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FIOCRUZ CentrodePesquisas · -·-- i\ AGGEU M AGALHAES Ministério da Saúde 0 MINISTÉRIO DA SAÚDE ° CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES - CPqAM I FIOCRUZ DEPARTAMENTO DE SAÚDE COLETIVA- NESC /\ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SISTEMAS E SERVIÇOS DE SAÚDE PROJETO: ESTUDO DA COBERTURA VACINAL COM BCG EM MENORES DE 1 ANO NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DO BELMONTE. Triunfo -PE, 2005.

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FIOCRUZ CentrodePesquisas ~ · -·--

i\ AGGEU M AGALHAES Ministério da Saúde

0 MINISTÉRIO DA SAÚDE ° CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES - CPqAM I FIOCRUZ ~ DEPARTAMENTO DE SAÚDE COLETIVA- NESC /\ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SISTEMAS E ~ SERVIÇOS DE SAÚDE ~.

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PROJETO:

ESTUDO DA COBERTURA VACINAL COM BCG EM MENORES DE 1 ANO NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ

DO BELMONTE.

Triunfo -PE, 2005.

MINISTÉRIO DA SAÚDE .·~ CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES - CPqAM I FIOCRUZ

DEPARTAMENTO DE SAÚDE COLETIVA- NESC CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SISTEMAS E

SERVIÇOS DE SAÚDE

PROJETO:

ESTUDO DA COBERTURA VACINAL COM BCG EM MENORES DE 1 ANO NO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ

DO BELMONTE.

Trabalho apresentado à Coordenação do Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde, como requisito parcial para a obtenção do título de especialista_ Área de concentração: Organização de Serviços . Alunos: Elizeu Neto de Miranda, Fátima da Conceição Paes, Karla Millene Sousa Lima e Sandra Régia Ferraz.

Orientador: Prof. Adriano Cavalcante Sampaio

Triunfo -PE, 2005.

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AGRADECIMENTOS

- Aos professores e funcionários, que compõem o Centro de

Pesquisas Aggeu Magalhães- CPqAM/FIOCRUZ- Departamento

de Saúde Coletiva - NESC, por terem contribuído para nossa

formação profissional e pessoal.

- Ao Coordenador do Curso de Especialização em Gestão de

Sistemas e Serviços de Saúde - Turma Triunfo, Prof. o Petrônio

Martelli, pela colaboração, amizade e apoio no decorrer do nosso

curso.

- Ao nosso Orientador, Prof.0 Adriano Cavalcante Sampaio, pelo

conhecimento, competência, compreensão e carinho dispensados

ao longo deste trabalho.

-As (os) colegas do Curso, pelo convívio amigo.

- A Srta. Cibelly Brandão, pela digitação e impressão deste

trabalho.

- A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a

realização deste trabalho.

,, APRESENTAÇÃO

A saúde faz parte do nosso existir, dos nossos desejos. É um

bem que não tem preço, mas como tantas outras coisas

importantes, tem que ser conquistada.

A saúde não é apenas um direito do cidadão e um dever do

Estado, tem um significado maior: A nossa existência e a nossa

própria dignidade como seres humanos.

Um das formas de promover a saúde dos indivíduos é a

VACINAÇÃO.

Para promover a saúde da população e intervir sobre as

doenças imunopreveníveis foram adotadas várias estratégias no

país. Uma delas é o Programa Nacional de Imunização (PNI),

criado em 1973, visando o controle das doenças imunopreveníveis,

através dos programas de vacinação, de toda a população,

valorizando alguns grupos específicos (maiores de 60 anos).

As vacinas representam um grande avanço alcançado pela

ciência para promover e proteger a saúde dos indivíduos, mas a

realidade em nosso País é completamente diferente, pois muitas

crianças morrem ou ficam incapacitadas por doenças como

poliomielite, sarampo, difteria, coqueluche, tétano e tuberculose.

Com a simples VACINAÇÃO. poderíamos salvar muitas

crianças e adultos, dessas doenças que atormentam o nosso país.

RESUMO

O presente estudo será realizado no Município de São José do Belmonte­

PE, que fica a 479 km2 do Recife. O município é composto de

aproximadamente 31.252 habitantes, de acordo com o Censo do IBGE de

2000. Os serviços de saúde formam uma complexa rede de atividades para

intervir sobre as doenças imunopreveníveis e promover a saúde da população

sendo adotadas várias estratégias no país. Uma dessas é o Programa

Nacional de Imunização (PNI) instituído no Brasil para combater seis

importantes doenças transmissíveis (tuberculose, difteria, coqueluche, tétano,

poliomielite e sarampo).O Programa foi criado em 1973, e oferece um conjunto

ampliado de imunobiológicos, que são, substâncias capazes de induzir a

imunidade. Sua implantação e implementação concederam avanços sobre o

controle das doenças imunopreveníveis, através do Ministério da Saúde -

responsável pela aquisição, controle de qualidade, distribuição e coordenação

das ações de vacinação do PNI. A vacina BCG -ID é feita com os bacilos de

Calmette e Guérin. Estes bacilos não são virulentos, ou seja, não são capazes

de causar adoecimento, como os de Koch. Sua ação baseia - se no aumento

da resistência do indivíduo, simulando uma infecção. Essa vacina é indicada

para prevenir as formas graves de tuberculose e hanseníase. Esse trabalho

tem como objetivo analisar os condicionantes/razões da baixa cobertura

vacinal com BCG em menores de 1 ano no Município de São José do

Belmonte - PE. A justificativa deste trabalho é o levantamento sobre a

cobertura da vacina BCG no município de São José do Belmonte durante o

ano 2003. Em virtude da meta do Programa Nacional de Imunização ser

atingir 90% das crianças menores de 1 ano. Porém a meta não foi atingida, no

r--,

r---,

ano referido tendo apresentado o resultado de 75,53%. Justifica - se a

necessidade de uma maior preocupação dos órgãos competentes, na

divulgação das campanhas, na vigilância das equipes e na capacitação dos

profissionais que irão compor as equipes de saúde que irão realizar a

vacinação.

