filosofia da educação e pensamento pedagógico

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Filosofia da Educação e Pensamento Pedagógico Apresentação da disciplina: Vamos refletir, neste estudo, sobre o conceito de filosofia, campos de estudos ou investigação da filosofia, os filósofos, as correntes filosóficas contemporâneas e a educação. Seguimos a reflexão sobre a formação do professor, considerando que é muito importante que o futuro professor consiga relacionar a historicidade do processo educacional com a organização do sistema escolar, e a forma como as práticas educativas e as teorias pedagógicas foram sendo construídas. Isso contribui para que possamos compreender o contexto histórico integrando-o com a realidade social e a prática efetivada na escola, ou seja, a concretização da educação formal. Objetivos: Compreender a relação entre filosofia e educação, reconhecendo as contribuições da filosofia para o contexto histórico educacional. Conhecer a historicidade do processo educacional, relacionado à organização do sistema escolar e contextualizando as relações entre política, escola e sociedade e situando a prática pedagógica em uma perspectiva crítica e reflexiva a fim de compreender a organização da Educação Básica, a partir da legislação brasileira.

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Page 1: Filosofia da Educação e Pensamento Pedagógico

Filosofia da Educação e Pensamento Pedagógico

Apresentação da disciplina:

Vamos refletir, neste estudo, sobre o conceito de filosofia, campos de estudos ou investigação da filosofia, os filósofos, as correntes filosóficas contemporâneas e a educação. Seguimos a reflexão sobre a formação do professor, considerando que é muito importante que o futuro professor consiga relacionar a historicidade do processo educacional com a organização do sistema escolar, e a forma como as práticas educativas e as teorias pedagógicas foram sendo construídas. Isso contribui para que possamos compreender o contexto histórico integrando-o com a realidade social e a prática efetivada na escola, ou seja, a concretização da educação formal.

Objetivos:

Compreender a relação entre filosofia e educação, reconhecendo as contribuições da filosofia para o contexto histórico educacional.

Conhecer a historicidade do processo educacional, relacionado à organização do sistema escolar e contextualizando as relações entre política, escola e sociedade e situando a prática pedagógica em uma perspectiva crítica e reflexiva a fim de compreender a organização da Educação Básica, a partir da legislação brasileira.

Conteúdo Programático:

Unidade I: Introdução à Filosofia. . Campos de estudos da Filosofia.

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Unidade II: As correntes contemporâneas de Filosofia e a Educação.

Metodologia:

Os conteúdos programáticos ofertados nesta disciplina serão desenvolvidos por meio das Teleaulas de forma expositiva e interativa (chat - tira dúvidas em tempo real), Aula Atividade por Chat para aprofundamento e reflexão e Web Aulas que estarão disponíveis no Ambiente Colaborar, compostas de conteúdos de aprofundamento, reflexão e atividades de aplicação dos conteúdos e avaliação. Serão também realizadas atividades de acompanhamento tutorial, participação em Fórum, atividades práticas e estudos independentes (autoestudo) além do Material didático da disciplina.

Avaliação Prevista:

O sistema de avaliação da disciplina compreende assistir a teleaula, participação no fórum, produções textuais interdisciplinares (Portfólio), realização de avaliações virtuais e avaliação presencial embasada no material didático, teleaulas, web aula e material complementar.

WEB AULA 1Unidade 1 – As correntes filosóficas contemporâneas e a educação

 

Só aprende aquele que se apropria do aprendidotransformando-o em apreendido, com o que pode por

isso mesmo, reinventá-lo; aquele que é capaz de aplicar o

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aprendido-apreendido a situações existentes concretas.Paulo Freire (2000)

 

Ao escolhemos uma licenciatura estamos nos preparando para um segmento profissional na área da educação. Isto quer dizer que seremos educadores!  Iremos ensinar o que aprendemos durante os anos de graduação em uma área de conhecimento específica com fundamentação teórica, ou conhecimento científico! Nesse exercício se vincula o pensamento filosófico em sua trajetória histórica e em sua especificidade que é o exercício do filosofar.

