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CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO Curso: Licenciatura em Filosofia Discipl ina: Filosofia da Mente Tutor: Luis Geraldo da Silva RA: 1081321 Aluno: Moacir Alves Tobias Turm a: DGLF1103SPOJ Unidade : Unid 2 – Funcionalismo Computacional e a Inteligência Artificial Ativida de: 1) Principais aspectos do problema lógico no qual se pretendeu encontrar uma solução por meio da máquina de Turing? 2) Motivações para que Putnan rejeitasse suas próprias ideias sobre o modelo funcionalista. 3) Críticas observadas ao programa da Inteligência Artificial. 4) Desenvolver a ideia de que regras inatas que podem ser transformadas em algoritmos e implementadas em um computador. 1

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Page 1: Filosofia Da Mente-Atividade Unid 2moacir

CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO

Curso: Licenciatura em Filosofia

Disciplina: Filosofia da Mente

Tutor: Luis Geraldo da Silva RA: 1081321

Aluno: Moacir Alves Tobias Turma: DGLF1103SPOJ

Unidade: Unid 2 – Funcionalismo Computacional e a Inteligência Artificial

Atividade:

1) Principais aspectos do problema lógico no qual se pretendeu encontrar uma solução por meio da máquina de Turing?

2) Motivações para que Putnan rejeitasse suas próprias ideias sobre o modelo funcionalista.

3) Críticas observadas ao programa da Inteligência Artificial.

4) Desenvolver a ideia de que regras inatas que podem ser transformadas em algoritmos e implementadas em um computador.

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Page 2: Filosofia Da Mente-Atividade Unid 2moacir

Sumário

1. Introdução

2. Desenvolvimento

2.1. Objetivo da Máquina de Turing

2.2. Putnam e o Modelo Funcionalista

2.3. Críticas à Inteligência Artificial

3. Referências bibliográficas

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1. Introdução

a. Dissertação que discuta as questões:

i. Principais aspectos do problema lógico no qual se pretendeu

encontrar uma solução por meio da máquina de Turing?

ii. Motivações para que Putnan rejeitasse suas próprias ideias

sobre o modelo funcionalista (segundo Moraca).

iii. Críticas observadas ao programa da Inteligência Artificial.

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2. Desenvolvimento

2.1. Objetivo da Máquina de Turing

A Máquina de Turing era a resposta de Alan Turing ao "problema da

decisão".

O desafio do "problema de decisão" (David Hilbert, 1928) é um

problema da lógica simbólica que consiste em achar um algoritmo genérico para

determinar se um dado enunciado da lógica de primeira ordem pode ser provado. A

Máquina de Turing (mT) é um modelo abstrato (matemático) do processo

computacional, que se restringe apenas aos aspectos lógicos do seu funcionamento

(memória, estados e transições) e que apresenta estrutura simples e universalmente

aceito.

O desafio do problema é demonstrar que um dado "problema

matemático" é insolúvel. Este algoritmo que receberá como entrada uma descrição de

uma linguagem formal e um enunciado matemático e produzirá, como saída, o

resultado “Verdadeiro” ou “Falso”.

Um tipo de "problema de decisão" é um sistema formal que exige uma

resposta do tipo "sim" ou "não", como, por exemplo, a questão "dados dois números (x

e y), pergunta-se se o y é divisível por x". Este problema pode ser "indecidível" caso

não exista algorítimo que determine uma resposta correta para o mesmo.

Lembremos que, algorítmo é um método eficaz, expresso como uma lista

finita de instruções bem definidas, para o cálculo de uma função. As instruções

descrevem uma "computação" que, no momento que é executada, utilizando os dados

iniciais, processa um número finito de estados sucessivos e bem definidos, que

produzirão a "saída" e concluem com um estado de finalização.

Para atender esta demanda, Alan Turing, em 1936, idealizou uma

máquina que se propunha a demonstrar que certor problemas são, de fato, indecidíveis.