AGRADECIMENTOS

APRESENTAÇÃO

RESUMO

1- INTRODUÇÃO

2- OBJETIVOS

2.1- OBJETIVO GERAL

SUMÁRIO

Pag.

9

11

11

2.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS 11

3 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 12

3.1 A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM 12 SAÚDE 3.2 AS ORIGENS DO PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO 13 (PNI) 3.3 O OBJETIVO DO PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO 15

3.4 SISTEMA IMUNOLÓGICO

3.5 OS BENEFÍCIOS DA VACINA

3.6 HISTÓRICO DA VACINA BCG

3.7 A VACINA BCG NO BRASIL

3.8 BCG: VACINA CONTRA TUBERCULOSE

3.9 EFICÁCIA DA VACINA BCG

3.10 IMPORTÂNCIA DA VACINA BCG

4 -PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1 MATERIAL E MÉTODOS

4.1.1 LOCAL DE ESTUDO

4.1.2 POPULAÇÃO ALVO

4.1.3 TIPO DE ESTUDO

4. 1.4 PERÍODO DE ESTUDO

16

17

17

19

19

20

21

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23

23

23

23

23

~,

4.1.5 VARIÁVEIS DE ESTUDO

4.1.6 COLETA DE DADOS

4.1. 7 RECURSOS NECESSÁRIOS

4.1.8 PLANO DE ANÁLISE

4.1.9 ASPECTOS ÉTICOS

5- CRONOGRAMA

6 - REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

7 -ANEXOS

23

24

24

24

24

26

27

9

1.1NTRODUCÃO

O Município de São José do Belmonte está localizado na Mesorregião do

Sertão Pernambucano, limita-se ao Norte com os Estados do Ceará e da

Paraíba; ao Sul com o município de Mirandiba; ao Leste com Serra Talhada e a

Oeste com Verdejante e o Estado do Ceará e fica a 479 km2 do Recife

(SECRETARIA DE SAÚDE,2003).

São José do Belmonte é um município bem desenvolvido, sua principal

atividade econômica é a agricultura e, conta ainda com um comércio também

desenvolvido.

O município é composto de aproximadamente 31.252 habitantes, de

acordo com o Censo do IBGE de 2000.

Para realização da vacinação neste município, a população conta com a

Unidade Mista Auta Magalhães, o Posto de Saúde do Serrote e as 4 Unidades de

Saúde da Família que são: Vila Delmiro, Bom Nome, Carmo e Jatobá.

Os serviços de saúde ainda formam a rede de atividades para intervir sobre

as doenças imunopreveníveis e promover a saúde da população sendo adotadas

várias estratégias no país, norteadas pelas ações de vigilância epidemiológica

(BRASIL, 2001 ).

O Programa Nacional de Imunização (PNI) instituído no Brasil para

combater seis importantes doenças transmissíveis (tuberculose, difteria,

coqueluche, tétano, poliomielite e sarampo), estabelece como prioritária a

aplicação de quatro vacinas no primeiro ano de vida: antipoliomielite-oral, tríplice

(DPT), anti-sarampo e BCG (PROFAE, 2002). I

O programa visa à ampla extensão da cobertura vacina! para alcançar

adequado grau de proteção imunitária da população contra as doenças

transmissíveis por ele abrangidas (LANGES, 2002).

Para garantir o funcionamento do serviço de vacinação é imprescindível

que além de pessoal capacitado, não faltem os imunobiológicos, nem o material

necessário a sua conservação e aplicação. A programação mensal das atividades

feita a partir de dados concretos da real necessidade e baseada em parâmetros

técnicos garante que não faltem no dia-a-dia, os imunobiológicos e todo o material

necessário à aplicação, além de evitar o desperdício (DATASUS, 2004).

10

O objetivo principal do Programa é oferecer todas as vacinas com

qualidade a todas as crianças que nascem anualmente em nosso país, tentando

alcançar coberturas vacinais de 90%, de forma homogênea em todos os

municípios e em todos os bairros (PROFAE, 2002).

Os dados disponíveis são oriundos do Sistema de Avaliação do Programa

de Imunização- API, sistema este gerido pela Coordenação Geral do Programa

Nacional de Imunização - CGPNI, do Departamento de Vigilância Epidemiológica

- DEVEP, Secretaria de Vigilância à Saúde, do Ministério da Saúde SVS/MS, em

conjunto com as Secretarias Estaduais de Saúde, suas Regionais e as

Secretarias Municipais de Saúde. As Secretarias Municipais e Regionais de

Saúde coletam, por meio do Boletim Diário de Doses Aplicadas de Vacinas, os

quantitativos de indivíduos vacinados por faixa etária em cada estabelecimento de

saúde (sala de vacina), consolidando essas informações nos Boletins Mensais,

com registro no Sistema API em todas as instâncias (DATASUS, 2004).

A base de dados estadual é enviada mensalmente para a

CGPNI/DEVEP/SVS/MS, quando então é consolidada a base nacional

(DATASUS, 2004).

As vacinas representam um grande avanço alcançado pela ciência para

promover e proteger a saúde dos indivíduos. Atualmente, não se destinam

somente as crianças, pois existem para todas as faixas etárias (BRASIL, 2001).

Sabe-se que a vacina BCG é feita com os bacilos de Calmette e Guérin.

