esse método consegue diminuir a excitabilidade do motoneurônio alfa, em função da

menor velocidade, criando melhores adaptações aos tecidos musculares e conjuntivos

favorecendo as propriedades mecânicas (VUJNOVICH 1994). Outro fator abordado é o

menor consumo de energia com diminuição do sofrimento muscular, favorecendo o

relaxamento e o alívio de algias (DEVRINES 1981). Porém em outro estudo (MURPHY

1991), observa-se a análise do método estático na contribuição do aquecimento geral,

relaxamento, sofrimento muscular, prevenção de lesões e melhoria da performance. A

opinião crítica a essas observações são discutidas em função do pequeno aumento da

temperatura corporal, que parece ser insuficiente para proporcionar um aquecimento geral

do organismo, e diminuir os riscos de lesões, sendo ainda um método com quase nenhuma

velocidade de movimento que pouco favoreceria o sistema circulatório e o relaxamento. Em

relação ao desenvolvimento da performance, pouco valor foi mencionado em função da

pequena especificidade do movimento. Estudiosos, comentam como maior benefício do

método estático a diminuição do estresse físico do tecido muscular, tentando identificar o

volume e intensidade para tal atribuição (BANDY & IRON 1994, HARDY 1986).

MÉTODO PASSIVO (OU FLEXIONAMENTO ESTÁTICO).

O método passivo considerado por Dantas (1988, p.75), é quando há a utilização de

força externa, ou seja, a ajuda de um companheiro, ou equipamento auxiliando a atingir o

máximo de amplitude no movimento.

Para se empregar este método deve-se, lentamente chegar ao limite normal do arco

articular do executante (limiar entre o alongamento e o flexionamento), forçar suavemente

alem deste limite, aguardar cerca de seis segundos e realizar novo forçamento suave,

procurando alcançar o maior arco de movimento possível. Neste ponto arco articular obtido

deve ser mantido por 10 a 15 segundos

A desvantagem desse método conforme Weineck (2005, p.278), baseia-se “no fato

de que esse tipo de treinamento, ao contrario do método ativo, não leva a um fortalecimento

paralelo dos antagonistas, sendo, portanto, de pouco valor para algumas modalidades

esportivas”.

Diversos profissionais insistem em recomendar tempos de permanência maiores dos

que os indicados, baseados em vagas experiências pessoais, sem o indispensável respaldo

da ciência.

Os cientistas que estudaram o assunto, ficam mesmo com os tempos indicados.

BORMS, VAN ROY SANTES & HAENTJENS (1987), indicam como ideal um tempo de

insistência de 10 segundos e chegaram a conclusão que tempos de 20 ou 30 segundos são

Page 32: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

32

desnecessários. Já MADDING, WONG, HALLUM & MEDEIROS (1987), comparando os

efeitos provocados por insistências de 15, 45 e 120 segundos, verificaram não haver

qualquer vantagem na utilização de insistências com mais de 15 segundos.

Para superar as dúvidas que possam persistir quanto à eficácia de aumentar o tempo

de insistência para conseguir um melhor efeito de treinamento, cabe citar o trabalho de

BANDY, IRION & BRIGGLER (1997), que compararam os efeitos de insistências de 30 e de

60 segundos, com uma ou três repetições e não encontraram diferenças significativas entre

os resultados.

O único estudo encontrado, de BANDY & IRION (1994), que se opõe ao que foi

exposto até aqui, aponta melhoras de flexibilidade, depois de seis semanas de treinamento,

dos grupos que realizaram insistências de 30 e de 60 segundos, sobre o grupo que realizou

insistências de 15 segundos. No entanto, os autores consideraram o tempo total de

atividade e não a insistência depois de se alcançar o arco máximo de movimento, detalhe

que exige que estes resultados não sejam levados em consideração.