Neste espaço vamos começar compreendendo o objeto da Filosofia e vamos aprender com o que ela se ocupa, seus campos de estudos e algumas correntes filosóficas contemporâneas que dialogam com as licenciaturas em diferentes segmentos e espaços.

A Filosofia tem por objeto de estudo a existência e, portanto, tudo o que nela está contido: o mundo prático, os valores, o meio ambiente, a violência, as guerras e a paz, a vida e a morte. Por onde iremos começar? Vamos começar do inicio! Mas onde é o inicio? Onde não é o fim, responderemos. Ah!  mas existe um fim em alguma coisa? Em Filosofia o fim de algum problema é sempre o início de outro, e pode acontecer, ou surgir, a qualquer momento no processo. Podemos iniciar nossa conversa dessa forma, ou seja, não vamos pensar no inicio e nem no fim. Vamos ficar com a trajetória, o caminho, o movimento, ou processo. O exercício filosófico na educação é o processo de pensar a educação em todos os seus fenômenos, em todos os seus aspectos. No processo está contida a ideia de movimento. Alguma coisa que não para nunca.

Dessa forma, podemos entender que Já estamos em processo de reflexão e a frase abaixo é a representação desse exercício filosófico na literatura de Guimarães Rosa. No romance Grande Sertão, Veredas, o sertanejo Riobaldo filosofa assim: “[...] o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia” (João Guimarães Rosa)

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Para conhecer outras frases filosóficas ditas por Riobaldo no livro Grande Sertão, Veredas (Guimarães Rosa), acesse o link abaixo.

http://pensador.uol.com.br/autor/joao_guimaraes_rosa/

Filosofar é isso mesmo: é uma disposição para o pensar e um prestar atenção à vida, à existência, ao mundo real... para compreender o real!  Continuando nesse processo, apresentaremos um pouco de Filosofia bem devagar para que possamos apreciar essa área de conhecimento tão importante e tão presente em nossa prática educativa.

 

Click na figura abaixo e leia o link para você aprender mais.

http://www.brasilescola.com/filosofia/a-filosofia-grega.htm

 

 

Campos de estudos da Filosofia

Agora que você já conheceu a etimologia da palavra FILOSOFIA (o que ela significa) e onde e quando surgiu, vamos conhecer os seus campos específicos.

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A Filosofia nasceu da admiração, do espanto com a existência e com vocação educativa. Isto quer dizer que os primeiros filósofos se interessavam pelas coisas que pareciam muito obvias e mantinham um rol de discípulos que se interessavam em discutir para aprender e continuar ensinando àqueles que tinham acesso à educação porque nem todos tinham esse direito. A Grécia estava dividida politicamente em Pólis e cada uma tinha a sua organização social. Em Atenas, por exemplo, havia uma divisão de classes: aristocracia, escravos e livres (comerciantes, estrangeiros e soldados).

Vamos continuar aprendendo mais.

Agora vamos utilizar o texto da Filósofa Marilena Chauí que nos explica os campos de estudos ou investigação da Filosofia, mas antes é importante saber que a história da Grécia se divide em quatro épocas:

(1ª) a Grécia homérica (Homero) que está marcada pelos poemas Ilíada e Odisseia. São duas grandes obras que contam a guerra de Troia.

Conheça um pouco da guerra de Troia acessando o link:

http://www.brasilescola.com/historiag/guerra-de-troia.htm

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2ª) Grécia Arcaica: século VII até o século V a.C. Nesse período os gregos criaram as cidades de Atenas, Esparta, Tebas, Megara e Samos entre outras. Mas estas são as mais importantes para nós. Essas cidades são mantidas pela economia comercial (já não era a agricultura que as mantinham, mas o comércio e o artesanato).

3ª ) Grécia clássica do século V e IV a.C há uma grande mudança política e a democracia é inaugurada em Atenas. Há também um grande movimento intelectual e artístico.

No centro da pintura estão Platão (com o dedo apontado para o alto em uma demonstração de sua corrente filosófica: idealista) e Aristóteles (apontando para baixo em uma referência de sua corrente filosófica: realista).

