flÁvio roberto de souza - teses.usp.br · os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo...

66
FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA ANÁLISE COMPARATIVA DE ARRANJOS DE SUBESTAÇÕES POR ESTUDOS DE CONFIABILIDADE São Paulo 2003 Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Engenharia.

Upload: vuongque

Post on 05-Jan-2019

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA

ANÁLISE COMPARATIVA DE ARRANJOS DE SUBESTAÇÕES POR ESTUDOS DE

CONFIABILIDADE

São Paulo

2003

Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Engenharia.

Page 2: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA

Engenheiro Eletricista, UNISANTA,1995

ANÁLISE COMPARATIVA DE ARRANJOS DE SUBESTAÇÕES POR ESTUDOS DE

CONFIABILIDADE

São Paulo

2003

Dissertação apresentada à Escola Politécnicada Universidade de São Paulo para obtençãodo título de Mestre em Engenharia. Área de Concentração: Sistemas de Potência Orientador: Prof. Dr. Carlos César Barioni de Oliveira

Page 3: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

Dedico esta obra aos meus queridos pais, ZulmiraTargon de Souza e Artur de Souza, pois sem osmesmos não seria possível a realização destetrabalho ao qual me dediquei intensamente.

Page 4: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Prof. Dr. Carlos César Barioni de Oliveira ao incentivo, colaboração, paciência e sábios ensinamentos, não só neste trabalho como também na vida. Aos Profs. Dr. José Roberto Cardoso e Dr. Alexandre Rocco, por esta oportunidade, bem como à Universidade Santa Cecília, que possibilitou o convênio de cooperação científica entre estas tão respeitadas Universidades. Aos amigos Celso Ribeiro Costa, Robson Cardoso e Fábio Antônio Lima Noronha Galvão, que demonstraram amizade, cooperação e incentivo nos momentos de dificuldade. À Biblioteca da USP pelos bons préstimos e a seus funcionários, em particular Beth, Ana e Marcos. Aos meus sobrinhos, irmãos e cunhadas (os), que colaboraram indiretamente na realizaçcão deste trabalho, sob o ponto de vista emocional. A todos, que direta ou indiretamente, contribuíram para tornar-se realidade este objetivo.

Page 5: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo apresentar metodologia e modelo de simulação para

comparação de arranjos de subestações de distribuição através de análise de confiabilidade

estática de esquemas de manobra.

A comparação entre alternativas de arranjos de subestações, sob o ponto de vista de

confiabilidade, será feita de duas formas, a saber:

- Comparação direta dos índices de confiabilidade obtidos pela modelagem dos arranjos

de subestações, com a utilização de um eficiente algoritmo que se baseia na

determinação dos cortes mínimos de uma rede genérica;

- Avaliação técnico-econômica dos arranjos de subestações, através de análise com

enfoque de múltiplos objetivos, considerando-se os objetivos de minimização dos

custos (investimento, operação e manutenção) e de maximização da confiabilidade,

através do custo da energia não distribuída. Esta análise é feita para um período de

estudo, considerando o crescimento da carga a ser atendida. Os arranjos de subestação

podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo,

por exemplo, considerando um primeiro estágio, com uma unidade transformadora, e

um segundo estágio, com duas unidades.

Page 6: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

ABSTRACT

This dissertation aims at presenting a methodology and simulation model to

compare different distribution substation configurations through a static reliability

evaluation model applicable to different switching schemes.

The comparison of the substation configuration alternatives, regarding reliability

analysis, is carried out by the two following ways:

- Straight-forward comparison of reliability indices obtained by modeling the substation

configuration alternatives through an efficient algorithm based on the determination of

minimum cut sets applied to a generic network;

- Technical and economical evaluation of the substation configuration alternatives,

through a multiple objective framework, by considering the minimization of costs

(investment, operation and maintenance) e maximization of a reliability index, which is

the costs due to the non-supplied energy. This analysis is carried out for a study period,

considering the corresponding load growth. Substation configurations can be either

fixed for the entire study period or can evolve along time. For instance, for the first

stage a single transformer unit is used and, for the second stage, the configuration

comprises two transformer units.

Page 7: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................................................................1 2. REVISÃO DA LITERATURA...................................................................................4 3. METODOLOGIA.......................................................................................................12

3.1. Considerações Gerais................................................................................12 3.2. Índices de Confiabilidade.........................................................................12

3.2.1. Dos indicadores de continuidade de conjunto...............................12 3.2.2. Dos indicadores de continuidade individuais................................14

3.3. Índice de confiabilidade para subestações de distribuição.......................15 3.4. Algoritmo para determinação dos cortes mínimos de uma rede genérica...17

3.4.1. Considerações gerais.....................................................................17 3.4.2. Descrição do modelo.....................................................................18

3.4.2.1. Considerações gerais.......................................................18 3.4.2.2. Lista de predecessores.....................................................21 3.4.2.3. Mínimos caminhos..........................................................22 3.4.2.4. Mínimos conjuntos e cortes.............................................24 3.4.2.5. Mínimos caminhos representados na forma binária........25

3.5. Índice de confiabilidade para um nó de saída fixo...................................26 3.5.1. Considerações gerais.....................................................................26 3.5.2. Taxa de falha equivalente e duração da falha equivalente............26

3.5.2.1. Cortes mínimos de 2ª Ordem...........................................27 3.5.2.2. Cortes mínimos de 3ª Ordem...........................................27

3.6. Descrição do Software..............................................................................29 3.7. Redução de arranjos reais das subestações em arranjos equivalentes......31 3.8. Energia não distribuída (END) por interrupções na subestação...............32 3.9. Energia não distribuída por interrupções na rede genérica.......................33 3.10. Avaliação técnico-econômica de arranjos e subestações........................35

Page 8: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

3.11. Análise de alternativas com horizontes diferentes..................................36 3.12. Análise comparativa de arranjo de subestações – Múltiplos objetivos...38

4. APLICAÇÕES.................................................................................................41

4.1. Considerações gerais.................................................................................41 4.2. Caso 1: Arranjo fixo ou evolução do arranjo no tempo............................41

4.2.1. Definição do caso..........................................................................41 4.2.2. Dados para o estudo.......................................................................43 4.2.3. Resultados – Índices de confiabilidade ........................................44 4.2.4. Resultados – Resultados – Custo de energia não distribuída........45 4.2.5. Resultados – Custos de investimento, operação e manutenção.....46 4.2.6. Resultados – Índice de mérito.......................................................47

4.3. Caso 2: Comparação de diversos arranjos................................................49 4.3.1. Definição do caso..........................................................................49 4.3.2. Dados para estudo..........................................................................49 4.3.3. Resultados......................................................................................49

5. CONCLUSÕES................................................................................................51 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................52

Page 9: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

LISTA DE TABELAS

3.1. Topologia do Sistema................................................................................................19 3.2. Nova Lista de RaMos para Nó 5...............................................................................20 3.3. Matriz de Predecessores para o Nó 5........................................................................22 3.4. Matriz dos Mínimos Caminhos para o Nó 5.............................................................22 3.5. Mínimos Caminhos para o Nó 5 em Termos de Números de Ramos.......................23 3.6. Mínimos Caminhos para o Nó 5 em Termos de Componentes ................................24 3.7. Mínimos Caminhos para o Nó 5 na Forma Binária...................................................25 4.1. Dados da Subestação ................................................................................................43 4.2. Evolução da Carga.....................................................................................................43 4.3. Índices de Confiabilidade..........................................................................................44 4.4. Custo da END em Valor Presente.............................................................................46 4.5. Custos de Investimentos, Operação e Manutenção em Valor Presente.....................47 4.6. Comparação das Alternativas – Índice de Mérito.....................................................48 4.7. Comparação das Alternativas....................................................................................50

Page 10: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando
Page 11: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando
Page 12: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando
Page 13: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

1

1. INTRODUÇÃO

O sistema elétrico brasileiro e de muitos outros países foram tradicionalmente

mantidos pelo poder público; porém, existe uma tendência mundial em transferir estes

serviços para a iniciativa privada.

Outro fenômeno ocorrido, principalmente no Brasil, foi a criação do Código de

Defesa do Consumidor (Lei Federal n.º 8.078 de 11 de setembro de 1990 ), que estabelece

uma série de obrigações às empresas no que diz respeito à qualidade e continuidade dos

produtos e serviços, da mesmo forma estabelece penalidades, levando a uma maior

conscientização da população em relação a seus direitos enquanto consumidores. Em se

tratando das concessionárias de energia, no que tange às responsabilidades de pessoas

jurídicas ou de direitos privados, não diferem daquelas dispensadas ao fornecedor ou

prestador de serviços individuais, portanto, nada há nesta lei que não as aplique às

concessionárias, muito pelo contrário, as exigências de certa forma se ampliam tendo em

vista seu maior poder econômico e o universo de atuação delas.

Todavia, reconhecendo que se trata o sistema elétrico uma área de infra-estrutura,

estratégica portanto, não só para economia como para a qualidade de vida de toda a

população, e que a continuidade do bom fornecimento de energia elétrica torna-se uma

tônica cada vez mais importante, foram criados pelo governo órgãos reguladores com a

finalidade de controlar e fiscalizar as empresas privatizadas do setor elétrico. Estes órgãos

estabelecem indicadores de qualidade técnica (ex. DEC, FEC, DIC, FIC) que, quando

desrespeitados, poderão resultar na aplicação de penalidades à Concessionária.

Este trabalho tem como finalidade apresentar metodologia e modelo de simulação

para comparação de arranjos de subestações de distribuição através de análise de confiabilidade

estática de esquemas de manobra.

Page 14: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

2

A comparação entre alternativas de arranjos de subestações, sob o ponto de vista de

confiabilidade, será feita de duas formas, a saber:

- Comparação direta dos índices de confiabilidade obtidos pela modelagem dos arranjos

de subestações utilizando um eficiente algoritmo apresentado em [1] e [18], que baseia-

se na determinação dos cortes mínimos de uma rede genérica;

- Avaliação técnico-econômica dos arranjos de subestações, através de análise

Benefício/Custo de cada arranjo.

Para o cálculo dos índices de confiabilidade, a metodologia básica parte do arranjo

proposto e determina, para cada nó que representa um componente especificado, os

caminhos mínimos provenientes das fontes e os correspondentes cortes mínimos. A partir

dos cortes mínimos e dados de confiabilidade de cada componente individual, fica bastante

simples o cálculo da taxa anual de falha (λ) e tempo médio por falha (T), bem como o

tempo anual de interrupção (λT) de cada nó.