A tensão isométrica provocada pela insistência estática a que se submete o músculo,

atua sobre o Órgão Tendinoso de Golgi, provocando um relaxamento da musculatura

agonista, acarretando que o fator limitante do movimento seja, normalmente, a articulação.

Por ser esta estrutura que suporta a força que se está realizando, ela tende a se adaptar,

aumentando a extensibilidade de seus tecidos moles e diminuindo, desta forma, sua

estabilidade. O fenômeno exposto torna contra indicado o Método Passivo para o

treinamento da flexibilidade das articulações sujeitas a choques nos desportos de contato.

(McNAIR & STANLEY,1996).

MÉTODO BALÍSTCO.

O método balístico caracteriza-se pela movimentação da articulação, para que a

mesma atinja o máximo possível de amplitude no movimento; exemplo eleva-se as pernas

no plano frontal, onde, através da movimentação da mesma, tenta-se atingir o máximo de

amplitude no movimento, sem que acarrete lesões. Porém o mesmo autor afirma que o

método ativo é aquele que alcança a maior amplitude articular possível pela atividade

muscular, sem auxílio externo.

Realizado através de movimentos com velocidade de forma ritmada, apresenta uma

proposta de treinamento menos monótona e mais específica (OLCOTT 1980). Porém o

método parece estimular o reflexo miotático através do aumento de tensão dos fusos

musculares devido a velocidade e a força aplicada, criando adaptações neurais

inadequadas, assim como maiores possibilidades de lesões (ALTER 1996). Uma variação

Page 33: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

33

importante parece ser o aumento da temperatura corporal, com maior tempo de duração e

menor aplicação de força (LIGHT 1994). Existem evidências que são poucos os esportes

que necessitam de graus elevados de uma flexibilidade estática e sim da especificidade

para a melhoria da performance, sugerindo a utilização da técnica de flexibilidade dinâmica,

variante do método balístico atuando no aprendizado motor (HEDRICK 2000). Acredita-se

que essa técnica dinâmica pode ser utilizada como aquecimento para uma atividade física

em função de elevação da temperatura corporal (HEDRICK 2000).

MÉTODO DA FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PRÓPRIOCEPTIVO.

Este método se baseia no princípio da facilitação neuro proprioceptiva, é realizado

basicamente no relaxamento do músculo antagonista durante a contração do agonista.

Conforme Araújo (1987) apud, Farinatt, (2000, p.75),

É uma técnica que mescla de forma muito interessante, as atuações dos fusos musculares e dos órgãos tendinosos de golgi, consistindo em levar o movimento a sua máxima amplitude e, logo a seguir, contrair a musculatura alongada, numa duração em torno de seis segundos por 2 a 4 vezes.

O músculo agonista é o que realiza a contração durante o movimento em uma

determinada articulação, cabendo ao músculo antagonista realizar o movimento inverso ao

do agonista.

Parece ser considerado o mais efetivo no ganho de amplitude do movimento

(MOORE & HUTTON 1980). Seus benefícios estão associados ao ganho de flexibilidade,

equilíbrio das forças atuantes, melhoria da coordenação inter e intra muscular, circulação

sangüínea e relaxamento (PRENTICE 1994). Porém considera-se que o método seja

doloroso e perigoso, pela tensão aplicada a musculatura (CORNELIUS 1995). O método

FNP se apresenta superior aos demais, em função das conquistas neurofisiológicas e pelas

propriedades viscoelásticas atingidas pela unidade músculo-tendão-fáscia (BURKE 2000).

Essas hipóteses são discutidas pelo aumento do limiar excitatório dos receptores

musculares, com recrutamento adicional dos motoneuronios alfa e pela deformação do

tecido conjuntivo através das alterações viscoelásticas.O pesquisador ainda comenta que o

método se difere pela possibilidade de relaxamento durante as mudanças de comprimento

muscular. Outro estudo (OSTERNING 1990) realizado com trinta atletas de ambos os sexos

de idade variada entre dezoito e trinta e seis anos, valendo-se de diferentes técnicas do

método FNP, questiona as diferenças existentes na flexibilidade entre atividades de corrida

de resistência e de alta intensidade.