4ª) Helenística foi marcada pela passagem do império da Alexandre da Macedônia para o império Romano e, com isso, finalizando sua independência política.

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Durante esses períodos a investigação filosófica muda, mas é no período clássico (meados do período arcaico no século VII e V a.C) que ela toma impulso e se enriquece na condição de investigação racional.

 

Vamos conhecer esses campos filosóficos em seus respectivos períodos.

1) Período pré-socrático se ocupa com a origem do mundo e as causas das transformações ou funcionamento da natureza (Physis).

2) Período Socrático (antropológico) se ocupa com as questões humanas, o agir do homem (ética, política e técnica).

3) Período Sistemático: representa o período em que a Filosofia se preocupa em reunir e sistematizar (organizar) tudo o que havia pensado até então. Seu principal objeto de investigação é demonstrar que tudo pode ser objeto filosófico desde que esteja submetido às leis do pensamento (da razão) para oferecer critérios de verdade e da ciência.

4) Período Helenístico (século III a.C até século VI d.C): a Filosofia se ocupa, principalmente, com as questões éticas, do conhecimento e das relações entre homem e natureza e de ambos com Deus.

Veja agora os campos de investigação da Filosofia.

1) Estética ou Filosofia da Arte – investiga a arte (o belo e o feio) e o que ela provoca nas pessoas. Quais são os sentimentos que uma arte provoca em alguém: alegria, tristeza, estranhamento, angústia, nojo, etc.

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No link abaixo, você poderá aprender mais sobre a ideia de estética em Platão e Aristóteles

http://www.brasilescola.com/filosofia/a-estetica-na-filosofia-platao-aristoteles.htm

2) Epistemologia – Análise crítica das ciências (exatas, naturais e humanas).

3) Teoria do Conhecimento – Estuda as diferentes formas de conhecimentos.

4) Lógica: Estuda a organização do raciocínio, pelo encadeamento dos argumentos para verificação da verdade ou falsidade de um pensamento.

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5) Ética: Investiga o agir do ser humano. Pensa nos princípios que regem os valores morais que norteiam nossas ações.

estadonoetico.blogspot.com

 

 

 

6) Filosofia Política: Investiga a natureza do poder, autoridade, ideia do Direito e das Leis que organizam o espaço público, ideia de justiça, dominação violência.

7) Filosofia da História: Investiga a dimensão do tempo e da existência.

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8) Filosofia da Linguagem: Estuda a linguagem como manifestação humana (comunicação, significações).

9) História da filosofia: Estuda os diferentes períodos da Filosofia, temas e problemas que abordam.

Até aqui você conheceu os campos de investigações/estudos da Filosofia. É importante saber que os temas, em principio, são sempre os mesmos. Mas os filósofos vão alterando as perspectivas. Depois de Aristóteles, muitos filósofos continuaram nas investigações dos grandes temas da Antiguidade clássica e a Idade Média reverenciou Platão e Aristóteles. Assim, por exemplo, durante idade média o conceito de belo é revisitado ou rediscutido pelos olhos da igreja representada pelos grandes filósofos desse período. São eles: Santo Agostinho (que reinterpretou Platão) e São Tomaz de Aquino (que reinterpretou Aristóteles).

Eles foram tão importantes nesse longo período que os Jesuítas que chegaram ao Brasil, trouxeram na bagagem o sistema filosófico aristotélico em sua Ratio Studiorum (documento com regras norteadoras para a educação).  Portanto, nosso primeiro modelo de educação estava fundamentado na filosofia aristotélica com conotação religiosa. O pensamento aristotélico influenciou de forma significativa a educação brasileira.

No entanto, o período Moderno de nossa história foi marcado por grandes movimentos filosóficos. O Iluminismo, do século XVIII é um grande exemplo. A Idade Moderna foi palco de transformações sociais, econômicas e de conhecimento. A Filosofia foi colocada a serviço do novo modelo econômico: o capitalismo e a escola foi ‘moldada’ para atender aos interesses burgueses. Nesse cenário surgiram vários filósofos e alguns deles inspiraram ideias educacionais.