Esta máquina é um "processo mecânico", isto é, algo que pode ser feito por uma

máquina; algo como um modelo formal de um “ser humano calculante”: suas estruturas

são concebidas como uma folha de papel, o alfabeto de entrada e saíde de trabalho.

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Em matemática, teorema é uma afirmação que pode ser provada como

verdadeira através de outras afirmações já demonstradas, inclusive, por outros teoremas.

Por exemplo, Teorema de Tales, importante ferramenta na determinação de medidas

utilizando a proporcionalidade.

Axioma, tanto na matemática quanto na lógica, não é, necessariamente,

uma verdade autoevidente, mas, sim, uma expressão lógica formal usada em uma

dedução, visando obter resultados mais facilmente. Por exemplo, o todo é maior que a

parte.

Um sistema axiomático é um conjunto qualquer de axiomas, que podem

ser usados, todos ou só alguns, para a derivação lógica de teoremas. Aqui, parte-se de

premissas aceitas como verdadeiras e regras ditas válidas, que irão conduzir a novas

sentenças verdadeiras. As conclusões podem ser alcançadas manipulando-se símbolos

de acordo com conjuntos de regras. Esta ferramenta para aumentar a capacidade

humana de pensar.

Chegamos, então, ao sistema formal que pode ser visto como uma

espécie de jogo rigorosamente definido, que especifica regras para manipulação de

símbolos.

Turing visualizou a possibilidade de executar operações computacionais

por meio de uma máquina que tivesse embutidas as regras de um sistema formal. A

"máquina" pode não existir, mas seus mecanismos podem ser construídos; descreve,

então, em termos matematicamente precisos, como este sistema, com comandos simples

de operação, pode manipular os símbolos de acordo com suas regras; esta "máquina

teórica" prova que, fisicamente, máquinas computacionais podem ser construidas.

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2.2. Putnam e o Modelo Funcionalista

Hilary Whitehall Putnam (1926) é destaque da filosofia ocidental desde

1964, nos campos das filosofias da mente, da linguagem e da ciência. E sua principal

qualidade também é sua grande "inimiga": é detalhista, rigoroso e crítico ao analisar

suas próprias posições filosóficas e a de outros filósofos. Sendo assim, suas

interpretações e posicionamentos alteram-se frequentemente e ele é criticado por isto.

Putnam introduz, nos anos 60, a teoria do funcionaliemo computacional:

baseada nas teorias da inteligência artificial, pretende definir o cérebro como "máquina

de tratamento de informação", que através de um programa (mente) processa a

informação que lhe chega através de um input (dado/informação/entrada/estímulo).

Processado e convertido, este resultado é disponibilizado para o meio de um output

(saída/resposta). Utiliza-se do princípio da Máquina de Turing para sustentar a ideia de

que a mente pode ser concebida exatamente como um programa (software),

funcionando sobre um determinado suporte físico (hardware) e que, fazendo uso de um

complexo e preciso sistema de instruções predefinidas, gera determinados resultados

em função do tratamento da informação ou estímulos recolhidos. O resultado do

processamento é determinado pela natureza dos dados recebidos (entradas) e pelo

estado em que se encontra o sistema no momento da introdução da informação.

Mas, nos anos 80, Putnam abandona a defesa do funcionalismo devido às

dificuldades que têm essa teoria de tratar o "externalismo" do conteúdo mental, como

ilustrava o experimento mental da "Terra Gêmea", do próprio Putnam.

Este experimento foi um dos primeiros argumentos do "externalismo

semântico": aqui se apresentam dois sujeitos cujos estados físicos internos são

indistinguíveis, embora usem uma mesma palavra com significados distintos. Esta

possibilidade é explicada por meio do externalismo semântico: o estado psicológico do

sujeito, considerado isoladamente do ambiente, não determina o significado dos termos

que ele utiliza.

O externalismo é uma teoria em semântica filosófica e o seu problema

principal diz respeito ao tema da referência e do significado.