Desta forma, selecionando-se o nó que representa a saída de um alimentador

primário da subestação, e o número de alimentadores da subestação, obtém-se diretamente

os índices básicos de confiabilidade do arranjo considerado.

Esta análise pode ser feita considerando a evolução do arranjo em estudo, por

exemplo, considerando o primeiro estágio, com um transformador, e o segundo estágio,

com dois transformadores.

Os valores globais obtidos por esta análise são:

- Número total de interrupções no ano para o ponto considerado ( λ ), em decorrência das

interrupções intempestivas e programadas, incluindo todos os elementos de formação

do arranjo de subestação em estudo;

Page 15: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

3

- Tempo total de interrupções no ano (T) para o ponto considerado.

Com estes valores, e com dados relativos ao carregamento da subestação (para cada

estágio de evolução do arranjo) e dos alimentadores por ela supridos, serão calculados os

valores de DEC, FEC e END (Energia Não Distribuída) deste segmento do sistema de

distribuição.

A comparação técnico-econômica dos arranjos de subestações será feita através da

avaliação de um Índice de Mérito, considerando-se os Custos de Investimentos e o Custo da

Energia Não Distribuída. Para o cálculo do custo da END, serão consideradas duas

parcelas, correspondentes à subestação e aos alimentadores primários por ela supridos. A

parcela da END referente às interrupções na subestação será determinada pelo produto

entre o tempo anual de interrupção e a potência média das cargas supridas pela subestação.

Para a análise de confiabilidade dos alimentadores será utilizada metodologia desenvolvida

no projeto “Planejamento Agregado de Investimentos em Sistemas de Distribuição” [13],

na qual os índices de confiabilidade são avaliados por procedimento estatístico.

Page 16: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

4

2. REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo serão apresentados e discutidos alguns trabalhos relevantes sobre

avaliação de índices de confiabilidade. Nas décadas de sessenta e setenta foram

desenvolvidos trabalhos descrevendo algoritmos para avaliação da confiabilidade de redes

elétricas. Até meados da década de oitenta, os artigos mostravam a aplicação destes

algoritmos principalmente nas redes de subtransmissão e transmissão, e em seguida

começaram a surgir mais trabalhos englobando o sistema de distribuição (subestações e

redes de distribuição). Alguns trabalhos importantes são as referências [1] - [9].

Conceitualmente, a metodologia básica para o cálculo de índices de confiabilidade

pode ser assim resumida:

• Considerar cada um dos possíveis estados do sistema. Um estado é definido através da

lista de componentes em funcionamento (sucesso) e fora de funcionamento (falha);

• Identificar quais estados resultam em sucesso do sistema (sistema em operação);

• Determinar a probabilidade de ocorrência de cada estado;

• Obter a probabilidade composta destes estados.

A referência [4] apresenta um algoritmo para a determinação dos mínimos

conjuntos de cortes. Pode-se definir conjunto de corte como sendo um conjunto de

componentes que, se falharem, o sistema falhará indiferentemente da condição dos outros

componentes do sistema. Este algoritmo é usado principalmente para redes de comunicação

e outros sistemas complexos, baseando-se na decomposição da rede, ou seja, a remoção de

um conjunto de corte separa a rede em duas sub-redes, sendo que uma inclua o nó “s” de

forma que exista um caminho entre o nó “s” e todos os outros nós desta sub–rede, e a outra

incluindo o nó “t” de forma que exista um caminho entre o nó “t” e todos os outros nós

desta sub–rede, considerando todos elementos bidirecionais e com duas extremidades.

O algoritmo gera seqüencialmente a árvore de mínimos conjuntos de cortes

pertencentes a uma rede em estudo, através de vértices e ligações.

Page 17: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

5

A referência [6] apresenta um algoritmo baseado no conceito de mínimos caminhos

e mínimos conjuntos de cortes de 1º, 2º e 3º ordem, que estão relacionados com o número

de caminhos associados, ou seja, um conjunto de corte de 2º ordem significa que os

elementos do referido conjunto pertencem a dois caminhos distintos. Além disso, o

algoritmo tem como entrada de dados a lista de predecessores, entendendo-se por

predecessor de um ramo K algum ramo ao qual a barra final coincide com a barra inicial do

ramo K. É utilizada a lógica booleana para identificar os mínimos cortes, principal

contribuição deste artigo, lógica esta criada por George Boole na segunda metade do século

XIX, que sintetizou os princípios matemáticos que regem a operação de circuitos de

chaveamentos e que relaciona preposições, conectivos e valores de verdade. A aplicação

deste algoritmo só é possível para sistemas unidirecionais contendo uma única entrada

(fonte) e uma única saída (carga).

O algoritmo utilizado como uma das ferramentas desta dissertação baseia-se na

referência [1], e foi escolhido por atender todas as necessidades para a comparação da

confiabilidade de diferentes arranjos de subestações. Os dados de entrada necessários são: o

arranjo da subestação, com seus componentes e ligações entres eles, nós de entrada

(fontes), nós de saída (cargas), características dos ramos (uni ou bidirecionais), bem como

os dados de confiabilidade para cada elemento, ou seja, taxas de falha e tempos médios de

reparo. A partir destas informações são calculados, para qualquer nó selecionado, a taxa

média de falha, o tempo médio de interrupção e a duração média de falha. Uma

característica importante deste algoritmo é que ele próprio define a lista de predecessores,

através dos mínimos caminhos.

A referência [7] descreve uma técnica similar à anterior; porém, acrescenta na

avaliação da confiabilidade as ações de chaveamento que ocorrem após uma falta,

necessárias para restabelecer o sistema. É introduzido o conceito de taxa de falha ativa

(active failure rate), que vem a ser a média anual do número de componentes que causam a

abertura de disjuntores e, conseqüentemente, saídas eventuais de operação de outros

componentes saudáveis, sendo que estes podem ser religados após isolar-se o componente

Page 18: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

6

que ativamente falhou. Em redes elétricas com ações de chaveamentos existem quatro tipos

de conjuntos de cortes:

• Todos os componentes estão fora de serviço, podendo ser restabelecido o sistema com a

volta ao serviço de pelo menos um componente;

• Todos os componentes estão fora de serviço, podendo ser restabelecido o sistema

através do fechamento de um caminho normalmente aberto;

• Um componente falhou ativamente e outros estão fora de serviço, o sistema pode ser

restabelecido isolando o componente que falhou ativamente e reenergizando o restante

do sistema;

• Similar ao anterior, mas incluindo um “stuck breaker”.

Artigos mais recentes, como a referência [8], descrevem a crescente preocupação

quanto às perspectivas do cliente em relação à confiabilidade do serviço de fornecimento de

energia, levando-se em consideração também às implicações relacionadas a análises de

custo-benefício. Através destas análises busca-se responder a algumas questões, tais como:

qual a confiabilidade adequada para atender as perspectivas do cliente ?. Muitas Empresas

já levam em conta a incorporação dos valores de confiabilidade para os clientes em

considerações econômicas, no planejamento da geração, transmissão e distribuição. A

essência destes estudos está em determinar os custos das interrupções e os custos do serviço

recebido.

A referência [10] possui um objetivo semelhante a este trabalho, sendo um método

que busca determinar os custos de perda de carga para o consumidor, e que podem ser

integrados dentro de uma comparação econômica de alternativas de arranjos de

subestações. O autor considerou subestações com níveis de tensão compreendidos entre 120

kV e 750 kV. A avaliação da confiabilidade de arranjos de subestação é realizada usando

dois índices, a saber: LOLP (Loss of Load Probability) e LOLE (Loss of Load

Expectation). LOLP é definido como a soma das probabilidades de todas as condições de

falha que possam ocorrer; e LOLE refere-se a soma das expectativas de condições de falha.

As técnicas mais utilizadas para definir a confiabilidade são o modelo de Markov e o

Algoritmo de Mínimos Cortes. O objetivo de ambos os métodos é inicialmente determinar

Page 19: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

7

a falha e a condição normal de operação da subestação e em seguida calcular a

probabilidade da ocorrência dos mesmos, considerando seus tempos de restabelecimento. A

desvantagem do método apresentado neste artigo, é que os arranjos da subestação têm que

ser simétricos; caso contrário, o arranjo deverá ser reduzido a um equivalente; a vantagem é

que os números de estados são menores. A ferramenta matemática escolhida foi a

programação linear e para tal, devem ser criados alguns vetores, tais como: (d) vetor cargas,

(x) vetor que representa o fluxo de potência na subestação; (y) é o vetor de saída do fluxo

de potência; (c) é a matriz incidente e (s) é uma matriz diagonal, contendo as condições de

chaveamento.

Os equipamentos levados em consideração foram os disjuntores e transformadores.

Após o estudo de alguns casos, o autor chegou à conclusão de que muitas vezes o custo da

confiabilidade é um item significante em alguns arranjos de subestação, podendo algumas

vezes justificar a aplicação do capital. Contudo, alguns autores destacam que arranjos mais

elaborados, embora forneçam maior flexibilidade nas operações e manutenção, o número

excessivo de equipamentos, embora mais complexos e modernos acaba por não diminuir os

índices de confiabilidade da subestação.

É notório o conhecimento de que subestações de distribuição são pontos críticos do

sistema elétrico de potência, pois a montante existe o sistema de subtransmissão, e a

jusante a rede primária, geralmente operando de forma radial. A referência [11] examina a

confiabilidade (inconfiabilidade) do sistema de distribuição sobre três aspectos, a saber:

• O primeiro analisa a confiabilidade (inconfiabilidade) de subestações variando sua

complexidade;

• O segundo executa uma análise de sensibilidade da confiabilidade das subestações para

diferentes parâmetros de confiabilidade dos equipamentos;

• Como último aspecto, foi desenvolvido um modelo equivalente de subestações de

distribuição, que pode ser usado como alimentador (fonte) dos parâmetros de

confiabilidade, para todo o sistema de rede primária.

Desta forma, é possível fazer a análise do impacto das subestações de distribuição

sobre a rede primária, sendo que para avaliar a inconfiabilidade das subestações de

Page 20: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

8

distribuição, podem ser utilizadas ferramentas como as descritas anteriormente [1-9], ou um

programa da ABB chamado DISTREL, que é utilizado também para a rede primária. Este

programa é baseado na simulação de contingência e quando é utilizado para a rede

primária, não considera mudanças na topologia da rede devido às manutenções.