Estes bacilos não são virulentos, ou seja, não são capazes de causar

adoecimento, como os de Koch. Sua ação baseia - se no aumento da resistência

do indivíduo. A vacina BCG é indicada para prevenir as formas graves de

tuberculose e hanseníase (BRASIL, 2002).

A meta do Programa Nacional de Imunização é atingir 1 00% das crianças

maiores de 1 ano e menores de 5 anos (DATASUS, 2004).

A justificativa deste trabalho é a baixa cobertura da vacina BCG no

município de São José do Belmonte que durante o ano de 2003 não atingiu a

meta dos 90% de cobertura nas crianças menores de 1 ano, meta esta

preconizada pelo Programa Nacional de Imunização.

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11

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar os condicionantes/razões da baixa cobertura vacina! com BCG em

menores de 1 ano no Município de São José do Belmonte - PE.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Descrever o processo de vacinação com BCG no município;

• Detectar as dificuldades enfrentadas pelas Unidades de Saúde na

vacinação com BCG;

• Avaliar o processo de alimentação dos dados da vacinação BCG para o

PN I de São José do Bel monte;

• Identificar mecanismos organizacionais que estejam interferindo na

cobertura vacina! com BCG;

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12

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE

Os Sistemas de Informação são conjuntos de procedimentos que visam

captar o que acontece em uma organização. Estão envolvidos com a coleta,

armazenamento, processamento, análise e disseminação de informações.

Apresentam de forma condensada, a cada nível organizacional, o que lhe cabe e

têm por objetivo dar subsídios ao processo decisório (RIBEIRO E RODRIGUES,

2004).

Segundo Branco (2004) A Lei Orgânica da Saúde (LOS), promulgada em

1990 sob o no 8.080, e os demais preceitos legais que regem o SUS, reconhecem

os municípios como entes governamentais autônomos que devem responsabilizar

- se pelo planejamento, organização controle e avaliação das ações e serviços de

saúde de sua região.

Diversos instrumentos legais que vieram complementar a Lei Orgânica,

como a Norma Operacional Básica do SUS 01/96 (NOB- SUS 01/96) e as Normas

Operacionais de Assistência à Saúde (NOAS- SUS 01/2001 e NOAS- SUS

01/2002) têm estabelecido regras que colocam os municípios brasileiros frente à

necessidade de organizar as informações em saúde produzidas em seu âmbito de

governo. Por essas, regras, o repasse de recursos financeiros federais e

estaduais fica atrelado ao cumprimento de vários requisitos, dentre os quais o

fornecimento, por parte do município, de uma série de informações obtidas por

meio de sistemas de informação de base nacional, desenvolvidos pelo Ministério

da Saúde (BRANCO 2004).

Os sistemas de informação são meios para construção do conhecimento

em saúde, e é importante que os gestores que pretendem usufruir das vantagens

técnicas e políticas que os mesmos podem proporcionar, conheçam,

minimamente, suas principais características e o tipo de informações que

oferecem. Cada um dos sistemas de informação em saúde de base nacional

destina -se a temas específicos, sendo possível construir indicadores tanto

isoladamente como combinando dados de dois ou mais deles. Os de maior

abrangência no território nacional são:

.. ...._ ' '

· Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIH/SUS);

· Sistema de Informação Ambulatorial do SUS (SIAISUS);

·Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB);

·Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC);

· Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI - PNI);

·Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN);

·Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) (BRANCO 2004).

3.2 AS ORIGENS DO PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO fPNI)

13

O sucesso da Campanha de Erradicação da Varíola (CEV) fortaleceu,

dentro do MS, uma corrente que defendia maiores investimentos no controle de

doenças infecciosas preveníveis por imunização (TEMPORÃO, 2003).

Algumas iniciativas importantes ocorridas no período, que se estende de

1973 a 1980, permitem perceber a construção de uma base técnica, política e

institucional que apenas nas décadas seguintes iria consolidar-se como

importante ferramenta do Estado no controle efetivo de algumas doenças na

nosologia prevalente no país (TEMPORÃO, 2003).

A conclusão do programa de erradicação da varíola no Brasil, com a

certificação pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1973, foi um marco

fundamental nessa trajetória. A CEV, que dispunha de estrutura executiva

autônoma diretamente subordinada ao Ministro da Saúde, mobilizou grandes

esforços nacionais no desenvolvimento de estratégias de vacinação em massa,

apoiou a produção e o controle de qualidade da vacina antivariólica, introduziu a

aplicação dos então recentes conceitos de vigilância epidemiológica e

estabeleceu mecanismos de avaliação do programa (TEMPORÃO, 2003).

Com o encerramento de suas atividades, uma massa crítica de

profissionais capacitados engajou-se em outras atividades relacionadas ao

controle de doenças evitáveis por imunização. Havia dúvidas sobre a real

capacidade que as estruturas formais do sistema de saúde teriam para a

manutenção da vacinação sistemática contra a varíoJa após encerrada a

campanha. Esta preocupação tinha raízes mais profundas e acabava por se

estender ao conjunto da rede de serviços de saúde em sua crônica incapacidade

14

de controlar o conjunto das doenças preveníveis por imunização (TEMPORÃO,

2003).

Em 1973, o Ministério da Saúde funcionava no Rio de Janeiro, com base

na reforma realizada pelo Ministro Rocha Lagoa em 1970. Esta instituiu o

Departamento Nacional de Profilaxia e Controle de Doenças e, no seu interior, a

Divisão Nacional de Epidemiologia e Estatística de Saúde (DNEES). Até então, as

atividades de vacinação estavam divididas: enquanto algumas eram

operacionalizadas pelos programas verticais do MS, como varíola, tuberculose e

febre amarela, outras eram executadas através das Secretarias Estaduais de

Saúde como poliomielite, sarampo e vacina tríplice bacteriana (TEMPORÃO,

2003).

