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FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA PROFESSOR: REINALDO SOUZA

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FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA

PROFESSOR: REINALDO SOUZA

“Nada de grande se realizou

no mundo sem paixão.”

G. W. F. HEGEL

(1770-1831)

Século XIX

Revolução Industrial (meados do século XVIII) –Capitalismo;

Inovações tecnológicas;

Exploração do trabalho humano (tripalium);

Dois blocos antagônicos: burguesia empresarial x trabalhadores.

Lutas e correntes socialistas: base no ideário da Revolução Francesa (1789-1799).

Romantismo: indivíduo, emoção e natureza

Movimento cultural: arte e filosofia;

Exaltação das paixões e

sentimentos valorosos (amor x

racionalidade);

Valorização da sensibilidade e

subjetividade;

Retomada da idéia da natureza

como força vital;

Desenvolvimento do nacionalismo;

Influência direta no Idealismo

Alemão.

Idealismo Alemão• O sujeito exerce um papel

mais determinante no processo do conhecimento;

• O que ele conhece são suasideias, suas representaçõesdo mundo e sua consciência.

• Base no pensamento kantiano: “das coisas só conhecimentos a priori aquilo que nós mesmos colocamos nelas”.

• O saber não é absoluto, mas é absoluto como saber (Fichte).

J. GOTTLIEB FICHTE (1726-1814)

• Somente podemos conhecer a consciência ou o pensamento que temos das coisas;

• Existência do Eu como princípio da consciência, criador de toda a realidade;

• A realidade objetiva é produto do espírito humano;

• O que é exterior ao homem é onão-Eu.

FRIEDRICH SCHELLING (1775-1854)

• Existe um único princípio, uma inteligência exterior ao próprio Eu, que rege todas as coisas.

• “o homem ou, mais geralmente, o que nós chamamos razão”.

• Funda a ideia de uma Inteligência, ou Espírito, que se manifesta e se concretiza no mundo sensível.

G. W. F. HEGEL (1770-1831)

Principal expoente do idealismo alemão;

Sua filosofia representa o ponto culminante do racionalismo;

Reconciliação da filosofia com a realidade;

Pensar a realidade como Espírito, ou seja, não somente como substância, mas também como sujeito.

Isso significa pensar a realidade como processo, como movimento.

MOVIMENTO DIALÉTICO

• A realidade como Espírito possui uma vida própria, um movimento dialético (movimentos sucessivos e contraditórios)

TESE – ANTÍTESE – SÍNTESE

Ex.: Revolução Francesa – Barbarismo – Liberdade;

A realidade é dinâmica.

Embate e superação das contradições: dialética [movimento real da realidade].

Ser em-si, ser fora-de-si, ser para-si.

Consciência rumo ao saber absoluto

Afastamento do conhecimento

comum e se voltar para o absoluto;

A consciência que alcança o saber

absoluto atinge a razão - λογο;

Neste momento a Razão alcança a

consciência da unidade entre ser e

pensar, harmonizando subjetividade

e objetividade;

A filosofia estaria aí para superar o

conhecimento finito e limitado para

alcançar o saber absoluto – o saber

da coisa-em-si.

Relação entre filosofia e história

Superioridade do Espírito, que se realiza na

História dos homens por meio da

liberdade;

03 momentos do Espírito:

• Espírito subjetivo: que se refere ao

indivíduo e à consciência individual;

• Espírito objetivo: que se refere às

instituições e costumes historicamente

produzidos pelos homens;

• Espírito absoluto: que se manifesta na

arte, na religião e na filosofia, como

espírito que se compreende a si mesmo.

História• A História é um desdobramento do Espírito objetivo

no tempo;

• O Espírito objetivo é a realização da liberdade na sociedade: se manifesta no direito, na moralidade e na eticidade, englobando família, sociedade e Estado;

• O indivíduo só existe como membro do Estado –Princípios da Filosofia do Direito.