Ainda na referência [11] o autor dividiu a análise da confiabilidade das subestações

em quatro modelos: (1) Modelo Simples – após a falta ocorre o chaveamento, isolando a

falta com 100 % de confiabilidade; (2) idêntico ao modelo anterior, exceto que as faltas

podem ocorrer quando a subestação estiver reconfigurada devido a manutenção; (3)

idêntico ao anterior, exceto que ocorre um atraso antes do sistema ser reconfigurado; (4)

idêntico ao anterior, exceto que ambos os sistemas, de proteção e seccionamento, têm

probabilidade condicional de falta. Como exemplo, a avaliação da confiabilidade indica que

as perdas de serviço em subestações ocorrem em média a cada 20 anos, isto corresponde a

6 a 8 minutos por ano e quando as faltas no sistema de subtransmissão são incluídas, as

taxas de falhas triplicam e os tempos de duração das falhas aumentam em 90 % para

subestações não automáticas e 130 % para automáticas.

A referência [12] reforça os conceitos apresentados em [10], apresentando

resultados de estudos realizados por um grupo de trabalho da Federação de Eletricidade da

Noruega (EnFO) e de um projeto de P&D do Instituto de Pesquisas de Energia Elétrica da

Noruega (EFI) , que possui como tema central, o por quê de se utilizar configurações de

equipamentos e conjuntos de manobra e proteção muito complexos e caros quando isto não

traz benefícios significativos em termos de confiabilidade, podendo arranjos simples

aumentar a confiabilidade em alguns casos. Recentemente na Noruega verificava-se uma

tendência de construção de redes mais e mais complexas, devido à situação monopolista

das concessionárias que trabalhavam com o conceito de “economia previsível“.

O Grupo de Trabalho verificou que essa situação, combinada com a criatividade dos

projetistas, produziu configurações complicadas e “locais”, resultando numa falta de

padronização nacional. Assim, é importante avaliar diversas alternativas para descobrir a

melhor solução, sob o ponto de vista técnico e econômico. As concessionárias

representadas no Grupo de Trabalho analisaram os projetos em relação aos custos de

Page 21: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

9

investimentos e confiabilidade, com base no estado da arte da tecnologia, sendo que os

custos de interrupção dos consumidores são calculados com 50 % das cargas residenciais e

50 % das cargas comerciais/ serviço. Os custos de investimentos constituem a maior parte

dos custos totais e os custos de interrupções representam entre 3,4 % e 7,3 % dos custos

totais, dependendo da configuração. Os resultados da avaliação demonstram que os

investimentos totais em equipamentos e os custos totais de interrupção podem ser

consideravelmente reduzidos pela escolha de configurações simples de manobra e proteção,

sendo que em alguns casos a simplificação pode resultar em confiabilidade ainda maior.

A referência [16] avalia a confiabilidade em subestações e cabos de potência

utilizando métodos probabilísticos, incluindo outros aspectos. Neste método, cinco estados

são considerados, correspondendo a:

1) operação normal;

2) chaveamento;

3) reparo (forced outages);

4) manutenção;

5) condições de sobrecarga.

A influência da sobrecarga sobre as taxas de falha e nos índices de confiabilidade

das subestações é avaliada, sendo utilizados como componentes principais desta avaliação

os transformadores de potência e cabos de potência isolados com material extrudado. A

solução obtida é desenvolvida para vários tipos de contingências. Conclui-se que o efeito da

sobrecarga nestes componentes aumenta a taxa de falha. Os seguintes pontos podem ser

destacados, como segue: O valor numérico da taxa de falha na sobrecarga é tema polêmico,

dividindo-se em dois diferentes e empíricos caminhos:

1) O valor numérico da taxa de falha foi obtido com dados imprecisos;

2) As deteriorações extraordinárias, que ocorrem em altas temperaturas, e os

componentes probabilísticos das falhas, não são bem conhecidos, e muitas simplificações e

linearizações são necessárias para encontrar a solução.

Page 22: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

10

A referência [18] faz uma análise de redes típicas e critérios, com indicadores de

custos e de índices de confiabilidade associados, e permite uma avaliação global,

envolvendo os diversos segmentos, objetivando nortear as ações das Empresas para os

investimentos em reserva de capacidade, inclusive visando melhorar o sistema como um

todo. Os índices de confiabilidades foram determinados para três subsistemas:

Subtransmissão, subestações de distribuição e rede primária. A metodologia utilizada para

os subsistemas de subtransmissão e subestações de distribuição, foi aquela descrita em [1]

(método de mínimos conjuntos de cortes); já para a rede primária, a metodologia foi a

descrita na referência [13].

A referência [19] faz uma análise de custo benefício de confiabilidade dos

subsistemas de geração e transmissão de energia, enfocando os investimentos das empresas

de energia e outras decisões que afetam a confiabilidade de alternativas de arranjos do

sistema, em termos de redução nos custos. A análise de custo/ benefício utiliza os custos

totais como base para alternativas de expansão do sistema de “ranking”, sendo que os

custos totais são a soma dos seguintes custos parciais: custo de capital, custo de operação e

custo da energia não distribuída.

Estudos que consideram somente os custos de capital e energia não distribuída estão

descritos em [20]. A implementação deste enfoque é apresentada através do estudo de dois

casos, avaliando-se geração termoelétrica, transmissão e distribuição.

Ainda sob analise das metodologias de custos, muitas empresas atualmente

reconhecem que o custo total do sistema, usado na tomada de decisões, deve incluir o valor

para o consumidor na forma de custos de interrupção de energia, além do custo de capital,

manutenção e até de perdas resistivas.

A referência [17] apresenta um método para avaliar as taxas de custo sobre a

interrupção de energia (IEAR) para a rede de distribuição. Este método foi utilizado

somente para os sistemas de geração e transmissão. O sistema (IEAR) é um fator que define

o custo para um consumidor representante de cada unidade de energia não distribuída, que

Page 23: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

11

é útil para tomar decisões relacionadas à confiabilidade do sistema. O processo de

desenvolvimento é ilustrado pela aplicação de dois sistemas de distribuição associados com

um sistema educacional denominado RBTS, descrito em [21].

A referência [22] utilizou duas condutas de forma conceitual diferentes juntamente

com uma função de dano para o consumidor estimar a IEAR no subsistema de geração. A

primeira delas usou o método de freqüência e duração do sistema, e a segunda utilizou o

método de simulação de Monte Carlo, que é utilizado para estimar os custos da interrupção

do usuário bem como os índices de adequação, usando eventos específicos e exemplos

anuais, que nada mais é do que o método utilizado na referência [17]. Os valores

encontrados para o IEAR nos subsistemas de geração e distribuição são muito diferentes.

Isto é devido às diferenças nos conceitos e modelos utilizados nestes níveis hierárquicos.

Restou claro que a afirmação de que a falta de fornecimento de energia no sistema de

distribuição tem somente efeitos localizados e que não contribuem significativamente para

o total da inadequação do consumidor, não é totalmente correta [23]. Estudos realizados

pela Universidade de Saskatchewan indicam que somente os subsistemas de distribuição

contribuem com até 90% das faltas de energia para os consumidores.

A perda da expectativa de energia ou energia esperada não fornecida pode ser usada

em conjunto com o valor taxa de interrupção de energia (IEAR) para estimar custos futuros

de interrupção associados às deficiências de reserva de capacidade do sistema conforme

descrito na referência [22].

Page 24: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

12

3. METODOLOGIA

3.1 Considerações Gerais

Este capítulo tem por objetivo apresentar a formulação matemática e os modelos

utilizados no desenvolvimento deste trabalho.

Para o cálculo dos índices de confiabilidade das subestações utilizou-se modelo

baseado no algoritmo desenvolvido em [1], que está detalhado neste capitulo. Para as redes

primárias estes índices são obtidos através de expressões estatísticas, obtidas a partir da

metodologia apresentada na referência [13].

A comparação entre distintos arranjos de subestações é então realizada a partir da

comparação de um índice de mérito, que leva em conta os custos de investimentos e os

custos da energia não distribuída.

3.2 Índices de Confiabilidade

A resolução No. 024 de 27 de Janeiro de 2000 estabelece as disposições relativas à

continuidade da distribuição de energia elétrica às unidades consumidoras, regulamentando

os índices de confiabilidade exigidos do sistema elétrico, para o atendimento do

consumidor, no que se relaciona à continuidade dos serviços.

3.2.1 DOS INDICADORES DE CONTINUIDADE DE CONJUNTO

1- (DEC) Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora:

Intervalo de tempo que, em média, no período de observação, em cada unidade

consumidora do conjunto considerado ocorreu descontinuidade da distribuição de energia

elétrica.

Para a apuração do DEC deverá ser utilizada a seguinte expressão:

Page 25: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

13

∑=

=n

i CsitiCaDEC

1

)(.)( (3.2.1)

onde:

i : é uma das interrupções de um período analisado, por exemplo de um mês. Os

valores de “i” estão compreendidos entre a 1ª interrupção e a “n-ésima”

interrupção do período em análise.

Ca(i) : é o número de consumidores que foram interrompidos na “i-ésima” interrupção.

t(i) : é o tempo de duração da “i- ésima” interrupção.

Cs : é o número de consumidores do conjunto.

2 – (FEC) Freqüência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora:

Número de Interrupções ocorridas, em média, no período de observação, em cada

unidade consumidora do conjunto considerado.

Para apuração do FEC deverá ser utilizada a seguinte expressão:

∑=

=n

i CsiCaFEC

1

)( (3.2.2)

onde:

i : é uma das interrupções de um período analisado, por exemplo de um mês. Os

valores de “i” estão compreendidos entre a 1ª interrupção e a “n-ésima”

interrupção do período em análise.

Ca(i) : é o número de consumidores que foram interrompidos na “i-ésima” interrupção.

Cs : é o número de consumidores do conjunto.

Notas :

Page 26: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

14

1. Entende-se por conjunto de unidades consumidoras, qualquer agrupamento de

unidades consumidoras, global ou parcial, de uma mesma área de concessão de

distribuição, definido pela concessionária ou permissionária e aprovado pela

ANAEEL.

2. Entende-se por interrupção, qualquer descontinuidade do neutro ou da tensão

disponível em qualquer uma das fases de um circuito elétrico que atende a unidade

consumidora.

3.2.2 DOS INDICADORES DE CONTINUIDADE INDIVIDUAIS

1- ( DIC ) Duração de Interrupção por Unidade Consumidora:

Intervalo de tempo que, no período de observação, em cada unidade consumidora

ocorreu descontinuidade da distribuição de energia elétrica.