Para Temporão (2003) a criação da DNEES reuniu algumas pessoas que

representavam experiências variadas na área de imunização. Seu dirigente, o Dr.

Brito Bastos, era um entusiasta de ações educativas e havia dirigido, no antigo

Departamento Nacional de Saúde, no início dos anos 60, as primeiras tentativas

de controlar a varíola em grandes áreas, mediante a mobilização de recursos

locais. Outros técnicos, como o Dr. Eurico Suzart, traziam a experiência de

serviços básicos estruturados da Fundação SESP, enriquecida pela vivência no

processo dinâmico e altamente exitoso que conduziu à erradicação da varíola.

A DNEES passou então a trabalhar no desenvolvimento de estratégias

integradas de controle de doenças por vacinação. Os quadros técnicos que

ingressavam na DNEES acumulavam décadas de experiência de trabalho na

Fundação Serviço Especial de Saúde Pública (FSESP), com a acumulada na

campanha da varíola (TEMPORÃO, 2003).

Refletia sobre as perspectivas advindas do sucesso da CEV no sentido de

que seus resultados, "pudessem estimular tarefas semelhantes de imunização em

massa para eliminar outras enfermidades transmissíveis já excluídas em outros

países ... através de um trabalho de imunização global, arquitetado nas linhas de

um vigoroso plano nacional de imunização". (TEMPORÃO, 2003).

Uma experiência fundamental na trajetória da DNEES foi a criação, em

1971, do Plano Nacional de Controle da Poliomielite (TEMPORÃO, 2003).

Executado mediante campanhas sistemáticas de vacinação em nível

estadual, funcionou até o final de 1973, tendo abrangido cerca de 14 estados.

Permitiu acumular grande experiência de campo no controle desta doença, mas

'~

15

os resultados de impacto não puderam ser avaliados à época, pela falta de ações

de vigilância epidemiológica estruturadas em âmbito nacional (TEMPORÃO,

2003).

Esse plano permitiu desenvolver: investigação científica sobre a eficácia da

vacina a utilizar; metodologia operacional e avaliação de desempenho em projeto

piloto; metodologia de mobilização comunitária e de execução operacional de

campanhas; suprimento continuado de vacinas e outros insumos e metodologia

para desenvolver a capacitação de técnicos das secretarias estaduais

(SANTANA, 2002).

De fato, a DNEES foi o espaço de desenvolvimento e aprimoramento da

metodologia para campanhas de grande envergadura realizadas em um só dia e

que apenas ao final dos anos 70 obteve hegemonia dentro do MS como

estratégia de enfrentamento das doenças preveníveis por imunização. Entre 1971

e 1973, a DNEES desenvolveu toda a tecnologia e metodologia necessárias à

implementação de ações de vacinação em massa que pudessem ser utilizadas no

controle de outras doenças. "Na essência trabalhava-se na construção de uma

estratégia que pudesse tirar a extrema defasagem histórica no combate a estas

doenças com uma intervenção baseada em campanhas, associada a uma forte

estrutura de vigilância epidemiológica" (SANTANA, 2002).

A criação do PNI, em 1973, deu-se no âmbito do processo de formulação

de grandes programas nacionais, na gestão do Ministro Mário Machado de Lemos

(1972-74). Lançado oficialmente em Brasília, no final de 1973, com a presença de

personalidades destacadas nas áreas de saúde pública e de controle de doenças,

entre outros de Vicente Amato Neto e Nelson de Moraes, o PNI estava então

funcionalmente vinculado ao DNEES (SANTANA, 2002).

3.3 O OBJETIVO DO PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO

O Programa Nacional de Imunização, criado em 1973, oferece um conjunto

ampliado de imunobiológicos, ou seja, substâncias capazes de induzir a

imunidade graças aos microrganismos nela contidos. Sua implantação e

implementação permitiu avanços sobre o controle das doenças imunopreveníveis,

através do Ministério da Saúde - responsável pela aquisição, distribuição e

coordenação das ações de vacinação do PNI (BRASIL, 2001 ).

. r-..,

16

O objetivo fundamental do SI- PNI é possibilitar aos gestores envolvidos

no programa, uma avaliação dinâmica do risco quanto à ocorrência de surtos ou

epidemias, a partir do registro dos imunos aplicados e do quantitativo

populacional vacinado, que são agregados por faixa etária, em determinado

período de tempo, em uma área geográfica. Por outro lado, possibilita também o

controle do estoque de imunos necessários aos administradores que têm a

incumbência de programar sua aquisição e distribuição (DATASUS, 2004).

As vacinas do PNI encontram - se rotineiramente disponíveis nas unidades

básicas de saúde. Porém, para que sua qualidade seja garantida, faz - se

necessário que suas características sejam preservadas, pois suas propriedades

são alteradas mediante oscilação da temperatura de conservação, ação da luz

solar, entre outros fatores (BRASIL, 2001 ).

3.4 SISTEMA IMUNOLÓGICO

O Sistema Imunológico é formado por diferentes células e tecidos que têm

por função defender o organismo contra diversas agressões. Tem dois

componentes: o inespecífico e o especifico, cada um, agindo de maneira

diferente. Embora distintos, estão intimamente relacionados, auxiliando um ao

outro, completando - se. O inespecífico atua de forma sempre igual,

desenvolvendo a reação inflamatória. O sistema especifico é capaz de reagir

exclusivamente contra um determinado agente agressor,através de substância

específica (PROFAE, 2002).