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A imagem acima é do Filósofo Rousseau, do século XVIII, representante do período Iluminista, cujas ideias foram importantes para a formulação do que nós conhecemos como filosofia contemporânea. Ele também inspirou os filósofos da educação. Seu livro Emilio é referência para todos os educadores. Para aprender mais acesse o link abaixo:

http://www.brasilescola.com/historiag/iluminismo.htm

WEB AULA 2Unidade 1 – As correntes filosóficas contemporâneas e a educação

 

Vamos compreender um pouco da Filosofia Contemporânea, ou seja, do nosso tempo. Mas quando se trata de Filosofia é preciso aprender que há uma imprecisão cronológica em seu processo histórico com relação à Filosofia. Com isto estamos dizendo que as correntes filosóficas contemporâneas são aquelas que foram produzidas ou elaboradas a partir do século XIX (século 19) porque foi nesse período que se produziu a ideia da historicidade do homem, da sociedade, da arte e das ciências. Com isso, os pensadores – particularmente Hegel - estavam dizendo que é a História ‘o motor’ das mudanças em todas as dimensões da

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existência, ou, que somos seres históricos. Além disso, o capitalismo estava consolidado em parte da Europa gerando grandes transformações.

No entanto, para entendermos bem o que significa a filosofia contemporânea, precisamos conhecer um filósofo alemão: Hegel. É a partir do pensamento hegeliano que as outras correntes filosóficas surgiram.

 

As ideias de Hegel formam um sistema filosófico  e compreender a sua filosofia é imprescindível para todos os educadores porque os modelos filosóficos que norteiam nossas ações são, em parte, originadas de uma reação (positiva ou negativa) ao sistema filosófico hegeliano.

A concepção de historicidade do real afirmava que havia uma única cultura universal em desenvolvimento de forma progressiva. A nossa concepção de progresso linear vem desse período. O papel da Filosofia nessa dimensão é  conhecer o “espírito de um povo conhecendo as raízes, as origens [...] conhecendo o passado”. (CHAUI, 2002, p. 51).

O Sistema Hegeliano representa um marco na história contemporânea da Filosofia. Mas há um aspecto desse sistema que você irá ouvir muito. Trata-se da DIALÉTICA HEGELIANA. Foi com essa construção que Marx se inspirou e, por outro lado, Marx inspirou a EDUCAÇÃO DIALÉTICA.

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Primeiro é importante que você conheça e compreenda o que é a DIALÉTICA e qual é o sentido desse método no pensamento hegeliano e, depois, no pensamento marxista.

Para isso acesse:http://www.infoescola.com/filosofia/dialetica/

A construção dialética serviu para explicar o movimento progressivo da historicidade do sujeito: TESE, ANTÍTESE E SÍNTESE. Isto quer dizer que o motor da história está no movimento de negação/contradição e superação da consciência (no plano das ideias).

Seguem abaixo dois links para você aprender mais.

http://ruyalexandre.zzl.org/arquivos/peddialetica.pdf

http://giulianofilosofo.blogspot.com.br/2011/04/dialetica-hegeliana.html

Por outro lado, K.Marx se utilizou do modelo metodológico hegeliano e deu o sentido MATERIALISTA.

Aqui é preciso fazer uma pausa para que você compreenda o sentido de MATERIALISMO em Filosofia. Trata-se de uma doutrina filosófica que interpreta a realidade em sua materialidade (concreto).

Aprenda mais acessando o link. http://www.materialismo.net/

Agora que você aprendeu o sentido filosófico de materialismo que tal compreender a ideia de MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO em Marx?

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Materialismo porque somos o que as condições materiais (as relações sociais de produção) nos determinam a ser e a pensar. Histórico porque a sociedade e a política dependem da ação concreta dos seres humanos no tempo.[...] A história não é um progresso linear e contínuo, mas um processo de transformações sociais determinadas pelas contradições entre os meios de produção. A luta de classes exprime tais contradições e é o MOTOR DA HISTÓRIA. Por isso o materialismo histórico é DIALÉTICO. (CHAUI, 2002, p.414-415).

Assim, podemos demonstrar a dialética marxista de seguinte forma.