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A semântica filosófica é a parte da filosofia da linguagem que

compreende o papel das expressões linguísticas (nomes, conceitos, constantes lógicas,

etc.) e considera as contribuições destas para determinar o valor de verdade de cada

sentença na qual uma expressão ocorre (a sentença é a portadora de um valor de

verdade).

Daí conclui-se que o "conteúdo" do cérebro de uma pessoa não é

suficiente para determinar a referência dos termos que empregam e que, portanto, se

deve examinar a 'história causal' e o 'estado psicológico' que levou a estes indivíduos a

adquirir o termo. Resumindo, “os 'significados' não estão na mente”.

Em filosofia da mente, externalismo é a tese de que a identidade

do conteúdo mental é relativa a objetos ou tipos de objetos exteriores à mente;

indivíduos distintos podem ser idênticos nas propriedades intrínsecas relevantes e ter

propriedades mentais com conteúdos distintos.

Já para o internalismo, as propriedades mentais são supervenientes (vem

depois, que sobrevém) às propriedades intrínsecas(que é próprio e essencial) do sujeito.

O externalismo de Putnam conclui é que um mesmo pensamento teria diferentes

significados em diferentes ambientes.

O externalismo afirma que o significado das nossas palavras e frases e o

conteúdo de nossos estados mentais intencionais estão relacionados com o mundo

externo; o que é pensado, o que é objeto da experiência e o que é objeto da fala

depende, também, do que está além da mente do sujeito ou, até, é causado por ele.

Sendo assim, a existência de 'estados mentais' dependem do "mundo

exterior" deste indivíduo; suas atitude e proposições (crenças, desejos, intenções,

pensamentos) devem ser caracterizadas e individualizadas através dos objetos e do

mundo no qual este indivíduo está situado em determinado tempo e espaço.

Diante deste novo cenário, Putnam rejeita as suas próprias ideias

funcionalistas, ao perceber outras complexidades atreladas ao estados mentais e que

impossibilitam a sua teorização. Abandona, também, a idéia de que a Máquina de

Turing possa ser o modelo ideal para representar a organização funcional da mente.

Putnam demonstra que se o ambiente físico ou social da pessoal se

modifica, em certos aspectos, o conteúdo dos pensamentos e crenças da pessoa também

serão afetados. Fatos, objetos e acontecimentos que ocorrem ao seu redor (no meio

ambiente físico-social) atuam na individualização dos conteúdos dos seus pensamentos.

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2.3. Críticas à Inteligência Artificial

Hubert Dreyfus, desde 1965, declara as semelhanças entre os problemas

tratados pela filosofia e aqueles tratados pela inteligência artificial (IA): a natureza do

entendimento e do conhecimento. Dreyfus alerta sobre a fragilidade dos modelos

adotados pela IA: a mente como um sistema de símbolos e a inteligência como processo

para resolução de problemas.

Ele destaca que estão sendo desprezadas estruturas básicas do processo

mental, como os "movimentos corporais" e o "reconhecimento de padrões" que estão

vinculadas às habilidades para representação e resolução de problemas.

A IA supõe que a natureza da mente são "regras" e "representações" nos

momentos de percepção e resolução de problemas; mas, deixa-se de lado o "senso

comum" que não é "conhecimento de fatos", mas, sim, o que "sabemos sem saber e que

nunca foi aprendido", por exemplo: somos mais rápidos andando para frente do que

andando para trás.

Também alerta que, nas simulações com computadores, os pesquisadores

não consideram nossa tolerância às ambiguidades, os limites de nossa consciência, as

impressões subjetivas, as influências do meio, a impaciência, cansaço e a motivação ou

a falta dela.

John Searle  é um crítico famoso dos limites do modelo computacional

da mente e afirma que a experiência mental do "Quarto Chines" (QC) torna clara a

possibilidade de um sistema que tem 'intencionalidade atribuída' mas não 'semântica

genuína'.

Os programas são sintáticos, pois são estruturados por regras. 

Nas esta sintaxe não é suficiente para a semântica que estão presentes nas mentes e que

demandam interpretação e significância. Implementar um programa é insuficiente para

haver mente.