As substâncias protetoras específicas que se formam no organismo são

chamadas de anticorpos. Esta capacidade que o organismo tem de reagir contra

um determinado agente é o que se chama de imunidade. Diz -se, então, que uma

pessoa é imune a determinada doença quando seu organismo reage contra essa

doença, devido à presença de anticorpos protetores específicos (PROFAE, 2002) .

17

3.5 OS BENEFÍCIOS DA VACINA

As vacinas representam um grande avanço alcançado pela ciência para

promover e proteger a saúde dos indivíduos. Atualmente, não se destinam

somente às crianças, pois existem para todas as faixas etárias (BRASIL, 2001 ).

É importante conhecer como as vacinas atuam no corpo humano,

protegendo - nos de algumas das principais doenças transmissíveis. É importante

lembrar que os fatores relacionados à ocorrência dessas doenças são ligados aos

determinantes socioeconômicos, ao ambiente em que vive, às relações do

homem com o meio e, também, a fatores fisiológicos, como o estado nutricional e

a capacidade do organismo de responder à interação com o agente patogênico,

causador da doença (BRASIL, 2001).

Essa capacidade de resposta a estímulos nocivos presentes no ambiente,

medida pelo sistema de defesa do organismo, recebe o nome de imunidade. O

processo pelo qual desenvolvemos essa imunidade é chamado imunização

(BRASIL, 2001 ).

Existem duas formas de aquisição de imunidade: ativa e passiva. A

imunidade ativa é desenvolvida por nosso organismo em resposta a um estímulo

externo. Tal desenvolvimento ocorre de duas maneiras:

Quando adoecemos, nosso sistema imunológico cria uma memória,

reconhecendo o causador da doença e impedindo que ele se instale novamente;

A administração de vacinas que apresentam o agente patogênico de uma forma

modificada, atenuada ou em partes, estimula as defesas contra o verdadeiro

causador, comumente chamado de "selvagem" ou "bravo" (BRASIL, 2001 ). A

imunidade passiva são as defesas que já recebemos "prontas".(BRASIL, 2001 ).

3.6 HISTÓRICO DA VACINA BCG

Até a terceira década do século passado, todos os esforços para impedir

ou atenuar a doença tuberculose pelos métodos de imunização ativa e passiva

como ocorria em outras doenças, foram inúteis. Na tentativa de obter suspensões

homogêneas (e não grumosas) nas culturas de um bacilo tuberculoso bovino,

muito virulento, isolado por Nocard, no Instituto Pasteur de Paris, Albert Calmette

obteve casualmente um fenômeno de mutação, repicando as culturas em batata

18

impregnada em bile de boi. Guérin, que era seu auxiliar e fazia as repicagens,

observou que após 231 passagens, as culturas ainda se mantinham grumosas,

com o mesmo aspecto morfológico e as mesmas propriedades físicas,

apresentando, porém, atenuação progressiva da virulência para os roedores de

laboratório. Essa amostra de bacilos foi batizada com o nome de BCG (bacilo de

Calmette-Guérin) e utilizada com sucesso na imunização ativa de bovinos,

provocando ausência de virulência (SANTANA,2002).

Em 1921, a pedido de um médico francês que desejava proteger um

recém-nascido de mãe tuberculosa, que teria que conviver com a avó

tuberculosa, Calmette administrou por via oral a sua vacina BCG em três doses

de 2 mg. Depois deste, outros recém-nascidos receberam a mesma vacina

durante três anos, mas só em julho de 1942, Calmette se considerou autorizado a

proferir, diante da Academia Nacional de Medicina de Paris, a primeira

comunicação oficial sobre o emprego da BCG oral em recém-nascidos, como

tentativa de imunização ativa contra a tuberculose. A partir daí, o Instituto Pasteur

passou a distribuir para os laboratórios estrangeiros as culturas do BCG. Discutiu­

se muito, então, não só a atenuação do bacilo, como sua eficácia preventiva

(SANTANA, 2002).

Em 1925, Júlio Elvio Moreau trouxe, do Instituto Pasteur de Paris, uma

amostra de BCG para o Rio de Janeiro, que foi então chamada "BCG

Moreau"(SANTANA, 2002).

Essa amostra foi mantida na Fundação Ataulpho de Paiva e, graças ao

espírito científico de Arlindo de Assis, foi usada no nosso meio (SANTANA, 2002).

Até 1968 usou-se no Brasil, exclusivamente, a via oral. Como a técnica de

vacinação BCG por via intradérmica é a mesma da aplicação da prova

tuberculínica, a possibilidade de se implantar a vacinação intradérmica no país

decorreu do treinamento de enfermeiras em nove capitais, por uma enfermeira

consultora da Organização Mundial de Saúde que permaneceu no Brasil, de 1967

a 1968 (SANTANA, 2002).

A história do BCG, desde a sua introdução, é cheia de antagonismos e

controvérsias. Há países onde é adotada como política nacional obrigatória por

lei, para quase 100% da população vacinável, enquanto em outros países é

praticamente desconhecido pelo público, impopular e quase tabu entre a classe

19

médica. Apesar de introduzido há mais de meio século e realizadas cerca de

um bilhão de vacinações em todo o mundo(SANTANA,2002).

3.7 A VACINA BCG NO BRASIL

A vacinação BCG chegou ao Brasil em 1927, após ter sido introduzida para

aplicação em massa na França e em outros países. Tal se deu graças ao

empenho do professor Arlindo de Assis. Foi preparada com uma cepa proveniente

do BCG original que mais tarde, cultivada pela Fundação Ataulpho de Paiva,

adquiriu características próprias, constituindo-se na cepa BCG Moreau - Rio de

Janeiro, que revelou possuir a menor virulência residual em experimentos

animais, e menor gravidade da lesão cutânea em crianças, produzindo resposta

tuberculínica mais intensa e duradoura. Até 1973 foi usada por via oral, e, desde

então, pela via intradérmica (SANTANA, 2002).