TESE (sistema feudal. A burguesia entrou em contradição com os senhores feudais e houve a superação do modo de produção)

ANTÍTESE (Capitalismo. O modo de produção capitalista é a superação do sistema feudal. O movimento de contradição está contemplado na luta de classes: capitalista X proletários)

TESE (ainda não aconteceu a superação da antítese).

 

Vamos refletir mais.

O Materialismo Dialético: a existência humana em sociedade é condicionada pela sua base material: o capital, as matérias-primas (os recursos naturais), os meios de produção (fábricas, máquinas). De um lado, o capitalista (o dono dos meios de produção) que detém a propriedade destas riquezas, uma minoria que para

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produzir explora a mão-de-obra da classe dos que, não sendo proprietários, têm que vender sua força de trabalho, são maioria e formam a classe dos proletários.

Mas a sociedade é dinâmica, a História está sempre em movimento, e este movimento é Dialético: esta oposição entre Capital e Trabalho, a luta entre estas duas classes antagônicas resultaria na superação para uma nova sociedade, onde não haveria mais propriedade privada destes meios de produção, que seria coletiva, e, portanto estariam extintas também as classes sociais.

 

Para ilustrar a Dialética: dada uma Tese, esta produzirá o seu contrário, uma Antítese, e o confronto entre Tese e Antítese vai resultar, num estágio mais avançado, uma Síntese. Esta Síntese se constitui numa nova Tese, e assim dando continuidade ao movimento.

Por exemplo: tomamos o minério de ferro bruto (Tese) que levado a um alto forno será diluído (Antítese) para depois ser colocado em formas que o transformarão em trilhos de trem que servirão na construção de extensas ferrovias (Síntese). Ou seja, a Síntese Dialética sempre significará um estágio superior do processo em curso.

 

Aprenda mais acessando o link

http://www.5ebem.ufsc.br/trabalhos/eixo_01/e01b_t008.pdf

 

Este modelo dialético fundamenta a teoria histórico-crítica de Dermeval Saviani que norteia grande parte dos projetos político-pedagógicos brasileiros.

Para você compreender bem essa teoria, sugiro a leitura do livro: ESCOLA E DEMOCRACIA (SAVIANI, Dermeval), acessando o link abaixo. (o livro indicado tem

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mais de 20 anos de publicação e por isso está disponibilizado gratuitamente no site).

http://gepelufs1.files.wordpress.com/2011/05/escola-e-democracia-dermeval-saviani.pdf

 

UM POUCO DE POSITIVISMO

O Positivismo considera a ciência moderna como único e exclusivo modelo de conhecimento. Dessa forma, ele refuta as especulações filosóficas. O filósofo considerado o ‘pai’ do Positivismo é AUGUSTO COMTE http://www.brasilescola.com/sociologia/positivismo.htm

http://www.espacounicocriativo.com/2010/12/o-positivismo-e-sua-influencia-no.html

O Positivismo mantém a ideia de um movimento histórico linear e progressivo, além disso, Comte separou as áreas de conhecimento de forma hierárquica:

A Matemática, na ordenação das ciências criada por Comte, é o ponto de partida da educação científica, a primeira ciência a atingir o estado positivo por possuir leis com aplicação universal e ser a mais simples e geral de todas as ciências. Ao mesmo tempo, o método experimental-matemático é o único aceito pela pesquisa positivista, pela expectativa de garantir a neutralidade e a objetividade do conhecimento, o rigor do conhecimento e a racionalidade técnica. O positivismo de Comte prega uma educação científica que seja a base para o desenvolvimento das ciências especializadas, com a finalidade de se garantir a previsão das necessidades humanas e a equivalência entre ciência e progresso, tendo como único valor o conhecimento objetivo. (MOTTA, C. D. Van Berghem; BROLEZZI, Antonio Carlos)

http://www.faced.ufu.br/colubhe06/anais/arquivos/426CristinaDalva_AntonioCarlos.pdf

Outras correntes filosóficas contemporâneas são: FENOMENOLOGIA E EXISTENCIALISMO.