• A filosofia da história deve captar o movimento histórico como uma contínua evolução da idéia de liberdade, que se desenvolve segundo um plano racional.

Tudo o que é real é racional, tudo que é racional é real.

G. W. F. HEGEL

Páginas

125 – 134

Fenomenologia do Espírito

§ 179, 183, 184, 185, 189, 190.

Contestação do sistema hegeliano

LUDWIG FEUERBACH

(1804-1872)

Idealismo de Hegel: “especulação vazia”;

Não trata do ser real, das coisas reais e dos

homens concretos;

Propõe uma filosofia partindo do concreto – e

não de Idéia, Espírito e Razão.

Parte do ser humano como um ser natural e

social.

É o materialismo que influenciará Marx.

ARTHUR SCHOPENHAUER (1788-1860)

• Visão pessimista da vida,

encarada como uma

história de sofrimentos;

• Para ele, Hegel constrói

sua filosofia segundo os

interesses do Estado

prussiano, ao englobar as

situações históricas como

desdobramentos do

Espírito objetivo,

legitimando todas as

formas de governo,

mesmo as mais nefastas.

O mundo como vontade e representação

O conhecimento é uma relação na qual o objeto é

percebido pelo sujeito, não como ele é, mas como ele pode

ser percebido e interpretado;

Retoma Kant na oposição de um saber absoluto;

O mundo é representação. O conhecimento do mundo

parte do sujeito;

É possível alcançar a essência das coisas através de um

insight intuitivo: a atividade estética permitiria ao homem

a compreensão da verdade.

Pela arte, o sujeito se desprenderia de sua individualidade

para fundir-se no objeto, numa entrega pura e plena.

O ser humano seria essencialmente vontade, o que levaria

a desejar sempre mais, produzindo uma insatisfação

constante;

Essa insatisfação é a origem das lutas entre os homens, da

dor e do sofrimento;

A vida do homem é um pêndulo que oscila entre a

ansiedade e o tédio.

SØREN KIERKEGAARD (1813-1855)• Foco na realidade humana

concreta;

• Obra teológica centralizada naética cristã e nas instruções daIgreja;

• Inspiração em diálogos socráticos na forma e método de escrita;

• A tarefa da descoberta do significado das suas obras é deixada ao leitor, porque "a tarefa deve ser tornada difícil, visto que apenas a dificuldade inspira os nobre de espírito";

Filosofia de cunho existencialista.

A experiência única da vida

• Contestou a supremacia da razão como único instrumento capaz de estabelecer a verdade, tal como Hegel propunha.

• Defende o conhecimento que se origina da fé.

As três dimensões da existência humana

• Estética: na qual se procura o prazer;

• Ética: na qual se vivencia o problema da liberdade e da contradição entre prazer e o dever;

• Religiosa: marcada pela fé.

Cabe ao homem escolher em qual dimensão quer viver, já que são excludentes entre si. Essas dimensões também poderiam ser entendidas como etapas da vida do homem em sua existência.

Existencialismo

• Trata de temas como amor,

sofrimento, angústia,

desespero, que, segundo ele,

não poderiam ser explicados

através da razão.

• Kierkegaard procurou

destacar as condições

específicas da existência

humana e incorporá-las às

reflexões filosóficas.

Análise das relações do homem com:

O mundo:

Angústia: sentimento profundo que temos ao perceber a instabilidade de viver num mundo de acontecimentos possíveis, sem garantia de que nossas expectativas sejam realizadas.

No possível, tudo é possível.

Consigo mesmo:

Inquietação e desespero: o homem nunca está satisfeito com as possibilidades que realizou, ou porque não conseguiu realizar o que pretendia, esgotando os limites do possível e fracassando diante de suas expectativas.

Deus:

Superação da angústia e do desespero: é marcada pelo paradoxo de ter de compreender pela fé o que é incompreensível pela razão.