3.8 BCG: VACINA CONTRA TUBERCULOSE

Após a década de 50, com a introdução da isoniazida como terapêutica,

houve enorme avanço no controle e tratamento da tuberculose. Apesar disso, a

doença continua sendo um sério problema de Saúde Pública, não só entre os

países em desenvolvimento, mas também nos países desenvolvidos. (BRASIL,

2001).

A imunidade natural contra a tuberculose é indiscutível e justifica o fato de

a infecção tuberculosa, na maior parte das pessoas, ser localizada, sem a

ocorrência da doença. Essa resistência natural na espécie humana, é menor nos

extremos de idade, isto é, nos muitos jovens ou muito velhos, e também na

gravidez. Apesar de a imunidade adquirida ter sido suspeita mesmo antes da

descoberta do bacilo tuberculoso por Koch, em 1882, foi alvo de inúmeras

discussões. Marfan, em 1886, enunciou a lei que leva o seu nome, na qual I

afirmava que a doença local protegia contra o risco de tuberculose pulmonar

progressiva. O próprio Koch, em 1891, descreveu uma diferença de resposta

quando injetava bacilo tuberculoso virulento em cobaias previamente

sensibilizadas ou não; isto foi chamado de Fenômeno de Koch e considerado

como sinal de imunidade (PROFAE, 2002).

r--,

20

Atualmente já é certa que a infecção primária é capaz de prevenir, em certo

grau, a evolução da infecção subseqüente para doença clínica. Essa imunidade

adquirida é do tipo celular e se baseia fundamentalmente na capacidade de

bacteriostase intracelular que se desenvolve nos macrófagos. A infecção primária

artificial pode ter o mesmo efeito que a infecção natural (PROFAE, 2002).

A vacina BCG tem por finalidade substituir a infecção natural,

potencialmente patogênica, por uma primo-infecção artificial e inofensiva,

ocasionada por bacilo não virulento, na esperança de que isto contribua para

aumentar a resistência do indivíduo, em face de uma infecção anterior pelo bacilo

virulento (PROFAE, 2002).

3.9 EFICÁCIA DA VACINA BCG

Inúmeros trabalhos publicados em todo o mundo com vacinação em

animais e no homem tentam demonstrar a eficácia ou não do BCG. Poucos,

entretanto, têm características de estudo controladas com observação

suficientemente prolongada para uma avaliação estatística significante. A OMS

através do seu Expert Comitee de Tuberculosis, refere oito estudos

controlados da vacinação BCG, com eficácia variando de O a 80% (BRASIL,

2001).

As razões apontadas para esses achados conflitantes são várias, incluindo:

diferenças genotípicas das populações estudadas; diferenças nas estirpes

vacinais utilizadas, preparadas em laboratórios diferentes; sensibilização das

populações estudadas com microbactérias atípicas e infecção tuberculosa prévia

nos indivíduos estudados. Todavia, já é certo que a vacina BCG em humanos,

sob certas condições, induz aumento da imunidade contra a tuberculose. Esse

aumento da resistência é imediato e permanece por muitos anos, tendendo a

diminuir, talvez, após algum tempo (BRASIL,2001 ).

As dúvidas sobre a eficácia e inocuidade do BCG eram muito grandes. Na

década de 40, entretanto, conheceram-se os resultados da experiência de Stem e

Aronson que vacinaram populações indígenas dos Estados Unidos e Alaska,

demonstrando, pela primeira vez, de acordo com a tecnologia científica, o valor do

BCG no homem, com proteção de 80% (BRASIL,2001 ).

,,.--,

21

A partir da década de 50, o estudo controlado mais importante e decisivo

foi feito num grupo de adolescentes ingleses (cerca de 55.000), seguidos por mais

de 20 anos pelo Brish Medicai Research Council. Todos os jovens submetidos ao

teste tuberculínico e, entre os não reatores, um grupo recebeu vacina BCG, outro

recebeu vole bacillus (Micobacterium microti) e outro não recebeu vacina

(BRASIL, 2001 ).

Também não foram vacinados os grupos reatores a 3 ou 100 unidades de

tuberculina. Observaram que a proteção vacina! máxima ocorreu entre 2 1/2 e 5

anos: 87% para BCG e 88% para o vale bacillus. A partir da década de 70, o

estudo mais discutido foi o realizado em Chigleput-Índia, pelo lndian Council of

Medicai Research em colaboração com a OMS, cujos primeiros resultados foram

publicados em 1979 (BRASIL,2001 ).

A análise de vários estudos retrospectivos de vacinação BCG em recém­

nascidos revela sua eficácia, porém sugere melhores estudos. Estudos mais

recentes feitos com vacinação de recém-nascidos na Europa (Inglaterra),

África (Toga) e na Ásia (Burma) revelam proteção respectivamente de 75%,

61 ,5% e 38%. Considera - se que a proteção foi maior em crianças abaixo

dos 5 anos e para as formas mais graves e disseminadas (BRASIL,2001 ).

3.10 IMPORTÂNCIA DA VACINA BCG

Em São Paulo, uma investigação da eficácia da vacina BCG, utilizando

metodologia de caso-controle, foi feita analisando a proteção da vacina contra

instalação da forma meníngea da doença entre crianças com idade inferior a 5

anos (PROFAE,2002).

Apesar de 52% dos 73 casos estudados terem recebido vacina, verificou­

se eficácia protetora vacina! de 87%, quando comparada com controles

hospitalares e 90% quando comparada com controles domiciliares (PROFAE,

2002).