Page 34: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

34

FLEXIBILIDADE E PERIODIZAÇÃO

O principal fator determinante na escolha do método de flexionamento utilizado, será,

conforme foi explanado, a necessidade do aumento da flexibilidade. Este efeito será obtido,

prioritariamente, devido ao aumento da mobilidade articular ou da elasticidade muscular.

As articulações sujeitas a choques nos desportos de contato devem ter preservada

sua estabilidade pela ênfase no aumento da elasticidade muscular em detrimento da

atuação sobre a mobilidade articular. O efeito inverso será desejável para o treinamento

da flexibilidade dos grupos musculares que necessitam realizar sustentação de um

segmento corporal ou que apresentarão contrações explosivas durante a performance.

Respeitando-se estes postulados básicos, chega-se a conclusão que o treino da

flexibilidade de um cliente empregará métodos distintos para cada segmento corporal

considerado, conforme o tipo de atividade específica para a qual se está treinando.

A escolha do método adequado de treinamento de flexibilidade também será

diretamente influenciado pela época da periodização que se esteja considerando. Como se

sabe o macrociclo no personal training será dividido, para fins de treinamento, em quatro

períodos: o de Adaptação, o de Preparação, o de Manutenção e o de Transição.

No Período de preparação ter-se-á duas fases, a Básica, com um característica de

treinamento geral e a Específica, quando o cliente realiza as transferências de habilidades e

capacidades necessárias ao atendimento de seus objetivos. Ao final deste período o cliente

deve haver alcançado todos os objetivos: funcionais, estéticos e higiênicos a que se propôs.

No Período de Manutenção o cliente recebe o "polimento", o "ajuste fino" e a

consolidação dos resultados de treinamento do macrociclo. Neste período ele não deve

necessitar adquirir mais nada em termos de treinamento, apenas manter o que conseguiu

no período anterior.

Surpreendentemente existe pouca pesquisa recente na área de intervenção dos

métodos e o incremento da flexibilidade em indivíduos em diversas faixas etárias. A

preponderância de evidência é que a flexibilidade desenvolvida através de seus métodos

podem ser úteis em um programa de exercícios para indivíduos com mobilidade total

reduzida ou para aqueles que buscam aumento de performance desportiva.

Page 35: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

35

3. METODOLOGIA.

3.1. CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO.

Este estudo é caracterizado como sendo do tipo descritivo, que é uma pesquisa que

se preocupa com status e inclui várias técnicas, descrevendo uma situação sem interferir na

mesma (Barbanti, 2002; Jerry & Jack, 2002).

3.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA.

A população deste estudo foi composta por policiais militares do Estado de

Rondônia. A amostra constando de 60 indivíduos do sexo masculino, com faixa etária entre

20 e 39 anos, todos lotados na Companhia de Operações Especiais da Policia Militar de

Rondônia (COE/RO).

3.2.1. PROCEDIMENTOS PARA SELEÇÃO DA AMOSTRA.

Realizou-se uma reunião com os indivíduos que compõem a amostra, na qual se fez

uma palestra para os interessados em participar do estudo, os quais, depois de fornecidas

as devidas explicações a respeito da metodologia a ser utilizada na pesquisa, foram

convidados a participar do experimento voluntariamente.

3.3. INSTRUMENTO E COLETA DE DADOS.

Foi utilizado o teste de "Sentar-e-alcançar" [(Seat and Reach Test (Jonson e Nelson,

1979)], proposto por Filho (1999)), que objetiva medir a flexibilidade do quadril, dorso e

músculos posteriores dos membros inferiores.

Tem como objetivo mensurar a flexibilidade tóraco-lombar e pélvica de forma ativa,

em sujeitos de qualquer idade, verificando a maior distância horizontal possível alcançada

pelo avaliando partindo de um ângulo de 90º formado pelo tronco e membros inferiores.