Para apuração do DIC deverá ser utilizada a seguinte expressão:

∑=

=n

iitDIC

1)( (3.2.3)

2- (FIC) Freqüência de Interrupção por Unidade Consumidora:

Número de interrupções ocorridas, no período de observação, em cada unidade

consumidora.

nFIC = (3.2.4)

Page 27: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

15

3.3 Índices de Confiabilidade para Subestações de Distribuição

Neste trabalho, os índices de confiabilidade de subestações de distribuição são

calculados utilizando-se um eficiente algoritmo baseado no trabalho da referência [1],

fundamentado na determinação dos cortes mínimos de uma rede genérica, que se resume

em analisar a possível falha de componentes desta rede e determinar quais as falhas ou

combinações de falhas que podem vir a causar a interrupção dos caminhos entre fonte(s) -

carga. Na análise de confiabilidade de subestações, geralmente é suficiente considerar as

situações de falta simples (1ª ordem) ou falta dupla (2ª ordem). Porém, este algoritmo

considera a possibilidade de analisar as interrupções até de 3ª ordem.

Este modelo foi selecionado, pois :

- tem como dados básicos para estudo de confiabilidade a topologia do sistema, que

pode incluir linhas e equipamentos, permitindo arranjos radiais ou em malha, avaliando

os cortes mínimos e índices em qualquer ponto do sistema em análise;

- permite a consideração de (múltiplos) componentes uni e bidirecionais, entre dois nós

quaisquer e múltiplos nós de suprimento, o que é fundamental para a representação

correta de diferentes arranjos de subestações de distribuição.

Para o algoritmo implementado, são basicamente fornecidos os seguintes dados:

topologia do sistema, incluindo os dados de nós e dados de ligações, e os dados de

confiabilidade de cada componente (taxas de falha e tempos de restabelecimento,

separando-se as interrupções programadas e acidentais). Os componentes do sistema podem

ser representados em um dado nó ou ligação.

A metodologia básica parte da topologia existente e determina para cada nó

especificado, os caminhos mínimos provenientes das fontes e os correspondentes cortes

mínimos (componente ou conjunto de componentes que quando falham interrompem o

fornecimento de energia no nó especificado).

Page 28: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

16

Nas figuras 31a e 31b apresentam-se, respectivamente, um exemplo de sistema

compreendendo duas subestações e a linha de subtransmissão (circuito duplo), e sua

modelagem segundo a abordagem de confiabilidade. Na figura 1b supôs-se que barras com

círculos cheios e trechos com traços grossos apresentam taxa de falha não nula. Nota-se,

por exemplo, que as linhas de subtransmissão são representadas por um único nó com os

correspondentes tempos de restabelecimento e taxa de falha totais, pois quando de defeito

em uma das LTs, todas as subestações deveriam ser alimentadas pela outra LT. Além disso,

a título de ilustração, os componentes de cortes mínimos de primeira e segunda ordem para

o nó B7 serão:

- 1a. ordem: T1, D9, D11 e B5

- 2a. ordem: LT1 e LT2, B1’ e B2’, D5 e D6, LT1 e D6, LT2 e D5

B6 B6B5 B5

B4 B4B3 B3

B2B2

B2’B1 B1B1’

B7 B7

LT2

LT1

LT2

D11

D8D7D6D5

D10D9

T2T1

D4

D3

D4

D3

D2

D1

T2T1

D11

D10D9

D8D7D6D5

D1

D2

LT1

(a) rede elétrica (b) rede equivalente

Figura 3.1 - Exemplo de modelo para confiabilidade

A partir dos cortes mínimos e dados de confiabilidade de cada componente, torna-se

bastante simples o cálculo da taxa anual de falha (λ) e tempo médio por falha (r), bem

como o tempo anual de interrupção (λr) de cada nó.

Page 29: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

17

3.4 Algoritmo para determinação dos cortes mínimos de uma rede genérica

3.4.1 Considerações gerais

O algoritmo utilizado neste trabalho para comparar a eficiência dos diferentes

arranjos de subestações foi desenvolvido utilizando como base, o algoritmo descrito em [1],

o qual será detalhado neste item.

O algoritmo é baseado na álgebra booleana e contém muitos benefícios, dentre os

quais pode-se destacar:

• Somente uma topologia fixa é necessária para entrada de dados e para avaliar os cortes

nominais e índices de confiabilidade para todos os nós de saída;

• Permite considerar múltiplos componentes uni e bidirecionais, entre dois nós quaisquer,

e múltiplos nós de suprimento;

• Esta concepção permite a comparação de sistemas complexos e de grandes dimensões;

• Eficiência computacional;

• Os Mínimos Conjuntos de Cortes podem ser deduzidos para todos os nós de saída do

sistema, sem necessitar de nenhuma simplificação;

O programa desenvolvido com base no algoritmo descrito neste trabalho, e que será

apresentado no próximo item, possui tempos de processamento muito pequenos quando

comparados com outros algoritmos indicados na literatura, como por exemplo [2] a [9].

As etapas de desenvolvimento do algoritmo são apresentadas no fluxograma da

figura 3.2.

Page 30: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

18

Figura 3.2 - Fluxograma de Desenvolvimento

3.4.2 Descrição do modelo

3.4.2.1 Considerações gerais

Para a descrição do modelo utilizado, será utilizada um sistema genérico,

apresentado na figura 3.3, com as seguintes características:

- os ramos 1 e 2 são unidirecionais, todos os demais ramos são bi-direcionais;

- para o ramo 1, o sentido do fluxo é do componente 5 para o componente 7;

- para o ramo 2, o sentido do fluxo é do componente 7 para o componente 17;

Page 31: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

19

- somente os nós 5, 7 e 11 apresentam taxa de falha não nula;

- os nós 1, 3 e 15 são fontes (in) e os nós 5, 7, 11, 16 e 17 são carga (out.)

Figura 3.3 - Rede Genérica

Na tabela 3.1 apresentam-se os dados gerais desta rede.

Tabela 3.1 - Topologia do Sistema

Ramo Nós Extremos Componentes Sentido

1 5-7 5, 6, 7 Unidirecional

2 7-17 7, 10 Unidirecional

3 11-17 11, 12

4 1-5 1, 2, 5

5 5-11 5, 8, 9, 11

6 11-15 11, 13, 15

7 17-16 14, 16

8 3-7 3, 4, 7

Page 32: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

20

Inicialmente, monta-se a topologia da rede para cada nó de saída. Para isso, são

determinados os ramos unidirecionais, e todos os ramos bidirecionais são duplicados, então

o fluxo de energia nestes ramos pode ser considerado em ambas as direções.

Este novo conjunto de ramos é reordenado para cada nó de saída; o número original

é descartado.

Usando esta técnica, na tabela 3.2 apresenta-se a nova lista de ramos obtida para o

nó 5. Nesta tabela, os nós de entrada são definidos como (-1) e os nós de saída como (0).

Tabela 3.2 - Nova lista de ramos para o nó 5

Novo número do

ramo

Número original do

ramo Barra Inicial Barra Final Comentários

1

2

1

2

5

7

7

17

Ramos

Unidirecionais

3

4

5

4

8

6

-1

-1

-1

5

7

11

Ramos Ligados ao

nó de entrada

unidirecional

6 5 11 5 Ramo conectado ao

nó de saída

7

8

3

7

11

17

17

16

Ramos

Bidirecionais

9 - 5 0

Ramo do nó de

saída

10

11

7

3

16

17

17

11

Ramos duplicados

Page 33: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

21

3.4.2.2 Lista de predecessores

Um predecessor do ramo K é definido como algum ramo ao qual a barra final

coincide com a barra inicial do ramo K.

Para a rede exemplo, os predecessores são obtidos como se segue:

• Considerar, por exemplo, o novo ramo número 2 (Tabela 3.2);

• Identificar o número de sua barra inicial (7);

• Detectar nos demais ramos, em quais o número da barra final seja igual ao número da

barra inicial do ramo número 2, ou seja, analisando a Tabela 3.2 conclui-se que os

predecessores do ramo 2 são os ramos 1 e 4 ;

• Repetir os passos anteriores para todos os ramos.

Os ramos duplicados (bidirecionais) não podem ser predecessores deles próprios.

Para prevenir esta situação, o seguinte cálculo é efetuado:

Novo número do ramo bidirecional + Novo número do correspondente ramo

duplicado = 2 × Novo número do ramo do nó de saída

Se a igualdade acima for satisfeita, o ramo não pode ser considerado predecessor.

Alguns algoritmos necessitam de um conjunto de predecessores preparados

manualmente como entrada de dados. No caso de componentes bidirecionais, estes

necessitam de um conjunto para cada combinação.

A Tabela 3.3 apresenta a matriz de predecessores para o nó 5 da rede exemplo. Esta

matriz é a base para a dedução dos mínimos caminhos.

Page 34: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

22

Tabela 3.3 - Matriz de predecessores para o nó 5

Novo número do ramo Predecessores 1 3 6 2 1 4 3 -1 4 -1 5 -1 6 5 11 7 5 8 2 9 3 6 10 - - 11 2 10

3.4.2.3 Mínimos caminhos

Os mínimos caminhos de fluxo de energia, a partir de todos os nós de entrada para

todos nós de saída considerados, são estimados a partir da matriz de predecessores. Para o

nó de saída 5 da rede exemplo, os caminhos mínimos estão apresentados na tabela 3.4.

Tabela 3.4 - Matriz dos mínimos caminhos para o nó 5

Caminho Ramos do caminho

Caminho 1 9 3 -1

Caminho 2 9 6 11 2 1 3 Eliminado

Caminho 3 9 6 5 -1

Caminho 4 9 6 11 10 0 Eliminado

Caminho 5 9 6 11 2 4 -1

Caminho 6 9 6 11 2 1 6 Eliminado

Page 35: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

23

Se um ciclo fechado for estabelecido em algum caminho, o mesmo será eliminado.

O número (-1) que aparece na tabela 3.4 representa o fim do caminho. Ele é o ponto onde o

caminho alcança o nó de entrada (fonte).

Observando a rede genérica, obtém-se:

• Caminho 4 é eliminado, pois o ramo 10 não tem predecessor;

• Caminho 6 é eliminado, pois o ramo 6 aparece duas vezes indicando que ocorreu um

ciclo fechado;

• Caminho 2 é eliminado, pois o ciclo fechado do Caminho 6 é fechado não pelo ramo 6

mas pelo ramo 1, como os ramos 6 e 1 aparecem no caminho 2 indica que se

estabeleceu um ciclo fechado.

Em seguida, os novos números dos ramos são substituídos pelos números dos ramos

originais. Desta forma, reescrevendo a tabela 3.4, obtém-se a matriz dos mínimos

caminhos, Tabela 3.5.

Tabela 3.5 - Mínimos caminhos para o nó 5 em termos de números de ramos

Caminho Ramos do caminho

Caminho 1 4

Caminho 2 5 6

Caminho 3 5 3 2 8

Os Mínimos Caminhos apresentados na Tabela 3.5 estão definidos pelos números

dos ramos. Utilizando as tabelas 3.5 e 3.1, obtém-se a Tabela 3.6, que os representa através

dos números dos componentes do sistema.