Ainda com relação à eficácia da vacina, no Brasil, podemos dizer que a

amostra brasileira BCG-Moreau-Rio tem alta virulência residual (multiplicação e

sobrevi da dos germes no organismo vacinado), produz poucas reações

indesejáveis, induz grande hipersensibilidade tuberculínea e tem alto poder

protetor (PROFAE, 2002).

22 O laboratório de referência da OMS em Copenhagen, para produção da

vacina BCG, testou as diferentes vacinas produzidas no mundo, classificando a

Moreau-Rio como a estirpe de maior virulência residual. Também a maior

proteção foi obtida pela vacina brasileira junto com somente mais duas (Rio-Paris­

Madras) de um grupo de 11; este teste foi feito em animais vacinados que depois

receberam desafio com o bacilo virulento (PROFAE,2002).

A vacina que induziu maior sensibilidade tuberculínica foi a Moreau, mas

não foi a que apresentou maior reação vacina!. Estudos feitos pela Divisão

de Produtos Bacterianos nos Estados Unidos, classificaram a estirpe Moreau

como primeira num grupo de seis em relação ao aumento do tamanho do

baço nos animais vacinados, devido à infiltração e multiplicação celular, que

são de importância na instalação da imunidade adquirida (PROFAE,2002).

No Brasil, as campanhas de vacinação são consideradas eficazes. A partir

das últimas décadas, o programa de combate às doenças fica a cargo do

Ministério da Saúde, através de vários programas que atendem o país de norte a

sul. A campanha que normalmente acontece durante o mês de junho vacinou

no ano de 2000, mais de 16 milhões de crianças, tendo inclusive um mascote

chamado de Zé Gotinha (PROFAE,2002).

O Ministério da Saúde no Brasil recomenda que a primeira vacinação da

BCG aconteça a partir do primeiro mês de vida ou durante o primeiro ano de vida.

A dose de reforço acontece após os 1 O anos de idade. As reações previsíveis são

as erupções avermelhadas na pele, as chamadas exantemas (PROFAE, 2002).

A vacina, em alguns casos, pode deixar uma pequena cicatriz. Em nosso

país existe o Programa Nacional de Imunização. Constam nesse programa, a

vacina BCG contra a tuberculose, a Tríplice contra a coqueluche, difteria e tétano,

a vacina contra o sarampo e a vacina Sabin contra a poliomielite (PROFAE,2002).

Em termos de saúde pública, o programa brasileiro é um sucesso e seus

resultados são considerados maravilhosos. Ele praticamente acabou com essas

doenças no Brasil. Além disso, o programa brasileiro está entre os mais eficazes

(PROFAE,2002).

~ TI

" 4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1 MATERIAL E MÉTODOS

4.1.1- LOCAL DE ESTUDO

São José do Belmonte- PE.

4.1.2- POPULAÇÃO ALVO

Crianças menores de 1 ano de idade da Cidade de São José do Belmonte­

PE, que estão registradas no ano de 2003 no Programa Nacional de Imunização

(PNI).

4.1.3 - TIPO DE ESTUDO

Estudo descritivo de corte transversal.

A pesquisa será realizada em dois momentos diferentes (ou em duas

etapas):

1. Análise do banco do SI - PNI - análise quantitativa;

2. Análise dos resultados da aplicação do questionário - análise

qualitativa.

4.1.4- PERÍODO DE ESTUDO

Janeiro à Dezembro de 2003.

4.1.5 -VARIÁVEIS DE ESTUDO

IDADE: Menores de 1 ano.

SEXO: Feminino ou Masculino.

PESO: Peso acima de 2 Kg.

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24

INCLUSÃO: São as crianças menores de 1 ano registradas no PNI de São José

do Belmonte - PE.

EXCLUSÃO: São as crianças menores de 1 ano que não estão registradas no

PNI de São José do Belmonte- PE.

4.1.6 - COLETA DE DADOS

O material utilizado na pesquisa será o banco de dados oficial fornecido

pelo Secretário de Saúde do Município. Será realizada uma entrevista onde

utilizaremos um questionário (ANEXO 11).

O questionário será aplicado com: o Secretário de Saúde, a Coordenadora

Municipal do PNI e os Vacinadores das Unidades Básicas de Saúde.

4.1. 7 - RECURSOS NECESSÁRIOS

Os recursos necessários para realização desse projeto são: equipamentos

de informática, material de expediente, e entrevistador.

4.1.8 - PLANO DE ANÁLISE

Será realizada uma análise descritiva dos dados obtidos no SI - PNI, a

seguir serão realizadas análises estatísticas por meio dos softwares SPSS e

Excel.

4.1.9 -ASPECTOS ÉTICOS

A pesquisa foi autorizada pelo Secretário de Saúde do Município referido,

tendo o mesmo fornecido todos os dados referentes ao SI- PNI, os quais serão

de grande importância na realização deste trabalho (ANEXO 1).

A pesquisa será entregue ao Comitê de Ética da Universidade Federal de

Pernambuco - UFPE, o qual será responsável pela leitura e avaliação e posterior

consentimento do presente projeto.

Será entregue aos participantes um termo de consentimento livre e

esclarecido (ANEXO 111), o qual irá explicar todo o objetivo da pesquisa.

25

,""'"",

~

' '

26

4.1.9 -ASPECTOS ÉTICOS

A pesquisa foi autorizada pelo Secretário de Saúde do Município referido,

tendo o mesmo fornecido todos os dados referentes ao SI- PNI, os quais serão

de grande importância na realização deste trabalho (ANEXO 1).

