física i apontamentos teóricos - cinemática
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CINEMÁTICA • Estudo das leis dos movimentos independentemente das causas
que os produzem. • O repouso e o movimento de um corpo são conceitos relativos:
• corpo está em movimento se a sua posição relativa a outro objecto varia com o tempo;
• corpo está em repouso se a sua posição relativa a outro objecto não varia com o tempo.
• Exemplos:
(A)
O observador A verifica que o carro se afasta dele. O observador B verifica que o observador A se afasta dele. • Para descrever o movimento torna-se assim necessário
definir um sistema de referência ou um referencial: 3 eixos ortogonais e uma origem
• A trajectória do movimento depende também do referencial adoptado para o estudar:
B
O
Sol
Terra Lua O´
Trajectória da lua relativamente à Terra
Trajectória da lua relativamente ao Sol
Z
Y
X
Z´
Y´
X´
O movimento relativo dos dois referenciais OXYZ e O´X´Y´Z´ permite conciliar as diferentes trajectórias da lua observadas na Terra e no Sol
Paradoxo de Zeno e Elea (495-435 aC)
• A corredora vai percorrendo metade do percurso que falta para chegar à árvore.
• A corredora nunca mais chega até à árvore pois falta sempre percorrer uma fracção do percurso. O intervalo de tempo total necessário é infinito !!
• Para os gregos antigos a descrição matemática do movimento era problemática.
• O paradoxo surge porque se parte do princípio de que a soma de um número
infinito de termos é infinito.
• Como resolver o paradoxo? O percurso é efectuado com uma velocidade constante, v.
Logo, para cada uma dos percursos tem-se ( )( ) ( ) ( )
v
xt
t
xv i
ii
i ∆=∆⇒
∆∆
=
Como ( ) ( ) ( ) ( ) ( )nn44321
2
Lx;......;
2
Lx;
8
Lx;
4
Lx;
2
Lx =∆=∆=∆=∆=∆
Somando todos os intervalos de tempo
( ) ( ) ( ) ( )
−=
++++=∆++∆+∆+∆=∆nnn321
2
11
vL
2
1...
81
41
21
vL
t.....tttt
tomando o limite n→∞ conclui-se que v
Lt =∆ resolvendo-se o paradoxo.
L L/2
L/4 L/8
Movimento Curvilíneo
• Partícula descreve uma trajectória curvilínea no espaço
s - deslocamento ao longo da trajectória curvilínea relativamente a
um ponto arbitrário Os sA=OsA sB=OsB
r - vector-posição: define a posição da partícula na trajectória através de um sistema referencial XYZ com origem no ponto O
rA = OA= xA i + yA j + zA k
rB = OB= xB i + yB j + zB k
∆s - deslocamento ao longo da curva ∆s= AB
∆r - deslocamento ∆r = rB - rA = AB
=(xB - xA )i + (yB - yA ) j + (zB - zA ) k
=∆x i + ∆y j + ∆z k
• Velocidade média
)rv(ktz
jt
itx
tr
tt
rrv med
^^^
AB
ABmed
y ∆∆∆
∆∆
∆∆
∆∆ ++==
−−
=
^ ^ ^
^ ^ ^
^ ^ ^
^ ^ ^
^ j
Z
X
Y
k ^
^ i
rB rA
A B
∆∆∆∆r
∆∆∆∆s
Os
s
tA tB
O
• Velocidade instantânea ( v )
dtrd
tr
limvlimv0t
med0t
=∆
=∆
=∆∆
→→
Conclui-se que Tuv ou seja a velocidade instantânea, v , num dado ponto é um vector tangente à trajectória nesse ponto.
^z
^y
^x
^^^
kvjviv
kdtdz
jdtdy
idtdx
dtrd
v
++=
++==
2z
2y
2x vvvvv ++==
1t2t1t
1t1r
tt1r
v
2t2r
t2t2r
v
3tr
ttr
v
011med
02med
3
03
33med
∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆
<<
=−
=
=−
=
=−
=
ûT é o versor da tangente à trajectória no ponto considerado
=
=
=
dtdz
v
dtdy
v
dtdx
v
com
z
y
x
A
B1
B2
B3
vmed2 vmed3
vmed1
v
∆r1 ∆r2
∆r3
uT ^
t1
t2
t3
t0
Por outro lado e usando o deslocamento ao longo da trajectória (∆s):
∆
∆=
∆=
∆=
∆∆
∆∆
∆∆
∆∆
∆∆
→→→→ ts
sr
ts
srr
0t0t0t0tlimlimlim
tlimv
Logo
• Aceleração média (a velocidade pode variar em módulo e em
direcção)
vdtds =
Velocidade escalar
dsrd
limsr
0s=
∆ ∆∆
→
T^u
pois ∆s 0 quando
∆t 0
pois à medida que ∆s se aproxima de zero
rds ≈∆ e rd é a T^u
T^uvv =
^ j
Z
X
Y
k ^
^ i
A B
tA tB
O
vA
vB vB
∆v = vB - vA
amed
^z^y^xmed k