Page 36: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

24

Tabela 3.6 - Mínimos caminhos para o nó 5 em termos de componentes

Caminho

Componentes

Caminho 1

1 2 5

Caminho 2 2 5 8 9 11 11 13 15

Caminho 2 3 5 8 9 11 11 12 7 10 3 4 7

Durante o processo acima, deve-se prevenir a duplicação de componentes nos

caminhos, como por exemplo o componente número 11 nos caminhos 2 e 3.

3.4.2.4 Mínimos conjuntos de cortes

Em um sistema típico, o número de nós do conjunto de corte mínimo é maior que o

número dos caminhos associados. Em função disto, a memória computacional necessária

para armazenar os conjuntos de cortes mínimos pode se tornar particularmente grande,

quando todos os conjuntos de cortes mínimos de todos os nós de saída devem ser

armazenados para avaliar o sistema total.

Computacionalmente, a melhor maneira para a obtenção e armazenamento dos

conjuntos de cortes mínimos é através da representação na forma binária e compacta de

todos os mínimos caminhos, conforme ilustrado na figura 3.4.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 n

2 5 7 1 1 1 Forma compacta forma binária Onde n = número total dos componentes do sistema

Figura 3.4 - Conjunto de cortes mínimos

Page 37: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

25

3.4.2.5 Mínimos caminhos representados na forma binária

Para se obter o conjunto de cortes mínimos na forma binária, a Tabela 3.6 é rescrita,

para o nó 5 da rede exemplo, resultando na Tabela 3.7.

Tabela 3.7- Mínimos caminhos para o nó 5 na forma binária.

Componente

Caminho 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Caminho 1 1 1 1

Caminho 2 1 1 1 1 1 1

Caminho 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1

A máxima ordem dos cortes mínimos é igual ao número de caminhos mínimos,

conforme comprovado pela referência [5]. Para deduzir-se os cortes mínimos de primeira

ordem, o algoritmo procura colunas nas quais todo elemento é unitário ou seja, o

componente tem que existir em todos os caminhos mínimos do sistema. Observando-se a

Tabela 3.7, verifica-se a existência de um único corte mínimo de primeira ordem,

constituído pelo componente número 5 da rede. Em seguida, os valores unitários dos

componentes que constituam caminhos mínimos de primeira ordem são substituídos por

zeros, o que é necessário para a obtenção dos cortes mínimos de ordens superiores.

Os cortes mínimos de Segunda ordem são deduzidos através da combinação de dois

componentes (união de dois componentes ou colunas da matriz de caminhos na forma

binária). Os cortes mínimos de segunda ordem são aqueles em que o conjunto união de

duas colunas resultam em vetor onde todos elementos sejam unitários. Para a rede exemplo,

observando-se a Tabela 3.7, resultam as combinações: 1-8, 1-9, 1-11, 2-8, 2-9, 2-11.

Page 38: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

26

Os cortes mínimos de Terceira ordem são obtidos utilizando-se o mesmo raciocínio,

ou seja, deve-se fazer a combinação de três componentes por vez, de forma a resultar um

vetor, onde todos elementos sejam iguais à unidade.

3.5 Índice de confiabilidade para um nó de saída fixo

3.5.1 Considerações gerais

Uma vez deduzidos os mínimos conjuntos de corte para um nó de saída fixo, os

índices de confiabilidade podem ser calculados. Na formulação utilizada neste trabalho,

todos Mínimos Conjuntos de Cortes de segunda ou terceira ordem são reduzidos para um

corte equivalente de primeira ordem. Estes cortes equivalentes são então combinados com

os cortes reais de primeira ordem, obtendo-se os índices de confiabilidade para o nó de

saída especificado.

3.5.2 Taxa de falha equivalente e duração da falha equivalente

As equações básicas necessárias para avaliar a taxa de falha equivalente (λe) e

duração da falha equivalente ( re ), para a redução dos cortes de segunda e terceira ordens

para um corte equivalente de primeira ordem são apresentadas neste item.

A seguinte Notação será utilizada:

λi : taxa de falha do componente i, em falhas por ano;

ri : tempo médio de reparo do componente i, em horas;

γi : (λi ri) - média anual de tempo fora de operação do componente i;

λi” : taxa de falha devido à manutenção programada do componente i;

ri “ : tempo médio de reparo para manutenção programada do componente i”;

γi “ : ( λi

” ri” ) - média anual de tempo fora de operação do componente i devido a

manutenção programada.

Page 39: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

27

3.5.2.1 Cortes mínimos de segunda ordem

Considerando-se genericamente dois componentes, componentes 1 e 2, obtém-se:

(i) Redução do conjunto de corte de 2a ordem para 1a ordem, devido a defeitos:

λe = λ2 γ1 + λ1 γ2 (3.5.1)

re = r1 r2 / (r1 + r2 ) (3.5.2)

(ii) Redução 2a ordem para 1a ordem, devido a manutenções:

λe “= λ2 γ1

” + λ1 γ2 “ (3.5.3)

re = (γ1 “γ2 ν12 + γ2

” γ1 ν21) / λe “ (3.5.4)

νij = ri “/ (ri” + rj) (3.5.5)

3.5.2.2 Cortes mínimos de terceira ordem

Considerando-se genericamente três componentes, componentes 1, 2 e 3, obtém-se:

(i) Redução do conjunto de corte de 3a ordem para 1a ordem, devido a defeitos:

λe = γ1 γ2 λ3 + γ2 γ3 λ1 + γ3 γ2 λ1 (3.5.6)

re = r1 r2 r3 / (r1 r2 + r2 r3 + r3 r1) (3.5.7)

(ii) Redução 3a ordem para 1a ordem, devido a manutenções:

Page 40: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

28

λe” = A123 + A231 + A313 (3.5.8)

re” = ( A123 ω123 + A231 ω231 + A312 ω312 ) / λe

” (3.5.9)

sendo :

Aijk ≅ γi” ( γj λk νij + γk λj νik ) (3.5.10)

ωijk ≅ ri” rj rk / ( ri

”rj + rj rk + rk ri” ) (3.5.11)

Se existirem m mínimos conjuntos de corte de Primeira ordem incluindo os

equivalentes, os índices de confiabilidade do nó de saída considerado, resultam da soma

dos índices do nó i (nó considerado) desde 1 até m, e podem ser escritos como se segue:

(i) Devido a defeitos

λ0 = ∑i λi , e r0 = ∑i λi ri / λ0 (3.5.12)

(ii) Devido a manutenções

λ”0

= ∑i λ”i , e r”0 = ∑i λ”

i r”i / λ”

0 (3.5.13)

Finalmente todos os índices do nó de saída podem ser avaliados, como segue:

λ = λ0 + λ”0 = taxa média de defeitos (3.5.14)

U = λ0 r0 + λ”0 r”0 = tempo médio anual fora de funcionamento (3.5.15)

r = U / λ = duração média dos defeitos (3.5.16)

Page 41: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

29

3.6 Descrição do software CONFIA

A ferramenta computacional utilizada para a obtenção dos índices de confiabilidade

de diferentes arranjos de subestações foi desenvolvida no ENERQ/PEA/EPUSP. Este

software, chamado CONFIA, foi implementado tendo por base o algoritmo descrito em [1],

cujos principais aspectos metodológicos foram apresentados nos itens anteriores deste

Capítulo.

O software conta com recursos de E/S que tornam seu uso bastante amigável, através de

interface Windows, possibilitando a montagem de arranjos de subestações de forma bem

simples.

Nas figuras 3.7a e 3.7b apresenta-se a preparação do diagrama esquemático de uma

subestação com a utilização do software CONFIA.

Figura 3.7a - Montagem de um caso – fornecimento de dados de uma barra.

Page 42: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

30

Figura 3.7b - Montagem de um caso – diagrama esquemático de uma subestação.

O programa CONFIA conta com as seguintes opções principais:

Arquivo: permite a criação de um novo caso, abrir o arquivo com um caso anteriormente

gravado, salvar um caso em um novo arquivo, atualizar o conteúdo de um arquivo pré-

existente, imprimir o conteúdo de um arquivo. Esta opção também permite ao usuário

configurar a apresentação visual dos principais elementos visuais do programa, através da

opção Preferências. Desta forma, o usuário poderá definir as opções horizontais e verticais

da grade visual, bem como cores, espessuras e símbolos para identificação de barras e

ligações que irão compor os elementos de uma subestação.

Inserir: permite a inserção de novas barras ou ligações. Ao escolher barra o usuário deverá

indicar se é uma barra de carga ou fonte. Ao escolher ligações , deverá indicar o tipo de

elemento (Trecho, transformador, chave). Ao inserir um novo elemento, o usuário deve

clicar com o botão esquerdo do mouse para posicioná-lo na tela, e com o botão direito do

mouse para fornecer o seus dados. Os dados solicitados são aqueles referentes à taxa de

falha e tempo de restabelecimento, para defeito e manutenção.

Page 43: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

31

Exibir: permite a visualização de dados e resultados das barras e de ligações. Também

habilita o uso do mouse para o zoom de áreas especificas da tela, permitindo ajustes de

fontes e de aparência dos elementos na tela.

Executar: ao finalizar a preparação do arranjo de subestações a ser analisado, o usuário

deve selecionar esta opção, que irá disparar a execução do módulo de cálculo de

confiabilidade.

Resultados : para visualização dos resultados do último caso processado, o usuário deve

selecionar esta opção . O usuário poderá então clicar com o botão esquerdo do mouse sobre

qualquer elemento da rede, e em seguida clicar com o botão direito do mouse, para

visualização dos resultados referentes ao elemento selecionado. São apresentados os

valores anuais de interrupção no elemento, número de interrupções e tempo total de

interrupção, considerando as ocorrência de Primeira, Segunda e Terceira ordem, para o

elemento e todos aqueles a montante.

3.7 Redução de arranjos reais das subestações em arranjos equivalentes

Para a aplicação da metodologia, o software CONFIA parte do arranjo real da

subestação, fornecido pelo usuário, para um arranjo equivalente, a partir do qual realiza os

procedimentos para a obtenção dos cortes de primeira ordem, bem como os equivalentes

para os cortes de segunda e terceira ordem.

Para que o algoritmo de cálculo possa ser aplicado coerentemente para análise de

confiabilidade de subestações, cuidado especial deve ser dispensado no fornecimento de

dados de arranjos mais flexíveis, que contam com possibilidades de manobras pela abertura

e fechamento de chaves. O software CONFIA possibilita que usuário forneça essas

informações, a partir das quais prepara arranjos esquemáticos equivalentes.