Está errado dizer que 'a mente está para o cérebro como o software para o

hardware': a mente é essencialmente consciência, e a existência de consciência é um

fato biológico, portanto, é vida.

O QC mostraria então que a mente não é um programa e que por isso

programar apropriadamente alguma coisa nunca poderia dar-lhe uma mente.

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O filósofo David Chalmers (1996) apresenta uma comparação

esclarecedora:

As receitas são sintáticas (regras).

A sintaxe não é suficiente para ser saboroso.

A maioria dos bolos são saborosos.

As receitas não são suficientes para fazer bolos.

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3. Referências Bibliográficas

MORACA, R. J. Filosofia da Mente. Batatais:Claretiano,2012.Unidade 2

TEIXEIRA, J. F. O que é Filosofia da mente. Editora Brasiliense, 1994.

Disponível em:

<http://www.filosofiadamente.org/images/stories/pdf/o_que_e_filosofia_

da_mente.pdf>.

MATTHEWS, E. Mente: Conceitos Chave em Filosofia. Artmed, 2007,

p. 81-106 (confira na Biblioteca Digital Pearson).

CHALMERS, David, 1996, The Conscious Mind, Oxford, Oxford

University Press.

 

PINTO, Joâo Alberto, 1999, Materialismo, Superveniência e

Experiência, Dissertação de Mestrado, Faculdade de Letras da

Universidade do Porto.

 

SEARLE, John, 1998, A Redescoberta da Mente, Lisboa, Instituto

Piaget. 

Hola Moacir

Avaliei o texto e observo que a pesquisa elaborada

alcançou os objetivos da atividade.

Dissertar sobre o assunto implica em estabelecer uma ordem introdução, desenvolvimento e

conclusão de forma que um leitor informal possa interagir com o texto. Neste aspecto,

destaco que o texto deveria ser mais sucinto e cabe perguntar sobre a conclusão.

Avaliando-a como filosofo, observei que você utilizou dos criterios da metodologia cientifica

para apresentar as atividades: uma introdução desenvolvimento, sem conclusão.

Vale dizer que vc deve usar de uma metodologia para apresentar o trabalho apresentando paragrafos

contextualizados e coerentes.

Reitero também a sua contribuição como filósofo aos conceitos estudados. É fundamental

expressar a sua opinião, critica, contextualização, conforme Descartes utilizar da intuição e

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dedução no exercício da Filosofia.

Penso que o estudo das inteligencias multiplas, isto é somos dotados de diferentes formas de

expressão do inteligivel, ou seja qual é a fronteira da razão. Na minha opinião, este é um

processo que traz novas perspectivas para esta discussão. O artigo Inteligencias Multiplas e

Representações de Josset Campagna de Gáspari2; Gisele Maria Schwarts, disponível na

scielo, nos traz indagações sobre o tema.

A partir dos avanços da ciência cognitiva (estudo da mente) e da neurociência (estudo do

cérebro) ocorrido nas últimas décadas, a inteligência humana passou por significativas

mudanças epistemológicas e axiológicas e, em consequência, passou da concepção singular

para plural.

Nesse sentido, os estudos de Gardner (1994, 1995) foram decisivos para a substituição do

paradigma unidimensional pelo multidimensional, onde "as múltiplas faculdades humanas

são independentes em graus significativos" (Gardner, 1995, p. 29).

A Teoria das Inteligências Múltiplas, desenvolvida como uma explicação da cognição

humana, além de reconhecer as diversas e independentes facetas que a compõem, ainda,

preconiza a interdependência entre duas ou mais delas. Isto se explica pelo fato de que cada

uma das formas de inteligência pode ser canalizada para outros fins, isto é, os símbolos

vinculados àquela forma de conhecimento podem migrar para outras, denotando as

características de independência e interdependência anteriormente salientadas.

Agradeço o empenho

Voce pode revisar e reenviar

Abraços

Prof Luis 

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