Os materiais utilizados foram: material básico de anotações; caixote de madeira

(flexômetro), medindo 30 x 30 x 30 centímetros em cuja parte superior é fixada uma escala

métrica de 43 centímetros (WELLS & DILLON, 1952).

O avaliado realizou um prévio aquecimento com exercícios de alongamento. Sentado

no solo, perna estendida com a sola dos pés descalça apoiadas contra o banco. O avaliado

projetou-se lentamente para frente com ambas as mãos paralelas tão distantes quanto

Page 36: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

36

possíveis, mantendo esta posição por alguns segundos. O avaliador apoiou-se com as mãos

os joelhos do avaliado, sem pressioná-los para que se mantivessem estendidos. O escore é

o ponto mais distante alcançado com a ponta dos dedos das mãos. Foi registrada a melhor

das três marcas.

Figura 1: Teste de flexibilidade sentar e alcançar.

Os procedimentos para a coleta de dados aconteceram através de uma ficha para

obtenção dos dados referentes ao avaliado, como nome, idade, como também os resultados

em "cm" das três tentativas do teste.

Os resultados foram comparados com os valores referenciais apresentados na

tabela a seguir, com a classificação em função do desempenho no teste de sentar e

alcançar, de acordo com a faixa etária e sexo, estabelecidos pelo Colégio Americano de

Medicina do Esporte (QUEIROGA, 2005). Para comparações em trabalhos científicos os

valores referenciais são muito utilizados para realizar comparações.

Tabela 1 - Valores do Teste de Sentar e Alcançar – Masculino

Idade 20-29 30-39 40-49 50-59 >60

Muito alto > 48 > 46 >43 >41 >38

Alto 33-48 30-46 28-43 25-41 23-38

Intermediário 25-32 23-29 20-27 24-28 15-22

Baixo <25 <23 <20 <18 <15 Fonte: ACMS (2000).

3.4. ESTATÍSTICA.

Para análise dos dados utilizou-se a estatística descritiva: média (X), desvio padrão

(S) e percentual (%). Os cálculos foram realizados na planilha Excel, encontrado no

programa Microsoft Windows 2000.

Page 37: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

37

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo serão abordados e discutidos os resultados encontrados na pesquisa

com outros estudos semelhantes, realizados em âmbito local ou em outras localidades, este

procedimento faz-se necessário para se ter uma visão geral da flexibilidade dos

trabalhadores analisados.

Os dados referentes à idade e flexibilidade dos grupos de estudos são mostrados na

tabela (2).

Tabela 2 – Média e desvio padrão dos dados antropométricos e da idade entre o grupo

de faixa etária de 20 a 29 anos e de 30 a 39 anos de idade. Porto Velho (RO), 2006.

Grupos 20-29 Anos 30-39 anos

Média Desvio Padrão Média Desvio Padrão

Idade 26,38

± 2,29

34,51 ±3,41

Flexibilidade 18,90 ± 10.98

20,92 ± 8,89

N 21 39

Fonte: Dados do Estudo (2006).

A flexibilidade seguiu uma característica descrita na literatura por vários autores

(SIMÃO, 2003), em que se observa com o processo de envelhecimento uma diminuição na

amplitude articular ocasionando valores reduzidos na qualidade física flexibilidade.

Na tabela 3 é apresentado os resultados da distribuição de freqüência da amostra,

conforme os níveis de flexibilidade estabelecidos pelo Colégio Americano de Medicina do

Esporte (QUEIROGA, 2005).

Tabela 3 - Distribuição de freqüência dos policiais conforme classificação de acordo com os níveis de flexibilidade.