A título de exemplo, considere o arranjo simples apresentado na figura 3.8. Para o

cálculo de confiabilidade da subestação, serão obtidos os índices de confiabilidade do nó

que representa a saída de um de seus alimentadores, indicado no figura como AL1. Para a

Page 44: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

32

obtenção dos cortes de primeira ordem, considere-se que na ocorrência de um defeito no

transformador TR1, os alimentadores a ele ligados possam ser transferidos para a unidade

TR2, isolando-se a unidade TR1 e fechando-se a chave CH. Neste caso, a falha de TR1 não

implicará num corte de primeira ordem, e o usuário indicará ao software CONFIA esta

possibilidade de manobras, e os respectivos tempos de manobras, quando estiver

fornecendo os dados de TR1. Por outro lado, se esta manobra não for possível, a falha de

TR1 implicará num corte de primeira ordem, e o software CONFIA irá montar um arranjo

equivalente para o cálculo dos cortes de primeira ordem, eliminando nesta etapa do

processo a ligação correspondente à chave CH.

TR1 TR2

AL1

CH

Figura 3.8 – Arranjo de subestação para obtenção de arranjo equivalente

3.8 Energia Não Distribuída (END) por interrupções na subestação

A partir dos cortes mínimos e dados de confiabilidade de cada componente

individual, o software CONFIA obtém os valores da taxa anual de falha (λ) e tempo médio

por falha (r), bem como o tempo anual de interrupção (λr) de cada nó. A energia não

distribuída (ENDs) pode ser então determinada pelo produto entre o tempo anual de

interrupção do nó que representa a saída da subestação (início dos alimentadores primários)

e a potência média (Pmed) que representa seu carregamento, ou seja,

Page 45: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

33

ENDs = λ.r.Pmed= λ.r.Pmax.fcarga (3.8.1)

onde:

Pmax : demanda máxima da subestação, em termos de potência ativa;

fcarga: : fator de carga da subestação.

3.9 Energia não Distribuída por interrupções na Rede Primária

Para a análise de confiabilidade dos alimentadores utilizou-se neste trabalho a

metodologia desenvolvida no projeto “Planejamento Agregado de Investimentos em

Sistemas de Distribuição” [13], na qual este índice de confiabilidade é avaliado por

procedimento estatístico.

O procedimento toma por base a política de instalação de dispositivos de proteção e

seccionamento em alimentadores, bem como os seus atributos gerais, tais como: área de

atendimento, ângulo de ação, número de pontos de carga (transformadores de distribuição e

consumidores primários), demanda máxima, fator de carga, taxa de falhas.

A distribuição de pontos de carga na área de ação é estabelecida aleatoriamente

(segundo uma determinada lei de formação da densidade de carga) e, por conseqüência, a

topologia da rede. Assim pode-se avaliar a energia não distribuída no alimentador, ENDalim,

que é obtida pela soma das energias não distribuídas, ENDi, em cada um de seus blocos de

carga. Genericamente a ENDi é determinada por:

ENDi=λ alim.li.(PM,i .T1+PB,i .T2+ PJ,i .T3) (3.9.1)

onde:

λ alim : taxa de falhas do alimentador (falhas/ano/km)

li : comprimento do bloco i

Page 46: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

34

T1,T2,T3 : tempos de restabelecimento das cargas, respectivamente, à montante,

internas e a jusante do bloco i.

PM,i ,PB,i ,PJ,I : potência das cargas, respectivamente, a montante, internas e a jusante do

bloco i.

Assim, para uma dada distribuição de cargas, pode-se determinar a ENDalim em uma

simulação. Repete-se o procedimento um dado número de vezes de modo que, com certa

probabilidade, seja garantido um desvio máximo em relação à média que seria obtida com

um número infinito de simulações.

Tais simulações são executadas para um certo conjunto dos atributos do alimentador

(variação de ângulo, θ , e área de ação, Zd , potência máxima, Pmax , e número de pontos de

carga, N p ) de modo que, ao final destas, pode-se ajustar uma expressão, por regressão

linear, que fornece a ENDalim dada por:

cargafLPEND alimalim totalmax.. 11

1 λα= δβ (3.9.2)

com

22

2

.360.2γδ

β

θα=

dpZNLtotal (3.9.3)

onde:

. 222111 ,,,,, δβαδβα - são parâmetros de ajuste;

. totalL - comprimento total, estimado, do alimentador.

Page 47: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

35

3.10 Avaliação técnico-econômica de arranjos de subestações

A comparação técnico-econômica de arranjos de subestações será feita através da

avaliação de um Índice de Mérito, considerando-se os Custos de Investimentos e o Custo da

Energia Não Distribuída. Para o cálculo do custo da END, serão consideradas duas

parcelas, correspondentes à subestação e aos alimentadores primários por ela supridos, ou

seja:

∑+=alimn

=1ijSEj j i, alim,ENDENDEND , (3.10.1)

onde:

jEND : END total do arranjo j, incluindo a subestação e seus alimentadores;

jSEEND , : parcela da END referente às interrupções na subestação do arranjo j;

j i, alim,END : parcela da END referente às interrupções no alimentador i do arranjo de

subestação j;

nalim : número de alimentadores supridos pelo arranjo de subestação j.

Deve-se ressaltar que, tanto para a parcela jSEEND , quanto para a parcela

j i, alim,END serão calculados seus valores anuais, considerando o crescimento da carga ao

longo do período de análise. Por exemplo, no cálculo do custo da END da parcela jSEEND , ,

considerando o crescimento da carga atendida pela subestação, resulta:

( )∑

= +

+=

n

ii

ic

acENDjSE jtP

fTCCEND1

0max,arg, )1(

1 λ (3.10.2)

onde:

Page 48: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

36

jSECEND , : valor presente do custo da END, referente ao arranjo de subestação j;

ENDC : custo unitário da END (R$/MWh);

0max,P : demanda máxima na subestação no ano inicial (ano 0);

tc : taxa de crescimento anual da carga;

n : período de avaliação.

Para o cálculo do Custo anual de um arranjo de subestação, podem ser computadas

as parcelas de investimento, Cinvest , operação, Coper , e manutenção, Cmanut :

manutopernvinvestanual CCj

jCC +++−

= −)1(1 (3.10.3)

onde

j : taxa de atualização do capital;

nv : vida útil da instalação.

3.11 Análise de alternativas com horizontes diferentes

Para se efetuar uma análise comparativa de arranjos de subestações, deve-se

estabelecer um período de análise. Como as alternativas podem ter vidas úteis distintas,

principalmente no caso de arranjos em que sejam feitas modificações ao longo do tempo

(por exemplo uma subestação que conta inicialmente com uma unidade transformadora, e

que evolui para uma configuração com duas unidades transformadoras), deve-se analisar a

melhor forma de se efetuar a comparação destas alternativas.

E como fazer quando os horizontes a serem comparados são diferentes ? Neste caso,

os horizontes das alternativas devem ser igualados. Um dos métodos utilizados é o da

Page 49: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

37

substituição. A idéia é, que ao final de sua vida útil, cada alternativa será substituída por

outra, de qualquer duração, até que os horizontes se igualem. Vê-se, logo que isso pode

levar a uma infinidade de substituições, sem nunca chegar à igualdade pretendida. Para

superar esta dificuldade, é aceita a hipótese de que cada alternativa é substituída, ao final de

sua duração, por outra exatamente igual.

Para ilustrar, considere-se duas alternativas:

- A1 : vida útil de 6 anos

- A2 : vida útil de 9 anos

Neste caso, para se obter a igualdade, será necessário fazer duas substituições em

A1 e uma em A2, o que resultará em duas novas alternativas de 18 anos, que é o mínimo

múltiplo comum entre 6 e 9.

Uma outra maneira de tratar alternativas de diferentes durações consiste em admitir que

todas têm vida igual àquela de menor duração. Para compensar a retirada dos valores

excedentes, insere-se um valor residual no último período, igual ao valor atual dos valores

excedentes. No exemplo em questão, para a alternativa A2 seria computado no ano 6 o

valor residual:

R = CT7 .(1 + i )-1 + CT8 .(1 + i)-2 + CT9.(1 + i)-3

Page 50: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

38

3.12 Análise comparativa de arranjos de subestações - Múltiplos Objetivos

Para a comparação de arranjos de subestações, optou-se neste trabalho por

considerar um sistema de classificação em função de dois indicadores:

- a confiabilidade do sistema, através do Custo da END, incluindo a subestação e seus

alimentadores primários;

- o custo da subestação.

Obviamente, estes dois indicadores, ou objetivos, são conflitantes entre si, ou seja,

existe uma tendência de que um sistema com maior confiabilidade tenha um custo maior, e

vice-versa.

Neste sentido, deve-se utilizar uma análise de múltiplos objetivos, quando vários

aspectos do problema devem ser levados em consideração.

Num problema de múltiplos objetivos, uma alternativa é caracterizada por um vetor

de atributos X = ( X1 , X2,...Xn ). Estes atributos podem ter seus níveis especificados de tal

modo que uma alternativa é avaliada pela medida de X.

Neste ponto pode-se introduzir o conceito de não dominância, em termos de uma

simples comparação do vetor de cada alternativa. Façamos X e Y dois vetores de n valores

cada um e aí podemos dizer que X domina Y se existe Xi < Yi para qualquer i, no caso de

um problema de minimização, ou se existe Xi > Yi para qualquer i, no caso de um problema

de maximização.

O conceito de não dominância, originalmente desenvolvido por Pareto em (1906)

tem sido um dos fundamentos tradicionais da teoria econômica. Para melhor compreender

o conceito de não dominância ou fronteira eficiente considere-se o gráfico da figura 3.9.

Page 51: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

39

Figura 3.9 - Pareto Otimização

O conjunto de soluções não dominadas é referido na literatura como “conjunto

eficiente“, “conjunto admissível“, “conjunto não inferior“, “conjunto Pareto ótimo“. Neste

trabalho será utilizado o termo “não dominado“ porque ele clareia significados ambíguos e

bem descreve o que tais pontos realmente são: não dominados pelos outros pontos.

A estratégia utilizada para comparar soluções consiste em combinar as avaliações de

cada objetivo para se obter um resultado global para cada solução.

Neste trabalho definiu-se um Índice de Mérito para avaliação de cada alternativa,

que representa uma função que agrega e pondera os objetivos de minimização do custo da

subestação (objetivo 1) e de minimização da END (objetivo 2, que representa o objetivo de

maximizar o índice de confiabilidade).

