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  • FILOSOFIA JURDICA

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    REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS

    ROCHA, Jos Manuel de Sacadura. Fundamentos de filosofia do direito: da Antiguidade a nossos dias/ Jos Manuel de Sacadura Rocha. 2 edio - So Paulo: Atlas. 2010. BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. Curso de Filosofia do Direito/ Eduardo Carlos Bianca Bittar, Guilherme Assis de Almeida. 9 edio. So Paulo: Atlas, 2011. NALINI, Jos Renato. Por que Filosofia/ Jos Renato Nalini. 2 edio ver. Atual. e ampl. . So Paulo: editora Revista dos Tribunais, 2010. MASCARO, Alysson Leandro. Filosofia do Direito. 2 edio So Paulo: Atlas. 2010. VADE Mecum Humanstico/ coordenao Alvaro de Azevedo Gonzaga, Nathaly Campitelli Roque. 2 edio. So Paulo: editora Revista dos Tribunais, 2011. DINIZ, Maria Helena. Dicionrio Jurdico Universitrio. So Paulo: Editora Saraiva, 2010. Dicionrio de Lngua Portuguesa.

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    DIREITO E MORAL

    Quando se estuda direito e moral, importante apontarmos os pontos

    comuns e os pontos divergentes, com base em algumas importantes teorias: a. A teoria do mnimo tico, de Georg Jellinek; b. A teoria de Miguel Reale sobre o direito e a moral.

    1 - TEORIA DO MNIMO TICO: Preconizada por Georg Jellinek consiste em dizer que o direito representa apenas o mnimo de Moral declarada obrigatrio, ou seja, o direito no algo diverso da moral, mas parte desta. Disto se conclui que tudo jurdico moral, mas nem tudo que moral jurdico.

    Moral Direito

    2 TEORIA DE MIGUEL REALE: Para Reale, o pensamento de Georg Jellinek no deve prosperar. Isto porque ele acreditava que existem campos do direito que no so obrigados pela moral, sendo, portanto, amorais. Exemplo disso seriam as normas de transito que consistem em normas que no morais ou imorais apenas regulam fatos. Amoral pessoa sobre cuja conduta os juzos de bem e de mal no

    exercem influncia e que por isso se rege independentemente deles. Moral o mesmo que tica. Objeto da tica, a conduta enquanto dirigida

    ou disciplinada por normas. Imoral contrario a moral ou aos bons costumes

    3 COERCIBILIDADE: O direito coercvel e a moral no o . Isto porque o Direito aparelhado com instrumentos voltados a exigir e coagir algum a praticar algo.

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    Ou seja, mesmo sem haver o convencimento interno da pessoa, ela pode ser compelida a agir ou se omitir, por fora dos mandamentos jurdicos. J a moral pertence ao mundo da conduta espontnea, do comportamento que encontra e si prpria a sua razo de existir. A pessoa agir moralmente conforme sua convico interior. No h na moral instrumentos de coercibilidade, sendo que o desatendimento de suas regras pode gerar, no mximo, desaprovao do grupo social. O comprimento obrigatrio da sentena satisfaz ao mundo jurdico, mas continua alheio ao campo propriamente moral. Coercibilidade possibilidade de sofrer coao. Qualidade passiva do

    coercvel. Coercvel qualidade de poder ser coagido, de poder sofrer coao.

    4 HETERONOMIA: O direito heternomo, pois sua norma jurdica tem validade objetiva e transpessoal (alm do sujeito), que esto acima das pretenses dos sujeitos de uma relao. Em outras palavras, a heteronomia significa aquilo que no necessariamente queremos, mas foi legislado por outrem, seja o Estado, o Deputado etc. Outra pessoa (hetero) faz a lei (nomos). Quando moral, podemos dizer que esta autnoma, pois, embora os valores que so incutidos em ns sejam necessariamente internos, quem julga e escolhe o ato certo indivduo. Sendo assim, diferente do direito, a moral autnoma. Heteronomia sujeio do destinatrio da norma ao seu comando,

    independentemente de sua vontade. A condio de uma pessoa ou de uma coletividade receber do exterior a lei a qual se submete.

    5 BILATERALIDADE: Nesse caso tanto o direito quanto a moral so bilaterais uma vez que em todas as relaes, existem duas ou mais pessoas que se relacionam segundo uma proporo objetiva que as autoriza a pretender ou a fazer garantidamente algo. 6 ATRIBUTIVIDADE: J quanto atributividade podemos afirmar que o direito possui tal caracterstica, enquanto a moral no possui. Pois no direito, sempre se afere um valor para o ato praticado, com expectativa de poder ser cobrado, ao passo que, a moral no se deve esperar algo objetivamente na relao. Atributividade qualidade inerente norma jurdica de atribuir. A quem

    seria lesado por sua eventual violao a faculdade de exigir do violador,

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    por meio do poder competente seu comprimento ou a reparao do mal sofrido.