Idade 20 a 29 % 30 a 39 %

Muito alto - 00 - 00

Alto 01 05 07 18

Intermediário 06 28,5 08 20,5

Baixo 14 66,5 24 61,5

Total 21 100 39 100

Page 38: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

38

De acordo com os resultados, não foi alcançado, por nenhum dos participantes da

pesquisa, o melhor nível, apenas 5% dos indivíduos com idade de 20 a 29 anos e 7% dos

indivíduos de 30 a 39 anos alcançaram o nível satisfatório. Com 28,5% no nível

intermediário dos indivíduos de 20 a 29 anos, já se pode observar que o treinamento de

flexibilidade não vem sendo satisfatório, nem mesmo para essa faixa etária mais jovem,

confirmando a falha nesse tipo treinamento, temos o resultado que apenas 20,5% da faixa

etária de 30 a 39 anos também atingiram o nível intermediário.

O mais preocupante dos resultados, é que a grande maioria dos indivíduos dos dois

grupos, está no nível baixo, ficando 66,5% do grupo mais jovem e 61,5% do grupo mais

experiente.

Em pesquisa realizada por Bezerra (2004), com policiais militares do 5º Batalhão de

João Pessoa – PB, verificou-se que o grupo apresentou valores médios abaixo do

encontrado na literatura, que é de 28 a 32 para homens (ACSM, 2003).

Esses resultados demonstram que apesar de a flexibilidade ser um fator

imprescindível na preparação física desses profissionais, há muito tempo, ela não vem

sendo trabalhada da forma como deveria. Deixando bem claro a necessidade de mais

trabalhos sobre esse assunto.

A seguir, é demonstrado os níveis de flexibilidade dos policiais militares, separados

por idade.

Níveis de Flexibillidade

0%5%

29%

66%

0%

18% 21%

61%

0%

20%

40%

60%

80%

20 A 29

30 A 39

20 A 29 0% 5% 29% 66%

30 A 39 0% 18% 21% 61%

Muito Alto Alto Intermed Baixo

Gráfico 01: Níveis de flexibilidade dos policiais

Page 39: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

39

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos nesta pesquisa revelam uma triste realidade, que apesar

desses profissionais terem o elemento físico como de grande valia para realizar de forma

segura e eficaz o seu trabalho, vê-se que os dados mostram uma falta de treinamento no

que diz respeito ao desenvolvimento da flexibilidade.

Nos resultados do teste de flexibilidade o grupo mais experiente obteve melhor

resultado que o grupo mais jovem, ao contrário do que era esperado, por sabemos que os

mais jovens têm maior facilidade em desenvolver flexibilidade, mas sem diferença

significativa entre ambos. No entanto, quando se verifica a freqüência de integrantes nas

categorias referenciais da população, identificou-se que em sua maioria encontram-se na

classificação abaixo da média.

Faces as observações encontradas neste estudo, vê-se que a algum tempo não há

um treinamento direcionado a esse fator físico, apesar de ele ser de grande importância

para esses profissionais, para melhorar a qualidade do movimento, na realização de

habilidades atléticas com grandes amplitudes de movimento e reduzir os riscos de lesões

músculos-articulares, como já citado por Achour Jr. (1996, p.103)

Concluiu-se que os militares que compõem a Companhia de Operações Especiais

(COE) necessitam de um programa de atividade física mais estruturada, tendo em vista os

resultados encontrados.

Baseado na literatura existem vários treinamentos possíveis para o desenvolvimento

da flexibilidade que podem ser aplicados a esses policiais, para que isso ocorra, há a

necessidade de novas pesquisas e disponibilidade de profissionais dispostos, juntamente

com o Comando da Corporação, a aplicar essas atividades.

Page 40: flexibilidade em policíais militares: um estudo descritivo

40

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GLOSSARIO

Flexibilidade: a qualidade física que condiciona a capacidade funcional das articulações a

movimentarem-se dentro dos limites ideais de determinadas ações.

Jiu-jitsu: arte suave.

Lombalgia: dores na região da coluna lombar.

Trabalho de guarda: posição no qual o atleta fica pôr cima do adversário, estando entre as

pernas deste, preso ou não.