Para avaliação deste Índice de Mérito, um arranjo de subestação será tomado como

referência, e a avaliação de um outro arranjo será feita a partir da expressão:

Page 52: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

40

CEC

CEC

ppCEpCp

IM+

∆+∆= (3.12.1)

1001

21⋅

−=∆

CCCC (3.12.2)

1001

21⋅

−=∆

CECECECE (3.12.3)

onde:

IM : índice de Mérito

pC , pCE : peso do custo de investimento e peso do custo da END, respectivamente.

∆C : variação percentual do custo de investimento (custo de capital) entre a

subestação base e a comparada.

∆CE : variação percentual do custo de energia não distribuída entre a subestação base

e a comparada.

C1 : custo de instalação da subestação base

C2 : custo de instalação da subestação comparada.

CE1 : custo de energia não distribuída da subestação base.

CE2 : custo de energia não distribuída da subestação comparada.

Page 53: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

41

4. APLICAÇÕES

4.1 Considerações gerais

Neste capítulo serão apresentadas algumas aplicações da metodologia proposta para

comparação de arranjos de subestações.

Os arranjos serão comparados de duas formas:

- comparação direta dos índices de confiabilidade obtidos pela modelagem dos arranjos de

subestações utilizando o algoritmo apresentado no capítulo anterior;

- comparação técnico-econômica, através da avaliação do Índice de Mérito, considerando-

se os Custos de Investimentos, Operação e Manutenção, e o Custo da Energia Não

Distribuída, para um período de análise determinado.

4.2 Caso 1: Arranjo fixo ou evolução do arranjo no tempo

4.2.1 Definição do caso

Neste item será apresentado estudo de um arranjo de subestação, que pode evoluir

ao longo do tempo, ou seja, a subestação pode inicialmente ser construída com uma

unidade transformadora de 12 MVA e, em função do crescimento da carga, ser

comissionada uma segunda unidade de mesma potência nominal. Alternativamente, a

subestação pode ser construída em seu estágio final, ou seja, com as duas unidades

transformadoras.

A figura 4.1 apresenta, de forma simplificada, os dois possíveis estágios deste

arranjo de subestação. Na figura 4.2 pode-se verificar o arranjo, no seu estágio final, de

forma mais completa.

Page 54: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

42

(a) Estágio inicial (b) Estágio final

Figura 4.1 – Estágios de evolução do arranjo da subestação

Figura 4.2 – Arranjo detalhado em seu estágio final

Page 55: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

43

4.2.2 Dados para o estudo

Na Tabela 4.1 estão apresentados os dados referentes aos 2 estágios possíveis da

subestação.

Tabela 4.1 – Dados da subestação

Estágio Potência Instalada (MVA)

Potência Firme (MVA)

Custo Investimento(R$)

Inicial 12 11,0 1.119.000,00 Final 24 15,0 1.866.000,00 (*)

(*) Custo Total, acréscimo de R$ 747.000,00 sobre o Custo do Estágio Inicial

Os Custos de Operação e Manutenção são iguais a 4 % do Custo de Investimento da

subestação, ou seja, Cop + Cman = 0,04 . CInv.

A carga a ser suprida pela subestação tem valor inicial de 8,60 MW, e cresce

exponencialmente com uma taxa de crescimento anual de 5 %. O período de estudo a ser

considerado é de 10 anos. A Tabela 4.2 apresenta a evolução da carga ao longo do período

de estudo. A partir das tabelas 4.1 e 4.2 observa-se que o Ano 4 é o ano limite para o

estágio inicial da subestação, ou seja, se a subestação for construída inicialmente com

somente um transformador de 12 MVA (potência firme de 11 MVA), no Ano 5 deverá ser

comissionada a segunda unidade.

Tabela 4.2 – Evolução da carga

Ano Demanda (MW)

Demanda (MVA)

0 8.60 9.05 1 9.03 9.51 2 9.48 9.98 3 9.96 10.48 4 10.45 11.00 5 10.98 11.55 6 11.52 12.13 7 12.10 12.74 8 12.71 13.37 9 13.34 14.04 10 14.01 14.75

Page 56: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

44

Além disso, os seguintes valores foram adotados para o estudo:

- Custo da Energia Não Distribuída: R$ 2.000,00 / MWh

- Fator de carga da subestação: 0,6

- Taxa de atualização do capital: 12 % ao ano;

- Vida útil dos equipamentos da subestação: 20 anos;

- Taxas de falha e tempos de reparo dos componentes da subestação: foram utilizados

valores médios obtidos na literatura.

4.2.3 Resultados - Índices de Confiabilidade

Os dois estágios do arranjo da subestação foram simulados no software CONFIA,

considerando-se interrupções devido a defeitos e devido a manutenções programadas.

Considerou-se as interrupções de primeira e segunda ordens, e os resultados globais para os

dois estágios estão apresentados na Tabela 4.3. Não se considerou nesta análise as

interrupções nos alimentadores primários, pois em todas as situações estudadas a

contribuição das interrupções nos alimentadores é igual para todas as alternativas, não

influenciando portanto os resultados.

Tabela 4.3 – Índices de confiabilidade

Estágio

Tempo de interrupção anual

(horas) Inicial 2,6 Final 1,6

Verifica-se imediatamente que, estritamente sob ponto de vista de confiabilidade,

seria mais conveniente a utilização do estágio final do arranjo da subestação desde o ano

inicial. Este resultado já era esperado, pois pela análise da figura 4.2 verifica-se que no

estágio final dispõe-se de várias possibilidades de manobras no arranjo da subestação; além

disso deve-se destacar que, mesmo se houver a perda de um dos transformadores, o outro

tem capacidade para atender toda a carga da subestação, em todos os anos do período de

estudo (vide Tabelas 4.1 e 4.2).

Page 57: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

45

4.2.4 Resultados – Custo da Energia Não Distribuída

Em função da evolução da carga e da capacidade firme da subestação em seus dois

estágios possíveis, foram consideradas duas possibilidades:

- Alternativa 1: Utilização do arranjo inicial do Ano 0 até o Ano 4, evoluindo para o

arranjo final a partir do Ano 5;

- Alternativa 2: Utilização do arranjo final desde o Ano 0 até o horizonte de estudo (Ano

10).

Aplicando-se a equação (3.10.2) para o cálculo do Custo da END, em valor

presente, considerando todo o período de estudo, resulta:

- Alternativa 1:

( ) ( )∑∑== +

++

++

=10

5

4

01, )12,01(

05,0160,8 ,60 . 6,1. 2000)12,01(05,0160,8 ,60 . 6,2. 2000

ii

i

ii

i

SECEND

- Alternativa 2:

( )∑= +

+=

10

02, )12,01(

05,0160,8 ,60 . 6,1. 2000i

i

i

SECEND

Na Tabela 4.4 apresentam-se os resultados para as duas alternativas. Por esta

análise, a Alternativa 2 apresenta um Custo Total da END, em valor presente, de R$

134.293,63, que representa uma melhoria de 25,3 % com relação ao correspondente Custo

Total da END da Alternativa 1, que é de R$ 179.834,31.

Page 58: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

46

Tabela 4.4 – Custo da END em valor presente

Custo da END – Valor Presente (R$)

Ano Alternativa 1 Alternativa 20 26.832,00 16.512,001 25.155,00 15.480,002 23.582,81 14.512,503 22.108,89 13.605,474 20.727,08 12.755,135 11.957,93 11.957,936 11.210,56 11.210,567 10.509,90 10.509,908 9.853,03 9.853,039 9.237,22 9.237,2210 8.659,89 8.659,89

Total Valor Presente (R$)

179.834,31 134.293,63

4.2.5 Resultados – Custos de Investimento, Operação e Manutenção

Neste caso, aplicando-se a equação (3.10.3) para o cálculo dos custos de

investimento, operação e manutenção, resulta:

- Arranjo inicial:

(R$)194.570,3504,0)12,01(1

12,0000.119.1 20, =

+

+−= −ianualC

- Arranjo final:

(R$).457,8024304,0)12,01(1

12,0000.866.1 20, =

+

+−= −fanualC

Aplicando-se estes valores para as duas Alternativas, resultam os valores

apresentados na Tabela 4.5. Neste caso, a Alternativa 2 apresenta um Custo Total de

Investimento, Operação e Manutenção, em valor presente, de R$ 2.157.716,76, que

Page 59: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

47

representa uma variação de 32,1 % com relação ao correspondente Custo Total da

Alternativa 1, que é de R$ 1.633.315,75. Ou seja, do ponto de vista exclusivamente de

Custo, a Alternativa 1 é melhor que a Alternativa 2.

.

Tabela 4.5 – Custos de Investimento, Operação e Manutenção em valor presente

Custo – Valor Presente (R$)Ano Alternativa 1 Alternativa 2

0 194.570,35 324.457,801 173.723,53 289.694,472 155.110,30 258.655,773 138.491,34 230.942,664 123.652,98 206.198,805 184.106,07 184.106,076 164.380,42 164.380,427 146.768,23 146.768,238 131.043,07 131.043,079 117.002,74 117.002,7410 104.466,73 104.466,73

Total Valor Presente (R$)

1.633.315,75 2.157.716,76

4.2.6 Resultados – Índice de Mérito

Pelos resultados apresentados nos itens anteriores, observa-se uma situação

conflitante. Sob o ponto de vista de confiabilidade, representado pelo Custo da END, a

Alternativa 2 é melhor que a Alternativa 1, enquanto que sob o ponto de vista de custos de

investimento, operação e manutenção, a Alternativa 1 é a melhor. Na Tabela 4.6 apresenta-

se um resumo destes resultados.

Page 60: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

48

Tabela 4.6 – Comparação das Alternativas

Alternativa

Custo da END (R$)

Custo de Invest., Oper. e Man.(R$)

1 179.834,31 1.633.315,75 2 134.293,63 2.157.716,76

Melhoria (%) (C2-C1)/C1

25,3

- 32,1

Aplicando-se a equação 3.12.1, para o cálculo do Índice de Mérito da Alternativa 2,

utilizando-se a Alternativa 1 como referência, resulta:

CEC

CEC

pppp

IM+

+−=

3,25.)1,32.(

Na Tabela 4.7 apresentam-se os resultados obtidos variando-se os pesos para os

atributos Custo e Custo da END. A análise da Tabela 4.7 mostra que, quando se prioriza a

confiabilidade (peso para custo de 0 até 0.4), a Alternativa 2 é melhor que a Alternativa 1

(Índice de Mérito variando de 25,30 % até 2,34 %). Por outro lado, quando se considera os

custos como mais importantes (peso para custo de 0.5 até 1.0), a Alternativa mostra-se

desinteressante (Índice de Mérito variando de –3,40 % até – 32,10 %).