t
vj
t
vi
t
v
tv
a∆
∆∆
∆∆
∆∆∆ ++==
• Aceleração instantânea ( a )
2
2
0tmed
0t dt
rd
dt
vd
t
vlimalima ==
∆=
∆=
∆∆
→→
^z
^y
^x
^z^y^x
kajaia
kdt
dvj
dt
dvi
dtdv
dtvd
a
++=
++==
==
==
==
2
2z
z
2
2yy
2
2x
x
dt
zddt
dva
dt
yddt
dva
dt
xddt
dva
com
2z
2y
2x aaaaa ++==
• Conhecendo a aceleração a(t) podem-se determinar por integração a velocidade e a posição em qualquer instante t :
∫∫∫ +=⇔=⇔=⇔=t
to
t
t
v
v ooo
dtavvdtavddtavddtvd
a
∫ ∫∫∫
++=⇔=⇔=⇔=
t
t
t
too
t
t
r
r o ooo
dtdtavrrdtvrddtvrddt
rdv
a aceleração é sempre dirigida para a concavidade da curva pois a velocidade varia na direcção de curvatura da trajectória
• Movimento com aceleração constante
( )oo
t
to ttavdtavv
o
−+=+= ∫
( ) ( )2ooo
t
to ttattvdtvrr
o
−+−==− ∫
Conclui-se que
dtavv
dtavv
dtavv
t
tzozz
t
tyoyy
t
txoxx
o
o
o
∫
∫
∫
+=
+=
+=
dtdtavzz
dtdtavyy
dtdtavxx
t
t
t
tzozo
t
t
t
tyoyo
t
t
t
txoxo
o o
o o
o o
∫ ∫
∫ ∫
∫ ∫
++=
++=
++=
v está sempre no plano definido por vo e a
r - ro encontra-se no
plano definido por vo e a
O movimento com aceleração constante ocorre sempre num
plano
• Tipos de movimento (independentemente em cada uma das coordenadas x, y ou z):
i) a=0 => v=constante => movimento uniforme ii) a=constante => movimento uniformemente variado
a v > 0 => movimento uniformente acelerado (a velocidade aumenta ao longo do tempo) a v < 0 => movimento uniformente retardado (a velocidade diminui ao longo do tempo)
• Se se conhecer a dependência da aceleração no tempo,
a = f(t) , é possível calcular a velocidade da partícula:
Exemplos de aplicação:
• Movimento uniforme : v=constante=v => a = 0
( )oo
t
to
t
to t-txdtxdtxx
oo
vvv +=+=+= ∫∫
• Movimento uniformemente acelerado ou retardado: a = constante=a
( )oo
t
to
t
to t-tvdtvdtvv
oo
aaa +=+=+= ∫∫
( )[ ] ( ) ( )2oooo
t
tooo
t
to tt
2t-tvxdtttvxdtvxx
oo
−++=−++=+= ∫∫a
a
• Exemplo: Movimento de um Projéctil
(movimento curvilíneo de um corpo sujeito à aceleração
constante da gravidade)
( ) ( )^
^o
^o
^oy
^oxo
oo
jgga
jsenvicosvjvivv
s0t0r
−==
α+α=+=
==
( )
( ) ( )( )^o
^o
^^oy
^oxoo
jtgsenvicosv
jtgjvivttavv
−α+α=
−+=−+=
vx vy
( )[ ] ( )[ ] ^t
0o
^t
0o
^t
tyo
^t
txo
^^
jdttgsenvidtcosv
jdtvyidtvxjyixroo
−α+
α=
++
+=+=
∫∫
∫∫
Y
X
vo
vA
g
1) Escolher sistema de eixos 2) Definir a posição inicial ro 3) Definir a velocidade inicial vo 4) Definir a aceleração a
g
α
A
g v
vx
vy
P
B y
x
( )
( )
−α=
α=
2o
o
gt21
tsenvy
tcosvx
Equação da trajectória de um projéctil:
( ) ( )( )α
−α=⇒α
=22
o
2
o cosv2
gxtgxy
cosvx
t
No ponto mais alto (ponto A) tem-se vy=0 (velocidade horizontal) :
( ) ( )g
senvt0tgsenv oAAo
α=⇒=−α
a altura máxima que o projéctil atinge é então
( ) ( ) ( ) ( ) 2oo
oAmax g
senvg
21
g
senvsenvttyh
α−
αα===
( )g2
senvh
22o
maxα
=
O tempo necessário para o projéctil atingir o solo (tempo total de trânsito) é calculado considerando y=0 :
( ) ( )A
oB
2BBo t2
g
senv2ttg
21
tsenv0 =α
=⇒−α=
corresponde a duas vezes o tempo para atingir a altura máxima (tA)
Trajectória do projéctil é uma parábola
O alcance do projéctil correponde ao valor de xB :
( ) ( ) ( )
( )g
2senvx
g
senv2cosvtcosv)tt(x
20
max
ooBoB
α=
⇓
αα=α==
Qual a orientação da velocidade inicial para a qual o alcançe é máximo?
( )º45º9020
g
2cosv20
d
xdmaxmax
max20max =α⇒=α⇒=
α⇒=
α
Os resultados anteriores para o movimento do projéctil são válidos se:
1) O alcance é suficientemente pequeno para se poder desprezar a curvatura da superfície terrestre;
2) A altitude é suficientemente pequena para que a variação da aceleração da gravidade com a altura seja insignificante;
3) A velocidade inicial é suficientemente pequena para que a resistência não seja importante.