A pesquisa será entregue ao Comitê de Ética do Centro de Pesquisas

Aggeu Magalhães - CPqAM, o qual será responsável pela leitura e avaliação e

posterior consentimento do presente projeto.

Será entregue aos participantes um termo de consentimento livre e

esclarecido (ANEXO 111), o qual irá explicar todo o objetivo da pesquisa.

5. CRONOGRAMA

Atividades

Seleções

Bibliográficas

Leitura e discussão dos

textos

Contato com

O Município de São José

do Belmonte

Receber a autorização (lo

secretário de saúde /

Confecção do Projeto

Entrega do Projeto ao

departamento da

especialização

Apresentação do trabalho

2rlf

ANOS/MESES

2004 2005

No v Dez Jan Fev Mar

~ '

2i 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRANCO Maria Alice Fernandes. O uso da informação em saúde na gestão

municipal: para além da norma. In: FREESE, E. (Org.). Municípios: A Gestão

da Mudança em Saúde. Recife: Editora Universitária UFPE, 2004. p. 77-89 .

BRASIL, Ministério as Saúde. Profissionalização de auxiliares de enfermagem:

cadernos de aluno: saúde coletiva. Brasília: Ministério da Saúde, Rio de

Janeiro: FIOCRUZ, 2001. 7 4 -75 p .

DATASUS. Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização.

Disponível em http://www.pni.datasus.gov.br. Acesso em: 12 Dez. 2004 .

LANGES, I. Política, planejamento e gerência do Programa de Saúde da i

Família. Universidade de Pernambuco, Recife, fevereiro -maio,2002. I

• PROFAE, Curso de Qualificação Profissional de Auxiliar de Enfermagem. Módulo

I Rompendo a Cadeia de transmissão de Doença.:. Recife, IPAD, 2002, 114p.

i I I

RIBEIRO, A.; RODRIGUES,L. ~istemas de Informação na Administração

Pública. Disponível em http://wvJw.revan.eom.br/catalogo/0313.htm. Acesso em:

12 Dez. 2004 .

SANTANA, Clemax do Couto. P:-- revacinação BCG em escolares: um estudo

pioneiro. Jornal de Pediatria, Riq de Janeiro v. 78, n.4,2002.

SECRETARIA DE SAÚDE. Relatório de Gestão: Prefeitura de São José do

Belmonte, São José do Belmonte, 2003.

TEMPORÃO, José Gomes. O PrÇ>grama Nacional de Imunizações (PNI): origens ' '

e desenvolvimento. História, Ciências, Saúde - Manguinhos, Rio de Janeiro

v.10 supl.2 ,2003.

r •,

ANEXOS

··""""'

Estado de Pernambuco ...... . ...... CNPJ 10.280.055/0001-56 zz•••••

São José do Belmonte, 23 de dezembro de 2004.

Eu. Ruy de Oliveira Barros, Secretário de Saúde de São José do Belmonte,

autorizo os profissionais Elizeu Neto de Miranda, Fátima da Conceição Paes de Sousa

Feitosa. Karla Millene Sousa Lima e Sandra Regia Ferraz a colocarem o nome· do

município acima citado e os dados pesquisados referentes ao SI-PNl municipal, no

projeto de conclusão do Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e ServiÇQs de

Saúde.

Oliveira Barros Municipal de Saúde

'\

'· """\

ANEXO 11

UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

QUESTIONÁRIO DIRIGIDO:

Ao estudo da cobertura vacinal com BCG em menores de

1 ano no município de São José do Belmonte.

N° Registro ___ _

Dados:

• Unidade Básica de Saúde=------------

• Ocupação=------------------

• Data da entrevista= ------------------------Dados Específicos

• Descrever o processo de vacinação com BCG no

município:-------------------

• Quais são as dificuldades enfrentadas pelas Unidades de

Saúde na vacinação com BCG? _________ _

• Quais são os mecanismos organizacionais que estão

interferindo na cobertura vacinal com BCG? ---------

• Como são feitos os registros e como o PNI é

alimentado? __________________ _

Centro de Pesquisas -----,::;.,------------

fu'tfl LJ FDCRUZ

AGGEU M AGALHAES Ministério da SaC1de

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Título da pesquisa: Estudo da Cobertura Vacina! com BCG em Menores de 1 ano no Município de São José do Belmonte.

Instituição: Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães- CPqAM/ FIOCRUZ.

Pesquisadores responsáveis: Elizeu Neto de Miranda, Fátima da Conceição Paes, Karla Millene Sousa Lima e Sandra Régia Ferraz.

Orientador: Prof. Adriano Cavalcante Sampaio

Eu, , abaixo assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido para participar, como voluntário do projeto supracitado, sob a responsabilidade dos pesquisadores.

Assinando este Termo de Consentimento estou ciente de que:

1. O objetivo geral da pesquisa é: Analisar os condicionantes/razões da baixa cobertura

vacina! com BCG em menores de 1 ano no Município de São José do Belmonte - PE.

2. Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a minha participação, na referida pesquisa.

3. Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa; meus dados pessoais, serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos através deste estudo serão utilizados apenas para atingir o objetivo da pesquisa, exposto acima.

4. Poderei contatar o Comitê de Ética da Universidade Federal de Pernambuco para apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa para que se tome as providências necessárias.

São José do Belmonte, de de 2005

Voluntário(a):, ______________ RG:, __________ _

Pesquisadores:

Elizeu Neto de Miranda, Fátima da Conceiçã<:;l Paes,

Karla Millene Sousa Lima e Sandra Régia Ferraz.

Assinatura:

-------------------------e ____________________________ ___ Telefones: (087) 9995-6432, (087) 9988-8286, (087) 9991-9718 e (087) 8809-3590

Testemunhas----------­

Testemunhas-----------