    7 TABELA COMPARATIVA: Ante todo o exposto, podemos sintetizar as principais caractersticas do direito e da moral da seguinte maneira: Coercibilidade Heteronomia Bilateralidade Atributividade Direito Sim Sim Sim Sim Moral No No Sim No

    De fato, o que se h de dizer que a moral se caracteriza por uma srie de dados: espontaneidade, conscincia, unilateralidade, conduta interior, etc., que a faz algo distinto do Direito: coercitividade, bilateralidade, heteronomia, atributividade, etc. So provas corroboram a tese da intensa intimidade do Direito com a moral a saber: Obrigao natural: divida de jogo; Incesto; Negocio jurdico e tratos comerciais que circula em torno da ideia de

    boa-f; Prostituio.

    A ordem moral, por ser espontnea, informal e no coercitiva, distingue-se

    da ordem jurdica. No entanto, ambas no se distanciam, mas se complementam na orientao do comportamento humano. A axiologia , portanto, captulo de fundamental importncia para os estudos jurdicos, vistos que d cristalizao - reiterada e universal por meio dos costumes diante do surgimento de exigncias normativas jurdicas.

    Apesar dos esforos tericos- didticos no sentido de diferenciar Direito e Moral, no se pode perceber seno uma profunda imbricao entre o exerccio do juzo jurdico e o exerccio do juzo moral; pode-se at mesmo perceber esta inter-relao no ato decisrio do juiz, sempre sobrecarregado pelas inflexes pessoais, costumes, axiolgicas, contextuais e socioeconmicas que circulam o caso sub judice.

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    JUSNATURALISMO E O DIREITO NATURAL

    O Direito natural surge no fim da Idade Mdia e consolida-se no sculo XV opondo-se ao Direito Divino Medieval. A premissa do Direito moderno julgar e punir dentro da lei decorre do Direito Natural (direito dos homens). Antes, no Direito Divino, regia-se pela interpretao que a Igreja fazia do texto bblico e do jeito que lhe era interessante. O primeiro que lutou contra o Direito Divino foi o Direito Natural. O Direito Natural o Direito da condio humana que sai do homem e se traduz em leis formais ou no, mas deixa de lado o divino como parmetro para julgar e punir na terra. O Brasil um Pas laico. Assim pela Constituio Federal de 1988, no mistura Religio com o Estado de Direito. Mas as pessoas continuam tendo a concepo divina do ser superior que da o sentido de tica e de justia na nossa conscincia. J para o Direito, o texto divino menos importante e interfere to somente nos valores do julgador. O direito Natural, historicamente, coloca-se entre o Direito Divino e o Direito Positivo. Basicamente, temos dois tipos de Jusnaturalismo ou Direito Natural: Da condio humana Direito Natural Inato; Emprico-social com base na experincia social e compreende os

    autores contratualista. 1 JUSNATURALISMO: uma doutrina a qual existe e pode ser conhecido um Direito Natural (ius naturale), ou seja, um sistema de normas de conduta intersubjetivas diverso do sistema constitudo pelas normas fixadas pelo Estado (direito positivo). Tem validade em si, anterior e superior ao Direito Positivo e, em caso de conflito, ele deve prevalecer. Intersubjetivas aquilo que concerne s relaes entre os vrios

    sujeitos humanos. Aquilo que vlido para um sujeito qualquer. Subjetivo aquilo que pertence ao sujeito ou tem carter de

    subjetividade. Subjetividade o carter de todos os fenmenos psquico, enquanto

    fenmenos de conscincia. Carter daquilo que subjetivo no sentido de ser aparente ilusrio ou de poder faltar.

    2 DIREITO NATURAL E JUSNATURALISMO: O Direito natural composto por normas de conduta intersubjetivas, o jusnaturalismo, por seu turno consiste na escola que estuda o direito natural considerada a lei natural como superior a qualquer lei.

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    Direito Positivo conjunto de normas vigentes estabelecidas pelo

    poder poltico que se impem e regulam a vida social de um dado povo em determinada poca.

    Direito Natural O Direito natural o direito legitimo que nasce no seio do povo. Conjunto de normas ou de primeiros princpios morais imutveis de dever ser consagrados ou no na legislao de sociedade, visto que resultam da natureza das coisas, especialmente da humana, sendo por isso apreendido imediatamente pela inteligncia como verdadeiro.

    3 CONFLITO ENTRE DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO: Segundo o jusnaturalismo, a lei escrita deve ser reflexo da lei natural, no havendo que se falar em conflito entre os dois sistemas. Contudo, caso exista conflito entre o direito natura