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A Fenomenologia é o movimento filosófico inaugurado por Husserl. O ponto de partida do método filosófico da Fenomenologia é: “de volta às coisas mesmas” superando, dessa forma, a oposição entre idealismo e realismo, entre sujeito e objeto, entre consciência e mundo.  Assim, podemos compreender, grosso modo, que a Fenomenologia é um método filosófico para se chegar ao conhecimento daquilo que é aparente, do que aparece no real.

Assista ao vídeo para você aprender mais.

EXISTENCIALISMO

Jean-Paul Sartre foi um dos representantes dessa corrente filosófica. Vamos entender assim: no Existencialismo o homem é jogado no mundo e durante sua existência vai se constituindo, vai se definindo durante a existência. “A existência precede a essência”! (SARTRE, 1970).

O Existencialismo se contrapõe, principalmente, à corrente essencialista dos antigos (Sócrates e Platão). Para os antigos o que define o ser é a essência que é anterior à existência. Isto quer dizer, que para eles (os antigos) já nascemos prontos e não há possibilidade de mudanças.

No Existencialismo, somente os animais e os objetos já estão definidos antes da existência. Por exemplo: a mesa antes de existir de fato, foi pensada e desenhada pelo artesão. Depois ele a executou conforme idealizado, pensado. Mas o sujeito não. O sujeito nasce e vai se definindo ao longo da existência.

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A figura abaixo nos remete à ideia de alguém pensando....refletindo.

No link abaixo você poderá aprender mais sobre o Existencialismo.

http://www.infoescola.com/filosofia/existencialismo/

Há dois grandes segmentos do Existencialismo: o cristão e o ateu. No entanto, os dois segmentos têm em comum o seguinte princípio: “ a existência precede a essência[...]”. Com isso, os existencialistas estão dizendo que não somos  um projeto pensado, mas primeiro existimos e depois definimos nossa essência.

[...] o homem existe, encontra a si mesmo, surge no mundo e só posteriormente se define. O homem, tal como o existencialista o concebe, só não é passivel de uma definição porque, de inicio, não é nada: só posteriormente será alguma coisa e será aquilo que ele fizer de si mesmo.(SARTRE, 1970, p. 4).

Paulo Freire, um dos grandes educadores mais considerados tem, em sua obra, traços marcantes dos pressupostos filosóficos no campo do Existencialismo. Exempo disso, é o livro Pedagogia da Autonomia em que ele relaciona ao ato de ensinar a importância de ser ter a consciência do inacabamento do ser. Freire ressalta que: “A consciência do mundo e a consciência de si inacabado

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necessariamente inscrevem o ser consciente de sua inconclusão num permanente movimento de  busca”.(FREIRE,1996)

O livro citado, Pedagogia da Autonomia deve ser lido por todos os educadores e está disponibilizado no link abaixo.

http://www.letras.ufmg.br/espanhol/pdf%5Cpedagogia_da_autonomia_-_paulofreire.pdf

 

CHAUI. Marilena. Convite à Filosofia. 12. ed. São Paulo: Ática, 2002.

CUESTA, Miguel Hermoso. Homero villa dei papiri. Wikimedia Commons, 3 jul. 2013. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Homero_villa_dei_papiri.JPG>. Acesso em: ago. 2013.

DCE-UNIFESP. Introdução ao materialismo dialético. Disponível em: <http://dce.unifesp.br/textos/materialismo.pdf>. Acesso em: ago. 2013.

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SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo e um humanismo. Trad. Rita Correia Guedes. Paris: Les Editions Nagel, 1970.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: EGA, 1996.

WIKIMEDIA COMMONS. Escola de Atenas - Vaticano. 1 nov. 2010. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Escola_de_atenas_-_vaticano.jpg>. Acesso em: ago. 2013.

WIKIMEDIA COMMONS. Jean-Paul Sartre FP. 2008. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jean-Paul_Sartre_FP.JPG>. Acesso em: ago. 2013.

WIKIMEDIA COMMONS. Retrato de Jean-Jacques Rousseau. 10 jul. 2012. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jean-Jacques_Rousseau_(painted_portrait).jpg>. Acesso em: ago. 2013.