Tabela 4.7 – Comparação das Alternativas – Índice de Mérito

pC pCE IM 0.0 1.0 25.30 0.1 0.9 19.56 0.2 0.8 13.82 0.3 0.7 8.08 0.4 0.6 2.34 0.5 0.5 -3.40 0.6 0.4 -9.14 0.7 0.3 -14.88 0.8 0.2 -20.62 0.9 0.1 -26.36 1.0 0.0 -32.10

Page 61: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

49

4.3 Caso 2: Comparação de diversos arranjos

4.3.1 Definição do caso

Neste item serão apresentados os resultados globais da aplicação da metodologia

para comparação de sete arranjos distintos de subestação. Neste estudo, considerou-se todos

os arranjos fixos, ou seja, durante todo o período de análise, cada alternativa é composta de

um único arranjo, que tem capacidade para atender toda a carga.

4.3.2 Dados para o estudo

Todos os arranjos considerados apresentam características similares, com mesma

capacidade, e diferenciam-se basicamente pelas alternativas de manobras de chaves, que

podem resultar em diferentes índices de confiabilidade.

Para comparação dos arranjos, estabeleceu-se a priori pesos iguais a serem

considerados para os Custos de Investimento, Operação e Manutenção (pC = 0,5) e para o

Custo da END (pCE = 0,5), ou seja, considerou-se os dois atributos com mesma importância

na obtenção do Índice de Mérito das diversas alternativas.

4.3.3 Resultados

Na Tabela 4.6 apresentam-se os principais resultados do estudo efetuado. Verifica-

se que, embora existam 3 arranjos (Alternativas 2, 4 e 6) que apresentam Custo de

Investimento inferior ao do arranjo tomado como referência (Alternativa 1), somente aquele

correspondente à Alternativa 6 se mostrou globalmente superior, com Índice de Mérito

positivo, ou seja, com melhoria de 20,66 % em relação à Alternativa 1. Se fosse

considerado somente o indicador de confiabilidade (Custo da END), a Alternativa 1 seria a

selecionada.

Page 62: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

50

Tabela 4.6 – Comparação das Alternativas

Alternativa

Custo da END (R$)

Custo Investimento (R$)

Índice de Mérito IM (%)

1 (Base) 185.425,34 2.223.000,00 --- 2 246.927,50 1.851.000,00 -2,40 3 347.477,30 2.223.000,00 -46,64 4 233.388,70 1.491.000,00 -14,27 5 282.670,30 2.223.000,00 -34,00 6 201.031,02 1.491.000,00 20,66 7 245.028,30 2.223.000,00 -24,32

Page 63: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

51

5. CONCLUSÕES

Este trabalho apresentou metodologia e modelo de simulação para comparação de

arranjos de subestações de distribuição através de análise de confiabilidade estática de

esquemas de manobra.

Procedeu-se à revisão bibliográfica, onde foram apresentados e discutidos alguns

trabalhos importantes que tratam da avaliação de índices de confiabilidade.

Na metodologia proposta neste trabalho, os índices de confiabilidade das

subestações são obtidos a partir de um algoritmo que se baseia na determinação dos cortes

mínimos de uma rede genérica. Para sua aplicação, foi utilizado um software, designado

CONFIA, desenvolvido no ENERQ/PEA/EPUSP, no qual este algoritmo foi

convenientemente adaptado para a simulação de arranjos de subestações. Para as redes

primárias os índices de confiabilidade são obtidos através de expressões estatísticas, obtidas

a partir da metodologia apresentada na referência [13].

Para a comparação de alternativas de arranjos de subestações, foi utilizado um

enfoque de múltiplos objetivos, com a avaliação de um índice de mérito, IM, considerando-

se a minimização dos custos de investimento, operação e manutenção, e a maximização da

confiabilidade, representada pela minimização do custo da energia não distribuída.

Os exemplos de aplicação apresentados no Capítulo 4, considerando a comparação

de alternativas com arranjos fixos ou que evoluem no tempo, para um determinado período

de estudo, mostram que o enfoque de múltiplos objetivos é muito interessante, permitindo

uma maior ênfase nos aspectos de custo ou de confiabilidade. Desta forma, o engenheiro

dispõe de uma visão mais completa das alternativas de arranjos de subestação que estão

sendo analisadas, e pode fazer a seleção daquela que melhor atenda a suas expectativas ou

necessidades de sua Empresa.

Page 64: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

52

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] ALLAN, R.N., BILLINTON, R., OLIVEIRA, M.F. An efficient algorithm for

deducing the minimal cuts and reliability indices of general network configuration. IEEE Transaction on Reliability, vol R-25, n.4 , October 1976.

[2] G.B. Jasmon, Member IEEE, O. S. Kai University of Malaya, Kuala Lumber. A New

Technique in Minimal Path and Cutset Evaluation. Transactions on Reliability, vol R-34, Nª 2, June 1985 .

[3] G.B. Jasmon, Member IEEE, University of Malaya.- Cutset Analysis of Network

Using Basic Minimal Paths and Network Decomposition – IEEE Transaction Reliability, vol 34 ,NO. 4, October 1985.

[4] PAUL A. Jensen and Mandell Bellmore An Algorithm to Determine the Reliability

of a Complex System- IEEE Transactions On Reliability vol.R-18, NO. 4, November 1969

[5] MITCHELL º LOCKS, Senior Member ASQC, Relationship Between Minimal

Path Sets and Cut Sets, IEEE Transaction on Reliability, vol .R-27, NO. 2, June 1978

[6] A. CARL NELSON, Jr. , James R. BATTS, AND Robert L, Beadles- A Computer

Program for Approximating System Reliability- IEEE Transaction on Reliability , vol. R-19, NO. 2 , May 1970.

[7] R.N. Allan, Member IEEE, R. Billinton, Member IEEE and M.F. Oliveira-

Reliability evaluation of electrical systems with switching actions- Proceedings of The Institution of Electrical Engineers. Proc. IEEE, vol. 123, No. 4, April 1976

[8] ARUN P. SANGHVI – Measurement and Application of Customer Interruption-

Cost/Value of Service for Cost- Benefit Reliability Evaluation: Some Commonly Raised Issues- IEEE Transactions on Power Systems, Vol. 5, N- 4 , November 1990

[9] JOHN E. BIEGEL, PE , PhD , “Determination of Tie Sets and Cut Sets for a

System Without Feedback - IEEE Transactions on Reliability, Vol. R-26, No. 1, April 1977

[10] D. ATANACKOVIC, D. T. McGillis , F. D. Galiana – Department of Electrical

Engineering , McGill University Montreal, Canada – Reliability Comparison of Substation Designs- IEEE Transaction Power Delivery , Vol. 14, No. 3 , July 1999.

Page 65: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

53

[11] R.E. Brown and T. M. Taylor- ABB Electric Systems Technology Institute “

Modeling the Impact of Substations on Distribution Reliability – IEEE Transaction on Power Systems, Vol. 14 , No. 1, February 1999.

[12] O. KVENNAS AND E. SOLVANG- Confiabilidade e custos de configurações de

manobra e proteção, Eletricidade Moderna, ano XXVII, No. 296 , Novembro de 1998.

[13] CED - CENTRO DE EXCEL6ENCIA EM DISTRIBUIÇÃO. Especificação do

modelo de planejamento agregado de investimentos em sistemas de distribuição. Nota Técnica CED 103/ PLAN002/RL001, março de 1994.

[14] PIERRE JACQUES EHRLICH -AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE PROJETOS DE

INVESTIMENTOS - Critérios Quantitativos. EDITORA ATLAS,Copyright 1979. [15] RUY LUZIMAR TEIXEIRA SIZO- Manual de Análise Econômica- Financeira –

ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO- Editora THESAURUS [16] A F Brandão Jr. Departamento de Eng. de Eletricidade, Escola Politécnica da

Universidade de São Paulo. A Model for substation reliability analysis including Overload effects.

[17] L GOEL E R.BILLINGTON. University of Saskatchewan- Power System Research

Group. Evaluation of Interrupted Energy Assessment Rates. IEEE Transactions on Power Delivery, Vol. 6 , No.4, October 1991.

[18] KAGAN,NELSON et al. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo,

Departamento de Eng. de Energia e Automação Elétricas- Melhoria na Qualidade de Fornecimento Baseado no Planejamento de Contingências no Sistema Elétrico.

[19] NEUDORF , ERNIE G., Sênior Member et al. Cost- Benefit Analysis of Power

System Reliability: Two Utility Case Studies- IEEE Transactions on Power Systems, Vol. 10, N. 3, August 1995.

[20] JONNAVITHULA,SATISH , Student Member, IEEE and Roy Billinton, Fellow,

IEEE- Power Systems Research Group – University of Saskatchewan- Canada- Minimum Cost Analysis of Feeder Routing in Distribution System Planing.- IEEE Transaction on Power Delivery, Vol. 11 , N. 4, October 1996.

[21] ALLAN, R. N.et al, A. Reliability Test System for Educational Purposes- Basic

Distribution System Data and Results , IEEE PES Summer Power Meeting, Minnepolis , Paper N.º 90 SM 280-8 – PWRS, July 1990.

Page 66: FLÁVIO ROBERTO DE SOUZA - teses.usp.br · Os arranjos de subestação podem ser fixos durante todo o período de estudo, ou podem evoluir ao longo do tempo, por exemplo, considerando

54

[22] BILLINTON R., ORTENG- ADJEI, J. , GHAJAR, R. , - Comparison of Two Alternate Methods to Establish an Interrupted Energy Assessment Rate- IEEE Transactions on Power Apparatus and System, Volume PWRS- 2 , , pp. 751-757, Aug. 1987 .

[23] DIXON, G. F. L. AND HAMMERSLEY, H., Reliability and its Cost on

Distribution Systems”, International Conference on Reliability of Power Supply Systems, IEE Conference Publication N. 148, pp.81-84. London, 1977.

[24] SAVE ,P, Member, IEEE- Southern California Edison Company- Rosemead, CA

USA- Substation Reliability- Practical Application and System Approach. IEEE Transactions on Power Systems. Vol. 10, N. 1, February 1995.

[25] SOLVANG,EIVIND et al and Ola Kvennás- Norwegian Electric Power Research

Institute - Reliability andCost Evaluation Distribution Network and Switchgear Configuration in Urban Areas –Biblioteca da CPFL.

[26] BILLINGTON, ROY. RINGLEE, ROBERT J. AND WOOD ,ALLEN J. - Power-

System Reliability Calculation- The MIT Press , Cambridge, Massachusetts, and

London, England- Copyrighti -1973.